educação especial- aceitação obrigatória da matrícula ou inscrição de crianças/jovens com...
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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE S. JOÃO DA PESQUEIRA
Educação Especial
REGIMENTO INTERNO
Equipa de Educação Especial
PERIODO de EXECUÇÃO_ 2017/2021
ÍNDICE
ABREVIATURAS e SIGLAS UTILIZADAS----------------------------------------------------- 1
PREÂMBULO------------------------------------------------------------------------------------------- 2
PRIMEIRA PARTE – PROCEDIMENTOS LEGAIS--------------------------------------- 3
I– A EDUCAÇÃO ESPECIAL--------------------------------------------------------------------- 4
1.1- PRÍNCIPIOS ORIENTADORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL-------------------------- 4
1.2- OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL------------------------------------------- 4
1.3- COMPETÊNCIAS GERAIS DO DOCENTE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL -------------- 5
1.3.1- Deveres para com a Direção e /ou Coordenação Pedagógica----------- 6
1.3.2- Deveres para com o Conselho de Turma/ Diretor de Turma /Titular----- 6
1.3.3- Deveres para com os encarregados de Educação/Pais-------------------- 7
2. ENQUAFRAMENTO LEGAL DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ----------------------------- 8
2.1. PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO ---------------------------------------------- 9
2.2 PROCESSO DE AVALIAÇÃO ---------------------------------------------------- 10
3. PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL ------------------------------------------- 11
3.1- Um PEI é --------------------------------------------------------------------- 11
3.2- Elaboração/Coordenação/Avaliação: ---------------------------------------------- 12
3.3.- O Relatório ------------------------------------------------------------------ 13
4. PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO------------------------------------------------------- 13
5. MEDIDAS EDUCATIVAS------------------------------------------------------------------------- 14
II – PARTE: A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO AGRUPAMENTO --------- 20
1. O PAPEL EDUCATIVO DA EQUIPA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL---------------------------- 21
1.1 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DE ALUNOS PARA A EDUCAÇÂO ESPECIAL- 21
1.2- REFERENCIAÇÂO DOS ALUNOS--------------------------------------------------------- 22
1.3- PROCESSO DE AVALIAÇÃO----------------------------------------------------------- 23 1.4- A CONSTRUÇÃO DO PEI: As informações:----------------------------------------- 27
1.4.2- A elaboração do PEI---------------------------------------------------------------------------- 28
1.4.3- A Monitorização e avaliação do PEI-------------------------------------------------------- 28
1.4.4- A Construção do Plano Individual de Transição---------------------------------------- 29
1.4.5- A Avaliação Global do Aluno NEE----------------------------------------------------------- 30
2-O PAPEL DO DIRETOR DE TURMA/DOCENTE TITULAR NA IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS EDUCATIVAS DA E.E.------------------------------ 31
CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------------- 32
1
ABREVIATURAS e SIGLAS UTILIZADAS
NEE – Necessidades Educativas Especiais
PEI – Plano Educativo Individual
PE – Programa Educativo
DL – Decreto-lei
LSBE – Lei de Bases do Sistema Educativo
ONU – Organização das Nações Unidas
SPO – Serviços de Psicologia e Orientação
OMS – Organização Mundial de Saúde
M.E – Ministério da Educação
EE – Educação Especial CIF - CJ - Classificação Internacional de Funcionalidade para Crianças e
Jovens PIT – Programa Individual de Transição CEI – Currículo Específico Individual ACI – Adequações Curriculares Individuais
2
PREÂMBULO
Os docentes de educação especial são um recurso valioso do
Agrupamento de Escolas. A eficiência da sua intervenção está estreitamente
relacionada com o desenvolvimento organizacional dos estabelecimentos de
ensino e da política de Inclusão que norteia o Projeto Educativo do
Agrupamento.
Os apoios educativos abrangem todo o sistema de educação e ensino
não superior e desenvolvem-se com base na articulação dos recursos e das
atividades de apoio especializado existentes nas escolas, com vista à
promoção de uma escola inclusiva.
A educação especial tem por objetivo a inclusão educativa e social, o
acesso e o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, assim
como a promoção da igualdade de oportunidades, a preparação para o
prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação para a vida
profissional e para uma transição da escola para o emprego de crianças e
jovens com necessidades educativas especiais de caráter permanente. Sendo
que os valores enunciados são deveras valorizados no Projeto Educativo do
Agrupamento norteado por princípios de equidade, desta forma a Educação
Especial contribui fortemente para a valorização dos valores humanitários
preconizados no Projeto Educativo.
A finalidade deste guia é contribuir para um maior esclarecimento dos
docentes, com vista ao aperfeiçoamento da funcionalidade dos apoios
educativos e da adequação das respostas a proporcionar aos alunos com
necessidades educativas especiais. Assim está dividido em duas partes. A I
parte apresenta uma abordagem teórica, tendo por objetivos: definir Educação
Especial e facilitar a leitura, compreensão e aplicação do Decreto-Lei n.º
3/2008, de 7 de janeiro que regulamenta a Educação Especial, com a
finalidade de uniformizar procedimentos entre todos os elementos da
comunidade educativa do Agrupamento. A II parte refere-se à organização e
funcionamento da Educação Especial no Agrupamento.
3
I PARTE
PROCEDIMENTOS LEGAIS
4
I – A EDUCAÇÃO ESPECIAL
1.1- PRÍNCIPIOS ORIENTADORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A educação especial visa responder a necessidades educativas
especiais, decorrentes de limitações ou incapacidades, que se manifestam de
modo sistemático e com caráter prolongado, inerentes ao processo individual
de aprendizagem e de participação na vivência escolar, familiar e comunitária.
Essas limitações ou incapacidades são decorrentes de fatores limitadores
endógenos, que podem ser agravados por fatores ambientais, resultantes de
perda ou anomalia, congénita ou adquirida, ao nível das funções ou das
estruturas do corpo, nos domínios auditivo, visual, cognitivo, comunicacional,
incluindo ao nível da linguagem e da fala, motor e da saúde física.
As escolas devem então incluir nos seus projetos educativos as
adequações relativas ao processo de ensino e aprendizagem, de caráter
organizativo e de funcionamento, necessárias para responder adequadamente
às necessidades educativas especiais de caráter permanente das crianças e
jovens, com vista a assegurar a sua maior participação nas atividades de cada
grupo ou turma e da comunidade escolar em geral.
