UNIVERSIDADE REGIONALDO CARIRI – URCA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFÍCIOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
O PERFIL DA MÃO DE OBRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
CIVIL EM JUAZEIRO DO NORTE/CEARÁ
MARIA DO SOCORRO VIEIRA DA SILVA
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2018
MARIA DO SOCORRO VIEIRA DA SILVA
O PERFIL DA MÃO DE OBRA DA INDÚSTRIA DA CONTRUÇÃO CIVIL
EM JUAZEIRO DO NORTE / CEARÁ
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado a Banca Examinadora do
Curso de Tecnologia da Construção Civil,
com habilitação em Edifícios da
Universidade Regional do Cariri – URCA,
como requisito para conclusão do curso.
Orientador: Prof. Ma. Tatiane Lima Batista
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2018
O PERFIL DA MÃO DE OBRA DA INDÚSTRIA DA CONTRUÇÃO CIVIL
EM JUAZEIRO DO NORTE/CEARÁ
MARIA DO SOCORRO VIEIRA DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof.ªMa Tatiane Lima Batista. (ORIENTADORA)
Universidade Regional do Cariri (URCA)
__________________________________________________
Prof. Me Bruno Barbosa de Oliveira. (MEMBRO 01)
Universidade Regional do Cariri (URCA)
__________________________________________________
Prof. Me Miguel Adriano Gonçalves Cirino. (MEMBRO 02)
Universidade Regional do Cariri (URCA)
TCC aprovado em: ______ /_______ /_________, com nota_________.
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2018
À memória do meu pai, Cícero Raimundo,
por todo amor, carinho, apoio, incentivo e
conselhos dados, para que torna-se uma
pessoa melhor.
A alta qualidade dos produtos é difícil de
ser alcançada se o trabalho for feito de
maneira isolada.
FEIGENBAUM
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por me guiar, dar forças, proteção, coragem, para superar todas as
dificuldades enfrentadas durante a minha trajetória.
À memória do meu pai, Cícero Raimundo da Silva, por todo amor, carinho,
apoio, motivações, conselhos dados para que fizesse as coisas certas sempre e
fosse uma pessoa melhor, lições de vida que vou levar para sempre, por todo o seu
esforço e trabalho árduo na criação de todas as filhas.
À minha mãe, Francisca Vieira da Silva, pelo constante apoio, motivação,
amor, e os muitos cuidados.
Aos meus filhos Karla Yohanna e Olímpio Yohanson, por todos os momentos
de alegrias, e amor, por serem minha fortaleza, meu apoio em todos os momentos e
ser o motivo da minha alegria e razão da minha existência.
O meu agradecimento especial aminha orientadora a professora Ms.Tatiane
Lima Batista, pelo apoio, paciência, colaboração na elaboração deste trabalho.
A todos os professores e funcionários da Universidade Regional do Cariri
(URCA), que foram de extrema importância durante toda esta jornada.
Aos colegas de turma, que foram responsáveis pelos muitos momentos de
alegria e sorrisos soltos.
Em especial a todos os operários da construção civil que disponibilizaram um
pouco seu tempo para responder o questionário, compartilhando um pouco de suas
histórias, que é parte essencial deste trabalho, contribuindo com a sua experiência
de vida e profissional.
Por fim, a todos que de uma forma direta ou indireta contribuíram para a
realização deste trabalho.
RESUMO
O setor da indústria da construção civil é caracterizado por apresentar, ainda, uma
abordagem ultrapassada em relação às práticas construtivas aplicadas no canteiro
de obras, historicamente conhecida pela sua baixa escolaridade e qualificação
dificultando a elaboração e aplicação das inovações tecnológicas e emprego de
técnicas construtivas modernas, gerando indicadores desfavoráveis em termos de
qualidade e produtividade. Dessa forma, observa uma maior preocupação referente
à capacitação e qualificação da mão de obra. O objetivo deste estudo é conhecer o
perfil do trabalhador da construção civil do município de Juazeiro do Norte,
buscando informações relacionadas à idade, estado civil, cidade que reside,
escolaridade, nível de qualificação, função exercida e tempo de atuação no setor.
Em relação à metodologia escolhida foi a indutiva, sendo realizada uma pesquisa de
campo, utilizado um questionário para o levantamento de dados aplicados em cinco
obras de construtoras de médio e pequeno porte instaladas na cidade, com 100
trabalhadores pertencentes às empresas, como também os terceirizados. Entre os
dados analisados destacam-se os seguintes: os trabalhadores da construção civil na
cidade de Juazeiro do Norte têm idade considerada alta e com um índice baixo de
inclusão dos jovens no setor, baixo nível de escolaridade e, seu aprendizado se deu
na prática, e baixo interesse por cursos profissionalizantes. Um ponto positivo foi o
baixo índice de analfabetismo encontrado entre os trabalhadores.
Palavras Chaves: Perfil dos Trabalhadores. Qualificação Profissional. Construção
Civil. Mão de Obra.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Gráfico de composição da cadeia produtiva da
construção................................................................................................ 15
Figura 2 Mapa da Região Metropolitana do Cariri................................................ 16
Figura 3 Organograma de uma obra.................................................................... 18
Figura 4 Análise da faixa etária do trabalhador .................................................. 33
Figura 5 Estado civil do trabalhador ................................................................... 35
Figura 6 Quantidade de filhos dos trabalhadores ............................................... 35
Figura 7 Cidade de domicílio dos trabalhadores ................................................. 36
Figura 8 Grau de escolaridade dos trabalhadores .............................................. 37
Figura 9 Função exercida pelo trabalhador ........................................................ 38
Figura 10 Método de aprendizagem do ofício dos trabalhadores ......................... 39
Figura 11 Registro de acidentes de trabalho na construção civil .......................... 40
Figura 12 Motivos para a escolha da profissão .................................................... 41
Figura 13 Tempo de atuação na construção civil .................................................. 42
Figura 14 Participação em cursos profissionalizantes .......................................... 43
LISTA DE SIGLAS
ABRAMAT Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção
BIM Building Information Modelin (Modelagem da Informação
Construção).
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CREA - CE Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ISSO Organização Internacional de Normalização
NBR Norma Brasileira
NR Norma Regulamentadora
PBQP - H Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat
PIB Produto Interno Bruto.
PSQ Programa Setorial de Qualidade
SEINFRA Secretaria de Infraestrutura do Município
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SIAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas Serviços
SIQ Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
1.1 Justificativa .......................................................................................................... 12
1.2 Objetivos ............................................................................................................. 13
1.2.1 Geral ................................................................................................................. 13
1.2.2 Específicos ....................................................................................................... 13
2. revisão bibliográfica ........................................................................................... 13
2.1 A construção civil no Brasil ............................................................................. 13
2.2 Caracterização da construção civil na cidade de Juazeiro do Norte-CE ............ 16
2.3 Mão de obra da construção civil .......................................................................... 17
2.4 Produtividade ...................................................................................................... 20
2.4.1 Treinamento da mão de obra ........................................................................... 21
2.5 Evolução da qualidade ........................................................................................ 23
2.5.1 Os benefícios da padronização na construção civil .......................................... 26
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 29
4.1 Levantamentos dos cursos profissionalizantes ofertados na cidade de Juazeiro
do Norte-CE no setor da construção civil .................................................................. 29
4.2 Análise do perfil da mão de obra da construção civil na cidade de Juazeiro do
Norte – CE ................................................................................................................. 32
4.2.1 Faixa Etária ...................................................................................................... 33
4.2.2 Sexo ................................................................................................................. 33
4.2.3 Estado Civil ...................................................................................................... 34
4.2.4. Quantidade de Filhos ...................................................................................... 35
4.2. 5 Cidade em que residem os trabalhadores ....................................................... 36
4.2.6. Grau de escolaridade do trabalhador .............................................................. 37
4.2.7 Atividade exercida pelos trabalhadores da construção civil na cidade de
Juazeiro do Norte ...................................................................................................... 38
4.2.8 Método de aprendizado das técnicas construtivas ........................................... 39
4.2.9 Incidência de acidentes de trabalho na construção civil ................................... 40
4.2.10. Motivos pela a escolha da profissão ............................................................. 41
4.2.11. Tempo de atuação na área ........................................................................... 42
4.2.12. Participação em curso profissionalizante ..................................................... 42
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44
APENDICE A- QUESTIONÁRIO APLICADO............................................................49
11
1. INTRODUÇÃO
A construção civil no Brasil ainda sofre por possuir uma cultura de atraso
industrial bastante impregnada no setor, sendo considerada comum, a utilização de
técnicas rudimentares, onde os materiais são processados no próprio canteiro de
obras. Apresenta um conjunto particular de características no seu processo
produtivo, se diferenciando de qualquer outro segmento industrial. (LOPES 2007).
