UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
EDUARDO LOURENÇO ODA
SUSPEITA DE TOXINFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM SP EM AVES
AQUÁTICAS NO ZOOLÓGICO DE CURITIBA
CURITIBA
2015
EDUARDO LOURENÇO ODA
SUSPEITA DE TOXINFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM SP EM AVES
AQUÁTICAS NO ZOOLÓGICO DE CURITIBA
Trabalho De Conclusão De Curso Apresentado Ao Curso De Medicina Veterinária, da Universidade Tuiuti Do Paraná, Como Requisito Parcial Para Obtenção Do Grau Médico Veterinário ,Orientadora MSc. Profª Lucyenne G. P. B. Queiroz
CURITIBA
2015
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pro-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró Reitora Acadêmica
Profª. Carmem Luiza da Silva
Pró Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos.
Pró Reitor de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão.
Prof. Roberval Eloy Pereira.
Secretário Geral
Prof. João Henrique Ribas de Lima
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Prof. João Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
Coordenador de Estagio Curricular do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
CAMPUS BARIGUI
Rua Sidney A. Rangel dos Santos 238 – Santo Inácio
Cep 82010-330 - Curitiba – Paraná 3331-7700
TERMO DE APROVAÇÃO
EDUARDO LOURENÇO ODA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do título de Médico Veterinário da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 19 de junho de 2015.
Bacharelado em Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: MSc. Lucyenne G. P. B. Queiroz UTP
MSc. José Carlos Roble Jr Convidado
MSc. Elza Maria G. Cif foni Arns UTP
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho para a minha
família especialmente, e amigos
onde ambos me apoiaram e nunca
deixaram de acreditar em mim.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço à minha família que sempre me apoio em qualquer
circunstância e sempre procurou saber como meu estágio estava e como meu
trabalho de conclusão de curso se encaminhava. Ao meu pai Yoshimitsu Oda (in
memoriam), apesar de não estar ao meu lado neste meu momento precioso da
minha vida, eu sinto sua presença comigo sempre e isso me fez sempre ir pra frente
e não desistir dos meus objetivos de vida. Às minhas irmãs: Gabi que apesar de eu
não falar nada pra ela sobre o trabalho, sempre demonstrou apoio e se voluntariou
em ler o trabalho para saber se estava de acordo, a Cris, que me ajudou com
sugestões para melhorar o trabalho. A minha mãe e padrasto que mesmo de muito
longe, sempre perguntando se estava tudo certo comigo.
Obrigado a todos os meus amigos por ouvirem tudo o que tinha pra desabafar
e me acompanhar nos momentos de festa e sossego.
Agradeço a todas as pessoas do meu estágio obrigatório que me ensinaram e
me guiaram para ser uma pessoa melhor na vida e na área da medicina veterinária.
Não tem como me explicar a tamanha experiência que tive todos os dias
aprendendo mais. Ao Manoel Javorousky e Marcelo Bonat, muito obrigado pelas
experiências de anos de profissão passadas para mim e pela paciência que tiveram
que ter comigo durante o estágio. A Silmara Maldonado, que inicialmente me ajudou
em outro trabalho que acabou não sendo este, mas me orientou até o fim. As
estagiárias Ana Flávia Figueiredo, Samya Nossabein, Thaiza de Lima, Eloisa
Muehlbauer e Nagaissa Daniele que sempre deixavam os meus dias mais divertidos.
Ao professor Eros Sousa que me possibilitou fazer o estágio obrigatório no
Zoológico e Passeio Público. Aos diversos funcionários da prefeitura que
conversavam comigo e me ensinava muitas coisas sobre os animais, me mostravam
como tratar e sempre trabalhar com vontade e sem stress.
Aos meus queridos professores: Silvana Cirilo, José Carlos Roble Jr e
Lucyenne Popp que me guiaram e corrigiram o meu trabalho com o maior prazer
sendo altruísta em todos os momentos.
EPÍGRAFE
“Não é mais r ico quem tem mais, mas
quem precisa menos”.
(Desconhecido)
RESUMO
O trabalho de conclusão de curso aliado ao estágio curricular visa introduzir o aluno
à pratica da medicina veterinária aprendida no decorrer do curso. Este relatório tem
o objetivo descrever as atividades realizadas durante o estágio curricular
supervisionado em medicina veterinária, realizado no Zoológico de Curitiba, onde foi
acompanhada a rotina clínica, manejo e vistoria, sempre acompanhado dos
profissionais, tornando possível que todo o conteúdo aprendido fosse desenvolvido
na rotina da medicina veterinária. Concomitante ao estágio foi elaborado o trabalho
de conclusão de curso em que foi relatado o caso de uma suspeita de toxinfecção
em um grupo de anatídeos. Esses animais de diversas espécies localizados em um
recinto aberto e com um grande lago apresentaram sinais clínicos de paresia da
musculatura cervical, diarreia e alguns foram encontrados mortos, completando
quatro animais afetados. Foi realizado necropsia, colhido fezes no recinto para
exames coproparasitológico com o objetivo de concluir um diagnóstico definitivo.
Palavras-chave: Anatídeos; Toxinfecção; Zoológico de Curitiba.
ABSTRACT
The completion of course work together with the traineeship aims to introduce
students to the practice of veterinary medicine learned during the course. This report
aims to describe the activities performed during the curricular supervised training in
Veterinary Medicine, held in Curitiba Zoo, where the clinical routine was
accompanied, management and inspection, always accompanied by professionals,
making it possible for all the contents learned were developed in routine Veterinary
Medicine. Concurrent to the stage was prepared the course conclusion work it was
reported the case of a suspected toxinfection in a group of waterfowl. These animals
of various species located in an open and a large lake precincts showed clinical signs
of paresis of cervical muscles, diarrhea and some were found dead, completing four
affected animals. Necropsy was performed, collected stool in the enclosure for fecal
exams in order to complete a definitive diagnosis.
Keywords: Waterfowls; Toxinfection; Curitiba Zoo.
