UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS - DCEA
CAMPUS DE CAICÓ
ANA PAULA MEIRA DE ARAÚJO
CURRÍCULOS DOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DAS UNIVERSIDADES
FEDERAIS BRASILEIRAS: Uma Análise de Adequação à Proposta Nacional de
Conteúdo do Conselho Federal de Contabilidade e o Desempenho dessas IFES no
ENADE
CAICÓ/RN
2015
ANA PAULA MEIRA DE ARAÚJO
CURRÍCULOS DOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DAS UNIVERSIDADES
FEDERAIS BRASILEIRAS: Uma Análise de Adequação à Proposta Nacional de
Conteúdo do Conselho Federal de Contabilidade e o Desempenho dessas IFES no
ENADE
Monografia apresentada ao Departamento de
Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino
Superior do Seridó da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientadora: Prof.ª Ms. Izabel de Medeiros
Coelho
CAICÓ/RN
2015
Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de
Bibliotecas – SISBI Araújo, Ana Paula Meira de.
Currículos dos cursos de Ciências Contábeis das universidades
federais brasileiras: uma análise de adequação à proposta nacional de
conteúdo do Conselho Federal de Contabilidade e o desempenho dessas
IFES no ENADE / Ana Paula Meira de Araújo. - Caicó: UFRN, 2015.
62f: il.
Orientadora: Ms. Izabel de Medeiros Coelho.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Ensino Superior do Seridó.
Curso de Ciências Contábeis.
1. Ensino da Contabilidade. 2. Currículo Contábil. 3. Proposta
Curricular CFC. 4. Notas do ENADE. I. Coelho, Izabel de Medeiros.
II. Título.
ANA PAULA MEIRA DE ARAÚJO
CURRÍCULOS DOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DAS UNIVERSIDADES
FEDERAIS BRASILEIRAS: Uma Análise de Adequação à Proposta Nacional de
Conteúdo do Conselho Federal de Contabilidade e o Desempenho dessas IFES no
ENADE
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro
de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção
do título de Bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação da Prof.ª Ms. Izabel de Medeiros
Coelho.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Profª. Ms. Izabel de Medeiros Coelho – UFRN/CERES
Orientadora
_____________________________________________________
Prof. Esp. Ricardo Aladim Monteiro – UFRN/CERES
Examinador
_____________________________________________________
Profª. Esp. Clara Monise Silva – UFRN/CERES
Examinadora
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que na sua infinita bondade me reservou o dom da
vida, me amparou e resguardou, não desistindo de mim mesmo nas horas em que eu não
acreditava mais, sem ele mais uma parte da minha vida não estaria sendo concluída. Depois,
aos meus pais Gilvan Cunha de Araújo e Valmira Silva Meira, dos quais recebi os
ensinamentos mais preciosos da vida, como a honestidade, a coragem, a humildade e a fé,
tornando-se essenciais para minha formação como ser humano e indispensáveis para que eu
pudesse “voar mais longe” e buscar novos caminhos.
Aos meus avós materno, Vicente Meira e Maria Beatriz Silva Meira, meu alicerce,
meus exemplos de perseverança e dignidade, minha base de caráter, tornando em mim a
pessoa que sou. Meu velho avô saiba que te admiro demais, porque és uma pessoa
espetacular, tranquilo, simples, único, humano e sereno de ser.
Agradeço também a Valcimar Silva Meira meu querido tio e às vezes pai, por ter me
ajudado e feito grandes contribuições na minha jornada. Ao meu namorado, José Anchieta de
Azevedo pela compreensão, atenção e companheirismo, me motivando e auxiliando em tudo
que foi preciso e a Maria do Socorro da Silva minha eterna tia em memória.
A toda minha família e meus amigos, sem vocês a caminhada não teria “graça”, pelas
experiências vivenciadas, alegrias e tristezas divididas, pelas parcerias, paciência e confiança
em mim depositada, aos amigos presentes, ausentes e aos novos amigos, saibam que cada um
representa algo em mim.
Por fim, quero agradecer aos meus professores e mestres, de vocês recebemos muito
mais do que o aprendizado, recebemos educação, recebemos um obro amigo, uma palavra de
consolação, uma motivação, em especial a minha orientadora Izabel de Medeiros Coelho
pelos ensinamentos e orientações repassadas para realização deste trabalho.
RESUMO
As estruturas curriculares das Instituições de Ensino Superior que oferecem o curso de
Ciências Contábeis devem proporcionar aos seus alunos o conhecimento adequado e o
desenvolvimento de suas habilidades e competências para o exercício da profissão. No
objetivo de analisar o nível de adequação dos currículos das Instituições Federais de Ensino
Superior (IFES) em comparação com a proposta curricular do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC), surge o objeto do presente estudo. Para o desenvolvimento do mesmo
foi realizado a pesquisa descritiva, documental e bibliográfica, e quanto ao tratamento dos
dados foi através do método qualitativo. O Ministério da Educação através do sítio do E-MEC
listou 38 cursos de Ciências Contábeis em instituições federais que disponibilizam o curso na
modalidade presencial, e dessas, foram analisadas 25 grades curriculares. A comparação foi
feita com a Proposta Nacional de Conteúdo do Conselho Federal de Contabilidade,
segmentada em Blocos de Formação e quanto ao desempenho dessas instituições no Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Observou-se que no geral as
universidades apresentaram um nível de adequação de 61,56% e por blocos de formação
dispuseram respectivamente de 65,40% no “Bloco de Formação Básica”, 63,84% no “Bloco
de Formação Profissional” e 61,40% no “Bloco de Formação Teórico-Prática”. As
universidades que proporcionaram a maior média no ENADE não dispuseram igualmente dos
melhores percentuais de aderência curricular, entretanto, algumas outras mostraram existir
essa relação quanto a média de aderência e a nota no exame. Assim, conclui-se que a
aderência média entre os currículos das IFES à Proposta Curricular do CFC possui uma
relação parcial com as suas notas no ENADE.
Palavras-chave: Ensino da Contabilidade; Currículo Contábil; Proposta Curricular CFC;
Notas do ENADE.
ABSTRACT
The curricular structure of higher education institutions that offer the course in Accounting
will provide their students with adequate knowledge and develop their skills and expertise to
the profession. In order to analyze the adequacy of the curricula of Federal Institutions of
Higher Education (IFES) compared with the curricular proposal of the Federal Accounting
Council (CFC), comes the object of this study. For its development was conducted descriptive
research, document and literature, and for the processing of data was through the qualitative
method. The Ministry of Education through the E-MEC site listed 38 courses in Accounting
in federal institutions offering the course in the classroom mode, and of those, 25 were
analyzed curricula. The comparison was made with the National Proposal for a Federal
Accounting Council Content, segmented into blocks of training and the performance of these
institutions in the National Student Performance Exam (ENADE). It was observed that in
general universities had an adequate level of 61.56% and building blocks were given 65.40%
respectively in "Formation of Basic Block", 63.84% in the "professional training block" and
61.40% in "Training Block Theory and Practice". Universities that provided the highest
average in ENADE not also granted the best percentage of curriculum grip, however, some
other show that relationship exist as the average grip and the note on the exam. Thus, it is
concluded that the average adherence between the curricula of the IFES Curriculum Proposal
CFC has a partial list with your notes in ENADE.
Keywords: Accounting Education; Accounting curriculum; Curriculum Proposal CFC;
ENADE notes.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Proposta de componentes curriculares por blocos de formação. 28
Tabela 2 – Universidades componentes da amostra 33
Tabela 3 – Média de aderência das IFES à proposta curricular do CFC e os seus conceitos
no ENADE. 52
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 38
Gráfico 02 40
Gráfico 03 42
Gráfico 04 43
Gráfico 05 44
Gráfico 06 45
Gráfico 07 46
Gráfico 08 47
Gráfico 09 49
Gráfico 10 50
Gráfico 11 51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IES – Instituições de Ensino Superior
CES – Câmara de Educação Superior
CNE – Conselho Nacional de Educação
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
FBC – Federação Brasileira de Contabilidade
MEC – Ministério da Educação e do Desporto
SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
IFES – Instituições Federais de Ensino Superior
FEA – Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas
USP – Universidade de São Paulo
CRC – Conselho Regional de Contabilidade
S.A.– Sociedade por Ações
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
SESU – Secretaria de Educação Superior
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
IASB – International Accounting Standards Board
IFRS - International Financial Reporting Standards
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional
PPC – Projeto Pedagógico do Curso
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
UFAL – Universidade Federal de Alagoas
UFAM – Universidade Federal do Amazonas
UFBA – Universidade Federal da Bahia
UNB – Universidade de Brasília
UFC – Universidade Federal do Ceará
UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
UFG – Universidade Federal de Goiás
UFMA – Universidade Federal do Maranhão
UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso
UFMS – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UFPA – Universidade Federal do Pará
UFPB – Universidade Federal da Paraíba
UFPR – Universidade Federal do Paraná
UFPE – Universidade Federal do Pernambuco
UFPI – Universidade Federal do Piauí
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UNIR – Universidade Federal de Rondônia
UFRR – Universidade Federal de Roraima
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
UFS – Universidade Federal de Sergipe
UFT – Universidade Federal do Tocantins
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA 13
1.2 JUSTIFICATIVA 15
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 16
1.3.1 Geral 16
1.3.2 Específicos 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO 17
2.1 A EVOLUÇÃO DO ENSINO DA CONTABILIDADE NO BRASIL 17
2.2 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS 25
2.3 PROPOSTA NACIONAL DE CONTEÚDO PARA OS CURSOS DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE 27
2.4 EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES 29
3 METODOLOGIA 32
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 32
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA 33
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS 34
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS 35
4 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 57
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA
Com a evolução da humanidade ao longo dos tempos houveram mudanças
significativas na história, como o crescimento do comércio, o desenvolvimento da educação, a
evolução na economia, o melhoramento organizacional da sociedade, entre outros; e segundo
Barbosa (2007, p. 18) “com a dinamicidade e competitividade da economia nos tempos
modernos, a contabilidade passa ser considerada um instrumento de importância vital para a
continuidade das células sociais”.
Para Vlaemminck (1961) o desenvolvimento da contabilidade está atrelado à
evolução da economia conforme afirma que “como consequência aparece, se expande e se
degenera ou se retrai ao compasso da evolução econômica das civilizações, nas diversas
regiões e distintas épocas de sua história”.
Não somente ao avanço da economia, mas também em razão das mudanças sociais,
culturais, históricas, tecnológicas e globais, houve um desenvolvimento significativo na
evolução da ciência contábil. E sobre a globalização, Sá (2010, p. 57) complementa que
“houve uma dilatação de mercados, onde o mundo passa por um processo de integração,
abertura de fronteiras, de interdependência cada vez mais acentuada e concorrências cada vez
mais acirradas”.
Baseado na evolução dos tempos e consequentemente na evolução do ensino surge a
Lei nº 9.394/96 que trata sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional incluindo o
Ensino Superior. Com essa lei, as mudanças educacionais nasceram tanto para os ensinos de
níveis fundamentais e médios, quanto para o ensino superior, como para o ensino técnico.
Mas foi com a criação das Instituições de Ensino Superior que a formação acadêmica
começou a graduar profissionais em várias áreas, inclusive no meio contabilístico, fonte de
estudo desse trabalho em virtude da importância desempenhada para sociedade.
