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ECA: UMA POSSIBILIDADE NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA
DECKERT, Marlene R.1
PRIORI, Claudia (Orientadora)2
RESUMO: Este artigo apresenta como tema a relação entre os alunos do primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual 14 de Dezembro – EFM, do município de Peabiru – Pr com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), tendo em vista seus direitos e deveres. O objetivo desta pesquisa consiste em verificar a concepção de adolescentes sobre seus direitos e deveres, enquanto cidadãos. Como linha teórica, optamos pela História Cultural da terceira geração dos Annales, sob a perspectiva de Philippe Ariès (2010), além de outros autores que discutem sobre o ECA e o exercício da cidadania, tais como Ferreira (2010), Lodi e Araújo (2007). A metodologia de pesquisa apóia-se na pesquisa-ação, uma vez que por meio da intervenção didático-pedagógica busca-se dar voz e vez aos participantes da pesquisa. A coleta de corpus documental foi realizada através da elaboração de um questionário e de roteiro de atividades aplicadas no projeto de intervenção. Concluiu-se que, a maior parte dos adolescentes conhece o ECA, mas não por meio da escola, e sim por outras fontes de informação.
Palavras-chave: ECA. Cidadania. Direitos. Deveres.
1 Introdução
A aprendizagem histórica está diretamente articulada ao modo de se
compreender o passado, como também o tempo presente. A criança, inserida em
seu contexto familiar e social, tem sido alvo de atenções em relação às
necessidades específicas de sua idade. Isso é muito recente na história da
humanidade, pois em séculos anteriores a criança foi vista como um adulto em
miniatura, passando diretamente ao período da vida adulta sem o intermédio da
adolescência.
A criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)3 ao garantir direitos
e deveres, proporcionou um avanço no exercício da cidadania aos menores de 18
anos. Tendo isso como base, nossa pesquisa investigou os níveis de conhecimento
que os adolescentes - que cursam o ensino médio no Colégio Estadual 14 de
Dezembro – EFM de Peabiru – Pr – têm do ECA e se os mesmos possuem ciência
1 Licenciada em História – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Curitiba. Especialização em Magistério de 1º e 2º Graus/ Formação de Professores – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Curitiba. E-mail [email protected] Professora Adjunta do Departamento de Ciências Sociais, da Universidade Estadual do Paraná, campus de Campo Mourão.3 A partir desse ponto, será utilizada no texto, a sigla ECA para nos referirmos ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
de seus direitos e deveres perante à sociedade em que vivem, bem como aos
pontos de vulnerabilidade que estão sujeitos.
Embora a experiência docente da pesquisadora aponte que os alunos
demonstram ter mais consciência de seus direitos do que seus deveres,
defendemos a concepção de que para efetivar o exercício da cidadania é preciso
que os jovens conheçam seus direitos, mas que isso também implica no exercício de
deveres.
Esta pesquisa teve como objetivo verificar e analisar a relação que os alunos
do ensino médio têm com o ECA, principalmente em relação aos direitos e deveres,
enquanto cidadãos. Além disso, procuramos abordar se já haviam conhecido o
Estatuto na escola, e também discutimos a importância do mesmo como um canal
do exercício da cidadania na sociedade.
2- Embasamento teórico
A criação da revista Annales em 1929, no âmbito da historiografia, e
publicada em quatro títulos, contou inicialmente com a presença de historiadores
como Lucien Febvre, Marc Bloch, Fernand Braudel, Georges Duby, Jacques Le Goff
e Emmanuel Le Roy Ladurie. O objetivo do grupo era propor uma nova história,
entusiasmando leitores e seguidores na França e em outros países. Esse
movimento foi dividido em três fases: a primeira geração, marcada pelo rompimento
com a visão tradicional de história (1920-45); a segunda foi caracterizada pela
construção de um método investigativo no período do pós-segunda guerra, e após
1968, a terceira geração foi marcada pela fragmentação e fusão com a cultura
(BURKE, 1997).
Essa nova visão historiográfica também foi denominada de Nova História,
quando se tornou mais popular durante as décadas de 1970 e 80, marcando a
terceira fase do movimento, envolvendo historiadores da Ásia, América Latina, Índia
e outros lugares, embora esse termo já tivesse surgido em publicações de 1912
(BURKE, 1992).
Dentre as contribuições do grupo dos Annales, uma delas foi deixar a
narrativa de acontecimentos por história-problema, tratar da história de todas as
atividades humanas para além da política, e também a interdisciplinaridade, ou seja,
o diálogo com outras disciplinas, como a geografia, a sociologia, a psicologia, a
economia, a linguística, antropologia social, dentre outras (BURKE, 1997).
