Universidade Estadual de Maringá 12 a 14 de Junho de 2013
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UNIVERSIDADE: UMA REFLEXÃO A PARTIR DO PROGRESSO
DO CONHECIMENTO DE FRANCIS BACON
LÓDE NUNES, Meire Aparecida (UEM)
OLIVEIRA, Terezinha (Orientadora/UEM)
O contexto que nos leva a questionar a universidade é a atuação profissional
daqueles que possuem o diploma de curso superior. As angustias surgem quando
olhamos, por exemplo, para o grande número de bacharéis em direito que reprovam no
exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Exemplos de formação universitária
deficiente podem ser encontrados em todas as áreas profissionais, entretanto nos
dedicamos a refletir a nossa própria área: a educação.
Quando olhamos as pesquisas que classificam a educação básica brasileira nos
últimos lugares, surge-nos, além do sentimento de tristeza, a indignação, pois todos os
professores que conduzem as séries iniciais, atualmente, são pedagogos. Portanto,
como esses profissionais que passaram anos nos bancos universitários não conseguem
desenvolver um ensino de qualidade? As respostas que tentam explicar o baixo nível da
educação brasileira, na maioria das vezes, contemplam discussões em torno da falta
recursos, instalações precárias das escolas, baixos salários dos professores, etc. Não nos
opomos a esses posicionamentos, entretanto acreditamos na necessidade de analisarmos
também a qualidade da formação dos professores.
Com relação especifica, a formação de professores encontramos uma grande
insatisfação dos próprios profissionais. Essa informação pode ser comprovada ao lermos
a reportagem da Nova Escola de 2008 que traz uma pesquisa que mostra que em 2007 o
índice de professores insatisfeitos com a sua formação era de 49%. A justificativa dos
professores era de que os cursos universitários não prepararam para a realidade da
escola. Em função desses resultados a Fundação Carlos Chagas realizou nova pesquisa
que analisou o currículo de 71 currículos dos cursos de Pedagogia oferecidos pelas
instituições publicas e privadas brasileiras. Bernadete Gatti, que foi a coordenadora do
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estudo conclui que: "Há uma ênfase muito grande nas questões estruturais e históricas
da Educação, com pouquíssimo espaço para os conteúdos específicos das disciplinas e
para os aspectos didáticos do trabalho docente". Em conseqüência de situações como
essa foi aprovada em junho de 2010, pelo Ministério da Educação (MEC), novas
diretrizes para a criação de cursos de Pedagogia. A manchete da Nova Escola (Ed. 241,
ABRIL 2011) que trazia essa reportagem foi: Novos cursos de graduação terão de
priorizar as didáticas específicas de cada disciplina. A reportagem explicitava que a
condição para abertura de novos cursos de pedagogia era a ênfase nas séries iniciais e a
necessidade de trabalhar a didática de cada disciplina.
Percebemos, então, uma crescente tendência dos cursos universitários voltarem
seus currículos à ‘pratica’ especifica da profissão, que no caso da pedagogia é a
‘didática’. Libaneo (2002, p.5) entende a didática como
[...] disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa. Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe segurança profissional.
Como podemos observar, para Libaneo, a didática é a disciplina que trata das
questões práticas da atuação do professor e que garantirá a segurança em sua atuação,
todavia, como o próprio autor admite, “Essa segurança ou competência profissional é
muito importante, mas é insuficiente” (LIBANEO, 2002, p.5). Diante desse contexto,
surge-nos as seguintes indagações: se a segurança que os conteúdos estudados na
didática não são suficientes para o êxito da ação do professor, o que realmente
proporcionará o sucesso profissional do professor? Quais as medidas que as
universidades devem tomar para atender essa necessidade? Os caminhos para
pensarmos essas questões são vários, entretanto optamos em tecer algumas
considerações sobre a essência da formação universitária, uma vez que nossa grande
inquietação não limita-se apenas aos cursos de pedagogia, mas sim a atuação do
profissional de nível superior. Assim, nos pautando no pensamento de Pieper, exposto
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por Lauand no livro O que é uma universidade?, já que a universidade é o lócus que
deverá proporcionar as condições para uma formação profissional competente.
É recorrente a compreensão de que a universidade tem a finalidade de formar,
mas será que compreendemos o significado do termo formação? Pieper explica que
formação é diferente de instrução. Para ele a instrução direciona-se apenas a um recorte
do mundo, enquanto que formação é um conceito mais abrangente, que abarca a
totalidade do homem. Seu posicionamento fica evidente ao observar a passagem de
Lauand (1987, p. 77)
Instruído é o funcionário e a Instrução (profissional) se caracteriza por dirigir-se a um aspecto parcial e específico no ser humano e, ao mesmo tempo, a um determinado setor recortado do mundo. Já a formação se dirige ao todo: culto e formado é aquele que sabe o que acontece com o mundo em sua totalidade. A formação atinge o homem todo enquanto é capax universi, enquanto é capaz de apreender a totalidade das coisas que são.