Ainda sobre a evolução contábil, Peleias e Bacci (2004) argumenta que seus passos
na sociedade se deram através da implantação das primeiras aulas de comércio, com o
surgimento de pensadores científicos, a criação de órgãos de classe, o crescimento de órgãos
fiscalizadores e o aprimoramento da ciência.
Já Faria e Queiroz (2009) enfatiza que as competências e as qualidades exigidas dos
profissionais contábeis estão muito ligadas aos conhecimentos adquiridos por eles dentro das
14
Instituições de Ensino Superior (IES), devendo todas instituições oferecerem o melhor ensino
e formação acadêmica aos seus universitários.
Segundo Ott e Pires (2010), as mudanças constantemente no ambiente de negócios
vêm afetando o exercício da profissão contábil e é papel das universidades estarem prontas
para atenderem às necessidades desse mercado preparando seus formandos para esse
ambiente.
Conforme Oliveira et al. (2015) o ensino superior do curso de Ciências Contábeis
busca formar profissionais capacitados com habilidades e conhecimentos adequados para o
exercício da profissão, pois o mercado de trabalho exige cada vez mais desse profissional
contábil.
Diante disso, no Brasil foi criada a Resolução CNE/CES n.º 10/2004 que instituiu as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Ciências Contábeis e dá outras
providências, buscando adaptar seus currículos e conteúdos ministrados levando em
consideração as diferenças geográficas, regionais, sociais, econômicas e culturais de cada
localidade. A mesma estipula em termos gerais os conteúdos de formação básica, profissional
e teórico-prática que devem conter nos currículos das universidades, mas não determina quais
as disciplinas e ementas a serem estudadas ficando a critério de cada IES com base na
realidade nacional e mundial as composições das mesmas.
Em continuidade ao ensino da ciência contábil no país o Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) com a ajuda de uma comissão composta por professores e
coordenadores dos cursos de Ciências Contábeis juntamente com a Federação Brasileira de
Contabilidade (FBC) criou uma Proposta Nacional de Conteúdo para o Curso de Graduação
em Ciências Contábeis que servisse como guia na formação dos currículos dos cursos de
graduação em Ciências Contábeis produzindo conceitos úteis e essenciais para o aprendizado
do aluno e sua formação acadêmica pelo fato de existirem diferentes estruturas curriculares
universitárias no Brasil o que acaba dificultando as transferências de estudantes entre
instituições e também atrapalha a harmonização do ensino contábil (CARNEIRO ET AL.,
2009).
Com a implantação do ensino universitário nasceu à necessidade de avaliação do
processo de formação das Universidades e Faculdades públicas e privadas do país, deste
modo o Ministério da Educação (MEC) por meio do Sistema Nacional de Avalição da
Educação Superior (SINAES) criou o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
(ENADE) a fim de traçar um panorama da qualidade dos cursos e instituições de educação
superior no País (INEP, 2015).
15
Assim, de acordo com Segatini et al. (2013) considerando as evoluções e
importância do ensino da contabilidade em todo território nacional e sem desmerecer a
relevância das instituições de ensino superior e de seus professores na construção desse
processo educacional, surge como problemática a responder sobre os currículos dos cursos de
Ciências Contábeis no país o seguinte questionamento:
Qual o nível de adequação dos Currículos dos Cursos de Ciências Contábeis das
Universidades Federais Brasileiras à Proposta Nacional de Conteúdo do Conselho
Federal de Contabilidade e o desempenho dessas universidades no ENADE?
Por fim, no decorrer desse estudo busca-se sanar o seguinte questionamento
levantado sobre a adequação dos currículos das universidades federais frente ao currículo
sugerido pelo CFC.
1.2 JUSTIFICATIVA
Diferente das pesquisas realizadas por Frosi, Ott e Grando (2013) que levou em
consideração a análise do alinhamento dos currículos dos cursos de Ciências Contábeis da
região Sul do Brasil, por Oliveira et al. (2015) que realizou uma análise comparativa sobre o
nível de aderência dos currículos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES)
brasileiras para a proposta curricular do CFC e por Cavalcante et al. (2011) que analisou a
adequação dos currículos dos cursos de contabilidade das universidades federais brasileiras ao
Currículo Mundial de Contabilidade e o desempenho no ENADE.
Surge a necessidade de analisar a adequação dos currículos dos cursos de Ciências
Contábeis das IFES comparado ao conteúdo proposto pelo CFC e o desempenho dessas
instituições no último ENADE realizado para o curso de Ciências Contábeis.
A realização deste estudo justifica-se pelo interesse em conhecer o nível de
adequação entre esses currículos, além de comprovar os resultados dessas universidades no
ENADE e promover conhecimento para sociedade em todo território nacional na busca da
harmonização educacional contábil, pois preocupa-se com a formação acadêmica do
profissional contábil e busca contribuir para os processos de revisões e modificações dos
currículos dos cursos de Ciências Contábeis das universidades e também para o próprio CFC
que precisa estar sempre revendo sua proposta de conteúdo para não tornar-se defasada.
Com base na Resolução Nacional o Conselho Federal de Contabilidade que é um
órgão importante para a classe contábil no Brasil e fiscaliza o exercício da profissão, além de
contribuir para a evolução da categoria trabalhando em prol do crescimento da ciência através
16
da divulgação de modificações e atualizações nacionais e internacionais desenvolveu os
componentes curriculares para o curso de ciências contábeis divididos por “Bloco de
Formação Básica”, “Bloco de Formação Profissional”, “Bloco de Formação Teórico-Prática”
e “Disciplinas Optativas”, onde constituem toda a estrutura curricular da proposta.
Com a hipótese da adequação dessas disciplinas passa a existir uma necessidade de
avaliação destas universidades componentes da amostra através do Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes que possui como principal mecanismo medir a atuação dos cursos
de graduação, dentre eles, o de Ciências Contábeis em todas as instituições do nosso país. O
ENADE surgiu em 2004 e tornou-se importante para a sociedade, as instituições educacionais
e o governo que através dos dados levantados toma conhecimento de como se encontra o nível
da educação superior no país e dos profissionais que estão sendo formados para a atuar no
mercado de trabalho.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Geral
Analisar e comparar a adequação dos Currículos dos Cursos de Ciências Contábeis
das Universidades Federais Brasileiras à Proposta Nacional de Conteúdo do Conselho Federal
de Contabilidade e o desempenho das mesmas no ENADE.
1.3.2 Específicos
Identificar as nomenclaturas curriculares das universidades federais dispostas
por blocos de formação entre as IFES analisadas, considerando apenas as disciplinas
obrigatórias;
Verificar a similaridade entre as nomenclaturas curriculares das universidades
federais e as dispostas na proposta do CFC;
Averiguar se existe relação entre a adequação das nomenclaturas curriculares
com o resultado das instituições no último ENADE realizado no curso.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A EVOLUÇÃO DO ENSINO DA CONTABILIDADE NO BRASIL
Em todo o mundo o desenvolvimento da contabilidade está intimamente ligado a
expansão do comércio local e ao desenvolvimento das nações assim como no Brasil, onde o
desenvolvimento efetivo do comércio só se deu com a chegada da família Real em 1808, mais
precisamente no século XIX, período de grande marco na história brasileira (BACCI, 2002).
Segundo Sá (1997, p. 16), “a contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de
existir em decorrência dela; talvez, por isso, quase sempre seus progressos coincidiram com
aqueles que caracterizam os da evolução do homem”.
Para Iudícibus (1993, p. 31)
Em termos de entendimento da evolução histórica da disciplina, é importante
reconhecer que raramente o “estado da arte” se adianta muito em relação ao grau de
desenvolvimento econômico, institucional, e social das sociedades analisadas, em
cada época. O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está
diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial,
social e institucional das sociedades, cidades ou nações.
Prova disso, dá-se com o advento da corte portuguesa no país devido aos diversos
ensinamentos e costumes trazidos da Europa e implantados na nossa sociedade principalmente
na área contábil, como o método das partidas dobradas e o registro de controle dos bens,
influenciando na criação da primeira cadeira de aula do comércio intitulada de “Aulas
Práticas” para formar os brasileiros e torná-los conhecedores das teorias comerciais e
mercantis até então não abordadas no país (BACCI, 2002).
Conforme Schmidt (1996) uma das primeiras grandes manifestações da legislação no
cenário brasileiro foi o Código Comercial de 1850, que instituiu a obrigatoriedade da
escrituração contábil e da elaboração anual da demonstração do Balanço Geral. De acordo
com Teles (1989, p.51) “desde descobrimento do Brasil até a publicação do Código não se
tinha tido uma legislação que regulamentasse o nosso sistema comercial que se apresentava
em crescente ritmo de desenvolvimento”. Bacci (2002, p. 56) afirma que “este código tinha
por objetivo regulamentar toda a relação mercantil existente na época”.
O Código Comercial antes de ser revogado pela Lei 10.406 de 2002 levantou
questões importantes vividos naquele momento, como quem poderia comerciar no Brasil, o
registro devido do comércio, a uniformização da escrituração mercantil, os livros obrigatórios
18
pelos comerciantes, à obrigatoriedade de registrar a contabilidade na Junta Comercial, a
desobrigação da assinatura do contador, entre outras coisas, como tratam os artigos a seguir
(BRASIL, 1850). O art. 10 aborda que todos os comerciantes são obrigados:
a seguir uma ordem uniforme de contabilidade e escrituração, e a ter os livros para
esse fim necessários;
a fazer registrar no Registro do Comércio todos os documentos, cujo registro for
expressamente exigido por este Código, dentro de 15 (quinze) dias úteis da data
dos mesmos documentos (artigo nº. 31), se maior ou menor prazo se não achar
marcado neste Código;
a conservar em boa guarda a escrituração, correspondências e mais papéis
pertencentes ao giro do seu comércio, enquanto não prescreveram as ações que
lhes possam ser relativas (Título. XVII);
a formar anualmente um balanço geral do seu ativo e passivo, o qual deverá
compreender todos os bens de raiz móveis e semoventes, mercadorias, dinheiro,
papéis de crédito, e outra qualquer espécie de valores, e bem assim todas as
dívidas e obrigações passivas; e será datado e assinado pelo comerciante a quem
pertencer.
O art. 11 diz que “os livros que os comerciantes são obrigados a ter
indispensavelmente, na conformidade do artigo antecedente, são o Diário e o Copiador de
cartas”. E o art. 14 acrescenta que “a escrituração dos mesmos livros será feita em forma
mercantil, e seguida pela ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalo em branco, nem
entrelinhas, bordaduras, raspaduras ou emendas”.
De acordo com Bacci (2002, p. 56)
Embora haja alguns dispositivos de lei, decretos e regulamentos fiscais que eximem
as empresas de escrituração comercial, código comercial brasileiro tem sua vigência
até esta data, sendo obrigatória a escrituração do livro Diário, inclusive com
obrigatoriedade de obtenção de visto do Juiz no Balanço e sendo necessária sua
apresentação em casos de concordata e/ou de falências.
Para Sá (2008, p. 71), “o Código Comercial brasileiro de 1850, apresentou linhas
gerais importantes para a escrita contábil, e que foram, bem ou mal, sempre ampliadas, no
tempo, culminando com a lei das sociedades por ações”.
Dessa forma, Schmidt (2000) finaliza que apesar de muita importância para a
contabilidade brasileira o Código de 1850 apenas definiu uma ordem uniforme para a
escrituração e os livros necessários para este fim, sem normatizar os procedimentos contábeis.