A abordagem histórica proposta pelo grupo dos Annales rompe com diversos
pontos da história tradicional. A primeira desconstrução, diz respeito à tese de que a
história é essencialmente política, o que marginalizava a história da arte ou a história
da ciência, por exemplo, pois eram consideradas periféricas aos “verdadeiros”
interesses dos historiadores. Temas como a história da loucura, da infância, da
morte, do clima, do corpo, dos gestos, da leitura, da feminilidade surgiram como
temas muito caros dos historiadores nos últimos 30 anos. Em outras palavras, o que
era considerado imutável, passa a ser entendido como uma “construção cultural”
sujeita a variações tanto no tempo, quanto no espaço (Burke, 1992).
Sob essa visão contemporânea, a história não é mais limitada à narrativa dos
acontecimentos, mas aborda as estruturas (BURKE, 1992). Os diversos grupos
sociais passam a serem investigados no processo de construção histórica, que não
é mais centrada nos feitos dos grandes estadistas no processo de construção
histórica, que não é mais centrada nos feitos dos grandes estadistas, generais e
eclesiásticos. As experiências sociais e culturais de sujeitos comuns se tornam o
alvo de maior interesse dos historiadores (BURKE, 1992).
A ampliação da noção de fontes históricas também foi uma das grandes
contribuições, tais como dados estatísticos, comerciais, populacionais, e não mais
apenas documentos oficiais, pois deve haver o maior uso de evidências, sejam
visuais ou orais, acarretando um caráter qualitativo. Porém, surge a compreensão de
que a história não é objetiva, mas sim subjetiva, uma vez que a própria escrita da
história e a construção de dados é vista sobre um olhar particular do historiador
(BURKE, 1992).
Nessa ótica da Nova História e da abordagem cultural, o historiador e
demógrafo Philippe Ariès, rejeitando a perspectiva quantitativa, direcionou seus
interesses para o sentimento da infância, buscando perceber como são suas
construções culturais.
Para Ariès, a ideia ou o sentimento da infância, não existia na Idade Média.
Segundo o autor, essa concepção foi descoberta no século XVII na França, pois
antes disso, as crianças eram vistas como adultos em miniatura. (BURKE, 1997).
No que diz respeito às fases da vida humana, o autor afirma que durante o
século XVI surgem os retratos de família e uma referência à idade, atuando como
um documento da história familiar. Nesse século, a criança já sabia sua idade. Havia
também períodos bem marcados quanto ao percurso da vida humana, ou seja, a
infância e a puerilidade (do nascimento até aos 7 anos), a adolescência (dos 8 até
aos 14 anos), a juventude (aos 28 anos, quando se insere o trabalho em sua vida,
até aos 50 anos) e a velhice (aos 50 anos até sua morte). Anteriormente ao século
XVI não havia um espaço para a adolescência, ou seja, o ser humano passava de
criança a jovem (ARIÈS, 2010).
No século XVII, a infância tinha seu fim marcado com a puberdade. Outra
característica perceptível ao longo dos anos é que em cada século houve uma fase
da vida favorita: no século XVII a fase da juventude; no século XIX a fase da infância
e no século XX a adolescência (ARIÈS, 2010).
Especificamente o destaque à adolescência surge durante o romantismo
alemão do século XVIII, em que o adolescente era visto em sua face vivaz, com
entusiasmo e alegria de viver, culminando com a figura do herói no século XX. Com
a Primeira Guerra Mundial, o adolescente estaria em frentes de movimentos
políticos e batalhas, sendo visto como a fase da revolução, do heroísmo (ARIÈS,
2010).
No que diz respeito à disciplina comportamental em âmbito escolar, Ariès
(2010) assinala que antes do século XV o estudante era inserido em grupos,
confrarias, associações e uma pessoa mais velha com certa “camaradagem”
regulava sua vida cotidiana, como se fosse uma moral. A partir do fim da Idade
Média, essa camaradagem cede lugar a uma preocupação com a imposição de
virtudes apregoadas pela Igreja caracterizada pela vigilância constante, delação
erigida em princípios do governo e ampla aplicação de castigos corporais. Não havia
uma distinção entre infância e adolescência para aplicação dos castigos e esses
também eram aplicados às crianças e jovens mais pobres, enquanto os filhos de
fidalgos escapavam dos castigos, denotando uma marcação social. Somente no
século XIX não houve mais a necessidade de humilhar a criança para educá-la, pois
neste período da história a punição não se localizava mais no corpo e sim no poder
disciplinador das vontades e desejos (ARIÈS, 2010).
No cenário brasileiro, Ferreira (2010) analisa os avanços acerca da educação,
garantidas pelas diferentes Constituições Federais que o Brasil teve. No período
imperial, a Constituição de 1824 - inspirada na Constituição francesa de 1814 e na
portuguesa de 1822 - instituiu que o ensino primário fosse gratuito, já que cerca de
83% da população era analfabeta. A primeira constituição republicana, a de 1891,
sob inspiração norte-americana, não se referia aos direitos sociais. A Constituição
de 1934, inspirada na Constituição mexicana e na Constituição de Weimar teve
como característica principal a afirmação dos direitos sociais estabelecendo a
educação como um direito de todos devendo ser ministrada pela família e pelos
poderes públicos.
