edição 1092 | 4 de agosto de 2020 cresce cerco à ... · sexta-feira, dia 7, é dia de luto e de...

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Edição 1076 | 4 de março de 2020 (11) 97522-4886 Edição 1092 | 4 de agosto de 2020 Cícero Firmino (Martinha) Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Adilson Torres (Sapão) Vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Cresce cerco à propagação de fake news O cerco à propagação de fake News cresce em nível mundial, embora sejam ainda iniciativas isoladas. Do presidente Jair Bolsonaro ao pre- sidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autoridades já sofreram bloqueios em redes so- ciais pela postagem de informações falsas. No Brasil, o STF (Su- premo Tribunal Federal) investiga os propagado- res e financiadores de fake news desde o ano passado, quando recru- desceram os movimen- tos pelo fechamento do Supremo e do Congres- so Nacional. Sob protes- tos e muita resistência, o Senado aprovou um projeto de lei com o ob- jetivo de inibir as fake news. A matéria agora tramita na Câmara dos Deputados e já está ge- rando muita polêmica. Limite da liberdade de expressão é o crime Não há a menor dú- vida que o assunto é complexo demais, não comportando soluções simplistas. Mas não é porque a internet é um território livre que se pode espalhar qualquer coisa sob o pretexto de liberdade de expressão. Por exemplo: são cri- mes ameaçar alguém de morte ou acusar de pedófilo, corrupto, la- drão, entre outros, sem qualquer prova ou apre- sentando material frau- dulento. E é esse tipo de postagem que tem crescido muito nas re- des sociais, mirando a reputação dos que pen- sam diferente em polí- tica, costumes, crença etc. Disseminar o ódio só acirra a polarização, o “nós contra eles”. Bolsonaristas têm perfis bloqueados Responsável pelo inquérito contra fake news no STF, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de 16 perfis de aliados e apoiadores do pre- sidente Jar Bolsonaro, entre os quais empre- sários, assessores de deputados, blogueiros, militantes etc. Até o as- sessor especial do presi- dente Bolsonaro, Tercio Tomaz, que trabalha no Palácio do Planalto, se- ria responsável por três páginas retiradas pelo Facebook. Seguir o dinheiro é uma tática contra fake news A profusão de mensa- gens falsas que circulam na internet preocupa. Por isso, um dos cami- nhos trilhados por espe- cialistas é tentar conter o dinheiro que finan- cia os propagadores de fake news. Afinal, com o uso de robôs, uma única pessoa pode produzir um material e dispará-lo para milhões de destina- tários. Além do mais, a ve- locidade com que a tec- nologia avança pode tornar uma lei, aprovada a duras penas, obsoleta rapidamente. Cabe a cada um fazer a sua parte não repas- sando qualquer mensa- gem que recebe. Nesse sentido, a pandemia do coronavírus pode deixar um aprendizado. Com tantas receitas milagro- sas que circulam, da clo- roquina a chás e outros preparados nocivos à saúde, o Brasil caminha para 100.000 mortes provocadas pela Co- vid-19. Agora, é a vida de milhões de pessoas que está em jogo.

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Page 1: Edição 1092 | 4 de agosto de 2020 Cresce cerco à ... · Sexta-feira, dia 7, é dia de luto e de luta para as centrais sindicais. Luto por mais de 95.000 bra-sileiros e brasileiras

Edição 1076 | 4 de março de 2020

(11) 97522-4886

Edição 1092 | 4 de agosto de 2020

Cícero Firmino (Martinha)Presidente do Sindicato dos

Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Adilson Torres (Sapão)

Vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Cresce cerco à propagação de fake news O cerco à propagação

de fake News cresce em nível mundial, embora sejam ainda iniciativas isoladas. Do presidente Jair Bolsonaro ao pre-sidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autoridades já sofreram bloqueios em redes so-ciais pela postagem de informações falsas.

No Brasil, o STF (Su-premo Tribunal Federal) investiga os propagado-res e financiadores de fake news desde o ano passado, quando recru-desceram os movimen-tos pelo fechamento do Supremo e do Congres-so Nacional. Sob protes-tos e muita resistência, o Senado aprovou um projeto de lei com o ob-jetivo de inibir as fake news. A matéria agora tramita na Câmara dos Deputados e já está ge-rando muita polêmica.