Peleias e Bacci (2004) destacou em 1856 o surgimento do Instituto Comercial do Rio
de Janeiro com o propósito de divulgar os atos e registros praticados pelo comércio nessa
época, passando em 1863 a oferecer a disciplina de Escrituração Mercantil, buscando a
qualificação dos estudantes para o exercício da escrituração.
19
Diante desse cenário, Bacci (2002) enfatizou que novas escolas foram sendo
implantas na província como a Academia do Comércio em Juiz de Fora Minas Gerais, a
Escola Prática de Comércio do Pará, a Escola Comercial da Bahia devido a crescente
necessidade de um programa regular de ensino que passasse aos brasileiros o conhecimento
contábil exercido pelos estrangeiros
Em 1889 após a Proclamação da República o mesmo afirma:
Iniciam-se importantes mudanças no ensino comercial brasileiro, extingue-se o
Instituto Comercial do Rio de Janeiro e se forma a Academia de Comercio do Rio de
Janeiro, que em 09 de janeiro de 1905, através do decreto legislativo n° 1339, é
declarada de utilidade pública e seus diplomas passam a ter reconhecimento oficial.
A academia possuía dois cursos, um de formação superior, embora não equiparado
aos demais considerados universitários tais como medicina, e os que formavam
funcionários do Ministério das Relações Exteriores, atuários, e chefes de
contabilidade de bancos e de grandes empresas comerciais, outro de formação geral,
que eram destinados à guarda-livros, peritos judiciais e empregados da fazenda.
Por volta do século XX no ano de 1900 os guarda-livros de São Paulo passam a lutar
pela instituição de sua escola do comércio. A Escola Comercial da Bahia foi transformada na
Fundação de Ciências Econômicas da Bahia com os cursos superiores de Contabilidade e
Economia e em 1957 passou a ser Fundação Visconde de Cairu (BACCI, 2002). Com base
em Bugarim e Oliveira (2014) em 1902 foi criada a Escola de Comércio Alvares Penteado
exercendo os cursos de Guarda-Livros e Perito-Contador, onde seus diplomas foram
oficialmente reconhecidos pelo Decreto nº 1.339 de 1905.
Segundo Machado (1982, p. 2)
Esse decreto, embora seja um marco na organização do ensino comercial no Brasil,
tinha na época um escopo bem mais limitado, ou seja, restringia-se a reconhecer
como de utilidade pública e a organizar os cursos da Academia de Comércio do Rio
de Janeiro e da Escola Prática de Comércio de São Paulo.
E Bacci (2002) continua que em função da expansão econômica e crescente
complexidade dos negócios o Decreto 20.158 de 1931 abordava a reorganização do ensino
comercial brasileiro e regulamentou a profissão do Contador, determinando o diploma de
bacharel em ciências econômicas para aqueles que completassem o curso superior de
administração e finanças com duração de três anos, aqueles que concluíssem o curso técnico
de dois anos receberiam o título de Guarda-Livros e aqueles que concluíssem o curso técnico
de três anos o de Perito-Contador.
20
Camargo (1991) discorreu sobre o Decreto-lei n° 7.988/1945 que instituiu o primeiro curso
universitário de Ciências Contábeis e Atuariais. E em 1945 Bacci (2002, p. 65) “ocorre à
consolidação dos cursos técnicos em grau superior, eliminando assim as restrições aos
diplomas oriundos dos cursos técnicos ao ingresso no curso universitário”.
Conforme Magalhães e Andrade (2006) em 1946 foi criada a Faculdade de Ciências
Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (FEA/USP), onde instituiu os
cursos de bacharelado em Ciências Contábeis e Atuariais e em Ciências Econômicas. Neste
contexto Iudícibus (2006) segue dizendo que nessa faculdade nasceu o núcleo de pesquisa em
contabilidade através dos professores que se dedicavam integralmente ao ensino e a pesquisa,
produzindo teses acadêmicas, artigos, entre outros.
Hermes (1986) afirma que no mesmo ano, teve outro marco na história da ciência
contábil através da promulgação do Decreto-lei que determinava a criação do Conselho
Federal de Contabilidade (CFC) e dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs),
destinados a fiscalizar o exercício dos bacharéis e técnicos em contabilidade. Para Machado
(1982) o referido decreto-lei também tratou sobre o respectivo registro junto aos conselhos
regionais nas categorias de técnico e bacharel.
Sobre a evolução da contabilidade na década de 1940 Gomes (1978, p. 7) garante:
Se, de um lado, a profissão as expandiu, de outro, os problemas que foram criados
com a equiparação do “guarda-livros”, ou seja, do praticante de contabilidade sem
escolaridade formal em Ciências Contábeis, do Técnico de Contabilidade, isto é, do
técnico de nível médio, formado pelas Escolas Técnicas Comerciais ao profissional
de formação universitária – contador – originaram uma perda de prestígio em
relação as outras profissões de nível superior (Direito, Economia etc), fazendo com
que os jovens que ingressavam nas Faculdades não tivesse interesse em abraçar
aquela carreira, pelo fato de a mesma não lhes conceder o mesmo status das outras
profissões.
Na sequência Araujo (2002) fala que no ano de 1951, o curso de ciências contábeis e
atuariais foi desdobrado no curso de Ciências Contábeis e no curso de Ciências Atuariais.
Conforme os avanços nacionais, em 1965 foi criado a profissão do auditor, onde por meio da
Resolução n° 220 implantou-se o regulamento de auditoria nas demonstrações contábeis das
empresas com ações na bolsa, relatou sobre o registro de auditores independentes, as normas
gerais de auditoria e os princípios e normas contábeis (ANDRADE, 2003).
Já de acordo com Iudícibus, Marion e Faria (2009) em 1976 foi criado a Lei das
Sociedades por Ações 6.404, dando início a uma nova história, onde o domínio do
pensamento da escola americana de contabilidade tornou-se mais significativo na ciência
contábil brasileira. Fipecafi (1981, p. 35) coloca que “a atual Lei das S.A. (Lei nº 6.404, de
21
15-12-76) apresentou profundas inovações no que se refere às demonstrações financeiras e ao
seu conteúdo, bem como aos princípios contábeis então estabelecidos”.
No mesmo ano foi criado a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) e entre 1981 a
1993 o CFC editou resoluções importantes que disciplinaram as Normas Brasileiras de
Contabilidade e estabeleceram os Princípios Fundamentais de Contabilidade (SCHMIDT,
1996).
Segundo Teles (1989) essa lei demonstrou todas as etapas de uma empresa, suas
imputações e seus campos de atuações com o objetivo de aprimorar a qualidade das
informações contábeis e da sua ampla difusão.
Para Bacci (2002) o curso de Ciências Contábeis no Brasil através da Resolução n°
03 de 05/10/92 do Conselho Federal de Educação teve reformulado seus conteúdos e a
duração de seus programas, onde a carga horaria mínima passou para 2.700 horas-aula, a
duração dos cursos diurnos passou para no mínimo quatro anos e o noturno para no mínimo
de cinco anos e as disciplinas foram distribuídas por três categorias são elas: categoria de
formação básica, de formação profissional e formação complementar.
Neste contexto, o mesmo expõe que o Ministério da Educação e do Desporto (MEC),
por intermédio da Secretaria de Educação Superior (SESU), através do Edital n° 04/97
convoca as IES para a formação de novas Diretrizes Curriculares dos cursos superiores com o
objetivo de adaptá-las à Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Definiu também os critérios
de avaliação institucional e de indicadores de qualidade dos cursos e deu as seguintes
orientações básicas:
perfil desejado do formando, onde têm por base formar diplomados nas
diferentes áreas e aptos para serem inseridos no mercado de trabalho;
competências e habilidades desejadas, devem conferir uma maior autonomia às
IES na definição dos currículos de seus cursos para a criação de um modelo dinâmico e
flexível capaz de suprir as necessidades da sociedade;
conteúdos curriculares, que cada instituição tenha autonomia para desenvolver
nos seus currículos os conteúdos condizentes com as necessidades do mercado, formando
profissionais preparados;
duração dos cursos está sendo estabelecida a duração mínima obrigatória para a
graduação deixando a critério das IES a estipulação da duração máxima;
estruturação modular dos cursos, devem servir para um melhor aproveitamento
dos conteúdos ministrados e flexibilização do aluno ao curso;
22
estágios e atividades complementares, contemplam orientações para as
atividades de monografias, estágios e demais atividades que atrele a teoria do curso com a
pratica profissional;
conexão com a avaliação institucional, procurar contribuir para inovação e
qualidade do projeto pedagógico do ensino de graduação para que sejam reconhecidos nos
cursos ministrados pelas instituições.
Assim, torna-se muito proveitoso para os cursos de todas as áreas e preenche uma
brecha na evolução do ensino contábil apontando para o futuro da classe, pois assim, o MEC
uniformizou o aprendizado do nível superior.
Diante do exposto, Bugarim e Oliveira (2014) enfatiza que já no século XXI, com a
globalização presente no mundo moderno à contabilidade passa por uma verdadeira
transformação, aonde depois da Lei nº 9.457/1997, outras importantes alterações foram
implantadas na Lei das Sociedades por Ações, com o objetivo de alinhar a contabilidade
brasileira aos padrões internacionais.
Como exibe Bacci (2002, p.144):
A contabilidade do mundo atual procura a harmonização de procedimentos, de
padrões que atendam a globalização, e que pela pulverização dos investimentos a
nível mundial nas bolsas de valores, vêm tentando uma uniformização dos informes
contábeis com objetivos claros de se adotar maior transparência e evidenciação dos
critérios aplicados [...].
Voltando a Bugarim e Oliveira (2014, p. 7) “em 2001 foi promulgada a Lei nº
10.303, que altera e acrescenta dispositivos na Lei nº 6.385/1976 e na Lei nº 6.404/1976,
visando, principalmente, assegurar certos direitos dos acionistas e atrair investimentos para o
mercado de capitais”. Bacci (2002) apresenta que foi editado o Parecer CES/CNE 0146 sobre
definição das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos superiores, inclusive as Diretrizes
do Curso de Graduação em Ciências Contábeis atendendo as sugestões apresentadas no Edital
04/97, normatizando os cursos de ensino superior e dispondo sobre regras de organização,
avaliação de cursos e instituições de ensino superior.
Ainda argumenta que a evolução da contabilidade no país:
(2002, p. 98) foi pautada em decretos, em leis, nas atividades profissionais e nos
órgãos reguladores da profissão, alguns específicos, outros de forma abrangente,
dentre os quais citamos o Conselho Federal de Contabilidade, a legislação do
imposto de renda, a legislação societária, a Comissão de Valores Monetários, o
Banco Central do Brasil, criados com objetivos de controle, normatização e
fiscalização do sistema financeiro nacional e a SUSEP – Superintendência de
23
Seguros Privados, esta voltando ao controle, fiscalização do mercado de seguros,
previdência privada, capitalização e resseguros.
Conclui-se então, que a contabilidade sempre foi muito influenciada pela legislação
fiscal, principalmente a legislação do imposto de renda, esse fato, ao mesmo tempo em que
trouxe algumas contribuições importantes têm também limitado e dificultado a adoção da
prática de princípios contábeis adequados contabilmente, já que a contabilidade era feita para
atender quase que exclusivamente aos interesses do fisco e/ou governo (FIPECAFI; 1981).
