economia resumo ii
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agentes econmicos e o circuito econmico
UNIDADE 8: OS AGENTES ECONMICOS E O CIRCUITO ECONMICO
8.1 - Os agentes econmicos
8.2Fluxos reais e fluxos monetrios
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agentes econmicos e o circuito econmico
Vejamos, agora, os agentes econmicos e as respectivas funes:
- Famlias
A funo principal das famlias como agente econmico consiste em consumir os bens e servios postos sua disposio
pelas empresas. Isto no significa que os nicos consumidores sejam as famlias. As empresas e o Estado tam-bm o so,
simplesmente no essa a sua funo principal enquanto intervenientes na actividade econmica.
- Empresas
As empresas tm como funes principais a produo e a distribuio de bens e servios. Mas dentro das empre-sas, h que
distinguir as empresas que trabalham nos ramos financeiros (bancos e seguros) das outras empresas que desempenham funes
diferentes. Assim sendo, existem:
- empresas no financeiras, pblicas e privadas, cuja funo principal produzir e distribuir bens e servios no financeiros;
- instituies financeiras, ( bancos e seguradoras) cuja funo principal prestar servios financeiros.
- Estado
O Estado, ou Administrao Pblica, tem como funo principal a de proceder satisfao das necessidades colectivas e a
de redistribuir os rendimentos pelas famlias mais necessitadas.
- Resto do Mundo
Qualquer pas apresenta relaes com o exterior, ou Resto Mundo, porque:
- compra e vende servios ao exterior (importaes, exportaes, turismo, etc.)
- recebe e exporta mo-de-obra (imigrao e emigrao)
- contrai e concede crditos a outros pases e instituies financeiras estrangeiras.
- faz investimentos no estrangeiro e recebe investimentos do estrangeiro.
AGENTES ECONMICOS FUNES ECONMICAS
FAMLIAS Consumo de bens e servios
EMPRESAS NO FINANCEIRAS Produo de bens e servios
INSTITUIES FINANCEIRAS Produo de bens e servios financeiros
ADMINISTRAO PBLICA Satisfao das necessidades colectivas
RESTO DO MUNDO Relaes entre residentes e no residentes
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agentes econmicos e o circuito econmico
8.2 fluxos reais e fluxos monetrios
Vejamos, agora, o exemplo de uma empresa comercial do ramo de camisas. Ela ir constituir um stock de cami-sas,
armazenando uma certa quantidade, se prever que vo existir compradores. Por sua vez, as empresas txteis e de confeco iro
produzir camisas se pensarem que as lojas as vo encomendar.
Mas, produzir camisas e coloc-las no local julgado conveniente para os consumidores as comprarem implica uma avultada
despesa para as empresas. Compram matrias-primas, botes, linhas, mquinas. Utilizam electricidade, pagam telefones.
Empregam operrios, tcnicos, administradores. Toda esta despesa das empresas proporciona rendi-mentos aos trabalhadores, tanto
na indstria de confeces de camisas, como nas indstrias fornecedoras de matrias-primas para a confeco e no comrcio.
Como vimos neste exemplo, o simples facto de as lojas de venda de camisas encomendarem mais camisas, por preverem
que as famlias vo comprar mais, desencadeia um conjunto de alteraes noutros sectores, quer directamente ligados produo de
camisas, quer a outros produtos.
Conhecendo as funes desempenhadas por cada agente econmico e as relaes que eles estabelecem, consegue-se ter
uma viso global e de conjunto de todas as relaes que se estabelecem entre os diferentes agentes a que se d o nome de fluxo.
O fluxo representa uma grandeza econmica que foi afectada por um movimento, deslocando-se de um agente para outro.
Por exemplo: os bens produzidos durante um dado perodo foram adquiridos pelas Empresas ou pelas Famlias; os rendimentos pagos
pelas Empresas foram embolsados pelas Famlias. Assim, os fluxos podem ser estudados de duas for-mas diferentes.
Se considerarmos os bens e servios que circulam entre os agentes temos os fluxos reais. Se considerarmos a sua
contrapartida monetria j temos os fluxos monetrios. Assim:
fluxos reais: movimentos de bens e servios entre os diversos agentes econmicos.
fluxos monetrios: movimentos dos meios de pagamento entre os diversos agentes econmicos.
Para se obter uma viso de conjunto das relaes de interdependncia, pode-se representar esquematicamente o
funcionamento da vida econmica sob a forma de circuito.
circuito econmico a representao grfica dos fluxos que se estabelecem entre os agentes econmicos
Vamos comear por estabelecer as relaes entre os dois principais agentes econmicos, simplificando o mais possvel os
mecanismos econmicos. Assim temos:
o circuito econmico entre as famlias e as empresas no financeiras
As Famlias fornecem s Empresas o trabalho de que estas precisam para levar a cabo a sua produo e rece-bem destas
os bens e servios necessrios satisfao das suas necessidades. Os dois fluxos descritos representam o circui-to real que se
estabelece entre os dois grupos de agentes.
Ao circuito real contrape-se um circuito monetrio, que se constri juntando, por um lado, todas as despesas das famlias
em bens e servios (consumo de bens e servios) e por outro lado, todas remuneraes pagas pelas empresas aos trabalhadores e
aos empresrios (salrios, rendas, juros e lucros).
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No esquema que se segue figuram os circuitos:
salrios, rendas, juros e lucros
mo-de-obra
FAMLIAS
EMPRESAS
bens e servios
consumo de bens e servios
Como evidente, os fluxos existentes entre os vrios agentes econmicos so to diversos que se torna quase impossvel
referirmo-nos a todos. Deste modo, vamos apenas destacar as relaes tpicas que os restantes agentes eco-nmicos estabelecem.
- relaes econmicas tpicas que envolvem o Estado ou Administrao Pblica
O Estado cobra impostos, tanto junto das Famlias, como junto das Empresas e que ter como contrapartida os ser-vios
pblicos prestados pelo Estado.
O Estado compra de bens s Empresas e que vo ser utilizados pelos funcionrios para produzir servios pbicos; O
Estado paga vencimentos aos seus funcionrios (s Famlias).
- relaes econmicas tpicas que envolvem o as Instituies Financeiras -
As Instituies Financeiras recebem depsitos das Famlias, das Empresas e da Administrao Pblica e em con-trapartida
pagam juros de depsitos e concedem emprstimos e esses agentes econmicos.
As Instituies Financeiras recebem prmios de seguros das Famlias, das Empresas e da Administrao Pblica e emcontrapartida pagam indemnizaes a esses agentes econmicos.
As Instituies Financeiras pagam ordenados aos seus funcionrios (Famlias) e ainda pagam impostos e contribui-es
sociais Administrao Pblica.
- relaes econmicas tpicas que envolvem o Resto do Mundo -
Por um lado, essas relaes tpicas dizem respeito aos movimentos de mercadorias das Empresas no Financeiras, como
por exemplo:
- as importaes, movimentos de entradas de mercadorias e a correspondente sada de moeda (divisas);
- as exportaes, movimentos de sadas de mercadorias e a correspondente entrada de moeda (divisas).Por outro lado, as relaes tpicas que um pas estabelece com o estrangeiro e que passam, directa ou indirec-tamente pelas
Instituies Financeiras, como por exemplo:
- se um emigrante enviar dinheiro a familiares em Portugal, natural que estes o depositem num banco;
- se o Estado precisar de um emprstimo estrangeiro, pode faz-lo atravs das instituies financeiras;
- as empresas quando exportam / importam mercadorias pagam / recebem atravs dos bancos.
Assim, no final de cada perodo econmico, as diversas instituies financeiras dos diferentes pases saldam entre si as
diferenas verificadas entre as entradas e as sadas de divisas.
Trata-se efectivamente de um nico fluxofluxo de compensao - que ter um sentido de entrada ou um sen-tido de sada,
conforme o saldo seja positivo ou negativo.
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a contabilidade nacional
UNIDADE 9: A CONTABILIDADE NACIONAL
9.1Noo de Contabilidade Nacional
9.2Conceitos necessrios Contabilidade Nacional
9.3pticas de clculo do valor da produo
9.3.1Clculo do valor da produo pela ptica do Produto
9.3.2Clculo do valor da produo pela ptica do Rendimento
9.3.3Clculo do valor da produo pela ptica da Despesa
9.4Limitaes da Contabilidade Nacional
9.5As Contas Nacionais portuguesas
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a contabilidade nacional
- A Contabilidade Nacional permite fazer comparaes internacionais
Numa economia cada vez mais globalizada, importante os pases compararem a sua evoluo com a dos res-tantes
pases, sobretudo com aqueles com quem estabelecem relaes comerciais.
Em situaes de crise, por exemplo, muito importante que o pas saiba como se prev que evoluam as econo-mias dos
outros pases, para avaliar se as decises tomadas podem ser influenciadas por aquilo que se vai passar nos res-tantes parceiros
comerciais.
A Contabilidade Nacional , portanto, um instrumento estatstico que procura fornecer uma
representao sinttica da realidade econmica do pas em causa, pelo que se torna indispensvel a
todos os responsveis das decises econmicas
Tendo em conta tudo o que atrs foi dito, podemos afirmar que o desenvolvimento da Contabilidade Nacional est ligado
interveno do Estado na economia, sendo os seus principais objectivos:
- fornecer informaes que permitam avaliar a situao presente;
- estabelecer comparaes no tempo e no espao;
- fazer previses econmicas;
- planificar o desenvolvimento econmico;
- adoptar medidas com vista promoo da justia social.
Sendo a Contabilidade Nacional um instrumento de registo dos fluxos que se estabelecem entre os diferentes agentes
econmicos, precisamos de saber como se fazem esses registos e que dados se podem extrair deles. No fundo, precisamos de saber
como registar os fluxos de forma a dar respostas a questes como as seguintes: quanta produo fize-ram as empresas para as
famlias? Quanta despesa pagaram as famlias s empresas?
Ao reagrupar num conjunto de quadros e contas todas as informaes econmicas disponveis, a Contabilidade Nacional resume de
forma sinttica o conhecimento que temos das estruturas da economia de um pas e da sua evoluo.
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9.2 Conceitos necessrios Contabilidade Nacional
Antes de passarmos ao estudo mais detalhado da Contabilidade Nacional, fundamental compreender deter-minados
conceitos prvios.
Ao estudarmos o circuito econmico, agrupmos as unidades econmicas numa ptica funcional, consoante as funes
desempenhadas. Mas, as unidades econmicas podem ser agrupadas numa ptica institucional, caracterizando-se por gozarem de
autonomia de deciso no exerccio da sua funo principal.
De acordo com este ltimo critrio, as empresas constituem unidades institucionais porque gozam de autonomia de deciso
no exerccio da sua funo principal, que produzir. Tambm as famlias constituem unidades institucionais pois tambm gozam de
autonomia de deciso no exerccio da sua funo principal, que consumir.
Neste sentido, chama-se sector institucional ao conjunto de todas as unidades institucionais que tm comporta-mento
econmico anlogo.