O Decreto-Lei n.º 3/2008 e a Portaria 275-A de 11 de Setembro de 2012
definem as competências/objetivos da Educação Especial, os quais devem ser
fomentados pelos docentes da Educação Especial. Por sua vez o Despacho
Normativo nº1-F/2016, de 5 de abril, define o processo de avaliação dos alunos
com NEE. Assim é de mencionar que presentemente os referidos alunos (2º, 3º
ciclos e Secundário), apenas são avaliados com níveis de 1 a 5 e de 0 a 20, tal
como os restantes alunos de acordo com a nova legislação em vigor e que se
objetiva no esclarecimento enviado pela direção geral da educação de 5 de
setembro de 2017.
1.2- OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Fomentar a justiça e solidariedade social;
Promover a não discriminação e combate à exclusão social;
Facilitar a igualdade de oportunidades no acesso e sucesso educativo;
5
Proporcionar a participação ativa dos pais no processo educativo;
Reger o processo educativo pelos princípios da confidencialidade da
informação;
Promover uma política de qualidade educativa orientada para o sucesso
educativo;
Planear um sistema de educação flexível que vise a equidade educativa,
ao nível da deteção e resposta;
Adequar diferentes estratégias, conteúdos, recursos, processos,
procedimentos instrumentos e tecnologias de apoio que respondam à
diversidade dos alunos com NEE.
1.3-COMPETÊNCIAS GERAIS DO DOCENTE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
Promover uma política de qualidade educativa orientada para o sucesso
educativo;
Planear um sistema de educação flexível que vise a equidade educativa,
ao nível da deteção e resposta;
Prestar apoio educativo à escola no seu conjunto, ao professor, ao aluno
e à família e colaborar na organização e gestão dos recursos e das
medidas diferenciadas a introduzir no processo de ensino e
aprendizagem;
Contribuir ativamente para a diversificação de estratégias e métodos
educativos de forma a promover o desenvolvimento e a aprendizagem
de todas crianças e jovens da escola;
Colaborar no desenvolvimento das medidas previstas no Decreto-Lei nº
3/2008 de 7 de Janeiro, e a Portaria 275-A de 11 de Setembro de 2012
relativas a alunos com necessidades educativas especiais;
Apoiar os alunos e respetivos professores, no âmbito da sua área de
especialidade, nos termos que forem definidos no Projeto Educativo do
agrupamento;
6
Participar na melhoria das condições e do ambiente educativo do
agrupamento, numa perspetiva de fomento da qualidade e da inovação
educativa;
Elaborar os relatórios individuais de cada aluno bem como das
atividades realizadas e enviá-lo ao conselho de turma ou docentes;
Contribuir para a avaliação de novos casos de acordo com o previsto no
Decreto-Lei 3/2008 de 7 de Janeiro;
Fomentar a participação de todos os alunos no Plano Anual de
Atividades do Agrupamento.
1.3.1- Deveres para com a Direção e /ou Coordenação Pedagógica
Colaborar com a Direção do Agrupamento na deteção de necessidades
educativas específicas e na organização e incremento dos apoios
educativos adequados;
Assegurar respostas específicas diferenciadas, que permitam maior
participação nas atividades;
Colaborar com a Direção e com os professores na gestão flexível dos
currículos e na sua adequação às capacidades e aos interesses dos
alunos, bem como às realidades locais.
1.3.2- Deveres para com o Conselho de Turma/ Diretor de Turma /Titular de Turma
Analisar com estes órgãos as especificidades dos alunos e promover a
referenciação daqueles que eventualmente apresentem Necessidades
Educativas Especiais;
Desencadear o processo de avaliação pedagógica e psicológica se
necessária;
Analisar em conjunto com Diretor de Turma/ Professor Titular de turma
os resultados da avaliação técnico-pedagógica, devendo integrar,
sempre que possível, a avaliação de outros técnicos intervenientes e
cujo resultado remete para a utilização da CIF (Classificação
Internacional de Funcionalidade);
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Colaborar na elaboração do Programa Educativo Individual do aluno,
como parte integrante do processo individual do aluno; sendo contudo
que este é da responsabilidade do diretor de turma/titular de turma;
Colaborar na elaboração/implementação do Plano Individual de
Transição (PIT);
Sugerir encaminhamento de alunos para outras estruturas de apoio,
caso não se enquadrem na Educação Especial;
Participar nas reuniões de avaliação trimestrais, sempre que solicitado
pelo Diretor de Turma/Titular de Turma, ou em outras, caso seja
pertinente e de comum acordo;
Fornecer informações pertinentes sobre os alunos com NEE, nas
reuniões;
Contribuir para a permanente atualização da documentação relativa aos
Processos Individuais dos alunos com NEE;
Elaborar em colaboração com o diretor de turma/titular de turma um
relatório circunstanciado, no final do ano escolar, de acordo com as
orientações do Decreto-lei 3/08;
Reunir com o Encarregado de Educação para levantamento de dados
pertinentes e preenchimento de documentos, assegurando o caráter
sigiloso dos mesmos;
Promover o envolvimento dos Encarregados de Educação no
acompanhamento dos seus educandos;
Facilitar a participação ativa dos E. de Educação/pais na construção do
P.E.I e do P.I.T.;
Informar/colaborar com os Encarregados de Educação no
prosseguimento de estudos e/ou integração na vida activa.
1.3.3- Deveres para com os encarregados de Educação/Pais
Fomentar a articulação escola/pais/médicos/técnicos envolvidos no
processo educativo do aluno;
Proporcionar respostas educativas utilizando os recursos existentes no
meio, valorizando o mundo sócio afetivo do aluno;
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Fomentar a participação ativa dos pais/ encarregados de educação no
processo de ensino global do aluno.
2- ENQUADRAMENTO LEGAL DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Atualmente a Educação Especial rege-se pelo Decreto-Lei nº3/2008,
de 7 de Janeiro (revoga o Dec-Lei nº319/91, de 23 de Agosto, entre outros
diplomas) e pela Portaria 275-A de 11/9/12. Por sua vez, o Despacho
Normativo nº1-F/2016, de 5 de abril, define o processo de avaliação dos alunos
com NEE. Assim é de mencionar que presentemente os referidos alunos (2º, 3º
ciclos e Secundário), apenas são avaliados com níveis de 1 a 5 e de 0 a 20, tal
como os restantes alunos de acordo com a nova legislação em vigor e que se
objetiva no esclarecimento enviado pela direção geral da educação de 5 de
setembro de 2017.
O decreto-lei (nº3/2008, de 7 de janeiro) estabelece os diferentes
parâmetros pelos quais os docentes se devem orientar na aplicação do
processo ensino-aprendizagem destinado aos alunos com limitações
significativas, assim esclarecem-se os diferentes artigos:
ÂMBITO (Art.º1º):
Define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e
nos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo.
