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  • 7/28/2019 E FOLIO B Paulo Rosa

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    11042 Gesto de Conflitos na Escola: e-flio B

    Nome: Paulo Rafael Vieira da Rosa N 1201718 Turma 322

    2012/13

    Ficha de Leitura

    Identificao da obra:

    Mediao em contexto escolar: transformar o conflito em oportunidadeCatarina Morgado Escola Superior de Educao - Instituto Politcnico deCoimbra Isabel Oliveira JURISolve, Resoluo Alternativa de Conflitos, Lda.

    Resumo [ uma sntese das principais ideias do autor. Pode conter algumas citaesque exemplifiquem ideias fundamentais, referenciando devidamente as pginas deonde foram retiradas.]

    Nos ltimos anos tem havido grandes mudanas na nossa sociedade,

    mudanas que se reflectem na relao entre a escola e a famlia, entre a

    sociedade e a escola.

    O que hoje presenciamos uma maior aproximao entre ambas, esta relao

    trouxe vantagens no que diz respeito ao desempenho dos alunos, mas

    tambm trouxe algumas desvantagens, pois o nmero de conflitos gerados

    nas escolas tem vindo a aumentar de dia para dia. Segundo Colao (2007:38),

    a escola uma organizao geradora de conflitos, nomeadamente entre os

    gestores, professores e pais dos alunos. Para poder haver conflito

    necessrio que cada uma das partes percepcione a situao como tal e dela

    tenha conscincia, depois necessrio que exista alguma forma de oposio

    ou de incompatibilidade e por fim que ocorra alguma forma de interao ou de

    interdependncia entre as partes(Neves e Carvalho, 2011:582).

    por isso que podemos dizer que a mediao escolar assume nos dias de

    hoje um papel crucial na formao de valores, nomeadamente a justia, a

    liberdade, a tolerncia, a solidariedade e o respeito pela diversidade.Cabe Escola estabelecer um vnculo a novos valores, procurando que os

    alunos adquiram ideias prprias atravs dessa confrontao com os que

    anteriormente, lhes foram incutidos pela famlia.

    A transferncia da resoluo do conflito da comunidade para a escola ter,

    assim, partido do pressuposto de que o mesmo parte integrante da vida

    social, constituindo uma oportunidade de aprendizagem e de crescimento

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    Nome: Paulo Rafael Vieira da Rosa N 1201718 Turma 322

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    pessoal para os participantes da vida escolar (Cohen,1995).

    A comunidade escolar pode, na maioria dos casos, resolver os seus conflitoscom a ajuda de outros intervenientes, sendo que a mediao constitui uma

    forma de prevenir futuros conflitos, pois apela a um esprito de colaborao,

    respeito e responsabilidade e no a uma cultura de culpa e imposio de

    solues.

    Enquanto instrumento desta necessidade, a Educao para a Resoluo de

    Conflitos (ERC) modela e ensina, de formas culturalmente significativas, umavariedade de processos, prticas e competncias que ajudam a lidar com os

    conflitos individuais, interpessoais e institucionais e criam comunidades

    acolhedoras e seguras (Association for Conflict Resolution, 2002, p.1).

    Os programas de educao para a resoluo de conflitos do a conhecer, aos

    alunos, qual a dinmica do poder e providenciam uma compreenso bsica

    acerca da natureza do conflito e do papel da cultura na forma como oresolvemos. As finalidades destes programas so (Jones, 2004):

    1. Criao de ambientes de aprendizagem seguros sem conflitos.

    2. Promoo de ambientes de aprendizagem construtivos, isto , promoo de

    um ambiente positivo na sala de aula onde as crianas e os jovens se sintam

    confiantes na partilha de ideias e sentimentos.

    3. Desenvolvimento pessoal e social dos alunos, incluindo a aprendizagem de

    competncias de resoluo de problemas.

    4. Desenvolvimento de uma perspectiva construtiva do conflito de forma a

    estimular a justia social promovendo o desenvolvimento de capacidades e

    competncias interpessoais e sociais, essenciais para o exerccio de uma

    cidadania participativa.

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    Nome: Paulo Rafael Vieira da Rosa N 1201718 Turma 322

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    Segundo Jares (2002), o processo de mediao dever: favorecer e estimular

    a comunicao entre as partes em conflito; levar a que as partes

    compreendam o conflito de uma forma global e no apenas a partir da suaviso; auxiliar na anlise das causas do conflito, e assim ajudar as partes a

    separarem os interesses dos sentimentos; favorecer a transformao das

    diferenas em formas de resoluo de conflitos e, por fim, reparar as feridas

    emocionais que possam existir entre as partes.

