eco int aula9 sist monetario internacional mundell fleming

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Economia Internacional Aula 9 – Tópico do plano de ensino: Sistema Financeiro Internacional e o Modelo Mundell Fleming Bibliografia: - Krugmann et all, cap. 17 - RIVERA-BATIZ, Francisco L., e RIVERA-BATIZ, Luis A. International Finance and open Economy Macroeconomics. 2ª ed. 1994. Curso: Ciência Econômicas Turmas: 7º e 6º Prof: Cassia Bömer Galvão

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Page 1: Eco Int Aula9 Sist Monetario Internacional Mundell Fleming

Economia Internacional

Aula 9 – Tópico do plano de ensino:

Sistema Financeiro Internacional e o Modelo Mundell

Fleming

Bibliografia:

- Krugmann et all, cap. 17

- RIVERA-BATIZ, Francisco L., e RIVERA-BATIZ, Luis A. International Finance and open Economy

Macroeconomics. 2ª ed. 1994.

Curso: Ciência EconômicasTurmas: 7º e 6º

Prof: Cassia Bömer Galvão

Page 2: Eco Int Aula9 Sist Monetario Internacional Mundell Fleming

Modelo Mundell-Fleming ou modelo IS-LM-BP• Desenvolvido por Robert Mundell e pelo falecido Marcus Fleming, é uma extensão do

modelo macroecônomico IS/LM aplicado a uma economia aberta com governo, por meio da introdução da curva BP (Balanço de Pagamentos). O modelo trata da relação de curto prazo entre a taxa de câmbio real e e o produto Y da economia, lembrado que no curto prazo a trajetória dos câmbio nominal assemelhar-se-á à trajetória real.

• Foi elaborado nos anos subsequentes à década de 1940: muito de seu desenvolvimento deve-se a James Meade e a Jean Jaques Polak (IS-LM-BP); a extensão mais famosa da qual nos ocupamos aqui é atribuida aos macroeconomistas citados no parágrafo anterior.

• Este modelo tem sido utilizado para argumentar que a macroeconomia não pode, simultaneamente, manter a taxa de câmbio fixa, livre fluxo de portfólios com o extrangeiro e política monetária ativa.

• Conclusão: países que fazem uso de câmbio fixo não podem acionar a conta de crédito interno como forma validar as operações de mercado aberto e disso os argentinos se aperceberam em 2001, quando o CENTRAL não pode salvar o sistema financeiro do país por conta da âncora cambial. Só depois que o regime de câmbio fixo foi abandonado é que o sistema financeiro do país pode ser assistido pelo emprestador de última instância.

• Este princípio é frequentemente chamado de trilema de Mundell-Fleming, ou ainda a "Triade Impossível“, já comprovado por inúmeros estudos acadêmicos.

• O Brasil, por exemplo, para fazer uso do sistema de metas de inflação deverá, obrigatoriamente, mater o câmbio flutuando(livre). De fato, o Sistema de Metas passou a ser utilizado depois de 1999, quando a âncora cambial foi abandonada.

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• Hipóteses: O modelo trabalha com três equações:• Curva IS: Y= C + I + G + NX • Curva LM: (M/P)= L(i,Y) • Curva BP: BP=NX(e,Y,Yf)+ Kf(r-rf-z), onde • Sob condições ceteris paribus, considerar-se-á que as exportações líquidas NX(e,Y,Yf) respondem

inversamente ao crescimento da renda agregada da economia doméstica Y e respondem diretamente ao o crescimento da taxa de câmbio e (supondo válida a Condição Marshall-Lerner) e/ou de Yf (o Efeito-Repercussão). No longo prazo, independentemente do regime cambial adotado, deve ser verdade que, onde Kf representa o fluxo de capitais financeiros diretos ou indiretos, r - rf representa o diferencial de juros internos e externos e z a expectativa de depreciação cambial. O equilíbrio ocorrerá quando NX()= Kf() (não havendo acumulação de reservas internacionais). Quando isso ocorrer a taxa de juros doméstica será igual à taxa de juros externa mais a expectativa de movimento aleatório da taxa de câmbio (que, de fato, é um passéio aleatório, por ser imprevissível).

• A média da aleatóriedade nunca será igual a zero, apesar do modelo encampá-la como hipótese (tratar-se-á de uma simplificação como forma de torná-lo didático). Por isso mesmo, a paridade dos juros no mundo real sempre será descoberta, mesmo quando o sistema financeiro doméstico é muito integrado com o internacional.

• Esse fato, inclusive, transmite-se para a curva IS e, consequentemente, para o volume de emprego. É por isso que as pequenas economias abertas não são muito adeptas a uma política de câmbio flutuante. Observe que elas vivem num dilema, daí toda problemática.

• Obs: Note que r-rf-z = 0 implica em r = rf + z, validado as alegações do parágrafo anterior. Se z = 0 por hipótese, a paridade será dita coberta, hipótese essa utilizada pelo manual mas não encampada pela economia real.

