UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
SÍNDROME METABÓLICA E RISCO CARDIOVASCULAR NA PÓS-
MENOPAUSA: AVALIAÇÃO POR DIFERENTES CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICOS E INFLUÊNCIA DE FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS
INAVAN LOPES DA SILVEIRA
Natal2008
iii
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
S587s Silveira, Inavan Lopes da. Síndrome metabólica e risco cardiovascular na pós-
menopausa: avaliação por diferentes critérios diagnósticos e influência de fatores sócio-econômicos / Inavan Lopes da Silveira. -- Natal, 2008.
67f.: il.
Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador: Prof. Dr. George Dantas de Azevedo.
1.Climatério. 2.Menopausa. 3.Síndrome metabólica. 4.Doença cardiovascular. 5.Resistência a insulina. 6.Risco cardiovascular. I.Título.
CDU: 618.1 Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa
CRB/4 1254
iv
Inavan Lopes da Silveira
SÍNDROME METABÓLICA E RISCO CARDIOVASCULAR NA PÓS-
MENOPAUSA: AVALIAÇÃO POR DIFERENTES CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICOS E INFLUÊNCIA DE FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título
de Mestre em Ciências da Saúde.
ORIENTADOR: Prof. Dr. George Dantas de Azevedo
Natal2008
v
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:
Prof. Dr. Aldo da Cunha Medeiros
vi
Inavan Lopes da Silveira
SÍNDROME METABÓLICA E RISCO CARDIOVASCULAR NA PÓS-
MENOPAUSA: AVALIAÇÃO POR DIFERENTES CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICOS E INFLUÊNCIA DE FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS
Presidente da Banca: Prof. Dr. George Dantas de Azevedo
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. George Dantas de Azevedo (UFRN)
Profa. Dra. Ester da Silva (UNIMEP)
Profa. Dra. Rosiane Viana Zuza Diniz (UFRN)
vii
“O tempo não pára, no entanto ele nunca envelhece.”
Musica Força estranha – Caetano Veloso.
viii
Dedicatória
A minha mulher Joseane e aos meus filhos José Mateus e Gabriel por
compreenderem os momentos de ausência dedicados à realização da pesquisa e
elaboração dos artigos e da dissertação em detrimento de suas companhias, pelo
incentivo aos estudos e que se prolonga por toda a minha vida profissional.
Aos meus pais Inácio e Nailde pela oportunidade de ter nascido e vivenciar
estes momentos de realização profissional.
ix
Agradecimentos especiais
Ao meu orientador, Prof. George Dantas, pelos ensinamentos clínicos,
paciência, dedicação e treinamento nos fundamentos da pesquisa científica, até então
desconhecidos na minha vida profissional, que me proporcionaram uma visão mais
criteriosa da ciência e ampliaram meus conhecimentos científicos, enriquecendo meu
desempenho profissional.
A Profa. Técia Maranhão, amiga e incentivadora nos momentos de indecisão,
pela contribuição, apoio e inspiração que ela representa para minha formação como
pesquisador.
A Profa. Elvira Mafaldo Soares, pela contribuição e incentivo para a realização
deste projeto de mestrado, contribuindo para minha formação como pesquisador.
A Profa. Maria José Vilar, pelo incentivo e colaboração para conclusão desta
etapa da minha formação profissional.
Aos amigos do grupo de estudos e pesquisa: Simone, Lilian, Carmem, Joceline,
Sandra e Núbia, que contribuíram para minha formação como mestrando.
x
Agradecimentos
Aos colegas de trabalho e às instituições com as quais mantenho vínculo como
profissional: Hospital da Polícia Militar, Prefeitura Municipal de Mossoró e Hospital
Wilson Rosado; agradeço pela compreensão nos momentos de ausência.
Às enfermeiras, assistentes sociais, farmacêuticas, alunos de graduação do
curso de medicina e auxiliares de enfermagem das instituições participantes da
pesquisa, pela colaboração e apoio.
Às pacientes participantes da pesquisa, através da disponibilidade,
compreensão e colaboração com os pesquisadores para o futuro da ciência.
xi
Lista de abreviaturas
ALT – Alanina-aminotransferase
AST – Aspartato-aminotransferase
ATP III – Adult Treatment Panel III
CT – Colesterol total
DCV – doenças cardiovasculares
GGT – Gama-glutamiltransferase
HDL-C – High-density lipoprotein cholesterol, Colesterol-HDL
IDF – International Diabetes Federation
LDL – Low-density lipoprotein cholesterol, Colesterol-LDL
NCEP – National Cholesterol Education Program
SM – Síndrome metabólica
SUS – Sistema Único de Saúde
WHI - Women's Health Initiative Study
WHO – World Health Organization
xii
Resumo
A síndrome metabólica (SM) engloba um grupo de fatores de risco, estando associada com aumento significativo do risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) e diabetes tipo 2. Recentes pesquisas têm demonstrado a importância da identificação precoce e tratamento de pacientes com SM, visando à prevenção das DCV. O objetivo do nosso trabalho foi determinar a prevalência de SM por diferentes critérios diagnósticos em mulheres na pós-menopausa e analisar a influência da intensidade dos fatores sócio-econômicos sobre o risco cardiovascular nessa amostra da população. Foi realizado estudo transversal envolvendo 127 mulheres na pós-menopausa (idade de 45 a 64 anos) residentes em Natal e Mossoró, Rio Grande do Norte. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O protocolo experimental constou da aplicação de entrevista estruturada, exame clínico e realização de dosagens sanguíneas. O diagnóstico de SM foi estabelecido com base nos critérios NCEP-ATP III (National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III) e da IDF (International Diabetes Federation). A pesquisa foi realizada com a participação de uma equipe interdisciplinar nas suas diversas fases. O resultado da amostra estudada apresentou média de idade de 53,9 ± 4,6 anos e renda per capita média de 54,5 dólares. A prevalência de SM conforme os critérios NCEP-ATP III e IDF foi de 52,8% e 61,4%, respectivamente. A taxa de concordância entre os critérios NCEP-ATP III e IDF foi de 81,9%, com valor de kappa de 0,63 (IC 95%, 0,49-0,76), indicando haver boa concordância entre as duas definições. O fator de risco cardiovascular mais prevalente foi HDL<50 mg/dl, observado em 96,1% das mulheres analisadas, seguido por circunferência da cintura aumentada ( 80 cm) em 78,0%, elevação da pressão arterial em 51,2%, triglicerídeos 150 mg/dl em 40,9% e glicemia 100 mg/dl em 37,0% das mulheres. A ocorrência de SM foi significativamente associada com a escolaridade e índice de massa corporal (IMC). Pressão arterial elevada foi significativamente associada com baixa renda familiar, baixa escolaridade e ganho de peso. Não houve associação significativa entre a intensidade da sintomatologia climatérica e ocorrência de SM. As conclusões da pesquisa foram que a SM e seus componentes individuais apresentam elevada prevalência em mulheres brasileiras na pós-menopausa, havendo associações significativas com o ganho de peso e indicadores de baixo nível sócio-econômico. Os dados apontam para a necessidade da abordagem interdisciplinar no nível da atenção básica em saúde, voltada para a identificação precoce de fatores de risco e promoção da saúde cardiovascular das mulheres no climatério.
Palavras-chave: Climatério. Menopausa. Síndrome metabólica. Doença cardiovascular. Resistência insulínica. Risco cardiovascular.
Sumário
Dedicatória ............................................................................................................... vi
Agradecimentos especiais ....................................................................................... vii
Agradecimentos ........................................................................................................viii
Lista de abreviaturas................................................................................................. ix
Resumo ......................................................................................................................x
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................1
2 REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................4
3 ANEXAÇÃO DE ARTIGOS....................................................................................11
Artigo 1......................................................................................................................12
Artigo 2 .....................................................................................................................15
4 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES ...................................................37
5 REFERÊNCIAS .....................................................................................................41
Apêndice
Abstract
2
2
1 - INTRODUÇÃO
O climatério pode ser definido como o período de transição entre as fases
reprodutiva e não reprodutiva da vida da mulher, caracterizando-se pelo esgotamento
dos folículos ovarianos e queda progressiva dos níveis de estradiol. Pode progredir
com o surgimento de sintomas característicos da síndrome climatérica e culmina com a
interrupção definitiva dos ciclos menstruais ou menopausa 1,2.
Como conseqüência da deficiência estrogênica e de alterações inerentes ao
próprio envelhecimento, as mulheres na pós-menopausa apresentam aumento do risco
para doenças cardiovasculares3. De acordo com Organização Mundial de Saúde, a
doença cardiovascular é atualmente a principal causa de mortalidade entre homens e
mulheres na terceira idade, tanto em paises desenvolvidos como nos países em
desenvolvimento 2,4.
No Brasil, considerando-se registros oficiais para o ano de 2001, a mortalidade
cardiovascular correspondeu a 27,4% do total geral de óbitos, sendo essa taxa ainda
maior para o sexo feminino isoladamente, onde atingiu 31,0% das mortes5. No Estado
do Rio Grande do Norte, o coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares na
população feminina é superior ao observado para os homens, em todas as faixas
etárias mais precoces, tendendo a uma estabilidade após os 50 anos, fato que pode
ser atribuído à maior contribuição da mortalidade por causas externas na população
masculina jovem6.
