Vigilância Epidemiológica das Doenças Negligenciadas e das
Doenças relacionadas à pobreza 2016
Doenças negligenciadas no mundo:
LISTA DE DOENÇAS NEGLIGENCIADAS Brasil
Doenças relacionadas à pobreza
CATEGORIA 1 CATEGORIA 2 CATEGORIA 3
Doença não controlada Emergente/reemergente
Estratégia de controle disponível Doença ainda com elevada magnitude
Estratégia de controle efetiva Doença em declínio Eliminação planejada
Dengue (chikungunya) Malária Doença de Chagas
Leishmaniose Esquistossomose Hanseníase
TUBERCULOSE
Geo-helmintoses Tracoma
Raiva
Filariose linfática (“elefantíase”)
Oncocercose (“cegueira dos rios”)
Situação das doenças negligenciadas no Brasil
Brasil – sobreposição de
DNGs
Doenças em declínio
Doença de Chagas
• Formas clínicas: aguda, indeterminada, cardiomiopatia sem ou com ICC, megavísceras, óbito
• Programa de Controle Doença Chagas
• Iniciativa do Cone Sul -1991
• Conquistas
• Prevalência doadores + : caiu de 4.4% (anos 80) para 0.2% (2005)
• Interrupção transmissão vetorial T.inf: 2006 (certificação OPAS)
• Desafios:
• Domiciliação de novos vetores,
• Cuidados médicos para pacientes crônicos e
• Prevenção de outras formas de transmissão (pp oral)
Hanseníase
OMS
2014
Cerca de 30 mil novos casos/ano
14/100.000 hab.
Indicadores Brasil 2014; coeficientes de detecção
4,8/100.000 hab. faixa etária
14,0/100.000hab.
Indicadores Brasil: incapacidade física grau 2
Contatos
Filariose
Filariose •Wuchereria bancrofti
Vetor: Culex quinquefasciatus
A partir de 2005, a área endêmica brasileira ficou restrita à Região Metropolitana do Recife/PE, que inclui os municípios de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista, com população em risco estimada em 385 mil habitantes.
Evolução em Recife
Redução consistente do coeficiente de positividade ao
exame de hemoparasitoscopia por gota espessa.
Oncocercose
Brasil
• Cerca de 1200 casos, concentrados em Roraima, na área de reserva Yanomami
• Transmitida por vetor (mosquito “borrachudo”)
Raiva
Brasil
Tracoma
Brasil
Prevalência em escolares de municípios com baixo IDH
• SAFE strategy for trachoma control Surgery, Antibiotics, Facial cleanliness and Environmental improvement
Doenças estacionárias
Esquistossomose
Esquistossomose
• Em 2013: 37.000 casos
• Concentrados na Zona da Mata do Nordeste e algumas áreas da região Sudeste
Contaminação por fezes humanas e presença do caramujo são pré-requisitos para a transmissão de esquistossomose.
Distribuição por faixa de prevalência (inquéritos coproscópicos)
FONTE:
Fase aguda
Fase crônica – hepato-intestinal
Fase crônica – hepática
Fase crônica – hepatoesplênica
Diagnóstico Parasitológico Positivo a partir de 45 dias da infecção aguda, diminui nos pacientes crônicos. O exame de fezes possui baixa sensibilidade, sobretudo em áreas nas quais predominam as infecções por S. mansoni com pequena carga parasitária. Recomenda-se um mínimo de três amostras sequenciais de fezes, coletadas em dias distintos, com intervalo máximo de 10 dias entre a primeira e a última coleta.
Imunológico Os ensaios imunológicos são mais empregadas na fase crônica (p.ex. ELISA e ELISA de captura.
Exames inespecíficos Hemograma: leucocitose em 25% a 30% dos casos, eosinofilia acentuada (540 a 7380 cel/mm3) o achado laboratorial mais frequente na fase aguda. Enzimas hepáticas alteradas, com predomínio da FAlc, seguida da GGT, da ALT e da AST. Anemia, leucopenia e e trombocitopenia são vistos nas formas crônicas compensadas Hipoalbuminemia leve na forma compensada e intensa na descompensada. As provas de função hepática, na fase compensada da forma hepatoesplênica, são normais, exceto a Falc (aumentada). Fase descompensada: discretas elevações das aminotransferases (100 a 200 UI), bilirrubinas (2 a 5 mg%) e alargamento do TAP
Exames na fase crônica
Fibrose de Symmers
Granuloma periovular é a unidade lesional
da esquistossomose
Biópsia
Formas graves
Outras formas clínicas
Plano de eliminação
Kato-Katz - quantitativo
Contaminação por fezes humanas é um dos pré-requisitos para a transmissão de esquistossomose.
Perspectivas
Geo-helmintoses
America Latina
WHO report. Research priorities for helminth infections: technical report of the TDR disease reference group on helminth infections. 2012.
Brasil
Quimioterapia preventiva
Doenças em expansão
Doença emergente:
• Urbanização
• Co-infecção Leishmania/HIV
Leishmaniose visceral
Leishmaniose visceral no mundo
Expansão e urbanização
• Na década de 1990, apenas 10% dos casos do país ocorriam fora da Região Nordeste, mas desde 2007, esta cifra se estabilizou em torno dos 50% dos casos. Entre os anos de 2007 e 2010, a transmissão autóctone da LV foi registrada em mais de 1.300 municípios em 25 Unidades Federadas.
LV - Brasil: Série Histórica de Casos Registrados - 1980 a 2009*
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
1980198
1198
2198
3198
4198
5198
6198
7198
8198
9199
0199
1199
2199
3199
4199
5199
6199
7199
8199
9200
0200
1200
2200
3200
4200
5200
6200
7200
8200
9*
Ano
Casos
Fonte: Sinan/SVS/MS
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
LV - Brasil - série histórica - 2007-2013
Fonte: Sinan/SVS/MS
Leishmaniose visceral:
casos e óbitos
Co-infecção leishmania-HIV
Aumento de 2.5% (2005) para 6.6% (2011)
Alta letalidade
Serum cytokines associated with severity and complications of kala-azar. Pathog Glob
Health. 2013 Mar;107(2):78-87.
In its severe form, kala-azar, a neglected tropical disease, initiates a systemic inflammatory
response that leads to DIC and other manifestations. Children may have higher risk of death
due to the more intense cytokine release. The data supports the notion that IL-6 is the
central cytokine that is associated with lethal disease, but interferon-gamma, IL1beta, IL-8,
and TNF-alpha are also involved with disease severity.
Prevenção e controle
Perspectivas
• Está em fase de conclusão a pesquisa para desenvolvimento de uma vacina contra a leishmaniose visceral.
• Coordenada pela Universidade Federal do Piauí, envolvendo cientistas de várias partes do mundo, em especial, do Canadá, a pesquisa busca desenvolver a vacina a partir do genoma da Leishmania
Leishmaniose
-
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
1980198
1198
2198
3198
4198
5198
6198
7198
8198
9199
0199
1199
2199
3199
4199
5199
6199
7199
8199
9200
0200
1200
2200
3200
4200
5200
6200
7200
8200
9*
Ano
Casos
LTA expansão geográfica – casos por municípios
A partir de 2003, autoctonia todos os estados Co-infecção Leishmania/HIV
Planos MS
Plano Integrado de Ações Estratégicas de Eliminação da Hanseníase, Filariose, Esquistossomose e oncocercose como problema de saúde Pública, Tracoma como causa de cegueira e controle das geohelmintíases.