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educação cristã

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EDU0001 - Introduo Educao CristPreparando os Futuros Professores da Escola Bblica Dominical 27/12/2008

gape Estudos Bblicos Compilao: Janildo da Silva Arante

EDU0001 - Introduo Educao Crist

Mdulo 1O QUE A ESCOLA BBLICA DOMINICAL/DINMICA (EBD)? o mtodo de ensino da Bblia, semanalmente, visando levar o aluno a: 1) 2) 3) Aceitar Jesus como nico Senhor e Salvador; Crescer na f e no conhecimento bblico; Por em prtica os ensinos bblicos.

BREVE HISTRIA DA EDUCAO CRIST Nos primeiros dois sculos da era crist, a Igreja obedeceu a ordem de ensinar. Porm, do terceiro sculo em diante, a Igreja cresceu muito e a obra de educao crist no acompanhou este crescimento. Milhares de pessoas foram batizadas sem instrues. Da muitas prticas erradas entraram no cristianismo. Isto perdurou at o sculo XVI, quando os reformadores Lutero e Calvino reintroduziram o ensino bblico ao povo. Na Alemanha, Lutero enfatizou que cada cristo tivesse a Bblia em sua prpria lngua para poder ler as Escrituras por si mesmo. Traduziu a Bblia latina para o alemo. Depois, escreveu dois catecismos (livros de instruo crist): um para adultos e outro para crianas. Calvino fundou, em Genebra, uma Faculdade Evanglica de Teologia. No sculo XVII, Robert Raikes comeou a levar as crianas a sua casa aos domingos, ensinando-as a ler e escrever tendo a Bblia como texto. John Wesley gostou da idia e ela espalhou-se em grande escala. Nascia assim a EBD (sigla de Escola Bblica Dominical, ou Escola Bblica Dinmica). EDUCAO CRIST NA IGREJA LOCAL A educao crist na igreja no s responsabilidade do pastor. Outros oficiais locais tm esta responsabilidade, como o Supervisor de Menores, Coordenador Educacional, etc.. Em quase todas as igrejas, h vrias agncias de ensino: Liga de Jovens, Liga do Lar (senhoras), Escola Bblica Dominical ou Dinmica (EBD), Classe de Novos Convertidos, Liga de Crianas, Classe de Casais, etc. O propsito de todos eles prover a comunho, ser agente de evangelizao e proporcionar o ensino. PORQUE ESTUDAR A BBLIA ? Os ensinos bblicos so imprescindveis para o homem. Na Bblia existem doutrinas (ensinos), poemas, provrbios, cnticos, histrias, revelaes, profecias, comentrios, narrativas e outras formas literrias, abrangendo 66 livros, que foram escritos por 40 diferentes autores, sob inspirao do Esprito Santo de Deus (livro de 2 Pedro, captulo 1, verso 21). Desprezar este contedo, ignorar um contedo espiritual inestimvel. A sabedoria da Bblia, chamada tambm "Palavra de Deus" uma fonte a jorrar para a vida eterna. Nela, se encontra o Plano de Salvao para o homem, a justia, a misericrdia, o amor, a eternidade, a santidade. O propsito de estudar a Bblia, de forma ordenada e contnua, que as Sagradas Letras podem: 1) Levar-nos f salvadora em Cristo Jesus (Joo 20.21). 2) Orientar-nos sobre decises do dia-a-dia (2 Timteo 3.16). gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 2

EDU0001 - Introduo Educao Crist3) Guardar-nos contra supersties, mentiras e enganos (Salmo 119.105). 4) Livrar-nos de cairmos em pecados, desordem emocional e cegueira espiritual (Salmo 119.11, Efsios 6.17, Apocalipse 1.3). 5) Dar-nos sabedoria e compreenso sobre fatos do passado, do presente e do futuro (Salmo 19.8, 2 Pedro 1.19, Apocalipse 1.1). BASES BBLICAS DO ENSINO EDUCAO CRIST ORDENADA: a palavra ensinar repetida mais de 200 vezes na Bblia. Exemplos: Deuteronmio captulo 4.versos: 1,5 e 10, Deuteronmio captulo 6, verso 1. Especificamente, o ensino foi ordenado por Cristo em Mateus 28.19-20. A "Grande Comisso" dada Igreja no envolve apenas a proclamao das boas novas (evangelismo). Os ensinos (doutrinas) precisam ser apresentados ao povo, para edificao e afastamento das heresias (erros): Romanos 15.4, Colossenses 1.28, 1 Timteo 4.11. O prprio ministrio de Jesus foi, em grande parte, voltado ao ensino: Mateus 5.2, 7.29, 9.35, Lucas 4.15, etc. Os primeiros cristos foram zelosos no ensino: Atos 5.42. As bnos decorrentes do ensino da Palavra de Deus so expressas em Joo 5.39, Romanos 15.4, Salmo 119.105, 2 Timteo 3.14-17, Apocalipse 1.3. ENSINO BBLICO S CRIANAS O ensino bblico no deve ser ministrado somente a jovens e adultos. H vrios exemplos bblicos da nfase de ensinar a criana dentro da Palavra de Deus: Provrbios 22.6, Deuteronmio 6.7, Mateus 19.13-14, 1 Timteo 3.1415. COMO ESTUDAR A BBLIA? Atravs do estudo da Bblia chegamos a conhecer a verdade que nos liberta (Joo 8:32). Entretanto, muitas pessoas que acreditam que o estudo da Bblia importante nunca aprenderam como estudar efetivamente e entender a mensagem da revelao de Deus. Consideremos algumas sugestes prticas de coisas que nos ajudaro a ser melhores estudantes da Bblia. Atitudes e Preparaes Necessrias Antes que possamos estudar efetivamente a Bblia, precisamos considerar sua fonte e abordar o estudo com profundo respeito pelo Deus que nos criou e nos revelou sua vontade nas Escrituras. importante estudar com absoluto respeito pela palavra de Deus. Samuel aceitou a instruo de Eli e recebeu as palavras de Deus com uma atitude de humildade: "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve" (1 Samuel 3:9-10). Cada vez que abrirmos as pginas das Escrituras, deveremos demonstrar exatamente esta atitude. O estudante humilde tem que ter tambm um corao aberto. Pedro nos diz que precisamos esvaziarmos-nos do mal para que possamos aceitar o puro evangelho com o ardente desejo dos recm-nascidos querendo leite (1 Pedro 2:1-3). Com humildade e coraes abertos, procuramos cumprir o compromisso de cada servo fiel de Cristo: obedecer tudo o que Jesus nos ordenou (Mateus 28:19-20). O estudo proveitoso tambm depende de uma valorizao correta do texto que estamos estudando. A Bblia contm a completa, suficiente e final revelao da vontade de Deus para o homem, por isso dever ser estudada cuidadosa e gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 3

EDU0001 - Introduo Educao Cristrespeitosamente. O estudante fiel da palavra dever estar familiarizado com as afirmaes de textos tais como 2 Timteo 3:16-17; 2 Pedro 1:3; Judas 3; Hebreus 1:1-4; 2:1-3 e Glatas 1:6-9. Devemos estudar tambm com respeito pelo silncio das Escrituras. Muitos erros podem ser evitados se temos o cuidado de no falar presunosamente quando Deus no falou. Agir quando Deus no disse nada mudar sua palavra (veja a ilustrao em Hebreus 7:12-14, onde o escritor mostra que Jesus no foi um sacerdote de acordo com a lei do Velho Testamento, mas que ele mudou a lei ao tornar-se um sacerdote de uma tribo que no estava autorizada a servir desta maneira). Jesus tinha o direito de mudar a lei, mas ns no. Tais passagens como 2 Joo 9; 1 Corntios 4:6 e Apocalipse 22:18-19 nos lembram do perigo de ir alm ou acrescentar palavra revelada. Uma outra prtica importante, quando entramos no estudo das escrituras, a orao. Devemos orar como o salmista o fez: "Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei" (Salmo 119:18). Ferramentas Para o Estudo da Bblia H vrios recursos que podem ser teis em nosso estudo da Bblia. O mais importante a prpria Bblia. Somos abenoados em nosso tempo por termos Bblias em quase todas as lnguas faladas. H um bom nmero de tradues portuguesas. Escolha uma que seja inteligvel, mas que mantenha cuidadoso respeito pela mensagem sendo traduzida. Ajuda-nos bastante ter vrias tradues diferentes para comparar. Muitos outros livros tm sido escritos para auxiliar no estudo da Bblia. Uma Chave Bblica, por exemplo, muito til para localizar vrias passagens que usam a mesma palavra. Serve como um tipo de ndice listando as palavras da Bblia e onde so encontradas. Vrios tipos de dicionrios so tambm bem teis no estudo da Bblia. Muitos mal-entendidos podem ser evitados ou corrigidos pela consulta a um dicionrio comum. Dicionrios especiais de palavras bblicas so ainda mais valiosos, pois freqentemente do explicaes teis do modo como uma palavra usada nas Escrituras. Ainda que eles sejam um pouco difceis de aprender a usar, os dicionrios bblicos baseados nas lnguas bblicas originais (hebraico e grego) nos ajudam a apreciar mais precisamente os significados de algumas palavras. claro que tais outros livros no so essenciais ao entendimento de nossa responsabilidade diante de Deus, mas podem esclarecer a mensagem da Bblia e nos auxiliar a apreciar sua fora e beleza. Pode tambm ser til estudar o ambiente do texto, usando tais auxlios como os Atlas ou os mapas das terras bblicas, livros sobre histria, etc. Tais livros servem para ressaltar o rico significado do texto. Comentrios aparecem em muitas formas. Podem ser bastante teis, ou muito destrutivos. Comentrios so simplesmente as explicaes de autores humanos sobre o significado dos textos bblicos. Eles vo desde breves artigos ou mesmo notas de rodap em Bblias de estudo, at colees de livros. Podem ser encontrados em boletins, revistas, sermes, etc. Ao usar todas estas fontes, precisamos nos lembrar que seres humanos nunca so infalveis e que todo o ensinamento tem que ser examinado luz das Escrituras (Atos 17:11; 1 Tessalonicenses 5:21-22). Sugestes Sobre Como Estudar a Bblia H algumas sugestes prticas que podem ajudar a desenvolver bons hbitos no estudo da Bblia por toda a vida: 1. Leia, leia, leia! O passo mais importante no estudo efetivo a leitura do texto. Isto dever envolver pelo menos dois tipos de leitura: (a) Leitura geral do texto da Bblia para tornar-se cada vez mais familiar com a mensagem da gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 4

