Download - Yeah! Brasil Magazine "Dezembro 2015"
CAPOEIRA PARA
GRINGO VER
SUPERE OS DESAFIOS
MONTE SEU CV
EM 5 PASSOS
O SOM QUE
VEM DAS RUAS
DO INTERCÂMBIO
DESTINO
SURPRESA
A revista do estudante brasileiro na Irlanda
www.yeahbrasil.com
Information and applications to UK: [email protected]
Sumário4 Equipe
6Capoeira pra gringo ver
9 Documentos à Imigração
10 O que não contaram sobre a Irlanda
13 More bem em Dublin
14 No ritmo das ruas
16 Mandando correspondências
19 Marcas da Revolta de Páscoa
26 Passeio até a praia
20 Relato de experiência
22Monte seu CV em 5 passos
30 Dicas e Curiosidades
28 Supere dificuldades do intercâmbio
29 Yeah! Rádio
18 Economize no intercâmbio
5 Panorama
32 Conversações free
33
34 Os mistérios do Dublin Castle
36 A batata está no prato
Relato de experiência
Diretor Yeah! GroupRaffael [email protected]
EditoraRenata [email protected]
Diretor Yeah! BrasilFelipe S. [email protected]
Equipe Dezembro 2015
Palavra da editora
Feita para estudantes internacionais, a revista Yeah! Brasil volta à cena de cara nova. Com a equipe renovada e material de qualidade, a edição de dezembro está imperdível!
Pensando em informar os brasileiros que moram pela Europa ou têm interesse em se mudar para cá, apresentamos conteúdos relevantes e dicas práticas de intercâmbio. Para isso, há a participação de especialistas de diferentes áreas, trazendo informações sobre Imigração, busca por moradia, economia e formas de superar os desafios presentes em outro país.
A troca cultural também é marcante. Nas próximas páginas você encontrará uma entrevista ampla sobre um dos esportes que tornou o Brasil conhecido mundialmente: a capoeira. Gringos
Luana RosalesJornalista
ColaboradoresEquipe
Todos os conteúdos da Revista Yeah Brasil são apenas para informação geral e / ou utilização. Tais conteúdos não constituem aconselhamento e não devem ser usados na tomada (ou deixar de fazer) qualquer decisão. Algum conselho específico ou respostas a consultas em qualquer parte da revista é / são a opinião pessoal de tais peritos / consultores / pessoas e não são subscritas pela Revista Yeah Brasil.
Foto de capa: Sofia Sunden
Revista Yeah! BrasilEndereço: 2 Graffton Street, Dublin 2Ireland.
www.yeahbrasil.com Email: [email protected]
De cara nova e pronta para lhe ajudar
Aldy CoelhoCamila AmaralEvelyn Franca
Fábio TebergaGelson Pereira
Matheus Cavalcanti TigreSilvana SapyrasMiren Samper
Contribuições
A revista do estudante brasileiro no exterior
Sub-editor e Diagramador
Eduardo [email protected]
Alex SenhemEstudante de Ciências Econômicas
Juliana Alves MarquesArquiteta
Sofia SundenJornalista
Yara AmorimJornalista
Lisiane GiustiEstudante de Nutrição
Renata Agostini
falam da percepção sobre o jogo e relatam experiências extraordinárias.
Por falar em experiências, intercambistas contribuem com dicas de como conseguir um emprego na Irlanda. Em apenas cinco passos, você saberá como montar um currículo adequado e interessante.
Nesta edição, você vai conhecer, também, histórias de brasileiros que ganharam as ruas de Dublin. Herança celta, a música invade os espaços e se torna um espetáculo a parte na cidade.
E não para por aí! Esta edição apresenta locais históricos fantásticos, além de informações sobre um destino surpresa. Lembramos também das festividades de fim de ano e de formas de amenizar a saudade das pessoas que
estão do outro lado do oceano. Assim, passamos informações sobre o envio de correspondências, como valores, embalagens e prazo de entrega.
Se depois te tanta informação você ficou com fome, não se preocupe. Guardamos uma deliciosa receita feita com batatas, principal alimento irlandês.
Como você já percebeu, a edição está repleta de matérias especiais. Todas elas foram pensadas para auxiliar você, leitor, a ter uma experiência mais proveitosa no intercâmbio. Compartilhe conosco as suas dúvidas, dicas e sugestões. Ficaremos felizes em poder lhe auxiliar e tornar a revista Yeah! Brasil ainda mais completa!
Tenha uma ótima leitura e um fim de ano repleto de boas energias!
Panorama
Depois dos ataques terroristas ocorridos em Paris, em 13 de novembro, diversos países da
Europa reforçaram a fiscalização nas fronteiras. O trabalho deve inibir o acesso de suspeitos ou integrantes do Estado Islâmico (EI).
Pessoas de todo o mundo se sensi-bilizaram com a tragédia comparti-lhando vídeos e fotos com as cores da bandeira da França. As palavras “Reze por Paris” lideraram as visualizações em redes sociais. Locais como o Place
de la Republique se tornaram um ponto central de celebração às cerca de 130 vítimas. Pelo menos outras 350 pessoas ficaram feridas, sendo 99 em estado considerado grave.
O estado de emergência nacional no país não era decretado desde 2005. Suspeitas de infiltrações de terroris-tas nos grupos de imigrantes aumen-tam a alerta. Só em 2015, mais de 650 mil pessoas cruzaram as frontei-ras da União Europeia.
Um novo sistema de monitora-mento de biomas brasileiros entrou em vigor no fim de
novembro. Áreas como o Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampas e Pantanal recebem o acompanhamen-to do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O grupo já coordena dois sistemas na Amazônia. Um deles funciona em tempo real pra auxiliar na emissão de alertas à fiscalização e o outro oferece a taxa anual do corte raso da floresta.
Segundo a ministra do Meio Am-biente, Izabella Teixeira, o desmata-mento na Amazônia caiu 82% entre 2005 e 2014. Mesmo assim, todos os anos é registrada a derrubada de mais de 5 mil km² de vegetação na área.
Países da Europa reforçama fiscalização de fronteiras
Brasil amplia monitoramentode biomas
A maconha para uso medicinal deve chegar em janeiro ao Es-tado de Nova York. Cinco em-
presas já têm autorização do governo para iniciar a distribuição da cannabis para uso terapêutico.
As companhias com devida licença têm a obrigação de cultivar a ma-conha dentro do Estado, em áreas fechadas e protegidas. O produto será distribuído sob a forma de cápsula, líquido ou preparação para inalação como vapor. Especialistas indicam que o tratamento com cannabis normalmente custa entre 300 e 500 dólares por mês por paciente.
A legalização total da maconha é debatida na Califórnia e no Arizona, e já existe em Estados como Alasca, Washington e Colorado.
Inicia a venda de maconhamedicinal em NY
Quem caminha pelas ruas de Estocolmo, na Suécia, percebe que a sinalização
de trânsito está diferente desde a metade de novembro. Diversas placas foram criadas e colocadas nas ruas pelo artista sueco Jacob Sempler, de 29 anos.
A intervenção urbana mostra pessoas usando o celular enquanto caminham. Segundo o artista, a imagem tem o intuito de chamar a atenção dos pedestres quanto aos perigos do uso do aparelho durante o percurso.
A ideia surgiu depois de Sempler quase ser atropelado por um carro. Ele caminhava desatento pelas ruas por conta do vício no celular.
Intervenção invade ruas na Suécia
Divulgação
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ulga
ção
A Comissão Europeia estima crescimento moderado na Zona do Euro em 2016 e 2017,
apesar das condições desfavoráveis à economia mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto dos 19 membros da Zona do Euro deve crescer 1,8% no próximo ano e 1,9% em 2017. Em 2015, a alta foi 1,6%. Em comunicado oficial, o Comissário para assuntos econômicos da UE, Pierre Moscovici, alertou para os de-safios contínuos, como a perspectiva de desaceleração das exportações de produtos europeus e a persistência de guerras ou tensões pelo mundo.
ZE cresce de forma moderada
A ilustração criada pelo designer francês Jean Jullien se tornou um grande símbolo de pedido pela paz.
Dezembro 20156
Esporte e Cultura
O interesse pela prática pode começar com uma aula de exercício. Movimentos e o
som dos instrumentos atípicos para outros estilos musicais, como o be-rimbau, causam curiosidade.
Movidos pelo encantamento, pela
A capoeira segundo
Por Sofia Sunden
Dança, luta, jogo. A capoeira se tornou muito popular em todo o mundo. Os movimentos cativam novos adeptos e proporcionam, muitas vezes, o primeiro
contato com as diferentes culturas.
descontração e cultura presentes na capoeira, estrangeiros viajam para o Brasil em busca de mais conhecimen-to. Foi o caso do professor de capoeira na Indonésia Sungera Madeira, de 34 anos.
Adepto à prática há mais de dez anos, ele modificou as impressões que tinha e aprendeu mais sobre a cultura brasileira a partir da capoeira. Em
2013, ele realizou o sonho de viajar para o solo verde amarelo.
Durante um mês, acompanhou de perto o trabalho de diferentes capo-eiristas. Acostumado com a rotina de treinos e aulas, Madeira se surpreen-deu com o que viu. “A dança é mais forte no Brasil e a capoeira ainda mais intensa”, enfatiza.
