Visibilidade mediática cibercultural: apontamentos sobre a fenomenologia do “apareSer”1
Cíntia Dal Bello 2
PUC-SPUNINOVE
Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar a fundamentação teórico-epistemológica do fenômeno denominado “apareSer”, apontando sua relação com os conceitos de visibilidade mediática, espectralização e produção excessiva de simulacros no contexto de transposição da subjetividade para as plataformas ciberculturais. Na sequência, documenta os resultados de um evento-experimento (#apareSer: I Encontro sobre Visibilidade em Redes Sociais) empreendido pelos alunos do Curso de Pós-Graduação em Comunicação em Redes Sociais da Uninove, realizado em 7 de maio de 2011 com o intuito de socializar a produção de conhecimento sobre o tema e experimentar estratégias de gestão da visibilidade no Twitter, principal plataforma utilizada – o que conduziu a hashtag do evento aos TTs (Trend Topics) São Paulo e Brasil.
Palavras-chave
Cibercultura; redes sociais digitais; visibilidade mediática; apareSer; Twitter.
Abstract
This article aims to present the theoretical and epistemological phenomenon called "apareSer" (in Portuguese, the hybrid term corresponds to the junction of the verbs"appear" and "be") and pointing out its relationship with the concepts of media visibility, spectralizing and excessive production of simulacra in the context of implementation of subjectivity cybercultural platforms. Further, documents the results of an experiment-event (# apareSer: First Meeting on Social Network Visibility) performed by students of Lato Sensu “Communication in Social Networks” (promoted by Uninove), occurred on May 7, 2011 with the aim of socialize production of knowledge about the topic and experience visibility management strategies on Twitter, the leading platform used - leading to the event hashtag to TT's (Trend Topics) São Paulo and Brazil.
Key words
Cyberculture; digital social networks; media visibility; apareSer; Twitter.
Introdução1 Artigo científico apresentado ao eixo temático “Jogos, Redes Sociais, Mobilidade e Estruturas Comunicacionais Urbanas” do V Simpósio Nacional da ABCiber.2 Doutoranda em Comunicação e Semiótica do PEPGCOS-PUC-SP e bolsista CAPES; coordenadora, docente e pesquisadora do curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda da Universidade Nove de Julho. Consultora de imagem em redes sociais. Associada à ABCiber e membro do grupo de pesquisa Plurimídia. Sua pesquisa versa sobre cibercultura, subjetividade e visibilidade mediática, com interesse particular pelas emergentes redes sociais digitais. E-mail: [email protected]. [www.cintiadalbello.blogspot.com].
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Durante o 1º semestre de 2011, lecionei para a 1ª turma do curso de Pós-
graduação em Comunicação em Redes Sociais da Universidade Nove de Julho. Dentro da
programação, procurei destacar os conceitos de visibilidade mediática ciberespacial
(TRIVINHO, 2010), evasão de privacidade (SIBILIA, 2008), popularidade e reputação
(RECUERO, 2009), além de apresentar o neologismo “apareSer” (utilizado em minhas
pesquisas sobre cibercultura e subjetividade desde 2007) para fomentar a reflexão e o debate
sobre a autoexposição generalizada nos palcos/ambientes hiperespetaculares da virtualidade.
Como atividade de encerramento do módulo, os alunos desenvolveram artigos
sobre a temática e organizaram um evento-experimento que pudesse socializar a produção de
conhecimento, envolvendo um número maior de pessoas no debate, e propiciar a
experimentação de estratégias de gestão da visibilidade mediática. Com apenas uma semana
de intervalo entre a concepção e a realização do evento, a hashtag #apareSer chegou ao Trend
Topics São Paulo e Brasil.
Neste artigo, deseja-se apresentar a fundamentação teórico-epistemológica que
sustenta a proposição do neologismo e registrar as contribuições que a realização do evento-
experimento #apareSer – I Encontro sobre Visibilidade em Redes Sociais propiciou sobre a
fenomenologia em questão.
1. Sobre a gênese do “apareSer”: fundamentação teórico-epistemológica
O termo “apareSer” é depositário da reflexão sobre construção, projeção e
promoção de identidades em ambientes ciberculturais de alta visibilidade, objeto de estudo
sobre o qual debrucei-me de 2007 a 2009, considerando a porosidade das subjetividades
trespassadas pelos fluxos informacionais (COUCHOT, 2003; MACHADO, 2007) e as
inúmeras tensões constantes na dinâmica relacional com a alteridade nas redes sociais digitais.
