UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS
MESTRADO EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
LEILA DENISE CABRAL PINTO
COBERTURA DO ACERVO DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFC:
IMPORTÂNCIA PARA A AVALIAÇÃO DO MEC
FORTALEZA
2013
LEILA DENISE CABRAL PINTO
COBERTURA DO ACERVO DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFC:
IMPORTÂNCIA PARA A AVALIAÇÃO DO MEC
Dissertação apresentada à Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior. Área de concentração: Políticas Públicas da Educação Superior. Orientadora: Profª Drª Maria do Socorro de Sousa Rodrigues. Co-orientadora:Profª Drª Fabíola Maria Pereira Bezerra.
FORTALEZA
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências Humanas
P728 Pinto, Leila Denise Cabral Cobertura do acervo do sistema de bibliotecas da UFC : importância para a avaliação
do MEC / Leila Denise Cabral Pinto. – 2013. 117 f. : il. color., enc. ; 30 cm. Mestrado (dissertação) – Universidade Federal do Ceará, Política Públicas e Gestão
da Educação Superior (POLEDUC), Fortaleza, 2013. Área de Concentração: Políticas Públicas Orientação: Profa. Dra. Maria do Socorro de Sousa Rodrigues Coorientação: Profa. Dra. Fabíola Maria Pereira Bezerra 1. Bibliotecas universitárias – desenvolvimento da coleção 2. Bibliotecas
universitárias. 3. Bibliotecas universitárias – Avaliação – Bibliografia 4. Avaliação educacional. I. Título
CDD 025.21877
LEILA DENISE CABRAL PINTO
COBERTURA DO ACERVO DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFC:
IMPORTÂNCIA PARA A AVALIAÇÃO DO MEC
Dissertação apresentada à Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior. Área de concentração: Políticas Públicas da Educação Superior.
Aprovada em: ____ / ____ / _____.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________ Profª Drª Maria do Socorro de Sousa Rodrigues (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
___________________________________________________________________ Profª Drª Fabíola Maria Pereira Bezerra (Co-orientadora)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
___________________________________________________________________ Prof. Dr. Antônio Clécio Fontelles Thomaz Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Ao Senhor Jesus Cristo, à minha mãe, ao
meu marido e aos meus filhos.
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor meu Deus, pela força e fé que Ele não deixou que me faltasse.
À minha orientadora professora Maria do Socorro de Sousa Rodrigues,
pela sua dedicação e empenho, sua serenidade transformou a construção desse
trabalho em prazer.
Ao professor Antônio Clécio Fontelles Thomaz, membro da banca
examinadora pela disponibilidade.
Ao meu marido e filhos que muito contribuíram para realização desse
trabalho, me dando calma e o amor tão necessários nos momentos de angustia.
Às minhas amigas Fabíola Maria Pereira Bezerra que ao assumir a co-
orientação desse trabalho, assomou a ele qualidade e critério técnico e Thalita
Natasha Ferreira Damasceno, pela imensa colaboração na sua logística.
Aos colegas de trabalho, pelo apoio e incentivo.
À Pró-Reitoria de Graduação, na pessoa da servidora Yangla Kelly
Oliveira Rodrigues, sem seus comentários e pronto atendimento, essa pesquisa não
estaria completa.
Eu me entristeço e me enriqueço todos os
dias no trabalho, quando percebo o vai e
vem de interesses e posições pessoais
em detrimento das institucionais coletivas
que devem ser a essência de todas as
obras. Entristeço-me pela pobreza e ou
indigência de ideais coletivo e justos nos
processos e me enriqueço por aprender
cada vez mais sobre os meandros
misteriosos que a alma humana exibe.
Assim, aprendo como fazer correto, me
sentindo útil e entendendo que o maior
valor a ser conquistado em todas nós no
mundo é a humildade. (Socorro Sousa).
RESUMO
Com o advento do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), o
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará tenta ajustar-se às novas
exigências dos órgãos reguladores no que concerne à política de desenvolvimento
do acervo. Por estar inserida na dimensão infraestrutura, esse ajuste ocorre
somente com a participação, em conjunto, das coordenações dos cursos de
graduação e Pró-Reitoria de Graduação. Para compreender melhor esta correlação,
este trabalho tem como objetivo geral avaliar a política de desenvolvimento do
acervo do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará e sua interface
com a avaliação dos cursos de graduação. Para sua operacionalização quatro
objetivos específicos buscaram: identificar e analisar junto às coordenações dos
cursos, as dificuldades estruturais e de adequação das solicitações de livros na
atualização do acervo das bibliotecas; correlacionar os títulos básicos presentes no
projeto político pedagógico dos cursos ou nos programas de disciplinas com a
listagem solicitada pelas coordenações; descobrir com que frequência essas
atualizações de acervo são realizadas pelas coordenações; identificar junto a alguns
alunos dos cursos escolhidos para a pesquisa, suas expectativas em relação ao
acervo das bibliotecas; pesquisar e analisar os resultados da avaliação dos cursos
de graduação no aspecto atualização das bibliografias básicas nos últimos dois
anos. Para o intento a investigação adotou o método descritivo como procedimentos
metodológicos, coletando os dados em cinco cursos escolhidos nos campi de
Fortaleza, Geografia, Enfermagem, Engenharia Metalúrgica, Economia Doméstica e
Direito. A coleta utilizou as bibliografias básicas destes cursos, as suas listagens de
compras enviadas para a Biblioteca Universitária, bem como de entrevistas
estruturadas com os coordenadores dos cursos, usuários da biblioteca e servidores
da Pró-Reitoria de Graduação. Os dados levantados pela pesquisa apontam a falta
dos títulos que compõem a bibliografia básica dos cinco cursos de graduação da
Universidade Federal do Ceará. Da análise parcial resulta que a acomodação, a
resistência, a autonomia e a falta de comunicação são fatores que atuam no
desenvolvimento desordenado do acervo e que não atende as novas exigências do
MEC tampouco aos alunos.
Palavras-chave: Bibliografias básicas. Desenvolvimento do acervo. Biblioteca
Universitária. Sinaes.
ABSTRACT
With the advent of the National System of Higher Education Evaluation (Sinaes), the
library system of the Federal University of Ceara tries to meet the new requirements
of the regulating bodies regarding to the archive developing policy. However, such
adjustments only occur alongside with the participation and collaboration of both
coordinating bodies, namely, the undergraduate courses and the Dean of graduate
courses. To better understand this correlation, this study aims to evaluate the overall
development policy of the archive of the Federal University of Ceará Library System
and its interface with the evaluation process of undergraduate courses. For such a
task four specific objectives were proposed; identify and analyze with the
coordinating bodies of both courses, the structural difficulties and suitability upon
requesting books from the library updated archive , correlate basic titles present in
the political pedagogical project of courses and programs of academic subjects with
the listing requested by different fields of study; to find out how often these updates
are performed by the coordinating bodies, verify with some students their
expectations regarding the archives of the libraries; research and analyze the
results of the evaluation of undergraduate courses in basic aspect updating
bibliographies over the past two years. For such research the descriptive method as
methodological procedures were used and adopted. Collecting data in five courses
chosen in Fortaleza campus, Geography, Nursing, Metallurgical Engineering, Home
Economics and Law. The data collecting used the bibliographies of these basic
courses, their lists sent to the University Library, as well as structured interviews with
coordinators of the courses, library users and the personnel of Dean of
Undergraduate. The data collected by the survey points out the lack of titles that
make up the basic bibliography of the five undergraduate courses of the Federal
University of Ceará. Partial results of the analysis show that accommodation,
resistance, autonomy and lack of communication are basic factors that cause a
disorderly development of the archive and that does not meet the either new
requirements demanded by MEC nor the students.
Key words: Basic Bibliographies. Archive Development. University Library. Sinaes.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Percentual de aproveitamento de títulos indicados para compra por
curso de graduação............................................................................ 83
Gráfico 2 Percentual do ano de 2010 de títulos da bibliografia básica
solicitados nas listagens de compra por curso de graduação............ 89
Gráfico 3 Percentual do ano de 2011 de títulos da bibliografia básica
solicitados nas listagens de compra por curso de graduação............ 89
Gráfico 4 Percentual do ano de 2012 de títulos da bibliografia básica
solicitados nas listagens de compra por curso de graduação............ 90
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do
Sistema de Bibliotecas.......................................................................... 71
Quadro 2 Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do
Sistema de Bibliotecas.......................................................................... 73
Quadro 3 Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do
Sistema de Bibliotecas.......................................................................... 74
Quadro 4 Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do
Sistema de Bibliotecas.......................................................................... 76
Quadro 5 Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do
Sistema de Bibliotecas.......................................................................... 78
Quadro 6 Comparativo da Cobertura das Bibliografias Básicas entre os Cursos
Pesquisados.......................................................................................... 79
Quadro 7 Demonstrativo de títulos indicados para compra por curso de
graduação.............................................................................................. 82
Quadro 8 Percentual anual de títulos da bibliografia básica solicitados nas
listagens de compra por curso de graduação....................................... 88
Quadro 9 Adequação do acervo à proposta do curso/SINAES............................. 102
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Descriminação do acervo................................................................... 46
Tabela 2 Serviços oferecidos............................................................................ 46
Tabela 3 Quantitativo de recursos humanos..................................................... 46
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 14
2 AVALIAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL................................................. 19
2.1 O Sistema de Avaliação da Educação Superior no Brasil....................... 29
2.2 As diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação............. 34
3 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS: HISTÓRICO E
POLÍTICAS................................................................................................... 41
3.1 A Biblioteca Universitária na Universidade Federal do Ceará(UFC)...... 44
3.1.1 A política de desenvolvimento do acervo e estudos paralelos na
Biblioteca Universitária............................................................................... 50
3.1.2 A política de desenvolvimento do acervo e estudos anteriores na
Biblioteca Universitária............................................................................... 52
4 CAMINHOS METODOLÓGICOS.................................................................. 59
4.1 Caracterização geral da pesquisa.............................................................. 59
4.2 Âmbito da pesquisa.................................................................................... 60
4.3 Os cursos de graduação pesquisados...................................................... 60
4.4 Os sujeitos da pesquisa............................................................................. 60
4.5 Instrumentos de coleta de dados.............................................................. 61
4.5.1 Entrevista estruturada................................................................................ 62
5 CURSOS UTILIZADOS COMO OBJETO DE ESTUDO............................... 64
5.1 Curso de Geografia..................................................................................... 64
5.2 Curso de Economia Doméstica.................................................................. 64
5.3 Curso de Engenharia Metalúrgica............................................................. 65
5.4 Curso de Enfermagem................................................................................ 66
5.5 Curso de Direito........................................................................................... 67
6 A BIBLIOGRAFIA BÁSICA DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E A
COBERTURA DO ACERVO DAS BIBLIOTECAS DA UFC........................ 69
6.1 A bibliografia básica do Curso de Geografia............................................ 70
6.1.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Geografia no acervo do
Sistema de Bibliotecas da UFC.................................................................. 71
6.2 A bibliografia básica do Curso de Economia Doméstica........................ 72
6.2.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Economia Doméstica
no acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC.......................................... 72
6.3 A bibliografia básica do Curso de Engenharia Metalúrgica.................... 73
6.3.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Engenharia Metalúrgica
no acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC.......................................... 74
6.4 A bibliografia básica do Curso de Enfermagem....................................... 75
6.4.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Enfermagem no acervo
do Sistema de Bibliotecas da UFC............................................................ 76
6.5 A bibliografia básica do Curso de Direito................................................. 77
6.5.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Direito no acervo do
Sistema de Bibliotecas da UFC.................................................................. 77
6.6 Comparativo de Cobertura das Bibliografias Básicas de todos os
Cursos Pesquisados................................................................................... 78
7 LISTAGEM DE COMPRAS DE LIVROS E AS BIBLIOGRAFIAS
BÁSICAS...................................................................................................... 80
7.1 Listagem de compra de livros do Curso de Geografia............................ 84
7.2 Listagem de compra de livros do Curso de Economia Doméstica........ 84
7.3 Listagem de compra de livros do Curso de Engenharia Metalúrgica.... 85
7.4 Listagem de compra de livros do Curso de Enfermagem....................... 85
7.5 Listagem de compra de livros do Curso de Direito................................. 86
7.6 A listagem de compra de livros X Bibliografia Básica............................. 87
7.7 A listagem de compra de livros do Curso de Geografia X Bibliografia
Básica........................................................................................................... 90
7.8 A listagem de compra de livros do Curso de Economia Doméstica X
Bibliografia Básica...................................................................................... 91
7.9 A listagem de compra de livros do Curso de Engenharia Metalúrgica
X Bibliografia Básica................................................................................... 91
7.10 A listagem de compra de livros do Curso de Enfermagem X
Bibliografia Básica...................................................................................... 92
7.11 A listagem de compra de livros do Curso de Direito X Bibliografia
Básica........................................................................................................... 93
8 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS............................................. 95
8.1 Análise do Curso de Geografia.................................................................. 95
8.2 Análise do Curso do Curso de Economia Doméstica.............................. 98
8.3 Análise do Curso de Engenharia Metalúrgica.......................................... 99
8.4 Análise do Curso de Enfermagem............................................................. 104
8.5 Análise do Curso de Direito....................................................................... 105
9 CONCLUSÃO............................................................................................... 108
REFERÊNCIAS............................................................................................. 111
APÊNDICE A – ENTREVISTA COM OS COORDENADORES................... 115
ANEXO A – FORMULÁRIO E-MEC............................................................. 116
14
1 INTRODUÇÃO
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará vem pouco a
pouco se ajustando às políticas educacionais que foram implementadas no ensino
superior a partir da promulgação da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em que, a autorização e o
reconhecimento de cursos terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente,
após processo regular de avaliação. No artigo 46, parágrafo 1º da referida Lei, prevê
sanções e punições ao definir que: após um prazo para saneamento de deficiências
eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá
reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e
habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de
prerrogativas da autonomia ou em descredenciamento. Para suprir tais deficiências,
o sistema universitário brasileiro vem procurando se adaptar às mudanças
econômicas, políticas e sociais ocorridas ao longo desses anos, e que de certo
modo, interferem no caminhar da organização, direcionando e orientando o rumo
que as mesmas devem tomar.
Antes mesmo da LDB, em 1990, o Ministério da Educação criou o
Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), embora
não possuísse o caráter obrigatório, o seu intuito era melhorar a qualidade das
Instituições de Ensino Superior no que concerne a infraestrutura, o ensino e a
gestão. Porém, com o Decreto 2.026 de 10 de Outubro de 1996, o processo de
avaliação dos cursos e Instituições de Ensino Superior (IES) no país passa a ser
obrigatório. Tais ações demonstram a preocupação do Ministério da Educação e
Cultura em melhorar o ensino nas Instituições de Ensino Superior (IES) no país.
Em 2002, a visita da Comissão de Avaliadores foi institucionalizada pelo
Ministério da Educação e Cultura (MEC). A função destes avaliadores era verificar
as condições da Instituição, mediante avaliação dos cursos e posterior autorização
para criação ou continuidade dos mesmos.
Seguindo a linha das melhorias, foi instituída a Lei 10.861, de 14 de abril
de 2004, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES),
constituindo-se novo instrumento de avaliação do ensino superior. Suas principais
áreas de atuação são: o ensino, a pesquisa, a extensão, a responsabilidade social, o
desempenho dos alunos, a gestão da instituição, o corpo docente e as instalações.
15
Em face dessa lei, as Instituições de Ensino Superior (IES) tiveram que se
adequar a nova realidade, incorporando a ideia da avaliação mesmo que
lentamente.
A avaliação dentro do processo administrativo é considerada a etapa
inicial do planejamento, na qual são estabelecidas as metas e os resultados a serem
alcançados, planejar tornou-se indispensável para a gestão das organizações. É
imprescindível escolher metas, definir objetivos, acompanhar e avaliar
permanentemente.
A avaliação é vista como processo formativo e como etapa final do ciclo
administrativo, também possibilita, a partir de objetivos e metas predefinidos, aferir o
sucesso do plano, bem como, traçar novos objetivos e metas. A esse conceito de
avaliação estão relacionados os de qualidade, pertinência e equidade,
considerando-se os grandes desafios que as universidades públicas enfrentam para
cumprir sua missão política e técnico-científica, face à conjuntura internacional da
globalização. A associação entre qualidade e pertinência tem como instrumento de
medida a avaliação institucional cujo objetivo geral é melhorar a qualidade de
educação superior, melhorar a gestão universitária e prestar contas à sociedade.
No contexto da avaliação, as Bibliotecas Universitárias são também
avaliadas, numa perspectiva bem mais rigorosa, ao ocuparem, dentro do processo
avaliativo, peso relevante na pontuação da dimensão infraestrutura, correspondendo
a 40% da avaliação total.
Com as bibliotecas universitárias não é diferente, se for considerado o
caráter sistêmico das organizações e a peculiaridade deste tipo de biblioteca, qual
seja a de constituir-se numa unidade integrante da instituição e não uma
organização autônoma. Esta condição impõe que o planejamento de sua gestão
esteja inteiramente integrado com o planejamento da universidade. Com isto, é
correto afirmar que o cumprimento dos objetivos, das finalidades e da missão de
uma universidade depende da parcela de contribuição que compete à biblioteca, da
mesma forma o cumprimento dos objetivos da biblioteca depende do seu nível de
participação no planejamento da instituição.
Cada vez mais se verifica a utilização dos padrões de qualidade do MEC,
pelos gestores das bibliotecas das Instituições de Ensino Superior (IES) para a
efetivação de melhorias e aquisição de material bibliográfico. Tais padrões de
qualidade compõem um conjunto de parâmetros inerentes ao processo de
16
autorização ou reconhecimento de um curso de graduação oferecido pelas
Instituições de Ensino Superior.
A importância de estudarmos, neste trabalho, a política de
desenvolvimento do acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC é para de alguma
forma contribuir com a maior adequação do acervo às reais necessidades dos
cursos através da compra eficaz de títulos, na perspectiva de cobertura do acervo
em relação às bibliografias básicas dos cursos de graduação da UFC, a fim de
atender as avaliações do MEC.
Para os docentes dos cursos selecionados na pesquisa, facultará um
estudo acurado do seu acervo, o qual irá mostrar os títulos que estão nas
bibliografias básicas dos cursos, mas não foram solicitados nos últimos três
processos de compra pelos cursos. A quantidade de exemplares da bibliografia
básica que o acervo possui dos mesmos e quantos títulos faltam dessa bibliografia,
para assim, se fazer um diagnóstico do acervo que servirá de auxílio aos docentes
no momento em que forem organizar suas listagens de compra de material
bibliográfico.
Na natureza das ciências, este pretenso trabalho visa dar suporte aos
pesquisadores que, como nós, desejam enveredar pelo caminho da análise do
acervo de uma biblioteca e suas minudências.
Politicamente, como pesquisa aplicada, o trabalho pretende despertar nos
gestores da Instituição o compromisso de revisar as bibliografias que compõem o
projeto pedagógico dos cursos de graduação, avaliando, deste modo, a política de
desenvolvimento do acervo, objetivando compras de material bibliográfico
adequadas.
Diante do contexto que ora se apresenta, no capítulo da renovação do
acervo das bibliotecas da UFC, indaga-se:
De que maneira e com quais critérios são realizadas pelas coordenações
dos cursos da UFC, a solicitação de atualização do acervo das bibliotecas?
Assim sendo, este trabalho tem como objetivo geral avaliar a política de
desenvolvimento do acervo do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do
Ceará e sua interface com a avaliação dos cursos de graduação.
Deste modo, busca-se por meio dos objetivos específicos:
17
a) Identificar e analisar junto às coordenações dos cursos, as dificuldades
estruturais e de adequação das solicitações na atualização do acervo
das bibliotecas;
b) Correlacionar os títulos básicos presentes no projeto político
pedagógico dos cursos ou nos programas de disciplinas com a
listagem solicitada pelas coordenações;
c) Correlacionar os títulos básicos presentes no projeto político
pedagógico dos cursos ou nos programas de disciplinas com o acervo
das bibliotecas que atendem aos cursos escolhidos;
d) Descobrir com que frequência essas atualizações de acervo são
realizadas pelas coordenações;
e) Identificar junto a alguns alunos dos cursos escolhidos para a pesquisa,
suas expectativas em relação ao acervo das bibliotecas;
f) Pesquisar e analisar os resultados da Avaliação dos Cursos de
Graduação no aspecto atualização das bibliografias básicas nos
últimos dois anos.
Para tanto, selecionamos os cursos de Geografia, Enfermagem,
Engenharia Metalúrgica, Economia Doméstica e Direito. Estes cursos foram
escolhidos por fazerem parte do Campus de Fortaleza, por serem de diferentes
centros e por terem suas bibliografias básicas de fácil acesso para pesquisas.
Procuramos descartar os cursos dos campi da UFC no interior, devido ao
pouco tempo de criação e a dificuldade imposta pela distância para coleta de dados.
Somente por esta razão não foram considerados relevantes nessa pesquisa.
Outro crítério para a escolha desses cursos foi por terem sido criados em
décadas diferentes, possibilitando uma análise diferenciada de cada um. O grau de
dificuldade de se obter os dados necessários a essa pesquisa também determinou a
escolha dos cursos, pois nem todos, disponibilizam seus projetos políticos
pedagógicos no site tampouco a sua bibliografia básica.
As diferentes áreas de estudo desses cursos serviram como critério na
escolha, suas peculiariedades e a frequência no envio das listagens que seguiram
para compra, pela biblioteca, nos três últimos anos, foi de tal forma diferenciada que
possibilitou alguns questionamentos que muito contribuíram para o desenvolvimento
dessa pesquisa.
18
Para atender aos objetivos propostos neste trabalho, os dados foram
coletados por meio de entrevistas estruturadas com os coordenadores dos cursos
escolhidos, de modo a identificar os entraves no processo de escolha dos títulos que
seguiram para compra pelo Sistema de Bibliotecas. Serão também consultados
alguns documentos referentes às bibliografias básicas, como o programa das
disciplinas, o projeto político pedagógico e os relatórios de avaliação dos cursos de
graduação da UFC. Serão entrevistados alguns usuários do Sistema de Bibliotecas
da UFC, 10 alunos dos cursos selecionados, para saber o grau de satisfação, em
relação ao acervo do seu curso.
Para dar suporte as análises, fizemos interlocução com diversos autores,
dentre eles Vianna, Luckesi, Ristoff e Gatti que abalizaram o capítulo sobre
avaliações no Brasil. Ao estudo sobre Bibliotecas Universitárias, o aporte valioso foi
de Lubisco, de Vergueiro, de Pinto, de Santos, de Nascimento dentre outros. Para
os procedimentos metodológicos, buscamos o auxílio na metodóloga Eva Lakatos,
entre outros.
Este trabalho foi dividido em nove capítulos. Após a introdução, na qual
explicamos as pretensões da pesquisa, traremos um capítulo sobre avaliação no
Brasil e suas influências na política de desenvolvimento do acervo do sistema de
bibliotecas da UFC. Breve histórico da formação das bibliotecas universitárias no
Brasil e suas políticas de desenvolvimento do acervo, bem como a história do
Sistema de Bibliotecas da UFC, sua política de desenvolvimento de coleções e os
estudos realizados nessa área. O capítulo da metodologia descreve os
procedimentos de coleta e análise de dados. Em seguida a esse capítulo
descrevemos os cursos utilizados como objeto de estudo. No sexto capítulo
explanamos sobre a bibliografia básica dos cursos de graduação e a cobertura do
acervo das bibliotecas da UFC. No sétimo capítulo falamos sobre a listagem de
compras de livros e as bibliografias básicas. A análise e a discussão dos resultados
são apresentadas no oitavo capítulo seguidos da conclusão, referências, apêndice e
anexos.
19
2 AVALIAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL
Este capítulo trará, de forma abreviada, a história da avaliação na
educação brasileira que, aliás, é muito recente, à exceção da avaliação de
rendimento escolar. Somente nos anos oitenta e noventa mais intensamente na
década de noventa, é que começaram a ser realizadas. Porém, quando se fala em
avaliação da educação, culturalmente, a lembrança que vem à mente é a de
rendimento escolar, ou de desempenho na aplicação de provas, visto que, esta é a
modalidade de avaliação mais presente no cotidiano das pessoas.
Foi essa a cultura que se desenvolveu em torno dos processos avaliativos no cotidiano escolar e que, apesar das amplas discussões sobre a questão, permanece até hoje, tendo deixado uma forte marca na vida das pessoas e na representação que fazem da avaliação. Então, o fato de os processos avaliativos estarem sempre presentes no ambiente escolar, em todos os níveis, faz com que as pessoas se reportem de imediato a esse tipo de avaliação quando se fala em avaliação educacional, restringindo seu significado. (GATTI, 2002, p. 18).
No que concerne a definições teóricas, não se pode falar em avaliação
sem dialogar, mesmo que, com poucas linhas, com os teóricos que formularam os
modelos de avaliação:
O primeiro a utilizar o termo avaliação educacional foi Ralph Tyler que
elaborou seu modelo de avaliação baseado na prerrogativa de que avaliar era
cumprir os objetivos traçados. Para Tyler a avaliação periódica concluiria a eficiência
da escola em atender os objetivos e como resultado dessa avaliação, ela acabaria
com os programas que não se saíram bem e aprimoraria os consideráveis
satisfatórios (VIANNA, 2000).