Considerado como um setor sensível às variações de mercado, as
dificuldades de implantação e utilização de modernas ferramentas de gestão e
qualidade são maiores, sendo este considerado um dos motivos principais para o
baixo nível de investimento, modernização e inovações tecnológicas, tanto na
percepção do projeto até a fase final de execução.
SOUZA, 2005 afirma que “a construção civil vem se modernizando de
maneira acanhada nas últimas décadas, com hábitos e uso de modelos construtivos
seculares”. O avanço tecnológico demanda evolução do conhecimento com
necessidade de mudança na abordagem da aplicação desse conhecimento, o que
resulta na inovação tão necessária para o setor. Mesmo vencidas algumas etapas
de conhecimento e acesso a novos produtos e tecnologias, ainda restam vícios
(utilização inadequada dos insumos), que precisam ser combatidos no mercado.
Com a abertura do mercado para empresas internacionais, principalmente
depois da confirmação do país como sede de eventos esportivos internacionais,
como a Copa do Mundo de Futebol 2014 e as Olimpíadas na cidade do Rio de
Janeiro em 2016, o setor passou a busca inspiração para evolução dos seus
processos e adequação ao uso de novas metodologias, como o uso de modelos do
sistema de produção enxuta ou então sistema Toyota de produção, ou ainda lean
manufacturing, que é uma filosofia que vem sendo cada vez mais utilizada na
indústria da construção civil, no intuito de reduzir seus desperdícios e aumentar sua
produtividade e elevar seu nível de qualidade, confiabilidade e avanços nas técnicas
construtivas a fim de garantir avanço tecnológico e eficiência nos serviços
executados.
De forma geral, a Indústria da Construção Civil busca identificar, formular e
solucionar problemas para o baixo índice de produtividade da mão de obra na área.
Com isso, o mercado busca cada vez mais profissionais qualificados para atuar de
forma eficaz com elevado padrão de qualidade científica, exigindo dos mesmos, uma
12
capacidade de transformar os conhecimentos adquiridos em resultados práticos e
úteis. (SEBRAE, 2015).
Neste trabalho será aplicada uma pesquisa exploratória a fim de colher dados
em campo, onde será possível traçar o perfil dos trabalhadores da construção civil
atuantes na cidade de Juazeiro do Norte-CE.
1.1 Justificativa
A construção civil é um dos maiores setores geradores de empregos no
Brasil, tendo sua importância na economia do país devido a contribuição do PIB, de
acordo com (IBGE, 2013). Esse setor tem como principal característica a utilização
de forma intensiva da mão de obra, principalmente a não qualificada.
Na cidade de Juazeiro do Norte – CE são desconhecidas às informações
relacionadas à caracterização do perfil da mão de obra local. Essas informações são
necessárias para que sejam realizadas políticas de capacitação da mão de obra,
visando à melhoria das condições para os trabalhadores e a eficiência do processo
construtivo.
Considerado como um setor atrasado quando comparado a outros setores
industriais, devido principalmente à sua baixa produtividade, em função, de seu
baixo nível de industrialização, elevado número de desperdício de materiais, sendo
um dos maiores consumidor de recursos naturais e um grande produtor de resíduos
sólidos. Sendo assim, a baixa qualificação de seus profissionais resulta, na baixa
qualidade do seu produto final e consequente aumento de custo.
Diante das novas exigências impostas frequentemente pelo mercado, os
operários precisam acompanhar os constantes avanços tecnológicos como o uso e
aplicação de novos materiais e técnicas construtivas modernas que implicam no uso
consciente dos insumos.
Portanto devem ser analisadas em quais circunstâncias e até que ponto a
capacitação de mão de obra na construção civil torna-se um processo viável,
eficiente, eficaz e principalmente lucrativo para os empresários.
13
1.2 Objetivos
1.2.1 Geral
Apresentar dados em relação à identificação do perfil da mão de obra do setor
da construção civil atuante na cidade de Juazeiro do Norte-CE.
1.2.2 Específicos
Avaliar o perfil do trabalhador da construção civil em Juazeiro do Norte;
Realizar levantamento de cursos de capacitação na cidade de Juazeiro do
Norte ofertados para o trabalhador da construção civil;
Analisar a receptividade do trabalhador da construção civil de Juazeiro do
Norte em relação a programas de qualificação da mão de obra.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A construção civil no Brasil
No conceito geral, a construção civil é a caracterização da atividade produtiva
que envolva desde o preparo do terreno, instalação de equipamentos e materiais,
produção da matéria prima, reparação, manutenção, reformas e construções novas.
Oliveira (2012, p.03) define a construção civil no Brasil como:
A construção civil no país é crescente e infere o desenvolvimento econômico para a construção civil e a geração de emprego, portanto, é uma atividade que encontra relacionada a diversos fatores do setor que contribui para o desenvolvimento regional, a geração de empregos e mudanças para a economia, ou seja, a elevação PIB e tendo em vista seu considerável nível de investimentos e seu efeito multiplicador sobre o processo produtivo.
De acordo com um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Materiais
de Construção (ABRAMAT, 2007) cadeia produtiva pode ser caracterizada no setor
da construção civil como o que engloba todos os segmentos do processo produtivo
que envolve os diversos estágios, sendo composta pelas;
Construtoras, incorporadoras, prestadores de serviços;
14
Segmentos da indústria produtora de matérias de construção;
Comercio varejista e atacadista, responsável pela distribuição da matéria
prima utilizada no setor;
Além disso, a construção civil é uma atividade que contempla a base
produtiva do país, dependendo diretamente da cadeia produtiva, responsável pelo
aumento da produtividade industrial do setor, considerado como estratégico para a
sustentação do desenvolvimento econômico.
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2017),
no ano de 2017, o setor da construção civil representou 5,2% do PIB brasileiro,
considerado como o segundo maior setor econômico do país. Outra vantagem da
construção civil é o fato de ser um setor econômico praticamente nacionalizado, isto
é, apenas 2% do total dos insumos (materiais, equipamentos e serviços) utilizados
na construção são importados. Isso significa que a construção civil pode se
desenvolver sem depender da situação da economia mundial, e também que seu
crescimento não vai acarretar aumento de gastos com importações para o país.
Vale ressaltar que o bom desempenho da construção civil é contagiante,
contribuindo para o desenvolvimento e geração de renda nos diversos setores que
compõe a cadeia produtiva. (NERI, 2011).
A cadeia produtiva envolve todas as indústrias fornecedoras de materiais e
equipamentos para obras, o comércio desses insumos e a prestação de serviços
como incorporação imobiliária e serviços técnicos profissionais. ( CBIC, 2016)
O desenvolvimento econômico eficiente contribuiu para o fortalecimento do
setor da construção principalmente pela disponibilização do crédito e taxas de juros
baixas, o que favorece os investimentos. Para a indústria o governo interfere com a
alocação dos recursos como os investimentos de crédito. (OLIVEIRA, 2012).
Os investimentos nos setores não comercializáveis e intensivos em mão de obra, principalmente em construção civil, são desejáveis por não afetarem a balança comercial e, além disso, por criarem novos postos de trabalho e provocarem efeito multiplicador na economia. Dessa forma investimentos na construção civil podem ser encarados como uma política de aliviamento da pobreza, uma vez que ao mesmo tempo em que gera mais acesso a moradia em geral, reduz as taxas de desemprego, beneficiando principalmente, os trabalhadores mais pobres e menos qualificados. (NERI, 2011a: p.97).
A construção civil é uma das atividades produtivas com maior impacto sobre
os demais setores econômicos devido a sua complexidade que envolve toda a
15
cadeia produtiva na indústria da construção civil. Segundo um estudo publicado pelo
SEBRAE (2008) ela envolve, pelo menos, três grandes segmentos:
• construção pesada (estradas, usinas de geração de energia, portos e
terminais, aeroportos).
• montagens industriais e de plataformas de prospecção de petróleo e
extração mineral;
• edificações industriais, comerciais e residenciais.
Além disso, envolvem também outras cadeias de negócios como as
produções de insumos, maquinários, tecnologia, equipamentos e serviços diversos
para obras, que recebem o impacto diretamente da variação do crescimento da
construção.
O gráfico abaixo demonstra a participação do PIB total empregado na cadeia
produtiva do setor da construção civil no exercício do ano de 2016 pela CBIC.
Figura 1 - Composição da cadeia produtiva da construção civil.
Fonte: CBIC (2017).
A ABRAMAT (2007) ainda considera outras estatísticas desalentadoras no
setor que compromete o nível de qualidade dos serviços executados na construção:
o alto número de pessoas na informalidade e a baixa produtividade dessa mão de
obra. Quase 50% dos trabalhadores ocupados na cadeia atuam no segmento
informal do setor da construção e, respectivamente, tem a sua produtividade
considerada baixa o que representa 44% da média do país.
