UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
FACULDADE DE DIREITO, CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÔMICAS
CURSO DE DIREITO
Delzo Garcia Lima Junior
PROCEDIMENTO MONITÓRIO FACE A POSSIBILIDADE DE SUA COBRANÇA
DIANTE DE DOCUMENTO HÁBIL
Governador Valadares
2012
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DELZO GARCIA LIMA JUNIOR
PROCEDIMENTO MONITÓRIO FACE A POSSIBILIDADE DE SUA COBRANÇA
DIANTE DE DOCUMENTO HÁBIL
Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de bacharel em Direito pela Faculdade de Direito, Ciências Administrativas e Econômicas, da Universidade Vale do Rio Doce.
Orientador: Rogério Paula Miranda
Governador Valadares
2012
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DELZO GARCIA LIMA JUNIOR
PROCEDIMENTO MONITÓRIO FACE A POSSIBILIDADE DE SUA COBRANÇA
DIANTE DE DOCUMENTO HÁBIL
Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito, Ciências Administrativas e Econômicas, da Universidade Vale do Rio Doce.
Governador Valadares, 28 de março de 2012.
Banca Examinadora:
____________________________________________________ Prof. Rogério Paula Miranda - Orientador
Universidade Vale do Rio Doce
____________________________________________________ Profª. Vanessa Armond Campanha
Universidade Vale do Rio Doce
____________________________________________________ Prof. Gilvan de Oliveira Machado Universidade Vale do Rio Doce
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AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pela Tua presença em todos os instantes
da minha vida, para sentir-me seguro e tranquilo, imerso na Tua paz.
Aos meus pais, pelo exemplo de perseverança e alegria na minha vida.
Ao meu tio Enio pela presença amiga, e ajuda inestimável.
Ao meu orientador professor Rogério Paula Miranda pela disponibilidade nas
orientações para a realização deste estudo monográfico.
A minha gratidão, aos professores que me ensinaram durante esse curso.
Aos meus colegas de sala que tornaram esta jornada mais solidária e mais
agradável.
Ao professor Sergio Reis, pela paciência.
Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para essa conquista
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“É injusto e imoral tentar fugir às consequências dos
próprios atos”.
Mahatma Gandhi
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RESUMO
O objetivo deste estudo é compreender o procedimento monitório face a possibilidade de sua cobrança diante de documento hábil. A Ação Monitória é cabível para muitas das necessidades que a ela recorrem, uma vez que tal procedimento pode até não restituir a força que se espera frente á execução, mas, tão somente torna disponível, para obtenção de título executivo judicial, uma via processual mais rápido do que a ação ordinária em nada restando agredido o instituto da prescrição. O fundamento recursal cinge-se em sede preliminar a cerceio de defesa, pelo julgamento antecipado do apelante em requerer o julgamento antecipado e ao mesmo tempo reagir contra ele. Assim, não há dúvida que a Lei n. 9.079, de 14 de julho de 1995, ao incluir o procedimento monitório no Código de Processo Civil tratou-se de uma espécie de tutela diferenciada, que por meio da adoção de técnica de cognição sumária e do contraditório diferido, busca facilitar em termos de procedimento a obtenção de um título executivo quando o credor tiver prova suficiente para convencer o juiz, em cognição não exauriente, da provável existência de seu direito. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica em livros, artigos de revistas e de sites, visando sempre uma abordagem técnica e objetiva do tema em pesquisa. Palavras-chave: Ação Monitória. Procedimento Monitório. Documento Hábil. Admissibilidade da Ação Monitória.
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ABSTRACT
The objective of this study is to understand the procedure monitório face the possibility of its recovery before legal document. The action monitoring is appropriate for many of the needs that have recourse to it, since such a procedure might not return the expected strength front of the execution, but merely makes it available, to obtain a judicial enforcement, through a procedural faster than the common share for nothing left attacked the institution of limitation. The foundation focuses on, appellate seat in preliminary curtailment of defense, summary judgment for the appellant to apply for summary judgment and at the same time reacting against it. Thus, there is no doubt that the Law no. 9079, to July 14, 1995, to include the procedure monitório the Code of Civil Procedure was treated for a different kind of protection, that through the adoption of technical summary of cognition and deferred contradictory, aims to facilitate in terms of procedure obtaining an enforceable when the creditor has sufficient evidence to convince the judge in cognition exauriente not, the probable existence of his right. The methodology is the research on books, magazine articles and websites, always seeking a technical approach and objective of the research topic. Keywords: Action monitoring. Procedure Monitoring. Skillful Document. Admissibility of the action monitoring.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 8
2 DA AÇÃO MONITÓRIA...................................................................................... 10
2.1 ORIGEM HISTÓRICA DA AÇÃO MONITÓRIA................................................ 10
2.2 CONCEITO DE AÇÃO MONITÓRIA................................................................ 13
2.3 PROCESSO E PROCEDIMENTO................................................................... 15
2.3.1 Diferenças.................................................................................................... 15
2.4 NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO MONITÓRIA.............................................. 16
3 DO PROCEDIMENTO DA AÇÃO MONITÓRIA................................................. 21
3.1 FORO COMPETENTE..................................................................................... 21
3.2 PROVA ESCRITA............................................................................................ 22
3.3 ADMISSIBILIDADE DO PROCEDIMENTO MONITÓRIO................................ 25
3.4 OUTROS ASPECTOS DA AÇÃO MONITÓRIA............................................... 28
4 PROCEDIMENTO MONITÓRIO FACE A POSSIBILIDADE DE SUA
COBRANÇA DIANTE DE DOCUMENTO HÁBIL.................................................
31
4.1 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM CONTRATO DE CONTA CORRENTE
OU DE ABERTURA DE CRÉDITO........................................................................
31
4.2 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM CHEQUE PRESCRITO.......................... 32
4.3 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM DUPLICATA SEM ACEITE..................... 36
4.4 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM NOTA PROMISSÓRIA PRESCRITA OU
VINCULADA...........................................................................................................
37
5 CONCLUSÃO..................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 43
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1 INTRODUÇÃO
No passado, quando um título prescrevia, não existiam meios legais para ser
feita a sua cobrança, ou mesmo quando um título como a nota promissória, cheque
ou duplicata vencia o prazo de sua cobrança, como também não tinha como fazer
sua cobrança. Atualmente, surge o procedimento monitório, para proteger as
pessoas, que mesmo não tendo a assinatura do devedor, poderá ajuizar ação de
reconhecimento da dívida,
Com a Lei n. 9.079, de 14 de julho de 1995, que introduziu no sistema jurídico
brasileiro a Ação Monitória instalou-se entre os processualista grandes divergências,
com isso exercitando o conhecimento dos aplicadores do direito na tentativa de
harmonizar tal procedimento a fim de que este possa conviver de forma menos
traumática com os demais institutos, principalmente no que diz respeito à natureza
das decisões nele proferidas, à natureza da resposta do réu, bem como aos
recursos a serem manejados pela parte prejudicada, posto que, apesar de a lei ter
inserido apenas três artigos no Código de Processo (art. 1.102-A, 1.102-B e 1.102-
C), trouxe um procedimento até então estranho à vigente sistemática processual.
O procedimento monitório analisa a possibilidade do reconhecimento de um
título prescrito sem eficácia de título executivo, ou pagamento de soma em dinheiro,
entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel.
A Ação Monitória exige preexistência de documento escrito sem eficácia de
titulo executivo, de onde se depreende a clara opção do legislador em privilegiar o
procedimento monitório documental ao invés do procedimento puro.
O documento escrito mais comum do título monitório é o que vem assinado
pelo próprio devedor, não importa qual seja a forma, a exemplo dos contratos, das
declarações unilaterais, confirmações ou não da causa da obrigação, das missivas
ou dos meros bilhetes.
Este estudo monográfico tem como objetivo geral compreender o
procedimento da Ação Monitória no ordenamento jurídico brasileiro.
A questão problema é: até que ponto a justiça tem mostrado resultados
eficazes e justos na aplicação do procedimento monitório?
A escolha pelo tema está no interesse em buscar maiores embasamentos
doutrinários e jurisprudenciais, por acreditar ser a Ação Monitória de grande valia
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para a proteção das pessoas, que mesmo não tendo a assinatura do devedor nos
documentos considerados hábeis, podem ajuizar ação de reconhecimento da dívida.
A metodologia elegida para o embasamento deste estudo é a pesquisa
bibliográfica.
Dividido em cinco capítulos, inicia-se com uma breve análise sobre a origem
da Ação Monitória, conceito e natureza jurídica. No capítulo seguinte, estuda-se a
admissibilidade do procedimento monitório. O capítulo quatro é o ponto chave de
toda a monografia. Nele aborda-se por meio de jurisprudências, o procedimento
monitório face a possibilidade de sua cobrança diante de documento hábil. As
considerações finais são apresentadas no capítulo cinco, finalizando, as referências
bibliográficas que deram fundamento para este estudo.
Pela relevância do tema, pretende-se com este estudo observar as várias
posições doutrinárias e jurisprudenciais ao cumprimento dos preceitos legais no que
tange à Ação Monitória como instrumento de inovação introduzido no Direito
brasileiro.
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2 DA AÇÃO MONITÓRIA
2.1 ORIGEM HISTÓRICA DA AÇÃO MONITÓRIA
Para entender melhor o fundamento da Ação Monitória faz-se necessário,
mesmo que de forma abreviada, descrever sobre sua evolução histórica.
O Direito de um país serve sempre como exemplo para legislações
alienígenas. No caso da Ação Monitória não é diferente, o Direito brasileiro inspirou-
se em algumas legislações extravagantes para se incluir a presente ação em nosso
país.
As legislações da Alemanha, da Suíça, da Noruega e dos Países Baixos são
exemplos de legislações que serviram como sustentáculo para o advento da
nossa.No entanto, as duas legislações que mais influenciaram o advento desta ação
no ordenamento jurídico brasileiro foram a Italiana e a Portuguesa. Por assim ser, a
análise da origem histórica da ação em nosso país pautar-se-á nestas duas
legislações, além da própria legislação pátria, no presente trabalho.