Após Tyler, outro teórico que desenvolveu estudo sobre avaliação foi
Cronbach, apresentando em sua teoria um modelo que iria de encontro ao modelo
objetivo de Tyler, Cronbach não via a avaliação como algo quantitativo e
mensurável, somente, para ele a avaliação não poderia se resumir apenas ao
resultado final ou a conclusão, com mera constatação dos fatos ali apresentados,
mas, sim oferecer sugestões para o aprimoramento do objeto avaliado, ou seja, a
avaliação passa a oferecer subsídios para a tomada de decisão. A avaliação como
prática de Cronbach, além da tomada de decisão se baseava, também, em outros
três pontos que eram: os diferentes papéis da avaliação educacional; os estudantes
20
como determinação do critério de avaliação dos cursos e algumas técnicas de
mensuração ao dispor do avaliador educacional (VIANNA, 2000).
Porém Robert Stake recoloca a ideia de que avaliar é descobrir o valor e
a natureza de um objeto, descrevendo-o e ao fazê-lo identificando méritos e
deméritos do objeto. O que fica visível em Stake é que os méritos, deméritos e
valores são sempre encontrados nos objetos e não é nunca uma imposição do
observador. Assim o observador não deve impor o juízo de valor (VIANNA, 2000).
Já a definição de Stuftlebeam centra-se na ideia do julgamento do valor,
ou seja, de atribuir valor e uma vez executada esta tarefa, aperfeiçoá-la. Tal
definição se diferencia da proposta de Stake, em somente identificar os valores e
não de construí-los. Stufflebeam acrescenta que a avaliação deve ser entendida
como um estudo orientado para a tomada de decisões. Para Stufflebeam a
avaliação tem que ser proativa devendo servir para aperfeiçoar um programa e
retroativa servindo para julgá-lo (VIANNA, 2000).
Um pouco diferente da definição de Stufflebeam é a do australiano
Stephen Kemmis, 1983. Para ele, a avaliação deve ser um processo de organização
de informações e argumentos que permitam aos indivíduos ou grupos participarem
do debate crítico sobre programas específicos. Tais programas abertos ao debate
com a comunidade poderão trazer subsídios a mudanças na sua dinâmica. Propõe
feedback, análise e mudanças no percurso e resultados aos sujeitos dos programas.
É o permanente diálogo com a comunidade que a torna, ao mesmo tempo, sujeito e
agente da construção da qualidade da ação pedagógica e de seus desdobramentos
em educação (VIANNA, 2000).
Em 1989, Guba e Lincoln afirmam não existir uma maneira correta de
definir avaliação, e um conceito acabado poderia por fim à argumentação sobre
como ela deve proceder e sobre quais são os seus propósitos. Essas teorias não
aceitam uma imposição estagnada e os propósitos devem permanecer indefinidos
em nome da criatividade e da negociação ou transação que deve ser inerente ao
processo (RISTOFF, 2003; VIANNA, 2000).
O teórico Michael Scriven desenvolveu várias ideias para a compreensão
da avaliação educacional que se somam às de outros teóricos já citados
anteriormente. Sua variável era a diferença entre objetivos e papéis. A avaliação na
visão de Scriven desempenhava vários papéis, mas tinha apenas um objetivo.
21
Enquanto o objetivo oferecia respostas aos problemas evidentes, os papeis iriam se
transformar na maneira em que essas respostas seriam utilizadas (VIANNA 2000).
As teorias discutidas por estes clássicos da avaliação, entre outros,
contemplavam apenas o ensino formal de modalidade presencial, tradicional e
apenas para os níveis fundamental e médio. No tocante às avaliações no ensino
supletivo e em outras formas de educação especial, elas inexistiram por muito
tempo. Apenas nos últimos anos é que vêm se desenvolvendo metodologias
avaliativas nas instituições de ensino superior, como é o caso da avaliação dos
cursos de graduação. As instituições de ensino superior, pressionadas pelos órgãos
avaliadores e pelas agências de financiamento de pesquisas, no caso a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Técnico (CNPQ) despertam
dolorosamente para a importância da avaliação.
A avaliação do ensino superior no Brasil inexistiu durante anos, ficando
limitada apenas ao rendimento escolar, a partir de modelos teóricos definidos, mas
nem sempre aplicados adequadamente (VIANNA, 2000).
A preocupação em avaliar o sistema educacional brasileiro passou a
ocorrer somente quando grande número de alunos, egressos do antigo segundo
grau, hoje nível médio, preteridos nos vestibulares das instituições de ensino
superior, por não terem perfil para concorrer no referido exame e ingressar em uma
universidade começaram a se mobilizar. Essa exclusão foi aos poucos
sensibilizando educadores que passaram a repensar a avaliação da educação
brasileira, haja vista o estancamento na construção de suas vidas escolares e
desejando ardentemente, o que é justo, ascensão em nível universitário e
consequentemente melhor condição de vida (GATTI, 2002).
Há que se entender, por outro lado, que os processos avaliativos
deveriam ser, na percepção, se não de todos, mas da maioria dos educadores do
Brasil, o objetivo fundante dos processos educacionais se, se pretende uma
educação de qualidade, seja esta no ensino básico ou superior. Tal cultura ainda em
vias de demorada construção é embrionária e padece de muita indigência na
atuação docente e na gestão. Se por um lado as legislações determinam sua
execução, a feitura destas, de forma consciente, ainda é insuficiente.
Até os anos sessenta, pouco se estudava sobre a evasão escolar como
processo de análise ou avaliação, tampouco sobre a reprovação em massa nas
22
escolas públicas, ao contrário, processos avaliativos rigorosos tornaram-se naturais.
Eliminar os estudantes, principalmente os de baixa renda, não era incomum. Essa
cultura que foi desenvolvida no cotidiano escolar, de que a avaliação é apenas a
medição do conhecimento, está incutida fortemente na vida das pessoas e na
percepção que ainda hoje elas possuem de avaliação.
Ainda no âmbito do ensino básico, o Brasil vem avançando no processo
avaliativo. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP), realiza todos os anos, um levantamento de dados estatístico-educacionais
de âmbito nacional denominado de Censo Escolar, que é feito com a colaboração
das secretarias estaduais e municipais de Educação e com a participação de todas
as escolas públicas e privadas do país. Trata-se do principal instrumento de coleta
de informações da educação básica, que abrange as suas diferentes etapas e
modalidades: ensino regular (educação Infantil e ensinos fundamental e médio),
educação especial e educação de jovens e adultos (EJA). O Censo Escolar coleta
dados sobre estabelecimentos, matrículas, funções docentes, movimento e
rendimento escolar.
Tais informações são utilizadas para traçar um panorama nacional da
educação básica e servem de referência para a formulação de políticas públicas e
execução de programas na área da educação, incluindo os de transferência de
recursos públicos como merenda e transporte escolar, distribuição de livros e
uniformes, implantação de bibliotecas, instalação de energia elétrica, Dinheiro Direto
na Escola e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) (INSTITUTO NACIONAL DE
ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2012a).
Assoma-se a isso, os resultados obtidos no Censo Escolar sobre o
rendimento (aprovação e reprovação) e movimento (abandono) escolar dos alunos
do ensino Fundamental e Médio, juntamente com outras avaliações do INEP (SAEB
e Prova Brasil) são utilizados para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB), indicador que serve de referência para as metas do Plano
de Desenvolvimento da Educação (PDE), do Ministério da Educação (INSTITUTO
NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA,
2012a).
Em 2005, a Portaria Ministerial n.º 931 alterou o nome do histórico exame
amostral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), realizado
23
desde 1990, para Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB). No entanto, o
nome do SAEB foi mantido nas publicações e demais materiais de divulgação e
aplicação deste exame. O SAEB é a primeira iniciativa brasileira, em âmbito
nacional, no sentido de conhecer mais profundamente o sistema educacional
brasileiro. Além de coletar dados sobre a qualidade da educação no País, procura
conhecer as condições internas e externas que interferem no processo de ensino e
aprendizagem, por meio da aplicação de questionários de contexto respondidos por
alunos, professores e diretores, e por meio da coleta de informações sobre as
condições físicas da escola e dos recursos de que ela dispõe.
As avaliações do SAEB produzem informações a respeito da realidade
educacional brasileira e, especificamente, por regiões, redes de ensino pública e
privada nos estados e no Distrito Federal, por meio de exame bienal de proficiência,
em Matemática e em Língua Portuguesa (leitura), aplicado em amostra de alunos de
4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio (INSTITUTO
NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA,
2012a).
A Prova Brasil, denominada Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
(ANRESC), é aplicada censitariamente aos alunos de 5º e 9º anos do ensino
fundamental público, nas redes estaduais, municipais e federais, de área rural e
urbana, em escolas que tenham no mínimo 20 alunos matriculados na série
avaliada. Nesse estrato, a prova recebe o nome de Prova Brasil e oferece resultados
por escola, município, Unidade da Federação e país que também são utilizados no
cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) (INSTITUTO
NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA,
2012a).
As avaliações que compõem o SAEB são realizadas a cada dois anos,
quando são aplicadas provas de Língua Portuguesa e Matemática, além de
questionários socioeconômicos aos alunos participantes e à comunidade escolar.
Baseando-se no modelo de avaliação de Cronbach (1963), em que
avaliação é a coleta de informações para a tomada de decisão, e como mostrava os
documentos disponíveis, observamos que a intenção do SAEB foi de prover
informações para tomadas de decisão quanto aos diversos aspectos das políticas
educacionais e também para pesquisas e discussões, a partir da geração e
24
organização dos dados colhidos sobre o desempenho escolar dos alunos no sistema
e os fatores a ele associados.
Segundo Luckesi (2012), avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência,
tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; não sendo ela
nem classificatória, nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. O ato de
examinar, por outro lado, é classificatório e seletivo e, por isso mesmo, excludente,
já que não se destina à construção do melhor resultado possível; tem a ver, sim,
com a classificação estática do que é examinado. No entanto, professores e
professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste
modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação.
A avaliação educacional deve ser realizada para contribuir com a
formação do indivíduo respeitando suas diferenças e individualidades para que ele
possa ser capaz de solucionar os conflitos encontrados no dia-a-dia. A avaliação
escolar tem que adquirir caráter qualitativo, ou seja, se alicerçar na qualidade do
ensino e avaliar o aluno como um todo no decorrer do ano letivo, observando sua
capacidade e o seu ritmo individual. O exame escolar, como forma de exclusão, tem
que ser abolido das escolas, a implantação de uma avaliação contínua deve ser a
solução para a melhoria da educação brasileira.
Para Hoffman (1994), a avaliação educacional não é somente provas e
questionários mecânicos, é um momento para o aluno construir o seu aprendizado
com conceitos e teorias que vão se materializando, ao longo do caminho da
aprendizagem. Os construtos de uma educação com excelência têm que levar em
conta três fatores expoentes fundamentais: educando, educador e família.
O educando deve perceber a escola como parte integrante da sociedade,
uma educação inclusiva que possibilite a compreensão do mundo em que vive,
levando os currículos escolares a uma aproximação como mesmo, assim,
introduzindo o conteúdo estudado em sala de aula com a realidade a qual está
inserido.
O educador tem que receber do Estado incentivo financeiro e a
qualificação para bem desenvolver o seu papel junto à sociedade, de formador de
consciências, mas no caso brasileiro, o professor não recebe um salário condizente
com sua posição na sociedade.
Corroborando com essa afirmação, Lima (2012) adverte que um dos
problemas da avaliação educacional brasileira é que na maioria das escolas, os
25
professores se encontram distantes do acesso à formação continuada nas
Universidades. Os alunos têm por sua vez no espaço escolar a oportunidade de
alimentação e de receber os benefícios do Governo Federal, como o programa bolsa
família, porém, apesar disso a evasão escolar ainda é preocupante, a sazonalidade
desses educandos depende de uma série de fatores, dentre eles a necessidade de
trabalharem para levar o sustento às famílias. A conscientização desses núcleos
familiares é um trabalho que deve ser feito pela escola, junto aos pais e a
comunidade.
Segundo Luckesi (2012), o ato de avaliar se divide em três passos:
conhecer o nível de desempenho do aluno para constatar a realidade, comparar
essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo
(qualificação) e tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.
Como afirma Vianna (2000), a avaliação não pode ser só a coleta de
dados de uma pesquisa educacional, esses dados têm que vir seguidos de ações
que identifiquem os problemas visando solucioná-los; com a avaliação conhecemos
a sociedade. Porém por falta de estudos na área da avaliação, nossos avaliadores
não estão capacitados para uma avaliação mais proativa.
Segundo esse autor, o avaliador deve possuir habilidades específicas em
abordagens quantitativas e qualitativas, porém, no Brasil, não há esse tipo de escola
e tampouco a avaliação figura como componente curricular das causas de produção.
Em virtude das políticas educacionais instituídas em nível nacional, um
debate caloroso sobre as questões que envolvem reprovação e evasão escolar dos
estudantes social e culturalmente menos favorecido, ocorrem sempre que os
números se apresentavam publicamente.
No que concernem às avaliações nas instituições de ensino superior, e
seguindo cronologicamente o seu desenvolvimento a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) propôs um sistema de
avaliação dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrados e doutorados) em
1970, para referenciar a sua qualidade e subsidiar seu credenciamento.
No entanto, a cidade de São Paulo foi pioneira no Estado, sobre avaliação
educacional, quando, no início dos anos 80, realizou o primeiro estudo avaliativo de
uma rede de ensino com o objetivo de avaliar o nível de escolaridade dos alunos da
rede municipal. Porém, como ocorreu a mudança de administração em 1982, os
resultados dessa avaliação foram esquecidos, pois a nova gestão não se interessou
26
em utilizar os dados obtidos e concluir o processo iniciado dois anos antes (GATTI,
2002). No serviço público brasileiro ainda é comum esse tipo de impropriedade.
Em 1980, outro marco na história do desenvolvimento e estudo em
avaliação foi o projeto Educação Rural (EDURURAL) – Um projeto de educação que
abrangeu todos os estados nordestinos brasileiros. O processo avaliativo
acompanhou a sua implementação e ocorreu entre os anos de 1982 e 1986. A
avaliação deste projeto analisou aspectos como: gerenciamento, monitores,
professores, alunos e famílias. Foram também analisados os impactos sócio-
educacionais do programa, e seus impasses. Além disso, foram analisados os dados
quantitativos e qualitativos, agregados a um estudo de caso para uma melhor
compreensão das situações especificas. O cuidado com o processo avaliativo existia
para que ele fosse claro e útil à sociedade, à medida que os problemas eram
evidenciados, seminários e debates eram realizados e as soluções eram
encontradas.
Atualmente, essa cultura de avaliação vai se consolidando pouco a pouco
como prática educativa necessária e imprescindível na busca da qualidade na
educação.
Em 1983, foi lançado, pelo Ministério da Educação, o Programa de
Avaliação da Reforma Universitária (PARU), que pretendia desenvolver análises em
dois aspectos principais: um ligado à gestão das universidades, e outro, à produção
e disseminação do conhecimento. Essa iniciativa não foi à frente por
descontinuidade política.
Segundo Polidori, Marinho-Araujo e Barreyro (2006), após a desativação
do PARU surgiram várias iniciativas governamentais, como a constituição da
“Comissão de Notáveis” em 1985, e do Grupo Executivo da Reforma da Educação
Superior (GERES), em 1986.
Foi, no entanto, com o Programa Nacional de Avaliação Institucional das
Universidades Brasileiras (PAIUB) que se desenvolveu a avaliação no ensino
superior, nos anos 90. O PAIUB sugeria que as instituições fizessem suas próprias
avaliações. Neste modelo avaliativo, cabia ao MEC articular, viabilizar e financiar a
avaliação da educação superior a esta prática avaliativa. Na visão do PAIUB, a
avaliação era um processo de acompanhamento metódico das ações realizadas
pela instituição de educação superior, e visava averiguar em que medida estavam
sendo cumpridas e atendidas as funções e prioridades delimitadas coletivamente.
27
A responsabilidade da avaliação nas mãos da comunidade acadêmica e a
educação eram entendidas como um bem público. O PAIUB apostava na construção
de práticas avaliativas que fossem participativas, contínuas e sistemáticas, afinadas
com o debate público e com a função social da educação superior no momento
histórico.
No entanto, como afirma Zainko (2008) com a posse do presidente eleito
Fernando Henrique Cardoso e com a mudança de Governo em 1995, o modelo
avaliativo do PAIUB passou a não se mostrar mais adequado como alicerce para dar
os subsídios necessários ao MEC no desempenho das funções de coordenação e
controle do sistema de educação superior.
Segundo Gatti (2002), de 1987 a 1991, foram realizadas várias avaliações
de rendimento escolar no Brasil pelo MEC, mas, essas avaliações não obtiveram
maiores resultados, somente serviu de alerta para o governo e a sociedade
desenvolver políticas de avaliação da educação para minimizar os altos índices de
repetência e evasão escolar. Essas sucessivas avaliações propiciaram certo
aperfeiçoamento de pessoal, instrumentos e formas de aplicação que serviram de
base para o desenvolvimento, nos anos 90, do Sistema de Avaliação da Educação
Brasileira (SAEB), sobre o qual dedicamos alguns parágrafos anteriores.
Somente em 1995, adotaram os procedimentos preconizados pela Teoria
da Resposta ao Item (TRI), que segundo os especialistas desta avaliação, poderia
oferecer subsídios mais amplos sobre a vida escolar das crianças e jovens e
condições de comparabilidade em escala, o que não era possível no modelo anterior
(GATTI, 2002).
Além do SAEB, o INEP é responsável por gerar dados e estudos
educacionais e realizar levantamentos estatísticos e avaliativos em todos os níveis e
modalidades de ensino como:
a) Censo Escolar: levantamento de informações estatístico-educacionais
de âmbito nacional, realizado anualmente;
b) Censo Superior: coleta, anualmente, uma série de dados do ensino
superior no País, incluindo cursos de graduação, presenciais e à
distância;
c) Exame Nacional Para Certificação de Competências (Encceja): é uma
proposta do Ministério da Educação de construir uma referência de
28
avaliação nacional para jovens e adultos que não puderam concluir os
estudos na idade própria;
d) Provinha Brasil: é uma avaliação diagnóstica do nível de alfabetização
das crianças matriculadas no segundo ano de escolarização das
escolas públicas brasileiras. Essa avaliação ocorre em duas etapas,
uma no início e a outra ao término do ano letivo. A aplicação em
períodos distintos possibilita aos professores e gestores educacionais a
realização de um diagnóstico mais preciso que permite conhecer o que
foi agregado na aprendizagem das crianças, em termos de habilidades
de leitura dentro do período avaliado;
e) Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior: Criado pela Lei
n° 10.861, de 14 de abril de 2004, o Sinaes é o novo instrumento de
avaliação superior do MEC/INEP. Ele é formado por três componentes
avaliativos: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho
dos estudantes;
f) Avaliação Institucional: compreende a análise dos dados e informações
prestados pelas Instituições de Ensino Superior (IES) no Formulário
Eletrônico e a verificação, in loco, da realidade institucional, dos seus
cursos de graduação e de pós-graduação, da pesquisa e da extensão;
g) Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que integra
o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), tem o
objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em
relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades e
competências;
h) Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): exame de saída facultativo
aos que já concluíram e aos concluintes do ensino médio, aplicado pela
primeira vez em 1997;
i) Avaliação dos Cursos de Graduação: é um procedimento utilizado pelo
MEC para o reconhecimento ou renovação de reconhecimento dos
cursos de graduação representando uma medida necessária para a
emissão de diplomas.
O INEP não só trata de levantamentos estatísticos e das avaliações,
como também promove encontros para discutir os temas educacionais e
disponibiliza outras fontes de consulta sobre educação.
29
Em se tratando de Educação Superior, as intenções de avaliações
capitaneadas pelo PARU, PAIUB e Sinaes vêm criando um novo cenário de
desenvolvimento nas Instituições de Ensino Superior no Brasil.
O processo de avaliação da educação superior no Brasil apresenta uma trajetória bastante rica e, inclusive, inovadora no que diz respeito à sua proposta de considerar o processo na sua totalidade. As duas últimas décadas apresentam mudanças radicais no seu formato, principalmente em relação à sua concepção. De uma avaliação totalitária e que primava pelo ranqueamento, passou para um processo que respeita as diversidades e as especificidades das Instituições de Educação Superior (IES), momento em que foi instituído o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o SINAES. (POLIDORI, 2009, p. 439).
2.1 O Sistema de Avaliação da Educação Superior no Brasil
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)
começou a ser criado a partir da constituição da Comissão Especial de Avaliação do
Ensino Superior (CEA), que foi constituída por representantes das Instituições de
Ensino Superior (IES), de membros do Ministério da Educação e da União Nacional
dos Estudantes (UNE). Essa proposta, em 2004, transformou-se em Lei (10.861),
criando o Sinaes.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) avalia
os aspectos relacionados ao ensino, à pesquisa, à extensão, à responsabilidade
social, ao desempenho dos alunos, à gestão da instituição, ao corpo docente, às
instalações e a vários outros aspectos (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2012b).
Esse sistema tem como objetivo assegurar o processo nacional de
avaliação das IES, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico dos
estudantes, buscando assim, a melhoria da qualidade do ensino superior no país.
O Sinaes está dividido em três eixos: avaliação institucional, avaliação de
cursos e avaliação do desempenho dos estudantes.
Os primeiros dois pontos são atendidos pelos processos de avaliação no
local e complementados pela organização e avaliação interna de cada IES. O ponto
três é atendido pela realização do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes,
o ENADE.
O Sinaes possui diversos instrumentos complementares: autoavaliação,
avaliação externa, ENADE, Avaliação dos Cursos de Graduação e instrumentos de
informação (censo e cadastro). Os resultados das avaliações possibilitam traçar um
30
panorama da qualidade dos cursos e instituições de educação superior no país. Os
processos avaliativos são coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional
de Avaliação da Educação Superior (Conaes) e a operacionalização é de
responsabilidade do INEP. O INEP conduz todo o sistema de avaliação de cursos
superiores no País, produzindo indicadores e um sistema de informações que
subsidia tanto o processo de regulamentação, exercido pelo MEC, como garante
transparência dos dados sobre qualidade da educação superior a toda sociedade.
As informações obtidas com o Sinaes são utilizadas pelas Instituições de Ensino
Superior (IES), para orientação da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica
e social; pelos órgãos governamentais para orientar políticas públicas e pelos
estudantes, pais de alunos, instituições acadêmicas e o público em geral, para
orientar suas decisões quanto à realidade dos cursos e das instituições.
No âmbito do Sinaes e da regulação dos cursos de graduação no país,
prevê-se que os cursos sejam avaliados periodicamente. Assim, os cursos de
educação superior passam por três tipos de avaliação: para autorização, para
reconhecimento e para renovação de reconhecimento1.
A avaliação para autorização é feita quando uma instituição pede
autorização ao MEC para abrir um curso. Ela é feita por dois avaliadores, sorteados
entre os cadastrados no Banco Nacional de Avaliadores (BASIS). Os avaliadores
seguem parâmetros de um documento próprio que orienta as visitas, os
instrumentos para avaliação in loco. São avaliadas as três dimensões do curso
quanto à adequação ao projeto proposto: a organização didático-pedagógica; o
corpo docente e técnico-administrativo e as instalações físicas.
A avaliação para reconhecimento é realizada quando a primeira turma do
curso novo entra na segunda metade do curso. A instituição deve solicitar seu
reconhecimento. É feita, então, uma segunda avaliação para verificar se foi
cumprido o projeto apresentado para autorização. Essa avaliação também é feita
segundo instrumento próprio, por comissão de dois avaliadores, durante dois dias.
São avaliados a organização didático-pedagógica, o corpo docente, discente,
técnico-administrativo e as instalações físicas.
A avaliação para renovação e reconhecimento é feita de acordo com o
Ciclo do SINAES, ou seja, a cada três anos. É calculado o Conceito Preliminar do
1 O site do INEP disponibiliza a relação dos cursos de graduação das Instituições de Ensino Superior que serão avaliados pelo Sinaes.
31
Curso (CPC) e aqueles cursos que tiverem conceito preliminar 01 ou 02 serão
avaliados in loco por dois avaliadores ao longo de dois dias. Os cursos com conceito
03 e 04 receberão visitas apenas se solicitarem (INSTITUTO NACIONAL DE
ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2012b).
Segundo o art. 4.º da Lei n.º 10.861/2004, a avaliação dos cursos de
graduação tem por objetivo “identificar as condições de ensino oferecidas aos
estudantes, em especial as relativas ao perfil do corpo docente, as instalações
físicas e a organização didático-pedagógica”.
O alcance da qualidade das ações acadêmico-administrativas dos cursos
depende, portanto, do quadro docente, do corpo técnico-administrativo, dos projetos
pedagógicos de cursos, além da infraestrutura física e logística e do ambiente
educacional. A exigência da qualidade comporta múltiplos aspectos e o objetivo
primordial das medidas adotadas, no momento da avaliação, deve induzir à melhora
no desempenho dos cursos.
Em 2006, o Ministério da educação juntamente com a Comissão Nacional
de Avaliação da Educação Superior e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira apresentaram à sociedade brasileira o novo
Instrumento Único de Avaliação de Cursos de Graduação, a Avaliação dos Cursos
de Graduação é uma etapa do processo avaliativo do SINAES, como está em seu
instrumento;
Como se traduz muito bem em seu documento: avaliar um curso como
elemento constitutivo do contexto institucional, requer uma análise, pelos
avaliadores, não apenas do seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) e do currículo
que o compõem, mas também considerar o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e
o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), tendo em vista a necessária sintonia
entre PPC e os propósitos da instituição. (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2012b).
