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p f l e x
projetos para preservação e uso sustentável do
patrimônio cultural e natural
as ruínas do complexo de exploração aurífera do forte de brumadinho, na serra da moeda
120 horas
aula
prof. frederico de paula tofani, dr. 2º período letivo de 2018
plano de ensino
ea U F M G
sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 1
O PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL NA SERRA DA MOEDA ............................ 10
OBJETIVOS EDUCACIONAIS E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO................................. 36
PROCEDIMENTOS E PRODUTOS ................................................................................ 38
SISTEMA DE AVALIAÇÃO ............................................................................................ 43
CRONOGRAMA ............................................................................................................. 44
PUBLICAÇÃO DE RESULTADOS ................................................................................. 46
BIBLIOGRAFIA BÁSICA ................................................................................................ 47
Antigamente, os viajantes tomavam por modelos os heróis cujas façanhas eram narradas nas
mitologias. Em virtude de sua origem semi-divina e semi-humana, os heróis tinham a missão de
unir o desconhecido ao conhecido e pôr em comunicação a esfera dos homens, o empíreo divino
e o mundo subterrâneo dos mortos. Podiam franquear o umbral deste último em ambos os
sentidos, e, na verdade, esta era uma das provas que deviam enfrentar, pois embora destinados à
imortalidade, tinham que conquistá-la percorrendo a Terra até os seus confins, onde ninguém
jamais pisara. (...) Para os parentes e amigos, que, vendo-o partir, admiraram sua temeridade, o
viajante ao retornar já não é o mesmo; ainda impregnado do desconhecido, converteu-se em
herói. (...) Que resta do espírito que animava aqueles viajantes arrojados numa época como a
nossa, em que basta tomar um avião para sentir-se herói? Esse novo tipo de viajante, o turista, vai
verdadeiramente ao encontro do outro, interessa-se no fundo em encontrá-lo?
Jacques Brosse
O Viajante e sua Busca
1
apresentação
conservação dos bens que constituem o patrimônio cultural e natural de
uma sociedade exige não apenas que eles tenham a sua integridade física e simbólica
salvaguardada de fenômenos potencialmente lesivos. Ela exige também que esses bens
recebam destinações que os permitam contribuir efetivamente para o desenvolvimento
social em geral e, em particular, para o desenvolvimento das comunidades às quais eles
estão diretamente associados.
A sustentabilidade da relação entre a salvaguarda e a destinação de um bem
patrimonial – ou seja, entre a sua preservação e o seu uso – consiste na principal
garantia de que ele será entendido permanentemente como portador de relevante
significação e, assim sendo, que ocupará sempre um lugar privilegiado na memória, no
cotidiano e nos projetos de uma sociedade. Todavia, o estabelecimento de
sustentabilidade na delicada relação entre preservação e uso é tarefa altamente
complexa, demanda arcabouços teóricos e metodológicos de natureza interdisciplinar e
bastante específicos, e ganha contornos ainda mais intrincados quando o bem
patrimonial se encontra em contextos com grande desigualdade social, econômica e
política e, ainda pior, quando ele se torna objeto de crucial valia para atividades
econômicas predatórias (Tofani, 2018 e 2019).
Este módulo da disciplina Projeto de Arquitetura, ou PFlex, visa contribuir para a
produção e reprodução de conhecimentos, competências e habilidades que capacitem
futuros(as) arquitetos(as) e urbanistas(as) para a atuação na preservação e uso
sustentável do patrimônio cultural e natural e, em especifico, para a elaboração de
projetos e obras de restauração, reabilitação e requalificação de bens arquitetônicos,
urbanísticos e paisagísticos, tomando-se em conta as suas múltiplas dimensões
espaciais e materiais, tecnológicas e ecológicas, historiográficas e simbólicas, bem como
as comunidades que os habitam e/ou utilizam, os fenômenos sociais e econômicos que lá
têm lugar e, sobretudo, as relações entre essas dimensões, comunidades e fenômenos.
A
2 De modo a alcançar seus objetivos educacionais, este módulo adota estratégias
de ensino-aprendizagem com ênfases teóricas e práticas com elevado grau de
interdisciplinaridade e interdependência e, de modo a ampliar os resultados obtidos em
suas versões anteriores, ele é ofertado, desde o 1º período letivo do ano de 2018, com
120 horas-aula.
Parte dessas estratégias de ensino-aprendizagem consiste em aulas expositivas e
estudos de casos, realizados em diversos momentos do módulo, com vistas à
transmissão-aquisição de conhecimentos tais como: o conceito antropológico de cultura e
a produção do espaço e reprodução social; o conceito de patrimônio e suas
transformações e permanências; os conceitos de conservação, preservação,
manutenção, restauração, reabilitação, requalificação e sustentabilidade; as principais
questões do patrimônio na contemporaneidade; a história da conservação do
Renascimento à crítica contemporânea; os critérios contemporâneos de restauração,
reabilitação e requalificação de bens do patrimônio arquitetônico, urbanístico e
paisagístico; estrutura e escopo de planos de preservação e uso sustentável do
patrimônio; abordagens, sistemas construtivos e infraestruturas com sensibilidade
ecológica.
Contudo, a maior parte das estratégias de ensino-aprendizagem do módulo
consiste em práticas de planejamento e projeto realizadas pelos estudantes, sob
orientação do professor, individualmente e em grupo. Essas práticas visam à aplicação e
ao desenvolvimento dos conhecimentos, competências e habilidades próprios à temática
deste módulo e incluem a elaboração de um plano de preservação e uso sustentável (em
nível básico) e de projetos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos (em nível
detalhado) para a conservação de um extraordinário conjunto de bens patrimoniais
culturais e naturais do estado de Minas Gerais.
A saber, as ruínas do complexo de exploração aurífera polarizado pelo chamado
Forte de Brumadinho, fundado pelos portugueses, no final do século XVII ou início do
século XVIII, na porção da Serra da Moeda denominada Serra da Calçada. Esse espaço
é constituído por singulares formações geológicas e unidades geomorfológicas,
entremeado por uma intricada rede hidrológica superficial e subterrânea, serve de
suporte para raros e delicados ecossistemas de transição entre a Mata Atlântica e o
Cerrado, abriga diversos sítios arqueológicos pré-históricos e históricos e, graças à sua
relevância enquanto paisagem cultural, foi tombado pelo Conselho Estadual do
Patrimônio Cultural (CONEP), no ano de 2008, como Conjunto Histórico e Paisagístico de
Minas Gerais (Figura 1, Figura 2, Figura 3, Figura 4, Figura 5, Figura 6).
3 Figura 1: as ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho.
Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2011, 2010, 2011, 2018).
4 Figura 2: as ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho.
Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2018, 2010, 2018, 2018).
5 Figura 3: as ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho.
Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2018, 2009, 2010, 2018).
6 Figura 4: projetos elaborados em versões anteriores do módulo.
Fonte: a) b) c) d) Ivan Araújo Melo Souza & Rafael Gil Santos (2012); e) f) g) h) i) Luiza da Anunciação Guinho, Juliana Simioni Vechin, Laís de Souza Bernardes Barbosa (2017); j) k) Ana Carolina Carvalho, Mariana Figueiredo & Rogério
Ribeiro (2018).
7 Figura 5: projetos elaborados em versões anteriores do módulo.
Fonte: a) b) c) Isabel Sonntag & Octavio Henrique Pena (2017); d) e) f) Luiza Magalhães & Mateus Lira (2011); g) h) i) Camila Freitas, Felipe Pires, Lucas Drummond & Yaçana Maria Lima (2011); j) k) l) Ada Murtrie, Isabela Izidoro & Mariana
da Silveira (2012); m) n) o) Laila Oliveira & Nathali Padovani (2011); p) q) r) Raquel Byrro (2016).