No contexto dos novos processos de subjetivação na conjunção entre aceleração, excesso e
produção de simulacros característicos da visibilidade cibercultural (BAUDRILLARD, 1991;
TRIVINHO, 2007), o neologismo foi proposto para cumprir a árdua tarefa de desfazer a
dicotomia aparência-essência e descrever, se não a natureza mesma, híbrida e complexa, do
ser/estar na transparente intermitência entre a dimensão dos lugares e a dimensão
comunicacional das redes (conforme Trivinho, 2007), ao menos a lógica reinante, coercitiva
na medida em que a todos sujeita: para ser, ser reconhecidamente alguém, é imprescindível
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aparecer, estar na mídia. Daí dizer-se que, embora o “apareSer” tenha surgido a partir da
reflexão crítica sobre cibercultura e subjetividade, apresenta vocação para abarcar tudo o que
projete visibilidade mediática (impressa, eletrônica, digital).
Mas, no que tange à virtualidade, ser/estar em ambientes digitais de alta
visibilidade implica processos de espectralização tangenciados pelos parâmetros da
representação, da simulação e da dissimulação, obliterando diferenças operacionais entre
ficcional, real e hiperreal (DAL BELLO, 2008). Cumpre salientar que tais parâmetros não são
estanques ou incomunicáveis, alternando-se e sobrepondo-se conforme os jogos sociais que se
desenrolam na rede (SANTAELLA, 2003) e transformam espaços/tempos virtuais em
interessantes laboratórios de aparição performática e celebração móvel da identidade (HALL,
2004). Tais considerações, registradas em artigo publicado em 2007, sinalizam a tentativa
inicial de apreensão da fenomenologia em questão:
A publicização, encenação e hiperespetacularização de identidades, neste contexto, levam à crescente espectralização da existência: a lógica do hiperespetáculo é a da apropriação pelo olhar, e nela, “deixar-se olhar significa deixar-se apropriar” (BAITELLO Jr., 2005, p. 20), o que incide na indexação sígnica de tudo o que constitui a pele dos espectros. Eis a lógica coercitiva do ‘apareSer’”. (DAL BELLO, 2007, p. 9).
Por espectralização, deve-se entender a “tradução” da subjetividade em
arranjamento sígnico-imagético (corpo espectral dinâmico ou espectro virtual audiovisual) por
meio do qual o usuário transpõe a dimensão dos lugares para teleexistir em tempo real. Este
arranjamento sígnico-imagético, que confere forma e aparência ao usuário, representando-o e
presentificando-o no cyberspace, pode ser localizado em diversas interfaces de projeção
subjetiva e operacionalizado a partir de dispositivos e contextos diversos; nas redes sociais
digitais, social games e metaversos, equivalem aos perfis e avatares. Se, por um lado, tal
“tradução” do ente humano em tecnoimagem implica sua hipersimplificação, essa escalada
rumo à abstração (ou à dimensão zerodimensional, conforme Flusser, 2008) não deixa de
apresentar uma complexidade própria, sintomática de novas formas de ser, estar e relacionar-
se. Nesse sentido, “apareSer” é tornar-se espectro, ser hiperreal, desempenhar a “performance
de ser” no âmbito da visibilidade mediática (DAL BELLO, 2009, p. 39).
Nas redes sociais digitais, “apareSer” implica que cada usuário inscreva-se na
plataforma, in-formando-se 3 em um perfil ou avatar que o diferenciará em relação ao meio
3 Para Flusser (2007), informar é um conceito que “significa impor forma à matéria” (p.31). Ocorre, entretanto, que “as informações que hoje invadem nosso mundo e suplantam as coisas são de um tipo que nunca existiu antes: são informações imateriais” (p.54), impalpáveis e inapreensíveis, embora decodificáveis (daí Flusser chamá-las de “não-coisas” e chamar atenção para o caráter nebuloso e fantasmagórico do novo ambiente). Nesse
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cibercircundante e o identificará – dinâmica que o converte em mensagem, conteúdo, objeto
de observação e especulação do outro. Este arranjamento é significativo lugar de fala a partir
do qual cada usuário pode atuar na rede, organizar o discurso sobre si e ascender ao status de
sujeito; entretanto, apesar de individualizante, não deixa de ser composto e atravessado pelas
tramas discursivas de todos os outros atores que operam na rede, estabelecendo uma relação
metafórica de fractalidade com ela: a maleável “totalidade” da rede está contida em cada
perfil-fractal que a integra, tornando-a recuperável a partir dos hiperlinks (nós) esparramados
pelas interfaces – o que indica a dimensão de trajeto que também caracteriza esse híbrido
sujeito-objeto.
