efeito da sazonalidade sobre a condição corpórea de morcegos da subfamília glossophaginae no...

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    LORENA DE OLIVEIRA TABOSA

    DR. CARLOS EDUARDO LUSTOSA ESBRARD

    EFEITO DA SAZONALIDADE SOBRE A CONDIO CORPREA DEMORCEGOS DA SUBFAMLIA GLOSSOPHAGINAE NO ESTADO DO RIO DE

    JANEIRO

    Monografia apresentada como requisitoparcial para obteno do ttulo de Bacharelem Cincias Biolgicas do Instituto deBiologia da Universidade Federal Rural doRio de Janeiro

    FEVEREIRO, 2014

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    III

    No to mandei eu? Esfora-te, e tem bom nimo;

    no temas, nem te espantes; porque o Senhor teu

    Deus contigo, por onde quer que andares.

    (Josu 1:9)

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    IV

    Agradecimentos

    Agradeo primeiramente e acima de tudo a Deus, por ter cuidado de mim e me

    sustentado em todos os momentos, at os mais difceis, em que pensei que no fosse

    conseguir. A Ele toda honra, toda glria e todo louvor. Obrigada, Senhor, por Seu amor

    e por sua fidelidade infinita. Obrigada por me trazer sua proviso, sua paz, sua alegria,

    por ter recebido todos os louvores em forma de canes que eu ofereci ao Senhor aqui e

    por toda a minha vida.

    Agradeo minha me, meu exemplo, minha amiga, que sempre fez de tudo por

    mim, pra me ver feliz, que suportou e suporta a dor da distncia em prol do meu futuro

    e da realizao dos meus sonhos, que no deixa de orar por mim e de buscar a Deus por

    minha vida. Eu te agradeo por todos os momentos felizes que passamos juntas e portodo o amor que a senhora me d. A senhora sabe que eu te amo muito!

    Agradeo ao meu pai, por sempre me dizer pra eu nunca desistir em meio a

    qualquer circunstncia e a adorar a Deus e depender do Esprito Santo em todos os

    momentos. s minhas irms, Priscila e Jackeline, por sempre me apoiarem, se

    orgulharem de mim e me amarem. Aos meus cunhados, Edilar e Luciano, por me

    alegrarem tanto, simplesmente por serem meus amigos, me dando apoio em todos os

    momentos. minha prima/irm Brunella, por me ensinar desde pequena a amar anatureza. A todos os meus familiares, que mesmo de longe estiveram perto de mim. Eu

    amo muito a todos vocs. O apoio e seus conselhos sempre foram muito importantes em

    minha vida. A distncia, s vezes, parece um pouco injusta, mas logo vemos que tudo

    tem um propsito, o melhor propsito, que Deus tinha para todos ns.

    Agradeo ao meu amor, meu namorado, meu futuro esposo, Carlos Henrique.

    Voc um presente de Deus em minha vida. Obrigada por me amar tanto, me fazer

    feliz, ter estudado comigo at para minha prova de mestrado e por todas as outras coisasque voc faz no dia-a-dia, em cada minuto e que me encantam cada vez mais. Eu te amo

    muito!

    Agradeo ao meu orientador, Carlos Esbrard. Voc nos assustou e quase te

    perdemos. Mas Deus te trouxe de volta, para os seus "filhos" no mais quase rfos.

    Obrigada por vir Rural s pra me acalmar, rs. Obrigada por me chamar de filha. Eu

    nunca vou esquecer! Voc uma das pessoas mais brilhantes que j conheci.

    Agradeo aos meus amigos do alojamento: Camila, Marina, Rafael, Letcia,

    Stephanie, Cleidy, Matheus, Sara, Sabrina, Caio e Silvia. Saibam que por esses anos de

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    V

    convivncia, alguns por pouco, outros por muito tempo, nunca me esquecerei de vocs,

    do alojamento feminino F5-508. Esse lugar j faz parte da minha histria junto com

    todos vocs. Obrigada meninas (Marina, Cleidy, Letcia e Stephanie), pela amizade, por

    me ouvirem, me aconselharem e por terem sorrido e chorado comigo.

    Aos meus amigos de turma: Mel, Teren, Luan, Carol, Theany, William. Vocsnem imaginam o quanto foram especiais em minha vida. Acho que no poderia ter

    entrado em uma turma melhor.