LISTA DE ABREVIATURAS
C. botulinum – Clostridium botulinum
SC – Subcutâneo
S. enteritidis – Salmonella enteritidis
S. typhimurium – Salmonella typhimurium
VO – Via oral
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ambulatório veterinário do Zoológico de Curitiba – Parte externa______2
Figura 2 - Ambulatório veterinário do Zoológico de Curitiba – Parte interna_______3
Figura 3 - Armazenamento refrigerado ______________________________ __3
Figura 4 - Depósito de ração __________________________________ ________4
Figura 5 – Depósito de feno ___________________________________ ________4
Figura 6 – Mesa para preparo dos alimentos ______________________ ________4
Figura 7 - Local para higienização das bandejas e utensílios _________ ________5
Figura 8: Oficina – Zoológico de Curitiba__________________________________5
Figura 9 - Administração do Passeio Público ______________________ ________6
Figura 10 – Biotério do Passeio Público, Curitiba, 2015 _____________ ________6
Figura 11 - Biotério - sala de reprodução _________________________ ________7
Figura 12 - Biotério – sala de manutenção de roedores para consumo __ ________7
Figura 13 - Cozinha do Passeio Público, 2015 _____________________ ________8
Figura 14 - Ambulatório do Passeio Público, 2015 __________________ ________8
Figura 15 - Aquário localizado no Passeio Público, 2015 ____________ ________9
Figura 16 - Recinto Tigre D’Água – Parte da frente do recinto _____________ __22
Figura 17 - Recinto Tigre D’Água – Apresentando alguns animais do recinto _ __22
Figura 18 - Recinto Tigre D’Água - Onde os animais do recinto costumam se
alimentar______________________________________________________ __23
Figura 19 - Recinto Tigre D’Água - Parte de trás do recinto _______________ ___ 23
Figura 20 - Marreca-Caneleira (dendrocygna bicolor) ___________________ ___ 26
Figura 21 - Hematoma no músculo peitoral direito ______________________ ___ 26
Figura 22 - Hematoma no músculo peitoral direito com maior foco _________ ___ 26
Figura 23 - Exposição dos órgãos celomáticos ________________________ ___ 26
Figura 24 - Fígado com coloração normal ____________________________ __26
Figura 25 - Pata de cauda pontuda (Anas acuta) _______________________ __27
Figura 26 - Região da cloaca apresenta penas impregnadas de fezes (diarreia) __27
Figura 27 - Músculo peitoral esquerdo com edema subcutâneo ___________ __27
Figura 28 - Músculo peitoral esquerdo com edema subcutâneo com maior foco __27
Figura 29 - Hemorragia interna no coração com ruptura do átrio ___________ __27
Figura 30 - Fígado aparentemente congesto __________________________ __27
Figura 31 - Marreca do bico vermelho (Anas erythrorhyncha) _____________ __28
Figura 32 - Brinco na asa esquerda (PA 126) _________________________ __28
Figura 33 - Exposição dos órgãos celomáticos ________________________ ___ 28
Figura 34 - Gordura acumulado no tecido subcutâneo __________________ ___ 28
Figura 35 - Gordura acumulado no tecido subcutâneo __________________ ___ 28
Figura 36 - Líquido avermelhado na cavidade celomática ________________ ___ 28
Figura 37 - Necrose puntiforme no fígado ____________________________ ___ 28
Figura 38 - Edema pulmonar _________________________________ _________28
Figura 39 - Ventrículo com pouca pedra, úlceras múltiplas na mucosa __________29
Figura 40 - Marreca do bico vermelho (Anas erythrorhyncha) ________ _________29
Figura 41 - Exposição dos órgãos celomáticos ___________________ _________29
Figura 42 – Fígado normal ___________________________________ _________29
Figura 43 - Comparativo de todos os fígados dos anatídeos submetidos à
necropsia__________________________________________________________30
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Comparativo total entre óbitos e nascimento durante o estágio obrigatório
realizado no Zoológico e no Passeio Público _____________________ _________11
Gráfico 2 - Atendimentos clínicos separados por sistemas, observados durante o
estágio obrigatório no Zoológico e no Passeio Público __________________ ___ 12
Gráfico 3 - Apresentação detalhada da desverminação classificadas em ordens
realizadas durante o estágio obrigatório no Zoológico e no Passeio Público______13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO _______________________________________________ ____ 1
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ____________________________ ____ 2
2.1 Zoológico de Curitiba ____________________________________ __________2
2.2 Passeio Público ________________________________________ __________5
3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS __________________ ___ 10
4 REVISÃO DE LITERATURA _____________________________________ ___ 14
4.1 Botulismo __________________________________________________ ___ 14
4.1.1 Definição e Etiologia ___________________________________ _________14
4.1.2 Epidemiologia ________________________________________ _________14
4.1.3 Patogenia ___________________________________________ _________14
4.1.4 Sinais Clínicos ________________________________________ _________15
4.1.4 Epidemiologia ________________________________________ _________16
4.1.5 Diagnóstico __________________________________________ _________16
4.1.6 Diagnóstico Diferencial _________________________________ _________17
4.1.7 Prevenção ___________________________________________ _________17
4.2 Salmonelose ________________________________________________ ___ 17
4.3 Anatídeos _____________________________________________ _________18
4.3.1 Marreca caneleira (Dendrocygna bicolor) ___________________ _________19
4.3.2 Marreca do bico vermelho (Anas erythrorhyncha) _____________ _________19
4.3.3 Marreca arrabio (Anas acuta) ____________________________ _________19
5 RELATO DE CASO _______________________________________ _________21
6 METODOLOGIA _________________________________________ _________24
6.1 Técnica de necropsia em aves _____________________________ _________24
6.2 Exame coproparasitológico _______________________________ _________25
7 RESULTADO E DISCUSSÃO _______________________________ _________26
8 CONCLUSÃO ________________________________________________ ___ 32
9 REFERÊNCIAS _______________________________________________ ___ 33
1
1 INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como objetivo descrever as atividades realizadas
durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária, realizado no
Zoológico de Curitiba e no Passeio Público. Durante o estágio foi possível observar
os comportamentos dos animais, vivenciar a aprendizagem do manejo, acompanhar
e auxiliar a rotina clínica, fazer a vistoria, realizar a alimentação e seus
procedimentos, dentre outros cuidados com os animais.
