UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
PATRICIA AKEMI CHUJO OMURA
OBSERVANDO O RIO JAGUARI UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS BACIAS PCJ
Bragança Paulista 2011
PATRICIA AKEMI CHUJO OMURA – RA 001200902150
OBSERVANDO O RIO JAGUARI: UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS BACIAS PCJ
Bragança Paulista 2011
Monografia apresentada ao Curso de
Tecnologia em Gestão Ambiental da
Universidade São Francisco como requisito
parcial para obtenção de título de
Tecnólogo em Gestão Ambiental
Orientador: Prof.ª Laura F. Mercedes Nieri
PATRÍCIA AKEMI CHUJO OMURA
OBSEVANDO O RIO JAGUARI: UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS BACIAS PCJ
Banca Examinadora
_______________________________________
Profa. Orientadora Laura Mercedes Nieri
Universidade São Francisco
_______________________________________ Prof. Coordenador José Roberto Paolillo Gomes
Universidade São Francisco
______________________________________ Prof. Examinador
Universidade São Francisco
Monografia aprovada pelo programa de graduação em Gestão Ambiental da Universidade
São Francisco como requisito para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental.
Área de concentração: Educação Ambiental e
Recursos Hídricos.
Data de aprovação: ___/___/___
À minha família, amigos e educadores,
incentivadores presentes na formação coletiva.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os funcionários do Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ,
Agência PCJ e Departamento de Serviços Urbano e Meio Ambiente de Extrema, sempre
acreditando em nós estagiários, cuidando e respeitando do nosso crescimento pessoal e
profissional tornando possível o sonho de exercer uma profissão que almejamos realmente,
subsidiando elementos para formação e atuação na área.
Ao Prof. João Luiz Hoeffel, pela simplicidade e atenção dada logo no início da minha
busca na área ambiental.
Ao Prof. André Augusto Gutierrez Fernandes Beati, pelo incentivo as questões
ambientais e parceria na busca de referências de como atuar no meio ambiental.
A Prof.ª Natália Reiko Sato Miyasaka, pela inestimável oportunidade em ingressar no
projeto de pesquisa de iniciação científica, mesmo que por pouco tempo, aguçando o desejo
de futuros trabalhos nesta área.
A Prof.ª Herta Avalos Viegas, que através de instrumentos diferenciados, permitiu
observar o valor da pesquisa para galgar uma vaga no mercado ambiental.
A Profa. Lucimara Teixeira e ao Prof. Joaquim Gilberto de Oliveira por acreditarem
nos universitários, valorizando-os como seres humanos.
A Prof.ª Laura Mercedes Nieri, pela orientação, apoio e incentivo a este trabalho.
A Maria Natalina Mazochi, pela paciência e cuidado ao me ensinar, sempre atenciosa
e presente nos momentos de dúvida.
A Dorisney Ribeiro Campos, importante na minha formação como profissional para
atuação na área ambiental.
Aos meus pais, Nelson e Mariza que me incentivaram a voltar a estudar depois de
treze anos longe do país e do meio acadêmico. Agradeço ao meu marido Alexandre e meu
filho Danilo pela paciência e apoio nestes dois anos de luta e respeito para retornar ao
mercado de trabalho brasileiro e atingir nossos objetivos.
Agradeço a Deus pela oportunidade de atuar no mercado, levando a responsabilidade
de preservar o presente para o futuro das novas gerações.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 08
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................09
2.1 A IMPORTÂNCIA DAS ÁGUAS.....................................................................................09
2.2 QUAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESEJAMOS?........................................................11
2.3 O MONITORAMENTO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL...........................................................................................................................14
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA............................................................................16
3.1 APRESENTAÇÃO GERAL DA EMPRESA/ENTIDADE...............................................16
3.2 ATIVIDADES....................................................................................................................18
3.3 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO.............................................................................................18
3.4. CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ATUAIS.....................................................19
3.5 EQUIPE..............................................................................................................................21
4 DISCUSSÃO E RESULTADOS........................................................................................25
4.1 ATIVIDADES REALIZADAS NO ESCRITÓRIO DE APOIO CBH-PJ.........................25
4.2 ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS NO
MUNICÍPIO DE EXTREMA...................................................................................................26
4.2.1 Jornal Nosso Meio por Inteiro.........................................................................................27
4.2.2 Atividades de acompanhamento a escolas no Projeto Conservador das águas...............27
4.2.3 Oficina com as Associações de bairro.............................................................................29
4.2.4 Projeto Oficina das Indústrias..........................................................................................30
4.2.5 Revitalização e ampliação da coleta seletiva no bairro da Mantiqueira..........................31
4.2.6 Plantio de mudas no bairro da Roseira.............................................................................32
4.3 PROJETO PILOTO CONHECENDO AS ÁGUAS DO RIO JAGUARI..........................33
4.3.1 Aula Teórico-prático 1.....................................................................................................34
4.3.2 Planejamento....................................................................................................................35
4.3.3 Aula Teórico-prático 2.....................................................................................................37
4.3.4 Análise da Água...............................................................................................................39
4.3.5 Visita ao Projeto Conservador das águas.........................................................................40
4.3.6 Finalização do trabalho - análise dos dados e conclusão.................................................40
4.3.7Avaliação..........................................................................................................................41
4.3.8 Elaboração de um material didático para educadores......................................................42
4.3.9 Elaboração de um material didático para os educandos..................................................43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................44
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................48
7 ANEXOS..............................................................................................................................50
RESUMO
Os trabalhos de Educação Ambiental ligados a recursos hídricos são ferramentas
indispensáveis à preservação do meio ambiente, nessa linha, o município de Extrema – MG
conta com programa de pagamento por serviços ambientais “Conservador das Águas”, uma parceira entre a Prefeitura, instituições governamentais e não governamentais. Com o objetivo
de despertar a percepção e conhecimento dos educandos sobre esse programa criou-se o projeto piloto Conhecendo as Águas do Rio Jaguari, desenvolvido entre a Escola Alcebíades Gilli, em parceria com os Departamentos de Meio Ambiente e Educação, o Gepura (Grupo de
Estudos e práticas para o uso racional da água) e a ONG The Nature Conservancy-TNC. Esse projeto trabalhou duas linhas de ações: a) desenvolvimento de atividades práticas com os
educandos de monitoramento, análise da qualidade de água e visita a uma propriedade participante do projeto e b) elaboração de material didático. Os resultados demonstraram que essa atividade é adequada para atingir os objetivos propostos, dando origem a uma nova
parceria e a continuidade do mesmo com o nome “Observando o rio Jaguari” oferecendo seguimento à linhagem de trabalho de Educação Ambiental da ONG SOS Mata Atlântica. As
lições estudadas já estão sendo replicadas para as demais escolas do Município, proporcionando conhecimento do Programa a todos os educandos de Extrema, sendo importante ferramenta no futuro para continuidade do projeto.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Monitoramento de água. Conservador das Águas.
8
1 INTRODUÇÃO
Quando discorremos sobre Educação Ambiental, logo imaginamos: de qual Educação
Ambiental estamos falando? As questões ambientais gradativamente estão deixando de ser
“meros conceitos” de plantio de mudas de árvore e aos poucos estão sendo vislumbradas as
necessidades de atuação junto à comunidade local, criando mudança de hábitos e costumes,
respeito à cultura, cunhando ferramentas para ação da população nas Políticas Públicas.
Diante deste contexto, o município de Extrema – MG conta com o projeto
“Conservador das Águas” (Lei no 2.100 de 2005), uma parceira entre a prefeitura de Extrema-
MG e outras instituições governamentais e não governamentais. O projeto atua na
remuneração pelos serviços que os ecossistemas prestam à sociedade, entendendo que estes,
estão relacionados à conservação e produção de água sendo essenciais para a manutenção da
vida no planeta.
O Projeto “Observando o rio Jaguari” foi um trabalho piloto de Educação Ambiental
desenvolvido com o 5º ano do Ensino Fundamental da escola rural Alcebíades Gilli na área de
implantação do projeto “Conservador das águas”. Através do monitoramento da qualidade de
água, diagnosticaram-se as principais medidas que devem ser tomadas para conservar as
águas da bacia, criando a idéia de conservação ambiental entre as crianças, perpetuando assim
o esforço do projeto entre as futuras gerações.
O processo de Educação Ambiental, longe de ser algo pontual, requer ações que
possam ampliar a percepção, promover o senso crítico e resgatar valores e produzir mudanças.
A partir disso, surgiu à ideia de transformar esta ação em um processo contínuo, que pudesse
criar oportunidades para discussões sobre a importância da água, seu ciclo (de onde vem e
para onde vai) e a importância de sua qualidade para a saúde, contextualizando o pagamento
que algumas famílias locais recebem para proteger e recuperar ambientes naturais de suas
propriedades, trazendo a temática ambiental para perto dos estudantes.