Dessa forma, quando os cursos de pedagogia estão preocupados com uma maior
inserção da didática em seus currículos evidencia que a instrução para a atuação
profissional está em foco. Não rechaçamos essa preocupação, pois compartilhamos com
a idéia de que a universidade deve preparar para o trabalho. Relacionando o
posicionamento de Pieper de que a universidade deve ter como meta a formação do
homem para que ele tenha uma compreensão da totalidade, com a realidade da
sociedade em que vivemos, não é possível retirar o trabalho da realidade social.
Portanto, acreditamos que a universidade deva priorizar uma formação intelectual, com
princípios universais, que possibilite a atuação prática eficiente do formado. Essa
questão é explicita quando Lauand explica que Ruy Nunes traz um resumo que nos leva
a compreender claramente o pensamento de Pieper a cerca do ensino universitário.
[...] embora nas universidades modernas se estudem muitas ciências diferentes com objetivos práticos, profissionais, o que deve caracterizar o estudo nessas academias é o espírito filosófico, indagador, universalista e crítico. Acadêmico, explica Pieper, significa filosófico, e um estudo sem filosofia não é um estudo acadêmico (RUY NUNES, apud, LAUAND 1987, p. 26).
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Para o autor formação filosófica consiste na atitude teórica que busca a verdade,
assim mesmo quando o objetivo é a atuação profissional essa característica deve
prevalecer. Assim, não há o desprezo pelos objetivos práticos nos cursos universitários,
pois a aplicação social do conhecimento proporcionado pela universidade é algo que
sempre acompanhou a trajetória dessa instituição, Verger (1996, p. 29- 30) nos auxilia
na construção desse pensamento ao mencionar que:
[...] a noção de sua utilidade certamente social jamais esteve ausente. Mesmo que as disciplinas ensinadas nessas universidades pareçam-nos atualmente demasiado teóricas, os universitários medievais estavam convencidos de que os estudos não constituíam um fim em si, mas deveriam propiciar aos que alcançavam o saber beneficiarem-se pessoalmente dele e colocarem a sua competência a serviço de fins socialmente legítimos.
Em suma, entendemos que a universidade deve se preocupar com a formação
humana, tanto no que se refere aos elementos teóricos como práticos, e, assim, exerce
uma importante função social. Entretanto, o que chamamos a atenção é para o fato de
que se a deficiência na formação profissional esta nas questões práticas, isso significa
que as teóricas estão sendo desempenhadas eficientemente. Ou, será que a precariedade
da atuação profissional está na falta do conhecimento teórico o que acarreta na
inoperância da prática? Supondo que essa hipótese seja verdadeira, medidas como a
resolução do MEC de priorizar as didáticas seriam errônea e provocaria um caos maior
do que está posto. Ainda, seguindo essas suposições, o que levaria os mentores da
educação brasileira tomar essas decisões? A falta de conhecimento do que constitui uma
formação eficiente, ou será que essa situação é conseqüência de uma sociedade que fixa
suas bases na utilidade/praticidade e subjuga o conhecimento teórico?
Diante dessas questões, podemos entender que não existe um pensamento claro
que identifique a raiz dos problemas que circundam a universitária, ou seja, não estamos
sabendo olhar para nossa realidade e avaliá-la com coerência de modo que possamos
possibilitar um novo direcionamento para o ensino universitário que atenda as
necessidades de nossa sociedade.
Enfim, o que podemos afirmar de fato é que o ensino superior necessita ser
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repensado. A universidade é uma instituição que se efetivou no século XIII, em um
momento em que a sociedade européia está se modificando, e sofreu alterações, por
exemplo, a partir do século XVII, quando a sociedade passou por transformações.
Assim, de acordo com os ensinamentos da história, entendemos que vivemos um
momento de instabilidade, inquietações, angustias e muitas expectativas, mas que
requer muita sabedoria para a efetivação de uma nova concepção de educação. Com o
intuito da construção dessa sabedoria olhamos para os exemplos que a história nos
legou, esse exercício poderá contribuir para melhor entendermos nossa realidade e por
meio da compreensão das ações daqueles homens podemos pensar nossa própria ação.
Nessa perspectiva, delimitamos nosso estudo a obra Progresso do Conhecimento
de Francis Bacon. Bacon é importância para essas meditações porque é considerado
como o precursor da ciência experimental, a qual influenciou a concepção de educação
que vinha sendo desenvolvida até então. Entretanto, para que seus pensamentos se
efetivassem, Bacon precisava combater a forma de conhecimento tradicional, ou seja, o
conhecimento escolástico. Para nos aproximarmos dessa questão, apresentamos na
seqüência algumas considerações acerca de Bacon e as universidades.