Dirige-se a crianças/alunos com limitações significativas ao nível da
atividade e participação, decorrentes de alterações funcionais e estruturais de
caráter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível:
- da comunicação;
- da aprendizagem;
- da mobilidade;
- da autonomia;
- do relacionamento interpessoal;
- da participação social.
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PRINCÍPIOS ORIENTADORES (Art.º 2º e 3º)
- Igualdade de oportunidades no acesso e sucesso educativo;
- Aceitação obrigatória da matrícula ou inscrição de crianças/jovens com
Necessidades Educativas Especiais (NEE) de carácter permanente;
- Prioridade na matrícula;
- Os pais/encarregados de educação têm o direito e dever de participar
ativamente, exercendo poder paternal tendo acesso a toda a informação
constante no processo educativo;
- Sempre que os pais ou encarregados de educação não concordem com as
medidas propostas pela escola têm o direito de recorrer aos serviços regionais
do Ministério da Educação, mediante a apresentação de um documento escrito
no qual fundamenta as razões da sua discordância. Constituem exceção as
situações em que estes, comprovadamente, não exerçam o seu direito de
participação no processo educativo dos seus filhos.
- Cabe à escola desencadear as respostas educativas adequadas quando,
comprovadamente, os pais/encarregados de educação não exerçam o seu
direito de participação;
- Confidencialidade da informação (vincula ao dever de sigilo os membros
da comunidade educativa que tenham acesso à informação técnica e
educativa).
PROCEDIMENTOS
2.1. PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO (Art.º 5º):
Pressupõe a sinalização da criança/aluno, detetando os fatores de risco
associados às limitações ou incapacidades e de eventual existência de
necessidades educativas especiais;
Efetua-se por iniciativa: dos pais/enc. de educação; dos serviços de
intervenção precoce; dos docentes; dos serviços da comunidade, tais
como: serviços de saúde, serviços da educação e outros.
Faz-se mediante preenchimento de um formulário para referenciação,
disponibilizado pelo agrupamento e dirigido aos órgãos de
administração e gestão, o qual:
Explica as razões que levaram à referenciação da criança/aluno e se
anexa toda a documentação relevante para o processo da avaliação da
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situação (e.g. relatórios: médicos; psicológicos; terapêuticos;
pedagógicos...)
2.2. PROCESSO DE AVALIAÇÃO (Art.º 6º)
- Compete à Direção desencadear os seguintes procedimentos:
Solicitar ao Departamento de Educação Especial e ao Serviço de
Psicologia (SPO) e à equipa de Educação Especial, um relatório técnico-
pedagógico que identifique (caso se justifique):
a) as razões que determinam as NEE do aluno;
b) a sua tipologia: condições de saúde; doença; incapacidade.
Obs.: Neste relatório constam os resultados decorrentes da avaliação, tendo
por referência a CIF – CJ.
Solicitar ao Departamento de Educação Especial que determine:
a) os apoios especializados;
b) as adequações no processo de ensino aprendizagem;
c) as tecnologias de apoio.
Solicitar ao Departamento de Educação Especial e ao Serviço de
Psicologia (SPO) que encaminhe os alunos para os apoios que a escola
disponibiliza e que se adequam à sua situação específica (alunos que
não apresentam necessidades que justifiquem a intervenção dos
serviços da educação especial).
Assegurar a participação ativa dos pais/enc. de educação e a sua
anuência.
Homologar o relatório técnico-pedagógico.
Compete ao Conselho Pedagógico aprovar o Programa Educativo
Individual (Artº. 10º), elaborado a partir do relatório técnico-pedagógico, e à
direção homologá-lo.
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Obs.: Após a referenciação do aluno, a avaliação e a elaboração do Programa
Educativo deve ficar concluída no prazo de 60 dias, assim como a aprovação
do PEI, pelo Conselho Pedagógico e sua homologação pela direção.
3. PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL - PEI (Art.º 8º, 9º, 10º, 11º, 12º e
13º)
O modelo de Programa Educativo Individual (PEI): É aprovado em
Conselho Pedagógico e inclui obrigatoriamente:
(i) A identificação do aluno;
(ii) A história escolar e pessoal relevante;
(iii) A caraterização dos indicadores de funcionalidade e do nível de
aquisições e dificuldades do aluno (por referência à CIF);
(iv) Os fatores ambientais que funcionam como facilitadores ou como
barreiras à participação e à aprendizagem;
(v) A definição das medidas educativas a aplicar;
(vi) A discriminação dos conteúdos, dos objectivos gerais e específicos a
atingir e das estratégias e recursos humanos e materiais a utilizar e
formas de avaliação do aluno;
(vii) O nível de participação do aluno nas atividades educativas da escola;
(viii) A distribuição horária das atividades previstas;
(ix) A identificação dos técnicos responsáveis;
(x) A definição do processo de avaliação da implementação do PEI;
(xi) A data e a assinatura dos participantes na sua elaboração e dos
responsáveis pelas respostas educativas a aplicar.
3.1- Um PEI é …
Um documento que garante o direito à equidade educativa do aluno com
NEE de caráter permanente;
Um instrumento de trabalho que descreve o perfil de funcionalidade por
referência à CIF – CJ do aluno e estabelece as respostas educativas
específicas requeridas por cada aluno em particular;
Responsabiliza a escola e os encarregados de educação pela
implementação das medidas educativas que promovam a aprendizagem
e a participação dos alunos com NEE;
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É um instrumento que deve ser regularmente revisto e reformulado, uma
vez que se fundamenta numa avaliação compreensiva e integrada do
funcionamento do aluno, passível de sofrer alterações.
3.2- Elaboração/Coordenação/Avaliação:
No Pré-escolar e 1º Ciclo
a) O PEI é elaborado, de forma conjunta e obrigatoriamente, pelo
docente do grupo ou turma, pelo docente de educação especial, pelos
encarregados de educação e outros elementos/serviços que se considerem
relevantes.
b) O coordenador e responsável do PEI é o educador de infância ou o
professor titular de turma do 1ºCiclo.
No 2º/3º Ciclos e Secundário:
a) O PEI é elaborado, conjunta e obrigatoriamente, pelo diretor de turma,
pelo docente de educação especial, pelos encarregados de educação e outros
elementos/serviços que se considerem relevantes.
b) O coordenador e responsável pela elaboração do PEI é o diretor de
turma.
Monitorização/Avaliação:
- O PEI é revisto, obrigatoriamente, no final de cada nível de educação e
ensino e no final de cada ciclo; realizando-se uma monitorização alargada.
