ecv5119 - apostila sistemas de transporte
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PROF.: AMIR MATTAR VALENTE, Dr.
SISTEMAS DE
TRANSPORTES
NOTAS DE AULA ECV 5119
_________ 2009-2_________
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL COORDENADORIA DE ENSINO
PLANO DE ENSINO 1 - Informaes 1.1 - Gerais Ano/semestre: 2009/2 Disciplina: Sistemas de Transportes Cdigo: ECV 5119 Natureza: Obrigatria Hora aula/semana: 3 (trs) Horas aula/total: 54 Vagas: 30 Turma 0536-A (Eng. Civil)
30 Turma 0536-B (Eng. Civil) 30 (Eng. Produo Civil)
Pr-requisito: Fotogrametria Oferta (curso): Engenharia Civil e Engenharia de Produo Professor: Amir Mattar Valente 1.2 Especficas Turmas Local Horrio 0536-A CTC 110 219203 0536-B e 0642 EEL 011 315103 2. Objetivos: Objetivo Terminal: Apresentar informaes e conhecimentos bsicos acerca dos sistemas de transportes com suas diversas modalidades. Objetivos Especficos: Informar a respeito das caractersticas e peculiaridades de cada modalidade de transporte. Apresentar noes de desenho urbano e sistemas de transporte urbano. Introduzir o aluno na prtica de avaliao de projetos rodovirios.
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3. Bibliografia a) VALENTE, Amir Mattar; PASSAGLIA, Eunice, NOVAES, Antonio G.; VIEIRA,
Heitor. Gerenciamento de Transporte e Frotas. So Paulo: Ed.Cengage Learning, 2008, 2 Edio Revista.
b) VALENTE, Amir Mattar; PASSAGLIA, Eunice; CRUZ, Jorge Alcides; Mello, Jos Carlos; CARVALHO, Nvio Antonio; MAYERLE, Srgio; SANTOS, Slvio dos. Qualidade e Produtividade nas Transportes. So Paulo: Ed. Cengage Learning, 2008.
c) FERRARI, Clson. Curso de Planejamento Municipal Integrado: urbanismo. So Paulo: Pioneira.
d MELO, Mrcio J. V. S.. Sistemas de nibus nas reas Urbanas. Ed. Universitria, UFPE.
e) NOVAES, Antonio G. Sistemas de Transportes. So Paulo: Ed. Edgard Blcher. f) LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, Jos Geraldo.
Administrao Estratgica da Logstica, Vantine Consultoria, So Paulo, 1999. g) PUCCINI, Hess. Engenharia Econmica. h) FARO, Clvis de. Matemtica Financeira.. i) The Highway Design and Maintenance Standards Model- HDM IV, BIRD,
2000. j) The Highway Design and Maintenance Standards Model - HDM 4.2, BIRD,
2005. k) CAIXETA-FILHO, J.V., MARTINS, R. S., Gesto Logstica do Transporte de
Cargas, Ed. Atlas, So Paulo, 2001. l) NOVAES, A. G., Logstica e Gerenciamento da Cadeia de Distribuio, Ed.
Campus, Rio de Janeiro, 2001.
m) Highway Capacity Manual HCM 2000, Transportation Research Board, National Research Council, Washington, D. C., 2000.
n) Hazzan, S.; Pompeo, J.N. Matemtica Financeira. Editora Saraiva, 5 edio, 2001.
o) Anurio Estatstico dos Transportes ANTT, 2006.
p) Pesquisas CNT 2002. Confederao Nacional dos Transportes. Modais de Cargas, Passageiros, Aquavirios, Ferrovirios e Autnomos. CNT, 2002.
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q) Revistas Tcnicas: Transporte Moderno; Ferroviria, Techni Bus, Frota & Cia. r) VALENTE, A.M., Nota Tcnica: Informaes Prticas para Realizaes de Estudos de Trfego em Projetos de Engenharia Rodoviria. Fevereiro de 1994. DER/SC. 4. Avaliao: 2 provas, cada uma com peso 1; 1 trabalho escrito, em equipes com at 5 alunos (peso 1); prova final; exigida a presena em, no mnimo, 75% das aulas. 5. Contedo Programtico (Especificaes/Cronograma): Unida-
de Contedo Procedimento
Didtico Horas Aula
Data provvel 0536-A 0536-B/0642
1. Introduo Engenharia de Transportes AEX 3 03/08/09 04/08/09 2. Consideraes sobre o Processo de Urbanizao AEX 3 10/08/09 11/08/09 3. Solues Relacionadas ao Transporte Coletivo AEX 3 17/08/09 18/08/09 4. Desenho Urbano AEX 3 24/08/09 25/08/09 5. Noes de Planejamento de Transportes AEX 3 24/08/09 31/03/09 6. Mtodos de Previso AEX 3 31/08/09 01/09/09 7. Coordenao das Modalidades de Transportes AEX 3 31/08/09 08/09/09 8. Terminais AEX 3 14/09/09 15/09/09 9. PRIMEIRA PROVA PARCIAL OTR 3 21/09/09 22/09/09
10. Aspectos Tcnicos e Econ. das Modalidades de Transp. AEX 3 28/09/09 29/09/09 11. Peculiaridades do Transporte AEX 3 05/10/09 06/10/09
12. Sistemas Virios Interurbanos e ENTREGA DOS TRABALHOS AEX OTR 3 19/10/09 13/10/09
13. Avaliao Econmica de Projetos Rodovirios AEX 3 26/10/09 20/10/09 14. Estudo do Trfego AEX 3 09/11/09 27/10/09 15. Benefcios e Custos AEX 3 09/11/09 03/11/09 16. Exemplo de Avaliao de um Projeto Rodovirio AEX 3 16/06/09 10/11/09 17. SEGUNDA PROVA PARCIAL OTR 3 23/11/09 17/11/09 18. PROVA FINAL OTR 3 30/11/09 24/11/09
Procedimentos Didticos: AEX - AULA EXPOSITIVA LAB - AULA DE LABORATRIO APR - AULA PRTICA OTR - OUTROS
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TRABALHO EM EQUIPE
A- Composio: de 03 (trs) a 05 (cinco) integrantes;
B- Forma: contendo um mnimo de 20 (vinte) pginas, levando em considerao o
portugus correto, a capa, o ndice ou sumrio, a bibliografia e fontes.
C- Contedo: escrever sobre o tema escolhido, abordando seus aspectos tericos e prticos, apresentando, se possvel, alguma experincia;
D- Sugestes de Temas: 1 - Prioridade para nibus nos centros urbanos. 2 - Tarifas e estrutura tarifria. 3 - Inovaes tecnolgicas para o transporte coletivo urbano. 4 - Avaliao de projetos de transporte urbano: aspectos econmicos financeiros
sociais e relativos ao meio ambiente. 5 - Sistema Areo. 6 - Sistema Ferrovirio. 7 - Sistema Rodovirio. 8 - Sistema Hidrovirio. 9 - Sistema Dutovirio. 10 - Sistema de Transporte Urbano.
Ex: Tipologia passageiroscargas
Veculos Vias Capacidade Sistemas de controle de trfego Custos Integrao com outras modalidades Comparaes com outras modalidades
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11 - Terminais
Ex: Tipologia
areoporturiorodovirioferroviriourbanoestacionamentos
Equipamentos Operao Custos Capacidade
12 - Pedestres
Ex: Caractersticas dos deslocamentos
velocidadedensidadevolumeetc
Nvel de servio Vias Custos Integrao com outras modalidades
13 - Inovaes Tecnolgicas
Ex: Para os diversos sistemas
viasveculosterminaissistemas de controle de trfego
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14 - Modelos ou Mtodos de Anlise de Desempenho de Sistemas de Transporte
Ex: Transporte coletivo urbano
nibusmetrtrem
Transporte regional de cargas
rodovirioferroviriohidrovirio
E- Prazo: O trabalho ser entregue ao professor em data determinada no plano de ensino da disciplina.
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SUMRIO I Introduo II Transporte Urbano e Concepes da Estrutura Urbana
II.1 Consideraes sobre o Processo de Urbanizao II.1.1 Origem II.1.2 Conseqncias da Urbanizao Acelerada
II.2 O Homem e os Transportes Urbanos II.2.1 Oferta Viria II.2.2 Demanda pelo Sistema Virio Urbano II.2.3 Compatibilizao entre Oferta e Demanda II.2.4 Estratgias Alternativas para o Transporte Urbano
II.3 Desenho Urbano Algumas Idias Pioneiras II.3.1 Cidades Novas
II.3.1.1 Objetivos de sua Construo II.3.1.2 Princpios quanto a Estrutura Fsica e os Movimentos
II.3.2 Unidade de Vizinhana II.3.3 Utopia II.3.4 A Cidade Linear II.3.5 A Cidade Industrial II.3.6 Cidade Jardim II.3.7 A Cidade Parque
II.3.7.1 Dimensionamento II.3.7.2 Objetivos Fundamentais II.3.7.3 Descrio
II.3.8 Braslia II.3.8.1 Concepo II.3.8.2 Descrio
III Noes de Planejamento de Transportes III.1 Introduo III.2 Contexto III.3 Metodologia de um Plano de Transporte III.3.1 Identificao dos Problemas de Transportes III.3.2 Formulao dos Objetivos e Metas III.3.3 Escolha das Variveis e dos Modelos III.3.4 Coleta de Dados
III.3.4.1 Noes e Procedimentos Preliminares III.3.4.2 Pesquisas Necessrias
III.3.5 Modelagem do Sistema de Transportes III.3.5.1 Gerao de Viagens III.3.5.2 Distribuio de Viagens III.3.5.3 Repartio Modal III.3.5.4 Alocao de Viagens
III.3.6 Validao dos Modelos e Calibrao do Sistema III.3.7 Mtodos de Previso
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III.3.7.1 Sries Temporais III.3.7.2 Cross Section III.3.7.3 Planos Setoriais III.3.8 Formulao de Alternativas III.3.9 Avaliao das Alternativas
III.3.10 Seleo de Alternativas III.3.11 Acompanhamento na Implantao do Plano III.3.12 Reavaliao
IV Coordenao das Modalidades de Transportes
IV.1 Relacionamento entre as Modalidades de Transporte IV.2 Principais Fatores que Influenciam na Escolha do Meio de Transporte IV.3 Equipamentos teis na Coordenao dos Transportes
IV.3.1 Cargas Unitizadas IV.3.1.1 Cofres de Carga (Contineres) IV.3.1.2 Paletes IV.3.1.3 Piggy-back IV.3.1.4 Roadrailer
IV.3.2 Correias Transportadoras IV.4 Terminais IV.5 Logstica
IV.5.1 Conceito de Logstica IV.5.2 Importncia da Logstica
V Aspectos Tcnicos e Econmicos das Modalidades de Transportes
V.1 Introduo V.2 Transporte Hidrovirio
V.2.1 Principais Caractersticas V.2.2 Tipos de Navegao V.2.3 Classificao das Cargas a Serem Transportadas
V.3 Transporte Rodovirio V.3.1 Principais Caractersticas V.3.2 Nvel de Servio de uma Rodovia V.3.3 Classificao Funcional das Rodovias
V.3.3.1 Identificao V.3.3.2 Importncia V.3.3.3 Principais Objetivos V.3.3.4 Sistemas Virios Interurbanos V.3.3.5 Sistemas Virios Urbanos
V.4 Transporte Ferrovirio V.4.1 Introduo V.4.2 Resumo Histrico V.4.3 Principais Caractersticas do Transporte Ferrovirio V.4.4 Cargas Tpicas do Transporte Ferrovirio
V.5 Transporte Areo V.6 Transporte Dutovirio
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VI Avaliao Econmica de Projetos Rodovirios
VI.1 Finalidade VI.2 Fases VI.3 rea de Influncia da Estrada VI.4 Determinao dos Fluxos nas Vias
VI.4.1 Abrangncia VI.4.2 Situaes
VI.4.2.1 Situao Atual VI.4.2.2 Situao Futura
VI.5 Estudo do Trfego VI.5.1 - Introduo VI.5.2 - Elementos Adotados no Estudo VI.5.3 - Determinao do Trfego Atual VI.5.4 - Trfego Futuro
VI.5.4.1 - Trfego Normal VI.5.4.2 - Trfego Desviado VI.5.4.3 - Trfego Gerado
VI.6 Custos e Benefcios VI.6.1 Principais Custos VI.6.2 Custos Operacionais dos Veculos VI.6.3 Classificao dos Benefcios VI.6.4 Economias Unitrias VI.6.5 Economias Anuais VI.6.6 Benefcios Totais
VI.7 Exemplo de Avaliao Econmica de um Projeto Rodovirio VI.7.1 Enunciado VI.7.2 Resoluo
VI.7.2.1 Trfego Mdio Dirio Anual Futuro VI.7.2.2 Benefcio Proveniente da Reduo do Custo Operacional (BOP)
para o Veculo v, no Ano a VI.7.2.3 Fluxo de Caixa do Empreendimento VI.7.2.4 Avaliao
ANEXOS I Solues para o Trfego Urbano Relacionadas com Engenharia de Trfego II Exemplos Referentes a Modelos de Planejamento de Transportes III Classificao de Terminais Intermodais IV Mtodo do Comprimento Virtual V Tabelas de Clculo de Custos Operacionais VI Alguns Conceitos Bsicos de Matemtica Financeira
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I - INTRODUO
Trata do deslocamento de bens ou pessoas entre pontos de origem e destino.