Importância de Bacon para as Universidades
Francis Bacon foi um filósofo que contribuiu para a criação da ciência moderna.
Sua proposta se fundamentava na critica do conhecimento que vinha sendo
desenvolvido pelos escolásticos. Para o autor o saber deveria promover melhores
condições para a vida humana. O domínio da natureza, ou ciências naturais, seria, para
Bacon, a possibilidade de progresso e prosperidade. Assim, para ele, a escolástica
produzia um conhecimento falso. Esse pensamento é claro quando menciona as
futilidades que prejudicam o saber. Ele explica que
[...] consideramos fúteis aquelas coisas que são falsas ou frívolas, aquelas nas quais não há verdade ou utilidade; e consideramos fúteis aquelas pessoas que são crédulas ou curiosas sem motivo; e essa curiosidade se refere à matéria ou às palavras, de modo que, o mesmo na razão que na experiência, temos estas três desordens, por assim chamá-las, do saber [...] (BACON 2007, p. 45)
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Bacon entende que a prática dos escolásticos é que gerava as desordens. O autor
explica todas, sendo a primeira mencionada por ele o estudo da palavra e não do
assunto. Sua justificativa é de que as palavras “[...] não são senão imagens das coisas, e
se estas não estão vivificadas pela razão e pela invenção, enamorar-se delas e o mesmo
que se enamorar de um quadro” (BACON 2007, p. 48). Bacon afirma que a
preocupação com as palavras foi uma atividade desenvolvida por sábios de outras
épocas, portanto sua oposição é com o exagero, quando o objetivo se funda na forma e
não no conteúdo. A preocupação com a forma levou os escolásticos a divagavam sem
objetividade, assim como um quadro que possibilita muitas interpretações, mas que se
destina a aplicação prática no cotidiano dos homens. Sua critica à futilidade fica mais
clara quando discorre acerca da segunda desordem do saber que é: “[...] de natureza pior
do que a anterior; pois, assim como a substancia do conteúdo é melhor que a formosura
das palavras, no inverso, o conteúdo fútil é pior que as palavras fúteis [...]” (BACON
2007, p. 49). A abordagem sobre essa segunda desordem concentra grandes informações
sobre seu pensamento a escolástica. Se havia alguma duvida sobre a concepção
baconiana sobre o saber medieval, essas são logo elucidadas, como podemos observar:
Sem duvida alguma, assim como muitas substancias são por natureza solidas, apodrecem e se corrompem em vermes, do mesmo modo o conhecimento bom e correto tem a propriedade de apodrecer e dissolver-se em incontáveis questões sutis, ociosas, insanas e, por assim dizer, vermiculares, que tem de fato, uma certa animação e vivacidade, mas nenhuma correção nem bondade. Esse tipo de saber degenerado prevaleceu sobretudo entre os escolásticos, os quais, provindos de engenhos afiados e robusto, e abundancia de tempo livre, mas pequena variedade de leituras, pois estavam encerrados seus entendimentos nas celas de uns poucos autores (principalmente Aristóteles, seu ditador), como estavam suas pessoas nas celas de monastérios e colégios; e conhecendo pouca história natural ou dos tempos, com reduzida quantidade de matéria e agitação infinita do engenho nos teceram essas laboriosas teias de saber que achamos em seus livros. Pois o engenho e a mente humana, se trabalham sobre matéria, que é a contemplação das criaturas de Deus, trabalham conforme o material, e isso mesmo os contém; mas se trabalham sobre si como a aranha trabalha em sua teia, então sua atividade não tem fim, e produzem, com efeito, teias de aranha de saber, admiráveis pela finura do fio e da obra, mas sem substancia nem proveito. (BACON 2007 p. 49-50)
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Bacon apresenta sua objeção ao método escolástico que a partir de uma questão
importante dissolvia-se em particularidades e disputas que, segundo o autor, não
respondiam as necessidades sociais. Além do método dos medievais, Bacon também
critica a fundamentação teórica ao chamar Aristóteles de ‘ditador’. O autor completa
sua critica afirmando que o conhecimento produzido pela escolástica é superficial, ou
seja, bela, mas sem função. Entretanto, a mais grave das acusações proferidas por Bacon
aos escolásticos é a falsidade do saber que produziam. Essa questão é pontuada como a
terceira desordem do saber.