Esse projeto piloto foi realizado em conjunto através de parceria entre os
Departamentos de Meio Ambiente e de Educação de Extrema, Consórcio PCJ, ONG The
Nature Conservancy (TNC), Grupo de Estudos e Práticas para o Uso Racional da Água
(Gepura) da Universidade de São Paulo e Escola Alcebíades Gilli na sub-bacia do Salto.
9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A IMPORTÂNCIA DAS ÁGUAS
Na atualidade, o tema mais discutido é: escassez de água, mas se pensarmos em um
planeta que têm ¾ banhados desse recurso natural, existe certa dificuldade de correlação
principalmente no Brasil, já que esta é abundante. Assim, LIBÂNIO (2005), enfatiza que o
Brasil, embora tenha quantidade significativa de água doce, se comparado à maioria dos
países do planeta, possui uma falta de uniformidade na distribuição em relação à quantidade
populacional. A quase totalidade da população brasileira (95%) habita as quatro regiões que
respondem por aproximadamente 27% da disponibilidade hídrica do país (regiões nordeste,
sudeste, sul e centro-oeste) podendo ser verificado no GRÁFICO 1 a seguir:
GRÁFICO 1 - Distribuição dos Recursos Hídricos Superficiais no Brasil - OMURA, Patrícia Akemi Chujo, 2011
Fonte – ANA (2009)
Quando observamos os rios do sul de Minas Gerais e citamos o Jaguari, não
conseguimos imaginar qual a sua importância em termos econômicos, sociais e políticos.
10
A bacia do Jaguari é a principal contribuinte do Sistema Cantareira, responsável pelo
abastecimento de 9 (nove) milhões de pessoas da grande São Paulo. O Jaguari é um Rio
Federal principal contribuinte do Rio Piracicaba.
O Sistema Cantareira é considerado um dos maiores produtores de água do mundo
produzindo 33mil litros de água por segundo, com uma área de 228 mil hectares e abrangendo
12 municípios, quatro deles no Estado de Minas Gerais entre eles Extrema. As águas
produzidas pelo sistema são provenientes, em sua grande maioria, da Bacia do Rio Piracicaba,
e transpostas para a Bacia do Alto Tietê, onde se localiza a grande São Paulo (WHATELY &
CUNHA, 2006).
Figura 1 – Mapa das Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí-PCJ Fonte – site www.agua.org.br
Segundo a Agenda 21 de Extrema, o rio Jaguari é estratégico para o desenvolvimento
do município e do Brasil, manancial de abastecimento público que faz parte do Sistema
Cantareira, sendo prioritário investir na melhoria e manutenção da qualidade e quantidade de
suas águas. O rio Jaguari, principal curso d'água, corta todo o município de Extrema e é a
fonte de fornecimento de toda a zona urbana ao mesmo tempo em que é receptor do esgoto
sem tratamento. Sua nascente está localizada no município de Sapucaí Mirim, passando por
11
Camanducaia e entrando em Extrema através do bairro do Salto de Cima (PREFEITURA
MUNICIPAL DE EXTREMA, 2005).
Quando pensamos em desenvolvimento, não podemos esquecer a palavra preservação,
principalmente se ela está diretamente ligada à qualidade de vida populacional de determinada
região. Com a duplicação da rodovia Fernão Dias (BR – 381,1993), tivemos a criação da APA
Fernão Dias (1997) pelo governo de Minas Gerais, em compensação aos impactos que a
autopista poderia trazer. Nesse sentido, o plano de gestão da APA orienta sobre a importância
dos 20% de Mata Atlântica remanescentes na Serra da Mantiqueira. O processo de eliminação
de florestas, junto á exploração contínua dos recursos naturais, resultou num conjunto de
problemas ambientais como a extinção de várias espécies da fauna e da flora, as mudanças
climáticas locais, a erosão do solo e o assoreamento de cursos de água (SUMÁRIO
EXECUTIVO DO PLANO DE GESTÃO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
FERNÃO DIAS, 2007, p.7).
Extrema, como um dos cinco representantes do Comitê de Bacias Hidrográficas PJ
(Piracicaba – Jaguari), tem sido pioneiro em conservar seus mananciais, através de projetos
como o Conservador das Águas, no qual através da Lei Municipal 2.100, de 21 de dezembro
de 2005, regulamenta o Pagamento por Serviços Ambientais relacionado com água, sendo a
primeira lei municipal no Brasil. Atualmente o projeto atua nas sub-bacias das Posses, Salto e
terá início em 2011 na Bacia dos Forjos, havendo a possibilidade de comparação entre a sub-
bacia mais degradada (Posses) e a em estado melhor de conservação (Forjos). 1
Além de outros Projetos em andamento, como “Municípios Educadores Sustentáveis
MES”, cujo objetivo é estimular e apoiar o uso de espaços coletivos entre municípios e criar
mecanismos para articulação com outras frentes; o projeto “Coletivo Educador” que é voltado
para a formação de educadores e conta inclusive com recursos do Governo Federal
(IRRIGART, 2008).
2.2 QUAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESEJAMOS?
Desde os primórdios, a palavra Educação é falada, dialogada e questionada. Ela vem
do latim educacione e segundo o dicionário Michaelis significa ensino, civilidade, delicadeza,
______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________
1 Bacia Hidrográfica é um conjunto de terras onde todas as águas da chuva, das nascentes, dos rios e seus afluentes correm para um ponto comum (rio principal). As sub-bacias são as bacias hidrográfias de menor tamanho que
compõe a bacia principal. O rio Jaguari, no município tem 7 córregos grandes como afuentes: sub- bacia do Salto, sub-bacia das Posses, sub-bacia dos Forjos, sub-bacia do Juncal, sub-bacia das Furnas, sub-bacia dos Tenentes e sub-
bacia do Matão ( Curso de Formação Socioambiental ).
12
cortesia. Já a palavra ambiente aplica-se ao meio em que vive cada um, ou o meio em que
vivemos ou estamos (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2009).
Diante das atividades de Preservação Ambiental, não podemos deixar de lado a
importância da Educação Ambiental em todos os setores (formal e não formal) para sucesso
da continuidade de qualquer projeto.
Segundo a literatura, existem registros sobre Educação Ambiental desde meados de
1960, porém é em Estocolmo (1975) que temos o reconhecimento internacional desse fazer
coletivo como estratégia para construção de Sociedades Sustentáveis. Em 1997, foi realizada
a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, conhecida como Conferência
de Tbilisi, momento que se consolidou o PIEA (Programa Internacional de Educação
Ambiental) e se estabeleceram as finalidades, os objetivos, os princípios orientadores e as
estratégias para a promoção da Educação Ambiental (MMA, 2005, p.17).
A Educação Ambiental tornou-se tema em evidência graças a intervenções de
educadores ambientais do mundo inteiro e passando por diversas etapas tendo como primeiro
momento a ser registrado o da articulação das ONG‟s e Movimentos Sociais para o Fórum
Global, paralelo à 2ª Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. No Brasil, o
Fórum Brasileiro de ONG‟s e Movimentos Sociais Rio 92 inseriram, paulatinamente, entre os
diversos temas escolhidos, o da Educação Ambiental (MOEMA, 2006).
O processo de Educação Ambiental para uma sustentabilidade eqüitativa caracteriza-
se pela aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal
educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para
a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e
ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relação de interdependência e
diversidade. Isto requer responsabilidade individual e coletiva em nível local, nacional e
planetário (TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES
SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL, 1992).
Na Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, Art. 2o, consta que a Educação Ambiental é
um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal
e não formal.
Quando olhamos os parâmetros curriculares nacionais, como um referencial da
política educacional de governo, elaborado pelo Ministério de educação e desportos, existe
um posicionamento de forma consensual: o de que a principal função do trabalho com o tema
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Meio Ambiente, entre outros, é o de contribuir para a formação de cidadãos conscientes
(GUIMARÃES, 2005).
Ao trabalhar com a questão ambiental, entendemos sua complexidade e quantas faces
ela apresenta tendo como modo de compreensão e ação uma educação que permita diferentes
saberes trabalhando em diálogo constante sem hierarquias. A construção Coletiva é a
estratégia de ação, fundamento conceitual e político do trabalho socioambiental (TONSO,
2005).
Nesse contexto nasce um conceito importante para a formação de cidadãos conscientes
da natureza humana, ética e global: ALTERIDADE, sendo explicitada como uma ruptura com
o mundo a partir da percepção da existência do “outro” e a necessidade dessa interação no
nosso próprio crescimento como ser humano. E se pensarmos na Natureza como o “outro”, o
quanto estamos a desrespeitando? (MAKIUCHI, 2005, p.29).