“ApareSer” nas redes sociais digitais, portanto, só é possível por meio da
envergadura de perfis que, por sua natureza de interface, facultam constituição, representação,
presentificação, permanência e identidade ao indivíduo nas plataformas ciberespaciais de alta
visibilidade mediática; uma espécie de organicidade “aparente”, corpo híbrido em que
mesclam-se e confundem-se os papéis de emissor, receptor, mensagem e canal (TRIVINHO,
2001). Sob a lógica do “apareSer”:
[...] a subjetividade torna-se identidade, o conteúdo é forma, o interior está no exterior, a essência na aparência, a realidade na representação, a imagem vira corpo, a visibilidade confere invisibilidade (em meio ao excesso), o privado torna-se público, a multiplicidade reune-se sob a unidade de uma identidade e a universalidade do ser humano esparrama-se na pluralidade de formas de vir a ser e publicizar-se. O sujeito busca seus contornos, mas confunde-se com a rede na qual é produzido. (DAL BELLO, 2010, p. 11).
Por essa razão, pode-se afirmar que a relação cartesiana e dicotômica sujeito-
objeto comparece implodida no cyberspace (TRIVINHO, 2001) e aquilo que se designa
sujeito/objeto/trajeto será, doravante, nominado sujeito glocal. Neste ponto, cabe sublinhar
uma característica interessante – objeto de investigação do Doutorado em andamento – sobre
a inserção dos indivíduos na visibilidade cibercultural: quanto mais investimento é feito na
transposição e/ou delineamento da subjetividade nas redes (o “apareSer”), por efeito de
excesso informacional e saturação da atenção, o sujeito glocal invisibiliza-se, inviabilizando-
se. Projeção e dissolução, portanto, retroalimentam-se e incitam os usuários das tecnologias
de autoexposição à convergência total entre existência e teleexistência: do glocal potencial
(TRIVINHO, 2007) ao always on.
Observa-se que o deslocamento do eixo de organização do discurso de
autoapresentação migrou do “Who?”, que se aproximava de um projeto reflexivo sobre o eu,
sentido, in-formar-se é por-se na forma desta “não-coisa” espectral, o perfil.
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para o “Where? What?”. Quer seja por pressão da prática cotidiana 4 ou pela popularização de
novos formatos e dinâmicas comunicacionais 5, o fato é que a ênfase que rege o “apareSer”
está posta na documentação em tempo real da vida em movimento, geolocalizável, o que é
facilitado pelos diversos dispositivos móveis de acesso à Internet. Dado que a indexação
cotidiana da vida e do ser pelo tempo real torna toda informação, desde a origem, obsoleta, e
cada aparição ciberespacial em permanente estado de manutenção. Sob o assédio da
interatividade (que requer conexão contínua, devoção desdobrada, devolutiva veloz e
disponibilidade glocal) e a ameça da invisibilidade (que implica inenarrável morte simbólica),
configura-se a performance mediática em cujo cenário os sujeitos glocais engalfinham-se para
não definhar. Eis a dinâmica agonística (TRIVINHO, 2010) que caracteriza os jogos sociais
por reputação, audiência, visibilidade e autoridade.
“ApareSer”, por fim, não apenas designa fenômeno correlato ao uso confessional
da Internet (BAUMAN, 2008) e ao comportamento generalizado de evasão de privacidade e
de exposição da intimidade (SIBILIA, 2008) que transforma as redes sociais digitais em
“palcos hiperespetaculares de publicação de sujeitos” (DAL BELLO, 2008). O termo
denomina o fruto do processo de naturalização do desejo de autoexposição que desenvolveu-
se, paulatinamente, ao longo do século XX graças à colonização do imaginário popular pelas
indústrias cultural, da moda e da publicidade, dada a larga penetração dos meios de
comunicação de massa instituintes de uma sociedade espetacular. Nesse sentido, “apareSer”,
para além de nominar um conjunto de práticas socioculturais de autoexposição com vistas à
legitimação da existência, no caudal político-econômico que conforma as experiências
humanas para conferir sustentabilidade a um sistema permanentemente em crise, pode apontar
para um novo modus vivendi, epocal, do qual algumas características já podem ser
apreendidas.
2. #apareSer : a configuração de um evento-experimento sobre visibilidade
4 Usuários brasileiros do Orkut, desde 2004, alteravam constantemente as informações contidas no campo “Quem sou eu”, o que possivelmente levou a plataforma a introduzir o campo “Status”; no Facebook, o campo “Quem sou eu” não ocupa espaço privilegiado no perfil e calca-se em informações estáveis como local de nascimento ou empresa em que trabalha.5 Em 2009, o crescimento do Twitter – com o convite “What´s happening?” como mote para a postagem de mensagens de 140 caracteres – levou outras redes sociais a redesenharem o layout de suas interfaces, incorporando questões como “No que você está pensando agora?” (Facebook) ou o campo para compartilhamento rápido de mensagens, fotos, vídeos e links (Orkut e Facebook).