Durante o Estado Novo, a Constituição de 1937 foi marcada pela
obrigatoriedade do ensino cívico e à promoção pelo Estado da “disciplina moral e o
adestramento físico” do aluno preparando-o para defesa da nação. Com a volta da
democracia, a Constituição de 1946 preservou as inovações da Constituição de
1934, que fixou a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário.
No governo militar, a Constituição de 1967 estabelecia a educação como
direito de todos, mas de responsabilidade do lar e da escola, seja pública ou
particular. A Constituição de 1969 refletia o autoritarismo militar repetindo
disposições da constituição anterior, excluindo a “igualdade de oportunidades”, no
que se refere ao direito à educação (FERREIRA, 2010).
Com o processo de democratização, pós-regime militar, a Constituição de
1988, conhecida como “Constituição Cidadã”, realmente apontou para mudanças e
inovações. Há uma opção pelo Estado Social e Democrático de Direito, com
referência à cidadania, dignidade da pessoa, busca por uma sociedade livre, justa e
solidária com a redução das desigualdades sociais, deixando de ser um sistema de
normas positivistas para se transformar em um sistema de valores e princípios. A
educação torna-se um direito social juntamente com o direito à saúde, ao trabalho, à
moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, a proteção à maternidade, à
assistência aos desamparados e à infância. Tais direitos têm como objetivo corrigir
as desigualdades sociais (FERREIRA, 2010).
Nesse âmbito da “Constituição Cidadã”, fora criado, dois anos depois, o
Estatuto da Criança e do Adolescente. Vale lembrar que a legislação na área da
infância e da juventude contava com iniciativas desde a década de 1920, como a
aprovação do Código de Mello Mattos de 1927. O código estabelecia que nenhum
menor de 14 anos, autor de crime ou contravenção penal seria submetido a
processo penal e, quanto ao maior de 14 e menor de 18 anos deveria ser submetido
a processo especial, com informações a respeito do seu estado físico, mental e
moral. Houve a criação de escola de preservação, dirigida a meninas, e escola de
reforma, dirigida aos meninos (FERREIRA, 2010).
Após o Código Mello Mattos seguiram-se inúmeras leis que trataram de
matérias específicas ligadas à criança e ao adolescente, como, por exemplo, o
Código Penal de 1940, que deu nova regulamentação à responsabilidade penal do
menor; a Consolidação das Leis do Trabalho de 1943, que apresentou um novo
sistema jurídico sobre o trabalho do menor; o Decreto 3.779/41 que criou o serviço
de assistência a menores e a Lei número 4.513 que criou a Fundação Nacional de
Bem-Estar do Menor (FNBEM).
Em 1979 surge o novo Código dos Menores, o qual não apresentava uma
atuação preventiva à infração, mas uma forma de controle social da infância
desassistida, especificamente dirigido a menores infratores (FERREIRA, 2010).
O ECA, criado em 1990, substituiu o Código de Menores caracterizando-se
por conceber a criança e o adolescente como sujeitos de direitos não apenas
restringindo-se aos menores abandonados ou delinquentes. Trata-se de uma
legislação para a infância e a adolescência, em geral, em sua multiplicidade de
aspectos, que vão desde a assistência materno-infantil até ao acesso à justiça, à
educação, à saúde, à convivência familiar, ao lazer, à cultura, à profissionalização, à
proteção e ao trabalho. O ECA tem origem na Constituição de 1988, na qual as
crianças e adolescentes são considerados cidadãos passando a usufruir de todos os
direitos consagrados pela Lei Federal e que se aplicam aos menores de 18 anos,
sendo concebidos não mais como “menor”, mas sim criança cidadã e adolescente
cidadão.
O Estatuto foi a primeira lei a regulamentar os direitos sociais das crianças e
dos adolescentes, em relação à educação, conforme consta nos incisos do artigo 53:
Igualdade de condições para acesso e permanência na escola. Direito de ser respeitado por seus educadores. Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores. Direito de organização e participação em entidades estudantis. Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência (PARANÁ, 2008).
No que se refere à cidadania, isso implica não só o reconhecimento de
direitos, como também no cumprimento de suas obrigações, de seus deveres. Dos
direitos o aluno-cidadão tem ciência, porém, de seus deveres nem tanto. Portanto,
um dos papéis da escola centra-se na questão de contribuir para que o aluno-
cidadão tenha ciência de seus direitos e obrigações, sujeitando-se às normas legais
e regimentais como parte de sua formação. Dentro desse contexto, crianças e
adolescentes devem ser encarados como sujeitos de direitos, mas também
passíveis de deveres, obrigações e proibições. Eis que um dos papéis dos
professores é tornar o aluno cônscio que além de direitos, também possuem
obrigações e deveres como qualquer cidadão.