J se d a designao de unidade institucional, unidade de produo que, alm de gozar de capacidade de deciso no
exerccio da sua funo principal, dispe de contabilidade organizada e completa
A Contabilidade Nacional portuguesa segue o Sistema Europeu de Contas Econmicas Integradas, que consiste num
conjunto coerente e detalhado de contas e quadros, cujo objectivo o de fornecer uma perspectiva sistematizada comparvel e to
completa quanto possvel da actividade econmica de cada pas membro da Unio Europeia.
No Sistema Europeu de Contas Econmicas Integradas so considerados sete sectores institucionais. O quadro seguinte
identifica esses sectores, bem como a sua composio e funes.
SECTOR INSTITUCIONAL COMPOSIO FUNO PRINCIPAL EXEMPLOS
SOC. NO FINANCEIRAS
odas as empresas privadas e pblicas que produzem
produzir
bens e
servios
Empresas privadasbens e servios no financeiros comercializveis
INSTITUIES DE CRDITOodos os organismos cuja funo principal efectuar financiar os restantes sec-
Bancosoperaes financeiras ores institucionais
EMPRESAS DE SEGUROSodos os organismos cuja funo principal segurar prestar servios relacio-
Seguradorasriscos individuais e colectivos nados com riscos
ADMINISTRAO PBLICAodos os organismos cuja funo e satisfazer necessi- produzir bens servios
Estado, Cmarasdades colectivas no comercializveis
INST.SEM FINS LUCRATIVOSorganismos dotados de personalidade jurdica que fornecer servios no
Clubes desportivosproduzem servios no comercializveis comercializveis
FAMLIASodas as pessoas presentes no territrio nacional e consumir bens e servios
Indivduosligadas a tarefas domsticas comercializveis
RESTO DO MUNDOoperaes entre residentes de um pas e residentes rocar bens entre residen-
Emigrantesfora do territrio nacional e e no residente
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Agora, h que distinguir entre unidade institucional residente e no residente.
Assim, so consideradas Unidades institucionais residentes todas aquelas que realizam operaes econmicas no territrio
econmico do pas, h, pelo menos, um ano; estando na situao contrria, sero consideradas como unidades institucionais no
residentes.
Por exemplo, um imigrante alemo a trabalhar no nosso pas h mais de um ano considerado como residente em Portugal;
j um emigrante portugus a trabalhar na Alemanha h mais de um ano, considerado como residente na Alemanha. Por isso, os
valores das suas produes so registados, respectivamente, em Portugal e na Alemanha.
E o que acontece quando um artista estrangeiro vem dar um concerto a Portugal? O cach recebido em Portu-gal por Nelly
Furtado, no entrou no nosso Produto Nacional, mas sim no do Brasil.
A par do conceito de unidade residente, tambm relevante para a Contabilidade Nacional o de territrio eco-nmico, em
contraponto de territrio geogrfico.
Com efeito o territrio econmico de um pas engloba, para alm do seu territrio geogrfico, as zonas francas, as guas
territoriais e o espao areo nacional, os enclaves territoriais no estrangeiro, as embaixadas e os consulados, as aeronaves e as
plataformas continentais.
Outro conceito bsico indispensvel para o prosseguimento do nosso estudo sobre Contabilidade Nacional, o ramo de
actividade, e unidade de produo homognea.
Ramo de actividade o conjunto de todas as unidades de produo homogneas, que exercem a sua activida-de sobre um
mesmo produto.
Uma unidade de produo homognea caracterizada por exercer uma actividade exclusiva sobre um nico produto.
Entende-se por produto um conjunto homogneo de produtos resultantes de um mesmo processo de produo. Esta noo de unidade
de produo homognea permite estabelecer uma relao entre ramo de actividade e produto: cada ramo de actividade produz um s
produto, e cada produto produzido por um s ramo de actividade.
Consideremos o exemplo do ramo de actividade agricultura. Embora os bens produzidos sejam muito diferen-tes, tm em
comum o processo de produo que relativamente semelhante, obtendo-se bens com caractersticas semelhantes. Donde podemos
considerar as empresas agrcolas como unidades de produo homogneas.
De notar que, se uma empresas produzir vrios produtos diferentes, utilizando para isso diferentes processos de produo,
ela vai constituir tantas unidades de produo quantos os produtos diferentes que produzir. Por exemplo, uma empresa agrcola que
tambm produzisse embalagens para acondicionar a fruta e os legumes que apresenta no merca-do, essa empresa construiria duas
unidades de produo homogneas distintas e o resultado da sua produo seria inscri -to em dois ramos de actividade diferentes.
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9.3 pticas de clculo do valor da produo
Vimos como a Contabilidade Nacional descreve a actividade econmica atravs do estudo dos fluxos e da sua representao
em contas. Com base nos instrumentos utilizados pela Contabilidade Nacional (contas e quadros), poss-vel definir um conjunto de
conceitos que nos permitem tirar concluses sobre a evoluo das economias.
Um desses conceitos que so essenciais para a observao econmica o Produto Nacional obtido por um pas durante umano. Ele materializa o resultado das actividades dos agentes econmicos do pas e pode ser introduzido em diversos indicadores
significativos, como por exemplo, medir o progresso da produtividade mdia do pas, quando se rela-ciona a produo nacional com a
populao activa.
Uma interpretao correcta deste conceito implica um bom conhecimento dos seus mtodos de clculo. O pro-cesso de
avaliao do Produto Nacional permite tambm entrar em certos aspectos do funcionamento da actividade econmica.
Assim, se colhermos elementos estatsticos junto das empresas e somarmos as produes de todas as empresas de um pas
durante um ano, obtemos a produo global desse pas, que se designa tecnicamente por Produto Nacional.
Do mesmo modo, se somarmos os rendimentos de todas as famlias, durante um ano, obtemos o chamado valor doRendimento Nacional.
Por ltimo, constatando que as famlias realizam despesas na compra de bens servios de consumo, consideran-do um ano
e somando todos os gastos realizados pelas famlias, obtemos a Despesa Nacional.
As Famlias compram os bens e servios que foram produzidos pela Empresas, portanto o valor da Despesa igual ao valor
do Produto.
Mas, como as Famlias gastam o dinheiro que receberam das Empresas, o valor da Despesa, tambm igual ao valor do
Rendimento.
Por fim, as Famlias recebem pelo trabalho prestado s empresas, o que no conjunto do pas traduz o valor das produes
das Empresas, donde tambm sejam iguais o valor do Rendimento e valor do Produto.
O conjunto destas igualdades exprime o equilbrio entre as produes, as despesas e os rendimentos: este equil-brio
significa que em Economia que tudo aquilo que produzido utilizado e que todos os rendimentos distribudos so gastos na compra
de bens e servios produzidos, da que:
PRODUTO = RENDIMENTO = DESPESA
, ento, possvel determinar o valor da produo de um pas seguindo trs processos de clculo diferentes, trs pticas
diferentes:
- ptica do produto, os produtos so contabilizados segundo o ramo de actividade que lhe d origem, sendo o
produto igual soma da produo de todos os ramos de actividade.
- ptica do rendimento, o valor da produo de um pas igual soma dos rendimentos obtidos pelos factores de
produo que intervieram no processo produtivo.
- ptica da despesa, o valor da produo de um pas igual soma dos gastos efectuados pelos agentes
econmicos desse pas.
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Produto Interno e Produto Nacional
Vamos agora estabelecer a diferena entre Produto Interno e Produto Nacional. Quando estamos a estudar a produo de
um pas, estamos a considerar um determinado territrio econmico que corresponde, normalmente, s fron-teiras fsicas do pas em
causa.
Assim, denominamos como Produto Interno o produto que criado dentro desse territrio por unidades residentes ou no
residentes, usamos o critrio do espao fsico onde a produo criada.
Podemos, no entanto usar no critrio do territrio, mas o critrio das unidades que o produzem, ou seja, calcu-lamos o valor
da produo tendo em conta ser a produo ser realizada por nacionais de um pas, independente do local onde a produo se
efectua.
Neste caso, o que nos interessa saber o que produzem as unidades residentes de um pas, dentro ou fora das fronteiras do
territrio econmico. Temos assim o Produto Nacional.
Portanto, o Produto Interno ( PI ), corresponde ao valor da produo realizada no territrio econmico. J, o Pro-duto
Nacional ( PN ), corresponde ao valor da produo realizada pelos nacionais, seja qual for o territrio em que a pro-duo se realize.
Assim, tendo em conta o que foi dito, o Produto Interno portugus regista toda a produo realizada por traba-lhadoresresidentes em Portugal, quer sejam portugueses ou estrangeiros. J, o Produto Nacional portugus regista toda a produo realizada
por todos os portugueses, independentemente de trabalharem em Portugal ou no estrangeiro.
Portanto, a diferena entre o valor do Produto Nacional e o Produto Interno reside nos rendimentos que so enviados do
estrangeiro (Resto do Mundo) e os rendimentos que so enviados para o estrangeiro (Resto do Mundo). diferena entre os
rendimentos enviados do Resto do Mundo e os Rendimentos pagos ao Resto do Mundo, designa-se por
Saldo Rendimentos do Resto Mundo ( SRRM ). Quer dizer, se a diferena entre um Produto Nacional e um Produto Interno so os
Saldos Rendimento Resto Mundo, ento, podemos escrever a expresso:
PRODUTO NACIONAL = PRODUTO INTERNO + SALDO RENDIMENTOS DO RESTO MUNDO
P N = P I + S R R M
Produto Bruto e Produto Lquido
J sabemos que, durante o processo produtivo, os bens de equipamento (mquinas, instalaes, etc.) vo sofrendo um
desgaste, vo-se deteriorando ou vo-se tornando obsoletos como resultado do progresso tcnico. Ora, para garantir a produo,
imprescindvel repar-los e/ou substitu-los, devendo esses custos serem contabilizados.
Para o efeito, calcula-se os custos do desgaste dos equipamentos, prevendo uma determinada durao dos mesmos. Tais
custos, designados de Amortizaes, podem ser incorporados no valor da produo.
Ento, temos que o Produto Nacional Bruto ( PNB ) e o Produto Interno Bruto ( PIB ) quando o clculo da produo no toma
em considerao o desgaste dos equipamentos.
Mas, quando a estas grandezas se deduz o valor das Amortizaes, j temos o Produto Nacional Lquido ( PLB ) e Produto
Interno Lquido ( PIL ). Quer dizer, a diferena entre um Produto Bruto e um Produto Lquido so as Amortizaes, pelo que, podemos
escrever a seguinte expresso:
PRODUTO BRUTO = PRODUTO LQUIDO + AMORTIZAES
P B = P L + AMORT.