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Pensar e implementar um evento que pudesse traduzir o conjunto de ideias
arregimentadas pelo termo “apareSer”, transformando-o em um experimento sobre
visibilidade mediática, constituiu um desafio para o grupo de alunos do curso de Pós-
graduação em Comunicação em Redes Sociais da Universidade Nove de Julho. Como dar
visibilidade às apresentações dos artigos desenvolvidos para o módulo aplicado, socializando
a discussão sobre a problemática geral e engajando um número significativo de pessoas sem
perder de vista a qualidade do debate?
Decidiu-se que o evento deveria caracterizar-se como um “encontro online” no
Twitter, agendado para 7 de maio de 2011, das 9 às 16 horas. Dessa forma, qualquer
internauta poderia acompanhar o debate utilizando a hashtag que batizou o evento: #apareSer,
pois todos os presentes (alunos, professores e convidados) fariam a cobertura da discussão
disparando tweets com essa marca. Hashtags são palavras antecedidas pelo símbolo # que
indicam o assunto em discussão no Twitter. Por meio delas, usuários não vinculados entre si
podem participar de grandes debates públicos; o acompanhamento do que é postado sobre um
determinado tema também é facultado a não-usuários do Twitter, bastando que façam a
consulta no campo Search na página inicial da plataforma. Além de transformarem-se em
hiperlinks, as hashtags são indexadas por sites de busca e facilitam a mensuração. No Twitter,
o menu Trend Topics apresenta, em tempo real, as hashtags mais comentadas (por região, país
e no mundo). Portanto, realizar o evento por meio de uma hashtag baseou-se na hipótese de
que esta seria a opção mais eficiente para viralizar o debate, ampliando-o e arregimentando
um número maior de participantes.
Além da participação dos próprios alunos, que apresentaram seus artigos,
professores, pesquisadores e profissionais da área integraram a programação 6 do encontro
tendo em vista a contribuição que poderiam dar ao grupo. Posteriormente, verificou-se que a
composição da programação (temas e convidados) constitui uma estratégia poderosa de
envolvimento e ampliação da visibilidade do evento.
Com apenas uma semana para divulgar o evento (de 30 de abril a 6 de maio), o
grupo realizou diversas experimentações nas redes sociais digitais, dentre elas a mobilização
das redes pessoais de amigos (no Facebook ), contatos (Linkedin) e seguidores (Twitter) por
meio do envio contínuo de mensagens sobre o evento. Além disso, foram criados: um perfil
no Twitter (@aparecer) e, no Facebook, uma página (fan-page) e um aviso de evento. Todas
6 A programação pode ser conferida em: http://cintiadalbello. blog spot.com/2011/05/notas-sobre-o-evento- experimento.html?spref=tw.
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as mensagens de divulgação fizeram uso de uma mesma identidade visual 7 e apontavam,
invariavelmente, para o hotsite (figura 1) com endereço eletrônico próprio
(www.apareser.com.br), de forma que o público interessado fosse direcionado para uma
interface oficial do evento.
No hotsite, todos os integrantes do grupo organizador dispuseram de espaço
próprio para divulgação de seu principal canal de relacionamento: blog, site, perfil no Twitter
ou no Facebook . A apresentação de cada integrante do grupo visou a, por um lado, consolidar
a “reputação” do evento e, por outro, aumentar o comprometimento dos participantes:
trabalhar em prol da visibilidade do projeto (coletivo) implicaria, necessariamente, projeção
individual 8.
Figura 1. Hotsite do evento #apareSer (3 mai. 2011).
A mesma lógica foi considerada ao utilizar, na página inicial do hotsite, um
aplicativo (Visible Tweets) que dá visibilidade às últimas mensagens postadas no Twitter com
a hashtag #apareSer: todo internauta que a utilizasse apareceria também no hotsite, ampliando
sua própria visibilidade. Essa estratégia mostrou-se bastante envolvente, como os tweets de
erickabe e vanessaperetti, na figura 2, demonstram. O aspecto lúdico conferiu ao grupo
organizador um novo mote: ao invés de “O que você faz para #apareSer?”, foi possível
utilizar: “Você quer #apareSer?”. Também na figura 2, o usuário homenagemmj ensina o que
7 A identidade, bem como a chamada para o evento (“O que você faz para #apareSer?”), foram criados com base no dito popular “Quer aparecer? Pendure uma melancia no pescoço!”. 8 Veja-se: http://www.apareser.com.br/conheca-os-pesquisadores-do-evento-apareser.htm.