Não é a toa que a prática foi reco-nhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e, em 2014, passou a ter um estatuto de proteção especial. O documento garante a inclusão da capoeira como parte do patrimônio cultural imaterial mundial.
Passada por gerações, a capoei-ra se assemelha a rituais, onde os capoeiristas estão vestidos
com roupas brancas. Porém, a cena vai além das expressões e se
torna um espetáculo à parte. Há inúmeros conceitos sobre a
prática, sua origem e sua história. Pesquisadores e praticantes man-têm o debate sobre o tema. Muitos compartilham da ideia do surgimento da expressão cultural com o africano. Brasileiros disseminaram a prática para outras partes do mundo. Defesa, manutenção dos hábitos e integração, a capoeira aderiu novos significados e adeptos.
ALÉM DAS EXPRESSÕES
CULTURAIS
estrangeirosFo
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Na década de 1970 se intensificou a ida de mestres brasileiros para outras partes do mundo, como Europa e Estados Unidos. Além de ensinar novos adeptos, os grupos levaram apresentações aos palcos mundiais. Com isso, a popularidade cresceu e o interesse pela cultura da capoeira também.
Diferente do que estavam acos-tumados a ver no Brasil, os mestres encontraram praticantes com idade média de 20 a 30 anos, interessados em aspectos mais culturais, como a música e a história.
Mesmo praticada em muitas partes
PELO MUNDONo Brasil, a história da prática ini-
ciou no século XVI, com os escravos trazidos da África Ocidental. Símbolo da cultura afro, a capoeira se tornou a principal ligação de um povo tirado da sua própria terra.
O mestre brasileiro Nestor Seze-fredo dos Passos Neto, mais conhe-cido como Nestor Capoeira, define a prática como “dança-luta-jogo”. Pes-quisador e autor de diferentes obras sobre o tema, ele atua com a prática desde 1960. Destaca elementos da dança e técnicas de combate, além de movimentos acrobáticos bastante comuns e apresentados nas rodas.
Diferente de outros esportes ou práticas, a capoeira não tem como fim obter um vencedor. Sem ser com-
NO CHÃO VERDE E AMARELO
petitiva, também não simboliza uma religião, apesar de ser confundida por alguns com o candomblé.
do mundo, a capoeira é a mesma, contendo as mesmas canções. Elas costumam falar sobre o mar, sobre a escravidão e os Orixás.
No Brasil, a capoeira deixou de ser associada à malandragem ou vista como uma prática exclusiva de su-búrbios. Grupos, como o Senzala do Rio de Janeiro, foram se formando e atraindo adeptos de diferentes idades e condições financeiras.
O cenário mudou. Diferente de déca-das atrás, como os anos 30, a capoeira é permitida pelas ruas das cidades. Academias e espaços de integração também utilizam da metodologia. Projetos sociais, escolas e grupos de dança também usufruem das técni-cas, propagando ainda mais a cultura.
MUDANÇA DE CENA
Dezembro 20158
Yeah Brasil: Como era sua visão do país antes de conhecer a capoeira?
Madeira: Eu não sabia nada so-bre o Brasil. Só ouvia falar sobre o futebol do país. Mas, a partir da capoeira, me encantei com os ritmos tropicais. Em pouco tempo, conheci danças como o samba, forró e jongo. Por causa do gingado e movimentos de de-fesa presentes na copeira, aprendi também o jiu-jitsu e outras artes marciais.
YB: Quando você esteve no Brasil? Você foi para conhecer a capoeira ou o país?
Madeira: Eu estive no Brasil uma vez, em 2013. Fui exclusiva-mente por causa da capoeira. Era um sonho para mim. Após anos de prática, sempre sonhei em ir para lá para praticar a capoeira com brasileiros. Foi uma decisão difícil, por que a moeda do meu país é fraca. Trabalhei muito para guardar o dinheiro, demorou mui-to tempo para que eu pudesse ir.
A PRÁTICA VIRA PORTA DE ENTRADA
PARA A CULTURA BRASILEIRA
Para muitos estrangeiros, a capoeira se torna o primeiro contato com o Brasil e sua cultura tropical. O professor de capoeira do grupo Senzala, da Indonésia, Sungera Madeira, fala sobre a realização do sonho de viajar para o Rio de Janeiro e aprender de perto as técnicas e gingados.
YB: O que mudou das suas impressões sobre a cultura brasileira? O que mais lhe sur-preendeu?
Madeira: A cultura era ainda mais forte do que eu tinha imagi-nado. No Brasil é como uma selva real. Tudo é intenso. Dança, capoeira, a vida na rua, você ex-perimenta a verdadeira natureza, diferente de qualquer coisa que você tenha experimentado antes. A dança é mais intensa, a ca-poeira ainda mais intensa. Nada de ruim sobre isso, é apenas uma cultura forte. Às vezes você tem que experimentar a verdadeira natureza, e o Brasil é assim.
YB: Você pretende retornar para o Brasil?
Madeira: A capoeira mudou a minha vida. Ela tem aberto mui-tas portas para mim. Eu posso ir a qualquer lugar a partir daqui, qualquer direção. Inclusive, penso em voltar para o Brasil, para conhecer ainda mais a capoeira e outras tradições também. Estou curioso sobre a gastronomia do povo. Sei que os brasileiros comem muita carne e quero saber se isso está mudando, se é pos-sível ser vegetariano e comer comida natural no Brasil. Eu tam-bém quero saber mais sobre como o povo vê a amizade, os negócios, a família e o modo de vida.
Sungera Madeiraprofessor de capoeira
na Indonésia
A capoeira mudou a
minha vida. Ela tem aberto
muitas por-tas para mim. Eu posso ir a
qualquer lugar a partir daqui, qualquer di-
reção.
“
“
Por Fábio Teberga Cardoso*
Artigo
Documentos Exigidos na
Imigração
Muitas das preocupações dos intercam-bistas nascem da incerteza sobre se irá ou não entrar no país escolhido para o
intercâmbio.
Em primeiro lugar, no ato da escolha do país e es-cola o intercambista deverá pesquisar os costumes do país, as condições exigidas para permanência, se é necessário visto prévio ou não, se a escola escolhi-da é idônea, etc.
Como exemplo podemos utilizar os Estados Uni-dos, que exigem visto de entrada no país de forma prévia, ou seja, primeiro retira o visto e depois via-ja, mesmo assim sem a garantia de entrada no país, tendo em vista que ao desembarcar você poderá passar por nova entrevista.
Mas na Irlanda, embora de dois anos para cá as exigências e controle tenham se intensificado, não existe prévio visto para entrada.
Antes de embarcar para a Irlanda, o intercambista deverá ter atenção e ter em mãos alguns documen-
*Dr. Fábio Teberga Cardoso é advogado brasileiro desde 2008, pós-graduado em Direito Empresarial e Trabalhista).
tos obrigatórios: - passaporte;- carta da escola com curso de carga mínima sema-
nal de 15h/aula por semana;- seguro governamental ou médico privado de
uma empresa estabelecida na Irlanda;- 3 mil euros comprovados em extrato de uma
conta em banco irlandês;- comprovação de endereço;- passagem de volta ao Brasil.
Portanto, se você não preencher esses requisitos corre grande risco de ser impedido de entrar na Ilha Esmeralda e ter que retornar ao Brasil do aero-porto, no voo mais próximo. Não tentem enganar ou utilizar o jeitinho brasileiro em outros países, pois ele somente funciona aqui.
Para que tenhamos um Intercâmbio Legal, é necessário que sigamos à risca as regras do país que escolhemos e, principalmente, façamos uma pesquisa sobre os costumes e cultura local, assim aproveita-se a experiência sem preocupações ou embaraços.
Intercâmbio
Dezembro 201510
5 coisas que ninguém te contou (ainda) sobre a Irlanda
Por Luana Rosales
Em primeiro lugar, esqueça a imagem que você tem da Europa perfeita, como as ruas serem totalmente limpas e o povo extremamente educado e cordial. Aqui você vê bastante lixo no chão (inclusive roupas e sapatos!) e sempre corre o risco de pisar nas necessidades de cachor-rinhos. Quanto à educação, sim, você ouve sorry e cheers (aqui significa obrigado) o tempo inteiro. Mas outras atitudes são surpreendentes, como a grande quantidade de brigas, seja com ou sem agressão. Para os irlandeses, não existem leis como a Maria da Penha e o povo não se importa em lavar a roupa suja na rua, por exemplo.
Eles não são tão educados assim
Na primeira ida no supermercado, você vai descobrir: aqui não ganhamos as amadas sacolinhas e é preciso comprar uma no local e levar a sua toda vez que for fazer compras. Esse é um hábito que demora a ser absorvido, e você vai esquecer a sacola em casa mui-tíssimas vezes até aprender. Tente deixar uma sempre na mochila. Duas coisas que sempre é bom deixar na sua bag: sacola e guarda-chuva. O motivo do segundo item, você já deve saber: o clima tripolar irlandês. Esteja sempre preparado!
