educaÇÃo ambiental: o papel da escola na formaÇÃo de … · importante, nesse momento,...
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE
UMA SOCIEDADE CIDADÃ
INALDO MORENO DE SOUSA*
Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco – CESVASF, [email protected]
MARIA SILVANIA DE MELO**
Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco – CESVASF, [email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo desenvolver uma reflexão sobre a
importância da escola no processo de transformação da sociedade atual por uma
sociedade cidadã, através da inserção da Educação Ambiental no ensino, sobre o
pressuposto de se desenvolver um trabalho, de forma sistêmica e transversal, em
todos os níveis de ensino. Pois, vivemos na era dos grandes avanços e, grande
desenvolvimento das ciências e da tecnologia que provocou o crescimento das
cidades e da população, aumentando assim a utilização dos recursos do nosso
planeta. Os impactos desses novos moldes de produção são os incontáveis
problemas ambientais com os quais nos deparamos todos os dias. Os valores estão
sendo deixados de lado, estamos vivenciando situações de extrema violência com a
natureza.
Palavras-chave: Escola; Sociedade; Cidadania ; Educação Ambiental.
* Mestre em Ciências da Educação pela Universidade San Lorenzo – Unisal (2015) – PY, Especialização em Educação Ambiental pelo Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco CESVASF (2006), Pós-graduação em Didática, Formação Docente e Metodologias e Ensino pela Faculdade Stella Maris (2014) ,Fortaleza – CE, Professor do Curso de licenciatura Plena em Geografia pelo Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco.
**Mestranda em Educação pela UDE – Universidad de La Empresa. Graduação em Geografia pelo Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco – CESVASF (1994) e em Pedagogia pela Faculdade Latino-Americana de Educação – FLATED (2016). Especialização em Psicopedagogia pela Faculdade Santa Helena – FSH (2008) e em Libras pela Faculdade São Luiz de França – FSLF (2013).
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1. INTRODUÇÃO
Nos últimos séculos viu-se um grande desenvolvimento das ciências e da
tecnologia. Devido à ampliação do conhecimento humano, surge então o processo
industrial que provocou o crescimento das cidades e da população, aumentando
assim o uso exercível dos recursos do nosso planeta.
Os impactos desses novos moldes de produção são os incontáveis problemas
ambientais com os quais nos deparamos todos os dias. Agora vivemos uma grande
crise de relações entre sociedade e meio ambiente. Os valores estão sendo
deixados de lado, estamos vivenciando situações de extrema violência com a
natureza. Isso desde um contexto local a uma dimensão global. Ruas cheias de lixo,
diversos monturos; a falta de saneamento provoca um grande número de esgotos
pelas ruas que noutro momento serão levados pelas águas da chuva para os rios,
entupimento de bueiros são apenas alguns exemplos dessa falta de cuidado com o
ambiente que é uma realidade em todas as cidades.
No momento em que os valores estão sendo deixados de lado, e vivenciamos
situações de extrema violência com a natureza. A escola aparece nesse cenário
como uma ponte de mudanças. Emerge um momento ímpar à escola, convidando-
lhe a uma reflexão sobre seu papel-formador, e a trazer para si a responsabilidade
de formar cidadãos, utilizando-se de uma prática em que os conteúdos curriculares
sirvam como ferramenta que facilite a compreensão na análise dos problemas
relacionados às questões ambientais, levar os alunos a construir hipóteses,
pesquisar e ver o ensino de forma mais contextualizada e significativa em seu dia-a-
dia.
2. METODOLOGIA
2.1 O avanço da sociedade e seus impactos no ambiente
A cada dia nos vemos diante de novas descobertas, isso, nas diversas esferas de
nossa sociedade. Mudanças que vem ocorrendo desde as sociedades mais antigas
até as de hoje.
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Descobertas na área da Ciência e Tecnologia são anunciadas todos os dias, a
passos tão rápidos, como expressa o dito: “um dia é como mil anos” (BÍBLIA
SAGRADA). Automóveis, aviões, viagens interplanetárias, transplantes de órgãos,
computadores, robôs, Inteligência Artificial - A.I, Células-troncos e muitas outras
novidades a cada momento. É tempo onde o improviso, o novo e a mudança
aparecem ao lado dessas grandes descobertas.
A relação homem x natureza está se tornando cada vez mais aética, pois o
consumo dos recursos naturais é feroz, devastador e a uma dimensão que supera a
capacidade de recuperação da natureza, impossibilitando-a de repor os recursos
retidos. O que, obviamente, gera um desequilíbrio, escassez e esgotamento dos
recursos, além de promover conflitos ou, em alguns casos, até guerras na luta para
garantir o sustento.