Quanto ao terceiro vicio ou enfermidade do saber, que é referente ao engano ou falsidade, é o pior de todos, pois destrói a forma essencial do conhecimento, que não é outra coisa que uma apresentação da verdade: pois a verdade do ser e a verdade do saber são uma mesma [...] este vicio, pois, se ramifica em duas classes: o deleite em enganar e a propensão a ser enganado, a impostura e a credulidade; e que, embora aparentemente sejam de natureza diversa, parecendo que o primeiro procede da astucia e o segundo da simplicidade, contudo é certo que quase sempre coincidem (BACON 2007, p. 52).
Entretanto, é necessário entender o posicionamento de Bacon diante da
escolástica. A ‘reforma do conhecimento’ que propõe expressa as necessidades de sua
época, a qual é marcada pela transição da sociedade feudal para a burguesa, portanto
dominar a natureza significa expandir o mercado e aumentar o lucro. Essa necessidade
de mudança exigida pela sociedade é justamente a causa primeira do surgimento das
universidades no século XIII. Portanto, o mesmo processo que possibilitou o surgimento
do maior lócus do saber, no século XVII requer que esse saber seja modificado, não
porque o anterior não era bom, mas porque não atende mais as necessidades do novo
contexto social. Partindo dessa compreensão, é possível entender, sem fazer um
julgamento maniqueísta, das severas críticas que Bacon faz a escolástica, pois era
necessário romper com a antiga forma de saber para construir uma nova forma de
conhecimento. Ao fazer isso, não é somente a escolástica que esta na ‘berlinda’, mas
também a universidade, pois ela era a instituição onde se desenvolvia essa forma de
conhecimento. Assim, para entendermos melhor essa questão faremos, na seqüência,
uma breve explanação acerca da origem das universidades. Entendemos como
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necessária essa abordagem para evidenciarmos que o conhecimento desenvolvido no
inicio das universidades era decorrente do confronto com o saber anterior.
De acordo com Verger (1996) as universidades são decorrentes do século XIII,
contudo ao aceitá-la como uma instituição histórica não podemos fechar os olhos para
os acontecimentos anteriores que culminaram seu estabelecimento. Oliveira (2005)
fundamenta esse pensamento informando-nos que durante a Alta Idade Média a
predominância no ensino era a teologia, contudo as mudanças que ocorreram nos
séculos XI, XII e XIII levaram os homens a buscarem outros conhecimentos e a
produzir uma nova forma de vida. Dentre esses acontecimentos podemos destacar o
renascimento das cidades, a expansão comercial e uma nova postura intelectual
decorrente do contato que os intelectuais ocidentais tiveram com textos de Aristóteles,
principalmente, por meio da tradução dos orientais Avicena e Averrois.
Os homens, até então, procuravam as explicações para suas inquietudes na fé,
pela existência divina. Com o renascimento das cidades e a expansão comercial os
homens passam a se preocuparem também com as coisas terrenas, com suas questões
cotidianas. A exemplo, temos o mercador que precisava de uma nova forma de saber,
pois sua vida dependia da praticidade, portanto seu conhecimento também, assim,
deveria ser. Em suma, o conhecimento produzido naquele momento estava dissociado
das necessidades do homem medievo. Ilustramos esse pensamento com a passagem em
que Oliveira (2005, p. 12) expõe o comentário que Abelardo (1079-1142) faz sobre as
aulas de Anselmo de Laon (1050-1117).
Na verdade, parecia admirável aos olhos dos seus ouvintes mas era nulo aos olhos dos que faziam perguntas. Tinha uma elocução admirável, mas era vazio de conteúdo, oco de pensamento. Quando acendia o fogo, enchia sua casa de fumaça mas não a iluminava. Sua arvore parecia toda vistosa na sua folhagem aos que a olhavam de longe, mas revelava-se infrutífera aos que observavam de perto e com cuidado.
Dessa forma, os homens do saber, como os demais profissionais, precisavam
aliar o conhecimento intelectual à prática, o que os leva a se organizarem como em uma
corporação, cujo nome é universidade.
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Le Goff nos ajuda a entender o funcionamento das universidades descrevendo as
atividades do mestre universitário, que eram duas: um trabalho de reflexão e de escrita,
que o autor diz assemelhar-se com o que chamamos de pesquisa; e um trabalho de
ensino. A herança mais importante da universidade medieval é, para Le Goff, um
conjunto de métodos e obras denominada de escolástica. A escolástica é entendida
como:
[...] produção intelectual ligada à escola, a partir do século XII, e mais especificamente às universidades no século XIII. A escolástica vem do desenvolvimento da dialética, uma das disciplinas do trivium, que é ‘a arte de argumentar por perguntas e respostas numa situação de dialogo’. O pai da escolástica é Anselmo de Cantuária (cerca de 1033-1109), para quem a dialética é o método de base da reflexão ideológica (LE GOFF 2007, p. 185)
O ensino escolástico caracterizava-se pela criação de um problema e a
apresentação de uma questão que era discutida entre o mestre e os alunos. Após a
discussão a solução da questão era apresentada pelo mestre, que em muitos casos
tornava-se respeitado pela habilidade em respondê-las. Essas atividades universitárias
trazem uma grande contribuição para a propagação do conhecimento no século XIII,
pois, obrigatoriamente, deveriam culminar em publicações o que beneficiou a
divulgação do livro.