Necessita de: viasveculosterminais
Com o aumento da demanda pelos deslocamentos, o problema torna-se mais complexo, precisando-se tambm de sistemas de controle, legislao especfica, etc..
Exemplo: A) O Brasil necessita escoar, anualmente, aproximadamente 130 milhes de
toneladas, proveniente de sua produo de gros.
B) Na cidade do Rio de Janeiro, sua populao realiza anualmente, aproximadamente 8,0 bilhes de deslocamentos ou viagens urbanas.
Transporte fator essencial ao desenvolvimento de uma empresa, cidade, regio ou nao.
Cabe ao governo dar condies de atendimento demanda.
Observaes:
A) As perdas anuais na produo agrcola brasileira devido a dificuldade de transporte atingem milhes de toneladas.
B) A demanda por transportes nos centros urbanos, normalmente cresce mais do que a oferta viria.
necessrio:
planejarprojetarconstruiroperarmanter
Gerncia do Sistema de Transportes
Geralmente: recursos
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As aplicaes na rea de Engenharia de transportes abrangem:
regional urbano transportepedestresdutovirioaerovirio
lacustrefluvialmartimo
ohidroviri
oferrovirirodovirio
setores
Exemplos de aplicao:
A) Avaliao econmica da pavimentao de uma estrada.
Considerar:
- custo das obras; - custo de conservao; - custo de operao dos veculos; - trfego; - tempo das viagens.
Calcula-se:
- relao B/C; - valor atual; - TIR; - ano timo de abertura ao trfego.
B) Eletrificao ou dieselizao de uma ferrovia. Levar em conta:
- custo das instalaes (capital e manuteno); - custo das locomotivas (capital e manuteno); - custo da energia eltrica; - custo do diesel; - previses de trfego.
C) Plano de expanso em estgios, de um terminal porturio. Consiste em definir datas em que devero ser postos em operao novos beros de atracao, de forma a minimizar uma determinada funo de custos (implantao, manuteno, espera etc.) dada uma curva de projeo da demanda ao longo do tempo.
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D) Dimensionar uma frota homognea de avies comerciais, dado um esquema de horrios de vos dirios servindo as cidades A, B e C.
Resoluo minimizao do tempo morto global das aeronaves.
Tempo total de vo fixo.
E) Planejamento de Transportes (regional): Planos Diretores de Transportes
F) Planejamento de Transportes (urbano): Estudo do metr SP
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II - TRANSPORTE URBANO E CONCEPES DA ESTRUTURA URBANA
II.1 - Consideraes sobre o Processo de Urbanizao
II.1.1 - Origem
xodo rural devido a: - Aumento da produtividade agrcola, advinda do desenvolvimento de tcnicas e
equipamentos. Com isto, mais pessoas podem desenvolver atividade junto aos centros urbanos.
- Busca de melhores condies de vida (educao, sade, lazer etc.).
Quadro ilustrativo da populao mundial (milhes de habitantes)
ANOURBANA TOTAL % URBANA
1900 233 1620 14,4 1970 1355 3700 36,6 2000 2930 6160 47,6
2025(*) 5070 8310 61,0 (*) Valores estimados Fonte: ONU
Estima-se que, no ano 2025, em regies mais desenvolvidas, a populao urbana represente 80% da total.
II.1.2 - Conseqncias da Urbanizao Acelerada
- congestionamento do trnsito; - desemprego; - falta de habitaes; - aumento da violncia e criminalidade; - crescimento desordenado.
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II.2 - O Homem e os Transportes Urbanos
Concomitantemente com o processo de urbanizao, observa-se o uso crescente do automvel e do nibus, bem como a ampliao do sistema virio urbano.
II.2.1 - Oferta Viria
O crescimento de uma cidade depende de sua rede viria.
II.2.2 - Demanda Pelo Sistema Virio Urbano
Tem como origem s atividades do homem e ocorre, em grande parte, atravs dos automveis e nibus.
O automvel oferece, entre outras, as seguintes vantagens para o usurio:
- conforto; - privacidade; - transporte "porta a porta"; - independncia de escala de horrios; - livre escolha de itinerrios.
Por outro lado, o uso do automvel implica em maiores gastos em infraestrutura viria.
Exemplo: Capacidade/faixa de trfego com largura de 3m, na rea central de uma cidade, segundo Juhnke.
Veculo Lotao Mdia Capacidade (pass./hora)
Automvel 1,5 1200 nibus(*) 55 8300
Na prtica, a capacidade do transporte varia bastante em funo do tipo de operao e do grau de prioridade que dado ao mesmo nas correntes de trfego (prioridade nas interseces, faixa exclusiva, etc.).
II.2.3 - Compatibilizao Entre Oferta e Demanda H um limite fsico e financeiro para a cidade acomodar o trfego urbano.
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O que se observa, normalmente, um crescimento mais acentuado da demanda em relao oferta.
Dentre os impactos provenientes de tal situao, tem-se:
- aumento do nmero de acidentes; - congestionamento; - aumento de custos em sistemas de controle de trfego; - perdas de tempo; - maior gasto de combustveis; - desconforto; - deteriorao do meio ambiente (poluio do ar, sonora, etc).
II.2.4 - Estratgias Alternativas para o Transporte Urbano A) Poltica de Uso do Solo
A.1) Define o uso das reas, bem como os limites de crescimento, de forma a
permitir o dimensionamento adequado da infraestrutura viria.
B) Medidas Financeiras
B1) Taxas de estacionamento Mtodo pouco dispendioso e eficiente de desestimular o uso do automvel em reas de congestionamento. As taxas proporcionais tendem a desestimular o uso de automvel em viagens ao trabalho. Neste caso, uma alternativa de acesso ao centro seria atravs do uso de estacionamentos perifricos gratuitos ou mais baratos. Tais estacionamentos seriam integrados s linhas de transporte coletivo, atravs das quais os motoristas chegariam ao destino desejado. (sistema "Park and Ride").
B2) Tarifa A adoo de uma poltica tarifria adequada para o transporte coletivo pode reduzir problemas de congestionamento. Ex: tarifas reduzidas em horrios fora de pico.
B3) Pedgio Alternativa, de baixo investimento inicial, para reduzir ou eliminar congestionamentos.
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Pode estimular o uso do transporte coletivo, em detrimento ao transporte individual. Por onerar o usurio pode, em determinadas ocasies, no ser bem aceita.
C) MEDIDAS OPERACIONAIS
C1) Flexi-time Refere-se a uma poltica de escalonamento nos horrios das atividades (trabalho, colgio etc.) dos usurios do sistema virio. Propicia a reduo dos picos de trfego e conseqentemente dos congestionamentos.
C2) Controle sobre a entrega de cargas em caminhes Destina-se a evitar a forte interferncia de caminhes de entrega em reas e horas de congestionamento.
C3) Restries de estacionamento Eficiente mtodo de reduzir congestionamentos. Consiste em proibir o estacionamento de veculo em determinados locais durante certas horas ou ao longo do dia.
C4) Vias urbanas restritas Tais restries destinam-se normalmente a criar vias urbanas para uso exclusivo de pedestres, quer permanentemente, quer em determinados dias e horas.
C5) Policiamento Se os regulamentos de trfego, estacionamento e transporte coletivo no forem cumpridos, no atingiro seus objetivos.
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Garagens
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D) ENGENHARIA DE TRFEGO
Envolve estudos e intervenes relacionadas a:
Fluxos de Trfego
Volume Velocidade Densidade
Circulao Viria
Estuda a melhor orientao dos sentidos de trfego nas vias.
Vias de mo nica: menos acessibilidade e maior capacidade. Vias de mo dupla: maior acessibilidade e menor capacidade.
Interseces
Constituem-se em intersees, todos os cruzamentos, entroncamentos e bifurcaes, incluindo as reas formadas pelos mesmos.
Preferenciais Trata-se de intersees em nvel, devendo ser observada a prioridade das aproximaes. Por exemplo, os veculos que trafegam numa via coletora podem ter preferncia de trnsito sobre os que trafegam em uma via local.
Semaforizadas Intersees em nvel, com relevante fluxo de veculos ou pedestres nas aproximaes, justificando a necessidade de semforos. Visa compartilhar o espao virio, organizar o trfego e oferecer maior segurana.
Rotatrias So intersees construdas para que o trfego que a utilize tenha um deslocamento seguro e sem grandes tempos de espera. A preferncia se da a quem j estiver trafegando na rotatria. Podem apresentar razovel capacidade de escoamento, porm inferiores aos dos viadutos.