A natureza já não dá conta de se regenerar (resiliência) com a mesma velocidade
que o homem a destrói. O consumo da humanidade já é 30% maior que a
capacidade do planeta de fornecer bens e serviços à civilização de forma
sustentável, Segundo a WWF1. Recentemente o Living Planet Report, um relatório
que mede a chamada "pegada ecológica" da humanidade que é uma ferramenta
utilizada para medir o impacto que o ser humano exerce sobre a biosfera (nas
diversas escalas), comparando a quantidade de recursos naturais renováveis que as
pessoas estão consumindo em comparação com a capacidade de regeneração da
Terra ou a sua biocapacidade, medida em área de terra efetivamente disponível
para a produção dos recursos naturais renováveis e a absorção das emissões de
CO2.
2.2 Temática ambiental e o surgimento da educação ambiental
O surgimento e desenvolvimento da Educação Ambiental como método de ensino
estão diretamente relacionados ao movimento ambientalista, fruto da
conscientização da problemática ambiental.
1 Criada em 1961, nas últimas décadas, a Rede WWF (antes conhecido como Fundo Mundial para a Natureza)
se consolidou como uma das mais respeitadas redes independentes de conservação da natureza.
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No entanto, dentro da história, encontramos diversas pessoas que de uma forma
menos impetuosa foi contra ao uso excessivo do meio ambiente, cabe ressaltar
aqui, o cacique indígena de Seatle, Estados Unidos, em meados de 1854, que
alegava que os índios sabiam viver de forma saudável e bem, de uma forma que
não afete o sistema natural do meio ambiente.
Rachel Carson, outra pessoa que criticou o uso indevido da natureza, por volta de
1962, lançou o Livro “Primavera Silenciosa”– que trazia um alerta sobre os efeitos
danosos de inúmeras ações humanas sobre o ambiente. Foi também durante a
década de 60, em 1968 que nasce o Conselho para Educação Ambiental, no Reino
Unido.
Pode-se perceber, então, que na sociedade humana sempre houve pessoas
preocupadas com o equilíbrio ambiental. (Pedrine, 2000). E uma das mais antigas,
entre as já citadas, foi Moisés, profeta judeu, que alegou que Deus, ao criar o
Planeta, entregou ao ser humano o dever de zelá-lo e mantê-lo em equilíbrio: Então
o Senhor Deus pôs o homem,... para cuidar dele e nele fazer plantações. (Bíblia
Sagrada).
A UNESCO, no ano de 1975, de acordo com as às recomendações da Conferência
de Estocolmo, promoveu em Belgrado, Iugoslávia, um Encontro Internacional em
Educação Ambiental onde criou o Programa Internacional de Educação Ambiental -
PIEA que formulou os seguintes princípios: a Educação Ambiental deve ser
continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os
interesses nacionais.
Com a preocupação com os impactos na natureza, ocasionado por novas mudanças
e avanços, a Educação Ambiental teve suas bases internacionais finalmente
estabelecidas, como hoje ela é entendida, em Tbilisi, Geórgia, na Primeira
Conferência sobre Educação Ambiental em 1977. Que diz que ela deve ser
orientada para resolução de problemas concretos do meio ambiente através de
enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada
indivíduo e da coletividade.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Educação Ambiental e a prática escolar
Na Conferência de Tbilisi (1977), a proposta como vimos, é que a Educação
Ambiental “não deve ser considerada como uma nova disciplina” a ser incluída nas
matérias já existentes. Por outro lado, requer a Educação Ambiental com um
enfoque interdisciplinar.
Assim, também, a Lei de Diretrizes e Bases – 1996, no Artº. 27 propõe o seguinte:
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as
seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais.
Como definido pelo Inciso I: “os conteúdos curriculares da Educação Básica
observarão: a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática”, surge
no período de 1996-1997, para atender a proposta da LDB, os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCNs, criado pelo Ministério da Educação, que coordenou
todo o processo de elaboração.
Os PCNs constituem-se numa proposta de reorientação curricular para a Educação
Básica nas escolas dos diferentes Estados e Municípios brasileiros. Que tem como
eixos norteadores o fortalecimento da Educação Básica voltada para a cidadania
como uma das formas de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino.
Os PCNs também propõem que as problemáticas sociais em relação à ética, saúde,
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pluralidade cultural, orientação sexual e também a questão do meio-ambiente,
sejam integralizadas aos conteúdos curriculares sob a forma de temas transversais.