O relatório refere-se ao estágio curricular obrigatório aliado ao
desenvolvimento do tema de trabalho de conclusão de curso, com a principal
finalidade de responder e identificar se sinais clínicos e dos óbitos ocorridos durante
o estágio se confirmava ou refutavam a suspeita de toxinfecção por Clostridium
botulinum. O trabalho realizado foi de pesquisa de campo através do procedimento
de necropsia e exame coproparasitológico.
2
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
O Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna (Secretaria Municipal
do Meio Ambiente) é responsável pelo acervo dos animais contido no Zoológico de
Curitiba e no Passeio Público nos quais foi desenvolvido o estágio.
2.1 Zoológico de Curitiba
O Zoológico de Curitiba está localizado na Rua João Miqueletto, s/n - Alto
Boqueirão, Curitiba – PR e foi inaugurado em 1982. Funciona de terça à domingo,
no período das 9h às 17h e aos finais de semana com horários diferenciados das
10h às 16h. O setor operacional do zoológico é constituído por ambulatório
veterinário, cozinha, oficina e administração.
O ambulatório (Figura 1) se compõe de sala onde tem mesa para
procedimentos emergenciais; armário de medicamentos; materiais e instrumentos
(Figura 2). Tem a sala destinada as necropsias, com congelador, para os animais
mortos. Existe uma área de descanso para os técnicos (Médicos Veterinários,
Biólogos e Zootecnistas).
Figura 1: Ambulatório veterinário do Zoológico de Curitiba – Parte externa
3
Figura 2: Ambulatório veterinário do Zoológico de Curitiba – Parte interna
A cozinha é o local onde são armazenadas e preparadas as dietas dos
animais do Zoológico. A cozinha contém armazenamento refrigerado e também
possui local para armazenar ração e feno (Figura 3, 4 e 5). Os funcionários
preparam a refeição dos animais na mesa para preparar frutas e outros tipos de
alimentos (Figura 6) para então serem colocado em bandejas identificadas. O
transporte dos alimentos é feito por veículos. As bandejas e demais instrumentos
são todos higienizados no fim de sua utilização (Figura 7).
Figura 3: Armazenamento refrigerado
4
Figura 4: Depósito de ração
Figura 5: Depósito de feno
Figura 6: Mesa para preparo dos alimentos
5
Figura 7: Local para higienização das bandejas e utensílios
A oficina (Figura 8) é o local reservado onde os funcionários responsáveis
fazem a manutenção de equipamentos, objetos e reparos dos recintos de todo
Zoológico.
Figura 8: Oficina – Zoológico de Curitiba
2.2 Passeio Público
O Passeio Público foi inaugurado em 1886 sendo o parque central mais
antigo de Curitiba, mas só no século XX que passou a ser um Zoológico. Localiza-se
na Rua Carlos Cavalcanti X Av. João Gualberto X Rua Presidente Faria – Centro,
Curitiba – PR.
6
Diferente do Zoológico de Curitiba, o Passeio Público possui mais animais
nativos da região e mais aves. O parque é aberto ao público de terça a domingo das
06h às 20h.
A administração (Figura 9) conta com uma equipe responsável pelo Zoológico
e o Passeio Público onde os profissionais tem um escritório para desenvolver seus
trabalhos burocráticos.
Figura 9: Administração do Passeio Público
Possui um Biotério (Figura 10) próprio pelo motivo de não conseguir alimento
suficiente para tais animais que necessitam diariamente este tipo de alimentação.
Figura 10: Biotério do Passeio Público, Curitiba, 2015
7
Figura 11: Biotério - sala de reprodução
A sala do lado direito onde (Figura 11) é feita a reprodução de ratazanas e
camundongos e o lado esquerdo (Figura 12) onde já estão em estoque destinado
para consumo.
Figura 12: Biotério – sala de manutenção de roedores para consumo
Como no Zoológico, o Passeio Público também possui ambulatório e cozinha
(Figura 13) que segue os mesmos padrões.
8
Figura 13: Cozinha do Passeio Público, 2015
O ambulatório possui mesa cirúrgica e materiais necessários para qualquer
procedimento (Figura 14). Além do ambulatório, existe também uma sala destinada
aos plantonistas que possui cozinha, computador e diversos livros da área
veterinária.
Figura 14: Ambulatório do Passeio Público, 2015
9
O aquário do Passeio Público contém uma variedade de espécies de
peixes que estão em diversos aquários, abertas ao público. Toda semana é
realizada a medição de componentes importantes num aquário para garantir a saúde
dos peixes (Figura 15).
Figura 15: Aquário localizado no Passeio Público, 2015
10
3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades foram desenvolvidas no período de 27/07 à 08/10/2015,
totalizando 424 horas, sob supervisão do Prof.º e Médico Veterinário Manoel
Javorousky. Durante o período de estágio, foram elas: acompanhamento aos
atendimentos clínicos, vistoria, manejo e alimentação dos animais. No recinto foi
possível ajudar na contenção física dos animais e na aplicação de medicamentos.
No atendimento clínico foram realizados desverminação, microchipagem,
necropsia, nutrição, internação, cirurgias, atendimento emergencial de traumas e
fraturas, atendimentos oftálmicos, odontológicos e de doenças não infecciosas.
Dentre os atendimentos clínicos, enfatizo as cirurgias realizadas durante o estágio,
pois estas ocorreram também fora do Zoológico, sendo nas universidades PUC-PR
e UFPR. O acompanhamento do animal até a universidade ocorre com a presença
de pelo menos um médico veterinário da equipe. Importante ressaltar que nas
cirurgias realizadas no Zoológico o estagiário tem a oportunidade de participar
auxiliando, enquanto nas universidades somente observa.