EDU0001 - Introduo Educao CristBblia como um todo (um plano bom e prtico ler a Bblia inteira pelo menos uma vez por ano), e (b) Leitura mais cuidadosa de textos especficos que voc estiver estudando. 2. Procure entender o contexto. Um dos erros mais comuns no estudo e ensino da Bblia tirar um versculo do seu contexto para interpret-lo de um modo que vai contra o significado do texto e contra o amplo contexto da Bblia como um todo. Se voc estiver estudando um captulo, olhe primeiro o livro onde foi encontrado. Se estiver estudando um versculo, leia pelo menos o captulo que o envolve. Muitos erros sero evitados pela cuidadosa considerao do contexto em cada estudo. Ajuda no entendimento da Bblia procurar respostas para questes simples, tais como: Quem est falando a quem? Por qu? Quando e onde tudo isto ocorreu? 3. Observe que tipo de texto voc est estudando. uma narrativa que relata uma parte da histria da Bblia? Est o autor desenvolvendo um argumento para explicar ou refutar alguma doutrina? uma profecia? Contm o texto mandamentos especficos? uma parbola? parte do Novo Testamento (que se aplica nos dias de hoje) ou da velha lei (que governava os judeus do Velho Testamento)? 4. Entenda as palavras que voc est estudando. Neste ponto, aquele dicionrio da Bblia ou outra traduo pode ser muito til. 5. Procure auxlio em outras passagens. Muitos dos mais difceis textos da Bblia so esclarecidos por mais simples afirmaes em relatos paralelos ou similares. A Bblia o seu prprio e melhor comentrio! Desde que verdade nunca contradiz verdade, nossa responsabilidade estudar diligentemente para reconciliar as discrepncias aparentes. 6. Estude para conhecer a verdade, no para defender crenas pessoais ou tradies humanas. 7. Faa anotaes. Muitas pessoas acham muito til o uso de um caderno para anotar as observaes sobre o texto, perguntas que elas querem saber, etc. Mais leituras e estudo muitas vezes respondero a dvidas ou questes, por isso bom ter anotaes que voc possa usar para aumentar o seu conhecimento. 8. Lembre-se de que a Bblia nos d o que necessitamos, mas nem tudo o que poderamos querer. A infinita sabedoria de Deus est alm da nossa compreenso, e h muitas coisas que poderemos querer saber que no esto reveladas na Bblia (veja Deuteronmio 29:29). Temos que aprender a contentarmos-nos com o que Deus disse e no devemos nos permitir opinar e presumir para falar onde ele no falou. O Valor do Estudo Bblico O estudo da Bblia um trabalho que desafia e d satisfao, oferecendo muitos benefcios nesta vida, e que ajuda a equiparmos-nos para ficar na presena de Deus eternamente. Somos grandemente abenoados pelo privilgio de nos ser permitido ler e reler a carta de amor que Deus nos deu nas Escrituras. Que nossas vidas e hbitos de estudo reflitam a atitude expressada no Salmo 119:14-17: "Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas. Meditarei nos teus preceitos e s tuas veredas terei respeito. Terei prazer nos teus decretos; no me esquecerei da tua palavra. S generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe a tua palavra."

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Mdulo 2Autor: Dennis Allan A AULA BBLICA A execuo do ensino uma tarefa de responsabilidade do professor, a ser feita com dedicao e amor. Afinal, voc est lidando com pessoas a quem Deus muito ama! Basicamente, a aula bblica composta das seguintes etapas: 1. PREPARAO DO PROFESSOR Separe tempo, na semana anterior classe, para: - Orao - Leitura da lio - Fixao dos objetivos da aula - sntese do que o aluno aprender Exemplo: Aula sobre o valor da orao Sntese do ensino a orao importante porque um recurso que Deus nos d para nosso crescimento e vitria espiritual. Aplicao prtica: levar o aluno a orar, diariamente. - Preparao da aula em si (recursos didticos, interaes com os alunos, planejamento da aula) buscando despertar o interesse do aluno e motiv-lo para a aprendizagem. 2. NA CLASSE: O professor precisa chegar com antecedncia de 15 minutos, para prepara os materiais e ajustar o local (arrumao de cadeiras, ventilao, iluminao, etc.). Ao entrarem os alunos, postado porta, cumprimenta-os pelo nome e mostra satisfao em que eles tenham vindo. Anota os nomes dos presentes e, se houver visitantes, nome e endereo. A seguir, no horrio exato, inicia a aula com uma orao. Ento procede com a aula propriamente dita: 1. Leitura Bblica o texto bblico no qual se baseia a histria da lio. A leitura sempre recomendada, mesmo que depois o professor conte a histria posteriormente. Caso a leitura seja longa, e os alunos de pouca idade, pode-se abreviar ou l-la de modo dinmico (exemplo: se h 2 personagens, o professor e um aluno escolhido lem responsivamente o trecho da fala respectiva a cada personagem). 2. Apresentao do tema ou da histria Pode-se iniciar a aula com perguntas sobre o texto, o com uma explanao direta sobre o mesmo. Caso a aula seja sobre histria bblica, sugere-se utilizar figuras ou outros recursos para tornar atraente o ensino. importante o professor ter em mente que esta no somente a hora de se contar uma histria, mas sim o momento de transmitir ao aluno as verdades divinas. 3. Ponto de Contato - Aplicao da Lio o momento de fazer um fechamento do assunto ou da histria bblica, destacando lies que se apliquem ao dia-a-dia e faixa etria de seus alunos. Tambm, voc pode aproveitar para avaliar o que aprenderam fazendo perguntas aos seus alunos. 4. Atividades gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 6

EDU0001 - Introduo Educao Crist hora de usar a revista do Aluno, caso houver. O professor deve dar muita ateno ao aluno nesta fase. neste momento que ele vai dar o retorno de tudo o que aprendeu e voc, professor, poder avaliar, tambm, seus procedimentos didticos e, quem sabe, se for o caso, reestrutur-los. 5. Memorizao do Texto o momento de os alunos memorizarem o texto ureo. Utilize um suporte visual para essa parte (cartaz ou gravuras). 6. Encerramento o ltimo contato em sala e voc deve proceder de tal forma que seu aluno perceba sempre uma porta SALA E MATERIAIS PARA A EBD A sala de uma escola bblica destina-se ministrao do ensino, com recursos didticos que motivem tanto o aluno quanto o professor. O ideal que seja uma sala bem iluminada, ventilada e com pouco barulho externo. Adiante, sugestes de materiais e equipamentos para utilizao nas salas de aula para classes de Escola Bblica, considerando-se alunos na faixa etria de 5 a 12 anos. Obviamente, para faixas diferenciadas de idade, adapta-se a lista s caractersticas prprias da mesma, materiais. y 1 Mural Didtico (afixado na altura Duas mesas retangulares ou redondas e que as crianas possam ver e tocar); y cada mesa com 6 cadeiras, com medidas apropriadas para cada faixa etria; y y y 1 mesa e cadeira para o professor; 1 flanelgrafo e cavalete; 1 aparelho de som pequeno com toca1 estante para livros e revistas; inserindo ou excluindo determinados y 1 armrio de ao para depsito do 1 quadro grande de feltro ou cortia material didtico da classe; y para afixar o Plano de Freqncia e trabalhos (afixado na altura que as crianas possam ver e tocar); y 1 pia com balco para limpeza de 1 lbum-seriado; 1 quadro de pregas; 1 quadro branco porttil 1 projetor de slides; 1 tela de projeo; 1 retro-projetor; 1 videocassete; Lpis de cera; Tesouras (sem ponta); Colas; Fitas adesivas; Pgina 7 materiais de artes; y y y y y y y y y y y aberta para ele voltar e, de preferncia, trazendo visitantes. Apresentam-se os visitantes e lembram-se dos aniversariantes. Sempre encerre sua aula com uma orao, d oportunidade para um aluno faz-la. No se esquea de despedir os alunos com sorriso e cordialidade, manifestando sincero desejo de rev-los na prxima aula! Em tempo: Utilize cartazes, recursos didticos, exerccios variados, brincadeiras. Faa uso desses recursos e voc ver como sua aula ficar movimentada e seus alunos muito mais motivados.

fitas e CD; y

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EDU0001 - Introduo Educao Cristy y y y y y y y Mapas bblicos; Globo-terrestre de mesa; Tintas guache; Cartolinas; Papel carto; Papel crepom; Papel laminado; Papel celofane; y y y y Isopor 10 mm; Pincis nmeros 1, 2, 3, 4 e 5; Giz de cera; Pincis Atmicos coloridos, para

quadro branco e y Livros, revistas e colees infantis bblicas.

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Mdulo 3UMA AVALIAO TEOLGICA PRELIMINAR DE JEAN PIAGET E DO CONSTRUTIVISMO F. Solano Portela Neto O Que Esto Ensinando aos Nossos Filhos? I - Introduo: A Relevncia do Tema Nas ltimas dcadas o ensino brasileiro foi submetido a vrias tentativas de atualizao. Tcnicas modernas tm sido empregadas e as metodologias utilizadas so cobertas de uma aurola de pesquisas cientficas. Nossos injustamente mal-remunerados profissionais de ensino tm procurado capacitar-se cada vez com maior afinco. No entanto, a realidade que vivemos uma crise em nossas escolas. A crise no gerada somente pela falta de investimentos no setor ou pela deficincia acadmica das escolas pblicas. Ela est profundamente enraizada na filosofia de educao recebida desde a tenra infncia. Ela se reflete concretamente no nosso lar, na formao dos nossos filhos, no conhecimento que recebem ou que deixam de receber, na viso de vida que tendem a desenvolver, nos padres de aferio que constroem para sua existncia, na suposta "apreciao da vida com responsabilidade" que leva jovens a viver irresponsavelmente. necessrio que procuremos conhecer a filosofia que vem sendo crescentemente aplicada h mais de trs dcadas em quase todas as escolas e que tem servido de base para a formao de geraes de professores dos nossos filhos. necessrio que venhamos a aferi-la por um padro maior de julgamento. imprescindvel que consideremos a questo educacional no seu contexto moral e, portanto, no como uma atividade autnoma do esforo humano, mas como sujeita s determinaes e diretrizes que o Criador de todas as pessoas colocou em sua Palavra, para nossa orientao. Se procurarmos a filosofia predominante em nossas escolas e na formao pedaggica das ltimas dcadas, esbarraremos no construtivismo, que considera o conhecimento como sendo resultado das interaes da pessoa com o ambiente onde vive. Nesse conceito, todo conhecimento uma construo que vai sendo gradativamente formada desde a infncia, no relacionamento com os objetos fsicos ou culturais com os quais as crianas travam contato. De uma forma simplificada, podemos dizer que o construtivismo postula que o conhecimento algo que cresce subjetiva e individualmente, como um cristal em uma soluo salina. Nesse sentido, no algo que deva ser transmitido ou dado pelo professor. O mestre apenas um agente facilitador nesse processo de crescimento. De acordo com o construtivismo, o direcionamento dos professores (e, por inferncia, dos pais e de todos os envolvidos no processo educativo da criana) pode ser algo prejudicial e no benfico ao estudante, principalmente se eles no compreenderem os estgios de assimilao cognitiva das crianas1 e procurarem agir como agentes transmissores de suas prprias realidades. O construtivismo a filosofia atual de maior alcance, abrangncia ou influncia na sociedade brasileira. Essa afirmao ousada respaldada pela constatao da sua aceitao praticamente universal pelas escolas de primeiro grau, tanto as seculares como as chamadas evanglicas. Portanto, a indiferena no uma postura possvel s pessoas conscientes. Voc pode nunca ter ouvido o termo; voc pode no ter o mnimo interesse em filosofia educacional; voc pode no ter familiaridade com os nomes dos principais proponentes dessa corrente, mas so altssimas as possibilidades de que o construtivismo j influenciou ou gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 9