- A monitorização/avaliação da implementação das medidas é realizada em
cada um dos momentos da avaliação sumativa interna da escola (reuniões de
avaliação);
- A monitorização deve assumir caráter de continuidade, devendo ser
usadas diversas estratégias, designadamente, observação direta, construção
de portefólios, provas de avaliação, autoavaliação do aluno, avaliação de
pares, etc.;
- Nas reuniões de avaliação, os intervenientes devem partilhar as suas
percepções relativamente ao desempenho do aluno e progressos verificados,
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de forma a definir ou redefinir prioridades (Preparação individual da reunião da
equipa);
- Os resultados obtidos por cada aluno, resultantes das medidas aplicadas,
bem como a continuidade dessas medidas ou alterações necessárias a
introduzir no PEI serão mencionados num relatório circunstanciado a
elaborar no final de cada ano letivo.
3.3- O Relatório deve:
Ser elaborado pelo educador de infância, professor do 1ºCiclo ou
diretor de turma, professor de educação especial, psicólogo,
docentes e técnicos que acompanham o processo educativo do
aluno;
Explicitar a necessidade, ou não, de o aluno continuar a beneficiar
de adequações no processo de ensino/aprendizagem;
Propor as alterações necessárias ao Programa Educativo Individual;
Ser aprovado em Conselho Pedagógico e pelo Encarregado de
educação;
Constituir parte integrante do processo individual do aluno;
Ter anexado o PEI e obrigatoriamente ser disponibilizado ao
estabelecimento de ensino que receba o aluno, para
prosseguimento de estudos ou em resultado de processo de
transferência.
Obs.: O PEI constitui o único documento válido para efeitos de aplicação de
qualquer adequação ao processo de ensino e aprendizagem, bem como para
efeitos de distribuição de serviço docente e não docente e constituição de
turmas.
4. PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO – PIT (ARTº 14º - complementar ao
PEI)
O PIT é um documento que:
Consubstancia o projeto de vida do aluno, para uma vida em sociedade
com adequada inserção social e familiar ou numa instituição que
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desenvolva atividades de caráter funcional e, sempre que possível, para
o exercício de uma atividade profissional;
Perspetiva um processo dinâmico, a curto, médio e longo prazo, com o
objetivo de promover a capacitação e a aquisição de competências
sociais necessárias à inserção familiar e comunitária;
Deve ser flexível, para responder a mudanças de valores e experiências;
Deve responder às expetativas dos pais sobre o futuro do seu filho e aos
desejos, interesses, aspirações e competências do jovem;
Deve definir a etapa, que é necessário, percorrer e as ações a
desenvolver, desde o presente até à conclusão do percurso educativo,
para que o aluno consiga tornar real o seu projeto de vida;
Não deve duplicar a informação constante no PEI, mas sim acrescentar
informação específica relativa ao processo de transição;
É elaborado pela equipa responsável do PEI, em conjunto com o jovem,
a família e outros profissionais, nomeadamente das áreas da segurança
social e serviços de emprego e formação profissional;
A implementação do PIT inicia-se três anos antes da idade limite de
escolaridade obrigatória; atualmente os 18 anos de idade, sendo que a
Portaria 275-A de 11/9 /12, especifica as medidas a se tomarem;
Deve ser datado e assinado por todos os profissionais que participam na
sua elaboração, bem como pelos pais/encarregados de educação e,
sempre que possível, pelo próprio aluno.
5. MEDIDAS EDUCATIVAS (Art.º 16º, 17º, 18º, 19º, 20º, 21º, 22º e 23º)
A adequação do processo de ensino e de aprendizagem tem por objetivo
facilitar o acesso ao currículo, à participação social e à vida autónoma das
crianças e jovens com NEE. Pressupõe uma abordagem assente nos princípios
da diferenciação e da flexibilização do currículo:
Áreas curriculares e disciplinas;
Objetivos e competências;
Conteúdos;
Metodologias;
Modalidades de avaliação;
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Organização e gestão do espaço, do tempo, dos recursos humanos,
materiais e financeiros.
A adequação deste processo vai exigir, por parte da escola, mudanças na
sua organização de forma a encontrar e a desenvolver, para todos os alunos,
as respostas educativas mais adequadas.
No que respeita à intervenção dos docentes, esta terá que assentar em
estratégias de diferenciação pedagógica e numa intervenção especializada.
Desta forma, será possível uma regulação individualizada dos processos e
percursos de aprendizagem, competindo aos profissionais encontrar
estratégias de ensino adequadas às formas de aprendizagem dos alunos. Este
facto implica uma prática diversificada de estratégias, atividades e métodos,
seja em grande grupo, sejam direcionadas para o aluno individualmente.
5.1-Constituem-se como Medidas Educativas:
a) Apoio pedagógico personalizado;
b) Adequações curriculares individuais;
c) Adequações no processo de matrícula;
d) Adequações no processo de avaliação;
e) Currículo específico individual;
f) Tecnologias de apoio.
Obs.: As medidas referenciadas poderão ser aplicadas cumulativamente, à
excepção das alíneas b) e e) que não são cumuláveis entre si (ou beneficia de
Adequações Curriculares Individuais ou de Currículo Específico Individual).
a) Apoio pedagógico personalizado
Apoio Pedagógico Personalizado pressupõe
Reforço das estratégias a desenvolver ao nível da organização, do
espaço e das atividades;
Estímulo e reforço das competências e aptidões envolvidas na
aprendizagem;
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Antecipação e reforço da aprendizagem dos conteúdos lecionados
no seio do grupo ou da turma;
Reforço e desenvolvimento de competências específicas;
Obs. O apoio referido nos pontos anteriores é prestado pelo educador de
infância, pelo professor da turma (1.º Ciclo) ou pelo professor da disciplina
(2.º e 3.º ciclos e ensino secundário). A medida apoio pedagógico
personalizado, apenas requer a intervenção direta do docente da educação
especial, quando há necessidade de construir PEI, dado haver a
necessidade de se realizarem atividades que se destinem ao reforço e
desenvolvimento de competências específicas, não passíveis de
serem efectuadas pelo docente da turma/grupo/disciplina. Entende-se
por competências específicas, entre outras, as que são desenvolvidas no
âmbito:
Da aprendizagem do Braille;
Da orientação e mobilidade;
Do treino de visão; Da leitura e da escrita para alunos surdos
(competências de escrita transversais ao currículo);
Da comunicação aumentativa e alternativa;
Do desenvolvimento de competências de autonomia pessoal e
social do aluno, que exigem actividades de cariz funcional, com
tempos e espaços próprios e sistematização de estratégias
específicas.
b) Adequações curriculares individuais
As adequações curriculares individuais têm como padrão o currículo
comum, assim na formulação do PEI, estas devem obedecer
No pré-escolar as adequações têm de respeitar as orientações
curriculares;
No ensino básico as adequações não podem colocar em causa a
aquisição das metas finais de ciclo;
No ensino secundário as adequações não podem colocar em causa as
competências essenciais das disciplinas e as metas finais de ciclo.