Mormente, os projetos, o plano e o currículo, muito mais que documentos
técnico-burocráticos, consistem em instrumentos de ação política e pedagógica, cujo
objetivo é promover uma formação com qualidade. A articulação entre o PPI, PDI,
PPC e o Currículo, este como elemento constitutivo do PPC, deve ser avaliada
respeitando-se as características da organização acadêmica das IES
(Universidades, Centros Universitários, Centros Federais de Educação Tecnológica,
Faculdades de Tecnologia, Faculdades, Institutos ou Escolas Superiores), e da
32
região onde se localizam, conforme preconiza a legislação em vigor (INSTITUTO
NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA,
2012b).
Entrou em vigor em maio de 2012, o novo instrumento de Avaliação para
autorização, reconhecimento e renovação de Cursos de Graduação presencial e a
distância, esse novo Instrumento realiza-se em três dimensões: organização
didático-pedagógica, perfil do corpo docente e tutorial e infraestrutura. A biblioteca
está inserida nessa última dimensão. Segundo esse instrumento, a dimensão
infraestrutura tem peso quarenta (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2012b).
Quadro 1 – Pesos por dimensão / autorização de curso
DIMENSÃO PESO
Organização didático-pedagógica 30
Corpo docente e tutorial 30
Infraestrutura 40
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2012c).
Quadro 2 – Pesos por dimensão/ reconhecimento e renovação de reconhecimento de curso
DIMENSÃO PESO
Organização didático-pedagógica 40
Corpo docente e tutorial 30
Infraestrutura 30
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2012c).
Segundo o Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação presencial
e a distância, a dimensão três, Infraestrutura, sob o aspecto das bibliografias básicas
discorre em 05 conceitos, segundo o quadro abaixo:
33
Quadro 3 – Conceito/critério de análise Indicador Conceito Critério de Análise
3.6. Bibliografia básica (Para fins de autorização considerar o acervo da bibliografia básica disponível para o primeiro ano do curso, se CSTs, ou dois primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas) Nos cursos que possuem acervo virtual (pelo menos 1 título virtual por unidade curricular), a proporção de alunos por exemplar físico passam a figurar da seguinte maneira para os conceitos 3, 4 e 5: Conceito 3 – 13 a 19 vagas anuais Conceito 4 – de 6 a 13 vagas anuais Conceito 5 –menos de 6 vagas anuais)
1 Quando o acervo da bibliografia básica não está disponível; ou quando está disponível na proporção média de um exemplar para 20 ou mais vagas anuais pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo; ou quando o acervo existente não está informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES; ou quando não existe um mínimo de três títulos por unidade curricular.
2 Quando o acervo da bibliografia básica, com no mínimo três títulos por unidade curricular, está disponível na proporção média de um exemplar para a faixa de 15 a menos de 20 vagas anuais pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES.
3 Quando o acervo da bibliografia básica, com no mínimo três títulos por unidade curricular, está disponível na proporção média de um exemplar para a faixa de 10 a menos de 15 vagas anuais pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES.
4 Quando o acervo da bibliografia básica, com no mínimo três títulos por unidade curricular, está disponível na proporção média de um exemplar para a faixa de 5 a menos de 10 vagas anuais pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES.
5 Quando o acervo da bibliografia básica, com no mínimo três títulos por unidade curricular, está disponível na proporção média de um exemplar para menos de 5 vagas anuais pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES.
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2012).
34
O Sistema de Bibliotecas da UFC procura adequar o seu acervo, no que
diz respeito às avaliações, tendo como parâmetro o que é estabelecido pelo MEC e
seguindo as instruções dos Instrumentos do SINAES. A escolha de adequar a
biblioteca ao conceito 3, configura-o como satisfatório, quanto a adequação do seu
acervo.
É nesse contexto, que se insere a política de desenvolvimento do acervo
do Sistema de Bibliotecas, mediante estratégias para dotação de um acervo proativo
atendendo às necessidades da Instituição.
2.2 As Diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação
As Diretrizes Curriculares Nacionais são um conjunto de princípios e
normas que constituem um referencial teórico para as IES elaborarem os currículos
dos seus cursos de graduação sem esquecer, no entanto, de que as mesmas
possuem autonomia e flexibilidade para adequação dos seus currículos.
A época da criação das Diretrizes Curriculares Nacionais em 1997, a
Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) promoveu
audiências públicas com a colaboração das Instituições de ensino superior, de
entidades ligadas à formação e ao exercício profissionais e a sociedade, com a
finalidade de receber subsídios para deliberar sobre as diretrizes curriculares
formuladas pelo Ministério da Educação e do Desporto.
Na mesma época, também no exercício de sua competência, a
SESU/MEC publicou o Edital 04, de 4/12/97, convocando as instituições de ensino
superior para que, adotando metodologia adequada a diferentes eventos,
realizassem ampla discussão com a sociedade científica, ordens e associações
profissionais, associações de classe, setor produtivo, bem como, outros setores
envolvidos e encaminhassem propostas para a elaboração das Diretrizes
Curriculares dos Cursos de Graduação, a serem sistematizadas pelas Comissões de
Especialistas de Ensino de cada área estabelecendo modelo de enquadramento das
propostas de diretrizes curriculares. Tendo recebido cerca de 1200 propostas
bastante heterogêneas que foram sistematizadas por 38 comissões de especialistas.
As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação
estabelecem orientações para a elaboração dos currículos de todas as instituições
35
de ensino superior, para que possam garantir a flexibilidade e a qualidade da
formação oferecida aos estudantes (BRASIL, 2013).
As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação devem
observar os seguintes princípios:
a) Assegurar às instituições de ensino superior ampla liberdade na
composição da carga horária a ser cumprida para a integralização dos
currículos, assim como na especificação das unidades de estudos a
serem ministradas;
b) Indicar os tópicos ou campos de estudo e demais experiências de
ensino-aprendizagem que comporão os currículos, evitando ao máximo
a fixação de conteúdos específicos com cargas horárias pré-
determinadas, as quais não poderão exceder 50% da carga horária
total dos cursos;
c) Evitar o prolongamento desnecessário da duração dos cursos de
graduação;
d) Incentivar uma sólida formação geral, necessária para que o futuro
graduado possa vir a superar os desafios de renovadas condições de
exercício profissional e de produção do conhecimento, permitindo
variados tipos de formação e habilitações diferenciadas em um mesmo
programa;
e) Estimular práticas de estudo independentes, visando uma progressiva
autonomia profissional e intelectual do aluno;
f) Encorajar o reconhecimento de conhecimentos, habilidades e
competências adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se
referiram à experiência profissional julgada relevante para a área de
formação considerada;
g) Fortalecer a articulação da teoria com a prática, valorizando a pesquisa
individual e coletiva, assim como os estágios e a participação em
atividades de extensão;
h) Incluir orientações para a condução de avaliações periódicas que
utilizem instrumentos variados e sirvam para informar a docentes e a
discentes acerca do desenvolvimento das atividades didáticas.
Em 2001, através do parecer nº 583 aprovado em 04 de abril de 2001, a
Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação decidiu adotar
36
uma orientação comum para as diretrizes assegurando a garantia de flexibilidade, de
criatividade e de responsabilidade das instituições ao elaborarem suas propostas
curriculares.
Tendo em vista o exposto, o relator propõe:
1 - A definição da duração, carga horária e tempo de integralização dos
cursos será objeto de um Parecer e/ou uma Resolução específica da Câmara de
Educação Superior.
2 - As Diretrizes devem contemplar:
a) Perfil do formando/egresso/profissional - conforme o curso o projeto
pedagógico deverá orientar o currículo para um perfil profissional
desejado.
b) Competência/habilidades/atitudes.
c) Habilitações e ênfases.
d) Conteúdos curriculares.
e) Organização do curso.
f) Estágios e Atividades Complementares.
g) Acompanhamento e Avaliação.
A intenção do MEC, com o advento das Diretrizes Curriculares Nacionais
dos Cursos de Graduação é deixar para trás o engessamento da época dos
currículos mínimos e direcionados para o exercício profissional, no qual os
graduados, logo que colassem grau, já se encontravam defasados em relação ao
desempenho exigido no novo contexto da sociedade tecnológica e informacional,
demandando preparação específica para o exercício da profissão.
Segundo o Ministério da Educação (BRASIL, 2013), a flexibilização era a
palavra chave, assim a contextualização dos projetos pedagógicos dos cursos de
graduação, fariam com que as instituições de ensino superior atendessem, mais
rapidamente, e sem as amarra anteriores, à sua dimensão política, isto é, pudesse
essas instituições assumir a responsabilidade de se constituírem respostas às
efetivas necessidades sociais.
Neste passo, não é demais repetir que tudo foi concebido com o propósito
de estabelecer um perfil do formando, no qual a formação de nível superior se
constituísse em processo contínuo, autônomo e permanente, com uma sólida
formação básica e profissional, fundamentada na competência, teórica-prática,
observada a flexibilização curricular, a autonomia e a liberdade das instituições de
37
inovar seus projetos pedagógicos de graduação, para o atendimento das contínuas
e emergentes mudanças cujo desafio será o futuro formando estar apto (BRASIL,
2013).
Em relação às Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de
Geografia, a Resolução CNE/CES 14, de 13 de março de 2002, incumbe os
Departamentos ou Colegiados de Curso de Geografia, enquanto instâncias
responsáveis pelo dinamismo e implementação das mudanças que se façam
necessárias no currículo, a se apropriar das novas possibilidades abertas pela LDB
na perspectiva de flexibilização das estruturas curriculares, transformando
conteúdos e técnicas em caminhos possíveis para a formação do pesquisador e
profissional em Geografia. Assim superando a “cultura da cartilha” e assumindo a
liberdade da crítica e da criação, como uma área do conhecimento que tem seu
objeto específico, sem abrir mão do rigor científico e metodológico (BRASIL, 2013).
Seguindo o que consta na Resolução CNE/CES 14, o projeto pedagógico
de formação acadêmica e profissional a ser oferecido pelo curso de Geografia
deverá explicitar:
a) O perfil dos formandos nas modalidades bacharelado, licenciatura e
profissionalizante;
b) As competências e habilidades – gerais e específicas a serem
desenvolvidas;
c) A estrutura do curso;
d) Os conteúdos básicos e complementares e respectivos núcleos;
e) Os conteúdos definidos para a educação básica, no caso das
licenciaturas;
f) O formato dos estágios;
g) As características das atividades complementares;
h) As formas de avaliação.
O Parecer CNE/CES Nº 507/2011 aprovado em 06 de dezembro de 2011
corrobora com o Parecer CNE/CES Nº 162/2010 que institui o documento que rege
às Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Economia Doméstica
(BRASIL, 2013).
Os Projetos Pedagógicos dos cursos de graduação em Economia
Doméstica, além da clara concepção do curso, com suas peculiaridades, sua matriz
38
curricular e sua operacionalização, deverão incluir pelo menos os seguintes
elementos:
a) Objetivos gerais do curso, contextualizados em relação às suas
inserções institucionais, políticas, geográficas e sociais;
b) Condições objetivas de oferta e vocação do curso;
c) Formas de implementação da interdisciplinaridade;
d) Formas de integração entre teoria e prática;
e) Formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
f) Concepção e composição das atividades de estágio curricular
supervisionado, contendo suas diferentes formas e condições de
realização, observado o respectivo regulamento;
g) Concepção e composição das atividades complementares;
h) Regulamentação das atividades relacionadas com o trabalho de curso
(quando houver) de acordo com as normas da instituição de ensino,
sob diferentes modalidades.
Dentre outras questões, o projeto pedagógico deverá demonstrar
claramente como o conjunto das atividades previstas garantirá o desenvolvimento
das competências e habilidades esperadas, tendo em vista o perfil dos egressos,
garantindo a coexistência de relações entre teoria e prática, como forma de
fortalecer o conjunto dos elementos fundamentais para a aquisição de
conhecimentos e habilidades necessários à concepção e à prática de atuação da
Economia Doméstica (BRASIL, 2013).
O parecer CNE/CES 1362 de 12 de dezembro de 2011 trata das
Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Engenharia, nesse parecer o
curso de Engenharia, independente de sua modalidade, deve possuir em seu
currículo um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos
profissionalizantes e um núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a
modalidade.
Segundo o Ministério da Educação (2013), o perfil dos egressos de um
curso de engenharia compreenderá uma sólida formação técnico científica e
profissional geral que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias,
estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de
problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e
39
culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da
sociedade.
As Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Enfermagem foram
instituídas pela Resolução CNE/CES Nº 3, de 07 de novembro de 2001. Estão
divididas em 16 artigos, os quais versam sobre os princípios, fundamentos,
condições e procedimentos da formação de enfermeiros, estabelecidas pela Câmara
de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, para aplicação em
âmbito nacional na organização, desenvolvimento e avaliação dos projetos
pedagógicos dos Cursos de Graduação em Enfermagem das Instituições do Sistema
de Ensino Superior.
Nos artigos também deliberam que a formação do Enfermeiro deve
atender as necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde
(SUS) e assegurar a integralidade da atenção e a qualidade e humanização do
atendimento.
A Resolução CNE/CES N° 9, de 29 de setembro de 2004, institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Direito. A organização
do Curso de Graduação em Direito, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais
se expressa através do seu projeto pedagógico, abrangendo o perfil do formando, as
competências e habilidades, os conteúdos curriculares, o estágio curricular
supervisionado, as atividades complementares, o sistema de avaliação, o trabalho
de curso como componente curricular obrigatório do curso, o regime acadêmico de
oferta, a duração do curso, sem prejuízo de outros aspectos que tornem consistente
o referido projeto pedagógico (BRASIL, 2013).
O Projeto Pedagógico do curso abrangerá, sem prejuízo de outros, os
seguintes elementos estruturais:
a) Concepção e objetivos gerais do curso, contextualizados em relação à
sua inserção institucional, política, geográfica e social;
b) Condições objetivas de oferta e a vocação do curso;
c) Cargas horárias das atividades didáticas e da integralização do curso;
d) Formas de realização da interdisciplinaridade;
e) Modos de integração entre teoria e prática;
f) Formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
g) Modos da integração entre graduação e pós-graduação, quando
houver;
40
h) Incentivo à pesquisa e à extensão, como necessário prolongamento da
atividade de ensino e como instrumento para a iniciação científica;
i) Concepção e composição das atividades de estágio curricular
supervisionado, suas diferentes formas e condições de realização, bem
como a forma de implantação e a estrutura do Núcleo de Prática
Jurídica;
j) Concepção e composição das atividades complementares;
k) Inclusão obrigatória do Trabalho de Curso.
Todas as Diretrizes dos cursos aqui apresentadas seguem um mesmo
padrão que norteia a elaboração por parte das Instituições dos Projetos Políticos
Pedagógicos, elas devem ser implantadas pelas Instituições de Educação Superior,
obrigatoriamente, no prazo máximo de dois anos, aos alunos ingressantes, a partir
da publicação desta.
Contudo, nas Instituições de Ensino Superior há uma acomodação, dos
docentes em relação a essa adequação dos Projetos às Diretrizes. Segundo a LDB,
a competência de fixar os currículos está a cargo das Instituições de Ensino
Superior, motivo pelo qual corrobora com a atitude dos mesmos.
Ao adotar a bibliografia básica de cada disciplina, o docente deve
observar as Diretrizes Curriculares Nacionais para o seu curso, seguindo o padrão
que a mesma indica sem imputar a ela, sua referência pessoal ou ideológica.
41
3 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS: HISTÓRICO E POLÍTICAS
Assim como foram construídas as universidades brasileiras a partir da
junção de escolas e faculdades, as bibliotecas que existiam nessas Instituições
também se agruparam formando, assim, as bibliotecas universitárias. Corroborando
com a história, Reitz (2004) afirma que a biblioteca é parte integrante de uma
instituição e deve ser administrada para satisfazer as necessidades de informação e
pesquisa de seu pessoal. Discorrendo sobre a importância das bibliotecas na
instituição, Lubisco (2002) afirma que o cumprimento dos objetivos, finalidades e
missão de uma universidade depende da parcela de contribuição que compete à
biblioteca.
Segundo Silva (2010a), a biblioteca universitária tem seu conceito
historicamente relacionado ao ensino, pesquisa e extensão das universidades a que
serve, sendo uma agência social moldada de acordo com os padrões, ideologias e
valores culturais que regem os modelos de universidade vigente. Como a autora
afirma a biblioteca ao longo da história, está condicionada, juntamente com a
instituição que lhe abriga, ao contexto social e político. Apoiando-nos nesse
pensamento, compreendemos que é necessário um olhar no passado dessas
instituições de ensino superior para entendermos a situação atual das bibliotecas
universitárias que elas abrigam.
Como relata Fávero (2012), no Brasil, houve um intenso movimento
contrário a instalação de uma universidade no século XVI. Por causa da política de
colonização, Portugal preferia que as elites da época procurassem a Europa para
realizar seus estudos superiores, logo negou aos jesuítas a criação da mesma,
ainda no século XVI.
Segundo Fávero (2012), Portugal e sua política de controle influenciaram
a formação de nossas elites e todas as tentativas de criação de universidades, nos
período colonial e monárquico, foram abortados, pois Portugal rejeitava qualquer
iniciativa que lobrigasse sinais de independência cultural e política da Colônia.
Importa lembrar ainda que, mesmo como sede da Monarquia, o Brasil consegue
apenas em 1808, o funcionamento de algumas escolas superiores de caráter
profissionalizante.
Os cursos que foram criados nessa época, bem como o Curso Médico de
Cirurgia na Bahia, a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, a Real Academia no Rio
42
de Janeiro, e os outros cursos eram somente para atender as necessidades do
Estado. Destacamos a criação dos cursos jurídicos, em 1827 e 1828. Com a criação,
esses dois cursos passam a ter grande influência na formação das elites e na
mentalidade política do Império. Os formandos passaram a integrar o quadro político
da época e a trazer novas ideias filosóficas, movimentos literários, debates e
discussões culturais.
Rossato (2005) relata que à época da proclamação da República, começa
o entusiasmo novamente para implementar a primeira universidade no Brasil, criou-
se o Ministério da Instrução Pública Correios e telégrafos, a cargo de Benjamin
Constant. Com as ideias que haviam levado à proclamação da República e uma
delas era a expansão da educação, assistiu-se a um significativo impulso ao ensino
superior, no entanto havia resistências dos positivistas, que viam na universidade
uma instituição medieval e ligada a igreja católica. No período que compreende 1891
a 1914, foram criadas 27 escolas superiores.
Porém, a primeira universidade no Brasil foi criada somente em 1920, no
Rio de Janeiro, pelo presidente Epitácio Pessoa, a Universidade do Rio de Janeiro.
Tal universidade foi formada por uma aglutinação de faculdades já existentes. Aqui
confirmamos o que foi citado anteriormente, que nossas universidades foram
formadas da junção de escolas pré-existentes, não havendo nenhum critério para a
sua formação.
De acordo com Rossato (2005), a partir de 1945 até 1964, houve um
crescimento significativo de instituições superiores, começaram a surgir
universidades particulares, dentre elas a católica. No final da década de 60, o Brasil
contava com 21 universidades e mais de cem instituições de ensino superior. Esse
fato se deu pelo crescimento demográfico e consequentemente a procura de jovens
oriundos do 2º grau pelo ensino superior, embora fosse expressivo esse aumento de
estudantes no ensino superior, não significava muito em decorrência do aumento da
população que em 1960 já ultrapassava 70 milhões.
Em 1964, com o Golpe Militar, a nova política deu novos direcionamentos
na educação, o governo tentou implementar o modelo desenvolvimentista
Kubistchek e apoiando-se ao capital estrangeiro contraiu dívidas bilionárias.
Com o expressivo aumento de estudantes de 1º e 2º graus, cresceu o
número de potenciais candidatos ao ensino superior que buscavam com o ensino de
3º grau status social ou disputar um lugar mais qualificado no mercado de trabalho.
43
A explosão demográfica da década de 50 e início de 60 deram início à
criação de diversas instituições particulares de ensino superior. Para suportar tal
crescimento, o governo através da Reforma 5540, criou mecanismos para essa
expansão e foram criadas IES até em municípios de pequeno porte.
Rossato (2005) afirma que, no final da década de oitenta e início da
década de noventa, houve a continuidade das etapas anteriores de expansão,
porém o ritmo diminui e esse período é considerado por alguns autores como a
década perdida para a educação, e a expansão de matrículas foi só nas instituições
particulares, as federais não apresentaram nenhum aumento significativo, se
assomado a isso o corpo docente apesar de alguma melhora, apresenta qualificação
insuficiente e pela sua titulação, muitos professores não possuem a formação
desejável para atuar no nível superior.
Conforme Silva (2010a), em se tratando de biblioteca universitária, o
período de 1965 até 2002 foi o de maior importância para o seu desenvolvimento,
devido às transformações ocorridas nas universidades, as bibliotecas universitárias
cresceram e consolidaram a sua identidade. O regime militar orquestrou a
reorganização do ensino superior de acordo com a sua concepção de estado
tecnocrático-civil-militar (1964-1984), cuja característica principal era o excessivo
controle do sistema educacional. Podemos contemplar mais uma vez e constatar
que desde os primórdios da educação brasileira, o estado influenciava e controlava
a educação brasileira. Ao lado das bibliotecas especializadas, as universitárias
também acompanharam as inovações, mesmo porque as universidades brasileiras
sempre foram as principais responsáveis pela geração de conhecimento científico.
Silva (2010a) relata em seu trabalho, a reforma foi incentivada por capital norte
americano e financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao
Ministério da Educação. O primeiro acordo entre o MEC e a Agência Norte
Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), em 1965, tinha como
objetivo elaborar uma série de planos para ampliação e reestruturação do sistema
de ensino universitário brasileiro. Uma das primeiras constatações registradas pela
USAID eram as estruturas obsoletas e bibliotecas insatisfatórias.
A recomendação era que as instalações das bibliotecas universitárias
deveriam estar bem no centro do campus, de modo que os acessos irradiassem dela
para todas as direções; Assim, institucionalizava-se a biblioteca central órgão como
suplementar que era exigido para autorização e reconhecimento de cursos.
44
Segundo Silva (2010a), todas as universidades que construíram seus
campi de acordo com os moldes da reforma tinham que, obrigatoriamente, construir
bibliotecas centrais, tendo como modelo a Biblioteca da Universidade de Brasília –
UNB, apesar da diversidade histórica, pois a UNB teve uma biblioteca central sem a
existência anterior de outras bibliotecas fragmentadas em escolas isoladas,
faculdades, institutos e departamentos, logo o seu acervo, não sofria as intempéries
das outras que se viram obrigadas a juntar todo o seu acervo bibliográfico
aleatoriamente sem prévia organização. Atrelados aos projetos de construção e
centralização das bibliotecas universitárias, os convênios MEC-USAID também
indicaram um projeto de treinamento para preparação de dirigentes das bibliotecas
centrais para todas as universidades, que seria dado aos profissionais das
instituições que haviam aderido às novas determinações. Apesar de não terem
conseguido homogeneizar as mentalidades acerca das novas mudanças, a ideologia
foi posta e o habitus tecnocrático nas bibliotecas universitárias foi finalmente
consolidado.
Como afirma Silva (2010a), as bibliotecas também presenciaram, durante
esse processo, a negação do próprio livro no interior das universidades, ao invés da
ampliação da sua produção, situação que seria condizente com uma expansão do
ensino superior. As fotocópias, e outros recursos didáticos, antes complementares,
foram sucessivamente substituindo o livro. A própria falta de acervo nas bibliotecas
ocasionava esse abandono pelos livros e o recurso didático do curso ministrado era
exclusivamente na base da voz e do giz.
No entanto, nessa última década, com a mudança política e econômica
ocorrida no Brasil, com os investimentos na educação e com o advento do Sinaes,
uma nova fase é contemplada no que concerne a bibliotecas suas tecnologias,
política de aquisição e acervo.
3.1 A Biblioteca Universitária na Universidade Federal do Ceará (UFC)
Semelhantemente a criação da UFC, a Biblioteca Universitária surgiu da
aglutinação de diversas bibliotecas oriundas das escolas que compuseram a
Instituição (PINTO, 2006).
As Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará foram surgindo à
medida que novas unidades de ensino foram sendo incorporadas ou criadas.
45
Em 1957 foi instalada a Biblioteca Central, subordinada à Reitoria. Apesar
do nome, não exercia função centralizadora, porém foi extinta em 1969, surgindo o
efêmero Serviço de Bibliografia e Documentação, Esse serviço distribuiu o acervo
bibliográfico nas bibliotecas das diversas áreas (UNIVERSIDADE FEDERAL DO
CEARÁ, 2012a).
Com a Reforma Universitária em 1972, teve início a tendência em agrupar
bibliotecas de áreas afins, e em 1975, com a volta da Biblioteca Central, pretendeu-
se adotar um sistema de bibliotecas com centralização monolítica, tendência em
voga à época, mas nem todas as bibliotecas foram agrupadas, como as dos cursos
de Direito e História, dentre outros (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012a).
Pinto (2006) relata que em 1980, através da Portaria 624, de 04 de julho
de 1979, surge a proposta de reestruturação do Sistema de Bibliotecas da UFC, na
direção estava Maria Antonieta Figueiredo Bezerra.
Segundo o autor supracitado, a tendência de agrupar as bibliotecas
perdurou até 1985, nem todo o acervo foi incorporado e na Biblioteca Central, só
ficaram alguns serviços com a aquisição de material bibliográfico e de periódicos.
O Sistema de Bibliotecas da UFC tem como missão organizar, preservar
e disseminar a informação para a produção do conhecimento dando suporte às
atividades educacionais, científicas, tecnológicas e culturais da Universidade Federal
do Ceará, possibilitando o crescimento e o desenvolvimento da Instituição e da
sociedade. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012a).