A Educação Ambiental que desejamos é uma que efetivamente nos auxilie a criar e/ou
reconhecer espaços nos quais pessoas e grupos se transformem e, dialeticamente, transformem
o mundo, numa contínua e permanente relação de troca que constitui os atos simbióticos de
educar e educar-se (RIBEIRO, 2011, p.10).
Travassos (2005) identifica claramente o desafio do ato de educar, sendo uma tarefa de
dedicação que envolve criação de planos de ação considerando conceitos, teorias, reflexões e
uso de bom senso, incluindo também, o repensar dos currículos escolares.
Guimarães (2005), ressalva em outro de seus artigos, a necessidade de re-significar a
educação ambiental como “crítica”, por compreender ser necessário diferenciar uma ação
educativa que seja capaz de contribuir com a transformação de uma realidade, que
historicamente, se coloca em uma grave crise socioambiental. Isso porque acredito que vem se
consolidando perante a sociedade uma perspectiva de Educação Ambiental que reflete uma
compreensão e uma postura educacional e de mundo, subsidiada por um referencial
pragmático e compromissos ideológicos, que se manifestam hegemonicamente na
constituição da sociedade atual.
O Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ tem desenvolvido um trabalho especial de
Educação Ambiental através do Projeto Semana da Água na conscientização de todos os
setores da sociedade sobre a problemática dos recursos hídricos da região, no planejamento e
no fomento as ações de recuperação dos mananciais tendo capacitado mais de um milhão de
estudantes. Extrema tem participação significativa nesse processo ao longo de mais de 10
anos em parceria com o Consórcio PCJ.
14
A Oficina Ambiental de Extrema contribui com atividades para incentivo a Educação
Ambiental formal e não formal, sempre buscando alternativas para preservação do Meio
Ambiente. Vale salientar a importância do PERTENCIMENTO de sua região, que SÁ (2005)
nos assinala para trabalhar em prol da comunidade ou município em que vive colocando as
vertentes de enraizamento físico e biológico do sujeito humano e sua condição cultural
propriamente humana.
Através da duplicação da Rodovia Fernão Dias, temos desenvolvido um quadro de
expansão econômica e social que tem afetado os municípios mineiros positiva e
negativamente. O papel da Educação Ambiental é de suma importância na preservação da
APA Fernão Dias, da Unidade de Conservação Mata Atlântica no qual o Município de
Extrema faz parte e principalmente no processo sócio-político-cultural da região.
2.3 O MONITORAMENTO COMO FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Pensando em inovação quanto a atividades relacionadas à Educação Ambiental, foi
feita a proposta de monitoramento dos mananciais existentes nas micro bacias do Município
de Extrema, através de um projeto piloto de parcerias entre Prefeitura Municipal de Extrema,
Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ, Ong The Nature Conservancy (TNC), Grupo de
Estudos e Práticas para o Uso Racional da Água (GEPURA) da Universidade de São Paulo e
a escola Alcebíades Gilli no bairro do Salto em Extrema- MG.
O objetivo da análise no monitoramento ambiental é obter dados analíticos que devem
ser comparados com valores previamente estabelecidos e, assim, diagnosticar se o objeto em
estudo está obedecendo a critérios ou a padrões de qualidade reconhecidos por normas
técnicas (ROCHA, 2004, p.19).
Segundo a resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA 20, de
18/06/1986, as águas de todo território nacional foram classificadas, de acordo com sua
salinidade, como águas doces, salobras e salinas. Em função dos usos, foram estabelecidos
níveis de qualidade (classes) a serem alcançados e/ ou mantidos em um segmento de um
corpo de água ao longo do tempo, sendo estabelecidas 9 classes em função dos usos
preponderantes (ROCHA, 2004, p.51).
15
Em 8 de janeiro de 1997, o Presidente da República sancionou a Lei nº 9.433, dotando
o Brasil dos instrumentos legais e institucionais necessários ao ordenamento das questões
referentes à disponibilidade e ao uso sustentável de suas águas (MMA, 2004, p.23).
Através do monitoramento de qualidade de água e sua correlação com o ambiente do
entorno, nasce a possibilidade do conhecimento dos parâmetros de avaliação da qualidade das
mesmas, básico para orientar ações de conservação de recursos naturais. O uso de métodos
simples de monitoração de alguns desses parâmetros permite que fontes de água, cuja
qualidade normalmente não é monitorada, sejam avaliadas pela própria comunidade de
usuários (HERMES et al, 2004, p.9).
16
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
3.1 APRESENTAÇÃO GERAL DA EMPRESA / ENTIDADE
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí esta
localizado em Americana-SP, na Avenida São Jerônimo, 3100 – bairro Morado do Sol. É uma
associação de direito privado sem fins lucrativos, composta por municípios e empresas, que
tem como objetivo a recuperação dos mananciais de sua área de abrangência. A base do
trabalho da entidade está na conscientização de todos os setores da sociedade sobre a
problemática dos recursos hídricos da região, no planejamento e no fomento às ações de
recuperação dos mananciais.
Fundado em 13 de outubro de 1989, o Consórcio atua com independência técnica e
financeira. A entidade arrecada e aplica recursos em programas ambientais. O poder de
decisão cabe ao Conselho de Consorciados. O Consórcio possui quatro órgãos funcionais:
Conselho de Consorciados (prefeitos e representantes de empresas consorciadas); Conselho
Fiscal (representantes das câmaras municipais de vereadores); Plenária de Entidades
(representantes de entidades da sociedade civil); Secretaria Executiva (equipes técnica e
administrativa). As Diretorias do Conselho de Consorciados e do Conselho Fiscal têm
mandato de dois anos.
No dia 06 de dezembro de 2005, o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí recebeu da Agência Nacional de Águas (ANA), por indicação
dos Comitês PCJ, a delegação de funções de agência de água nas bacias dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí. (Agência de Água PCJ-este ano, 2011 tornando-se Entidade Delegatária
PJ).
Para atendimento as atividades pertinentes à atribuição, o Consórcio preparou um
escritório no edifício Rac‟z Center, situado na Rua Alfredo Guedes nº 1949, bairro
Higienópolis, em Piracicaba, e destacou profissionais de seu quadro para compor a Agência
de Água PCJ. No entanto, a entidade manteve sua estrutura diretiva original, promovendo
apenas ajustes no quadro da equipe técnica.
O Comitê de bacias hidrográficas é órgão colegiado, deliberativo, normativo e
consultivo, com atuação na área territorial compreendida pelas bacias hidrográficas dos
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afluentes e formadores dos rios Piracicaba e Jaguari, localizados no estado de Minas Gerais,
ou seja, a reunião de membros escolhidos em uma assembléia que atuam em conjunto
pensando em ações que beneficiem os recursos hídricos da região. São cinco os municípios
participantes do CBH-PJ: Camanducaia, Extrema, Itapeva, Sapucaí Mirim, e Toledo.
O Comitê PJ possui dois escritórios no estado de Minas Gerais, o escritório regional
do CBH-PJ localizado na Rua Maria Aparecida Vargas, nº 100, centro do município de
Camanducaia - MG, na sede do Instituto Estadual de Florestas – IEF e o Escritório de Apoio
do CBH-PJ localizado no Parque Municipal de Eventos, no Departamento de Serviços
Urbanos e Meio Ambiente – DSUMA, bairro Ponte Nova, Extrema – MG.
Em 2011 a Agência de Água PCJ sofreu algumas modificações formando a Agência
das Bacias PCJ, ficando uma nova Entidade Delegatária PJ diretamente ligada ao Consórcio
PCJ, responsável pelos 5 municípios mineiros localizado no mesmo endereço da antiga
Agência - rua Alfredo Guedes, no 1949 bairro Higienópolis, Piracicaba – SP.
O CBH–PJ desenvolve suas ações com bases nos fundamentos da Lei Federal de nº.
9.433/97 e da Lei Estadual nº 13.199/99, em especial, no que se refere à gestão
descentralizada e participativa, entre o poder público, os usuários e a sociedade civil, bem
como à necessidade da gestão compartilhada, considerando as políticas estaduais de recursos
hídricos e as competências constitucionais e legais do Sistema Estadual de Recursos Hídricos.
A população de Extrema gira em torno de 28 mil habitantes atualmente e conta com a
colaboração de seus Departamentos cada um com suas responsabilidades, entre eles o
DSUMA no trabalho de gestão do Município relacionado a serviços urbanos e meio ambiente.