A vistoria trata-se de observar diariamente todos os animais do Zoológico com
o intuito de identificar se o animal está se alimentando ou com algum problema de
saúde, dando importância de vistoria para aqueles que estão em tratamento. Cada
tratador tem um recinto para cuidar, faz a vistoria do recinto e alerta aos médicos
veterinários se o animal está com comportamento alterado. Os médicos veterinários
também fazem este trabalho, observando todos os recintos à procura de qualquer
comportamento anormal.
No biotério é feita a troca do cepilho das caixas dos ratos toda semana, a
verificação de indivíduos mortos e/ou doentes deve ser a prática corriqueira evitando
a perda do plantel. Além disso, é preciso identificar cada caixa para rotação dos
machos para que ocorra a reprodução dos filhotes que servirão de alimento para
aqueles animais que tem o hábito de consumi-los.
11
No aquário é realizado o teste toda semana de pH, nitrito, nitrato e amônia em
cada recinto. Esses testes são feitos para manter o equilíbrio destes fatores, caso
contrário os peixes podem desenvolver doenças, o que pode resultar em morte de
alguns animais. Caso esteja fora do padrão, imediatamente é feita a correção.
A alimentação é acompanhada por profissionais que desenvolvem uma dieta
balanceada para cada animal. Esta é preparada e pesada individualmente na
cozinha do Zoológico ou Passeio Público e o tratador faz a distribuição em um
veículo específico.
No Gráfico 1 observa-se que durante o estágio ocorreu mais óbitos com 61%
que nascimento 39%, sendo que nos óbitos teve caso de aborto, ataque canino,
morte natural, ataque materno, atropelamento de animal de vida livre e outras
causas indefinidas.
Gráfico 1: Comparativo total entre óbitos e nascimento durante o estágio obrigatório realizado no Zoológico e no Passeio Público
Comparativo entre óbitos e nascimentos
Números Porcentagem
Óbito 19 61%
Nascimento 12 39%
O gráfico 2 representa os atendimentos clínicos que aconteceram durante o
estágio obrigatório.
A desverminação, a microchipagem, o trauma e a necropsia são os dados
mais relevantes do gráfico por serem as ocorrências mais comuns do dia a dia nos
dois locais do estágio.
A maior casuística do Zoológico e Passeio Público de acordo com o gráfico
acima é a desverminação, pelo fato de ser um procedimento padrão para todos os
animais e que ocorre em determinados períodos do ano. Dos demais ocorridos o
trauma e fratura são bastante comuns. Enfatizamos a microchipagem, como
procedimento obrigatório por lei para identificação de acordo com a legislação
ambiental vigente no país para todos os animais. As necropsias são feitas sempre
que encontrado o animal morto, pois é necessário identificar a causa da morte,
12
principalmente para prevenção em caso de doenças infecto-contagiosas que podem
prejudicar todos os animais do recinto onde ocorreu o óbito.
Gráfico 2: Atendimentos clínicos separados por sistemas, observados durante o estágio obrigatório no Zoológico e no Passeio Público
O Gráfico 3 mostra detalhadamente sobre a desverminação que foi o
atendimento mais efetuado, separado por ordem.
Pode-se notar que os artiodáctilos possuem maior número de casos com 39%
de desverminações e outras aves com 25%. Os números mais relevantes vão ser
daqueles que convivem em grupos da mesma espécie, ou seja, a desverminação é
feita no grupo inteiro para evitar problemas futuros.
126
20 14 5 3 3 3 3 2
Atendimentos Clínicos
13
Gráfico 3: Apresentação detalhada da desverminação classificadas em
ordens realizadas durante o estágio obrigatório no Zoológico e no Passeio Público
Desverminação
Números Porcentagem
Artiodáctilos 50 39%
Outras Aves 32 25%
Anatídeos 14 11%
Galiformes 12 10%
Struthioniformes 11 9%
Carnívoros 6 5%
Roedores 1 1%
A seguir, será apresentado o relato de caso de suspeita de toxinfecção por
Clostridium botulinum em Anatídeos.
14
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Clostridium botulinum e o Botulismo
4.1.1 Definição e etiologia
O botulismo é uma doença causada pelo Clostridium botulinum, uma bactéria
gram-positiva, anaeróbia obrigatória. A doença se instala no hospedeiro quando este
adquire a neurotoxina produzida pela bactéria, toxina caracterizada por ser a mais
potente de origem microbiológica existente (LOBATO et al., 2008).
É uma doença não infecciosa surgindo por causa da atividade de uma
neurotoxina intensa. É introduzido em três formas: botulismo alimentar, botulismo
por feridas e botulismo intestinal. A causa da produção da toxina botulínica varia em
cada uma dessas formas, mas todos são identificados clinicamente por sinais
neurológicos e/ou gastrointestinais, possibilitando ter uma evolução grave,
necessitando de hospitalização prolongada (MENDES, 2008).
4.1.2 Distribuição da doença
A doença é resistente, possui abrangência mundial e acomete tanto humanos
como animais. Segundo Eduardo et al. (2007), atualmente existem sete tipos de
variedades de toxinas botulínicas com características imunológicas diferentes: A, B,
C, D, E, F e G sendo que as toxinas A, B e E, são as mais raras de ocorrerem e as
do tipo C e D as mais comuns em aves e mamíferos respectivamente.
Segundo Coelho et al. (2007), o botulismo é visto na maioria das espécies de
aves domésticas, com exceção de urubus, que são resistentes, e as criaturas
herbívoras são mais suscetíveis do que os carnívoros.
4.1.3 Patogenia
O habitat natural dessa bactéria é em locais como a água, solo, alimentos e
até em cadáveres, desde que tenha uma condição anaeróbia ideal no ambiente. As
15
larvas de muscídeos, que normalmente se desenvolvem em matéria orgânica em
decomposição, são resistentes à toxina botulínica e concentram-se em seu
organismo, sendo uma fonte de intoxicação comum para aves (LOBATO, 2008).