O Sistema tem como visão ser reconhecida como biblioteca de excelência
na gestão da informação e na prestação de serviços para a comunidade universitária
e sociedade em geral, tornando-se referência no Estado do Ceará, na Região
Nordeste e no Brasil até 2016 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012a).
O Sistema de Bibliotecas tem como valores: Excelência, Ética
profissional, Gestão democrática, Inclusão social, Inovação, Respeito à diversidade,
Responsabilidade sócio informacional, Sustentabilidade social, Transparência e
Valorização do ser humano (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012a).
Composto por 17 Bibliotecas, 12 em Fortaleza e 05 nos Campi do Interior,
e 04 divisões. Sendo elas, a saber: Divisão de Apoio Administrativo, Divisão de
Coordenação de Bibliotecas, Divisão de Processos Técnicos e Divisão de
Desenvolvimento do Acervo, a Biblioteca Universitária atende aos alunos de 111
cursos de graduação, 64 cursos de especialização, 58 cursos de mestrado, 40
46
cursos de doutorado, 2.005 docentes, 3.408 técnicos administrativos e aos alunos
das 08 casas de cultura (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012a).
Logo abaixo descrevemos a Biblioteca Universitária em números até o
ano de 2011:
Tabela 1 – Descriminação do acervo
Tipo de Material Títulos Exemplares
Livros 102.038 233.560
Folhetos 4.220 4.789
Teses 4.698 6.808
Dissertações 8.638 12.675
Periódicos 5.309 146.373
Fitas de Vídeo 272 315
CD-ROMs 144 218
Fonte: Biblioteca Universitária, 2011.
Tabela 2 – Serviços oferecidos
Tipos de Serviços Quantidade
Empréstimos realizados 515.422
Consultas locais ao acervo 112.527
Comutação bibliográfica: pedidos externos atendidos 311
Comutação bibliográfica: pedidos internos solicitados 566
Orientação à normalização de trabalhos acadêmicos 424
Orientação à pesquisa bibliográfica 9050
Normalização de Referências Bibliográficas 21.149
Capacitação de Usuários (número de beneficiários) 4.901
Levantamentos bibliográficos 43
Catalogação na fonte 2.218
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – TEDE 4004
Fonte: Biblioteca Universitária, 2011.
Tabela 3 – Quantitativo de recursos humanos
Recursos Humanos Quantidade
Bibliotecários 55
Apoio administrativo da UFC (assistentes em administração, auxiliares em administração, contínuos e outros cargos)
72
Apoio administrativo externo ou terceirizado 41
Bolsistas e estagiários 38
Total 206
Fonte: Biblioteca Universitária, 2011.
47
O acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC não foi construído de forma
racional, ou seja, acompanhou a formação da própria Universidade, que foi fruto da
junção de escolas e faculdades. Nos últimos anos, tem existido a preocupação de
adequar o acervo aos programas de ensino, pesquisa e extensão, mas, ainda de
uma forma empírica, pois não há mecanismos na própria estrutura organizacional da
Universidade que facilitem a execução de políticas necessárias a esse tipo de
planejamento. Galgando atender a necessidade de adequação do acervo a esses
programas foi elaborado um documento pela comissão de acervo do Sistema de
Bibliotecas da UFC, que construiu parâmetros baseados no que sugere o MEC, para
efetuar a compra do acervo do Sistema.
De acordo com Vergueiro (1993), com a aquisição é que começa de fato
a existir uma instituição destinada a preservar e divulgar as criações do
conhecimento humano registrados em livros, periódicos especializados, jornais,
discos, filmes, vídeos, etc.
O acervo do Sistema de Bibliotecas é composto pelo acervo geral,
coleções especiais, obras raras e acervos agregados, que são os acervos que não
fazem parte do Sistema, mas utilizam o software o Pergamum2, para gerenciar seus
acervos.
A Direção do Sistema de Bibliotecas adota gestão democrática como
prática administrativa, inclusive definida como um dos seus valores da instituição.
Nesse intuito, divide a gestão em 08 comissões distintas. Formada por bibliotecários
e servidores do Sistema de Bibliotecas, as comissões procuram transformar ideias
em ações. As comissões possuem objetivos e metas anuais que são desenvolvidas
e postas em práticas ao longo do ano.
As comissões estão divididas por áreas estratégicas:
A Comissão de Acervo tem como objetivo atualizar a política de
desenvolvimento do acervo, essa política foi elaborada pela comissão em 2004, e
serve para nortear o Sistema de Bibliotecas no desenvolvimento de suas coleções,
essa nova atualização se pautará em temas como a acessibilidade, livros
eletrônicos, periódicos e desbastamento/descarte do acervo e da elaboração da
política de preservação da informação em suportes analógicos e digitais
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012b).
2 O software utilizado para gerenciamento do Sistema de Bibliotecas da UFC é o Pergamum, desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e adquirido pela UFC em 1990.
48
A Comissão de Acessibilidade tem como objetivo rever a política de
desenvolvimento do acervo, objetivando incluir políticas de acessibilidade,
selecionar, digitalizar e catalogar obras que comporão o acervo para pessoas com
deficiência visual e promover acessibilidade na página da BU (UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ, 2012b).
A Comissão de Catalogação tem como objetivo elaborar a política de
indexação do Sistema de Bibliotecas da UFC e apresentar alternativas visando à
eliminação de inconsistências de catalogação no Sistema Pergamum
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012b).
A Comissão de Educação de Usuários tem como objetivo elaborar
novos tutoriais (pesquisa básica, pesquisa avançada e acesso usuário do
Pergamum e repositório institucional); tornar a maratona do conhecimento um
projeto de extensão; executar o calendário de treinamentos de usuários;
disponibilizar templates de normalização em parceria com a Comissão de
Normalização; planejar o serviço de atendimento on line via chat, em parceria com a
comissão de serviços e expandir a comissão com membros de outras bibliotecas
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012b).
A Comissão de Eventos planeja e organiza todos os eventos de caráter
sócio culturais do Sistema de Bibliotecas da UFC (UNIVERSIDADE FEDERAL DO
CEARÁ, 2012b).
A Comissão de Normalização tem como objetivo publicar o Guia de
Normalização da UFC; divulgar o Guia para a comunidade acadêmica. Disponibilizar
templates de normalização em parceria com Comissão de Educação de Usuários
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012b).
A Comissão de Pessoal tem como objetivo iniciar a implantação da
gestão por competências na BU, com foco na capacitação; atualizar o Banco de
Conhecimentos (BC); extrair através da leitura e análise do conhecimento gerado
pelos servidores lotados na BU subsídios para a gestão da Biblioteca Universitária;
revisar o dimensionamento do pessoal da BU.
A Comissão de Serviços, seus objetivos: reaplicar a pesquisa de
avaliação dos serviços oferecidos pela BU; planejar o serviço de atendimento on line
via chat, em parceria com a Comissão de Educação de Usuários; elaborar da “Carta
de Serviços ao Cidadão” (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012b).
49
O Sistema de Bibliotecas da UFC ainda se utiliza, dentro de um valor
explicitado por ela, da gestão democrática de coordenações de serviços que
atendem a casos pontuais, serviços pontuais como os que iremos relatar no
parágrafo abaixo, elas existem somente para dar andamento nesses serviços:
a) Coordenação de Indexação Compartilhada de Artigos de Periódico
(ICAP) – Rede Pergamum: tem como objetivos responder pelas
questões relacionadas ao ICAP junto à Rede Pergamum; verificar o
andamento dos trabalhos relacionados a cada título de periódico
indicado pela Biblioteca para participar do ICAP; definir juntamente
com o Sistema os títulos de periódicos a ser indexados; verificar se a
indexação dos artigos está atualizada; fornecer relatórios estatísticos
para a Biblioteca Universitária; manter-se atualizada quanto às
diretrizes da Rede Pergamum para o serviço; acompanhar o
atendimento das solicitações de artigos; propor melhorias do serviço à
Rede Pergamum; viabilizar a capacitação dos responsáveis pela
indexação dos artigos.
b) Coordenação de Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
(BDTD/UFC): tem como objetivos acompanhar a produção das
bibliotecas (publicação no TEDE das dissertações e teses defendidas);
acompanhar a colocação da UFC no ranking regional e nacional;
manter atualizado o cadastro dos programas de pós-graduação stricto
sensu no TEDE; coordenar a capacitação dos secretários dos
programas de pós-graduação; encaminhar aos bibliotecários que
trabalham com a BDTD os procedimentos adotados na operação da
BDTD.
c) Coordenação de Disponibilização eletrônica dos Trabalhos de
Conclusão de Curso (TCCs) da UFC: tem como objetivos identificar os
cursos que exigem monografias de conclusão de curso; acompanhar a
produção semestral e/ou anual de monografias pelos cursos de
graduação; articular junto aos cursos a submissão das monografias ao
Pergamum; definir critérios para a inserção das monografias no
Pergamum; promover a divulgação junto à comunidade interna e
externa; elaborar estatísticas e relatórios de acompanhamento da
inclusão das monografias no Pergamum; solicitar as bibliotecas os
50
nomes dos responsáveis pela catalogação das monografias para
acompanhamento dessa atividade.
d) Coordenação de Coleções Especiais: tem como objetivos definir
critérios para seleção, preservação, processamento técnico e acesso
às coleções especiais da UFC, para que posteriormente cada
biblioteca possa dar prosseguimento aos trabalhos em suas coleções
especiais mediante parâmetros aprovados para todo o sistema;
promover capacitação dos integrantes da comissão, através da
disponibilização de bibliografias relevantes sobre o assunto, bem como
palestras, visitas e cursos; complementar a política de desenvolvimento
de coleções já existente, focando diretamente nos critérios para
seleção das coleções especiais; definir critérios para preservação,
conservação e restauração das coleções especiais, mantendo alguns
procedimentos que já estão sendo utilizados e revendo outros para que
possamos chegar a um padrão; definir critérios para o processamento
técnico das coleções especiais; definir critérios para o acesso às
coleções especiais.
e) Coordenação de Repositório Institucional: tem como objetivos
responder pelas questões relacionadas ao gerenciamento e
funcionamento do repositório. Atuar diretamente nos procedimentos do
repositório, mantendo-o ajustado aos propósitos da instituição. Para
tanto, é necessário interagir com os técnicos de informática,
os responsáveis pelo povoamento de cada comunidade do RI, bem
como com o usuário que fará o auto-arquivamento de seus
documentos no RI e até mesmo com quem acesse o repositório em
busca de informação (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012b).
3.1.1 A política de desenvolvimento do acervo e estudos paralelos na
Biblioteca Universitária
A fim de atender a uma necessidade do Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Ceará, em 2004, foi elaborada pela Comissão de Acervo, a
política de desenvolvimento de coleções do Sistema de Bibliotecas da Universidade
Federal do Ceará, para funcionar como instrumento norteador das decisões dos
51
bibliotecários em relação à seleção do material a ser incorporado ao acervo e a
administração dos recursos financeiros.
Segundo Miranda (2007), a determinação de normas para seleção e
aquisição de materiais informacionais disciplina esse processo, tanto em quantidade
como em qualidade, segundo a realidade de cada biblioteca, direcionando o uso
racional dos recursos financeiros.
O objetivo desse documento é estabelecer uma Política de
Desenvolvimento do Acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC, identificando
procedimentos comuns a todas as bibliotecas do Sistema, orientando para a
formação, manutenção e atualização das coleções. A Divisão de Desenvolvimento
do Acervo do Sistema de Bibliotecas conduz os procedimentos descritos na política,
com vistas à melhoria do o processo de formação e desenvolvimento das coleções
das bibliotecas do Sistema. Sendo respeitadas as especificidades de cada biblioteca
setorial no que concerne às atividades voltadas para as áreas de conhecimento em
que atuam (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012c).
A Política de Desenvolvimento do Acervo discorre sobre a formação do
acervo que deve contemplar todo tipo de material informativo servindo de apoio às
diversas atividades desempenhadas pela Universidade.
A Política de Desenvolvimento do Acervo regula a seleção, a doação e a
compra de material bibliográfico. A compra desse material se fará de forma
centralizada pela Divisão de Desenvolvimento do Acervo do Sistema e Bibliotecas
com o Departamento de Administração da UFC obedecendo ao disposto na Lei
8.666/1993 Esta lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012c).
Como relata Miranda (2007, p. 17)
O desenvolvimento de coleções deve ser um processo ininterrupto permanecendo em constante evolução. No entanto, é necessário elaborar uma política de desenvolvimento da coleção que conglomere os objetivos dos planos de ensino da instituição, no tocante a englobar a literatura básica e complementar, com a finalidade de subsidiar a tomada de decisão no processo de seleção, considerando todos os fatores relevantes aos interesses da comunidade acadêmica, como também avaliar a coleção periodicamente para preservar a qualidade e a idoneidade do acervo.
Da mesma forma, Dias, Silva e Cervantes (2012, p. 47) relatam que:
52
A temática desenvolvimento de coleções nunca foi uma tarefa fácil, principalmente em função da sua natureza técnica e de vários fatores que militam contra esta atividade. Desenvolver coleções refere-se ao processo de, sistematicamente, construir coleções de bibliotecas para servir de estudo, ensino, pesquisa e outras necessidades pertinentes aos usuários de uma biblioteca, tornando-se o mediador entre os materiais de informação e a comunidade universitária.
Nesse contexto, para atender às necessidades de construção e
atualização do acervo, o processo de compra do material bibliográfico do Sistema de
Bibliotecas da UFC é iniciado com a publicação do Edital de Convocação.
3.1.2 A política de desenvolvimento do acervo e estudos anteriores na
Biblioteca Universitária
Segundo o documento elaborado pela comissão de acervo, a ideia de
estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do acervo bibliográfico do Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará surgiu da necessidade de atualizar a
coleção de forma racional, tornando-a capaz de atender aos programas de ensino,
pesquisa e extensão e adequar- se à missão da Universidade que é a de “Formar
profissionais da mais alta qualificação, gerar e difundir conhecimentos, preservar e
divulgar os valores artísticos e culturais, constituindo-se em instituição estratégica
para o desenvolvimento do Ceará e do Nordeste.” (UNIVERSIDADE FEDERAL DO
CEARÁ, 2012c).
Conforme Miranda (2007), antigamente o foco dos gestores das
bibliotecas era acumular materiais bibliográficos, uma vez que acervos volumosos
representavam poder, pois a atenção estava centrada na oferta de documentos e
não na qualidade.
Atualmente, desde as ações a nível mundial para entrada na sociedade
da informação, bem como o crescimento das tecnologias da informação, um novo
modelo de bibliotecas vem surgindo, com o avanço das novas tecnologias de
informação e com a evolução da biblioteca digital, as bibliotecas estão revendo seus
conceitos entre posse e acesso da informação.
Segundo Marchiori (1997, p. 2):
As publicações eletrônicas estão tendo seus custos reduzidos drasticamente, caso comparadas com os custos de papel, impressão e transporte, enquanto as bases de dados, principalmente as de texto completo, aumentam em número e tamanho. Os grupos de discussão eletrônica (Listservs) têm servido como meios informais para a disseminação de novas idéias, assim como a Internet favorece o acesso a
53
periódicos eletrônicos, cuja submissão, avaliação e distribuição de artigos é feita de forma eletrônica. Porém, a facilidade com que os textos eletrônicos podem ser adaptados, copiados, recombinados e plagiados acarreta certo receio por parte dos editores tradicionais quanto à defesa dos diretos autorais e a reprodução indiscriminada de" cópias". Para as bibliotecas, as implicações dizem respeito ao fato de que elas devem se adaptar à provisão de recursos de referência na forma eletrônica, racionalizando o acesso sem posse, como, por exemplo, buscas em bases de dados comerciais on-line.
Como ressalta o documento elaborado pela comissão de
desenvolvimento do acervo, tais fatos, aliados ao aumento considerável dos custos
de aquisição, espaço para armazenamento físico e preservação do material,
refletem no custo/benefício, exigindo uma política atualizada para direcionar o
Sistema de Bibliotecas no desenvolvimento de uma aquisição compartilhada,
compatível com a utilização racional de recursos que permitam as bibliotecas o
conhecimento e acesso às fontes de informação existentes.
O referido documento estabelece prioridades como: cursos que serão
avaliados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), cursos com baixa avaliação,
no tocante a biblioteca, cursos que terão renovação reconhecida e cursos recém-
criados. A compra de material bibliográfico se fará de forma centralizada pela
Divisão de Desenvolvimento do Acervo com o Departamento de Administração da
UFC, obedecendo ao disposto na Lei 8.666/1993, visando a racionalização dos
recursos disponíveis, considerando as seguintes prioridades: compra de material
bibliográfico considerado básico e complementar para as disciplinas acadêmicas,
verificando se a quantidade de exemplares dos títulos nacionais é suficiente para o
número de alunos (01 exemplar para 08 alunos); para livros estrangeiros, adquirir
02 exemplares. Para compra de periódicos, verificar a disponibilidade do título no
Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
de Periódicos.
O estudo das bibliografias básicas vem sendo desenvolvido pelo Sistema
de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará, desde 2007. Inicialmente foi
realizado estudo para o curso de Geografia, sendo utilizado como modelo para os
estudos posteriores, sendo eles, a saber: Engenharia Elétrica; Engenharia Química;
Matemática; Física; Licenciatura em Língua Portuguesa e Alemã e respectivas
literaturas; Língua Portuguesa e Língua Espanhola e respectivas literaturas; Língua
Portuguesa e Língua Francesa e respectivas literaturas; Língua Portuguesa e Língua
Italiana e respectivas literaturas; Língua Portuguesa e respectivas literaturas; Língua
Inglesa e Língua Alemã e respectivas literaturas; Língua Portuguesa e Línguas
54
Clássicas (Grego e Latim) e respectivas literaturas. Esses estudos iniciais foram
desenvolvidos na perspectiva de cobertura do acervo do Sistema de Bibliotecas em
relação às bibliografias básicas e a identificação de lacunas existentes nas coleções
das bibliotecas da UFC.
As bibliografias básicas são fundamentais no processo de
desenvolvimento de coleções, elas devem estar atualizadas e em consonância com
a realidade das áreas de atuação dos cursos ofertados pela Universidade. Isso só
acontece se tanto professores como bibliotecas interagirem entre si, conhecendo o
acervo e seguindo o que determina o Ministério da Educação (MEC), com relação à
adequação e atualização das ementas e programas das unidades de estudo.
Por entender a importância desses estudos para a racionalização do
processo de aquisições de material bibliográfico, o Sistema de Bibliotecas da UFC,
em 2012, foi retomando-os, porém, na perspectiva da Política de Desenvolvimento
de Coleções para, pelo exposto no parágrafo acima, com a ponte entre o estudo das
bibliografias básicas, a política de Desenvolvimento do Acervo e a avaliação dos
cursos de graduação. É necessário se estudar o acervo de uma biblioteca visando
concretizar ações que venham auxiliar os docentes quanto ao desenvolvimento do
acervo da Instituição em face de uma possível avaliação das comissões do MEC,
assim cumprindo o que as mesmas determinam.
Segundo Lubisco (2002), a política de atualização pretendida pelo MEC
deveria estar alinhada a outros elementos importantes da política de
desenvolvimento de coleções, como a quantidade de acervo, os tipos de material,
idiomas, idade da coleção, entre outros. Os indicadores títulos de periódicos e títulos
de livros e números de exemplares, compreensivelmente, despertaram significativo
interesse dos docentes avaliadores e coordenadores de curso, só que de forma
restrita à existência ou não dos títulos. No entanto, do ponto de vista da avaliação
como subsídio ao planejamento, a expectativa é que outros aspectos fossem
destacados, como a promoção das coleções (livros e periódicos); atualidade das
bibliografias básicas (livros); situação das coleções de periódicos (pertinência,
atualização, representatividade na área, lacunas, estudo de uso).
Martins e Bezerra (2007) estudaram o acervo do Sistema de Bibliotecas
da UFC, mas precisamente, o Curso de Geografia, esse estudo originou todos os
outros estudos. Nesse estudo, as autoras comparam a bibliografía básica do Curso
de Geografía com o acervo existente. Na finalização do estudo, a conclusão foi que,
55
em termos qualitativos, o acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC atende
satisfatoriamente ao Curso de Geografia, mas, em termos quantitativos, não atende
satisfatoriamente as exigências do MEC por não possuir número suficiente de
exemplares para atender a demanda. As médias de cobertura da bibliografia básica
nas 23 disciplinas analisadas ultrapassam a faixa de 50%, mas somente atingem a
cobertura total em apenas 3 disciplinas.
Outro trabalho na Universidade Federal do Ceará é do mestre em
políticas públicas e servidor lotado na Biblioteca de Ciências e Tecnologia da UFC,
Raimundo Cezar Campos do Nascimento em 2009, intitulado: atualização das
bibliografias básicas dos cursos da área da saúde: o caso da biblioteca de ciências
da saúde. Nesse estudo, o autor conclui que não está havendo atualização das
bibliografias básicas dos cursos de graduação a partir de sugestões dos professores
das disciplinas ligadas aos cursos e sim de listas pré-existentes, por isso,
encontram-se desatualizadas provenientes das coordenações dos cursos. Seu
diferencial é que também utilizou como amostra 264 estudantes matriculados no
primeiro semestre do ano de 2009 dos Cursos de Medicina, Odontologia,
Enfermagem e Farmácia da UFC.
Observou o autor em seu estudo, que somente a Coordenação de
Enfermagem tinha documentadas as bibliografias básicas de cada disciplina do
curso. As coordenações dos Cursos de Medicina e Odontologia não tinham nenhum
documento relacionando as disciplinas à suas respectivas bibliografias, enquanto a
coordenação do Curso de Farmácia tinha apenas a última listagem de sugestões
dos professores enviadas, à Biblioteca Universitária (BU) em 2008, para aquisição.
Como afirma Nascimento (2009), é necessária a comunicação entre as
coordenações dos cursos e a biblioteca para a informação das bibliografias básicas
de cada disciplina e de cada curso.
O estudo das bibliografias básicas do Curso de Engenharia Química foi
desenvolvido pela bibliotecária Islânia da Silva (2010b) intitulado: Bibliografias
básicas: uma proposta de instrumento para desenvolvimento de coleções. Dentre
outras necessidades, ela relata a falta de parceria entre as coordenações dos cursos
de graduação e as bibliotecas.
A referida monografia propunha verificar se o Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Ceará atendia à bibliografia básica do Curso de Engenharia
56
Química, conforme as exigências dos instrumentos de avaliação de cursos de
graduação, propostos pelo MEC.
Ao analisar o acervo disciplina por disciplina, exemplar por exemplar, o
estudo chegou a algumas considerações sobre a bibliografia do Curso de
Engenharia Química, dentre as quais: existem títulos com poucos empréstimos e
poucas reservas. Observamos que isso se pode dever ao fato deles estarem em
língua estrangeira. Existem títulos que só tem dois exemplares em todo o Sistema,
mas não constaram na lista de compras de 2009. Há títulos que não existem na
Biblioteca de Ciências e Tecnologia, onde os alunos do curso são atendidos. A
bibliografia consta apenas de uma indicação de título o que dificulta na avaliação do
curso, já que o MEC exige, no mínimo, três livros na bibliografia básica. Há livros
que estão na bibliografia básica do curso, mas que não constam para venda no
mercado livreiro. Por último, algumas obras existentes na bibliografia básica, são
desatualizadas em relação ao Sistema que possui edição mais atualizada.
Silva (2010b) escreve que, deve-se entender o processo de
desenvolvimento de coleções como seletivo e dinâmico atendendo aos programas e
às necessidades reais dos usuários e os bibliotecários têm um papel importante
neste processo não podendo deixar a responsabilidade completamente nas “mãos
dos departamentos”, mas trabalhando em parceria com professores. Sendo assim,
Silva reitera o papel importante do estudo das bibliografias básicas pelo Sistema de
Bibliotecas.
Como relata a autora na conclusão do seu estudo, um ponto importante a
ser revisado pelos professores é a questão da atualização, do acervo da biblioteca,
pois há vários títulos com edições mais atualizadas do que as solicitadas na
bibliografia. Enfatizamos que o acervo atualizado é uma exigência do MEC. Outras
questões a serem analisadas, segundo o estudo, são das bibliografias que não
constam de indicações de livros ou que constam apenas de 01 ou 2 indicações, pois
o MEC exige mínimo três livros por bibliografia básica. Deve-se também rever a
questão dos livros de língua estrangeira, visto que os alunos de graduação têm
dificuldades neste tipo de leitura, recomenda-se sempre dar opção a algum título em
língua portuguesa. Os professores também deverão substituir, segundo o estudo,
alguns títulos que constam nas bibliografias, mas que não constam mais no mercado
livreiro e outros que já tiveram seus títulos substituídos.
57
Após a conclusão desse estudo da bibliografia básica do Curso de
Engenharia Química, a autora fez outro estudo utilizando a bibliografia básica do
Curso de Engenharia Elétrica. Ao finalizá-lo, a autora concluiu que, em termos
qualitativos, o acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC atende satisfatoriamente ao
Curso de Engenharia Elétrica, mas, em termos quantitativos, deixa enorme lacuna
por não possuir número suficiente de exemplares para atender a demanda. As
médias de cobertura da bibliografia básica nas 63 disciplinas analisadas, 23
disciplinas ultrapassam a faixa de 50%, mas somente 19 disciplinas atingem a
cobertura total.
A preocupação em atualizar o acervo das bibliotecas universitárias em
todo o país, seguindo o padrão estabelecido pelo MEC, em relação à atualização
das bibliografias básicas, já não é um fato novo.
Na mesma perspectiva, alguns autores no Brasil desenvolveram trabalhos
sobre bibliografias básicas semelhantes aos trabalhos realizados na UFC.