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os demais internautas devem fazer para #apareSer na home do site: usar a hashtag ou dar um
RT (retweet 9, procedimento que compartilha um tweet já postado).
Figura 2. Tweets sobre como aparecer no hotsite do #apareSer (4 e 5 mai. 2011).
Figura 3. Tweets sobre como aparecer no hotsite do #apareSer (7 mai. 2011).
Na figura 3, o usuário 95jrc faz uma reclamação sobre um erro no aplicativo mas,
logo depois, comemora sua aparição no site do #apareSer. Em todos os casos, tanto a hashtag
do evento quando o endereço do hotsite, mesmo encurtado 10, foram amplamente divulgados
(antes e durante o evento-experimento).
O grupo também monitorou o desempenho do termo “apareSer” no Google até
que as menções feitas nos blogs pessoais 11 – e depois, o próprio hotsite – aparecessem na
9 Um exemplo de retweet pode ser visto na figura 4, pois sandrobattesini (aluno do curso) publica um RT do usuário 95jrc.10 Procedimento que tem por objetivo economizar caracteres em microbloggings como o Twitter, particularmente útil nos casos de longos endereços eletrônicos. Infelizmente, o endereço encurtado perde completamente sua identificação, embora constitua link efetivo para a página que representa.11 A divulgação foi feita nos blogs Cibercultura, Consumo e Publicidade (Cíntia Dal Bello), Portfolio da Ellen (Ellen Aguiar), Tatha e sua vida (Talitha Rodrigues de Souza) e Fernanda Rabaglio.
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primeira página do site de busca. Às vésperas do evento, conforme auferido por Ellen Aguiar 12, o #apareSer tinha 3 links na primeira página do Google: em 1º lugar, o hotsite; em 3º lugar,
o primeiro post sobre o evento e, em 7º lugar, uma divulgação feita por Tarcízio da Silva 13,
mestrando do Programa de Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA e integrante do
Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociedade, que soube do evento
pelo Twitter. Em apenas quatro dias, o número de referências subiu, portanto, para 133 mil. 14
Cabe frisar que o grupo não articulou nenhuma parceria com assessorias de
imprensa, portais, blogs profissionais ou canais de comunicação tradicionais (jornais, rádio e
tv), tampouco utilizou-se dos recursos institucionais da Universidade (o que teria facultado
uso de e-mail marketing, divulgação no site oficial e por meio dos canais de social media
atualmente utilizados por ela). Portanto, ao analisar os links listados pelo Google em suas dez
primeiras páginas para o termo #apareSer, não é possível identificar outras reverberações a
não ser aquelas produzidas pelo próprio grupo, com exceção da divulgação feita pelo Tarcízio
(já mencionada) e a reprodução literal de informações sobre o evento em um blog
universitário 15.
A documentação do desempenho da hashtag, antes e durante o evento, bem como
o acompanhamento do número de visitantes do hotsite, foi feita por Fernanda Rabaglio, que
utilizou os serviços do HashTracking.com (que faz o levantamento tomando por base as
últimas 24 horas a partir da consulta) e do Google Analytics (cujos relatórios podem ser
solicitados por períodos específicos). A análise de parte dos dados indexados permitiu que se
percebesse a efetividade de determinadas estratégias, como será apresentado a seguir.
3. Análise dos dados indexados: como mensurar a visibilidade mediática?
De acordo com Recuero (2009, p.108-113), a visibilidade online pode ser
compreendida como um valor relativo à capacidade do nó ou ator de se fazer visível. Quanto
maior o número de conexões ligadas a ele, maior o seu potencial de visibilidade – o que
redunda na complexização da própria rede em que se manifesta. Além disso, a visibilidade
12 Veja-se “#apareSer em primeiro lugar no Google”, post de 6 mai. 2011 disponível em: http://portfoliodaellen. blog spot.com/2011/05/apareser-em-primeiro-lugar-no-google.html .13 A contribuição de Tarcízio Silva retornou dois links sobre o evento: http://www.dignow.org/post/encontro-online -apareser-1968635-40306.html e http://www.dihitt.com.br/barra/encontro- online -apareser (este último, presente na 1ª página do Google).14 Dois meses após o evento, exatamente em 7 de julho, constam 224 mil referências quando pesquisado o termo “apareSer” e, dos dez links listados na primeira página, oito referem-se ao evento-experimento.15 Veja-se http://publiqeinove. blog spot.com/2011/05/apareser.html .
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pode facultar outros valores, como popularidade e reputação. Embora distintos, os três valores
comparecem entremeados, já que a popularidade traduz, quantitativamente, aspectos ligados a
audiência daquilo que se faz visível e a reputação implica, qualitativamente, as percepções ou
impressões que os demais atores têm daquele que se apresenta.