As origens do procedimento monitório ou injuncional remontam-se à Idade
Média. Tinha-se no Direito Português, mais especificamente nas Ordenações
Manoelinas, a Ação de Assinação de Dez Dias (ou decendiária), que não passara de
uma demanda ajuizada pelo credor para reaver do devedor quantia certa ou coisa
determinada mediante escritura pública ou alvará feito e assinado, a qual não se
permitia execução imediata, mas sim uma ação de rito sumário, ou seja, para de
forma rápida alcançar a futura execução conforme o crédito não fosse pago pelo réu
até a prolação da sentença1.
Tal instituto era utilizado para receber créditos demandados por escritura
pública, ou alvarás com força de escritura pública reconhecido pela parte. Passados
os dez dias, dizia as Ordenações Filipinas, não mostrando, nem provando o réu
paga, ou quitação, ou outra tal razão, que o desobrigue de paga, seja logo
condenado por sentença, que pague ao autor tudo aquilo, em que assim se mostrar
1 TARDIN, Rodrigo Bassetti et al. Uma abordagem sucinta a ação Mmonitória. Boletim Jurídico. Parte integrante da edição n. 47. 2003. Disponível em: <http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=127> Acesso em: 13 fev. 2012.
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se obrigado. Nas Ordenações Filipinas quanto nas Manoelinas foi retirada do
pagamento ou devolução em dobro no caso de interposição de embargos, o que,
sem sombra de dúvidas, possibilitou uma maior aplicação da presente ação.
Afirma CHIOVENDA2 citado por BRANDÃO:
O primeiro sinal que se tem, no Direito Italiano, da Ação Monitória vem do mandatum de solvendo com clausula justificativa. Este com diversos mecanismos similares ao Direito atual brasileiro era um provimento judicial que visava o recebimento de créditos não cobertos pela ação executiva. Tal mandatum, tinha por fim não a citação do devedor, mas sim, o pronto pagamento da obrigação. O mandatum deu origem a várias legislações, tais como a Francesa e a Alemã.
Vale ressaltar que, o caráter monitório do mandatum de solvendo com
cláusula justificativa é de salutar importância para a existência da Ação Monitória
nos diversos países que a adotam hodiernamente. Isso pode se ver no Processo
Civil Italiano atual.
Atualmente, segundo BRANDÃO3, o Direito Processual Civil Italiano, tem em
seus institutos a Ação Monitória ou injuncional, o qual muito se assemelha com o
procedimento atualmente utilizado no Brasil. Não há dúvidas que a atual Ação
Monitória italiana segue os princípios basilares do mandatum, embora também
exista influência de outras ordenações alienígenas. Para o autor, a Ação Monitória
italiana muito se assemelha a sua co-irmã austríaca. Ela tem início como toda e
qualquer ação, ou seja, com uma petição inicial, a qual deve conter um documento
escrito capaz de comprovar a dívida, mas não havendo necessidade de que tal
documento seja público, sendo esta a principal diferença do procedimento austríaco,
haja vista que neste faz-se necessária à existência de documento público não
executivo.
Assim, esclarece BRANDÃO4:
Recebida e autuada a inicial, o Juiz, de plano, observa a possibilidade de se decretar ou não o mandado injuntivo. O Juiz deve observar se o título é
2 CHIOVENDA, Giuseppe: Instituições de direito processual civil, Vol. I, Campinas: Bookseller, 1998, P. 312 citado por BRANDÃO, Gian Miller. Ação monitória: a natureza jurídica das decisões no procedimento monitório e a constituição do título executivo segundo a Lei n. 9.079/95. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 59, 1 out. 2002. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/3236>. Acesso em: 13 fev. 2012, p. 1. 3 BRANDÃO, Gian Miller. Ação monitória: a natureza jurídica das decisões no procedimento monitório
e a constituição do título executivo segundo a Lei n. 9.079/95. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 59, 1 out. 2002. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/3236>. Acesso em: 13 fev. 2012. 4 BRANDÃO. Op. Cit., 2002.
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certo, líquido além dos demais pressupostos legais, como a pessoa do devedor e a exigibilidade do título. Caso esteja em ordem o título, o Juiz determinará que se expressa o referido mandado para o pagamento, estando, desde já, o credor citado para a ação. Passado isso, o credor terá três caminhos: pagar a quantia descrita no mandado, embargar ou simplesmente não responder. Utilizado o primeiro, a ação terá seu fim, pois o objetivo do credor foi alcançado.
Conforme SANTOS5, no caso de o réu embargar a monitória, o mandado
injuntivo terá sua eficácia suspensa, instaurando-se o contraditório a partir da
apresentação daquela peça. Julgado os embargos, se procedentes, extinguirá a
eficácia do título, pondo fim a Ação Monitória. Interessante é a decisão que julga
improcedente os embargos. Ela somente tem o condão de rejeitar as alegações do
réu, não tendo esta força executiva. No entender da doutrina majoritária italiana, o
que se tornará executivo, neste caso, será o mandado injuntivo (art. 647, 1; e 643, 1,
ambos do CPC Italiano).
Em caso do réu não apresentar embargos, nem satisfazer o pagamento do
mandado injuntivo, a doutrina italiana quase unanimidade de pensamento entende
que para que se dê força executiva ao mandado injuntivo, necessário se fará a
existência de uma sentença transformando em executivo aquele mandado. Assim
sendo, o que se têm quando não há manifestação do réu na Ação Monitória é uma
sentença que transformará o mandado monitório em título executivo. Nos casos de
improcedência dos embargos ou ausência de manifestação do réu, se terá, após tal
fase, a execução do título adquirido através de execução por título judicial6.
O procedimento decendiário ou assinação de dez dias já era conhecido no
Direito brasileiro, que foi introduzido pelas Ordenações Filipinas e pela Consolidação
das Leis do Processo Civil artigos 719 e seguintes, bem como pelo regulamento
737, que denotava um procedimento monitório semelhante que foi introduzia ao
Código de Processo Civil, por força da Lei n. 9.079, de 14 de julho de 1995, que
acrescentou no Livro IV, Título I, o Capitulo XV, no Código de Processo Civil7, os
artigos 1.102-A, 102-B, 1.102-C, dedicados inteiramente a regular o instituto
monitório.
5 SANTOS, Ernane Fidélis dos. Ação monitória. Belo Horizonte: Del Rey, 2000, p. 21.
6 SANTOS. Op. Cit. 2001.
7 BRASIL. Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil. In: Vade Mecum. Coordenação: Anne Joyce Angher. Editora: Ridel - CD-ROM. 2011, p. 134.
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Art. 1.102-A. A Ação Monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel. Art. 1.102-B. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá de plano a expedição do mandado de pagamento ou de entrega da coisa no prazo de quinze dias. Art. 1.102-C. No prazo previsto no art. 1.102-B, poderá o réu oferecer embargos, que suspenderão a eficácia do mandado inicial. Se os embargos não forem opostos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo e prosseguindo se na forma do Livro I, Título VIII, Capítulo X, desta Lei. § 1º Cumprindo o réu o mandado, ficará isento de custas e honorários advocatícios. § 2º Os embargos independem de prévia segurança do juízo e serão processados nos próprios autos, pelo procedimento ordinário. § 3º Rejeitados os embargos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, intimando se o devedor e prosseguindo se na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, desta Lei.
A Ação Monitória tem sua característica maior na função que cumpre de
propiciar ao autor, o mais rápido possível, o título executivo e, com isso, o imediato
acesso à execução forçada.
De acordo com DANTAS8, a Lei n. 9.079/1995 alterou as regras do processo
de execução. Agora, com todas essas modificações, a sentença no procedimento
monitório passou a ser também auto-executável, o que reflete a tendência moderna
do processo sincrético. Ademais, visa-se com a implementação da Lei n.
11.232/2005 o atendimento à garantia constitucional do processo ter uma duração
razoável (inciso LXXVIII do art. 5º, introduzido pela Emenda Constitucional n.
45/2004).
2.2 CONCEITO DE AÇÃO MONITÓRIA
No entendimento de NEGRÃO9, a Ação Monitória tem:
8 DANTAS, Gisane Torinho. Ação monitória: natureza jurídica dos embargos e coisa julgada. Em
consonância com as alterações introduzidas pela Lei n. 11.232/2005. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 964, 22 fev. 2006. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/8008>. Acesso em: 9 fev. 2012. 9 NEGRÃO, Theotônio. GOUVÊA, José Roberto. Código de processo civil e legislação processual em vigor. 35. ed. atual. até 13 de janeiro de 2003. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 994.
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14
A natureza de processo cognitivo sumário e a finalidade de agilizar a prestação jurisdicional, sendo facultada a sua utilização, em nosso sistema, ao credor que possuir prova escrita do débito, sem força de título executivo, nos termos do art. 102a do Código de Processo Civil.
Conceitualmente é considerado um procedimento intermediário entre o
cognitivo e o executivo.
Para DANTAS10, a Ação Monitória é:
Um procedimento de cognição sumária que possui um rito especial e tem como principal objetivo alcançar o título executivo, de forma antecipada sem as delongas naturais do processo de conhecimento, que necessita do proferimento de uma sentença de mérito transitada em julgado para que o processo executivo tenha início.
Sustenta THEODORO JR11, a cognição pratica da Ação Monitória, é de início,
“sumária ou superficial, porque se limita a verificar se a pretensão do autor se apóia
na prova escrita de que cogita o art. 1.102-A, do CPC e se a obrigação nela
documentada é daquelas a que o mesmo dispositivo legal confere a Ação Monitória”.
MARCATO12 aduz que:
É um processo misto, integrado por atos típicos de cognição, em alguns aspectos parecidos com tantos outros que permeiam o sistema processual, bastando lembrar, a título de ilustração o processo de despejo e os processos possessórios, nos quais, esgotada a fase de cognição e obtida a sentença de mérito, passa-se imediatamente à execução (execução lato senso), sem a necessidade de instauração de um novo processo.
Deve-se entender a Ação Monitória como um meio termo entre o processo de
conhecimento ordinário e o processo de execução sendo que, segundo ALVIM13,
que:
O credor, na Ação Monitória, coloca-se na situação de um passageiro que embarca num avião (rito especial), para chegar rápido ao seu destino (receber crédito), mas corre o risco de chegar a pé (rito ordinário), se o devedor vier a opor embargos, estabelecendo assim o contraditório.
10
DANTAS. Op. Cit., 206, p. 1. 11
THEODORO JR, Humberto. Curso de direito processual civil. Vol. III. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 336. 12
MARCATO, Antonio Carlos. Procedimentos especiais. 9. ed. São Paulo, Malheiros, 2001, p. 37. 13 ALVIM, José Eduardo Carreira. Ação monitória e temas polêmicos da reforma processual. 3. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2001, p. 34.