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Produto Interno Bruto a preos de mercado e Produto Interno Bruto a custos de factores
Mais uma vez temos, em alternativa, dois tipos de produto; agora consoante o tipo de preos utilizados no seu clculo. Assim
o produto pode ser calculado:
- a custo de factores ( cf ), quando os preos que lhe servem de base resultam unicamente dos custos de factores de
produo, sem qualquer interveno do Estado, ou seja, aos preos do produtor;
- a preos de mercado ( pm ), quando os bens e servios so valorizados aos preos de mercado, incluindo, por-tanto, o
efeito da interveno do Estado, quer seja atravs dos Impostos Indirectos ( II ), (imposto automvel, Iva, etc.) quer seja, atravs de
eventuais Subsdios produo (SUB ).
Assim, entre estes dois tipos de produto, estabelecem-se as seguintes relaes matemticas:
PRODUTO preos mercado = PRODUTO custo factores + IMPOSTOS INDIRECTOS - SUBSDIOS
P pm = P cf + I I - S U B
PRODUTO INTERNO BRUTO preos mercado = PRODUTO INTERNO BRUTO custo factores + IMPOSTOS - SUBSDIOS
P I B pm = P I B cf + I I - S U B
Produto a preos correntes e Produto a preos correntes
O valor do produto de um pas pode, ainda, ser apresentado de duas outras formas:
- a preos correntes quando os bens e servios so valorizados aos preos do prprio ano;
- a preos constantes quando a valorizao feita, para vrios anos, aos preos de um determinado ano que se considera
como ano-base.
Qual a vantagem de se utilizar o valor o valor do Produto a preos constantes? As comparaes dos valores de Produtos em
anos diferentes podem induzir em erro, dada a variao do nvel geral de preos. O aumento da produo verificado entre dois
perodos pode ser devido subida dos preos ocorrida nesse espao de tempo, no traduzindo um aumento real da produo.
Para obviar este inconveniente, em vez de se calcular o valor do Produto ao preo dos anos em causa, clculo a
preos correntes, recorre-se ao clculo desses valores a preos constantes, avaliando as grandezas de cada perodo aos preos de
um determinado ano tomado como ano base.
9.3.2. Clculo do valor da produo pela ptica do Rendimento
Como j sabemos do ano lectivo passado, atravs da produo que so gerados os rendimentos. Esta ptica destaca a
distribuio dos rendimentos resultantes da produo pelos seus diversos intervenientes, permitindo-nos, assim, analisar a parte do
rendimento que remunera cada um dos factores de produo: factor trabalho e factor capital.
Esta anlise leva-nos directamente s principais componentes do Rendimento:
as Remuneraes ( REM ), ou seja, os rendimentos relativos ao factor trabalho e que so constitudos por salrios, ordena-dos,
vencimentos e ainda pela contribuies para a Segurana Social;
o Excedente Bruto de Explorao ( EBE ), ou seja, os rendimentos de empresas e de propriedades e que so constitudos
por rendas, juros e lucros;
mas, o Estado tambm intervm na economia, aplicando Impostos Indirectos ( II ) e atribuindo Subsdios pro-duo ( SUB
).
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Ora, como de acordo com a ptica do Rendimento, o valor da produo de um pas igual soma dos rendimentos
atribudos aos agentes econmicos que intervieram no processo produtivo, ento, chamamos de Rendimento Interno ( RI ) soma das
Remuneraes e do Excedente Bruto de Explorao com a interveno do Estado.
Como a produo efectuada no territrio econmico independentemente da nacionalidade dos factores de produo,
podemos comparar o Rendimento Interno ( RI ), com o Produto Interno Bruto a preos de mercado ( PIB pm ):
RENDIMENTO INTERNO = PRODUTO INTERNO BRUTO a preos de mercado
R I = P I B pm
RENDIMENTO INTERNO = REMUNERAES + EXCEDENTE BRUTO EXPLORAO + IMPOSTOS INDIRECTOSSUBSDIOS
R I = ( SALRIOS + CONTRIBUIES SOCIAIS ) + ( RENDAS + JUROS + LUCROS )+ IMPOSTOS INDIRECTOSSUBSDIOS
R I = REM + EBE + II - SUB
Para calcularmos o Rendimento Nacional ( RN ) partindo do Rendimento Interno, adicionamos-lhe os Saldos de Rendimentos
do Resto Mundo, tal como acontecia na ptica do Produto.
RENDIMENTO NACIONAL = RENDIMENTO INTERNO + SALDO DE RENDIMENTOS DO RESTO MUNDO
R N = R I + SRRM
Rendimento Disponvel Pessoal
Vejamos, agora, o rendimento na perspectiva das Famlias. Na verdade, o Rendimento Interno no corresponde exactamente
ao total dos rendimentos efectivamente recebidos pelas Famlias, no s porque o valor das Amortizaes no recebido por elas,
mas tambm porque as Famlias recebem, por vezes, alguns rendimentos para alm dos que constituem remunerao de factores.
o caso das penses, das reformas, dos subsdios (de doena, de desemprego, etc.), dos abonos de famlia, das bolsas deestudo, etc. dadas pelos Governos atravs da Segurana Social, assim como eventuais prmios concedidos pelas empresas, por
exemplo, por assiduidade.
A estes rendimentos, sem contrapartida, recebidos pelas Famlias e que tm origem no territrio nacional cha-mamos
Transferncias Internas.
Por Transferncias Externas j se englobam os donativos que as Famlias podem receber do Resto do Mundo, como por
exemplo, os rendimentos provenientes dos familiares emigrantes e que so mais conhecidos por remessas de emigrantes.
Somando, ento, ao Rendimento Interno as Transferncias Internas, bem como, as Transferncias Externas, obte-remos o
Rendimento Pessoal:
RENDIMENTO PESSOAL = RENDIMENTO INTERNO + TRANSFERNCIAS INTERNAS + TRANSFERNCIAS EXTERNAS
Mas nem todo o Rendimento Pessoal efectivamente recebido pelas Famlias. Estas no recebem a totalidade das suas
remuneraes, porque tm que pagar os impostos directos (IRS, multas) e efectuar os descontos obrigatrios para a Segurana Social.
Para calcularmos o rendimento que as Famlias efectivamente recebem e com o qual podem contar para reali-zar as suas
despesas, isto , o Rendimento Disponvel dos Particulares, temos que deduzir ao Rendimento Pessoal os Impos-tos Directos, assim
como as Contribuies para a Segurana Social:
RENDIMENTO DISPONVEL PARTICULARES = RENDIMENTO PESSOAL - IMPOSTOS DIRECTOS - CONTRIBUIES SOCIAIS
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Seja o seguinte exerccio:
A Contabilidade Nacional da Alfalndia, registou no ano anterior, os valores apresentados no quadro seguinte, expressos em
unidades monetrias:
Rubricas Valores
Impostos Indirectos
6 780
Subsdios produo 3 120
Juros mais lucros 23 650
Salrios 43 500
Saldo rendimentos resto do mundo (-) 2 370
Contribuies sociais 5 120
Amortizaes 1 710
Rendas 3 440
Tendo em conta os valores expressos no quadro, calcular:
a) O Rendimento Nacional, utilizando a ptica do Rendimento
b) O Produto Interno Bruto a preos de mercado
c) O Produto Interno Bruto a custo de factores
d) O Produto Interno Lquido a custo de factores
a) R N = R I + S R R M
R I = REMUNERAES + EXCEDENTE BRUTO EXPLORAO + IMPOSTOSSUBSDIOS
R I = (43 500 + 5 120) + (3 440 + 23 650) + 6 7803 120 R I = 48 620 + 27 090+ 6 7803 120
R I = 48 620 + 27 090+ 6 7803 120
R I = 79 730
R N = R I + S R R M R N = 79 3702 370 = 77 000
b) R N = R I + S R R M R N = 79 3702 370 = 77 000
P I B pm = R I = 79 370
c) P I B cf = P I B pm IMPOSTOS INDIRECTOS + SUBSDIOS
P I B cf = 79 3706 780 + 3 120 P I B cf = 75 710
d) P I L cf = P I B cfAMORTIZAES
P I L cf = 75 7101 750
P I L cf = 74 000
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9.3.4. Clculo do valor da produo pela ptica da Despesa
Atravs desta ptica, vamos estudar a utilizao que dada aos bens produzidos num pas. Mas, como os bens tm duas
formas fundamentais de utilizao, assim tambm teremos dois tipos principais de despesas:
- consumo (quando os bens adquiridos se destinam a satisfazer directamente as necessidades)
- investimento (quando os bens adquiridos se destinam produo de outros bens)
- Consumo: normalmente, abreviamos e falamos de Consumo quando queremos referir s despesas de Consumo. No entanto,
podemos de dividir estas despesas em dois t ipos:
Consumo Privado ( C Priv ): constitudo pelas despesas realizadas pelas Famlias. Inclui, portanto, todas as despe-sas de
alimentao, sade, vesturio, transportes, habitao, lazer, etc.
Consumo Pblico ( C Pub ): constitudo pelas despesas da Administrao Pblica em bens de consumo final, incluindo-se os
vencimentos dos seus funcionrios pbicos.
- Investimento: integra o conjunto das despesas efectuadas em bens de produo pelas empresas. Dentro destas despe-sas temos
que distinguir dois tipos:
Formao Bruta de Capital Fixo ( FBCF ): corresponde ao conjunto de despesas efectuadas em bens de produ-o
duradouros (mquinas, edifcios, estradas, viaturas, etc.) Variao de Existncias ( VE ): corresponde diferena entre as existncias finais de matrias-primas e as existn-cias
iniciais dessas matrias-primas, ou seja, as existncias de matrias primas verificadas no final e no incio do ano em causa.
- Exportaes: at aqui estivemos a estudar, apenas, os bens produzidos cuja utilizao se faz exclusivamente no territrio nacional.
No entanto, muitos dos bens produzidos tm como destino pases estrangeiros. Ora, se quisermos chegar ao valor do
Produto Interno Bruto, no podemos deixar de considerar o valor dos bens exportados, pelo que teremos que adicionar as exportaes
s outras componentes da despesa j estudadas.
- Importaes: contudo, muitos dos bens e servios produzidos e que entraram nas outras rubricas (consumos e investimen-tos)
tiveram origem externa, isto , no foram produzidos no territrio nacional, mas sim importados. Da que tenhamos que subtrair ao total
das outras componentes da despesa o valor das importaes efectuados por um pas.
Agora, estamos em condies de apresentar uma frmula que nos permite calcular o Produto Interno Bruto pela ptica da
Despesa. a chamada Despesa Interna ( D I ):
DESPESA INTERNA = PRODUTO INTERNO BRUTO a preos de mercado
D I = P I B pm
DESPESAS INTERNA = CONSUMO + INVESTIMENTO + EXPORTAES - IMPORTAES
D I = ( CONSUMO PRIVADO + CONSUMO PBLICO ) +( FBCP + VARIAO EXISTNCIAS ) + EXPORTAES - IMPORTAES
D I = ( C Pr + C Pb ) + ( FBCF + VE ) + EXP IMP
Para calcularmos a Despesa Nacional ( DN ) partindo do Rendimento Interno, adicionamos-lhe os Saldos de Ren-dimentos
do Resto Mundo, tal como acontecia na ptica do Produto.