Ao mencionarmos a escolástica, não é possível deixarmos de falar de Tomás de
Aquino, que apresentou um pensamento divergente de sua sociedade, como nos mostra
Lauand na passagem abaixo:
A antropologia de Tomás – revolucionária para a época – afirma o homem em sua totalidade (espiritual, sim, mas de um espírito integrado à matéria) e está em sintonia com uma teologia (também ela dissonante para a época) que, precisamente para afirmara dignidade de Deus criador, afirma a dignidade do homem e da criação como um todo: material e espiritual. Sugestiva nesse sentido é, por exemplo, a luta que Tomás teve que travar na Universidade de Paris para defender a tese da unicidade da alma no homem: a mesma e única alma é responsável pelos atos mais espirituais e mais prosaicos no homem (a teologia dominante –pensando dar gloria a Deus – separava ‘a alma espiritual’ das outras duas –sensitiva e vegetativa – em favor de uma antropologia ‘espiritualista e
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desencarnada) (LAUAND 2004, p.6)
Entretanto a universidade medieval não é marcada apenas pelas grandes
inovações de pensamento, como de Tomás de Aquino, mas trouxe também uma
elevação cultural à população medieval. Verger (1996, p. 30) afirma: todos que
freqüentavam, minimamente, a universidade receberam “[...] ‘cultura de base’ muito
sólida, um modo rigoroso de raciocinar, uma arte de analisar minuciosamente os textos
e, igualmente, noções gerais, os elementos de uma visão coerente do mundo [...]”. O
autor afirma que essa cultura proveniente do ensino das universidades foi muito
significativa para o desenvolvimento da sociedade medieval.
Dessa forma, a universidade representa uma nova possibilidade de conhecimento
aos homens, um conhecimento ligado ao seu contexto histórico. Como conseqüência, os
homens passam a conhecer por meio da razão, e não mais apenas por meio da religião.
Nesse sentido essa instituição estava voltada para a formação das pessoas, o que nos
leva a entender que esse é o principal papel das Universidades medievais.
Face ao exposto, entendemos que as universidades foram resultantes das
necessidades vigentes naquela sociedade, mas ultrapassaram as necessidades práticas.
Oliveira (2005, p. 24) afirmar que a Universidade é um local “[...] especial, voltado para
a busca do conhecimento intelectual, pelo amor à ciência. Em suma, é um local onde se
ultrapassa os limites da necessidade do momento histórico colocado pelo renascimento
do comercio, pelo nascimento das cidades. Caso contrário, as universidades teriam
sucumbido como as demais corporações medievais". Todavia, isso não ocorreu porque
as universidades, enquanto local de formação humana, assumem características
diferentes conforme as necessidades de cada sociedade, sendo exatamente essa a grande
importância que atribuímos à Bacon. Quando o autor critica a escolástica e propõe outra
forma de conceber o conhecimento ele esta evidenciando a dinâmica da história. Chama
os homens a se conscientizarem da necessidade da universidade se modificar, caso
contrário, perderá sua principal característica e será sucumbida assim como as demais
corporações medievais.
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Considerações sobre O Progresso do Conhecimento
Consciente dos problemas que afligiam sua sociedade e impediam o seu
desenvolvimento, Bacon organiza uma nova proposta de conhecimento, o qual foi
denominado de método indutivo. Esse método baseia-se na observação e
experimentação de fenômenos da natureza, portando enquadra-se no âmbito empírico,
que foi fundamental para o desenvolvimento da ciência moderna. Entretanto, para que
conseguisse elaborar e desenvolver sua proposta foi preciso que o filosofo explicita-se
as questões que queria combater. Entendemos que esse é o ponto de partida para
qualquer mudança, assim, a proposta que engendra esse momento de nosso estudo se
constitui pelo interesse de ressaltar na obra de Bacon, O progresso do conhecimento,
alguns das questões que o autor rebateu para que pudesse conceber seu método, que
carregava um novo conceito de conhecimento.