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15
A Ação Monitória é uma modernidade jurídica admitida pela legislação pátria,
com o objetivo de alcançar-se a celeridade processual tão clamada pela sociedade,
todavia sem comprometer a segurança jurídica mínima. Em suma, trata-se de um
processo que se desenvolve segundo a postura assumida pelo réu.
2.3 PROCESSO E PROCEDIMENTO
2.3.1 Diferenças
A título de esclarecimento, neste ponto, busca-se diferenciar dentro da
doutrina, o processo e o procedimento.
FÜHRER14, diz que:
Processo é uma sequência de atos interdependentes, destinados a solucionar um litígio, com a vinculação do juiz e das partes a uma série de direitos e obrigações. Procedimento é o modo pelo qual o processo anda, ou a maneira pela qual se encadeiam os atos do processo. É o rito, ou o andamento do processo.
No processo, a lide é resolvida por um terceiro sujeito, que é o juiz, o qual
dele participa na qualidade de órgão estatal, investido de jursidição, imparcial dos
interesses das partes.
CARNELUTTI15 citado por ALVIM define o processo como sendo “o conjunto
de atos destinados à formação ou à atuação de comandos juridicos, cujo caráter
consiste na colaboração, para tal fim, de pessoas interessadas (partes), com uma ou
mais pessoas desinteressadas (juízes)”.
No plano doutrinário o processo é um só, ainda que o conflito se produza em
distintos âmbitos do direito. Ele se apresenta como a etapa mais evoluida, o único
14
FÜHER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de processo civil. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 15 citado por BRANDÃO, Gian Miller. Ação monitória: a natureza jurídica das decisões no procedimento monitório e a constituição do título executivo segundo a Lei n. 9.079/95. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 59, 1 out. 2002. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/3236>. Acesso em: 13 fev. 2012. 15
CARNELUTTI, Francesco. Instituciones del processo civil. Buenos Aires: Ejea, 1950, vol. I pp. 21-22 citado por ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. Rio de Janeiro: Forense, 2009.
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16
método capaz de assegurar, pacificamente, a estabilidade da ordem jurídica, e o
mais satisfatório e adequado para preservar ou restabelecer a razão do que tem
razão.
O Código de Processo Civil em seu Capítulo XV, artigos 1.102-A, 1.102-B e
1.102-C, e seus respectivos parágrafos, acrescentados pela Lei 9.079/1995, define o
novo procedimento, aguçando sobre seu processamento e requisitos16.
Para ALVIM17, “o procedimento constitui um importante passo na evolução do
direito processual, pois o processo deixou de ser realizado segundo a praxe e
passou a encontrar na lei a sua regulamentação [...]”.
Assim, o procedimento é a maneira pela qual se movimenta o processo, a
maneira de sua realização. Então, o procedimento é a sequência de realização dos
atos determinados pela lei. Nada mais é do que a modo pelo qual o processo deve
se desenvolver, devendo ser observado para que se chegue ao final sem qualquer
nulidade. Já o processo, é a união de todos os atos executados para se alcançar o
fim desejado.
2.4 NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO MONITÓRIA
Em se tratando da natureza jurídica do procedimento monitório, a doutrina é
divergente e há grande dissenso sobre o assunto.
Segundo BRANDÃO18, uma corrente entende ser a Ação Monitória um novo
tipo de processo. Ou seja, a Ação Monitória não estaria contida em nenhum dos
processos existentes, não seria Processo de Conhecimento, Cautelar ou Executivo,
mas sim, um processo sui generis. Por outro prisma, uma corrente não menos
abalizada entende que a Ação Monitória nada mais é que um procedimento dentro
dos processos de conhecimento, motivo pelo qual teve sua disciplina inserta no
capítulo concernente aos procedimentos especiais. Esclarece o autor, a ação
monitótia e, sem dúvida alguma, um tipo de tutela diferenciada, o que é facilmente
constatado em seus institutos que ora são de Processo de Conhecimento, ora são
16
BRASIL. Op. Cit. 2011a. 17 ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. Rio de Janeiro: Forense, 2009. 18 BRANDÃO. Op. Cit., 2002.
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17
de Processo de Execução. Demais disso, a Ação Monitória veio para diminuir a
lacuna existente entre os credores que possuíam o título executivo e os que
possuíam algum título líquido e certo, mas sem força executiva, pois aos
possuidores destes últimos, fazia-se necessária a interposição de ação ordinária de
cobrança, a mesma utilizada pelos credores sem nenhum título. Agora, com o
advento da Ação Monitória, deu-se guarida aos possuidores de títulos sem força
executiva, criando o instituto facilitador para o recebimento do crédito.
Assim, ensina SANTOS19 sobre a Tutela Diferenciada da Ação Monitória:
[...] a Ação Monitória seria, além de forma de tutela jurisdicional diferenciada, técnica processual diferenciada. Pela existência de fases de conhecimento e, também, executiva, a monitória mostraria tutela diferenciada, pois que ora de conhecimento, ora de execução. Mas não é apenas aí que residem as particularidades do procedimento monitório. Com efeito, a Ação Monitória se diferencia, ainda, pelas características específicas de sua fase de conhecimento. [...] não se trata simplesmente de encontrar, determinado procedimento, manifestações de processo de conhecimento, de execução e mesmo de simples cautela, mas também de ocorrerem, em referidas manifestações, especificidades completamente distanciadas das formas normais de os respectivos atos se revelarem [...].
Na verdade, é na fase de conhecimento que suas características se mostram
ainda mais peculiares. Ao contrário do que ocorre na maioria absoluta dos
processos de conhecimento, o autor não leva sua pretensão ao estado-juiz para
que, estabelecido o contraditório, seja prolatada, apenas ao final do procedimento,
uma decisão. Na Ação Monitória, o autor leva seu título monitório à análise judicial e,
verificada a sua higidez, é emitido, em seu favor, um mandado monitório. Porque se
presume que o devedor, diante do mandado monitório, devidamente instruído com
um título respectivo, via de regra firmado por ele próprio, não se oporá à pretensão
do credor, a lei prevê a conversão do mandado monitório, com a constituição, de
pleno direito, do título executivo20.
Na maioria dos doutrinadores, a oposição de embargos por parte do réu da
monitória seria, em verdade, manifestação semelhante a uma simples contestação,
transmudando, assim, o rito monitório em ordinário.
Nesse sentido, pendeu a posição do Superior Tribunal de Justiça, nesse
sentido: "a Ação Monitória, com a impugnação do réu, através de embargos, se
19 SANTOS, Ernane Fidelis dos. Ação monitória. Belo Horizonte: Del Rey, 2001. 20 SANTOS. Op. Cit., 2001.
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18
torna ação normal de conhecimento regida pelo procedimento ordinário, podendo,
assim, dar ensejo a exceções processuais, reconvenção, inclusive" (REsp n.
147.945, MG, Relator o Ministro Felix Fisher, D.J.U. 9.11.1998)21.
Observa-se assim, a natureza de tutela jurisdicional diferenciada na monitória
é quase unanimidade entre os juristas pátrios. Acontece que não existe a mesma
harmonia quando se quer conceituá-la em processo ou procedimento.
Em suma, a primeira corrente doutrinária afirma que os embargos constituem,
nitidamente, forma incidental de desconstituição do provimento inicial e/ou de
reconhecimento da inexistência do débito, o que, no sistema processual brasileiro, é
feito através de nova demanda, geradora de outro processo. Isto é, os embargos
monitório, à semelhança do que ocorre com os embargos à execução, têm natureza
de ação. GRECO FILHO22, MARCATO23 são adeptos dessa teoria.
Enquanto CÂMARA24 sustenta que essa corrente equivoca-se em afirmar que
a natureza jurídica dos embargos é de uma ação autônoma, uma vez que, não se
pode desconstituir algo que nem eficácia executiva tem, diferentemente do que
ocorre nos embargos à execução.
Por sua vez, a segunda corrente doutrinária, considera a natureza jurídica dos
embargos como contestação. Significa dizer que os embargos são uma resposta do
demandado, de natureza idêntica à de uma contestação.
Segundo DONIZETTI25, de acordo com tal entendimento, conquanto se
formule juízo sumário de admissão do procedimento monitório antes de se proceder
à citação do devedor, não se pode falar, ainda em título executivo a se
desconstituído, como acontece quanto aos embargos à execução.
Vale destacar o entendimento do Superior Tribunal de Justiça a respeito da
matéria (Súmula n. 292), segundo o qual o embargante na Ação Monitória pode
oferecer reconvenção junto com os embargos monitórios, o que deixa transparecer a
21
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA do Estado de Minas Gerais. REsp n. 147.945, MG, Relator o Ministro Felix Fisher, D.J.U. 9.11.1998. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/.../djsp-judicial-1a-instancia-capital-03-03-201> Acesso em: 13 fev. 2012. 22
GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 3º vol., 14. ed. São Paulo, Saraiva, 2000. 23
MARCATO. Op. Cit., 2001. 24
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. V. III, 3. ed. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2001 25 DONIZETTI, Elpídio. Curso didático do direito processual civil. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris, 2007.
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19
natureza de contestação destes. A título ilustrativo transcreve-se ementa de decisão
do STJ que bem elucida a matéria:
Processo Civil. Recurso Especial. Ação Monitória Reconvenção. Admissibilidade. Segundo a mens legis os embargos na Ação Monitória não têm ‘natureza jurídica de ação’, mas se identificam com a contestação. Não se confundem com os embargos do devedor, em execução fundada em título judicial ou extrajudicial, vez que inexiste ainda título executivo a ser desconstituído. Não pagando o devedor o mandado monitório, abre-se-lhe a faculdade de defender-se, oferecendo qualquer das espécies de respostas admitidas em direito para fazer frente à pretensão do autor. Os embargos ao decreto injuncional ordinarizam o procedimento monitório e propiciam a instauração da cognição exauriente, regrado pelas disposições de procedimento comum. Por isso, não se vislumbra qualquer incompatibilidade com a possibilidade de o réu oferecer reconvenção, desde que seja esta conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. A tutela diferenciada introduzida pela Ação Monitória, que busca atingir, no menor espaço de tempo possível, a satisfação do direito lesado, não é incompatível com a ampla defesa do réu, que deve ser assegurada, inclusive pela via reconvencional. Recurso provido, na parte em que conhecido. STJ, 2ª Seção, REsp. 222.937/SP, relatora: Ministra Nancy Andrighi, data de julgamento. 09/05/2001, DJ: 02/02/2004, p. 26526
Já, a terceira corrente doutrinária, atribui aos embargos à natureza de
recurso. Porém, a mesma é equivocada, face o Princípio da Taxatividade dos
recursos, segundo o qual só é recurso àquilo que recebe da lei tal natureza. Assim,
tendo em vista que a lei não atribui aos embargos natureza recursal, não há que se
cogitar nessa possibilidade27.