Limite da liberdade de expressão é o crime

Não há a menor dú-vida que o assunto é complexo demais, não comportando soluções simplistas. Mas não é

porque a internet é um território livre que se pode espalhar qualquer coisa sob o pretexto de liberdade de expressão.

Por exemplo: são cri-mes ameaçar alguém de morte ou acusar de pedófilo, corrupto, la-drão, entre outros, sem qualquer prova ou apre-sentando material frau-dulento. E é esse tipo de postagem que tem crescido muito nas re-des sociais, mirando a reputação dos que pen-sam diferente em polí-tica, costumes, crença etc. Disseminar o ódio só acirra a polarização, o “nós contra eles”.

Bolsonaristas têm perfis bloqueados

Responsável pelo inquérito contra fake news no STF, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de 16 perfis de aliados e apoiadores do pre-sidente Jar Bolsonaro, entre os quais empre-sários, assessores de deputados, blogueiros, militantes etc. Até o as-sessor especial do presi-dente Bolsonaro, Tercio

Tomaz, que trabalha no Palácio do Planalto, se-ria responsável por três páginas retiradas pelo Facebook.

Seguir o dinheiro é uma tática contra fake news

A profusão de mensa-gens falsas que circulam na internet preocupa. Por isso, um dos cami-nhos trilhados por espe-cialistas é tentar conter o dinheiro que finan-cia os propagadores de fake news. Afinal, com o uso de robôs, uma única pessoa pode produzir um material e dispará-lo para milhões de destina-tários.

Além do mais, a ve-locidade com que a tec-nologia avança pode tornar uma lei, aprovada a duras penas, obsoleta rapidamente.

Cabe a cada um fazer a sua parte não repas-sando qualquer mensa-gem que recebe. Nesse sentido, a pandemia do coronavírus pode deixar um aprendizado. Com tantas receitas milagro-sas que circulam, da clo-roquina a chás e outros preparados nocivos à saúde, o Brasil caminha para 100.000 mortes provocadas pela Co-vid-19. Agora, é a vida de milhões de pessoas que está em jogo.

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Edição 1092 | 4 de agosto de 2020

Assembleia com os trabalhadores da Incomase

Trabalhadores da Jooe Válvulas em assembleia

| Maxion |Sindicato cobra da empresa uma posição sobre PLR

Atendendo à reivindi-cação dos trabalhadores, nesta segunda-feira, dia 3, houve uma reunião de negociação da PLR 2020 na Maxion, com a participação do vice--presidente Adilson Tor-

res, Sapão, o secretário geral Manoel do Cavaco, os diretores Ilca e Arnal-do e a comissão. Manoel do Cavaco informa que a empresa dará retorno ao Sindicato ainda nesta semana. Foi a segunda

reunião da PLR.Cipa. Abertas no dia

29 de julho, as inscri-ções para a eleição da Cipa, gestão 2020-2021, na Maxion serão aceitas até o dia 12 de agosto. O pleito será no dia 18

de agosto. Lembran-do que, em tempos de pandemia, as responsa-bilidades dos cipeiros aumentam devido às demandas típicas para preservar a saúde dos trabalhadores.

| Hydro Extrusion |Negociação da PLR é concluída

As negociações da PLR na Hydro foram concluí-das nesta terça-feira, dia 4, após o Sindicato ouvir os trabalhadores do Chão de Fábrica. Com 100% das metas atingidas, o valor da PLR é de R$ 1.500, míni-mo de R$ 1.350 e máximo de R$ 1.650. No dia 13 de agosto haverá a primeira reunião mensal de acom-panhamento das metas, informa o diretor Roma-rinho, que participou das negociações juntamente com o diretor Osmar.