DESPESA NACIONAL = DESPESA INTERNA + SALDO DE RENDIMENTOS DO RESTO MUNDO
D N = D I + SRRM
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a) PROCURA GLOBAL = PROCURA INTERNA +
EXPORTAES 12 450 = 11 250 + EXPORTAES
EXPORTAES = 12 450 - 11
250 EXPORTAES = 1 200
b) D I = CONS + INV + EXPIMP
D I = ( CPr + CPb ) + ( FBCF + VE ) + EXPIMP
D I = ( 230 + 120 ) + ( 350 30) + 1 2001 240
D I = 350 + 320 + 1 2001 240
D I = 630
c) D N = D I + S R R M D
N = 630270
D N = 360
d) P I B cf = P I B pm - i i + SUB P
I B pm = D I = 630
P I B cf = 630 - 20 + 10
P I b cf = 620
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9.4 Limitaes da Contabilidade Nacional
A Contabilidade Nacional um instrumento indispensvel para promover o desenvolvimento econmico de um pas. Ao
procurar quantificar a criao, a distribuio e a aplicao da riqueza, permite:
- descrever a actividade econmica e a sua evoluo; - comparar as diferentes regies do pas; - fazer previses, constituindo um instrumento de poltica econmica; - medir, atravs dos seus conceitos, o nvel bem-estar das populaes.
Apesar do reconhecimento da importncia da Contabilidade Nacional, so-lhe feitas vrias crticas, sobretudo quan-do se trata de
avaliar o nvel de bem-estar da populao.
Critica-se, sobretudo, a utilizao de dados fornecidos pela Contabilidade Nacional para leituras interpretativas da realidade, sem
se atenderem s limitaes inerentes quantificao da realidade social.
A Contabilidade Nacional parte do seguinte raciocnio: os rendimentos econmicos gerados aumentam a utili-dade, logo
aumentam o bem-estar. Neste raciocnio, dois conceitos so logo postos em causa, o conceito de produo e o conceito de bem-estar.
A Contabilidade Nacional comea logo por ignorar muitos benefcios geradores de bem-estar:
- os bens livres, como o ar puro e a gua cristalina;
- os servios domsticos, em especial, das donas de casa;
- as actividades sociais desenvolvidas por grupos de pessoas, como Bombeiros, Cruz Vermelha, etc.
Vemos, assim, que o autoconsumo no considerado na Contabilidade Nacional, no obstante em certos meios constituir
uma componente importante para a subsistncia e o bem-estar da famlia. Basta recordarmos o trabalho desen-volvido pelas donas de
casa ou os produtos agrcolas cultivados no quintal.
Outra lacuna importante na preciso das estimativas da Contabilidade Nacional diz respeito chamada eco-nomia
subterrnea. Ora, importa averiguar at que ponto a existncia de uma economia subterrnea de dimenso signifi-cativa pode
acarretar distores importantes na Contabilidade Nacional, pela falta de actividades que deveria incluir.
Na perspectiva da Contabilidade Nacional, considera-se economia subterrnea, o conjunto das actividades que deveriam
estar includas no PIB mas que, na prtica, podero ser omitidas, pelo facto de uma ou diversas partes interve-nientes terem tentado
escond-las das autoridades. Trata-se, por vezes, de um vasto sector econmico, que abrange acti-vidades, umas legais e outras
ilegais. A economia subterrnea composta por trs grandes categorias:
- a produo legal no declarada, ou seja, a produo de bens e servios que foram deliberadamente ocul-tadas sautoridades, sobretudo, para evitar o pagamento de impostos;
- a produo de bens e servios ilegais, como o lcool, as drogas, o contrabando, a organizao de certos jogos e aprostituio;
- os rendimentos no declarados como os que so recebidos em espcie, as fraudes fiscais, etc.
Por outro lado, tambm no so contabilizados, os custos sociais que muitas vezes so superiores aos beneficias. No se
regista a poluio ambiente, a destruio do patrimnio natural.
Na verdade, a Contabilidade Nacional no avalia os problemas ambientais considerados como externos s empresas (poluio do
ar, poluio dos rios, etc.). Contudo, j foi dado um primeiro passo, com a introduo do princpio do polui-dor-pagador, segundo o qual
as empresas que causarem danos ambientais ficam sujeitas ao pagamento de multas.
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Um outro aspecto tem a ver com o facto de a Contabilidade Nacional no registar certos benefcios e certos pre-juzos
resultantes do processo produtivo, que so designados por externalidades, que podem ser positivas e negativas.
As externalidades positivas, so as que se verificam quando existem benefcios indirectos e estes efeitos positivos de uma
determinada produo no so valorizados nem contabilizados.
A construo de um hospital, que torna mais saudvel uma populao, a investigao cientfica que promove o
desenvolvimento tecnolgico, a construo de uma estrada que torna os lugares mais acessveis, so alguns exemplos de
externalidades positivas.
J as externalidades negativas, so as que verificam quando existem efeitos negativos em resultado de um pro-cesso
produtivo, e estes efeitos negativos no so registados nem contabilizados.
H muitos exemplos de externalidades negativas. Basta pensar nas quantidades de gases txicos que a indstria lana para
a atmosfera, contribuindo para a poluio do ar, das guas poludas dos rios e que no so contabilizados.
Mas, todas estas crticas no tiram valor Contabilidade Nacional como instrumento de anlise econmica. O que
necessrio que os seus utilizadores estejam conscientes das suas limitaes.
ainda fundamental que os responsveis pela sua execuo divulguem as metodologias utilizadas e os clculos efectuados
ou mesmo indicaes sobre aspectos que sabem no estarem contabilizados, por impossibilidade prtica.
QUADRO COMPARATIVO DAS TRS PTICAS PARA CALCULAR O VALOR DA PRODUO DE UM PAS
PTICA DO PRODUTO
PTICA DO RENDIMENTO
PTICA DA DESPESA
( + ) Remuneraes ( + ) Consumo Total( + ) Valor Acrescentado Bruto
( + ) Excedente Bruto Explorao ( + ) Investimentos
( + ) Impostos Indirectos ( + ) Impostos Indirectos ( + ) Exportaes
( - ) Subsdios Produo ( - ) Subsdios Produo ( - ) Importaes
( = ) Produto Interno Bruto pm ( = ) Rendimento Interno ( = ) Despesa Interna
( + ) Saldo Rendimentos Mundo ( + ) Saldo Rendimentos Mundo ( + ) Saldo Rendimentos Mundo
( = ) Produto Nacional Bruto pm ( = ) Rendimento Nacional ( = ) Despesa Nacional
PIB pm = VAB + II - SUB RI = REM + EBE + II SUB DI = CT + INV + EXP IMP
PNB pm = PIB pm + SRRM RN = RI + SRRM DN = DI + SRRM
Produto Nacional Bruto pm = Rendimento Nacional = Despesa Nacional
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9.5 as contas nacionais portuguesas
Neste ponto, so includos alguns valores relativos s Contas Nacionais portuguesas, apresentados pelo Banco de Portugal,
referentes ao Produto Interno Bruto e do produto Nacional Bruto, calculado pelas pticas do Produto, do Rendi-
mento e da Despesa, expressos em milhes de euros:
PTICA DO PRODUTO
RBRICAS 1995 1996 1997 1998 1999
+ Valor Acrescentado Bruto 70.292 74.844 80.971 87.158 92.813
+ Impostos menos Subsdios 10.535 11.386 12.223 13.804 15.217
= Produto Interno Bruto 80.827 86.230 93.014 100.962 108.030
+ Saldo Rendimentos Mundo 2.690 2.375 1.558 1.742 1.761
= Produto Nacional Bruto 83.517 88.605 94.572 102.704 109.791
PTICA DO RENDIMENTO
RBRICAS 1995 1996 1997 1998 1999
+ Remuneraes 38.563 41.367 44.585 48.266 52.092
+ Excedente Bruto Explorao 31.729 33.477 36.206 38.892 40.721
+ Impostos menos Subsdios 10.535 11.386 12.223 13.804 15.217
= Rendimento Interno 80.827 86.230 93.014 100.962 108.030
+ Saldo Rendimentos Mundo 2.690 2.375 1.558 1.742 1.761
= Rendimento Nacional 83.517 88.605 94.572 102.704 109.791
PTICA DA DESPESA
RUBRICAS 1995 1996 1997 1998 1999
+ Consumo Total 66.225 70.997 75.838 80.791 88.648
+ Investimentos 19.623 20.907 24.376 27.975 30.585
+ Exportaes 24.433 25.731 28.291 31.136 32.089
- Importaes 24.454 31.405 35.409 40.048 43.293
= Despesa Interna 80.827 86.230 93.014 100.962 108.030
+
Saldo Rendimentos Mundo
2.690
2.375
1.558
1.742
1.761
= Despesa Nacional 83.517 88.605 94.572 102.704 109.791
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UNIDADE 10: AS RELAES ECONMICAS COM O RESTO DO MUNDO
10.1 - A necessidade e a diversidade de relaes internacionais
10.2O registo das relaes com o Resto do Mundoa Balana de Pagamentos
10.2.1 - A Balana Corrente
10.2.2A Balana de Capital
10.2.3.A Balana Financeira
10.3As polticas comerciais e a Organizao do Comrcio Mundial
10.4As relaes de Portugal Com a Unio Europeia e com o Resto do Mundo
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10.1. A necessidade e a diversidade das relaes internacionais
A quase totalidade dos pases actuais so pases com economias abertas, ou seja, so pases que estabelecem relaes
entre si. Estas relaes tomam mltiplos aspectos e estabelecem-se, quer entre Estados, quer entre empresas, quer ainda a nvel dos
indivduos.
Os Estados estabelecem relaes polticas, culturais, sociais e econmicas; as empresas importam e exportam, abrem filiais
ou criam novas empresas no estrangeiro; os indivduos saem para outros pases para passear ou para traba-lhar. Entre si, os pases
trocam produtos, servios e capitais.
esta teia de relaes que se estabelecem entre os pases, ou entre os seus residentes, que do corpo s rela-es
internacionais.
J sabemos que a produo dos bens constitui o fundamento da vida scia. Na sociedade moderna, que produz no
simplesmente produtos, mas mercadorias, isto , produtos destinados troca, o processo de troca exprime a diviso do trabalho entre
as empresas que produzem mercadorias.
Cada indivduo, cada empresa, cada unidade de produo especializa-se na produo de uma determinada mercadoria,
desenvolvendo capacidades que lhes permitam obter essa produo nas melhores condies possveis e, depois, pelo sistema de
trocas, compram os outros produtos de que necessitam para satisfazerem as suas necessidades.
Ao conjunto das relaes de trocas estabelecidas entre as unidades residentes no mesmo territrio nacional d-se o nome de
comrcio interno.
Tal como acontece com os indivduos e as empresas, tambm entre os diferentes pases acaba por ocorrer uma certa
especializao das suas produes derivadas das condies naturais de cada nao, da riqueza dos seus recursos, da sua situao
geogrfica, da capacidade de obter custos de produo inferiores aos dos outros produtores ou produtos de qualidade superior.