Os lagos ou outras fontes de água permanentes podem representar um
perigo para as aves aquáticas, especialmente quando poluída com cadáveres ou no
meio da estação seca que consequentemente expõe a matéria orgânica em estado
de putrefação em sua margem (LOBATO, 2009).
No momento em que a toxina botulínica é ingerida, uma parte é dissolvida por
meio de processos digestivos e a parte retida vai para o sistema circulatório onde se
propaga por todo o corpo e atinge terminações nervosas periféricas que têm
acetilcolina como um neurotransmissor. A paralisia flácida é resultado do
impedimento da descarga elétrica de acetilcolina nas intersecções neuromusculares
e por esse motivo, nenhuma descarga atinge as placas terminais motoras, causando
visão dupla e salivação resultando em uma dificuldade em deglutição e levando a
asfixia devido à perda do movimento do diafragma em mamíferos. O sistema
nervoso central é protegido pela barreira hemato-encefálica (BALDASSI, 2005). Esta
toxina é altamente resistente à ação proteolítica, ou seja, ela é absorvida pela
mucosa intestinal e assim, atuando nas placas neuromusculares impedindo a
liberação de acetilcolina, resultando em um quadro de paralisia flácida (SILVA et al.,
2008).
4.1.4 Sinais Clínicos
O ritmo do início e a gravidade dos sinais clínicos são relativos à quantidade
de toxina ingerida. As aves afetadas pela toxina apresentam paresia, paralisia
flácida dos músculos esqueléticos e sinais de fraqueza crescente. Nas fases iniciais
da doença, mesmo com perda significativa do movimento, os animais permanecem
em estado de alerta. A toxina começa afetando os músculos do pescoço,
provocando a impotência para manter a cabeça e as aves debilitadas normalmente
apresentam as pálpebras fechadas. Estes dois sinais são mais comuns de perceber
no botulismo aviário. Quando chega neste estado, normalmente sufocam antes de
morrer por uma falha respiratória (CATTÁNEO, 2008).
16
Segundo Lobato et al. (2008), clinicamente o botulismo em aves é descrito
pelo aumento da perda de movimento simétrico flácido, primeiro acomete as patas e
progredindo para as asas, pescoço e pálpebras.
4.1.4 Epidemiologia
O botulismo alimentar ocorre pela ingestão do alimento onde contem a toxina
pré-formada, diferente dos outros onde a doença ocorre pela infecção, multiplicação
e produção de toxinas em ferida ou no trato gastrointestinal (BARBOZA et al., 2011).
A toxina pode ser efetivamente desnaturada em condições abrangentes:
inativados doze horas no ar; em uma a três horas à luz do dia; 30 minutos aquecem-
se em 80 graus, poucos minutos a 100 graus e 20 minutos em água (3 mg / L de
cloro) (MANGILLI & ANDRADE, 2007).
MABONI et al. (2010), as aves podem se contaminar pela ingestão de
invertebrados mortos presentes na matéria em decomposição natural.
Nenhuma relação epidemiológica entre o botulismo humana e animal foi
estabelecido. Esporos de C. botulinum do tipo A têm sido isolados a partir de fezes
de animais. Os microorganismos tipos A e B do botulismo foram encontrados no
intestino e no fígado de bovinos que morreram por outras causas. O microrganismo
foi também isolado a partir do intestino e da medula óssea de cães saudáveis .
Assim, existe a possibilidade de que estes animais são portadores do
microorganismo e servem para transportar e disseminar C. botulinum, de um lugar
para outro. Ocorre em todas as terras firmes, com uma dispersão provincial
verificado que provavelmente reflete a presença no solo do microrganismo e seus
tipos distintos de toxinas (ACHA & BORIS, 2003).
4.1.5 Diagnóstico
Sendo C. botulinum uma bactéria telúrica, não se pode ter um diagnóstico
conclusivo pelo fato de facilmente ser encontrado na natureza. Por seus atributos de
agente anaeróbico, não obstante esta condição, precisa de pH, temperatura e
17
suplementos adequados para seu progresso e geração da toxina, estas condições
não são encontradas no organismo adulto vivo (ANDRADE, 2013).
4.1.6 Diagnóstico Diferencial
O botulismo tem como diagnóstico diferencial a miastenia grave, o que
acontece pela intoxicação por aminoglicosídeos e perda de movimento por
carrapatos do gênero Ixodes. Nos dois casos a transmissão da acetilcolina nas
intersecções neuromusculares dos músculos esqueléticos é afetada, ocorrendo
igualmente à perda de movimento/paresia flácida (SILVA et al., 2014).
A doença de Lyme é uma doença transmitida pela picada do carrapato
causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi sensu lato e transmitida pelo
carrapato da espécie Ixodes ricinus. Causa diferentes manifestações articulares,
cardíacas, neurológicas e cutâneas. A lesão de pele mais comum se denomina
como eritema migrans (SHINJO et al., 2008)
4.1.7 Prevenção
As medidas de controle de botulismo são principalmente associadas com o
manejo sanitário dos animais. Estas medidas são: manejo do ambiente, recolher
cadáveres do ambiente, a imunização antibotulínica e evitar fontes de água
estancada com suspeita de contaminação (NOBREGA, 2007).
4.2 SALMONELOSE
A salmonelose é um microrganismo que faz parte da família
Enterobacteriaceae. São bacilos curtos, Gram-negativos, não esporulados, móveis,
e na maior parte contendo flagelos peritríquio, com exceção da Salmonella
gallinarum e Salmonella pullorum que são estacionários (CAMPELLO, 2012).
Sua temperatura ideal para multiplicação é de 37°C, mas já foram vistos
crescimento nas temperaturas algo em torno de 5 e 45°C, eles desenvolvem mesmo
com pH oscilando entre 4 e 9, com o desenvolvimento ideal no pH 7 (TROVÓ,
2006).