Máscara. Desde que a empresa entregou aos

trabalhadores um novo tipo de máscara com a re-comendação de uso por uma semana, as reclama-ções não param, pois as especificações da fabri-cante indicam troca diária. Além de a máscara não ser indicada para a preven-ção contra o coronavírus. O Sindicato já reclamou ao setor de segurança do trabalho e está cobrando da empresa uma solução para não colocar à saúde dos trabalhadores em ris-co. Antes, a empresa for-necera máscara reutilizá-vel de tecido.

ArgosEleição : 14/8/2020MaxionInscrições: 29/7 a 12/8/2020Eleição: 18/8/2020Jardim SistemasInscrições: 5/8 a 20/8/2020Eleição: 25/8/2020

LC Ind e Com.Inscrições: 7/8 a 24/8/2020Eleição: 4/9/2020LM BrantInscrições: 3/8 a 3/9/2020Eleição: 10/9/2020Magazine do CabeleireiroInscrições: 19/8 a 3/9/2020Eleição: 15/9/2020

| Jooe Válvulas |PLR será paga em parcela única

Os trabalhadores da Jooe Válvulas aprova-ram a proposta da PLR 2020. O diretor Nei in-forma que o pagamen-

to será feito em parcela única no dia 29 de agos-to. A assembleia foi rea-lizada nesta terca-feira, dia 4.

| Incomase |Fechado acordo da PLR

Em assembleia, os tra-balhadores da Incomase aprovaram a proposta da PLR 2020 e vão receber em duas parcelas, sen-

do a primeira no dia 14 de agosto e a segunda no dia 22 de dezembro, informa o diretor Pedro Paulo.

Nesta quinta-feira, dia 6, às 10h, o Sindica-to realizará uma assem-bleia para submeter aos

trabalhadores da Dal Pino a proposta da PLR 2020, informa o diretor Osmar.

| Dal Pino |Assembleia será nesta quinta

Eleições da Cipa

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Edição 1092 | 4 de agosto de 2020

Trabalhadores em defesa de vida e direitos

A pandemia no Bra-sil entrará na história pelo elevado número de morte de grávidas e puérpuras (mães de recém-nascidos) em de-corrência da Covid-19 como em nenhum outro país no mundo. Estudo brasileiro publicado no dia 9 de julho, na revista científica International Journal of Gynecology and Obstetrics, relata 124 mortes de gestan-tes e mães de recém--nascidos no Brasil, re-presentando 77% dos óbitos desse grupo de mulheres no mundo.

Atendimento tem de ser melhorado. Dados mais recentes do Minis-tério da Saúde registram

Brasil lidera em morte de grávidas por Covid-19o falecimento de 201 gestantes e puérpuras e um total de 1.860 infec-tadas com a Covid-19 até o dia 14 de julho. Ou seja, uma letalidade de 10,8% dos casos diag-nosticados.

Independentemente da pandemia, no Brasil, é alto o número de mor-tes de gestantes ou no pós-parto. São 60 óbi-tos de mães para cada 100.000 bebês nascidos vivos. Essa realidade mostra que o sistema de saúde precisa melhorar muito o atendimento às grávidas no pré-natal e no pós-parto.

Ainda mais em meio à pandemia, pois mui-tas das mortes seriam

evitadas se as gestantes fossem atendidas ade-quadamente como pa-cientes com a Covid-19.

Negras correm mais riscos. Estudo mostra que 22,6% das mulheres que morreram não tive-ram sequer acesso à UTI.

Sexta-feira, dia 7, é dia de luto e de luta para as centrais sindicais. Luto por mais de 95.000 bra-sileiros e brasileiras que perderam a vida devido à Covid-19, em pouco mais de cinco meses da pandemia. E de luta por-que o governo Bolso-naro não dá trégua aos trabalhadores, retiran-do-lhes seus direitos.

A mais recente pro-posta lançada pelo mi-nistro Paulo Guedes, da Economia, é reduzir o percentual do recolhi-mento do FGTS dos atu-ais 8% do salário para 6%, conforme reportagem publicada nesta terça,

dia 4, no jornal “Estado de S. Paulo. Tudo para desonerar a folha de pa-gamento, uma obsessão do ministro para agradar os patrões a qualquer preço.