EDU0001 - Introduo Educao Cristvai influenciar a sua vida. Se voc tem filhos em idade escolar, h mais de 90% de probabilidade de que esto sendo orientados com uma viso educacional construtivista. Mesmo que a prtica pedaggica em uma escola especfica no seja coerentemente construtivista, essa filosofia, que abraa no somente a forma de desenvolver o conhecimento, mas tambm a formao dos sistemas de valores e relaes interpessoais, ter participado ativamente da formao dos alunos. I. Objetivos deste Ensaio Nosso objetivo no fazer uma exposio detalhada do construtivismo. Existem muitos trabalhos que podem realizar esse propsito. Queremos demonstrar, partindo da constatao da aceitao abrangente e acrtica do construtivismo na quase totalidade do cenrio educacional brasileiro, que ele muito mais do que uma metodologia de educao. Na realidade, uma filosofia que possui muito contedo e est fundamentada em postulados epistemolgicos, comportamentais e morais que contradizem princpios da f crist. Alm disso, o ensaio no pretende trazer uma palavra final sobre conceitos do construtivismo e como eles se relacionam com as Escrituras, mas introduzir o assunto e destacar alguns pontos contrastantes de inquestionvel importncia. A inteno despertar um amplo debate cristo, pedaggico e teolgico sobre o construtivismo. Os educadores cristos devem fazer um exame criterioso do construtivismo, luz das Escrituras. necessrio discernir se praticam realmente uma metodologia, ou se abraaram uma filosofia e, qualquer que seja o caso, se existe respaldo na Palavra de Deus para o que esto colocando em prtica e se essa escola coerente com a totalidade das premissas crists de vida. Os pais cristos devem se aperceber de que nas escolas onde os seus filhos estudam a questo vai muito alm de "como as coisas esto sendo ensinadas"; na realidade, os pais devem demonstrar profundo interesse pelo contedo ministrado s suas crianas e pelo tipo de formao existente na escola, inquirindo persistentemente - o que esto ensinando aos nossos filhos? II. Jean Piaget Lana os Fundamentos Jean Piaget (1896-1980) foi um estudioso e pesquisador que apresentou caractersticas extremamente precoces. Aos 11 anos, em 1907, j era assistente do museu de histria natural de Neuchtel, na Sua, sua cidade natal. Piaget interessou-se intensamente pela biologia e com 21 anos de idade, em 1917, possua em torno de 25 trabalhos publicados nessa rea, na qual obteve o seu doutorado. Seu interesse por esse ramo da cincia iria nortear seus trabalhos subseqentes em outros campos, o ponto de considerar a biologia "uma nova dimenso: como cincia da vida, pode ter a chave de explicao de todas as coisas."2 Muito cedo ele desenvolveu o apreo pela metodologia cientfica que o levaria a revolucionar o campo da psicologia educacional e da pedagogia, realizando experincias e pesquisas em vez da simples emisso de idias. A originalidade de Piaget "consiste na abordagem experimental dos problemas filosficos."3 Essa frase, escrita por uma educadora construtivista, apreende e expe um dos pontos mais mal-entendidos na obra de Piaget. Enquanto ele propagado e reconhecido como educador, tendo o seu nome adornado centenas de escolas primrias, especialmente no Brasil, que se colocam como praticantes do seu "mtodo," Piaget no desenvolveu nenhum mtodo especfico, mas examinou e estabeleceu premissas filosficas. Esse fato reconhecido, com uma percepo rara no meio pedaggico, por essa sua seguidora, que escreveu ainda: "Os problemas enfrentados pelo empreendimento intelectual de Piaget so tipicamente filosficos, j que seu interesse predominante foi responder a questes clssicas da filosofia, naquilo que se refere ao conhecimento."4 Certamente no pairam dvidas de que Piaget estabelece alicerces filosficos, como revela a mesma educadora: "O edifcio terico construdo por Piaget est impregnado do dilogo filosfico."5 O foco das preocupaes de Piaget foi gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 10

EDU0001 - Introduo Educao Crist"explicar a passagem da evoluo biolgica, e principalmente psicolgica, do ser humano, para a construo das matemticas e das cincias formais em geral."6 Um dos seguidores de Piaget cristaliza bem a sua compreenso naturalista da evoluo do conhecimento no indivduo, dizendo que, na viso construtivista de Piaget sobre as atividades metafsicas das pessoas, "o desenvolvimento do conhecimento um processo biolgico."7 O objetivo de Piaget foi desenvolver uma teoria do conhecimento e sua progresso, no indivduo, de um estgio simples a um mais complexo. Inicialmente buscou teorizar sobre o desenvolvimento cognitivo partindo de uma viso evolutiva da humanidade - desde o homem primitivo at os dias atuais (filognese), mas passou a se concentrar no desenvolvimento do conhecimento desde o nascimento at a idade adulta (ontognese). Muito do seu trabalho classificado como psicogentica, na qual procura descrever os estgios pelos quais passa a criana desde os primeiros passos (aquisio de uma inteligncia prtica) at a postura lgica-dedutiva que caracteriza a adolescncia e a idade adulta. Partindo de suas pesquisas, Piaget postulou quatro estgios, ou perodos, no desenvolvimento mental da criana: 1. O perodo sensrio-motor - do nascimento aos 2 anos; 2. O perodo pr-operatrio - dos 2 aos 7 anos; 3. O perodo das operaes concretas - dos 7 aos 12 anos; 4. O perodo das operaes formais - dos 12 aos 15 anos.8 A revoluo acadmica provocada por Piaget atingiu praticamente todas as correntes pedaggicas, no sentido de que pelo menos as metodologias de qualquer persuaso foram repensadas. Nesse sentido, podemos registrar nos ltimos anos alguns melhoramentos saudveis no sistema educacional, tais como: (1) O processo educacional passou a ser mais interativo e participativo - mais interessante para o aluno; (2) A individualidade dos alunos passou a ser observada pelos professores com maior intensidade e considerao; (3) As limitaes dos alunos no foram descartadas; (4) Os pais, e no somente a escola, foram considerados uma parte importante para o conhecimento dos educandos; (5) O material didtico produzido passou a apresentar no somente contedo, como tambm forma, sendo que esta ltima acentuou a atratividade esttica, procurando despertar o interesse dos alunos. Podemos dizer que o construtivismo sacudiu os acomodados, mas infelizmente no podemos creditar os avanos acima descritos implantao coerente dessa filosofia nas escolas. Para podermos entender os conflitos e contradies inerentes ao construtivismo, um autor construtivista afirma que o sistema escolar no deve ser um "adestramento domesticador dos jovens para conform-los s regras, valores e smbolos da sociedade adulta."9 III. Piaget, a Objetividade das Pesquisas e as Implicaes Morais do Construtivismo Educadores e pedagogos admitem que os estudos sobre a teoria construtivista comearam com Piaget,10 mas o termo construtivismo no tem sua origem nem popularizao nas suas obras, como adverte um autor construtivista: "A palavra 'construtivismo' no 'clssica' na obra de Jean Piaget. Creio que ele passou a empreg-la na ltima fase de sua produo escrita (ou seja, nos ltimos vinte anos dos sessenta em que escreveu sistematicamente sobre Epistemologia)."11 As idias de Piaget apareceram na forma de concluso de observaes e experincias. Diferiam, assim, das meras opinies emitidas at ento por educadores e psiclogos. Pareciam mais "cientficas" por estarem respaldadas em dados e experincias. Ocorre que essas pesquisas foram bastante limitadas e subjetivas. Muitos educadores, at mesmo construtivistas convictos, tm, com justia, criticado a extrapolao das afirmaes to conclusivas do construtivismo sobre a epistemologia da humanidade com base em levantamentos experimentais e dedutivos to restritos.12 O fato que Piaget, sendo autor prolfico e contando com inmeros colaboradores e colaboradoras em suas pesquisas, ampliou suas atividades na rea psico-educacional, e no ficou restrito mecnica gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 11

EDU0001 - Introduo Educao Cristdo aprendizado. Uma de suas reas de interesse foi a questo do julgamento moral e do ensino da moralidade s crianas, cristalizadas em seu livro O Juzo Moral na Criana, escrito em 1932. Ele levou a esse campo os postulados j emitidos na rea da epistemologia. Uma das concluses de Piaget, ao pesquisar como as crianas aprendiam, foi de que direcionamento pedaggico igual a coao intelectual. Com isso estabeleceu bases libertrias para o construtivismo, inibindo a ao orientadora dos professores como transmissores de conhecimento. Semelhantemente, na rea das convices morais, Piaget realizou pesquisas para postular que direcionamento tico igual a coao moral. Ele considerava suas concluses nos dois campos extremamente paralelas, afirmando que "a coao moral parente muito prxima da coao intelectual."13 As implicaes dessa espiral abrangente no trabalho de Piaget e seus seguidores no pode ser ignorada. O construtivismo nunca pode ser entendido como uma metodologia educacional, mas como uma filosofia que atinge tanto a esfera cognitiva como a moral, com conseqentes reflexos na totalidade da existncia tanto dos educandos como dos educadores. No campo do aprendizado moral, Piaget se posicionou firmemente contra o realismo moral, que ele definiu como a "tendncia da criana em considerar deveres e valores a ela relacionados como subsistindo em si, independentemente da conscincia e se impondo obrigatoriamente."14 Procurando que as crianas construssem os seus prprios sistemas de valores, Piaget rejeitava qualquer tentativa de estabelecer fontes externas de padres morais. Em seu entendimento, o realismo moral deve ser rejeitado porque nele o "bem se define pela obedincia."15 A filosofia da f crist tem uma posio singular e especfica nessa questo. Ela no se alicera no "realismo moral," como definido por Piaget, nem nas concluses libertrias e subjetivas do construtivismo. Na verdade, a filosofia da f crist tem em comum com o "realismo" o fato de aceitar absolutos morais como realidades objetivas que devem ser alvo de instruo, sendo utilizadas na formao das crianas. Como acreditamos que os valores morais procedem de Deus e so um reflexo dos seus atributos no ser humano, no aceitamos que tais valores existam "independentemente da conscincia." Cremos que de Deus procedem unidade, metafsica e fsica. Mesmo conscientes de que o pecado perturba o equilbrio e o conhecimento, sabemos que quando proposies objetivas e determinaes morais corretas so transmitidas s crianas, encontram eco em suas conscincias. Seus valores no so firmados em um vcuo, mas alicerados numa criao gerada imagem e semelhana de Deus. Como cristos, no aceitamos que o bem seja algo formulado pela sociedade. Nem tampouco algo subjetivo, "definido pela obedincia." Antes, o bem, para o ser humano, o reflexo concreto da justia e bondade de Deus, colocado tanto na constituio das pessoas como nas proposies da lei moral revelada nas Escrituras. IV. O Construtivismo e o Conhecimento Objetivo da Verdade Segundo Piaget, o conhecimento resulta de uma inter-relao entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.16 A inferncia que no existe forma de se conhecer a verdade objetiva, uma vez que o conhecimento um reflexo subjetivo, gerado na mente do que aprende. Um autor construtivista afirma que Piaget "evidentemente via que a verdade absoluta - como um padro desejvel - no compatvel com uma opinio estritamente construtivista."17 Segundo as premissas do construtivismo, nem poderamos saber se a verdade objetiva existe, ou se o que assim achamos que seja representa apenas uma das muitas reaes que podem ocorrer a um dado fato ou incidente. O mesmo autor acima citado diz que "premissas metafsicas estticas e uma viso plenamente construtivista so pontos de vista que se excluem mutuamente."18 Ou seja, o construtivismo coerente no pode aceitar a realidade de ncoras metafsicas. Por outro lado, a f crist est exatamente alicerada e edificada sobre ncoras metafsicas gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 12