O autor define sua obra como um tratado composto de duas partes:
[...] a primeira referente à excelência do saber e do conhecimento, e a excelência do mérito e verdadeira gloria que há em seu aumento e propagação; a segunda, relativa a quais sejam as ações e obras especificas que tenham sido postas em prática e empreendidas para o progresso do conhecimento, e também a quais defeitos e imperfeições encontro em tais ações especificas [...] (BACON 2007, p. 18),
Nossa abordagem delimita-se apenas ao que se refere as críticas proferidas
contra o conhecimento. Quando o autor apresenta-as e se opõe, expõe sua concepção de
conhecimento e denuncia os problemas que, a seu ver, impede o progresso do
conhecimento. Bacon menciona que há críticas com relação ao conhecimento por parte
de teólogos, políticos e, até mesmo, filósofos. Logo no início ele mostra que o seu
objetivo é rebater essas acusações, as quais para ele, são produtos da ignorância.
[...] para desembaraçar o caminho e, por assim dizer, fazer silencio para que os testemunhos verdadeiros referentes à dignidade do conhecimento sejam mais bem ouvidos, sem a interrupção de objeções tácticas, creio de bom alvitre livrá-lo dos descréditos e infâmias de que tem sido objeto; procedentes todos eles da ignorância [...] (BACON 2007, p.19)
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Na seqüência o autor nos mostra as acusações decorrentes de cada área
especifica. Inicia pelos teólogos que atribuem ao conhecimento a queda do homem do
Paraíso. Bacon explica que não foi o conhecimento da natureza que ocasionou esse fato,
mas sim outro tipo de conhecimento, o “[...] orgulhoso do bem e do mal, com uma
intenção no homem de dar-se uma lei a si mesmo e não mais depender dos
mandamentos de Deus, que foi a forma da tentação. Tampouco há alguma quantidade
de conhecimento, por grande que seja, que possa fazer inchar a mente do homem
[...]”(BACON 2007, p 20). Entendemos a importância dessa passagem no que se refere
ao orgulho que nasce naqueles que se dizem detentores do saber e que a partir desse
pensamento colocam-se acima dos demais, não considerando o saber alheio. Essa forma
de porta-se diante do conhecimento, a nosso ver, reflete justamente a falta de
conhecimento, pois como já divulgava Sócrates, quando mais conhecemos, mais nos
conscientizamos da impossibilidade de se esgotar o conhecimento. Assim, podemos
entender que o conhecimento orgulhoso, aquele que proclama a superioridade,
impossibilita o avançar do conhecimento.
Na mesma passagem, Bacon, comenta que o conhecimento excessivo incha a
mente do homem. O autor defende o conhecimento afirmando que a quantidade não é a
causa, mas sim a sua qualidade. Para ele “[...] tanto se é mais como se é menos, se é
tomado sem seu corretivo próprio, que traga em si algo de veneno ou malignidade, e
alguns efeitos desse veneno, que são ventosidade ou inchaço. Esse tempero corretivo,
cuja adição torna o conhecimento tão soberano, é a Caridade [...]”(BACON 2007, p 22).
A Caridade mencionada por Bacon como reguladora do conhecimento não possui a
mesma compreensão difundido na contemporaneidade. Atualmente, o termo caridade
carrega um apelo assistencialista que não existia em outros momentos. Podemos
comprovar essa questão quando analisamos a Caridade em Tomás de Aquino que nos
leva a entender o significado dessa palavra mais próximo de bem comum do que a
assistência aos mais desprovidos da materialidade. Aceitando essa compreensão de
Caridade, podemos inferir que Bacon atribui como regulador do conhecimento o
interesse coletivo e não o individual. Essa afirmação se justifica quando o autor confere
importância aos doutos que valorizaram “[...] o bem e a honra de sua pátria ou de seu
senhor do que sua própria fortuna ou segurança (BACON 2007, p. 41). Para Bacon, a
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prioridade do interesse coletivo em relação ao particular é conseqüência do próprio
conhecimento, pois afirma que:
[...] assim há de ser, porque o saber infunde no espírito dos homens um sentido verdadeiro da fragilidade de // suas pessoas, da instabilidade de suas fortunas, e da dignidade de sua alma e vocação, de modo que lhes resulta impossível crer que nenhum engrandecimento de sua fortuna pessoal possa ser fim verdadeiro ou digno de seu ser ou estado; (BACON 2007, p. 41).