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Rotatria semaforizada Idntica a anterior, porm utilizando semforos, normalmente por uma razo peculiar.
Viadutos Intersees com aproximaes em diferentes nveis, de modo a manterem seus espaos exclusivos.
Elevados So vias construdas em um nvel elevado, de modo a preservar alta capacidade de escoamento e evitar os cruzamentos em nvel.
Dispositivos Eletrnicos
So equipamentos compostos por hardware e software utilizados para controle e
fiscalizao de trfego.
Exemplos: Radares; Lombadas eletrnicas; Cmeras de controle; Vias reversveis etc.
E) SOLUES RELACIONADAS AO TRANSPORTE COLETIVO
E1) Conceitos
Linha - ligao regular de transporte de passageiros entre duas ou mais
localidades, com ponto inicial e final definidos atravs de itinerrio
pr-estabelecido com ou sem secionamento.
Itinerrio - via percorrida na execuo do servio.
Seo - trecho do itinerrio, compreendido entre localidades determinadas, com
fracionamento do preo da passagem.
E2) Melhoramento dos servios de transporte coletivo
Envolve estudos para definio de linhas, horrios, localizao de terminais e pontos
de parada, itinerrios, etc.
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- Classificao das linhas
) Convencionais Operam com freqncias, itinerrios e horrios pr-estabelecidos.
De acordo com o itinerrio podem ser:
.1) Radiais Ligam os bairros ao centro da cidade em forma radial, indo e vindo pelos
mesmos itinerrios.
So as mais comuns e se adotadas sem maiores critrios, podem provocar
congestionamentos e a necessidade de transbordo no centro da cidade.
.2) Diametrais Ligam dois bairros, passando pelo centro em itinerrio no circular.
.3) Circulares So linhas com itinerrios em forma circular e com pontos inicial e final
coincidentes. Podem ou no passar pelo centro da cidade.
.4) Interbairros Ligam dois bairros sem passar pelo centro em itinerrio no circular.
.5) Em folha Tem origem no centro, seguem em direo dos bairros por uma radial,
atravessam uma rea externa por uma circular e retornam ao centro pela
mesma ou por outra radial.
) Especiais Prestam um servio no convencional. Em geral apresentam maior conforto,
capacidade de transporte e tarifas diferenciadas em relao s linhas convencionais.
Elas podem ser:
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.1) Expressas Caracterizam-se por maior velocidade pois operam com um nmero reduzido
ou sem paradas. So muito usadas em pontos afastados como distritos
industriais, centros administrativos etc.
.2) Opcionais Fornecem aos usurios melhores condies de transporte, utilizando veculos
com maior padro de conforto. So muito teis para atrair os usurios dos
automveis.
.3) Linhas de servio na rea central Operam com alta freqncia nos centros urbanos utilizando micro-nibus.
Podem estar associadas terminais perifricos. So teis numa poltica que
vise desestimular a circulao de automveis nas reas centrais.
E3) Tratamento preferencial para nibus em cruzamentos sinalizados
Pode-se propiciar maiores facilidades e estmulo ao uso do transporte coletivo,
atravs de um sistema de sinalizao semafrica sincronizada (onda verde),
com a passagem dos nibus em faixas ou pistas exclusivas.
E4) Faixas exclusivas (buslanes) ou pistas exclusivas (busways) para
nibus
Esta medida estimula o uso do transporte coletivo, alm de aumentar
significativamente a capacidade de uma via em termos de passageiros/hora.
E5) Implantao de sistema de trlebus
- apresenta capacidade de transporte entre 2.000 e 12.000 pass./hora por
sentido de trfego, dependendo da forma que a linha operada;
- no provoca poluio atmosfrica e apresenta baixo nvel de rudo;
- dada a sua alimentao por rede area, apresenta como principais
desvantagens a rigidez das linhas e pouca manobrabilidade dos veculos;
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- tem custo de implantao elevado se comparado com o custo para um sistema
de nibus a diesel, pois alm do veculo ser mais caro, envolve investimentos
em redes de alimentao e subestaes.
Exemplo:
para operar com capacidade de 6.000 pass./hora por sentido de trfego, a implantao do sistema de Trlebus requer, incluindo o custo de aquisio
de veculos, investimentos da ordem de 1,2 milhes de dlares/km.
Nestas condies, a implantao de um sistema de nibus a diesel requer
investimentos da ordem de 400 mil dlares/km;
no entanto, dada a longa vida til dos veculos, aliada a uma maior capacidade de transporte dos mesmos (maior velocidade e n de lugares), o
custo de operao com o sistema de Trlebus aproximadamente 20%
menor do que aquele relativo ao sistema de nibus a diesel.
E6) Veculo Leve sobre Trilhos VLT
Descrito como um pequeno trem urbano, em geral movido a eletricidade, que
em funo do seu tamanho, permite que sua estrutura de trilhos seja
implantada no meio urbano existente. Considerado como uma espcie de
bonde moderno podendo ser uma boa alternativa de transportes em cidades
de mdio porte.
Principais caractersticas:
- Em funo de sua leveza, tem um menor consumo energtico e desgaste de
via;
- Flexibilidade, tanto em via segregada, com maiores velocidades, como em
meio ao trfego urbano, com cruzamentos ao nvel das ruas;
- Rapidez, conforto e suavidade nos movimentos;
- Atende demandas urbanas de mdia capacidade;
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- Adapta-se com facilidade s reas de pedestres, podendo circular nos centros
administrativos e histricos;
- Adaptvel ao traado, pode vencer rampas e realizar curvas fechadas;
- Implantao pode ser por etapas;
- Custo de implantao e manuteno bem inferior aos sistemas pesados;
- Funcionam com trao eltrica, no emitindo poluio nenhuma. Podem
tambm utilizar o diesel, com a desvantagem de poluir o meio ambiente;
- Tem capacidade para transportar de 3.000 a 6.000
passageiros/hora/sentido/veculo, dependendo do grau de segregao e do
intervalo entre veculos;
E7) Veculo Leve sobre Pneus VLP
Podemos descrev-lo como um modelo de transporte coletivo, constitudo por
nibus convencionais que podem ser customizados para um determinado tipo
de projeto e utilizando vias ou faixas exclusivas.
Principais caractersticas:
- Transporte coletivo de mdia capacidade;
- Vrias cidades do mundo, como Curitiba (ligeirinho), adotaram o VLP como
um meio de transporte pblico
- Custo de construo e manuteno inferior a um sistema de pr-metr;
- Capacidade de transporte de passageiros similar de um sistema de VLT
F) SOLUES ENVOLVENDO TRANSPORTE DE MASSA
F1) Sistema de transporte integrado
Envolve a concepo, implantao e operao de linhas troncais e
alimentadoras conectadas em terminais de integrao com capacidade elevada.
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F1.1) Alimentadoras
Podem ser operadas por nibus do convencional ao de menor porte. So
utilizadas para alimentao de servios de grande capacidade de transporte
como o metr, trens urbanos, linhas que operam em pistas exclusivas etc.
F1.2) Troncais
Prestam o servio de transporte entre os terminais e os principais plos de
atrao ou produo de viagens ou entre dois ou mais terminais de integrao.
Geralmente, as linhas troncais se utilizam do sistema virio principal e
transportam volume relativamente alto de passageiros, prioritariamente em
pistas ou faixas exclusivas.
F2) Emprego de nibus maiores
Os melhores resultados so obtidos na operao em faixas ou pistas exclusivas
em sistema de transporte integrado.
Ex: articulados e bi-articulados.
F3) Implantao de sistema de pr-metr
- utiliza trens leves;
- permite espaamento reduzido entre as estaes;
- assim como o trem, o veculo tambm pode ter viabilidade para
deslocamento na superfcie;
- pode ter alimentao por rede area ou terceiro trilho;
- apresenta capacidade de transporte entre 10.000 e 40.000 pass./hora, por
sentido de trfego;
- tem custo de implantao menor que o do metr.
F4) Implantao de sistema de metr
- seu custo de implantao bastante alto.
- apresenta grande capacidade de transporte, podendo chegar a 90.000
passageiros/hora por sentido de trfego;
- no provoca poluio atmosfrica e oferece baixo nvel de rudo;
-
26
- possui grande capacidade de acelerar e desacelerar, o que permite pequeno
espaamento entre duas estaes. Este fato contribui significativamente para
viabilizar sua implantao em reas urbanas de alta densidade ocupacional,
dando ao sistema maior flexibilidade de operao;
- a alimentao eltrica normalmente feita por terceiro trilho, podendo no
entanto haver alimentao por rede area.
F5) Implantao de sistema de trem urbano
- apresenta grande capacidade de transporte (normalmente entre 40.000 e
90.000 passageiros/hora por sentido de trfego);
- tem custo de implantao relativamente baixo se comparado ao do metr;
- sua operao exige um grande espaamento entre as estaes, da sua
aplicao ser mais vivel para os servios suburbanos;
- normalmente tem captao de energia por rede area.
- Para situaes de demanda significativa, porm inferior a 40.000
passageiros/hora, pode-se especificar um veculo de menor porte e menor
custo.
G) SOLUES QUE EXIGEM ELEVADO VOLUME DE
INVESTIMENTOS NO SISTEMA VIRIO
G1) Construes de Anis Rodovirios
Evita que o trfego de passagem tenha que transitar por reas congestionadas e
propicia maior flexibilidade na escolha de acessos ao centro, distribuindo
melhor o trfego.
G2)Ampliao fsica do sistema virio
Pode exigir a alocao de elevado montante de recursos, quando envolve
desapropriao, construo de tneis, viadutos etc.
-
27
TRENS URBANOS
VECULO LEVE SOBRE TRILHOS - VLT
-
28
METR
TROLEBUS
-
29
nibus Articulados
NIBUS BI-ARTICULADOS
-
30
II.3 - Desenho Urbano - Algumas Idias Pioneiras
II.3.1- Cidades Novas
II.3.1.1 - Objetivos de sua Construo
dirigir o crescimento de grandes cidades; acompanhar o processo de industrializao de reas pouco desenvolvidas; revitalizar reas estagnadas ou deprimidas; induzir o desenvolvimento regional; cumprir destinos polticos (Braslia).
II.3.1.2 - Princpios Quanto a Estrutura Fsica e aos Movimentos
separao das vias de pedestres e de veculos; hierarquizao das vias de acordo com suas funes; procura de um equilbrio satisfatrio entre o transporte pblico e o privado.
II.3.2 - Unidade de Vizinhana
Publicada por Clarence A. Perry, apresenta as seguintes caractersticas:
a unidade pode ser considerada tanto uma pea de um conjunto maior (outras unidades), quanto uma entidade distinta em si mesma;
escola primria, pequenos parques, comrcio pertinente e ambiente residencial so facilidades estritamente locais, ou seja, voltados apenas
referida unidade;
a unidade teria uma populao em torno de 5.000 hab. (necessria para o funcionamento de uma escola primria);
os limites da vizinhana seriam demarcados por vias suficientemente largas, para servir ao trfego de passagem.