8 Figura 6: projetos elaborados em versões anteriores do módulo.
Fonte: a) b) c) Bárbara de Oliveira (2018); d) e) f) Daniela Abrão, Laís Cerqueira & Mitzi Sá Motta (2011); g) h) i) Alice Neves & Scheilla Exupéry (2017); j) k) l) Tatiana Bandeira (2009); m) Elisângela Silva, Ellis Pereira & Fernanda Paola de Carvalho (2009); n) o) Amanda Rocha & Thiago Fontes (2011); p) q) r) Anna Clara Marçall & Pablo Onofre Santos (2010).
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Dropbox do módulo (aulas lecionadas, cartografia, maquete, imagens, portfólio etc.)
Para se ter acesso, informar o seu e-mail ao professor em [email protected]
Google Drive do módulo (aulas lecionadas, cartografia, maquete, imagens, portfólio etc.)
Para se ter acesso, informar o seu e-mail ao professor em [email protected]
OneDrive do módulo (aulas lecionadas, cartografia, maquete, imagens, portfólio etc.)
Para se ter acesso, informar o seu e-mail ao professor em [email protected]
Site “Preservação e Uso Sustentável do Patrimônio Cultural e Natural”
https://www.facebook.com/prof.frederico.de.paula.tofani.eaufmg.pres
Site “Architectura et natura”
https://www.facebook.com/prof.frederico.de.paula.tofani.eaufmg.arna
Site “Projetos e Obras de Restauração, Reabilitação e Requalificação”
https://www.facebook.com/prof.frederico.de.paula.tofani.eaufmg.pror
Site “A Ensinar e Aprender Arquitetura e Urbanismo”
https://www.facebook.com/prof.frederico.de.paula.tofani.eaufmg.eaau
Curriculum vitae do Prof. Frederico de Paula Tofani na Plataforma Lattes do CNPq
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708956U7
10
o patrimônio cultural e natural na serra da moeda
ste módulo de Pflex tem como principal vínculo e lastro as atividades de
pesquisa, extensão e ensino de graduação e pós-graduação – especialmente na linha de
patrimônio cultural e natural – desenvolvidas pelo professor ao longo de seus mais de 25
anos de percurso no Magistério Superior. Dentre essas atividades, destaca-se o Projeto
Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda, Minas Gerais, coordenado por ele
desde o ano de 2009 e consistindo em um conjunto de atividades de pesquisa, extensão
e ensino visando à preservação e uso sustentável do relevante patrimônio cultural e
natural existente na formação geológica e fisiográfica denominada Geossinclinal da
Moeda ou, mais especificamente, em sua borda ocidental, conhecida como Serra da
Moeda.
Situado na porção meridional da Cadeia do Espinhaço, entre dois grandes
afluentes do Rio São Francisco (os rios Paraopeba e das Velhas), na transição de dois
importantes biomas nacionais (a Mata Atlântica e o Cerrado) e ao sul da cidade de Belo
Horizonte, o Geossinclinal da Moeda constitui um ambiente montano claramente
distinguível na paisagem regional devido aos seus gradientes altitudinais acentuados.
Com cerca de 50 quilômetros de comprimento no sentido Norte-Sul, 15 quilômetros de
largura máxima no sentido Leste-Oeste e 470 quilômetros quadrados de área, ele possui
cotas altimétricas sempre superiores a 1.100 metros e ultrapassa os 1.500 metros em
suas íngremes bordas ocidental e oriental, batizadas Serra da Moeda e Serrinhas ainda
no período colonial e majestosamente destacadas em relação aos vales dos rios
Paraopeba e das Velhas, situados entre 700 a 900 metros de altitude (Brandt, 2007;
Tofani, 2018) (Figura 7, Figura 8, Figura 9).
E
11 Figura 7: a) porção da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais e, em destaque, o Quadrilátero Ferrífero; b) o Quadrilátero Ferrífero e suas principais estruturas geológicas: A: Serra do Curral; B: Geossinclinal da Moeda; C: Geossinclinal do
Gandarela; D: Chapada de Canga; E: Geossinclinal Alegria; F: Geossinclinal Ouro Fino; G: Geossinclinal Conta História; H: Geossinclinal Dom Bosco.
Fonte: Carmo (2010).
12 Figura 8: o vale do rio Paraopeba, o Geossinclinal e a Serra da Moeda, o Forte de Brumadinho e o vale do Rio das Velhas em mapa hipsométrico e perfil transversal com dimensão vertical acentuada.
Fonte: Tofani, 2018 (modificado de Brandt, 2007).
13 Figura 9: porção ocidental do Geossinclinal da Moeda: a) nos municípios de Brumadinho; b) nos municípios de Nova Lima, Itabirito, Brumadinho e Moeda.
Fonte: a) fotografia de Ilana Lansky (2008); b) fotografia de autor desconhecido (s.d.).
14 A Serra da Moeda, tanto ou mais que o geossinclinal da qual é parte, pode ser
considerada como uma unidade não apenas geológica e fisiográfica, mas também
histórica e geográfica, e se distingue, sobretudo, por suas extraordinárias paisagens
culturais, habitadas por grupos humanos há milhares de anos, constituídas por singulares
formações geológicas e unidades geomorfológicas, permeadas por uma intricada rede
hidrológica superficial e subterrânea e compostas por um conjunto de ecossistemas de
Mata Atlântica, de Cerrado e de transição que abriga uma grande biodiversidade e inclui
Florestas Estacionais Deciduais e Semideciduais, Cerradões, Campos Cerrados e, em
especial, raríssimos Campos Rupestres Quartizíticos e Ferruginosos com elevado grau
de endemismo e especialização de fauna e flora e, portanto, bastante frágeis (Figura 1,
Figura 2, Figura 3, Figura 9, Figura 10).
Figura 10: a) Campo Rupestre Ferruginoso na Serra da Moeda; b) abelha solitária Xylocopa truxali (Apidae), que constrói os seus ninhos nos ramos da canela-de-ema Vellozia compacta; c) planta carnívora do gênero Drosera em estrutura
arqueológica do Forte de Brumadinho.
Fonte: a) b) fotografias de Glauco Cézar Borges (2008); c) fotografia de Frederico de Paula Tofani (2009).
15 Em meio a esse espaço também se encontra uma grande quantidade e
diversidade de bens culturais materiais e imateriais relacionados aos processos de
produção do espaço e reprodução social das culturas que lá habitaram ou habitam, e que
de lá dependeram ou dependem. Isso inclui sítios arqueológicos pré-históricos como
abrigos sob rocha com pinturas rupestres onde predominam representações zoomórficas
da Tradição Planalto (Figura 11), assim como sítios arqueológicos históricos e bens
arquitetônicos e urbanísticos, com variados portes, feições e finalidades, cuja concepção
é atribuída principalmente a portugueses e luso-brasileiros e cuja construção ficou, em
geral, a cargo geralmente de escravos africanos (Figura 12, Figura 13). Esses bens
históricos comungam o fato de terem suas origens e trajetórias históricas fortemente
relacionadas, direta ou indiretamente, à economia da mineração e, em particular, à
exploração aurífera iniciada pelos portugueses no último quartel do século XVII – e
contribuem para atestar que a Serra da Moeda não experimentou uma integração apenas
pequena, ou mesmo marginal, às redes econômicas, sociais e culturais sustentadas
pelos portugueses, em escala mundializada, ao longo do período colonial, como sugerem
algumas fontes historiográficas. Ao contrário, ela foi parte constitutiva dessas redes,
necessária a elas, e a elas fortemente ligada, seja nas esferas oficiais seja nas não
oficiais.