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As adequações podem consistir na introdução de áreas curriculares
específicas que não façam parte da estrutura curricular comum,
designadamente a leitura e a escrita em Braille, orientação e mobilidade, treino
de visão e atividade motora adaptada, entre outras, permitindo o acesso ao
currículo comum, bem como uma maior autonomia. Estas adequações podem
ainda traduzir-se na introdução de objetivos e conteúdos intermédios ou na
dispensa de atividades sempre que o nível de funcionalidade do aluno dificulte
acentuadamente, ou impossibilite, a sua execução. A dispensa de atividades
deverá ser aplicada, única e exclusivamente, quando o recurso a tecnologias
de apoio não for suficiente para permitir a sua realização.
c) Adequações no processo de matrícula
As adequações no processo de matrícula garantem aos alunos com
NEE as seguintes regalias:
Todos os alunos com NEE podem frequentar o JI ou a escola
independentemente da sua área de residência;
Aos alunos surdos, cegos, ou com baixa visão, é dada prioridade na
matrícula em escolas de referência;
Os alunos com perturbações do espectro de autismo, multideficiência,
ou surdo cegueira congénita, podem matricular-se e frequentar escolas
com unidades de ensino especializado independentemente da sua área
de residência;
Pode ser concedido o adiamento de matrícula no 1.º ano de
escolaridade, devidamente fundamentado, apenas por um ano, não
sendo possível a sua renovação. Esta medida deve ser entendida como
uma excepção e não como uma regra;
No caso do 2.º e 3.ºciclos e no ensino secundário, a matrícula pode ser
feita por disciplinas, desde que não seja alterada a sequencialidade do
regime educativo comum.
d) Adequações no processo de avaliação
O processo de avaliação dos alunos com NEE, à exceção dos que têm um
currículo específico individual, segue as normas de avaliação definidas para os
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diferentes níveis e anos de escolaridade, podendo, no entanto, proceder-se a
adequações que, entre outras, consistem:
Na alteração do tipo de provas;
Nos instrumentos de avaliação e de certificação;
Nas formas de avaliação;
Nos meios de comunicação a utilizar;
Na periodicidade, duração e local das avaliações.
e) Currículo específico individual
O currículo específico individual consiste na substituição das competências
definidas para cada nível de educação e ensino e pressupõe a introdução,
substituição, e/ou eliminação de objetivos e conteúdos, em função do nível da
funcionalidade do aluno, inclui conteúdos referentes:
À autonomia pessoal e social;
Ao desenvolvimento de atividades de carácter funcional centradas em
contextos de vida;
À comunicação;
À organização do processo de transição para a vida pós-escolar.
Obs.: O desenvolvimento deste tipo de currículo é assegurado pela
Direção e pelo Departamento de Educação Especial. Os alunos que
beneficiam de currículo específico individual (currículos alternativos na
anterior legislação) não estão sujeitos ao regime de transição de ano
escolar, nem ao processo de avaliação do regime comum, sendo fixados
os critérios específicos de avaliação no respetivo PEI. Contudo o Despacho
Normativo nº1-F/2016, de 5 de abril, define o processo de avaliação dos alunos
com NEE. Assim é de mencionar que presentemente os referidos alunos (2º, 3º
ciclos e Secundário), apenas são avaliados com níveis de 1 a 5 e de 0 a 20, tal
como os restantes alunos de acordo com a nova legislação em vigor e que se
objetiva no esclarecimento enviado pela Direção Geral da Educação de 5 de
setembro de 2017.
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f) Tecnologias de apoio
São um conjunto de dispositivos e equipamentos facilitadores que se
destinam:
A melhorar a funcionalidade;
A reduzir a incapacidade;
A permitir o desempenho de atividades;
A permitir a participação nos domínios da aprendizagem e da vida social
e profissional.
As tecnologias de apoio podem ser utilizadas em diferentes áreas, tais
como:
Cuidados pessoais e de higiene;
Mobilidade;
Adaptações para mobiliário e espaço físico;
Comunicação, informação e sinalização;
Recreação.
6- Serviço Docente (Artigos 7.º e 28.º)
No âmbito do serviço docente, os processos de referenciação e de
avaliação assumem caráter prioritário e obrigatório, devendo os docentes
priorizar a sua execução sobre toda a atividade docente, integrando-a na sua
componente não lectiva do seu horário de trabalho.
Aos docentes da educação especial compete lecionar as áreas
curriculares específicas (leitura e escrita em Braille, orientação e mobilidade,
treino de visão e atividade motora adaptada), bem como os conteúdos
conducentes à autonomia pessoal e social dos alunos, definidos no currículo
específico individual. É, ainda, da responsabilidade destes docentes o apoio à
utilização de materiais didáticos adaptados e de tecnologias de apoio. Compete
aos docentes dos alunos surdos em ensino bilingue: lecionar as diferentes
disciplinas ou áreas curriculares, bem como a língua portuguesa – 2º língua
(LP2) nos diferentes níveis de educação e ensino para os quais têm habilitação
profissional. É ainda da sua competência a antecipação e reforço das
aprendizagens, a elaboração e adaptação de materiais, no domínio da leitura e
da escrita do currículo.
20
II PARTE
A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO AGRUPAMENTO
21
1- O PAPEL EDUCATIVO DA EQUIPA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
De acordo com o Decreto-Lei 3/2008 de 7 de Janeiro, a equipa de
educação especial, em colaboração com outros técnicos devem assegurar a
existência de condições de inclusão aos alunos com NEE que frequentam os
estabelecimentos de ensino regular do Agrupamento.
A forma de organização desta Equipa deve constar no Regulamento
Interno do Agrupamento e orienta-se pelo presente Regimento.
No Agrupamento, os docentes deverão recorrer a esta equipa para todo
e qualquer assunto relacionado com as Necessidades Educativas Especiais
dos seus alunos. Desta forma sempre que um aluno revele dificuldades
acrescidas no processo educativo deve proceder-se à sua referenciação. Feita
a deteção do problema pelo docente da turma, encarregado de educação ou
outros deverá ser enviado o pedido, por escrito e em formulário próprio, à
direção que encaminha para a equipa de E.E.