Cassim et al. (2004), avaliaram a cobertura da bibliografia básica utilizada
no curso de graduação em Engenharia de Produção Mecânica da Escola de
Engenharia de São Carlos-USP, cujo objetivo era a avaliação crítica da situação do
acervo no que se refere ao atendimento às indicações feitas nas bibliografias para
um possível planejamento do desenvolvimento da coleção oferecida aos alunos e
docentes do curso.
As autoras recomendam que a Biblioteca da Escola de Engenharia de
São Carlos-USP continue este estudo, através da avaliação da bibliografia básica de
todos os cursos oferecidos na Escola e que os docentes do curso de Engenharia de
Produção Mecânica bem como dos demais cursos da Escola de Engenharia de São
Carlos mantenham estreita relação de trabalho com a Biblioteca e vice-versa.
Assim como ocorre no Sistema de Bibliotecas da UFC, na Biblioteca da
Escola de Engenharia de São Carlos-USP, a comunicação entre bibliotecas e cursos
de graduação, também necessita de melhora.
Outro trabalho semelhante aos realizados no Sistema de Bibliotecas foi o
da Universidade Federal do Mato Grosso, em Rondonópolis, nesse trabalho o autor
estuda a bibliografia básica do Curso de História.
Segundo Gusmão et al. (2009, p. 308):
Na fundamentação teórica deste estudo, detectam-se algumas normas do MEC que exprimem a necessidade das bibliotecas universitárias possuírem uma coleção
58
bibliográfica que atenda a bibliografia mínima dos cursos, tanto de livros quanto de assinaturas correntes de periódicos especializados, bem como de recursos e meios informatizados. Considerando a situação do acervo disponível para o Curso de História, observa-se, infelizmente, a dissociação entre a teoria e a prática, em relação ao desenvolvimento das coleções bibliográficas das bibliotecas universitárias. Isto nos leva a refletir que é necessário que a comunidade acadêmico-científica, incluindo administradores, estudantes, professores e pesquisadores, reaja ante o descaso latente dispensado às Universidades Públicas, num sentido geral.
A conclusão de Gusmão et al. (2009) é que o resultado da pesquisa
aponta como insatisfatória tanto a adequação qualitativa quanto a quantitativa do
acervo da biblioteca universitária da UFMT em Rondonópolis.
59
4 CAMINHOS METODOLÓGICOS
Não existe um método único que seja utilizado em todas as Ciências, mas
uma variedade de métodos que devem ser escolhidos dentre o que melhor se
adapte ao objeto investigado. Diferentes autores e estudiosos da área de
metodologia científica concordam na afirmativa de que um método não excluiu o
outro. Sistematicamente, o pesquisador acaba por utilizar métodos combinados, em
conformidade com seus objetivos.
4.1 Caracterização geral da pesquisa
Quanto à pesquisa em questão, do ponto de vista da sua natureza,
podemos dizer que é uma pesquisa básica. Do ponto de vista da forma de
abordagem do problema, é combinação de pesquisa qualitativa e quantitativa,
mesmo não utilizando complexos métodos e técnicas estatísticas. Do ponto de vista
de seus objetivos, é uma pesquisa descritiva, pois visa descrever as características
dos cursos de graduação pesquisados; e, finalmente do ponto de vista dos
procedimentos técnicos é uma combinação de pesquisas bibliográfica e documental,
e estudo de caso múltiplo, com recurso a entrevistas e documentos. O estudo de
caso é particularmente apropriado para pesquisadores individuais, pois dá
oportunidade para que um aspecto de um problema seja estudado em profundidade,
dentro de um período de tempo limitado.
Gil (2002) define o estudo de caso sendo uma modalidade de pesquisa
que consiste em estudo aprofundado e exaustivo de um ou mais objetos permitindo
um amplo e detalhado conhecimento.
Segundo Yin (2010) O estudo de caso surge do desejo de se
compreender fenômenos sociais complexos, permitindo uma investigação para se
preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real.
O Método do Estudo de Caso obtém evidências a partir de seis fontes de
dados: documentos, registros de arquivos, entrevistas, observação direta,
observação participante e artefatos físicos e cada uma delas requer habilidades
específicas e procedimentos metodológicos específicos.
60
4.2 Âmbito da pesquisa
Este estudo envolveu uma análise de diagnóstico centrada nas
Bibliografias Básicas dos cursos de graduação da UFC em relação a cobertura do
acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC, em que foi feita uma abordagem
quantitativa, com recurso a entrevista estruturada e socorreu-se também de estudo
de caso múltiplos, que teve como objeto cinco cursos de graduação da UFC, e uma
análise comparativa das listas de compras de livros dos anos 2010/2012.
4.3 Os cursos de graduação pesquisados
Foram selecionados como objeto dessa pesquisa cinco cursos de
graduação da Universidade Federal do Ceará, a saber: Geografia; Enfermagem;
Engenharia Metalúrgica, Economia Doméstica e Direito. A pesquisa procurou
conhecer a forma que é elaborada as listas de compras de livros pela coordenação
dos cursos pesquisados, levando-se em conta à cobertura da bibliografia básica em
relação ao acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC e sua importância enquanto
critério de avaliação do MEC.
Para identificar os cursos de graduação que deveriam fazer parte da
pesquisa, utilizamos alguns critérios, sendo eles: cursos ministrados nos Campi de
Fortaleza; cursos pertencentes a unidades acadêmicas diferentes; cursos criados
em décadas diferentes, pois refletiriam melhor realidades distintas de cada um; outro
fator que determinou a escolha dos cinco cursos citados, foi a disponibilidade nas
home pages dos cursos, de informações necessárias para a realização dessa
pesquisa, tais como: Projetos Políticos Pedagógicos (PPP), Grade Curricular e
Ementas das disciplinas com suas respectivas bibliografias básicas.
4.4 Os sujeitos da pesquisa
Foram ainda inseridos como objeto da pesquisa, os coordenadores dos
cinco cursos citados anteriormente, bem como 10 usuários do Sistema de
Bibliotecas da UFC, alunos dos cursos pesquisados. A escolha dos alunos deu-se
de forma aleatória à época da IV Feira das Profissões da UFC nos dias 24, 25 e 26
de Outubro de 2012 e à medida que os mesmos utilizavam os serviços e/ou os
61
recursos das Bibliotecas. 15 entrevistados constituíram o total do universo
pesquisado.
4.5 Instrumentos de coleta de dados
Depois de identificado o objeto de estudo, ou seja: “Cobertura do acervo
do Sistema de Bibliotecas da UFC: Importância para a avaliação do MEC”; foi feito
um levantamento para identificar documentos relevantes, que pudessem dar a
fundamentação teórica para a pesquisa, sendo essa a primeira técnica de coleta de
dados. Dentre estes documentos, podemos citar artigos de periódicos, teses,
dissertações e livros, além da home page do Instituto Nacional de Estudos Anísio
Teixeira (INEP) e do Ministério da Educação (MEC).
As grades curriculares dos cursos de graduação pesquisados; as
ementas dos cursos de graduação contendo as bibliografias básicas foram outros
importantes instrumentos de coleta de dados, bem como as listas de compras de
livros, enviadas pelas coordenações dos cursos pesquisados, nos anos de 2010,
2011 e 2012, e finalmente os relatórios emitidos pelo Sistema Pergamum, no módulo
Plano de Ensino, que informaram à cobertura do acervo do Sistema de Bibliotecas
da UFC, em relação às bibliografias básicas.
Por meio das grades curriculares, deu-se a compreensão da estrutura
curricular dos cursos pesquisados com todas as disciplinas distribuídas por
semestre. Da mesma forma, o acesso às ementas das disciplinas facilitou conhecer
os títulos dos livros adotados como bibliografia básica pelos cursos de graduação
pesquisados. Os relatórios do Plano de Ensino obtidos no Pergamum refletiram um
espelho das grades curriculares e da cobertura das bibliografias básicas pelo acervo
do Sistema de Bibliotecas da UFC. A junção desses dados, confrontados com a
lista de compras de livros nos anos de 2010/2012, resultou em suporte de análise
que fundamentou o objeto de estudo em pauta.
As informações foram apreendidas pelo seguinte instrumento e
procedimento: entrevista estruturada com os coordenadores dos cursos de
graduação e usuários do Sistema de Bibliotecas da UFC. O foco das entrevistas
realizadas junto aos coordenadores foi no sentido de conhecer os critérios adotados
pelos mesmos, na elaboração das listas de compras de livros. Aos usuários, o ponto
focado foi em relação à utilização pelos professores, dos livros indicados na
62
bibliografia básica, bem como a existência destes no Sistema de Bibliotecas da
UFC.
4.5.1 Entrevista estruturada
A preferência por este instrumento de coleta de dados foi baseada na
teoria de Lakatos e Marconi (2008) que afirmam que a entrevista tem como
finalidade obter informações a respeito de um determinado assunto, se concretiza
em uma conversa profissional entre duas pessoas. Foi escolhido dentre os tipos
existentes de entrevista, a estruturada, foi adotado um modelo único de entrevista,
pois facilitaria a comparação entre as questões respondidas de todos os 05
entrevistados.
Basicamente, o foco da entrevista aos coordenadores foi a fim de
conhecer os critérios adotados pelos mesmos na elaboração das listas de compras
de livros, divididos em quatro pontos relevantes: o primeiro deles era a própria
elaboração da lista; o segundo ponto procurou saber porque os livros que
constavam na lista de compra não eram os mesmos títulos indicados na bibliografia
básica; o terceiro ponto tratou da importância da Biblioteca no processo de avaliação
dos cursos de graduação pelo MEC; o último ponto procurou esclarecer os
procedimentos realizados no processo de compras de livros pela UFC.
As entrevistas junto aos coordenadores aconteceram seguindo o
calendário abaixo listado, a indicação das datas foram baseadas conforme as
conveniências e disponibilidades dos mesmos:
a) Curso de Geografia – entrevista realizada dia 3 de Setembro de 2012.
A entrevista aconteceu na Coordenação do Curso de Geografia da
UFC.
b) Curso de Engenharia Metalúrgica – entrevista realizada dia 8 de
Outubro de 2012, na Divisão de Desenvolvimento do Acervo da do
Sistema de Bibliotecas da UFC.
c) Curso de Enfermagem – entrevista realizada dia 29 de Outubro de
2012, na Coordenação do Curso de Enfermagem da UFC.
d) Curso de Economia Doméstica – entrevista realizada dia 5 de
Novembro de 2012, na Coordenação do Curso de Economia
Doméstica da UFC.
63
e) Curso de Direito – entrevista realizada no dia 03 de setembro de 2012,
na Coordenação do Curso de Direito da UFC.
Em relação à entrevista dos alunos, os pontos levantados foram a
satisfação dele como usuário em relação à cobertura da bibliografia básica pelo
Sistema de Bibliotecas, se os professores adotam a bibliografia básica e quais os
outros métodos didáticos que são utilizados nos cursos pesquisados, no lugar da
bibliografia básica.
Os alunos foram entrevistados à época da IV Feira das Profissões da
UFC nos dias 24, 25 e 26 de Outubro de 2012 e à medida que os mesmos
utilizavam os serviços e/ou os recursos das Bibliotecas, nesse mesmo período.
64
5 CURSOS UTILIZADOS COMO OBJETO DE ESTUDO
Utilizamos como objeto de estudo os cursos de Geografia, Economia
Doméstica, Engenharia Metalúrgica, Enfermagem e Direito.
5.1 Curso de Geografia
O Curso de Geografia foi criado pela Lei Federal nº 3866 datada em 25 de
janeiro de 1961, e faz parte do Centro de Ciências da Universidade Federal do
Ceará. Desde sua criação, tem prestado significativa contribuição ao
desenvolvimento dos cearenses, com a formação de pessoal especializado em
diversas áreas. O referido Curso mantém cursos regulares de Licenciatura e
Bacharelado.
Em 1995, foi implantado o Curso de Mestrado em "Desenvolvimento e
Meio Ambiente" em conjunto com os Departamentos de Biologia, Economia Agrícola
e Geologia. Em 2005, iniciou mais um curso de pós-graduação, o Curso de
Mestrado em Geografia, em 2009, o Doutorado em Geografia. O Departamento de
Geografia é órgão de articulação didática, técnico-científica e de extensão, atuando
na graduação e pós-graduação strictu sensu Mestrado e Doutorado em Geografia,
Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA).
O Curso de Geografia tanto na modalidade bacharelado, como na
modalidade licenciatura tem seu Projeto Político Pedagógico (PPP), datado no ano
de 2004. O Curso de Geografia foi avaliado por meio do ciclo avaliativo ENADE em
2011 obtendo nota EPC-05. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012g).
5.2 Curso de Economia Doméstica
O Curso de Economia Doméstica é vinculado ao Departamento de
Economia Doméstica que por sua vez está ligado ao Centro de Ciências Agrárias
(CCA) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Congrega as atividades de ensino,
pesquisa e extensão. Conta com três núcleos: Núcleo de Desenvolvimento da
Criança (NDC), Núcleo de Educação do Consumidor e Administração Familiar
(EDUCON) e o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero, Idade e Família
(NEGIF) que desenvolvem atividades de pesquisa, extensão e ensino.
65
O Curso de Graduação em Economia Doméstica (CED), na Universidade
Federal do Ceará foi criado, devido aos esforços impetrados em conjunto da
Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural (ANCAR-CE), pelo Movimento
Pró-Educação Familiar e pelo então Reitor da UFC Professor Antônio Martins Filho.
O marco dessa criação foi o trabalho pioneiro da orientadora de programas de
Economia Doméstica da ANCAR-CE, professora Maria Gonçalves da Rocha Leal, a
determinação do Reitor Martins Filho de incluir Economia Doméstica entre os cursos
ofertados pela UFC e o apoio de um convênio estabelecido entre a Universidade do
Arizona, nos Estados Unidos da América (USA) e a UFC.
Em 1964 quatro jovens cearenses, Maria Stella Amaral, Maria Iracema de
Sá, Vera Maria Ferreira Lima e Fátima Lima Sampaio viajaram para a Universidade
do Arizona, nos Estados Unidos, onde obtiveram em 1966, o diploma de Bacharel
em Ciências Domésticas. Em1967 três delas, Maria Stella, Maria Iracema e Fátima
Sampaio foram contratados pela UFC como professoras do Departamento de
Economia Agrícola para implantarem o Curso de Economia Doméstica da UFC.
Apesar de todos os esforços por parte da equipe encarregada de
alavancar sua criação, a burocracia devido à reforma universitária atrasou a criação
do Curso de Graduação em Economia Doméstica e houve um longo espaço de
tempo entre a aprovação pelo Conselho Universitário do anteprojeto para a criação
do curso, ocorrida em fevereiro de 1970. A autorização para o funcionamento do
mesmo só foi formalizada na sessão de 04 de fevereiro de 1972, pelo referido
Conselho. Mas somente 19 anos depois é que o Curso de Graduação em Economia
Doméstica foi reconhecido, através do Decreto Federal S/N, de 25 de abril de 1991 e
sua publicação no Diário Oficial da União foi em 26 de abril de 1991
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012d).
5.3 Curso de Engenharia Metalúrgica
O Curso de Graduação em Engenharia Metalúrgica do Centro de
Tecnologia da UFC foi criado em 2 de setembro de 2005, através da Resolução do
CONSUNI/UFC n° 06 tendo sua primeira turma iniciada em março de 2006 e
formada em dezembro de 2010. O Curso de Engenharia Metalúrgica pertence ao
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, e também oferece Cursos
de Mestrado e Doutorado em Engenharia e Ciência de Materiais. Mantém convênios
66
com importantes indústrias siderúrgicas, como CSN e Gerdau, e intercâmbio com
universidades conceituadas, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro e
Université Livre de Bruxelles, onde seus alunos podem realizar estágios e cursos.
O Engenheiro Metalurgista é responsável pelo beneficiamento de
minérios, por sua transformação em metais e ligas metálicas e suas aplicações na
indústria. Ele atua em todo o processo, desde a extração, o refino e a conformação
até a obtenção de ligas metálicas para os mais diversos usos industriais, desde a
confecção de chapas e vigas para a construção civil até a produção de latas de
refrigerante, implantes ortopédicos e trens de pouso de aviões. Com profundo
conhecimento dos metais e de suas propriedades, ele também combina metais com
outros materiais, como vidro, plástico ou cerâmica, criando compostos com novas
propriedades. Presente em diversos segmentos industriais, esse profissional é
indispensável nas indústrias de base e no setor metalúrgico.
Apenas 11 instituições de ensino superior (IES) oferecem o Curso de
Engenharia Metalúrgica no Brasil. O Curso de Engenharia Metalúrgica da
Universidade Federal do Ceará é o único fora das regiões Sul (2 IES) e Sudeste (10
IES). Seu Projeto Político Pedagógico (PPP) foi elaborado em 2005 com algumas
alterações em 2006 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012f).
5.4 Curso de Enfermagem
O Curso de Enfermagem da UFC iniciou suas atividades em 1º de março
de 1976. Em dezembro de 1978, o currículo pleno do curso foi aprovado pelo
CEPE/UFC (Anexo 53), sendo encaminhado para o Conselho Federal de Educação
sob a forma do processo nº. 7.727/78, de 8 dezembro de 1978.
Foi reconhecido pelo MEC por meio da Portaria nº. 1.069, de 29 de
outubro de 1979, publicada no Diário Oficial da União de 30 de outubro de 1979. Ao
término da 1º turma de graduados, o curso contava com 20 docentes. Em 1980,
inicia-se o projeto de construção da sede própria do curso, concluída em 1986.
Nesses 32 anos de funcionamento, o Curso de Enfermagem cresceu
quantitativamente e qualitativamente. Hoje conta com um Programa de Pós-
Graduação lato sensu e stricto sensu, a saber: um curso de mestrado e um de
doutorado, dois cursos de especialização, sendo um multiprofissional em saúde da
família, com uma abordagem na cultura local, e o outro em neonatologia, voltado
67
para enfermeiros, totalizando um corpo discente de aproximadamente 500 alunos,
entre graduação e pós-graduação.
Em 2012, o quantitativo docente é de 23 professores efetivos, entre
doutores e mestres. O curso conta ainda com professores substitutos que auxiliam
na graduação, especificamente na função de ensino.
A Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE) foi criada
em 1997, com a finalidade de promover a formação de profissionais farmacêuticos,
dentistas e enfermeiros capazes de exercer suas atividades inerentes a cada um no
âmbito dos distintos níveis de complexidade de atenção à saúde.
A FFOE desenvolve ações de assistência à população através de
convênios com as Secretarias de Saúde da Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF)
e do Estado do Ceará, bem como com o Ministério da Saúde, integrando-se à rede
de serviços. Dispõe, ainda, de uma Farmácia Escola, um Laboratório de Análises
Clínicas e Toxicológicas, um Centro de Desenvolvimento e Ensaios Farmacêuticos -
CEDEFAR, um Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos – CGPUIM
e uma Clínica Integrada com uma unidade de urgência odontológica 24 horas.
O Curso de Enfermagem tem seu Projeto Político Pedagógico (PPP)
datado em dezembro de 2004 e o seu adendo é de 08 de maio de 2006
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012e).
5.5 Curso de Direito
Criada em 21 de fevereiro de 1903, por força da Lei Estadual Nº 717, a
Faculdade Livre de Direito do Ceará foi a primeira instituição de ensino superior do
Estado. O curso começou a funcionar no andar superior do antigo prédio da
Assembleia Legislativa, hoje Museu do Ceará, situado na Praça dos Leões. O prédio
onde atualmente está localizada a Faculdade, situado à Rua Meton de Alencar, de
frente para a Praça Clóvis Beviláqua, foi inaugurado em 12 de março de 1938. Em
12 de maio de 1938, o curso foi oficialmente reconhecido pelo Governo Federal
através do Decreto-Lei Nº 421 de 12 de maio de 1938. Em dezembro 1954, por força
da Lei Federal Nº 2.373, a Faculdade de Direito foi reunida com a Escola de
Agronomia, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Farmácia e Odontologia com
a finalidade de instituir a Universidade Federal do Ceará (UFC).
68
Atualmente, o Curso de Direito da UFC apresenta a seguinte missão:
Desenvolver o potencial humano pleno dos futuros bacharéis em Direito, formando-
os com uma visão atualizada e crítica do mundo e, em particular, dando-lhes uma
consciência planetária dos problemas locais e nacionais através de abordagem
interdisciplinar e transdisciplinar do Direito, sem descurar a competência técnico-
jurídica necessária para a busca de soluções comprometidas com a ética e a justiça
social através da preservação e efetivação dos direitos humanos e fundamentais.
(UFC).
O Curso de Direito tem seu Projeto Político Pedagógico (PPP) datado em
dezembro de 2007 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012h).
69
6 A BIBLIOGRAFIA BÁSICA DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E A COBERTURA
DO ACERVO DAS BIBLIOTECAS DA UFC
O Sistema de Bibliotecas da UFC vem realizando desde 2007, estudos
das bibliografias básicas por cursos de graduação, com o objetivo de analisar e
avaliar à cobertura do acervo das bibliotecas em relação a essas bibliografias
básicas. Além da cobertura, esses estudos identificam se a quantidade de
exemplares existentes nas bibliotecas é suficiente para receber a demanda segundo
as exigências do MEC, no processo de avaliação das IES.
O Pergamum (Sistema Integrado de Bibliotecas) é um software de
gerenciamento de bibliotecas responsável pela automação do acervo e dos serviços
do Sistema de Bibliotecas da UFC. Dentre as funções gerenciais de uma biblioteca,
o PERGAMUM contempla as seguintes estruturas: Aquisição; Catalogação;
Usuários; Circulação de Materiais; Parâmetros; Consulta; Relatórios e Diversos.
Uma das funcionalidades do módulo USUÁRIOS é criar um Plano de
Ensino por Unidade Organizacional (UO), cujo objetivo é agrupar o acervo do
Sistema de Bibliotecas por UO. O Plano de Ensino cria a grade curricular dos cursos
de graduação, onde é possível vincular o acervo a uma disciplina específica. Um
diferencial apresentado pelo software Pergamum que merece destaque, é a
parametrização de dados. O Plano de Ensino segue os mesmos critérios do MEC,
no item distribuição de exemplares por número de alunos. Essa funcionalidade está
sendo utilizada desde março de 2012 pelo Sistema de Bibliotecas da UFC, para a
análise e avaliação do acervo das bibliotecas em relação à cobertura das
bibliografias básicas indicadas nos cursos de graduação da Universidade.
Um dos produtos ofertados pelo Pergamum após a criação do Plano de
Ensino são os relatórios, nos quais é possível visualizar o plano de ensino das
disciplinas, bem como o acervo correspondente existente por biblioteca, conforme
ilustrado na Figura 1 abaixo. Esses relatórios foram ferramentas importantes de
suporte para essa pesquisa, à medida que possibilitou conhecer à cobertura do
acervo do Sistema de Bibliotecas em relação às bibliografias básicas.
70
Figura 1 – Relatório do Pergamum por Unidade Organizacional
Fonte: Pergamum (2012).
6.1 A bibliografia básica do Curso de Geografia
As bibliografias básicas do Curso de Geografia, atualmente disponíveis
como correntes, são as mesmas que compuseram o Projeto Político Pedagógico
(PPP) do curso em 2004, fazendo parte das ementas das disciplinas, a partir do
semestre 2005/1.
Segundo informação disponibilizada na home page3 do curso, para a
modalidade licenciatura, o curso de Geografia oferece 39 disciplinas obrigatórias,
distribuídas em 8 semestres. O curso também oferece disciplinas optativas que não
fizeram parte dessa pesquisa.
Para uma melhor compreensão em relação às atualizações dos títulos
indicados na Bibliografia Básica do curso, a quantidade de título está agrupada por
data de publicação, obtendo o seguinte resultado:
1 Título antes de 1900
8 Títulos sem data
8 Títulos da década de 60
14 Títulos da década de 70
50 Títulos da década de 80
3 http://www.geografia.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=56&Itemid=86.
71
101 Títulos da década de 90
94 Títulos da 1° década de 2000
6.1.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Geografia no acervo do
Sistema de Bibliotecas da UFC
As 39 disciplinas obrigatórias ofertadas na matriz curricular do Curso de
Geografia, na modalidade licenciatura, adotam como bibliografia básica, um total de
276 títulos, dos quais, o Sistema de Bibliotecas da UFC, disponibiliza 131 títulos
conforme demonstrado no Quadro 1 abaixo:
Quadro 1 – Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do Sistema de Bibliotecas
Semestre Disciplinas ofertadas
4
Títulos indicados nas bibliografias
básicas
Títulos existentes no acervo da
biblioteca5
% Cobertura das bibliografias básicas
por semestre
1 5 27 13 48,14%
2 6 19 7 36,84%
3 5 30 13 43,33%
4 6 47 22 46,80%
5 5 55 29 52,72%
6 6 47 20 42,55%
7 4 36 20 55,55%
8 2 15 7 46,66%
TOTAL 39 276 131 47,46%
Fonte: Ementas das disciplinas e Relatório do Sistema Pergamum.
Conforme demonstrado no quadro acima, em termos absolutos, o acervo
da Biblioteca de Ciências e Tecnologia, atende 47,46% de cobertura da Bibliografia
Básica. Esta percentagem baseia-se apenas na existência ou não do título indicado
na Bibliografia Básica, desconsiderando-se o número de exemplares por títulos.
Dessa forma, o semestre que possui a maior cobertura do acervo em relação à
bibliografia básica é o VII semestre, na mesma proporção inversa, o de menor
cobertura é o semestre II.