-
31
II.3.3 - Utopia
Publicada por Thomas More, onde tem-se:
um conjunto de 54 cidades distanciadas entre si de nunca menos de 38 km;
as ruas, so bem traadas e todas as casas tem uma porta para a rua e outra para o jardim,
cada cidade dividida em 4 setores e no meio de cada um tem-se uma praa, com lojas e armazns ao redor;
a populao de Utopia limitada em pouco mais de 100.000 pessoas.
II.3.4 - Cidade Linear
Publicada por Arturo Soria Y Mata, com as seguintes caractersticas:
constituda por uma via de 500m de largura e de comprimento varivel, seria formada por uma rodovia principal e por uma linha de trens ou
bondes.
ao longo dela passariam os dutos de gua, gs e eletricidade; estariam localizados, a determinados intervalos, os edifcios para
servios municipais como: bombeiros, polcia etc;
de cada lado se estenderia a zona residencial, servida por vias transversais e limitada por uma via secundria;
II.3.5 - A Cidade Industrial
Apresentada por Tony Garnier e teria 35.000 hab.;
na rea plana mais elevada ficaria a zona residencial; no centro ficariam as instalaes cvicas, edifcios para escolas
secundrias e campos de esporte;
no vale ao longo do rio ficariam indstrias, separadas da cidade propriamente dita, por uma zona rural que serviria de cinturo;
a cidade se estenderia longitudinalmente numa estrutura de planta em tabuleiro, com quadras de 30 X 150.
-
32
II.3.6 - Cidade Jardim
Proposta apresentada por Ebenezer Howard;
rea circular cercada por um cinturo verde e limitada por uma linha frrea;
do parque central sairiam rodovias radiais, dividindo a zona residencial em 6 setores;
no parque, se localizariam as escolas e as igrejas; o sistema rodovirio se irradiaria a partir do centro, interceptando vias
circulares para os movimentos transversais;
a integrao do conjunto de cidades seria feita por um sistema intermunicipal de linhas frreas para "trnsito rpido";
II.3.7 - A Cidade Parque
II.3.7.1 - Dimensionamento
Continha plano para uma cidade com 3 milhes de habitantes.
II.3.7.2 - Objetivos Fundamentais
descongestionar o centro, para facilitar a circulao; aumentar a densidade de algumas reas, facilitando os negcios
(construir em altura);
separar os fluxos de pedestres, automveis, caminhes, trfego local, de passagem, etc;
aumentar as superfcies plantadas (sol, rvores).
II.3.7.3 - Descrio
habitar: clulas residenciais em edificaes com 12 a 15 andares; trabalhar: condensao das atividades em altos edifcios (220 m), a cada
400 m, ligados por auto-estradas implantadas a 5 m de altura;
a rea destinada s indstrias localizar-se-ia no outro extremo da cidade, servida por rodovias e estradas de ferro;
-
33
recreao: haveria quadras de esporte no meio dos parques, ao redor das habitaes. No centro urbano, localizar-se-iam bibliotecas, teatros etc.;
circulao: o pedestre no cruzaria com o veculo. Os movimentos seriam classificados e separados, de acordo com 5 princpios bsicos:
a) Velocidades - nunca devem ser misturadas, isto , o pedestre (4 km/h) e
o veculo (80 km/h) nunca podem se encontrar.
b) Sentido do trfego - a mo nica deve se tornar uma funo automtica
e total. Nenhuma velocidade rpida dever ser perturbada por qualquer
cruzamento; as intersees em nvel devero ser supridas.
c) Veculos rpidos - devem conduzir de porta a porta. Os veculos no
estacionam nas auto estradas, interditadas tambm para os pedestres.
d) Veculos pesados - os caminhes circulam sobre as auto-estradas, em
vias prprias devidamente cercadas. O transporte coletivo funciona em
linhas paralelas, com paradas a cada 400 m.
e) Pedestres - os parques, onde se localizam as escolas e os esportes, so
atravessados por uma rede de vias para pedestres. A malha dispe de
passagens subterrneas, para cruzar com as vias destinadas aos bondes e
aos caminhes, e de uma marquise contnua, para proteo contra a
chuva.
II.3.8 - Braslia
II.3.8.1- Concepo
Apresentada em 1957, por Lcio Costa;
Dois eixos (rodovirio e monumental) cruzam-se de forma transversal. Em torno deles desenvolveu-se o projeto.
II.3.8.2 Descrio
Eixo rodovirio: seqncias de grandes quadras dentro das quais os blocos residenciais podem dispor-se, obedecendo a dois princpios:
-
34
gabarito mximo de seis pavimentos (e pilotis) e separao do
trnsito de veculos do de pedestres. Ao fundo das quadras estende-
se a via de servios para caminhes.
Eixo monumental: dispuseram-se sucessivamente, os centros cvico, administrativo, cultural, de hotis e a zona destinada s pequenas
indstrias. Lateralmente interseo com o eixo rodovirio
(residencial), localizam-se os setores bancrio e comercial.
Cruzamento dos dois eixos: propunha-se uma plataforma de trs nveis para ali localizar o verdadeiro centro urbano de Braslia com
edificaes destinadas a escritrios, representaes comerciais etc.;
Implantao: a cidade foi planejada para populao de 500.000 a 700.000 hab. Atingindo este limite, ela se desdobraria em cidades-
satlites devidamente planejadas. Na prtica elas acabaram se
transformando em cidades-dormitrio.
-
35
Braslia DF, Plano Piloto
Braslia, DF, Plano Piloto Fonte: Governo do Distrito Federal
-
36
III NOES DE PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES
III.1 - Introduo
Consiste em um processo dinmico onde os objetivos de curto, mdio e longo
prazo so estabelecidos e equacionados, segundo critrios de otimizao
econmica e social.
Principais objetivos:
Promover a integrao e o desenvolvimento; Melhorar a infra-estrutura e a operao do sistema; Otimizar a alocao dos investimentos no setor; Melhorar o atendimento da demanda por Transportes, considerando-se
as potencialidades das diversas modalidades;
Minimizar custos de transporte.
III.2 - Contexto O planejamento dos transportes deve estar inserido no planejamento de uma
economia que, por sua vez, envolve trs nveis de atuao inter-relacionados
entre si.
a) Planejamento Global
Deve coordenar os planos regionais e setoriais, de forma a no haver
problemas de superposio ou falta de integrao entre os mesmos.
Ex. Planejamento global visando incrementar o superavit na balana comercial
do pas.
b) Planejamento Regional
elaborado para cada regio e deve levar em conta no somente os interesses
da regio, mas tambm do pas.
Ex. Planejamento regional visando estimular as exportaes.
-
37
c) Planejamento Setorial
aplicado para os diversos setores do sistema econmico como, por exemplo,
transportes, educao, agricultura, etc. parte integrante do planejamento
regional e do global.
Ex. Planejamento no setor de transportes visando dar condies para o
escoamento de cargas dos centros produtores aos portos (exportao).
III.3 - Metodologia de um Plano de Transporte Abrange as seguintes fases principais:
III.3.1 - Identificao dos Problemas de Transportes Corresponde a identificao prvia de problemas e necessidades da sociedade
em matria de transporte em geral.
III.3.2 - Formulao dos Objetivos e Metas Esta etapa direciona todo o processo de planejamento. Os objetivos podem ser:
Econmicos Ex. Reduzir custos de transporte, aumentar as safras agrcolas.
No Econmicos Ex. Reforar a defesa do pas, aumentar o conforto dos usurios.
As metas representam a quantificao dos objetivos.
Ex. Pavimentar 500 km de rodovias em 4 anos.
Quanto ao horizonte de planejamento, os objetivos e metas podem ser:
Curto prazo menos de 4 anos Mdio prazo de 4 a 10 anos Longo prazo mais de 10 anos
-
38
III.3.3 - Escolha das Variveis e dos Modelos
Um modelo deve representar, de forma simplificada, uma realidade. A escolha
deve satisfazer os critrios de:
Relevncia Disponibilidade Confiabilidade
Ex. Variveis scio-econmicas escolhidas para previso de demanda por
transportes: nmero de domiclios, populao residente, nmero de empregos,
nmero de estudantes, renda mdia domiciliar, nmero de veculos, densidade
demogrfica.
Na Figura 1, pode-se ver os efeitos que o aumento do nmero de variveis
causa no processo de tomada de deciso.
Confiabilidade deuma deciso em
transportes
Nmero de variveis ou nvel de detalhe
Figura 1.a - Relao hipottica entre a confiabilidade de deciso e o nmero de
variveis na avaliao
Custo para seobter uma deciso
em transportes
Nmero de variveis ounvel de detalhe
Figura 1.b - Relao hipottica entre o custo de deciso e o nmero de
variveis na avaliao.
-
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III.3.4 - Coleta de Dados
III.3.4.1 - Noes e procedimentos preliminares
a) Definio da rea de Estudo
a rea de abrangncia do Plano de Transportes.
Tal rea deve conter:
Os deslocamentos preliminares da regio, em todas as suas extenses, reas que podero ser desenvolvidas ou ocupadas no futuro (horizonte do
planejamento).
b) Cordon line
So linhas de contorno que definem os limites da rea de Estudo.
c) Screen line
So linhas que cortam a rea de estudo, com poucos pontos de interseo com
ruas ou rodovias, podendo ser, por exemplo, uma via expressa, uma ferrovia,
um rio ou outro obstculo natural.
d) Zoneamento
A zona de trfego a unidade base de anlise. As caractersticas de cada setor
dentro da rea de estudo so pesquisadas e analisadas ao nvel de zona de
trfego. Cada zona deve, na medida do possvel, forte caracterstica de
homogeneidade.
Tamanho da zona de trfego: funo da preciso a ser obtida. Pode ser um
bairro (estudo urbano) ou um municpio (estudo regional).
Delimitao das zonas de trfego: procura-se seguir inicialmente os limites
polticos, administrativos e censitrios. Quando necessrio ou conveniente,
pode-se, a partir da, fazer subdivises em zonas menores.
-
40
d.1) Zoneamento Interno (Z.I.)
Para possibilitar a anlise dos movimentos internos rea de estudo, faz-se
uma subdiviso da mesma em zonas de trfego internas (Z. I.).
d.2) Zoneamento Externo (Z.E.)
Para permitir a anlise de movimentos que envolvem regies vizinhas rea de
estudo, define-se as zonas de trfego externas (Z. E.).
Dimenso das (Z. E.): tende a aumentar com a distncia entre estas e a rea de
estudo. Por exemplo, o estado do Rio de Janeiro pode se constituir em uma (Z.
E.) de um estudo na Regio Sul.
e) Centride
Ponto localizado no interior de uma zona de trfego, onde se concentra a
maioria das atividades da mesma. Ele a representao pontual da zona.
como se todos os dados pesquisados e analisados para a zona estivessem
concentrados nesse ponto.
Ex: Num setor predominantemente residencial, esse ponto situa-se no lugar de
maior densidade demogrfica, num setor comercial, nas proximidades do
centro comercial.
f) Arco (Link)
Real: segmento virio homogneo (trfego, tipo e condio da superfcie de rolamento) que compe a rede.
