edição 33

24
André T. Susin/O Caxiense Caxias do Sul, julho de 2010 | Ano I, Edição 33 | R$ 2,50 |S17 |D18 |S19 |T20 |Q21 |Q22 |S23 Roberto Hunoff: as empresas daqui entre as Melhores e Maiores da revista Exame | Deixa para depois: as importantes decisões que terão de aguardar a eleição passar | O que não está nos livros: histórias cotidianas da Biblioteca Municipal RUMO À SÉRIE B A dupla CA-JU começa sua escalada para deixar para trás a terceira divisão nacional HISTÓRIA PRECIOSA Antes do vinho, Caxias fabricava cervejas como Pérola, Zebú, Caxiense Branca e Crioula Dupla

Upload: o-caxiense-jornal

Post on 09-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

A dupla CA-JU começa sua escalada para deixar para trás a terceira divisão nacional

TRANSCRIPT

Page 1: Edição 33

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Caxias do Sul, julho de 2010 | Ano I, Edição 33 | R$ 2,50|S17 |D18 |S19 |T20 |Q21 |Q22 |S23

Robe

rto

Hun

off:

as em

pres

as d

aqui

entre

as M

elhor

es e

Mai

ores

da r

evist

a Exa

me |

Dei

xa pa

ra d

epoi

s: as

impo

rtan

tes

decis

ões q

ue te

rão

de ag

uard

ar a

eleiç

ão p

assa

r | O

que

não

est

á no

s liv

ros:

hist

ória

s cot

idia

nas d

a Bib

liote

ca M

unici

palRUMO À

SÉRIE BA dupla CA-JU começa sua escalada para deixar para trás a terceira divisão nacional

HISTÓRIA PRECIOSAAntes do vinho, Caxias fabricava cervejas como Pérola, Zebú, Caxiense Branca e Crioula Dupla

Page 2: Edição 33

2 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Marcopolo, Randon, Agrale e mais empresas da cidade e região estão no ranking da revista Exame

Tática política | 5Na época de caça ao eleitor, decisões polêmicas são deixadas para depois

Fonte do saber | 7As histórias dos mais de 60 anos da Biblioteca Pública Municipal

Artes | 9O jogo de palavras de Jônatas eo jogo de cena de Vitor Hugo

Passado engarrafado | 10Os registros da cervejaria que fabricava a famosa Pérola estão preservados

Guia de Cultura | 12Festival celebra o rock e exposiçãomostra a arte da (in)sanidade

à moda antiga | 14Forqueta faz uma festa familiar para homenagear as tradições e o vinho novo

Liberdade de Expressão | 15Estudantes do Cetec utilizam os palcos para explorar a capacidade de aprender e de co-nhecer a si mesmos

Quadrinhos | 16Personagens inesquecíveis daCopa do Mundo

Guia de Esportes | 17De campo, de salão, de mesa, profissionale amador: o fim de semana é de futebol

Dupla CA-JU | 18A rivalidade empurra Caxias e Juventude na briga para subir à Série B

Copa 2010 | 23Ganso, polvo e muitos números no balanço do Mundial

A matéria de capa retratou muito bem o crescimento de construções,

loteamentos e, por que não dizer, uma nova realidade que está surgindo.

Cristian Rodrigues

www.OCAXIENSE.com.br

Redação: André Tiago Susin, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia PahlCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio BoffImpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

Foto

s: A

ndré

T. S

usin

/O C

axie

nse

O fotógrafo André T. Susin registrou o trabalho dos estudantes do Cetec durante o festival que lembrou Cleópatra, Santos Dumon, Chico Xavier e outras personalidades históricas.

Imagens da época da cervejaria Leonardelli complementam a re-portagem publicada nesta edição. Assista em www.ocaxiense.com.br.

Agradecemos | Bruno Vaz, Eduardo Vaz, Guilherme Comim, Rogério Censi e Matheus Corrêa.

Erramos | O nome do álbum recém lançado da banda Anaxes é Antithesis, diferentemente do publicado na edição 32.

Retificamos | Diferentemente do informado na reportagem sobre a expansão de Caxias (Crescimento para todos os lados), na edição 32, os loteamentos Vila Lobos e Vergueiros encontram-se em processo de regularização, mas ainda não são loteamentos regulares. A arquiteta e urbanista Sandra Mara de Brum, da Secretaria de Pla-nejamento, também esclarece o que quis dizer com a declaração de que “Caxias e Farroupilha vão se integrar e nem vai dar para saber qual é qual”: “No futuro poderá haver um processo de conurbação, isto é, a unificação da malha urbana de Caxias e Farroupilha, em consequência de seus crescimentos geográficos. Talvez haja dificul-dade em se identificar visualmente os limites físicos entre os dois núcleos urbanos, pela integração entre ambos, como citamos, a exemplo do que ocorre hoje entre Canoas e Porto Alegre”.

@CianaMoraes @ocaxiense A Edição desta semana está ótima como sempre! Adorei a matéria dos versos filosóficos! #edição32

@Deiasusin @ocaxiense linda a matéria sobre Jayme Paviani! Parabéns! #edição32

@mfurlann o @ocaxiense está se transformando no melhor jornal da Serra Gaúcha. Excelente #edição32

@leandroucs As campanhas de assinatura do @ocaxiense não param. Logo logo todos em Caxias serão pegos por alguma dessas ações.

@thesunrises muito boa notícia, @ocaxiense acho maravilhoso que haja a associação de livreiros!!! #associaçãodelivreiros

@josemar_almeida @ocaxiense como muitos outros problemas sociais, o assunto AIDS deve ser tratado sim, desde cedo, junto às crianças! #edição31

Page 3: Edição 33

Enquanto muitos poderão se divertir com o 3D, deficientes visuais também irão usufruir da sétima arte. O Projeto Cinema AD exibirá filmes com audiodescrição (AD) no Cen-tro de Cultura Ordovás. A primeira sessão será no dia 7 de agosto, às 15h. A Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev) vai ajudar o Centro de Cultura a preparar material de divulgação em braile. Os filmes AD são distribuídos pela Programadora Brasil, ligada ao Ministério da Cultura, a preços populares – alguns chegam a custar R$ 10. Até agora, além da Apadev, a Associação Educacional Helen Keller confirmou presença no projeto.

A Copa do Mundo de 2010 mal acabou e Caxias do Sul já tem hotéis reservados pela Fifa para 2014, quan-do a Copa será realizada no Brasil. A reserva de 203 leitos em quatro hotéis da cidade (Bela Vista Parque Hotel, Intercity Premium, Norton Express e Personal Royal Hotel) deixa hoteleiros otimistas e fortalecem a candidatura de Caxias a subsede. Em 2009, o representante da Match Paul Whelan esteve em Caxias e conversou com representantes da rede hoteleira. Segundo Geremias Rech, diretor de política turística e enogastronomia da CIC, a empresa suíça está coletando informações no Brasil há dois anos.

Copa 2014

Política

Cultura

Justiça

Economia

Arte

Negócios

Ordovás terá sessões de cinema para cegosFifa reserva em hotéis em

Caxias do Sul

Caxias terá 10 novas bibliotecas comunitárias

Procuradoria pede impug-nação de Mauro Pereira

Iguatemi anuncia cinema 3D para julho

Processos podem ser consultados no Prataviera

Oferta de emprego cai 40%

Maior grupo de painéis artísticos da América Latina

Livreiros criam associação

QUINTA | 15 de julho

SEXTA | 16 de julho

QUARTA | 14 de julho

SEGUNDA | 12 de julho

TERÇA | 13 de julho

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

O tão esperado cinema 3D deve chegar a Caxias ainda neste mês no GNC, conforme anunciou o Shopping Iguatemi

www.ocaxiense.com.br 317 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

A literatura estará ainda mais próxima dos caxienses. O muni-cípio ganhará 10 novas bibliotecas comunitárias. Os moradores de Santa Lúcia do Piaí e do Belo Ho-rizonte poderão consultar o acer-vo a partir deste sábado (17).

O vereador Mauro Pereira (PMDB),

O Shopping Iguatemi anunciou terça que a tecnologia 3D vai estrear em Caxias ainda neste mês de julho. O equipamento dos Estados Unidos já está na cidade para ser instalado no GNC Cinemas. Até o final do ano serão três salas 3D na cidade. O San Pelegrino Shopping, que abrirá em 30 de setembro, terá mais duas

Consultar processos, retirar documentos e protocolar ações pode levar bastante tempo. Para facilitar a rotina de advogados, o Espaço Judiciário funciona desde o dia 9 na sala 215 do Shopping Prataviera. A iniciativa segue Porto Alegre, que possui serviço seme-lhante no Shopping Praia de Belas.

A geração de novos empregos em Caxias caiu 40% em junho na comparação com maio. Houve saldo positivo de apenas 572 va-gas entre admissões e demissões, o menor número do semestre.

Serão 15 painéis – 4 foram apre-sentados na última sexta (8) – de 2,7m x 1,8m, que integram o Mo-numento Epopeia do Imigrante. A obra foi idealizada pelo padre João Leonir Dall’Alba e ganha forma pelas mãos de Jesiel Bellini.

Quinze livrarias estão unidas para fortalecer o mercado de livros da cidade. A Associação de Livreiros Caxienses teve sua primeira assem-bleia geral no dia 6. A entidade irá participar da organização da Feira do Livro (1º a 17 de outubro).

Segundo o presidente da nova associação, Cristiano Bartz Gomes, que é consultor da área de livros da Livraria do Maneco, a união dos estabelecimentos não podia mais ser adiada. Além de organizar o mercado livreiro de Caxias do Sul, o presidente promete ativida-des para os amantes da leitura.

A Semanaeditado por Paula Sperb [email protected]

que concorre a deputado federal, terá que se defender no Tribunal Regio-nal Eleitoral (TRE). A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) pediu ao TRE a impugnação da candidatura em função da rejeição da prestação de contas da eleição passada. O TRE deve decidir até o dia 5 de agosto. Mauro atribuiu a algum equívoco da Procuradoria a presença de seu nome na lista das candidaturas ameaça-das, pois diz não ter sido candidato em 2006. Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral do RS, ocorreu um erro de digitação no texto do pedido de impugnação, onde está escrito “contas referentes às eleições de 2006”, o correto seria 2008.

salas com a novidade, que deverão ser inauguradas só em dezembro.

Page 4: Edição 33

4

Roberto [email protected]

A Metalgusa inicia as comemo-rações de seus 30 anos de ativi-dades com o lançamento de novo site, que traz informações, notícias e tabelas de aplicação e o uso de variados tipos de matérias-primas utilizadas no beneficiamento de corte de aços. A empresa é especia-lizada em serviços de corte plasma de alto desempenho, oxicorte CNC, corte serra e alívio de ten-sões. Também está investindo em novos equipamentos para elevar a capacidade de produção.

A CDL de Caxias promove a 2ª edição do Ponto de Encontro na quinta-feira (22). São esperados 300 comerciantes para debater crédito, estratégias de competitividade e fortalecimento do Sistema de Proteção ao Crédito. Será no res-taurante Tulipa Festa da Uva, a partir das 19h30.

Na terça-feira (20) a Câmara de Vereadores fará a entrega da Medalha Agricultor Destaque do Ano. Daniel Zanette e Francisco Dal Corno serão condecorados durante sessão solene que se iniciará às 19h30.

A reunião-almoço de segunda-feira (19) da CIC de Caxias do Sul será dedicada à apresentação dos resultados da missão técnica à África do Sul, realizada de 4 a 17 de junho. A iniciativa da entidade empresarial, com a participação de representantes de nove instituições da cidade, teve o objetivo de ave-riguar e relatar as demandas que serão necessárias num horizonte de três anos e meio para que a cidade reúna condições de tornar-se campo base da Copa do Mundo de 2014. O grupo, que se reúne há um ano e meio, deve manter uma agenda permanente de trabalho para definir os próximos passos até a realização do Mundial. A ideia é disseminar os resultados da viagem à África do Sul para mobilizar a comunidade para a viabilização do projeto. Que a ideia saia da teoria para a prática e que entidades pú-blicas e privadas tenham objetivos idênticos. E mais: que as ações, a partir de agora, sejam regionali-zadas, a fim de evitar disputas que sempre trazem prejuízos e, normal-mente, abrem oportunidades para outras regiões mais organizadas e unidas.

A força local fica evidente no seg-mento automotivo: das 13 melhores classificadas, considerando vários critérios, três são de Caxias do Sul e uma da região. Destaque para a Suspensys, controlada das Empresas Randon, segunda melhor classifica-da, seguida pela Vipal. Marcopolo e Randon ocupam, respectivamente, a sexta e sétima colocações. A Randon lidera o ranking das empresas do setor no quesito liquidez corrente. A cidade também aparece dentre as 400 maiores do setor agropecuário por meio da Agrale, Lavrale e Tondo.

Merecem destaque três empresas por suas ações no processo de glo-balização. Dentre as 20 organizações mais internacionalizadas aparecem a Lupatech (foto) na 12ª posição e Marcopolo na 15ª. Este índice é com-posto pela média das receitas brutas das subsidiárias no exterior e totais da empresa, valor dos ativos no exterior e total da empresa, e o número de funcionários no exterior e total da organização. Quando a internaciona-lização considera o número de países onde há subsidiárias, a Randon ocupa a 13ª posição e a Marcopolo a 20ª.As entidades da classe empresarial de

Caxias do Sul e região filiadas à Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) desen-cadearam movimento que objetiva centralizar informações para agir em defesa dos interes-ses de suas empresas associadas. O grupo quer influenciar e intervir nas políticas públicas que digam respeito aos segmentos econômi-cos, analisando e tomando providências a respeito de projetos de lei, em nível municipal, estadual e nacional. As lideranças se encontra-rão mensalmente na CIC e pretendem atuar de forma unida e engajada. É uma medida acertada, que pode resultar em benefícios para toda a região. Quem sabe até encontrar consenso em questões polêmicas, como a localização do novo aeroporto da Serra.

A BitcomNet, provedora de serviços de internet, completa 15 anos de atividades neste sábado (17). O diretor do Grupo Visão, ao qual pertence a empresa, Fabiano Vergani, destaca que atualmente a organização está presente em praticamente todas as regiões do Estado.

Contabilizando 30 mil visitantes em quatro finais de semana, a Feira de Inverno de Flores da Cunha termina domingo, 18. O evento se consolida pela venda direta de fábrica de malhas, confecções, móveis e vinhos, além de atrações culturais e gastronomia. No restaurante Polenta, Formaio e Vin foram servidas 2 mil refeições. Outra programação que vai até domingo é a da Festa do Vinho Novo, em Forqueta. Duas exce-lentes opções de lazer para caxienses e visitantes.

O Sindilojas promove na quinta-feira (22), a partir das 19h30, em sua sede, workshop sobre a portaria do Ministério do Trabalho e Renda, que torna obrigatório o uso do ponto eletrônico a partir de agosto. Também proíbe a restrição de tempo para marcação de ponto, estabelece requisitos para o equipamento de registro e exige emissão de comprovante da marcação.

A comunidade de Fazenda Souza programou a realização da 4ª Festa do Agricultor para o período de 23 de julho a 1º de agosto. À frente da divul-gação estão a rainha Bruna Masochi e a princesa Sandra Turella, juntamente

com representantes da comunidade. Com o tema Das flores nascem os frutos, a edição deste ano terá desfile de carros alegóricos, shows, missa, palestras, almoços e trilha de gaiolas, motos e jipes, dentre outras.

Na terça (20), na sede da Federa-ção das Indústrias, em Porto Alegre, a Randon Implementos recebe o Troféu Ouro na 15ª edição do Prêmio Qualidade RS 2010. Além dela, outras quatro organizações de Caxias do Sul serão premiadas pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtivida-de (PGQP). A Mantova Indústria de Tubos Plásticos conquistou Troféu Prata e a unidade local do Senac levou Bronze. A Associação Criança Feliz e a Express Restaurantes Empresariais re-ceberão Medalha de Bronze. O Comitê Qualidade Serra Gaúcha, conduzido pela CIC de Caxias, foi eleito destaque entre os 79 em atividade no Estado.

