Download - Vol. I Antologia MIL POEMAS A GONÇALVES DIAS
Antologia
Dilercy Aragão AdlerLeopoldo Gil Dulcio Vaz
(ORGANIZADORES)
São Luís
2013
Antologia
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A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas
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Arte da CapaEver Arrascue
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Biblioteca Central da Universidade Federal do Maranhão
Antologia mil poemas para Gonçalves Dias / Dilercy Aragão Adler, Leopoldo Gil Dulcio Vaz (Organizadores). – São Luís: EDUFMA, 2013.
753 p.: il.
ISBN 978-85-7862-305-0
1. Literatura brasileira – Antologia poética. I. Adler, Dilercy Aragão. II. Vaz, Leopoldo Gil Dulcio.
CDD 869.808 8CDU 821.134.3(081.1)(81)
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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃOFEDERAÇÃO DAS ACADEMIAS DE LETRAS DO MARANHÃO
SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO ESTADO DO MARANHÃO
“e o nosso nome voará de boca em boca – de pais a filhos – até às mais remotas gerações e o esquecimento não prevalecerá contra ele”
Gonçalves Dias
Agradecimentos
Ninguém sobrevive sozinho, ninguém faz nada sozinho. Assim, temos muito a agradecer a inúmeras pessoas pela realização desta grande homenagem a Gonçalves Dias: aos autores de cada poesia e de cada texto, bem como a cada Instituição que deu o seu aval a este Projeto.
À Profa. Maria Cícera Nogueira, por sua efetiva participação no momento da definição do nome do poeta nacional a ser homenageado neste Projeto.
Ao Prof. Dr. Natalino Salgado Filho, Magnífico Reitor da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, que abraçou o Projeto Gonçalves Dias, mostrando simpatia desde o início, o que possibilitou a continuidade da batalha para conseguirmos as de-mais condições, necessárias ao desenvolvimento desta empreitada, com o brilhantismo merecido pelo poeta Gonçalves Dias, que esperamos venha realçar a galhardia desta Atenas Brasileira.
Os Organizadores
À Guisa de Apresentação
Ao prefacear “As poesias completas de Gonçalves Dias da Coleção grandes po-etas do Brasil”, publicada pela Editora Científica, no Rio de Janeiro, em 1965, Josué Montello afirma: “O culto a um poeta implica numa atitude mais complexa do que um sim-ples ato de fé; exige o nosso exame, o estudo atento da mensagem que nos deixou.”
Precisamos, sim, cultuar a nossa memória coletiva... a nossa história... e os ho-mens que mais marcaram as suas presenças, que mais dedicaram as suas inteligências, as suas forças, as suas ousadias e potencialidades para engrandecer a imagem do nosso Brasil.
Uma Pátria se faz com homens e feitos. Claro, que todos os brasileiros fizeram e fazem essa história, de forma diferenciada e específica. Desde aqueles que construíram com os seus braços e muito suor os monumentos, os casarões, as avenidas, os viadutos e calçadões, milhões de anônimos que fizeram de São Luís Patrimônio Histórico e Cultu-ral da Humanidade, entre outras cidades brasileiras. Mas alguns se firmam com traços mais visíveis e terminam por representar os demais, até porque sem o aval dos demais ninguém se firmaria.
Diz ainda Josué Montello no mesmo prefácio: E é isto que se pretende seja feito, com esta nova publicação das Poesias de Antônio Gonçalves Dias. Elas constituem, inegà-velmente, o primeiro documento considerável da sensibilidade brasileira traduzida em versos duradouros.
Quarenta e oito anos depois (1965-2013), pedimos emprestadas essas palavras para Josué Montello, objetivando continuar o culto necessário ao nosso grande poeta Antônio Gonçalves Dias, que, neste momento, é traduzido através desta grande home-nagem configurada em 1000 poesias de poetas renomados imortais, poetas renomados contemporâneos, poetas neófitos, poetas e pessoas de várias pátrias, de várias idades e diferentes escolaridades, para reavivarmos a memória, reacendermos a chama e ratifi-carmos a importância de empreitadas desse gênero.
Desse modo, é isto que se pretende seja feito com esta nova publicação de poesias em homenagem a Antônio Gonçalves Dias: vivificar a Fé, a memória e novos estudos
das mensagens deixadas por esse grande nome das letras brasileiras, Antônio Gonçal-ves Dias.
São Luís, 1º de janeiro de 2013
Dilercy Aragão AdlerPresidente da SCL do Brasil e do Estado do Maranhão
IHGM Cad.nº 01
Apresentação 1
Quando a Dilercy retornou do Chile (2011), onde participou do lançamento da antologia dedicada a Pablo Neruda nos trouxe, ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM o desafio de ‘cometer’ algo parecido. Fui contra. Disse na ocasião que caberia à academia de letras reunir poesias sobre o poeta gonçalvino; que a ideia fosse levada àquela instituição, ou à Academia de Letras de Caxias. Ao IHGM caberia um es-tudo sobre a vida e a obra, especialemnte do historiador-pesquisador, e não uma reunião de poetas e suas poesias em homenagem a Gonçalves Dias. Voto vencido, pela defesa da ideia, feita pelo Confrade Álvaro Melo, a Assembléia decidiu levar adiante a proposta...
Foi necessário um projeto, encaminhado à AGO, que o aprovou; mais, seria in-corporado às comemorações dos 400 anos de São Luís e estabelecido o “Ano de Gon-çalves Dias”, agosto de 2012 - agosto de 2013, por ocasião das comemorações dos 190 anos do nascimento do ilustre caxiense. Além da Antologia, seria estimulado a produ-ção de estudos sobre a vida e obra do ilustre poeta... O que foi feito!
Após alguns meses de intensa troca de correspondência, tanto institucionais quanto pessoais, viu-se que em 2012 as obras não estariam completas... tínhamos a alternativa de ‘levar’ para 2013.
Mais um ano de provocações, de buscas, de reuniões, de muito trabalho. Os três entes comprometidos com a realização da obra - Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão sob a presidência da profa. Dra. Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo; a Federação das Academias de Letras do Maranhão, presidida, então, pelo confrade Álvaro Urubatan Melo; e a Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, à frente a Poetisa Dilercy Aragão Adler, não mediram esforços, nem economizaram nas tintas e nas correspondências eletrônicas, buscando adesões, cumplicidades...
De primeira hora, nosso Confrade Reitor da Universidade Federal do Maranhão Natalino Salgado Filho; nosso confrade Arthur Almada Lima Filho, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias; a ilustre Professora Erlinda Maria Bitten-court, da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA/Caxias, do poeta Wybson Carvalho, presidente da Academia Caxiense de Letras e por último, nosso compa-
nheiro de jornada Weberson Fernandes Grizoste, do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, da Universidade de Coimbra - Portugal.
Nesse ultimo ano, dedicamo-nos ao Projeto Gonçalves Dias. Como dito, bus-cando parcerias, apoios, adesões... Buscamos a Secretaria de Educação de Caxias, a Academia de Letras de Caxias, a Prefeitura Municipal de Guimarães e sua Camara Municipal, onde encontramos guarida no entusiasmado Vereador Osvaldo Luiz Go-mes; e o Instuituto de Desenvolvimento de Promoção Humana - IDEPA...
Durante a divulgação do Projeto em escolas de São Luís, a Escola Paroquial Frei Alberto atendeu-nos prontamente, realizando um evento dedicado a Gonçalves Dias, do qual saíram poesisa belissimas; mesmo se deu em relação ao C. E. Nossa Se-nhora da Assunção, de Guimarães; em nossas buscas pela Internet, encontramos o Projeto ‘Mas Quem Foi Gonçalves Dias?”, da EMEF “Gonçalves Dias”, da cidade de Canoas – RS; do Colégio Conhecer, de Porto Alegre/RS; Dos alunos da Profa. Silvana Morelli, da cidade de Bebedouro – SP...
A Antologia Mil poemas para Gonçalves Dias é a quarta organizada nesse sentido, em todo o mundo. A nossa, em homenagem ao ilustre maranhense, reuniu poetas do: Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela, Uruguai, Portugal, Mo-çambique, México, Canadá; Panamá/USA, Espanha, França, Bélgica, Áustria, Japão.
Do Brasil, diversos estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Paraíba, Goiás, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Distrito Federal, Paraná, Piauí, Sergipe, Alagoas, Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte.
Do Maranhão, a cidade de São Luís foi representada por 89 poetas, seguida de Caxias; Esperantinópolis, Guimarães, São Bento, Sambaiba, Carolina, Balsas. Palmei-randia, Pinheiro, Pedreiras, São Vicente de Ferrer, Vitoria do Mearim, Codó, Parai-bano, Turiaçú, Lago da Pedra, Coroatá, Pio XII, Dom Pedro, Cururupu, Presidente Dutra, São Francisco do Maranhão, Itapecuru-Mirim, Viana, Barra do Corda, Vargem Grande, São João batista, São Bernardo, Barão do Grajau.
Ainda há outros participantes sem identificação de país e/ou estado brasileiro. Não que não procuremos identifica-los e localiza-los, mas foi impossível, ou não man-daram seus dados, mesmo com nossas reiteradas correspondências.
Depois de quase dois anos de trabalho, de muitas discussões e ponderações, re-conheço que Dilercy tinha razão... caberia, sim, ao IHGM levar adiante esse trabalho...
São Luís, maio de 2013
Leopoldo Gil Dulcio VazInstituto Histórico e Geográfico do Maranhão - Cad. nº 40
Universidade Estadual do Maranhão -UEMA/Departamento de Educação Física e Esportes
Apresentação 2
A FEDErAção DAS ACADEMIAS DE LEtrAS Do MArAnHão- FALMA, instituição que congrega as academias de letras e afins de municípios do Estado, no pleno exercício de suas atribuições programáticas, entre as tais, ser pujante no resgate e na preservação das memórias dos maranhenses que pelos seus méritos se distinguiram nos mais diversos ramos que atuaram, e se tornaram insignes brasileiros.
É exatamente, nesse tirocínio que abraçamos os patrióticos anseios do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM, do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, no esplendente movimento literário denominado Antologia – “Mil Poemas para Gonçalves Dias”, inspiração da obcecada guerreira poetisa Dilercy Adler, líder inconteste que conquistou a resoluta adesão de bravos representantes das letras mara-nhenses, os quais, certamente, ela os nomeará em seus agradecimentos.
Desses, com seu beneplácito, antecipo os confrades Leopoldo Gil Dulcio Vaz, e a presidente Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo, Natalino Salgado Filho.
Com o forte entusiasmo com que os chilenos foram vitoriosos com os “Mil Po-emas de Pablo Neruda”, - 2011; os peruanos, os espanhóis fizeram com seus maiores literatos, os brasileiros faremos com o nosso indianista Gonçalves Dias, figura extraor-dinária que, como o reflexo de sua inteligência dignificou o Maranhão pelo Brasil, e elevou nosso país, consagrando-o em todas as missões exercidas no estrangeiro.
Este justo e reconhecido preito que seus coestaduanos lhes tributam, não se res-tringe apenas pela sua consagrada reputação de expoente do Romantismo; seu valor não se resume por seus tantos poemas; pelo conhecido amor a Ana Amélia, expresso no tão declamado Ainda uma vez adeus. Celebrizou-se como emérito advogado, bri-lhante professor, pesquisador histórico e festejado dramaturgo.
O Brasil cumpre sua obrigação de louvar seu grande filho.A Federação sente-se honrada por esta parceria.
São Luís, maio de 2013.
Álvaro Urubatan MeloEx-Presidente
Sumário POESIAS ...................................................................................................................................................................35
AS ARTES SÃO IRMÃS ..........................................................................................................................................36
A. J. C. ........................................................................................................................................................................40
AARON PAUL ARSENE PESTANA TORMA ......................................................................................................40
ABILIO KAC .............................................................................................................................................................41
ADA BARCELO .......................................................................................................................................................42
ADALBERTO CALDAS MARQUES ......................................................................................................................43
ADÉLIA EINSFELDT ...............................................................................................................................................44
ADELIA JOSEPHINA DE CASTRO FONSêCA ...................................................................................................45
ADILSON ROBERTO GONÇALVES .....................................................................................................................47
AGLAURE CORRêA MARTINS ............................................................................................................................48
AGOSTINHO LÁZARO PIMENTA FILHO .........................................................................................................51
AGOSTINHO PEREIRA REIS ................................................................................................................................51
AGRARIO DE MENEZES ........................................................................................................................................52
AIDIL ARAúJO LIMA.............................................................................................................................................53
ALANNA VERDE RODIGUêS ...............................................................................................................................53
ALBANEIDE BEZERRA DA SILVA ........................................................................................................................54
ALBERTINA CARNEIRO ARRUDA .....................................................................................................................55
ALDA INÁCIO .........................................................................................................................................................56
ALEXANDER MAN FU DO PATROCíNIO ..........................................................................................................57
ALEXANDRA GALVÃO DA ROCHA .................................................................................................................58
ALEXANDRE CEZAR DA SILVA ...........................................................................................................................58
ALEXANDRO HENRIQUE CORRêA FEITOSA - ALEX FEITOSA ...................................................................59
ALFRED ASíS ...........................................................................................................................................................61
ALINE FERNANDA MORAES DA SILVA CANTANHEDE ...............................................................................63
ALIQUANTO ...........................................................................................................................................................64
ALLAN SANTANA SANTOS (DUSANTO) ........................................................................................................65
ALMERINDA ABRANTES GOMES RICARD ......................................................................................................66
ALOISIO ANDRADE ..............................................................................................................................................67
ALUIZIO REZENDE .................................................................................................................................................68
ÁLVARO URUBATAN MELO ................................................................................................................................68
AMâNCIO FERREIRA SILVA JúNIOR.................................................................................................................69
AMANDA SUELy BRITO DE SOUSA ..................................................................................................................69
AMÉLIA MARCIONILA RAPOSO DA LUZ - AMÉLIA LUZ..............................................................................70
ANA CLAUDIA .......................................................................................................................................................71
ANA CRISTINA MENDES GOMES - CRIS DAKINIS .........................................................................................71
ANA ISSA OLIVEIRA .............................................................................................................................................72
ANA LUIZA ALMEIDA FERRO .............................................................................................................................73
ANA LUIZA FERNÁNDEZ ALVES ........................................................................................................................77
ANA LUIZA NAZARENO FERREIRA ...................................................................................................................77
ANA MARIA COSTA FELIX GARJAN .................................................................................................................81
ANA MARIA DA SILVA .........................................................................................................................................85
ANA MARIA MARQUES .......................................................................................................................................86
ANA NÉRES PESSOA LIMA GÓIS ........................................................................................................................87
ANDERSON BRAGA HORTA ...............................................................................................................................90
ANDERSON CAUM ................................................................................................................................................93
ANDERSON HENRIQUE KLEIN ...........................................................................................................................96
ANDRÉ ANLUB® ....................................................................................................................................................97
ANDRÉ DA COSTA NOGUEIRA - (MEDEIROS DA COSTA) ..........................................................................99
ANDRÉ FOLTRAN ................................................................................................................................................100
ANDRÉ GÓMEZ GIULIANO ................................................................................................................................100
ANDRÉ L. SOARES ...............................................................................................................................................101
ANDRÉ LUIZ GREBOGE ......................................................................................................................................101
ANDRÉ MASCARENHAS ....................................................................................................................................102
ANDRÉ ROCZNIAK AZEVEDO ..........................................................................................................................103
ANDRÉ SCHWAMBACH ALMEIDA .................................................................................................................103
ANDRÉ TELUCAZU KONDO ..............................................................................................................................104
ANDREW VELOSO ...............................................................................................................................................106
ANE BRAGA ..........................................................................................................................................................107
ANGELA GUERRA ...............................................................................................................................................109
ANGELA MARIA CHAGAS ARAúJO ................................................................................................................111
ANGELA MARIA GOMES PEREIRA .................................................................................................................112
ANNA CRISTINA R. OLIVEIRA RAMOS ..........................................................................................................113
ANôNIMO ............................................................................................................................................................114
ANTONIA EPIFANIA MARTINS BEZERRA......................................................................................................114
ANTONIA MIRAMAR ALVES SILVA - MIRAMAR SILVA ..............................................................................116
ANTONIETA ARAúJO ........................................................................................................................................117
ANTONIO AGEU DE LIMA NETO ....................................................................................................................119
ANTôNIO BARACAT HABIB NETO .................................................................................................................120
ANTONIO C. DE BERREDO ................................................................................................................................121
ANTONIO CABRAL FILHO ................................................................................................................................124
ANTôNIO CARLOS FERREIRA DE BRITO - CACASO ..................................................................................124
ANTONIO CARLOS PINHEIRO .........................................................................................................................125
ANTONIO DE MELLO MONIZ MAIA ...............................................................................................................126
ANTONIO FERNANDO SODRÉ JúNIOR .........................................................................................................127
ANTôNIO JOAQUIM PEREIRA FILHO .............................................................................................................128
ANTôNIO LUIZ M. ANDRADE - ALMANDRADE ..........................................................................................138
ANTONIO MARIA SANTIAGO CABRAL ........................................................................................................138
APARECIDA GIANELLO DOS SANTOS ...........................................................................................................139
APARECIDO BI DE OLIVEIRA ...........................................................................................................................140
ARÃO FILHO .........................................................................................................................................................142
ARLETE TRENTINI DOS SANTOS ....................................................................................................................144
ARLINDO NÓBREGA ...........................................................................................................................................144
ARMANDO AZCUñA NIñO DE GUZMÁN .....................................................................................................146
ARQUIMEDES VIEGAS VALE .............................................................................................................................146
ARTHUR RABUT ..................................................................................................................................................148
ARyANE RIBEIRO PEREIRA ................................................................................................................................149
AUGUSTO DE MIRANDA ...................................................................................................................................149
AURINEIDE ALENCAR DE FREITAS OLIVEIRA .............................................................................................151
AyMORÉ DE CASTRO ALVIM ............................................................................................................................154
BARTyRA SOARES ...............................................................................................................................................154
BEATRICE PALMA ................................................................................................................................................155
BEATRIZ BRANCO DA CRUZ .............................................................................................................................156
BELMIRO FERREIRA ............................................................................................................................................156
BENVINDA DA CONCEICAO MAIA DE MELO LOPO .................................................................................157
MAIA DE MELO LOPO ........................................................................................................................................157
BERNARDO JOAQUIM DA SILVA GUIMARÃES ............................................................................................159
BETO ACIOLI ........................................................................................................................................................165
BIANCA BRAGA DE CARVALHO - LADy VIANA ........................................................................................166
BIANCA MELO ......................................................................................................................................................168
BRUNO FOSSARI DE SOUZA .............................................................................................................................168
CAIO HENRIQUE SOLLA ....................................................................................................................................170
CAIRO JOSÉ GAMA BEZERRA ...........................................................................................................................170
CAMILA NASCIMENTO ......................................................................................................................................171
CARLA ISABEL BALDEZ......................................................................................................................................171
CARLA LUDIMILA OLIVEIRA ARAUJO ...........................................................................................................172
CARLA RIBEIRO ...................................................................................................................................................172
CARLOS ARTURO LLANOS SOLIS ...................................................................................................................174
CARLOS BANCAyÁN LLONTOP ......................................................................................................................175
CARLOS CINTRA .................................................................................................................................................178
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – 1945 .................................................................................................178
CARLOS EDUARDO PINTO LEITÃO ................................................................................................................180
CARLOS EUGêNIO COSTA DA SILVA .............................................................................................................180
CARLOS GOMES ...................................................................................................................................................181
CARLOS LúCIO GONTIJO ..................................................................................................................................182
CARMEN LEZCANO ARANDA ..........................................................................................................................182
CAROLLINI ASSIS ................................................................................................................................................183
CASIMIRO JOSÉ MARQUES DE ABREU - CASIMIRO DE ABREU ...............................................................184
CECy BARBOSA CAMPOS ..................................................................................................................................185
CEFERINO DANIEL LAZCANO .........................................................................................................................186
CÉLIO JOTA BETINI JUNIOR..............................................................................................................................187
CELSO CORREA DE FREITAS ............................................................................................................................187
CESAR AUGUSTO MARQUES ...........................................................................................................................188
CÉSAR WILLIAM ..................................................................................................................................................189
CHRISTIAN KENITI ASAMURA HUKAI - CHRISTIAN K. A. HUKAI .........................................................190
CHRISTIANO FERREIRA NUNES ......................................................................................................................191
CINTIA CIRINO DA SILVA SANTA ...................................................................................................................192
CLARINDO SANTIAGO - SÃO LUíS, 1941 .......................................................................................................193
CLAUBER PEREIRA LIMA ...................................................................................................................................194
CLÁUDIA DUARTE DA SILVA ...........................................................................................................................197
CLÁUDIO DA CRUZ FRANCISCO .....................................................................................................................199
CLÁUDIO GONÇALVES DA SILVA ...................................................................................................................199
CLEBERSON FILADELFO MARIA ......................................................................................................................200
CLEITON REIS FELIX ...........................................................................................................................................201
CLÉLIA APARECIDA SOUTO E COUTO ..........................................................................................................202
CLEVANE PESSOA DE ARAúJO LOPES ...........................................................................................................203
CLEyTON DOMINGOS DOS SANTOS CAMPOS ...........................................................................................205
CONCEIÇÃO SANTOS ........................................................................................................................................206
CORUJINHA ..........................................................................................................................................................211
CRISTIANE BRANCO DA CRUZ ........................................................................................................................212
CRISTIANO MENDES PRUNES DA CRUZ ........................................................................................................212
CRISTy ELEN ROCHA PEREIRA ........................................................................................................................212
CyNTHIA THEODORO PORTO ........................................................................................................................213
D. DA SILVA ...........................................................................................................................................................214
D. FREITAS .............................................................................................................................................................215
DAISy MARIA DOS SANTOS MELO ................................................................................................................217
DALCIENE SANTOS DUTRA .............................................................................................................................219
DANIEL ELy OSCAR NOÉ ...................................................................................................................................220
DANIEL VICTOR ADLER NORMANDO ROMANHOLO. ..............................................................................220
DANIELA WAINBERG .........................................................................................................................................221
DANIELLE ADLER NORMANDO ......................................................................................................................221
DANIELLE GRANJEIRA DE MOURA .................................................................................................................222
DARLAN ALBERTO T. A. PADILHA - DIMyTHRyUS.....................................................................................222
DÉBORA LUCIENE PORTO .................................................................................................................................223
DEIDIMAR ALVES BRISSI....................................................................................................................................224
DELy THADEU DAMACENO .............................................................................................................................228
DENA GUIMARÃES .............................................................................................................................................229
DENISE ALVES DE PAULA ..................................................................................................................................230
DÉRCIA SARA FELECIANA TINGUISSE - DEUSA D’AFRICA ......................................................................231
DEUZIMAR COSTA SERRA ................................................................................................................................234
DHIOGO JOSÉ CAETANO .................................................................................................................................234
DIANA MENASCHÉ .............................................................................................................................................237
DIANA PAIM DE OLIVEIRA ...............................................................................................................................240
DIEGO C. SOARES RIBEIRO ...............................................................................................................................240
DIEGO DE SOUZA SANTANA - DIEGO SANT’ANNA ..................................................................................241
DILERCy ADLER ...................................................................................................................................................243
DINACy MENDONÇA CORRêA ........................................................................................................................246
DIONNATAN PEREIRA SOUSA .........................................................................................................................248
DOMINGOS TORTATO .......................................................................................................................................249
DORA OLIVEIRA ..................................................................................................................................................249
DOUGLAS MATEUS .............................................................................................................................................250
DyONATAN FONSECA SILVA ..........................................................................................................................252
EDINALDO REIS ...................................................................................................................................................252
EDNA LIMA DE MENDONÇA ............................................................................................................................256
EDUARDO BECHI .................................................................................................................................................258
EDUARDO DE ALMEIDA CUNHA ....................................................................................................................259
EDUARDO SILVA BORDIGNON ........................................................................................................................260
EDVALDO FERNANDO COSTA - FERNANDO NICARÁGUA .....................................................................260
EDWEINE LOUREIRO ..........................................................................................................................................262
ELAINE CRISTINA P. DE ARAUJO .....................................................................................................................263
ELENICE DE SOUZA LODRON ZUIN ................................................................................................................263
ELIANE SILVESTRE ..............................................................................................................................................264
ELIAS DAHER JUNIOR ........................................................................................................................................265
ELIETE COSTA ......................................................................................................................................................266
ELISABETH ROSA SOARES ................................................................................................................................269
ELíSIO MIAMBO ...................................................................................................................................................270
ELIZEU ARRUDA DE SOUSA .............................................................................................................................271
ELLEN DOS SANTOS OLIVEIRA .......................................................................................................................271
ELVA GONZÁLEZ GARCíA .................................................................................................................................272
ELVANDRO BURITy .............................................................................................................................................273
EMERSON THIAGO SOUSA DE ARAúJO - EMERSON ARAúJO ................................................................274
EMMANUEL SOARES DE ALMEIDA ................................................................................................................274
ERIC TIRADO VIEGAS (PONTy) .......................................................................................................................275
ÉRICA GUEDES MARTINS .................................................................................................................................279
ERICK GONÇALVES CAVALCANTE .................................................................................................................280
ERLINDA MARIA BITTENCOURT ....................................................................................................................281
ERNESTINA RAMíREZ ESCOBAR .....................................................................................................................283
EUCLIDES JOSÉ MACIEL MARQUES ................................................................................................................284
EUGêNIO PALMA AVELAR ................................................................................................................................284
EULÁLIA CRISTINA COSTA E COSTA ............................................................................................................286
EULÀLIA JORDÀ-POBLET ..................................................................................................................................287
EVA MARIA DE COUGO SOUTO ......................................................................................................................289
EVELIN KATIANE IZAURO .................................................................................................................................289
EVILENE SOARES DE ARAúJO ..........................................................................................................................290
FABIANA DA COSTA FERRAZ PATUELI .........................................................................................................291
FABIULA FERNANDA DE ABREU .....................................................................................................................292
FELICIANO CALIOPE MONTEIRO DE MELLO ..............................................................................................292
FELICIANO MEJíA ................................................................................................................................................295
FELIPE CARDOSO WILASCO .............................................................................................................................298
FELIPE HACK DE MOURA ..................................................................................................................................298
FELIPE yONAMINE COSTA ................................................................................................................................299
FERNANDA AZEVEDO MORAIS .......................................................................................................................300
FERNANDA RESENDE .........................................................................................................................................301
FERNANDO BRAGA ............................................................................................................................................302
FERNANDO CATELAN........................................................................................................................................304
FERNANDO PAGANATTO .................................................................................................................................305
FLÁVIA COSTA DO CARMO .............................................................................................................................305
FRANCIANE CRISTyNE ......................................................................................................................................306
FRANCISCA REGINA RODRIGUES NETO .......................................................................................................307
FRANCISCO ANTôNIO VALE ...........................................................................................................................308
FRANCISCO CARLOS SOARES MAGALHÃES ...............................................................................................309
FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO DA SILVA JUNIOR - CARVALHO JUNIOR ......................................310
FRANCISCO GAUDêNCIO SABBAS DA COSTA ............................................................................................311
FRANCISCO GOMES DE AMORIM. ..................................................................................................................312
FRANCISCO GRÁCIO GONÇALVES - FRANCISCO KABLIANIS ................................................................320
FRANCISCO JOSÉ DA SILVA ..............................................................................................................................324
FRANCISCO JUNIOR XAVIER ............................................................................................................................326
FRANCISCO NELSON FILHO - CHICO DA MATA .........................................................................................326
FREDERICO FERREIRA DE SOUZA ..................................................................................................................330
FREDERICO GUIMARÃES - ...............................................................................................................................331
FRUTUOSO FERREIRA ........................................................................................................................................332
FUAD BAKRI..........................................................................................................................................................334
G. DOS REIS ...........................................................................................................................................................334
G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA (RJ) ....................................................................................335
GABRIEL AZEVEDO SCHOLZE ..........................................................................................................................336
GABRIEL ROCHA DA SILVA ..............................................................................................................................336
GABRIEL RUBIM DA SILVA ................................................................................................................................337
GABRIEL WENDERMULLER P. AMARAL .........................................................................................................338
GABRIELA FERNANDES DE FREITAS ..............................................................................................................338
GABRIELA MENDES PRUNES DA CRUZ ..........................................................................................................339
GABRIELE LOUREIRO BRUSCHI .......................................................................................................................339
GABRIELLE SOUZA MARCHISIO ......................................................................................................................340
GENTIL HOMEM DE ALMEIDA BRAGA – FLAVIO REIMAR ......................................................................341
GEOVANE ALVES DOS REIS...............................................................................................................................343
GERALDO TROMBIN ...........................................................................................................................................343
GERARDO MOLINA .............................................................................................................................................345
GERMAIN DROOGENBROODT .........................................................................................................................346
GERSON AUGUSTO GASTALDI - EMADAy LUZ ...........................................................................................346
GILMAR CAMPOS ................................................................................................................................................347
GIOVANNI BRUNET ALENCAR E SILVA .........................................................................................................349
GIRLENE MONTEIRO PORTO ..........................................................................................................................349
GRAÇA GRAúNA .................................................................................................................................................351
GRAZIELA COSTA FONSECA ............................................................................................................................351
GUILHERME DE ALMEIDA .................................................................................................................................352
HAROLDO AUGUSTO MOREIRA .....................................................................................................................354
HELENA AMARAL ...............................................................................................................................................355
HELENA FERNANDES MACHADO...................................................................................................................356
HELENA SCHONS LOTTI ...................................................................................................................................357
HELENICE MARIA REIS ROCHA .......................................................................................................................357
HELENICE PRIEDOLS ..........................................................................................................................................360
HELENO CARDOSO .............................................................................................................................................361
HÉLIO RICARDO FONSECA CERREIA .............................................................................................................362
HÉLIO SENA ..........................................................................................................................................................363
HÉLIO SOARES PEREIRA ....................................................................................................................................363
HÉLIO SOARES PEREIRA JUNIOR .....................................................................................................................366
HEMETERIO JOSÉ DOS SANTOS ......................................................................................................................366
HEROTILDES DE SOUZA MILHOMEM ............................................................................................................367
HILDA MARIA VIEIRA LACERDA ....................................................................................................................369
HILTON FORTUNA ..............................................................................................................................................370
HINO DO SABIÁ FUTEBOL CLUBE ..................................................................................................................371
HORACIO ANIZTON ...........................................................................................................................................372
HORACIO DANIEL SEQUEIRA ..........................................................................................................................372
HUGO OMAR TORRES ........................................................................................................................................373
IANE GISELDA DE COUGO SOUTO .................................................................................................................374
IARA ALMANSA CARVALHO ...........................................................................................................................374
IGOR CHIAPPETTA FOGLIATTO......................................................................................................................375
ILDA MARIA COSTA BRASIL ............................................................................................................................376
IMA FEITOSA ........................................................................................................................................................377
IRANDI MARQUES LEITE ...................................................................................................................................378
IRISMARQUEKS ALVES PEREIRA .....................................................................................................................380
IRSEMES WIEZEL BENEDICK ............................................................................................................................381
ISABELA BRANDT ...............................................................................................................................................382
ISABELA MORAES DE FARIA ............................................................................................................................385
ISABELLA GONÇALVES ......................................................................................................................................386
ISABELLE PALMA .................................................................................................................................................387
ISMARI MARCANO..............................................................................................................................................387
IVA DA SILVA ........................................................................................................................................................388
IVAN CARRASCO AKIyAMA .............................................................................................................................388
IZABEL ERI CAMARGO .......................................................................................................................................390
IZABELLA MURARO DE FREITAS .....................................................................................................................391
J. AUTO PEREIRA .................................................................................................................................................391
J. B. XAVIER ............................................................................................................................................................393
J. DE C. ESTRELLA ................................................................................................................................................402
J. R. D’OLIVEIRA SANTOS ..................................................................................................................................403
J. RAMOS COELHO ..............................................................................................................................................404
JACKSON DOUGLAS SILVA ..............................................................................................................................407
JACKSON FRANCO ..............................................................................................................................................408
JACQUELINE COLLODO GOMES ......................................................................................................................409
JACQUELINE SALGADO .....................................................................................................................................410
JACy GONÇALVES RIBEIRO ..............................................................................................................................410
JAINARA MARTINy .............................................................................................................................................411
JAILTON SILVA MATOS ......................................................................................................................................411
JAMIL DAMOUS ..................................................................................................................................................412
JANDy MAGNO WINTER ...................................................................................................................................413
JANE ROSSI ...........................................................................................................................................................417
JANETE HENRIQUE SERRALVO ........................................................................................................................418
JANIA SOUZA DA SILVA ....................................................................................................................................418
JANIO FELIX FILHO .............................................................................................................................................419
JAQUELINE MARIA RIBEIRO .............................................................................................................................421
JEAN-PAUL MESTAS ............................................................................................................................................421
JEANNE CRISTINA BARBOSA PAGANUCCI ..................................................................................................423
JEFFERSON REIS DE SANTANA - INFETO ......................................................................................................425
JOÃO CARLOS MARCON ...................................................................................................................................425
JOÃO ELIAS ANTUNES DE OLIVEIRA - ELIAS ANTUNES ..........................................................................426
JOÃO FERNANDO GASPAROTTO STEIGLEDER ...........................................................................................426
JOÃO GOMES DA PENHA FILHO ....................................................................................................................427
JOÃO MARCELO ADLER NORMANDO COSTA. ..........................................................................................427
JOÃO NEPOMUCENO SILVA .............................................................................................................................428
JOÃO NERy PESTANA ........................................................................................................................................429
JOÃO PEDRO ESTRELA GONÇALVEZ .............................................................................................................432
JOÃO PEDRO MANDARINO LOPES ................................................................................................................432
JOÃO RODRIGUES DE OLIVEIRA SANTOS ...................................................................................................433
JOÃO VITOR DE SOUZA BASTOS ....................................................................................................................434
JOAQUIM JOSÉ TEIXEIRA ..................................................................................................................................435
JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS ........................................................................................................435
JOAQUIM RIBEIRO GONÇALVES......................................................................................................................439
JOAQUIM VESPASIANO RAMOS - VESPASIANO RAMOS ..........................................................................442
JOAQUIM VILA NETO - QUINCAS VILANETO .............................................................................................442
JONAS BATISTA NETO .......................................................................................................................................443
JONATAN ALGORTA SOARES ..........................................................................................................................444
JORGE ANTONIO SOARES LEÃO – JORGE LEÃO ........................................................................................444
JOSÉ BRITTO BARROS ........................................................................................................................................446
JOSÉ CARLOS MENDES BRANDÃO .................................................................................................................447
JOSÉ CARLOS SERUFO ........................................................................................................................................451
JOSÉ DE CASTRO ................................................................................................................................................454
JOSÉ E. TEIXEIRA DE SOUSA .............................................................................................................................455
JOSÉ FRANCISCO DAS CHAGAS- JOSÉ CHAGAS ........................................................................................458
JOSÉ ITAMAR LIMA DA SILVA - ITAMAR LIMA ...........................................................................................459
JOSÉ LISSIDINI SÁNCHEZ ..................................................................................................................................459
JOSÉ LUíS ALVES PESTANA ...............................................................................................................................461
JOSÉ MENEZES DE MORAIS - MENEZES y MORAIS ......................................................................................461
JOSÉ OSWALD DE SOUSA ANDRADE – OSWALD DE ANDRADE ...........................................................462
JOSE PAULO PAES - 1973 .....................................................................................................................................462
JOSÉ RENATO HAUCK JUNIOR ........................................................................................................................463
JOSÉ RIBAMAR FERREIRA - FERREIRA GULLAR ..........................................................................................463
JOSÉ RIBEIRO DE SÁ VALE, ..............................................................................................................................464
JOURNEy PEREIRA DOS SANTOS ...................................................................................................................465
JUAN CARLOS FLORES APARICIO ...................................................................................................................465
JUÇARA VALVERDE ............................................................................................................................................466
JúLIA BÁU SCHMITT ..........................................................................................................................................466
JULIANO CINCINATO CADORE FERNANDES ..............................................................................................467
JULIO MESQUITA .................................................................................................................................................467
JULLIANO CÉSAR RODRIGUES VICENTE ......................................................................................................468
JURACI DA SILVA MARTINS ..............................................................................................................................469
JUSSÁRA CUSTÓDIA GODINHO ......................................................................................................................469
JUSTINA CABRAL ...............................................................................................................................................470
KÁLISON COSTA NASCIMENTO .....................................................................................................................470
KARINE SALTON XAVIER...................................................................................................................................471
KARLINE DA COSTA BATISTA .........................................................................................................................471
KAyLLA KAITH LOPES GONÇALVES ...............................................................................................................472
KAyRON TORMA OLIVEIRA .............................................................................................................................472
KEDMA KESSIA PINHEIRO BERNARDO .........................................................................................................473
KEILA MARIA VERAS SOARES SILVA ............................................................................................................474
KEULES DIENE ROCHA DA SILVA....................................................................................................................475
LAURA DRUCK BECKER .....................................................................................................................................476
LEIDIANE DOS SANTOS VITORIANO ...........................................................................................................477
LEILA MARISA DE SOUZA LIMA SILVA ..........................................................................................................478
LENA FERREIRA ...................................................................................................................................................479
LÉNIA AGUIAR .....................................................................................................................................................479
LEOMÁRIA MENDES SOBRINHO .....................................................................................................................480
LENON SILVA ALVES - JOHN LENNON SMITH ............................................................................................481
LEONARDO CORONEL MACHADO ANDREOLLA .......................................................................................481
LEONARDO HUGO BERGER ..............................................................................................................................482
LEôNIDAS DE SOUZA - TIKO LEE ....................................................................................................................482
LETICIA HERRERA...............................................................................................................................................484
LEVI MOTA MUNIZ .............................................................................................................................................485
LIDIA FUNES BUSTELO ......................................................................................................................................486
LINDALVA SILVA QUINTINO DOS SANTOS .................................................................................................487
LíVIA PORTO ZOCCO .........................................................................................................................................488
LOHANA KÁRITA TEIXEIRA ............................................................................................................................488
LORENA MORENO CASTRO ............................................................................................................................489
LORENZO GOMES BACIN ..................................................................................................................................489
LUCAS .....................................................................................................................................................................490
LUCAS DIAS MIRANDA ......................................................................................................................................490
LúCIA AMORIM CASTRO .................................................................................................................................491
LúCIA BARCELOS ................................................................................................................................................491
LúCIA HELENA PEREIRA ...................................................................................................................................492
LUCIANO GARCEZ ..............................................................................................................................................494
LUCIANO ORTIZ ..................................................................................................................................................495
LUCIVANI VITORIANO .....................................................................................................................................496
LUíS ARTUR SEVERO DA SILVA .......................................................................................................................497
LUIS HENRIQUE INSAURRAULD PEREIRA ....................................................................................................498
LUIS LIMA/LUZENICE MACEDO .......................................................................................................................499
LUíS MÁRIO OLIVEIRA .......................................................................................................................................500
LUIZ CORDEIRO DE MELO - LUIZ CORDELO ................................................................................................502
LUIZ GUILHERME LIBÓRIO ALVES DA SILVA ................................................................................................506
LUIZ PENHA PINÓS BISSIGO ...........................................................................................................................507
M. A. LIMA BARATA - 10 DE AGOSTO DE 1872. ...........................................................................................508
MADALENA MüLLER ..........................................................................................................................................510
MAIARA GONÇALVES DE OLIVEIRA ..............................................................................................................512
MANOEL ALEXANDRE DE SANTANA SOBRINHO – MANOEL SOBRINHO ...........................................513
MANOEL BEZERRA ..............................................................................................................................................515
MANOEL DE PÁSCOA MEDEIROS TEIXEIRA – PROFESSOR PASSARINHO ...........................................515
MANOEL LúCIO DE MEDEIROS - MALUME...................................................................................................516
MANUEL CARNEIRO DE SOUSA BANDEIRA FILHO - MANUEL BANDEIRA ........................................518
MANUELA FERREIRA ..........................................................................................................................................518
MARCELO DE OLIVEIRA SOUZA .....................................................................................................................519
MARCELO MOREIRA ..........................................................................................................................................520
MÁRCIA DA SILVA SOUSA ................................................................................................................................520
MARCIA DE OLIVEIRA GOMES ........................................................................................................................521
MÁRCIA ETELLI COELHO ..................................................................................................................................521
MÁRCIO DISON ...................................................................................................................................................523
MÁRCIO MORAES ...............................................................................................................................................524
MARCO AURÉLIO BAGGIO ...............................................................................................................................524
MARCO AURÉLIO MAURER DALLA VECCHIA.............................................................................................526
MARCO AURÉLIO SOUSA MENDES ...............................................................................................................526
MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS ......................................................................................................527
MARCOS RODRíGUEZ LEIJA .............................................................................................................................528
MARCOS SAMUEL COSTA DA CONCEIÇÃO ...............................................................................................530
MARCOS VINICIUS LOPES SEREJO ................................................................................................................530
MARCOS VINICIUS MOTA KLIEMANN ..........................................................................................................531
MARDILê FRIEDRICH FABRE ............................................................................................................................532
MARIA ANGÉLICA DOS SANTOS - BILÁ BERNARDES ...............................................................................534
MARIA APARECIDA ARAUJO MOREIRA- MORA ALVES ............................................................................535
MARIA APPARECIDA S. COQUEMALA ...........................................................................................................535
MARIA CECíLIA LIMA DE OLIVEIRA CASTRO .............................................................................................536
MARIA DA ASSENÇÃO LOPES PESSOA - ASSENÇÃO PESSOA ................................................................536
MARIA DA GLÓRIA JESUS DE OLIVEIRA .......................................................................................................539
MARIA DAS NEVES OLIVEIRA E SILVA AZEVEDO – NEVES AZEVEDO .................................................540
MARIA DE FÁTIMA BATISTA QUADROS ......................................................................................................541
MARIA DE FÁTIMA OLIVEIRA - FÁTIMA OLIVEIRA. .................................................................................542
MARIA DE JESUS SILVA AMORIM ...................................................................................................................543
MARIA DE LOURDES OTERO BRABO CRUZ - MALU OTERO ..................................................................545
MARIA DE LOURDES SCHENINI ROSSI MACHADO ....................................................................................546
MARIA DO SOCORRO MENEZES.....................................................................................................................547
MARIA EDUARDA CABRAL DA SILVA............................................................................................................547
MARIA EDUARDA PIRES SOUSA .....................................................................................................................548
MARíA ESTELA ARNORIAGA ...........................................................................................................................548
MARIA FERNANDA REIS ESTEVES ..................................................................................................................549
MARIA HELIA CRUZ DE LIMA - HÉLIA LIMA ...............................................................................................550
MARIA HORTENSE MARTINS NUNES ............................................................................................................553
MARIA ISABELLE PALMA GOMES CORRêA ..................................................................................................553
MARIA LúCIA NUNES DA ROCHA LEAO ......................................................................................................554
MARIA LUCILENE MEDEIROS DO NASCIMENTO NOGUEIRA – MALU MEDEIROS ............................556
MARIA REGINALDA DA SILVA .........................................................................................................................556
MARIA SILVA CABRAL .......................................................................................................................................557
MARIA STELA DE OLIVEIRA GOMES ..............................................................................................................557
MARIANA DAMÁSIO DA SILVA .......................................................................................................................558
MARIANO AUGUSTO SERRÃO CHAGAS - MARIANO CHAGAS............................................................559
MARIETTA CUESTA RODRíGUEZ ....................................................................................................................559
MARILZA ALBUQUERQUE DE CASTRO - CARVALHO BRANCO .............................................................560
MARINA MORENO LEITE GENTILE - MARINA GENTILE ...........................................................................561
MARINA NICODEMO DA ROSA .......................................................................................................................562
MARINALDO LIMA..............................................................................................................................................562
MARIO FILIPE CAVALCANTI DE SOUZA SANTOS ......................................................................................566
MARIO GONÇALVES DIAS JUNIOR ................................................................................................................567
MÁRIO HELDER SILVA FERREIRA ...................................................................................................................571
MÁRIO MARTINS MEIRELES .............................................................................................................................572
MARIO QUINTANA .............................................................................................................................................575
MARISA SCHMIDT ..............................................................................................................................................575
MARK PIZZATO MACHRy .................................................................................................................................576
MARTHA ELSA DURAZZO .................................................................................................................................576
MARTINS D’ALVAREZ .........................................................................................................................................579
MATEUS COMODO ............................................................................................................................................581
MATHEUS FABRíCIO PEREIRA MADEIRA......................................................................................................582
MAyARA DA SILVA JORGE ................................................................................................................................582
MAyARA SOUSA GONÇALVES .........................................................................................................................583
MHÁRIO LINCOLN FÉLIX SANTOS ................................................................................................................583
MICHAEL JACKSON COELHO DA SILVA ........................................................................................................584
MICHELLE ADLER NORMANDO DE CARVALHO.........................................................................................585
MICHELLE FONSECA COELHO .........................................................................................................................585
MIGUEL MARQUES - SÃO LUíS, 7 DE SETEMBRO DE 1873 .........................................................................586
MIKAELLE CRISTINA DOS SANTOS CANTANHEDE ..................................................................................588
MIKAELy FERNANDA RODRIGUES .................................................................................................................589
MILENA ADLER NORMANDO DE SÁ ..............................................................................................................589
MIRIAM PORRAS ADAME… ............................................................................................................................590
MOACIR LOPES POCONÉ NETO ......................................................................................................................591
MOACIR LUíS ARALDI ........................................................................................................................................591
MONIQUE ROCHA PASSOS ...............................................................................................................................594
MOySÉS BARBOSA .............................................................................................................................................594
MURILO MONTEIRO MENDES – MURILO MENDES ....................................................................................595
MyLENE DOS SANTOS SIQUEIRA....................................................................................................................596
NADIR SILVEIRA DIAS ........................................................................................................................................596
NARAENE MIRANDA DA SILVA .......................................................................................................................597
NATÁLIA BUENO DIAS .....................................................................................................................................598
NATHALIA RIBEIRO LOPES ..............................................................................................................................598
NATHÁLIA RODRIGUES BARBOSA.................................................................................................................599
NÉDIA SALES DE JESUS ......................................................................................................................................599
NELMARA SILVA ..................................................................................................................................................600
NEREU BITTENCOURT .......................................................................................................................................601
NIEDJA SOARES PEREIRA ..................................................................................................................................603
NIEVES MERINO GUERRA. ................................................................................................................................603
NIJAIR ARAúJO PINTO .......................................................................................................................................606
NILZA CAUM .........................................................................................................................................................607
NIVâNIA CARVALHO .........................................................................................................................................608
NORMA RINCÓN MENDOZA ............................................................................................................................608
NúBIA CAVALCANTI DOS SANTOS ...............................................................................................................609
ODONE ANTôNIO SILVEIRA NEVES ..............................................................................................................610
OLAVO BRÁS MARTINS DOS GUIMARÃES BILAC - OLAVO BILAC .......................................................611
OLIMPIO COELHO DE ARAUJO ........................................................................................................................611
ONÃ SILVA ............................................................................................................................................................613
ORLINDA FERREIRA DE SOUZA .......................................................................................................................617
ORPHEU LUZ LEAL ..............................................................................................................................................618
OSWALDO NÉVOLA FILHO ...............................................................................................................................618
PABLO RIOS ...........................................................................................................................................................620
PATRíCIA CARLOS DE SOUSA .........................................................................................................................623
PAULO ACÁCIO RAMOS ....................................................................................................................................623
PAULO PEREIRA FONTES MARTINS ..............................................................................................................624
PAULO REIS ...........................................................................................................................................................626
PAULO ROBERTO WALBACH PRESTES ..........................................................................................................626
PEDRO ELy OSCAR NOÉ .....................................................................................................................................627
PEDRO PERUZZO MIBIELLI ................................................................................................................................628
PIETRO DA COSTA RODRIGUES ......................................................................................................................628
QUERUBINO LAGOA ..........................................................................................................................................629
RACHEL ALVES - KEKA ......................................................................................................................................630
RAFAEL BüGER RUIZ ..........................................................................................................................................631
RAFAEL GüNTZEL ORIZENCO ..........................................................................................................................631
RAFAEL SâNZIO DE AZEVEDO ........................................................................................................................632
RAFAEL SEVERO MEIRA ....................................................................................................................................632
RAFAEL ZEN ..........................................................................................................................................................633
RAFAELA MACHADO LONGO – RAFAELA MALON ..................................................................................634
RAILDE MASSON CARDOZO ............................................................................................................................635
RAIMUNDO CARNEIRO CORRêA ....................................................................................................................635
RAIMUNDO NONATO BARROSO DE OLIVEIRA ........................................................................................641
RAIMUNDO NONATO CAMPOS FILHO .........................................................................................................641
RAMON DE FIGUEIREDO LEANDRO ...............................................................................................................642
RAQUEL CAMPOS PEREIRA ..............................................................................................................................643
RAQUEL FERRAZ SOKOLNIK ............................................................................................................................644
RAQUEL OLIVEIRA SÁ .......................................................................................................................................644
RAyRON LENNON COSTA SOUSA. .................................................................................................................649
REGINA DA CONCEIÇÃO MADEIRA GôDA - (ESTRELA RADIANTE) ....................................................649
REGINA XAVIER ...................................................................................................................................................651
RENATA SOARES PORCIúNCULA ...................................................................................................................652
RENATE GIGEL .....................................................................................................................................................652
RENATO CESAR DE ALVARENGA FILHO ......................................................................................................654
RENATO LIMA DE SOUZA .................................................................................................................................654
RENE AGUILERA FIERRO ...................................................................................................................................656
REyNALDO MACHADO DE ALMEIDA GOMES .............................................................................................657
RICARDO OyARZÁBAL RODRIGUEZ ..............................................................................................................658
RITA B. S. VELOSA ...............................................................................................................................................658
RITA DAyRÃ MURADA DE SOUSA ..................................................................................................................659
ROBERT ALLEN GOODRICH VALDERRAMA ...............................................................................................659
ROBERTA BECKMANN HOFFMANN ...............................................................................................................661
ROBERTH FABRIS ................................................................................................................................................661
ROBERTO DE FREITAS RIBEIRO FILHO ..........................................................................................................662
ROBERTO FERRARI .............................................................................................................................................663
ROBINSON SILVA ALVES....................................................................................................................................663
ROBSON LEANDRO SODA - LÓTUS SIDARTTA ...........................................................................................667
RODRIGO GUIMARÃES PENA ..........................................................................................................................668
RODRIGO NUNES CAMARGO ..........................................................................................................................670
RODRIGO OCTAVIO PEREIRA DE ANDRADE ..............................................................................................670
RODRIGO ZUARDI VIñAS .................................................................................................................................671
ROGÉRIO ARAúJO (ROFA) ................................................................................................................................671
RONyERE SILVA LIMA .......................................................................................................................................672
ROSANA LAZZAR ................................................................................................................................................673
ROSANE SALLES SILVA SOUZA ........................................................................................................................674
ROSEMEIRE JOANADARC DIAS - ROSE DIAS ..............................................................................................674
ROSINEIDE DE SOUSA MACHADO .................................................................................................................675
ROZELENE FURTADO DE LIMA .......................................................................................................................676
RUI MIGUEL DIAS CARVALHO .........................................................................................................................677
SAMUEL CANTOARIA FERREIRA ....................................................................................................................678
SAMUEL CAVERO GALIMIDI ............................................................................................................................679
SAMUEL DE SÁ BARRETO .................................................................................................................................682
SAULO BARRETO LIMA FERNANDES ............................................................................................................685
SAULO DANIEL DOS ANJOS LEITE ..................................................................................................................685
SEBASTIÃO LUIZ ALVES .....................................................................................................................................687
SELMO VASCONCELLOS ....................................................................................................................................689
SÉRGIO AUGUSTO DE MUNHOZ PITAKI .......................................................................................................689
SÉRGIO GERôNIMO ALVES DELGADO ..........................................................................................................690
SERGIO RyAN ABREU SILVA- ............................................................................................................................691
SERGIO SANTOS ..................................................................................................................................................691
SIDCLEI NAGASAWA COSTA ...........................................................................................................................693
SIDINEy BREGUêDO............................................................................................................................................693
SILVANA MARIA MORELI ..................................................................................................................................694
SIMONE PINHEIRO ..............................................................................................................................................695
SINÉSIO LUSTOSA CABRAL SOBRINHO – SINÉSIO CABRAL ...................................................................698
HOMENAGEM PÓSTUMA DE DILERCy ADLER ............................................................................................699
SOLANGE DE ARAGÃO ......................................................................................................................................700
SONIA NOGUEIRA ...............................................................................................................................................700
SOPHIA BRAGA ....................................................................................................................................................702
STELLA MARIS TABORO....................................................................................................................................703
SUELEN CRISTINA LIBERATO ..........................................................................................................................704
SUSy MORALES COZ ...........................................................................................................................................706
TALLES CARDOSO MACHADO ........................................................................................................................706
TATIANA ALVES ..................................................................................................................................................707
TATIANE PAULO DE OLIVEIRA ........................................................................................................................708
TAySA LEITE LIMA ..............................................................................................................................................708
TERESA CRISTINA CERQUEIRA DE SOUSA ..................................................................................................709
TERESINKA PEREIRA ..........................................................................................................................................710
TEREZINHA ERNA BRANDENBURGER ...........................................................................................................710
TEREZINHA OLIVEIRA .......................................................................................................................................711
THAíS MATOS PINHEIRO ..................................................................................................................................712
THAISE SANTOS ..................................................................................................................................................712
THIAGO JEFFERSON DOS SANTOS GALDINO .............................................................................................714
TIAGO DUARTE CORDEIRO .............................................................................................................................716
TIAGO KLEIN MACIEL ........................................................................................................................................718
UM MARANHENSE ..............................................................................................................................................719
VALDECK ALMEIDA DE JESUS ..........................................................................................................................720
VALENTINA KROEFF SPERB ..............................................................................................................................721
VALMIR SALES BORGES .....................................................................................................................................721
VALQUíRIA ARAúJO FERNANDES DE OLIVEIRA ........................................................................................722
VALQUIRIA IMPERIANO ....................................................................................................................................723
VANDA LúCIA DA COSTA SALLES .................................................................................................................725
VANDER LIMA SILVA DE GÓIS .........................................................................................................................728
VARENKA DE FÁTIMA ARAúJO ......................................................................................................................728
VERA ROCHA .......................................................................................................................................................730
VICTOR PARUSSINI TODT ................................................................................................................................731
VITOR ALIBIO.......................................................................................................................................................732
VITOR DA ROSA MARTINS ...............................................................................................................................732
VITOR TEIXEIRA DE QUEIROZ .........................................................................................................................733
VITÓRIA MARIA GALVÃO COQUEIRO .........................................................................................................735
VIVIANE MARIA DOS SANTOS ........................................................................................................................735
WANDA RECKER ..................................................................................................................................................736
WEBERSON FERNANDES GRIZOSTE ...............................................................................................................736
WESLLEy SOUSA SILVA COSTA .......................................................................................................................739
WILSON DE OLIVEIRA JASA .............................................................................................................................740
WILSON PIRES FERRO ........................................................................................................................................741
WILSON ROSA DA FONSECA ...........................................................................................................................744
WyBSON CARVALHO .........................................................................................................................................746
yANNI MARA TUGORES TAJADA ...................................................................................................................747
yASMIM VICTORIA DOS SANTOS CANTANHEDE ......................................................................................747
ZARA MARIA PAIM DE ASSIS ..........................................................................................................................748
ZAZy GRAZyELLy .................................................................................................................................................749
ZELIA MARIA FERNANDES DA SILVA .............................................................................................................750
ZENAIDE RADANESA DOS REIS .......................................................................................................................751
ZIDELMAR ALVES SANTOS ...............................................................................................................................751
ZULMA TRINDADE DE BEM ..............................................................................................................................752
ZULMAR PESSOA DE LIMA TAMBURU ...........................................................................................................752
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Prefácio
“Nós vos convidamos a marchar conosco e a conosco transformar não somente uma das leis da Terra, mas a lei fundamental. Quando tiverdes melhorado o mundo, melhorai este mundo melhorado! Abandonai este mundo melhorado! Quando melhorando o mundo tiverdes completado a verdade, completai essa verdade completada. Abandonai-a! Quando completando a verdade tiverdes transformado a humanidade, transfor-mai essa humanidade transformada. Abandonai-a! E, transformando o mundo e a humanidade, transformai-vos. Sabeis abandonar-vos a vós mesmos”.
(Bertold Brecht)
O desafio de elaborar uma coletânea em homenagem à Antônio Gonçalves Dias foi assumido com muita dedicação pelos membros do Instituto Histórico e Geográfi-co do Maranhão – IHGM -, Sociedade de Cultura Latina do Maranhão – SCLMA , Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA -, com o apoio da EDUFMA da Universidade Federal do Maranhão, da Academia Caxiense de Letras � ACL, sob a coordenação da psicóloga, poeta e antologista Dilercy Aragão Adler, que muito tem trabalhado para o avivamento e divulgação da memória literária do grande poeta maranhense, como obra importante ao conhecimento de várias gerações, estabelecendo relação entre o passado, o presente e o futuro. De igual modo, deve-se o resultado desta publicação ao Acadêmico Leopoldo Gil Dulcio Vaz, que se dedicou à análise e organização dos textos literários sobre a obra de Gonçalves Dias. Assim, o trabalho conjunto da Acadêmica Dilercy e do Acadêmico Leopoldo na produção final desta obra merece destaque especial, entre tantos outros colaboradores empenhados na realização deste inédito projeto literário.
Para os mais jovens leitores dessa coletânea, tanto como para os leitores mais versados no universo literário, o conteúdo da obra Mil Poemas para Gonçalves Dias permite percorrer-se um longo túnel que liga o tempo histórico e literário passado ao tempo presente, dando-nos a oportunidade de procurar conhecer, com mais profundi-dade, as obras desse poeta imortal, sem a intenção de reproduzi-lo.
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Através das leituras e releituras feitas pelos autores dos poemas e textos contidos nesta Antologia Literária, pode-se entrever os temas, os gêneros literários e os campos do conhecimento que foram percorridos por Dias, durante sua produção realizada, pre-dominantemente, em condições muito limitadas, porém por ele ultrapassadas, na prá-tica da arte de escrever poemas, textos literários, peças de teatro e relatórios de caráter científico, que fortalecia o seu espírito combativo.
De fato, Gonçalves Dias pode ser considerado um intelectual que, de modo pre-cursor, foi tecendo no conjunto de seu trabalho literário um forte liame entre a História e a Literatura. Em período recente de renovação da escrita da História, no exterior e no Brasil, essa relação entre esses dois campos tem se tornado mais consolidada, como nos aponta Kodama (2007) 1 em tese de doutorado defendida na PUC do Rio de Janei-ro. A pesquisadora em História Social da Cultura nos desvela as relações do trabalho etnográfico de Gonçalves Dias, para atender à solicitação de programa criado pelo Imperador Pedro II, no Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, entre 1850 e 1853, por meio do qual deixa entrever o modo como entendia a questão da língua, da cultura indígena e da nacionalidade.
Foi ao escrever Brasil e Oceania (1867), apesar de certo desagrado ao cumprir a tarefa que lhe foi destinada por Dom Pedro II, conforme carta enviada a Alexandre Teófilo (04.04.1850), que deixou fluir a sua visão de “historiador poeta” e “historiador político”, expressões por ele mesmo cunhadas no artigo História Pátria, publicado na Revista Guanabara, vol.1, t. 1, de fevereiro de 1853.
Kodama nos ajuda a entender esse trabalho etnográfico do poeta, ao mostrar o modo como ele relacionou sua visão indianista literária com os estudos sobre os índios. Segundo a autora, o interesse de Dias era: “1) o despontar de uma preocupação com o lugar do índio na História do Brasil, e que a geração romântica defenderia a partir de uma criação de um passado mítico brasileiro através do índio, ponto este que nos indi-ca uma convergência entre literatura e história, presente naquela geração, como já foi ressaltado por autores como Antonio Candido; e 2) o de relevar sua preocupação com a língua portuguesa no Brasil, sua diferenciação com a língua portuguesa de Portugal, a partir da influência do Tupi” ( Kodama, 2007, p. 3- 4).
Temos aí o adensamento do trabalho do poeta que desejava, principalmente, escrever uma história do Brasil com realce para a questão indígena, motivo poético e político, para suas poesias, como ele mesmo afirmava:
Convinha [...] que nos descrevesse os seus costumes, que nos instruísse nos seus usos e na sua religião, que nos reconstruísse todo esse mundo perdido que nos ini-ciasse nos mistérios do passado como caminho do futuro, para que saibam donde
1 KODAMA, Kaori. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais, Julho/ Agosto/ Setembro de 2007 Vol. 4 Ano IV no 3, ISSN: 1807-6971. Disponível em: www.revistafenix.pro.br
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e para onde vamos: convinha enfim que o poeta se lembrasse de tudo isto, porque tudo isso é poesia; e a poesia é a vida do povo, como a política é o seu organismo. (Dias, 1850).
Ainda citando o seu artigo, destaca-se a relação entre história e literatura:
[...] quem quer que for bom historiador deve ter uma destas duas coisas: ser po-lítico ou poeta”. O primeiro [...] resume todos os indivíduos em um só indivíduo coletivo, generaliza as idéias e os interesses de todos, conhece os erros do passado e as esperanças do futuro, e tem por fim – a nação. O historiador poeta, [...] re-sume as nações em uma só nação, simpatiza com todas as suas grandezas, execra todas as suas torpitudes, e generalizando todos os sentimentos, todas as aspirações do coração humano, tem por fim a humanidade. ( Dias, 1850)
Temos assim uma visão sintética dos interesses de Antonio Gonçalves Dias en-trelaçados entre a História, a Literatura e a Política, de tal forma que as nuances de certa ingenuidade romântica encontrada em seus poemas de amor, vão sendo ladeadas por outras características afinadas com a visão de história de Humboldt, também afeita a uma leitura romântica da história, na busca de verdades autênticas. Na dimensão política, o que parecia estar em pauta, na visão de Dias, era o destaque dado aos povos não-europeus que começaram a ser estudados durante o século XIX, sendo objeto de pesquisas etnográficas já realizadas por estudiosos da Europa, a partir dos quais ele tam-bém incursionou para escrever seu trabalho Brasil e Oceania, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro.
Por que falar dessas faces do poeta maior, apesar dos cuidados necessários, para entendê-lo no seu tempo (século XIX), que não é o nosso tempo (século XXI)? Prin-cipalmente para destacar seu interesse por tantas questões que podem aparecer, na atualidade, como sendo isoladas, quando de fato, desde a sua origem estão fortemente entrelaçadas, de modo que o literato, o historiador e o político estão diante do mun-do com olhos que miram o seu entorno e dele retiram a sua inspiração para escrever, refletir e, também, atuar no seu tempo-espaço, seja no Instituto Histórico Geográfico, seja nas Academias de Letras, seja nas Universidades onde se reúnem estudiosos da Filosofia, História, Geografia, Etnografia, Antropologia e da Literatura.
Há que se pensar, inspirando-nos em Dias, mesmo que se reconheça a sua visão romântica, que o realismo que nos exige a história presente, pode ser interpretado com pensamentos e sentimentos capazes de nos fazer mais sensíveis às questões do século em que vivemos e que atingem milhões de seres humanos, considerados “invisíveis” para a grande maioria dos dirigentes das nações, destacando-se entre esses os povos indígenas.
Com Gonçalves Dias, destacou-se a condição original dos índios, primeiros ha-bitantes do Brasil, hoje, praticamente dizimados e desterrados de seus territórios. A
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Língua Tupi, considerada por ele como sendo a principal matriz linguística do Por-tuguês do Brasil, tornou-se diluída no processo de evolução da língua nacional, esta tendo sido ampliada pela importação de palavras de línguas estrangeiras nem sempre compreendidas pelas pessoas mais simples e menos letradas do nosso país. A Amazônia, considerada pelo poeta como a “Judéia” dos indígenas, tem sido explorada e devastada, de modo a comprometer o território em que se encontra a mais rica biodiversidade do Brasil, já identificada por cientistas brasileiros e de vários países.
Se era conservadora e, de certo modo ingênua, a visão mítica acerca do indígena estudado por Dias, nos seus trabalhos etnográficos, foi a partir deles que se fortaleceu e sobressaiu o índio por ele cantado nos seus poemas indianistas. Não desprezemos a visão do historiador - poeta, porém não a adotemos para não reproduzirmos uma visão ingênua do mundo atual.
O tempo presente nos pede isso sim, para deixarmos Gonçalves Dias e todos os poetas românticos ocuparem o lugar de destaque que merecem ter na história da lite-ratura nacional, indicando-nos, entretanto, que é preciso ir além, fazendo da memória literária e histórica o ponto inicial de reconhecimento das origens da literatura brasi-leira, cuja evolução poderá ser mais aprimorada por cada um de nós e por todos juntos: historiadores, educadores, literatos e políticos dedicados à democratização das letras, da cultura e da ciência.
Que essa Antologia Poética, através de todos os seus autores, possa nos permitir vislumbrar a diversidade de estilos e temas que nos instigam, principalmente, a fazer uma leitura contrastante entre o passado e o presente, para avançarmos em direção ao futuro, como o próprio Gonçalves Dias dizia: “generalizando as aspirações do coração humano, que tem por fim a humanidade”.
Essa finalidade, certamente será fortalecida com a realização do atual projeto, que ora materializa nossa homenagem a Antônio Gonçalves Dias, que foi inspirado em projeto similar realizado no Chile, cujo homenageado foi Pablo Neruda, e que também se reproduziu no Peru, tendo como destaque o poeta peruano Cesar Vallejo. Atualmen-te, está em desenvolvimento o projeto da Antologia “1000 y UN POEMAS PARA ANDRÉS ELOy BLANCO”.
A idéia primeira de �Mil Poemas para Pablo Neruda�, idealizada a princípio pelo poeta Alfred Asís, em 2011, sensibilizou grupos de países da América do Sul, Central e da Europa. Estão envolvidos nesse movimento: Chile, Peru, Espanha, Brasil, Vene-zuela, Cuba, Bolívia e Honduras. A Antologia Mil Poemas para Gonçalves Dias é a 4ª a ser organizada, com os seguintes países participantes através dos seus poetas: Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela, Uruguai, Portugal, Moçambique, México, Canadá; Panamá/USA, Espanha, França, Bélgica, Áustria, Japão.
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O Brasil se faz representar através de seus poetas de diversos estados. Inicial-mente, Maranhão, sendo que a cidade de São Luís foi representada por 89 poetas, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Paraíba, Goiás, Ceará, Minas Gerais, Rio Gran-de do Sul, Pernambuco, Distrito Federal, Paraná, Piauí, Sergipe, Alagoas, San-ta Catarina, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte. Ainda há outros participantes sem identificação de seu país e estados brasileiros.
Desde a primeira coletânea tem se constituído uma prática de reconhecimento dos grandes autores que engrandeceram a literatura de seus países e também projeta-ram suas obras além das suas fronteiras. Na realidade, esse tipo de projeto de registro da memória literária do passado e do presente, permitiu que se instalasse um circuito literário internacional, de elevada relevância para a valorização de escritores e leitores dedicados ao cultivo das letras e da arte da estética literária.
Há que se destacar na Antologia ‘Mil Poemas para Gonçalves Dias’ que a par-ticipação de representantes de diversos países e estados do Brasil, proporciona uma tessitura singular para esse texto escrito por um grande conjunto de mentes e corações, reunidos numa ciranda de estudantes que adentram pela primeira vez esse universo literário, jovens poetas que vêm se destacando pelas suas produções e poetas que alcan-çaram a maturidade de suas obras, algumas delas já consagradas internacionalmente.
Buscando estabelecer diálogos com as temáticas da obra gonçalvina, os poetas desta antologia buscaram elementos de sua vertente indianista e romântica, fazendo-nos recordar parte de sua existência, seus amores, seus temores, sua inebriante dedica-ção à literatura e à história. Identifica-se uma produção em que ocorre a intertextuali-dade como a forma mais primorosa de comunicação entre os seres humanos que, muito embora não se conheçam, estabelecem forte movimento de sinergia de interesses em torno de um personagem da história da literatura brasileira.
Por todas essas manifestações de convergência e de expansão do universo da literatura de Antônio Gonçalves Dias, são justas e merecidas as homenagens a todas as pessoas responsáveis pela produção da Antologia Mil Poemas a Gonçalves Dias, publi-cada nesta segunda década do século XXI.
Que esse trabalho, sem dúvida, árduo, e ao mesmo tempo prazeroso, possa atrair ainda mais as novas gerações de poetas para a positiva atuação, como intérpretes das aspirações compartilhadas com outros seres humanos, em todos os continentes, pela construção da paz, para que possamos realizar a travessia dos oceanos, disseminando idéias poéticas como deve fazer o artista “que tem que ir aonde o povo está.” (Milton Nascimento).
Fortaleza - CE, Brasil, 06 de maio de 2013
Ana Maria Costa Felix GarjanDiretora dos Grupos ARTFORUM Brasil XXI
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Poesias
o IMortAL MArABÁ2
Mário Martins Meireles
[...] Entre os brancos será nossa gloria,Pois que gloria dos brancos será;
Dos timbiras a fama guerreiraNos seus cantos o Mundo ouvirá!
E o poeta será como nuncaEntre os brancos se viu ou verá,Pois seus cantos serão inspiradosQuais se fossem do próprio Rudá!
o seu nome será venerado,Pois o quer, por vingança, Tupá:
O maior dos poetas brancosSerá nosso – há de ser marabá![...]
2 Poema de Mário Meireles, decalcado da Canção do Piaga, de Gonçalves Dias, e inspirado no quadro da morte do Poeta, da autoria do pintor maranhense Eduardo de Sá, existente no salão nobre do Palácio do Governo do Maranhão.
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AS ArtES São IrMãS3
HoMEnAGEM A GonçALVES DIAS
Variantes entre tantos pensamentos, Sentidos mais dispersos, suas somas Permite este mosaico aonde tomas As tuas decisões; dores e alentos.
Te entregando sem medo aos temporais Verás neles lições para o que resta
Da vida mesmo quando mais funesta Navegação ensina onde há um cais.
Assim nas discrepâncias se concebe O ser que em ti agora se percebe.
3 “Idéias do prazer — do mal no olvido”
Enquanto a dor se torna mais presente, Assim quando do gozo a vida ausente
Permite imaginar-se tão sofrido.
Mas quando uma alegria nos invade, Decerto se esquecendo pouco após,
O rio se perdendo noutra foz, Lembramos do que fora tempestade.
Não deixe que isto faça com que tudo Pareça bem diverso, noutro fato,
Se em dores tão somente eu me retrato, Deveras, sobre a vida eu já me iludo.
Caminho sobre brasas; sei das dores, Mas também sei colher, da vida, flores...
4 “Em sons cadentes, que derramam n’alma”
Encontro uma real satisfação, Vivendo claramente uma estação,
Realidade dói? Também acalma.
As cores de um outono, invernal frio, Primaveril beleza, imenso sol,
O quanto se transforma este arrebol, É como perceber um desafio.
3 DoBlogCantosdoSepulcro-AsDesventurasdeumDomQuixotenoTerceiroMilênio,disponívelemhttp://valmarloumann.blogspot.com.br/2010/03/as-artes-sao-irmas-homenagem-goncalves.html, Poesia compila-daporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;Universidade Estadual do Maranhão
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Envelhecer com arte e galhardia, Saber da mocidade com fulgor,
Matizes tão diversos de um amor, Que a cada novo tempo, sempre guia.
E ter uma certeza nesta vida Cada etapa terá que ser cumprida.
5
“Ou lânguida na lira se transforma”, Ou trágica se faz a cada passo,
O quanto muitas vezes me desfaço, Impede que se tenha a mesma forma.
Dicotomias trago em cada passo, E nelas a melhor das decisões Por vezes bem diversa do que expões, Nem sempre o melhor rumo, ainda traço.
E vivo sem temer as tempestades,
Nefastas? Muitas vezes redentoras, As horas mais doídas, sofredoras
Aquelas que nos dizem mais verdades.
Servindo de repasto para a dor, Um novo amanhecer saber propor... 6 “Dá linguagem sublime à estátua muda,” Cada momento aonde se entregando Não sei se em temporal ou ar mais brando, O tempo tão instável se transmuda. E quando aprendo dele sem terrores Amadureço em mim a própria morte, E nela algum descanso que conforte
No renovar da vida, risos, dores.
Existo e sei que basta esta existência, Se dela eu perceber quem mesmo sou,
Já sei qual o destino pr’onde vou, O fim é do começo, a conseqüência.
Renova-se destarte eternidade
Gerando com fulgor, diversidade... 7 “Do rosto nas feições o brilho interno,” Diverso do que às vezes se aparenta,
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Aonde se diz paz é violenta E aonde se diz glória, pleno inferno.
Somar as nossas tantas variantes,
Seguir por vezes mitos ledos, falsos, Comuns na caminhada tais percalços, Mudamos nosso rumo por instantes.
E quando se aproxima o fim da história,
O quanto nós já fomos, padecemos, Permite ao marinheiro tantos remos, Ou traçando uma linha merencória.
Às vezes num sorriso, lacrimejo,
E em lágrimas sacio o meu desejo...
8 “Guia a mão do pintor quando debuxa”
A soma de fatores mais diversos, Assim quando eu componho tantos versos,
É como se imergisse em vária ducha.
Ourives da palavra, um escritor, Usando seus disfarces nos permite,
Se acreditar além de algum limite, Nas tramas deste insano sonhador.
O corte se bem dado do buril,
Traçando com beleza uma escultura, Mas quando a mão se mostra fria e dura,
Por vezes o cenário se faz vil.
Não creia no que digo, mas me creia, A mão traça diversa ou una teia.
9
“A mesma inspiração, que acende o estro,” Por tantas vezes traça o desespero,
E quando noutra sanha me tempero, Por vezes verdadeiro ou mais canhestro.
Se o peso do que vivo influencia Talvez o que não viva pese mais,
Criando do vazo, os temporais, Palavra dita a norma e cadencia.
Apego-me ao não ser enquanto sigo,
E sigo sem saber quem mesmo sou, Errático caminho se mostrou
Deveras muitas vezes meu abrigo.
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Ilusionista, sim, porém nem tanto, Retratando minha alma quando canto?
10
“Perante o mesmo altar, coroam-se, ardendo” Demônios, querubins, várias figuras, Palavras que clareiam sendo escuras,
Momento doloroso ou estupendo.
Nefastas maravilhas, luzes tantas Bebendo desta imensa liberdade,
O quanto do vazio que me invade, Permitem ser profanas, créus e santas.
Ecléticos caminhos num só rumo, As cores se misturam neste prisma, E quando vez ou outra uma alma cisma, Nem sempre um andarilho, eu tudo aprumo.
A queda prenuncia a redenção,
Assim como um amor dita o perdão...
11 “Do fogo criador nas mesmas chamas,”
Encontram-se diversas fantasias E quando delas novas tu recrias, Revives do passado, luzes, dramas. Tramas se entrelaçando, atemporais, Existem desde quando existe o sonho, O todo muitas vezes eu componho Dos dias mais dispersos, tantos cais. Apátrida emoção, vívida luz Nas trevas a beleza incomparável, Assim como um reflexo do tocável
Efeito tão complexo reproduz.
Nas crenças, ódios, medos e rancores, Nos sonhos, nos anseios, nos amores...
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“As artes são irmãs, e os seus cultores” Transformam qualquer forma num tesouro,
Das tantas emoções quando me douro,
Permito cultivar diversas flores. E mesmo nas daninhas, meu alento, Transito entre o fantástico e o real,
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Portanto se feroz, tolo ou venal, Nas tantas variáveis me sustento.
E bebo em goles fartos, outros dias,
Trafego em dissonantes maravilhas Porquanto novos mundos sempre trilhas
Sabendo desde o eterno as melodias.
Infinitas verdades num só passo, Num limitado espaço o mundo eu traço.
A. J. C.
Ao InSIGnE PoEtA AntonIo GonçALVES DIAS4
SonEtoDias filho de Apollo, às Musas dado;
Hés do Pindo Ornamento, varonil:Tu honras o Império do Brasil,
Como tem estro sublime; e delicado.
Teu nome no Parnaso está gravado,Ali, serio teu Merito, de buril;
Atama o sculpio, com mãos subtil;E ficou por memória, Eternizado.
Tem teu estilo, o cunho da grandeza.Teu canto tem, á suave mellodia;
Reanimas com graça, a natureza,
Força de imaginação, com harmonia,Ingenho, suavidade e delizadeza;
Expreção que arrebata, que extazia.
Aaron Paul Arsene Pestana Torma5
CAnção Do ExíLIoPorto Alegre e Genebra,
mundos diferentes. Continentes;
4 Publicador Maranhense – Maio 1849, Edição 813, Poesias compiladas por Leopoldo Gil Dulcio Vaz.5 Aaron Paul Arsene Pestana Torma – Genebra - Suíça - 03 de maio de 1995. Estudante do Ensino Médio do
ColégioConhecer,PortoAlegre/RS.SecretárioSocialeMembroEfetivodaAcademiadeLetrasMachadodeAssis,PortoAlegre/RS,Cadeira22,Patrono:AlbertodeOliveira;AssociaçãoInternacionaldosPoetasdelMun-do;AcademiaVirtualSaladePoetaseEscritores;BalneárioCamboriú/SC,LigadosAmigosdoPortalCEN,PraiaGrande/Portugal.CoautordoRomanceInterativo“Umahistóriadeamor!”.E-mail:[email protected]
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aromas; olhares...
Belezas distintas, distantes.Pessoas... longe;
cabeças mudadas; cabeças conservadoras; cabeças liberais.
América... Europa...Aqui e Lá,
riqueza e batalha; virtudes e atitudes;
não muito, todos somos gente.
Abilio Kac6
AntES E DEPoISMinha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá...Poetava Gonçalves Dias.
Nos dias de hoje, se vivesse,mudaria sua poesia:
Minha terra tinha palmeirasonde cantava o sabiá...
Devido a queimadas, desmatamento,palmeiras se vão a cada momentoe o sabiá, triste ao relento,á não consegue mais cantar!
EtErnAS HoMEnAGEnSNo Maranhão, sua terra-natal,bem como em outros estados,Gonçalves Dias foi homenageado.Seu nome encontra-seem ruas, avenidas, praçase até mesmo em navio.
Gonçalves Dias , imortal,está no coração do povo
e na alma da Literatura Nacional!
6 Abilio Kac-RiodeJaneiro–RiodeJaneiro–Brasil-01/09/1937.Poeta,trovador,sonetista,cronista,contistaeescritor.Possui20livrospublicadosetrabalhosliteráriosemnumerosasantologias.pertenceaváriasentida-des literárias no Rio de Janeiro, sendo o atual Presidente da União Brasileira de Escritores (UBE). Oportunidade decontribuireagradecerpormefazerlembrarostemposdecriança,ondedecalçascurtasnaescolapúblicadeclamava as poesias de Gonçalves Dias, o maior Poeta Brasileiro.
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Ada Barcelo7
A AntonIo GonCALVES DIASDesde hace siglos perdura
intemporal, sin fronteras, aquella voz que murmura
sobre el viento en las palmeras.
Romántico ipé amarelo que en su exilio ha convertido
en canto, lo que sufridoen sus noches de desvelo.
y en una dulce elegía,
la revive al susurrar a su Amelia en el cantar
de la más honda poesía.
A Brasil y a su mestiza estirpe que siempre honró,
en sus obras se divisa lo que el tiempo no borró.
Bajo ocaso carmesí, se menean lisonjeras
en Maranhao las palmeras, cuando canta antonio allí.
“HOy HA MUERTO UN POETA”A Antonio Concalves Dias, Poeta de Brasil
Ha muerto un poeta,y sus versos en solitario
son pájaros desesperadosbuscando en el silencio
seguir sus pasos mutilados.
El incendio de sus pensamientosha caído por siempre
en la indiferencia del tiempovencidos y cansados.
Los obreros del campo,los niños, los humildesse quedaron sin la voz
7 Ada Barcelo - San Javier – Misiones - Argentina-15defebrerode1947.RadicadaenMendoza.Obraspoéticaspublicadas:Cantoalaternural,llylll,PaisajesInteriores,AntologíaPoéticayTiempodeLuz.Obrasnarrativas:Agridulce,Huellas.Haobtenidopremiosprovincialesyhasidojuradodeconcursosprovinciales.Haparticipa-doenferiasbibliográficasprovinciales,nacionaleseinternacionales.Enel2011obtuvoelpremioMujerdelAñoenLetras,HoustonTexas,EEUU.Páginaoficial:Adabarcelo.comFacebook,AdaBarceloEscritora.
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del hombre enamoradodel canto a su Amelia
del romance truncado.
Hoy ha muerto el poetaDon Antonio Concalvez Diazmisterio el de su destino
partir solo con su muertey sus versos prendidos
de su pecho quieto.
Fatal naufragio, y sus palabras rotas
se acallan en los rinconesde un cuarto en penumbras.Huérfanos de presentes se han dormidos sus versos mientras vuelven a su tierra
sus pasos lentos.
Tal vez en su entrega,prendidos de una estrella
entre palmeras dormidas,los duendes aquietados de la noche
alimente en sus versos silvestresla sal de su existenciavuelva el verbo a creceren la piel de otros poetasreflejo de su destino.
Adalberto Caldas Marques8
CAnção DE MArtírIoMinha terra tinha palmeirasOnde cantava o sabiá
Hoje elas viraram mesaEm uma sala de jantar.
As aves que aqui gorjeavamAgora gorjeiam por lá
Pois a mata foi devastadaE não tem mais onde morar.
8 Adalberto Caldas Marques - Rio de Janeiro – RJ – Brasil - 07 de março de 1979. Tem textos publicados em algunssitesliterárioseparticipaçãoemdiversasantologias,sendoumdosganhadoresdoIIPrêmioLiterárioCanondePoesia2009.Lançouseuprimeirolivrosolo“BrincandodePoesia”duranteaBienalInternacionaldoRio de Janeiro de 2009. e-mail: [email protected] .
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Nos riachos de águas clarasAonde guri ia me banhar
Hoje parece que por milagreSobre suas águas posso andar.
Com meu filho me preocupoQue futuro ele terá?
Se continuarmos desse modoOnde nós vamos parar?
Adélia Einsfeldt9
GonçALVES DIASNa lira do teu
cantoencanto
da bem amadade olhos
verdesalém-mar
diz por ondeandas
busca entreas ondasno canto
das sereias
o teu amorcomo flor
na dormachucada
apertada entre dedosesquecidos
de viver.
9 Adélia Einsfeldt,PortoAlegre–RS–Brasil-13/04/1934.MembrovitalíciodaIWA–InternationalWritersandArtistsAssociation(USA).Lançamentodoseulivroinfantil“AnimaisseDivertem”naFeiradoLivrodePortoAlegre–RSem2011.SóciaefetivadaSociedadePartenonLiterário.Participaçãoemváriasantologiaseven-cedora de concursos literários. Integrante de grupos de poesia e performance.
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Adelia Josephina de Castro Fonsêca10
Ao Snr. Dr. AntônIo GonçALVES DIAS11
Lendo teus versos mimosos, Primos cantos maviosos,
Ao Senhor graças rendi; Sim, fiquei-lhe agradecida
Por dar-te o berço da vida No país onde eu nasci.
No teu canto há tal brandura, Há tão melíflua doçura,
Que do céu vindo parece; Parece dele emanado
Esse gênio sublimado, Que á tua mente esclarece.
Eu, Poeta, te bendigo Por seres fiel amigo
Da terra do meu amor; Por louvares as palmeiras
E as aves brasileiras, Eu te bendigo, Cantor.
Bendigo a voz soberana Dessa lira americana, Que o prazer me infiltra n’alma, Quando diz que, na lindeza, Essa terra portuguesa Á de Cabral cede a palma.
Da nossa pátria querida, Pintas nos bosques mais vida, Nas várzeas pintas mais flores; Pintas no céu mais estrelas,
E nossas vidas mais belas, Mais abundantes de amores.
No teu canto há tal brandura, Há tão melíflua doçura,
Que do céu vindo parece;Parece dele emanado,
10 Adelia Josephina de Castro Fonsêca – Salvador – BA – Brasil - 24 de Novembro de 1827 e faleceu no Rio de Janeiroem9deDezembrode1920.Publicavapoemasemperiódicoselivrosefoicolaboradorado“AlmanachdeLembrançasLuso-Brasileiro”,lançouem1866olivro“Echosdaminh’alma”.FoiparaAdeliaqueGonçalvesDiasdedicouopoema“Aumapoetisa”,publicadoentreos“Cantos”de1857.Quefoirepublicadopelapoetisanosseus“Echosdaminh’alma”.
11 FONSÊCA, Adelia Josephina de Castro, Echos da minh’alma, Salvador, Typ. Camillo de Lellis Masson, 1866, 43-47.Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil - 27 de Junho de 1984.
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Esse gênio sublimado, Que á tua mente esclarece.
Esse autor da –Harpa do Crente, Que nos diz tão docemente Do desterrado as tristezas;
Esse Poeta estrangeiro, Louvor teceu verdadeiro De tua musa às lindezas.
Ele, ó Vate, conheceu
Que tinhas no livro teu Toda a tu’ alma entornado;
Ora ardente, impetuosa, Ora sentida e queixosa,
Carpindo azares do fado.
Eu creio que Deus te ensina Essa linguagem divina,
Em que aos anjos soe falar; Só Ele o gosto te inspira,
Com que vibras essa lira, Que tanto sabe encantar.
Torrentes de poesia, De suave melodia,
Das cordas dela derramas, Descrevendo os atrativos
De olhos negros, expressivos, D’esses olhos que tu amas;
D’esses olhos, que de amores Dizem tão lindos primores, Faliam com tanta paixão;
Ás vezes quedos brilhando; Outras vezes abrasando,
Qual incendido vulcão!
Esse teu canto gentil Tenho lido vezes mil,
Vezes mil tem-me encantado; E bem feliz me sentira,
Si, como tu, possuirá Engenho tão elevado.
Si ouvisse Deus minha prece, Si conceder-me quisesse
Um engenho igual ao teu,Voz como a tua tão pura,
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Que deixa ouvir na doçura As harmonias do céu;
Quando o teu gênio, Poeta,
Visse, veloz como a seta, Do céu as portas transpor; Quando unisses lá teus hinos
A esses cantos divinos, Que se entoam ao Senhor;
Teria, como desejo,
Seguido o rápido adejo De teu estro na amplidão;
Transbordando de alegria, Com ele penetraria De Deus na sacra mansão!
Lá co’os anjos entoara, Em voz, como a d’eles, clara,
Mil louvores ao Senhor; Depois, ao teu gênio unida,
Cantara a pátria querida, A terra do meu amor.
Adilson Roberto Gonçalves12
PALMEIrAS QUE SE ESPrAIAMGoethe inspirou-te a cantar a terra das palmeirascitando a Itália de brilho, de sol, de cítricos.Mas ele queria para lá fugir das germânicas asneiras,mesmo que valorizassem seu trabalho, os críticos.
Teus versos inspiraram em além-mar o hino;brasileiros os cantam sem perceber talvezque na inspiração os bosques não estavam a sol a pino
e ao sul, nos desejos do alemão, tiveram vez.
Os fatos tirariam hoje o torpor da trigueira noção?No exílio recente, na plúmbea ditadura do pesar,
imagine quantos cantaram esta tua canção,cantando as saudades do falar e do livre pensar.
12 Dilson Roberto Gonçalves - Pedreira - SP – Brasil - 5/6/1967. Residente em Lorena-SP, Brasil. Professor univer-sitário, membro da Academia de Letras de Lorena e do Clube dos Escritores Piracicaba. Possui poemas, contos e textos curtos publicados em antologias. Escreve uma coluna semanal no Jornal Guaypacaré de Lorena sobre ciência, tecnologia, educação e questões ambientais.
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Aglaure Corrêa Martins13
EnCAntoOs olhos da noite deitados no mar
tão negros os teus olhos me pus a mirarencanto terreno, de céus , os teus olhos
são negros segredos que quis desvendar.
Um porto, um cais, os teus olhos negrosnegrume que embala eu nau ao luar
desperta desejos os teus negros olhose afagam os sonhos que vivo a sonhar.
Olhos tão negros os teus belos olhostão doces, serenos, que vivo a fitar
estrelas que bailam na pele do mundoreluzem teus olhos um mágico olhar.
Olhos que cantam a ode mais perfeitaem harpas e flautas e sopros celestes
olhos de amante de musa faceiran’alma a poesia que o olhar enternece.
PÁtrIA AMADAÉ Terra de amores de campos floridos
do canto de pássaros, do sabiá canoro do verde mais verde e do anil infinito
gorjeio tão puro que é homilia que oro.
É Terra de encantos e de noites milde palmeiras que adornam as várzeas da vida
de estrelas garridas q’enfeitam os céusminha Terra Brasil é beleza infinita.
trAJEtÓrIAFoi no mês de agosto lá no Sítio Boa Vista
Que nasceu Gonçalves Dias o poeta indianistaMaranhense literato, advogado e professor
Renomado escritor, competente jornalistaEstudou em Portugal foi um grande romancista
Ainda participou de grupos medievistas.
À pátria retornou, morou na capitalLá conheceu um amor sem igual
Ana Amélia foi à musa que tanto o inspirou
13 Aglaure Corrêa Martins - João Pessoa – Pb – Brasil - 16 de agosto de 1966. Fisioterapeuta graduada pela Uni-versidade Federal Da Paraíba – UFPB, especialista em Fisioterapia Neurológica e especialista em Educação Infantil,atuanaáreadeneuropediatria.Poetadealmaecoração,publicouem2008REVELAÇÕESseuprimeirolivro de poesias.
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Mas foi por preconceito q’esse amor fracassouA família da eleita, pedido refutou
O poeta entristeceu e por ele não lutou.
No Rio de Janeiro no mesmo ano casouOlímpia da Costa sua esposa se tornouNos quatro anos seguintes p’ra Europa viajou
Voltando ao Brasil para o Norte ele rumouO poeta adoeceu, voltou ao estrangeiro
Foi à saúde tratar esse grande escudeiro.
No navio Ville de Boulogne viajava o poetaVinha frágil e acamado, era longa a espera
O navio naufragou na costa brasileiraPerto do Maranhão, chorou nossa bandeiraExceto o poeta, a tripulação se salvou Preso ao leito esquecido a morte agonizou.
O poeta não morreu porque poeta é eternoGonçalves Dias sempre será bem lembrado
Nordestino letrado é nosso vivo legadoOrgulho de nosso povo, é irmão confraterno
Poeta indianista, da poesia memória vivaÉ o nosso mais nobre laço, ser coeterno.
LAMEntoAh meu doce encantoquanto te quis e não pudevenho velando meu prantonesse martírio tão rude.
Só Deus sabe o que sofriquantas lágrimas derrameinoites e dias me perdinunca mais me encontrei.
Amor perdoa se pequeinão foi por covardia
foi tão grande a agoniameu coração quebrantei.
Quis te proteger, senhorade toda maledicência
como sofri nessa horaquanto bradei por clemência.
Não me ignore, imploroeu nunca te esqueciainda por ti eu choropois quase enlouqueci.
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Amar-te foi meu pecado?O meu sonho, meu algoz?
O que fiz de tão errado?P’ra silenciar minha voz?
Ah como te sonho aindanós embalados ao vento
n’uma alegria infindasem a dor cruel do lamento.
AMAnAJé14
A vida nos laça meu bravo guerreiro
o tempo nos caçacomo bicho feroz.
Com arco e flechacoragem e raça
a alma é tochaé garra e luz.
Nas matas, o nortetacape na mãodesbrava a morte
guerreiro irmão.
Tamoios, AimorésE Nação Tupí,dança o Toréexalta Jací.
Pesca Guaracícom seus puçásnutri curumim
com viva angá.
Oh bravo auásobrevoa o mundo
com lança em punholiberta eçá.
14 Auá: homem, mulher, gente, índio. Angá: afeição, ternura. Amanajé: mensageiro. Camuá:palmeiradecauleflexível,cheiadeespinhosos. Curumim: criança Eçá: Olho. Os olhos. Ver. Espiar. Guaraci: O sol. Jaci: A lua Puçá: de rede de pesca para siri ou camarão. Tupi (1): povo indígena que habita(va) o Norte e o Centro do Brasil, até o rio. Toré : Dança indígena-
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Agostinho Lázaro Pimenta Filho 15
FILÓSoFo GonçALVES DIASOnde estavas Gonçalves Dias;
Quando desejastes ser querido dum rosto formoso?Planejando uma conquista, ou mentalmente no fundo do poço?Onde estavas tu quando dissestes: Eu amo a noite solitária e muda?
Atormentado pelo sol de uma paixão, ou em depressão profunda?
Tens saudade da tua terra com palmeiras onde canta o sabiá?As aves daí não cantam,
Não gorjeiam como as de cá?
De uma coisa tenho certeza, e isso até posso afirmar,Quando pediste ao anjo do sono que preside tranqüilo,Que ao anjo da terra não cedesse o lugar;Certamente estavas em um sonho, na guarida do peito de
sua queridaSem querer acordar!
Oh ilustre Gonçalves Dias, se a vida é combate que aos fracos abate,Certamente aos guerreiros, militares ou enfermeiros, Aos poetas ou carpinteiros, na verdade brasileiros que são bravos e fortes,
Só pode exaltar!
Agostinho Pereira Reis16
GonçALVES DIAS 17
Certo que não morreu. Na realidade,Embora o corpo seu descess ao Nada,Vice sua alma palpitante em cadaEstrofe qie legou à humanidade.
Ainda ouço a vibrar, na imensidade,A lira do Brasil mais afinada;
- Ora cantos risonhos de alvorada,Ora sentidos cantos, cantos de saudade.
15 Agostinho Lázaro Pimenta Filho - SãoLuís–MA-Brasil.Fisioterapeuta,pós-graduadoemSaúdedaFamília,BombeiroMilitar,etc.Amoescreverpensamentos,poemasemúsica,tenhoalgumaspoesiaspublicadasnoRecantodasletrasinclusivenoslivrosAntologiadosPoetasBrasileirosnº71enº73,escrevialgumasmúsicas,e arranjos para instrumentos de sopro...
16 Agostinho Pereira Reis - Alcantara – MA - Brasil. Jornalista e Poeta brilhante. Foi Tipografo e Funcionario Pu-blico.TrabalhouemOFederalista,Campanha,sendoporultimoredatoregerentedaPacotilha.FundoucomJosé de Castro e Edgar Matos a Revista Paroplia. Polemista de largos recursos, vigoror e sereno. Foi membro daoficinadosNovos.
17 MORAIS,Clóvis.TERRATIMBIRA.Brasília:SenadoFederal,1980,p.67;PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdo Maranhão.
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Como se fora terno passarinhoQue canta, que solouça espaço em fora,
E recolhe silente ao pobre ninho,
Ele dorme, nos mares afinal descansa!Dorme, poeta, a casta luz da aurora,
Que o teu nome nos viva na lembrança.
Agrario de Menezes
PELA notICIA DA MortE Do PoEtA18
Poetas! Daí ouvi lós ao lamentoQu em montanhas de espuma as nossas plagas
Vem trazer, entre accentos dolorosos,As gemedoras vagas!
Traduzi a linguam desses threnos,Desse carpir infausto e sobrehumano:
Endentedei a expressão desses gemidosArraqncados ao seio do oceano!
Adevinha o profundo sentimentoQue a natureza em anciãs denuncia,
Como se das entranhas lho voassemOs prantos de agonia!
Fallai às turbas, á nação, ao mundo,Que já se presentil-o se inquieta;
Dizei que – remontou-se á EternidadeO brazileiro inclyto Poeta!
Lá jaz no pego! Sepultura immensa, Para esse immenso vate se offerece,
Como si outro sarcophago mais dignoAlhures não houvesse!
Assim o rei dos astros, caminhando,Em despedida ao CEO, á terra, aos ares,
Procura e alcança os marcos do occidenteNa funda eterna vastidão dos mares
Ahi deve existir algum encanto...Quem sabe? Ahi mais puro e mais (?)
É talvez o caminho que se abreAos pés do Omnipotente.
18 O Publicador Maranhense, agosto 1862. PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
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Ah! Recebe-o Senhor!... Ou cedo ou tarde,O genio é teu, aspira á tua glória!
Poetas, celebrai seu nome ilustre,Erguiei-lhe um moimento, uma memória!
Aidil Araújo Lima19
EFêMEro GozoEu vi o teu desejo por mim
E soube que mentiaNa minha agonia não atinei pra nada
Desejos intensos não se demoramVão se desfolhando pela noite
Desfazendo o silêncio da terraQue se esconde sem testemunharEste meu sonho de enganoAs flores acalentam
Com cheiros delicadosA manhã que se anuncia solitária
O amor que pensei que tu sentiasFoi como o orvalho
Que se desfaz ao solDespejando sêmens que perecem
E o amor onde encontroTalvez seja o que Gonçalves Dias tenha ditoOiço aí pronunciar Essa palavra de modoQue não sei o que é amar.
Alanna Verde Rodiguês20
FUtUro DE MAGIA
O amanhã ia além de dormir e acordar!Era um futuro de magias.
Que ele expressava em cada poesia.
Retratava seus ideais seus Encantos, seu amor por sua
Terra os olhos verdes da amadaEm versos e melodia.
19 Aidil Araújo Lima - Cachoeira – Bahia – Brasil - 17 de dezembro de 1958. Professora aposentada. Recebeu o títulodeMençãoHonrosadoConcursoLiterário“CLEBERONIASGUIMARAES”.3ºlugardoconcursoliterárioArti-manhas.Concursointernacionalprimavera–3contosselecionadosem3ºlugar.ConcursoLiterárioGue-manisse – 3 contos premiados. E-mail – [email protected]
20 Alanna Verde Rodiguês – São Luís – MA – Brasil - 26/09/2001. Pelo prazer de viajar no mundo mágico das poesiaseomundoconhecer!Cursando:5ºAno–Turma:C-EPFAProfªShirleMaklene.
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Em terra de grande batalhaCaxias saía vitoriosa, mas
A maior de suas conquistas nasceraAinda ia!
Um simples homem se tornariaMas o acaso da vida!
Em águas reluzentes sua vida sumiria.
Albaneide Bezerra da Silva21
oLHoS VErDE-AMArSão verdes esses olhos
São verdes olhos de amorSeus olhos tão verdesMe dizem que estou
Mais que apaixonadaPela cor esmeralda
Desse teu verde amor
São verdes teus olhos e eu aqui a pensar
Na imensidão desseTeu verde olhar
No espelho desses olhosContemplo-te com calma
O límpido espelho de tua alma Que ora reflete o céu
Em suas límpidas manhãsOra reluz como fogos
Rasgando da noite a escuridão
Sãos verdes,sim teus olhos tão ternos de amor
São cor de esperançaEm dias de bonança
Cheiram a verde-marPor isso, a ti confesso
Estou imersa em teus olhosInebriada com teu verde- amar
21 Albaneide Bezerra da Silva. Santa Luzia – PB - Brasil – 31 anos. Quanto a literatura possui as seguintes publica-ções :Águas que saciam e No coração de Deus literatura evangélica, Brasil , 2 0 0 9 e 2010 s o b o pseudônimo deAlbaneideSMoraes.Participaçãoemantologiaspublicadas:AntologiadaAdoraçãoePalavrasSemFronteiras Email : [email protected] / [email protected]
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Ah,afoguei-me na cor desse verde marE ainda que o Gonçalves em seus Dias
A mim viesse falar que haveria Outros olhos Mais verdes que o teu mar
Por certo, não me importaria Ainda que fossem outros verdes olhos,Não importaria, nem esperança teria
A não ser com esses teus ternos E doces olhos, da cor verde
Do verde-amar
ALGUnS DIAS Do GonçALVESO Romântico Gonçalves em seus Dias Também se pôs a poetizar
Longe de sua terra e de sua amada e em peito se pôs a mirarOs encantos de sua terra Repletas de palmeiras a balançarEntão seu coração Se enche de novo Ao ouvir de novoO canto do pequeno amigo sabiáEm sua alma ele voltava ao regaço de sua terra
Enquanto seu peito anelava Ainda mais por sua AméliaAh, os versos arrancados, a alma ferida
A dor de tanto e tanto ter amado Sufocada pelo peso do AdeusAinda assim ele estava a poetizar
Mesmo Distante de sua amada e do povo seuSeus sentimentos o traziam de volta Sim, ele estava sempre a voltar
Porém as ondas do cruel e bravio mar Ao poeta abraçaramNão o deixando A sua terra retornarPorém de longe ainda se ouve um cantoDe todos aqueles que estão a voltarAo regaço de sua terra e sentem sua alma cantar“Minha terra tem palmeiras onda canta o sabiáOh,meu Deus tu não permitas que eu morra sem a essaTerra voltar”
Albertina Carneiro Arruda22
ÚLtIMA VIAGEM “Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá.”
Voltaste.Aqui estás de frente pro mar
no Largo dos Amores.Ah! Os teus amores
em versos soubeste cantar!
22 Albertina Carneiro Arruda–Esperantinópolis–MA–Brasil-21.05.1952.GraduadaemCiênciasContábeis,LetraseFilosofia.Poetisa,jápublicou“Poesia-CantodaAlma”eViagemaCaminhodeBelémproCíriodeNazaré(emritmodecordel.ÉmembrofundadoradaAcademiaEsperantinopensedeLetras,Presidenteparao bienio 2012-2013.
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Amor à pátria, à amada,à natureza, à raça!
Cantaste o Maranhãoem toda beleza que existeas palmeiras, as aves,
o céu estrelado,os bosques, as flores
e tantos amores!Voltaste para ouvi o canto do sabiá
lá do alto das palmeirascom o vento a balançar!
Querias encontrar I Juca Pirama“guerreiro bravo e forte,
filho das selvas, do Norteda tribo Tupi”.
Voltastecontinuas presente
a nos inspiraro poeta não morre,
vira estrela, seu brilho jamais acabará!
Alda Inácio23
CAnção DA PÁtrIAMinha terra tem pomares,
Tem cascata e sabiá;O povo que aqui vive,
É feliz aqui, ou lá.
Nosso céu tem mil estrelas,Nos jardins têm muitas flores;
Nos bosques têm rica fauna,Nos corações os amores.
Fico pensando nas noites,No prazer que tenho aqui;
Minha terra, que alegria!Onde canta a juriti.
23 Alda Inácio - SenadorCanedo–GO–Brasil-05/12/1952.Tenho60anos,sougaúcharesidenteemGoiás,acabodepublicarmeuprimeirolivrosolocomotítulo“AvidanaBélgica”consequenteaos12anosquevivinaquelepaís.Tenhopublicaçõesdecrônicasepoesiasemalgumasantologias.Aúltimafoiapoesia“OpusMagnumdaSerra”emhomenagemaos450anosdacidadedeMogidasCruzesemSãoPaulo.Atualmenteestoucomtrabalhosparticipandoemconcursosliterários,livrosinfantiseromances.Email–[email protected]
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Minha terra tem de tudo, Pau-brasil e maricá;
Tem raça de gente boa,Que prazer isto me dá;
Minha terra tem florestas, Tem madeira jatobá
Deus deu tudo a este povo,Sob o céu azul anil;
Pra desfrutar a beleza,Desta terra varonil,
Que nos deu Gonçalves Dias,O poeta do Brasil.
Alexander Man Fu do Patrocínio24
tErrA DE GonçALVES DIASOh! Maranhão...
Solo fértilPaisagem bela
Horizonte amploLençóis de águas...
Deserto mágicoNatureza que se completa. Caxias, a princesinha do SertãoTerra de Gonçalves DiasNos seus versosO amor, a esperança e os gestosDeságuam nos abismos das experiências... Ah! Grande poeta...Caxias terra da cultura.Ah! Grande poeta...Naquelas terras
Sob os acordes do sabiá...Poetaste.
24 Alexander Man Fu do Patrocínio Rio de Janeiro – Brasil - 19 de maio de 1972. Pós-Graduado em Psicopeda-gogia–GraduadoemPedagogiapelaUNISUAL–MembrodoInstitutoBrasileirodeCulturasInternacionais(InBrasCI)–Memberd’HonneurdaDivinéAcademieFrançaisedêsArtsLettresETCulture.
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Alexandra Galvão da Rocha 25
CAnção Do ExíLIoPara o meu Brasil
Quero um dia voltarAqui nesse país, preso,
Oh! meu Deus, não quero ficar.
Admirar o céu azulA minha família poder encontrar
Estou com saudades de tudo, de todos,Muita farra para farriar!
Essa saudade no meu peitoUm dia vai acabar
Ela me pegou de jeitoE não há como escapar.
Adeus país triste,Para o meu Brasil quero voltar,
Ouvir o canto dos passarinhosE deixar a vida me levar!
Alexandre Cezar da Silva26
DIAS Do PoVoQuerido leitor
Quero lhes apresentar Um grande poeta brasileiro
Me dar orgulho de falar Ele foi um dos primeiros
A encantar o Brasil inteiroCom uma poesia sem par.
Por aqueles dias de agosto Nasce o grande poeta nacional
De nome Gonçalves DiasOutro o Brasil não teve igual
Nasceu na cidade de CaxiasSurgiu como um messias
Dono de uma poesia original.
25 Alexandra Galvão da Rocha - Bebedouro – SP – Brasil. Aluna da 7ª. Serie da Profa. Silvana Morelli - http://sil-moreli.blogspot.com.br/2009/09/cancao-do-exilio.html; Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curi-tiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
26 Alexandre Cezar da Silva - Ocara – CE - Brasil – 18 de fevereiro de 1985. Desde a infância encontrou na poesia uma fuga do marasmo da labuta diária. E-mail: [email protected].
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Foi estudar em PortugalAinda na mocidade
Nunca esqueceu o lar natal.Isso é uma grande verdade
Canção do exílio é magistral A pura literatura nacionalO que nos enche de vaidades.
De Ana Amélia se enamorouIsso pode-se confiar
Nunca puderam assumirQue iriam sempre si amar.
Dias Viveu nesse eterno afligir Pois nunca soube omitir
O desejo de com Amélia casar.
Soube como nenhum outroCantar o Brasil em poesia
Se nossa terra tem palmeiras e sabiáTambém Gonçalves dias
Faz parte da cultura popularFez nossa terra brilhar
Enchendo-nos de Alegrias
Alexandro Henrique Corrêa Feitosa - Alex Feitosa27
MInHA CAnção Do ExíLIo – lembrando e dedicando a Gonçalves DiasNa penumbra desta noite-ausênciacontemplo-te uma vez mais distanteOh! minha amada São Luís...Minha terra de Gonçalves Dias!
Faço de mim pensamento e viajo na brisa/carícia
que me chega do teu mar
tuas ladeirastelhados e azulejos
escadarias e becosteus (en)cantos...
tudo ares benfazejos.
27 Alex Feitosa - Alexandro Henrique Corrêa Feitosa - São Luís – MA – Brasil - 14. 11. 1970. Graduado em Psi-cologia (UFMA-1997), pós-graduado (em nível de Especialização) em Gestão de Pessoas (Uniasselvi-2010). EstudantedeDireito(CEST).Classificado/premiadoemconcursosdepoesia(RotaryClub,AliançaFrancesa),redação(FundaçãoBradesco,FundaçãoJoaquimNabuco),epesquisaestudantil(FAE-FundaçãodeAssistênciaao Estudante). Atualmente, labora na área de RH.
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São Luís...Tu estás em mim
como eu estou em ti.
Aqui deste mirante interiordo cimo desta ladeira/sobrado/eu mesmo
as estrelas me refletem em São Marcos...A lua me cintila em saudades...
E abro os braços para te acolherabraçada ao meu peito, Ilha querida...
MInHA tErrA DE GonçALVES DIAS!Calhau, Ponta d’Areia, Olho d’água...
Teus bairros, ruas e praças...Rostos amigos – o Sousa, no Reviver...
lembranças que não esqueçoe em mim sempre hão de viver.
Parece ontem – ainda lembropequeno, criança de calção empoeirado.
O Parque XV de Novembro – a extinta vila...Olhei em teus olhos, Beira-Mar
dos meus Amores... me vi em ti espelhado e te dei... Mais uma vez Adeus!
Lembras...de quando nos conhecemos?
Estavas LINDA, bronzeada ao sol da tarde.Corrias conosco até à Pracinha
e marulhavas no Cais... frente ao Palácio.
Eu? Eu era todo alegria...
MInHA tErrA DE GonçALVES DIAS!Naquele tempo...
Até teus abandonos me eram tudo Poesia!Na calmaria de um banzeiro
que quebrava lá pista de asfaltopor baixo daquela ponte...
Eu entregue às brincadeiras de menino...
Meu peito ainda acelera:é a tua voz
que me chama que me encanta
que me inflama... Tu me amas
E eu te amo
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Quero ser teu.Eternamente teu.
Que os meus olhos te sintamsempre LINDA!
Minha pele saboreie o orvalho de tuas noitese o meu ser se extasie na sinfoniade tuas manhãs...
Sou teu filho, sou teu fã.Protegido em teus mistérios
me abandono em teu regaço.E ao tocar tuas mãos/nuas/ruas...
seguro firme em teu (a)braço.
E assim sentindoO calor de tua presença/ausência/saudade...Aspiro que sejamos a um só tempoo mesmo peito, a mesma paz e alegria...
oh! minha terra de Gonçalves Dias.
Alfred Asís28
nAUFrAGoNaufragaste un día inciertomas, tus letras quedaron por siempreFuiste a navegar entre letras y el mary germinaron en la montañaen las selvas y en el alma de la creación... Los escenarios se abrieronpara dar paso a tu obraCuantos que te amamosal conocer tus letrashechas palabras que resuenan
en las praderas imaginariasde nuestros sueños...
Una a una tus escenas
fueron naciendo después de tu muertequedando para las generaciones postreras
28 Alfred Asís–Santiago-Chile -1951.Despuésde40añosviajandoporChile,investigandoyversandoenlasescuelas del país, se transforma en sedentario, instalándose a vivir en Isla Negra, junto al espíritu de Neruda. DesdeahísecomunicaconloscincocontinentesenlaredmundialdePoetasconloscualesllevaadelanteproyectos mundiales, solidariamente para generar oportunidades a los emergentes en las letras, junto a los niños y consagrados. Al terminar tres obras mundiales en conjunto ya trabaja en la cuarta convocatoria para generar un libro de más de mil páginas que llevará el homenaje a MIGUEL HERNÁNDEZ, Poeta del pueblo de España. Tiene 16 libros editados. Clama por eliminar los egos de quienes creen que el mundo es solo para ellos,generandoinstanciasdeparticiónincondicionalmenteporunahumanidadmejor.
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que hoy en día alaban tus escritosy siguen resonando en los ámbitos estelares
para el placer de una miradaque atiende a tu perseverancia
más allá de las distanciasmás allá de las fronteras.
Llegaste a las costas del sur
después de tu travesía por EuropaBesaste las arenas del mar
en tu último suspiroEl océano dejó tus palabras
en sus olas agitadaspara albergarlas por siempre
desde el ocaso a la alborada.
GonçALVES DIASPoeta
de verde banderacomo verde las esperanzasy el verde de tu amazonas…
Transitaste caminos difíciles
No cejaste en tu cometido
Tus letras nacierony alumbraron tu sendero
mientras, elevaste plegariasal cielo.
PoEtA GonçALVESDe obra romántica
no perecibleDe batallas
concebiblesMaestro
Irradiado por acústicas del tiempoDevoción
y estudio determinadoEvidente
ante el amor, ante la muerteSollozado
por amantes dispersosDe semblante duro
seducido y ofrendadoPoeta, singular
universal en la palabrade nuestras manos…
63
ÚLtIMo VIAJEEn Brasil
En PortugalEstudios y un vendaval
Poeta consteladocuanto mar, cuantas lunascuantos tiempos lejanos
se escondieron en la brumaCuantas brisas marinas
y tu lecho de muerteCuantas esperanzas
peregrino del amorsucumbieron tempranas…
Cuantas ilusionesen tu equipaje del almay cuantas letrasque hoy te acompañan…
VErSASíS IPoeta
del mara tu gesta
para siempre aquí estarSiembras generosas, tus letras
cosechas del tiempocomo retretasviento.
Aline Fernanda Moraes da Silva Cantanhede29
GonçALVES DIASGonçalves Dias ele era poetaÉ assim que se liberta.Gonçalves Dias é o nosso interesseÉ a nossa saudade é uma paisagem.
Gonçalves somos nósE você lutando para o Maranhão crescer.
Gonçalves era um escritorTrabalhava com paz e amor.
Gonçalves é orgulhoÉ a nossa paixão,
Ta no coraçãoE no Maranhão
29 Aline Fernanda Moraes da Silva Cantanhede - São Luís – MA – Brasil -13/11/2000.Motivodaparticipação:EugostariadeparticipardaantologiaparaprestarumahomenagemaGonçalvesDiasqueépoetadoMaranhãoque tem riquezas e belezas impressionantes
64
Aliquanto30
Ao PoVo MArAnHEnSE no DIA DA InAUGUrAção DA EStÁtUA Do SEU MAIor PoEtA LírICo AntonIo GonçALVES DIAS EM
7 DE SEtEMBro DE 1873 «Comme l’age future jugez les monuments» (Lemercier)
INão, ele não morreu: seu gênio e glória,
remidos do letal esquecimento,irão em duradouro monumento
dos evos á mais longínqua história.
Enquanto de seus versos a memóriao povo conservar no pensamento,
seu nome soara como um portentonas tubas de alta fama meritória.
Não, - ele não morreu:- na pedra duraem que o ides ver, qual sempre foi,
não se pode cavar a sepultura.
N’esse mármor que o tempo não destrói,exemplo às gerações, – lição futura,
o vale viverá sagrado herói.
IIEia pois – a vida! – sus!
Corra-se o tétrico véu,e venha a nós o poeta
na luz que nos vem do céu.……………………………
IIIEi-lo erguido na peanha
que o amor nosso lh’ergueucontemplando o céu e sol
das terras em que nasceu!
Ei-lo revendo as palmeirasonde canta o sabiá,
desfrutando esses primoresque só encontrava cá.
30 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p. 564-566. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Ei-lo ali no duro mármor,que o tempo voraz não rói;
vede-o, e dizei aos evos– não morreu; - sagrou-se herói.
IVE vós, palmeiras da pátria,
estrelas, várzeas e flores,bosques em que ele achava
maior vida e mais amores;
e noites em que cismandomais prazer sentia cá,
– sede propícios ao mármordo cantor do sabia.
VE tu, estátua, que mostras
D’este povo a gratidão,vive e perdura enquanto
perdurar o Maranhão.
Allan Santana Santos (DuSanto)31
MEMÓrIAS DE JUCA PIrAMASabia láQue pela estribeiraHaveria de encontrar O saudoso sabiáA cantar da sua palmeira?
Foi MarabáLá no meio da pavunaQue com sorte e fortunaEncontrou a meditar
O grande chefe Itajuba
Em pé-de-guerraDebruçado num regato
Itajuba ali paradoPede trégua ao Gamela
Que deseja o pai vingado
31 Allan Santana Santos (DuSanto) – São Félix – BA – Brasil. Foi militar, professor, gestor e empreendedor, mas foi nas artes, sobretudo a literatura, a linguagem que escolheu para se expressar. Livre pensador, passou a assinar DuSanto,comoformadedespersonalizarsuaobraeatribuir-lheumaopçãoestéticaquetendeàreflexãoeaointimismo.
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Ainda láComo que num vaticínioO sabiá canta o exílio
Em dueto com CroaConsolando o chefe índio
Já GurupemaDesejando guerrear
Vê na morte despertarO fantasma de Coema
Que não cansa de esperar
Mas ItajubaQue não perde a temperança
Tem na morte a esperançaDe rever a tribo junta
Na sonhada pindorama
Almerinda Abrantes Gomes Ricard32
A GonçALVES DIASVolta, Poeta!
A saudade falou mais forteDo que tudo o maisEm terras estranhas!
É fundo o teu exilio!No pensamento e na saudade
Escutavas o cantor de teus sabiasInovando melodias,
Acompanhando teus versos de amorA dançarem no farfalhar saudoso
De milhões de palmas verdejantesDesta terra que ouviu os teus primeiros vagidos
E pensavas...E repensavas...
Teu tudo está aqui!E vieste! Doentinho...
Quisestes deixar teus últimos suspirosNo teu Brasil querido!
Por acaso... o mar...Este imenso mar de belezas e de amarguras
Acolheu-te no seu seio,
32 Almerinda Abrantes Gomes Ricard - Guimarães – MA - 24 de julho de 1930, é professora aposentada e mora emVictoriaville,naProvínciadoQuebec,Canadáhá40anos. Jáescreveutrês livros,“Fala-medeAlice”,“RecordandoMonsenhorEstrela”“Lembranças“alémdeautosdeNatal,poesias,poemasecrônicas.
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Embalando teus derradeiros aisNas águas do teu Maranhão,
Num cantinho de minha cidade –Guimarães
Lá na Ponta dos AtinsEntre o trinar mavioso desses pássaros
Que enchem o espaço de novos rebentosSaindo em revoada
Alegrando a natureza!Dali teu espirito voou para
Os braços de Deus!
Para Ele tu cantas Sua grandezaO seu amorNum agradecimento profundoPelo precioso acervo em versosQue legaste ao mundo
Versos que nos falam de tiEnobrecendo teu solo pátrio
Do qual te orgulhas.
É a tua memoriaSolidificando gerações!
Aloisio Andrade33
ALVíSSArAS PArA GonçALVES DIASSelva versos românticosIndianista primeiro cordelistaBrasileiro Brasil pátrio cantaQuando estandarte eleva-se Nossos bosques têm
Mais vida Nossas vidas mais
AmoresGuerreiro Gonçalves sabiá
Todos os dias você
33 Aloisio Andrade-Ubaitaba-BA–Brasil-10/04/1957.Autor,atoreDiretor.ParticipoudaantologiasCacimbaIeIISãoPaulo.”AntologiaOsnovospoetasdaBahia,”Publicou:“CantigadeRosaeDiáriodoInterior”.Atu-almente escreve, dirige e atua em curtas.
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Aluizio Rezende34
JUCA DIASDe Gonçalves
não quero os dias,quero a vida toda
que I-Juca-Pirama levou,até que o invasor a tirou
(pra matar)
DIAS tErrAo poeta não pode
ser apenas sangue,suor e lágrimas,
tem que ser terra,
de “palmeiras onde canta o sabiá”
Álvaro Urubatan Melo35
GonçALVES DIAS Tu cantaste um povo puro
Habitante das florestasGeneroso, sem perjuro
Na labuta, como em festas.
Se tupis, tupinambásPouco importa fosse a raça
Exaltaste com a graçaDos que são de Jabotás.
Defensor intransigenteCom impávido labor
Promoveste nobre gente.
Tu notável bravo vate Ensinaste com ardor
Que se vence com combate
34 Aluizio Rezende - Rio de Janeiro – Brasil - 14/09/1947. Cursou Letras e depois Engenharia Civil. Livros publi-cados: Esperar Ainda Uma Vez (2005), Desejos Descalços (2006), Descaminhos (2007), Fui no Tororó... Beber Água, o Sonho Achei (2008), EntreCantos (2009), 14 Versos (2010) e Espasmos e Espumas (2012). Publicado em antologias de prosa e de poesia e várias vezes premiado em concursos literários. Fundou o Movimento Cultural POVEB (Poesia, Você Está na Barra) que existe há 6 anos no Rio de Janeiro, Brasil.
35 Álvaro Urubatan Melo – São Bento – MA – Brasil - 14 de abril de abril de 1940. Autodidata, cursou o primário noGrupoEscolar“MotaJúnior”,SãoBento–MA;eoginásioincompleto-ColégioSãoLuís–MA.Comoativi-dadeprofissional,foifuncionárioconcursadodoBancodoEstadodoMaranhãoS.A,exercendosubgerênciade São Bento, gerências de Zé Doca (instalador), Pedreiras, Timon (instalador), João Paulo e São Francisco, aposentadonaúltimaletra.
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Amâncio Ferreira Silva Júnior36
CAIS DA SAUDADESuspiros à beira do cais
De saudades GonçalvianasPoeta eterno na morada do amorNo Largo do amor e da dor
Por que partir se tua alma é tudo o que existe aqui?
Ilha bela como o solHorizonte marcado de amor
Corações vestidos de sol
Amor que se põe no peitoSol que pulsa na vidaSente a vida, brilhandoContempla o sol, amando
Ilha bela como vidaCorações marcados de amor
Horizonte vestido de sol
Amanda Suely Brito de Sousa37
o PoEtA E SUA HUMILDADEUm simples poeta nasceu com o coração cheio de sentimento, era humilde, mas tinha força e muita garra, estudou para um dia varias poesias criar e em nosso coração pudesse ficar.
Poeta de verdade para sempre ser lembrado, como homem, cidadão caxien-se e amante da vida e da sua terra!Sua vontade de criar, poesias para de-monstrar belezas, amores, futuro e o modo certo de amar! Morreu! Mas muitas saudades ficaram um grande poeta foi e poesia dei-
xou. Poesia verdadeira para serem lidas com carinho em nossa mente ficou!
36 Amâncio Ferreira Silva Júnior - São Luís – MA – Brasil - 15/05/1984. O autor é Bacharel em Ciências Sociais e Licenciado em Sociologia pela Universidade Federal do Maranhão / UFMA.
37 Amanda Suely Brito de Sousa - Sãon Luís – MA – Brasil - 6/09/2001 - É o amor por criar poesias e expressar o quesinto.Cursando:5ºAnoTurma:C–ProfªShirleMaklene
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Amélia Marcionila Raposo da Luz - Amélia Luz38
UM PoEMA PArA GonçALVES DIASDa tua boca tirarei o verbo e me embriagarei
das tuas emoções e metáforas...Da tua garganta tirarei a vida
e beberei o sonho, o desejo, a canção, o sumo,a tua multiplicidade em profundezas...
Tirarei a cena, o palco, as luzeso sentimento, o riso e a lágrima: o teatro!
Seremos então, nós mesmos,eu e a tua fala, o teu gemido,
o teu discurso que tua alma exala...Ouvirei palavras dispersas
vejo-te, no reflexo delas,águas cristalinas que fluem
lapidando pedras disformes...Afundarei num mar de emoções desconhecidas,
balbucios, sussurros, confissões e sermões.Amanhã, o outro lado verei,
a lenda, o conto, a página, o drama, a poesia!Viajarei na imprensa contraditória de cada dia
buscando-te sempre a companhia!Silêncio... Há um vento estranho
Trazendo nas asas mistérios do norte:“Guerreiros, descendo da tribo Tupi
Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.”...É preciso reviver a palavra que brotou na madrugada
nos lábios inocentes do poeta que partiu,girassóis de alegria, depois do despontar do dia
que arranca a treva das mãos da noitecelebrando e soletrando versos e rimas...Eis a herança enraizada do fundamento
Que ora me deixas na expressão lírica,Indianista, saudosista, religiosa,
Medieval ou épica das nossas puras tradições.Poeta, “Ai, não me deixes, não!”
Que eu seja a tua flor e tu a força da correnteza,Leva-me nas tuas águas, ah! (afundo), “Não me deixaste, não”!
38 Amélia Marcionila Raposo da Luz–Pirapetinga-MG–Brasil. Escreve contos, crônicas e poesias com premia-çõesemconcursosliteráriosemváriosestadosdoBrasil,emPortugal,naEspanha,ItáliaeFrança.Participadeantologiasliteráriasepertenceamuitasentidadesliterárias.Trabalhanasuaoficinaabusandodaspalavras,criando e recriando a vida. Formada em Pedagogia é professora.
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Ana Claudia39
oH! QUE DIAS!Eis que de tanto sofrer, de amor, de viver, ordenei,
Vou sobreviver à custa da incauta poesia,Palinódia, efêmera e precária, a qual patenteei,Vida, essa inútil chama, que a alma invade e angústia.
Tesouros em verso, que no papel, escondo e revelo,Quando em meu peito, as dores silenciam seu grito,
Então são os dedos que exprimem todo o apelo,Para que o coração não estanque mediante tamanho acinte.
Ó, que naqueles dias, poderia ter da vida, dos homens, descrido, Do amor, que foi dito ser o enlevo d’alma, ter dele me perdido,
Mas entre todas as mais vis tragédias, não haveria pior do que essa,
Pois desistiria de quem eu sou, se por medo, desistisse de lutar tal guerra.
Não, não poderia ser por mim mesmo vencido, não há morte pior que essa.
Como tantos, tive nas mãos a mordedura do ingrato,No seio a sangrar, a desilusão dos que fingem o amor verdadeiro,Como poucos, saber vencer a infâmia de quem tem rendido por assalto,Os motivos mais sinceros, e que ainda assim, tem, de fato,A coragem dos que ousam ser eles mesmo, por inteiro.
Ana Cristina Mendes Gomes - Cris Dakinis40
PArECE-ME QUE SABIAS...Parece-me que sabias...
Quando singravas em cantosO doce enlevo do mar...
No versejar amorosoÀ musa e à pátria, saudoso,Poeta Gonçalves Dias,
Parece-me que sabias...Que partirias no mar!
39 Ana Claudia – Nanuque – MG – Brasil - 28 de junho. Jornalista, professora, pós-graduada pela ECA/USP Mu-lher,negra,escritora,apesardenuncaterpublicadoumaúnicaobra,escrevoporqueessaéminhamaiorfortuna.
40 Ana Cristina Mendes Gomes (CrisDakinis)-SãoPedrodaAldeia–Brasil - 13 de dezembro. CrisDakiniséonomeartísticodeAnaCristinaMendesGomes,autoradoslivros�PorArtedeMagia�,�AosDistraídos!�e�TáFelizporquê?�.PremiadaportextoselivrosnoBrasilenoexterior,acadêmicacorrespondentedaAcademiadeLetrasdeArraialdoCabo/RJ,escreveparasuapágina:www.crisdakinis.com
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Viveste grande paixãoPor tua terra, tua amada,
Mas o mar corre mundos...É água salgada, não doce,Como se lágrima fosse
Recheio de poesia!Parece-me, que sabias...Poeta Gonçalves Dias,
Que constelar desilusãoMultiplica honrarias
Para além da terra-mãeE se a Terra faz-se nação,
O mar recolhe a canção...Em teu exílio constante,
D’alma, de poeta, de amante...Parece-me que sabias,
Poeta Gonçalves Dias,Que partirias no mar!
Ana Issa Oliveira41
FInALMEntE ADEUSA última carta de Ana Amélia a Gonçalves Dias
Escrevo-te hoje minha despedida e meu coração parece em frangalhos, tamanha a tristeza que antevê a saudade.
Tu, por tantas vezes, me observavas e, depois de julgado, sentenciavas... Crês que eu não faria o mesmo contigo?
Pois agora sentencio eu, a tua amada, a exilada de teu amor, para que não repitas os mesmos erros de antes, para que não te
julgues maior que a dor. Que seja então:Preserva-te, protege-te, cuida para que não te machuques porque — ao
contrário do que insistem os néscios — tu tens uma alma. E nobre. E a nobreza é frágil no meio desta selva em que nos enredamos.
Não te deixes iludir — como todos nós forasteiros bem o fazemos mais hora, menos hora — pelo suave delírio de liberdade que esse
lugar proclama: não é de verdade.Se te iludires, em pouco tempo estarás bebendo todos os dias e, daí, é um passo para
a corrupção dos valores pelos quais optaste reiteradas vezes em tua vida.Cuida para evitar as pedras travestidas de humildade e sedução: ainda assim são pedras e te
impedirão de caminhar sem agravos... Mesmo tão vivido tu não estás imune ao ressentimento.
41 Ana Issa Oliveira-SãoPaulo–SP-Brasil-12dejunhode1963.Cientistapolíticanaprimeiragraduação;Gra-duadaemLetras;Pós-graduadaemTeoriadaComunicação;ProfissionalderedaçãoecríticadeteatroinfantilnoCadernoLetrasdaFolhadeSãoPaulo,1990;Microempresáriadosetordedivulgaçãodetítulosjuntoàmídia impressa,1991;Professoradecriaçãoe redação literáriaaté2011;PreparadoraeditorialdaEditoraNovo Conceito.
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Cuida para escapar de propostas extravagantes e de ideias afetadas: são só delírios de mentes esvaziadas pelos excessos e preenchidas pelo interesse.
E sempre que estiveres no meio do turbilhão (tu hás de entender o que quero dizer com turbilhão), pois bem, sempre que tu estiveres lá, volta ao teu silêncio, aos
teus livros, às tuas lembranças e sossega.Faz isto por ti para que não te culpes depois por traíres a ti mesmo. Faz isto por mim que sou brasa do teu mesmo fogo: se te machucares, machucas a
mim. Lembra-te de que nosso tempo não existe e de que nosso sentido está
na memória, então eu sou contigo, sem lugar e sem hora.Mas, caso este falatório não te sirvas de nada, caso tua experiência
te falte, caso te deixes levar — como eu mesma fiz por ti — e caso a dor torne-se insuportável, por favor, não te transformes num
tolo. Não fiques resmungando e criticando as gentes. Aquieta, porque a terra a que retornaste não é a mesma que tua fantasia criou.Não te irrites comigo porque escrevo palavras duras e não me pareço mais com tua doce Ana. Tu, teu amor e toda
a vida me tornaram nisso... Enfim, limito meu rancor, agora, e acalanto teus ouvidos com um pedido se, afinal, é possível fazer de um
sonho um pedido; peço-te que, apesar de todo o adeus, não te esqueças de mim.
Guarda-me neste canto que tomei em teu coração e me retoma, às vezes, para espargir, com teu olhar, o brilho para meus olhos. (E quem há de
dizer que não vivemos um grande amor!).
Ana Luiza Almeida Ferro42
Ó MArAnHãoNaquela taba perdida no tempoNuma terra de muitas palmeirasAinda vive um velho timbiraEm meio às sombras rasteiras.
Naquela taba sagrada de sangueO timbira conservou a memória
Da coragem do guerreiro tupi,Que do pranto se cobriu de glória.
Naquela taba encantada de morteEncontro a vida que não vejo cá,
E o timbira reconta a narrativaDos feitos olvidados por lá.
42 Ana Luiza Almeida Ferro - São Luís – MA - Brasil - 23.05.1966. É Doutora e Mestre em Ciências Penais (UFMG), licenciadaemLetras(UFMA),PromotoradeJustiça,ProfessoradoUNICEUMA,PresidentedaAcademiaMara-nhensedeLetrasJurídicas,MembrodaAcademiaCaxiensedeLetras,SóciadoInstitutoHistóricoeGeográficodo Maranhão e Membro de Honra da Sociedade Brasileira de Psicologia Jurídica. É autora de vários livros, entre os quais Quando: poesias (2008) e Crime organizado e organizações criminosas mundiais (2009).
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Naquela taba envolta em poesiaNão sei se ainda luta o moço,
Não sei se ainda canta o sabiá,Mas lá não se abriu o fosso.
Ó Maranhão,Tu não viste no horizonte o dejeto
Nas tuas praias inclemente aportar?Tu não ouviste nas ruas o desvalido
Por um pouco de pão reclamar?
Ó Maranhão,Por que dormes, terra tupi,
Por francos e lusos adotada,Quando o sonho cabia em ti?
Não sabes o que leva o vento,O que procura o mar encobrir,
O que se transforma em tormento?
Ó Maranhão,Ó gigante de pedra e areia,Que jazes no bosque a dormir
Como a presa inerte na teia,Desperta de teu sonho distante,
Desce do mirante para a ceia.
Ó Maranhão,Escuta o velho timbira na taba
Teu passado aos meninos lembrar;Revive os dias de Gonçalves,
Teu poeta maior, sem par;Sê brioso
Como o moço guerreiro;Sê laborioso
Como o luso sobranceiro;Sê garboso
Como o gaulês altaneiro,Que um dia te quis
Possuir por inteiro.
Ó Maranhão,Ó gigante de pedra e areia,Desperta para o combate!
Conquista teu maior galardão!Ouve o velho timbira
A inspirar o moço vateNaquela taba de viva paixão.
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o GIGAntE Do LArGo DoS AMorESO que contemplas, ó vate divino?
o que procuras em cada sol poente?nosso céu mais uma estrela ganhou
nossa vida, mais beleza,nossa prosa, mais poesiao coreto mais cobiçado ficou
a baía já se rende a teus pésmas a tarde não traz refrigério
a noite sua mudez revelouos sinos ainda dobram por ti
a marabá mais sozinha estáe o mar penitente se agitou
ao naufrágio de certo navionos baixios dos Atins.
O que divisas, ó mestre divino?o que persegues em meio às alturas?
não viste as nuvens pesadaso rosto do astro ocultar?
acaso não ouves o canto do guerreiroos sons da trompa, as vozes em toadas
o canto do índio, a canção do tamoio?acaso olvidaste o canto do Piaga
o rugir das tempestades carregadas?não guardaste a lembrançado moço tupi na taba timbira?não sofreste cruas ânsias fundadas?não ensinaste que a vida é combateque os fortes apenas pode elevar?
O que cismas, ó artífice divino?o que inspira a tua mão?as visões do valente Tabira?os maracás e os manitôs?és agora o gigante de pedra
arrebatado de contida iraquem há que te iguale?
quem há que te exceda?quem há que te fira?
descansas em eterna vigílianão podes dizer derradeiro adeus
mil arcos se retesam em miramil setas se cruzam em tributo
mil poemas se doam em memória.
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O que especulas, ó arauto divino?o que buscas no incerto horizonte?
és mais alto que as altivas palmeirasonde cantava o magistral sabiá
mais alto que a bela mangueiraonde se aconchegam as frutas useiras
mais alto que o Morro do Alecrimonde muito bravo pereceu
estás bem diante das beirasno centro da praça encantada
a cortejar Maria Aragãotão longe das capoeirastão dentro do Olimpo
tão perto de Tupã.
O que eleges, ó favorito da Musa?o que esperas da brisa inconstante?
afasta a tentação da mãe d’águaliberta-te do cruel Anhangá
desce do alto da palmeiradeixa para trás tua frágua
e vem cá desfrutar os primoresque não encontraste por lá
volta à era do corpete, da anáguaquando se morria de amor
vem desposar Ana Améliahá cura para toda mágoano Largo dos Remédiosno Largo dos Amores.
Ó Gigante do Largo dos Amoresde pés imponentes sobre o marouve meu canto, meu lamento
retoma a pena, fecunda o papelpõe a máscara, dedilha a lira
volve teus olhos sem tentoe desce para tornar a encher
com teus últimos cantosmeio paz, meio tormento
no leito de folhas verdesnossa vida de mais beleza
ao sabor de cada momentonossa prosa de mais poesia
nossos dias de mais Gonçalves.
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Ana Luiza Fernández Alves43
CAnção Do ExíLIoMinha terra tem palmeiras
e, também, muitas estrelasque, em outras cidades não há.
Minha linda Porto Alegre não nos permite compará-la
com outra cidade qualquer.Ela, além de ser charmosa, é maravilhosa,
pois exibe-nos um pôr do sol inigualável.
Na capital gaúcha, muitos sabiás cantam e encantam.Como aqui, não há nenhum lugar!
Ana Luiza Nazareno Ferreira44
onDE CAntA o SABIÁ?Ah, meu poeta,minha terra não tem mais palmeiras,
nem sabiá para cantar.Só ficou a saudade de tudoque um dia podíamos lá encontrar.O progresso chegou,destruiu nossos bosques,nossas várzeas ficaram sem flores,e morreram nossos amores.O que fazer, meu poeta,na terra que tanto amavas?Nas noites iluminadasnão mais pelas estrelas,nem lampiões a gás,
só a luz elétrica fria,escondendo a luz da lua.
Viramos exiladosem nossa própria terra.Nossos filhos não conhecem
43 Ana Luiza Fernández Alves-SantadoLivramento–RS–Brasil-12defevereirode1993;resideemPortoAle-gre/RS.FilhadeRossanaFernándezRosaeEdsonFerreiraAlves.Estudante.MembroEfetivodaAcademiadeLetrasMachadodeAssis,PortoAlegre/RS,Cadeira47,Patronesse:DinahSilveiradeQueiroz;AcademiaVirtualSaladePoetaseEscritores,BalneárioCamboriú/SC;AssociaçãoInternacionaldosPoetasdelMundo;e,LigadosAmigosdoPortalCEN.E-mail:[email protected]
44 Ana Luiza Nazareno Ferreira – Sambaiba – MA – Brasil - 1º/02/1949. Professora Licenciada em Letras pela UniversidadeFederaldoMaranhão;EspecializaçãoemSemiologiaAplicadaaoensinodaLínguaeLiteratura;Professora de Português, Inglês e Francês em diversas escolas e cursinhos. Professora do PROCAD (Projeto de Capacitação Docente) e PQD/UEMA –Curso de Letras. Professora do Curso de Especialização em Literatura Infanto-Juvenil – UEMA
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as belezas do teu tempo.Aquela terra querida
que te enchia de orgulho,cheia de palmeiras
onde cantava o sabiá,ficou num passado bem longe.
Só nos restou o amorpor tudo que existiu,
e a esperança de um diaencontrar novas palmeiras
onde cante o sabiá.
MEUS AMIGoS, EU VI...Meus amigos eu vi
as lágrimas do poetamolharem o chão
ressecado da tristeza,da falta de ação,
do horror da miséria,da violência ferina,
em um terra que outrora,tão bela e tão fina,
gerava os amoresem uma simples canção.
Meus amigos, eu vios sonhos do poeta
virarem poeira,zanzando perdidos
em nossas ladeiras,soterrados no asfalto,quebrando azulejos,
cavando nos manguespra achar caranguejos,que o mar escondeu
em uma triste canção.
Meus amigos eu viseu nome virar praça,
cidade e rua;praça sem trato,palmeiras e lua;
cidade sem brilho,pequena e sofrida;
só o nome do poetalhe dá um pouco de vida,
a enche de graçaem doce canção.
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Meus amigos eu vi,os sonhos do poeta
que veio de Caxias,na certidão marcada
como Gonçalves Dias,virarem cantigas,histórias de guerra,
poesias, romances,saudades de sua terra,
cantando os amoresem grandes canções.
Meus amigos eu vi,e não me esqueci.
EntrELAçoSSaudade,exílio,
amores,favores;
índios guerreiros,Tupã
Piagatimbiras
tamoios.Ainda uma vezadeus e paixão,amor solitárionão se morrede amor.y Juca Piramaguerreiros ouvio canto de morte,meninos, eu vi.Lágrimas,vida,
luta,combate,
abateo fraco,
exaltao forte,
o bravo.Poeta,
índio,romance,teatro,hinos,cantos de amor.
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O belo,o grande,
filho do pensamento,meditação.
Ana Amélia,amor perdido,
ainda uma vezadeus
Gonçalvessalve
Dias,poeta primeiro
verdadeiramentemaranhense.
Não me deixaste, não!
GonçALVES DIAS E UM PoUCo DE SUA oBrAA saudade da terra,
“Canção do Exílio”;O amor que não teve,
“Se eu morrer de amor”;A paixão que se foi.
“Olhos Verdes”,A despedida do amor,
“Ainda uma vez Adeus”.A luta do guerreiro
“y Juca Pirama”,“O Canto do Piaga”
é “Meditação”para “Os Timbiras”
na “Canção do Tamoio”.“Um Anjo”,
“Beatriz Cenci”,cantou “Marabá”,
no “Leito de Folhas Verdes”.“Meu Anjo, Escuta”,
meu “Canto de Morte”,“O Canto do índio”
que “Seus Olhos” não viram.“Se te amo, não sei”,
só sei que sem tijá não sei mais viver.
Os Primeiros, Segundose últimos Cantos
ainda se ouvemno vento que passa
pelas palmeiras de minha terra,onde cantam sabiás, bem-te-vis e curiós.
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Ana Maria Costa Felix Garjan45
Porto DE LÁGrIMASNaquela noite escura, naquele ‘Porto de Lágrimas’
O poeta Gonçalves Dias já muito doente ainda sonhava:No horizonte desejava avistar sua amada terra natalE sentia sua alma esvaindo-se em lágrimas de saudade.
Era imensa sua solidão, era grande seu amor, sua paixão.
Em dois de novembro de 1864 avistou seu sonho:As terras do Maranhão já estavam perto do seu olhar,
E lágrimas suas eram tantas, que desejou logo chegar,Mas fortes ventos eram como facas cortantes em seu peito.
O príncipe dos poetas não suportava mais tantas dores...E desejou escrever últimos poemas de amor à sua terra.Em sua alma brasileira havia lembranças e amores perdidos
Lembrou-se de sua vida de sonhos e realizações já findas...E desejou ancorar ao seu porto natal, antes do amanhecer.
Em seu leito de frio e visões o poeta foi levado a outro destino:Na madrugada de três de novembro o navio bateu nos Atins,E em águas próximas à vila de Guimarães o navio naufragou
Levando para além do horizonte seus sonhos de homem poeta.
Gonçalves Dias tornou-se imortal por seus singelos e fortes poemasDeixou seu legado erudito nas letras, nas artes, em sua vida;Representou o Brasil em delegações oficiais no estrangeiro,E escreveu um dos mais belos poemas, entre tantos de sua poesia:“Ainda Uma Vez, Adeus”.
GonçALVES DIAS, UM BrASILEIro, UM PoEtAHerdeiro do legado do velho mundo nos oitocentos O poeta maior do romantismo nacional dialogouCom vozes ecoadas no céu da nova América,
Superando o infantilismo da simplória métricaReproduzida sob auspícios da corte no salão imperial
Atraindo aplausos da crítica e olhares invejososFez emergir os visíveis e invisíveis contrastes da colonização.
Com olhar nativo, sereno e altivo de etnia subjugadaEmbora tenha sido peregrino em terras de além-mar
Fez-se ouvir em longínquas plagas com o canto do seu exílioEntoado como hino de amor à sua pátria amada
Traduzindo do imaginário gentil e ingênuoCores, aromas, mar, natureza e palmeiras das terras do Brasil.
45 Ana Maria Felix Garjan - Caxias – MA – Brasil - Membro da Academia Caxiense de Letras – ACL, ocupante da cadeiradenúmero15,tendocomopatronoAntônioGonçalvesDias.
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Sua visão do paraíso foi construída em verso e prosaDestacava as belezas naturais elevadas pelos patriotasEm símbolo da identidade nacional, e do índio escravizadoAmpliando como grandes ondas, em mar aberto e em portosAs notícias do patrimônio da bela terra dos gentios e degredadosComo forma de sedução e curiosidade para os europeus.
Dos viajantes estrangeiros derivou sua inspiração primeira Dos escritores consagrados recebeu belos ensinamentos
E os Primeiros Cantos encantaram gregos e troianosMesmo sendo filho de família humilde, pobre, sem berço.
De poeta viajante por tantas terras a dramaturgo iniciante
Alcançou o apogeu com seu talento, humildade e teimosiaEm declarar-se o primeiro poeta das letras brasileiras
Compostas como canto à nação e aos amores intangíveis.
Dedicou-se aos estudos e pesquisas na terra de CamõesApreciou a arte dos franceses e também dos alemães
E se deixou seduzir pelos cantos dos sabiás e rouxinóis.
Em sua obra havia indícios de brasilidade bem amalgamadosCom elementos europeus da época dos oitocentos aos novecentos.O poeta seguiu a rota dos navios negreiros sem alcançar porto seguro
Mergulhou em sono profundo levando consigo uma grande dialética Entre o localismo e o cosmopolitismo de tantas outras terras
Onde deixou suas marcas em corações e almas sensíveis e patriotas.
trIBUto À ‘CAnção Do ExíLIo’, DE GonçALVES DIAS
Onde havia teus pássaros, belas aves e palmeiras can-tadas por ti, Gonçalves Dias,
Há queimadas, tuas palmeiras já morreram, os teus sabiás estão quase mudos;
Nosso céu está cinzento, a poluição é grande no Maranhão e no nosso planeta
Mas ainda vemos estrelas que miram os seres da terra; imaginamos o teu céu;
Nossos bosques estão desmatados, nada pode ser feito, não há lei, não há paz;As leis não impedem queimadas das florestas, e os homens maltratam os animais;
Eu também fico a cismar, até onde o homem destruirá nossa natureza, teus Sabiás...Ainda há várzeas, rios, palmeiras onde cantavam as aves que gorjeavam aqui, e lá;
Nossas vidas, nossos amores estão na corrida contra o tempo das contradições, Dias!Os prazeres dos homens são perigosos para os inocentes, há muita violência no mundo;
Os governos, as religiões, pessoas, grupos e instituições sofrem perturbações O mundo está confiante na renovação, não queremos guerras, pedimos paz às nações;
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Em nossa terra ainda buscamos ‘primores’, desejamos ouvir o canto dos teus Sabiás,Queremos que mil poemas corram o mundo, que haja tempo de renovar tua memória!
O teu ‘Canto do Exílio’ é uma declaração de amor e respeito à natureza daqui e de lá.
Tua vida, nossas vidas estão escritas neste livro, onde poetas cantam versos para ti!Que Deus permita que possamos viver nossos amores e artes,
ao som de ventos e brisasE que possamos renascer e contribuir com a natureza,
para salvarmos nosso planeta!
Caxias segue seu destino, há teus seguidores que cantam e morrem de amores!
São Luís completou 400 anos, e teu nome e histórias fazem parte da cultura brasileira.Há muitos escritores, poetas e artistas que cantam novas ‘canções do exílio’, como eu.
E Deus escutou tua prece... “Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá’.
E ainda avistastes as terras e palmeiras do teu Maranhão. Que Deus não permita que haja mais violência nas florestas,
vilas, ruas e cidades!Que possamos sempre voltar para nossa casa;
Que no mundo haja justiça e paz para a humanidade!
CArtA A AntonIo GonçALVES DIAS, MEU PAtrono nA A.C.L.Eterno poeta Gonçalves Dias,
Quis o tempo da vida que fôssemos leoninos do primeiro decanato;Quis a arte da minha infância que eu estudasse no Grupo Escolar Gonçalves Dias;Quis meu sonho realizar o ‘Projeto Galeria Gonçalves Dias’, em tua homenagemOnde por um tempo reuniu artistas, poetas, escritores, cantores e
estudantesNo Palácio Cristo Rei da Universidade Federal do Maranhão, em São Luís
Bem em frente ao teu obelisco, na praça com teu nome, que é o Largo dos Amores.
São Luís em seus 400 anos de história, cultura e arte te homenageou, em 2012-2013E de forma delicada e silenciosa foram surgindo ‘mil poemas para ti’, meu poeta maior!Escrevi poesia, agora escrevo essa carta de louvor à tua infinitude de poeta
Desenho alguns dos teus versos em telas, com cores vivas da tua natureza e dos sabiás.
Na trajetória da vida sou poeta, escrevo sonhos, amo a natureza, trabalho pela pazDesenho sonhos nas nuvens, obedeço a arte da vida e suas leis fundamentais:Defendo os seres vivos da Terra, defendo os direitos humanos e os dos animais.
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Assim, meu patrono, na Academia Caxiense de Letras, tento honrar teu nomeE nunca será em vão essa grande oportunidade cultural onde minha vida floresceDesde o nascer do dia às noites onde aparecesse inspiração para sonhar e criar.
O grande senhor do tempo, Deus do Universo. foi teste-munha do teu viver e sofrer
Mas ele não desejou teu final nas águas do Maranhão; foi um destino da tua época
Foi uma armadilha infeliz de tuas desventuras amoro-sas, de tua dor e solidão.
Para finalizar esta carta, grande poeta brasileiro, rendo-me à tua sensibilidade
Presto à tua memória minha eterna homena-gem, continuarei saudando teus senti-
mentos,Estarei em silêncio, e soltando a voz
na poesia que herdei da vidaE compartilhando poemas e versos hu-
manistas de paz e amor.
‘E na nossa terra ainda há palmeiras, e vez em guando canta um Sabiá’...
EnContro DE AMor, UM DEStIno ALéM Do HorIzontE
Que sonhos Gonçalves Dias, filho mestiço, sonhava em Coimbra?Qual amor desejava o estudante de direito que estava longe do Brasil?
Filho de pai português ele escreveu versos, esteve com poetas medievistasFormou-se em 1844, regressou ao Maranhão, e conheceu um grande amor.
Deixou-se levar pelo encanto de uma mulher: Maria Amélia Ferreira do Vale
Que lhe inspirou os poemas: “Seus Olhos”, “Mimosa e Bela”, “Leviana”,E por último, após tanto penar de amor escreveu:
“Ainda uma Vez, Adeus”.
Oh! Meu poeta Gonçalves Dias, que destino o esperava através de tua vida?
Professor de latim, jornalista e escritor no Rio de Janeiro, teve outros sonhos...Como poeta sensível, tua obra lírico-amorosa e indianista foram consagrados.
Tornou-se teatrólogo, escreveu temas etnográficos e historiográficos, eternizou-se:Primeiros Contos, Segundos ou Novos Cantos, Sextilhas de Frei Antão,
Leonor de Mendonça, últimos Cantos, Os Timbiras, Dicionário da Língua Tupi, Obras Póstumas... Cartas, e tantos escritos formam tua imortalidade brasileira.
Como não nos lembrarmos de y Juca Pirama? De tuas viagens à nossa Amazônia?Da expressão social de tua poesia, de teus laços de afeto à família e aos amigos?
Olympia tua esposa, e Joana tua única filha foram herdeiras de dedicação amorosaForam muitas as cartas escritas de diversos países à Olympia, que o compreendia.
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Dias, teu destino nem estava escrito nas estrelas... Ou sempre esteve? Mas por quê?Será que o naufrágio do navio “Ville de Boulogne” ceifou mesmo teu último sonho?
Após tua morte, nas águas da tua amada terra, sobraram pági-nas de tristeza e solidão
Restaram pequenos objetos que representaram teu último desejo e sonho na vida:Chegar à tua terra maranhense e morrer nos braços de
um amor possível...
‘Minha Terra tem Palmeiras... Onde canta o Sabiá’, Gonçalves Dias!Tantas cartas e papéis velhos foram enviados ao Jornal do
Comércio, no Rio.Gonçalves Dias escreveu sua primeira carta a Olympia, de Paris,
em 15/10/1856A segunda carta foi de Colônia, a terceira escreveu de Dresde, e muitas outras;E nessas datas não podia imaginar seu último suspiro, nas águas do seu mar...
O centenário de sua morte foi em 1864; A data de seu nascimento, 10 de agosto.
Sua herança corre nas veias dos poetas e escritores que não o deixam sozinho.
Sua herança e legado estão bem guardados e vivos na alma e coração do Brasil!
Esteja em paz eterna, meu poeta das Palmeiras, Aves, e dos teus belos Sabiás!
Ana Maria da Silva46
GonçALVES DIAS Minha terra tem escolasPara o cidadão estudar Mas o autor Gonçalves Dias
Não quis a elas adentrar Resolveu ir para a Europa
Em Coimbra estudar.Nosso estado tem estrelas
Na literatura secular Uma delas é Gonçalves Dias
Que fez a academia brilhar.Em cismar, sozinho à noite
Mais prazer encontro eu cá Minha terra ainda tem palmeiras Aos 400 anos completar.
46 Ana Maria da Silva - Carolina – MA – Brasil – 08/07/1960
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Parabéns São Luís, porGonçalves Dias homenagear
Minha terra tem escritores Que nos fazem orgulhar
A Caxias seus louvores Por um poeta nos dar.
Ana Maria Marques47
LEMBrAnçASGuardo a lembrança
Da terra – minhaMajestosa – rainha .
Em pensamentos reaisSobressai tua imagem
Numa moldura de cores ...
Então – suspiro dessa saudade Da terra que nasci – Meu amado Brasil .
AnA AMéLIAAqui sem você
Vejo um céu diferenteVontade de andar em busca de ti .
Nesses dias , longos dias ...Sem teu amor - acabrunhado
Dos teus olhos afastado .