Fictcio: artifcio utilizado para ligar centrides rede, representar pontos de transbordo, atende restries impostas por determinados algoritmos, etc.
g) N
Ponto inicial ou final de um arco. Normalmente representa uma interseco
viria.
-
41
h) Rede Viria
Representa o conjunto de vias que permitem a circulao de pessoas e bens
dentro da rea de estudo.
Numa rede codificada cada elemento tem sua prpria representao. Para cada
arco da rede deve-se determinar: capacidade; extenso; tipo e condio da
superfcie de rolamento; velocidade; custo operacional dos veculos.
III.3.4.2 - Pesquisas Necessrias
a) Levantamentos Gerais
Propiciam o conhecimento geral do sistema e envolvem, por exemplo,
pesquisas sobre planos existentes, legislao, uso do solo, sistema virio,
terminais, transporte pblico, aspectos scio-econmicos, operao de trfego,
etc.
b) Pesquisas Origem / Destino
Existem diversos modos de se realizar tal pesquisa: entrevista domiciliar, por
telefone, pelo correio, junto a via, etc.
b.1) Pesquisa domiciliar (planejamento urbano)
Procura determinar as origens e os destinos de todas as viagens dirias
daqueles que residem, temporria ou permanentemente, na rea de estudo.
realizada por entrevistadores junto aos domiclios. Para reduzir tempo e
custos, define-se uma amostra a ser pesquisada. Ex. No estudo para o metr de
So Paulo utilizou-se da lista de consumidores de energia eltrica e sorteou-se
25.000 residncias.
b.2) Pesquisa O/D nas vias
Este tipo de pesquisa mais utilizado para estudos regionais. Torna-se tambm
necessrio para o planejamento do transporte urbano, em casos como a
-
42
determinao das viagens externas (junto ao "Cordon Line") e estudos de
trfego especficos.
b.3) Pesquisas complementares
Exemplo:
- Junto s indstrias: O/D das matrias primas e produtos compondo os fluxos
industriais.
- Junto a entidades que controlam determinados setores: fluxo de nibus -
DETER (linhas intermunicipais em Santa Catarina), Prefeituras (linhas
municipais), ANTT (linhas interestaduais).
b.4) Resultados que podem ser extrados das pesquisas
- composio do trfego por tipo de veculo;
- variaes horrias;
- razes das viagens;
- mdia de passageiros ou carga por veculo;
- veculos de carga carregados e vazios (%);
- estudos de sobrecarga em caminhes;
- origem e destino das viagens;
- volumes de trfego.
-
43
Exemplos:
Matrizes de origem/destino, por produto, em toneladas/ano ou ton/dia
O/D 1 2 ... N Oi
i=1
N 1 t11 t1n O1 2 . . .
. . .
N tn1 Tnn ON
D jj
n
=
1
D1 ... Dn
nOii 1
n
== nD j
j 1
n
=
1,2,...,N - municpios ou plos econmicos na rea de influncia.
Matrizes O/D para pessoas nibusautomveis
c) Contagens de Trfego
c.1) Tipos de Contagens
Podem ser
s)automtico s(contadore smecanizadamanuais
triasclassifica notriasclassifica
Classificao dos veculos
outrosnibusautomveis
spassageiro de
-
44
reboques-semi e reboquespesados caminhesmdios caminhes
ups)-(pick leves caminhes
carga de
c.2) Resultados a serem obtidos
Trfego Mdio Dirio (TMD) nos diversos trechos. Ex. 300 veculos/dia
Variaes de trfego ao longo do dia, da semana e do ano
Composio do trfego nos trechos
III.3.5 Modelagem do Sistema de Transportes Normalmenteocorreemformaseqencial,conformedescritoaseguir.
III.3.5.1 - Gerao de Viagens
a)Objetivo
Estimar o nmero de viagens geradas (produzidas e atradas) por uma zona de
trfego, num determinado intervalo de tempo.
b) Determinao do Nmero de Viagens Geradas por Zona de Trfego
b.1) Dados Reais
Normalmente podem ser obtidos atravs de pesquisas de origem/destino
(O/Ds). Os dados de gerao por zona de trfego correspondem s margens da
matriz O/D.
-
45
b.2) Dados Calculados
Os clculos dos valores de gerao de viagens por zona de trfego podem ser
feitos atravs de conhecidos mtodos e modelos matemticos, tais como os de
fatores de Expanso, Anlises de Categorias, Fatores de Uso do Solo bem
como atravs de Modelos de Regresso Linear ou No Linear.
III.3.5.2 Distribuio de Viagens
a)Objetivo
Estimar o nmero de viagens entre as diversas zonas de trfego num
determinado intervalo de tempo.
b) Determinao do Nmero de Viagens entre as Zonas de Trfego
b.1) Dados Reais
Normalmente so obtidos atravs de pesquisas O/D (pesquisas domiciliares,
nas vias, ou junto a empresas).
b.2) Dados Calculados
Os clculos dos valores de distribuio de viagens por zona de trfego
podem ser feitos atravs de conhecidos mtodos e modelos matemticos.
Como exemplo, entre os mtodos de fatores de crescimento pode-se citar o de
Fratar e entre os modelos matemticos, os Gravitacionais.
Fratar
O Mtodo Fratar utilizado para calcular a distribuio das viagens dentro de
uma rea de estudo de planejamento de transportes, por meio de aproximaes
sucessivas, permitindo a obteno de matrizes O/D para cada tipo de viagem
em anlise.
-
46
O Modelo Gravitacional
Tem como princpio bsico a fsica Newtoniana, a qual estabelece a existncia
de uma atrao entre as massas que diretamente proporcional ao seu tamanho
e inversamente proporcional distncia entre elas.
A forma geral seria:
)(
),(
ij
jiij df
MMfT =
Onde: massas as entre existente iterao de foraTij = j e i pontos dois de tivasrepresenta massasMM ji =, j e i entre distnciadij =
Significado de cada termo:
Massa = sendo j e i duas localidades, a massa ser uma grandeza que as
represente, podendo assumir uma gama bastante diversa de valores, como por
exemplo, a populao das localidades, o nmero de veculos registrados,
principal produto produzido, entre outros.
A escolha dessas grandezas depender da finalidade do estudo e da correlao
entre as variveis disponveis.
Distncia = pode-se conceituar de forma mais abrangente e no
necessariamente como uma simples distncia em quilmetros entre as
localidades. Representa uma fora opositora aos deslocamentos. Ex. custo de
transporte, tempo de viagem, distncia ou uma combinao delas.
b.3) Outros Modelos
Existem ainda modelos de distribuio que procuram retratar (atravs de
equaes) uma distribuio real, tais como de oportunidades, eletrosttico, de
maximizao de entropia etc.
-
47
III.3.5.3 Repartio Modal a) Objetivos
Procura estimar como ser a diviso dos deslocamentos entre i e j nas diversas
modalidades (rodovirio, ferrovirio etc.) ou meios de transporte (automveis,
nibus etc.).
b) Determinao da Repartio Modal
b.1) Dados Reais
Normalmente so coletados em pesquisas de campo atravs de entrevistas ou
outros procedimentos.
b.2) Dados Calculados
A repartio pode ser calculada antes ou aps a distribuio, conforme visto a
seguir.
b.2.1 Modelos de Gerao Direta
Encontram-se incorporados etapa de gerao de viagens. Ex. modelo de
regresso.
Oi(n) = a + bPi + CNEi
onde:
Oi = nmero de viagens de nibus com origem em i
Pi = populao de i
NEi = nmero de estudantes em i
a, b, C = constantes determinadas atravs do mtodo dos mnimos quadrados
b.2.2 Mtodos Anteriores Distribuio
Neste caso, a diviso das viagens feita logo aps os estudos de gerao,
podendo-se utilizar de relaes percentuais para realizar a repartio.
b.2.3 Modelos Posteriores a Distribuio
Recebem como entrada a matriz obtida na distribuio de viagem.
-
48
III.3.5.4 - Alocao de Viagens a) Objetivo
Consiste em alocar os fluxos de uma matriz O/D numa rede viria,
determinando-se o volume de trfego em cada arco da mesma.
b) Procedimentos Bsicos para Alocao de Viagens
b.1) Definio de Critrios do Motorista para a Seleo de Rota
Ex. Rota que propicie o menor tempo de viagem
b.2) Construo das rvores da Rede Viria
Consiste em:
Definir os possveis caminhos entre cada par O/D e os respectivos arcos que os compem.
Calcular a impedncia de cada caminho Ordenar os caminhos de acordo com a impedncia e selecionar os de
interesse.
c) Mtodos de Alocao
c.1) Tudo ou Nada
Admite que todas as viagens entre duas zonas sejam feitas atravs do caminho
de menor impedncia, desprezando outros caminhos, desde que a capacidade
das vias no seja ultrapassada.
c.2) Tudo ou Nada com Restrio de Capacidade
Tambm admite que todas as viagens entre duas zonas sejam feitas atravs do
caminho de menor impedncia, no entanto o carregamento vai somente at o
limite da capacidade da via. Depois pode passar a carregar o segundo melhor
caminho.
-
49
c.3) Modelos de Equilbrio em Redes
Considera que as impedncias variam em funo da relao Volume de
Trfego/Capacidade da Via.
, portanto, um processo interativo onde todas as impedncias so recalculadas
sistematicamente, aps cada carregamento at que no se tenha oscilaes
significativas nos volumes dos arcos.
c.4) Alocao em Caminhos Mltiplos
Considera que parte das viagens entre duas zonas feita pelo caminho mnimo
e parte feita por outro(s) caminho(s). Ex. mtodo de Abraham
Por este mtodo, o trfego repartido entre dois caminhos alternativos, da
seguinte forma:
P CC C1
18
18
28= +
onde:
P1 = Percentual de viagens realizadas pelo caminho 1.
C1 = Custo de viagem pelo caminho 1.
C2 = Custo de viagem pelo caminho 2.
III.3.6 Validao dos Modelos e Calibrao do Sistema
Aplicao dos dados levantados, relativos ao ano base, junto aos mtodos e modelos matemticos adotados.
-
50
Comparao dos resultados fornecidos pelos modelos, com os observados no sistema real. Para verificar a preciso dos resultados das alocaes, os
volumes de trfego calculados para os arcos da rede podem ser
comparados com valores de suas contagens em campo.
Observar se as diferenas esto dentro de padres aceitveis, se estiverem o sistema est calibrado.
III.3.7 Mtodos de Previso
Aps a validao, feita a previso da demanda, conforme o horizonte de
planejamento, a partir da alimentao dos modelos com valores projetados de
suas variveis (populao, renda etc.).
Podem ser baseados em modelos do tipo:
III.3.7.1) Sries Temporais
O comportamento histrico o indicador da tendncia futura.
Ex. quantidade diria de viagens de automvel com origem em uma zona de
trfego (Oi).
Produo anual de milho no municpio M ou regio R.