Portanto, fica-nos evidente que na concepção baconiana o saber deve ser
direcionado ao bem da humanidade e não o favorecimento particular dos homens. Seu
pensamento fica explicito quando se reporta aos políticos corruptos, como podemos
comprovar na seguinte passagem:
[...] Visto que a classe mais corrupta de meros políticos, que não tem seus pensamentos estabelecidos pelo saber no amor e na consideração do dever, nem olham nunca para a universalidade, mas referem todas as coisas a sim mesmos, e se situam no centro do mundo, como se tudo tivesse que confluir neles e em suas fortunas, não se inquietando nunca, em nenhuma tempestade, com o que possa ocorrer com a nave do Estado, contando que eles possam salvar-se no escaler de sua própria fortuna, enquanto os que sentem peso do dever, e conhecem os limites do egoísmo, soem ser fieis a seus postos e obrigações, ainda que com perigo (BACON 2007, p 41)
Como pudemos verificar, o conhecimento é condição para o bom governo, pois é
ele que garantirá a integridade dos interesses coletivos, fazendo com que os políticos
não deixem de cumprir com os deveres dos cargos que ocupam, mesmo diante dos
embates e turbulências que todas as administrações estão sujeitos. Esse pensamento é
remanescente no decorrer da obra. Percebemos que os primeiros argumentos em prol do
conhecimento necessário aos governantes se constroem quando Bacon apresenta as
críticas que os políticos fazem ao conhecimento. O autor relata que a oposição da classe
governante em relação ao excesso de conhecimento é em virtude de entenderem que
“[...] o saber amolece o animo dos homens e os torna mais ineptos para a honra e o
exercício das armas [...]”(BACON 2007, p. 25) . Bacon apresenta essa oposição
acompanhada de outros apontamentos, mas todos no sentido de que o conhecimento
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“[...] separa os esforços dos homens da ação e dos negócios e os leva a um amor ao ócio
e à privacidade; e que introduz nos Estados um relaxamento da disciplina, quando todos
estão mais dispostos a discutir de que obedecer e a executar” (BACON 2007, p. 25).
Bacon mostra exemplos de ações que se pautavam nessa argumentação, entre elas a
acusação de Sócrates de corromper a juventude a não obediência dos costumes, como
nos relata o autor:
[...] Anito, o acusador de Sócrates, apresentou como um artigo de ônus e acusação contra ele que, com a variedade e força de seus discursos e debates, afastava os jovens de devida reverencia às leis e aos costumes de sua pátria; e que ensinava uma ciência perigosa e perniciosa, que fazia que o pior parecesse o melhor e suprimia a verdade com a força da eloqüência e do discurso (BACON 2007, p.26)
Para rebater essas acusações ao conhecimento, Bacon utiliza o conhecimento
histórico. Menciona, com relação ao distanciamento das armas, que as experiências
anteriores provam que o conhecimento não separa o homem de suas obrigações com a
pátria. Assim, a história comprova que ‘o saber e as armas’ atingiram níveis elevados na
mesma época, assim como também se desenvolveram nas mesmas pessoas. O exemplo
que a obra apresenta é de que:
[...] estudiosos que foram grandes generais a generais que foram grandes estudiosos, tome-se Epaminondas, o tebano, ou Xenofonte, o ateniense, dos quais aquele foi o primeiro que abateu o poder de Esparta, e este o primeiro que abriu o caminho para derrocada da monarquia Pérsia.[...] Pois tanto no Egito, como na Assíria, Pérsia, Grécia e Roma, as mesmas épocas que são célebres pelas armas são também as mais admiradas pelo saber, de modo que os maiores autores e filósofos e os maiores capitães e governantes viveram nas mesmas épocas (BACON 2007, p 27).
Portanto, esses exemplos comprovam que a relação da atividade prática, no caso
o combate na guerra, com o conhecimento teórico dos estudiosos é o diferencial que
poderá garantir o sucesso da ação. Essa relação que Bacon apresenta, a nosso ver, uma
grande questão a ser refletida, pois quando ‘a vara está envergada’ para um lado tenta-se
reverter essa posição por meio da inversão radical de sua posição, o que não resolve o
problema, apenas o transfere de posição. É necessário o estabelecimento do ponto de
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equilíbrio, entre conhecimento teórico e prático. Entendemos que a dependência do
conhecimento teórico para o sucesso do conhecimento prático, e vice-versa, é a chave
para o progresso do conhecimento em Bacon. Podemos justificar nosso pensamento no
próximo argumento de Bacon que afirma que o conhecimento mais favorece do que
prejudica o governo.