16
2.2 Caracterização da construção civil na cidade de Juazeiro do Norte-CE
Juazeiro do Norte é um município brasileiro do estado do Ceará, localizado
na Região Metropolitana do Cariri, no sul do estado, distante 491 km da
capital, Fortaleza, ocupando uma área de 249 km², com uma população de 270.383
habitantes. Possui taxa de urbanização de 95,3%, e cerca de 30% do seu território é
de área urbana. (IBGE, 2017).
Figura 2- Mapa da Região Metropolitana do Cariri
Fonte: Ipece (2007)
Devido à figura de Padre Cícero, a cidade é considerada um dos maiores
centros de religiosidade popular do Brasil, conhecida mundialmente, reverenciada
como pólo cultural do Brasil, tendo um dos maiores centros de artesanato e cordel
do Nordeste do país.
O desenvolvimento do pólo acadêmico contribuiu para que a cidade tivesse
um crescimento rápido. Considerada uma cidade dinâmica onde tem procurado se
adequar a uma realidade de crescimento constante, com mudanças significativas em
sua arquitetura.
Todo este desenvolvimento resultou em uma grande integração com os
municípios vizinhos. O município exerce forte influência sobre todo Sul do Ceará,
17
considerado um importante centro de compras e serviços regionais, o que logo
chamou a atenção do setor da construção civil, principalmente devido à quantidade
de investimentos públicos e privados.
O setor da Construção civil na cidade foi impulsionado devido ao notório
desenvolvimento do pólo de educação superior, tendo se intensificado após os anos
2000, transformando a cidade num excelente atrativo para as especulações
imobiliárias, promovendo lançamentos contínuos de condomínios horizontais e
verticais. Assim, Juazeiro se tornou um bom local para investimentos imobiliários,
não só pela localização e caracterização como centro regional, mas também pelo
desenvolvimento de sua infraestrutura, comércio e indústrias que se instalaram na
cidade, podendo observar um avanço no processo de verticalização, contemplando
os bairros mais distantes e planejados ainda em desenvolvimento. (SINDUSCON-
CE, 2013). Com isso, Juazeiro do Norte conseguiu atrair construtoras de outras
cidades para atuarem na cidade, que normalmente importam a sua própria mão de
obra, por não considerarem a mão de obra local especializada, ou por não
conhecerem as práticas exercidas aplicadas no município para realização de
determinadas funções. Isso contribui para o melhoramento das técnicas locais
utilizadas, já que trazem experiências adquiridas em diversos modelos de
construção, considerado como agentes multiplicadores de técnicas modernas e dos
diversos tipos de processos utilizados nas construções, sendo considerada
vantajosa esta metodologia de repasse das técnicas profissionais. (SINDUSCON-
CE, 2013).
2.3 Mão de obra da construção civil
O conceito de mão de obra designa o trabalho manual empregado geralmente
na produção de indústrias, mas também pode ser utilizado para se referir ao
trabalhador de qualquer empresa.
De acordo com Braga (2016) a mão de obra pode ser dividida em:
Mão de obra direta: quando o trabalho é diretamente empregado na
fabricação de um bem ou serviço; representa a remuneração paga ao
assalariado.
18
Mão de obra indireta: quando o trabalho é realizado em atividades
frequentemente indivisíveis, como a supervisão ou apoio à produção
de manutenção de máquinas e equipamentos, limpeza ou vigilância.
Mão de obra qualificada: quando o trabalhador possui formações
específicas em determinadas áreas, garantidas através de cursos
técnicos ou de graduação e pós-graduação.
Mão de obra terceirizada: consiste na contratação de serviços
específicos prestados por outras empresas e aplicados dentro da
companhia contratadora, com o objetivo de diminuir custos e processos
burocráticos.
Predomina na construção civil a modalidade da mão de obra direta,
abrangendo diferentes atividades na produção e segmentos distintos, sendo
necessário o emprego de diversos profissionais para cada fase do projeto, execução
e manutenção.
No intuito de identificar as bases de organizações dentre de um canteiro de
obras, e as principais funções distribuídas, segue um modelo detalhado do
organograma. Conceituando apenas os que estão diretamente ligados ao canteiro
de obras,
Figura 3 - Organograma de uma obra
Fonte:Rossi (2018).
Definições das funções da mão direta exercida no setor segundo (ROSSI,
2018).
19
Mestre de obras: profissional experiente em obras que detém o conhecimento
de todas as atividades e sequência executiva da obra. Sua função é distribuir as
frentes de serviço para os encarregados com o objetivo de cumprir as metas de
produção da semana estipuladas pelo engenheiro. Ele deve prezar pela qualidade
do serviço, produtividade da equipe e o trabalho com segurança para evitar
acidentes.
Encarregados: são os profissionais líderes das equipes. Sua função é colocar
em prática as metas determinadas pelo mestre de obras para que consigam cumprir
no prazo. Ele deve direcionar os profissionais nas frentes de serviço e acompanhar a
execução verificando se está conforme projeto. O encarregado também deve ter
habilidade na leitura de projetos e ter uma interação direta com o mestre de obras.
Os dois profissionais acima são os responsáveis por direcionar a mão de obra
e colocar as atividades previstas pela engenharia em prática. Vamos agora aos
profissionais conhecidos como mão de obra direta:
Pedreiros: são os profissionais que fazem os serviços da parte civil como
alvenarias, chapisco, emboço, reboco, contra piso, enquadramento de portas e
janelas. Bons pedreiros são os que têm habilidades com nível, prumo e esquadro.
Os pedreiros também atuam nos serviços de concretagem de pisos, lajes, pilares e
vigas.
Pedreiro de acabamento: são os profissionais que fazem os serviços de
assentamento de cerâmicas, azulejos, porcelanatos, bancadas de banheiro e
cozinha, etc. O serviço deles deve ser bem feito, com calma e qualidade porque é o
resultado final de obra.
Carpinteiros: são os profissionais responsáveis pelas formas de baldrames,
blocos, cintas, lajes, pilares e vigas em madeira (madeirite, pontalete, sarrafo).
Mesmo as lajes nervuradas são montadas pelos carpinteiros porque também há as
vigas de madeira para fazer, fundo de capitéis.
Armadores: são os profissionais responsáveis pela ferragem da obra. Se a
obra comprar o aço cortado e dobrado, os armadores têm apenas que montar, mas
se a obra comprar as barras retas, os armadores têm que cortar dobrar e montar
tudo na obra. Um bom armador deve saber fazer a leitura de um projeto de armação.
Bombeiros: também conhecido como Bombeiro Hidráulico, esse é o
profissional responsável pelas instalações hidrossanitárias, ou seja, água fria, água
quente e esgoto.
20
Eletricistas: são os responsáveis pelas instalações elétricas da obra
(tomadas, iluminação, telefonia, dados, som,) e toda a sua infraestrutura.
Calceteiro: é o profissional responsável pelas atividades nas áreas externas
da edificação, como o assentamento de pisos intertravados, assentamento de meio-
fio, execução de calçadas e sarjetas.
Pintor: é o profissional responsável pela pintura da edificação. Esse aparece
na fase final da obra, na etapa de acabamento. Ele fica responsável pela pintura,
porém, é preciso se atentar, eles podem ser divididos por diferentes especialidades:
pintor de exteriores, de interiores, predial, texturização.
Gesseiro: é o profissional que aplica tanto o gesso de parede como o gesso
de teto. Esse profissional geralmente trabalha, também, com dry-wall.
Ajudantes: é a mão de obra que não tem qualificação na carteira, conhecidos
também com serventes. Geralmente são mais jovens e começam na construção civil
ajudando algum profissional com o objetivo de adquirir conhecimento sobre a
função.
2.4 Produtividade
O termo de produtividade abrange diferentes conceitos, podendo variar de
acordo com a utilização do objeto a ser estudado.
De acordo com Martins (2013) alguns consideram que quanto maior a
quantidade de trabalho, maior será a produtividade. Já Araújo (2000), considera que
a produtividade se refere à eficácia com que ocorre a transformação de entradas de
um processo produtivo em saídas.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV
2010), um conceito mais amplo para a produtividade é a obtenção de uma produção
maior com uma mesma quantidade de recursos empregados ou, de outra maneira,
quando se emprega menos recursos para obter uma mesma produção.
Lourenço (2013) afirma de maneira geral, que a produtividade pode ser
influenciada por vários fatores externos e internos, podendo estar relacionados com
a qualidade e conforto do local de trabalho, com a qualidade e quantidade de
ferramentas de trabalho, com a motivação e quantidade de trabalhadores com a
dificuldade associada ao processo produtivo, entre outros.