Figura 11: pinturas rupestres no sítio Abrigo do Retiro das Pedras, no município de Brumadinho.
Fonte: fotografias em Brandt (2007).
Dentre os seus sítios arqueológicos históricos, destacam-se, além das ruínas do
complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho, os remanescentes de grandes
estruturas como a rede de estradas, muitas delas calçadas com lajes de pedra, que se
estendia por toda a Serra da Moeda; as ruínas da fazenda e núcleo de mineração do
Córrego Morro Velho e Pedro Paulo, no município de Brumadinho; as ruínas do lendário
complexo de fundição e cunhagem clandestina de barras de ouro denominado Casa da
16 Moeda Falsa, no município de Moeda; as ruínas da grande fazenda setecentista que
constituem hoje a singular base física da comunidade afrodescendente de Chacrinha dos
Pretos, no município de Belo Vale; as ruínas do enigmático conjunto denominado Casas
Velhas, também no município de Belo Vale; e as ruínas da Fábrica Patriótica do Barão
Eschwege, no município de Ouro Preto (Figura 12).
Figura 12: a) remanescente de estrada calçada com lajes de pedra, no município de Moeda; b) remanescente de estrada calçada com lajes de pedra, no município de Brumadinho; c) ruínas da fazenda e núcleo de mineração do Córrego Morro Velho e Pedro Paulo, no município de Brumadinho; d) ruínas da Casa da Moeda Falsa, no município de Moeda; e) ruínas na comunidade afrodescendente de Chacrinha dos Pretos, no município de Belo Vale; f) ruínas da Fábrica Patriótica, no
município de Ouro Preto.
Fonte: a) b) c) fotografia em Brandt (2007); d) e) f) fotografias de Frederico de Paula Tofani (2013, 2014, 2014).
17 Dentre os bens arquitetônicos e urbanísticos existentes na Serra da Moeda – não
raro, abrigando importantes bens móveis e integrados – sobressaem o núcleo urbano da
vila de Piedade do Paraopeba, sua Igreja de Nossa Senhora da Piedade e sua Capela de
Nossa Senhora do Rosário, no município de Brumadinho; o povoado de São Caetano da
Moeda, sua igreja homônima e sua Igreja de Nossa Senhora das Graças, no município
de Moeda; a Vila Coco e sua Capela do Sagrado Coração de Jesus, também no
município de Moeda; o núcleo urbano da vila de Santana do Paraopeba e sua igreja
homônima, no município de Belo Vale; o núcleo urbano do povoado de Boa Morte e sua
Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, também no município de Belo Vale; a Fazenda
dos Martins, no município de Brumadinho, a Fazenda das Grotas, no município de
Moeda, e as fazendas Boa Esperança, Santa Cecília e Santa Cruz, no município de Belo
Vale; e relevantes conjuntos ferroviários tais como os encontrados nas cidades de Moeda
e Belo Vale (Figura 13).
Ademais, a Serra da Moeda ainda abriga comunidades tradicionais originárias de
intercâmbios entre, principalmente, europeus e africanos (Brandt, 2007). Elas têm como
marca mais notável, como é próprio a populações tradicionais, a profunda
interdependência ou indissociabilidade entre seus modos de produção do espaço e seus
modos de reprodução social, entre seu sentido de identidade e seu sentido de
territorialidade, entre a conservação de seus bens naturais e culturais e sua continuidade
enquanto grupo social.
Isso redunda na instituição de um elaborado conjunto de conhecimentos e
estratégias de uso e manejo dos recursos naturais e culturais, na constituição de modos
de produção e reprodução bastante peculiares e na formação de percepções,
formulações e representações profundamente marcadas por tal interdependência ou
indissociabilidade. Ou seja, isso redunda em um singular conjunto de saberes (ou
conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano da comunidade), celebrações
(ou rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do
entretenimento e de outras práticas da vida social), formas de expressão (ou
manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas) e lugares (ou espaços
onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas) passíveis de
reconhecimento como bens culturais de natureza imaterial (Figura 13e) (Tofani, 2008,
2018 e 2019).
18 Figura 13: a) Igreja de N. S. da Piedade, no município de Brumadinho; b) Igreja de N. S. da Boa Morte, no município de Belo Vale; c) Igreja de N. S. das Graças, no município de Moeda; d) Fazenda Boa Esperança, no município de Belo Vale; e) Capela de N. S. do Rosário, com apresentação de Congada, no município de Brumadinho; f) patrimônio ferroviário na
cidade de Belo Vale; g) patrimônio ferroviário na cidade de Moeda.
Fonte: a) b) c) fotografias em Brandt (2007); d) fotografia de Glauco Umbelino (2007); e) fotografia de autor desconhecido (s.d.); f) g) fotografias de Frederico de Paula Tofani (2014).
19 AS RUÍNAS DO COMPLEXO DE EXPLORAÇÃO AURÍFERA DO FORTE DE
BRUMADINHO
Esse bem arqueológico sem correspondentes conhecidos no estado de Minas
Gerais está situado na latitude 20°7’4.8”S e longitude 43°59’40.8”W e, portanto, inserido
na zona rural do município de Brumadinho, na porção meridional da Região Metropolitana
de Belo Horizonte (RMBH), na bacia do rio Paraopeba e na face ocidental da Serra da
Moeda, em seu trecho conhecido como Serra da Calçada. Ou seja, a menos de 30
quilômetros do hipercentro da capital mineira, de três quilômetros da Rodovia Federal
BR-040, de seis quilômetros do Condomínio Retiro das Pedras e de um quilômetro da
cumeada da serra (Figura 8, Figura 14, Figura 15).
Conforme Tofani (2018), nada indica que o Forte de Brumadinho, a despeito de
sua denominação popular e das muitas lendas e fantasias que o cercam, consista em um
remanescente da arquitetura militar produzida pelos portugueses no Brasil no período
colonial. Em que pese esse bem cultural ter como elemento mais notável uma estrutura
amuralhada – construída de forma primorosa em grandes blocos de pedra aparelhada e
formando um quadrilátero quase regular com aproximadamente 60 metros de
comprimento, 40 metros de largura e quatro metros de altura –, faltam-lhe elementos
típicos da arquitetura militar do período e dos quais uma verdadeira fortificação jamais
poderia prescindir. Isso inclui seteiras, apoios de passadiços, vigias e, sobretudo, uma
implantação em um topo que proporcionasse condições efetivas de vigilância e defesa.
Curiosa e inexplicavelmente, contrariando a tradição topológica portuguesa, o forte foi
implantado em uma encosta, incapaz de ver e ser visto do vale do rio Paraopeba, e em
uma situação de considerável vulnerabilidade principalmente a projéteis atirados de
pontos elevados próximos. E tudo isso a cerca de apenas 200 metros de um topo que lhe
permitiria excelentes condições de vigilância e defesa (Figura 1a, Figura 1b, Figura 2a,
Figura 3a, Figura 16a, Figura 16b, Figura 16c).
Mesmo que se desconheça qualquer fonte bibliográfica, arquivística, cartográfica
ou iconográfica versando sobre o Forte de Brumadinho antes de meados do século XX,
suas características arquitetônicas, as muitas estruturas arqueológicas em seu entorno e
região, e o que se conhece da história do Brasil indicam que se trata, isso sim, da sede
de um dos primeiros, maiores e mais importantes empreendimentos de exploração
aurífera estabelecidos pelos portugueses na Serra da Moeda ou, talvez mesmo, no que
foi o mais rentável domínio ultramarino lusitano no século XVIII: a capitania de Minas
Gerais.