Agora por volta do ano 2007 foi criada a Lei 11.638 que reformulou padrões antigos
da Lei das S.A., atendendo as novas tendências das normas e padrões internacionais de
contabilidade visto que o mundo nesta nova era encontra-se totalmente globalizado e sem
fronteiras, tornando-se a harmonização de procedimentos contábeis indispensáveis entre os
mercados nacionais e internacionais (BACCI, 2002).
Com base em Almeida e Braga (2008) a convergência das normas brasileiras é um
processo de adoção gradativa das normas nacionais aos padrões emitidos pelo International
Accounting Standards Board (IASB), que vem sendo adotado por outros países, inclusive
todas as nações da Comunidade Europeia. Para os referidos autores as normas emitidas pelo
IASB apresentam sintéticas diferenças em relação às normas vigentes no Brasil até 2007, já
que priorizam a essência sobre a forma, abordando transparência para o investidor, trazendo
modificações significantes no perfil de seus profissionais e na estrutura do ensino das IES.
Gomes e Rodrigues (2009, p. 210) “afirmam que o desejo de registrar as mudanças
na contabilidade e de explicar tais mudanças, identificando as suas causas, tem sido, ao longo
de muitas décadas, uma das principais motivações para a história da contabilidade”.
Para Bugarim e Oliveira (2014, p. 9) com base na:
Lei nº 11.638, que introduziu várias alterações nos padrões contábeis vigentes. Um
ponto que merece ser destacado é que a nova legislação determinava vigência
imediata, a partir de exercícios sociais iniciando-se em 1 de janeiro de 2008. Devido,
porém, à inexistência de prazo para adequação à nova realidade, diversos estudiosos
se posicionaram fortemente contrários à medida.
E sobre isto Carvalho (2009, p.13), opinou:
[...] tivemos três dias para fazer o que a Europa fez em cinco anos. A Europa, por
meio da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, sediados em Bruxelas,
deliberou em 2000 que as cerca de sete mil companhias abertas da União Europeia
passariam a adotar as normas internacionais IFRS a partir de 2005. A Lei nº
11.638/07 foi publicada em 28 de dezembro de 2007, determinando imediata
vigência a partir de exercícios sociais iniciando-se em 1 de janeiro de 2008.
24
Dessa forma, Bugarim e Oliveira (2014) argumenta que após os avanços da ciência
contábil no mundo, tornou-se imprescindível a atualização da lei nacional que rege a profissão
contábil, e foi através da Lei n° 12.249 de 2010 que se alteraram diversos dispositivos do
Decreto-lei nº 9.295/1946 regulamentador da profissão. Entre as mudanças, destaca-se o
artigo 76 que atribui diversas funções normativas ao CFC como a autorização para a
realização do exame de suficiência, o cadastro de qualificação técnica do profissional e a
edição de Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional.
E quanto a isto, ele relata que a criação do exame de suficiência como um exame
obrigatório para o exercício da profissão foi de grande valia para classe contábil, uma vez que,
é uma forma de proteger o mercado e a sociedade que utiliza dos serviços contra os menos
preparados.
Ainda sobre o assunto, Carneiro (2010, p. 16) expõe que:
O exame permite comprovar se os alunos recém-formados ou os profissionais que se
encontram há algum tempo afastados do mercado de trabalho possuem os
conhecimentos médios necessários ao exercício da profissão, condizentes com os
conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de bacharelado em Ciências
Contábeis e no curso técnico em Contabilidade.
Bugarim e Oliveira (2014) ainda levantaram outros pontos relevantes contidos na
nova legislação. O primeiro destina-se à extinção do registro da categoria de técnicos em
contabilidade assegurando o registro e os direitos aos já existentes a partir da data de
publicação da lei e o segundo trata-se das novas penalidades para os que não cumprirem as
regras previstas, variando desde pagamento de multas caso o ocorrido enquadre-se em causas
simples até a cassação do registro profissional para os casos mais complexos e fraudulentos.
Perante essas mudanças ocorridas com a implantação da nova lei, percebe-se uma ampliação e
fortalecimento das competências acreditadas ao CFC, podendo exercer seu papel regulador
com muito mais competência e vigor em todo território nacional.
Assim, os referidos autores concluem dizendo que desde século XIX quando teve
início as primeiras aulas sobre contabilidade até o século XXI com os modernos centros
universitários de ensino, pesquisa e extensão contábil, além dos avanços significativos na
legislação e fiscalização estatal, houve um aumento grandioso na quantidade de IES que
oferecem o curso de Ciências Contábeis, sejam elas públicas ou privadas. Proporcionalmente
aos cursos também aumentou o número de contadores e técnicos em contabilidade dessa
época até os dias de hoje. Entretanto, é sempre importante frisar que a qualidade dos cursos de
25
Ciências Contábeis depende intimamente da prestação de um bom serviço, e quanto ao ensino
de contabilidade no Brasil sabemos que o número desses professores com qualificação de
doutorado e mestrado é insuficiente, acarretando em uma divisão desigual por regiões e
estados desses profissionais e comprometendo assim a qualidade da educação, pois de acordo
com a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional um terço do corpo docente de todas as
universidades deve conter intitulação de mestrado ou doutorado.
2.2 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE GRADUAÇÃO
EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Silva (2009) explica que as Diretrizes Curriculares são ferramentas criadas com o
objetivo de fornecer às IES uma linha de raciocínio para a organização da estrutura dos cursos
superiores, buscando a harmonização dos cursos universitários em todo o Brasil. Segundo
Campos e Lemes (2012), é relevante a adequação do currículo e do ensino da contabilidade
como um todo, no cenário econômico nacional e internacional. Diante disso, houve a criação
da primeira Lei 4.024/1961 que trata sobre a fixação das Diretrizes e Bases da Educação
Nacional incluindo o ensino superior e de sua posterior alteração através da Lei nº 9.131/95
juntamente com diversos Pareceres homologados pelo Ministério da Educação tratando sobre
esse tema, existindo uma evolução significativa apesar de ter ocorrido a passos lentos
(RESOLUÇÃO CNE/CES, 2004).
Após, surgiu o Parecer CES/CNE 0146 de 03 de abril de 2002 que definiu as
diretrizes curriculares dos cursos de graduação em Direito, Ciências Econômicas,
Administração, Ciências Contábeis, Turismo, Hotelaria, Secretariado Exclusivo, Música,
Dança, Teatro e Design promovendo um papel importante no desenvolvimento dos cursos, em
questão, o de Ciências Contábeis por meio das ações do Conselho Nacional de Educação
(CNE) e da Câmara de Educação Superior (CES).
Mais tarde, no ano de 2004 houve a promulgação da Resolução CNE/CES nº 10 que
deliberou sobre as diretrizes curriculares a serem seguidas pelas IES propriamente para o
curso de graduação em Ciências Contábeis com base na criação do Projeto Pedagógico.
A Resolução CNE/CES n° 10/2004, art. 2º apresenta os seguintes aspectos:
o perfil profissional esperado para o formado, em termos de competências e
habilidades;
componentes curriculares integrantes;
sistemas de avaliação do estudante e do curso;
26
estágio curricular supervisionado;
atividades complementares;
monografia, projeto de iniciação científica ou projeto de atividades – como
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC;
regime acadêmico de oferta;
outros aspectos que tornem consistente o referido Projeto.
Entre as determinações da resolução merecem destaque os seguintes itens: os
relacionados ao perfil esperado do profissional e os componentes curriculares integrantes.
Quanto ao perfil desejado do formando a Resolução CNE/CES n° 10/2004, art. 3º estabelece
que o futuro contabilista deva ser capaz de:
compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras,
em âmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização;
apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo apurações,
auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações
de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização
de inovações tecnológicas;
revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às implicações
organizacionais com o advento da tecnologia da informação.
Com relação aos componentes curriculares a resolução estabelece que a organização
de seus currículos deverá conter conteúdos de formação básica, ou seja, assuntos relacionados
a outras áreas do conhecimento, conteúdos de formação profissional, que são disciplinas
específicas de contabilidade e conteúdo de formação teórico-prática, que envolve a prática em
laboratórios, o estágio supervisionado e as atividades complementares, o trabalho de
conclusão de curso e as disciplinas optativas.
Esta Resolução não só apresenta as diretrizes relacionadas ao perfil desejado para o
profissional contábil, suas competências e habilidades, mas também orienta sobre a duração e
carga horária mínima na elaboração das grades curriculares.
Nesse sentido, Pires (2010, p. 08) afirma que:
As determinações da Resolução CNE/CES nº 10/2004 são amplas e flexíveis, o que
significa que cabe a cada IES definir, por exemplo, quais as disciplinas a serem
ministradas e o número de horas-aula destinadas a cada conteúdo, desde que as
diretrizes estabelecidas sejam observadas, ou seja, desde que os conteúdos
curriculares sejam contemplados.
Portanto, Souza e Ortiz (2006) entendem que a Resolução CNE/CES nº 10/2004
permite uma maior mobilidade às IES, se comparada aos antigos currículos mínimos que
engessavam o ensino superior, pois eram pouco práticos e não possuíam conexão com as
mudanças ambientais ocorridas. Os autores destacam que a referida resolução, ao contrário do
27
que se tinha, permite que as IES realizem alterações de forma a atender as necessidades e
demandas dos alunos, do mercado e da sociedade. Isso leva a uma abertura de conhecimentos
interpretados e trabalhos da melhor forma possível dentro de cada instituição, levando-se em
consideração os requisitos básicos e adaptando-os as suas realidades, onde mesmo com essa
flexibilidade a ciência educacional contábil progride em busca da harmonização.
2.3 PROPOSTA NACIONAL DE CONTEÚDO PARA OS CURSOS DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é o órgão responsável pela
normatização e fiscalização do exercício profissional dos contabilistas no Brasil e há muito
tempo vem se empenhando para acompanhar e atender o progresso da ciência contábil. Em
virtude da globalização e de novos conceitos dessa ciência o CFC sentiu-se pressionado a dar
sua contribuição para o ensino superior do país, em consonância com a Resolução CNE/CES
n° 10/2004 que regulamentou as diretrizes curriculares do curso e às novas demandas do
mundo moderno (CARNEIRO ET AL., 2009).
Desse modo, segundo Carneiro et al. (2009) o CFC com o apoio da Federação
Brasileira de Contabilidade (FBC) criou uma comissão para elaborar a Proposta Nacional de
Conteúdo para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, onde a primeira versão foi
desempenhada em 2008 e disponibilizada previamente para apreciação dos coordenadores e
professores dos cursos de Ciências Contábeis no país e posteriormente devido as recentes
mudanças ocorridas no cenário da contabilidade se fez necessário a reestruturação da
proposta, derivando em uma segunda versão.
Para o mesmo, esta segunda edição tem por objetivo levar as IES sugestões de
disciplinas que devem compor a grade curricular dos cursos de Ciências Contábeis e com um
agrupamento de ideias que devem ser utilizadas no meio acadêmico nacional, fixando
conteúdos aplicáveis nas modalidades presencial, semipresencial e a distância a fim de
diminuir as divergências existentes decorrentes de muitas grades curriculares.
Nesse sentido, a proposta reporta disciplinas obrigatórias, eletivas e optativas,
estágio, trabalho de conclusão de curso e atividades complementares, os conteúdos
pragmáticos, as sugestões de bibliografia, a carga horária e os objetivos gerais, pertencentes
ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e ao Projeto Pedagógico de cada curso
(PPC) (CARNEIRO ET AL., 2009).