21
De acordo com estudo da CBIC em parceria com a FGV (2010) a discussão
em torno da produtividade no setor da Construção Civil começou a se intensificar
nas últimas décadas, devido principalmente a expressiva taxa de crescimento do
setor, que se deu a partir de 2005 até meados de 2014, com a abertura do mercado
internacional, tornando-se uma atração de investimentos, principalmente depois da
escolha do país para sediar grandes eventos esportivos internacionais, sendo
também empregados incentivos fiscais, e um considerável valor de recurso público
principalmente para obras de infraestrutura. Com isso, o país se tornou um grande
canteiro de obras, as empresas passaram a encontrar maiores dificuldades na
contratação de mão de obra qualificada ou, em menor grau, na aquisição de
determinados bens de capital. Tornou-se consenso que para sustentar o ciclo atual o
setor precisaria elevar sua produtividade, ou seja, utilizar de maneira mais eficiente
os recursos que dispõe.
Deste modo, o processo produtivo pode ser fonte de diversos estudos a fim
de que haja uma melhoria contínua dos fatores para o aperfeiçoamento do processo.
No entanto, esse aperfeiçoamento, nem sempre é fácil de conseguir devido, aos
custos associados, emprego de novas tecnologias, treinamento constante aos
trabalhadores, emprego de materiais e equipamentos com selos de qualidades.
Martins (2013) na indústria da construção civil, os fatores com índice de maior
variação na produtividade são:
- Capacidade e treinamento da mão de obra;
- Processos de produção;
- Utilização de matéria prima.
Assim, no que se refere a mão de obra, uma capacitação profissional e um
treinamento adequado, podem produzir um aumento da produtividade e qualidade
dos serviços da empresa.
2.4.1 Treinamento da mão de obra
Segundo Santos (2010), a educação e o treinamento são os meios mais
eficientes e acessíveis dirigidos ao trabalhador visando os conhecimentos de novas
técnicas e conceitos aplicados e utilizados para o crescimento da organização,
através do desenvolvimento das habilidades e desejo de melhoria.
22
É considerado um dos principais meios de desenvolvimento das
competências nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas e
inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais, e torná-las
cada vez mais capacitadas para o exercício de suas atividades, sendo, o
treinamento o meio mais lucrativo e o que permite com que as pessoas contribuam
efetivamente para os resultados. (CARVALHO, 2011).
Leão (2016) afirma que os treinamentos podem ser realizados diretamente
nos locais de trabalho evitando a necessidade de locomoção como forma de
dificultar a adesão dos trabalhadores, sendo aplicados procedimentos e rotinas,
conhecimentos e experiências práticas, planejamento de atividades, utilização de
maquinário e emprego de novas tecnologias, estratégia e cuidados com a saúde e
segurança.
Segundo a NR 18 (2015), os empregados devem receber treinamentos
adimissional e periódico, com carga horária mínima de 6 horas, podendo ser
realizada no ambiente de trabalho antes do início de suas atividades, visando a
garantir a execução de suas atividades com segurança, como também os
treinamentos periódicos de vem ser realizados sempre que se considerar necessário
ou início de cada obra.
Segundo a NBR ISO 10015/2001, o treinamento deve ser entendido como um
processo para prover e desenvolver conhecimentos, habilidades e comportamentos
para atender requisitos.
O crescimento do mercado da construção civil, a concretização de novas
tecnologias que passam a ser disponibilizadas à sociedade de maneira rápida e
barata e a utilização de novas técnicas construtivas, pode ser considerado
excelentes oportunidades para a realização de treinamentos específicos (PEREIRA
2014).
Os resultados apresentados pelo treinamento devem conter:
a) aumento de produtividade;
b) melhoria da qualidade dos produtos e serviços;
c) redução no fluxo da produção;
d) melhor atendimento ao cliente;
e) redução do índice de acidentes;
f) redução de índice de manutenção de máquinas e equipamentos.
23
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, 2018), a principal
norma legislativa brasileira referente ao Direito do trabalho, dois fatores legais
podem contribuir para a falta de interesses por parte da empresa para o incentivo a
treinamentos:
1) As empresas não podem obrigar seus colaboradores a participar de cursos,
treinamentos, fora da jornada de trabalho contratual e caso o façam podem ter que
pagar horas extras na Justiça do Trabalho. Da mesma forma não se pode obrigar o
funcionário a fazer um curso ou treinamento durante as férias.
2) As vinculações positivas que os cursos e treinamentos proporcionam
podem gerar maiores custos nas folhas de pagamento por majoração de salário,
promoções e ou bonificações.
2.5 Evolução da qualidade
Ao longo da história o homem sempre procurou o que mais se adequasse as
suas necessidades e para seu bem-estar. No cenário atual as empresas estão em
incessante busca da Qualidade como fator de sobrevivência e competitividade. Este
termo passou a ser discutido mais intensamente a partir da revolução industrial, e
com o desenvolvimento das ferramentas de trabalho, tem evoluído até os dias
atuais. (FORMOSO, 1996)
Vivemos em um período de rápidas mudanças tecnológicas e com grandes
competições internas e externas, com exigências de adequação do mercado
econômico impactando todos os segmentos da sociedade. Historicamente, as
empresas no Brasil tratam de forma básica a questão da qualidade sem perceber
que deriva de um processo de planejamento estratégico para obtenção de lucro.
(BARREIROS, 2014).
No início da década de 60 a construção civil a produtividade era artesanal e
em pequena escala, sendo assim os próprios construtores responsáveis por sua
qualidade final. Com o desenvolvimento da indústria e advento da produção em
massa, houve a necessidade de um modelo de inspeções, onde os serviços
deveriam ser examinados e testados, a fim de assegurar a sua qualidade.
(BARÇANTE, 1998).
Fernandes (2011) considera que a qualidade depende diretamente da
normalização e da metrologia, considerando que não é possível a existência de
24
qualidade se não houver especificação dos insumos, do produto final, das
metodologias de produção e de medição dos atributos-chave. Caracterizando a
normalização com os elementos que devem compor, nas proporções, modos e
cuidados, de equipamentos, enquanto a metrologia está presente na dosagem dos
elementos.
Barçante (1998) observou que os custos foram reduzidos com a introdução de
técnicas de qualidade nos processos produtivos, ocorridos devido às falhas de
operação, desperdício de matérias aplicadas nas obras e ausência na padronização
dos serviços. Os custos de produção compreendem gastos com materiais, mão de
obra, equipamentos e tecnologia empregada, podendo também incluir o custo de
prevenção que são os valores atrelados ao esforço de evitar o retrabalho, ou seja,
diminuir ocorrência de defeitos. Podemos incluir atividade como planejamento,
controle nos processos, treinamentos, aquisição de materiais adequados,
manutenção de equipamentos. Ainda temos os custos das falhas internas, que
ocorrem quando os produtos não atendem aos requisitos de qualidade exigidos
pelas normas técnicas, as falhas são diagnosticadas antes da entrega incluem as
perdas de mão de obra, materiais, custo de recuperação.
Segundo Andery e Vieira (2002), o setor da construção civil foi o que
apresentou maiores dificuldades de adaptação a programas de qualidade e
produtividade, na década de 80 e no início dos anos 90. O mercado apresentava
certo desequilíbrio, com a procura maior que a oferta e resultados econômicos
compensadores, e por isso as empresas, com raras exceções, não se sentiam
motivadas para aderir a programas de qualidade e produtividade.
Com a necessidade de adequação do setor da construção civil brasileiro,
devido ao crescimento de concorrência e ao grande número de empresas atuantes
no setor tornou-se inevitável a criação e implementação de programas de qualidades
visando a melhoria da qualidade produtiva e modernização das ferramentas
empregadas, através da qualificação da mão de obra. Foi implementado em
1998pelo governo federal o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat (PBQP-H), que tem como meta a organização e elevação do patamar de
qualidade e produtividade do setor.
De acordo com o Ministério das Cidades (2013) o programa tem por objetivo a
busca de um conjunto de ações, que se destacam: avaliação da conformidade de
empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e
25
requalificação de mão de obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios,
avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da
comunicação entre os setores envolvidos, trazendo assim aumento da
competitividade, com redução dos custos, aumento de capacitação profissional, e
aumento de qualidade. De acordo com o programa a participação do setor se dá de
forma voluntária, sendo os principais setores envolvidos:
Fabricantes de materiais e componentes;
Empresas de serviços e obras;
Agentes financiadores e de fomento;
Agentes de fiscalização e de direito econômico;
Consumidores.
Porém, esta adesão garante que estes agentes estão comprometidos com a
adequação do produto, por meio de ensaios técnicos, respeito ao código do
consumidor, qualificação e participação das empresas por meio do Programa
Setorial de Qualidade (PSQ) e Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e
(SIQ/SIAC), Obras/Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços
e Obras que também são ferramentas de avaliação de qualidade. Sendo assim a
garantia de adequação as normas mínimas exigidas, tornando um selo reconhecido
nacionalmente de qualidade para o setor.
Araujo e Meira (2016) afirmam que antes da implantação da qualidade em
qualquer organização, é necessário o entendimento do seu significado e da sua
abrangência, tornando-se relevante saber o que é exatamente qualidade, para que
os esforços destinados a obtê-la sejam corretamente direcionados.