O aluno Lucas Cezar, do MBA em Logística e formado em Admi-nistração com ênfase em Comércio Internacional pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), foi o primeiro coloca-do no 3º Prêmio Setcergs de Logística, na categoria Trabalhos de Conclusão de Curso. Ele expôs a proposta de gerenciamento da cadeia logística internacional na aquisição indireta de materiais de segurança isolantes uti-lizados pela RGE. O prêmio integrou a programação da 12ª Transpo-Sul, maior evento de transportes e logística do Estado. Outros dois alunos da FSG também foram selecionados para a final: Regis Johann e Silvana Erlo.

Mesmo que tardiamente em relação a outros municípios, Caxias do Sul desenvolverá uma programação diferenciada nesta segunda quinzena de julho. Até o dia 31 ocorre o evento denomi-nado Viagem dos Sabores, uma iniciativa do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Região Uva e Vinho, da Secretaria Municipal do Turismo, do Sebrae Serra Gaúcha, da Divina Cozinha Top e do Caxias do Sul Convention e Visitors Bureau. O objetivo é apresentar um roteiro gastronômi-co para o período, com dicas em 50 casas associadas ao sindicato e que aderiram ao evento.

A apresentação oficial foi na sexta-feira (16). A meta de João Leidens, presidente do sindicato, é tornar o evento anual para divulgar a gastronomia aos visitantes e caxienses.

Trintona

Qualificação

Destaque agrícola

Copa 2014

Vocação automotiva Globalizadas

Pressão

Primeiros 15

Fim de festa

Ponto eletrônico

Fazenda Souza

Qualidade Premiação

Tour gastronômico

17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

A edição especial da Revista Exame do mês de julho apresenta o ranking nacional das Melhores & Maiores, em que Caxias e região tem posição destacada dentre as 1.000 relacio-nadas. A melhor colocada é a RGE no 136º lugar. Tem as companhias da Marcopolo, Randon, Colombo (Farroupilha), Vipal (Nova Prata) e Suspensys, estas no grupo das 500. Desta posição até a milésima apare-

cem Agrale, Fras-le, Meincol (que não constava em 2008), Tramontina Cutelaria (Carlos Barbosa), Guerra, Unimed Nordeste, Master, Pettenatti, Todeschini e Unicasa (ambas de Bento Gonçalves). Dentre os 200 maiores grupos do Brasil despontam três da região: Randon, Marcopolo e Colom-bo. A Randon ainda aparece como a centésima no grupo das 100 maiores de capital aberto.

Galgando posições dentre as maiores

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Page 5: Edição 33

VALQUÍRIA [email protected]

m ano eleitoral pode ser um período de ouvir promessas tentadoras. Assim como pode ser também, para os elei-tores observadores, uma época de ver importantes decisões sendo adiadas, lá para o longínquo “depois das eleições”, quando os candidatos, já eleitos, não precisam se preocupar tanto em agra-dar ou desagradar.

Para irritação de entidades empresa-riais da região, a definição do local do novo aeroporto deverá ocorrer apenas depois de outubro. O impasse entre as áreas em Vila Oliva (em Caxias) e em Monte Bérico (na divisa entre Flores da Cunha e Farroupilha) não parece estar próximo de ser resolvido.

O presidente da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial Gaúcha (CICS-Serra), Ademar Petry, conta que, nas visitas que fez à região, a governadora Yeda Crusius frustrou muitas expectativas

por não anunciar onde será o aero-porto. “Ainda há pedido de marcação de audiência com a governadora para quem defende a região do Mato Perso (vizinha a Monte Bérico e parceira na reivindicação). Mas ela insiste em não nos receber, e agora com muito mais razão para isso. Com as eleições, com certeza ela não vai tomar decisão ne-nhuma, pois seria um desgaste político para a região que não fosse privilegia-da”, explica.

A CICS-Serra é formada por entidades empresariais de Antônio Prado, Bento Gonçalves, Carlos Bar-bosa, Farroupilha, Garibaldi, Guaporé, Nova Prata, Serafina Corrêa e Veranó-polis, portanto, defende a decisão por Monte Bérico, o que beneficiaria toda a região. Petry explica que Yeda soli-citou mais estudos complementares, o que, para a entidade, é “jogar um pouco mais para frente para que essa decisão se prorrogue até depois da data

das eleições”.Para ele, está claro que as questões

ficaram na busca por informações em razão do momento político: “Essa to-mada de decisão, qualquer outro can-didato faria isso, jogaria lá pra depois das eleições. Não é uma crítica à gover-nadora. Porque depois, de uma forma descompromissada do ponto de vista político e eleitoral, ela toma a decisão que quiser”.

O subprefeito de Vila Oliva, Nelson Marcarini, complementa: “Que eu sai-ba ficou para depois das eleições. Uns falam que ela tem medo de perder voto aqui em Caxias, ou em Flores. Esse as-sunto está meio parado ultimamente, não tem se falado sobre isso. Era bom que se decidisse logo, para não ficar esse negócio de empurrar. Mas não te-mos resposta”.

A informação do presidente da Câ-mara de Indústria, Comércio e Ser-viços (CIC) de Caxias do Sul, Milton Corlatti, é que desde março há um estudo sobre as duas áreas para o ae-

roporto no Departamento Aeroportu-ário (DAP), órgão ligado à Secretaria de Infraestrutura e Logística do Esta-do. “Eu acredito que esteja pronto. Não pode demorar tanto assim”, ressalta.

Corlatti diz que conversou com a governadora, depois da última vin-da dela a Caxias, em março, e que ela lhe disse que tudo estava sendo estu-dado. Não houve confirmação oficial, e o presidente da CIC não espera uma definição tão cedo: “Só vai sair depois das eleições. Porque existem dois lados querendo o aeroporto, ela não vai que-rer se indispor nem com um lado nem com o outro”.

Enquanto a região aguarda com expectativa, o estudo parece es-tar sendo feito a passos lentíssimos pelo DAP. O diretor do departamento, Fernando Coronel, diz que o processo ainda está na metade, e explica, meto-dicamente: “Estamos ainda produzin-do um relatório através da análise das

fotos tiradas por satélite, analisando as lâminas, comparando as áreas, tudo o que tem em uma e na outra, para ofere-cer ao governo a indicação do melhor sítio aeroportuário da Serra”.

O trabalho, nas palavras de Coronel, é apurado e meticuloso, “queremos fa-zer com total isenção e imparcialidade”. São apenas três técnicos responsáveis por analisar as fotos, e eles, segundo o diretor do DAP, têm muitas outras demandas, pois estão analisando estu-dos de todo o Estado. Para evitar com-prometimento, Coronel não responde quando o trabalho ficará pronto. “Que-remos entregar esses relatórios o mais rápido possível, mas cada técnico tem suas demandas e uma agenda de via-gens. No meio disso, um faz, dois via-jam. Entendeu? Não é full time nisso. Temos muitas obras”, justifica.

Quando a palavra “eleições” é men-cionada, ele desconversa. “Não neces-sariamente tem a ver com isso. O tem-po é tão rápido, acontece com a gente mesmo, hoje começa a semana, quan-

do vê está na quinta...”

Em âmbito municipal, não é mui-to diferente. No começo deste ano, o reajuste da passagem de ônibus acen-dia acirradas discussões – afinal, são 150 mil usuários dos ônibus da Viação Santa Tereza (Visate) por dia. Hoje, quando se fala do tema, ninguém pare-ce lembrar muito bem do que ocorreu.

Um Fórum dos Usuários de Trans-porte Coletivo, que ocorreu na União das Associações de Bairros (UAB) em março, abriu oficialmente o debate so-bre o aumento da tarifa em Caxias. Na ocasião, o secretário Vinicius Ribeiro (que já dizia que tanto ele quando o prefeito José Ivo Sartori eram contra a elevação da passagem, de R$ 2,20 para R$ 2,50, o equivalente a 13,63%) apre-sentou um estudo desenvolvido pela Secretaria dos Transportes. A análise demonstrou que as gratuidades re-presentavam impacto de R$ 0,33 nas passagens pagas integralmente, o que

levava à lógica conclusão de que, para que o valor da passagem não subisse, seriam necessárias mudanças nos des-contos.

Depois disso, uma audiência pública foi realizada na Câmara dos Vereado-res, em abril, sem que alternativas reais para evitar o aumento fossem levanta-das. E, em junho, o resultado de uma consulta popular feita pela Associação dos Usuários de Transporte de Passa-geiros (Assutran) indicou que a maio-ria dos entrevistados não sabia que pa-gava pelas gratuidades embutidas no custo da passagem.

A Secretaria dos Transportes,

porém, não se manifestou mais sobre o assunto. E o atual secretário, Jorge Dutra, não mostra muita disposição de falar do tema. “Mas que aumento? Não está sendo feito estudo nenhum sobre isso. Um dia as passagens vão aumen-tar”, diz, enfatizando “um dia”.

A tendência, explica o secretário, é que a tarifa sempre suba, por isso se

definiu que a cada início de ano seria feita a revisão tarifária. Em 2010, po-rém, ela não chegou a ocorrer. “A lei da prorrogação do contrato com a Visate definiu isso, que deve ser feita a revisão no início do ano. Mas este ano foi ex-cepcional, pela renovação do contrato”, argumenta.

Dutra participou dos debates pú-blicos sobre as passagens. Ele diz que serviram para evidenciar que as gra-tuidades trazem impacto negativo na questão tarifária, a ponto de o preço ser revisado, mas ressalta que a ques-tão não foi levantada pela Secreta-ria – tratou-se de um efeito colateral da prorrogação do contrato. “Daí, no início do ano, como rescaldo daquilo tudo, veio a discussão da comunidade usuária e foi feita essa ampliação do debate para explicar para a comuni-dade toda qual é a consequência de a gente não ter controle das gratuidades”, diz. O passo seguinte a este, de acordo com o secretário, foi desenvolver ações

U

And

ré T

. Sus

in/C

axie

nse

Mai

con

Dam

asce

no/C

axie

nse

A arte de postergar

SÓ DEPOIS DAS ELEIÇÕES

Definição do novo aeroporto e reajuste do ônibus são exemplos do que acontece com decisões polêmicas em tempos de campanha

www.ocaxiense.com.br 517 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

Anúncio do local para construção do novo aeroporto segue gerando expectativa entre Vila Oliva e Monte Bérico; revisão da tarifa deveria ter ocorrido no início do ano

Page 6: Edição 33

como a mudança de alguns itinerários de ônibus, o que reduziu o tempo das viagens.

O secretário dos Transportes ante-rior, Vinicius Ribeiro, desligou-se do cargo em abril para concorrer a depu-tado estadual, sem que houvesse uma solução ao impasse. “Em janeiro, a empresa encaminhou a atualização da planilha. O cálculo concluiu que iria para R$ 2,50. Tomamos medidas ad-ministrativas, de eficiência de consu-mo, retirada dos terminais do Centro, tudo para evitar que subisse. Com isso, optamos por não aumentar este ano”, disse Vinicius, na terça-feira (13). A informação de que a passagem de ôni-bus não subiria este ano, porém, nunca antes havia sido divulgada por ele. A Visate não comenta a questão. Reser-va-se apenas a aguardar uma definição da prefeitura.

A protelação de decisões po-lêmicas em época de eleição acontece normalmente, segundo o professor de Ciência Política da UCS João Ignácio Pires Lucas. “Tentar diminuir desgas-tes é uma prática corriqueira. Em tese, isso não deveria acontecer. Porque são decisões impopulares, mas necessárias, que deveriam ocorrer”, diz.

O caso mais emblemático, conta o cientista político, é o Plano Cruzado, lançado em 1986 pelo governo José Sarney, que congelou os preços e os salários e ajudou, naquele ano eleito-ral, que o partido de Sarney, o PMDB, vencesse em quase todos os Estados. “Tão logo terminaram as eleições, um mês depois, o plano já foi flexibilizado”, explica.

De acordo com o professor, há um jogo, tanto de decisões que são poster-gadas, “quanto menos se comprometer

melhor”, quanto de algumas que são defendidas sem que aconteçam, como “prometer o fim do pedágio”. “Nesse caso, eleição federal e estadual, deci-sões aqui em Caxias têm impacto mais reduzido. Mas tem esse contorno esta-dual, como o caso do pedágio, ou o do aeroporto. As decisões podem ajudar ou atrapalhar um candidato”, afirma Pires.

Segundo Fábio Scopel Vanin, coor-denador do Curso de Ciência Política da Faculdade América Latina, um dos pontos importantes da lei das eleições, que foi alterada em outu-bro do ano passado, é a conduta vedada aos agentes públicos. Uma mudança proibiu to-dos os candidatos de participar de qualquer evento de inauguração de obra pública, a fim de evitar a exploração eleitoral. “Na eleição de 2008, em Caxias, só não podiam participar das inaugurações o Pepe e o Sartori, mas todos os candidatos a vereador podiam. Com a nova regra, este ano, não só os candidatos a presidente e go-vernador estão proibidos, como todos os candidatos a deputado e senador”, esclarece.

Pela nova regra, portanto, a primeira-dama Maria Helena Sartori, candidata pelo PMDB a uma vaga na Assembleia Legislativa, não poderá acompanhar o prefeito Sartori em inaugurações, assim como o vice, Alceu Barbosa Velho,candidato a deputado pelo PDT. “E ele também não pode substituir o prefeito”, completa o procurador-geral do Município, Lauri Romário Silva.

Por conta disso, diz o professor Va-nin, algumas decisões acabam sendo adiadas. “Não é só questão política, é de administração pública. É atraso, mas é atraso positivo, para não fazer com que eleitor se empolgue com al-guma decisão administrativa”, afirma.

Vanin ressalta que a administração precisaria estar preparada para não ter de postergar algumas medidas. “A eleição não deveria influenciar, mas acaba influenciando. Porque alguns secretários se afastam para concorrer

e qualquer modificação nos comandos acaba interferindo nos gover-nos. Como ocorreu nos Transportes em Ca-xias”, exemplifica.

Além do adiamento de decisões que afetam em Caxias, será notada uma mudança na roti-na da cidade por conta do período eleitoral. Dos 17 vereadores, quatro estão concor-

rendo: Assis Melo (PC do B) e Mauro Pereira (PMDB), a deputado federal, e Marcos Daneluz (PT) e Vinicius Ribeiro (PDT), a deputado estadual. Até agora, segundo a líder de gover-no da Câmara, vereadora Geni Pete-ffi (PMDB), não houve ausência dos candidatos nas sessões em função de compromissos da campanha, mas ain-da é cedo para afirmar se isso não vai ocorrer. “Depois, de repente tenham que viajar, aí pode ser. Mas pelo histó-rico das outras campanhas nunca hou-ve ausência dos candidatos, raramen-te. Até porque é descontado”, diz ela. “Agora, com os candidatos a deputado, que têm que viajar, uma que outra au-

sência é compreensível. Mas são raras”, completa o jornalista Guiomar Chies, que trabalhou na Câmara de Vereado-res por 28 anos como assessor de im-prensa, assessor de bancada e diretor.

Para Chies, a mudança na exibição pela TV Câmara – que agora está sen-do reexaminada – é a maior alteração nas sessões neste período. De julho a outubro, as sessões não são mais transmitidas ao vivo pelo canal 16 da NET, por causa da campanha eleito-ral. As sessões são editadas e somente depois vão ao ar. “Por falta de experi-ência, teve um episódio que a Câmara foi multada pela Justiça, no início dos anos 2000, e a partir daí se estabeleceu uma resolução interna do uso da TV na Câmara de Vereadores, para evitar manifestação que fugisse ao controle da transmissão.

Como as sessões não são mais trans-mitidas ao vivo, a vereadora diz que elas podem ficar menores. “Muitos abrem mão de falar porque não está indo ao ar. Aqueles que gostam de falar muito, os vereadores que usam as ses-sões para se mostrar na TV, hoje não vão fazer isso.”

A Assembleia Legislativa e o Congresso Nacional são mais atingi-dos pelo processo eleitoral, explica o professor de Ciência Política da UCS. “Porque a esmagadora maioria dos de-putados e senadores muda a rotina de reuniões, tem muito menos quórum, a dinâmica das decisões é muito mais lenta, porque os deputados já começa-ram campanha e precisam estar nelas”, diz Pires.

Na Assembleia, dos 55 deputados estaduais, apenas dois não estão con-correndo nessas eleições. O restante, portanto, está em campanha.