EDU0001 - Introduo Educao Cristestticas, no sentido de que representam realidades objetivas que nos foram reveladas pelo prprio Deus, que imutvel (Tg 1.17: "...em quem no pode existir variao nem sombra de mudana"; Ml 3.6: "Porque eu, o Senhor, no mudo"). Deus a nossa grande ncora metafsica, perceptvel e revelado ao nosso intelecto e corao pelo seu Esprito (Rm 1.19; Mt 13.11). De acordo com certo autor, os componentes filosficos do construtivismo "tm sido utilizados durante anos por empiricistas, instrumentalistas, operacionalistas, idealistas e outras correntes, em sua argumentao contra a possibilidade das pessoas possurem a possibilidade de conhecer, sem ambigidades, a realidade."19 Essa negao da possibilidade de se conhecer a realidade e a verdade objetiva se faz presente em uma das frases prediletas de Piaget - "o conhecimento no uma cpia da realidade." O construtivismo apresenta, nesse aspecto, um forte paralelo com o conceito epistemolgico neo-ortodoxo e ps-moderno de que a histria objetiva e os fatos da realidade so irrelevantes ao conhecimento cristo. Um exemplo de como esse conceito, no campo teolgico, contradiz as Escrituras, diz respeito ressurreio. Para os neo-ortodoxos, o fato relevante no se a ressurreio realmente ocorreu, mas sim que a descrio dos eventos um reflexo religioso das impresses das ocorrncias nas mentes dos narradores. Essa impresso, e no os fatos em si, tem valor espiritual e religioso, aproximando-nos subjetivamente de Deus. Em oposio a esse subjetivismo, a Palavra de Deus declara categoricamente a realidade da ressurreio como histria concreta (fatos objetivos) e Paulo substancia essa realidade com o testemunho de muitas pessoas (prova objetiva). A Bblia, portanto, no trata o conhecimento como fruto da interao do objeto com a mente do sujeito. Na viso divina, o conhecimento no algo que tem que ser construdo, mas sim transmitido e desvendado. O construtivista pode declarar: "Cristo pode ter ressuscitado, ou no. Na realidade no muito importante se isso realmente aconteceu; o importante como voc constri as suas ilaes dos reflexos religiosos de alguma coisa importante que ocorreu h dois mil anos atrs, conforme lemos nesses livros da Bblia." Todavia, para Paulo, o fato da ressurreio em si tinha tanta importncia que ele declara em 1 Co 15.17 e 19 que "se Cristo no ressuscitou v a vossa f" e "somos os mais infelizes de todos os homens." como se ele estivesse dizendo: "O conhecimento do fato da ressurreio real e objetivo (o fato realmente aconteceu) e me foi desvendado (ou revelado) por um professor no construtivista, que preocupou-se em ensinar-me verdades objetivas. Mas se esse fato (histria bruta) no aconteceu, e eu estou enganado, ento de nada adiantam os meus reflexos de f, as minhas impresses ou construes religiosas. A nossa f seria vazia e eu seria o mais miservel dos homens, pois alm de estar me enganando, enganaria a outros." Nesse e em outros exemplos, a Palavra de Deus reafirma fortemente a existncia do conhecimento objetivo e da verdade objetiva. Nada encontramos que respalde o conceito construtivista de conhecimento e verdade subjetiva e a noo popular relativista, to freqentemente ouvida: "A sua verdade no a minha verdade." Existe verdade real e singular na Palavra. O prprio Jesus Cristo indicou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ningum vem ao Pai seno por mim" (Jo 14.6). As Escrituras so a representao da verdade, como est expresso na orao de Cristo em Jo 17.17: "Santifica-os na verdade, a tua Palavra a verdade." V. O Construtivismo e a Irrelevncia das Respostas De acordo com o construtivismo, o que interessa a pergunta e no a resposta.20 Numa tenra idade, quando os alunos mais necessitam de direcionamento e de respostas s questes a serem compreendidas, concede-se-lhes uma autonomia indevida para que pesquisem o que ainda no tm a capacidade de entender e compreendam o que no lhes foi ensinado. Emlia Ferreiro, uma das maiores expoentes do construtivismo, tambm uma grande atrao no circuito gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 13

EDU0001 - Introduo Educao Cristde palestras do mundo pedaggico. Para muitos, ela considerada a ltima palavra em educao contempornea, como expressa esta notcia extrada de um jornal de grande circulao: A psicolingista argentina Emlia Ferreiro, de 59 anos - uma das mais importantes educadoras em atividade e idealizadora do Construtivismo - lotou ontem o auditrio da Escola de Aplicao da Faculdade de Educao da USP. Emlia falou por cerca de duas horas para um pblico de 300 pessoas sobre "A Diversidade: um tema para a pesquisa psicolingstica e para repensar a educao para o prximo sculo."21 Apesar do ttulo bastante ousado da palestra, parece que no foram fornecidas muitas respostas e diretrizes "para o prximo sculo" (pois se assim fosse contrariar-se-ia a prpria premissa do construtivismo), uma vez que o artigo encerrado com a seguinte colocao: "Para mudar o quadro, Emlia no trouxe respostas. 'Sei que um problema muito importante, cabe aos educadores pens-lo', concluiu a psicolingista."22 Uma msica "rap" escrita por Artis Ivey, Jr. (Coolio) expressa muito bem o niilismo e o desespero que toma conta das mentes que clamam por orientao, mas so abandonadas a construir autonomamente o seu futuro. Um de seus trechos afirma: They say I've got to learn, Eles dizem que eu preciso aprender, But nobody's here to teach me. Mas ningum est aqui para me ensinar. They think they understand, Eles acham que entendem, But how can they reach me? Mas como podem me alcanar? I guess they can't, Acho que eles no podem, I guess they won't. Acho que eles no o faro.23 Ausncia de direcionamento o que o construtivismo defende. Na prtica, essa situao est expressa nos versos acima, mas o resultado de tal omisso no "conhecimento construdo," mas caos educativo implantado. Com tantos anos de prtica dessa filosofia, no podemos nos surpreender quando a frustrao e a indisciplina tomam conta das salas de aula. No deveramos ficar abismados quando os alunos, deixados sua inclinao natural, comeam a "construir" formas hedonsticas de satisfao e so levados marginalidade e s drogas. Deveramos entender que a busca do conhecimento sem direcionamento leva ao envolvimento com as mais diversas questes que competem entre si pelo prmio da irrelevncia suprema na vida que se descortina aos futuros cidados. Martin Lloyd-Jones contesta a viso didtica moderna e ps-moderna, a qual ele chama de "culto da auto-expresso," que retira o direcionamento e a correo de rumo das salas de aula, pois seriam fatores inibidores da construo moral e intelectual esperada das crianas. Ele chama a ateno para as escolas "onde o antigo programa de ensinar s crianas as trs instrues bsicas no mais popularmente aceito. O resultado da atual noo popular de que a finalidade da educao consiste primordialmente em treinar a criana a expressar-se pode ser visto por toda a parte, tanto no colapso do controle paterno, como no aumento da delinqncia juvenil."24 Do ponto de vista bblico-teolgico, o direcionamento deveria estar sempre presente, pelo reconhecimento do elemento do pecado e pela possibilidade desse direcionamento moldar vidas para um comportamento responsvel em sociedade, mesmo quando falamos de descrentes e pessoas no regeneradas pelo sacrifcio de Cristo. Mesmo em sua natureza pecaminosa, os seres humanos so capazes de agir pela lei da natureza, que procede de Deus, e so habilitados pela ao do seu Esprito (o que os telogos chamam de graa comum) a concretizar valores morais em suas aes (ver Mt 7.11 - os homens, mesmo sendo maus, sabem procurar o bem de seus filhos). Esse bem relativo, no sentido de que no possui validade espiritual eterna, pois no procede de um corao regenerado que conscientemente realiza as aes para a glria do Criador (Pv 21.14; Rm 8.8). Entretanto, o bem assim praticado, considerado intrnseca e isoladamente, uma ao de valor. Abrir mo de direcionamento e disciplina promover o caos, a irresponsabilidade social e o descontrole total nas salas de aula.

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EDU0001 - Introduo Educao CristVI. A Experincia de Summerhil l Os postulados do construtivismo fizeram parte dos conceitos de Alexander Neill (1883-1973), praticados na desastrada experincia da escola Summerhill,25 na Inglaterra. Neill foi um educador escocs entusiasmado com as chamadas "modernas tcnicas de educao." Em 1917, visitou uma comunidade de delinqentes juvenis que era administrada sob a premissa da "bondade inata das crianas."26 Em 1921, Neill fundou a escola Summerhill. Duas premissas bsicas da escola so a rejeio de qualquer autoridade no processo educacional e a importncia do bemestar emocional da criana acima do seu desenvolvimento acadmico. A escola passou por vrias localizaes e hoje est situada na cidade de Leiston, na Inglaterra, onde administrada pela filha de Neill, Zoe Readhead. Como na escola Summerhill, dentro dos seus princpios, as crianas brincam o tempo que querem e a freqncia s aulas opcional, alm de outras peculiaridades, como o nado coletivo sem roupas,27 a escola tem sido alvo de presso e inspeo do governo ingls, no sentido de que se enquadre em padres morais e acadmicos aceitveis. Um autor construtivista escreve o seguinte sobre Summerhill: Com base na doutrina de Rousseau, que fundiu com teses de Sigmund Freud e Wilhelm Reich, Neill se props a realizar o postulado de uma educao sem violncia. Afinal, para Rousseau e tambm na opinio do educador escocs, o homem recm-nascido bom em essncia [grifo nosso]. Se ele puder crescer em plena liberdade, sem uma direo autoritria, sem influncia moral e religiosa, sem ameaas e sem coao, s conhecendo o limite, o direito e a liberdade do outro, a a criana se transformar em um homem feliz e, conseqentemente, bom.28 Esse entendimento inteiramente oposto ao conceito bblico-teolgico do pecado. No apenas se contradiz a essncia da natureza humana cada (Rm 3.10-23; 5.12), como tambm se determina a salvao pela ausncia de autoridade. Pelas idias de Neill, o ser humano encontra a felicidade na ausncia de "influncia moral e religiosa." Ainda segundo Neill, "a religio diz: s bom e sers feliz. Mas o inverso mais certo: s feliz e sers bom."29 Ocorre que, nesse ponto, Neill estava certo: a religio verdadeira, a revelao divina, coloca a felicidade como um sub-produto do enquadramento nos preceitos de Deus (Sl 1.1-3). A observncia dos seus mandamentos produz uma vida harmnica na sociedade e a verdadeira liberdade. O construtivismo, proclamando essa falsa libertao praticada por Neill e pela escola Summerhill, leva escravido. VII. O Sistema de Valores do Construtivismo A autonomia individual ou a definio personalizada dos rumos do conhecimento, do crescimento intelectual, um dos princpios bsicos do construtivismo. Essa viso, entretanto, no est restrita ao desenvolvimento do conhecimento prprio. J fizemos aluso, em ponto anterior, ao fato de que o construtivismo no est restrito mecnica do aprendizado, mas tem abrangncia na rea do julgamento moral das pessoas. Com efeito, o construtivismo tambm reivindica autonomia na formao moral, em paralelo formao intelectual do ser humano. Esse um passo gigantesco e de grandes implicaes teolgicas. No apenas os psiclogos e especialistas educacionais construtivistas, supostamente apoiados em suas experincias, passam a ditar o que se conhece e como se conhece, mas tratam as questes morais, os sistemas de valores, em paridade com a formao intelectual, postulando igual individualidade e subjetivismo. Esse ponto procede dos trabalhos de Piaget, como bem claramente apresenta um autor construtivista: Para Piaget, ter assegurado o direito educao, significa ter oportunidades de se desenvolver, tanto do ponto de vista intelectual, como social e moral Para que esse processo se efetive, importante considerar o principal objetivo da educao que a autonomia, tanto intelectual como moral.30 Como vemos, a filosofia gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 15