Entretanto, controvérsias ainda existem acerca dos mecanismos fisiopatológicos
que relacionam o climatério às doenças cardiovasculares, imputando-se grande
responsabilidade à obesidade e dislipidemia como mediadoras desse aumento do risco
cardiovascular7,8. Adicionalmente, merecem destaque outras modificações próprias do
3
3
envelhecimento, tais como alterações na modulação da freqüência cardíaca, maior
acúmulo de tecido adiposo visceral e diminuição da sensibilidade dos tecidos
periféricos à ação da insulina9-11. Nesse contexto, grande destaque tem sido dado à
identificação de preditores de risco cardiovascular em mulheres no climatério. A partir
do relato de Reaven (1988)12, sobre o papel desenvolvido pela insulina na doença
humana e pela descrição da chamada Síndrome X, várias tentativas foram
empreendidas no sentido de agrupar os diversos componentes envolvidos no aumento
do risco cardiovascular. Na atualidade, esse conceito evoluiu para a descrição da
“Síndrome Metabólica”, uma condição caracterizada por agregar amplo espectro de
anormalidades metabólicas associadas ao aumento do risco cardiovascular e que tem
na resistência à insulina o seu denominador comum 7,13-15.
Especificamente sobre a prevalência de síndrome metabólica em mulheres no
climatério, estudos demonstram que a fase da pós-menopausa está associada com
aumento de 60% no risco para síndrome metabólica, mesmo quando ajustado para
idade, índice de massa corporal e nível de atividade física 7,15. Dados provenientes de
estudo realizados no Equador apontam prevalência crescente a partir dos 40 anos,
atingindo 51,4% no grupo de mulheres com idade entre 50-59 anos e taxa de 55,7%
nas mulheres com mais de 5 anos de pós-menopausa 4. Em outros países da América
Latina, a prevalência também se mostrou elevada 14.
A literatura ainda carece de estudos sobre a prevalência de síndrome metabólica
em mulheres brasileiras na pós-menopausa. A despeito disso, estudos iniciais apontam
uma relevante associação entre climatério e síndrome metabólica, conforme
demonstrado por Oliveira et al (2006) em trabalho envolvendo indivíduos de uma área
rural do semi-árido baiano, onde observaram prevalência global de 30%, sendo maior
nas mulheres (38,4%) em relação aos indivíduos do sexo masculino (18,6%), assim
4
4
como entre os indivíduos de idade mais avançada, com taxa de prevalência de 41,4%
na faixa etária acima de 45 anos16.
Em virtude da relevância do tema e da possibilidade de associação entre
climatério, síndrome metabólica e risco cardiovascular, torna-se necessária a
determinação da prevalência de síndrome metabólica e seus componentes individuais
em mulheres na pós-menopausa, com vistas a permitir uma abordagem preventiva dos
fatores de risco identificáveis, no sentido de minimizar a ocorrência futura de eventos
mórbidos relacionados ao sistema cardiovascular. O objetivo desse trabalho foi avaliar
a prevalência de síndrome metabólica e seus componentes individuais em mulheres na
pós-menopausa, relacionando-os com variáveis sócio-econômicas e outros fatores
relevantes no climatério, como o ganho de peso e a sintomatologia climatérica.
5
5
2 - REVISÃO DA LITERATURA
A menopausa é definida como a ausência da menstruação por 12 meses
consecutivos, sendo a historia menstrual o mais confiável indicador do estado pós-
menopausal, associado a um perfil hormonal compatível com redução de estradiol e
elevação do hormôno folículo-estimulante (FSH). A perimenopausa tem sido definida
com um período de irregularidade menstrual e variabilidade hormonal, iniciando com
mudança do padrão do ciclo menstrual e apresentando duração média de 4 anos, até a
extinção dos ciclos menstruais espontâneos (menopausa) 1.
A perda da atividade folicular ovariana explica a queda da produção estrogênica
após a menopausa, que representa a principal manifestação endócrina nessa fase da
vida da mulher. Em conseqüência dessa mudança hormonal, ocorrem repercussões
clínicas de ocorrência heterogênea, tanto na intensidade quanto na forma de
apresentação, podendo incluir fogachos, suores noturnos, insônia, mudança de humor,
ansiedade, irritabilidade e perda da memória e concentração. O trato urogenital é
também afetado, com a presença de atrofia genital e, como conseqüência, quadros de
incontinência urinária e dispareunia 1,7.
As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de
mortalidade entre homens e mulheres nos países em desenvolvimento2,8. Entretanto,
uma análise epidemiológica acerca da progressão das DCV e suas formas de
apresentação clínica, apontam diferenças marcantes entre as populações masculina e
feminina. Os eventos cardiovasculares são de rara ocorrência nas mulheres na pré-
menopausa, aumentando sua incidência na faixa etária entre 45 e 54 anos, que
coincide com a ocorrência da menopausa17. Nesse sentido, as mulheres na pré-
menopausa parecem estar protegidas das DCV, em comparação aos homens da
6
6
mesma faixa etária7. Outro dado interessante diz respeito ao fato de que a mortalidade
por DCV tem continuamente diminuído entre os homens, uma tendência que não se
observa na população feminina8, considerando que após a idade de 70 anos, a
incidência de DCV é igual nos homens e mulheres, sugerindo um papel para a
deficiência estrogênica nesse processo de rápida aceleração do risco cardiovascular7.
As DCV afetam cerca de 42,1 milhões de mulheres americanas com mais de 20
anos de idade, sendo a principal causa de mortalidade nessa população. De acordo
com estimativas atuais, uma em cada grupo de 30 mulheres morre em decorrência de
câncer de mama, relação que é da ordem de uma em 2,6 mulheres, quando se analisa
a mortalidade por DCV18. Como explicação para esse fenômeno epidemiológico,
pesquisas do NHANES III conduzidas entre 1988 e 1994, evidenciaram que mais de
50% das mulheres dos Estados Unidos apresentam sobrepeso e obesidade, sugerindo
um papel preponderante do excesso de peso19,20.
Na Europa, estima-se que 55% das mulheres morrerão por DCV, sendo essa
estimativa de 43% em relação à população masculina. Nesse cenário, a doença
cardíaca coronariana é responsável por 23% dos óbitos em mulheres, os acidentes
vasculares cerebrais por 18% e outras doenças cardiovasculares por 15% dos
óbitos17,21. Esses dados alertam para a relevância mundial das doenças
cardiovasculares no contexto da saúde global das mulheres no climatério, fato que
muitas vezes é negligenciado em detrimento de outras condições também importantes
nessa fase da vida da mulher, como o câncer de mama e de útero. Ressalte-se que o
câncer de mama é responsável por apenas 3% dos óbitos de mulheres, constituindo-se
em considerável causa de morbidade17.
No Brasil, considerando-se registros oficiais para o ano de 2001, a mortalidade
cardiovascular correspondeu a 27,4% do total geral de óbitos, sendo essa taxa ainda
7
7
maior para o sexo feminino isoladamente, onde atingiu 31,0% das mortes5. No Estado
do Rio Grande do Norte, o coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares na
população feminina é inferior ao observado nos homens, em todas as faixas etárias
mais precoces, tendendo a uma estabilidade após os 50 anos, fato que pode ser
atribuído à maior contribuição da mortalidade por causas externas na população
masculina jovem6.
Os fatores de risco para DCV podem ser divididos em não modificáveis e
modificáveis. Dentre os fatores de risco considerados não modificáveis destaca-se a
idade, gênero e historia familiar. Os fatores de risco modificáveis apresentam elevada
prevalência no período do climatério e incluem a obesidade, tabagismo, sedentarismo,
dislipidemia, hipertensão arterial, intolerância à glicose e diabetes mellitus17.
Conforme já anteriormente destacado, a incidência das DCV ocorre
diferentemente entre homens e mulheres, fato que pode ser atribuído a um provável
efeito cardioprotetor dos estrogênios endógenos, durante a vida reprodutiva feminina.
Níveis estrogênicos baixos no plasma podem acarretar modificações desfavoráveis no
metabolismo dos lipídios e carboidratos, bem como alterações em vários outros
mecanismos importantes na regulação da saúde cardiovascular, como por exemplo, na
sensibilidade à insulina, hemostasia, modulação autonômica da freqüência cardíaca e
regulação da pressão arterial, dentre outros7,9,17. Mudanças similares podem ser
observadas nas mulheres jovens com falência ovariana prematura, sugerindo que o
estradiol influencia significativamente todos esses fatores 17,22.
Apesar de bastante estudados, os mecanismos responsáveis pelo aumento do
risco cardiovascular na pós-menopausa ainda não são completamente compreendidos.
Alterações no metabolismo dos lipídios associadas com a deficiência estrogênica
parecem ser o componente substancial do risco cardiovascular nessas mulheres, mas
8
8
há também efeitos diretos da deficiência estrogênica na distribuição da gordura
abdominal (obesidade central), ação da insulina, parede arterial e fibrinólise. Em
conjunto, todos esses fatores contribuem para o aumento da prevalência da síndrome
metabólica em mulheres na pós-menopausa, quando comparadas com mulheres no
menacme7.
A etiologia para explicar o sobrepeso e a obesidade nas mulheres do climatério
é multifatorial. Está bem estabelecida a associação da menopausa com ganho de peso,
deposição de gordura adiposa visceral e alterações desfavoráveis na composição
óssea20.
A síndrome metabólica é uma combinação de fatores de risco, incluindo
obesidade abdominal, dislipidemia, intolerância à glicose e hipertensão arterial. O
agrupamento destes fatores foi inicialmente denominado com o termo “Síndrome X”,
sendo objeto de diversas tentativas posteriores de definição de critérios diagnósticos e
prognósticos12-16,23-27. A agregação destas características em uma única entidade
clínica prevê uma ferramenta que pode identificar um segmento da população com
aumento de risco para desenvolver diabetes tipo 2, como também aumento da
morbidade e mortalidade cardiovascular18.