“Tentar diminuir desgastes é uma prática corriqueira. Não deveria acontecer. São decisões impopulares, mas necessárias”, diz Pires Lucas

6 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 7: Edição 33

JOSÉ EDUARDO [email protected]

m frente à Praça Dante Alighieri, um prédio de arquitetura simples pulsa co-nhecimento. Nos três andares superio-res da Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima, o silêncio é a caracterís-tica predominante. Milhares de livros, cuidadosamente dispostos em estan-tes, aguardam o momento em que se-rão folheados e transmitirão sua histó-ria (ou estória) para mais uma pessoa. No terceiro pavimento, adolescentes sentados em torno de mesas redondas

fazem trabalhos escolares. Descendo dois lances de escada, gente de mais idade acompanha as notícias em revis-tas e jornais retirados das prateleiras. Esses são espaços da Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer.

Apesar da rigidez estrutural que uma biblioteca mantém, desde 2007 esse perfil vem sofrendo transforma-ções. Uma política mais maleável foi iniciada. Conforme a diretora, Maria Cristina Tiburi Pisoni, ela está levando conhecimento para além de suas sa-las. Ao contrário da biblioteca fictícia criada por Umberto Eco no romance

O Nome da Rosa, que mantinha seus manuscritos trancafiados atrás de só-lidas paredes e labirintos infindáveis, Maria Cristina acredita na democra-tização do saber, levando-o às comu-nidades mais distantes. Essa política pode ser percebida no programa Lei-tura Sem Fronteiras, realizado nos úl-timos três anos, destacando-se os pro-jetos Contapete, Livro Livre, Rodas de Leitura, Livros para Ouvir, Estância da Leitura e Monteiro Lobato. “Em 2007, a biblioteca servia apenas como fonte de pesquisa. Algumas pessoas iam até ela. Agora a biblioteca vai até as pes-

soas. Começamos com esse projeto de expansão. Estamos esperançosos e a comunidade também”, revela.

Além de incentivar a leitura em di-versos lugares, esses projetos visam também desafogar um pouco a estru-tura interna da biblioteca, que sofre pela falta de espaço. Mesmo com o sur-gimento da internet, o mais rápido sis-tema de busca já criado, a demanda da biblioteca vem progredindo constan-temente. Conforme Maria Cristina, só no ano passado houve um aumento de 33% na procura. No primeiro semestre deste ano, foram realizados mais de 53

E

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Patrimônio das letras

HISTÓRIAS DA BIBLIOTECA

Fundada em 1947, a Biblioteca Pública Municipal armazena saborosos relatos não escritos

www.ocaxiense.com.br 717 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

No setor de pesquisa, o ambiente fica mais sossegado durante o período das férias escolares

Page 8: Edição 33

mil acessos. “A biblioteca está sendo informatizada, a parte histórica está organizada. Só nos falta um espaço maior”, completa a diretora.

A proposta de realocação da bi-blioteca em um ambiente mais amplo parece ainda um pouco tímida, mas já vem sendo pensada. Conforme o secretário municipal de Cultura, An-tonio Feldmann, esse foi um compro-misso da campanha do atual governo, e o processo já está em andamento. “Estamos estudando um lugar para co-locar a nova biblioteca. O problema é que tem de ficar em uma área central da cidade. A biblioteca não será só um espaço para colocar livros, mas sim um centro de conhecimento, com locais para restaurações de livros e realização de oficinas. Temos a ideia de fazer um concurso para escolher o seu projeto. Mas, antes de tudo, precisamos definir o local”, revela o secretário, sem adian-tar datas. Enquanto isso, algumas re-formas estão sendo feitas na biblioteca atual, como o telecentro, com previsão de ser inaugurado até o final de agosto. Ele contará com 18 computadores.

Enquanto a mudança é só um plano, os cerca de 50 funcionários da biblioteca se encarregam de dar segui-mento aos seus serviços. Apenas três bibliotecárias são responsáveis pela organização de mais de 62 mil livros catalogados. No quarto andar, na am-

pla sala ao fim do corredor, dezenas de exemplares estão empilhados sobre algumas mesas. Eles são separados um a um, carimbados e registrados. Os infantis vão para um lado, os adultos para outro. Os repetidos são separa-dos para outra pilha, e o seu destino, entre uma prateleira ou a doação para outra biblioteca, será avaliado. O setor chama-se Processamento Técnico. Na tarde da última terça-feira (13), a bi-bliotecária Maria Nair Sodré Monteiro da Cruz manuseava os livros e fazia marcações coloridas em obras destina-das ao público infantil. Estas não são catalogadas com o número de busca na estante, como os livros adultos, mas com um pequeno círculo com uma cor específica. Amarelo é para os pe-quenos que estão iniciando no mundo dos livros. São obras que contêm ape-nas figuras. Vermelho é para os que já dividem o espaço das ilustrações com pequenas descrições. A cor azul é para os que possuem metade da página de texto e metade de figuras. A verde é para as obras com mais texto, que em algumas páginas têm gravuras. “Nós mesmos criamos este processo”, conta a bibliotecária, na função desde 1993.

À direita de quem entra na sala, após uma divisória de vidro, se encontram dezenas de prateleiras com quatro co-lunas cada. É o lugar das Coleções Es-peciais. “Estes livros são designados para um público específico, geralmente de professores ou pesquisadores. Aqui temos os livros mais antigos, literatu-ra de antes de 1950”, explica Nair, com seu leve sotaque que entrega a origem pernambucana. Das milhares obras, al-gumas se destacam pela singularidade. Caminhando entre as colunas de estan-tes, umas mais amplas, com fácil mobilidade, e outras bem justas, com espaço para apenas uma pessoa transitar, Nair busca alguns li-vros, muitos deles en-voltos em papel pardo que os protege da po-eira e da umidade. A bibliotecária retira da estante um dicionário de Francês-Português publicado em 1877 em Paris e outro com de-finições de palavras para seis idiomas, com capa de couro, de 1902. Nair conta que estas obras não podem ser classi-ficadas como raras – para isso, preci-sariam ter sido publicadas em número restrito –, mas podem ser chamadas de especiais. Outro exemplo é um livro do escritor Paulo Ribeiro, no qual ele

próprio fez correções a mão quando encontrou um erro na impressão.

Ao longo dos 17 anos na biblioteca, Nair coleciona histórias curiosas. “A antiga bibliotecária me disse que há uns 20 anos havia um senhor que vi-nha ler o jornal pela manhã vestindo roupão e chinelo”, relata. Mais recen-temente, Nair lembra de uma senhora que queria retirar dois livros e, para isso, associou também uma funcioná-ria sua. Outro caso foi de uma moça que procurava o jornal do dia do seu nascimento. “Ela não queria saber o que tinha saído na edição, e sim o dia da semana em que tinha nascido”, lem-bra. Nair também menciona a história do rapaz que todos os dias ia no setor dos periódicos ler os jornais. “Uma vez, saiu uma foto de uma colega nossa em uma reportagem e ele comprou uma edição e pediu para ela autografar.”

Descendo as escadas para o terceiro andar se encontra o setor de pesquisa. Atrás do longo balcão estão alinhadas, lado a lado, 11 prateleiras repletas de livros didáticos para con-sulta local. A maioria das nove mesas circulares estava vazia na última terça-

feira, pois os principais usuários desse setor estão de férias escolares. Além de estudantes, o ambiente costuma ser frequentado por pessoas que vão prestar concursos públicos e também autodidatas que querem se aprofundar em determinado assunto. A professora de educação física Vera Zanato, há 20 anos trabalhando na biblioteca, ocupa o outro lado do balcão. Sua função é encontrar o livro adequado para cada pessoa. Ao lado dela fica a colega Leila Pessoa Hoffmann. Ela revela a impor-

tância de uma pequena entrevista com o es-tudante para que não aconteçam equívocos, como no caso em que foi solicitado um livro sobre os Tigres Asiáti-cos e uma atendente foi buscá-lo no setor dos animais.

No caso de Filipe Ve-rona e Gabriel Nunes Amaral, ambos de 16 anos, que ocupavam uma mesa do canto da

sala, não houve nenhum engano com relação aos materiais. Os colegas, que cursam o 1° ano no Colégio Murial-do, estão fazendo uma pesquisa sobre células-tronco para um trabalho de biologia. Livros e reportagens sobre o assunto estão espalhados sobre a mesa. Kátia Verona, mãe de Filipe, auxilia no

trabalho. “A professora nos deu um ro-teiro e pegamos o material. Aqui tem muita coisa”, diz ela, que, a propósito, também é professora de biologia. Eles poderiam fazer o trabalho na comodi-dade de casa, consultando a internet. Só a poderosa ferramenta de pesquisa do Google aponta 420 mil resultados para a busca. Entretanto, para evitar o famoso “copiar e colar”, o professora exigiu que o trabalho fosse feito com publicações impressas.

Além dos cochichos e do farfalhar do manuseio dos livros pelo pequeno grupo, a calmaria reina no ambiente. Próximo à máquina copiadora, um arquivo de ferro com gavetas cataloga, de forma impressa, todos os livros do setor, por ordem de autor e título. “Isso é muito importante. Temos acesso ao catálogo mesmo que o sistema fique fora do ar”, explica Vera Zanato.

No primeiro andar da bibliote-ca, o segundo do prédio, se encontram a Seção Circulante (destinada aos em-préstimos) e os Periódicos, além da sala onde é realizado o Contapete e o Telecentro, ainda em obras. A profes-sora e contadora de histórias Marta

Troian Pulita auxilia duas meninas a encontrar um livro no acervo infan-til. “Vocês já são sócias da biblioteca?”, pergunta. Elas balançam a cabeça ne-gativamente. “Para retirar o livro é preciso se associar. É bem fácil. Vocês precisam me trazer um documento de identificação com foto e um compro-vante de residência”, explica.

Atualmente, a biblioteca conta com pouco mais de 4,2 mil sócios. Para ter acesso ao acervo adulto, a pessoa preci-sa, além disso, pagar uma anuidade de R$ 10 ou doar um livro em bom esta-do. Logo em seguida, a pequena Nicole entra junto com a mãe para retirar um livro. A tímida menina de apenas oito anos se agarra à cintura da mãe e olha para o chão. Com os cabelos loiros em frente ao rosto, ela diz baixinho que gosta de ler os livros da personagem Judy Moody, da escritora americana Megan McDonald. Juliane Mincato, 33 anos, explica que a filha adora ler – normalmente, quando chega da escola, vai direto para os seus livros.

No setor dos adultos, a aten-dente Ana Cláudia Vieira diz que a maior procura é de mulheres. Isso pode ser percebido pelo fato de os cin-co livros mais lidos dos últimos seis meses serem da escritora americana Nora Roberts. O grande campeão é Te-souro Secreto. Outros autores muito solicitados são Meg Cabot, Jim Benton

e Stephany Meyers, da saga Crepúscu-lo. A média mensal de empréstimos é de 2 mil. Além das versões impressas, o setor conta com cerca de 150 audio-livros, que incluem obras de Augusto Cury, Paulo Coelho, literatura em ge-ral, auto-ajuda e romances espíritas.

Na última sala do andar, junto aos periódicos, aglomera-se grande parte dos leitores, predominantemente ho-mens. Lá, o vigilante Paulo Tarso Xa-vier Rodrigues, 32 anos, diz que tem preferência por reportagens sobre His-tória e saúde. “Quando sobra um tem-pinho venho aqui e leio um pouco. Já tirei muitos livros na biblioteca”, conta, sentado ao lado do memorial ao patro-no Demetrio. Como Paulo, dezenas de pessoas visitam o local todo dia para se manter informadas. Outros usam o es-paço apenas como uma referência para encontros ou para se proteger do frio, que às 19h da última terça levava a 0°C o relógio da praça. Maria Nair ressal-ta que a biblioteca é um lugar aberto e acolhedor. “Muitas pessoas vêm para conversar, esperar por um amigo ou namorado. A biblioteca está sempre de portas abertas. Só não se pode comer nem fumar aqui dentro”, completa.

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Em 2007, a biblioteca servia apenas como fonte de pesquisa. Algumas pessoas iam até ela. Agora ela vai até as pessoas”, diz Maria Cristina

8 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Mais de 62 mil volumes catalogados ocupam os três andares superiores da Casa da Cultura, onde o espaço já é insuficiente

Page 9: Edição 33

[email protected]

[email protected]

Vitor Hugo Porto| Sem título |

Nesta obra da série Fragmentos - em acrílico, serigrafia e carvão -, Vitor Hugo Porto põe as Marias na plateia. Na fresta das cortinas, as cores e os olhares da expectativa. No palco - o lado de fora da tela - o espectador, sob os holofotes da arte.

Vida minha é futuro do pretérito.Ilusão mais que perfeita.Empirismo puro e platônicoE os domingos são grandes pleonasmos.

Parte que me cabe, subjuntiva,É figura de linguagem inexpressa.Lual em que a lua morre toda noiteE com lua voam sibilantes os ideais.

Portos em que navego intransitivo Retém em parte, minhas formas reflexas,São corações abstratos, transeuntes, Agentes da passiva sob pronomes pessoais.

Assim se formam estes dias condicionaisNum fascínio bobo de criança substantiva.E estas horas todas, átonas e sem hiatosLevam-me a tempos d’oração sem sujeito.

MORFOLOGIApor JÔNATAS LUIS MARIA

www.ocaxiense.com.br 917 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

Page 10: Edição 33

por RODRIGO LOPES

oão Carlos Leonardelli, 56 anos, nunca tinha ouvido falar em Mercado Livre, o site de compra e venda de toda sorte de produtos. Tampouco imaginava que um rótulo antigo de cerveja pudesse custar R$ 60. Muito menos que esse tipo de souvenir despertasse o interesse de colecionadores virtuais espalhados pelo Brasil. Espantou-se mais ainda quando soube que rótulos da Cerve-ja Pérola, uma das tantas variedades produzidas pela maltaria fundada por seu bisavô, ainda quando a empresa denominava-se Cervejaria Ambrogio Leonardelli, em 1887, integrasse esse rol de raridades à venda na internet. “Tenho pencas desses rótulos aqui”, diz, surpreendido.

O “aqui” a que ele se refere não se resume a um reles baú de objetos pes-soais. Trata-se do maior acervo parti-cular sobre cerveja – e tudo o que diz respeito à sua produção em Caxias do Sul desde que os Leonardelli acredita-ram, um século atrás, no ousado proje-to de fabricar a bebida para consumo e distribuição em nível nacional. Todo esse material repousa há praticamente 40 anos no porão de um amplo casarão na Rua Bento Gonçalves, área central da cidade. São rótulos, garrafas, copos e canecos personalizados, centenas de fotografias, documentos, recortes de jornal, souvenirs, tampinhas, abri-dores, válvulas, antigos engradados de madeira, equipamentos de cutela-ria, reguladores de gás, até o apito e a máquina de cartão-ponto originais da fábrica. Enfim, tudo o que deixaria,

com o perdão do trocadilho, babando consumidores da bebida, fãs e frequen-tadores de blogs e sites especializados.

O começo de toda essa história remete à chegada de Ambrogio Leo-nardelli a Caxias em 1876. Conforme João Laner Spinato, autor do livro E Assim Eles Contavam... – organizado por ocasião dos 100 anos de imigração italiana na Serra, em 1975, e editado somente em 1998 pela filha, Lori Spi-nato Torresini –, o pioneiro Leonar-delli atuou como técnico cervejeiro em uma pequena fabriqueta caseira na Rua Tronca, de propriedade de Felice Laner, por volta de 1878. Até então, a cerveja consumida em Caxias vinha de São Sebastião do Caí e Porto Alegre, vendida por aqui a 200 réis a garrafa – as que chegavam da Europa, como as alemãs Münchenbier e Klosterbier, alcançavam a custar 1,2 mil réis.

Segundo o autor, Leonardelli “es-treou” no local substituindo o pri-meiro técnico da cervejaria, o italiano Piccini de Cremona, quando este op-tou por instalar um fábrica de cola de marceneiro em Porto Alegre. Após o casamento com Maria Laner, irmã de Felice, e o nascimento dos cinco filhos, Leonardelli recebeu 10 lotes urbanos nas imediações da atual rodoviária. Seguindo os conselhos do cunhado, lá instalou, em 1887, sua própria fábrica de cerveja e de limonada gasosa, com produção industrial e marca Ambrogio Leonardelli – posteriormente, o nome da empresa mudou para Irmãos Leo-nardelli & Cia e, nos últimos anos de atuação, foi reduzido apenas a Pérola.