Estamos, neste caso, perante a Diviso Internacional do Trabalho, que o fundamento do comr-cio externo.
Foi sobretudo a partir do sculo dezanove que se verificou um grande salto no comrcio mundial. Com alguns altos e baixos,
a tendncia mantm-se: o comrcio mundial cresce mais depressa que a produo mundial. Inicialmente dominado pela Gr-Bretanha,
posteriormente pelos Estados Unidos, hoje o comrcio mundial desenrola-se, em cerca de oitenta por cento, entre a Europa, osEstados Unidos e o Japo.
O comrcio internacional est, pois, na base do desenvolvimento econmico do mundo moderno, uma vez que permite uma
melhor utilizao dos recursos mundiais. Na lgica do comrcio internacional, os pases especializam-se na produo de bens e
servios para os quais tenham maiores aptides. Fala-se ento, na Diviso Internacional do Trabalho.
Associada a esta Diviso Internacional do Trabalho, est a noo de vantagem comparativa, que se traduz no seguinte: um
pas com abundncia numa determinada matria-prima, petrleo, por exemplo, ter vantagens em expor-tar petrleo; mas se um pas
tiver mo-de-obra abundante poder especializar-se em bens e servios que requeiram muita mo-de-obra.
De referir, ainda, que as vantagens comparativas e a especializao que dai advm no so rgidas, pois evo-luem com o
tempo. A evoluo tecnolgica, a inovao, a evoluo dos salrios e o nvel de desenvolvimento explicam porque certos pases notenham que se confinar em determinadas especializaes.
Para melhor ilustrar esta situao, vejamos o exemplo do caso portugus. Com efeito, a indstria portuguesa baseou-se
durante dcadas nas chamadas indstrias tradicionais (calado, vesturio, txteis, cortia) que eram compe-titivas no mercado
externo, em virtude dos baixos salrios praticados na altura. Mas, actualmente, perante a concorrncia imbatvel dos produtos
asiticos, especialmente chineses, Portugal tem que fatalmente se virar para produes que con-tenham um maior valor acrescentado
e com tecnologia mais evoluda.
Portanto, se analisarmos o comrcio internacional de qualquer pas, por mais industrializado e rico que seja, pode-mos tirar
duas concluses: todos os pases importam e exportam grandes quantidades de bens e mesmo em relao a bens em que o pas
especializado, se verificam importaes de outros pases. o caso, por exemplo dos Estados Unidos, que sendo um grande produtor
de automveis, tambm um grande importador quer de marcas europeias quer de marcas japonesas.
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, pois, indiscutvel que as possibilidades de consumo dos residentes de um pas so alargadas pelo comrcio internacional,
permitindo o acesso a certos produtos que no seria possvel numa situao contrria de auto-suficincia.
Actualmente, a par dos grandes movimentos de mercadorias e capitais que se verificam entre os pases, assiste-se tambm
a fortes movimentaes de pessoas. As pessoas deslocam-se de um pas para o outro em viagens de turismo ou de negcios, ou
porque exercem a sua profisso em pas diferente daquele onde residem, ou porque emigram, tempor-ria ou definitivamente, na
procura de melhores condies de vida.
Os novos protagonistas dos fluxos migratrios internacionais, em crescente ascenso, movem-se no apenas por questes
de sobrevivncia (casos dos migrantes e dos refugiados polticos), como tambm, e cada vez mais, por motivos de negcios e de
lazer.
A globalizao e a circulao de informao so factores decisivos no aumento das migraes de negcios e de lazer. A
internacionalizao dos negcios possui evidentes consequncias a nvel dos movimentos dos agentes econ-micos. Mesmo o
crescimento das comunicaes virtuais no evita os contactos personalizados, as reunies de trabalho, os seminrios e conferncias
internacionais que tendem a multiplicar-se.
Todas estas movimentaes origem relaes econmicas entre os pases, quer ao nvel da troca de servios, quer gerando
fluxos de rendimentos, dos quais um dos mais significativos constitudo pelas remessas dos emigrantes.
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10.2 O registo das relaes com o Resto do Mundoa Balana de Pagamentos
Tal como as relaes entre os residentes de um pas ou de uma empresa so registadas em instrumentos apro-priados,
como a contabilidade nacional ou a contabilidade das empresas, tambm as relaes econmicas entre os diversos pases so
objecto de registo.
O comrcio internacional de mercadorias e servios, as transferncias de capitais, ou outras relaes que dem lugar a
fluxos monetrios entre os diferentes pases so registadas em documentos prprios constitudos por um sistema de contas onde se
registam todos os fluxos monetrios que entram e saem de um pasa Balana de Pagamentos.
Os fluxos monetrios podem ter origens diversas, e podem ser registadas nas diversas balanas em que se subdivi-de a
Balana de Pagamentos:
operaes que do origem a pagamentos ao exterior ( dbitos):
- compra de mercadorias ao estrangeiro (importaes);
- pagamento de servios prestado de turismo, de transportes, etc.
- remessas para o exterior de rendimentos de capitais;
- donativos ou transferncias sem contrapartida como as remessas de imigrantes;
- despesas governamentais com embaixadas ou vistas de governantes.
operaes que do origem a recebimentos ao exterior ( crditos):
- venda de mercadorias ao estrangeiro (exportaes);
- pagamento de servios de turismo, de transportes prestados ao exterior;
- remessas do exterior de rendimentos de capitais;
- donativos ou transferncias sem contrapartida como as remessas de emigrantes;
- despesas de governantes estrangeiros no territrio nacional.
As operaes descritas so registadas nas diversas balanas que se subdivide a Balana de Pagamentos. Esta
Balana de Pagamentos divide-se nas seguintes componentes, que estudaremos de seguida:
- Balana Corrente
- Balana de Capital
- Balana Financeira
10.2.1 A Balana Corrente
sem dvida a componente mais importante da Balana de Pagamentos pelas informaes que proporciona sobre o estado
da economia de um pas. A Balana Corrente, por sua vez, tambm se divide em quatro outras balanas:
( 1 ) - Balana de Mercadorias;
( 2 ) - Balana de Servios;
( 3 ) - Balana de Rendimentos;
( 4 ) - Balana de Transferncias Correntes.
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( 1 )Balana de Mercadorias
Nesta balana so registados os fluxos monetrios resultantes das trocas de mercadorias do pas com o exterior. Quando um
pas compra mercadorias a outro pas, esta a efectuar uma importao, a que corresponde, em
termos monetrios, a uma sada de moeda do seu pas, e por isso, registada nesta balana de Mercadorias a dbito.
O registo a crdito verifica-se quando o pas vende mercadorias ao exterior, est a efectuar uma exportao, o que
corresponde uma entrada de moeda.
Ora, como todos ns sabemos, as moedas divergem de pas para pas. Como se processam, ento, os pagamen-tos
internacionais correspondentes s trocas de mercadorias?
Normalmente, as trocas de mercadorias entre pases de moedas diferentes so pagas atravs do recurso s divi-sas, ou
seja, moedas com aceitao internacional, como sejam, o euro, o dlar.
Para que seja possvel a um pas efectuar pagamentos com uma qualquer divisa, este tem que poder trocar a sua moeda
nacional por outra. O mesmo acontece sempre que vamos viajar para um pas cuja moeda no seja o euro: vamos ter necessidade de
trocar euros pela moeda desse pas, ou seja, vamos ter que cambiar moeda.
Para esse cmbio ser possvel, necessrio que exista uma relao de troca entre essas duas moedas. A esta relao de
troca que se estabelece entre duas moedas chama-se taxa de cmbio.O valor de uma moeda no , contudo, algo de imutvel. As moedas, tal como qualquer outra mercadoria, so objecto de
transaco. Por isso, a taxa de cmbio pode ter dois movimentos:
Quando a taxa de cmbio duma moeda desce, dizemos que se verificou uma desvalorizao ou depreciao da moeda.
Nesta situao, a moeda nacional passa, em termos internacionais, a ter menos valor, porque a mesma quan-tidade de moeda permite
comprar no estrangeiro menos bens que anteriormente.
Quando o movimento no sentido de aumento da taxa de cmbio dessa moeda, dizemos que se verificou uma valorizao
ou apreciao da moeda, e, nessa situao, a moeda ganha valor, em termos internacionais, porque a mes-ma quantidade de moeda
permite comprar mais bens que anteriormente.
Como facilmente se compreender, o saldo da Balana de Mercadorias resulta da diferena entre o valor do crdito
(exportaes) e o valor do dbito (importaes), ou seja:
BALANA DE MERCADORIAS = VALOR DAS EXPORTAES VALOR DAS IMPORTAES
Vejamos, agora, como se calcula o saldo da Balana de Mercadorias. Baseando-nos em dados extrados do Relatrio do
Banco de Portugal, expressos em:
BALANA DBITO CRDITO SALDO
BALANA DE MERCADORIAS 41.462 28.630 - 12.832
Como podemos observar, o saldo desta balana, neste caso, negativo, j que o pas importa mercadorias num valor
superior ao das exportaes.
Quando o saldo negativo, dizemos que se trata dum saldo deficitrio ou desfavorvel.
Se o saldo positivo, j falamos em saldo superavitario ou favorvel.
O saldo j ser nulo ou equilibrado, se o valor das exportaes for igual ao valor das importaes.
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Frequentemente, os governos intervm na cotao da sua moeda, desvalorizando-a, com o objectivo de melhorarem o saldo
da sua Balana de Mercadorias.
Na realidade, quando a moeda de um pas desvaloriza, isso tem como consequncia que os produtos por ele exportados se
tornem mais baratos em moeda estrangeira, logo o valor das exportaes desse pas tem tendncia a aumentar. Simultaneamente, os
produtos importados tornam-se mais caros em moeda nacional, logo a tendncia ser para que o valor das importaes diminua.
A conjugao destes dois efeitos contribui para a melhoria do saldo da Balana de Mercadorias.
Verificar-se-o os efeitos contrrios, ou seja, diminuio do valor das exportaes e aumento do valor das impor-taes, logo,
agravamento do saldo, quando a moeda de um pas sofre uma apreciao.
Mas a importncia da Balana de Mercadorias, enquanto instrumento de anlise da situao econmica de um pas, no se
esgota no clculo do seu saldo.
Dela podemos retirar outros instrumentos, habitualmente designados como Indicadores do Comrcio Externo, dos quais se
salientam, a Taxa de Cobertura e a Estrutura das Importaes e das Exportaes.
Comecemos pela Taxa de Cobertura, que se calcula da seguinte forma
=
VALOR DAS EXPORTAESX 100TAXA DE COBERTURA
VALOR DAS IMPORTAES
Calculemos, ento, o valor da Taxa de Cobertura relativa ao exerccio dado:
TAXA DE COBERTURA=26.830,0
X 100 = 69,06 %41.462.2
Este valor significa que as nossas exportaes no referido ano de 2002, cobriram, apenas cerca de 69% das nossas
importaes.