A referenciação consiste na comunicação/formalização de situações que
possam indiciar a existência de necessidades educativas especiais de caráter
permanente. Neste primeiro momento, devem ser indicados quais os
problemas detetados. Em termos gerais, a referenciação deve espelhar o
conjunto de preocupações relativas à criança ou jovem referenciado.
1.1 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DE ALUNOS PARA A EDUCAÇÂO ESPECIAL
Os docentes do Agrupamento devem considerar como elegíveis para
Educação Especial os alunos que apresentem limitações significativas ao nível
da atividade e participação num ou vários domínios da vida, decorrentes de
alterações funcionais e estruturais, de caráter permanente, resultando em
dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, mobilidade,
autonomia, relacionamento interpessoal e participação social; e devem ainda:
Apresentar um problema de caráter permanente ao nível das funções do
corpo em que a atividade e participação se apresentem gravemente
comprometidas;
22
Apresentar um distanciamento acentuado em termos de desempenho
entre a sua idade cronológica e a sua prestação efetiva, quando
comparado com os seus pares;
Ter uma condição (deficiência ao nível da função do corpo) que afete de
modo adverso o seu desempenho educacional pondo em causa o seu
potencial biopsicossocial;
Apresentar um problema que limita/restrinja as tarefas académicas,
afetando de forma significativa o desempenho educacional, com
extensão tal que necessite de intervenção especializada;
Ter beneficiado de outras medidas educativas, que não da educação
especial e estas não se tenham revelado eficazes;
Apresentar, numa grande parte ou na totalidade do seu percurso
educativo, limitações acentuadas num ou mais domínios da vida,
nomeadamente ao nível da aprendizagem e da participação social nos
diferentes contextos.
1.2- REFERENCIAÇÂO DOS ALUNOS Quando um aluno apresenta as caraterísticas enunciadas, estes devem
ser referenciados, para posteriormente serem avaliados pela equipa de E.E. A
referenciação consiste na comunicação e formalização de situações que
possam indiciar a existência de NEE de caráter permanente, seguida do
respetivo processo de avaliação. Os processos de referenciação e de avaliação
assumem um caráter obrigatório e prioritário, devendo os docentes priorizar a
sua execução sobre toda a atividade docente e desenvolver tal tarefa na
componente não letiva do seu horário de trabalho. A referenciação pode ser
efetuada, sempre que exista suspeita de que uma criança ou um jovem
necessita de uma resposta educativa no âmbito da educação especial e deve
obedecer aos seguintes trâmites:
A referenciação pode ser efetuada pelos Pais ou Encarregados de
Educação, pelos Serviços de Intervenção Precoce, por um Docente, por
Serviços da Comunidade (Serviços de Saúde, da Segurança Social, da
Educação ou outros);
23
Sempre que a referenciação seja feita por um qualquer serviço, os pais
deverão obrigatoriamente ser contactados para autorizar o início do
processo de avaliação;
A referenciação é feita à Direção do Agrupamento através do
preenchimento de formulário próprio disponibilizado pela escola;
Após a entrega do formulário, compete à Direção solicitar à equipa de
Educação Especial, a avaliação das crianças ou jovens referenciados e
a elaboração do respetivo relatório técnico-pedagógico.
1.3- PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Referenciada a criança ou jovem, a equipa de E.E. deve proceder a uma
avaliação que tem por objetivo recolher informações que permitam:
Verificar se está perante um caso com NEE de caráter permanente;
Dar orientações para a elaboração do Programa Educativo Individual
(adiante designado por PEI) e identificar os recursos adicionais a
disponibilizar;
Uma vez analisada a informação constante do processo de
referenciação, e se não se tratar de um caso cujas necessidades
educativas não exigem a intervenção da Educação Especial, a equipa
deverá proceder ao encaminhamento da situação para as estruturas de
apoio disponibilizadas pela escola, que mais se adeqúem à situação em
apreço, decisão que ficará registada na tomada de decisão;
Se, após a análise dos dados constantes da referenciação, se
considerar necessário proceder a uma avaliação especializada, a
Direção poderá solicitar a intervenção de outros técnicos ou serviços
(Serviços de Saúde, Centros de Recursos Especializados, Escolas ou
Unidades de Referência) para que, em conjunto com os encarregados
de educação, se constitua uma equipa pluridisciplinar, que avalie as
necessidades específicas de cada aluno nesta situação;
A avaliação terá como quadro de referência a Classificação Internacional
da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde para Crianças e Jovens (CIF-
CJ3), independentemente de outros meios complementares de
avaliação que a equipa de EE considerar pertinentes;
24
Após a confirmação da anuência do Encarregado de Educação, o
relatório Técnico-Pedagógico será homologado pela Direção e fará parte
integrante do processo individual do aluno;
Este processo de avaliação deverá estar concluído 60 dias após a
referência.
Obs. A Equipa de E.E. faz a avaliação e análise da situação nos diferentes
contextos: sala de aula, outros espaços da escola, meio familiar e social,
trocando informações com os vários intervenientes no processo.
Esquematizando, o processo desenvolve-se da seguinte forma:
Referenciação
A referenciação é feita aos órgãos de gestão da escola da área de residência sempre que se suspeita da existência de necessidades
educativas de carácter permanente.
O departamento de educação especial e os serviços de psicologia procedem ao encaminhamento dos alunos para os apoios disponibilizados pela escola, previstos no Projecto Educativo
O aluno necessita de uma avaliação especializada, por referência à CIF-CJ
AvaliaçãoO departamento de educação especial e os serviços de psicologia analisam a informação disponível e decidem
sobre a necessidade de uma avaliação especializada por referência à CIF-CJ
O aluno não necessita de uma avaliação especializada.
O aluno necessita de respostas educativas no âmbito da educação especial
O aluno não necessita de respostas educativas no âmbito da educação especial
Elaboração do PEI tendo por base os dados que constam do relatório técnico-pedagógico, resultantes da avaliação especializada e anteriormente realizada por referência à CIF-CJ
25
Realizado o processo de avaliação, podem surgir diferentes respostas
perante as dificuldades dos alunos de acordo com a legislação e tendo em
conta as disponibilidades do Agrupamento como:
Despacho 50/2005: Planos de recuperação, de
acompanhamento e de desenvolvimento
Turmas PCA
Aplicação de tutorias e de apoios educativos
Nos casos em que se verificam maiores limitações, o Decreto-lei 3/2008 de
7 de janeiro apresenta as respostas, como tal o Agrupamento disponibiliza as
seguintes medidas:
Apoio pedagógico personalizado – (artigo 17º)
Adequações curriculares individuais – (artigo 18º)
Adequações no processo de matrícula (artigo 19º)
Adequações no processo de avaliação (artigo 20º)
Currículo Específico Individual (artigo 21º)
Nestes casos específicos exige-se a construção do PEI, contudo na medida
apoio pedagógico personalizado, só existirá PEI, quando houver necessidade
de intervenção direta da equipa de E. E.