“Ele era um visionário, apostou em um negócio que ia na contramão do que mais se fazia aqui, o vinho”, re-corda o bisneto. A Cervejaria Irmãos Leonardelli & Cia, já comandada pelos irmãos João e Carlos, funcionou junto ao número 127 da Rua Ernesto Alves até o início da década de 50, período em que a direção adquiriu um novo terreno no quarteirão vizinho. O ob-jetivo era claro: modernizar as instala-ções e dar conta da enorme demanda estadual e nacional pelos produtos fa-bricados. Entram nesse rol variedades como as cervejas Zebú, Preta, Caxiense Branca, Crioula Dupla, Nanica, Pérola, o Chopp Caxiense, a Água de Soda, a Gazosa (com ‘z’ mesmo), o Guaraná e a Água Tônica. A partir daí, a Leo-nardelli entrou em seu período áureo. Acompanhando o crescente processo de industrialização da cidade, foram adquiridas modernas máquinas de pasteurização, engarrafamento e rotu-lagem, além de um gerador de energia elétrica próprio.

O empreendedorismo do grupo, porém, já saltava aos olhos bem an-tes. Em 1936, por exemplo, a empresa instalou a primeira maltaria de Caxias do Sul e a segunda do Rio Grande do Sul - até aí, o malte utilizado vinha de fora. Conforme Leonardelli, o proces-so de fabricação da cerveja envolvia praticamente todos os cerca de 300 funcionários da fábrica. No novo pré-dio de quatro pavimentos, a cevada era primeiramente classificada. Depois, molhada nos tanques e enviada para a seção de germinação, onde permane-

cia de oito a dez dias. Posteriormente, era encaminhada aos fornos de seca-gem, instalados nos dois primeiros an-dares do conjunto. Lá, permanecia por 12 horas em cada uma das fornalhas. A seguir, a cevada passava para a cha-mada máquina desbotadeira e por um rigoroso processo de “limpagem”. Nos depósitos, parte da cevada costumava ser ensacada e parte consumida na fa-bricação da cerveja – à época da inau-guração do novo parque, Caxias forne-cia cerca de um milhão de quilos, o que correspondia a cerca de 200 mil sacos. “Os produtos Leonardelli gozavam de prestígio nacional, as cargas eram transportadas de navio”, recorda o bis-neto do fundador. Tudo isso até 1973, quando a Antarctica adquiriu, de uma só vez, o controle acionário da empre-sa caxiense, já denominada Cervejaria Pérola, e da Companhia Itacolomy de Cervejas, de Pirapora (MG). Um final acompanhado de perto inclusive pelos vizinhos do bairro.

Cleusa Boz, 58 anos, sempre residiu na Rua Vinte de Setembro, exatamen-te em frente ao posto de combustíveis que abriga o que restou do legado dos Leonardelli: a chaminé e os silos. Quando o novo prédio da cervejaria foi inaugurado, em 1953, ocupando todo o quarteirão entre as ruas Ernesto Alves, Vereador Mário Pezzi, Venâncio Aires e Vinte de Setembro, a hoje pro-fessora de Yoga tinha apenas um ano. De toda movimentação que sempre rondou o lugar, ela recorda principal-mente da fila de caminhões defronte à casa e dos motoristas aguardando para carregar os veículos com pilhas e pi-

J

And

ré T

. Sus

in/C

axie

nse

“Tu sabias que na terra conhecida pela fartura da uva e do vinho fabricou-se primeiramente cerveja?”, indaga João Carlos Leonardelli, bisneto do fundador da cervejaria Leonardelli

História em rótulos

PÉROLAS ESCONDIDASAcervo da primeira cervejaria com produção industrial fundada em Caxias do Sul,

em 1887, é mantido intacto pelo bisneto do fundador

10 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 11: Edição 33

lhas de engradados. “Em época de fé-rias, eles vinham com mulheres e filhos e ficavam sempre por ali, acabávamos criando um vínculo”, conta.

Cleuza também acompanhou, da vitrine da escola, a demolição de todo o restante do complexo, no início dos anos 2000. Tudo isso depois de um período de abandono, degradação e marginalização do lugar, em função das pendências judiciais. “Era um grande império, tinha toda uma his-tória de trabalho e sucesso que ruiu. De uma hora para outra, escavadei-ras e tratores botaram tudo aquilo abaixo. Por pouco não foram os si-los também. Acho que se deram conta de que eles faziam parte do pa-trimônio histórico da cidade”, completa.

O encerramento das atividades da cerveja-ria, na década de 90, integrou-se à complexa conjuntura econômica que levou ao fechamen-to de outras sete fábricas no Rio Gran-de do Sul entre os anos de 1996 e 2006: a Serramalte, de Feliz; a Bavária, de Getúlio Vargas; a Polar, de Montene-gro; a Skol, de Passo Fundo; a Brahma, de Porto Alegre; a Polar, de Estrela, e a Antarctica/refrigerantes, de Canoas. Conforme o pesquisador Airton En-gster dos Santos, integrante da ONG Aepan (Associação Estrelense de Pro-teção ao Ambiente Natural), do muni-cípio de Estrela, o episódio em Caxias rendeu muita especulação na imprensa estadual e entre empresários e autori-dades locais.

O pesquisador cita fontes da época: “o jornalista Políbio Braga, em sua co-luna no jornal Correio do Povo de 15 de março de 1996, fez um alerta: ‘O Caso Antarctica: a empresa nega, mas sabe-se que a decisão do grupo paulis-ta Antarctica/Polar de fechar a cerveja-ria, em 31 de março, foi uma represália à decisão do governo gaúcho de con-ceder incentivos inéditos para a Brah-ma’”. Segundo o texto destacado por Santos, “a Antarctica possui outras sete fábricas no Rio Grande do Sul, fruto de uma política desenvolvida ainda nos anos 70, quando a empresa acabou com as cervejarias regionais gaúchas por absorção”. O pesquisador comple-ta em seu artigo que “exatamente no dia 7 de março de 1996, um projeto do então governador Antônio Britto, que ampliaria os benefícios fiscais do Fundopen, teria dado entrada na As-sembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. De sua aprovação resultou a insta-lação de uma nova fábrica de cervejas da Brahma em solo gaúcho, no distrito de Águas Claras, em Viamão. Através do Fundopen, o governador teria con-cedido a Brahma 75% de isenção de impostos sobre o pagamento do ICMS devido”.

Toda essa movimentação, incluindo a inauguração da fábrica, em 1998, a mega-fusão entre a Brahma e a An-tarctica, a concorrência, as estratégias de mercado e o surgimento da gigante Ambev, foram relembradas por Neco, como Leonardelli é mais conhecido.

Mas não evoluíram para mais do que comentários como “isso nem vale a pena falar, pois sempre tem muita ga-nância e interesses no meio”.

Entre um cigarro Parliament e ou-tro, o representante da quarta geração da família preferiu lembrar dos áureos tempos em que a Leonardelli/Pérola abastecia consumidores do Pará, che-gava a ser transportada até de jegue com quatro engradados de cada lado do animal, patrocinava times de fute-bol e rádio-jornais, decorava paradas

de ônibus, apoiava a Festa da Uva, integrava a seu slogan o discur-so ufanista propaga-do durante a Segunda Guerra Mundial (Tudo pela pátria, tudo pelo Brasil), entre tantos outros eventos – todos devidamente registra-dos nas fotos que de-coram o lugar. Fotos, equipamentos e docu-mentos históricos que por pouco não se per-

deram no lixo. “Graças à doação do ex-funcionário administrativo Elói Ca-sara e do empresário Aldo Vanin, dos Guinchos Vanin, é que grande parte desse material está aqui hoje. Na hora de remover os escombros, Vanin aten-tou para a relevância de tudo aquilo para a família e a memória da cidade”, recorda o herdeiro.

O bisneto também retomou a im-portância dos químicos cervejeiros que marcaram a trajetória da empre-sa, como o já citado Piccini, o alemão Carlos Henn, o avô, João Leonardelli, o pai, Ambrósio (falecido em 1994, aos 84 anos), e o primo Nelson Leonardelli, último cervejeiro da casa. “O filho des-te, aliás, herdou a profissão do pai e hoje atua como cervejeiro do Grupo Schincariol”, completa Neco. Confor-me ele, na terra da uva, a cerveja che-gou antes do que o vinho.“Tu sabias que na terra conhecida pela fartura da uva e do vinho, fabricou-se primeira-mente cerveja? Ela era produzida em um lote localizado na esquina das ruas Tronca com Visconde de Pelotas, antes de o Ambrogio instalar sua primeira fábrica própria, onde hoje funciona a rodoviária”, esclarece ele, enumeran-do outras peculiaridades nem sempre trazidas à tona pela história oficial da imigração italiana.

“Em 1878 já se tomava cerveja feita aqui, enquanto que o primeiro vinho da nossa uva só foi fabricado com a vindima de fevereiro de 1882 e degus-tado em março daquele ano”, recorda. Assim como a presença indígena an-tecedeu a chegada dos primeiros colo-nos, a “loura” também saiu na frente.

“Em 1978 já se tomava cerveja feita aqui. O primeiro vinho da nossa uva só foi fabricadocom a vindima de 1882”,recorda Leonardelli

Foto

s: A

ndré

T. S

usin

/Cax

iens

e

Rótulos, fotos, reguladores de gás, documentos e canecos da época estão preservados

www.ocaxiense.com.br 1117 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

Online | Confira em www.ocaxiense.com.br o vídeo oficial de inauguração, em 1953, da segunda sede da Cerveja-ria Leonardelli, localizada na esquina das ruas Ernesto Alves e Vereador Ma-rio Pezzi. O filme, que integra o acervo do bisneto João Carlos Leonardelli, traz imagens dos sócios-proprietários, do então prefeito de Caxias do Sul, Eucli-des Triches, autoridades políticas e re-ligiosas e de trabalhadores da fábrica. Parte dessas cenas também vai integrar o documentário Caxias – Tradição e Inovação de um Povo, que deve estrear em agosto, no Pepsi/GNC Cinemas, do Iguatemi.

Page 12: Edição 33

l A Marcha dos Pinguins | Do-cumentário. Quarta (21), 14h e 18h30 | Sesc

A reprodução dos pinguins im-periais mostra-se um ritual, onde machos e fêmeas caminham 200 quilômetros para o centro gelado da Antártida para terem seus bebês em segurança. É a natureza enfrentando dificuldades incalculáveis para seguir seu curso. Livre, 85 min..

l Do Começo ao Fim | Drama. Sá-bado e domingo, 20h | Ordovás

Último final de semana para ver o polêmico filme do amor entre dois ir-mãos. Quer saber mais? Leia a resenha em www.ocaxiense.com.br. No domin-go tem sessão comentada pelo publi-citário João Alfredo Ramos Junior e a psicanalista Dionéia Chies Zampieri. 18 anos, 90 min..

l Kiriku e a Feiticeira | Anima-ção. Sexta (23), 14h e 18h30 | Sesc

Na avertura de um menino que luta contra uma malvada feiticeira, a des-coberta de bons valores, para crianças e adultos. Livre, 74 min..

l Os homens que não amavam as mulheres | Suspense. Quinta (22) a domingo | Ordovás

Filme escandinavo baseado no pri-meiro livro da Trilogia Millenium, de Stieg Larsson. Jornalista e inves-tigadora particular tentam descobrir mistério sobre crime acontecido há 40 anos. 16 anos. 152 min., leg..

AINDA EM CARTAZ – Cartas para Julieta. Romance. 21h20. Iguatemi | Eclipse. Aventura. 13h30, 16h10, 18h50 e 21h30 (dub.) e 13h50, 16h30, 19h10 e 21h50 (leg.). Iguatemi | Encontro Explosivo. Comédia romântica. 14h30, 17h, 19h30 e 22h. Iguatemi | Plano B. Comédia Ro-mântica. 18h15. UCS | De Encontro com o Amor. Comédia. Quinta (22), 15h. Ordovás. Matinê às 3 | Príncipe da Pérsia. Aventura. 16h e 20h. UCS | Shrek Para Sempre. Animação.

13h40, 14h20, 16h20, 16h50, 18h40, 19h20, 21h10 e 21h40. Iguatemi | Toy Story 3. Animação. 14h, 16h40 e 19h. Iguatemi

INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferen-cial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (pro-mocional). Sexta-feira, sábado, do-mingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Ho-rários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Indus-trial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, pro-fessores e funcionários da UCS). Ho-rários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255. | Or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316 | Sesc: Entrada franca. Moreira César, 2.462. 3221-5233.

l A História e Vida de Ana Rech | Sábado e domingo, 20h |

A Associação Artística Sempre Amigos já apresentou esta peça mais de dez vezes e se acostumou a ter casa lotada. A montagem conta a história da pioneira Ana Rech, cultuada como heroína.Teatro Municipal – Casa da CulturaR$ 10 (público em geral) e R$ 5 (estu-dante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Desvario | Quinta (22), 20h |Comédia do grupo Teatro de Emer-

gência, de Porto Alegre, mostra um casal desgastado e a chegada de duas novas pessoas para agitar o relaciona-mento.Teatro do Sesc R$ 15 (público em geral), R$ 7,50 (es-tudante e sênior) e R$ 5 (comerciários) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

[email protected] Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis

Guia de Cultura

12 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

CINEMA

TEATRO

Sonho, obra de Helena Bolfe, na exposição In Sana Mente, dos usuários do Caps

Page 13: Edição 33

l O Analista e a Sexóloga de Bagé | Quarta (21) e quinta (22), 20h30 |

O personagem de Cláudio Cunha faz uma análise do humor, de Aristó-teles a Millôr Fernandes. O surgimen-to de uma sexóloga (Luna Alves), traz o tema sexo à baila.Teatro Municipal R$ 40 (na hora), R$ 30 (antecipado) e R$ 20 (estudante e sênior) | Dr. Mon-taury, 1.333 | 3221-3697

l Primeiro as Damas | Quarta (21), 20h |

Espécie de stand up comedy com ca-sal interpretando situações cotidianas em esquetes. UCS TeatroR$ 30 (público em geral) e R$ 20 (estu-dante e sênior) | Francisco Getúlio Var-gas, 1.130 | 3218-2309

l Zão e Zoraida | Sábado e domin-go, 20h |

Dois palhaços se encontram e par-tem em busca da Felicidade Eterna, com muita música e alegria. A peça é obra do grupo Produtos Notáveis.Teatro do SescR$ 10 (público em geral) e R$ 5 (comer-ciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l 21ª Feira de Inverno | Até do-mingo |

Opoortunidade final para aprovei-tar as novidades em roupas de inverno e a tradicionalmente farta gastrono-mia italiana.Sábado: Almoço no Rest. Polenta, Formaio e Vin. 12h. | Hora do Galito. Às 14h e às 17h | Domingo: Almoço no Rest. Polenta, Formaio e Vin. 12h. | Hora do Galito. Às 11h30, às 14h e às 16h. | Show da Rádio Mais Nova FM: Flor da Serra, Os Campeiros e Galera do Chapéu. 14h.Parque da Vindima – Flores da CunhaEntrada e estacionamento gratuitos

l Festa do Vinho Novo | Até do-mingo |

Último fim de semana para visitar a comunidade de Forqueta e se encantar com o que ela tem de melhor.Palco Principal – Sábado: Gru-po Coração Italiano. 11h30. | Due Amicci. 12h30. | Coral Stella Alpi-

na. 13h30. | Desfile temático. 14h45. | Felice Personne. 16h30. | Banda Municipal Cinquentenário. 18h. | Lílian e Carina. 19h. | Valmor Ma-rasca. 20h30 | Domingo: Missa ita-liana. 10h. | Coração Italiano. 11h. | Everson Casagrande. 12h. | Grupo da Amizade. 13h. | Olimpíadas Colo-niais. 13h. | Desfile temático. 14h45. | Luciano Cesa. 16h30. | Banda São Pedro. 17h30. | Grupo de Danças Ca-minho das Pedras. 18h30. | Sul Paion. 20h30. Coreto – Sábado: Due Amicci. 14h. | Stella Alpina. 16h30. | Coração Ita-liano. 17h30. | Coral da Unimed. 18h30. | Coral São Carlos. 19h30 | Domingo: Everson Casagrande. 14h. | Grupo Coração Italiano. 16h30. | Coral Tirol. 17h30. | Grupo da Ami-zade. 18h30. Palco Alternativo – Sábado: Carla Cristine. Sertanejo universitário. 14h. | Overkiss. Pop rock. 16h30. | Velocet-ts. Pop rock. 18h. | Ackin. Pop rock. 19h30 | Domingo: Albino Paulo e Alcides Machado. Sertanejo. 14h. | Malucos Mimordão. Pop rock. 16h30. | Antares. Pop rock. 17h. | Vórtice. Rock. 18h.