20 Figura 14: localização do Forte de Brumadinho (seta vermelha): a) em relação à cidade de Belo Horizonte (porção superior da figura); b) em relação ao Condomínio Retiro das Pedras (porção superior da figura) e à Rodovia Federal BR-040 (linha amarela); c) em relação à cumeada da Serra da Moeda e trilhas lá existentes (porções central e direita da figura); d) em
relação à grande lavra a céu aberto do complexo (porção direita da figura).
6
Fonte: modificado de Google Earth (2009).
21 Figura 15: o complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho e suas principais estruturas arqueológicas: estrutura amuralhada, reservatórios de água e plataformas (figuras geométricas em vermelho); lavra a céu aberto (linha tracejada
vermelha); canais de adução de água do córrego Bernardino, ao norte, e do córrego Senzala, ao sul (linha vermelha contínua); estrada cavaleira que liga o sítio à cumeada da Serra da Moeda (linha pontilhada vermelha).
Fonte: Brandt (2007).
22 Figura 16: as ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho: estrutura amuralhada.
Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2011, 2009, 2010, 2009, 2011, 2011, 2009, 2010).
23 A estrutura amuralhada do Forte de Brumadinho foi construída com sua face
principal voltada para o nascente, a cumeada da Serra da Moeda e a imensa lavra a céu
aberto que se produziu à sua frente. Nessa face se encontra a única entrada para seu
interior: um imponente portal com aproximadamente quatro metros de altura e dois
metros de largura, composto por um elaborado sistema de marcos, batentes, verga e
soleira em pedras intertravadas ainda ostentando marcas de ferrolhos e dobradiças de
outrora e, em especial, a pátina que acumulou em séculos de manuseio e pisoteio (Figura
1b, Figura 1c, Figura 16e, Figura 16f).
A sua transposição insere o visitante em um espaço repleto de vestígios de
antigas construções e de árvores e arbustos que lá vicejaram a partir da segunda metade
do século XX, conforme se depreende da mais antiga fotografia desse bem que
conhecemos, tirada pelo notório geólogo estadunidense John Van Nostrand Dorr em
algum momento entre 1946 e 1965 (Figura 17). Ela retrata o forte a partir de um ponto
exterior a nordeste, deixa patente que seu interior não continha árvores de porte e
corrobora narrativas da história oral que sustentam que suas ruínas foram utilizadas
como curral até meados do século passado, quando seu interior fertilizado pelo gado se
converteu em um espaço privilegiado para a germinação.
Figura 17: o Forte de Brumadinho fotografado por John van Dorr, entre 1946 e 1965.
Fonte: fotografia de John Van Nostrand Dorr (s.d.).
24 Transpor o portal que conduz ao interior do Forte de Brumadinho proporciona,
sobretudo, uma singular experiência de fruição paisagística. Em contraste com o espaço
exterior, onde predominam os sentidos de abertura infinita e unidade absoluta
proporcionados por uma gigantesca abóboda celeste muito acima, um colossal mar de
morros muito abaixo e a diluição de ambos em um horizonte longínquo, no espaço
interior predominam os sentidos de fechamento e fragmentação proporcionados por
incontáveis vestígios arqueológicos de variados tipos e portes e centenas de árvores e
arbustos de diversas espécies e fisionomias que se mesclam em uma complexa urdidura
que impede a apreensão da totalidade espacial desse interior e de suas relações com o
exterior (Figura 1, Figura 2, Figura 3, Figura 16, Figura 18). Contudo, essa urdidura não
constitui obstáculo ao ingresso do visitante. Ao contrário, ela é aliada de sua fruição, uma
vez que desacelera o visitante, o obriga à atenção e lhe ativa a sensibilidade e
delicadeza, imprescindíveis para a apreensão do mundo repleto de pequenos detalhes
que aguarda por ser desvelado.
É possível descobrir então, na primeira metade desse espaço, vestígios das lajes
em pedra que o calçavam, um poço para armazenamento de água, um provável sistema
de condução de águas servidas e, em especial, muitos remanescentes de alicerces e
baldrames de pequenas edificações outrora apoiadas em trechos das muralhas onde
ainda se percebe sutis traços do resistente reboco que protegia seus interiores (Figura
18a). Logo adiante, na segunda metade desse espaço, o visitante se surpreende com as
ruínas do que foi a principal edificação no interior do Forte de Brumadinho. Implantada
monumentalmente em relação a esse espaço e ao portal que lhe dá acesso, ela tem
aproximadamente 14 metros de comprimento por 10 metros de largura e foi construída
primorosamente em grandes blocos de pedra aparelhada e ainda conserva seus oito
janelões originais ladeados por delicadas conversadeiras, bem como suas portas frontal e
posterior (Figura 18b, Figura 18c, Figura 18d, Figura 23f, Figura 23g, Figura 23h).
De lá, o visitante avistará os vestígios das muretas em pedra construídas junto às
paredes laterais presumivelmente como currais para pequenas criações (Figura 18e,
Figura 23f, Figura 23g), poderá observar os alinhamentos, nivelamentos e apicoamentos
impecáveis da muralha que corre ao fundo (Figura 18f), indagará como seria o interior do
forte quando vicejava e, sendo suficientemente atento, perceberá que tudo ali indica que
as duas metades que compõem esse espaço abrigaram usos, ocupações e atores
bastante diversos e, muito provavelmente, foram concebidas para tanto (Figura 23e,
Figura 23f).
25 Figura 18: as ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho: interior da estrutura amuralhada.
Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2016, 2009, 2009. 2018, 2018, 2011, 2009, 2011).
26 Não obstante sua excepcionalidade, o Forte de Brumadinho não deve ser
compreendido e conservado como um bem arqueológico isolado, mas como um dentre
muitos remanescentes de um complexo de exploração aurífera cujo território alcançou
dezenas de quilômetros quadrados e cujas relações com os recursos naturais deixaram
marcas permanentes na paisagem. A propósito, o forte não é, para espanto de muitos, o
maior remanescente desse complexo e, dependendo de como se analise, sequer é o
mais importante.
O maior e mais importante – pelo menos em termos volumétricos e de
repercussões econômicas, sociais e ambientais – é a antiga lavra a céu aberto que jaz
silenciosa à frente do forte (Figura 3a, Figura 15, Figura 19a, Figura 19b, Figura 19c,
Figura 20a, Figura 20b, Figura 20c, Figura 23a, Figura 23b, Figura 23c, Figura 23d,
Figura 23e, Figura 23g, Figura 23h). Tomada por densa vegetação e frequentemente
confundida com uma formação natural à maneira de um cânion ou ravina, ela possui
impressionantes 500 metros de extensão, 70 metros de largura máxima no topo e 30
metros de profundidade máxima e é produto e testemunho do que era o estado da arte
em tecnologia de exploração aurífera no seu tempo (Figura 21, Figura 22). Assim sendo,
a desmontação dessa cata, nos termos de então, exigiu conhecimentos especializados,
se deu pela associação de um engenhoso sistema hidráulico à força de trabalho de
centenas de escravos africanos e deixou, em meio à vegetação que cresceu em seu
interior, vestígios de galerias, canais, escoramentos, mundéus e montes de rejeito (Figura
2c, Figura 19g, Figura 19h, Figura 20d).
Esse sistema hidráulico, cujo conjunto de ruínas consiste em outro dos maiores e
mais importantes remanescentes do complexo, inclui uma extensa rede de captações,
reservatórios e canais de adução de águas que eram lançadas no interior da lavra com o
objetivo de, primeiro, facilitar o desmonte, por escravos equipados com alavancas e
cavadeiras, dos solos e rochas onde se encontrava depositado o ouro e, segundo, de
conduzir a lama aurífera aos mundéus existentes nas porções inferiores da lavra e lá
decantar o ouro que contivesse. Esse sistema tinha origens nas distantes nascentes dos
córregos Bernardino e Senzala, situadas junto à cumeada da Serra da Moeda, a nordeste
e a sudeste da lavra, e separadas por uma distância de aproximadamente um quilômetro.