No entendimento de NEVES28, o debate, como se nota:
É meramente acadêmico, sem nenhuma repercussão prática digna de nota, considerando-se a opinião uníssona de que o Capítulo XV (Livro IV, Título I), prevê em seus três artigos um procedimento diferenciado, sendo irrelevante para fins práticos determinar se tais particularidades procedimentais são suficientes ou não para a criação de uma nova espécie de processo.
Prossegue o autor supracitado, na única questão que poderia levantar algum
questionamento masi sério, a doutrina é unânime em apoiar a facultatividade da
tutela monitória. Mesmo para a corrente doutrinária que defende a natureza de
procedimento especial, abre-se uma exceção de que os procedimentos especiais
26
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. STJ, 2ª Seção, REsp. 222.937/SP, relatora: Ministra Nancy Andrighi, data de julgamento. 09/05/2001, DJ: 02/02/2004, p. 265 citado por DONIZETTI. Op. Cit., 2007, p. 818. 27
DANTAS. Op. Cit. 2006. 28 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2009.
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20
são de aplicação cogente, em fenômeno também verificado no procedimento
sumaríssimo no âmbito dos Juizados Especiais Estaduais.
No próximo capítulo estuda-se a admissibilidade do procedimento monitório.
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21
3 DO PROCEDIMENTO DA AÇÃO MONITÓRIA
3.1 FORO COMPETENTE
Aduz o artigo 94 do CPC, a ação fundada em direito pessoal e a ação
fundada em direito real sobre bens móveis, serão propostas, em regra, no foro do
domicílio do réu, mas nada impede que a ação seja ajuizada em outro foro
estabelecido pelas partes (art. 111 do CPC). Assim dispõe os referidos artigos:
Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. § 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor. § 3º Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4º Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações
29.
Segundo TARDIN30 et al, quanto às exceções, poderão ser arguidas a
exceção de incompetência, que na sua forma relativa não poderá ser declarada de
ofício, de harmonia com a Súmula 33 do STJ. Sua forma de arguição então, será no
oferecimento dos embargos, onde o réu além de discutir a certeza e liquidez da
obrigação, também poderá colocar no âmbito de julgamento do juiz a incompetência.
Já na sua forma absoluta, não há que se preocupar o réu com sua arguição, pois a
lei processual é clara onde fala que a incompetência absoluta poderá ser além de
declarada de ofício pelo juiz, alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição (art.
113 do CPC).
29 BRASIL. Op. Cit., 2011a, p. 14 e 16. 30 TARDIN et al. Op. Cit., 2003.
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22
3.2 PROVA ESCRITA
A prova escrita, exigida pelo art. 1.102-A do CPC, conforme o próprio texto
legal é todo documento que, embora não prove, diretamente, o fato constitutivo,
permite ao órgão judiciário deduzir, através de presunção, a existência do direito
alegado (RT 238/67). No mesmo sentido, acrescentando que, “emrelação à
discussão sobre valores, à forma de cálculo e à própria legitimidade do débito,
assegura a lei ao devedor a via dos embargos (art. 1.102-C do CPC)”. (STJ-RT
801/173)31.
Esclarece o Ministro Barros Monteiro, do Superior Tribunal de Justiça - STJ,
em voto proferido nos autos do REsp. 331.622-SP: “primeiramente, o título deve ser
desprovido de força executiva, precisamente por isso (não ser título executivo),
consubstanciam a ‘prova escrita’ exigida por lei para arrimar a propositura da Ação
Monitória". Como o procedimento da Ação Monitória não comporta fase de
liquidação, o título monitório deve ser sempre líquido. Outro requisito é que a dívida
estampada deve ser certa, pois a espécie não comporta o processo de cognição (a
cognição é sumaria)32.
Também nos autos 180.515-SP, relator Ministro Barros Monteiro, do Superior
Tribunal de Justiça - STJ citado por NEGRÃO33, considera que:
Para viabilizar a Ação Monitória, a prova escrita deve ser suficiente em si mesma, não sendo hábil a tal fim o mero começo da prova escrita. Necessidade de demonstração, pelo autor, por intermédio de prova testemunhal complementar, ao menos da autorização dos serviços pelo proprietário do veículo.
Não há como instaurar procedimento monitório com base em demonstrativo
ou extrato unilateral de débito, não se podendo caracterizar tal documento como
prova escrita hábil.
THEODORO JR34, assim salienta a abrangência da prova escrita:
31
NEGRÃO. Op. Cit., 2003, p. 945. 32
AYMAR, Renato. A Ação monitória como instrumento de recuperação de crédito para as empresas. 2010. Disponível em: <http://www.academico.direitorio.fgv.br/.../A_AÇÃO_MONITÓRIA_COMO.> Acesso em: 9 fev. 2012. 33 NEGRÃO. Op. Cit., 2003, p. 945. 34 THEODORO JR. Op. Cit., 2003, p. 339.
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23
A prova escrita, em Direito Processual Civil, tanto é a prova preconstituída (instrumento elaborado no ato da realização do negócio jurídico para registro da declaração da vontade) como a casual (escrito surgido sem a intenção direta de documentar o negócio jurídico, mas que é suficiente para demonstrar sua exigência).
No mesmo entendimento, diz ALVIM35, embora a lei não conceitue a prova
escrita, “para fins monitórios inexiste dúvida de que tal somente pode ser
considerada a escrita stricto sensu, quer dizer, a grafada, compreendendo tanto as
provas ‘preconstituídas’ quanto as ‘causais’”. Para o autor, pode parecer que prova
escrita seja somente o documento proveniente de uma das partes ou seu
representante, ou que tenha sido por eles elaborados ou, se mandados fazer, por
eles assinado. Esse entendimento, no entanto, não traduziria em toda a sua
extensão o alcance da prova.
Para AMARAL SANTOS36 apud ALVIM, o dizer da lei não deve ficar restrito
apenas a estes fatos. Assim ele nos escreve sobre o aludido tema:
Essencial é que a parte, contra a qual é invocado o escrito, pelo fato material da sua participação no escrito ou por sua atuação, considerando como suas as declarações nele contidas, tenha reconhecido que são verossímeis os fatos que do escrito decorrem; é que são apreciadas como ‘começo e prova’ não só os escritos feitos e assinados pela pessoa contra quem se invocam ou por elas apenas feitos ou somente assinados, como também os escritos que a parte, ou seu representante, haja tacitamente reconhecido como próprios por produzi-los em juízo.
Possui o mesmo entendimento, FIDÉLIS SANTOS37 “embora tal
argumentação é contestada pela jurisprudência do STJ - Resp. n. 6667-PR, Rel.
Waldemar Sveiter, DJ 25/03/91”.
Em análise aos posicionamentos acima, BRANDÃO38 conclui:
A Lei n. 9.079/1995 exigiu que a prova fosse escrita, mas em momento algum colocou que a mesma deveria ser expedida por uma das partes. No mais, a prova documental exigida para a propositura da Ação Monitória não precisa ser repleta a requisitos formais. Esta pode ser expedida até mesmo por pessoa diferente das partes do processo, haja vista a não especificação legal de quais são os títulos monitórios.
35
ALVIM. Op. Cit., 2001, p. 38. 36
AMARAL SANTOS, Moacir. Comentários ao código de processo civil, v. IV. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, p. 143, 1989 apud ALVIM. Op. Cit., 2001 37 SANTOS. Op. Cit., 2000, p. 21. 38 BRANDÃO. Op. Cit., 2002, p. 3.
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24
Pode-se entender que qualquer tipo de prova escrita aceita pelo CPC, pode
ser tida como prova hábil para a propositura da Ação Monitória. Tais provas podem
ser encontradas nos artigos 371, 376 e 378, do CPC, os quais enumeram diversas
maneiras para a obtenção de prova documental.
Art. 371. Reputa-se autor do documento particular: I - aquele que o fez e o assinou; II - aquele, por conta de quem foi feito, estando assinado; III - aquele que, mandando compô-lo, não o firmou, porque, conforme a experiência comum, não se costuma assinar, como livros comerciais e assentos domésticos. Art. 376. As cartas, bem como os registros domésticos, provam contra quem os escreveu quando: I - enunciam o recebimento de um crédito; II - contêm anotação, que visa a suprir a falta de título em favor de quem é apontado como credor; III - expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija determinada prova. Art. 378. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em Direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos
39.
Observa-se que principalmente os artigos 371, III, diz que se reputa autor de
documento particular aquele que, mandando compô-lo, não o firmou, porque,
conforme a experiência comum, não se costuma assinar, como os livros comerciais
e assentos domésticos, e 376, I mostra que as missivas e os registros domésticos
provam contra quem os escreveu quando enunciam o recebimento de um crédito.
Pode-se ver, nas duas ocasiões podem se formar documentos a partir de
escritos não emanados do punho do obrigado, sendo que estes, sem sombra de
dúvidas, podem sim dar ensejo à proposição de Ação Monitória. Sendo assim, não
há dúvidas que o procedimento monitório pode ser utilizado quando se tenha prova
escrita que assegure a existência de um direito em favor do autor, e que delimite que
o réu seja o verdadeiro devedor. Enfim, a prova escrita, para fins monitórios, não
compreende todos os fatos da causa, senão aqueles concernentes “a existência” do
crédito e à “natureza” das prestações e que constituem os requisitos específicos
dessa modalidade procedimental.
39 BRASIL. Op. Cit., 2011, p. 47-48.
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25
3.3 ADMISSIBILIDADE DO PROCEDIMENTO MONITÓRIO
Segundo disposição do art. 1.102-A do CPC, a admissibilidade da demanda
notória está condicionada à existência de uma prova escrita sem eficácia de título
executivo e limitada às obrigações de pagamento em soma de dinheiro, entrega de
coisa fungível ou de determinado móvel. O dispositivo não aponta expressamente,
mas aos requisitos nele previstos soma-se a vontade do demandante, que mesmo
diante das condições previstas pelo dispositivo legal poderá optar pela demanda de
conhecimento.