Aqui em Portugal - suspiro , sussurro Peço a Deus - um dia por acaso te encontrar .
o PoEtA InDIAnIStAAntônio Gonçalves Dias
Cantou sua pátria em Canção de Exílio Majestoso país em terra de Tupã
Poeta Indianista da geração romântica – advogou seu amor Num brado de liberdade em mãos da natureza
Brasil – foi seu conto em linda flor .
Da saudade da terra natalCompôs sua Nostalgia em Portugal .
47 Ana Maria Marques - Recife – PE – Brasil - 21 de Novembro de 1958 . É licenciada em Pedagogia e Pós –Gra-duada em Educação Especial Inclusiva . A poesia esteve presente em sua vida desde criança , mas só em 2009 começouadivulgarpartedeseusescritosnumacomunidadedoOrkut“BrincandocomasLetras“,hoje“NOP“.PoradmirarasobrasdeAntônioGonçalvesDias–gostariadefazerpartedaAntologia1000poemasemsuahomenagem . [email protected]
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SAUDADESOh ! que saudades
Do meu céu azuladoMesclado de luzes reluzentes .
Lembranças Das palmeiras , mangueiras , pitangueiras , açucenas
Mares , rios , fontes , cachoeiras ...
Nessas horas de saudade- Queria ouvir o canto do sabiá na laranjeira .
MELAnCoLIANa rua a caminhar
Paira uma melancolia em mim Uma saudade sem fim .
Na imaginação Um cenário do meu Brasil
Terra bela – verde amarelo azul anil .
Quero hoje revestir-me de brasilidadePara resistir a ausência – que dói de verdade
Ana Néres Pessoa Lima Góis48
SInA Se o amor sufoca costumes Pra depois se deixar sufocado Se o orgulho pesa a entregaE o sofrer tem por fiel o seu fardo Se o protesto é criar asas Buscar além do oceano um fado Enraizar sem os coqueiros das matas Mas sem que o papel permaneça calado
E se esquecer é lembrar de longe
Tentar seguir para além do tormento Se se encontrar é sofrer novamente
Se relembrar é reviver o lamento Escrito sob o signo de sangue
Com a sorte espalhada ao ventoEm versos eternos que se prolongue
E a sina nunca seja o esquecimento
48 Ana Néres Pessoa Lima Góis-Esperantinópolis–MA–Brasil - 30 de junho de 1974. Licenciada em Letras, especialista em docência, educadora, poeta e cronista. Ocupa a cadeira nº 9 como membro fundador na Aca-demiaEsperantinopensedeLetras.
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Se o amor não se concretizou Se venceu a sina de não o ser
Que se concretize a poesia do amor nas ruas dos séculos do querer
Na praça a despedida que ficou Tatuada nos azulejos a viver
E hoje nem se sente que foi dorO amor que a poesia fez permanecer
ProFECIAAmas a Ana que te laçou além do olharAma, e sonha com o dia em que a terás
E que não seja anátema a tua maneira de amar
Amas com amor que unigênito te seráFita-a por instantes alongados, prolongadosQue há agouro, conspiração além do mar
Amas fora de alcance, como que não se canseE que a poesia esteja a te guardar, pois amas...
Ama, somente ama, pois em tempo não te entregarás
Ama, antes que o orgulho venha a ti tomarVive a presença e depois a sentença
Da dama a quem amas e não terás por alcançar
não, não SE MorrE DE AMorNão... Não se morre de amorDe amor nos condenamos
Nos martirizamos...Como sementes que se doam
Deixamos nossas vidasPara renascermos em outras
Não... Não se morre de amorO amor não mata a matéria
Não sangra a carneSomente a vontade de viverNão consegue exterminar a rotina
Somente os sonhos e adornos
Não... Não se morre de amorMas se faz poesia para acalentar
A vida que velou o amor...Não! De amor não se morre
Pois o destino quis queO amor morresse primeiro...
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Se se morre de amor?Por Deus! De amor não se morre
E se naufragamos enfimMesmo entre mortos e feridos
Todos sobrevivem! E depois compõem versos...
HoMEnAGEMO vento sopra em tom de cantoria
Com notas de cantos magistraisPor entre as folhas harpas sabedoria
De nossas florestas nichos tropicaisO som do vento canta uma saudade
Que vaga expressa entre os coqueiraisDe um tempo em que canta a vaidadeDe versos ontem e nem nunca banaisDa pena que o mar não calouE hoje repousa entre corais
Faz poemas de um outrora amorTesouros sem par de nossos anais
De legítimo sangue brasileiroLevou sua verve a outros cais
Poeta maior de oficio primeiroCantou nosso ninho como outro jamais
BErçoNão há no mundo Paisagem mais vistosaQue da palmeira o vulto Rumo ao infinito Nem lugar no mundo Mais emocionantePra deitar meus olhos E espalhar meu gritoMinha terra berçoMeu principio e fim
Melhor só o céuPara viver sem fim
Minha raiz finqueiDe agora e para sempre
Pois já flori de amorE já me fiz semente.
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Anderson Braga Horta49
no CAMPo DA GLÓrIAPreito juvenil a Gonçalves Dias
Sobre a taba de bravos guerreirosAnhangá fez-se um dia sentir:
inimigo cruel, de outros mares,cai-lhe em cima, raivoso tapir.
Moços, velhos, são todos escravos,presos todos às forças do mal.
Hoje zomba do piaga e seus numessanguinário, faminto animal.
Por seus dentes de fogo abrasada,leva a taba malditos grilhões.
Os tacapes, potentes outrora,jazem quedos nos ínvios sertões.
Arco e flecha tombados, partidos,a vergonha estampada no olhar,
chora a tribo outras eras mais gratas,quando a terra era um hino a cantar.
Lembra as guerras, as longas caçadas,quando os cantos não eram de dor,
quando a inúbia troava nos ares,quando a noite era um hino de amor.Ontem – livres, robustos e ousados,hoje – escravos, malditos, pariás,derrotados, submissos vivendo,já sem plumas e sem maracás!
Ontem – belos, cobertos de penas,hoje – negros, cobertos de pó!
o invasor lhes atira a salivado desprezo, sem raiva e sem dó.
Mas horror ao destino infamantealça o peito dos brônzeos varões,
e eis que, inermes, as clavas de fogodesafiam das brancas legiões.
49 Anderson Braga Horta – Carangola – MG – Brasil - 17/11/1934. Sua poesia publicada entre 1971 e 2000 está reunida em Fragmentos da Paixão;tambémde2000sãoPulso e Quarteto Arcaico;Antologia Pessoal, Brasília, 50 Poemas Escolhidos pelo Autor, Rio de Janeiro, e Soneto Antigo,Brasília,saementre2003e2009;Elegia de Varna(bilíngue),trad.RumenStoyanov,emSófia,2009;Signo: Antologia Metapoética e De Viva Voz, com o selo da Thesaurus, em Brasília, 2010 e 2012.
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Exclamavam: “Morrer é mais beloque viver vida torpe e servil!”
E tombaram no campo da glória.E Tupã no infinito sorriu.
A GonçALVES DIASCanta, sabiá, a tua canção triste,
com a melancolia e o ardor da raça.O painel sonoríssimo que abriste,
não o apaga do tempo o vício e a traça.E, com a força das ânsias que sentiste,
dos sonhos que tiveste (embora a massado olvido hoje te roube a claridade),
teu canto emergirá numa outra idade. A noite desce. O céu é limpo e claro,com a cadência lânguida de um versoque tu gemesses. Só, de raro em raro,
toldam algumas nuvens o olhar tersode uma estrela que fita o oceano amaro,
– debruçada em seu canto de universo –,como se fosse o rosto desse velho
a face impessoal de um grande espelho.
O mar, entanto, em ânsias estremece,com saudade de tua voz maviosa,e ergue espumas ao céu em rude precepela volta da flauta melodiosacom que pascias suas vagas. Cresceda natureza a fala dolorosa.E tudo clama, do oceano aos sóis,pela ressurreição de teus heróis.
Chora-te a ausência a tua pátria, aquelaterra de sol e plácidas palmeiras,onde era luz a tua voz singela,
e onde habitam aves estrangeiras.(Não rouxinóis de voz serena e bela,
porém águias e gralhas gritadeiras.)Falta de teu carpir o doce acento,
e de teus índios falta o ouvido atento.
De certas aves abismais o impurocanto corrompe o nosso sangue novo.
Os sãos ideais são postos contra o muro.Nasceram novos vendilhões do povo.
E a pátria imerge neste lodo escuro,nesta miséria de que me comovo!É hora de lutar! Seja-lhe morte,ao inimigo, o nosso canto forte!
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Falam estranha língua em nossa terraas estrangeiras aves cobiçosas,
e ao nativo cantar empreendem guerra,de nossas fontes virgens sequiosas.
Mas a paz voltará que a luz encerra,e de novo será tempo de rosas.
E, se hoje dura e opaca é a realidade,teu canto emergirá numa outra idade!
Rio de Janeiro, agosto de 1956
CAnto ínDIoSou índio.
Sou bravo, sou forte,sou filho das matas
que vão sendo destruídascom seus bichos, seus frutos,
suas fontes, seus aromas,seu mistério.
Sou índio.Sou íntimo da Lua e do Sol
e das águas.Sou amigo de todos os seres da Terra.
Sou um com a natureza.
Sou índio.Tenho a pele vermelha.
Canto e danço,sinto e penso,
amo e poemo.Venero os meus mortos,reverencio os espíritos,adoro o Grande Deus.
Que mais querem saberpara concluir que sou homem?
Já estava aquiquando os outros vieram.
Mas não é isso o que importa.A natureza tem todas as cores.
E a terra é de todos os homens.
Sou índio.Sou um com a natureza.Conclamo o Saci, a Iara,
o Boitatá, o Curupira,todos os espíritos, Tupã
e os homens de qualquer corpara velar por estas matas
e por estes rios.
A Terra é de todos.
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Anderson Caum50
PArA onDE Vão oS PEnSAMEntoS?Algo sempre me intrigou
Pois nunca ficam presos Teriam asas como a da cegonha? Talvez muito leves para partir com o vento
Não sei dizer ao certo
Sei dizer apenas que ficam presos Não se pode encontrar nos túmulos
Tão pouco encontra-se no opressor Mas vão ao longe os pensamentos do oprimido
E sempre encontram um consolador
Não se pode segurar Tão pouco ser acorrentado
Pois séculos se passaram Mas os pensamentos! Esses nunca ficam presos
Este está vivo nos poetas Pois estes nunca morreram
Gonçalves Dias se foi Mas nunca morreu o pensamento
Um homem sonhador Que sonhou a liberdade E ainda hoje se perpetua Muito provavelmente para toda eternidade Sonhou que toda raça Um dia seria liberta Das correntes e das amarras Ainda não podia as libertar Mas já sabia Que o pensamento ninguém podia segurar
Escreveu seus pensamentos Que ainda hoje se faz analisar
Mesmo sem estar presente Muita coisa ajudou a mudar
Tudo isso me faz pensar Para onde vão os pensamentos?
Talvez nunca alguém possa explicar Mas uma coisa Gonçalves deixou clara
Este, ninguém pode segurar
50 Anderson Caum - Vinhedo – SP – Brasil - 36 anos. Residente em Jundiaí/SP. Trabalho - Jornal Correio Polular de Campinas/SP
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EU SEI QUEM SoUQuem leu os seus poemas?
Quem pode entender seus pensamentos?Quantos homens se passaram?
E quantos vivem este momento?
Homenagem justa a quem se declarouSer mestiço e brasileiro
Em uma época em que se julgouNão ser de estirpe o mestiço e brasileiro
Gonçalves Dias não se acanhouSe mostrando um homem muito além de seu tempo
E a pergunta que ficouOnde estão os homens que julgou?
Não ser de estirpe o mestiço e brasileiro
Hoje muitos conhecem seus poemasE sua história é lembrada
Gratidão por sua obraQue há muito é contada
Lembranças de um poetaQue nos leva a indagar
Se precisamos de um futuroEntão é preciso imaginarQue para hoje ser história
Todos temos que sonhar
Sonhar um mundo diferenteBem melhor pra todos nós
E fazer da história do poetaHomens que saibam sonhar
Saber que não a diferençasE os homens são iguais
Que talvez as diferençasSeja somente a maneira de pensar
Antes de algo mudarÉ preciso se perguntar
Sabes dizer quem você é?Se sabe então já podes sonharSonhar em fazer parte de algo
Que um dia vai mudar
Mudar para melhorCom muitos poetas e poesias
Falando de um mundo que com certezaIra sempre melhorar
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AInDA A HoMEnS QUE CHorAMO dia está quente
Sinto minha pele queimarO sol entre grandes prédios
Que não fazem sombra pra gente descansar
Pelas ruas pessoas apressadasRostos fechados e amedrontados
Um vai e vem de genteQue parece nunca ter chegada
Uma paisagem feia de letreirosBarulho de tratores abrindo estradas
Pessoas desvairadas e desanimadasMas principalmente apressadas
Ninguém se da contaQue ali já vivera um rei
Comandava homens com honraE por isso era rei
O índio brasileiro fora quase dizimadoMas são guerreiros
E por isso sobreviveramAinda assim suas almas são caçadas
Um homem escreveu sobre sua opressãoAinda hoje se fala do seu feitoMas quem deu crédito a ele?Talvez poucosMuitos preferiram o dinheiro
Gonçalves Dias falou muito sobre os índiosDefendeu o legítimo brasileiroSeus poemas ainda são ouvidosSua voz ecoa nos teatros brasileiros
Muitos ainda insistem nas usinasHoje constroem mais um túmulo brasileiroDestruindo mais um grande rio
Por mais algum punhado de dinheiro
O cacique vendo isso chorouSeu choro não se ouviu
O homem branco abafouAnunciando o progresso do Brasil
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O homem branco não aprendeuQue os rostos amedrontados
São almas cativasPela alma guerreira dos índios brasileiros
Mas ainda a esperançaDe um homem que não se deixa enganar
Assim como Gonçalves DiasSuas vozes irão ecoar
Vozes que dizem sem temorQue um dia essas pessoas irão pagar
Pelas vozes dos que choramOs tambores ainda voltarão a tocar
Anderson Henrique Klein51
CAnção Do ExíLIoMinha terra tem mais cantos,
mais lugares a visitar. As músicas que aqui se cantam,
não se cantam lá.Nosso horizonte tem mais luzes;
nossos parques têm mais flores; nossa vida, mais amores.
Em jogar - sozinho, à noite, mais prazer encontro eu la;
Minha terra tem Net, onde pega 3G Max.
Minha terra tem primores, que não encontro cá,
Em jogar - sozinho, à noite, mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem Net, onde pega 3G Max.
Não permita que eu morra, sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores, Que não encontro cá;
Sem qu’inda viste as barrinhas de a wireless soar.
51 Anderson Henrique Klein-PortoAlegre–RS–Brasil-17dedezembrode1993;FilhodeGlicériaCelitaKleine Sinécio Jacobus Klein. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante dos ProjetosLiterários“Tabuleirodexadrezlírico”,2011;e“Portacopospoéticos”,2012.Tocatecladoeguitarra;curte computador e gameplayer. E-mail: [email protected]
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André Anlub®52
CAnDUrAS - (DEDICADo A PoESIA DE GonçALVES DIAS)Há algo doce no ar
algo simplesmente belonão possui preconceitos nem tampouco orgulhos
voa por si sóe pousa por receber amparo.
Cheio de valores e com aroma tranquilosegue impetuoso impregnando prosperidade.
Jamais rejeitado, sua presença beira um salutar víciojamais desmentido, pelo simples fato de ser a verdade.
Há algo majestoso no seu olharposso ver no espelho
rondando pelas entranhascontagiando o sangue
fazendo os pés saírem do chãoas mãos tocarem o céuinvalidando qualquer pensamento malfazejo.
tEMPo DE SEr PoEtICAMEntE CorEtoLá estavam eles, no centro da praçaaproveitando a reforma do coretopintado com belo azul turquesaimponente belezade madeira de peroba.
O poeta recitavatão doce e bela obraum soneto de Gonçalves Diasdas estirpes de outrora.
De tanto encanto e sonoridadealcançou sensíveis ouvidos
buliu mil verves afora.Surgiram os novos poetas
com composições própriasdando mais vida ao feitiço
vivenciando o agora.
52 André Anlub® – Rio de Janeiro – RJ – Brasil - (Jan/1971) – Site: poeteideser.blogspot.com – Paixões: escrever, artesplásticas,fotografia,músicaeboxe–ArtistaPlásticoeProtéticoDentárioformadopelaSPDERJ–Temuma obra (tela) no Acervo Permanente do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Bahia.
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Eram novos Toninhos e JoãosZés, Fernandos e Pessoas
envernizando o coretoabrilhantando a alma.
GrAnDE tonInHoGrande poeta Toninho
permita-me chama-lo assim?Trovador das palmeiras
dos pássaros, as aves, as letrasdos sentimentos e afins.
Poeta do Maranhãobumba meu boi e babaçu
amor evidenciado na carneno cerne e linhas dos versos
que habitam entre o céu e o mar.
Grande bardo Toninhotem toda nossa veneração
almejamos espalhar esse preitopro povo cantar seu versar.
SALVE, SALVE, GonçALVES.Nos primeiros cantos
expõe com nitidezenaltecendo a inspiraçãocomo tambores rufando
com o encanto das palavras.
Nos segundos cantosconhecimento e afinação
há tentativa de uniãoe consolação nas lágrimas.
Todo poeta é altezaque exibe sua emoção
também nos conta a memóriapáginas realmente vividas
como nos fala em “Os Timbiras”.
E a memória não morreescorre e percorre as folhas
em bolhas de um puro folcloreque é a mais verdadeira verdade.
Salve, salve, Gonçalves.
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nAU QUE JAMAIS AFUnDAPoesia do amor é colossal
Vive mil afetos e paixõesIndizíveis nas puras emoções
Faz da amada a imortal.
Navega em lugar desconhecidoNa nau do porvir inesperado
Sentimento na quimera ancoradoCobiça o anseio correspondido.
Face e sorriso na essênciaDelírio da memória registrada
Afeto que se perde na estrada.
Mas se há ínfima clemênciaRefaz-se o mar antes navegadoRenascendo o amor desamparado.
André da Costa Nogueira - (Medeiros da Costa)53
orFEU tUPI - A Gonçalves Dias.O Olimpo criou para o homem da deusa Europa seu bardo;
Também de Ásia, do primeiro homem, deus enviou o cantor;E das várias vidas da índia, nas páginas do Righ-Veda, o poeta inesquecível deixou suas estâncias.
Entretanto Zeus inquieto não conseguia compreenderOs ecos do além-mar.Em sua circunferência,Como lhe ensinara o nobre Tales,Resumia-se o restante do MundoA uma imensa toalha d’água estendida até os confins do Universo.
Porém um conto já foi ouvido por desbravadores,Que novos cavalos de Tróia lançaram ao espelho d’água desconhecido.
Compreenderam ser música,Pois sabiam dos livros do passado,
Os acordes poderosos de Orfeu.Era uma música que falava de um novo homem,
O tupi; de uma nova terra, Brasilis,Entoado por um cantor,
Que banhando o rosto nas oceânicas e sagradas águas ibéricas,
53 André da Costa Nogueira-Aracati–CE–Brasil – 14 de fevereiro de 1981. Escreve desde os onze anos quando, pelaprimeiravezleuumlivro,VinteMilLéguasSubmarinas,porJúlioVerne.Leitoronívoro,deláparacá,temseaprofundadonasmaisdiversasesferasdoConhecimento,nomeadamente,Literatura,História,Filosofia,Teologia,FísicaeMatemática.Casado,atualmenteéfuncionáriopúblicomunicipalnacidadedeFortim.
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Resistiu aos encantos da deusa Europa,Para compor os hinos de seu Édem,E de seus primitivos habitantes.
O guerreiro de Ásia, de Europa, de África e da índia,Agora acrescentam a seus exércitos o cântico de guerra,
Do guerreiro tupi,E do panteão, Virgílio e Homero estendem a mão para enaltecer a lira de
Gonçalves Dias.
André Foltran54
PoEMInHoReparei
que todo sabiáque é de gaiola
pela manhãantes de tudo
canta a Cançãodo exílio.
André Gómez Giuliano55
CAnção Do ExíLIoAqui, no Rio de Janeiro tem praias
e muitos locais bonitos;no meu Rio Grande do Sul também.
As mulheres de lá são bem mais bonitas que as daqui.
As curvas que vemos nas montanhas do Rio, vemos nas mulheres do Sul.
Comida tropical...Tudo aqui é mineral,
mas nada é melhor que um bom churrasco, churrasco de gaudério
com espetos no chão.Praias, qualquer lugar tem;
verdes campos e chimarrão numa velha cuia, só no Rio Grande do Sul.
54 André Foltran-SãoJosédoRioPreto–SP–Brasil-8dejaneirode1996.Escrevecontos,masnãoécontista;escrevecrônicas,masnãoécronista;escrevepoemas,masnãoépoeta-ainda.Nãotemlivrospublicados,sócoisas espalhadas pela internet, e em talvez uma ou duas antologias. Atualmente mantém um caderno virtual onde, as vezes, publica algum poema. É estudante e sonha, um dia, poder se dizer escritor e viver de literatura.
55 André Gómez Giuliano - Porto Alegre/RS – Brasil - 16 de março de 1998. Estudante do Ensino Médio do Colé-gioConhecer,PortoAlegre/RS.IntegrantedoProjeto“ImagenseTextosconstruindoHistóriaseVersos”.Curtejogos eletrônicos. E-mail: [email protected]
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No Rio, o calor é de matar e o frio não existe;
no Rio Grande do Sul, o calor é ameno e o frio é intenso;
por isso gosto muito do meu estado.Frio no Rio Grande do Sul... café pela manhã; chimarrão à tarde;
vinho tinto à noite; e, a companhia de uma magnífica gaúcha, às 24 horas do dia.
André L. Soares56
SonEto PArA GonçALVESEntão tua voz, soou bem mais alta e forte,calando a todos, como faz o mar,...pela saudade, a tua Amélia a esperar,por esse amor perdido além do norte.
De tua palavra então, se fez o cortee tu cantaste as aves desse lar,
em desafio a quem queira sufocaresse Brasil, que é teu berço e teu aporte.
E tanta falta sentem os sabiás,da voz que chora o exílio das palmeiras,por não mais ver as luzes do arrebol,...
que em teu regresso vem, enfim, a paz,louvar o poeta, em terras brasileiras, que agora dorme, tendo o mar como lençol.
André Luiz Greboge57
SEMPEr BrASILISO que ele pensaria,
Sobre hoje?Seu país, de certo,Não é mais este lugar
56 André L. Soares - Brasília - DF – Brasil - (1964). Mora em Guarapari (ES). 2004: monta a peça Livre Negociação. 2006: os textos O Bárbaro e Dinheiro são inseridos na peça Ritual dos Sete. 2007: o texto O Menino de Beirute vence concurso Navegante nas Estrelas. 2008: o texto Mulher Carioca vence concurso da grife Branca Maria. 2008:éeleitoCônsuldeGuarapari,pelosPoetasDelMundo.2011:livroGritosVerticais.2012:Torna-semem-bro da Academia de Artes, Cultura e Letras de Marataízes (ES). É grande estudioso da obra de Gonçalves Dias
57 André LUIZ Greboge - Curitiba–Pr–Brasil-26dejulhode1993.licenciandoemmúsicapelaUFPR.Éleitorpor paixão e vocação.
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Salve Antonio,Do direito e do teatroSentimos tua falta
Mas somos-lhe gratos
Degustamos,Por tuas palavras,
A fadiga da guerraE o amor sem amar
Também por teus modos, Sentimos saudades,
De tempos que nuncaVivemos
E que não voltarão
Quem dera ser poeta,Assim como ti,
Tão delicado,Quanto uma agulha,Que ao mesmo tempo,
Aponta, fere e une
Gênio de olhos verdes,15 de Bilac,Nossa honra,É ter tido a ti
Com 41 anos,Partiu ao exílio final,
De onde mais nenhuma canção,Nos pode chegar
André Mascarenhas58
AUto-ELEGIACom salves dias, guias e maresias
Mergulhou-se nos oceanos da poesiaNadou na margem, da sociedade
Como qualquer artistaFundou paisagens, da nacionalidade
Sob o foco de sua vista,E ondulado em seu próprios dias
Versado no mar do poetar
58 André Mascarenhas – Sorocaba – SP – Brasil - 05/02/1986. Autor de poesias, contos, poemas, peças de teatro, escritos técnicos na área de artes em geral, estudante e/ou tradutor de Espanhol, Francês, Inglês e Italiano. Comdoislivrospublicados:“Stop!”,sobreaHistóriadeLiteraturaInfantile“G”,comcontosdetemáticaspo-lêmicas.Experiênciaemartesplásticas,música,teatro,emartesemgeral.
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Tornou-se personagem de própria elegiaElegendo um naufrágio para seu epílogo
A vida real tornou-se fantasiaEm sua densa e ritmada biografia
André Roczniak Azevedo59
CAnção Do ExíLIoMinha terra tem teatro,
onde cantam quero-queros.De minha terra, vejo
um dos principais símbolode Porto Alegre, o Laçador,
Monumento localizado próximo ao Aeroporto Salgado Filho.Em minha terra, voamaviões da Base Aérea
tal qual voam na capital gaúcha.Dentre as suas muitas belezas,
temos a Igreja Matriz São Luiz Gonzaga,Padroeiro da Cidade,
onde, quando bebê, fui batizado.Minha terra tem teatro,
onde cantam quero-queros.
André Schwambach Almeida 60
CAnção Do ExíLIo Na minha terra tem muitas árvores, onde ficam os passarinhos. Às vezes, o tempo não está bom; noutras, temos um doce ventinho. Na minha terra, o sol nasce num céu azul.
Nela há muita beleza e, também, graciosa natureza,
a qual pode ser vista, sentado à mesa, lendo uma boa revista.
59 André Roczniak Azevedo - Porto Alegre – RS – Brasil - 26 de novembro de 1991. Reside em Canoas/RS. Estu-dantedoEnsinoMédiodoColégioConhecer,PortoAlegre/RS.MembroEfetivodaAcademiadeLetrasMacha-dodeAssis,PortoAlegre/RS,Cadeira41,Patrono:ViannaMoog;AcademiaVirtualSaladePoetaseEscritores,BalneárioCamboriú/SC;AssociaçãoInternacionaldosPoetasdelMundo;e,LigadosAmigosdoPortalCEN,Portugal.CoautordoRomanceInterativo“Umahistóriadeamor!”.E-mail:[email protected]
60 André Schwambach Almeida - Porto Alegre – RS – Brasil - 17 de junho de 1992. Secretário Cultural e Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, de Porto Alegre/RS, Cadeira 25, Patrono Eduardo Guima-rães;MembroEfetivodaAcademiaVirtualSaladePoetaseEscritores,BalneárioCamboriú/SC;daLigadosAmigosdoPortalCEN,dePortugal;edaAssociaçãoInternacionaldosPoetasdelMundo.CoautordosRoman-cesInterativos:“Fantásticahistóriadeummundoalémdaimaginação”e“UmEnigma”.Émúsicoegostadetocar cavaquinho. E-mail: [email protected]
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No entanto, onde, hoje, encontro-me, não tenho certeza do que vejo,
pois o céu é escuro e cinzento. E assim, diante deste cenário triste,
encho-me de desejo de a minha querida terra voltar.
Não consigo ver aqui, os encantos de lá. Nesta terra há muita poluição
e ruas descuidadas e sujas, pois seu povo tem por hábito
jogar lixo no chão. Qual é a tua irmão?
Assim, os turistas de tua terra não mais aqui pisaram
e para lá irão. Minha terra tem belezas que aqui não há.
André Telucazu Kondo61
CArtão DE BIBLIotECAPercorro estantes de horizontes verticais,Cruzo fronteiras por prateleiras demarcadas,
Vejo paisagens de livros em relevo.E em enciclopédicos países:
Viajo!O cartão da biblioteca é o passaporte,
Para um mundo de possibilidades infinitas...Com ele,
Viajo ao centro da terra e a mil léguas submarinasNa sexta-feira, velejo e visito Crusoé
Vou pescar, com o velho e o mar.Fumo cachimbo em Baker Street
Caminho com o tempo e o ventoPasseio pela terra de palmeiras onde canta o sabiá
Aventuro-me nas veredas de um grande sertãoCom Quixote, luto até contra moinhos.
E viajo a tal ponto, que já não sei se sou ou não sou.Na dúvida a esta questão
Encomendo ao Bruxo do Cosme Velho uma poção Para me fazer ser, muito mais do que turista!
Pois daqui não quero ir.Mas se tiver que partir,
Como espuma flutuante,
61 André Teluscazu Kondo-SantoAndré-SP–Brasil-07deMaiode1975.filhodeimigrantesjaponeses,nasceunoBrasilAutordoslivrosAlémdoHorizonte,AmorsemFronteiras(PrêmioUBE-RJ),“ContosdoSolNascente”(PrêmioBunkyo)e“Cempequenaspoesiasdodia-a-dia (PrêmioUNIFOR).MorounoJapãoenaAustrália,sendopós-graduadopelaUniversityofSydney.Viajoupor60paí[email protected]
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Vou-me embora pra Pasárgada Farei dela minha morada,
Porque lá – sou amigo do bibliotecário –
E para sempre posso, viajar...
tErrA Do PoEtAO poeta enterra o dia
e faz brotar luasem um chão de estrelas
Terra do poeta,que a realidade lavra – no colo da noite –
e infinitos sonhos colhe
O poeta fecha os olhos para os contornos do dia – do dia-a-dia –pois só ele sabe:
O sol é apenas uma estrela – que apaga milhões...
FALSoS PoEMASNão quero que meu grito caia
Em ouvidos moucosPrefiro o silêncioDos loucos
Restam vozes poucasDe palavras roucas
Prefiro o sussurro engajado Do grão de areiaÀ indiferença gritanteDo deserto
Prefiro a pétala branca – sinceraQue cai ao vento
À primavera dissimuladaQue engana em cores
Prefiro o beijo surdoAos beijos das musas
Cantadas em verso
Prefiro a verdade que morre lá foraÀ eterna mentira desteE de todos os outrosFalsos poemas
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SE EU MorrErSe eu morrer
Não tenha dó de mim...
Posso não ter deixado muitas pegadas,Mas meus passos foram firmes.
Posso não ter tido muitos amores,Mas amei a todos como um.
Se eu morrerNão permita que o relógio pare em mim
Mas que os ponteiros sempre apontemPara a felicidade que vivi
Quando eu partirNão diga adeus pra mim
Deseje-me simUma boa viagem como fim
Sequer pranteio pelos erros Que cometi pelo caminho
Pois foram eles que fizeramNossas vidas paralelas
Se encontrarem por aí
E se hoje morriFoi apenas mais um erro
Do qual não tenho medo
Pois eu digo e repitoQue vivi
Muito mais do que morri.
Andrew Veloso62
oS DIAS Do DIASO Dias que nasceu em Caxias
Os dias em que o Diasescrevia suas poesias
O dia em que o Diasdeixou de escrever as suas poesias
Foi o dia em que o Diasdeixou de viver
62 Andrew Veloso - Balsas – MA – Brasil. URE – Balsas - Centro de Ensino Médio Dom Daniel Comboni. Professo-ra: Marcia Meurer Sandri
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Ane Braga63
A BrEVE VIDA DE GonçALVES DIASI
No sítio de Boa VistaEm terras de JatobáNasceu Gonçalves Dias
Para o mundo declamar
IIAdvogado de formação
Foi poeta de coraçãoE com muita devoção
Entregou-se à paixão
IIISua musa era tão bela
Não havia mais etéreaAbalava-lhe os sonhos
O seu nome era Ana Amélia
IVTão sublime e tão singela
Suspirava só por elaCom o espírito ardenteO amor era-lhe correspondente
VCom aval e proteçãoFoi pedir-lhe a mãoEncantado de emoçãoSuspirando de paixão
VIMas a vida nem sempre é justa
Preconceito humilha, insultaSó por causa de sua raça
Foi tachado de inferior casta VII
Com orgulho e honradezFoi embora de uma vez
Renunciou ao amorConservou a altivez
63 Ane Braga - São Paulo – Brasil - 02.08.1973. Descendente de árabes e portugueses herdou da família o gosto porlivroseliteratura.FormadaemAdministraçãodeempresasePósGraduandaemGestãoPública,parti-cipouemdiversasantologiasejápublicoulivrosinfantisejuvenis.Em2011recebeumençãohonrosapeloconto Folha Seca, Folha Afogada do Concurso Novo Milênio de Literatura.
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VIIIDona Ana por capricho
Casou-se com outro, igual ao quistoDilacerado em sua dor
Dias escreveu versos de amor
IxMas dor de amor não sara
Versos tristes são inclementesUma vez tocado pela paixão
Nunca mais retoma o coração
xFatigado de emoção
A doença foi sua amigaQuem diz que mal de amor não dói
Jamais amou nessa vida
xIAcamado e deprimente
Num naufrágio foi descansarSua alma foi para Ana Amélia
Seu corpo, para o mar
VILLE DE BoULoGnEQue dor era aquela lhe oprimia o peito
Arrancava-lhe a almaDe um jeito contrafeito?
Que poderia ele em sua dor amargaEsperar da amada
Que um dia tanto lhe quis?Teria sido a dor a inimiga
Ou derradeira amigaQue lhe ficara ao partir?
Teria sido diferenteSe ele de repente
Vestisse-se de coragemEm sua simplicidade
Em seu grande esplendor?Teria encontrado a felicidade
A eterna liberdade Nos braços de seu amor?
Ou seu destino já estaria seladoA morte teria mesmo lhe abraçado
Num veleiro movido a vapor?Talvez jamais saibamos a resposta
Mais dói a dor da derrotaDe estar nos braços de outro amor.
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o CorAção DE DIASMorte, aflição, espaço, tempo
Qual o peso de um pensamento?Raio de luz percorre o luar
Perturba o ventoEspera o humildeNem sempre alcança
Nem tudo que se querSe pode ter
Por amor partiu Dias, sem coraçãoE fez Ana Amélia sofrer
Da dor de amor também Dias padeceuPartiu sem coração e deixou outro partido
Soubesse ele o quanto iria padecerTeria o oponente combatidoNem tudo são honras e glóriasQuanto pesa um coração sofrido?O pesar é mais o cair da agulha
A espera de um gritoSe for eterna a dor é terna a lembrança
Nenhum clamor supera o lamento Mais vale morrer de amor e sofrer
Do que viver uma ilusão sem ter vivido
Angela Guerra 64
PESADELo ECoLÓGICo - (jamais imaginado por Gonçalves Dias...)Minha terra tem palmeirase outras tantas espécies,onde canta o sabiá,até que o nosso irmãoacabe de devastare nada mais: árvore, ninhopermaneça, então, por cá...
As aves que aqui gorjeiam partirãopara, em outras plagas,
quem sabe, talvez, gorjear...
Nossos bosques, já sem vida,não nos permitirão respirar
e morreremos à míngua,sem esperança de nos salvar...
64 Angela Guerra - Rio de Janeiro – RJ - Brasil – 12/05/44. Prof.-Mestra (inglês): Michigan, FCE, CPE, Higher Ox-ford. Kleines Sprachdiplom (alemão). Poeta, trovadora, desenhista. Academias: ACLERJ, ANLA, Académie de MériteetDévouementFrançais;UBT,APPERJ,Literarte;ArtilheirodaCultura;CentroExpressõesCulturaisMu-seuMilitarCondeLinhares.Livros:VinhoeRosaseMeuJardimdeTrovas(ilustraçõesdaautora).Participação:Revistas, Periódicos, Antologias (tb, bilíngues)e Anuário literários. Premiações. [email protected]
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Acorda o teu irmão!Acorda, tu, também!
Há tempo de salvaressa terra, que é o bem
que Deus nos entregou,em confiança!...
Amém.
GonçALVES DIAS – UM roMântICo...Gonçalves Dias – um romântico nostálgico,
apaixonado por seu torrão natal:“não permita Deus que eu morra,
sem que eu volte para lá...”
Gonçalves Dias – um romântico feliz, apaixonado por sua Ana Amélia,
“dos olhos tão negros, tão belos, tão puros; olhos que falam de amores com tanta paixão”...
Gonçalves Dias – um romântico escorraçado,
vítima do preconceito de raça e casta, não por ela, mas por seus familiares...
Não luta, desiste, e revolta a bela, que, por despeito e/ou vingança,
à revelia da família, com outro se casa –
de raça e casta como a dele...
MInHA tErrA tEM PALMEIrASMinha terra tem palmeiras
e outras tantas espécies,onde canta o sabiá,
até que o nosso irmãoacabe de devastar
e nada mais: árvore, ninhopermaneça, então, por cá...
As aves que aqui gorjeiam partirãopara, em outras plagas,
quem sabe, talvez, gorjear...
Nossos bosques, já sem vida,não nos permitirão respirar
e morreremos à míngua,sem esperança de nos salvar...
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Acorda o teu irmão!Acorda, tu, também!
Há tempo de salvaressa terra, que é o bem
que Deus nos entregou,em confiança!...
Angela Maria Chagas Araújo65
MEU PoEtA BrASILEIroMeu Poeta Brasileiro
Como eu gosto de vocêTinha mãos abençoadas
E escrevia como ninguémE dedos repletos de encantos mil...
Meu Poeta BrasileiroVenho te homenagear
Nesta terra encantadaDo meu Brasil, meu além-mar.
Meu Poeta BrasileiroQue vivia neste lugar
Numa terra naturalCom os verdes das matas, E paisagens sem igual...
Ah! Meu Poeta, amado.O importante é respeitarTudo que é aqui cultivadoTudo que é do lugar... Fica por cá!
Ah! Meu Brasil queridoDe brancos, negros, mulatos,Amarelos, vermelhos até, índios.
É essa pluralidade que faz o solo mais rico!
Meu Brasil BrasileirinhoTradições, costumes, valores,
Crenças, educação, enfim, indicam um novo caminho.Apoiado pela criação divina...
65 Angela Maria Chagas Araújo - RiodeJaneiro–RJ-Brasil.FuncionáriaPública,avontadedeescreverveioàtona,comoincentivodoProfessordeLínguaPortuguesaeLiteraturasnumcursodeContabilidade.Hojeapo-sentada, decidiu realizar o seu desejo, ou seja, estudar Letras e Literaturas. Por intermédio de comunidades da internet, começou a observar outros poetas, foi aos pouquinhos aumentando o seu circulo de amizades, inclusiveparticipandode“Saraus”.
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Meu Brasil BrasileirinhoTerra abençoada, patrimônio de todos.Muitas saudades dos seus fulgores!
Terra sem igual, que plantando tudo dá.Tem o amarelo do ouro
Flores, frutos, louros, futebol, e carnaval. E nesta terra abençoada, tem ainda o azul do Céu,
O branco da sabedoria da busca pela Paz!
Oh! Meu Poeta BrasileiroQue nasceu e morreu em uma terra abençoada,
Livre e desejada.Terra que têm palmeiras, Iracema,
Samba no pé e o lindo canto do sabiá!
Angela Maria Gomes Pereira 66
O QUEBRADOR DE SONHOSNa terra das palmeiras,
Onde não cantam as quebradeiras,As crianças não plantam bananeiras,
Nem pensam em brincadeiras,Esta que vi, tem apenas cinco anos,
E já não pode mais brincar,Só muita casca tem a quebrar,
Que bom que pode cedo começar,Para quando adulto muito sonho realizar,
Mas que sonhos seriam esses, se a cocos rachar,Não pode nem piscar, que dirá sonhar,
Nunca sonhos terá,Pois faz hoje, aos cinco,
O que muitos, aos cinquenta, não querem fazer;Sentar, e em vez de brincar de viver,
A casca quebrar,E expor as sementes que devemos em solo fértil plantar,
Não quero com isso mensagem de revolta passar,A verdadeira mensagem eu tento esconder;
É um tesouro precioso,Que meu egoísmo, estupendo, monstruoso,
Com ninguém repartirá,Pois dessa casca grossa, não consegui ainda me livrar,
Ou não estaria vendo uma criança como adulto viver e falar,Eu, que mil livros já li, filmes assiti,
Peças teatrais, danças e musicais,De repente percebo que nada aprendi,
66 Angela Maria Gomes Pereira - Caxias – MA – Brasil - 7/07/1963.Inicieiminhasaventuraspoéticasem2004,aocursar pela sengunda vez o ensino médio, o primeiro havia sido técnico, e nada pude estudar sobre literatura, pelomenosnãonocolégio.Hojesoualunadeletras,mastardetalvezsereiinterpréteoucríticaliterária.
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Que de nada adiantouPois essa criança de brincar já deixou,
Para quebrar os cocos que das palmeiras arrancou,Das palmeiras que o poeta tanto falou e exaltou,
È pena, mas o canto do sabiá,Ela nunca escutou,Apenas o canto do machado,
Que os cocos quebrou.
Anna Cristina R. Oliveira Ramos67
no CAnto Do SABIÁGrande poeta Gonçalves Dias
que sabe “onde canta o sabiá”. Nasceu na bela cidade de Caxias, em agosto, nas terras de Jatobá.
Ana Amélia foi o seu grande amor. tinha o poeta em grande estima.
Por ela só lhe restou compor estrofes pela sua dor e sina.
Quando pequeno foi um caixeiro
Ajudando seu pai com a lida. Chegou a Portugal, o brasileiro, tomando novo rumo na sua vida. Suas obras começaram a se formar. “Primeiros Cantos” foi o início do Poeta que para sempre ficará, marcado na história pelo ofício. “Canção do Exílio” é a saudade da sua terra natal tão distante. Terra essa que com muita vontade,
pedia a Deus voltar o quanto antes.
Lembrava-se das estrelas no céu e no prazer que encontrava cá.
Na terra de lá se sentia ao léu pensando na terra “onde canta o sabiá”.
67 Anna Cristina r. Oliveira Ramos - Rio de Janeiro – RJ - Brasil – 7 de dezembro de 1962. Livro recentemente publicadopelaBiblioteca24horasintituladoSentimentos(ISBN978-85-4160-109-2)ondecoloqueiempoe-siasmeussentimentosdurante30anos,participaçãoemduasAntologiaspoéticaspelaCâmaraBrasileiradeJovens escritores.
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Anônimo68
GonçALVES DIASoferecido à digna comissão encarregada da inauguração da estátua
«Ao capitólio d’arte ascende entre a alegria,Entre os vivas da lusa e da brasília gente;
Se um sepulcro não tens, do berço teu florente,Qual fênix imortal, ressurge n’este dia.»
De Setembro ao sol fecundo (realce à primazia!),Jubiloso um povo te proclama – ingente.
E na imagem augusta, levantada em frente,Saúda aqui nos trópicos, – o rei da poesia.
Da pátria as bênçãos, das letras os gemidos;O hino, a estrofe, as pompas – o tom das harmonias
Um céu risonho, o mar esplêndido, os bosques floridos;
Cortejo d’homenagens – qual só tu merecias!...Depois – o som dos vivas aos versos repetidos:Salve! Salve! A glória do cantor Gonçalves Dias!
Antonia Epifania Martins Bezerra69
CorDEL A GonçALVES DIASAntonio Gonçalves Dias
Advogado foi a sua formaçãoConhecido como poeta etnógrafo
Foi de grande relevância ao Maranhão
Filho de Brasileiro com PortuguesaResultado dessa bela união
Estudou com o professor José Joaquim de AbreuTrabalhou como caixeiro em escrituração
Autor de várias obrasCanção de exílio foi inspiração
Primeiros cantos, Beatriz de Ceci e outrasEmbasaram sua ascensão
68 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 575. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
69 Antonia Epifania Martins Bezerra - Palmeirândia - MA - Brasil. Resíduo em Pinheiro desde 07 de setembro de1979.LicenciadaemGeografiapelaUEMAeEnsinoReligiosopelaFASSEM.ProfessoraconcursadadaredeMunicipal e Estadual. Pós graduação em Educação Ambiental pela AVANTIS
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Casado com Olímpia da CostaSofreu preconceito e humilhação
Por ter origem brasileiraResultante da miscigenação
Impedido de viver seu grande amor Sofreu grande humilhação
Pois seus pais não permitiram o relacionamentoApesar de terem a ele grande consideração
Inspirado nesse amorEscreveu Uma vez adeus e Retratação
Explicitando seu lamentoE sua grande paixão
Preconceito malditoEncravado na alma de nossa naçãoDestruiu vida amorosa de poetaAinda arraigado em nossa população
LAMEnto DAS tErrAS DAS PALMEIrAS onDE CAntAVA o SABIÁ
Sua terra teve palmeiraTeve também sabiá
Hoje só tem sujeiraE nós ainda por cá
Sua terra tem muita drogaQuase não tem sabiáA população enlouqueceuEstá destruindo tudo por cá
Os brilhos das estrelas diminuíramCortaram plantas e floresPerguntamo-nos cadê os amoresForam junto com o sabiá
Dormir em paz a noiteÉ difícil, nem pensar
Os ladrões não dão sossegoJá roubaram o sabiá
Corrupção, desvio, destruiçãoFácil encontrar por cáO que está em extinção
É o belo sabiá
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Antonia Miramar Alves Silva - Miramar Silva70
PELoS CAMInHoS Do PoEtAPoeta pequeno, mestiço, nome santo, de essência imensurável,
Filosofia vasta, inspiração profunda, inesgotável.Que nos aconselha a não chorar, pois viver é lutar
E A Vida- é combate, que os fracos abate.Poeta que numa das noites de criação literária,
Ensaiava o verso - meninos eu vi!
Declarou nas poesias forte amor à musa real Ana Amélia,E no seu íntimo sussurrava os versos – Enfim te vejo!
Enfim posso, curvado a teus pés, dizer-te que Não cessei de querer-te, pesar de quanto sofri!
No silêncio, com profunda e ofegante respira-ção, desejava confessar
Seu amor à bela musa com o singelo verso - como eu te amo!
Em meio a delírios, suplicava pela coragem de sua amada - Ó meu anjo,
Vem correndo lançar-te nos braços meus.
Tão sensível aos sentimentos que foi capaz de perceber que a sua musa Amava a solidão, o silêncio, o sussurro das águas.
Poeta que sentiu seu amor não ser concretizado e chorou os dias Tão sentidos, tão longos, tão amargos.
De tanto, tanto sofrer pensava em Deus, na morte, e como seria a sua vida Se fosse querido de um rosto formoso.
E mesmo com tantas desilusões, não acreditava que alguém pudesse Morrer de amor, quando este é fascinação que surpreende,
De ruidoso sarau entre os festejos; Quando luzes, calor, orquestra e flores assomos de prazer.
Só se morre quando o almejado amor permite - conhecer o prazer E a desventura, no mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes, amor é vida, É ter constantemente alma sentidos, coração – abertos.
Poeta de sentimentos e vida intensa, de coragem ao confessar Aos pés de Deus que mentia porque o adorava
Revelara-se inconstante ao se comparar com a fugaz borboleta Vagando em mar de amores,
70 Miramar Silva - Antonia Miramar Alves Silva - Caxias – MA – Brasil - 09 de agosto de 1970. Graduada em Le-tras pelo CESC/UEMA, especializou-se em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI. Pu-blicouartigosemjornaiselivros,dentreeles:LínguaeLiteratura:InterfacesdaLinguagem(2008)eOJogodoTexto:PerspectivasLinguísticaseLiterárias(2010),publicadospeloDepartamentodeLetrasdoCESC/UEMA,tendoorganizadooúltimo.
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Poeta do amor, do povo indígena, dos caxienses, dos brasileiros,Que suplicava aos Guerreiros da Taba Sagrada, da Tribo Tupi,
Que ouvissem seus cantos e as suas divindadesReclamava de grande pudor e medo, percebidos no comportamento
De sua amada, revelados nos versos - É belo o pudor, mas choro, E deploro que assim sejas tão medrosa.
Cantou os fantasmas, o alegórico, as desventuras de I- Juca Pirama,Exaltou em sua mais nobre Canção do Exílio as palmeiras, os bosques,
Os sabiás, as belezas naturais de sua terra querida.E no mais forte sopro de criação, declarou amor à sua graciosa Caxias
És bela, no deserto, entre montanhas, derramada em vale de flores perenais,
És a flor que despontaste livre por entre os troncos de robustos cedros.Admirou a beleza feminina, da amada, da natureza, da vida sagrada,Poeta fiel aos seus sentimentos, à Pátria, aos ancestrais,
Incentivador dos amigos, de escritores e pesquisadores do Maranhão,
De estilo moderno, talento para o teatro, para as descobertas de palavras, De culturas, de maestria ao lidar com a língua, com a arte da escrita.
Criador dos primeiros, segundos, novos cantos, de poesias americanas, Diversas, de hinos, dicionários da língua Tupi, das Sextilhas de Frei AntãoDe incontáveis obras que não caberiam neste nosso trilhar.
Poeta de especiais talentos perceptíveis apenas num adorável gênioAssim se fizera Gonçalves Dias: tão amante da natureza, da vida.Contemporâneo, criador de um universo literário maravilhoso!Um grande homem, inesquecível conterrâneo, notável escritor brasileiro,Clássico dos clássicos, que conquistou a crítica e ultrapassou fronteiras. Oh, sempre admirado, imortal - Antônio Gonçalves Dias!
Antonieta Araújo71
LoUVor Ao IMortAL PoEtA GonçALVES DIASEle herdou do lado paternoO desejo de estudar
E o ideal sempiternoDe as letras cultuar.
71 Antonieta Araújo - MinasGerais-Brasil.“LicenciadaemLetrasnoCentropedagógicodeTrêsLagos,hoje,UFMS/Campus de Três Lagoas e Pós-graduada em Administração Escolar nas Faculdades Integradas Rui Bar-bosa,Andradina/SP.publicoucincolivrosÉautoradoHinoOficialdaCidadedeTrêsLagoasepublicouoconto“LaAurora”noanuáriodeescritores2000daLitterisEditoraeCasadoNovoAutor”.
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O pai era lusitanoQue viera ao Brasil
Em busca do sonho ufanoDe ouro sob o céu de anil.
De sua pátria, distante,O luso encontrou idílio
Com mestiça fascinanteQue lhe deu bonito filho.
Chamou-se Gonçalves DiasO filhinho natural,
Pois de fato não haviaUm casamento legal.
No Maranhão, veio à luz.Em Portugal, estudou.
Até hoje nos seduzCom os versos que deixou.
Emociona saberPor seu ”I Juca Pirama”
Que o herói deve morrerPela pessoa a quem ama...
Desprezo no amor sofreuPor ter sangue da cafuza
Misturado ao europeuDe seu pai de raça lusa.
Mas ele era orgulhosoDe ter mistura de raça
E tornou-se tão famosoQue sua glória não passa.
Com seu sentimento nobreClaro na Literatura,Mostrou que embora pobre
Possuía alma pura.
Seu nome é conhecidoAqui e além do Atlântico,
Como poeta queridoDo Período Romântico.
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Antonio Ageu de Lima Neto72
I-JUCA-PIrAMA (o QUE HÁ DE SEr Morto)Salve bravura dos guerreiros descendentes tupis
De bravuras mil das quais não ouso medir De coragem arrebatadora e nossa amiga de glórias Salve bravos guerreiros de sangue tupi
Mas teu sangue não nega, tens medo E do medo não se alimenta nossa tribo.
Não descende o fraco do forte E já não queremos isso para os valentes aimorés
Salve guerreiro impotente, mostra honra, mas descende de impo-tência
Tupã não honra aquele que desiste da luta E assim o fraco não dignifica o forte Então considerado maldito o és.
no ExíLIoMinha terra tem muita alegria, e há um sorriso indescritível no
povo Saudades de minha terra, meu Brasil rebento
Do calor da mulata, da ginga do malandro e do suingue das crianças. Terra de malícia e de samba.
Minha terra tem carimbó, xaxado e forró E as dançarinas daqui não são tão belas como as de lá Deus sabe que morro de saudades E não permita que eu morra Sem que eu volte para lá.
CAnção Do MEU ExíLIoSaudades de minha terra das palmeiras, Minha terra tem palmeiras, onde cantava o curió e o pardal E sinto saudades de goiabas e cajus do pé. E sinto falta da cocada da velha preta E das conversas de João Malandro
Deus sabe que morro de saudades Da infância no Recife e das aventuras Brasil afora,
E não permita que eu morra Sem que eu volte para lá. Agora entro nesse trem,
E minha vida muda de estação. E já me volto para lá.
72 Antonio Ageu de Lima Neto - Recife – PE – Brasil - 26 de Dezembro de 1988. Autor de Escrito Com O Próprio Sangue e O Código.
120
LIrISMo ConFESSoNa turva, no obscuro, no rompante silencioso da madrugada
Eis que surge um lirismo confessoDe quem usa do ritmo e da rima.
E no silêncio turbante da alvorada O autor brinca e se diz espesso
E recria um galante típico climaDe mistério e sovina
Onde apenas os corajosos têm voz e versoE aqueles que não despojam de coragem
São aqueles que jamais desistemPorque hão de encontrá-la bem dentro de si.
E coragem não falta,Porque o autor é um guerreiro confesso.
Legítimo guerreiro tupi.
Antônio Baracat Habib Neto73
GonçALVES DIASDizem que Gonçalves
Dias morreu.Mas,
Isso não é verdade,Não é verdade, meu Deus !...
Sua alma inocente que deus modelou,
Sua alma inocente foi ver as cigarras,Cigarras que cantam no reino de luz,
Mirando nas noites seus olhos profundos,Seu olhos profundos e cheios de amor !...
Gonçalves Dias
Com as cigarras voou !...
Asas de ouro,Voz de mel,
Gonçalves voou !...
As vestes bordadas com rosas da lua,Na concha do céu pintado de anil,
Gonçalves flutuaE nas noites acendaO Cruzeiro do Sul,
73 Antônio Baracat Habib Neto - Itabuna – BA – Brasil - 13/02/1987. Tenho 25 anos, e a mais de 10 anos comecei aescrever...,semnenhumapretensão,nocomeçonãomostravaaninguém,tinhavergonha,atéqueumdiaresolvi enviar um dos meus poemas para um concurso em minha cidade e ganhei em primeiro lugar, daí em diante,comeceiaparticipardeconcursosliterários,játivepoemapremiadoemPortugal,eagoraesperoquegostem deste Poema que envio.
121
Para ver lá do altoSoberba e viril,
A terra morena do imenso Brasil !..
Asas de ouro,Voz de mel,Gonçalves voou !...
E foiDe alpercata,
Chapéu de couro e gibão,Na sarabanda dos astros,
Pra vaquejar lá no céu.Gonçalves Dias
Com as cigarras voou !...
Antonio C. de Berredo74
A MEMÓrIA Do InSIGnE PoEtA AntonIo GonçALVES DIAS
Entre uma ideia nobre, um pensamentoQuando fecundo, e ao mesmo tempo santo,
Entre as ondas de um povo entusiasta,Para exaltar-te o nome hoje reúneDo Maranhão a flor nas ordens todas,Longe embora da cena grandiosa,Ser não pode meu peito indiferente;E apesar da distancia ativa parteTomo oh! Dias! em ledo e puro júbiloDa memória imortal na honrosa festa.Minha alma exulta imaginando a pompa,Com que o presente às gerações futurasEnvia-te a lembrança afetuosa,A inicial do mármore, e do bronze,Que a eternizar-te o vulto se destina,
Como os teus lindos versos eternizam-teA voz, a inspiração, e o sentimento.
E a própria lira que em silêncio triste,Por estranhos cuidados, muitas vezes,
Pende esquecida da mangueira a um ramo,Do Éolo pátrio agora bafejada,
Estremecendo as cordas, me convidaUma oferenda a depor no templo augusto.
Digno porém de ti que canto acasoPosso entoar que grato te pareçaNas regiões ao gênio destinadas?
74 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 553-556. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Cisne do vale ameno, ah! quem me desseAs tuas asas nítidas, pujantes
Para soltar galhardo um voo altivo,Que chamasse a atenção por longas eras!
Oh! quem me dera um estro onipotente!Si escutado n’est’hora o meu desejo,
O poder ao querer igual me fosse,À profusão total meu preito unindo
Em carmes de um encanto inexaurível,Suaves, como as auras matutinas,
Tristes, como a saudade enternecida;Que partindo do mundo nos deixaste
E no entanto brilhantes, qual no estioDo nosso sol a luz resplandecente,
Das tuas mesmas flores apanhadasAqui, ai no teu jardim mimoso,
Uma formosa c’roa entretecera,Que o teu martírio e glória recordasse!
Da corte que te cerca pressurosaN’essa oração ardente a proclamar-te,
Espontânea e sincera, um benemérito,O animado sussurro ouvindo atônitos,
De eterno, frio gelo repassadosPerguntarão, quem sabe?! os que não sentem
Da mágica poesia o doce enlevo: –Em tão curta viagem esvoaçando,
Que fez o rouxinol americanoPara atrair, que fez, tamanho afeto?!
O que fez?! eu direi – Cantor: seu fadoEra cantar até perder o alento!
E cantou como o anjo nas alturas;De harpa divina, acompanhando as vozes:
Bom disse da virtude; a palinódiaProferiu contra o vício desprezível;
As dores adoçou com sons sublimes,E alegrias criou também com eles.
Si a ventura real do bem procede,Quem mais que o vate amor e simpatia,
E gratidão merece sobre a terra?!O eleito do Céu por um mistério
Não é seu, não, pertence à mão que o rege,Que a inspiração nos lábios lhe derrama,
Que na vontade a devoção lhe acende!Da humanidade a marcha é uma epopeia
Pelo punho de Deus em leis escritaCom caracteres vivos, indeléveis,
Do coração nas fibras melindrosas,
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E na essência subtil, que não perece;Tão vasta como o mundo em que passa,
Tao bela como a origem d’onde emana,Começou com a existência do universo,
E há de acabar… Quem pode achar um termo?E o limite assinar do indefinido!Com as baixas turbas que não tem um nome
Varões ai notáveis aparecemE da obra imensa o pessoal completa.
O rei segue orgulhoso o seu destinoA si quanto conhece referindo:
O guerreiro o poder da força exerce,Com os triunfos se apraz apregoados,
Que em sangue a seus irmãos nadar obrigam,E de espólio, e conquistas se enriquece:D’ouro o seu cofre o explorador repleta,E nos prazeres ao depois se embebe,Como em líquido a esponja a saciar-se
Os poros todos repassando ansiosa:Até o folião que nada ocupa,
Que corre inútil procurando gozosLucra da vida que ao sabor lhe volve!...
Mas ao triste poeta, em seu proveito,No geral movimento, o que pertence?!
Ao fanatismo apenas escapando,Porque audaz a verdade proclamava,Orfeu instrui a Grécia, e acaba míseroEm mãos que só amor reger devera;Vem ao depois Homero memora-laQue cego esmola o pão de cada dia,Como um proscrito, peregrino, erranteDante exilado inda condena o arbítrioDe Florença a favor que ingrata o enjeita;Camões se sacrifica pela Pátria,E indigente sucumbe n’um hospícioSo do seu Jau fiel acompanhado;
E tu, Dias, também do lar ausente,Das mil belezas suas na colheita,
Morres servindo o teu país querido,E lhe legas ainda as harmonias
Que o mar roubar não quis venerabundo!...Assim a fonte límpida não brota
Para si o licor que a sede aplaca!Assim o evablo dá seu doce néctar!
Assim a flor entorna o seu perfume!...
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Antonio Cabral Filho75
troVAS Por GonçALVES DIAS“Minha terra tem palmeiras!”
Bradou-me o poeta a cantá-las;mas pra cantar às palmeiras,
precisamos replantá-las.&
Camões e Gonçalves Diasjamais brigaram à língua,
mas Caetano vive em viasde contrair uma íngua...
&Palmeiras da minha terra
brindaram Gonçalves Dias,porém, com o poeta se encerra
todo o esplendor dos seus dias.
Antônio Carlos Ferreira de Brito - Cacaso76
JoGoS FLorAIS I 77 Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá
Ficou moderno o Brasil ficou moderno o milagre
a água já não vira vinha vira direto vinagre
JoGoS FLorAIS II 78
Minha terra tem palmares memória cala-te já
Peço licença poética Belém capital Pará
75 Antonio Cabral Filho, Frei Inocêncio – Brasil - 13 de Agosto de 1953. Moro no Rio desde a passeata dos cem mil, Email [email protected] - Blog http://letrastaquarenses.blogspot.com.
76 Antônio Carlos Ferreira de Brito - Cacaso – Uberaba–MG–Brasil-13demarçode1944.Seuprimeirolivro,“Apalavracerzida”,foilançadoem1967.Seguiram-se“Grupoescolar”(1974),“Beijonaboca”(1975),“Segundaclasse”(1975),“Nacordabamba”(1978)e“Mardemineiro(1982).Em1985veioaantologiapublicadapelaEditoraBrasiliense,“Beijonabocaeoutrospoemas”.Em1987,nodia27dedezembro,oCacaso é que foi embora.Umjornalescreveu:“Poesiarápidacomoavida”.
77 http://www.moinhoamarelo.com/2011/07/serie-cancoes-do-exilio-cacaso.html por Gilberto Araujo|Twitter:@gilbert_araujo,PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistó-ricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
78 http://www.moinhoamarelo.com/2011/07/serie-cancoes-do-exilio-cacaso.html por Gilberto Araujo|Twitter:@gilbert_araujo;PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistó-ricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
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Bem, meus prezados senhores dado o avanço da hora
errata e efeitos do vinho o poeta sai de fininho.
(será mesmo com esses dois esses que se escreve paçarinho?)
Antonio Carlos Pinheiro79
SEM tItULoForam tantos os tropeços que viveste,
Sobraram desventuras no caminho,E, talvez, sirvam de estímulo como esteO relembrar-te a vida, o torvelinho Que foi o teu passar, vivendo neste
Mundo atroz de amor em desalinho:Ana Amélia te negaram, e tu viveste
Com a Olímpia, um amor diminutinho.
Foste grande demais, subiste o Olimpo, De coroa de louros foi tua rama,
Pode haver maior assim algum idílio? Se mais procuro, cato, se garimpo:Herculano exalçou a tua fama,Tu te confundes com CANÇÃO DO EXíLIO.
SEM tItULo “Não me deixes!”, “Delírio”. “Lira”, “O mar”São um pouco do muito do seu estro,Da sua rima, do seu versejar,Que igual regia qual fosse um maestro.
Com a Poesia era um linguajarFosse o tema qual fosse, sempre destro,A tradução no verso, no cantar,
Tinha a leveza do que foi adestro.
Só me explique, Poeta, sem mais rogo,Que sei, pra tanto não requer de auxílio,
E por ser complacente – seja altivo:
79 Antonio Carlos Pinheiro-10dejaneirode1946.Brasil.Bancário,advogado,poeta,ensaístaearticulista.
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Como é que em tantos versos, grande jogoDe palavras, sua “Canção do Exílio”
Não possui – um sequer – adjetivo?
Antonio de Mello Moniz Maia80
o AnJo DA GLÓrIA, o PoEtA E A PÁtrIA - VISão - À MEMÓrIA DE A. GonçALVES DIAS
O ANJO DA GLÓRIAQuem és, que buscas da memória o templo,
Só destinado aos eleitos meus?Quem és, que vens ao Panteão sublimeOnde colheste os divinais troféos?
Tenho na dextra chamejante gladioPara obstar aos desvarios teus,
Si no recinto penetrar quiseres,Onde só vivem imortaes… e Deus!
O POETAQuem quer que és, aparição ou encanto,
Venhas do céu, ou a um rancor profundoPrincípio sejas condenado e ao pranto
Consente que do mundoRompa minh’alma esta prisão sombria,
E como o fogo presto s’irradia.Nos seios do tufão, do lodo imundo
Livre, se remonte a imensidade,Que dos gênios habita a potestade!
Quais são os meus troféus? de nobre povoSão da saudade os soluçados prantos.
E de harmonia inexaurível fonte,É um livro imortal, são os meus cantos.
Quem quer que seja… o que importa? queroSeguindo o impetuoso furacão,Dos orbes todos percorrer a esfera,
De luz encher o espaço, a vastidão.
Inda que role pelo abismo fundoE sobre mim o raio o céu desprenda,Deixa que fite o criador do mundo,
E que o meu em seu espírito acenda.
80 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 562-564. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Si ele no cabos modelou a ordem,Si ante a sua feitura se extasia,
Do belo eterno a substância, a forçaO meu gênio exprimiu na poesia.
O ANJO DA GLÓRIACriatura rebelde, tu revelas
N’este arrojo de orgulho irreverenteD’alma o desvario, o desatino
Do pensamento teu soberbo, ingente!
Mas é isto o poeta! Ora terrívelRubro clarão a mente lhe ilumina,
Quer reunir possível e impossível,Ultraja o próprio Deus, tudo fulmina!
Ora a ternura, a pálida tristezaLhe enche o peito, lhe motiva os prantos,
E o doce-amargo da saudade inspiraLânguidos versos de suaves cantos.
Vem; tu recordes pelo orgulho insanoSer descendente de Caim maldito,Mas é teu coração mundo de afetos,
E n’alma tens o cunho do infinito!
Marcou-se teu destino lá no empíreo,Para o teu nome tem lugar a história;Ergo a cortina ao Panteão dos gênios...Entra, poeta, conquistaste a glória!
A PÁTRIAPara ti, ó anjo, o poeta,Para ele a eternidade.A mim somente o que fica?...
O ANJO DA GLÓRIAOs seus cantos e a saudade.
Antonio Fernando Sodré Júnior81
CAnção PArA GonçALVESDos poetas brasileiros,
Maior ritmo, altivez, eloquência não háOrgulho nosso, teu nome é Gonçalves
A voz da terra onde canta o sabiá.
81 Antonio Fernando Sodré Júnior-SãoLuís–MA–Brasil-1982,ondeviveatualmentecomafamília.Incentiva-doporprofessoreseamigos,começouaescrevernaadolescência,masapenasem2011,decidiucompartilharseus textos. Tem contos, crônicas e poemas publicados em antologias.
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O poeta cantou o sonho,A natureza, o amor ingrato
Fez rimas para dos índios, a bravuraE da terra natal, a saudade...
E com paixão, o homem e o poeta se entregaramO primeiro, aos olhos negros de Ana Amélia
O segundo, ao engenho criativoOs dois, ao amor, à Arte...
Quisera eu ter tanto talentoEscrever versos tais
Cheios de encanto e da maestriaDo filho de Jatobá, do sítio Boavista
As águas profundas te levaramMas ecoa vivo o teu cantoA cada letra do teu nome
Nosso querido poeta, Gonçalves Dias.
Antônio Joaquim Pereira Filho82
CorDEL-trIBUto A GonçALVES DIAS!... (SEQUEnCIAL I) 1ª FASE (InFAnto-JUVEnIL)
Oh! Senhoras. Oh! Senhores,Casta de ilustres leitores,
Pretendo homenagear:-A um vate LUDoVICEnSE,
Que o PAntEon MArAnHEnSE,Tempo algum há de olvidar!...
Porque sua nobre figura,Entre o povo, inda fulgura,De forma tão altaneira?
-É que ele, também fez parte,Do clã que montou, com ArtE,
Nossa “AtEnAS BrASILEIrA!”…
Sabem onde ele nasceu?E em toda a infância, cresceu?
-Num sítio, próximo à CAxIAS;Neste tempo (que se esvai),
Na venda, ajudou seu pai,O Português, MAnUEL DIAS!...
82 Antônio Joaquim Pereira Filho – Aracoiaba – CE – Brasil - 14 Setembro/1944. Fortaleza/CE: Dirigente (Mem-bro-Conselheiro) Sócio/Cultural das seguintes Agremiações: Em S.J de Ribamar: ACREQ e INCULCAAR (Clube doCordel).EmSãoLuís:AFCEAG(SEBRAE/MA),AAA(AssociaçãoAtléticaAlumar),AMCAssociaçãodosMora-dores do COHATRAC), PROCONTÁBIL (CRC/MA) e AMCC (Academia Maranhense de Ciência Contábeis).
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Teve a infância atribulada,Tristonha, por ser marcada,
No verdor de sua inocência;Já que tal golpe ocorreu,
Quando, precoce, perdeu,Sua mãe, Dona VICênCIA!...
Eis que obteve, aos seis anos,Um acalanto aos desenganos,
Vendo a mãe bem sucedida;Porque o pai, logo casou,
E Dona ADELAIDE, herdou,O lugar da mãe querida!...
Teve bom início escolar,Predispondo-se a estudar,Tudo, em FILoSoFIA;Como em FrAnCêS e LAtIM,
Tendo por precípuo fim:-Obter SABEDorIA!...
Quem foi o ilustre, ESCrItor?-Não digo o nome do AUtor,
Só suas obras geniais;Que o levou, com GALHArDIA,À seleta GALErIA,Dentre os SÁBIoS mundiais!...
Não pensem que eu sou cruel,-Sou somente um MEnEStrEL,Com um segredo a omitir;E se isto, assim, o faço,É pro LEItor, passo-a-passo,Tudo, aos poucos, descobrir!...
(SEQUEnCIAL II) (ADoLESCênCIA)/Quando o básico terminou,
Com o pai dele viajou,De seu sítio à Capital;Pois, iriam navegar,
Só não foram ao além-mar,Por um destino fatal!...
Morreu seu pai, tão doente,Em sua fase adolescente,
Porém, no ano a seguir:-Partiu, rumo à PortUGAL,Em busca ao grande ideal,(Razão de seu existir)!...
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Nas ArtES, iniciu-se,Quando, pra LÓIoS, mudou-se,
E, em CoIMBrA, fez bem mais;Em meio à experiências,
Bacharelou-se em CIênCIAS,JUríDICAS E SoCIAIS!...
E um ano, logo, depois,“CAnção Do ExíLIo”, compôs,
No mundo inteiro, famosa;E, faço outra arremetida:
-Talvez não fosse tão lida,Se estivesse escrita em prosa!...
Pelo estilo literário,Pelo sentimento vário,
Pela PÁtrIA-MãE GEntIL;Pelo texto, bem urdido,
Pelo que foi inserido,Até no HIno BrASIL!...
Pela silábica escanção,Pelo expresso em tal canção,
Pelo rítimo e sua rima;Pelo conjunto da obra,
Eu lhes afirmo, com sobra:-Esta é sua oBrA-PrIMA!...
E, doze meses depois,“SEUS oLHoS”, ele compôs,Para a jovem AnA AMéLIA;
Em sua volta à São Luís,Quando o destino só quiz,
Brincar de Cravo e Bromélia!...
E, em CAxIAS-MArAnHão,Escreveu “MEDItAção”,
Neste ano, iluminado;Mas, sua peça livre-sonsa,
Fo i“LEonor DE MEnDonçA”,Que escreveu no rIo, amado!...
(SEQUEnCIAL III) (PLEnItUDE VItAL)Quando aos vinte e nove anos,
Confirmou seus desenganos,Relacionados à amada;
Para rECIFE, mudou-se,Com Dona oLíMPIA,casou-se,
Tendo sua vida, arrumada!...
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Na Escola PEDro SEGUnDo,Teve um prazer, neste mundo,
Porque queria ensinar;Já no InStItUto de HIStÓrIA,
Tornou-se honra e glória,Em seu ConSELHo exemplar!...
Com sua vida, em rebuliço,Também, esteve a serviço,
Do GoVErno EMPErIAL;Quando fez reedições,
E inéditas edições,No BrASIL e em PortUGAL!...
Também fez divulgações,De suas publicações,Na FrAnçA, bem como ESPAnHA;Também o fez na InGLAtErrA,
E noutras Nações da Terra,Como BéLGICA e ALEMAnHA!...
Dos “PrIMEIroS” aos ÚLtIMoS CAntoS”,E incontáveis outros, tantos,
Qual “SExtILHAS À SAnto Antão”;“oS tIMBIrAS”, “DICIonÁrIo”,“LínGUA tUPí” e “GLoSSÁrIo”,“MArABÁ”, “DEPrECAção!...
Com usos de SInAFIA:_-“BrASIL E oCEAnIA”,“QUInQUAGéSSIMA VISão”;Assim como em seus “PrÓLoGoS”,“oBrAS PÓStUMAS” e “MonÓLoGoS”,E em “ADEUS, Ao MArAnHão!”…
Só quem tem, na mente, o dom,Para escrever “PoSSEIDon”,
“PAtKULL”, “BEAtrIz CEnCI”;Na categoria drama,
Já o mito “I-JUCA PIrAMA”,É um éPICo, emTupí!...
Sua “CAnção Do tAMÓIo”,Ele editou, sem apoio,
Apesar de ser uma SAGA;E, em “MEMÓrIAS DE AGAPIto”,Seu estilo, segue o rito,De “o CAnto Do PIAGA!...
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SEQUEnCIAL IV) 4ª FASE (o PoEtA E SEU LEGADo)/ Em “UM AnJo”, ele antenou-se,E, em “SonEtoS”, tornou-se,
Mui lembrado, em todo o mundo;Quanto à “SÁtIrAS”? -Jocosa!E “BoABDIL”? -Mui famosa!
Feitas pelo AUtor, Fecundo!...
No PErU, como Emissário,Pesquisou, pro Régio-Erário,
Crença em Deuses e Madonas;E, escreveu, em tal paisagem:- “HIStÓrIA PÁtrIA” e
“VIAGEM,PELo rIo AMAzonAS!”...
Logo após sua existência,Lhe editaram “ADVErtênCIA”,
Mui seleta e genial;E, noutra peça divina,
Como “A noIVA DE MESSInA”,Ganhou fama mundial!...
Por iniciativa sua,Editou “o MAr” e a “LUA”,
Como “A tArDE” e “MInHA tErrA!”;
Além de “o Sono” e “MEMÓrIAS”,“LEVIAnA” e mil HIStÓrIAS,Que em sua obra, se encerra!...
Em “LEIto DE FoLHAS VErDES”,Glosa em “Por QUE não ME VEDES?”,
(De uma Obra de Camões);E, pra manter DECASSILABoS,
Usa, em seus HEnDECASSíLABoS,Figuras de SUPrESSÕES!...
E, em “oLHoS VErDES”? –Vertigem!,Como em “A ConCHA é A
VIrGEM”,(Simplesmente surreais)!
Nas quais, as muitas DIérESES,Se contrastam, com AFérESES,
Tornando as rIMAS, sem iguais!...
Fez-se “APÓCoPE”, no drama,Da peça “I-JUCA PIrAMA”,
E, em “DESEJo”, e “A tEMPEStADE”;
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Sendo esta, fenomenal,Com narrativa, sem igual,
Imitando à realidade!...
Se inicia com um DISSíLABo,Logo após, vem um trISSíLABo,Que aumentam, na sequência;
Atingindo ao DECASSíLABo,Findando no HEnDECASSíLABo,
E, junto, tal imponência!...
(SEQUEnCIAL V) 5ª FASE (o PoEtA E SEU EStILoTem aves que imitam a nós
Com o timbre de nossa voz,Como a filha, à mãe querida;E a nAtUrEzA, irritada,Foi, no POEMA, imitada:
-Como a ArtE, imita à VIDA!...
O nosso HErÓI, inquieto,Dinâmico, e jamais quieto,
E, com extrema maestria;Fez uso, em suas tEMÁtICAS?
-Das figuras de GrAMÁtICA,Com as regras da PoESIA!...
“BrAVo não tEME DA MortE!”Que belo estilo – por sorte,“CAnção Do tAMoIo” tem;Por que tal preposição?Se não existe precisão?É só pra rEALCE! -Amém!...
Isso veio a acontecer,Por manobras, no tecer,
Devido à questões de MétrICA;Eis que tal FIGUrA surge,
E, sempre que ela ressurge,A chamamos de HIPErMétrICA!...
E tal CAnção nos anima,Pois, aconselha e ensina:-Lutar pra sobreviver;
Porque: “A VIDA é CoMBAtE,QUE SÓ oS FrACoS ABAtE,E FAz QUEM é FortE, VIVEr!”...
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E, na mesma PoESIA,Notou-se que covardia,
Também tem seu lado astuto;Na frase: - “o FortE, o CoVArDE,tE SEntE InVEJA” –Que alarde!Deu-se ai, um AnACoLUto!...
Mas, em “I-JUCA PIrAMA”,Num EStILo que o proclama,Rei, em FIGUrA adequada:
-Como ELIPSE contraída,Ligação SUBEntEnDIDA,
Numa epígrafe AFAMADA!...
Só assim, ouviu feliz,De MACHADo DE ASSIS,
Um elogio, o qual traduz:-Que sua oBrA escoaria,
Na língua, que dia-a-dia,Ao nosso rumo, conduz!”...
(SEQUEnCIAL VI) 6ª FASE (o GênIo E SUA CULtUrASínCoPE E EUFEMISMo,
Usou-se no roMAntISMo,E MEtoníMIA, também;Pois, a MArCA já diz tudo,
Que o PoEtA, em tal EStUDo,Soube aplicar muito bem!...
“A tEMPEStADE”, nos traz,HErCULAno, e outros mais,
Como CAStILHo e GArrEt;Cujo LEMA epigrafou,
E, nele, pontificou,o roMântICo, que ele é!...
Em“A LUA” e “AtArDE”O PoEtA ,se malarde,
Citou-lhes, em cada lote:_Lord BYron, na primeira,
E, de forma lisonjeira,Na segunda: _CESArottI!...
MEtAStÁSIo apareceu,Porque ele mereceu,
Estar na obra “DESEJo”;E, em “SEUS oLHoS” e “o MAr”,
Quiz o PoEtA saudar,o tUrQUEtY, neste ensejo!...
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Entretanto, em “A tArDE”,Elogio: -Quanto alarde!
oDorICo, em igual tEMA;Semelhante ao texto seu,
E, porisso, agradeceu,Ao PoEtA e seu PoEMA!...
Se ao PoEtA, ligações,E estreitas relações,
Nos unissem, no existir:-Pediria ao oDorICo,
Seu PoEMA, bem mais rico,Permitindo-me imprimir!...
Mas, seu orgulho profundo,Talvez, o maior do mundo,Se deu quando ele escolheu;Citar GoEtHE, na oBrA-PrIMA,
Cujo tEMA, MotE e rIMA,Foi o que, melhor, escreveu!...
Em seu texto “não ME DEIxES”,Não há por onde se queixes,
Em busca à Glória e Ventura;E, em “AInDA U’A VEz -ADEUS”,Ele, até, roga ao bom DEUS,Abolir sua desventura!...
(SEQUEnCIAL VII) 7ª FASE (A MortE DE UM IMortALUm lamento é natural,Mesmo em alguém genial,Também sujeito ao conflito:-Seria egoismo? Tal ser,Ter anseios por viver?Sempre em paz, e nunca aflito?
Todos diriam que não,Mas, na profetização,Cismava em vaticinar;
E, em seus ESCrItoS, temia,Que, seu barco, um belo dia,
Fosse, com ele, naufragar!...
Pediu à Deus, perecer,Na Patria, que o viu nascer,E se sepultar por cá;Rogou que tal não lhe ocorra:
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-“não PErMItA, DEUS, QUE EU MorrA,SEM QUE EU VoLtE PArA LÁ!”…
Na vida, constantemente,Ele, EStILIStICAMEntE,
Fez versos PArnASIAnoS;Escandindo rítIMo e rIMA,
Que criou no tEMA, um CLIMA,Emotivo, a nós, humanos!...
Como estimara o AUtor,Consumou-se o seu temor,
Já em águas MArAnHEnSES;Onde o “BoULoGnE” afundou,
Neste mar, que seputou,O Rei dos AtEnIEnSES!...
E, pensar que publiquei,Versos, nos quais me inspirei,
Em volumoso ALMAnAQUE;Nas últimas seis edições,
Situei-me em posições,Entre AUtorES de destaque!...
Fiquei, deveras, contente,Constando, seguidamente,
De edições PArnAIBAnAS;Tendo SoUzânDrADE, ao lado,
Como trIBUzzI, Laureado,oDYLo (e as “PArnASIAnAS”)!...
Salve! JoSUE MontELo,Pelo culto ao EStILo belo,
Tal qual FErrEIrA GULLAr;ANTôNIO HENRIQUES LEAL,
Frei ConDUrU – GEnIAL,oDorICo e JoMAr!...
(SEQUênCIAL xVIII) 8ª FASE (HoMEnAGEM A UM SEr GEnIALAntônIo LoBo e CAtULo,
Deram origem ao casulo,De tão nobre GALErIA;
E tal dueto pioneiro,Com o ALBErICo CArnEIro,
Ao meu lado -Quem diria?
O FéLIx AYrES, também,E o José Chagas -Convém,
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Falar de brio, em meus ais;Ladeando ao “MEU torrão”,
Constante dessa edição,nASCIMEnto DE MorAES!...
GrAçA ArAnHA e João LISBoA,Que exaltam a tErrA boa,
De nAUro e CoELHo nEto;Com ALUíSIo AzEVEDo,
Conviví desde bem cedo,Em tal grupo tão seleto!...
Meu poema “PIrILAMPoS”,Colado a HUMBErto DE CAMPoS,
Em meio aos seus ESCrItoS;Tal qual, ArLEtE noGUEIrA,Com sua oBrA alvissarreira,Ao meulado? –Bradei gritos!...
E em setenta, eu escrevi:“MEU SErtão” e conseguí,
Editar ao lado dele;Porisso, eu quero saudar,
Este PoEtA exemplar,Com um CorDEL sobre ele!
Salve, oh! Imortal AUtor,Teu legado me inspirou,Entre rIMAS, me expressar;Salve, oh! Herói Nordestino,Quiz a força do destino,Sepultá-lo em nosso mar!...
Mas, quem é ele, afinal?Tido como genial,Por formosas PoESIAS?
Já descobriu o LEItor?Que este insigne AUtor:
-é… AntônIo GonçALVES DIAS?
Salve, oh! Ilustre PoEtA,Por tua oBrA completa,
Envolta por alegrias;Salve, oh! Grande Maranhense,
Salve, oh! Príncipe Ateniense,Deus, salve! Gonçalves Dias!...
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Antônio Luiz M. Andrade - Almandrade83
GonçALVES DIASTerra pavimentadae sem palmeira
ainda distantecalaram o sabiá
lembrançaexílio
sem sair do Paísuma saudadee um poemana memória
o romantismo deGonçalves Dias
a poesiasobrevive.
Antonio Maria Santiago Cabral84
LoUVAção A GonçALVES DIAS (Contribuição poética para a Antologia em homenagem ao genial poeta
maranhense)
“Enfim, te vejo! Enfim, posso, curvado aos teus pés dizer-te,
... que não cessei de querer-te, pesar de quanto sofri!”
.........................................
Muito antes que alguém, em face de ler uns tantos rabiscos meus,
e, generoso, de poeta me chamasse, o poema “Ainda Uma Vez - Adeus!”
já me habitava, na lembrança jamais apagada da pungente cena de amor,
descrita nos seus quatro versos iniciais....
Foi esse poema - o canto da paixão que nunca morre - a história de Gonçalves Dias e Ana Amélia - que deu cor
lírica à minha veia poética, de onde escorre o caudal de todos os meus versos de amor...
83 Almandrade - (AntônioLuizM.Andrade)–SãoFelipe–BA–Brasil-1953.Artistaplástico,arquiteto,mestreemdesenhourbano,poetaeprofessordeteoriadaartedasoficinasdeartedoMuseudeArteModernadaBahia e Palacete das Artes.
84 Antonio Maria Santiago Cabral – São Luís – MA - Brasil – 26/04/2013. Professor e bancário aposentado, poeta, escritor e ensaísta. Já publicou 8 livros impressos e mais de 1.300 textos em sites literários. E-mail: [email protected]
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Que as musas digam a Gonçalves Dias - eis o meu apelo - que, se foi por sua inspiração que me tornei poeta,
é certo que jamais deixarei de sê-lo!
Aparecida Gianello dos Santos85
DIAS DE GLÓrIAPelos Primeiros Cantos,
pelos Segundos Cantos,e pelos últimos Cantos...
Mil salvas para Gonçalves!
SALVE GonçALVES!Tem coisas que não entendo,ou, não me entendem estas.Das coisas que entendo,
só entendem os Poetas.
DIAS E noItESDias de exílio,
noites a fio...Alma cativa
se segurandoa um fio de vida,que se multiplicaem versos– diversos! –sobre a velhaescrivaninha.
Dias de exílio...E, de repente,o que era triste,ganha vida
com o verdedas palmeiras
e o brilho das estrelas.Sob o pincelar mágico
da inspiraçãotudo é mais belo.
Dias de exílio,noites a fio...
85 Aparecida Gianello dos Santos - Guaíra – PR – Brasil - 24 de janeiro de 1973. Sua formação escolar é o Ensino Fundamental (incompleto). Autodidata, descobriu-se nesse mundo maravilhoso das palavras depois de vencer umconcursodefrases,oqueresultouemseuprimeirolivro,“PensandoBem...Milpensamentosparainspirarseudiaadia”;eapartirdeste,reforçadapelaseleçãodeduasdesuasCrônicasparaoVCLIPP,dáinícioaumaárdua dedicação em outros gêneros.
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Dias e noitesa tecer um poeta
que jamaisserá esquecido;
inda que voe o tempoe por mais efêmeros
que sejamos dias.
DA IMortALIDADE GonçALVIAnAEm meio
ao gorjeio das aves,às flores das várzeas
e ao verde das palmeiras,– nos primores de cá! –
Deus lançou sementes...E nasceu Gonçalves!
E morreu...? Não.Apenas disse adeus
– para sempre! –ao seu exílio.
Está agora livre!Eis que agora vive
no brilho das estrelas...– outra vez! –
...pois, dos Poetas,só se vão os dias,nunca a poesia.
QUEM FoI GonçALVES DIASGonçalves fez do exílio poesia
e do preconceito falou com arte. Por fim, meteu-se lá com as estrelas
e, Poema Eterno, avivou nossos Dias.
Aparecido Bi de Oliveira 86
PoEMA EM HoMEnAGEM Ao PoEtA AntonIo GonçALVES DIASBaseado e inspirado em seu poema “Canção do Exílio”
Minha terra tem palmeiras,onde canta o sabiá;
teve também um poeta,melhor que ele não há.
86 Aparecido Bi de Oliveira – Indaiatuba – SP – Brasil -08demarçode1952.Participoudasantologiasasaber:Mogi das Cruzes 450 anos, Eu amo Vinhedo, Descubra um poeta dentro de Você/Associação dos Aposentados deJundiaí,AntologiadosClubedosEscritoresdeVinhedoedoLivroo“GalodeRocinha”
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As aves que aqui gorjeiam,não gorjeiam como lá;
Gonçalves Dias como jornalista,foi um dos melhores por cá
Nosso céu tem mais estrelas,nossas várzeas tem mais flores;
como teatrólogo escreveu peças,para a interpretação dos atores.
Nossos bosques tem mais vida,nossa vida mais amores;
na vida sentimental e pessoal,sentiu muito dissabores.
Em cismar, sozinho, à noite,mais prazer encontro eu lá;estudou no Velho Continente,
trouxe conhecimento para cá,
Minha terra tem palmeiras,onde canta o sabiá,
Juca-Pirama, os Timbiras, Era uma vez-Adeus...Versos lindos como este! Será que há?
Não permita Deus que eu morra,sem que desfrute os primores,de homenagear este poeta e seus valores,que não quis morrer sem vir para cá,e avistar mais uma vez as palmeiras,onde alegremente canta o sabiá.
PoEMA ACrÓStICo EM HoMEnAGEM Ao PoEtA AntonIo GonçALVES DIASGlorioso literário do romantismo, também advogado e jornalista, orgulho de nosso povo gentil e hospitaleiro,
notório etnógrafo e teatrólogo brasileiro. Concluiu seus estudos secundários em Portugal,
Adentrou e bacharelou-se na Universidade de Coimbra tão renomada, Longe se inspira para escrever a “Canção do Exílio” da pátria tão amada.
Voltando para o Brasil, conheceu e apaixonou-se pela jovem Ana Amélia, Eterna musa inspiradora de “Ainda uma vez”-Adeus!, Palinódia e Retratação,
Sendo um amor platônico, perpetuou sonhos em seu coração.
Deve muito a literatura ao ilustre versificador, Indianista e nacionalista, um poeta por excelência com imensurável valor. As suas outras obras como: Juca-Pirama, os Timbiras, Os primeiros cantos... São preciosidades que nos fazem mergulhar na magia de seus encantos.
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IMAGInAnDo VoLtAr no tEMPo DE GonçALVES DIASImaginei-me vivendo nos dias de Antonio Gonçalves,
usufruindo sua amizade e convivência. Interagindo com seus ideais e perspectivas,
colaborando no contexto deste poeta por excelência. Eu via a tranquilidade das ruas da cidade,
um pouco escura mesmo com lampiões e lamparinas. As mulheres desfilando com seus vestidos elegantes,
o vento calmo e sereno soprando nossas narinas. O ponto de encontro eram as sofisticadas confeitarias,
e ali eu estava na companhia do poeta e demais escritores. No meio da conversa nos dizia do seu amor por Ana Amélia,
cuja rejeição dos pais dela ao namoro causava dissabores. Era o tempo que reinava em absoluto o romantismo,
a poesia e os contos afloravam-nos com magnitude. Éramos impulsionados ao romantismo insensato,
muitas vezes exagerado no auge de sua plenitude.
Arão Filho87
CAntoS DE GonçALVES DIASNasceu em uma terra abençoada;
No sítio Boa Vista, lá em Caxias; Trazendo em su’alma a poesia,
Deixando-a para o mundo, ofertada...
Cantou os nossos índios, os belos dias; Os frutos, nossas árvores, a mata;
As aves emplumadas, as cascatas; Cantou este Brasil e sua alegria!!!
Naqueles tempos idos, já distantes,
Cantou em belos versos deleitantes, A terra das palmeiras e das aves...
Com versos d’esplendor, Gonçalves Dias,
Criou com ledas letras, poesias, Pousando-as pelas pautas bem suaves...
87 Arão Filho - Teresina – PI – Brasil - 11.01.1965. Veio para são Luís aos dez anos de idade. Casado com Sílvia Maria e pai de Vinícius Aarão e Abel Aarão.Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Tecnologia Química e Coordenador do Curso de Química Industrial da UFMA. Em 2012 publicou dois livros de sonetos na 64ªSBPC,“Efúgios”e“NosQuintaisdeSãoLuís”alémdeoutrolivrodepoesiasemparceriacomoautorJoãoGomes,intitulado“Enlace”,todospelaeditoraClubedeAutores.Publicounosanosanterioresemalgumascoletâneas nacionais de Editoras de São Paulo e do Rio de Janeiro.
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Ao PoEtA Do BrASIL, GonçALVES DIAS. Poeta! Ó poeta encantado,
De versos tão líricos, lindos, Sonhando um Brasil tão amado,
Com índios, crianças sorrindo!... Nasceu o poeta adorado,
No seu Maranhão, tão infindo, De mares, de aves nos prados,
Pau d’arcos tão lindos, florindo...
Criou seus poemas de amor, Cantou a saudade e a dor,
Da pena abraçada nos dedos...
Nos cânticos finos, singelos, Deixou sua vida nos elos, Dos versos suaves e ledos...
AnA AMéLIA, o AMor Do PoEtA... Velado este amor tão grandioso,
Volvendo a alma e o peito do poeta, Amélia, sua musa tão dileta,
A dona desse amor esplendoroso... Mas, eis que o destino enganoso, Cavou uma armadilha, lançou seta, Trancou a sua alegria em cafuleta, Deixando-o tão triste, tão choroso... Por ser um homem pobre, um mulato, Não quis lhe permitir o casamento, O pai da sua donzela tão amada... Chorou. Ó que destino tão ingrato! Morreu o fino vate em sofrimento,
No corpo e em sua alma naufragada!...
nAUFrÁGIo Do VILLE DE BoLoGnE* Naquela tarde triste, tarde quente,
O Ville de Boulogne naufragava, Nas costas maranhenses, tristemente,
Então, Gonçalves Dias lá chorava... >
Não conseguiu sair, pois, já doente, Enfermo, moribundo, agonizava, Morreu, então, o ilustre maranhense... Nas águas de Tutóia... Lá findava!... >
144
Deixou rico legado, os belos versos; Tão cândidos, profundos, tão imersos,
Na alma que partiu consigo eterna... >
Poemas inspirados, tão diversos, Ficaram registrados, sim, egressos,
Ao mundo, sua verve, linda e terna!...
Arlete Trentini dos Santos88
GonçALVES DIA MInHA InSPIrAçãoEu me lembro era pequena
E teus versos declamavaAchava tudo tão lindo
Não entendia que choravas.
Nem sabia o que era exílio Não conhecia a saudade
Penso que foi só maldadeO que fizeram a ti.
Meu grande poeta exiladoTua poesia nos deixa encantados
És do século passadoÉs venerado , e por mil poemas lembrado
Quem a Deus fez um pedidoRever o solo querido
O chão de onde foi banido .Mas nos versos foi acolhido
Arlindo Nóbrega
trIBUto A GonçALVES DIASEu ainda era menino,
tempos do grupo escolar,veja como as coisas são.
Minha vida era estudar,pois meus pais assim queriam,
só que eles não sabiam,que eu precisava brincar.
Era de casa para a escolae da escola para casa,
88 Arlete Trentini dos Santos – Dona Emma – SC – Brasil - 16/05/1952. Um poeta que marcou a minha vida. Tudo começou na infancia e olhe que já se passaram muitos anos. E em nossa terra, os sabias cantam alegremente, assimcomoantigamente.Assimcomolembravaopoetaquandoestavanoexilio.
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de segunda a sexta-feira,e isso quase me arras.,
Mas no meu pouco entender,era tudo para eu crescer,
hoje meu peito extravasa.
De tudo aprendi um poucoe por algo me apaixonei.
Da primeira namorada,juro, quase nada sei,
mas da bendita poesia,que na minh’alma já ardia,
eu jamais esquecerei.
Quando A Canção do Exílio,um colega declamou,meu coração exultante,simplesmente disparou,
abarrotado de emoção.Pedi calma ao coração,
que de pressa me escutou.
Ela foi que me abriu a portada poesia para mim
e comecei a fazer versos,lá num banco de jardim.Espero, meu Deus do céu,ainda que viva ao léu,isto jamais tenha fim.
O autor desta obra-prima,nasceu lá em Caxias, interior do Maranhão.Bambambam nas poesias,aventureiro amoroso,um vate muito famoso,
o grande Gonçalves Dias.Aplausos para SCLB,
que com imenso vigor,lembra o dez de agosto,
do poeta/trovador.Celebremos o aniversário,
seu primeiro centenário,com muito brilho e louvor.
Ele é um dos mais festejados,poetas do meu Brasil.Impetuoso nas arrancadas,porém, bastante gentil.
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Ao também grande imortal,neste meu ponto final,
minhas homenagens mil.
Armando Azcuña Niño de Guzmán 89
A GonCALVES DIAS, Antonio Desde tu tierna infancia empezaste a escribir,
Con la fortaleza de tu amplio espírituDe tu gran capacidad, de tu inteligencia,
Con mil latidos en conciertoAfianzaste tu dedicación a las letras,
Orgulloso por tu sangreAmalgamada en una sola,
La blanca, la india y la negra;Eres una luminaria
De la poesía brasileña.La dulzura de tus palabras
Enternecen los corazones,Has volcado tus vivencias
En Europa y otros lares,Por ello eres el más grande.
Naciste cerca de la villa de Caxias,Ni los grandes problemas financieros
Pudieron impedir tu merecido ascenso,Lograste al fin tu formación
En la universidad de CoímbraDe la república de Portugal
Para luego desempeñarImportantes cargos públicos
En favor de la educación.
Arquimedes Viegas Vale90
EnContrAnDo GonçALVES DIASO primeiro poeta que conheci
foi Gonçalves Dias.
89 Armando Azcuña Niño de Guzmán - Puno – Perú - 27deabrilde1948.EsProfesor.músicoybailarín,fundadordelaAsociaciónCulturalBrisasdelTiticacaen1962,enLimalaCapitaldeLaRepúblicadelPerú,hoyrecono-cidosocioHonorario;esmiembrodelcolectivoculturalCapuliVallejoysuTierra,delaSociedadUniversaldeArtistasyLiteratos(S.U.A.L.).Estádedicadoalestudio,investigaciónydifusióndelapoesíaenelIdiomadelosIncas,elRUNASIMImaldenominadoquechua.HaparticipadoeninnumerablesEncuentrosLiterariosNacio-naleseInternacionales,enlosquehasidodistinguidoconsendascertificaciones
90 Arquimedes Viegas Vale - São Bento – MA – Brasil - 22 de julho de 1949. É Médico e Professor Universitário. Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – MA e ex-presidente e atual vice-presidente da Aca-demiaSão-bentuensedeLetras.Poetaecontistaéautordolivrodepoesias“ResíduosCartesianos”.
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Meu pai,diante de adversidades,
suas ou de outrem,dizia:
“a vida é combate”
Nas sessões literárias,às quintas feiras,
no Grupo Escolar Motta Júniora “Canção do Exílio”
era sempre declamadae as palmas haviam
como vento nas palmeiras.
Guerreiros Tupis, Tamoios e Timbirasde cobre e cores investidose seus belos cocares
de guerra,foram os meus primeiros heróis
- não choraram em presençada morte –
brasileiros fortesque habitavam os livros velhos
da minha infância. Sentimental deploreio amor, por Gonçalves Diascurvado aos pés do impossíveldizendo mais uma vez adeus.Adeus pela raça, pela pele, pela prata que não tevedo útero de onde veio.
Poeta que passapoesia que grassasaudade doendosaúde perdendo
para crescer o sofrimentoque lhe escapou pelas mãos
na forma de letrasdas quais me vali
para completar a frasedo meu pai
- “que aos fracos abatee aos bravos e forte
só pode exaltar”
UM DIA HoUVE UM GonçALVES DIASUm rosto nos planetas,nas enciclopédias,nas praças.
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Um poemano coração da gentede I-Juca Pirama
de Ana Amélia.
Sofrimento no peito.Distância nos olhos.
Mares de Atinsespuma branca
sufocantesepultante.
Canção dias de saudadeexaltação aos bravos
vitória para fortesnos combates da vida.
Que fecunda raça!Que raça de poeta!Entre amores e desamores
o desafio do eterno.O plantio de sua gente
que virou palmeirae ainda aguarda
o sabiána Praça onde
se alevantou.
Arthur rabut91
GonçALVES DIASTeu gênio feculdo a irradiar fulgores
Na belezxa invulgar do teu estro divino,Deui-nos “Canção do Exílio”, a gema de ouro fino,
A sítese real dos teus grandes primores!
Teu próprio indianismo é belo e adamantinoRomântico e audaz, repleto de esplendores,
Ness “y Juca Pirama” – a ode de alto lavoresQuem mais que uma canção é portentoso hino!
Tu viveste a espalhar os teus “Cantos! Sublimes,Chegado como vate às dobras do infinito
Tanto, tanto é o fulgor que teus versos imprimes.
91 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasília: Senado Federal, 1980, p. 65, Poesia compilada por Leopoldo Gil DulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdo Maranhão
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E desse pedestal onde soberbo estás,Esperas com fervor, com majestoso rito,
Este teu sabiá que não vem nunca mais!.
Aryane Ribeiro Pereira92
CAnção Do ExíLIoMinha Terra tem riqueza,
Onde encantou o sabiáLá eu conheço todo lugar.
Nós não temos mais bosques, Pela poluição
Mas eu tenho fé em São José e São João.
Em cismar sozinho à noite,Pois à noite eu vou à praia
Apreciar a Beira-Mar,Pois minha Terra tem riqueza,
Onde encantou o sabiá.
Augusto de Miranda93
Português, autor dos Primeiros Cantos.
À MortE Do PoEtA BrASILEIro G. DIASAi do que a sorte assinalou no berçoInspirado cantor, rei da harmonia. S. P.
Nas horas em que a flor balança o cálix,Também o balançaste, e n’um suspiro,Tua lira, semelhante à de Belmiro,Batida num tufão ao fim deixaste…Oh! não sabes a dor, que por ti sinto!..Não conheces como a ira me devora,
Vendo as ondas do mar cobrir agora O gênio, que criaste!..
Qual meteoro no espaço tu surgiste;Como o sol tu brilhaste – sem ocaso;
De mágoas tendo sempre o peito raso,O teu saudoso canto era divino.Ó! Brasílico cisne, os teus gorjeios,
92 Aryane Ribeiro Pereira-SãoLuís–MA-Brasil-10/07/2001.Motivodaparticipação:Eugostariadeparticipardaantologiaparaserreconhecidapelapoesiaquefiz.
93 MIRANDA, Augusto, Primeiros Cantos, Coimbra, Imprensa de Coimbra, 1866, 17-20. Compilador: Weberson Fernandes Grizoste. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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No Amazonas soltaste… e o Tejo aindaCorre ouvi-los à campa – a dor infinda
Do teu triste destino…
Não foras tu poeta sobre a terra!..Não subisses ao céu em doce canto!..
Teus brandos hinos não soltasses tantoVerias como os anos se alongavam!..
Mas o gênio em ti transbordava;Rescendia na terra qual magnólia,
Tinhas um estro grande uma harpa eólia, Que os anjos te invejavam…
Do mundo junto a Deus já tu subiras,Nas asas da harmonia encantadora,
De teu gênio com a chama abrasadoraMil coroas lhe teceste de louvores…E um foco de amargura foi-te a vida,
‘Té cheio de luz subiste aos céus,Puseste a lira sob os pés a Deus
Deixando prantos… dores!..
Gênio do Brasil, que lhe escutastes,Tristes endeixas de seu puro amor,
Já que a fronte de loiros lhe adornastes,Cinge-lh’a agora de mortal palor.
Vinde dos bosques, ressurgi das selvas,Soltai um hino ao céu p’ra lá onde voou
E suspirando divagai, nas trevas,Que o cantor doce, já morreu – findou.
E quando o sol se alevantar no oriente,Quando os raios vos mandar valor,
Chorai-vos todos pelo gênio ardente,Chorai a morte do infeliz cantor;
E em vez de coros, de doirados sonhos,Que lhe inspirastes e que tanto amou,
Dai-lhe só prantos, divagai tristonhosQue o cantor doce, já morreu – findou.
Sabiá canoro, que lhe ouviste as mágoas,Vem tomar parte nesta imensa dor;
E tu Alcion, pela amplidão das águas,Lamenta a sorte do infeliz cantor.
Filhos de lusos, a saudade agoraMe abrasa o peito que também o amou;
Sentirei sempre, e vós chorai nest’ora,O cantor doce, que morreu – findou.
151
Aurineide Alencar de Freitas Oliveira94
VErSoS nA MEMÓrIATanta emoção!
Transborda meu coraçãoQuando estou a escutar. “minha terra tem palmeiras
“Onde canta o sabia”!
Aprendi desde meninaOs versos que me fascina!
Ainda tão jovemSubiu para o céu!
Deixou a sementePlantada na mente Cumpriu seu papel!
Ficando sua obraTalento de sobra
Ninguém esqueceu!
Os versos que eleAssim escreveu!
Os poemas!Alguns de amorQue para compôrCom tanta magia!Apenas eleO poeta seria!Gonçalves dias!
PAIxÕESO mestiço!
Como feitiçoSegue o destino!
Ainda meninoPelas letras
Se apaixonou!O pai!
Depressa notou,Na escola em seguida
O matriculou!
94 Aurineide Alencar de Freitas Oliveira - Catolé do Rocha – PB – Brasil – 27/08/1965. Professora do Ensino Fundamental, séries iniciais, concursada no estado de Mato Grosso do Sul, cordelista, formada em Letras na UNOESTE e Especialização em Metodologia do Ensino Superior na FIFASUL.
152
Menino crescido Bem pouco vividoSe apaixonou!
Conhece Ana Amélia!Tão linda! Tão bela!
Bem pouco durou Momento amoroso
Que inspirou!
É Olímpia da costa Que dele assim gosta.
Casa-se e pronto!
Dando-lhe alento!Apoio!
Sustento!Até um rebento!
Para alegriaDe Gonçalves Dias!
ÚLtIMo SUSPIroComo um pássaro
A voar o mundo!No último segundo
Suspirou!
As palavras! JuntouEmocionado!
Para sempre ficou O vento espalhou
Por todos os lados!
A morte!Que veio tão cedo Desfez o enredo!
Momento de angustiaAo padecer!
Sentia a dor No adoecer!
Provou o destino Que não vai mudar
E quis do meninoA vida podar!
153
O mundo escureceComo noite sem estrelas!
Gonçalves Dias?Sozinho falece
No fundo do mar!
Saindo a matéria Fica a memória
Ou ler ou declama!Resta-lhe a fama
Que ficou para sempreGuardada na historia!
orIGEnSMãe cafuza,Pai português,Unindo-se três raçasUm garoto fez!
Orgulho?Talvez!
Levando consigoO sangue contido
Que forma o Brasil!
Coincidência ou nãoFoi nesta naçãoQue ele surgiu!
Sua origem!Nunca negou!O indígenaIdealizouTornando poesia!
Formado em direitoProfessor perfeito
Também foi um dia!
Redator!Escritor!
Entre tantosSer poeta escolhia!
No seu sentimentoÀs vezes lamento!Naquele momentoSentia alegria!
154
Refletindo sua almaMostrando a calma!
Até o fim de seus “Dias”!
Aymoré de Castro Alvim95
UMA CAnção A GonçALVES DIASCanta, oh! Bardo caxiense,
Canta tuas lembranças e saudades. Canta teus amores quando daqui partiste.
Canta teu povo, teus índios, Canta as palmeiras e os sabiás.
Canta, oh! Grande trovador, Canta a tua amada que imortalizaste nos teus versos.
Canta as imagens que vislumbraste, na tua angústia,
ao te aproximares da terra natal. Canta a esperança e as alegrias do teu coração combalido
por retornares ao teu rincão. Canta a paisagem derradeira que, na tua dor,
contemplaste do Bologne antes de Netuno te conduzir ao teu destino final.
Descansa, agora, oh! bardo caxiense,
Nas águas que te abraçam, eternamente, Dos mares da tua terra, o Maranhão.
Bartyra Soares96
nEnHUMA VEz - ADEUSPoeta! Ainda uma vez e tantas outras mais,
nunca será tempo de te dizer adeus.
Não importa se o naufrágio do navioVille Bologna, perto dos Lençóis maranhenses
levou o teu corpo para o coração das águasda terra onde nasceste.
95 Aymoré de Castro Alvim - Pinheiro – MA – Brasil - 13 de maio de 1940. Aos 12 anos de idade, em São Luís – Ma.,estudounoSemináriodeSantoAntônioondeparticipou,ativamente,daAcademiaLiteráriaD.Franciscode Paula e Silva. Aí começou a escrever seus primeiros versos e suas primeiras crônicas que eram publicadas noSemanáriodasuaterranatal:“OCidadedePinheiro”.
96 Bartyra Soares - Catende – PE – Brasil - 7 de junho de 1949. Atualmente reside no Recife. Publicou 10 livros entrepoesiaecontos.Édetentorade14prêmiosliterários.Participoudedezenasdeantologias,inclusivenoexterior.PertenceàAcademiadeLetraseArtesdoNordeste-ALANE.
155
Águas que palpitam, gemem, choramao recitar teus versos de amor,
de saudade, de súplica, até hoje implorando:“Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá...”Para o Brasil, vindo do distante Portugal.
Oh! Antônio Gonçalves Dias!Homem vindo á luz no sítio Boa Vista,
no solo nordestino, maranhense.Jamais será tempo de te dizer adeus.
Tua “Canção do Exílio”,nunca te degredará da poesia
romântica brasileira, do indianismoque fez parte de tuas inspirações,jamais te desterrará de tua pátria,de teu berço: teu Maranhão!
Tua amada, Ana Amélia, copioucom o próprio sangue as estrofes
que a ela, com ardor, dedicaste:“Ainda Uma Vez - Adeus”.
Mas, tua gente, Gonçalves Dias,que na alma mestiça como foste tu,sabe que mesmo séculos após séculosjamais se apagará o teu nomeda história literária do Brasile nunca te dirá: grande poeta, adeus!
Beatrice Palma97
SoLIDãoUm homem... um dia a uma mulher se apaixonou.
mas não podiam ficar juntos.Esse mesmo homem, um dia então... ficou doente.
Uma doença de tristeza na qual a cura estava bem longe.Foi pra lá e encontrou a mulher que um dia tinha se apaixonado.
Este homem voltou de navio, mas sofreu um naufrágio... e teve que partir...
o único esquecido, doente, sozinho...
97 Beatrice Palma – Curitiba–PR–Brasil-25dejulhode2002.Tem10anos,éestudantedo6ºanodoEnsinoFundamental e foi vice-campeã do Projeto de Soletramento do Governo Municipal de Guarapuava/Pr. Adora literaturaeescrevetextospoéticos.
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Beatriz Branco da Cruz98
DIAS DE SAUDADESFoste tão cedo!
Partiste pelas águas do MaranhãoE agora o Brasil sente saudades
Daquele em cujas veias corria paixão!
Paixão por ser brasileiro,Paixão por ser de três raças,
Paixão por ser poético,Paixão por ser parte de nossa vida!
Gonçalves Dias, homem da terra das palmeiras,Onde canta o sabiá,
Homem de sabedoria,Homem que tinha muita história pra contar!
Ah, Gonçalves Dias!Por que partiste?
Hoje o sabiá canta tristeE a mulher que tu amaste
Continua a te esperar!!!
Belmiro Ferreira99
MInHA tErrAParodiando tema de “Canção do Exílio”de Gonçalves Dias
Minha terra tem Palmeiras, Corinthias, Vasco da Gama... Tem Flamengo, Madureira...
Um Maracanã de fama!
Minha terra tem primores,Como não vejo eu cá:
Tem fraudes de senadores, Salários de marajá,
Tem sequestros e horrores, Que até fugi de lá!
98 Beatriz Branco da Cruz - Teresópolis – RJ - Brasil - 25/10/1997. Poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e, há tempos, destaca-se nas produções textuais feitas dentro e fora da escola. Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa.
99 Belmiro Ferreira da Silva - Japuíba-CachoeirasdeMacacu–RJ.DiplomadopelaFaculdadedeCiênciasPolíti-caseEconômicasdoRiodeJaneiro;UniversidadedeMichigan;produtor-apresentadordeprogramasculturaisnaRádioImprensa;membrodaAssoc.dosDiplomadosdaABLDezlivrospublicados,dentreosquais:JuizouPapagaio?- Minhas Essências - Ao Sabor da Malucuras - Cidadania, uma Conquista Solidária - Fragmentos do AmorMaior-NoPaísdoValeTudo-Tempodemor.ProdutordoCDCaminhadaseautordestamúsica.
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Nosso céu se poluiu, Nossas várzeas se queimaram.
O governo bom sumiu; Só vigaristas ficaram.
Minha terra, sem valores, Já não tem mais sabiá;
Dos pardais fez seus cantores, Promovidos por jabá*.
Virou foi tudo uma zorra!Tomara que não ocorra
Que eu volte para lá.
Benvinda da Conceicao Maia de Melo Lopo Maia de Melo Lopo100
LonGA SoMBrA
António Gonçalves DiasPor ti António, Coimbra de capas negras chorou o amor na
saudade da tua dor,o fado estilhaçou no rosto, guitarras em luto chamaram o
desgosto, brisa tépida,vozes, cantares á luz das velas, guincharam cordofones, tre-mem pandeiretas,alegre estudantina universitária, vinho tinto, cerveja, tremo-ços, maçãs reinetas.Tunas musicais paródia e copos, no fundo mágoas, penumbra, paixões, destroços,bela noite, fonte dos amores, quinta das lágrimas, saudoso ilus-tre, longa sombra, perdida no banjo triste a viola, andorinhas negras dançaram, voaram asas em corte,afundou o ar agonizante, choupal de amante sem amada e tu amando até á morte.
Sangue índio, negro, branco, respiraste briza de Portugal, sonhaste história, mundo, ao longe beijaste a longa sombra, sei, tão amiga te deu muito não
duvidou querer-te,em carícias se envolveu contigo, seguiu o Inferno da glória e logo te retirou o tapete,
fascinado olhar profundo, catástrofe do romance, disparou o coração, aroma no peito.
100 Maia de Melo Lopo - Benvinda da Conceicao Maia de Melo Lopo - Lisboa – Portugal - 25 de Janeiro de 1954. ArtistaPlásticaeestárepresentadaemMuseusNacionaiseInternacionais,Comopoetisapublicoupoemasem Coletâneas no Brasil e ainda em Chile em Mil poemas a Pablo Neruda de Alfred Asís. Condecorada pela FALASP-S.PauloeAcademiadeCienciasdeLisboa.AutoraemPortalCEN.PoetisadoMovimentoInternacio-nal Poetas del Mundo. Embaixadora Universal da Paz-Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix-France & Genève Suisse. E-mail: [email protected]
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Penso em ti a perguntares ao céu, porque parou teu leve sono na imensidão da noite, afinal na insónia todas ilusões perdidas, aventuras de prazeres, só na solidão do leito,devoram-nos os fingidores do amor, envergonhado fingiste ser amado e aí sofreste,sem esqueceres onde nasceste, a paixão alucinada e mortal, sem dó te deu um
açoite.
Adormeceste no pulmão Brasil, Caxias, amores-perfeitos roubaram-te o sonho,
deserto é cor, encanto das trevas, viste o dragão cair na sombra dos teus passos,
a sombra perdida no dilúvio do teu olhar, tremeu a alma da aurora em cansaços,
tudo foi tormenta e medonho, ouviste guizos do mar, febre do amor quiseste amar.
Ai, a tempestade ferida balançou de pranto, raivosa uivou tão feroz como um cão,
raio de luar, lâmpada frouxa de luz, sombrio óleo divino, suaves pétalas das estrelas,
doçura celeste, a montanha em desvelos vestiu a ladra sombra e ao sentir-se só,
tratou os espinhos, fez mimos, cercou em ternos carinhos o teu infeliz coração.
Derradeira sombra, oh, despedaçou o ferro do teu peito, grade na prisão da alma,
soluçaste um choro desfeito, lágrimas pálidas e amargas descansaram na face,
a liberdade marchou flamejante, doente viajou o chacal, sangue no aço da agonia,
ceifou os matagais de cristal com lanças soltas ao vento, vida, manto da noite fria.
Tumba de vidro, silêncio esbranquiçado em convulsões, lei nua, poema enlace,
o génio do medo sonhou, ouviu monstro numa risada gelada, calma voz cortasse,
fitou olhos exaustos em brasa, Senhor, voou a sombra escura em plumas de chuva,
eco ao longe, murmurou o reino do corpo, fezes em aspirais, frémito vómito soluça.
Sombra no cemitério do mar criminoso, vê partir oração do fim, última lembrança,trémula voz sorriu aos pais, doce harpa flutua no céu, grito de bronze, feliz triunfo,
anjos répteis, na jaula te abraçaram, beijaram o hino dos lábios na concha da loucura,beijos bebem fogo penetrante, o lodo casou bocas de peixes, sofrem rosas do Universo.
Maranhão terra distante, disperso, ânimo, suspiros, solidão, línguas de água, abandono, Amor sombra foi catedral, caixão secreto da morte, naufragou no trono teu último sono,
Gonçalves Dias, o navio abrigou tragédia mortal, no íntimo cintilou o adeus do horror,grinaldas de espuma lutaram em ondas de prata,
num tesouro o sacrário guardou o amor.
159
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães101
MortE DE GonçALVES DIAS102
Canto elegíacoI
Que fado o teu, Gonçalves!... que desdita!... Ai! quantas agonias
Vieram conturbar-te a mente aflita Nos derradeiros dias,
Quando no meio das tormentas bravas O teu formoso espírito exalavas!...
Qual alcion dormindo sobre o ninho Das vagas balouçado,
Às vagas entregaste - tão sozinho O teu corpo alquebrado, E vinhas ver, atravessando os mares,
Pela última vez teus pátrios lares.
Cruel doença as fontes te secava Da débil existência,
E já quase do vaso se entornava Essa imortal essência,
O sopro, que dos lábios de Deus sai, E que, quando lhe apraz, a si retrai.
Ah! que saudade, que palpite ansioso No peito lhe ofegava, Quando pelo horizonte nebuloso As praias lobrigava Da doce pátria, e os coqueirais viçosos, Que de longe acenavam-lhe saudosos.
Já da vida, que esvai-se, o extremo alento No peito lhe lateja;
Mas à luz da esperança ainda um momento Sua alma se espaneja,
Que já lhe trazem virações fagueiras Os aromas da terra das palmeiras.
Ei-la! - do ocaso lá na linha extrema, A pátria; ei-la acolá!...
E os palmares, por onde vaga a ema
101 Bernardo Guimarães – Bernardo Joaquim da Silva Guimarães - Ouro Preto – MG – Brasil - 15 de Agosto de 1825 e faleceu em 10 de Março de 1884. Foi romancista e poeta brasileiro. Sua obra prima é A escrava Isaura (1875).
102Guimarães,19--.NestepoemaGuimarãescriticaaAssembleiaConstituintequeserecusouaprestigiarumahomenagem ao poeta Gonçalves Dias. O poema foi escrito em 1869. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
160
E canta o sabiá! Ei-la, a formosa terra dos amores,
Ninho viçoso de verdura e flores.
Ah! não permita o céu que ele sucumba Sem ver a pátria amada!
Possa ele vê-la, embora encontre a tumba Por seus pés cavada;
Ver a pátria, e morrer beijando a terra, Que os ossos de seus pais no seio encerra,
Ai! uma hora, ó Deus! uma só hora Deixa-o ainda viver;
Deixa-o na doce pátria, por quem chora, Entre os seus ir morrer,
Não pereça tão junto aos lares seus, Sem poder lhes dizer o extremo adeus!
IIMas da borrasca as núncias temerosas, Densas nuvens, se estendem pelos céus,
E o mar levanta em vagas alterosas Medonhos escarcéus.
Das ondas e dos ventos embatido, Qual bravio corcel,
Que as rédeas arrebenta de insofrido, O trépido batel,
Ora do firmamento segue o rumo, Ora aos abismos quase desce a prumo.
Por entre os estertores da borrasca O navio aos boléus estala e range;
O medonho tufão, que os mastros lasca, Os mais valentes coraçoes confrange. Bem perto em fúria o mar ali rebenta Entre as pontas de horríficos abrolhos,
E da morte a figura macilenta Do nauta surge aos olhos.
Mas Gonçalves não ouve a orquestra irada, Em que convulsa a natureza arqueja;
Já sobre sua fronte laureada Da morte o sopro adeja.
A doença, e o oceano turbulento A nobre, infeliz vítima disputam,
E, para lhe arrancar o extremo alento, Como à porfia lutam.
161
E enquanto fora o furacão restruge E quebra ao lenho o mastro escalavrado,
Enquanto em torno o mar referve e ruge, Mostrando ao nauta o abismo escancarado,
No estreito camarim Dentro e fora de si o bardo sente, Que o destino inclemente
Dos dias seus está marcando o fim; E entre as cenas horríveis, que o compungem,
Sozinho, abandonado, o ilustre vate De duas mortes, que de perto o pungem,
Sofre o tremendo embate.
Contra o furor insano da tormenta Labuta em vão o soçobrado esquife, Já nos parcéis esbarra, e enfim rebenta Nas pontas do recife; E navio e poeta o abismo torvo
Num só momento os engoliu d’um sorvo.
Entre os roncos medonhos da procela, Liberta já da mórbida prisão,
Voou ao céu aquela alma tão bela Nas asas do tufão.
Da tempestade o brado pavoroso Foi seu hino de morte; O oceano o sepulcro glorioso, Que deparou-lhe a sorte.
Sobre ele estende o pego tormentoso Mortalha d’alva espuma; E assim do vate o fado lastimoso Na terra se consuma.
E a vaga, que o tragou no bojo horrendo, Estourando nas broncas penedias,
Veio na praia murmurar gemendo: - Morreu Gonçalves Dias! –
IIIE tão perto, - na extrema do horizonte -
A pátria lhe sorria; E para lhe adornar a ínclita fronte
Novos lauréis tecia.
Ela ansiosa e sôfrega, esperava, E às vagas do oceano perguntava Por seu filho querido;
162
E no meio do horríssono bramido Das ondas irritadas,
Aos uivos das rajadas Estas sentidas vozes exalava:
“- Onde te foste, filho muito amado?... Ah! por que deixas o teu pátrio ninho,
E a longes terras vais afadigado, Tão fraco, tão sozinho,
Longe dos lares teus buscar descanso Que só podes achar no seu remanso?
Saudoso sabiá destas florestas, Que nas sombras tranqüilas te aninhavas,
E nas ardentes sestas Com teus lindos gorjeios me embalavas,
Saudoso sabiá, por que fugiste? Por que voaste além?
Por que deixaste tão sozinha e triste, Quem tanto te quer bem?
Por que deixaste, filho aventureiro, De tua mãe o tépido regaço,
Para entregar ao pego traiçoeiro O teu porvir escasso,
Trocando a paz serena de teus lares Pelo baloiço perenal dos mares?
Temerário alcion, que destas plagas Mudaste o ninho em hora de bonança,
Por que confias às traidoras vagas Tua última esperança?
Vem, que te aguardo aqui saudosa, inquieta, Corre, corre a meu seio;
Vem, não mais te demores, meu poeta, Que mata-me o receio,
Cruel receio de não ver-te mais, Nem mais ouvir teus cantos imortais.
Vem pendurar à sombra da palmeira Inda uma vez a tua errante maca; E enquanto d’alva praia pela beira
Ferve e ronca a ressaca, Enquanto a brisa tépida farfalha
No tope dos coqueiros, E pelos ares mansamente espalha
Aromas lisonjeiros, Canta ainda uma vez essas cantigas,
Que fazem recordar eras antigas.
163
Suave alívio ao teu padecimento Só podes encontrar no seio meu;
Ao teu peito alquebrado dar alento Quem pode senão eu?
Ainda aqui meneiam as palmeiras Seus trêmulos cocares;
E as viçosas, floridas laranjeiras Suave aroma espalham pelos ares;
A luz destes formosos horizontes, O eco destas fontes
Ainda te farão cismar de amores, E da lira extrair aqueles hinos
Doces, enlevadores, Quais só sabem cantar coros divinos. Destes vergéis entre as virentes comas, Onde perene a primavera brilha Alentarei teu peito com aromas
De jambo e de baunilha, E para acalentar teus sofrimentos
Saudoso sabiá, A tardinha com lânguidos acentos
Teu sono embalará.
Mas ah! se não me é dado ver-te mais, Nem mais ouvir teu canto; Se mais não podes escutar meus ais, Nem enxugar meu pranto, Ah! se já sobre a terra está marcado O termo de teu giro, Vem ao menos soltar, ó filho amado, No seio meu teu último suspiro”.
IVEle entreouvia estas doridas vozes No meio das borrascas,
Nalma e corpo a sofrer dores atrozes Da agonia nas vascas.
E ao rebentar de vagalhão medonho, Aos solavancos doidos da procela,
Entre escarcéus de espuma, Como em miragem de afrontoso sonho
Da pátria lhe sorria a imagem bela Envolta em negra bruma.
Ele a escutava, nesse transe extremo, A mãe, que em ais rompendo o seio terno Mal pode soluçar o adeus supremo Ao filho que se vai a exílio eterno.
164
E o bardo ilustre... ó Deus! que fatal sorte! Que sina desastrada!
Dentro de si e fora via a morte Erguer-se para ele duplicada;
Uma o mirrado coração gelava, A outra a fronte augusta lhe esmagava.
Estrela errante no seu triste giro No oceano apagou-se entre as borrascas;
Ninguém lhe ouviu o último suspiro Da agonia nas vascas.
Nenhum jazigo os restos seus consome Na terra dos seus pais;
Do grande vate só nos resta o nome, E os cantos imortais.
Doou-lhe o céu inspiração divina, Engenho alto e pulquérrimo;
Mas ah! fadara-o sua triste sina Dos entes o - misérrimo –
VNem uma cruz à beira do caminho, Nem uma cova em pobre cemitério,
Lhe permitiu o fado seu mesquinho Por esse vasto império,
Cujas glórias cantou na lira d’ouro, E a quem legou de glórias um tesouro.
A pátria pede um monumento ao vate Que tanto a distinguiu,
E seus brados no peito dão rebate Do povo que os ouviu;
Uma pedra sequer, que diga à história, Que diga aos estrangeiros:
“- Este padrão erguemos à memória Do primeiro dos vates brasileiros.
Mas aqui seu cadáver não repousa Está vazia esta singela lousa.
O céu e o oceano, Imagens do infinito, reclamaram
E para si guardaram Os despojos do vate americano.
Do firmamento aos páramos formosos Um nos roubou sua alma para Deus,
Outro lá nos abismos temerosos Esconde os restos seus.
165
Mas se a terra seus ossos não consome Teve em partilha a glória de seu nome.”
Mas ó vergonha! ó crime! Glória, gênio, infortúnio, nada vale
Ao poeta sublime!
Pede o pejo, e o decoro que se cale Tão feia ingratidão.
Mas ah! não posso, não; que a meu despeito Nos lábios ferve a voz do coração,
E rompe-me do peito, Como um eco de horror descompassado,
Da indignação o brado.
Esses, que às pátrias glórias refratários De um nobre povo crêm-se mandatários, Negam uma homenagem A quem já vive na posteridade,
A quem tem por pregão a eternidade, E o mundo por mensagem.
Ah! registre o Brasil em seus anais Mais este exemplo novo!
Falsos depositários desleais Da vontade do povo
Nestes nefastos, miserandos dias, Um simples preito ao gênio recusaram, Ao monumento de Gonçalves Dias Uma pedra negaram.
Beto Acioli103
oUtroS DIASSalve Gonçalves Dias!
Meus dias não são os mesmosque tu viveste outrora
Muitas palmeiras secaramE os sabiás foram embora
As aves que gorjeavamMuitas nem existem mais
Nosso céu está mais cinzentoNem sombras dos sabiás
103 Beto Acioli-Olinda–PE–Brasil-18/09/1965.Poeta,blogueiroeartistaplásticoautodidata,residenteemRecife/PE,participadealgumasAntologiaspeloGrupoEditorialBecodosPoetas(ÀDeriva,Doiscoraçõeseumssóbatida,Nosmeustemposdecriançaeraassim...,PordetrásdacortinaeFolhasemBranco)eEditoraLiteracidade (Versos Enamorados e Cidades - vol 9). http://betoacioli.blogspot.com.br/
166
Finaram-se as verdes várzeasBosques desapareceram
Por falta de amor, o homemdestruiu as verdes matas
Tangeu os sabiás pra longe
Permita o Senhor que eu morraAntes de tudo acabar
E ainda ouça o canto raroDos saudosos sabiás
Bianca Braga de Carvalho - Lady Viana 104
CAnção Do ExíMIo [PAíS]I
Minha terra tem palmeiras, mas onde Canta o Sabiá?
As aves, que lá gorjeiam, Não as escuto gorjear!
IINosso céu sem mais estrelas, Nossas várzeas sem mais flores,
Nossos bosques temem a vida, Nessa vida sem amores.
IIIEm lamentar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras, mas onde canta o Sabiá?
IVMinha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá; Em lamentar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras,
mas onde canta o Sabiá?
104 Bianca Braga de Carvalho - Lady Viana - São Paulo – SP – Brasil - 30 de março de 1996, a escritora de 16 anos éloucaporlivrossobrenaturais,paranormais,fantásticosepoesias.Grandeconhecedoradaáreadedesign,ela mesma cria as capas de seus livros e ilustrações. Além de escrever, o que faz desde os 12 anos, tem como hobby fotografar.
167
VNão permita Deus q’eu morra,
Sem q’eu volte para lá;Para visitar Alcântara,
Passagem Franca,Jatobá.
VI Sem que desfrute os primores
As frutas doces,O guaraná.
Coisas essas de louvorQue não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste uma vez,Dona Amélia, o Sabiá.
CArtA À QUErIDA oLíVIAI
Olívia, queridaQueria dizer que ao desposar-te
O meu coração doente,No momento não presente,
Outrora havia sido feito em partes.
IIPerdoa-me pela carta em teus dedos,Pelas flores,Pelo metro de belarte,Presentes para esconder tuas dores,Por nunca ter sido amada de verdade.
IIIMinha querida Olívia,Perdoa-me por não estar em teus braços,Mas tropecei em teus passos
E não pude me levantar.
IVFinalmente, Olívia, entenderei perfeitamente se
Rasgares esse maldito papel em maçoQuero mais que siga com tua vida
Sem enfados, sem percalçosE que um dia tires da memória
Tudo que houve de ruimQuero que esqueças, OlíviaQue um dia esqueças de mim.
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Bianca Melo105
GonçALVES DIASHomem dos nossos diasCom pureza e amor
Que encanta a naturezaOnde beija o beija-flor
No cantar dos pássarosNo raiar da esperança
Vem contar em seus contosQue o sabiá cantou
Gonçalves Dias poetaValente, carente e contente
Que incendeia seus versosCom contos estrelados
Que busca no rosto cansadoA alegria dos enamorados
Gonçalves Dias nasceu em CaxiasNa sua terra querida
Se formou na universidadePara mostrar sua qualidade
Com amor no coraçãoOnde busca a paixão
Na terra onde tem palmeirasVem dizendo bela natureza
Com alegria e purezaEscreveu poesia
Falando da beleza do MaranhãoCom orgulho no coração.
Bruno Fossari de Souza106
CAnção Do ExíLIoQuando fui a Portugal,
muitas belezas lá encontrei,
mas as que temos no Brasil,
lá não encontrei. No entanto,
sempre me lembrarei do que lá vi,
105 Bianca Melo - São Luís – MA - Brasil –04/06/2002.MotivodaParticipação:Emmostrarminhapoesiaatodos,além de homenagear o nosso Poeta.
106 Bruno Fossari de Souza - Porto Alegre – RS – Brasil - 29 de novembro de 1997. Estudante do Ensino Funda-mentaldoColégioConhecer,PortoAlegre/RS.IntegrantedoProjeto“ImagenseTextosconstruindoHistóriaseVersos”:“BannersPoéticos”,2012.Curtemúsicaejogoseletrônicos.E-mail:[email protected]
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pois guardo comigo,também, as lembranças
de meus pais.Lá ou cá,
doces recordações!
C. AMELIA
Á MEMorIA DE AntonIo GonçALVES DIAS107
Morreo! Não existeO bardo, o tocante
Poeta giganteDo nosso Brasil, -
Aquelle que a pátriaDo CEO aos altaresNos longos cantaresLevou tãso febril.
Vagando distante,No lar estrangeiro,
Soltava fagueiroSeu doce trinar,
Sonhava, feridoDos males da vida,
A terra queridaQue o vio embalar.
Transido de dores,De taes soffrimentos, Nos dias cruentos,Do exílio cantava;E tal como a rola, Carpindo o esposo, O pátrio repousoTristonho chorava.
Agora pungente,Lamenta oh! Brasil
O astro gentilQue viste sofrer...
Por entre agoniasNo mar... esquecido,
Cahindo exhauridoSó pode morrer!
Ceará – 16 de Novembro de 1864
C. Amela. (Pedro II)
107 Jornal O Paiz,1864,PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
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Caio Henrique Solla108
SEU CAnto FICArÁÉs o poeta primeiro
A cantar divinamenteVerso puro e brasileiro
Aclamando nossa gente.
Teu suspiro derradeiroNão impede de ir em frente
Teu sublime cancioneiroNosso imortal presente.
Já cantou o sabiáE que saudade nos dá
Do nosso Gonçalves Dias!
Todos vamos para láMas o canto ficará
Para além do fim dos dias.
Cairo José Gama Bezerra109
EtErnoS DIASContava das belezas
do índio, da natureza regionaldetalhando para o mundo
a beleza nacional.
Saudade e amor à sua terraestava em seus poemas
Saudades do povo brasileiroAmor tudo daqui, era seu maior tema.
Gonçalves Dias,Maranhense sim senhor!
Muito mais que um poetaum servo da natureza e do amor.
108 Caio Henrique Solla - Sorocaba – SP – Brasil - 7 de maio de 1993. Está no 4° semestre do curso de Letras: Por-tuguês e Inglês da Universidade de Sorocaba (UNISO). Ganhou seu primeiro concurso de contos em novembro de2011.Participouem2012daantologiaArabescosdomovimentoVirArteeganhoutambémoprimeirolugar e mais uma menção honrosa no I Concurso de Contos Machado de Assis, realizado pelo grupo Coesão Poética,deSorocaba.
109 Cairo José Gama Bezerra – Balsas – MA – Brasil. URE – Balsas - Centro de Ensino Médio Dom Daniel Comboni. Professora: Marcia Meurer Sandri
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Camila Nascimento110
o PoEtA DE SonHoSConheci um cara, li um cara
Que não era a minha cara, Mas da sua terra, a das palmeiras! Suas dores, seus amores de mulheres
Ceci, Lucíola e Senhora, não sei do quê.Conheci sua vida, sua praça, seus índios,
A Iracema dos lábios de mel.Da América, ameríndia, sol e lua
Das terras de onde eu vimDo português, da tribo e do pajé
Da lenda nasceu, viveu e morreuE Moacir, o filho seu, também é meuÉ teu, é nosso, porque fruto da terraTerra que o poeta sabia
O Maranhão, o Ceará, o Brasil... Seria terra de todos ou terra de ninguém?
Carla Isabel Baldez111
orGULHo DE SEr MArAnHEnSEVivo um presente cenário de ilustres momentos Dos sons das maquinas às psicodélicas cores mas é do passado que vem os ecos que tangem minh’Alma e me levam ao mais profundo êxtase Trago em meu ser, na minha memória, contos e obras deixadas Busco lá na história de nossos antepassados uma grande prova do saber deste povo Neste nascer do sol conheci mais um pouco sobre o que sou, como amar esta terra acompanhada na sintonia dos pássaros baseada na história de um formoso conterrâneo,“Gonçalves Dias”
sua origem e sua simples história, construída de derrotas e conquistas destacadas pelo seu talento alienígena.
Um grande incentivo para nossa nação brotando de uma fonte inesgotável de todo conhecimento. E neste vento frio que me abraça, aqui estou
rodeada de livros, dobrando as páginas da vida, e conhecendo de cada linha a essência das palavras
110 Camila Maria Silva Nascimento. Milagres-CE. É doutoranda em Ciência da Literatura. É Professora do Curso de Letras da universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Publicou Dilercy Adler: a tecelã de Eros nos trópicos maranhenses em 2011.
111 Carla Isabel Baldez- São Bento –MA – Brasil- 17 de junho de 1997. Estudante do Centro de Ensino Médio e Profissionalizante“NewtonBelloFilho” CEMP.Membro fundadoradaAcademiadaCulturalda JuventudeSambentuense“ACJS”.Participantedoprojeto“AHORADASLETRAS”,tendotextoselecionadoparalaçamentode um livro promovido pelo Viva-Cidadão Unidade São Bento-MA.
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Hoje é o Maranhão que guarda a tua história, eterno Literário, que se foi e nos deixou um exemplo eterno
Nos passos de nossos habitantes, no riso de uma criança, no olhar de orgulho, na nossa Cultura e em nossa Literatura, deixamos gotas de agradecimentos,
tornastes o nosso Maranhão um espaço rico, onde plantamos esperanças e colhemos histórias fabulosas
assim como esta.
Carla Ludimila Oliveira Araujo112
o MEU rIo PoLUíDoO meu rio poluído agora, ta muitoMais se parássemos de poluir,Não poluía nunca mais.As árvores tão caindo,
Se esbarrando pelo chão, se cuidarmos delaTeremos boa alimentação.
Minha vida é poluída,O chão é muito mais,
Como vou fazer pra cuidar dos animais.
Carla Ribeiro113
VILLE DE BoULoGnEQuando todos se salvaram, menos tu
Por não ter forças já o corpo agonizanteE porque as almas em volta do abismo
Não pensavam senão na própria salvação…Quando as ondas rasgaram a veste do navio
Em que a doença já te consumiaE o próprio tempo esquecia,
Poeta, a agoniaDa tua presença no meio dos homens.
Do tempo em que o presente te esqueceuFica o fantasma
Da tragédia pairando sobre as águasMas fica, para o futuro das memórias,A obra e o nome e as musas do teu mundo
Para narrar aos deuses a tua vida.
112 Carla Ludimila Oliveira Araujo–SãoLuís–MA–Brasil-30/08/2011;EugostomuitodaspoesiasdeGonçalvesDias. E adoro poesias e gostaria de lançar a minha.
113 Carla Ribeiro - S.MartinhodeMouros–Portugal-20deJulhode1986.LicenciadaemMedicinaVeterináriaColaboradora ocasional em algumas antologias e outras publicações literárias, e com alguns livros publicados emgénerostãodiferentescomoapoesiaeoromancefantástico,sendoosmaisrecentesPela Sombra Morre-rão (Antagonista Editora) e Senhores da Noite (Fronteira do Caos). Email: [email protected]
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AMéLIAE renunciarás à musa
Mesmo que o coração te sangre em amor e versosE a memória da mulher nunca desfaleça
Nos confins do coração.
Guardarás o seu nome na memóriaE escolherás a honra sobre a ousadia
De negar as horas do mundo,Pois a sina é, também ela, mulher
E os olhos dos homens olham, em desgraça,As sombras da divergência
Em cada raça.
Amarás sempre, mas em eterno silêncio, Ciente, talvez, de que outros desafiaramA lei que não contestaste,Mas guardarás o adeus da dama amada
E seguirás no teu próprio romanceDe sonhos e de sombras
E de mar, enfim,No fim…
rEEnContro CoM A MUSAVoltar a ver-te e à dor nunca esquecidaQue gravarás também com sangue teu…Eis, alma de poeta consumidaComo a mulher que o coração perdeu.
Lamento do que não aconteceu,Disposta a musa, dura a despedida,Paira sobre ambos dor que não morreu,Que, olhando, se desperta em nova ferida.
Eis-te, mulher, a sangue transcrevendoVersos de um coração que vai morrendo
Na dor de um perene arrependimento.
E eis-te, poeta, ante o olhar perdidoDe um passado que não foi consentido.
Adeus, oh, outra vez, mais um momento!
rEtrAto DE GonçALVESFalas de raças, de terras, de amor,
Da pátria de um romance universalE amas, a cada verso, a cada malDe amar num coração cheio de dor.
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Louvas as glórias de um país maiorE a graça do coração magistral
Que assombra as ânsias da escolha finalE que te veste de honra sem temor.
Falas de Amélia, apaixonante musa,Na sombra da tua própria recusaDe lealdade imensa, abençoada.
De ti, cabe falar à eternidadePara recordar a suave majestade
Da obra eternamente recordada…
LEALEles te recusavam. Bem sabias
Que era romper com vida e liberdadeSeguir, por todo o resto de teus dias,A paixão que te apelava à vontade.
Escolherias de amor a imensidade,Mas a vozes maiores afrontarias.
Deste-te, pois, ao ventre da amizadePara lamentar, no adeus, que te perdias.
Da musa admiravas graça e beleza,Suaves traços de etérea juventudeNo núcleo do coração preservados.
Mas falava mais alto que a tristezaA honra, sempre máxima virtude,
E os sonhos de amor seriam negados…
Carlos Arturo Llanos Solis114
HOMENAJE A GONÇALVES DIASTe toco vivir fuera de tu patria,
y sufrir la nostalgiade estar lejos de ella.Pero en tu pecho amante
el calor de la madre tierra,latía anhelante en la espera.
114 Carlos Arturo Llanos Solis - Río Hablador, en Lima - Perú - 21 de Marzo de 1949. Mi niñez y juventud transcur-rióaorillasdelOcéanoPacifico,enelhermosobalneariodeBarranco,unhermosoDistritoalSurdeLima.Alafechatengopublicadoslossiguientelibros:“Un Poema de Amor” (1995) - “Anhelo, Amor y Pasión”(1998)y“Un Poema Para el Mundo” (2011).Yyameencuentrotrabajandoenminuevolibrotitulado:“Mi Vida En Un Poema”.
175
Con el tiempo, volviste a la patriay al Brasil le diste tu credo:
poesía, literatura y amor por la crianza.
Romántico poeta fuistey a Amelia le diste tu amor,pero por ser plebeyo, pecado,
matrimonio no pudiste dar.
Con el corazón destrozado quedaste,y a Amelia tuviste que olvidar.
Pero el tiempo que todo lo cura,a Olimpia, trajo a tu vivir.
y con ella formaste tu hogarculminando tu sueño de varón,y así junto a ella compartiste tu hogar, y el lecho matrimonial.
Con el tiempo el destino certero,de tu tierra te hubo de alejar.
Por males que minaban tu ente, tu Brasil, tuviste que dejar.
Tu mal, ya no tenia cura,y tu corazón sufría aun mas,por estar lejos de la tierray en el “Velle de Boulogne” te hiciste a la mar.
Cuando puerto se avistaba a tu sino,nuevamente el destino fatal:te llevo de esta vida en tu lecho,y en tu mar del Brasil,rendiste tu final.
Carlos Bancayán Llontop115
nACIStE VEStIDo DE VErDE“No permita Dios que muera
Sin que vuelva para allá,Sin que disfrute los primores
Que no encuentro por acá,Sin que aviste las palmeras
Donde canta el Sabiá”.
115 Carlos Bancayán Llontop – Chiclayo - PERú.Tieneseislibrospubliados,entrepoesía,ensayoynarrativa.Prac-ticatambiénelperiodismoculturaleintegradiferentesinstitucionesliterarias,peruanaseinternacionales.
176
Antonio, naciste vestido de verde,del verde follaje de tus selvas,
donde levantan tus indios timbirassus limpias miradas cuando pasas
regando con la savia de tu sangretu cálido follaje, tu fronda caudalosa…
Naciste señalado para ser un poetaamador de tu raza, de tu ancestromaterno, puro por ser de arcilla,
de jaguares y pájaros.
Cuando joven amastecon el amor de niño
que por siempre quedaste.Ana Amelia fue musa
de tus primeros versos,de tus primeros viajes
en el velero de Eros, de flores y plumajes;
pero el monstruo paternode prejuicios oscuros
desoyó la ternurade tus años tan mozos;
retornando a tu Ríode Janeiro, por tanto,colmaste con Olimpia
anhelos amorosos.
San Luis de Marangao,al pedir de gobierno
te vio indagar problemade educación, la base
de humano desarrollo,y también a Europa
enviáronte, sapiente,con el mismo propósito.
Pero quiso tu sino, y el detu pueblo hermosoque a tu regreso fueras
invitado a explorarel norte de Brasil,cálido y fragoroso.
177
Allí te reencontrastecon tu savia materna,
allí te saturastede palmeras y fronda,
de coloridos pájaros,de paisajes nocturnospreñados de rumores
antiguos, venerables,morados, insondables…
¿Fue tu selva luctuosadonde te laceraste?
¿Fue la entraña nativa,la que te dio la vida,
la que te inocularatambién hacia la muerte?
AntonIo, MUErtE Y VIDAAntonio, muerte y vida
(tú, poeta, lo sabes)son líneas paralelas
hacia el mar infinitode garúas y pléyades,
de luceros y vientos…
Si por amar tu sangreee árbol, de magnolia,de palmera amapola,de reptil emplumadofue que también moriste,sacrificio sagradosería el de tu muerte.Cristalino tu féretro,naufragó tu envolturaterrenal, pero quedantus Cantos, Meditaciones,
de Sextillas sus Ojosy un diccionario vivo
de tus indios tupíes,de tus manes timbiras;
así, tu ser alado, como los colibríes,permanece en tu pueblo,
en jaguar y en rocío,pues naciste de verde
y moriste de río.
178
Carlos Cintra116
AoS DIAS DE GonçALVESTeus dias brancos, a cor suave,
Da leve pena com que escrevias...Poemas, e poesias;
Nos teus dias Gonçalves... E são tão feitos de alma,
Que a leve pena na palmaEspalmada em tua mão
Deu ao mundo sua versãoNos versos escrevestes...
Nos dias brancos...Nos brancos dias...
Dias de GonçalvesGonçalves eternos Dias...
Carlos Drummond de Andrade – 1945 117
noVA CAnção Do ExíLIo118
Um sabiá napalmeira, longe.
Estas aves cantamum outro canto.
O céu cintilasobre flores úmidas.
Vozes na mata,e o maior amor.
Só, na noite,seria feliz:um sabiá,
na palmeira, longe.
116 Carlos Cintra -RecifePE–Brasil-02/10/1967.AtualmentemoraemPetrolinaPE;Participardestaantologiaémarcar com a poesia uma grande homenagem a Gonçalves Dias.
117 Carlos Drummond de Andrade - Itabira do Mato Dentro – Minas Gerais – Brasil - 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio
AnchietadeNovaFriburgoRJ,deondefoiexpulsopor“insubordinaçãomental”.DenovoemBeloHorizonte,começouacarreiradeescritorcomocolaboradordoDiáriodeMinas,queaglutinavaosadeptos locaisdoincipiente movimento modernista mineiro. http://www.releituras.com/drummond_bio.asp
118 http://www.moinhoamarelo.com/2011/07/serie-cancoes-do-exilio-carlos-drummond.html; Poesia compila-daporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;Universidade Estadual do Maranhão
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Onde tudo é beloe fantástico,
só, na noite,seria feliz.
(Um sabiá,na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida evoltar
para onde tudo é beloe fantástico:
a palmeira, o sabiá,o longe.
EUroPA, FrAnçA E BAHIAMeus olhos brasileiros sonhando exotismos. Paris. A torre Eiffel alastrada de antenas como um
caranguejo. Os cais bolorentos de livros judeus
e a água suja do Sena escorrendo sabedoria.
O pulo da Mancha num segundo. Meus olhos espiam olhos ingleses vigilantes nas docas.
Tarifas bancos fábricas trustes craques. Milhões de dorsos agachados em colônias longínquas formam um tapete para sua Graciosa Magestade Britânica pisar. E a lua de Londres como um remorso. Submarinos inúteis retalham mares vencidos. O navio alemão cauteloso exporta dolicocéfalos arruinados. Hamburgo, umbigo do mundo. Homens de cabeça rachada cismam em rachar a cabeça dos outros dentro de alguns anos.
A Itália explora conscienciosamente vulcões apagados, vulcões que nunca estiveram acesos
a não ser na cabeça de Mussolini. E a Suiça cândida se oferece
numa coleção de postais de altitudes altíssimas.
Meus olhos brasileiros se enjoam da Europa.
Não há mais Turquia O impossível dos serralhos esfacela erotismos prestes a deslanchar. Mas a Rússia tem as cores da vida. A Rússia é vermelha e branca. Sujeitos com um brilho esquisito nos olhos criam o filme bolchevista
180
e no túmulo de Lenin em Moscou parece que um coração enorme está batendo, batendo
mas não bate igual ao da gente...
Chega! Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a “Canção do Exílio”. Como era mesmo a “Canção do Exílio”?
Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!
Carlos Eduardo Pinto Leitão119
UM GrAnDE PoEtAGonçalves Dias um grande escritor.
Homem de muitas riquezas nos deixou.Poeta que desperta saudades dos versos de amor.
No mundo sempre escrevia suas emoções.Suas emoções ele expressava.
Homem de muitas viagens.Em cada verso o amanhã sorria!
Carlos Eugênio Costa da Silva120
UM CAnto A GonçALVES DIASNa cidade de Caxias,
situada no Maranhãonasceu quem seria então
um ícone do Indianismo.Semeava o civismo
através de suas poesiase a nossa literatura
cresceu com a arte e culturade Antônio Gonçalves Dias.
119 Carlos Eduardo Pinto Leitão – São Luís – MA – Brasil - 21/02/2002-MotivodaParticipação:Homenagearumhomemquehojeestasendoreconhecidoatravésdesuaspoesiaségratificante.Cursando:5ºAnoTurma:C–ProfªShirleMaklene.
120 Carlos Eugênio Costa da Silva - Vacaria – RS – Brasil - 11 de dezembro de 1968. Graduado em Letras pela Uni-versidadeCatólicadePelotas.LecionaLiteraturaemCursosPré-VestibularemPelotaseCanguçu.Noanode2010recebeuoTítulode“CidadãoPelotense”outorgadopelaCâmaradeVereadoresporsuadivulgaçãodoMunicípioatravésdaartepoética.CampeãoGaúchoemPoesiaInédita2003possuiquatrolivrospublicadosemais de duzentas premiações em concursos literários.
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Consolidou o Romantismocom sua lírica inspirada,
e em Portugal fez estadaa fim de cursar Direito,
saudade apertando o peitonão ofuscou o seu brilhoe a nostalgia e tristeza
foram temas pra belezade sua “Canção do Exílio”.
De sua lavra fazem partea obra “Primeiros Cantos”,
e outros escritos tantosda Primeira Geração,
“Sextilhas de Frei Antão”de medievalismo fortetambém “I-Juca Pirama”aonde o índio clama:
...ouvi meu canto de morte. Valorizou em seus versos
o patriotismo pujanteque era tema constante
de sua pena, sem igual.Criou o herói nacional
cheio de honra e valentia.Cantou tristeza e saudade,frustrações, felicidade,amor e melancolia.
Haverá de ser eternasua obra, sua memóriaque orgulha a nossa históriaatravés das gerações.Felizes são as naçõesque às letras dão valore assim, por sua essência
constroem com inteligênciaum futuro promissor.
Carlos Gomes
São LUíS Do MArAnHãoMinha cidade querida
Oh meu amado torrãoDos sobradões de azulejosA fonte do Ribeirão...Teus mares são tão férteisA beleza predomina
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No interior do sertãoO babaçu que domina
Oh sabiá de gorjeios harmoniaisTeu canto é mais bonito
Nas folhas dos palmeirais...O poeta Gonçalves Dias
Em poesias narrouEssas terras bonançosas
Que tanto admirouAqui encerro esses versosQue guardo no coração
Também nasci nesta terraSão Luís do Maranhão
Carlos Lúcio Gontijo121
Gonçalves DiasO sabiá esvoaçante onde canta?
Aonde chega o alto-falante de seu canto?Manto flamejante em forma de som
Que aos ouvidos somente encantaNuma promessa de constante tempo bom
Sem a dor lacrimejante da solidão que espantaTornam-se afeitas as esperanças mais arredias
E vivo se nos apresenta o poeta Gonçalves Dias!
Carmen Lezcano Aranda122
CíCLICo GonCALVES DIAS A los ojos de la noche, cantas Romancero
Tíldate las pieles, en claves de navío meciendose estan, acaso en amor callado,
en mar abierto de silencio dormido.
Ocaso de la briza, ausentaba tus versos en blanco vestido, coronando tú voz
a destierro de sueños, por destino de arcos y flechas, reino de TUPí.
121 Carlos Lúcio Gontijo - Santo Antônio do Monte – MG – Brasil - 27 de abrill de 1952. Secretário de Cultura (2013/2017). Jornalista, foi revisor e editor de Opinião do jornal Diário da Tarde, em Belo Horizonte, além de ter trabalhado nos jornais Tribuna de Mariana, Diário de Minas, Jornal de Minas e Hoje em Dia. Autor de 15 livros, Desde o ano de 2005, mantém no ar um site de livre acesso (www.carlosluciogontijo.jor.br), no qual disponibiliza toda a sua obra literária.
122 Carmen Lezcano Aranda-Lambayeque-Perú. 6 de febrero de 1952. De profesión especialista dental, adhe-rente a la poesía y autodidacta de pintura y escultura.
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linial palabra, vuelo de gaviotas, lecho de espuma bajo el cielo azul,
y tus pies desnudos frente a los traidores en la prosapia busqueda, fuiste salvador.
Con el germen conciente de ser Nacionalista, con valentía y sin demora esparces al redíl
Abanican las palmeras y el retorno del exilio en un tronar mestizo que el “sabiá” en su cantar
acrecienta el trueno al “alba de rejas”
ruje el Pacifico, en “osa mayor” y aquel destierro de cíclico sino
ni en tierra, ni en mar , callará tú voz.
