dra maria do carmo favarin de macedo médica assistente do...
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Indicações de transfusão de Plasma e Plaquetas
Dra Maria do Carmo Favarin de Macedo
Médica Assistente do Hemocentro de Ribeirão Preto
• Componentes terapêuticos produzidos a partir do
sangue humano situações clínicas e cirúrgicas
• Utilização inadequada e desnecessária entre 4 a
66% das transfusões
• Uma transfusão NUNCA é isenta de riscos!• Risco residual• Doenças emergentes• Reações adversas não infecciosas
Introdução
À esquerda: concentrado de hemácias.
Acima: Plasma rico em plaquetas
Arquivo pessoal
Fracionamento dos HCs
• Plasma: Único componente sanguíneo com dupla função.Pode ser usado para transfusão ou como matéria-primaessencial para a indústria de hemoderivados.
• Consiste na parte acelular do sangue
• É obtido pela centrifugação do sangue total ou aféresede um doador único
• Volume: 180 -200 ml (ST) ou 400-800 ml (aférese)
• Composição: água, 7% proteínas, 2% carboidratos elipídios, incluindo os fatores lábeis da coagulação.
• Validade do PFC: 2 anos de t° < -30ºC e
1 ano se t° entre -20ºC e -30ºC
Plasma
• PFC: plasma separado e congelado em até 8h
• PFC24: separado e armazenado entre 8 e 24 horasObs: Qtde de fator VIII e V praticamente iguais ao plasma circulante
se congelado até 24 h após coleta.
• Plasma isento de crioprecipitado: plasma do qual foi
retirado o crioprecipitado (validade de 12 meses)
• Plasma comum: congelamento não se deu dentro do
tempo especificado ou prazo de validade do PFC, PFC24
ou PIC expirou. Validade de 5 anos.
Plasma
Portaria 2712, 12 nov de 2013
Art 97. Os PFC e PFC 24 podem ser utilizados em
pacientes para fins terapêuticos com o objetivo de
reposição de fatores de coagulação deficientes
(deficiências múltiplas ou específicas)
Art 98, parág 2. O PC não pode ser utilizado para
transfusão, devendo ser exclusivamente à produção de
hemoderivados
PLASMA, Crioprecipitado: Fator VIII8% etanol, -3º C Precipitado I: fibrinogênio, F VIII, Ph 7,2 complemento
Sobrenadante
Precipitado II + IIIγ globulina
Sobrenadante
Precipitado IV-1
Sobrenadante
Precipitado IV-4
Sobrenadante
Precipitado VAlbumina
Sobrenadante
Fração Proteína precipitada
I Crio: fibrinog, Fator VIII, fibronectina, C1q, C1r, C1s
II + III IgG, IgA, IgM, Fatores II, VII, IX e globulinas
IV-1 α e β globulinas, AT-III, α1-antitripsina, IgM
IV-4 α e β globulinas, transferrina, ceruloplasmina, haptoglobulina
V α e β globulinas e albumina
25% etanol-5º CPh 6,9
18% etanol-5º CPh 5,2
40% etanol-5º CPh 5,8
Método de Cohn (precipitação fracionada)
Indicações de transfusão de PFC
Portadores de def. congênita ou adquirida de um ou mais FC para o(s)
qual(is) não se dispõe de concentrado liofilizado específico, associado a
prolongamento de TP e TTPA (1,5x controle normal)- Fator V
• Tratamento de sangramento ativo
• Prévio a realização de procedimentos invasivos
Doença hepática (insuficiência de fatores de coagulação)
• Tratamento de hemorragia ativa
• Prévio à realização de procedimentos invasivos
Coagulopatia 2ª à deficiência de vitamina K ou para reversão imediata
dos efeitos da anticoagulação
• Pacientes sem sangramento: tto com vitamina K VO ou venosa
• Na presença de sangramento: tto com vitamina K, PFC ou CCP
Indicações de transfusão do PFC
Tratamento de suporte no manejo da CID, após o início do tto da doença
de base, associado ao prolongamento do TP e TTPA
• Se sangramento agudo
• Como profilaxia, antes da realização de procedimentos invasivos
Transfusão maciça (mais que 1 volemia em 24 horas)
• Sangramento excessivo associado ao prolongamento do TP e TTPA
• Fibrinogênio < 100mg/dL
Cirurgia cardíaca com CEC, após correção do excesso de heparina
• Distúrbio da coagulação comprovado pelo TP, TTPA e fibrinogênio
• Reconstituição de ST para cirurgias em neonatos
Durante a PT, quando está indicado o uso de PFC (ex: PTT)
Uso não-justificado
Expansão da volemia
Plasmaférese terapêutica: com exceção de PTT ou SHU
Hipoalbuminemia
Melhora da cicatrização de feridas
Melhora da função imunológica
Suplementação nutricional
• Dose: 10-20 ml/Kg/dia
• Deve ser descongelado em banho-maria a 37ºC
• Após descongelado: pode ser usado em até 8h. Apóseste período deve ser descartado. Não pode serrecongelado.