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo cidadão significa “indivíduo no gozo
dos direitos civis e políticos de um Estado” (FERREIRA, 2005, p. 234). E no que se
refere ao conceito específico de cidadania, Dallari (1998), complementa essa
perspectiva ao afirmar que:
A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social (DALLARI, 1998, p.14).
Nota-se nesses dois conceitos a pressuposição de que cidadania seja apenas
o exercício de direitos e não de deveres. Mas sabe-se que é condição principal para
atuação em sociedade, tendo em vista o exercício de direitos e pressupondo
também a prática de deveres e obrigações.
A partir da Constituição de 1988, houve um enfoque maior para a formação
de cidadãos, bem como para o exercício da cidadania como caminho para redução
das desigualdades e marginalização social, uma vez que todos são iguais perante a
lei, independente de raça, credo, religião, gênero, idade e condição social. Para
tanto, o saber, o acesso à informação, aos seus direitos e deveres, implica também
em poder.
Lodi e Araújo (2007) apresentam uma visão mais ampla do que é cidadania
na atualidade e sua relação com a instituição escolar. Concorda-se com as autoras
quando afirmam que:
Aprender a ser cidadão e a ser cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência, aprender a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola (LODI e ARAÚJO, 2007, p.69).
Outro quesito relacionado ao exercício da cidadania diz respeito à ética. Para
que os estudantes possam aprender e assumir os princípios éticos, são necessários
ainda dois fatores: a) que os princípios expressem em situações reais para que se
possa experimentar; b) e que haja um desenvolvimento de sua autonomia moral, ou
seja, a capacidade de analisar e eleger valores para si, consciente e livremente.
Para a filosofia, ético é o campo que se preocupa com a reflexão sobre a moralidade
humana, portanto, ética e moral tem significados próximos. Em geral, referem-se ao
conjunto de princípios ou padrões de conduta que regulam as relações dos seres
humanos com o mundo em que vivem. O questionamento principal entre ética e
cidadania diz respeito ao limite entre a extensão do direito de uma pessoa e sua
interferência no direito de outra pessoa.
3 Coleta de dados e análise dos resultados
Quanto à metodologia, optamos pela pesquisa-ação, uma vez que seu
objetivo principal consiste em dar aos pesquisadores e aos grupos participantes os
meios possíveis de responder com maior eficiência aos problemas da situação em
que vivem. De modo particular, as diretrizes de ação transformadora e os
procedimentos a serem escolhidos devem obedecer a propriedades estabelecidas a
partir de um diagnóstico da situação na qual os participantes tenham voz e vez
(THIOLLENT, 1988).
Para tanto o projeto de intervenção pedagógica foi desenvolvido com
estudantes do primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual 14 de Dezembro –
EFM, do município de Peabiru – Pr. A coleta de registros foi realizada em quatro
fases: primeiramente, aplicamos um questionário, previamente elaborado; segundo,
realizamos discussão em sala de aula sobre o que é cidadania e sua importância; na
terceira fase, os alunos foram conduzidos ao laboratório de informática e
pesquisaram sobre cidadania, exemplos de ações cidadãs, fazendo uma redação
sobre o tema e por fim, foi trabalhado o ECA, em que alguns artigos foram
selecionados, lidos pelos alunos e discutidos em sala de aula.
Da aplicação do questionário, realizada no dia 14 de março de 2013, com a
finalidade de conhecer o perfil dos 14 alunos, nosso intuito foi levantar os dados
quanto ao gênero, idade, residência, composição familiar, renda familiar, bem como
aspectos socioculturais.
O grupo estava composto por 14 alunos participantes, 9 meninas e 5
meninos. Em relação à idade, 12 estavam na faixa etária entre 14 a 16 anos e 2
enquadravam-se na faixa etária de 17 a 21anos, sendo que todos frequentavam a
escola pública no primeiro ano do ensino médio. Em outras palavras, trata-se de
uma turma onde há predomínio do gênero feminino, na faixa etária de 14 a 16 anos.
Quanto à composição familiar, 10 responderam residir com os pais, 1 apenas
com a mãe, 1 com outras pessoas e 2 não responderam. Sobre o grau de
escolaridade dos pais, 6 apontaram que os pais concluíram o ensino médio, 4
apenas até a oitava série do ensino fundamental, 2 até a quarta série inicial e 2 não
responderam. Os alunos foram questionados se tinham irmãos, onde 13
responderam afirmativamente e apenas um negativamente.