Esclarece NEVES40, as exigências formais contidas no dispositivo legal ora
comentado, adotou o procedimento monitório documental, ao exigir do autor a
apresentação de uma prova literal capaz de demonstrar a verossimilhança de sua
alegação de existência do direito de crédito que alega ter contra o réu. A empregar a
expressão “prova escrita”, deixou bem claro o legislador que caberão ao juiz a
análise da valoração dessa prova, para somente depois expedir o mandado
monitório, o que evidentemente não ocorre no processo/fase de execução e com o
título executivo. Caberá ao juiz no procedimento monitório a análise da prova
juntada pelo autor, verificando-se inclusive, ainda que de forma sumária, a existência
do direito alegado na petição inicial e corroborado com a prova que a institui.
A prova escrita exigida pelo art. 1.102-A do CPC limita a abrangência da
prova documental que poderá instruir a petição inicial. Por intermédio da petição
inicial, o procedimento monitório é instaurado, com os requisitos dos artigos 282 e
283 do Código de Processo Civil.
Art. 282. A petição inicial indicará: I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; II - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - o requerimento para a citação do réu.
40 NEVES. Op. Cit. 2009
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26
Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação
41.
Para o jurista SANTOS42, a petição inicial da Ação Monitória “deverá atender
os requisitos do artigo 282 do CPC, mas, evidentemente, tratando-se de pedido que
deve fundamentar-se em liquidez e certeza no sentido material, há certa analogia
com a execução”.
Conforme NEVES43, independentemente da natureza jurídica que se atribua à
demanda monitória - processo de conhecimento com procedimento especial ou
espécie autônoma de processo -,
(...) é exigida do demandante a elaboração de uma petição inicial, nos termos dos arts. 282 e 283 do CPC. No tocante à causa de pedir, diferente do que ocorre na ação de execução, não basta ao autor da monitória fazer uma simples remissão à prova literal que instrui a petição inicial, sendo exigido que descreva os fatos referentes ao surgimento da dívida. O juiz poderá indeferir a petição inicial, nos termos do art. 295 do CPC, bem como determinar a sua emenda no prazo de dez dias, nos termos do art. 284 do CPC.
Constitui documento indispensável à propositura da ação a prova escrita sem
eficácia de título executivo. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz
deferirá de plano a expedição do mandado de pagamento ou de entrega da coisa no
prazo de quinze dias (art. 1.102-B - CPC).
Embora a lei não mencione, o devedor é citado para efetivar o pagamento ou
entregar a coisa.
De acordo com DONIZETTI44, citado, pode o devedor assumir três atitudes:
a) Permanecer inerte: nesse caso, em decorrência da omissão, forma-se o
título executivo, (judicial), convertendo-se o mandado inicial em mandado
executivo, e prosseguindo-se na execução para entrega de coisa ou por
quantia certa (art. 1.102-C);
A despeito dos termos da lei, segundo NEGRÃO45, o mais razoável é que,
decorrido o prazo de quinze dias, sem apresentação de embargos pelo réu, novo
mandado seja expedido, citando-se o réu para entregar coisa certa, incerta ou para
pagar quantia determinada, abrindo-se oportunidade para oferecimento de bens à
41
BRASIL. Op. Cit., 2011, p. 37. 42
SANTOS. Op. Cit., 2001, p. 472. 43
NEVES. Op. Cit., 2009, p. 1314. 44 44 DONIZETTI. Op. Cit., 2007, p. 817. 45 NEGRÃO. Op. Cit., 2003.
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27
penhora e embargos à execução. No entendimento de MARCATO46, note-se que os
efeitos da revelia na monitória são mais gravosos que no procedimento comum
ordinário. É que no procedimento injuntivo, a contumácia do réu acarreta, de ponto,
a emissão de provimento favorável ao autor, em razão do deslocamento do
contraditório que caracteriza a Ação Monitória.
b) Cumprir o mandado, entregando a coisa ou pagando a soma em dinheiro:
o cumprimento do mandado causa a extinção do procedimento ficando o
réu isento de custas e honorários advocatícios (art. 1.102-C, § 1º);
c) Opor embargos monitórios: visa tais embargos suspender a eficácia do
mandado e impedir a formação de título executivo, com a desconstituição
da dívida. Assim, como ocorre com os embargos à execução - cuja
disciplina foi modificada pela Lei n. 11.382/2006 -, sua interposição
independe de segurança do juízo e são processados nos próprios autos do
procedimento monitório, pelo procedimento ordinário (art. 1.102-C, § 2º).
Rejeitados os embargos, o título e ao devedor oferecer bens à penhora,
embargos à execução etc. (art. 1.102-C, § 3º).
Vale ressaltar que no procedimento monitório os embargos do devedor não
têm a finalidade de desconstituir o título executivo, porque título executivo não há,
mas de declarar a inexistência da dívida inicialmente comprovada por meio da prova
escrita.
Além da exigência de uma prova documentada por escrito, exige-se que a
prova literal indique o quantum debeatur nas obrigações de pagar quantia,
permitindo-se que dois ou mais documentos apontem com exclusividade o an
debeatur e o quantum debeatur. Na verdade, a pluralidade de documentos é sempre
permitida, admitindo-se que o convencimento do juiz de que provavelmente o direito
alegado existe seja resultado da análise de um conjunto de prova literais levados
aos autos pelo autor47.
Afirma NEVES48, a priori, não é possível definir qual é a prova literal exigida
pelo artigo 1.102-A do CPC, justamente porque, preenchidos os requisitos formais,
tudo dependerá do caso concreto, mais especificamente da carga de convencimento
que a prova apresentar. Qualquer descrição do que vem sendo entendido como
46
MARCATO. Op. Cit., 2001, p. 315. 47 MARCATO. Op. Cit., 2001. 48 NEVES. Op. Cit., 2009.
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28
prova literal apta a instruir a petição inicial monitória é casuística, meramente
exemplificativa. Entretanto, importante notar, que a utilidade maior da Ação Monitória
verifica-se em documentos que são “ex-títulos executivos”, como na hipótese do
cheque prescrito (Súmula 299 do STJ), ou quando os documentos são “quase-títulos
executivos”, documentos que não preenchem todos os requisitos formais para serem
considerados título executivo, como o contrato sem a assinatura de duas
testemunhas, a duplicata sem o aceite ou, ainda, o contrato de abertura de crédito
em conta-corrente acompanhado do demonstrativo do débito (Súmula 247 do STJ).
3.4 OUTROS ASPECTOS DA AÇÃO MONITÓRIA
Cabimento contra a Fazenda Pública:
Há divergência doutrinária quanto ao cabimento de Ação Monitória contra a
Fazenda Pública. Os doutrinadores que defendem o não-cabimento da Ação
Monitória contra a Fazenda Pública argumentam fundamentalmente que:
a) As especialidades da execução contra a Fazenda Pública (art. 730 do
CPC) impedem a adoção da ação monitória49;
b) A impossibilidade de a Fazenda pública cumprir a ordem de pagamento
em razão da indisponibilidade do direito que defende em juizo50;
c) A necessidade de reexame necessário, que não seria observado com a
ausência de embargos ao mandado monitório e a consequente
constituição imediata de título51;
d) Não sendo gerado o efeito da revelia da presunção de veracidade dos
fatos alegados pelo autor em caso de omissão defensiva da Fazenda
Pública, com maior razão não se pode concordar que a revelia no
procedimento monitório gere automaticamente a formação de título
executivo judicial contra ela.
49 THEODORO JR. Op. Cit., 2003. 50 MARCATO. Op. Cit., 2001 51 THEODORO JR. Op. Cit., 2003.
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29
A corrente doutrinária que defende o cabimento da Ação Monitória contra a
Fazensa Pública rejeita os quatro principais argumentos adotadaos pela corrente
proibitiva, DINAMARCO52; FISCHMANN53:
a) Após a formação do título, no momento executivo, observa-se-ão as
regras do art. 730 do CPC;
b) A Fazenda pública pode realizar o pagamento sem ofender o sistema de
pagamento por precatórios, porque não estará cumprindo sentença
judicial, devendo considerar o pagamento como voluntário, em situação
similar ao pagamento por um serviço prestado ou por um recebimento de
mercadorais;
c) O reexame necessário é exigido na hipótese de sentença judicial (art. 475
do CPC), não sendo aplicável ao sistema procedimental da Ação
Monitória;
d) Não há que falar em efeitos da revelia no processo monitório.
ALVIM54, não vê incompatibilidade, posto que o procedimento monitório, tanto
quanto o ordinário, possibilita a cognição plena, desde que a Fazenda Pública
ofereça embargos. Prossegue o autor, “não vejo razão para distinguir a Fazenda
Pública. Aliás, já é tempo de cessar o paternalismo do Judiciário e dos doutrinadores
com relação à Fazenda Pública”.
Cabimento de reconvenção:
Essa modalidade de resposta, bem como as exceções (de incompetência e
de impedimento ou suspeição), não são incompatíveis com o procedimento
monitório, até porque, oferecidos os embargos, o rito seguido é o do procedimento
ordinário. Exemplo: se o réu tiver contra o autor prova escrita de obrigação que se
relaciona com o pedido formulado na inicial, poderá reconvir55.
Intervenção de terceiros:
Em razão de o feito prosseguir pelo rito ordinário, no caso de interposição de
embargos, admite-se a intervenção de terceiros. Admite-se também o litisconsórcio.
Citação ficta:
52
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São Paulo: 2002, p. 745. 53
FISHMANN, Gerson. Comentários ao código de processo civil. São Paulo: RT, 2001, vol. 14., p. 386. 54 ALVIM. Op. Cit. 2001. 55 DONIZETTI. Op. Cit., 2007.
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30
Não se admite nenhuma forma de citação ficta (citação por edital ou com hora
certa) no procedimento monitório. Isso porque, sendo ficta a citação e havendo
revelia, o curador especial está obrigado a contestar (oferecer embargos), fato que
por si só transmuda o procedimento monitório em ordinário56.
No capitulo seguinte aborda-se o procedimento monitório face a possibilidade
de sua cobrança diante de documento hábil.