Na atualidade, evidências apontam que, embora muitos fatores de risco para
doença cardiovascular surjam apenas no período após a menopausa, as
características da síndrome metabólica podem estar presentes desde muito cedo na
vida reprodutiva7. Nesse sentido, vários fatores podem provocar impacto na
prevalência e características da síndrome metabólica em mulheres, tais como:
gravidez, lactação, diabetes mellitus gestacional, pré-eclampsia, uso de contraceptivo
hormonal oral e síndrome dos ovários policísticos18. Sobre essa última condição, um
estudo realizado recentemente evidenciou prevalência de SM em mulheres com SOP
9
9
na cidade de Natal/RN de 28,4%, sendo ainda mais elevada em pacientes obesas
(52,3%)28.
A síndrome metabólica é definida por diferentes critérios que variam
principalmente em decorrência das diferentes opiniões sobre os limiares que devem ser
adotados para cada componente individual (por exemplo, pressão arterial),
considerando variações existentes entre as diversas populações. Ainda não existe
consenso sobre quais componentes clínicos são mais importantes na predição de
eventos cardiovasculares. Numa perspectiva global, todas as definições incluem e
valorizam a mensuração da obesidade central e pressão arterial, juntamente com a
determinação de níveis séricos de glicose em jejum, HDL-colesterol e triglicerídeos12-
16,23-27.
Vários consensos existem sobre os critérios adotados para diagnóstico da
síndrome metabólica, com destaque para os descritos pelo National Cholesterol
Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III)25 e pela Federação
Internacional de Diabetes27. Os critérios do NCEP-ATP III tem sido os mais utilizados
tanto na área de pesquisa quanto na clínica, estabelecendo uma definição da síndrome
metabólica quando da presença de três ou mais dos seguintes fatores de risco: 1)
circunferência abdominal 102 cm para os homens e 88 cm para as mulheres; 2)
nível de triglicerideos 150 mg/dl; 3) nível de HDL < 40 mg/dl nos homens e < 50 mg/dl
nas mulheres; 4) pressão arterial 130 mmHg para a pressão sistólica ou 85 mmHg
para a pressão diastólica; e nível de glicemia de jejum 110mg/dl 13,25.
Em face das recomendações da Associação Americana de Diabetes29 e de
evidências quanto às diferenças existentes entre a população americana e outras
populações com menor incidência de obesidade, a Federação Internacional de
Diabetes (IDF) propôs uma nova definição, alterando os pontos de corte para glicemia
10
10
e circunferência da cintura. De acordo com os critérios da IDF27, a mulher deve ser
diagnosticada como tendo SM caso apresente obesidade central (cintura 80 cm)
associado a dois ou mais dos seguintes parâmetros: triglicerídeos 150 mg/dl; HDL-
colesterol < 50 mg/dL; pressão arterial 130/85 mmHg e glicemia de jejum 100
mg/dl.
A principal diferença na definição pelos critérios da IDF se comparado com os
critérios do NCEP é a obesidade central, que deve estar presente como pré-requisito
para o diagnóstico da SM segundo os critérios IDF27. Entretanto, um problema comum
para todas as definições é sua aplicabilidade para diferentes grupos populacionais,
especialmente em relação à prevalência de sobrepeso/obesidade30. Trabalho realizado
com população Koreana, comparando os dois critérios, mostrou que a prevalência da
síndrome metabólica usando o critério da IDF foi maior do que o NCEP. Porém,
participantes com a SM definida pelo NCEP mostraram maior relação com DCV do que
aquelas identificadas pela classificação da IDF31.
A síndrome metabólica foi diagnosticada em aproximadamente 40% dos adultos
nos Estados Unidos, usando os critérios da IDF, considerando-se a população com
idade acima de 20 anos de ambos os sexos, sendo a sua prevalência maior do que a
encontrada pelos critérios da NCEP para a mesma população, que correspondeu a
34,5%32. Utilizando as definições do NCEP-ATPIII e da IDF, um estudo multicêntrico
(EUROASPIRE) evidenciou prevalência de SM de 56% e 72% na população feminina,
respectivamente, enquanto que na população masculina a prevalência foi de 40% e
59%, respectivamente, de acordo com os dois critérios diagnósticos utilizados33.
Especificamente sobre a prevalência de síndrome metabólica em mulheres no
climatério, dados provenientes de estudo realizado no Equador apontam prevalência
11
11
crescente a partir dos 40 anos, atingindo 51,4% no grupo de mulheres com idade entre
50-59 anos4.
Vários estudos e meta-análises têm demonstrado que a síndrome metabólica é
um forte fator de predição para doenças crônicas e complicações cardiovasculares,
incluindo diabetes tipo 2, infarto de miocárdio e hemorragia cerebral. Entretanto, mais
do que fator de predição para várias doenças, esta entidade é um precursor de
condições que podem ser prevenidas14. Um estudo realizado na Finlândia (Finnish
Diabetes Prevention Study) demonstrou significante redução na incidência de casos
novos de diabetes, após 4 anos da realização de um programa de estilo de vida
saudável, que incluiu redução do peso, atividade física, diminuição do consumo de
gordura saturada e aumento da ingestão de fibras34.
A Associação Americana de Cardiologia publicou recentemente diretrizes
baseadas em evidências para prevenção da DCV em mulheres35. De acordo com estas
diretrizes, a intervenção no estilo de vida deveria ser instituída, incluindo como
exemplo: parar de fumar, dieta controlada e exercícios físicos. Além disso, o tratamento
farmacológico da hiperlipidemia nas mulheres é benéfico para prevenção primária e
secundária da doença cardíaca. Nesse sentido, alerta-se para o cuidado na
identificação e abordagem dos fatores de risco cardiovascular em mulheres na pós-
menopausa, uma vez que se constitui estratégia essencial na prevenção das DCV.
12
12
3 - ANEXAÇÃO DE ARTIGOS
Artigo 1 - Metabolic syndrome in postmenopausal women: higher prevalence in the
Northeastern Region of Brazil than in other Latin American countries and the influence
of obesity and socioeconomic factors. Artigo publicado no periódico Climacteric, volume
10, número 5, páginas 438-439, outubro de 2007.
Artigo 2 – Prevalence of the metabolic syndrome in Brazilian postmenopausal women
using National Cholesterol Education Program and International Diabetes Federation
definitions. Artigo submetido para publicação no periódico Climacteric.
13
13
13
ARTIGO 1
Título: Metabolic syndrome in postmenopausal women: higher prevalence in the
Northeastern Region of Brazil than in other Latin American countries and the influence
of obesity and socioeconomic factors.
Autores:
Inavan Lopes da Silveira1
Tecia Maria de Oliveira Maranhão2
George Dantas de Azevedo3
1Aluno de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2Professora Titular do Departamento de Toco-ginecologia e Orientadora do Programa
de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte
3Professor Adjunto do Departamento de Morfologia e Orientador do Programa de Pós-
graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
16
16
ARTIGO 2
Title: Prevalence of the metabolic syndrome in Brazilian postmenopausal women using
National Cholesterol Education Program and International Diabetes Federation
definitions
Running title: Climacteric and metabolic syndrome
Authors:
Inavan L. Silveira1
Elvira M. M. Soares1,2
Técia M. O. Maranhão1,3
Telma M. A. M. Lemos4
George D. Azevedo*,1,5
Institutions:
1Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal-RN, Brasil
2Maternidade Escola Januário Cicco, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal-RN, Brasil
3Departamento de Toco-ginecologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil
4Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil.
5Departamento de Morfologia, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal-RN, Brasil.
17
17
Reprint requests: George D. Azevedo. Departamento de Morfologia do Centro de
Biociências, Campus Universitário, BR 101, Lagoa Nova, Natal-RN, Brazil. CEP:
59078-970. Phone and fax: +55-84-32119207
Email: [email protected]
Financial support: This work was supported in part by the Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Saúde do Brasil, and
Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN).
18
18
ABSTRACT:
Background: Metabolic syndrome (MetS) is an independent risk factor for
cardiovascular disease (CVD) and type 2 diabetes. The identification of MetS is an
important goal for preventing CVD in postmenopausal women. However, limited
information is available about the prevalence of MetS in non-US postmenopausal
women.
Objective: To estimate the prevalence of MetS in low-income Brazilian postmenopausal
women as defined by the National Cholesterol Education Program Adult Treatment
Panel III (NCEP) criteria and the International Diabetes Federation (IDF) definition.
Methods: Cross-sectional study involving 127 postmenopausal women (45 to 64 years)
from Natal, Brazil. Written informed consent was obtained from all participants and the
study was approved by the Institutional Ethics Committee. Metabolic syndrome was
defined by the NCEP and IDF criteria. Associations with the climacteric symptoms
scores, socio-economic and cardiovascular risk factors were examined.
Results: Mean (SD) age was 53.9 (4.6) years and monthly income was 54.5 dollars per
capita. Prevalence of MetS was 52.8% and 61.4% according to the NCEP and IDF
definitions, respectively. The agreement rate between NCEP and IDF criteria was
81.9% and the kappa value was 0.63 (95% CI, 0.49-0.76) indicating a good strength of
agreement. The most prevalent isolated MetS abnormality was HDL<50 mg/dl, present
in 96.1%, followed by increased waist circumference ( 80 cm) in 78.0%, hypertension
in 51.2%, triglycerides > 150 mg/dl in 40.9%, and fasting glucose concentrations 100
mg/dl in 37.0%.
Conclusion: These results show that MetS is highly prevalent in low-income Brazilian
postmenopausal women, placing them at increased risk for cardiovascular disease.