Vemos que se tem por erro confiar um corpo natural a médicos empíricos, que comumente dispõem de umas quantas receitas agradáveis com as quais se mostram confiantes e temerários, mas não conhecem nem as causas das enfermidades, nem as compleições dos pacientes, nem o perigo dos acidentes, nem o verdadeiro método das curas. Vemos que é um erro semelhante confiar em advogados e homens de leis que são apenas praticantes e não baseiam sua atuação em seus livros, e muitas vezes se vêem facilmente surpreendidos quando o assunto vai além de suas experiências, para o prejuízo das causas com que lidam. Pela mesma razão há de ter conseqüências duvidosas se os Estados são administrados por estadistas empíricos, entre os quais não haja suficientes homens de sólida instrução (BACON 2007, p. 27-28)
Bacon nos leva a entender que não basta dominar os procedimentos práticos, pois
esses não são funcionais quando não há o domínio teórico. Nessa perspectiva, as ações
práticas são superficiais, tratam apenas das aparências, mas não atingem a raiz da
questão, assim como o médico que cura a ferida sem se preocupar com o que está
causando a enfermidade. O governo que age dessa forma trabalha com medidas
compensatórias, seu desgaste é imensurável e administração ineficiente, pois os mesmos
problemas vão ressurgindo em locais e situações diversas. Na concepção do autor a
única medida eficiente é o governo ser constituído por doutos. Esses, além da sabedoria
para tratar as causa, apresentam maior dedicação, pois ao contrario de ouros que amam
sua atividade “[...] por lucro, como o empregado que ama o trabalho pelo salário; ou por
afã de honra, porque os eleva aos olhos dos homens [...]” (BACON 2007, p.31), amam
sua atividade pelo seu próprio fim. Esse pensamento ganha maiores proporções quando
Bacon defende a conduta dos doutos usando como exemplo Platão que “[...] vendo que
não podia estar de acordo com os costumes corruptos de seu país, se negou a ostentar
posição ou cargo algum [...]” (BACON 2007, p. 39). Acreditamos que a escolha de
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Platão para ilustrar a defesa dos doutos não é por acaso, pois o filosofo antigo, ao
construir seu modelo de sociedade perfeita atribuiu ao sábio a função de governante.
Face ao exposto, podemos entender que Bacon constrói uma obra em defesa ao
conhecimento. Para ele, o saber não contempla nenhum prejuízo, pelo contrario é a
mola propulsora da sociedade, mas não é qualquer conhecimento. O conhecimento deve
seguir um novo caminho que tenha como guia a melhoria da vida prática, portanto é
exigido em todos os seguimentos sociais, dois quais destacamos dois setores: o
governamental e o intelectual, que de uma forma ou de outra se relacionam e se
complementam.
Como nos mostra Bacon, o governo precisa ser sábio, pois tem por finalidade
decidir as ações que levarão o desenvolvimento social. Suas estratégias deverão ser
conduzidas com o propósito do bem comum e não pelos interesses particulares. Mas
como o autor nos mostra historicamente somente o conhecimento poderá colocar o
coletivo acima do particular, essa é uma atitude apenas dos doutos, por isso esses devem
ser os governantes.
Com relação ao setor intelectual, são seus integrantes os responsáveis pela
construção do conhecimento que formará toda a sociedade, inclusive os governantes.
Portanto, seu compromisso com o saber, que é o cerne de sua atividade, é que poderá
promover a melhoria da vida prática, seguindo a perspectiva baconiana. O lócus que
acolhe esse setor é a universidade, portanto é a instituição que, a nosso ver, desempenha
um dos papeis mais significativos na sociedade. Assim, se a universidade não cumpre
com o seu papel, projeta sua deficiência a todos os demais setores.
Nessa perspectiva, quando observamos profissionais sem preparação adequada e
governo tomando medidas compensatórias, entendemos que as universidades não estão
cumprindo seu compromisso com o saber. A comunidade acadêmica não é formada por
detentores do conhecimento verdadeiro, agem assim como as aranhas mostradas por
Bacon: produzem, produzem produzem....um produto belíssimo admirado por todos,
mas sem retorno à sociedade. Cultivam o orgulho do saber, criam suas próprias leis e
guiam-se pelos domínios dos interesses particulares. Dessa forma, atuam da mesma
forma que aqueles que Bacon critica, que em um grande espaço onde seria necessária
uma grande luz ou um candelabro de muitos braços preferem percorrer cada um dos
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cantos do espaço com uma lamparina. Concordamos com o autor em que essa ação
ilumina um canto e escurece os demais. Portanto, quando a universidade advoga em
proveito próprio leva luz a instituição, mas escurece toda a sociedade pela qual tem
responsabilidade.
Bacon conserva sua importância até hoje porque demonstrou sabedoria ao olhar
para sua sociedade e perceber o que ela necessitava e ainda propor um novo caminho. O
método proposto por Bacon tem como premissa a observação e é justamente esse
procedimento que o possibilitou a efetivação de sua proposta. Assim, o autor nos ensina
que a observação é uma virtude que deve ser cultivada nos homens, pois em tempos
difíceis é ela que possibilitará o reconhecimento das fragilidades e que fornecerá o
conteúdo para a construção de novas propostas.
Referencia
BACON, F. O progresso do conhecimento. São Paulo: UNESP, 2007.
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