Carollini Assis123
CAnção LIVrE PArA AnA AMéLIAAinda uma vez – adeus
Durmo nos braços d´água De onde tira-me a yara,
Para dançar guarânias.
A beleza de tuas escamas E do canto guaraniFaz-me voltar ao tempo de tiE do amor ofertado.
Que sereia! Que seria! Dormir em teus seios, poderiaO mestiço escritor?
Eis que atravessa o oceanoBusca a cura alémMas a morte quando visita
Não manda flores nem fitaA alma agoniza
Na canção de bem querer.
Para quem nada restouSó as letras e o amor
Compor, escrever louvor Foi a rota escolhida.
123 Carollini Assis - Velença – BA – Brasil. Jornalista formada pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), pós-graduada em Roteiros para Tv e Vídeo pela Unijorge. Sua formação audiovisual também deriva da EscueladeCineYTvdeSanAntôniodeLosBaños,emCuba,ondecursouRealizaçãoCinematográfica.Atual-menteéDiretoraInstitucionaldaAssociaçãoBaianadeCinemaeVídeo(ABCV).
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Definida está a vida Nunca seria ao seu lado
Embora carregue o fardo Do amor jamais consumado.
Ana Amélia, doce virgemDas terras do Maranhão
- que chores, não de saudade. A morte não nos tem piedade.
Casimiro José Marques de Abreu - Casimiro de Abreu124
CAnção Do ExíLIo125
Eu nasci além dos mares: Os meus lares,
Meus amores ficam lá! – Onde canta nos retiros
Seus suspiros, Suspiros o sabiá!
Oh! Que céu, que terra aquela,
Rica e bela Como o céu de claro anil!
Que seiva, que luz, que galas, Não exalas,
Não exalas, meu Brasil!
Oh! Que saudades tamanhas Das montanhas,
Daqueles campos natais! Que se mira,
Que se mira nos cristais!
Não amo a terra do exílio Sou bom filho,
Quero a pátria, o meu país, Quero a terra das mangueiras
E as palmeiras E as palmeiras tão gentis!
Como a ave dos palmares Pelos ares
Fugindo do caçador;
124 Casimiro José Marques de Abreu – Brasil. Silva Jardim, 4 de janeiro de 1839 - Nova Friburgo, 18 de outubro de 1860);foiumpoeta brasileiro da segunda geração romântica.
125PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
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Eu vivo longe do ninho; Sem carinho
Sem carinho e sem amor!
Debalde eu olho e procuro... Tudo escuro Só vejo em roda de mim!
Falta a luz do lar paterno Doce e terno,
Doce e terno para mim.
Distante do solo amado – Desterrado –
a vida não é feliz. Nessa eterna primavera Quem me dera, Quem me dera o meu país!
Cecy Barbosa Campos126
CAnção Do MEU ExíLIoA casa da minha avó
tinha um extenso quintal,tinha flores, tinha frutase perfume sem igual.Os passarinhos cantavamnuma árvore frondosaenfeitada do amarelode carambolas madurasque dançavam, suavemente,ao sabor de doce brisaque amenizava o calor.Jaboticabas redondas,abraçadas, bem juntinhas,
cobriam troncos e galhosaguardando o seu destino.
Bocas gulosas se abriame na suculenta explosão
o doce caldo escorria.As crianças com alegria
lambiam com sofreguidãoas pontas dos dedos melados
126 Cecy Barbosa Campos - Juiz de Fora – MG – Brasil - 26/06/1938. Bacharel em Direito e licenciada em Letras- Ingles Mestre em Letras pela UFJF onde lecionou Lingua Inglesa e Literaturas de Lingua Inglesa. Tem trabalhos publicados em revistas especializadas, anais de congressos, antologias literárias e os livros The iceman co-meth:acarnavalizaçãonatragedia;Oreversodomitoeoutrosensaios;Recortesdevida(contosecriticas)eCenas(poemas).
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e riam, com satisfação.Ao relembrar com saudade
a casa da minha avó,sinto cheiros, tenho sonhos,
com aquilo que eu tinha lá.Queria voltar no tempo,
a tudo poder retornar,chupar as jaboticabase os pássaros escutar.
Foi-se tudo, só lembrançastrazem de volta os primores
que não mais encontro eu cá.
Ceferino Daniel Lazcano 127
CAPItÁn DE nAUFrAGIoS Tal vez sea ése el destino de los poetas:
morir solo y hundido, abandonado a su suerte.
En tus retinas, en tu memoria te habrás llevado
el cielo con sus estrellas las mujeres hermosas e inocentes
de ojos negros, el amor abismo
encendido en tu corazón, el parpadeo verde del ecuador
los sublimes perfumes de la dicha y del dolor
las palabras trabajadas con esmero los versos cincelados con fervor
la amargura, el misterio, el perdón. Para mí que no has muerto, Antonio Goncalvez:
Tal vez seas el único sobreviviente de aquel navío…
tus poemas y tus libros te han traído a esta orilla
de tierra firme y luz. Vivir no es sólo respirar.
127 Ceferino Daniel Lazcano - Bolívar, provincia de Buenos Aires, Argentina - 05 de Marzo de 1967. Licenciado en Comunicación Social por la UNICEN (Universidad Nacional del Centro de la provincia de Buenos Aires). Escritor, corrector literario y coordinador de talleres literarios.
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Célio Jota Betini Junior128
toDoS DIAS São GonSALVESMil poemas para Gonçalves dias.
E se fosse Gonçalves noites?Ou talvés Gonçalves tardes;Sendo dias, noites ou tardes,
Gonçalves, um baloarte na noite e em tardes;Dos dias, que tem as chaves, várias chaves;
Que me encontram para dizer;O presente é uma dadiva, nunca pode esquecer.
Muito bem representado, um mucado de passado.Jamás tarde. Salve! Todos Dias são Gonçalves.
Celso Correa de Freitas129
GonçALVES DIASPrimeiras poesias
Cantou Sabia seu canto Absorvendo cultura
Enriquece sua alma brasileira Em Coimbra
Sua solidão desperta sentimentos Doloroso exílio Retorna para suas palmeiras Sofrendo preconceitos Eterniza seu adeus, perece! No mar.
128 Célio Jota Betini Junior - Teixeira de Freitas – BA – Brasil - 15/09/1988. Casado, estudante de Direito e escritor. Residiu na Europa durante quatro anos, hoje mora em sua cidade natal.
129 Celso Correa de Freitas – Itaperuna – RJ – Brasil - 26 de Agosto de 1954. Atual Presidente da Casa do Poeta BrasileirodePraiaGrande-SP,gestão2007/2013.Membrodediversasentidadesculturaisbrasileira.Colabo-radorativonosjornaisedemaismeiosdecomunicação(BlogseSites).Participante,prefacianteeOrganizadorde Antologias. Criador do OVERTRIP ([email protected];
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Cesar Augusto Marques130
DISCUrSo EM noME DoS CAxIEnSES131, 132
Caxias, bela flor, lírio dos vales,Gentil senhora de mimosos campos,
… então mais forte do que ele, tua alma,Desconhecendo o temor, o espaço e o tempo,
Quebrou n’um relance o circulo estreito Do finito, e dos Céus!
Então, entre miríades de estrelas,Cantando hinos de amor nas harpas d’anjos,
Vem correndo Lançar-te nos braços nossos.
Mais veloz que o ligeiro pensamento,Vem depressa, urge o tempo, vem dar calor
………………..aos membros gelados,Talhados a golpe de hábil buril,
Vem dar movimento Aos braços no peito cruzados,
Pede cantos aos ledos passarinhosPede clarão ao sol, perfume às flores,
Às brisas suspirar, murmúrio aos ventos,E o sol, a ave, a flor, a brisa, os ventos
E as fontes que murmuram docemente,Na festa de tua alma hão seguir-te;
As grinaldas gentis, de que a toucaramDonzéis loução, enamoradas virgens,Uns versos de prazer entre soluços!
Nesta doce mudez, neste silencio… que tanto amou, – e que amou-o tanto,
Cuja presença lhe escaldava a mente
130 César Augusto Marques - Caxias – MA – Brasil –12 de dezembro de 1826 — falceu em Rio de Janeiro, 5 de de-zembro de 1900);foiummédico, professor, escritor, tradutor e historiador.Estudou,emCoimbra,MatemáticaeFilosofia(1844-8).IngressounoCorpodeSaúdedoExército.ArquivistadaCâmaraMunicipal,secretáriodaInspetoriaGeraldeInstruçãoPúblicaeSecundáriadacapitalfederal.SóciodaAcademiaReal das Ciências de Lisboa,InstitutoHistóricoeGeográficoBrasileiro(1888),AcademiaImperialdeMedicina(1874),Conservató-rioDramáticodaBahia(1866),InstitutoArqueológicoeGeográficoPernambucano(1864).
131 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 524-527.132Servedetítulo.Osversosforamdeclamadosentremeadosentrecadaestrofecomumdiscursoemnomedos
caxienses.Aautorianãoéespecificada,senãoonomedoorador.Nãofoiapuradosesetratamdeversosfeitospara entremear a exposição, ou se foram recolhidos doutros autores, ou se se trata de uma miscelânea de poesias do orador ou de outrem. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Cuja voz o encantava,Cujo silêncio lhe falava n’alma,
Essa mulher – tão terna – e amante e pura;
Já que não quiseram Um dia as vagas… os teus restos rejeitar na praia
D’onde tão novo te partieste, e ondeDevia a cinza fria achar jazigo –
………………… o afetoQue se gera e se nutre em almas grandes,
Que não acaba e nem muda, antes cresce
Firme na base, intacta, e sempre bela
Seja padrão de glória entre nós outros.
Em gélido sudárioDe neve alvi-nitente
Rainha venerandaTrajando sedas e veludos,
Vive com Deus na glóriaE no nosso coração tua memória.
César William133
AInDA UMA VEz, AInDA UMA VEzTributo a Gonçalves Dias
Não foste vate de uma época apenastua obra ecoará semprecomo canto guerreiro tupi
nos corações de uma naçãode leitores que continuam
se inebriando com teus versos.
133 César William-SãoLuís–MA–Brasil-22/05/1967.Autordolivrodepoemas,“OErrante”(1988)e“OficinadasPalavras–DicasImprescindíveisdaLínguaPortuguesa”(3ªedição,2013).Temparticipaçãoemantologiaslocais e nacionais e colaboração em vários jornais. É graduado em Letras pela Uema e pós-graduando em Lín-guaPortuguesaeLiteraturapeloIesf.AtuanaredepúblicadeensinodePaçodoLumiareempré-vestibularesde São Luís.
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Amélia viveem milhões de corações
sob teu canto“eterno alvo à população”
de gerações e gerações que entoam tuas canções.
Tuas palmas de altas virtudesainda despertam os que choram de paixões
no mundo inteiro“Enfim te vejo! – enfim posso,Curvado a teus pés dizer-te”
foste o último românticoa ser tão inteiro
Christian Keniti Asamura Hukai - Christian K. A. Hukai134
o oUtro LADoSabia que viria o dia,
A minha querida partiae restava-nos que entãocitar o exílio e sua canção.
Auxílio aos filhos deixados,trancados nesta terra
enquanto minha mulher exiladaera forçada a abandonar-nos.
Arrancar-nos corações,lamentações, roucos implorando
seu pouco permanecer enos lembrarão sem brilho no outro lado
dessa “Canção do Exílio”.
AS PALMEIrASGonçalves sonhava nestes Dias
sadios saciava essesvazios que agora
arrasados nessa zorra atual.
As palmeiras que as viajá não há mais;
Permanecer aqui o cidadão queria,E agora?
Viver em Portugal,abandonar a pobreza e
134 Christian Keniti Asamura Hukai-ChristianK.A.Hukai–SãoPaulo–SP–Brasil-02deAbrilde1996Email:[email protected]
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este governo imoral?Deixando a corrupção
dentre as muitas, seja a qual?
Sim, sim: Portugal não é perfeita.Não fede nem cheira,
Ainda assim, qualidade de vida boa,E meu afim, fugindo pra outra rota,
logo sem maldadesoa antipatriota.
,Amor e saudadessempre terei onde for.
“Brasil na veia”doesn’t matter onde esteja.
Mas nunca esquecereidos meninos sem meias,aqueles sonhos inspiradores
que ninguém almeja,ou também dos ladrões:
desde de rua à barões de cerveja.
Ó Brasil...Com barril do petróleo caro,
olho as riquezas e pobrezas ao ladodesigualdade, este nosso fardo.Acabando com o verde,agora já que o ouro,no bolso dos poucos já fora roubado.
Christiano Ferreira Nunes135
SonEto PArA GonçALVES DIASQuero falar de um talentoso poeta Que nasceu no Estado do Maranhão Seus escritos tocam o coração
Com toda a certeza atingiu sua meta. Viveu na época do romantismo
Poetizou como se fosse exilado E ali escreveu versos inspirados
Com uma tal maestria e especial lirismo. Sua Terra de palmeiras não é lá
Em lindo versejar, bela poesia Homenagem donde canta o sabiá.
Quem é esse que nos deu tanta alegria? As aves gorjeiam no lado de cá É o grande Antônio Gonçalves Dias.
135 Christiano Ferreira Nunes. Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Paraná. O pri-meiro poema que li foi Canção do Exílio e me empolguei. Escrevo romances, contos,crônicas, poesias e outros.
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PoEtA GonçALVES DIASQuero falar desse poeta
Que nos deu tantas poesias Antonio Gonçalves dias
As suas obras seletas. Seu poema me maravilho Coisa mais linda não há
Cá onde canta o sabiá Sua bela canção do exílio.
Nossas várzeas inda há flores E ele vivo continua Inspirando pela rua
Nas poesias tem mais amores. Esse herói por aqui passou
Exemplo de inspiração Nascido no Maranhão
Mas um naufrágio o ceifou.
Cintia Cirino da Silva Santa136
GonçALVES DIASVocê que fez o mundo aplaudir seus encantos
Fascinando os lugares por onde passava Sela o tempo com suas historias
Observando tudo com seu olhar puro e brilhante Rabiscava em um papel sem saber que depois tornaria imortal
Transformando o simples em poesia Com sua mente indianista exaltava a natureza
Valorizado a essência do homem Independente da sua raça ou crença Sabia o significado da palavra amor
Que não se resumia apenas em quatro letrasCrescia em seu coração de poeta para voar, nos campos infinitos da
imaginaçãoPodia ver além dos olhos dos ignorantes
Enxergava no brilho dos olhos alheios o espelho que refletia a alma e suas emoções
Formando assim um compromisso com o universo literárioQue não significava obrigação era apenas afeto um ato de amor completo
Existia verdade em seus sentimentos Desligou-se da terra que todos chamavam de mãe
Foi para o céu deixando saudadeUm pensador silencioso doava a todos que desejasse seus conhecimentos
Sua essência exala a sabedoria
136 Cintia Cirino da Silva Santa - Aracaju - SE – Brasil - 21/05/1981. Sou apaixonada por livros de boa qualidade, nas minhas horas vagas eu escrevo no meu blog é uma coisa que faço sem obrigação só por amor. Fala so-bre Gonçalves Dias para mim é um grande privilegio seus poemas mim encantam. MSN: escritoresdealma@ hotmail.com–Site:http://www.escritoresdealma.com/
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Hoje se procuro não mais encontro Procuro parte de te... Não sei se perdi ao nascer ou depois que vivi
O que procuro não tem forma É apenas lembranças tão grandes quanto o universo
Não daria para carrega nas mãos É uma aurora reluzente causa-me cegueira Essa poesia que só existia em você
Induz-me a voar, escreve com a alma ate hoje mim faz chora Quando imagino o exílio minha terra quase não mais tem palmeiras
muitos menos sabiáÁs aves que aqui deixou a civilização moderna matou
Pois são poucas as pessoas que amam essa terra como você amou.
Clarindo Santiago137 - São Luís, 1941
SInFonIA InACABADA138
Quem hoje no Maranhão venha romeiro,W repre o seu ar tristonho e pensativo,
Terá de lhe auscultar o coração cativoDa grandeza passada, o seu tesouro inteiro.
A capital circunda a estatua do si divo,A baia recorda o perdido veleiro.É raro um sabiá cortar o céu, ligeiro,E a pasiagem perdeu o encanto primitivo.
O ruído do arvoredo é um soluçar de palmas,A Sinfonia só de Schubert comparado,Infinita orquestração de prnto em nossas almas...
Triste vate que o mar tragou, nas suas iras,É o Maranhão que chora o canto inacabado,A eterna inconclusão do poema dos Timbiras!...
137 Clarindo Santiago - SãoLuís–MA–Brasil-12deagostode1893.FoimembroefetivodoIHGM,ondefundouacadeira4,tendocomoPatronoSimãoEstáciodaSilveira;naAMLocupouacadeira13,patroneadapelojorna-listaJoséCandidodeMoraeseSilva,proprietárioeredatorprincipaldo“FarolMaranhense”,oprimeirojornalliberaldenossoEstado.Graduou-seemMedicina,exercendoaprofissãocomsucesso,optandotambémpeloMagistério, literatura, jornalismoepoesia.Tinha forte inclinaçãodeensaísta,sentindoprazeremelevaronomedaquelesdesuaterraquesedestacavamculturalmente.EscreveuOSolitáriodaVitória.Ensaiocritico.InRevistadaABL,Riodejaneiro,1932;eComemoraçõesdo1ºCentenariodonascimentodopoetaSousaAndrade.GraficaRenascença,Paraíba,1937;Opoetanacional.Aescolamineiraesuasfases;Rumoaosertão;JoãoLisboa;NetoGuterres–omedicodospobres.NoMagisterio,alémdeprofessor,foidiretordotradicionalLiceu Marenhense e da Instrução Publica. Faleceu ainda novo, de morte trágica, em novembro de 1941, nas águastoTocantins.
138 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasília: Senado Federal, 1980, p. 66, Poesia compilada por Leopoldo Gil DulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdo Maranhão
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Clauber Pereira Lima139
AnA AMéLIA SEntE SAUDADES!Ana Amélia sente saudades!
Quando Gonçalves Dias viajou,Ana Amélia não resistiu e chorou.
Sentiu saudades!Andou e divagou pelos mares.
A saudade foi tão grande,Que ela se recolheu por um momento,
E recolheu suas mãos num abraço em si própria relaxando toda a tensão.
Depois, partiu a correr e a gritar:- Eu preciso encontrar a paz,
Necessito imaginar o seu retorno.
Pensando assim os dias seguem, dando voltas sem fimE, no dia em que ele chegar
Eu vou sorrir e chorar.
Os dias passam e a noite vem,A noite vem e os dias passam.
Ana Amélia sempre triste,Fica a sós e não resiste;
Seus olhos estão encharcados,Seu coração e sua vida em prantos.
Não há mais do que sorrir;A vida parece não existir.
Mas, eis que um dia chega uma carta;Ele não se esqueceu afinal.
A alegria volta radiante,Seu coração agora está pulsante.
A espera de qualquer notícia Doeu como o espinho do limoeiro na cabeça da jovem cabocla.
Mas a dor passou,O amor voltou.
Ana Amélia está feliz;Passa os dias sem nada dizer.
139 Clauber Pereira Lima - Pedreiras – MA – Brasil - 26 de dezembro de 1962. Sacerdote E Pesquisador. Licenciado emTeologiapeloCENTROTEOLÓGICODOMARANHÃOeLicenciadoemFilosofiapelaturmade1998.2naUni-versidade Federal do Maranhão – UFMA. Mestrado em Antropologia Social e Cultural pela Université Catho-liquedeLouvainBélgica;MestradoemTeologiapelaUniversitéCatholiquedeLouvain–Bélgica.MembrodaDiscernment of Spirit Commission junto ao bispo de Calgary, Alberta, Canadá. Colaborador junto ao Tribunal Diocesano de Calgary, Alberta, Canadá. LIVROS PUBLICADOS = Sartre e a questão da Transcendência, Recife, EditoraLivrorapido,107p.2003.Skype:clauberlE.mail:[email protected]
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Fica apenas a sentir,A dar valor à vida, a sorrir de tudo.
Aquele que ela tanto amaEscreveu e pensa em regressar;
Não deu prazos e nem hora.Resta apenas contar os dias,Um a um com alegria e acreditar que o reencontro mesmo inusitado é
possível de acontecer.
rEtALHoS DE UMA VIDA: GonçALVES DIAS E oLíMPIATenho no meu íntimo uma grande emoção,
Descobri sem querer que você é importante. No meu dia a dia você está resolutamente presente;
Sei que não foi sua culpa;
Me amar não te quero obrigarSiga o teu caminho e me deixe por cativar.Não foi também minha culpa tentar querer o teu coração.
Por isso sejamos bons amigos, sem desculpas.
O que poderia ter acontecido conosco?Amarmo-nos um ao outro até cair na rotina.
Não quero expô-la a isso.Quero para ti somente uma vida a dois, em enlevos de amor eterno.
Sei que fui ousado em te querer.Mas, segui meus impulsosE o que fiz foi te perder.O amor é mesmo injusto.
GonçALVES DIAS EM SEUS ÚLtIMoS MoMEntoS EM BUSCA DE AMor E DE PAzNaquele vapor a encher-se d’água Gonçalves Dias poderia ter vivido esta emoção entre Céu e Mar:
Luz, muita luz me envolveEsplendor e muita cor.
Sinto a tua querida presença Ana Amélia e, com isto me alegroVejo-te se aproximar e me entrego.
Em pensamentos vistosos me enlevo Vagando na imensidão, e me deixo levar
Ao lugar da paz sonhadaOnde a encontro perfeita e pura.
Desperto para a realidade Tento mudar esta fatalidadeDa vida em volta:Guerras, peste, fome e caos social.Tu me poderás ajudar
196
Dando-me forças.Sendo assim, contribuirei para uma mudança extrema
Distribuindo amor, sossego e pão.
Pra nós será fácil.Pelo menos tentaremos!
Enquanto isto a água leva o corpo do querido poeta românticoMas fica a sua lembrança
E nós os seus amigos continuaremos com passos firmes a construir o Brasil que confere a todos as mesmas chances de educação e humani-
dade.
MArAnHão, EStoU CHEGAnDo!Cai a tarde lá no Maranhão
As folhas murcham e a noite vem.O pôr-do-sol lá é bonito,
O sol se esconde por entre as palmeiras de babaçú.
Com o seu vermelho ele se mostra,Até sumir.
A natureza se ressente;Com a sua ausência ela descansa.
Pela tardinhaOs passarinhos se agasalham,
Procurando seus ninhos em cada árvore,Indo dormir pelo poente.
De manhãzinha a passaradaAcorda feliz e a cantar;
Correm sobreiros por sobre as nuvens,Como se fossem caminhos no ar.
O nascer e o pôr-do-sol, Lá no Maranhão, terra querida,
É mais belo que no Canadá;É emocionante!
É o começar e o terminar de atividades.
No Maranhão, o tempo importaO viver cedo inicia.
Vai-se ao curral tirar o leite;Vai-se ao pasto levar o gado.
O trabalho é cansativo;Não há prá onde escapar;
Ou se trabalha com toda forçaOu vai-se embora a terras outras.
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Ao fim de cada dia a família se reúne;Fala-se sobre o roçado até à hora do jantar.
Depois do mesmo, a conversa se prolongaE ouve-se de lendas e costumes; de lobisomens e boi tatá.
Dorme-se tarde e bem cedo se acorda.No Maranhão tem aquela paz...Como se o mundo fosse só ali.
Não há discórdias e quando as há Firma-se a voz e se discute.
Foi nessa terra que nasciNessa vivência de caboclos.
Eu vim de lá e sou cabocloIrei pra lá quando morrer.
Nas muitas terras do MaranhãoHá muitos Rios, Riachos e Igarapés.É gratificante banhar em suas águas;
Sentir que há vida na terra fértil.
Em minhas veias e em minha vidaO Maranhão se compenetra,
Firma-se em mim e eu não o negoSou filho desta terra Tupinambá.
Sinto-me bem ao tocar em seu chão;Solto gritos e risos ao rumar pro Maranhão.Vejo que a terra sente que a amoE grito mais forte:- Maranhão, estou chegando!
Cláudia Duarte da Silva
A tErrA DE GonçALVES DIAS é A MInHA tErrAMinha terra tem Poetas,em cantos de sabiá,
tem aves que aqui gorjeiamo que não gorjeiam por lá.
Tem céu azul estrelado,águas na imensidão;
florestas purificando o ar;terra gestando o grão.
Minha terra tem riquezasque só existem aqui,tem poemas apaixonados,tem voo de bem-te-vi.
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Caminho todo enfeitadopela lida do cidadão
que trabalha noite e dia,ritmando a construção.
Minha terra tem um povo que crê e é feliz,
que é mestre...é aprendiz,que reza...agradece...bendiz.
Tem folguedos...cantorias,enfeitando nossas ruas.
São crianças brasileiras,soltando pipa na lua.
Bordam o verde das matas,com o amarelo ouro brilhante;
o azul desce em cascatas; lenço branco flamejante.
Gritos ecoam das tribos,saúdam pajés redentores.
índios dançam pedindo:- Respeitem a vida, Senhores!
Nosso sangue é obreiro,vertente de muita emoção.
Em cada verso, uma histórianascida no coração.
Deus permita que os Poetasconsigam eternizar
os Poemas que Gonçalvescriou para ensinar:
amar a terra é virtudeque nem todos possuem,
mas os que amam sabem:amar requer atitude.
Bendita a terra que tem o canto do sabiá,
tem aves que gorjeiame flores para enfeitar.
Tem matas...tem céu estrelado,águas na imensidão,
terra gestando o grãoe versos na multidão.
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Assim, é a minha terra,feita de encantos mil.
Uma terra iluminadaque Deus abençoou_ Brasil.
Cláudio da Cruz Francisco140
PROEZAS DE UM POETAGonçalves Dias com teus dons mágicos
Abriu carinhosamente as nuvensColheu imagens moldadas pela luz
E delas fez versos iluminadosEncantando com amor quem passeia
De mãos dadas com a poesia.
MENINOS DA LITERATURAMeninos tímidos descansam suas faces
Pelas veias, circulam um conjunto de letrasSentimentos inéditos no coração iluminado
Um corpo saudável, sensível e inteligente
Meninos cheios de histórias para compartilharQuem se habilita delicia tamanho privilégioCurtem uma viagem fruto da amizadeEntre o escritor, linguagem e inspiração.
Cláudio Gonçalves da Silva141
GonçALVES DIAS: PoESIA, CorPo E ALMAEternas são suas poesias, obras primas de natureza ímparDoces são suas palavras que encantam a alma dos poetasApaixonados de várias gerações
Simples e modesta, a forma com que nos apresentouObras de arte transformadas em palavras, frases, versos, sentimentos
Suaves palavras, de uma época que cativaE que enobrece a alma de um simples poeta contemporâneo
140 Cláudio da Cruz Francisco - Belo Horizonte – MG – Brasil - 08/06/1980. É graduado em Ciência da Informação (PucMinas).Escreveartigosecrônicasparajornais.TrabalhanoJornalEstadodeMinasnosetordeDocu-mentaçãoe Informação.Trabalhacomfotografiadeeventosetratamentode imagens.Estáfinalizandoosprimeiros livros de romance e poesia.
141 Cláudio Gonçalves da Silva - Itumbiara - GO – Brasil - 12 de Julho de 1973. Publicou em março de 2010 o livrodepoesiasintitulado:PoesiasdeMinhaAlmapelaCâmaraBrasileiradosJovensescritores.TempoesiaspublicadasnoLivrodeOurodaPoesiaBrasileiraContemporânea(2009);PoemasDedicados(2009);Poesiadecorpo&Alma(2009)eAntologiadePoetasBrasileirosContemporâneos,55e57(2009);87;88;89;90;91;92;93;94e95(2012).
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Entre tantos caminhos, o dom de escreverUm anjo, mago na transformação de palavras
Cujas poesias me encantam e pacificam meu coraçãoEm um tempo dito moderno, mas sem amor, sem paixão
O romantismo puro, ingênuo deu origem a outros sentimentosHoje, ódio, desconfiança, o sangue derramando do corpo
Um corpo sem alma, sem vida, sem lugar para repousar
Sem suas palavras é assim que me sinto, um eterno VAZIOO nada toma conta de meu peito e domina meu ser
Um ser que não se sabe seu próprio caminhoApenas tropeçando e caindo sobre pontiagudos espinhos
Espinhos que encontro pelas palavras não escritasPelas frases não ditas
Pelos sentimentos que não podem ser expressos
Poesia, que admiro e confesso por quem estou apaixonadoOnde entrego meu corpo
Cujas palavras doces e compostas enobrece minha alma
Em cada linha escrita, expresso um sentimento verdadeiroFrases perfeitas que acalentam meu coração
Um ser como eu, simples, mas que busca em suas palavras.A verdadeira inspiração
Para que meus dias possam ser mais ensolaradosPara que possa observar o azul do céu
E o brilho de seus olhosPor quem confesso: estou apaixonado.
Cleberson Filadelfo Maria142
A UM HoMEM QUE AMoUFoi poeta, advogado, jornalista,
Homem multi-funçãoFoi inspirado por sua terra,
Amante da pátria, herói da nação.
Foi etnólogo e teatrólogo,Homem de intelecto sem comparação,
Foi senhor do seu destino, Viajando ao velho mundo atrás de conhecimento e inspiração.
142 Cleberson Filadelfo Maria - Paranaguá – PR – Brasil - 26 de fevereiro de 1977. Coordenador de Projetos e escritor amador, atualmente trabalha e reside em Joinville, SC. Como autor iniciante, iniciou recentemente participaçõesemconcursosliterárioscomoseulivrodecontos“TrufasdeChocolate”,alémdeenviá-loasmais diversas editoras para análise. Atualmente está escrevendo um novo livro, de poesias, tendo como foco o amor. E-MAIL: [email protected]
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Foi mestiço, de origem simples,Homem de sentimento e paixão,
Foi sujeito aos preconceitos da sua época,Amando sua musa, mas sem poder concretizar a união.
Foi em frente, e sua vida de estudos continuou,Homem de coragem e inquietação,Foi sujeito às mazelas da saúde do seu tempo,
Morreu esquecido, doente, afogado em seu colchão.
Gonçalves Dias, poeta tão estudadoMemorável é tua contribuição, a este país tão injustiçado.
Serás sempre referência e fonte de inspiraçãoPois escreveste coisas notáveis, vindas do coração.
Aqui deixo a minha homenagemPor tudo que fostes e representouPois para escrever estes versos, estudei a sua vida e obra,
E isso sobremaneira me deslumbrou
Cleiton Reis Felix143
o CAntAr GonçALVInoTerra de valorosos frutos nordestinos
De cultura curiosa e divertidaDonde o poeta se inspira a escrever E o riso do seu povo me faz entenderQue Gonçalves está aqui.
É poder contemplar o verde dos campos Ouvir dos pássaros o cantar de alegria Ver a beleza dessa terra querida, Cantada por Gonçalves Dias.
Poeta dessa ilustre terra Que se faz lembrar pela obra criada
De ricos versos e rimas perfeitasDedicadas à Pátria amada.
Sob a lua de agosto em Caxias Nasceu Antonio Gonçalves Dias
Poeta que marcou a literatura clássica Cantou e encantou- nos com seus amores e paixões
Seus versos e estilo carrego no peito Sua honra, cultura e respeito.
143 Cleiton Reis Felix – Caxias – MA – Brasil - 09/05/1988. Estudou o ensino fundamental na UI. Pres. Costa e Silva e o ensino médio no CE. Aluísio Azevedo, ambas na cidade de Caxias-MA. Atualmente é aluno do curso de LicenciaturaPlenaemGeografia,noCentrodeEstudosSuperioresdeCaxias–CESCdaUniversidadeEstadualdo Maranhão – UEMA. Reside em Caxias-MA no Bairro Campo de Belém, é também cantor e compositor.
202
tErrA ‘GonçALVIAnA’Aqui eu canto aqui eu danço
Eu vejo o grilo pular, o sapo canta no açude Não vejo mais o sabiá.
Mas vejo ainda as palmeirasMacaúba, Tucum e Babaçu
Também tem o açaí, pouco vejo por aqui
Nessa terra de primores Riachos e rio para refrescar
Minhas flores são de caju, manga, goiaba e cajá.
Ainda sou feliz aqui, os pássaros com os seus acordesBigode, fogopagô e bem-te-vi.
Lá do alto do meu morroLágrimas de felicidades eu chorei.
Avistei um lindo cerradoDe grandes árvores a torcer
Acampando por lá a noite, um céu estrelado eu pude verDegustei um bom vinho
Desta noite não me esquecerei.
Minha terra é rica em culturaAinda esculto o velhinho tocar
Sua viola canta a sua tristeza E na sua alegria vejo-o dançar.
Clélia Aparecida Souto e Couto144
GonçALVES DIAS não MorrEULençóis de areia maranhense...
Dunas ao léu esvoaçantesdesfazem-se em segundos
ao sopro dos ventos uivantes.
Acolá, coqueiros balançam as folhas levantando poeira do chão
como índios sapateando em dançade festa guerreira na mata.
144 Clélia Aparecida Souto e Couto - Santo Antônio do Monte – MG – Brasil - Junho de 1936. Atuou como pro-fessora até 1969. Graduou-se em Letras pelo INESP de Divinópolis em 1979. Até 1983 foi vice-diretora da E.E. “Dr.ÁlvaroBrandão”.AutoradeACasaGrande&ClareirasdeClélia-relatosepoemas.PertenceàACADSAL(Academia Santantoniense de Letras) e se orgulha muito desta honra.
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A natureza encobrindo a imensidão deixa pássaros revoltos rasgarem o céu
em bailados leves e soltosno espaço vazio do solo brasileiro.
Cortando a terra como se arado fossem rios, cachoeiras deixam cair suas águas
como cascatas de brilhantes raros.Misturando algo divino ao humano
numa cadência louca e repetidaa natureza aplaude estarrecida.
Terra, quinhão dado a quem nela habita,abre-se em perfume e beleza
com ritmo suave e forte das poesias cantadas pelo poeta Gonçalves Dias.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes145
A GonçALVESPoeta -saudoso, agônico, voltas à terra natal
Frágil, trêmulo, febricitante, Mas com relembranças fortes
A plenificar-te a alma de energia Embora estejam enfraquecidas as esperanças... Queres chegar a São Luiz do Maranhão, Chegar e andar pelas ruas estreitas, Pelas calçadas de pedras, Da ilha de praias singulares Cujo areal extenso É lambido pelo mar cor de rio, Cuja extensão vai dar nas terras de Portugal... Queres rever pessoas, ouvir os sons Dos sinos das igrejas, da siringe dos sabiás festivos Que não esqueceste em teu exílio.
A mulher amada acode-te em teu delírio, a rememória faz-se musa e te inspira versos
que não mais escreverás... Um piedoso anjo de cristal,que parece orvalho,
Cheirando a rosas e à maresia, Faz com que olvides as razões de teu martírio
Pela separação cruel e indevida Da mulher amada...
145 Clevane Pessoa de Araújo Lopes - Brasil. Psicóloga,riograndensedonorte, radicada em MG.Escreve e desenha desdeainfância.CadeiraO5,CecíliaMeireles,naAFEMIL(BH-MG)eCad.11LaísCorrêadeAraújo,naALACIB,entre outras.Membro da IWA(EstUnidos) e da Academia PreAndina de Artes, Cultuta y Heráldica..Nasceu em 16dejulhode1947.YHeráldica.MorouemS.Luiz,MA,nosAnos80.10livrossoloemaisdecemparticipaçõesem antologias.
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Que culpa tens por teu sangue a correr nas veias Brasileiras, é mestiço,a gerar tantos preconceito .
Súbito, a vida se esvai, a breve vida
As águas em movimento, frias ao teu corpo ardente Sereias de prata conduzem-te ao Absoluto,
O desconhecido –assustador, por ignoto, Até que se chegue aos portais dessa outra dimensão.
Teu anjo estelas, que tantas vezes desceu à Terra para consolar-te e enxugar-te as lágrimas,
ampara-te, e tomando-te pela mão, leva-te ao gênese de tua essência,,
pelo túnel pleno de magnífica luminescência... As asas angelicais, energia em movimento,
Criam mil arco-iris deslumbrantes, o que te encanta na passagem...
Percebes que enfim, estás livre De qualquer sofrimento e provação
Não tens cor-de pele que te torne um rechaçado, Carne alguma, cuja carnação de mulato
Marque tua destinação! Nada que te faça um auto-exilado...
Súbito, ouves risos e canções. Outros poetas estão à tua espera, Gonçalves Dias. Ajudam-te, dizem-te teus próprios versos e os deles,
Convincentes de que todos os bardos são iguais de alma Abraçam-te, cordifraternalmente. Nem em todas as tuas fantasias,
Te imaginaste assim, igual entre iguais, diferente entre diferentes,
quais o são todas as criaturas de um mesmo Criador... Percebes que nesse mundo , não há preconceitos
E que aqui, experenciarás um espaço de estar para ser... Leve, em pianíssimo, , sentindo uma felicidade inusitada
À tua vida antes tribulada, tributada de preços que não podias pagar, deixas-te conduzir ,em agonia agora.
Seria o fim, mas é um recomeço Afinal, poetas não devem morrer
-não se sua Poesia permanecer Após sua délivrance ao contrário.
Para sempre, teus versos serão lembrados, Enquanto houver sabiás, enquanto a serpente dormitar
Enroscada no contorno da Ilha . Teus poemas são o retrato de teu talento,
De teu perfil, de tua história... O mar foi o derradeiro abrigo de teu corpo.
A alma...continua em expansão!
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Cleyton Domingos dos Santos Campos146
PorQUE ESCrEVEr “A ExEMPLo DE GonçALVES” “Tinta gasta. Papel rasgado. A inutilidade da feitura contrasta com a utilidade
das palavras”
Que deve ser dito? Tudo me é licitoAs palavras não bastam. Não me cabem.
São meras sombras que em si guardamA forma daquilo que as projetam.
A essência, a cor, a textura não são idéiasDe fato existem. Permanecem. Não são lembranças
Que facilmente são esquecidas ou postas no papelPorque fazer muitos livros?Não serei lembrado
Não viverei para ver nem a eternidade.Se amanha de mim falarem - estarei surdo.Hoje é o dia, amanha é tarde - que digam hoje.
Se de muitos ainda falam, é enfado da carneJá dormem e daqui apouco estarei em igual estado.
Não importa o que faziam; se bem ou malPorem estou aqui e me importo, talvez por vaidade.
Desperdiço algo que não pode ser poupadoE usado amanha.Porque me importo.
Se surdo, mudo ou intangível, minhas palavras restarãoPerdidas,talvez,na face imutável do tempo.Por que te importastes?Nada mais havia para esquecer que se “vive” (e se morre)?Mulheres, bebidas, caçadas, amigos, salas de bate-papo...Era “moda”, centelha divina, falta do que fazer com a vida?Ou como eu: um desafio, a procura por um titulo?Faz 189 anos. Ossos brancos. Mas ainda vive:Em muitas ruas, praças, escolas, lojas, academias (aqui)Eterno onde importa: na memória e na ponta da línguaNão apenas em livros. Não por palavras indignasMas por entre as linhas. Nos olhos de quem contempla o sabiá
E as aves que aqui gorjeiam. No coração de quem ama seu torrãoE sente no peito e na alma a coisa misteriosa e eterna
E se importa,mesmo que seja uma fração insuficiente o que dizE sente aquilo que nos faz esquecer de Londres,Berlim,Paris...E nos faz querer estar no nosso cantinho amado.
Para isso, talvez o tempo não exista.Que direi que não fora dito?Que não disseram?
Em cada verso engastarei a rima?Usarei redondilhas?
146 Cleyton Domingos dos Santos Campos - São Vicente Ferrer – MA- Brasil estudante, morando atualmente na cidadedeSãoBento,alunodoC.EDomFrancisco;incentivadoaparticipardesteilustreprojetopelaprofesso-ra Maria Auxiliadora e tendo consciência da importância deste homem para a literatura maranhense,brasileira emundial,dedicaestaspoucaseinsuficientespalavrasaestegrandevultodaHistória.
206
Procuro uma estrofe que me torne eternoPrimo, alteio,limo,enfim;colho espinhos...
Procuro a poesia,não quero ser achado(estou errado)Gasto as horas criando falácias (mais inúteis ainda)
Faz 189 anos. Não fostes esquecido.Um daqueles que nos fazem pensar e acreditar
Que a imortalidade existe ou possa existirE nos faz dizer: deixa disso moço;é Deus em cada gota de orvalho
E nos olhos de quem verTalvez as coisas não sejam tão inúteis
E o tempo tão tirano e implacável assimSe depois de um século ainda falamos de ti
É por que vale a pena.Tudo vale a pena quando se tem uma alma.
(desconfio que disse algo)
PArA GonçALVES
GOTHE ByRoN HOnORÉ EçA LAMARTINE FLAUBERT VICTOR HUGO POE SHAKESPEARE
DANTE ORACIO CAMÕES ASSIS
Conceição Santos147
o SonHo...Quando eu enxerguei o mundo
foi através de você, das belaspalavras “simples”, carregadas
de ternura, de sentimentos profundosOriundos do seu ser.
147 Conceição Santos - Sergipana – Brasil. Graduada e pós-graduada em Letras: Português/Italiano pela UFRJ. AtualmenteéprofessoradeLínguaPortuguesanaFAETECemQuintinoBocaiúva.ÉAcadêmicaEfetivadaALAP–Academia de Letras e Artes de Paranapuã e Acadêmica Correspondente da ALAB, ALAV e ALAF. Como escri-torajálançoudoislivrossoloecomocoautoraparticipoudeváriasantologiasContatos:[email protected] www.conceicaosantos.recantodasletras.com.br
207
Cresci ouvindo e também recitandoa linda canção do exílio que tanto
fez-me sofrer, pensando em alguémdistante e dele só restou o semblante
envolto em tramas de névoas Tecidas ao amanhecer.
E, assim, buscando o alguémenvolvi-me nessa trama
avancei floresta a dentrosem ao menos perceber que
os meus passos me levavama uma certa mangueira cuja
altiva copa encobria umLeito de “bem viver”.
Esse leito era de folhascomo fazem os passarinhos
que por serem “miudinhos”na floresta, são difíceis de se ver
por isso demonstram todo fervor,usando as folhas verdes, tecendo
com muito carinho seu belo Ninho de amor.
Continuei avançando a buscaro que eu queria, na verdade, não sabia o que poderia encontrar.Então, avistei uma tribo de fortese bravos guerreiros, lutando em Desespero para o seu povo defender.
Nesse meio havia um moçode nobres gestos e bravuraque destemido lutava, masa luta veio a perder. Foi aí
que ele chorou, mostrando omedo de morrer. Pulei da cama,
Gritando: Juca Pirama: é você?
Ao PoEtAUm dia na mata
ouvi um cantarno galho da palmeira
avistei a sabiáque cantava felizpara seu par encantar.
208
Naquele momentovoltei ao passado
lembrei-me do poetaque muito inspirado
cantou a sua Pátria e seu povo amado.
Seus versos eram mágicossua beleza sem igual
Gonçalves era Dias depalavras gentis, mas
seu tom era forteem defesa do “Norte”e de todo o País.
Exaltou as florestase riquezas naturais
seu índio era o bravohomem varonil
Gonçalves foi poetado Romantismo brasileiro
para defender suas ideias usou de muito esmero.
SAUDADES...Um dia o grande poeta,
estando só a pensar aquilômetros de distância
do seu imenso Brasila saudade apertando,
em seu peito gritandoe ele “chorando” cantou
exaltando a pátria querida,a mãe amável e gentil.
Lembrar a terra consolao coração em pedaços, da
saudade que tinha sentia-seexilado, não por imposição,
mas pela situação de ter de se ausentar da pátria amada,
por Deus abençoada parapoder estudar. Isso se fez
necessário para se aprimorar.
Lá conheceu escritorescom idéias arrojadas que
cultuavam a Idade médiacom a qual ele simpatizava
209
daí veio o interesse pelo índiobrasileiro, representante vivo
do nosso “medieval” passadoque o poeta desenvolveu com
o brilhantismo que recebeu dosupremo Deus para ele enviado
BonS tEMPoS...(poema inspirado na Canção do exílio, de Gonçalves Dias)
A terra que tinha palmeirasTambém tinha o sabiá
As aves que cantavam aquiCantavam diferente de lá.
O céu que era cheio de estrelasAgora, já não existem tantas assimA derrubada das matas para se
fazer “queimadas” leva as árvores ao fim.
Mas ainda tem primoresUm pouco de ouro, prata e amores
Certamente, tem beija-floresPara o néctar das rosas sugar.
Lembrando ainda a canção,Saudades eu sinto de cáDa terra que tinha índios, comPalmeiras verdejantes para a sabiá cantar.
UM GrAnDE AMorAntônio Gonçalves Diasnascido no Maranhão,após os primeiros estudosDireito foi estudar, naUniversidade de Coimbra
do outro lado do marpara cumprir seu destino
e seu país exaltar.
Alguns anos depois,já de volta ao Brasil,
sua produção literáriaintensifica e os amores
também, mas nenhumo fez esquecer a jovemAna Amélia que a eletanto queria bem.
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Seu amor por essa jovemmuito o fez sofrer, pois comela quis se casar, porém,
a família da moça sua mãoveio a negar, tendo por
base às origens mestiças.Estas, impediram o poeta
da sua amada desposar
Gonçalves sentiu-se triste,contudo, era homem de
brio e lealdade, resolveu seafastar, abrindo mão da sua
paixão para preservar a amizade e com isso, ela não concordou,
embora existisse o amor,começou, aí, a “rivalidade”.
Ao ter seu pedido refutado, o poeta seguiu seu caminho.
Casou-se com Olímpia da Costapara esquecer daquele amor que
um dia ele não soube “querer”.Ana Amélia não se conformou e a
família desafiou, casando-se comum “plebeu” que também era de cor.
Da decisão que tomou, mais tarde,se arrependeu. Após encontrar-se
com ela, na cidade de Lisboa em uma de suas avenidas, e esse encontro
reabriu-lhe antigas feridas. Ana Amélianunca conseguiu entender a atitude
“sensata” que o amado pode ter e ofuturo dos dois ele não “quis” defender.
Abatido pela dor e pela desilusão queo destino lhe impôs, pondo no meio
dos dois a razão, aniquilando a emoçãopara depois separá-los. O poeta, sentindo-se
amargurado, despediu-se da amada, dizendo:- “Ainda uma vez – adeus” que foi copiado
por ela com o sangue que lhe corria nas veias e com o amor que Deus lhe deu.
211
Corujinha148
Um amador das Musas mandou-nos pelo correio esta parodia a uma das partes da fa-mosa poesia de Gonçalves Dias. Por ser inoffensiva, publicamo-la para desopilar
os nossos leitores (DIÁRIO DE São Luís, 23 DE MARÇO DE 1921)
o CAnto Do “PIAGA”Offerecido aos activos representantes do Povo, no Congresso Legislativo.
Porque dormes, ó Piaga bovino?Começou-me a razão a fallar:
Porque dormes, Escuta a misériaImplacavel, a voz levantar!
Tu não vista “a moção” do enfrossaDa verdade a luz offuscar!
Não ouviste o seu Tasso, de dia,Este povo querer debochar? !
Tu não viste o commercio parado,Sem arame, verrgar e gemer
E ainda o Fisc0o medonho por cimaQual abutre sua garra abater ? !
Tu não vês a Lavoura a Industria,A chicote tratados, sem dó?
E a cobreira que dellas arrancamVoar toda em sonhares, e só?
Tu não viste a cobreira guardadaCrear azas, voar e voar...E tornar-se em ... autos faustososQue a Insania nos vem ostentar?
Tu não viste “Tupan” já sem “cobre”Trinta escolas fechar de uma vez!E tratar as crianças tão pobresTal e qualo trataria... uma rez!
Tu não vês o teu boi lazarentoEste povo indefeso matar?
E tu gaurdas os cobres, sedento,Para La no teu poocker... augmentar!
Mas... tu dormes, ó Piaga bovino!E Anhanga te prohibe enxergar
A verdade cruel e terrívelQue te os cegos já podem palpar!
Março de 1921.Corujinha.
148 Diário de São Luís,23demarçode1921,PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
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Cristiane Branco da Cruz149
PoIS é, GonçALVES DIASGonçalves Dias, homem independente e de bom caráter,
Homem brasileiro, mestiço das três raças,Homem de fé, poeta de garra,Lutou até o fim da sua vida.
Homem fiel, poeta amigo, companheiro,Suas palmeiras sadias e os sabiás ali nele viviam,
Amor não correspondido e tristeza lhe invadiam,Seu passado sofrido, em nossa vida ele está vivo.
Pois é, Gonçalves Dias,Você se foi, mas nos deixou um pedaço de história
De um brasileiro de verdade.Pois é, Gonçalves Dias,
Você se foi, mas nos deixou um bocado de saudade!
Cristiano Mendes Prunes da Cruz150
CAnção Do ExíLIoPorto Alegre é uma cidade alegre,
onde há muito que fazer.Lá, há dois times famosos
e, em dia de GRENAL,o Rio Grande do Sul
é todo vermelho e azul.Aqui, tudo foi projetado;
e há pouco calor humano.
Cristy Elen Rocha Pereira151
PoEtA DA VIDAAlegria, beleza e corGonçalves Dias escritor
conta a história do Brasilcom todas as coisas que descobriu.
149 Cristiane Branco da Cruz – Teresópolis – RJ – Brasil - 26/01/1996. poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Fran-cisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e apaixonada por poesia. Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
150 Cristiano Mendes Prunes da Cruz - Porto Alegre/RS – Brasil - 20 de abril de 1997 -. Estudante do Ensino Médio doColégioConhecer,PortoAlegre/RS.IntegrantedoProjeto“ImagenseTextosconstruindoHistóriaseVer-sos”.Curtefutebol,pescarejogoseletrônicos.E-mail:[email protected]
151 CRISTY ELEN ROCHA PEREIRA – Balsas – MA – Brasil. URE – Balsas - Centro de Ensino Médio Dom Daniel Com-boni;Professora:MarciaMeurerSandri
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Gonçalves Dias é poetada nossa querida terra
que com amor contouas culturas que lhe inspirou.
Mas, Gonçalves Dias nos deixouE o Brasil que lhe encantou
Hoje chora com muita dora perda de um grande autor.
Cynthia Theodoro Porto152
AInDA UMA VEz... o AMor EtErno SEM ADEUS...(Soneto para o poeta Gonçalves Dias)
Querido amigo poeta... é uma pena, aquele adeus à musa inspiradora...
nem mesmo o sabiá com cantilena,foi como alegria consoladora...
Da palmeira, a verve cantadora, quiseste um doce amor, em paz serena,
tiveste, assim, paixão acolhedora, mesmo indo embora, o coração perena...
Morria-se de amor naquele antanho,porque nasceste em tempo vil e errado,e, como todo vate, foste estranho...
Não se podia amar, nem ser amado, a humanidade – sofredor rebanho, mas, hoje... o amor é lei e consagrado...
152 Cynthia Theodoro Porto - São Paulo SP – Brasil. Cursou Letras na USP (Português/Inglês e Hebraico) e Direito nasFaculdadesMetropolitanasUnidas,semcontaroscursosdelínguaseosprofisisonalizantes.Escreveuepublicouem2005oseuprimeirolivrochamado“A LIRA DE AQUÁRIO”,umaantologiadesonetoseoutrosversos. Para contatos, o seu endereço eletrônico é: [email protected]
214
D. da Silva153 - 7 de Setembro de 1873
GonçALVES DIASPor ocasião de inaugurar-se a sua estátua
(Ao dr. Antonio Henriques Leal)
Ei-lo talhado na pedra– tando o dorso do mar,o leito d’alvas espumasonde se foi repousar;
sobre a lira reclinadoo filho das harmonias
ouve as doces melodiasque a vaga vem entoar.
O bardo tem a seus pés– o povo que mais amou,sobre a cabeça – este cáu
que seu verbo eternizou.As turbas tecem-lhe c’roas,
o céu alegre o festeja,a brisa que rumorejapelos palmares passou.
Doces beijos traz das rosasabertas ao alvorecer,
um suspiro da açucenaque começa a enlanguescer;
do sabia os gorjeios,da juriti terno arrulho,
do lago brando marulhoa brisa vem-lhe trazer.
Saudemos todos no bardoo gênio da inspiração,
n’aquela estátua de pedravoltada para a amplidão!
N’ela a pátria reconheceo senhor das melodias,
– o grande Gonçalves Dias –a glória do Maranhão! –
153 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 566-567. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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D. Freitas154 - São Luís, 6 de Setembro de 1873
AntE A EStÁtUA - À MEMÓrIA DE GonçALVES DIASLe Génie est un dieu tout de glorie et de flamme;L’harmonie est sa voix, la nature est son âme.Son vol n’est limité ni des rieux ni des mers;Les ailes, ses regards, embrassent l’univers.
Lebrun, Le Génie.
Aquela fronte espaçosa,Que vedes resplandecer,
Onde as musas vão beberÁurea luz da inspiração:
É do Deus das melodias,O astro das harmonias,Que surgiu como um vulcão
Deus disse «gênio caminha«Segue do Pindo a estrada
«Que tua fronte inundada«De luz sempre há-de brilhar,
«Aclara dos céus a terra«E tudo que n’ ela encerra,
«E ligeiro volta a teu lar.»…………………………..Não vedes ali um monarcaA um povo tiranizar,Nem vedes subjugarDo culto povo a vontade:Que essas púrpuras… esses terroresQuais romanos imperadores .Tendo aos pés a «liberdade»!
Vedes do gênio a estátuaDe flama c’roada a fronte
Que inunda o prado e o monteDe pura luz divinal!
O gênio nunca arrefece,E o mundo jamais se esqueceDo seu cantor imortal!
Passado bem curto espaçoSe cumpriu a profecia,
Iluminou mais que o diaDa terra té junto aos céus;
O gênio não demorou-se,
154 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 576-578. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Da vida a luz apagou-seVoltando ao seio de Deus.
Dos céus a terra iluminaEsse astro tão brilhante,
Poisou na terra um instanteDeixou luz p’ra toda idade;
Essa luz não se limita,Ela por Deus foi predita,
A rival da divindade!
A sorte mais que propíciaMarcou-lhe mais bela fada,Entre os prismas d’alvorada
Lhes apontou a amplidão.Em tudo resplandecia,
Seu estro brilhou mais que o dia,Que a cratera d’um vulcão.
O grato povo ergue o tronoPara um culto venerando,Vejo a Europa memorandoQue junto ao culto s’ acurva;
Todos os sóis escurecem,Todos planetas arrefecem,
Aquele nunca se turva!
Um ser como és, bem vê-se,Não pode ter outra sorte
Pois um Deus depois da morteSempre tem tais condições,
Tal foi o mártir da cruz,Derramando intensa luz
Libertou as gerações.
O buril deixa em granitoDe toda a idade a memóriaEm áureas páginas a história
Aponta suas melodias,A briza seu canto entoa
Tais são as per’las da c’roaQue cinge Gonçalves Dias!
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Daisy Maria dos Santos Melo 155
GonçALVES noSSA EStrELAO mar não tem saber
Se tivesse jamais desejariaTer consigo aquela culpaDe levar Gonçalves Dias
Poeta mui destemido
Muitas dificuldades passouO pai perdera cedo
Amigos o sustentou
Amou a mulher errada?Ou errado foi fraquejarDiante d’uma sociedadeQue não o queria aceitar?
Fugira pra não sofrerSua dor só aumentou
Caminhos despedaçadosIsso também é amor
Doente e debilitadoA vida se esvaindoMas não era pra ser o marSeu algoz, se assassino
Agora que já se foiDeve cantar a belezaEm alguma constelaçãoPorque poetas, ah os poetas!Estelas sempre serão!
DIAS noS MEUS DIASQuem és tu poeta
Que grandes lutas abraçouCantou a nossa nação
O índio sempre exaltou
Orgulho da raça mestiçaOrgulho brasileiro
Ao lado de AlencarNo Brasil foi pioneiro
155 Daisy Maria dos Santos Melo – Maceió – AL – Brasil - 02/06/1983. Formada em gastronomia, atualmente estudacríticaliterárianaUFPE.Ilustradora,venceuoprêmio“MágicaEspecial”em2010.Possuiumartigopublicadocomotítulo:“Ocordelcomoinstrumentodeinteressenasescolas”.Alémdepoesia,adoraescreverprosaficcional,contos,crônicas...
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Por muitos rejeitadoFalta de compreensão
Tido como abusadoOnde sobrava presunção.
Sofreu dor de amorPreconceito e depressão
Mas em tudo quanto vividoNão manteve o olhar no chão
Sempre em grande composturaExaltando seu paísQuisera tantos mil
“Dias” em meu Brasil!
MEUS VIntE E PoUCoS AnoSVinteanos! Perdi-os nas tuas mãos
Algozes, ferozes. Suprimiramtodo meu ser.
Tantossonhos perdidos Num peito que só te amou Vinte anos! Ah, se voltassem
Cruzariaa calçada.
oLHArESUm encontro
Um reencontro Saudade
Desespero mudo Todo meu ser
Naquele teu olhar Um que eu jamais voltarei a ver
CAnção Ao MArAnHãoMeu Maranhão tem palmeirasTem também terras vermelhas
As aves são das mais belasVocê há de concordar
Nosso céu é mais brilhanteOlhe só por um instante
Os bosques mais radiantesSigo a vida exultante
Sozinho eu penso à noiteComo é lindo esse lugarTanta saudade eu tenho
Só quero pra lá voltar
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Minha terra é só saboresSomente encontro por lá
Sozinho eu penso à noiteComo é lindo este lugar
Tanta saudade eu tenhoSó quero pra lá voltar
Deus não queira que eu morraSem que eu volte a pisar
Na terra dos babaçusQue não encontro por cá
Sem que veja uma palmeiraSó quero pra lá voltar.
Dalciene Santos Dutra156
GonçALVES DIASFilho de Português com cafuzo
Nasceu de uma união não oficializadaPor isso sua mãe foi abandonada por seu pai que foi morar
Com outra amada.
Gonçalves DiasTinha alegria tinha amor o dom que Deus criouEscreveu poesiasCom muitas sabedoriasPara nossa alegria.
Poeta do Maranhão Despertava muita emoção Para o povo desta nação com sua dedicação.
Tenha orgulho de nascer Na terra de GonçalvesPoeta do povo maranhense
Levou os encontros da gente
Para o mundo conhecer.
Viva Gonçalves Dias!Eterno poeta do amor
Na Academia de letrasEternizado com descido valor.
156 Dalciene Santos Dutra - São Luís – MA - Brasil –12/03/2002.MotivodaParticipação:Reconheceraimportân-ciadapoesianavidadossereshumanoscomoferramentadedivulgaçãodossentimentosecomportamentoda sociedade onde está inserido
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Daniel Ely Oscar Noé157
CAnção Do ExíLIoEstados Unidos
e Brasil contrastam quanto ao físico
de seus habitantes. Lá, muitos gordos;
aqui, muitos magrelas.As comidas de lá
são bem mais gordurosas que as daqui.
Lá, durante o dia, ouvi-se o ruído
dos carros; aqui, ouvimos o canto
dos pássaros.
Daniel Victor Adler Normando Romanholo.158
A AntônIo GonçALVES DIASChorou de tristeza
Ao perder a filha queridaAo ausentar-se da terra natal
Ao perder o amor da sua vida!!!Com tanta criatividade,
deixou muitas saudades...nunca iríamos esperar sua ida.
Pois é:Choramos hoje a sua partida
Mas nos alegramos por tê-lo tido entre nós!!!
Obrigado GonçalvesPor ter deixado milhares de emoções
Com seus poemas e Canções...
157 Daniel Ely Oscar Noé - Capão da Canoa – RS – Brasil - 13 de maio de 2000. Estudante do Ensino Fundamental doColégioConhecer,PortoAlegre/RS.IntegrantedoProjeto“ImagenseTextosconstruindoHistóriaseVer-sos”:“BannersPoéticos”,2012.Integraaequipedevelejadores,CategoriaInfantil,doClubedosJangadeiros,de Porto Alegre/RS. E-mail: [email protected]
158 Daniel Victor Adler Normando Romanholo. São Luís-MA – Brasil - 23/10/1998. Mora em São Carlos-São Paulo ecursao9ºanonoColégioInterativo.Temparticipaçãoem“ASASDEUMSONHOporummundomelhor”,obracoletivadosalunosdaEMEBAngelinaD.deMeloeEMEBErmantinaC.Tarpani,SãoCarlos-SP,2008.Éco-autor(juntamentecomJoãoMarceloAdlerNormandoCostaeDilercyAragãoAdler),dolivroInfantil,“Umahistória de Céu e Estrelas, São Luís-MA, 2011.
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Daniela Wainberg159
CAnção Do ExíLIoMinha terra tem mais vida,
nossa vida mais amores. Nela há pássaros, montanhas, vales de flores e caminhos nos jardins.
Em minha terra, vejo bosques, onde a natureza tem beleza,
borboletas e gaivotas. Não permita Deus que eu morra
sem a certeza de que voltarei; nem que seja por momentos;
pois, se não lá voltar, sequer, um instante, não estarei voltando ao meu mundo, mundo este onde canta lindos pássaros.
Danielle Adler Normando 160
Por UM GrAnDE AMorSuspiraste não por um nome apenas A chama de um grande amor em ti -se fez viva eternamente-...
Não pudeste encontrá-lo na vida terrena -é certo-Mas na tua alma e no tempo perduraram e perduram para sempre...
Como esperaste esse amor por toda a tua vida!...Como esperaste com toda calma e desespero que nele cabiamComo esperaste em todas as entrelinhas das tuas dores e alegrias...
Ah como o esperaste!...
Esperaste até no teu suspiro último de amorNas águas doces do abraço de Ana Amélia
Na última valsa amorosa do impiedoso mar que te tragouMas amorosamente-quanta ironia-
para a imortalidade te levou!
159 Daniela Wainberg - Porto Alegre – RS – Brasil - 30 de janeiro de 1991. 1ª Bibliotecária e Membro Fundador da AcademiadeLetrasMachadodeAssis,PortoAlegre/RS,Cadeira9,PatronesseLilaRipoll;MembroEfetivodoClubeInfanto-Juvenil“EricoVerissimo”,daAcademiadeArtes,CiênciaseLetrasCastroAlves,PortoAlegre/RS;AcademiaVirtualSaladePoetaseEscritores,BalneárioCamboriú/SC;LigadosAmigosdoPortalCEN,dePortugal;eAssociaçãoInternacionaldosPoetasdelMundo.Coautoradoslivros“Olhares-CrônicasEscola-res”e“Palavras,ALinguagemdaVida”.CursaPedagogia,noCentroUniversitárioMetodistaIPA-RS.E-mail: [email protected]
160 Daniielle Adler Normando - São Luís – MA – Brasil - 10 de março de 1974. Reside em São Carlos/São Paulo desde2001.ÉgraduadaemPedagogia(1996).AutoradeváriaspoesiasinéditasetemparticipaçãonasAnto-logias:OficinaCadernosdePoesia(21),RiodeJaneiro-RJ,1993eIColetâneaPoéticadaSociedadedeCulturaLatinadoMaranhão-LATINIDADE,SãoLuís-MA,1998
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Danielle Granjeira de Moura161
GonçALVES DIASEm 10 de agosto de 1823No esplendoroso dia
Nascia Gonçalves DiasNa pequena cidade de Caxias.
Um grande escritorCom saudades escrevia
Do Brasil que sempre descreviaA natureza e a pátria.
A mistura das raçasSempre destacou
Em um grande naufrágioA nossa terra ele deixou
Assim, a vida acabouDe um grande escritor.
Darlan Alberto T. A. Padilha - Dimythryus162
CAnção DE ExíLIo Minha Terra tem palmeiras derrubadas,
onde escondem-se os últimos sábias;as aves, que aqui gorjeavam,
cá não vejo mais cantar.
Nosso céu encobre estrelas,nossas várzeas poluição,
nossos bosques, hoje becosnossas vidas celeradas.
Em cismar sozinho à noite,temeroso, encontro eu lá
minha Terra tem chacinas,execuções, choro e lágrimas.
161 Danielle Granjeira de Moura – Balsas MA – Brasil. URE – Balsas - Centro de Ensino Médio Dom Daniel Combo-ni. Professora: Marcia Meurer Sandri
162 Dimythryus –Darlan Alberto T. A. Padilha, Licenciado em Letras pela Faculdade UNIESP-SP, Embaixador da Paz, título que lhe fora atribuído pelo “CERCLE UNIVERSEL DES AMBASSADEURS DE LA PAIX – SUISSE – FRANCE (Genebra – Suíça). Entre suas premiações destacam-se o “Prix Francophonie” a Menção Honrosa (Diplôme d’honneur) no 10é Concours International de Litterature Regards 2009 (Nevers – France) e 6º Con-curso Poético O Cancioneiro Infanto-Juvenil para Língua Portuguesa na Prática Educativa (Almada – Portu-gal). Além de colaborar com os Sites: Blocos OnLine, Garganta da Serpente e Meio Tom, pratica a divulgação cultural através de e-mail’s de pouco mais de 1000 contatos.
223
Minha Terra de políticos,marolinha e mensalão
não bastasse Rosimaryas barbas do deus cego,
vem o legado de uma estrela,enrubescida e humilhada.
Não Permita Deus que eu morra;sem que mudanças hajam lá;
sem que a justiça abra os olhos,sem que a democracia, democratize-se,
seja todos e não alguns;Minha Terra tem Palmeiras, na segunda Divisão
Débora Luciene Porto163
I-JUCA-CAFUCHE No meio das ruas de grandes senhores,
Rodeados por grades — e por roedores, Veem-se os sem-teto, deitados no chão;
Alguns andarilhos, culpando suas sortes, Outros cansados, aguardando suas mortes
Vivem do lixo, cobertos por papelão. São tristes, saudosos, homens com história, E que apenas imploram qualquer coisa simplória, Já rudes não entendem o que não é dor: São todos desvirtuados, homens doentes! Seus nomes esquecidos por todas as gentes, Escondidos pelos vícios, sujeira e fedor! Nas casas vizinhas, sem fome e sem frio, Estão os julgando, se importando com o brio, A polícia defende os seus marajás: Medrosos donos de terras que não lhes pertencem,
Que pagam tributos aos que tudo vendem, Dizendo que isto é em nome da paz.
No cordão da calçada, próximo ao bueiro,
Onde cães urinaram, onde existe mau cheiro, Passa a senhora e passam os vis:
E eles, sentados, não lembram da hora, Não passam, nem ficam, não podem ir embora,
Vivendo aquilo o que ninguém quis.
163 Débora Luciene Porto – Gravataí – RS – Brasil - 21 de outubro de 1987. professora de Língua Portuguesa, gra-duada em Letras pela UFRGS.
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Quem são? — ninguém sabe: mas querem seus votos, Dizendo que a culpa é de um governo remoto:
Indecentes e espertos — num povo servil; Só assim esses homens fazem parte do plano,
Tornando distinto o feitor do engano, Fazendo sua fortuna multiplicar-se por mil.
Deidimar Alves Brissi164
o MAIor SoFrIMEnto Do PoEtAEntre tantos amores sufocados pelo preconceito,
Separados com crueldade, deixando vidas vazias.Tantos amores sofreram, separados sem direito
E por Ana Amélia sofreu tanto Gonçalves Dias!
O arrogante que quer separar um grande amor,Nunca conheceu o amor romântico ou fraterno.
O amor está acima da crença, raça, poder e cor.É indestrutível, nos aproxima de Deus, é eterno!
Casamentos arranjados, com o amor esquecido,É uma das tristes faces da prostituição humana.
Prostituição social, igual, a fazer sexo vendido.Engana os hipócritas, mas, o amor não engana!
No céu, onde não existe falsidade e hipocrisia,Vivem felizes todos os amores aqui separados.
Ali a maldade humana diante do Pai se esvaziaE Gonçalves e Ana se encontram enamorados!
A VISão Do ExPLorADoPara Gonçalves Dias
Ó mar salgadoQuantos índios não viram
De tristes praiasEm apocalípticos dias
Seus irmãos serem levados pelos caris?
164 Deidimar Alves Brissi - Cosmorama–SP-Brasil-20/08/1972.Casado,3filhos,professor;LicenciadoemFísicapelaUNESP/CampusRioClaro;MestreemFísicaeAstronomiapelaUNIVAP/CampusdeSãoJosédosCampos.ProfessordeEnsinoMédionaRedeEstadualdoEstadodeSãoPaulo;ProfessordeEnsinoMédiodeescolasparticularesdeSãoJosédosCampos;ProfessorTitulardoInstitutoFederaldeEducaçãodeSãoPaulo/CampusBirigui
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Para quê?Para serem exibidos como bichos,
Trabalharem como bestas,E as belas e puras moças,
Serem abusadas por bestiais marujos E “respeitados” ricos!
Quantas cecis choraram seus membiras,Quantos curumins em vão clamaram por Tupã!
Quantas abaíbas ficaram por casarPara quê?
Para que fosses vosso, ó mar?
Valeu a pena?Nada valeu a penaPois quem explora seu irmãoQuem destrói um povoTem a alma pequena!
Ó mar salgado A maior parte de teu sal
São das lágrimas Dos Goytacazes e Tupinambás,
Dos Tamoios e Aimorés,Dos Charruas e Potiguáras,Dos Carijós e Tremembés Dos Tupiniquins e Tabajáras, Dos Temiminós e CaetésNão são, não são...Não são lágrimas de Portugal!
ÚLtIMA CAnção Do tAMoIoMorreu o último tamoio!Com ele morreu a bravura.Silêncio ficou no arroio.Triste ficou a saracura.
Agora ficou esquecido:O que lhes dizia o téu-téu,Das plantas o aprendido,
O que enxergavam no céu.
Foi embora a dignidade,Que hoje anda esquecida.
Sua história deixou saudade,Nossa história ficou ferida.
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A destruição deste povoÉ uma história medonha,
Que cantando aqui de novoSó exalta nossa vergonha!
Mas a eles nós devemos,Nas praias, vales e serras,Honrar o que recebemos,
Amar e proteger suas terras!
o SABIÁPara Gonçalves Dias
O sabiá voou para cima da casaE começou a cantar:
“MIiha querida! Minha querida!Eu canto para ti nesta antena
Porque sou um sabiá da cidadePorque o amor vale a pena
Sofre um sabiá com saudadeProcurando a noite inteira
Mesmo com tanta vontadeNão se acha uma laranjeira
Minha querida! Minha querida!”
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A PALMEIrA DE GonçALVES DIAS
Brasil saudade Sabiá Timbiras povo Caxias Amor saudade sofrimento naufrágio Coimbra morte América Navio doença índio Juca-Pirama Teatro fé Escravo justiça amor terra sabiá natureza Flores poesia poemas timbiras terra Brasil palmeiras gorjeiam pássaros amor Pátria preconceito amor terra canção exilo piaga canto honra bravura vida guerreiro musa índio tupi guarani teatro poesia DEUS hino despedia morte fé Maranhão terra Tupã taba Marabá saudade tempestade adeus morte amor Bosques natureza Ana Amélia hipocrisia exílio honra taba mata Vida soneto justiça Injustiça negro índio povo gente Fé Tupã Ana taba mata floresta estrelas Tejo noite Cacique tribo Ana Amélia casamento Tristeza terra viajem guerreiro Grito triste boré Anhangá deuses Coruja cipó filho Sertão treva dor Sofrimento beijo cor Prazer amar Brasil mar 1823 chão
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Dely Thadeu Damaceno165
SEU IDíLIoHomenagem a Gonçalves Dias
No seu exílio muito cantastes,Com lindas e carregadas epifanias
Grande poeta Gonçalves Dias,As belezas saudosas de sua terra,
Que o enchia de alegrias.Lembravas então das frutas do campo
Mas também de suas amadas serrasDas lindas palmeiras que aqui há
Onde as verdes colinas encerra.Abrigando constantemente em galhos
O lindo e tão cantante sabiá...Que orgulha o homem do campo
Enchendo os olhos de orvalho.Seu doce idílio, de muita paixão
Saudades dessa terra morena,Onde sua cabocla enfeitada
Com lindas róseas flores de verbena,Faz bater forte o seu saudoso coração...
HoMEnAGEM A GonçALVES DIAS166
No seu exílio muito cantastes,Com lindas e carregadas epifanias
Grande poeta Gonçalves Dias,As belezas saudosas de sua terra,
Que o enchia de alegrias.Lembravas então das frutas do campo
Mas também de suas amadas serrasDas lindas palmeiras que aqui háOnde as verdes colinas encerra.
Abrigando constantemente em galhosO lindo e tão cantante sabiá...
Que orgulha o homem do campoEnchendo os olhos de orvalho.
Seu doce idílio, de muita paixãoSaudades dessa terra morena,
Onde sua cabocla enfeitadaCom lindas róseas flores de verbena,
Faz bater forte o seu saudoso coração...
165 Dely Thadeu Damaceno - Patrocínio MG – Brasil - 12 de Outubro de 1953. Professor de Sociologia na Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo. Sou amante da Literatura e das letras em geral. Faço parte de portaiscomo:PoetasDelMundodoChile,doPortalCEN“CáEstamosNós”dePortugal.
http://www.encontrodepoetaseamigos.ning.com166 Publicado no Blog Recanto das Letras, Shimon Goldwyn Piracicaba/SP – Brasil. Enviado por Shimon
Goldwyn em 12/02/2013 Código do texto: T4136107 disponivel em http://www.recantodasletras.com.br/ homenagens/4136107,PoesiacompiladaporLeopoldoGilDulcioVaz–Curitiba–PR–Brasil–1952;InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão;UniversidadeEstadualdoMaranhão
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Dena Guimarães167
GonçALVES DIAS In MEMorIAMPasseaste pelo mundo
Sobrepondo as verdadesCasos rudes e encantosEm teus versos tu citaste
Flores, espinhos encontrouLindos sonhos e desamor
Florescendo em seu peitoRelatando o que o inspirou
Amarguras estreitaramTeus sentimentos machucadosPor esta vida que a ti causou Tanta dor por tanto amor
Pois caminhaste por lindos sonhosTerras indígenas em esplendor
Cenário azul em tons vibrantesNeste chão você pisou
Entretanto não viveuLindas Histórias de RomeuDedicou ao nacionalismoEste universo era seu
Retratou também o beloBenevolência e mar de amorO teu alvo foi sinceroEscreveste o que enxergou
Não vivendo somente encantosFoi remando e navegando
Das tuas idéias nasceram poemas O papel foi seu recanto
Rompeu o tempo a tua morteEntristecendo o Sul e o Norte
Deixando uma herança o seu legadoSer poeta foi seu forte
167 Dena Guimarães-Dionísio–MG–Brasil-02/03/69.atualmenteéartista,cantora,poeta,compositoraepro-fessora.Começouacomporsuasmúsicaseescreverpoesiasaos15anos,ondeseutalentoresplandeceusuavidaartística.Em2011foiclassificadaentreos20colocadosnoFestivalCristoRedentor-RJ,em2012entrouparaacoletânea:MúsicaMinasefoichanceladanoconcursoliteráriodaEditoraLitteris,livro-antologia“Lâm-padadocoração”aserpublicadonofinalde2013.
230
Aqui no âmago do meu ser Fisguei a luz do meu querer
“Gonçalves Dias” sinto agoraTua essência a me envolver
Amo teus livros e tuas histórias Tu és pra sempre vida e glória
Enriqueceste nossa culturaColorindo-nos in memoriam
Denise Alves de Paula168
HoMEnAGEM Ao PoEtA À Antonio Gonçalves Dias
Poeta, romancista e escritor Que sua obra literária
Escreveu com muito amor.
Presto aqui minha homenagem A esse homem de talento
Que tão cedo nos deixou Mas não caiu no esquecimento.
De sentimento nacionalista
Esse mestiço fantástico Tinha orgulho de sua raça
Seu universo era bem vasto.
Incorporou à nossa escrita Temas antes nunca vistos Verdadeiras obras primas
Tudo o que deixou escrito.
De grande riqueza temática Sua arte consigo não naufragou
Com versos citados em nosso Hino todos os dias é lembrado
Pois o Brasil o imortalizou.
168 Denise Alves de Paula - Barra de São Francisco – ES – Brasil - 23 de Fevereiro de 1957. Atualmente mora em Vitória,CapitaldoEspíritoSanto.Gostade ler,escreverepintar.2012-Participouda“AntologiaCafécomVerso”e“AntologiaMulheresFascinantes”;2013-Participandoda“AntologiaCafécomVersoII”e“AntologiaVoarnaPoesia”
231
Dércia Sara Feleciana Tinguisse - Deusa d’Africa169
GonçALVES DIAS tAMBéM QUErIA SEr GEntEO nome do romântico maranhense
Consta na história brasileiraAlegando que queria ser gente.
Ora vejamos:Dias, tinha o sangue americanamente primitivo,
Tendo descoberto o fogo,Nos olhos da Don’Ana
Enquanto os friccionava com os seus.Seu nome, consta na lista dos vivos,
Porque dizem que é também gente.
Dias, tinha sangue lúgubre Consternando vilipendiosamente
Sua paupérrima castaMas também, era gente como a Don’Ana.
Dias, tinha sangue nubladoPromissor duma terra Ébria de fartura
Antídoto do agoiro não auspiciosoDaqueles dias em que Dias, só queria ser gente. Dias, tinha um mar patriótico, Efervescente em seus olhos,que desvanecia nas rochas em terra,que pertenciam a Don’Ana.
Dias, era um intelectual,Que sonhava em ser genteExpirando o mar maranhenseQue formara brisas matinais.Mas, o povo queria mais de si,
Não queria apenas as brisas,Mas sim que o Dias, fosse o mar maranhense
Alegando que o canonizaria como gente.
Contudo, Dias se tornara o mar maranhenseE nunca fora gente como se lhe prometera
Mas também, um poeta nunca é gente,Um poeta é apenas um singelo poeta!
169Deusad’Africa-DérciaSaraFelecianaTinguisse-Xai-Xai-Gaza–Moçambique-05deJulhode1988.Licencia-daemContabilidadeeAuditoria,eexerceuaprofissãodecontabilistanaUDEBA-LAB(UnidadedeDesenvol-vimentodoEnsinoBásicoeLaboratório),DocentedeContabilidadenoInstitutoMédiodeComerciogestãoefinanças.
232
A AntônIo GonçALVES DIASEnquanto a vida me vituperava
Minhas palavras erguiam maresEu me tornava um homem honrado
Ou apenas uma ponte entre as tribos.
De amor, a vida se me fora saqueadaComutando-me num mamífero
Cujas entranhas pigarreavam por um anjoQue nunca o mereci pela minha loquacidade mesquinha.
Sou um cão raivosoInjectando meu veneno
Em qualquer outro mamíferoUma vez que, a vida me furtara,
Um osso, a que me havia sido destinado.Ana Amélia Ferreira Vale, é um osso
Que soletrado, arrasta-me à úlcera Que me faz babar o meu veneno.
MIL DIAS PArA MIL PALAVrASQue dizer dos dias sem o Dias,
Apenas o taciturno, o vácuo e a penumbraQue interferem a luz luzente
Cobrindo os dias de névoa, de incertezas e perdição,Num inferno, onde as palavras olvidadas,
São abusadas sexualmente,No seu lar, sem camisinha, nem legislação que as tutele.
VIVênCIA
Oh! Vivência, que vivas e aos teus sempre salves,Sem que te apartes
Da graça genuína do Gonçalves Cure a sua alma, que as artes
Se desalentam com toda a anfetaminaQue seu organismo injuriara perante a sua alma.
Não come, mas bebe a sua sinaAnémica, melancólica e vivalma,
Com seus os olhos de sangue,Que colorem o mar vermelho.
Nem que o homem me zangue,Tenho que te falar do teu fedelho,
Pois, nenhuma palavra, nem prece o poupaDessa acerba enfermidade
Que afecta ate a sua roupaDestruindo a sua própria personalidade
Onde a medicina alegaQue a sua cura
Seja apenas um beijo que negaà Don’Ana de casta pura.
233
MAr MArAnHãoMar Maranhão
Vampiro das letrasChoupana dos carnívoros e canibais
Destruidores das empreitadas dos seus amores.
Gonçalves, amava o mar e a AnaMas a Ana podia ser a Ana sem ele
Contudo, o mar não podia ser o mar sem ele.
Ele amava a Ana e o marEle não seria ele sem ela
Todavia, ela era uma sereiaCujos raios dos seus cabelos, anunciavam
O dia, enquanto os olhos proclamavam,A noite fulgenteDas rochas na sua faceÀs lúnulas dos seus pés
Delgados e salgadosPelas águas que apaziguaram
A ele eternamente.
CAnção PArA GonçALVES DIASCanto e me encanto, citando teus versos, Gonçalves Dias
Sentindo tua presença, revolucionando-me por dentro Sempre que passeio pelas ruas e praças de Caxias.
Bravo poeta que com seus versos encantou muitas nações,Exaltando a Terra das Palmeiras, onde canta (va) o sabiá Eternizando a Canção maior no coração de mil gerações E ensinando que o melhor da vida é mesmo amar. Poeta da felicidade, que viveu o amor em plenitudeDe memórias narradas por um mar de inspiraçãoSoprando em almas anseios e dores em pura atitudeEntoando cantos com a sinfonia do coração.
A Princesa do Sertão por tua causa adotou todos nósSomos gonçalvinos e o mundo inteiro disso é sabedorPorque ainda está aqui e ficará eternamente sua voz
Atiçando com saudade o que escrevia sobre amor.
Nativo de Jatobá, filho de Caxias das Aldeias Altas, a Princesa do SertãoCaxias uma cidade referencial por excelência
Ecoando sua voz ao mundo, elevando sempre o MaranhãoExpondo de gerações a gerações cada poema com a essência deste chão.
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Deuzimar Costa Serra170
CAnção PArA GonçALVES DIASCanto e me encanto, citando teus versos, Gonçalves Dias
Sentindo tua presença, revolucionando-me por dentro Sempre que passeio pelas ruas e praças de Caxias.
Bravo poeta que com seus versos encantou muitas nações,Exaltando a Terra das Palmeiras, onde canta (va) o sabiá
Eternizando a Canção maior no coração de mil gerações E ensinando que o melhor da vida é mesmo amar.
Poeta da felicidade, que viveu o amor em plenitudeDe memórias narradas por um mar de inspiração
Soprando em almas anseios e dores em pura atitudeEntoando cantos com a sinfonia do coração.
A Princesa do Sertão por tua causa adotou todos nósSomos gonçalvinos e o mundo inteiro disso é sabedor
Porque ainda está aqui e ficará eternamente sua vozAtiçando com saudade o que escrevia sobre amor.
Nativo de Jatobá, filho de Caxias das Aldeias Altas, a Princesa do SertãoCaxias uma cidade referencial por excelência
Ecoando sua voz ao mundo, elevando sempre o MaranhãoExpondo de gerações a gerações cada poema com a essência deste chão.
Dhiogo José Caetano 171
EtErnAMEntE DIAS Muito obrigado, Gonçalves dias!
As suas obras são recheadas de ideias e informações,Literatura, arte e expressão,
Uma arte expressivamente arte. Um trabalho transformador e ricamente literário.
Poemas, versos e livros...
170 Deuzimar Costa Serra - SãoJoãoBatista–MA–Brasil-GraduadaemPedagogiapeloCESC/UEMA,Especialistaem Orientação Educacional (PUC/MG), Avaliação Educacional (UnB), Educação de Jovens e Adultos (UnB) e DocênciadoEnsino Superior (UFRJ);MestradoemEducaçãopelo InstitutoPedagógico LatinoamericanoYCaribeno, IPLAC/CUBA,reconhecidopelaUFC(UniversidadeFederaldoCeará);DoutoraemEducaçãopelaUniversidade Federal do Ceará. Professora assistente II, lotada no Centro de Estudos Superiores de Codó (CES-CD)daUniversidadeEstadualdoMaranhão;AutoraeCoordenadoradoProjetoIntergeracional;Atualmente,Secretária de Educação de Caxias-Maranhão.
171 Dhiogo José Caetano–Uruana–GO–Brasil-24/11/1988.Artistarevelação2011prêmioorganizadopelaIn-terarte juntamente com Academia de Letras de Goiás, ganhador do prêmio cultural Interarte 2012, correspon-dentedaACLAC,membrodaAVSPEAcademiaVirtualSaladosPoetas,Escritores,membrodoInstitutoHistórico,GeográficoeGenealógicodoGrandeABCeSenadordaFEBLACA.E-mail:[email protected]
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Hoje meditando um pouco...Resolvi escrever estes versos para agradecer a sua contribuição,
As suas publicações, seus versos, prosas, trova, poema de arrepiar.Que o tempo não esqueceu!
A rede está cheia de informações, mas falta a dinâmica literária.A força das palavras que bravamente foram narradas por Dias.
Um poeta que de forma precisa mudou a cara da nossa literatura brasileira.
MoMEnto DIASUm homem ou um gênio?
Um ser que transparece a permanência na fantasia de um mundo quase perfeito.
Conhecer você é romper com os conceitos e padrões...É vivenciar a plenitude do nada, concretizando a plenitude da existência. Tornando vivo a espiritualidade da escrita e dos versos
eternosUm ser iluminado pelo saber.
Uma criatura de “outro” mundo. Eternamente Dias...
oS VErSoS DE GonçALVES DIAS Quando tu apareceste na minha vida vazia.Eu era completamente infeliz.Vivia sem o brilho de um sorrir.Só havia dor, solidão, saudades. Na alma a desilusão do viver e a vontade de morrer. Mas tudo se fez novo quando li os seus versos, poemas...Chegaste à luz para clarear a minha vida vazia.Minhas noites perdidas.Minha vida que não mais existia. Meu lótus, eu te agradeço...
Por tudo que fizeste por mim.Vossa luz me transformou em um clarividente.
A sua mensagem libertou a minha alma. Obrigado meu Deus!
SALVE, SALVE DIAS...Salve, salve Gonçalves Dias!Ser que possui uma vasta bagagem intelectual.
Sabedoria e talento se misturam em um único ser.Poeta por natureza.Escritor pelo destino.Intelectual memorável, perspicaz e aguçado em seu trabalho.O senhor das palavras.
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Um homem conhecedor do mundo e dos sentimentos a sua volta.Um ser maioral e com propriedade para falar de seus ideais.
Um talento brasileiro, que traz emoção e muita sabedoria em cada obra eternizada. Todos ou a maioria admira seus escritos. Eu me classifico como parte desta
maioria.Ter o dom da palavra é um privilegio de poucos e Dias faz parte desta
minoria que utiliza o dom de falar para mudar o mundo e as pessoas á sua volta.
Dias, salve, salve Dias...
QUAnDo CrESCEr QUEro SEr UM GonçALVES DIAS Um homem que de forma literária descreveu os momentos em versos,
sentimentos, poemas...Sua arte o eternizou ou vice-versa.
Um poeta do Brasil, no entanto reconhecido no mundo todo.
Nos seus belos textos ele deixou registrado a sua sincera cortesia e nobreza de espírito...
Ao longo da sua existência cultivou o amor e assim colheu o respeito, reconhecimento e sucesso.
A sua obra lírica é plenamente recheada de emoção e marcada por um acentuado romantismo.
De forma plena manifestou a solidariedade com a humanidade e lutou pelos direitos dos mesmos.
Transformando a sua vida em versos, prosas, rimas, poemas, duetos, acrósticos e liberdade de expressar os sentimentos.
Sentimentos vividos de forma coletiva e profundamente partilhados no dia a dia.
Uma trajetória ricamente literária.Quando eu crescer, quero ser um Gonçalves Dias.
Um homem que divinamente poematizou os momentos, sonhos, medos, ideias, lembranças e mundos.
Um escritor que marcou a sua geração, os seus valiosos escritos são verdadeiros testemunhos do tempo e
das emoções de uma grande poesia.Dias, de forma ricamente falando revolucionou a arte de poematizar.Construiu uma história poética e narrou o existir através dos poemas.
Indubitavelmente quero ser um Gonçalves Dias.
GonçALVES DIAS o PoEtA DoS SéCULoSA sua poesia é rica de sentimentos; sentimentos que se concretizam em um mosaico de
emoção e aliteração.Meu mestre você representa a incursão da arte de expressar através das letras.
Você ajuda promover este mosaico literário.Um ser que se entrega por completo ao mundo das letras, dos sentimentos, dos saberes
e das inúmeras formas de se apreender. Um contexto construído através da dilaceração das experiências.
Diálogo transcrito, descrito na individualidade da escrivaninha.Sentimento que parte do individual e se alastra até a coletividade do ser.
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Palavras que são lançadas ao léu, que pairam no tempo e tornam-se elementos, signos, estilhaços, cordéis, simulacros das vozes dos vários peomistas.
Um encontro de alma, sentimentos, emoção e literatura.Palavras que são profundamente eternizadas na memória e na sua majes-
tosa escritura. Versos, poemas, poemia, poesia, boêmia e o retrato da expressão ver-
balizada em suas palavras.O profundo desejo de escrever e alimentar o eu poético.
A fórmula de construir um mundo ativo que interage, emociona, ensina e influência no outrem.
Gonçalves Dias este poema simplesmente representa você e o seu papel como artista literário ao longo dos séculos.
Diana Menasché172
DE QUE ADIAntA?173
Como o pássaro perdidoque não espera mais rever o bando,
abandonado eu mesmo de mim,tendo cruzado por fastio o oceano
De repentecom uma dor esmagadora
No ventre da auroraVejo-te.
cruzando o trilho do tremesquecida do tempocertamente esquecida de mim(e quiçás pensando em alguém)
Mas de que adianta ainda ver-tese não eres minha,e além de não poderes vir a ser,te fizeste rainha de quem com paixão preferiria
eu jamais houvesse nascido?…De que adianta ainda ver-te
se cada passo teu é uma tormenta à minha mente,
por saber que passos estesnão levarão tua pessoa até mim?
172 Diana Menasché - Rio de Janeiro – RJ – Brasil - 16/04/1983. Nascida na cidade do Rio de Janeiro, é formada em ComunicaçãoSocial(JornalismoeCinema)pelaPontifíciaUniversidadeCatólicadoRiodeJaneiro,eémestreemLetrasHispânicaspelaUniversityofMassachusettsatAmherst.” (www.dianamenasche.blogspot.com)”(www.poetrybydiana.weebly.com).
173 O poema “De que adianta?” dialoga com “Ainda Uma Vez Adeus”, de Gonçalves Dias. Apesar de eu (Diana) não ser um homem, tentei imaginar-me naquela situação que Gonçalves Dias tão francamente retratou: a de um homem revendo uma mulher amada no passado, mas então já casada com outro:
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Por que vejo-te e revejo-te na memóriase tua imagem não pode inspirar-me ao futuro
e apenas me leva a lamentaruma história
que não se repetirá?
Ai, de que me adianta ainda lembrar-me de ti,donzela que nunca minha será…
Se um navio não terá orderns de aportarMelhor que não veja o porto
e mais facilmente contente-se com a solidão do alto-mar.
AntES EU não A VISSE! 174
Como o pássaro perdidoque não espera mais rever o bando,
abandonado eu mesmo de mim,tendo cruzado por fastio o oceano
De repentecom uma dor esmagadora
No ventre da auroraVejo-te.
cruzando o trilho do tremesquecida do tempo
e certamente esquecida de mim(quiçás pensando em alguém)
Mas de que adianta ainda ver-tese não és minha,
e além de não poderes vir a ser,te fizeste rainha
de quem com paixão prefeririaeu jamais houvesse nascido?…
De que adianta ainda ver-tese cada passo teu
é uma tormenta à minha mente,por saber que passos estes
não levarão tua pessoa até mim?
Por que vejo-te e revejo-te em memóriase tua imagem não inspira futuro
e me leva apenas a lamentara triste história enterrada num velho porão escuro?
174Opoema“Anteseunãoavisse!”dialogacom“AindaUmaVezAdeus”,deGonçalvesDias.Apesardeeu(Diana)não ser um homem, tentei imaginar-me naquela situação que Gonçalves Dias tão francamente retratou: rever a mulher amada no passado, mas então já casada com outro:
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Ai, de que me adianta ainda lembrar-me de ti,donzela de ontem que nunca minha será…
Se está num navio sem orderns de aportar,é melhor que o marinheiro nem veja o porto.
Sem vê-lo, mais em paz poderá aceitardo alto-mar a eterna solidão e desconforto…
oLHAS PArA oUtro LADo… 175
É bom demais amar-teinfinitamente
neste segundo perfeito.
Olhar-te e saber: nada mais existe nada há que possa mais encantar-meque tua face dourada, perfeita.
Nada nos céus, nos rios ou nas florestas compete contigo. Nem a estrela d’alva altaneira
nem o Rio Amazonas iluminado pela lua, que só para te ver até aqui veio…
As flores da Amazônia e os sabiás desaparecem de nosso meioPois quando tu estás junto a mim
nada clama por minha atenção. Nada mais me chamaalém de tua face, a única e derradeira.
Aqui estou para ti:para ver-te, e ouvir-te.Estou para ti sem receiosFeito espectador em concerto vidrado no palco, perdido na cançãoInteiro a admirar-te, como quem aplaude na ilusão.
Mas não… Eis que descubro…Teus olhos se voltam para outro alguém!
Teu coração não está aqui, mas noutro mundoe por isso teus labios se afastam dos lábios meus…
O espetáculo se esvazia…Resta-me o silêncio de uma sala friao descobrir-me desiludido, estando como se estivesse contigo,
mas sabendo-me tão completamente sem ti…
175Opoema“Olhasparaoutrolado…”éinspiradonopoema“Odesengano”,deGonçalvesDias.
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Diana Paim de Oliveira176
DESCoLorIDAMinha vida tinha cores,
mesmo que eu não pudesse ter você.Eu até possuía mais amores,
mas, sem você, ando até descolorida.Em você me inspirei,
mas, quando você se foi, eu apenas errei.Em você eu acreditei,
pois sabia como eu me sinto.E agora meus poemas vivem sem sentido...
Ah, Gonçalves Dias!Não sei mais em que me inspirar...
Diego C. Soares Ribeiro177
CAnção Do ExPAtrIADoIntertexto com o poema de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”.
Minha terra tem porta estreitaOnde todos são chamados,
Mas poucos os escolhidos, que desfeita!Para desperdiçar tanta graça só para os tapados
No céu cintila a luz dos santos,As santas exalam o cheiro das flores,
As várzeas guarnecem os amoresDevotados ao Santo dos santos.
Em cismar, no meu desterro, sozinho, viaO meu pensar, seja à noite, seja ao dia;
Mais prazer, certamente, encontrarei lá,Já que aqui só canta o sabiá.
No meu céu não cabe mais primores,Tais quais nunca os vi por cá,
Torno a pensar que nem o canto do sabiá,Far-me-á desistir do Senhor dos senhores.
176 DIANA PAIM DE OLIVEIRA – Teresópolis – RJ – Brasil - 12/12/1997. poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e vem se dedicando aos diversos gêneros da arte escrita (da crônica apoesia).Temdiversostextospublicadosnosblogs“Palavrasdocoração”e“DiáriosdeSolidõesColetivas”.Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
177 Diego C. Soares Ribeiro - Bom Jesus do Itabapoana – RJ – Brasil - 17 de junho de 1992. vive na Terra dos Es-critores, São José do Calçado, desde tenra idade. Concluiu o Ensino Médio no Centro Educacional Santa Rita de Cássia, lá se enamorou da Literatura na 7ª série. Converteu-se ao catolicismo em 2009 e procura viver os preceitoscristãosapartirdeentão.Recebeu“Menção Honrosa na Maratona Escolar Joaquim Nabuco – 2009, para alunos do Ensino Médico das redes pública e particular com abrangência no território nacional”. Em2010,suaredaçãoficouentreasdezmelhoresdoEstadodoRiopelaFundaçãoCECIERJ(PVS).
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Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as almas santas,Que louvam melhor que o sabiá.
Diego de Souza Santana - Diego Sant’anna178
HIno GonçALVES DIASGritas em silêncio ao vento que é livre teu coração.
Sem fronteiras, sem nação, Sem credos nem religião.
E opinas que a honestidade São os sapatos com que se deve andar. E por bússola teus sonhos caminham com lealdade.
Com passos firmes, sabendo onde chegar.
Tu buscas na educação uma arma para ser melhor. E que não te adestrem ou te domem com um “não”.
A água que te banha é de te próprio suorPara que nunca de acusem de malfeitor ou ladrão.
E nos livros buscas um pretexto, Para escrever um verso ou pintar um coração. Que em tuas atitudes nunca fuja do contextoDe teus conceitos e visão.
GonçALVES DIAS: o ESCULtor DE ALMASPodes arrancar meu coração do peito E converter em murmúrio tênue minha voz.Achar meu modo de vida suspeito,Por ser diferente de vós.
Podes dar opinião sarcástica a meu respeito, Criticar meu trabalho e dizer que não é produtivo.
Mal dizer minha índole e botar defeito.Me difamar com seu bafo opressivo.
Pode a chuva cair sobre o céu estrelado. Um cego ver o dia amanhecer.
Que na noite cante o galo da manhã estressado.Que o mar, confundido, vá a um rio morrer.
178 Diego Sant’anna - São José dos Campos – SP – Brasil - 07 de Janeiro de 1988. Diego de Souza Santana (Diego Sant’anna)jéteveseutrabalholiterárioreconhecidoemváriosconcursoscomo:MostraJoseensedeCulturae Mapa Cultural Paulista. Aos 25 anos, poliglota, estudante de Letras, faz parte de Movimento dos Poetas do Vale.Noanode2012,participoudoFestivalLiteráriodaMantiqueira,ganhouosconcursosdepoesiadasuniversidades: UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba) e UNITAU (Universidade de Taubaté).
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Vivo com a paixão à flor da pele em tudo o que faço, Entre estrofes encontrarás meu lar.
Desafio o tempo e o espaço,Numa incrível ânsia por desbravar.
Busquei no caminho todas as respostas
E me dei conta de que elas estão em mim,Escalei montanhas e cruzei rios de margens opostas.
Num auto resgate sem fim.
Condutor de sensações à sua pele, um comunicador de sonhos quero ser.
Fabrico as memórias,Que você liga com nostalgia às minhas histórias.
Sou escultor de almas por lazer.
no tEMPo DE GonçALVES DIASNaquele tempo
Os dias estavam mais claros. Jardins estavam florescendo.
As noites tinham mais esperança. No silêncio
O amor estava nascendo.
Naquele tempo Desejos estavam sussurrando.
O tempo estava lá, Mas sem significado.
Uma voz me chamando. Um sentimento inesperado.
Naquele tempo Os sonhos se realizavam. O vento soprava forte.
Os caminhos se cruzavam.
Os dias se foram. Jardins ficaram desertos.
As estrelas não brilham mais. Desejos tão ocos.
Seguindo em caminhos incertos. Meu amor agora
Descansa em paz.
oS oLHoS DE GonçALVES DIASMeus olhos viajantes,
Imigram por todo parte.Expressivos, insinuantes.Observando os declives,
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Os sembrantes.Buscando os perdizes,
Os instantes.Contemplando os sorrisos,
Os amantes.
Meus olhos de diamante,Examinam toda arte.
Contemplativos, exuberantes.Procurando novos caminhos,
Novos horizontes.Navegando entre os rios,
Subindo entre os montes.Cruzando trilhas,
Atravessando pontes.
GonçALVES DIAS AnACrônICoAinda açoitado aguardo ansioso
Ando atento, ávido, anacrônico.Assim asbesto audacioso.
Amorfo, atônito, agônico.
Aceito amor antagônico,Antiviril, acrítico, amniótico.
Aderindo, aceitando, afônico.Ático, atópico, afórico.
Acabo afogando adentro.Ascendendo a áspide alma.Álibi, amar-te ardendo.Ao agir abúlico acalma.
Dilercy Adler179
VILLE DE BoULoGnE E GonçALVES DIASVille de Boulogne
carrega em seu abraçoum corpo ilustre embora alquebrado...
no seu físico estão - em ferro e fogo-
todas as marcas
179 Dilercy (Aragão) Adler - São Vicente Férrer – MA – Brasil - 07/07/50. É Psicóloga-CEUB/DF, Doutora em Ci-ências Pedagógicas-ICCP/CUBA, Mestre em Educação, Especialista em Pesquisa em Psicologia e Especialista emSociologia.PublicounovelivrosdePoesia.Trêslivrosacadêmicos,umbiográficoeumdehistóriainfantil.TitulardaCadeiraNº1do InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão- IHGM.PresidentefundadoradaSociedadedeCulturaLatinadoEstadodoMaranhão_SCL-MAeSenadoradaCulturadoCongressodaSCLdoBrasil. -mail: [email protected]
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do tempoda doença
dos dissabores de uma vida amarga...
Nem só amargura se vislumbra nessa vida
vida tão pródigacheia de carinhos plenos
que são entreguesàs águas inquietas
de um oceano que o abraça em sua última agonia....
Ville de Boulogneentrega-o precocemente
ao balanço das ondas do mar pátrio revolto e acinzentado
que assim talvez o embale com carinho no sono eterno de poeta apaixonado...
- quem sabe - assim sua acre-doce poesia
se irradie para o cosmo etéreo em finita e humana eternidade!
GonçALVES DIASGonçalves Dias
te imagino milhas e milhas distante
da terra querida da mulher amada
de toda uma vida! um Gonçalves Dias
sem fé sem guarida
–que vida!-
Gonçalves Dias te imagino também
ensimesmado dias e dias
curtindo insólita solidão em dias de pleno verão
sol e calor mar e luar...
a ruminar saudades sem nenhuma ilusão1
245
oh! –afrodisíaca ilha-só tu tens poder
de enfeitiçar a dor embelezar o adeus
materializaro mais doce e dorido poema da mais pura e lírica
despedida de amor!
GonçALVES DIAS - o nACIonALIStACantas os povos
em seu esplendor unes os homens
em laços de amor...
a glória do índio a força do negro a tradição do europeu
são por ti decantadas em versos e versos
de Brasil brasileirocomo crente ou ateu!
com gritos de guerra ou súplicas de amor -quanta heresia!-fazem-se os homens mortais
e imortais poesias!
AMor E AGonIAPaz
amor agonia
na vida de Gonçalves Dias
paz no amor correspondido
agonia no amor proibido
devoção à terra querida amargor na distância
por alheias razões impingidas...
alegria no reencontro em Lisboa
agonia do último adeus nessa hora!
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paz amor
e agonia na vida profícua
do nosso tão amado e inesquecível poeta maior entre os mortais
imortal Gonçalves Dias!
ACrÓStICo – GonçALVES DIASG ozaste o júbilo dos justos
o uviste memoráveis gorjeiosn adaste imóvel no abraço das ondas
Solu ç aste ao sabor de amarga saudadeA maste como deus -não como mortal-
L evaste a desesperança tanto tempo no peitoVoaste entre as nuvens -de olhos fechados-
E nquanto no OlimpoS onhavas atento às coisas da terra!
D ias e diasI maginando e desejando intensamente
A amar sem medo ou fronteiraS emeaste -com certeza- muito amor nesta terra!
Dinacy Mendonça Corrêa180
(En)CAnto GonçALVInoMeu poeta das palmeiras
Mavioso sabiá Quisera em teus gorjeios
Meu estro cadenciar...
Na unção do teu carismaNa tua verve e magia
Em quatrocentos acordesA minha lira vibrar...
Pra São Luís exaltar!
Oh! minha musa cidadeNem consigo imaginar
Consumindo-me em saudadesCoração dilacerado
Quando distante de ti...
180 Dinacy Mendonça Corrêa - arariense-vitoriense – Brasil. Licenciada em Letras (UFMA) e Mestre em Teoria Li-terária (UFRJ). Professora estadual (SEEDUC/UEMA) em plena militância. Ensaísta, pesquisadora da literatura e cultura maranhense, com alguns trabalhos premiados e publicados na área. Atualmente, cursa doutorado em Ciência da Literatura (UFRJ). Membro da Academia Arariense-Vitoriense de Letras (AVL).
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Como o nosso Gonçalves DiasNa sua Canção do Exílio
Quero voltar para ti!
Como esquecer doce IlhaTeu contorno litorâneoTeu perfil beiramarinho
Os teus ipês coloridosToucando a clara manhã...
E a humilde chananaAlegre, viva, rasteira
A florir, mesmo entre pedras,Sorrindo em verde-amarelo
Num constante renascer...
A nutritiva Jussara...Como anoitecer, doce Ilha,
Sem teu bordado de estrelasTeu luar emoldurado
Na sacada, na janela...Refletido em azulejos
Nos soberbos casarões
Teus coloniais telhadosCom seus beirais em jardim...
Quero poder sempre estarPisando em tuas calçadasLadeiras e escadariasTuas pedras de cantariaRuas estreitas e becos
E sempre a te contemplarEm tuas tardes maciasNoites de idílio e magia
Céu junino consteladoEm “hora de guarnicê”...
E sempre a me alegrarPor teu folclore bonito
Tua Capoeira de Angola Tambor de São BeneditoTuas caixas do Divino...
No balé de tuas dançasPortuguesas e francesas Indígenas e Africanas...
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Caroço, Coco, MangabaBambaê, Cacuriá
Tambor de São BeneditoLe-le-lê e São Gonçalo
Bumba-boi, Samba-lelêE outras e outras mais...
Te amo, cidade-vidaPor meu pão, por minha estrada
Meus afetos, nossa históriaNossas glórias do passado
Esperanças do porvir...
Nossa razão de existir!
O concerto dos teus pássarosNa alvorada do teu dia
Que se ergue de mansinhoDesenhando em teu céu límpido
Cores mil... Teu mar azul...
Dionnatan Pereira Sousa181
PoESIA DE (GonçALVES DIAS)Gonçalves Dias foi um professor,
Um poeta um escritor.Fazendo poesia com
Paixão e muito amor.
O pai dele foi comerciante,Educado e um bom ajudante,
Que se chamaJoão Manuel Gonçalves Dias ele era português.
Num país de paixão do coraçãoGonçalves Dias nasceu no Maranhão
No estado de amor e paixãoVai sentir saudade e paixão,Do que ele viveu no Maranhão.
181 Dionnatan Pereira Sousa-SãoLuís–MA–Brasil-01/07/2002.MotivodaParticipação:Eugostariadepartici-par da antologia porque eu quero ser conhecido pela escola e outros lugares.
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Domingos Tortato182
SAUDoSo AntônIoFoi enlaçado em primores
só forçado em timidez e excessiva honradezentre outros pormenores.
És poeta honorárioe de estória aventureira,
monumento literárioda história brasileira.
Superou sem reveliadas tragédias do amor,fez da bela Ana Améliasua mais singela dor.
Bem-quisto em águas dormentesàspalmeiras retornado
fundo em lençóis maranhenses,num percurso naufragado,jaz sozinho entrementes
em seu leito afogado.
Dora Oliveira183
o ExíLIo DA PoESIANestes dias acinzentados,De almas opacas.Nossas florestas quase raras.Já não ouvimos os pássarosQue gorjeim por cáE nem sabemos
Se ainda canta o sabiá.
Falta-nos poesia no olhar,No apreciar.A poesia de Gonçalves dias.
182 Domingos Tortato - Londrina - PR - Brasil – 03/02/1986. Estudou os cursos de História e Jornalismo na Univer-sidade Estadual de Londrina e, atualmente, é aluno do Curso de Direito na mesma universidade.
183DoraOliveira - Ipatinga –MG–Brasil. É autora do romance “No canto escurodo coração”. Possui traba-lhospublicadosemváriasantologias,sendoasmaisrecentes:contosdecaminhoneiros;contosLuísJardim,2007/2008;poesiasdaUniversidadeFederaldeSJoãoDel-Rei,2007;contosdaAcademiadeLetrasdeNiterói;“Poesias”,vol3e5,organizadaporValdeckA.deJesus;ContosVol1e2GráficaBelacop;poesiasdeColatina/ES. Bog: www.doraoliveira.blogspot.com .
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Nestes diasDe câmeras voltadas
Para o norte da AméricaE a Europa distante,
Precisamos nos redescobrir,Pisar o nosso chão
E falar a mesma língua.
Como Gonçalves DiasQue mesmo além-mar,
Levava no coração e na poesia,Os nossos primores,As nossas palmeiras
E o canto do sabiá.
Nestes dias efêmerosDe vidas sem amoresE amores sem poesia,
O cismar e a saudadesão descartáveis.
Falta poesia em nosso sentir,Em nosso viver.
A poesia de Gonçalves Dias.
Douglas Mateus184
noVELo tE EU???...Bordais o calcitramento do poético-osso
Despossuintes agulhares, rendas ou cosentes,Senão passadelas e talentices-crentes,
Senão imerções do vosso genialíssimo todo...!
Possuíais do dadival seu autárquico infindoPecaminoso ao distribuinte e mentor do apregoado,
Sabido o valoroso quando outrora o palato:-Gonçalves terás conosco o que nunca teu parido!!!
Dantes poder-vos-ia versejo o encalcado
Amiúde vossos caracteres fenecidos no arbitrário,O que dera aos imortais seus esquecidos (...)
184 Douglas Mateus – Fraiburgo – SC – Brasil - 22/12/1987. Brasileiro nato é autor de doze livros, além dos cinco organizados Comendador pela Ordem Nobiliárquica de Kastoria, Embaixador da Paz e Doutor Honoris Causa emLiteratura;medalhasCarlosScliar,OrdemZumbidosPalmareseComendaPalmaDourada;ImortalàAca-demia de Letras do Brasil, da Academia de Artes de Cabo Frio, da Academia de Letras e Artes de Fortaleza, da Academia de Artes e Letras de Iguaba Grande e da Academia de Letras do Brasil, Seccional Suíça, além da União brasileira de Escritores, da Academia Virtual Salão de Poetas e Escritores e da Associação Internacional (LITERARTE).
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Vagastes ao torpe dos vossos vinhosE n’oje encantos distribuíeis nos degustáveis
Quando adegas as vossas obras vêm meus citáveis...!
AntônIo...Calado sou a tumba fria das tuas víscerasQue aspergem o sanguinolento devasso...
Nelas, vermes sendo, as sacio sem pecado,Intransponível também as tuas crias...!
Calado sou teu ataúde, que friamente estando
Recebe-te condizente e que mórbido sacode,Inimplorável tuas concessões, avais ou sorte,
Senão gélida a tua família : Nela quando??? Calado sou o teu sorriso inexistido, inacontecido,Incalculado (...) jazes co’a promiscuidade espirada, A mesma que na Gonçalvina tua o subalterno...
Calado não me forjes, se que ‘inda vivalidade o supremo,
Se que ‘inda zelador da tua afrodisíaca fragranciada,Se que ‘inda amares-te por me só sadiamente deixado...!
PoDEr-tE é UMA SonHADELA...E não me sei se é o instante atrocidadorO máximo,no tim d’um translucidar;Duvido-o desde o teu ao meu amar,Desde vi-me o porquê eu versos,feitor...! Cotim o nosso, hemo-nos modelação,Postumamente poder-me-ás poeta,Antiga autoria, que vez expertaE gravatada,matrimônio da nossa comunhão...! E patriarca convicciono influência de meu felicitar...Nossos prenomes indivisíveis a se aclararem,
Façamo-las que as más bocarras nos clamem
Conseguinte ao terreal n’um deles, este missionar...!Duvidades tens, que nascemos acúleo à rosa???
Duvidades tens nosso Amor passar nunca???
252
Dyonatan Fonseca Silva 185
O naufrágiO dO amOr gOnçalvinOGonçalves Dias
Poeta de CaxiasQue trouxe alegria e harmoniaCom seus poemas e fantasias.
Ele fez muito sucessoContentou leitores e autores
Mas não imaginaraQue prestes estava a viver horrores.
Conheceu Ana AméliaE logo se apaixonou
E em um amor proibido Ele não se aventurou.
Viajou para PortugalE nos estudos ingressou
Mas o amor de Ana AméliaEm seu coração continuou.
Foi um aluno excelente, um profissional renomadoMas no amor se martirizou
E na viajem de Portugal ao país amadoCom o amor por Ana Amélia naufragou.
Edinaldo Reis
gOnçalvES diaSEm mil oitocentos e vinte três
Provavelmente no dia dez de agostoDeus presenteava a nossa cultura
Com um dos maiores astros talentososNascia nas terras de Jatobá
O nosso grande poeta Gonçalves DiasIsto no estado do Maranhão
No esplendido município de CaxiasNão imaginaria ele que o destino
Preparava surpresas na sua históriaE suas imensas inspirações literárias
Tornariam-se uma estrela notóriaDescendente de um pai português
185 Dyonatan Fonseca Silva - Caxias –MA – Brasil - 1º de Julho de 1997. Tenho 14 anos. Sou filho de Maria Vera Lúcia Fonseca Silva e de Francisco Alves Silva. Fiz curso de computação na Compumaster em Caxias. Estudei na U.E. João Lisboa desde o 3º período do primário até o 9º ano. Atualmente estudo no C. E. Thales Ribeiro Gonçalves e faço o 1º ano do Ensino Médio.
253
E de uma brasileira cafuzaGenuinamente ele era mestiço
Decorrente desta linda misturaOrgulhava-se o poeta brasileiro
Em ter o sangue das três raçasQue formava a nossa sociedadeE os traços de toda essa massa
Trabalhava na loja de seu paiApenas como um simples caixeiro
E depois passou a estudarOutros idiomas estrangeiros
Em mil oitocentos e trinta oitoO jovem embarcou para Portugal
Levando consigo a saudadeDa sua amada terra natalEstudou na universidade de CoimbraE se formou em BacharelSempre se dedicou em arte literária
Conquista que lhe rendeu laurelExilado da pátria querida
Fez o poema Canção do exilioQue em todo território brasileiro
Notabilizou-se em grande prestigioMil oitocentos e quarenta e cinco
Retornou ao colosso BrasilSeu coração palpitava de desejoPela amada terra gentilE logo conheceu Ana AméliaA musa de sua grande paixãoPara algumas de suas obras românticasEla foi motivo de muita inspiraçãoMas não casou-se com elaDevido a preconceito familiarPor ser um mestiço brasileiroEle precisou o seu amor renunciarApaixonado foi-se ao Rio de janeiro
Onde conheceu Olímpia da costaE movidos pela força do destino
Entrelaçaram união amorosaEra e é admirado por todos
Em todas áreas fora bem sucedidoLendo os seus poemas parece
Que a sua voz ainda estamos ouvindoConhecedor da cultura europeia
Obteve ali reconhecimentoOs nobres da sociedade portuguesaAplaudiram seu brilhante talentoFez um excelente trabalhoNum pouco espaço de tempo
254
Aproveitando os ensejos da vidaNa mola do desenvolvimento
Destacou-se em negócios políticosOcupando alguns cargos influentes
Na comissão cientifica de exploraçãoDestacou sua habilidade competente
Escreveu muitas peças românticasPoemas, poesias e cantos.
Relíquias deixadas pelo poetaQue nos enche de ternura e encanto
Fez sua ultima viagem a EuropaQuando estava seriamente doente
Em busca de restaurar sua saúdeE não obteve êxito lamentavelmente
Após dois anos retornou ao BrasilEm estado ainda mais deplorávelSua jornada estava perto do fim
A sorte malvada era imperdoávelEmbarcou no navio Ville Boulogne
E pelas ondas vinha ele rompendoMil oitocentos e sessenta e quatro
No dia três de novembroNa costa brasileira maranhense
O navio acabou naufragandoPerto da vila Guimaraes no Maranhão
Quando a rota já estava findandoTodos tripulantes conseguiram se salvar
Exceto o poeta que ficou esquecidoNo seu pobre leito ali agonizando
Pelas águas do mar fora então acolhidoMas sua inspiração e talento
Virou literatura nacionalSuas obras foram eternizadas
Pra sempre gravadas no nosso muralSua obra canção do exilio
Foi sua deslumbrante poesiaLida e relida por todos brasileirosQue amam e lembram dele todos os dias
O poeta Gonçalves DiasÉ diamante da nossa cultura
Realçando os valores da nossa historiaMonumento importante desta literatura
Salve, Salve, Gonçalves DiasAstro, Astro, que sempre irradia
Brilhas, Brilhas, no nosso céuTuas poesias, é o nosso troféu.
255
TErra daS palmEiraSSou da terra
Das palmeirasDos vales e ladeiras,
Das matas dos cocaisDe riquezas naturais,Dessa terra enluarada
Dos riachos e cascatasDessas dunas de areia
Dessa amada culturaQue o ambiente e pessoas
Fazem a desenvoltura
Sou da terraDas palmeiras,Da cultura brasileiraSou; Eu sou;Aqui do Maranhão
Amante dessa terra De vales e serras,
Esses lençóis maranhensesAtração para toda a gente
Sertanejo na stradaVai tocando a boiada,
O vento soprandoNas tuas palmeirasSou dessa terraDa mulata reggaeira.
nOSSO maranHÃO!Região de palmáceasOnde está nossa históriaHouve tempo de lutasDe conquistas e glóriasQuando pingou no chãoSuor dos nossos heróis
Desbravando o caminhoDando vida pra nós
Ter título maranhenseÉ a nossa pujança
Ter uma estrela no céuDa cor da esperança
Maranhão é tradiçãoCultura e denotação
Vivenda feliz!De quem sabe viverMaranhão é alegriaÉ o nosso aprazer
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Oásis brasileiroDifusão de coqueiro
Maranhão; maranhão.O negro, o branco, e o índio
Destes traços de raçaFormou nossa massa
Bumba meu boiPra tua gente dançarNo toque do tambor
O povo vai balançar.
Quem vem de foraPode ver tua beleza
O mar maranhenseE suas correntezas
Teus lençóis de areiaQue a vida permeia
Tuas vastas palmeirasSão típicas da região
Só tem mesmo aquiEm nosso maranhão!
Edna Lima de Mendonça186
a COrrEnTEZa E a flOr(relembrando gonçalves dias)
Pediu, a flor, às águas do riacho, muito tristonha, em sua solidão:
“Fica comigo ou leva-me contigopara outros rios, para grandes mares,
eu quero conhecer outros lugares,não me deixes não!”
Mas a corrente ia levando as águas, lambendo as pedras, com sofreguidão.
“Vivo tão só, posso ser tua amiga”,dizia a flor, como buscando abrigo,
e suplicava: “Leva-me contigo,não me deixes não!”
A correnteza, alheia ao sofrimento daquela humilde flor, negou-lhe a mão.
Sequer olhava para a pobrezinha,em sua trajetória, prosseguia,
enquanto a flor, morrendo, inda pedia:“Não me deixes não!”
186 Edna Lima de Mendonça - Espírito Santo – Brasil. Poeta e Escritora, formada em Pedagogia, com licenciatura em Administração Escolar e Magistério. Possui curso de Jornalismo, e estudou Desenho Artístico, possuindo outros cursos como: Português e Redação Oficial, Marketing em Biblioteca e Contador de Histórias.
257
minHa TErra TEm palmEiraS(Ode a Gonçalves Dias)
Fez sua estreia na carreira literária com o poema dedicado à coroação
do Imperador Pedro II, no Brasil.Fora de sua pátria, sempre recordou
suas belezas: palmeiras, sabiás,bosques, mares, o verde das matas,
o gorjeio das aves, e o céu de anil.
Foi pesquisador do IHGB, viajando pelo Brasil e pela Europa,
sem esquecer a terra de quem era filho. Romântico, indianista e patriota, escreveu algo que até hoje encantaaos poetas e, também, aos não poetas:o belo poema “CANÇÃO DO EXÍLIO”.
Um dos grandes trovadores da primeira geração do Romantismo Brasileiro,
era, além de romântico, bairrista.Ajudou a formar, com José de Alencar,
uma literatura de feição nacional com seus poemas de temática patriótica e, também, indianista.
Era assim que escreviao Grande Gonçalves Dias.
minHa páTria(Homenagem a Gonçalves Dias)
Andei por algumas terras, as quais pude apreciar,mas nelas não vi o encanto
como aqui posso encontrar.
Não vi as belas palmeiras, nem ouvi o sabiá
cantando, feliz, seu cantoque tanto escuto por cá.
O tom dos céus de outras terras não lembra nosso infinito.
Aqui são muitos caprichos e o azul é mais bonito.
258
O verde das nossas matas é mais verde, com certeza.
Em tudo aqui há mais graça, mais cuidados, mais beleza.
Lá nem havia os primores que tanto vejo por cá,
nesta terra onde há palmeirasonde canta o sabiá.
Eduardo Bechi187
O mar pOESiaS prECiSaraO oceano foi seu exílio,
Foi seu ultimo e triste canto.Deixara órfãos e em prantosSua bela obra – seus filhos!
Foi-se por Deus permitido,Antes de voltar a terra
Onde o sabiá encerra,O canto de seu exílio?
Palmeiras já não teria visto...Desespero, grito e pavor:
Acabaram seus primores...
Se poesias o mar precisara,Em Gonçalves Dias se fartara
Com seus cantos e amores!
funESTa viSÃODa tribo Tupi que ali havia;
No seio da antiga floresta:O guerreiro Piaga vivia
Empunhando seu arco e flecha.
Pois certa noite, mal sabia;Uma visão mal e funesta...
Por Manitôs o que seriaQue estragaria a tribo em festa?
Um medonho monstro horrível;Que desgraçaria a sua tribo;
Foi a visão que veio anunciar...
187 Eduardo Bechi - Videira, SC – Brasil - 10 de março de 1984. É autor de cinco livros de poesias e sonetos, tais: “A toda velocidade na contramão” de 2004/2009, “As folhas que não caíram no inverno” de 2007, “Imortal” de 2009, “Reticências e Et Cetera” de 2009, “Sonetos de Eduardo Bechi” de 2010
259
Roubando suas mulheres,Seus guerreiros e seus filhos,
À tribo Tupi arruinar.
Eduardo de Almeida Cunha188
CançÃO dE TranSiçÃOMinha terra tem histórias
E pessoas que vou citar:Preto Cosme, João do Vale,
Gonçalves Dias e Ferreira Gullar.
Minha terra tem palmeiras:Tucum, babaçu, buriti, Tem também macaúba, marajá e açaí.
Aqui choram Farinha e Flores:Munim e Itapecuru,
Balsas e PreguiçasE o indígena rio Grajaú.
Nossa fauna gorjeia a encantar:Garrincha, cibiti, xoró
E o gavião carcará.
Nossa flora é de transição:Tem carrasco e cocais, Campos e restingas,Tem também o cerradão.
Minha terra é pura Geografia:Climas, solos e relevosPopulação e hidrografia.
Minha terra tem mais Rosas, Marias e Josés,Josés de que não vou falar.
Minha terra tem palmeirasE Josés de Ribamar.
188 Eduardo de Almeida Cunha – Caxias – MA – Brasil - 30/05/1975 . Professor com Geografias vivenciadas, especialista em Metodologias do Ensino de Geografia. Atuou em todos os níveis de ensino desde a Educação Infantil (execução do projeto: Quintal Ambiental) à universidade (nos anos de 2011 e 2012 no CESC/UEMA). Atua na rede Municipal de Caxias-MA desde 2000. [email protected]
260
Eduardo Silva Bordignon189
CançÃO dO EXÍliONo Brasil,
temos maravilhosaspaisagens
como na Espanha. Aqui, falta-me o carinho
da família e dos amigos;
pois esses lá se encontram.
Todo dia... toda noite... penso na hora
de para lá voltar e nos braços
de minha mãe cair. Aqui, há música
e mulheres bonitas mas não como as dela.
Edvaldo Fernando Costa - Fernando Nicarágua190
um COrdEl para gOnçalvES diaSFoi na “terra das palmeiras”Mil oitocentos e vinte e três
Nosso poeta maranhenseDeus lhe concebeu a vezE Dele recebeu graças
Em teu sangue as três raçasDa mestiça e o português
Orgulhoso brasileiroLogo moço é bem estudado
Vai aprender filosofiaEm francês e latim é letrado
Por Coimbra é bacharelHomem de caráter fiel
Em Direito é graduado
189 Eduardo Silva Bordignon - Porto Alegre – RS – Brasil - 25 de outubro de 1994. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: 2011 - “Canecas e Camisetas Poéticas”; 2012 - “Caixas Poéticas”. Curte natação e basquete. Curte futebol e festas. E-mail: [email protected]
190 Edvaldo Fernando Costa - Fernando Nicarágua – São Paulo – SP – Brasil - 19/05/1970. Trabalha como bancário e escreve cordéis como hobbie, após ter ajudado o filho nas atividades escolares. Passou então a inscrever-se nos concursos literários, divulgando seus trabalhos.
261
Gonçalves Dias eu trovoNeste cordel inocente
Homem culto e educadoCriativo em sua mente
Da inspiração, o amorDeste jovem trovadorSurge o verso expoente
Sua pátria ufanouGrande poeta romancista
E criou linguagem própriaDe temática indianista
Cantou para o guerreiroTamoio, índio brasileiro
Verso etnografista
Cantou a tribo TimbiraQue fez tremer o inimigo
Destinou jovem TupiLacrimoso com o castigo
Ele é “O que será morto”Fez da valentia seu porto
Que livrou-lhe do perigo
Magnífico poetaQue do índio bem cuidouTambém forte era inspiradoPela mulher que amouÀ Ana Amélia o sentimentoFez da ode monumentoNas palavras que cantouPois é dela os seus olhos“Tão negros, belos, tão puros”Que ao poeta fez sonharComo arrebentar os murosDa paixão que abriu ferida
Por tradição proibidaDe preconceitos tão duros
Por Don´Ana seu amorFoi fadado ao desalento
“Dos teus olhos afastado”Em poemas seu argumento“(S)eus versos d’alma arrancados,
D’amargo pranto banhados,”Por tamanho sofrimento
262
Seu amor transcrito em versosTrouxe grande aprendizado
À futura geraçãoQue seu fruto tem apanhado
A quem nem trágica mortePôde tirar-lhe a sorte
Dos poemas, seu legado
Edweine Loureiro191
O indianiSTaÉ festa na tribo
dos Tupinambás: celebra a Nação
à conquista da paz.
No centro da aldeia,guerreiros e curumins
fazem uma dançae cantam assim:
“Eu sou um índio guerreiro,que vou para mata caçar.
Quando chego àquela serra,Vejo as araras voar.”
Dança o Cacique,dança o Pajé:
Agradecem a Tupãnesse Rito de Fé.
E a tudo issoobserva o escritor,
enquanto faz versos da Aldeia em Louvor.
Salve o LiteratoAntônio Gonçalves Dias:
O Filho das Três Raçasfez do Índio sua Poesia.
191 Edweine Loureiro - Saitama – Japão - 20/09/1975. nasceu em Manaus. É advogado, professor de Literatura e Idiomas, e reside no Japão desde 2001. Em 2005, obteve o Mestrado na Universidade de Osaka (Japão). Premiado em diversos concursos literários, é autor dos livros: Sonhador Sim Senhor! (Ed. Litteris, 2000), Clan-destinos [e outras crônicas] (Clube de Autores, 2011) e Em Curto Espaço (Ed. Multifoco, Selo 3x4, 2012). É membro-correspondente da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências (RJ).
263
Elaine Cristina P. de Araujo192
minHa TErraMinha terra precisa de preservação
O homem tem destruídoSem nenhuma compaixão.
As aves que ainda restam aquiVoam sem descansar
Com pavor do caçadorA sua vida tirar.
Nossa vida falta pazNossos céus quantas estrelas!
Nossos jarros faltam flores!Para os homens faltam amores.
Gonçalves DiasPoeta inteligente
Pena que morreuAntes de ver sua gente
Mais deixou suas poesiasPara nos ver feliz e contentes.
Elenice de Souza Lodron Zuin193
CançÃO a gOnçalvES diaSMinha terra viu nascer Antonio Gonçalves Dias,Nos braços do Maranhão, poetizando a vida.Esse mestiço amou intensamente o BrasilE Ana Amélia, sua musa querida.
Ao espírito destemido, já nos Primeiros Cantos,Tupã outorgou grande poder
Para que suas eternas palavras Terras e mares pudessem percorrer.
Adentrando pelas selvas, com tacape,Piaga, I-Juca-Pirama, em versos, eu vi.
O Poeta dos índios, de Marabá, do TamoioExaltou os Timbiras e o grande povo Tupi.
192 Elaine Cristina P. de Araujo - São Luís – MA – Brasil - 04/07/2001. Escola Paroquial Frei Alberto. Motivo da par-ticipação: Eu quis participar dessa homenagem porque Gonçalves Dias é Maranhense como eu. Ele falou todos os seus sentimentos nas suas poesias e morreu deixando tudo isso para nós por isso quero homenageá-lo
193 Elenice de Souza Lodron Zuin - Belo Horizonte – MG – Brasil. Professora da PUC Minas, doutora em Educação Matemática, integrante do Coral Agbára - Vozes D’Africa e do Grupo Vocabilis. Atua também como musicista; é autora de diversas músicas e poesias.
264
Minha terra teve Antonio Gonçalves DiasLembrado sempre aqui e além-mar.
Das estrelas, com seu maracá, sorri e se alegra Aquele que, em estrofes, cantou como o sabiá.
O QuE TranSCEndE E O QuE falTa Em TiGonçalves Dias,
Do deus Apolo se cumpriu a profeciaDe que de tuas mãos brotaria
Incessantemente a mais pura poesia
No silêncio das horas tristesCom saudades, buscas a sombra da serra
Tentando ouvir o canto do teu SabiáNa memória, só os perfumes e o luar da tua terra
Tua aldeia corre em tuas veias Embora estejas em outra aldeia
Nenhuma beleza merece o teu olharSó te interessa a que mora do outro lado do mar
Aquilo que te falta, dentro da alma procurasAté onde alcançam a luz dos olhos teus
Amenizas a dor, criando figurasEm múltiplos versos que brilham no breu
Sem conhecer quaisquer fronteirasTuas palavras, com o vento, se espalharamE verdejantes, por todo canto, brotaram
Teatro, poema, prosa, cançãoAmor, riso, meditação,
Ruína, algemas, indignação,Liberdade, consciência, redenção,
Mágoa, grito, protesto, oração.
Eliane Silvestre194
gOnçalvES Em diaS dE paZOs sabiás daqui continuam a cantar,
Há mais de cem anos Sem Dias para apreciar.
As palmeiras, com mãos espalmadas,São oração e poesia entrelaçadas.
A Deus, por Gonçalves, pedemQue haja poemas seus, nas nuvens que seguem.
194 Eliane Silvestre –Rio de Janeiro/RJ Brasil - 23/03/1969. Atriz, Publicitária, Poetisa, Membro da Academia de Letras de Taguatinga/DF, [email protected] http://elianesilvestreatriz.blogspot.com/
265
Sua poesia nunca foi exilada,Desde sua morte, circula alardeada.
“- Poeta, pode seguir em pazQue sua poesia não jaz!
Jamais! Jamais!”
Elias Daher Junior195
O CHamadO da praiaGonçalves escreveu em Paris
e até na Coimbra, de Portugalo céu, as aves e plantas
a saudade de sua terra natal
As palmeiras frondosase as aves, mais de cema terra de Gonçalves
é minha também
anTôniO OS COnHECE: SÃO dElENo sítio Boa Vista,
nas terras de Jatobáa 14 léguas de Caxias
o berço do jornalista
Também veio de lácom uma timidez discretaum diploma de Advogadoe uma alma de poeta
do naufrágio,o único que não se salvou
OS OlHOS nÃO viram, maS O COraçÃO SEnTiuHerdou do pai, o espírito aventureiro
Da mãe mestiça, o amor por seu paístinha o sangue das três raças
do povo brasileiro
Na Europa, a saudade como martírioonde produziu sua canção do exílio
Não se casou com Ana Amélia,de quem ele realmente gosta
preferiu viver infelizao lado de Olímpia da Costa
195 Elias Daher Junior - Brasília – DF – Brasil - 16 de setembro de 1964 Professor Universitário, de Marketing e Eco-nomia. É o atual Presidente do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal, em segundo mandato e membro da Academia de Letras do Brasil,
266
Eliete Costa196
gOnçalvES diaSNascido de Dona Vicência,
Criado por Dona AdelaideTornou-se das letras alcaide,
E poeta por excelência.
Trazendo mestiço no sangue,No nome, na inspiração,
Fez do indianismo paixãoPela qual viveu, langue.
Para Amália teceu versos
Dotados de pura emoção,Mas os desejos do coraçãoPlatonicamente imersos.
Pelos humores de então
Teve seu amor rechaçado.Sentindo-se o rejeitado,
Desposa Olímpia – consolação.
De flerte com a depressão,Com Olímpia não foi feliz;À Amália eternamente quis,
E fez sua amante a solidão.
dEprECaçÃO dO guErrEirOMeu anjo, escuta! A canção do mar,
A canção da noite, A canção da tarde,
A canção do amor. Espera!
Meu anjo, escuta! A minha Rosa,
Minha Terra, Minha vida e meus amores.
Se sofri já, não mo perguntes; Se se morre de amor, não mo perguntes;
Como eu te amo e se te amo, Não sei!
Como! És tu? Sempre ela: A concha e a virgem,
A rosa no mar,
196 Eliete Costa – Rio de Janeriro – RJ – Brasil – 21/04/19... autora do livro de contos “A Intimidade Deles” e do livro de poesias “Poesia do Amor Bandido”.
267
A escrava Zulmira dos olhos verdes - Seus olhos desejo
Sobre o túmulo de um menino no leito De folhas verdes no jardim.
Então, Meu anjo, escuta! A deprecação do soldado espanhol,
A retratação do gigante de pedra - Palinódia de amor! Delírio – engano,
No canto do guerreiro em delalento. Canto a canção do exílio,
Soneto da lira quebrada, Ainda uma vez –
Adeus! É o que mais dói na vida, Porque sei amar. Mas se te amo, não sei! Meu anjo, escuta!
Espera! Não me deixes!
O naufrágiOPrepara-te, filho!
Que o mar, soberano,Te veio buscar.Desata o grilhoDo branco, profano,Tu és marabá. Que creiam ateus!E tu, daí, travoso,Escutam o roncar.O ronco de Deus,Tupã, poderoso,Te veio buscar.
Não sou a vingança,Clamou Deus Tupã,
Não sou punição.O guerreiro não cansa.
É útil e não vãTua determinação.
És nativo no jeito
De índio, negrilho,De corpo inteiro.Tu trazes no peitoOrgulho, meu filho,De ser brasileiro.
268
Ergue a cabeçaDe índio, de preto,
Nagô, tupinambá.Tua veia é espessa;
Teu objetivo, correto;E te ri do Anhangá.
Não fora Anhangá que tomou da mãe seu filho?
Não fora Anhangá que tomou da amante o amado?Não fora Anhangá que tomou do corpo são a saúde?
Apenas o mal tornaria versos empecilhoA atormentar a mente do poeta acamado.Anhangá tornou a cama do poeta ataúde.
Cantaste do sol o brilho,
O rubro resplandecente – Ora, se faz rubro maracá.
Logo, prepara-te, filho!A cor do sangue teu
Te veio buscar.
Deus não permitiuQue tu morresses,
Sem que voltasses pra cá.A palmeira já te viu,
Tal qual pássaros esses:Sanhaço, saíra, sabiá.
Te veem, ansioso,No tombadilho,
Ouvem teu cantar.Tupã, misericordioso,
Diz: “Prepara-te, filho!Te venho buscar,Tu és marabá”.
rEuniÃO dE TÍTulOS dE algunS pOEmaS dE gOnçalvES diaS:
Meu anjo, escuta!Canção
O marA noiteA tardeO amorEspera!
Minha RosaMinha Terra
Minha vida e meus amoresSe sofri já, não mo perguntes
269
Se se morre de amorComo eu te amo
Se te amo, não sei!Como! És tu?
Sempre elaA concha e a virgemA rosa no mar
A escravaZulmira
Olhos verdesSeus olhos
DesejoSobre o túmulo de um menino
No leito de folhas verdesNo jardimDeprecaçãoO soldado espanholRetratação
O gigante de pedraPalinódia
Amor! Delírio – enganoCanto do guerreiro
DesalentoCanção do exílio
SonetoLira quebradaAinda uma vez – adeus!O que mais dói na vidaSei amarNão me deixes!
Elisabeth Rosa Soares197
iTinEráriO Deus, natureza, índio, amor,
temas recorrentes do vate imortalizadoexalta um Deus “que vai do abismo aos céus”
em versos de louvor à criação:tarde, brisa, tempestade, céu
aurora cor-de-rosa, raios, estrelas.Cadê Timbiras? Tamoios? I-Juca-Pirama?
falam os deuses nos cantos do Piaga, troam guerreiros da tribo Tupi
E morrendo de amor em cada esquinaergue versos de amor a sua amada,
197 Elisabeth Rosa Soares. São Luís – MA – Brasil - 10.06.1950. Licenciada em Letras pela UFMA. Professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. E-mail: [email protected]
270
à mimosa e bela Ana Amélia,de belos olhos negros, “meigos infantes”,
amor definhado em mar de preconceitos.Saudosismo no cruel exílio, duras penas,
lembrança das “palmeiras onde canta o Sabiá”.Tentativa frustrada de voltar à pátria:
morre o homem; renasce o poeta.Arte densa que os séculos atravessae hoje alcança os quatrocentos anos
da capital da Terra das Palmeirasque ele tanto exaltara nos seus versos.
Elísio Miambo198
viagEm aO maranHÃO pEla CançÃO dE EXÍliO
Hoje estou com a alma febril. Padeço de querenças gonçalvinas.
Em meu rosto rodopiam tiras de água,Por vezes são lágrimas, por vezes é suor…
Choro e esforço-me incansavelmenteEm meio a um sol de assar as entranhas.
Endoideci: quero estar no Maranhão,A terra que tem palmeiras onde canta o Sabiá!
Os Xiricos199 que aqui gorjeiam,Gorjeiam lindamente como as aves de lá…
Mas eu vou! Ah, sim! Eu vou…Quero inalar ares que recitem purezas
No leito do meu nariz.Quero afagar-me com o cheiro de mato,
Claro! Aqueles bosques que têm vida!Porque sei que por lá,
Um Rouxinol cantará coisas lindas Que farão jus àquela Canção de exílio
Como se recebesse ordens De um Tupã, de Orixá ou de Febo…
Ah! Já estou com a canoa pronta…Mas não sei a quem rogar a protecção
E incumbir o dever de me guiar
198 Elísio Miambo - Xai-Xai - Província de Gaza – Moçambique - 17 de Julho de 1992. Filho de pai ma-chope e de mãe ma-changana, ele considera-se fruto da mistura destas duas etnias, embora tenha nascido numa sociedade patrilinear, e que nessa perspectiva, tenha que ser considerado ma-chope., é estudante (do curso de Licenciatura em Ensino de Português na Universidade Pedagógica __ Delegação de Gaza) e, colabora como colunista literário, em blogues relativos à literatura (tais como: Rectasletras.blogspot.com onde é autor e ad-ministrador; xitende.blogspot.com do Grupo cultural Xitende, do qual faz parte.
199 Nome pelo qual é conhecida em Moçambique a espécie de ave canora Sirinus mozambicus.
271
Aos braços da Floresta dos Guarás.Tupã, Orixá e Febo sugerem-me
Gonçalves Dias e a sua canção de exílio:É com Ele que eu vou navegar até ao Maranhão.
Nesta viagem que faço pelo ÍndicoNuma canoa de 1000 de gigabytes!
Elizeu Arruda de Sousa200
gOnçalvEandO diaS O tempo vestiu-se de genuína poesia,
O sol um afinado coro de sabiás acordou, O povo encheu-se de inebriante alegria,
A vida mais romântica e faceira ficou.Exaltar o poeta das palmeiras virou mania. Essas novidades o afoito vento espalhou.
Transformações para um caxiense homenagear.Amante e amigo fidelíssimo da literatura,
Seu fazer poético conseguiu se imortalizar,Seu papel social em legado se configura.Os Dias nunca deixarão de Gonçalves se lembrar E na união do pensamento com o sentimento seu nome perdura.
Ellen dos Santos Oliveira201
CançÃO para gOnçalvES diaSMinha terra já não tem tantas palmeiras, Nem Gonçalves Dias, também; Mas a Canção de Exílio que cantam hoje, Essa eu sei que tem.
Foi o poeta que mais viu:Estrelas em nosso céu.
Foi o que mais se deslumbrou,Com nossas flores e bosques,
E foi o que mais amou,Nossos campos e nossos bosques.
200 Elizeu Arruda de Sousa – Teresina – PI – Brasil – 22 dee novembro de 1970 - é Professor Assistente III do Departamento de Letras do CESC/UEMA, Técnico-Pedagógico da Unidade Regional de Educação de Caxias, Especialista em Língua Portuguesa- FIA/SP, Mestre em Estudos Literários-UFPI. Na vertente das produções literárias, é coautor da obra Sociedade das Letras: prosa, poesia & Cia (2002), autor dos livros infanto-juvenis Contrarecer (2008) e Riso adotado, viver transformado (2011; escreveu peças teatrais, como A casa maluca, Porliticaria, A princesinha cega, A morte quer que eu viva.
201 Ellen dos Santos Oliveira - Ferraz de Vasconcelos – SP – Brasil - 07 de Abril de 1984. Aos quatro anos idade vem morar em Aracaju/SE. É funcionária pública do estado de Sergipe desde outubro de 2008. É graduanda em Letras Português e suas respectivas Literaturas da Faculdade São Luiz de França, onde foi militante e fun-dadora do Centro Acadêmico de Letras Vinícius de Moraes. Foi executiva sergipana dos Estudantes de Letras/ExNEL (Gestão 2011-2012).
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Ele cantou como sabiá,Exilado e sozinho,
Triste como um passarinhoQue só queria voltar pro ninho...
Só queria voltar pra cá.
Graças a Deus que ele voltou, Tão culto e tão índio,
Cultivando em seus poemas,A cultura brasileira.
E cantou, como ninguém, a natureza brasileiraTão virgem, tão pura... que pena que dá
Pois, minha terra já não tem tantas palmeiras,Onde canta o Sabiá
viva!Se o índio era selvagem, isso eu não sei
Só sei que ele era heróiquando próximo ao Português.
Viva ao nosso índio...Palmeiras, estrelas, céu, bosques e flores
Viva a Gonçalves Dias E como ele diria...
Viva àquilo que é nosso,Índio, Terra, ouro e mar!
Elva González García202
aCrOSTiCOg randeza que te envuelve mas allá de los tiemposO rgullo de tu Patria, que en un poema pintaste
n íveo y dolido sentir, … a la posteridad dejaste. C atarsis de un grande desnudando sentimientos.
a urora en la noche tu palabra alumbra l uz en tus desires, de tu breve viaje
v ivencias nos traen de amor y corajeE ternas cadencias ,que cada día te encumbran S eñor, poeta enamorado, que corta fue tu vida,… que pronto, tu partida
202 Elva González García - Córdoba- Argentina - 29 de Octubre de 1942. Escritora y Poeta. Presentadora de Libros y Conferencias. Miembro de la SOCIEDAD VENEZOLANA DE ARTE INTERNACIONAL –SVAI. Actual Secretaria Nacional de la SOCIEDAD ARGENTINA DE LETRAS ARTES Y CIENCIAS NACIONAL – SALAC NACIONAL
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d uro y acelerado anduviste tu camino i Juca-Pirama, un Himno más que poema
a brazaste las letras como la más preciada gemaS enda que has marcado eternamente,…
a pesar de tu sino.
Elvandro burity203
pOT pOurriComo és tu?
Não me deixesZulmira
Como eu te amo
Amor! Delírio enganoMeu anjo, escutaDo exílio
A canção do exílio
O canto do guerreiroO canto do Piaga
Se muito sofri...Espera!
AmanhãRecordaçãoOh! Que acordarCanção Rosa
A minha RosaRosa do marMinha Terra!Minha vida meus amores
Se se morre de amor!O mar
Leito de folhas verdesAinda uma vez – Adeus
203 Elvandro Burity - Rio de Janeiro – Brasil – 26 de setembro de 1940. Membro Efetivo da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro (ACLERJ) - Cadeira no 3 patronímica de Carlos de Laet. Medalha de Ouro e Prata em Concursos Literários. Teve o primeiro livro lançado em 1987. Detentor várias condecorações Civis, Militares, Acadêmicas no Brasil e no Exterior. Atual 2ovice-presidente do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais (InBrasCI). Mantém um blog em http://elvandroburity.blogspot.com.br
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Emerson Thiago Sousa de Araújo - Emerson Araújo204
almar(Á Gonçalves Dias)
Sob céu pesado dorsoAs águas luzidias cantam
Para embalar
Em tapetes de sal e espumaSustem-se mudas sereias
Cosendo lágrimas salgadasAo ocre perfume do mar
Ah, quantas vezes sonhara,Ouvindo as encanterias
Deitar sobre as cantariasTeu leito de novo cantar
O Boqueirão, no entanto, sabia:Maldosas ou sábias ondas
Já não traria teu peito, de mármore carrara,Ao trino dos sabiás
Teus olhos, em sonho, avistaraO findar de tantas odisseias
Rever camélias, broméliasAmélias a te perfumar
Mas amar sobre toda a vontadeNão finda a tempestade
Entrega ao mar o teu tempoDescansa tua alma “almar”!
Emmanuel Soares de Almeida 205
gOnçalvES diaS nOS nOSSOS diaSNa canção a liberdade
De ser Mineiro de ter a oportunidadeSigo o teu exemplo
Por isso o orgulho de ser Mineiro...
204 Emerson Thiago Sousa de Araújo - São Luís – MA – Brasil - 15 de fevereiro de 1985. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão. Comunicólogo, ator e poeta. Atualmente compõe o quadro de pesquisadores da Fundação José Sarney, trabalhando na catalogação e organização do acervo do Museu da Memória Republicana do Brasil.
205 Emmanuel Soares de Almeida - Juiz de Fora – MG – Brasil - 05/dezembro/1958. Na minha inspiração sempre aquela canção que me comove. Desde criança essas mensagens me vêm com carinho e sinto a necessidade de colocar tudo isso no papel e poder assim falar ao mundo do que sinto, do que sei.
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Cantar bem altoInspirado no teu exílio
O exemplo da tua criação, da tua obraTeatro, Jornalismo, Poeta e o orgulho de ser Brasileiro
LisonjeiroA estimada saudadeDo país da criatividade
E a Poesia cantada e assobiadaNa tua anistia
O grande Poeta BrasileiroGonçalves Dias
Eric Tirado Viegas (Ponty)206
réQuiEm Em fuga Em SOl maiOr para gOnçalvES diaS Introduzione: Adagio molto
Suas naus que cediças cobertas de glória, Os pródigos nadam navios com finória,
Os meigos se fundem à voz do marmor: São todos tão tíbios, certeiros contentes!
Sua marca lá toa na boca dos crentes, junção de prodígios, de fúria e louvor!
No feito das lápides marmo verdores, herdado das ondas — cobertos de ardores, volteiam-se nos tetos d’altiva ilusão; São muitos seus navios, nos ânimos fortes, Temíveis a pedra, que em densos dos nortes Espantam-nos navios à imensa ilusão.
Nos quartos vizinhos, silentes, sem brio, que crentes quebrando, lançando sombrio, Incenso aspiraram em liras que traz louvores das terras que os fortes descendem, vultosos tributos herdados dependem,
das naus certeiras suspeitas que jaz.
No centro da tábua se estende certeiro, adorna se aduna o conspícuo carneiro,
Do limbo penhora, dos lodos mais vis: Os corpos deitados praticam na aurora,
E os jovens inquietos, restando penhora, Derramam-se em choro dum dia infeliz.
206 Eric Tirado Viegas (Ponty) – São João del-Rei – MG - Brasil – 1968. Escritor. A Voz do Poeta. 50 Poemas Esco-lhidos pelo Autor Galo Branco n45 (RJ). Antologia Mineira do Século XX Poesia Sempre; Órion – Revista de P. do Mundo de Língua Portuguesa (Brasil/Portugal),Poesia Para Todos (RJ).As Vozes na Paisagem 2 (RJ)Trad. Cemitério marinho de Paul Valéry e Música de Câmara, Poemas Maças de James Joyce. - Baleia Azul (Cortez Ed.2011) Projeto prosa da língua portuguesa 4 ano da editora Saraiva. [email protected]
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Por certo — ninguém diz: pavor lhe é ignoto, Seu chefe não diz: — que de um mar que revolto
Precinte por certo — da tábua tão frágil; Assim lá na terra do extrato mundano
formavam distinto do vil mais humano que formas perfeitas do nobre de ardil.
Acaso da terra padeceu parceiro, Nos vãos dos carneiros: — na extensa palmeira
Assola-se é certo, tiveram missão; Convidam a gente dos nautas credores,
Silentes se incumbem do acaso das flores, são vários apreços da honrosa punção.
Conservam cabelos no brio das palmeiras, Entesa-se a corpo beleza faceira,
Adorna-se o ventre com cenas gentis: A lousa, entre as vaga, uma freira na beira,
nutrir-se memória, dobrando matiz,murmuro do murmuro mar contradiz.
A Paz espaçosa a que cedo traz medo, pascido do olhar densas sombras tão cedo,
alçada da agora da voz que silente, pascia na terrestre da oculta vertente.
Palmeira tão calma, que pasce na glória,
no vento de humilde da voz Circe cria, nas vagas do monte longínquo do pássaro,
nos tinham nas mágoas que d´águas tão raros.
Ó tempo de ensejos caídos dos rostos, de negas gemidas noites dos gostos,
nublava na nuvem a fria à boca de hálito, que crânios falantes em verves dos ritos.
Labuta da sina dos tempos minguados,
ninguém lhe tecia do rezado ousa lados, erguiam-se das aves, do quê; diziam pedras;
trazer-lhes do santo do parvo de exedras.
E singram além das camoecas distâncias, das gradas fortunas mar cobriam-lhe ânsias, após, de tão frágil, que sombra à tez templo,
vertente que esmaga da folha do exemplo.
Lembranças dos vivos, dos grãos enchem gosto, em tíbio do gesto que escrito cai postos,
se sabem sós selvas, que dores sem serpes, estepes do oceano que correndo escarpes.
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D´água que dos amplos do rio avisava, sossego da calma na luz nego cava,
tremente que atrás homens flama trespassam, eiras fadadas das frontes dão em passa.
Parques dos vividos dos céus luzes rés, bradados do Carmo dos ingênuos das três,
de quem se sentou só nas vaga acéns postas, bradada na curva da voz chora às costas.
Murmúrio chegam sós palavras da lei,
sombrio que retorna na margem do rei, chamar El Rei da raiz prima treva,
de quem o viver curvou verde à selva. Estio que fez rio coragens dos pajens, secada ribeira que abrange das margens, o lume movido culmina dos serros,
memórias d´águas frementes dos erros.
A chispa relâmpago ao sol murmurar,sussurro em sussurro em sussurro do mar,
murmúrio murmuro rumor do marulho candente da chispa do raio engulho.
Menuetto: Moderato e grazioso
Entre palmeiras, sabiá,ser de tão simples gorjeia,na tíbia terra envolve o diaque pálidas aves passeiam,donde decantam floreiamlúgubres bosques já sem vida,de ardores arderam lida,das dores tíbios céus das floressustem-se na sua descaída,
em sombras das aves sofridas,que em silente silêncio na eira,
muros de adobe da ramagem,que olvidam na plumagem vista
ao lugar mais alto já crista.