Essa transversalidade, como apresenta os PCNs, pressupõe um “tratamento
integrado das áreas e um compromisso com as relações interpessoais e sociais com
as questões que estão envolvidas nos temas” (PCNs ,p.64).
É importante ponderarmos aqui, um pouco sobre o termo interdisciplinaridade, que
do ponto de vista epistemológico, consiste em um método de pesquisa e de ensino
na perspectiva de interação em uma, duas ou mais disciplinas, num processo que
pode ir da simples diálogo de ideias até a integração mútua de finalidades, objetivos,
conteúdos, conceitos, terminologia, metodologia, processos e formas de organizá-
los e sistematizá-los no processo de apropriação do conhecimento.
3.3 A crise ambiental e o papel da escola
Atualmente, nossa existência e a de outras espécies, está ameaçada, por esse
modelo de sociedade que se criou. Essa profunda crise, talvez uma das maiores
enfrentada pela raça humana, isso devido a sua abrangência internacional, traz
consequências para educação. Noutras palavras, podemos dizer que essa relação
educação-ambiente não é uma proposta nova, mas esteve presente mesmo que de
forma indireta entre Rousseau, Freinet, Comento.
Essa crise ambiental, que a sociedade mundial vem passando, exige uma nova
postura da educação, quando propõe a educação ambiental com um enfoque
interdisciplinar nas disciplinas curriculares.
Logo, percebe-se, a importância da escola nesse processo de transformação da
sociedade, na reflexão das problemáticas sociais, como foi proposto na Conferência
de Tbilisi (1977) dizendo que “Formar uma população mundial consciente e
preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito”.
Nesse sentido de formação de uma população consciente e preocupada com os
problemas atuais, de modo a resolvê-los, nos remete a ideia de ecocidadania. É
importante, nesse momento, buscarmos também o significado de cidadania, fazendo
assim menção do conceito proposto por Dimenstein (1993,
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p.17) que, segundo ele a cidadania “é uma palavra usada todos os dias e tem vários
sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente”.
Segundo Kymlick e Norman (1996), esse retorno do interesse pela cidadania,
provinda nessas ultimas décadas está embasado na crescente reflexão sobre a
qualidade de vida do planeta e a atitude dos cidadãos.
Werneck (1995) também defende esse pensamento afirmando que “A formação
para a cidadania é o ponto mais importante e supõe, evidentemente, uma formação
pessoal”. Apoiando-se nesse pensamento, pode-se dizer que o modelo de
sociedade atual, tem ido de encontro com a essência da cidadania que é, em linhas
gerais, o direito de uma vida decente em um ambiente límpido e equilibrado.
Milton Santos (1997) traz também sua contribuição para discussão ao falar do
cidadão, afirmando que “é o indivíduo que tem a capacidade de entender o mundo,
a sua situação no mundo...”.
A cidadania é assumida aqui, portanto, como algo que se constrói
permanentemente, que não possui origem divina ou natural, nem é fornecida por
governantes, mas se constitui ao dar significado ao pertencimento do indivíduo a
uma sociedade, em cada fase histórica. (Loureiro, p.75)
Por isso, vemos a importância de educarmos para formarmos pessoas cidadãs,
pois, assim, teremos indivíduos que sabem o seu papel na sociedade, nesse
momento de crise ambiental, além de participantes nesse processo para garantir a
todos o direito de viver decentemente.
No entanto, é importante ressaltar que a “simples percepção e sensibilização para a
problemática ambiental não expressão aumento de consciência, o que faz com que
se retome o argumento sobre cidadania: a consciência, para ser ecológica, precisa
ser crítica”. (Loureiro, p.32).
Assim, é imprescindível refletirmos acerca da finalidade da educação, seus objetivos
e, acima de tudo, seu papel social, para que assim, ela possa responder às novas
exigências que emergem na sociedade, entre estas as questões referentes à
cidadania. Educar nessa direção é compreender que a
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cidadania significa prática de vida: na família, na escola, no trabalho, na
comunidade, na igreja e no conjunto da sociedade. Formando hábitos, atitudes e
mudanças de mentalidades, calcada nos valores da solidariedade, da justiça, do
respeito ao outro e ao mundo que vivemos.
Nessa concepção de educação para formação da cidadania, qual tem sido o papel
da escola? Responder esse questionamento é essencial, pois, compreendemos que
a escola nos seus diferentes níveis e modalidades de ensino, deve assumir, hoje,
essa formação, o que parece inquestionável, segundo Vera Candau, que diz que
“formar para cidadania... é um objetivo irrenunciável da escola, e essa preocupação
passa necessariamente pela afirmação teoria-prática dos direitos humanos”
(Candau ,p.13).