18
Existem várias fontes de contaminação de Salmonella spp. Os mamíferos,
aves e répteis são portadores em estado latente ou assintomático, e todos podem
descarregar os microorganismos em excrementos se tornando fonte de infecção
para todos os indivíduos e ao meio ambiente (GALDINO, 2010). De acordo com
Sousa (2007) são conhecidos mais de 2500 sorotipos de Salmonella, no entanto 80
a 90 são os mais amplamente reconhecido e 11 casos são de infecção nos animais
e seres humanos.
Causam três doenças diferentes: a doença pulorose onde o agente é a
Salmonella pullorum; o tifo aviário, causada por Salmonella gallinarum; e o paratifo
aviária causado pela Salmonella typhimurium e Salmonella enteritidis. Nos humanos,
a ingestão de alimento contaminado de aves domesticadas com Salmonella sp.
pode levar a toxinfecção alimentar.
Ao redor do mundo. S. enteritidis é a espécie mais comum, seguido por S.
typhimurium. Apenas um número limitado de sorotipos é isolado do homem ou
animais em uma área solitária ou nação. A predominância de uns ou outros
sorotipos pode variar com o passar do tempo. Alguns sorotipos, por exemplo, S.
enteritidis e S. typhimurium, estão presentes no mundo inteiro, por outro lado, S.
weltevreden é somente encontrado na Ásia (ACHA, 2003).
4.3 ANATÍDEOS
A família Anatidae é representada por patos, gansos, cisnes e marrecas. Tem
uma dispersão cosmopolita e são capazes de migrarem duas vezes ao ano podendo
até atravessar oceanos em busca de alimentos e abrigo. Contém cerca de 38
espécies em 16 gêneros. Eles são em grande parte herbívoros, e são reprodutores
monogâmicas. São reconhecidos pela peculiar migração anual. Estas aves foram
domesticadas para a agricultura, e muitos outros são perseguidos para alimentação
e entretenimento (CUBAS et al., 2007).
As asas são curtas, aguçadas e amparadas por músculos sólidos que
produzem batidas rápidas em voo. Têm normalmente pescoços longos, apesar do
fato de que difere em graus entre espécies. As pernas são curtas, sólidas, definidas
para longe da parte posterior do corpo e tem uma vibração robusta com uma
composição escamosa. Os bicos são feitos de queratina com uma camada frágil e
19
delicada da pele no topo. Para a maioria das espécies, o formato do bico tem uma
tendência para ser mais achatado. Estes contêm lamelas serrilhadas que são
especialmente muito caracterizados por se alimentarem por filtração (GILL et al.,
1994).
Suas penas são impermeáveis pelo derramamento de água por causa de
óleos excepcionais que estão presentes na pena. Uma grande parte dos patos
mostram dimorfismo sexual, com os machos sendo mais coloridos do que as
fêmeas. A dieta dos anatídeos é bem diversificada, porém em grande parte
herbívoros, alimentando de diferentes plantas aquáticas, embora nas épocas de
reprodução o animal se alimenta mais de invertebrados aquáticos promovendo
maior aporte proteína (FORSHAW, 1991).
4.3.1 Marreca caneleira (Dendrocygna bicolor)
A Dendrocygna bicolor pertence à subfamília Anserinae e ao gênero
Dendrocygna. É popularmente conhecida como Marreca xenxém e Marreca peba.
Estas aves demonstram plumagem parda-acanelada e flanco listrado de amarelo. O
restante da sua coloração é da cor de chumbo. Convivem em bando e são
localizados desde a Califórnia até a Argentina e em todo o Brasil (CORRÊA, 2007).
4.3.2 Marreca do bico vermelho (Anas erythrorhyncha)
O animal na fase adulta apresenta uma coloração acinzentada com um
tampão escuro na nuca e normalmente com coloração branca na face. As penas de
seu corpo tem um aspecto pálido. Seu bico tem uma cor vermelho rosado brilhante
com preto na base da mandíbula superior. As pernas são cinza escuro e olhos
castanhos. São encontrados desde sul da África e também em Madagascar (KEAR,
2005).
4.3.3 Marreca arrabio (Anas acuta)
A Anas acuta pertence à família Anatidae e são popularmente conhecidos por
Pato de cauda pontuda ou pontiaguda. Apresentam caracteristicamente uma
coloração de cor castanho-chocolate na cabeça, com uma longa listra branca que se
20
estende do pescoço até o ventre. Seu pescoço é comprido e o seu bico é pequeno e
estreito. Já a fêmea apresenta cauda mais comprida e pontiaguda, bico cinzento-
escuro e uma plumagem castanha. Essa espécie é encontrada na região de
Fernando de Noronha, possivelmente oriundo da costa africana e aparecem
raramente no Rio de Janeiro (WikiAves, acesso em 26 de julho de 2015).
21
5 RELATO DE CASO
Foi atendido no Zoológico de Curitiba um grupo de anatídeos da espécie
Marreca arrabio (Anas acuta), Marreca de bico vermelho (Anas erythrorhyncha) e
Marreca caneleira (Dendrocygma bicolor), todas residentes no recinto Tigre d’água.
O recinto Tigre D’água se localiza em frente ao recinto dos cervos-nobres
onde tem uma variedade de espécies e um ecossistema terrestre e aquático (Figura
16, 17, 18 e 19). O ambiente possui diversas árvores e um riacho. Neste riacho todo
o animal tem costumes aquáticos, ou seja, a água possui grande quantidade de
fezes que fica sujeito ao eutrofismo causando a ausência do oxigênio e aumentando
as chances de bactérias anaeróbias se proliferarem.
Em 14 de setembro foi encontrada uma Marreca arrabio (Anas acuta) no
recinto do tigre d’água apática, desidratada, olhos fechados e incapaz de ficar em
pé. Foi realizado dexametasona (125-0,25 mL/5kg), mercepton (2-10 mL/dia),
solução de ringer lactato (SC, 20 mL) e (PO, 10 mL).
No dia seguinte (15 de setembro) o paciente foi a óbito. Neste dia, no mesmo
recinto, foi achado duas Marrecas de bico vermelho (Anas erythrorhyncha), o macho
já estava em óbito e a fêmea estava no mesmo estado que a Marreca arrabio:
desidratada, olhos fechados, incapaz de ficar em pé e apática. Os procedimentos
emergências foram os mesmos e o tratamento ambulatorial também.