EDU0001 - Introduo Educao Cristconstrutivista no ficou restrita ao campo educacional. Ao determinar essa autonomia "tanto intelectual como moral," o construtivismo elimina qualquer possibilidade de absolutos morais, uma vez que eles so subjetivamente construdos em cada indivduo. Os construtivistas passaram das teorias relacionadas com a formao do conhecimento nas pessoas (epistemologia prpria), para teorizar sobre a questo dos valores morais (tica). Um dos livros mais famosos de Piaget (j citado neste ensaio) O Juzo Moral na Criana, no qual ele disserta sobre comportamento moral e demonstraes de moralidade nos alvos de suas experincias. Suas concluses, largamente utilizadas pela psicologia educacional, resultaram na falta de direcionamento moral nas escolas. Suas teorias foram construdas fora das premissas bblicas da existncia do pecado e dos dados bblicos sobre o pecado original. exatamente neste passo ilegtimo dado pelo construtivismo que ocorrem as maiores contradies entre o trabalho de Piaget e de seus seguidores e a Palavra de Deus. VIII. A Gnese do Dever Moral na Filosofia de Piaget O telogo reformado John H. Gerstner (1913-1996) observa que a origem do prprio senso de moralidade [da criana] mostra ter conexo direta com a sua constituio inata e com o ensinamento dos seus pais. Escreve ele: Nem a Bblia, nem qualquer outro tipo de literatura religiosa, a fonte da conscincia moral, porque seno a existncia dessa conscientizao moral fora da Bblia ou de outras tradies religiosas permaneceria sem explicao Nem o cristianismo nem as demais comunidades religiosas possuem o monoplio da conscincia A Bblia ensina em Rm 2.14-16 que os homens possuem uma conscincia moral independente da prpria Bblia.31 Jean Piaget defende um pensamento totalmente contrrio. Em sua viso, as pessoas so tabula rasa no sentido moral.32 Nada possuem de referencial inato de moralidade, e muito menos de inclinao para o mal em funo do pecado original. Alguns trabalhos acadmicos que defendiam essa posio, mesmo empiricamente (sem abstra-la das verdades das Escrituras), foram duramente contestados por Piaget, como por exemplo o de Helena Antipoff, que reconhecia nas crianas a existncia de "uma 'estrutura moral' elementar, que a criana parece possuir muito cedo e que lhe permite apreender, de uma s vez, o mal e a causa deste mal, a inocncia e a culpabilidade."33 Contra a existncia dessa "manifestao moral inata, instintiva, e que, para se desenvolver, no precisa, em suma, nem de experincias anteriores nem da socializao da criana entre seus semelhantes,"34 Piaget postula que as reaes da criana nessa idade, assim interpretadas, so fruto de "toda espcie de influncias adultas"35 e nada tm de intrnseco natureza ou formao constitucional da criana. Ou seja, Piaget no aceita o ensinamento bblico da existncia e noo do mal nas pessoas (teologicamente chamada de "pecado original"), desde o seu nascimento. Mais uma vez, Gerstner aponta para a operao harmnica de Deus tanto internamente nas pessoas, como na natureza. Ele afirma que a natureza procede de Deus; conseqentemente, o discernimento moral derivado da natureza deve refletir os valores de Deus. Pode o Deus verdadeiro revelar, sobrenaturalmente, obrigaes morais adicionais que venham a contradizer as leis da natureza? Os canibais normalmente procuram sano divina (de suas divindades) para as suas prticas de alimentao, mas a maioria da humanidade discorda de suas prticas e julgamento de certo e errado. A nossa rejeio das prticas dos canibais resulta no de negarmos a possibilidade de revelao divina, mas do fato de que a revelao especial no contradiz a revelao natural e nem a revelao especial contraditria em si mesma, porque ambas procedem de um Deus que no se contradiz.36 A lei revelada tanto confirma a lei natural como confirmada por esta. Cada uma diz a mesma histria, porm uma com maior preciso do que a outra.37 Tanto a lei natural quanto a especial (revelada) nos gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 16

EDU0001 - Introduo Educao Cristensinam o que certo e o que errado, nos instruem sobre o pecado original e nos comunicam o conceito da depravao total das pessoas, desde a sua concepo. Ao lermos Piaget, no entanto, ficamos com a impresso de que para ele a realidade divina irrelevante, pois a neutralidade moral das pessoas que uma realidade indisputvel.38 As crianas nasceriam destitudas do senso de certo e errado, absorvendo isso dos adultos. Essa interferncia adulta na construo do pensamento e dos valores das crianas no bem-vinda; antes, em seu pensamento, deletria e prejudicial. Na realidade, Piaget afirma com relao s regras de justia retributiva39 que "se o adulto no interviesse, as relaes sociais das crianas entre si bastariam para constitu-las."40 Baseado nessa premissa da neutralidade moral, Piaget no pode aceitar qualquer inclinao para o mal na criana. Os atos errados recebem o nome de apenas mais uma "experincia fsica."41 Os atos claramente errados e moralmente questionveis recebem o revisionismo rotulador do construtivismo, como, por exemplo, nas duas definies a seguir, extradas de um autor construtivista: 42 Agressividade - conduta demonstrada quando existe frustrao, quando as aspiraes da vida no so realizadas, quando os desejos fracassam. Violncia - comportamento presente quando a frustrao vai alm do que o indivduo pode suportar. O contraste teolgico desses conceitos com a revelao bblica do pecado original e da depravao total das pessoas bastante claro. Os trs primeiros captulos do Epstola aos Romanos transmitem uma viso totalmente diferente da natureza humana, mostrando a necessidade universal e genrica de direcionamento, correo e, especialmente, de salvao da perdio eterna, em funo do pecado que nos afasta do Deus Santo. O erro de Piaget e do construtivismo nesse sentido deveria ser por demais evidente aos educadores cristos, mas infelizmente no encontramos muitas vozes de protesto, proclamando a realidade do pecado original e de suas implicaes para a nossa filosofia de educao. Parece que somos todos vtimas de uma capitulao coletiva presso acadmica para aplicao da viso construtivista no ensino. IX. Relativismo ou Valores Absolutos? O construtivismo tem encontrado muita dificuldade em manter coerncia filosfica nas premissas que foram abraadas. Por um lado, uma grande maioria dos seus simpatizantes prega o relativismo moral e a inexistncia de valores absolutos. Por outro lado, uns poucos, forados pela observao das sociedades humanas e at pela realidade das salas de aula incontrolveis, vem a necessidade de admitir a realidade de valores morais universais, como escreveu um construtivista: Existem valores morais que transcendem as classe sociais, porque so universais - a liberdade de conscincia, a felicidade dos homens, o bem-estar universal, a justia, a paz, o amor verdade, a solidariedade, etc. Estes valores devem ser transmitidos a todos, indistintamente.43 Entretanto, essa constatao, por mais verdadeira que seja, rapidamente esquecida e no serve de base para o desenvolvimento das idias apresentadas. A norma a apresentao relativista dos conceitos morais. O mesmo educador piagetiano Henrique Nielsen, que escreveu o pargrafo acima, com sua apreenso da dialtica marxista, observa que Karl Marx (18181883) demonstrou de tal modo a relao entre os valores e a estrutura social (ideologia), que a "questo tica deixou de ser vista de modo absoluto e com metas almejadas e conceitos previamente definidos. Com Marx, os valores referem-se sempre realidade concreta vivenciada pelas pessoas."44 Nielsen tambm defende o trabalho de Friedrich Nietzsche (1844-1900), dizendo que ele criticou radicalmente as "doutrinas filosficas defensoras de uma concepo metafsica dos valores. Para este filsofo, a viso tradicional dos valores, alicerada na ascese crist, nada mais era do que uma tica do ressentimento."45 Traduzindo o linguajar "filosofs" do autor, ele est dizendo que Nietzsche se gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 17

EDU0001 - Introduo Educao Cristposicionou contra os que defendiam a tese de que os valores tm razes que ultrapassam a existncia do homem, ou seja, que seriam derivados da divindade. Na opinio de Nietzsche, a tica crist refletiria apenas o ressentimento e frustrao de objetivos no alcanados. X. Valores ou Costumes? Tanto Nietzsche como o construtivista Nielsen parecem confundir e misturar o conceito de valor com o de costume. Os cristos diferenciam muito bem esses dois conceitos comportamentais. Enquanto os valores procedem dos atributos de Deus, so explicitamente revelados na lei moral contida nas Escrituras e esto impressos na natureza humana (reconhecidamente afetados pelo pecado), os costumes representam regras temporais geradas por uma diversidade de razes (algumas derivadas de valores, outras no). O cristianismo no despreza os costumes, e no gera choques indevidos quando esses so "moralmente neutros," isto , quando no entram em contradio aberta com qualquer determinao da lei moral de Deus. A f crist reconhece a necessidade de manuteno de um testemunho tranqilo e pacfico em meio s diversas sociedades, com relao aos seus costumes peculiares. 1 Tm 2.2 e 2 Tm 3.24 falam que o apreo e a intercesso pelas autoridades, requeridas do servo de Deus, tm como objetivo a possibilidade de se viver "uma vida tranqila e mansa" e que o mesmo no deve caracterizar-se por uma vida de contendas. O prprio Jesus Cristo, conforme registra Lucas 2.52, cresceu em conhecimento46 e, paralelamente, "em graa diante de Deus e dos homens." Certamente no foi desconsiderando os costumes que Jesus cresceu no favor dos circunstantes. Paulo, em 1 Co 11.2-16, transmite princpios construdos ao redor do costume local e temporal de "cobrir a cabea." Lucas, em At 18.18, registra a conformao e observncia por Paulo dos costumes temporais, cumprindo as etapas do voto de nazireu. A adaptabilidade e flexibilidade de Paulo est retratada em 1 Co 9.19-23, mostrando a sua predisposio de conformao para que os seus objetivos de proclamao do evangelho no fossem comprometidos. O cristo no , entretanto, pragmatista, pois, com relao aos valores, reconhece o seu carter transcendental, defendendo-os na medida em que refletem a natureza de Deus e suas determinaes ao ser humano. Nas palavras do telogo R. C. Sproul, "Deus , e onde ele , existe dever Deus tem um direito eterno e intrnseco de impor obrigaes, de subjugar a conscincia de suas criaturas."47 Nesse sentido, os cristos no so pacficos e tranqilos e esto prontos a subverter a sociedade para apresentar esses valores centralizados no evangelho de Cristo (como lemos em At 17.6, onde os cristos so descritos como os "que tm transtornado [subvertido] o mundo"). "O Evangelho nos liberta do julgamento mortfero da lei. Ele nos liberta da maldio da lei mas nunca denigre a lei de Deus. O Evangelho no nos salva do dever, mas para o dever, pelo qual estabelecida a lei de Deus."48 Colocando um dos alicerces fundamentais da tica crist, Paulo ensina em Romanos 14 e 15 sobre a necessidade de se evitar choques culturais atravs da quebra de costumes (o assunto discutido era o comer carne sacrificada aos dolos - um costume), mas no confunde tais costumes com os valores morais, que so derivados dos padres eternos e imutveis da pessoa de Deus. Na opinio construtivista expressa por Nielsen, os valores no so absolutos ou eternos. "Os valores so constitudos em conformidade com a poca, local ou ambiente e circunstncia da sociedade onde esto inseridos, variando segundo o seu tipo, regime poltico, religies dominantes, etc."49 Nessa viso, no existe qualquer aspecto transcendental ou metafsico nos valores, que "so criados pelos homens."50 Os valores do passado so educativos e importantes para o entendimento cultural e evolutivo do homem, mas so meramente referenciais e no devem ser considerados "como herana a ser defendida."51 R. C. Sproul faz a seguinte referncia ao relativismo da poca em que gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 18