Entre palmeiras, expõe céu,às plumagens das nuvens véus,
supõe o gesto nítido léus,é barulho das juntas ossos,da vida carcomida fossos,em crânios cravejados sós,donde gorjeiam os vermes réus,
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barulho porta cemitério,bravio som pesado mistério,
das aves das sombras dos seus,suprimida vida critérios
postados manhãs tíbias Deus,expõe o diamante no luar,
sombra das nuvens soltas ar,noturnos hábitos olvidam,
donde gorjeiam corujas dãovozes aos sapos e dos grilos,
que passeiam dura terra filos,donde longe garrido toaem passos vorazes à toa,
que almas dos mais simples ressoa,gestos firmes longe pessoas,
não gorjeiam mais como lá.
Em cismar, sozinho, à noite,procuramos naufrágio açoite,
vozes gorjeiam surdos mar,de suas lembranças pia luar,enclausurados nós pascemos,
carregados em luto, temos,olhar benigno duma freira,apercebe-lhe nau sem eira,afundar pétreo marmor mar.
Presto con fuoco
Venho presenciar esquiva,veludo humílimo griva,
há crescer do marmor mar,ânfora nau junto lar,
há de ser langor visão,almas, entregue ilusão,parto perfeito deságua,
na fonte do rumor d´agua,densas sombras que se afogam,
naufragam imensos vão.
Ó jovem poeta que parte,Musas silentes alardes,
há de nos conter à lágrima,infinitas tumbas cima,conduz à luz travessia
da dádiva anestesia,quando certo dia ramagem
d´águas postaram plumagem,já esquiva na luz amarga,
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visão minha pasce alarga,terá enfim sombra macia,
de cuja nau pétrea esguiano marmor da lousa fria,
morre assistir findo dia.
Atravessa, ó Poeta, à vidados abismos sermos lida,
escuta estranho colher,funda mais razão pascer,
cálido assopro desvão,suave visita e sermão,
alegre corpo terrívelque mais viva ave sabiá,
vagas palmeiras entreabremterrível pasce à voz ave,que não gorjeia à vista suave,em sopro cálido anúncio,
tíbias garridas dobram fios;deixem; deixem brônzeos sinos
imenso oficio brônzeos hinos.
Atravessa, ó Poeta, à lida,sacrifício do naufrágio,
existência sem presságios,pétreos marmos luz do Carmo,fará enfim poema da vida.
Adagio
Não posso falar marmor, Não posso dizer da lida.
Érica Guedes Martins 207
QuandO TudO fOr lEmBrança208
Que saudade da minha TerraQue saudade do meu Brasil
Que saudade da naturezaE do céu azul-anil.
Brasil: Quando tudo for lembrançasobre Deus, onde estarei
Mesmo com toda distânciaEu jamais o esquecerei.
207 Érica Guedes Martins - Bebedouro – SP – Brasil.208 Aluna da 7ª. Serie C da Profa. Silvana Morelli - http://silmoreli.blogspot.com.br/2009/09/cancao-do-exilio.
html, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geo-gráfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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Saudade é o que tenho no coração,Solidão! Ah! Solidão
Ir embora para o meu Brasil,Essa é a solução.
Brasil: A distância permite a saudadeMas nunca o esquecimento
Por mais longe que eu esteja,Sempre estará em meu pensamento.
As estrela nascem no céu,As flores no jardim,
Eu queria ter um papel e poder escreverpara todos que sentem saudades de mim.
Erick Gonçalves Cavalcante209
SOBrE a CançÃO dO EXÍliOMinha terra tem poetas, poetas,
Onde cantam seus amores, amores, altares No exílio lembram-se de sua terra, terra, lugares
Veem o mundo com seus olhos, olhos, olhares
Nosso céu tem mais estrelas, estrelas, poeta Ilumina nossos bosques, bosques, ares
Com mais vida, mais amores, amores, lares Na canção de uma saudade, saudade, pesares
Minha terra tem primores, poeta, primores Que gorjeiam seu exílio, exílio, amores
Com saudade de sua terra, palmeiras, sabores Onde canta um sabiá, poeta, Gonçalves ...
a gOnçalvES diaSNão permita Deus que eu morra
Sem que discorra do poeta Que exilado em seus dias
Tão só como uma ilha Inventou uma maneira De descrever uma palmeira
De encurtar cada milha Com palavras de poesia
Encantar com maravilha Nossas vidas de tristeza
Com a sua alegria
209 Erick Gonçalves Cavalcante - Tubarão – SC – Brasil – residente em Capivari de Baixo. Graduado em Redes de Computadores, Pós-Graduando em Segurança da Informação pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Escritor, roteirista, músico, amante de histórias em quadrinhos e livros. E-mail: [email protected] / [email protected]
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Erlinda Maria Bittencourt210
pOESia Em prOSa a gOnçalvES diaSQuem é esse homem, que tendo nascido há 190 anos, após sua morte física,
Vivo está em sua alma e nela permanece fortemente presente entre nós?
Quem é esse caxiense, que superou os limites das matas maranhenses, para os países de 1º mundo?
Quem é esse homem de saúde tão frágil, que encantava, conquistava e seduzia inúmeras mulheres?
Quem é esse homem tão lírico, encantadoramente épico e admirável dramaturgo, que tão bem soube cantar sua terra,
seu povo e que infeliz no sentimento pela mulher amada, fez de sua dor a mais linda poesia de amor?
Quem é esse homem sensível, romântico e culto a quem poetas e poetas choraram sua partida?
Quem é esse homem a quem o mar, ao sabê-lo em suas águas, o tragou para não mais deixá-lo escapar?
Eu diria que:É um poeta que cantou a mais profunda saudade de seu povo, de seus amigos, dos céus e da terra caxiense, do seu lar;
Que muito amou e foi correspondido, mas com o seu verdadeiro amor não pôde ficar.Sobre a ousadia do oceano, falaria que: o poeta do exílio no fundo do mar é poesia eternizada;
Um cidadão caxiense que representava o país e por competência, assumia altos cargos na Europa,
Frequentava a côrte era amigo do imperador, mas sempre voltava para cá;Um verdadeiro poeta que não só produzia textos, mas sentia-os ao
escrevê-los.Para alguns, poeta do exílio, para outros, cantor dos Palmares, para muitos, cantor dos Timbiras e cantor de marabá.
Eu o defino apenas como: poeta terra, poeta povo, poeta raça, poeta saudade,Gonçalves dias: o poeta do amor.
210 Erlinda Maria Bittencourt - Caxias – MA - Brasil – 07/05/1958. Professora do Departamento de Letras – CESC/UEMA. Especialista em Língua Portuguesa pela PUC/MG e em LIBRAS pela Athenas - MA; Mestre em Ciências da Educação UEMA/IPLAC-UFC. Membro Fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias – IHGC, Di-retora de Cultura da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão – ASLEAMA, Diretora de Relações Públicas do Rotary Club de Caxias.E-mail: [email protected]
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páTria gOnçalvinaDe origem Brasileira,
Do Estado do Maranhão,Gonçalves Dias é filho de Caxias,
Da denominada “Princesa do Sertão.
Que estudou a linhagem literária,De clássicos portugueses,À românticos franceses,
Um advogado,Um teatrólogo,
Um historiador,Ousado nacionalista,
Um crítico inovador.
Mestre da língua e da fonética indígena,GD buscou uma nova dicção poética,
Doce, rítmica, idílica, apaixonante,Poeta de fase efervescente, criativa
E de sangue tricolor.
Se fez refém da fidelidade,Porém algoz e vítima do próprio amor,
Pois recusou viver sua romântica aventuraE platonicamente, nela se encarcerou.
Foi elegante, foi guerreiro,
Foi de raça,Com o branco, o índio e o negroNas veias, bebeu apaixonado
e solitário sua taça,
tal qual ourives, lapidou a escrita, feito escultor, delineou poemas,
feito poeta, sentimentos váriossuspirou,
Regados a goles etílicos e lágrimasem lugar chamado” Roncador,”
Sua história fez de muitos contadores,
De seus romances, vários prosadores,De sua paixão, vasta literatura,
De seus conhecimentos, nosso orgulho
Com Ana Amélia e a Nação no coraçãoA terra das palmeiras e o amor ele os exaltou.
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Ernestina Ramírez Escobar211
SuEñOS QuE duElEn.Desejar coisas vãs, viver de sonhos,
Correr após um bem logo esquecido,Sentir amor e só topar frieza,Cismar venturas e encontrar só dores.
ANTONIO GONÇALVES DIAS
Naces y escribes sueñoscreces y gozas ensueños
no importa que el pan te faltecon soñar es suficiente.
La naturaleza amablesostiene lo indispensablepero llega la inmundiciacon tosquedad te acaricia,
ya no te alcanza pan y agua,se abre todo un parteaguas
en tu idílica existencia,se divide la conciencia
pues el mundo materialopacando tu ideal
te sumerge en lo profundodel sentir más infecundodonde todo el costumbrismose hace parte de ti mismosiendo vanas ilusionesy permean las traiciones; tu alma llena en amargura,pierde toda esencia puradotada desde el origendonde el pensamiento virgense reintegra de proscritoaún cuando estaba escrito
que serías un guerrerode la pluma y lapicero
escribes con la pasiónde Ana Amélia en corazónporque el amor que retumba
es el que lleva a la tumbamas dejas en poesía
tu dolor y melancolía.
211 Ernestina Ramírez Escobar – Hermosillo – Sonora - MéxiCO - 07 de Noviembre de 1963. Poeta y Escritora, Mediadora de Sala de Lectura, Coordinadora de Tertulias Culturales semanales (Tertulias Criollas
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Euclides José Maciel Marques212
Ó marÓ mar caudaloso de forte furor
Dá-me de volta o GIGANTE DE PEDRA,Pois o tempo não se encarrega
De extirpar, parar a dor.Que será do lençol de água cristalina
NO SEU LEITO DE FOLHAS VERDES,Sem o acalanto do filho ilustre
Tragado com triste sina.
Ó mar revoltado, sem coraçãoSaiba que SE SE MORRE DE AMOR,
Imagina de saudades,Não há comparação.
Que será do sertão, doce caatingaOnde se ouve o CANTO DO GUERREIRO,
Sem o menino caixeiro,Como baralho sem coringa.
Ó mar grandioso de onda pujanteNÃO ME DEIXES por ti nutrir rancor
A audácia de nos tomar Gonçalvesfoi atitude arrogante.
Que será de vós, sem os cantosSem OS CANTOS que será de vós
Oceano terrível, pélago revoltoMenos nobres nomes quantos?
Eugênio Palma Avelar213
i-JuCa pirama da vila dE SÃO JOSé Tinha por mãe, Maria, o Juca do arraial,
consagrado a José – o santo protetor. Esgueirou-se em silêncio - sem dom maternal;
desceu até São Paulo, ao seu interior.
IIConstatou – em horror – não existir colheita.
Foi feito prisioneiro de algum traficante.
212 Euclides José Maciel Marques – Juazeiro – BA – Brasil – 31 de Março de 1972. Poeta Amador. Dedica-se prin-cipalmente à “matemáticas das letras” compondo poesias na sua maioria formada por anagramas, palíndro-mos, acrósticos entre outros.
213 Eugênio Palma Avelar – Montes Claros – MG – Brasil - 04 de janeiro de 1958 . Uma rústica cidade brasileira encravada no semiárido mineiro. Como escritor acadêmico, possuo uns poucos trabalhos registrados em meu Currículo Lattes, onde destaco o artigo “Diversidade Cultural e Escola”. Mas há anos, brinco de escrever poesia e prosa em comunidades virtuais ou não.
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Jugo, fardo e ameaça aquele pobre aceita. Ao chorar sua sorte, o destino infamante:
IIIser jogado no asfalto em trajes de mulher -
que de um bravo guerreiro, o choro não se quer -;desprezível cordeiro para o sacrifício.
IVVilipêndio sem gala, retorna ao seu lar.
Ganha da mãe, consolo: viver é lutar. Que ela seja renhida; teu bem, teu suplício.
SaBiá dESTErradOMinha casa tem telhado,que observo do sofá.Às vezes sou visitado - buliçoso sabiá,
IIque não encontra palmeira
onde possa gorjear: reino d’árida sequeira -não há por onde escapar.
IIIE por isso, o passarinho -não encontrando lugar -,fez do telhado seu ninho;não se cansa de cantar.
IVNão permita Deus que eu morra,nas garras do latifúndio.Sem qu’eu debele a camorra:quero morrer no gerúndio.
IVEm cismar – sozinho, à noite –
só enxergo madeireira.Meu tacape, meu açoite;
acabo com a bandalheira.
VPlanto na terra, palmeira -
onde canta o sabiá-;até que o bichinho queiraseu silvestre cafuá.Não permita Deus que eu morra,quietinho em meu sofá.
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aS BOdaS dE ErnST lanZEr E lEOnOr dE mEndOnçaI
Nas bodas sem amor; o militar e a dama.Há consciência de si no eu antagonista.
A linhagem do homem, herdeiro reclama;A família da outra; social reconquista.
IIMarido inapetente - à procura da guerra,
suplicando a terceiro, lúbrico favor:- retira, o amigo Antônio, da noiva o pudor!
- Toma teu rijo falo e colha aquela flor!
IIILogo adiante, mais tarde, fingindo estupor;
Exagera o flagrante; exagera o negror:assassina sem dó o ser angelical.
IVFoge em raio o comparsa: aguarda o desenlace.
Súbito, chega o amigo após sinistro impasse.Dão-se: infreme prazer; oblação bestial.
SEnrYu n. 01 - lEOnOr dE mEndOnça do seu toucador
abandonada duquesa penteia su’alma
SEnrYu n. 02 – CÂnTiCO da viTÓriaTimbiras, eu vi
a fome, a guerra, a incerteza fui, vi e venci
Eulália Cristina Costa e Costa214
um griTO dE um pOETaUm canto ecoa ao longe, é para despertar
É o combate da vidaQue aos fracos abate,
Que aos fortes, os bravos conseguem exaltar!
Onde a terra querida, São Luís do Maranhão, Jamais esquecida,
Mesmo exilado consegue demonstrar O quanto à ama e ama lhe amar
214 Eulália Cristina Costa e Costa - São Bento – ma – Brasil - 04/09/1981. Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela UEMA, pós-graduada em Saúde da Família, Funcionária Pública Federal e Escritora.. Possui alguns artigos científicos publicados.
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Na canção do exílioUm poeta saudosista,
Com muitas histórias, lutas e amoresTornou um simples grito em defesa de uma ideologia
Em primeiros cantos ao longe ecoar
Tornaram-se eternizados pela literatura Hoje são lembrados,
Seja na leitura dos poemas do grande poeta Gonçalves DiasOu na viagem que seus versos podem proporcionar
Resistindo ao tempo,Permeando aos amantes da escrita,
O convite ao chamado para o combate da vida
Ainda que não se queira dizer: Ainda uma vez - Adeus!
pOETa SOnHadOrSe se morre de amor,
Ou se ficamos mais inteligentes com a dorPensativo Gonçalves Dias ficava,
Pois sendo poeta sonhadorDefendia a bandeira do amor e do seu lugar
Seja aqui ou acoláSempre estava a poetizar!Desvendando a essência da imensidão de um serE os mistérios da arte de amar,Cada vez que elevava o seu olharPara as maravilhas que este sentimento o fez capaz de criarNós, laços, correntesTudo que queria por vontade própria.Aprofundar-se em teu mar, ilha do amor,Pois só assim sabia que poderia alcançar:Um intenso e verdadeiro amorDigno de um poeta sonhador!
Eulàlia Jordà-Poblet215
a mim mE vEm (TriBuTO a gOnçalvES diaS – 2)Gonçalves, Gonçalves,
são saudades tuas letras que leio, e através do tempo,
eu, bucólico,
215 Eulàlia Jordà-Poblet - Belo Horizonte – MG – Brasil - maio de 1958. Sou médica otorrinolaringologista. Perten-ço ao círculo dos médicos escritores da Sobrames. Escrevo ensaios para jornais como “O Tempo”. Participo de encontros e saraus para leituras de poemas próprios e de outros escritores em vários locais da cidade de Belo Horizonte.
288
me entendo. Nas noites,
nos dias, tua leitura
me enobrece: és Gonçalves
quanto Dias, e nunca a tarde
entardece. Nos dias outros
que se sucedem, os olhos de quem dizes,
amam o amor mais romântico...
oh Poeta, depois de ti,
nada será como antes! E o teu século
a mim me vem,
amo também, Poeta eterno
CançÃO SEm EXÍliO ( TriBuTO a gOnçalvES diaS)Gonçalves, sente a brisa, do teu gênio,
que se eterniza... Os vales escuros
da morte, roubam-te da
nossa mão, mas da nossa
memória, teus poemas, ao menos,
não. E se teus sabiás
escutamos, nas palmeiras
em idílio, é que estás conosco
Poeta, em nós
nunca terás exílio!
TEmpOS OuTrOS - (TriBuTO a gOnçalvES diaS)Homem que escreve,
eu respeito: Gonçalves Dias,
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no peito E é tão sereno
sonhar, nos olhos
que ele diz amar E em tempos outros
voltar, para ser sinhô,
ser sinhá.
Eva Maria de Cougo Souto216
gOnçalvES diaSEm terras de Jatobá, dia 10 de agosto de 1832, nasci!Talvez nasci do amor de um branco com uma mestiça.
Vinha em meu sangue a força e a vontade de lutar.Via que nos estudos estava o meu futuro.
Fui crescendo e alimentando-me do saber.Latim,
Francês,Filosofia.
No amor minha pele gritou mais alto, o preconceito me apunhalou.Sai, deixei o meu Brasil,Um dia volto!Em terras estranhas não fraquejei, segui minha luta pelo saber.”Minha terra tem palmeirasOnde canta o sábia... ’’Eu disse que voltaria, voltei, para onde fui não sei!
Evelin Katiane Izauro217
TrECHO da “CançÃO dO EXÍliO”Homenagem á Gonçalves Dias
Ao andar sobre o luarA luz paira sobre as telhasNão pude deixar de notar
NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS
Repousando em meio a terraVejo a beleza das cores
Mesmo que razão não queiraNOSSAS VÁRZEAS TÊM MAIS FLORES
216 Eva Maria de Cougo Souto – Florianópolis – SC – Brasil - Do lar E-mail: [email protected] 217 Evelin Katiane Izauro – Joinville – SC – Brasil - 25/04/1989. Escritora (Poeta) e Professora de Artes. Único livro
publicado “Viva Poesia!... com todas as suas rimas” em 13/01/2012.
290
Quantas árvores ao meu redorCom raízes profundas e ricasCom galhos avantajados
NOSSOS BOSQUES TÊM MAIS VIDA
Não vou calar a emoçãoVou cantar como os cantores
Resume-se ao coraçãoNOSSA VIDA MAIS AMORES
Evilene Soares de Araújo218
O iluSTrE CaXiEnSE gOnçalvES diaSNo sítio de Boa Vista Em terras de Jatobá
Nascia um magnifico poeta Que fez sucesso além-mar
Gonçalves Dias grande poeta Um caxiense consagrado,
Era poeta e etnógrafo Além de bom advogado
Filho de mestiça e comerciante Filosofia, francês e latim estudou
Em meio a muitos gigantes Na faculdade ingressou
O grande romantista Descrevia em suas poesias
Paisagens do Brasil Especialmente de Caxias Com talento inigualável
Teve por inspiração O amor de Ana Mélia E da boa imaginação
Ana Mélia seu grande amor Roubou seu coração
Com sua beleza e juventude Correspondeu a sua paixão
A família da linda moça Rendida pelo preconceito
Recusou qualquer aproximação Que lhe dizia respeito
Então o jovem Gonçalves Dias Para Portugal partiu Ana Mélia se casou
E no amor não persistiu
218 Evilene Soares de Araújo - Teresina-PI – Brasil - 28 de abril de 1997, é brasileira, filha de João de Deus da Silva Araújo e Eva Soares Borges de Araújo, tem dois irmãos João Victor Soares de Araújo e Matheus Vinícius Soares de Araújo é estudante do 1º ano C do Centro de Ensino Thales Ribeiro Gonçalves
291
Durante uma viagem O inesperado aconteceu
Após um grande naufrágio O nosso poeta morreu
Porém deixou conosco Um pouco do seu sentimento Sensações e desilusões
Que invadiram seu pensamento Com a canção do exílio
Caxias homenageou E como é bom ser caxiense
Em nossas lembranças deixou Não se abateu pelas decepções
Que a vida pode lhe dar Em vez disso as transformou Em poesias de emocionar. Com talento inigualável Teve por inspiração
O amor de Ana Mélia E da boa imaginação.
Fabiana da Costa Ferraz Patueli219
TErra minHaFabulosa Maranhão, Terra de Nosso Senhor!Revigorante águas de seus lençóis.
Ventos que ressoam em pedras e areais.Ocultados nos ouvidos de tolos,Pois os sábios as revelam em melodias.Como doces cações de mãe a embalar-nos a noitinha.
Natureza de sublimes flora e fauna,Cujos pássaros que vem do imenso azul
Que sustentam em suas asas a bravura humana.
Como partir de seu barro acobreado, sem voltar-se ao céu estrelado.Parte de seu mangue, não se separam as riquezas de seu povo.
Torno-me sua lamparina ao pôr-do-sol.E à aurora ofereço-me como guia.
Da tristeza e amargura de ter lhe deixado,Viro histórias de ter sido seu um dia.
Terra minha!
219 Fabiana da Costa Ferraz Patueli - Rio de Janeiro –RJ – Brasil - 07/02/1983. Mestre em Letras (Universidade Federal Fluminense-UFF). Colaboradora do Laboratório de Ecdótica da UFF.
292
Fabiula Fernanda de Abreu220
pEnSandO BEmPensando bem em tudo
Que vemos,Vivemos,
OuvimosE pensamos,
Não existe a pessoa certa...
Existe talvez,Se você parar para pensar,
A pessoa errada...
Quem sabe por que a pessoa certaSeja muito certinha,
Chegando na hora certa,Falando as coisas certas...
Talvez também não se espere o certo,Mas apenas o errado
Ou incerto...
E provavelmente porque as coisas certasNão pareçam realmente certas...
Feliciano Caliope Monteiro de Mello221
pEranTE a ESTáTuaMaranhenses, esta estátuaÉ tributo muito honroso,
Porém ele mereciaTributo mais grandioso.
Devia ser monumentoDe mais amplo pedestal
A surgir d’entre palmeirasNa sua terra natal.
Todo o Brasil lh’o devia,Todo o Brasil, não só vós;
Ele ao Brasil pertencia,Pertencia a todos nós.
220 Fabiula Fernanda de Abreu - Jd. Ubirajara – São Paulo – SP – Brasil - 27/09/1999. ESCOLA: EMEF Antenor Nas-centes; DIRETORA: Denise Ribeiro de Carvalho; PROFESSORA RESPONSÁVEL: Adenilza Almeida Lira. E-MAIL DA ESCOLA: [email protected]
221 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 534-537. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
293
Não consultado as províncias,Sabei-o: fizeste mal;
Que esta glória brasileiraNão é glória maranhense,
É glória nacional…
Devíeis voltar-lhe a facePara a terra, p’ra o mar, não,
Porque este grande invejosoJá teve o melhor quinhão,
E sento forte e tão rico,Portou-se como vilão:
Vendo que pouco restava-lheNo correr da vida o trilhoRoubou a terra o consoloDe ter no seio seu filho…
Entre um grupo de TimbirasDevia-se o ver ali,
Escutando a lenda nobreDo nobre velho tupi;
N’uma campina virenteDevíeis vê-lo acoláPraticando docementeCo’a formosa marabá.
Chorando a linda CoemaDevia-se ver depoisEm desespero Itajuba,Co’o arco partido em dois…
Devia ter muitas facesA vasta, altiva peanhaImpotente miniatura
De brasileira montanha;
Mil faces; em cada faceUm quadro de melhor fama,
E um dos mais primorososVos dera – I Juca-Pirama.
O quadro insano honrosoDo Gamela e do Timbira…
Originais e vivazesMil quadros da sua lira;
294
D’aquela lira mimosaQue Deus a muitos não dá;
Que canta com tanto acertoAs bondades de Tupá,
Como a fúria inquebrantávelDo tenebroso Anhangá!
Sobre os quadros, entre flores,Cascatas, bosques e rios,
Animais de toda a espécie,Domesticados, bravios.
D’entre tudo então se ergueraRijo tronco de palmeira,
E a ele encostado, o gênioD’esta glória brasileira;
E sobretudo, no ápice,Já quase as nuvens tocando,
A figura do poetaA doce lira empunhando.
Assim a imagem queridaSe veria em muitas partes,
Aliada ao nobre esforçoDa mais prestável das artes…
Não consultando as províncias.Sabei-o, fizeste mal;
Que esta glória brasileiraNão é glória maranhense,
É glória nacional!
IISim, maranhenses, muita glória mente;
Há muita glória de falaz origem,Glórias criadas por um vão presente,
Vultos que engendra a popular vertigem.
São meteoros que dá vida à morteUm só instante, ou pouco mais, terão;
D’essas não quero, não lh’invejo a sorte,Nem me deslumbra o seu fugaz clarão.
Mas quando a glória no fatal declivePrende-se às folhas de algum livro-flor…
Curvai-vos, grandes! Essa glória vive,Pois’stá dotada de eternal vigor!
295
Nobres! Venceu-vos o plebeu modesto!Ricos! O pobre mais que vós já tem!
Curvai-vos todos! Que ao fatal aresto,Que lavra o gênio, não se escusa alguém…
IIIPerdão, senhores, se na alheia festa
Estranho ousei me apresentar intruso;Se impertinente já vos vai molesta
Minha palavra que tanto abuso.
Bem quis conter-me; mas conter-me como?Se entusiasta d’este gênio eu sou!
Se ao ver-lhe a imagem com febril assomoO fogo santo dentro em mim lavrou?...
Perdão, senhores! Do perdão careçoD’essas palavras de valor baldias.
Perdão, senhores! Eu perdão mereço-Perdão, senhores!... por Gonçalves Dias!
Feliciano Mejía222
CarTa al HErmanO BraSilErO dESdE lOS piES dEl HuaSCaránGonçalves, pasan los minutos y los años y la patria queda rota con el rostro ensombrecido. Aún. Rayas de odio y avidez trozaron y aún dilaceran nuestro Continente, haciendo extraño y aún un Otro desvaído al hermano; y al amor entre todos, un fruto rancio. Gonçalves, dime:
¡qué hora es del día!, dime: ¡¿llegó el instante del grito?!, dime:
¿Cuándo le diremos al Hombre que la noche entre nosotros
es una tahalí enmohecido y que ya no se soportan
las correosas fronteras que cuadriculan nuestros rostros?
222 Feliciano Mejía Hidalgo – Abancay – Apurímac – Perú - 1948. Escritor de nacionalidad peruano-francesa E-mail:[email protected] – www. iespana.es/felicianomejia E-mail: [email protected]
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Gonçalves de Maranhao ¡dime si aún debemos aprender de nuevo
a pronunciar nuestros nombres! Gonçalves Días de Maranhao,
¡dime: debo dejar de afilar el machete!
Gran Hermano Gonçalves Días de Maranhao del siglo XXI, ¿llegó ya el momento
de sacar nuestros corazones de la Sombra y lanzarlo en un alarido lenitivo,
como un pañuelo, para todo el Orbe?
Gonçalves, Gonçalves Días,
Gonçalves Días de Maranhao, Gonçalves Días de Maranhao del Brasil,
ahora sólo sé que ha llegado la hora de encender la pira y de abrasarte para siempre, hermano…
CarTa a gOnCalvES diaS a riTmO dE QaYllY aBanQuinO dEl pErÚ
Aragois, dile a Dilercy,que le diga a Goncalves Días que ya llego
con dos mochilas de poemas,más pesadas que dos mochilas repletas
de dinamita.
Acá, en donde vivo y padezcola mordedura diaria de la carroña,
y se espeluznanmis días y miradas
con la sevicia de la Hiena,desde acá, Aragois, te digo,
yo no tengo,yo no tengo derecho,
yo no tengo derecho a la risa,yo no tengo derecho a la vida y a la sonrisa,
pues acá en este país llamado Perú,de 31 millones de hombres, mujeres y niños y ancianos,
acá, de 1 millón 225 mil km2 de tierra patriamueren cada año 62 mil niños que no llegan a un año de edad
de hambre o de simple gripe(muerto es de mal viento dicen las madres del campo);
y no me quejo,es el avatar de la historia, desde el odio de Pizarro
y la gorda biblia y la bandera española de 1532.Y no me quejo: grito
con una caliente ira repleta de rabia
297
para que me oigan todos los oídosde Goncalves y todos los poros
de los hombres y mujeres nobles del Brasil.
Aragois, dile a Dilercy que aquí tiemblode fiebre ante este genocidio.Debe saberlo Goncalves. Debe,
aunque a veces se me agria un poemay se me hace postema la poesía que recojo
a paladas en estas latitudes.Goncalves, óyeme, acá
el odio raigal del dinero se encostra en el 9%de la población peruana
y el 91% restante arrastra la cadenade la odiosa servidumbre.Luego leguito de arrojados por la guerrade los pobres del Perú, los españoles,vinieron con sus picas los cerdos de Francia y de Inglaterra
(y también a punta de humildad bélica fueron arrojados de aquí);y al instante, cínicos y perentorios, aparecieron –
llaga, lepra e insanía-los barcos y cañones de los Norteamericanos sin nombre ni apellidos,
que hoy felizmente agonizan en el mundo y en todo ProductoBruto Interno del orbe.
Aragois, mira lo que estoy mirando:Un río de sangre diariafuera de los pulmones del Perú; y no me quejo.Te repito: Avatares de estos tiempossobre un pueblo milenario desde antes de los Incas,avatares que ya se alejan paso a paso y diente a dientedesde que, ay, felizmente, se alzóen armas el Partido Comunista del Perú,una mañana de sol de 1980 hasta ayer y hoy día en un lugarhermoso y triste, (en ese entonces) llamado Chuqchi,para acabar por fin y para siempre con estos 500
años de la historia histérica de la patriaaún encadenada.
Sí, una mañana con sabor a limón, piña y taperibá, a las 11 amen un pueblito llamado Chuqchi y luego en todo el Perú,
11 am., 11am., que llega hasta este instante que me lees y me escuchasdesde mi patria aún aherrojada,
en esta milésima de segundo en que te escribopara tocar la puerta del corazón de Consalves Días
quien respira feliz junto a mí.
Aragois, dile a Dilercyque ya llego,ya estoy llegando
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a las lindes del Brasilpara romper la frontera portuguesa
y amarnos como sólo amamoslos poetas
que saben lo que pesa un fusil.
Felipe Cardoso Wilasco223
CançÃO dO EXÍliOMinha terra é cheia de glória
como jamais vi aqui. Onde estou, os cavalos
andam preguiçosamente;enquanto lá, eles galopam
com muita energia.
Nossos parreirais são mais vivos; nossos campos, mais verdes;
nosso vinho, mais saboroso, sabor conquistado com muita dor.
Lá, o som das botas, ao cair da noite,
é mais suave que o vento; aqui é algo muito barulhento.
Minha alma é celestecomo o azul do céu de lá;
azul bem mais azuldo que o visto cá.
Felipe Hack de Moura224
a gOnçalvES diaS As selvas mudaram, as matas caíram
Os urros de guerra não são mais ouvidos O sangue guerreiro desfez diluído
Às marcas da História o thymus morreu Brasil brasileiro de pele vermelha
223 Felipe Cardoso Wilasco - Porto Alegre – RS – Brasil - 23 de setembro de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto Literário “Caixas Poéticas”, 2012. Curte esportes e, há alguns anos, estuda teoria musical e guitarra na ASES – Escola de Música. E-mail: [email protected]
224 Felipe Hack de Moura - Porto Alegre – RS – Brasil - 01/06/1993. Participei da oficina literária com o professor e escritor Charles Kiefer. Nessa mesma oficina, em um concurso interno de contos, fiquei em primeiro lugar. Estudo Letras na UFRGS.
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Morreu pela cruz do brasil europeuBanal é louvar os guerreiros do Norte
De estirpe tão nobre, de braço tão forte Não feitos de carne, mas feitos de tinta
A raça pensada, tão bem acabada Perfeita, inumana, jamais existiuNa sombra da honra notável e magna
Cresceu tal nação descendente do fraco Que falha ao manter tal orgulho intacto
Não fossem teus versos de forma sublime Ao povo restasse sonhar em ser bravo
Felipe Yonamine Costa225
CançÃO dO EXÍliOAqui, em Florianópolis,
vejo muita beleza; mas prefiro as de Porto Alegre.
Lá, no ar, há um divino perfume de flores; o céu é muito azul e o pôr do sol muito especial.
Tanto lá como aqui, tem-se boa qualidade de vida e altos índices de desenvolvimentossocial e cultual.No entanto, é láque o meu coração bate mais forte e com um estilo bem colorido.
Aqui, tenho o mar como teto; lá, um céu brilhante e estrelado.Florianópolis e Porto Alegre,
paixões diferentes.
225 Felipe Yonamine Costa - Porto Alegre –RS – Brasil - 28 de maio de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: 2011 - “Canecas e Camisetas Poéticas”; 2012 - “Caixas Poéticas”. Curte jogos eletrônicos e cursa inglês no Uptime. E-mail: [email protected]
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Fernanda Azevedo Morais226
pOESiaSNão sou poeta com O CANTO DO GUERREIRO,
Faço A CANÇÃO DO EXILIO,Canto O AMOR maior do mundo inteiro.
MINHA VIDA MEUS AMORES,Que O MAR leve as minhas dores,
Para um fim eterno que deixe apenas a RECORDAÇÃO,Faça as belas palavras escritas numa CANÇÃO.
SE TE AMO, NÃO SEI! Sei que esse sentimento é forte,Apenas espero que a vida me traga sorte.
Não sei escrever SONETO, Mas meus sentimentos são sinceros,
Que esse amor é o meu amuleto.Antes não tinha certeza,
Hoje sei COMO EU TE AMO,Porque nas noites fria pelo o seu corpo que eu chamo.
Mas seus OLHOS VERDES não corresponderam aos meus olhos de paixão,
O QUE MAIS DOI NA VIDA é a desilusão,Morrerei com a imensa decepção.
E no leito de minha morte SE MUITO SOFRI JÁ, NÃO ME PERGUNTES.
SOBRE O TUMULO DE UM MENINO apaixonado,Diante as suas lagrimas de dor,
Terá certeza que SE MORRE DE AMOR!SEUS OLHOS foram que levou ao sofrimento,
Ao um sofrimento insuportável até para o tempo.AINDA UMA VEZ- ADEUS,
E quando for me visitar não esqueça A MINHA ROSA,Para demostrar o teu carinho enquanto chora.
O meu nome estará cravado,Junto com O GIGANTE DE PEDRA,
Um gigante do romantismo,Que as poesias de GONÇALVES DIAS expirem e simbolizem um
homem apaixonado.
O pOETa E a Sua muSaO amor do poeta nasceu no primeiro olhar
Nascendo junto as mais lindas inspirações,De um poeta que encontra a sua musa para adorar.
Ana Amélia, moça com virtudes encantadoras,Com uma beleza admiradora.
Que fez Gonçalves Dias, o poeta escrever as mais majestosas palavras. Um encanto que se fez paixão ardente,
226 Fernanda Azevedo de Morais – Itaituba – PA – Brasil - 31 de janeiro de 1989. Trabalha na Biblioteca Publica Municipal de Porteirão Santa Genoveva. Mora em Porteirão. Formou-se em Letras pela Universidade de Rio Verde ( Fesurv).
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Nascendo um sentimento dolente.Não bastou amor verdadeiro,
Porque não tinha casta,Do seu imenso amor se afasta.
Deixou a sua musa triste por respeitoUm intenso amor que não tinha como acontecer Aos olhos do injusto preconceito
Por respeito foi sacrificado A felicidade do casal apaixonado,
Porém a vida o trouxe um arrependimento amargo,Por sua amada não ter lutado.
Ah, poeta covarde,Que o peito de sua musa arde,
A saudade de um amor não concretizado, Que ficou preso no passado,Por não ter sido enfatizado.O reencontro estava marcado,Pelo destino dos eternos enamorados.
A rejeição de sua musa inspiradora,Despedaçou a alma do poeta apaixonado.
Através de versos eternizou, Esse forte amor que a sociedade da época castigou,
Que o ultimo verso e ainda uma vez,Sua musa tenha compaixão
Da covardia do poeta que um dia despedaçou seu coração,O amor nos versos tem aclamação e adoração,Mas na realidade busca de sua musa compaixão e compreensão.A renuncia do poeta apaixonado não foi porque o amor revogou,Sofreu também por perder a mulher que tanto amou.Os teus corpos nunca ficaram unidos,Mas em alma esse amor prevaleceuO que em vida foi oprimido.Um amor feroz e idealizado Que na história foi eternizado.
Fernanda Resende227
SOu gOnçalvES diaSEm suas mãos
A escrita ganhou corOs versos mais sabor
As estrofes se deliciaram em poesia
227 Fernanda Resende – Coromandel – MG – Brasil - 20 de abril de 1987. Escritora, jornalista e pós-graduada em Docência. Atualmente mora em Uberlândia/MG. A escritora tem poesias publicadas nos livros “Emoção Re-pentina” e “Sensações da Alma”. Ela já ganhou vários prêmios de nível nacional com suas escritas. Fernanda Resende possui uma menção honrosa no 5º Concurso Crônica e Literatura.
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O amor foi além do sentimentoGanhando forma
Modificando o intocávelSuperando as rimas presentes
O lirismo deixou de ser singeloEnvolvendo-se em uma herança clássica
Capaz de transformar choro em risoE renovar o romantismo adormecido
O sentimentalismo foi além dos rabiscosO pessimismo pediu licença
O individualismo embarcou na estrutura A insatisfação também quis se fazer presente nos versos
Os sentimentos se uniramFizeram um pacto poético
Herdando um pouco ‘dele’E repassando muito para ‘nós’
Ele foi do lírico ao épicoDo antigo ao modernoDizendo sim a inspiração
Separando-se da razão
Deixou legadoDe mocinho da poesia
Bandido da rotinaHerói das escritas
Ele é o poeta!É Gonçalves Dias...
Brasileiro de alma e coraçãoPoeta que encanta com emoção
Fernando Braga228
DO EXÍLIO, A GONÇALVES DIAS!...Ah meu amado poeta,
tu ficaste nos baixios dos Atins,
junto ao “Ville de Boulogne”, nas costas de São Luís...
Ao longe, as palmeiras
228 Fernando Braga (dos Santos) São Luís – MA – Brasil - 29 de maio de 1944, é um poeta e ensaísta brasileiro, tendo também a nacionalidade portuguesa pelo princípio do juris sanguinis. Publicou estes livros de poesias: Escreveu, ensaios na área jurídica e político - cientifica: Fernando Braga é advogado com banca montada e servidor aposentado do Senado Federal.
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serenas a te esperar, eriçadas aos ritmos e métricas
do teu derradeiro canto...
Ah meu poeta timbira, a capa talar desce-te dos ombros,
e a lira do poema, e a máscara da tragédia,
quedam-te aos pés...
Quatro séculos de São Luís te contemplam,
como os medalhões que te rodeiam, em tributo à poesia, ao pensamento, à ciência e à gramática. Ah meu amado poeta,
Ah meu Poeta da Raça!...
SEXTILHAS Dos baixios das praias
Em rimances antigas, Os teus versos do exílio Revividos em Portugal, Sextilharam o Antão Em cismadas cantigas.
“é mEnTira! nÃO mOrri!”Do Morro das TabocasNa nossa velha Caxias,O derradeiro baluarteDas armas portuguesas,Assistiram-te chegaresNa Fazenda Jatobá...
E partiste enfermopara Portugal...
... e tua morte fora anunciadaQue escreveste em tom de blague
Ao teu amigoAntônio Henriques Leal:
“É mentira! Não Morri!Nem morro nunca mais!”
Mas um dia, poeta,Morreste de verdade,Ao avistar de longe as palmeiras!...
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Fernando Catelan229
nO villE dE BOulOgnEEu, Gonçalves Dias, balouço com esta nau,
à deriva, rastro prova de jungidos mundosQuem dera não mais que um presságio mau,mas dor rói vísceras não só de vis imundos!
Sim, eu da Europa chego trazido de regresso,qual se além, alhures, lograsse termo à chaga,
e, antes ao corpo, desenganada a alma, peço,se ora alucino, já desdenhem obra esta vaga!
Vão ao mar se o Ville de Boulogne só desce,e fortuna alguma espero eu, reles agonizante,
ciente cá na cabine, cripta, feneço em prece,ou a pena vergo a quem quis perene amante!
Ah, priscos encantos naquele meu Maranhãose, amor a passar ao largo, me foi tudo ridente
Saía-me mesmo sem sequer um leve arranhãodesfeiteando o tal amar lá contento da gente!
Queria eu sim, nas noites de luzes coruscantes,perder o olhar no espaço e reluzisse um poema,
para um dia chegar o meu verso aos infantes,verso que meu Brasil espelha e bem emblema!
A vida, essa a nos trazer não um só caminho,quis em Portugal justo eu fosse cursar Direito,
e não é, pois, que lá aos românticos me alinho,que da verve me brota tudo conciso e perfeito!
Havia por um bom tempo estagiado na Europa,quatro anos na vida minha ressentida ausênciaCanção do Exílio, que Brasil peito preme, dopa,
faz tal sucesso que já me é outra a consciência!Tido, enfim, naquele Brasil por escritor notório,
fastígios, porém, pouco ou nada dizendo à almaLevem meu esquife seis assíduos a meu velórioe donde entronado eterno reitero jazer na calma!
229 Fernando Catelan - Catelan das Letras. Há 15 anos é articulista do jornal O Diário. é membro, entre outras agremiações de respeito, da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Brasileira de Es-tudos e Pesquisas Literárias (Rio de Janeiro-RJ), da Academia de Letras de Teófilo Otoni (Teófilo Otoni-MG), da Real Academia de Letras (Porto Alegre-RS) e do Clube dos Escritores Piracicaba (Piracicaba-SP)., integra a International Writers and Artists Association (IWA) com sede em Toledo, Ohio. Também musicista, é membro de várias fraternidades e maçom. Engenhario Mecânic, com MBA em Marketing Empresarial e de Serviços e-mail: [email protected]
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Mas Ana Amélia, se quase me prendeu no laço,a vi vez mais em São Luís, realçada a formosura
Esse singular frêmito só deterei eu se lhe abraço,mas ensejo os votos e dos pais vem repulsa dura!
O Ville de Boulogne ‘inda detém um náufrago,eu, na peleia rosnando à água não dê cabo disto
Enquanto o meu derradeiro cigarro célere trago,sei, fugi a instar, se Amélia o amor mais quisto!
Fernando Paganatto230
rESSuSCiTarO filho eminente do Maranhão,Que o orgulho em seu povo fez brotar,Esquecido, épico, na imensidão,
Tornou-se irônica Rosa no mar.
Quando perguntarem de onde venhoNão responderei com elegias.
Direi: Minha terra, apesar do menosprezoÉ onde, um dia, cantou Gonçalves Dias.
E permita deus, que ele volte –Permita deus! – em meu desfrute,De cada verso, cada estrofeDeclamada, sobre os primores de sua arte. E assim será ressuscitadaA memória do poeta, Mil vezes mais,Numa Palinódia mais que apropriadaDos meus versos, das estrofes iniciais.
Flávia Costa do Carmo231
gOnçalvES diaSA emoção e o encanto do olhar,
pois quando eu te vi pela primeira vez logo percebi queVocê era meu grande amor,
Que com clamor se declarou e me irradiou.
230 Fernando Paganatto - São Paulo – Brasil - 13 de fevereiro de 1985. escritor e redator freelancer. Poeta com pu-blicação em vários sites e antologias. Primeiro colocado no Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus, edição 2008. Editor do blog Poesia e Escrita
231 Flávia Costa do Carmo - Fortaleza-CE – Brasil - 26/03/1977. Sou formada em Análise e desenvolvimento de sistemas. Atualmente sou professora de informática do Centec..
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Assim como Gonçalves Dias que era um poeta romântico eIdêntico que nos inspira e nos apaixona com os seus poemas,
dessa forma somos inspirados peloromantismo meu amou, pois você me encantou no primeiro instante que te vi.
Você talvez meio sem jeito, mas que bom sem defeito,Com beleza e pureza me deixando boba e
naquela canção que era pura emoção,Estava me fazendo se sentir a mais bela, e você sem perceber meu amou
nem notou,Que tocou e encantou mais uma vez com toda emoção o meu coração.E com aquela paisagem bonita do nosso Ceará, toda a beleza do lugar,
com o mar mais lindo abrilhar, e a poesia de Gonçalves Dias a nos encantar, e eu ali estava
sem ir, nem querendo partir,mas por dentro era um tormento,
E dizendo que tola porque não conversar e encarar,Mas algo dizia que não seria o momento,
E naquele instante como não sendo o bastante, eu ia justificando e me afastando,
E por mim jamais sairia de perto de ti.Olhe que sim, ficaria ao seu lado, pois era irado,
E o seu olhar a me devorar, e eu a apreciar,Ficávamos um olhando pro outro, e sem perceber íamos pode crer nos
devorando,Era mesmo irado, eu a sentar do seu lado, sem muito falar só nos olhávamos.
Era mesmo uma tentação mas com muita emoção,Nos aproximávamos e ficávamos a nos embalar
Sem mesmo foçar nos amávamos.
Franciane Cristyne232
gOnçalvES diaSVamos lá minha gente
Vamos todos escutarAs poesias deste homem que
Eu vou apresentar
Gonçalves Dias é um poeta Era também muito legalQuando ele pegava a caneta
Escrevia a poesia genial.
Estudou em PortugalPassou por necessidade
Mas nunca desistiu Por seu grande ideal.
232 Franciane Cristyne - São Luís – MA - Brasil – 09/ 11/2001. Motivo da Participação: Divulgar a importância das obras de Gonçalves Dias como meio de divulgação e valorização da cultura brasileira
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Voltou para o Brasil Trabalhou em um jornal
Escreveu cantos e teatrosDe forma nunca igual.
Denunciava as injustiçasNa poesia falava
Do navio negreiroQuando a gente chorava.
Falava do amorDa sua terra natal
Onde canta o sabiáE as pessoas sabem amar.
Grande Gonçalves DiasPoeta do meu lugarMaranhense berço de ouro
Onde canta o sabiá.
Francisca Regina Rodrigues Neto233
rEEnCarnaçÃOJá que aqui me encontro agoraNa herança de meu tempo,Não deixo de perceberO trabalho e seu alentoDesse povo livre e soltoSenhor das próprias terrasQue produz ainda revoltoSobre o pouco que os encerra
A eles os prometeramLiberdade e independênciaMas só trocaram o senhor
Fora falta de prudência?Entretanto ainda convivem
Com mazelas do passadoQualquer um que se disponha
Já as tinha solucionado
Irmãos que avançam juntosSob esplendor de nova era
Não esqueçam a compaixão
233 Floriano – PI – Brasil - 08/03/1960 - Graduação Universidade Federal do Piauí e Pos- Graduação Universidade Federal de Viçosa - Minas Gerais. Professora da Universidade Estadual do Maranhão; Membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Caxias - MA ; Membro Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias - MA ; Membro da Academia de Letras Educação e Artes do Estado do Maranhão.
308
Pois com ela se fizeraGrandes reinos e paláciosPor vocês também fará
Meu coração convosco bateE some toda a minha esfera
Pois minha terra tem palmeirasOnde canta o sabiá.
Francisco Antônio Vale234
a gOnçalvES diaS “Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;...
...Sem q’uinda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabia”
IVou ao Cais da SagraçãoPegar um barco encantado
Para encontrar em alto marNossos poetas do passado.
Quero com eles aprenderA viver um sonho versejado
Que se canta e se declamaQual um poeta e namorado.
Eles cantavam seus amores Pelas ruas, ás janelas dos sobrados
E nós ainda estamos cantandoSeus belos versos inspirados.
Entre eles viveu aqueleMais que todos aclamado,
Cantor das terras gonçalvinas,Bardo por Deus abençoado.
IIFoi distante daqui e cantou
Como o sabiá das palmeiras;Versejou a luta dos nativos
Destas plagas brasileiras.
234 Francisco Antônio Vale - Caxias – MA – Brasil - 22/02/1944. Formado em economia, aposentou-se pela Fun-dação IBGE. Em 1912 publicou o livro NA LINHA DO HORIZONTE, no qual reuniu suas primeiras poesias.
309
Quando ansioso ele voltavaPara sua terra querida
Foi envolto pelas águasQue lhe encerraram a vida.
Descansa, poeta, e sonhaCom Amélia, em teu sono profundo
A lira revive teus versosDesde aqui e por todo o mundo.
Quisera cantasse o povoComo cantastes nos teus dias,
Mais feliz seria nossa gente,Haveria mais vida, mais alegria.
Francisco Carlos Soares Magalhães235
“SElva dE pEdra”Tenho saudades da minha cidade,
repleta de palmeiras;O canto das aves de outrora,
não soa mais tão belo na aurora,pois, as palmeiras foram alimentar as caldeiras,
para o homem saciar a sua ambição cheia de ferocidade.
As estrelas não estão mais felizes no nosso céu,as flores murcharam nas nossas várzeas,a vida não encontra mais os nossos bosques,os amores de nossa vida precisam de retoques,a nossa sociedade se escondeu em um escuro véu.
Sozinho, de dia ou de noite, em andança,sinto os olhares transpassar-me como uma lança,não tenho mais prazer da minha cidade desenhar,pois, não tem mais palmeiras para o sabiá livre cantar.
A minha cidade não tem mais rios límpidos,as suas ruas são de uma só cor pintada,pouca árvore plantada,
os sonhos de nossas crianças não são mais coloridos.
Os olhos da minha cidade não seguem uma regra,a de conservar a natureza,
isso vai levá-la com certeza,a se transformar numa Selva de Pedra.
235 Francisco Carlos Soares Magalhães - São Luís - MA – Brasil - 11/10/1968. Obra: Livro Renovemo-nos
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Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior236
nOSSOS OlHOS TÊm maiS vida - TriBuTO a gOnçalvES diaS
li, no olho de uma palmeira,um verso tão belo como a serenata do sabiá...
a vida só existe se se morre de amar!
do olho d’água, mais um verso tirei...ó olhos de vivo luzir, sem o vosso brilho
sobre o túmulo de um menino morrerei!
minha vida e meus amores enciúmam os olhos teusepopeias e tragédias banhadas em mares de ilusão...
uma vez que se encontraram os nossos meigos infantessons de sonhos, cantos guerreiros se ouviu do coração!
sou a concha e a virgem em viagem pelo mar o índio que nasceu para em teus braços morrernesse leito de folhas verdes, não me abandones...
hoje, dos teus olhos, ainda um adeus quase ouvi!olha e escuta, anjo, meu grito verde-mar de afeto sem fim
salve o “vate das américas”, os olhos da lua sorriem pra mim.
CançÃO dE um filHO - HOmEnagEm a CaXiaS dO maranHÃO E aO ETErnO gOnçalvES diaS
minha terra não tem Bandeiramestre Drummond também não é de cá
mas os poetas que aqui nasceramdo mesmo modo sabem encantar
nossas estrelas também conversamnossos pássaros sabem mesmo voar
nossas matas têm gonçalvinas e verdes palmeirasnossas musas sabem “verde-doira-mente” inspirar
o solar da tardinha, a lua da noite...que quadro de impressionar!
minha terra tem morenas, pardinhas...e quando vejo minha branquinha: bem-te-vi!
vou logo querendo beijar!minha terra tem sabores
sabores que não te posso revelarsó eu, juntinho, à noite
desse prazer posso desfrutarminha terra tem certas coisas
236 Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior - Caxias – MA– Brasil. Educador e literato. É autor das obras Linguichistes: poemas em portuglês (2008) e Mulheres de Carvalho (2011). É membro efetivo da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (ASLEAMA), onde conquistou o título de “O Sol da Sabedoria”.
311
que nesse poema não posso contarnão permita Deus que eu morra
que eu morra noutro lugarse tenho que tornar ao pó
que seja nesse pedaço de chãoquero morrer à sombra dessas palmeirascantando e fazendo versos com a majestade:
o sábio e sibilante sabiá.
Francisco Gaudêncio Sabbas da Costa237
SaBBaS da COSTa - Maranhão, 7 de Setembro de 1873
SOnETO a anTOniO gOnçalvES diaS238
Em memória do Poeta laureadoO Brasil quis erguer um monumento!E tão grande e sublime pensamento
Foi em fino granito consumado.
Um tributo que ao gênio só e dado,Vem render a nação n’este momento!
Ao futuro legando um documento,Que o presente lhe oferece do passado.
As musas n’esta festa nacionalRendem cultos, em hinos de harmoniasÀquele que deixou nome imortal!
Ó cantor de inspiradas melodias,Que na lira seu estro divinalPelo orbe espalhou: Gonçalves Dias.
237 Francisco Gaudêncio Sabbas da Costa - São Luís – MA – Brasil - 25 de novembro de 1829, e aqui falecido, em outubro de 1874, o escritor não teve vida longa, tendo perecido ainda jovem, aos 45 anos. Obras, tidas como as principais de sua lavra: (1)Francisco II ou a Liberdade na Itália, drama em 5 atos, 1861(1881); (2)Pedro V ou o Moço Velho, drama em 5 atos, 1862; (3)A Buena-Dicha, comédia em 2 atos, prólogo e epílogo, 1862; (4)O Escritor Público, comédia em 1 ato, 1862; (5)Garibaldi ou o seu Primeiro Amor(6)O Barão de Oyapock, drama em 3 atos e prólogo, 1863; (7)Beckman, drama histórico em 7 atos, 1866; (8)Anjo do Mal, drama, 1867; (9)Os Bacharéis, comédia em 3 atos, 1870; (10)O Amor Fatal, (11)Rosina, romance; (12)Revolta, romance histórico; (13)Os Amigos, romance, em 25 capítulos; (14)Jovita, novela, em 3 capítulos; (15)Jacy A Lenda Maranhense, esboço de romance, em 14 capítulos. Outras obras publicadas em jornais da época também podem ser des-tacadas: (a)O Encontro; (b)Teatro de São Luís; (c)Como Nasce o Amor; (d)Simão Oceano; (e)A Madrugada; (f)Maria do Coração de Jesus; (g)O Baile; (h)O Dote; (i)O Adeus; (j)Não Brinques; (k)Sinfrônio; (l)O Homem do Mal; e (m)Encontro de Ronda com a Justiça; entre as que foram possível mapear.
238 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 576. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Francisco Gomes de Amorim239.240
mEmEnTO (A Rodrigo José de Lima Felner)Em memória de alguns amigos241
Philosophe modeste, ami sincère et tendre,Qui méritez la gloire et n’osez y prétendre,
Artiste, recevez ce fruit de mes loisirs. Millevoye.
IAmigo : na viagem que fazemos
Por este encapelado mar da vida,Bom é que de conserva naveguemos
Até ao ponto extremo: à despedida.
A largos anos, por fortuna minha,Encontrei-o fugindo da procela;E, como igual derrota me convinha,
Mareei pela sua a minha vela.
Unidos sempre desde então vagamos,E eu creio firme no feliz presságio
De que iremos, no bordo que tomamosFiéis até as praias do naufrágio.
Mas que triste viagem, meu amigo,Por tão diversos, tão sinistros portos!O meu livro de bordo e um jazigo,
Um registro de vinte amigos mortos!
IITudo mudou em dez anos!
E que profunda mudança!Fé, mocidade, esperança,
Prazeres, tudo acabou!Menos a triste doença,
A velhice prematura,A saudade e a amargura,
Porque a morte as rejeitou.
E, por maior infortúnio,Á sorte do peregrino
Liga o bárbaro destino
239 Amorim, 1866, 343-360. 240 Francisco Gomes de Amorim - Aver-o-Mar - Póvoa de Varzim 13 de Agosto de 1827 e faleceu em Lisboa a 4
de Novembro de 1891. Foi um poeta e dramaturgo português, sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa. Viveu dez anos no Brasil.
241 Informação do compilador. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Uma família infeliz!Não basta a dor do passado;
Ao presente mal seguro,Vem cuidados do futuro,
Com que a existência maldiz!
Oh! que Deus perdoe às almasQue a dor transvia um momento!
Neste mundo de tormentoCada qual tem sua cruz.
Feliz quem sobe o calvárioSem ter soltado um só grito!
Mas ao pecador contritoNão será negada a luz!
IIILembra-lhe aquele quarto, onde, a quinze anos,Em volta à minha banca de estudante
Se reuniam ás noites tantos homens,Tão ilustres nas artes ou nas letras ?
Oh! que saudades d’esse belo tempo!D’esses serões alegres e instrutivos,
De que o Garrett, o mestre de nós todos,Foi sempre o laço, a inspiração, a alma!
Que joviais conversas! que bons ditos!Que verdadeira graça portuguesaNaquelas reuniões! Eu, tão humilde,Ver ali agrupados no meu quartoEsses grandes da imprensa e da tribuna,Das letras e das artes! nesse tempo,Todos afetuosos, tão amáveis,Descendo complacentes das alturasEm que os pusera a merecida famaAté aos mais modestos, que tratavam,Como simples mortais, por tu e amigo!...
IVOh! bons tempos!... e, até na maior parte,
Bons amigos também!... Mas em dez anosForam-se todos!... Todos? não, amigo;
Que nós, e mais uns três, vivemos indaDos vinte que então eramos. Os outros
Morreram todos, ou, pior do que isso,Fizeram-se ministros e viscondes,
Pares, embaixadores, e até bispos!
VForam onde os levava seu destino,Sua ambição, seu gênio, sua audácia…
314
Ou seu descaramento! Não se lembraD’um, que foi lá republicano austero,
Declamador feroz contra a nobreza;E que hoje pelas ruas de Lisboa
Passeia a sua estulta nulidadeEm ricas equipagens, onde brilham
Os brasões do vilão enobrecido?Pois esse é um, dos tais, dos que se foram,
D’esses que a minha vã credulidadeJulgou outr’ora amigos! Quando o vejo
Passar, levado em rápidos cavalos,Salpicando de lama as mãos que d’antes
Foram algumas vezes valedoras,Ele, menos cortês que os seus lacaios,
Nem me tira o chapéu! não me conhece!...
VIE esse outro democrata façanhudo
Que, depois de correr por vários maresEm busca da fortuna, alfim pescou-a;
E hoje quando me encontra (ó asco! ó nojo!)Trata-me por senhor, dá-me excelência!
Oh! como a posição transforma os homens!Como o dinheiro e os títulos descobrem
Essas almas vilãs que vão subindoNa escada social! Que importa, amigo?
Como dizia o nosso grande mestre:«Deus e a virtude restam; consolai-vos.››
VIIAi do que nasce neste mundo infame A
Despido d’ambições, modesto, humilde,Bico de coração, amando a todos,
A amizade fiel, honrado, e crente!Ai! sobre esse infeliz com mão de ferro
Há-de pesar um bárbaro destino!Que importa que seu ânimo esforçado
Afronte, sem queixar-se, a desventuraDa mais cruel doença? Há-de vence-lo
A ingratidão que desconsola e mata.Para tais corações, para essas almas,
Não há dor que mais trave, não h’a perdaQue se compare a perda d’um amigo.
VIIIAmigo?!.... os que perdi, os que se foram
Levados pelos ventos da vaidade,Da ambição, do poder, que me esqueceram
Apenas a fortuna os bafejara,
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Eram acaso amigos? Não; fingiamA amizade sincera, como agora
Fingem ser grandes homens. Felizmente,Quando esses tais as máscaras tiraram,
Os que me eram fiéis, os que não tinhamUsurpado esses títulos, vieramRodear-me nas horas de infortúnio;
E mandou-me a divina ProvidênciaOutros, inesperados, numerosos,
Verdadeiros amigos na desgraça,Que ainda os há por bem da humanidade!
IXMas eu não choro dois ou três ingratos
Que os acasos da vida engrandeceram,E que lá das alturas não enxergamQuem também ajudou a levanta-los.Eu choro, meu amigo, os que morreram
Nos últimos dez anos. Ai! por estesÉ justíssimo o pranto da saudade!
XMil oitocentos e cinquenta e quatro,
No seu mês derradeiro,Arrebatou-nos o imortal Garrett,
O amigo verdadeiro,O mestre glorioso de nós todos,
O meu primeiro guia!O seu talento iluminou minh’almaComo os meus olhos ilumina o dia.Grande espirito foi! Por mais que o tempo
Devore a eternidade,Jamais outro verá maior no gênio,
Mais fiel na amizade.Não era d’esses astros de luz tíbia
Que passam nas alturas: O sulco luminoso de seus passos
Há-de guiar as gerações futuras.
XIFoi o primeiro golpe aquela morte
Dado em meu coração.Hás depois, como as chuvas copiosas
Sucede a inundação,Após aquelas lágrimas primeiras
Outras muitas recordo.Siga-me neste rumo, que eu vou lendo
O meu livro de bordo:
316
XIIExtinta jaz a luminosa chama
Que a cena enchia de vivaz fulgor!Um leve sopro dissipou a flama;
A voz da morte emudeceu o ator!
Quebrou-se o encanto que prendia as almas,E fazia chorar as multidões;
Caíram secas as colhidas palmas;A saudade brotou dos corações.
Quem há-de agora na lutuosa arenaEncaminhar a contristada grei?
Quem há-de, ousado, sobre a pátria cenaErguer o cetro d’esse artista-rei?
De Epifânio não resta outra memoria,D’essa alma nobre e pura,
Senão dias de fama transitóriaCoados d’amargura!
E um afeto de pai resume a históriaQue tão cedo o levou à sepultura:
Amava ternamenteUm filho que a doença lhe roubou;E o triste, amigo e pai, ao frio corpo
Abraçou-se, e expirou!História grande e simples! Ninguém há-de
Ouvi-la sem chorar!Descansa em paz, amigo, que o mereces,
Porque soubeste amar!
XIII Seguiu-se a este o jovial Gonçalves,
Espírito engraçado, culto, e fino,Que nas mais negras horas que passávamos
Nos ensinava a rir do mau destino.
Infeliz! quando ao fim de largos anosComeçava a vencer a desventura,
A doença, inimiga da fortuna,Atirou-o sem dó á sepultura!
E Deus sabe se acasoLhe não foi boa a morte prematura!...
XIVApós este, o Metrass, outra alma nobre;
Pela paixão da arte devorada,Que numa rola triste e solitária
Deixou sua existência debuxada!
317
XVOutro, que a «sorte assinalou no berço,
Inspirado cantor, rei da harmonia»Enquanto o mundo o proclamava eterno,
Ele esgotava o cálix da agonia!
Foi Soares de Passos! O seu gênioPrometia-lhe vida gloriosa;
Mas consumiu-o a «chama abrasadora»No princípio da via dolorosa!
XVIDepois, Passos Manoel, alma romana,
Que na tribuna demonstrou cem vezesComo a eloquência e a virtude antigas,São adornos também dos portugueses!
VIIE quasi sempre a minha dor e luto
Eram a dor e o luto da nação;Ela perdia do porvir o fruto;
Eu, a consolação.
Três príncipes, modelos de virtudes,(E já um dera pela aflita greiAs provas mais sublimes e mais rudesQue jamais pode dar a um povo um rei!)
Uns após outros caem Da púrpura no pó!Entre os comboios fúnebres que saemDo palácio real envolto em dó,
Distam apenas hora! Se um príncipe adoece,Já não dá que esperar por vãs melhoras;
Fatalmente perece!
Porque? O povo assusta-se e murmura,Maldiz as duras, misteriosas leis,
Que lançaram na mesma sepulturas Três filhos dos seus reis!
Caiu no trono a maldição celeste?Serão isso castigos temerosos
Para aqueles que a púrpura reveste,Porque vivem soberbos e orgulhosos?
318
Oh! Míseras crianças!Modestos, como os filhos do seu povo,De quem eram florentes esperanças
Do mais velho ao mais novo!
Não davam em seu peitoCabimento à soberba ou à vaidade
Nenhum dos três; e a demonstrá-lo afeitoJá estava o que tinha a majestade.
Nobre mancebo e nobre rei! Se os anosTão curtos que viveu fossem sobrados,
Se tivesse aos primeiros desenganosOs d’uma longa vida acrescentados,
Daria à sua pátria lustre e glóriaPara fazer inveja às mais nações
Ainda guardam todos na memóriaUma das suas últimas lições:
Foi quando a epidemia Devastava Lisboa.
Ele, por entre a turba que fugiaBuscando os sítios que o terror povoa,
Vai para os hospitais! Sublime exemplo, Modesto para a história!
Se a gratidão lhe não ergueu um templo,Não há tempo que o risque da memória!
XVIIIDepois, como a torrente
Que desce da montanha,E tudo quanto apanha
No curso espedaçou,Como a revolta vaga
Pelo areal extensoLeva, no rolo imenso,
O que ao subir topou,
Assim eu vi a morte,Rugindo furiosa,Na onda lutuosa
Levando os que eu amei!Arrasta, confundidos,
Poetas, jornalistas,Os sábios, os artistas.
Dois príncipes, e um rei!
319
Antonio de Cabedo,Passos José, Lousada,
E D. José D’Almada,Todos na onda vão!
Depois, Gonçalves Braga,Bordallo, e Paganino,Envolve-os o destino
No mesmo turbilhão!
E Marcellino Mattos,Com Evaristo Bastos,
Nestes funéreos fastosInscrevem-se também!
Até José Estevão,Esse orador sublime,Caiu, quebrado vimeQue já raiz não tem!
E Lopes de Mendonça,De quantos hei citado
O mais desventurado,De mais pesada cruz!
Ó Deus! que sorte a d’ele!Pobre alma adormecida
No torvo mar da vida,Como farol sem luz!
Enfim, Gonçalves Dias,Poeta brasileiro,E amigo verdadeiro.Fecha o comboio feral.Da sua terra amadaJunto às amenas plagasFoi receber nas vagasSepulcro e funeral!
E só eu fico vivoAnte o furor da morte!
Escapo à dura sorteDe vinte amigos meus!
Em menos de dez anos!...Eu, que padeço tanto,
A todos, com espanto,Escuto o extremo adeus!...
Porque, Senhor? AcasoMe poupas por castigo,Até que um só amigoNão possa já contar?
320
Oh! não! Expio a culpaD’um erro cometido;
E, d’entre os que hei perdidoFiquei para os chorar!
Mas quando eu caia exânimeNo meu dormir profundo,
Não deixarei no mundoAmigos corações?
Ai! Que também me choremAlmas afetuosas!
Que lágrimas saudosasValem por orações!
XIXÉ tempo de parar co’a fúnebre escritura;
Tenho chorado assaz, não posso agora mais.Enxergo atrás de mim tão vasta sepultura,Que um mosaico direis de pedras sepulcrais!
Filósofo modesto, amigo verdadeiro,Que, ocultando o saber, o coração revela,A sombra do seu gênio honrado e justiceiro
Acolha esta canção da lira mais singela.
Bem sei quanto o magoei, trazendo-lhe à memória,Co’a imagem dos que amou, e que perdeu como eu,
As páginas fatais da sua própria história,Recordações d’um luto em tudo igual ao meu;
Porém é sempre doce aos corações saudososBuscar consolações no seio da amizade!
Se a morte nos deixou da mesma dor queixosos,Partamos entre nós os prantos da saudade!
Francisco Grácio Gonçalves - Francisco Kablianis 242
aO iluSTrE SáBiO gOnçalvES diaSSente-se o cheiro aqui,Da tal brisa que foi realeza.
Os odores fortes e secos, Ainda perduram nessa alma,
242 Francisco Grácio Gonçalves - Francisco Kablianis - Lisboa – Portugal - 21 de Outubro de 1971; iniciou a sua ati-vidade profissional em 1994, tendo ainda sido e ao longo do seu percurso, responsável por vários projetos no âmbito dos serviços educativos e de extensão cultural de Museus, bem como pela coordenação e organização de diversas atividades de dinamização cultural. Desempenhou funções docentes no ensino básico, secundário e no ensino superior e funções técnicas nas áreas da educação e da cultura. É autor e colaborador em obras e artigos de carácter científico, pedagógico e literário.
321
Desenleado na tal cartaDo ilustre sábio.
As pombas brancas,Que correm ágeis
Na ria fresca Que também é anil,
Voltam ao soproDe mais um dia.
Os quadros despidosDe cor e lhaneza,
Já não se asseveram,No rubor da cividade,
Coberta de laivos De pobreza e luxúria.
Este ar que se transpiraFoi já análogo outrora,
Quando tudo era, Quando tudo foi
Tão mais indiscutível,Límpido, verídico e insaciável.
Ouve-se ali, além e aquém,A música, o canto conhecido,A sonância famosa e familiarDo regresso deveras almejado Dos excêntricos pescadores,Do mantimento ambicionado.
O perfume característico Destas fragrâncias isentas Que não se transmutaram,Arreiam à terra orvalhada,Cotejando-nos a sensação
Da erudição conhecida.
O SOnHO aCOrdadOAinda que os ventos fortes
Experimentem que durmas Neste sonho inerente,
Perdurarão na tua essência As tais rememorações
Daqueles enleios, De comunhão violenta e exclusiva, Dos corações elementares e puros,De simplicidade extrema,Que te ensinaram…
322
A conhecer o hálito E a transformar…
Todos os instantes Em notáveis sentimentos
Minha amada Ana Amélia.
TEmpOS dE EnTÃOQuando, por fim,
A janela se fechou, Ana Amélia
Deixando para trásToda esta água,
Este mar cerúleo, Assomou-se a chaga
Da melifluidade eterna, Que perdurou
E estremeceu, Incessantemente.
A despedida,O adeus,
A ferida,A dor,A mágoa, Será sempre
Recordada Neste novo amanhecer,
Nesta lutaDe manter aberta
A tal janela, Que teimou
Em se encerrar.
a vOZ Salgada dE ana améliaOuve-se ao longeA voz salgada,
Em grande silêncio. O sussurrar da chuva,
A aragem elegante e gélida Que corta a música
Genuína e clara,Encaminhando a melancolia,
A alguém que se distancia,Que já não se encontra,
Aqui, em terra.
O silêncio permanece Na água plena. E a voz salgada
Voltará somente
323
Ao seu cântico, À sua pigmentação,
Ao seu rubor,Ao seu mestre,
Quando, Depois de muita faina,Tudo tiver acontecido.
Este mar que me levaA água que me cobre.
A despedida que não terei,O amor que deixei.
A minha amada que perdi,O sonho que levo.
O seu rosto que não esquecereiEste amor…Que nunca morreráApesar de eu próprio
Já ter sucedido.
a mÚSiCa QuE Ela mE CanTaAo alvorecer,
No acordar,Ouve-se a voz sabida,
Que canta a melodiaEmblemática e forte,Que é esporeio e afoiteza.Ao som melodiosoDas suas promessas,Vestem os barquinhos,Cuidadosamente,Com desembaraço,Extraordinário e certeiro.
Os vestidos rede E toda a vestimenta,
Inerente e enxuta, Para a labuta quotidiana,
De que se ensoberbecem, Desde a puerícia,
É traçada ao detalhe, Sem uma única omissão.
Os sorrisos encarnados,Trajados de encanto,
Daquela gentil-mulherQue harmoniza toscamente,Convoca a sua realeza,Com o seu timbre ligeiro.
324
E da volta, Faz sempre parte
O tal devaneioDo êxito desejado,
O acertar do passo,Na cadência da dança,
Da água espinhada, No sucesso da chegada.
Deste amor,Que é meu
Mas também seu.
Francisco José da Silva243
O pOETa maiOrUm homem de fino trato:
Graduou-se em PortugalApesar do estrelato
Regressou à Terra Natal
Antônio Gonçalves DiasPrecursor do Romantismo
Deu vida às fantasiasNovo rumo ao lirismo
O espírito solidárioTocou-lhe o coração
E fez deste emissárioGuerreiro da abolição
O seu feito é imortalFicará sempre na história.
A igualdade racialDefiniu sua trajetória.
páTria amadaJamais em tempo algum
Houve igual brasilidadeGonçalves Dias é mais um
Brasileiro de verdade.
O amor à Terra NatalFez dele um exilado
Mesmo estando em Portugal
243 Francisco José da Silva - Bom Jesus do Galho – MG – Brasil - 19/01/55. Publicações: Ecos do Coração (pen-samentos e poesias); S.O.S Sacramento: a agonia de um rio documentátio histórico-científico). Ocupante da Cadeira nº 6 da ABLA (Academia Bonjesuense de Letras e Artes); Membro Correspondente da ALTO (Academia de Letras de Teófilo Otoni)
325
Sentiu-se enclausurado.De volta à Pátria amada
Assim quizera o destinoOfertar como morada
O manso mar nordestino.
Talvez obra do acasoQuem sabe, falta de sorte
Porém, a costa, mar rasoSeria seu leito de morte.
Partira do Velho MundoDe Volta ao seu Maranhão
Fraco, já moribundoSe foi, mas deixou a lição.
amOr plaTôniCOAinda convalescente da saudade
Que o fizera refém em PortugalGonçalves Dias conhece esta beldade:
Jeito de mulher; rosto angelical.
Ana Amélia, o nome desta fada Seu primeiro e único amor
Paixão intensa, louca e desvairada Que não floresceu; foi só espinho e dor.
Por ser mestiço, fora renegadoE a musa se foi, tal e qual o ventoDeixando o pobre moço desolado...Pasmo, perdido em seus pensamentos
Só lhe restou aquele amor platônicoFruto das diferenças raciaisOu herança de um destino irônicoSalpicado de dor e tantos ais.
Mas nada ofuscaria seu grande brilhoSeu nome já estava na históriaEm que o autor de CANÇÃO DO EXÍLIO
Já alcançara o ápice da glória.
326
Francisco Junior Xavier244
EXÍliO da CançÃOSem a terra
Sem as palmeirasSem o canto dos sabiás
Sem fauna nem flora brasileiraNo exílio a se lembrar
Céu de poucas estrelasCampos com poucas flores
Vida com pouca vidaVida sem muitos amores
Viajando no pensamentoVoltando para encontrar
A terra das grandes palmeirasOnde canta o sabiá
A terra de muito encantoÉ melhor que o exilar!Viajando no pensamento
Voltando para encontrarA terra das grandes palmeiras
Onde canta o sabiá
A morte encontra nas águasSem nunca mais se encontrar
Sem a terra das grandes palmeirasSem o canto do sabiá
Sem o encanto da terra primeiraQue no exílio não há.
Francisco Nelson Filho - Chico da Mata245
COnTEmplaçÃO dE SÃO luÍSContemplando os planetas selestiaes
De um coreto admirei muito felizEm densas trevas cintilada pelas luzes
A majestosa cidade de São Luís.
244 Francisco Junior xavier - Ibaiti – PR – Brasil - 22 de maio de 1991. Graduando dos cursos de Filosofia, pelo Se-minário de Filosofia Rainha da Paz e Letras Literatura pela Universidade Estadual do Norte do Paraná, ambos em Jacarezinho. PR. E-mail: [email protected]
245 Francisco Nelson Filho - Chico da Mata - Alto Longá PI – Brasil - 17.03.1917; faleceu em São Luís-2000. Filho de lavradores, alfabetizado em casa pelo padrinho, ele mesmo diz: “minha escolaridade vai só mesmo até o paleógrafo que li dois livros”. Sanfoneiro, por 20 anos, no Piauí, muda-se com a família para o Maranhão (1968), fixando residência em São Luís (Cruzeiro do Anil – Rua Boca da Onça, casa 25), onde passa a atuar como vendedor de bilhetes de loteria pelo centro comercial da Cidade, sempre a recitar, nas horas vagas, seus “verços” (escritos, em geral, a noite), por entre os companheiros de trabalho, merecendo destes toda a admiração e respeito. Amante da leitura, também recitava, de cor, poemas de Gonçalves Dias, Camões, Olavo Bilac, Raimundo Corrêa...
327
Era tarde, as istrelas fassinantisRebrilhavam os seus raios no Oriente
Minha musa ordenou-me a discreverImagens e emoções desse momento.
Tarde da noite e nos braços de MorfeuMuitos humanos se achavam adormecidos
E na doçura da aragem matutinaLanço a vagar pelo mundo meu sentido.
Sobre as asas de um dom que me foi dadoPus-me a compor este singelo poema
À terra amada, capital nunca isquicidaTorrão simbólico do grande Gonçalves Dias.
Dei meu amor a esta terra abençuadaQue jamais poderá ser preteridaNa memória e coração da nossa gente
Terra fértil, generosa e tão garrida.
Que puetas, patriotas, grandes nomesTêm nascido nesta terra prazenteira
Este rincão benfazejo agraciado Filho dileto desta pátria brasileira.
Antepassados já se foram desta vidaPara este mundo morreram, se acabaramFoi-se a matéria ao túmulo consumir-seMais os nomes, estes se imortalizaram.
Outros mais que existem no presenteSubstituem os que passaram pela morteContinuando a defender este torrãoO pavilhão de um Brasil honroso e forte.
Velhos prédios recordando os velhos temposEstreitas ruas, as ladeiras que pisaram
Nossos puetas a cantarem combatentesA liberdade que o país tanto ansiava.São Luís do Maranhão – pai da pobreza!
Acolhedor dos pobres necessitadosDos retirantes que tangidos pela seca
Chegam aqui e logo são amparados.
Estado rico, bom, onesto, generosoHospitaleiro e com grande coraçãoHaverás de a cada dia progredirBela terra, chão airoso, Maranhão!
328
Brasileiro que te ame e considereDe coração, não haverá mais do que euMinha alma, minha vida a ti entrego
No teu regaço meu amor é todo teu.
Teu litoral de belas praias esplanadasA leve brisa me traz uma sensação
Enquanto muitos se divertem, se distraemEm mim se opera tão grata recordação.
Regozijo-me em olhar as fortes ondasConsiderando o puder da natureza
Magnífica é a sua competênciaAbstrativo santuário de beleza.
Que sentimentos de mim se apuderamNão ser formado, não ter feito um curço bom
Fortifico-me em saber que não é a letraMais o berço é quem dá ao homem o dom.
Se um dia desta terra eu for emboraEm saudades me verei noites e diasAté que volte novamente sem demora
Para abraçá-la decantada em Poesia.
O meu peito em saudade se arderáMeu coração taciturno e melancólico
Ficará se algum dia eu a deixarCom seus prédios de beleza tão simbólica.
São Luís, minha fé, minha esperançaTerra amada, tão querida e benfazeja
Viverás para sempre na lembrançaDeste pueta que só o bem te deseja.
Contemplando os planetas celestiaisDe um coreto admirei muito feliz
Em densas trevas cintilada pelas luzesA majestosa cidade de São Luís.
Era tarde, as estrelas fascinantesRebrilhavam os seus raios no OrienteMinha musa ordenou-me a descrever
Imagens e emoções desse momento.
Tarde da noite e nos braços de MorfeuMuitos humanos se achavam adormecidos
E na doçura da aragem matutinaLanço a vagar pelo mundo meu sentido.
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Sobre as asas de um dom que me foi dadoPus-me a compor este singelo poema
À terra amada, capital nunca esquecidaTorrão simbólico do grande Gonçalves Dias.
Dei meu amor a esta terra abençoadaQue jamais poderá ser preterida
Na memória e coração da nossa genteTerra fértil, generosa e tão garrida.
Que poetas, patriotas, grandes nomesTêm nascido nesta terra prazenteira
Este rincão benfazejo agraciado Filho dileto desta pátria brasileira.
Antepassados já se foram desta vidaPara este mundo morreram, se acabaramFoi-se a matéria ao túmulo consumir-se
Mais os nomes, estes se imortalizaram.
Outros mais que existem no presenteSubstituem os que passaram pela morte
Continuando a defender este torrãoO pavilhão de um Brasil honroso e forte.
Velhos prédios recordando os velhos temposEstreitas ruas, as ladeiras que pisaramNossos poetas a cantarem combatentesA liberdade que o país tanto ansiava.
São Luís do Maranhão – pai da pobreza!Acolhedor dos pobres necessitadosDos retirantes que tangidos pela secaChegam aqui e logo são amparados.
Estado rico, bom, honesto, generosoHospitaleiro e com grande coração
Haverás de a cada dia progredirBela terra, chão airoso, Maranhão!
Brasileiro que te ame e considereDe coração, não haverá mais do que eu
Minha alma, minha vida a ti entregoNo teu regaço meu amor é todo teu.
Teu litoral de belas praias esplanadasA leve brisa me traz uma sensaçãoEnquanto muitos se divertem, se distraemEm mim se opera tão grata recordação.
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Regozijo-me em olhar as fortes ondasConsiderando o puder da naturezaMagnífica é a sua competência
Abstrativo santuário de beleza.
Que sentimentos de mim se apoderamNão ser formado, não ter feito um curso bom
Fortifico-me em saber que não é a letraMais o berço é quem dá ao homem o dom.
Se um dia desta terra eu for emboraEm saudades me verei noites e dias
Até que volte novamente sem demoraPara abraçá-la decantada em Poesia.
O meu peito em saudade se arderáMeu coração taciturno e melancólico
Ficará se algum dia eu a deixarCom seus prédios de beleza tão simbólica.
São Luís, minha fé, minha esperançaTerra amada, tão querida e benfazeja
Viverás para sempre na lembrançaDeste poeta que só o bem te deseja.
Frederico Ferreira de Souza 246
CançÃO dO EXÍliO Minha terra tem amor
como não existe noutro lugar. Sua comida tem sabor, levando-nos a sonhar.
Um dia teve lagos e cachoeiras; Hoje, prédios e asfaltos.
As crianças brincam com máquinas; não há sequer um pequeno mato.
Em minha terra, temos prazer em desafios. Não tememos qualquer problema,
Embora digam que estamos por um fio e ser tudo muito difícil.
Eu, graças aos desafios, trago no peito um emblema
que comprova, não ter caído, no desvio e ter aprendido que, com persistência, tudo fica mais fácil.
246 Frederico Ferreira de Souza - Porto Alegre-RS - Brasil - 1º de junho de 1994. Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, de Porto Alegre/RS, Cadeira 32, Patrono Álvaro Moreira; Membro Efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; da Liga dos Amigos do Portal CEN, de Portugal; e, da Associação Internacional dos Poetas del Mundo. Coautor do Romance Interativo: “Fantástica história de um mundo além da imaginação”. Atualmente, está estuda na Inglaterra.
E-mail: [email protected]
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Frederico Guimarães247 -
gOnçalvES diaS - À digna comissão de inauguração do monumento ao poeta, no grande dia 7 de Setembro
Non omnis moriarHorácio
Nobre vulto! egrégio vate,Ergue a altiva fronte agora;
Que tua fama se dilate,De Setembro a linda aurora.
Não é acaso ao reclamoDo teu nome grandioso.
Que se congrega gostoso,N’este lugar tanto povo!?
É sim, este o povo altivoDo galhardo – São Luís,
Que vem dar-te sinal vivoDe quanto amou e te quis;
Que vem pressuroso alegre,Render seus preitos augustos;
Ante a efígie e ante os bustosDe brasileiros ilustres.
Apollo, Minerva, Marte?!E vós Musas, também, sim;Desenrolai o estandarteAuriverde de cetim;Vinde insuflar nova vidaAo cisne tão popular,Que tanto soubera amarO berço que o Céu lhe deu.
Dai vida também a esseQue se chamou Odorico,
No qual, Virgílio quem lesse,Saudaria um estro rico;Dai vida a João Lisboa,
Historiador – eminente,Que mesmo seria ingente
Se a parca o não retraísse.
247 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 573-575. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Dai vida ao grande Sotero,Vulto de fundo saber;
Nobre, caráter austero,Onde há muito que aprender;
Dai vida a Gomes na Sousa,Sol, que raiou no BrasilInda em anos, juvenil:
Dai vida a tantos luzeiros!
E depois prestai ouvidosAo Cantor dos Timbiras;
Que d’essa tuba os soídosAcordem suaves liras.
Vindes ouvi-lo? Pasmai!Pasmai, que Gonçalves Dias,
Criou novas ousadiasCo’ estro que Deus lhe deu.
Jazia como dormidoSeu estro ardente e fugaz;
Mas este dia – queridoNovo impulso hoje lhe traz,
Ouvi-o, pois, em concertoCom esses vultos da história,
E saudai, hoje a memóriaDo cantor – rei da harmonia.
Frutuoso Ferreira248
aO imOrTal CanTOr dOS TimBiraSSirenas do Além-Mar, castelos e princesas...
Sou Atlântida, em flor, querendo o encantamentoDo império de Cristal... Por sobtre o irradiamento
Do Gênio escukltural que afaga estas turquesas.
Eu venho m’embalar nos fastos dos Timbiras,´No canitar que ensombra as frontes dos Guerreiros,
Na voz dos Maracás, nas mãos dos Feiticeiros...Cantai, bosques em flor, Piagas... Currupiras...
248 RAMOS, Clovis. ROTEIRO LITERÁRIO DO MARANHÃO – Neoclássicos e Romanticos. Niteroi: Clovis Ramos, 2001, p.309-311, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histó-rico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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Espirito do Mar... Oh Êxtase infinito,Tu que acordas o Azul e que meu entro expandre
Na tumba do Cantor por etas noites grandes,
Tu que ascendes à noite a flama do aerólito,Vai abrir os salões dos encantados deuses,Guardados por Dragões d´espadas e de arneses.
II
Oh Noite... Eternidade!... Oh Êxtase infinito...Eu – Atlântida, em flor, nas vagas dos Cruzeiros,
Venho acordar o Sol das plagas dos Guerreiros,No vortilhão do Azul que traz seu nome escrito.
Pompas monumentais do túpico arrebol,Erguei-vos dos cristais dos mares constelados...Virgens que estás sonhando os faustos dos noivados...
Liras que estais dormindo... aí vem o vosso Sol:
É o Sol do coração que acende o Sentimento,Rubro como o coral dos lábios de Iracema,
Veste a luz auroral que doira o firmamento;
Por entre os madrigais das mágicas safiras,Vinde saudar o Sol que o vosso Deuz emblema,Oh glórias marciais dos válidos Timbiras!
III
No êxtase a palpitar nessa Visão dos Andes,Nas noites tropicais das terras brasileiras,Aqui acordam Trovões o Gênio das palmeiras,Embuçado no azul destes abismos grandes...
No azul?... que direi eu? – as gemas ondulantesDo seio ardente, em flor, de Aniaras Colossais;
E entre arminhos d’espuma e aurélias doudejantes,Jorram astros, a fluz, ``a tona dos cristais.
Brame, Y-Juca Pirama... acorda os teus cantares,Quero ver os Astrais nas Óperas dos Mares,
Nas danças festivais ao som de seus borés...
Brame, Y-Juca Pirama... acorda os teus cantares,Derrama a tua epopeia à luz desses luares,Sejam as noites – Visões... as vagas... os Pajés.
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Fuad Bakri249
CançÃO dO EXÍliOBrasileiro e Palestino,
duas nacionalidades bem diferentes. De um lado, um país muito liberal;
do outro, um bastante conservador.Aqui, temos mais amor;
Lá, as pessoas são super discretas. Aqui, a vida tem mais sentindo;
Lá, temos que viver a rotina de nossos ancestrais.
Aqui, a vida é vivida; não nos deixamos reger
pela cultura, raça ou cor; corremos atrás de um objetivo maior, a felicidade.
G. dos Reis
gOnçalvES diaS 250
Desde a hora fatal que a malsinada meiga Eloah seguindo o seductor,
archanjo mau rebelde e trahidor, foi que elle no abysmo arremessada,
aí! Nunca mais na célica moradana divina mansão do Creador.
Em profunda trstisa margulhadaRepercutiram cânticos de amor!
Um dia Jehovah dessa tristesa,Entendeu libertar-se e com grandesa,
Quis o Empyreo cheio de harmonias.
Mas aonde encontral-as com prestesa?Subito chama aos cerus Gonçalves Dias
O bardo genial das melodias!
249 Fuad Bakri - Porto Alegre-RS – Brasil - 24 de dezembro de 1994. Estudante do Ensino Médio do Colégio Co-nhecer, Porto Alegre/RS. Secretário de Edição e Publicação e Membro Efetivo da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 31, Patrono: Castro Alves; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; Associação Internacional dos Poetas del Mundo; e, Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal. E-mail: [email protected]
250 Diário de São Luiz, 10 de agosto de 1923, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)251
autor(es): COmpridO, lEléO E Zagaia
SamBa EnrEdO 1958 - CançÃO dO EXÍliOClássico da nossa poesia
É a canção do exílio De Gonçalves Dias
Poemas de sublime inspiração De amor e ternura
Em sua confecção Lamento
De um coração soturno De um poeta taciturno
Que em versos escreveu Todo drama Do arfante peito meuEste poema nasceu
Da saudade Do seu Brasil distante
Das suas campinas verdejantes Com suas flores multicores
Suas estrelas Ornamentando um vasto céu
Como sofria O saudoso menestrel É s uma estrofe De saudade e de amor Na qual suplicava ao senhorNão permita Deus que eu morra Sem que eu volte para lá Sem que reveja As palmeiras Onde canta o sabiá
251 Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira - Rio de Janeiro – RJ – Brasil – Fundada em 28 e abril de 1928 é uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro e uma das mais popu-lares do mundo. Foi fundada em 28 de abril de 1928, no Morro da Mangueira, próximo a região do Maracanã por Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, entre outros. Atualmente sua quadra está sediada na Rua Visconde de Niterói, no bairro do mesmo nome. A Mangueira foi a escola que criou a ala de compositores e a primeira a manter, desde a sua fundação, uma única marcação do surdo de primeira na sua bateria. No símbolo da esco-la, o surdo representa o samba; os louros, as vitórias; a coroa, o bairro imperial de São Cristóvão; e as estrelas, os títulos http://pt.wikipedia.org/wiki/GRES_Esta%C3%A7%C3%A3o_Primeira_de_Mangueirav
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Gabriel Azevedo Scholze252
CançÃO dO EXÍliOMinha vida é Porto Alegre,
onde temos um pôr do solque não para de brilhar.
Aqui, somos diretos, lá, não param de enrolar.
Lá, o sabiá canta; aqui, o quero-quero não para de gritar.
Aqui, o suculento churrasco; lá, a peixada que não mais
conseguimos aguentar.Aqui, orgulhamo-nos do Laçador;
lá, eles, do elevador.Aqui, fandango a noite inteira;
lá, a capoeira não para de rolar.Aqui, o Guaíba; lá, o marzão.
Aqui, temos orgulho da Terra; lá, dá Festa de Nosso Senhor do Bom Fim,
ocasião em que ocorrea lavagem das escadarias,
com participação do povo. Aqui, apreciamos o chimarrão;
Lá, a água de coco é bebida de galão.Aqui, Erico Verissimo é o Grande Escritor;
Lá, Jorge Amado é o Redentor.Aqui, Porto Alegre/Rio Grande do Sul;
lá, Salvador/Bahia!
Gabriel Rocha da Silva253
CançÃO dO EXÍliOA minha terra
é bem mais linda que a terra onde estou.
Lá, o céu é de um azul envolvente
tal qual o azul mar. As diferenças, talvez,
tenham a ver
252 Gabriel Azevedo Scholze - Porto Alegre-RS – Brasil - 29 de janeiro de 1999. Estudante do Ensino Fundamental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Ver-sos”: “Banners Poéticos”, 2012. Curte natação e jogos eletrônicos. E-mail: [email protected]
253 Gabriel Rocha da Silva - Porto Alegre/RS – Brasil - 25 de abril de 1997. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Caixas Poéticas”, 2012. Cursa inglês no Wizard e curte esportes. E-mail: [email protected]
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com a saudade que invadiu meu coração.
A dor que nele habita,não me permite enxergar
as belezas que aqui existem, apenas as de lá.
Gabriel Rubim da Silva254
minHa TErra TEm SuJEiraMinha Terra tem sujeira onde cantava o sabiá,
Os pássaros que encantavam a auroraNão encantam mais agora.
A paz que existia antes,Agora é zoada de ambulantes,A harmonia que existia na pista
Agora é acidentes, com pedestres e motoristas.
A vida do povo sem confusãoAgora existe briga e poluição
Ao pensar sozinho à noite,Cadê a paz no Maranhão.
Paz e Bem aos maranhensesQue guardo no coração,Terra de povo sofrido, mas alegre eu te digo,Maranhão minha Terra de Paixão.
O pOETa da minHa TErraO poeta da minha Terra de proezasFaz poesias sobre suas belezasLutou para o bem dos ÍndiosRespeitou sua mãe e a tratou com carinho.
Um poeta que admiroCom muita saudade do Maranhão
Fez a “Canção Do Exílio”
Na vinda de Portugal perdeu sua vida,Em uma viagem marítima
Poeta de garra e paixão que amava,Sua Terra, o Maranhão.
254 GABRiEL RUBiM DA SiLVA - São Luís – MA : Brasil – 15/07/2001. Motivo da participação: Eu gostaria de parti-cipar da antologia porque gosto muito e acho interessantes as poesias de Gonçalves Dias e me interesso muito por poesia e tenho certeza que minhapoesia é muito bonita e que a população brasileira vai achar bonita.
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Nunca largou a poesia,Lutou pelos Índios até o fim de sua vida
O Poeta da minha Terra me trás muita alegria,Ele é Gonçalves Dias Que me fez fã da poesia.
Gabriel Wendermuller P. Amaral255
gOnçalvES diaSGonçalves Dias foi um professor de Latim,
Ele escrevia suas poesias com muito amor,Ele foi um exemplo de cidadão
Que iluminou o Maranhão.
Ele foi filho de um comerciante,Com sete anos virou estudante,
Com doze anos saiu de casa foi para faculdadeFormou-se em autoridade,
Ganhou a décima quinta cadeira em atividade.
O pai dele era João que comia arroz com feijãoPara seu filho nascer fortão,
Sua mãe era doméstica,Quando era aniversário dos seus filhos
Fazia muita fantasia.
Gabriela Fernandes de Freitas256
CançÃO dO EXÍliONo Brasil, embora a paisagem natural,
em alguns pontos, já tenha sidomodificada pelo homem,
o cenário continua belíssimo,havendo pontos louváveis
de admiração e encantamento.Nos Estados Unidos,
boa parte da paisagemfoi substituída por imensas construções
e os seus costumes são bem diferentes dos nossos.
No Brasil, orgulhamo-nos de nosso pais;
255 Gabriel Wendermuller P. Amaral - São Luís – MA : Brasil – 08/01/2002. Motivo da participação: Eu gostaria de participar da antologia porque eu quero ser reconhecido pelo meu trabalho que fala sobre minha capital.
256 Gabriela Fernandes de Freitas - Porto Alegre/RS – Brasil - 20 de março de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Curte música e festas. E-mail: [email protected]
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aqui, o povo parece desprovido de emoções.
O Brasil, com suas cachoeiras, montanhas, lagos, praias
e campos repletos de árvores e flores, é lindo, maravilhoso!
Gabriela Mendes Prunes da Cruz257
CançÃO dO EXÍliOEm Porto Alegre tem pouca poluição;
Aqui, há em grande quantidade.Nesta metrópole há muitos carros;
Lá, nem tantos.Aqui, tem muitos pontos turísticose comerciais;Lá, poucos.
No litoral sul-riograndense, há belas praias
tais quais no paulistano. Lá, encontro amigos;
Aqui, desconhecidos.Nas ruas de Porto Alegre
não circulam muitos turistas;Aqui, deparo-me com milhões deles. No entanto, no troco, de jeito algum, minha cidade por outra qualquer.Lá, há pontos negativos e positivosque fazem de nós um povo diferente.
Gabriele Loureiro Bruschi258
CançÃO dO EXÍliONo Brasil não há conflitos
religiosos, sociais e políticos; em Israel tem em abundância.
Aqui, homens e mulheres
257 Gabriela Mendes Prunes da Cruz - Porto Alegre/RS – Brasil - 14 de fevereiro de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Vice-Presidente do Centro Estudantil do Colégio Conhecer, de Porto Alegre/RS. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Coautora do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, Sorocaba/SP. Cursa inglês no Uptime. E-mail: [email protected]
258 Gabriele Loureiro Bruschi - Porto Alegre/RS – Brasil - 18 de maio de 1998. Estudante do Ensino Fundamen-tal do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Poetisa Idealizadora e Coordenadora do Projeto Poesia Inclusiva. E-mail: [email protected]
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têm direito a palavra; lá, a mulher é bastante submissa.
Em alguns lugares, elas não podem estudar
e são forçadas a fazer trabalhos escravos.
No Brasil, as mulheres, a cada dia, conquistam
mais e mais espaços importantes na sociedade
Gabrielle Souza Marchisio259
CançÃO dO EXÍliOSou muito mais da minha terra.
De onde vim, quero ficar.Quando sai de Lá, percebi
que foi Lá que aprendi a amar.
Esta terra onde me encontro;não é tão bela,
calorosa, nem tão minhaquanto aquela de Lá.
Na minha terra,
a grama é mais verde;o sol traz mais calor;o céu é mais azul;
e há muito mais amor.
É bom partir,viajar,
mas nada se igualaa sensação de para casa voltar.
259 Gabrielle Souza Marchisio - Porto Alegre/RS – Brasil - 19 de julho de 1996. Estudante do Ensino Médio do Co-légio Conhecer, de Porto Alegre/RS. Presidente do Centro Estudantil do Colégio Conhecer, de Porto Alegre/RS. Coautora do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, de Sorocaba/SP. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. E-mail: [email protected]
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Gentil Homem de Almeida Braga – Flavio Reimar 260
gOnçalvES diaS261
«O hálito de Deus tocou-lhe a fronte,E lhe formou em torno uma coroa:
Arco de luz no cimo de alto monte,Beijo do gênio dado em uma alma boa.
Feitura humilde, ao Criador defronteLogo se pôs, e um cântico ressoa...
Era o poeta feito em um momento,Grande no verbo e grande em pensamento.
Apóstolo novo aos povos enviado,Falou sublime à gente americana,
Em frase culta, em ritmo elevadoComo o cantor da raça lusitana.A voz no timbre puro e afinado
É quase angelical, mais do que humana;Evangelho de amor e de poesia
Era o que a terra em sua voz ouvia.
Do seu talento o voo altivo e nobreLiga ao presente as pósteras idades,
E no passado um mundo ele descobreBelo, rico de seiva e heroicidades.Nada ao olhar do poeta o tempo encobre;Dá vida a um povo morto, ergue cidades;D’alma o sentir, do coração as doresTraduz em sons de pérolas e flores.
Soberbo evocador de um século extinto,Ei-lo do nada a vida levantando,Luz na imaginação e o pincel tintoNa cor que o sol no céu nos mostra quandoRoxo de um lado e d’outro azul retinto,
Mil caprichosas formas desenhando,Une os togues de alvura resplendente
Da opala ao brilho lácteo e transparente.Foi-lhe dura a missão! Foi sacrifício,Que ele soube cumprir com força e crença!
De confissão constante fez oficio,Cantou do coração a dor imensa.
260 Gentil Homem de Almeida Braga - Flávio Reimar - (São Luís – MA – Brasil - 1834 — faleceu em São Luís em 1876). Promotor Público (entre 1855 e 1858) de Codó, Caxias e Alto Mearim (São Luís Gonzaga. foi um jurista, poeta e escritor. Trabalhou com folhetins o que o tornou bastante popular. Entre eles destaca-se o poema conhecido como Clara Verbana. É um dos patronos da Academia Maranhense de Letras
261 Extraído de Clara Verbena, pg. 9. In ROMERO, Silvio, História da Literatura Brasileira, Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1888, 1126-1128. Compilador: Weberson Fernandes Grizoste. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Trouxe consolação por benefícioAos que sofrem no amor e na descrença.
Rasgando o peito, e, novo pelicano,Dando vida em seu sangue ao lábio humano!
Fez em si mesmo a crude autópsiaDa ideia e do sentir ainda em vida;
Em cada canto o coração gemia,Em cada verso a alma era despida.
Nada ocultou; a musa não mentiaNa voz da queixa extreme e dolorida,No riso triste, no prazer de instantes,
Rápido gozo d’almas sempre amantes.
Privilégio do gênio! em seus cantaresFez mais nossa que sua a excelsa glória
No culto expressa, em múltiplos altares,Que erguidos são no templo da memória.
Se foi-lhe a vida um quadro de pesares,Fica do vate a peregrina historia,Pondo em relevo a desejada coroa
De um talento brilhante e uma alma boa.
E viveu, e cantou! no sofrimentoA própria inspiração deu-lhe amargura;
E a luz, que o aclarava em pensamento,Fez-lhe a sorte infeliz, áspera e dura.
A distinção do gênio é um tormento;A flor da glória é uma sombra escura;
Raio de amor na fronte ao escolhido,E’ um cântico d’anjos n’um gemido.
E até na morte a pálida desditaDe perto o acompanhou na anciã extrema;
Cantou-lhe uma canção triste, infinitaNas aflições de um gélido poema.
O mar ouviu-lhe uma oração bendita...Quem há que não se enlute e que não gema,
Ouvindo o estertor de uma agoniaSufocada no mar pela onda fria?!
Vede-o no estreito esquife abandonado,Sem um prece de amor na última hora!
Vede o corpo na areia sepultado,E o branco alcíon da praia, que inda chorai
E o mar, cruel, ressona sossegadoA’ luz da tarde ou aos clarões da aurora,
Rindo ao fresco terral, ao frio vento,Ao som de um triste e fúnebre lamento!
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Dorme em paz La frieza do sudário,Descansa agora da penosa lida!
Por ti do século nosso o enorme horárioFez ouvir a pancada estremecida.
Do mar a profundez é o teu sacrário,Guarda de uma existência mui querida,E o monumento erguido á tua gloria
Guardará de teus cantos a memória.»
Geovane Alves dos Reis262
nÃO é TOdO dia QuE é dia dE diaSNão é todo dia que nasce um herói,
Mas, no dia 10 de agosto de 1883, esse fato aconteceu.Não é sempre que 3 tipos de raças se unem a uma sóformando um poeta que ama o lugar onde ele nasceu.
Um advogado que protege o seu país,foi ele quem disse que a nossa pátria é a mais feliz.
Ele também notou que o sabiá,que canta melodias aqui, não cantava lá.
Se hoje estivesse vivo, Gonçalves Dias,com certeza, ele diria
que o sabiá, que aqui vive a cantar,em outro país nem sabe assoviar.
Mas um naufrágio acabou levando o nosso herói,que tinha o poder de proteger e de amar;ele dormiu encoberto próximo aos seus Lençóis...No dia 3 de novembro de 1864, essa história veio a findarMas, orgulhoso, ele morreu na terra onde canta o sabiá!
Geraldo Trombin263
aH! inda BEm QuE TEm diaSNossa terra tem fogueiras
Matando bicho e piá.As aves não mais gorjeiam,
Pois viver aqui não dá.
262 Geovane Alves dos Reis - Teresópolis/RJ Brasil - 25/02/1998. Poetaluno do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e já traz um vasto currículo literário, incluindo a Medalha de Bronze no XXII Con-curso de Poesias da ALAP, no Rio de Janeiro/RJ. Criou, em 2012, o blog “Palavras do coração”, onde posta poe-mas de sua autoria e de outros amigos poetas que ele admira. Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
263 Geraldo Trombin – Americana – SP - Brasil – 01.04.1959. É publicitário, membro do “Espaço Literário Nelly Rocha Galassi” (Americana, SP - 2004/2012) e colunista da revista eletrônica ContemporArtes (desde 2010). Lançou em 1981 “Transparecer a Escuridão”, produção independente de poesias e crônicas, e em 2010 “Só Concursados - diVersos poemas, crônicas e contos premiados”. Tem mais de 350 classificações conquistadas em inúmeros concursos realizados em várias partes do país e trabalhos editados em mais de 105 publicações.
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Nossa terra tem Brasília,Capital do mau exemplo.
É da falcatrua a ilha,Da política o seu templo.
Nossa terra tem cadeia,Mas em cana só vão pobres!
E quando o rico falseia,Não é lugar para nobres!
Furtaram nossas estrelas,Pisotearam nossas flores,
Roubaram a nossa vidaCom essa onda de horrores!
Nossa terra era tão bela,Agora só dissabores!
O que fizeram com ela?Devolvam nossos sabores!
Ainda bem que há poesias:Minha terra tem Antônio,
Tem Gonçalves e tem DiasPra afastar tanto demônio!
CançÃO dO marTÍriOMinha terra tem coleiras
Acorrentando animais.
Tevê divulgando asneirasEm muitos dos seus canais.
No banco, gente em fileiras,E até mesmo em hospitais.
Aqui também tem lameirasNas páginas dos jornais.
Tem criança nas “carreiras”E nos trabalhos braçais.
Vida fazendo besteiras,Perdida em dolos banais.
Falta d’água nas torneirasE crimes ambientais.
Tem políticas rampeirasDesde os nossos ancestrais.
Quantas manchas e sujeiras,Que nem OMO limpa mais!
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Gerardo Molina264
prÍnCipE dEl vErSOA Antonio Gonçalves Dias
I Soñaba tu romántica aposturaAmérica, lueñe luz de los siglos, tres razas se unieron en tu sangre
señalando la unión desde el principio.
Porque fuera tu voz la redentorade su orfandad, del clamor de sus pueblos,
la América dolida, la irredenta,te consagró su príncipe del verso.
II Nao permita Deus que eu morra, sem que eu volta para lá,
enfermo, solo, tan lejos,se oía su voz clamar.
III Olha-e bem que sou eu!... Nao te esqueci, eu to juro:
sacrifiquei meu futuro vida e gloria por te amar.
Tus verdes ojos, mi cielo, fueron mi luz de romántico toda tú, sol de mi cántico, y tu sonrisa, mi altar.
IVVivir e lutar, a vida é combate.Todo lo diste como buen hidalgoy a tu Ana Amélia, trémulo, ofreciste
tu corazón, tu verso enamorado.
VComprender o infinito, a inmensidade,e a naturaleza e Deus; gostar dos campos,
ser capaz de aventuras imposiblesy ante su ara morir crucificado.
264 Geraldo de Molina - Los Cerrillos, Canelones - Uruguay - 19 de octubre de1938. Profesor de Idioma Español. Ex Director del Liceo de Las Piedras No.2 y del Liceo de Santa Lucía. Poeta y ensayista, ha sido laureado en cer-támenes nacionales e internacionales. Ha dictado conferencias y ofrecido recitales de su poesía en Uruguay, Argentina, Chile, Perú, Brasil, Francia, España e Italia. [email protected]
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Dar la vida y el alma a un sentimiento,encenderse en ternuras y fervores, ser gentil, apasionado, bueno:
isso é amor, e desse amor se more!
Nota. Los versos en negrita y cursiva pertenecen a Antonio Goncalves Dias.
Germain Droogenbroodt265
a uma rOSa266
Recordando el poema “A minha rosa” de Antonio Gonçalves Dias
apElONão venhas como luz
que potente demaisofusca o olhar
Não venhas tampoucocomo a impalpável escuridão
Vem, simcomo o espinho
que anuncia
a rosaestá ao alcance.
Gerson Augusto Gastaldi - Emaday Luz267
aCrOSTigEandO gOnçalvES diaSaingente lira nasce no Maranhão, em Caxias. Filha de português e mãe cafusa.na juventudesubmerge-seàs letras e parte para Portugal, Coimbrao PhanteãoTrasmontano. Natristeza e solidão,saudades da verdePátria, adquiriu a gestalt.Orgulhoda forma e inspiração: compôs a canção do Exílio, obra genial,profusa.na minha terra tem palmeiras e primores:vervelatinado jovem poeta de insightimaginação.Além de professor, teatrólogo ejornalista, viu nasrimasa profissãoOrgulhosade fé. Publicou Olhos Verdes, Não me Deixes,Que me Pedes, musa.
265 Germain Droogenbroodt - Belga, residente en España. Ha publicado 10 libros de poesía propia, la última obra poesía filosófica. Su poemario “el Camino” (leer TAO) ha sido publicado ya en 22 países.
E-mail:[email protected] Tradução de Ivo Korytowski e Flora Ferreira. 267 Emaday Luz - Gerson Augusto Gastaldi – São Paulo – SP – Brasil - 09/02/1949. Fez os 2 primeiros ciclos de
estudos em S. José dos Campos, SP., de 1965 a 1974. Cursou Filosofia, Ciências e Letras na Faculdade de Comunicação e Letras de Araras, SP. (78 a 82). De 83 a 2010, atuou em S. Paulo nas áreas didática, editorial, gráfica, jornais e revistas; militando em diversas empresas da Capital. Já publicou 2 livros de Contos e aprecia a Literatura Nacional de estilo ficcionista. E-mail: [email protected]
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grado caxiense das matas do jatobá; sangue timbiras e gamelas, espírito valente.Ousado filho das Aldeias Altas, este indianista de nobre estipe e afamada fibra,
nunca abdicou doseu talento, os Primeiros Cantosdesta alegre lira, potente,içaramolaurel no Pavilhão das Letras. Em Caxias das Aldeias Altas, vibra
acentelha do sonhador naCanção do Tamoio enoCanto do Guerreiro.laços de amor por Ana Amélia: Seus Olhos, Mimosa e Bela, Leviana,viram sua paixão cair por terra. Mas adignamissão de cancioneiro,
Embeleceuem versos oíndio: o Canto do Piaga e I-Juca-Pirama,Se se Morre de Amor o poeta,seja O Homem Forte,o brasileiro.
do seuengenholiterário,compôs dramas e romances: na Meditação,igual Beatriz Cenci,Patkul, Leonor de Mendonça, Memórias de Agapito,
além de Um Anjo. Mas os exímios mestres não perecem.Apenas se vãoSem ver o fim. No Leito de Folhas Verdes, Ainda uma vez -Adeus,eu
grito!
Gilmar Campos268
COnfidÊnCiaS dE um TimBiraPor alguns Dias conheci Os Timbiras
Especialmente nasci um timbiraPor isso trago as mãos frias
De todos os dias dos meus verdes anos.
Dias de manhãs gélidas Com medo dos caras-pálidas,Que pela floresta adentravam,E das armas que o fogo cuspia......................................................Agonizava a floresta e os timbiras.
A frialdade dos mortos que na floresta jazia,Contrastava com a tez curtida ao sol,Sem pêlos, sem apelos e sem planos,
Somente o de viver o afã de cada dia.
Por isso trago as mãos vaziasDe todos os dias, de todos os anos
E compreendo a dor dos sem teto,Dos sem terra e a desventura dos ciganos.
268 Gilmar Campos – João Pessoa – PB – Brasil - 13/09/63, Gama-DF – Brasil. Ainda criança “regressei” com meus pais à sua terra natal, no Sertão de Piancó-Pb, onde conheci as primeiras letras, sonhos e poemas. Já na ca-pital, peregrinei pelo deserto universitário, mas foi na Mística que encontrei “sombra e água fresca” para mi-nh’alma sedenta. Contudo, a veia poética pulsa em mim e já participei de 3 coletâneas de autores paraibanos, sendo premiado com a crônica: O sorriso da serpente.
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Por isso sou guerreiroOrgulhoso do verde, da verdade
10% de verde nas florestas 90% de verde nas almas timbiras 1% de almas sinceras 99% de mentiras.........................
...............................................................E a dor de ver o verde que havia,
A vida errante que levaram os timbirasSó me leva a cantar com Gonçalves Dias:
“Ó guerreiros, meus cantos ouvi...”Antes nos perseguiam o ‘ilustre peito lusitano’Hoje a FUNAI negocia com aos americanos,
Tocai os tambores, guerreiros resisti, Estudai o Dicionário da Língua Tupi
Falai a língua dos anjos que viviam aqui...
Ou será que eu I-Juca piramos?
CançÃO dO naTivO(O REGRESSO)
Minha terra tem Zéu PalmeiraPra julgar ou conciliar
Os patrões que aqui gorjetam Não pagam como os de lá.
Minha terra tem “Cachoeira”,E “roupa suja” pra lavar
Os políticos que aqui propinamNão vão presos como lá.
Nessa terra sem culturaOnde nóis num sabe votar
Honestidade é loucuraE o asilo é seu lugar.
Nossos sertões têm mais vilasNossas cidades mais clamores
Os hospitais têm mais filasNossas filhas têm mais dores.
Ao penar com os açoitesMais tristeza encontro eu cáUm Zumbi no mêi da noite
Esperando o sol raiá.
Minha terra tem peneiraPara a massa preparar
O cuscuz, a macaxeiraE o leite pra nóis tomar.
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Lá na Serra de TeixeiraOnde canta os “carcará”
As gaiolas em mêi de fêraFaz calar os sabiá.
Não permita Deus que eu corraDepressa desse lugarSem o verde da bandeira
Na terra seca se espaiáSem que eu veja outra palmeira
Onde cante um sabiá.
Giovanni Brunet Alencar e Silva269
CançÃO dO EXÍliOLá, as ruas brilhamcom o verde das árvores;
o rio brinca com o azuldo céu porto-alegrense.
Em nossos parques,crianças jogam felizes,assim como nas calçadas,
as quais nos deram boas cicatrizes.
Lá, aprecio floridos jardins;gloriosos palmares; todos, lugares lindíssimos,que mais parecem nossos lares.
Aqui, a beleza naturalfoi ofuscada pela poluição.
Girlene Monteiro Porto 270
OndaS inCESSanTESNão há moinhos de vento
Que me afastem de tiE nem poderia a mesquinha sensatez
Ser mais esperta que a loucura
269 Giovanni Brunet Alencar e Silva - Porto Alegre/RS – Brasil - 11 de maio de 1994. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Faz trabalho voluntário, duas vezes na semana, com crianças, dando aulas de xadrez. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Coautor do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, Sorocaba/SP. E-mail: [email protected]
270 Girlene Monteiro Porto - Vitória – ES – Brasil - 06/08/1980. Formada no curso técnico em Administração pelo colégio secundário Estadual do Espírito Santo, formada também no curso Técnico em Segurança do trabalho pelo colégio São Gonçalo de Vitória, profissão na qual atua, e acadêmica do curso de direito, escritora e poetisa. Participou do projeto de incentivo a leitura o Um poema em cada árvore, além de ter seus poemas publicados também na revista eletrônica Varal do Brasil.
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Do amor que sinto e que me dá forçasPara lutar contra tempestades em alto mar.
Mar que me leva a viajarPara distantes terras, mas mesmo cansado do caminho,
Sempre volto louco para o seu amor, meu amor.E quando de ti me aproximo
Eis que tenho minha nau engolida pelas ondas incessantes.Cerram-se meus olhos para sempre meu amor,
Mas, meus poemas, estes viverão eternamente.
Me inspirei no naufrágio onde morreu Gonçalves Dias, voltando da Europa para sua amada pátria Brasil
JamaiS Eu Ei dE TE ESQuECErO meu sonhar de poeta é seu
Oh! Formosa rosa do meu jardimEste dom que desde sempre é meu
Porém, se as rimas sem fim,
Que outrora este poeta escreveExpondo tanto amor e tantas dores
Fores para ti pouco, tudo, pesa-me.A vida, o amor, a paixão, tudo já é seu.
Oh! Iluminada estrela do meu céuVenero-te, adoro-te e, caio-te aos pés.
Choro, se choras, enxugo o pranto que te molha a tez.
E ponho no lugar um sorriso de felicidadeAmando-te eternamente para te fazer ver
Que eu jamais ei de te esquecer.
Para escrever este poema, tentei me inspirar no poema A Leviana.
fiCa SEmprE um TriSTE adEuS.O que mais marca das lembranças que ficam é o momento do adeus.
Nessa hora eu não sei o que fazer, eu não sei o que dizer.Sei que com o tempo essas marcas vão cicatrizando,
Mas, nunca desaparecem de vez.A saudade que abraça o tempo não deixa, eu sei que nunca vou esquecer.
Às vezes eu ainda gosto de conversar com as floresFlores de plástico não morrem, mas o perfume é artificial,
E com o tempo some, por na verdade nunca terem tido vida.As flores quando morrem ainda exalam perfume e mesmo quando secam deixam seu aroma
gravado na lembrança.Eu tenho a esperança,
As flores que conversam comigo,Vão formar jardim no céu.Um dia vou rever as flores
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E matar a saudade que abraçada ao tempo caminha comigo.No fundo eu adoro conversar com as flores
No fim fica sempre um triste adeus.
Graça Graúna271
fEiTura dE TupÃao poeta Gonçalves Dias
Quando Marabá deixou a tribonão foi por querer
sendo filha de quem éenfrentou as duras penas
de ser o que éFilha da misturaMarabá, apenas.
Se acaso feitura não é de Tupã,quem define a história
dessa índia-meio-brancadessa branca-meio-índia?
Quem há de querer de Marabá as penas?
Graziela Costa Fonseca272
ESQuina TrOpiCal(Dedicado ao poeta maranhense – Gonçalves Dias)Esquina tropicalVerdadeira aquarela,Em tons abundantes, variaçõesSerpenteados,Ao farfalhar dos coqueiros,
Transformando-se em alegriaCantando como as sereias
Um som que já não se ouvia...Mãos suaves, acariciantes
Cheiros do mar,Maresias, manguezais
Parecendo as Marias
271 Graça Graúna - Recife – PE – Brasil. Indígena do povo potiguara (RN); radicada em Recife, onde atua como professora Adjunta de literatura, na Universidade de Pernambuco (UPE). Membro do grupo de escritores indí-genas.. Pós-doutorado em Literatura, educação e Direitos Indígenas, pela UMESP. Vários livros publicados em poesia e prosa. O mais recente é a narrativa indígena “Criaturas de Ñanderu”, Ed. Amarilys/SP. http://ggrauna.blogspot.com/
272 Graziela Costa Fonseca - 20 - 02- 1935.
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Rezando em romarias.Enfeitiçadas, talvez,
Pelo litoral que inebriaPor tudo que é sagrado
Todas essas iguarias,Tudo veio como um sonho
Liberdade e sabedoria,Desejo de expressar
O que via e sentiaEm telas, prosa e poesia.
De uma esquina tropical.
Guilherme de Almeida273
“CançÃO dO EXpEdiCiOnáriO”274
Você sabe de onde eu venho ? Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco, Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas, Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal, Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios Da minha terra natal.
por mais terras que eu percorra, não permita deus que eu morra
Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa Esse “V” que simboliza
A vitória que virá: Nossa vitória final,
273 Guilherme de Almeida (G. de Andrade e A.) – Campinas – SP – Brasil - 24 de julho de 1890, e faleceu em São Paulo, SP, em 11 de julho de 1969. Terceiro ocupante da Cadeira 15 da ABL, eleito em 6 de março de 1930, na sucessão de Amadeu Amaral e recebido pelo Acadêmico Olegário Mariano em 21 de junho de 1930. Recebeu o Acadêmico Cassiano Ricardo. Filho do jurista e professor de Direito Estevam de Almeida, estudou nos giná-sios Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e N. Sra. do Carmo, de São Paulo. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, onde colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1912. Dedicou-se à advocacia e à imprensa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi redator de O Estado de São Paulo, diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite, fundador do Jornal de São Paulo e redator do Diário de São Paulo
274 O Hino Nacional Brasileiro consta entre as poesias a Gonçalves Dias. Queria saber se o mesmo consta em virtu-de das frases da “Canção do Exílio”, porque se for assim, então temos de agregar a “Canção do Expedicionário” do Exército Brasileiro, porque alguns dos versos foram tirados da mesma canção, vejam quais:
“Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá;” A autoria é de Guilherme de Almeida, abaixo envio o hino completo. Um abraço, Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal,
A água do meu cantil, As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.Eu venho da minha terra, Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão; Venho da minha Maria
Cujo nome principia Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema, Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim. Ó minha terra querida Da Senhora Aparecida E do Senhor do Bonfim!por mais terras que eu percorra,
não permita deus que eu morra Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa Esse “V” que simboliza
A vitória que virá: Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil. Você sabe de onde eu venho ? E de uma Pátria que eu tenho No bôjo do meu violão; Que de viver em meu peito Foi até tomando jeito De um enorme coração. Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro, Meu pé de jacaranda,
Minha casa pequenina Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.por mais terras que eu percorra,
não permita deus que eu morra Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa Esse “V” que simboliza A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil,
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A ração do meu bornal, A água do meu cantil,
As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil.
Venho do além desse monte Que ainda azula o horizonte, Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu. Venho do verde mais belo, Do mais dourado amarelo, Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz !por mais terras que eu percorra, não permita deus que eu morra
Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza A vitória que virá:
Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Haroldo Augusto Moreira275
mOnÓlOgO aO pOETaEm uma data qualquer em pleno mês de novembro,
caminhando pensativo pela praia, ainda me lembro,olhando para o mar sereno e de espumas brancas,senti que as portas da procela liberaram as trancas.
Quantos mistérios envolvidos no leito deste gigantea inquietar-me os sentidos da imaginação itinerante.
Com passos lentos e compassados à beira do oceano,pés molhados na água quente e a brisa do mar ufanosentia a sensação de ouvir nas entrelinhas, sussurros,lamentos enigmáticos e oriundos de acalantos puros.
No idioma dos poetas, ouvia no meu linguajar aprendiz,textos poéticos, primores de rimas que jamais fiz.
Versos românticos e apaixonados para um grande amor
275 Haroldo Augusto Moreira - Minduri – MG – Brasil - 07/12/144. Natural de. Diretor Geral do Universidade Es-tadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) – Campus de Francisco Beltrão – PR Embora com dezenas de poemas escritos, sendo alguns publicados na mídia local, me considero ainda neófito.
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mal compreendido e com ressentimentos da futura dor,mensagens indígenas sofridas pelas críticas e obsessões
de homens incrédulos na paz e decididos nas separações.Onde está Dias nas alucinantes magias destas noites?
O assédio das marés nos meus pés fere-me como açoites!Incendeia-me a mente sensível pelos seus anseios,há muito, lidos em versos e considerados como alheios.
Lá na linha do horizonte onde a água encontra-se com o mar,contemplo a sua filosofia que necessita de tanto amar,
como se fosse à canção do exílio a afundada no naufrágioe tantas obras-primas reais, longe de qualquer presságio
que possa nos equivocar na relevância da sua contribuiçãocultural, intelectual e social para a grandeza da nossa nação.
Estou retornando imediatamente aos textos de sua autoria.Quero revê-los e reaprender o que não aprendi com euforia.Deliciar estas pérolas que a sua arte as tornou em lavrasnas mãos de quem sensibiliza e acredita no poder das palavras.Quando alguém agonizante sucumbe no mar revolto,
no abandono do sobrevivente apressado que se julga solto,diante da tragédia impiedosa e de sobressalto,
é porque o temor da mortalidade própria falou mais alto.Tudo isto é natural diante da necessidade da sobrevivência,
Mas a nossa memória é imortal e depende da evidênciaQue a mente preserva e cultiva pelo valor do que se acredita.
É por isto que a história de muitos célebres se precipita.Os tempos mudam e para tudo, novas tendências chegammas o bom gosto, o bom senso e as tradições continuam.
Helena Amaral276
gOnçalvES diaSGonçalves Dias! No Maranhão, nasceu.Destinado a ser gigante entre seus pares,E, amado e lembradoComo o mais brasileiro dos poetas!
Sob céus portugueses gritou e chorou sua saudadeDo azul sem fim e do verde das palmeiras,E do medo de morrer sem rever sua casa,
Tudo que, volta e meia, o obcecava.
I- Juca- Pirama é a briga humanaEntre deixar a vida com honra
Ou viver repudiado...Como herói, o índio é retratado.
276 Helena Amaral - Rio de Janeiro – Brasil – 22 de Março de 1962. Poeta, tradutora de francês, com curso de especialização de tradução de francês de Daniel Brilhante de Brito e, traduziu “As Flores do mal”, de Charles Baudelaire.
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Mas, bem cedo, a água levou o poetaNos baixios de Atins,
Como a donzela que corria atrás da rosa e por fim,Perdeu-a e perdeu-se no mar.
vaTE imOrTalGonçalves Dias, que fez do povo seu herdeiro,
Ao contar suas históriasEm versos guardados de memória
Por gerações de brasileiros.
Se hoje, já passados mais de cem anos,Sua poesia ainda emociona,
É que foi traçada com tinta que encobreTodo o sentimento que ia em sua alma nobre.
Se descobriu-se que o sabiá não canta nas palmeiras...Que importância tem a ciência verdadeira
Diante da imagem que a mente fabrica?
Poesia é sonho, disto ele entendia,E também o público que o lia,
Que sabendo-o morto dizia: “ É mentira. Ninguém acredita.”
Helena Fernandes Machado277
CançÃO dO EXÍliOApesar de Santa Catarina
ser um estado muito bonito,cheio de praias gostosas
e bonitas; lá, no Rio Grande do Sul,
as praias são mais alegrese charmosas.
O clima daqui é tão quentequanto ao de lá.
Aqui, as mulheres gostamde tomar banho de sol
tais quais as de lá, mas para lá quero voltar.
277 Helena Fernandes Machado - Porto Alegre/RS – Brasil - 06 de setembro de 1997, Estudante do Ensino Funda-mental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Gosta de festas e de passear em shoppings.
E-mail: [email protected]
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Helena Schons Lotti278
CançÃO dO EXÍliO No Rio Grande do Sul
há muitos elementosque fazem a sua essência.Aqui, não há tal essência,
pois os elementos não são tão belos e naturais.
Cada estado tem suas características
que iluminam a sua cultura.Aqui, as características não são tão luminosas
como as do meu estado. Aqui, as pessoas transpassam sofrimento e tristeza; Lá, felicidade e alegria.
Cada estado tem seu nodo de vida
e vários pontos turísticos.Aqui, a poluição ofusca a natureza;
Lá, a natureza saúda seu turista.
Helenice Maria Reis Rocha279
O EXÍliO SamBadOEsta flor que vos falajá sambou todos os rítmosbatizou todos os ritosdesfolhou todas as pétalasOnde anda Mariazinha!!!!Que já nasceu exilada!!!por falta de bom marido!!!!por falta de vida casada!!!!!!O sabiá que sobroucome na mesa do Rei
um alpiste duvidosopor muito que foi traído
por muito ter sido enganado!!!!Brincadeirinhas a parte
278 Helena Schons Lotti - Porto Alegre – RS – Brasil - 1º de maio de 1993. Filha de Regina Cézar Schons e Humberto Giacomo Lotti. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo da Acade-mia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 40, Patrono: José Joaquim de Campos Leão (Qorpo Santo); e da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; e, Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal. E-mail: [email protected]
279 Helenice Maria Reis Rocha - Belo Horizonte – MG – Brasil- 1955. Estudei música de sete anos até vinte e sete,-vinte oito anos Comecei estudando acordeon,dos sete aos onze anos.Prossegui estudando violão clássico com os professores Nelson Piló e Walter Alves O professor Nelson Piló foi compositor e assistente de Villa Lobos e Radamés.Trabalhei também a vida toda com meu pai, o concertista de Harmônica de Boca (Gaita) Aluísio Rocha Graduei-me em Letras (licenciatura plena) pela Universidade Federal de Minas Gerais Fiz Mestrado na mesma universidade
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longe da mesa do ReiHei de comemorar entre irmãos
a volta aos meus quintaisà epifania de irmãos
à linda memória dos paisAo aguardado retorno da filha
minHa TErraMinha terra tem batuques
cantigas de roda e calundus Tem Gonçalves,tem Dias também
Um certo Oswald de Andrade Um jeito de querer bem
Minha terra tem feitiços que nenhuma outra terra tem
tem ,tem,tem um jeito de querer bem
que vem lá da Bahia e vem de Minas também
Vem da Avenida Brasil do sol a pino na praça da raça que o povo tem
tem,tem,tem Um certo Gonçalves Dias
E uma certa Maria Que muito lhe quer bem
bem,bem,bem, num dia de sol a pino
e assovio de trem
O SEnTidO dO EXÍliOO navio negreiro
exilou o samba alegrou os tristes
fez chorar a África Eu,mama lelê
de udigrudi e subúrbio Canto meu próprio exílio Com todo o respeito que tenho
a todos os exilados De Gonçalves a Zumbi
Passando por Nossa Senhora Senhora nossa do Rosário
Divina mãe do terço cantado Cantando nas avenidas as ladainhas das praças
a antena de todas as raças Do Guarani ao Maculelê
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pOEma a gOnçalvES diaSTão exilada de mim
mais não podiaassim em terra firme
com todos os sabiásbem te vise até as palmeiras da Avenida Brasil
e que Brasil,me perdoe amigo Gonçalvezo exílio é aqui,onde o preço de um poema
é o nó górdico entre a vida,a morte e este entrelugarsolo pátrio de estangeiros de nós mesmos
que somosvítimas inocentes de crimes alheios
reféns de custos que não geramosÀ luz silenciosa de nossas estrelasO exílio é aqui,queridoDoce fim de mundo que nos expulsaa cada dia
A Canção de Exíliosoa em nossos quintais
SamBalElÊ E gOnçalvEZSamba lelê ta doente
tem a cabeça quebradapor falta de sabiáscomprou ben te vis na estradabem te vi,bichinho espertofugiu,que fugiu da gaiolaSambalelê pôs se a chorarmas não parou de sambarmesmo sem barra de saiaCantou o canto do Exíliochorado,sozinhano meio da salae o dia amanheceuclaro e alto
Em pleno exílio choradoSem Marias,sem Josés
apenas passarinhos,passarada
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Helenice Priedols280
O QuE Tu diriaS, gOnçalvES diaS?Tupã desenhou um emaranhado
de rios no grande verde brasileiroespalhou pássaros pelo ar
bichos grandes e pequenosgente colorida pela paisagem
gente que planta, caça e pescagente que dança e bate os pés na terra
gente que tem poesia no nome
Xavante Guarani Kayapó Canela Kaiabi
Waiwai Kuikuro Yanomami Timbira Guajajara Karajá
Avá-Canoeiro Tupi Makuxi
o rio canta os mantras dos ancestraisa floresta é a mãe que abraça
valentes guerreiros sábios xamãsfilhos das matas“meninos, eu vi!”
meninos, eu vio homem da cidade
matar e excluirdesmatar e destruir
os rios e os homens das florestaseu vi o homem da cidade
com o brilho da cobiça no olhar “Tupã, ó Deus grande! descobre o teu rosto”
eu te peço e imploro“por este sol que me aclara”
pela pátria que mora em meu peitopelos irmãos pelas matas pelos rios
abre os olhos dos homens vazios
homem napëpëescuta as vozes das árvores
que choram o assovio da morteprotege a riqueza do chão da água do ar
respeita a floresta e os animais
280 Helenice Priedols – São Paulo-SP, Brasil - 24-07-1957. Tradutora de formação, poeta por imposição da alma. Vive atualmente no interior paulista, onde trabalha como funcionária pública do Judiciário. Em 2010 publicou seu primeiro livro de poemas: Poeticalmamente. Em 2012 participou da Antologia do Clube dos Escritores de Vinhedo. Selecionada no 12° Prêmio Escriba de Poesia, participando da Antologia organizada pela Biblioteca Pública de Piracicaba/SP.
361
homem brancodeixa o rio fluir
deixa o índio em paz
Heleno Cardoso281
HOmEnagEm pÓSTumO: anTOniO gOnçalvES diaS(Baseado trecho da história de sua vida)
Quem diria nesse dia
Pudesse unir a idolatriaCom minhas rimas e alegrias
Falar de Gonçalves Dias
Golpeado ao longo da vida,Entristecido, foi deslumbranteO amor à mulher
Desse fascínio surgiu a inspiração,Falava da maneira graciosa e juvenil
Daquela sua amadaMas, colocava a felicidade sob suspeita,Risco da separação
Sem leviandade e muita coragemO poeta vencedor,Percorreu em mar de lágrimasNa exploração dos sentimentos do coração
Com seus versos suntuososCuja imaginação permeou pela naturezaSem sofisma, celebra com cantar de paz :
“Nesse céu tem mais estrelas,As várzeas tem mais flores,Os bosques tem mais vida
E na vida, mais amores...”
Assim, Antonio Gonçalves DiasSolidifica no meu coração
O bem-estar literário,Caracterizado pela sua importância
Na História Cultural Brasileira
No leito, defronte com enfermidade,Sua alma mergulha no vácuo profundo,
Atrás vem a morte
281 Heleno Cardoso - Santos/SP – Brasil- 19 de junho de 1949. membro de: “ Poetas Del Mundo” - Indicação San-dra Galante.
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Deixa a vida terrenaPara poetizar em céu de estrelas
Na terra natal ficaram saudades
E permanente silêncio...
Maranhense que não deixou vazio,Apesar das tristezas...
Deixou sim,
Um Brasil de primoresCom seus versos de amores
E o cantar do sabiá
Hélio Ricardo Fonseca Cerreia282
a ESCrava páTriaHoje te escrevo meu brilhante poeta
e ouso perturbar a tua paz infinita. Naquela velha e tua canção, bendita,
viajo no pesadelo que me inquieta.
A tua outrora pátria de amor repleta, Sonho passado que na alma habita,
Sangra o meu coração... Chora... Palpita! Sou a sombra duma escuridão completa!
E mesmo não tendo teu eterno brilho,
o verso com a mágoa que carrego, faz em lágrima o soneto que trilho:
Abandonado e renegado o filho,
no seio do próprio lar a que me entrego, eu também canto a tua canção do exílio!
282 Hélio Ricardo Fonseca Cerreia - Rio de Janeiro – Brasil – 02 de outubro de 1958. Poeta amador por convicção, amante de Castro Alves, Olavo Bilac, Gonçalves Dias, Mário Quintana, Cecília Meireles, Henriqueta Lisboa e Vinícius de Morais entre outros. “Fiz o meu poema em homenagem a Gonçalves a partir da “Canção do Exílio” que tenho como um dos mais belos poemas produzidos até hoje”. E-mail: [email protected]
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Hélio Sena283
HumÍlima CançÃO dO EXÍliOagora tô por cá
mas meu coração ficô por lá lá, lá, lá
lá é só cantá
em parceria com o sabiá já cá é só chorá
cá, cá, cá
oh! preciso voltá pra lá pois a vida, cá tá difícil suportá tá, tá, ta
Hélio Soares Pereira284
nO CaiS dO pOrTONo cais do porto
recebo a brisa no rostoAbraço as ondas revoltassem medo de me afogar
No cais do portome lembro aindacomo o poeta dizia-Minha terra tem palmeirasonde canta o sabiá
No cais do portomora o desgosto
que causou esse mar- o grande poeta
não pôde desembarcar
283 Hélio Sena - Massapê-Ceará – Brasil - 12/09/1975. Figura em dezenas de coletâneas de contos e poemas. Cola-bora no site Concursos Literários. Expõe seus trabalhos nos blogs Entre Palavras e Minicontos. Recebeu, entre outras distinções, o Troféu Macunaíma no XIV Festival Literário de Imperatriz (MA) e o 1º. lugar em concurso de crônicas promovido pelo programa Papo Literário, da TV Ceará (Fortaleza). E-mail: [email protected] / Twitter: @helyosena
284 Hélio Soares Pereira - Teresina – PI – Brasil - professor pelo UNICEUB, DF. Duas pós-graduações: Fundador da Academia de Letras de Taguatinga, Sindicato dos Escritores do DF e UBE(SP/DF). Prêmios em antologias e verbete em dicionários de escritores (PI/DF). Bibliografia (poesias): Onde o Horizonte vem Esconder-se (1982); Poesia com Chantilly (1993); Carícias que as mãos e os lábios tecem (1993); No Laço da Opressão (1998); Eclip-se das Mentes (1998); Para que não reste o silêncio (2007).
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Todos correramNinguém se lembrou
tirar Gonçalves Diasdaquele leito de dor
dE vOlTa aO TEmpOVi
Gonçalves Dias ainda criança
nas ruas de Caxias
De manhã escola
lancheira sua tia
Menino franzino olhos castanhos
timidez sem tamanho
Depois do dever brincadeira de peteca
com o filho da vizinha
Na adolescência o parque
festejos da igreja canoinhas
carrossel algodão doce
caldo de cana pastel
Um dia a viagem...
Aceno... Embarque
rumo ao navio
Nas pedras do cais família
adeus - e meu despertar
do sonho
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na praça dO pOETaNa praça
do poeta que nos oferta
seu olhar existem palmeiras mas não existe sabiá
Na praça o romântico indigenista
me auxilia nesta dor
Fonte de inspiração para meus poemas
de amor
Na praça Gonçalves Dias
os dias não passam simplesmente
Os dias nos abraçam
alguém...Alguém no cais de São Luís faz poemas de amor
Alguém recebe no rosto o vento
- lamento de dor
Inspira-se no poeta
que nas águas do mar se afogou
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na praça gOnçalvES diaSAmei
Jurei amor eterno Veio o inverno
e afogou meu coração
na dor desta paixão
Hélio Soares Pereira Junior285
QuandO dE Tua parTidaEm tua casa
Gonçalves Diashá uma cama vazia
No canto de teu quartouma vela
ilumina o poemaque fizeste pra ela
A dor da separaçãodilacerou
teu coração
Nos olhos negros de Anaficou
a espera da primaveraque nunca chegou
Hemeterio José dos Santos286
CanTO aO pÍndarO BraSilEirO287
Dorme, é lutador, teu sono eterno;Mas sobre a lousa do sepulcro humilde,
Como na vida foi, surja o teu bustoAustero e glorioso.
Gonçalves Dias.
A Grécia vetusta – no sul da TurquiaDormindo embalada — por sã poesia,
285 Hélio Soares Pereira Junior, BrasiliA – DF- - Brasil. cursando História no UNICEUB (DF). É poeta, letrista, com-positor e autor de histórias infantis. Tem alguns livros inéditos. E-mail: [email protected]
286 Hemeterio José dos Santos – Codó – MA – Brasil. Professor e Filologo.Bibliografia: Gramatica da Lingua Portu-guesa para o Curso Superior
287 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 541-542. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Ergueu a Homero — um vulto imortal;O Império Romano por altas conquistas,
Trazendo a ciência dos homens nas vistasAo monte Piério — fiel colossal.
Simulacros equestres em praças romanas,Erguidos a bravos de grandes campanhas,
Não vimos — não vimos à Marte sagrar;Estátua marmórea a Dias Apolo,
Que ao orbe pasmou e da Lísia o solo,É sim o que vimos aqui tributar.
A pátria natal — soberba nas artes—De sábios augustos — grandíloquos martes —
Espalha a memória — d’um filho imortal;A um filho eloquente — egrégio na terra —Orgulhoso no mar, o peito que o encerra,Nós todos só damos insígnia real.
Foi príncipe, foi sábio nas letras do mundo,A Lira pasmou — e a Pedro o segundo
Transpondo das artes soberbos umbrais;Foi rei — e não rei — qual foi Bonaparte —
Gaulês orgulhoso — discípulo de Marte —Que d’ossos cingiu — seus tempos reais.
Louvores e honras —, que cedo se esquece,No meio d’este povo — que breve fenece,Não levam — não dizem ao povo vindouroO nome, o gênio do grande cantor,Por isso, ó estátua, d’outro séc’lo o alborAlcança — proclama — que és um tesouro.
Herotildes de Souza Milhomem288
anTEna dO TEmpOO menino maroto da época
Fez-se advogado e professor Gonçalves Dias, poeta latente
Vislumbrou a elevação de sua gente Tentando humanizar o amor.
Numa tríade vertente, viviaSe de um lado a injustiça atiçava
Do outro era humanizado o Amor Embora em alguns brotasse o ódio
288 Herotildes de Souza Milhomem - Paraibano - MA – Brasil – 06/10/48. Professora Aposentada. Infância e ado-lescência em Barra do Corda -Maranhão. Passou a residir em Brasília desde 1968. onde formou-se professora e administradora de Escola - Possui um grande acervo de trabalhos literários. . E-mail: [email protected]
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Em “Antena do tempo” se tornou. Em mil oitocentos e cinquenta e um
Para uma” Missão “ em São Luís O governador da época o escolheu
E a “instrução Pública”, ora um problema Após seus estudos, ele resolveu.
raSTrOS dE um pOETaDe uma união não oficial
Com uma mestiça, cafuza brasileiraMistura das três lindas raçasNasce uma criança brejeira.
Em plenas terras de CaxiasMunicípio do Maranhão
Nasceu Antônio Gonçalves DiasPara orgulho desta nação.
Ele ainda muito jovemEm Portugal foi estudar
Com bacharelado em direito
Em sua pátria veio atuarProfessor de história e latim
No D. Pedro II, foi lecionar.
TrÊS grandES pilarESNascido em Caxias- Maranhão
Em mil oitocentos e vinte e trêsDe uma união mestiça, cafuza
Com um fidalgo português.
Tinha como descendênciaAs três raças mais popularesCom orgulho as ostentava
Como seus grandes pilares.
Por achar-se muito tempoFora de sua pátria altaneira
Escreveu “canção do exílio”
Como sua paixão primeiraEnaltecendo o gorjeio do sabiá
Cantando numa palmeira.
a muSaGonçalves Dias dedicou
Seus folhetins e peças teatraisÀ sua” Musa” inspiradora
Publicados até em Jornais.
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Ana Amélia era seu nomeA sua grande inspiração
Descrevia seus Cantos e devaneiosTendo por ela uma paixão.
Nenhuma relação de amorEstá livre de causar desgosto
Quando não correspondido
Aí, e que sofremos por gostoE Gonçalves Dias defendeu na época
O movimento do romantismo proposto.
a BuSCaA tua vasta e gentil sabedoriaContrastam com o desafio constanteNacionalista e defensor dos povosDa vida foi verdadeiro amante.
Gonçalves Dias, de voz altaneiraVia romantismo nas praças e colibris
No vai e vem das folhas da palmeiraNos pingos de cristais e de rubis.
Do Rio de Janeiro para a Europa Em “busca “ de saúde ,ele partiuDeixando Olímpia , sua amada esposa
Em vigília a lhe esperar no BrasilDe volta após quatro anos ,ainda doenteNum naufrágio , morre dentro do Navio.
Hilda Maria Vieira Lacerda289
TErra QuEridaEm terras longínquas,
Um sabiá sem palmeira,Gorjeia a procurar,Léguas...
Léguas...Muitas léguas...
Um poeta sensível,Em missão quase impossível
Estava a imaginar,Bosques,Flores,
289 Hilda Maria Vieira Lacerda – Alagoas – Brasil. Pedagoga, Fotográfa, Poetisa.
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Vidas...Noites frias,
Céu estrelado.Ao seu lado papel e pena,
Lágrimas serenas,O coração a palpitar,
Sua terra querida!Com sabiás e palmeiras,
De braços abertosEstava a lhe esperar.
amada minHa...Sua doce lembrança
Açoita meu mundoAncorando-se num adeus profundo,
Saudade sufocadaCoração dilacerado
Onde estão teus beijos?Quase enlouqueci de tanto desejo.
Não me queres?Sou eu, seu poeta apaixonado,Que faz versos para te encantar,Meu peito em chamas clama por ti,
SaudadeSaudade
No transe das minhas emoçõesMinha alegria esvaiu-se sorrateiramente...
Partirei sem ti,Na bagagem só saudade.
Hilton Fortuna290
gOnçalvES diaSMelhor que a pedra e o bronze eterno,
Do que tudo melhor:Há de os sec´los vencer grande e superno,
O teu canto de amor!Não pode o tempo a glória aniquilar-te
Nem teu nome olviar!A terra em que nasceste há de te adorar-te,
Ouvindo o teu cantar!Da raça de guerreiros descendeste,
Tão forte e tão viril,Tu vives, grande mestre, inteiramente,
No sabngue do Brasil!
290 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasília: Senado Federal, 1980, p. 66, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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Hino do Sabiá Futebol Clube291
Sou Sabiá O time mais popular.
Sou campeão da princesa do sertão.
Fundado em 2007 Por um grupo de amigos
Para ser campeão!
Eis o tricolor mais forte; Verde, branco e amarelo
Como é tão belo! Saiu da poesia Das palmeiras;
Do poeta Gonçalves dias Pra vencer nos gramados
Com brilho e muita raça Eu sou é Sabiá
Sou Sabiá
O time mais popular. Sou campeão da princesa do sertão Sabiá vai voar alto E conquistar grandes vitoria No maranhão. Vamos lá Sabiá Conquistar o céu de anil Do meu Brasil.
Tua bandeira E um manto sagrado
Que tremula, Quando pisa no gramado Cada gol, cada jogada
Faz a galera gritar; Eu sou é Sabiá.
291 Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Horacio Anizton292
un aCrÓSTiCO para El pOETa dE BraSilantes que las palmeras de tu Maranhäo
natal, estiraran sus verdes alargados,Tu espacio de poeta y periodista
O tus secretos de plumajes y de selvas,nacían cada día hablando de tu magia de luz
inédita, para trazar tus paisajesO tus silencios y volver a los caminos como el viento.
grandes fueron tus escritos como tu país de alegríasO los soles que besaron tu frente y encendieron tu mirada.
no tenías otro lenguaje que la propia vida.ç (Saltabas-Contabas) amaneres y te refugiabas en los oca-
sos,amabas el mar cuando la luna tocaba las olas.
latía tu pecho con tus visiones inspiradas.valía tu río interior sembrando poemas,Entre líneas de palabras estrenabas la belleza,
Sabías acercar tu mirada a los sueños.
donde vivías en tu niñez hay un himnoigual a un canto de acuarelas que crece,
antes que la noche se duerma en la memoriaSentirán que en todos los rincones se repite tu nombre.
Horacio Daniel Sequeira293
um pOEma para gOnçalvES diaSO saudoso Poeta do exílio europeu,
Sobre o amor verdadeiro soube escrever,Sua própria raiz não pode esquecer,
De sangue indígena mestiço nasceu.
Foi por mestiço que o amor perdeu,O mar muitas vezes testemunhou sua dor,
Escreveu sobre as idas e vindas do amor,Do preconceito rude golpe recebeu.
292 Horacio Anizton - Mendoza – Argentina - 23 de febrero del año 1978, Novelista, guionista y actor.. Creador del estilo “novel-movie” (fusión entre literatura y cine
293 Horacio Daniel Sequeira - Buenos Aires, Argentina - 20/ 09/ 1959. Atualmente residindo em Ilhéus, Bahia. Formado como Tecnólogo em Processos Gerencias. Professor de Idioma Espanhol do ensino Fundamental, Curso Médio e cursos de idiomas. Escritor de contos e eventualmente poesias. Obra publicada: Conto “Os Vizinhos da Rua Lago”, Antologia Concurso Literário Bahia de todas as letras, 4ª edição. Editoras: Editus e Via Litterarum. 2009. ISBN: 978-85-98493-59-6
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Por amizade ao amor renunciou,Sua escolha até o fim foi seu estigma,
Cicatriz que o tempo não apagou.
Esquecido no navio naufragou,‘Ainda uma vez — adeus!’Sem saber amar, amou.
Hugo Omar Torres294
“HOY Ha muErTO un pOETa”A Antonio Concalves Dias, Poeta de Brasil
Ha muerto un poeta,y sus versos en solitarioson pájaros desesperadosbuscando en el silencioseguir sus pasos mutilados.
El incendio de sus pensamientosha caído por siempre
en la indiferencia del tiempovencidos y cansados.
Los obreros del campo,los niños, los humildesse quedaron sin la vozdel hombre enamoradodel canto a su Ameliadel romance truncado.
Hoy ha muerto el poetaDon Antonio Concalvez Diazmisterio el de su destinopartir solo con su muertey sus versos prendidosde su pecho quieto.
Fatal naufragio, y sus palabras rotasse acallan en los rincones
de un cuarto en penumbras.Huérfanos de presentes
se han dormidos sus versos mientras vuelven a su tierra
sus pasos lentos.
294 Hugo Omar Torres - Maipú Mendoza – Argentina - Presidente de S.A.D.E (2008 – 2011). Fundador del Grupo Maipú Letras; Publicaciones en distintas revistas literarias, en distintas Provincias. Participación en Antología Provinciales, Nacionales e Internacionales [email protected]
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Tal vez en su entrega,prendidos de una estrella
entre palmeras dormidas,los duendes aquietados de la nochealimente en sus versos silvestres
la sal de su existenciavuelva el verbo a crecer
en la piel de otros poetasreflejo de su destino.
Iane Giselda de Cougo Souto295
gOnçalvES diaSBrilhante poeta,
Dos índios nos contou;Das terras do Brasil as histórias,
Informou.
Nasceu no Maranhão.E o guardou no coração,Viajou por muitos lugares,O Brasil ficou na recordação.
Relatou sobre o mar,Falou também do amor,
Não se esqueceu do cantar.
Morreu no mar,Mas deixou a saudades.
E o eterno contar.
Iara Almansa Carvalho296
HOmEnagEm a gOnçalvES diaSGonçalves Dias - mago do romantismo
- o grande lírico protetor dos índios.Em Portugal aprimorou as letras
que iluminaram sua mentedescortinando uma potencialidade poética
295 iane Giselda de Cougo Souto - Florianópolis SC – Brasil - 18-10-1962. Professora. Poemas no site http://ca-marabrasileira.com. Obras com participação: Antologia de Poemas volume noventa e nove: Caminhos contos; Brasilidades volume sete. O motivo que me fez participar é o desejo de perpetuar a memória de tão ilustre poeta no Brasil e no mundo.
296 iara Almansa Carvalho - Cachoeira do Sul/RS – Brasil - 01/11/1944, professora universitária, Bacharel em Di-reito, membro da Academia Criciumense de Letras- ACLe, de Criciúma/SC. e da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, de Porto Alegre/RS.. Tem quatro livros publicados, participações em antologias e prêmios literários. Rua XV de Novembro n° 260, apart. 601, Criciúma/SC. CEP: 88 801 140 - e-mail: [email protected]
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dominada pelos sentimentos à flor da pele que explodem na sua criação literária.
Como jornalista fez ouvir seus lamentosfrente aos grilhões das minorias humilhadas
pela servidão e pelo descaso.Na advocacia entoou sua voznum clamor por justiça
que atravessou os oceanos.Frustrado no amor
cantou seu afeto proibidoonde o preconceito de raça falou mais alto.
Pela segunda vez abre mão do amorextravasando as lágrimas
no poema “Ainda Uma Vez – Adeus”ressuscitando na pele “A Canção do Exílio”,a Europa o deprimiu demais!Com o coração ferido, o filho volta ao berço natal,em viajem pelos mares turbulentos
deixa-se levar para semprerespirando a última seiva de ar
da costa do seu Maranhão,a morte sossega o seu espírito contrariado,
finalmente, reencontra a paz ouvindo o canto dos sabiás e
sentindo a brisa das folhas das palmeirasembaladas pelo vento do seu Estadojunto a tudo que amara na sua terra e que por direito de nascimento levou consigo.O Brasil venera seu filho de braços abertosacolhendo-o na galeria de seus imortais.
Igor Chiappetta Fogliatto297
CançÃO dO EXÍliOSou natural do melhor estado do Brasil
e do mundo. Lá, temos excelentes praias
e várias paisagens naturais. No seu interior, há muitos fazendeiros;
no litoral, alguns portos, donde são exportados vários produtos;
no oeste, a fronteira com o Uruguai; mais para o sul,
a minha cidade natal, Porto Alegre, a qual tem muitos shoppings,
297 Igor Chiappetta Fogliatto - Porto Alegre/RS – Brasil - 27 de março de 1996. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. Curte skate, música e jogos eletrônicos. E-mail: [email protected]
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monumentos, museus e acesso à Lagoa dos Patos pelo Guaíba.
Aqui, há belezas e lazeres, mas nada se compara com as dela.
Ilda Maria Costa Brasil298
gOnçalvES diaSPoeta indianista que deu um tom nacional à nossa literatura.
Sua história, da infância a vida adulta, foi difícil e dura.
Seu pai era de origem portuguesa; sua mãe, mestiça.Quando garoto, estudou francês, língua, para ele, postiça.
Tinha, no aprendizado da Filosofia, uma verdadeira premissa.Latim, para alguns, caminhos obscuros; para ele, doce
aventura.Fixado em Coimbra, produziu poesia nacionalista pura.
É considerado um dos nomes mais expressivo da lírica brasileira.
Em Portugal, poemas escreveu ao observar uma jovem fagueira,que trazia no rosto um intenso brilho e sempre estava faceira.