4 Para efeito desse estudo, somente foram consideradas as disciplinas obrigatórias.
5 Para efeito dessa análise, somente será considerado o acervo da biblioteca depositária do Curso de Geografia, que é Biblioteca de Ciências e Tecnologia – BCT.
72
6.2 A bibliografia básica do Curso de Economia Doméstica
As bibliografias básicas do Curso de Economia Doméstica, atualmente
disponíveis como correntes, foram disponibilizadas pela coordenação do curso para
essa pesquisa, o Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso estava sendo
elaborado em 2012 à época do estudo.
Segundo informação cedida pelo curso de Economia Doméstica, são
ofertadas 27 disciplinas obrigatórias, distribuídas em 8 semestres. O curso também
oferece disciplinas optativas que não fizeram parte dessa pesquisa.
Para uma melhor compreensão em relação às atualizações dos títulos
indicados na Bibliografia Básica do curso, a quantidade de título está agrupada por
data de publicação, obtendo o seguinte resultado:
11 Títulos sem data
1 Título da década de 60
19 Títulos da década de 70
41 Títulos da década de 80
43 Títulos da década de 90
95 Títulos da 1° década de 2000
6.2.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Economia Doméstica no
acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC
As 27 disciplinas obrigatórias ofertadas na matriz curricular do Curso de
Economia Doméstica adotam como bibliografia básica, um total de 210 títulos, dos
quais, o Sistema de Bibliotecas da UFC, disponibiliza 113 títulos conforme
demonstrado no Quadro 2:
73
Quadro 2 – Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do Sistema de Bibliotecas
Semestre Disciplinas
ofertadas6
Títulos indicados
nas bibliografias
básicas
Títulos existentes
no acervo da
biblioteca7
% Cobertura das
bibliografias básicas
por semestre
1 4 3 - 0%
2 4 - - 0%
3 4 58 10 17,24%
4 5 26 19 73,07%
5 2 20 12 60%
6 5 81 7 8,64%
7 2 21 3 14,28%
8 1 - 62 -
TOTAL 27 210 113 53,80%
Fonte: Ementas das disciplinas e Relatório do Sistema Pergamum.
Conforme demonstrado no quadro acima, em termos absolutos, o acervo
da Biblioteca de Ciências e Tecnologia, atende 53,80% de cobertura da Bibliografia
Básica. Esta percentagem baseia-se apenas na existência ou não do título indicado
na Bibliografia Básica, desconsiderando-se o número de exemplares por títulos.
Dessa forma, o semestre que possui a maior cobertura do acervo em relação à
bibliografia básica é o IV semestre, na mesma proporção inversa, o de menor
cobertura é o semestre I e II.
As bibliografias básicas das disciplinas do II e do VIII semestre não foram
mesnsuradas, pois não foram disponibilizadas pelo curso.
6.3 A bibliografia básica do Curso de Engenharia Metalúrgica
As bibliografias básicas do Curso de Engenharia Metalúrgica, atualmente
disponíveis como correntes, são as mesmas que compuseram o Projeto Político
Pedagógico (PPP) do curso em 2005, porém, o PPP do Curso de Engenharia
Metalúrgica passou por algumas alterações em 2006.
Segundo informação disponibilizada em sua home page (UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ, 2012f), o curso de Engenharia Metalúrgica oferece 54
disciplinas obrigatórias, distribuídas em 10 semestres, em seu PPP os semestres
6 Para efeito desse estudo, somente foram consideradas as disciplinas obrigatórias.
7 Para efeito dessa análise, somente será considerado o acervo da biblioteca depositária do Curso de Economia Doméstica, que é Biblioteca de Ciências e Tecnologia – BCT.
74
são agrupados em dois, perfazendo 5 períodos anuais. O curso também oferece
disciplinas optativas que não fizeram parte dessa pesquisa.
Para uma melhor compreensão em relação às atualizações dos títulos
indicados na Bibliografia Básica do curso, a quantidade de título está agrupada por
data de publicação, obtendo o seguinte resultado:
45 Títulos sem data
3 Títulos da década de 60
10 Títulos da década de 70
22 Títulos da década de 80
68 Títulos da década de 90
45 Títulos da 1° década de 2000
6.3.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Engenharia Metalúrgica no
acervo do Sistema de Bibliotecas da UFC
As 54 disciplinas obrigatórias ofertadas na matriz curricular do Curso de
Engenharia Metalúrgica adotam como bibliografia básica, um total de 193 títulos, dos
quais, o Sistema de Bibliotecas da UFC disponibiliza 66 títulos conforme
demonstrado no Quadro 3, abaixo:
Quadro 3 – Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do Sistema de Bibliotecas
Semestre Anual Disciplinas
ofertadas8
Títulos indicados
nas bibliografias
básicas/ano
Títulos existentes
no acervo da
biblioteca9
% Cobertura das
bibliografias básicas
por semestre
1 1 ª ano 6 50 16 32%
2 3
3 2 ª ano 5 30 21 70%
4 6
5 3 ª ano 6 47 17 36,17%
6 6
7 4 ª ano 6 42 11 26,19%
8 6
9 5 ª ano 1 24 1 4,16%
10 5
TOTAL 54 193 66 34,19%
Fonte: Pergamum (2012).
8 Para efeito desse estudo, somente foram consideradas as disciplinas obrigatórias.
9Para efeito dessa análise, somente será considerado o acervo da biblioteca depositária do Curso de Engenharia Metalúrgica, que é Biblioteca de Ciências e Tecnologia – BCT.
75
Conforme demonstrado no quadro acima, em termos absolutos, o acervo
da Biblioteca de Ciências e Tecnologia, atende 34,19% de cobertura da Bibliografia
Básica. Esta percentagem baseia-se apenas na existência ou não do título indicado
na Bibliografia Básica, desconsiderando-se o número de exemplares por títulos.
Dessa forma, o semestre que possui a maior cobertura do acervo em relação à
bibliografia básica é o III e IV semestre, que correspondem ao 2º ano, na mesma
proporção inversa, o de menor cobertura é o semestre IX e X, que correspondem ao
5º ano do curso.
6.4 A bibliografia básica do Curso de Enfermagem
As bibliografias básicas do Curso de Enfermagem, atualmente disponíveis
como correntes, são as mesmas que compuseram o Projeto Político Pedagógico
(PPP) do curso em 2004. O Curso de Enfermagem tem seu Projeto Político
Pedagógico (PPP) datado em dezembro de 2004, porém apresenta um adendo em
de 08 de maio de 2006.
Segundo informação disponibilizada na home page do curso
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012e), curso de Enfermagem oferece 38
disciplinas obrigatórias, distribuídas em 9 semestres. O curso também oferece
disciplinas optativas que não fizeram parte dessa pesquisa.
Para uma melhor compreensão em relação às atualizações dos títulos
indicados na Bibliografia Básica do curso, a quantidade de título está agrupada por
data de publicação, obtendo o seguinte resultado:
6 Títulos sem data
2 Títulos da década de 70
7 Títulos da década de 80
65 Títulos da década de 90
122 Títulos da 1° década de 2000
76
6.4.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Enfermagem no acervo do
Sistema de Bibliotecas da UFC
As 37 disciplinas obrigatórias ofertadas na matriz curricular do Curso de
Enfermagem adotam como bibliografia básica, um total de 202 títulos, dos quais, o
Sistema de Bibliotecas da UFC, disponibiliza 115 títulos conforme demonstrado no
Quadro 4 abaixo:
Quadro 4 – Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do
Sistema de Bibliotecas
Semestre Disciplinas
ofertadas10
Títulos indicados nas
bibliografias básicas
Títulos existentes
no acervo da
biblioteca11
% Cobertura das
bibliografias básicas
por semestre
1 5 16 12 75%
2 6 24 - 0%
3 6 9 - 0%
4 6 11 10 90,90%
5 3 29 11 37,93%
6 2 47 33 70,21%
7 2 44 35 79,54%
8 3 8 5 62,5%
9 4 14 9 64,28%
TOTAL 37 202 115 56,93%
Fonte: Ementas das disciplinas e Relatório do Sistema Pergamum
Conforme demonstrado no quadro acima, em termos absolutos, o acervo
da Biblioteca de Ciências da Saúde, atende 56,93% de cobertura da Bibliografia
Básica. Esta percentagem baseia-se apenas na existência ou não do título indicado
na Bibliografia Básica, desconsiderando-se o número de exemplares por títulos.
Dessa forma, o semestre que possui a maior cobertura do acervo em relação à
bibliografia básica é o IV semestre, na mesma proporção inversa, os semestres II e
III, são os de menor cobertura.
10
Para efeito desse estudo, somente foram consideradas as disciplinas obrigatórias. 11
Para efeito dessa análise, somente será considerado o acervo da biblioteca depositária do Curso de Enfermagem, que é Biblioteca de Ciências da Saúde – BCS.
77
6.5 A bibliografia básica do Curso de Direito
As bibliografias básicas do Curso de Direito, atualmente disponíveis como
correntes, são as mesmas que compuseram o Projeto Político Pedagógico (PPP) do
curso em 2007.
Segundo informação disponibilizada na home page do curso
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012h), o curso de Direito oferece 43
disciplinas obrigatórias, distribuídas em 9 semestres. O curso também oferece
disciplinas optativas que não fizeram parte dessa pesquisa.
Para uma melhor compreensão em relação às atualizações dos títulos
indicados na Bibliografia Básica do curso, a quantidade de título está agrupada por
data de publicação, obtendo o seguinte resultado:
70 Títulos sem data
10 Títulos antes de 1900
3 Títulos da década de 10
2 Títulos da década de 20
3 Títulos da década de 30
3 Títulos da década de 40
7 Títulos da década de 60
17 Títulos da década de 70
14 Títulos da década de 80
58 Títulos da década de 90
191 Títulos da 1° década de 2000
6.5.1 Cobertura da bibliografia básica do Curso de Direito no acervo do
Sistema de Bibliotecas da UFC
As 43 disciplinas obrigatórias ofertadas na matriz curricular do Curso de
Direito adotam como bibliografia básica, um total de 378 títulos, dos quais, o Sistema
de Bibliotecas da UFC, disponibiliza 260 títulos conforme demonstrado no Quadro 5
abaixo:
78
Quadro 5 – Demonstrativo das Bibliografias Básicas em relação ao acervo do Sistema de Bibliotecas
Semestre Disciplinas
ofertadas12
Títulos indicados
nas bibliografias
básicas
Títulos existentes
no acervo da
biblioteca13
% Cobertura das
bibliografias básicas
por semestre
1 7 55 25 45,45%
2 5 35 33 94,28%
3 4 32 31 96,87%
4 5 92 53 57,60%
5 5 34 27 79,41%
6 5 40 25 62,5%
7 5 35 29 82,85%
8 5 45 30 66,66%
9 2 10 7 70%
TOTAL 43 378 260 68,78%
Fonte: Pergamum (2012).
Conforme demonstrado no quadro acima, em termos absolutos, o acervo
da Biblioteca da Faculdade de Direito, atende 68,78% de cobertura da Bibliografia
Básica. Essa percentagem baseia-se apenas na existência ou não do título indicado
na Bibliografia Básica, desconsiderando-se o número de exemplares por títulos.
Dessa forma, o semestre que possui a maior cobertura do acervo em relação à
bibliografia básica é o III semestre, na mesma proporção inversa, o de menor
cobertura é o I semestre.
6.6 Comparativo de cobertura das bibliografias básicas de todos os cursos
pesquisados
Observando o resultado apresentado em relação à cobertura das
bibliografias básicas e comparando o resultado de todos eles, constata-se que
nenhum dles atingiu 70%. Porém, o que obteve o melhor resultado foi o Curso de
Direito, com 68,78%.
Os resultados são desiguais, a diferença percentual entre o curso que
apresentou melhor resultado (Direito) e o de pior resultado (Engenharia Metalúrgica),
corresponde a mais de 50%.
12
Para efeito desse estudo, somente foram consideradas as disciplinas obrigatórias. 13
Para efeito dessa análise, somente será considerado o acervo da biblioteca depositária do Curso de Direito, que é a Biblioteca da Faculdade de Direito – BFD.
79
Quadro 6 – Comparativo da Cobertura das Bibliografias Básicas entre os Cursos Pesquisados
Curso Disciplinas ofertadas
Títulos indicados nas bibliografias básicas
Títulos existentes no acervo da
biblioteca
% Cobertura das bibliografias
básicas
Geografia 39 276 131 47,45%
Economia Doméstica
27 210 113 53,80%
Engenharia Metalúrgica
54 193 66 34,19%
Enfermagem 37 202 115 56,95%
Direito 43 378 260 68,78%
Fonte: Ementas das disciplinas e Relatório do Sistema Pergamum.
Grande parte da disparidade mostrada no quadro 6, em relação a
cobertura das bibliografias básicas dos pesquisados, é resultado da falta de uso das
bibliografias básicas adotadas para a disciplina por parte dos docentes, outro fator é
o envio para compra de quantidades ínfimas destas bibliografia.
Esse quadro tenderá a se modificar nos próximos anos, com a adoção de
estratégias de cobertura do acervo por parte do Sistema de Bibliotecas e de uma
participação enérgica da Pró-Reitoria de Graduação em relação às avaliações dos
Cursos de Graduação.
80
7 LISTAGEM DE COMPRAS DE LIVROS E AS BIBLIOGRAFIAS BÁSICAS
A aquisição de material bibliográfico para compor o acervo do Sistema de
Bibliotecas da UFC se inicia com a divulgação do Edital de Convocação do
Programa Especial de Atualização dos Acervos de Bibliotecas e convida as
Coordenações de Cursos de Graduação para apresentarem suas propostas nas
condições e no prazo previsto no Edital (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ,
2013).
As propostas enviadas pelas Coordenações de Cursos de Graduação
obedecem ao padrão determinado por meio de Edital elaborado pelo Sistema de
Bibliotecas. O Edital apresenta as especificações a serem adotadas pelas
Coordenações dos Cursos de Graduação, para elaboração das listas de compra.
Deverão vir em planilha feita no Programa Excel, a planilha Excel apresenta
funcionalidades que facilitam o manuseio de grandes quantidades de dados, por
esse motivo é adotada como padrão na confecção das listas. As informações que
compõe as listas são: nome do autor da obra, título, ISBN, edição, ano, áreas do
conhecimento, disciplina e biblioteca, bem como o valor atualizado em reais do
exemplar.
Cada Curso de Graduação da UFC poderá participar como proponente de
apenas uma proposta. Cada proposta deverá apresentar lista de até 100(cem) títulos
em ordem de prioridade, sendo 80(oitenta) nacionais e 20(vinte) estrangeiros, no
caso de títulos estrangeiros deverão converter o valor em moeda nacional
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2013).
Uma das exigências do edital é que as Coordenações dos Cursos
deverão encaminhar um Termo de Compromisso, assinado pelo coordenador(a) do
curso e pelo(a) diretor(a) da unidade acadêmica respectiva, assumindo que os livros
solicitados para compra serão adotados por um período mínimo de quatro anos
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2013).
Os Coordenadores dos Cursos de Graduação terão prazo de dois meses
para o envio a Biblioteca Universitária das propostas de compra. Todas as propostas
são encaminhadas a Divisão de Desenvolvimento do Acervo do Sistema de
Bibliotecas, onde serão efetuadas as verificações necessárias das planilhas por
curso, tais como: preço, quantidade, ISBN e etc.; após essa verificação, monta-se a
planilha que seguirá para a licitação dividida por lotes. Os lotes são divididos de
81
acordo com a área de conhecimento, também monta-se um lote somente com os
títulos estrangeiros e outro lote com as planilhas dos cursos dos campi do interior
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2013).
Após a montagem dos lotes é aberto o processo de compras e
encaminhado a Pró-Reitoria de Administração da UFC, que encaminha para a
Comissão de licitação. Ao chegar na Comissão de Licitação é aberto o pregão
eletrônico, pelo pregoeiro.
Cada proposta encaminhada pelas empresas concorrentes à Comissão
de Licitação é enviada a Divisão de Desenvolvimento do Acervo para que seja
analisada, observando-se se as mesmas estão em consonância com o Edital.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2013).
Os empenhos são enviados para as empresas ganhadoras do pregão e
para a Divisão de Desenvolvimento do Acervo do Sistema de Bibliotecas, que nesse
momento, passa a acompanhar o recebimento do material bibliográfico contido
nesses empenhos (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2013).
Do lançamento do Edital de Convocação à chegada dos exemplares às
bibliotecas que atendem aos Cursos de Graduação é de aproximadamente dez
meses, porém à entrega desse material pelas empresas fornecedoras, na maioria
das vezes, ultrapassa o prazo estabelecido pelo edital que é de sessenta dias para
livros nacionais e noventa dias para os estrangeiros. Aumentando assim, o tempo de
chegada desses exemplares às bibliotecas.
Em 2012, o Sistema de Bibliotecas acrescentou no Edital 01/2012 de
Convocação do Programa Especial de Atualização dos Acervos de Bibliotecas, as
seguintes mudanças: As propostas dos Coordenadores dos Cursos de Graduação
deveríam constar obrigatoriamente de títulos da bibliografia básica do programa de
discipliana atualizada do curso (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2013).
Com isso, o Sistema de Bibliotecas visa à cobertura do acervo em relação
às bibliografias básicas, atendendo dessa forma, às exigências do MEC, definidas
pelo Instrumento de Avaliação dos Cursos de Graduação, através do Sinaes.
Constava nos editais dos anos de 2010/2012, que as coordenações dos
cursos de graduação da UFC, poderiam indicar para compra, até 100 títulos,
partindo desse princípio, nos três anos pesquisados havia a possibilidade de indicar
para compra até 300 títulos. Vale salientar que a motivação para estudar os editais
82
dos anos de 2010/2012, corresponde ao período que houve significativo aumento no
investimento em material bibliográfico.
Verificando o quadro abaixo, observa-se que as coordenações dos cursos
pesquisados deixaram de se beneficiar do processo de compras nos 03 últimos
editais (2010/2012), uma vez que tiveram a possibilidade real de indicar para compra
100 títulos, conforme detalhado no Quadro 7:
Quadro 7 – Demonstrativo de títulos indicados para compra por curso de graduação
CURSOS GEOGRAFIA ECONOMIA DOMÉSTICA
ENGENHARIA METALÚRGICA
ENFERMAGEM DIREITO
Títulos solicitados no edital de 2010
40
0
0
0
99
Títulos solicitados no edital de 2011
57
84
31
0
89
Títulos solicitados no edital de 2012
42
60
0
31
81
TOTAL 139 144 31 31 269
Fonte: Listagens enviadas para compra de 2010 a 2012.
Em termos percentuais, o aproveitamento obtido pelos cursos de
graduação, em relação à aquisição de novos títulos, representou valores que
correspondem: 46,3% para o Curso de Geografia; 48% para o Curso de Economia
Doméstica; 10,3% para o Curso Engenharia Metalúrgica; 10,3% para o Curso de
Enfermagem e 89,6% para o Curso de Direito. Dessa forma, o Curso de Direito foi
quem melhor soube aproveitar o processo de compras de livros.
Isto posto, entendemos que o resultado apresentado no quadro 7, se
reflete também na cobertura dos percentuais das Bibliografias Básicas dos cursos
pesquisados apresentados nos quadros 2, 3, 4, e 5.
Se compararmos os respectivos quadros, com os resultados
apresentados no quadro 7, identificamos que a Coordenação do Curso que melhor
soube aproveitar os editais de compras de livros, é a que apresenta melhor
resultado em termo de cobertura das Bibliografias Básicas, no caso o Curso de
Direito.
83
Gráfico 1 – Percentual de aproveitamento de títulos indicados para compra por curso de graduação
Fonte: Listagens enviadas para compra de 2010 a 2012.
De posse das informações apresentas no gráfico acima, foram elencados
os argumentos apresentados pelos coordenadores dos cursos pesquisados, na
ocasião das entrevistas, objetivando perceber o motivo pelo qual levou os cursos de
graduação não a solicitarem a quantidade de títulos de livros permitidos nos editais.
Segundo os coordenadores, esse resultado nos quatro primeiros cursos é
devido à falta de interesse dos professores em enviar à coordenação do curso as
listagens com pedidos de compra de material bibliográfico e a utilização de outros
materiais como fotocópias o que é mais habitual.
Dos cursos estudados, o Curso de Direito é o que possui bibliografia
básica mais atualizada, datando de 2007 e sendo verificada de acordo com as
atualizações editoriais. Ocorre uma situação particular no Curso de Direito, durante o
processo de compras, que contribui para um resultado diferenciado em relação aos
demais cursos pesquisados, a participação efetiva da biblioteca. Por esse motivo,
não houve a necessidade de pedir a bibliografia básica, segundo a bibliotecária
chefe da Biblioteca da Faculdade de Direito, os professores fazem suas listagens e a
biblioteca por sua vez, analisa os títulos, verificando no Sistema Pergamum,
software utilizado pelo Sistema de Bibliotecas, para catalogação, cadastro e registro
de exemplares, a quantidade destes, o número de empréstimos e ano do exemplar,
Mediante essa análise, inclui ou exclui a quantidade de exemplares a serem
pedidos. A Biblioteca da Faculdade de Direito, também acrescenta títulos que são
bastante emprestados pelos usuários bem como suas sugestões.
84
7.1 Listagem de compra de livros do Curso de Geografia
Mesmo havendo especificado nos editais dos anos de 2010, 2011 e 2012,
a possibilidade de solicitar 100 títulos para a compra, o Curso de Geografia não
chegou a solicitar 60 títulos ao ano, fato que o coordenador do curso atribui à
dificuldade de se obter as listagens dos professores.
Na entrevista, o coordenador explicou como foi feita a elaboração da
listagem de compra para o curso. Disse que solicitou aos professores que
enviassem os principais títulos vinculados às suas disciplinas, indicando 05 livros
principais e 05 complementares. Somente 12 dos 20 professores retornaram em
tempo suas sugestões, as mesmas foram reunidas em um único material e
encaminhadas para a BU. Não houve por parte dos professores nenhuma pesquisa
desses títulos pedidos por eles, na Biblioteca, e nem do seu quantitativo, para que
não fossem pedidos livros que já tivessem em excesso no acervo.
A Coordenação do Curso de Geografia informou que os professores não
manifestam interesse, quando solicitados para sugerirem títulos para compra, visto
que a biblioteca não é muito frequentada pelos alunos do curso, pois os mesmos
usam em primeiro lugar, os textos (capítulos e artigos) pré-xerocados, juntamente
com os documentos online que passaram a reger a maior parte da “bibliografia”
cotidiana dos alunos, o coordenador justificou esses hábitos são devido à burocracia
mantida sobre a tramitação do Projeto Político Pedagógico do curso.
Com base nessas informações, o coordenador constatou que não há
interesse dos professores em atualizarem as bibliografias das disciplinas que eles
assistem.
7.2 Listagem de compra de livros do Curso de Economia Doméstica
Analisando o quadro acima, verificou-se que o Curso de Economia
Doméstica não solicitou os 100 títulos a qual tem direito mediante ao processo de
compra, mas apenas 84 em 2011 e 60 títulos em 2012, fato que a coordenadora do
curso atribui à dificuldade de se obter as listagens dos professores.
O aparecimento de títulos da bibliografia básica nas listagens de compras
enviadas à biblioteca ocorre devido ao empenho da própria coordenadora em
completar as listagens com as bibliografias básicas que constavam nas ementas.
85
Essa atitude fez com que aparecesse uma quantidade maior das mesmas nas
listagens deste curso.
A listagem de compras do Curso de Economia Doméstica é feita
solicitando aos professores que enviem títulos que eles desejam adquirir, mas nem
todos a enviam, o que acarreta um acúmulo de tarefas para o coordenador, que
acaba por não checar a existência desses títulos no Sistema de Bibliotecas e se
estão desatualizados, Segundo a coordenadora, “essa é uma das dificuldades
encontradas nesta tarefa de atualização do acervo a cooperação por parte dos
professores”. (coordenadora)
7.3 Listagem de compra de livros do Curso de Engenharia Metalúrgica
O Curso de Engenharia Metalúrgica só enviou pedido de compras em
2011 e ainda assim foi somente de 31 títulos. Segundo o coordenador, esse
resultado é devido à falta de interesse dos professores em enviar à coordenação do
curso as listagens com pedidos de compra de material bibliográfico e a utilização de
outros materiais como fotocópias o que é mais habitual.
Foi indagado ao Coordenador do Curso duas questões: “O motivo pelo
qual não foi enviada a listagem para compras de material bibliográfico em 2010 e
2012 e o porquê deles não solicitaram os 100 títulos, apenas 31títulos e desses,
somente 5 títulos compunham a bibliografia básica, no edital de 2011, o mesmo
revelou que não houve realmente um cuidado na solicitação desse material e que
houve dificuldade em obter dos professores essas listagens.
Na entrevista foi perguntado: “Como é feita a listagem de compra para o
seu curso?” Segundo informou o coordenador do Curso de Engenharia Metalúrgica,
o pedido de compra de livros ocorre na ocasião da publicação de edital específico
para esse fim. A elaboração da lista de compra de livros é feita por consulta direta
aos professores responsáveis por cada disciplina, sem nenhuma consulta prévia
destes à biblioteca.
7.4 Listagem de compra de livros do Curso de Enfermagem
Comparando as três últimas listagens de compras de material
bibliográfico do Curso de Enfermagem o que se pode notar é que o curso só enviou
86
pedido de compras em 2012 e mesmo assim foram somente 31 títulos dos 100
títulos que o curso poderia ter pedido.