Modelo Mundell-Fleming ou modelo IS-LM-BP

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Sistema Monetário Internacional: introdução

Funções do Sistema Monetário Internacional:1) Garantir ordem e estabilidade aos mercados cambiais;2) Promover a eliminação dos problemas de balanços de pagamentos;3) Proporcionar acesso a créditos internacionais em caso de abalos (provedor

de última instância, FMI ou BIS – Bank for International Settlements)4) Financiar as nações em seu comércio e atividade industrial (BIRD - Banco

Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento)5) Promover a eficiência e benefícios da Economia Internacional

Questões para reflexão: Como se chegou a esse padrão ? Quem o estabeleceu ? Com que objetivos ? Por que as crises internacionais continuaram a ocorrer ?

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Sistema Monetário Internacional: histórico em 04 fases

O histórico do SMI é também o histórico do desenvolvimento dos mercados de capital.

1ª Fase: 1870 a 1914 – o padrão-ouro• O SMI se caracteria por uma liberdade de fluxos financeiros internacionais (Pax

británica que produziu a estabilidade econômica)• Havia um equilíbrio de poder entre as potências econômicas e que susteram esse

sistema. • Padrão ouro: libra esterlina ancorada ao ouro, ou seja, uma unidade monetária se

definia por um peso em ouro e o Banco Central comprava e vendia ouro a um preço fixo. Todas as espécies fiduciárias eram conversíveis em ouro. (£1,00 = 113 grs de ouro fino; US$1,00 = 22,2 grs de ouro fino e assim por diante com demais moedas).

• Estado Liberal e crença na auto regulação do mercado.

2ª Fase: 1918 a 1945 – colapso do SMI • O Capitalismo Liberal passa ser substituído pelo capitalismo dirigido (Estado de

Bem-estar social), derivado da crise de 1929 e de das Guerras Mundiais.• Os capitais passam ser controlados e depreciações competitivas das moedas que

causam queda no fluxo internacional de capital e comércio.

Page 6: Eco Int Aula9 Sist Monetario Internacional Mundell Fleming

Sistema Monetário Internacional: histórico em 04 fases

3ª Fase: 1945-1971 – Bretton Woods• Novo padrão monetário Internacional chamado “ouro-dolar”, isto é, US$1,00 = uma onça de

ouro (aproximadamente 28,35 grs)• O Sistema Bretton Woods foi o primeiro exemplo, na história mundial, de uma ordem

monetária totalmente negociada, tendo como objetivo governar as relações monetárias entre Nações-Estado independentes

• Os EUA assumem a nova liderança política internacional, pois além de ganhar a GM, em 1945 representavam 50% do PIB mundial e 60% das reservas mundiais de ouro.

• Foram criadas as grandes instituições: FMI, BM, GATT, BIRD

4ª Fase: 1971 a ?? (atualidade 2009) – colapso de BW e emergência da globalização financeira

• Em 1955 já surgia no mercado um excesso de dolares e começou a minar a confiança da conversibilidade do dolar em ouro.

• Até que 1971, Nixon eliminou de vez a conversibilidade do Dolar em Ouro, diante de pressões crescentes na demanda global por ouro.

• Há quem diga que Bretton Woods já nasceu com problema congênito: para criar liquidez a economia americana deve estar em déficit. Ou seja, para contrair a liquidez, há de contrair a demanda.

• O Dolar se tornou a moeda mundial e elevam-se novamente as pressões para livre circulação do capital no plano financeiro-rentista (o que se provou gerar muita instabilidade nos mercados cambiais).

Page 7: Eco Int Aula9 Sist Monetario Internacional Mundell Fleming

Exercícios de fixação:1) No modelo Mundell-Fleming, num regime de câmbio fixo, uma expansão monetária:• A Eleva a renda, desvaloriza o câmbio e causa um déficit na conta corrente do Balanço de Pagamentos • B Eleva a renda, valoriza o câmbio e causa um déficit na conta corrente do Balanço de Pagamentos

inalterada • C Reduz a renda, valoriza o câmbio e causa um déficit na conta corrente do Balanço de Pagamentos

inalterada • D Mantém a renda inalterada, desvaloriza o câmbio e causa um déficit na conta corrente do Balanço de

Pagamentos inalterada • E Mantém a renda inalterada, não altera o câmbio nem o resultado em conta corrente do Balanço de

Pagamentos

2) No Modelo Mundell-Fleming, num regime de câmbio fixo, a adoção de uma restrição às importações:• A Eleva a renda, não altera o câmbio e causa um superávit na conta corrente do Balanço de Pagamentos • B Mantém a renda inalterada, não altera o câmbio nem o resultado em conta corrente do Balanço de

Pagamentos • C Reduz a renda, desvaloriza o câmbio e causa um superávit na conta corrente do Balanço de Pagamentos • D Eleva a renda, desvaloriza o câmbio e causa um déficit na conta corrente do Balanço de Pagamentos • E Mantém a renda inalterada, desvaloriza o câmbio e mantém o resultado em conta corrente do Balanço

de Pagamentos inalterado

Respostas: 1E e 2A