Em 16 de setembro, a Marreca de bico vermelho foi a óbito e no mesmo dia
foi encontrada uma Marreca caneleira (Dendrocygma bicolor) morta.
A principal suspeita destes casos clínicos foi de um surto de Clostridium
botulinum, que causa o botulismo. Sendo esta uma toxinfecção que acomete
especialmente este grupo de aves.
Os anatídeos foram congelados após o óbito e depois de duas semanas
foram levados para o Passeio Público onde foram deixados para descongelar e
posteriormente foram realizadas necropsias na Universidade Tuiuti do Paraná pela
Prof. Dra. Silvana Cirio e auxiliada pelo estagiário.
Todos os animais apresentaram sinais clínicos similares um ao outro baseado
na suspeita de botulismo pois apresentaram um quadro de paralisia flácida simétrica
ascendente. Somente a Marreca de bico vermelho e uma Marreca arrabio foram
encontradas vivas e logo em seguida foram tratadas.
22
Figura 16: Recinto Tigre D’Água – Parte da frente do recinto
Figura 17: Recinto Tigre D’Água – Apresentando alguns animais do recinto
.
23
Figura 18: Recinto Tigre D’Água - Onde os animais do recinto costumam
se alimentar
Figura 19: Recinto Tigre D’Água - Parte de trás do recinto
24
6 METODOLOGIA
Para o presente trabalho, foi escolhida a pesquisa de campo que é composta
pela observação de fatos e fenômenos, a coleta de dados, análise e interpretação.
O procedimento realizado foram as necropsias em duas Marrecas de bico
vermelho, uma Marreca arrabio e uma Marreca caneleira com suspeitas de
botulismo.
Foram coletadas fezes no recinto Tigre d’água no dia 8 de outubro em
diferentes pontos e encaminhado para Prof.ª Silvana no dia 9 de outubro. No dia 9
de novembro foi coletado novamente fezes no recinto e mandado novamente; no dia
11 de novembro para analisar as amostras. Os resultados foram negativos.
Não foi aplicada a técnica de soroneutralização em ratos para confirmação da
doença.
6.1 Técnica de necropsia em aves
Segundo Gonçalves et al. (2011), a pele deve ser analisada e rebatida para
permitir a apresentação da musculatura abdominal, peitoral e estruturas cervicais,
assim dando acesso à cavidade celomática. Para isso, é necessário remover o
músculo peitoral-gracil costal quando dissecar a cintura torácica (coracóide e
clavícula) e incisar as interseções costocondrais. Antes de retirar o esterno
completamente, é preciso deslocar cuidadosamente para estender os sacos aéreos
torácicos e avaliar a sua coloração, se há presença de líquidos ou não, corpos
estranhos, parasitas ou granulomas.
Uma vez sem o esterno, a cavidade celomática deve ser avaliado se há
alguma alteração no conjunto de órgãos visíveis. Nesse ponto, o fígado e o baço
removem-se conjuntamente e coração. Depois no duodeno deve ser feito uma
ligadura dupla cranialmente ao pâncreas e outra caudalmente a cloaca, deste modo
permitindo a extração de secções intestinais para o segmento de extremidade do
reto.
E então, serão removidos a traquéia, siringe, brônquios e pulmões. Além
disso, para fazer a ressecção dos pulmões de traqueia em seus primeiros anéis,
tomada depois por desmembramento sentido craniocaudal das estruturas acima.
Depois a evacuação do trato respiratório, libera-se a parte torácica do esôfago.
25
Então, faz a desarticulação hióidea na região da garganta para a retirada do
aparelho laríngeo (língua, faringe, laringe, glote), para capacitar evacuação de todo
o trato digestivo superior (cavidade oral, esôfago, seguido por inglúvio, proventrículo
e ventrículo) para algum outro tempo exame. Desta maneira, trato digestivo deve ser
removido.
Os rins devem ser retirados em conjunto com órgãos adrenais. O
cumprimento exato é adequado para separar, no meio do rim direito e esquerdo.
Também deve-se desarticular o fêmur de ambos os membros para avaliar a
cartilagem. Os nervos ciáticos são dissecados para identificar possíveis alterações.
6.2 Exame coproparasitológico
O exame é feito por duas etapas: a sedimentação e a flutuação e foram
realizadas da seguinte maneira:
Sedimentação: as fezes são dissolvidas em água, e filtrada em gaze. O filtrão
ficou em sedimentação por 20 minutos. Após este tempo, o sedimento foi colocado
em lâmina e recoberto com lamínula para avaliação microscópica.
Flutuação: as fezes são dissolvidas em solução salina saturada, filtrada em
gaze e colocada em frasco recoberto com lamina de vidro, permanecendo esta por
20 minutos. Após foi feita a avaliação microscópica. A água foi centrifugada e o
sedimento colocado em lamina de vidro para avaliação microscópica.
26
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O primeiro Anatídeo que foi realizada a necropsia foi a Marreca caneleira
(Dendrocygna bicolor):
Figura 20: Marreca caneleira (Dendrocygna bicolor)
Figura 21: Hematoma no músculo peitoral direito
Figura 22: Hematoma no músculo peitoral direito com maior foco
Figura 23: Exposição dos órgãos celomáticos
Figura 24: Fígado com coloração normal
27
O segundo Anatídeo que foi realizada a necropsia foi a Marreca arrabio (Anas
acuta):
Figura 25: Marreca arrabio (Anas acuta) Figura 26: Região da cloaca apresenta penas impregnadas de fezes (diarreia)
Figura 27: Músculo peitoral esquerdo com edema subcutâneo
Figura 28: Músculo peitoral esquerdo com edema subcutâneo com maior foco
.