EDU0001 - Introduo Educao Cristvivemos, alertando quanto anarquia tica para a qual nos dirigimos: A nossa era apresenta um antinomianismo52 sem precedentes todos fazem o que parece correto aos seus prprios olhos. O relativismo tico como um gmeo siams, unido pelos quadris ao atesmo prtico. Nossa cultura ainda abraa um desmo terico, mas na prtica vivemos como se Deus no existisse. Cumprimos o axioma de Dostoyevski: "Se no existe um Deus ento todas as coisas so possveis."53 XI. Construtivismo e Relativismo Moral O construtivismo exatamente a "libertao dos absolutos" proclamada pelo homem ps-moderno. Nielsen identifica bem a questo quando afirma: "O construtivismo de Piaget (1967) encaminha-nos para uma posio em que o erro, como oposio ao acerto, deve ser revisto ou interpretado de outro modo Aquilo que errado em um contexto, pode estar certo em outro."54 Ainda de acordo com esse autor, Paulo foi mal sucedido em Atenas (apenas dois convertidos) porque no reconheceu "os valores culturais dos ouvintes gregos. Eles eram irreconciliveis com os do cristianismo."55 Ainda em sua opinio, foi a aplicao dos valores cristos, a partir do quarto sculo, que impediu "a especulao filosfica, cientfica, afastando todo o esprito de curiosidade acerca do mundo."56 O cristianismo adotou, portanto, "um comportamento anti-intelectivo."57 A f crist, em sua opinio, no representa redeno, mas uma barreira s aspiraes das pessoas. A viso relativista dos valores morais bem evidente em um "quadro dialtico" construdo por esse defensor da pedagogia construtivista contempornea.58 Do grfico apresentado pelo autor extramos trs valores exemplificativos (de acordo com essa filosofia, a coluna da direita - Valores Novos - representaria a concluso adequada, qual chega a sociedade, aps ser submetida tenso dos conflitos gerados pelas posturas comportamentais contidas nas duas outras colunas): VALOR (situao) ANTIVALOR (reao) VALORES NOVOS Virgindade, castidade, pureza sexual Promiscuidade Liberdade sexual Estudo (cultura) Pedantismo Pragmatismo Respeito vida Eutansia, aborto, asilos, manicmios, pena de morte Beb de proveta, inseminao artificial, geriatria A nossa sociedade, permeada pelo pecado e com suas recmadquiridas liberdades ps-modernas, reflete e acolhe o abandono dos valores morais, e providencia um solo frtil para a pregao permissiva do construtivismo. Nesse ambiente, nossos filhos vo aprendendo a amoralidade como postura comportamental normal e aceitvel. Como exemplo disso, a revista Nova Escola trouxe, em um de seus nmeros, uma matria publicitria travestida de matria editorial, com instrues para a realizao de uma aula de educao sexual de adolescentes.59 A matria, patrocinada por diversas marcas de preservativos, pretende ensinar a jovens em uma classe mista, com bastante detalhes grficos e exerccios, como devem "se proteger" da gravidez, da AIDS e de outras doenas sexualmente transmissveis. Dentre as cinco alternativas para prevenir a gravidez no aparece a abstinncia como uma das opes. como se ela simplesmente inexistisse, quando, na realidade, seria a nica postura comportamental compatvel com os preceitos morais que Deus deu s pessoas solteiras (x 20.14; At 15.20; Ef 5.3; 1 Ts 5.3). Portanto, como no quadro acima, terminamos com a "liberdade sexual" como o "novo valor" a ser ensinado. XII. Tese, Anttese, Sntese e a Filosofia da F Crist Ao cristo deveria ser evidentemente falsa uma viso filosfica que apresenta a esquematizao superada de teseanttese-sntese como sendo a forma construtiva de valores e procedimentos. Essa compreenso parte da premissa de que os valores primrios so relativos e passveis de serem superados por outros e de que o processo de contrastes ir gerar uma forma superior, mais aceitvel e mais moderna de valores. No exemplo acima, uma filosofia que mostra (corretamente) a promiscuidade se contrapondo virgindade, mas que (erroneamente) chega liberdade sexual como antdoto para essa promiscuidade, ou como uma forma superior de comportamento, no se sustenta em bases lgicas e gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 19

EDU0001 - Introduo Educao Cristfilosficas, nem encontra abrigo na tica crist. Sobre a questo especfica da promiscuidade, retratada no quadro acima, John Gerstner indica que, mesmo independentemente da revelao especial das Escrituras, a lei da natureza (que procede de Deus e no contraditria revelao especial) "encoraja o casamento e ope-se promiscuidade."60 Teramos, portanto, um valor no substituvel ou supervel. Dando um exemplo sobre a questo da promiscuidade, Gerstner observa que, apesar da "lei da natureza," da revelao especial e de todos os impedimentos sociais existentes, um homem pode recusar-se a obedecer esses deveres e entregar-se promiscuidade, envolvendo-se com vrias mulheres, seja isso certo ou errado. Entretanto, esse autor observa que "a recusa [do homem] no reconhecimento de um dever no prova contrria existncia desse dever."61 evidente que a suposta sntese corretiva do contraste inicial (virgindade vs. promiscuidade gerando liberdade sexual) no existe, na realidade, nem abole o valor inerente da virgindade, castidade ou pureza. A abordagem isenta da questo mostra que o que temos apenas uma nova rotulao da posio contraditria - liberdade sexual apenas um novo nome para promiscuidade. Ou seja, como algum declarou corretamente, a nova moralidade no passa da velha imoralidade sob novos nomes. Infelizmente, muitos autores e pensadores evanglicos tm sucumbido diante dessa forma de anlise filosoficamente superada para o estabelecimento de posies. Eles acreditam que Deus forma contrastes e desses contrastes gera snteses determinantes da postura e dos rumos a serem tomados pelos indivduos e pela prpria Igreja.62 No se contentam em absorver e aplicar as singelas escalas de valores retratadas na Escritura. Confundem costumes com valores. Prescrevem aos seus ouvinte e leitores a dvida e o questionamento sobre tudo o que antigo, ignorando as advertncias bblicas quanto preservao das verdades imutveis e pela continuidade dos atos de Deus na histria. O cristo no pode abraar esse relativismo moral. Os seus valores e padres esto firmados no carter imutvel do Deus soberano e adequadamente revelados em sua Palavra. Esta se constitui em uma coletnea de proposies objetivas inter-relacionadas, sujeitas ao exame e escrutnio, sob a orientao do Esprito, dos verdadeiramente fiis. A expectativa que esses valores, assim apreendidos, passem a ser aplicados na vida de pecadores redimidos e a integrar a mensagem que proclamam ao mundo. A nossa f crist, quando consistentemente compreendida e aplicada, sob a iluminao do Esprito Santo, a verdadeira filosofia de vida abrangente que compreende todas as esferas de nossa existncia. XIII. Proposies Bblicas Anti-Construtivistas Dentre as muitas proposies das Escrituras que tratam da questo do conhecimento e do entendimento, sendo relevantes ao nosso exame e antagnicas s premissas do construtivismo, destacamos as seguintes: 1. O conhecimento no fruto de um agente "facilitador," mas de um agente "transmissor." Por exemplo, no Salmo 39.4 lemos: "D-me a conhecer, Senhor, o meu fim..." Se redefinirmos "conhecer" para significar "construir compreenso," as expresses que identificam conhecimento com transmisso de saber (e respectiva compreenso subseqente) ficam sem sentido, como vemos em Mateus 13.11: "... a vs outros dado conhecer os mistrios..." 2. Conhecimento (apreenso dos fatos) e entendimento (correlao adequada dos fatos) no so conceitos subjetivos, mutveis, mas objetivos, representando algo que se pede a Deus (1 Rs 3.11: "... mas pediste entendimento para discernires"; At 15.18: "...diz o Senhor que faz estas cousas conhecidas desde sculos"). to objetivo que comparado a um tesouro (Pv 10.14; Cl 2.3). Em 1 Jo 2.4 temos o conhecimento considerado como algo bastante objetivo e que objetivamente retratado, contrastado com a mentira e comprovado por aes compatveis com a revelao objetiva de Deus - seus gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 20

EDU0001 - Introduo Educao Cristmandamentos: "Aquele que diz: Eu o conheo, e no guarda os seus mandamentos, mentiroso e nele no est a verdade." 3. Mesmo considerando a finitude, imperfeio e pecado das pessoas, o conhecimento verdadeiro uma possibilidade bblica para o ser humano (Jo 8.32 - "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertar"). As limitaes do homem se apresentam na sua impossibilidade de conhecer exaustivamente, ou seja, de esgotar o conhecimento. Isso no significa que aquilo que lhe dado conhecer (e, na esfera espiritual, o conhecimento verdadeiro possibilitado pelo Esprito Santo), ele no o conhea verazmente. Esse o ensinamento de Paulo, quando fala concretamente sobre o conhecimento do amor de Cristo em Ef 3.18-19. Primeiro ele indica que as suas instrues esto sendo dadas para que tenhamos um conhecimento comum "com todos os santos" da dimenso desse amor; em termos bem concretos - largura, comprimento, altura, profundidade. Portanto, o conhecimento que temos condio de ter verdadeiro e concreto. Por outro lado, em segundo lugar, ele nos indica que esse mesmo "amor de Cristo... excede todo o entendimento," ou seja, no temos condio de esgotar o seu pleno conhecimento. Isso no muda o fato de que o que dele sabemos verdadeiro. Os ensinamentos de Paulo sobre Cristo no so subjetivamente construdos em nossas mentes, mas so ministrados. Os fatos e as doutrinas nos so transmitidas para que conheamos a altura, a profundidade e a largura do seu amor.