56 DONIZETTI. Op. Cit., 2007.
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31
4 PROCEDIMENTO MONITÓRIO FACE A POSSIBILIDADE DE SUA COBRANÇA
DIANTE DE DOCUMENTO HÁBIL
Qualquer documento que não se revista das características de título executivo
é hábil para ensejar o procedimento da Ação Monitória. A seguir, alguns dos
documentos hábeis para o procedimento monitório, comprovando assim, o objetivo
deste estudo.
4.1 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM CONTRATO DE CONTA CORRENTE OU
DE ABERTURA DE CRÉDITO
O contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado de
demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da Ação
Monitória.
É o entendimento do Superior Tribunal de Justiça que está consolidado na
Súmula 247 - 23/05/2001 - DJ 05.06.2001. Contrato de Abertura de Crédito - Ação
Monitória.
EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. COMPROVAÇÃO DO DÉBITO. CONTRATO ROTATIVO DE CRÉDITO. DEMONSTRATIVOS. SUFICIÊNCIA. SÚMULAS N. 7-STJ E 247-STJ. IMPROVIMENTO. I. "O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da Ação Monitória" (Súmula n. 247-STJ). II. A pretensão do recorrente, de que se afirme a necessidade da juntada de outros documentos para atestar a utilização do crédito pelo mutuário, não prescindiria do reexame do completo fático probatório dos autos, providência que encontra óbice na Súmula n. 7-STJ. III. Agravo regimental improvido. AgRg no REsp 1226226/PR Agravo Regimental no Recurso Especial. 2010/0229987-8. Relator Ministro Aldir Passarinho Junior (1110). Órgão Julgador. Quarta Turma. Data do Julgamento: 22/03/2011. Data da Publicação: DJe 28/03/2011
57.
57
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AgRg no REsp 1226226/PR Agravo Regimental no Recurso Especial. 2010/0229987-8. Relator Ministro Aldir Passarinho Junior (1110). Órgão Julgador. Quarta Turma. Data do Julgamento: 22/03/2011. Data da Publicação: DJe 28/03/2011. Disponível em: www.dji.com.br/normas_inferiores/...sumula_stj/sumulas_stj.htm Acesso em: 18 fev. 2012.
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No caso em tela, o Recorrente buscou a reforma do julgado no sentido de que
deveria ser provado, além do demonstrativo de débito, documentos que
comprovassem a utilização do crédito pelo usuário. Entretanto, basta apenas o
contrato em questão com o demonstrativo de débito para o manejo da Ação
Monitória.
EMENTA. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 535, II, DO CPC. INEXISTÊNCIA. NÃO PREQUESTIONAMENTO DOS ARTIGOS 178, 195 E 1102A DO CPC. DISSÍDIO PRETORIANO NÃO-CONFIGURADO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. SÚMULA 247/STJ. DESNECESSIDADE DE O BACEN INTEGRAR A LIDE. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E NÃO-PROVIDO. 1. Não há falar em ofensa ao artigo 535, II do CPC, quando o acórdão apresentou os fundamentos nos quais apoiou as convicções que o levaram a decidir a lide. 2. Não foram prequestionados os artigos 178,195 e 1102a do CPC, ditos infringidos, e nem ficou configurado o dissídio pretoriano alegado a viabilizar, neste ponto, o conhecimento do recurso especial. 3. Nos termos do enunciado n. 247 deste STJ "o contrato de abertura de crédito em conta corrente acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da Ação Monitória". Improcedentes, pois, as assertivas de impossibilidade jurídica do pedido e falta de interesse de agir. 4. O fato de a instituição financeira, à época da propositura da demanda, estar sob regime de liquidação extrajudicial, sob intervenção do Banco Central, não lhe tira a personalidade jurídica e nem faz o interventor responsável por seu ativo ou passivo, tampouco retira a competência da justiça estadual para apreciação do litígio. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e não-provido. REsp 547818 / SP RECURSO ESPECIAL 2003/0059876-3. Relator: Ministro Luis Felipe Salomão. Quarta Turma. Data do Julgamento: 17/03/2011. Data da Publicação: DJe 22/03/2011
58.
A decisão acima, reforça o entendimento de que apenas a soma do contrato
de abertura de crédito de conta corrente com o demonstrativo do débito é necessário
para a propositura da ação e, do contrário, a ausência do demonstrativo de débito é
impeditivo para tanto.
4.2 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM CHEQUE PRESCRITO
Ao incluir o procedimento monitório no Código de Processo Civil, a Lei n.
9.079/1995, conferiu ao portador de cheque prescrito a possibilidade de optar pelo
58 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REsp 547818 /SP RECURSO ESPECIAL 2003/0059876-3. Relator: Ministro Luis Felipe Salomão. Quarta Turma Data do Julgamento: 17/03/2011. Data da Publicação: DJe 22/03/2011. Disponível em: www.dji.com.br/normas_inferiores/...sumula_stj/sumulas_stj.htm Acesso em: 18 fev. 2012.
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ajuizamento da monitória ou da ação de locupletamento, eis que a cambial satisfaz a
prova escrita prevista no artigo 1102-A do CPC.
Para a propositura de Ação Monitória com base em cheque prescrito não se
exige que o autor invoque o negócio jurídico correspondente (RSTJ 147/289, RT
781/253). Esse é o entendimento da 2ª Seção do STJ:
AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO. Apresentado pelo autor o cheque, é o bastante para a comprovação do direito do autor ao crédito reclamado, cabendo ao lado adverso demonstrar eficazmente, o contrário. STJ - 4ª turma. Resp. 285.223-MG, Relator. Ministro Adir Passarinho Jr., J. 26.6.01, negaram provimento, v.u., DJU 5.11.01, p. 116
59.
A Ação Monitória instruida com cheques dispensa a demonstração da causa
de sua emissão, de acordo com a jursiprudência do STJ-3ª Turma, Resp. 337.639-
MG, Realtor Ministro Menezes Direito, j. 18.6.02, deram provimento, v.u., DJU
16.9.02, p. 182. No mesmo sentido: RT 757/265, 764/305, 788/395, 799/204; JTJ
208/12160.
Segundo AYMAR61, a questão é tratada pela Súmula 299, do STJ, que admite
Ação Monitória fundada em cheque prescrito, pois se o cheque não estivesse
prescrito ensejaria desde logo a execução. A partir da emissão o sacador possui
trinta ou sessenta dias, conforme deva ou não o cheque ser pago na mesma praça
em que foi emitido, para apresentá-lo à instituição financeira (artigo 33, da Lei n.
7.357/85). Após este prazo, subsiste para o beneficiário pretensão executiva, que
prescreve seis meses após o termino do prazo de apresentação (artigo 59, da Lei
7.357/1985). Somente com a perda da força executiva é que o credor, obviamente,
pode se valer da Ação Monitória, daí cumpre-se destacar duas situações abaixo:
a) A Ação a Monitória for proposta até dois anos após o transcurso do prazo
da prescrição da pretensão executiva sua causa pentendi será a
locupletação sem causa de devedor, não precisando ser ventilada a causa
debendi:
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA - TÍTULO DE CRÉDITO (CHEQUE) DESPIDO DE EFICÁCIA EXECUTIVA POR FORÇA DA PRESCRIÇÃO - DEMANDA RECOMENDADA - EMBARGOS AO MANDADO DE PAGAMENTO IMPROCEDENTES - RECURSO DESPROVIDO. - Vencido o prazo prescricional da jurisdição "in executivis"
59 NEGRÃO. Op. Cit., 2003, p. 946 60 NEGRÃO. Op. Cit., 2003. 61 AYMAR. Op. Cit., 2010.
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(Lei do Cheque, art. 59), o credor pode, dentro de dois anos, valer-se da ação de enriquecimento ilícito (Lei do Cheque, art. 61), sendo suficiente a apresentação do documento, que presume o não recebimento. Não tendo a Embargante trazido aos autos provas de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos desta presunção, o pedido inicial deve ser acolhido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação cível n. 00.004520-9, da Comarca de Blumenau (2ª Vara Cível), em que são apelantes Alício Bonatti e Marlene da Silva Bonatti, sendo apelado José Eduardo Bahls de Almeida: TJSC - Tipo de Processo : Apelação Cível - Número Acórdão : 00.004520-9 - Comarca :Blumenau - Des. Relator : Cercato Padilha - Órgão Julgador : Quarta Câmara Civil - Data Decisão : 29 de Agosto de 2002 - Publicado no Djesc .: Apelação Cível N. 00.004520-9, de Blumenau. Relator: Des. Cercato Padilha
62.
a) Após este lapso temporal, a Ação Monitória deverá se fundar na relação
jurídica material que deu origem a cambiária, que prescreve no prazo dos
direitos pessoais. Esclarecemos que depois não será possível ver
reconhecida e satisfeita a obrigação de onde decorre o cheque prescrito,
de forma que a possibilidade da propositura da Ação Monitória, depende
de ter sido alcançada a prescrição da pretensão executiva (art. 59, da Lei
7.357/1985) e não a da ação cognitiva (art. 61, da Lei 7.357/1985):
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUES PRESCRITOS. FALECIMENTO DO EMISSOR. RESPONSABILIDADE DO ESPÓLIO. PROVA DA CAUSA DEBENDI. DISPENSABILIDADE. VALOR DO DÉBITO ATUALIZADO COBRADO NA INICIAL. AUSÊNCIA DA PLANILHA DE CÁLCULO. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AO MONTANTE DA HERANÇA. I - O cheque prescrito, embora não possua mais as características de um título executivo, goza de presunção iuris tantum da existência do débito ali consignado, cabendo ao devedor provar a sua insubsistência, caso em que se instalará o contraditório. Não tendo o apelante comprovado terem os cheques sua origem em prática de agiotagem e, por outro lado, tendo a apelada, via prova testemunhal, comprovado a causa debendi afirmada na exordial, há que prevalecer a força probandi das cártulas. II - A falta de planilha de cálculo, com a discriminação dos índices utilizados pelo credor na atualização do débito, causa a invalidade do montante cobrado como devido na inicial, devendo o Juiz estabelecer na sentença a incidência da taxa de juros e correção monetária e o momento em que se tornaram devidos, tomando-se como base a soma dos valores apostos nos cheques .III - Dispõe, expressamente, o art. 1.792 do NCC não responder o herdeiro por encargos superiores às forças da herança, todavia a prova do excesso incumbe ao sucessor, salvo se houver inventário que a escuse. (TJDFT -
62
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA. Apelação Cível - Número Acórdão: 00.004520-9 - Comarca :Blumenau - Des. Relator : Cercato Padilha - Órgão Julgador : Quarta Câmara Civil - Data Decisão : 29 de Agosto de 2002 - Publicado no Djesc .: Apelação Cível N. 00.004520-9, de Blumenau. Relator: Des. Cercato Padilha citado por AYMAR, Renato. A ação monitória como instrumento de recuperação de crédito para as empresas. 2010. Disponível em: <http://www.academico.direitorio.fgv.br/.../A_AÇÃO_MONITÓRIA_COMO.> Acesso em: 9 fev. 2012.