No dia 7 de maio, a hashtag alcançou tanto o Trend Topics São Paulo quanto o
Brasil (figura 4) em menos de duas horas do início do evento-experimento. Tais listas
configuram, em primeira instância, um sinalizador de popularidade dos assuntos discutidos a
cada instante via Twitter. Mas, o simples fato de figurar nas listas parece contribuir
significativamente para a ampliação da visibilidade do assunto em discussão – o que não
necessariamente contribui para a reputação pretendida.
Figura 4. #apareSer nos TTs São Paulo e Brasil (7 de maio de 2011).
A partir do momento em que a hashtag passou a figurar nos TTs, um número
significativo de usuários entraram na discussão em andamento demonstrando estranhamento
em relação à grafia do termo, conforme os exemplos extraídos do monitoramento feito das
10:50 às 11:48 (quadro 1). A reação imediata do grupo foi procurar esclarecer os novos atores
sobre o termo e a razão de sua grafia com S, encaminhando para o hotsite todos os
interessados em obter mais informações. Se, por um lado, tal iniciativa buscou retornar o
fluxo da timeline para o assunto em debate, por outro contribuiu para esvaziar a cobertura dos
artigos apresentados. Isso ocorreu porque a cobertura deixou de ser transcrição literal das
principais ideias apresentadas (como exemplo: “#aeSer - @tathatalitha baseou-se muito no
livro O show do eu de @paulasibilia”) se transformar em um pout pourri de mensagens
promocionais da hashtag com sinalizações do que estava acontecendo no encontro presencial
(como exemplogcavalheiro fala agora sobre #avatares nas #redessociais aqui no #apareS, siga
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e acompanhe @apareSer”), além da celebração de cada posição alcançada pela hashtag nos
TTs (“o #apareSer está em 2º lugar nos TTs Brasil. Muuuito legal!”).
Quadro 1. Tweets com a hashtag #apareSer (7 de maio de 2011).
HenRickTM: #apareSer com S nos TTs? (10:52:25).Nataliacostatwi: Bom dia ^ ^ #apareSer, quem foi que escreveu assim? Qual foi o famoso?euLuanMartins: Si u profeçor #apareSer, vosses vaum vêr. (10:56:40).Thaybband: por mais que me expliquem a razão, #apareSer com S é tão estranho... (10:56:52).Guh_severini: Bom saber que não foi um erro de grafia esse #apareSer nos TTs, e sim um movimento. Interessante. (11:08:40).Arianaway: me assustei com a tag #apareSer com S :O mas agora eu sei o motivo rs´ (11:11:25).Rosihbella: eu sou estudante de Letras. Quando li #apareser nos TTs eu quase tive um treco no coração! Agora sei o que é, rs. (11:16:55).Dressa_favero: Gente, o #apareser nos TTs não é erro de digitação. P/ mais informações acesse o http://www.apareser.com.br/ Iniciativa bem legal! :] (11:18:30).Element_f: #euvou #apareSer #porque #souanalfabeto (11:23:16).VivianSantoss: Feliz Aniversário Mãe #apareSer (11:27:43).Juliiocsanches: Ontem eu vi uma placa escrita: VIDRAsARIA. Hoje #apareSer está nos TTs. #comolidar?Peohzera: #apareSer como diria minha mãe “quer aparecer bota uma melancia na cabeça e sai na rua” (11:30:58).PeEmanuel: Lá vai eu com minha curiosidade, descobri o que danada é esse #apareSer (11:33:12).
Neste caso, pode-se dizer que o evento começou com a participação daqueles que,
avisados antecipadamente, sabiam quais eram os seus propósitos. Paralelamente à cobertura, o
grupo impetrou ações para envolver usuários de suas redes que estivessem online, saudaram
pesquisadores e profissionais da área (como @raquelrecuero e @marthagabriel), citaram
perfis famosos no Twitter (como @ocriador e @pecesiqueira) e usaram outras hashtags
(#cibercultura, #blogsfera, #redessociais, #socialmedia, #marketing, #propaganda, #midia)
para entrelaçar fluxos de discussões afins. Apesar dos cuidados, a ampliação da visibilidade
desvirtuou o primeiro objetivo (a promoção de um debate online que abordasse criticamente a
questão da visibilidade nas redes sociais), transformando o evento em celebração do fato de
que foi possível chegar aos TTs (parâmetro de visibilidade máxima na plataforma utilizada)
sem apoio da mídia de massa ou qualquer investimento em propaganda digital.
Assim como o aumento da visibilidade não contribui, necessariamente, para a
reputação pretendida, também não significa um número muito maior de pessoas envolvidas.