19
19
KEYWORDS: Climacteric, Menopause, Metabolic syndrome, Cardiovascular disease,
Insulin resistance, Cardiovascular risk, Brazilian population
20
20
Introduction
Cardiovascular disease (CVD) is the underlying cause of most mortality and
disability among women after menopause1,2. In Brazil, analysis of the official data shows
that the CVD mortality rate reaches 27.4% of the total number of deaths, and is higher
for the female population (31.0%) 3. Several pathophysiological factors have been
implicated in the increased prevalence of atherosclerotic disease, myocardial infarction
and type 2 diabetes in postmenopausal women, such as estrogen deficiency, aging,
weight gain, and alterations in lipid metabolism, body fat distribution, insulin sensitivity,
the arterial wall, and fibrinolysis4-6.
Although widely studied over th/e past several decades, there has been an ever
increasing interest in the early investigation of cardiovascular predictors in climacteric
women as a clinical tool for changing modifiable risk factors and for preventing the
occurrence of CVD. Since the first report by Reaven7 on the action of insulin in human
disease, several attempts have been made to group the factors involved in the
increased cardiovascular risk into a common denomination. This concept has evolved
into a description of the metabolic syndrome (METS), which is as a cluster of endocrine
and metabolic disturbances that has been associated with a two-fold increased risk of
cardiovascular disease and a five-fold increased risk of type 2 diabetes, accounting for
traditional CVD risk factors8. The features of the metabolic syndrome include the
accumulation of visceral (abdominal) adiposity, insulin resistance, hypertension, and
dyslipidemia (hypertriglyceridemia, reduced high density lipoprotein (HDL), and small
dense LDL particles)9,10.
There have been several definitions of metabolic syndrome and several reports
of an increased prevalence of metabolic syndrome in postmenopausal women10-15. In
21
21
Latin American postmenopausal women, METS prevalence according to the National
Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP) varies from 28.1% in
women aged 40–44 years to 42.9% in those aged 60–64 years14. In the Ecuadorian
population of postmenopausal women, the prevalence of METS is high and the main
determinant factors are age, time since menopause onset and sedentary habits. Since
the prevalence of METS is high in postmenopausal women, despite adjustments for
age, body mass index and physical activity level, it is plausible to consider that
menopause is a contributing factor for developing METS and consequent CVD.
There are no published references about the age-adjusted prevalence of METS
by sex in the general Brazilian population16. Limited information can be obtained from a
study involving a specific sample of a rural population from Bahia, Brazil, which showed
a prevalence among women 45 years of 56.9%, probably associated to menopause17.
(In a previous communication, we reported the initial results on the prevalence of METS
in Brazilian postmenopausal women by age group, with an increasing rate from the 45–
49-year-old group (23.9%) to the 60-64-year-old group (57.1%)18. Accordingly, the aim
of the present article is to report the prevalence of METS and its components in
Brazilian postmenopausal women according to the most commonly used criteria and to
analyze its relation to socioeconomic factors and intensity of climacteric symptoms.
Methods
A cross-sectional study involving 127 postmenopausal women aged between 45
– 65 years was performed. Participants were living in two cities (Natal and Mossoró) of
Rio Grande do Norte, a tropical state with a human development index of 0.668, located
in the Northeastern region of Brazil. The institutional review board of the Federal
22
22
University of Rio Grande do Norte approved this project (protocol 107/2002) and all
subjects gave informed consent.
Inclusion criteria were: women aged 45–65 years old, with > 12 successive
months without menstruating and follicle-stimulating hormone level > 30 mIU/ml.
Women with a history of thromboembolic events, myocardial infarction, cancer, hepatic
or renal dysfunction were excluded. Mentally ill subjects or those not capable of
understanding the research protocol were also excluded.
The participants were submitted to a protocol consisting of a health questionnaire
and clinical examination. Women were asked their age, time since menopause,
occupation, schooling, family income, previous hysterectomy, previous or current
hormone therapy use, habits such as tobacco and alcohol use and physical activity
level. Regular physical activity was defined as three or more times a week for at least
40 minutes. No ethnic classification was used, since it is very difficult to classify ethnic
groups in Brazil, where there is a complex racial admixture and the self-definition of
race or color may not be accurate, with a significant dissociation of color and genomic
ancestry19,20.
All patients were submitted to a clinical examination, where body weight, height,
waist and hip circumferences and blood pressure were measured. Body mass index
(BMI) was calculated as weight in kilograms divided by the height in meters squared
(kg/m2); overweight was defined as a BMI between 25.0 and 29.9, and obesity as 30.0
or higher, according to WHO categories21. The waist was measured at the smallest
circumference and hips at the largest circumference. To ensure the validity and
reliability of the measures, we checked waist circumference with the patients in the
standing position, abdomen relaxed, arms at the side of the body and feet together.
23
23
Blood pressure, obtained according to the Brazilian Guidelines, was measured in
millimeters of mercury (mmHg) in the left arm, with the patient in the sitting position after
resting for 10 minutes22. For analysis of waist and hip circumferences and systolic and
diastolic blood pressures the average of two readings of these parameters was
considered.
Several instruments have been used to measure and assess climacteric
symptoms. To evaluate the relationship between METS and its components and the
prevalence and intensity of climacteric symptoms, we used three different instruments:
the Blatt-Kupperman menopausal index21, Greene Climacteric Scale22 and Menopause
Rating Scale23. The first scale has been widely used in studies of climacteric symptoms
and in clinical practice, but this instrument is now being criticized for its psychometrics
properties. The Greene Climacteric Scale contains a total of 21 questions, with
responses scored on a 0–3 Likert scale. Scores are expressed as a total of all the
questions (range 0–63) or as four separate subscales: vasomotor (hot flushes and night
sweats) (range 0–6), psychological (anxiety + depression) (range 0–33), somatic
(physical) (range 0–21) and loss of interest in sex (libido) (range 0–3). The Menopause
Rating Scale is a validated questionnaire for measuring the health-related quality of life
scale and the severity of complaints in aging women, with a high reliability and good
validity.
Fasting venous blood samples were collected between 8:00 a.m. and 10:00 a.m.
after a 12-hour overnight fast. Serum glucose was measured by the glucose oxidase
method. Levels of total cholesterol, HDL-cholesterol, triglycerides, aspartate
aminotransferase (AST), alanine aminotransferase (ALT), gamma-glutamyltransferase
(GGT), urea and creatinine were determined by enzymatic colorimetric assays
24
24
(BioSystems, Barcelona, Spain). LDL levels were calculated by the Friedewald’s
formula.
Although many diagnostic criteria for MetS have been proposed, our option was
consider the National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP)
criteria and the International Diabetes Federation (IDF) criteria, since these are the most
commonly used definitions for both clinical and research purposes. Thus, according to
the NCEP criteria MetS was defined by the presence of three or more of the following
abnormalities: waist circumference 88 cm; fasting serum glucose of at least 110
mg/dl; fasting serum triglycerides 150 mg/dl; serum high-density lipoprotein (HDL)-
cholesterol < 50 mg/dl; and blood pressure 130/85mmHg12. According to the IDF
definition, a participant was defined as having the metabolic syndrome if she had central
obesity (waist circumference 80 cm) associated to two or more of the following
criteria: serum triglycerides > 150 mg/dl; HDL-cholesterol < 50 mg/dL; blood pressure
130/85 mm Hg and fasting serum glucose of at least 100 mg/dl.26
Statistical analysis: Considering an age-adjusted 24.8% prevalence of MetS in
the Brazilian population17, a sample size of 127 participants has a statistical power of
80% and precision of 5% for detecting a prevalence rate 40% in postmenopausal
women, demonstrating sampling validity. Statistical analysis was performed using
statistical software SPSS version 13.0 for Windows (SPSS, Chicago IL). The normality
of distribution of all variables was checked by the Kolmogorov–Smirnov test. The results
were expressed as mean ± SD or frequency, if not indicated otherwise. The significance
of differences between groups was determined using the unpaired t test and analysis of
variance (ANOVA), as appropriate. Correlation analysis was tested by the Pearson’s
test. Between-group differences were assessed by 2 testing. An agreement rate of the
prevalence of metabolic syndrome between 2 definitions, the NCEP and the IDF, was
25
25
evaluated by the percentage of participants who were classified as either having or not
having the metabolic syndrome. The kappa coefficient and its 95% CI for the degree of
agreement were also provided. For all analyses, a two-tailed P value of < 0.05 was
considered to indicate statistical significance.
Results
Table 1 shows the baseline characteristics of the sample. The mean age was
53.9 ± 4.6 years, with 21 (16.5 %) women aged 45–49 years, 54 (42.5 %) aged 50–54
years, 38 (29.9 %) aged 55–59 years, and 14 (11.0 %) aged 60-64 years. The median
time since menopause was 6 years, and 52.8 % of women (n = 67) were 5 years
postmenopausal. In relation to socioeconomic factors, 53.6%were illiterate and 70.1%
were living with per capita income < US $70.00.
According to the NCEP definition for MetS, the prevalence of MetS in this sample
of climacteric women was 52.8%, with 67 women showing three or more NCEP
parameters. We also found that a considerable proportion (29.9%) of these women had
two criteria and 20.5% had one criterion for MetS. Only two women had no factors for
MetS. The most prevalent isolated NCEP MetS abnormality was HDL-cholesterol below
50 mg/dl, present in 96.1%, followed by increased blood pressure in 51.2%, increased
waist circumference ( 88 cm) in 46.5%, increased serum triglycerides in 40.9%, and
high fasting glucose concentrations ( 110 mg/dl) in 18.1%. On the basis of the IDF
MetS definition, we found that 78 women (61.4%) had MetS. According to these criteria,
prevalence of increased waist circumference ( 80 cm) and impaired fasting glucose (
100 mg/dl) was 78.0 % and 37.0%, respectively.