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20050710043086APC, Relator Natanael Caetano, 1ª Turma Cível, julgado em 14/03/2007, DJ 03/04/2007 p. 147)
63.
De acordo com a Súmula 600 do Supremo Tribunal Federal, não falece ao
autor qualquer interesse de agir para a propositura das ações competentes
(execução ou Ação Monitória) após este prazo, mesmo se não houver a
apresentação do documento na instituição financeira.
Firmou entendimento do Superior Tribunal de Justiça do Estado de Minas
Gerais. Confira-se:
EMENTA: PROCEDIMENTO MONITÓRIO - CHEQUE PRESCRITO PARA EXECUÇÃO - AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO - PRESCRIÇÃO - PRAZO DE DOIS ANOS - PREVISÃO EM LEI ESPECIAL. VOTO VENCIDO. O cheque que perdeu sua força executiva é documento hábil ao ajuizamento da Ação Monitória, funcionando como prova escrita e, em se tratando de pretensão de ressarcimento locupletado pelo devedor, havendo prazo prescricional de dois anos previsto na legislação especial (Lei do Cheque – n. 7.357/1985), este deve ser observado e não o que trazido pelo Código Civil de 2002, pelas exceções que este mesmo diploma dispõe. V.v.: A Lei 9.079/95, ao incluir o procedimento monitório no Código de Processo Civil, conferiu ao portador de cheque prescrito a possibilidade de optar pelo ajuizamento da monitória ou da ação de locupletamento, eis que a cambial satisfaz a prova escrita prevista no artigo 1102-a do CPC. Mesmo extrapolado o prazo de dois anos previsto para a ação de locupletamento, art. 61 da Lei 7.357/85, é cabível o ajuizamento do procedimento injuntivo, posto que o art. 1.102a, do CPC, introduzido por Lei posterior exige apenas "prova escrita sem eficácia de título executivo", prescindindo, ainda, da demonstração da causa debendi, merecendo reforma a decisão que reconhece a prescrição. Inaplicável o inciso VII, do parágrafo 3º do art. 206 do Código Civil à Ação Monitória com fulcro em cheque prescrito, posto que o referido inciso restringe-se aos títulos de crédito não disciplinados em legislação especial, o que não se aplica ao caso por ser a matéria disciplinada no título VIII do Livro I da Parte Especial do Código Civil de 2002. Apelação Cível n. 1.0699.07.076397-3/001 - Comarca de Ubá - Apelante(S): Sebastião de Andrade - Apelado(A)(S): Eliana Imaculada Luciano - Relator: Exmo. Sr. Des. Fernando Caldeira Brant. Data do Julgamento: 05/11/2008. Data da Publicação: 09/01/2009
64.
Por conseguinte, o cheque prescrito amolda-se no conceito de "prova escrita"
estabelecido pelo artigo 1.102-A do Código Processual Civil, porquanto merecedor
de fé e eficácia probatória, sem revestir-se de características de título executivo,
63 SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. TJDFT - 20050710043086APC, Relator Natanael Caetano, 1ª Turma Cível, julgado em 14/03/2007, DJ 03/04/2007 p. 147 citado por AYMAR, Renato. A ação monitória como instrumento de recuperação de crédito para as empresas. 2010. Disponível em: <http://www.academico.direitorio.fgv.br/.../A_AÇÃO_MONITÓRIA_COMO.> Acesso em: 9 fev. 2012. 64
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Apelação Cível n. 1.0699.07.076397-3/001 - Comarca de Ubá - Apelante(S): Sebastião de Andrade - Apelado(A)(S): Eliana Imaculada Luciano - Relator: Exmo. Sr. Des. Fernando Caldeira Brant. Data do Julgamento: 05/11/2008. Data da Publicação: 09/01/2009 Disponível em: 9 fev. 2012. Disponível em: <http// <htpp://www.tjmg.jus.br/juridico/jt_/inteiro_teor.jsp?...1...7...> Acesso em: 9 fev. 2012.
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inexistindo, por isso, qualquer óbice ao manejo do procedimento injuntivo para
recebimento do crédito nele informado.
4.3 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM DUPLICATA SEM ACEITE
Duplicata sem aceite, não acompanhadas do comprovante de entrega de
mercadorias e protestada sem oposição do devedor, é documento hábil a instruir
Ação Monitória.
É o entendimento da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais, a saber:
Afirmando o acórdão recorrido que, no caso, não há documento comprovando o recebimento dos serviços, e admitindo a jurisprudência da Corte que a duplicata sem aceite é título executivo se acompanhada de tal documento, não é possível impedir o autor de exercer o seu direito de credor pela via da Ação Monitória. Resp 247.342-MG, Relator Ministro Ruy
Rosado, J. 11.4.00, deram provimento, v.u. DJU, 22.5.00, p. 11865.
No mesmo sentido, é o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul:
AÇÃO MONITÓRIA - DUPLICATA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, SEM ACEITE - CASO CONCRETO - MATÉRIA DE FATO - AÇÃO MONITÓRIA - DUPLICATA - PROTESTO - COMPORTAMENTO DA PARTE - Crédito que se provou tanto pelo protesto, como pelo silêncio do apelante em responder questão relevante (AC 197222367, 5ª Câmara Cível, TJRS, j. Em 04.12.1997). Apelo provido. (TJRS - APC 70002380764 - 15ª C.Cív. - Rel. Des. Vicente Barrôco de Vasconcellos - J. 20.02.2002)
66.
No mesmo sentido, cita-se o entendimento do Superior Tribunal de Justiça do
Estado do Mato Grosso do Sul:
65 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Resp 247.342-MG, Relator Ministro Ruy Rosado, J. 11.4.00, deram provimento, v.u. DJU, 22.5.00, p. 118 citado por NEGRÃO, Theotônio. GOUVÊA, José Roberto. Código de processo civil e legislação processual em vigor. 35. ed. atual. até 13 de janeiro de 2003. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 946. 66
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL. APC 70002380764 - 15ª C.Cív. - Rel. Des. Vicente Barrôco de Vasconcellos - J. 20.02.2002 citado por AYMAR, Renato. A ação monitória como instrumento de recuperação de crédito para as empresas. 2010. Disponível em: <http://www.academico.direitorio.fgv.br/.../A_AÇÃO_MONITÓRIA_COMO.> Acesso em: 9 fev. 2012.
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Ação Monitória. Duplicata sem aceite, acompanhada da nota fiscal/fatura e do instrumento de protesto. O documento escrito a que se refere o legislador não precisa ser obrigatoriamente emanado do devedor, sendo suficiente, para a admissibilidade da Ação Monitória, a prova escrita que revele razoavelmente a existência da obriigação. STJ - 4ª Turma, Resp167.618-MS. Relator Ministro Barros Monteiro, j. 26.5.99, deram provimento, v.u., DJU 14.6.99, p. 20267.
Através do excerto jurisprudencial, restou demonstrado que no caso da
duplicata sem aceite, porém, acompanhada de Nota fiscal/fatura do instrumento de
protesto, são suficientes para a demonstração da existência da obrigação existente
entre credor e devedor.
4.4 AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM NOTA PROMISSÓRIA PRESCRITA OU
VINCULADA
Quando há perda da força executiva do próprio título de crédito, a Ação
Monitória é a que pode ser proposta para a recuperação dos créditos. É o que
comprova algumas jurisprudências a seguir:
PROCESSUAL CIVIL - NOTA PROMISSÓRIA - PRESCRIÇÃO - CRÉDITO - COBRANÇA - PROCEDIMENTO MONITÓRIO - POSSIBILIDADE - ART. 1.102a DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - INTERPRETAÇÃO. I - A Ação Monitória foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro com a Reforma do Código de Processo Civil, através Lei n. 9.079/95. Seu objetivo primordial é o de abreviar o caminho para a formação do título executivo, contornando a lentidão inerente ao processo de conhecimento e ao rito ordinário. II - Mostra-se adequado a instruir a Ação Monitória o título de crédito que tenha perdido a eficácia executiva em face do transcurso do lapso prescricional. Precedentes do STJ. III - Recurso especial não conhecido. (STJ, 3ª Turma, REsp. n. 260.219-MG, Relator Ministro Waldemar Zveiter, j. 19.02.2001, DJ 02.04.2001, p. 291; JBCC 190/154)
68.
67
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL.. 4ª Turma, Resp167.618-MS. Relator Ministro Barros Monteiro, j. 26.5.99, deram provimento, v.u., DJU 14.6.99, p. 202 citado por NEGRÃO, Theotônio. GOUVÊA, José Roberto. Código de processo civil e legislação processual em vigor. 35. ed. atual. até 13 de janeiro de 2003. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 946. 68
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. 3ª Turma, REsp. n. 260.219-MG, Relator Ministro Waldemar Zveiter, j. 19.02.2001, DJ 02.04.2001, p. 291; JBCC 190/154. Disponível em: <http://www.nacionaldedireito.com.br/jurisprudencia/.../a-o-monit-ria-nota> Acesso em: 15 fev. 2012.
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Dúvida não há de que a pretensão autoral se subsume à regra disposta no
art. 206, § 5º, I, do Código Civil de 2002, conforme já decidido, à exaustão, por esta
egrégia Corte de Justiça:
AÇÃO MONITÓRIA - NOTA PROMISSÓRIA PRESCRITA - PRAZO PRESCRICIONAL - CINCO ANOS - TERMO INICIAL - DECURSO DO PRAZO PARA O AJUIZAMENTO DO FEITO EXECUTIVO. O prazo de prescrição da Ação Monitória, que visa ao recebimento de crédito constante de nota promissória prescrita, é de 5 anos, conforme estatuído no art. 206, §5º, inciso I, do novo Código Civil. Tal prazo inicia-se após o decurso do prazo para ajuizamento do feito executivo". (TJMG, 17ª Câmara Cível, Apelação nº 1.0394.08.086840-6/001, Relator Des. Eduardo Mariné da Cunha. Acórdão de 28.01.2010, publicação de 16.03.2010)
69.