Nesses pontos, ele captava águas e as conduzia serra abaixo – por meio de bicames de
madeira apoiados em colunas de pedras empilhadas e formando duas linhas sinuosas
com extensão de mais de 1.200 metros e 800 metros, respectivamente – até pontos na
lavra onde fossem necessárias e, principalmente, até reservatórios de água parcialmente
escavados no leito rochoso entre a lavra e o forte e capazes de armazenar mais de um
milhão de litros (Figura 15, Figura 19d, Figura 19e, Figura 19f, Figura 23).
27 Figura 19: as ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho: a) b) c) lavra a céu aberto; d) e) f) reservatórios de água entre a lavra e o forte; g) h) galeria no interior da lavra a céu aberto.
Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2018, 2011, 2011, 2011, 2011, 2009, 2018, 2018).
28 Figura 20: as ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho: a) b) c) lavra a céu aberto; d) galeria no interior da lavra a céu aberto.
Fonte: fotografias de Frederico de Paula Tofani (2018).
29 Figura 21: gravuras do Período Colonial intituladas: a) Representação ou perfil de hum serviço e desmontação a seco; b) Representação ou perfil de hum servº. que fazendo agua se esgotta por pias, e a força de braços.
Fonte: gravuras de autor desconhecido in: Reis (2007).
Figura 22: aquarela do Período Colonial intitulada Modo como se estrai o ouro no Rio das velhas, e nas mais partes que á Rios.
Fonte: aquarela de autor desconhecido in: Reis (2007).
30 Dentre os maiores e mais importantes remanescentes do complexo, também
devem ser citadas as ruínas da estrada cavaleira que ligava o Forte de Brumadinho à
cumeada da Serra da Moeda e, dali, por meio das Estradas Reais, a importantes centros
urbanos na capitania e no litoral (Figura 14d, Figura 15, Figura 16c, Figura 23). Tendo
aproximadamente 750 metros de extensão, ela possibilitava, como indica sua própria
designação, a passagem de tropas de cargueiros e cavaleiros e possuía dois trechos
distintos. O primeiro, com aproximadamente 400 metros de extensão, descia
sinuosamente a íngreme encosta da serra e foi calçado com lajes de pedra em sua maior
parte ou totalidade. Ele se iniciava a menos de uma centena de metros ao norte do ponto
onde começa a trilha de acesso utilizada hoje, tem seus primeiros 200 metros tomados
por vegetação e os demais 200 metros correspondendo à parte do acesso atual. O
segundo trecho, com aproximadamente 350 metros de extensão, é integralmente
utilizado como acesso hoje, contorna a porção setentrional da lavra, não possui
calçamento e declividades pronunciadas e, ao fim, alcança o imponente portal de entrada
do forte.
De volta a ele, podemos destacar agora um aspecto de sua implantação cuja
percepção só nos foi possível a partir do levantamento planialtimétrico dessa estrutura e
da produção de uma maquete digital do complexo (Figura 23). A saber, a existência de
um grande plano vertical de visada que tem origem no interior de sua edificação principal,
cruza sua porta frontal e o portal de entrada do forte, trespassa os reservatórios de água
e a lavra a céu aberto, toca alguns dos principais pontos de inflexão da estrada cavaleira,
alcança a cumeada da serra e remete às grandes axialidades barrocas tão ao gosto do
período e que têm como expressão mais conhecida o plano do Papa Sisto V para Roma
(Figura 18h, Figura 23h).
Enfim, a paisagem que abriga as ruínas do complexo de exploração aurífera do
Forte de Brumadinho consiste em um dos mais extraordinários patrimônios de Minas
Gerais e – por suas dimensões culturais e naturais e, sobretudo, pelas relações entre
elas – foi tombada pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (CONEP), em 2008,
como Conjunto Histórico e Paisagístico de Minas Gerais (Tofani, 2018).
31 Figura 23: maquete digital do Forte de Brumadinho e suas principais estruturas arqueológicas.
Fonte: maquete digital de Frederico de Paula Tofani (2018).
32 AS PRESSÕES SOBRE O PATRIMÔNIO NA SERRA DA MOEDA
O fato do Geossinclinal da Moeda conter algumas das maiores jazidas de minério
de ferro do Quadrilátero Ferrífero – uma das mais importantes províncias minerais do
planeta –, em associação com os fatos de estar junto à dinâmica Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH) – lar de mais de seis milhões de pessoas – e ser cruzado por
grandes vias de transporte – principalmente a Rodovia Federal BR-040 –, têm colocado
esse espaço sob a esteira de pressões cada vez mais amplas, profundas, intensas e
velozes não apenas da longeva mineração que lá realiza, mas também de diversas
modalidades predatórias de industrialização, de urbanização e, até mesmo, de turismo.
Essas pressões têm impactado de maneira cada vez mais grave o patrimônio
cultural e natural e as comunidades do Geossinclinal da Moeda em geral e da Serra da
Moeda em específico, assim como contextos ambientais e sociais maiores, uma vez que
têm acarretado, por exemplo, a paulatina destruição de mananciais fundamentais para o
abastecimento hídrico da RMBH e dado preocupantes contribuições ao aquecimento e
mudanças climáticas tanto regionais quanto globais (Figura 24, Figura 25).
Figura 24: o Pico do Itabirito, no Geossinclinal da Moeda, no século XIX e hoje.
Fonte: a) gravura de F. J. Stephan (1840); b) aquarela de Marianne North (1873); c) fotografia de Carlos Alberto Rosière (2005); d) fotografia de John Sargent (2005).
33 Figura 25: a) incêndios florestais nas proximidades do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho; c) motociclismo predatório sobre remanescentes do Calçadão de São Caetano, no município de Moeda; d) patrimônio
ferroviário em arruinamento por abandono na cidade de Belo Vale.
Fonte: a) fotografia de Frederico de Paula Tofani (2017) b) fotografia de Lucas Mendes (2011); c) disponível em http://www.youtube.com/watch?v=-hRfsPWk5rY; d) fotografia de Frederico de Paula Tofani (2014).
Se ações visando à preservação e uso sustentável do patrimônio cultural e natural
nesse espaço são justificáveis, apenas e tão-somente, por sua relevância, elas são hoje
imperativas em face de tais pressões sobre esse patrimônio e dos desdobramentos que
têm acarretado e podem acarretar. Esta compreensão tem sido compartilhada cada vez
mais nos últimos anos e animado a expansão do movimento conservacionista, como se
pode constatar pelo número crescente de ações governamentais e não governamentais,
nacionais e internacionais.
Isso pode ser atestado pelo volume de pesquisas produzidas e em produção
sobre esse espaço e seu patrimônio cultural e natural; pelos tombamentos e outras
formas de acautelamento de seus bens culturais; pela criação de diversas Unidades de
Conservação; pela atenção que tem recebido das mídias no Brasil e no exterior; pelo
reconhecimento pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO), em 2005, da Cadeia do Espinhaço, formação onde se insere o
Geossinclinal da Moeda, como Reserva da Biosfera; pela inclusão, em 2014, da Serra da
Moeda na lista da organização World Monuments Fund (WMF) de sítios com grande
34 relevância cultural e sob grave ameaça1; e, sobretudo, pela ampliação do clamor social e
da ação política local, regional, nacional e internacional no sentido de sua preservação e
uso sustentável (Figura 26).
Figura 26: peça publicitária da organização WMF sobre a inclusão da Serra da Moeda, em 2014, na sua lista de patrimônios culturais com grande relevância e sob grave ameaça (World Monuments Watch).
Fonte: WMF (2014).