O DSUMA também conhecido como Oficina Ambiental está localizado no Parque Municipal
de Eventos, próximo a Prefeitura Municipal de Extrema na Avenida Delegado Waldemar
Gomes Pinto, no1624, bairro Ponte Nova que gentilmente encaminha todas as
correspondências ao Departamento de Meio Ambiente.
18
3.2. ATIVIDADES
A base do trabalho da entidade está na conscientização de todos os setores da
sociedade sobre a problemática dos recursos hídricos da região, no planejamento e no
fomento ás ações de recuperação dos mananciais. As prefeituras e empresas consorciadas
repassam recursos financeiros (contribuições de custeio e investimento) á entidade, que aplica
em sua estrutura física, equipe técnica e administrativa e em programas e projetos ambientais
voltados a gestão dos recursos hídricos.
Os Comitês de Bacias constituem a forma legal encontrada para permitir a
descentralização das tomadas de decisões pelos governos federais e estaduais, onde seus
componentes se reúnem geralmente 2 a 4 vezes ao ano, para discutir e decidir sobre as
questões relativas à gestão e usos múltiplos dos recursos hídricos de sua área de atuação, além
de decidir a aplicação de recursos financeiros, administrar conflitos, entre outros. São
organizações com poderes consultivos e deliberativos, atribuídos por leis, e que tem em seus
Planos de Bacias importante instrumento de gestão, onde constam as ações a serem
executados, seus custos e prazos de implementação. Os Comitês de Bacias Hidrográficas de
rios de domínio da união possuem a seguinte composição: representantes do poder executivo
federal estadual e municipal (máximo 40%), representante dos usuários (40%) e
representantes de organizações civis (20%).
O DSUMA (Departamento de Serviços Urbano e Meio Ambiente) – Oficina
Ambiental é responsável pela realização de várias atividades entre elas o Projeto Conservador
das Águas, Viveiro Florestal, Educação Ambiental, Arborização e Paisagismo Urbano,
Limpeza Pública, Coleta Seletiva da área urbana do Município, Aterro Sanitário Municipal,
Licenciamento Ambiental, Fiscalização Ambiental.
3.3 HISTÓRICOS E EVOLUÇÃO
Através a Lei n.º 9.433/97, que instituiu a Política Nacional para os Recursos Hídricos,
tornou-se possível a implantação da cobrança pelo uso da Água, que é um dos seus
instrumentos e tem como finalidade incentivar a sua racionalização e gerar recursos para a
aplicação em projetos voltados à recuperação de bacias hidrográficas. A segunda iniciativa de
19
cobrança em rios de domínio da União está ocorrendo no âmbito das bacias PCJ (Piracicaba,
Capivari e Jundiaí), especificamente no rio Piracicaba e formadores.
Extrema que em tupi-guarani significa local onde nascem as águas, foi criada em
1901, e suas águas abastecem cerca de 50% da população metropolitana de SP.
Além de ser a 1ª colocada em Meio Ambiente e 2ª no Geral dentro do Índice Mineiro
de Responsabilidade Social IMRS pela Fundação João Pinheiro, que analisa 7 indicadores de
qualidade de vida nos 853 municípios mineiros. É conhecida pioneiramente pelo Projeto
Conservador das Águas onde foi desenvolvido o Pagamento por Prestação por Serviços
Ambientais graças à continuidade administrativa de 24 anos do Município ao longo de 15
anos de trabalho (desde 1996 aproximadamente).
3.4. CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ATUAIS
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
(Consorcio PCJ) atua na conscientização de todos os setores da sociedade sobre a
problemática dos recursos hídricos da região, no planejamento e no fomento as ações de
recuperação dos mananciais.
O Comitê de bacias sendo um órgão colegiado composto por representantes dos três
níveis do poder executivo (federal, estadual e municipal), dos usuários de água e de
organizações civis, funciona como parlamento das águas em sua área de atuação. Sua criação
esta prevista em leis estaduais e em lei federal, tendo como objetivo a gestão dos recursos
hídricos de uma determinada região, de forma descentralizada e participativa. Não possui
personalidade jurídica, podendo contar com o apoio técnico e financeiro de outros órgãos.
O Departamento de Meio Ambiente hoje possui varias áreas de atuação entre elas a
Oficina Ambiental atua no âmbito das atividades administrativas ligadas aos setores de
limpeza pública, manutenção de áreas verdes, gestão ambiental, licenciamento ambiental,
fiscalizações, combate a incêndio, administração do aterro sanitário municipal e ações
voltadas ao Projeto Conservador das Águas.
20
Foto 1 – Oficina Ambiental
Fonte: OMURA, Patrícia Akemi Chujo, 2011
A Sala Verde possui uma biblioteca especializada em meio ambiente, é um espaço
público que desenvolve ações voltadas à educação ambiental e herbário que contém
exemplares de espécies arbóreas nativas da região.
O viveiro municipal é constituído de: estufa, estruturas para colocação de tubetes e
mudas em caixas de leite (reutilizadas de doações e recolhidas na coleta seletiva municipal).
O intuito é atender a demanda de mudas para os munícipes, já que há muitas solicitações para
o plantio em sítios e chacreamentos.
Foto 2 – Viveiro de Mudas.
Fonte: OMURA, Patrícia Akemi Chujo, 2011
21
3.5. EQUIPE
3.5.1 Consórcio PCJ - Gestão 2011-2013
Tabela 2: Conselho Diretor
Presidente Ângelo Perugini (Prefeito de Hortolândia)
Vice-Presidente de Políticas de Recursos
Hídricos
Diego de Nadai (Prefeito de Americana)
Vice-Presidente de Programas de Educação Ambiental
Fabiane Santiago (Prefeita de Piracaia)
Vice-Presidente de Assuntos Institucionais Gustavo Reis (Prefeito de Jaguariúna)
Vice-Presidente de Integração Regional João Afonso Solis (Prefeito de Bragança
Paulista)
Vice-Presidente de Programas Regionais Luis Campaci (Prefeito de Capivari)
Vice-Presidente de Programa de Resíduos Sólidos
Marcelo Capelini (Prefeito de Artur Nogueira)
Vice-Presidente de Proteção aos Mananciais Sérgio Larizzali (Elektro)
Vice-Presidente de Tecnologia e Gestão Fernando Mangabeira Albernaz (Águas de
Limeira)
Vice-Presidente de Sistemas de Monitoramento das Águas
Lauro Péricles Gonçalves (Sanasa)
Fonte: http//www.agua.org.br.OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
Tabela 3: Conselheiros
Prefeito Municipal de Extrema Luiz Carlos Bergamin
Prefeito Municipal de Monte Mor Rodrigo Maia
Prefeito Municipal de Pedreira Hamilton Bernardes Jr
Prefeito Municipal de Cordeirópolis Carlos Cézar Tamiazo
Prefeito Municipal de Piracicaba Barjas Negri
Prefeito Municipal de Santa Bárbara d‟Oeste Mário Heins
Prefeito Municipal de Limeira Silvio Félix
Prefeito Municipal de Campinas Hélio de Oliveira Santos
Representante da Petrobras/Replan Mauro José Lauro
Representante da Rhodia Maurício Jansen
Representante da Sabesp João Roberto Miranda
Representante da Beiersdorf Nivea Adolfo Gutmann
Representante da ArcelorMittal José Alencastro de Araújo
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
22
Tabela 4: Conselho Fiscal
Presidente Sebastião dos Santos - Campinas
1o Vice-Presidente Josué Luiz de Oliveira – Atibaia
2o Vice-Presidente José Fernando de Oliveira - Bom Jesus dos Perdões
1o Secretário Sérgio Desiderá - Rio Claro
2o Secretário Antonio Monteiro - Bragança Paulista
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
Tabela 5: Conselho Consultivo por Sub-bacias
Sub-bacia do Rio Capivari
Gilceane Orosco Malto - Capivari
Armando Garcia Junior - Rafard
Sub-bacia do Ribeirão Jacuba/Quilombo
David Rodrigues de Lima – Hortolândia
Sub-bacia do Rio Piracicaba Fabiano W. Ruiz Martinez - Santa Bárbara
d‟Oeste
Sub-bacia do Jacuba David Rodrigues de Lima – Hortolândia
Sub-bacia do Rio Corumbataí
Adilson Rodrigues da Silva - Ipeuna GlalsonChamon da Silva - Santa Gertrudes
Sub-bacia do Rio Jaguari
Monica Estela Bombonato - Pedreira
João Calixto de Moraes – Extrema
Sub-bacia do Rio Atibaia
Ronaldo Luis Herculano - Itatiba Emil Ono – Atibaia
Sub-Bacia do Pirapitingui
Silvio José Conservani - Artur Nogueira Robson Alexandre de Oliveira – Cosmópolis
Sub-Bacia do Camanducaia
Mário Acácio Ancona - Amparo Odair Pereira de Oliveira – Amparo
Sub-Bacia do Recanto Gervásio de Brito - Nova Odessa
Sub-Bacia do Tatu Raul Nielsen Filho – Limeira
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
Tabela 6: Entidade Delegatária PJ.