O local de residência predominante é a área urbana de Peabiru, sendo que
somente 1aluno reside na zona rural e 1 não respondeu. Quanto à renda familiar, 9
alegaram ter renda superior a um salário mínimo e outros 5 responderam apenas até
um salário mínimo. Ainda quanto à renda, 8 afirmaram que família não participa de
nenhum programa de redistribuição de renda, como o Bolsa Família, mas 6
responderam afirmativamente.
Em outros termos, são alunos que, em maioria, moram com seus irmãos e
pais, os quais apresentam grau de escolaridade até o ensino médio, vivem na zona
urbana do município e possuem renda maior de um salário mínimo.
No que se refere aos aspectos socioculturais, procuramos levantar
informações de como o grupo de alunos têm acesso à informação e conhecimentos
gerais. Do total de 14 alunos, 7 afirmaram ler em média até 3 livros por ano,
enquanto que 5 deles responderam ler mais de 3 livros por ano e o restante que não
lê livro algum durante o ano.
Quando questionados se acompanham o que acontece pelo Brasil e o mundo,
12 alegaram estarem atentos às atualidades, enquanto 2 demonstraram não ter
interesse pelos acontecimentos atuais. Dentre as fontes de informação mais
acessadas, a televisão ainda é a mídia mais acessada e acessível à maioria dos
alunos (8); e 5 deles indicaram a internet, enquanto 1 não respondeu. A opção
mídia impressa jornalística não foi indicada por nenhum deles como fonte de
informação e conhecimentos.
Esse perfil demonstra que, em geral os alunos estão atentos ao que acontece
ao seu redor, por meio do acesso às mídias, mas ainda apresentam uma baixa
frequência de leitura. A mídia audiovisual ou virtual é a fonte de informação que
predomina e, embora o acesso à internet seja caro, percebe-se que é um veículo de
informação quase tão acessado como a TV aberta, mesmo entre as classes menos
favorecidas.
Além de questões relacionadas ao perfil e aspectos socioculturais, o
questionário também se preocupou em perceber as concepções dos alunos quanto
ao conceito de cidadania. A respeito disso, a maioria (11) respondeu acreditar que a
cidadania é o exercício de direitos e deveres, enquanto 3 discordaram dessa
concepção. Em outras palavras, os alunos reconhecem que o exercício da cidadania
não se trata apenas do exercício de direitos, mas também de deveres para com a
sociedade e o outro.
Inquiridos se acreditavam que crianças e adolescentes poderiam ser
cidadãos, 13 responderam afirmativamente e apenas 1 discordou. Mas quando
perguntando se acreditavam que crianças e adolescentes tinham somente direitos e
não deveres, 10 discordaram, e 4 concordaram com essa afirmação.
Assim, constatamos que os alunos reconhecem que a cidadania implica
também em deveres e não apenas em direitos e que independente da faixa etária
todos podem ser cidadãos. Isso revela que a proposta da Constituição de 1988, que
concebe a criança e o adolescente como um cidadão, surtiu efeito tardiamente na
sociedade em que vivemos, pois o fato de crianças e adolescentes se reconhecerem
como cidadãos é bem atual.
Esse mesmo registro também demonstra a existência da noção de Ética dos
alunos, pois reconhecem que cidadania, em sua faixa etária, não se limita apenas à
reivindicação de seus direitos, mas também no cumprimento de deveres. Porém, a
experiência docente aponta para outro movimento, pois na relação do dia a dia com
o aluno, há uma tendência maior na ênfase apenas de seus direitos, eximindo-se de
prática de deveres e respeito ao próximo.
A respeito do ECA, 10 alunos confirmaram já terem ouvido falar sobre o
Estatuto e apenas 4 responderam que nunca ouviram falar sobre o documento. Mas
quando perguntados se algum professor já havia lido ou comentado sobre o
documento em sala de aula durante toda sua vida escolar, 9 responderam que isso
não aconteceu, enquanto 5 responderam afirmativamente.
Embora os alunos tenham conhecimento do ECA, esse conhecimento, em
maior parte das vezes, não é discutido na e pela escola. Concluímos que mesmo
tendo grande acesso à informação pela mídia, mais uma vez a escola está aquém
do interesse dos discentes. Em outras palavras, eles têm acesso ao conteúdo do
ECA mais pela mídia, a qual repete o discurso do documento.
Averiguamos por meio do questionário que em relação ao contexto familiar e
escolar, ou seja, foi inquirido ao grupo se eles sentiam que suas famílias e
comunidade escolar os respeitavam enquanto adolescentes com direitos. Em
relação à família, 12 afirmaram que tinham seus direitos respeitados, enquanto 1
respondeu negativamente e outro não respondeu. No que se refere à comunidade
escolar, 9 dos alunos responderam sentirem-se respeitados, mas 4 responderam
desrespeitados e 1 não respondeu. Embora a maioria tenha respondido sentir-se
respeitada na escola, 4 sentiram-se desrespeitados, demonstrando um contraste
com a família, em que 12 alunos responderam afirmativamente.