Um aumento na produo provoca incremento no fluxo.
III.3.7.2) Cross - Section
Procuram relacionar os fatos com determinadas variveis explicativas. Ex.
produo de viagens (BR) por motivo de trabalho, na zona de trfego if (nmero de pessoas ocupadas que residem em i).
-
51
Sua construo pode ser feita atravs de anlises de regresso (estudo das
relaes entre variveis).
Exemplo:
- Produo diria de viagens de automvel no municpio M ou regio R
Pmi= a + b Vmi + cRmi
onde: Pmi = Produo diria de viagens de automvel em M, no ano i Vmi = n de automveis em M, no ano i Rmi = Renda mdia da populao de M, no ano i a, b, c = parmetros da equao
III.3.7.3) Planos Setoriais
Neste caso, as previses so baseadas em taxas contidas em planos de
expanso das indstrias, da agricultura etc.
III.3.8 - Formulao de Alternativas So estudadas as possveis formas de se atingir os objetivos propostos.
Normalmente, isto implica em alteraes na rede viria e/ou nos servios de
transporte oferecidos.
III.3.9 - Avaliao das Alternativas Consiste em:
Inserir junto ao modelo, as alternativas formuladas, Avaliar os impactos das mesmas junto ao sistema.
Normalmente so utilizadas para avaliao, critrios de rentabilidade
econmica, como benefcio/custo (B/C), benefcio-custo (B-C) e taxa de
retorno (TIR).
-
52
III.3.10 - Seleo de Alternativas Consiste em:
comparar as alternativas decidir recomendar a(s) mais adequada(s)
III.3.11 Acompanhamento na Implantao do Plano Trata-se do monitoramento e superviso das atividades relacionadas
implantao do plano de modo que ele ocorra conforme o planejamento.
III.3.12 Reavaliao Consiste na avaliao peridica do plano com o intuito de adapt-lo, caso
necessrio, a alteraes de ordem econmica e social, no previstas pelo
mesmo.
Tal situao tem maior evidncia nos planos de longo prazo. Ex. Uma
mudana significativa no preo do petrleo pode justificar a alterao de um
plano.
-
53
IV - COORDENAO DAS MODALIDADES DE TRANSPORTES
Cada meio de transporte possui caractersticas prprias que o tornam mais
adequado que os outros, sob determinadas circunstncias.
Ex: transporte de jornal em longas distncias s pode ser feito com o uso do
sistema aerovirio.
A coordenao dos transportes um procedimento atravs do qual procura-se
melhor aproveitar as qualidades das diversas modalidades de forma a otimizar
tcnica e economicamente os deslocamentos de pessoas e bens.
IV.1- Relacionamento Entre as Modalidades de Transporte
Quanto ao relacionamento, elas podem ser: - Complementares
Quando os servios no podem ser realizados por apenas um meio (transporte
intermodal).
Ex: para a exportao de gros para a Europa necessrio de pelo menos duas
modalidades de transporte.
- Substitutivas
O uso de uma modalidade dispensa o uso de outra.
Ex: viajar de avio em vez de usar o nibus rodovirio.
IV.2 - Principais Fatores que Influenciam na Escolha do Meio de
Transporte
Flexibilidade Refere-se aptido do meio de transporte em oferecer alternativas que podem
ser relativas a rotas, tipo, tonelagem e volume da carga, freqncia de viagens,
etc.
Ex: dada a alta densidade da malha viria e a pequena dimenso dos veculos,
o transporte rodovirio mais flexvel que o ferrovirio em relao s
rotas, mas perde para este no que se refere ao peso das cargas.
-
54
Tempo de Viagem
Deve ser considerado desde a origem at o destino da viagem, incluindo-se
tempo de deslocamento, tempo de espera em pontos de transbordo, etc.
Custo
Engloba no somente o custo da viagem, mas tambm aqueles relativos ao uso
do terminal, seguros, etc.
Confiabilidade Est relacionada com o cumprimento de horrios, ocorrncia de perdas,
avarias, roubos, etc.
Conforto Depende de fatores tais como: ambiente fsico (veculo, via, terminal), lotao,
servio oferecido pela empresa transportadora, etc.
Segurana Est relacionada com a possibilidade de ocorrncia de acidentes.
IV.3 EQUIPAMENTOS TEIS NA COORDENAO DE
TRANSPORTES
IV.3.1 CARGAS UNITIZADAS
So constitudas de materiais diversos, sejam eles embalados ou no,
arranjados e acondicionados, de modo a possibilitar a movimentao e a
estocagem por meios mecanizados como uma nica unidade de carga, em um
meio de transporte, entre uma origem e um destino.
Dentre os vrios equipamentos existentes para unitizao de cargas,
destacamos os principais:
-
55
IV.3.1.1 - Cofres de Carga (Contineres)
So recipientes destinados a transportar mercadorias utilizando determinado
meio de transporte.
Vantagens advindas do uso de cofres de cargas - melhor utilizao do espao destinado carga;
- simplificao nas operaes de carga e descarga reduzindo a mo-de-obra;
- aumento da produtividade dos transportes;
- reduo do tempo de carga e descarga;
- reduo dos custos de transporte;
- reduo da ocorrncia de perdas e roubo;
- facilidade no uso integrado dos diversos meios de transporte.
Elementos necessrios a uma boa operao com contineres - existncia de alto volume de carga nos dois sentidos;
- terminais e/ou embarcaes com equipamentos adequados (operaes lift-on,
lift-off);
- veculos especialmente projetados ou adaptados para este tipo de transporte.
Materiais utilizados na fabricao de contineres - madeira bastante utilizada; - alumnio sua principal vantagem o peso reduzido; - ao pesado, porm, resistente e durvel. o material mais usado; - plstico leve e barato. usado para determinados produtos.
Ex: cargas lquidas;
- borracha apropriada para o transporte de lquidos em contineres inflveis que propiciam o retorno vazio.
-
56
CONTINERES
-
57
IV.3.1.2 - Paletes So estrados sobre os quais so empilhadas mercadorias que posteriormente
so amarrados a esta plataforma.
Quanto ao material para sua fabricao, podem ser feitos em madeira, metal ou
outro material resistente.
Se compararmos com os containeres, apresentam maiores restries com
relao a tonelagem, tipos de cargas, etc, todavia tem custo bem mais
reduzido.
Vantagens Guardadas as propores so aquelas descritas para os contineres.
Suas caractersticas o fazem bastante til na integrao da modalidade aeroviria com os demais meios de transporte.
IV.3.1.3 -"Piggy - backs"
So constitudos por cofres de cargas com pneus na traseira, possuindo na
dianteira um equipamento que permite o engate em um cavalo mecnico.
So muito utilizados na integrao do sistema rodovirio com sistemas
ferrovirio e/ou hidrovirio.
Para o caso do hidrovirio, a integrao se completa com o uso de navios tipo
Roll-on Roll-off". Tais embarcaes so construdas para acomodar cargas
sobre rodas, incluindo-se, alm do piggy-back, automveis, tratores,
caminhes, etc.
Esta caracterstica facilita o embarque e desembarque de cargas e, portanto,
dispensa o uso de equipamentos mais sofisticados para realizar tal operao.
-
58
PALETES
PBR - Padro Brasil 2 Entradas, Face nica 2 Entradas, Reforo Inferior
2 Entradas, Dupla Face 4 Entradas, Face nica 4 Entradas, Dupla Face
Embalagens Especiais Caixas e Engradados
-
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ROLL-ON ROLL-OFF
-
60
IV.3.1.4 - "Roadrailers" Trata-se de um equipamento recente. semelhante ao piggy-back, porm possu
na traseira, alm das rodas convencionais para uso em rodovias, rodas
sobressalentes que permitem seu uso em ferrovias substituindo o vago
convencional.
Tais caractersticas o fazem bastante til na integrao das modalidades rodoviria, ferroviria e hidroviria.
IV.3.2 - Correias Transportadoras Normalmente so empregadas para o transporte de material a granel ou
embalagem, a distncias bastante reduzidas.
IV.4 - Terminais
Definio So pontos extremos ou de transbordo de um determinado deslocamento, onde se
realizam operaes de embarque, desembarque ou transferncia de cargas ou
pessoas, dentro de uma mesma modalidade de transporte ou de uma modalidade
para outra.
Importncia So elementos de destacada importncia na coordenao dos transportes.
O desempenho de um sistema multimodal depende do desempenho dos terminais.
Para uma boa performance necessrio que os terminais sejam projetados e
equipados adequadamente.
Tipos de servios - Passageiros: urbano, intermunicipal, interestadual, internacional.
- Cargas: carga geral, granis, encomendas etc.
-
61
ROADRAILER
-
62
CORREIAS TRANSPORTADORAS
-
63
Capacidade
- Capacidade Esttica corresponde ao nmero mximo de elementos que o terminal pode atender simultaneamente. Tais elementos podem ser veculos,
cargas, passageiros etc.
- Capacidade Dinmica corresponde quantidade mxima de elementos que um terminal pode atender num determinado intervalo de tempo. Utiliza medidas
de fluxo. Ex: passageiros/dia, toneladas/ano etc.
IV.5 Logstica
IV.5.1 Conceito de Logstica Trata do fluxo das informaes dos produtos e servios desde os fornecedores
primrios at o consumidor final. Portanto, est afeta logstica aquela grande
questo no mercado de ter o produto certo, na quantidade certa, no tempo certo,
no local certo, nas condies estabelecidas e ao mnimo custo.
IV.5.2 Importncia da Logstica No Brasil, as primeiras manifestaes de atividades logsticas aconteceram na
distribuio fsica dos produtos e, devido as nossas dimenses continentais, o
transporte assumiu um papel de grande destaque neste cenrio.
No incio da dcada de 90, a viso existente sobre a logstica era mais estreita e
muito operacional, dificultando a compreenso de que, para um bom desempenho
competitivo, se faz necessrio mais do que um deslocamento de cargas de um
ponto para outro.
O conceito de logstica est em constante evoluo e sabe-se que processos, como
o de transporte no existe como atividade isolada, mas integra uma cadeia, que
atua de modo sincronizado, agregando valores e atendendo as necessidades do
mercado.
-
64
V - ASPECTOS TCNICOS E ECONMICOS DAS MODALIDADES DE TRANSPORTES
V.1 Introduo
Definio de Sistema:
Sistema um conjunto de elementos ou componentes que se articulam sob uma
solicitao proveniente do exterior (input) produzindo um resultado no exterior
(output).
elemento ativo Subsistema
Input Out Put
Exemplo de Sistema: um automvel Input - energia
controle humano Output - deslocamento de pessoas e mercadorias
Delimitao funo do objetivo a que se prope a anlise. Todo sistema est includo em
um sistema mais amplo.
Principais elementos de um sistema de transporte
- pessoas ou bens a serem transportados; - veculos - ex: trem, navio etc.; - vias - ex: rodovia, ferrovia etc.; - terminais - ex: aeroportos, portos martimos etc.; - sistemas de controle - ex: sinais luminosos, mo nica etc.; - operadores - responsveis pela realizao do transporte.