Por ser mestiço, foi impedido de desposar Ana Amélia; triste desventura.Anos depois, apaixonado, casou-se com Olímpia, jovem graciosa e segura.
“Seu nome, sua voz — ouvia-os Sempre no gemer da parda rola,
No trepido correr da veia argêntea... Que da noite o silêncio realçavam,
Os ares e a amplidão divinizando...”*
minHa CançÃO dO EXÍliOMinha terra tem dunas,
onde circulam restinguenses e turistas.As aves, que aqui gorjeiam,
não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem pouquíssima poluição,nossas várzeas estão secando,
nossos verdes campos desaparecendopara dar espaço a muitas construções.
Nossa vida repleta de projetos e de esperanças.
298 ilda Maria Costa Brasil - Restinga Sêca - RS - Brasil - 04 de março de 1949. Presidente da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC, e Academia Regional de Artes e Letras Condorcet Aranha, Restinga Sêca/RS; Embaixadora do Cercle Universel de la Paix, Genève-Suisse/France; Membre Bienfaiteur da Societe Academique d’Education et d’Encouragement, Paris/França; Vice-governadora pela Governadoria do Estado do Rio Grande do Sul para a Associação Internacional dos Poetas Del Mundo”. E-mail: [email protected]
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Em cismar, sozinha, à noite,mais desencantos encontro na capital gaúcha.
Em minha terra, tenho amigosque tais não encontro eu cá.
Em cismar, sozinha, à noite,mais alegria encontro eu lá.
Minha terra tem inúmeras pessoasque ajudaram a fazer a sua história.
Dentre elas, a Sra. Marieta Mostardeiro,por quem tenho grande apreço.
Minha terra tem indústriasonde operários dedicam horas de suas vidas,
buscando ganhar o alimentoque sustentará a si e a seus familiares.As aves, que aqui gorjeiam,não gorjeiam como lá.
Não permita Deus que eu morra,sem que eu volte para lá,
sem que eu veja minha terra ter seu núcleo cultural,transformada numa fontede desenvolvimento artístico e literário.
Ima Feitosa299
HOmEnagEandO gOnçalvES diaSExímio poeta brasileiro
De alcunha Gonçalves Dias Nascido no Estado do Maranhão Nas aproximidades de Caxias. Advogado, jornalista Etnógrafo e teatrólogo De passos firmes sempre caminhou Escrevendo tão ricas obras
Para nós, ele deixou.
Ao lado do meu conterrâneo O grande escritor José de Alencar
Passou a escrever sobre o indianismo Riqueza literária a nos encantar.
Após ter lido algumas de suas obras Encantei-me com tal tesouro Daqui do Canadá, eu rendo
Todas as minhas homenagens A este poeta de ouro.
299 ima Feitosa - Sherbrooke/Québec – Canadá. Não tenho nenhum livro publicado, apenas sou membro da co-munidade de escritores e poetas amadores e profissionais ‘’Recanto das Letras’’. Alguns registros que possuo estão impressos em pequenos livros e, ao regressar ao Brasil (próximo ano), tenho planos de publicá-los.
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Irandi Marques Leite300
dialéTiCa indianiSTaI
Tua vida principiaGonçalves Dias
De noite e de diaDias e noites
Rumo à poesia
IIFlutuou no espaço sideral
Na busca da poesia universalCantou nosso Índio
Na terra, no mar, no arNo espaço tridimensional
IIIVagou por longas terras
Navegou além maresVoou nos espaços infinitos
Encontrou o ponto de interseção Do material com o espiritual
Da razão com a emoção
IVTeus versos têm primores
Que não encontro em outros, nem cá, nem lá
Tua mensagem teus amoresQue não vejo em outros,
Nem aqui, nem ali, nem acolá
VTua paixão por Ana Amélia
Atravessou os temposE espaços infinitos
Pureza de amorQue melancolicamente brota
Da alegria e da dor
VIRimas ricas
Rimas melodiosasPalavras puras
Mensagens saudosas
300 irandi Marques Leite - São Luís - MA – Brasil - 30/11/1955. AUTOR DE: Retas da Vida (1977); O que é Interact? (1974); Dialéitica Cultural (2012); Sapo Folia (2013); Musa Caemeira e o Sapo Folião (2013); Odisséia do Coti-diano (1977). : [email protected]
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VIIEmoção e percepção
Comunicação Elementos intangíveis
Relação ser humano e natureza
VIIIDialética
Forma objetivaRetoques subjetivos
Concretiza conexõesRocha suporte
Índio, história Poeta indianista
IXBusco a tua poesia integralA tua mensagem derivada
- Simbolismo, modernismo, sinfoniaO último sopro da agonia
Pensando na mulher amada!
dE CaXiaS para O maranHÃO No espaço finito e infinito
Surge um sopro de vidaA terra floresceuEm caxias, no maranhãoO poeta nasceu
IITerra, água, arMistura heterogêneaCom tendência a homogêneaÍndio, português, africanoMiscigenação, riqueza cultural
IIIEmpatia aos olhos
Do menino caxienseRelação cultural prodígia
Com marcas profundasNa sua trajetória poética
IVO poeta fugidio
Do maranhão para portugalNavegou na literatura mundialBuscou livros e históriasVoltou para os braçosDa sua terra natal
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VNavegou no sentido da vida
Até o infinito do marBscou a musa querida
Com canto indígenaCantou a terra guerrida
Para teu canto universalA nossa homenagem fraternalNossos nomes são indígenas
Sou irandi
Minha filha maiara
E meu filho raoni
Irismarqueks Alves Pereira301
CançÃO a gOnçalvES diaSAo que ficou preso
Tatuado a ferro e ferreiroPela saudade injusta e imensa
Não oprimiu de fatoO canto do guerreiro.
Fez da pátria queridaA musa, o delírio e o sofrimento.
Fez da vida um cantoFez dos versos de meninoLugar de encantamento.
As mãos levianas da poesiaFizeram do dia e das noites
As letras escravasEnquadras na minha vida
Feito fio delicado de açoites.
Ao poeta devo apenasA harmonia feita pelas ondas do mar
Como rosa perdidaDentro do peito amante
Que fez da vida um belo canto para amar.
301 Irismarqueks Alves Pereira - Parazinho/RN – Brasil - 01/02/1983. É professor, poeta, pedagogo e conselheiro tutelar da criança e do adolescente. Mestrando pela SAPIENS - Faculdade de Ciências Humanas - Campina Grande/PB. Primeiro livro lançado em 2013 com o título: A poesia como incentivo a escrita e a formação do leitor poeta. Mas tem poemas publicados em várias antologias no Brasil. Membro Vitalício da International Writers and Artists Association – IWA.
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Irsemes Wiezel Benedick
COm ElE aprEndi Que nossa terra é a mais bela
igual no mundo não há tem encantos, lindas flores, e o famoso sabiá.
Quando rompe a madrugada lá na serra
tudo é belo , tudo é cor brotam flores, cantam aves,
enchendo a vida de amor.
Quando chega o meio dia lá na serra tudo é calmo, é uma beleza parece que tudo dorme descansando a natureza.
Quando a tarde vai caindo lá na
ao soar da ave- maria toda natureza vira festa
tudo é paz ,silêncio, e harmonia.
Quando a noite vai chegando lá na serra eu vejo o por do sol tudo é belo em minha volta desde a aurora ao arreból Como é bom viver na paz daquela serra porque é lá que o amor de deus impera, na profusão das mais variadas cores. Onde as flores oferecem o mel mais doce, onde as fontes cantam murmurantes, um hino de amor gratificante.
Nossa terra tem amores frutas de muitos sabores
grande mar e céu de anil presente que deus nos deu ela é minha , tua , deles, ela é nosso brasil !!!
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Isabela Brandt302
auTO-rETraTOLembro-me de uma criança
com a altura dos seus sete anos eque queria crescer sempre mais.
Lembro-me de estar assustada, com medo,lembro dos passos desordenados e
do rumo que eles tomaram,quando receberam dois abraços apertados.
Tempos difíceis...
Lembro-me das brincadeiras de roda,de amigos nunca mais vistos e
de uma doce e amável professoraque marcou meu coração.
Tempos felizes...
Lembro-me de um rosto infantil ede uma ingenuidade aguçada,
de quem pensava que a vida não passava.
Mas a folhear as páginas, leio:“Não chores, meu filho;Não chores, que a vida
É luta renhida:Viver é lutar.”
E em resposta, escrevo:Choro sim, amigo Gonçalves
Porque viver é penar.E o tempo é breve e a memória é curta.
dEiXE-mE ir “A flor dizia em vão
À corrente, onde bela se mirava:Ai, não me deixes, não!”
Ao contrário do que diz o poeta.
Eu imploro:Deixe-me ir...
302 isabela Brandt - Afonso Cláudio – ES – Brasil - 28/02/1985. Filha de agricultores mora com os pais no pequeno sítio da família no interior. Concluiu a faculdade de Pedagogia no ano de 2008 e trabalha na Educação infantil. Email:[email protected]
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Deixe-me ir...Porque o presente deixa suas marcas,
Indo e vindo, sem parar.O trem da vida está partindo...
... Bosques frutíferos......Desertos áridos......Campos floridos...
Cascatas de bálsamo deslizando até o mar.Mar – insondável mistério.
Gotas de orvalho sobre os lírios;Vivendo do amanhecer.
Cores pálidas, ofuscantes; risos no ar.Ar – energia da vida.
Deixe-me ir...As pedras ficaram estáticas,E foram vencidas pelo tempo;
Consumidas pela espera......Contornos perfeitos...
...Detalhes imperceptíveis......Seres inanimados...
Deixe-me ir...Tantas direções...Tantos corações...
Tão pouco tempo para viver,E eu, esperando para morrer.Deixe-me ir.
aO parTirESAo partires, não peça para sermos amigos.Ao partires, não leve nada, nem lembranças.Ao partires, não leve os sonhos, nem esperanças.Ao partires, não leve os beijos, nem abraços.
Ao partires, não leve os sorrisos, nem as lágrimas.Ao partires, deixe-me apenas a sensação de nunca ter te conhecido.
Ao partires, deixe-me só.É a única coisa que podes fazer por mim.
SE TE amONessa teia de emoções que é a vida,Roubo as palavras do poeta Gonçalves Dias:
“Para dizer que te amei:Amo; porém se te amoComo oiço dizer, — não sei.”
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Não sei se é pressa ou vazio,Escuridão ou meio-dia.
Não sei se é brisa leve ou ventania,Não sei se é orgulho ou brio.
Não sei se é verdade absoluta,Ou desejo repentino.
Não sei se é amor puro, Ou puro desatino.
Não sei se o sono é breve ou a tristeza profunda, Se o abraço acalenta e o beijo inebria.
Não sei se é falta de coragem ou simples covardia,Talvez eu descubra o que é amar algum dia.
Hoje.Se te amo?
Não sei.
CançÂO dO EXÍliO dE CáMinha serra tem laranjeiras
Mataram o Sabiá.Os pássaros que aqui trinam,
Não trinam acolá.
Nosso céu está escuro,Nossa várzea está seca,
Nossas flores estão murchas,Nossa vida está sofrida.
Em andar, sozinho, à noiteMais perigo encontro lá;
Minha serra tem laranjeiras,Aqui não canta mais o Sabiá.
Minha serra tem dissabores,Quase não encontro eu cá;
Em andar, sozinho, à noite;“Me roubaram o celulá”,
Minha serra tem laranjeiras;Tem bandido andando lá.
Não permita Deus que eu morraVou esperar que a justiça volte para cá.
Na vizinhança há rumoresDe que vivemos um tempo de sofrimento e desamores.
385
Esta vida está difícil sem meu amigo Chico Sabiá,O coitado era violeiro gostava de cantar,
Morreu jovem ainda, por causa de uma “droga” de colar,O roubo foi à luz do sol,
Na rua do farol.
Foi um mais um brasileiro sem sorte,Pai de família, homem trabalhador foi condenado a pena de morte.
Se ainda vivesse Gonçalves, Morreria sem voltar para cá,
Preferiria viver no exílio de lá.
Isabela Moraes de Faria303
nOSSO amadO indianiSTa.Gonçalves Dias,Pai de “Marabá”,
Nos arredores de CaxiasVem a brotar.
Dos primeiros aos “Últimos contos”,Já formado em Direito,
E com ilustres elogiosDas viagens à Europa
Regressa ao MaranhãoNem pensava em morrer de amorE encontrou sua paixãoAna Amélia, sua flor.
Mas por ele ser mestiçoA família dela o proíbeMas nem morava em cortiçoNosso amado indianista
Com sua enamorada casadaEle de novo encontrara
E “Ainda uma vez – Adeus”Ele teve-a dedicada
Mas Dias vai emboraTratar de sua saúde,Não volta a sua senhora
Pois para um ataúde.
303 isabela Moraes de Faria - Rio de Janeiro/ Brasil - 27/08/1995, Ensino Médio Completo com Técnico em Agro-ecologia, e-mail: [email protected]
386
E foi no MaranhãoPerto do farol de Itacolomi
O poeta faleceraE vem, para sempre, a dormir.
Isabella Gonçalves304
a gOnçalvES diaSNão mais vejo a nossa terra
Sei lá onde foi pararA ave já gorjeou
Cá Deus sabe, onde está!
Invejaram nossos maresNossas árvores e reservas
Desmataram as grandes matasJá não sei o que mais resta
Sinto faltaSei que sinto
Dessa terra de poesiaDas lendas do velho índio
Já não vejo a esperançaDa dança de nossa música
Só enxergo é a ausênciaA carência dessa musa
Um dia, quem sabe?O sabiá gorjearáE trará de volta
O verde que veio encontrar
Para tanto, cabe a nósPiar pelo animal
E implorar à mãe terra; o perdãoUm novo aval
304 isabella Gonçalves - Juiz de Fora/MG – Brasil - 1995. Desenvolveu sua paixão pela escrita desde pequena, mas foi a partir dos catorze anos que passou a exercê-la com maior intensidade. Atualmente, cursa o Ensino Médio no Rio de Janeiro e pretende graduar-se em Comunicação Social e Letras em sua cidade natal.
387
Isabelle Palma305
pÓSTumOSNo desterro do naufrágio vil, morre o poeta.
Naqueles dias em que se foram tantos amores,esperava talvez rever de mais perto a terra dos sabiás.
Sua pele cinzenta de antigas histórias, lhe proibiu Amélia.Mas a ela, dedicou-lhe todo o seu Adeus...
Guerreiro de si, das selvas atlânticas num Maranhão esquecido...Perdeu-se nas florestas das suas rimas,
alçou voos de longas esperanças.Sem ter podido ousar, resignou-se no abatimento cruel de um
amor esquecido.E abandonado no leito inquieto da nau claudicante,
reverberou seu soneto pelo grande mar-oceano...
Ismari Marcano306
al iluSTrE pOETaDel cristal ensueño
nacieron tus versosLanzados al tiempoentre Brasil y Europa
en las alas de gloriasdel sublime romanceEl esplendor de tus jardinesde penas y alegrías…rechazos y conquistas¡Enamoraron la vida!Caxias fue privilegiadacon tu excelso sentimientoDesde el Ville de BoulogneVoló tu Almapara posarse en la eternidadde tus versos
ofrecidos a la luzDesde entonces…
has encontrado consueloredención y… pazEn el siempre Amor
de Ana Amélia¡La Musa inaccesible!
305 Isabelle Palma – Paraná – Brasil - 13 de setembro de 1977. Historiadora, professora de rede estadual de ensino no Paraná/Brasil, desde 2003. Mestre em história comparada das religiões antigas, pela Universidade Federal do Paraná (2003).
306 ismari Marcano - Tucupita, Delta Amacuro, Venezuela 07 de Diciembre de 1963 Docente Universitaria, Poeta y Escritora. Su afición por la Poesía, es desde siempre y para… siempre. Cree en el Don divino que poseen los Versos y la Prosa como medio de expresión y comunicación… del sentimiento humano. Ha participado en mu-chos encuentros poéticos, talleres de formación literaria y recibido reconocimientos por su trayectoria. Posee varias Obras publicadas y otras aún inéditas.
388
Iva da Silva307
para O pOETa indianiSTaPara Antônio Gonçalves Dias, Mestre, jornalista e escritor
Que durante o século dezenove, Dedicou a sua terra, muito amor.
“Minha terra tem palmeiras...” Minha terra tem araucárias,
Árvores exuberantes, porém em extinção. Muitas aves que aqui gorjeavam,
Já não gorjeiam mais, não. Muitas matas nativas se foram,
Há plantas exóticas buscando adaptação, A pureza do ar se extinguindo
E índio aculturado, não é índio, não. Os chás, as curas, os rituais,
Por alguns indígenas conservados, Ganharam outra conotação,
Estão nulos, não apresentam resultados. Hoje os ares são outros,
Chegou a vez da tecnologia, O tempo parece andar mais depressa,
A vida tornou-se uma correria.
Ivan Carrasco Akiyama308
dE OrigEn lETradOAntônio Gonçalves Dias
de Maranhão, tu cuna y tierra.Un ser humano lleno de sueños,
luz que hizo de la literatura vida.
De padre portugués sembrador de letras,y de tres razas sus raíces son eternas.
De madre mestiza aprendió a soñar,el indianismo fue la ruta de su libertad.
Los problemas nunca fueron un obstáculo,Pues fuiste hecho de letra y bravura.Y fue Ana Amelia Ferreira do Vale,
Cultura de tu amor y conciencia.
307 iva da Silva - São Francisco de Paula – RS – Brasil - 14 de dezembro de 1952. Professora, poeta e pesquisadora. Diretora da Escola Estadual do distrito de Tainhas por dezessete anos, hoje aposentada. é Cônsul Honorífica da Real Academia de Letras Ordem da Confraria dos Poetas Porto Alegre/RS.
308 Ivan Carrasco Akiyama - La Paz- Bolivia - Embaixador da Cultura Universal G.H.
389
Un sentir nacionalista en tus letras vibraba,entre asuntos del pueblo y paisajes brasileños.
Gonçalves Días dejaste una idea de Brasil, como legado nacional de sus raíces .
COmO ESCriBiaSLos Primeiros Cantos,
de la uniformidad fueron privadas. Las estrofas tenían la fuerza
que dimanan del desprecio por las reglas
Artífice de los ritmos de la versificación,arquitecto de la esencia del poema.
Escribías en momentos no estrenadosY bajo el cielo jugabas con la luna.
Del impresionismo los jugos vitales,a orillas de la excelsitud de Mondego.
Como un artista el arte literario dibujabas,en cumbres de olas del atlántico.
Las selvas vírgenes fueron las bellas musasque engendraron escritos en tu pluma.
Escribías para tu alma núbil,Muy poco para el resto de mortales.
Tu inSpiraCiOn SErEnaEl placer de haber compuesto,era la frase favorita de tus letras.Tu espíritu caliente remeció la historia,Y hoy estas en el mañana de la gloria.
De la soledad robaste su inocencia,Y engendraste en ella tu poesía.Tomaste de la política la ventana óptica,para plasmar letrados escenarios.
Gran reductor del pensamiento armónico,por saber que en ella el pensamiento es fugaz.El arte proviene del alma pura decías,
y no de la estructura locuaz.
Antônio Gonçalves DiasTomabas del paisaje sus elementos.
Del océano la paz y bravura,Y de la naturaleza su vigor perfecto. .
390
dE la vida a TuS lETraSSi el corazón vibra en el entendimiento
Te expresabas así del amor sin espinas.Combinabas la idea con pasión extrema,
Esa tu elegía de los sueños de primavera.
Combinabas el placer de sentir,con el arte de vivir amando la naturaleza.
La purificabas con la religión del sabio,haciendo de la divinidad una poema.
Quien como tú, comprende un sueño,cuando llega Ana Amélia Ferreira Vale.
Y nacen nuevas esperanzas de romance, que hacen del amor una caricia pura.
Siempre esforzado escribías poesía,Una tras otra en la cruda ironía.
Fuiste olvidado en tu lecho de rosas,Y moribundo aún emanabas vida.
Izabel Eri Camargo309
mESTiçO BraSilEirOAntônio Gonçalves Dias poeta da minha infância
iluminado como o dia colou no coração de criança
mares atravessou com a mala da poesia pintou em versos indianistas a paisagem brasileira
viajou no romantismo das águas com a alma sonhadora a embarcação naufragou
certidão de nascimento da poesia ele deixou era único encantador filho do Maranhão
grande alvissareiro guardo no coração Canção do Exílio fez ponte nas rotas onde passou
imortal Gonçalves Dias escute minha oração vai no trinado do sabiá e no perfume da imaginação
309 izabel Eri Camargo – Soledad – RS – Brasil - 06 de maio de 1934. Professora/ pedagoga (aposentada), escritora e poeta, Autora de vários livros de poesia, haicais, contos e ensaio. Integra o Cercle Universel des Ambassa-deurs de La Paix Genève-Suisse/France, o Movimento Mundial dos “Poetas del Mundo”, a Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias do Rio de Janeiro/RJ, a Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, de Porto Alegre/RS, o Portal CEN de Portugal...
391
Izabella Muraro de Freitas310
CançÃO dO EXÍliONa região, onde estou
realizando trabalho voluntário, atividade que muito gosto, mais parece terra de ninguém.
Terra nossa por direito,
constantemente ameaçadasem pudor e respeito;
terra que de seu povo, por várias vezes, quase foi tomada.
Defendida a balas e a facadas;morreram um, dez, mais de cem.Mesmo com estruturas abaladas,
há donos da terra de ninguém.
Na região sul, donde vim,preservamos paz, solidariedade,
amor e fraternidade.
J. Auto Pereira311
TriBuTO (a gOnçalvES diaS)Bem sei que não sou bardo, que fico aquém do gênio,que nem falar devera da poesia aqui;porque inda não fez-se a luz do meu espírito,porque das negras trevas ainda corri.
Bem sei qu’é nobre o drama, que dá soberba ilíada,que só pertence a pena do grande mestre Homero;bem sei que sou mesquinho, que vou manchar-lhe a glória,
porém neste momento também cantar eu quero.
Eu d’um Gilbert não falto nos braços da loucura,nem mesmo d’um Chatterton que d’orgulho morreu;aqui nos pobres versos não trato d’um Bocage
que dentro das tavernas, coitado, faleceu.
310 izabella Muraro de Freitas - Porto Alegre/RS – Brasil - 03 de julho de 1996, Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS; Desenhista profissional; Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante do Projeto Literário “Porta copos poéticos”, 2012; e do Grupo de Escoteiros “Charruas/003-RS. E-mail: [email protected]
311 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 538-540. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
392
Esqueço Malfilátre no seio da miséria,assim como de Byron também o ceticismo;
um Tasso não recordo gemendo da amizade,assim como escureço d’Werner o cinismo.
Deixai-me, pois, que venha depor o meu tributoa quem tem por peanhas os pinc’ros d’Himalaia,
Eu sou do Deus dos gênios o mais humilde acólito;– Deixai que queime incenso ao pé da sua alfaia.
Qu’importa me faleça de Lamartine os cantos;que nem sobre os vestígios os possa acompanhar?
Embora saiba mesmo que vou queimar-me em brasas,eu rasgo o meu silêncio e venho pois cantar.
Dorme, gigante de ouro,na tina colcha de louro,que tiveste por tesouro
a lira para trovar!Dorme ao som das harmonias,
Qu’inda és – Gonçalves Diasque da pátria as melodias
soubera tanto exaltar!
Dorme! A pátria te deplora,e a velha Europa te chora,
e todo o mundo te adora,cantor sublime do céu.
Dorme o sono da purezamatizado de beleza,
que da glória a gentilezanão cessa no sonho teu!
Dorme na plaga que e tua,onde é linda meiga lua
quando no azul flutuadepois a nuvem a beijar.
Sonha a glória dos teus cantos,esses penhores tão santosque pasmaram com quebrantos
essas plagas d’além-mar!
Dorme! As espumas ridentesque vão quebrar-se dormentes
nas brancas areias quentesdos infindos desapraiados,
e as pororocas seguidasá reboar destemidas
tem de cor frases polidasde teus hinos delicados.
393
O murmurar das palmeiras,crescidas nas ribanceiras
onde vegetam fagueirasc’os cantos do sabiá,
não tem um outro gemido .que não seja tão sentidocomo aquele desprendido
da formosa marabá.
Ó tu, cantor dos Timhiras,monarca primo das liras,
estro ilustre que nas pirasda glória Apolo atirou,
sonha lá na eternidade,embora tenha saudadea nossa Atenas cidadeque o destino malfadou.
Dorme, gigante de ouro,na fina colcha de louro,
que tiveste por tesouroa lira para trovar.
Dorme ao som das harmoniasQu’és o rei das melodias,
e aceita, Gonçalves Dias,este meu rude cantar.
J. B. Xavier312
mEninOS, Eu vi!Do destemido e lusitano barcoDesceu Cabral e pondo a Cruz aqui,Depôs sua arma, o índio apôs seu arco,E fez-se amigo ao povo guarani.
Gonçalves Dias, que de tal herança, Herdou o amor ao povo hospitaleiro
Cantou os feitos e toda a esperançaNos versos nobres do canto guerreiro.
Em fundos vasos de alvacenta argila*
Bebem guerreiros o amargo cauimE Já pintados pela cochonila
Ao prisioneiro já anuncia o fim.
312 J. B. Xavier - São Franciso do Sul – SC - Brasil, 59 anos, é poeta, contista, ensaísta, trovador pintor, desenhista e romancista. Livros publicados: Caminhos, edtit. Alta Books, Rio de Janeiro, 2003; Não haverá Amanhã - Edit. Takion, São Paulo, 2012. Site: www.jbxavier.com.br
394
Cena de orgulho de um povo valente, Canto guerreiro a ecoar na noite
Um velho pai já cego e decadenteTambém chorando vê do filho o aloite.
Cantou em versos o que ao povo inflama
Filho guerreiro, na aldeia Aimoré, Nos versos todos de I-Juca Pirama,
Lutou chorando, mas morreu de pé!
Depois, por certo, se algué duvidava,Do que um dia aconteceu ali, O aimoré já velho recontava:
“Foi nesta aldeia, meninos, eu vi!”
O CanTO guErrEirOSelva sombria! grandes carvalhos
Se afastam de lado a ceder aos atalhos A vez de percorrer a floresta densa...
Caminhos escuros que os índios aprontam Se cruzam, se afastam, de novo se encontram,
Formando clareiras na selva imensa...
A onça se esgueira, ligeira, felina, A lua que nasce por trás da colina,
E o sabiá, que no galho dormita, Dão cores à mata, e o ruído que fazem
Embalam o sono de outros que jazem No chão e nos ninhos. A vida palpita!
A brisa então surge, numa calma dança.
Estrelas se juntam àquela bonança, Brilhando medrosas à luz do luar.
A prata dos céus vai matando o dia Que cede lugar em lenta agonia
À noite que agora já vai começar.
Vermelho, o céu anuncia a luta Do Dia com a Noite. Que linda disputa!
E as serras distantes já vão se afastando... As aves, em bandos, em grande algazarra,
Voam felizes, qual louca fanfarra, Nos ninhos queridos vão se acomodando.
No chão o regato suave desliza.
Desagua num lago, que a braços com a brisa Vibrando sua face em vitral se transtorna.
Enfada-o a luta dos grandes titãs. Conforta-o o lindo coaxar de suas rãs, Divino coral que seus charcos adorna.
395
Aqui e distante, na água espelhada Um peixe assoma com cauda dourada,
Brincando com as folhas que caem bailando. Pousando tranqüilas vão logo dançar
Divino bailado à luz do luar Que o lago, aos poucos, vai iluminando.
E as nuvens branquinhas, já avermelhadas, Trazem o sangue em que foram manchadas
Na imensa batalha, e vão se afastando. E a noite então surge em mil esplendores,
trazendo paixões, inspirando amores, E com as plantas, as águas e o céu contrastando.
A brisa aos poucos vai enfraquecendo E as sombras da noite então vão descendo Trazendo o silêncio à grande extensão. Os vales cobrindo, clareiras, montanhas,
Descendo ao mais fundo de suas entranhas. Na selva palpita audaz coração!
E pia a coruja na noite singela
Voando na mata: gentil sentinela Que a noite vigia acesa e atenta...
O rio que desce dos montes distantes Desfia seu canto, e nas águas dançantes Depõe suas mágoas, e chora, e lamenta. Na face do lago a imagem tão clara: Jassy refletida no reino de Yara! Profundo silêncio! as matas caladas! Estóicos, à noite os deuses levantam E vagam na selva, e riem, e cantam Os cantos do Olimpo, de eras passadas. É então que nas tabas as tribos guerreiras
Contam seus casos á luz das fogueiras. São cantos de heróis, de lutas, de morte,
Que aos jovens valentes só fazem sonhar Os sonhos de guerra, o acompanhar
Os homens da tribo, rijos e fortes...
Nenhum se acovarda, no entanto, e ainda Esperam a idade - de todos benvinda -
Em que o braço forte o tacape erguerá. São quase crianças, leais e valentes, Que a vida entregam, alegres, contentes, À luta esperada, que um dia virá .
396
Num círculo ao longe as moças escutam Os cantos de guerra que eles disputam. Cantos de guerra que fazem sonhar.
As cândidas, doces, suaves morenas Trançando as sedosas e lindas melenas
Esperam com um deles poderem casar.
Que sonhos não vão em seus olhos escuros? Que ardentes desejos nos corpos tão puros Não causa o canto dos heróis-guerreiros? Donzelas que sonham os sonhos amenos
Que fazem vibrar seus corpos morenos Que em curvas se alongam, lascivos, fagueiros.
No centro da taba, brilhando no lume
Derramam-se os homens. Da noite o negrume Qual manto profundo, a tudo encobre.
Em volta do chefe derramam-se eles. Os jovens, os velhos, e todos aqueles Guerreiros valentes, da estirpe mais nobre.
É Ygarussú, o tupi imbatível,
Da flecha certeira, do golpe terrível ! E o som de sua voz, que em guerras ecoa
Atinge o inimigo, já enfraquecido, Imbele, cansado, doente ou ferido. Por isso distante seu nome já soa...
Quem visse sua flecha acertar o mutú
Ou em plena carreira prostar o inambu... Na aldeia não havia sequer um guerreiro
Com força bastante para retesar Em toda a extensão o seu ybirapar,
Por certo o mais duro dos duros madeiros.
Quem visse o tacape ferir a akã De seus inimigos, quem visse Tupã
Clareando suas trilhas nas noites sombrias, Por certo haveria de reconhecer:
Tão cedo de novo não ia nascer Guerreiro assim destro pelas cercanias
E amores desperta; e loucas paixões Caminham com ele! e mil corações
Por ele deliram em idolatria! É rude, valente, amigo da Sorte.
O grande oyakã, cantando a morte As lindas morenas assim seduzia.
397
E o fragor desses cantos na noite subiu, Até que o cacique o silêncio pediu.
Somente o lume ardia faceiro E o pesado silêncio às vezes quebrava.
O grande cacique de pé se postava Cantando à aldeia seu canto guerreiro:
“Irmãos meus de sangue! Às vezes, exangue,
Amargas torturas Da guerra bebi.
Nas provas mais duras Nas quais fui testado
E em grandes agruras Não esmoreci.” “Meu tino me serve De guia no escuro,
E que assim se conserve Em dias por vir.
Que eu vença o futuro temores, cansaços,
Que eu esteja seguro De nunca fugir.”
“A quantos matei? Jamais vou saber! Jamais me lembrei De contar inimigos... Só resta entender: Não há diferença Em matar ou morrer. Em mim só me abrigo.” “Já fui pelas serras Vencendo a má sorte.
Andei longas terras Que nunca esqueci.
A braços com a Morte Andei tão distante.
Com povos mui fortes Lutei e venci.”
“Olhai o meu peito E o claro matiz
De um talho perfeito Que fez-me o embate.
Mas morro feliz Se a lança atirada Fizer cicatriz Que enfeite o combate.”
398
E isto dizendo, olhou os guerreiros Que sérios, nervosos, se agitam ligeiros Prevendo o que então viria a seguir.
E apenas num gesto, rápido, tenso, Tirou de seus ombros o manto imenso
Que suave ao seu lado, no chão foi cair.
Seu corpo saltou para a noite escura Marcado nas lutas de tanta bravura.
O espanto deixou os guerreiros prostrados. Que lanças suas mãos não haviam partido?
Que vezes, na dor, sem um só gemido Não tinha o tacape do ímpio quebrado?
Seu rosto severo, seus braços possantes
E o altivo que havia em todo o semblante Tornava-o muito acima dos seus.
E a pira queimava incensos amenos, E o fumo a subir era como acenos
Ao bravo que agora queria ser deus.
“Eu sou o seu deus!” - bradou Ygarussú. “Mais rápido ainda que o veloz suassú ! Mais forte que o raio, o vento ou a lança!”
Pasma a aldeia!
Jamais a floresta
Ouviu coisa assim! Que os deuses em festa,
Se o tenham ouvido, não queiram vingança...
Rolou no horizonte um trovão taciturno: Tétrico aviso ao audaz importuno. Quem desafia o poder de Tupã ?
Quem é que, em deus, por si se entronara? Quem é que a si próprio assim se elevara?
Quem ousaria prever o amanhã ?
Os homens em roda ouviam enlevados. Futuros guerreiros olhavam, sentados,
O grande cacique que os céus lhes mandara. As moças sonhavam os sonhos das virgens,
Enquanto o valente cantava as origens Do clã que o - um dia, há tempos - gerara:
“Em guerras distantes
As tribos errantes vagavam constantes
399
Por ermos hostis. E a tribo que agora
O penhor revigora E a mesma de outrora:
Os bravos tupis. O vento na mata, O som da cascata,
A lua de prata Deixava antever
Que em tempos vindouros, Tal qual um agouro,
Das lutas os louros Iriam colher.
O céu incendido Que cobre o bramido Do índio ferido Em remoto iporã , É o mesmo por certo
Que ao índio desperto Vai deixar aberto
O poder de Tupã . Poder que encerra
O verde da serra O grito de guerra,
O som do maracá. É o mesmo que assim, Nas eras sem fim Forjou num festim O cacique Condá. Condá, que às vezes Aos vis portugueses Impôs os revezes De lutas sem par. Um corpo pintado, Um rosto irado, E no crânio, alado,
Branco canitar. Penacho frondoso,
Porte garboso, Arco lustroso
Condá exibia. Nas guerras insanas
Santas, profanas, Em voz soberana
Seu brado se ouvia. Guerreiros! eu canto O riso, o pranto De quem sofreu tanto P’rá nos ter aqui:
400
Condá e os demais. Por certo lembrais Do chefe Virí.
Virí, o seu braço
Deixou forte traço No chão, no regaço
Dos tempos de outrora. As mãos calejadas
De vidas tomadas. Sua lança ousada Tivesse eu agora! A força da Terra
Que em si toda encerra As mortes na guerra
Clama por ti! A ti só eu chamo,
Tupã! eu conclamo: Desfaça o engano,
Renasça Virí. São esses os bravos!
Beberam dos favos Das lutas. Escravos
Do lutar e vencer. A mim delegaram,
A mim confiaram, Em mim transplantaram
Sua força e poder! Ouçam-me agora
Que chega a hora De ir-me embora.
Seu deus, pois, eu sou! Meu canto já finda.
Na guerra benvinda Meu braço ainda
Ninguém derrotou.”
E fez-se silêncio. Calou o gigante. E tudo ao redor silenciou nesse instante Sagrado, a render-lhe uma muda homenagem.
E enquanto alguém lhe entregava o manto, Os sons tão heróicos de seu nobre canto
Ainda ecoava na densa folhagem.
Assim o tupi, com seu porte altaneiro, Reinava na aldeia, e seu canto guerreiro
Deixou toda a taba feliz, enlevada. Seus olhos, no entanto - discreta procura - Buscavam a beleza, a meiguice, a candura
Do rosto sereno da doce amada.
401
As moças ao longe, em nervosos sorrisos, Deixavam antever, em indícios precisos,
O amor dedicado ao grande oyakã. Mas fogo no peito ilustre havia
Queimando por dentro, em lenta agonia Por seu grande amor, sua Cunhaporã.
E quem duvidava que tão nobre canto Visava o amor esperado há tanto
E que em breve, sabiam, iria esposar? Seus olhos furaram a noite escura
* * Buscando a beleza, a meiguice, a ternura Que o canto guerreiro queria agradar.
Nas faces das moças, lindas, tingidas, Em vão procurou as feições tão queridas Sem no entanto encontrar o doce olhar vago. Olhou ansioso além da amurada.
Sabia onde ela seria encontrada. Afastou-se correndo a caminho do lago.
Subiam no espaço as fagulhas do lume
Levando aos céus o espesso negrume. Silêncio na mata! findara-se a festa!
Tornou-se mais fraco o estalar da fogueira. Mil olhos seguiam a marcha ligeira Do chefe e herói, a sumir na floresta. glOSSáriO da parte 01 Mutú - Cana-de-açúcar,Pequeno galináceo. Inambú - Ave canora de canto melodioso Suassú - Veado, gamo Ybirapar - Arco Maracá - Chocalho com cabo, usado em cerimoniais. Akã - Cabeça
Oyakã - Cacique Iporã - Agua bonita; água tranquila, remanso do rio.
Tacape - Porrete pesado,borduna Tupã - A maior divindade do panteão tupi.
Jassy - Deusa representada pela lua. Yara - Deusa das águas.
Ygaraussú - Canoa grande; grande embarcação; navio
402
J. de C. Estrella313 - São Luís, 7 de Setembro de 1873
À ESTáTua dO EXÍmiO pOETa maranHEnSE anTOniO gOnçalvES diaS
Ereta no largo da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios da capital do Maranhão
Erguendo-se nas ondas radianteDo leito de corais, em que jazia,
No pátrio solo eis se ostenta ovanteO gênio americano da poesia!
Salve, colosso ilustre, estátua nobre,Que um tal gênio eternizas gloriosa,
Gênio que a virgem com seu manto cobre,Afagando-lhe a lira harmoniosa!
Em torno ao pedestal ilustres sábios,Que a pátria se tomaram mui augustos,
O silêncio pairando-lhes nos lábios,O poeta cortejam com seus vultos!
Vicejem sempre amenas as palmeiras,Circundando-lhe o trono majestoso,
E as aves suas, caras, mui fagueiras,Gorjeiem-lhe ao redor do busto honroso!
«Posteridade, és minha, diga ufano!«Respeite os cantos meus a pátria ovante!
«Do Brasil entre os vates sou sob’rano,«Meu nome luzirá sempre brilhante!».
Do alto de sua gloria o mar fitando,Diga-lhe: «Sepultado em abandono«A pátria os seus direitos reclamando,«Eis o meu posto d’honra, eis meu trono!...»
313 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 537-538. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
403
J. R. D’Oliveira Santos
À mOrTE dE gOnçalvES diaS314
PARTE LITTERARIA
A´ morte de Gonçalves Dias
(Improviso)
Vendo a noite da vida aproximar-se,Ancioso tentou vir azylar-se
No chão do pátrio lar;Mas antes de chegar lhe anoitecêra,
E na terra, que tanto engrandecêra, Não pôde repousar
A sorte lhe predisse, há mais de um anno,Que marcado lhe fora o vasto oceano
Por jazigo final.Em vão fugir tentar ao seu destino,
Que além, gemendo, o mar lhe entoa o hymno Do triste funeral.
Do verde funerak á grata sombraMais quizera o cantor ter por alfombra A terra em que nasceu:- A´ tarde ouvir das aves o gorgeio,E á noite recolher no frio seio Os orvalhos do CEO.
Mas não quis o destino caprichoso,Que o cantor das palmeiras mavioso Dormisse a sobra delias:Quis dar-lhe mais extensa sepultura,
Onde, em vez de mil cantos de ternura, Ouça a voz das procellas.
Melhor foi!... que não deve o frágil barro,Que em si conteve um gênio tão bizarro
Ser dos vermes roído;Envolucro d’ espírito divino.
Só lhe deve alterrnar da gloria o hymno, Oceanico gemido.
314 Jornal O Paiz, 10 de novembro de 1864, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
404
Envólucro d’ um’ alma grande e nobre,Alguns palmos de terra era mui pobre
Jazigo a genil tal.Do atlântico a vasta sepultura
É mais própria, de certo, e mais n’ altura, Do cantor immortal.
Dorme, pois, do Brasil cantor mui terno,Entre as vagas azues, que o somno eterno
Perturbar-te não vou.Do teu fim, pesaroso e condoído,Pude apenas soltar este gemido,
Com que a Lyra estalou.
J. Ramos Coelho315
prOfECiaÀ mOrTE dE gOnçalvES diaS
Bardo, foste profeta. Nos teus versosCom a pena cruel e inevitável
Do próprio fado, esclarecido o ânimo,Teu destino fatal assinalaste.
Quando, feliz ainda, abandonandoA pátria cara, aos teus fieis amigosNa flor da primavera adeus disseste,
Estas, em mal, fatídicas palavrasTe saíram dos lábios, segredadas
Talvez por Deus; recônditos mistérios!“Porém quando algum dia o colorido
Das vivas ilusões, que inda conservoSem força esmorecer e as tão viçosas
Esperanças, que eu educo se afundaremEm mar de desenganos, a desgraça
Do naufrágio da vida há de arrojar-meÀ praia tão querida que ora deixo.
Tal parte o desterrado. Um dia as vagasHão de os seus restos rejeitar na praia,
Donde tão cedo se partira e ondeProcura a cinza fria achar abrigo”.
Cumpriu-se a predição. Uma por uma,As tuas expressões saíram certas.
Cumpriu-se a predição. Quem o puderaNesse tempo antever? Só Deus, somente
Quem, por Deus inspirado, ao longe alcançaNum relance as recônditas entranhas
Do longínquo porvir.
315 Fonte: MOREIRA, Maria Eunice, Gonçalves Dias e a crítica portuguesa no século XIX, Lisboa, Centro de Litera-turas e Culturas Lusófonas e Europeias, 2010, 208-212. Compilador: Weberson Fernandes Grizoste
405
E quão ditosoEras então, embora no alaúde,
Alma que à terra presa ao céu subia,Te queixasses da vida! De esperanças
Risonho o teu futuro se enramava.Ciência, amor, felicidade, glóriaEram os sonhos teus. Sob os teus passos
Da juventude as ilusões nasciam,Como nascem as rosas sob os passos
Da primavera, quando após o inverno,Vem a terra animar. Como tão esplêndido,
Tão extenso horizonte, que aos teus olhosDas mais formosas cores se adornava
Da nascente manhã, dos pátrios lares,Te despediste, e, atravessando 0 oceano,Nas margens do poético MondegoColher vieste do saber a palma.Ai, sob a ramagem dos salgueiros,
Do rio ao murmurar, tu’alma jovemA harmonia aprendeu; aí, ao brilho
Da nossa lua e cintilantes astros;Ai, do nosso belo firmamento
Ao fogo criador, soltaste o vooPela primeira vez, e, com saudade
Do longe berço, de sentido prantoAs meigas cordas orvalhaste à lira.
Volveste enfim de Santa Cruz às praias;Volveste, mas feliz, mas coroadoDos loiros da vitória. A honra, o aplauso,Te foram receber, e por ditosaSe teve a pátria de gerar tal filho.
Só te faltava um ente idolatrado,A que pudesses dedicar a vida.Achaste-o;, e louco, lh’of’receste incensos
De estreme devoção. Eram completosTodos os sonhos teus: sorrindo o mundo
Dava-te amor, felicidade, glória.
Quantos falsas então não suporiamAs tuas previsões! Talvez tu mesmo,
Talvez tu mesmo duvidasses delas.
Ai, mísero de ti! Bateu a horaEscrita pelo fado. O que julgasteDo soberbo edifício que findarasComo o remate ser, foi o começoDa tua perdição, lançou-o em terra.
406
Desceste breve do zênite brilhanteÀ pavorosa noite! Dos teus dias
O sol radiante se obumbrou de nuvens,Núncias da tempestade, e o ígneo raioDo céu baixando, te feriu terrível.Desde então a tu’alma lacerada
Silenciosa gemeu, em si guardando,Para mais a roer, o interno abutre.
Só desejavas o repouso, a morte.
Desde então os proféticos agoirosSe começaram de cumprir, ó bardo.
Tu bem o conheceste, e do teu cursoViste perto fechar a breve estrada
A lápida funérea!
Em vão das letrasNa ímproba fadiga sem descansoProcuraste esquecer do mal a ideia,Se é que, antes, não buscavas no trabalho
Abreviar a desditosa sorte.Em vão a lira ressoar fizeste;
Em vão; as tuas notas de outro tempoSe tornaram gemidos. Pela América,
Pelos países da ilustrada EuropaVagabundo correste; mas contigo,
Mas diante de ti, a toda a parteIa, sem te largar, tua amargura.
Breve principiou também o corpoA definhar, a padecer. Sentindo
Já perto a morte, pela vez extremaVoltar quiseste à pátria, por que inteiras
As palavras fatais realizasses.As tuas ilusões tinham passado;
No mar do desengano as esperançasAfundado se haviam; a desgraça
Do naufrágio da vida te arrojavaÀ praia antiga que feliz deixaras.
Partiste. Da existência esperançosaQue à luz do céu natal desabrochara
Ao terreno natal o que conduzes?Quase um cadáver só. Distante ficaA Europa; já o espaço que a divideDo Novo Mundo diminui; com ele
Também já diminui teu fraco alento.Próximo estás do solo do teu berço;
Próximo estás do túmulo! Não ouvesTerra em festivo som gritar da gávea
407
O gajeiro? Não vês ao longe, ao longe,Como nuvem romper do azul dos mares
A desejada costa? Ai! o teu corpoMal se pode mover! Ai! os teus olhos
Quase que os fecha o sempiterno sono!Queres-te levantar para avistá-laAo menos uma vez. Esforço inútil.
Nunca mais a verás.
Mas neste pontoO vento cresce, e pelas ondas salta,
Presa dos mares, o alagado lenho.Ficam-lhe à proa perigosos baixos,
Que é impossível evitar. O geloDo medo, do pavor, invade os membrosAos navegantes. Ele só não treme.Alma para tremer já não tem quase:Jaz insensível deste mundo aos males
Sobre o leito da dor despejo inerte!Que choque horrendo, que terrível brado
O espaço atroa? Num cachopo ocultoO alteroso baixe! se parte e esmaga.
De máquina tamanha apenas restamAlgumas tábuas a boiar nas águas!
De tantos homens, que lhe davam alma,Alguns corpos à toa, flutuantes,Triste cena de horror! bebendo a morte!E o dele, o do infeliz? Nalguma praiaDa pátria amada as despiedosas vagasO arrojaram de certo, por que fossem(Complemento do oráculo funesto)Nela os seus restos procurar abrigo.
Assim uma após outra se cumpriramAs tuas predições, pobre poeta!Foi vontade de Deus! Que desenganos,
Que altos mistérios este mundo encerra!
Jackson Douglas Silva316
naTurEZa EXalTadaPoeta, Dias ilustres foramTodos os que tu estiveste nesta terra.
A natureza nunca sentiu-se Tão lisonjeada nos teus cantos.Cantos de amor, cantos de saudade.
316 Jackson Douglas Silva – São Luís – M – Brasil - 13 de Outubro de 1985. Universidade Federal do Maranhão/Curso: Letras
408
Gonçalves, Dias tristesForam muitos para nós,
Pois a tua partida trouxe-nos saudade.Saudade que nos leva a ler e ouvir
O teu cantar e exaltar.
Dias, o teu canto não silenciou-se.Mesmo com o mar imenso querendo sufocar,
É certeza que o teu canto ainda continua a ecoarNas regiões de terra, céu e mar.
Quem nos dera ter-te outra vezPara olharmos com os teus olhos
Através da poesia o esplendor da criação.Como seria majestoso vê-lo
Ainda uma vez, cantando e exaltando a Nação!
Jackson Franco317
dE vOlTa aO marNas tuas idas Gonçalves Dias
Deixaste o mar de tua terra o Maranhão.Porém nas tuas vindas pra cá,Voltaste ao teu amado rincão.
Ana Amélia foi teu grande amor.Não casaste com ela por conta de tua cor!
Do preconceito que tu sofreste,Teu grande amor não viveste.
Tua obra engrandece este Brasil,Tua canção do exílio merece nota mil!
“Nossa terra tem palmeiras onde canta o sabiáAs aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”.
Os críticos dizem que tua obra é muito indianista,Romântica demais e muito nacionalista.
Porém Machado de Assis escreveu:“Era Gonçalves Dias o mais prezado filho da poesia nacional
Aquele que de mais louçania a cobriu”.
317 Jackson Franco - Campo Grande –Recife –PE – Brasil. Economista pela UFPE. Livros publicados: “História de um livro”, infanto-juvenil, pela editora Scortecci; “@puft! Contos de um estranho,novo,mesmo mundo”, e-book pela editora Jaguatirica; “Verdinha, a pequena cana-de-açúcar” , infantil, premiado em 2011 pela FUNESC-PB, a ser publicado em 2012. Endereço:Rua Jonas Guerra,67-apto.204-Campo Grande –Recife -PE-CEP 52.040-253. Fones:81-3426-5835 / 9673-7956. e-mail: [email protected]
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Quando escreveste:“Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá”.Morreste no Maranhão e no teu querido mar.
Jacqueline Collodo Gomes318
ana améliaEste amor, adormecido com As Tormentas
repousado nas ondas de lágrimasque outrora arrastaram os destinos
do que poeta e sua flor podiam ter vivido
Enternecido, tamanha paixão declaradavencendo o amor ao calor ou à luz queridaa exaltação ao silêncio, cores, perfume e à vidaMais do que pôde estar em si mesmo
Momentos gravados na proa daquele naviopelo céu que lhe acentuava os traços sofridos
Expirações que levavam seus sonhos ao infinitoÚltimos momentos de tal testemunhar
Revisões de cenas não alcançadasA musa estática na sacadaA força daqueles olhos de tudo abandonare seguir com ele para onde quer que fosse
O mesmo estático olhar que o sofrimentodo passado impulso, ignorado momentomostrava, agora, numa mesma praçadiante de uma mesma fonte, mas já tão distantes...
Um instante no tempo, onde as nuvens piscarame o vento elevou o lenço branco, um aviso
um momento de corações duplamente abatidos...Em sete chaves e um pousar de mãos constante.
318 Jacqueline Collodo Gomes - Campinas/SP – Brasil - 26 de Outubro de 1987 é uma jovem escritora indepen-dente. Já teve publicações de poesias e textos em antologias com outros autores, boletins, revistas locais e jornais de literatura. Mantém um blog onde divulga seus escritos: Ah, Poesia! http://ahpoesia.blogspot.com
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Jacqueline Salgado319
SaBE láAi, que mistérios rondam,O lugar onde eu nasci?
Quem terá me nascido?Cegonha eu sei que não foi,
Não tem dessa ave por lá.Mas minha terra tem palmeiras...
Terá sido um sabiá?Sabe lá.
Jacy Gonçalves Ribeiro320
CanTa SaBiáTem palmeiras minha terra
Pra cantar o sabiáNo exílio não há plantas
Tão bonitas como cá
Lá no mar ficou sua vozEmbargada sem falar
Por isto que o sabiáVem cantar neste lugar
Por mais terras que eu percorraNão verei ele cantar
Só aqui neste rincãoVem cantar o sabiá
319 Jacqueline Salgado - Viçosa/MG –Brasil - 19/03/75. Graduada em Belas Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG (2000), pós-graduada em História (2003). Como escritora, possui trabalhos publicados em nove coletâneas e é autora de um livro infantil “A Menina a Pedra e o Ribeirão”, Editora UFV/2010, além de inúmeros prêmios e menções honrosas. Foi contemplada em maio de 2008 com o primeiro lugar no Concurso “Leia Comigo” de incentivo à leitura, promovido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).Vive em Belo Horizonte onde trabalha com pesquisa e gestão de projetos culturais.
320 Jacy Gonçalves Ribeiro - Pelotas, RS, Brasil - 19 de março de 1940. Teve sua iniciação literária em 1985, publi-cando poemas nos jornais e revistas de várias cidades. Já participou de dezenas de antologias e publicou três livros: Em 2007, “O canto do rouxinol” (poesia); Em 2008, “Uma noite de sonetos” (poesia); Em 2008, “50 Anos de História do CSS” (história). É associado do Centro Literário de São Leopoldo há 17 anos e sua assinatura literária é “J.G.Ribeiro”.
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Jainara Martiny321
nÃO mE dEiXES, pOETa!A palavra crua vira e revira o mundo.
Salta de boca em boca sem merecer nexo.Então, nasce o poeta:E, alquimista das letras, a transforma em verso.
O homem comum nasce, cresce e morre.O poeta nasce, cresce, canta, encanta e vive!
Depois dele os homens podem assumirem-se,Compreenderem-se.
Falarem da dor,Dedicarem o amor.
Sem vergonha de cair em ridículo.Sem vergonha de cantar a vida.O poeta é Gonçalves Dias:
O “Homem poesia”Que vive dentro de todos nós!
Jailton Silva Matos322
Tragédia grEga
Talvez os lendários deuses do Olimpoassim como o são, lendários e mesquinhospoderosos enquanto repletos de humanas falhasou por inveja, ou ciúme, ou apenas temoresde terem sua glória suplantada por tie pelos heróis indígenas de nossa mesma pátriae de pátria criada e libertada à partir de teu coraçãodecidiram impedir-te completar tua saga.
Tornaste-te assim o teu próprio herói egrégioo Y-Juca-Pyrama afogado, se não no Egeu
em águas traiçoeiras de tua própria terra-mãe.
E como não pode deus mitológico realizar qualquer feitotua morte – tragédia do acaso – em nada lhes aprouve:
se interrompeu a honrosa trajetória timbiraincapaz foi de deter-te subjulgares todo o panteão
pois eternas são as glórias de teus Dias, Gonçalves!
321 Jainara Martiny - Canoas/RS – Brasil - 14 de junho de 1982. Estudante de Filosofia e Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
322 Jailton Silva Matos - Jai Matos della Rosa - Salvador – BA – Brasil - 30/05/1976 - escritor, poeta, prosador, blogueiro e administrador de páginas de poesia no Facebook. Escrevo também poesia para o jornal Opinião de Monte Mór.
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Jamil Damous 323
O TuriSTa EXiladOQuando cheguei sozinho a Paris
e, cansado da viagem, me deiteinaquele quarto de hotel barato
e tentei fechar os olhos já saturadosde tantas imagens,
o primeiro som que ouvifoi o estrangeiro pio de um passarinho.
Um único dia fora do meu paíse tudo já era exílio.
O danado do poeta tinha razão(e comecei a chorar):
as aves que aqui gorjeiamnão gorjeiam como lá.
SOnETO da praça gOnçalvES diaSComo o poeta de pedra nesta praça,
um poeta de carne mira o poente.Os seus olhos atentos saem à caça
dos telhados e torres à sua frente.
Ali ainda estão. Mas, à direitado sol que se afunda na baía,
uma cidade feia e estrangeirase ergue onde antes nada havia.
As torres, os mirantes, os telhados,intactos ao tempo, tão ferino,
olham o poeta, longe, indiferentes.
Será que reconhecem o meninonesse velho que mira o seu passado
com os olhos fatigados do presente?
na praça gOnçalvES diaSTrês e trinta da manhã.
Na praça Gonçalves Dias, contempla a casa da tia
que dorme profundamentesem saber que um turista
323 Jamil Damous – Turiaçu – MA – Brasil - 7 de setembro de 1953. Foi para São Luís aos dez anos de idade e para Belém do Pará aos quinze, onde sua carreira de poeta, letrista de MPB, jornalista e publicitário. Chega ao Rio de Janeiro aos 23 e logo lança seu primeiro livro de poesia, “Tempo Turiense e Outros Tempos”.
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de si mesmo ali espiaas janelas fechadas.
A criança que foié quem olha a casa estática,
enquanto o tempo fluina madrugada silenciosa.
Sobre a palmeira de pedrao poeta o observa
e o vento antigo da ilhabate e refresca seu rosto.
Tudo foi exílio em sua vida.
Mas naquele instante,três e trinta da manhãna praça Gonçalves Dias,
está de volta à casaonde um dia o mesmo vento
bateu naquele rosto sem rugase sem desesperança.
Contempla por um tempoa mesma antiga fachada, que reflete as lâmpadas elétricas da praçana noite sem estrelas.
E logo desce a escadaria de volta ao bar ainda aberto,ao tempo presentee aos barulhos do mundo.
Jandy Magno Winter324
SE mOrrE dE amOr?Não, de amor não se morre.
Vi o poeta dizer.Se é uma triste alucinação
Te cobre por completo o coraçãocausa dor, turbulência
Sim, isso é triste dizer.quod non amoris est
É ilusão e falência.
324 Jandy Magno Winter - São Félix – Bahia - Brasil - 18 de agosto de 1976. Escrevo poesia desde minha adoles-cência, não obstante não tenho nada publicado. Atualmente estudo Filologia hispânica e latino-americana e pedagogia na universidade de Frankfurt em Alemanha. Trabalho como educadora infantil. Escrevi o livro Pó de amor atroz e Antologias poéticas ainda não publicados. Possuo um blog, no qual divulgo as minhas poesias: Gelassenheit (http://geelassenheit.blogspot.de/), onde faco também a moderação.
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Não se há de desfalecer o espiritoPorque ele restaura e revigora a alma
Chama para a vida, dar saberE curar as mais chorosas feridasAbranda a mais severa lida
Amor vincit omnia
De amor se vive quando,Educa, acalma, sorrir faz, não trai
E não corroí a alma.O dilúculo da vida amor é.
O amOr dESCOnHECE frOnTEira.Idade, gênero e cor.
É um bom navegadorUltrapassar a linha do horizonte
transpassar a mais sorridente dorO amor identifica o amor.
É a luz que ilumina a estrada escura.É bussola para navegantes
É o olho latente que não cansa, espera.Diante dele não há cortinas de palavras
que possa transcrevê-loque esconda o segredo
porque o amor é verdadePartilha
É o farol em alto mar.É o próprio Deus.
e força nos momentos mais difíceis.Solidez!
O amor é mais o amor.O amor abre a porta
Para que possa sentir o fluirda fragrância suave das rosas e do oceano
que constitui o teu nomeO teu sonhar
O teu corpo.O amor une vidas.
Plasma o infinito.Trata-se do
que Gonçalves consagrouPara em poucas palavras
não dizer, senão sentirAmo-te.
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,Isso é amor, e desse amor se morre! Antônio Gonçalves dias
415
amO-TE SEm SinTOmaS aparEnTESComo o livro sem palavras vivo cada
dia tua ausência, as quais o vento não pode levar.As latentes palavras são Sempre vivas.
Regressam a diários melancólicos eAlcoolizados, não simbólicos, imaginários.São cilíndricas por sua rotação.
Ninguém sabe onde andam os fonemas,Os morfemas nem os contos, não há rascunhos.
Até os olhos deixam de ser o portal da alma.O amor passa a ser platônico.
Onde andará? Sinto seus lábios, sua pele, suas batidas,
Sua respiração seu corpo, suas mãos acariciar.Tudo Invenção do amor embriagadoSem poder descrever o vero.Isso é o amor?
O sorriso perdido a casa regressaQuando a confusão é polar.
A ausência sublinha sua presença dentro de mimAo olhar a minha volta vazia
com um interior pleno de ti.Duas taças, garrafa de esperança e uma foto
do rio, do mar e do jardim.Ouço Gonçalves noites e dias.Tudo me recorda a ti. É você ao meu lado.Desejo de ser constantemente fotografadoPor uma retina de vidroConsequência da inebriação do ser.O brilhar por sua ausênciaEm um verão infinitodenotando a alegriaa espera e a si.Amei!
Se é que amar é viver. Vivi.
Vivo os minutos que ficam.Sem querer estar só e estando
sem poder ao lado seu permanecer.Já que no meu cofre humano
vive e não é engano.Tenho seus beijos, sinto seu corpo
Sua semipresencia. Guardo suas palavras em mimE pego com a mão esquerda A brisa de tiAmo-te sem sintomas aparentes,Em silencio e vivo.
416
avEAve puríssima de toda a vida e o tempo
A gente tem. Voa no campo observando a sorridente natureza.
Sua aparente beleza.Sem poder consagrar-se na partida
Nem na esperançosa vidade não ter que amá-la
em silencio.
Não é necessário a dura cega lida.Nem na sombra das arvores sem folhas
que Adão e Eva criaram.Tendo que amar o brilho de uma virgem lua
como se espera a chegada de um reiTrazendo consigo ouro, aromas e canelas
Ave grandíssima traduziu o meu mundoDespertando—me de um sonho profundo
Nem o beijo principesco logrou.Sapo!
Digo: te amo
Vejo o amanhecer com a sua voz a dizervem comigo e vivemosNa realidade os sonhos.A ave grandíssima sou eu
Desperta-te para viver.
O amOr SufiCiEnTE éO Amor desconhece fronteira
Idade, gênero e cor.O amor identifica o amor.
É a luz que ilumina a estrada escura.É bussola para navegantes
É o olho latente que não cansa, espera.Diante dele não há cortinas de palavras
que possa transcrevê-loque esconda o segredo
porque o amor é verdadePartilha
É o farol em alto mar.É o próprio Deus.
Força nos momentos mais difíceis.Solidez!
O amor é mais o amor.O amor abre a porta
Para que possa sentir o fluirA fragrância suave do oceano de rosas
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que constitui o teu nomeO teu sonhar
O teu corpo.O amor une vidas.
Plasma o infinito.Trata-se doque Gonçalves consagrou
Para em poucas palavrasnão dizer, senão sentir
te amo.
Jane Rossi 325
CançÃO dE muiTOS diaS Eu poderia falar sobre dores e amores Poderia versejar sobre um jardim de flores Eu poderia dizer que querias o fim da guerra
Mas eu falarei do amor que tinhas por tua terra *
Pelo orgulho que tinhas, de ser, um ser brasileiro Seu amor por esta terra rendeu versos pioneiros
E a canção do exilio pra sempre será lembrada Muitos dias cantaremos esta poesia rimada
* O amor pelas palmeiras, pelo canto do sabiá O nosso céu estrelado tem brilho de encantar Tudo aqui é mais bonito, tudo tem mais valor Tem Palmeiras, sabiá, tem povo cheio de amor * Quem saiu não resistiu, retornou pela saudade Esta terra tem magia, tem poesia e tem bondade Tem beleza verdejante, o mais belo céu azul anil E temos Gonçalves Dias que é filho deste Brasil *
325 Jane Rossi - Guarulhos – SP – Brasil – professora com pós graduação na Educação Especial, escritora, poetisa, antologista e ativista cultural.É mentora e idealizadora do Projeto Antologia Alimento da Alma pela All Print. Mentora e idealizadora do Projeto Poetas da Escola, pois seu objetivo é induzir o aluno a ler por prazer e não por obrigação. é membro correspondente de nove Academias de Letras e Artes e duas Federações, é Sena-dora Cultural por Guarulhos na FEBACLA, Embaixadora da Paz/ Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Suisse/ France.
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Janete Henrique Serralvo326
gOnçalvES diaS...Palavras magníficas soltas no tempo,
Poesias maravilhosas inspiradasPor um amor a desalento.
O corpo jovem padeceu e...faleceu.A alma não se despediu, não morreu.
Sua energia está sacramentada.Sua marca poderosa enraizada,
Na lembrança de muitos amores,lDe cada um de nós sonhadores.
Muitos anos se passaram,Muitas gerações mudaram,
No universo, na boca, no papel,Dia após dia, Gonçalves Dias
Aqui está em nossa companhia.
Jania Souza da Silva327
SaudadE E paiXÃO - (TriBuTO aO pOETa gOnçalvES diaS) Guardo terna lembrança de meus livros na infância
Quando aprendia a ler minhas lições na voz de mamãeAlagada em rio de emoção ao declamar com ardor
A dor maranhense fluida da boca do filho do coração.
Seus belos e sentidos versos pintaram-me palmeiras e avesSem igual em qualquer lugar fora da terra da sua sensibilidadeMergulhei em sua poética e fiz-me parte do seu amado chão.
Quando me afasto do seu aconchego, sinto a tristeza do banzoDoer e moer minhas mais secretas entranhas em saudade e paixão.
E quedo-me em saudades e choros
E o ardente desejo de voltar ao meu torrãoSentir o beijo do sol e o solfejo do vento.
.O gorjeio das aves sob coqueiros, céu e o marAcenar a flâmula de fogo na praia de meu coração
Então poeto a Gonçalves minha eterna admiração.
326 Janete Henrique Serralvo - Mairiporã-SP – Brasil - 03 de abril de 1977. Aos 10 anos de idade participou com uma poesia num livro da cidade. Apaixonada por música e pela arte. Retornou suas escritas em março de 2012, com determinação e inspiração. E mail: [email protected]
327 Jania Souza da Silva - Natal/RN - Brasil - 03/05/1956. Publicou Rua Descalça pelas Edições Bagaço/PE em 2007; Fórum Íntimo e o livro infantil Magnólia, a besourinha perfumada pela Editora Alcance/RS em 2009; Entre Quatro Paredes, em 2011, pela Corpos Editora do Porto/Portugal. Participação em coletâneas nacionais e internacionais. Sócia da SPVA/RN; UBE/RN; AJEB/RN; APPERJ; Clube dos Escritores de Piracicaba/SP.
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Janio Felix Filho328
O BErçOAh! Caxias!
Tuas palmeiras foramInspiração nas mãosDe Gonçalves dias
Eternas recordaçõesPara quem longe
Também viviaQuerendo esta perto,
Noites e diasDa pátria querida!
Ah! São Luiz do maranhão!Tu foste berço
De um gênio da criação,Das palavras amorosas,
Lírios do coração!
Ó! Maranhão!Tuas praias!
Tuas praças,Teu teatroTua cultura,Foram palcosTuas ruas caminhosDe um menino andarilho ContempladoNas bibliotecas do mundoInteiro...Em suas composiçõesExilado,Em muitas solidões.
Ó! Cidade!Saudosa em sua proclamação,
Morada e refugioEm suas composições
De um menino modestoSenhor de uma paixão.
328 Janio Felix Filho – Jaru - RO – Brasil - 25 de fevereiro de 1980. Escritor, poeta, contista, romancista, cronista
420
auTO rETraTOOutro dia
Ouvir falarDe Gonçalves Dias
Na ocasião eu nãoCompreendia
As moças falavam:É o poeta do amor!
Em sua indagação:To certa meu senhor!
Dizia a moçaPedindo minha
Confirmação.
Sem poderConfirmar sua aprovação
Resolvi sair daquela confusão,Em que a moça insistia:Ele era filho de comerciante!
Sim, o fundador da revista Guanabara!Natural do Maranhão.
Outro diaDepois desta ocasião
Numa viagem de aviãoAo lado de uma jovem singelaNotei em suas delicadas mãos
Um livro com uma:Canção do Exílio.
Hoje conheçoA vida e a morte
De um home de muita sorteCom quem Olímpia Costa se casou
Porque o destino não deixouQue ele vivesse seu amor
Ana Amélia do ValeA quem mais uma vez,
Ainda uma vez - Adeus!Lhe deu
Partindo deste mundoEm uma viagem no navio francês
Ville de BoulogneQue naufragou
Acabando com sua viagemDe uma vez.
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Jaqueline Maria Ribeiro329
dE pOETa para pOETaNão era nobre, não teve riqueza,
Só teve humildade e sinceridade,Advogado, poeta, Gonçalves Dias foi um brasileiroInspirado no amor pela pátria
Que invadiu o seu peito.
Nascido e criado no Maranhão,Estudou na Europa,
Cheio de inspiração,Escreveu seus poemas
Com mil e uma intenções.
Foi da tribo, foi do Norte,Um guerreiro poeta tão forte ele foi,
Se foi um mestiço com valor, cheio de sorte,Conquistou mil maravilhas,
Mas não se livrou da Morte...
Jean-Paul Mestas330
CinQ pOÈmES À gOnçalvES diaS ET ana amElia En SOuvEnirLa pluie impunitive un dernier vol dans la nuit noire où le silence est inquiet d’être seul à crier au secours alors que tant de voix naviguent dans l’espace et que les démons prennent soin de clouer le bec aux étoiles
en attendant l’inévitable aux portes des soupirs…
amiS ?...Mes Amis du Brésil
semblent tellement loin que je m’accroche à des images
329 Jaqueline Maria Ribeiro - Teresópolis/RJ - Brasil - 11/01/1997. poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e já traz um vasto currículo literário, incluindo a Menção Especial no XXII Concurso de Poesias da ALAP, no Rio de Janeiro/RJ. Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
330 Jean-Paul Mestas - Paris – França - 1925. Engenheiro e escritor, conferencista, crítico, ensaísta, poeta, profes-sor de literatura romena na Sorbone e tradutor. A sua obra conta com mais de 60 livros. Ele é fundador dos Cadernos de Poesia Jalons, com Christiane, sua esposa, que é pintora. Suas obras são traduzidas em muitas línguas, entre as quais, o Português. Tem inúmeros artigos e apresentações em antologias, jornais e revistas de 36 países. E mail: [email protected]
422
insolites pour les trouver en bordure de mon chemin ;
il en est parfois quelques uns qui délèguent leur ombre afin de me donner à lire
un poème secret où je les imagine
enfin à mes côtés…
BréSil vu par gOnçalvES diaSL’impression m’est venue
de survoler ce grand berceau comme les pigeons voyageurs
l’eau danse et les mies du bonheur
font valser les poèmes
autour de l’horizon les revenants s’amusent
à récupérer des sourires autrefois suspendus au florilège de l’amour.
vivEZ…Vivez je vous en prie
comme les peupliers sensibles aux revers de chaque saison parfois rebelle au devenir
de la lumière ou des nuages alors même que le bonheur
semble tourner en rond comme une question maladroite…
rETOur En arriÈrE Terre et sang oui
Un passé me tourmente et les mots s’y accrochent en guettant des ombres perdues
qui semblent refaire surface alors que l’horizon s’accote à de nouvelles apparences
invitées à survivre au prix d’un retour en arrière.
423
Jeanne Cristina Barbosa Paganucci331
aO pOETa, gOnçalvES diaSIncrédula, abro o livro proibido
Das confissões de um poetaDas explosões românticasDo interior de sua alma
A canção do exílio inquieta-meA ponto de desejar beber
Da fonte de seu saber e finjoConhecer o seu pesar, a sua ausência
Fugidios pensamentos, estesDe querer compreender a alma do poetaSem conhecer ao menos a recordação
Implacáveis horas de suplício, estasQue asseguram ao homem o saber-se
Ignorante diante de seus poetas
dE Sua pOESiaO amor, a dor, o amanhãPercorrem as veias do poeta
De mil formas desfolha e encerraEm palavras o que d’alma entendia
Se ama, não sabeSe suporta a dor do amor, esperaComo a compreender da almaSomente as minúsculas horas
Não mais pergunte a vida, Os amoresNão mais importa se apenasDói
De sua poesia resta a sim mesmoDe todas as implacáveis divagações
Do ser poeta
O amOr E O CanTO dO pOETaO poeta questiona a respeito do amor
E responde a ele mesmo que esteNão acabou e que de amor
Não se morre, prazer alcança
331 Jeanne Cristina Barbosa Paganucci - Salvador – BA – Brasil - 17/05/1977. Poeta, ensaísta, escritora, graduanda em Letras Vernáculas pela UESB/Campus de Jequié; monitora de Literatura Portuguesa, com pesquisa sobre o mito da saudade em Inês de Castro; bolsista voluntária de Iniciação Científica do Projeto Emília vai à Escola do Estale/UESB/CNPQ; bolsista do Pibid Letras/Capes. Mora em Maracás, na Bahia.
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Graciosidade, postura, êxtaseEm que de pura chama se condensam
De duras penas se esvaiE não atinge emoções do ser real
A beleza do amor em seus poemasÉ o querer desiludir e o não querer
Perder-se de si mesmoNa vasta chama do impuro
As divagações reais do amor em siClamam por sua natureza que
De romântica tornam a vida O simples toque do amanhã
SOnETO aO pOETaO poeta é aquele pecador
O indiferente e o desassossegadoA imagem perfeita do querer
Que se imagina perdido e encontrado
Que desatina em sua ruína e não descansaDe sua mórbida paixão pela palavra
O seu fel, seu véu, sua iraSeu estado de lucidez e de loucura
Ao poeta todas as cançõesTodas as noites e manhãs
A rosa do mar e os olhos verdes
E nada mais ao poetaOferto-lhe o mar
Somente
piEdadE para a pOESiaAo fim da tarde
Quando os olhos lacrimejantes Observarem o compasso do tempo
E a servidão da noite chegando
Que os olhos vejam as aflições Que rebentam a alma do poeta
E que a breve luz da lua Seja capaz de suavizar o seu clamor
Aos céus, por seu SenhorE ali, a sós com seu Senhor descubraDos males da vida humana a piedadeDiante de sua alma, ao resgatar pura
Em chama, sua vida e sua luz
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Que o mundo enganaAssim, a poesia tomará forma constante
De tranquilidade e virtudeDa piedade das palavras não pronunciadas
Das palavras escritas
Jefferson Reis de Santana - Infeto332
lEmBrançaS dE mEninO grandE dE um paraÍSO QuE SE aCaBOu.
De cá, do sofrimento escravo, que me habitaouço ainda a canção do exílio
embarcada no espesso lamento dos guerreirosinocentes cosmopolitasmassacrados por criaturas terrestres trazidas por mares babélicoscalou o canto dos pajés e converteu
soberanas e inalteráveis – até então - musas naturais em leviandades materiais.
Cubro o mar de rosas negraspara Tupã ter ideia do destino
iníquo que a descoberta nos levouamaldiçoou as cores dessa bandeiraantes desconhecida, porém bem exploradaspelas ricas vidas, que a pobre riqueza abateumais ainda sinto, um trêmulo e esquálido torporquando a essência inviolável do que restouajoelha diante do túmulo do menino que por aqui brincou.
João Carlos Marcon333
améliaNão tive coragem aquele dia...
Sob a negativa dos meus algozes,vejo sua imagem reclusa no espelho,
os olhos refletidos e um calado pedido de socorro.
Não tive coragem aquele dia...Sou homem honrado, correto... manso.
Pelos meus dedos negros se esvaem os meus dias,Dias que queria ter com você.
332 Infeto - Blogs - InFeTo.333 João Carlos Marcon - Mariópolis – PR – Brasil - 23 de outubro de 1968. Professor da Rede Estadual de Ensino,
formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, autor do livro “Perdi o medo da vida” pela Editora Ce-leiro do Livro. E-mail: [email protected]
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Não tive coragem aquele dia...Os anos me definharam pela dor da ausência
Meu caminhar é lento, não tenho mais pressa,levo a dor como inspiração. Escrevo aos sabiás.
Não tive coragem aquele dia...sobre as costas arqueadas, carrego a culpa.
Na praça, em outros temposvejo uma senhora grisalha, velha, carcomida, mas linda.
Porém casada, apaixonada e aquele não era eu.
João Elias Antunes de Oliveira - Elias Antunes334
CANÇÃO SEM EXÍLIODe que adianta o sonho
de cavalo-marinho se há os limites do vidro
no aquário?
Toda fuga verdadeira se inscreve nos gritos
da manhã.
Há anos esperando a canção proletária subir dos músculos das
lavadeiras, das mãos dos cortadores de cana,
das enxadas carpindo o dia.
João Fernando Gasparotto Steigleder335
CançÃO dO EXÍliORio Grande do Sul, minha Terra ... meu Sul.
No inverno é muito frio; no verão, derrete até bombril.
As praias do Rio Grande do Sul
são bonitas e cheias de “farofeiros”.
334 Elias Antunes - João Elias Antunes de Oliveira - Goiania – GO – Brasil - 1964. Cursou Direito, na Universidade Católica de Goiás. Em 1993, por concurso, entrou no TJDFT. Concomitantemente, foi professor de História da Filosofia, de Redação, de Direito e Legislação e de Estética Literária. Duas vezes aprovado no curso de Mestra-do em Teoria Literária da UnB. FONE: (61) 3541-4997. E-mail: [email protected]
335 João Fernando Gasparotto Steigleder - Porto Alegre/RS – Brasil - 02 de janeiro de 1997. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. E-mail: [email protected]
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De vez em quando, subo para Santa Catarina.
A ilha da magia parece até uma orgia.
Nas praias, só se vê surfistas.E eu acabo surfando e gostando da brincadeira.
É muita emoção para o meu coração,
que continua naquela “bateção”,até eu cair de cara no chão.
Amo o Rio Grande do Sul
e Santa Catarina também.
João Gomes da Penha Filho 336
diaS E diaSEntre dois rios,
Na mesopotâmia maranhense,Nasceu um homem muito competente
Um Gonçalves diferenteAdvogado e Poeta Caxiense
Tragado pelo naufrágio do Ville Bologna - carrasco navio. Gonçalves de todos os DiasPra mim é sinônimo de alegriaLer seus poemas, conhecer sua vidaVivenciar sua ousadiaJornalista, teatrólogo e etnógrafo... És guaridaDos que não tem medo e aguardam os próximos Dias
João Marcelo Adler Normando Costa. 337
HOmEnagEm a gOnçalvES diaSGonçalves Dias
Não pode amar a sua garota querida chamada Ana Amélia.
336 João Gomes da Penha Filho - Lago da Pedra – MA – Brasil - 01/04/1990. É Acadêmico de Engenharia Química/UFMA; Astrônomo Amador; Presidente e membro-fundador, titular da cadeira 001, da Academia Lagopedren-se de Letras e Artes. Autor e organizador do livro “Enlace” (Poemas). e-mail: [email protected]
337 João Marcelo Adler Normando Costa. São Luís-MA – Brasil - 11/04/2002. Cursa o 6º ano no Colégio Cres-cimento. Tem participação na obra Coletiva “COLÉGIO DOM BOSCO APRESENTA SANSÃO E DALILA”, Projeto Ópera para todos, 2008. É co-autor (juntamente com Daniel Victor Adler Normando Romanholo e Dilercy Aragão Adler), do livro Infantil, “Uma história de Céu e Estrelas, São Luís-MA, 2011.
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Gonçalves voltou para seu lar brasileiroMaranhão, Estado dos apaixonados
e valentes guerreiros.
O Sabiá nunca saia de Lá aguardava solitário
na palmeirao seu líder, Gonçalves Dias, chegar.
Gonçalves Dias não morre nuncaCom seus poemas bonitos
Encanta a todos os brasileirosencanta o mundo inteiro!
João Nepomuceno Silva
anTOniO gOnçalvES diaS338
Homengem pela noticia falsa da morte do Poeta
Sobre auri-verde palmeiraO sabiá sonoroso
Desferia meigas notasNo seu trinado saudoso.
E á estas queixas de amôres,Que os próprios bosquem sentiam,
Maviosos respondiamPlumeos alegres cantores.
Po baixo da verde rama/que resiste ao vendaval,
Sussurrava brando um rioNo seu curso natural.
Do outro lado da viaUm curió, que cantava;
D’ outro, canário que davaVivas notas d’ alegria.
Quando no oceano – iaDe todo sumir-se o sol,
Eis que apressado aos cantoresChega e falla um rouxinol:
“Meus irmãos por natureza,“Da natureza cantores,
“Trocai as notas de amores“Pelas notas da tristeza!
338 Publicador Maranhense 1862, agosto, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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“Vindo ouvir a triste nova,“Vós também, rio, parai!
“S’ elle também vos cantou“Meu triste brado escutai!
“No além-mar, solo meu,“Deu ab brisa a nova triste“Quem vos cantou não existe,
“Gonçalves Dias morreu.
Ouviu-se um gemer profundoFindo o lugrube discurso;
O sabiá não cantou,O rio parou o seu curso.
A palmeuira emurcheceu,E os plumeos entristecidosSó repetiam unidos“Gonçalves Duias morreu!...
Os bosques frondosos,As lindas florestas,
Os lares saudososAs noutes, as sestas,
Teu canto, poeta,Jamais ouvirão!
A voz predilecta,Que quando cantava.A’ tudo enlevava,Não dirá mais flores;Os plumeos cantoresJamais gosarão.
João Nery Pestana339
aO vaTENessun maggior dolore...
Dante
macilento, em seu leito sem honrarias, sem medalhas no peito
vai-se o vate. o mar em festa dá-lhe alento um grande túmulo para um incomensurável talento
os sabiás gorjeiam um canto triste as palmeiras curvam-se num gesto-gratidão
vai poeta. vai cantar aos deuses do infinito o teu canto é a essência d’amplidão.
339 João Nery Pestana - Cururupu – MA – Brasil - 1964. Onde viveu até a adolescência, quando já manifestava ten-dências literárias. É titular da cadeira n. 18 da Academia de Letras de Ribeirão Preto/SP, tendo como patrono Gonçalves Dias.Blog: www.jneryliteral.blogspot.com. E-mail: [email protected]
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aH, mar!Frappé de ta grandeur farouche
Je tremble... est-ce bien toi, vieux lion que je touche,Océan, terrible ocean! Turquety
o mar do maranhão tem cor de íris pereneolor transitivo de sol
o mar do maranhão são vozes mudas
que bebem homens
o mar do maranhão lava a alma dos rios
onda anda ronda
exausto naufraga-se e feito saudade
se guarda em mim.
QuimEraa ana amélia
ipérfida é a minha crença
num amor durável e sedutorermas as minhas horasinfinda a minha dor
ímpia caminha a minha lidadelineada por alfanjes afiadas
pouco a pouco morrem-me a vidae as paixões outrora abrasadasdebalde ausento-me de mim
para fugir aos laçosdos meus cruéis anseios
se são meus grilhõesos teus infandos braços
sejam teus meus devaneios.
iiOh! rouvre tes grands yeux dont la paupière tremble,
Tes yeux pleins de langueur;Leur regard est si beau quand nous sommes ensemble!
Rouvre-les; ce regard manque à ma vie, il sembleQue tu fermes ton coeur.
Turquety
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feito pintura rupestrevou tingir a tua alma
atingir a tua calmamaquiar os teus mistérios
vou me tatuar na tua essênciadesvendar a inocênciaque moldura os olhos teus
vou vestir-me de segrelvou a pé a Portugal
pra chamar tua atençãovou morar num calabouço
mutilar minha quietudevou viver de solidão
vou fazer greve de sonhovou mudar o meu destinocomo quem troca de roupacumpro qualquer penitênciase ganhar de recompensa
um cantinho desse céuque se esconde na tua boca.
iiiMon Dieu, fais que je puisse aimer!
S. Beuve
senta-te aqui ao meu lado. não precisas dizer nadanada precisamos fingir, senão deixar que a chuvaencharque e purifique as nossas almas despidasvês aquela árvore florida?!que vai e vem à melodia da brisa?!um dia fora apenas uma sementeamanhã em seu lugar erguer-se-á um monumentoe ninguém mais há de lembrar a sua existênciaentrelacemos as mãos enquanto as temosa vida, como o vento, a chuva, a árvore...é única e eterna na brevidade de seu tempo
sintamos o cheiro suave da terra molhadabrindemos com a inconstância
os nossos gozos inacabadose com o silêncio a mentira deste instante
pois tudo o que somos, sentimos ou tocamosé apenas ilusão. a vívida ilusão dos nossos sonhos
corporificada no delírio existencial de cada sera chuva vai passar, logo se fará noite
as estrelas encherão de luz as nossas retinase nos farão acreditar na possibilidade do existirporém tudo o que foi não mais serásenão remotas lembranças da nossa saudadena sua marcha em vão ao encontro do nada.
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João Pedro Estrela Gonçalvez340
CançÃO dO EXÍliOAqui, em Tramandaí,
a cidade é pacata e harmoniosa; em Porto Alegre há muita poluição
e ruídos.Aqui, as atrações são o mar
e os dias ensolarados; lá, o pôr do sol é o destaque;
casais reúnem-se à beira do Guaíba para vê-lo.
Em Porto Alegre, ver as estrelas é difícil;
aqui, a constelação é brilhante. Em Tramandaí, há uma variedade
de grupos;lá, o grupo dominante, são os idosos.
João Pedro Mandarino Lopes 341
CançÃO dO EXÍliO Minha terra tem florestas
onde falam os papagaios. Os papagaios que aqui falam
não falam como os de lá. Nosso céu tem lindos raios solares;
nossas várzeas bons jogadores; nossos bosques têm mais linhas;
nossos políticos nada fazem, só enrolam. Em espirrar sozinho, à noite, mais prazer encontro eu lá. Minha terra tem florestas
onde falam os papagaios. Minha terra tem pastores
que andam de lá para cá. Em espirrar sozinho, à noite,
mais lazer encontro eu lá. Minha terra tem cachoeiras
que encantam homens e aves.
340 João Pedro Estrela Gonçalvez - Porto Alegre/RS – Brasil - 01 de novembro de 1997. Estudante do Ensino Mé-dio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. Curte música e jogos eletrônicos. E-mail: [email protected]
341 João Pedro Mandarino Lopes - Porto Alegre/RS – Brasil - 22 de novembro de 1994. Estudante. Vice-Diretor Social e Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 21, Patrono Alceu Wamosy; Membro Efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; da Liga dos Amigos do Portal CEN, de Portugal; e, da Associação Internacional dos Poetas del Mundo. Coautor dos Romances Interativos: “Fantástica história de um mundo além da imaginação” e “Um Enigma”. E-mail: [email protected]
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Não permita Deus que eu morra sem que eu veja nossas florestas
onde falam os papagaios.
João Rodrigues de Oliveira Santos 342
À mOrTE dE gOnçalvES diaS343
Vendo a noite da vida aproximar-se,Na pátria procurou vir asilar-se
Entre os seus expirar;Mas antes de chegar lhe anoitecera,
E na terra, que tanto engrandeceraNão pôde repousar.
Entre as vagas — á vida quasi exausta —Já marcado lhe havia a sorte infausta
O jazigo final:Em vão fugir tentou ao seu destino,
Que além — gemendo — o mar lhe entoa o hinnoDo triste funeral.
Do verde palmeiral á grata sombraMais quisera o cantor ter por alfombra
A terra em que nasceu:Â tarde ouvir das aves o gorjeio,E d noite recolher no frio seio
Os orvalhos do céu;
Mas não quis o destino caprichosoQue o cantor das palmeiras mavioso
Dormisse á sombra d’elas!Quis dar-lhe mais extensa sepultura,Onde, cm vez de mil cantos de ternura.Ouça a voz das procelas!
Melhor foi!... que não deve o frágil barro.Que cm si conteve um gênio tão bizarro,
Ser dos vermes roído!Invólucro de espírito divino,
Só lhe deve alternar da glória o hinoO oceânico gemido!
342 João Rodrigues de Oliveira Santos - Foi fundador e sócio benemérito do Gabinete Português de Leitura do Maranhão e membro efetivo do Instituto Literário Maranhense.
343 Santos, 1868, 12-14. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Invólucro d’um alma grande c nobre.Alguns palmos de terra era mui pobre
Jazigo a gênio tal!Do atlântico a vasta sepultura
É mais própria, de certo, e mais n’alturaDo cantor imortal!
Dorme, pois, do Brasil cantor mui terno,Entre as vagas azuis, que o sono eterno
Perturbar-te não vou:Quis um hino elevar-te bem sentido;
Mas só pude soltar este gemido,Com que a lira estalou.
João Vitor de Souza Bastos344
CançÃO dO EXÍliOMinha terra tem o mar
e o mais puro ar. O sol que aqui brilha,
não brilha como lá.
À noite, quando chega,brilha bela como o luar .
Os golfinhos aqui saem com frequência para nadar
como nunca fazem os de lá.
Quando chega o verão, o pensamento é um só:
sentir o cheiro puro do ar,vendo o brilho do mar.
344 João Vitor de Souza Bastos - Criciúma/SC – Brasil - 10 de abril de 1994. Atualmente, reside Porto Alegre/RS. Filho de Fátima de Souza Bastos e Artur Cezar Bastos Neto. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Caixas Poéticas”, 2012. Curte o mar, festas e viajar. E-mail: [email protected]
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Joaquim José Teixeira345
a a. gOnçalvES diaS
Gonçalves Dias – Lê-se no Correio Mercantil
O SR. Dr. Joaquim José Teixeira fez-nos o obsequio de offerecer esta promorosa poesia:
A’ A. Gonçalves Dias
Fizeste bem, poeta!O luso cysne ás ondas escapou,
E sobre a palha os dias seus findou.
Mas elle então salvavaDo pátrio ninho a fama, e a própria sua,E nada já faltava á gloria tua.
Teu nome repetiãoAs brasilias palmeiras sempre bellas,
Do CEO que as cobre as multiples estrellas.A campo que escolhestesReflecte o nobre olhar do firmamento;É vasta como foin teu poensamento.
Prégão novo alcançaste;Irá dizendo o mar e’ o a voz gigante:Aqui jaz o poeta mais brilhante
Joaquim Maria Machado de Assis346
a gOnçalvES diaS347
Ninguém virá, com titubeantes passos,E os olhos lacrimosos, procurandoO meu jazigo...
Gonçalves Dias, Últimos Cantos.
Tu vive e goza luz serena e pura.Basílio da Gama, O Uraguai.
345 O Paiz, novembro de 1864, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Insti-tuto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
346 Machado de Assis - Rio de Janeiro – RJ – Brasil - 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo,. É o fundador da Cadei-ra nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. Velho amigo e admirador de José de Alencar, que morrera cerca de vinte anos antes da fundação da ABL, era natural que Machado escolhesse o nome do autor de O Guarani para seu patrono. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.Assis, 1976, 407-411.
347 Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Assim vagou por alongados climas,E do naufrágio os húmidos vestidosAo calor enxugou de estranhos laresO lusitano vate. Acerbas penasCurtiu naquelas regiões; e o Ganges, 5Se o viu chorar, não viu pousar calada,Como a harpa dos êxules profetas,A heróica tuba. Ele a embocou, vencendoCoa lembrança do ninho seu paterno,Longas saudades e míseras tantas. 10Que monta o padecer? Um só momentoAs mágoas lhe pagou da vida; a pátriaReviu, após a suspirar por ela;
E a velha terra suaO despojo mortal cobriu piedosa 15E de sobejo o compensou de ingratos.Mas tu, cantor da América, roubadoTão cedo ao nosso orgulho, não te coubeNa terra em que primeiro houveste o lumeDo nosso sol, achar o último leito! 20Não te coube dormir no chão amado,Onde a luz frouxa da serena lua,Por noite silenciosa, entre a folhagemCoasse os raios húmidos e frios,Com que ela chora os mortos... derradeiras 25Lágrimas certas que terá na campaO infeliz que não deixa sobre a terraUm coração ao menos que o pranteie.Vinha contudo o pálido poetaOs desmaiados olhos estendendo 30Pela azul extensão das grandes águas,A pesquisar ao longe o esquivo fumoDos pátrios tetos. Na abatida fronteAve da morte as asas lhe roçara;A vida não cobrou nos ares novos, 35A vida, que em vigílias e trabalhos,Em prol dos seus, gastou por longos anos,Co’essa largueza de ânimo fadadoA entornar generoso a vital seiva.Mas, que importava a morte, se era doce 40Morrê-la à sombra deliciosa e amigaDos coqueiros da terra, ouvindo acasoNo murmurar dos rios,Ou nos suspiros do noturno vento,Um eco melancólico dos cantos 45Que ele outrora entoara? Traz do exílioUm livro, monumento derradeiroQue à pátria levantou; ali reviveToda a memória do valente povo
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Dos seus Timbiras... 50Súbito, nas ondas
Bate os pés, espumante e desabrido,O corcel da tormenta; o horror da morte
Enfia o rosto aos nautas... Quem por ele,Um momento hesitou quando na frágil 55Tábua confiou a única esperança
Da existência? Mistério obscuro é esseQue o mar não revelou. Ali sozinho,
Travou naquela solidão das águasO duelo tremendo, em que a alma e corpo 60
As suas forças últimas despendemPela vida da terra e pela vida
Da eternidade. Quanta imagem torva,Pelo turbado espírito batendoAs fuscas asas, lhe tornou mais triste 65Aquele instante fúnebre! SuaveÉ o arranco final, quando o já frouxo
Olhar contempla as lágrimas do afeto,E a cabeça repousa em seio amigo.
Nem afetos nem prantos; mas somente 70A noite, o medo, a solidão e a morte.
A alma que ali morava, ingênua e meiga,Naquele corpo exíguo, abandonou-o,
Sem ouvir os soluços da tristeza,Nem o grave salmear que fecha aos mortos 75O frio chão. Ela o deixou, bem comoHóspede mal aceito e mal dormido,Que prossegue a jornada, sem que leveO ósculo da partida, sem que deixeNo rosto dos que ficam, — rara embora, —Uma sombra de pálida saudade. 80
Oh! sobre a terra em que pousaste um dia,Alma filha de Deus, ficou teu rastoComo de estrela que perpétua fulge!
Não viste as nossas lágrimas; contudoO coração da pátria as há vertido. 85
Tua glória as secou, bem como orvalhoQue a noite amiga derramou nas flores
E o raio enxuga da nascente aurora.Na mansão a que foste, em que ora vives,
Hás-de escutar um eco do concerto 90Das vozes nossas. Ouvirás, entre elas,
Talvez, em lábios de indiana virgem!Esta saudosa e suspirada nênia:
“Morto! é morto o cantor dos meus guerreiros!Virgens da mata, suspirai comigo! 95
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A grande água o levou como invejosa.Nenhum pé trilhará seu derradeiroFúnebre leito; ele repousa eternoEm sítio onde nem olhos de valentes,Nem mãos de virgens poderão tocar-lhe 100Os frios restos. Sabiá-da-praiaDe longe o chamará saudoso e meigo,Sem que ele venha repetir-lhe o canto.Morto! é morto o cantor de meus guerreiros!Virgens da mata, suspirai comigo! 105Ele houvera do Ibaque o dom supremoDe modular nas vozes a ternura,A cólera, o valor, tristeza e mágoa,E repetir aos namorados ecosQuanto vive e reluz no pensamento. 110Sobre a margem das águas escondidas,Virgem nenhuma suspirou mais terna,Nem mais válida a voz ergueu na taba,Suas nobres ações cantando aos ventos,O guerreiro tamoio. Doce e forte, 115Brotava-lhe do peito a alma divina.Morto! é morto o cantor dos meus guerreiros!Virgens da mata, suspirai comigo!
“Coema, a doce amada de Itajuba,Coema não morreu; a folha agreste 120Pode em ramas ornar-lhe a sepultura,E triste o vento suspirar-lhe em torno;Ela perdura a virgem dos Timbiras,Ela vive entre nós. Airosa e linda,Sua nobre figura adorna as festas 125E enflora os sonhos dos valentes. Ele,O famoso cantor, quebrou da morteO eterno jugo; e a filha da florestaHá de a história guardar das velhas tabasInda depois das últimas ruínas. 130Morto! é morto o cantor dos meus guerreiros!Virgens da mata, suspirai comigo!
“O piaga, que foge a estranhos olhos,E vive e morre na floresta escura,Repita o nome do cantor; nas águas 135Que o rio leva ao mar, mande-lhe ao menosUma sentida lágrima, arrancadaDo coração que ele tocara outrora,Quando o ouviu palpitar sereno e puro,E na voz celebrou de eternos carmes. 140Morto! é morto o cantor dos meus guerreiros!Virgens da mata, suspirai comigo!”
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Joaquim Ribeiro Gonçalves348
aOS maranHEnSES349
IEis o Profeta sagrado.
Mensageiro do Senhor;Na poesia embalado:
Eis o grande trovador:Eis o bardo enobrecido
Das Musas filho querido;Excelso Profeta de Deus,
Que em todo mundo s’encerra,Grandioso cá na terra,
Inda maior lá nos céus!
Eis o vate celestino,Cuja lira incomparável
Fê-lo no empíreo – divino,Na terra fê-lo louvável:
Eis o gênio portentoso,Sublime, santo e donoso;
O bendito do Senhor:Eis a lira incomparável
Do poeta inimitável;Eis o nobre trovador.
Qual a rosa purpurina,Rosa meiga e tão louçã;Que se abre linda e divinaAo rocio da manha.E que, do vento ferida,Se desmaia emurchecidaO anjo de melodias…Mas o seu vulto ficou;Eis ali – Gonçalves Dias!
Eis o cantor das palmeiras,O cantor do sabiá;
O filho d’estas ribeiras:Eis o poeta. Ali está
O gênio mais sublimado,Por mão divina fadado;
Do Brasil grande memóriaDas Musas filho querido.
Eis o vate enobrecido,Do Brasil ditosa glória.
348 Nasceu no Piauí349 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 570-573. Poesias compiladas por Weberson Fer-
nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
440
Como o dom de profeciaVaticinou qual a sorte,
Que ele, Rei da poesia,Havia de ter de morte.
Cumpriram-se d’este poeta,D’este invejável Profeta
As celestes profecias:No níveo leito das águas.
Se findaram suas mágoas,S’envolveu – Gonçalves Dias!
Qual a Rosa desfolhadaPelo rijo vendaval,
Aquela fronte inspiradaDo Brasil o pedestal
Se murchou, e lá das águasVê o caminho sem fráguas
Qual a garcinha d’amor;Abre, saindo dos mares,
As azinhas, corta os ares,Voa ao trono do Senhor!
Lá, quem sabe?! o heroísmoQue no seu peito se encerra,
Com valor, patriotismo,Talvez cante a sua terra,Que reluz entre primores
No lindo leito de floresDe inspirações divinais;
Talvez lá cante as palmeiras,D’estas formosas ribeiras;
Talvez cante os sabiás!
IIPoeta nobre e sagradoDo Brasil o pedestal,
Gênio soberbo, inspiradoPela musa divinal,Grande vate enobrecido,
Das Musas, filho querido,Imortal d’estas ribeiras,
Recebe o meu canto pobre,Que se humilha ao bardo nobre,
Ao grã cantor das palmeiras;
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No branco leito dos mares,N’esse leito de cristal,
Riscaram-se os teus pesares,Morreste: És imortal
No nome, porque a palmaE os louros que tem tu’almaSão triunfos imortais,
São glórias d’estas ribeiras,Esmeraldas as palmeiras,
Diamantes os sabiás!
E lá do leito de flores,Onde repousas, poeta,
Onde cantas teus amores,Onde asseguras, ó Profeta,Olha e vê o que s’encerraGrande a ti por sobre a terra,N’este trono de beleza,
Onde singelas cançõesSão dos céus inspirações,
Onde brilha a natureza.
Possa minha voz se elevarDa tua chegar aos céus,
No teu peito descansar,Sagrado filho de Deus;Possa dizer-te ao ouvido:Ó poeta enriquecidoDe celestes melodias,Morreste; mas sobre a terraO teu nobre vulto se encerra,Ind’está - Gonçalves Dias!
E vós, povo maranhense,Perdoai se a honra, o brilhoUm jovem piauiense
Mareou do vosso filho.Mas, enfim, sou brasileiro,
Sou d’este império altaneiro,D’esta terra de harmonias,
Devo honrar ao bardo ingenteDo Brasil o mais potente,
Devo honrar ao grande Dias.
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Joaquim Vespasiano Ramos - Vespasiano Ramos350
gOnçalvES diaS351 Forte, belo, altaneiro, assim como os condores,
o sonho de subir fulgia-lhe na mente, como um sol refletindo os raios de mil cores, nas águas de cristal de uma pura corrente!
Altivo sonhador entre os mais sonhadores, do espírito arrancou a aeronave fulgente,
que havia de escondê-lo entre estrelas e flores levando-o pelo eterno azul resplandescente!
E assim, ao sol da rima, o sonhador, deixando
para sempre este pó de negros desenganos, enobrecendo a Pátria, enriquecendo a História.
Partiu, águia do verso, entre Versos, cantando,
na aeronave de luz, que vive, há quarenta anos errando na amplidão dos páramos da Glória!
Joaquim Vila Neto - Quincas Vilaneto352
CançÃO dOS ESQuECidOS No meio da praça
em cárcere cruel.
O poeta declama poemas ao léu.
O vento ouvindo-o
tão só, repete:
cantando
350 Joaquim Vespasiano Ramos - Vespasiano Ramos - Caxias – MA – Brasil - 13 de agosto de 1884 – faleceu em Porto Velho, 26 de dezembro de 1916; foi um poeta brasileiro. Nasceu nas condições mais humildes, desde cedo começou a trabalhar no comécio local, no entanto buscando sempre o saber tornou-se um viajante com-pulsivo, que levaria o conhecimento a outros povos, durante a sua vida viajou por quase toda a região norte e também o sul do Brasil. Publicou sua obra poética em diversos jornais e revistas de seu tempo. É considerado o precusor da literatura em Rondônia. Em sua homenagem foi construído um grande centro recreativo, em Rondônia,e no Maranhão, uma das mais belas praças da capital recebe o seu nome. É patrono da cadeira n° 32 da Academia Maranhese e da cadeira n°40 da Academia Paraense de Letras. http://pt.wikipedia.org/wiki/Vespasiano_Ramos
351 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasília: Senado Federal, 1980, p. 64, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
352 Quincas Vilaneto
443
os poemasde cor.
A um outro errante e solitário
cantor, que não tem outra saída
senão: imitar
o poeta e o sabiá.
uma TimBira CançÃO Balaia. Agora que a lua
monta guarda no Alecrim e que as lamparinas perderam a serventia. Há uma flor expiando no jardim,
há um sabiá que ainda se lembra de ti.
Agora que o mar te tem por inteiro
e as ondas deságuam dando conta do exílio.
Há uma timbira canção balaia tendo como certa o sacrifício, há um bêbado vazio que se anuncia: navegando sem domícilio, até que se possa anunciar onde mora a poesia.
Jonas Batista Neto353
COmO SEria amigO dE gOnçalvES diaSAinda posso o ver
Gonçalves Dias meu amigo,Longe de casa a estudar.
Em Portugalcomeçando a tecer romancesPosso sentir a saudade de casa
Que lhe leva a escrever cada palavra e a lindaCanção do exilio.
353 Jonas Batista Neto - Belo Horizonte/MG – Brasil - 25 de fevereiro de 1989, Autor do livro “Tempos de Poesia”, obra publicada pelo selo Terceira Margem da editora carioca Multifoco em outubro de 2011, participou do Sarau promovido pelo poeta Rogério Salgado em Dezembro do mesmo ano, recitando duas poesias. Mantene-dor do blog Letra e Palavra (http://letraepalavra.wordpress.com) dedicado a poesia e a arte em geral. E-mail para contato: [email protected].
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Queria ver a voltaJá formado, mas com o coração cheio de versos e romances,
Poderíamos conversar sobre quando conheceu Ana AméliaE a ela seu coração decidiu entregar.
Consigo sentir o adeus a teu amorE a conquista do Rio de Janeiro
A dar aulas e escrever para jornaisComo poeta e romanceiro.
Estaria presente em teu casamentoFelicitaria Olímpia
E veria nova partida.
Estudos para nosso BrasilMe diria.
Choraria ao saber do naufrágio que o afogouMas me conformaria, pois “O canto do guerreiro”
“Os olhos verdes” e “A tempestade”, bem como, tantas outras,Em minha memória e coração ficaria.
Jonatan Algorta Soares354
CançÃO dO EXÍliOEm Paris há muitos pontos turísticos.
Nesta temporada, espero conhecera Torre Eiffel e o Estádio
do Paris Saint-Germain Football Club.No Brasil, o Cristo Redentor
e alguns dos Estádios reformados para a Copa do Mundo de 2014.
Paris e Brasil, cada um com os seus atrativos e encantos.
Jorge Antonio Soares Leão – Jorge Leão 355
pOEma a gOnçalvES diaSVibrante, és fecundo nos dias.
Cantando ao nativo as memórias... Das noites o que mais tu serias,
senão o clamor nas histórias...
354 Jonatan Algorta Soares - Porto Alegre/RS – Brasil - 26 de janeiro de 1998. Estudante do Ensino Médio do Colé-gio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. Curte futebol e música. E-mail: [email protected]
355 Jorge Antônio Soares Leão - São Luís, MA – Brasil - 27 de março de 1975. Formação acadêmica: Licenciatura em Filosofia (UFMA). Produção literária: Sagrada Profanação (livro de sonetos, Premio Sousandrade, 2001)
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No poema, sobre o lamento e a dor... Traduziste a canção do Piaga.
Deste solo pisado em furor Por quem nestas matas indaga...
Teus passos nas ruas sentindo... Acordo, neste solo, gemendo.
Ouvindo o teu canto sumindo, Diante do ódio crescendo...
Revejo, porém, tua face
aos desejos inglórios da vida... Recanto à criança que nasce,
Teu poema nesta terra ferida... Por que, ao dizer do senhor... O cenário é de morte e de cruz. Por tal irascível clamor,
Volta o sangue, o martírio, em Jesus...
O pão sepultado em sementes, agora escondido do vil Anhangá,
que chega provendo as torrentes num desterro da tribo a clamar...
Inimigo das matas em trevas, chega o tempo da anulação... Deste povo, feito réu de suas ervas, que outrora fecundavam este chão... Foste, contudo, a voz, o percurso... Entre viagens e dores sem par. Teu povo nativo em concurso, sem ver a própria ruína a chegar...
Tua pena, teu amor tão incerto. Desbotando a recusa sem preço,
a manter a lembrança por perto, como quem reza as contas de um terço.
Na praça, tuas cartas amadas no silêncio vencido por dote.
Histórias inteiras contadas como segredo no fundo de um pote.
Dias e noites, a lua cantada. Tribos letárgicas ao passo de alerta: é o espectro dissecando a cilada do invasor nesta terra in-coberta...
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Ao teu canto, o Piaga concede a lembrança de um tempo em desterro...
Aviltando a terra que mede a distância dilatando este erro.
Dias e noites, revejo o exílio
da sina de um povo insultado. Hoje, a buscar ainda o seu brilho
no poeta, por seu canto lembrado...
Cantando a saudade além mar. Em Coimbra, robustos segredos...
Trazidos à pena, ao deitar em teus cantos, o assombro dos medos...
Em terras distantes, pesadas lembranças.
Dos primores, as palmeiras, o vento... Agora, vejo-te imóvel, diante das danças, que refazem em tuas mãos aquele momento.
Poeta nativo das várzeas floridas. Emerge à lembrança um triste sinal:
emaranhado de lembranças perdidas, por este retorno à terra natal...
José Britto Barros356
u m p O E T a i m O r T a lMinha singela homenagem ao grande vate
maranhense de quem aos sete anos come- cei a decorar A Cañção do Tamoio que tem
me acompanhado a vida inteira a repetir seu desafio encantador:
“Não chores, meu filho, Não chores que a vida
É luta renhida, Viver é lutar!
A vida é combate Que os fracos abate,
Os fortes e os bravos Só pode exaltar.”
Gonçalves Dias, era eu menino
E a minha mãe me entregou teus cantos:“A vida é combate” e eu pequeninoMe pus a decorar os teus encantos.
356 José Britto Barros - São Bento, MA – Brasil - 15 de julho de 1930, Bacharel teológico, Pastor, missionário da Junta de Missões Nacional, orador sacro, professor, poeta de grande produção.
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Depois cantaste em teus enlevos tantos Da nossa terra o mais formoso hino:
Palmeiras... sabiás em contra cantosLindo poema de um rimar tão fino.
Tua musa, ó gran poeta, foi famosa,Tua poesia toda foi grandiosa
De conteúdo rico e magistral !
E tudo que escreveste está perfeito, Ninguém ousou achar qualquer defeito,
Foste e inda és um poeta imortal!
José Carlos Mendes Brandão357
gOnçalvES diaS, O pOEmaA canção do exílio e o canto do guerreiro
i - juca-pirama e a canção do tamoioa concha e a virgem, ainda uma vez adeus
se se morre de amor e o canto do piaga
Marabá e o gigante de pedraleito de folhas verdes e deprecação
seus olhos, minha vida e meus amoresamor e delírio – engano e recordação
A escrava e o mar, epicédio e a rosa no mara noite, o amor, sempre ela, palinódia? espera!olhos verdes, não me deixes, rola, zulmiraa mendiga sobre o túmulo de um menino
A minha terra e o canto do índioO que mais dói na vida, meu anjo, escuta Oh! que acordar! se muito sofri já, não me perguntesSe te amo, não sei! Como! És tu?
mavuTSinimEu, Mavutsinim, o primeiro homema pisar este chão abençoado,
fui só como o horizonte do infinito.
357 José Carlos Mendes Brandão – Dois Córregos - SP – Brasil – 28 de janeiro de 1947, Publicou sete livros de poesia: O Emparedado a O Sangue da Terra. É detentor de vários prêmios literários, como o da V Bienal Nestlé de Literatura, 1991, por Presença da Morte; o “José Ermírio de Moraes”, do Pen Centre de São Paulo, para melhor livro do ano, 1984, por Exílio; o Cidade de Belo Horizonte, por um romance inédito, 2000; o Brasília de Literatura, 1991, e o “Jorge de Lima”, da U.B.E., 2011, por livros inéditos.
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Senhor do universo, criei de uma conchaa mulher que o meu corpo reclamava.
A beleza tem forma, na verde luxúriadas ervas resinosas que nos acolheram.
O espírito do sol e o espírito da luapousaram sobre nós a sua luz.
O ventre da mulher cresceu como o húmusfertilizado pelas águas vermelhas.
Ergui nos braços o meu filho varãoem oferenda à estrela da montanha.
E seguimos as sendas, que eram nossas.
A mãe voltou à sua aldeia, a lagoa,e encantou-se, na concha de que viera.
Os índios são os filhos do meu filho.
Eu, Mavutsinim, cumpri o meu destino.
O dESTinO dOS mOrTOSOnde Uatsim, o meu amigo tão amado?
Por que não volta para comigo se encontrar?Quando ouvirei o riso dos espíritos,
no dia em que o sol, negro, não brilhar?Quando irei com a sombra do meu amigo
à festa da luta contra os pássaros?Os espíritos tornam-se cobras, à noite,
e eu, Aravutará, não tenho medo.
Os sapos matarei, com minha borduna,e os caranguejos ferozes, com os pés.
Construo forte ponte sobre o córregoe apago o fogo que amedronta os mamaés.
Mas onde o meu amigo, que não vem?Quero a seu lado lutar contra os pássaros,
a arara, o jaburu, o tucano, o recongo.Quero encher de penas o meu tuavi.
A minha flauta tocarei para me defender.Verei o gavião grande comer os mamaés,
que perecem para sempre no dia negroquando celebram a sua festa da morte.
O meu amigo não se vá com o gavião,quero ver o meu amigo evolar-se no ar azul.Por que não vem para comigo se encontrar,
Uatsim, o meu pobre amigo tão amado?Onde os vastos e velhos campos da morte
unem-se aos nossos verdes campos da vida?
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a fESTa dOS mOrTOSOs mortos são sombra, Mavutsinim,
e sonhas a seiva do ar, o fogo do espírito.
Os tronos de kuarup pintados, adornadosde penas de arara e fios de algodãoforam fincados na praça da aldeia
e os maracá-êp cantavam sem cessarchamando-os à vida, à luz rubra do sangue.
Não choremos os mortos, é dia de festa. Os mortos reviverão, com a força do sol.
Cantemos, irmãos, alegres cantemos.A madeira verde se faz carne e dança
com os nossos cânticos jubilosos.
Mas os mortos são sombra, Mavutsinim,e é sombra o nosso apelo fementido.
São os convivas da morte, os mortos.O kuarup é a sua festa, são as flores
de cânticos e danças às sombrasdos mortos que não mais retornarão.
OdE À Índia vanuÍrEEsta casa onde moroexatamente este lugar onde estou esta salafoi uma oca caingangue.
Estas ruas por onde andoforam trilhas caingangues.
Por onde quer que eu passesinto a sombra da índia Vanuíre.
Sinto uma flecha me atravessando a garganta.
Sinto uma flecha me atravessando a língua.
Morro e renasço ontem hoje
no inferno.
Vejo o rekakê Vahuinme chamando para a luta.
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Tenho vergonha da minha covardia.
Onde estou sentadoera uma pedra
junto ao fogo
é uma perdaa alma da cinza.
Onde me deitoreinam
os ossos dos ancestrais.
A velha Vanuíretrouxe a paz?
O esquecimentoapatia
morte lenta de quem fôramos.
Éramos índios guerreiros
condenados à morteencolhidos como uma criança
no útero.
Iríamos para a terra friaos guerreiros chorariam
por nós.
Os anciãos chorariam por nós.
Hoje ninguém chora por nós
sobreviventescomo um tição apagado
na fogueira.
Ah Vanuírepara que existimos?
Estou ouvindo a terra do homem a terra do homem a terra do homem.
Estou ouvindovozes do outro mundo
Vanuíre e Vahuin
451
outros rekakêsCongue Huí
CharinCangruí Rugrê.
Se lamentam morrem mais uma vez.
José Carlos Serufo358
anTôniO, O auTOdESTErradOO poeta é um louco compensado na poesia,
sem a qual terminaria em degredo social,no isolamento, na morte..., no anonimato.
O poeta dói a cada novo instante.Gonçalves Dias excretava dores a cada suspiro, a cada
escrita,para dar espaço às novas dores que se acumulavam e o sufocavam,
brotando continuamente de sua fornalha interior.
Teve momentos, talvez felizes, que logo se tornaram recordações dolorosas,
como em “Seus olhos” e “A leviana”.Aqui não se trata de leviana, mas de sua musa-menina, “A leve Ana”,de um amor bloqueado pelos valores morais e o respeito à tenra idade.
Preso a esses valores e respeitos da época,não lutou para ter a amada, agora mulher,em novo encontro no vau de paixões desvairadas.Valores..., Virtudes..., esvaídas no vau do tempo.Nunca mais deitou a cabeça no travesseiro do perdão.Assim registrou no poema “O amor”“Dobrei-me às duras leis que me imposeste, Curvei ao jugo teu meu colo humilde,
Feri-me aos teus ardentes passadores, Prendi-me aos teus grilhões, rojei por terra...
E o lucro?... foram lágrimas perdidas, Foi roxa cicatriz qu’inda conservo,
Desbotada a ilusão e a vida exausta!”
358 José Carlos Serufo - São Paulo - SP – Brasil - 02-09-1952. Médico especialista em Clínica Médica, Medicina In-tensiva e Saúde Pública. Professor adjunto da FM-UFMG e professor titular da Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Infectologia e Medicina Tropical. Membro titular da Academia Mineira de Medicina (Cad. 67). Membro titular da ABRAMES (Cad.10) e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Membro titular da Arcádia de Minas Gerais. Membro Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (Cad. 44). Autor dos livros “Valorados Grafemas”, “Poemas”, “Erótika”, “Emergências Médicas”, “Odes”, “Poematizando”, “Jornada Gui-marães Rosa” e “50 Poemas” E-mail: [email protected]
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E então, tudo virou dor e auto-flagelo lavrados no poema “O que mais dói na vida”“É morrermos em vida,
morrer no peito da mulher que idolatramos,no coração do amigo...’
Ou, ainda, o dessentido do viver, expresso em “A minha musa”.“Nesse pobre cemitério
Quem já me dera um lugar! Esta vida mal vivida
Quem já ma dera acabar!” “Invejo o sono dos mortos
Sob a laje carcomida.”
Atenua nos sonhos, muitos, mas pouco.“Porque a vejo nos meus sonhos,
vem comigo, ó doce amada”exprimido no poema “Solidão”, mas atenua pouco
“Acordado ou dormindo, é triste a vidaDês que o amor se perdeu”, do poema “Delírio”.
Castigou-se com o exílio...Viveu como em “Recordação” e “Sempre Ela”
“Depois que meus olhos a perderam.Deixando-me sem norte em mar d´angústias”
“Então dos olhos meus corre espontâneaQue não mais te verei”
No poema “Minha vida, meus amores” buscou conforto na conversa com Deus.“Ou suplica a Deus comigo
Que me dê uma paixão; Que me dê crença à minha alma,
E vida ao meu coração.”
Tentou convencer-se, de que na vida tudo é assim, em seu “Miserrimus”“Amizade! - ilusão que os anos somem;
Amor! - um nome só, bem como o nada, A dor no coração, delícias n’alma, Nos lábios o prazer, nos olhos pranto
- Tudo é vão, tudo é vão, exceto a morte.”
Mesmo em seu poema à pátria, talvez o mais conhecido, com versos gravados no hino nacional, o singular “Canção do exílio”, há influências desta paixão palmatória:
“Nossa vida mais amores.” “Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;”
Até que um dia, a vida o pôs em confronto.Em êxtase, mas imóvel imolou-se de novo em “Ainda uma vez – adeus”
“Perdoa, que me enganei!”“Quando do engano, quem erra.
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Não pode voltar atrás!” “Dói-te de mim, que t’imploro
Perdão, a teus pés curvado; Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz! Perdão da minha miséria, Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito, Também do mal que me fiz!”
Ela copiou o texto com o próprio sangue,mas igualmente extasiada, estagnada, nada fez.
Ele, mais uma vez aceitou, passivo, diante do confrontosangrou sua alma mais uma vez – na poesia.
Fosse ele um bruto.Fosse mais leviana, a Leve Ana.Tudo seria diferente
e, talvez, não conheceríamos Gonçalves Dias...
amBÍviO diaSianOEncruzadas... Muitas!
A vida arma caminhos cruzos.Muitas vezes inarmônicos, abstrusos
Redirecionar é nossa arte,Mas uma perdida pode enfunar, acabrunhar para sempre o cabra.Esbagoar no espaço, deixando-osem asas, sem vento, sem arranque.
Assim, Gonçalves Dias,diante da caixa preta do destino,dos valores morais de sua épocae da paixão insopitável,tomou o rumo que julgou decoroso.Nunca mais perpassou, plenamente, os umbrais de Afrodite!
Plenamente, cunhou na escrita o traço agridoce de sua amargura...
Vale ser bom! Vale quanto? Vale vintém!Uma saga malfeliz!
Suntuosa literatura, farta atribulação, eu destintoNo vão, entre a amizade e a paixão
Entre os valores morais e o instintoEntre a amante meliante e o círculo social distinto.
Cair no desterro do desabusado ou no insulamento do humano?...Enfim, quando vale seguir a Ponta do nariz ou o arco-íris, diga-me meu poeta Beliz?
454
José de Castro 359
À SOmBra daS palmEiraS (para anTOniO gOnçalvES diaS, em memória)
Vêm de longe os teus versos,do passado a ecoar,
ouro, prata, esmeralda,um valor que não tem par.
Tuas palavras são lembrançasque cavalgam leve ao vento,
se parecem com a brisaquando sopra em lamento.
Teus poemas são estrelaspelo céu a cintilar,
abro portas e janelaspra melhor os contemplar.
Inda ouço tuas mágoasemergindo lá do mar,
canto triste sobre as águasonde fostes te afogar.
O poeta até se acaba,mas seus versos, esses não,
feito rio correm sempre,perenes no coração.
Nessa terra tem saudades,tem estrelas, o que mais há?
Tem a sombra das palmeirase um triste sabiá.
Mesmo um século ou milênios,passe o tempo que passar, os teus versos como estrelas
para sempre irão brilhar...
359 JoSÉ DE CASTRo - Resplendor/MG – Brasil - 23/03/1948.Jornalista, poeta e escritor. Mora em Natal/RN. Membro da União Brasileira de Escritores/RN. Livros publicados:
A marreca de Rebeca (Paulus/SP); O mundo em minhas mãos (Bagaço/Recife); A cozinha da Maria Farinha (Paulinas/SP); Poemares (Dimensão/BH); Poetrix (Dimensão/BH); Dicionário Engraçado (Paulinas/SP). Publica seus escritos no site: http://www.recantodasletras.com.br/autores/josedecastro
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José E. Teixeira de Sousa360 - Rio de Janeiro, 1873
gOnçalvES diaS – OdE - aO dr. anTOniO rEgO
O céu e o oceano— Imagens do infinito – reclamaram
E para si guardaramOs despojos do vate americano………………………………..Mas se a terra em seus ossos não consomeTeve em partilha a glória do seu nome.
Bernardo Guimarães
Glória ao poeta — gênio! _A turba se descobre e exclama: Glória!O mundo acompanhando o com edêniomimoseia o porvir, corteja a história.
E a estátua de granitoanima-se no meio do concerto,
erguendo-se à raiz do plaino abertocomo o sol no infinito.
Ei-lo! Silêncio!... A aragemem nossas noites — meiga e perfumosa,
do rio a voz, da lua a branca imagem,a palmeira a florir verde e frondosa,
da tarde as harmonias,as rútilas esferas lá no espaço,o mar que a escondeu em seu regaço,tudo, tudo nos diz: Gonçalves Dias!
Sim, sim ele foi grande… ele era enorme!...E quem d’aqui não descortina ocultoo Gigante de pedra homereo, informe?Quem de Coema o doce e ameno vulto?Inda I-Juca-pirama a voz expande
Em seu canto de morte altivo e nobre!E tudo isso hoje diz, tudo descobre
o quanto ele era grande!
Ele era d’esses talhadospara crescer e subir.
Trazia a seiva divinanos musc’los a refluir;
no cérebro a lava ardente,na voz o verbo fulgente,
– como fanais do porvir!
360 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 556-560. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Em hora de amor profundoDeus o fez vir até nós,
e disse: «Poeta, dirige«as orquestras com tua voz!«o mundo por ti espera,
«perfuma-o de primavera,«dá-lhe eternos arrebóis.
«Em face de tuas dores«rir-se-ão os pigmeus;
«mas, em troca, nos teus prantos«dá conforto aos prantos seus;«lhes aponta em teus poemas
«a solução dos problemas,«que despenhou os Anteus.»……………………………
Ele veio peregrinoassentar-se ao nosso lar,
como o velho bardo grego,de tenda em tenda a cantar
cantigas que as caravanasrepetem hoje as savanas,
à luz alva do luar:
Minha terra tem palmeirasOnde canta o sabiá,
as aves que aqui gorjeiamnão gorjeiam como lá…
E assim a cantar andavasoluçando paz e amor;
no prazer, velando o pranto;no riso velando a dor;
mas seu olhar sempre fito,na planura do infinito
como no sol o condor!
Um dia porém… calou-se!enviuvaram as canções!...
adormecera e se foracomo vão-se as estações…
guardaram-lhe o extremo alentoas vagas em movimento,
as bocas dos furacões.
Como Haidéa em doces beijosreanima a D. Juan,
as ondinas em cortejomostram-lhe nova manhã.
«Sê bem vindo!» – dizem umas
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enxugando-lhe as espumas,que o envolviam, do mar;
outras – vem-lhe pressurosastrazer um leito de rosas
e folhas de nenúfar.
Sê bem bem-vindo! ah! e tão tarde!«Não vinhas mais já… talvez?!
«Meu coração por ti arde.«pálido bardo. . . não vês?...»
Outra – meiga o acariciadá-lhe a beber ambrósia
dos seus paços de cristal.E o poeta como em sonhos
aos beijos dorme risonhosd’esse bando festival.
Assim enquanto o oceanonas ribas que o viu nascer
seu corpo procura ufanocomo um tesouro esconder,
outro oceano – o da história –sua alma cheia de glóriaguardando em rútilo véu,
eco de um triste lamentoaos frios beijos do vento,vai abriga-la no céu.
E tu, estátua d’argila,Troféu erguido n’um montão de glória
tua base não vacila…não carece dos evos a memória!...Para ires ao porvir te basta o nomedo vulto a quem te exalças em renome.
Minh’alma já desvendaas névoas d’essa idade que se avança…
Tu luzes lá na senda,como um iris fagueiro de esperança!
em cada busto que teus pés rodeia,eu vejo um prélio em que venceu a ideia.
Vem, turba entusiasta,exalta o gênio lhe inflorando a c’roa!
mentiras cortesãs de ti afasta,e solene coral alegre entoa!
Terra das melodias,Terras do Maranhão, verdes palmares!inda mais uma vez estruja os aresseus cantos imortais – Gonçalves Dias.
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José Francisco das Chagas- José Chagas 361
CHÃO da praia grandE362
IChão da Praia Grande,
desertado chão, que será que expande
tua solidão?
Onde te inicias e onde tu findas,
gastando os teus dias em idas e vindas?
Onde o teu limite na lembrança nossa, que só nos permite
quanto não se possa?
Quem que abre a porta desse teu vazio,
natureza morta num silêncio frio?
Quem te lembra a vida de saudosas lutas,
na razão medida dessas pedras brutas?
2Chão da Praia Grande
que de noite assusta quem agora ande sua paz vetusta.
Como são vazias pela noite afora
tuas tristes vias Onde o tempo chora.
E quando despertas nas manhãs tão nuas,
como são descritas Essas pobres ruas.
[...]
361 José Francisco das Chagas- José Chagas. Nasceu em Piancó/PB, em 29 de setembro de 1924. Radicado no Maranhão desde 1948. Jornalista. É considerado o cronista da capital maranhense e um dos grandes poetas da atualidade.
362 In: LATINIDADE –III Coletânea Poética da Sociedade de Cultura latina do Estado do Maranhão, pp.41-42, 2002.
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9 Chão da Praia Grande
deixa que, em poeira, teu tempo desande
até onde queira
e que teu passado não fique senão
como pó dourado sobre a solidão.
José Itamar Lima da Silva - Itamar Lima363
parTO Pariu-me uma mestiça em Jatobá próximo a Caxias Emprenhada pelo amor e sangue de um português Fazendo-me orgulhoso pelas raças, a poesia e a tez,
Polindo-me em versos o tempo por Gonçalves Dias.
Ganhei mundo tendo como pano de fundo o saber Cantando no além-mar fiz a saudade vida no exílio
No peito e na lembrança em Ana buscava o auxílio, A rejeição não foi páreo pro meu romance morrer.
E nas noites de febre ou na gestão poética insone Findadas no final instante da cabine do Boulogne Entreguei-me às sereias no cheiro dos seus lençóis. Fiz meu reinado e que o tempo não me destrone Desabitei das palavras e alcei voo como um cone Pois agora desperto no amanhecer de outros sois.
José Lissidini Sánchez364
El pOETa “En honor del gran poeta brasileño
Gonçalves Dias”
363 itamar Lima José Itamar Lima da Silva - Missão Velha-CE - Brasil - junho de 1966, mudou-se com a família para a cidade de Pedreiras aos 06(seis) anos de idade onde viveu parte de sua infância e adolescência, tempo em que fora estudar em São Luís-MA. Retornou para Pedreiras em 1985 onde residiu até os 34 (trinta e quatro) anos, o que o faz Pedreirense e Maranhense por opção. É bancário no Banco do Brasil S/A, Estudante de Direi-to na Faculdade São Luís e na esfera artística é compositor, cantor e poeta.
364 José Lissidini Sánchez - Montevideo. Uruguay - 17 de abril de 1961. Escritor. Periodista. Profesional Universita-rio en el área del Derecho. Premiado desde 1985 a nivel Nacional e Internacional en Poesía y Narrativa (Italia. Argentina. Australia). Premiado por la Fundación Mario Benedetti. 1990, publica su primer libro con el título “ Destetiempo”, compendio de poemas. Coparticipe de Antologías Internacionales. Colaborador en Publicacio-nes a nivel Mundial. Compositor.
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Cantemos a la Gloria.Cantemos al Honor.
Cantemos a un hijo de Américade letras y poesía mayor.
Su preclara memoria,nos recuerda su blasón.Su talento y sus luces.
Su honesto y leal corazón.
Es la fructífera plumaque reproduce el valor,
de un pueblo que libre ofrecevida, alegría y amor.
“Tus ojos”. “Irresponsable”,la pasión ardiente que emana,por aquella niña que se volvió
tu Musa eterna, Doña Ana.
¡Oh suelo venturoso,que tal poeta dio !
Hoy nos habla desde su lira,Gonçalves nunca se ausentó.
La Cultura es el futuro.La Ilustración es el destino.
El poeta así lo concibiópor ser mandato divino.
Con Araújo Porto-Alegrey Gonçalves de Magalhães estas
Con tu mar de talento inmenso,gran poeta de “ Cantos y Timbiras”.
lETraS vivaS“ En honor del gran poeta brasileño
Gonçalves Dias”
Yo saludo tu sagrada lira.Yo saludo tu verbo divino.
Iluminó el astro bello, tu destino.Te ungió de fortuna la deidad pía.
¡ Loores a ti poeta! Pues día tras día,consagrado en triunfo y gloria, se te mira.
Te mereces laureles, palmas y las olivas.La pluma siempre será tu áureo signo.
Entre grandes Americanos, tú eres digno.
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Y en el siglo veintiuno, desde la memoriatrazo a trazo, sigue escribiendo su historia,
enérgico tu verbo, en fermentales letras vivas.
Grabaste tu nombre con firme puño, a burilPoeta Gonçalves Dias, en tu imponente Brasil
José Luís Alves Pestana365
COnTErrÂnEOSou das terras das palmeiras onde canta o Sabiá
Sou do Maranhão
Ludovicense e Caxiense de coraçãoNa minha história de vida, idas e vindas por lá e por cá
Vejo hoje poucas palmeiras e tampouco o SabiáCaxias tenho saudade
Gonçalves Dias só tenho a exaltarO poema perfeito a seu respeito ainda dorme no meu peito.
José Menezes de Morais - Menezes y Morais 366*
gOnçalvES diaSo branco o negro o índio moldaram a tua faceno momento em que nascestea vila de caxias respirava nos pulmões da liberdadenão era a república em florque sousândrade desejaramas certamente o iniciode uma longa caminhada
não foste apenas “o cantor dos meus guerreiros”
como machado te chamarafoste igualmente
um guerreiro da palavrasofreste do amor
que alimenta a vidasem ter o amor que
365 José Luís Alves Pestana - Poeta José Pestana - São Luís –MA – Brasil – 26 de junho de 1968. Bombeiro Poeta. 2º Sargento do Corpo de Bombeiros Militar-Maranhão.
366 Menezes y Morais é poeta, romancista, contista, teatrólogo, ensaísta, professor, jornalista e historiador piauiense radicado em brasília. ex-presidente do sindicato dos escritores no df, 12 livros publicados, entre os quais o romance a íris do olho da noite (thesaurus). WWW.thesaurus.com.br
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o teu peito desejava tua poética é rastro de estrelas
na dicção celestedo brasil insinuado
quarenta e um anos e certeza: o oxigênio
da poesia é a liberdade
José Oswald de Sousa Andrade – Oswald de Andrade 367
CanTO dE rEgrESSO À páTriaMinha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo Sem que eu veja a rua 15 E o progresso de São Paulo
Jose Paulo Paes - 1973
CançÃO dO EXÍliO faCiliTada368
… sabiá …papá
…maná … sofá
… sinhá … cá?
bah!
367 Oswald de Andrade São Paulo – SP – Brasil - 11/01/1890 /22/10/1954 http://www.releituras.com/oandra-de_bio.asp / http://recantodaspalavras.com.br/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/ Compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
368 Series Canções do exílio Jose Paulo Paes. Disponível em: http://www.moinhoamarelo.com/2011/07/serie-cancoes-do-exilio-jose-paulo-paes.html. Data do acesso: 01 de fevereiro de 2013. Poesia compilada por Leo-poldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universida-de Estadual do Maranhão
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José Renato Hauck Junior369
CançÃO dO EXÍliOQue saudade tenho do lugar
onde nascie, ao qual não mais poderei voltarporque de lá fui exilado.
Embora onde eu estou,haja muitas belezas,
meu exílio tem me feito alimentaro desejo de poder,
mais uma vez, a minha terra retornar.
Na memória, busquei razõespara meu exílio,mas, não as encontrando,
decidi não mais procurá-las.
Com o passar do tempo,certo dia, lembrei-me
de que regras havia quebradoe, por isso, meu exílio se fez necessário.
José Ribamar Ferreira - Ferreira Gullar370
nOva CançÃO dO EXÍliO371
Minha amada tem palmeiras Onde cantam passarinhos e as aves que ali gorjeiam em seus seios fazem ninhos Ao brincarmos sós à noite nem me dou conta de mim: seu corpo branco na noite
luze mais do que o jasmim Minha amada tem palmeiras
tem regatos tem cascata e as aves que ali gorjeiam são como flautas de prata
369 José Renato Hauck Junior – Campinas – sp – Brasil - 19 de maio de 1993 - Diretor Social e Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 20, Patrono Nelson Rodrigues; Membro Efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; e, da Liga dos Amigos do Por-tal CEN, de Portugal, e da Associação Internacional dos Poetas del Mundo. Coautor da Antologia “Traçando caminhos singulares”. Cursa Educação Física, na PUC-RS. E-mail: [email protected]
370 José Ribamar Ferreira - Ferreira Gullar - São Luís – MA – Brasil - 10 de setembro de 1930; é um poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo
371 http://www.moinhoamarelo.com/2011/07/serie-cancoes-do-exilio-ferreira-gullar.html, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Univer-sidade Estadual do Maranhão
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Não permita Deus que eu viva perdido noutros caminhos
sem gozar das alegrias que se escondem em seus carinhos
sem me perder nas palmeiras onde cantam os passarinhos.
José Ribeiro de Sá Vale372, 373
gOnçalvES diaSQuando teus versos primorosos leio,
Urgidos de beleza e de harmoniaSinto – e não nego – um verdadeiro enleio,
Entro no mundo azul da Poesia!
Teu estro de esplendor viveu cheio,Lembra o de Homero, rico de magia;
Cortejando, brilhando em fino meio,Mostraste o teu valor com galhariua!
Tu cantaste a mulher que te foi vida,- A pátria, nosso céu, tribos guerreiras,
Sagraste emj lira de ouro, tão luzida!
Vejo o teu vulto egrégio veronil,Circulando de virides palmeiras,Como o rei dos poetas do Brasil!.
gOnçalvES diaSRei sublime do verso fulgurante
De forma tensa e rica de emoção;Seu nome excelso é como o diamante
Enche de glória todo o Maranhão.
Não foi poeta somente e cintilante, Foi também sábio, sem afetação,
Tem por docel –– o espaço deslumbrante, Tem por jazigo –– o mar cheio de unção.
Burilador da lingua portuguesa, Em poemas de fulgido [?]
Celebra o indio, o amor a natureza.
372 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasília: Senado Federal, 1980, p. 66-67, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
373 Publicada em “O Estudante de Atenas”, em 1957, in Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, volume 03, p.156-181 169 http://www.outrostempos.uema.br/volume03/vol03art10.pdf Poesia com-pilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Mara-nhão; Universidade Estadual do Maranhão
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O máximo poeta do Brasil. Que o faz com direito e sem [?]
É seu formoso gênio varonil.
Journey Pereira dos Santos 374
O amanTEEra um amante. Um pleno amante! Que amava tanto, tanto, que mes-
mo prisioneiro no delírio febril da tísica, balbuciava o nome de sua amada... Clamava aos céus que o permitisse fitar pela última vez, a
esplêndida face de sua musa, que do outro lado do Atlântico esta-va a lhe esperar...
Mas o destino vil o impediu, quando no tão desejado regres-so, num naufrágio sucumbiu... Porém, Deus, das alturas da bondade, intercedeu: Transformando a consternação da morte em dádiva... E o saudoso amante abjurava à vida, para se converter em mar...
E desde então, vive a oscular a amada a cada onda que na costa tupiniquim vem se desmanchar...
Juan Carlos Flores Aparicio375
al gran pOETa gOnCalvEZ diaZ: Ganaste el corazòn de los amantes literarios,Ofuscados a veces en el universal negativismo,No dejaste que la pereza, nuble tus iris,Cada vez que leo tu canto, mi alma regocija.
Avanzas a cada instante sin desmayo, pues los corazones,Laten de alegria,limpias las dudas , en un instante , y Veo en tu alma ,sinceridad innata, que inspira Fè,Esperanza y amor , solo brotan de tu integrigad , y al momento,Zarpan,las alimañas sin destino.
374 Journey Pereira dos Santos - Alagoinhas-BA, Brasil - 25/07/1985. Não sou poeta! Definitivamente, não. Mas adoro ler poesia! Sou apenas um pacato negro baiano do interior, quase formado em fisioterapia, mas que largou os pacientes para se dedicar às ciências agrárias e aos movimentos sociais da Via Campesina, através do curso de Engenharia Florestal, na UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), no qual já estou na metade do caminho (5º semestre). Já participei de uma antologia para Carlos Drummond de Andrade e será uma honra imensa participar desta também.
375 Juan Carlos Flores Aparicio - Tarija- Bolivia - 1ro. de septiembre de 1955 - Pseudònimo de escritor. Virgo de Tarija. Profesiòn. Medico y Odontologo. Inicio mis actividades lierarias a muy temprana edad ( 8 años) como poeta costumbrista en el Colegio Antiniano de la ciudad de Tarija. Luego empiezo a escribir poesias , especial-mente Acrosticos, ya que considero, que la expontaneidad , es lo que desarrollè y aprendi en la vida, como instrumento motivador en el ser humano.
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Juçara Valverde376
aO CanTO guErrEirOAqui na floresta façanhas de bravos
não geram escravos Quem golpes daria, fatais como eu dou? Quem guia nos ares na altura arrojada?
Quem canta seus feitos com mais energia? Na caça ou na lide, meus passos conhecem
e a ave medrosa se esconde no céu. Mil gritos reboam, mil homens de pé
Lá vão pelas matas, o vento gemendo.As matas tremendo, a morte lá paira.
Os campos juncados de mortos mil homens viveram, mil homens são lá.
Qual fonte que salta fremente e queixosa que a raiva apagada de todonão é o canto do guerreiro.
Júlia Báu Schmitt377
minHa CançÃO dO EXÍliOMinha terra tem flores
que florescem perfumadas e coloridas;tem pássaros que lá¡ viveme cantam felizes sem parar.
Nossas casas têm mais vida,nossa vida tem mais sentido
e fazem com que as floresabram-se com mais brilho e cores.
Não permita Deus que eu morrasem antes eu cantar entre as florese os pássaros estejam a me escutar,
sentindo, no ar, todo o meu amor.
376 Juçara Regina Viégas Valverde: Cruz Alta/ RS – Brasil - médica, poeta, artista plástica. Profª. Assistente de Cirurgia Geral, Faculdade de Ciências Médicas UERJ; Conselheira SOBRAMES Nacional e Literarte. Membro Honorário Academias: Letras Mariana MG; Artes de Cabo Frio; Membro: PEN Clube do Brasil; Sociedade Eça de Queiroz; Academia de Medalhística Militar; Ac. Artes, Ciências da Ilha de Paquetá; www.abrames.com.br; [email protected]; Juçara Valverde<[email protected]>.
377 Júlia Báu Schmitt - Porto Alegre – RS – Brasil - 2 de julho de 1991. 1ª Secretária e Membro Fundador da Aca-demia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 5, Patrono Monteiro Lobato; Membro Efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; Clube Infanto-Juvenil “Erico Verissimo”, da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, Porto Alegre/RS; Liga dos Amigos do Portal CEN, Por-tugal; e Associação Internacional dos Poetas del Mundo. Coautora dos livros “Olhares - Crônicas Escolares” e “Palavras, A Linguagem da Vida”. Cursa Pedagogia, no Centro Universitário Metodista IPA-RS. E-mail: <[email protected]>
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Juliano Cincinato Cadore Fernandes378
CançÃO dO EXÍliONa minha terra tem amores;
no entanto, não existem flores. Nela tem poluição, mas, por ela, tenho paixão.
Nela tem marginal; porém, nem todos são do mal.
Na cidade em que estou;
tem amores e é bonita como os beija-flores.
Nela existe muita natureza e, na Fazenda Pirajá, canta o sabiá;mas é para a minha terra natalque desejo voltar.
Julio Mesquita379
CarTa À SaudadEOh! Senhora propagadora do sofrimento alheio, suas mandíbulas fizeram
o meu saudoso coração indefeso lacrimejar, tão logo que se apropriou de meu peito latente, como uma invasora de almas. És a responsável pela ida do semideus “Orfeu” ao inferno, por em si não suportar a ausência de quem tanto amava. Sufocaste noivas e esposas, namorados e namoradas, pais e filhos, em lágrimas e tristezas, nas lamúrias da solidão sem-fim.
Senhora detentora do sentimento mais puro! Por que maltratas, com sua aguda nostalgia, aqueles que tanto carecem de estar junto dos seus ? Será que não te satisfazes ao ver, nos olhos, a marca incessante do seu lembrar ? Talvez invejes a manifestação da alegria, ou simplesmente te regozijes com o martírio coletivo ou de cada indivíduo. Talvez também sejas solitária e carente, por isso provocas, vingativamente, o mesmo sentimento que
em ti reproduz. Saiba que sou sua mais nova vítima e despedaço-me em fragmentos dispersos, quase que me perdendo de mim. Não! Não! Não! Não
a condenarei por sua natureza discriminadora da dor da perda, nem tampouco a culparei pelo o que sinto, sabendo não ser tu a responsável por não estar comigo aquela que verdadeiramente amo. Ela, sim, é quem deveria ser culpada e
condenada a amar-me, por abandonar-me à própria sorte e solidão.
378 Juliano Cincinato Cadore Fernandes - Porto Alegre/RS – Brasil - 17 de maio de 1999. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. E-mail: [email protected]
379 Júlio Mesquita - 30 de março de 1972, cursou comunicação e publicidade com a conclusão de apenas um dos cursos. Passou um período como técnico em encefalograma de uma clínica muito conceituada. Trabalhou de garçom, motorista e gerênciou uma termas tornando-se sócio dela por alguns anos. Após isso, intermediou alguns shows de artistas na época em off, como angela roro, tunai, flávio venturini e tantos outros. Publicitário e escritor. WWW.juliomesquitaescritor.com
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Por favor! Não, não tenhas pena de mim. Se choro é porque não há outra coisa a fazer senão lamentar-me em um rio de lágrimas e frustrações, já que não fui amado tanto quanto desejei. Assim como “Platão” dedicou-se a amar tudo e todos, também me dedicarei a este contexto de pluralidade infinita, visando não sentir mais saudades de alguém. Se precisar, invocarei os deuses do
“Olimpo”, na tentativa de intercederem ao meu favor, em detrimento de ti.
Quem sabe “Ares”, o Deus da guerra, erga-me em batalha contra a senhora Saudade. Porém, não é minha intenção
afrontá-la, mas somente desvencilhar-me do teu jugo, evitando desfalecer meu coração. Senhora saudade,
nem queira saber o que “Arthur Schopenhauer”, profundo conhecedor da dor, diria de ti por me
tratares assim.Mas, ainda que o amor seja uma tortura
inconsciente, prefiro morrer desse mal disse Gonçalves Dias.
Julliano César Rodrigues Vicente380
CançÃO dO EXÍliOEmbora Santa Catarina tenha
muitas belezas naturais, considero as dos Rio Grande do Sul
mais ricas e atraentes.Lá, além da paisagem
natural campestre, há a urbana que é encantadora.
Aqui, praias belíssimas que recebem muitos turistas;
lá, praias não tão belas, mas muito agradáveis,
porque nelas, encontro muitos amigos.
Tanto lá quanto cá, compõem a paisagem cultural
da região sul
380 Julliano César Rodrigues Vicente - Porto Alegre/RS – Brasil - 24 de março de 1995. Estudante do Ensino Mé-dio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS; Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: 2011 - “Canecas e Camisetas Poéticas”; 2012 - “Caixas Poéticas”. Curte música e esportes. E-mail: [email protected]
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Juraci da Silva Martins381
HOmEnagEm a gOnçalvES diaSBendito o tempo em que passou aqui,
o poeta encanto, e que bem sabiacultuar raízes nas três etnias:negro, indígena, branco...
Circulando nas veias o sangue sacrossantode Poeta e Teatrólogo,
colocou no papelseus encantos, seus prantos
seus amores, alegrias e dissabores.Bebeu na mesma fonte dos talentos
onde se saciaram poetas e intérpretesda vida, do agir humano e seus sentimentos.É presença em cada coração de poetaEm cada alma sedenta de vida.
É imortal por tanta valia!
Jussára Custódia Godinho382
amOr a CaXiaS dO Sul Minha terra tem parreiras E o bom vinho vem de lá As uvas que lá semeiam Nem se comparam com as de cá!
Minha terra tem frio, chuva, neve e muito vento e gente que enfrenta desafio com bravura e sentimento!
Terra forte, do quente chimarrão, do pala, da bota, do quentão
e de muito amor no coração!
A esse chão d’onde brota a emoção manifesto toda minha paixão: te amo com loucura, meu rincão!
381 Juraci da Silva Martins - Rio Grande do Sul – Brasil - Presidente da Associação Literária Sepeense, São Sepé/RS; Vice-Presidente da Academia Regional de Artes e Letras Condorcet Aranha, Restinga Sêca/RS; Membro Efetivo Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Camboriú/SC; Membro Correspondente da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, Porto Alegre/RS; Delegada Cultural da Associação Artística, Literária e Multiprofissional “A Palavra do Século 21”, Cruz Alta/RS; Embaixadora do Cercle Universel de la Paix, Genève-Suisse/France. E-mail: [email protected]
382 Jussára Custódia Godinho - Caxias do Sul, RS – Brasil - 10.09.57. Licenciada em Letras Português e Espanhol, pós-graduada em leitura e Produção Textual. Cônsul do Movimento Poetas Del Mundo de Caxias do Sul, filiada à União Brasileira de trovadores de Caxias do Sul, associada à AGES- Associação Gaúcha de Escritores. Autora do livro “Alma TROVAdora”, volume 002 da Coleção Luiz Otávio é Cem, com mais de 300 Trovas Literárias.
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Justina Cabral 383
dOS muJErES - (SOBrE SuS dOS amOrES)Su pecho guardó dos flores:
A una bien la quería,y por otra se moría…
¡Le cantaba sus amores!
Luchó por esa primera,por la segunda soñó:
¡Mar y cielo le brindóy una palabra sincera!
Ni margaritas, ni rosas,ni suspiros, ni calor,
sellaron aquel amorcubierto con mariposas.
Kálison Costa Nascimento384
O grandE pOETa Gonçalves Dias nasceu com a poesia no sangue.
Era desde pequeno um batalhador. Nasceu com força e caráter.
Ele nasceu com a poesia na alma e muito amor.
Com raça, firmeza, com o dom de expressar. Através de poesias sua herança deixou.
Para o futuro ele trabalhou. Nos versos lemos sua forma de amar!
Seu gosto fino pela vida foi real! Muitos buscam sabedoria de um caxiense.
Que conquistas conseguiram. Com a admiração de mais de um maranhense
383 Justina Cabral - Mar del Plata, Argentina - 29/04/1987. Escritora por vocación, y diseñadora gráfica por oficio. Estudió en el taller literario Jorge Cocaliadis con la profesora Julia Zelis de Ercolani. Es socia de la Sociedad de escritores latinoamericanos y europeos, más conocida como SELAE, y forma parte del Movimiento Poetas del mundo. Coordina y organiza eventos a nivel internacional. Publica en diversas páginas web, revistas, diarios, y libros grupales, en diferentes países del mundo.También lanzó su libro individual durante el año 2012 deno-minado “Dulces y limón” editado por Editorial Portilla en Estados Unidos de América.
384 Kálison Costa Nascimento - São Luís – MA – BRASiL - 02/10/2001- Motivo da Participação: Poder expressar-me de forma poética e poder viajar no mundo irreal e homenagear o tão saudoso Gonçalves Dias da histórica cidade de Caxias! Cursando: 5º Ano Turma:C Profª Shirle Maklene
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Karine Salton Xavier385
CançÃO dO EXÍliOAqui, há muita poluição;
Lá, muito ar puro.Aqui, tem insegurança;Lá, tranquilidade.
Aqui, as pessoas não se preocupam umas com as outras;
Lá, a solidariedade é muito forte.Aqui, há um maravilhoso pôr do sol;
Lá, um entardecer fantástico entre as montanhas.Aqui, faz calor acima de quarenta graus;
Lá, frio abaixo de zero.Depois que eu concluir a faculdade, vou voltar para lá.
Karline da Costa Batista386
CançÃO dO filHOAgora vou cantar Gonçalves, Imperador da Viva Arte.Versando com sentimento. Um canto ao caxiense,
Que desde o exílio cantou a sua genteMajestoso e laureado Gonçalves!
Poetas em júbilo. Celebraram-te porque trazesNesta lírica passional toda a brasilidadeFino sabor, priorado da imponente Palmeira.Literário estandarte - Viva Gonçalves!
A Iara crioula vem saudar-te: Esta é para Gonçalves!Verso-mor do cancioneiro brasileiro. Grande baluarte!Tremendo Poeta a cantar seu terreiro. Canora ave.Hino d’amor. Várzea em Flor. Sabiá bela arte.
Bravo, bravíssimo, Salve Gonçalves!
385 Karine Salton xavier - Porto Alegre – RS – Brasil - 29 de julho de 1995. Filha de Dora Lúcia Salton e Balbino Silva Xavier. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 39, Patrono: Oswald de Andrade; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; Associação Internacional dos Poetas del Mundo; e, Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal. E-mail: [email protected]
386 Karline da Costa Batista – Aracati – CE – Brasil - 11/03/1988. Graduada em Letras (UFC),2° lugar no I Prêmio AltFest! de Poesia (PE),3° lugar no III Prêmio Literário Legislativo- Caçapava do Sul (RS), 8° lugar no Prêmio Ce-cílio Barros Pessoa de Poesia (RJ). Textos publicados nas antologias “Versos Soprados pelos Ventos de Outono” e “III Prêmio Literário Legislativo- Caçapava do Sul”,na revista “Um conto” (MG), no projeto “Um Poema em Cada Árvore” (MG), no blog Fênix entre outros.
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uma amélia para gOnçalvESGemes pelo amor sufocado, saudoso discípulo.
Duma lembrança bem quistaDe um ideal mal fadado
Desígnio cruento. Defunto habitanteDesta terra de vivos e povo errante
Poeta amante. Levante!A gentil Amélia ainda espera
O retorno sincero, degredado que fostes.Pelo cínico destino, atroz desatino.
Confinar o amor pulsanteAo adeus permanente
E sei que ainda o sentes, Gonçalves, amigo.Nesta cova em repouso
O verme latente não haverá consumidoO sentimento pungente neste coração inda quente
Que a donzela em exílio acena e consente- Regressa, com pressa, amante querido.
Kaylla Kaith Lopes Gonçalves387
minHa TErra Minha terra não tem palmeiras,
Não cantam mais os sabiás. No céu tem poucas estrelas,
Mas prazer eu encontro lá.
Minha terra não tem muitos primores, Que quase não encontro por cá.
Não permita mãe de Deu, Que a tristeza vá me machucar.
Kayron Torma Oliveira388
minHa CançÃO dO EXÍliO ‘’Meu Rio Grande do Sul,
céu, sol, sul, terra e cor, onde tudo que se planta cresce
e o que mais floresce é o amor.’’
387 Kaylla Kaith Lopes Gonçalves - São Luís – MA – Brasil - 02\08\2000. Motivo da participação: Eu gostei muito do trabalho desenvolvido sobre as poesias de Gonçalves Dias, me deixou muito motivada para ler e escrever poesias. Por isso gostaria que a minha poesia sobre o nosso grande poeta Gonçalves Dias fosse publicada.
388 Kayron Torma Oliveira - Porto Alegre – RS – Brasil - 10 de maio de 1992. Presidente do Conselho Consultivo e Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, de Porto Alegre/RS, Cadeira 11, Patrono Mario Quintana; Membro Efetivo do Clube Infanto-Juvenil “Erico Verissimo”, da Academia de Artes, Ciências e Le-tras Castro Alves, de Porto Alegre/RS; da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; e, da Liga dos Amigos do Portal CEN, de Portugal. Cursa Direito, na UNIRITER, de Porto Alegre/RS. E-mail: [email protected]
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Terra de alegria, paz, sintonia, campos verdes.
onde reside o Coloradodas Glórias
e o amargo tricolor por muitas derrotas. Minha Pátria tem virtudes,
por ela dou a vida, pensa com respeito
ao tocares no nome da minha terra querida.