Nesse sentido, a escola começa a ter um rótulo negativo em relação à família,
quanto ao exercício de direitos e deveres. Isso dificulta muito o trabalho docente,
pois a noção de limite tem sido amplamente discutida na escola e apresenta uma
relação direta com a educação familiar recebida pela criança ou adolescente. Em
síntese, família e escola, muitas vezes estão em direções opostas no que se refere
aos valores.
Sobre a vulnerabilidade ao uso de drogas lícitas, perguntamos se alguma vez
já haviam comprado bebida alcoólica para seu próprio uso, eis que 8 responderam
negativamente, mas 6 alegaram já ter comprado. Observamos que boa parcela
admite já ter tido contato com bebidas alcoólicas, embora não tenha idade permitida
para isso. Pressupomos que, embora os estabelecimentos comerciais sejam
proibidos de vender álcool e cigarro a menores, eles conseguem ter acesso a esses
produtos da mesma forma.
A criança e o adolescente estão vulneráveis quanto ao uso de drogas lícitas,
em uma sociedade que consome muito o discurso da indústria do álcool,
associando-o a festas, poder de sedução de mulheres, sociabilidade com as
pessoas, conforme é perceptível pela publicidade desses produtos. Os
adolescentes, por se encontrarem em uma faixa etária de sentirem-se pertencentes
a um grupo e ao desejo de fazer amigos, junto da intensa publicidade desses itens,
tornam-se passíveis de consumo.
Das questões sobre dignidade, violência e opressão, 9 alunos responderam
não acreditar que castigos físicos corrigem os erros quando cometidos, mas 5 deles
alegaram que a punição surte efeito disciplinador. Foram perguntados se alguma
vez haviam sofrido algum tipo de violência física ou opressão, 10 responderam
nunca terem sofrido violência física, mas 3 afirmaram já ter sofrido esse tipo de
violência, enquanto 1 não respondeu a pergunta. Em síntese, os adolescentes não
acreditam que a violência física poderá contribuir como efeito disciplinador.
Foi ainda inquirido se alguma vez eles foram submetidos ao trabalho pesado
que os privassem do lazer ou prejudicassem seus estudos, eis que a maioria (12)
respondeu negativamente, mas 2 afirmaram já terem sofrido esse tipo de opressão.
Em relação à questão sobre trabalho, metade alegou já ter trabalhado fora após o
período escolar, enquanto a outra metade alegou não trabalhar. A falta de uma
escola integral, como também a baixa renda familiar favorece ao jovem a inserção
precoce no mercado de trabalho, comprometendo muitas vezes seu tempo para
dedicar à escola e ao conhecimento.
No que tange à delinquência, questionamos se quando alguma criança ou
adolescente comete algum crime se ela deveria ou não ser punida pela lei como um
adulto, eis que a maior parte deles (9) respondeu que deveria haver punição na
forma da lei, enquanto 4 responderam negativamente e 1 não respondeu à pergunta.
Os adolescentes demonstraram posição contrária à atitude de jovens infratores e
defendem que deveriam ser punidos, mesmo que por medidas mais severas. Assim,
percebemos que tais adolescentes, neste quesito, não conseguem separar a
infância e adolescência da vida adulta.
Na segunda fase do projeto de intervenção, realizamos uma discussão em
sala de aula sobre o que é cidadania e sua importância, tendo como suporte o
questionário aplicado e as respostas analisadas.
Em seguida, na terceira fase, os alunos foram conduzidos ao laboratório de
informática no qual pesquisaram acerca do conceito de cidadania, o que é ser
cidadão, como a população poderá reivindicar seus direitos e as formas de direito.
E por fim, o ECA foi levado em sala de aula e selecionado o artigo 4º para
discussão, onde cita que:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária (ECA, 1990).
A partir dessa discussão, foi elaborado e aplicado um conjunto de atividades
ao grupo de alunos participantes, sendo que dois desses alunos foram selecionados
e tiveram suas atividades e respostas analisadas.
Os alunos responderam a várias questões que faziam referência ao artigo 4º
do Estatuto, discutido em sala de aula, conforme pode ser verificado a seguir.
Pergunta 1: Você acredita que os direitos dos cidadãos descritos acima estão
sendo respeitados? Justifique sua resposta.
A1: Não. Uma parte da sociedade respeita e falta muito que devemos
respeito uns aos outros.
A2: Não. Porque são poucas as pessoas que respeitam essa lei.
Pergunta 2: O estatuto da criança e do adolescente estabelece regras e
limites, que são destinado a quem?
A1: para todos para os jovens e os adultos.
A2: para os menores e para os adultos, todo mundo em geral.
Pergunta 3: Quais os deveres que a família deve ter para com seus filhos
menores de idade? E os filhos também têm deveres para com os pais? Quais?