28
Segundo Frosi, Ott e Grando (2013, p. 5), na proposta do CFC “os componentes
curriculares propostos estão organizados por Eixos Temáticos contemplando conteúdos de
formação básica, formação profissional, formação teórico-prático e de disciplinas optativas”.
E para ele essa proposta de currículo apresentada pelo CFC está estritamente ligada a
Resolução Nacional e a sua visão que é de formar profissionais do futuro e aptos ao mercado
globalizado, apresentando uma ampla gama de opções de disciplinas. Assim, a proposta de
componentes curriculares separada por conteúdos de formação do CFC é apresentada
conforme a Tabela 1.
Tabela 1 – Proposta de Componentes Curriculares por Blocos de Formação.
Conteúdo de
Formação Básica.
Conteúdo de
Formação
Profissional.
Conteúdo de
Formação Teórico-
Prática
Conteúdo de
Disciplinas Optativas.
1-Matemática;
2-Métodos
Quantitativos
Aplicados;
3-Matemática
Financeira;
4-Comunicação
Empresarial;
5-Economia;
6-Administração;
7-Instituições de
Direito Público e
Privado;
8-Direito Comercial e
Legislação Societária;
9-Direito Trabalhista e
Legislação Social;
10-Direito e Legislação
Tributária;
11-Ética e Legislação
Profissional;
12-Filosofia da
Ciência;
13-Metodologia do
Trabalho Científico;
14-Psicologia
Organizacional;
15-Tecnologia da
Informação.
1-Contabilidade
Básica;
2-Estrutura das
Demonstrações
Contábeis;
3-Contabilidade
Societária;
4-Teoria Geral da
Contabilidade;
5-Perícia, Avaliação e
Arbitragem;
6-Contabilidade
Avançada;
7-Contabilidade de
Custos;
8-Apuração e Análise
de Custos;
9-Auditoria;
10-Controladoria;
11-Gestão de Finanças
Públicas;
12-Contabilidade
Aplicada ao Setor
Público;
13-Planejamento e
Contabilidade
Tributária;
14-Contabilidade
Internacional;
15-Responsabilidade
Social;
1-Estágio de Iniciação
Profissional;
2-Metodologia de
Pesquisa;
3-Trabalho de
Conclusão de Curso;
Atividades
Complementares.
1-Contabilidade
Aplicada às
Instituições
Financeiras;
2-Contabilidade
Aplicada às Entidades
de Interesse Social;
3-Contabilidade
Aplicada ao
Agronegócio;
4-Contabilidade
Nacional;
5-Economia Brasileira;
6-Governança
Corporativa;
7-Subvenções,
Assistências
Governamentais e
Contratos de
Concessões.
29
16-Análise de Projetos
e Orçamento
Empresarial;
17-Análise das
Demonstrações
Contábeis;
18-Empreendedorismo;
19-Mercado de
Capitais;
20-Finanças
Empresariais;
21-Sistema de
Informação Gerencial;
Fonte: CFC (2009).
Portanto, conforme colocado por Czesnat, Cunha e Domingues (2009, p. 5), o intuito
dessa proposta “é servir como base para as instituições de ensino superior formular os seus
próprios currículos, buscando uma uniformização dos estudos de Contabilidade”, tornando-se
bastante útil para as instituições de ensino superior, englobando o maior número possível de
conteúdos gerais e específicos essenciais para o aprendizado e formação de bons profissionais
capazes de atender as exigências do mercado e hábeis a atuarem em diferentes ramos
profissionais indicados pela contabilidade.
2.4 EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES
O Sistema Nacional de Avalição da Educação Superior foi criado em 2004 por meio
da Lei nº 10.861 com o intuito de avaliar as instituições de ensino superior, o desempenho dos
estudantes e dos cursos. O SINAES envolve todas as esferas que englobam esses três itens
como: o ensino, a pesquisa, a extensão, a responsabilidade social, o desempenho dos alunos, a
gestão da instituição, o corpo docente, as instalações físicas e vários outros aspectos,
disponibilizando as informações obtidas através de suas várias avaliações dentre elas o Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes para as IES na sua orientação institucional,
acadêmica e social (INEP, 2015).
Assim, o ENADE surgiu como uma avaliação que têm por objetivo medir o
desempenho dos estudantes dos respectivos cursos de graduação quanto aos conteúdos gerais
e específicos compostos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e
30
habilidades necessárias para formação geral e profissional e o nível de atualização dos
estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.
O mesmo veio para substituir o Provão que era um exame realizado anualmente em
todo o território nacional a estudantes concluintes dos cursos de graduação, onde muitas
críticas foram feitas a esse método devido a sua forma de aplicação ser apenas no final do
curso, não analisando a chegada do aluno na universidade e sem levar em consideração todo
seu desempenho dentro da instituição. Já o ENADE, é aplicado para estudantes ingressantes e
concluintes dos cursos de graduação, avalia os conteúdos programáticos e é um exame
obrigatório para os estudantes selecionados, além de condição indispensável para a emissão
do histórico escolar (INEP, 2015).
A avaliação é aplicada a cada três anos, ou seja, trienalmente pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) tornando-se extremante
importante para a sociedade, para a comunidade acadêmica e para o governo, já que, a
sociedade utiliza-se das maiores notas para ter conhecimento dos melhores ensinos superiores,
a comunidade acadêmica busca obter os melhores resultados para destacar-se entre as demais
universidades e o governo analisa o nível dos cursos para conhecer a formação dos
profissionais que serão inseridos no mercado de trabalho (CNEC, 2015).
As instituições de ensino superior são avaliadas por meio de conceitos que vão de 1 a
5, onde os cursos com notas entre 4 e 5 são considerados bons, 3 é regular e entre 2 e 0 são
considerados ruins, além disso, a pontuação obtida por cada IES é composta da análise feita
com os estudantes, por meio de questões discursivas de múltipla escolha, com os professores
pelas suas qualificações específicas, com os coordenadores e com o ambiente físico de cada
instituição como, acervo bibliográfico, salas de aula, laboratórios, entre outros, por curso
(INEP, 2015).
Os resultados são divulgados por instituição, localidade, curso e categoria no sítio do
INEP. As notas de cada curso por universidade são publicadas, porém as notas individuais dos
alunos submetidos ao exame são preservadas, o qual somente o aluno terá acesso através do
portal na web. As provas são compostas por 10 questões de formação geral, sendo 8 questões
de múltipla escolha e 2 discursivas, 30 questões de componente específico da área avaliada,
composta por 27 questões de múltipla escolha e 3 questões discursiva e por fim o questionário
de percepção sobre a prova (INEP, 2015).
Assim, baseado na Portaria do INEP n° 220/2015, o exame tornou-se importante para
todos os cursos, inclusive para o curso de Ciências Contábeis devido as diversas contribuições
que apresenta através de suas análises. Isto porque, o exame busca avaliar com base nos
31
estudantes o conhecimento dos assuntos específicos e afins da contabilidade em cumprimento
as Diretrizes Curriculares Nacionais elaboradas através da Resolução CNE/CES nº 10 para os
cursos de graduação em Ciências Contábeis.
Além disto, avalia o perfil de egresso do curso quanto a compreensão sobre questões
científicas, técnicas, sociais, contábeis, econômicas e financeiras no âmbito nacional e
internacional, também a capacidade de demonstrar raciocínio logico, crítico-analítica, a
proficiência em utilizar a linguagem, entre outros. Depois a prova ainda tem a característica
de analisar sobre o desenvolvimento desse estudante com relação as suas competências e
habilidade para exercer funções contábeis adequadamente, praticar atividades de apurações,
auditorias, perícias, arbitragens e quantificações de informações financeiras, interpretar a
normatização e pronunciamentos inerentes à contabilidade e assim por diante.
Isso tudo completa um ciclo de auto avaliação do curso, pois é por meio desse resultado final
gerado que as instituições juntamente com os coordenadores, professores e acadêmicos do
curso buscam corrigir erros melhorar consecutivamente em prol da qualidade do ensino.
32
3 METODOLOGIA
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A presente pesquisa configura-se como descritiva, pois segundo Gil (2002, p. 42) “as
pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis”. Possui como peculiaridade a utilização de técnicas padronizadas de coletas de
dados visando proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo
(GIL, 2010). Por isso, houve o levantamento das disciplinas curriculares dos cursos de
Ciências Contábeis das universidades federais comparadas a matriz curricular desenvolvida
pelo CFC e a nota dessas instituições no último ENADE realizado para o curso.
Quanto aos meios apresenta-se como documental e bibliográfica, a documental para
Gil (2002, p. 45) “vale-se de materiais que não receberam um tratamento analítico, ou que
ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa”. Já a bibliográfica é
muito próxima da documental, porém a diferença é que as fontes são construídas basicamente
por materiais impressos encontradas nas bibliotecas como livros, publicações periódicas e
impressos diversos.
(GIL; 2002, p. 45) A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla
do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se
particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito
dispersos pelo espaço.
Com relação à abordagem da análise dessa pesquisa é do tipo qualitativa, já que para
o referido autor pode-se definir como uma sequência de atividades, que envolve a redução dos
dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório.
Nesse assunto, Gil (2002, p.133) complementa:
A análise qualitativa é menos formal do que a análise quantitativa, pois nesta última
seus passos podem ser definidos de maneira relativamente simples. A análise
qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a
extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que
nortearam a investigação.
33
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA
O universo da pesquisa corresponde às Instituições Federais de Ensino Superior que
oferecem a graduação presencial de Ciências Contábeis no país. Em consulta ao sítio do E-
MEC em 20/10/2015, constatou-se um total de 36 IFES em todo território nacional que
satisfazia a essa premissa. Dessas, ficou estabelecido que seriam analisados os currículos de
pelos menos uma universidade federal de cada Estado.
Como o Brasil possui um total de 26 Estados mais 1 Distrito Federal, a pesquisa
procurou coletar um total de 27 currículos, entretanto isso não foi possível porque os estados
do Acre e do Amapá não dispõe o curso presencial de Ciências Contábeis em suas
Universidades Federais. Dessa forma, a amostra coletada correspondeu a 92,59% dos dados
levantados, ou seja, um total de 25 currículos. A escolha das IFES foi feita com base na
disponibilidade da matriz curricular do curso de Ciências Contábeis em seu sítio e por
conveniência. A Tabela 2 apresenta as vinte e cinco universidades componentes da amostra.
Tabela 2 – Universidades Componentes da Amostra.
ORD. UNIVERSIDADE SIGLA
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
UNIVERSIDADES FDERAL DA BAHIA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PERNAMBUCO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UFAL
UFAM
UFBA
UNB
UFC
UFES
UFG
UFMA
UFMT
UFMS
UFMG
UFPA
UFPB
UFPR
UFPE
UFPI
UFRJ
UFRN
34
19
20
21
22
23
24
25
UNIVERSIDADE FDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
UNIVERSIDADE FDERAL DE TOCANTINS
UFRGS
UNIR
UFRR
UFSC
UNIFESP
UFS
UFT
Fonte: elaborada pela autora.