26
26
The agreement rate between NCEP and IDF criteria was 81.9%. The percentage
of participants who had MetS by the NCEP criteria but not by the IDF criteria was 4.7%.
In another 13.4% of the participants, the presence of the MetS was defined by the IDF
definition but not by the NCEP definition. In addition, the kappa value was 0.63 (95% CI,
0.49-0.76) indicating a good strength of agreement.
The occurrence of metabolic syndrome, increased blood pressure and increased
waist circumference was significantly associated with the presence of obesity.
Overweight and obese women were associated with 1.7 (95%CI 1.2 – 2.3) and 5.8-fold
(95%CI 2.3 – 14.9) increases in risk for MetS, respectively, and 1.7 (95%CI 1.2 – 2.4)
and 2.2-fold (95%CI 1.3 – 3.8) for hypertension, when compared to the normal weight
group. The prevalence of Mets, hypertension and impaired fasting glucose was
significantly higher in the subgroup with low schooling, when compared to women 5
years of schooling. The prevalence of MetS and its individual components was
independent of time since menopause, hormone therapy use, physical activity level and
family income. (Tables 2 and 3)
According to table 4, the group with MetS had significantly higher mean values
for weight, BMI, systolic and diastolic blood pressures, waist circumference, fasting
glucose, triglycerides and total cholesterol than those of the group without MetS. The
HDL-cholesterol level was significantly lower in the MetS group. No significant
difference was observed between groups with and without MetS in relation to the
climacteric symptomatology assessed by three different scales.
27
27
Discussion
This study shows that low-income postmenopausal women from Brazil have an
increased prevalence of MetS and its individual components, especially dyslipidemia,
hypertension and central obesity.
In the recent years, the increase in life expectancy for the general population has
been accompanied by a concomitant increase in the prevalence of chronic diseases. In
this context, cardiovascular disease (CVD) is currently the leading cause of mortality
among men and women all over the world, with more than one out of two women dying
from CVD9,15. Metabolic syndrome emerges as a cluster of aberrations of metabolic
origin that increases the risk for morbidity and mortality from CVD, type 2 diabetes, and
all-cause mortality9,27, and its screening in the climacteric may help to recognize women
at risk for future CVD, leading to appropriate interventions.
In this sample of Brazilian climacteric women, we observed that the prevalence of
MetS was higher than that reported by the Collaborative Group for Research of the
Climacteric in Latin America14 for women from other Latin American countries. Thus,
Brazilian postmenopausal women with low socioeconomic levels are submitted to an
increased risk for cardiovascular disease. Our data corroborate previous observations
on the relationship between menopause and risk of CVD. Alterations in lipid metabolism
with estrogen deficiency are thought to be a substantial component of CVD risk in
postmenopausal women9, but there are also direct effects of estrogen deficiency on
body fat distribution (central obesity), insulin action, the arterial wall, and fibrinolysis that
may influence cardiovascular risk28,29.
This topic has generated considerable discussion on the potential benefits of
estrogen therapy in postmenopausal women for preventing CVD. However, the results
of randomized placebo-controlled clinical trials did not confirm this effect, despite the
28
28
beneficial impact on the lipid profile of estrogen users. In the Women´s Health Initiative
Study (WHI), a significantly higher risk for cardiovascular endpoints was observed in the
group using estrogen plus progestin, as compared to the placebo group30.
The prevalence of MetS in Brazilian climacteric women was significantly
associated to the increase in body mass index and waist circumference. Our data
corroborate the results of a study involving the Equadorian population, in which waist
circumference was also significantly associated to risk for CVD15. These results
reinforce the recommendation of using this parameter as an easy and simple measure
when screening for cardiovascular risk in developing countries.
Hypertension increases the risk of both coronary artery disease and
cerebrovascular disease in the general population and is quantitatively the most
important modifiable risk factor for CVD; it is more common than cigarette smoking,
dyslipidemia or diabetes31. In this sample of Brazilian climacteric women, we observed a
hypertension prevalence of around 50%, which increased with the body mass index,
reaching 67.7% in the obese subgroup. The influence of menopause and estrogen
deficiency on blood pressure is difficult to evaluate because menopause coincides with
an increase in fat accumulation related to aging. Women with high amounts of visceral
fat have high cardiovascular mortality and associated metabolic abnormalities
suggesting that abdominal adiposity associated with menopausal status accounts for
the increased cardiovascular risk in postmenopausal years9,32.
Along with increased visceral fat accumulation and hypertension, insulin
resistance is a very important component of metabolic syndrome. In a previous report
on the same sample, we found that 29.9% of women had impaired fasting glucose (FPG
100–125 mg/dl), and 7.9% were classified as diabetic (FPG 126 mg/dl). Similarly to the
29
29
MetS prevalence rates, all these rates are higher than those reported for women from
other Latin America countries14.
Postmenopausal women with diabetes mellitus are associated with an increased
risk of coronary pathologies, cerebrovascular disease and peripheral vascular disease.
Diabetic women have a greater risk of mortality from cardiovascular disease than do
men. Menopause has a negative effect on the lipid and lipoprotein profile of women.
However, this effect is not only responsible for cardiovascular disease. The increase in
total cholesterol (TC), LDL-cholesterol, triglycerides and particularly VLDL contributes
significantly to atherogenesis1.
Several studies and meta-analysis have shown that MetS is a strong predictive
factor for type 2 diabetes mellitus, myocardial infarction and cerebral hemorrhage.
However, more than a predictive factor for various diseases, it is a forerunner of
preventable conditions. In this context, the Finnish Diabetes Prevention Study found a
significant reduction in the incidence of new diabetes cases after 4 years of a healthy
lifestyle program that included weight reduction, decreased saturated fat consumption,
as well as an increase in fiber ingestion and physical activity14. Currently, evidence
shows that the multiple risk factors for cardiovascular disease arise in the
postmenopausal period, but that the characteristics of MetS are present even before
menopause9,.
Thus, we can conclude that our sample of low-income women is at increased risk
for cardiovascular disease. Accordingly, it is plausible to consider the recommendation
of systematic screening for MetS parameters in postmenopausal women from
developing countries.
30
30
References
1. Creatsas G, Christodoulakos G, Lambrinoudaki I. Cardiovascular disease:
screening and management of the a-symptomatic high-risk post-menopausal
woman. Maturitas. 2005;52 Suppl 1:S32-7.
2. Rosano GM, Vitale C, Tulli A. Managing cardiovascular risk in menopausal
women. Climacteric. 2006;9 Suppl 1:19-27.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Brasília, DF, 2001. Disponível on-line:
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sim/obtmap.htm.
4. ESHRE Capri Workshop Group. Hormones and cardiovascular health in women.
Hum Reprod Update. 2006;12(5):483-97.
5. Piché ME, Weisnagel SJ, Corneau L, Nadeau A, Bergeron J, Lemieux S.
Contribution of abdominal visceral obesity and insulin resistance to the
cardiovascular risk profile of postmenopausal women. Diabetes. 2005;54(3):770-
7.
6. Mesch VR, Boero LE, Siseles NO, Royer M, Prada M, Sayegh F, Schreier L,
Benencia HJ, Berg GA. Metabolic syndrome throughout the menopausal
transition: influence of age and menopausal status. Climacteric. 2006;9(1):40-8.
7. Reaven GM. Banting lecture 1988. Role of insulin resistance in human disease.
Diabetes. 1988;37(12):1595-607.
8. Grundy SM, Cleeman JI, Daniels SR, Donato KA, Eckel RH, Franklin BA, et al.
Diagnosis and management of the metabolic syndrome: an American Heart
Association/National Heart, Lung, and Blood Institute Scientific Statement.
Circulation 2005;112:2735-52.
31
31
9. Carr MC. The emergence of the metabolic syndrome with menopause. J Clin
Endocrinol Metab 2003;88:2404–2411.
10. Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ. The metabolic syndrome. Lancet
2005;365:1415-28.
11. Alberti KG, Zimmet P, Shaw J. The metabolic syndrome—a new worldwide
definition. Lancet 2005; 366: 1059–62.
12. Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP). Expert
Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in
Adults (Adult Treatment Panel III) final report. Circulation 2002;106:3143-421.
13. Park YW. Zhu S, Palaniapan L, Heshka S, Carnethon MR, Heymsfield SB: The
metabolic syndrome: prevalence and associated risk factor findings in the US
population from the Third National Health and Nutrition Examination Survey,
1998–1994. Arch Intern Med 163:427–436, 2003
14. Royer M, Castelo-Branco C, Blu¨mel JE, et al. The US National Cholesterol
Education Programme Adult Treatment Panel III (NCEP ATP III): prevalence of
the metabolic syndrome in Latin American postmenopausal women. Climacteric
2007;10:164–70
15. Hidalgo LA, Chedraui PA, Morocho N, Alvarado M, Chavez D, Huc A. The
metabolic syndrome among postmenopausal women in Ecuador. Gynecol
Endocrinol 2006; 22: 447–454.
16. Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Cardiologia;
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Sociedade Brasileira de
Diabetes; Sociedade Brasileira de Estudos da Obesidade. I Brazilian guidelines
on diagnosis and treatment of metabolic syndrome. Arq Bras Cardiol 2005; 84
Suppl 1:1-28.
32
32
17. de Oliveira EP, de Souza ML, de Lima MD. Prevalence of metabolic syndrome in
a semi-arid rural area in Bahia. Arq Bras Endocrinol Metabol 2006;50:456-65.