• A Tx deve ser feita com uso de equipo de transfusãodotado de filtro-padrão
• Não são necessárias provas de compatibilidade entredoador e receptor (pela qtde de hemácias)
• Não é necessário respeitar a compatibilidade Rh
Aspectos práticos para Tx de PFC
• Dose: 10-20 ml/Kg/dia
• Deve ser descongelado em banho-maria a 37ºC
• Após descongelado: pode ser usado em até 8h. Apóseste período deve ser descartado. Não pode serrecongelado.
• A Tx deve ser feita com uso de equipo de transfusãodotado de filtro-padrão
• Não são necessárias provas de compatibilidade entredoador e receptor (pela qtde de hemácias)
• Não é necessário respeitar a compatibilidade Rh
Aspectos práticos para Tx de PFC
Compatilidade ABO para a
transfusão de plasma
Plasma Paciente
A A ou O
B B ou O
AB AB, A, B, O
0 O
• Obtido por unidades individuais de ST ou por aférese• Temperatura de armazenamento: 20-24º C em agitação
contínua• Dose:
– Uma UI de CP/ST eleva 5.000 a 10.000/µl– 10 ml/Kg peso em neonatos e cças pequenas– 1 unidade de CP para cada 7 a 10Kg em adultos
Transfusão de plaquetas
CP CPAF
Volume 50 a 70 mL > 200 mL
Contagem plaq. > 5,5 x 1010/Unidade > 3,0 x 1011/Unidade
Validade 5 dias 5 dias
• Em mulheres idade fértil: respeitar Rh.• Se for Tx CP RhD-positivo em pacientes RhD negativo
Usar 300µg de Ig anti-D, IV ou SC
• O incremento plaquetário deve ser avaliado de 15 min a 1h (7500 a 10000/mm³) e 18 a 24h após (> 4500/mm³)
ICP= (Plaq pós-transf. – Plaq pré-transf) X SC (m²)Nº de plaquetas transfundidas (X 1011)
Transfusão de plaquetas
• Transfusão terapêutica:
- Sangramento clinicamente significativo e
trombocitopenia grave.
• Transfusão Profilática:
- Em 1965: 63% de morte por hemorragia em Leucemia
Aguda.
- Em 1966, com uso profilático: reduziu para 15%.
Han et al, Cancer,1966, vl 19
Indicações de Tx de plaquetas
Atual crescimento nas requisições de transfusão deplaquetas.
Necessidade de protocolos uniformes
Guidelines:
- ASCO (American Society of Clinical Oncology) em2001.- BCSH (British Comittee for Standards in
Hematology) em 2003.