Como se pode verificar pelo esquema, o PEI será o documento pelo qual
se regerá o processo educativo do aluno, contudo para que a sua
exequibilidade tenha sucesso, este deve ser precedido pelo relatório técnico-
pedagógico.
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RELATÓRIO TÉCNICO-PEDAGÓGICO
Centro de Saúde
Unidades
Centro de recursos
Elaborado pela Equipa de Educação
Especial
Pais e outros
intervenientes
no processo
educativo
Onde consta:
• os resultados decorrentes da avaliação CIF
• a justificação das NEE e sua tipologia
Formulário
DIREÇÃ0
Homologação
Desde a referenciação até
conclusão do relatório e
homologação: 60 dias
O PEI é um documento concebido para responder adequadamente à
especificidade dos alunos com NEE e é considerado um instrumento
fundamental para a operacionalização e para a eficácia da adequação do
processo de ensino/aprendizagem.
O modelo de PEI a usar é elaborado pela Equipa de Educação Especial
e aprovado por deliberação do Conselho Pedagógico. O PEI é elaborado,
conjunta e obrigatoriamente, pelo docente titular do grupo ou da turma ou pelo
Diretor de Turma, pelo docente de Educação Especial e pelo Encarregado de
Educação e por outros intervenientes que façam parte da equipa educativa.
27
PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL
Coordenação:educador de infância, professor titular da turma ou diretor de turma
JI / 1º CICLO 2º, 3º CICLOS e SECUNDÁRI ODocente turma/grupo Diretor de turma
Equipa Docente E. Especial Equipa Docente E. EspecialEnc. Educação Enc. Educação
Equipa DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
SERVIÇOS DE PSICOLOGIA CENTROS DE SAÚDE *
Submetido a CONSELHO PEDAGÓGICO e
Homologado pela DIREÇÃ0
1.4- A CONSTRUÇÃO DO PEI 1.4.1- As informações:
A construção do PEI, deve obedecer às indicações previstas no Decreto-
lei n.º 3/2008 - Artigo 8º. Consta, assim, do PEI as seguintes informações:
Identificação do aluno;
Resumo da história escolar e outros antecedentes relevantes;
Indicadores de funcionalidade e fatores ambientais que funcionam como
facilitadores ou como barreiras à participação e à aprendizagem;
Definição das medidas educativas a implementar;
Discriminação dos conteúdos, dos objetivos gerais e específicos a atingir
e das estratégias e recursos humanos e materiais a utilizar;
Nível de participação do aluno nas atividades educativas da escola;
Distribuição horária das diferentes atividades previstas;
Identificação dos profissionais responsáveis;
Definição do processo de avaliação da implementação do PEI;
Data e assinatura dos participantes na sua elaboração e dos
responsáveis pelas respostas educativas a aplicar.
28
1.4.2- A elaboração do PEI
A elaboração do PEI obedece ao previsto no Decreto-lei n.º 3/2008 -
Artigo 10.º. O Programa Educativo Individual como se pode verificar pelo
esquema acima exposto, resulta de um trabalho de equipa no qual os principais
atores são: o docente titular de turma/diretor de turma, o docente de E.E. e os
encarregados de educação, podendo ainda contar-se com a colaboração de
diferentes técnicos.
Este trabalho de equipa permite:
A partilha de informação relativa ao funcionamento do aluno em vários
contextos;
Uma compreensão comum, por parte de todos os intervenientes, dos
facilitadores e barreiras ao desempenho do aluno;
Uma implicação mais ativa e responsável, por parte de todos, incluindo
os pais ou encarregados de educação;
Uma intervenção contextualizada e concertada.
1.4.3- A Monitorização e avaliação do PEI
A monitorização/avaliação do PEI realiza-se nos momentos de avaliação
sumativa interna da escola ou seja em cada trimestre letivo, devendo contudo
existir uma reflexão nas reuniões intercalares, a qual poderá implicar uma
reestruturação do PEI dado que este se deve adaptar ao processo de ensino-
aprendizagem do aluno. No final do ano letivo, elabora-se o Relatório
Circunstanciado, o qual reflete sobre a pertinência da continuidade ou não das
medidas educativas aplicadas a cada aluno.
O relatório circunstanciado deve seguir as seguintes normas:
Ser elaborado conjuntamente pelo Educador de Infância, pelo
Professor Titular de Turma ou pelo Diretor de Turma e pelo Professor
de Educação Especial e por outros profissionais, que tenham
acompanhado o desenvolvimento do processo educativo do aluno em
causa;
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Explicitar a necessidade, ou não, de o aluno continuar a beneficiar das
medidas educativas/ ou adequações no processo de
ensino/aprendizagem;
Propor as alterações necessárias ao PEI;
Ser aprovado pelo Encarregado de Educação e pelo Conselho
Pedagógico;
Ser parte integrante do processo individual do aluno. Ter em anexo o
PEI e ser obrigatoriamente disponibilizado ao Estabelecimento de
Ensino que receba o aluno, quer por transferência, quer para
prosseguimento de estudos e deve ainda fazer parte do Plano de
Turma.
1.4.4- A Construção do Plano Individual de Transição
O PIT é um documento regulador da aplicação da medida prevista no
art.º 14º do Decreto-lei 3/2008 (educação especial alínea e) – de acordo com
as indicações do PEI.
O Plano Individual de Transição é um documento que complementa o
PEI e destina-se a promover a transição para a vida pós-escolar e, sempre que
possível, para o exercício de uma atividade profissional com adequada
inserção social, familiar ou numa instituição de caráter ocupacional. A
implementação do PIT inicia-se 3 anos antes da idade limite de escolaridade
obrigatória.
O PIT é elaborado pela equipa responsável pelo PEI, em conjunto com o
próprio aluno, com a família próxima, e com outros profissionais, sempre que
necessário. Deve ser datado e assinado por todos os profissionais que
participam na sua elaboração, bem como pelos pais e, sempre que possível,
pelo próprio aluno.
Após o levantamento das necessidades e das oportunidades de
formação, deve estabelecer-se protocolos com os serviços ou instituições onde
o jovem vai realizar formação.