Qualidade é um tema em constante evolução, o que torna necessário um
conhecimento sobre suas termologias, empregadas, vários estudiosos têm suas
definições próprias, levando a identificar o seu ramo de atuação.
De acordo com a Cartilha CBIC Guia de Desempenho de Edificações
Habitacionais (2013).
Com a evolução tecnológica e a busca incessante por redução de custos, todos os setores industriais brasileiros tiveram que se adequar a essa realidade, e na construção civil não foi diferente. Para tanto, o desafio é promover condições de viabilidade para investimentos em máquinas, processos produtivos e qualificação de mão de obra; com vista à sustentabilidade da indústria da construção civil.
26
Quadro 1 - Definições de qualidade de acordo com Barçante (1998)
Ano Autor Definição
1949 Ishikawa Rápida percepção e satisfação das necessidades de mercado
adequação ao uso dos produtos e homogeneidade dos resultados.
1950 Deming Aprimoramento de qualidade eleva a produtividade.
1951 Feigenbaum Perfeita satisfação do usuário
1954 Juran Adequação ao uso.
1979 Crosby Qualidade é a conformidade com especificações.
1990 Cerqueira
Neto
Qualidade é sempre resultado de esforços inteligentes.
1993 Pedro Neto Qualidade é uma questão de ser e não o de ter.
Fonte: Autora (2018)
Entretanto a construção civil vem gradativamente se modernizando e se
adequando a fim de acompanhar as mudanças sociais, econômicas e tecnológicas
incorporadas pelos vários setores produtivos do país, principalmente no intuito de se
adequar-se ao novo posicionamento que os consumidores colocam, ou seja, o
direito de exigirem produtos de melhor qualidade, cabendo o uso de todos os
conceitos acima no setor. (SOUZA, 2005)
2.5.1 Os benefícios da padronização na construção civil
A padronização é um método efetivo e organizado de produzir sem perdas. A
almeja o desempenho máximo dos colaboradores em suas atividades ou operações através
da repetição dos movimentos e das operações e se faz presente em diversas atividades
desenvolvidas pelo homem desde o início dos tempos. No entanto, é no contexto da
qualidade que o tema se aprofunda e pode-se obter uma otimização dos seus
resultados.
No setor da construção civil visando à necessidade de melhoramento do
setor, foram sendo implementadas diversas técnicas no intuito de atender as
necessidades e solução dos problemas que resulta na qualidade das edificações.
Sendo observada a aplicação de conceito de padronização em diversas etapas do
processo de construção, realizada com sucesso e importada de outros setores da
indústria. A adoção do padrão pode ser feita através dos sistemas industrializados.
27
Segundo Souza (2006), o maior benefício da padronização da construção civil
é a possibilidade de utilização de sistemas construtivos industrializados, reduzindo o
processo construtivo a simples repetição de tarefas de montagem. É possível
observar um aumento significativo de produtividade relacionado a um trabalho
executado repetidas vezes, sem interrupções e em grandes quantidades resulta na
experiência da mão de obra e na melhoria do seu desempenho. No entanto, é
importante que todos os sistemas construtivos, todos os procedimentos desde os
projetos sigam a linha de produção adequada seja no uso de equipamento, locação
estabelecida de materiais de forma a evitar desperdício de insumos no processo
produtivo.
Vieira (2012), o ganho de produtividade com a padronização dos serviços
dentro dos canteiros de obras está diretamente ligado à redução dos desperdícios.
De acordo com o autor, no Brasil há um índice de desperdício de material na ordem
de 25% para erros cometidos dentro do canteiro e de projetos mal elaborados, de
50% advindos de vários fatores de improdutividade, e de 85% no uso inadequado de
equipamentos.
Braga (2016) no setor da construção a gestão da qualidade está intimamente
associada à gestão eficiente de insumos, principalmente a de pessoal, já que
segundo dados do CBIC (2011) apontam que cerca de 40% a 60% do custo total da
obra, seria destinada a mão de obra, podendo variar devido a algumas situações,
como por exemplo, o retrabalho, perdas de materiais, abrangendo também a
padronização da mão de obra envolvida nestes processos.
É mais prático estimar com maior precisão a produtividade das equipes, com
o intuito de diminuir as perdas, com finalidade direta na diminuição erros e da
necessidade do retrabalho gerando um aumento da qualidade em todas as etapas
do processo produtivo até o produto final. (BRAGA, 2016)
A variação da qualidade dos serviços e seus produtos são reduzidos quando
produzidos com as mesmas características por qualquer equipe, a qualquer hora e
em qualquer lugar, sendo necessária a padronização das técnicas e conhecimentos
aplicados por todos os envolvidos na execução dos serviços.
Vale ressaltar que estabelecer padronização para a mão de obra, contribui
diretamente para que chegue à um nível considerado benéfico pois o processo
repetitivo acaba conduzindo de maneira natural ao aprendizado do trabalhador.
28
No entanto, todos os procedimentos envolvidos devem ser detalhados em
todas as etapas sendo formalizadas e aplicadas de maneira a garantir eficácia e
eficiência nos processos, segundo as normas técnicas e resoluções vigentes, sendo
criadas desde a fase de projeto e finalizando apenas na entrega da edificação,
sendo também necessária a utilização de outras formas de melhoramento contínuo
das equipes, como por exemplo, a padronização dos serviços. o(BRAGA, 2016).
3. METODOLOGIA
A metodologia aplicada neste estudo pode ser dividida em duas etapas:
A primeira etapa consistiu na realização de uma pesquisa exploratória da
disponibilidade de cursos profissionalizantes na área da construção civil ofertados na
cidade de Juazeiro do Norte – CE. Os dados foram fornecidos pelo Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI), unidade do município, que estimula a formação
de inovações industriais, e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC), principal agente de educação profissional voltado para o comércio de
bens, serviços e turismo da cidade de Juazeiro do Norte. O intuito desses cursos é
levar qualificação para o trabalhador da construção civil e aumentar a
competitividade da produção da indústria brasileira.
A segunda etapa consistiu na realização de um estudo de caso desenvolvido
através de questionários aplicados em canteiro de obras, envolvendo trabalhadores
da construção civil atuantes na cidade de Juazeiro do Norte - CE, onde se procurou
abordar a caracterização do perfil do trabalhador da construção civil em pequenas e
médias empresas instaladas na cidade, no intuito de chegar a um conhecimento
total ou parcial dos resultados.
O intuito inicial era levantar junto à Secretaria de Infraestrutura do Município
(SEINFRA) os dados referentes a todas as obras que estavam sendo realizadas na
cidade e, com isso, determinar uma amostra representativa dessa população, que
seria estudada. Porém, os dados encontrados revelaram uma quantidade muito alta
de obras cadastradas junto a SEINFRA, somando, no total mais de 1000 obras. Foi
constatado que, dentre elas, a grande maioria se tratava de obras residenciais
pequenas, não assumidas por construtoras e, provavelmente, com pouquíssimos
operários.
29
Com isso, o universo de aplicação desta pesquisa foi restringido aos
operários das maiores obras realizado na cidade de Juazeiro do Norte pelas
principais construtoras atuantes no município. Foi realizada uma pesquisa junto ao
CREA de Juazeiro do Norte – CE para conhecer a lista das construtoras
cadastradas e, a partir daí, realizar a escolha das obras a serem pesquisadas, com
base em critérios como, disponibilidade em participar da pesquisa e acessibilidade
aos trabalhadores nos canteiros de obras.
Para garantir o anonimato e assim uma maior liberdade da pessoa na
concessão das respostas garantindo uma menor possibilidade de interferência do
pesquisador foram aplicados, questionários que segundo Cervo, Bervian e Silva
(2007) “é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com mais
exatidão o que se deseja”.
Foram visitadas cinco construtoras de médio e pequeno porte, atuantes no
município de Juazeiro do Norte, com número de empregados variando de acordo
com obras que se verificou em diferentes estágios e finalidade de uso, sendo
aplicado um total de 100 questionários nas obras visitadas, com trabalhadores de
diversos setores da construção.
O questionário elaborado e aplicado na pesquisa encontra-se no Apêndice A.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das pesquisas têm por objetivo contextualizar a realidade do
setor no município, tanto na questão de políticas e os meios para promover a
qualificação e capacitação do profissional do setor, bem como o conhecimento mais
abrangente do próprio trabalhador. Serão apresentados os dados em tabelas,
gráficos e comentários acerca da significância dos resultados apresentados em cada
item pesquisado, extraídas através das respostas individuais, indicado em
porcentagem, visando com isso o a verificação da necessidade de aperfeiçoamento
e o aumento da valorização dos trabalhadores e a caracterização do perfil
profissional.
.