18. Silveira IL, Maranhão TMO, Azevedo GD. Metabolic syndrome in
postmenopausal women: higher prevalence in the Northeastern Region of Brazil
than in other Latin American countries and the influence of obesity and
socioeconomic factors.
19. Parra FC, Amado RC, Lambertucci JR, Rocha J, Antunes CM, Pena SD. Color
and genomic ancestry in Brazilians. Proc Natl Acad Sci U S A 2003;100:177-82.
20. Pimenta JR, Zuccherato LW, Debes AA, Maselli L, Soares RP, Moura-Neto RS,
et al. Color and genomic ancestry in Brazilians: a study with forensic
microsatellites. Hum Hered 2006;62:190-5.
21. World Health Organization. Obesity preventing and managing the global
epidemic. Report of a WHO consultation on obesity. Geneva 3–5 June,1997.
22. IV Brazilian Guidelines in Arterial Hypertension Work Groups. IV Brazilian
guidelines in arterial hypertension. Arq Bras Cardiol. 2004 Mar;82 Suppl 4:7-22.
23. Kupperman HS, Wetchler BB, Blatt MH. Contemporary therapy of the
menopausal syndrome. JAMA 1959; 171:1627-37.
24. Greene JG. Constructing a standard climacteric scale. Maturitas 1998; 29:25-31.
25. Heinemann K, Ruebig A, Potthoff P, Schneider HP, Strelow F, Heinemann LA,
Do MT. The Menopause Rating Scale (MRS) scale: a methodological review.
Health Qual Life Outcomes. 2004;2:45.
26. International Diabetes Federation. The IDF consensus worldwide definition of the
metabolic syndrome. Available from
http://www.idf.org/webdata/docs/Metabolic_Syndrome_Definition.pdf [accessed
Jun 2007].
33
33
27. Räikkönen K, Matthews KA, Kuller LH. Depressive symptoms and stressful life
events predict metabolic syndrome among middle-aged women: a comparison of
World Health Organization, Adult Treatment Panel III, and International Diabetes
Foundation definitions. Diabetes Care. 2007;30(4):872-7.
28. Poehlman ET, Toth MJ, Gardner AW. Changes in energy balance and body
composition at menopause: a controlled longitudinal study. Ann Intern Med.
1995;123(9):673-5.
29. Gohlke-Bärwolf C. Coronary artery disease--is menopause a risk factor? Basic
Res Cardiol. 2000;95 Suppl 1:I77-83.
30. Writing Group for the Women’s Health Initiative Investigators. Risks and benefits
of estrogen plus progestin in healthy postmenopausal women: principal results
from the Women’s Health Initiative randomized controlled trial. JAMA
2002;288:321-33.
31. Wilson PW. Established risk factors and coronary artery disease: the
Framingham Study. Am J Hypertens 1994;7:7S–12S.
32. Lapidus L, Bengtsson C, Larsson B, Pennert K, Rybo E, Sjostrom L. Distribution
of adipose tissue and risk of cardiovascular disease and death: a 12 year follow
up of participants in the population study of women in Gothenburg, Sweden. Br
Med J 1984; 289:1257–1261.
33. Soares EMM, Azevedo GD, Gadelha RGN, Lemos TMAM, Maranhão TMO.
Prevalence of the metabolic syndrome and its components in Brazilian women
with polycystic ovary syndrome. Fertil Steril 2008; 89:649-55.
34
34
Table 1. Clinical and demographic characteristics of the study group
Variable Result
Age (years) 53.9 ± 4.6
Duration of menopause (years) 6 (2-10)
% hysterectomized 20.5 (n = 26)
% married or in a common law
relationship
61.4 (n =78)
% declared homemakers 68.5 (n = 87)
Schooling
-illiterate
-1 to 4 years
5 years
53.5 (n = 68)
29.1 (n = 37)
17.3 (n = 22)
Per capita family income (R$) 122 (73.6 – 171.6)
Tobacco use
-ex smoker
-current smoker
29.9 (n = 38)
18.9 (n = 24)
% regular physical activity 31.5 (n = 40)
Blatt-Kupperman Menopausal Index 27.7 ± 9.9
Greene Climacteric Scale (score) 29.1 ± 10.6
Menopause Rating Scale (score) 19.2 ± 8.3
Note: results presented as mean ± SD for variables with normal distribution, median
(interquartile interval) for variables with nonparametric distribution and simple
frequencies for categorical variables.
35
35
Table 2. Prevalence of metabolic syndrome according NCEP and IDF definitions related
to age group, duration of menopause, hormone therapy use, physical activity, family
income, schooling and body mass index
Note: NCEP (National Cholesterol Education Programme); (MMW (minimum monthly
wage); BMI (body mass index), NS (non-significant); *between-group analysis by 2
testing.
Metabolic syndrome
Parameter NCEP IDF
Prevalence 61 (48.0 %) 78 (61.4 %)
Age group (years)
< 54 (median)
54
NS
31 (50.0 %)
36 (55.4 %)
NS
35 (56.5 %)
43 (66.2 %)
Duration of menopause (years)
- < 6 (median)
- 6
NS
33 (49.3)
34 (56.7)
NS
39 (58.2 %)
39 (65.0 %)
Use of hormone therapy
No
Yes
NS
43 (57.3 %)
24 (46.2 %)
NS
42 (56.0 %)
36 (69.2 %)
Physical activity
No
Yes
NS
44 (51.2 %)
23 (57.5 %)
NS
49 (57.0 %)
29 (72.5 %)
Family income
- up to 1 MMW
- > 1 MMW
NS
15 (62.5 %)
52 (50.5 %)
NS
17 (70.8 %)
61 (59.2 %)
Schooling (years)
- Illiterate
- 1 to 4
- 5
*p= 0.03
39 (57.4 %)
22 (59.5 %)
6 (27.3 %)
*p= 0.02
44 (64.7 %)
26 (70.3 %)
8 (36.4 %)
BMI (kg/m2)
- up to 24.9
- 25.0 – 29.9
- 30
*p< 0.0001
10 (24.4 %)
30 (54.5 %)
27 (87.1 %)
*p< 0.0001
12 (29.3 %)
39 (70.9 %)
27 (87.1 %)
36
36
Tabl
e 3.
Pre
vale
nce
of m
etab
olic
syn
drom
e co
mpo
nent
s re
late
d to
age
gro
up, d
urat
ion
of m
enop
ause
, hor
mon
e th
erap
y us
e, p
hysi
cal
activ
ity, f
amily
inco
me,
sch
oolin
g an
d bo
dy m
ass
inde
x
Para
met
erB
lood
pre
ssur
e 1
30 x
85
mm
Hg
Wai
st c
ircum
fere
nce
80
cm
Fast
ing
gluc
ose
10
0 m
g/dl
H
DL-
Cho
lest
erol
<50
mg/
dl
Trig
lyce
rides
15
0 m
g/dl
A
ge g
roup
(yea
rs)
<
54 (m
edia
n)
54
NS
27 (4
3.5
%)
38 (5
8.5
%)
NS
48 (7
8.7
%)
51 (7
9.7
%)
NS
26 (4
1.9
%)
21 (3
3.9
%)
NS
61 (9
8.4
%)
61 (9
3.8
%)
NS
21 (3
3.9
%)
31 (4
7.7
%)
Use
of h
orm
one
ther
apy
N
o
Yes
NS
38 (5
0.7
%)
27 (5
1.9
%)
NS
58 (7
8.4
%)
41 (8
0.4
%)
NS
25 (3
3.8
%)
22 (4
4.0
%)
NS
72 (9
6.0
%)
50 (9
6.2
%)
NS
30 (4
0.0
%)
22 (4
2.3
%)
Phy
sica
l act
ivity
No
Y
es
NS
43 (5
0.0
%)
22 (5
5.0
%)
NS
63 (7
5.0
%)
35 (8
7.5
%)
NS
33 (3
9.8
%)
14 (3
5.0
%)
NS
81 (9
4.2
%)
40 (1
00.0
%)
NS
36 (4
1.9
%)
16 (4
0.0
%)
Fam
ily in
com
e -
up to
1 M
MW
-
> 1
MM
W
p= 0
.03
17 (7
0.8
%)
48 (4
6.6
%)
NS
18 (7
8.3
%)
81 (7
9.4
%)
NS
12 (5
0.0
%)
35 (3
5.0
%)
NS
23 (9
5.8
%)
99 (9
6.1
%)
NS
11 (4
5.8
%)
41 (3
9.8
%)
Sch
oolin
g (y
ears
) -
Illite
rate
-
1 to
4
- 5
p= 0
.01
37 (5
4.4
%)
23 (6
2.2
%)
5 (2
2.7
%)
NS
53 (7
7.9
%)
29 (8
0.6
%)
17 (8
1.0
%)
p= 0
.04
29 (4
3.9
%)
15 (4
0.5
%)
3 (1
4.3
%)
NS
63 (9
2.6
%))
37
(100
.0 %
))
22 (1
00.0
%))
NS
30 (4
4.1
%))
16
(43.
2 %
))
6 (2
7.3
%))
B
MI (
kg/m
2 )-
up to
24.
9 -
25.0
– 2
9.9
- 3
0
p =
0.00
2 12
(29.
3)
32 (5
8.2)
21
(67.
7)
p<0.
0001
17 (4
2.5)
52
(94.
5)
30 (1
00)
NS
12 (3
0.8)
20
(37.
0)
15 (4
8.4)
NS
38 (9
2.7)
53
(96.