-
65
V.2 Transporte Hidrovirio
V.2.1 - Principais Caractersticas - Quanto via, permite a realizao dos deslocamentos em todas as direes
dentro de um plano (360).
- Em relao ao consumo de combustvel o mais econmico em termos de
l/ton. Km.
- Baixa velocidade de operao tanto dos veculos como dos terminais.
- Requer gastos elevados para utilizao dos terminais.
- Pouco flexvel na escolha das rotas, pois depende dos terminais.
- Exige investimentos vultosos para construo e aparelhamento dos portos.
- Necessita de elevada densidade de trfego regular.
V.2.2 - Tipos de Navegao Subdivide-se nos seguintes tipos: Martima - Cabotagem: Realizada ao longo de uma mesma costa
- Longo curso: Realizada entre costas separadas
Fluvial - Realizada em rios.
Lacustre - Realizada em lagos.
V.2.3 - Classificao das Cargas a Serem Transportadas
Carga Geral Corresponde a qualquer tipo de carga onde no h uma padronizao ou
homogeneidade.
-
66
Itens avulsos, embarcados separadamente em embrulhos, fardos, pacotes,
sacas, caixas, tambores etc.
Neste caso, as operaes de carga e descarga so mais difceis e morosas,
fazendo com que os navios fiquem mais tempo parados nos portos.
H uma tendncia em adotar navios menores para transportar tal tipo de carga.
Desta forma, as embarcaes ficam menos tempo paradas nos portos,
propiciando maior flexibilidade frota existente.
Carga Unitizada Surgiu no intuito de reduzir os problemas encontrados nas operaes de
transbordo com cargas gerais.
A utilizao se d, principalmente atravs de contineres e paletes.
Tal procedimento tem dado bons resultados, e o transporte hidrovirio de
cargas unitizadas cresce consideravelmente.
Carga Especfica ou a Granel Corresponde ao chamado transporte a granel. Tal carga pode ser slida, lquida
ou gasosa. Exemplificando tm-se minrios, cereais, petrleo, produtos
qumicos que podem estar liquefeitos, gases, etc.
A prtica tem demonstrado ser bastante vantajosa na utilizao de navios de
grande capacidade para o transporte destas cargas.
V.3 - Transporte Rodovirio
V.3.1 - Principais Caractersticas
- Possui grande flexibilidade de escolha de rotas e horrios.
- Permite a realizao de transporte "porta-a-porta".
- Requer investimentos em infra-estrutura relativamente baixos. Torna-se ento
indicado para ser adotado em programas de integrao regional e na
incorporao de novas reas ao processo produtivo.
-
67
- Apresenta alto custo operacional por ton.km transportada. mais indicado
para a movimentao de mercadorias de mdio e alto valor a curtas e mdias
distncias.
V.3.2 - Nvel de Servio de uma Rodovia
um ndice qualitativo que visa medir ou retratar a influncia de vrios fatores
nas condies de operao de uma rodovia, tais como, velocidade, tempo de
viagem, segurana, conforto, custos, relao volume de trfego/capacidade
(V/C), etc.
Na prtica, o Highway Capacity Manual (HCM) utiliza a velocidade mdia de
viagem, a relao V/C e a (%) de tempo de atraso para definir os diversos
nveis de servio (de A a F) de uma rodovia rural de pista simples.
V.3.3 - Classificao Funcional das Rodovias
V.3.3.1 - Identificao
Refere-se a funo exercida por uma rodovia junto a uma determinada rede
rodoviria.
V.3.3.2 - Importncia
A importncia dessa funo considerada diretamente proporcional a
determinados elementos tais como, porte das localidades servidas, volumes de
trfego, distncia mdia de viagem desse trfego na rodovia, etc.
V.3.3.3 - Principais Objetivos
- Proporcionar uma base lgica para planejar o desenvolvimento de uma rede
rodoviria.
- Estabelecer bases racionais para atribuir responsabilidades pelas rodovias. Ex:
nveis federal, estadual e municipal.
- Criar bases efetivas para a distribuio dos recursos financeiros entre os
diversos sistemas funcionais.
-
68
V.3.3.4 Sistemas Virios Interurbanos
a) Rurais
a.1) Sistema Arterial Principal
Atendendo funo mobilidade com rodovias inter-regionais que
proporcionem um sistema contnuo dentro de uma regio e articulao com
rodovias semelhantes em regies vizinhas. Conectam cidades com mais de 150
mil habitantes.
a.2) Sistema Arterial Primrio
Atendendo funo mobilidade, devendo formar, junto com o Sistema Arterial
Principal, um sistema contnuo, livre de interrupo. Conectam cidades com
cerca de 50 mil habitantes.
a.3) Sistema Arterial Secundrio
Atendendo a funo mobilidade, devendo formar um sistema contnuo, em
combinao com as rodovias de sistemas superiores. Conectam cidades com
populao acima de 10 mil habitantes que no estejam atendidas por rodovias
de sistema superior.
a.4) Sistema Coletor
Com a funo de mobilidade e acesso dentro de rea especfica do Estado.
Complementa o sistema arterial, formando uma rede contnua de ligao entre
reas rurais e centro municipais e deste malha arterial.
a.4.1) Primrio
Ligando cidades com populao acima de 5 mil habitantes, no servidas por
rodovias de classe superior, com funo de acesso a centros de gerao de
trfego, como portos, reas de produo agrcola e de minerao, ou stios
tursticos.
-
69
a.4.2) Secundrio
Ligando cidades com populao acima de 2 mil habitantes, no servidas por
rodovias de classe superior, com funo de acesso s grandes reas de baixa
densidade populacional, no servidas por rodovias arteriais ou coletoras
primrias. Liga estas reas com o Sistema Coletor Primrio ou com o Sistema
Arterial.
a.5) Sistema Local
Com funo de acesso ao trfego intra-municipal de reas rurais e de pequenas
localidades s rodovias de nvel superior. Pode apresentar descontinuidades,
mas no isolamento do restante da rede.
V.3.3.5 Sistemas Virios Urbanos
a) Urbanos
a.1) Sistema Arterial
Vias com caractersticas freqentemente de rodovias multifaixas, embora
tendo densa ocupao lateral, intenso trfego de acesso e proximidade entre
intersees ou cruzamentos semaforizados, quando comparadas com rodovias
rurais multifaixas. Possuem funo:
(1) de servir apenas passagem do trfego direto, no caso de vias possuindo
acesso controlado e restrito a rampas de interconexes (vias expressas).
(2) de servir ao trfego direto e com funo secundria de acesso a
propriedades lindeiras.
(3) exclusiva de acesso, como no caso das vias paralelas s demais arteriais em
(1) e em (2).
a.2) Sistema Coletor
Ruas sem trfego direto com funo tanto de circulao do trfego, quanto de
acesso dentro de reas residenciais, comerciais e industriais. A funo de
-
70
acesso mais importante do que a das arteriais em (2) e, ao contrrio delas, a
sua operao no sempre controlada por sinais de trfego.
a.3) Sistema Local
Com funo apenas de acesso principalmente a reas residenciais, tendo
significativa atividade de pedestres e por vezes de ciclistas.
V.4 - Transporte Ferrovirio
V.4.1 Introduo
Efetuado por vages, puxados por locomotivas, sobre trilhos e com
trajetos devidamente delineados.
V.4.2 - Resumo Histrico
1825 - Primeira estrada de ferro do mundo (Inglaterra).
1854 - Foi inaugurada a primeira estrada de ferro do Brasil, ligando o Porto de Mau e a Estao do Fragoso (Rio de Janeiro), numa extenso de 14
quilmetros.
1873 - Lei n 2450 oferecia s construtoras, alm de benefcios existentes (iseno de impostos, doao de terras etc.) uma contribuio financeira
por quilmetro construdo.
Conseqentemente, os traados que j eram longos, dada a precariedade
das tcnicas construtivas e a reduzida capacidade de trao existente, a
partir de ento passaram a se tornar ainda mais extensos.
A extenso da malha ferroviria brasileira (EMF) era de 500 Km.
1883 - EMF 4700 Km. 1954 - EMF 38.000 Km.
1965 - O plano de substituio de ramais anti-econmicos, elaborado pelo GEIPOT, recomendava a erradicao de 6.843 km. Segundo o estudo, tais
-
71
trechos eram altamente deficitrios, com baixa densidade de trfego e no
revelavam, em prazo algum, sinais de recuperao.
2000 - EMF 30.000 km.
V.4.3 - Principais Caractersticas do Transporte Ferrovirio - Pouca flexibilidade de escolha de rotas e horrios.
- Grande flexibilidade relativa ao peso e volume das cargas.
- Baixo consumo de combustvel por tonelada/quilmetro.
- Transporte de grandes volumes de cargas homogneas, como granis.
- Frete baixo comparado com o rodovirio.
- Maior segurana em relao ao rodovirio, com menor ndice de acidentes
e furtos.
V.4.4 Cargas Tpicas do Transporte Ferrovirio
Produtos Siderrgicos. Gros. Minrio de Ferro. Adubos e Fertilizantes. Derivados de Petrleo. Calcrio. Carvo Mineral e Clnquer. Contineres.
-
72
-
73
Nvel A
Nvel B
Nvel C
Nvel D
Nvel E
Nvel F
0 1,00 Volume/Capacity Ratio
Ope
ratin
g Sp
eed
-
74
-
75
AS FUNES DE MOBILIDADE E DE ACESSO
Fonte: Introduo ao Projeto Geomtrico. Lee, Shu Han, Ed. UFSC, 2002.
-
76
SNTESE DAS CARACTERSTICAS E CRITRIOS DOS SISTEMAS FUNCIONAIS
Sistemas Funcionais
Funes Bsicas
Extenso (% Km)
Servio(% Veculos-
Km)
Extenso
Md.Viagens(km)
Trfego Mdio Dirio
Veloc.Mdia de Operao
(km/h)
Espaamento
Principal
Trfego Internacional e Inter-regional Grande mobilidade Sistema contnuo na regio Conexo com rodovias similares em regies vizinhas Conectar as cidades com populao acima de 150.000 hab. e as capitais
2 - 3,5
30 35
120
1000
60 120
Controlado pela localizao das cidades e regies conectadas por estas rodovias
PRIMRIO
Trfego Inter-Regional e Interestadual Mobilidade Sistema Contnuo em Combinao com o sistema Principal Conectar cidade com populao acima de 50.000 hab.
1,5 3,5
15 20
80
500
50 100
Estabelecido de forma a no duplicar os servios das rodovias arteriais principais
SECUNDRIO
Trfego Interestadual e Intra-estadual Mobilidade Sistema contnuo combinado com os sistemas arteriais principal e primrio Conectar cidades com populaes acima de 10.000 hab.
2,5 5
10 20
60
250
40 80
Estabelecido de forma a no duplicar os servios das rodovias arteriais principais
PRIMRIO
Trfego Intermunicipal Mobilidade e acesso Sistema contnuo combinado com o sistema arterial Conectar cidades com populao acima de 5.000 hab.
