educação e inclusão

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    ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA PERSPECTIVA INCLUSIVA: UMA

    ANÁLISE DA REESTRUTURAÇÃO DAS PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO

    ESPECIAL

    Tânia Gonçalves Martins1 

    Sergio Vasconcelos de Luna2 

    Rua Jacuí, 40; bl.09, apto. 402 - Floresta. Belo Horizonte-MG. CEP: 31.110-050

    Telefone: 31- 34222141 / 92239721

    e-mail: [email protected]

    RESUMO

    O processo de inclusão está se tornando cada vez mais presente e tem provocado uma

    série de reestruturações em todos os meios em que se inscreve. Para atender a este paradigma,

    a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais implementou, em 2006, o Projeto

     Escolas Especiais: um novo tempo, mobilizando os profissionais das escolas especiais para

    reestruturar os serviços e revisar suas práticas para transformar estas instituições em Centro de

    Apoio para a Educação Inclusiva instituindo um novo modelo de atendimento. A presente

    pesquisa adotou, como marco inicial, as transformações vividas pelas Escolas Estaduais de

    Educação Especial de Belo Horizonte, para atuarem neste modelo de Centro de Apoio.

    Considerando que estas instituições contam com os serviços do psicólogo, e que este

    profissional foi envolvido neste processo de transformação, o estudo constitui-se numa

    pesquisa de campo desenvolvida com o objetivo de verificar as funções que os psicólogos se

    auto-atribuíam, buscando compreender como vinham reestruturando suas práticas para

    atender à perspectiva inclusiva e para atuar nas escolas especiais reconfiguradas como

    Centros de Apoio. O delineamento metodológico desenvolveu-se por meio de entrevista

    individual semi-estruturada visando a identificação e análise das funções que os psicólogos

    1 Psicóloga, discente do Curso de Mestrado em Educação: Psicologia da Educação. Pontifícia Universidade

    Católica de São Paulo2 Orientador, docente do Curso de Mestrado em Educação: Psicologia da Educação. Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo

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    Inclusiva instituindo um novo modelo de atendimento. A presente pesquisa adotou, como

    marco inicial, as transformações vividas pelas Escolas Estaduais de Educação Especial de

    Belo Horizonte, para atuarem neste modelo de Centro de Apoio. Considerando que estas

    instituições contam com os serviços do psicólogo, e que este profissional foi envolvido neste

    processo de transformação, o presente estudo, que compreende a segunda fase de uma

    pesquisa de mestrado, foi realizada com o intuito de corroborar informações levantadas na

    fase inicial que buscou identificar as funções atribuídas ao psicólogo nos Projetos Político

    Pedagógicos (PPPs) implementados nas escolas no ano letivo de 2007.

    2. OBJETIVOS

     Verificar as funções que os psicólogos se auto-atribuíam, buscando compreender como

    vinham reestruturando suas práticas para atender à perspectiva inclusiva e para atuar nas

    escolas especiais reconfiguradas como Centros de Apoio.

     Analisar a compatibilidade entre as funções auto e hetero-atribuídas ao psicólogo

    comparando os dados levantados na análise documental (primeira fase do estudo) com asinformações fornecidas pelos entrevistados (fase atual do estudo).

    3. METODOLOGIA

    Local: Escolas Estaduais de Educação Especial de Belo Horizonte que atendem alunos

    com deficiência mental totalizando 07 instituições.Sujeitos: 14 psicólogos, que representam o grupo de profissionais que atuavam nas

    referidas escolas no ano letivo de 2007

    O delineamento metodológico desenvolveu-se por meio de entrevista individual semi-

    estruturada visando a identificação e análise das funções que os psicólogos que atuavam nas

    Escolas Estaduais de Educação Especial de Belo Horizonte, que atendem alunos com

    deficiência mental, declararam desempenhar para atender à perspectiva inclusiva.

    O material foi analisado com base em processos qualitativos de análise de conteúdo.

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    4. RESULTADOS

    O estudo revelou as funções que os psicólogos diziam assumir nas instituições e quais

    dentre elas atendiam à perspectiva inclusiva. Constatou-se que os psicólogos vêm mudando a

    sua forma de atuar nas escolas, envolvendo-se mais nas questões pedagógicas, ou seja, no

    planejamento, contribuindo na tomada de decisões ou mesmo participando dos eventos e,

    desta forma, desenvolvendo muitas atividades em equipe.

    Foi possível verificar, a partir das falas dos entrevistados, que eles conservaram em

    suas atuações muitas atividades que atendem às demandas do ensino especial nos moldes

    tradicionais, como as avaliações, os estudos de caso, o atendimento individual, de caráter

    emergencial, para alunos, professores e familiares. No entanto, foi constatado, que algumas

    funções institucionalizadas vêm sofrendo mudanças no caráter de atendimento respeitando a

    perspectiva inclusiva.

    Em alguns casos, as mudanças ocorridas nas escolas para atuar nos moldes de Centro

    de Apoio promoveram o surgimento de funções que, até então, não correspondiam ao

    repertório dos psicólogos que trabalhavam nas escolas especiais, como a coordenação de

    serviços, a capacitação de pessoal e a assessoria às escolas comuns. Em muitas escolas, estas

    funções foram instituídas no projeto político pedagógico elaborado para estruturar oatendimento das instituições para atender, no molde de Centro de Apoio, às escolas comuns.

    5. CONCLUSÃO

    O estudo permitiu concluir que a escola especial, no modelo de Centro de Apoio para

    as escolas comuns, ainda não se constitui em um referencial para a prática do Psicólogo, poisverificou-se uma variação nas perspectivas de atendimento prestado pelos mesmos – algumas

    funções eram desempenhadas com atividades que atendiam às demandas do ensino especial

    nos moldes tradicionais e outras, vinham ganhando contornos inclusivistas, seja em razão do

    serviço ao qual estavam ligadas, ou por uma mudança efetiva de concepção de atendimento

    por parte do profissional.

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    REFERÊNCIAS

    ABENHAIM, Evanir. Os Caminhos da Inclusão: breve histórico. In: MACHADO, Adriana.Marcondes et al. Psicologia e Direitos Humanos: educação inclusiva, direitos humanos naescola. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. p. 39-53.

    BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:Senado, 1988. 168p.

    BRASIL. Lei nº 9.394/96 ,  de dez. 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educaçãonacional. Diário Oficial da União. Brasília, 23 dez. 1996.

    CAMACHO, O. T. Atenção à diversidade e Educação Especial. In: STOÄUS,C. D.;

    MOSQUERA, J. J. M.  Educação Especial: em direção à educação inclusiva. Porto Alegre:EDIPUCRS, 2003. p. 09-13.

    MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Projeto Escolas Especiais: um novo tempo, 2006. Disponível em: Acesso em: 15 jul. 2006.

    PADILHA, Sandra Marisa Allebrandt; FREITAS, Soraia Napoleão. A instituiçãoespecializada no cenário da Educação Inclusiva: o contexto brasileiro. In: RODRIGUES,David; KREBS, Ruy; FREITAS, Soraia Napoleão (Orgs.).  Educação Inclusiva e

     Necessidades Educacionais Especiais. Santa Maria: UFSM, 2005. p. 13-43.