Sou gaúcho, sim senhor. Viva o Rio Grande do Sul!
Kedma Kessia Pinheiro Bernardo389
O rEi da pOESiaI
Antonio Gonçalves DiasO rei da poesia
Amava a naturezaDia e noite, noite e dia
IIAntonio Gonçalves DiasO rei da fantasiaSe chegasse aqui agoraNada disso encontraria
IIINem matas das PalmeirasNem o sabiá a cantarE os rios pra que falar?
IVO homem constrói e destrói
Só pensando em ganharDestruiu as palmeirasOnde catava o sabiá
VO sabiá e seus amigosMuitos estão sem abrigo
Por causa do bicho homemQue os deixou em perigo
389 Kedma Kessia Pinheiro Bernardo - São Luís – MA – Brasil - 27/07/2001. Motivo da participação: Ele foi um grande poeta que escreveu sobre seu povo sua cidade e amava seu país. Por isso quero fazer parte da sua homenagem
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Keila Maria Veras Soares Silva 390
lEgadODe um português
Uma mestiça concebeuE no Sítio de Boa Vista
Em Caxias do MaranhãoGonçalves Dias nasceu
Na Europa foi morarEm Portugal estudou
E em Direito se formouGazeta LiteráriaO Trovador
Dos grupos medievistasEm Coimbra participou
Seu orgulhoTer no sangue
A mistura do índio, do branco e do negroTornou-se seu grande tormento
Essa condiçãoTransformou seu sonho em ilusão
Sua inspiraçãoMusa sem abnegação
Ana Amélia Ferreira ValeCom sua amada nunca se casou
Sua família o pedido refutou
Colégio Pedro IITrabalhou
Secretaria dos Negócios EstrangeirosOficial se tornou
Educação NacionalPesquisas na Europa quatro anos realizou
Comissão Científica de ExploraçãoNo Brasil participou
Poeta se consagrouSeu legado deixou
Para a humanidadeSua criação
É inspiração
390 Keila Maria Veras Soares Silva – São Luís – MA – Brasil - 09.05.1976. Graduou-se em Pedagogia e especializou-se em Psicopedagogia e Educação Infantil. É membro da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar – OMEP/MA, Articuladora do Projeto Creche para todas as Crianças da Fundação Abrinq. Supervisora Escolar do Estado do Maranhão. Professora e coordenadora do Curso de Pedagogia da Faculdade do Maranhão – FACAM.
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Keules Diene Rocha da Silva391
lEmBra dO maranHÃO.Vai a todas as nações sua beleza anunciar,
Faz lembrar.Quando se fala de grandes poetas.
Quando na história do Brasil é gravado,O Maranhão pelo grande poeta narrado.
O grande poeta que a memória nunca falhará, Que ao citar, traduz o Maranhão.
Que ao visitá-lo no mapa não dá para separar,A poesia do seu poeta, o poeta do seu Maranhão.
Registrando um estado rico.Riqueza essa encontrada nos poemas e poesias,
Que ficaram gravados nos anos e nos dias,Gonçalves Dias.
minHa TErra TEm gOnçalvES diaSMinha Terra tem riquezas
Minha terra tem belezaMinha terra tem gente interessante
Ouro, prata, diamante.
Minha terra tem JoãoE também tem Maria,
Minha terra tem poetaMinha terra tem poesia.Minha terra tem Gonçalves Dias.
pOETa, pOESiaSalve Maranhão;Salve os grandes poetas.Gonçalves a poesia;Gonçalves Gonçalves Dias.
Minha terra tem mais poetas.Minha terra tem mais poesia.
Descrito no céu e no chão; Na monotonia do dia a dia.
Na lágrima e no sorriso,No suor, na labuta da vida,
Em verso e canção traduzida.
À luz dum olhar de um poeta,Como um olhar de uma águia.
A perfeita sincronia: Poeta, papel, tinta e poesia.
391 Keules Diene Rocha da Silva – São Luís – ma – Brasil - 02 de março de 1983. Trabalho como enfermeira técnica no HUMI. Vi esse endereço no mural dessa instituição e estou mandando esse material para vocẽs avaliarem. Espero receber noticias sobre esse trabalho.
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a maiS BEla pOESiaSe tem terra,
Tem palmeiras.Se tem palmeiras,
Tem sabiá.Se tem Sabiá se ouve o canto,
O que será que vem de lá?Que de lá vem poesia,
Que ninguém soube expressarTão bem como ele,O canto do sabiá.
Que terra melhor não se achou,Para várzeas as flores brotar.
Que ninguém saudosamente soube passar,A saudade do seu lar.
Que terra assim não existiu,Em nenhum lugar.
Como aquela em que um dia ouviram,Rasgou- se o grito, o pulmão se encheu de ar,
Os olhinhos se abriram.Inspirando um menino em Caxias,
Nascendo a poesia,A mais bela poesia,
Vindo a terra Gonçalves Dias.Que amou e encheu de versos,
Trazendo graça e beleza,Misturando arte a terra preta.
Que o mundo veio conferirQue terra como essa,Só existe por aqui.
Surge a dúvida então sobre Gonçalves Dias, Se a poesia nascera no coração do poeta,
Ou o poeta no coração da poesia?
Laura Druck Becker392
CançÃO dO EXÍliOMinha Porto Alegre tem o Guaíba,
onde dorme o mais belo pôr do sol. Aqui, o entardecer também é bonito,
mas o nosso tem a luz de um farol.
392 Laura Druck Becker - Porto Alegre/RS – Brasil - 20 de maio de 1998. Estudante do Ensino Fundamental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Curte ler, ouvir música e viajar. E-mail: [email protected]
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Nossas praças têm pássarose animais que trazem a paz;
tem meninos e meninas jogando futebol.
Quando eu paro para lembrar,sinto falta dos amigos,
dos colegas e da família, que sempre estarão comigo.
Minha terra tem churrasco, arroz e feijão,
são as delícias que carrego no meu coração.
Minha cidade não tem guerra, tem amizade e simplicidade; sirva minha Porto Alegre
de modelo a toda terra.
Leidiane dos Santos Vitoriano393
TriBuTO a gOnçalvES diaSProfessor, redator, escritor.De tudo esse homem fez.Brasileiro do Maranhão,Filho de pai português
Dentre as duas pátrias mãesTinha o direito de escolher.Preferiu a mais pobre,Aquela que o viu nascer.Porque esta tinha o cantoE várzeas a florescer.
Antônio Gonçalves DiasPai da sensibilidade,
Filho dessas palmeirasQue ele amava de verdade.
Engoliram seu último suspiroAquelas aguas covardes
Mas sempre serão eternasAs lembranças do grande Gonçalves.
393 Leidiane dos Santos Vitoriano, Ouro Preto d’Oeste, RO – Brasil - 10/10/1990
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Leila Marisa de Souza Lima Silva394
anTôniO E anaEle
PoetaProfessor
AdvogadoJornalista
EtnógrafoTeatrólogo
ElaO amor
ElePoetandoO índio
PaisagensSolidão
ExílioO amor
ElaSó amor!
Ele ViajadoElogiadoSofrendo
PreconceitoNáufrago da vida
Náufrago do amorEla
A inspiração.
Ele – AntônioEla – Ana
Ele – Gonçalves DiasEla – Ana Amélia
Ele – mestiçoEla – sem preconceito
Ele – Dizendo “Adeus”Ela – “Ainda uma vez”.
394 Leila Marisa de Souza Lima Silva - Espírito Santo do Pinhal – SP – Brasil - 18 de dezembro de 1946. É Colunista Social de “O Jornal A Cidade Jardim” (S.A. do Jardim – SP). Em 2010 lançou o romance de ficção “Corpos em Chamas”
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Lena Ferreira395
naufrágiOSeus olhos
tão negros, tão purostão cheios de candurapor um torpe desengano
transformaram-se, distantes,em duas poças de mágoa.
Seus olhosjá frios, escuros
perderam toda a ternuratransbordaram o oceano
onde eu, pobre navegantebebi quase toda água.
Seus olhostão cheios de esperar
lançavam um olhar tão frágilpara além, além do mar
como a prever meu naufrágioonde afogar-me-iamas o que eu mais quereria
era naufragar no seu olhar.
- releitura de SEUS OLHOS - Gonçalves Dias
Lénia Aguiar396
luZ pOéTiCa dO maranHÃONo cantar do poetaHá sempre aroma divino,Ele merece um hinoPor ser amado profetaCativando sem egoísmo
Com o seu romantismo.
Seu poetar sem maldadeAmava a pátria e a mulher,
Havia nele amabilidade,Rectidão difícil de esquecer,
Cresceu em vários lugaresComo a fruta nos pomares.
395 Lena Ferreira – Rio de Janeiro – RJ – Brasil – O8/07/1968; professora, publicou ENTRE SONHOS pela Utopia Editora em 2011 e teve participação em algumas antologias. Poderá ler um pouco mais no seu blog: www.vaosdiversos.blogspot.com.br
396 Lénia Aguiar - Vila das Lajes do concelho da Praia da Vitória na Ilha Terceira – Açores – Portugal - 23 de Abril de 1986. Já ganhei 3 concursos em Portugal, um com um conto e dois de poesia, um deles resultou no livro AMOR OCULTO e 10 no Brasil com quatro poesias, três contos e três crónicas, participando em três antologias.
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gOnçalvES diaSGonçalves Dias
Fez da sua vidaUm livro de poesias
Sarando uma ferida.
Apesar das desilusõesA sua coragem venceuE a Coimbra se rendeu
Cheio de estudantis ilusões.
Seus livros são relíquiasPara os seus admiradores,
Muita riqueza de poesias,Mas poucos amores.
A sua morte foi trágicaE muito injusta,
Mas no Maranhão ficaA sua última angústia.
Leomária Mendes Sobrinho397
anTOniO gOnçalvES diaSAntonio Gonçalves Dias, poeta.
“Um Anjo”, “Ainda Uma Vez – Adeus”.Teve o seu coração com a porta aberta,
Para Ana Amélia, amores seus.
Antonio Gonçalves Dias, advogado.Estudou na Faculdade de Direito
da Universidade de Coimbra. Formado em bacharel, escreveu texto.
Antonio Gonçalves Dias, jornalistaDa Gazeta Literária e de O Trovador.
Participou de grupos medievistade idéias românticas, compartilhador.
Antonio Gonçalves Dias, etnógrafo,sendo também muito conhecido.
Estudou latim, francês, foi filósofo,Caixeiro, escriturário, hoje falecido.
397 Leomária Mendes Sobrinho, natural de salvador-bahia-brasil.nasceu em 13 de novembro de 1962.filha de leonidas josé de lima sobrinho e de maria mendes sobrinho, , três irmãos,casada ,um casal de filhos,monique isabelle s.lira e william kennedy nícolas s.lira.licenciada plena em educação artística com habilitação em dese-nho pela universidade católica de salvador.cursou dois módulos de pós graduação de metodologia e didática do ensino superior.
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Antonio Gonçalves Dias, professor.Ensinou latim e história.
Do Movimento Romântico da Época, foi precursor.Publicou folhetins teatrais e crítica literária.
Antonio Gonçalves Dias, pesquisador.Realização em prol da Educação Nacional.
De ascendência mestiça, o escritorParticipou da Comissão Científica de Exploração, sem final...
Lenon Silva Alves - John Lennon Smith 398
CançÃO dO EXÍmiOOs teus versos consagraram Nossa terra de belezas;Por onde quer que passaramMostraram nossas riquezas.
Ainda existem palmeiras,Com sabiás a cantar;
As aves ainda gorjeiam,Mas gorjeiam com pesar.
As estrelas permanecem;Os bosques, flores e amores,Tua falta os entristecemE a saudade causa dores.
Todos estamos no exílio;Exílio do seu talento;Um poeta tão exímioQue não sai do pensamento.
Leonardo Coronel Machado Andreolla399
CançÃO dO EXÍliOMinas Gerais,
assim como o Rio Grande do Sul
398 Lenon Silva Alves - SÃO PAULO – Brasil - Pseudônimo: John Lennon Smith) – 06 de março de 1990. Reside atual-mente na cidade de Salto/SP. Professor e acadêmico de Letras, participa de quatro outras antologias em 2012, Versos Vampíricos, Crônicas da Fantasia, Arabescos e Arnobius: Nova Geração de Poetas. Amante da literatura e da língua portuguesa, sonha em ser escritor desde os oito anos de idade, mas somente em 2012 começou a investir em seus trabalhos.
399 Leonardo Coronel Machado Andreolla - Porto Alegre/RS – Brasil - 25 de agosto de 1998. Estudante do Ensino Fundamental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. E-mail: [email protected]
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tem muitas riquezas e fazendas com gado.
Tradições gaúchas... Tradições Mineiras...
Ambas me dividem. Não sei a qual escolher.
Pobre de mim!Tanto lá como cá,
lindas paisagens tropicais e culturais.
Lá, ouro e pedras preciosas; aqui, churrascos e amores.
Ambas me dividem. Não sei a qual escolher.
Pobre de mim!Lá ou cá?
Leonardo Hugo Berger400
CançÃO dO EXÍliORio Grande do Sul
tem muitos campos, parques e praças;
Santa Catarina, muitas praias e morros.
Tanto num quanto noutro, crianças, jovens e adultos
passeiam pelas ruas. Em terra catarinense,
saudoso estou de minha terra natal;
e, para lá, quero voltar.
Leônidas de Souza - Tiko Lee401
mil SEmEnTES dE éBanO,...anTôniO gOnçalvES diaS,...O Poeta não morre,...Gonçalves Dias,...
Transforma-se em Sementes de Ébano,... E delas nascem mil flores…!!!!
Semeadas em jardins - mil cores!!! Destilado a vida…odores!!!
400 Leonardo Hugo Berger - Porto Alegre/RS – Brasil - 05 de setembro de 1994. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. E-mail: [email protected]
401 Tiko Lee (Leônidas de Souza) Assis - São Paulo – Brasil 04 de Abril de 1954. poeta Cristão Contemporâneo Poema Premiado na “fria” Comunidade Europeia - Portugal 2000- lá eu estive,... é colunista da Revista Viver Osasco e articulista na Revista La Oca Loca - DAROCA. Zaragoza -España,... < @yahoo.com.br>
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Cremado as dores… Transforma-se em mil pétalas!!! Corolas de flores…
Onde pousam borboletas!!! Mil abelhas!!! Manjar de delgados beija-flores!!!
O Poeta não nasce…se não bastasse… Não morre também… Vive à eternidade…
Sempre à procura de alguém!!! O Poeta não morre
A sua alma apenas se afoga! Numa lágrima que escorre.
E o firmamento etéreo percorre… E aos pés de DEUS,…de Jesus!!! roga…
E transforma-se em Sementes… Porque todos nós,...Gonçalves Dias,...teremos o dia de todos nós!!!-
fOrnalHa,... aSSim ESCrEvE O maranHEnSE,...
Escrevo com a força do fogo de uma fornalha!!!
Cuja labareda destila o anonimato e a rigidez do aço,...
Chama branda do fogo da comunicação, da notícia, que queima,...eu acho o bastante para consumir uma palha!!! Escrevo com a força e o apetite de uma caneta esfomeada,... cuja pena e tinta devoram (entre) linhas, papéis e espaços em branco,... Deixando um rastro impregnado de palavras, letras, notícias,... por onde caminha a comunicação!!! Escrevo!!! Com a força de um “mouse” esfomeado teclado - cujo tipo e caracteres cintilam em um monitor de cristal líquida luz a iluminar
as entranhas da comunicação - notícias,... Escrevo!!! Com a força de Expressão
de Um Poeta Maranhense,...Gonçalves Dias!!! Que dilacera e estilhaça o anonimato,...
dá chances e incentiva valores!!! Comunicação sábia
no escrever do nosso dia a dia!!!
SEmillaS,...anTôniO gOnçalvES diaS!!! El poeta no muere
Se convierte en Semillas Y de ellas nacen mil flores ...!
Sembradas en los jardines - de mil poemas,... de mil colores!
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Ahogado la vida ... olores! Num mar de dolores ...
Se convierte en mil pétalos! Corolla de flores Donde posan las mariposas ! Miles de abejas!
manjar de delicados colibríes! El poeta no nace ... no bastaba ...
No te mueras también ... Vive para la eternidad ...
Siempre en busca de alguien! El poeta no muere tu alma se ahoga!
En las lágrimas que fluyen. Y el firmamento etéreo recorre ...
Y a los pies de Dios, ... ¡Jesús! ora.... Se convierte en una semilla ...
Porque todos nosotros,...Gonçalves Dias,... tenemos el día de todos nosotros!
Leticia Herrera402
BuEn viaJEHe sido recordada escuchando tu música, Brasil,
como si fuera mi rasgo distintivoQuizá me marcara tu erotismo y fuera cierto
Un maestro desconocido me escribía para pedirme le enviara una camiseta de fut-bol
para dar ánimo a los jóvenes y evitar un suicidio en la favela
Escogiera una del Cruz Azul por el vínculo con Chico “La construcción” allá; aquí el cemento de los albañiles
Gonçalves Dias aún le canta al amor igual que todos le cantamos con Brasil
Dulce cadencia del idioma português el buen maestro
Hoy que mi hijo descubre el mundo recíbelo amorosamente, Brasil
Protege su dulzura cuando te hable en tu idioma pues vivirá entre los tuyos
402 Leticia Herrera - Michoacán- México - 1954. Reside en la Ciudad de México desde su infancia. A la fecha ha publicado 20 títulos en los géneros de poesía, cuento, no-novela en duermevela, guión cinematográfico.. Cul-tiva además el canto, las artes plásticas, la fotografía y el video-arte.
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Levi Mota Muniz 403
OdE a gOnçalvES diaSObservando os índios das “Índias Ocidentais”,
já se pôde perceber a diferença,O vigor em suas palavras, o calor de suas crenças,Europeu nenhum resistiu, quis logo saber de onde vinha,
Aquela terra detalhada por Caminha, que logo se chamaria Brasil
Não pense que a “terra mais garrida” apareceu em passo de mágica,O solo foi muito bem preparado,
por nossos ancestrais vindos da África,Pois a pátria é mãe, mas não gentil.
Ela sabe que trabalho é o único aprendizado,Que faria um povo, ainda escravizado,virar um país de sonhos “mais de mil”,que logo se chamaria Brasil
Um sonho intenso, um raio vívido; não só sonhos, mas ações,A nação passou por eras difíceis, enfrentou gigantes tribulações.
De colônia foi Reino Unido,mas com seus dominantes ainda a frente.O povo ainda muito oprimido - de maneira sempre excludente -,
não se acomodou inibido,jogou os dados, mas não apostou na sorte,Bradou junto a Dom Pedro(um mito),o épico “Independência ou morte”Todos hastearam o verde, amarelo e azul anil,a bandeira do novo país: meu grande e amado Brasil
Independente era a terra, mas não os que viviam nela,que coisa mais linda, que coisa mais bela,era a mulata escravizada sem pena,que poderia muito bem ser a musa de Alencar, Iracema,e se as guerras de abolição não serviram,
a Lei Áurea de 22 serviu,Para acabar com a triste escravidão
De um agora mais livre Brasil
Se diziam bastante livres, aqueles controlados pela ditadura,porém nem corte nem censura os faria voltar ao trabalho servil,
em meio a músicas sem ternura, em meio a Tropicália e muitas dorespara não dizer que não falei das flores,
falarei do brasileiro de punho fechado, falarei do povo da paixão febril,
403 Levi Mota Muniz – Fortaleza – CE – Brasil - 23 de outubro de 1996. Ganhador do concurso expo7 em 2006, 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012, participante da Coletânea FB 2011 e 2012, segundo lugar no estadual de cartas da UPU 2012, participação na coletânea da Academia Cearense dos Escritores de 2011, participação coletânea grupo chocalho 2011, Primeiro lugar entre 15 e 17 anos do Prêmio Escriba 2012. E-mail: [email protected]
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que não se contentou com caminhar e cantar,batalhou e morreu para garantir paz no futuro(e a glória no passado),
à pátria muito mais que amada, Brasil
Mas é na batalha diária,aquela que não se tenta escapar,
que se mostra a bravura dessa gente guerreira,onde as palmeiras são plantadas e o sabiá canta o hino,onde o cansaço não é barra e não há nenhuma barreira
onde há mistura de raças, desde o europeu até o índio,onde damos um bravo, à Brava gente Brasileira
Lidia Funes Bustelo404
SEm TiTulOen maranhao he dejado
lo más amado, es mi suelo,el amor, que más que un credo,
me hará implorar regresar.
siento como que jamás partíde esa tierra prometida,
aunque es cierto, que la vida,fué llevándome en su andar.
quién podría imaginarse,que en un jardín tan lejano,
encontraría, en secreto,a esa musa que yo amo…
en sus ojos y en los míosel ensueño no ha cesado.
y el más puro sentimiento,de este mundo, rescatado.
el tiempo me hizo entenderque el amor, no consumado,
igual que un fuego sagrado,siempre ardería en mi ser.
todo aquello que anheléaún, las cosas que ya logré,
hoy daría, como ofrenda,por verte patria, otra vez.
404 Lidia Funes Bustelo - Godoy Cruz, Mendoza, Argentina - 1957. Posee estudios de bachiller, docencia y corre-taje inmobiliario. adolescente, escribió algunos poemas. es en la madurez cuando se dedica de lleno a este género y se une a sade (sociedad argentina de escritores). participa en la antología de cultura de mendoza 2013 y en la convocatoria del fondo provincial para la edición de su libro “poemas de tierra y cielo”. es casa-da y tiene dos hijos.
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¡DIOS MÍO, ESCUCHA MI RUEGO!CON TUS MANOS GUÍA LA BARCA,
mi alma reposa en calmavoy camino hacia el edén.
Lindalva Silva Quintino dos Santos405
À mEmÓria dE um pOETaA memória de um poeta
Que cantou a nossa terraCom tanta inspiração e orgulho
Transformando nossas riquezas Em belos poemas e versos
Merece de seu povo Mais que uma homenagem singela.
O poeta já dizia:Nossa terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.São versos tão sublimes
Que faz todo o coração vibrar.
A este poeta devemos O orgulho de ser brasileiroE o nome da nossa terraSer repetido até no estrangeiro.
Hoje nos cabe a honraDe elevá-lo aos píncaros da glóriaeste ilustre filho da terraeste poeta maranhense.Que somou às nossas riquezasA sua insubstituível presença.
Nosso céu tem mais estrelasDe belezas estonteantes
Nossas matas têm mais vidasCom rios exuberantesNossas flores têm mais cores
Nosso povo tem na almaA pureza dos seus versos.
405 Lindalva Silva Quintino dos Santos - Bom Despacho – MG – Brasil - 60 anos. Professora de Português e Litera-tura Brasileira; Estudante de Psicologia; Poetisa (escrevo em revistas e sites de poesia).
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Lívia Porto Zocco406
nÃO lamEnTES amigOCaro amigo, não lamentes o amor perdido.
Perdeste-o sim, porém não por desleixo teu, Perdeste-o pelo preconceito desmedido, Perdeste-o pelo respeito que era só teu.
Caro amigo, não lamentes o amor perdido. Fizestes aquilo que o momento pediu,
Respeitastes o apreço àqueles por ti escolhidos, Mostraste mais força que o desejo varonil. Caro amigo, não lamentes o amor perdido.
Decidistes o que na época era o melhor a fazer, Apesar de o homem em ti, tornar o poeta comedido,
Apesar de a razão em ti impedir o amor de colher. Caro amigo, não lamentes o amor perdido.
O que fizestes está feito, mesmo que incompreendido. Escolhestes por teu senso de homem, não de poeta,
Agora arcarás por tua escolha, vivendo um amor asceta.
Lohana Kárita Teixeira 407
CanTO À avE dE OvOSMinha vó cria galinhas
Onde cantam SabiásAs galinhas do sertão
Não são como essas de cá
Suas vidas têm mais vidasSuas penas têm mais cores
Os seus ovos têm mais gemaOs seus pintos mais amores
Ao olhar essas galinhasO universo enxergo eu lá
Minha vó cria galinhasOnde cantam Sabiás
Quisera Deus que todos Pudessem admirar
A noite do meu sertãoE a galinha cacarejar
406 Lívia Porto Zocco - Ribeirão Preto – SP – Brasil - 12/11/1971. Bibliotecária e poeta nas horas vagas ( às vezes nas ocupadas também). Possui vários poemas e contos publicados nas antologias da Câmara Brasileira de Jovens Escritores (RJ).
407 Lohana Kárita Teixeira, - Goiania – GO – Brasil - 30/04/1992. É graduanda em Letras pela Universidade Federal de Goiás, escreve poemas desde que aprendeu a escrever, foi selecionada na Antologia Poética da Editora Kelps em 2007 e publica poesias e textos em seu blog.
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Lorena Moreno Castro 408
a gOnCalvEZ diaSAntonio Goncalves Dias
Bastardo de nacimientoPero un Rey de pensamiento.
Separado fuísteDe tu gente tan amada,
Primero tus padres,Luego, la mujer de tu vida,
También te fue negada.
El sufrimiento y el dolorEncauzaron tu pluma,
Te llevaron al mundo de la poesía,Donde no existía raza ni color,Ahí fuiste un gran Señor.
La tristeza vividaEn tu verso dejaste,
Con acentos sinceros y profundos,Nos hiciste sentir
Ese tu dolor tan grande e incurable.
Cuantas veces deseaste morir,Pero el recuerdo de tu amada,A la vida te volvía,Moriste, moriste tantas veces,Desangrando el almaEn cada verso que escribías.
Gran fisonomista de las penas,Tristeza y dolor siempre viviste,Naufragaste en un mundo de dolorHasta el mismo día que partiste.
Lorenzo Gomes Bacin409
CançÃO dO EXÍliOSão Paulo, cidade lotada
e de pessoas mal humoradas.Oh, que saudades de Porto Alegre,
terra de povo feliz e alegre.
408 Lorena Moreno Castro – Hermosillo - Sonora, Mexico- 20 de febrero de 1964, ha participado en varios even-tos culturales, programas de radio y Tertulias en escuelas públicas, así como varios Encuentros nacionales e internacionales.
409 Lorenzo Gomes Bacin - Porto Alegre/RS – Brasil -12 de dezembro de 1997.Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. E-mail: [email protected]
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Em Porto Alegre,há muita gente boa;
São Paulo, cidade do corre-corre..Amo Porto Alegre
e, para lá, quero voltar.
Lucas410
naTurEZaNosso céu tem mais estrelas
As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá Tão bonita a terra que nós temos União para amar a natureza
Respeito com a nossa natureza E precisa de mais carinho
Zelosa a nossa natureza Amar a nossa terra.
Lucas Dias Miranda411
CançÃO dO mElHOrMinha terra tem gaúchas
com beleza semi-igual,onde tudo é inexplicável,
não havendo aqui nada igual.
Nossas árvores são mais verdes e mais puras que aqui.
Minha terra é da bota, da carne seca
e de homem muito macho; tão diferente daqui.
Meu Deus , não existe aqui nada comparável à beleza de Lá!
Orgulho-me de ser gaúcho macho!
410 Aluno da Escola Municipal Ensino Fundamental Gonçalves Dias - Canoas – RS – Homenagem a Gonçalves Dias – Projeto Quem foi Gonçalves Dias, disponível em http://goncalvinho.wikispaces.com/Resultados+-+Mas+-Quem+foi+Gon%C3%A7alves+Dias%3F , Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
411 Lucas Dias Miranda - Porto Alegre/RS – Brasil - 22 de outubro de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Vídeo maker e skatista. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante do Projeto Literário “Porta copos poéticos”, 2012. E-mail: [email protected]
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Lúcia Amorim Castro 412
HOmEm dE HumildEGonçalves Dias foi um homem que nasceu em uma família humilde, mas que
enfrentou a vida. Gonçalves Dias foi um grande poeta que aonde fosse criava uma poesia e depois foi se tornando artista da própria vida!
Ele foi um homem de vida, de alegria e deixou o mundo com sabedoria no ar.
Cheios de cores! Cheios de poesias!
Cheias de amores!
Lúcia Barcelos413
SOB O OlHar dE gOnçalvES diaSHavia em teus olhos, havia
Pinturas, sonhos e paisagens. Havia estrelas e aragens
No céu e no chão da poesia! E ainda há, mas havia Pinturas, jardins, canções...
Flores em largos caminhos... Recantos de solidões. Sempre havia uma nova estrada, Sempre novas direções Para o rumo de teus versos... - Tão férteis, os universos De rimas e de luas acesas Dentro das almas poetisas! Havia barcos e brisas, E rios de amores cruzando
Naqueles tempos ditosos, De vates tão venturosos
Quanto você, ó poeta. Bendito o espaço que enchias Com tua luz e a poética,
Ó imortal gonçalves dias. Bendita a sina profética
Dos que teceram no outrora
412 Lúcia Amorim Castro - São Luís – MA – Brasil - 07/03/2002 - Cursando: 5º Ano Turma: C Profª Shirle Maklene - Aprecio os poemas assim como as poesias e homenagear um poeta do meu estado é gratificante. EPFA.
413 Lúcia Barcelos - Viamão, RS – Brasil - 20/01/1964. Escritora/poetisa. Membro-fundadora e atual vice-presi-dente da ALVI (Associação Literária de Viamão). Membro da Estância da Poesia Crioula, Acadêmica em Letras, com 5 livros publicados (poemas, crônicas, romance). Participou em várias antologias poéticas e colabora em alguns jornais. Desde 1979, funcionária da PUCRS, no Jornal Mundo Jovem.
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O que o olhar bebe agora. Bendita a retina que chora
Sob a emoção da poesia! Fulgor singular e magias,
Belíssima, a musa que vias E o espírito benevolente...
Houve, e eternamente,
Haverá gonçalves dias.
Lúcia Helena Pereira414
aO pOETa QuE SaBia falar dE amOrO Brasil terra tão lustrosamente literária.
Deu belos rios, cascatas, praias paradisíacas e grandes no-mes na música.
Deu ouro, prata, girassóis, cantores,Terra de boa gente e de poesias louváveis.
Deu Castro Alves, Machado de Assis, Rachel de Queiroz,Vinicius de Morais, Juvenal Antunes, Cartola, Chico Buarque,
Nomes que o tempo imortalizou e tão bem já os consagrou.
O Brasil verde amarelo, cheio de azul e branco,Deu o hino mais bonito, na letra e música incomparáveis,
Também consagrou-se no futebol e no samba,E o carnaval é bandeira- estandarte!
O Brasil - país dos cantores e grandes poetas- como negar?Deu Ângela Maria, Cauby Peixoto, Dalva de Oliveira,
Silvio Caldas, Herivelto Martins, Lupicinio Rodrigues, Geraldo Vandré, Jorge Amado, Cora Coralina...
Brasil de ilustres brasileiros,De João Cabral de Melo Neto, Graciliano Ramos,
De uma marrom famosa, Chamada cantora Alcione!
Deu presidente, deu folclore,E mostra ao mundo a beleza dos mais belos lençóis d´água,
A beleza do Pôr do SolDos seus bordados e cores.
414 LÚCIA HELENA PEREIRA - Ceará-Mirim/RN – Brasil - 09- 07- 1945Residente em Natal/RN desde os ses anos e meio; Licenciada em História/UFRN – 1974; Curso prático de francês
aos 18 anos; Escritora; Membro das entidades: Academia Feminina de Letras do RN; Academia Cearamirinen-se de Letras e Artes/RN; Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG; Membro da UBE/RN.
493
O Brasil tem um coração nordestino,Com muita coisa bonita,
Igrejas, Palácios e grandes nomes,Realçando a literatura,
Deu o imortal Gonçalves Dias - o poeta que soube cantar o amor!
HOmEnagEm aO pOETa maranHEnSE gOnçalvES diaS
Oh! invulgar verso d´oiro que as palavras escrevemÀ beira dos rios do Maranhão,
Onde o exílio não se faz e só há festa de beleza naturalDe poesia divinal, decantando amor!
Oh! Poeta das grandes inspiraçõesQue o mundo conheceu e aplaudiu,E que novas gerações pesquisam e viram temasDe monografias e teses, viram livros!
Oh! Divinal poeta de um infame exílio,Que em vez de chorar, gritar, arder em ódio,
Escreveu a imortal “Canção do exílio”Onde até hoje canta um sabiá
E aves gorjeiam a sinfonia do amor!
Oh! Poeta de alta nobreza,Eu te rendo homenagem na bela canção nordestina,Onde dois cabras inteligentes: Zé Dantas e Luiz GonzagaEscreveram uma letra pensando num sabiáE surge a musa Marina Elali para cantá-la e exultá-la.
O que mais posso dizer do grande sábio das letras?Que foi tema de um trabalho em minha linda adolescência,Com a “Canção do exílio” que à época eu nem compreendiaE hoje, quanto lamento, que esse poeta completo,Tenha se afastado dos seus, para pagar pela insensatez alheia!
Oh! Poeta maranhense, teu nome é glória!
494
Luciano Garcez415
amEriCanaAmericana
Terra lusófona de sabiás pintaiados dos cauins
de sangue dos canaviais emplastados mênstruo de via-estrela que derrama cheia de manha seu leite nos céus
a fim de fecundar Tupã bravo forte Sol aos 15 anos certo Tupã-Trafica.
Nela me percoamarga americana miragem
raça de trote de mulas e imperadores de passagem.
Americanaterra negra de luares tão cantados
que viraram moeda corrente.
Americana terra sulvejo-te sonhando a ti continentalmentemãos agarradas ao corrimão da História mas mãos de antanho
paraliticasmãos de recém banho, terramericanas,
onde o exílio depõe contra sabiás e condores,e réus que se soltam por três mil réis.
BOgariJatir, não viste ou vieste, e foi por ti que me despi
disposta e elidiste o aroma do bogari num só sono
com outra coisa qualquer. O fuzil desferiu tão frio mil esmeraldas em meu peito
e inteira assim sangue de gema preciosa eu aqui: inerte, vermes comendo as joias verdes
ainda pergunto: - por que tardas, ó, Jatir?
415 Luciano Garcez - São Bernardo do Campo/São Paulo – Brasil - 1972. É literato, compositor, cancionista, ma-estro e performer. É mestre em Composição e Poesia pela UNESP e UNIRIO. Sua obra o mesmo define como “Mitopoética” e “Pluridimensional”, onde “Tempos, estilos, épocas e gêneros se misturam com a mesma ele-gância abstrata dos temas tão difusos que se organizam em uma banca de jornal ou nas páginas e links da Internet”.
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CançÃO dO auTO-EXÍliOQue triste, indiazinha, que triste que sou!
Minha raça mais triste que a tua Menos raça, alma encanecida -
Que triste... Dom Sebastião arde em mim Mil vozes triestinas tão longe
E tristes, tristemente vozes. Vieram d´além barcos, trouxeram-te açoites
Teu povo de África, teu povo d´atlântica mata: Quem o banzo não roera os atabaques
Morreu de sífilis achando que era amor... Ah, índia pequena, senhorinha-mucama
Minha é a tristeza dos Azevedos Álvares Dos barcos também trazendo gente muda Que nunca soube dizer português pra si mesmo... Melancolia que não se enxerga é a que não mata Nem de amores, nem à dores – não tome por tua
Não beba o cauim de noite mal dormida Abre a janela que tua alma cabocla,
Ensimesmada mas ridente, é. Canta, canta, indiazinha, como teu Pai
Tão bravo, tão forte, um filho do norte, Que o canto de morte,
(Pai não sou...) guerreiros, ouvi!
Luciano Ortiz416
ETErnOUma voz canta ao exílioDe um lugar de talvezPrimeira e segunda cançãoSextilhas do Frei Antão
As “gonçalvesias” de todos os diasEternizar-se-ia
No mesmo contexto Sua característica, sua poesia.
Um tubo de ensaioÉ o clima, A química entre ensaios
A magia, o alquimista.
416 Luciano ortiz - Guarapuava – PR – Brasil - professor. Músico, compositor e poeta. O primeiro livro no prelo será lançado em março de 2013. Livro de haicai que descreve uma nova proposta de haicai crítica e libertária. A arte e a crítica favorecem juízos imparciais com total realidade de temas e acontecimentos do cotidiano, vidas e vivências próximas e distantes. O libertário insere em um meio com olhos voltados a todas as direções.
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PoetaO artista
A “experimência”Gonçalves Dias...
Lucivani Vitoriano 417
dEiXE O SaBiá CanTarSe exilado na tua alma
Já não podes se alegrar;Procura uma vez mais tua calma,
Deixe o sabiá cantar.
Vá teus grandes desenganosNas palmeiras pendurar.
E nas várzeas põe teus prantos,Deixe o sabiá cantar.
Viva o senso de comunidadeDo poeta Gonçalves Dias:
“Nosso céu... Nossas várzeas...Nossos bosques... Nossa vida...”
Nosso país tropicalÉ um divino paraíso.
Não fique em seu próprio exílioSem motivos de se alegrar.
Vá pra junto das palmeiras,Deixe cantar o sabiá!
Estando longe dessa terraA grande saudade de cá
Fez da “Canção do Exílio” um gritoQue até hoje ecoa no ar
Louvando a essas únicas palmeiras,Nas quais canta o sabiá.
TOda pOESiaToda poesia
É feita por genteQue não gosta
De ser limitadaAo que já existe.
Toda poesiaÉ feita por gente
Que viajaNa emoção,
Do alegre ao triste.
417 Lucivani Vitoriano – Ariquemes – RO – Brasil - 10/10/1990
497
Toda poesiaÉ feita por gente
ApaixonadaPela arte
De viver.
Toda poesiaÉ feita por gente
Feita de poesiaComo o Gonçalves Dias
Devia ser.
Toda poesiaÉ feita por gente
Que “cisma sozinho”E saber desenhar caminhosCom a magia de escrever.
Toda poesiaÉ feita por gente
Marcada como bois.Que um dia foi
Marcada sem saber.
Toda poesia É feita por genteContente por saberQue há mais poesiasSempre por fazer...
Luís Artur Severo da Silva418
CançÃO dO EXÍliONo Brasil, há uma grande misturade raças: negros, brancos, mulatos,
loiros, morenos e pardos; na Alemanha, a maioria
é muito branca.Lá, o clima é muito variável.
Nos invernos, faz muito frio, chegando a temperaturas negativas;
os Verões não são tão calorosos; as Primaveras, agradáveis
418 Luís Artur Severo da Silva - Porto Alegre/RS – Brasil - 16 de outubro de 1999. Estudante do Ensino Fundamen-tal do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Participou da Oficina “Poesia Inclusiva”, com Deficientes Visuais, realizada no Cais do Porto - Casa do Armazém, em 26 de outubro de 2012, na Feira do Livro de Porto Alegre/RS, coor-denados pela escritora e poetisa Roselaine Funari. E-mail: [email protected]
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e atrativas; e, nos Outonos, os parques e praças
ganham tons amarelados.No Brasil, as estações
estão bastante bagunçadas. Às vezes, enfrentamos as quatro,num só dia, mas, mesmo assim,
temos boa qualidade de vida.Lá, a língua oficial é o alemão;
aqui, a língua portuguesa.
Luis Henrique Insaurrauld Pereira419
DIAS COM GONÇALVESPorquê fostes parar no mar ?
Mestre Gonçalves passava seus dias forjando seus poemasDando alma aos seus diálogos para o teatro
Mergulhando fundo na vida do tablado
Porquê fostes arrebatado pelo mar ?Em tudo colocastes sua marca de valor e talento
E em “ Rosa do Mar “ escreveu ao relento:“ Nisto o mar que se encapela
A virgem bela Recolhe e leva consigo;Tão falaz em calmaria,
Como a fria Polidez de um falso amigo”.
Porquê fostes perpetuado pelo mar ?
Mirando no tempo e espaço escreveuLindo poema, “ O Mar “, que lhe enterneceu:“ Mas nesse instante que me está marcado,
Em que hei de esta prisão fugir para sempre,Irei tão alto, ó mar, que lá não chegue
Teu sonoro rugido.Desconhecendo o temor, o espaço, o tempo,
Quebrará num relance o círculo estreitoDo finito e dos céus !
Porquê escrevestes para o mar ?
Será que sereias deixaram suas contendas e suas lendasE, se aproximaram de seus poemas
419 Luis Henrique Insaurrauld Pereira- Rio de Janeiro – RJ – Brasil - 22/05/1.951. Minha carreira de pretenso escri-tor iniciou-se nos bancos do “ Colégio Militar do Rio de Janeiro “. Alguns trabalhos sairam das gavetas e foram parar no site da CBJE ( Câmara Brasileira de Jovens Escritores ). Agradeço o tempo de suas vidas despendido com este humilde-tímido-aprendiz de escritor, e que possam degustar este “Poema“, como se sorve um vinho, saboreando cada gota, cada palavra. Assim, bem pausadamente, sentir : o aroma, a fluidez e o fino sabor.
499
E assim, caprichosamente,Espontaneamente e egoisticamente
Lhe arrebataram para as profundezas do mar Para lhe acarinhar, para lhe homenagear
Onde o oceano que tanto lhe transportou para EuropaFechar um último poema e na felicidade, se casarE, na plateia indivíduos a se alegrarem:
Cavalos-marinho, tartarugas, namorados, badejos, garoupas,...
Porque escrevestes pouco para nós ?Ficamos sedentos de seus manuscritos
E, ficamos nos cantos do Sabiá inscritos:Pois,
“ Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá “.
Luis Lima420/Luzenice Macedo421
DIAS DE jOãO seu gonçalves venho lhe pedir um favor
me diz como faz pra brotar outro pé no vale se pé não dá pé pedir vale à pena seu gonçalves venho lhe pedir um favor nesses dias difíceis não há um joão que resista então passe a revista por todo o batalhão que a lágrima reza a novena e a seca castiga o sertão é que eu já sabia que sabiá ia cantar o fio da navalha já se perdeu do barbeiro e a velha mortalha deu seu adeus fevereiro
é que eu já sabia que sabiá ia cantar sinhazinha deixou os seus cordéis no varal
o vento levou as rimas pras bandas de lá cuidado com o rastro na roça
que carcará vem pegar
420 Luis Lima - São Luís, MA – Brasil - 05/10/1964. Apenas um maranhense compositor com extensão do mun-do, sem distinção. Um fazedor de arte, graduado na universidade de enrolamentos dos legítimos charutos socialistas cubanos. Um nato comunista credor da palavra, desconfiado das maiorias. Segue imperfeito sem acabamento, com mestrado em ciência de coisa nenhuma... Autor dos cd’s Palavrando e Expresso de letras e do livro de poesia Arrumador de palavras, por enquanto...
421 Luzenice Macedo - Codó, MA – Brasil - 20/10/1973. Remanescente do bando das Marias Bonitas. Menina do mato, de Codó e da terra de Gonçalves... Ora fina flor dos madrigais de Raposa, MA. Formada em Biologia pela Universidade Federal do Maranhão, eterna aprendiz de feiticeira... do pó de pirlimpimpim. Sem encontro marcado com os “dadores” de idéia do mundo real, por isso, fazedora de cordéis.
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Luís Mário Oliveira422
GONÇALVES DIASPortuguês e mestiço, esse seu sangue
Caxiense, entre outros, imortalE pelas leis encampou, seu teatro, jornal
Gonçalves Dias e noites, romancistaQuanto da tua honra, poeta,
Ville de Boulogre, naufrago, teus versosBaixos de Atins te traga, te levou
Portugal, língua mãe que te acolheu, sem as palmeirasSem os sabiás. Sem as canções do exílio, reversos
Os teus primeiros cantos, Ana Amélia Ferreira Vale,
Valem teus versosOnde nasce e morre o poema
Sala de sofrimento, preconceito medonho, infameTeu amor, o amor, abatido por desilusões, pela dor
Enfim te vejo, enfim posso curvado aos teus pés dizer-teOh! Amélia. Largo dos Amores, São Luís, Ilha do Amor
Gonçalves dias, salve esse casamento que não ouveSalvem os teus dias.
Investido em ti, ó poeta, meu Deus, grande poetaOusaria com a mulher, Ana, Amélia, entre todas Rosas
Cravos, Orquídeas e Camélias. Casou-se pois então em línguas
Desse latim que principio, minha bocaNão te consigo ver morrendo, náufrago
Envenenado com água do mar que também cantasteEsse mesmo mar que poemo, que me banho
Aqui em nossas praias, onde tua letra ficaComo sal, esse mesmo que te imortaliza, conserva
O amor, do amor, para o amor calcificaFoste o único afogado em lágrimas
Nesse mesmo mar que te escolheuNas águas profundas, quanto desse sal
Lágrimas de Portugal?Pessoa, fingidor, completamente dorQue deixaste na emoção da tua existência
Da tua vontade não permitiu DeusQue morresse sem que por último admirasse
As terras que pela vida afora cantasteEntre as palmeiras e o gorjeio dos sabiás
Imortalizados como tu, nesse eterno poema.
422 Luís Mário Oliveira - Presidente Dutra – MA – Brasil - 25 de Fevereiro de 1969. Entusiasta da literatura, teve seu primeiro curso superior iniciado em 1992 em LETRAS - UNICEUMA. Sempre extraindo a poesia apanhada do dia-a-dia, tem grande oficina, pois graduado em Administração Rural, pela UEMA 2002, esteve colaboran-do no meio agroeconômico por Estados distintos tais: Rondônia, Roraima e a sua terra natal, Maranhão.
501
ANOS, SOMENTEQue coisa, que poesia
Que dor, doída, doentia Esse mesmo amor, o que eu sinto
Ainda uma vez, adeus! Por esse amor casto, tua chaga Tantos lamentos derramaste
Dos olhos dela afastados os teus Tornou-se um tédio tua vida
...Dessa morte qual não escapaste
Pediste, imploraste a Amélia Que o perdão o fosse te dado
Pois ao amor, por ti, poeta, ignorado Dois mundos se fizeram distantes De um só amor que de tão galopante Matara em vida tantos sonhos Oh! meu Deus,
Dezoito estrofes, de pancadas Que dói em meu coração, que vejo
Longe de ti, do teu sofrer, te ser poeta Gonçalves, salvem esses teus dias
Todos em tua legenda A decantar essa vida martírio, miséria
Em vossos olhos a nadar em lágrimas Pavorosa dor que me sinto ao ler-te Sei que lutaste, para não expô-la pública Pediste perdão por cem vezes, pediste Quiseste pois piedade, compaixão E ainda uma vez adeus Nesse misericordioso processo Onde acamado morreste, náufrago Dentro da própria poesia Que ora decanto em tua homenagem Para que o amor seja exaltado, sempre Ao exemplo maior que já nos dera
De amar por de tão grande, padecer Perambular a vida toda, sem merecer
As águas traiçoeiras que tragaram Nesse litoral que hoje banha
Tua memória, sonhos, teus amores Tragica vida, quãos dissabores
Nesse instante em que choro, soluço Acabrunhadas letras componho
Gonçalves, salvem os teus dias Ainda uma vez, Adeus.
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Luiz Cordeiro de Melo - Luiz Cordelo423
ACRÓSTICO À GONÇALVES DIASO POETA ANTÔNIO GONÇALVES DIAS
O Poeta Antônio Gonçalves Dias,Patriota que pasma o País em canto.
O Brasil abraçou quem brindou poesias;Em Caxias (Maranhão) eclodiu o encanto:Teatrólogo; atendo-se bem mais a etnias;
Advogado; poeta à elegia, um tanto:
‘Ainda uma vez – Adeus’ foi uma a Ana Amélia. Não desposa Ana honrando a família dela:
Triunfado o racismo, em vez de amor, o pranto; Oh! Ninguém riu! E o poeta partiu pro Rio.
No mesmo ano que à Amélia desistiu, Infeliz e oportunamente esposou
Olímpia: u’elo, que em quatro anos quebrou. Gradativo Gonçalves Dias viveu:
O sobrar da saudade e o faltar à saúde. Num estranho local, em Coimbra, escreveu, Com tristeza, a “Canção do Exílio” em virtude
Às virtudes que havia mais no Solo, o seu! Luso estudo, ok! Tudo o mais era rude:
-Vivo ausente aos meus! ...Deus, longe não morra eu, Em lembrar o Brasil, seu Sabiá..., me mude;
Seu cantar tem melhor pio que o do europeu.
Deus o quis, e fê-lo mudar de “estágio”: “Impelido dum mundo a outro”, em suas viagens:
Adoece; e um naufrágio o flagra frágil; Salva o navi’outros; só não salvou Gonçalves!
CANÇãO DO EX-EXÍLIO Extraído do Salmo 137 (no ápice da poesia hebraica), pelo
contraste e mesmeidade sentimentais à poesia: “Canção do Exílio”, de GONÇALVES DIAS.
Juntos aos rios de Babilônia,onde o canto era chorar;
as harpas que em haste tínhamos não tiniam nada lá.
423 Luiz Cordeiro de Melo (Luiz Cordelo) - Campina Grande – PB – Brasil - 28 de agosto de 1958, admira poesias desde jovem, mas apenas há cinco anos tem se dedicado a escrita de cordéis, inspirado em grandes poetas, como Ronaldo Cunha Lima, poeta paraibano, e o próprio Gonçalves Dias, por isso o contentamento em parti-cipar desta antologia. Dentre suas obras já produzidas, estão: O Guri Davi Engoliu o Grande Golias; O Rei Davi. Contato: [email protected].
503
Nosso povo tem estrelasmas não emitiam fulgores;
nossos cantos sem mais vida,na terra dos opressores.
Em cismar: foi humilhanteos caldeus nos pedir lá,
que cantássemos cançõesque pudessem se “alegrar”.*
Minha terra tem valoresque tais não se encontram lá.
Em Sião não tem açoite.- Há prazer em te habitar!Minha terra tem cantoresOnde canto, se sabe, há.
Não permita Deus que vivaquem queria escravizar
de Israel os seus amorese das flores que tem cá.
E que inda botem Babelonde pranto, o sabe, há**
DE OBRAS FARTO EM TEMPOS CURTOS De ter sido o poeta que mais versos deu, Eis verdade se em conta levar o período (Os 41 anos seus). Bem pouco vivido! Brasileiro que à Pátria bem enobreceu. Redatando revista, moveu Romantismo: Alavanca o Indianismo; e o Lirismo ergueu. Sua’obras poéticas nascem no Naturalismo.
Fluentemente escreveu: A MANGUEIRA; A MÃE D’ÁGUA; A VISÃO; O ROMPER D’ALVA; O CANTO DO PIAGA;
RECORDAÇÃO; DEPRECAÇÃO; CANÇÃO; AMOR; TE DEUM; - - DESEJO; A VIRGEM; O TROVADOR; O COMETA; O ORGULHOSO; O OIRO; O DESENGANO;
EPICÉDIO; - - - - - - - - - - - - AMOR! DELÍRIO-ENGANO; MINHA MUSA; SE TE AMO, NÃO SEI!; SONHO; LIRA;
TABIRA (ao Pernambuco) e (ao mundo) outro TABIRA; E - - - SEXTILHAS DE FREI ANTãO; OS TIMBIRAS;
MINHA VIDA E MEUS AMORES; A DUAS AMIGAS; PEDIDO; - - - ANIVERSÁRIO DE UM CASAMENTO; O SOLDADO ESPANHOU; A CRUZ; PASSAMENTO; SE SE MORRE DE AMAR; SOLIDÃO; SOFRIMENTO;
504
CONSOLAÇÃO NAS LÁGRIMAS; LEVIANA; U’a série: VISÕES; SONHO; I-jUCA PIRAMA;
ROSA NO MAR; MARABÁ; MIMOSA E BELA; TRISTEZA; - - - - - A HISTÓRIA; SEMPRE ELA;
O CONTO DO ÍNDIO; - - - - - À MORTE PREMATURA; SEUS OLHOS TÃO NEGROS, TÃO BELOS, TÃO PUROS.
ANA AMÉLIA- SEU ENCANTO E AMOR DESESPERADO: O SEU MAL
AO DR. JOÃO DUARTE LISBOA SERRA; N“O TEMPLO”; OS SUSPIROS; À MORTE; MINHA TERRA;
A VILA MALDITA-CIDADE DE DEUS; AS ARTES SÃO IRMÃS; AS DUAS COROAS;
MISERRIMUS; DESTERRO DE UM POBRE VELHO; É! “QUE COISA É UM MINISTRO”; QUE ME
PEDES; LEITO DE FOLHAS VERDES; OLHOS VERDES;
IDÉIA DE DEUS*; AINDA UMA VEZ-ADEUS; A CONCHA E A VIRGEM; O GIGANTE DE PEDRAS;
SEUS OLHOS; PRODÍGIO; QUADRAS DA MINHA VIDA; E - - - - “COMO SE AMA O CALOR E A LUZ QUERIDA”.
Uns Hinos: - - - - A LUA; A NOITE; A TEMPESTADE; E “O PRESBÍTERO”; - - - - O QUE MAIS DÓI NA VIDA; Na “INOCÊNCIA”; A MENDIGA; outro Hino: A TARDE;
CANTO INAUGURAL; CAXIAS; CANÇãO DO EXÍLIO: À língua portuguesa, u’a surpresa!!! - - - - - - - - - “DELÍRIO”;
Não fez: “SEGURA O ÍNDIO LOUCO”, eis ciúmes! TRISTE DO TROVADOR; PALINÓDIA; QUEIXUMES;
O “CANTO DO TAMOIO; CANTO DO GUERREIRO; E “CANTOS”: ÚLTIMOS...; SEGUNDOS...; PRIMEIROS...
A QUEDA DE SATANÁS; - - - - - - - - foi O CIÚME; MEDITAÇÃO; DIES IRAE; - - - COMO TE AMO; O BAILE; FADÁRIO; O PIRATA; - A UNS ANOS;
RETRATAÇÃO; CANTOS (co’os NOVOS CANTOS); DESESPERANÇA; - AGAR NO DESERTO; HARPEJOS;
E “CANÇÃO DE BUG-JARGAL”; SONETO; OS BEIJOS; SE QUERES QUE SONHE; NENIA...; SEI AMAR;
E “MENINA E MOÇA”; e VELHICE E MOCIDADE; SONHO DE VIRGEM; FLOR DE BELEZA; O MAR;
PROTESTO; QUANDO NAS HORAS; SAUDADES;
505
E “CAXIAS(1)”; HARMONIA; LIRA QUEBRADA; ROLA; O SONO; A INFÂNCIA; NUVEM DOIRADA;
ANELO; AS FLORES; - - A UM POETA EXILADO; DESALENTO; O MEU SEPULCRO; URGE O TEMPO;
O ANJO DA HARMONIA; NÃO ME DEIXES; ZULMIRA. O HOMEM FORTE; A SUA VOZ; - - - A UMA POETISA.
SE EU FOSSE QUERIDO; A FLOR DO AMOR; A PASTORA; ESPERA; A MORTE É VÁRIA; A BAUNILHA;
U’a DEDICATÓRIA A - - - - - - TEÓFILO LEAL, Mui leal a ele. Hino: À HARMONIA; AO NATAL;
A UM MENINO; SOLÁO DE GONÇALO HENRIQUEZ; LÓA DA PRINCESA SANTA; UM ANJO; AMANHÃ.
AO SEU RESPEITO E ATÉ À MORTE; E TRISTE LUTO: HOMENAGENS
ANGELINA; - - - SAUDADES (À Minha Irmã); Oh! Que versejar: “GULMARE E MUSTAPHÔ---!
SE NÃO QUERES LIGAR-TE COMIGO; ANÁLIA... E outro - - - - - -SONETO (Pensas Tu Bela Anarda...); Um “POR UM AI”; SOBRE O TÚMULO DE UM MENINO...
Resta - CUMPRIMENTO DE UM VOTO... - ; ASSASSINO; E um “ADEUS” - - - - (A Meus Amigos do Maranhão); Suas NOTAS; SOLÁO DO SENHOR REI DÃO JOÃO; PRÓLOGO de Obras Póstumas; - - - - - - - - e à canção: Em LIRA VÁRIA; GUANABARA; outras cito: Inda AMAZONAS; MEMÓRIAS D´AGAPITO... Tem “VINTE ANOS”; A LENDA DO AMAZONAS... O DESCOBRIMENTO DO BRASIL...; fez crônicas. E os DRAMAS...; REFLEXÕES SOBRE ...MARANHÃO. A “Canção Triste” - - - - - - - RESPOSTA `A RELIGIÃO. Tem a - - - - - - - - - VIAGEM PELO RIO AMAZONAS; É “HISTÓRIA PÁTRIA”; O BRASIL E A OCEÂNIA.
As DEDICATÓRIAS...cada qual mais linda. Minha Terra Tem Palmeiras; Amar-te Ainda;
O “Canto Popular”; - A Existência de Deus. Rogos: “Longe da Pátria”; “Basta uma Vez”;
Tem Hino: Ao Brasil; ...Modinha...; Ontem no Baile. E CARTAS...; e “Versos Póstumos” e “Obras Póstumas...”
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Escreve obras teatrais: PATKULL, BOABDIL; Teve ânsia e publicou: LEONOR DE MENDONÇA;
Restrito, não publicou: BEATRIZ CENCI. Inda “A Noiva de Messina” traduziu; e,
Seu - - - - “Dicionário da Língua Tupi”. Trabalho: “A Origem dos Índios de América”. Enquadra em “americana” su’obra poética...
Letrado, alcançou, graças à alma e mão destras, U’acento à Academia Brasileira de Letras;
Trouxe ao Brasil obras de exímios exemplos. Olhou pouco a elogio, dinheiro, ou os templos...
Homem assim por que não recebeu o título: “O Maior Brasileiro De Todos Os Tempos”?
Maior em versos, e diverso, em capítulo; Eloquente e imerso ao popular e erudito.
Não foi rico de bens; foi “pobre de espírito”; Ah! Não há de “ser dele o reino dos céus”?
Gonçalves, se sabe, pelos livros seus, Enaltece a natureza e O que a fez, Deus.
Não admite “Evolução”, sim “Criação”: Sua “Ideia de Deus”, a aprova e dá razão.
Luiz Guilherme Libório Alves da Silva424
SEGUE-SE ABAIXO O DITO POR GONÇALVãO ONTEM À NOITE, UM POEMA-NãO
- Metrifico, tenho de metrificar, se não morro sufocado. Os temas que candidatam-se a poema saem de mim sozinhos se não os escrevo. Eles
pulam dos meus olhos, entopem meus poros, enroscam-me a garganta. Os outros humanos perguntam: “Sente-se bem?”. Não tenho coordenação
nem para negar. Pulo, ofego, bato a mesa, enfio as pálpebras nos dedos; Tenho de metrificar para forçar poemas, tenho de forçar poemas para
alojar minhas ideias sufocantes. Tenho de metrificar.
O SURTO DE GONÇALVES DIAS-Poeta, ouve;
O brilho, a luz que seja, Vinda da lua mesmo apagada
Enquanto acesa Nada mais é que a aresta do real astro reaproveitada.-
424 Luiz Guilherme Libório Alves da Silva - Bebedouro – SP – Brasil - 23/11/1994, estudo Letras na Universidade Federal de Minas Gerais, tendo iniciado meu curso na Universidade Federal de Goiás. moro em Belo Horizonte.
507
Espanto.
Estás nas pontas dos pés Sob o arco inesperado da caverna
O vento que encrespa teu rosto Inclinando-te qual pescaria...
De olhos fechados pela claridade Apenas sentindo o calor que emana do sol
Você se sente mal. Sente-se realmente mal
E abandonas o momento
E volta correndo para o escuro Para o bem, para o amor, Desesperado de saber. Verdade:
Verdade nenhuma Foi feita pra poeta.
Luiz Penha Pinós Bissigo 425
CANÇãO DO EXÍLIO Aqui, em Jaguarão não cultuam a tradição;em Porto Alegre, tem de montão.Aqui, em Jaguarão o amor é impuro e sem graça;em Porto Alegre,mesmo retratado num muro,perpetua-se.Aqui, em Jaguarão, que mulheres há para amar,já que, em Porto Alegre,
elas Lá vão estar.Minha saudade de Porto Alegre
está além da compreensão, pois as pessoas, que amo, Lá ficaram.
425 Luiz Penha Pinós Bissigo - Porto Alegre/RS – Brasil - 05 de maio de 1994. Estudante do Ensino Médio do Colé-gio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Ca-deira 49, Patrono: Sousândrade (Joaquim de Sousa Andrade); e, Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Coautor do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, Sorocaba/SP. E-mail: [email protected]
508
M. A. Lima Barata426 - 10 de Agosto de 1872.
POR OCASIãO DA INAUGURAÇãO DA ESTÁTUA EM SãO LUÍS427
Mais um sol se escondeu no fundo oceanoMais uma pérola para o mar voltou;Morreu mais um poeta soberano,Mais uma harpa estalou.
P. de Calaz N.S.
Qual geme Éolo iracundoNas areias do Saara;
Como o troar da pocemaTangida pelo Tupá;
E o eco das ventaniasNo bronco das penedias
- Tal nasceu Gonçalves DiasD’um sopro de Jeová!
Fagulha da inteligênciaTornou-se um facho de luz!
Gênio! Trindade soberbaD’Homero, Dante e Jesus,
Embora tanto sofresseE mão súplice estendesse,Ninguém diz que ele jazesse
Da corrupção nos paúes!
Ergueu-se! Elevou-se tantoQuanto se eleva o condor
Que solta o voo dos AntesE vai pousar no Tabor!E nesse voo arrojado,
Deixa após si consternado,Todo o espaço admirado,
Todo o Atlântico em furor
Moldado para o sublime,Pra grandeza da dicção,
O gênio transpôs do éterA desmedida amplidão!
E aos Alpes que o cortejaramE pasmos, quedos ficaram,
Por seu turno recuaramDas lavas da erudição!
426 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p 501-503. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
427 Serve de título.
509
Como judeu da legendaVive o bardo a caminhar
Mas este aonde chegasseTinha um pouso a descansar!
Aos gênios tal acontece;E se o vulto desparece,Nunca a memória fenece;
O mármore fá-la lembrar!
Quando seu ninho maternoBuscava o triste antor,
Leve fez da linda CoemaFlor de b’leza e luz do amor,
Abre-se um mar de safiras,E ao som das celestes liras,Mago Tupã dos TimbirasD’a su’alma ao criador.
Não pode descer à terraUm ente que vem dos céus!
Sete palmos de terrenoNão podem conter um Deus!
Quem por berço teve o mundo,Por nome um séc’lo fecundo,
Só pode dormir no fundoDo leito dos Prometeus!
Para viver respeitadoDo templo p’la grande mó,Deus! estuário do gênioNunca o soterra do pó!Tal fez ao rei dos talentos!Mais rijo que os elementos,Maior que mil monumentosDeu-lhe um nome, um nome só.
Mas deveis sempre orgulhar-vosÓ filhos do Maranhão
Dos atos que praticardesComo este – do coração;
Pois ao Deus das harmonias,Ao gênio das melodias…
Pagais a Gonçalves DiasUm penhor de gratidão!
510
Madalena Müller428
AFASTADOS OS CORPOS, UM DIA AS ALMAS SE ENCONTRAMUm dia no Maranhão nascera um garotinho
chamado Gonçalves Diasde uma união não oficializada,
de um portugues docemente atrevidoe uma mestiça que fora amada...
... menino de face intrigantecom a miscigenação em seu corpo estampada,
dando-lhe um divino charmefrente a sua figura formada...
... uniões que não são sacramentadaspelo terrível preconceito,
seja pela cor, raça, idade ou situação financeirae onde levando o amor distante de seu leito...
... o fruto das noites nem tão dormidasfora estudar na origem do Pai, em sua terra Natal,
sendo que pequeno sua doutrina fora no Brasile jovenzinho fora-se para Portugal...
... tão logo seu curso de Artes no secundário concluirae distante em Direito fora formado,
mal sabia que seu coração românticode seu amor seria isolado.
Não adiantou a astucia de caixeironem a perspicácia na escrituração,na experiência da loja de seus Pais
levou em sua viagem ele em seu coração...
... foi-se para a terra de origem do Paie aí concluíra sua secundária educação,
e a III formação, sendo no período inicialaté a sua formatura escrevera a divina canção...
... no exílio de seus pensamentosonde fez a divina união entre consoante e vogal,
dando um toque supremoa minha e também dele terra Natal...
428 Madalena Müller -Rio Grande do Sul – Brasil - 13.01.1961. Sou empresária, fiz muitos cursos e que uso o co-nhecimento no decorrer dos dias, por muito exerci minha função como estilista de moda e do ateliê mantive um sorriso constante a cada obra, no decorrer das entrelinhas da vida tivera que optar pelo outro caminho que meu Y apresentou... serei uma eterna estudante, a indisciplina de situações que nos são colocadas fa-zem-me sempre retornar numa disciplina diferente, penso que serei uma eterna estudante... tal qual o povo do Maranhão, que mantém as graças na alegria e na esperança do sorriso... em sua bandeira estampa minhas cores preferidas junto ao infinito do céu!!!
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... desde quando conheço as escritase ouço o som do sabiá ha cantar,
já vejo-me dançando dentre as palmeiras e sorriosentindo meu corpo/mente ao meio movimentar...
... já vejo o céu estreladoe as flores por todos os caminhos,
sinto o verde da esperança florindoe a brisa envolvente fazendo-me carinhos...
... eis que os amigos foram-lhe presentesauxiliando-o até que tivesse sua graduação,
pudera pela força da suave canção entrar no veio literáriosendo considerado o principal poeta romântico da geração...
... tivera poemas considerados imoraise na época foram barrados pela hipocrisia,entre os primeiros cantos lançados
conheceu a mulher que para sempre amaria...
... teve aulas de francês, latim e filosofiacom o direito esquecido fora jornalista e professor,
fundou o jornal literário “Guanabara”e não soubera persistir para buscar seu amor...
... com a negativa dos Pais de Ana Améliacom a moça Olímpia fora casar,tão logo liberto da aliançapudera com sua Ana encontrar...
... ela casara por vingança com outroe deserdada por sua família que também não o aprovou,foram-se para terra distantee perseguidos seu estabelecimento comercial quebrou...
... seu primeiro marido falecerae ela tivera a segunda união formada,
pudera ter a graça de um filhoem sua vida agregada...
... Dias novamente tentou,ela não aceitara a declamação de seu poema
e o pedido ficara retido no desejo de sua inocência,desengano que deu-lhe muita tristeza
ao dado adeus de seu amor ficando-o na abstinência...... o orgulhoso menino que deixara de ladoperpetuou no templo sua altivez,ainda, mais uma vez – adeuse seu amor não teria mais uma vez...
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... desolado a doença da hepatite toma-lhee em terra distante tenta se curar,
em seu retorno tal quais seus olhos verdesnaufragara no fundo do mar...
... quando seu corpo imobilizadoa sua alma tivera o acalento reconhecido,
sua amada fez-se presentedizendo que nunca lhe tinha esquecido...
... Ana novamente surge, dentro do teatrosob aplausos e num choro profundo ao léu,
a esperança que tinha nosso Diasfez-se presente junto ha ele no caminho do céu.
Situação idêntica que em minha família acontecerae sou fruto do Chrystian que de seu verdadeiro pai fora
afastado,deste nunca tomara conhecimento
e no passar dos tempos sabe-se o porquê de um chapéu ao nosso lado...
... na vida nada para sempre fica ocultoe o Amor numa outra com certeza será perpetuado,
não existe força que tirem-lhe para semprea alma gêmea de seu lado!!!
Maiara Gonçalves de Oliveira429
SAUDADESGonçalves Dias
Tão bonito dizia,Com seus poemas românticos,Qualquer flor seca renascia.
Gonçalves Dias adorava onde vivia;Lá ele era feliz, lá ele gostava do canto do sabiá
E assim conquistou muitas coisas por lá.
Gostava da selva, do campo, das flores,Um homem apaixonado,
Com olhar alegre, cheio de amor,Gonçalves Dias, um brasileiro de coragem,
Gonçalves Dias, um homem que deixou saudades.
429 Maiara Gonçalves de Oliveira - Teresópolis – RJ - Brasil - 25/01/1998, poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e já possui poemas publicados no blog “Palavras do Coração”, do poeta-migo Geovane Alves dos Reis. Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
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Manoel Alexandre de Santana Sobrinho – Manoel Sobrinho430
A MORTE DE GONÇALVES DIAS431
Que adiantava ficar na velha Euriopa, se eraInútil procurar prender no peito a vida,
Que, ansiosa de habitar mais arejada esfera,Breve diria ao poeta o adeus da despedida?
Ela, que anima num ser, às vezes repelente,Um século, ainda cedo ia a plimagem fina
Bater deixando inerte insigne doente,Assim como se deixa um palacete em ruína...
Já não podia o bom clima do velho mundoLenitivo trazer em seu tormento, ao poeta,Que expressava no olhar, nostálgico e profundo,A tragédia da sua dor secreta...
E a Pátria? Ah! Não morrer, nunca, diante dela,Quem tanto se esforçou pela grandeza sua!
E logo, afoitamente, uma enfunada velaPos sobre os vagalhões marítimos flutua...
O vento sopra, o mar espuma, o barco avança,Ao ritmo das canções rudes da marujada,Levando quem só nute, agora, uma esperança:Ver o risonho céu da Pátria suspirada.
Pensar em ver a terra onde, ao calor da vida,Escustara de amor, suave, a primeira jura,Leva o poeta a esquecer sua mortal ferida E a sentir-se feliz dentro do mal sem cura...
Pejados de incertza e de aborrecimento,Moroso e comuns, vão desfilando os dias,
Enquanto, ora contrária, ora a favor do vento,Vai devorando a nau léguas de ondas bravias...
IIAmplo e formoso céu, norte de Pindorama!
Horizontes de anil, praias de areia solta;Revoada de guarás, currais de pesca, o drama
Das igaras, além, contra a maré revolta.
430 Manoel Sobrinho - Manoel Alexandre de Santana Sobrinho - São Francisco do Maranhão – Brasil - 04 de ja-neiro de 1897. Poeta. Titular da Cadeira 19, patroneada por Teofilo Dias, na Academia maranhense de Letras. Bibliografia: Hora Iluminada (Rio, 1948); Pétalas e farpas
431 RAMOS, Clovis. ROTEIRO LITERÁRIO DO MARANHÃO – Neoclássicos e Romanticos. Niteroi: Clovis Ramos, 2001, p. 311-313, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto His-tórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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Ilhas, verdes painéis, rochas e ribanceiras,Alvas garças ao longe, em silencioso idílio...
Leque espalmando ao vento, às margens, as palmeirasDenairosas da selva e da “Canção do Exílio”.
O barco, a doideja, busca no leme apoio,Esaiando um bordejo em direção da terra,
E do altivo cantor do Piaga e do TamoioO olhar perscrutador pelas paisagens erra...
Sente, ele, ao contemplar o seu torrão já perto,A alegria feliz que há nas aves canoras,
E cheio de emoção, chora sorrindo, certoDe pisá-lo outra vez, dentro de algumas horas...
IIIQue favores o poeta ainda esperar podia
Da vida a iluminar-lhe as horas derradeiras?A fronte repousar, ela que em febre ardia,
No seio maternal da terra das Palmeiras.
Mas... o destino e o mar resolveram, num convenio,Desastrado ou infeliz (ninguém ao certo sabe)Que é humilhante demais para tamanho gênio,Dar-lhe a morte comum que a toda gente cabe.
E nisto, se levanta uma onda crespa e afoita,Dos ventos estivais ao ríspido assobio,
E logo a embarcação desequilibra e açoita,Lançando-a, rudemente, à ponta de uma baixio.
Aumenta e recrudesce o revolver oceânico,Pende outra vez para a corrente funda,
Enquanto, a provocar o desespero e o pânico,A água o enorme porão do velho barco inunda.
Pelo convés, coxia e camarote, aos tombos,Anda gente a correr, doida, sem paradeiro
Vendo beber o mar, pelos tremendos rombos,Numa avidez estranha, o úmido veleiro.
Galopam vagalhões em repetidas rondas,Ameaçadoramente, em volta do navio;
Das criaturas que vão quase a imergir nas ondas,Mais que tudo comove o inútil vozerio...
Em meio às afliçõe daquela gente inquieta,Que se apavora ouvindo o uivo do mar profundo,
Ergue, serenament, a altiva fronte, o poeta,Para mandar o seu ultimo adeus ao mundo.
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Lança o régio cantor das tribos brasileirasÀ terra um doce olhar, sem laivo algums de mágoas;
Sorri, fitado ao longe o vulto das palmeiras,E... some-se depois no turbuilhão das águas!
Manoel Bezerra
MISTURA NATIVADo cruzamento das raças,
Nasceste mestiçoE te fizeste poeta híbrido
De sangue português-índio,- teus pais!
A natureza bela,- Caxias, matas dos jatobás!Foi o teu berço de origem,Terras de palmeiras e sabiás,
Que retratasteNa singeleza nativa
A canção do exílio,Saudosíssimo do teu lar!
Manoel de Páscoa Medeiros Teixeira – Professor Passarinho432
CANÇãO AO POETA: A CRÍTICA CULTURAL HOMENAGEM A GONÇALVES DIASSe, se tu voltasses, poetanão saberias rimarporque acabaram as belezas da terra do sabiá.
Existem poucas palmeiras,alguns sabiás a cantar...na mata da Boa Vista,
poucos pés de jatobá.
As nossas palmeiras bonitassão devastadas no chãopor invasores estranhos
na terra do Maranhão.
Eu sinto a dor e a tristezadaquele verde acabado,
as matas viraram desertose os índios abandonados.
432 Manoel De Páscoa Medeiros Teixeira - Olinda – PE - Brasil. Popularmente conhecido como Professor Passinho. É poeta, autor de lendas, filósofo e teólogo. O grande educador de Caxias-MA é membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC) e membro fundador da Academia Sertaneja de Letras, Educação.
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o poeta dizia, em sua canção centenária,
que os nossos bosques têm vida...hoje não existe mais nada.
Só resta apenas, poeta,o céu infinito do além...
porque a maldade dos homensnão alcançaram também.
Está tudo danificado,
desrespeitaram a cultura;não conservaram o passado
nem a riqueza da nossa história.
Agora suplico a força da divina proteção!descansa em paz, alma poética...
(nas águas lindas e pardas do mar)meu velho indianista da mata da Boa Vista,
poeta nacional, o líder imortal Antônio Gonçalves Dias.
Manoel Lúcio de Medeiros - Malume433
TRIBUTO A ANTONIO GONÇALVES DIAS.Um poeta brasileiro de cultura,
Estudou francês, latim, filosofia,Foi também formado em advocacia,
Conhecido por sua grande bravura!
Foi um grande professor e jornalista,Lecionando a cadeira de latim,
Homem de uma cultura sem ter fim,Dos poemas, foi um grande sonetista!
Ao Antônio deixo, pois, o meu tributo,
Um poeta de uma forte inspiração,Hoje o mundo inteiro sente o seu fruto!
Lembraremos para sempre tua imagem,
À cultura, deixaste grande bagagem,Para todos, um acervo absoluto!
433 Manoel Lúcio de Medeiros – Malume - Fortaleza – Ce – Brasil. Graduou-se em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará, (UECE) e fez pós-graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. É Bacharel e Mestre em teologia pela Faculdade de Teologia Filadélfia, em Recife-PE. Já escreveu mais de 2000 sonetos e poemas.
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LEMBRANÇAS DE ANTONIO GONÇALVES DIAS.Ele nasceu no sitio Boa Vista,
Nas terras lindas do meu Jatobá,Este poeta que veio de lá,
Trouxe a letra que a todos conquista! Atuou no teatro do Brasil,
Amante do francês e do latim,Um grande jornalista foi, enfim,
Exemplo de cultura juvenil!
Da pátria, mergulhado na saudade,Sofreu no coração a nostalgia,
Mostrando em versos o seu romantismo! Sentindo de sua terra ansiedade,Nos mares volta com toda alegria,Mas um naufrágio o leva ao abismo!
ADEUS POETA ANTONIO GONÇALVES DIAS.A saudade já batia no teu peito,
Por morares tão longe da tua nação,Nostalgias te cercavam o coração,
Só o retorno te deixava satisfeito! Com teu sonho a brotar à flor da pele,No navio tu regressas pelo mar,Mas as águas que te fazem naufragar,Traçam tua vida num destino imbele! O teu corpo entre ondas foi perdido,Mas em glória, foi teu verso transferido,A lembrança de brilhar cada nação! Hoje este meu poema te ofereço,Meu poeta, oh, quão alto foi o preço,
Que pagaste pra deixar tua lição!
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Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho - Manuel Bandeira434
O NOME EM SI435
Antônio, filho de JOÃO MANUEL GONÇALVES DIAS e VICÊNCIA MENDES FERREIRA
ANTÔNIO MENDES FERREIRA GONÇALVES DIASANTONIO FERREIRA GONÇALVES DIAS
GONÇALVES DUTRA GONÇALVES DANTAS GONÇALVES DIAS
GONÇALVES GONÇALVES GONÇALVES GONÇALVES DIAS DIAS DIAS DIAS DIAS DIAS GONÇALVES DIAS GONÇALVES
GONÇALVES DIAS & CIA GONÇALVES DIAS & CIA Dr. ANTÔNIO GONÇALVES DIAS EREMILDO
GONÇALVES DIAS AUGUSTO GONSALVES DIAS Ilmo. e Exmo. Sr. AUGUSTO GONÇALVES DIAS GONÇALVES DIAS DIAS GONÇALVES GONÇALVES DIAS
Manuela Ferreira436
O POETA VISTO DE CÁDaqui te levaram ainda quimera,
E tu não eras mais que o desejado.Atravessaste o mar, o outro lado;Brotaste longe, nós à tua espera.
Havias de voltar, estava escritoNas linhas do destino que trazias.
Tu, Grande Poeta, Gonçalves Dias,Cravaste longe as unhas do teu grito.
434 Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre, Nélson Rodrigues, Carlos Pena Filho e Osman Lins, entre outros, representa a produção literária do estado de Pernambuco.
435 Fonte: Estrela da Vida inteira de Manuel Bandeira – Compilador: Weberson Fernandes Grizoste436 Manuela Ferreira - Ponte de Lima, Portugal - 26 de dezembro de 1968. Os textos que, muito recentemente,
escrevo podem ser lidos no meu blogue -mais1poema.blogspot.com- e em várias antologias portuguesas e brasileiras. Recebi uma menção honrosa no concurso literário promovido pele APPACDM de Setúbal.
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De cá ouvimos, vaidosos, a tua voz.Eram tantos a cantar-te, um mar de gente.
E tu voltaste cingido na torrente,Para espalhares o canto entre nós.
Depois partiste a voar, talvez fosse isso,Para a terra onde o amor te enfeitiçou.
Tu bem sopraste a chama que apagou,De nada te valeu, eras mestiço.
Ai, meu Poeta, quanta sorteTe faltou no amor e até na vida!
Chegaste e já estavas de partida.Que cruel aquele mar, aquela morte!
Marcelo de Oliveira Souza437
MINHA TERRA Minha terra não tem palmeiras,
Nem sabiá Quanto mais canto!
Diferente do meu amigoGonçalves,
Não tem aves que gorjeiam, Ninguém sabe o que tem lá. Nosso céu é todo escuro, Não tem várzeas e flores Não tem bosques, nem vida É tudo um só obscuro. De ficar sozinho à noite É sempre um contínuo cá, Mas é pior ficar lá, Onde não tem canto,
Quem dirá sabiá.
Não permita Deus que eu volte lá Quando eu morrer, é melhor morrer cá
Não desfruto de amores, Quem dirá lá!
437 Marcelo de Oliveira Souza – Rio de Janeiro – Brasil. Professor de Língua Portuguesa, formado na Universida-de Católica do Salvador. Pós-graduado pela Faculdade Visconde de Cairu com convênio com a APLB/UNEB; Membro titular do Clube dos Escritores de Piracicaba; da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências; da União Brasileira dos Escritores; da confraria de Artistas e Poetas pela Paz – CAPPAZ; da Associação Poetas Del Mundo; Organizador do Concurso Literário Anual POESIAS SEM FRONTEIRAS. Blog: http://marceloescritor2.blogspot.com Site: www.poesiassemfronteiras.no.comunidades.net
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Marcelo Moreira438
DIVERSOS CANTOSSão os primeiros cantos
Voz do povo brasileiroFoi poeta, foi caixeiro
As memórias de um professorDe um jornalista estrangeiro
Nascido na Boa VistaDe histórias e sextilhas
São também segundos contosAfogado em romantismoNo deleito e no pranto
São diversas poesiasPor aqui Gonçalves Dias
Declamou os últimos cantos
Márcia da Silva Sousa439
O MAR E O POETA (por ocasião de sua morte)Retorna o poeta saudoso
Ao chão de seus encantosPara outra vez contemplar
Nas palmeiras mais dolentesCantando, o seu sabiá
Que saudades sentiu do seu canto!Quantas vezes correu o seu pranto!
E mirando o horizonte pensava Em voltar à sua terra amada
“Não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá!”Voltava enfim ao seu seio
Corpo abalado, espírito em risteTerra amada tão querida
Que aguardava seu filhoTão ilustre quanto triste
“Mas quis o fado inimigo”Para si o tal poeta
Revolto o mar, a nau sacodeImpedindo o aportar
E quando tudo se acalmaO mar, o vento, a tormenta
Procura-se o poeta
438 Marcelo Moreira – Salvador, Bahia – Brasil - 5 de Maio de 1982. Formado pela Universidade Católica do Salva-dor em Administração. É Produtor Cultural, Poeta Contemporâneo, Artista livre de padrão.
439 Márcia Sousa - Márcia da Silva Sousa. Belém-PA – Brasil - 22/06/1968. Reside em São Luís -MA desde 1979, considera-se maranhense de coração. Médica ginecologista e obstetra, mestre em Ciências da Saúde, mem-bro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores . Poemas publicados na coletânea “Sobre o Amor” SOBRA-MES (MA).
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Buscando-o em vão Se foi, descansar no mar
E por amar assim demasiadoNão coube em todo mar seu coração
Tornou-se então encantadoSob seu céu estreladoNas costas do Maranhão!
Marcia de Oliveira Gomes440
DIAS DE INSPIRAÇãODias de Brasil primoroso,
Exaltado em versos verde-amarelos.Ah, as palmeiras, o céu, as várzeas, o sabiá...Que prazer se encontrará longe do lar?
Dias de guerreiros valentes,Moldados na vida, luta renhida.
Da honra e façanhas da tribo TupiQue ninguém duvide, meninos, eu vi.
Dias de amor desmedido,paradoxal, intenso, precioso, febril...
Na lírica, o coração rasgadoE, às almas sensíveis, ofertado.
Alicerce da poesia brasileira,Que o mundo reverencie o seu legado.Pois Dias de inspiração, Fez-se grande ao agigantar sua nação.
Márcia Etelli Coelho441
DERRADEIRO EXÍLIONesse meu último canto
com a Pátria tão distante,não encontro mais palmeiras.Sou um Dias soluçante.
440 Marcia de Oliveira Gomes - Rio de Janeiro, Brasil - 05 de outubro de 1979 doutora em Língua Portuguesa pela UERJ e professora da rede estadual. Em sua jornada literária, figuram a publicação de contos e minicontos em antologias e a conquista de prêmios literários, dentre os quais se destacam o 1° lugar no Prêmio Literário Teixeira e Sousa, em 2011, e no Concurso Nacional de Contos “Laertes Larocca”, em 2012.
441 Márcia Etelli Coelho - São Paulo – SP – Brasil – 3 de maio de 1955. É médica formada pela Escola Paulista de Medicina em 1979 e membro da diretoria da SOBRAMES (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores). Ocupa a cadeira 34 da ABRAMES (Academia Brasileira de Médicos Escritores). Autora dos livros: “Andarilho - Em Bus-ca de se Encontrar”, “Rastros na Areia”, “Corpo Espelho D´Alma”, “Os Apóstolos do Zodíaco” e “Entre o Laço e os Nós”. E-mail: [email protected]
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Sabiá não canta mais,está triste sem seu ninho.
As estrelas se esconderame eu fiquei bem mais sozinho.
Essas várzeas não têm flores,esses bosques não têm vida.
Onde estão os meus amores?Se perderam na partida...
Hoje eu choro em presença da morte,em presença de estranhos chorei,
relembrando os primores de outrora,em minha alma, ainda uma vez, adeus...
PRIMEIRA POESIAA primeira poesia que eu li?
Gonçalves Dias:Canção do Exílio.
Na época, criança urbana,ainda não conhecia palmeiras
e nunca ouvira um sabiá.Mas já entendia de cores
e também de alguns amores,chamego de mãe e de pai.
Só não sabia das doresquando a saudade em açoite
insiste em nos castigar.
Passados muitos anosconheci outros países,
comprovei não haver encantomaior do que o nosso lar.
As perdas causaram danos.Distância venceu a ilusão.
Os versos, bem mais sentidos,fizeram minha alma chorar.
Um detalhe, porém, persiste,chega até a me inquietar.
Apesar de tantas vivênciascontinuo sendo urbana
e eu ainda não reconheçoo som de um sabiá.
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COMPANHEIROMinha terra tem um poeta
que retrata muito bemas alegrias e as dores
de quem sonha assim como eu.
No exílio, a eterna saudadedo encanto de um sabiá,
da sombra de uma palmeira,das ondas calmas do mar.
De noite eu vejo as estrelas.De Dias releio a “Canção”.
Os versos revelam o que eu sintoe abrandam minha solidão.
Enquanto espero o regressoGonçalves é meu companheiro.
Com ele resgato a dádivade sempre ser brasileiro.
Márcio Dison442
OBRA DE ARTEAssobio sabiátravessia perversaem deserto de palavras.
Frágil beija-florcapturo pólenem labirinto de frases.
De sua majestaderealizo a realeza
imitando realejo.E partilho a leveza
do colibri , o beijo.
Assobio sabiáfrágil beija-flor.
Desenho, saíra pintor,um tiê-sangueem natureza morta.
442 Márcio Dison - Porto União/SC – Brasil - 25 de fevereiro de 1962. Escreve desde os 6 anos, quando venceu concurso sobre o Dia da Ave. Participou de diversas coletâneas e antologias e obteve em 2011 o Prêmio Fer-nanda de Castro de Poesias, da Confraria Brasil/Portugal. Menção Honrosa do Prêmio Lila Ripoll/RS, lançou em 2012 Poesia(enterrada)Viva,edição do autor. Mora na Ilha de Santa Catarina e prepara o lançamento do livro Banquete de Palavras.
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Márcio Moraes443
CANÇãO AO TIMBIRAcanção de um exílio do índio timbira
um canto guerreiro da tribo sombriaé o canto piaga da sua nação
tupã poderoso retira esta embirada musa cativa que não é mais minha
estrela do mar leviana canção
delírio das trevas do índio valentemeu deus sofrimento do bravo pungente
a escrava do congo com sangue lhe cinge os olhos da vida de uma alma clemente
nas quadras do amor sua voz canto ardente na lajem dos mortos de fraco então finge
mas hinos terríveis da rosa do mardonzela suspira vestida de ar
ideia de deus como um raio lhe veiotoar novos cantos e nunca deixar
que rola esponsal ante deus a clamara morte de amor do timbira guerreiro
os últimos cantos de pedra gigantedo leito de folhas jatir além cante
i-juca-pirama se torna eu vie só marabá verdes olhos encante
nos túmulos deixa saudades levanteda taba o timbira que vence o tupi
Marco Aurélio Baggio444
DE MINAS AO MARANHãOOh! As minhas Minas
E os meus GeraisEstado duplo,
443 Márcio Moraes - Montes Claros – MG - Brasil – 9 de julho de 1983. Professor de Literatura e Português. Partici-pante ativo do Salão Nacional de Poesias Psiu Poético em Montes Claros, sendo um dos poetas homenageados em 2008. Autor dos livros de poemas Genuíno (2007), Via Crucis (2009) e assim alado (2011). Possui trabalhos publicados em Coletâneas e Antologias do Psiu Poético, Belô Poético, Poetas de Todos os Cantos, Faces Con-temporâneas da Poesia Brasileira, entre outras. Além de poeta, Márcio Moraes também é músico.
444 Marco Aurélio Baggio – Belo Horizonte, MG – Brasil - 8 de março de 1943. Médico, É psiquiatra, psicanalista e psicoterapeuta, publica regularmente em revistas e periódicos especializados, no Brasil e no exterior, ocupa a Cadeira nº 96 da Academia Mineira de Medicina, ainda a Cadeira nº 27 da Academia Brasileira de Médicos Escritores – Abrames – no Rio de Janeiro, É detentor da Cadeira nº 10 do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais Ex-presidente da Arcádia de Minas Gerais. É membro do Instituto Mineiro de História da Medi-cina e da União Brasileira de Escritores, do Rio de Janeiro. Presidente da Sobrames Nacional. Cônsul da Real Academia de Letras de Porto Alegre. Membro da Academia de Letras do Brasil. Honorário da Sociedade Eça de Queiroz, do Rio de Janeiro. Telefone: (31) 3337-64-79 E-mail: [email protected]
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Uno, múltiplo.Me lembra o canto de inserção
De Antônio Gonçalves Dias.
Integrado pelo GrandeE pelo São FranciscoCorrendo ao longo do Espinhaço
Que dá ouro, diamantes, gemas e cristaisDe onde escorre o minério
De ferro para abastecer o mundo.
Minha terra tem ipêsQue aqui florescem como
Em nenhum outro lugarTem palmeiras e buritisLequeleando em escoltaAs veredas,caixas d’água do Brasil.
Minha terra tem pássarosE passarinhos – sabiás,
Bem-te-vi, manuelzinho da croaTico-tico pirulitando no fubá
Seriema com seu canto tristeE mãe-da-lua piando pela madrugada.Minas Gerais tem belos horizontes que ao cair da tarde deslumbram anunciando o céu de estrelas onde pontifica o Cruzeiro do Sul. Minha terra tem águas virtuosas,Jesuânia, Araxá, Cambuquira, Caxambu,São Lourenço, Lambari, Águas Santas.
Minas tem suas gentes,mineirinho capiau, mineiro citadino,
mineirão de definição desempatada.Mineirices e mineiridades.
Minha terra tem primoresSete vilas do ouro
854 localidadesonde se caldeia um povo índio,negro, branco, amarelo,
mestiço, mulato, cafuzo,onde resplande a liberdadee o modo soturno e correto de ser.
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Minas terra meu tesouroSerras que vão destapando outras serras
Em sutis tonalidades de azulNela descortinando belos horizontes
De sol, de relevo, de anis.
Minas são muitas,coração aurífero da
América do Sul.
Marco Aurélio Maurer Dalla VecchiA445
CANÇãO DO EXÍLIOPorto Alegre, minha cidade,
tem o Laçador; Rio de Janeiro, tem o Cristo Redentor.
Tanto aqui como lá, há o Calçadão de Ipanema.
Aqui, o Guaíba; lá, o mar.Aqui, a bebida preferida é o chimarrão;
lá, o chopp gelado.Aqui, tem o melhor o churrasco;
lá, o linguado não pode faltar. Aqui, a seriedade do gaúcho
chama a atenção; lá, a descontração do carioca.
Aqui, o sucesso da Calçada da Fama; lá, o glamour do Leblon.
Aqui, o verde da natureza; lá, o azul do mar.
Entre o lá e o aqui, fico com o aqui,pois amo a minha Porto Alegre.
Marco Aurélio Sousa Mendes446
CANÇãO DO EXÍLIO DO SÉCULO XXIPalmares, como de minha terra,
não há em nenhum canto.Os sabiás, que aqui gorjeiam,
cantam o som de Ubirajara.
445 Marco Aurélio Maurer Dalla VecchiA - Bento Gonçalves/RS – Brasil - 14 de janeiro de 1998. Reside há 10 anos, em Porto Alegre/RS. Estudante do Ensino Fundamental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Curte desenhar e pintar. E-mail: [email protected]
446 Marco Aurélio Sousa Mendes - São Paulo – Brasil - 06 de Dezembro de 1994. Humilde aprendiz filosófico de poeta, assim me defino. Atua no meio literário com o pseudônimo de Aurélio Mendes. Atualmente cursa direito na Universidade Federal de Uberlândia. Possui já 1 livro publicado, uma coletânea de contos chamada ‘Pensamentos Singulares’. Mantem também um blog literário no endereço http://devumi.tumblr.com/
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Mas tempo bom que Airumãdizia ainda no Abanheém:
Palmares, como de minha terra,não há em nenhum canto...
nem mesmo mais aqui.Os sabiás, que aqui gorjeavam em tupi,Agora cantarolam no ‘to be’.
Nessa bossa nova rogo a Deuspara que pelo menos,
o samba não vire rocke Drummond não fique pop.
Marcos Paulo de Oliveira Santos 447
ODE AO ÍNCLITO POETAFruto profícuo da mestiçagem.
Arauto do mais nobre indianismo. Poeta de expressiva bagagem.
Quis esposar-se, mas foi vítima do racismo!
Desiludido, desencantado...Caminhou registrando o país.
Atormentado, vituperadoMergulhou nas letras; nova diretriz!
Ana Amélia, falena sedutora e irresistível,outros rumos a vida lhe reservou.Ele, etnógrafo, poeta, teatrólogo irretorquível,sua alma o imenso mar levou!
O oceano não apagou o talento,nem os versos das pautas régias.Sua obra perdura no tempoe comove as almas egrégias.
447 Marcos Paulo de Oliveira Santos - Brasília, DF - Brasil - 18 de dezembro de 1984, É licenciado em Letras-Portu-guês e Respectiva Literatura pela UnB. É licenciado em Educação Física pela UCB. É especialista em Docência do Ensino Superior pela UGF. É mestre em Educação Física. Venceu o I Concurso Literário do Curso de Educa-ção Física da UCB; Foi 2° lugar do I Concurso Literário do Sistema CONFEF-CREF´s; Teve uma poesia selecionada e publicada no Concurso Poetas da Cidade (SESI-DF).
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Marcos Rodríguez Leija448
EVOCACIÓN AL CANTO DE GONÇALVES DIAS - CANTO A GONÇALVES DIAS
Recibe este canto Gonçalves Dias de tambores y zumbido de palmeras
para que el dolor que un día hizo surcos las entrañas no llueva más, jamás, ni inunde el alma del poeta;
pido que no florezca la semilla del exilio la peor en todos los infiernos para quien ama y canta
como tú cantabas y le cantas a tu tierra. Recibe este canto Gonçalves Dias
desde el suelo que habito y donde crece la raíz del árbol, el fruto de la palabra, el aire que nos une,
ese canto de tambores con zumbido de palmeras que hace que el dolor que un día hizo surcos las entrañas
no llueva más, jamás, ni inunde el alma del poeta.
CAMINANTE(S) DEL MISMO DESEOQué suerte tengo de encontrar en el camino
las huellas de alguien que recorrió el mismo deseo, no sé si llegaste o si llegaré algún día al horizonte
pero al igual que tú dejaré mis huellas para el que viene y busca a esa mujer que lo siga por la amplitud del aire.
Por eso hundo mis pasos en esta corta ruta antes que la muerte atraque mi deseo de hallar un amor igual al mío
como tú también un día lo deseaste. Y repito, Gonçalves Dias, tu invocación:
¡Permite, Dios, que en esta tierra encuentre una mujer, un ángel, la obra tuya
que sienta como yo! No sé si llegaré algún día al horizonte pero sigo el camino,
caminante, poeta, amigo del mismo deseo que buscaba como yo ahora busco
a una mujer que me siga por la amplitud del aire.
SOBRE ADIOSES COMO UNA BALA EN EL AIREQuien se atrevió a arrancarte el amor a dentelladas jamás te vio los ojos del alma.
Yo he sufrido de amor, Gonçalvez Dias pero no en la dimensión del desprecio
por mi sangre, por mi raza. Bendito sea tu origen, la raíz que hizo crecer
al poema en la ramificación de tus palabras donde el amor es una luz que anida, que canta.
448 Marcos Rodríguez Leija - Nuevo Laredo, Tamaulipas – MéxICO - 1973. Desarrolla su trabajo en periodismo, literatura, música y fotografía. Forma parte del Diccionario de Escritores Mexicanos del Siglo XX publicado por la UNAM. Correo-e: [email protected]
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ESE RUMOR qUE VIENE DEL MAREse rumor que proviene del mar
es tu voz cantándole a tu tierra, a Maranhão, al sabiá y a tu ritmo
se mueven las palmeras en los bajíos de Atins. El Ville de Boulogne se ve
en los espejismos de la tarde de la costa brasileña y tú a lo lejos cantándole
a Caixas, a los bosques, a la vida, a tus amores, a los amores que uno sueña.
Tu canto viaja en la eternidad del aire ¡y no nos dejas, no! te quedaste
en la inmensidad del mar guerrero de la palabra, voz del indio tupí que se expande en la amazonia tus palabras corren con la brisa como un paisaje. El Ville de Boulogne se ve en los espejismos de la tarde de la costa brasileña
y tú a lo lejos cantándole a Caixas, a los bosques, a la vida, a los amores que uno sueña.
DE LA TRISTEZA TAMBIÉN NACE UN CANTODe amor yo tampoco sé
y de mis tristezas también nace un canto estos cantos que te canto sintiéndome caminante de los mismos caminos y quebrantos. Tampoco me importa la gloria ni la moda ni la retórica cuando el dolor es la tinta de la que mejor florece el poema y eso lo aprendí al leerte poeta universal de la evocación, de la melancolía y la nostalgia, poeta que le cantas a la vida, a la soledad hiriente, al amor, que cantas con los ojos del alma. De amor yo tampoco sé y de mis tristezas también nace un canto con el que le he escrito a una Amélia,
a una Céline, a Leontina, a una Eugénie, a Joséphine y a una tal Natália porque el amor es así
Gonçalves Dias una bala en el aire que hiere y te deja incurables marcas.
De amor yo tampoco sé pero una vez también dije adiós a una Amélia con un profundo canto de tristezas.
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Marcos Samuel Costa da Conceição 449
CANÇãO REESCRITAHomenagem a Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,onde canta o sabiá;
os pássaros que solfejam aqui,não se iludem em outro lar.
E o céu com véue o chão de flores
e a floresta com vida e a vida completa de amoresE a paquera ao relento,
não são como em nossas pracinhas Minha terra tem...
Tem o que restou do desmatamento.Minha terra é o Brasil,
a brasilidade que não encontrar em outro lugar onde os políticos fazem a festa
onde a alegria é do sangue do povo onde eu encontro minha morena.
Deus permita que daqui me expulseme perca todo esse chão
que sei que não encontroem outro lugar.
E louvares o que restoue o canto do sabiá disfarçado.
Marcos Vinicius Lopes Serejo 450
RAÇA!Gonçalves Dias nasceu!
Com a poesia na alma.Filho de mestiça, mas com raça.
Raça que na vida venceu.
O sonho ele conseguiu.Lutou com suor e gratidão.
O estudo a vida facilitouE a fé sempre no coração.
449 Marcos Samuel Costa da Conceição - Ponta de Pedras- Marajó – PA – Brasil - 07/12/1994. Estudante do ensi-no médio, poeta, musico e escritor. Tem um livro de poesia publicado “Pés no chão e sonhos no ar” SANTmel arte editora. Participou da antologia cidade vol. VII, antologia literattus, coletâneas eldorado vol. XXI, XXII, XXIII, coletânea amor em verso vol. II, galeria Brasil de escritores contemporâneo. E mantém um blog: http://samuelpoetacosta.blogspot.com.br/
450 Marcos Vinicius Lopes Serejo – São Luís – MA – Brasil - 26/05/2002 Cursando: 5º Ano, Turma: C, Profª Shirle Maklene - EPFA.
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Ele não foi apenas poeta.Era o dono de suas poesias.
Na escrita a felicidade nascia.Sua responsabilidade era completa.
Ler Gonçalves Dias!Compreender o que se passava.
Em cada verso deste homem.Que encantou aquele que o admirava.
Marcos Vinicius Mota Kliemann451
CANÇãO DO EXÍLIOMeu Pampa Querido,estou distante de ti; numa terra de espinhos,sem a vida que tu transmites
ao meu ser.
Meu Pampa Querido,com teu ar refrescante
envolves teu povo.Aqui, onde me encontro,
o ar é arenoso e hostil com os próprios habitantes, que dirá, com os turistas.
Meu Pampa Querido,sofro em Mato Grosso;tudo é muito diferente. Nos fins de tardes,no peito, sinto um forte aperto.
Meu Pampa Querido,não me canso de ti.
Em breve, voltarei; o meu lugar é no Sul!
451 Marcos Vinicius Mota Kliemann - Porto Alegre/RS. – Brasil - 13 de junho de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Coautor do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, Sorocaba/SP. E-mail: [email protected]
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Mardilê Friedrich Fabre452
GONÇALVES DIAS, POETA ROMÂNTICONa vida,
O amor impossível, platônicoEternizou solitário.
Nas veias,As três raças brasileiras
Correm teimosas.Vilipendiados donos da terra,
Exaltou vibrante.Na morte,
O mar o acolheu.
O POETA RENUNCIA AO AMORO amor foi-lhe negado pelo preconceito,
Faltou-lhe, contudo, coragemDe por ele lutar e formar par perfeito
Com quem fosse de outra linhagem.Fugiu pela dor quebrantado.
Nos seus poemas ficou bradoDe uma paixão ascética e desenleada.
Triste sina! Encontra na estradaA amada com outro a seu lado.
UM POETA PARA SEMPREVassalo do amor,
O poeta canta enlevadoA amada, a terra e o indígena.
Seu pranto escorreu em palavras sofridas,Gerando versos ardentesQue vararam os temposE ainda hoje se alojam
Em corações adolescentes.Filho do Brasil,
Crescido em meio à natureza, Para ela chora suas desilusões.
Em seu seio se aninhaPara dirimir a saudade.
Sangue de índio,O poeta coloca-o
No pedestal da vida.Faz dele herói da pátria,
Endeusa-o com seu talento,
452 Mardilê Friedrich Fabre - Cachoeira do Sul (RS) – Brasil - 31/12/1938. vive em São Leopoldo (RS). Professora de Língua Portuguesa, revisora de textos, dedica-se ao voluntariado e organiza antologias. Foi agraciada com vários méritos culturais. Pertence a instituições que reúnem escritores. Participa de inúmeras coletâneas e publicou Poesia em gotas, Rumos da Poética no Século XXI e À Moda Antiga: Poemas (Trilogia Verde). http://www.fremitosdaalma.blogspot.com/ http://www.mardilefriedrichfabre.prosaeverso.net/
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Empresta-lhe a vozPara que perpetue sua história,
Plasmada por homens livres,Pacíficos, valentes, lendários...
A DOR DO POETAComo fenece a bela flor
Também seca o amor do poetaEncabulado e sonhador,
Como fenece a bela flor...O coração parece repor
O desgosto que ele acarreta.Como fenece a bela flor
Também seca o amor do poeta.
Por que proíbem ao poetaSeu ingênuo e emotivo sonhoDe maneira assim incorreta?
Porque proíbem ao poetaErguer no coração que greta
Castelos em mundo risonho?Por que proíbem ao poeta
Seu ingênuo e emotivo sonho?
Foge o poeta ressentidoDa amada, de seu negro olhar.Tanto mal lhe fez o cupido!Foge o poeta ressentido,Distante, ainda confrangido,A vida arma p´ra ele a avistar...Foge o poeta ressentidoDa amada, de seu negro olhar.
HOMEM NATURALPermeou seus versos do verdadeiroHomem da natureza, por inteiro.
Transformou o indígena em herói,Pois ele debandou do cativeiro.
Idealizou mundo lendárioOnde vivia bravo brasileiro.
O drama, a emoção e a poesiaViviam em coração justiceiro.
Era lei ser corajoso e destemido,Não podia chorar prisioneiro.
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O poeta, presa de sentimentos,Versa o caso de homens sem paradeiro.
Perpassa séculos este poemaChega até nosso tempo fagueiro.
Para mentes de hoje, é difícil crerQue em nossa terra existiu tal guerreiro.
Versos pintados de cor nacional,Conforto que lhe acalmava o roteiro.
Gonçalves Dias bradou com paixãoA honra e a intrepidez do índio trigueiro.
Maria Angélica dos Santos - Bilá Bernardes453
RESGATEGonçalves, nossa terra
não tem mais tantas palmeirasmas entre a gente inconsciente
alguns semeiam ações que geram preservaçõesBem-te-vis cantam em Belo Horizonte
em todas as ruas e bairros
Também há canários vivendo nas poucas árvoresdando sinais de esperança
que flora e fauna persistirão em nossas matas e cidades
Da minha janela, vejo rolinhas ciscando na garagem e no pátio
Quero crer que pintassilgos, uirapurus, curiangos
ao lado de muitos semelhantescontinuem a orquestra de cantos
que encantaram sua saudade.
453 Maria Angélica dos Santos - Bilá Bernardes - Santo Antônio do Monte/ MG, Brasil - 22/01/1950. Em 1970 mudou-se para Belo Horizonte onde trabalhou como professora e psicopedagoga. Faz parte da Academia Santantoniense de Letras, entre outras instituições. Livro publicado: FotoGrafias de DesCasamento. Anome Livros. Belo Horizonte. 2008. Tem diversas publicações em antologias, jornais, revistas e internet. http://poe-tisabilabernardes.blogspot.com
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Maria Aparecida Araujo Moreira- Mora Alves454
PARA GONÇALVES DIASQuando o amor atravessar
O indivisível mundo da ilusãoSerá possível entender queO amor não conhece barreiras
Pois tolo é aquele que
Pensa saber amarSem jamais se arriscar
Andaste por mares distantes
Sem jamais deixar de sonharCom a tua eterna amadaPorém um náufrago tristePara sempre o poeta levou.
Maria Apparecida S. Coquemala455
ELEGIA PARA GONÇALVES DIASQuando o poeta partiu para sempre,
sinos dobraram nas catedrais, nas igrejas, nas capelas das cidades mais distantes... Flores murcharam nas praças e jardins...Do buquê das noivas caíram as pétalas das rosas.Nas fúnebres coroas tombaram margaridas.
O chão se amarelou das flores do ipê.Janelas se impregnaram do roxo das violetas.Murchos hibiscos cobriram alamedas.A primavera se fez inverno. Vozes se calaram nos lares, nas ruas e praças...
Por toda parte pássaros emudeceram.A natureza pranteou em garoa incessante...
E na longa noite silenciosa e tristeo sereno eram lágrimas das estrelas distantes.
454 Mora Alves - Guarulhos,São Paulo, Brasil - 20/08/1963. Funcionária pública na área da saúde. Participação do livro de Antologia de poesias contos e crônicas na Bienal internacional do livro de 2010. Participação do livro de antologia: Destaques na poesia em 2011 organizado pela coluna destaque Raimundo Ray Nonato; Participação no livro de Antologia: Melhores da Poesia Brasileira, Organizadoras: Jane Rossi e Monica Yvonne Rosenberg Participação de contos na coluna do Jornal : Cumbica News. Autora do livro: Um Novo Amanhecer pela editora Livre Expressão. “Na simplicidade das palavras, busco o verdadeiro sentido de todas as coisas.” www.moraalves.com
455 Maria Apparecida S. Coquemala - Itararé SP, Brasil. Formada em Letras, pós em Linguística. Colunista de O Guarani, jornal de Itararé, SP, onde reside. Autora de poesias, crônicas e contos, premiados no Brasil e exterior. Participa de antologias no Brasil, Uruguai, Portugal e Itália E-mail: [email protected]
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Quando o poeta partiu para sempreo Brasil chorou de tristeza entre oraçõesse despedindo de um gênio da poesia.
Maria Cecília Lima de Oliveira Castro456
MINHA TERRASabiás que gorjeiam
Na minha terra,Gorjeiam com alegria
E esperança.Esperança de um céu estrelado,
Esperança de mais flores no meu jardim,Esperança de mais amores em minha vida.
E assim, canta a minha terraCom seus Sabiás
E suas palmeiras ricasEm vidas e amores.
Maria da Assenção Lopes Pessoa - Assenção Pessoa457
LINHAS E ENTRELINHASBolinhas de gude, Petecas quebradasBonecas de pano, Bonecas sem braço,
Bolinhas de meia, de meia rasgada. O menino faz gol, e parte pro abraço.
Do pobre brinquedo, à riqueza ao brincarDa criança levada, ao homem saudoso,
Do poeta à palmeira e o sabiáNobre apaixonado, solitário-valoroso.
Da terra Natal, a visão distorcida E para Gonçalves, a cor da amada,
A sua “Don’ana” ali retratada.A recusa do amor, na lira entristecida
456 Maria Cecília Lima de Oliveira Castro - Brasília/DF- Brasil - 01 de maio de 1966; teve as seguintes participa-ções: - Antologia “Les grand show de écrivaines brésiliennes” – Editora Yvelinedition e Rebra, França, 2011. Poema : La fleur. - Revista Varal do Brasil nº 13 – Suiça, Janeiro 2012. Poemas: O pensar, Poesia. - Dicionário de Mulheres – 2ª. Edição – Hilda Agnes Hubner Flores – Florianópolis. Editora Mulheres, 2011 – Participação.
457 Assenção Pessoa - Itapecuru- Mirim - MA – Brasil - 25 de maio de 1960. Formada em Ciências – Habilitação – Biologia (1998), com Especialização na mesma área, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA (2000). Especialista também em Supervisão, Gestão e Planejamento Educacional pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano – IESF, São Luís - MA. (2007). Escritora. Área de Atuação atual: Educação Professor de Ciências e Biologia, atuando no Centro de Ensino Itapecuru-Mirim como Gestora da escola. Membro Fundador da Aca-demia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes - AICLA – Cadeira de Nº 13, Patrono: Manfredo Viana.
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Gonçalves de vida, Gonçalves de luzGonçalves, o poeta das gerações,
Da Natureza ao índio guerreiro, que o seduzQue Homem, que alma, de notáveis interpretações.
Bolinhas de gude, Bonecas de pano, Bolinhas de meia, de amor, que engano,
É esse Gonçalves, essência humanaÉ esse o poeta, que este poema proclama.
MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIASQue proeza sem igual, registrar em harmonia
As obras deste imortal, poemas de Gonçalves Dias.Primeiros Cantos, qual bela estreia.
No coração, a “Canção do exílio”, Expressão poética de “cor local”. O belo no mundo de suas ideias.Mil poemas vêm agora em seu auxílio,
Enaltecendo com primor, seu ideal.
“Sextilhas de Frei Antão”, Segundos Cantos, o lirismo-lusitano,
A brasilidade no coraçãoIndianizar o índio, o indiano.
Como musa: amor a e Natureza, Ana Amélia sua paixão. No Romantismo a beleza, Diante da solidão.
“I-Juca-Pirama”? “Leito de folhas verdes”? “Marabá”? “Canção do Tamoio” dos Últimos Cantos?Ah! Gonçalves se pudesse reunir estes!Tuas Liras, teus Cantos e encantos,Todos os seus poemas numa só poesia.Para traduzir a obra, a primazia,De tão belos versos e suprema nostalgia.
A TERRA ONDE NASCI458
Com orgulho apresento esta terra tão belaE que revela a beleza do servir.
Quanto amor nasce com elaMaravilha e louvor, magia e felicidade
Lá viveu meu avô, Homem de grandeza e bondade.
458 (Pessoa. Assenção, Recordações, São Paulo, Nelpa, 2011. Poesia de sua adolescência, inspirada no poema de Gonçalves Dias, Canção do Exílio)
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Relação em verdes primores,Da infância aos cabelos brancos,
Do luzir do sol sobre a terra,
Palco de doces amores,Jardim de doces prantos,
No entanto, sem receio, sem guerra.
Na minha terra se encerraDe tudo que vivi uma verdade:
O sonho do Fico na serra,Da independência e da liberdade.
Minha terra tem palmeiras,Minha terra tem riquezas,
Minha terra Itapecuru,Tão grandiosa de tamanha beleza.
APLAUSOS PARA GONÇALVES DIASNasce um menino, vive um homem
Na dor e saudade por distante viagem,Ligado a Natureza, divindade e paixão
Sentimentos que colore a imaginação.Espelho d’alma que fere o inconsciente
Um contentamento que ora é descontente.
E para tão longe, tão distante, logo partiste.Formou o poeta, o teatrólogo, o jornalista
O Etnógrafo, o advogado e o romancista,A história da Pátria passou em revistaE mesmo com tantos títulos à vista,
Foi sempre o poeta, um homem triste.
Ao Maranhão, volta pra sua gente,No mar-túmulo, dorme profundamente.
Poeta nacional, orgulho da nação,Poeta imortal, sua melhor tradução.
Amante confesso, nos versos que ali,Só nos resta, imenso talento aplaudir.
POEMAS GONÇALVINOPalavra que fala,Tesouro perfeito.Palavra que cala,
Em versos que me deleito.
A palavra desposada,Como é doce relembrar.Paixão envolta a amada,Que não se pode definir.
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Que rara combinaçãoSem poder de tradução.
Os poemas mais perfeitosCausando provocação.
Poesia e paixãoValem pelo que são.
Com toda sua belezaProvocando contradição.
Poemas gonçalvino.Versos mais que perfeitos.
Como numa suave fragrância, Mesmo na atrevida distância.
Maria da Glória Jesus de Oliveira459
PARA GONÇALVES DIAS “Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá”. Decorei os teus versos
Desde a meninice E os mantenho guardados
Mesmo agora, na velhice. Teus ditos na poesia Foram feitos marcantes Entre as jovens puras E os casais de amantes. A glória que aqui colheste Marcaram tua existência E levaste para a outra Quando mudaste de querência Sinto-me pequenina Nestas palavras singelas Ao dizer-te obrigada.
459 Maria da Glória Jesus de Oliveira - Porto Alegre/RS. 15.8.43– Brasil - aposentada, Publicou: “Despertar”, po-esia, “Ninho de Pedras”, romance, e “Contos Transeuntes”, contos; “Além do Jardim” – memórias. Pertence à AJEB-RS- Assoc. Brasileira de Jornalistas e Escritas; à AGEI- Assoc. Gaúcha dos Escritores Independentes; à CA-PORI - Casa do Poeta Rio-grandense; e à ACADEMIA DE ARTES, CIÊNCIAS E LETRAS CASTRO ALVES, de PORTO ALEGRE/RS. [email protected]
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Maria das Neves Oliveira E Silva Azevedo – Neves Azevedo 460
São Luís DE GONÇALVES DIASQue segredos escondes nos teus casarões...
Oh! Minha bela São Luís,Teu céu é tão azul.
Mais azul que em Paris.Terra amada, terra linda.
Terra onde nasci...Renascer, reviver, reescrever...
Tua história...Atenas Brasileira fostes um dia,
De poetas maravilhososComo Gonçalves Dias.
Onde estão os teus poetas? Nos túmulos frios da indiferença
Sem amor, sem companhia.Dos livros, desapareceram...
Só ficou a nostalgia.
O SILÊNCIO DO “SABIÁ”Falar de Gonçalves Dias
É falar da poesiaDe um cenário nacionalOnde ele esteve um dia.
Falando das alegriasDo seu torrão natal.
“Não é um monumento para o MaranhãoMas para o Brasil.”
Dizia Machado de AssisNaquele dia infeliz
Que chegou a mortePara o poeta que diz:
“Não permita Deus que eu morraSem que eu volte para lá”
Assim Deus permitiuQue no porão de um navio
Nas águas do MaranhãoMorreu nosso “Sabiá.”
460 Maria das Neves Oliveira E Silva Azevedo – Neves Azevedo. Pedreiras-MA, Brasil - 4/12/1954. Graduada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas. Bacharel em Secretariado Executivo Bilíngue - pela Faculdade Atenas Maranhense - FAMA. Especialista em Didática do Ensino Superior pela FAMA. Especialista em Educação e Educação a Distância pelo SENAC - São Paulo. Professora no SENAC-MA. Recebeu o troféu “A Força do Carcará”, pelo poema João Pedreiras do Vale no Projeto Cultural FIEMA-2010.
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A tua simplicidadeNessa canção de amor à Pátria
Deu-nos a oportunidadeDe falar de amor e saudade
Até o hino nacionalFala dessa brasilidade.
Maria de Fátima Batista Quadros461
PALMEIRA A SOMBRA...Gonçalves,
Por que estes Dias sombrios?Não ouço cantar o sabiá na palmeira...
AntônioNo arfar da brisaO silencio aclaraO poeta que inspirou versos de amores
É nome de praçasE ruas...
Filho do portuguêsJoão Manuel Gonçalves Dias
O comerciante de Trás-os-MontesE de dona Vicência Ferreira
A maranhenseEle, o Poeta nacional por excelênciaDos “Cantos e dos Timbiras”Nascido nas terras de JatobáCaxias!No dia 10 de agosto de 1823Ora, pois...De onde parteDepois de estudar LatimFrancêsFilosofia...
E de São LuizChega a Portugal
Coimbra...Advogado
EtnógrafoTeatrólogo
Jornalista... Gonçalves,Por que estes Dias sombrios?
Não ouço cantar o sabiá na palmeira...
461 Maria de Fátima Batista Quadros - São José dos Salgados – MG – Brasil - 28 de junho de 1958; formada em Di-reito. Possui vinte e dois livros publicados (literatura-infantil, prosa-poética, pesquisa, genealogia e heráldica) e um livro de poesia no prelo, além de vários artigos em revista/jornais e prêmios em monografia e literatura. www.fatimaquadros.xpg.com.br [email protected]
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AntônioNo dia 3 de novembro de 1864
A terra onde cantava o sabiá... Debruçou em luto
Pois nas águas do marQue por vezes viajou o poeta
NaufragouPerto do farol de Itacolomy
Na costa do Maranhão...Chora a nação
E o céu em festaRecita
Poesias indianistasHeroicas
De exaltação ao solo brasileiro
Maria de Fátima Oliveira - Fátima Oliveira.462
AMOR, ETERNO AMOR“MAIS UMA VEZ - ADEUS...”
Disseste tu, Gonçalves Dias, À tua amada querida
Na tua mais pura paixão, Amor cultivado a dores
Muitos sonhos e dissabores, Mas do teu coração ferido
Por amor não correspondido, Infeliz, fostes no amor,
Quanto pranto, quanta dor Teu coração brota poemas,
Sinfonias de saudade e paixão Nem assim pudestes ter
Paz no teu coração, Que sentimento doído,
Sentistes desilusão Ao ver tua amada querida,
Outrora, tua preferida Agora comprometida,
Apenas balbuciou... Perdão! perdão, meu amor.
GONÇALVES DIAS - O POETA ROMÂNTICOEm seu exílio voluntário
Um dia a saudade explodiu
462 Fátima Oliveira - Picos – PI – Brasil - 04 de junho de 1954. Reside em Salvador -BA. Escrevo desde o colegial. Reside em Salvador -BA. Escrevo desde o colegial. Obs: Estou enviando este material por intetermédio de Varenka, pois morei em Caxias-MA, durante sete anos e quero fazer esta homenagem ao grande poeta Mara-nhense. Aguardo seu pronunciamento.
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Do seu coração românticoO poema eclodiu.
“Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá”...Sentindo solidão no peito,
A canção triste entoouAo Maranhão tão querido,
O poeta dedicou.Em Coimbra, estudou
Em Direito, se formouE o poeta romântico,
Aos Lusos também encantou. De volta ao Maranhão,Ele se enamorou,Mas, continuar a paixãoFoi proibido, desencantou.
Outra amada conheceu,E com ela se casou
Mas nunca se esqueceu,De quem ele sempre amou.
Em Portugal reencontrouO seu amor proibido
E inspirado poetizou“Ainda uma vez - Adeus”, disse, oprimido.Doente, foi à Europa, Em busca de solução,Sem recuperação, retornaDe volta ao seu torrão.O navio Francês naufraga,Na Costa do Maranhão,Encerrando nessa plaga,A sua apaixonada missão.Mas, por estranha ironia,Essa infame tragédia,
Ceifou apenas a vida,Do nosso amado poeta.
Maria de Jesus Silva Amorim 463
TRIBUTO AO POETA.Salve meu Maranhão,
Meu lindo torrão
463 Maria de Jesus Silva Amorim - Viana- MA - Brasil. Licenciatura Plena em Ciências Naturais, habilitação em Matemática. Pós-Graduada em Supervisão Escolar - Candido Mendes. Pós-Graduada em Orientação Educacio-nal - Salgado de Oliveira. Professora de Matemática do Ensino Fundamental e Matemática e Física do Ensino Médio.
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Terra do poetaO Poeta maior
O poeta Gonçalves Dias.
Salve o poeta,Que nasceu no Maranhão,
Na terra das palmeiras.Palmeiras do babaçu.
Salve o poeta,No regresso a terra
A terra natalNum naufrágio fatal
Nas costa do MaranhãoFostes fazer poesia
Num plano superior.
Salve o poeta,Da terra das palmeiras
Onde canta o sabiáA poesia retrata o Maranhão
E consolida o Romantismo.
Salve o poeta,O poeta das palmeiras,
Palmeiras do babaçu,As aves de hojeJá não gorjeiam
Como as de lá.
Salve o poeta,Dos tempos áureos
Das palmeiras,Da riqueza do babaçu.
Salve o poeta,Ó Poeta maiorTeus versos encantam
Fascinam e cantamOs rincões do Maranhão
Ao mundo todo.
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Maria de Lourdes Otero Brabo Cruz - Malu Otero 464
POETA DA MINHA TERRA Minha terra tem um poeta,
Que versa com muita emoção,A imensa beleza que há nelaTransborda em sua criação.
Minha terra tem nossa gente,
Que cresceu ouvindo seus versos.Todo tempo sempre presente,
Nunca nos deixando dispersos.
A minha terra vibra inteiraE chega fundo ao coração,Em toda a alma brasileiraAo Poeta nossa devoção.
O CORAÇãO DO POETA
O poeta enxerga no puro amor Um motivo para a vida e procura
Fixar cada alegria ou dissabor, No mais profundo de sua escritura.
Coração usando de tom solene, Alucinado por tudo o que existe, Decreta indômito a morte em público, Ao ser covarde que de amar desiste. Na Europa busca a cura para o corpo, Porém a alma cada vez mais insiste, Acaba por transformar em um pórtico A dor aguda que tal qual persiste.
Nas profundezas do oceano encontra Morada eterna como um acalanto,
Triste fim para um poeta de tal monta: Ondas do mar envolvem-no em seu manto.
UM DESTINO TRAÇADOPoeta, do amor desistes,
Julgas a decisão sensata,A amizade ou até mesmo
O amor como uma cascata,
464 Malu Otero – Maria de Lourdes Otero Brabo Cruz - Bragança Paulista – SP – Brasil - 12 de fevereiro de 1958 - Doutora en Lingüística Aplicada (Ensino/Aprendizagem de Língua Estrangeira) pela UNICAMP, Universidade Es-tadual de CampinasCursou o Pos-Doutorado na Universidade de Málaga (Espanha). Faz parte de grupos como Poetas del Mundo (cónsul de Assis), acadêmica da Nova Academia Virtual Poética do Brasil, sócia fundadora da AVBAP - Academia Virtual Brasileira AlmaArte e Poesia, REC – Red de Escritores Coquimbo, entre outros.
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Flui livre em outro ser,Para isso o nó desata.
Poeta, isso não se dá,
Porque tua mulher amadaÉ forte e luta com garra:
Demonstra não temer nada,Enfrenta a todos e casa
À coragem abraçada.
Um mestiço como tuFoi por ela desposado,
Erraste na avaliaçãoE um futuro malogrado
Para ambos se traçou,Por um erro no passado.
Ainda uma vez adeus
Diz o poeta ferido,Mas é tarde pra mudança...
Vive a vida sem sentido,Hoje e amanhã naufraga
O viver em desatino.
Maria de Lourdes Schenini Rossi Machado465
CANÇãO DO EXÍLIONo Rio de Janeiro muita beleza
natural e admirável; no Rio grande do Sul,
os parreirais mais bonitos do Brasil, uvas saborosíssimas
e vinhos super deliciosos.Aqui, embora tenham o Cristo Redentor,
o Pão de Açúcar e o Corcovado; nada supera ao nosso Rio Grande do Sul.
Lá, temos gostosos churrascos feitos no chão, com toras de lenha da região;
as Pontes do Guaíba e a dos Açores, dois lindos pontos turísticos;
as galopadas nos desfiles de 07 e 20 de setembro,shows de patriotismo.
465 Maria de Lourdes Schenini Rossi Machado - Porto Alegre/RS – Brasil - 10 de agosto de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Vice Presidente do Clube Infanto-Juvenil Erico Verissimo, da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Coautora do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, Sorocaba/SP. Cursa inglês no People. E-mail: [email protected]
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Aqui, muitas favelas e tráfico; Lá, campos cheios de plantações de trigo,
arroz, soja, milho e fumo, produtos responsáveis
pelo desenvolvimento econômico local. Rio de Janeiro, terra do turismo;Rio Grande do Sul, Querência Amada!
Maria do Socorro Menezes466
MEMÓRIANas profundezas do mar
Com as tuas poesiasTua paixão e tua saudade...Foi teu destino derradeiroDaquele exílioTeu solitário companheiro
Onde teus pensamentosSe voltavam tão somente
Para tua terra natalTerra das palmeiras
Onde cantava o sabiáVoltavas...
Em um contento sem igual Naquele exato momentoEm que recebiasUm golpe fatal
Maria Eduarda Cabral da Silva.467
A VIDA NA POESIAGonçalves Dias Era um homem raro Que pagou caro
Por amar Caxias. Filho de um português
Com uma mestiça Estudou francês
E amava sua raça. Escreveu várias obras
Como “Canção do exílio”
466 Maria Do Socorro Menezes - Lavras da Mangabeira – CE – Brasil - 03 de dezembro de 1943; Professora por vo-cação e formação. Hoje residente em Trizidela do Vale- MA, e, mesmo na terceira idade esbanja todo o lirismo e o espírito jovem que faltam a muitos com menos idade. É assim Maria do Socorro, que faz arte dos retalhos, tendo matéria prima a vida tecida nas linhas e nas palavras.
467 Maria Eduarda Cabral da Silva - Caxias – MA – Brasil - 10/02/1998. Escola: Centro de Ensino Thales Ribeiro Gonçalves.
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Onde a dor sobra. Continua a impressionar Por ter sido tão forte
E ter usado bem a arte De fazer poesia.
Maria Eduarda Pires Sousa468
POETA DE ONTEM, HOjE E SEMPRE Este poeta que nasceu com a poesia na alma, alegrou muitas
pessoas no passado, que hoje com suas poesias ainda deixa muitos corações emocionados.
Com o exemplo desse grande poeta devemos nos
deixar envolvidos por este sentimento tão puro de afeto e amizade, sendo sempre gentil com os que
estão ao nosso lado.
Gonçalves Dias nasceu com a poesia na cabeça, no espírito e no peito.
Sem nunca imaginar que um dia iria se tornar um poeta de grande valor.
Morreu, mas até hoje é lembrado em suas poesias que falam de amor!
María Estela Arnoriaga469
Naciste con ese pulso sublime de paisajes rumorosos.La tierra era un signo sonoro en tu cuerpo
comunión de música tu mirada.Cauce de soles dibujados en tu alfombra de horizontes,
no te dejaba silencios para volar con tu silueta de poeta.Mecedor de palabras hacia los puntos cardinales,
la distancia de tu geografía formaba un volumen oceánicovestía tu alma en el aire y en el agua para llevarla a otros latidos,
con el perfume de tu piel de hacedor.Mirabas la madera cuando se ventilaban las palmeras
de tu Maranhäo, elegías otro canto planetario de cielos abiertos.Hablabas de tus caminos, tus ojos tenían secretos de mestizo.La línea de tu voz curvaba el viento para que volaran los pájaros.
Se encendía una luz en los péndulos de tus relojesy le buscabas un nombre a las raíces, tu domicilio era de sueños,
donde quedaba atrapado el romanticismo de los verdes y de los azules.
468 Maria Eduarda Pires Sousa – São Luís – MA – Brasil - 03/07/2002. Pelo prazer em escrever e também; Por gostar de ler e ouvir poesias. Cursando: 5º Ano Turma: C Profª Shirle Maklene
469 María Estela Arnoriaga - Mendoza – Argentina - 20 de diciembre de 1944. Egresada de la Escuela Superior del Magisterio. Luego continuó sus estudios en la Facultad de Filosofía y Letras, y Facultad de Bellas Artes. Dedicada a la docencia en Lengua, Literatura y Francés.
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Hombre con historia de rumbos, vena descalza que caminaba,urgencia de amor y búsqueda de tiempos deslumbrantes.
Beso junto a su memoria, el lenguaje de la vida.
Maria Fernanda Reis Esteves470
“TODA A VEZ qUE EU SAIO À RUA” (Em elegia a Gonçalves Dias)
Toda a vez que eu saio à rua,
levo uma rosa na mão. Vou deixando o seu perfume
e as pétalas p’lo chão. O meu bairro é um jardim e quem lá nasce uma flor, onde os casais apaixonados
trocam juras de amor.
Como não sou diferente, também eu busco a paixão.
Toda a vez que eu saio à rua, levo uma rosa na mão.
Toda a vez que tu me olhas, bate mais meu coração. Como não sou diferente, – também eu busco a paixão. Toda a vez que eu saio à rua, levo uma rosa na mão. E se a vida não me der o prazer de ser amada, é porque no meu jardim não nascem flores d’emoção.
Saio à rua uma vez mais, levo uma rosa na mão.
470 Maria Fernanda Reis Esteves - Setubal – Portugal - 52 anos. Livros editados: 2009 - Poesia “Canteiros de Espe-rança” - Editora “Temas Originais; 2010 - Romance “4 Folhas de 1 mesmo Trevo” - Editora “Temas Originais”; 2011 - Contos/Poesia - “Contr(o)_versus - Editora “Lua de Marfim”; Participou em diversas Antologias portu-guesas e brasileiras; Confreira – CAPPAZ; Organizadora de concursos literários; Presidente da Assembleia Geral da Associação Cultural Draca
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Maria Helia Cruz de Lima - Hélia Lima471
GONÇALVES DIASdotado de raros dons inigualáveis,
natural do maranhão, nascido em caxias,no ano de mil novecentos e vinte e três,nasceu o gênio, antônio gonçalves dias.
poeta de inalterável estabilidadena condução de sua forma emocional,
além de sua grande genialidade!tornou-se o maior poeta nacional.
títulos de seus poemas sugestivosquais:” não me deixes” “se, se morre de amor”
falam do espírito e coração cativosde sua nobre individualidade superior,
poematizando as maranhenses palmeiras,diz: “protegidas as aves gorjearão!
nossasmatas ,permanentemente fagueiras,tal como a poesia...sempre existirão.”
gonçalves dias exaltou sua gente,terra e pátria! também terras estrangeiras.
a deus pai, piedoso, rogava constantemente:não me deixes morrer ver minhas palmeiras
o belo encanto da minha terra natal,virgem das florestas que nos espelhos das águas
se contempla!...foi atendida a prece divinal do eclético homem nativo sem fráguas
que nos deixou julgar o seu “eu” iluminadono que fala seu poema i. juca pirama:registro do esforço de bom resultado:gonçalves dias, o teu maranhão te ama.
GONÇALVES DIASAo poeta Antônio Gonçalves Dias,
saudemos! Mil novecentos e vinte e três,- Maranhão, Nasceu na cidade de Caxias,
dotado de raros dons inigualáveis.!!!
471 Hélia Lima - Canindé-CE – Brasil – 15/11/1926. Jornalista com pós-graduação em Propaganda, Publicidade, Radio e TV, escritora e poeta. filha de Raimundo Nonato Cruz e Francisca Rabelo Cruz. Casou-se com o mara-nhense Domingos José de Lima, migrou para o Maranhão no ano de 1947, onde exerceu as funções de fun-cionária pública como Professora primária- Buriti-MA. Tendo ingressado no DCT (Departamento do Correio e Telégrafos). Assim publicou obras nas categorias: Teatro, Romance, literatura infantil e poesia.
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Homem de inalterável estabilidadena condução de sua forma emocional ,
além de soberba genialidade!Tornou-se o maior poeta nacional.
Títulos de seus poemas sugestivosquais:” Não me deixes” “Se, se morre de amor”
falam do espírito e coração cativosde sua nobre individualidade superior.
Poematizando as maranhenses palmeiras,diz: “Protegidas ,as aves gorjearão!
Nossas matas ,permanentemente fagueiras,tal como a poesia...Sempre existirão.”
Gonçalves Dias exaltou: sua gente,Terra e Pátria! Também, terras estrangeiras.Piedoso, rogava a Deus Pai, constantemente:
Não me deixes morrer ver minhas palmeiras
e o belo encanto da minha terra natal,“Virgem das florestas que nos espelhos das águas
se contempla!.”..Foi atendida a prece divinal do eclético homem nativo sem fráguas
De seu inaudito amor, o bom resultadotemos no que fala em :- I. Juca Piramaque nos deixa julgar o seu “EU” iluminado...Gonçalves Dias, o teu Maranhão te ama!
SãO LUÍS – qUATROCENTOS ANOS!São Luís! Mãe gentil,doa-te a teus filhos com venturas mile privilégios que agradecemos a Deus!Vês as dádivas que, em ti, caem dos céus...
És belo suporte de poesia e de amorcéu azul, manso mar, mangue, e muita flor...
Também, crateras, pântanos, trilhas escurastudo incita popularizações futuras!
Do teu mar, mansa brisa traz consolação.Gorjeiam aves espalhando mansidão,
brilham estrelas perenizando a luzhistórica obtida na fé da cruz....
Salve teu povo, teu chão, teu mar, São Luís!Fundado por Lavardiere, tu, São Luís,tiveste libertação pelo brasileiroJerônimo Albuquerque, fiel guerreiro...
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De arautos estrangeiros, a constelaçãode desbravadores chegou ao Maranhão....de São Luís, se apossaram os franceses,
por dom divino, venceram os portugueses
São Luís, teu preito de amor ao heróique glorioso para tua existência foi,
tornando-te inquebrantável e feliz....Em tua soberania, ouve: Teu chão te diz:
QUATROCENTONA São Luís, inda és criança...Próspera e rija cidade em crescimento...
Há no status de tua gente, esperançae na tua criança, futuro promitente.
Tem harmonia teu mar, teus céus, São Luís... Teu povo alegre e irmanado, é feliz...
Teu luar, de paz, plenifica o coração.invade-nos a alma , a poesia do teu chão...
Berço de heróis, tumba de fidalga gente.Tua mocidade alegre e inteligente
para outras plagas, migra....Infelizmente,noutros chãos, buscando chance, humildemente!
Temos fé desde o início de nossa história,na Virgem Mãe, Nossa Senhora da Vitória!
No seu amor, São Luís, há de florescer...Mãe, São Luís, te ama!
VEM NOS PROTEGER!
GONÇALVES DIASNo pedestal, a estátua!
Contemplando São Luís,Gonçalves Dias continuaviver seus versos gentis
Dolorosas nostalgiasde causticante ardor,
o poeta Gonçalves Diassofreu, imerso no amor...
Estrelas no firmamento,brilhavam, tristes, fingindoque não viam seu tormentosua esperança se esvaindo!
Sem nos desprezar, jamais,lá no céu, Deus Pai de amor
atende, por ele, os mudos aisenviados da Ilha do amor!
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Maria Hortense Martins Nunes472
GONÇALVES DIASO seu berço tem o sabor
De uma mistura singela,Feita numa simples aguarela,Mas com a nostalgia da poesia
Soube viver com simpatiaUm sonho intenso,
Glorioso e muito extenso,Tendo alguma dor
Mas muita alegria.
TUCalado na solidão,Traz no coraçãoO punhal espetado
Com a palavra não,No qual ficou num estado
Que só a poesia descreveuA união perfeita,
Que muito cedo foi desfeita,Mas com a vida continuou
E nada, sim nada ficou,Como no estado inicial,Mostrando que o banalJamais será banalE que o diferente,Além de ser originalÉ puro e quente,Porque o desejo de vencerMoldou o seu ser.
Maria Isabelle Palma Gomes Corrêa473
SONETO A GONÇALVES DIASAs mãos espalmadas do homem sozinho
Nas rimas inertes da esperança do amorTivera ele encontrado somente o espinho
Nas paisagens tristes de uma velha dor.
472 Maria Hortense Martins Nunes - Vila do Bispo - Portugal – 02 de Junho de 1967; Assistente Técnica do Municí-pio de Vila do Bispo. Algumas participações: “ Prémio Utopia 2010 de Arte Fantástica “, pelo Núcleo Português de Arte Fantástica e Câmara Municipal da Amadora, com um trabalho de pintura com O titulo “ Uma morte sem explicação “, em 2010. - Participação no III Prémio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia, em finais de 2007, com publicação em 2008, com a poesia com o Titulo: “ Vem meu amor”.
473 Maria Isabelle Palma Gomes Corrêa – Paraná – Brasil - 13 de setembro de 1977. Historiadora, professora de rede estadual de ensino no Paraná/Brasil, desde 2003. Mestre em história comparada das religiões antigas, pela Universidade Federal do Paraná (2003).
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A lei infeliz do seu tempo de outroraImpediu que ficasse ele na espera
Recolheu-se na luta infame de agoraSorvendo a angústia da preciosa quimera.
Desistiu de amor tão aflito e distanteEncontrou nas viagens, promessas de vida
Mesmo em Olímpia seu vigor mais pulsante.
Distraído nessa história, abandonou Pra resolver esquecer imensa dor
No naufrágio, o poeta doente se findou...
PÓSTUMOSNo desterro do naufrágio vil, morre o poeta.
Naqueles dias em que se foram tantos amores,esperava talvez rever de mais perto a terra dos sabiás.
Sua pele cinzenta de antigas histórias, lhe proibiu Amélia.
Mas a ela, dedicou-lhe todo o seu Adeus...Guerreiro de si, das selvas atlânticas num Maranhão esquecido...
Perdeu-se nas florestas das suas rimas, alçou voos de longas esperanças.
Sem ter podido ousar, resignou-se no abatimento cruel de um amor esquecido.
E abandonado no leito inquieto da nau claudicante,reverberou seu soneto pelo grande mar-oceano...
Maria Lúcia Nunes da Rocha Leao474
ÚLTIMA VIAGEMEm breve existência um homemRegistra em letras a plenitude
Do amor pela sua pátria E pelo amor da juventudeDeixando um grande espaço
Para lamento dos admiradoresQue pouco puderam apreciar
Sua contribuição pela educaçãoE versos de primorosa construção
474 Maria Lúcia Nunes da Rocha Leao - São Romão-MG – Brasil - 15/12/1956, bancária aposentada, graduada em Ciência Contábeis pela UDF-DF e em Direito pelo UNILESTE (Coronel Fabriciano-MG), advogada em atividade, acaba de fixar-em retorno- residência em Montes Claros-MG. Livros publicados: A DUAS MÃOS, 1985, dividin-do as páginas do livro com Ildeu Braúna. E, ainda, livro de crônicas/novela FLOR CIGANA, edições em 1993, 1998 e 2011.
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Além das fronteiras buscaNobre formação
Na gloriosa CoimbraBerço da cultura de outrora
Elevando-se socialmenteMas não o suficientePara romper o preconceito
Que o afastava da dona e senhoraDo seu pobre e mestiço coração
A paixão pelas coisas da sua terraE a dor da desilusão
Viraram versos primorososCuja tristeza revela-se em mal
Em seu corpo antes são
A curta existência ceifouO necessário amadurecimento
Para que sua essência fosse apreciada Sem censura e reticências
Em obra autobiográfica De um certo Agapito Goiaba
A ameaça real do fim da existênciaO levou em vão para além marEm sua última viagemPara recursos medicinais buscarEm cujo retorno o infortúnioDe ser já moribundo esquecidoNa nau que se afundaraNa costa da terra amadaIndo fazer moradaNo lindo e imenso mar
Deus não o desprezaraPermitindo-lhe morrer no Brasil
Sua terra com palmeiras E canto dos sabiás...
Como poeticamente clamara Em sua “Canção do Exilio”
Acolhendo a pátria amadaPara o último sono
O seu ilustre filho.
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Maria Lucilene Medeiros do Nascimento Nogueira475 – Malu Medeiros
HINO A GONÇALVES DIAS.Orgulho dos brasileiros és tu,
Oh, Gonçalves!...
Que ao mundo encantaste Com as belezas que narraste...
Dessa terra tão sofrida,Mas também com tanta vidaQue conquista cada artista
A cantar a sua lida.
Da Canção do Exílio,Foste tu um grande autor,
Pois ninguém jamais ouviuA riqueza do louvor,
Que na letra exprimiuCom o seu imenso amor.
Desse país de tantos milQue jamais te excluiu
E que do poema: Ainda uma vez – Adeus,
Amélia, nunca esqueceu. És tu, Gonçalves Dias,
O autor que, um grande dia...Neste país nasceu.
Maria Reginalda da Silva476
POEMA A GONÇALVES DIASGrande nome em meio aos maiores gênios do Brasil
ouso dirigir-me aO senhor humildemente agora
para uma siNgela homenagear prestar-lhe e nada maissei que talvez não mereÇa seu apreço, mas por favor não despreze-me
sou apenas uma Admiradora de sua obra e vida excepcionaisregistro aqui também que tua Linda obra romântica
475 Maria Lucilene Medeiros do Nascimento Nogueira – (Malu Medeiros) - Aracati – CE – Brasil – 20 de janeiro de 1976. Amante das artes, fez teatro, trabalhou em rádio como locutora e sonoplasta e passou a escrever mais intensamente após o casamento, uma vez que seu esposo, amante de grandes leituras clássicas, iniciou-a na leitura de clássicos universais. É funcionária pública no município de Fortim – CE, juntamente com seu esposo e cursa a Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ) em Aracati.
476 Maria Reginalda da Silva – Solonópole – CE - Brasil - 10/09/1977. Graduada em Letras (Português), especia-lista em Português, Língua e Literatura, ambos pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Leciona a disciplina de Português, concursada pelo município nos anos finais do Ensino Fundamental. Escreve por prazer e tem o sonho de se tornar escritora. Participa do concurso por gostar de desafios, por amar literatura e por admirar o grande Gonçalves Dias.
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é de grande importância e Valor literário para o Brasil de hojecomo foi para o Brasil de ontem E és sem dúvida um imortal para nós
a bela canção do exílio que ficou Sendo para sempre nosso primeiro hino brasileiroque Deus possa em seu poder supremo
estar contIgo em tua glória divinae que eu possa um dia também desfrutAr de tua grandiosa companhia em meus eternos diaS.
Maria Silva Cabral477
OS APAIXONADOSGonçalves Dias roubou meu coração
com tanto amor que águas do rio vibraram.
Tanto amor senti.Por esse motivo,
não me afastei de você.
Na vida de Gonçalves Diasele deixou um grande amor no coração.
E no meu também.
VIDA AMOROSAEu sou um papel sem caneta.Sou um amor sem planeta.Eu sou uma lembrança.
Eu sou um amor sem lar.Sou o amor perdidono coração de Gonçalves Dias.
Maria Stela de Oliveira Gomes478
GONÇALVES DIAS – O MITO POÉTICONatural de Caxias – Maranhão
De caixeiro a poetaSurgiu Gonçalves Dias
O mais insigne dos poetas brasileiros.
477 Maria Silva Cabral - Lago da Pedra- MA – Brasil - 27 de fevereiro de 2005. Brasileira, estudante do 2º ano do Ensino Fundamental na Unidade Integrada Profa. Ilzé Vieira de Melo Cordeiro, mora em Lago da Pedra/MA. Gosta de ler e escrever.
478 Maria Stela de Oliveira Gomes – Abre de Campos – MG – Brasil - 12-02-1953 Pedagoga, Escritora, Poeta, Ar-tista Plástica, membro da Academia Valadarense de Letras, associada à REBRA e Secretária da Associação dos Artistas Plásticos do Vale do Rio Doce. Tem obras e um livro publicado em 2008. Em 2012 teve a sua crônica “Peraltices da Infância” traduzida para o francês, através do intercâmbio cultural da Universidade Federal da Paraíba.
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Com riqueza verbal inigualávelDeu romantismo ao tema índio
Evocou sua afeição nacional à literaturaDemonstrando profundo amor pela natureza.
Discorria seus poemas com lirismoSendo considerado o principal poetaDa primeira geração do romantismo
Com seus temas saudosistas.
Escreveu belos dramas em prosaIdealizou em seus poemas
Os costumes e as tradiçõesDo Brasil do seu tempo.
A sua miscigenação genéticaNão embargou o seu crescimento
Pessoal e poéticoEm 1843 escreveu “Canção do Exílio”.
Com sensibilidade aguçada para escreverEm 1844 publicou “Poesias Completas”
Formou-se em Direito em Portugal“Primeiros Cantos” o consagrou como poeta.
Mariana Damásio da Silva479
APRENDI COM DIASEu amei e nem sabia o que era o amor,
Mas ele morreu, esquálido, derreteu feito cera escorrendo e queimandoFui marcada e sem saber descobri que nem mesmo fora amar
Então lembrei de tempos antes que juvenis que assim não era possível morrer
Fortaleci a mim mesmo a cada degradante morte, morri e renasci deveras vezes
Para só então encontrar a resposta ao brio que gerou a dorE foi em mais um festejo que o conheci e aquele poema fez-me compreender
Que a alegria ou a dor não serão jamais sinônimos de amarPorque algo tão maravilhoso não será jamais traduzido e talvez possa ser experimentado
Mas a alma traduz não em meras palavras a superioridade desse sentirE por assim ser, dessa pureza vive-se, podendo até morrer.
479 Mariana Damásio da Silva - São Paulo – SP – Brasil - 25 anos, brasileira, nascida e residente da Cidade de São Paulo; secretária por formação e poetiza de coração, desde os onze anos de idade aventura-se pelo mundo das palavras; conheceu Gonçalves Dias nos livros da escola e quase morreu de amor por ele desde então.
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Mariano Augusto Serrão Chagas - Mariano Chagas480
GONÇALVES DIAS481
Mestre! Dorme nas ondas alterosas,Nesse oceano de vagas rouquejantes,
Tendo por manto os astros rutilantes,Tendo por leito as pedras preciosas.
Fita do mar as ondas rumorosasAnte as dilatadas rochas crusciantes
Onde se esbatem fortes, facundantes,Num turbilhão, de ondas tenebrosas!
Dominaste com o verso o mundo inteiroTeu estro divinal foi o primeiroDentre todos os reis das harmonias.
Dorme, poeta, à luz do sol fulgurante,Que teru renome não nos sai da mente,
Oh! Grande mestre! Oh Rei das melodias!...
Marietta Cuesta Rodríguez482
AGOSTO DESOLADO Y UN NOVIEMBRENacido en un agosto desoladoentremezclada sangre portuguesa concebido en regazo brasileñopero lleva su alma iluminaday el arte de escribir en su mirada.
Canta a la tierra, canta a las palmerascanta al sol, a las aves, las estrellas,canta a las flores y a las cosas bellas,canta a los negros ojos de su amada y sus ojeras
aleros tibios de mirada intensa,ojos puros traviesos que aumentan su dolor
y su tormento.
Sus poemas de amor son flor heridadonde inscribe su llanto en sufrimiento,
480 Mariano Augusto Serrão Chagas - São Bento – MA – Brasil - Funcionário publico, jornalista e poeta. Colaborou assuduamente na imprensa da capital e do interior. Coronel da extinta Guarda nacional. Trucidado barbara-mente em Pinheiro na noite de 3 de maio de 1953.
481 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasília: Senado Federal, 1980, p. 65, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
482 Marietta Cuesta Rodríguez - Cuenca- Ecuador - 12 de diciembre. Escritora multifacética, con una amplia y reconocida trayectoria de poeta, pintora y periodista, veinte y más libros en su haber:; Colaboradora de múl-tiples Revistas VIRTUALES E.mail: [email protected]
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y es su corazón ilusionado pozo incierto ,tambor desesperado
porque de tarde en tarde,nuestro Antonio comprende que amó, sin ser amado
que fue por su ascendiente marginado.
y va filosofando, el porqué de las clases y las razas,
si el AMOR y la paz no tiene credos , ni fronteras,que Dios tiene la piel de todos, la tierra es para todos.
Canta al indio en su selva, su folklor, su cultura,
pensamientos profundos lo torturancolecciona la Historia, la investiga, difunde ,
conoce del latín, lo traduce al francés supera día adíabuscando un nomeolvides, no sé cuándo…
Y el mar, le amó tantoque en Noviembre
le abrazó entre sus olas, lo revolvió en su mantole mordió el corazón- agua salada
celoso de su genio y de su canto.
Marilza Albuquerque de Castro - Carvalho Branco483
HOSANAS A GONÇALVES DIASGonçalves Dias, poeta indianista!
A poesia de tema romântico,o teatro também está na lista
de sua obra – o mais lírico cântico... Maranhense, viveu em Portugal,
estudou em Coimbra, onde escreveu“Canção do Exílio”, poema sem igual!
Formado em Direito, ao Brasil volveu.Primeiros, Segundos e Últimos Cantos ...
Lá se vão seus belos versos ao éter!Foram eles, do professor, os mantos,
a toga; de seu coração, acéter.Foi Ana Amélia Ferreira do Vale
o grande amor do poeta mestiço;
483 Marilza Albuquerque de Castro (Carvalho Branco) - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 16-03-1938 - Presidente do InBrasCI–Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais/Embaixadora da Paz pelo Cercle Universel des Ambas-sadeurs de La Paix(Suisse–France)/Vice-Presidente Executiva da LDN/Diretora Nacional de Cultura da AIPOM/Conselheira Vitalícia do Conselho Superior da ALB-NAC/Dr. Honoris Causa-PHI, em Filosofia Universal e Lite-ratura, pelo CONALB/ Patronesse da cadeira nº 25, categoria Letras da ALAB, de Brasiléia, AC/Comendador pela Imperial Irmandade do Mérito Regente D. João VI, OMPH/Embaixatriz Literária Efetiva pelo Portal Mhário Lincoln do Brasil / Delegada junto à CONFALB e outras Instituições culturais pela ALA de Quinari, AC/Membro da Sociedade Memorial Visconde de Mauá e Ordem do Mérito Marquês de Viana e de várias outras Entidades culturais nacionais/fundadora de algumas.(Professora, poetisa, prosadora, declamadora, palestrante, atriz
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dela, a família, a ele disse: - Cale!Ana Amélia, já casada, qual feitiço,
encontrou-o depois em Portugal,inspirando-lhe, ao poeta, um poema
- “Ainda Uma Vez-Adeus!”- Sem igual!Nele, amor e saudade são seu tema.Casou-se com Dona Olímpia da Costa
- tiveram breve relacionamento.Faleceu em naufrágio na encosta
do Maranhão, ao voltar de tratamento. Sua poesia lembra da infância,
dos amores idos, vividos, gostade exalar deles sublime fragrância!
Era sua mais freqüente proposta. Longe do Brasil, sentiu-se exilado,saudosista. “Canção do Exílio”, clássicoda literatura, fê-lo citadoqual “célebre” no mais alto triássico.
Foi marco na nossa literaturae hoje aqui exaltamos seu valor.
Seu nome é, pois, lembrado com ternura,inesquecível, à Pátria, seu amor!...
Marina Moreno Leite Gentile - Marina Gentile484
AMOR PROIBIDONos versos que a ela dediquei,Naveguei em sentimento,Pensamentos que pensei,O verbo amar conjuguei ao vento. Todo o presente e futuro era com ela,Os cânticos de amor, as poesias,O partilhar os sonhos dela,Nossos enredos, duas geografias.
Tempestade, diversidade de raça,
Velas de ventos não navegáveis,Pensávamos que éramos inseparáveis.