Relacionemos, ento, o saldo da Balana de Mercadorias com a Taxa de Cobertura:
- quando esta Balana deficitria, ou seja, o seu saldo negativo, a taxa de cobertura tem um valor inferior a 100, porque
isto significa que o valor das exportaes inferior ao das importaes;
- quando o saldo nulo, ou seja, quando a Balana de Mercadorias est equilibrada, a taxa de cobertura igual
a 100, porque as exportaes so, necessariamente, iguais s importaes;
- quando o saldo da Balana de Mercadorias superavitario, a taxa de cobertura superior a 100, porque as exportaes
so superiores, em valor, s importaes
Vejamos, agora a estrutura das importaes e exportaes, esta implica uma anlise mais aprofundada do tipo de bens
sujeitos a importao e a exportao:
- quando um pas importa essencialmente bens que incorporam uma elevada transformao industrial e, simulta-neamente,
exporta bens com fraca ou nenhuma transformao, isto , bens agrcolas, estamos perante um pas necessariamente pouco
desenvolvido;
- a situao contraria, aquela que mostra as exportaes de um pas essencialmente constitudas por bens industriais de
alto valor acrescentado, resultantes da utilizao de tecnologias mais avanadas, e normalmente acompa-nhadas de importaes
constitudas por bens de natureza primaria, reveladora de um pas bastante desenvolvido.
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( 2 ) - Balana de Servios
Nesta Balana so registados os fluxos monetrios resultantes da troca de servios com o exterior. Vejamos alguns
exemplos de servios com o exterior:
Turismo: os servios de turismo prestados a estrangeiros que visitam o nosso pas originam movimentos de entrada de
divisas, assim como, o turismo efectuado pelos portugueses no estrangeiro d origem a sada de divisas;
Transportes: o transporte internacional de mercadorias pode ser efectuado por empresas nacionais ou estrangei-ras e, por
isso, d origem a entradas e sadas de divisas;
Seguros: o mesmo acontece com os seguros, que tambm podem ser efectuados por empresas nacionais ou estrangeiras,
com a consequente entrada e sada de divisas;
Outros servios: compreende diversos tipos de servios, entre os quais, por exemplo, as remuneraes de artistas
estrangeiros que actuam em Portugal e do origem a sada de divisas, ou o contrrio, quando so os nossos artis-tas que
actuam no estrangeiro;
Operaes governamentais: servios prestados por organismos governamentais que do origem a entrada e sa-da de
divisas, consoante o tipo de servios prestados.
BALANA DE SERVIOS = TURISMO + TRANSPORTES + SEGUROS + OUTROS SERVIOS +OPERAES GOVERNAMENTAIS
De acordo com os valores do Relatrio do Banco de Portugal, o saldo da Balana de Servios :
SERVIOS DBITO CRDITO SALDO
TURISMO 2.407 6.259 3.852
TRANSPORTE 2.304 1.915 - 389
SEGUROS149
78 - 71
OUTROS SERVIOS 1.793 1.939 145
OPERAES GOVERNAMENTAIS 165
1.142
- 23
BALANA DE SERVIOS6.818
10.332 3.514
( 3 ) - Balana de Rendimentos
Nesta Balana so registados os fluxos monetrios resultantes da movimentao de rendimentos, que so de dois tipos: -
Rendimentos do Trabalho; - Rendimentos de Investimento.
BALANA DE RENDIMENTOS = RENDIMENTOS DE TRABALHO + RENDIMENTOS DE INVESTIMENTO
De acordo com os valores do Relatrio do Banco de Portugal, o saldo da Balana de Rendimentos :
RENDIMENTOS DBITO CRDITO SALDO
RENDIMENTOS DE TRABALHO 174 138 - 36
RENDIMENTOS DE INVESTIMENTO 8.927 5.635 - 3.291
BALANA DE RENDIMENTOS9.101
5.773 3.327
28
-
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as relaes econmicas com o resto do mundo
( 4 ) - Balana de Transaces Correntes
Nesta Balana registam-se os fluxos monetrios que no tm contrapartida ao nvel dos fluxos reais, da a desig-nao de
transferncias unilaterais e podem ser:
- Remessas de emigrantes e de imigrantes;
- Transferncias correntes com a Unio Europeia;
- Fluxos financeiros associados cooperao com outros Estados
- Ddivas e indemnizaes de guerra.
Estas transferncias so classificadas como:
- Transferncias pblicasquando envolvem o Estado portugus.
- Transferncias privadas quando o Estado portugus no intervm, mesmo que provenientes de outro Estado ou
organizao estatal.
BALANA DE TRANSFERNCIAS CORRENTES = TRANSFERNCIAS PBLICAS + TRANSFERNCIAS PRIVADAS
De acordo com os valores do Relatrio do Banco de Portugal, o saldo desta Balana :
TRANSFERNCIAS DBITO CRDITO SALDO
TRANSFERNCIAS PBLICAS 1.632 1.975 343
TRANSFERNCIAS PRIVADAS 1.266 4.406 3.140
BALANA TRANSF. CORRENTES 2.898 6.381 3.483
- BALANA CORRENTE
Como j foi estudado, a Balana Corrente o somatrio da Balana de Mercadorias, com a Balana de Servi-os, com a
Balana de Rendimentos e com a Balana de Transferncias Correntes.
Por isso, para calcular o saldo da Balana Corrente basta adicionar algebricamente os saldos das balanas que a compem.
Assim sendo:
BALANA CORRENTE = BALANA MERCADORIAS + BALANA SERVIOS + BALANA RENDIMENTOS + BALANA TRANSFERNCIAS CORRENTES
BALANAS DBITO CRDITO SALDO
BALANA DE MERCADORIAS41.462
28.630 - 1.382
BALANA DE SERVIOS6.818
10.332 3.514
BALANA DE RENDIMENTOS9.101
5.773 3.328
BALANA TRANF. CORRENTES2.898
6.381 3.483
BALANA CORRENTE60.279
51.116 9.163
O saldo da Balana Corrente indica, de certa forma, se uma economia est a viver dentro dos limites do seu rendimento:
- se apresenta valores positivos, significa que a Poupana Interna excedentria face s necessidades nacionais e que uma
parte dessa poupana est a dirigir-se para o exterior;
- se, pelo contrario, o saldo negativo, isso mostra que o nvel da actividade econmica interna est a ser apoia-do atravsda entrada da Poupana externa.
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as relaes econmicas com o resto do mundo
10.2.2. A Balana de Capital
Esta balana composta por duas componentes importantes
- transferncias de capitalcomo os fundos f inanceiros provenientes da Unio Europeia;
- aquisio/cedncias de activos no produzidos e no financeiros, isto , a compras e venda de patentes, mar-cas,
franchising, bem como, a compra de terrenos para embaixadas.
BALANA DE CAPITAL = TRANSFERNCIAS INTERNAS + ACTIVOS NO PRODUZIDOS E NO FINANCEIROS
De acordo com os valores do Relatrio do Banco de Portugal, o saldo da Balana de Capital :
RUBRICAS DBITO CRDITO SALDO
TRANSFERNCIAS DE CAPITAL183
2.157 1.974
ACTIVOS NO PRODUZIDOS23
28 5
BALANA DE CAPITAL206
2.185 1.979
10.2.3. A Balana Financeira
Esta balana financeira regista todos os fluxos que envolvem mudanas de titularidade entre residentes e no residentes de
activos financeiros. Esta balana comporta cinco rubricas:
- investimento directoinclui as transaces de empresas efectuadas entre residentes e no residentes, como a compra de
uma empresa estrangeira por um portugus;
- investimento em carteiracompreende a compra e a venda, de produtos financeiros entre residentes e no residentes deum pas;
- outro investimentoengloba os depsitos bancrios bem como os emprstimos realizados entre agentes eco-nmicos de
diferentes pases;
- derivados financeiroscompreende a compra e a venda, por parte de residentes e no residentes, de produtos financeiros
cotados na Bolsa de Derivados de um pas;
- activos de reserva integra as transaces de moeda estrangeira efectuadas pelas autoridades monetrias e que, em
virtude disso, fazem variar as suas reservas.
BALANA FINANCEIRA = INVESTIMENTO DIRECTO+ INVESTIMENTO EM CARTEIRA + OUTRO INVESTIMENTO+ DERIVADOS FINANCEIROS + ACTIVOS
De acordo com os valores do Relatrio do Banco de Portugal, o saldo da Balana Financeira :
RUBRICAS DBITO CRDITO SALDO
INVESTIMENTO DIRECTO 25.553 26.350 796
INVESTIMENTO DE CARTEIRA181.967
181.185 3.128
DERIVADOS FINANCEIROS 4.019 4.007 -118
OUTRO INVESTIMENTO360.345
366.252 5.907
ACTIVOS DE RESERVAS 48180 47.084 -1.096
BALANA FINANCEIRA 620.065
628.880
8.814
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as relaes econmicas com o resto do mundo
- BALANA DE PAGAMENTOS -
Esta balana define-se como sendo a balana somatria de todas as balanas existentes.
( + ) BALANA DE MERCADORIAS
( + ) BALANA DE SERVIOS
( + ) BALANA DE RENDIMENTOS( + ) BALANA DE TRANSFERNCIAS
CORRENTES ( + ) BALANA CORRENTE
( + ) BALANA DE CAPITAL
( + ) BALANA FINANCEIRA
( = ) BALANA DE PAGAMENTOS
RUBRICAS
DBITO
CRDITO
SALDO
MERCADORIAS 41.462 28.630 -12.832
TRANSPORTES 2.304 1.915 - 389
TURISMO 2.407 6.259 3.852
SEGUROS 149 78 - 71
OUTROS SERVIOS 1.793 1.939 145
OPERAES GOVERNAMENTAIS 165 1.142 - 23
RENDIMENTOS DO TRABALHO 174 138 - 36
RENDIMENTOS DE INVESTIMENTO 8.927 5.635 - 3.291
TRANSFERNCIAS PBLICAS 1.632 1.975 343
TRANSFERNCIAS PRIVADAS 1.266 4.406 3.140
BALANA CORRENTE 60.279 51.116 - 9.163
TRANSFERNCIAS DE CAPITAL 183 2.157 1.974
AQUISIES DE ACTIVOS 23 28 5
BALANA DE CAPITAL 206 2.185 -1.979
INVESTIMENTO DIRECTO 25.553
26.350
796
INVESTIMENTOS EM CARTEIRA 181.967 185.185 3.128
DERIVADOS FINANCEIROS 4.019 4.007 - 118
OUTRO INVESTIMENTO 360.345 366.252 5.907
ACTIVOS DE RESERVAS48.180
47.084 1.096
BALANA FINANCEIRA 620.065 628.880 8.814
BALANA DE PAGAMENTOS620.065
628.880 8.814
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as relaes econmicas com o resto do mundo
10.3. As polticas comerciais e a Organizao do Comrcio Mundial (OCM)
O comrcio externo proporciona um melhor bem-estar s populaes, do que a falta desse comrcio externo. Mas, ento,
porque razo os pases aplicam medidas de proteco ao seu comrcio externo?