    Aos meus amigos de curso ou no, alm da minha turma: Danilo, Djavan,

    Raphael, Yudi, Buda, Pr. Ademilson, Edicarlos, Vini, todos da Aliana Bblica

    Universitria, Capelania Evanglica, Alfa e mega, meninas do Papo de Mulher V e

    Coral da Rural. Apesar de quase no ver mais alguns de vocs, saibam que sempre

    estaro em meu corao.Aos meus irmos do LADIM: Ayesha, Egon, Jlia, Luciana (Lu), Luiz (quase do

    LADIM tambm, rs), Mara, Stfani, Theany e William. Obrigada por todos os

    momentos felizes que vocs me proporcionaram. Cada um de vocs tem um espao no

    meu corao. Vocs so uma bno em minha vida. Deus me deu os melhores amigos

    que algum poderia ter. Agradeo Lu, Luiz e William, em especial por terem me

    orientado em meus relatrios enquanto aguardvamos a volta do Esbrard.

    A todas a pessoas do LADIM, que convivi e convivo e que tambm so meus

    grandes amigos: Amanda, Lorena, Gustavo (Gugu), Gustavo (Fanfa), Bruna, Thaisa,

    Letcia, Diogo, Cadu, Natlia, Shery e todos os que j passaram por l e ajudaram em

    todas as coletas que utilizei em meu trabalho desde 1990 at agora. Sem vocs, esse

    trabalho no seria possvel.

    Agradeo a todos os meus amigos, meus irmos, que conheci na Rural e que vou

    levar para o resto de minha vida. A todos vocs que j citei acima pelo apoio, pelas

    risadas, pelo respeito, carinho, ateno, por todos os momentos em que chorei de rir ou

    por chorar mesmo e vocs estavam perto de mim. Agradeo a todas as pessoas que

    oraram por mim, que me apoiaram, que se orgulharam de mim, que deixaram-se usar

    por Deus pra me dar palavras de nimo. Aos irmos, da minha igreja ou no, que

    sempre sorriram com um sorriso sincero quando me viam.

    Agradeo Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, minha universidade

    do corao, onde aprendi muito, por tudo o que me proporcionou durante minha

    graduao. banca examinadora da minha monografia: professores Dr Alexandra

    Pires, Dr Patrcia Alves Abrunhosa, Dr. Hlio Ricardo da Silva e Dr. Carlos Eduardo

    Lustosa Esbrard. Obrigada por terem aceitado meu convite de boa vontade.

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    VI

    Coordenao do curso de graduao em Cincias Biolgicas e a todos os professores

    que fizeram parte da minha formao. Aos CNPq e FAPERJ pelo apoio financeiro. Ao

    professor Hlio, por me emprestar seu livro, Daniela Dias, pela ajuda com os contatos

    e o artigo sobre o grupo estudado em meu trabalho, ao Isaac Passos, por ter, com tanta

    ateno, cedido suas fotografias, ao Andr Pol, tambm por ter me ajudado com suafotografia. Ayesha, pelos artigos sobre o meu tema, dentre outras coisas que me

    ajudaram tanto em minha monografia. Lu, por ter me ajudado com os lindos mapas.

    Ao Egon (meu grande amigo), por ter me ajudado com a traduo do resumo. Thaisa,

    por seu trabalho com as coordenadas das localidades, que facilitaram, e muito, o meu

    trabalho. Agradeo ao Sistema de Monitoramento Agrometeorolgico (AGRITEMPO)

    e ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) pelas informaes e dados

    meteorolgicos. A todos os proprietrios e funcionrios responsveis pelas reasamostradas. Ao IBAMA e ao SISBIO, pela permisso de captura dos morcegos.

    Agradeo aos morcegos, sim, aos morcegos, por terem aparecido aos poucos em

    minha vida e me encantado de tal forma que, cada vez mais, tenho a certeza de que

    Deus se revela atravs da natureza.

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    VII

    Resumo

    A condio corprea pode indicar o grau de bem estar fsico dos animais, pois

    influencia nos aspectos fisiolgicos, reprodutivos, taxas de sobrevivncia, dentre outros

    parmetros na histria de vida de um indivduo e tem sido amplamente utilizada emestudos ecolgicos. Em morcegos, tem grande importncia no desenvolvimento sexual e

    pode ser influenciada pela sazonalidade, disponibilidade de alimentos e poca

    reprodutiva. Este trabalho tem como objetivo analisar o efeito da sazonalidade sobre a

    condio corporal de Anoura caudifer, Anoura geoffroyi, Glossophaga soricina e

    Lonchophylla peracchi no Estado do Rio de Janeiro. Foram analisados dados de 29

    localidades no estado, amostradas entre agosto de 1990 e outubro de 2013 pelo

    Laboratrio de Diversidade de Morcegos (UFRRJ). As condies corpreas foramobtidas dividindo-se a massa corprea (g) pelo comprimento do antebrao (mm) e

    separadas ms a ms para todos os indivduos adultos, para os machos e para as fmeas.