1 Conforme explica a WMF (2014), “apesar da importância da Serra de Moeda, a pressão advinda do
crescimento urbano e da crescente atividade minerária nessa serra ameaçam seu patrimônio natural e cultural. A prática corrente de mineração a céu aberto sem regulamentação ambiental tem significativos impactos sociais e ambientais na paisagem natural e cultural e nas comunidades locais. A inclusão da Serra da Moeda na lista de 2014 ajudará a se advogar práticas minerárias mais sustentáveis que melhor protejam o patrimônio natural e cultural na área” (tradução do autor).
35 O já citado Projeto Patrimônio Cultural e Natural na Serra da Moeda, Minas
Gerais, principal vínculo e lastro deste módulo de PFlex, é parte desse crescente esforço
nacional e internacional pela preservação e uso sustentável desse extraordinário acervo.
E como é próprio à UFMG, a contribuição desse projeto se dá em consonância com os
fins desta instituição, ou seja, nos termos de seu Estatuto: “a geração, o
desenvolvimento, a transmissão e a aplicação de conhecimentos por meio do ensino, da
pesquisa e da extensão, de forma indissociada entre si e integrados na educação do
cidadão, na formação técnico-profissional, na difusão da cultura e na criação filosófica,
artística e tecnológica”, se constituindo como “veículo de desenvolvimento regional,
nacional e internacional”, se inspirando “nos ideais de liberdade e de solidariedade
humana” e procurando “manter cooperação cultural com instituições nacionais,
internacionais e estrangeiras”.
Para tanto, adotamos como premissa fundamental que a conservação dos bens
que constituem o patrimônio cultural e natural de uma sociedade exige, a um só tempo, a
salvaguarda de sua integridade física e simbólica contra fenômenos potencialmente
lesivos e a destinação desses bens a finalidades que os permitam contribuir para o
desenvolvimento social em geral e, em específico, para o desenvolvimento das
comunidades às quais eles estão diretamente associados. Todavia, a sustentabilidade da
delicada relação entre a salvaguarda e destinação dos bens do patrimônio cultural e
natural (ou entre a sua preservação e uso) é tarefa imprescindível e bastante complexa
devido à grande variedade e variabilidade dos fatores envolvidos e, sobretudo, dos
fatores socioespaciais. Isso exige tanto atitudes, arcabouços teórico-metodológicos e
processos de conservação interdisciplinares quanto conhecimentos, competências e
habilidades de conservação disciplinares que permitam compreender os diversos
atributos físicos e simbólicos do bem cultural edificado, os diversos valores atribuídos a
ele e as diversas demandas em relação a ele. Só assim, torna-se possível gestar e
implantar ações que contribuam para a efetiva conservação desses bens, reconhecidos
constitucionalmente como um patrimônio de todos nós e dependentes da proteção do
Poder Público.
Em suma, por meio desse projeto, buscamos honrar a longa tradição, a
inequívoca excelência e a clara vocação da UFMG como instituição de referência no
âmbito da conservação do patrimônio cultural nacional e internacional e, sobretudo, como
instituição voltada e destinada à res publica, à coisa pública.
36
objetivos educacionais e conteúdo programático
módulo Projetos para Preservação e Uso Sustentável do Patrimônio
Cultural e Natural tem por objetivo contribuir para a produção e reprodução de
conhecimentos, competências e habilidades que capacitem futuros(as) arquitetos(as) e
urbanistas(as) para a atuação na preservação e uso sustentável do patrimônio cultural e
natural e, em especifico, para a elaboração de projetos e obras de restauração,
reabilitação e requalificação de bens arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos,
tomando-se em conta as suas múltiplas dimensões espaciais e materiais, tecnológicas e
ecológicas, historiográficas e simbólicas, bem como as comunidades que os habitam e/ou
utilizam, os fenômenos sociais e econômicos que lá têm lugar e, sobretudo, as relações
entre essas dimensões, comunidades e fenômenos.
Portanto, ao final deste módulo, espera-se que os seus estudantes apresentem
domínio, em nível de graduação, do seguinte conteúdo programático:
O
37 O Geossinclinal da Moeda, a Serra da Moeda e as ruínas do complexo de
exploração aurífera do Forte de Brumadinho;
O conceito antropológico de cultura e a produção do espaço e reprodução social;
O conceito de patrimônio e suas transformações e permanências;
Os conceitos de conservação, preservação, manutenção, restauração,
reabilitação, requalificação e sustentabilidade;
As principais questões do patrimônio na contemporaneidade: a natureza
axiológica e as dimensões políticas da seleção e conservação; os impactos na
produção do espaço e reprodução social; as manifestações culturais ditas
imateriais enquanto potenciais bens culturais; os espaços e recursos ditos
naturais enquanto potenciais bens culturais; a interdependência ou
indissociabilidade entre bens culturais materiais e imateriais e entre bens culturais
e naturais; as paisagens culturais; a busca por sustentabilidade na relação entre a
salvaguarda da integridade dos bens patrimoniais e sua destinação para o
desenvolvimento social; os meios de acesso abstrato e acesso concreto aos bens
patrimoniais; o paradoxo do turismo em contextos com bens patrimoniais como
objetos de crucial valia para atividades econômicas predatórias; a natureza
interdisciplinar da conservação e a busca por conhecimentos sobre os bens
patrimoniais, as comunidades depositárias e suas necessidades e relações; a
natureza interdisciplinar da conservação e a busca por um arcabouço teórico-
metodológico para a conservação, preservação, manutenção, restauração,
reabilitação e requalificação.
A história da conservação do Renascimento à crítica contemporânea.
Os critérios contemporâneos de restauração, reabilitação e requalificação de bens
do patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico: da preservação e uso
sustentável; da interdisciplinaridade e documentação; da unidade potencial; da
reconstrução, anastilose e consolidação de ruínas; do preenchimento de lacunas
e intervenção reintegrativa; das contribuições válidas e intervenções espúrias; dos
sistemas construtivos; dos bens móveis e integrados; da distinguibilidade,
dialogismo, reversibilidade e coadjuvância; do processo decisório e alteridade.
A estrutura e o escopo de planos de preservação e uso sustentável do patrimônio.
Abordagens, sistemas construtivos e infraestruturas com sensibilidade ecológica;
E, sobretudo, a aplicação e articulação dos conteúdos acima em projetos
arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos desenvolvidos a partir das análises e
diretrizes de um plano de preservação e uso sustentável e alcançando um nível
de elaboração conforme explicado no próximo tópico.
38
procedimentos e produtos
módulo Projetos para Preservação e Uso Sustentável do Patrimônio
Cultural e Natural, de modo a alcançar os seus objetivos educacionais, adota estratégias
de ensino-aprendizagem com ênfases ora mais teóricas ora mais práticas, mas sempre
com elevado grau de interdependência e interdisciplinaridade.
Essas estratégias são estruturadas em quatro etapas, descritas a seguir, e
incluem aulas expositivas e estudos de casos realizados com vistas à transmissão-
aquisição de conhecimentos teórico-metodológicos específicos, atividades de campo e
workshops realizados com vistas ao levantamento, sistematização e análise de dados e,
sobretudo, práticas de planejamento e projeto realizadas com vistas à aplicação e ao
desenvolvimento dos conhecimentos, competências e habilidades próprios à temática
deste módulo.
ETAPA 1 – PLANO DE PRESERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL
A primeira etapa do módulo consiste em aulas expositivas, estudos de casos,
atividades de campo, workshop e práticas de planejamento realizadas para elaboração
de um Plano de Preservação e Uso Sustentável, em nível básico, do patrimônio cultural e
natural nas ruínas do complexo de exploração aurífera do Forte de Brumadinho.