A questo est em saber qual a melhor soluo para um pas: o livre-cambismo ou o proteccionismo?
Os defensores do livre-cambismo, consideram que preciso deixar circular livremente as mercadorias entre os pases, pois a
especializao que da resulta ser vantajosa para todos.
J os defensores do proteccionismo, defendem a limitao das importaes, preconizando a adopo de diver-sas
instrumentos: fixao de direitos aduaneiros, contingentaao, regulamentos especiais.
Apesar de reconhecidas as vantagens do comrcio internacional no desenvolvimento econmico do mundo, ainda hoje
persiste uma questo que tem preocupado a poltica econmica: deve ou no deve um pas proteger a sua produo interna da
concorrncia das importaes, atravs de barreiras ao comrcio externo? As opinies dividem-se.
Os economistas diro que no. Eles estudaram que o comrcio internacional promove a diviso internacional do trabalho e
que o comrcio livre permite a cada pas expandir as suas possibilidades de produo e de consumo, e conse-quentemente, aumentar
o nvel de vida mundial.
Os industriais e governantes contestam esta posio, argumentando que devem proteger as indstrias contra a concorrnciaestrangeira. Sobretudo as indstrias novas, que se no forem protegidas, no conseguiro sobreviver con-corrncia das indstrias
estrangeiras mais antigas
Ento, como que as taxas alfandegrias e a contingentao podem proteger as produes nacionais?
- as taxas alfandegrias, so taxas que recaem sobre as importaes. Assim, qualquer produto que entre num pas sofre um
agravamento no seu custo igual taxa alfandegria que lhe aplicada. As taxas aduaneiras fazem subir os preos dos bens
importados, logo fazem baixar o consumo dos mesmos, permitindo a expanso da produo nacional.
- a contingentao traduz-se numa restrio das importaes atravs da fixao de valores mximos autorizados para as
importaes de determinado produto de um pas. O seu efeito idntico ao das taxas aduaneiras, s que actua directamente sobre a
quantidade procurada e no sobre o preo.
Existem ainda, outras formas de impedir um pas tem de impedir um verdadeiro comrcio livre, como so o caso dos
subsdios exportao.
- os subsdios exportao, outra forma que um pas tem de impedir um verdadeiro comrcio livre, pois, atravs destes
subsdios, consegue-se tornar os produtos nacionais mais baratos e mais competitivos no comrcio internacional. , de certo modo, o
que acontece com os produtos agrcolas da Unio Europeia, cuja produo tem sido largamente subsi-diada pela Poltica Agrcola
Comum.
H tambm quem defenda uma outra forma de proteco, com a condio de ser temporria, como instrumen-to de
estratgia comercial para forar os pases adeptos da proteco a abrirem os seus mercados, ou quando exista dumping ou
contrafaco, que so prticas ilegais.
- o dumping traduz-se em vender um produto abaixo do seu custo de produo, como forma de conquistar o mercado,
destruindo a concorrncia. Um pas que pratique o dumping, em regra vende mais barato ao estrangeiro do que no seu territrio.
- a contrafaco a comercializao de produtos falsos a que so abusivamente postas marcas conhecidas, as falsas
camisas Lacoste, por exemplo.
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as relaes econmicas com o resto do mundo
- Organizao Mundial do Comrcio (OMC)
A Organizao Mundial do Comrcio, instituio internacional entrou em funes em Janeiro de 1955, e vela pelo respeito
dos acordos comerciais internacionais e pela resoluo dos diferendos que possam surgir nesse domnio.
Os objectivos da Organizao Mundial do Comrcio (OMC) so os seguintes:
- aumentar as trocas internacionais;
- estimular o crescimento econmico e o emprego, tendo em conta o desenvolvimento;
- promover a participao dos pases menos desenvolvidos no comrcio internacional.
Globalmente o comrcio internacional aumentou imenso aps a criao do GATT. A verdade, porm, que nem todos os
pases beneficiaram igualmente das vantagens. Os mais beneficiados foram os pases desenvolvidos, que viram as suas trocas
comerciais aumentarem imenso, beneficiando de um largo perodo de crescimento econmico. Mas o mesmo no se pode dizer dos
pases subdesenvolvidos, pois estes apresentam-se, com razo, excludos do sistema de comrcio.
Nas ltimas reunies da Organizao Mundial do Comrcio (OMC) vrios pases subdesenvolvidos tm vindo a reivindicar a
reviso e clarificao de muitas regras e a anulao daquilo que eles consideram como obstculos prticos a uma efectiva
liberalizao do comrcio mundial.
Muitos dos actuais conflitos ou do passado esto associados poltica de ajudas produo agrcola. No passa-do e
medida que a Unio Europeia foi garantindo a sua auto-suficincia alimentar, passou a exportadora, competindo com os Estados
Unidos. Esta mudana contribuiu para agudizar o conflito agrcola. Actualmente, no centro do diferendo continua o comrcio mundial
de produtos agrcolas, as ajudas aos agricultores europeus e americanos, a par dos subsdios exportao que so contestados pelos
grandes produtores agrcolas dos pases subdesenvolvidos.
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as relaes econmicas com o resto do mundo
10.4. As relaes de Portugal com a Unio Europeia
At aqui estivemos a estudar, essencialmente a Balana de Pagamentos portuguesa
Vamos, por fim, proceder comparao da evoluo da nossa Balana de Pagamentos nos ltimos anos, prin-cipalmente no
que respeita Balana Corrente e s suas componentes, com as de alguns pases nossos parceiros na Unio Europeia.
PORTUGAL
RUBRICAS 1999 2000 2001 2002
BALANA CORRENTE - 9.373 - 12.002 - 11.635 - 9.440
BALANA DE MERCADORIAS - 13.324 - 15.017 - 14.866 -12.832
BALANA DE SERVIOS 1.510 2.085 2.804 3.237
BALANA DE RENDIMENTOS - 1.259 - 2.743 - 3.345 - 3.327
BALANA TRANSFERNCIAS CORRENTES 3.700 3.673 3.772 3.483
BALANA DE CAPITAL
- 2.303
1.669
1.196
1.978
BALANA FINANCEIRA 9.482 10.870 10.398 8.814
BALANA DE PAGAMENTOS - 2.413 - 538 - 499 -1.352
Fonte: Banco de Portugal (adaptado)
Pela anlise, facilmente verificamos que:
- A Balana Corrente portuguesa foi, durante este perodo, deficitria.
- O dfice aumentou significativamente nos primeiros, tendo, depois inflectido
- Foi a Balana de Mercadorias a que mais contribui para o seu dfice, enquanto a Balana
de Servios e a de Transferncias Correntes contrariaram essa tendncia.
ESPANHA
RUBRICAS 1999 2000 2001 2002
BALANA CORRENTE - 13.112 - 20.991 - 18.346 - 16.627
BALANA DE MERCADORIAS - 28.585 -37.778 - 36.396 -34.712
BALANA DE SERVIOS 21.524 24.243 27.131 26.128
BALANA DE RENDIMENTOS - 8.904 - 8.895 - 10.878 - 10.466
BALANA TRANSFERNCIAS CORRENTES
2.853
1.528
1.798
2.242
BALANA DE CAPITAL 6.552 5.181 5.556 7.498
BALANA FINANCEIRA 11.242 21.300 20.072 16.179
BALANA DE PAGAMENTOS 4.682 5 490 7.292 7 050
Fonte: Banco de Espanha (adaptado)
A Balana Corrente espanhola, caracteriza-se por:
- Apresentar dfices recorrentes durante o perodo considerado.
- Ter o seu pior resultado em 2000, recuperando depois ligeiramente.
- Ter sido a Balana de Mercadorias a rubrica com maior responsabilidade nesses referidos
resultados.
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as relaes econmicas com o resto do mundo
FRANA
RUBRICAS 1999 2000 2001 2002
BALANA CORRENTE 39.405 19.460 25.702 27.456
BALANA DE MERCADORIAS 16.543 - 3.581 3.947 10.137
BALANA DE SERVIOS 17.463 21.490 19.922 18.715
BALANA DE RENDIMENTOS 17.780 16.748 18.387 13.604
BALANA TRANSFERNCIAS CORRENTES - 12.381 - 15.197 - 16.554 - 15.000
BALANA DE CAPITAL 1.362 1.478 - 330 - 172
BALANA FINANCEIRA - 37.473 - 32.603 - 33.100 - 30.298
BALANA DE PAGAMENTOS 3.294 - 11.665 - 7.728 - 3.014
Fonte: Banco de Frana (adaptado)
No caso da Balana Corrente francesa constatamos que:
-A Balana Corrente sempre superavitria.
- O seu melhor resultado, deu-se em 1999, logo seguido do seu pior resultado, vindo a
recuperar nos anos seguintes.
- A rubrica que se verifica ser a principal responsvel pelo pior resultado a Balana de
Mercadorias
- Ao contrrio do que acontecia em Portugal e Espanha, a Balana de Transfern-cias
Correntes sempre deficitria
IRLANDA
RUBRICAS 1999 2000 2001 2002
BALANA CORRENTE 226 - 379 - 757 - 954
BALANA DE MERCADORIAS 22.172 27.266 30.494 37.014
BALANA DE SERVIOS - 10.176 - 13.899 - 13.889 - 12.871
BALANA DE RENDIMENTOS - 12.945 - 14.750 - 18.295 - 25.914
BALANA TRANSFERNCIAS CORRENTES 1.177 994 305 815
BALANA DE CAPITAL 560 1.182 703 576
BALANA FINANCEIRA - 2.211 8.420 - 319 - 87
BALANA DE PAGAMENTOS - 1.425 9.223 - 372 - 465
Fonte: Banco de Irlanda (adaptado)
O saldo da Balana Corrente irlandesa:
- Foi decrescente no perodo estudado.
- Mas, o saldo da sua Balana de Mercadorias foi sempre positivo e crescente.
- As rubricas responsveis pela degradao da Balana Corrente so a Balana de Servios
e a Balana de Rendimentos.
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a interveno do Estado na economia
UNIDADE 11: A INTERVENO DO ESTADO NA ECONOMIA
11.1Funes e organizao do Estado
11.2A interveno do Estado na Economia
11.2.1Funes econmicas e sociais do Estado
11.2.2Instrumentos de interveno econmica e social do Estado
11.2.2.1O Planeamento
11.2.2.2O Oramento de Estado
11.2.2.3Polticas econmicas e sociais
11.2.2.4Algumas polticas econmicas e sociais do Estado
11.3As polticas econmicas e sociais do Estado portugus
11.3.1O Pacto de Estabilidade e Crescimento
11.3.2Algumas linhas orientadoras do governo portugus para reas consideradas prioritrias
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a interveno do Estado na economia
11.1 funes e organizao do Estado
Quando uma comunidade deseja promover interesses colectivos comuns, escolhe algum a quem atribui o encargo de
orientar as aces a desenvolver com vista a alcanar esses interesses colectivos
Ora, com o Estado passa-se o mesmo. O Estado assim uma autoridade social que toma decises concretas rela-tivamente
aos interesses colectivos e resoluo de conflitos e, ainda, impe o respeito pelas regras em vigor.