Perguntado em entrevista a Coordenadora do Curso de Enfermagem
sobre esse fato, ela relatou que não há um interesse por parte dos professores em
elaborar as listagens de compra de livros, eles preferem utilizar o portal da CAPES e
o SCIELO, como base para as suas disciplinas e que os alunos não frequentam a
biblioteca, não há esse hábito de utilizar a biblioteca entre os alunos do Curso de
Enfermagem, eles preferem pedir o material bibliográfico ao professor e fazer cópia.
É comum entre os professores deixar o material de estudo da sua disciplina na
Xerox para que os alunos façam cópia.
Essa preferência dos docentes faz com que os estudantes do Curso de
Enfermagem não frequentem a Biblioteca de Ciências da Saúde, deixando de criar o
hábito da leitura e pesquisa na biblioteca que muito enriqueceria o seu aprendizado.
Esse desinteresse por parte dos docentes de fazerem a listagem de compra de
livros para a sua disciplina resulta em um acervo desatualizado que prejudicará a
avaliação do Curso de Enfermagem, pelo MEC.
7.5 Listagem de compra de livros do Curso de Direito
Em relação ao Curso de Direito, pode-se concluir que foi o que mais
enviou itens para compra, sendo 99 títulos em 2010, em 2011 foram 89 títulos e em
2012 foram 81 títulos.
Dos cursos estudados, o Curso de Direito é o que possui bibliografia
básica atualizada, a maioria dos títulos indicados na Bibliografia Básica do Curso
são com data de edição da primeira década do segundo milênio, estando, portanto,
com edições bem atuais. No caso do Curso de Direito, a biblioteca apresenta
atuação bastante ativa no processo de compras, sendo ela que analisa os títulos
inseridos nas listagens dos professores. A participação efetiva da biblioteca reflete
na qualidade da cobertura do acervo em relação à bibliografia básica.
Por esse motivo, não houve a necessidade de pedir a bibliografia básica,
segundo a bibliotecária chefe da Biblioteca da Faculdade de Direito, os professores
fazem suas listagens e a biblioteca por sua vez, analisa os títulos, verificando no
Sistema Pergamum, a quantidade destes, o número de empréstimos e ano do
exemplar, após essa análise, é tomada a decisão de excluir ou incluir a serem
87
pedidos. A Biblioteca da Faculdade de Direito, também acrescenta títulos que são
bastante emprestados pelos usuários bem como suas sugestões.
7.6 A listagem de compra de livros X Bibliografia Básica
Em maio de 2012, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (2012c), juntamente com o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES), publicaram um novo “Instrumento de
Avaliação de Cursos de Graduação presencial e a distância”, dentre outras coisas,
apresentam indicadores; conceitos, e critérios de análise das bibliografias básicas.
O novo instrumento de avaliação do INEP/SINAES estabelece a
bibliografia básica, enquanto indicador de critério de análise dos cursos de
graduação, distribuídos em cinco conceitos distintos, variando de 1 a 5. O Sistema
de Bibliotecas da UFC adotou como satisfatório o conceito 3, em relação à cobertura
do acervo da bibliografia básica, conforme a orientação do documento:
Quando o acervo da bibliografia básica, com no mínimo três títulos por unidade curricular, está disponível na proporção média de um exemplar para a faixa de 10 a menos de 15 vagas anuais pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades
curriculares, de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo, além de ser
informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES. (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2012c).
Baseado nesses critérios, o Sistema de Bibliotecas da UFC adota a
proporção de um exemplar para 10 alunos.
Os estudos sobre as bibliografias básicas, realizados pelo Sistema de
Bibliotecas da UFC, identificaram lacunas que comprometem a cobertura do acervo
e os indicadores estabelecidos pelo MEC. Dessa forma, o Edital 01/2012 do
Programa Especial de Atualização do Acervo de Bibliotecas, divulgado pela Reitoria
da Universidade Federal do Ceará, em 29 de outubro de 2012, objetiva “atualizar os
acervos bibliográficos da Universidade Federal do Ceará, voltados para os cursos de
graduação, através da aquisição de livros” atendendo aos critérios do MEC, com
relação às avaliações dos cursos. Com esse Edital, o Sistema pretende corrigir
todas as deficiências de cobertura do acervo.
A pesquisa em pauta, ao confrontar os títulos solicitados nos editais de
compras dos anos de 2010/2012, com as bibliografias básicas adotadas pelos
cursos de graduação, identificou que a maioria das indicações apresentadas pelas
88
coordenações dos cursos, não contemplavam os títulos das bibliografias básicas,
conforme demonstrado no quadro abaixo.
Quadro 8 – Percentual anual de títulos da bibliografia básica solicitados nas listagens de compra por curso de graduação
CURSO DE GEOGRAFIA
ANO/EDITAL 2010 2011 2012
Títulos solicitados 40 57 42
Títulos da bibliografia básica 2 0 2
% De títulos da bibliografia básica em
relação aos títulos solicitados 5% 0% 4,76%
CURSO DE ECONOMIA DOMÉSTICA
ANO/EDITAL 2010 2011 2012
Títulos solicitados 0 84 60
Títulos da bibliografia básica 0
20 24
% De títulos da bibliografia básica em
relação aos títulos solicitados 0% 23,80% 40%
CURSO DE ENGENHARIA METALÚRGICA
ANO/EDITAL 2010 2011 2012
Títulos solicitados 0 31 0
Títulos da bibliografia básica 0
8 0
% De títulos da bibliografia básica em
relação aos títulos solicitados 0% 25,80% 0%
CURSO DE ENFERMAGEM
ANO/EDITAL 2010 2011 2012
Títulos solicitados 0 0 31
Títulos da bibliografia básica 0 0 4
% De títulos da bibliografia básica em
relação aos títulos solicitados 0% 0% 12,90%
CURSO DE DIREITO
ANO/EDITAL 2010 2011 2012
Títulos solicitados 99 89 81
Títulos da bibliografia básica 32 19 22
% De títulos da bibliografia básica em
relação aos títulos solicitados 32,32% 21,34% 27,16%
Fonte: Listagens enviadas para compra de 2010 a 2012 e Ementas das disciplinas.
89
Gráfico 2 – Percentual do ano de 2010 de títulos da bibliografia básica solicitados nas listagens de compra por curso de graduação
Fonte: Listagens enviadas para compra de 2010 a 2012.
Gráfico 3 – Percentual do ano de 2011 de títulos da bibliografia básica solicitados nas listagens de compra por curso de graduação
Fonte: Listagens enviadas para compra de 2010 a 2012.
90
Gráfico 4 – Percentual do ano de 2012 de títulos da bibliografia básica solicitados nas listagens de compra por curso de graduação
Fonte: Listagens enviadas para compra de 2010 a 2012.
7.7 A listagem de compra de livros do Curso de Geografia X Bibliografia Básica
As informações dos gráficos 2, 3 e 4 acima permitem constatar que o
Curso de Geografia, somente solicitou até 5% de Bibliografias Básicas em suas
compras nos anos de 2010 e 2012, não solicitando em 2011 nenhum título da
Bibliografia Básica do Curso.
Contudo, o Coordenador do Curso de Geografia informou na entrevista
realizada no dia 03 de setembro de 2012, para esse estudo, que as bibliografias
básicas do Curso de Geografia estão desatualizadas, mesmo havendo alteração no
PPP em 28 de agosto de 2012 e entrando em vigor em 2013.1. As Bibliografias
foram esquecidas no processo de atualização.
Por esse motivo não são pedidos muitos títulos da bibliografia básica, pois
a mesma não é muito utilizada pelos professores, estando defasada desde a
elaboração do PPP em 2004.
Segundo o Coordenador do Curso de Geografia em 2012 começou no
Departamento, uma maior interação com tudo que concerne à avaliação do Sinaes,
inclusive a atualização de suas Bibliografias Básicas.
91
7.8 A listagem de compra de livros do Curso de Economia Doméstica X
Bibliografia Básica
As informações dos gráficos 2, 3 e 4 acima permitem constatar que o
Curso de Economia Doméstica aumentou gradativamente o pedido de Bibliografias
Básicas em suas compras nos anos de 2011 e 2012, visto que, o curso não fez
pedido de compras em 2010, chegando quase a dobrar o percentual de títulos
pedidos da Bibliografia Básica. Esse fato ocorre devido à própria coordenadora ter
se empenhado em completar as listagens com as bibliografias básicas que
constavam nas ementas. Essa atitude fez com que aparecesse uma quantidade
maior de Bibliografias Básicas nas listagens deste curso.
Segundo a Coordenadora do Curso de Economia Doméstica, não houve
atualização das ementas e os professores não têm ciência dessa realidade que se
apresenta, como uma futura avaliação do Curso de Economia Doméstica, pois o
curso ainda não foi avaliado, devido a diretrizes curriculares estarem em processo
de homologação. A Coordenação do Curso de Economia Doméstica não sabe
quando passará por uma avaliação.
7.9 A listagem de compra de livros do Curso de Engenharia Metalúrgica X
Bibliografia Básica
Ao observar os gráficos 2, 3 e 4 acima, nota-se que o Curso de
Engenharia Metalúrgica encaminhou listagem para compra de material bibliográfico
somente em 2011, e apenas 25,80% são títulos da bibliografia básica. Esse
resultado, segundo o Coordenador do Curso é devido à falta de interesse dos
professores em enviar à coordenação do curso as listagens com pedidos de compra
de material bibliográfico e a utilização de outros materiais como fotocópias o que é
mais habitual.
Em agosto de 2011, o Curso de Engenharia Metalúrgica recebeu a visita
da comissão de avaliação do MEC responsável pelo reconhecimento do curso. Na
ocasião, a comissão chamou atenção da falta de alguns livros da bibliografia básica.
Na avaliação, a nota dada ao item 3.6 - Livros da bibliografia básica
segundo o novo instrumento de Avaliação para autorização, reconhecimento e
renovação de Cursos de Graduação presencial e a distância, foi igual a 2. Essa
92
nota não foi boa devido à inexistência de vários títulos da bibliografia básica do
Curso de Engenharia Metalúrgica na biblioteca. E no conceito da Dimensão 3 a nota
do Curso foi igual a 3.
O Curso de Engenharia Metalúrgica da UFC é um curso novo. Foi criado
em setembro de 2005, e sua primeira turma ingressou em março de 2006. Sua
matriz curricular, suas disciplinas, ementas e bibliografia estão atualizadas, mas
mesmo assim, o curso realizou uma atualização de seu projeto pedagógico e na
época a coordenação do curso solicitou aos professores que revisassem a
bibliografia básica das disciplinas pelas quais são responsáveis.
Por ser um curso novo existe a necessidade de se pedir anualmente a
bibliografia básica das disciplinas, devido ao tempo despendido no processo de
compras, desde a entrega das listagens no Sistema de Bibliotecas, até a chegada
dos títulos nas estantes das bibliotecas.
A coordenação do curso informou que esse assunto foi alvo de discussão
durante reuniões de professores do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de
Materiais antes da visita da Comissão de avaliação do curso de graduação, mas sua
atualização ainda não ocorreu.
7.10 A listagem de compra de livros do Curso de Enfermagem X Bibliografia
Básica
Nos gráficos 2, 3 e 4 acima, constata-se que o Curso de Enfermagem não
enviou listagens de compra de material bibliográfico nem em 2010 e nem em 2011 e
apenas solicitou 12,90% de sua bibliografia básica, mesmo assim foram somente 31
títulos dos 100 títulos que o curso poderia ter pedido em 2012 à ocasião do Edital de
compras.
A justificativa por parte da Coordenação do Curso de Enfermagem para a
não utilização da bibliografia básica pelos professores é devido à preferência em
utilizar o portal da CAPES e o SCIELO, como base para as suas disciplinas. A
Coordenadora do Curso de Enfermagem relatou em entrevista realizada no dia 29
de outubro de 2012, para esse estudo, que os alunos não frequentam a biblioteca,
não há esse hábito de utilizar a biblioteca entre os alunos do Curso de Enfermagem,
eles preferem pedir o material bibliográfico ao professor e fazer cópia.
93
Essa prática de deixar o material de estudo da sua disciplina na xerox
para que os alunos façam cópia é comum entre os professores. Mesmo quando a
Biblioteca de Ciências da Saúde possui vários exemplares, como é o caso dos
títulos: Diagnósticos de enfermagem da NANDA – 2012-2014, Nic – Classificação
das Intervenções de Enfermagem, e Noc – Classificação dos Resultados de
Enfermagem, livros importantíssimos para o Diagnósticos de enfermagem da
NANDA – 2012-2014, Nic – Classificação das Intervenções de Enfermagem, e Noc –
Classificação dos Resultados de Enfermagem, livros importantíssimos para o Curso
de Enfermagem e que fazem parte da bibliografia básica do curso, ainda assim, os
alunos preferem fotocopiar o do professor.
Podemos concluir que devido a essa falta de uso da bibliografia básica e
da Biblioteca que assiste ao curso, os professores esquecem-se da necessidade de
manter as bibliografias básicas atualizadas, fornecendo ao Sistema de Bibliotecas,
listagens para aquisição destas. É por isso que em três processos de compras,
efetuado pelo Sistema de Bibliotecas a quantidade de livros pedidos foi mínima.
Esse descaso ou desuso em relação às bibliografias básicas interfere
diretamente na avaliação do curso, visto ser este um dos quesitos avaliado pelas
comissões de avaliadores do MEC.
7.11 A listagem de compra de livros do Curso de Direito X Bibliografia Básica
Conforme a análise dos gráficos 2, 3 e 4 acima, concluimos que, foi o
Curso de Direito que mais enviou itens para compra, nos três últimos anos, ficando
acima de 20%, o percentual de bibliografias básicas em suas listagens.
Dos cursos estudados, o Curso de Direito é o que possui bibliografia
básica atualizada, datando de 2007 e sendo verificada de acordo com as
atualizações editoriais. Esse curso possui uma característica singular, no qual, a
própria Biblioteca da Faculdade de Direito é quem analisa os títulos enviados nas
listagens dos professores, verificando a quantidade destes em seu acervo. Por esse
motivo, não houve a necessidade de pedir muitos títulos da bibliografia básica,
segundo a bibliotecária chefe da Faculdade de Direito, os professores fazem suas
listagens e a biblioteca por sua vez, analisa os títulos, verificando no Sistema
Pergamum, software utilizado pelo Sistema de Bibliotecas, para catalogação,
cadastro e registro de exemplares, a quantidade destes, o número de empréstimos e
94
ano do exemplar, mediante essa análise, aumenta ou exclui a quantidade de
exemplares a serem pedidos. A Biblioteca da Faculdade de Direito, também
acrescenta títulos que são bastante emprestados pelos usuários bem como suas
sugestões.
Essa rotina de elaboração das listagens de compras em conjunto com a
Biblioteca da Faculdade de Direito, torna a compra do Curso de Direito, mais
eficiente em relação à aquisição e cobertura do acervo pelas bibliografias básicas.
95
8 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Os dados serão apresentados individualmente por Curso de Graduação
pesquisado, seguindo uma ordem aleatória. Os instrumentos de coleta de dados
facultaram a análise dos dados da pesquisa aqui apresentados.
8.1 Análise do Curso de Geografia
Analisando os dados referentes ao Curso de Geografia, verificamos que
pouco mais de 70% de sua coleção é datada de 1990 a 2012, a Biblioteca de
Ciências e Tecnologia cobre em 47,46%, da bibliografia básica do curso. Em 3 anos
o Curso de Geografia solicitou 139 títulos dos 300 que poderiam ser enviados para a
compra de livros, e, somente 2,87% faziam parte da bibliografia básica.
Segundo entrevista realizada em 03 de setembro de 2012, com o
coordenador do Curso de Geografia, os professores não utilizam a bibliografia
básica, eles adotam outras fontes de pesquisa como documentos on line, e xerox de
textos, artigos e capítulos, de acordo com o coordenador, a biblioteca não é muito
frequentada pelos alunos do curso, pois os mesmos usam em primeiro lugar, os
textos (capítulos e artigos) pré-xerocados, juntamente com os documentos online
que passaram a reger a maior parte da “bibliografia” cotidiana dos alunos pela
desatualização estrutural devido a burocracia mantida sobre a tramitação do Projeto
Político Pedagógico do curso.
Conforme dados levantados na pesquisa, os professores não utilizam a
Bibliografia Básica do Curso, uma das causas possíveis para isso, pode estar
relacionado ao fato de ter havido uma alteração do PPP do Curso em 28 de agosto
de 2012, o qual entrou em vigor em 2013.1, alcançando 03 turmas de entradas
anteriores, como relata o coordenador: “Devido a inúmeras outras mudanças que
tiveram que ser realizadas, houve esquecimento das bibliografias básicas e estas
continuaram desatualizadas”.
Ficou evidente com os resultados alcançados na pesquisa, que o Curso
não adota nenhum mecanismo de análise para elaboração das listas de compras,
bem como inexiste qualquer tipo de comunicação entre Coordenação e Biblioteca
para elaboração das listas de compras.
96
O professor relatou que existe um engessamento nos processos e falta de
comunicação entre cursos, pós-graduação e bibliotecas. Explicando melhor esse
engessamento, o coordenador relatou a dificuldade de alteração no Projeto
Pedagógico, visto que essas alterações só podem ocorrer anualmente por ocasião
da reunião do colegiado, entrando posteriormente em vigor após dezoito meses,
dessa forma, ficam impraticáveis essas mudanças.
O professor defende a ideia de ser algo automático e sugere o próprio
Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), ele informa que
as bibliografias básicas do Curso de Geografia estão desatualizadas. Relata que há
disciplinas que são obrigatórias no curso, como a disciplina de Libras, que não está
no PPP. O Curso de Geografia implantou o Núcleo Docente Estruturante (NDE) em
02 de janeiro de 2013 e terá reuniões bimestrais e essa ferramenta muito contribuirá
para dar maior agilidade aos processos em geral.
Ao ser perguntado sobre a importância da biblioteca no quesito instalação
física, para a avaliação dos cursos de graduação, o coordenador respondeu que
reconhece a importância, mas não dispõe de maiores informações em termos
quantitativos, essa cobrança costuma preocupar mais o coordenador do curso, ao
assumir a coordenação, somente a partir daí, é que começamos a entrar em contato
com essa realidade.
No entanto, com o Sinaes e segundo o novo Instrumento de avaliação do
INEP, que estabelece a bibliografia básica como indicador de critério de análise dos
cursos de graduação, essa desatualização e não utilização da bibliografia básica
pelo curso poderá causar uma má avaliação nesse critério.
Quando indagado se havia alguma preocupação do curso em se precaver
mediante a avaliação dos cursos de graduação, no quesito bibliografia básica, o
coordenador pediu que fosse enviado dados concretos dessa desatualização, para
que pudesse convocar, em curto espaço de tempo, o colegiado do curso e compor
uma comissão de atualização dessa bibliografia básica. Diz: “Talvez isso seja a
manifestação evidente de que a própria pesquisa em curso promova a passagem da
“preocupação” para o nível das medidas corretivas”. “Desconheço o processo da
compra de livros pela BU, mas imaginava que seria por licitação, seguindo a lógica
das licitações anuais que por isso haveria demora na chegada dos livros às
bibliotecas”.
97
Quanto à melhoria do processo de compras, o coordenador respondeu
que a direção da Biblioteca Universitária deveria criar uma forte demanda junto a
Pró-Reitoria de Graduação para que em todo semestre os cursos tivessem plena e
contínua condição de alterar e atualizar os PPPC, por intermédio do Sistema
Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), principalmente no que
concerne a atualização da programação e da bibliografia das disciplinas.
Segundo o coordenador: “Muito do que poderia ser adaptado ao fluxo
periódico ou contínuo, não se configura na prática”. Sobre isso, tomou-se
conhecimento de que a PROGRAD observando essa distorção, a partir de outubro
de 2012 iniciou um levantamento das PPPC, cujas informações estavam
desconectas das diretrizes nacionais e vem dialogando com os coordenadores de
cursos para as devidas alterações.
Em entrevista aos estudantes do Curso de Geografia a avaliação da
Biblioteca foi muito boa. Os alunos do III semestre do Curso de Geografia
(Bacharelado) relataram que a biblioteca os atende satisfatoriamente e que quase
todos os títulos ela possui. Já os estudantes do Curso de Geografia do VIII semestre
de Licenciatura sentem falta dos títulos relacionados à didática e à metodologia. Os
referidos títulos não existem na Biblioteca de Ciências e Tecnologia, porém são
encontrados na Biblioteca de Ciências Humanas, embora a distância física não
favoreça o acesso à Biblioteca.
Para a estudante do VIII semestre do Curso de Geografia (Licenciatura),
“a biblioteca caiu como uma luva”, devido ao alto custo para se adquirir os livros
neste curso. (estudante)
Encontrou-se uma divergência de opinião entre as entrevistas
(Coordenador e estudante), segundo entrevista realizada com o Coordenador os
alunos não utilizam a biblioteca. Os alunos afirmaram, em entrevista, que a
biblioteca satisfaz as suas necessidades, mas a pesquisa constatou que existe uma
desatualização no acervo do Curso de Geografia.
Em entrevista com o coordenador do Curso de Geografia, foi citado o fato
de que o Curso de Licenciatura em Geografia deveria utilizar a Biblioteca de
Ciências Humanas, devido ao acervo de didática, mas a distância dificulta o acesso
do usuário. Porém, esse fato não se justifica, uma vez que os professores poderiam
solicitar para compra os livros de didática, para compor o acervo da Biblioteca de
Ciências e Tecnologia, biblioteca que atende ao curso.
98
É visto que a falta de comunicação Biblioteca x Coordenação do Curso,
representa o maior indicador que reflete na não cobertura da Bibliografia Básica.
8.2 Análise do Curso do Curso de Economia Doméstica
Na análise do Curso de Economia Doméstica, segundo os dados colhidos
nessa pesquisa, observamos que um pouco mais de 60% de sua coleção é datada
de 1990 a 2012, a Biblioteca de Ciências e Tecnologia cobre em 53,80%, a
bibliografia básica do curso. Em 3 anos, o Curso de Economia Doméstica só pediu
144 títulos dos 300 títulos que poderiam ser solicitados para compra de livros, desse
total, 30,5% faziam parte da bibliografia básica.
Em entrevista realizada com a coordenadora do Curso de Economia
Doméstica, no dia 05 de novembro de 2012, verificamos que esse percentual de
títulos da bibliografia básica só foi possível devido à própria coordenadora do Curso
de Economia Doméstica ter se dedicado em implementar as listagens com as
bibliografias básicas que constavam nas ementas.
No caso do Curso de Economia Doméstica, a elaboração das listagens de
compras também é solicitada aos professores. Quando perguntado se tinha ciência
de que havia poucos títulos da bibliografia básica nas listagens de compras dos 3
últimos anos, a coordenadora do curso respondeu que não sabia desse dado, mas
que iria tomar as providências necessárias, convocando os professores em reunião
do seu colegiado para atualizarem suas bibliografias e as enviarem para próxima
compra. Um fato que diferencia o Curso de Economia Doméstica em relação os
demais, é que o Curso está elaborando o seu Projeto Político Pedagógico.
A professora revelou que não houve atualização nas ementas e que os
professores não tinham tomado ciência dessa nova realidade que se apresenta em
relação à avaliação do Curso de Economia Doméstica, pois o curso ainda não foi
avaliado, devido a diretrizes curriculares estarem em processo de homologação. A
professora não soube dizer quando passará por uma avaliação.
Ao ser questionada sobre a importância da Biblioteca no quesito
instalação física, para a avaliação dos cursos de graduação, e se há alguma
preocupação do curso em se preparar para a avaliação, em relação à bibliografia
básica, a professora disse que não havia nenhuma preocupação, até aquele
momento, mas que após a entrevista iria se reunir com o colegiado e passar todas
99
essas informações aos professores. Afirmou, também, que iria se inteirar do
Instrumento de Avaliação dos Cursos de Graduação, a fim de começar a adotar uma
nova postura.
A professora desconhecia o processo de atualização do acervo das
bibliotecas e o tempo que decorria do edital à chegada dos livros. Sugeriu que
houvesse mais comunicação entre os diversos setores da Universidade, para que os
entraves burocráticos diminuíssem.
Assim como no Curso de Geografia, a coordenadora do Curso de
Economia Doméstica também colocou a comunicação entre setores e a
acomodação dos docentes, como causas para essa falta de cuidado com a
bibliografia básica, já que ela assume ponto de relevância em uma eventual
avaliação dos cursos.
A entrevista com os alunos dos semestres III e X do Curso de Economia
Doméstica da UFC aconteceu na feira das profissões de 2012, constatamos a
necessidade de se promover adequação do material bibliográfico que atenda ao
curso, visando o aumento do número de exemplares. No III semestre do curso, por
exemplo, há uma escassez de exemplares na Biblioteca de Ciências e Tecnologia,
na área de desenvolvimento humano, somente quando a bibliografia atende a mais
cursos é que ela existe em maior quantidade.
Para os alunos do semestre X, a bibliografia básica existe em boa
quantidade e que sempre conseguiram adquiri-las por empréstimo. No entanto, há a
prática da cópia dos capítulos, os professores se utilizam de muitos textos e
arquivos que adotam como bibliografia e são fotocopiados por toda a turma. Foi identificado que o uso de xerox em substituição às Bibliografias
Básicas é uma prática recorrente nos cursos pesquisados. Essa prática não vai de
encontro ao propósito do Sistema de Bibliotecas da UFC que é apresentar serviços
e produtos de qualidade para a comunidade acadêmica.
8.3 Análise do Curso do Curso de Engenharia Metalúrgica
Ao analisarmos o Curso de Engenharia Metalúrgica à luz dos dados que
foram colhidos nessa pesquisa, observamos que 58,5% de sua coleção é datada de
1990 a 2012, a Biblioteca de Ciências e Tecnologia cobre em 34,19%, da bibliografia
básica do curso. Em 3 anos, o Curso de Engenharia Metalúrgica pediu 31 títulos dos
100
300 títulos que poderiam ser enviados para compra de livros. Desse total de títulos,
23,80% faziam parte da bibliografia básica.