4.1 Levantamentos dos cursos profissionalizantes ofertados na cidade de
Juazeiro do Norte-CE no setor da construção civil
30
Os dados foram levantados para o período 2013 a 2017, onde é possível
observar os resultados para as duas instituições de ensino pesquisadas, voltadas a
qualificação e capacitação dos alunos e encaminhamento para o mercado de
trabalho, visando à adequação as novas tecnologias e novas técnicas de
aprendizagem. Foram solicitadas as seguintes informações:
a) Disponibilidades de cursos;
b) Quantidade de turmas;
c) Quantidade de alunos matriculados;
A Tabela 01 traz os resultados das disponibilidades de cursos ofertados,
voltados para o setor da construção civil durante o período da pesquisa para o
SENAC, unidade Juazeiro do Norte, com turmas
TABELA 1 - Análise de Ofertas de Cursos
ANO CURSO TURMAS
2013 ENCANADOR INSTALADOR PREDIAL 03
ELETRICISTA INST. PREDIAL DE PLANTA BAIXA 03
2014 ENCANADOR INSTALADOR PREDIAL 04
QUALIF. ELETRICISTA BÁSICO 01
ELETRICISTA INST PREDIAL DE PLANTA BAIXA 06
2015 ENCANADOR INSTALADOR PREDIAL 01
ELETRICISTA INST. PREDIAL DE PLANTA BAIXA. 03
2016 ELETRICISTA INST. PREDIAL DE PLANTA BAIXA. 02
2017 ELETRICISTA INST. PREDIAL DE PLANTA BAIXA 01
Fonte: Autora (2018)
De acordo com a Tabela acima, é possível identificar a ocorrência de uma
queda brusca na oferta de cursos e consequentemente no número de alunos
matriculados após o ano de 2014, onde cada turma e formada por 20 alunos em
média. Esse fato pode estar relacionado a crise política nacional que afeta
diretamente o setor da construção civil, sendo considerado um setor muito sensível
em relação a crises econômicas e financeiras. Esse declínio se estende durante os
anos de 2016 e 2017. O curso de eletricista instalador predial de planta baixa foi o
mais procurado em todos os anos que foram considerados na pesquisa, com
aumento expressivo no ano de 2014.
31
Pode-se observar que os cursos ofertados pela instituição na cidade, têm a
finalidade de capacitar trabalhadores para atuarem não somente no ramo da
construção civil, mas também em diversas áreas como o comércio e serviços.
Já Tabela 02 mostra os resultados encontrados na pesquisa realizada junto
ao SENAI de Juazeiro do Norte.
Tabela 02 - Análise de Ofertas de Cursos
ANO CURSO TURMAS
2013
MONT. ESTR. CHAPAS DRY WALL - FORRO F-530 E PAREDE SIMPLES 02
ALMOXARIFE DE OBRAS 02
APLICADOR DE REVESTIMENTO CERÂMICO 03
ELETRICISTA INSTALADOR PREDIAL DE BAIXA TENSÃO 12
MESTRE DE OBRAS 04
PEDREIRO DE ALVENARIA 06
2014
ELABORAÇÃO DE PROJETOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL COM AUTOCAD 3D 01
PEDREIRO DE ALVENARIA 01
MONT. ESTR. CHAPAS DRY WALL - FORRO F-530 E PAREDE SIMPLES 04
ALMOXARIFE DE OBRAS 04
APLICADOR DE REVESTIMENTO CERÂMICO 03
ELETRICISTA INSTALADOR PREDIAL DE BAIXA TENSÃO 14
ENCANADOR INSTALADOR PREDIAL 10
MESTRE DE OBRAS 02
PEDREIRO DE ALVENARIA 08
PINTOR DE OBRAS 02
2015
PEDREIRO DE ALVENARIA 01
MONT. ESTR. CHAPAS DRY WALL - FORRO F-530 E PAREDE SIMPLES 02
APLICADOR DE REVESTIMENTO CERÂMICO 02
ENCANADOR INSTALADOR PREDIAL 02
MESTRE DE OBRAS 02
PEDREIRO 01
2016
APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO 01
INSTALAÇÃO ELÉTRICA PREDIAL 04
PEDREIRO DE ALVENARIA 01
MONT. ESTR. CHAPAS DRY WALL - FORRO F-530 E PAREDE SIMPLES 01
PEDREIRO DE ALVENARIA 01
MESTRE DE OBRAS 01
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL 01
2017
INSTALAÇÃO ELÉTRICA PREDIAL 01
ELAB. DE PROJ. PARA CONSTRUÇÃO CIVIL UTILIZANDO SOFTWARE BIM 02
PEDREIRO DE ALVENARIA 01
Fonte: Autora (2018)
32
Cada turma é composta por 15 alunos em média, podendo variar, não muito
devido à procura e disponibilidade de turmas, sendo considerada uma quantidade
adequada para o aproveitamento do conteúdo e práticas aplicadas.
As turmas são direcionadas de acordo com as necessidades encontradas na
região. Na Tabela 2, observa-se a oferta de uma variedade de cursos, com diversas
turmas, específicas para a capacitação na indústria da construção civil,
reconhecidamente voltado para inclusão de técnicas construtivas, bem como o
aperfeiçoamento e adequação a qualidade dos serviços. Pode-se destacar também
a inclusão de tecnologias modernas, inovadoras para o setor na região, a fim de
aprimorar a execução nas suas diversas etapas, como, por exemplo, a tecnologia
BIM (Building Information Modeling).
Durante o ano de 2014, é possível verificar a crescente procura pelos cursos
disponibilizados, igualmente como observados na Tabela 1, podendo ser atribuído
ao período, às altas taxas do crescimento de obras na cidade, onde o setor estava
em nível acelerado de produção e a geração de empregos não o acompanhava a
disponibilidade de mão de obra e havia uma necessidade urgente de contratação de
trabalhadores. Neste período, era comum a ocorrência de vagas ociosas nas
construtoras devido ao elevado índice de obras ocorrendo em todo o país e inclusive
na cidade.
4.2 Análise do perfil da mão de obra da construção civil na cidade de Juazeiro
do Norte – CE
Os operários entrevistados desempenham as mais diversas funções na
construção civil, dentre elas: encarregado, pedreiro, carpinteiro, servente, mestre de
obras, pintor, ferreiro e eletricista. O número de operários empregados em cada
função varia de acordo com o perfil da construtora, fase em que se encontra a obra
e finalidade da construção.
Os resultados da pesquisa foram apresentados através de gráficos, onde são
mostradas a porcentagem referente a cada item da variável questionada,
contribuindo assim para o conhecimento geral do perfil do trabalhador da construção
civil atuante em Juazeiro do Norte – CE.
33
4.2.1 Faixa Etária
A idade dos trabalhadores neste setor é considerada elevada. Grande parte
dos participantes da pesquisa enquadra-se na faixa etária acima dos 35 anos, que
representa 55% dos trabalhadores pesquisados, como mostra o gráfico da Figura 3,
indicando o envelhecimento dos trabalhadores no setor, com uma taxa de renovação
abaixo do que é necessário. A menor taxa encontrada está na faixa que compreende
trabalhadores dos 19 a 29 anos, apenas 26% dos trabalhadores, demonstrando a
falta de interesse dos mais jovens no ingresso da profissão, ainda foi possível
observar que 4% dos trabalhadores estão acima dos 60 anos.
Figura 4 - Análise da faixa etária do trabalhador
Fonte: Autora (2018)
Neri (2011) afirma que é possível observar que os trabalhadores mais jovens
em geral iniciam suas atividades bem cedo, antes da maioridade e continuam
durante o período que deveriam estar estudando e que este início precoce atrapalha
o desenvolvimento da educação formal dos trabalhadores.
4.2.2 Sexo
Foi observado, nas construtoras pesquisadas, que a mão de obra empregada
nas construções da cidade de Juazeiro do Norte é 100% do sexo masculino, sendo
considerado um setor onde a mão de obra direta, deve ser realizada apenas por
10
16
19 18
8
15 14
19 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS 30 A 34 ANOS 35 A 39 40 A 44 ANOS 45 A 49 ANOS ACIMA DE 50 ANOS
34
homens devido a necessidade do uso de força, experiências, dificuldade de
adequações e custos associados no canteiro de obra para receber as mulheres. Foi
observada a presença de mulheres nos canteiros atuando apenas em serviços
administrativos ou de fiscalização, várias foram às justificativas para ausência do
sexo no setor, entre elas falta de mão de obra qualificada, e a necessidade do uso
da força braçal, mostrando que a região ainda não está preparada para absorver
esta modalidade de mão de obra.
SEBRAE (2014) apesar de serem consideradas mais qualificadas e terem o
nível de escolaridade maior, ainda é considerada pequena a procura de cursos de
capacitação voltada para o ingresso destas mulheres no município, a tendência é
que num futuro não muito distante as mulheres possam ingressar nesse mercado,
graças a crescente valorização de seus atributos profissionais e a criação de várias
leis de incentivo, como exemplo, a Lei Nº 2649 de 10 de julho de 2017. Dispõe sobre
a reserva de vagas para as mulheres nas empresas prestadoras de serviços na área
da construção civil ao município de Guarapuava no Paraná, que determina 10% das
vagas, reservadas para as mulheres, exemplo como este já estão implementadas
em diversos outros municípios, existe também no estado do Ceará um projeto de Lei
na Câmara dos Deputados Estadual, de N.º 6.867 de 2017 a que obrigam o
preenchimento de no mínimo 5% de vagas destinadas as mulheres no setor da
construção civil.