l In Sana Mente | Segundas a sex-tas, 10h às 16h |

Caps Cidadania – Centro de Aten-ção Psicossocial expõe 40 obras, entre acrílicos sobre tela e xilogravuras. A exposição é resultado de seis anos de trabalho nas oficinas terapêuticas. Saguão – Centro AdministrativoEntrada franca | Alfredo Chaves, 1.333 | 3218-6001

l Disegni | Terça (20), 20h |Abertura da exposição de Jane De

Bhoni, com desenhos criados a partir de questões contemporâneas da arte utilizando papel e grafite, materiais tradicionais. A visitação pode ser feita de segunda a sábado, das 10h às 19h30 e domingos das 16h às 19h.Catna CaféEntrada franca | Júlio de Castilhos, 2.854 |

AINDA EM EXPOSIÇÃO – Felici-dade. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h. Galeria

Municipal de Arte – Casa da Cultura. 3221-3697 |

l Técnicas Circenses | Sábado e domingo, das 10h às 18h |

Paulinho Luz ensina truques de malabarismo com diversos materiais, equilíbrio em monociclo e pernas-de-pau, patinação entre outras técnicas. Informações: www.grupoedz.com.br.Espaço MulticulturalR$ 150 | Pinheiro Machado, 2.968 | 3025-7600

l 1° Circuito Cena Promo Music | Domingo, 17h |

Shows deste festival começaram na sexta, mas tem continuidade com Open, Os Impostores, Willy Wonka, Pinhead e Black Roses. O vencedor ga-nha um videoclipe.Eco Music BarR$ 10 (antecipado) e R$ 15 (na hora) | Os 18 do Forte, 2.187 | 3215-6890

l Rafa Gubert e Tita Sachet | MPB. Sábado 21h30 |

Mais uma edição de Noites Dançan-tes, com show especial só de música popular brasileira. Meia hora antes do show, terá pocket aula de dança com o professor Giovani Monteiro.Clube Ballroom R$ 25 | Coronel Flores, 810, s. 107 | 3223-2159

l Rock On | Sábado e domingo, 16h30 |

É o segundo ano dessa comemora-ção ao Dia Mundial do Rock. No sába-do, sobem ao palco as bandas Ampex, Mouai, Os Oitavos, Os Pipocas, Pedra Surpresa e Barracuda Project. No do-mingo, quem se apresenta são Fighter, Lennon Z & The Sickboys Trio, Velho Hippie, Vulkänianos e Zava. Vá ouvir diversos estilos, que vão de new me-tal e indie rock até rockabilly e power rock. Durante os shows, projeções de vídeos como Stones in the park, Me-tallica – S&M e o caxiense Volume Um! Em Alto e Bom Som, de Jorge de Jesus.Ordovás

Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l Saudade de Elis | Sexta (23), 20h |A pimentinha da MPB é home-

nageada pelos músicos Fábio Petry (bateria), Gustavo Strapazon (baixo), Eduardo do Nascimento (percussão), Gilson Geiger (teclado), Pablo Santos (guitarra) e Rosana Marques (vocal).Teatro Municipal – Casa da CulturaR$ 20 (público em geral) e R$ 10 (estu-dante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Acervo. Rock. 22h. Zarabatana Café. 3901-1316 | Adriano Pasqual. Pop/Eletrônico. 23h. La Boom Snooker. 3221-6364 | Ana Jardim e Mayron de Carvalho. MPB. 22h. Badulê Ameri-can Pub. 3419-5269 | DJs Convidadas GStok. Eletrônico. Pepsi Club. 3419-0900 | Escolha da Top Drag Caxias 2011. Eletrônico. 23h. Studio 54 Mix. 9104-3160 | Lennon Z & The Sickboys Trio. Rockabilly. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Luana Pacheco e Banda. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Moby Dick. Rock. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Saturday. Eletrônico. 23h. Havana. 3215-6619 | Só Batidão. Sertanejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | ZAVA e Teleci-nes. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Domingo: DJ Zonatão. Eletrôni-co. 18h. Zarabatana Café. 3901-1316 | Terça (20): Tiago e Ismael. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (21): Juke Joint. Blues. 22h30. Mis-sissippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Vini e Isack. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quinta (22): Fabrício Beck e DJ Mono. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Marca e Raiz. Ser-tanejo universitário. 23h. Portal Bo-wling – Martcenter. 3220-5758 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues/rock. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Sexta (23): Andy & The Rockets. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Fernando Aver Jazz Trio. Jazz. 22h. Aristos Lon-don House. 3221-2679 | Gustavo Reis. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rock Brasil. Pop rock nacional. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Ton & Os Karas. Anos 80. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 |

www.ocaxiense.com.br 1317 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

FESTASEXPOSIÇÕES

OFICINA

MÚSICA

Page 14: Edição 33

por ROBIN SITENESKI

avia algo diferente em Forqueta no úl-timo domingo (11). A esburacada ave-nida principal, Arthur Perottoni, que termina na Igreja Matriz, é tão comum que faz o bairro parecer qualquer cida-dezinha do interior. Mas estava fechada logo no início, onde alguns moradores tomavam vinho de garrafão, às 9h da manhã. O motivo não era somente uma boemia que passou do ponto, mas a preparação para o segundo desfile do evento que movimenta a comunidade.

Vestidos de colonos italianos, de re-ligiosos ou simplesmente com a cami-seta da 6ª Festa do Vinho Novo, cerca de 1 mil pessoas se aprontavam para desfilar. A idade variava entre três e 70 anos. Aquele foi o único desfile pela manhã, por causa da final da Copa do Mundo. “Tirando a parte de acordar cedo, gosto de desfilar”, contou Gabriel Perottoni Rossato, nove anos.

Os figurantes se aglomeravam ao redor de tratores e caminhões esta-cionados na avenida principal ou nas ruas laterais. Os veículos são parte dos quadros, que neste ano variam de re-presentações do mato que encontra-ram os primeiros imigrantes a bodegas e cenas religiosas. Doze das 15 comu-nidades que fazem parte da Igreja Ma-triz de Forqueta estão participando do desfile. Cada uma desenvolve um tema relacionado à parada, decora o carro alegórico e providencia a comida para distribuir durante o corso. E é muita comida. Grostoli, bolacha, uva e até churrasco.

O homenageado da festa, é

claro, também participa. Só fica com o copo de plástico vazio quem quer. A maioria das comunidades ofere-ce vinho a quem assiste ao desfile, ao qual comparecem as figuras de Baco e Dionísio. A celebração, realizada a cada dois anos, é chamada de Festa do Vinho Novo porque o mês de julho é quando a primeira bebida da safra está pronta. “Trabalhamos com uva e vinho, e isso é que garante nosso sus-tento. O pessoal tem orgulho de ser colono”, conta a rainha da Festa, Aline Dallegrave.

Os primeiros figurantes já desfilavam enquanto Aline e as prin-cesas, prontas para subir no último carro alegórico, comentam por que se candidataram aos cargos. Aline teve um incentivo especial. Estudante de Letras da UCS, a rainha é professora do 1º ano do Escola Cenecista São Vi-cente. “Os meus alunos torceram para que eu vencesse e, hoje, provocam os coleguinhas de outras turmas dizen-do ‘A minha professora é rainha, a sua não’.” A princesa Ana Paula Zuccolotto acrescenta que o espírito de colabora-ção é o que há de mais especial na festa. “É bom ver como as comunidades se unem para fazer os grostolis e, mesmo com as mãos calejadas de trabalho du-rante a semana, participam dos desfiles aos sábados e domingos.”

Quem organiza todo o circo das pa-radas – a última é neste domingo (18), final de semana de encerramento da festa – é Jacira Dulce Onsi. O tema des-te ano é ‘Ricordi del Cuore”, lembran-ças do coração, em italiano, e aglomera as comunidades, escolas e entidades de

Forqueta. Para a organizadora, as mu-danças que fizeram a festa crescer (o primeiro desfile contava apenas com 300 figurantes) não modificaram sua essência. “Se tornou grande, mas man-tém o que é a história da região. É um resgate da nossa identidade, sem con-tar a promoção do vinho, que é nosso principal produto.”

A ideia da festa surgiu com a neces-sidade de movimentar a comunida-de com o turismo. A sua gênese foi, segundo Felipe Slomp Giron, então subprefeito de Forqueta, a Virada da Polenta, evento que ocorreu somente uma vez. O padre Darci Bertolini su-geriu então que comemorassem o vi-nho. Até a terceira edição, em 2004, a Festa da Vinho Novo foi realizada no salão paroquial da Igreja Matriz. Atu-almente, se realiza junto à Cooperativa Vinícola Forqueta. “Nosso apelo não é comercial, é de mostrar nossa gente e cultura e, principalmente, valorizar o agricultor”, afirma Giron.

Entre os 49 expositores da festa, sete vinícolas marcam presen-ça. Quem visita a feira também pode conhecer a Cooperativa Vitivinícola Forqueta, suas pipas de carvalho e as de concreto revestidas de fibra de vi-dro, além do museu da associação. Para Rosângela Pergher, da vinícola Nossa Senhora de Caravaggio, o prin-cipal atrativo para expor é a divulgação da marca. Opinião compartilhada por Rita Onzi, da Casa Onzi, que produz próximo à Capela Menino Deus, uma das que fazem parte da Igreja Matriz de Forqueta. “Além disso, nos sentimos quase obrigados a participar, porque a

comunidade se dedica tanto à Festa”, acrescenta Rita.

E a intenção da celebração é exata-mente essa, segundo o presidente da Festa do Vinho Novo, Valmor Frizzo. “Temos que nos manter bastante fortes para preservar a comunidade unida. O vinho é nosso produto, sim, mas nosso propósito fundamental é manter a co-munidade próxima”, afirma. Aparente-mente, o objetivo está sendo atingido.

Perottoni, Frizzo, Slomp, Generosi e Bonetto são sobrenomes que se repe-tem ao conversar com quem passeia pela Festa e participa do desfile. “Aqui todo mundo é parente”, diz Gene-ci Bonetto. Enquanto Heloísa Frizzo participava da parada, sua filha Elaine Frizzo recepcionava quem chegava ao local de exposições e guiava as pessoas por uma visita à cooperativa. “A Festa só sai se a comunidade se envolver”, afirma Heloísa, mãe da atual rainha da Festa da Uva e ex-rainha da Festa do Vinho Novo, Tatiane Frizzo. Elaine já foi princesa da celebração forquetense.

Durante a Festa, os cerca de 25 mil habitantes do bairro esbanjam espírito comunitário. Marlene Bampi trouxe a amiga Vera Inês Biondo, que mora em Ana Rech. “O que empolga as pessoas é que parece uma festa bem familiar”, acredita Marlene.

A história da família da historiadora Loraine Slomp Giron, mãe de Felipe, se confunde com a de Forqueta. Ruas e praças levam o nome de seus ascen-dentes, que estavam entre os primeiros a comprar terras ali. Loraine saiu de Forqueta criança, mas quer voltar ao bairro. “São raízes. Se você tem terra, tem raízes. Somos como vegetais.”

H

And

ré T

. Sus

in/C

axie

nse

Alegria típica

BRINDE AO ESPÍRITO COMUNITÁRIO

Até este fim de semana, Forqueta festeja com lembranças do passado, comida e, obviamente, muito vinho

14 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

No desfile temático – o último será às 14h45 deste domingo –, moradores da localidade se integram para mostrar os costumes dos antepassados e o trabalho vitivinícola

Page 15: Edição 33

www.ocaxiense.com.br 1517 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

por CÍNTIA [email protected]

erça-feira (13), 19 horas em ponto no relógio digital plantado no estaciona-mento ao lado do UCS Teatro, na Uni-versidade de Caxias do Sul (UCS). Ao piscar, mostrava a temperatura de 0°C. Felizmente, o frio não impediu que uma plateia formada por parentes e convidados dos 421 alunos das 10 tur-mas do Centro Tecnológico Universi-dade de Caxias do Sul (Cetec) pratica-mente lotasse o espaço para assistir à

apresentação do 15° Cetec Festival. Realizado desde a fundação da esco-

la, há 15 anos, esta edição teve como tema “A história é um grande espetá-culo”. Durante quatro noites, os alunos mostram seus talentos artísticos – em 2010, foi de segunda (12) a quinta (15). O assunto pode ser abordado livre-mente pelos estudantes, com as inter-pretações mais variadas, mas privile-giando risos, comédias e piadinhas. A prerrogativa para escolha dos persona-gens históricos a serem postos sob os holofotes foi estarem mortos e terem, de alguma forma, causado impacto na sociedade. Cleópatra, Santos Dumont, Shakespeare, Chico Xavier e Vladimir Herzog são alguns dos exemplos deste ano.

Os alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensi-no médio são os principais responsá-veis pelos espetáculos. Quem não quer participar cantando, dançando e atu-ando pode se comprometer com outras funções de igual importância, como iluminação, sonorização, figurinos e construção de cenários. Ninguém fica de fora, mas não somente porque é uma atividade curricular, promovida pela aula de Linguagem. Mesmo que o resultado final sejam notas de parti-cipação e envolvimento, o que vai no boletim pouco importa. O que essas centenas de adolescentes querem é di-versão.

O aprendizado, normalmente relegado à sala de aula, ganha inter-disciplinaridade. Conforme a diretora do Cetec, Ana Cristina Possapp Cesa,

a proposta das escolas tradicionais trabalha o talento individual, onde o aluno encontra seu papel e permanece sendo bom somente naquilo que sabe. O Cetec Festival vem interceder pelo oposto. Segundo Ana, as atividades da escola apontam o papel da coletividade aos alunos. “Essa é a riqueza do festi-val. O desafio é trabalhar pelo coletivo com seu talento individual.” Ela lem-bra que no festival não há o grande as-tro, mas todos participando com suas respectivas funções. O aluno vai se conhecendo melhor e amadurecendo

ao se comprometer com suas respon-sabilidades no espetáculo. Identidade é palavra-chave na adolescência. Mo-mento de escolher a profissão a seguir, de decidir o que gosta e não gosta, de aprender a dizer sim e a ouvir um belo não. Enfim, de dar o passo que falta à vida adulta e as responsabilidades que aguardam logo após a porta. O lema da escola é incentivar o aluno a esco-lher qualquer curso superior de seu agrado. “No ensino médio é preciso ver de tudo para saber aonde ir”, diz a diretora. A identidade adolescente é formada no grupo de relacionamen-tos. O festival estimula a criação dessa identidade para cada turma. Como diz Ana, “é um amontoado de gente, vindo de escolas diferentes de ensino funda-mental, que vira uma equipe. Cria-se, então, uma harmonia”. O aprendizado vem de carona. Essas maneiras lúdicas e envolventes servem para trazer os fundamentos de aprendizagem para perto de quem precisa absorvê-los, não somente da maneira tradicional. “É a disciplina através do desafio”, resume a diretora.

O resultado é um contraponto para aquele ensino clássico que conhecemos há tempos. “É possível ensinar outra coisa para essa gurizada”, diz Ana. No festival, eles aprendem a trabalhar em grupo e são estimulados a se aprofun-darem no estudo dos conteúdos. Tam-bém passam a lidar com as responsa-bilidades. Quem está atuando na peça tem que decorar texto, saber quando falar, aprender a improvisar. Isso é uma amostra da volatilidade da vida fora do

colégio. Conforme a jornalista e mãe de dois ex-alunos do Cetec, que tam-bém atua como assessora de imprensa do festival, Maria da Conceição Costa Afonso, eles “aprendem que o mundo não vai parar”.