4 8
8 10
50
150
30 70
Estabelecido de acordo com a distribuio e concentrao populacional
SECUNDRIO
Trfego Intermunicipal Acesso e mobilidade Alimentador dos sistemas de mais alta funo Conectar cidades com populao acima de 2.000 hab. Atender s grandes reas de baixa densidade populacional
10 15
7 10
35
50
30 60
No duplicar servios
Local
Trfego Intra-municipal Deve proporcionar principalmente acesso Pode sofrer descontinuidade mas no ser isolado do resto da rede
65 80
5 30
20
10
20 50
Estabelecido de acordo com a distribuio e concentrao populacional
A
r
t
e
r
i
a
l
C
o
l
e
t
o
r
-
77
RODOVIA IMIGRANTES
-
78
- Requer investimentos em infra-estrutura relativamente altos.
- Apresenta custo operacional por ton.km transportada, relativamente
baixo.
- mais indicado onde se tem elevada densidade de cargas tpicas
ferrovirias, tais como cereais, minrios etc. Depende, portanto, do nvel
de comercializao de determinados produtos, podendo o ramal tornar-
se anti-econmico em caso de alteraes significativas no mercado.
- Para passageiros, mais indicado em reas de alta demanda, como o
caso do transporte urbano em regies metropolitanas.
V.5 - Transporte Areo
Principais Caractersticas
- Alta velocidade de percurso.
- Elevados custos relativos a veculos, terminais e sistemas de proteo ao
vo.
- Pouca capacidade de carga.
- Flexibilidade de deslocamento limitada, pois depende de terminais, apoio
terrestre (acompanhamento de vo) e condies meteorolgicas.
- recomendado para o transporte de cargas de alto valor.
- Para o transporte de passageiros, apresenta como importantes virtudes,
conforto e o baixo tempo de viagem.
V.6 - Transporte Dutovirio
Principais Caractersticas - Extremamente econmico.
- Transporte lento (2 a 8 Km/h).
- Reduzida possibilidade de avaria ou perda da carga transportada.
- Garante suprimento contnuo (24 horas/dia).
- Os dutos podem ser fabricados em ao, concreto, polipropileno, etc.
- recomendado para o transporte de produtos lquidos e gasosos ou
slidos em suspenso. Ex: petrleo, combustveis.
-
79
TRANSPORTE FERROVIRIO
TRANSPORTE AEROVIRIO
-
80
TRANSPORTE HIDROVIRIO
-
81
DUTOS
-
82
POR DENTRO DO CARGOLIFTER
Comprimento = 260 metros Dimetro = 65 metros Tecnologia empregada = princpio "mais leve que o ar" Capacidade = 160 toneladas Dimenses do compartimento de carga = 50 m de comprimento x 8 m de altura x 8 m largura Velocidade = de 80 a 135 Km/ h Altitude de cruzeiro = 2.000 metros Autonomia de vo = 10.000 Km Incio da produo em srie = 2004 Concluso do primeiro hangar = Meados do ano 2000 Engenheiros envolvidos no projeto = 120 Investimento previsto at 2004 = US$ 500 Milhes Fonte: CargoLifter AG
-
83
VI AVALIAO ECONMICA DE PROJETOS
RODOVIRIOS VI.1 - Finalidade Medir custos e benefcios econmicos, compar-los entre si e concluir pela
"viabilidade ou inviabilidade econmica" do mesmo.
VI.2 - Fases Definio da rea de influncia da estrada. Determinao dos fluxos de transporte. Estudos de trfego. Determinao dos benefcios e custos. Avaliao econmica.
VI.3 - rea de Influncia da Estrada
Definio o espao geo-econmico onde direta ou indiretamente se fazem sentir os
benefcios gerados pela estrada.
Delimitao - rea diretamente afetada (interna)
Inclui os municpios cujos fluxos de transporte constantemente utilizar-se-
o da estrada.
- rea indiretamente afetada (externa)
Demais regies que sofrem a influncia da estrada.
Estudo da Rede viria Esta etapa envolve ainda o estudo da rede rodoviria, o qual contm:
a) Inventrio da rede (federal, estadual e municipal) existente.
Ex: extenso dos trechos, tipo de superfcie de rolamento, etc.
-
84
b) Previso das modificaes que ocorrero nessa rede, at a data de
abertura da nova estrada.
c) Determinao dos caminhos mnimos entre os diversos municpios da
rede.
Rede Viria
1
2
5
43
Rodovia PavimentadaRodovia No-pavimentada
Se houver competio modal, deve-se incorporar rede, outras modalidades
de transporte.
-
85
VI.4 - Determinao dos Fluxos nas Vias
VI.4.1 - Abrangncia
- Abrange cargas
industriaisagropecurias
passageirostransporte individualtransporte coletivo
VI.4.2 - Situaes
necessrio o conhecimento dos fluxos nas situaes: atualfutura
VI.4.2.1 - Situao Atual Realizar junto s rodovias, pesquisas do tipo origem/destino (O/D) e
contagens de trfego.
Para sua realizao deve-se considerar:
- Localizao adequada dos postos de pesquisa.
- Sazonalidades: provocadas por safras, perodos escolares, etc.
- Variaes do trfego ao longo do dia e da semana.
VI.4.2.2 - Situao Futura
Previso dos fluxos de pessoas e produtos
setoriais planossections-cross
temporaissries
No caso de Planos Setoriais, as previses so baseadas em taxas contidas
em planos de expanso das indstrias, da agricultura etc.
-
86
VI.5 Estudo de Trfego
VI.5.1 - Introduo
A realizao do estudo de trfego para um projeto rodovirio tem por
finalidade bsica estimar a quantidade e os tipos de veculos que sero
usurios do mesmo, ao longo de sua vida til. Tais informaes
representam a demanda pelo projeto e so fundamentais para a adequao e
dimensionamento do mesmo, bem como para a anlise de sua viabilidade
tcnica, econmica, financeira e social.
VI.5.2 - Elementos Adotados no Estudo Para tal finalidade so adotados os seguintes elementos: - ano base: ano de referncia dos dados;
- ano atual: ano de realizao do estudo;
- ano de abertura: ano de inaugurao do empreendimento;
- horizonte de projeto: perodo ou nmero de anos considerados no estudo,
contados a partir do ano de abertura.
VI.5.3 - Determinao do Trfego Atual
VI.5.3.1 - Definio
Constitui-se no trfego existente no trecho rodovirio. representado
por unidade de fluxo e pode ser obtido a partir de contagens junto s
rodovias.
VI.5.3.2 - Exemplo Para calcular o Trfego Mdio Dirio Anual (TMDA) em um determinado
trecho rodovirio pode-se adotar os seguintes procedimentos, conforme
apresentados a seguir.
-
87
A - Trfego Obtido nas Contagens de Campo
As contagens normalmente so amostrais e podem ser programadas de
acordo com os mtodos usualmente utilizados pelos rgos rodovirios.
Exemplo:
Tabela 1 Resultado da Contagem (Total de Veculos)
CONTAGEM Horrio
da Contagem
Trfego no Horrio
das 07:00 s 19:59
Trfego nas 24 horas DATA DIA DA
SEMANA
03/03/09 Tera-feira. 07:00 s 19:59 360 ?
04/03/09 Quarta-feira 00:00 s 24:00 400 520
05/03/09 Quinta-feira 07:00 s 19:59 380 ?
Tabela 2 - Composio Mdia do Trfego (resultado do dia 07/03/07)
VECULO
AUTOM-
VEIS
NIBUS
CAMINHES REBOQUE
E SEMI-
REBOQUE
TOTAL
LEVES
MDIOS
PESADOS
% 60,00 4,00 16,00 14,00 4,00 2,00 100,00
B - Determinao dos Fatores de Correo das Contagens
No intuito de transformar os resultados das contagens em trfego mdio
dirio anual - TMDA sero determinados fatores de correo.
Os fatores considerados so apresentados a seguir.
B.1 - Fator de Expanso Horria (FH)
Com base na contagem realizada para 24 horas, pode-se calcular o trfego
dirio total dos outros dias.
FH = trfego 24 horas / trfego 13 horas
FH = 520 / 400
-
88
FH = 1,30
Tabela 3 Clculo do Trfego Total no Dia
CONTAGEM FH
Trfego no Horrio das
07:00 s 19:59
Trfego nas 24 horas DATA DIA DA
SEMANA
03/03/09 Tera-feira. 1,30 360 468
04/03/09 Quarta-feira 1,30 400 520
05/03/09 Quinta-feira 1,30 380 494
MDIA 494
B.2 - Fatores de Variao Diria (FD)
Os fatores de variao diria ajustam as alteraes de trfego existentes
entre os diferentes dias da semana. Tais fatores podem ser calculados com
base em contagens semanais realizadas no trecho em estudo ou (se no
tiver dados disponveis e no haver possibilidades de realizao de
contagem) utilizam-se contagens de outro trecho tido como de natureza
semelhante.
FD = trfego mdio dirio na semana da contagem / trfego mdio
dirio nos 3 dias da contagem
Neste exemplo supe-se, com base em referencial de outro trecho, que:
FD = 0,86
Aplicando-se tal fator de correo junto ao trfego mdio dirio obtido na
Tabela 3, tem-se:
Trfego mdio dirio referente a semana da pesquisa = 494 x 0,86
Trfego mdio dirio referente a semana da pesquisa = 425 veculos
Normalmente, por procedimento de simplificao e falta de maiores
informaes, admite-se que:
-
89
Trfego mdio dirio da semana da pesquisa = Trfego mdio dirio
do ms da pesquisa
Deste modo, tem-se:
Trfego mdio dirio do ms da pesquisa = 425 veculos
B.3 - Fatores de Sazonalidade Mensal (FM)
Os fatores de sazonalidade mensal corrigem as alteraes de trfego
existentes entre os diferentes meses do ano. A exemplo do procedimento
anlogo j observado para o clculo de FD, tais fatores podem ser
determinados com base em contagens anuais realizadas no trecho em
estudo ou (se houver indisponibilidade de dados) em outro trecho tido
como de natureza semelhante.
FM = trfego mdio dirio anual / trfego mdio dirio no ms da
contagem
Neste exemplo supe-se, com base em referencial de outro trecho, que:
FM = 1,36
Aplicando-se tal fator de correo junto ao trfego mdio dirio referente
ao ms da pesquisa, tem-se:
Trfego mdio dirio anual = 425 x 1,36
Trfego mdio dirio anual (TMDA) = 578 veculos
C - TMDA no Trecho por Tipo de Veculo
Considerando-se a composio do trfego apresentada na Tabela 2 (pode-
se tambm dar tratamento de fatores de correo a esta composio, caso
haja dados disponveis), tem-se:
-
90
Tabela 4 TMDA Atual (2004) no Trecho em Estudo por Tipo de Veculo
VECULO
AUTOM-
VEIS
NIBUS CAMINHES REBOQUE
E SEMI-
REBOQUE