Observa-se a importância dos currículos das universidades listadas que foram
comparados à Proposta Nacional de Conteúdo para o Curso de Graduação em Ciências
Contábeis do CFC, divido em quatro blocos de formação: disciplinas de formação básica,
disciplinas de formação profissional, disciplinas de formação teórico-prática e disciplinas
optativas, dos quais apenas os três primeiros foram utilizados e o resultado dessas instituições
no último ENADE como fonte de conhecimento e avaliação. Contudo, entre essas 25
universidades apenas Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) não apresentou a nota
do seu curso no resultado do ENADE, tonando-se uma limitação da pesquisa.
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS
Depois de definida a amostra buscou-se nos sítios web de cada universidade os
currículos dos cursos de Ciências Contábeis, também foram levantadas através dos sítios web
do CFC e do INEP a proposta de conteúdo e o resultado do ENADE realizado em 2012 para o
curso de Ciências Contábeis como instrumento de coleta dos dados.
Com base na metodologia da análise de Bardin (1977) a pesquisa é organizada em
três etapas: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados, a inferência
e a interpretação. Na etapa da pré-análise foi realizada a organização de todos os currículos
das universidades pesquisadas, separando as disciplinas por Blocos de Formação Básica,
Formação Profissional e Formação Teórico-Prática entre as matérias obrigatórias, definindo o
campo de verificação.
Na segunda etapa, a fase da exploração do material iniciou-se o levantamento das
disciplinas dispostas nos currículos das universidades e das disciplinas contidas no currículo
proposto pelo CFC para o aplicativo Microsoft Word 2013, identificando a IFES e sua
classificação por eixos de formação. Esses dados foram organizados e tabulados em formato
35
de banco de dados, onde foi possível classificar por semelhança ou aproximação entre os
nomes dados às disciplinas a adequação das mesmas com base nas dispostas pelo CFC.
A terceira e última fase relata sobre o tratamento dos resultados, onde a partir dos
resultados da comparação das nomenclaturas curriculares, foi permitida a qualificação por
IFES e Blocos, apresentando assim os dados, para serem interpretados.
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS
A análise e os procedimentos dos dados foram feitos através da comparação entre as
nomenclaturas curriculares. Onde a matriz curricular proposta pelo Conselho engloba 15
disciplinas de formação básica (matemática, métodos quantitativos aplicados, matemática
financeira, comunicação empresarial, economia, administração, instituições de direito público
e privado, direito comercial e legislação societária, direito trabalhista e legislação social,
direito e legislação tributária, ética e legislação profissional, filosofia da ciência, metodologia
do trabalho científico, psicologia organizacional e tecnologia da informação) 21 disciplinas de
formação profissional (contabilidade básica, estrutura das demonstrações contábeis,
contabilidade societária, teoria geral da contabilidade, perícia, avaliação e arbitragem,
contabilidade avançada, contabilidade de custos; apuração e análise de custos, auditoria,
controladoria, gestão de finanças públicas, contabilidade aplicada ao setor público,
planejamento e contabilidade tributária, contabilidade internacional, responsabilidade social,
análise de projetos e orçamento empresarial, análise das demonstrações contábeis,
empreendedorismo, mercado de capitais, finanças empresariais e sistema de informação
gerencial) e 3 disciplinas de formação teórico-prática (estágio de iniciação profissional,
metodologia de pesquisa e trabalho de conclusão de curso), essas disciplinas constituem a
base para à análise de adequação entre as matrizes curriculares utilizada na pesquisa.
As disciplinas optativas contidas dentro do Bloco de Formação Profissional e as atividades
complementares no Bloco de Formação Teórico-Prática não serão objeto de estudo deste
trabalho conforme abordado anteriormente e por isso foram excluídas da matriz curricular
criada pelo CFC para a análise de comparação. Após definido as disciplinas da amostra
realizou-se o processo de avaliação por meio de similaridade ou proximidade entre os nomes
dados às mesmas, entretanto, algumas disciplinas com nomenclatura diversa ou de difícil
reconhecimento de classificação não foram tidas como disciplinas adequadas. Assim, a
aplicação dessa metodologia levantou as informações necessárias com os dados coletados
para apresentar um panorama dos currículos ministrados pelas universidades federais
36
comparando-os com os do CFC e a verificação de sua possível relação quanto ao desempenho
no ENADE, baseado nos objetivos específicos dessa pesquisa.
37
4 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesse tópico são apresentadas as análises e interpretações dos dados coletados
conforme a metodologia e o referencial teórico abordado na pesquisa. Dessa forma, com o
intuito de embasar e fundamentar a resposta da problemática deste trabalho, foi realizado um
estudo sobre os currículos das universidades federais em comparação com a proposta de
conteúdo do CFC considerando apenas as disciplinas obrigatórias.
Depois houve uma comparação das nomenclaturas disciplinares das universidades
pesquisadas com a estrutura curricular do Conselho Federal dividido por blocos de formação e
instituições. Em seguida foram identificadas as quantidades de IFES que ofertam as
disciplinas adequadas e os seus respectivos percentuais de aderência, após foi identificado a
colocação desses percentuais por região. Sequencialmente foram demonstradas as disciplinas
componentes do CFC mais e menos ofertadas dentro das instituições e por último, foi tratado
a relação de aderência por universidade com os seus respectivos resultados na avaliação do
ENADE para o curso de Ciências Contábeis.
O Gráfico 1 exibe a relação de similaridade entre as matrizes curriculares dos cursos
de Ciências Contábeis das IFES comparado à Proposta Curricular do CFC selecionados por
blocos de formação básica, formação profissional e formação teórico-prática.
38
Gráfico 01 – Similaridade entre os Currículos dos Cursos de Ciências Contábeis das Universidades
Federais Brasileiras Pesquisadas com a Proposta de Conteúdo do CFC.
Fonte: elaborada pela autora.
Nesse gráfico, estão evidenciadas as similaridades entre as disciplinas das
universidades federais com as propostas pelo Conselho Federal dentro de cada bloco de
formação desenvolvido em percentuais dentro do total de disciplinas oferecidas por cada
instituição, com exceção das disciplinas optativas e das atividades complementares que não
foram englobadas no estudo conforme disposto na metodologia.
As matrizes curriculares dos cursos de Ciências Contábeis cujos nomes das
disciplinas mais se assemelham aos da nomenclatura sugerida pelo CFC dentro do “Bloco de
Formação Teórico-Prática” foi da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),
39
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal de Goiás (UFG) todas com um
total de 100% de similaridade às disciplinas sugeridas pelo CFC. Por outro lado, a
Universidade Federal de Sergipe (UFS) não apresentou nenhuma adequação por nomenclatura
de suas disciplinas com as matrizes curriculares do CFC.
No “Bloco de Formação Profissional” a universidade que demonstrou a maior média
de similaridade foi a Universidade Federal do Tocantins (UFT) com 76%, logo após, ficou a
Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Federal da Bahia (UFBA) ambas com
um percentual de 71% de similaridade entre as nomenclaturas curriculares. Já os menores
percentuais de similaridade registrados nesse bloco foram da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Espirito Santo (UFES), Universidade de Brasília
(UNB) e Universidade Federal de Alagoas (UFAL), as quatro com uma média similar de
apenas 43%.
Dentro do “Bloco de Formação Básica” as IFES com maior representação percentual
foram a Universidade Federal de Roraima (UFRR), Universidade Federal de Rondônia
(UNIR), Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Universidade Federal do Ceará (UFC)
todas igualmente com 80%. Em relação a menor média de similaridade contida neste bloco de
47% ficou representada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
Com base na junção dos três blocos de formação a instituição que apresentou a menor
similaridade geral foi a Universidade de Brasília (UNB) com apenas 49% do seu currículo
adequado ao currículo proposto pelo CFC. E a universidade federal que obteve a maior média
de similaridade total entre o seu currículo e a proposta do CFC foi a Universidade Federal do
Piauí (UFPI).
O referido gráfico ainda reproduz uma disparidade expressiva apenas no “Bloco de
Formação Teórico-Prática”, onde o mesmo vai do mínimo 0% ao máximo 100%, quanto aos
demais blocos as variações ocorreram, mas não muito diferentes e dispersas. Neste contexto,
conclui-se que a semelhança entre as nomenclaturas curriculares das vinte e cinco
universidades selecionadas dos estados brasileiros com os componentes curriculares do CFC é
considerada relevante para a maioria delas dentro dos três blocos, com exceção apenas de uma
universidade em um bloco.
No Gráfico 2 são apresentadas as quantidades de IFES que ofertam as disciplinas
adequadas as propostas pelo Conselho dentro do Bloco de Formação Básica.
40
Gráfico 02 – Quantidade de IFES que ofertam as Disciplinas Adequadas dentro do Bloco de
Formação Básica.
Fonte: elaborado pela autora.
Conforme o gráfico acima, podemos perceber que do total das 15 disciplinas
desenvolvidas pelo CFC para compor a formação básica do ensino da contabilidade no país
houve a adequação de todas elas em pelo menos algumas universidades, onde as mesmas
fizeram-se presentes nos currículos componentes da amostra das IFES.
Dentre o total das disciplinas a de maior participação nas universidades federais
brasileiras foi “Direito Trabalhista e Legislação Social” presente especialmente nas 25
instituições da amostra, isto significa que todas as universidades pesquisadas possuem essa
nomenclatura disciplinar compondo a sua matriz curricular. Divergente do estudo levantado
por Oliveira et al. (2015), onde as disciplinas de aderência média forte, entre as IFES
estudadas, relativa à proposta do CFC foram “Direito Comercial e Legislação Societária” e
“Metodologia do Trabalho Científico”, com 81% e 80% respectivamente do total da amostra.
As disciplinas de “Administração” e “Economia” fizeram-se presentes em 23 instituições, ou
seja, apenas 2 universidades pesquisadas não dispuseram da adequação dessa disciplina na sua
grade curricular. Na sequência apresentando a terceira maior quantidade por IFES que
ofertam as mesmas ficaram as disciplinas “Metodologia do Trabalho Científico”, “Ética e
Legislação Profissional” e “Direito e Legislação Tributária” com um total de 22
universidades.
41
As disciplinas “Direito Comercial e Legislação Societária” e “Matemática
Financeira” estiveram contidas em 21 instituições levantadas, isto é, possuem uma
representação considerável nos currículos estudados. A disciplina “Matemática” esteve
presente em 19 universidades federais da amostra total, levantado uma boa adequação.
Depois apareceu a disciplina “Instituições de Direito Público e Privado” contida em
18 instituições universitárias acadêmicas e também com uma considerável participação em
relação ao total. Já a disciplina de “Métodos Quantitativos Aplicados” identificou-se em
apenas 10 IFES, isto significa uma adequação curricular abaixo da metade do somatório das
universidades componentes da amostra. Logo depois, a representação de “Tecnologia da
Informação” em 7 universidades, “Psicologia Organizacional” em 5 e “Filosofia da Ciência”
em 4.
A matriz curricular menos abordada dentro dos currículos das universidades federais
foi “Comunicação Empresarial” com uma presença somente em 3. No geral das 15 disciplinas
propostas pelo CFC, 10 delas desempenharam uma participação considerável dentro das
estruturas curriculares das IFES, entretanto as outras 5 disciplinas não se propuseram em
quantidades relevantes.
O Gráfico 3 apresenta as quantidades de IFES que ofertam as disciplinas adequadas
as propostas pelo Conselho dentro do Bloco de Formação Profissional.
42
Gráfico 03 – Quantidade de IFES que ofertam as Disciplinas Adequadas dentro do Bloco de
Formação Profissional.
Fonte: elaborado pela autora.