Coordenador Geral Francisco Carlos Castro Lahóz
Assessora da Coordenação Geral Daniela Possari Miotto
Estagiária Mariella Cavinato Albino
Estagiária Marcelle Bortolazzo Zen
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo, „2011.
23
Tabela 7: CBH-PJ (Comitê Estadual da Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba e Jaguari
Mineiro) para o mandato 2011 – 2013
Presidente Célio de Faria Santos Prefeitura Municipal de Camanducaia - MG
Vice-presidente Achiulle Roberto Kiss
Sindicato Rural de Extrema - MG
Secretário Executivo Luiz Roberto Moretti Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos
Hídricos (SSRH)
Secretário Executivo Adjunto Paulo Henrique Pereira Prefeitura Municipal de Extrema/MG.
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo,2011
Tabela 8: Órgãos de Governo no Plenário do CBH-PJ com direito a voto
Vaga Posição
Titular Suplente
01 SEMAD – Paulo Teodoro de Carvalho IEF – Raquel Junqueira Costa
02 IGAM – Luiza de Marillac M. Camargos COPASA – Alexandre José
Greco
03 FEAM – Alexandre Magrineli dos Reis SEAPA – Mauricio Roberto Fernandes
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo,2011
Tabela 9: Membros do segmento Municípios no Plenário do CBH-PJ com direito a voto
Vaga Posição
Titular Suplente
01 P.M. de Camanducaia Célio de Faria Santos (Prefeito) Daniela de Cássia Galvão (Suplente)
P.M. de Camanducaia Célio de Faria Santos (Prefeito) Daniela de Cássia Galvão (Suplente)
02 P.M. de Extrema Luiz Carlos Bergamin (Prefeito) Paulo Henrique Pereira (Suplente)
P.M. de Sapucaí Mirim Geraldo Reginaldo Caovila (Prefeito) Antonio Carlos Barbosa (Suplente)
03 P.M. de Itapeva
Urias Paulo Furquim (Prefeito) Sidney José da Rosa (Suplente)
P.M. de Toledo
Vicente Pereira de Souza Neto (Prefeito)
Não Indicado (Suplente)
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo,2011
24
Tabela 10: Membros do segmento Organizações Civis no Plenário do CBH-PJ com direito a
voto.
Vaga Posição
Titular Suplente
01 AME Antonio Victor Basaglia
AME Paulo Henrique Pereira
02 AME
Jose Almeida das Chagas
AME
Maria Natalina Mazochi
03 AME Sandro Oliveira das Chagas
AME Patricia Akemi Chujo Omura
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
Tabela 11: Membros do segmento usuários de recursos hídricos-CBH-PJ
Vaga Posição
Titular Suplente
01 SINMEC
Silvio Cesarino
SINMEC
José Maria do Couto
02 Sindicato Rural de Extrema Maria da Gloria de Jesus
Sindicato Rural de Extrema Achiulle Roberto Kiss
03 Circuito Turístico Serras Verdes
José Carlos Zambone
Circuito Turístico Serras Verdes
Fernanda Nunes de Paiva
Fonte: http//www.agua.org.br, OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
3.5.2 Prefeitura Municipal de Extrema-DSUMA (Departamento de Serviços Urbanos e Meio Ambiente) – Oficina Ambiental
Tabela12: Prefeitura Municipal de Extrema
Gestor Ambiental Paulo Henrique Pereira
Coordenador Benedito Arlindo Cortez
Analistas Ambientais Dorisney Ribeiro de Campos Thais Trindade
Técnicos Ambientais Camila Castro Nogueira Igor Crescente
Maria Natalina Mazochi
Estagiária Patricia Akemi Chujo Omura
Administração Tatiana Lemos
Fonte: Departamento de Meio Ambiente, OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
25
4 DISCUSSÃO E RESULTADOS
4.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESCRITÓRIO DE APOIO CBH-PJ
O Escritório de Apoio CBH-PJ, fica localizado no Departamento de Serviços Urbanos
e Meio Ambiente no Município de Extrema (DSUMA).
No dia 26/08/2010, foi realizado o 2o Curso de Capacitação para Captação de
Recursos do FHIDRO (Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das
Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais) e Licenciamento Ambiental, com o objetivo
de orientar os tomadores a inscrever projetos para obter auxílio financeiro buscando a
melhoraria dos recursos hídricos de seus municípios.
Para sucesso do evento, foram contatados os membros do Comitê Piracicaba - Jaguari
e participantes de oficinas anteriores realizadas em Minas Gerais através de e mail e telefone
para inscrição gratuita no curso.
A capacitação mineira aconteceu no Escritório de Camanducaia, que fica nas
dependências do IEF (Instituto de Estudos Florestais).
O curso contou com a inscrição de cerca de 60 participantes e a presença de 40 deles,
abaixo o folder que foi enviado em anexo aos e-mails:
26
Figura 2 – Curso de Capacitação para captação de recursos do FHIDRO e Licenciamento Ambiental,26/08/2010
Fonte – Agência de Água PCJ
4.2 ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS NO MUNICÍPIO
DE EXTREMA
Paralelamente as atividades realizadas com os membros da região mineira, foram
desenvolvidas diversas outras ligadas à área de Educação Ambiental no município de
Extrema, que contribuem para a preservação e melhoria da qualidade dos recursos hídricos do
Município, já que é importante local de nascentes, Unidade de Conservação de Mata Atlântica
e Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias feitas através de ações junto ao Coletivo
MES (Município Educador Sustentável) contribuindo para o processo de educação formal e
informal, tanto com adultos como crianças.
27
4.2.1 Jornal Nosso Meio por Inteiro
Foram desenvolvidos relatórios fotográficos, produção de artigos e entrevistas,
trabalho de edição e revisão do jornal Nosso Meio por Inteiro, podendo ser visualizado na
figura 3, abaixo:
Figura 3: Jornal Nosso Meio por Inteiro
Fonte: Departamento de Meio Ambiente de Extrema
4.2.2 Atividades de acompanhamento a escolas no Projeto Conservador das Águas
Foi realizado acompanhamento a educadores e educandos em atividades junto ao
Projeto Conservador das Águas, falando sobre conceitos como bacia hidrográfica, a
importância da preservação dos recursos hídricos, preservação da fauna e flora local e sua
biodiversidade.
28
Foto 3 - Apresentação sobre Biodiversidade a Escola Municipal de Extrema Fonte - OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
Foi realizado o acompanhamento de plantio de mudas junto às crianças da escola do
Bairro da Roseira desenvolvendo um trabalho de Educação Ambiental paralelo à arborização
onde cada série (do 1º ao 5º ano) ficou responsável pelo plantio e crescimento de uma muda
de árvore.
Nesse momento, foi apresentado a cada sala, o nome da árvore, suas principais
características, cuidados e como ficarão as mudas no futuro através de fotos do livro “árvores
brasileiras”.
Foto 4 - Plantio de mudas na Escola Bairro Roseira
Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
29
Foto 5 – Plantio de mudas na Escola do Bairro Roseira Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
4.2.3 Oficina com as Associações de Bairro
Foram realizadas duas Oficinas com 15 Associações de Bairro existentes no
Município de Extrema, em parceria com a Rede de Educação Cidadã, contando com a
participação de nove delas em um Projeto de Pesquisa-ação. O projeto teve como objetivo
fortalecer as associações de bairro auxiliando no processo de busca dos direitos e deveres
dentro das políticas públicas. Essas pesquisas foram tabuladas e entregues as Associações em
um Seminário de Fortalecimento realizado no Cine Teatro de Extrema.
Foto 6 - 1ª Oficina Com Associações de Bairro
Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
30
Foto 7 - Trabalho de identificação de problemas
Fonte: OMURA,Patricia Akemi Chujo,2010
4.2.4 Projeto Oficina das Indústrias
Para atender as necessidades das indústrias da região que constantemente solicitam ao
Departamento de Meio Ambiente, capacitações aos funcionários em relação ao tema meio
ambiente em sua semana de segurança do trabalho e meio ambiente SIPATMA, esta sendo
desenvolvido um projeto no qual o GT (grupo de trabalho) das indústrias é capacitado par
realizar palestras e atender esta demanda. Foram realizadas a princípio na indústria
Kopenhagem e escola Multiline, com o objetivo de trazer a realidade social na qual estamos
inseridos em uma Unidade de Conservação, importância da coleta seletiva, importância de
consumo consciente da água e prevenção contra queimadas, procurando atingir o público
alvo: pais que trabalham nas fábricas.