Sua mochila vai precisar de itens especiais
Desde que decidiu fazer o tão sonha-do intercâmbio na
Irlanda, você não cansa de ver vídeos e ler blogs para saber o máximo possível sobre a Ilha Esmeralda. E isso é ótimo. Mas não se engane: sempre haverá algo que ninguém lhe con-tou e vai te surpreender em meio a essa aventura. Alguns detalhes a gente só descobre vivendo. Mesmo assim, aqui você encontra curiosidades que talvez ninguém conte antes do embarque.
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Mesmo comprando os mesmos produtos que você estava acostu-mado a consumir no Brasil e preparando-os em casa, como frango, ovo e tomate, no início você sentirá que o gosto é diferente. Nos primeiros dias, a adaptação pode ser bem difícil você poderá ter um pouco de mal estar. Cada um reage de uma maneira diferente e o jeito é continuar comendo até o corpo se acostumar. O mesmo vale para a água.
A alimentação pode ser um desafio
A arquiteta Raphaela Nascimento também deu a sua opinião: “a Irlanda não é tão conhecida como um destino turístico na Europa, mas é um país muito lindo, tanto na natureza quanto na arquitetu-ra”. Outro ponto destacado pela intercambista é a falta de poluição visual, pois em Dublin a fiação é toda subterrânea, ou seja, não existem fios ligando os postes de iluminação e “isso faz a cidade muito mais limpa e bonita”, avalia.
Dublin é mais bonita do que você imagina
Por último e não menos importante, saiba que Dublin é uma cida-de extremamente multicultural e é lindo ver as ruas abarrotadas de orientais, latinos, indianos, árabes e (pasmem!) europeus conviven-do no maior clima de paz. Fazer parte disso tudo é uma experiência sem igual. Enjoy!
O clima é multicultural
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Por Juliana Alves Marques*
Inicialmente, Dublin se estabeleceu em torno do Rio Li-ffey, sendo essa a região central. Com o tempo houve uma grande expansão motivada pelo crescimento mo-
biliário. Esse desenvolvimento foi muito bem planejado.Podemos observar como existe uma uniformidade e coesão nas construções. Essas casas e prédios charmosos com por-tas coloridas que vemos hoje refletem o estilo Georgiano característico da arquitetura inglesa do século XVII. O fato é que séculos se passaram e somos atraídos para
conhecer, morar e desfrutar das construções na capital ir-landesa.Um dos grandes desafios é escolher uma acomodação para morar. Existem vários fatores a serem considerados para fazer uma boa escolha de acomodação, a qual vai desde a localização, o fácil acesso e proximidade dos locais de apoio e infraestrutura como mercados, pontos de ônibus. Existem detalhes que podem fazer toda a diferença. Veja algumas dicas.
AQUECIMENTO DAS CASAS: Na Europa as casas já são construídas com isolamento térmico. As portas e janelas costumam possuir um sistema de isola-mento de borracha para que o frio não entre. As janelas têm vidro duplo. Você deve verificar se existe aquecedor nos ambientes e se as portas e janelas estão bem vedadas. Para isso, faça um teste rápido colocando a mão nas fres-tas para sentir se passa vento. Caso note que sim, deve solicitar a troca das borrachas.
AQUECIMENTO DE ÁGUA: O banho quente é essencial por aqui. Existe chuveiro elétrico, com resis-tência. Porém o mais comum é um sistema que aquece previamente a água para o banho e a armazena em um cilindro grande chamado boiler. Você vai reconhecer esse
BANHEIROS: Na Irlanda eles não possuem ralo no piso e nem tomadas. Muitos não têm janelas e são ventilados por um exaustor. É bom verificar se o sistema de exaustão funciona. O comum é sair água fria e quente da mesma torneira. Porém, alguns lugares têm duas que saem separadamente a água quente e a fria. Isso não é funcional, por não alcançar a temperatura agradável para o uso.
MOBILIÁRIO: A maioria das casas é mobiliada. Por isso é muito importante que você saiba o que tem na casa onde está entrando e possa verificar o que realmente funciona. Não se sinta intimidado ao perguntar ou testar, pois depois que você entra de fato na sua acomodação dificilmente ocorrerão reparos ou reformas. Caso você compre algo para o uso na casa, informe seu landlord para que esse valor depois seja compensado no seu aluguel.
ENERGIA ELÉTRICA: Visando economia, é importante saber se o sistema de aquecimento da residên-cia é elétrico ou à gás. O sistema à gás é mais econômico, porém menos comum nas regiões centrais. Existem dois sistemas de pagamento da energia elétrica na Irlanda: ou a conta é enviada por fatura para a residência a cada dois meses, ou, pelo pré-pago, primeiramente pagamos e depois usufruimos do serviço até o limite dos créditos.
sistema por um medidor que mostra o nível da tempera-tura da água, e deve acioná-lo de 20 a 30 minutos antes de tomar banho. É importante você saber qual o sistema de aquecimento da água acomodação para que não seja surpreendido pela água fria.
*Graduada em Arquitetura e Urbanismo, pelo Centro Universitário de Maringá/PR (UniCesumar). Brasileira, atualmente reside em Dublin.
Encaminhe suas dúvidas ou sugestões para o e-mail [email protected].
More bem em Dublin: detalhes que fazema diferença
Artigo
Música
Dezembro 201514
Música nas ruas: uma herança celta
Por Yara Amorim
Não esqueçam nunca das sombrinhas, de andar sem pressa e com ouvidos sem-
pre atentos. Depois de usar essas três valiosas dicas, qualquer um estará pronto para encarar a rotina de Du-blin. Pra mostrar que nem só de dias nublados é feita a capital irlandesa, há uma atração turística extra e gratuita: os artistas de rua.
Do Hip Hop ao solo de guitarra, os estilos musicais são para todos os gostos. Em uma das principais ruas da cidade, a Grafton Street, estão concentrados mais de 40 músicos que se revezam no palco aberto da manhã até a madrugada.
A cidade como cenário de artistas anônimos é uma tradição da ilha. Apesar de ser mundialmente conheci-da pela efervescência noturna e pela grande variedade de pubs e cervejas, a Irlanda guarda outra tradição: a musi-cal. A música celta, por exemplo, é um estilo que nasceu na Idade Média e é reproduzido por artistas do mundo inteiro até os dias de hoje.
Para o guitarrista de rua Brian Shin, o envolvimento do irlandês com a música vem da cultura celta. Natural de Dublin, afirma que levar arte para as ruas da cidade é um hábito secular. “Esse quesito arte pela cidade é ques-tão cultural. Vem dos mambembes da Idade Média, da vontade de perpetu-ar o folclore celta, de transformar a ci-dade numa grande festa a céu aberto”, enfatiza.
Yara Amorim
RITMO BRASILEIROO músico brasileiro Eduardo Reis,
mais conhecido como Dudu Batera, chegou na capital irlandesa em agosto de 2015. Desde então tem tocado nas ruas, pubs e eventos.
Ele – como demais artistas de rua – precisou formalizar o trabalho. O processo é simples e necessário. Cada um paga uma taxa para o Consulado irlandês. O valor varia de 30 a 90 euros por ano.
“Não ter essa autorização, hoje em dia, deixa inviável qualquer apresen-
A MÚSICA NA CIVILICAÇÃO CELTA
Os celtas chegaram na Ilha Esmeral-da por volta do ano 250 a.C. Vindo da Europa continental, esse povo trouxe e desenvolveu diversas culturas na Irlanda.
Um dos principais legados é a músi-ca, que tem como característica a uti-lização de instrumentos como harpa, flauta e gaita de fole. As canções eram compostas no idioma local. No caso da Irlanda, a música celta era - e ainda é - cantada na linguagem gaélica.
Apesar dos artistas já fazerem parte das vias da cidade, nem tudo é tão fá-cil como parece. Depender apenas dos trabalhos nas ruas, na maioria das vezes, não é suficiente para arcar com as despesas mensais. Shin revela que, em média, arrecada 30 euros por dia na Grafiton Street. Ele complementa a renda mensal trabalhando em um restaurante.
Mesmo com as dificuldades, o vo-calista da banda irlandesa U2, Bono Vox, é um bom exemplo de artista de rua que alcançou o cenário da música internacional. Nascido e criado em Dublin, na adolescência ele costuma-va dar algumas palinhas pelas ruas. A boa notícia é que Bono ainda preserva os antigos hábitos: todo final de ano, o vocalista costuma cantar “anonima-mente” em algum lugar da cidade.
Arqu
ivo
pess
oal
tação na rua. Já teve casos de pessoas tocando sem autorização que tiveram que pagar multa, e para nós, estran-geiros, nunca é bom ter problemas com a polícia local”, aconselha.
Dudu ainda acrescenta que ser músico, em qualquer lugar do mundo, não é fácil. Apesar de ser uma cida-de pequena e com clima não muito favorável, Dublin tem uma grande vantagem: a valorização do artista e da arte.
Serviço
Dezembro 201516
Para: alguém do outro lado do oceano
Por Renata Agostini
Com a chegada das festivida-des do fim de ano, milhares de pessoas têm o hábito de
enviar cartões natalinos, mensagens de prosperidade ou presentes aos familiares e amigos. Na Europa não é diferente. Diante da diversidade cultural e da realidade que envolve a vida de estudantes, surgem algumas dúvidas: como posso enviar uma car-ta para outro país? Para o Brasil? Será que é muito caro?