A entrevista realizada com o coordenador do Curso de Engenharia
Metalúrgica, em 08 de outubro de 2012, ampliou nossas expectativas em relação à
importância dessa coleta, visto que suas respostas e comentários reforçaram a
necessidade de um estudo mais acurado no que concerne ao desenvolvimento do
acervo.
Na entrevista, o professor informou que o curso recebeu a visita da
comissão de avaliação para reconhecimento no período de 31/07/2011 a
03/08/2011. O professor explicou que a avaliação é dividida em 4 dimensões. A
dimensão 3 trata das Instalações físicas. Livros da bibliografia básica é um dos dez
itens avaliados e é um indicador de destaque.
Apresento abaixo os itens avaliados na dimensão 3:
Dimensão 3: Instalação física.
3.1. Sala de professores e sala de reuniões;
3.2. Gabinetes de trabalho para professores;
3.3. Salas de aula;
3.4. Acesso dos alunos aos equipamentos de informática;
3.5. Registros acadêmicos;
3.6. Livros da bibliografia básica (indicador de destaque);
3.7. Livros da bibliografia complementar;
3.8. Periódicos especializados, indexados e correntes;
3.9. Laboratórios especializados (indicador de destaque);
3.10. Infraestrutura e serviços dos laboratórios especializados;
O professor salienta que de acordo com o relatório da comissão, a nota
dada ao item 3.6 - Livros da bibliografia básica foi igual a 2. Essa nota não foi boa
devido à inexistência de vários títulos da bibliografia básica de seu curso na
biblioteca. Conceito da Dimensão 3 foi igual a 3.
Segundo o coordenador, é necessária uma maior integração entre a Pró-
Reitoria de Graduação, as coordenações dos cursos e a biblioteca, no sentido de
cobrar, a atualização das ementas onde constam as bibliografias básicas. O
Coordenador mostrou interesse em renovar as ementas do Curso de Engenharia
101
Metalúrgica, comentou que para isso, não é necessário atualizar o PPP, pois no
mesmo, não se encontra a informação da bibliografia básica dos cursos. Essa
informação vai de encontro com a obtida na Pró-Reitoria de Graduação por meio da
Coordenadoria de Projetos e Acompanhamento Curricular (COPAC) e
Coordenadoria de Planejamento e Avaliação de Programas e Ações Acadêmicas
(COPAV) que cuidam da orientação e da regulação dos PPPs. Trabalhando em
parceria, essas coordenações estão mapeando um a um os projetos e orientando as
coordenações para se adequarem as diretrizes nacionais.
Perguntamos se ele tinha conhecimento da situação da cobertura de
livros da Bibliografia Básica no acervo do Sistema de Bibliotecas, o coordenador
confirmou que sim. Justificou que em agosto de 2011, receberam a visita da
comissão de avaliação do MEC responsável pelo reconhecimento de nosso curso.
Na ocasião, a comissão chamou atenção da falta de alguns livros da bibliografia
básica.
Quando perguntado se o acervo da biblioteca atendia satisfatoriamente
ao seu curso respondeu que sim, mas existem disciplinas com baixa quantidade de
exemplares disponíveis e desatualizados, por exemplo: “MERIAM, J. L; KRAIGE, L.
G. Mecânica: estática. 4.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos” com 8
exemplares, e “MERIAM, J. L; KRAIGE, L. G; AZEVEDO, José Paulo Soares de.
Mecânica: Dinâmica . 4ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos” com 10
exemplares. Esses dois títulos já estão em sua 6ª edição. Isso significa que o Curso
de Engenharia Metalúrgica embora tenha sido recentemente criado, não vem dando
a devida atenção em solicitar para compra, a bibliografia básica do curso ao Sistema
de Bibliotecas. Isso é comprovado com o pouco número de títulos que compuseram
a listagem de compras do curso no ano de 2011 e a quantidade menor ainda de
títulos da bibliografia básica nessas listagens.
O Curso de Engenharia Metalúrgica da UFC é um curso novo. Foi criado
em setembro de 2005, e sua primeira turma ingressou em março de 2006. Sua
matriz curricular, suas disciplinas, ementas e bibliografia estão atualizadas, mas
mesmo assim, o curso realizou uma atualização de seu projeto pedagógico, na
época a coordenação do curso solicitou aos professores que revisassem a
bibliografia básica das disciplinas pelas quais são responsáveis.
Sobre a importância da biblioteca no quesito instalação física, para a
avaliação dos cursos de graduação pelo MEC, a resposta dada pelo coordenador foi
102
a seguinte: “Os livros da bibliografia básica são um indicador de destaque no quesito
instalação física”.
No relatório de avaliação in loco, a comissão do MEC escreveu: “O acervo
referente aos títulos indicados na bibliografia básica (mínimo de 3 bibliografias)
atende aos programas das disciplinas do curso, na proporção de um (01) exemplar
para até quinze (15) alunos. Está adequadamente informatizado, atualizado e
tombado junto ao patrimônio da IES, porém a maior parte está no idioma inglês e
existe disciplinas com apenas uma (01) referência. Vale citar que existe, também,
dentre o total de disciplinas do curso, dez (10) disciplinas sem referência na
bibliografia básica. O acervo não atende às indicações bibliográficas
complementares, referidas nos programas das disciplinas. Aproximadamente 32%
das disciplinas não tem nenhuma referência complementar.”
A nota obtida pelo Curso de Engenharia Metalúrgica da UFC no quesito
Livros da bibliografia básica foi igual a 2 (DOIS). Importante salientar que nesta
dimensão as notas podem se apresentar conforme o quadro abaixo:
Quadro 9 – Adequação do acervo à proposta do curso/SINAES Indicadores a serem avaliados
Critérios para atribuição de conceitos
3.1.1 Livros – Formação Geral
5- Quando o acervo de livros referente à formação geral desenvolvida no curso é plenamente adequado, em quantidade, pertinência, relevância acadêmico-científica e atualização, para a implementação do projeto pedagógico do curso. Essa adequação resulta e/ou expressa uma diretriz de ação, acessível ao conhecimento da comunidade interna e externa. Quando o acervo atende a toda a bibliografia básica estabelecida nos planos de ensino das unidades de estudo do curso. 4- Quando o acervo de livros referente à formação geral desenvolvida no curso é adequado, em quantidade, pertinência, relevância acadêmico-científica e atualização, para a implementação do projeto pedagógico do curso. Essa adequação resulta e/ou expressa uma diretriz de ação, acessível ao conhecimento da comunidade interna. Quando o acervo atende à maior parte da bibliografia básica estabelecida nos planos de ensino das unidades de estudo do curso. 3- Quando parte do acervo de livros referente à formação geral desenvolvida no curso é adequado, em quantidade, pertinência, relevância acadêmico-científica e atualização, para a implementação do projeto pedagógico do curso. Quando há adequação, esta resulta e/ou expressa, ainda que de forma incipiente, uma diretriz de ação. É de conhecimento da comunidade interna. Quando o acervo atende à parte da bibliografia básica estabelecida nos planos de ensino das unidades de estudo do curso. 2- Quando o acervo de livros referente à formação geral desenvolvida no curso é pouco adequado, em quantidade, pertinência, relevância acadêmico-científica e atualização, para a implementação do projeto pedagógico do curso. 1- Quando o acervo de livros referente à formação geral desenvolvida no curso é totalmente inadequado, em quantidade, pertinência, relevância acadêmico-científica e atualização, para a implementação do projeto pedagógico do curso.
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2012c).
103
Constatamos que, apesar do Curso de Engenharia Metalúrgica ter sido
criado em 2005 e por ter passado por uma avaliação, ainda não há por parte dos
professores uma mobilização para fazer compras de títulos que supram as
necessidades de suas disciplinas quanto à bibliografia básica.
Esse fato se denota durante à entrevista com o coordenador do curso
quando foi perguntado se havia preocupação da coordenação do curso em melhorar
sua bibliografia básica, o coordenador informou que esse assunto foi alvo de
discussão durante toda a reunião de professores do Departamento de Engenharia
Metalúrgica e de Materiais antes da visita da Comissão de avaliação do curso de
graduação, mas sua atualização ainda não ocorreu.
O professor relatou que o único instrumento que tem conhecimento para
aquisição de livros é o edital específico para compra de livros, ele sabe que há um
espaço de tempo muito grande entre o pedido e a chegada dos livros na biblioteca.
Para melhoria do processo de compras, a sugestão do coordenador
Engenharia Metalúrgica foi que o Sistema de Bibliotecas da UFC disponibilizasse
uma função de sugestão de compra de livros. O acompanhamento dessas
sugestões auxiliaria o setor competente durante a aquisição, ao mesmo tempo em
que identificaria quais títulos representam maior demanda. Porém, o Sistema possui
essa ferramenta em seu sítio. Ela é utilizada por qualquer usuário que deseja sugerir
exemplares para compra. Quanto aos títulos de maior demanda o Sistema conta
com o Software Pergamun, que auxilia os bibliotecários a visualizar esses títulos que
entram na listagem que é feita pela própria biblioteca. Contudo, a bibliografia básica
em nenhuma das dos dois casos é contemplada, a maneira mais eficaz até o
momento é delas aparecerem na listagem de compras encaminhadas pelo curso.
As dificuldades encontradas na tarefa de atualização do acervo, segundo
o coordenador, é sensibilizar o professor responsável por cada disciplina a verificar,
periodicamente, as ementas de sua bibliografia, mantendo-a atualizada.
Para entender melhor o problema da falta de material bibliográfico
mencionada pelo coordenador do curso, foram entrevistados, na feira das profissões
alguns usuários da Biblioteca de Ciências e Tecnologia. Os alunos do semestre II
reclamaram muito da carência de livro e exemplificaram: O livro, Ciência de
Engenharia de Materiais: uma Introdução de William D. Callister Jr, que é utilizado
durante todo o Curso de Engenharia Metalúrgica, não há quantidade suficiente de
exemplares, que atenda aos alunos do curso. Os alunos do X semestre relataram
104
que nos últimos semestres a situação é ainda pior, pois nos semestres de base a
bibliografia ainda é muito parecida com as das outras engenharias, porém nos
últimos semestres não há exemplares para empréstimo de livros que são
fundamentais como, por exemplo, o livro do Costa e Silva intitulado Aços e Ligas
Especiais.
Contatamos que no caso da Engenharia Metalúrgica, a falta desses
exemplares é o somatório de dois problemas, a demora entre a aquisição dos livros
e sua chegada às bibliotecas e a falta deles no pedido de compra de material
bibliográfico por parte do curso. Se os títulos fossem pedidos anualmente, essa
carência seria menor.
8.4 Análise do Curso de Enfermagem
Com a análise do Curso de Enfermagem à luz dos dados que foram
colhidos nesta pesquisa, observamos que mais de 90% de sua coleção é datada de
1990 a 2012, a Biblioteca de Ciências da Saúde cobre em 56,93%, a bibliografia
básica do curso. Em 3 anos, o Curso de Enfermagem só pediu 31 títulos dos 300
títulos que poderiam ser enviados para compra de livros e desses títulos, 12,9%
faziam parte da bibliografia básica.
A entrevista com a coordenação do Curso aconteceu em 29 de outubro
de 2012, concluímos que a baixa indicação de títulos na lista de compras, deve-se
basicamente ao fato dos alunos não frequentarem à biblioteca que atende ao curso,
devido a essa falta de uso da biblioteca, os professores acabam por não atualizar as
Bibliografias Básicas. É por isso que em três processos de compras efetuados pelo
Sistema de Bibliotecas a quantidade de livros pedidos foi mínima.
Esse desuso em relação às bibliografias básicas interfere diretamente na
avaliação do curso, visto ser este um dos quesitos avaliados pelas comissões de
avaliadores do MEC.
Deduzimos que não há preocupação dos coordenadores e professores do
curso, nem quantitativa, nem qualitativa com a elaboração da listagem que segue
para a compra. Por esse mesmo motivo, o acervo da biblioteca não atende
satisfatoriamente. Perguntada sobre a frequência que é feita a atualização das
bibliografias básicas e qual foi a última, a professora respondeu que estão iniciando
um novo currículo em 2013.1, e há muita bibliografia atualizada em quase todas as
105
disciplinas. A frequência das atualizações depende de mudanças no currículo. A
professora informou conhecer o instrumento de avaliação de cursos de graduação,
porém não revelou existir preocupação por parte do curso em melhorar a avaliação
nesse quesito.
A professora disse que não conhecia todos os passos do processo de
compras efetuado pelo Sistema de Bibliotecas e sugeriu maior aproximação das
bibliotecas com o curso. Duas grandes dificuldades encontradas na tarefa de
atualização do acervo, as quais são o volume de livros que os docentes adotam por
terem recebido cortesia das editoras e a dificuldade em harmonizar o acervo da
biblioteca com o que o docente coloca como bibliografia básica e o que realmente é
utilizado nas disciplinas. Perguntamos à coordenadora quando havia sido a última
avaliação do Curso de Enfermagem, ela respondeu que fazia um bom tempo, no
entanto, não soube precisar a data. A falta de precisão na resposta da coordenadora
do Curso de Enfermagem é entendida devido ao fato do curso nunca ter recebido a
visita da Comissão de Avaliação, entretanto, em 2010, o Curso foi avaliado pelo
ENADE tendo obtido nota 3,02 e conceito 04.
Colhendo informações com alunos do II e VI semestre do Curso de
Enfermagem da UFC, sobre a bibliografia básica existente na Biblioteca de Ciências
da Saúde que atende ao curso, todos foram unânimes em afirmar que não utilizam a
Biblioteca, pois a mesma não atende ao curso com quantidades adequadas de
exemplares e, portanto, não podem frequentar a biblioteca como gostariam e
acabam utilizando-se de cópias, que muitas vezes saem caras para eles, visto que
tendem a fotocopiar o livro inteiro.
Em reunião com os professores do curso a coordenadora relatou essas
insatisfações por parte dos alunos e solicitou que todos procurassem rever tais
questões.
8.5 Análise do Curso de Direito
Em relação ao Curso de Direito, à luz dos dados que foram colhidos
nessa pesquisa, observamos que 65,8% de sua coleção é datada de 1990 a 2012, a
Biblioteca da Faculdade de Direito cobre em 68,78% a bibliografia básica do curso.
Em 3 anos, o Curso de Direito pediu 269 títulos dos 300 que poderiam ser enviados
para compra de livros e perfez um percentual anual a cima de 20 % de títulos da
106
bibliografia básica. O Curso de Direito foi o que mais pediu títulos da bibliografia
básica.
Em entrevista realizada no dia 29 de outubro de 2012, com o coordenador
do Curso de Direito, perguntamos sobre a quantidade solicitada nas listagens do
Curso de Direito de bibliografias básicas, mas ele não soube explicar o motivo,
respondeu que estava sabendo naquele momento. Disse que achava que o acervo
da biblioteca atendesse bem ao curso, tendo em vista que há livros da graduação e
da pós-graduação integrando uma mesma biblioteca, um mesmo acervo.
A explicação para essa desinformação sobre os títulos da bibliografia
básica, tanto na listagem de compras, como no acervo da Biblioteca da Faculdade
de Direito, se dá devido ao método de como é elaborado as listagens que seguem
para compra. Primeiro, o coordenador do curso solicita aos professores, em seguida,
ele envia à biblioteca, que analisa os títulos, acrescenta ou diminui, segundo as
necessidades do acervo que assiste ao curso.
Perguntado sobre a importância da biblioteca no quesito instalação física,
para a avaliação dos cursos de graduação, o professor respondeu que imaginava
que era grande a importância da biblioteca e deveria conter muitos pontos positivos,
mas que não havia por parte do curso nenhuma preocupação em se precaver
mediante a avaliação dos cursos de graduação, em relação à bibliografia básica.
O professor disse que não conhecia o processo de compras, somente
sabia que era anual e que os professores faziam as sugestões de livros. Relatou
também, que a bibliografia básica do seu curso era atualizada anualmente e a
grande dificuldade encontrada no processo das listagens era por parte dos
professores, alunos e na captação do dinheiro. A sugestão para a melhoria do
processo de compras dada pelo professor foi a seguinte: “Talvez através de
convênios com grandes editoras e seus títulos novos, bem como aquisição de
bibliotecas particulares”.
A resposta dada pelo coordenador do Curso de Direito, corrobora com a
afirmação que há uma falta de comunicação entre os cursos de graduação, o
Sistema de Bibliotecas e a pró-Reitoria de Graduação. No entanto, em 2012 a
Coordenadoria de Projetos e Acompanhamento Curricular (COPAC) e
Coordenadoria de Planejamento e Avaliação de Programas e Ações Acadêmicas
(COPAV) que cuidam da orientação e da regulação dos PPPs. Estão trabalhando
em parceria mapeando um a um os projetos e orientando as coordenações para se
107
adequarem as diretrizes nacionais dando atenção especial aos cursos que estão
próximos de passar por avaliação.
O Curso de Direito passou pela avaliação do ENADE no de ano de 2009,
tendo obtido nota 3,61 e conceito 4. Os alunos do direito foram entrevistados na feira
das profissões de 2012. Participaram da pesquisa, os alunos do III e do VI semestre.
Para estes, a Biblioteca do Direito atende bem aos alunos dos semestres básicos,
porém para os alunos dos VI semestre o acervo é limitado e desatualizado, tendo
que fazer uso de cópias e até mesmo adquirir os livros, pois os mesmos são de
fundamental importância para o estudo na pretensa carreira de advogado. Eles
deram a sugestão de se adquirir livros, semestralmente, para o direito, a fim de
atualizar o acervo da biblioteca.
Perguntamos à bibliotecária, sobre a dificuldade de títulos para os últimos
semestres, a resposta foi, que ao se pedir material bibliográfico, anualmente e visto
que, esse material só chega após um longo processo de compras culminando em
uma licitação e que dura até 2 anos para a chegada efetiva, a coleção do Curso de
Direito acaba por ficar desatualizada, e ao chegar o título pode este, nem mais está
sendo demandado.
No entanto, essa é uma peculiaridade do Curso de Direito, devido às
atualizações na legislação, mas no edital de Convocação do Programa Especial de
Atualização dos Acervos de Bibliotecas, uma das exigências do edital é que as
Coordenações dos Cursos deverão encaminhar um Termo de Compromisso,
assinado pelo coordenador(a) do curso e pelo(a) diretor(a) da unidade acadêmica,
assumindo o compromisso de que os livros solicitados para compra serão adotados
por um período mínimo de quatro anos (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ,
2013).
108
9 CONCLUSÃO
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará constitui-se
numa unidade integrante da Instituição e, portanto, devendo apresentar o
planejamento de sua gestão integrado ao planejamento da universidade. A avaliação
institucional tem com objetivo geral melhorar a qualidade da educação superior,
aprimorando a atividade gestora e sua prestação de contas à sociedade. Para tanto,
insere, nas suas dimensões de avaliação dos cursos de graduação, a avaliação das
Bibliotecas Universitárias, o que corresponde, nesse processo para reconhecimento
dos cursos de graduação, a 40% da avaliação total.
A inserção dos padrões de qualidade do MEC na gestão do Sistema de
Bibliotecas da UFC, através do seu documento de Política de Desenvolvimento do
Acervo, coopera para a efetivação de melhorias e aquisição de material bibliográfico.
Esses padrões de qualidade compõem um conjunto de parâmetros inerentes ao
processo de autorização ou reconhecimento de um curso de graduação oferecido
pelas Instituições de Ensino Superior.
Dessa forma, estudar a política de desenvolvimento do acervo do Sistema
de Bibliotecas da UFC, observando, sobretudo as exigências dos processos
avaliativos foi um dos propósitos deste trabalho.
Ao avaliar a política de desenvolvimento do acervo do Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará e sua interface com a avaliação dos
cursos de graduação, buscou-se responder à questão acerca dos critérios de
escolha na atualização do acervo das bibliotecas, pelas coordenações dos cursos.
Ao identificar junto às coordenações dos cursos pesquisados, as
dificuldades estruturais e de adequação do acervo, constatou-se que, em geral,
existe dificuldade de se obter as listagens devido à falta de interesse de alguns
professores em enviar à coordenação do curso suas solicitações para a compra de
material bibliográfico. Esse hábito gera um círculo vicioso, pois, não existindo títulos
indicados para compra, não haverá livros no acervo da biblioteca, logo não haverá
aluno utilizando as bibliotecas.
Correlacionar os títulos básicos presentes no projeto político pedagógico
dos cursos ou nos programas de disciplinas, com a listagem solicitada pelas
coordenações, foi um dos objetivos específicos desta investigação. Nas listagens de
compras existem poucos títulos da bibliografia básica nos cursos pesquisados. Esse
109
fato leva a crer que não há utilização das bibliografias básicas pelos professores,
pois, segundo eles, é comum a utilização de outros materiais didáticos.
Quanto à correlação dos títulos básicos presentes no projeto político
pedagógico dos cursos ou nos programas de disciplinas pesquisados com o acervo
das bibliotecas que atendem aos cursos escolhidos, constatou-se que nenhum curso
pesquisado detém 70% da sua bibliografia básica no acervo do Sistema de
Bibliotecas da UFC. Como não há a utilização da bibliografia constante no projeto
político pedagógico dos cursos ou nos programas de disciplinas, não existe a
necessidade de solicitá-las.
Sobre a frequência com que são atualizados os acervos pelas
coordenações, descobrimos que elas ocorrem, anualmente, após o edital de
Convocação do Programa Especial de Atualização dos Acervos de Bibliotecas,
porém, o empenho dos professores em enviar as listagens com os títulos que devem
seguir para a compra, aos coordenadores dos cursos, não ocorre plenamente. Essa
ausência termina por inviabilizar o processo de atualização.
Na avaliação que os alunos fizeram da biblioteca, informaram que nos
semestres básicos até existe um quantitativo de exemplares que atende,
satisfatoriamente, aos alunos dos cursos pesquisados, porém, nos últimos
semestres, há uma carência maior dos livros que são primordiais para os alunos.
O uso contínuo de fotocópia em substituição às bibliografias básicas é,
segundo os alunos, um dos motivos da ausência de títulos no acervo do Sistema de
Bibliotecas. Afirmam não haver títulos para a disciplina de didática na Biblioteca de
Ciências e Tecnologia e que a falta de comunicação entre os responsáveis por a
coordenação do curso e os da biblioteca é outro fator que compromete a atualização
desse acervo.
Os estudantes entrevistados destacaram que o acervo presente na
biblioteca não atende ao curso com as quantidades adequadas de exemplares e,
portanto, não têm como frequentar a biblioteca como gostariam.
Fica evidente que a ausência de atualização do acervo interfere na
qualidade dos cursos, se entende ao verdadeiro objetivo de uma biblioteca na
universidade, além de concorrer para a pontuação inadequada nos processos de
avaliação executados pelo MEC, em cumprimento à Lei Sinaes.
Dos resultados da Avaliação dos Cursos de Graduação pesquisados
neste trabalho, nos últimos dois anos, somente o Curso de Engenharia Metalúrgica
110
foi avaliado pela Comissão de Avaliação com nota 2 para a dimensão bibliografia
básica. Isso reflete a inexistência de vários títulos da bibliografia básica deste curso
na biblioteca. Já o conceito da dimensão que trata das instalações físicas foi 3.
Não há um critério único seguido pelos cursos pesquisados para a
solicitação de atualização dos acervos das bibliotecas e, quando há, não é uma
atividade constante na rotina dos professores.
Há necessidade de uma pesquisa avaliativa, do tipo censitária, neste
campo de estudo, na Universidade, com retorno para os cursos, haja vista este
trabalho ter alcançado um diminuto campo de análise, o que já predispõe outros
pesquisadores a desenvolverem novas pesquisas sobre o Sistema de Bibliotecas.
Recomendamos amplo trabalho de divulgação acerca do processo de
atualização das bibliografias dos cursos, entendendo, que, a partir dessas análises,
se dadas a conhecer aos colegiados dos cursos referidos, alguma política interna
possa ser criada que sensibilize aos professores para essa tarefa, que somente lhes
cabe dentro do seu principal papel de contribuir, de todas as maneiras, com a
melhoria da qualidade dos cursos de graduação.
111
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE A– ENTREVISTA COM OS COORDENADORES
Entrevista com os coordenadores:
01)Como é feito a elaboração da listagem de compra para o seu curso?
02)O senhor tem ciência de que há poucos títulos da Bibliografia Básica nas
listagens de 2010, 2011.1 e 2011.2 enviadas para compra pelas Bibliotecas?
03)Na elaboração dessa listagem, há uma pesquisa desses títulos na Biblioteca?
Inclusive olhando o quantitativo dos mesmos?
04)A seu ver o acervo da biblioteca atende satisfatoriamente ao seu curso?
05)Com que frequência é atualizada e qual foi a última atualização das
Bibliografias básicas?
06)Qual a periodicidade com que é feita a atualização das Bibliografias básicas?
07)O senhor sabe da importância da biblioteca no quesito instalação física, para
a avaliação dos cursos de graduação?
08)Há alguma preocupação do curso em se precaver mediante a avaliação dos
cursos de graduação, em relação á Bibliografia básica?
09)O senhor conhece como é dado o processo de atualização do acervo das
bibliotecas e o tempo que decorre do edital a chegada dos livros?
10)O senhor tem alguma sugestão para a melhoria desse processo?
11)Quais as dificuldades encontradas nesta tarefa de atualização do acervo?
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ANEXO A – FORMULÁRIO E-MEC
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