Humberto Silva (1996), também defende esse pensamento ao considerar a escola
como o lugar diferenciado para a educação em direitos humanos, “por que é onde
se dá a transmissão cultural e a formação para a convivência social. Ela se
encarrega de transmitir cultura às novas gerações, por isso, valores e hábitos”.
Portanto, é papel da escola trabalhar nessas perspectivas já mencionadas, como
propõe também os diversos autores aqui citados, cumprindo assim, a sua função
social, que é de garantir a socialização dos conhecimentos básicos à formação do
cidadão. No que concerne à relação entre cidadania e educação, a lei 5.692 tem
como objetivos a auto-realização do educando, a qualificação para o trabalho e o
preparo para o exercício consciente da cidadania (Savaiani, 1987).
Vemos que essa formação para cidadania é importante, pois forma não um mero
recipiente de conteúdos para o mercado de trabalho, mas, pessoas com as
competências, estado de espírito, motivações e o sentido de participação e
engajamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente para
resolver os problemas atuais e impedir que eles se repitam.
No entanto, Alfredo Bosi (1988) afirma acredita que trabalhar nesta perspectiva, é
vivenciar processos de sensibilização, percepção e reflexão sobre a temática, o que
implica também mudança de mentalidade, cujo caminho se
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dá através da formação inicial e continuada dos educadores. Assim, a formação do
educador coloca-se como uma exigência, pois sabemos que é necessário operar
uma mudança radical do modelo de formação da escola e, consequentemente, do
educador.
Isso nos mostra que é importante que as escolas estejam prontas, diante desse
processo de inserção da temática ambiental na educação, da mesma forma, os
educadores precisam está preparados, no sentido de conhecer a temática
ambiental: conceitos, finalidades e propostas, para que possam assim, durante suas
aulas, fazerem a interação dos conteúdos ensinados nas disciplinas curriculares, de
forma interdisciplinar, como foi proposto tanto na Conferencia sobre a Educação
Ambiental e pelos os PCNs.
Embora acreditemos que a educação tem, sem sobra de duvida, poder para
contribuir no processo de atenuar a crise ambiental, não a consideramos como o
único ou principal instrumento de mudanças de estruturas políticas, econômicas ou
culturais – que seria o que muitos autores apontam como “utopismo pedagógico”,
“otimismo pedagógico” ou ainda “panacéia“ (LIMA, 1999).
Ao pensarmos na relação entre cidadania e meio ambiente, faz-se necessário
remeter ao conceito de ecocidadania, que se refere a uma ética ecológica. Esse
conceito amplia as dimensões presentes na concepção clássica de cidadania, como
direitos civis, políticos e sociais, na medida em que insere a busca e defesa por
direitos humanos e pelas demais formas vivas; o senso de responsabilidade social e
relativa à natureza; e o senso de pertencimento a uma sociedade global (Loureiro,
2000).
Nesse sentido, a Educação Ambiental não pode ser concebida apenas como um
conteúdo escolar, pois implica uma tomada de consciência de uma complexa rede
de fatores políticos, econômicos, culturais e científicos. (Castro & Baeta, 2000). O
que elucida o papel primordial da Escola – formar cidadãos.
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CONCLUSÃO
Como vimos ao longo do texto, vivemos um momento sócio histórico marcado por
uma notável multiplicação de riscos naturais e tecnológicos e pela permanente
sobra da incerteza, ambos característicos da modernidade avançada. A crise
ambiental que vivenciamos, mais que “ecológica”, é produto das contradições e das
crises da razão e do progresso. (Loureiro, 2000).Santos lembra-nos o alerta de
Benjamim (apud Santos, 1995: 45) ao afirmar que a “crise, a verdadeira crise, é
continuar tudo como está”.
O que nos resta nesse ínterim é conhecer as opções que se configuram, como
suporte ao trabalho de conservação e transformação da realidade – a Educação
cidadã. A escola como “espaço de produção de saber (...) a ela não cabe prover a
verdade, mas caminhar em direção de sua eterna procura”. (Castro, Sparzziani,
Santos, 2002).
Assim, urge que haja uma crescente consciência dos problemas ambientais e da
importância de os sistemas educacionais busquem soluções urgentes para essa
situação. Ficando notório o papel da Escola nesse momento sociohistórico de crise
civilizatória.
Todavia, a responsabilidade pertence a todos, na busca da cidadania, aqui vista
como a criação de um novo modelo de sociedade, que possibilite a construção de
um planeta ecologicamente mais equilibrado e com menos desigualdades sociais.
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