A1: direito à vida, esporte, lazer, cultura, dignidade. Sim respeito, educação,
limites tratá-los com respeito.
A2: direito a vida, esporte, lazer, saúde, educação, respeito, cultura,
alimentação. Sim. Respeito, educação, limite, obediência, dever.
Pergunta 4: o Estado deve proporcionar condições para que os pais possam
garantir uma vida digna para seu filhos. De que maneira?
A1: saúde, educação, a escola. Espaço pra lazer, segurança. E também o
estado deve gerar emprego.
A2: saúde, educação, escola, espaço pra lazer, segurança, emprego.
Pergunta 5: quais medidas disciplinares que seus pais aplicam quando você
deixa de cumprir seus deveres? Você acha correto?
A1: batendo não é o certo, conversando.
A2: batem. Mas isso não é certo porque não é batendo que se educa um
filho.
Pergunta 6: como podemos ajudar a construir uma sociedade mais justa?
A1: ter mais respeito o serviço do outro e cumprir nossos deveres.
A2: tendo mais respeito pelo serviço dos outros, respeitar nossos direitos e
cumprir nossos deveres.
A partir das respostas, verificamos que os adolescentes argumentam que o
governo brasileiro ainda tem um longo caminho no que diz respeito à garantia dos
direitos dos jovens, crianças e adolescentes. O grupo pesquisado demonstrou certo
desconhecimento no que diz respeito a quem o ECA é dirigido, pois os adolescentes
não compreendem que se trata de um estatuto específico à criança e ao
adolescente.
Quando questionados a respeito de seus direitos e deveres, os participantes
alegaram que além de direitos, o respeito é necessário para a convivência com o
próximo, começando pela família. Eis que reafirmaram que o exercício de seus
deveres contribui para a formação de uma sociedade mais justa para a coletividade.
4. Considerações finais
O objetivo desta pesquisa foi investigar os níveis de conhecimento que os
adolescentes - que cursam o ensino médio do Colégio Estadual Quatorze de
Dezembro do município de Peabiru - têm de seus direitos e deveres, e também
quais suas relações com o ECA, se conheciam ou não a lei.
As narrativas históricas buscam compreender e retratar as experiências
vividas por homens e mulheres no tempo. O diálogo histórico é fundamental aos
professores e alunos, pois permite o conhecimento da História e suas variadas
interpretações, e conhecimento de diversas narrativas e sujeitos históricos. A
aplicação do questionário à turma do ensino médio recebeu uma maior atenção da
pesquisadora, uma vez que se trata de um instrumento que permite dar voz e vez
aos participantes acerca do mundo em que vivem e seu pensamento sobre esse
contexto.
O ECA é um marco na história brasileira do exercício da cidadania de jovens
menores de 18 anos. Embora haja um discurso de que o documento enfatize mais
direitos do que os deveres das crianças e adolescentes, muitos profissionais
atuantes da área da justiça argumentam que o Estatuto os reconhecem sujeitos de
direitos e deveres, e portanto, deverão seguir a regra de conduta social pressuposta
pela própria constituição em vigor. E alegam ainda que o direito de cada indivíduo
vai até onde começa o direito do outro, ou seja, independente da idade, crianças e
adolescentes também deverão respeitar o direito de seu próximo. De outra parte, é
também dever de seus pais educar seus filhos incluindo o estabelecimento de limites
envolvendo noções de cidadania e relacionamento interpessoal respeitando às leis e
ao próximo. (DIGIÁCOMO, 2013).
Constatamos em nosso projeto de intervenção pedagógica que parte dos
alunos já está inserida no mercado de trabalho, e isso pode ser interpretado tanto
como uma necessidade precoce de se inserir no mundo adulto, como também no
desejo de contribuir com a renda familiar, uma vez que parcela dos entrevistados
sobrevive com suas famílias apenas com um salário mínimo, estando cadastrados
em programas governamentais e seus pais apresentam, em maioria, escolaridade
até o ensino médio.
Verificamos também que embora a maioria não tenha sofrido nenhum tipo de
violência física ou esteve sujeita ao trabalho pesado em detrimento do lazer e
estudos, demonstraram ser a favor de medidas punitivas mais rigorosas contra
jovens infratores, pois entendem que um adolescente é capaz de compreender o
mundo que os cerca, exercer sua cidadania por meio de direitos e deveres e, deste
modo, devem responder pelos seus atos.
Outro ponto que marca essa precocidade ao mundo adulto é o fácil acesso ao
uso de drogas lícitas, tais como o álcool, pois quase metade declarou já ter-se
dirigido a um estabelecimento comercial para comprar e usar bebidas alcoólicas,
mesmo que sua venda seja proibida para menores de 18 anos. Vale lembrar que, a
maioria dos participantes da pesquisa está na faixa etária de 14 a 16 anos.