4)
31 (1
00)
NS
14 (3
4.1)
27
(49.
1)
11 (3
5.5)
37
37
Not
e: M
MW
(min
imum
mon
thly
wag
e); B
MI (
body
mas
s in
dex)
, NS
(non
-sig
nific
ant);
*be
twee
n-gr
oup
anal
ysis
by
2 te
stin
g.
Table 4. Clinical and laboratory parameters of postmenopausal women according to the
association or not with metabolic syndrome by NCEP criteria
Metabolic syndrome by NCEP Parameter
Yes (n = 61) No (n = 60)
p*
Age (years) 53.9 ± 4.6 60 (53.1 ± 4.7) 0.05
Duration of menopause (years) 7.08 ± 7.1 6.1 ± 3.9 0.32
Per capita family income (R$) 130.9 ± 73.1 147.9 ± 108.8 0.31
Blatt-Kupperman Menopausal Index 28.9 ± 9.4 26.5 ± 10.5 0.17
Greene Climacteric Scale (score) 29.9 ± 10.2 28.1 ± 10.9 0.31
Menopause rating scale (score) 20.1 ± 8.1 18.1 ± 8.4 0.16
Weight (kg) 68.1 ± 10.8 57.7 ± 10.1 < 0.0001
Body mass index (kg/m2) 29.4 ± 4.4 24.9 ± 4.3 < 0.0001
Systolic arterial pressure (mmHg) 136.9 ± 21.2 120.5 ± 16.7 < 0.0001
Diastolic arterial pressure (mmHg) 88.1 ± 14.7 76.1 ± 10.7 < 0.0001
Waist circumference (cm) 93.6 ± 9.5 82.1 ± 9.9 < 0.0001
Fasting glycemia (mg/dl) 105.2 ± 19.6 88.5 ± 11.4 < 0.0001
Total cholesterol (mg/dl) 253.8 ± 53.1 213.7 ± 39.9 < 0.0001
HDL-cholesterol (mg/dl) 32.8 ± 6.1 37.7 ± 9.8 < 0.0001
LDL-cholesterol (mg/dl) 175.9 ± 49.8 155.7 ± 37.7 0.01
Triglycerides (mg/dl) 225.2 ± 175.0 105.9 ± 38.5 < 0.0001
Aspartate aminotransferase(U/l) 21.1 ± 4.7 21.0 ± 4.4 0.65
Alanine aminotransferase (U/l) 22.1 ± 4.1 21.9 ± 4.3 0.59
Urea (mg/dl) 32.4 ± 7.3 32.6 ± 6.2 0.20
Creatinine (mg/dl) 0.9 ± 0.1 0.9 ± 0.1 0.32
Note: NCEP (National Cholesterol Education Programme); *comparison between
means using student’s t-test
39
4 - COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES
O ingresso no programa de pós-graduação em Ciências da Saúde como aluno
de Mestrado se fez inicialmente com o projeto de pesquisa intitulado "Relação do
status estrogênico com a composição do tecido conjuntivo pélvico", cujo objetivo era
estudar a relação entre a constituição do tecido conjuntivo pélvico e o nível estrogênico,
analisando mulheres no menacme e na pós-menopausa, usuárias ou não de terapia de
reposição hormonal. No entanto, com a publicação do estudo WHI (Women”s Health
Initiative)36, que apontou aumento da incidência de eventos coronarianos e câncer de
mama nas usuárias de terapia hormonal combinada, houve dificuldade crescente em
se constituir o grupo de mulheres nas usuárias de terapia hormonal, visto que muitas
das potenciais pacientes incluídas no estudo interromperam o uso da medicação
hormonal. Esse fato acarretou a suspensão do estudo, levando à necessidade de
redefinirmos os objetivos e construirmos novo projeto de pesquisa.
No âmbito do grupo de pesquisa “Saúde da Mulher”, o desenvolvimento da linha
de pesquisa sobre risco cardiovascular na população feminina, especialmente nas
mulheres jovens com síndrome dos ovários policísticos, levou-nos a considerar a
possibilidade de estudar o risco cardiovascular na mesma população anteriormente
destinada como alvo de nossa abordagem. Paralelamente, foi desenvolvida no grupo
uma Tese de Doutorado que avaliou a prevalência de síndrome metabólica nas
mulheres com síndrome dos ovários policísticos28, protocolo esse que serviu de modelo
para a construção de nosso anteprojeto de dissertação de mestrado. Essa parceria foi
de fundamental importância para a realização do presente estudo, visto que possibilitou
o amadurecimento nas questões da pesquisa e nos propósitos da pós-graduação, bem
como viabilizou a adequada implementação dos procedimentos metodológicos
relacionados.
40
A abordagem do tema Síndrome Metabólica (SM) em pacientes no climatério
despertou nosso interesse especialmente pela potencial aplicação clínica dos
resultados, considerando a elevada prevalência dos fatores de risco cardiovascular nas
mulheres climatéricas da população em geral. A nossa prática profissional de
ginecologista no nível da atenção básica em saúde possibilitou o cenário ideal para
realização da pesquisa, aproximando os resultados da realidade de saúde da maioria
da população de mulheres brasileiras no climatério.
A determinação da prevalência da SM nas mulheres climatéricas de nossa
região pode fornecer importantes subsídios para o planejamento e implementação de
políticas públicas de saúde, tendo como base o adequado dimensionamento e
direcionamento das ações de saúde, sobretudo o estabelecimento de medidas de
prevenção primárias e secundárias, com reflexos nos custos sócio-econômicos
produzidos pelos elevados índices globais de morbidade e mortalidade por doenças
cardiovasculares.
Do ponto de vista do impacto científico de nossos dados, em 2007, submetemos
uma comunicação prévia (Carta ao Editor) dos resultados da pesquisa para publicação
no periódico Climacteric, após análise de um artigo sobre a prevalência da SM nos
países latino-americanos, em que não havia referência à população brasileira14.
Obtivemos aceitação imediata do artigo, que foi publicado no volume 10, número 5, do
periódico citado. Evidenciamos prevalência crescente da SM com a idade, com
aumento da taxa de 23,9% para mulheres com idade entre 45-49 anos para 57,1%
para a idade entre 60-64 anos37. Nesse sentido, alerta-se para a elevada prevalência
de SM em nosso meio, fato este que, nas próximas décadas, poderá ter evolução
crescente, em decorrência das mudanças na composição demográfica e alterações do
estilo de vida, sobretudo hábitos alimentares inadequados e sedentarismo.
41
A literatura ainda carece de estudos sobre a prevalência da síndrome metabólica
na população brasileira, de acordo com o sexo e faixas etárias, sendo o
acompanhamento das mulheres no climatério de responsabilidade não apenas dos
ginecologistas, mas de uma aproximação interdisciplinar com outros profissionais de
saúde no sentido de avaliar o risco para desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
Nossa atuação na pós-graduação produziu publicações em âmbito nacional e
internacional, além de apresentações de trabalhos em eventos científicos, o que
contribuiu para o amadurecimento científico e profissional. Durante a pesquisa,
encontramos deficiências estruturais no atendimento às participantes, principalmente
relacionadas às precárias condições físicas das instalações ambulatórias, como
também à deficiência de equipamentos e recursos humanos para atendimento da
demanda.
Considero esta experiência no mestrado profundamente enriquecedora e
gratificante, pois elevou consideravelmente meus conhecimentos para a realização da
pesquisa científica. O convívio com meu orientador proporcionou-me o interesse
constante pela busca de nova aprendizagem e estímulo à pesquisa, que até então
eram desconhecidos para mim. A relação com os outros profissionais de saúde como:
Farmacêutico, Enfermeiro, Assistente social e Estatístico; envolvidos nas diversas
pesquisas do grupo foi excepcional. Isso contribuiu para o aprendizado da
interdisciplinaridade difundida em nosso programa de pós-graduação, ampliando os
conhecimentos além da fronteira da minha especialização.
Assim, esperamos que os resultados deste estudo estimulem o desenvolvimento
de futuras pesquisas sobre o impacto da síndrome metabólica na qualidade de vida
42
feminina, colaborando, se possível, com o desenvolvimento de futuras políticas de
saúde voltadas para a assistência à saúde da mulher brasileira.
43
5 - REFERÊNCIAS
1. Bossemeyer R. Aspectos gerais do climatério. In: Fernandes CE, Melo NR,
Wehba S, editores. Climatério Feminino: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. São
Paulo: Lemos Editorial; 1999. p. 13-33.
2. Research on the Menopause. Report of a WHO Scientific Group. Geneva: World
Health Organization, 1981 (WHO technical Report Series, N° 670).
3. Creatsas G, Christodoulakos G, Lambrinoudaki I. Cardiovascular disease:
Screening and management of the a-symptomatic high-risk post-menopausal woman.
Maturitas 2005; 52:32-7.
4. Hidalgo LA, Chedraui PA, Morocho N, Alvarado M, Chavez D, Huc A. The
metabolic syndrome among postmenopausal women in Equador. Menopause 2006;
22(8):447-54.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Brasília, DF, 2001. Disponível on-line: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sim/obtmap.htm.
6. Soares EMM, Soares GM, Silva Filho JG, Melo MCL, Azevedo GD, Maranhão
TMO. Causas de óbitos femininos no Rio Grande do Norte (RN) em 2002 e 2003. 51º
Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia [VídeoCD]; 2005; Rio de Janeiro.
Anais. Rio de Janeiro: Tv MED; 2005.
7. Carr MC. The Emergence of the Metabolic Syndrome with Menopause. The
Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 2003; 88(6):2404-11.