    Qualquer tipo de mediao ou papel a desempenhar pelo mediador existem

    uma srie de princpios de actuao, dos quais se destacam:

    1. Voluntariedade - A interveno do mediador deve ser aceite pelas partes em

    conflito.

    2. Confidencialidade - As partes devero cumprir com este dever mantendo as

    sesses em segredo.

    3. Imparcialidade/ Neutralidade e Independncia - O mediador deve manter-se

    independente, tanto das partes como de qualquer outra instncia.

    Como foi referido anteriormente, a mediao em contexto escolar encontra-se

    numa fase embrionria e vrias so as dificuldades/obstculos que a mesma

    tem de ultrapassar. Uma das primeiras dificuldades a enfrentar, assenta na

    criao de uma dinmica de reconhecimento da prpria mediao, das suas

    vantagens e limites. Para tal, de extrema importncia apostar na construo

    de uma identidade da mediao e dos mediadores, por exemplo, atravs de

    estratgias como: partilha de receios, incertezas, mas tambm de experincias

    positivas; sinalizao e anlise de situaes; envolvimento em tarefas comuns

    e definio de regras de funcionamento.

    A mediao escolar passa obrigatoriamente pela constituio de uma equipa

    multidisciplinar de mediadores com formao em reas to variadas como:

    psicologia, sociologia, servio social e pedagogia.Mas, passa igualmente, por um conjunto de etapas/fases essenciais:

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    1) realizao de um diagnstico de necessidades da escola;

    2) desenvolvimento de aces de sensibilizao sobre o tema;

    3) criao de uma equipa de apoio;4) formao e capacitao de docentes e no docentes;

    5) seleco e formao de alunos mediadores;

    6) implementao e monitorizao do projecto e por ltimo,

    7) avaliao do projecto.

    (Garcia Costoya cit. por Morgado e Oliveira, 2009, p.51).

    Comentrio [contm a interpretao das ideias do autor. Estes comentrios podemassumir formas variadas como, por exemplo, fazer relaes com outras obras domesmo autor ou com obras de autores diferentes sobre a mesma temtica. Podem,ainda, ser comentrios pessoais no sentido de expressarmos as nossas prpriasideias sobre as questes que o autor aborda, recorrendo sempre a outras fontes parareforar o nosso ponto de vista.]

    Como vimos antes estamos perante uma sociedade cada vez mais

    diversificada na sua cultura e forma de pensar e agir, como tal, o conflito surge

    como algo inerente ao acto de viver/conviver. algo que faz parte do

    quotidiano da nossa vida, e o fato de se tornar positivo ou negativo depende

    de ns, ou seja, das nossas crenas e da nossa forma de encarar e gerir o

    conflito.

    Existem vrias perspectivas de conflito, podemos referir a ttulo de exemplo, as

    trs concepes de conflito propostas por Jares (2002) que distingue um

    modelo tecnocrtico, um modelo interpretativo e um modelo crtico, e cada um

    destes modelos defende um conceito de conflito diferente.

    Deste texto surge a ideia de que as estratgias mais adequadas para a

    resoluo de conflitos em meio escolar so aquelas que tm em conta a

    relao humana e a satisfao dos objectivos, ou seja, a colaborao e o

    compromisso. Ainda assim os adolescentes continuam a utilizar,

    maioritariamente, estratgias como a competio, a fuga e o acomodamento.

    Razo pela qual os alunos no se sentem forados a escolher entre ganhar

    aos outros ou ganhar a amizade e o apoio do outro, pois sabem que os dois

    objectivos no so concorrentes, mas interdependentes.

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    A mediao pelo seu carcter participativo, democrtico e educativo, tem um

    papel muito especial na educao dos nossos jovens, ela constitui uma

    perspectiva de interveno e um conceito fulcral nos sistemas educativos, aofuncionar como um processo facilitador da comunicao, quer seja entre

    pessoas, entre grupos, entre instituies ou entre culturas, promovendo o

    restabelecimento de laos sociais e a participao alargada dos cidados na

    gesto dos seus problemas (Freire, 2010, p.1).

    Tal como afirma Morgado e Oliveira (2009), aprender a gerir e a resolver os

    conflitos atravs da mediao, ajuda a desenvolver a capacidade de tomar

    decises, de comunicar de forma positiva e eficaz, de gerar empatia, deestabelecer e manter relaes interpessoais, de utilizar as emoes de forma

    adequada e de utilizar o pensamento crtico e criativo na resoluo de

    problemas (p.53).

    Outras obras consultadas: [indicar apenas as obras referenciadas no corpo dotexto.]