A evolução desses alunos é no-tada facilmente tomando por base seu comportamento e suas atividades du-rante o festival. “Os do 1º ano precisam levar um telefone para o palco, os do 3º já trabalham com a imaginação e só fazem o gesto de atender com a mão”,

explica Ana. Claro que os estudantes não ficam

sozinhos nessa empreitada. Os profes-sores também se envolvem, supervi-sionando o uso da língua portuguesa nos roteiros e até participando de es-petáculos. Uma das esquetes deste ano foi do atual professor da oficina de te-atro do Cetec, Gabriel Zeni, com duas ex-professoras de teatro.

Teatro, assim como música e dança, fazem parte da grade curricular do 1º e 2º ano do colégio. Existem as mesmas disciplinas, oferecidas como atividades complementares na forma de oficinas, para aqueles que se interessem um pouco mais do que o programado no ano. Atualmente, o grupo de teatro do Cetec possui 35 alunos, diz Zeni.

Ele compara o festival a uma ver-dadeira festa, onde todos se divertem juntos e há uma integração de todas as turmas. Zeni bem sabe do que fala: é ex-aluno do Cetec, onde entrou em 1996. As observações sobre os pupi-los são positivas. “É engraçado como no ensaio eles ficam nervosos, mas na hora a energia é diferente. E eles são muito bons no improviso!”

As diferenças entre o antes e o depois do festival aparecem em sala de aula. Por mais que sejam centenas de adolescentes com hormônios borbu-lhando e criatividade à solta, eles são extremamente focados no objetivo de fazer com que tudo dê certo. De acordo com a diretora, a preparação anterior é uma loucura, uma agitação sem fim. Posteriormente, os alunos se mostram

mais disciplinados, preparados e, por que não, mais inteligentes. “Os pró-prios professores dizem que as turmas, com 35 a 40 alunos cada, ficam mais fáceis de trabalhar. Eles aprendem a lidar com a resolução de conflitos. A solução dos problemas do mundo se dá no coletivo”, diz Ana.

Mesmo assim, não se pode esquecer que, na essência, são adolescentes. Du-rante as manhãs dos dias de apresenta-ção, cada turma tem seu horário de en-saio. Na tarde, ensaio geral, onde uma turma pode observar os detalhes das

apresentações das outras. De acordo com uma das coordenadoras pedagó-gicas do Cetec, Isabel Michelon Galli, esse é um espaço favorável até para dis-cussão de elementos e cenários das pe-ças. Sempre com o agito comum dessa fase. “A gente pede silêncio porque são espaçosos e volumosos, mas eles levam essa responsabilidade muito a sério.”

Além de tudo, o festival é o espaço onde os alunos podem mandar seus recados, em forma de peça teatral, de dança, de música. Num ritmo cada vez mais alucinante de trabalho, pais têm tempo limitado a oferecer aos filhos. Assisti-los é uma maneira de perceber que aquela pessoa que ele criou tem pensamentos próprios e ideias a mos-trar, dizer que cresceu.

Os educadores também se surpre-endem. O aluno irresponsável em sala de aula ou errático em uma disciplina pode se revelar verdadeiramente capaz diante dos olhos do professor-especta-dor. A visão sobre o estudante muda.

O Cetec Festival é um laborató-rio para a vida, muito mais do que boas risadas entre colegas e horas a menos de sala de aula. A jornalista Conceição ressalta que os benefícios se estendem, inclusive, à futura vida acadêmica. “Se todos tivéssemos essa oportunidade na escola, apresentar um seminário no primeiro semestre da universidade não seria o parto que é.” Podemos até clas-sificar isso como desenvoltura adquiri-da. Não é doença, é arte.

T

Arte pedagógica

TALENTOJUVENIL

Apresentações dos 421 alunos do Cetec trazem à vida Cleópatra, Santos Dumont, Shakespeare e Chico Xavier

Apresentações das dez turmas do 1º, 2º e 3º ano mostram a subjetividade dos adolescentes, incentivam o convívio e educam para o futuro

Foto

s: A

ndré

T. S

usin

/O C

axie

nse

Online | Veja galeria de fotos do Cetec festival em www.ocaxiense.com.br

Page 16: Edição 33

16 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 17: Edição 33

l Brasil x Caxias | Sábado, 20h |Na estreia da Série C, o Caxias tenta

dar fim à sequência de jogos sem vitó-ria da temporada de preparação. Após o empate de 1 a 1 contra o Pelotas no amistoso de domingo passado, a equi-pe treinada por Julinho Camargo re-torna a Pelotas, onde enfrenta o Brasil e sua torcida em busca dos primeiros três pontos. O treinador grená já po-derá utilizar o último reforço, o ata-cante Adriano, 23 anos, apresentado quinta-feira (16) no Centenário. Estádio Bento FreitasIngressos: R$ 20 | João Pessoa, 694, Centro, Pelotas

l Juventude x Criciúma | Domin-go, 16h |

O Ju estreia na Série C em casa con-tra o Criciúma, do técnico Argel. Para a Série C, a direção alviverde contra-tou 15 jogadores, sendo que oito deles já irão compor o time titular. A equipe do treinador Osmar Loss deve iniciar a partida com Jonatas; Luiz Felipe, Rafael Pereira, Edson Borges e Calis-to; Tiago Silva (Éverton), Júlio César, Marcos Paraná e Cristiano; Júlio Ma-dureira e Fausto. A arbitragem será de Antônio Denival de Morais, auxiliado por Ricardo Vilar Neves e Adair Car-los Mondini (trio paranaense).Estádio Alfredo JaconiIngressos: R$ 10 para a torcida do Ju-ventude e R$ 20 para a torcida adver-sária | Hércules Galló, 1.547,Centro | 3027-8700

l Futebol Sete Série B | Sábado, a partir das 12h |

Os jogos restantes da 1ª rodada, que iniciou semana passada, serão realiza-dos neste sábado. As primeiras dispu-tas foram caracterizadas por muitos gols. A única equipe que não conse-guiu guardar a bola no fundo da rede foi a Irmãos Luvison, que perdeu para a AP Demore por 1 a 0.

Sábado, 12h: San Martin x Lu-patech | 13h: Eaton x Hyva do Brasil | 14h: Mobitec x Roal | 15h: Bronix x Keko | 16h: Caster Tech x CNCS |

17h: Romamar x Takarada | 18h: Re-val x Fras-LeCentro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

l 8ª Copa Ipam de Futsal Femini-no | Sábado, 19h, 20h e 21h, e domin-go, 10h e 11h |

Neste final de semana começa a 2ª rodada. Com o empate entre a UCS e o Colégio Santa Catarina na estreia, a liderança do grupo ficou em aberto. O time B do Santa aproveitou a opor-tunidade e assumiu a ponta com uma vitória apertada por 1 a 0 contra o Pôr do Sol. Na outra chave, briga de siglas: a ACBF precisa vencer o BGF para se manter na liderança.

Sábado, 19h: São Luiz x União Ca-xias (Santa Catarina) | 20h: Indepen-dente Serrano x UCS (Sta. Catarina) | 21h: BGF X ACBF (Sta. Catarina) | Domingo, 9h: Pôr do Sol x Praden-se (UCS) | 10h: UCS B x Camisa 10 (UCS)| 11h: Sindicato dos Metalúrgi-cos x Real Madames (UCS)Escola Santa Catarina e UCSEntrada gratuita | Santa: Matheo Gia-nella, 1.160, Santa Catarina; UCS: Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petró-polis

l Campeonato Municipal | Sába-do, 13h15 e 15h15 |

As equipes Esperança, Kayser, Ha-waí e Águia Negra são as semifinalis-tas na Série Prata. Elas disputam neste sábado a vaga para a grande final. Os atletas da Série Ouro retornam aos gramados após uma semana de des-canso e disputam a 12ª rodada.

SÉRIE PRATA – Sábado 13h15: Esperança x Águia Negra (Municipal 1) | 15h15: Kayser x Hawaí Cruz (Mu-nicipal 1) | SÉRIE OURO – Sábado, 13h15: Guarani x Fiorentina (Enxu-tão), União Industrial x São Victor Cohab (Municipal 2) | 15h15: Fonte Nova x Vindima (Enxutão) | Domin-go, 13h15: Goiás x Cristal (Municipal 1), Londrina x União de Zorzi (Enxu-tão) | 15h15: XV de Novembro x Sécu-lo XX (Municipal 1), União Reolon x Az de Ouro (Enxutão)Entrada gratuita

l 1° Campeonato Estadual de Futebol de Mesa | Sábado, a partir das 8h |

Esta é a primeira edição do campe-onato na modalidade Liso nas cate-gorias Sênior e Júnior no Estado. Ao todo, 36 competidores mostrarão a habilidade com os botões. As finais devem ocorrer no início da noite.Associação de Futebol de MesaEntrada gratuita | José Soares de Oli-veira, 2.557, Pio X

l Festival de Futsal Talentos do Futuro | Sábado, a partir das 9h |

O evento reunirá 184 atletas entre 10 e 12 anos. Os meninos, que fazem par-te do projeto Centro de Convivência e Atividades Múltiplas, terão uma tarde recheada de futsal. Ao todo, serão 81 partidas. Ginásio Poliesportivo da UCSEntrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petrópolis | 3215-5835

l Torneio Interdistrital | Do-mingo, a partir das 9h |

A competição é realizada todo ano em comemoração ao mês do agricul-tor. Nesta edição, cinco equipes mas-culinas da categoria adulta disputarão o título. Paralelamente, serão realiza-dos o Pedalando no Parque e o Feste-rando, ambos na praça de Galópolis. Lá, haverá atividades recreativas para crianças e também cama elástica, pin-gue-pongue, perna-de-pau, corrida dos bichos, futebol, voleibol, emprésti-mo de bicicletas, entre outros. Em caso de chuva o torneio ocorre normal-mente, mas o Pedalando no Parque e o Festerando serão cancelados.Ginásio da Sociedade Recreativa Amigos de GalópolisEntrada gratuita | Edviges Galló, s/n°, 1.829, Galópolis

l Campeonato Futsal Feminino | Segunda (19) e Quinta (22), 18h45 e 19h45 |

Agora é a vez das representantes fe-mininas das maiores empresas de Ca-xias entrarem em quadra. O campeo-nato está iniciando a 2ª rodada nesta segunda-feira. Segunda, 18h45: Coser x Voges | 19h45: Correios x Invensys A | Quin-ta, 18h45: Intral x Marcopolo | 19h45: Neobus x Invensys BCentro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

l Campeonato Futsal Master | Quarta (21), 18h30 e 19h30 |

A Voges já começou mostrando que veio para ganhar. Goleou o time dos Correios na primeira rodada, e nesta quarta enfrenta a Neobus, que estreou perdendo para a Agrale.

Quarta, 18h30: Correios x Marco-polo | 19h30 : Voges x NeobusCentro Esportivo do SesiEntrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

l Campeonato de Voleibol Mas-culino do Sesi | Sábado, a partir das 13h |

As equipes disputam a 5ª e última rodada da 1ª fase. A Marcopolo, invic-ta, enfrenta a Voges, jogando em casa.

Sábado, 13h: Randon x Agrale | 14h30: Fras-le x Invensys | 16h: Mar-copolo x VogesQuadra da MarcopoloEntrada gratuita | Rota do Sol, Km 73, Linha São Giácomo

l 5º Etapa do Campeonato Ser-rano de Arrancadas | Domingo, a partir das 8h |

Os motores voltam a roncar em mais uma etapa, que reúne os melhores pi-lotos da região e vale pontos para o campeonato geral. Estão inscritos 130 participantes nas diversas categorias. Parque de Eventos de Vila OlivaR$ 5 | BR-116, Km 145, 1.410, Vila Oli-va | 3224-5613 ou 9112-0972

Guia de Esportes

VÔLEI

VELOCIDADE

FUTEBOL FUTEBOL DE MESA

FUTSAL

[email protected] José Eduardo Coutelle

O Caxias abre a participação da dupla CA-JU na Série C contra o Brasil, sábado, em Pelotas; o Juventude recebe o Criciúma domingo

Foto

s: A

ndré

T. S

usin

/O C

axie

nse

www.ocaxiense.com.br 1717 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

Page 18: Edição 33

A nossa Copa do Mundo

O CAMINHO DA SUBIDAA dupla CA-JU, de eterna rivalidade, começa lado a lado neste fim de semana a busca de um sonho (ou a fuga de um pesadelo): a ascensão à Série B de 2011

18 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Page 19: Edição 33

por MARCELO [email protected]

uando o Caxias caiu diante do Ypiran-ga, nos pênaltis, uma estranha sensa-ção pairava pelo estádio Centenário. Era como se a derrota naquela altura do Gauchão não fosse verdade. Porque o time estava voando, tinha em campo um trio que tocava o horror em toda e qualquer defesa: Marcelo Costa, Ever-ton e Cristian Borja. Tinha dois xeri-fes de impor respeito no meio-campo: Itaqui e Marcos Rogério. Na zaga, Neto montou uma verdadeira muralha ao lado de Anderson Bill. Sem falar do jo-vem Edenílson, que foi sendo lapidado por Julinho Camargo até se tornar o coringa que defendia e atacava com a mesma determinação.

Naquela estranha noite, a festa vi-rou velório. Terminava ali o sonho do Caxias de disputar mais uma fi nal de Gauchão. Esse clima de frustração não abateu apenas o apaixonado torcedor grená. Dois dias depois da derrota, o treinador Julinho Camargo revelou que não havia dormido naquela noite. “A euforia da vitória dura uma noite só, mas o abatimento da derrota dura mais tempo”, dizia ele. Mas não é porque o Caxias tropeçou antes do fi m que todo

o trabalho foi ralo adentro. “Nunca escondi do torcedor que nosso time ti-nha defi ciências, mas nunca nos faltou empenho”, avaliou Julinho, revendo a eliminação do Gauchão.

Mesmo não disputando a fi nal o Ca-xias ainda seria reconhecido como o Campeão do Interior e acabou por ta-bela sendo agraciado com o troféu de craque do Gauchão, título concedido ao capitão Marcelo Costa. No fi nal das contas, o desejo do presidente Osval-do Voges, revelado antes do início do campeonato, de fi car entre os quatro melhores do Estado, consumou-se. Resta agora o maior desafi o do ano, a Copa do Mundo do Caxias, a Série C, e no fi nal desse percurso a tão sonhada vaga na Série B.

 O Caxias estreia na Série C

fora de casa, neste sábado (17), às 20h, no Estádio Bento Freitas, em Pelotas. O adversário é o Brasil, um osso duro de roer. Não só porque tem um bom time em campo, mas porque a torcida xavante não para um segundo. Julinho avalia o Brasil: “É um clube que inves-tiu muito e tem jogadores de nome, como o Ricardinho. O treinador Fahel Júnior tem o perfi l de um time que propõe o jogo e vai tentar envolver o

adversário com posse de bola”. Se de-pender da escrita dos últimos confron-tos, a disputa entre Caxias e Brasil vai acabar com uma vitória para cada um, com saldo positivo para quem jogar em casa. Ou seja, quan-do o Caxias jogar fora vai perder, mas quando jogar em casa vai vencer.

No entanto, pra lar-gar de vez a maldição da Série C e alcançar o oásis da Série B, o Ca-xias precisa fazer mais. Dentro de campo, por-que fora anda vencendo de goleada. É só o leitor buscar na estante os nú-meros mais antigos d’O Caxiense e reler todas as transformações que a atual direção anda realizando no clube. A mais re-cente, e que pretende empurrar o time na Série C, é a campanha de marke-ting. “Agora vai” é o slogan estampado nos muros do Estádio Centenário e que deverá ser entoado pela torcida até o fi nal do campeonato, de preferência com a vaga debaixo do braço.

Dentro de campo, Julinho Camar-go anda vestindo a carapuça do velho guerreiro Chacrinha. Assumiu de vez

o bordão: “Eu vim pra confundir, não pra explicar”. Confundir o adversário, é bom que se diga. Porque durante a fase preparatória para a Série C, Juli-nho resolveu testar novas possibilida-

des táticas. Além do esquema que o Caxias usou no Gauchão, com duas linhas de quatro jogadores e no ataque Borja receben-do a companhia de Everton, que voltava pra marcar no meio, às vezes liberando até Marcelo Costa para ser atacante e não ape-nas meia armador, Ju-linho andou testando uma formação com

três zagueiros. “Não sei nem se vou jo-gar”, desconversa Neto, ao ser pergun-tado sobre a linha de zaga ao lado de Anderson Bill e Cláudio Luiz. “Quem decide é o Julinho, mas já estamos bem entrosados e no São Caetano (clube de onde Neto veio) eu joguei bastante tem-po com essa formação.”