484 Marina Moreno Leite Gentile - São Paulo – SP – Brasil - 06.04.1958. Tem cidadania e influência espanhola por ascendência materna (Alfarnate-Málaga). Desde 1982 reside na cidade de Salvador, Bahia onde teve seus filhos. Para ela, a escrita é um meio de interagir com a vida e com as pessoas que também apreciam a literatura. Marina Gentile, nome que utiliza para publicar, tem participações em diversas coletâneas, es-pecialmente na Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE). E também participou em livros da Literarte (Rio de Janeiro), Editora Pimenta Malagueta com sede em Salvador. É um grande prazer homenagear Gonçalves Dias. [email protected]; www.marinamorenogentile.blogspot.com.br
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Das profundezas de meu eu,Sob o calor do sol, clarões da lua,
Placidamente fui seu.
Marina Nicodemo da Rosa485
CANÇãO DO EXÍLIOEm minha terra, o pôr do sol
brilha muito forte e é atraente. Aqui, o céu é cinza e sem vida.
Lá, a chuva cai lentamente, purificando as plantas;
Aqui, a chuva causa transtorno e confusão.
Em minha terra há vida e energia; Aqui, o povo é sofrido e trabalha demais.
Lá, os pássaros cantam alegremente;Aqui, mantêm-se silenciosos.
Em minha terra há muitos shows, teatros e literatura;
Aqui, poucos se envolvem com cultura; tudo gira em torno de trabalho.
Na capital gaúcha, a primaveraé colorida e perfumada;
Aqui, as enxurradas impedem o crescimento das plantas.
Lá, no fim de tarde, o sol dá um tom especial ao Guaíba;
Aqui, a poluição não nos permite apreciar tal esplendor.
Marinaldo Lima486
A ÚLTIMA VIAGEM No exílio ele escreveu
Seu poema mais famosoDemonstrando amor à pátria
E o quanto estava saudoso.
485 Marina Nicodemo da Rosa - Porto alegre – RS– Brasil - 12 de março de 1994. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 44, Patrono: Cassiano Ricardo; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; Associação Internacional dos Poetas del Mundo; e, Liga dos Amigos do Portal CEN, Praia Grande/Portugal. Coautora do Romance Interativo “Uma história de amor!”. E-mail: [email protected]
486 Marinaldo Lima – Jaboatão-PE – Brasil - 29/09/1965, Seus primeiros prêmios literários foram na Biblioteca de Afogados em Recife. Foi premiado ou selecionado em concursos literários na Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Além de poeta e contista é pastor da Igreja Batista em Sítio Novo e professor da Escola Estadual Nossa Sra. do Carmo em Olinda.
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Exaltou a nossa terra, Nossos bosques, nossas flores;
Elevou nossas estrelas, Nossas vidas, com amores.
Falou das nossas palmeiras, Onde canta o sabiá,
Que gorjeiam lindamente Como em nenhum outro lugar.
No exílio com saudades, Derramou-se de amores,
Pela querida terrinha,Desejando seus sabores.
Mas ao voltar novamente Da Europa tão distante, Estando muito doente
E mesmo agonizante,
Quis o destino implacável Que não chegasse aqui;
Um naufrágio do navioDeu-lhe morte tão infeliz.
Sepultado foi no mar: Túmulo pra sua grandeza. E deixou à posteridadeUma imensurável riqueza:
Sua obra literária, Não se perdeu na História; Viajou por entre o tempoPara manter sua memória.
GONÇALVES DIAS, UM GRANDE BRASILEIRO! Gonçalves Dias foi um poeta apaixonado pelo Brasil,
E também pesquisador, desbravador destes sertõesE encantado com o que viu expressou-se com orgulhoDescrevendo nossa fauna e nossa flora nos grotões.
No ano de mil oitocentos e cinqüenta e novePassou a integrar uma importante Comissão: a Comissão Científica de Exploração do Império
Nomeada por Dom Pedro com uma grande missão.
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Até então apenas viajantes estrangeirosPesquisavam nossas matas, nossos rios, nossas serras.
Foi quando o nosso sábio Imperador Nomeou a Comissão para desbravar nossas terras.
Partindo do Ceará a Comissão se embrenhou, Pesquisando plantas, animais e populações nativas.
Esteve na Paraíba e no Rio Grande no Norte, No Pará, no Amazonas e atravessou nossas divisas.
Gonçalves Dias atuou de forma extraordináriaComo chefe da Seção de Etnografia.
Documentou vocábulos dos idiomas indígenas; Resgatou estas palavras com pronúncias e grafias.
Distinguiu o português do Brasil e o de Portugal, Valorizando as nuances da língua falada aqui.
Utilizou os elementos lingüísticos na poesia. Resgatou a importância do idioma tupi.
As coleções de objetos etnográficosEle enviou ao Rio, para o Museu Imperial
E juntamente com os colegas da expediçãoContribuiu para o progresso da Ciência Nacional.
Na Europa também trabalhou intensamente,Pesquisando em prol da Educação Brasileira.
E lá, com seus poemas, divulgou nossa culturaValorizando-a muito bem, de forma altaneira.
O GRANDE AMOR DE GONÇALVES DIAS
Entre tantos amores impossíveis Na história dos impossíveis amores Este é um dos mais lamentáveis
Pelos dissabores e dores. E o que causa mais lástima
É que este impossível amor Poderia ter sido possível
Poderia ter sido vencedor.
À bela jovem Ana AméliaO poeta dedicou grande amor. Mas ao pedi-la em casamento
Negado foi, por sua cor. Mesmo também sendo amado,
Sentimento correspondido, Gonçalves Dias aceitou.
Poderia ter persistido.
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Pois a jovem Ana AméliaA tudo estava disposta:
Enfrentar sua família, Com uma firme proposta.
Proporia ao seu amado Fugirem, enfrentarem tudo, Casarem e serem felizes;
Mesmo que fosse absurdo.
Mas por causa do orgulho O poeta resignou-se,
Partiu pra o Rio de Janeiro Onde com outra casou-se.
Sentindo-se abandonada Ana Amélia também casou. Mas nem ela, nem o poetaEsqueceram o grande amor.
Tempos depois se encontraram E com palavras mui ternas
Ele escreveu um poema,Foi a despedida eterna.
“Ainda uma vez – Adeus” Foi o túmulo deste amor.
Um moribundo infeliz, Que a História imortalizou.
O POETA DE NOSSA TERRANossa terra teve um poetaQue exaltou o sabiá.Poetas bons como ele, Não vemos em outro lugar.
Seus poemas são brilhantes.Foi um poeta genial.Tem até dois versos seus
Em nosso Hino Nacional.
“Nossos bosques tem mais vida”,“Nossa vida mais amores”;
Foi ele quem escreveu. Versos lindos, que primores!
Gonçalves Dias é seu nome, Um orgulho do Maranhão.
E com esta coletâneaDemonstramos-lhes nossa gratidão.
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Mario Filipe Cavalcanti de Souza Santos487
PEqUENA ODE A GONÇALVES DIASGonçalves, brasileiro,
preto, branco, Papel preenchido,
Teus Dias de glóriaSerão eternos!
Ah, Gonçalves, que um diaDeitasses aos mares maranhenses,
Como exulta nossa’lmaEm ode pequena
Mais que os amores amálios,Mais que o próprio sabiá
Que gorjeia por cá,Pelas palmeiras,
Lembrando-se de ti!
Salve amado Gonçalves!Salve tuas cismas de noite
Salve teu canto nostálgicoCanção emanada, amores perdidos
No exílio,Saísses da vida à glória
Entrasses mesmo pra históriaDesse Brasil que te vela
Que te acalanta e declama, salve, salve!
Brasileiro Gonçalves,Branco, preto,
Preenchido papelGloriosos os teus Dias,
Eternos no céu!
CANTO A GONÇALVES DIASCanto a Gonçalves Dias
O canto dos poetas vivosCanto a Gonçalves Dias
A flor dos infinitosCanto mesmo o canto
Tão amável do sabiáCanto, oh, como canto,
E não parto sem o cantar!
487 Mario Filipe Cavalcanti de Souza Santos - Recife, PE –Brasil - 15/01/1992. Estudou piano clássico na Escola de Artes do Recife. Escreveu sua primeira poesia ainda com 09 anos. Aos 17, ingressou na Faculdade de Direito do Recife (UFPE), onde continua a graduação. Foi vencedor em 2012 do Concurso Literário Nacional de Contos da Associação Nacional de Escritores. Publicou junto a outros mil autores do mundo lusófono poesia na Antologia “Entre o sono e o sonho” da Chiado Editora, de Portugal em 2013, é colunista na revista literária eletrônica, Varal do Brasil, editada em Genebra.
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Ah, filho do BrasilAh, poeta augusto,
Mereces homenagens milMil cantos, mil cultos!
Mario Gonçalves Dias Junior 488
EXÍLIO EM CANÇãOQuando eu era moleque
Nunca matei sabiáGostava de ouvir seu canto
Num tom entre sol e lá.
Sempre no fim da tardeTinha bolo de fubáNo pomar do quintalManga, caju, jatobá.
Brincava de pique-escondeSumia igual um preá
Banhava em qualquer rioDormia em qualquer sofá
O limite era a noiteCastigo era o bê-a-bá.
Um dia veio a mudançaMamãe dispensou a babáChorando, juntei as coisasNa caixa de jacarandá.
Abandonei o estilingueSaci, mula e boitatáE fui morar na cidadeCercado igual marajá.Deixei de ser caburé
Quando fui pro ParanáAinda brincava de bola
Mas não era como láA quadra aqui era cancha
E a molecada, piá.
Cresci distante da roçaCom um violão, e não pá
Compondo essa esperançaDe um dia voltar, oxalá.
488 Mario Gonçalves Dias Junior - Londrina/PR – Brasil. Sou um Gonçalves Dias de linhagem mineira nascido no velho oeste paulista no ano da Anistia (05/04/1979), embora me apresente apenas como Mario JR e more em Londrina/PR - Brasil.
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Minha terra tem primoresQue eu canto, quando dá
Aqui ninguém me entendeNem nunca entenderá.
Esta terra tem o silêncioQue não se ouve por lá
Tem sabores e coresExclusivamente de cá
Ninguém brinca de escondeNem escuta o sabiá.
CÂNTICO GONÇALVINO(Cordel sobre o Poeta Romântico Gonçalves Dias)
João Manuel, vendedor português,No início de agosto de vinte e trêsDaquele remoto século dezenove,
Acompanhado da esposa Vivência,No primeiro ano da Independência,
Desgovernadamente se move.
Alcançam o sítio chamado Boa Vista,Fugindo do ímpeto nacionalista
Que já ocupara a Vila Caxias.E em meio àquele período non sense,
No interior do sertão maranhense,Nasce Antonio Gonçalves Dias.
Vivendo uma fase de muita miséria,Com uma decisão extrema e séria,
João Manuel vai pra Portugal.E de volta após mais de dois anos,
Em quatro altera todos os planos,Eclodindo uma reviravolta total.
Vivendo com o pai e sua madrasta,Uma relação que o senso contrasta,
Estabiliza-se ali uma família.E aos doze anos, Antonio, assim,
Lê Filosofia, Francês e Latim,Aprendizado que vale a vigília.
Passou, com o pai, dois anos felizMorando e estudando em São Luiz
Até que o Destino, impávido, o trai.Ainda imaturo e sem profissão,
Deixa a capital do MaranhãoConduzindo o cortejo de seu pai.
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E apenas um ano após a tragédiaDecide tomar, de vez, sua rédea
E tentar estudos em Portugal.Co’ajuda de sua madrasta, ele parte,
Buscando Coimbra, o Colégio das Artes,E a sua independência afinal.
Enquanto o Brasil ardia em revoltas,E sua madrasta em reviravoltas,
Antonio entrou na Universidade.E quando tornou-se iminente o regresso,
Salvaram-lhe os amigos e os primeiros versosQue falam de romantismo e saudade.
Seu rol de amizades naquele ano -Almeida Garret, Alexandre Herculano -Apresentaram-lhe o Pré-Romantismo.E mesmo com a Poesia no auxílio,
Soprou-lhe a saudade a “Canção do Exílio”,O hino primevo do Nacionalismo.
Após oito anos vivendo em Coimbra,Enfim, o desejo da volta lhe timbra
E o advogado Antonio o atende.Viajando por Portugal e Espanha,O banzo do nosso Nordeste lhe assanha,E, imediatamente, Antonio se rende.
Cedendo aos apelos da bruta saudadeRetorna Antonio à velha cidadeQue não mais comporta a sua tinta.Só resta a Antonio juntar seu dinheiroE, indo embora ao Rio de Janeiro,Juntar suas rimas à ‘Geração de 30’.
E lá o Romantismo ganhou a vida,Publicando os seus ‘Cantos’. Em seguida,
Uma nova poesia se declara:Com Joaquim Manuel de Macedo,E Araújo Porto-Alegre no enredo,
Antonio funda a Revista Guanabara.
Sob o signo do amor, que não recusaO poeta, enfim, conhece sua musa:
Ana Amélia Ferreira do Vale.O Destino, porém, não abençoa,Pois não pode desposar uma pessoaA quem sua origem não equivale.
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Transtornado pela súbita dispensaE desesperado pela dor intensa,
O Poeta, só, então se precipita.E afasta sua solidão imposta
Conjugando-se a Olímpia da CostaSacramentando a relação finita.
Sufocado pela vida carioca,Outra vez a Europa o invoca
Aos estudos, mas agora em Lisboa.Lá encontra Ana Amélia entre os seus
E compõe: ‘Ainda uma vez – Adeus’Que a musa com o próprio sangue c’roa.
A reminiscência do amor perdidoRessuscita o sentimento jazido
E a pecha do divórcio assanha.Então, sozinho, o Poeta se renova,
E um épico, anônimo na alcova,Eleva-se ‘Os Tymbiras’, na Alemanha.
Consagrado, o Poeta IndianistaVolta à pátria em missão de cientistaPelo Norte e Nordeste, em exploração.
E mesmo ficando enfraquecido ali,Cria o ‘Dicionário da Língua Tupi’
E sacramenta assim sua missão.
Prestes a completar seus quarenta anos,A Europa, outra vez, entra nos planos,
Mas agora para um mês de tratamento.Esse mês se estende por mais vinte e dois,
E não percebendo melhora depois,O Poeta embarca o seu desalento.
Retornando à sua terra de palmeiras,Sem ainda ver as costas brasileiras
E nem ouvir o gorjeio sabiá,O Poeta, estando ainda muito frágil,
Não evita que o iminente naufrágioSubmirja os poemas que ainda há.
Mesmo sem ter desfrutado os primores,Avistado as palmeiras, tido amores
Que existiam entre a Europa e Caxias;Será, para sempre, o maior Romântico,
Que não caberia em apenas um Cântico,Pois poema nenhum é maior
Que GONÇALVES DIAS.
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Mário Helder Silva Ferreira 489
ATINS, O EXÍLIO DE GONÇALVES DIASPoeta do amor proibido,
Hoje colibris e sabiás, cantam a tua falta Teus cantos foram a tua coragem De amor jamais esquecido.
Teu exílio foi nos baixios de Atins Naquela confusa tempestade de horrores
Abandonado no teu próprio leito Vive a tocar os clarins.
A mistura mestiça o orgulhava Custando-lhe caros murmúrios
De não ter ousado A verdadeira ousadia do amor perseguido O romantismo deságua nos sentimentos Drama dos povos, dos pássaros. Paisagens.
Ágape dos sentimentos nacionalistas Tua pérola lapidada com flores
Rosas, orquídeas e louvores Pequeno grande notável
No teatro um trovador incansável Foi nessa além-fronteira da vida
Onde até as pedras se encontram Que um dia se despojaram Feridas reabertas Cicatrizes em dificuldades No sobejo desvairado e cruel Acabou, encontraram-se no céu. E aqui nessas terras de ricas palmeiras Estamos ávidos a te esperar.
PALMEIRAISTuas palmeiras de encantoFeito flechas certeiras
Que traspassam o coraçãoDe olho no infinito
Esnoba eterna cançãoDe olho no infinitoDo alto do teu apogeu
Tortuosamente vaidosaSopra o vento da inquietude
No relento da tempestade
489 Mário Helder Silva Ferreira - Barra do Corda – MA – Brasil. 03 dezembro de 1950. Economista, Empresário, Es-pecialista em Qualidade x Produtividade, Pós- Graduado em Marketing e em Gestão Empresarial, Membro da Academia Barra-Cordense de Letras, Membro da Federação das Academias do Maranhão - FALMA. Fundador da Casa do Maranhão em Brasília, Fundador do MIM, Movimento de Integração Maranhense, Presidente do Guajajara Iate Clube, poeta, cronista, contista, letrista para marchinhas de carnaval, escreve para Revista da Literatura da Academia Barra-Cordense de Letras,
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Sofre trôpego no auge da juventudeTua sombra magra
Causa espanto ao ventoTortuosamente se curvam
Ao elegante avistarDo lado das águas turvas
Soprando o sopro da colinaAgiganta e canta sutilmente
No tagarelar das sereiasBrilhando com a velha lua
Do alto desses bancos de areiasVai segue o teu caminho
Dando adeus às magiasVaidosamente arrepia
Do alto das regalias,
Mário Martins Meireles490
“qUE ME PERDOE O POETA” 491, 492
Que me perdoe o poetaDe quem os versos roubei,Pois que estes versos, bem sei,
Outra paixão já cantaram...Mas, certo estou do perdão,
Pois que ele, vate imortal,Não negaria a um mortal
As glórias que lhe sobraram!
O IMORTAL MARABÁ493, 494
IÓ guerreiros da raça tapuia!
Ó guerreiros da raça tupi!Vossos deuses inspiraram meus cantos...
Ó timbiras, meus cantos ouvi!
490 Mário Martins Meireles - São Luís – MA – Brasil - 8/3/1925. Iniciou seus estudos primários em Santos-SP, em 1920, prosseguiu neles em Manaus-AM e no Rio de Janeiro-RJ e os concluiu em São Luís-MA, em 1926, na Escola Modelo Benedito Leite. Fez o curso secundário em São Luís, concluído-o em 1931, no Instituto Viveiros. A seguir, principiou o Curso de Direito na Faculdade do Maranhão, mas o interrompeu, em 1934, na da Bahia. Em 1966 fez o Ciclo de Estudos da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, em São Luís. Possui diversos trabalhos inéditos e já publicou os seguintes: O imortal Marabá. São Luís, 1949. ( Co-autoria com Achilles Lisboa ) Gonçalves Dias e Ana Amélia. São Luís, 1959.
491 MEIRELES, Mário Martins. O IMORTAL MARABÁ. Discurso de posse na AML. São Luís: Tip. M. Silva, 1948492 Poesia escrita em 1935; “E quando pensaria eu em 1935, ao escrever essa poesia, que hoje – treze anos após!
– estaria me empossando nesta poltrona acadêmica sob o patrocínio daquele cujos versos eu roubara para melhor cantar os meus amores da mocidade?” p. 20. Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
493 MEIRELES, Mário Martins. O IMORTAL MARABÁ. Discurso de posse na AML. São Luís: Tip. M. Silva, 1948, p. 37-39, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geo-gráfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
494 Poema de Mário Meireles, decalcado da Canção do Piaga, de Gonçalves Dias, e inspirado no quadro da morte do Poeta, da autoria do pintor maranhense Eduardo de Sá, existente no salao nobre do Palácio do Governo do Maranhão.
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Esta noite era a lua tão linda,Entre nuvens, serena, a vagar,
E eu olhava as estrelas brilhantes,No futuro, tristonho, a pensar.
Relembrava o mau sonho que tive,A visão da desgraça por vir;
Nossos filhos perdidos nas matas,Da deshonra e da morte a fugir...
Nossas tabas, sem gente, sem vida...Nossa gente, se glporia, a morrer...
Nossa raça, sem força e vencida,Seu passado de gloria a esquecer!
De vergonha, eu chorava sosinho,Implorando o favor de Tupá,E pedia que a morte chegasse.
Mesmo vindas das mãos de Anhangá
Eis no céu se me mostra outro quadroDiferente daqueles que vi!
Vossos deuses inspiram meus cantos!Ó timbiras! Meus canros ouci!
IIEntre os restos de igara gigante,Sobre as ondas bravias do mar,Vi um branco de pálido rostoSobre as águas, sem vida, a boiar.
Brancas folhas, que eu nunca antes vira,Apertava-as, bem vi, nesta mão;Descansava-lhe a outra no peito,Bem aqui..., sobre seu coração.
O fantasma de um índio timbira- que surgiu ou do céu ou do mar –
Recurvando-se sobre o cadáver,A cabeça lhe vi coroar!
E o oceano, bramindo, rocando,Vi-o grande, terrível, se erguer,
E o cadáver, no seio das águas,Para sempre, e de vez, se perder!
Em seguida, falou-me o fantasma- o fantasma de um índio bem vi – E eu repito o que disse o guerreiro...Ó timbira, meus cantos ouvi!
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III“Tu bem viste, ó piaga divino!,
Este branco que eu vim coroar,Cujo corpo sagrado tu viste
O oceano zeloso guardar.
E não sabes, piaga, quem seja?Não t´o disse o cruel Anhangá?!
Não é branco, ó piaga!, é dos nossos...Será nosso – será marabá...
Entre os brancos será nossa gloria,Pois que gloria dos brancos será;
Dos timbiras a fama guerreiraNos seus cantos o Mundo ouvirá!
E o poeta será como nuncaEntre os brancos se viu ou verá,
Pois seus cantos serão inspiradosQuais se fossem do próprio Rudá!
O seu nome será venerado,Pois o quer, por vingança, Tupá:
O maior dos poetas brancosSerá nosso – há de ser marabá!
Bem aí, onde estás tu sentado,Entre as palmas, olhando este mar,
Hão de os brancos, em pedra esculpida,Sua estatua do chão elevar.
E os seus filhos virão no seu dia- que ele um dia na História terá! –
Cultuar o Cantor dos Timbiras,O sublime e imortal marabá!
Ele é filho de deuses, te digo,E por isso, no fundo do mar,O seu corpo, entre flores e cantos,
Hão de iaras ciumentas guardar...
Os guerreiros convoca, ó piaga!,Faze ouvir teu fiel maracá...
Manitós já fugiram da taba...A vingança há de vir, ó Tupá1”
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Mario Quintana495
UMA CANÇãO496
Minha terra não tem palmeiras...E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveisNas palmeiras que não há.
Minha terra tem relógios,Cada qual com sua hora
Nos mais diversos instantes...Mas onde o instante de agora?
Mas onde a palavra “onde”?Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terraEu canto a Canção do Exílio!
Marisa Schmidt497
OS TÚMULOS DE TANTOS MENINOS(Releitura do poema “Sobre o túmulo de um
menino” de Gonçalves Dias)
Hoje são tantos os túmulos dos meninos que morreram cedo, mas tão cansados de uma vida sofrida e surda aos brados das vozes aflitas dos seres pequeninos Não se pergunta por que estão ali esquecidos (alguns nem têm um nome gravado na pedra) nem quem chore essa vida que já não medra num tempo de amores gerados ressequidos Esses meninos, poeta, passaram como nuvem triste que não tiveram um olhar ao futuro, que nunca existe
para aqueles que nascem e morrem sem importância
A vida passa e passa a indiferença sobre outros meninos que em breve estarão cumprindo o mesmo infeliz destino de sumirem entre as pedras e o pó de uma perdida infância...
495 Mário de Miranda Quintana – Alegrete – RS – Brasil - 30 de julho de 1906 - Falecimento: 5 de maio de 1994, Porto Alegre; foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cida-de natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio.
496 Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
497 Marisa Schmidt - São Paulo, SP - Brasil - 16 de outubro de 1947. Pedagoga aposentada, mãe e avó e tenho na escrita meu hoby preferido. Participa de várias comunidades literárias virtuais e colabora como membro efe-tivo do “Grupo Cá Estamos Nós -Brasil - Portugal.” Reside atualmente na cidade de Bertioga-São Paulo- Brasil.
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EX_jUCA PIRAMATroquei meu canto de morte
por música sertaneja não sei mais viver na selva curumins têm brotoeja floresta já virou relva
e aqui se toma cerveja
Da tribo, restou o nome e por pouco ela não some
encravada junto ao asfalto já não fazemos a guerra
nem sobrevivemos da terra que se vende a preço alto
e aquele índio da poesia virou enredo de fantasia....
Mark Pizzato Machry 498
CANÇãO DO EXÍLIO Na minha terra tem figueiras,
aroma campestre e silvestre; tem também muitas cachoeiras
e nela está meu grande amor. Onde estou, há muito branco
o que me faz ser franco; Não estar com meu amor,
causam-me muita dor. Na minha terra tem figueiras
onde fagueiro pulsa meu coração. Nela há esteiras, onde repousa,
suavemente, minha doce paixão.
Martha Elsa Durazzo499
PALMERASAl puerto acompáñamepara el amanecer contemplar
subidos en una barca
498 Mark Pizzato Machry - Porto Alegre/RS – Brasil - 18 de abril de 1994. Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, de Porto Alegre/RS, Cadeira 34, Patrono Dyonélio Machado; Membro Efeti-vo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; da Liga dos Amigos do Portal CEN, de Portugal; e, da Associação Internacional dos Poetas del Mundo. Cursa Direito na PUC-RS. E-mail: [email protected]
499 Martha Elsa Durazzo - Acapulco, Gro., México - 1956. Escritora, periodista, promotora cultural y abogado. Pte. de Escritores Veracruzanos, A.C., desde 2006. Pte. de La Casa del Poeta Peruano en el Edo. de Veracruz, 2010. Miembro de la Academia de Extensión Universitaria y Difusión de la Cultura de la FES, Zaragoza, UNAM, 2007. Autora de tres libros y coautora de veinticuatro. Traducida al rumano. Publicada en México, Cuba, España y Perú; publicada en revistas: Rumania, Argentina, Perú y México.
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Ver desde la distancia mecer sus esmeraldas penachos a las palmeras
Arrullados por las ondas marinas
Soñar un poco
Dirigir la vista más alláen el celeste océano
Durante aquel palpitante onirismo
sentir que son las espigadas palmerasque Gonsalves Dias anheló
volver a vibrar en su Brasil.
ANNA Y ANTONIOPalmera y avedéjenme que les cantede la luciérnaga el vuelo
acompasado de verdes y aleteos
Anna teje esferascon hebras solares
de amor encendidopara un poeta
La vía camina el vatepara contemplarel delicado perfillas femeninas formas
Posee su alma musaTrigo de inspiraciónExtrae del molino el pan del verso
Desplomada la noche Humanidad de aquel siglo
contrapusieron al coloquio amorosoel prejuicio
Camina el bardo la víasin la musa
pan de su versotrigo de su molino.
Palmera y aveel aeda vivióde la luciérnaga el vueloacompasado de verdes y aleteos
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PENSANDO EN TI.Truncada su vida
en la madurez y el amorquedaron sus versos
suspendidos en el viento.
Dadme una atarrayacapturarlos quiero
aterrizados cantarlos
en el tiempo..
SEM TITULOEl ritmo de su tierra
acuna en la lejaníala nostalgia
Cobra vigor su espírituSelva mar
lianas y manglares
Árboles que tejen ramasMillares de canoras
parlotean con el zumbarde los insectos
La piramidal conjunción de vocesrevela una arquitectura perfecta
Traza el poetael dibujo
de su poema.
DEL POETA LA SINFONÍA.Te lanzo un poema Brasil
plena capital de las sinfonías coloridasAmazona de la Tierra
tierra de Gonsalves Dias.
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Martins D’Alvarez500
SãO LUÍS DO MARANHãO“Minha terra tem palmeira
onde canta o sabiá... Ïsso é lirismo do poeta, a gente pensa de cá!
Mas, ao penetrar-se, em barcos, na baía de São Marcos,
vemos que há mesmo palmeiras e muitas palmeiras lá.
E, emoldurando as palmeiras, há jardins verdes, floridos,
ruas que sobem ladeiras, azulejos e vitrais... Poesia dos tempos idos: — chafarizes esquecidos,
romances adormecidos em solares coloniais.
E na fronde das palmeiras, há mesmo alados cantores
— enlevo dos sonhadores, — ternura dos namorados...
Dos platônicos mancebos que se ficam nas calçadas a acenar para as donzelas nas janelas dos sobrados.“Minha terra tem primores que tais não encontro eu cá... “Velhos fortins dos franceses, igrejinhas seculares: Carmo, Remédios, a Sé — mãe das primeiras Missões!... Se cujo púlpito, Vieira, plantou a fé brasileira,
com a augusta sementeira de seus famosos sermões.
Tem recantos encantados, de um bucolismo sem-par: — Sacavém, Ponta da Areia,
São João de Ribamar... O velho Farol de Alcântara,
500 Martins D’Alvarez – Barbalha – CE – Brasil - 14 de setembro de 1904. Filho de Antonio Martins de Jesus a de Antonia Leite da Cruz Martins. Fez os estudos primários na sua cidade natal, os secundários, no Liceu do Ce-ará. Formou-se em Odontologia. Transferiu desde o ano de 1938 a sua residência para o Rio de Janeiro, onde exerceu, além de atividades na imprensa, atividades no magistério superior. Livros publicados: “A Ronda das horas verdes”, 1930 (versos).”Quarta-feira de cinzas”, 1932 (novela).Menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. “Vitral”, 1934 (Poemas).”0 Norte Canta”, 1941 (poesia popular). “No Mundo da Lua”, 1942 (poesia para crianças). ( Antologia da Nova Poesia Brasileira J.G . de Araujo Jorge - 1a ed. 1948).
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o Bumba-meu-boi de Anil... E outras relíquias da História
pitoresca do Brasil.Tem aquela preta velha
da Rua dos Afogados que foi preada na Angola,
deu bom preço nos mercados... Foi tudo para os Senhores... Amargou de mão em mão...
E traz na pele, gravado, o drama da escravidão.
Tem o português dos “secos” e o português dos “molhados”... Tem o turco dos “retalhos”
ë o turco dos “atacados”... Tem a “pipira morena,
lá da Rua do Alecrim, que aos domingos, toda chique,
vai fazer seu piquenique e à noite, em Campos de Ourique,
quem paga tudo é o Joaquim!“Nosso céu tem mais estrelas”
“na noite calma e deserta... — Infinita porta aberta
para um mundo de poesias! “nossas várzeas têm mais flores”,
além das rosas-meninas que florescem nas esquinas da Praça Gonçalves Dias!
“Nossos bosques têm mais vida “na magia feiticeira
dessa Atenas Brasileira de artistas e pensadores.
Graças à luz expendida por esta estirpe luzida,
“nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores”.
“Em cismar sozinho à noite mais prazer encontro eu lá”,
pela Praça João Lisboa, recitando o “Marabá”...
Ao longo da Praia Grande... No botequim da Sinhá,
tirando o gosto da pinga com refresco de cajá...
Ouvindo, ao luar de prata, acordes de serenata,
com trovador e com flauta com violão e ganzá.
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“Não permita Deus que eu morra sem que eu volte para lá...
“Sem que carregue, contrito, o andor de São Benedito,
na bênção que ao povo aflito, em procissão, ele dá... Sem que inda prove pequi,
cupuaçu, bacuri, cambica de murici
e um bom arroz de cuchá!...Quero morrer, na verdade,
na minha velha cidade, namorando a antiguidade,
numa rede de algodão... Dando um adeus ao passado, um viva a Pedro II na melhor terra do mundo: — São Luís do Maranhão!
Mateus Comodo 501
A VIDA E SEUS POEMASGonçalves? Quem era?
Ah!, vivia na Europa e no Brasil,como se estes fossem os primeiros cantos.Mas, como ia para lá e voltava para cá,era conhecido de segundos cantos.
Para se acalmar de tantas viagens,usava muitas vezes a meditação,mas era muito bom rodar o mundo.De 1823 a 1864, vieram entãoos cantos sobre Brasil e Europa.
Com o dicionário da língua tupi,vimos que, o grande amor, Ana Amélia,
foi seu último canto,antes de naufragar nas águas do nordeste,tornando-se o lendário Gonçalves Dias.
501 Mateus Comodo - 08 de março de 1996, é estudante da 3.ª série do Ensino Médio do Colégio Objetivo São Roque. Gosta muito de Direito, literatura jurídica e de praticar tênis. Como descendente de italiano, adora cozinhar e comer massas. Tem como hobby assistir a jogos de futebol e ouvir música.
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Matheus Fabrício Pereira Madeira502
GONÇALVES DIASAntonio Gonçalves Dias
Nasceu em Caxias cresceuFazendo poesia com
Harmonia e alegria.
Antonio Gonçalves DiasFez uma bela poesia
Falando da sua terraCom muita harmonia.
Estudou em PortugalLatim filosofia e Frances
Mas nunca esqueceu doPortuguês.
Antonio Gonçalves DiasMorreu em Lisboa
Mas voltou para cáOnde mora gente boa.
Nunca será esquecido Poeta romântico na Praça dos namoradosOs amores encantados
Mayara da Silva Jorge503
CANTOS E ENCANTOS DE UM MARANHENSEFui brasileiro orgulhoso
E apaixonado,Porque vivi num país maravilhoso,
Com um solo encantado.
Nessa terra adorável, Cheia de luz e beleza,Vivi sorrindo maravilhado
Com essas coisas lindas por natureza.
Quando vi aqueles olhos lindos,Logo me apaixonei,
Mas veio o preconceito destruindoTodo o amor que eu criei.
502 Matheus Fabrício Pereira Madeira - São Luís – MA - Brasil - 20/012002. Motivo da Participação: Demonstrar através da poesia a contribuição literária de Gonçalves Dias na formação-sócio cultural do educando interpre-tar e compreender textos poéticos.
503 Mayara da Silva Jorge - Teresópolis/RJ - Brasil - 17/04/1997 - poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e já traz um vasto currículo literário, incluindo a Menção Honrosa no XXII Concurso de Poesias da ALAP, no Rio de Janeiro/RJ. Tem diversos textos publicados no blog “Diários de solidões coletivas” (um deles, inclusive, está entre as postagens mais populares do blog citado).
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Do Maranhão eu vim,Do Maranhão eu fui,
Alguns pensam que é o fimPorque o amor não evolui.
Porém espero que minha arteContinue encantando corações
E que faça parteDe várias gerações.
Mayara Sousa Gonçalves504
CANÇãO DO MARANHãOMinha Terra tem sujeira onde cantava o sabiá,As aves que aqui gorjeavamNão gorjeiam como lá.
Minha vida, mas amoresOnde cantavam por cá e só as aves
Que gorjeiam não gorjeia como cá.
Essa vida de brasileiro,Só pensa em cantar,
Por isso que as aves que gorjeiamNão gorjeiam como lá.
As crianças só pensam em chorar,E não de brincar.Por isso que as lágrimas caem,Por que não pensa em respeitar.
Mhário Lincoln Félix Santos 505
A GONÇALVES DIASGonçalves, que Dias
O amor intenso, mas proibidoNa volta ao porto, apenas meu corpoCarregado pelas brumas da baía de São Luís
Náufrago da paixão e dos oceanos da incompreensão humana
504 Mayara Sousa Gonçalves - São Luís – MA - Brasil - 11/08/2001. Motivo da participação: Eu sempre sonhei em ser poeta para escrever para minha família eu quero ser reconhecida igualmente a Gonçalves Dias.
505 Mhário Lincoln Félix Santos – São Luís – MA – Brasil - 27 de março de 1954 - Atualmente reside em Curiti-ba-Paraná. É advogado, escritor e poeta. Colunista e editor de variedades em vários jornais de São Luís e de Curitiba-PR. Atual atividade: Diretor-proprietário do Portal Aqui Brasil (www.portalaquibrasil.com.br) com sede em Curitiba-PR, com aproximadamente 2,5 milhões de acessos mês em diversos países, destacando-se Brasil, Argentina, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Russia e China.
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EU E G. DIASAh! Gonçalves de todos os dias
De todas as horas, das minhas agonias.Gonçalves, das praças e dos veleiros
Dos mares de Lisboa, dos aventureiros.
Gonçalves Dias dos índios e dos anuviaisDos poemas, das palmeiras dos sabiás
Da saudade, do amor perdidoComo eu, quanto amor desiludido
Minha vida é como a sua, como teus aisAfogado, eu, nos navios da desilusão
Perdido e náufrago do meu coração
Grande irmão de poesiaIguais somos em dores e noites
Cujos corações morrem de doídos açoites.
São Luís, agosto de 1982
Michael Jackson Coelho da Silva506
SEM TÍTULOSão Luís cidade mimosa,Tão linda como uma rosa.
São Luís como pode brilhar,Diz o canto do sabiá.
São Luís linda cidade,Tão linda com tanta idade
São Luís cidade dos azulejos, São lindas como te vejo.
São Luís cidade das praias,Cidade amiga da água.
Cidade dos casarões,Com várias mansões.”
506 Michael Jackson Coelho da Silva - São Luís-MA Brasil – 08\11/2000. Motivo da participação: Eu gostaria de participa da Antologia poética por que eu queria que todos se lembrassem de mim na Escola, para ajudar a escola e deixar meu pai e minha mãe orgulhosos e homenagear o nosso grande poeta.
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Michelle Adler Normando de Carvalho507
O HOMEM GONÇALVES DIASIndianista
humanista tuas palavras traduzem lutas
traduzem amor traduzem vida
Gonçalves Dias!!!
No romantismo estás também... encontraste o amor que tanto querias
e te encurralaram num beco sem saídaentre o amor de Ana Amélia
e a amizade da sua família abdicaste a ela ficando com a tua alma marcada em fogoeternamente ferida...
No mar encontraste paz entraste para a eternidade
por fim a gloria... por fim guarida!!!
Michelle Fonseca Coelho508
VIVA O POETA!Minha terra tem palmeiras,Onde canta o amor.Minha terra tem flores,Onde exala o frescor.Minha terra tem crianças,Onde emana a alegria.Minha terra tem esperança,Onde não se dá tempo a agonia.Minha terra tem estrelas,Onde brilha a sedução.
Minha terra tem alma,Onde exala a paixão.
Minha terra tem sentido,Onde habita o belo, o certo, a emoção.
Minha terra tem palmeiras,Onde Gonçalves Dias declama com o coração.
507 Michelle Adler Normando de Carvalho - São Luís – MA – Brasil - 14 de novembro de 1979. É Psicóloga. Espe-cialização em Psicologia Hospitalar pela FAMA (2005), Especialização em Psicopedagogia pela UNDB (2008) e mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão (2010). É Professora universitária da Faculdade Pitágoras - São Luís e da Faculdade do Maranhão- - FACAM. Faz parte do Banco de dados de avalia-dores de cursos de graduação do INEP/MEC.
508 Michelle Fonseca Coelho nasceu em 24 de dezembro de 1979 em São Luís. Formada em Letras, pós-graduada em Docência do Ensino Superior, mestranda em Ciências da Educação pela Universid Americana, Assunção - Paraguai. Estudou na Languague Studies Canada, Vancouver B. C, Canadá; e na Landmark Christian School, Paramaribo, Suriname. Professora da Faculdade Pitágoras e Faculdade do Maranhão.
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Miguel Marques509 - São Luís, 7 de Setembro de 1873
GONÇALVES DIAS - Recitada por ocasião da inauguração da sua estátua
Eis em vulto entregue aos séculos,quem, não sendo divindade,
perscrutava a eternidadenos arroubos da poesia,
e, delirante abrasadonas chispas da luz homérica,dizia à Europa: D’Américaa glória sou eu quem guia!
Silêncio! que a história exaltacom voz sublime, estupenda
o seu nome, a sua lendaaos sons de celeste hino!...
Vinde, oh! turba! entusiásticaprostrai-vos junto ao proscênio
onde em mármore é o gêniomostrando o selo divino.
Nasceu na brasília Atenas,onde se ostenta a coroa
de Sotero, de Lisboa,de Mendes, Sousa e Galvão,
e também do audaz guerreiro ,que no fogo das batalhas
entre o furor das metralhassempre foi o herói Falcão.
De tanta seiva alentado,qual o disco luminoso
ele se ergueu majestoso,do berço das melodias;
e, na lira meigamente,vibrando «Os primeiros cantos»
a glória cheia de encantosabraçou – Gonçalves Dias –
Oh! doce cisne adormidono leito dos aquilões,
quebranta os duros grilhõesDo teu letargo profundo,
que a Pátria de amor perdidateu nome ufana entoando
manda aos ecos retumbandoespalhá-lo pelo mundo.
509 Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p. 567-569. Poesias compiladas por Weberson Fer-nandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Vem, oh filho das Moeonidas!Santuário do ideal!
Do teu trono de cristalcontemplar a cena augusta.
Se humilde e a aparênciabrada altiva a voz da Fama:–A glória o gênio proclamafirmada em base robusta.
Que diga Dante, Virgílio,quem com mais inspiração
brilhava quando o vulcãodo teu crânio se inflamava,
e ouvindo o mágico idíliodo sabia mavioso,
teu estro temo e saudosomelífluas queixas soltava.
Mas além era impossívelum ser humano subir!
Era muito o seu fulgir,devia o astro tombar.
Deus chamou-o ao seu império,mas vendo a terra tão pobredisse: P’ra argila tão nobre
cave-se um tumulo no mar!
Caiu como o cedro enormepela tormenta batido,como o condor que feridomorre nos braços do vento.Mas a saudade do bardopara nós será estóica,qual essa amizade heróica,de quem fez-lhe o monumento!
Dorme, Poeta, que o gênio ,jamais o tempo consome!
A Fama dirá-teu nome,a Glória – os fulgores teus - !
E, vos turba entusiásticavinde, correi ofegante
saudar o vate Giganteo brasílio semideus.
POR OCASIãO DA INAUGURAÇãO DA ESTÁTUA EM SãO LUÍSAli vereis no mármor modelado
Aquele que na lira sempre altivo O gênio sustentou!Sublime emanação d’um ser divinoO seu nome é um poema, doce hino Dos hinos que cantou!
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Era um gênio gigante, um astro lúcido!...Qual de Homero, Virgílio, Tasso, Dante
Seu estro fulgurava!...No berço deu-lhe Apolo a poesia!Poeta, – fez-se rei da melodia
Que os cantos lhe adornava.As melífluas canções, as harmonias,Os acordes sublimes que derramam
Suas obras imortais,Que «Seus olhos» o digam, «Minha terra»
E o sabiá saudoso lá na serra Por entre os palmeirais!
Não pode rude lira tão mesquinhaVibrar em teu louvor cantor sublime,
Poeta divinal!Em subidas esferas tu pairaste,
E o mundo com teus cantos fascinastes Fazendo-te imortal.
Famosos Panteões se edificaramEm Atenas e Roma belicosas
Ao deus das harmonias:Pois bem! O Maranhão ao mundo culto
Mostrar vem o orgulhoso grande vulto Do seu Gonçalves Dias
Mikaelle Cristina dos Santos Cantanhede510
TEU ORGULHO NASCEU!
Caxias do Maranhão canta teu canto que teu orgulho nasceu!Orgulho que nasceu, cresceu em busca de conhecimento, de novos
saberes de questionamentos inexplicáveis.
Gonçalves Dias foi você que muitos querem entender, aprender com teus versos e contos como escrevestes com verdade!
O que não sabíamos é que um dia a água te encobriria, E a nós resta até hoje lembranças tuas e da linda cidade de Caxias!
510 Mikaelle Cristina Dos Santos Cantanhede - Sao Luis – MA – Brasil - 18/09/2000 – EPFA Cursando: 5º Ano – Turma: C – Profª Shirle Maklene
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Mikaely Fernanda Rodrigues 511
BRASILAh! Que saudade
Que dáDa minha cidade Lá sim eu tinha uma vida.
Amigos, parentes, famíliaAinda quero rever um dia
Arrependida por largar meu namoradoQue um dia tanto havia amado.
Choro até hoje de amor,Pois sinto falta do beijo
Beijo que só ele sabe darAh, que saudade do meu lar.
Sinto saudades das praias, da cangaDo ritmo, do carnaval, do samba
Saudades, saudades me dá,É isso que dá Brasil, tanto, tanto te amar!
Milena Adler Normando de Sá512
O AMOR DE GONÇALVES DIASEleAmou o seu olhar...A amou à primeira vistaGrande alegria!...Porque Ana Améliao correspondia!!!
Por ser mulato não a pode amar ...Seu grande amor se perdeu...
não o pode realizar!...
Amor eterno,Amor pleno,
Amor verdadeiro,ANA AMÉLIA,
Esse era o amor do eterno poeta altaneiro!!!
511 Mikaely Fernanda Rodrigues - Bebedeuro – SP – Brasil - Aluna da 7ª. Serie C da Profa. Silvana Morelli http://silmoreli.blogspot.com.br/2009/09/cancao-do-exilio.html, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
512 Milena Adler Normando de Sá. São Luís – MA – Brasil - 01/1976. É formada em Contabilidade. É mãe de João Marcelo e Lara.
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Miriam Porras Adame…513
AMOR A TRAVES DEL TIEMPO. Me acaricio el alma cada uno de tus versos,
sentí el desconsuelo de estar vivo y a la vez muerto,de amar en lo profundo sin poder tomar su cuerpo,
la elección entre tu amada y lo correcto no fortaleció tu espíritu,solo te entregó desgracia y sufrimiento.
Por tu sangre corren mundos muy diversos,uno te indicaba claudicar sin el menor intento,de no probar las mieles del amor en cautiverio
era tuyo en comunión con el destino en tus adentros.
Otro suprimía la idea, el pensamiento,de aspirar el perfume de Doña Ana,
el perfume de su cuerpo, las caricias de sus manosde vivir el amor, el que no conoce de linajes,
de tristezas, de dinero, el amor que vive de besos, de caricias, del vaho de su aliento.
Otro mundo te oprimía el corazón,
terminaste en alejarte, abandonando tus ensueñosen el recuerdo de tu Amelia que vivió para adorarte,
en el silencio de otros brazos que no pudieron consolarle.
Caminaste en rumbos ignorados, trotandosubiendo y bajando con un mismo pensamiento,
el amor que no llego, que se fue y te dejóen el más temible de tus sueños,
la soledad carcomiendo cada noche, en lo incierto.
La razón te abandono, tu cuerpo sucumbióen espasmos de dolor,
nunca llego la señal que te pudiera consolar,no hubo besos, besos, besos,
en ajenos brazos diste rienda suelta a tu aflicción.
En el naufragio de tu cuerpo, el amor se aprovechó de alejarse de este mundo, para estar en otro sin calvario
donde no dañan las mieles en la pasión, ¿será que el orgullo de ser de las tres razas,
no dejaron libertad en el amor? regresa, que tu amada asimismo feneció sin tu calor.
513 Miriam Porras Adam - Navojoa, Sonora, México. Poeta y Escritora, ha participado en diversos eventos cultu-rales; [email protected]
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Moacir Lopes Poconé Neto514
jAZIGO NO MARUm navio
Leva com ele os sonhos para o fundo dos mares.Nele vão os dias de muitosE o Dias
O grande Gonçalves.Pouco mais de quarenta
E histórias de séculos.Timbiras, tamoios e exílio.
Amores, cantos e piramas.Ainda era tão cedo
E nos deixava naquele dia.No mesmo Maranhão onde nascera.De onde saíra para o mundo.Um mundo que não mais seria o mesmo
Sem o canto daquele que viuE cantou como ninguém
Sua pátria, sua gente e seus amores.Jaz, Gonçalves, nesse túmulo de água
Até ele pequeno para o seu tamanho.
Moacir Luís Araldi515
CARTAEscrevo-te, digno poeta,Pra dizer que aquiSua obra é perpétua.E que ainda fazemos versos pra ti.
Aproveito caro Gonçalves,Pra te mandar um abraço.Pra dizer que a saudade
No peito ocupa muito espaço.
A nação Maranhense e BrasileiraQue por ti morre de amoresImpunha tua bandeira
Nesta terra de primores.
514 Moacir Lopes Poconé Neto - Aracaju - SE – Brasil - 27/03/1975. Escreve crônicas, contos e poesias desde os quinze anos. Possui graduação em Letras Português pela Universidade Tiradentes (2008) e graduação em Di-reito pela Universidade Federal de Sergipe (1996). Mantém o blog Deu na Telha, no qual escreve sobre os mais diversos assuntos.
515 Moacir Luís Araldi - Passo Fundo- RS – Brasil - 18 de setembro de 1963. Gaúcho, brasileiro, residente em Passo Fundo- RS. Formado em letras pela Fundação Universidade de Passo Fundo (UPF), escreve, amadoristicamen-te desde 1986.
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Diga ilustre brasileiro,Como te aceitam por aí?
Vives com Ana um amor verdadeiroComo não viveste aqui?
Vejo na minha ilusãoUm banco a sombra da palmeira.
Você vivendo sua inspiraçãoE o sabiá cantando com ciumeira.
Tem teu nome a rua da tua moradia,Com aprovação dos Timbiras.
Viraste imortal GONÇALVES DIAS,Nesta terra que te ama e te admira.
FALAR DE VOCÊFalar de você Gonçalves,
Faz pensar no canto do sabiá.Em estrelas, palmeiras e flores.
Da frustração nos amores.Do viver lá como cá.
Homenagear você Gonçalves,Faz pensar no amor que não viveu.
Em todos teus sonhos iludidos E no crime que não cometeu,
Mesmo quando a amada perdeu.
Saudar você Gonçalves,Faz lembrar oceano.
Um romântico leito de morte.Mesmo com seus poucos anos
Selou a tua sorte.
Na presença da morte foste forte,Um guerreiro lutador
Nacionalista e sonhadorEnalteço com alegria
Magnânimo... GONÇALVES DIAS
MEU DEUSPalmeira solitária
Na várzea da nostalgia.Bosques sem harmonias
Sabiá sem gritaria.
Da terra que amaste tantoQue pela vida exaltou
Veio também o pranto,De um amor que não brotou.
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E o mar que só a você castigou,Um anjo para céu mandou.
Não propriamente um anjo.Um cupido do amor.
Meu Deus, eu te peço um favor.Seja meu condutor,
Ajude-me a levar minhas odes e elegiasAo brasileiro, inesquecível GONÇALVES DIAS.
GENIALGenialidade nas linhas que escrevias,
Que se perpetuam por gerações.Genialidade nos versos que compunha,
Para entalhar nos corações.
Genial para exaltar um povo,Uma nação, um país.
Genial para buscar o novo,E uma forma de ser feliz.
Gênio triste... Talvez!Que também viveu alegrias,Poeta de enorme altivez.
Genial GONÇALVES DIAS.
MIL POEMASNossa terra sempre vai te venerar.As palmeiras não podem te saudar.Os poetas aqui escrevemPra no céu, te homenagear.
No poetar eras uma estrela.No versejar entre linhas,Com rimas que para fazê-lasFalavas de amores que quiçá... Nem tinhas.
Em te ler Dias, à noite.Mais me encanto eu cá.
As tuas poesias tem,O cantar do sabiá.
Tua terra tem mil poemas,Todos nesta antologia.
Versos, letras e grafemas.Tributando GONÇALVES DIAS.
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Monique Rocha Passos516
SAUDADEA saudade é a maior inimiga da alma.
Além de deixá-lo triste,Ainda tenta te matar...
Quando fico com saudade de você,Meu coração não para de bater...
Fico pensando em quando vou te ver.Onde será que você está?
Fico pensando em te encontrar...Será que você vai voltar?
Se você não vir,Quero que saiba
Que a saudade só vai aumentar...
Quando vou finalmente te encontrar?
Moysés Barbosa 517
UM POETA NACIONALISTA Natural de Caxias... Maranhão
Ele respirava o ar da poesia Versejador apreciado, sem igual
Compôs a bela “Canção do Exílio” Pra Ana Amélia ele sempre escrevia
Chegou a residir em Portugal
Estudou Direito em Coimbra E na Língua Tupy, escorreito, redigiu
Uma obra de valor... Dicionário Traduzia também o alemão
Seus poemas... quem ‘inda não viu? Foi cientista... para alguns visionário.
Sua obra literária é muito vasta “Cantos”, “Timbiras”, “Meditação”...
Feição séria, porém sentimental Cultivou o ideal nacionalista
“Canção do Exílio” colocou então Inúmeros versos no Hino Nacional
516 Monique Rocha Passos - Jd. Ubirajara – São Paulo – SP – Brasil - 11/04/2000. ESCOLA: EMEF Antenor Nas-centes; DIRETORA: Denise Ribeiro de Carvalho; PROFESSORA RESPONSÁVEL: Adenilza Almeida Lira E-MAIL DA ESCOLA: [email protected]
517 Moysés Barbosa - Comendador Levy Gasparian - R J - Brasil - 15 de fevereiro de 1944, Membro Benemérito e Senador Acadêmico Honorário da FEBACLA,Bispo, Advogado, Professor, Jornalista, Embaixador da Paz, Poeta (já com Jubileu de Ouro de Poesia (2009) site:www.pastormoysesbarbosa.com
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No Colégio Dom Pedro II Foi professor muito festejado
Fundou a Revista Guanabara Ajudado por dois companheiros
No Romantismo, sim...foi aprovado! Toda sua obra o civismo ampara
Foi até destemido navegador Lá no rio Negro e rio Madeira
Uma extensa região ele explorou Cultivava com prazer a cidadania
Na Europa, Casa Brockhaus, era livreira Vários Cantos de “Timbiras” editou
Exaltemos, sim, esta personalidade Célebre poeta e literato brasileiro Do qual todos nós nos orgulhamos ANTONIO DE GONÇALVES DIAS
Nas letras é expoente, é altaneiro E com razão honras lhe tributamos!
Murilo Monteiro Mendes – Murilo Mendes 518
CANÇãO DO EXÍLIO519
Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exército são monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo a prestações. A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá con certidão de idade!
518 Murilo Monteiro Mendes - Murilo Mendes - Juiz de Fora – MG – Brasil - 13 de maio de 1901; foi um poeta e prosador brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro. Wikipédia
519 Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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Mylene dos Santos Siqueira520
MINHA TERRAMinha terra tem história,
Que acabaram de chega. No Centro Histórico
É um lugar de se encontrar Nosso céu não tem quase estrela,
Mas eu ainda gosto deste lugar. Minha terra tem praias,
Para gente se encontrar.
Hotel de frente pro o mar, Minha cidade tem curiosidades.
Que você vai gostar, Mas só vai saber se vir olhar.
Nadir Silveira Dias521
DON’ANAHá um nada em quase tudo
Quase sempre em todo o tempoEm qualquer época ou lugar
Mudando somente o matizA intensidade, não raro o fulgor
A macular o destino, a macular o amor.
A família soberana nem sempre acertaOu se arrisca, e somente petisca
E lambisca o que da sorte lhe sobraSe lhe sobra algo de bom
Pois o normal é sorver o felMal fecundo que antes semeou...
Foi assim com Don’AnaE Gonçalves Dias também
Nutridos e correspondidos
520 Mylene dos Santos Siqueira -São Luís-MA - Brasil – 03\01\2001. Motivo da Participaçao: Eu gostaria de par-ticipa da Antologia poética por que será uma grande ortunidade para mim, ter minha poesia sendo lembrada por todos e ser lembrada por este poeta maravilhoso.
521 Nadir Silveira Dias - Rio Grande, RS – Brasil - 04.04.1947. Reside em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Brasil. É Jurista, Escritor, Poeta, Compositor, e Letrista, integrante da Ordem dos Advogados do Brasil, da ARI - Asso-ciação Riograndense de Imprensa, da Ordem dos Músicos do Brasil, e de várias Academias Literárias do Brasil. É laureado da ASL - “ARTS SCIENCES LETTRES” Societe Academique d’Education et d’Encouragement, França. Autor de vinte e três livros de literatura e de doutrina jurídica, obtém pelo livro Rastros do Sentir, a Medaglia d’Argento 2004 - Premio Letterario Internazionale “Maestrale - San Marco” - Itália, e, pelas obras e ações, em Paris, a Médaille de Vermeil 2009. [email protected]
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Um pelo outro de intenso amorQue tiveram suas vidas destruídas
Pelo insano não consentimento...
Vidas destroçadas, sim, senhor!Pois amor é vida sempreEm qualquer tempo ou lugar
É o ânimo, é o ar que se respira!E se de um se tira o outro
Fenece um, fenece a outra.
Dia haverá, com certeza (!), queCrime assim não mais ocorrerá
Por conta de novos tempos queHão de vir pra limpar as mentesE saná-las do viciado preconceitoQue tanto e tanto mal já tem feito.
Naraene Miranda da Silva522
GONÇALVES DIASAntônio Gonçalves Dias,
um grande escritor maranhense,que nasceu em 10 de agostona pequena e bela Caxias.
Homem bom e inteligenteFoi para fora estudar,Mas, com saudade de sua terra escreviaa beleza que por aqui existia.
Gonçalves Dias era o escritor.Defendia a pátria,a religiosidade, e, principalmente, o amor.
Ele foi o grande cantadorFoi no Brasil que encontrouAna Amélia,
Seu grande amor.
Mas, que pena, num naufrágio morriaUm grande escritor, que o Brasil
com muita tristezaPerdia.
522 Naraene Miranda da Silva – Balsas - MA – Brasil. URE – Balsas - Centro de Ensino Médio Dom Daniel Comboni; Professora: Marcia Meurer Sandri
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Natália Bueno Dias 523
CANÇãO DO EXÍLIOVejo o céu cinzento
com uma brisa fria,Lembro-me do céu azul
e de seus campos deslumbrantes.Sinto-me sozinha vivendo
ao lado de um bosque.Lembro-me de nossas roças
com cheiro de mato.Bosques sem essências
Sinto falta de nossas florescheirosas e deslumbrantes
que relatam grandes amores.Nosso ritmo é o melhor
Festas e alegriaCidade muito parada
Sinto falta da capitalArroz com feijoada e
uma bela salada.Aqui só como massa
e vivo com presão alta.Meu Deus, só lhe faço um pedido:
Não me deixe morrer com esse ar sem cheiro,
quero morrer ao lado da praiacom a brisa leve e suave.
Quero voltar a viverjunto à felicidade.
Nathalia Ribeiro Lopes 524
NãO SABIA O qUE qUERIA.Trouxe, à noite, a luz de um dia,
Fez-se tarde a cantoriaDas aves e sabiás.Quem pudera pensaria
que, de tonto, abandonariaestrofe, verso, rima:
e o coração de quem quis amar.Ó Gonçalves, tão astuto,
pela razão deitou-se ao lutode quem teve que abandonar
523 Natália Bueno Dias - Bebedeuro – SP – Brasil - Aluna da 7ª. Serri B da Profa. Silvana Moreli - http://silmoreli.blogspot.com.br/2009/09/cancao-do-exilio.html , Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
524 Nathalia Ribeiro Lopes - 4 de outubro de 1995, é aluna da 3.ª série do Ensino Médio do Colégio Objetivo São Roque. Gosta de música popular brasileira, escrita criativa e cinema.
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Ana que, por saudade, lacrou em sangue e lápideo poema e a vontade de ver nessa terra o sol raiar,
E em morte cessariao adeus em poesia
de quem não pôde se tocar.
Nathália Rodrigues Barbosa525
CANÇãO DO EXÍLIOPorto Alegre, terra
de gaúchas bonitasque destacam as belezas
da cidade. Pássaros encantam com seus cantos; o sol, ao refletir, nas águas do Guaíba, ilumina-o;
o cheiro das flores perfumam os caminhos do Parque da Redenção.
Algodão doce, pipocas, doces e pessoas passando,
de um lado para o outro, dão-me a sensação
de que sou livre e feliz. Aqui, pouco vejo de encantador.Quero a minha terra voltar e o seu perfume respirar.
Nédia Sales de Jesus526
OUTROS DIAS Dos Dias, o mais luminoso,A mártir foi escolhidoA saciar a invídia do mar.
Vigorosos, eternos e imortais,Novos Dias emergem
A cada ressaca das águas.
Eis que sobrevive a poesiaE, sobre as palmeiras,
Ainda gorjeiam os sabiás.
525 Nathália Rodrigues Barbosa - Porto Alegre/RS – Brasil - 20 de janeiro de 1998. Estudante do Ensino Funda-mental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto Literário “Banners Poéticos”, 2012. Inte-grante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Curte música e dança. E-mail: [email protected]
526 Nédia Sales de Jesus - Santo Antonio de Jesus, BA, Brasil - 25/06/1971. O gosto pela escrita nasceu ainda na adolescência, quando passou a expressar a sua visão particular do mundo através de suas primeiras poesias, o que lhe rendeu, posteriormente, alguns prêmios e publicações no Brasil e, recentemente, em Portugal.
600
Nelmara Silva527
AH COMO AMEI !Clareza, claridade,
contaminação de verdades... Poesia, misturada de brasilidade...
Mocidade, amores e tantos amores.Amores do mar, natureza
Nossa tão amada cidade. Amor Amélia, amor-maior.
Enriquecida palavra.Horizontes desbravados.
Em tantos mares navegados. POETA - espelho de rimas, quartetos guardados. Trovas, do cantante trovador. Pássaros , gorjeios, emoldurados. Perfeito trinado. Triunfa tua saga, tua alma. Amigo, irmão Gonçalves. Penhor de nossa História Brasil. D e s c o r t i n a n d o se
obras imortais, talento tecido passo a passo tons, semitons, belezas naturais. A palavra é a força da vitória.
527 Nelmara Silva – Rio de Janeiro – Brasil - 17/09/1950. Cultuadora das letras desde a infância, onde as palavras sempre preencheram meu espaço, ávida de livros, aprimorando sempre o bom gosto pela leitura. Desenhava na imaginação lugares, personagens e o fascinante mundo da poesia.Aprendi com cada um deles a magia da arte de escrever poemas.Debrucei-me sobre Castro Alves e lutei com os escravos, a brasilidades vi claramente em Gonçalves Dias;o negro através de lima Barreto...Assim naveguei pelos mares das palavras...
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BRASILIDADE, BRIO, BRASIL. Berço, abraçado, irmão gentil.
Arrojado, amado amante. Amélia, amada escalonado amor.
Trovador, testemunha da palavra. Palavra viva, trabalhada, rimada em trovas,em traços...
Especial, épico, eficaz elegante,eterno Gonçalves...
Criador, criatura, cancioneiro. Canto, cordial, cordel,
louvar tuas palavras tuas rimas,
teus mares navegados. Navegantes em metáforas. Nuances, cores ,iluminado poeta. poetando nossas terras, nossas matas... doravante cantarás, cantaremos
eternamente tua Criação.
Nereu Bittencourt528
A GONÇALVES DIASPoeta, na palmeira viridente, ao cicio da brisa langorosa, Entôa o sabiá terno e dolente uma trova de amor linda e saudosa E, pela selva, ao claro sol ardente, ou mesmo em noite de luar, formosa, vibra o canto guerreiro da potente tribo audaz de tupís, vitoriosa. É sempre azul o céu de nossa terra. É sempre verde o mar. O sol explende.
Nada mudou do que teu canto encerra.
528 Nereu Bittencourt - Caxias – MA - Brasil - 08 de março de 1880; faleceu na mesma cidade em 11 de setembro de 1963. Iniciou sua jornada de mestre aos 23 anos, e cumpriu por 60 anos a árdua tarefa de ensinar. Homem de profundo conhecimento de Português e Francês, de estilo límpido e preciso, assimilando, à farta, as três dialéticas: a Expositiva, a Explicativa e a Dialética, a ponto de desvendar os mistérios lingüísticos, os meandros de cada tópico frasal, as isotópicas, mórficas e sêmicas, os penetrais da perspicácia, além de dominar muito bem, o latim, o inglês e o espanhol. Logrou aprovação em todos os concursos a que se submeteu no Departa-mento Administrativo Do Serviço Público – DASP. Um idealista da Educação em Caxias foi um dos fundadores e autor da letra do Hino do antigo Ginásio, atual Colégio Caxiense. Patrono da cadeira de nº16 da Academia Caxiense de Letras - ACL. Por ocasião da proibição de mais uma cidade com o mesmo topônimo, no Estado Novo, com a vigência do decreto-lei nº 311, de 2-3-1938, em que foi tentada a mudança do nome da cidade: Caxias- ficaria nomeada a cidade gaúcha de grande importância comercial e Caxias - com as sugestões para: Caxias das Aldeias Altas - Marechal Caxias ou Caxias Norte. Sobre a matéria e tecendo considerações históri-cas, de cunho patriótico, Nereu foi um dos cidadãos interventores em prol da permanência do nome da cidade de Caxias-Maranhão.
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E o coração da terra das palmeiras vibra, feliz, no culto que te rende,
maior glória das glórias brasileiras! Caxias, julho de 1923.
A GONÇALVES DIASAlarma! Alarma! E o válido selvagem,Quebrando a ivirapema, na voragem,
Na sede da vingança,Mostra que o braço do tupi valente,
Se, impetrando o perdão, dobra tremente,Na luta não se cansa.
Se covarde o pensaram, quando a vida,
Sòmente, por seu pai, lhe era querida, E, por ele, a implorou,
Erguendo-se feroz e sobranceiro, Numa luta de mil contra um guerreiro,
A coragem provou.
A terra brasileira tem mais vida,Mais estrelas a abobada incendida,
Mais luz e mais fulgor.O meigo sabiá tem mais gorgeios,
São mais quentes da brasileira os seios,E é mais puro o amor
O céu é mais azul, o sol mais quente,E roçagando as águas da corrente,
A brisa fala amor.Há sussurros de carne e de desejos,
Há suspiros de preces e beijos,Na selva, no rumor.
Tudo isto cantaste, grande vate.
Dos mares de tua terra o doce embatePintaste, em mago encanto.
E o meigo sabiá, lá nos palmares,Em teus versos, entoa, pelos ares,
O sonoroso canto.
Hoje, dormes, no seio do oceano. O destino cruel, atroz, insano,
À vista de teus lares, Quando voltavas às brasílicas plagas, Fez entreabrir-se a túnica das vagas,
E te sepultou nos mares.
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Mas um dia virá (isso conforta),Em que entrando a ciência pela porta
Do válido tupã,Ele busque, no túmulo dos mares,
O sublime poeta dos palmares,
Niedja Soares Pereira
LEMBRANÇA DE GONÇALVES DIASBrilham no céu
as estrelas que iluminam na Terra
as palmeirasum eterno cantar
Enche o ardesse canto
que o vento levaem prantos
aonde quer que vá
Gonçalves nunca se esqueceuda terra onde nasceudo canto do sabiá
Nieves Merino Guerra529.
DOM ANTONIO GONÇALVES DIASLos ojos negros de su amor primerociñeron los pasos de su desventura.Mixtura en linaje de razas arcanas,Blancos y esclavos e indígena raza
orgullo que lleva la cruz de su alma.
Su fuerza flaquea. El corazón quebradoen adioses tristes que sangran heridas.
Y en tierras lejanas despidió a su amadasiendo desgraciados los dos en sus vidas.
“Sim se morre do amor”,
e de amor enferma
529 Nieves Merino Guerra - Las Palmas de Gran Canaria - España - 03 De Julio De 1959; Profesora pre-jubilada en diversas especialidades(Ciencias letras, Sociales, Humanidades. logopeda...). Participo desde hace años en blogs y redes literarias, varias antologías, revistas literarias virtuales y no virtuales. Algunos premios y recono-cimientos desde que era niña. Experta en nada, alumna siempre.
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recorriendo enjuto y digno caballerocasi media Europa, lejos de su tierra
la melancolía de su amor primero.
Esos ojos negros que brillaban solopara él con dulce y tierna melodía
como noche oscura. Mortaja de cielopreñado de estrellas sin luna su velo.
Y muere de amor, de tristeza amarga
en duelo arrepentido por errar honor.Lo envolvió en su manto fúnebre la olay en inmenso océano naufragó el dolor.
Grandeza y orgullo. Valor sin valor.
Don Antonio y Ana, dos enamoradoscon amor truncado por la sociedad.
Lisboa fue testigo de su duelo “Adiós”
De timbiras poeta, cantos y dulzurasu premura muerte ahogó sus anhelos
en esos “Suos olhos”, “O canto gerreiro”,“O canto do indio”… O canto seus versos.
TALENTO DE GONÇALVES DIAS-I
Vida...para vivir. Vivirla y dar vida. La oscuridad es la ausencia de luz
El egoísmo es la ausencia de amor.
La violencia es la ausencia de paz La enfermedad, ausencia de salud.
La soledad, ausencia de humanidad...
Antonio Gonçalves donó su talento.
Su eco se oye desde el fondo del mar.
GRANDE E XOVEN DOM ANTÒNIOPoeta brasileiro que al indio, en tupí
cantaba y alzaba en versos y lenguade su amada tierra al norte de Brasil
que recorre y ama con sutil carencia.
Lleno de presencia y de orgullo cierto descubrir lo bello , pleno de riqueza
paraíso y templo. Con su alma inmensa deshoja el misterio y vuelve a su cuna.
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Hombre culto y joven, vive desdichadocon el gesto adusto, cabizbajo y triste.
En tierra europea se siente aplastadoè un emigrante “com saudade em lúa”.
Sua bela poesía, suos “Primeiros cantos”ao Brasil emgrandeçe em a literaturacomo “O trovador”, dom Gonçalves Dias
e o Romanticismo que emsalçò em sua vida..
¿HACEMOS UN PACTO? ( De Ana a Antonio ) Todos os momentos seraõ apropriados
para lhe demostrar o meu puro amor: Eu quiero facer com vocè um douze pacto
...
No, poeta. No soy real, amor, amigo: Soy un hada extraviada en tus versos
que baila con las musas tus olvidos.
No soy real, amor, porque imaginas a la mujer perfecta de tus sueños.
Y no soy de nadie. No tengo dueño:soy la hija de la luna que ilumina
tus alas para volar por horizontes sin final ni principio con la ternuraque alegra corazones en el vientoy acaricia tu rostro en los caminos.
Hagamos un pacto, una tierna alianza de eterna amistad y de ensoñaciones.
Que sea un secreto en los corazonesdonde habita el amor. Solo si alcanzasa ser ése hombre que es también poeta.
No. yo no soy real, mi querido amigo:
Soy la magia encinta de ideal personaque todos pretenden en su loca meta
sin amar defectos ni aceptar apuestas arriesgando todo por mujeres ciertas.
Tu pasión desborda los mayores retos,
pues soñar despiertos tiene un gran valor.
Pero no es perfecto quien es hombre honestoy ofrece un “te quiero” de amor permanentecon cielos de estrellas y lunas perennes,una flor y mil “te amo” del alba al ocasoy luego...indiferente, por “honor” nublado.
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...E isso fará, minho amado poeta namorado a sua linda “mulher” lúa saindo do anonimato
dicendo-le mils vezes: te amo, te amo, te amo...
Cheia do alegría olhando en seus olhos com muita doçura, amor, sem sentir fadiga!.
Hagamos un pacto: seré real si no me idealizas
y aceptas que soy como tú mirándome a los ojos sin huir ni renunciar a mi por burdos criterios.
DESPEDIDA DE SU AMADA ANA
Noches de olvidos... Recuerdos que lacerando
dejan al sueño cautivo en rejas de soledades
de ése amor que ha perdido.
Noches que sangran estrellasen la esencia de la vida.
Oscuridad que es mortajacuando se aloja en el alma
ésa cruel melancolía....
Nijair Araújo Pinto530
CANTIGA DE GALOÉ noite.
Rompendo o silêncio reinante,ouve-se o galo a cantar.
Bate as asase canta
sem o encanto do Sabiá.
Meu quintal sem palmeirasnão sente a brisa que sopra,
movendo as folhas do outonoque caem sempre a bailar.
E as aves que não gorjeiamdeixam-me sozinho, – a cismar.
530 Nijair Araújo Pinto - Fortaleza – Ce – Brasil. Diplomado pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG, Bacharel em Direito – URCA e Especialista em Políticas Públicas – UECE. Está no posto de major do Corpo de Bombeiros e é doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad do Museo Social da Argentina, Buenos Aires. Especialista em Matemática Tem quatro livros publicados Estudante de Engenharia Civil – UFC.
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E o céu, agora sem estrelas,despoja a flor não refletida.
E a coitada exauridaimplora ao astro celeste:
não permita Deus que eu morrasem novamente brilhar.
Meu quintal sem palmeirassó tem um galo a cantar.
E as aves que não gorjeiamnão fazem as folhas “voar”;
e as nuvens, cobrindo as estrelas,não deixam as flores “brilhar”.
Nilza Caum531
SANGROU E CHOROUGonçalves Dias
Homem letrado, homem estudadoProcurava mais que o saber
Buscava em sua jornadaA alma do homem conhecer
Coração misto de raçasAlma unificada pelo amorNaquilo que se orgulhavaFoi motivo de sua grande dor
Um grande coração, não passaria sem um grande amorÀquela que veio a ser sua musa inspiradoraFoi cortada de sua vidaPor causa de sua raça e cor
Lança do inferno esse tal racismoQue corta e separa coração e pele
Não valoriza à virtude da almaPorque estão mergulhados em profundo cinismo
Coração sangrou, chorou, debateuMas não se amuou, nem se escondeu
De sua dor fez poesiaDe seu amor, alegriaDefendeu o que acreditou
E a voz do oprimido se tornou
531 Nilza Caum - Picos – PI – Brasil - 40 anos. Brasileira, Residente em Jundiaí/SP. Trabalho - Instrutora de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais)
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Nivânia Carvalho532
ODE A GONÇALVES DIASquem sabe chegue o dia
que lá no céu encontrariao poeta gonçalves diasa sua poesia declamar
há!lá não está mais exilado
esta sempre rodiadode querubins a se encantar
quisá eu poderia juntar-se a ele
que alegria!aprender de perto
a escrever meus versose para todos anunciarque ele foi um poeta
de vida curtamas vida certa
que amou a natureza e tudo que nela há
Norma Rincón Mendoza533
ANTONIO GONCÁLVES, POETA DEL AMORRomántico por naturaleza
quien convirtió sus tristezasen bellas melodías:
Un río de nostalgias en un mar de letras
que al mirarlasnos llevan en una danza interminable,
un ir y venir hacia la naturaleza.
Habló al hombre del hombre,del ser que se lleva dentro,
el que en todos existe.
532 Nivânia Carvalho – Campina Grande – PB – Brasil. Aos seis anos minha mãe vendeu tudo o que tinha para vivermos uma grande aventura na Cidade Maravihosa! Sou professora da rede municipal e estadual do Rio de Janeiro, formada em pedagogia com especialização em psicopedagogia, casada e mãe de seis filhos. Tenho dois livros publicados: Você quer uma mãozinha (ed. Litteris), Cicatrizes (ed. Above) e participação em antologias.
533 Norma Rincón Mendoza - Mexico. Licenciada en Psicología. Estudio pintura en el estado Tabasco desde 1992, en la ciudad de Villahermosa, actualmente se dedica a la pintura como oficio en un bello lugar llamado “El Barrio Del Artista” en el Estado de Puebla, perteneciendo a esta asociación de artistas pintores desde hace 8 años. Ha incursionado en la enseñanza a nivel secundaria y enseñanza libre de pintura. La UNESCO le edito un cuento “Tito” hace ya 10 años en una colección de 5 cuentos infantiles a nivel primaria Tiene el gusto de haber sido escogida para la pasta de la revista “Minutos Artísticos” revista virtual Argentina y ahora está incursio-nando con prosa en las antologías de Oscar Alfaro y de José Martí Correo electrónico: [email protected]
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Que no tiene color ni dueño,osado como el viento,
navegando por el mundo,de costumbres, de prejuicios
tan estériles, tan vanos.
Entendió que somos hermanos, que todos tenemos
necesidad de amar, de ser amados.
Con afán, anhelo de libertad,con toda su tristeza y su nostalgia
en vez de llenarnos de pesar.
Nos remonta al deleite, la gracia, el despertar al mundo, a la vida,envueltos en una melodía
de palabras mezcladas...¡con sueños!
Núbia Cavalcanti dos Santos534
O POETA E SEU DESAMORNasceu no MaranhãoEm pleno mês de agostoAntonio Gonçalves DiasGrande poeta brasileiroQue transformava em poesiasAs dores de sua eterna paixãoDaquela que foi seu amor primeiroA causa de tanto desgosto. Um amor proibido viveuPela jovem Ana Amélia
Tão singela e puraQuanto a flor da camélia
E somente ela teria a curaPara sanar a dor incessante
Que no coração do plebeuArraigou-se dolorosamente.
534 Núbia Cavalcanti dos Santos - Sanharó-PE - Brasil. - 17 de junho de 1962. Antologias: “Noturno”, “Amanhã, outro dia” e “Liberdade”; Poesia e Prosa no RJ - 2011 e 2012; Quem Sabe Faz Agora; À Flor da Pele; Crônica e Literatura F. Gullar; BPA - Afogados - Recife – PE; Grandes Poetas da Nova Poesia Brasileira - Vozes de Aço – Sé-culos XI - XII e XIII; Poesias Encantadas – IV e V; Poesia, Lâmpada para o Coração; Antologia “Os Anjos Negros da Poesia” e várias poesias publicadas nas Antologias da CBJE (Vol. 78 a 100, entre outras). [email protected]
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Por encontros e desencontrosSuas vidas foram marcadas
E cada um seguiu seu caminhoDeixando para trás o passado
E as tentativas fracassadasDe reconquistar o ser amado
E sem amor e sem carinhoAmbos partiram desenganados.
Odone Antônio Silveira Neves535
GONÇALVES DIASPai português Mãe mestiça
Poeta do Romantismo Indianista BrasileiroProfessor de Latim no Colégio Pedro II
Fundador da Revista GuanabaraCom Joaquim Manuel de Macedo
Araújo Porto Alegre e Joaquim AntônioDesenvolveu o indianismo brasileiro ao lado
De Joaquim Antônio de Almeida A saudade da Pátria forjou
A esplendorosa Canção do Exílio iniciandoCom Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá... rimando com láPoema de tão célebre seus
Versos foram parar noHino Nacional Brasileiro
Dedicando a sua musa amadaEscreveu Ainda uma vez Adeus...
Viajou para a AlemanhaOnde editou Os Timbiras em homenagem ao Brasil
Cujo destino seria nossa primeira EpopeiaAtestando o nascimento do Brasil
Todavia quis o DestinoQue morresse antes no naufrágio
Do Ville do BoulongeÚnico cujas forças combalidas
Não deixaram sair do navio.
535 Odone Antônio Silveira Neves - Porto Alegre/RS. – Brasil - 09 de fevereiro de 1945. Graduado em Letras: Por-tuguês-Francês e Literaturas; Pós-graduado em Língua Portuguesa, UFRGS; Mestre em Teoria da Literatura, PUC-RS. Estagiou Francês na Université Stendhal de Grenoble e no Centre Auditive Visuel de Langues Moder-nes/França; Professor de Francês e Literatura Brasileira nas Escolas Municipais Emílio Meyer, Nossa Senhora de Fátima e Marcírio Goulart Loureiro. Membro Efetivo da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, Porto Alegre/RS; Sociedade Partenon Literário, Porto Alegre/RS; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; e, Associação Internacional dos Poetas del Mundo. E-mail: [email protected]
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Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac - Olavo Bilac536
A GONÇALVES DIAS537
Celebraste o domínio soberano das grandes tribos, o tropel fremente
da guerra bruta, o entrechocar insano dos tacapes vibrados rijamente
O maracá e as flechas o estridente
troar da inúbia, e o canitar indiano... e, eternizando o povo americano,
vives eterno em teu poema ingente.
Estes revoltos, largos rios, estas zonas fecundas, estas seculares verdejantes e amplíssimas florestas Guardam teu nome: e a lira que pulsaste
inda se escuta, a derramar nos ares o estridor das batalhas que contaste!
Olimpio Coelho de Araujo538
“POEMA DOS POEMAS” (1) “Se te amo”, é claro, “não sei”Então, entôo “O canto do guerreiro,Ou tento “O canto do índio”,Para conquistar seus “Olhos verdes”.
“Ainda uma vez” me encanta “Seus olhos”,Não quero um “Canto de morte”,“Meu Anjo, escuta”, sigo o “ leito de folhas verdes”,E “Se eu morrer de amor”?!
536 Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac – Olavo Bilac - Rio de Janeiro – Brasil - 16 de dezembro de 1865 – FA-LECIMENTO: Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1918. Foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. Conhecido por sua aten-ção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista; também era defensor do serviço militar obrigatório[1]. Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, pela revista Fon-Fon. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas bra-sileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, “o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros” http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac
537 MORAIS, Clóvis. TERRA TIMBIRA. Brasília: Senado Federal, 1980, p. 67, Poesia compilada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
538 Olimpio Coelho de Araujo - Santo Antônio da Glória, BA – Brasil - 1949. Hoje resido em São Vicente, no litoral paulista. Sou poeta, com publicação em algumas antologias e vencedor de vários concursos como o da “Aca-demia Santista de Letras em 2010. Também sou escritor, aguardo uma chance para publicar o meu primeiro romance e escrevo contos e fábulas.
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Vou cantar a “Canção do tamoio”,Levar os “Últimos cantos à “Marabá”,
Juntos com as “Sextilhas de santo Antão”.
Apresentar “Cantos” a “Juca Pirama” “Leonor de Mendonça” os “Primeiros cantos”
Ou preferes ouvir o “Canto do Piaga”?
“POEMA DOS POEMAS” (2)Cantarei a “canção do exílio”
Para “O gigante de pedra”Feito “O soldado espanhol”
Guarda a “Recordação” dos “Seus olhos”.
Jogarei uma “Rosa no mar”“O mar” fará a devolução
Exclamará “Oh! Que acordar!”,Então, farei uma “Retratação”.
Não farei uma “Palinódia”Mas dedicarei uma “Canção”
E saberá”Como eu te amo”.
“A noite” terei “O amor”?“Espera!”, por favor, “Não me deixes”
Dedico”Zulmira” este “Soneto”.
“POEMA DOS POEMAS” (3) “No jardim”, vi, “A minha rosa”
“Meu anjo, escuta” a pomba “Rola”,Pois, ela te norteará o “Amanhã”
Ou chorarás “Sobre o túmulo de um menino”
Sei que provarás “A baunilha”,Então, descobrirei, “Como! És tu?,
Levarei “A minha rosa” à “Minha terra!”E provarás “O que mais dói na vida”
“Se muito sofri já, não me perguntes”,“Por “Amor! Delírio-engano”
Mesmo assim não será mais “A escrava”.
Honrarei “Minha vida meus amores”O meu projeto de vida é “Sempre ela”
Na “Deprecação” “Se se morre de amor!”
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POEMA DOS POEMAS (4)Guarda, Gonçalves, a tua “Canção do exílio”
E verás que as palmeiras murcharam,E os sabiás, suas vozes, silenciaram
E, de tristeza, nunca mais nidificaram.
Em nosso céu não vemos mais estrelas,Em nossas várzeas não há quase flores,
Os nossos bosques ficaram sem vida,Pois nada resiste a poluição desmedida.
Dos antigos primores desta terraNada é possível encontrar, apenas
Sacolas plásticas boiando sobre o mar.
Até mesmo as feias cobrasEstão beirando a extinção,As palmeiras secaram, e os sabiás estão na prisão.
RELEITURA DO “CANTO DO PIAGA”.Já não existem mais guerreiros nem taba sagrada,
A brava nação tupi também foi dizimada,Os Deuses dormem, pois, calaram a voz do Piaga.
Os guerreiros, adormecidos, não ouvem mais nada.
Oh! Ilustre poeta “Antônio Gonçalves”Derrotaram os guerreiros e queimaram a aldeia,Nada mais resta, apenas os “Dias” de apreensão.Lamento dizer-lhe, que a coisa virou um entrave.
Fantasmas vivos esmagam ou ferem de morte,Os verdadeiros e legítimos donos destas terras,E o canto do Piaga, agora, depende de sorte.
Eles viram, sim, o negrume no céu, o brilho do sol ofuscar,Pelas queimadas das florestas que fizeram o Piaga se calar.É impossível ouvir as corujas, pois, calaram o seu cantar.
Onã Silva539
DIAS DE OUTRORA... DIAS DE HOjE...Pergunto-lhe nobre Gonçalves
Que viveu noutro Século e DIASSerá que hoje pensaria nas aves
E para esta terra inda cantarias?
539 Onã Silva – Posse – GO – Brasil - 9 de outubro. É escritora brasileira, agente cultural de literatura e artes cênicas. Filiada à Rede de Escritoras Brasileiras e Academias Literárias. Graduada em Enfermagem e Artes Cênicas,Especialista em Saúde Pública,Mestre em Educação e cursa Doutorado.Escreve poesias,romances e outros gêneros.Tem diversas obras individuais e coletivas publicadas, a saber:A Quadradinha de Gude;Miriã, uma Enfermeira Bambambã;A Derrota de Penina,Histórias da enfermagem no universo de Cordel e outras.
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Poeta, todo aquele saudosismo,Que expressava à terra amada
Sonhos poéticos e o patriotismoNestes DIAS, a pena está calada.
Toda a bela e esplêndida naturezaQue lhe inspirava às belas poesiasMuitas matas são carvão-tristeza
E a devastação cruel, poeta DIAS.
Também sobre as suas palmeirasNestes DIAS é tudo arranha-céuCortaram-se as árvores altaneiras
Sepultaram-nas no asfalto e ao léu.
Quanto às aves que gorjeavamNaqueles seus DIAS, caro poeta,
Muitas que tantos admiravamSão mui raras, só em biblioteca.
Não são DIAS de romantismoQue outrora tanto lhe inspirava
Neste hoje de tão pouco lirismoMudou o País que lhe encantava.
Os DIAS poeta se transformaramAs pessoas correm e só desvivem Raros são os DIAS que poetaramCanções àqueles que sobrevivem.
Muitos estão em reais DIAS de exílioSofregando de tantos males e dores
Muitos irmãos têm olhos sem brilhoE outros, poeta, sequer tem amores.
Seus irmãos vivem noutro exílioPresos pelos diversos problemas
Uns pela fome ou sorte ou asiloSão DIAS sem canção e poemas.
Poeta da saudade e belos DIAS De terra de céu, palmeira e sabiáO nosso Brasil precisa de poesiasVamos Gonçalves DIAS admirar.
DIAS DE AMORESTodo poeta verseja o amorPara a terra, céu ou amada
Muitos rimam usando a dorQuando não tem musa-fada.
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Dias versejou sobre amoresPara as mulheres da sua vida
Seus sentimentos e suas dores,Encontro, beijo e despedida.
No coração do poeta, a musa,Ana Amélia sua rima e poesia
Levou-a na pena, à terra Lusa,Quanta saudade dela, oh! agonia.
Ana, a eterna musa do escritorHistória de amor e de tristeza
Longe dela, a vida, era incolorProibido de ver a sua princesa.
Distante da amada, era o exílio,Chorou o poeta e fez cançõesSem melodias sem estribilhos
Dilacerados eram seus corações.
Roubaram-lhe o carinho de AnaPor causa do preconceito cruel
Só não tiraram-lhe aquela chamaOriunda da poesia do menestrel.
Dias, expressão do romantismo,Cantava o amor e os seus amoresEm poesia cheia de saudosismoPara Anas, Olímpias e Leonores.
WWW.GONÇALVES ponto DIASNa era www e de buscador,Em tempos desta era virtualTenho um favorito escritorGonçalves Dias é especial.
No buscador é Dias e pontoOu é Gonçalves ponto com?
O que mais vale é o encontroEntre eu, o poeta e o seu dom.
Quando procuro este poetaPara pesquisar sobre o Dias
Aparece uma lista completaDe obras, histórias e poesias.
Gonçalves Dias é aparecidoNome grandioso na internet Pois jamais será esquecidoSerá eterno, este é o lembrete.
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Vou resumir nestes versosQue Dias é grande, eu conto,
É consagrado nos universos:Terreno, poético e PRONTO!
GONÇALVES DIAS, O POETA-PÁSSAROPoeta-pássaro, homem-alado,
Tem penas cheias de liricidadeComo romântico foi declarado
E inspirou-se na musicalidade.
Poeta-pássaro, homem-alado,Voava sempre na imaginação
O cenário-som era um aliadoVivia entre as aves, em rimação.
Poeta-pássaro, homem-alado,Escrevia com palavra e som
Ele sabia de cor e salteadoComo versejar dentro do tom.
Poeta-pássaro, homem-alado,A sua biografia é tão musicalCriou poemas, um privilegiado,
Cantos e Canções: o seu coral.
Poeta-pássaro, homem-alado,Cantou versos de pura saudade
Lembrou do céu do Brasil amadoE do sabiá, a ave da sua cidade.
Poeta-pássaro, homem-aladoCriador de originais poesias
Lembrou dos sabiás, admirado,Este poeta foi Gonçalves Dias.
POETA NOTA MILSalve,
Gonçalves!1000
Poesias.Mil
Canções.
Salve,Gonçalves!
Milhares DIAS(versos).Ilu(MIL)nares
Uni(versos).
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Salve,Gonçalves!
MilhõesFantasias.
MúltiplasCantorias.
Salve,Gonçalves!
SalvasBrasil!
Eternamente:POETA NOTA MIL!
Orlinda Ferreira de Souza540
A GONÇALVES DIASMinha terra tem palmeiras
E também tem SabiáEssa palmeira dá um fruto
Chamado de Coco-butiáQue alimenta muitos pássaros
E também, o cantor Sabiá . Quando olho essas palmeirasEntão começo a pensar...E me lembro de GonçalvesE dá vontade de Cantar : O fruto dessa palmeiraQue se chama Coco-butiáAlimenta muitos pássarosE também muito PiáMinha terra tem palmeirasOnde canta o Sabiá !
540 Orlinda Ferreira de Souza - Porto Alegre – RS – Brasil. Professora graduada em Letras com Pós-Graduação em Literatura Infanto-Juvenil, pela Faculdade Porto-Alegrense. Desde a infância é apaixonada por po-esia . Participa anualmente de diversas Coletâneas de Prosa e Verso. Muitos de seus Poemas viajam, em diversos Sites, pela Internet. Trabalha e reside em Porto Alegre, RS-Brasil.
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Orpheu Luz Leal541
ANTONIO GONÇALVES DIASPoeta Gonçalves Dias,
Tu estudaste em Portugal,Quanta amargura sofrias
Longe da Terra Natal.
Olhavas as oliveirasE outra ave lá estava,
Querias as nossas palmeirasE o Sabiá que cantava.
Sentias muita saudadeDa tua Pátria querida;
Com alguma dificuldadeVoltaste cheio de vida.
Teu berço é o Maranhão,A cidade de Caxias;Ficaste célebre, então,
Escrevendo poesias.
Com teu talento cresceste,Cresceu também tua fama,
Quanta beleza escrevesteTal como “I-Juca Pirama”!
Na lírica “Canção do Exílio”Exaltavas tua terra;
Como num eterno idílio,Só há amor, não há guerra.
Oswaldo Névola Filho542
MARANHãO, UM SONHO543
És para mim um sonho, Maranhão!Bela terra marcada pela história,
num passado eternal desta nação, tens registros gravados na memória!
541 Orpheu Luz Leal - Pirapetinga - MG – Brasil - 24 de janeiro de 1936. É Advogado, Funcionário Público e Profes-sor de Yoga. Possui quatro livros de poesias publicados: “Poesias para o Terceiro Milênio”, “Cenário Poético”, “A Vida em Poesia” e “Poesias Vivenciais”. Participou da I, da II, da III e da IV Antologias de Poetas Lusófonos, lançadas em Leiria, Portugal. É autor do Centro de Literatura do Forte de Copacabana. Recebeu o Título Hono-rífico de “Artilheiro da Cultura”. E-mail: [email protected]
542 Oswaldo Névola Filho. Natural de São Paulo. Reside em São Vicente. Poeta, escritor. Presidente da Casa do Poeta Brasileiro. Muitas premiações a nível Nacional e internacional.
543 In: LATINIDADE –III Coletânea Poética da Sociedade de Cultura latina do Estado do Maranhão, pp.73 e76, 2002.
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Sinto fluir no espaço tuas artes, nos trajes espelhados de mil cores,
arco-íris das fitas tu repartes, vibra em nós o rufar dos teus tambores!
Teu correto falar que contagia, rica história do boi vem colorida,
envolvendo teu povo na folia, enfeitando e alegrando nossa vida!
És orgulho da gente brasileira, és cultura, folclore e tradição,
qual fulgurante estrela da bandeira, reina em nosso céu oh, Maranhão!
LENÇÓIS MARANHENSESAres, mares, ventos, nordeste paradisíaco!São montanhas de areia: bailam lá e cá;
dunas maranhenses regem seu império, adornam o Maranhão, encantam as visitas!
Sob o domínio do sol resplendem luz!
Recanto Brasil, agreste paisagem, no emaranhado das matas, florestas tropicais,
cerrados, perto se espraia a mata dos cocais!À costa vêm os abraços, beijos de sal marinho, que o Atlântico oferta em prazer generoso!
Alucinação! surge o deserto, imperam as areias, onde os ventos céleres esculpem, desenham...Nos meandros das dunas, águas pluviais, ao fundo brotam os lagos, duas ilhas solitárias, vegetação viva, intacta que se impões sólida, numa inexplicável mágica que a torna permanente!
Fantásticas maravilhas naturais, lençóis maranhenses, que o Criador planejou, para delírio nosso!
Nesta terra insólita, belezas indescritíveis, onde se esquece a noção do tempo, que passa despercebido, esvaindo-se no espaço aberto ao céu e mar!
Ali, para não fugir à realidade brasileira, um povo luta, envolto em trapos, mísera pobreza, viventes das taperas, recompensados, porém,
pela riqueza que emana da natureza pródiga, fonte de energia, força e vitória, agruras dos fortes!
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Redes de dormir e de pescar, sonhos a caminho do mar...Cessam as chuvas, ventos que acalmam; o sal sob o sol,
guerra silenciosa, povo natureza, coabitam, lutam, num mesmo espaço coberto de areias finas, macias,
como lençóis distendidos, leves, soltos, jogados ao acaso...
Pablo Rios544
O ADEUSÓ menino mestiço!
Que longe choras pela pátria,Sentes saudade de casa e da musa
Cálida rosa a quem nunca quiseste dizer:“Ainda uma vez – Adeus”.
Perfume de Ana,Olhar de Amélia te cravam
Doce adaga de lembrança,Lembrança de tua terra,
Do teu amor passado,Do compromisso a ti negado.
Levianos eram os olhos,Majestoso o sorriso desse Vale.
Mas te negaram.
Ó menino triste!Que para longes foste da pátria,
Fugir da decisão que tua Ana tomara,Por honradez ou por orgulho?
Mas a deram a um igual,E no teu reencontro
Com o perfume de AnaE com o olhar de Amélia,Tiveste então que dizer:“Ainda uma vez – Adeus”.
SOBRE AS VAGASEram ali, naquelas terras
Onde eu queria estar.Sob a sombra das palmeirasOuvindo o canto do sabiá.
544 Pablo Rios - Jacobina – BA – Brasil - 30 de maio de 1983. Reside em São José do Jacuípe, também na Bahia. Possui um livro publicado – O Publicano e o Sepulcro Vazio – uma vasta gama de contos, poemas e crônicas sem publicação. Está concluindo o curso de Letras e pretende atuar na área de literatura. Sua ligação com Gon-çalves Dias vem da infância, pois em sua primeira apresentação literária aos 11 anos, ele declamou a “Canção do Exílio” para um auditório de mais de 300 pessoas.
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Porém encontro-me em ondasBravias e altas a flutuar,
Tão perto de minha chegadaEm um barco a soçobrar.
Flores, campos e amores,Nunca mais vou contemplar,
Em busca da saúde parti,Para na volta o fim encontrar.
Não achei o que buscavaNo velho mundo a vasculhar,
Tento então a toda sorteMinha casa avistar.
Mas as vagas me devoram,Ao largo das praias do meu lar.Ao mar ofereço o corpo,
Sob as lágrimas do luar.
Ardia-me o peito e a almaAo dos amores recordar,
Minha pátria não verei,Antes de os olhos fechar.
Mas avistam firmeAs quais desejo avistar,E amparo ao tombadilho,Água dos olhos deixo rolar.
Inda mesmo que eu pudesseEsse chão voltar a pisar,Nunca mais sob as palmeiras.Ouviria o sabiá.
PEDIDOPedi, pedi e pedi.
Queria ver minha casa, minha terra queridaAntes que o véu negro da morte Embotasse-me as vistas.
Atendeu-me o céus,Mesmo em agonia e dor,Meus olhos miraram o esplendor de meu lar,
Mas ali que queria pisar,Ali calar a voz,Sentindo o chão e a terraDe minha amada terra.
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Mas isto não me deste,Pedido perdido nos ecos do fim.
Comovido deixei a vida,E insepulto em chão parti,
Nas bravias profundeza azuladasDa costa de minha amada casa,
Achei descanso, sepultura.
Pedi, pedi, pedi.
NOVO EXÍLIOSei que a esta terra muito amaste
Nobre mestiço das letras.Porém se vivo ainda fosses,
Cismarias sozinho a noite?Pois veja como vossa terra está:
Vossa terra tem CachoeiraMensalão e marajá
Os políticos que ninguém merece,Abundam bastante por cá.
Nosso senado tem mais ratosNossas leis menos rigores
Nossas novelas mais luxúriasNossas músicas menos pudores.
E cismado na eleiçãoJá não sei em quem votar,
Nos ladrões que já estãoOu se novos ponho lá.
Mas ainda existem saboresQue em nenhum outro lugar
Podem ser encontradosComo encontramos por cá.
Ainda existem as palmeirasQue te faziam suspirar.
E mesmo com tanto malQue está espalhado por cá
Esta terra ainda é tuaE de ti sempre vai lembrar
Cada vez que alguém ouvirO canto sabiá.
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Patrícia Carlos de Sousa 545
À GONÇALVES DIASMestiçamente brasileiro
Nem o exílio o desabrasileirouEscreveu a sua terra,Encantado - encantou
Das maranhas do MaranhãoPara o mundo a poetizar
Berço de heróis essa terra éNão dos que voam, dos que fazem voar
Visionário, talentoso, viajanteFostes isso e ainda maisMas a vida é só instante...Dizem que só Amélia era seu cais
Até mesmo sua morte foi feito poesiaJá perto dum Lençol pra se embrulhar
O Grande Mar fez maresiaMorreu navegando e um sabiá pôs se cantar:
Maranhão, MaranhãoBerço e túmulo de heróis...
Paulo Acácio Ramos546
ALGUNS CANTOSEncontro marcadode três raçasmarcas de marcerrado e sertãoamor que se engana
amor que se deitano colo de Ana
amor que emanao calor dos desejos.
Poeta que cantae cisma, sozinho, à noite...
545 Patrícia Carlos de Sousa - Lago da Pedra – MA - Brasil. estudante de Serviço Social, ex-estudante de Letras, blogueira, Membro da Academia Lagopedrense de Letras. Nascida e criada em Lago da Pedra – MA, mora, atualmente, em Teresina – PI. Filha de Raimundo Claro de Sousa e Maria Nazaré Carlos de Sousa.
546 Paulo Acácio Ramos - Trofa - Portugal – 18 de Julho de 1963. Trofa em Portugal e depois Criado e Educado em alternâncias temporais tanto em Portugal como no Brasil, desde que aprendeu a ler e escrever que nunca mais largou o papel e o lápis para compor seus poemas e prosas curtas. Sempre envolvido com o estudo e a execução de obras plásticas e literárias está sempre pesquisa, além de ser professor de História da Arte e Artes Plásticas!
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O canto de belas avesque já não gorjeiam
como lá,um canto guerreirode glória Tupi.
Se alguém duvidardo que cantaste
eu digo prudente:“meninos, eu li!”
OUTROS CANTOSUm canto negro de morte.
Canto de índio sem sorte.Um canto branco aporte.A cada raça a sua sorte.
Cantos que cantam a artede ser desta gente morena
que habita uma terra gigante.
Poeta que canta sonantea voz livre da brisa serenalevando sabiá a toda a parte.
Paulo Pereira Fontes Martins547
TERRA NATALOh! Minha terra querida
Por DEUS foste abençoadaE aqui o poeta um dia nasceu
Com seus poemas e rimas,Que são gritos de guerra
Que teu povo jamais esqueceuPois teus versos e cantos
Em todos os cantos Há de sempre se cantar
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá
Nas palmeiras viçosasQue tremulam palmas ao ar
Há de sempre se ouvirAs belas notas de teu gorjear
547 Paulo Pereira Fontes Martins - São Luís – MA – Brasil - 04/11/1950, médico pediatra e neuropediatra, Mem-bro da SOBRAMES-MA, Participante de Coetâneas realizadas: Novos poetas brasileiros- 1988 (Shogun arte), Poetas brasileiros de hoje-1986 (Shogun arte), Novas poesias-1986(Cristalis Editora), Arte de ser-2003(SO-BRAMES-MA), Receita Poética-2008 (SOBRAMES-MA), Sobre o amor-2011(SOBRAMES-MA). ([email protected]
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Nesta terra queridaDe tal beleza outra não há
Não permita meu bom DEUSQue em terras distante morra
Pois quero morrer por cáMinha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá
03 DE NOVEMBRO DE 1864Cantaste a nossa terra querida
Exaltando-a em bela cançãoEm versos a tua dor sofrida
A saudade pungente do Maranhão.
Quiseras avistar apenas a palmeira Onde triste gorjeia o sabiáNeste chão de terra brasileiraOnde todos sempre hão de te amar
Em cismar sozinho à noiteAs lembranças chegavam a te açoitar
Dizias: - Mais prazer encontro eu lá
Fadado destino, a triste sorteQue águas maranhenses fossem teu leito de morteSem que na terra querida viesses a pisar
ÍNDIA POTYMinha terra tem uma bela índia Da grande tribo TupyNão permita Deus que eu morraSem que volte para ti.Sem que contigo faça amorQue não encontro aquiMinha terra tem uma bela índiaQue se chama índia Poty
Não permita Deus que eu morra Sem que volte para ti.
Posso amar por toda uma noiteMais prazer encontro eu lá
Minha terra uma bela índia Que não encontro por cá
Na ilha de mil mistériosSão Luís do Mara.
O GLADIADORSou bravo,Sou forte,Sou filho do norte,
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Trago comigo a faca de corte,Travo a luta de qualquer porte,
Não temo do destino a sorte,Se tiver como premio a morte.
Paulo Reis548
EXÍLIOMesmo preso ao
cordão umbilicalda terra mãe,há um exílio
em cada ser humano.Porque à medida
que o tempo avança,o passado ficamais distante,
e o presente segue,permeado de reminiscências,
de lembrançase de saudades.
Paulo Roberto Walbach Prestes549
GONÇALVES DIAS - Grito de um poeta (poesia livre)Já faz tempo, talvez nem tanto...Parece que ninguém sabe, que ninguém viu
nossos jovens frente aos computadores deturpando o nosso idioma gentil...As lembranças ainda vivem como de uma criançana saudade das bolinhas de gude e dos carrinhos de lata correndo pelo chão...Das fileiras em alas
de alunos no pátio da escola cantando o Hino Maior da Nação...A batida cadenciada pelos pés de toda tribo no chão de terra, sempre
ecoou como saudade nas batidas do coração do imortal, quejamais se encerra.
Não ouvimos mais crianças declamando,nem lendo livros de poesia, nempercebendo o roçar das palmeiras ou o canto
do sabiá - que ironia!...
548 Paulo Reis - São José do Ribeirão, Bom Jardim- RJ – Brasil - 06 de julho de 1964; reside em Nova Friburgo-RJ; é casado e tem um filho. Formou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia. Em 2003, sua poesia Friburgo foi recitada na abertura do desfile cívico-militar em comemoração aos 185 anos dessa cidade; e em 2007, participou como poeta convidado da revista Academia, edição comemorativa dos 60 anos da Academia Friburguense de Letras. Seus poemas estão publicados em diversas coletâneas e websites. ([email protected]).
549 Paulo Roberto Walbach Prestes - Curitiba/Pr – Brasil - 28 DE ABRIL DE 1945. Tem poemas classificados e premiados em concursos locais, nacionais e internacionais. Lançou sua primeira obra literária no dia 08 de março de 2012, Dia Internacional da Mulher, em Curitiba, biografia intitulada – “LIAMIR – Mulher Araucária”, com mais de 400 páginas e mais de 200 livros vendidos no dia do lançamento. Tem poemas em Antologias nacionais. Tem um livro elaborado de forma artesanal; ”França - um sonho de Luz”, que mereceu um cartão elogioso do Embaixador da França no Brasil. Já em prelo, seuprimeiro livro de poesias, todas com ilustrações inerentes ao tema. A inspiração vem de seu anjo da guarda, pela luz de Deus.
627
Nosso céu ainda tem estrelas, não as estrelas do brilho de outrora, onde o vate no seu exílio cantouos amores de sua terra,e das matas e dos índios, sonhando a cada
diauma nova aurora...No quadro negro quem cantava era o giz, sublinhando palavras de força e
emoção,que só ele poetizava... E hoje, estou fazendo o que sempre quis...Já faz tempo, talvez nem tanto... Ainda lembro quando o professor mandava declamar Gonçalves Dias, e de emoção eu gaguejava, minhas
cordas vocais ficavam vazias com receio de não lembrar nada,ou errar os últimosversos,matando a cadência do batuque dos tambores da mais
linda canção,que no meu coração ficou calada.E no pranto do forte e do bravonativo brasileiro, que sabia separar
o bom do joio,no final exultante da velha Canção do Tamoio (que de velha não tem nada), quem chorava era eu...
Mas ainda vale a pena ouvir o canto do sabiá às cinco da manhã,prenunciando o amanhecer em real beleza,como se trouxesse de volta aquela flor de maçã,debruçada no regato e gritando a dor da morte na impiedosa correnteza...Agora, acordo de um sonho distante e grito:
- Brasileiros, meus irmãos compatriotas,não deixem a nossa língua mãe, não,
ser transformada da bela Flor do Lácioem idiota,nem ser levada pela leviana correnteza da omissão...- Lingua Mãe, não morra, não!
Pedro Ely Oscar Noé550
MINHA CANÇãO DO EXÍLIOMinha terra tem um lago que todos chamam de rio.Para mim, parece um mar, já que as ondas me fazem pensar.
Minha terra tem amigos que vão; amigos que vem.
Quer ser meu amigo também?
Os pássaros voam assim como os meus pensamentos.
O que antes era novidade; agora, é só mais um dia na cidade.
Aprendi a pensar; assim comecei a rimar.
550 PEDRO ELy OSCAR NOé. Artista plástico, desenhista, cartunista e ilustrador de capas de livros. A verdade é que a arte está na alma do Pedro, mesmo quando ele joga videogame ou navega na internet, dá umas pausas para extravasar a criatividade. Em 2008, conquistou o 1º lugar no Concurso “A Fantástica Fábrica de Celulose”, promovido pela ARACRUZ CELULOSE. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Camisetas Poéticas”, 2011; e, “Porta-Joias Poéticos”, 2012. E-mail: [email protected]
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Pedro Peruzzo Mibielli551
CANÇãO DO EXÍLIONo Rio Grande do Sul,
praias e campos verdes; gados e mais gados;
campos e muitas árvores,que, no deslocar do vento,
mostram sua beleza.Aqui, há muitos encantos
que a saudade não deixa apreciar.
Um velho na mesa ao lado, olha-me fixamente;
e, com um olhar de compaixão, dá-me um longo sorriso.
Levanta-se e, de mim se aproxima, dizendo: “- Também estou longe de meu rincão”.
Pietro da Costa Rodrigues552
CANÇãO DO EXÍLIOPorto Alegre, cidade maravilhosa...
Aí, temos chimarrãoe erva-mate pura;
Aqui, há um tal de tereré,também feito de erva-mate,
mas, que não se parecenenhum um pouquito
com o teu tradicional mate.
Porto Alegre, praças verdes;pontos turísticos quentes;
e Laçador saudando turistas.Sol... chuva... Porto está Alegre.Aqui, festas boas... momentos bons,
mas nada como Aí.
551 Pedro Peruzzo Mibielli - Porto Alegre/RS – Brasil - 07 de outubro de 1994. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Tem participação nos Elos de Amigos, da escritora Socorro Lima Dantas, Recife/PE; e, no Painel Poético 2011, comemorativo ao Aniversário do Atelier Livre da Prefeitura Municipal, de Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: 2011 - “Canecas e Camisetas Poéticas”; 2012 - “Caixas Poéticas”. Curte informática e corrida de motocicletas. E-mail: [email protected]
552 Pietro da Costa Rodrigues - Porto Alegre/RS – Brasil - 19 de novembro de 1994; Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Coautor do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, Sorocaba/SP. E-mail: [email protected]
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Querubino Lagoa553
A ANTôNIO GONÇALVES DIAS554
Às quentes plagas da gentil AméricaBem-vindo sejas, magoado cisne;
Suspirava por ti teu pátrio ninho, O soberbo Amazonas.
Àquele que também, longe da pátria,Sentiu como sentiste acre e saudade
Só pode avaliar tua alegria Neste feliz instante.
Comprida a ausência foi, mas do desterroEm breve esquecerás memórias tristes,Mal das sandálias tuas sacudires O pó do teu caminho.
Só eu triste de mim, funesta estrelaQue em meu berço raiou de nobre origem,
Hoje esquecida – quer agora e sempre Que eu seja aqui proscrito.
Jamais, jamais àquelas que deixasteMargens do pátrio, merencório DouroE do Mondego os deleitosos campos E o majestoso Tejo.
Aquele céus d’anil, d’ouro e de púrpura,Frescas manhã d’abril, pálidas noitesDo suspiro agosto e o bando alegre De cândidas donzelas.
Jamais, jamais o ninho meu querido,De tristes que ora são, os ledos olhos
Verão, onde passei horas contentes De descuidados anos…
Oh! como mar em fora, de perdidoAtrás d’um sonho vão, dum bem gozado
Sobre as húmidas asas da saudade Voava o pensamento!
553 Querubino Lagoa. Poeta português erradicado no Rio de Janeiro, saudou a chegada de Gonçalves Dias com estes versos em 1846. Gonçalves Dias respondeu-lhe noutra poesia, A um poeta exilado, com data de 12 de junho de 1847, publicada entre os Primeiros Cantos. O autor republicou-a no seu livro Vozes Tímidas, no Porto em 1865.
554 In LIMA, Henrique de Campos Ferreira, Gonçalves Dias em Portugal, Coimbra, Coimbra Editora, 1942, 11-12. Compilador: Weberson Fernandes Grizoste. Poesias compiladas por Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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Volvo de novo ao começado assuntoE o astro novo, que nos céus desponta
Do opulento Brasil, corro a saudá-lo, Soltando alegres hinos.
Fora baldado o empenho; ao sentimentoNão corresponde a voz cansada e triste, Nem outras peças do desterro às plagas
Senão pálidas flores.
Por margens do formoso GuanabaraAssim cantava magoado, errante
E só triste um exilado moço Um português proscrito.
Rachel Alves - KeKa 555
CANÇãO INDÍGENAAos Índios Guarani Kaiowá e in memorian of “Gonçalves Dias
No anoitecer da esperança, Eis que lá no fundo da mata
Surge um grito que quebra o silêncio, Que sai do fundo da alma e ecoa...
Tão aflita, triste a chorar...!
É profundo e bonito, Parece mais um canto,
Feito de lágrimas do coração, Que faz estremecer...
É o grito indígena que encanta... Denuncia, geme e implora!
* É um pedaço de mim esquecido e maltrado,
É um pedaço de Gonçalves Dias nas estrelas indignado! É um pedaço de nós completamente ignorado!
Um grito que pede socorro e abrigo! Pede um ninho para o seu cocar e sua flecha,
Para descansar e cuidar das nossas florestas! Perto das majestosas e límpidas águas dos rios.
* Eles são a seiva das árvores,
Representam as memórias do homem vermelho, Em sagradas terras por onde pisam e pisaram!
São símbolos de vossos ancestrais, São fios de ouro da nossa história,
555 Rachel KeKa ALVES
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Tecidos com o suor do trabalho e sangue, E agora desfeitos pelo homem branco!
* E agora...são simplesmente jogados pra fora!
Não importa mais o que fizeram, Esqueceram até do Tibiriçá! Após 500 anos de convivência conflituosa,
É a vez dos Guarani Kaiowá, Que sofrem demais
Pela crueldade dos fazendeiros segregacionistas de lá! *
A luz findou, os sonhos estilhaçaram-se! Minh’alma repousa dilacerada em agonia...
No âmago da arte ouve-se o grito! Na realidade absurda enterra-se o mito! As margens do rio Hovy anuncia-se o genocídio!
Rafael Büger Ruiz556
CANÇãO DO EXÍLIOPorto Alegre é uma cidade bastante arborizada
com boas condições de vida, trabalho e estudo. A infraestrutura de lá, em vários aspectos, é superior a de cá.Aqui, a cultura não é muito diversificada. Lá, além de possuirmos expressivo folclore, temos um significativo patrimônio histórico.
Rafael Güntzel Orizenco557
CANÇãO DO EXÍLIOMinha terra tem mais diversidade;
Aqui, tudo é pequeno;
556 Rafael Büger Ruiz - Porto Alegre/RS – Brasil - 26 de junho de 1994. Filho de Lourdes Büger Ruiz e Duncan Dubugras Ruiz. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Ima-gens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Caixas Poéticas”, 2012. Curte futebol e basquete. E-mail: [email protected]
557 Rafael Güntzel Orizenco - Porto Alegre – RS – Brasil - 24 de março de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Ale-gre/RS, Cadeira 35, Patrono: Raul Bopp; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; Associação Internacional dos Poetas del Mundo; e, Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal. E-mail: [email protected]
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sendo possível circularmos por ruas onde não se vê, aos sábados,
nenhum estabelecimento comercial aberto.Minha terra oferece
mil alternativas de lazer;Aqui, estão começando a sair
da quimera depressiva.A esta estranha terra,
procuro me acostumar, pois, várias vezes no ano,
em seu solo piso, para parentes distantes visitar.
Rafael Sânzio de Azevedo558
GONÇALVES DIASÁguas do Maranhão. Mas o navio
tomba, soçobra, afunda em pleno mar.Salvam-se todos, a tremer de frio,
e assustados. Porém é bom contaros passageiros. Não! não se salvaramtodos. Falta um, que último sono dorme
na profundez do abismo, que o tragaramas águas frias do oceano enorme.
Vindo enfermo, de terras estrangeiras,sonhava o dia em que, chegando cá,
ia rever o verde das palmeirasonde ouvia cantar o sabiá.
E uma imensa mortalha cor de anil cobre o maior poeta do Brasil.
Rafael Severo Meira559
CANÇãO DO EXÍLIOAqui, estou a pensar em lá.
Lá, tenho amigos com quem vou a shows
ou troco jogos; passatempo preferido.
558 Sânzio de Azevedo - Rafael Sânzio de Azevedo - Fortaleza-CE - Brasil - 11 de fevereiro de 1938. Doutor em Letras pela UFRJ, foi professor de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Ceará. Autor de mais de 20 livros, cultiva a historiografia, o ensaio e a poesia. Exemplo da primeira é Literatura Cearense (1976); do segundo, O Parnasianismo na Poesia Brasileira (2004) e, da terceira, Cantos da Antevéspera (1999).
559 Rafael Severo Meira - Porto Alegre/RS – Brasil - 30 de julho de 1999. Filho de Ariane de Freitas Severo e Rogério Hamilton Genovesio Meira. Estudante do Ensino Fundamental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Curte música e jogos eletrônicos. E-mail: [email protected]
633
Aqui, fico perdido, sem rumo a seguir.
Quero a minha terra voltar e, com os meus amigos,
logo encontrar.
Rafael Zen560
ODE AO CIÚME qUE SINTO POR jULIAN.imaculada
essa sua coroa de espinhos,julian.
dormimos como uma concha,dormimos virgens
mas acordamoscom a plena certeza do
fim do amor
acordamos hoje,com a cabeça ontem
discutindo se a saudadeque aqui gorjeia
gorjeia como a de lá.
SAMPLEAR.Aqui na florestaNão permita Deus que eu morra,
No meio das tabas de amenos verdores,Não permita Deus que eu morra,
No arco que entesaNão permita Deus que eu morra,
Dos teus olhos afastado,Não permita Deus que eu morra,
Guerreiros, ouvi-me,Não permita Deus que eu morra,
560 Rafael Zen - Brusque/SC – Brasil – 19/11/1987. Publicitário, poeta e artista plástico, Rafael Zen é um dos responsáveis pelo concurso Poesia Urbana, realizado anualmente na cidade de Brusque/SC pelo Centro Uni-versitário de Brusque - UNIFEBE. Possui duas participações em livros pela editora SESC e em agosto de 2012 lançará seu primeiro livro solo, intitulado “A questão da Andorinha”.
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Quem há que me afronte?!Mil arcos se encurvam,
A morte lá paira
Mil homens de pé
Mil gritos reboam:Não permita Deus que eu morra.
Poema composto de fragmentos dos poemas: O canto do guerreiro, Canção do exílio, Juca Pirama, Canção do Tamoio e Ainda uma vez –
Adeus de Gonçalves Dias
HAICAI COMO RESPOSTA A UM TIPO ESPECÍFICO DE EXÍLIO.
minha paciência esvai,se lá é melhor que cá, julian,
então vai.
Rafaela Machado Longo – Rafaela Malon561
O qUE NãO DÓI NA VIDAAquele beijo com gosto de jasmim
Sentir as mãos do meu amadoEntoado em versos sem fim
Lindas lembranças do passado
Ouvir daqueles lábios devaneiosPalavras doces, venturosas.
As gloriosas tardes de JaneiroLindas rosas vermelhas graciosas.
Escutar o barulho das ondas do marSe entregar sob o luar
Pensar em mil maneiras de dizer “Eu te amo”Mil sentimentos espalhados no oceano.
Reencontrar antigas afeiçõesA dor que tem cura
Aceitar imperfeiçõesPalavras ditas com doçura.
561 Rafaela Machado Longo - Rafaela Malon - Assis, São Paulo, Brasil - 19 de Abril de 1985. Escreve poesias, den-tre outros textos desde os 15 anos de idade. Por ser musicista e compositora, o dom de escrever têm apenas somado em suas criações. Possui vários poemas em mídias impressas, digitais, coletâneas, além de ter mais de cinquenta musicas compostas (letra e melodia), com três CDs demos lançado até o momento.
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Railde Masson Cardozo562
MUSA DOS DIAS DE GONÇALVESForam-se embora os Dias de Gonçalves, o Poeta,
deixando-me Musa anônima na posteridade que vivo,sem direito no testamento, de ser chamada de amada.Restou-me luto poético na qual mergulho enclausurada.
Cabisbaixo enamorado da caneta, não deslumbrou o verde de meus olhos dentre o musgo das Palmeiras...
Não me viu debruçada sobre seus ombros, lendo suaspoesias por primeiro... Chamava-me de Amor, mas
mesmo assim não me ouvia respondendo...Anoiteci lendo suas missivas de dor e não mais acordei.
Foram-se também os meus Dias e noites com Gonçalves!Preferiu meu amado, fechar os olhos à me esperar.Entregou-se aos braços do mar, ouvindo o canto da sereiaao invés do choro do sabiá. Tão iludido estava a procura
da tal felicidade, que resolveu se entregar, não mais lutar.“Se Morre Sim” nobre poeta, sou prova disso longe de ti.
Pois amargo o fato de ter nascido bem depois de ter me escrito. Num universo paralelo, leio todas suas cartas e
deixo as minhas respostas no parapeito da janela.Unidos eternamente estaremos, na estante de poesias.
Saudades sinto de GONÇALVES DIAS...
Raimundo Carneiro Corrêa563
MEMÓRIA “As armas ensaia, Penetra na vida” Gonçalves Dias CANÇÃO DO TAMÓIO
De mim, na Escola!Menino orador
Em tempo de festaDo verde-amarelo!
Das palmas! Palmeiras
562 Railde Masson Cardozo - Maringá – PR– Brasil - 29 de outubro de 1969. Professora, pós-graduada em litera-tura inglesa/UEM-PR. Escritora e poetisa dos livros “Cartas de Evita que Perón não leu”, “Anita pontoG.com” e outros. Participou de 04 antologias poéticas “POESIAS ENCANTADAS”, destaque no segundo livro. Escreve para a revista Tradição de Maringá e no site www.railda.recantodasletras.com.br e www.allpoetry.com onde tem recebido inúmeras menções honrosas.
563 Raimundo Carneiro Corrêa - Esperantinópolis, MA – Brasil - 07 de julho de 1940. É educador aposentado, contista, romancista, poeta, estudioso da História de Esperantinópolis, Dedicou-se sua juventude e vida adulta às causas da educação, da cultura, da democracia política, protagonizou lutas, movimentos, sofreu derrotas e colheu vitórias. É o autor dos símbolos municipais, a Bandeira, o Escudo d’Armas, a letra do Hino que a musa e esposa Graça Lima musicou. É o fundador da Cadeira nº1, Patrono Olímpio Cruz, da Academia Esperanti-nopense de Letras.
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De enfeites ao vento...Tambor a marcar
O ritmo, a rima...Poema desfile,
Hino NacionalMenino, eu, contente
Por ter que falarPlateia me ouvindo...
Eu a declamarCom Gonçalves DiasA Canção do Exilio.
Que honra! Emoção!Ouvir que o Poeta
Dizia-me:- “Pois
Bem! Fala com gosto,Dá ênfase à palavra
Palmeira! Palmeiras!De amor te declaras
E diz: “Minha Terra!”.Batuca nas rimas
Dos á... á... Sabiá!E aguarda os aplausos
Que te envolverão. E mais! Tua mãeA abraçar-te virá,
De ti orgulhosa!Serás, sim, poeta
E a mim cantarás!...Respira! Vai lá”!
PALCO
“...as tabas opinas, -uma e uma derramadas
Em giro, como dança dos guerreiros” Gonçalves Dias
OS TIMBIRAS - CANTO II
Fazíamos teatro!No palco, o palhaço,
cigana, os índiosdas matas, guerreirosdas tabas –Palmares!
Dos cantos, Timbirasde Gonçalves Dias.
Das formas mais belas,de colos que assentem
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colares das coresdo enlevo das raças
morenas, humanasdo ser maranhense.
Timbiras valentes!Do canto epopeia
do amar, do viver,voar pelos céus
em festa de pássaros,da caça, em combate
por posses da terra,selvagem vitória!
A gente escrevia.Compunha de inventosas letras e músicasque nos ensinavaa musa romântica
nos vindo co’ os toquesde inúbias, tambores...
fazia-nos dançar!
E compreenderque a dança compõe
cenário belezaque faz ser a terrade todos os bensTimbira, da herança,sertão de Caxias,palmar dos enredos,do amor poesiade Gonçalves Dias!
O MAR DE ATINS
Do coração arrancados,Sobre lábios desmaiados”
Gonçalves Dias
OS SUSPIROSAs ondas... As ondas!
Dão formas, imagens,se dizem que sãomesmo corações!
Sim! Dois corações!Parecem-se corSanguínea d’amor!São como se o solfizesse, ele mesmo a
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colorir nas curvasdas ondas do mar
das vagas de Atins!Quem vê!... Marinheiros
na tarde de soldo Ville de Boulognetão manso a vogar,
tão perto ao chegardo ver terra amada...Em festa, palmeiras,
ninhal sabiáse uns olhos... De amor!
Eis Gonçalves Dias!Que vem de regresso!
Que traz muitos versosEm arca bagagem...
Pensando a ventura,então de saudade,
passeios nas tardes,rever em Santana
mirante fechado...Oh vive Ana Amélia?...
Não vem à janela?Cadê tanto amor,Cadê lindos olhos
e o sorriso dela?!
Mas o mar não o ouviu,cantando a esperança...
Oh! Zomba e desfaz-sedo ser corações!
Alteia-se e o tragaAs forças ferozes
de altivas procela!
O DIA DE CAXIAS “Caxias, bela flor, lírio dos vales,
gentil senhora de mimosos campos,como por tantos anos foste escrava?como a indócil cerviz curvaste ao jugo?”
Gonçalves Dias
AO ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DE CAXIASCaxias!
Um cacho Jussaramoreno do sol
em banhos de riodo olhar sertanejo!...
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Caxias! De enredos!Balaios... Suor...
Perfume alecrim,das eras, arados,
enxadas, espadas...Vermelho arrebolda garra, do novo
do vinho de auroras!...De aldeias do amor
que um “Dias” te lê!
E faz que te inscrevasNum canto leituras,
Sol de Aldeias Altasda fé comunhãocauim, maracáque as sílabas cantamcanção de ninar.
Do sonho do bardomaior maranhense!
Que nasceu em ti,Ó campos Caxias!
A quem das a lirado olhar! Céu de estrelas...
Alvíssara cartaque vem dos heróisde brava escrituranos lês, dás de ensinona voz de um menino,vem, Gonçalves dias!
É a roda leiturado livro que encantada glória, vitória...Carta liberdade,
do Dia, da Idade,teu Dia, Caxias,
mulata cidadede Gonçalves Dias!
RIO DE INFÂNCIA“E das águas que fogem incessantesÀ eterna sucessãoDizia sempre a flor, e sempre embalde- ai, não me deixes, não!”
Gonçalves Dias
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NãO ME DEIXES
Os Eros em fúriasde peitos montanhas,
sentir d’olhos dáguas...O’vêm! Correntezas
de Itapecuru!
Ternura água benta,Batismo festejo
Que aos filhos dá nomesdos “Silva” dos “Dias”
das gentes morenasde Gonçalves Dias!
O’ rio de infância!Caminho de igaras
que vão ver o mar,trazer negro-branco
que ao índio associaa cor Maranhão!
Poema de um povo,regaste roseiras
Co’os cheiros das núpcias.De sinos, tambores
és festa que em dançabuscou liberdade!
Que nunca é de graça!Salário suor
que rasga das noiteso tempo coragem!
D’amor que humaniza,Constrói casas novas...
O’ rio riqueza!Por transito livre,
vais, buscas do maro ver grande mundo,
vagas da amplidãoe o gosto do sal
- civilização!
Caxias do rio!De Itapecurus
das águas, caminhode pedras sagradas,que às sedes se dá,
poema do marnum canto sertão
nas harpas palmeirascom o sabiá!
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Raimundo Nonato Barroso de Oliveira564
RECORTES: Gonçalves Dias para Ana Amélia(Composição: Letra e Música de Raimundo Barroso )
Se se morre de amor!Ilusão que se esvaece
D’amorNinguém sucumbe à perda
Amá-la!Sem ousar dizer que amamos
Isso é amor...E desse amor se morre!
Seus olhosÀs vezes luzindo2X Às vezes vulcãoVê que ainda sangra
Ferido coraçãoE entre angústias cruéis
Minha alma anseiaDeitar-me
Sobre a copa traiçoeiraFalsa mulher
Apesar da aversão ao crimeVisgo nojentoEm prantos de loureiraEnfimVejo curvado2X A teus pés dizer-teTédio ditérios seusUma vez adeus!( Oh! Se lutei...! )
Raimundo Nonato Campos Filho565
ANTôNIO GONÇALVES DIASAntônio Gonçalves
em seus pródigos Dias
564 Raimundo N. Barroso de Oliveira. Vargem Grande (MA) – Brasil - 31 de maio de 1950. Engenheiro Metalúr-gico e Professor do IFMA. Doutor em Ciências Pedagógicas-ICCP–Cuba, validado pela UFSC. Coordenador do Processo da USIMINAS, ALBRAS e ALUMAR. Diretor do Ensino, Planejamento e Administração do IFMA. Espe-cialista do Conselho de Educação. Projeto Bumba Boi en France premiado no IFMA-CNPq e MinC. Vencedor do FESMAP (melhor música). Um livro paradidático editado.
565 Raimundo Nonato Campos Filho - São João Batista – MA – Brasil - 29 de outubro de 1951. Membro do Ins-tituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ocupante da Cadeira nº 5. Graduado em Direito; Ciências Contá-beis; Química Industrial; Psicanalise Clínica; Licenciatura Plena em Disciplinas Profissionalizantes; Licenciatura Plena em Química. Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Auditoria Contábil; Direito Tributário e Legislação de Impostos. Mestrando em Ciências da Educação. Doutorando em Direito Civil. Professor adjunto da Universidade Federal do Maranhão.
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poeta ilustre se fez Como homem amou como nunca
E deu à Ana, sua musa mais de uma vez Adeus !
O oceano da sua terra querida Em seu seio o acolheu
Os sabiás e palmeiras cruzaram fronteirasE o mundo inteiro o conheceu!
Os seus poemas na terra Para sempre ficarão
Semeando amor, justiça e equidade, Por toda a eternidade!!!
Ramon de Figueiredo Leandro566
ANA AMÉLIAA musa que inspira a todos
Debruçou-se na minha sacadaFicava olhando ao redorComo se não quisesse nada
Encarou-me instantesSenti-me ofuscar
Seu lindo rostoQue não parava de brilhar
Ana chamava-seDisse-me ter vindo trazer inspiração
Com cantos e poesiasTudo vindo do coração
Seu nome assonânticoRessoava nos portões
Dama do BrasilConhecida por seus padrões
Um amor esquecidoFoi-se embora para Portugal
E seu nome era DiasDias que passaram sem se ver
566 Ramon de Figueiredo Leandro - Sousa- PB – Brasil - 13/02/1994 Estudante de Relações Internacionais – UFPB. Motivos para participação: Tive interesse em participar por me interessar bastante pelo autor em questão e pela simples proposta de escrever, com a qual me identifico muito.
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O HERÓI TAMBÉM CHORAA inspiração de Juca
Excedia seu espíritoGuerreiro e orgulhoso
Parecia uma fera
De queixo erguidoEnfrentava qualquer um
Descalço ao solo da florestaGritava destemido
Mas no dia da infelicidadeSua força perdeu a vontade
Com tintas foi pintadoE se faria de ensopado
Contudo o choro pode salvá-loMas seu orgulho foi bastante afetado
Quando não pode mais entrar na panelaJuca Pirama feriu seu espírito
Quando prestes a ser devorado
Raquel Campos Pereira567
GONÇALVES DIAS É IMORTALGonçalves Dias,Homem de grande valorProfessor e escritor
Um homemQue com amor, batalhouAté conseguir o que sonhouSer um escritor de grande valor
Morreu num naufrágioNa costa do Maranhão
Querendo voltarPara ver seu torrão
Que pena! Gonçalves DiasNão pode ver o dia
Da volta com alegria,Mas deixou sua poesia
É imortal, Antonio Gonçalves Dias
567 Raquel Campos Pereira - São Luís – MA - Brasil – 01/08/2001. Escola Paroquial Frei Alberto. Motivo da parti-cipação: Eu achei muito importante as poesias de Gonçalves Dias. Por isso quero também fazer parte dessa homenagem a ele porque suas poesias fazem sucesso até hoje.
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Raquel Ferraz Sokolnik568
CANÇãO DO EXÍLIONeste lugar onde me encontro,
há muitas paisagens para serem vistas;apreciadas e admiradas;
no entanto, é Lá que encontro a beleza que encanta meu ser.
Aqui, os problemas sociais e políticossão tantos que, com frequência,
vejo-me assustada; Lá, sei que esses também existem,
mas parece-me que os governantes procuram resolvê-los,
dando mais segurança e tranquilidade à população.
Raquel Oliveira Sá569
O POETA E A FLORDebruçado na borda do navio
Olhando o mar com seu olhar de poetaVia o azul sem fim a iluminar
Seu peito dançava alegre como em festa!
Recordava-se de amores e alegriaE dos seus sonhos
Que não passaram de uma fantasia.
Ser poeta ou não ser Por que chorar?
Pois o tempo não pode mesmo regressarE trazer de volta a sua mulher amada
Com seu sorriso encantando as madrugadas.
Debruçado na borda do navioO poeta recolhia do sentimento uma flor
Das palavras que ele mesmo escreveraFalando da morte que teve seu amor!
568 Raquel Ferraz Sokolnik – porto Alegre – RS- Brasil - 4 de setembro de 1992. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 36, Patronesse: Cora Coralina; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; e, Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal. E-mail: [email protected]
569 Raquel Sá - Raquel Oliveira Sá - Fortaleza - CE – Brasil - 25 de outubro de 1981. Escreveu e dirigiu um musical infantil no intuito de resgatar a cultura da música popular para crianças. É ilustradora, roteirista e compositora. Publicou sua primeira obra poética “Minha Meninice & Outras Poesias” em 2009 pelo BNB.
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E como um pássaro que cantarola para fugirSem que seus olhos conseguissem reagir
Encheu o mar de pranto e nostalgiaFormaram-se as tempestades
E adeus Gonçalves Dias.
E caindo nas águas, que agonia,Entre gritos, agitações e esperanças,
O poeta serrou seus olhos apaixonadosCom o temor que procede de uma criança.
E mesmo morto com sua alma a vagarEntre as palavras que conseguiu expressar
O poeta faz-se vivo e iluminadoCom o sentimento de seu amor inacabado!
LUA DE AMORA lua cor de prata
Tão ingrataQue mata...
Que mata o poetaPela beleza
Pela cor- o amor –Tão belo o sentimentoE tão enigmático!
A lua cor de prataNa melodiaQue inebria o poetaTal qual Gonçalves Dias.
Minha terra tem palmeiras?Isso importaA palavra não é morta
- o amor –A cor
A dor.
Luz que alumiaQue irradia
Que deixa perdido o poetaE no entanto
Para que amar tanto?EspantoPrantoManto...
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Manto de sonhosSonhos azuis
E sonhos de amor- o poeta é a dor –
A lua cor de prataÉ a luz que maltrata!
SILÊNCIO NO PAPELO homem triste
Olhava o papel escritoCom poemas e sonhos
Tão risonhosNo vento
Alento!
Queria saber lerO homem triste
Queria escreverViver
SerE ter...
Por que seus olhosChoravam?
Amargurado o homem tristeSem saber se ao menos existe.
Tão risonhoMas tão calado
Olhava o caminho Do passado
AmarguradoSofrido
Homem tristeReprimido!
Queria escrever suas doresSeus temores
Seus amoresMas, não sabia como
Da palavra escrita nada saíaNão podia...
O homem tristeQueria ser poeta
E olhava o papel escritoEntoando doces melodias
Com as palavras De Gonçalves Dias.
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Ali ele nada poderia saberEra um papel mudo, sofrido,
De um homem triste que não sabia ler.
A MORTE DA VIUVINHANo quarto uma molduraEm qual altura?
A molduraQue emoldura o amor
Que passouO amor que morreu
E que valeu.
A viuvinha que rirE que ama seus netinhosQue cantaFazendo trançaQue ama com um amor de menina
Que ensina as rimas...
No quarto a molduraDa altura da alma
Que acalma.
O pranto no meio da madrugadaA viuvinha caladaSem compreender nada!
Ela cantaFaz trançasEncanta.
A viuvinha que viveuQue sofreuQue aprendeu Trás no peito um poema
Do seu tempo de criançaNo qual tanto ela aprendeu!
No quarto uma molduraQue emoldura e trás para a viuvinha
A “canção do exílio” de Gonçalves Dias.
O pranto no meio da madrugadaEntre cantos e tranças
Na moldura caladaQue agora velaUma viuvinha amada.
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CÂNDIDACândida na rua
Olhava os passarinhosQue viviam sozinhos.
A rua tão triste e vaziaSerá que existia?
Cândida na ruaMenina-moça
Que gostava de biscoitoE não tomava sopa
Que fugia da escolaE queria ser aeromoça!
Tão triste, coitada!Sofria sem saber nada
Tinha meleca no nariz Era tão criança a danada!
Cândida queria ser logo uma mulherQueria ter pé em cima do salto
Da altura do sapato de sua tia Salomé.
Queria ser musa de poetaOlha que esperta!
Queria ser o tom de uma cançãoEm um poema que irradiava a fantasia
Nas palavras apaixonadasDe Gonçalves Dias.
Mas seu biscoito era doceE sua vida era salgada
Queria ser aeromoça sem saber de nada?
Cândida olhava os passarinhosSozinhos, tristonhos,
E fazia um biquinho medonho...
Se era choro eu não sei Mas era coisa de menina-moçaQue odiava sopa e lavar louça.
Nada sabia fazer aquela criançaSó bailava e encantava
Na primavera de uma eraTão sonhada.
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Rayron Lennon Costa Sousa.570
ETERNAMENTE GONÇALVES DIASAntônio era o seu primeiro nome.
Com os “Dias” cresceu e se fez presente. Vindo do pequeno pedaço de terra do Maranhão – Caxias, pra encantar tanta gente.
Das Europas rumo à frente fez morada. E depois de viver o mundo tão grandioso lá fora voltou.
Voltou pra sua terra natal, não haveria outro lugar se não aqui. E (in) felizmente por acidente do destino, veio a descansar nos
braços de mar da Tutóia. Filho da mestiçagem.
Não negava seus traços. Era moço sentimental que de tanta saudade das palmeiras, dos sabiás, resolveu se exilar em Portugal. Nascendo assim nosso segundo hino brasileiro: Canção do
Exílio. Encontrou em Ana Amélia seu grande amor, e se fez um poeta
mais que verdadeiro. Pois o amor lhe tocava e o fazia transpirar sua arte nas letras da poesia.
E na literatura o Maranhão sempre será lembrado e eternizado por quantas gerações vierem a existir.
Por ter sido o lugar onde honrosamente nasceu e morreu nosso eterno Gonçalves Dias.
Regina da Conceição Madeira Gôda - (Estrela Radiante)571
GUERREIROS MODERNOSMeu grito de guerraSalvou-me da morte,Saí da minha terra,Lancei-me à sorte,Cheguei à cidade,
Do sul e do norte.Carrego a tristeza,
Sou bravo, sou forte.Deixei a família,Cruzei as estradas,
Eu sou uma ilha,Estou nas calçadas,
570 Rayron Lennon Costa Sousa. - São Bernardo –MA – Brasil- 12 de Agosto de 1991, graduado em Letras-Espa-nhol pela Fundação Universidade de Tocantins – UNITINS (2012), Graduando em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA – Campus São Bernardo (2014). Escritor e Poeta.
571 Regina Madeira (Estrela Radiante) - Regina da Conceição Madeira Gôda. Engenheiro Paulo de Frontin- RJ – Brasil - 01/06/1959, professora por vocação e poetisa por ocasião. Escolhi o poema I Juca Pirama para home-nagear Gonçalves Dias, por ter sido ele a desenvolver-se o gosto pela poesia e pela declamação. Ainda hoje declamo alguns versos sem erro. E isso me proporciona uma alegria muito grande. Escrevo sob o pseudônimo de Estrela Radiante porque o meu pai me dizia que eu era o seu sol. Assim o faço em homenagem a ele.
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Passam apressadas,Pessoas de fé,
Olham-me de lado,Com um desagrado,
Estou esfarrapado,Chinelo furado,
Encontra-me o pé.Se um dia fui livre,Ou se fui escravo,
Lá na minha taba,Da dor senti travo.Mas era guerreiro,
Dono da minha terra,Pois índio não erra,
O silvo ponteiro.Aqui sou guerreiro,
Mas da morte ainda,Nem tenho cacimba,
De onde beber.Aqui tudo é pedra,
Que bate na gente,Estala a corrente,
Só resta morrer.
OLHANDO O AMORSeus olhos são lindos,São meigos, são doces,
Olham-me, como fossemTão doce promessa.
Seus olhos são lagos,De águas serenas,Na pele morena,
Curtida na noite.Seus olhos são facas,
Penetram na alma,E firmam no açoite,Ama-me, me acalma.
Seus olhos são pedras,Assim preciosas,
Luzindo quais rosas,Do nosso jardim.
Seus olhos são beijos,Ardentes, serenos.
Seus dedos morenos.Completam assim.
Seus olhos são pétalas,De todas as flores.Acordam amores,
Que dormem no peito.
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Seus olhos são ondas,De um mar tão selvagem,
Levam-me na margem,Não deixam afundar.
Seus olhos, navios,Singrando os mares,Brilhantes quasares.
Cortantes a frio.Seus olhos nos meus,
Superam os brios.Cheios de desafios.
Mergulham em Deus.Seus olhos, meus olhos,
Tão entrelaçados,Prá sempre abraçados.Sem dizer adeus.
Regina Xavier572
O POETA INDIANISTA Antônio Gonçalves Dias,
Grande escritor, Advogado por vocação,
Poeta por amor. Fez do índio nosso herói De grande força e valentia Sem saber que o seu nome Assim eternizaria Na famosa canção do exílio Exaltou a nossa terra, Nosso céu, a natureza, E tudo que nela impera.
Sua obra que registrou Traços de nossa história
Para sempre será guardada Nos cofres de nossa memória
Gonçalves Dias, guerreiro,
Um poeta sem igual Receba nossa homenagem
Por sua obra imortal!
572 Regina xavier - Manhuaçu, MG – Brasil - fevereiro/1963. Professora Pós-graduada em Língua Portuguesa. - Comendadora - Embaixadora da Paz - Poeta Del Mundo -Senadora FEBACLA/MG Chanceler ABLA/SP. Desejo participar desta obra porque: Participei de seis antologias , uma delas Mil Poemas a César Valejjo, e considero uma idéia fabulosa homenagear os autores de nosso país, resgatar nossas origens e incentivar a criatividade. [email protected]
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Renata Soares Porciúncula573
MINHA CANÇãO DO EXÍLIOMinha cidade é asfaltada
e parece tão mais...tão mais civilizada.
Na minha cidade chove...chove chuva
que cai como uma luva.Na minha cidade brilha o sol
e canta o rouxinol.Minha cidade tem belas flores...
terra de grandes amores;cidade brilhante;
orgulho marcante;.terra de paz,
guerra jamais!
Renate Gigel574
TRIBUTOA vida tece,
Em fios e contrastes,Teias confusas
De grande sofrer.
Na mescla das raças,No sangue e valor,
Com altos e baixosTraz dissabor.
Na luta por cores,
Saudades e amores,O belo e o verbo
Não deixa perder.
Sem pátria,sem terra,Na busca daquela
No amor a mais bela,Só resta gemer.
573 Renata Soares Porciúncula - Porto Alegre – RS – Brasil. É Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Por-to Alegre/RS; Membro da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS; e Associação Internacional dos Poetas del Mundo. Tem participação nos “Elos de Amigos”, da escritora Socorro Lima Dantas, de Recife/PE. E-mail: [email protected]
574 Renate Gigel – Austríaca - 6/10/1947. Participou de concursos literários, ,recebeu o prêmio do Ateneo, da embaixada de Portugal, primeiro lugar no concurso Fazendo História, pelo Museu Scheffel, campanha da fra-ternidade, pela Unisinos, troféu Farroupilha da ATNH pelo trabalho “Filho de criação”,entre outros.Tem textos editados em jornais, antologias da Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos, da qual é presidente, e nas redes sociais e blog alvales.blogspot.com.
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Adeus à magia,Adeus ao alento
Mas do sofrimento A arte nasceu.
Poeta das raças,Das cores a graça,
Do exílio o canto,Da saudade o pranto,
Do amor desencanto.
Eterno, o poeta viveu.
O qUE TEMOS EM COMUM...Cruzei mares,Cruzamos. Aportei em outros ares,
Aportamos.
Perdi pessoas e lugares,Perdemos.
Procurei abrigo,
Encontramos. Chorei de saudades,Choramos... Lutei por conquistas,Lutamos. Cultivei valores,Cultivamos. Ao sabor do destino,
Navegamos.
RomantismoNão abandonamos...
Mil mudanças,
Adaptamos.
Não existe tempoPor onde andamos!
Aqui chegamos: a alma inquietae o grande poeta.
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Renato Cesar de Alvarenga Filho 575
VERMELHOPara Gonçalves Dias
Da fonte da vida,Jorram torrentes vermelhas...
Todos, não importando o credo,São batizados ali:
O vermelho, viscoso,Impregna o rosto,
Rouge.Seu odor desperta instintos
De sobrevivência e de caça.Seu sabor é adocicado,Mas provoca náuseas.
Muitos, indelevelmente marcados,Não suportam a privação:
Na fonte rubra da vida,Que pra sempre vai jorrar,
Peregrinos fazem fila,Pois querem voltar pra lá.
Renato Lima de Souza576
EXÍLIO DO SABIÁTu és o horizonte da perfeição
Que fez o sol apagarPor Reluzir luz estelar
Nesse despedaçado coração
Tu não foste atenta aos cantosDesse amoroso e triste sabiá
Trancafiado no obscuro Sentimento De não poder para ti assobiar
575 Renato Cesar de Alvarenga Filho - Brasilia – DF – Brasil - 27 de janeiro de 1973, engenheiro, poeta, aviador e dançarino. Amante da literatura desde a infância, esboçou seus primeiros poemas durante a adolescência. Trabalhou como engenheiro, consultor e executivo de diversas empresas. Por razões acadêmicas, profissionais e pessoais, este brasileiro teve a oportunidade de morar nos Estados Unidos, em Portugal, no Chile e na Fran-ça. Desde 2009, tem se dedicado mais intensamente à poesia, tendo lançado o livro “Divagações Aceleradas” em 2011 (Edições Galo Branco).
576 Renato Lima de Souza - São Luís – MA – Brasil - 04 dias de julho de 1991. É um pertinaz apreciador de todo tipo de arte, em especial, as obras produzidas pela majestosa casta de imortais maranhenses. Estudante de Ciências Sociais (UFMA) produz textos, poemas, ensaios, composições musicais, extraindo das infinitas mul-tiplicidades das coisas o que há de mais insigne e belo sendo o motivador do seu mais pleno sentimento de viver.
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Queria no alto das palmeiras Desse regueiro Maranhão
Cantar as obras, vida e poesia, Das enternecidas criações
Quando abro asas e pairo na tua imensidãoInebriado fraquejo de ilusão
Sou grato da tua distinta belezaOh! Tua sereia incendeia
A minha inocente contemplação
Viajando calmo na brisa do teu marPerco-me nos sonhos que te vejo
Persuadido de que não devoDeixar de declamar o meu assobiar.
FORTALEZA DO AMORFortes um sublime tesouro
Teus versos sempre hão de ecoarNessa terra das palmeiras de ouro
E onde houver o nobre amar.
Verbo das paixões e amoresDe toda forma contagiou,
Não sem honra e louvores, A desdita do seu clamor.
Pularei nos marítimos mundosE quero poder vilipendiar A maré de tão soez indecoroQue causou o teu afogar.
Pois é o fulguroso luzeiroQue a todos declamou,Com ardor de um braseiro,Os intempéries do amor
E pairando entre nostalgiasQuero ver refletir a digna luzÉ o eterno Gonçalves Dias
Que tanto amor ainda reluz.
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Rene Aguilera Fierro577
AMOR GONÇALVICO¡Qué extraño amor!
Sin edad ni tiempo,sólo bastó el primor
para ser el dueño del olimpo.
Las barreras sociales,imborrables y eternas
sofrenan el almaen silencios finales.
Artista, hacedor de mundo,poeta de vías extraviadas,
hombre desventuradoy de manos extendidas.
El daño mayor fue ser débilceder a los sentimientos,
amar hasta el llanto,honrar la palabra y ser gentil.
Se dice, amor platónico, mejor, amor Gonçalvico,
para volver al origen del serantes que morir y nacer.
La vida tiene valortanto como el amor
juzgar el destino propioy caminar con delirio.
Poeta, tus sueños errantesllenaron el firmamento
de versos locos, amantesy truenos de tormentos.
577 RENE AGUILERA FIERRO – Tarija – ingeniero forestal poeta, escritor, tallador en madrea, consultor ambiental, catedrático universitario y Periodista profesional. Autor de veinte obras literarias y de varios libros técnicos. Promotor de nuevos valores artísticos, conductor de programas culturales en Radioemisoras locales de Tarija. Anualmente Organiza los célebres “Coloquios Literarios” y los “Encuentros Internacionales de Escritores”.
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Reynaldo Machado de Almeida Gomes578
DOCE ANA AMÉLIANa imensidão seca do sertão
corria uma fonte de calorcausada por uma forte paixãoNo coração de um sonhador
Era água de matara sede de qualquer um
Para o nobre cavalheiro, alguém para amarPois de sua origem alguém incomum
Tudo lhe via à menteSó permanecía a Amélia doce
Mas quando com seu pedido foi em frenteNada seria como quisesse que fosse
TRISTE FIMConheci Gonçalves Dias poeta brasileiro
Indianista e nacionalistaNas palavras o seu jeito faceiro
De ser um nobre romantistaEncantado com Amélia queria se casarMas por mestiço ser
Com a doce moça para amarNada se pôde procederAlgum tempo se passouOutra moça conheceuCom Olímpia se casouMas aquela moça jamais esqueceuO sucesso habitou a sua vidaFoi um grande escritorMas algo vinha o aproximando da despedidaNa saúde: sofrimento e dorEm viagens pela cura se perdurouNum triste naufrágio tudo estava acabado
Nas profundezas mergulhouO corpo esquecido e agonizado.
578 Reynaldo Machado de Almeida Gomes - São Fidélis (RJ) – Brasil - Estudante do Instituto Federal Fluminense, Campus Campos Centro, ator e poeta. Nascido em 08 de maio de 1995, residente em São Fidélis, RJ, Brasil. Iniciante no meio literário e possui grandes objetivos no meio cultural, tanto no cinema e teatro quanto na literatura brasileira.
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Ricardo Oyarzábal Rodriguez579
CANÇãO DO EXÍLIOAqui, na Itália, tal qual no Brasil,
existem muitos tiposde macarrão, lasanha e pizza.
Quem pensa que elassão melhores que as de lá,
está muito enganado. No Brasil, o sabor é todo especial.
Quero logo para minha terra voltare saborear a culinária brasileira
que, além de gostoso tempero, é feita com muito amor.
Rita B. S. Velosa580
ONDE CANTA O RA-TA-TÁ(releitura de poema de Gonçalves Dias)
Minha terra é uma lixeira,Onde morre o sabiá.
Os homens que aqui pranteiam,Não pranteiam como lá.
Nosso céu tem mais sujeira,Nossos morros tem mais vícios,
Nossos bosques tem mais mortes,Nessas mortes mais que bichos.
Em cismar sozinho à noite,Mais sossego encontro eu cá;Minha terra tem vizinhos,Onde canta o ra-ta-tá...
Minha terra tem rumores,Que tais não encontro eu cá.
Em cismar sozinho à noite,Mais terror encontro eu lá.
579 Ricardo Oyarzábal Rodriguez - Porto Alegre/RS – Brasil - 04 de outubro de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Ver-sos”: 2011 - “Canecas e Camisetas Poéticas”; 2012 - “Caixas Poéticas”. Curte computação. E-mail: [email protected]
580 Rita B. S. Velosa – Araraquara –SP - Brasil – 09/11/1952. Escritora, jornalista, ativista cultural tem participação em mais de 100 antologias publicadas no Brasil, na França, em Portugal e na Inglaterra e publicados os livros “VENTOS PASSANTES”- 2007 (poesias), “FAROLEIROS DE ALMAS”- 2008 (poesias) , “FILHOS DAS ESTRELAS” – 2009 (crônicas), “VESTÍGIOS DOS DIAS”-2010(Contos) e “ABNORMAL E OUTRAS SANDICES DO INESPERA-DO”- 2011.Entre os mais de 100 prêmios, o MISSÕES 2006/Brasil, o Algarve-Brasil 2008/Portugal e o CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE/201
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Minha terra tem vizinhos,Onde canta o ra-ta-tá...
Não permita Deus que eu morra,Sem que me esqueça de lá!
Sem que desfrute os primoresQue só encontro por cá.
Sem que me esqueça dos morros,Onde canta o ra-ta-tá...
Rita Dayrã Murada de Sousa581
GONÇALVES DIASecoa no maranhão um grito forteda poesia de gonçalves diasna singela caxias a simbologia do seu nascimento
nas águas do maranhãose foi o autor da canção do exilio :
“minha terra tem palmeiras,onde canta o sabiá;
as aves que aqui gorjeiam,não gorjeiam como lá”.
onde está os timbiras?não deu tempo de gonçalves dias terminaronde está gonçalves dias?está fazendo poema no céu...
Robert Allen Goodrich Valderrama 582
RECUERDOS DE UN POETAA Goncalves Dias
El poeta espera que su lucha no haiga sido en vanoy que su legado por siempre perdure de generación en generación.