Na Irlanda há dois meses, o pau-lista Eduardo Menezes, de 24 anos, verifica formas de enviar presentes
à família no Brasil. “Nunca mandei nada por correio, muito menos uma carta”, relata. Fora do país, o idioma dificulta o acesso às informações sobre o serviço. Dúvidas quanto ao tempo de entrega, itens permitidos, valores e segurança permeiam a cabe-ça de quem tem interesse no envio de correspondências.
Tudo começa com a procura por um ponto de coleta. Quase todos os bair-ros de Dublin possuem local de envio. Dentre uma das dicas, a entrega de correspondência deve ser feita até às 17h, para envio no mesmo dia. Por
isso, optar por postos centrais pode agilizar em até dois dias o despache ao destinatário.
Envelope, caixa, pacote... tudo via avião. O prazo normal de chegada varia entre cinco e sete dias, inde-pendentemente de país. Os preços dependem do peso da mercadoria e da escolha pela embalagem.
Por exemplo, o envio de um cartão natalino de 100g para o Brasil cus-ta 1,05 euro. Se o envelope for um pouco maior, o valor passa para 2,05 euros. O envio de uma caixa com um metro e meio de comprimento pode
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ta A
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Fonte: Post Office
250g 4,90 euros
1,5kg
17,90 euros
500g 5,90 euros
100g 1,05 euro
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custar 25,50 euros, pesando 1Kg.Menezes pretende enviar roupas
para o irmão que está no Brasil. Neste caso, pode optar pelo envio na embalagem packet, dependendo da quantidade e tamanho claro. Este tipo de embalagem em formato de caixa não pode exceder 60 cm em nenhuma das dimensões.
Antes de entregar a correspondência certifique-se de que a embalagem é adequada ou compatível com o preço que está disposto a pagar. Quando necessário, os postos disponibilizam alguns tamanhos de caixas a preço adicional variado. Não deixe de se corresponder ou enviar presentes por falta de informação. Merry Christmas!
CONFIRMAÇÃO DE ENTREGA
Muitas pessoas questionam sobre a segurança quanto ao envio das correspondências. Similar ao servi-ço oferecido no Brasil, os postos da Irlanda permitem acompanhamento e confirmação de entrega.
Porém, a diferença de preço pode não compensar quando forem envia-dos objetos pequenos ou muito leves, como cartões ou chamados postcards. O valor do envio pode passar de 1,05 euro para 6,10 euros.
O serviço de confirmação de entre-ga se mostra mais vantajoso apenas quando há envio de objetos maiores ou pesados.
VERIFIQUE OS TAMANHOS
IDEIAS DE VALORES DE ENVIO*(para o Brasil, sem confirmação de entrega)
*preços referentes a novembro de 2015
Cartão postal
1kg 11,65 euros
Botina
2 Pares de tênis
Livro
Celular, com fone e carregador
ACOMODAÇÃO
O gasto com acomodação é a principal despesa no inter-câmbio. Os preços são bem variáveis, depende da localiza-ção e tipo de moradia (casa, flat ou apartamento). Normal-mente o valor varia de 250 e 400 euros por pessoa, sendo Dublin a cidade com os aluguéis mais caros da Irlanda.
Para você economizar, a dica é procurar acomodações mais distantes do centro (D1 e D2). Procure por áreas onde você possa se locomover pela cidade e se dirigir ao centro de bicicleta ou caminhando, pois se for necessário utilizar ônibus o custo pode não compensar.
TRANSPORTE
O transporte em Dublin é relativamente caro, porém confortável. A dica é comprar uma bicicleta ou fazer o plano anual do Dublinbikes. A cidade tem muitas ciclovias e é adequada para andar de bicicleta, pois é plana, sem muitas elevações, além de ser uma alternativa saudável e sustentável. O Dublinbikes é um sistema de aluguel de bicicletas. Existem dois tipos:
The 3 Day Ticket: para uso ocasional, os bilhetes po-dem ser comprados em qualquer um dos terminais com o seu cartão de crédito e custam 5 euros.
Annual Card: para o uso contínuo, válido por um ano, você pode utilizar sempre que quiser. Custa 20 euros.
ALIMENTAÇÃO
A alimentação é bem barata, principalmente os produtos da própria rede de supermercados. Ao contrário do Brasil (onde normalmente são produtos de qualidade inferior), na Irlanda eles se igualam a grandes marcas. A dica é pesquisar. Os mercados têm promoções semanais que são bem em conta. Porém, um mesmo produto pode variar muito de preço entre um mercado e outro.
Feiras em diversos pontos da cidade também são comuns e uma opção barata para compra de frutas e legumes. Uma dica interessante é passar pelas feiras no fim da tarde, quando as promoções aumentam em função do término das vendas do dia.
Em Dublin há muitos locais para fazer passeios culturais e, o melhor: a maioria não tem cobrança de entrada. Já outros cobram entrada, então a dica é aproveitar a Free Wednesday. Toda primeira quarta-feira do mês algumas atrações têm entrada franca.
Outra dica interessante para os estudantes é ir em grupo ou nos passeios de escola. A grande maioria das escolas tem programações culturais, onde você paga um valor in-ferior ou nem paga pelas visitas. Informe-se como funcio-na na sua escola. Economize e aproveite seu intercâmbio!
ATIVIDADES CULTURAIS
Artigo
Viva o intercâmbiosem passar apertos
Por Alex Senhem*
Diante da dificuldade para encontrar emprego em Dublin, há formas de reestruturar sua rotina e conseguir viver bem sem passar apertos desnecessários. Alguns detalhes fazem toda a dife-
rença quando o assunto é economia. Poupando um pouco aqui e um pouco ali, você conseguirá equilibrar suas finanças durante o intercâmbio. Fique atento às sugestões:
*Acadêmico de Ciências Econômicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Os mais atentos percebem, ao caminharem pela principal avenida de Dublin, que os
pilares do prédio dos correios (Ge-neral Post Office) são marcados por pequenos buracos. A deformidade, quase imperceptível para quem vê de longe, não tem nada a ver com a ação do tempo ou depredações, mas sim com um conflito armado ocorrido há quase cem anos.
A Revolta de Páscoa (Easter Rising) foi uma iniciativa de rebeldes irlan-deses para conseguir a independência do país em relação ao Reino Unido. O conflito aconteceu entre 24 de abril (segunda-feira de Páscoa) e 30 de abril de 1916.
Durante o confronto, o exército britânico chegou pelo Rio Liffey e ati-rou sem piedade contra o prédio dos correios, que era a principal sede dos
rebeldes. Os orifícios até hoje cicatri-zam o imponente edifício.
O O’Connell Munument, que é o mais próximo da margem do rio que corta a capital irlandesa, também foi atingido durante os ataques. A base da estátua possui por várias marcas de tiros. São evidências de um confli-to que podem ser vistas na principal avenida do país.
Os revolucionários chegaram a proclamar a República da Irlanda, mas não obtiveram êxito porque as forças britâni-cas executaram os líderes. Mesmo assim, o movi-mento pela independência ganhou força. Sete anos mais tarde, com o Trata-do Anglo-Irlandês, a Ilha Esmeralda conseguiu a sua independência parcial da Coroa, processo que foi completo em 1937.
Marcas de um conflito na O’Connell Street
Por Eduardo Eggers
Cons
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Eduardo Eggers
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História
Relato de Experiência
Viva a Ilha EsmeraldaPor Gelson Pereira*
A decisão da Irlanda como destino para o meu inter-câmbio não foi ao acaso. Três motivos me levaram à Ilha Esmeralda. O primeiro deles foi o fato de já
ter amigos vivendo em Dublin. Em seguida pesou o fator localização. Com poucas horas de voo é possível desem-barcar em qualquer grande cidade europeia. O tempo até Londres, por exemplo, é o mesmo da minha cidade até a capital do meu stado no Brasil. E, por último, o fator financeiro também foi fundamental. Naquele tempo, início do ano de 2013, as menores exigências burocráticas em relação a destinos concorrentes e o custo de vida que cabia no bolso da classe média brasileira fizeram com que eu batesse o martelo.
Certo de ter feito a escolha mais racional, vieram as dúvi-das: como é a Irlanda? O inglês dos irlandeses é difícil de compreender? O povo recebe bem os estrangeiros? É frio? Por não ser um centro como Londres ou Paris, por exem-plo, Dublin é uma capital europeia ainda envolvida em um certo mistério para os brasileiros. Dúvidas as quais só fui eliminar quando cruzei a porta do Dublin Airport e fui recebido por uma típica segunda-feira de ventania na cidade.
Mesmo com a diferença meteorológica – para quem é do Rio Grande do Sul nem tanto, já que invernos gaúchos lembram o irlandês –, Brasil e Irlanda têm coisas em co-mum. A primeira que percebi é a alegria cultural do povo. Tudo bem, irlandeses não abraçam como nós ou têm fes-tas populares da dimensão das brasileiras, mas a alegria que se vê nos olhos dos dois povos é a mesma.