Desde 2012 tramita no Senado um Projeto de Lei (PLS) 323/2012, que visa
estimular a contratação de mulheres na construção civil, que determina um
percentual mínimo de 12% de mão de obra feminina nas obras e serviço e
contratados pelo governo federal e que também pode ser utilizado como critério de
desempate em licitação empresa que tenha no seu quadro mais 30% de
trabalhadores do sexo feminino.
4.2.3 Estado Civil
Uma dificuldade encontrada para avaliar o estado civil do trabalhador foi o
fato dos trabalhadores não reconhecerem união estável como casamento,
declarando-se como solteiros, mesmo confirmando que residem na mesma casa,
possuem filhos e sendo o provedor da família. Com os separados também ocorre o
35
70%
28%
1%
1%
CASADO SOLTEIRO VIÚVO DIVORCIADO
mesmo: se declaram como solteiros, ficando evidenciado que para eles é necessário
um ritual burocrático para validar o processo tanto no caso do casamento, quanto
num possível de divórcio.
Percebe-se pelo que mostra o gráfico da Figura 5, que a maioria dos operários
entrevistados são casados. E que quase 100% dos entrevistados confirmam que são
os principais contribuintes da renda principal da família.
Figura 5 - Estado civil do trabalhador
Fonte: Autora (2018)
4.2.4. Quantidade de Filhos
Figura 6- Quantidade de filhos dos trabalhadores
Fonte: Autora (2018)
36
20
18
7
7
12
1 FILHO
2 FILHOS
3 FILHOS
4 FILHOS
5 FILHOS OU MAIS
SEM FILHOS
36
De acordo com o gráfico apresentado, 88% dos trabalhadores possuem de 01
filho a 05 filhos ou mais. E que, somente 36 % dos trabalhadores tem apenas 01
filho. Durante a pesquisa é possível verificar, que este percentual está presente nos
trabalhadores com um grau de escolaridade um pouco mais elevado do que os
demais, sendo considerado o principal motivo para este resultado a preocupação em
poder proporcionar ao filho uma melhor condição de vida.
4.2. 5 Cidade em que residem os trabalhadores
Figura 7- Cidade de domicílio do trabalhador
Fonte: Autora (2018)
.
Pode-se observar que a maioria dos entrevistados (57%) é local. O setor da
construção civil atuante na cidade consegue absorver a mão de obra oriundas de
outros municípios e estados. Com 19% dos trabalhadores entrevistados, residindo
em cidade vizinhas o que ajuda no deslocamento diário destes trabalhadores.
Outros, no entanto, por estarem a uma distância considerável de sua residência, a
própria construtora se responsabilizam em fornecer moradia provisória, algo muito
comum no setor que tem características nômades. Isso ocorre quando as
construtoras precisam deslocar trabalhadores para atuarem em outras cidades.
Todas as construtoras que tiveram suas obras visitadas na cidade de Juazeiro do
Norte, durante o processo de levantamentos de dados, possuem sua sede em outra
cidade.
57
11 6 5 4 3 3 2 2 2 2 1 1 1 0
10
20
30
40
50
60
37
4.2.6. Grau de escolaridade do trabalhador
Figura 8 - Grau de escolaridade do trabalhador
Fonte: Autora (2018)
Observa-se que o grau de escolaridade dos trabalhadores da construção civil
na cidade de Juazeiro do Norte, ainda é baixo. De acordo com os resultados,
percebe-se que, cerca de 70 % dos entrevistados possuem no máximo o ensino
fundamental, e que 8 % dos entrevistados se declaram analfabetos.
Foi avaliado que o nível de escolaridade é menor nos trabalhadores mais
velhos. Apenas 17 % dos entrevistados possuem o ensino médio completo e
somente 1% conseguiu concluir o ensino superior, porem optando por continuar no
setor devido à questão salarial. Sendo os trabalhadores os recursos mais
importantes de qualquer organização, não há uma aplicação direta de investimento
na qualidade e formação da mão de obra, considerado como o setor que mais
emprega analfabetos em sua força de trabalho, tendo suas taxas de produção
considerada baixa. Apesar de alguns estudos mostrarem de forma discreta
indicadores de crescimento.
Cordeiro, Machado 2002, conclui que no cenário atual, no emprego eficiente
das novas filosofias de gestão de qualidade estão baseados em políticas de
aperfeiçoamento, capacitação, motivação e treinamento dos recursos humano
considerado a principal ferramenta empregada na indústria da construção civil.
8%
34%
27%
11%
17%
2% 1%
Analfabeto Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto
Ensino médio completo Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
38
4.2.7 Atividade exercida pelos trabalhadores da construção civil na cidade de
Juazeiro do Norte
Figura 9 - Função exercida pelo trabalhador
Fonte: Autora (2018)
Analisando o gráfico acima, observa-se que o percentual de funcionários que
exercem as atividades de servente ou ajudante é de 29%, o que pode ser explicado
pelo fato de que para o exercício desta função não se faz necessário nenhum tipo de
qualificação. As maiorias das obras visitadas estavam na fase estrutural, o que se
observa pelo grande número do emprego da mão de obra do pedreiro e servente
que totaliza 64% dos trabalhadores atuantes.
Chiavenato (1999), a possibilidade de um emprego com carteira assinada é
um dos principais atrativos para os trabalhadores sem qualificação específica, para o
ingresso no setor, além da possibilidade do aprendizado das técnicas construtiva.
35
29
8 5 5 4 3 2 2 2 1 1 1 1 1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
39
4.2.8 Método de aprendizado das técnicas construtivas
Figura 10 - Maneiras de aquisição de conhecimentos práticos
Fonte: Autora (2018)
Pode-se dizer que a construção civil possui uma característica cíclica em
relação à capacitação profissional dos trabalhadores: abaixa escolaridade gera baixa
qualificação, o que pode ser causa da entrada precoce dos trabalhadores no
mercado de trabalho, geralmente incentivados pelos parentes e amigos. Por se
caracterizar pela pouca valorização ou quase nenhum incentivo à capacitação
profissional, os mais jovens são introduzidos no setor na função de servente aonde
vão acumulando conhecimentos e experiências nas funções, o que por parte das
empresas basta para efetivar as contratações.
Santos (2010) observou no seu estudo que, para a qualidade da mão de obra
ser valorizada, precisa-se aperfeiçoá-la. Para isto, a participação de curso
profissionalizante é importante. Mas ao observar as respostas dos trabalhadores que
não se mostram interessados em cursos profissionalizantes, por acreditarem que
existe necessidade de capacitação, mostra que devemos olhar com mais
sensibilidade ao setor de construção, principalmente nas funções de servente e
pedreiro, as quais são de extrema importância para o setor e os quais são maioria
nos canteiros de obras.
6
20
74
CURSOS PROFISSIONALIZANTES
PARENTE
PRÁTICA
40
Pode perceber pelos dados do gráfico da Figura 10, que apenas 6% dos
trabalhadores entrevistados aprenderam a sua técnica de trabalho através de cursos
profissionalizantes, porém a grande maioria 74% informa que aprenderam suas
funções na prática, observando outros trabalhadores.
O alto índice de rotatividade foi apontado na pesquisa como um dos motivos
pelo qual o profissional não se preocupe com a capacitação profissional, devido a
intermitência das obras características do setor, considerada altas.
4.2.9 Incidência de acidentes de trabalho na construção civil
O setor da construção civil é considerado um dos setores com a maior
incidência em acidentes de trabalho. Devido aos números elevados, no decorrer dos
anos foram criadas e consolidadas políticas rigorosas no setor no intuito de mudar
esta realidade. Nas cinco obras visitadas foi identificado o uso de EPIs, por todos os
funcionários e em somente uma não havia técnico de segurança no local.
Figura 11- Registro de acidentes de trabalho na construção civil
Fonte: Autora (2018)
De acordo com Pereira (2014), os acidentes de trabalhos podem ter
finalidades variadas, desde um simples evento sem grandes sequelas sem que haja
a necessidade de afastamento das atividades até os casos mais graves e o óbito.
Neste trabalho, somente 9% dos trabalhadores entrevistados revelaram já ter sofrido
9%
91%
SIM
Não
41
acidentes. Pode-se constatar que esse número pode ser bem maior, já que foi
observado que muitos deles consideram como acidentes de trabalho apenas os
casos em que são efetivamente afastados das funções por um determinado tempo.