El poeta espera que su poesía y su lucha siempre perdurenen los corazones de su gente y de su pueblo.
581 Rita Dayrã Murada De Sousa - Barão do Grajaú/MA - Brasil - escreve desde os 15 anos, ja participou de al-gumas antologias poeticas, pela editora Big Time, Pela Camera Brasileira de Jovens escritores, entre outros. Em 1996 editou um livro de poucas edições, intitulado”Meus Rastros, poesias diversas’. Funciónaria Pública e Advogada.
582 Robert Allen Goodrich Valderrama - Panamá-EUA - 25 de septiembre de 1980. Poeta y escritor panameño-es-tadounidense de madre panameña y padre estadounidense nacido en la Antigua Zona del Canal en Panamá. Empezó oficialmente a escribir en el 2009 con su blog todavía vigente: http://www.robert-mimundo.blogspot.com , es miembro de Poetas del Mundo, La Red Mundial de Escritores en Español y otras redes literarias, re-cientemente en Agosto del 2012 fue nombrado: Embajador Universal de la Paz en Panamá por el Círculo Uni-versal de Embajadores de la Paz en Ginebra, además sus poemas han sido publicados en diversas antologías, ha recibido diversos reconocimientos y tiene algunos libros electrónicos publicados.
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Por eso miles le rinden honor al poeta ilustreque desde el cielo observa y ríe lleno de felicidad
al ver que no ha sido olvidado por su gente y por su pueblo.
Recuerdos de un poeta luchador e valerosoa los que miles hoy le rinden tributo con amor y admiración.
ILUSTRE POETAIlustre poeta que marcaste el destino
De miles y miles con tú magnifica pluma.
Ilustre poeta que dejasté el nombre de Brasil en altoEn el mundo entero.
Ilustre poeta que defendiste a los pobres, a los indígenasy a los pueblos sin importarte lo que otros dijeran.
Ilustre poeta que marcaste un nuevo inicio para los tiempos
Del drama y de la poesía.
Romántico, soñador, justiciero, amante de las letras y de la poesía.
Viviste el exilio y con tú pluma dibujaste las realidades de los tiempos.
Le cantantes a los pobres y a los ricos,A los europeos y a los brasileños,A los indígenas y a los literatos.
Fuiste único ilustre poeta:
---Antonio Goncalves Días---
MEMÓRIAS DE UM POETA A Gonçalves Dias
O poeta espera que sua luta não é em vão haiga
e que seu legado vai durar para sempre através de gerações.
O poeta espera que sua poesia e sua luta de longa duração nos corações de seu povo e de seu povo.
Milhares pagar para homenagear o ilustre poeta
de relógios do céu e risos cheios de felicidade para ver que não foi esquecido por seu povo e pelo povo.
Memórias de um lutador corajoso e poeta
hoje milhares de pagar o tributo com amor e admiração.
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Roberta Beckmann Hoffmann583
CANÇãO DO EXÍLIOMinha terra tem muitas flores
que me trazem muitos amores. A natureza nos dá e oportuniza, a cada momento, mais pureza.
Mais prazer não há que ver os animais e a natureza
trazendo intensa beleza aos nossos lares e ao mundo.
Não permita Deus que eu morra sem antes ter a certeza de que tudo,
na natureza, para sempre não morrerá.
Roberth Fabris584
POETA EqUILIBRISTA: UM ETERNO PARDALMeu país, meu amor eterno
Meu sangue indígena, meu eterno viverRespiro arte nos palcos do meu paísRespiro arte em cada página do meu viver
Suor literário, vida ordinária, alegria póstumaSou um romântico e passeio por entre sereias e tornadosSou um xamã em busca de um talismã secreto nas letrasEstou em busca da bruxa dos sete erros e da jornada eterna
Sou devoto do meu país, sou devoto do teatro nacionalSou um pardal, uma abelha em busca do mel douradoSou uma arara azul em busca de liberdade e alegriasSou poeta do dia, da natureza e das tribos do amanhã
Sou um amante das letras, um inspirado em Gonçalves DiasSou um poeta da tribo tupi, do povo guarani e do Brasil
Sou um cara pintada, sou um jovem metal, um simples pardal
Sou poeta, sou artista, sou um eterno equilibrista na arte de viver.
583 Roberta Beckmann Hoffmann - Porto Alegre – RS – Brasil - 1º de julho de 1989. 2ª Bibliotecária e Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, de Porto Alegre/RS, Cadeira 10, Patrono Erico Verissimo; Membro Efetivo da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal; e, Associação Internacional dos Poetas del Mundo.. E-mail: [email protected]
584 Roberth Fabris - Maringá – Pr – Brasil. escritor, membro da Academia de Letras de Maringá, crítico de cinema e artes, Mestre em Letras UEM, Pós-Graduado em Arte-educação, e acadêmico de Artes Cênicas UEM, além de idealizador do projeto cultural Mundo Geek e do Dicas de Roberth, o blog mais cult do Brasil. Nasceu em 03 de novembro, e ocupa a cadeira número 04, o qual o seu patrono é com muito orgulho um grande seguidor de Lord Byron, Alvares de Azevedo.
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MEUS SONHOS BRASILEIROSEis o meu país de teatro e poesia...
onde encontramos araras azuis e micos leões douradosonde índios já povoaram as terras e cantaram como
guerreiros da tribo tupi, guerreiros que o meu canto ouvi.
Eis um país de cores, amores e saudades De uma pátria esquecida e com uma bandeira verde-mar
Um tempo de acreditar nos amores, na natureza e na vida.Romântico como os cordéis de minha infância e país.
Ah, tempos de Gonçalves Dias, onde o Brasil é mais lindo!Onde os tucanos fazem voos e embalam as árvores alegresOnde existe uma terra que emana leite e mel literário
Um país chamado Brasil, um poeta chamado Dias.
Eis o meu tempo de sonhar pelo povo brasileiroEis o meu tempo de lutar pelas nações esquecidas
Eis o meu tempo de bradar a literatura e naturezaEis o meu tempo de ser mais romântico e digno da brisa do mar.
Eis o meu tempo de sonhar na praia embalado pelo luar.
Roberto de Freitas Ribeiro Filho585
CANÇãO DO EXÍLIOEnquanto as praias brasileiras
são mais belas; as flores, florescentes;
aqui, tudo parece triste e sem encantos.
Lá, as águas são cristalinas;os pássaros, mais alegres;
os campos são imensos; os pastos, muito verdes; e, os galos nos despertam
ao amanhecer.Aqui, a natureza parece
sofrida e triste, enquanto lá, tudo está a sorrir-nos.
585 Roberto de Freitas Ribeiro Filho - Porto Alegre/RS – Brasil - 15 de maio de 1997, em. Filho de Marielle Meire-les Ribeiro e Roberto de Freitas Ribeiro. Estudante do Ensino Fundamental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. Curte jogos eletrônicos e ler. E-mail: [email protected]
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Roberto Ferrari586
HOMENAGEM A GONÇALVES DIASLouvores e honra ao mérito
A memória de um poeta Maranhense com sublime inspiração Seus poemas são dádivas, perolas da arte de poetar
Que faz vibrar o coração com emoção Vamos elevar aos céus
O nome de Gonçalves Dias Autor magistral que glorificou a literatura
Que engrandeceu as nossas poesiasNosso céu tem mais estrelas
De belezas abençoadas por Deus Nossas matas têm mais matiz Nossas flores têm mais vida Nossa natureza tem mais cores
E na voz do poeta ganha mais amoresQue glorificam nossa paixão
E fazem nossas almas sorrirem de felicidadePoeta divino, você soube como encantar o povo desta terra maravilhosa
Salve Gonçalves Dias!
Robinson Silva Alves587
ETERNOS VERSOSteus passos,serão caminhos,nos descaminhosda estrada perdida
pois tua palavraserá intensa,intensamente vivida
tua lágrima de saudadeteu choro de solidão
traduz a dorde um romântico coração
586 Roberto Ferrari. Engenheiro, analista de sistemas, administrador de empresas, poeta, escritor e comunicador. Sempre gostou de escrever desde a juventude, publicou os livros ‘Sublime Amor’ , Ventos da Paixão e Identi-dade Assassina. Alguns prêmios recebidos : VIII Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus- Texto inédito sobre Jorge Amado; Prêmio Oxigênio de Responsabilidade Ambiental – 2012; Mérito Profissional como Jornalista e Escritor – 2012; Diploma Destaques e Personalidades pela inclusão no livro Brasil de A a Z – 2012; Medalha Duque de Caxias conferida no Segundo Exército - 2012
587 Robinson Silva Alves – Coaraci - Brasil - 25\06\1976. Formado em filosofia pela UESC; participo de certames literarios tendo sido premiado em alguns deles como: concursos municipais de Coaraci (2,3 e 4 lugares) e diversas antologias. E-mail: [email protected]
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teu grito de libertaçãoliberta o homem
dos grilhões da omissão
combate com floresespinhos da opressão
pois será a liberdadeque nasce da inspiração
voando nas asasaladas da imaginação
combate com versostiros de canhão
tuas palavras,serão dilemas
temaso mundo torna-se mundo
na beleza de um poema
teu desejos de mudançaplantarão nos homens
a semente esperança
pois tens o domde mudar vidas
atraves das letrasa grande magia
de transformar sonhos em poesia
nos versos eternosde gonçalves dias.
IMORTALteus versos
serão eternosespalharão-se ao vento
resistirá a morteperpetuará no tempo
tuas palavrasbelos dilemas
mudarão mil mundoscom a força de um poema
tuas letras são sementes
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germinam no coraçãolibertam homens
dos porões da opressão
com a beleza dos versoso poder do coração
teus sonhoserguerão pontes
para o futuro
amado poetagrande escritor
gonçalves diassonhador.
imortal.
SENTIMENTOS DO POETAamas intensamente
eterno amar
sofres constantementeum eterno penar
onde todos possamamar.buscar.sonhar. vives a emoçãode transformar palavrasem rosas do coração
acalentas almasda triste ilusão
amores perdidoso espinho solidão
enfrentas com versosos ecos da opressão
que acorrentam homensnas garras da omissão
combates com poemasos tiros de canhão
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sentes o sentimentotraduz a simetria
de transformar sentimentosna mais pura poesia.
no romantismo eterno de gonçalves dias.
MIL VERSOSna bela canção
do exiliouma triste solidão
saudades da patriada amada nação
lágrimas viram mil versosdo coração
lembro de um anjoe de ainda uma vez
um triste adeusnos meus primeiros cantos
sonho com os encantosdos olhos teus
uma vida vividade amor e poesia
vida de mil versosde gonçalves dias.
O SONHADORnas ruas da cidade
um homem sonha,com a liberdade
desafiando homens peversoscombate a opressão
com a beleza de um verso10
vagando ao ventovoa nas asas
dos sentimentos
sonha com um mundo novosonha e busca
o sonho do povo
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combate a vil tiraniausando a força das palavras
a poderosa poesia
buscando o sonhado amortransforma seu sofrimentona mais bela flor
mesmo sofrendoa mais terrível dor
ainda amaainda morre de amor
pois é poetanobre sonhador
nesta vidaa eterna poesia
nos belos poemasde gonçalves dias
Robson Leandro Soda - Lótus Sidartta588
IDEALIZADO (O canto do guerreiro moderno! Ele só quer ter o gosto de cantar...)
Um sacro oficio,veleidade da alma, que fosse de passosem passos, sem calma, e sem pressa.E que tivesse perfumeou de terra, ou de bruto, ou de fruto,ou de ideias: fragrânciaviciante futuro.E que fosse aos olhos, asas para ensaio de vida
tal o galo que madruga as idas,labuta as asas,
depois...cocoricó.
ULTIMOS EN’CANTOSAh se pudesse Gonçalves naqueles ultimos dias
escrever o poema que outrorapor si só de vida viveria
588 Lótus Sidartta - Robson Leandro Soda - Santa Cruz do Sul – RS – Brasil – 19/12/1982; Está presente em diversas antologias no Brasil e exterior.
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teria os olhos de Ana Améliaem profundos deleite
e as manhãs mais agudascomo exilio dos Deuses
Usaria,talvez
os laços Shakespeareanos
em embalo presente.Se não
o embrulho das almas serenasou papel reciclavel,
sementes
teria um que de sua naturezadeixando melodia em rosas
Dedilhados em espinhos,E no ínfimo da poda
Brotos sustenidos
seria um poema sem versos despetalados
tão poucoÁvida flor sem acolhida.
Rodrigo Guimarães Pena589
PONTA DE MARMinha terra tem um canto
Um rasgo, um corte, um avanço,Uma ponta de mar,
Onde a água é tão limpa,
E tão pura,Que faz quase escuraA água mais limpa que há...
A Espinhaço, altiva e brejeira,
Esticou-se e encontrou Mantiqueira,Que a trancos, debaixo da terra,
Emendou-se a outra serra Se acabando em Serra do Mar
589 Rodrigo Guimarães Pena - Belo Horizonte – MG – Brasil - 15 de setembro de 1952. Engenheiro civil, de profis-são. Se equilibra entre palavras há algum tempo. Mesmo que elas o tenham como eterno aprendiz e informal visitante. Escreve por que... “...o correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem ...” Mantém o blog : Poesia... à revelia! http://poesiaarevelia.blogspot.com.br/
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E foi neste encontroMarcado entre Serras...
Que abriu-se, perfeito, o espaçoNa forma de abraço,
Onde o mar põe-se calmo e se aninha, Ao sopé que se alinha Às costas, beiradas das terras...
E à noite, um manto de estrelas
Vazado por lanças, forjadas em prata,Pontudas, profusas, caídas do mar estelar,
Disputa brilho com a Lua,Que volta e mais volta faz pose, se atreve, se acua,
Se faz Yemajá, lá do céu ninfa nua,Aumenta seu brilho, e acende o lugar... E o sabiá que se ouviu na palmeira Que Gonçalves cantou, trás-as-Beiras,
Viajou, cá se pôs a buscar mais parceiras,Nesta linda Ponta de Mar,
Pois sabe o sábio sabiá
Que onde a água é pura e cristalina,É lá que vai estar a sabiá-menina
Pra beber água e quiçá, namorar... Como se água também fosse a tintaQue Deus preocupado, usa e nos pinta Um quadro, um capricho, pra mãe-natureza seExpor, ser memória, pra gente guardar... Pra que um dia, bem longe, alhures se achar,Peça a Deus, pois ouvindo Ele está: “Não permita, Senhor, que da vida eu me váSem que volte e desfrute os primores de lá:
Ver palmeiras, ver se encanta um sabiá,Ver a terra se vestir de lindas flores,
Versos, Lua, Sol, o Céu, a emprestar cores,Ver se as Serras inda abraçam aquele Mar...”
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Rodrigo Nunes Camargo590
CANÇãO DO EXÍLIOSaudades daquele meu Rio Grande;das noites estreladas no pampa;
das fronteiras gaúchas transbordando cultura.
Aqui, no Rio de Janeiro,
as noites são de pesadeloe as fronteiras
não são como as de Lá.
Saudades do povo de Lá;das tardes admirando o céu azul
e dos cantos dos pássarosque só encontro Lá.
Rodrigo Octavio Pereira de Andrade 591
POETA DO SABIÁFilho do Maranhão,
Poeta do Sabiá,Pai das Sextilhas de Frei Antão.
A chocalhar na imensidão o maracá.
Mestiço nativo,Que chorou no estrangeiro,
Versos da Canção do exílio. Tornou-se imortal poeta brasileiro.
I-Juca-Pirama é seu filho,Canta as raízes de um povo...Tornou-se lenda em verso,
Através do seu índio guerreiro.
Canta além-mar o SabiáAos versos entre Os Timbiras
No balançar das palmeirasAos olhos de Marabá.
590 Rodrigo Nunes Camargo - Porto Alegre/RS – Brasil - 14 de novembro de 1995. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, de Porto Alegre/RS; Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante do Projeto Literário “Porta copos poéticos”, 2012. E-mail: Cursa inglês no Wizard. Toca violão, curte música e festas. E-mail: [email protected]
591 Rodrigo Octavio Pereira de Andrade. Cabo Frio –RJ – Brasil - 29 de setembro de 1977. Poeta, escritor, profes-sor, pesquisador, revisor, ativista cultural, palestrante, membro de diversas entidades acadêmicas no Brasil e exterior. Premiado em diversos Estados do Brasil e tendo textos publicados em antologias, periódicos e revis-tas culturais em diversas partes do país. Autor do livro e Projeto POESIARTE. Presidente da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo-RJ.
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Salve Gonçalves,Santo poeta na imensidão
Deste Brasil de seus DiasNesta Terra em forma de canção.
Rodrigo Zuardi Viñas592
CANÇãO DO EXÍLIOMinha terra tem milharal,
bananeira e parreira; bem-te-vi, joão-de-barro,
arara e periquito. As aves que lá vivem,
cantam entre as árvores, flores e campos. Já a vida de nossos bosques anda mal, quase morrendo.
Para salvar minha terra, animais e plantas,
vou voltar para lá. Não sujarei suas águas;
plantarei muitas árvores e protegerei os animais
para que não fiquem em extinção. Minha terra é de todos nós.
Rogério Araújo (Rofa)593
DIAS DE GONÇALVES PARA TODOS OS DIASQue lindas imagens criadas pelo grande poetaRetratando o Brasil “bonito por natureza”...As palmeiras que nele existeOnde cantam os sabiás com todo vigorSão incomparáveis mesmo às internacionais
Nada se compara ao seu canto e seu encantoUma brasilidade tão emocionante
Que poetiza esta nação de todo coraçãoUm país abençoado por Deus
Com um povo acolhedor, mesmo sofredor
592 Rodrigo Zuardi Viñas - Porto Alegre – RS – Brasil - 26 de novembro de 1993. Membro Fundador da Academia de Letras Machado de Assis, de Porto Alegre/RS, Cadeira 33, Patrono Alcides Maya; Membro Efetivo da Acade-mia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; da Liga dos Amigos do Portal CEN, de Portugal; e da Associação Internacional dos Poetas del Mundo. E-mail: <[email protected]>
593 Rogério Araújo (Rofa) - Niterói, RJ – Brasil - 31/07/1973. escritor, jornalista, publicitário, especialista em Lei-tura e Produção Textual, bacharel em educação - teologia cristã; autor do livro “Mídia, bênção ou maldição?” (Quártica Premium/Litteris Editora), lançado na XV Bienal Internacional do Livro no RJ (2011); comendador da ABD – Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais e da ALG – Academia de Letras de Goiás; membro de diversas academias no Brasil e exterior, como a de ALAV – Academia de Letras e Artes de Val Paraíso, no Chile.
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Dribla as dificuldades na vidaE até se livra da fome e da morte
Das adversidades ocorridas sem esperarO amor ao país era tão grande
Que desejava ao Senhor aqui retornarPoeta romântico incorrigível,
Um dos mais amados e declamadosDe muita emoção que viveu
E até pela sua morte ao ser esquecidoDeitado, doente, num navio
Quando retornava ao seu estado natalE país amado, Brasil
Com toda inspiração e respirando fundoMorreu sem ar afogado no mar
Já do país que demonstrou amarMas seus versos não morreram
Imortal se tornou pela sua obraMesmo não pertencendo à Academia
Que, aliás, nesta época nem existiaSeus versos são lidos e relidos
Por todas as épocas e períodosUm grande escritor, poeta,
Na literatura brasileira e mundialExemplo e inspiração para muitos
Amantes da poesia, da nacionalidade,Admiradores da beleza de um país lindo
E, acima de tudo, do amor pela vidaParabéns, Gonçalves Dias!
Pelos cento e noventa anosDe nascimento, sempre renascidos,
A cada ano que passa e repassaDemonstrando que nunca perde a majestade
Assim como a sua famosa sabiá!
Ronyere Silva Lima594
CANTO SUTILE tu Gonçalves, poeta da gente
Em Coimbra impunhas teu cantoExaltando tua terra silente
Dela mostrou a beleza e o encanto
Província do maranhãoTerra do excelso poetaTinta e papel na mão
Fizeram de ti querida terra
594 Ronyere Silva Lima - Dom Pedro – MA – Brasil - Estudante de Direito, amante das artes, contribuinte do portal Recanto das Letras, membro da Confraria Cultural Brasil-Portugal, membro da Sociedade dos Poetas Vivos, 1º lugar do Concurso de prosa “Machado de Assis” – 2011. e-mail: [email protected]
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Teu canto sutil, ó imortalPercorrera o mundo a fora
Gonçalves Dias do Maranhão
Tua letra te fez magistralTeu canto se faz ouvir agoraTua memória te entrega este galardão
POETA DOS ÍNDIOS Poeta da floresta Poeta dos índios
Do naturalismo Dos aborígenes selvagens Da harmonia Dos homens nus e zelados
Do encanto Dos incomunicáveis
Poeta da nossa terra, imortal Trouxe-nos a glória teu poetizar Ó oráculo eternal Continuas tu a nos revelar.
Rosana Lazzar595
AO POETADizem os sábios antigos que
Testas largas e altas denotam grandes pensadores...Gonçalves, era mais que issoEm pátria e bucólicos amoresImortalizou nosso hino na alma...Da “bandeira” hasteou suas doresTanto amor de ti emprestavaQue em suas dúvidas, era infindoMelhor viver sem ter amado...Ou amar, sem nunca ter vivido?E de “Gonçalves” pátria e poesiaImortalizados em nosso hino-Salve Gonçalves, os nossos “Dias”...
O velho pensador, menino!-Oh pátria amada, idolatrada!
Um “sonho intenso”, Gonçalves cresce-Há que saber da mãe gentil
Em terras que nem “Gonçalves” viu!
595 Rosana Lazzar - São Paulo- SP – Brasil - 27/12/1964. Cantora, registrada na O.M.B- “Ordem dos Músicos do Brasil”, exercendo a profissão desde os 18 anos de idade nesta cidade e outros Estados como backing vocal de alguns artistas e crooner de bandas. Fazendo uso de comunidades virtuais, escreve em sites da categoria qua-se todos os dias. Sem livros editados, apenas arquivados, enquanto não os encaminho, lê de tudo um pouco e escreve um pouco de tudo.
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Rosane Salles Silva Souza596
FÊNIX DOURADASeu canto,
Fênix Dourada,como fonte d’água brotando da rocha,
palavras inteiras, formosasalegria dentro de nós
E quando o Sol desponta na serra,altaneiro, poeta - foz,
da Esperança que floresce,da noite que se despe ao luar,
das palmeiras que bailam lançando folhas ao ar,
no bogari perfumosonos gorjeios dos sabiá,
teu nome impera solenena boca de toda gentedesse Brasil tão pungente
Salve! Salve! Ó, Antonio Gonçalves Dias!
Rosemeire Joanadarc Dias - Rose Dias597
ÚNICA CAMÉLIAEm teus cantos
E encantosUma única camélia
A flor mais amada;Sua eterna Ana Amélia.
POETA PANTEÍSTA
Poeta que exaltou a natureza E toda sua beleza sem estereotipias
Mestre da poesia panteístaAssim era a obra de Gonçalves Dias.
qUANDO jUCA PIRAMA CHOROUUm índio chora ao ver que vai morrer
Então é libertado pela tribo dos TimbirasEntregue de volta pelo próprio pai
596 Rosane Salles Silva Souza - São Gonçalo – RJ – Brasil - 29/06/1988. Poeta, artesã, contista. Cursa o 3º ano do 2º graus, e pretende fazer Engenharia Agrícola e Ambiental. Ama a vida e se delicia em contar histórias a partir de suas bonecas de panos que cria para despertar o imaginário infantil. Tem inédita inúmeras poesia. Participou do Livro “ O Chamado das Musas. Pô-Ética Humana: O Enigma do Recheio- a arteterapia ao sabor da educação brasileira ( Creadores Argentinos, Buenos Aires,2008), com” O Desabrochar” e “ Perfeito Amor”.
597 Rosemeire Joanadarc Dias - Rose Dias - São Paulo - Brasil - 21-10-1962, mora atualmente em Mogi Guaçu, in-terior de São Paulo há 20 anos. formada em Letras e mestranda em linguística. Participou de várias antologias, já foi classificada em 1º lugar com um poema pela Editora Nil Verlag – Berlim- Alemanha. Mantemo um blog de poesia, contos e crônicas onde escrevo diariamente, www.rosejd.blogspot.com.br
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O velho índio timbira de novo o recusa,-Para morrer é preciso coragem
-Só heróis, disse o índioFazem esse rito de passagem.
HOMEM BRANCO COM ALMA DE ÍNDIONasceu depois da independência
Morreu no inicio da guerra do ParaguaiFilho de português com mestiça brasileira
Foi doutor, e das letras teve domínioHomem branco com alma de índio.
Rosineide de Sousa Machado598
OH! GONÇALVES DIASCidadão Gonçalves DiasQue nasceu lá em Caxias
Que vive na mente de tua genteQue sabe valorizar
O seu lugar.
Oh! Gonçalves Dias,Tão belos eram teus dias,
Em meio à poesiaQuanta nostalgia,Quando não estava lá em Caxias.
O Maranhão tem muitas belezasCom certezas,Mesmo que não se veja com tanta clarezaMas soubeste destacar no canto do sabiá.
Oh! Gonçalves Dias com teu passado de glória,Refazendo nossa históriaQue enche a nossa vida,
De poesia e glamour que trás o amor.
Quanta inspiração encheu teu coração,Que conteve a escrever
Que belos são os teus cantos, Que enche todos de encanto.
Num Maranhão em festa,Pelo que tiveste antes.
É nossa homenagem a esse grande poeta,Que tanto valorizou o guerreiro e a floresta.
598 Rosineide De Sousa Machado - Pio XII – MA – Brasil - 06/03/1972; Em prestar homenagem ao grande mestre da poesia, Gonçalves Dias e também ao Maranhão, estado que precisa ter sua cultura conhecida e valorizada.
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Muito aqui mudou,Mas o que ficou no canto do sabiá
Que ainda não calouDe tanto procurar o seu lugar.
Oh! Gonçalves Dias,O mundo todo te reconhece,
Como famoso poeta e merece, Toda nossa devoção pela contribuição.
De valorizar a cultura de tua gente,E em tua homenagem vão mil poesias
Por meio do cantar do sabiá,Que ainda há de voltar e encantar seu lugar.
Rozelene Furtado de Lima599
AH! POETAPelo teu exílio e tua saudadePela tua dor do amor perfeito
Que perdestes para a o preconceitoPelo fervor da tua luta pela igualdade
Pelos nativos da nossa naçãoQue estão sendo expulsos do seu torrãoPelo teu amor ao nosso chão e a natureza
Pela vida, pela raça, pelo sangue.Pelos teus versos de lirismo e beleza
Falo-te em nome da Pátria brasileiraNossa terra ainda tem palmeiras
E algumas aves cantadeirasQue estão ficando sem árvores para os ninhos
Ficarão sem teto nossos passarinhosNo céu as mesmas estrelas estão cobertas, embaçadas,
E pouco dá para vê-las num véu opaco, enfumaçadas.Nossos bosques estão sumindoMuitas flores não estão florindo
Os leitos negros dos rios poluídos a soluçarSecando por não poderem mais navegarNossa vida está se perdendo em falsos amores
E já não tem tantos primoresÉ preciso ser poeta para viver, ver e não desanimar
599 Rozelene Furtado de Lima - Teresópolis/R.J./ Brasil - 31/05/1947. Professora, bibliotecária, escritora, poe-ta, artista plástica. Participa em mais de cem Antologias nacionais e internacionais. Textos publicados em Portugal, França, EUA (NY), Espanha, Itália, Suíça, Uruguai, Argentina e Chile ; Livros: Banquete de Idéias de memórias e “No Limiar Sex” de poemas; Verbete no Dicionário de Mulheres Escritoras de Hilda Flores; Per-tence a: AVBL; REBRA; Poetas del Mondo; Academia de Letras de Teófilo Otoni-ALTO-MG; Grupo AGUIA; LITERART- Clube Brasileiro da Língua Portuguesa BH MG Brasil; Rede de Escritores Independentes e do Livro Sonoro; Portal CEN. email: [email protected]
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E junto a tua voz gritar em altos brados e fazer ecoarNos palácios dos governos, na fazedura das leis
E mostrar que o meio ambiente ainda tem vezCantaremos uníssonos tua canção aqui e acolá
Para não ficar no passadoO patriótico canto gorjeado do sabiá.
Rui Miguel Dias Carvalho600
INDIA OPORTUNIDADEGonçaves Dias, diz-me tu o que farias,
Se já não pudesses cantar I-Juca-Pirama,Se a tua tropicália fosse já longuínqua nos teus dias,
E não conhecesses a Tupi, essa das tribus indias,E fosses traido pelo gotejar da clépsidra, como por quem amas...
Para mim, eras um cacique da humanidade:O Touro Sentado em cadeira de madeira em verde envolta,
A partir da qual se podia ver toda a serena claridade,Do rossa azulado madrugador entre copas de mestiça singularidade,
Vista pelas tuas íris, firmes e conscientes, sem revolta.
Lembras-me o ar fresco da manhã,De um dia quente, que não promete amanhã…
AMOR COM UM TOqUE DE SAMBAPara Ana Amélia perdeste o teu coração,Sob o jugo de apelo selvagem, vermelho e bruto,Erigido sob brasas apagadas, por àgua em fogo enxuto,Indomável como o rio Amazonas, digno de devoção.
Mas perdeste-a, devido a aparente cobardia,Sob a qual se escondia a tua profunda desilusão,Por tão vil assombro, de não conseguires a desejada aceitação.
Pode lá haver maior amor que o aceite à luz do dia?
Afinal tu eras o fruto do vasto Mundo,Continhas em ti as lonjuras das ondas do mar,
Copas verde oliva arbóreas, e o lixo negro do chão imundo…
Pleno, como o possível intangível,De face séria, de saudade e isenta de ilusão.
Peça móvel de um Brasil de natureza impassível!
600 Rui Miguel Dias Carvalho - Lisboa – Portugal - 1976. Economista e programador; cedo se interessou pela escri-ta mas apenas mais tarde, após a conclusão do seu Mestrado, começou a tornar realidade o seu sonho. A sua escrita bebe inspiração em Lisboa e em Arganil, esta última a sua verdadeira terra, tal como este a considera. Tanto na poesia como nas suas narrativas, é possível encontrar vestígios de paisagens rurais mas também urbanas, ao mesmo tempo que uma preocupação profunda pelos sentimentos das pessoas.
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ÁGUA DO MAR DE GONÇALVES DIAS Essa água em que viajaste
é a mesma que hoje nos banha. Esses monstros marinhos que enganaste,
semelhantes à baleia que nos acompanha.
Eu sinto a tua tristeza viajante. Mas, sou apenas um lobo aquém,
com grande pena minha e vigilante, são estranhas as tuas terras floridas além.
Aquém fica a prece de quem
um amor já não tem: As tuas lágrimas quentes
têm o sal das almas crentes!
Morrer de amor, já não é, para ninguém, o destino.
Mas, morrer esquecido é talvez o fim mais temido...
Samuel Cantoaria Ferreira601
O MARANHãOQue belo é o Maranhão
Tem rios e cachoeirasÉ uma pena que as pessoas
Fazem muitas sujeiras.É uma pena que esteja assimTudo é culpa da população,
Senão sujassem tantoNão ia haver poluição.Mas ainda há belezas
No MaranhãoCom rios e cachoeiras
E muitos casarões.Não permita Deus que eu morra,
Sem que ajude a naturezaPara quando meu filho nascer
Brincar e ver as belezas.
601 Samuel Cantoaria Ferreira - São Luís – MA – Brasil - 02/11/2011 - Eu gostaria de participar da antologia por-que queria ser reconhecido pelo país e porque sempre quis fazer um livro.
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Samuel Cavero Galimidi602
LUTOComo se podría expresar la tristeza
con los muertos hoy reclamándonossin olvidar a Gonçalves DiasCómo se podría expresar el dolor
que son surcos de heridas abiertasen la comunidad kaiowá guaraní
del campamento Tekoha Guaviry, en el municipio de Amambaí.
Si el cacique Nísio Gomes cerró sus ojosdefendiendo su territorio
42 pistoleros encapuchados, me dices hermano, lo asesinaron.¡Ay, qué dolor!Cómo decirte amado poeta
que a un Cacique más ya no mataránsi ayer nomás Geusivan Silva de Lima,
gran defensor de nuestros territorios nativos, líder de los indígenas Potiguara,
murió igualmente baleado.¡Ay, cuánto odio!
Esos labios (y los tuyos Gonçalves Dias), acaso reclamando casamiento con Ana Ameliadesde los sueños de tu dormida estanciano podrán degustar un terroncito de Tapioca, ni un sorbo humeante del Pirão en el hoyito de nuestras manos,tampoco la sabrosa Pipoca que sale del fogón combatiente.¡Ay, qué dolor!La tierra cerró esos labios y los tuyosrecibió la sangre heroicay hoy, qué importa ya,
frondosas raíces crecense hunden y extienden en la feraz tierra
se abrazan cual niños felicescomo venas abrazadas al Mundo
ES VERDADEs verdad…
Tu hermosa tierra amado Brasiltiene perfumadas palmeras
602 Samuel Cavero Galimidi – Ayacuchano – PERU – 1962 - Doctor en Ciencias de la Educación. Sociólogo, Perio-dista Colegiado, Escritor-Poeta, autor de 22 libros publicados en los géneros: Novela, Cuento, Ensayo, Teatro, Poesía, Biografía y literatura de Estudios Indigenistas. Es actualmente Presidente de la Asociación de Escritores y Artistas del Orbe (AEADO). Mención de Honor en la IV Bienal de Poesía Infantil ICPNA, Lima, 2011. [email protected]
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Pájaros juglaresque mil tonadas cantany muchas maravillas
bajo tu cielo tiene estrellasparpadeando…abrazándonos
hasta este rinconcito del Continente.Es verdad…
Tu tierra tiene otras bellezasAllí canta el tordo
y aquí el Turtupilín machoRecordando
que alguna vez existió hermosoaguerrido
celoso guardián del bosqueTupá, Tupá
el gran cacique valientey allí los ojos alertas
del gran Raoni Metuktirey nuestros pueblos indígenas
están siempre presentes.
RAONIGran líder de los Umoro Kayapó
yo no vengo de los metuquitire.¡Soy de los amorquitere!
Mi hondo pensamiento fraterquitereestá en ti hermaquitere
buscando como tú defenquiterecolgar un globo terráqueo de hermandaquitere
en mi labio inferior y llamarme Jaguaribeser Gran Pájaro, ombligo del Capiperibe
BRINDO UNA COPA DE VINO POR GD¡Déjame oír tus latidos!
Alza la cruz de tus manosSe perfumarán los pantanos
Y los pájaros hermanosDormirán paz en sus nidos.
Si a tanta injusticia humanaEl perro al ladrón de tierrasLadra, aunque la espartana
Alma del indio defiende si yerrasTú: ¡Cacique de hermosas tierras!
Ruego vuelvas tu verde hogarHenchido de Hermandad y PazCon lluvias y truenos así rogar
Tu verdor del que siempre capazAmoroso beso eres al ensoñar.
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Sobre mi pecho reclinaEl recuerdo de tus versos
De clara luz matutinaY tu mestiza voz ilumina
Hasta a los más perversos.Tus versos románticostrashumante de otras huellas
América mestiza dais cánticoscuando a nuestro paso bellas
historias por ti son estrellas.Poetas del Mundo amados
Vienen a besar tus recuerdosDe Brasil son Pegasos alados
Ruiseñores tan cuerdosHeraldos de poemas llorados.Beso de perfumes ungida,Por los ángeles perduraOros por el cacique dura
Si mi pena nunca es fingidaCuando odios del bosque cura.
Cuando tú estabas perdidoEn mis propias soledades
Mis versos han recogidoTu, Hermes, vibrante latido
Voz de las hermandades.Hoy recorren quimeras,De primaveras desbordadas,Cual locas diosas amadas,Navegan como remerasDe palabras encantadas.Para ti Brasil ha sidoAmor y oro de pasiónEl más bello terruño y nidoen sueños son ilusiónQue la historia ha latido.Sean estos versos pergamino
De tus lauros que hoy cantoPara quien estrellas camino
Abre como versos de encanto¡Por eso, GD, brindo por ti una copa de vino!
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Samuel de Sá Barreto603
PARTIDOMinha saudade é trigueira
É um foco além do mar,Ouço o vento na palmeira
Que aumenta o meu penar.
Todo dia é o mesmo prantoQuando lembro minha terra,Do sabiá me vem um canto
Da sombra daquela serra.
Meu retorno sem demora,Que só me faz recordar,
Que na minha terra moraA mulher do meu sonhar.
Digo logo, estou voltandoVivo sempre a imaginar,
E no meu torrão chegandoVou poder enfim amar.
Minha terra é mais querida,Minha amada é uma flor,
Não terei dor atrevidaNos braços do meu amor.
O MARPara um sabiá que canta
Seu canto o mar naufragou,Tragou o corpo, sua manta,
No cais Amélia chorou.
Foi o poeta nas águas,Salgar o amargo vazio,Bebeu o choro das mágoas
Vagou no seu desafio.
Mas não ficou enterradoA sua vida é constante,Na sua obra é marcado
Pela sua verve brilhante.
603 Samuel de Sá Barreto - Poeta, compositor e cronista. Licenciado em Letras. Sócio fundador da APOESP � Associação dos Poetas e Escritores de Pedreiras. Membro fundador da Academia Pedreirense de Letras, ocu-pando a Cadeira Nº 08. Tem publicados os Livros, S.O.S. LIBERTAÇÃO (Poesias � 1997); TESTAMENTO DE JUDAS (Cordel em parceria nos anos de 2006, 2007, 2008, 2011, pelo Laborarte); A RUA DA GOLADA E SUA IDENTI-DADE (Crônicas � 2010) pelo plano editorial Gonçalves Dias �SECMA. E a publicar tem OPERÁRIO DA CANÇÃO, VERSOS CINZENTOS, PEDREIRAS EM VERSOS (poesias); DO ALTO DA PEDRA (crônicas).
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IMENSIDãOToda Ana arrasta a gente
Deixa o peito indigenteSem saber o que fazer
Tem na lira a cançãoE nas asas um alçapãoOnde quero me prender.
Vou embora para o marLá eu posso navegar
No azul da imensidão.Carrego essa lembrança
Daquela tarde criançaQue se foi feito clarão.
Sou passado submersoNa saudade já não meço,Nas ruas com azulejos.
Vago nas noites sozinhoSou um sabiá sem ninho
Nas horas lentas, andejos.
Sou poeta maré cheiaQue sonha com a sereia
Nessa procela profana.Recordo as nossas horas,Os nossos beijos, amoras,Se eras Amélia ou Ana!
Voltei, voltei vou ficar,Velando as ondas do mar,Aqui eu sou Poseidon.Durante o tempo que for,Serei sempre seu amorUm trovador de neon!
qUADRA ROMPIDALá na praça dos amores
Um dia deixei alguém,Levei no peito as dores
Do bem que queria bem.
E fui pra longe, eu fui,Sofri de dor e saudade,
Ter seu amor nunca pude,Passei a não ter verdade.
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VAGANDOMeu Deus é Tupã
Guardando a selva, Lua é uma irmã
No leito da relva.
Nos braços da noiteOuvir gritos fortes,Tambores de acoite
Guerreiros do norte.
A força da flechaZombou da alegria
O tempo se fechaNa dor da agonia.
Guerreiro chorouCom a alma ferida,
A luz se fez corVencendo a partida.
Desceu pelo rioUma água sagrada,
E um índio é rioNas curvas do nada.
Quem foi e não veioDeixou a lembrança,
Vagueia no seioDa luz de esperança.
Os gritos ouvidosAcordam o além,
São dores, gemidos,Dos braços de alguém.
É uma fria saudadeDe canto dolente,
Travou uma idadeDa voz do valente.
E agora que clamaNas noites de lua,
Seu canto reclamaA mágoa tão crua.
Guerreiro que gritaQuerendo paixão,
Numa taba restritaÉ a luz do clarão.
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Saulo Barreto Lima Fernandes 604
GONÇALVES DIAS +100Que imensa saudade tu fazes...
Oh, gênio-poeta dos cocais e da metrificação.Naquela fatídica viagem regressiva de navio, Deixaste tragicamente órfão o teu torrão.
Tua vontade era voltar a viver aqui, junto aos teus pares, No aconchego da tua estimada e vigorosa ilha grande do
Maranhão. Juca-Pirama e as palmeiras onde cantam os sabiás jamais
fenecerão... Te dou a minha humilde palavra. Não te preocupes!
Não turbes vosso majestoso coração, Pois afinal de contas, és bravo, és forte e nada que proveio de ti, foi em vão.
Hoje, na tua praça, amparaste dezenas de jovens intransigentes, Tua estátua, no Largo dos Amores, permanece lá, imponente.
És testemunha cotidiana dos belos solstícios e de chuvas intermitentes,És patrono-mor daqueles apaixonados enamorados e dos mendigos inocentes.
Espero que permaneças vivendo por mais e mais 100 anos, A Athenas Brasileira não é a mesma sem tua presença.Poetas e escritores continuam sedentos pelos teus ensinamentos,Ninguém se acostumou a viver sem tua singular sapiência.
Viva a longeva existência do poeta anfitrião,Viva o centenário do mito chamado Gonçalves Dias.Viva os 400 anos da ilha de São Luís,Viva o glorioso Estado do Maranhão.
Saulo Daniel dos Anjos Leite605
ENTRE PALMEIRAS, O SABIÁ.Na terra brasilis cercada de flores,Em meio aos verdores da altiva nação,
Avistam-se palmeiras aos seus arredores,Lembrando as matas da sua canção.
604 Saulo Barreto Lima Fernandes - São Luís/MA – Brasil - (17/05/1983). O autor já colaborou com vários jornais locais e trabalhou em diversas edições da Feira do Livro de São Luís. Na vida literária alcançou o 1º, 2º e 3º lugares mais Menção Honrosa em diversos Concursos Literários pelo país, sendo publicado em diversas cole-tâneas. Email: [email protected]
605 Saulo Daniel dos Anjos Leite - São José do Egito-PE – Brasil - 30/04/1987. São José do Egito-PE, é conhecida como a terra da poesia. Atualmente mora na cidade de Caruaru-PE, terra conhecida pelos famosos festejos juninos. É servidor público federal e Bacharel em Direito. Escreve poesias no blog http://derepentepoesias.blogspot.com.br/.
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No meio das tabas de insondáveis mistérios,Mil homens se erguem, escutam de pé,
Mil vozes cultuam prelúdios de glórias,Mil cantos guerreiros do velho pajé.
No centro das tabas de antigos terreirosGorjeiam altaneiros os seus sabiás,
E os sábios guerreiros da tribo feroz,Ruflando os tambores,
Escutam-lhe a voz:
“Eis-me aqui”- diz o poeta da tribo do norte,“Seus cantos, suas vozes me chamam da morte,
Guerreiros ouvi:Fui homem de sorte que antes da morte
As várzeas de flores e a palmeira tão nobreDa pátria eu vi”.
Erguendo em festa a tribo se alegra,Ouvindo a voz do velho poeta,
Que um dia cantou como as aves daqui.
Para o exílio da morte partiu nosso Dias,O velho Timbira da tribo Tupi,
Envolto nas águas calou O Valente,Restou sua voz na boca das gentes,
E sua memória legou no porvir.
Tupã, o seu Deus, em pé recebeu o Chefe Tupi,Rendeu-lhe homenagens e mandou que entoassem
Em todas as partes sua canção feita aqui.Os povos e as gentes da remota nação,
Ergueram seu lábaro e de ouro cunharamO mais alto brasão.
E entre palmeiras, à noite, Com seu canto certeiro,
Vem ao terreiro, o seu sabiá.Gorjeando bem alto, entoando bem forte,
No meio dos bosques a canção varonil:“Os céus de estrelas,As várzeas de flores,São altos primores,
Da terra Brasil”.
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Sebastião Luiz Alves606
CHUVA DE SAUDADE
“E o céu que cobre essa terra bendita é sereno e estrelado, e parecerefletir nas suas cores fulgentes o sorriso benévolo e carinhoso de quandoo Criador o suspendia nos ares como um rico diamante pendente do seu
trono.”Antônio Gonçalves Dias
O ritmo da chuva Face de noite sem luar
Floresta desnudaFaz sonhar!
Leva a espaços tropicais...Universos violados no silêncio
Abarca no caisE volto a sonhar!
Convivi com tantas culturasQue impressionam e apavoramTambém Retrato de esperanças
Sonhos que encantam.
Lembranças de outroraChuvas de saudadeSolidão, canção romântica,Lágrimas sem fim.
O ritmo da chuvaSemblante de minha terraExílio distante E o pensamento vive!
Tempos mortosVida que se esconde
Desaparece na brisa do ventoQue se apaga toda verdade.
Rosto de decepçãoReação em cadeia
Tenta abrandar meu coraçãoSangue patriótico que corre minha veia!
606 Sebastião Luiz Alves - Curitibanos-SC, Brasil - 15/07/1957. Tenho 7 livros publicados: Revolução farroupilha, Guerra do Contestado, Heróis da Liberdade, Holocausto no Sertão e Revolta dos Excluídos que encontravam-se no Domínio Público do MEC, os quais retirei em 2012. Outros: O Contexto do Contestado e Clovis José Menegatti Uma História no Tempo e 28 Blogs na rede. Além de possuir diversas poesias, crônicas e contos publicados em Antologias em português e espanhol.
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SELVA DE PEDRA “vossos Deuses, ó Piaga, conjura,Susta as iras do fero Anhangá.
Manitôs já fugiram da Taba,Ó desgraça! ó ruína! ó Tupá!”
Antônio Gonçalves DiasO ser humano, a raça humana,
É uma fera irracional com sentimentos de pedra, Com emoções abstratas.
Sente em seu coração obsesso, Coisas e atos que levam segundas intenções,
Visam benefícios próprios, De olho nos degraus do poder!
A ânsia possessiva em demonstrar a multidão cega, Preconceituosa pela cor da pele,
Preconceituosa por possuir um pedaço de terra,Mascara! Machuca e fere
As entranhas de seu orgulho.Infelizes Mortais!Nobres da Europa,Nobres da América,
Flagelo de hipocrisia,Pois sinto em casa
O cheiro da florestaE a inocência do Índio Tupi!
Sentado à beira do caminho de meus pensamentos, Distante de minha terra,
Floresce os sentimentos,Senti cheiro da selva,
Água barrenta do Amazonas,Senhor dos Rios, beleza que encanta,
Lembro-me dos cantos Piaga,Fúria de anhangá,
Crença dos Índios Tupi!
Sabe... Tentei imaginar, Procurei viver o divisível,
Mas fiquei preso no vazio, Fiquei preso no que não sei!
Não sei!... Não sabemos nada dessa vida.
Tudo... Tudo, Porque temos de viver um pouco de nós,
Um pouco de humanidade, Nessa selva de pedra!
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Selmo Vasconcellos607
POESIA INDIANISTAPara Gonçalves Dias
O grito do guerreiro é silencioso.A onça raivosa é silenciosa. O canto do sabiá é silencioso.
Toda floresta é silenciosa. Só o homem branco que quebra o silêncio.
Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki608
São Luís DE GONÇALVES DIASSão Luís do Maranhão, de França, Holanda e PortugalLuis IX, “São Luís”, Luis do século XVIINum repente a Holanda se fez mortal
Com o primeiro saque, do muito que se repete
Bravos índios que expulsaram a inicial NazaréResistiram aos portugueses com a força nativa
Na Capitania de João de Barros, com luta e fémantiveram sua terra com valentia definitiva
Nossas vidas, por seus filhos povoadasAluízio de Azevedo, Ferreira Gullar eGonçalves Dias com as raças estampadas Enfim, o patrimônio da Humanidade, São LuísNos recebe em cerimônia, entre palmeiras,O gorjeio do sabiá e o melhor amor que há! GONÇALVES DIAS – UM ACRÓSTICOAntes de mais nada diga-se de passagemNovos poetas não aparecem como esse
Todos os versos nos ensinam sempreOs maiores valores da nossa terra
Navios vão e vem, a terra fica Índios fizeram parte das estrofesOvacionadas pelo Brasil inteiro.
607 Selmo Vasconcellos - Bangu, Rio de Janeiro, RJ – Brasil - 6 de outubro de 1951 –reside em Porto Velho, RO, desde 1982. Administrador, editor de cultura, divulgador cultural e escritor (poesias, contos e crônicas). Editou a página literária impressa e semanal LÍTERO CULTURAL / jornal Alto Madeira, Porto Velho, RO, no período de 15 de agosto de 1991 a 5 de julho de 2012 (1115 páginas). *Site: www.selmovasconcellos.com.br
608 Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki – Curitiba – PR – Brasil - 19 de março de 1956. Médico Radiologista. Pre-sidente Nacional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (2013/14) e da Regional do Paraná. Publicou os livros: - ÁGORA (poesias, 2003), AURORA (poesias,2008), ALERE (poesias, 2013). Acadêmico Titular da cadeira 21 da Academia Brasileira de Médicos Escritores. Acadêmico Titular da Academia Brasileira de Meda-lhística Militar. Membro Titular do Centro de Letras do Paraná e da Oficina Permanente da Poesia da Biblioteca Pública do Paraná. e-mail: [email protected]
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Gigantes através do Atlântico foram a LisboaOutros voltaram com o coração cheio de amorNavegaram ida e volta mas declararamCom todas as vozes,Amaram e através das letrasLegaram-nos memórias Verdades que jamais poderemosEsquecer.Sempre há de lembrar-mo-nos do passado.
Devotaremo-nos com nossas forçasInda que contrariedades nos obriguem, pois
“Aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”Salve o Sabiá que aqui gorjeia muito mais que lá.
Sérgio Gerônimo Alves Delgado609
MAR ZôNIAOh! quem foi das entranhas das águas,
O marinho arcabouço arrancar?Nossas terras demanda, fareja...
Esse monstro... – o que vem cá buscar?( in O Canto do Piaga, Gonçalves Dias)
as águas claras do rio branco se embrenham às escuras do rio negro
depois de muitos afluentesdas margens observam tukanoscaiapós, yanomamis, saterés
o tempo nunca passou do alvorecerà chegada da lua luz imensa
refletida em todos os igarapésaté que o irmão homem-urbano
de matizes e falas diversasem barcos grandes aportou
no mar zôniae por todos os lados receberam
remos ponteiros a ditar novasescalas de horas
silenciaram-se referências culturaisao som de motosserras estrangeiras ou não
609 Sérgio Gerônimo Alves Delgado – Rio de janeiro – Brasil - poeta carioca, cronista e ensaísta. Editor-chefe da OFICINA Editores. Publicou em poesia: “Profanas & Afins”; “Outras Profanas”; “Enfim afins”; “Coxas de Cetim’’; “Gemini”; “PANínsula”; “BelaBun”; “Código de Barras”; “Conversa proibida”; “Urbanosemcausa”; Fundador da APPERJ, atual Presidente, membro do PEN Clube do Brasil, da UBE/RJ. Tem poemas publicados e vertidos em inglês, espanhol, francês, italiano, russo. Coordena o evento poético no Rio de Janeiro: “Te Encontro na APPERJ” e o Festival de Poesia Falada do Rio de Janeiro. Participante ativo do circuito de poesia contemporânea.
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modificaram crençasem atitudes salvadoras
mapas redesenhadosem nações povos gentios
doenças multiplicaram-seem intimidades intimidadorasclareiras abertas
gritam aos céusa poesia em desmatamento
desmandos sociopolíticosaos povos da floresta
resistir às investidasindígenas versus homens de branco
versus homens de preto versus homens indígenasurbanos metropolitanoseste jogo é arbitrárioconivência sustentávelaldeia global
coexistência inda que tardia
Sergio Ryan Abreu Silva610-
CANTOU SUA TERRA A cor da sua pele, quem diria. Ia além do sangue. Guerreiro simples e sábio um poeta se ia! O mundo teve um poeta de raça. Raça que conquistou ate seu nome em praça.
Cantou sua terra com suas palmeiras. A Deus fez até pedido! Deus o ouviu e lhe deu um dia. Permitiu ainda em vida voltar. A tão estimada cidade de Caxias!
Sergio Santos611
CANÇãO PARA GONÇALVESO poeta desta terra,
Que cantou o sabiá,Que também cantou as palmeiras
Deixou um eterno cantar.
610 Sergio Ryan Abreu Silva – São Luís – MA – Brasil 13/04/2002; Motivo da Participação: Pelo prazer de escrever em homenagem a este poeta maranhense que cantou sua terra! Cursando: 5º Ano – Turma: C – Profª Shirle Maklene EPFA
611 Sergio Santos - Belo Horizonte-MG – Brasil - 1980. Mora em Rio Branco-AC desde 1989. É graduado e mestre em Letras, pela UFAC, onde é professor de Língua Portuguesa. É autor de O REGRESO, romance lançado em 2011, além de vários textos publicados em coletâneas de concursos literários.
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Viveu em tempos românticos.Enfrentou a solidão,
Morreu no mar desta vida,Sem retornar ao seu chão.
Fez cantar todo o BrasilEm belezas de rimar
A terra que tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.
Foi poeta de amores,Vividos aqui e acolá.
No Brasil, pais que amou,E na terra de Além Mar,
Onde não tinham palmeiras,Que cantasse o Sabiá.
Permita-me, Deus, que eu canteOs primores que tem cá,
Como cantar o poetaQue me ensinou a cantarE que deu vida às palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
POEMA PARA GONÇALVES DIASMinha terra tem poetas
Que cantam os sabiás;E as aves que aqui gorjeiam,
Só gorjeiam se rimarNo poema do poeta
Que o Brasil fez encantar,Cantando também as palmeiras
Onde canta o sabiá.
Minha terra tinha um poetaQue criou o sabiá,
Que deu a todas as avesO mais belo gorjear,
Que plantou todas as palmeirasPara cantar o sabiá.
Gonçalves Dias era seu nome – Eterno é o seu cantar.
PÁSSARO POUSADONuma palmeira frondosa
Daquelas mais belas que há,Não canta mais, fica triste
O mais belo sabiá.Foi-se quem tanto o amou
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Para nunca mais voltar.Na verdade, ele nem voltou
Por que Deus o quis no mar,Que é o lugar mais perfeito
Para o poeta morar.E por mais fundo que sejaAs profundezas de lá,
Ele ouve o canto tristeDo mudo e órfão sabiá.
Sidclei Nagasawa Costa612
DIAS DE GONÇALVESDias que se foramDias felizes de salvesDias de árvores que gorjeavamDias de Gonçalves.
Sidiney Breguêdo613
A AMADA PÁTRIA DE TRÊS CORESErgo a taça,
Em respeito.Numa plataforma onde nasce a auroraPássaros de mil cores gorjeiamMúsica e flores quebram em antese,Alaúde ao bom poetaQue junto aos índios brasileirosFez festa.Rastro de água cristalinaO navio Ville de Boulogne singla o mar,Dentro dele o poeta escreve cartas etnográficas.Faz nascer um povoEsquecido pelas descobertas.
Ticunas, guarani, caiagangue,Riqueza natural a corre nas veias do país,
Como próprio sangue.Gonçalves dias chegou à cidade,
Embalou jovens
612 Sidclei Nagasawa Costa - Registro-SP – Brasil - 11 de dezembro de 1974. Atualmente mora em Cascavel onde trabalha como professor de língua portuguesa. Apaixonado pelas letras, foi o ganhador do Concurso Cataratas de Literatura – categoria poesia – em 2012, com o poema “Capitu sou eu?”. Também foi um dos vencedores do Concurso Literário de Presidente Prudente 2012, com o conto “12 de outubro”, publicado na Antologia CLIPP.
613 Sidiney Breguêdo - Monte Azul-MG - Brasil - 22 de janeiro de 1972. nasceu em Monte Azul-MG e mudou-se para Brasília, ainda criança. Apaixonado por arte, literatura e todo tipo de conhecimento é poeta engajado no movimento cultural do país. Seu primeiro livro foi O jacaré pensador, onde reuniu dezessete anos de sua poesia. Mas o autor escreve romances, contos, crônicas e quadrinhos, deste último sendo autor de O padre e o anjo, tira de humor
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Nos áureos dias de tenra idadeQuando horas cívicas tornavam aprazível o Brasil.
Soldado perfeito, uniforme e bandeira,Mão esquerda
Como lastro do próprio peito.Foi poeta, não duvide, e foi heróiA correr com índios até a praia,
Praia grande, praia doce, praia do arpoador.Gonçalves negro, Gonçalves branco,
Vermelho feito coração rabiscado por criança,Gonçalves dias do amor.
Ergo a taçaEm respeito
As águas não apagaramO que é direito.
Silvana Maria Moreli614
CANÇãO DO EXÍLIO615
Se eu pudesse cantar o meu país e, Se para isso Deus tivesse me provido do dom da poesia,
Da música, da voz... Com certeza eu entoaria uma melodia
Que enaltecesse suas belezas naturais, Sua fauna, sua flora, sua gente, suas diferenças culturais.
Cantaria o clima tropical, as matas, as florestas, As praias, as montanhas, o turismo;
A beleza da mulher brasileira, seu exotismo; O povo que improvisa, o folclore e as festas;
A maneira peculiar de se falar a mesma língua De forma tão diferente...
Ah! O sotaque dessa minha gente!
Cantaria o índio - povo valente, povo guerreiro; Cantaria o negro, o branco,
O amarelo, o mulato... Cantaria a mistura de raças que deu origem
Ao que hoje chamamos “bravo povo brasileiro”!
614 Silvana Maria Moreli - Pitangueiras – SP – Brasil - 18 de agosto de 1965. Atualmente reside e trabalha em Be-bedouro-SP. Com Pós –Graduação (Lato-Sensu) em nível de Especialização em Língua Portuguesa (UNICAMP/Redefor) e em Gestão Escolar (Faculdade São Luís - Jaboticabal); com graduação em Administração de Empre-sas pelo Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro IMESB (1996) e graduação em Letras – Unifafibe (Bebedouro-SP). Atualmente atua como Professora de Educação Básica II-efetiva do Governo do Estado de São Paulo. Esse poema faz parte de um projeto desenvolvido na EE Domingos Paro – disponível em http://www.silmoreli.blogspot.com.br/2009/09/cancao-do-exilio.html
615 Silvana Maria Moreli. Neste bimestre trabahei um Projeto muito interessante com os meus alunos das 7ª sé-ries: “Paródias, Paráfrases, Intertextualidade e afins: (re)visitando a “Canção do Exílio - de Gonçalves Dias aos nossos dias”. http://silmoreli.blogspot.com.br/2009/09/cancao-do-exilio.html, Poesia compilada por Leopol-do Gil Dulcio Vaz – Curitiba – PR – Brasil – 1952; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Universidade Estadual do Maranhão
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Cantaria o que é bem nosso - “paixão nacional”:- Futebol e Carnaval!
Cantaria os ídolos que dão “Olé”:- Nosso inigualável Pelé!
Cantaria a música que cruza fronteiras e é um poema: - Nossa “Garota de Ipanema”! E aquele alguém que já ‘partiu’ e deixou uma lembrança tão amena:
- Nosso inesquecível “Airton Sena”. E a música ainda, há tanto para cantar:
- Vinicius, Caetano, Gal, Betania e Gil... Como é “grande” esse meu Brasil!
É claro que tem defeitos, esse meu amado país,
Mas quem não os tem Problemas? São infinitos, não se podem enumerar:Político, econômico e social (melhor não citar)!Mas também tem a garra e a esperança,(a fé e o sorriso da criança) -
Desse povo que luta todo dia e não esmorece. Povo otimista, que trabalha e não entristece.
A espera de um dia melhor que está por vir.E virá, se Deus assim o permitir!
A cabeça fervilha, há muito ainda por cantar (o Brasil é tão rico!),As idéias vão brotando e a memória insiste em lembrarQue ainda há muito por cantar...Oh! Meu Deus por que não tenho o dom da música?Por que é tão difícil sintetizar um sentimento?Eu sei que agora Deus escuta meu lamento,E talvez, por certo, esteja me incluindo em algum planoE me presenteie no futuro - (já que não é nato),com aquilo que almejo: talento!
Simone Pinheiro616
qUERIDO POETAMeu Poeta Maranhense,
guardo ti em meu peito amado com muito zelo, seus versos gloriosos.
É um forte guerreiro como um sabiá
a cantar em nossa terra maranhense, um sonhador que escreve poesias a tocar
os corações do nosso povo maranhense.
616 SIMONE PEREIRA PINHEIRO. - São Luís – MA – Brasil. Graduanda no 6º período em Letras/Portuguesa na Faculdade Atenas Maranhense- FAMA. Pós graduanda no 1º período em Libras na Faculdade Santa Fe. Surda.
696
Poeta!Sonhador!Sol fulgurante nos nossos corações. Poeta!Seus versos jamais serão esquecidos!
Seus versos serão sempre lembrados em cada boca saído pelos poetas e povos maranhenses. Ao recitar suas maravilhosas poesias
enriquecido pela nossa Literatura Maranhense, e lembrando o quão poeta foi no passado ainda hoje
e ainda hoje você é um poeta guerreiro.
CANÇãO DO EXÍLIO Minha terra tem poesias,
Onde recita os mais lindos Versos do nosso poeta Maranhense!
As poesias, aqui recitadas Não são esquecidas.
Nossos versos tem mais emoções
Nossas palavras tem mais encantos Nossas recitações tem mais alegrias
Nossas poesias mais valores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro nas suas poesias
Minha terra tem poesias, Onde recita os mais lindos
Versos do nosso poeta Maranhense!
Minha terra tem poetas, Que recitam suas poesias, Oh Gonçalves Dias!;
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro nas suas poesias
Minha terra tem poesias, Onde recita os mais lindos
Versos do nosso poeta Maranhense!
Não permita Deus que eu esqueça, Jamais do meu poeta amado;
Sem que desfrute os versos desse guerreiro amado Que tanto amo;
Quero sempre encantar com os versos e levar ao povo maranhense
A sua poesia recitada.
POETA GUERREIRONasceste no lugar humilde
Filho de um português e de uma mestiça Onde viveram na nossa terra maranhense.
697
Gonçalves, lutador pela sua pátria amada És um poeta amado, um poeta brasileiro
E um poeta maranhense.
Tu cantas seus versos dos mais vivazes de coração e alma Onde encantam as almas maranhenses Sentindo o sabor das suas palavras encantadas.
Poeta, poeta, meu amado poeta
Tu jamais serás esquecido com os seus versos em nossos corações Viva Gonçalves Dias!
POETA DAS MARAVILHAS
Um guerreiro do Sol, maranhense, forte, inabalável, assim é o nosso Gonçalves Dias um homem de forte inspiração. Um poeta de grande destaque,
um celebre ao povo maranhense e ao povo brasileiro
Veja meu povo! Quão grande é ele
quão grande foi um sonhador... Vamos meu povo inspirar as suas poesias...
Suas poesias inabaláveis em nossos corações no qual seus versos eram seus sonhos e que nos fez sonhar também! SONHADOR INSPIRADOR DE POESIASUm sonhador que subia no mais alto sonhoUm sonhador arrebatador de corpo e alma Um sonhador que encanta qualquer um com Com suas belas poesias recitadas. Assim é o Poeta! O nosso Gonçalves Dias!
O poeta do povo maranhense! Um sonhador que inspira sentimentos sublimes
Ao escrever em cada folha de papel, As suas palavras voam ao ar,
Voam aos sentimentos, Voam aos corações de quem as suas belas poesias.
Assim é o Poeta! O nosso Gonçalves Dias!
O poeta do povo maranhense! Gonçalves Dias, meu grande, real e inspirador poeta Você me conquista com suas pequenas poesias suaves Um poeta inspirador em palavras poetizadas. Viva !Viva Gonçalves Dias!
698
Sinésio Lustosa Cabral Sobrinho – Sinésio Cabral 617
O SAUDOSO GONÇALVES DIAS, NA ATENAS BRASILEIRASão Luís é mesmo: a Atenas brasileira.
Gonçalves Dias tem nome, na História.Festejado Poeta e, de alma altaneira,
que Deus o tenha no Reino da Glória.
Nossa vida: se é mesmo passageira,neste mundo, com efeito, transitória,
o Poeta vai, mas deixa alvissareiroo que fez: de inesquecível memória.
Poesia não se faz. Bem que acontece.Não deixa de ser poema: o que ele faz,
ao lusco-fusco e, então: à Hora da Prece.
Bem que, ao, Por do sol, leitor, tudo esmaece.A luz do dia, aos poucos, se desfaz,
enquanto a Tarde cai e a Noite desce.
ATENAS BRASILEIRA618
São Luís do Maranhão, sempre a Atenas Brasileira,
teus filhos ilustres são, dentro e fora da fronteira.
Quer na praia ou sertão, na cidade ou na ribeira, os maranhenses estão
como jóia de primeira.
Sarney, Eugênio de Freitas,Dilercy Adler, também,
e por tantos outros feitas
tamanhas promoções em letras e artes perfeitas
que a engrandecem muito bem.
617 Sinésio Cabral - Sinésio Lustosa Cabral Sobrinho - Várzea Alegre – CE – Brasil - 22 de maio de 1915, Filho de Genésio Lustosa Cabral (Magistrado) e de Líbia Lustosa Cabral (Professora Pública). Em tenra idade (em companhia dos Pais), a infância, em Taperoá-PB. Há vários anos, reside em Fortaleza-CE. Procurador de Justiça (aposentado). Casado com Maria Diva Ximenes Cabral. O doce Lar: enriquecido com filhos, netos e bisnetos. Escritor, Professor, Poeta, Jornalista. Editor do Mensageiro da Poesia, de grande projeção. Tem livros publica-dos, em prosa e verso. Com 96 anos de idade, graças a Deus: lúcido, com sol no seu entardecer, a descer a Montanha da Vida, bem humorado, como se, ainda estivesse: na subida. Faleceu no dia 10 de maio de 2012 (após mandar sua poesia...)
618 In: LATINIDADE – III Coletânea Poética da Sociedade de Cultura latina do Estado do Maranhão, pp.77, 2002.
699
Homenagem Póstuma de Dilercy Adler619
A SINÉSIO CABRAL E GONÇALVES DIAS “Mensageiro da Poesia”
Sinésio Cabral levando ligeiro rimas e rimas
de lágrimas de amor
de dor de alegria
de louvor à vida... ....e em seus últimos dias
uma bela homenagem ao eterno e amado poeta Antônio Gonçalves Dias. Sinésio e Antônio
Cabral e Dias envoltos nos véus
de amor devotado aos humanostodos os humanos
de todas as raças de todos os gêneros
de todos os credos revestidos ou não de doce/ingênua magia...
Sinésio e Antônio Cabral e DiasDeixaram em seus rastros Indubitavelmente imensurável amor traduzido em morte sangue suor e amor e profícua...
muito profícua poesia!
Dilercy Adler, Em 13/06/2012
619 Nota: Sinésio Cabral era o Editor do “Mensageiro da Poesia”.
700
Solange de Aragão620
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS Gonçalves Dias, poeta, cantou em sua poesia
toda beleza que havia nas paisagens brasileiras. Lembrou dos campos, das flores, do céu azul que existia
de toda poesia que havia em sua terra de palmeiras.
Descreveu os lugares mais lindos que há muito tempo não via Mas que tão bem conhecia
na saudade dos tempos de exílio.
Pois viveu na terra das palmeiras e viu, de tantas maneiras,
tudo de lindo que essa terra dá.
Uma terra de palmeiras tão soberanas, nessas paisagens tão brasileiras, onde cantava e ainda canta o sabiá.
Sonia Nogueira621
GONÇALVES DIASO estado Maranhão te viu nascer,
Na mestiçagem ergueste tua voz,Em cada pedacinho do teu vencer,
A palavra gritava qual albatroz.
Voo pelos mares até Coimbra,Levando saudades nos teus pensares,Na “Canção do Exílio” toda timbra,
Que amordaçava teus belos sonhares.
Que hora gigante da poesia,As mãos rabiscavam na solidão,
Os ventos rugiam pela maestria,
Até o sabiá na palmeira trinava,Compartilhando da cara emoção.
O regresso pedia, e Deus atinava.
620 Solange de Aragão - Belo Horizonte -MG - Brasil - 17/06/1973. Arquiteta, urbanista, mestre e doutora pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorado em História pela FFLH-USP e pós-doutorado em arquitetura pela FAU-USP. Autora de Ensaio sobre o jardim, Ensaio sobre a casa brasileira do século XIX, Saudades de BH e No interior do quarteirão – um estudo sobre as vilas da cidade de São Paulo.
621 Sonia Nogueira - Giqui, Jaguaruna-CE – Brasil - 11 de fevereiro, Educadora, Graduada em História, Estudos Sociais, pós-graduação Planejamento Educacional, Língua Portuguesa e Literatura - Membro da Academia Feminina de Letras do Ceará, Academia de Letras dos Municípios do Estado de Ceará, Academia Cearense de Belas Artes, Associação Cearense de Escritores, Poetas Del mundo, http://www.sonianogueira.prosaeverso.net/
701
SEU GRANDE AMORO olhar se debruçou na mulher musa,
Ana Amélia, de amor e inspiração,Trouxe igual mordaça e teor recusa,
A tristeza esmagou seu coração.
Rio de Janeiro o reduto desolado,Olímpia da Costa, outro amor viveu,
Mas o coração escravo arrebatado, Guardou dentro do peito, não morreu.
E veio o reencontro, anos isolados,Na lembrança do tempo conservou,
O poema brotou aos olhos alados,
Quase imitando Julieta e Romeu,Não lutou em nome do seu amor Poetou: Ainda uma vez — adeus!’,
GONÇALVES DIASQuero dos teus versos toda beleza,
Das palavras a melodia de amor,Dos sonhos a poesia que professa,
A saudade que o tempo não matou.
Jovem inda partiu no isolamento,Destino naufragado de um navio,A sina abraçou, mudo lamento,Enfrentou, porém o rude desafio,
De registrar palavra com fulgor,Com o poeta Alencar do Ceará,A natureza apontava esplendor,
Vivendo co’a emoção do romantismo,Bebiam juntos, fonte e emoção,
Nos versos que entoavam lirismo.
OFERTAOferto a ti, Gonçalves poeta,
Meu melhor elogio, meu saudar,Pelos anos aqui, pela coleta,
Da palavra lírica em teu poetar.
Os anos te correram apressados. Nem o cabelo grisalho alcançou,O frio não congelou teus achados,Mas imensa glória ti projetou,
702
Nas páginas da academia a palavra,Sendo imortal teu nome nunca apaga,A senha registrada que se propaga.
Mil sonetos a ti registram agora,Tua lembrança viva que se aflora,
Num cabedal de imensa e rara lavra.
APELO DO EXÍLIOTua terra tem palmeiras,
Cantará sempre o sabiá, E gorjeiam melhor que lá,
Aqui do lado de cá.Estrelas daqui são belas,
As flores enfeitam o lugar, A vida, nos bosques, singelas, Os amores aqui de encantar.
Na noite, sozinho, a imaginar, Vias mais prazer aqui no lugar,
Com tantas belas palmeiras, E o sabiá a cantar.
Tua terra tem palmeiras, Lá nunca hás de encontrar
Nas noites cismavas a só, O prazer aqui do lado de cá,
Com todas as palmeiras, E o sabiá a cantar.
Morrer jamais, Deus permita, Rogavas pra aqui voltar,
E não perder os primores, Que lá não vais encontrar, Vê-las, todas as palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Sophia Braga622
DIAS MENINOPenso no poeta pequeno
Descalço, correndo por entre o pomarNa cozinha, a mãe preparando o almoço
O lanche da tardeO jantar
Vejo o menino brincando Pedaços de galhos o chão a riscar
622 Sophia Braga - Lorena – SP – Brasil - 20 de agosto de 2005. Sophia é uma menina criativa. Gosta de ler e criar pequenos contos e poesias. Aos cinco anos, criou um pequeno conto chamado o Caminho das Borboletas. Sophia já possui várias historinhas num caderninho rosa e, em breve, com a ajuda de sua mãe, publicará todas elas num lindo livrinho ilustrado com seus desenhos.
703
Imaginando palavras formando versos no arAssim foi Dias pequeno
BrincalhãoMoleque
MeninoCriança felizAssim como eu
Ouvindo o sabiá cantar
Stella Maris Taboro623
TU ALMA Y LA MÍAEn tu tierra se elevan las palmeras
elegantes rasguñan el cieloen mi patria los gorrionescantan en todo este suelo.En el cielo manto oscuro
brillan las estrellas para todosaunque quieras de algún modo
apropiarte de todas ellas.Tus deseos y esperanzas
son las mismas que las miaspuede que tú las alcances
y yo me quede en la miraEl amor que vibra en voses tambíén un rio eternoen mi corazón de argentinaque late como tamborhasta vestirte con serpentinas.
EL CIELO EN TU MIRADATenías la mirada celeste , tan puratan transparente .Dormida en el mar parecían tus ojosbrisa de sales y cielos .
Eran tan puros, tus ojos celestesque al alba primera sin sol
se parecían .Tenían el brillo de la caprichosa luna ,
y la suavidad de todas las melodías .Tan tiernos y angelados ojos
y hoy solo puedo encontrar consuelo en el silencio,
y en las lágrimas que interpretanun canto celeste hacia el cielo.
623 Stella Maris Taboro - Ciudad de Rafaela, Provincia Santa Fe – Argentina. Soy MAESTRA NORMAL NACIONAL y PROFESORA DE HISTORIA. reside en la Ciudad de San Jorge. Se desempeñó como docente durante 33 años.
704
OjOS VERDESA esos ojos verdes
del color de la esperanzaque en tu poema en danza
como el mar , tan parecidos.
A esa esmeralda que Dios pusodebajo de mis oscuras cejas
el tiempo le da un tonoalgo distinto en mi rostro.
A veces están gris clarootras celeste muy suave
pero siempre hay estrellitasque adornan mi ojos claros.
Cuando estos ojos clarosmiran en silencio a mi amado
ellos se cubren de brillosporque mi alma asoma cantando
Y se derrama el amorcomo luz del corazón
en ese paisaje de prado verdedonde sin palabras , me declaro.
Otras veces es el cieloque bajó a mis pupilas
y en su mar sereno y clarobrillan cientos de estrellitas.
Suelen Cristina Liberato624
EXAGERADAMENTE GONÇALVES DIASExageradamente amando,
Exageradamente sofrendo,Por muitos amores e um encanto:
O verde daqueles olhos ingênuos.
Vagando em poesias,Declamando a minha vida,Canções para o meu povo,Canções para o meu amor.
624 Suelen Cristina Liberato - Teresópolis/RJ Brasil - 25/06/1997. Poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ. Apaixonada pela arte escrita, Suelen se dedica à leitura e ao aprimoramento de seu estilo, extremamente marcante e próprio. Criou, em 2012, o blog “A raiz do coração”, onde posta poemas e prosas poéticas de sua autoria. Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
705
Exageradamente querendo,Exageradamente perdido,
Entre casos de amor e lendas indígenas,Entre dor e alegria.
Vivendo pelo meu país,Vivendo pelo meu amor,
Sofrendo pelo meu país,Sofrendo pelo meu amor.
E você em mimSou eu sem você,
É o meu verde,São o meu sangue,
Os povos indígenasSou eu Gonçalves Dias,A eternidade é a minha vida.
AINDA – MAIS qUE UMA VEZ – ADEUSA saudade quer roubar
o que o tempo não consegue apagar:lembranças singelas
de um amor eterno e proibido.
Nos meus sonhos, pudete encontrar.Nos meus sonhos, pudete amar,numa noite mais que estrelada,numa noite adocicada.
Mas tu soltas a minha mão,mas o teu sorriso se fecha,mas os teus belos olhosse enchem d’água...Seriam lágrimas de arrependimento?
Seriam lágrimas de dor?Seriam lágrimas de amor?
- Não, meu amor – tu dizes em silêncio –são lágrimas de adeus!
706
Susy Morales Coz625
ANTôNIO GONÇALVES DIASLas estrellas, los bosques y las flores
Entre los caminos solosUna brillante voz se impera
En la suavidad de sus versos.
ANTôNIO GONÇALVES DIASCada página de la historia
Desciende un rayoDesde su mágico mundo
Y está vivo.
ANTôNIO GONÇALVES DIASCada estrofa de su cantico
Camina en su bosqueDespierto
Y viveEn el tiempo.
Talles Cardoso Machado626
ELEGIA PARA GONÇALVES DIASQuerido Gonçalves Dias,
como isso pôde acontecer?Tanto pediu pra Deus
pra não morrer...
Acho que Ele não ouviu,pois o que você temia aconteceu:
numa viagem de trabalho,Gonçalves Dias morreu...
Espero que nunca o esqueçam,pois você mudou minha vida.
Com muita emoção eu digo:Adeus, Gonçalves Dias!...
625 Susy Morales Coz - Lima – Perú – 03/05/1980. Estudió Producción de TV y Radio en el Instituto INICTEL y tam-bién estudió inglés avanzado. Susy es licenciada en Turismo y Hotelería de la Universidad Inca Garcilaso de la Vega de Lima. Susy Morales ha escrito y publicado 8 libros de poesía y cuentos: Versos Cautivos, Cuentos de Hoy, Día de Luna, Secreto de la Isla, Diarios Revelados, La Abejita Cindy, el libro en inglés Feeling the Sky y Día de Luna (2ª Ed.). Algunos de sus poemas han sido traducidos al portugués y al chino. e-mail: [email protected]; [email protected]
626 Talles Cardoso Machado - Teresópolis/RJ Brasil - 24/11/1996. poetaluno do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ. Dedicado aos estudos e grande xadrezista, agora dedica-se também à composição de poesias de sua própria autoria. Professor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
707
Tatiana Alves627
O GONÇALVES DOS MEUS DIASO primeiro poema que li foi a Canção do Exílio:
Entre bosques, flores e amores,Aprendi a escandir versos.Embalei-me na saudade
Do poeta que definhava de nostalgia em terra estrangeira.
Depois, em meio a tambores e atabaques,Ouvi a triste história
Do índio acusado de covardia.Herói que era, engoliu a ofensa
Para provar que morrer como guerreiro Era mais honroso do que viver errante.
Não permita Deus que eu morraSem chegar a perceber
Que o grande amor à Pátria sempre escorre pelos versos do poetaE atinge a alma de quem lê.
GRATIDãOMeu canto tão grato
Leitores, ouvi:Eu li o retrato Que descrevo aqui.
Retrato tão beloDa pátria gentil.Em verde-amarelo,Sob o céu de anil.
De índios e floresTraçou um painel.De tons multicores
Pintou o papel.
Das selvas e matasDo imenso BrasilSurgiam, exatas,
Redondilhas mil.
Do I-Juca PiramaÀ Canção do Exílio,
A voz de quem clamaÀ Pátria: um filho.
627 Tatiana Alves - Rio de Janeiro - Brasil - 16/09/1966. Participou de diversos concursos literários, tendo obtido vários prêmios. Possui sete livros publicados. É Doutora em Letras e leciona Língua Portuguesa e Literatura no CEFET / RJ.
708
É este o cantoQue trouxe alegrias.
Na voz, o encantode Gonçalves Dias.
Tatiane Paulo de Oliveira628
A MORTE DO AMOR, A MORTE DE GONÇALVES DIASGonçalves Dias morreu
e o amor foi esquecido...Pra qualquer lugar que eu olho,
só há lembranças perdidas...
O sabiá canta,Mas não do jeito que cantara com Gonçalves Dias...
Tinha mais sentimento,tinha mais vida...
As estrelas que ali brilhavamtrazem um brilho sem graça
sem ele aqui...O que fazer agora que só lembranças restaram
na poesia da memória?
Taysa Leite Lima629
GRANDE POETAGonçalves Dias tinha alegria
E muita harmoniaVivia em paz e união,
Seu dever era com a poesiaEle escrevia noite e dia.
Ele tinha amor por sua cidadeNela tinha sua felicidade
Pois Deus lhe chamou eDeixou só saudades.
Mas suas poesiasContinuam a viver.
Para a todos lembrarE nunca esquecer.
628 Tatiane Paulo de Oliveira - Teresópolis/RJ Brasil - 13/07/1997. Tatiane Paulo de Oliveira é poetaluna do 9.º Ano da E. M. Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, e, desde as primeiras aulas, demonstrou interesse pela arte poética. Sempre sorridente e sonhadora, ela acredita no poder do amor e em sua força lírica. Profes-sor orientador: Carlos Brunno S. Barbosa
629 Taysa Leite Lima - Escola Paroquial Frei Alberto
709
Teresa Cristina Cerqueira de Sousa630
SEMPRE NOSSA CANÇãOA Gonçalves Dias.
Nas horas que vêm chegando do dia, Sobre o sol de minha terra (benção!),
Que se inunda de divina afeição, Ai, que bom te saudar em alegria!
Alma de sabiá, som do Brasil! Tu és o poeta de nossa gente
Em teu nome puseram – certamente – Tudo o que é de luz e varonil!
Eu queria falar - como quem reza – De tua poesia, da beleza De teus versos _ Sempre nossa canção! Ah! gritam pelas ruas... somos nós...
Que em pensamentos... a uma só voz... Fazemos, como tu, nossa nação.
PALAVRAS FELIZES DE SAUDADEA Gonçalves Dias.Escrevo para ti com emoção.
Como se eu estivesse num jardim, Que se abre (pim-pum) numa canção. Ah! que instante de alegria - assim. Aqui tenho momentos de prazer, E puros - hoje e pela eternidade. São de ritmos, de luzes em meu ser, Vindos destas palavras de saudade. Escrevo com meu espírito em versos: A imaginar pensamentos diversos, Pois dizem que Gonçalves não morreu. Então, ergo os olhos em oração, A ver o que fala em meu coração _
Em que tua poesia está no meu!
630 Teresa Cristina Cerqueira de Sousa - Piracururca – PI – Brasil. 14/11/1961, filha de João Batista de Sousa e de Inocência Maria Cerqueira Sousa, divorciada, mãe de 4 filhos. É formada em Letras – Português pela Universi-dade Estadual do Piauí e com Pós-Graduação em Gestão Escolar. Tem participação em mais de 100 antologias entre poesias, contos e crônicas na CBJE (Câmera Brasileira de Jovens Escritores). Possui site: http://www.recantodasletras.com.br/autores/flordecaju.
710
Teresinka Pereira 631
GONÇALVES DIASFebril amor pela natureza,
pelos animais, amor da pátria, uma visão que sobreviveu
ao naufrágio, justo quando olhava a costa do Maranhão.
Amor de toda a existência, essencial, sagrado, convertido
em uma lírica nova para a literatura nacional.
Gonçalves Dias, sua paixão ainda inspira sonhos de regresso
a todos os exilados de todos os tempos, mesmo os que nunca ouviram o sabiá cantar,*
mesmo os que não puderam ver as estrelas do céu brasileiro.
Obrigada pela doce herança romântica das suas saudosas canções.
*Minha terra tem palmeirasOnde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiamNão gorjeiam como lá.
Gonçalves Dias
Terezinha Erna Brandenburger632
O POETA DOS POETASQuem dera eu tivesse
Um só instante de inspiraçãoQue este imortal poeta teve
Na obra-prima de sua criação.
631 Teresinka Pereira - Brasil. Poeta e tradutora, Teresinka Pereira divulga a poesia brasileira entre os povos de todos os continentes, por onde sempre viaja, em busca de novas experiências de vida e de arte poética. Presidente da Associação Internacional de Escritores e Artistas. Membro da Academia Norte-Americana da Língua Espanhola, correspondente da Real Academia Espanhola (1989). Indicada candidata ao Prêmio Nobel em 2005, pelo International Poetry Translation and Research Center. E-mail:[email protected]
632 Terezinha Erna Brandenburger - Novo Hamburgo, RS – Brasil - 27/6/1942. Estudou na Escola Santa Catarina, onde se formou professora. Cursou Letras na UNISINOS, não tendo concluído o curso. Nos anos 1990, escre-veu crônicas para o Jornal NH. É membro da Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos – ALVALES. Participa das coletâneas: Reflexões Poéticas, Poetas Pela Paz e Justiça Social, Tendências Literárias 2009, ALAVAES em Múrmúrios e Mulher: Feminino, singular.
711
Sua “Canção Do Exílio,Já na infância decorei
E este poema tão lindoPara sempre na lembrança terei.
Longe da terra amada,Quando a saudade bate forte,
Meu pensamento voa, voa,Para os versos tão só dele.
Seus versos tão leves,Tão vivos ainda estão.
Quem dera pudesseGravá-los em minha mão!
Enquanto eu viver e me depararCom palmeiras ondulando ao vento,Várzeas floridas a perder de vista,Um céu pontilhado de estrelas,
Bosques repletos de vidaE sabiás cantarolando ao amanhecer,
Dele sempre hei de lembrar!
Terezinha Oliveira633
HOMENAGEM A GONSALVES DIAS.Terra de meus sonhos não mais vai existirCom saudades recordar o passado felizNa esperança sem malícia de criançaMarcar minha existência um dia a sorrir.
Mamãe com carinho amor e atençãoPelo bosque com os irmãos brincavaQuando criança ao entardecer rezavaNo teu berço feliz meiguice proteção.
Terra magnitude do meu apreçoNas noites de estrelas prateada
Matas floridas na primaveraSaudades dos rios em que me banhava.
633 Terezinha Oliveira - Baiana. Brasil - Escritora, e com títulos de honra ao mérito. Embaixadora da Paz / Cercle Universel Des Ambassadeurs De La Paix Suisse / France. Lançou cinco obras solo. Com Participação Num di-cionário na Bahia, com vários autores de todo Brasil. Participou do Vol. V. e V1, Alimento da Alma. Organizado pela Escritora Jane Rossi. Na Antologia Destaque na Poesia, com o Escritor e Colunista Raimundo Nonato. Em Melhores da Poesia Brasileira.Com Monica Rosemberg, e Jane Rossi. [email protected]
712
Thaís Matos Pinheiro634
AINDA UMA VEZ, AMORExilado foi
Na eternidadeVive ainda
Na terra da saudadeNa terra das palmeirasRomantismo amante
Se te amo, não seiMas sei sim
Amo-te até o fimComo eu te amo
O silêncio, a luz, o aromaPoesia, graça,
Talento, raçaEle é o amor
Amou a vida inteiraAmou Ana Amélia
Amou o BrasilAmou o amorEscreveu o amor
E nos deu de presentePresente de despedida
O legado da partidaPra terra dos sabiás
Ainda uma vez, adeusMas não digo adeus
Digo até breveAté quando cruzar-te
Perdida de amoresPois és amor
E amor é vida
Thaise Santos635
ETERNA MEMÓRIANo inverno nascia esta voz
Mas precisamente em 10 de agosto de 1823Mais uma essência se fez
Na canção do exílio ficou a saudade
634 Thaís Matos Pinheiro - São Sebastião, SP – Brasil - 09/04/1993. Estuda jornalismo na USP e escreve nas horas vagas. Foi vencedora do na edição de 2012 Concurso de Poesias Nhô Bento com dois poemas – Não Sou e Aonde vais, Maria?.
635 Thaise Santos – Carapicuíba – SP – Brasil - 02/12/1993 – E-mail: [email protected]. “ A poesia é a arte da alma, essência inegável e única”.
713
Nas palavras as suas verdades... Ainda uma vez- Adeus a Don’Ana
Seu âmago em suas palavras clama A verdade, a essência que chama
Poeta celebrante da pátria, romantismo, indianismo... A história Se faz eterno em sua alma
Permanece na memória
Sua vida versejada Pela água foi levada
Mas eterno se fez pelas palavras a nós deixadas
SENTIR SENTIMENTO SENTIDO Sentir sentimento sentido Do amor vivido perdido ansformado em verso Sua vida de idas e regressos
Sua alma que se revela Na poesia sua vida se esmera
Mostrando sentir o sentimento A visão própria o sentido
Dias os 41 anos viveu Sofreu, versejou, escreveu... Sua alma nunca morreu... Ele vive, na poesia, no que escreveu Sentimos o sentimento nos sentidos... Ele vive para aquele que leu, seus sentimentos vividos.
DIAS E DIASMas mesmo assim não deixou de versejar Sua arte e poesia pelo infinito irão voar Nas palavras escritas...
Nos livros... .
A anos e anos vem caminhando Na poesia versejando
Dias e dias se passam E as rimas se casam
. História, uma vida
Poucas alegrias e dores ritmadas Jamais serão perdidas . Ficarão na memória por Dias e dias
714
O ETERNO POETA O Poeta com quarenta e um anos, tão jovem se foi
E quase cento e ciquenta anos depois Sua essência ainda é citada Em sua poesia deixada
O Ville de Boulogne levou o poeta
Mas a vida deixou sua lembrança em poesia concreta O veleiro francês ao bater no baixio dos Atins
Levou nosso poeta ao fim
Mas em poesia sua voz é eterna Nesta natureza sincera
Do versejar
Sua alma por anos aqui vai estar Como já está
Graças a sua poesia que podemos contemplar.
POETA DO MAR Caro poeta sois o atleta do versejar
Nas poesias veio o Brasil saudar Abordas também o amor
E tuas intensidades, teu calor >
A perda de tua Ana Amélia Tua inspiração, ainda uma vez quimera
Adeus Abriu mão d’ela, de outro já era
> Poeta indianista Poeta da pátria Poeta de vida
> Poeta do mar
Mesmo versejando sobre águas Veio o mar o levar.
Thiago Jefferson dos Santos Galdino636
O VOO DA ETERNIDADEMeu negro semblante
Exprime saudades E omite as verdades
Do céu estelar
636 Thiago Jefferson dos Santos Galdino - Mossoró – RN – Brasil - 06-09-1993. É Autor do livro “Suspeitas de um Mistério” pela Editora Multifoco; participou de projetos de incentivo a leitura, e colabora com jornais, revistas e blogs literários por todo o Brasil.
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Saudoso dos cantos Dos bosques, da vida
Do povo Timbira Do meu sabiá
Perdido no entanto No pranto do mundo
Os mares profundos Me querem levar
Sem ter o encanto
Do amor de Don’Ana Que doce me ama
Não posso ficar. Por mais águas que me afoguem Deus permita que se voguem Os meus versos no meu lar
Sem qualquer brida ou comando Nesta brisa do meu canto
Nem civil, nem militar
Pois nos campos da poesia Que habitam o meu lugar
Bem no fundo eu já sabia Cá comigo: Eu vou voltar! Sei que ainda vou voltar Pras maneiras que um dia Deslumbraram o meu luar E haveriam lá de estar Com as luzes brasileiras Que iluminam o Sabiá Dentre as sombras das palmeiras Que tem lá e ainda é lá.
NOS DIAS DE GONÇALVESMeu negro semblante Exprime saudades
E omite as verdades Do céu estelar
Saudoso dos cantos
Dos bosques, da vida Do povo Timbira Do meu sabiá
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Perdido no entanto No pranto do mundo
Os mares profundos Me querem levar
Sem ter o encanto
Do amor de Don’Ana Que doce me ama
Não posso ficar.
Tiago Duarte Cordeiro637
UM POEMA SOBRE O POETA(cordel em homenagem a ANTONIO GONÇALVES DIAS, em memória)
1 - Uma história verdadeira,Aqui eu irei contar,
D’um poeta de primeira,Você pode acreditar.
2 - É a de Gonçalves Dias,Um poeta popular,
Eu a conheço há dias,Nada irei inventar.
3 - Estória de pescadorNós podemos duvidar,Mas essa do escritor,
Todos podem confiar.
4 - Nasceu em dez de agostoEm terras de Jatobá.
Só deu orgulho, desgostoEle não deu, nem pensar.
5 - Foi no sítio Boa Vista,Ele nasceu pra brilhar,
Homenagem ao artista.Sempre devemos prestar.
6 - Em Caxias, Maranhão,Até rapaz, viveu lá.
Logo cedo, o cidadãoComeçou a trabalhar.
637 Tiago Duarte Cordeiro - Campina Grande/PB – Brasil - 29/04/1963. Comerciário, aspirante a poeta. Publica seus escritos no Recanto das Letras: www.recantodasletras.com.br/autores/tiagoduarte).
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7 - Etnógrafo, jornalista,Chegou a advogar,
Provou ser grande artista,Na arte de poetar.
8 - No teatro também foiDestaque, posso provar.
Se foi criador de boi,Disso não estou à par.
9 - Filho de pais não casados,Foi pra Europa estudar.
Após dez anos passados,Voltou, ao se bacharelar.
10 - Algumas obras notáveisEu irei aqui citarDo grande Antônio Gonçalves,
11 - Querendo, podem anotar. 12 - Seus Olhos” foi uma delas,
Inspirou-se de tanto olharPra Ana, a amada bela,
Com ela quis se casar.
13 - O terrível preconceitoImpediu-o de desposar,Por ser bastante direitoNão quis a moça roubar.
14 - “Ainda Uma Vez-Adeus”Fez também ao se inspirarNa bela, como ocorreuVou agora explicar:
15 - A compôs em Portugal,Após a bela encontrar
Num encontro casual,N’um Jardim que tinha lá.
16 - “Sextilhas de Frei Antão”É também d’admirar,
É uma composiçãoBoa d’alguém recitar.
17 - Cito “Os Timbiras” agora,Vale à pena decorar.Não poderia ficar de fora,Leiam para confirmar.
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18 - Vem a “Canção do Exílio”,Obra espetacular,
Foi a que deu-lhe mais brilho,Ficou em primeiro lugar.
19 - Com muita disposiçãoSobre Dias, quis falar.
Não importa a posiçãoQue chegarei ocupar.
20 - Pra mim, o mais importanteFoi, sim, homenagear
Um poeta tão brilhanteCom a arte de rimar.
21 - Eu a fiz na fonéticaDa “Canção” tão singular.
Uma saudação poéticaA você, quero deixar.
Tiago Klein Maciel638
CANÇãO DO EXÍLIOOh, Brasil de tantas cores e amores!
Tu és quente como um abraço apaixonado; tão diferente deste frio daqui.Aqui tudo é escuro e cinza;
nada se parece com a minha terra tão cheia de sorrisos,
alegrias e sabores.Aqui, raramente, vejo
pássaros e sorrisos; lua e sol, só no outono.
Espero, em breve, deixar a Suécia e voltar à minha Terra!
Obrigada . Está aceita.
Saudações Gonçalvinas,Dilercy Adler
638 Tiago Klein Maciel - Porto Alegre/RS – Brasil - 06 de junho de 1997. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”. Curte música, leitura e história. E-mail: [email protected]
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Um Maranhense639
VERSOS NA INAUGURAÇãO DA ESTÁTUA DE GONÇALVES DIAS(A THEMISTOCLES ARANHA)
… a história os resgata do abandonoE as gerações lhe fazem para culto
Do túmulo um altar, da campa um trono. Mendes Leal (Cânticos).
O seu vulto ali vejo! Transparece-lhe `Na fronte augusta a nobre inspiração!
Tem-lhe, há muito, rendido vassalagem;Mas de novo prestar – vem homenagem
A seu grande Cantor o Maranhão.
Que hino harmonioso o mar envia!Que cantos festivais a brisa entoa!
Não sabeis!? É que hoje aos pés do gênio,N’este plaino risonho por proscênio,
Vem-lhe o povo trazer – a sua c’roa.
Bem do peito, espontâneo é o tributo,De versátil lisonja não nasceu:
Não e mais esse vulto um ser humano:Lá ficou entre as dobras do oceano,Entre as brancas espumas se escondeu…
Mas quem era?... Entre nós com lira d’ouroNas mágoas ensinou-nos a sofrer,De seus lábios perenes dimanavamMelodias que ao peito inebriavamE o alento faziam reviver.
As belezas da Pátria com seus versosDa Europa as nações ele mostrou;
Nossas ínvias florestas penetrando,Foi seu estro qual sol iluminando,
E os índicos mistérios revelou.
Lá do bosque no fundo, entre os palmares,O índio fero atravessou veloz…
Nós, de susto transidos escutamosEntre os gritos de dor dos gaturamos,
Do boré e da inúbia a rouca voz.
639 Anônimo in Leal, Henriques, Pantheon Maranhense, São Luís, 1874, p. 560-561. Poesias compiladas por We-berson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil
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E os grandes esquadrões de peito a peito– Homéricas visões! – pudemos ver.Dos golpes ao embate, a penedia,As florestas, o céu estremecia,
Ia o sol entre nuvens se esconder.
Depois, com que magia os outros quadrosEm que tudo e encanto e só primor!!
Onde acaso soou mais eloquenteDa mágoa e da paixão o verbo ardente?
Quem melhor traduziu o que era amor?!...
Sim exulta, poeta, e aceita ufanoOs louros d’esta esplêndida ovação.
Já a muito rendeu-te vassalagemMas vem hoje prestar nova homenagem
A seu grande cantor o Maranhão.
Valdeck Almeida de Jesus640
POEMA A GONÇALVES DIASA terra onde havia palmeiras
Hoje tem devastação;Onde cantava o sabiá
Reina solta a erosão.
Que diria o poetaSe vivesse para ver
Toda a sua poesiaNeste solo esmaecer.
Com certeza ia chorarPela triste imensidão
Pela seca e o deserto
Desencantado por certoE com dor no coração
Pediria pra não voltar...
640 Valdeck Almeida de Jesus - Jequié-BA – Brasil - 15.02.1966. Jornalista, escritor e poeta. Livros: “Memorial do Inferno. A saga da família Almeida no Jardim do Éden”, “Feitiço contra o feiticeiro” e mais treze outros. Membro da Academia de Letras de Jequié, Academia de Letras de Teófilo Otoni e União Brasileira de Escrito-res. Patrocina um concurso literário desde 2005, o qual já publicou mais de 1000 poemas. Site pessoal www.galinhapulando.com. E-mail [email protected]
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Valentina Kroeff Sperb641
CANÇãO DO EXÍLIONo Brasil, temos moças belas;
nos Estados Unidos, a beleza feminina não satisfaz. Lá, vive-se simpatia e carisma;
aqui, o povo não demonstra nenhuma afetividade;
preservam a antipatia.Lá, o perigo está nas ruas;
aqui, em todos os lugares.Apesar dos Estados Unidos
ser um país cheio de magias; o Brasil vence por sua simpatia.
Valmir Sales Borges642
GONÇALVES, O PATRIOTA.Oh Gonçalves!
Aqueles diasQue no EXÍLIO estivera
Longínquo como a quimeraDa sua pátria queridaDesejoso do voltarE só sua poesiaO fazia confortarHojeMuita coisa aqui mudoue amor puro como o seuNão existirá jamais.No poder:Novos colonizadoresQue “surrupiam” valores
Para paraísos fiscaisApresentam-se como guerreiros
Mas mudaram seu sentido.Seus GUERREIROS, prazeiravam-seContando suas proezas
Hoje guerreiros em meio à nobrezaSão aprisionados por serem “bandidos”
641 Valentina Kroeff Sperb - Porto Alegre/RS. – Brasil - 03 de setembro de 1997. Estudante do Ensino Fundamental do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante do Projeto “Imagens e Textos construindo Histórias e Versos”: “Banners Poéticos”, 2012. E-mail: [email protected]
642 Valmir Sales Borges - Camacan-BA – Brasil - 20/09/1959, Formado em Administração de Empresas, composi-tor, poeta e professor, com poemas publicado no livro de antologia Ecos da Alma, titulo Menino de Rua e em Ventos Poéticos, titulo Egoísmo e Vida e Morte. Email: [email protected]
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Não!Longe de mim ser PIAGA
A predizer um triste finalMais “sugam” nossos direitos
A saúde, a educaçãoPilares, de uma grande nação.
DEPRECAÇãO!Imploramos a um novo Tupã
Os valores inverteram-se!E um torrão tão amado
Hoje filhos rejeitadosPreferem ser exilados
Idealistas conectaram-seNa tal globalização.
Brasileiros semi alienadosNão tem sentimento de nação
Gonçalves, sei que estásNuma outra dimensão
Glorificamos com louvorSeu exemplo de amor
Por esta pátria mãeÀs vezes “madrasta”
Mas que assim como a exaltouMesmo com todo dissabor,
A tenho em meu coração.
Valquíria Araújo Fernandes De Oliveira643
DIAS DE FELIZES LEMBRANÇASSe tu voltasses, Gonçalves Dias,
E visitasses o meu sítio, Tu pensarias estar em um paraíso...
Um lugar cheio de verdes e de magiasUm ponto de encontro de parentes e amigos
Que aos domingos almoçam juntosNa mais perfeita harmonia.
Não tem grandes palmeiras no meu sítio
Mas tem pés de mangas e de cajus Muitas palmeiras de buriti e algumas de açaí...
Bem no alpendre da casa deste paraíso,
643 Valquíria Araújo Fernandes de Oliveira, Caxias-MA – Brasil -Graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia. Adquiriu os títulos de Especialista em Língua e Literatura Inglesa e Mestre em Letras pela Universidade Federal da Paraíba. Foi Diretora do Centro de Estudos Superiores de Caxias (CESC-UEMA) de 1995 a 1999. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC) e Vice-Presidente da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (ASLEAMA). Atualmente, é Secretária Municipal de Cultura e Turismo (2006-2012).
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Há um ninho sempre visitado por um sabiáQue, provavelmente, não veio das Matas do Jatobá.
Se tu pudesses vir até aqui, Tu encherias meu pai de alegria...
Ele considerava o sítio um paraíso sem igual!Ainda que não ouvisses o canto de muitos sabiás,
Tu te deliciarias com o canto dos periquitosQue, em revoada, acompanharia o canto dos bem-te-vis.
Tu não podes mais vir aquiMeu pai também não estaria ali
Para comemorar tua visita com alegriaResta, apenas, a saudade dos tempos sem volta...
Mas, a família continua ali,Vivendo domingos harmoniosos,Dias e dias de felizes lembranças, Naquele nosso paraíso, ouvindo o canto dos bem-te-vis.
Valquiria Imperiano644
SALVE DIAS Gonçalves dos dias de ontem
Gonçalves dos dias de sempre. Poeta inverossímilDeste Brasil varonil. Melancólico chorastesAs cores e os amores deixados.Fizeste um bouquet de flores Colorido e perfumado. Cantastes em versos eloquentesa saudade do Brasil,dos bosques, das matas verdes e
do céu azul anil.
Em teu exílio ouvias O canto do sabiá ;
Que na tua memória gorjeavamE não existiam lá.
644 Valquiria Imperiano - João Pessoa, Paraíba – Brasil - 18 de novembro de 1953. Naturalizada Suissa, país onde mora, desde 1997. Formada em Letras na Universidade de Mandaguari Paranà. Na UFSC e em Genebra cursou francês. Foi professora de língua portuguesa em Florianópolis e em Genebra. É artista plástica ( exposições na Europa e no Brasil), escultora, designer de jóias. Escreve poemas, contos e crônicas. Acadêmica da ALAF. Membro da : Literart, e Rebra. Prêmio. Luso-brasileiro - Diploma de Honra ao Mérito, escreve para o Varal do Brasil.
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Teu pranto sincero e amorosoCheio de saudade pueril,
Atravessou o atlânticoAterrizou no Brasil.
Cantaste tão alto e tão forte
Que o tempo registrou. E a glória tão merecida
a historia te ofertou.
Viraste pedra preciosa Desse país de talentos .És uma relíquia sagrada
desse imenso Brasil.
POETA SONHADOR Teu romantismo
Mescla nostalgia e nacionalismo.Poeta de todos os poetas
Em nossos dias teu canto Ainda encanta certamente
Quantos anos já se foram Que a terra em teu seio te acolheu
E continuas em silêncioA lançar teus poemas ao vento
Soprando nossa alma Com poemas de louvoures
Cantos de cores De flores
Sabor de araça Melodiosos cantos de passaros
De amores romanticosQuem dera um dia eu fora
O poeta que fostes outroraUm poeta que encantou
E cantou as cores da saudade Das nossas raizes
Da terra do Brasil
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Vanda Lúcia da Costa Salles645
EM N0SS0 LEIT0 DE F0LHAS VERDES
“Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces.”
Gonçalves Dias
Há sentimento aqui, encantado, sob a tamarindo em florPoesia exala esperança, beleza incomum se despe, bem antes
Em nosso leito de folhas verdes a vida sussurra: amooorrr!Ó amada e bela terra! Tupã, como é perfeito o instante!
N a angústia da espera, lança-se voz e coração, desarmadoAtravessando vale e montes, terras, rios, lagos e ilhas E estes versos que ao luar se explica canto, entreaberta
A flor, Jatir, saudade espanta o que do amor não seja trilha.
Entre pétalas de flores diversas e livres, aroma é açoiteÀ rosa que a mão oferece pronta. O tempo aperfeiçoa-se rio
E acentua-se no fluir das horas. Os corpos languidos, cais,Sobre nosso leito de folhas verdes, a lua acentua a noite
Enluarada, a copa da mangueira altiva capta: suave prece, pio de ave!Ao pé da noite, bogari perfuma: pensamento e alma, cedro e pinho.À voz do meu amor move os teus passos? Aconchego, a floresta sabe!Venha! Não te chama em vão, à voz do meu amor! É ninho. Não temas que a vida é fugaz. Olhai, atenta, o que move as folhasAs águas dos grandes rios e o poema cabem no silêncio da noite, sementeO que te oferece o pranto e o encanto, tuas lágrimas sente e colheAmor é coisa que pia longe de imenso, no dentro da gente. Sim, se aos poetas cabem traçar o rumo com jeito próprio,
No aprumo dos passos dados, caminham e alentam a claveNa imensidão do nosso amor, sonhos infindáveis bailam joviais,
No entanto, o bosque revela apenas a silueta estática da chave
Se deliro estes versos d’alma arrancados e sangro, creiasÉ para que leias o que me alcança fundo centro da forma
E se não me conformo e busco universo outro, é que acalentoO sonho torto de seguir-te os passos, ó amado vate!
645 Vanda Lúcia Da Costa Salles - Italva (RJ) – Brasil - 25/04/1956. Poeta, contista, professora. Graduada em Le-tras (UERJ-FFP), Pós-graduada (UFF), atualmente cursa Direito (UNESA). Publicou: No tempo distraído (nar-rativas, Ágora da Ilha, 2001), Diversidades e Loucuras em Obra de Arte- um estudo em arteterapia ( ensaios, Ágora da Ilha, 2002), Núncia Poética (poesias, cbje,2010). Participou da Antologia: Poesia em trânsito-Brasil/Argentina ( La Luna Que, Buenos Aires, 2009). E-mail: vanda � [email protected]
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Doce aroma, outra vez, no amarelo do dia, abriu-se florSeu nome aguça a mata, ao longe o grito do galo-da-campina
Aqui, no peito grafo o nosso leito de folhas verdes, minha sinaÉ semear palavras que só cabem no infinito de teus olhos: amooorrr!
Seu nome sibila em meus lábios trêmulos, amorosos e impuros
Ao mordicar a língua com que te traço, trago deveras, só alegrias,Eternizados, imagem e semelhança em florestejos, um buquê
Em desabroche de flor na flor do Lácio: Antonio Gonçalves Dias!
POR CAUSA DE VOCÊ
“Como se ama o clarão da branca lua,Da noite a mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,Quando em mole vai e vem a nau flutua.”
Gonçalves Dias
Ino amor,
do verbo preservo a ação
de crer moço bonito,
que meu desatino é por causa de você
II só por causa de você
escrevo aos sons da mesma flauta em tantas formas
e de forma que
por um beijo palavra de nauta
que a palavra seiva rasga-nos o peito, até
a vida que se inscreve foz
III
e a voz, tão linda, escorre das mãos
igual leite materno que sacia
o que ama o clarão da branca lua, e o que em nós é fonte e sina
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IV e se teu canto me aterra foto e clima, fogo e labareda
eternizando a língua, nesta literatura brasileira com que bordamos: tempo e vida
CÂNTICOS AOS TRABALHADORES
“Não chores, meu filho; Não chores, que a vida
É luta renhida: Viver é lutar.
A vida é combate, Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos Só pode exaltar!”
Gonçalves Dias
I Se a linguagem é imprecisa: L (ab) utamos!
Se o amor não corresponde: L ( ab) utamos!Se a aposentadoria não cabe: L (ab) utamos! Se a mão ao traço imola: L (ab) utamos!
Se o osso atravessa o caldo: L (ab) utamos! Se o leitor nega o círculo: L (ab) utamos! E porque a vida exige uma transformação: L (ab) utamos! II Ó Senhor, dê a todos nós a flor do deslumbramento e a descoberta dos silêncios, na poesia da vida, na solidariedade da terra trabalhada! III E se as calosas mãos já não criam: Afaste de nós esse cálice!
IV
Que o vinho embriague, da hóstia, o pão na mesa não seja apenas batata ou esmola do pedinte,
e que nossos filhos não vivam agarrados as minguadas pensões de seus pais e avós, porque “ viver é lutar!”
VI E reorganizem a mudança no foco de atenção: com consciência, sabemos
o tempo não tem realidades, apenas espia a juventude da natureza. No país mais um Guarani Gaiová em um pé de árvore.
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VII Que livre de estrutura a curva ilumine, do gosto a saliva,
e não entorpeça esta língua em nossos lábios: luta renhida!
Vander Lima Silva de Góis646
VERSANDO OS DIASGota a gota,
TempoGota a gota,Pensamento
Os dias versam Os versos dias
Gota a gota,Intento
Gota a gota,Barlavento
Os dados rolamBaila vento
FitaOs ventos sopram
VidaGota a gota
Gonçalves Dias.
Varenka de Fátima Araújo647
AMARGO RETORNO Gonçalves Dias,poeta valoroso!
Mostra em teus versos,o amor pelo Brasil Estando nas horas mortas
E os ponteiros dos relógios... Correram velozes sem tua presença
Teus poesias ficaram eternas
Os lamentos e gritos abafados Pelo reflexo da desigualdade
Condizem com tua alma nobre No exílio continuaste amando O céu ,ás matas, os pássaros ... Da tua terra com tudo exótico
646 Vander Lima Silva de Góis - Brasil. Advogado. Professor Especialista em Direito Privado e Social. Escritor. Poeta e Músico.
647 Varenka de Fatima Araújo - CE - Brasil. Baiana de coração, reside em Salvador-Bahia. Figurinista, funcionária pública, formada em Direção Teatral, atriz, maquiadora, artista plástica, dançarina, poetisa e escritora. Partici-pou de trinta e cinco Antologias.
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Sonho e amor único por uma mulher Separados por uns por tua mistura de raças
Sábio como a natureza, partiste... Entretanto voltaste para á terra amada
O navio sem roteiro afundou, um adeus dorido Entre estas linha,meu lampejo e dor.
GONÇALVES DIASSete horas da manhã
Abro janelas e portasUm céu cinzento fere a vista
Palmeiras raquíticas sem verdeOs sábias num canto sem som
E o vento seco varre sem fronteiras É pitoresco este cenárioRios com manchas pretasCorem para o mar, uma tragédia
Uns sem sustendo de uma desgraçaÁguas que vestem a terra desbotadas
Que abrem fendas como cemitérios
Eu recomponho meu corpo ardenteNas cores que aquecem vibrantes
Estou hoje convencida, nesta desditaGonçalves Dias se estivesse aquiPavoroso seria sentir,dorme poeta DEDICADO POETA Gonçalves Dias dorme....No fundo do marO teu cérebro um coração amorosoEntre os frutos e riqueza em águas jazE tua Pátria a historia marcou Estendendo por década longínquaQuantas aspirações e amor dedicados
A tua terra amada e idolatradaEssa que atribui tua imortalidade
Mudam os tempos, mudam uns homens
Por cobiça devastando tudoSob pena de uma catástrofe
Esse tormento jamais verás poeta.
UMA VIDAUma mão cansada, aluir
a outra mão vazia, inelutável o pescoço no incipiente inchado a voz sufocadaa boca imprescritível
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o destino no arrasto ardiloso lágrimas guardadas ....
em águas do Maranhãoa vida se foi lentamente
morada se fez saudade.
UM HOMEMGravo tuas letras de ouro
em palmeiras no luar reluzentes iluminado a noite receptível
no meu intimo acolhedor
A minha alma captou teus versos potente atravessou os ouvidos do meu coração
e a porta fechou branda e silenciosa minha memória encerrou
Meu corpo remanso em posição centrada
esperando que nossa terra seja como outrora.
Vera Rocha648
ANjO DIASLá no Baixo dos Atins nasceu o Dias,
Doutor nas leis ele venceu;E na volta à sua terra - a das palmeiras,
Jubilou-se nos poemas que escreveu.
Fez história nas tempestadesInspirando-se nas artes irmãs;
O amor eclodiu em seus cantos,Em desejos e desencantos.
Ainda hoje ouvimos a liraAjoelhados a seus pés rendidos.
Seguidores deste poeta guerreiroQue clamou pela amada terra
No sentimento de filho querido.
Anjo Dias me escuta:Quando junto à noite no céuSentir a brisa pelo rosto teu,
Não se aflija, se alegre,Sou eu, sou eu, sou eu.
648 Vera Rocha - Rio de Janeiro – RJ – Brasil - 24 de fevereiro de 1958, Moro em São Paulo há uma década. Sou casada, tenho filhos, dona de casa e trabalho, porém é na poesia que me encontro. Escrevo, desde muito jovem, coisas que engavetei durante toda a minha vida. Agora, em que a maturidade nos tira a vergonha, desengaveto meus escritos. Não publiquei um livro, ainda. Não ganhei nenhum prêmio, ainda. Não desfiz de meus sonhos de escritora, ainda.
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RETORNO DO EXÍLIOO que escreveria hoje Gonçalves Dias
ao retornar de seu exílio...
Minha terra aqui te encontroSem palmeiras nem sabiás;São clareiras que encontro,
Desmatamentos colossais.
Nosso céu sem mais estrelas,Poluição matando flores,
Nossos bosques estão sem vida,Nossa vida sem amores.
Triste estou vagando à noiteCom receios do que encontrar;Minha terra não tem palmeirasNem o canto do sabiá.
Minha terra tem temoresDo que posso encontrar;
Triste estou vagando à noiteSem o prazer que tive cá.Minha terra não tem palmeiras
Nem o canto do sabiá.
Não permita Deus que eu morraSem ver ela se transformar;Sem que eu desfrute os amoresQue já não encontro por cá;Sem que eu plante mais palmeirasNas clareiras pros sabiás.
Victor Parussini Todt649
CANÇãO DO EXÍLIOBarcelona/Espanha-Porto Alegre/Brasil
Terras tão distantes e diferentes. Ambas com culturas bastante
ricas e fascinantes. Cada qual com sua tradição.
Aqui, danças e “paella”;Lá, churrasco e chimarrão.
Aqui, a Estátua de Colombo;Lá, a do Laçador;
649 Victor Parussini Todt - Porto Alegre/RS – Brasil - 08 de novembro de 1995. Estudante. Acadêmico Efetivo da Academia de Letras Machado de Assis, de Porto Alegre/RS, Cadeira 46, Patrono: Gianfrancesco Guarnieri; Aca-dêmico Mirim da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário de Camboriú/SC; Grupo dos Poetas del Mundo; e, Membro da Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal.
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as duas, símbolos das cidades.Aqui, muitas belezas,
mas é para Lá que quero voltar.Porto Alegre tem vários shoppings;
grandes estádios; praças e parques arborizados; cinemas e centros culturais.
Vitor Alibio650
CANÇãO DO EXÍLIOQuando estou em minha cidade,vejo a terra com mais verde;
as ruas mais alegres;um povo batalhador que se ergueu.
Quando estou em minha cidade,
vejo domingos ensolarados;famílias felizes curtindo
ora um amanhecer de céu azulado; ora um pôr do sol demorado.
Quando estou em minha cidade,
vejo as estações bem definidas. Nela, estamos acostumados
às mudanças climáticas.
Aqui, não é nenhum deserto; no entanto, o calor muito castiga
e o verão intenso domina.
Vitor da Rosa Martins651
CANÇãO DO EXÍLIONão consigo esquecer
da terra donde vim.Tal amor guardo comigo
e o levarei até o fim.
650 Vitor Alibio - Porto Alegre – RS – Brasil - 10 de novembro de 1995. Filho de Liane Maria Zambrozuski e Paulo Roberto Alibio. Estudante do Ensino Médio do Colégio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo e Vice-Di-retor de Edição e Publicação da Academia de Letras Machado de Assis, Porto Alegre/RS, Cadeira 30, Patrono: Simões Lopes Neto; Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores, Balneário Camboriú/SC; Associação Interna-cional dos Poetas del Mundo; e, Liga dos Amigos do Portal CEN, Portugal. E-mail: [email protected]
651 Vitor da Rosa Martins - Porto Alegre/RS. Brasil - 19 de novembro de 1996. Estudante do Ensino Médio do Co-légio Conhecer, Porto Alegre/RS. Membro Efetivo do Projeto “Vida, Amor e Paz”, do “Cercle Universel des Am-bassadeurs de la Paix, Suisse/France”. Integrante dos Projetos Literários “Tabuleiro de xadrez lírico”, 2011; e “Porta copos poéticos”, 2012. Coautor do E-book “Haikais”, postado no site Teia dos Amigos, de Sonia Orsiolli, Sorocaba/SP. Há cinco anos pratica hipismo, já tendo conquistado vários prêmios. Cursa inglês no People. E-mail: [email protected]
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Sinto falta de tudoque não encontro aqui.
Só se sente o que se perdee, minha terra, eu perdi.
Vagando por Aqui,tentei encontrar
aquilo que ainda não vi;as tardes em Porto Alegre!
Minha terra queridaguarda aquilo que senti.
Noutros lugares não existeaquilo que vivi Lá.
Só se sente o que se perdee, minha terra, eu perdi.
Vitor Teixeira de queiroz652
VERSOS SINCEROSNem todo grande homem
é um poeta, mas todo poetaé um grande homem.
Antônio era grande porque escrevia poesia sobre o que sentiaenquanto outros escreviamsobre o que queriam sentir.
E existe apenas mais uma coisaem comum entre os grandes poetas:
Todos eles são sincerosem seus versos.
VIDA E POESIAUm poeta não é só exílio,
anos vividos, lagrimas ou sentimentos
por um amor há muito tempo perdido.
652 Vitor Teixeira de queiroz - Natal – RN – Brasil - 28 de dezembro de 1989. É estudante de Psicologia e Direito e escreve quase que diariamente para manter a sua sanidade em meio às aulas ridiculamente chatas que é obrigado a assistir. Tem Gonçalves Dias como um dos seus poetas nacionais preferidos desde que leu “Canção do Exílio” quando ainda era criança e até hoje ainda é sensibilizado pelas poesias desse grande mestre.
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Um poeta não pode ser definidosó por isso.
O que realmente define a sua vida
são os seus versos.
Mas,com Gonçalves Dias,
a vida se confunde com a poesia.
Cada palavra que ele escreviaTinha um pouco de si.
LIÇãOAna Amélia foi
a inspiraçãopara as mais belasde suas poesias.
Ela sempre foiparte do coração e da alma
de Gonçalves Dias
Mas ela poderiater sido muito mais
do que uma inspiração.
Existe uma liçãonessa história triste
cheia de remorso e de dor.
Nunca dê as costaspara o amor.
SENTIMENTOSNa vida de Antônio,
coisas como data de nascimento ou causa da morte
sempre serãomenos importantes
do que os seus sentimentoseternizados em palavras.
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Vitória Maria Galvão Coqueiro 653
O PEqUENO MENINO POETA Quem imaginava que nasceria um poeta menino.
Menino que na infância brincou. Homem que na alma poeta se formou.
Na arte de viver conseguiu vencer. Venceu desafios e aprendeu línguas.
Homem que a Deus pedia, Que não o deixasse sem ir a cidade de Caxias!
Viviane Maria dos Santos654
DIAS DE POETAO poeta sente e sofre
Sente a dor que lhe comoveMas que outrora lhe fez rir
Ah! O poeta tao sensível, tão românticoNada triste ao meu convir
Ama rimas Pobres, ricas
Um tesouro nacionalMeu poeta maranhenseMais que um mestre expoenteÉ uma mescla cultural
Sua vida sua arteQue exemplo nos deixasteTantos passos a seguirFoste um homem que criou Que sentiu e que amouSem parar de progredir
Dr. Dias eu diriaSe pudesse aqui lhe ter
Obrigada todo diaPor seus versos, suas rimas
Seu exemplo de viver!
653 Vitória Maria Galvão Coqueiro – São Luís – MA – Brasil - 06/04/2002 - EPFA - Motivo da Participação: Foi a vontade de contribuir nesta homenagem a um poeta maranhense especialmente da cidade de Caxias. Cursan-do: 5º Ano Turma: C Profª Shirle Maklene
654 Viviane Maria dos Santos - São Jose- SC - Brasil. Jornalista pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNI-SUL) Email: [email protected] ou [email protected]
736
Wanda Recker655
O AMOR DA MINHA PÁTRIA.Quando cantaste tua pátria,
saudoso por voltar,sonhavas também com o amor
que lá deixaste ficar.
Quão belo este seria, que ao despertar,tamanho é o desejo que o faz viajar.
Viaja poeta, viaja,canta a paixão dos seus vinte anos,
acalenta o coração ouvindo pássaros cantar.
Não enlouqueças de amor,chama por sua amada,
que você viu, mas os olhos nem se tocaram.O amor é assim. Sonhas, que em teus sonhos,
tua amada há de escutar.
Chora poeta, chora,sonhaste, mas ao acordar,
tua amada, ainda está distante, mas a tua pátria, hás de voltar.
Weberson Fernandes Grizoste656
HINO À GONÇALVES DIAS657
No cume duma palmeira658
Miríades de estrelas do céu mais povoado659
Cantando hinos numa harpa660
Enfeitada de agrestes flores e verde rama661
Na terra onde canta o sabiá662
Suspenso o sempiterno vate timbira663
655 Wanda Recker - Rio de Janeiro – RJ – Brasil - 07/03/1958. Português-Literaturas – UFRJ. Participação em ofi-cina literária Terapia da Palavra, com a publicação de um livro contendo os trabalhos dos participantes. Blog: http//palavrasescolhidas.blogspot.com (não atualizado).
656 Weberson Fernandes Grizoste - Jauru – MT – Brasil - 27 de Junho de 1984. É licenciado em Letras pela Uni-versidade do Estado de Mato Grosso, Mestre e Doutorando em Poética e Hermenêutica pela Universidade de Coimbra. Membro do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e bolsista da FCT – Portugal. É autor de três livros: A dimensão anti-épica de Virgílio e o Indianismo de Gonçalves Dias (2011), Carrapicho (2011) e Estudos de Hermenêutica e Antiguidade Clássica (2013).
657 Mil vezes os anjos-do-mar digam: Amém!658 Suspensa e cravada na terra659 Da que tem mais estrelas660 Ao rugir do trovão imenso661 Que saiu do sertão montanhoso662 Povoado de belas palmeiras663 Cantor da façanha de bravos
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Entre os céus e a terra664
É irmão dos anjos e orgulho dos homens665
Cantai brasileiros! Cantai!666
Nossa terra tem Gonçalves667
Como tal não se pode encontrar668
Os poetas das outras terras669
Não cantam como ele cantava670.
A PÁTRIA DE GONÇALVES DIASGonçalves Dias! Vibra o peito todo maranhense
Quando o nome do bardo se faz pronunciadoLá se grita um velho, um jovem, uma criança
A primeira estrofe da “Canção do exílio”.
Gonçalves Dias! É nome, é orgulho dessa terraDum povo que aprecia o canto triste do sabiá,É orgulho até de barões e aristocratas políticosNuma terra onde a pobreza é quinhão da maioria.
Gonçalves Dias! Certamente não se orgulhariaEsquecido quando se viu nos arredios de Caxias
Decepcionou-se ao voltar e conferir a verdade:A “terra da liberdade” era também “da escravidão”.
Mas tinha o bardo esperança, tinha crença na pátriaQue os brasileiros de todas as raças, credos e lugaresIndiferente às diferenças daria mutuamente as mãos.Mas ai desgraça, que isso ainda é só mesquinharia.
O PAÍS DAS PALMEIRASNesse céu de mais estrelasNessas várzeas de mais floresNesses bosques de tantas vidasNessas vidas de mais amores.Ainda é terra das palmeirasOnde canta o sabiá.
Nestes versos tão singelos,Meus caríssimos senhores
Canto como o sabiáLá na mata que tristeza
Faz o forte até chorarSeu piar é tão amargo
Como é grande seu penar.
664 É Gonçalves Dias o poeta!665 Pupila sagrada almo de Tupã666 Ufanai brasileiros! Ufanai!667 E essa é a pátria de Gonçalves668 E mais pulcra outra não há669 Invejam o gigante dos trópicos670 O colosso florão da América.
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Oh! Gonçalves, nosso Gulliver!Essa terra inda é de pigmeus
Qui só tem político honestoQue só valha nosso Deus!
É mesquinha e vergonhosaVendem-se até por um mandarim!
Nessa terra ataviada de primoresO povo ri-se e folga de sua vilezaIgnomínia dos bárbaros mortos
Dá-se a vida na torpeza.Dorme inda o Gigante de Pedra
Sob o céu de azul-turquesa.
Inda não se precipitou no marInda há crença nessa pátriaInda há festas e carnavais
Inda há sonho no interior da bolaInda há esperança no porvir
Nas igrejas que apregoam o fim.Ai o povo que se deixa explorar
Cujas cinzas foram amalgamadasCom os pés dos afros escravos,Cimento serviu das ossadas frias
Dos lusos troçantes dos mares,Sobe a encosta casebres imundos
Um Brasil excluído da brasilidade.
OS AMORES DE GONÇALVES DIASNuma noite pernambucana
A poesia atravessou-lhe a gargantaEntristecido concluiu o poetaQue não se morre de amor!
Não se morre de amor!Que o amor não matou D. Olímpia
Nem morreu de amor o poetaQuando benquis a moça Ana Amélia.
Quem mais estimou o poeta?Amélia Rodrigues ou Céline,
Natalie, Josephine ou Nannete,A mulher secreta de Patkull,
Engrácia ou a moça de Formoselha,Ou alguma carioca anônima?
Quiçá nenhuma! Quiçá uma índiaQue encontrou no rio do Amazonas.
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NON OMNIS MORIAR!É mentira!
É mentira que Gonçalves Dias morreu!Um índio de arco bipartido
bradava gritando assim!Narrava um grande feitode arrepiar quem o pode ouvir:
Voltando de Tapuitaperajá nas proximidades de Itacolomi,
um fenômeno extraordináriona hora que Tupã içava o manto negro
pétalas de rosas vermelhas esparziasob as águas encrespadas do mar,
lá vagava e se ouvia o bardo dos timbirasmelancolicamente sob o sopro d’uma liraEngrinaldada de verde rama e agrestes flores,Lá cantava o poeta assim:América infeliz! – que bem sabia
quem te criou tão bela e tão sozinha,dos teus destinos maus!
Weslley Sousa Silva Costa671
AFINADAMENTE CRESCIAAfinadamente cresciaO verdor das palmeirasNo Maranhão
AS TECLAS DO PIANO ENCHARCADAS DE SONSAs teclas do piano encharcadas de sonsInundavam a sala
Nos jarros as plantas cresciam lá-foraRegadas pelas notas que transbordavam.Afinadamente crescia o verdor das palmeiras
E o pianista vestido em preto e brancoAnálogo permanecia às teclas de seu pianoE sobre o branco do papel eu seguia o seu exemplo;
Tentando fazer “surgir” estas letras escuras (em seus sentidos[claros)
671 Weslley Sousa Silva Costa - Wesley Costa - São Luís – MA – Brasil - 09 de Julho de 1989. É o autor do livro de poemas “Colham as roupas maduras do varal” (2012) pelo Grupo Editorial Scortecci. Contato: [email protected]
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Wilson de Oliveira Jasa672
GONÇALVES DIASAntonio Gonçalves Dias,
É poeta do Romantismo;Seus versos qual melodias,
Nos traz beleza e realismo.
Nos traz beleza e realismo,A canção do Exílio é prova;
Literato do indianismo,Com sua feição que inova.
Com sua feição que inova,Uma feição nacional;
Ao romantismo renova,Com beleza original.
Com beleza original,
Que marcou sua figura;Estudou em Portugal,
Essa nobre criatura.
Essa nobre criatura,Nasceu lá no maranhão;
Sua poesia fulgura,No sensível coração.
No sensível coração,Daqueles que amam a escrita;
Com soberba inovação,Para que a gente reflita.
Para que a gente reflita,
E possa então deleitar;Em letras tal qual pepita,Para em ouro tranformar.
Para em ouro transformar,
Os seus versos de valor;Volto aqui a relembrar,
Cantou da terra o fulgor.
672 Wilson de Oliveira Jasa - São Paulo -SP- Brasil - 12 de Setembro de 1954. Poeta, Jornalista, Terapeuta Holís-tico, Ecologista, Folclorista e Historiador. Presidente das entidades: Casa do Poeta “Lampião de Gás” de São Paulo; Casa do Poeta Maçom do Brasil; Casa do Poeta Brasileiro de São Paulo; Movimento Poético em São Paulo; Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas do Folclore; Sociedade Mundial dos Poetas. Membro das Academias: Academia Maçônica Internacional de Letras; Academia Paulistana Maçônica de Letras; Academia Brasileira Maçônica de Letras; Academia Goianiense de Letras; Academia de Letras Rio Cidade Maravilhosa; Academie Europeenne des Arts, Sciences et des Lettres (França). Membro da Associação Portuguesa de Poe-tas, Lisboa, Portugal.. [email protected]
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Cantou da terra o fulgor,Foi patriota verdadeiro;
Mostrou do Brasil valor,Brilhou também no estrangeiro.
Brilhou também no estrangeiro,Autor de belas poesias;
Grande vate brasileiro,Antonio Gonçalves Dias.
Wilson Pires Ferro673
GONÇALVES DIASDe mãe mestiça e pai português,
Caxias foi sua terra natal,Gonçalves Dias, poeta consagrado,gênio criador da literatura nacional.
Graduou-se em Direito em Portugal,em versos levantou o indianismo,
foi teatrólogo, professor e jornalista,consolidou, no Brasil, o romantismo.
Diplomata, percorreu o estrangeiro,crônicas elaborou para os jornais,dos primeiros a defender a ecologia,escreveu romances e peças teatrais.
Saudoso da terra que deixou, retornou,cá viria exaltar o seu encanto,contemplar as palmeiras, a natureza,delas ouvir, do sabiá, o belo canto.
Já doente, o destino ceifou-lhe a vida,não poupou o poeta, ignorou sua cultura,o vapor em que viajava soçobrou,
o oceano foi sua digna sepultura.
ODE A CAXIASTerra adorada de meus diletos pais,
de filhos ilustres, talentosos estetas,caudal fluente de invulgares criaturas,
berço notável de escritores e poetas.
673 Wilson Pires Ferro - Coroatá-MA, Brasil, - 30.07.1936. É Bacharel e Licenciado em Geografia e História, Pós-graduado em Segurança e Desenvolvimento e Professor aposentado da Universidade Federal do Maranhão. Foi Diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Seus livros: A Educação e os Desportos como indica-dores do desenvolvimento de uma nação, Versos e anversos (em co-autoria), Espelhos de São Luís, Depois que o sol se põe e Sombras da noite, ambos de contos para a juventude, e Quando eu era pequenino, de histórias infantis. Para o escritor, a antologia é uma oportunidade única de homenagear Gonçalves Dias, um dos maio-res poetas brasileiros e sul-americanos, nascido em Caxias-MA, também a terra dos pais do autor do poema.
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Há meio século, ainda criança,percorri suas ruas, longas andanças,
nem a ausência dos anos passadosofuscou da mente as gratas lembranças.
No percurso do centro à Tresidela,a pitoresca ponte da Passagem,
do alto o vale do Itapecuru,descortina dali bela paisagem.
O progresso necessário, inevitável,destruiu, apagou o belo recanto,
a cidade cresceu, desenvolveu-se,não perdeu seu charme, seu encanto.
Vi os cultos repousando no panteão,li seus contos, recitei suas poesias,
a Canção do Exílio, o Canto do Piaga,recebi do imortal Gonçalves Dias.
No tempo, mergulhei no passado,recordei os anos lá vividos,visitei, revi seus monumentos,
muitos deles, pelo tempo, esquecidos.
Ouvi o barulho incessante dos teares,do formoso largo da Matriz,
a Manufatora, a Sanharó e outros mais,outrora promissores centros fabris.
Hoje, são solenes monumentos,o passado de pujança e glórias,
tão presentes, fixados no consciente,guardam eventos, revelam suas memórias.
Andei, percorri longos caminhos,os mesmos que trilhei quando estudante,
recantos próximos, outros mais distantes,recordando minha infância a cada instante.
Estação e armazém ferroviário,solitários, nem trem, nem passageiro,
só sombras, ruínas do passado,quando o futuro parecia alvissareiro.
Olvidar os tempos idos, impossível,olhar triste, alcançando o horizonte,
lembrar-se dos mananciais que existirame das piscinas naturais do bairro Ponte.
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Veios d’água, com os anos sucumbiram,outros resistem, conformando a natureza,
logradouros, da cidade bem distantes,águas saudáveis da fonte da Veneza.
Belas igrejas emolduram suas praças,sacrossantos locais de devoção,
guardam estilos de uma época mais remota,singelos templos da Princesa do Sertão.
Ruas estreitas confluem em vários pontos,praças cuidadas, admiradas pelo encanto,
árvores frondosas, palmeiras bem vistosas,p’ra ouvir do sabiá o terno canto.
Caxias, acolhedora e humana,muitos feitos realçam sua história,edificações lá do morro do Alecrim,
presenças vivas do passado sem memória.
Eu quisera fazer o tempo volver,ver a cidade como era antigamente,
o trem passar o Buriti Corrente,emergirem locais, renascer toda sua gente.
ADEUS, POETAGonçalves Dias, poeta nacional,de imaginação fértil e fecunda,não mais viu a sua terra natal,traído por sua saúde moribunda.
O poeta já fraco, sem energia,sem forças p�ra se levantar,no seu leito de longa agonia,sem adeus se deixou afundar.
A sua saúde debilitadasequer respeitou sua cultura,
transformou o tudo em nada;o oceano foi sua sepultura
Não avistou mais as palmeiras,nem mais ouviu o sabiá cantaras suas canções derradeiras,
levou-as p’ro fundo do mar.
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LAMENTO INDÍGENATimbiras, tupis e tamoios,
índios de qualquer lugar,ausente o poeta, sem apoios,vivem tristes a lamentar.
Nas tabas e nos seus terreiros,atormentados por Anhangá,
não são tão bravos guerreiros,silenciaram o seu maracá.
Nos seus encontros festeiros,sem o poeta a exaltar,
celebram deuses arteiros,sempre a dançar e cantar.
Os arcos e flechas ligeirasdeixaram-se aposentar,
outras armas mais certeiras,eles passaram a adotar.
O pajé, hoje desfigurado,o poder que tinha não tem,
as curas que fez no passadoquem faz é Tupã, deus do bem.
Vive o bravo guerreiro tupisem embates nem guerras,
“Ó Guerreiros, meus cantos ouví”não se ouve nos vales, nas serras.
Só resta a lembrança nas aldeias,Gonçalves Dias não mais vai voltar,
foi cantar para as sereias,nas águas profundas do mar.
Wilson Rosa da Fonseca674
“CANTO A GONÇALVES DIAS”Quero expressar nos versos,
Que ouso aqui em criar,Com uma linguagem pobre,Mas capaz de homenagear,
674 Wilson Rosa da Fonseca - São José do Norte- RS – Brasil - 12.07.1949. Atualmente residente em Rio Grande-RS. Escritor, poeta, compositor, declamador; Membro da Academia Rio-Grandina de Letras; Academia Maçô-nica de Letras do Rio Grande; Decano do Clube dos Escritores de Piracicaba-SP; Membro correspondente da Academia Cachoeirense de Letras-ES; Cônsul da Associação Internacional Poetas Del Mundo/Rio Grande-RS . Premiado em diversos concursos de poesia, participação em mais de 50 antologias e coletâneas.
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Aquele que fez do seu exílio,Nas lonjuras de além-mar,
Uma declaração de amor...Em que a saudade de cá,
Trazia-lhe intensamente,À vontade de regressar.
A terra que lhe viu crescerEntre palmeiras e sabiás...
Ficara de braços abertos,Para o filho que veio de lá,
Trazendo em suas bagagens,Uma nova forma de versejar,
Nas margens daqueles rios,Mondego, Doiro e do Tejo,Escreveu seus Primeiros Cantos,O suficiente para lhe consagrar.
Na sua “Canção do Exílio”,Escuto o Canto do Guerreiro...
A voz do homem ameríndio,Em todos os lugares ecoou,
Sua flecha, sua lança seu boré!Estão todos reunidos no estro,
Dê quem soube firme manejar,Esta arma poderosa sem sangrar!Fez com habilidade de sua poesia,Os poderosos nos índios pensar.
“LOUCO AMOR”Que destino é este que me separou,Da doce amada que a pensar eu vivo,Minha Ana Amélia, o meu coração,Dilacerado chora por teu amor perdido.Sem você ao meu lado, eu não vivo!Não me deixes, não! Volte pra mim!
Nem eu nem você somos culpados...Deste cupido louco que nos flechou!
Escuta a voz do seu coração! Querida!Vem para meu lado, lhe darei guarida,
Pois não posso viver nesta solidão!Vem... Vem... Amor da minha vida.
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Wybson Carvalho675
CANTO AO EXÍLIO(Um poema para Gonçalves Dias e sua Caxias)
Em minha cidade havia palmeiras e canto de sabiásDela
exalava o perfume dos jardins urbanosNela
se ouvia a linguagem singela do cotidianoCom minha cidade crescia a romântica pregação dos poetas.
A inimizade humana passava por sobre ela
em nuvens raivosassob eólica turbulência rumo a ermas plagas
para se derramar noutros cenáriosprenhes de social ganância.
A ela
em minha infânciaouvi sinfonias nas horas iniciais
de um futuro desenhado com cores de abandonoAgora
que árvore dará abrigo a outros pássaros canorospara entoarem um canto de saudade?
Mas
Sou kármico pertencimento humano a titorrão exilado
quero para sempre te pertencercomo grão de areia no teu chão sob cáustico sol
barro escondido nas paredes da construção de tua eternidade...A ti
eis o que souEm ti
eis onde estou.E
quando minha matéria tombar inválidaobediente à natureza cumprida
e mergulhar indiferenciado no teu barroEstórias de liberdade serão tecidas sobre o ser
que sob memória está cíclico ao meio.
675 Wybson Carvalho – Caxias – MA – Brasil - 1958. Funcionário público municipal. Exerceu vários cargos nas áreas da imprensa e cultura. Comunicólogo com habilitação em Relações Públicas e jornalista colaborador em diversos periódicos regionais. Poeta com vários livros publicados É membro fundador da Academia Caxiense de Letras - Cadeira, nº 30. Foi membro dos Conselhos Estadual e Municipal de Cultura. Participou como de-legado representante da sociedade civil - câmara setorial do livro, leitura e literatura - das Conferências de Cultura, nos âmbitos municipal, estadual e nacional, nos anos de 2005 e 2010, em Caxias, São Luís e Brasília, respectivamente.
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Poislivre é o ser sem estar
e sido em sendo o verboainda.
Yanni Mara Tugores Tajada676
ROMÁNTICO DE CAXIASCaxias te vio nacer
Entre idiomas y letrasEsa tierra de palmeras
En donde canta el sabiaNos diste el gran placer
De regalarnos poemasMil suspiros y quimerasDe tu tierra y de alláTuviste que florecer
En tantas tierras lejanasPero volvías con ganas
A tu tierra y al sabiaSin embargo tú partiste
En una cruel despedidaEn un lecho agonizante
Se olvidaron de tu vidaPudo la mar arrancarteEl último hálito de existenciaMás no así tu esenciaPues siempre estarás presenteDe la mano de TupáY de tus versos poeta.
Yasmim Victoria dos Santos Cantanhede677
OH! SAUDOSOGonçalves Dias deu a vida ao imaginário.
Encantando quem sua poesia ler.Um grande poeta foi. Oh! Saudoso.Hoje teus versos são fáceis compreender.
676 yanni Mara Tugores Tajada – Uruguai - 08/05/57. Actualmente reside en La Paz – Canelones. Secretaria del “Proy.Cult.Decires”. Integra A.D.E.P ambos en La Paz. Miembro de CHADAYL, aBrace Cultura y Espacio Mixtura en Montevideo. Ha participado en varias Antologías, en Uruguay, Argentina, Brasil, Chile, Venezuela y Aus-tralia. Ha obtenido 1º, 2º, 3º premios y varias Menciones Especiales y de Honor tanto en su país cómo en el extranjero. Participó de Mil poemas a Miguel Hernández, José Martí, Andrés Eloy Blanco, Oscar Alfaro y Mil poemas para la Paz.
677 yasmim Victoria dos Santos Cantanhede – São Luís – MA – Brasil - 09/03/2002. Motivo da Participação: A competição comigo mesma de viajar pelo mundo encantado da poesia. Cursando: 5º Ano - Turma: C – Profª Shirle Maklene EPFA
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Privilégios das águas!Que banham com sua sabedoria.
Cada onda, cada espuma.Oh! Saudoso Gonçalves Dias.
Zara Maria Paim de Assis 678
GONÇALVES DIAS E O MARQue terrível vendaval,
vagas, raios e trovoadas, passageiros desesperados.
O poeta clama a Jeová.A brigue se inclina quase vira,
o terror assola a todosDe repente, vem a calmaria,
tudo se normaliza.O barco navega suave,
o jovem poeta, chega ao seu destino,atraca no Maranhão, na paz.
Quase vinte anos depois, novamente, regressando à Pátria,
doente, triste e debilitadoCom a alma despedaçada,
recorda o grande amor,o amor perdido.
Sente o desespero da debilidade.No mar encapelado,
O navio parte-se ao meio.Os náufragos, à deriva,
os marinheiros diligentes!Todos são salvos,
menos o grande poeta.Enfraquecido no leito,
morre no mar e desaparece,já na sua terra querida.
Como disse Machado de Assis,sobre o poeta “morreu no mar
túmulo imenso para o talento”.
678 Zara Maria Paim de Assis - Salvador – Bahia – Brasil - 26/02/1953. Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense. Mestre em Patologia, membro da Academia Luso Brasileira de Letras, Membro da UBE-RJ, da Aca-demia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, Membro da ALAP, do InBrasCi, da Soc. Eça de Queiroz, Presidente da AMPLA – Ac. Mundial pela Paz, Letras e Artes, membro da APPERJ e da ABRAMIL. Membro Correspondente de Academias no Acre, Manaus e Paquetá.
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Zazy Grazyelly679
ALMIRANTE LOUCO(Poema em homenagem a Gonçalves Dias)
O futuro é escuro demais para se espera.Viver meramente de desilusões.
Vendo a vida passar debaixo do nariz.
Devemos construir nossas estradas no hoje.Seja feliz agora no presente, pra quê esperar,
Se o amanhã é uma promessa incerta?...
Não tenha medo se seus sonhos forem destruídos.Volte atrás e recolha os pedacinhos jogados no tempoE mostre ao mundo o riso da esperançaPara reconstruir seus sonhos e seus ideais.
Não tenha medo de errar, pois ninguém é perfeito.Tenha coragem de tentar quantas vezes for preciso.
Afinal, ser feliz é a mais difícil das artes.Por mais que se faça não se chegaA perfeição tão desejada por tantos.
Ser feliz é ter momentos agradáveis,Inesquecíveis, de felicidade real.Com a certeza de que a vida não é feita apenas de flores.Há também espinhos que nos feri e machucar,Mas temos que suportar e superar...
Porque o sentido da está nas pequenas atitudesQue valorizamos com alegria.Ao acordar a cada dia e agradecer por simplesmente está vivo, Chance de recomeça e fazer diferente!
Tendo exemplo de pessoas especiais como Gonçalves Dias,Grande poeta que transformava os momentos angustiantes
Em sonhos e desejos para que tudo mudasse a sua volta.Transcrevendo a força do seu pensamento paraTransmitir seus ideais com lucidez de um sonhador realista.
Nas noites solitárias, Gonçalves Dias, Espantava a tristeza com proeza poética que corria em suas veias
Para fugir da amargura e buscar um novo amanhecerExpulsando o sofrimento que o deixava inquieto.
679 Zazy Grazyelly – Petrolina –PE – Brasil. Cadeirante, escritora e produtora cultura. Tem dois livros publicados: A Casa Encantada (conto infantil) /De Teu Amor Me Alimento (poesia). http//:www.poetisazazygrazyelly.blgspot.com; [email protected] ; twintter@zazygrazyelly
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Feito um almirante louco que teima em navegar no oceanoDa desilusão vivenciando tanta dor...
E suportando um temporal de emoções desordenadasDentro de si mesmo, tal como se desmanchasse o castelo de areia.
Que todo poeta possui em sua almaOnde deposita suas fraquezas e imperfeições.
Ah! Almirante louco porque temas em navegar no oceanoDa desilusão tornando sonhos de amantes em frações
De ilusões tão desejadas?
Mas que muitas vezes abalam as estruturas do nosso serE faz as lágrimas surgirem do cansaço de ver
O sol se pôr sozinho no cais da vida.
Tendo no peito a dor da saudade que Esvazia a alma e nos maltrata.
Mas ainda assim, almirante louco,Você é essencial para nossa sobrevivência.
Zelia Maria Fernandes da Silva680
E AGORA GONÇALVES DIAS?E agora Gonçalves Dias? E agora Poeta?
Nós aqui na terra ficamos sem você.Será mesmo Gonçalves, será?
És o grande poeta e sempre será.A poesia não morre e você nunca morrerá
em nossos corações...Para nós você é e sempre será imortal...
Você está em nós, no ar que respiramos, no raio do sol,no céu, no brilho das estrelas...
Teu sorriso cristalino nunca se apagará,De nossos corações...
Sua poesia está no cantar do passarinho,e no interior de seu ninho...
Você só foi voar mais alto...Tua poesia encontrou as alturas...E teus versos encontrou a plenitude...
Foi ao encontro de outros poetas, ou de seus amores...Feliz encontro poeta, da poesia com a poesia...
680 Zelia Maria Fernandes da Silva - Rio de Janeiro - Brasil - 02/06/48, formada em Pedagogia, Administração e Supervisão - UERJ/RJ, Pós-graduada em Pedagogia Empresarial UGF. Presidente da Sociedade de Cultura Lati-na do RJ e da ZMF Editora, Secretária Geral da Associação dos Diplomados da ABL e da Academia de Letras Rio-Cidade Maravilhosa, pertence a várias Academias literárias no Brasil e no Exterior; está fundando a Academia Infanto-juvenil de Letras e Artes do Estado do Rio de Janriro para jovens dos 6 aos 16 anos de idade. email: [email protected]
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Foste matar saudades de teus amigos,Fazer poesia... escrever poemas tantos,
enviados para nós pobres mortais...E neste começo de inverno, nós aqui o recebemos...
Obrigada Gonçalves Dias,Pelos teus versos e pela tua poesia.
Zenaide Radanesa dos Reis681
O TEMPONunca digas que o tempo passou!
Que agora tu me vez! Que me desejas como nunca ou realmente me ama!
Porque da mesma forma, ele (Deus) mostrou-me que até de olhos vendados te enxergarias e te amarias como nunca! Mas, como vez o tempo passou e novamente chegastes tarde!
Zidelmar Alves Santos682
SINTO FALTA...Sinto falta de palmeiras,
Fauna e flora que não vi;
Sinto falta de GonçalvesDias, poetas que não li;
Pena que a minha terraNão fez outro para si;
Defensor da naturezaFauna e flora antes do fim...
681 Zenaide Radanesa – Brasil - 39 anos. Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Propaganda e Publicidade, Especialista em Didática Universitária e Mestre em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas/FGV, Professora Universitária e Diretora Administrativa, Financeira e Mídia da AG.10 Propaganda em São Luís do Maranhão, Autora dos Livros: Micro e Pequenas Empresas. A importância de Conhecê-las, Mídia para Iniciantes e faturamento em Agências de Propaganda e publicidade.
682 Zidelmar Alves Santos - Itabuna – Bahia – Brasil - 23 de maio de 1987. Licenciado em História pela Universi-dade Estadual de Santa Cruz – UESC. Atualmente é aluno do curso de Especialização em História do Brasil da mesma instituição. Recentemente publicou na Revista Historien o texto “A História na Tela: O Encouraçado Potemkin, de Serguei Einsenstein”, recensão do clássico filme de 1925.
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Zulma Trindade de Bem683
AO POETAGonçalves Dias... do Brasil ilustre filho,
Descendente das três raças altaneiras,Que formaram este povo, esta Nação.
Orgulhava-se da miscigenaçãoQue o fizera assim... tão brasileiro!
Quando distante de casa, no estrangeiro,A tristeza invadiu-o sem piedade;Inundou-lhe os olhos, a saudade,
E derramou-se na Canção do Exílio.
Soube cantar com alma e com tal brilhoA saga dos Tupis... o amor por este chão...Com as cores auriverdes do seu coração,
No lirismo dos versos, desenhouAs belezas desta terra e da mulher que amou.
Semeou na terra seu verso varonil;Legou-nos a beleza dos seus cantos;
Deixou para a posteridade o encantoDos seus poemas encharcados de Brasil.
Zulmar Pessoa de Lima Tamburu684
LA FICOU SUA MEMÓRIALá foi um grande homem
Tão longe...A procura da saúde
E ao retornarEncontrou a morteNum naufrago...
La ficou sua memória...Mas não esquecido
Porem lembradoPelo o que ele mais amava
O sangue das três raças...Brasileira
683 Zulma Trindade de Bem - Cachoeira do Sul, RS – Brasil - 23/02/1944. Reside em Novo Hamburgo, RS, desde 1987, onde exerceu a profissão de professora alfabetizadora. É associada da Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos - ALVALES. Participa de diversas coletâneas e de um CD. Seu gênero é eclético, porém prefere o tema regionalista; as raízes campesinas.
684 Zulmar Pessoa de Lima Tamburu - São Paulo – Brasil - 03-11-55. Cursou a Panamericana de Artes e Desing, amante da arte e de todas as suas formas de expressão, começou a pintar aos 14 anos, participou de várias exposições. Aprimorou sua criatividade, resultando na arte de escrever. Publicou sua primeira obra: “Helena, mil vezes voltaria para viver seu grande amor”. E participou de varias Antologias. Escritora, poetiza, composi-tora, colunista e artista plástica.
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Que fez perderA mais preciosa menina
A quem poema de amor fezAmou como nunca havia amado
E por ama lá Pagou um preço muito caroPor ser mestiço
Lhe foi negado A amar...
A mais linda donzela.
GONÇALVES DIASNa inquietude da alma
Muitos poemas escreveraCom emoção Fez arder, Muitos corações E na infinita dor de seu âmago
Só lhe restam lágrimas, clamares, Por um amor em chama
Guardou sentimentosTão puro...
Por uma grande paixãoQuem nunca amou!
E teve sua alma marcada, Por lágrimas e dorE sussurros de amor Quem nunca amou! Como Gonçalves DiasQue teve um amor interrompidoE se calou em prantoCom a dor do preconceitoPor ser mestiçoSalve! Salve!O nosso grande poetaGonçalves Dias
A quem descrevo sua dor.
Realizado o Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme Lei n. 10.994, de 14 de dezembro de 2004
Formato: 19,5 x 27 cm
Tipologias: GoudyOlSt BT(11/13,2), Kaufmann BT (13/13,2; 30/36), Calibri (9/10,8)
Papel apergaminhado 75g/m2 (miolo)
Papel cartão supremo 250g/m2 (capa)
Tiragem: 500 exemplares
Impresso na Gráfica da UFMA, Av. dos Portugueses, 1966,
Cidade Universitária, Bacanga, 65.080-805 – São Luís/MA