As informações do Plano Individual de Transição
Identificação do aluno
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Identificação da modalidade
Identificação do local e/ou instituição onde o Plano será implementado
Definição das etapas desde o presente até à conclusão do percurso
educativo
Discriminação das competências a desenvolver
Distribuição horária das atividades previstas
Identificação dos profissionais envolvidos na implementação do PIT
1.4.5- A Avaliação Global do Aluno NEE
A avaliação constitui uma parte integrante do processo de aprendizagem
de todos os alunos, devendo ser efetuada de forma contínua e formalizada no
final de cada período escolar, devendo contudo existir períodos intermédios de
avaliação formativa e de monitorização, os quais são preciosos para se refletir
sobre as dificuldades/ sucessos do aluno. Relativamente à avaliação de alunos
com NEE, esta é efetuada de acordo com as medidas educativas aplicadas ao
aluno, definidas no seu PEI e rege-se pelo decreto-lei n.º 3/ 2008 - Artigo 20.º,
ponto 1 e 2 e pelo despacho normativo n.º 6 /2010, de 19 de Fevereiro, os
quais apontam para os mesmos períodos de avaliação.
Os alunos que beneficiam de adequações curriculares individuais e
adequações no processo de avaliação, poderão usufruir de alteração no tipo de
provas, nos instrumentos de avaliação e certificação, bem como das condições
de avaliação, no que respeita, entre outros aspectos, às formas e meios de
comunicação e à periodicidade, duração e local da mesma.
A avaliação trimestral é formalizada quantitativamente e de forma
semelhante à dos restantes alunos.
Os alunos com currículos específicos individuais não estão sujeitos ao
regime de transição de ano escolar nem ao processo de avaliação caraterístico
do regime educativo comum. Conforme consta no despacho normativo n.º 6
/2010 (ponto 79) e no despacho normativo nº24-A/2012 de 6 de Dezembro
(artigo 8, ponto 10). Sendo que atualmente a avaliação expressa-se de forma
semelhante à dos restantes alunos. No entanto, a monitorização do PEI deve
exigir no 1º ciclo do ensino básico uma apreciação descritiva em todas as
31
áreas curriculares e no 2º e 3º ciclos e ensino secundário deve assumir
também uma apreciação descritiva.
A monitorização dever-se-á realizar ao longo dos diferentes períodos,
analisando-se até que ponto o aluno é capaz de cumprir as competências
definidas no currículo comum.
A monitorização incidirá nas áreas curriculares não disciplinares e áreas
curriculares que não façam parte da estrutura curricular comum (cujas
competências são diferentes das do currículo comum, tendo sido
individualmente definidas pelo professor, de acordo com as capacidades do
aluno).
Globalmente, a monitorização e avaliação deve ser consubstanciada
num relatório a elaborar no final do ano letivo, o qual reflete sobre a eficácia
das medidas educativas implementadas e sobre as medidas a aplicar
futuramente.
2- O PAPEL DO DIRETOR DE TURMA/DOCENTE TITULAR NA IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS EDUCATIVAS DA E.E.
O diretor de turma/docente titular é um parceiro imprescindível na
implementação das medidas educativas especiais. Em conjunto com o docente
de E.E., ocupam um papel de relevo na concretização do sucesso educativo e
na construção de uma escola inclusiva. São suas funções:
Coordenar a elaboração do PEI;
Realizar em conjunto com o docente de E.E. o PEI;
Participar na elaboração do relatório circunstanciado do PEI no final
do ano letivo;
Prestar apoio pedagógico personalizado ao nível do reforço das
estratégias, dos conteúdos e das competências e aptidões
envolvidas na aprendizagem;
Colaborar na implementação das medidas educativas decorrentes da
adequação do processo de ensino e aprendizagem, que visam
promover a aprendizagem e a participação dos alunos com
necessidades educativas especiais de carácter permanente.
32
CONCLUSÃO A Sociedade Contemporânea vive momentos de agitação e de
transformação que colocam em causa o seu equilíbrio. Tal facto não é uma
situação nova, a História ensina-nos que a evolução da vida na Terra nem
sempre é pacífica. Sempre que o Mundo “pula e avança”, na sua evolução
vertiginosa, causa conflitos. Esses conflitos são inevitáveis, mas urge que o
Homem saiba viver e adaptar-se de forma a encontrar um equilíbrio para o
mundo, para a Sociedade e para si, como Ser equilibrado e equilibrador.
O Homem construiu grandes feitos, porém deve estar consciente das
suas próprias limitações e dos que o rodeiam.
Este princípio põe de parte a velha filosofia de ensino segregadora que
colocava o portador de deficiência em escolas próprias e à margem de todos
os outros sistemas.
A promoção de uma escola inclusiva passa pelo princípio de que o
processo de ensino-aprendizagem deve ser predominantemente orientado
pelos princípios de igualdade de oportunidades educativas e sociais a que
todos os alunos, sem exceção têm direito.
A educação dos alunos com necessidades educativas especiais implica
assim, para além da colocação de crianças e jovens em escolas de ensino
regular, alterações estruturais no plano da cultura pedagógica.
O conceito de escola inclusiva vem, por sua vez, reforçar o direito de
todos os alunos a frequentarem o mesmo tipo de ensino, na medida em que
preconiza que os objetivos educacionais e o plano de estudos são os mesmos
para todos, independentemente das diferenças individuais de natureza física,
psicológica, cognitiva ou social que possam surgir.
A atenção às diferenças individuais e ao contexto de aprendizagem
implica uma flexibilização da organização escolar, das estratégias de ensino,
da gestão dos recursos e do currículo, de forma a proporcionar o
desenvolvimento maximizado de todos.
33
Uma das maiores dificuldades que decorre da operacionalização destes
princípios, no contexto de cada escola, diz respeito à concretização de um
ensino diferenciado e à planificação e gestão dos recursos humanos e técnicos
disponíveis para dar viabilidade.
O presente documento pretende perante as dificuldades constatadas,
contribuir para a construção de uma escola inclusiva no nosso Agrupamento,
dando a conhecer a legislação e os procedimentos internos para se atender
com eficácia aos alunos NEE. Constitui um documento aberto e flexível sendo
assim passível de atualizações e melhoramentos sempre que tal se imponha.
Para uma maior compreensão da dimensão da E.E. no Agrupamento,
faz parte ainda deste documento a caraterização geral dos alunos incluídos na
E.E. (Documento em Apêndice).
Acreditamos que as informações presentes neste documento poderão
constituir uma mais-valia para a aplicação dos princípios de uma escola
inclusiva no nosso Agrupamento.