Em linhas gerais, um plano desse tipo consiste em uma modalidade de plano
diretor que objetiva orientar a conservação de um determinado acervo de bens do
patrimônio cultural e natural, levando em conta suas dimensões físicas e simbólicas e
suas relações com a produção do espaço e reprodução social e, eventualmente,
estabelecendo referências, diretrizes e normas para pautar as ações que dele decorram
e, dentre elas, programas, projetos e instrumentos específicos.
O
39 O Plano de Preservação e Uso Sustentável que se almeja na Etapa 1 será
desenvolvido coletivamente pelos estudantes, sob orientação do professor. Isso é
motivado, em primeiro lugar, pelo fato da elaboração desse plano, mesmo em nível
apenas básico, ser uma atividade com um grau de complexidade que exige a
colaboração de todos e, em segundo lugar, pelo fato de que esse plano pautará todos os
projetos a serem elaborados nas etapas seguintes deste módulo.
Principal produto da etapa: TP1 - Plano de Preservação e Uso Sustentável.
Esse produto pode ser desenvolvido utilizando-se qualquer técnica de expressão e
representação analógica e/ou digital, mas deve ser finalizado em mídia digital contendo:
Levantamento, sistematização e análise de dados sobre os bens do patrimônio
cultural e natural nas ruínas complexo de exploração aurífera do Forte de
Brumadinho e sobre os principais fenômenos e atores com repercussão na sua
conservação;
Definição dos usos a serem dados a esses bens e dos tipos e níveis de
acautelamento, na forma de um zoneamento à maneira, por exemplo, do
preconizado nos roteiros metodológicos do ICMBio.
Definição das intervenções a serem realizadas nesses bens.
Definição de normas e critérios de intervenção.
ETAPA 2 – ESTUDO PRELIMINAR
A segunda etapa da disciplina também inclui aulas expositivas e estudos de
casos, mas consiste, principalmente, no início das práticas de projeto de uma intervenção
arquitetônica, urbanística e/ou paisagística no patrimônio cultural e natural em tela,
tomando-se por base o Plano de Preservação e Uso Sustentável elaborado na etapa
anterior e objetivando alcançar, nesta etapa, o nível denominado Estudo Preliminar, nos
termos da NBR 13532/19952.
2 Segundo a NBR 13532/1995 - Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura, um estudo preliminar
deve conter informações “a) sucintas e suficientes para a caracterização geral da concepção adotada, incluindo indicações das funções, dos usos, das formas, das dimensões, das localizações dos ambientes da edificação, bem como de quaisquer outras exigências prescritas ou de desempenho”; b) sucintas e suficientes para a caracterização específica dos elementos construtivos e dos seus componentes principais, incluindo indicações das tecnologias recomendadas; c) relativas a soluções alternativas gerais e especiais, suas vantagens e desvantagens, de modo a facilitar a seleção subsequente” (p.5).
40 O tema do projeto (a ser iniciado nesta etapa e desenvolvido nas seguintes), bem
como a modalidade de trabalho (individual ou em equipe) são de livre escolha do
estudante, considerando-se que quanto maior o número de envolvidos em um projeto,
maior deverá ser a sua complexidade.
Todavia, incentiva-se a realização de práticas de projeto em equipe, pois
proporciona não apenas condições para o desenvolvimento de temas mais complexos,
mas também a produção e reprodução de importantes conhecimentos, competências e
habilidades profissionais relacionados à colaboração e intercâmbio, comunicação e
expressão, crítica e autocrítica, alteridade e diversidade.
Nesse sentido, outra característica distintiva das práticas de projeto desenvolvidas
no módulo é a forma de apresentação-orientação dos trabalhos. Diferentemente da
clássica, observável em incontáveis escolas de arquitetura e urbanismo, onde cada
equipe ou estudante apresenta seu trabalho apenas ao professor e ouve suas
considerações de forma algo reservada, adotamos o expediente de a cada aula, todas as
equipes ou estudantes devem apresentar seu trabalho ao professor e aos colegas em
uma sessão à maneira de uma banca onde todos são convidados a tecer considerações.
Dessa forma, conforme atestam os resultados da disciplina, o processo de aquisição-
transmissão de conhecimentos, competências e habilidades é ampliado e aprofundado
extraordinariamente em termos tanto dos conteúdos relacionais acima quanto de
conteúdos teóricos e práticos relacionados a projeto em geral e à preservação e uso
sustentável do patrimônio em específico.
Principal produto da etapa: TP2 - Estudo Preliminar.
Esse produto pode ser desenvolvido utilizando-se qualquer técnica de expressão e
representação analógica e/ou digital, mas deve ser finalizado em mídia digital contendo
os seguintes elementos, em conformidade com o nível de detalhamento próprio à etapa:
Memorial com informações e análises pertinentes, casos análogos, programa de
necessidades, pré-dimensionamento, conceitos, croquis ilustrativos do processo
de desenvolvimento do estudo preliminar etc.;
Planta de situação, implantação, planta(s) baixa(s), planta de cobertura, cortes
esquemáticos, elevações e perspectivas externas e internas OU maquete em
nível correspondente;
Quadro geral de áreas.
41 ETAPA 3 – ANTEPROJETO
A terceira etapa do módulo também consiste em aulas expositivas, estudos de
casos e atividades de campo e, sobretudo, em práticas de projeto visando ao
desenvolvimento do Estudo Preliminar elaborado na etapa anterior até se alcançar o nível
denominado Anteprojeto, nos termos da NBR 13532/19953.
Principal produto da etapa: TP3 - Anteprojeto.
Esse produto pode ser desenvolvido utilizando-se qualquer técnica de expressão e
representação analógica e/ou digital, mas deve ser finalizado em mídia digital contendo
os seguintes elementos, em conformidade com o nível de detalhamento próprio à etapa:
Memorial constante do TP2 atualizado com informações pertinentes;
Planta de situação, implantação, planta(s) baixa(s) com layout, planta de
cobertura, cortes, diagrama estrutural, elevações e perspectivas externas e
internas OU maquete em nível correspondente;
Quadro geral de áreas;
Especificação geral de materiais.
ETAPA 4 – PROJETO BÁSICO
A quarta etapa do módulo consiste, assim como as anteriores, em aulas
expositivas, estudos de casos e atividades de campo e, sobretudo, em práticas de
projeto. Neste caso, visando ao desenvolvimento do Anteprojeto elaborado na etapa
anterior até se alcançar o nível o nível denominado Projeto Básico, nos termos da NBR
13532/19954.
3 Segundo a NBR 13532/1995 - Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura, um anteprojeto deve
conter “informações técnicas relativas à edificação (ambientes interiores e exteriores), a todos os elementos da edificação e a seus componentes construtivos considerados relevantes” (p.6). 4 Segundo a NBR 13532/1995 - Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura, as informações técnicas
a se produzir um projeto básico de arquitetura são a) as relativas à edificação (ambientes externos e internos) e a todos os elementos da edificação, seus componentes construtivos e materiais de construção; b) as exigências de detalhamento devem depender da complexidade funcional ou formal da edificação” (p.6).
42 Principal produto da etapa: TP4 – Projeto Básico.
Esse produto pode ser desenvolvido utilizando-se qualquer técnica de expressão e
representação analógica e/ou digital, mas deve ser finalizado em mídia digital contendo
os seguintes elementos, em conformidade com o nível de detalhamento próprio à etapa:
Memorial constante do TP3 atualizado com informações pertinentes;
Planta de situação, implantação, planta(s) baixa(s) com layout, planta de
cobertura, cortes, sistema estrutural, elevações e perspectivas externas e internas
OU maquete em nível correspondente;
Plantas, cortes, elevações e perspectivas dos principais detalhes construtivos OU
maquete em nível correspondente;
Quadro de áreas;
Especificação de materiais.