 Outro que despista se joga ou

não, pelo menos na estreia, é o volan-te Marcos Rogério. Líder no ranking

QFo

tos:

Luiz

Erb

er, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e |

Art

e: L

ucia

na L

ain

Série C

A RAÇA entra em campoO Brasil de Pelotas é o primeiro inimigo a ser encarado pelo Caxias, fora de casa

www.ocaxiense.com.br 1917 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

“O clube não faz loucuras. Mais do que a falta de um ou outro jogador, fi ca o legado do trabalho de todo o grupo”, diz Julinho Camargo

Fernando WellingtonO goleiro agarrou a vaga ainda no Gauchão e não pretende largar a bola

RenanEnfi m o xerife está recuperado fi sicamente e pronto para entrar e não sair mais do time

Edu SilvaO lateral esquerdo não está ainda 100% fi sicamente, e pode ser substituído por Itaqui ou até mesmo Tiago Saleti

Marcelo CostaCapitão do time, eleito melhor jogador do Gauchão, é ele e mais 10 em campo. Precisa dizer mais?

Marcos RogérioO volante tem cadeira cativa, porque roubar bolas é o seu ofício

NetoEntrou em campo com o Gauchão rolando e con-quistou a vaga afastando a bola da área do Caxias

JulinhoO treinador do Caxiasjá foi assistente de Paulo César Carpeggiani,trabalhou nas categorias de base do Grêmio e do Inter e encara agora o desafi o de levar o time grená à tão sonhada Série B

AlissonO lateral direito sonha em colocar a bola na cabeça dos atacantes e vibrar com o triunfo grená

EdenílsonA revelação grená no Gauchão pode acabar no banco para a entrada de Lê, Maiquel ou Aloísio, no ataque

Anderson BillVolta a campo para disputar a tão sonhada vaga para Série B, que escapou das mãos do Caxias em 2009

Cláudio LuizReforço que veio do Pelotas, destaque do Gauchão e arma secreta de Julinho no esquema com três zagueiros Mauro

Sem Borja e Everton, ganhou nova chance de Julinho, e se aproveitá-la pode virar ídolo grená

O goleiro agarrou a vaga ainda no Gauchão e não pretende largar a bola

RenanEnfi m o xerife está recuperado fi sicamente e

Edu SilvaO lateral esquerdo não está ainda 100%

Marcelo CostaCapitão do time, eleito melhor jogador do Gauchão,

Marcos RogérioO volante tem cadeira cativa, porque roubar bolas é o seu ofício

NetoEntrou em campo com o

JulinhoO treinador do Caxiasjá foi assistente de Paulo César Carpeggiani,trabalhou nas categorias de base do Grêmio e do Inter e encara agora o desafi o de levar o time grená à tão sonhada Série B

AlissonO lateral direito sonha em colocar a bola na cabeça dos atacantes e vibrar com o triunfo grená

Gauchão pode acabar no banco para a entrada de Lê, Maiquel ou Aloísio, no ataque

Volta a campo para disputar a tão sonhada vaga para Série B, que escapou das mãos do Caxias em 2009

Gauchão e arma secreta de Julinho no esquema com três zagueiros Mauro

Sem Borja e Everton, ganhou nova chance de Julinho, e se aproveitá-la pode virar ídolo grená

Page 20: Edição 33

de roubar bolas, o jogador foi um dos mais importantes grenás em campo no Gauchão. É o tipo de volante que joga quase invisível, mas parece onipresen-te quando precisa resguardar a defesa. “Mas e se o Marcos Rogério não jogar, quem vai ser o ‘pegador’ do meio-cam-po?”, pode perguntar um afoito tor-cedor. Como diz Neto, quem manda, quem decide, é Julinho. Alisson, lateral direito, reforça: “A torcida tem de ter paciência e acreditar no time. Porque se saíram o Everton e o Borja, temos aqui o Lê, o Mauro, o Aloísio, e outros que podem resolver o jogo pra gente. Pode confi ar”.

Sem desmerecer outras torcidas, como a do Juventude, por exemplo, que também sonha em navegar por mares menos turbulentos, se tem uma nação que acredita sempre, que tem fé em dias melhores, é a nação grená. Seja com o 4-4-2 do Gauchão, ou 3-6-1, ou 3-5-2, de alguns jogos-treino des-sa intertemporada, ou esquemas que surgirão na cabeça do enxadrista Juli-nho Camargo, de uma coisa o torcedor

pode estar certo, não vai faltar dedica-ção desse grupo que, mesmo abatido pela derrota antes da hora no Gauchão, percebeu que tem bala na agulha. E quem quiser cutucar o Falcão Grená com vara curta vai ter de aguentar as consequências.

Quer um exemplo da força do gru-po? Só um: se precisar, Itaqui vai jogar de lateral esquerdo, e não de volante, nesta Série C. Da mesma forma que Lê deixou o ataque e foi jogar no meio, por vezes marcando mais do que armando e atacando, em nome da manutenção do esquema de jogo proposto por Juli-nho. E isso sem que o treinador tivesse que vestir a armadura de um líder tru-culento, que só consegue as coisas na base da força e do autoritarismo, como uns tantos “professores” desse maravi-lhoso mundo da bola que andam por aí até de terno e gravata ou sobretudo Armani.

 Cada jogo será uma decisão.

É com esse espírito que Julinho Ca-margo vai montar a estratégia das par-

tidas. Além do estudo da maneira de jogar dos adversários que o Caxias vai enfrentar – Brasil de Pelotas, Juven-tude, Criciúma e Chapecoense –, ele vai ponderar o fator local e a condição física de cada atleta. O meia-atacante Adriano, por exemplo, recém con-tratado, deverá estar disponível já na segunda rodada, avisa Julinho. E aí o jogo é em casa, contra a Chapecoense. E no Centenário pode ser que Julinho deixe de lado a ideia de jogar com três zagueiros, já que vencer é necessário. Ganhar em casa é condição essencial para conseguir avançar neste campeo-nato de tiro curto com candidatos tão bem preparados como os que o Caxias vai enfrentar.

Sem entrar na marola de discutir se a fórmula de disputa é a mais coerente, para usar o termo da moda Dunga de ser, Julinho quer vencer e levar o Ca-xias à conquista da vaga para a Série B. O treinador ainda bate no peito e diz que é parceiro do presidente, que por sua vez trabalha para amenizar os es-tragos do passado e deixar um bom ali-

cerce para o futuro grená. “O Everton vai fazer falta, sim, o Borja também, mas por outro lado tenho de entender a realidade fi nanceira do Caxias. O clu-be não faz loucuras. Mais do que a falta de um ou outro jogador, fi ca o legado do trabalho de todo o grupo”, explica Julinho.

Para entender esse novo Caxias, algo que nem todo mundo consegue, é preciso enxergar que mesmo por ca-minhos avessos ao interesse deste ou daquele o clube volta a encontrar sua identidade dentro de campo. O Caxias sempre teve um jogador mais técnico, habilidoso, que parece carregar a bola debaixo do braço, como é o caso de Marcelo Costa hoje. Por outro lado, sempre teve um senso coletivo, de bri-gar por cada bola, mesmo as que pa-recem perdidas. Raça é a palavra mais adequada. Quem sabe não se inspira no Uruguai dessa Copa da África do Sul e não cala a boca de muito cor-neteiro que ainda não acredita nesse novo Caxias e no velho sonho de voltar para a Série B.

- A Série C de 2010 será disputada por 20 clubes: 12 eliminados nas duas primeiras fases da Série C de 2009, quatro rebaixados da Série B de 2009 e quatro times que subiram da Série D de 2009.- A primeira fase terá quatro grupos com 5 clubes cada, com jogos em turno e returno dentro dos grupos

(ou seja, total de oito partidas para cada time). De cada grupo, os dois melhores classi� cam-se para as quar-tas de � nal.- O último colocado de cada grupo será rebaixado para a Série D de 2011.- Nas quartas de � nal, a disputa passa a ser em partidas de ida e

volta, em sistema eliminatório (mata-mata). Os vencedores dessa fase serão semi� nalistas do torneio e já terão o direito de disputar a Série B de 2011.- Os quatro semi� nalistas também farão jogos de ida e volta para de� nir quem disputará o título de campeão da Série C.

Regulamento Quartas de � nal

Semi� nais

Finais

2 e 10 de outubro

24 e 30 de outubro

14 e 21 de novembro

BRASIL-PEL X CAXIAS

CAXIAS X CHAPECOENSE

CAXIAS X BRASIL-PEL

CHAPECOENSE X CAXIAS

Dia 17 de julho | 20 hBento de Freitas

Dia 24 de julho | 15h30Centenário

Dia 19 de setembro | 16hCentenário

Dia 12 de setembro | 16hÍndio Condá

CAXIAS X CRICIÚMA

CRICIÚMA X CAXIAS

Dia 14 de agosto | 15h30Centenário

Dia 5 de setembro | 16hHeriberto Hülse

JU X CAXIAS

CAXIAS X JU

Dia 1° de agosto | 16hAlfredo Jaconi

Dia 29 de agosto | 15h30Centenário

CAXIAS X CRICIÚMADia 14 de agostoCentenário

“É uma equipe muito boa, forte e técnica. Tem uma tran-sição rápida da defesa para o ataque.”

“O time é muito rápido e técnico. Transita fácil da defesa para o ataque. É uma escola diferente da nossa do sul.”

“É uma equipe competitiva e com os jogadores muito fortes, característica do seu treinador. Tem no jogo aéreo seu forte, tanto no ataque quanto na defesa.”

“É um time qualifi cado, competitivo, que tem história. E a torcida deles motiva sempre, o jogo inteiro.”

NETO | ZAGUEIRO

JULINHO | TÉCNICO

ESCALADA GRENÁ Fotos: Luiz Erbes, Divulgação/O Caxiense (Neto) | Maicon Damasceno/O Caxiense (Julinho)

20 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 21: Edição 33

Osmar LossEx-treinador de base do Inter, veio para o Jaconi no início do ano. No Gauchão, só conseguiu fugir do rebaixamento. Agora, com mais tempo e contratações, tem a confiança da direção para a disputa da Série C

por FABIANO [email protected]

squeçamos o Gauchão. Nem para teste serviu a competição disputada no iní-cio de 2010. Foram embora 13 jogado-res, outros 15 chegaram. Houve tempo para preparação física, para trabalhos táticos, para intertemporada em Santa Catarina e para amistosos. Nesse pe-ríodo, até agora, tudo saiu conforme o planejado. Mas, e sempre existe um mas, já diz a velha máxima, o futebol é uma caixinha de surpresas. Os joga-dores do Juventude, que não querem ser surpreendidos, estão concentrados, e sabem do objetivo traçado pela dire-ção: disputar a Série B em 2011. Para que o planejamento não seja deixado de lado, o Ju começa às 16h deste do-mingo, dia 18, no Estádio Alfredo Ja-coni, a difícil caminhada pela terceira divisão do futebol brasileiro. Após 10 jogos (oito na fase classificatória e dois no mata-mata das quartas de final), saberemos se a meta foi ou não alcan-çada. O primeiro desafio será contra o Criciúma.

Os demais adversários do alviverde, que está no Grupo D, serão Caxias, Brasil de Pelotas e Chapecoense-SC. Mas na cabeça do técnico Osmar Loss,

por enquanto, só as cores amarela e preta, do Criciúma, lhe tiram um pou-co do sono. “Sempre faltarão alguns ajustes, mas posso afirmar que temos uma base de time bem montada. Ao longo da competição, naturalmente, são acertadas algumas coisas. Além de fazermos a nossa parte, quero apro-veitar para convocar a torcida. Assim como ela veio e apoiou o time no em-pate com o Grêmio, tenho certeza de que apoiará nos jogos em casa pela Sé-rie C”, aposta Loss. Para o comandante do Ju, no mínimo 15 mil papos devem estar no Jaconi na tarde de domingo. “Se alguém ainda tinha receio, prin-cipalmente pelo que viu no Gauchão, o cartão de visitas foi dado no amis-toso com o Grêmio. Enfrentamos um adversário de qualidade, da Série A. Fiquei muito contente com o desem-penho da minha equipe”, elogiou o treinador.

Antes do empate em 2 a 2 com o time do técnico Silas, o Ju disputou outros cinco amistosos. No primei-ro deles, contra o Flamengo de Bento Gonçalves, vitória de 5 a 0. Depois, o adversário foi o Pelotas, lá no Estádio Boca do Lobo. Segurando as investidas organizadas por Beto Almeida, o alvi-

verde retornou para a Serra com uma vitória por 1 a 0. No Jaconi, frente ao mesmo Pelotas, outro resultado posi-tivo: 2 a 1. Veio a intertemporada em Santa Catarina e, com ela, mais dois testes. Contra o Figuei-rense, a primeira derro-ta, por 2 a 1. Já o Metro-politano aplicou 3 a 1 no Ju, numa partida marca-da por jogadas violentas – o lateral esquerdo uru-guaio Planchón acabou expulso.

Planchón, o meia Christian e o atacante Ismael Espiga foram os reforços “importados” do país vizinho para a disputa da Série C. Além deles, 12 atletas foram contratados pela direção, de goleiros a atacantes. Com a despedida do volante Lauro, a braçadeira de capitão deve ficar com o goleiro Jonatas, um dos reforços, que veio do Pelotas. “O Juventude está pronto para a estreia. O amistoso com o Grêmio nos deu muita confiança, pois nosso desempenho tático foi satis-fatório. Estamos preparados. A equipe está segura e confiante e os adversá-rios sabem que o Ju é forte”, discursa

o goleiro de 30 anos, que foi destaque do rival do Brasil no Gauchão. Sobre o primeiro adversário, Jonatas ressalta que um grande investimento foi feito no Criciúma, tanto na comissão técni-

ca quanto no grupo de jogadores.

Outro titular no time de Loss que está pronto para a es-treia é o volante Júlio César. Afastado do time por praticamente todo o segundo turno do Gauchão, após so-frer uma lesão mus-cular, ele avalia que o Criciúma passou por uma grande reformu-

lação, e lembra que tem no comando o técnico Argel. “Conhecemos o esti-lo de cobrança do treinador, ou seja, podemos deduzir que eles virão para cima mesmo jogando fora de casa. Precisamos estar preparados para isso”, resume o volante, que conhece bem o jeito de trabalhar do técnico do Caxias, Julinho Camargo, segundo time que o Ju enfrentará no torneio – também no Jaconi, no dia 1º de agosto. “O Julinho foi meu treinador na base do Grêmio.

EFo

tos:

Luiz

Erb

er, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e |

Art

e: L

ucia

na L

ain

Série C

RENOVADO para a batalhaO desafio do Juventude começa no Alfredo Jaconi, contra o Criciúma

“Sempre faltarão alguns ajustes, mas posso afirmar que temos uma base de time bem montada”, diz Loss

JonatasGoleiro contratado junto ao Pelotas, após ótima atuação no Gauchão

Luiz FelipeLateral direito titular desde o ano passado

Edson BorgesAlto (1,92m), jogou o Gauchão pelo Novo Hamburgo

Marcos ParanáAtuou pelo Veranópolis no Gauchão. O habilidoso uruguaio Christian é opção para substituí-lo

FaustoTem fama de goleador. Na Série A2 paulista fez 24 gols em 25 jo-gos. Aqui, já marcou duas vezes

CalistoRemanescente do grupo que disputou o Gauchão

Júlio CésarO volante ganhou espaço após recuperar-se de lesão no primeiro trimestre

CristianoTem qualidades no passe e para definir. É outro que veio do Metropolitano-SC. Também pode ser substituído por Christian

Rafael PereiraVeio do Metropolitano-SC. Disputa posição com Bruno Salvador, que foi companheiro de Jonatas no Pelotas durante o Estadual

Tiago SilvaVeio para ser titular, mas deve estrear somente na terceira rodada. Éverton, que jogou o Gauchão pelo Porto Alegre, e Umberto são opções

Júlio MadureiraPrimeira contratação para a Série C. Já vestiu a camisa doCaxias, de onde saiu de forma turbulenta

www.ocaxiense.com.br 2117 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

Page 22: Edição 33

Teremos bastante difi culdade contra o Caxias, pois eles mantiveram a base do Gauchão”, cita Júlio César, 22 anos.