Através do gráfico, nota-se que a disciplina “Contabilidade de Custos” obteve
aderência em 25 universidades federais dos estados brasileiros e foi a única de maior
representação, isto significa que, todas as 25 universidades contêm esta disciplina em seus
currículos. Entretanto, para Oliveira et al. (2015), no Bloco de Formação Profissional a
disciplina “Contabilidade Aplicada ao Setor Público”, está presente em 90% dos currículos
das IFES e foi a disciplina de maior representação percentual neste bloco.
Posteriormente a disciplina “Teoria Geral da Contabilidade” componente do Bloco
de Formação Profissional proposto pelo CFC está presente em 24 universidades da amostra
total, ou seja, confirma a sua essencialidade para a aprendizagem da contabilidade na
formação de seus futuros profissionais. As disciplinas “Análise das Demonstrações
Contábeis”, “Contabilidade Aplicada ao Setor Público” e “Pericia, Avaliação e Arbitragem”
apareceram em 23 IFES, essa quantidade só confirma a sua representação como disciplinas
típicas dos cursos de contabilidade. Com relação as disciplinas de “Controladoria” e
“Auditoria” a permanência foi em 22 instituições para ambas.
Em seguida, “Planejamento e Contabilidade Tributária” levantou presença nas 20
IFES estudadas. Logo após, disciplinas como de “Contabilidade Básica” e “Contabilidade
Avançada” contiveram em 19 e 18 instituições respectivamente, evidenciando sua limitação
43
na pesquisa devido a não caracterização em algumas universidades dos nomes dados as
mesmas, deixando transparecer que disciplinas indispensáveis e essenciais para o curso não
conseguiram demandar a maior participação nos currículos pesquisados com base em suas
nomenclaturas.
Depois, as disciplinas “Sistemas de Informações Gerenciais” e “Análise de Custos”
se fizeram frequentes em 17 instituições do total das IFES. Para as disciplinas “Análise de
Projetos e Orçamento Empresarial” e “Contabilidade Societária” houve uma participação
iguais dentro de 12 matrizes curriculares das universidades federais, depois a disciplina
“Mercado de Capitais” em 8 IFES, “Responsabilidade Social” e “Contabilidade
Internacional” ambas em 7 instituições e “Gestão de Finanças Públicas” com 5, ou seja,
apenas 20% sobre o total da amostra.
Desta forma, as disciplinas contidas no Bloco de Formação Profissional com menor
quantidade de presença nas IFES foram “Empreendedorismo” e “Estrutura das
Demonstrações Contábeis” apresentando-se em somente 1 universidade.
O Gráfico 4 apresenta as quantidades de IFES que ofertam as disciplinas adequadas
as propostas pelo Conselho dentro do Bloco de Formação Teórico-Prática.
Gráfico 04 – Quantidade de IFES que ofertam as Disciplinas Adequadas dentro do Bloco de
Formação Teórico-Prática.
Fonte: elaborada pela autora.
No resultado do gráfico acima identifica-se que dentro do Bloco de Formação
Teórico-Prática a disciplina “TCC” foi a de maior participação nas universidades com uma
adequação em 22 Instituições de Ensino Superior, onde apenas 3 delas para fechar o total da
amostra não apresentaram nenhuma nomenclatura similar ou aproximada. Levando em
consideração o estudo de Oliveira et al. (2015), destacou-se uma diferença entre os
44
percentuais apurados, porque o resultado da pesquisa dos autores evidenciou 74% de
aderência às IFES, mas o resultado quanto a disciplina foi o mesmo.
A disciplina “Estágio de Iniciação Profissional” demandou a segunda maior
aderência dentro das instituições com uma representação de 17 IFES. E por fim, a disciplina
de “Metodologia da Pesquisa” esteve contida em apenas 7 universidades federais em relação a
esse bloco de formação.
O gráfico a seguir expõe os percentuais de aderência das disciplinas das Instituições
Federais de Ensino Superior à Proposta de Conteúdo do CFC no Bloco de Formação Básica.
Gráfico 05 – Percentual de Aderência das IFES no Bloco de Formação Básica.
Fonte: elaborada pela autora.
O gráfico expressa que do total das instituições pesquisadas participativas no Bloco
de Formação Básica apenas três delas corresponderam o menor percentual de aderência foram
a UFPR, UFMG e a UFMS não chegando aos 50% de adequação de seus currículos com a
proposta de conteúdo do CFC. Depois a UFSC e UNB apresentaram um percentual de 53% as
duas de aderência curricular, em seguida por ordem crescente a UFS, UFRGS, UFRJ e UFMT
45
progrediram em comparação as anteriores e dispuseram de 60% de adequação em suas
matrizes curriculares.
Em seguida as universidades UFT, UNIFESP, UFRN, UFPE, UFPA, UFG, UFBA e
UFAM demonstraram percentuais iguais de exatamente 67% de similaridade com base na
nomenclatura disciplinar. A UFPB, UFMA, UFES e UFAL levantaram percentuais altos e
significantes de aderência com especialmente 73%, e quanto aos maiores percentuais
apurados deste bloco são reflexos das UFRR, UNIR, UFPI e UFC igualmente com
exatamente 80% de suas grades curriculares aderidas as disciplinas propostas pelo CFC.
O Gráfico 6 apresenta os percentuais de aderência das disciplinas das Instituições
Federais de Ensino Superior à Proposta de Conteúdo do CFC no Bloco de Formação
Profissional.
Gráfico 06 – Percentual de Aderência das IFES no Bloco de Formação Profissional.
Fonte: elaborada pela autora.
Percebe-se por meio do gráfico que os percentuais de aderência das IFES são
próximos não existindo uma variação muito grande, salvo do percentual de 76% da UFPI tido
como o maior percentual de aderência para o percentual de 43% da UFRJ, UFES, UNB e
UFAL trazido como o menor percentual da amostra total coletada. Já a UFS e a UNIR tiveram
46
uma queda no seu percentual em relação aos adquiridos no Bloco de Formação Básica, mas
ainda representaram 52% de aderência ambos. No percentual dos 57% apresentaram as
universidades UFSC, UFRGS, UFPE, UFPB, UFMT e UFC, isto traduz uma adequação não
tão alta, porém intermediária.
As três instituições UFRR, UFMG e UFMS contemplaram um percentual igual de
62% de aderência entre seus currículos e as disciplinas sugeridas pelo Conselho para este
bloco. Na faixa do percentual de 67% ficaram a UFRN, UFPR, UFPA, UFMA, UFG e UFAM
representando uma similaridade maior em relação as demais, devido o percentual está
evoluindo progressivamente. Por último, a UFPI e UFBA representaram percentuais altos e
consideráveis com exatamente 71% de adequação entre as grades de currículo.
O Gráfico 7 apresenta os percentuais de aderência das disciplinas das Instituições
Federais de Ensino Superior à Proposta de Conteúdo do CFC no Bloco de Formação Teórico-
Prática.
Gráfico 07 – Percentual de Aderência das IFES no Bloco de Formação Teórico-Prática.
Fonte: elaborada pela autora.
Esse gráfico, evidencia que universidades como UNIFESP, UFPR, UFPB, UFPA e
UFG obtiveram as três disciplinas formadoras deste bloco e por isso ficaram com um
percentual de 100% de aderência entre as referidas disciplinas. As universidades que
47
contiveram somente as duas disciplinas do bloco ficaram com o percentual de 67%
representado pela UFT, UFRGS, UFRJ, UFPI, UFMG, UFMS, UFMT, UFMA, UFES, UFC,
UNB e UFAM, ou seja, a grande maioria das instituições objeto de estudo ficaram nessa faixa
de percentual de similaridade. Depois as instituições UFSC, UFRR, UNIR, UFRN, UFPE,
UFBA e UFAL conseguiram uma similaridade em apenas 1 disciplina e devido a isso
interpretaram esse percentual de 33,33% e por último destaque para a UFS que não conseguiu
nenhum percentual de similaridade entre as suas nomenclaturas de currículos.
O Gráfico 8 apresenta o percentual individual de aderência total de cada Instituições
Federais de Ensino Superior comparada à Proposta de Conteúdo do CFC.
Gráfico 08 – Percentual de Aderência Total de cada IFES Comparada às Propostas pelo CFC.
Fonte: elaborada pela autora.
O respectivo gráfico demonstra informações sobre a aderência por cada IFES de
acordo com o total das disciplinas mencionadas pelo CFC, e quanto a esse contexto,
48
identificou-se que UFPI foi a universidade que encontrou o maior e mais alto percentual de
aderência com 74% entre todas as demais pesquisadas, isto significa uma similaridade
importante e considerável para a mesma, já que quase 75% de todo seu currículo está de
acordo com o sugerido pelo CFC o que demonstra uma harmonização na educação de ensino
superior contábil brasileira. Sequencialmente a UFT dispôs de um percentual médio de 72%
de aderência, também demandando um alto percentual.
A UFPA, UFMA e UFG dividiram o mesmo percentual de 69% de harmonização e
apesar de ter um percentual próximo ao anterior essa leve queda no nível de adequação não se
torna significativa para o estudo da pesquisa. Depois, universidades como a UFRR, UFPB,
UFC, UFBA e UFAM evidenciaram um percentual de 67% de adequação e mais uma vez
houve uma queda nesse percentual de aderência das universidades para com a proposta do
CFC. Após, apareceu somente a UFRN representando 64% de adequação em relação ao total
das disciplinas contidas no currículo do CFC e a UNIR e UFPR com 62%.
Com a representação no percentual de 59% de similaridade temos a UNIFESP,
UFRGS, UFPE e UFMT, sequencialmente em ordem decrescente percentualmente aparecem
UFMG, UFMS e UFES todas com 56%, UFSC e UFAL com 54%, UFS e UFRJ com 51%.
Quanto ao menor percentual de aderência individual em relação ao total das disciplinas
propostas pelo CFC ficou a UNB com 49% não atingindo a metade da amostra.
Portanto, as instituições que dispuseram dos percentuais de maiores concentrações
segundo o gráfico estão entre a faixa de 51% até 69%, isto retrata que a grande maioria das
IFES possui uma média de adequação entre os seus currículos e o currículo proposto pelo
CFC estão na faixa intermediária.
Foi realizada também uma análise de aderência de cada IFES de acordo com total
das disciplinas propostas pelo CFC agrupadas por região conforme os dados serão
apresentados no gráfico a seguir.
49
Gráfico 09 – Média de Aderência das IFES à Proposta Curricular do CFC por Região.
Fonte: elaborada pela autora.
Com esse gráfico nota-se que nenhuma região apresentou o nível de aderência média
baixo entre as nomenclaturas curriculares das universidades e as propostas pelo CFC, ou seja,
todas as regiões ficaram com um percentual acima de 50% de adequação. Contudo, a região
que disponibilizou a maior média de adequação entre os currículos das IFES à Proposta de
Conteúdo do CFC foi a região “Norte” com a média exata de 67%, depois ficou a região
“Nordeste” com 63%, na sequência as regiões “Centro Oeste” e “Sul” apresentaram a mesma
média de aderência com 58% e por fim, a região “Sudeste” com apenas 55% de aderência
dentre as nomenclaturas pesquisadas.
Convergente com a pesquisa de Oliveira et al. (2015) que confirmou em sua pesquisa
a região de maior aderência média sendo a Centro Oeste, com um percentual apurado total de
61%.