31
Foto 8 – Reunião GT das indústrias Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
Foto 9 – Semana de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente, Indústria Kopenhagen Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
4.2.5 Revitalização e ampliação da Coleta Seletiva no Bairro Mantiqueira
O município de Extrema já possui um projeto de coleta seletiva há 10 anos atuando em
100% da área urbana conhecida como 100% Extrema. Através da solicitação de moradores do
bairro Mantiqueira em parceria com o PSF (posto de saúde familiar) local, foi realizada a
distribuição e conscientização da importância de adesão ao processo de Coleta Seletiva no
município de Extrema.
32
Foi realizada uma campanha processo porta-a porta de entrega de sacola da coleta
(uma sacola de cor diferenciada), data e horário em que o coletor passa na rua e folder falando
sobre quais materiais podem ser colocados na sacola além da coleta do óleo.
Foto 10 – Distribuição de sacolas e folders da coleta seletiva
Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
4.2.6 Plantio de mudas no bairro da Roseira
Foram levantados os dados de algumas espécies de mudas de médio e grande porte
para arborização no Conjunto habitacional Roseira e respectiva distribuição de 100 mudas
gratuitamente para população, verificando-se espaçamento entre calçadas, encanamentos de
água e tubulação de esgoto.
Foram apresentadas fotos de como ficariam as mudas de ipê, mirindiba, aroeira verde
entre outras e orientado os procedimentos para manutenção das mudas.
33
Foto 11 - Distribuição de mudas no Conjunto habitacional da Roseira Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010 .
Foto 12 – Plantio de mudas no C.H. Roseira Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
4.3. PROJETO PILOTO CONHECENDO AS ÁGUAS DO RIO JAGUARI
Foi realizado o Projeto Piloto Conhecendo as Águas do rio Jaguari, sendo apresentado
oralmente no 2º Simpósio de experiências em recursos hídricos, realizado em novembro de
2010, no município de Atibaia. Esse projeto foi escolhido a ser detalhado neste trabalho, por
ter sido importante ferramenta na captação de recursos financeiros através da formação de
trabalho Coletivo em parcerias entre a Prefeitura Municipal de Extrema, Consórcio
Intermunicipal das Bacias PCJ, Ong The Nature Conservancy (TNC), Grupo de estudos e
34
práticas para o uso racional da água (GEPURA) da Universidade de São Paulo e a escola
Alcebíades Gilli no bairro do Salto em Extrema-MG.
O projeto piloto Conhecendo as Águas e a Saúde do Rio Jaguari foi desenvolvida com
uma das escolas municipais de Extrema, a escola Alcebíades Gilli na sub-bacia do Salto.
Nessa bacia já são desenvolvidas ações do Projeto Conservador das Águas.
Esse projeto foi feito em duas linhas de trabalho:
Desenvolvimento de atividades com os educandos.
Elaboração de material didático tanto para educadores, quanto educandos.
Durante a execução desse projeto piloto essas duas atividades foram desenvolvidas de
forma paralela. Atualmente o projeto encontra-se na fase de replicação, o material didático
elaborado esta sendo utilizado durante o desenvolvimento das atividades dos educandos.
As linhas de ação foram desenvolvidas através das etapas:
4.3.1 Aula Teórico-prático 1
Foi elaborada uma aula teórico-prática através do monitoramento hidrológico em
campo. O público alvo do projeto foram 28 educandos do quinto ano da escola Alcebíades
Gilli do Município de Extrema. Os educandos são naturais de Extrema, Camanducaia, Mauá,
Sarandi e Taboão da Serra e moram atualmente na região rural de Extrema. A idade dos
educandos varia de 10 a 15 anos de idade, sendo a maioria 10 anos.
Com o objetivo de fortalecer o processo educativo desenvolvido, o projeto teve a
criação de uma atividade de monitoramento hidrológico em campo. Esta é uma atividade
muito importante, pois além de complementar o arcabouço teórico da sala de aula com a
práxis educadora propiciada pela saída de campo, a atividade estabelece uma ligação
fundamental entre o aprendizado e o processo de monitoramento das águas da região que está
sendo realizado pelo projeto “Conservador das Águas”.
Para a execução desse piloto desenvolvemos um guia de campo para os educandos.
Este ano educandos e educadores, já contam com a cartilha do Sauá que está sendo ferramenta
importante na continuidade do Projeto “Observando o rio Jaguari”, Escola Texto e contexto,
anexo neste trabalho, falando sobre a importância de vivenciar o entorno de suas escolas.
35
O Projeto piloto nasceu com o nome “Conhecendo as águas do rio Jaguari”, mas ao
agregar a parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, que já trabalha com conservação de
recursos hídricos, ganhou o nome “Observando o rio Jaguari”, seguindo a proposta do projeto
“Observando o rio Tietê” que pode ser acessado no site www.sosmataaltantica.org.br.
4.3.2 Planejamento
Foto 13 – 1ª Reunião realizada entre Prefeitura, Escola, Ong The Nature Conservancy Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
Junto à escola piloto, envolvendo a diretoria, coordenação pedagógica e corpo docente
foram elaborados um planejamento, incluindo a discussão da proposta de trabalho, definição
das atividades a serem realizadas e definição da agenda. As principais atividades definidas
foram:
Realização de aula teórico prática sobre os parâmetros de monitoramento de qualidade
de água – “A Saúde do Rio Jaguari” ;
Monitoramento hidrológico – contendo saída de campo para coleta de água e análise
da qualidade de água;
Visita a um participante do Projeto Conservador das Águas;
As atividades acima descritas foram realizadas em um período de 5 meses, contando a
partir do planejamento, e foram organizadas de acordo com a tabela 13 apresentada a seguir:
36
TABELA 13: Agenda de Trabalhos
AGENDA DE TRABALHO
Data Atividade
Programada Local Descrição
Atividades
adicionais em sala
de aula
08/07/
2010
Reconhecime
nto do campo
Fora da
escola
(Campo)
1. Aplicação questionário de avaliação;
2. Apresentação do trabalho: Conhecendo o Rio Jaguari; 3. Entrega da caderneta de campo
4. Ida ao campo – reconhecimento dos pontos de coleta;
5. Realização de coleta de água; 6. 1ª análise da água com o uso do ecokit;
7. Participação dos pesquisadores da USP;
Desenho sobre o
que é natureza.
(Avaliação)
18/08/
2010
A saúde da
água e os
indicadores
de qualidade
de água.
Escola 1. Apresentação sobre a saúde dos
rios e os indicadores de monitoramento;
2. Análise de diferentes indicadores em substâncias diferentes com o uso do ecok;
Síntese das
descrições das
paisagens
19/08/
2010
Trabalho de
campo
Fora da
escola
(Campo)
1. Ida ao campo; 2. Realização da coleta de água;
3. 2ª análise da qualidade da água; 4. Visita a uma propriedade do
projeto Conservador das águas;
05/11/
2010
Apresentação
dos
resultados.
Entrevista
com produtor
rural.
Escola 1. Síntese dos resultados;
2. Aplicação do questionário e realização de desenho (avaliação);
3.Apresentação do vídeo Conservador das aguas; 4.Preparação coletiva das
perguntas pelos educandos; 5.Entrevista com produtor rural;
Preparo do Diário
de Bordo.
Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2011
37
4.3.3 Aula teórico-prática 2
Antes da 2a saída de campo, foi realizada uma atividade em sala de aula, que
contextualizou a relevância do monitoramento hidrológico, explicando o significado de cada
um dos parâmetros que foram analisados e comparados. Esta atividade foi desenvolvida
especificamente para esse projeto pelo Gepura e teve o objetivo de desenvolver uma linha de
raciocínio que estabelece comparação entre a saúde do rio e a saúde humana, propiciando a
reflexão de que ambas estão diretamente relacionadas.
Posteriormente à apresentação foi realizado um experimento utilizando o ecokit ,
comparando alguns produtos conhecidos pelos educandos devido à utilização doméstica (ex:
vinagre, limão, cândida, café) no que se refere aos parâmetros de qualidade de água. Nesse
momento também se explorou o uso ecokit.
Foi realizada a saída de campo, reconhecimento da paisagem e ponto de amostragem e
coleta de água.
Para a execução do monitoramento foram necessárias duas saídas de campo. A coleta
das amostras foi feita em pontos previamente determinados em função das facilidades de
acesso e da possível presença de elementos interessantes que favoreçam a didática da
atividade. Os educandos foram divididos em grupos, sendo que cada grupo foi conduzido por
um educador ou monitor durante a coleta e análise do material. Os educandos receberam
também uma caderneta de anotações, contendo informações básicas sobre cada um dos
pontos, perguntas para incentivar caracterização da paisagem e uma tabela para serem
anotados os resultados de cada análise realizada.