O sotaque que parece tornar a língua inglesa difícil é
*Jornalista e fotógrafo gaúcho. Morou em Dublin por oito meses, entre janeiro e setembro de 2013.
facilmente compreendido com algumas horas de interação com os nativos (se aceitam uma dica, procure essa inte-ração nos pubs, uma das melhores coisa de Dublin e que mais me fazem suspirar de saudade da Ilha Esmeraldina). Aliás, para quem sempre teve o inglês norte-americano como referência por causa da forte presença cultural, qualquer outra variação do idioma soa estranha em um primeiro momento.
Os oito meses vividos em terras irlandesas me mostra-ram que todas as dúvidas pré-embarque eram praticamen-te impossíveis de serem respondidas. Para conhecer a Ir-landa é preciso viver a Irlanda. Cruzar seu interior, como tive a oportunidade de fazer, ir à praia em um verão de Dublin, assistir ao desfile de Saint Patrick’s Day espremi-do na O’Connell Street, caminhar em alguma madrugada pelo Temple Bar, beber em um pub, assistir a uma partida de rugby ou futebol (o futebol deles, em que se pode pegar a bola com a mão).
Ao viver a Irlanda descobri que uma tentativa de descre-vê-la é inútil. Até porque as impressões sobre uma terra são totalmente únicas e subjetivas. As dúvidas prestes a embarcar para um intercâmbio, rumo ao desconhecido, são normais. Assim como são normais as tentativas da-queles que já passaram pela experiência de compartilhar os sentimentos, as histórias, as impressões. Crente de que isso é inútil, a minha dica para quem está por embarcar, recém chegou ou já vive há um tempo na Irlanda é: viva profundamente esse país. Um dia a saudade vai chegar e as boas lembranças vão confortar.
Fotos: Letícia Mendes
Trabalho
Dezembro 201522
Facilite a busca por
Por Renata Agostini
A busca por emprego é um desafio para estudantes in-ternacionais. Longe de casa,
inserido em uma cultura diferente e vivenciando outra realidade é preciso se readaptar. Aos conflitos internos, soma-se a realidade atual de recupe-ração de crise financeira e ameaças terroristas em diferentes partes do mundo.
Incertezas são comuns. Na maioria das vezes, as dificuldades iniciais no idioma afastam a possibilidade de vaga na área de formação e forçam os estudantes a procurarem por funções alternativas.
Mesmo assim, milhares de vistos estudantis são emitidos por ano. Ao todo, mais de 18 mil brasileiros moram na Irlanda, segundo dados da Embaixada Brasileira em Dublin. Todos eles já buscaram ou buscam por uma oportunidade.
O tempo médio de procura varia de dois a cinco meses. Porém, sem-pre há exceção. Por mais difícil que pareça, conseguir emprego é possível. Para conquistar uma posição, seja na Irlanda, no Brasil, no Japão, se deve conhecer o mercado de trabalho local.
Todos os estudantes que pretendem ficar mais de três meses na Europa têm duas preocupações iniciais: acomodação fixa e visto. Superadas, começa a procura por emprego. É dele, das per-mitidas 20 horas de trabalho semanais, que os brasileiros costumam garantir mais dinheiro
para passeios e para a estadia após o curso.
Uma das primeiras exigências é o inglês. Você está em um país – no caso a Irlanda – com outro idioma e precisa, pelo menos em algum momento, se comu-nicar com algum colega, com o chefe (boss ou magener). Por isso, é fundamental aprimorar a fala e o vocabulário já nas pri-meiras semanas de estadia no ex-terior. Quanto melhor for sua fluência, maior será seu poder de escolha sobre os postos de trabalho.
Conhecendo a realidade, se sen-tindo preparado para se comunicar, surgem outras dúvi-das. Como organizar um currículo (CV)? O que deve e o que não deve ser escrito? Onde entregar? Onde pesquisar as vagas? Calma, você vai encontrar todas as respos-tas. Segue uma ajudinha.
emprego no exterior
Eduardo Eggers
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MAIS DICAS
Não minta. Mesmo que a mentira possa te ajudar a conseguir o empre-go, se não tiver a experiência dita isso pode comprometer sua vaga. Na maioria dos casos, os empregadores preferem saber que você nunca atuou na função e valorizam as pessoas que demonstram interesse em aprender.
Escreva apenas o essencial e relevante. Você pode ter traba-lhado como palha em festa infantil por algumas vezes, por exemplo. A experiência foi interessante para você e mostra que você é desinibido, engra-çado, flexível. Mesmo assim, se não acrescenta na vaga almejada, retire essa informação do currículo.
Seja objetivo. Assim como os in-gleses, diga tudo que é necessário em poucas palavras. Resuma. Use apenas uma página, se possível.
Corrija erros de inglês. Se você tem dúvidas quanto à escrita, pergunte para um amigo ou mostre ao professor. Não confie totalmente nos tradutores convencionais, eles também erram.
CARTA DE RECOMENDAÇÃO
A carta de recomendação é opcional.Muitos estudantes iniciam trabalhos voluntários para, além de adquirir ex-periência e melhorar o idioma, obter uma recomendação. Alguns estabele-cimentos, como brechós, costumam emitir o ofício depois de três semanas a dois meses de voluntariado.
Caso tenha recomendação, anexe ao currículo. Em alguns casos, os empregadores podem perguntar por referências.
jobs.ie
faz.ie
monster.ie
irishjobs.ie
toplanguagejobs.com.uk
aupairireland.ie
kangarooaupair.com
gumtree.ie
rollercoaster.ie
MONTE O CV EM 5 PASSOS
1º Basic (comece pela identifi-cação pessoal). Coloque seu nome completo, endereço atual, números de telefone, e-mail e, se você tiver, o link do currículo online (Linkedln). Dife-rente do Brasil, a maioria das empre-sas da Irlanda dispensa dados como idade, gênero, religião ou orientação sexual.
2º Objective (esclareça seu objetivo com este CV). Nesta segun-da parte, você deve elencar alguns adjetivos pessoais e citar que está disposto a trabalhar na determinada empresa ou em setor ou cargo especí-fico. Acrescente também a disponibi-lidade de tempo de trabalho: full time (tempo integral) ou part time (menos horas diárias, mais comum entre estudantes).
3º Experience. Semelhante ao português, a palavra requer a lis-tagem dos seus últimos empregos. Identifique o tempo de trabalho, nome da empresa e, se possível, principais funções exercidas por você ou destaques alcançados (prêmios, nomeações). A listagem sempre deve ser em ordem decrescente, quando no topo fica a última experiência.
4º Education. Liste sua forma-ção, também em ordem decrescente. Pode iniciar colocando citando o curso de idiomas atual, em andamen-to. Indique o período de duração de cada formação, nome da instituição e referente curso. No caso de gradu-ações, é mais comum usar as siglas B.S. (para licenciatura) e B.A. (para bacharelado). Isso identifica que a carga horária é maior se comparada com a de outros cursos.
5º Skills and Interests (habili-dades e interesses ou hobby). Elenque informações sobre você, como qual é o seu nível de inglês, quais são seus conhecimentos em informática (IT), o que você gosta de fazer ou ações que lhe interessam (trabalho voluntaria-do, leitura...). Neste espaço, você deve também indicar se tem permissão para dirigir. Em vagas como au pair, por exemplo, é comum esta exigência. Na grande maioria dos casos, para dirigir automóvel.
É importante salientar que existem inúmeras formas de organizar um currículo. As dicas elencadas acima foram baseadas nas experiências da autora do texto, somadas as orien-tações de professores irlandeses e empregadores estrangeiros.
ALGUNS SITES PARA
CADASTRAR CV OU VER VAGASDE EMPREGO
Dezembro 201524
DICAS DE ESTUDANTES EMPREGADOS
Relacionamento
“Antes mesmo de viajar para outro país, é importante falar com pessoas que já moram lá, amigos ou conhecidos, para saber sobre possíveis vagas de emprego. Fica muito mais fácil se você tiver uma indicação de uma pessoa que é confiável do empregador.”
Décio Schuh, 24, de Arroio do Tigre/RS, Floor Staff.
Confiança
“A primeira coisa é não escutar pessoas que já voltaram para o Brasil. Porque se eu tivesse escutado algumas pessoas, eu não teria nem feito intercâmbio. Quando pedia conselhos para alguns, só diziam que estava muito complicado de encontrar emprego. Então, eu resolvi agir da mesma maneira que agia no Brasil para procurar trabalho e consegui encontrar em cinco dias. Você precisa acreditar em si mesmo e não desistir.”
Karol Scottini, 21, de Gaspar/SC, Au Pair.
Persistência
“Precisa correr atrás, pois quem procura acha. Todos os dias depois da aula eu entregava cerca de dez currículos em locais que pediam e que não pediam funcio-nários. Recebi ‘não’ muitas vezes. Em alguns lugares nem deixei o currículo porque disseram que não era para mim a vaga. Em momento algum deixei de procurar.”
Guilherme André Possa, 22, de Farroupilha/RS, Floor Staff.
Indicação
“Não sou muito de ir atrás de emprego pela rua. Sou mais de internet e indicação. A indicação é mais assertiva. Quando alguém indica, você tem 80% de chance a mais de conseguir o trabalho, pois chega no momento em que a empresa está precisando de funcionário.”