Na pesquisa, os trabalhadores que afirmaram ter sofrido algum tipo de
acidente de trabalho,foram os que atuavam nas seguintes funções; 03 pedreiros; 02
serventes; 02 encarregados e 01 mestre de obras, os acidentes mais comum
citados, foram quedas de andaimes, onde se comprovou a falta do uso do cinto de
segurança, um dos principais EPI utilizado para serviços em altura, quedas da
própria altura ou tropeços por não conseguir visualizar algum tipo de obstáculo,
resultado de uma organização ineficiente, como também má distribuição dos
insumos no canteiro de obra.
4.2.10. Motivos pela a escolha da profissão
Figura 12 - Motivos para a escolha da profissão
Fonte: Autora (2018)
De acordo com o gráfico da Figura 12, os entrevistados se identificam como
o principal motivo de escolha pela profissão a falta de oportunidade em outros
setores. Isso se dá, de forma geral, pela baixa escolaridade, já que no setor, quase
nunca o grau de instrução é pré-requisito para atuarem em obras. Outro forte motivo
identificado é o alto nível de desemprego no país, os trabalhadores migram para o
setor da construção, conhecido também por absorver mão de obra ociosa de outros
setores.
42
O setor da construção civil historicamente é conhecido como um setor onde
ocorre a passagem do ensinamento das técnicas para os parentes mais jovens,
como por exemplo, de pai para filho, facilitando muitas vezes até a inclusão no setor,
o que já contribuiu para a segunda opção da pesquisa, a identificação pela
profissão, já que estão familiarizados desde cedo neste universo.
4.2.11. Tempo de atuação na área
Figura 13 - Tempo de atuação na construção civil
Fonte: Autora (2018)
Os resultados mostram que o tempo de atuação no setor da construção civil,
37% da mão de obra atuante está no setor a mais de 10 anos, desde o início da vida
profissional. A maioria iniciou na atividade como servente, sendo também
considerada a classe dos que tem maior pratica no exercício de suas atividades e
abrangendo os profissionais mais velhos. Já os que se enquadram no setor a menos
de 01 ano podem ser identificados como os mais jovens ou os que migraram de
outras profissões devido às altas taxas de desempregos nos últimos anos no país.
4.2.12. Participação em curso profissionalizante
Ao observar o gráfico da Figura 14, percebemos que o número de
trabalhadores que estão no setor sem nenhum tipo de capacitação técnica e bem
maior. A realização de cursos é considerada, por muitos, desnecessária, já que
acreditam que o mais eficiente é o que se aprende na prática. Outro motivo que
causa desinteresse é a falta de incentivo por parte das construtoras.
43
A maioria se considera satisfeitos no desempenho das suas funções atuais e
com as experiências adquiridas ao longo dos anos, e poucos têm o mostram
interesse em buscar uma capacitação profissional, a fim de melhorar o seu
desempenho dentro das empresas.
Figura 14- Participação de cursos profissionalizantes
Fonte: Autora (2018)
Muitos trabalhadores se mostraram interessados em realizar algum tipo de
curso profissionalizante. Dos entrevistados, 37% não têm interesse em realizar
nenhum tipo de curso. Entre as justificativas para as respostas destacam- se: falta
de tempo, idade avançada e baixa escolaridade. Dentre o restante, 5% não
souberam responder e 58% afirmaram que tem interesse de participar de cursos
profissionalizantes voltados para o setor e acreditam que com o aperfeiçoamento é
possível serem promovidos de setor e como resultado melhorada renda. Os cursos
de maior interesse citados são: pedreiro, mestre de obra e eletricista. Alguns
afirmaram que desejam voltar a estudar e concluir o ensino superior.
Os dados mostram a necessidade de uma política de qualificação profissional
incentivada principalmente pelas empresas atuantes na cidade, com uma maior
valorização do trabalhador qualificado e a diminuição de custos devidos a falta de
conhecimento de técnicas construtivas apropriadas para garantir a qualidade do
produto final.
O que confirma Bella (2015), pg. 40.
Que apesar da crise atual a construção civil, sempre estará em expansão, com modernidade e exigindo novos perfis profissionais para atuarem em seus quadros de trabalho. As novas filosofias de gestão da qualidade
29%
71%
Sim
Não
44
baseiam- se no aperfeiçoamento continuo da qualidade de produção, com destaque para capacitação, motivação e treinamento dos recursos humanos.
Considerada como as grandes vantagens a capacitação de colaboradores,
pode se observar a diminuição custos; redução da rotatividade dos trabalhadores;
união entre os colaboradores; motivação dos funcionários; maior produtividade,
profissionais capacitados se tornam mais responsáveis e mais atentos a diversas
normas técnicas da construção civil, gerando uma maior economia na obra, evitando
assim, o desperdício dos materiais e do tempo.
5. CONCLUSÃO
Considerando a construção civil o segmento que mais gera renda e empregos
no país, se observa que a não e dada a importância devida à capacitação dos
trabalhadores do setor, onde se emprega as classes que possuem um menor grau
de escolaridade, absorvendo em partes a população oriunda do meio rural.
Ainda é possível observar que a mão de obra menos instruída está
envelhecendo, dando espaço para uma mão de obra jovem, mais instruída que
deseja se qualificar e mais engajada com as novas tecnologias, mesmo sendo um
setor onde predomina a força física.
A associação da falta de reconhecimento e visibilidade destes profissionais
que não se consideram valorizados pelas empresas com alto número da rotatividade
no setor, produz uma insegurança constante, ficando a questão da qualificação em
segundo plano, onde a principal preocupação é a manutenção do emprego, já que
contribuem com a principal fonte de renda para as famílias.
Já que quase todos os trabalhadores firmam contrato de trabalho por obra, ou
em alguns casos, por tempo limitado, a fim de diminuir os custos das empresas, foi
observado que todos os entrevistados trabalham com carteira assinada.
Bella (2015) afirma que o desempenho humano pode aumentar
consideravelmente quando a empresa oferece condições de desenvolver o
potencial, gerando resultados positivos da capacidade individual proveitosa para
toda a empresa.
Assim pode-se destacar como os principais dados gerados pela pesquisa
realizada para a caracterização da mão de obra local:
45
Mão de obra 100% masculina;
Faixa etária predominante: 30 a 39 anos, com destaque para os
trabalhadores acima de 50 anos;
A maioria são casados e com filhos;
Procedência da própria cidade;
O grau de instrução dos trabalhadores ainda é considerado baixo,
porém somente 8% dos trabalhadores são de fatos analfabetos;
A função que mais gera empregos no setor é de pedreiro e servente;
O tempo em médio de atuação no setor é superior a 10 anos;
94% dos trabalhadores entrevistados informaram que aprenderam as
técnicas construtivas na prática ou com parentes;
A maioria não considera ter sofrido nenhum tipo de acidente de
trabalho;
Apesar de 71% dos entrevistados afirmarem que não possuem
nenhum tipo de curso profissionalizante, 58% se mostraram
interessados em realizar algum tipo de capacitação voltado para área,
destacando o de pedreiro, mestre de obra e eletricista;
Através da metodologia aplicada e dos resultados obtidos pode-se concluir
que o setor de construção civil de Juazeiro do Norte gera emprego e é fonte de
renda para muitas famílias do município e cidades vizinhas. O que se observa
também é a diminuição da oferta de cursos voltados para a capacitação profissional
desse setor. Uma política voltada para a capacitação e/ou alfabetização desses
operários é necessária, podendo aumentar a produtividade e qualidade das obras
das empresas, diminuírem desperdícios, além de contribuir para uma melhoria da
qualidade de vida e desenvolvimento profissional dos operários.
46
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO
1. Idade:_______
2. Sexo: M ( ) F ( )
3. Função Atual: ____________________________
4. Função Anterior:__________________________
5. Cidade que Reside: _______________________
6. Estado Civil:
Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Outro ( )
7. Filhos:
Sim ( ) Quantos ( ) Não ( )
8. Escolaridade:
Analfabeto ( ) Ensino Fund. Incompleto ( ) Ensino Fund. Completo( )
Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Incompleto ( )
Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( )
9. Tempo de atuação na área:
Menos de 1 ano ( ) De 1 a 5 anos ( ) De 5 a 10 anos ( )
Mais de 10 anos ( )
10. Como aprendeu as técnicas construtivas:
Curso profissionalizantes ( ) Parentes ( ) Na prática ( )
11. Motivos pela a escolha da profissão:
Salário ( ) Identificação pela profissão ( ) Incentivo de alguém ( )
Falta de Oportunidade em outras áreas ( ) Outros ____________________
12. Já sofreu algum acidente de trabalho?
Sim ( ) Não ( )
50
13. Já fez algum tipo de curso?
14. Sim ( ) Qual? ________________________ Não ( )
15. Tem interesse em fazer algum curso?
Sim ( ) Caso sim, qual: _________________________________________
Não ( ) Caso não, qual o impedimento:______________________________