Dessa forma, é possível afirmar que o adolescente, independente de sua
classe social, tem acesso à informação sobre o ECA através de outras fontes, além
da escola. Assim, muitas vezes esses jovens repetem o discurso da mídia, que
enfatiza a contradição deste estatuto perante a noção de cidadania que temos por
referência na atualidade da sociedade brasileira. Acredita-se que, deste modo, para
haver uma transformação em nossa sociedade, que atinja futuras gerações, esse
estatuto necessita ser revisto por nossos representantes públicos e pela sociedade
civil, como também a noção de ética deva ser amplamente discutida nas escolas em
conjunto com a família. Nossa sociedade poderá mudar sua história, a partir do
envolvimento das diferentes instituições: Estado, mídia e família, além da escola,
agindo de forma conjunta e não relegando apenas à escola a função de resolver,
isoladamente, contradições da história de um momento da sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARIÉS, Phillipe. A história social da infância e da família. São Paulo: Nacional, 2010.
BURKE, Peter (Org). A escrita da história, novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992.
BURKE, Peter. A escola dos Annales (1929-1989), a revolução francesa da historiografia. São Paulo: Unesp, 1997.
CURITIBA, Instituto de ação social do Paraná. Estatuto da criança e do adolescente. 2009.
DALLARI, D.A. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998.
DIGIÁCOMO, Murillo. J. Estatuto da criança e do adolescente: direitos x deveres. Disponível em: http://www.crianca.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=824. Acesso em: 11 de Novembro de 2013.
FERREIRA, Aurélio B. de H. MiniAurélio. 6ª edição. Curitiba: Positivo, 2005.
FERREIRA, Luiz Antônio. O estatuto da criança e do adolescente e o professor, reflexos na sua formação e atuação. São Paulo: Cortez, 2010.
LODI, L. e ARAÚJO, U. Escola, democracia e cidadania. In: Ética e cidadania, construindo valores na escola e na sociedade. Brasília: Ministério da Educação, 2007.
PARANÁ, SEED. Diretrizes curriculares para o ensino da história nos anos do ensino fundamental e médio, 2008.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1988.
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO ELABORADO E APLICADO
1.Você é do gênero: ( ) feminino ( ) masculino
2.sua idade está entre: ( ) 14 a 16 anos ( ) 17 a 21 anos
3. Seu colégio é: ( ) público ( ) particular
4. Você está no: ( ) primeiro ano do ensino médio ( ) segundo ano ( ) terceiro
5. Você reside em Peabiru na área: ( ) urbana ( ) rural
6. Você mora: ( ) com seus pais ( ) somente com sua mãe ( ) avós
( ) outras pessoas
7. Qual é o grau de escolaridade de seus pais ou responsáveis?
( ) até 4ª série ( ) até 8ª série ( ) até o ensino médio ( ) superior
8. Você tem irmãos? ( ) sim ( ) não
9. Sua condição econômica é: ( ) até um salário mínimo ( ) mais de um salário
10. Sua família participa de algum programa do governo, como o Bolsa Família?
( ) sim ( ) não
11. Até quantos livros você lê durante o ano?
( ) nenhum ( ) até 3 ( ) acima de 3
12. Você acompanha o que está acontecendo pelo Brasil e o mundo por meio de notícias? ( ) não acompanho ( ) sim, acompanho
13. Se você prefere acompanhar as notícias, geralmente é por meio de:
( ) televisão ( ) jornal ou revista impressa ( ) Internet
14. Você acredita que cidadania é o exercício de direitos e deveres?
( ) sim ( ) não
15. Você acredita que crianças e adolescentes podem ser cidadãos?
( ) sim ( ) não
16. Você acredita que crianças e adolescentes tem somente direitos e não deveres?
( ) sim ( ) não
17. Você já ouviu falar do ECA?
( ) sim ( ) não
18. Algum professor já leu ou comentou sobre o ECA em sala de aula durante sua vida escolar?
( ) sim ( ) não
19. Você sente que sua família o respeita enquanto adolescente com direitos?
( ) sim ( ) não
20. Você sente que a comunidade escolar o respeita enquanto adolescente com direitos e deveres?
( ) sim ( ) não
21. Você acredita que castigos físicos corrigem erros que você cometeu?
( ) sim ( ) não
22. Você já foi submetido ao trabalho pesado que o privasse do lazer ou prejudicasse seus estudos?
( ) sim ( ) não
23. Você trabalha depois do seu período escolar?
( ) sim ( ) não
24. Você já comprou bebida alcoólica em algum estabelecimento para você usar?
( ) sim ( ) não
25. Você já sofreu algum tipo de violência física ou opressão?
( ) sim ( ) não
26. Você acha que, quando uma criança ou adolescente comete algum crime deverá também ser punido pela lei como um adulto?
( ) sim ( ) não