TEMAS DE PROJETO
Dentre os temas de projeto desenvolvidos em versões anteriores do módulo,
destacam-se, por sua frequência, espaços e infraestrutura para visitação e interpretação
do complexo, para o turismo receptivo, para museus de arqueologia, mineralogia, história
e cultura, para pesquisa e monitoramento ambiental, para esportes de montanha e
radicais, para gastronomia, e para meditação e espiritualidade. Os sítios escolhidos para
tanto variam em função dos planos de preservação e uso sustentável propostos e da
interpretação de cada equipe ou estudante. Entretanto, é notável a tendência de se
adotar sítios na cumeada da serra que avistam o complexo e, em especial, o entorno do
mirante situado próximo ao ponto onde se inicia a trilha de acesso a ele, bem como o
interior e as proximidades do Forte de Brumadinho, da antiga lavra a céu aberto e dos
reservatórios de água que a serviam (Figura 4, Figura 5, Figura 6).
Conforme objetiva e capacita este módulo de PFlex, tais projetos comungam o
compromisso com a preservação e uso sustentável e adotam conceitos e princípios como
a interdisciplinaridade, o respeito à unidade potencial, a consolidação de ruínas, a
intervenção integrativa e preenchimento de lacuna, a manutenção de contribuições
válidas; a atenção aos sistemas construtivos originais; a distinguibilidade, dialogismo,
reversibilidade e coadjuvância, a sensibilidade ecológica, a acessibilidade universal, e o
compromisso com a alteridade e diversidade.
43
sistema de avaliação
módulo Projetos para Preservação e Uso Sustentável do Patrimônio
Cultural e Natural adota um sistema de avaliação denominado Conceito Móvel. Por meio
dele, os produtos das quatro etapas do módulo são avaliados, ao final de cada uma, por
uma banca composta pelo professor e, sempre que possível, por professores e/ou
profissionais convidados. A banca atribui ao produto da etapa uma nota até 50 pontos e,
correspondentemente, um conceito entre A e F. Entretanto, a nota/conceito obtida pelo
produto da primeira etapa (TP1), da segunda (TP2) e da terceira (TP3) pode ser
incrementada caso a equipe ou estudante obtenha, no produto da etapa seguinte, uma
nota/conceito superior. Em outras palavras, caso o TP2 obtenha uma nota/conceito
melhor do que a obtida pelo TP1, o conceito do TP2 retroage e é dado também ao TP1.
O mesmo pode ocorrer quando o TP3 obtém uma nota/conceito superior ao TP2 e,
finalmente, quando o TP4 obtém uma nota/conceito superior ao TP3.
Todavia, de modo a não contrariar as normas acadêmicas da UFMG, a
nota/conceito obtida por um produto só é ajustada quando esse procedimento beneficia a
equipe ou estudante e, por óbvio, nunca é reduzida.
Esse sistema de avaliação resguarda aqueles que têm desempenho final superior
ao desempenho inicial e intermediário de serem prejudicados em sua nota/conceito final,
como acontece quando apenas se soma as notas obtidas ao longo do módulo ou
disciplina. E mais, ele tanto reconhece a primazia do produto final no exercício
profissional da Arquitetura e Urbanismo quanto possibilita uma profícua coexistência em
sala de aula de diversos processos de planejamento e projeto.
Os produtos de cada etapa valerão a pontuação abaixo e serão avaliados por uma
banca composta pelo professor-orientador e, sempre que possível, por um ou mais
professores e/ou profissionais convidados:
TP1 Plano de Preservação e Uso Sustentável 50 pontos (PRJ091 - Parte I)
TP2 Estudo Preliminar 50 pontos (PRJ091 - Parte I)
Total 100 pontos (PRJ091 - Parte I)
TP3 Anteprojeto 50 pontos (PRJ091 - Parte II)
TP4 Projeto Básico 50 pontos (PRJ091 - Parte II)
Total 100 pontos (PRJ091 - Parte II)
O
44
cronograma
cronograma abaixo encadeia as principais atividades do módulo
Projetos para Preservação e Uso Sustentável do Patrimônio Cultural e Natural, mas
poderá ser alterado, sempre que necessário, respeitadas: a) a carga horária de 120
(cento e vinte) horas-aula a ser cumprida pelo módulo; b) o Calendário Base do PFlex
para o 1º semestre de 2019 ; c) o Calendário Escolar da UFMG para o ano de 2019.
MÊS DIA AULA ATIVIDADE PROGRAMADA
FEV 26 001 a 004 Apresentação do módulo
MAR 01 005 a 008 Desenvolvimento TP1
05 --- Feriado: Carnaval
08 --- Não haverá aulas do módulo
12 009 a 012 Desenvolvimento TP1
15 013 a 016 Desenvolvimento TP1
19 017 a 020 Desenvolvimento TP1
22 021 a 024 Desenvolvimento TP1
26 025 a 028 Desenvolvimento TP1
29 029 a 032 Banca de avaliação do TP1 - Plano de Preservação e Uso Sustentável
O
45
ABR 02 033 a 036 Desenvolvimento TP2
05 037 a 040 Desenvolvimento TP2
09 041 a 044 Desenvolvimento TP2
12 045 a 048 Desenvolvimento TP2
16 --- Não haverá aulas do módulo
19 --- Feriado: Paixão de Cristo
23 049 a 052 Desenvolvimento TP2
26 053 a 056 Desenvolvimento TP2
30 057 a 060 Banca de Avaliação do TP2 - Estudo Preliminar
MAI 03 061 a 064 Desenvolvimento TP3
07 065 a 068 Desenvolvimento TP3
10 069 a 072 Desenvolvimento TP3
14 073 a 076 Desenvolvimento TP3
17 077 a 080 Desenvolvimento TP3
21 081 a 084 Desenvolvimento TP3
24 085 a 088 Desenvolvimento TP3
28 089 a 092 Banca de Avaliação do TP3 - Anteprojeto
MAI 31 093 a 096 Desenvolvimento TP4
JUN 04 097 a 100 Desenvolvimento TP4
07 101 a 104 Desenvolvimento TP4
11 105 a 108 Desenvolvimento TP4
14 109 a 112 Desenvolvimento TP4
18 113 a 116 Desenvolvimento TP4
21 --- Recesso Escolar: Corpus Christi
25 117 a 120 Banca de Avaliação do TP4 – Projeto Básico
JUN 28 --- Data para eventual reposição de aulas
JUL 02 --- Data para eventual reposição de aulas
05 --- Data para eventual reposição de aulas
JUL 06 --- Encerramento do 2º período letivo de 2018
09 ---
Data-limite para fechamento pelos docentes, no Sistema Diário de Classe Eletrônico, dos resultados finais do 2º período letivo de 2018.
46
publicação de resultados
onsiderando a importância dos conhecimentos, competências e
habilidades que se espera gerar, desenvolver, transmitir e aplicar através do módulo
Projetos para Preservação e Uso Sustentável do Patrimônio Cultural e Natural, os
docentes e discentes participantes poderão produzir publicações de qualquer natureza,
em meio físico e/ou digital, sobre tais conhecimentos, competências e habilidades, bem
como sobre essa experiência.
Os créditos deverão ser incorporados às próprias publicações na forma da citação
da UFMG, da Escola de Arquitetura, do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Diurno, da disciplina Projeto de Arquitetura, deste módulo e dos docentes e discentes
participantes.
C
47
bibliografia básica
ARQUEOLOGIA:
GUIMARÃES, Carlos Magno (coord.); ASSIS, Adriana Paiva de; PEREIRA, Anderson
Barbosa Alves; GROENNER, Daniele; REIS, Flávia Maria da Mata; SOUZA, Jorge
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