Glauber Pereira, 28, do Rio de Janeiro/RJ, Auditor
Pesquisa offline
“Precisa ir até o lugar [para conseguir o emprego]. Nem fiquei procurando pela internet. Se tiver ou não aviso na porta, entre no lugar e entregue o currículo. Foi assim que consegui dois empregos. Na entrevista precisa falar da experiência no Brasil. Para mim foi mais fácil porque eu já tinha experiência em cozinha antes de vir para a Irlanda.”
Fabiano Kober, 23, Panambi/RS, Kitchen Porter
Turismo
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Belezas naturais moldam caminho até a beira-mar
Por Felipe S. Lucas
Não é novidade os estudantes recém-chegados em Dublin comprarem uma bicicleta a
fim de cumprir tarefas do dia a dia. Além de ser um conveniente meio de transporte no Centro da cidade, a bike permite sair definitivamente de uma rotina de estudos, trabalho, pro-cura por emprego e saudades da fa-mília, levando-nos a lugares incríveis nas redondezas da capital irlandesa.
Um passeio turístico agradável para ser feito de bicicleta fica em direção à North Bull Island, uma ilha feita pelo Império Britânico a partir do século XIX à margem do Mar da Irlanda. Vindo do centro seguimos pela rua Amiens rumo ao parque Fairview. O primeiro ponto de referência é o fa-moso poste das Cinco Lâmpadas (The
Five Lamps), que dá nome a um festi-val de artes no local. The Five Lamps é um conhecido marco de Dublin, situado na junção de cinco ruas.
Seguimos pela North Strand Row. A apenas alguns metros dali chega-mos na ponte sobre o Royal Canal, de onde temos uma vista harmoniosa do estádio Croke Park. Em frente – com mais cinco minutos de vento no rosto - na chegada do parque Fairview nos deparamos com o rio Tolka, que com suas águas geralmente ralas permite visualizar peixes em determinadas épocas do ano. Esse rio é fonte de água para uma lagoa com uma imensa vida animal de aves, incluindo cisnes, patos e garças.
Prosseguindo, adentramos o túnel de árvores do Fairview, onde senti-
mos o primeiro ar de liberdade. O lo-cal é muito frequentado pela comuni-dade brasileira aos fins de semana. Os amantes do futebol se dividem entre os vários campos, que são muito bem mantidos. O parque tem insfraestru-tura de recreação infantil e de eventos musicais. Por baixo dele passa o túnel de tráfego rodoviário que dá acesso ao porto - dizem que é possível sentir o tremor causado pelo trânsito!
Foto
s: Fe
lipe S
. Luc
as
North Bull Island é uma opção de pas-
seio natural em Dublin. A ilha foi construída pelo império
britânico a partir do século XIX. A viagem de
bicicleta até a praia revela belas
paisagens pelo caminho.
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A ILHA
A beira do mar é um trecho de três quilômetros que vai até a ponte de madeira (The Wooden Bridge), que dá acesso ao nosso destino. Passan-do pela ponte de madeira, há um caminho pedonal que corre ao longo da parede do mar, com área para banhistas - perfeita para fotos! - e onde ao fundo tem um momumento chamado de Start of the Sea, fundado em homenagem aos trabalhadores do porto. Podem deixar as bicicletas por ali caso queiram dar uma caminhada pela areia da ilha.
A North Bull Island é significativa para muitas pessoas. Para os natu-ralistas e biólogos, é um paraíso. Um paraíso da vida selvagem, pois é entitulada como uma área nacional de reserva natural de proteção da União Europeia e da biosfera da Unesco pela importância mundial de suas aves,
ENSEADA
Partindo em direção a um dos bairros mais charmosos de Dublin, o Clontarf, cruzamos o trecho mais inspirador da rota quando nos de-paramos com a enseada. A orla é um lugar de beleza excepcional da cidade, com vistas espetacurales para o sul da baía, em direção às montanhas de Wicklow.
A enseada é intesamente frequenta-da por praticantes de corrida, que po-dem usar a via calçada ou escolher o terreno gramado mais macio da área do passeio, pois são 40 metros de lar-gura. Máquinas de exercício também estão espalhadas em vários pontos para os que estiverem à procura de mais emoção. A região conta com um segredinho: um restaurante muito bom e requintado, localizado no Ho-tel e Castelo de Clontarf. No espaço ocorrem eventos abertos ao público.
flora e insetos. Para os membros dos clubes de golfe St. Anne’s e Royal Dublin, localizados na própria ilha, o local é uma segunda casa. Para os corredores, passeadores de cães, es-portistas, praticantes, caminhantes, é uma brisa.
A ilha é um dos lugares mais bonitos e próximos para respirar um ar fresco e deixar o “blues” flutuar para o mar. No verão ocorrem eventos imperdí-veis, como os festivais de pipas e de esportes aquáticos. Se sobrar fôlego depois dessa jornada, fica o convite para visitar o imenso e maravilhoso St. Anne’s Park, que fica de frente para a ilha.
O passeio é único, não só pelo o número de visitantes que atrai, mas também pela frequência dessas visi-tas. É o destino à beira-mar preferido de muitos cidadãos de Dublin.
Artigo
Valorizando os ganhos e ressignificando as perdas ao viver no exterior
Por equipe PsIn- Psicologia com Inter-Ação*
O que escolhemos fazer e a forma como nos motivamos molda a nossa vida. Cada
um de nós influencia o curso da vida, mas não a controlamos na totalidade. O sentimento de perda ganha maior ênfase quando alguma dificuldade ocorre durante a estadia no país es-trangeiro, e surge a vontade de voltar para a zona de conforto. Porém, só podemos viver, progredir e conquistar o mundo na medida em que abando-namos determinados lugares, situa-ções, pessoas, princípios e conceitos.
A perda quando “ressignificada”, ganha novos valores e traz um novo sentido para nossas vidas. Neste momento, conseguimos notar que os ganhos têm um peso maior e mais valioso, e que a vida segue o percurso com aprendizados diários. Os obstá-culos podem se tornar oportunidades para algo novo e o melhor que está por vir.
Escolha pensar de forma positiva. Ser positivo é uma questão de esco-lha. As pessoas positivas são mais realistas e racionais. O pensamento positivo gera sentimentos e atitudes que vão refletir na vida de forma mais eficaz. Por mais difíceis que os problemas possam parecer, sem-pre há uma solução. É importante ressaltar que os sentimentos estão
*Programa de Orientação Psicológica, desenvolvido pelas psicólogas Silvana Sapyras, psicoterapeuta em Dublin desde 2010 e Camila Amaral, empresária, ambas com mais 10 anos de experiência. O PsIn é um trabalho
especializado, focado na elaboração de ações mais adequadas para solucionar questões específicas. O principal diferencial do programa é oferecer um serviço de bem-estar acessível para estudantes e imigrantes, pelo modelo
de psicoterapia breve, com foco, duração e custo pré-definido. O programa segue um formato versátil e interativo, composto por workshops, grupos de apoio e sessões individuais.
Contatos pelo [email protected] ou psincontato.wix.com/port
relacionados à nossa forma de pensar, assim, pensamentos negativos geram sentimentos negativos, como raiva, tristeza, rancor e falta de perspecti-va, enquanto pensamentos positivos trazem sentimentos de esperança, perspectivas e foco na solução.
Para evitar preocupações e aprovei-tar ao máximo sua experiência no exterior, algumas atitudes podem facilitar esta jornada.
1. Mantenha a esperançaTer esperança significa que você
pode estabelecer metas reais para o futuro e que você deve sempre recordar que tem a habilidade para atingi-las com sucesso. A esperança nos mantém no caminho de nossos objetivos, mesmo quando as coisas não seguem exatamente da forma que gostaríamos. Nada dura para sempre, e lembrar disto ajuda a passar por momentos difíceis.
2. Lembre sempre que a vida é feita de escolhas
Lembre-se que escolher significa re-nunciar algo em troca do que conside-ra melhor. Sendo assim, a viagem foi uma opção de um momento em sua vida para um passo que mudará seu destino, porém, é necessário percor-rer caminhos incertos e ultrapassar
obstáculos para alcançar os seus desejos e objetivos.
3. Busque sempre formas alter-nativas para lidar com as dificul-dades
Pessoas que investem no autoconhe-cimento são mais felizes, pois desen-volvem habilidades para lidar com os antigos problemas de forma mais assertiva.
4. Não deixe que a ansiedade controle seus comportamentos
Aprenda a identificar as situações e momentos que causam ansiedade. Quando sentir ansiedade, tente fazer alguma atividade mais tranquila para diminuir o seu ritmo e se acalmar. Respirar fundo também auxilia o sistema nervoso a encontrar equi-líbrio entre a razão e a emoção e consequentemente ver as situações de forma mais objetiva.
5. Escreva seus pensamentos e sentimentos
Escrever os sentimentos e pensa-mentos é uma ótima forma de ajudar a organizar e reformular as suas ideias e emoções. Isto ajuda a trazer um senso de realidade e a olhar a si-tuação sob outro ponto de vista.
Comunicação
Rádio sem Fronteiras
Por Eduardo Eggers
Pensando no alcance e agili-dade que a transmissão pela internet proporciona, o Grupo Yeah! criou o serviço de rádio privada. Empresas dos mais variados setores estão aptas a adquirir a tecnologia e divulgar seus conceitos.