Vale lembrar que o Fundo de Garantia foi criado em 1967 em tro-ca da estabilidade que era prevista na CLT, ga-rantindo ao trabalhador uma reserva na aposen-tadoria ou quando é de-mitido sem justa causa.

Protestos localiza-dos. Devido à pande-mia, não haverá grandes atos, mas manifestações localizadas e atividades virtuais no dia 7.

Outras 36% não foram intubadas.

O estudo destaca ain-da que, em 69 dos casos analisados, o risco de morte das mulheres ne-gras foi quase o dobro que o das brancas (17% ante 8,9%).

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Edição 1092 | 4 de agosto de 2020

Órgão oficial do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e MauáPresidente: Cícero Firmino (Martinha) Diretor responsável: Manoel do Cavaco Jornalista responsável: Marina Takiishi MTb 13.404 Editoração Eletrônica: Neusa Taeko

Ensino médio terá novo currículo em 2021

| Esporte |Palmeiras e Corinthians decidem Paulista a partir da quarta

Deu derby pela oitava vez na final do Paulista. Sem surpresas nas semi-finais, o Palmeiras e o Co-rinthians se classificaram com o magro placar de 1 a 0, respectivamente, contra a Ponte Preta e o Mirassol.

Nos últimos jogos en-tre os dois times, o Timão

leva a melhor. Além disso, pode conquistar o tetra-campeonato (títulos con-secutivos) do Paulista. Já o Verdão vai tentar romper o jejum do título estadual desde 2008, enquanto o técnico Vanderlei Luxem-burgo busca um objetivo pessoal: ser o técnico com mais títulos do estadual

com nove conquistas.A decisão do Paulista

começa nesta quarta-fei-ra, dia 5, e será concluída no sábado, dia 8. Devido a esses jogos decisivos, o Palmeiras e o Corinthians não vão estrear na primei-ra rodada do Brasileirão 2020, que começa no sá-bado, dia 8.

Horário dos jogosQuarta-feira, às 21h30, em Itaquera

Sábado, às 16h30, no Allianz Parque

Ambos os jogos sem público e com transmis-são pela TV Globo

A partir de 2021, a rede estadual de ensi-no médio terá um novo currículo em São Paulo. São 12 opções que visam atrair interesse dos jo-vens e, com isso, reduzir a evasão escolar que já é muito alta e deve cres-cer com o fechamento das escolas na pande-mia. Uma das novidades é a recriação do antigo Magistério, que habilita os estudantes a atuarem como assistentes de pro-fessores.

São Paulo é o primei-ro Estado a aprovar o novo currículo do ensino médio. Assim, além das matérias do currículo bá-sico como Matemática e Português, as escolas de-vem oferecer aos alunos, ao menos, duas opções que visem a formação. O novo currículo terá os se-guintes itinerários:

• Linguagens e suas tecnologias

• Matemática e suas tecnologias

• Ciências da natureza e suas tecnologias

• Ciências humanas e sociais aplicadas.

• Formação técnica e profissional

• Integrado Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Natureza

• Integrado Ciências Humanas e Sociais e Matemática

• Integrado Ciências Humanas e Sociais e Linguagens

• Integrado Ciências da Natureza e Matemáti-ca

• Integrado Ciências da Natureza e Lingua-gens

• Integrado Matemáti-ca e Linguagens

• EducaçãoExemplos: quem op-

tar por Matemática e suas tecnologias pode-rá ter aulas de robótica, games. Já Linguagem e suas tecnologias teria ar-tes cênicas, entre outros. Como se pode constatar, o projeto é amplo e ou-sado, por isso, de difícil execução.

A implantação do novo currículo começa em 2021 para os alunos do primeiro ano do ensi-no médio.

Evasão escolar. Em 2017, no Brasil, 24%

dos estudantes do ensi-no médio desistiram do curso ou foram reprova-dos no primeiro ano, no segundo ano foram mais 15% e outros 9,5% no terceiro ano. Com o iso-lamento na pandemia, uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional da Juventude, em maio, detectou que três em cada dez jovens não pre-tendem voltar à escola na reabertura. Foram ouvidos 33.688 jovens de 15 a 29 anos.