Conforme dados indexados pelo HashTracking.com (tabela 1), o evento-experimento
constituiu-se de 593 tweets que geraram mais de 147 mil impressões do #apareSer,
alcançando uma audiência de 16.808 usuários. Embora o número de impressões (relativo à
visibilidade) tenha aumentado significativamente do dia 6 para o dia 7 de maio, o número de
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pessoas atingidas (compreendendo-se popularidade como audiência) não aumentou na mesma
proporção. O que a relação “impressões/audiência” demonstra, entretanto, é que, na média, as
mesmas pessoas foram impactadas mais vezes durante o evento. O esvaziamento do debate
(transformado em excesso de informações redundantes e tautologia) pode ser conferido no
fato de que o percentual de retweets (44,7%) foi maior que o de tweets originais (32,9%).
Tabela 1. Quadro-resumo comparativo: desempenho da hashtag #apareSer.
06/05/2011 07/05/2011tweets 128 593original tweets 49,2% 32,9%retweets 21,1% 44,7%mentions 29,7% 22,4%impressões 38259 147487audiência 13840 16808impressões/audiência 2,8 8,8impressões/tweet 298,9 248,7
Outro dado interessante é que dentre os dez usuários que provocaram o maior
número de impressões, constam dois convidados (@marcelonomura e @gcavalheiro), cinco
integrantes do grupo organizador (@evelsonj, @cintiadalbello, @diego_oliveira, @athayde,
@ferabaglio) e o próprio @apareSer. O perfil @mafiawarsstrtgy interessou-se pelo evento
graças à divulgação feita via hashtag #mafiawars (afinal, um dos profissionais convidados
falaria sobre a comunidade brasileira desse social game durante o evento). O cruzamento
desses dados com as listas “Top 10 Tweets” e “Top 10 Followers” permite observar que a
visibilidade ampliada não está diretamente ligada nem ao número de tweets produzidos, nem
ao número de seguidores.
Tabela 2. Em destaque: usuários que produziram mais impressões (visibilidade) durante o evento.
07/05/2011 Top 10Impressões (Visibilidade)
Top 10 Tweets
Top 10Followers
marcelonomura 42987 69 623evelsonj 17604 27 652cintiadalbello 14691 83 diego_oliveira 10697 563mafiawarsstrtgy 8732 4366athayde 7480 22 ferabaglio 5440 20
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apareser 3864 69 lidianeprod 3421 gcavalheiro 2928 calawall 44 bruckcorrea 31 carlah_alves 28 convicta 26 fabioalbukerk 2381homenagemmj 1283rodrigowebbr 520kellypaiva 510caiosenra 441nomaia 388
Tabela 3. Dados indexados pelo Google Analytics (hotsite: de 6 a 9 de maio de 2011).
de 6 a 9 de maioVisitas 532Visualizações de página 978,88Páginas/visita 1,84Taxa de rejeições 58,08%Tempo médio de permanência 00:02:11Novas visitas 87,78%País de origem 9
As mensagens promocionais do #apareSer durante o evento surtiram efeito
indexado pelo Google Analytics (tabela 3). Do total de visitas recebidas de 6 a 9 de maio,
13,72% (73) ocorreram na véspera do evento e 82,89% (441), no dia 7. 520 visitas são
oriundas do Brasil; as demais distribuem-se entre os seguintes países: Estados Unidos (3),
Alemanha (1), Japão (1), França (1), Portugal (1), Espanha (1), Itália (1) e, o nono (3), de
origem desconhecida (not set). Apesar da abrangência, pode-se dizer que os usuários
estrangeiros chegaram mais por um “sopro do acaso”, embora uma parte dos tweets tenha sido
disparada em inglês.
Como pode ser observado na tabela 4, o número de novas visitas encaminhadas
por sites de referência foi bastante significativo (62,22%), com destaque para o Twitter
(51,32%); em segundo lugar, o tráfego direto (31,95%) e, em terceiro, os mecanismos de
pesquisa (5,83%). A presença do Hootsuite deve-se ao fato do grupo utilizar esta plataforma
para programar mensagens contínuas a serem publicadas tanto no Facebook quanto no
Twitter.
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Tabela 4. Origem de tráfego para o hotsite (de 6 a 9 de maio de 2011).
Origem de tráfego Visitas PorcentagemTwitter (referral) 273 51,32%Direct (none) 170 31,95%Google (organic) 29 5,45%Facebook (referral) 27 5,08%Hootsuite (referral) 14 2,63%
O baixo desempenho do Facebook como origem de tráfego para o hotsite, apesar
dos esforços empreendidos pelo grupo (criação de página e chamada de evento), foi
surpreendente. Até o dia 8 de maio, 114 novos usuários curtiram a página do #apareSer,
totalizando 124. Os esforços de divulgação do evento por meio da fan-page envolveram,
inclusive, a abordagem de usuários do Facebook via chat e ocorreram, sobretudo, de 5 a 6 de
maio, o que foi registrado com um pico de usuários que “curtiram” a página (figura 5).