As escolas de idiomas e univer-sidades, por exemplo, podem proporcionar aos estudantes internacionais o incentivo à criatividade, originalidade e imaginação, com prática direta do inglês nas transmissões.
O Grupo Yeah! Oferece a
YEAH! RÁDIO
A transmissão e a recepção de rádio passam por contínuas mudanças desde os tempos
de Marconi. O momento atual acom-panha o boom da internet. Emissoras de rádio de qualquer lugar podem ser acessadas em todo o mundo. Aquele rádio a válvulas do tempo de nossos avós realmente evoluiu um bocadi-nho.
O Grupo Independente, de Lajeado/RS, é um dos exemplos de emissoras de rádio que uniram a transmissão online à convencional. O diretor-exe-cutivo, Ricardo Brunetto, exemplifica os benefícios da difusão pela internet ao afirmar que a emissora passa a ser mais acessível e, consequentemente, mais ouvida. “As comunidades estão sensivelmente migrando para o onli-ne, não só para receber o conteúdo de rádio, mas sim para qualquer compra de produto ou serviço”.
A integração de uma comunidade por meio da rádio online, para Bru-netto, é consequência do conteúdo gerado. Ou seja, a emissora deve desvendar aquilo que o seu público deseja consumir e, a partir disso, gerar informações que cativem esses ouvintes. Em termos de negócio, ele frisa que não há mais como evitar a migração para o meio digital. “Gerar resultado financeiro através desse meio é desafiador, porém mensurável, uma vez que a internet prova um dos maiores crescimentos do setor mídia”.
transmissão através de um site e também um aplicativo para smartphones. Toda a estrutura necessária para garantir o espa-ço para o desenvolvimento dos alunos e a expansão da marca da empresa está à disposição dos que seguirem essa tendên-cia. Os profissionais do grupo fornecem o treinamento teórico e prático para o melhor aprovei-tamento da emissora.
Mais informações podem ser obtidas pelo site yeahbrasil.com/yeah-radio ou em contato pelo e-mail [email protected].
www.yeahbrasil.com 29
Dicas e Curiosidades
Dezembro 201530
EMERGÊNCIAS!
PISANDO SOBRE A HISTÓRIA
As calçadas da Wood Quay e da Winetavern Stre-
et (via entre o Dublinia Museum e a Christ Chur-
ch) não são iguais às do restante de Dublin. O local
foi um assentamento viking no século VIII. No solo,
arqueólogos encontraram diversos vestígios: colhe-
res, facas, machados, joias. Vários desses pertences
– originais – estão acoplados às lajotas.
Os objetos foram expostos nas calçadas em
resposta ao protesto de 1978. Na época,
mais de 20 mil pessoas foram às ruas para
mostrar a contrariedade à construção de
quatro prédios públicos no local.
Em caso de emergência (acidente
grave, intoxicaçã
o...), independente-
mente de plano de saúde que você
tenha na Europa, ligue direto para a
equipe 999. O serviço é similar ao
do
Samu no Brasil. Depois que o pacien-
te for levado ao hospital, entre em
contato com o segur
o particular ou
governamental.
Rena
ta A
gost
ini
1ª quarta-feira
do mês: entrada
free em museus.
Mais informações em
dublineventguide.com
“Clap alon
g
if you fe
el
like
happine
ss is
the trut
h!”
Airlink - 747: Sai da Heuston Station - 10 euros ida e volta
ÔNIBUS PARA AEROPORTO
Ônibus comum - 16 ou
41: Sai da O’Connell e
da Lower Abbey
Street - 2,30 euros
uma viagem
Aircoach - 700: Sai
da O’Connell, Trinity
e Grafton Street -
12 euros ida e volta
www.yeahbrasil.com 31
Para quem gosta de ler e tem interesse em li-vros de diversos idiomas, as bibliotecas públicas de Dublin são uma ótima opção (ver endereços em www.dublincitypubliclibraries.ie). O cadastro é gratuito. Basta apresentar um comprovante de endereço no seu nome e um documento com foto. O cartão de leitor é emitido em poucos minutos. Você pode levar até 12 livros para casa de uma só vez. O prazo de devolução é de três semanas. Além de livros, há DVDs, CDs, revistas e diversos materiais para estudo. Aproveite!.
LEITURA FREE
IMPERDÍVEL EM DUBLIN
National Museum of Natural History
St. Stephens Green Park
Dublin Castle
St. Patrick’s Cathedral
Phoenix Park
National Botanic Garden
Visto de estudante = permissão para 20 horas semanais de trabalho
Mas de 15 de dezembro a 15 de janeiro e de maio a agosto: 40 horas semanais!!!
Integração
Conversações free para melhorar o inglês
Por Eduardo Eggers
Aprender inglês normalmente é o objetivo número um dos estudantes que vêm para
Dublin. São diversas as opções para praticar e aprimorar o idioma, como frequentar as aulas, estudar em casa, trabalhar, morar com gringos e até pedir informação na rua. Mas tem outra alternativa que está ganhando muitos adeptos: as conversações.
Os encontros são gratuitos e ocor-rem em locais como pubs, igrejas, bi-bliotecas e escolas. Em muitos casos, voluntários se encarregam de auxiliar os participantes com dicas de como melhorar a pronúncia e o vocabulário. Além de muitos brasileiros, as con-versações têm estudantes de diversas nacionalidades. O irlandês James O’Brien é um dos idealizadores dessa troca cultural em pub. Ele conta que os meetings foram criados para que estudantes internacionais aprendam ainda mais o idioma de uma forma
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prática. Cada evento tem cerca de cem participantes e a duração depende da empolgação da galera.
Para o casal Davi Dickins e Neuza Moreira, de Brasília, as conversa-ções são importantes para resolver questões diárias. “O que nos motiva a continuar são as necessidades coti-dianas do usa da língua inglesa, como ir às compras e procurar um trabalho remunerado. A conversação dá esse suporte como pontapé inicial para o desenvolvimento do novo idioma”, frisa Davi.
Já o estudante carioca, Rodrigo Menezes, lembra que a All Nations Church (1-6 Haymarket, Smithfield, Dublin 7) promove um encontro por mês. Os participantes são divididos por níveis, e os trabalhos são lidera-dos por uma professora irlandesa. “O que motivada as pessoas a participar é a vontade de desenvolver o speaking e aumentar a network com outras na-
cionalidades.” Ressalta que os alunos podem levar currículo quando vão às aulas, pois os voluntários se encar-regam da correção.
Eduardo Eggers
O aplicativo para smart-phone Meetup reúne infor-mações sobre conversações
em pubs, que ocorrem quase todos os dias pela
Irlanda. Alguns dos outros locais de encontro são:
Belvedere College SJ (6 Great Denmark Street,
Dublin 1): terças e quintas, das 10h às 12h20.
Columbian Mission Centre (13 Store Street, Dublin 1): terças, quartas e quintas,
das 10h45 às 12h40.
St. Vicent de Paul (Ozanam House – 53
Mountjoy Square, Dublin 1): segundas, terças, quin-tas e sextas, das 10h30 às
12h30.
Bulfen Court (Emmet Road, Inchicore,
Dublin 8 - atrás da St. Michaels Church): quartas,
das 19h às 20h30.
Biblioteca da ILAC Center (Henry Street, Dublin
1): sextas, das 15h30 às 16h45.
Relato de Experiência
Existe vida após o intercâmbio?
Por Aldy Coelho*
Tudo começa com um sonho, difícil de ser alcançado. Para muitos, acontece logo depois de terminada a faculdade ou, ainda, para alguns, bem antes de co-
meçar um curso universitário. A verdade é que não existe uma época certa para fazer um intercâmbio. Mas, que esta é uma experiência necessária, ah, isso é.
Quando decidi investir em uma viagem para o exterior, eu já era uma profissional formada e estabilizada no mercado. Só por isso consegui direcionar uma parte do orçamento para financiar o intercâmbio. Acontece que você planeja, economiza, compra o curso, as passagens, os euros necessários, e percebe que terá que abrir mão do que já conquistou para ir buscar novas experiências. E confesso, foi a melhor coisa que fiz!
Ao desembarcar na tão famosa Ilha Esmeralda, o que an-tes era uma meta pessoal passou a ser apenas um comple-mento de tudo aquilo que você aprende ao experimentar coisas novas, conhecer outros países e pessoas, vivenciar o que só é possível quando você está envolvida de corpo e alma naquela cultura.
São essas experiências que trazemos na ‘bagagem’ que farão a diferença e formarão o novo profissional a pisar em solo brasileiro após o intercâmbio. E o inglês? Sim, a nova língua e o diploma que você vai ostentar irão te aju-dar a se recolocar no mercado de trabalho. Mas, acredite, você encontrará gente falando inglês melhor que você sem, ao menos, ter saído do Brasil.
A língua será apenas um plus no currículo. É aquilo que você aprendeu como pessoa - nos relacionamentos com diferentes pessoas e culturas; nos limites ultrapassados da sua própria coragem ao enfrentar o desconhecido; ao dei-xar o conforto da casa dos pais para vivenciar tudo novo - que vai fazer com que você seja visto de forma diferente
*Aldy Coelho é atriz e jornalista, em Curitiba/Paraná.
pelo mercado.O amadurecimento que o intercâmbio traz - mesmo
àquelas pessoas que, como eu, foi realizar o seu sonho depois dos 30 anos, casada e formada - é inexplicável. Faz você rever valores, posicionamentos e atitudes que, antes, você não tinha como comparar. Fez-me ver o Brasil de uma forma mais compreensível, já que é visitando outros países que você percebe as mazelas que neles existem. Violência, pobreza, drogas, alcoolismo e gente ruim você também encontra em Dublin, em Roma e até em Paris.