O Gráfico 10 apresenta as disciplinas do currículo proposto pelo CFC mais ofertadas
nas universidades federais brasileiras.
50
Gráfico 10 – Disciplinas propostas pelo CFC mais oferecidas nas IFES.
Fonte: elaborada pela autora.
O gráfico traz com unanimidade as disciplinas “Contabilidade de Custos” e “Direito
Trabalhista e Legislação Social” presentes nos currículos levantados, isto caracteriza a
aplicabilidade dessas disciplinas na prática, ou seja, são nomenclaturas importantes para o
estudante de Ciências Contábeis dentro do padrão da contabilidade, independentemente da
ligação social entre a instituição e o local aonde está inserida.
Representando uma disciplina típica do curso e que obteve um percentual alto foi a
“Teoria Geral da Contabilidade” caracterizando a segunda posição com exatos 96% presente
no gráfico. Depois ficaram as disciplinas “Análise das Demonstrações Contábeis”,
“Contabilidade Aplicada ao Setor Público”, “Perícia, Avaliação e Arbitragem”,
“Administração” e “Economia” todas com um percentual de 92% sobre as suas ofertas nas
universidades.
Diante das 14 unidades de disciplinas as disciplinas de “TCC”, “Controladoria”,
“Auditoria”, “Metodologia do Trabalho Científico”, “Ética e Legislação Profissional” e
“Direito e Legislação Tributária” obtiveram o menor percentual com base nos demais,
entretanto, um percentual alto com a participação de 88% de ofertas nos currículos das IFES.
O Gráfico 11 apresenta as disciplinas do currículo proposto pelo CFC menos
ofertadas nas universidades federais brasileiras.
51
Gráfico 11 – Disciplinas propostas pelo CFC menos oferecidas nas IFES.
Fonte: elaborada pela autora.
O resultado do Gráfico 10 exalta as disciplinas propostas pelo CFC menos oferecidas
entre os currículos das IFES e as principais delas são “Empreendedorismo” e “Estrutura das
Demonstrações Contábeis” com apenas 4% de aparição dentro da amostra total das
universidades, considerando-se como uma oferta irrisória diante das demais.
Em seguida, com um percentual um pouco maior de 12% ficaram as disciplinas
“Finanças Empresariais” e “Comunicação Empresarial”, porém também é um percentual
muito baixo dentro da amostra. Depois em ordem crescente ficou “Filosofia da Ciência” com
16%, as disciplinas de “Gestão de Finanças Públicas” e “Psicologia Organizacional”
apresentaram 20% entre o total da amostra de participação.
As disciplinas “Metodologia da Pesquisa”, “Responsabilidade Social”,
“Contabilidade Internacional” e “Tecnologia da Informação”, ficaram com 28% de oferta
dentro dos currículos das instituições, onde diante desse cenário concluímos que disciplinas
adicionadas ao ensino da contabilidade depois da padronização e harmonização das normas
internacionais de contabilidade ainda consta uma participação muito baixa nos currículos das
universidades. Já a disciplina “Mercado de Capitais” foi ofertada em 32% do total das 25
instituições.
52
A Tabela 3, aborda o nível de aderência média total entre os currículos das IFES com
à Proposta de Conteúdo do Conselho Federal de Contabilidade e os seus respectivos
resultados no último ENADE realizado para o curso de Ciências Contábeis em 2012.
Tabela 3 – Média de Aderência das IFES à Proposta Curricular do CFC e os seus Conceitos no
ENADE.
Universidades
Média de
aderência ao
currículo do CFC
Conceito do
ENADE
UFPI – Piauí
UFT – Tocantins
UFG – Goiás
UFMA – Maranhão
UFPA – Pará
UFBA – Bahia
UFC – Ceará
UFPB – Paraíba
UFRR – Roraima
UFAM – Amazonas
UFRN – Rio Grande do Norte
UNIR – Rondônia
UFPR – Paraná
UFPE – Pernambuco
UFRGS – Rio Grande do Sul
UFMT – Mato Grosso
UFES – Espírito Santo
UFMG – Minas Gerais
UFMS – Mato Grosso do Sul
UFAL – Alagoas
UFSC – Santa Catarina
UFS – Sergipe
UFRJ – Rio de Janeiro
UNB – Distrito Federal
74%
72%
69%
69%
69%
67%
67%
67%
67%
67%
64%
62%
62%
59%
59%
59%
56%
56%
56%
54%
54%
51%
51%
49%
4
3
5
3
3
3
4
3
4
3
4
3
4
3
4
5
3
4
3
3
4
3
3
4
Fonte: elaborada pela autora.
A Tabela 3 demonstra que as aderências totais entre os currículos por instituição em
relação as suas respectivas notas no ENADE não contém ligação, pois nota-se que entre as
primeiras universidades, ou seja, as instituições que apresentaram os maiores percentuais de
53
aderência individual em comparação as demais não obtiveram necessariamente a maior nota
no exame, isto é, comprova-se que as notas das IFES no ENADE não são correspondentes a
adequação de seus currículos com o proposto pelo CFC.
É o caso da UFPI com a maior nota de aderência de 74% e nota 4 na avaliação do
ENADE. Já as universidades UFG e UFMT apresentaram a maior nota no exame 5 e com
relação à média de aderência ficaram na terceira e na décima sexta posição percentualmente
com 69% e 59%, na sequência a UNB obteve o menor percentual de aderência com 49%,
porém conseguiu um conceito 4 no exame. Assim, isto significa que as disciplinas contidas na
proposta de conteúdo desenvolvida pelo CFC não são necessariamente as disciplinas mais
abordadas na avaliação do exame.
Com relação a UNIFESP, a mesma não obteve a nota do seu curso divulgada no
resultado do ENADE de 2012 disponibilizado pelo INEP e por isso não se teve como avaliá-
la.
54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa objetivou apresentar qual a adequação dos currículos dos cursos de
Ciências Contábeis ministrados nas universidades federais comparados a proposta curricular
de conteúdo do CFC e qual o desempenho dessas universidades no ENADE. Para isso, foram
traçados três objetivos específicos: a) identificar as nomenclaturas curriculares das
universidades federais dispostas por blocos de formação entre as IES analisadas, considerando
apenas as disciplinas obrigatórias; b) verificar a similaridade entre as nomenclaturas
curriculares das universidades federais e as dispostas na proposta do CFC e; c) averiguar se
existe relação entre a adequação das nomenclaturas curriculares com o resultado das
instituições no último ENADE realizado para o curso.
Em resposta ao primeiro objetivo específico, observou-se que muitas nomenclaturas
curriculares presentes nos currículos das universidades federais não foram assistidas por essa
pesquisa em virtude de serem classificadas como disciplinas optativas, inclusive algumas
dessas disciplinas que não foram englobadas continham similaridades de suas nomenclaturas
com as sugeridas pelo CFC, em torno de um montante de 67 disciplinas similares ficaram fora
do estudo no total por causa da sua condição.
Na análise do segundo objetivo específico identificou-se que existem similaridade
entre as nomenclaturas curriculares das universidades federais brasileiras estudadas
comparadas à proposta de conteúdo pelo Conselho Federal, pois a média de adequação geral
entre as 25 universidades selecionadas ficou de 61,56% com destaque para UFPI por
apresentar o maior percentual de similaridade individual com 74%.
Isso demonstra o quanto o curso de Ciências Contábeis evolui-o ao longo desses anos
passando por atualizações constantes e buscando sempre melhorar a qualidade de seu ensino a
fim de que fosse desenvolvido da melhor forma possível, aperfeiçoado e modernizado por
todos os pensadores e profissionais da área até chegar ao que se têm hoje com as legislações
nacional e internacional sobre as estruturas curriculares do curso.
Essa adequação como resultado entre os currículos também nos leva a concluir que
os currículos das instituições pesquisadas estão em consonância com a Resolução Nacional
que trata sobre as diretrizes do curso, pois o currículo desenvolvido pelo CFC possui como
base um indicador maior que é a Resolução Nacional Brasileira, onde a mesma dispõe de
conteúdos diversos e atualizados, pois com a globalização e a criação de novas tecnologias a
ciência sentiu-se defasada e obrigada a se reformular para continuar em ação na sociedade e
com isso o mundo todo participou desse processo de modernização, inclusive o Brasil.
55
Entretanto é bem valido ressaltar que disciplinas inseridas nos currículos dos cursos
de contabilidade após essa harmonização contábil ocorrida no mundo todo como é o caso da
disciplina Contabilidade Internacional, Sistemas de Informações Gerenciais e
Responsabilidade Social por exemplo, foram disciplinas pouco ofertadas ainda dentro das
universidades pesquisadas apresentando percentuais baixos significando que nem todas as
universidades da amostra obtiveram essas disciplinas em seus currículos.
Em atendimento ao terceiro objetivo nota-se que os percentuais de aderência entre as
matrizes curriculares de cada instituição e a proposta do CFC não desempenhou nenhuma
ligação com as notas das IFES no ENADE, isto foi comprovado na análise da Tabela 3, onde
as universidades apresentaram percentuais de aderência individual e notas no exame
diferentes.
É importante ressaltar que as notas da avaliação do ENADE para os cursos de
Ciências Contábeis das universidades objeto de estudo foram no geral todas iguais ou
superiores a 3, portanto, com base na escala de avaliação do exame os desempenhos destes
cursos nessas instituições estão satisfatórios ou regulares devido as notas coletadas, mas na
pesquisa a menor nota foi 3 e a maior 5.
Diante do exposto, apreende-se que as universidades federais brasileiras concentram
em seus currículos tanto disciplinas básicas que é composto por qualquer curso de nível
superior, como disciplinas típicas e afins à contabilidade, quanto outras disciplinas que não se
adequaram aos componentes do CFC, ou seja, são disciplinas que não se adequaram devido as
suas nomenclaturas, mas isto não significa dizer que com uma análise mais profunda sobre
suas ementas elas não sejam similares. Além disso, as disciplinas dividem-se entre
componentes obrigatórios, componentes optativos e atividades complementares.
Por fim, conclui-se que as universidades federais possuem um nível intermediário de
adequação das suas nomenclaturas curriculares em comparação as nomenclaturas das
disciplinas propostas pelo CFC, aonde toda essa adequação encontrada concentra-se nas
disciplinas obrigatórias dos currículos dos cursos de Ciências Contábeis pesquisados, em
virtude de na pesquisa só terem sido tratadas disciplinas dessa classificação. Por outro lado, a
análise feita sobre os conceitos das instituições no Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes foi independente dos índices de adequação curricular apurada por cada IFES entre
os seus currículos e o proposto pelo Conselho.
Recomenda-se que os próximos estudos comtemplem todos os blocos de formação
proposto pelo CFC e que essa análise seja feita dentre as disciplinas obrigatórias e optativas,
por meio de seus conteúdos (ementas) e de suas cargas horárias, em busca de se ter uma
56
especificação e entendimento maior para uma aplicação quantitativa e qualitativa do estudo. É
importante ressaltar que as conclusões desse trabalho limita-se a amostra e ao período que foi
pesquisado e ainda assim, é valido esclarecer que não foi objeto dessa pesquisa avaliar a
forma de ensino das IES federais no Brasil e nem a qualidade desse ensino, direcionando-se
exclusivamente para contribuir com conhecimento para sociedade sobre o nível de adequação
das nomenclaturas curriculares das universidades federais brasileiras em relação à proposta do
CFC.
57
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