Tx profilática de plaquetas
• Nas Plaquetopenias Crônicas:
- AAG- HPN hipoplástica- SMD- HIV• Nenhum estudo randomizado realizado• Recomendação baseada em estudos retrospectivos:(Gaydos e Slichter)
Gatilho: Pl< 5.000/µL
Tx profilática de plaquetas
• Nos Tumores sólidos:Em pacientes com tumores necróticos ou neoplasia debexiga: > risco de sangramento
Elting et al, ASCO,1996 vl16 Pl<20.000/µL
• Nos outros casos: Pl < 10.000/µL
• Na CIVD:- Sangramento ativo ou risco aumentado de sangramento(procedimentos invasivos) se Pl<50.000/µL .
Goldberg et al,JCO,1994,vol12
Tx profilática de plaquetas
• Procedimentos invasivos:
Biópsia MO >20.000/µL Sugestão da ASCO
Punção lombar >20.000/µL Edelson et al,Arne,1974
EDA >20.000/µL Chu et al, GasEnd,1983
Broncoscopia >20.000/µL Weiss et al, Chest,1993
EDA c/ biópsia >50.000/µL sugestão ASCO
Bronco c/ biópsia >50.000/µL Papin et al, Chest,1985
Biópsia hepática >50.000/µL Mcvay et al, AJCP,1990
Grandes cirurgias >50.000/µL Bishop et al, AJH,1987
Cirurgias OFT/NEC >100.000/µL MMT , 2009
Tx profilática de plaquetas
Indicações para a transfusão de concentrados de plaquetas
Considerar transfusão de CP se contagem de plaquetas
a) ≤ 10 000/µL
• Pacientes sem riscos adicionais de sangramento, ou seja, sem febre,
sepse, uso de antibióticos ou outras anormalidade da hemostasia
b) ≤ 20 000/µL e uma ou mais das seguintes
• Mucosite grave
• Terapia anticoagulante
• Risco de plaquetas ≤ 10 000/µL antes da próxima avaliação
• Risco de sangramento 2º à infiltração local do tumor
• Pacientes com fatores de risco de sangramento agudo
Indicações para a transfusão de concentrados de plaquetas
c) ≤ 50 000/µL e uma ou mais das seguintes
• Coagulação intravascular disseminada
• Leucocitose extrema
• Transfusão maciça com sangramento ativo
• Sangramento importante (TGI/TGU)d) ≤ 100 000/µL e uma ou mais das seguintes
• Trauma cranioencefálico
• Cirurgia oftalmológica
• Pacientes politraumatizados
e) Defeito qualitativo das plaquetas
• Associado a sangramento agudo
• Profilático pré-procedimento invasivo
Níveis plaquetários necessários para a realização de procedimentos
Broncoscopia, endoscopia digestiva
• sem biópsia: plaquetas ≥ 20 000/µL
• com biópsia: plaquetas ≥ 50 000/µL
Punção liquórica
• plaquetas ≥ 20 000 a 50 000/µL
Anestesia peridural, extração dentária, toracocentese, paracentese,
laparotomia, biópsia hepática, brônquica ou similares, inserção de
cateter central por punção
• plaquetas ≥ 50 000/µL
Cirurgias neurológicas e oftalmológicas
• plaquetas ≥ 80 000 a 100 000/µL
Transfusão de plaquetas
Contra - indicação
• Trombocitopenia induzida pela heparina
• Púrpura trombocitopênica trombótica
Sem indicação de transfusão “profilática”, exceto se pré-
procedimento invasivo
• Púrpura trombocitopênica imune
• Hiperesplenismo
• Plaquetopenias relacionadas à dengue hemorrágica, leptospirose,
riquetsiose
• Plaquetopatias hereditárias
• Transfusão maciça
Bibliografia
• Portaria nº 2712 de 12/11/2013
• Guia para o uso de Hemocomponentes. Ministério da
Saúde, 2014
• Hemoterapia: Fundamentos e prática. Bordin JO,
Langhi Junior DM, Covas DT. São Paulo: Editora
Atheneu, 2007
• Manual de Medicina Transfusional. Hemocentro de
Ribeirão Preto
contato: [email protected]