Ao Estado compete, portanto, a defesa dos interesses colectivos. Independentemente da sua definio em concreto, os fins
de Estado sero sempre a promoo do bem-estar econmico e social, a realizao da justia social e a garantia da segurana.
Com a finalidade de cumprir o seu principal objectivo, a satisfao das necessidades colectivas, o Estado desen-volve todo
um conjunto de actividades que se designam por funes. Assim, temos:
Funo poltica: consiste na escolha de medidas de vria ordem (econmica, social, cultural, ambiental, etc.), consideradascomo as melhores para prossecuo dos interesses colectivos.
Funo legislativa: consiste na elaborao das leis que, de acordo com as opes polticas tomadas, vo regular a vida emsociedade.
Funo executiva: consiste na necessidade do cumprimento da leis e na satisfao das necessidades colectivas, de acordocom as opes polticas e legislativas tomadas.
Funo judicial: tem por fim administrar a justia, assegurar a defesa dos direitos e interesses pblicos e privados e punindoa violao da Constituio e das leis.
De acordo com a Constituio da Repblica Portuguesa, so consideradas tarefas fundamentais do Estado:
a) Garantir os direitos e liberdades fundamentais, o respeito pelos princpios do Estado de direito democrtico;
b) Defender a democracia poltica, incentivar a participao dos cidados na resoluo dos problemas nacionais;
c) Promover o bem-estar e a qualidade de vida dos cidados e a igualdade real entre os portugueses;
d) Promover a igualdade entre homens e mulheres.
Mas esta classificao j no se coaduna com as funes que so atribudas ao Estado contemporneo, solicitado a intervir em
mltiplos aspectos da vida social. Da que hoje se adopte a seguinte classificao das funes de Estado.
Funo poltica: atravs da qual o Estado garante os superiores interesses da Nao, promovendo a paz social, gerindo aadministrao pblica e aplicando os recursos na satisfao das necessidades colectivas. Para isso, o Estado dispe de
diversas instituies, tais como as polcias, os tribunais ou o exrcito.
Funo social: atravs da qual o Estado cria as condies necessrias ao bem-estar da populao, garantindo padresmnimos de vida aos cidados. A adopo de medidas efectivas de aumento dos rendimentos dos mais pobres, como a
fixao do salrio mnimo, a atribuio de um rendimento mnimo garantido s famlias mais carenciadas e a atribuio de
subsdios aos desempregados, fazem parte da poltica social do Estado.
Funo econmica: atravs da qual o Estado promove o desenvolvimento econmico, criando infra-estruturas, como aconstruo de estradas; apoiando a cincia e a investigao; promovendo a sade e a educao; preservando os recursos
naturais e o ambiente para garantir a satisfao das necessidades no s do presente, como das geraes vindouras.
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a interveno do Estado na economia
Para levar a cabo cada uma destas funes o Estado dispe de entidades prprias, designadas por rgos de soberania e
cujas competncias se encontram constitucionalmente estabelecidas.
oportuno referir que os rgos no se confundem com os respectivos titulares: o rgo permanece sempre o mesmo,
embora variem os seus titulares, que so cidados eleitos.
Pela mesma razo, quando acontece um rgo estar desprovido do seu titular, tal no origina o desaparecimen-to desse
rgo de soberania.
Segundo a Constituio da Repblica Portuguesa, so considerados rgos de soberania: Presidente da Repbli-ca,
Assembleia da Repblica, Governo e Tribunais.
1 - Presidente da Repblica - eleito de cinco em cinco anos, por sufrgio universal directo e secreto, detm vrias
competncias que vem definidas na Constituio da Repblica Portuguesa.
2 - Assembleia da Repblica - eleita de quatro em quatro anos, representativa de todos os cidados portugueses;
as suas competncias vem estabelecidas na Constituio da Repblica Portuguesa.
3 - Governo - rgo de conduo da poltica geral do pas; os seus elementos so eleitos por perodos de quatro
anos e as suas competncias vem definidas na Constituio da Repblica Portuguesa.
4 - Tribunais - so os rgos de soberania com competncias para administrar a justia em nome do povo.
Compete aos tribunais assegurar, com independncia, a defesa dos direitos dos cidados, resolver os conflitos de interesses pblicos
e privados.
Para levar a cabo as suas mltiplas tarefas, o Estado cria uma estrutura relativamente pesada a que se d a designao de
Sector Pblico.
O Sector Pblico abrange duas categorias muito diferentes, quer no aspecto jurdico, quer nas suas componentes
econmicas: - Sector Pblico Administrativo;
- Sector Empresarial do Estado.
O Sector Pblico Administrativo (Administrao Pblica) engloba o conjunto de servios aos quais compete desempenhar as
actividades tradicionais do Estado. Tratam-se de matrias de interesse geral, que no visam o lucro mas a satisfao de necessidades
colectivas, como a sade, a educao, a defesa, a segurana, etc. Assim sendo, incluem-se neste sector toda a orgnica do aparelho
de Estado que suporta a gesto administrativa: ministrios, autarquias locais.
Entre ns, o Sector Pblico Administrativo abrange trs subsectores:
- Administrao Central, que inclui os rgos e entidades estaduais com os seus servios e depar-tamentos
directamente dependentes do Estado: Ministrios, Secretarias de Estado, Direces-gerais, Institutos Pblicos, etc.
- Administrao Local,que engloba as autarquias locais (Municpios e Freguesias), visa satisfazer de forma
eficiente as necessidades especficas das diversas comunidades locais.
- Segurana Social,que engloba todas as unidades institucionais, Centrais ou locais, cuja funoprincipal se
traduz no financiamento de prestaes sociais a determinadas camadas da populao.
O Sector Empresarial do Estado, a designao dada ao sector produtivo do Estado que intervm directamente na produo
de bens e servios comercializveis entrando, por vezes, em concorrncia com o sector privado.
A sua interveno enquanto empresrio tem-se verificado, em muitos pases, sobretudo nos sectores mais impor-tantes da
economia como, por exemplo, a siderurgia, os cimentos, as refinarias de petrleo, a banca, os transportes, etc., substituindo-se assim
aos empresrios privados.
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a interveno do Estado na economia
Considera-se Sector Empresarial do Estado o conjunto de empresas em que o Estado detm tot ou a maioria do seu capital
social. O carcter de empresa pblica determina-se, portanto, pela propriedade, podendo distinguir-se:
- empresas pblicas: so as empresas cuja propriedade do Estado, ou seja, cuja totalidade do capital pertence ao
Estado e que so criadas de raiz pelo prprio Estado;
- empresas mistas: so as empresas cuja propriedade do Estado e de particulares, mas em que a maio-ria do
capital pertence ao Estado, directa ou indirectamente, isto , ou por seu prprio intermdio ou por intermdio de outras entidades
pblicas;
- empresas intervencionadas: so as empresas privadas em que, perante uma situao crtica, o Estado resolve
intervir na sua gesto de forma a apoiar a sua recuperao.
Foi, sobretudo, aps a Revoluo do 25 de Abril de 1974 que foi constitudo em Portugal um vasto Sector Empresa-rial do
Estado resultante do processo de nacionalizaes, que fez passar para as mos do Estado vrios ramos de activida-de econmica
como Bancos, Companhias de Seguros, Cimentos, etc.
Por outro lado, e para fazer face a situaes de crise, o Estado recorreu interveno em algumas empresas pri-vadas,
traduzida sobretudo na concesso de crditos e na nomeao de gestores.
A partir de 1978, deu-se uma inverso nesta poltica e comearam a ser devolvidas aos anteriores proprietrios vriasempresas. Mas foi a partir de 1989 que o Estado decidiu privatizar a maiorias das empresas que tinham sido naciona-lizadas. Assim, a
quase totalidade dos Bancos e dos Seguros, a Brisa, a EDP ou a Telecom passaram para as mos dos seus accionistas privados.
Actualmente assiste-se ao evoluir da tendncia no sentido de diminuir a interveno do Estado na economia, reduzindo ao
mnimo o Sector Empresarial do Estado e passando para o sector particular muitos servios essenciais que competem ao Estado,
como o caso da sade ou da educao. Contudo, esta tendncia no aceite pacificamente por todas as correntes de opinio da
sociedade portuguesa.
Os defensores de uma poltica de Estado menos intervencionista defendem uma interveno do Estado na eco-nomia ao
mnimo possvel.
Argumentam que o Estado um mau gestor e que as suas decises so muito morosas. Para eles, o sector priva-do teria
condies para fazer melhor e de forma mais produtiva aquilo que o Estado faz mal.
J para os defensores de um Estado mais intervencionista defendem a manuteno dos servios sociais e dos sectores-
chave da economia nas mos do Estado.
Argumentam que os servios pblicos tm em vista a satisfao das necessidades colectivas, sobretudos das populaes
mais carenciadas, tendo que garantir servios a preos baixos. Para eles, o sector privado, que funciona numa lgica de lucro, deixaria
de cumprir essa funo social, o que iria prejudicar os mais carenciados, agravando as for-tes desigualdades sociais.
SECTOR PBICO PORTUGUS
SECTOR P BLICO ADMINISTRATIVO SECTOR EMPRESARIAL DO Estado
ADMINISTRA O CE NTRAL EMPRESAS PBLICAS
ADM INISTRA O LOCAL EMPRESAS MISTAS
SEGURANA SOCIAL EMPRESAS INTERVENCIONADAS
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a interveno do Estado na economia
- estabilidade -
Com alguma frequncia, verificam-se nas economias reguladas pela livre iniciativa e pelo mecanismo do merca-do, a
existncia de situaes de instabilidade, caracterizadas por forte desemprego, por aumentos de preos, por faln-cias de empresas,
por quebras de produo.
Efectivamente, se podemos observar perodos em que se verificam aumentos de produo, em que h mais empregos e um
melhor nvel de vida, tambm, podemos observar outros perodos em que existem falncias de empresas, aumento do desemprego e
um pior nvel de vida.
para prevenir situaes de instabilidade que o Estado deve intervir na economia de um pas. Neste sentido, o Estado pe
em marcha um conjunto de medidas que protejam os trabalhadores afectados pelo desemprego ou medidas que levem os empresrios
a fixarem-se em zonas mais carenciadas, ou a produzirem certos bens em que necessrio aumentar sua oferta. Pode ainda o
Estado, com o objectivo de garantir a estabilidade da economia, pr em marcha um conjunto de medidas de combate inflao e
assim garantir a estabilidade dois preos e da moeda.
A complexidade das sociedades actuais exige que o Estado intervenha cada vez mais na actividade econmica de um pas,
para corrigir as chamadas falhas de mercado. So consideradas falhas de mercado, a concorrncia imperfei-ta, as externalidades e os
bens pblicos.