8. The ESHRE Capri Workshop Group. Human Reproduction 2006; 12(5):483-97.
9. Ribeiro TF, Azevedo GD, Crescêncio JC, Marães VR, Papa V, Catai AM, Verzola
RM, Oliveira L, Silva de Sá MF, Gallo Júnior L, Silva E. Heart rate variability under
resting conditions in postmenopausal and young women. Braz J Med Biol Res. 2001;
34(7):871-7.
44
10. Piché ME, Weisnagel SJ, Corneau L, Nadeau A, Bergeron J, Lemieux S.
Contribution of Abdominal Visceral Obesity and Insulin Resistance to the
Cardiovascular Risk Profile of Postmenopausal Women. Diabetes 2005; 54:770-7.
11. Merch VR, Boero LE, Siseles NO, Royer M, Prada M, Sayegh F et al. Metabolic
syndrome throughout the menopausal transition: influence of age and menopausal
status. Climacteric 2006; 9:40-8.
12. Reaven GM. Banting lecture 1988. Role of insulin resistance in human disease.
Diabetes. 1988;37(12):1595-607.
13. Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ. The metabolic syndrome. Lancet 2005;
365:1415-28.
14. Royer M, Castelo-Branco C, Blumel JE, Chedraui PA, Danckers L, Bencosme A
et al. The US National Cholesterol Education Programme Adult Treatment Panel III
(NCEP ATP III): prevalence of the metabolic syndrome in postmenopausal Latin
American women. Climacteric 2007; 10:164-170.
15. Park YW, Zhu S, Palaniappan L, Heshka S, Carnethon MR, HeyMetsfield SB.
The metabolic syndrome: prevalence and associated risk factor findings in the US
population from the Third National Health na Nutrition Examination Survey. Arch Intern
Med 2003; 163:427-36.
16. Oliveira EP, Souza MLA, Lima MDA. Prevalência de Síndrome Metabólica em
Uma Área Rural de Semi-árido Baiano. Arq Bras de Endocrinol Metab 2006; 50(3):456-
65.
17. Collins P, Rosano G, Casey C, Daly C, Gambacciani M, Hadji P et al.
Management of cardiovacular risk in the perimenopausal women: a consensus
statement of European cardiologists and gynecologists. Climacteric 2007;10:5-508-526.
45
18. Bentley-Lewis R, Koruda K and Seely EW. The metabolic syndrome in women.
Nature Clinical Practice Endocrinology & Metabolism, 2007; 3(10):696-704.
19. National Center for Health Statistics. Plan and operation of the third National
Health and Nutrition Examination Survey, 1988-94. Hyattsville, Maryland: US
Department of Health and Human Services, Public Health Service, CDC, 1994; DHHS
publication no. (PHS) 94-1308.
20. Deibert P, Konig D, Vitolins MZ, Landmann U, Frey I, Zahradnisk H-P at al. Effect
of a weight loss intervention on anthropometric measures and metabolic risk factors in
pre- versus postmenopausal women. Nutrition Journal 2007; 6:31.
21. Peterson S, Peto V, Rayner M, Luengo-Fernandez R, Gray A. European
Cardiovascular Disease Statistics, 2nd edn. London: British Heart Foundation 2005.
22. Senoz S, Direm B, Gulekli B, Gokmen O. Estrogen deprivation, rather than age,
is responsible for the poor lipid profile and carbohydrate metabolism in women.
Maturitas 1996; 25:107-14.
23. Domanski M, Proschan M. The metabolic syndrome. J Am Coll Cardiol 2004;
43:1396-8
24. Drown DJ. Women, menopause, and the metabolic syndrome. Prog Cardiovasc
Nurs 2006 Winter; 21(1):51-2.
25. Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert
Panel on Detection, Evaluation, and treatment of High Blood Cholesterol in Adults
(Adult Treatment Panel III) Final Report. Circulation 2002; 106:3143-3421.
26. Alberti K, Zimmet P. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus
and its complications. Part I: diagnosis and classification of diabetes mellitus.
Provisional report of a WHO consultation. Diabet Med 1988; 15:539-53.
46
27. International Diabetes Federation. The IDF consensus worldwide definition of
the metabolic syndrome. Brussels: IDF 2005. Available
at:http://www.idf.org/webdata/docs/IDF_Metasyndrome_definition.pdf.
28. Soares EMF, Azevedo GD, Gadelha RGN, Lemos TMAM, Maranhão TMO.
Prevalence of the metabolic syndrome and its components in Brazilian women with
polycystic ovary syndrome. Fertility and Sterility, 2008; 89(3):649-655.
29. Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus.
Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care 2007; 30 Suppl 1:S42-
47.
30. WHO Expert Consultation. Appropriate body-mass index for Asian populations
and its implications for policy and intervention strategies. Lancet 2004; 363:157-63.
31. Choi KM, Kim SM, Kim Y-E, Choi DS, Baik SH, Lee J. Prevalence and
cardiovascular desease risk of the metabolic syndrome using National Cholesterol
Education Program and International Diabetes federation definitions in the Korean
population. Metabolism Clinical and Experimental 2007; 56:552-558.
32. Ford ES. Prevalence of the Metabolic Syndrome Defined by the International
Diabetes Federation Among Adults in the U.S. Diabetes Care 2005; 28:2745-2749.
33. Pyorala K, Lehto S, De Bacquer D, De Sutter J, Sans S, Keil U et al.
EUROASPIRE I Group; EUROASPIRE II Group. Risk factor management in diabetic
and non-diabetic patients with coronary heart disease. Findings from the EUROASPIRE
I AND II surveys. Diabetologia 2004; 47:1257-65.
34. Tuomilehto J, Lindstrom J, Eriksson JG, Valle TT, Hamalainen H, Ilanne-Parikka
P et al. Finnish Diabetes Prevention Study Group. Prevention of type diabetes mellitus
by changes in lifestyle among subjects with impaired glucose tolerance. N Engl J Med
2001; 344:1343-50.
47
35. Mosca L, Banka CL, Benjamin EJ, Berra K, Bushnell C, Dolor RJ et al. Expert
Panel/Writing Group; Evidence-based guidelines for cardiovascular disease prevention
in women: 2007 update. J Am Coll Cardiol. 2007; 49(11):1230-50.
36. Writing Group for the Women’s Health Initiative Investigators. Risks and benefits
of estrogen plus progestin in healthy postmenopausal women: principal results from the
Women’s Health Initiative randomized controlled trial. JAMA 2002; 288:321-33.
37. Silveira IL, Maranhão TMO, Azevedo GD. Metabolic syndrome in
postmenopausal women: higher prevalence in the Northeastern Region of Brazil than in
other Latin American countries and the influence of obesity and socioeconomic factors.
Climacteric 2007; 10(5):438-9.
38. Kim HM, Park J, Ryu SY, Kim J. The effect of Menopause on the Metabolic
Syndrome Among Korean Women. The Korean National Health and Nutrition
Examination Survey, 2001. Diabetes Care 2007; 30(3):701-6.
48
Apêndices
Apêndice 1
A realização do projeto possibilitou a realização de outras pesquisas, gerando
apresentações em eventos científicos e um artigo científico publicado na Revista
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, conforme anexado a seguir:
Artigo 3
Artigo completo, publicado em periódico indexado na base de dados SCIELO:
Título: Prevalência de sintomas do climatério em mulheres dos meios rural e urbano no
Rio Grande do Norte, Brasil
49
50
51
52
53
54
55
56
57
Abstract
The metabolic syndrome (MetS) involves a group of risk factors and is associated with a significantly higher risk of developing cardiovascular diseases (CVD) and type 2 diabetes. Recent studies have shown the importance of preventing CVD through early diagnosis and treatment of patients with MetS. The objective of our study was to determine the prevalence of MetS by different diagnostic criteria in postmenopausal women and analyze the influence of socioeconomic factors on cardiovascular risk in this sample of the population. A cross-sectional study involving 127 postmenopausal women (45 to 64 years) from Natal and Mossoró, Brazil. The study was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte. The experimental protocol consisted of applying structured interview, clinical examination and implementation of dosages blood. The diagnosis of MetS was based on NCEP-ATP III (National Cholesterol Education Program-Adult Treatment Panel III) and IDF (International Diabetes Federation) criteria. The research was accomplished with the participation of an interdisciplinary team in their several phases. The result of the sample studied had mean age of 53.9 ± 4.6 years and per capita income of 54.5 dollars. The prevalence of MetS, according to NCEP-ATP III and IDF criteria, was 52.8% and 61.4$, respectively. The agreement rate between NCEP-ATP III and IDF criteria was 81.9%, with a kappa value of 0.63 (CI 95%, 0.49-0.76), indicating good agreement between the two definitions. The most prevalent cardiovascular risk factor was HDL < 50 mg/dl, observed in 96.1% of the women analyzed, followed by increased waist circumference ( 80 cm) in 78.0%, elevated blood pressure in 51.2%, triglycerides 150 mg/dl in 40.9% and glycemia 100 mg/dl in 37.0% of the women. The occurrence of MetS was significantly associated with schooling and body mass index (BMI). High blood pressure was significantly associated with low family income, low schooling and weight gain. There was no significant association between the intensity of climacteric symptomatology and the occurrence of MetS. The conclusions of the research were that MetS and its individual components show a high prevalence in postmenopausal Brazilian women, and significant associations with weight gain and low socioeconomic indicators. The data point to the need for an interdisciplinary approach at the basic health care level, directed toward the early identification of risk factors and the promotion of cardiovascular health of climacteric women.
Key words: Climacteric. Menopause. Metabolic syndrome. Cardiovascular disease. Insulin resistance. Cardiovascular risk.