Os pontos selecionados para o projeto piloto foram
Foto 12- nascente dentro de um bambuzal, próximo à mata;
Foto 13- rio caracterizado pela presença de réguas de medição da vazão, presença de
mata ciliar e por ser afluente do Rio Jaguari;
Foto 14- Rio Jaguari, com mata ciliar e presença de animais e
Foto 15- nascente entre a estrada e o Conservador das Águas, mostrando a importância
da vegetação para continuidade da vida das nascentes.
38
12)
13)
14)
15)
Fotos 12, 13,14 e 15 - Imagem de cada um dos pontos de coleta com a numeração respectiva Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
Cada grupo ficou responsável por realizar a coleta da água de um dos pontos.
Na primeira saída contamos com a participação da equipe de pesquisadores da USP
que realizaram as análises com equipamentos mais sofisticados e que foram demonstrados
para os educandos.
Ao final de cada saída de campo, os educandos e os monitores reuniram-se para
executar a análise das amostras através dos ecokits.
39
4.3.4 Análise da água
O monitoramento foi realizado através do uso dos ecokits, que é um quite especialmente
desenvolvido para atividades de monitoramento hidrológico em Educação Ambiental para
esse faixa etária. Este quite apresenta facilidades devido ao fácil manuseio e portabilidade.
Foram utilizados os seguintes parâmetros para a análise com o quite: oxigênio dissolvido
(O.D.), turbidez, cloreto, ferro, fosfato, amônia, pH e dureza da água.
Cada grupo realizou as análises dos parâmetros descritos da água coletada em um dos
pontos. Os resultados das análises foram anotados e comparados no último dia de trabalho de
campo. Uma das análises pode ser verificada através da Tabela 14 a seguir:
TABELA 14: Monitoramento da Qualidade da Água no Parque da Cachoeira
Monitoramento da Qualidade da Água no Parque da Cachoeira
Data 08/07/2010 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
1.Oxigênio Dissolvido 9,0 mg/L 11,02mg/L 10,74mg/L 7,85mg/L
2.pH - NEUTRO 6,5 7,0 6,5 6,5
3.Amônia 0,0 0,1 mg/L 0,1mg/L 0,0
4.Ferro Total 0,0 0,25 mg/L 0,25mg/L 0,0
5.Fosfatos 0,0 0,0 0,75mg/L 0,0
6.Transparência/Turbidez TRANSPARENTE
7.Cloretos 40 mg/L 10 mg/L 10mg/L 20mg/L
8.Dureza Total 10 mg/L 10 mg/L 10mg/L 20mg/L
9.Temperatura Ambiente 20º C 15º C 19º C 20º C
10.Temperatura da Água 16º C 10,2º C 10,8º C 18,7º C
Fonte: OMURA, Patrícia Akemi Chujo, 2010
40
4.3.5 Visita ao Projeto Conservador das Águas
Com a finalidade de proporcionar um maior conhecimento sobre o Projeto
Conservador das Águas pelos educandos da região, foi programada uma visita a um
proprietário participante do projeto. Os educandos puderam visitar uma área de plantio com
espécies nativas, de remanescente florestal em conservação e com atividades de conservação
do solo. Além disso, os educandos fizeram perguntas e aprenderam mais sobre o projeto a
partir do relato do proprietário – foto 16.
Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010. Foto 16: Grupo de Trabalho Piloto e proprietário do conservador das águas
4.3.6 Finalização do trabalho - análise dos dados e conclusão
Depois da realização das duas coletas e respectivas análises, foi feita uma atividade em
sala de aula com a finalidade de comparar os resultados obtidos, tanto entre os pontos
coletados como entre a época de coleta no mesmo ponto. Adicionalmente os textos
descrevendo cada um dos pontos de coleta foram apresentados pelos respectivos grupos.
O corpo docente elaborou um livro de bordo apresentando as etapas de desenvolvimento
desse trabalho, que foi apresentado no 2º Simpósio em experiências de gestão de recursos
41
hídricos em Atibaia, abaixo, um dos desenhos elaborado por um educando, na figura 4 a
seguir:
Figura 4: desenho elaborado por criança do 5º ano. Fonte: OMURA, Patricia Akemi Chujo,2010
4.3.7 Avaliação
A avaliação é um processo muito importante nos trabalhos em Educação Ambiental,
pois ela permite atribuir resultados às iniciativas e propor mudanças que possam
complementar e melhorar a ação proposta.
Por isso, foi elaborado um material para a realização da pesquisa com os educandos e
equipe pedagógica da escola (diretora, orientadora pedagógica e professora do 5º ano) que
estão envolvidos no projeto “Conhecendo as Águas e a Saúde do Rio Jaguari”.
Foi selecionada e conduzida uma pesquisa, através da aplicação de um questionário no
início e outro questionário no final do projeto, para ser utilizado como um indicador de
avaliação.
O questionário aplicado aos educandos foi diferente do questionário aplicado aos
educadores. Para os educandos, o enfoque utilizado foram as mudanças de percepção acerca
das inter-relações entre o meio ambiente e a comunidade, com aspecto na utilização
sustentável dos recursos hídricos.
42
A pesquisa aplicada aos educandos foi constituída por dois instrumentos avaliativos:
Um desenho (com a seguinte orientação: “Desenhe o que é natureza para você”)
Um questionário (constituído por cinco questões - objetivas e discursivas)
O anexo 1 apresenta o modelo de questionário elaborado para educandos.
No caso dos questionários aplicados para os educadores, o enfoque foi de estabelecer
uma comparação sobre como a temática ambiental era tratada na sala de aula no período
anterior ao projeto e como à mesma será tratada posteriormente, além disso, saber das
expectativas dos educadores com relação ao projeto. Com a reaplicação do questionário no
final do projeto, foi possível obter informações para promoção da melhoria da abordagem
sobre o tema ambiental em sala de aula. A pesquisa aplicada à equipe pedagógica é
constituída por um questionário (três perguntas discursivas). O anexo 2 apresenta o modelo
de questionário elaborado para os educandos.
4.3.8 Elaboração de um material didático para educadores
Com a finalidade de oferecer material para a capacitação dos educadores decidiu-se
elaborar uma cartilha de apoio, que cotém as informações necessárias para a abordagem
educadora ambientalista pelos educadores, sempre considerando o enfoque do estudo dos
recursos hídricos no contexto do projeto “conservador das águas”.
O conteúdo da cartilha é:
Introdução: Explicações gerais sobre o projeto e sobre sua importância.
Textos de apoio sobre os seguintes temas:
Importância dos ambientes naturais para a conservação dos recursos hídricos;
Histórico da degradação ambiental na região de Extrema;
Ciclo hidrológico;
Para onde vai à água de Extrema /bacia PJ e PCJ/sistema Cantareira;
Qualidade da água;
Água e saúde;
Indicadores de qualidade de água e sua relação com o ambiente;
Parâmetros básicos de avaliação da qualidade das águas (temperatura, pH,
condutividade, turbidez, sólidos totais, oxigênio dissolvido, fósforo, nitrato, amônia);
43
Serviços ambientais;
Ação prática de Pagamento por Serviços Ambientais (Projeto Conservador das águas
no município de Extrema);
Modelos de atividades educativas;
Este material foi submetido a uma reunião técnica com as orientadoras pedagógicas e
prefeitura durante o fórum de Educação Ambiental de Extrema sendo muito bem recebido
com sugestões para melhoria. O produto final será distribuído às escolas do município.
Estão sendo oferecidos cursos de capacitação para educadores a fim de difundir o
processo educativo pensado pelo projeto, no qual esse material certamente poderá ser
utilizado.
4.3.9 Elaboração de um material didático para os educandos
Complementarmente ao material do educador foi feita a proposta de elaboração de
uma cartilha para os educandos. Este material tem um personagem que, de maneira divertida e
animada, aborda todos os tópicos relevantes relacionados ao tema água.
44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através de todas as atividades realizadas foi verificada que a melhor maneira de
aprendizado é a prática, e dentro deste um ano de estágio todas elas foram de suma
importância para vivência da gestão ambiental e relação entre todas as disciplinas na
preservação do meio ambiente.
Em relação às atividades desenvolvidas com os educandos no Projeto “Observando o
Rio Jaguari” foi verificada a participação ativa nas diversas etapas do trabalho. Ao longo das
saídas de campo os educandos tiveram a oportunidade de resgatar conhecimentos prévios
durante o desenvolvimento das atividades com os educadores e monitores ao mesmo tempo
em que estiveram muito receptivos para o aprendizado de novos conteúdos (figura 2b)
A caderneta foi muito útil durante as atividades. Os educandos sentiram-se
responsáveis por fazer as anotações solicitadas.