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Mdulo 4OS DESAFIOS DO EDUCADOR CONTEMPORNEO Cida Mattar Os desafios que se colocam na atualidade para o educador parecem que se multiplicam dia aps dia. As mudanas que ocorrem em nossa sociedade so caracterizadas tanto pela sua expanso como pelo ritmo acelerado em que elas ocorrem, que mal acabamos de alcanar um deles e j nos deparamos com tantos outros. Enquanto profissional das Cincias Humanas, embudo de idealismos para o prprio homem integral e para a sociedade em que ele est inserido, o educador contemporneo se depara enfrentando desafios desde seu desenvolvimento pessoal, passando pelo contexto organizacional em que est inserido at a esfera de sua influncia social. Inicialmente identifico na esfera pessoal um desafio que implica em ele se colocar na posio de eterno aprendiz. A formao do profissional da Educao hoje em dia, como a maioria de outros profissionais, deve ser contnua. Alm de buscar atualizao e/ou especializao em sua rea seja em cursos livres e de educao formal o educador tambm deve ser capaz de desenvolver um plano de desenvolvimento pessoal onde ele prprio ser o gestor do seu processo de aprendizagem, buscando em profundidade o conhecimento desejado, a essncia de sua vocao. Essa postura, de eterno aprendiz, traz reflexos de grande impacto na sua prtica pedaggica beneficiando no s sua competncia para lecionar como tambm o aspecto relacional com seus alunos. Um dos desdobramentos deste desafio, da formao contnua do educador, o desafio de gerir o conhecimento adquirido ou a gesto do conhecimento. Na maioria das organizaes educacionais luta-se pela extino da cultura da "reteno do conhecimento" como forma de manuteno do poder para que o conhecimento adquirido seja disponibilizado para todos, compartilhado para o bem corporativo. Assim como o educador necessita de conhecimento disponvel para o desempenho de sua profisso ele deve ser responsvel em disponibilizar o conhecimento produzido pelas suas pesquisas, experincias e estudos para outros, comeando no seu contexto organizacional. A parceria com a famlia traz a tona a necessidade que o educador tem de captar aliados para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Ningum educa sozinho. Est mais do que provado que a participao da famlia determinante para o sucesso do aprendizado do aluno assim como para a qualidade da escola. O desafio a desenvolver essa parceria de forma construtiva, estabelecendo espaos apropriados para a participao responsvel dos pais, de acordo com suas possibilidades e habilidades. Entender as transformaes psicolgicas que ocorrem no ser humano, na famlia, na cultura, sociedade e economia ajudam a enfrentar o desafio de combater a violncia que quer ser estabelecida nas escolas. A habilidade de ao mesmo tempo ajudar esses alunos violentos a trabalhar os limites, as leis, e as devidas conseqncias da quebra das mesmas torna-se cada vez mais necessria ao educador que queira implantar uma cultura de paz tanto em seu ambiente de trabalho como fora dele. Na verdade, para muitos estabelecimentos de ensino, o fracasso em lidar com essa questo to complexa pode trazer resultados drsticos tais como o descontentamento profissional ou at mesmo a perda de vidas. gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 22

EDU0001 - Introduo Educao CristNo que se refere ao processo de ensino-aprendizagem um dos grandes desafios atuais saber incorporar as novas tecnologias de forma equilibrada e inovadora na sala de aula. Isso requer do educador um amplo conhecimento no s do que est disponvel no mercado mas como estas ferramentas esto consistentementes alinhadas com a metodologia adotada pela escola e com o pblico alvo. O sucesso ou os resultados satisfatrios obtidos pelas organizaes educacionais na atualidade no so frutos do esforo de um indivduo e sim de um trabalho colaborativo de equipe. O educador gestor deve encarar de frente o desafio de estruturar uma equipe de alto desempenho. Isto s ocorre quando h um compromisso de trabalho educacional com um alvo estabelecido, unidade entre as pessoas, um sistema efetivo de comunicao e a motivao correta para fazer o trabalho educacional. Os maiores desafios encontrados na estruturao de equipes partem da dificuldade que as pessoas possuem em deixar de pensar no resultado individual para pensar no resultado do todo. Para isto o gestor educacional deve mostrar ao educador onde as suas competncias individuais podero ser aproveitadas dentro da equipe. E claro, antes de implantar um sistema de trabalho em equipe necessrio fazer um trabalho de mudana de paradigmas, de mentalidade e de atitudes com todos os membros da equipe. A habilidade para trabalhar em equipe um requerimento para qualquer profissional da atualidade. O desafio de gerir um estabelecimento educacional no atual momento econmico requer do educador gestor uma postura equilibrada entre o esforo de permanecer na filosofia educacional idealizada pela escola e a habilidade de encontrar formas alternativas e criativas de sobrevivncia empresarial. Isto requer uma postura tica em manter os compromissos assumidos com os beneficirios atravs do contrato de prestao de servios. No se pode comprometer a qualidade da educao oferecida em detrimento da ganncia pelo lucro. Se no h credibilidade na forma como a escola administrada no h credibilidade na forma como a escola educa. Alis, este exemplo definitivo na formao de uma gerao e nos remete a outro desafio encontrado pelo educador contemporneo no que diz respeito aos fins da educao. Que tipo de gerao queremos formar? Cidados competentes, ticos, solidrios, comprometidos com a transformao de uma sociedade mais justa? Para isto, o educador no pode esquecer que ele um referencial com alto grau de impacto na vida de seus educandos, seja positivo ou negativo. O desafio aqui consiste em ser coerente com o discurso. Ningum quer saber de algum que diz "faa o que eu digo mas no faa o que eu fao". Educao pressupe referenciais verdadeiros, inspirativos, construtivos. A marca do carter de um educador falar mais alto na vida de um educando do que um contedo ensinado. O desafio de ser um referencial positivo na vida de um educando na verdade atemporal entretanto hoje em dia nossa gerao alm de estar em busca de lderes que lhe mostrem um caminho confivel, tem mais facilidade de se opor frente a um falso educador. O desafio de preparar uma gerao para a vida e para toda a vida, requer do educador no s o conhecimento da realidade em que ele est inserido assim como a sua participao no enfrentamento dos problemas sociais de sua comunidade. A partir da ele ter "autoridade" para falar sobre a verdadeira postura do cidado na sociedade. S a partir de sua prtica ele poder influenciar outros a influenciar o mundo. Para isto ele precisa perceber o valor da insero social responsvel de seus educandos enquanto ainda freqentadores do ambiente escolar. Prepara-se para a vida durante toda a vida e no apenas para quando se sair da escola.

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Mdulo 5O LAR: A CHAVE PARA A EDUCAO CRIST Paul Jehle TRS INSTITUIES DIVINAS: A Famlia, A Igreja e o Governo Civil. Na medida em que se estuda a Palavra de Deus, pode-se observar que Deus estabelece diferentes "instituies" ou veculos bsicos, para manifestar sua Palavra. Cada instituio tem suas responsabilidades especficas de servio, e cada uma chamada a realiz-las em respeito a Deus e Sua Palavra. Na proporo que cada instituio se desvia de seu propsito e responsabilidade originais, haver o mesmo grau de desequilbrio e, subseqentemente, presso excessiva sobre as outras instituies designadas a funcionar em harmonia uma com a outra. Estas instituies, como veculo do governo de Deus, so designadas para expressar o Reino de Deus sobre a terra numa certa localidade, para que o mundo possa ver como ser quando Jesus reinar nos coraes dos homens. Essas instituies so: a) o Lar (que foi o primeiro a ser estabelecido e designado a fim de manifestar, em primeiro lugar, o governo de Deus, Gn 2:21-24); b) a Igreja (comunidade redimida da aliana mencionada nas Escrituras como a Noiva de Cristo, ou o Corpo de Cristo, Ef). 1:22-(23); c) o Governo Civil (instituio designada para executar a justia e as leis de Deus). Rm. 13:1-(4). No "Frum do Professor", publicado pela Associao Crist da Lei, temos uma discusso feita por Wallis Metts, na 5 edio, concernente s Instituies Divinas. Professores cristos, por exemplo, deve-se lembrar de que na "Escola" no descrita na Bblia, em nenhum lugar, como uma instituio. Seja qual for a funo do professor na sala de aula, ele deve estar de acordo com os padres divinamente ordenados para outras instituies. Uma vez que as Escrituras negam ao Governo, por silenciosa misso, a prtica da educao das crianas, os professores devem entender que esto atuando dentro dos papis do Lar e da Igreja. Isso ajudar imensamente na restaurao da estrutura bblica pertinente educao. Embora o Lar seja o "eixo" das trs instituies, evidente que, s vezes, a famlia espiritual (a igreja) ou simplesmente a devoo a Cristo devem preceder a entrega de algum (compromisso) famlia natural (especialmente quando a famlia natural pode impedir o caminhar da pessoa com o Senhor; veja Mt. 12:46-50; 19:29; Lc. 14:26-33). tambm evidente que o Governo Civil, embora ordenado a guardar as leis de Deus, pode tambm ser um impedimento quando o homem comea a pensar que ele soberano, no lugar de Deus. No decorrer da Histria e das prprias Escrituras, isso prova ser um "espinho", impedindo o homem de andar em obedincia ao Senhor, praticando as leis dos homens, e no as de Deus. Em tais casos, deve-se obedecer a Deus e agrad-lo, ao invs das leis humanas, contrrias natureza divina. (veja At. 5:29 e Mt. 22:17-22). O Lar, entretanto, o lugar onde Deus estabeleceu o papel do pai, da me e tambm dos filhos, para que pudessem aprender as lies bsicas necessrias e tomarem lugar na divulgao de Seu Reino sobre a terra. O Lar tambm a produtora chave da existncia das outras duas instituies. Tanto a Igreja (atravs dos dzimos e das ofertas voluntrias do povo de Deus), quanto o Governo Civil (atravs dos impostos) dependem da produo do Lar. Se uma gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 24

EDU0001 - Introduo Educao Cristdessas instituies assume um papel causativo ou domina a vida individual do lar, compromete, ento, a produtividade e o papel que Deus estabeleceu, e, portanto, terminar em tirania de uma instituio sobre a outra, ao invs de as trs operarem em tripla harmonia. Se, por outro lado, o lar tenta existir fora das outras duas instituies ordenadas por Deus para ajudar a realizar o trabalho de expanso do Evangelho ou na proteo da divulgao do Evangelho, ento o lar est em perigo, esquivando-se do mundo, o que o Senhor disse que no fizesse (I Co. 5:10). O lar deve sempre manter o equilbrio e estar separado das maneiras e filosofias do mundo, ainda que deva alcanar o mundo, transformar outros pela graa de Deus e expandir a influncia do Evangelho de Cristo de todos os meios possveis, sejam quais forem. O quadro, a seguir, ilustra as principais responsabilidades dessas trs instituies. Deve ficar bem claro, entretanto, que o lar e a igreja, muitas vezes, chocam-se em suas responsabilidades, sendo a igreja a extenso espiritual da famlia. A "separao" entre Igreja e Estado ou a separao de responsabilidades, no de prestao de contas (pois Jesus o Rei Supremo sobre todas as coisas) d-se na rea da Justia e Proteo. Por todo o V.T., era de se esperar que houvesse separao entre o Rei e o Sacerdote, entretanto, quando o Senhor voltar, esse aspecto de Justia e Governo sero dados tambm Igreja, e no mais haver separao como a que foi mencionada. Entretanto cabe aos cristos governar hoje e agora, seguindo a Palavra de Cristo, para que a "graa" seja estendida a todas as naes quando Ele voltar. (veja I Co. 4:4; 6:2-3; Ap. 1:5-7; 20:1-4).