Atualmente, dou ainda mais valor às pequenas coisas - ao café e feijão de cada dia, ao meu quarto, que não preci-so dividir com pessoas desconhecidas e que, nem sempre, pensam e agem como eu; ao meu trabalho, que executo de forma mais intelectual, diferente daqueles 17 quartos de hotel em que eu precisava tirar forças sobre-humanas para concluir a limpeza no prazo, e até nos relacionamen-tos que cultivei quando estive aí.
O que importa, no fim de tudo, é o que você vive com intensidade, com paixão, e não o local onde você está. É o que você faz e o que faz de você uma pessoa melhor. A mi-nha bagagem do intercâmbio nunca foi desfeita. Sempre que preciso, é a ela que recorro. Se hoje sou uma pessoa com uma visão mais abrangente, que passou a entender que as coisas são como são porque há a diferença. E que não é nem melhor, nem pior. É apenas diferente.
Dublin me fez ser a pessoa que eu só poderia ser por completo voltando ao meu País e contribuindo com o que aprendi aí, pois, agora, sei que as distâncias são relativas, e posso mudar tudo quando não estiver feliz. Hoje, eu sei que quero estar sempre em intercâmbio, fazendo e conhe-cendo coisas novas e podendo voltar pra casa sempre que quiser.
Fotos: Arquivo pessoal
História
Dezembro 201534
Dublin Castle: memória do período imperial
Por Eduardo Eggers
Castelos despertam a curiosidade e fazem as pessoas voltarem no tempo. Cada detalhe evidencia alguma característica de determinada época e traz à tona marcas de um tempo que
já passou, mas que a história não deixa morrer.
Nem todas as capitais europeias contam com um castelo no co-ração da cidade. Dublin tem, e
muito da história irlandesa é retra-tado nesse local. O Dublin Castle foi erguido a partir de 1204 (isso mesmo, há 811 anos!) a mando do Rei João da Inglaterra. Como os normandos haviam invadido a Irlanda em 1169, se entendeu que era preciso construir uma fortificação para defender a cida-de de invasores.
O domínio da Coroa Britânica sobre a Irlanda perdurou por mais de sete séculos, e o Dublin Castle foi a sede
da monarquia durante todo esse tempo. Ou seja, a maior parte das decisões importantes a respeito da Ilha Esmeralda eram tomadas dentro do castelo.
A construção também foi palco da Guerra Anglo-Irlandesa, sendo o ponto onde os integrantes da Coroa fizeram todo o possível para evitar a separação da Irlanda da Grã-Bre-tanha. No Bloody Sunday (Domingo Sangrento) de 1920, integrantes do Exército Republicano Irlandês – o famoso IRA – foram assassinados enquanto tentavam escapar do pátio
do castelo.Em 1922, quando foi formado o
Estado Livre Irlandês – e a dominação britânica teve significativa redução – o Dublin Castle foi entregue a Micha-el Collins, um dos cabeças do movi-mento pela independência. Naquele mesmo ano, nas dependências do castelo, Collins recebeu o título de lí-der do país – em agosto ele viria a ser assassinado durante a Guerra Civil Irlandesa. Desde então, as cerimônias de posse dos presidentes eleitos são realizadas no Dublin Castle, mais precisamente no St. Patrick’s Hall.
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A capital irlandesa deve seu nome ao lago que estava localizado onde hoje estão os jardins do Dublin Castle, na parte externa. Os vikings denominaram o lago de Dubh Linn (Piscina Negra, na tradução livre para o português). Isso mostra que a área onde hoje se encontra a construção já era ocupada muito antes da invasão normanda. A estimativa é de que já existiam assentamentos no local há mais de mil anos.
Da construção original do século XIII, somente a Record Tower (Torre dos Registros) segue de pé – e em boas condições! Ela está localizada à esquerda do principal portão de aces-so. Parte da muralha construída para cercar a cidade no período medieval está localizada na parte subterrânea, e também é aberta à visitação. Todo o restante foi reformado devido a
O QUE SOBROU
estragos causados por guerras e pela própria ação do tempo.Os visitantes podem passear pelas dependências internas, vendo, por exemplo, o salão de bailes da realeza e retratos de diversos líderes políti-cos do período em que a Irlanda era parte do Reino Unido. O próprio St. Patrick’s Hall (aquele, das posses presidenciais) é aberto ao público.
Base da muralha con-struída pelos anglo-nor-mandos é um dos pontos
que desperta maior curiosidade na visitação.
A estrutura está loca-lizada no subterrâneo.Atualmente o Dublin
Castle recebe as soleni-dades de posse dos presi-dentes eleitos a cada sete anos, além de ser palco
de cerimônias de Estado e lançamentos de políti-cas governamentais. O prédio também e a sede de alguns departamen-tos oficiais irlandeses.
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JARDINS
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A Run for Your Lives ocorreu em outubro no Malahide Castle Park. Em comemoração ao Halloween, o evento reuniu mais de 1,5 mil corredores. A prova, com cinco quilômetros de extensão, teve cerca de 200 zumbis ao longo do caminho. O desafio dos competidores era não permitir que os zumbis tirassem todas as três fitas presas às suas cinturas. A matéria completa e o vídeo do evento estão no site www.yeahbrasil.com. Fotos: Renata Agostini, Eduardo Eggers e Raffa Abarca.
O Dia do Gaúcho (20 de setembro) motivou a realização da 7ª Mateada em Dublin. O evento ocorreu no St. Stephen’s Green Park. Gaúchos e pessoas de outras partes do Brasil e do mundo confraternizaram com chimarrão, música típica e boas conversas. O encontro é realizado anualmente. No Rio Grande do Sul, a data é feriado por ser o dia em que teve início a Revolução Farroupilha, no ano de 1835. A matéria completa e o vídeo da mateada podem ser conferidos em www.yeahbrasil.com. Fotos: Raffa Abarca e Eduardo Eggers.
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A noite de Halloween teve bruxas, fantasmas, zumbis, monstros e muito mais nas ruas de Dublin. A região do Temple Bar esteve completamente lotada de fans e curiosos pelo Dia das Bruxas. Estranho era não estar fantasiado nessa noite. A matéria completa e o vídeo da festa podem ser conferidos em www.yeahbrasil.com. Fotos: Renata Agostini e Eduardo Eggers.
- 250g de peito de frango- 50g de brócolis (1 xícara de
chá)- 1/2 cebola cortada em cubos- 1/2 tomate cortado em cubos
- 3 batatas- ½ xícara de leite
- 1 colher (chá) de manteiga- sal e temperos (sugestão:
alecrim e orégano)
Alimentação
Dezembro 201538
Por Lisiane Giusti
Brancas, vermelhas, peque-nas ou maiores... as batatas estão na lista dos alimen-
tos mais consumidos da Europa. Saborosas e nutritivas, as batatas servem de base para a alimentação irlandesa.
Mesmo assim, as lembranças associadas a elas não são as melho-res. De 1845 a 1849, aconteceu o período chamado de Grande Fome. Pragas atingiram as terras irlande-sas e devastaram lavouras inteiras. O pouco que colhiam, os produ-tores precisavam exportar para a Inglaterra. Com isso, as pessoas passaram fome, milhões morreram ou emigraram para outros países, como o Canadá.
Com a retomada da plantação, a reconstrução da Irlanda, a batata permaneceu no cardápio. Mesmo com a disseminação de outras cul-
Escondidinho de batata com frango
Cozinhe o frango em água, depois de cozido, desfie com o auxílio de um garfo. Refogue a cebola, o to-mate, o frango e os temperos. Co-zinhe as batatas em água, com um pouco de sal, depois de prontas,
amasse, acrescente leite e manteiga, mexa bem até ficar a consistência
de um purê. Cozinhe o brócolis em água, com um pouco de sal, depois de pronto, corte em pedaços bem
pequenos. Em uma forma, coloque uma
camada de frango (sem molho), 1 camada de brócolis e por último o purê de batatas. Leve ao forno
por aproximadamente 20 minutos a 180⁰C. E está pronto. Rende 4
porções.
Modo de preparo
Irlanda: o país das batatas
turas alimentares, ela ainda integra as refeições diárias dos irlandeses. Uma prova disso é o tradicional Fish and Chips, um prato de batata frita e peixe frito temperados com vinagre. O mais tradicional da Irlanda.
Tubérculo rico em amido, um tipo de carboidrato, a batata também é uma excelente fonte de potássio, ferro e fósforo, além de conter vitamina C. Porém, devemos ter cuidado com a forma de preparo, pois (como mostra a tabela) a batata frita absorve muito do óleo utilizado na fritura, o que ocasio-na em um aumento nas calorias, carboidratos e lipídios da prepara-ção. A melhor forma de preparar a batata ainda é cozida ou assada. De qualquer maneira, há vários pratos fácies e nutritivos.