Figura 29: Hemorragia interna no coração com ruptura do átrio
Figura 30: Fígado aparentemente congesto
O terceiro Anatídeo que a necropsia foi realizada foi a Marreca do bico
vermelho (Anas erythrorhyncha):
28
Figura 31: Marreca do bico vermelho (Anas erythrorhyncha)
Figura 32: Brinco na asa esquerda (PA 126)
Figura 33: Exposição dos órgãos
celomáticos
Figura 34: Gordura acumulado no
tecido subcutâneo
Figura 35: Gordura acumulado no tecido subcutâneo
Figura 36: Líquido avermelhado na cavidade celomática
Figura 37: Necrose puntiforme no fígado
Figura 38: Edema pulmonar
29
Figura 39: Ventrículo com pouca pedra, úlceras múlt iplas na mucosa
O quarto Anatídeo que a necropsia foi realizada foi à segunda Marreca do
bico vermelho (Anas erythrorhyncha):
Figura 40: Marreca do bico vermelho (Anas erythrorhyncha)
Figura 41: Exposição dos órgãos celomáticos
Figura 42: Fígado com aspecto normal
30
Figura 43: Comparativo de todos os fígados dos anatídeos submetidos à necropsia.
Por conta da sintomatologia dos óbitos ocorridos, foram efetuadas as
necropsias nos anatídeos na suspeita de caso de botulismo, conforme abaixo:
O achado necroscópico do animal 1 apresentava hemorragia de
aproximadamente 5 cm de diâmetro no músculo peitoral do lado direito, porém, pode
ter sido aplicação de medicamento que é um local normal para isso. O fígado
apresentava coloração normal. No animal 2 estava com hemorragia interna com
ruptura do átrio e edema subcutâneo no músculo peitoral do lado esquerdo de
aproximadamente 5 cm e o seu fígado estava aparentemente congesto. Na
necropsia, o animal 3 foi o único a apresentar um achado necroscópico relevante,
porém, era suspeita de Salmonelose onde possui lesões puntiformes necróticos no
fígado. Além disso, possuía líquido avermelhado na cavidade celomática, edema
pulmonar, úlceras múltiplas na mucosa do ventrículo e gordura acumulado no tecido
subcutâneo. O animal 4 não apresentou nenhum achado necroscópico relevante.
Nenhuma das coletas de fezes e água do recinto teve um resultado confirmatório de
botulismo.
Após o óbito dos animais com suspeita de botulismo, não houve nenhum
outro caso de suspeita no recinto após ter sido removido o ninho do urubu que
potencialmente poderia estar carreando a doença e ter eliminado pelas fezes. As
aves tem o costume não somente de comer verduras, mas como também de
macroinvertebrados que é uma característica dos anatídeos e que pode ter se
infectado ao ingerir as larvas infectadas pelo botulismo.
31
No trabalho feito pelo Coelho et al. (2007) no exame físico, verificou-se que as
aves tiveram paralisia flácida do pescoço e as asas e desprendimento espontâneo
das penas. Porém, não teve desprendimento espontâneo das penas de nenhum dos
animais que foram analisadas no trabalho, somente a paralisia flácida foi constatada.
O teste mais utilizado e confirmatório trata-se de inoculação em camundongos
a partir do soro do animal pela técnica de soroneutralização. Os camundongos são
observados num período de 96h para verificação da sintomatologia e morte. Caso os
camundongos apresentem a sintomatologia e levem a óbito é confirmada a doença.
De acordo com Andrade (2013) a confirmação deve ser feita por um método
de reconhecimento da toxina botulínica no soro, no conteúdo intestinal e fígado,
utilizando-se a técnica de soroneutralização e inoculação em camundongos. Porém
não foi feito a técnica pela opção de não utilizar animais para teste.
No entanto não foi possível incluir este procedimento na rotina do Zoológico
de Curitiba, e desta forma a confirmação de toxinfecção não aconteceu.
32
8 CONCLUSÃO
Na pesquisa que buscou confirmar ou refutar a suspeita de toxinfecção no
grupo de anatídeos que tiveram sintomatologia e vieram a óbito no Zoológico de
Curitiba, foi escolhido a necropsia e o exame coproparasitológico com o objetivo de
concluir um diagnóstico.
As sintomatologias identificadas foram de paresia da musculatura cervical e
das asas, fraqueza crescente, pálpebras fechadas, diarreia e óbitos, já
mencionados. A necropsia foi realizada em quatro anatídeos (Marreca caneleira,
Marreca arrabio e duas Marrecas de bico vermelho), nas quais foram encontradas
alterações como: hemorragias internas, ruptura de átrio, edema subcutâneo, líquido
avermelhado na cavidade celomática, edema pulmonar, úlceras múltiplas na mucosa
do ventrículo, sinais de diarreia, fígado congesto, lesões puntiformes necróticos com
suspeita de Salmonelose.
Neste relato de caso, ainda que diante da sintomatologia, dos quatro óbitos e
dos achados na necropsia no Zoológico, e com o exame coproparasitológico não foi
possível confirmar a toxinfecção. A sugestão é que para uma pesquisa mais
aprofundada, seja feito outros exames complementares. Também é de extrema
importância assim que notar a existência de um animal morto no recinto, fazer a
retirada da carcaça o mais breve possível. Nestes casos reforçar a vistoria, para
refrear ou evitar que outras aves possam ser contaminadas (devido uma carcaça
infectada, através de mosca, larvas) e favorecer a disseminação de Clostridium.
Mesmo diante da não confirmação do caso de toxinfecção, vale ressaltar a
importância dos cuidados já efetuados do Zoológico nos procedimentos de
higienização adequada do ambiente, vistoria constante em conjunto com a
alimentação balanceada dos animais para evitar a existência da doença, e que esta
não se dissemine de forma endêmica.
A relevância do trabalho é indispensável diante da necessidade e
desenvolvimento da investigação de uma situação em um zoológico grande e
importante da capital do Paraná, tanto para o público interno quanto externo, que
são eles: a administração, a equipe técnica, os animais e os visitantes. Destaca-se a
oportunidade de unir o conhecimento teórico da academia à oportunidade da prática
neste trabalho, que trouxe a experiência e crescimento pessoal e profissional.
.
33
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