Foto 17 – Ecokit Fonte – OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
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Foto 18 - educandos durante atividade de campo Fonte – OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
Foto 19 - educandos utilizando o ecokit Fonte – OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
Foto 20 – educandos visitando uma propriedade do “Projeto Conservador das Águas” Fonte – OMURA, Patricia Akemi Chujo, 2010
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A síntese realizada pelo grupo da descrição de cada um dos pontos de coleta colaborou
para o estimulo da observação, do trabalho em grupo e da redação.
O uso do ecokit foi adequado para a faixa etária. Na primeira vez foi necessária maior
condução do monitor durante o processo de realização das análises e nos diagnósticos
seguintes os educandos, já mais familiarizados com os experimentos foram capazes de
conduzir o processo com uma supervisão menor do monitor. O material do ecokit é bastante
didático e de fácil manuseio (Fotos 17 e 19). A aula teórica foi inicialmente um desafio, já que
exigiu que parâmetros complexos tais como pH e concentração de amônia fossem
apresentados de acordo com a realidade da faixa etária. Assim mesmo, foi possível expor aos
educandos a temática de análise e monitoramento da qualidade da água a partir da abordagem
de avaliação da “saúde do rio”. Essa relação da saúde das crianças com a saúde dos rios foi
bem recebida pelos educandos que participaram da aula. Discutiu-se entre os educadores do
projeto como o trabalho desse tema com o Ensino Médio poderá permitir um maior
aprofundamento sobre os parâmetros analisados de qualidade de água.
Os resultados das análises de qualidade de água não variam muito e a discussão com
os educandos considerou outros resultados que poderiam ser encontrados pelas próprias
crianças em situações em que a bacia estivesse muito degrada e poluída, no caso, por
exemplo, da água ter sido coleta em outra região.
A visita de campo a áreas do projeto Conservador das Águas foi importante para que
houvesse um alinhamento entre todos os educandos sobre o conhecimento do projeto. O
plantio e observação de áreas já plantadas e o contato direto com um dos proprietários
resultou em uma estratégia bem adequada para que os educandos pudessem compreender
melhor o que é o projeto, de acordo com a faixa etária deles.
O material didático desenvolvido para os educadores foi muito bem recebido durante
a reunião no Fórum de Educação Ambiental de Extrema e as recomendações foram
incorporadas. Um dos comentários durante o fórum foi de que o material didático aborda os
temas que já são desenvolvidos com os educandos, trazendo assim um insumo adicional para
as realizações das aulas e que serão de grande utilidade. As atividades propostas a serem
realizadas com os educandos tais como elaboração de um jornal, teatro de fantoches com a
finalidade de abordar assuntos como, por exemplo, pagamentos por serviços ambientais e
bacias hidrológicas foram identificados como adequados para a realidade dos educandos do
município de Extrema.
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A cartilha dos educandos está nesse momento em fase de desenvolvimento. Os temas
abordados serão os mesmo do material didático do educador e contará com uma mascote no
papel de narrador.
Concluímos que foi possível propiciar aos educandos a compreensão da importância
do Projeto Conservador das Águas, envolvendo-os no contexto da preservação ambiental da
região e no seu futuro engajamento ao projeto.
A realização deste trabalho coletivo teve envolvimento e compromisso de todos os
parceiros sendo fundamental para que em pouco tempo de trabalho resultados positivos
pudessem ser alcançados. A expectativa dos Departamentos de Meio Ambiente e Educação de
Extrema é que esse, possa ser replicado para as outras escolas, dessa forma o material didático
desenvolvido terá um importante papel nesse processo de replicação. Espera-se também que a
próxima etapa inclua cursos de capacitação aos educadores do município.
O Município de Extrema possuiu metas bastante ousadas de aumento da cobertura
florestal a partir da ampliação do Projeto Conservador das Águas para as demais micro-bacias
do Rio Jaguari. Um dos componentes fundamentais para o sucesso do programa em longo
prazo é a compreensão da sociedade sobre as características e benefícios do programa para a
conservação dos recursos hídricos da Bacia do rio Jaguari. Esse projeto vai ao encontro dessa
demanda ao trazer de uma forma prática e educativa as informações desse projeto e de
envolver desde já os futuros Conservadores de Água do município.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Hídricos e Agência das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Brasília: ANA,
SAG, 2007.
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melhoramentos,2008.- 3ª Edição,2ª impressão, fevereiro de 2009.
Prefeitura Municipal de Extrema - Agenda 21 de Extrema, Maio de 2005.
Prefeitura Municipal de Extrema - Conservador das Águas, Dezembro de 2010.
GUIMARÃES, Mauro – A formação de educadores ambientais - Campinas, SP:
Papirus,2004. 2ª edição, 2005.
HERMES et al ,Avaliação da Qualidade das águas – Manual Prático- EMBRAPA, 2004.
IRRIGART, Agência de Água PCJ. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia dos Rios
Piracicaba/Jaguari. Piracicaba, SP, 2008.
Lei n.º 9433 de 08/01/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos;
Lei n.º 9795 de 27/04/1999 - Política Nacional de Educação Ambiental;
LIBANIO, Marcelo, Fundamentos de qualidade e tratamento de
água,Campinas,SP:Editora Átomo,2005.
MAKIUCHI,Maria de fátima Rodrigues.Encontros e caminhos – Artigo: Alteridade, 2005
M.M.A,Encontros e caminhos: formação de educadores ambientais e coletivos
educadores/Luiz Antônio Ferraro Júnior,organizador.-Brasília: MMA,Diretoria de Educação
Ambiental,2005.
MOEMA,M.Artigo:Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e
responsabilidade global, 2006.
Prefeitura Municipal de Extrema - Agenda 21 de Extrema, Maio de 2005.
Prefeitura Municipal de Extrema - Conservador das Águas, Dezembro de 2010.
Projeto de Educação Ambiental: Eu uso e não Abuso Ações para o uso racional da Água
(Consórcio PCJ).
RIBEIRO, Dorisney, Série Documentos Material de Apoio ao Professor – Qual Educação
Ambiental desejamos?, 2011
RIBEIRO, Maria Luisa Borges et al Observando o Rio Tietê /– São Paulo – SP, Fundação
SOS Mata Atlântica,Núcleo União Pró Tietê.
ROCHA, Júlio César; ROSA, André Henrique; CARDOSO, Arnaldo Alves. Introdução a
Química Ambiental, Porto Alegre: Bookman, 2004.
SÁ, Laís Mourão – Encontros e caminhos – Artigo: Cardápio de aprendizagem,2005.
SUMÁRIO EXECUTIVO DO PLANO DE GESTÃO DA APA FERNÃO DIAS, 2007.
TONSO, Sandro – Encontros e Caminhos – Artigo: Cardápio de Aprendizagem, 2005.
TONSO, Sandro – Artigo:A Educação Ambiental que desejamos desde um olhar para
nós mesmos, 2005.
Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e responsabilidade
global,1992.
WHATELY, M & Cunha, P. Cantareira 2006 – Um Olhar sobre o maior manancial de
água da Região Metropolitana de São Paulo. Resultados do Diagnóstico Socioambiental
Participativo do Sistema Cantareira,2006.
ANEXOS
Anexo 1 – Questionário de avaliação com os educandos
PESQUISA – EDUCANDOS
Data: ___/___/___
Nome: ____________________________________________
1. Você já conhece o projeto “Conservador das águas”?
( ) Sim
( ) Não
2. A sua família participa do projeto “Conservador das águas”?
( ) Sim
( ) Não
3. Vocês estão estudando algum assunto relacionado ao meio ambiente?
( ) Não
( ) Sim. Qual?
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__________________________________________________________________________
4. Em sua casa chega a água que você usa para matar a sede, tomar banho, preparar alimentos,
etc. Você sabe de onde vem essa água?
( ) Não
( ) Sim. Explique com suas palavras:
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______________________________________________________________________
5. Você acha que é importante cuidar da natureza? Por quê?
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Muito obrigada por sua participação!!
Anexo 2 – Questionário de avaliação do corpo docente.
PESQUISA - EDUCADOR
Data: ___/___/___
Nome:______________________________________________________________________
01. As atividades sobre a temática ambiental já vêm sendo inseridas nas atividades
pedagógicas da escola? Poderia comentar algumas experiências?
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02. Que importância você atribui à inserção da temática ambiental no currículo escolar?
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03. Quais são as suas expectativas e objetivos em relação ao projeto “Conhecendo as águas do
Rio Jaguari” que será desenvolvido em seu município?
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Agradecemos sua participação!!