A propositura da Ação Monitória se baseia em prova escrita sem força
executiva para pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de
determinado bem móvel (art. 1.102-A do CPC).
No caso da prova escrita se tratar de cheque ou Nota Promissória, sendo esta
o caso demonstrado no excerto jurisprudencial acima,, deve ter expirado o prazo
prescricional de 3 (três) anos, exigidos pelo artigo 70, do Decreto nº 57.663/66 (Lei
Uniforme de Genebra) para tão somente iniciar o prazo para a propositura da Ação
Monitória, caso contrário, será fadada a ser declarada a carência de ação por faltar o
interesse de agir.
Contudo, o prazo para o ajuizamento da Ação Monitória para a propositura da
Ação Monitória baseada em Nota Promissória prescrita para a sua execução, deve
ser no máximo de 5 (cinco) anos, nos termos do inciso I, do § 5º, do artgio 206 do
CC, que trata especificamente do prazo prescricional para a cobrança de dívida
líquida constante de instrumento público ou particular.
A 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, assim
decide:
TITULO DE CREDITO (Nota Promissória) PRESCRITO. AÇÃO MONITÓRIA. PROVA ESCRITA. Quem dispõe de título executivo não pode se valer da via monitória, do contrário, incorreria na hipótese de carência de ação por falta de interesse de agir. Todavia, é assente na jurisprudência pátria que a prescrição de um título de crédito não impede a cobrança do débito nele representado pela via da Ação Monitória, convertendo-se
69
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS., 17ª Câmara Cível, Apelação nº 1.0394.08.086840-6/001, Relator Des. Eduardo Mariné da Cunha. Acórdão de 28.01.2010, publicação de 16.03.2010. Disponível em: <http://www.nacionaldedireito.com.br/jurisprudencia/.../a-o-monit-ria-nota> Acesso em: 15 fev. 2012.
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aquele em simples documento escrito indicativo da existência de uma dívida, o que altera o fundamento de sua cobrança, que deixa de ser a cártula em si, passando a ser a dívida de que ela é prova. Logo, a prescrição da cobrança tem de ser verificada apenas com respeito à relação jurídica que originou o título. Precedentes do STJ. Recurso desprovido. TJRJ. Apelação Cível - 2007.001.18937. Julgado em 26/06/2007. 5ª Camara Civel - Unanimidade. Relator: Desembargador Roberto Wider70.
Desfruta de presunção iuris tantum da existência do débito consignado na
prova escrita, cabendo ao devedor provar a sua insubsistência.
No caso da inexistência da juntada da cártula ou apenas com base em cópia
de declaração sem reconhecimento de firma ou qualquer outra finalidade não cabe
provar o reconhecimento do crédito estampado na Nota Promissória e,
consequentemente gera dúvida no título emitido como garantia.
Esse é o entendimento externado no Tribunal de Justiça de Santa Catarina,
ao reconhecer parcialmente a demanda em Ação Monitória, in verbis:
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO MONITÒRIA - ADMISSIBILIDADE PARCIAL DA DEMANDA – VALOR RELATIVO À ACORDO TRABALHISTA NÃO REPASSADO PELA PROCURADORA DO APELANTE – PROVA ESCRITA SEM EFICÁCIA DE TÍTULO EXECUTIVO – EXCLUSÃO DE DÉBITO RELATIVO A NOTA PROMISSÓRIA PELA INSUFICIÊNCIA DE PROVA E DÚVIDA NO TOCANTE A FINALIDADE DA CÁRTULA - RECURSO ADMITIDO E PROVIDO - Havendo prova escrita suficiente amparando a pretensão do Apelante e, de outro lado, inexistindo competente recibo a comprovar a tese defensiva, conclui-se pela subsistência do débito reclamado no procedimento monitório. Incabível o reconhecimento de crédito estampado em nota promissória quando não houve apresentação da cártula e apenas com base em cópia de declaração sem reconhecimento de firma ou qualquer outra formalidade. Paira, também, dúvida razoável acerca da função do título (garantia) eventualmente emitido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação cível n. 00.015656-6, da Comarca de Joinville (1ª Vara Cível), em que é apelante Alfredo Loos, sendo apelada Maria Luiza de Aquino Costa: TJSC - Tipo de Processo: Apelação Cível - Número Acórdão : 00.015656-6 - Comarca : Joinville-Des. Relator : Cercato Padilha - Órgão Julgador : Quarta Câmara Civil - Data Decisão : 29.8.02 - Publicado No Djesc .: - Apelação Cível N. 00.015656-671
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. TJRJ. Apelação Cível - 2007.001.18937. Julgado em 26/06/2007. 5ª Camara Civel - Unanimidade. Relator: Desembargador Roberto Wide citado por AYMAR, Renato. A ação monitória como instrumento de recuperação de crédito para as empresas. 2010. Disponível em: <http://www.academico.direitorio.fgv.br/.../A_AÇÃO_MONITÓRIA_COMO.> Acesso em: 9 fev. 2012. 71
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA. Apelação Cível - Número Acórdão : 00.015656-6 - Comarca : Joinville-Des. Relator : Cercato Padilha - Órgão Julgador : Quarta Câmara Civil - Data Decisão : 29.8.02 - Publicado No Djesc .: - Apelação Cível N. 00.015656-6 citado por AYMAR, Renato. A ação monitória como instrumento de recuperação de crédito para as empresas. 2010. Disponível em: <http://www.academico.direitorio.fgv.br/.../A_AÇÃO_MONITÓRIA_COMO.> Acesso em: 9 fev. 2012.
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Portanto, apesar da Ação Monitória ser baseada em prova escrita sem força
executiva, podendo ser utilizados diversos tipos de documentos, inclsuive a Nota
Promissória, esta deve ser apresentada e não pode ser através de cópia ou através
de declaração sem reconhecimento de firma ou qualquer outra formalidade.
Além dos documentos hábeis citados acima, existem uma gama de
documentos que poderiam serem utilizados, desde que seja prova escrita impedida
de ser executável e o torna verossímil ou suficientemente provável e possível. Os
instrumentos particulares assinados pelo credor e devedor e que não possuem duas
testemunhas, senão caracterizaria o título executivo, o que seria impeditivo para a
Ação Monitória.
Em suma, o extrato de hotel sobre despesas feitas pelo hóspede; telegrama
reconhecendo direito a recebimento do trabalho odontológico feito; médico juntando
papeletas de consultas e internamentos de cliente em hospital e relatório das visitas
a ele feitas; carta pessoal ao advogado dizendo que recebeu notas de honorários e
que reconhece os trabalhos feitos; caderneta mensal de empório, dela constando as
entregas diárias de mercadorias ao freguês; carnês de despesas condominiais
referentes ao mês vencido, dentre outras que tendo conteúdo parecido com estes
expressa o direito de crédito pelo autor72.
72 LINS, Cristiane Delfino Rodrigues. A ação monitória no direito brasileiro (Lei 9079/95). Jus Navigandi, Teresina, ano 5, n. 42, 1 jun. 2000. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/892>. Acesso em: 22 fev. 2012.
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5 CONCLUSÃO
Diante de todo o exposto, procurou-se trazer a lume os aspectos relevantes e
controvertidos acerca da Ação Monitória, fundamentando-se sempre em doutrinas e
jurisprudências.
Pode-se observar que o procedimento monitório já adotado no Direito
Comparado foi introduzido ao Código de Processo Civil, por força da Lei n.
9.079/1995, acrescentado os artigos 1.102-A, 102-B, 1.102-C, dedicados
inteiramente a regular o instituto monitório.
Diante das modificações introduzidas no Direito brasileiro, evidencia-se que
os processualistas da atualidade passaram a se preocupar mais vigorosamente com
o valor fundamental da necessária efetividade do processo, como instrumento de
realização da justiça de maneira efetiva o papel que lhes tocam.
Notou-se que em sede doutrinária, a natureza jurídica do procedimento
monitório é bastante controvertida. No entanto, entendeu-se que o procedimento
monitório é de natureza cognitiva, obsrevando-se em sua tramitação procedimento
especial, pelo que na elaboração da petição inicial devem ser atendidos os
requisitos previstos no artigo 282 do Código de Processo Civil.
Viu-se que, não há dúvidas que o procedimento monitório pode ser utilizado
quando se tenha prova escrita que assegure a existência de um direito em favor do
autor, e que delimite que o réu seja o verdadeiro devedor. Ou seja, a prova escrita,
para fins monitórios, constitui os requisitos específicos dessa modalidade
procedimental. Assim, nada obsta a que o possuidor de documento escrito sem
força executiva se sirva de meios rápidos e econômicos para a constituição do título
executivo, através da Ação Monitória, não estando compelido a se sujeitar à via
lenta e dispendiosa do procedimento ordinário.
Portanto, as tutelas jurisdicionais introduzidas no Direito brasileiro, como é o
caso do procedimento monitório, afasta do processo de conhecimento, a
constituição de título executivo judicial, propiciando ao credor de soma em dinheiro,
coisa fungível ou bem móvel determinado, portador de prova documental, na forma
definida em lei, valer-se desse instituto para o efetivo recebimento de seu crédito.
Conclui-se que na resta dúvidas, de que o procedimento monitório é ação de
conhecimento, de cunho condenatório, que objetiva uma possível condenação
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daquele contra quem foi intentada a demanda ao pagamento de determinado valor
em dinheiro ou a entrega de coisa certa e determinada.
Exemplo disso são as várias jurisprudências citadas no decorrer deste estudo
a favor deste procedimento. Sendo assim, afirma-se respondida a questão problema
e alcançado o objetivo proposto nesta pesquisa.
Cumpre, no momento, aos operadores do direito, cada vez mais, aplicarem de
forma criteriosa e coerente o instituto monitório, visando a sua perfeita efetivação,
pois assim o fazendo, estarão contribuindo com a natural evolução da sociedade e
de seus meios reguladores existenciais, dos quais são parte integrante.
Nesse contexto, espera-se que este estudo sirva de base para outras fontes
de estudos mais aprofundados e que leve ao conhecimento sobre as vantagens
deste instituto.
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REFERÊNCIAS
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