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JESUS CRISTO SALVADOR, SENHOR E REI! O LAR "Desde criana conhece as sagradas escrituras..." (II Tm. 3:15) Treinar e Educar os Filhos; (Ef. 6:1-4). Cuidar das Necessidades da Famlia; (I Tm. 5:3-16) Suprir as Necessidades da Sociedade. (Mt. 5:31-46; e Gl. 6:9-10) A IGREJA "E para ser o cabea sobre todas as coisas O deu Igreja..." (Ef.1:22) Discipular as Naes; Evangelizar o perdido Edificar o salvo (Mt. 28:19-20); Levar o Corpo e a Noiva de Cristo maturidade. (Ef. 4:11-16)

O GOVERNO CIVIL "... Jesus outro rei" (At. 17:7) Proteger o Justo; (Rm. 13:305) Punir o Perverso (Rm. 13:1-2,4-5); Manter a Paz para que o Evangelho possa ser Espalhado. (I Tm. 2:1-5).

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EDU0001 - Introduo Educao CristA EDUCAO CRIST COM CONVICO A definio de educao, segundo Webster, : Cristo deve ser o Senhor de todos os segmentos da instruo da disciplina com que se pretende iluminar o entendimento, corrigir o temperamento, formar as maneiras e hbitos da juventude e capacit-la a ser til no futuro. Essa definio paralela de Deut. 6:7, de ensinar s nossas crianas todo o tempo, o dia todo, parece indicar que educao crist um treinamento para toda a vida, e inclui muito mais do que a "escola". Seria apropriado dizer que o movimento de escolas crists uma restaurao de um aspecto da educao crist; sendo essa a disciplina formal da mente. Treinamento sempre est acontecendo, mas a pergunta chave : Est acontecendo uma educao crist consistente ou no no que se refere a nossas crianas? Se no, nossas crianas crescero vivendo em dois "mundos", um cristo e outro, no cristo. Esse duplo padro, quando muito, produzir cristos dbios (Tg. 1:8). A convico de que precisamos a de que nossos filhos esto recebendo treinamento consistente, em todas as reas, sob a orientao de professores cristos, para que possam enfrentar, quando crescerem, uma gerao corrompida e perversa, brilhando como luzeiros. (Fp. 2:15-16). Quando nos referimos convico e ao que realmente significa com relao educao crist, precisamos considerar tambm o que os tribunais tm chamado de preferncia. Confrontando os dois tipos de "crenas", pode-se entender melhores as profundas exigncias de convico, e o que um homem ter que sacrificar se quiser obedecer a Deus. Em poucas palavras, convico uma crena que se assume to fortemente e se est to convencido de que isso o que a Palavra de Deus ensina, tendo o Esprito Santo confirmado no corao, que a pessoa no a mudar, a preo algum: Para um cristo, cada mandamento relacionado ao tipo de vida e de conduta diante de Deus e dos homens deveria ser uma convico. Entretanto, estamos todos em diferentes graus de crescimento, e, por isso, o nmero e a qualidade de nossas convices crescero na medida em que andarmos com o Senhor. Entretanto, pode-se prontamente observar que uma convico no um "impulso" ou "arrepio". Precisamos saber se isso foi exigido pela Palavra de Deus e se foi dito pelo Esprito Santo. Uma preferncia, por outro lado, uma crena fortemente assumida, assim como uma convico; todavia a pessoa a mudar quando se defrontar com determinada presso ou inconvenincia. A crena oscila e muda com as circunstncias, ao invs de permanecer absoluta, uma vez ditada pela Palavra de Deus. Para uma melhor compreenso da diferena entre preferncia e convico, deixe-me citar um artigo publicado numa revista crist sobre educao: The Capsule, (A Cpsula, dez/81). David Gibbs, da Associao da Lei Crist (advogado), teve suas idias resumidas num artigo sobre o tpico de convico e preferncia, e o material que vem a seguir foi tirado das pginas 8 e 9: "Os tribunais reconhecem a preferncia como uma forte crena. Tal crena pode motivar uma pessoa a trabalhar em tempo integral em nome de sua f. Pode levar uma outra a ser um ativo ganhador de almas . Enquanto ainda outras podem das grandes somas de dinheiro em lealdade crena que professam. Mas, medida que essas pessoas se reservam o direito de algum dia, mudar sua atitude, ento ser classificada como uma preferncia, no uma convico. Se de fato crem que Deus exige um determinado padro para certa atitude e ousam no se modificarem em face das circunstncias adversas, ento isso se torna uma convico. A maioria dos cristos tenta manter uma certa porcentagem bsica com relao Palavra de Deus, mas a obedincia s Escrituras nunca algo opcional. Ou obedecemos s Escrituras ou as abandonamos. H cinco circunstncias que uma sentena do tribunal levar um gape/Rhema Estudos Bblicos Pgina 27

EDU0001 - Introduo Educao Cristhomem a mudar seu padro se sua crena foi uma preferncia em lugar de ter sido uma convico. Incluem as presses feitas por amigos, a famlia, uma ao judicial, ir para a cadeia e o medo de morrer.David Gibbs continua: um pai cristo que d a seu filho uma educao no crist est enganando-o". Precisamos entender que, do outro lado da moeda, o simples fato de mandar seu filho a uma Escola Crist no est provando, de modo nenhum, que voc, como pai, tem uma convico (est convencido de que Deus requer um treinamento piedoso, consistente). E se a escola se mudar para mais longe, ficar mais cara, ou outra inconvenincia qualquer, voc far sacrifcios necessrios para manter sua convico, inclusive ensinar seus filhos, caso isso venha a ser necessrio? Lembre-se que: se seu filho ou alguns de seus filhos estiverem recebendo uma educao no crist, voc ainda no tem uma convico, pois seus atos negam suas palavras. Uma convico requereria grandes sacrifcios de modo a no ser impedido por qualquer obstculo a no deixar nenhuma situao sem ser contornada, at que as exigncias de Deus sejam atendidas. Deus disse que para aquilo que Ele nos chama para fazer Ele providenciar os meios para que o realizemos. (veja I Ts. 5:24, Fp. 4:13-19 etc.). O movimento de Escolas Crists est crescendo em grande velocidade. Entretanto, muitos pais cristos mandam seus filhos a essas escolas por razes erradas. Porque simplesmente conveniente faz-lo ou uma boa opo e alternativa para o tipo de educao que estavam recebendo, ao invs uma obedincia a um mandamento das Escrituras. Todos precisamos tomar conscincia de que grande parte de nosso cristianismo tem-se resumido a uma questo de convenincia e no de convico! Estamos enganando-nos a maior parte do tempo, levando a cabo muitas aes que so fruto de uma religio de convenincia, ao invs de um relacionamento de obedincia e convico! Por que voc est fazendo o que voc est fazendo? Se no houver um ensino na rea da escola crist, voc poder vir a se defrontar com o teste mais difcil da sua existncia, quando as convenientes razes negativas de mandar seus filhos escola particular forem eliminadas. Se as escolas do governo "fizerem uma limpeza em seus padres", devido a presses do setor privado (isto , se tiverem poder para isso), isso propor um poderoso xodo das escolas particulares, j que mudou o ambiente? Se no tivermos cuidado, podemos mudar nossas atitudes por causa do ambiente, em vez de a razo ser a Palavra. Estaramos de fato vivendo por "tica situacional" ao invs de seguirmos os padres e exigncias imutveis da Palavra de Deus. Das muitas "razes negativas", por assim dizer, de mandar as crianas s escolas crists, trs se destacam. 1. Ambiente Mau: Os pais no querem que seus filhos se exponham a palavras torpes, droga, sexo e algumas vezes violncia nos ptios e banheiros, etc. Entretanto, se for essa a "razo" para a educao crist, possvel que voc no esteja treinando seus filhos de maneira apropriada, em casa, para suportar as presses na escola, e uma educao crist particular simplesmente um fiscal para aqueles que no so espiritualmente firmes o bastante para se posicionarem por Cristo. 2. Baixo Padro de Ensino: Devido ao decadente aproveitamento escolar por toda a nao, os pais tm ficado alarmados com o baixo rendimento e aproveitamento de seus filhos! Formandos do II grau no podem ler, escrever, como faziam anos atrs; alguma coisa est errada! Se essa a "razo" para se mudar para outra escola, ento os pais esto se voltando para uma melhor opo acadmica para seu filho e a educao s vista como a obteno dos melhores fatos e potencialidades e no por causa de Cristo ou da Palavra de Deus.

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EDU0001 - Introduo Educao Crist3. Ensino de Humanismo Secular: Em muitas escolas no h apenas uma ausncia de moral e de base crist-judaica para a educao, mas tambm est acontecendo uma substituio ou ensinamento hoje de uma outra religio: o humanismo. Essa religio, ensinando a supremacia do homem com seu prprio "Deus", no apresenta absolutos em moral, valores ou decncia. "O que certo para voc" permeia o ensino dos livros-textos, dos trabalhos e dos professores. Mais uma vez a "razo" para uma educao crist no uma razo negativa, tirando seu filho de um ambiente que voc sente que ser prejudicial para ele. Embora as razes citadas possam parecer bem lgicas, ainda so razes negativas ao invs de positivas. Certamente verdade que qualquer educao com os atributos mencionados acima seriam bem indesejveis. Tambm verdade que voc no seria um bom pai se no estivesse preocupado com essas condies citadas acima na educao de seu filho, pois acima de tudo voc quer que ele aprenda e, no, que ele seja pervertido em seu esprito. Entretanto se os atributos acima no fossem uma realidade, seria a educao aceitvel diante de Deus e de Sua Palavra? Se as escolas do governo tirassem quando fosse possvel o que mencionamos anteriormente (as razes negativas antes citadas), isso tornaria a sua educao (a educao por elas oferecidas) mais crist? Seria Cristo o ponto central de todo ensinamento e vida? O temor do Senhor teria o primeiro lugar na escola? As respostas a essas questes e a muitas outras revelam que o simples fato de remover o negativo no significa que a coisa se torne aceitvel diante de Deus. A questo de fato : "O que Deus quer na educao de meu filho.Uma vez que temos uma ordenana na Palavra, ento positivamente tentamos satisfaz-la pelo poder do Esprito Santo, sabendo, naturalmente, que no encontraremos uma escola "perfeita", entretanto, teremos uma escola que procurar manter os princpios mais importantes num treinamento piedoso. A Palavra de Deus nos oferece alguns princpios ou ordenanas pertinentes ao treinamento de nossos filhos que afetam diretamente o processo educacional. Ao discutir alguns, observamos que o que torna essas razes positivas que estamos vendo o que Deus diz que devemos fazer, e estamos nos movendo em obedincia a Ele, em vez de apenas nos movermos negativamente para longe daquilo que maligno. medida que nos movemos em direo a Deus, automaticamente nos afastamos das influncias negativas, que nos impedem de obedecer a nosso Senhor Jesus. O QUE AS ESCRITURAS DIZEM? 1. A Lei de Deus de semeadura e colheita Pv. 22:6 Gl. 6:7-8 "Ensina a criana no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho no se desviar dele". "No vos enganeis: de Deus no se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso tambm ceifar. Porque o que semeia para a sua prpria carne, da carne colhera corrupo; mas o que semeia para o Esprito, do Esprito colher vida eterna". Dt. 22:9 Sl. 144:11-12 "No semears a tua vinha com duas espcies de semente, para que no degenere o fruto da semente que semeaste e a messe da vinha". "Livra-me e sa