Osmar Loss acredita ser muito im-portante começar a Série C com dois jogos em casa. “Temos de iniciar bem, com 100% de aproveitamento”, projeta o treinador. “A partir de domingo, o bicho vai pegar. Esperamos o apoio da nossa torcida”, complementa o habili-doso meia Cristiano, 23 anos, que veio do catarinense Metropolitano. “Ele é um jogador que observamos ainda du-rante o Gauchão. Tem qualidade, bate muito bem de fora da área”, ressalta Loss.

Sobre os adversários, o Criciú-ma do técnico Argel Fucks, como sabe o técnico alviverde, é um time alto, de imposição física. Destaque para Brida e Mika, reforços que saíram do Caxias, e Marcos Denner, ex-Ju. O goleiro Age-nor formou-se nas categorias de base do Inter. No Caxias, Cláudio Luiz che-gou para ser titular na zaga. O volante Renan, após meses de recuperação físi-

ca, é peça fundamental no esquema de Julinho, assim como o meia Marcelo Costa. As principais perdas no Caxias foram no ataque: o meia Éverton, que foi para o Inter, e o atacante Borja, que desembarcou no Flamengo.

O Brasil de Pelotas é treinado por Fahel Júnior, e manteve a base da se-gunda divisão estadual. Entre as apos-tas está o meia Ricardinho, que veio do Sport-PE. Na Chapecoense, que dispu-tou a Copa SC (equivalente à Copa FGF no Rio Grande do Sul) e foi eliminada pelo Criciúma, um dos reforços para o técnico Guilherme Macuglia foi o ata-cante Gustavo Papa, formado no Inter, que disputou o Gauchão pelo Novo Hamburgo. “O Brasil e a Chapecoense são os times dos quais eu menos tive informação até agora. Até porque va-mos enfrentá-los somente no próximo mês, ou seja, vou observá-los durante a competição”, explica o treinador papo.

O presidente alviverde, Milton Scola, está “muito esperançoso” para começar a disputa da Série C. Na sua opinião, um time de qualidade foi montado,

alto e com experiência. “Contratamos o Fausto, um artilheiro que sabe fazer gols. É isso que esperamos dele”, conta, lembrando que o segundo gol contra o Grêmio, no dia 10, foi anotado pelo atacante, que estava na Linense-SP. Fausto fez 24 gols em 25 jogos na Série A2 paulista. A única preocupação de Scola e de Loss é a janela de transfe-rências da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Por pressão de grandes equipes do país, o prazo para a regu-larização de documentos de jogadores que estavam no Exterior poderia ser antecipado – a data original é 1º de agosto. Dessa forma, o volante Tiago Silva, que atuava na Bélgica, e o lateral esquerdo Planchón teriam suas situa-ções regularizadas. “Nossos documen-tos estão prontos. Só dependemos da CBF”, resume Scola.

Alheios a essas decisões, os torcedores do Juventude sabem que um novo time foi montado para a dis-puta da terceira divisão. Reforçando a mobilização para subir à Série B, as

duas principais torcidas organiza-das do Ju estarão juntas para apoiar a equipe. Na primeira semana de maio, logo após a eliminação do Gauchão, a Mancha Verde e Os Loucos da Papada selaram uma parceria para um movi-mento chamado Um por todos, todos pelo Juventude. A ação visa contagiar quem realmente é juventudista.

“Queremos o apoio incondicional de todos os papos na cruzada que será a Série C”, destaca Cláudio Spigolon, o Dinho, presidente da Mancha. O mes-mo pensamento é compartilhado pelos Loucos da Papada. “Vamos recuperar o fator Alfredo Jaconi, que precisa ser novamente um caldeirão que intimide o adversário e empurre o time, como era no passado”, salienta Léo Cemin. No domingo, eles estarão no estádio. E convocam os papos a levar amigos e parentes, a encher o Jaconi para que o plano não se torne apenas um sonho, ou vire pesadelo. Afi nal, “a Copa do Mundo terminou no dia 11, mas a nos-sa Copa começa no dia 18”, diz Osmar Loss.

14 e 21 de novembro

ESCALADA ALVIVERDE Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense (Loss) | Edgar Vaz, E.C. Juventude/O Caxiense e André T. Susin/O Caxiense (Jonatas)

- A Série C de 2010 será disputada por 20 clubes: 12 eliminados nas duas primeiras fases da Série C de 2009, quatro rebaixados da Série B de 2009 e quatro times que subiram da Série D de 2009.- A primeira fase terá quatro grupos com 5 clubes cada, com jogos em turno e returno dentro dos grupos

(ou seja, total de oito partidas para cada time). De cada grupo, os dois melhores classi� cam-se para as quar-tas de � nal.- O último colocado de cada grupo será rebaixado para a Série D de 2011.- Nas quartas de � nal, a disputa passa a ser em partidas de ida e

volta, em sistema eliminatório (mata-mata). Os vencedores dessa fase serão semi� nalistas do torneio e já terão o direito de disputar a Série B de 2011.- Os quatro semi� nalistas também farão jogos de ida e volta para de� nir quem disputará o título de campeão da Série C.

Regulamento Quartas de � nal

Semi� nais

Finais

2 e 10 de outubro

24 e 30 de outubro

JU X CRICIÚMA

JU X CAXIAS

CRICIÚMA X JU

CAXIAS X JU

Dia 18 de julho | 16hAlfredo Jaconi

Dia 1º de agosto | 16hAlfredo Jaconi

Dia 19 de setembro | 16hHeriberto Hülse

Dia 28 de outubro | 16hCentenário

CHAPECOENSE X JU

JU X CHAPECOENSE

Dia 14 de agosto | 16hÍndio Condá

Dia 5 de setembro | 16hAlfredo Jaconi

BRASIL-PEL X JU

JU X BRASIL-PEL

Dia 7 de agosto | 20hBento de Freitas

Dia 22 de agosto | 16hAlfredo Jaconi

“O Brasil tem um treinador paulista, que trouxe muitos atletas do seu Estado. O ponto forte deles é o fator local, pois a torcida xavante apoia mesmo o time.”

“Assisti dois jogos do Caxias, mas acho que é uma equipe que vai mudar muito. O Julinho deixará o time muito próximo daquele que atuou no Gauchão.”

“É uma equipe competitiva e com os jogadores muito fortes, característica do seu treinador. Tem no jogo aéreo seu forte, tanto no ataque quanto na defesa.”“O Criciúma é

um time que foi remodelado para a disputa da Série C, é forte fi sicamente e tem nas bolas paradas as suas principais jogadas.”

LOSS | TÉCNICO

JONATAS | GOLEIRO

22 17 a 23 de julho de 2010 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 23: Edição 33

cabou. E pode-se falar de tudo dessa Copa que já foi embora. Muita gente colocava a Espanha entre os favoritos. Mas quase nin-guém apostava nela como a vence-dora. Melhor assim, na surpresa. Em 1950, a Espanha tinha sido a quarta colocada. Sua melhor colo-cação até então. Na fatídica Copa no Brasil, quando a seleção canari-nho caiu diante dos uruguaios, em pleno Maracanã.

Falando em vice, a Holanda pa-rece ter ido à África apenas pra ferrar com o sonho brasileiro. Não diria estragar a festa, porque o time do Brasil parecia azedo des-de o início e era questão de tempo tomar um rapa geral. Melhor que o fiasco tenha sido bem longe de casa. Quem sabe assim alguém enxerga que é preciso devolver ao Brasil a sua identidade. Afinal de contas, ninguém entendeu por que o Brasil andava copiando o estilo de jogo alemão da década de 90.

Mesmo sem erguer o caneco o Uruguai voltou para casa com a identidade recuperada. Tivesse o Brasil cruzado o caminho uru-guaio nessa Copa, mesmo numa final, os de verde e amarelo cai-riam feito uma jaca diante dos bra-vos guerreiros da honrosa camisa azul celeste. Roberto, taxista uru-guaio que mora em Buenos Aires há 30 anos, não botava muita fé na longevidade celeste na Copa, mas lembrava: “Temos Forlán”.

E Forlán acabou como o me-lhor jogador da Copa da África. O camisa 10 uruguaio parecia ter domado a xucra Jabulani como poucos. Não importava de onde, nem com qual perna chutasse, a bola acabava sempre encontrando as redes. Nosso camisa 10, Kaká, ex-melhor do mundo, e o camisa 10 argentino, Messi, também ex-melhor do mundo, voltaram pra casa sem marcar um golzinho.

Resta a eles aplaudir Forlán e com-prar o filme da Copa para estudar até 2014.

Falando em filme da Copa, no passado era tão raro ver um perna de pau na seleção canarinho. Mes-mo zagueiros ou centromédios (quando ainda existia essa função) tocavam na bola com maestria. E na Copa da África vimos brasi-leiros como rebatedores de bola, como se jogassem beisebol. Vi-mos brucutus truculentos, como se fossem defensores de futebol americano. É preciso reconhecer que nosso samba perdeu a graça e virou polca de uma perna só.

Alegria foi ver o Barcelona re-forçado, e mesmo sem Messi, ganhar a Copa do Mundo. A Es-panha foi impiedosa e majesto-sa. Com a mesma ginga e drible de um toureiro, o time espanhol fez todo mundo de gato e sapa-to. Esquecemos até da derrota na estreia, diante da Suíça. Assim a Espanha faz história. Primeiro, porque ganhou sua primeira taça numa Copa do Mundo. Segundo, porque é a primeira seleção cam-peã do mundo a perder na estreia.

Vicente del Bosque, treinador espanhol, mostra ao mundo que o negócio é ter bigode. Imponente, aliás. Homem de bigode sempre aparenta ser mais respeitoso. Fe-lipão, ex-zagueiro do Caxias, tam-bém já ergueu o caneco de cam-peão do mundo. Agora, reaparece ao Brasil como salvador da pátria. Resta decidir se vale a pena perder os últimos fios do bigode para en-carar essa empreitada. O problema é saber se Felipão ou qualquer ou-tro treinador vai aguentar quatro anos de pressão pra formar uma seleção imbatível.

Torcer, a gente sempre torce, mesmo a contragosto. Que venha o Ganso, para ser o craque de 2014. O resto a gente encontra por aí.

QUE VENHA OGANSO

[email protected]

[email protected]

Marcelo Mugnol

Fabiano Provin

A

A Espanha foi campeã porque apre-sentou um futebol melhor, simples, sem fi rulas. Numa competição de sete jogos – perdeu um (a estreia, para a Suíça) e venceu seis –, ganha quem é mais efi ciente. Lógico que a qualidade técnica dos jogadores ajuda. Na verda-de, só aumenta as chances, pois quem vence é o time, o grupo. Diferente-mente da Holanda, que parecia estar em um campo de batalha viking, os espanhóis conseguiram jogar futebol. Vale lembrar que as chances mais cla-ras de gol foram criadas pelos holan-deses, ambas com Robben. Lembra do ditado? Quem não faz...

Desta vez a Espanha chegou e levou. O trabalho desenvolvido nos últimos anos deu resultado. Apesar da troca de técnico após ganhar a Eurocopa, o time foi mantido. Sem dúvida, Iniesta,

Xavi, Xabi Alonso, Casillas e seus co-legas acabaram de vez com a história de que a Espanha sempre amarelava na hora H. Não jogaram um bom futebol como o Brasil de 2002, por exemplo, mas jogaram bem até quando perde-ram.

Numa Copa em que as vuvuzelas, a Jabulani e o polvo Paul foram as principais atrações, esperava ver a Alemanha na fi nal. Até perder para a Espanha, era a seleção que apresentava o futebol mais bonito – e ofensivo. Para fechar os destaques da Copa, não esqueçamos de Sara Carbonero, jorna-lista e namorada do goleiro-beijoquei-ro espanhol Casillas, e da belíssima Larissa Riquelme, modelo paraguaia que está contando os guaranis depois de ter sido fl agrada com um celular entre os seios.

Você sabe qual seleção terminou a Copa do Mundo invicta? A Nova Zelândia, que empatou seus três jogos na fase classifi catória. No quesito gols marcados, mérito para os alemães, que balançaram as redes adversárias 16 vezes. Em segundo fi caram os holan-deses (12), seguidos dos uruguaios (11), argentinos (10) e brasileiros (9). Argélia e Honduras não marcaram gols no Mundial. Na classifi cação geral

da Copa, o Brasil fi cou em 6º, atrás da Argentina (5º).

Os 10 primeiros, pela ordem: Espa-nha, Holanda, Alemanha, Uruguai, Argentina, Brasil, Gana, Paraguai, Japão e Chile. A Azzurra fi cou em 26º, e a França, em 29º – entre 32 seleções. A Holanda fez mais faltas (128) e os uruguaios chutaram mais a gol (46 vezes). Quer saber mais estatísticas da Copa? Veja em pt.fi fa.com.

Em dezembro, a Fifa irá defi nir quem sediará as Copas de 2018 e 2022. Será a primeira vez que as sedes de dois torneios serão defi nidas simulta-neamente. Para 2018, disputam Ingla-terra, Rússia, EUA e as candidaturas

conjuntas de Bélgica e Holanda e de Portugal e Espanha (a exemplo do que ocorreu em 2002, com Japão e Coreia do Sul). Para 2022, além de Japão e Coreia do Sul (agora separados), estão no páreo Austrália e Catar.

* A coluna de Renato Henrichs volta a ser publicada no dia 31 de julho.

A Fifa pretende montar um escri-tório no Rio de Janeiro para mo-nitorar de perto o uso da marca da Copa do Mundo por empresas que não possuam o direito de explorar a imagem e, também, para acompanhar o andamento das obras nos estádios. Depois da fi nal, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, criticou o Brasil,

dizendo que falta “praticamente tudo” para o país sediar a Copa de 2014. Easy, man, faltam quatro anos. Só falta construir alguns estádios, algumas estradas, alguns aeroportos... Passa-dos dois anos e meio do anúncio do Brasil como sede em 2014 e um ano da escolha das cidades-sede, raros são os sinais de obras dos futuros estádios.

Mesmo sendo eliminado nas quartas de fi nal da Copa, o Brasil saiu da África do Sul com um bom dinhei-ro no bolso. Ou melhor, nos cofres da CBF. A estimativa é de que a Fifa

tenha repassado R$ 26,3 milhões para a mandatária do futebol brasileiro. A Espanha levou R$ 54,5 milhões; a Ho-landa, R$ 43,9 milhões; e a Alemanha, R$ 36,9 milhões.

Eu e o polvo acertamos

Brasil em 6º

Próximos

Faltam menos de quatro anos

Grana no bolso

2010

www.ocaxiense.com.br 2317 a 23 de julho de 2010 O Caxiense

Rica

rdo

Nog

ueir

a, F

olha

Pre

ss/O

Cax

iens

e

Page 24: Edição 33

157 mil desabrigados, 57 mortos, 95 municípios atingidos por enchentes em Alagoas e Pernambuco:

AJUDE!

Envie de graça pelos Correios alimentos não perecíveis, roupas, calçados, tendas e produtos de higiene em pacotes que não excedam 30 quilos – evite embalagens frágeis.

Endereço para Alagoas: Coordenadoria Estadual de Defesa CivilRua Lavenère Machado, 80Trapiche da Barra - Maceió/ALCEP 57010-383

Endereço para Pernambuco: Corpo de BombeirosAv. João de Barros, 399 Boa Vista - Recife/PE CEP 50050-902

Ale

xand

re G

ondi

m/J

C Im

agem

/Fol

hapr

ess/

O C

axie

nse

Dan

iel

Mar

enco

/Fol

hapr

ess /

O C

axie

nse

Dan

ilo

Verp

a/Fo

lhap

ress

/O C

axie

nse

Dan

ilo

Verp

a/Fo

lhap

ress

/O C

axie

nse

Dan

ilo

Verp

a/Fo

lhap

ress

/O C

axie

nse