Figura 5. Mapeamento da opção "Curtir" (fan-page do #apareSer no Facebook).
Entretanto, apesar do número de impressões (visibilidade) das mensagens
postadas pela fan-page ser alto (3.024 foi o número de vezes que pessoas, fãs e não-fãs,
visualizaram o histórico no Feed de Notícias), a repercussão (número de opções “curtir” e
comentários feitos no mesmo histórico) foi baixíssima: 18 apenas.
Fica patente que a opção “Curtir”, embora sinalize anuência (“gosto”,
“concordo”) ou ciência (“vi a mensagem”), ainda está longe de refletir comprometimento com
aquilo que se põe na visibilidade mediática das redes. Estar visível 3.024 vezes não significa
ter sido visto ou apreendido efetivamente 3.024 vezes. E ser visto pode não ser suficiente para
angariar a necessária simpatia para gerar engajamento.
Conclusão
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Tratar do conceito “visibilidade mediática” neste experimento literalmente
laboratorial (pois as discussões ocorreram no laboratório de informática fechado para uso
exclusivo dos alunos, professores e convidados participantes do evento), permitiu que se
observasse de forma controlada os esforços empreendidos para fazer chegar o termo
#apareSer aos TTs. A despeito da singularidade do Twitter como instrumento dinâmico no
compartilhamento veloz de informações e do apoio complementar prestado por outras
plataformas, todos os integrantes do grupo organizador do evento, no período de uma semana,
sentiram esgotamento físico e mental durante o processo de divulgação - provavelmente dada
a necessidade de conexão contínua para a articulação de amigos, seguidores e contatos em
prol do evento.
Por ser um evento “fechado” 16 com objetivos de gestão de sua própria
visibilidade, muitas apresentações foram interrompidas para que os participantes pudessem
trocar impressões presenciais sobre o que estava ocorrendo na timeline do Twitter. Nesse
sentido, todos foram orientados a caracterizar tais manifestações (relativas ao experimento)
como “off-line” antes de serem enunciadas, de forma que se diferenciassem do conteúdo
publicável (relativo ao evento) e fossem trocadas apenas entre os presentes.
O evento-experimento gerou muito material para análise que não pode, neste
artigo, ser apresentado ou tratado em profundidade – e nisto, não no fato de alcançar os TTs,
reside seu valor. Durante todo o período matutino, quando a programação previu a
apresentação de artigos vinculados a temáticas ligadas às áreas de administração, propaganda
e marketing, o #apareSer manteve-se nos TTs. No período vespertino, não foi possível manter
a posição. Uma hipótese está ligada aos temas abordados (subjetividade, identidade,
comunidade, fake profile, morte); outra, considera que o horário da manhã (em um sábado)
tem audiência privilegiada e que a tendência é dos usuários permanecerem off-line no período
vespertino; e, por fim, a última hipótese levanta a possibilidade de que, uma vez esvaziado o
debate, os usuários impactados não encontraram razão para permanecer naquele fluxo
conversacional.
Entretanto, como conclusão preliminar, quero registrar minha impressão geral: o
“sucesso” do evento deveu-se principalmente ao aspecto lúdico conferido à questão (e,
portanto, superficial, apesar da boa vontade, do bom senso e do alto nível de criticidade dos
pesquisadores envolvidos – afinal, a cobertura do evento em uma plataforma que disponibiliza
16 Apenas algumas fotos foram disponibilizadas durante o evento via Twitpic. A opção de mostrar o evento ao vivo via streaming foi descartada – o grupo sentiu necessidade de preservar a privacidade do “laboratório”. Para a 2ª edição, a realizar-se no 2º semestre de 2011, essa estratégia poderá ser tentada.
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apenas 140 caracteres por mensagem disparada tendia a ser deficitária) e da conversão da
visibilidade como moeda de troca entre os usuários do Twitter (“quem faz o #apareSer
aparecer, também aparece!”) - o que reforça todo o escopo crítico ligado ao conceito
“apareSer”. Exatamente por essa razão, este artigo procura cobrir algumas lacunas
identificadas coletivamente pelos próprios alunos da pós-graduação, principalmente no que
diz respeito a documentar o que se compreende, exatamente, por “apareSer”, para instigar a
promoção de outros experimentos dessa natureza e alardear a necessidade de se discutir o
significado da visibilidade mediática na contemporaneidade.
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