    A poca do ano considerada seca compreendeu os meses de maio a setembro e a mida,

    de outubro a abril. As espcies analisadas ocorreram em nmero semelhante entre as

    pocas seca e chuvosa, com exceo para fmeas de A. geoffroyi, se apresentando em

    maior nmero na poca chuvosa. No entanto, foi observado que fmeas em reproduo

    so capturadas em maior quantidade nos meses mais quentes e chuvosos. Dentre asquatro espcies analisadas, somente em A. caudifer foi observado o efeito da

    sazonalidade sobre sua condio corprea, mostrando que, espcies de hbito alimentar

    mais generalista, so beneficiadas em pocas de escassez de recursos alimentares e que

    estudos levando em conta a condio corprea so importantes quando analisados

    juntamente com a poca reprodutiva, a variao na disponibilidade de alimento, alm

    das variaes climticas.

    Palavras-chave: Chiroptera, Sudeste do Brasil, nectarvoros, condio corporal,

    estacionalidade

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    Abstract

    Body condition can indicate the level of physical welfare of the animals, as it influences

    the physiological, reproductive characteristics, survival rates, among other parameters

    on the life history of an individual and has been widely used in ecological studies. For

    bats studies, it has a great importance in the sexual development of individuals and can

    be influenced by seasonality, availability of food and mating season. The objective of

    this project is to analyze the effect of seasonality on body condition inAnoura caudifer,

    Anoura geoffroyi, Glossophaga soricinaandLonchophylla peracchiin the State of Rio

    de Janeiro. Data from 29 localities in the state, sampled between August 1990 and

    October 2013 by the Laboratory for Diversity of Bats (UFRRJ) were analyzed. The

    body conditions were obtained by dividing body mass (g) by the forearm length (mm),and separated by month for all adults, the males and females. The period considered dry

    were the months from May to September and wet, from October to April. The species

    analyzed were similar in between the dry and rainy seasons, except for females of A.

    geoffroyinumber, appearing in greater numbers in the rainy season. However, it was

    observed that breeding females are captured in greater quantities in the warmer and

    wetter months. Among the analyzed species, only inA. caudiferthe effect of seasonality

    on their body condition was observed, showing that species of generalist feeding habits,are benefited in times of scarcity of food resources and studies taking into account the

    body condition are important when analyzed together with the reproductive season, the

    variation in food availability, in addition to climatic variations.

    Keywords: Chiroptera, Southeastern Brazil, nectar, body condition, seasonality

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    IX

    Sumrio

    1. Introduo 13

    2. Objetivo 15

    3. Metodologia 15

    3.1. rea de estudo 15

    3.2. Espcies Estudadas 18

    3.2.1.Anoura caudifer(E. Geoffroyi, 1818) 18

    3.2.2.Anoura geoffroyiGray, 1838 19

    3.2.3. Glossophaga soricina E. Geoffroyi, 1818 20

    3.2.4.Lonchophylla peracchi, Dias et al., 2013 21

    3.3. Obteno dos dados 22

    3.4. Anlise dos dados 23

    4. Resultados e Discusso 26

    4.1.Anoura caudifer 27

    4.2.Anoura geoffroyi 28

    4.3. Glossophaga soricina 29

    4.4.Lonchophylla peracchi 31

    4.5. Influncia da sazonalidade sobre o nmero de capturas 32

    4.6. Influncia da sazonalidade sobre a condio corprea 35

    5. Concluso37

    6. Referncias Bibliogrficas 38

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    X

    Lista de Tabelas

    Tabela 1 -Localidades amostradas no Estado do Rio de Janeiro, de agosto de 1990 aoutubro de 2013, listadas em ordem crescente de altitude. N indica a posio dalocalidade no mapa da Figura 5.

    17

    Tabela 2 - Presena (1) e ausncia (0) de Anoura caudifer, Anoura geoffroyi,Glossophaga soricina e Lonchophylla peracchi nas 29 localidades amostradas entreagosto de 1990 a outubro de 2013, no Estado do Rio de Janeiro.

    26

    Tabela 3 -Capturas de indivduos das espcies Anoura caudifere Anourageoffroyi,separadas entre as pocas seca e mida e os resultados estatsticos a respeito do efeitoda sazonalidade sobre nmero de capturas.

    32

    Tabela 4 -Capturas de indivduos das espcies Glossophaga soricinae Lonchophyllaperacchi, separadas entre as pocas seca e mida e os resultados estatsticos a respeitodo efeito da sazonalidade sobre nmero de capturas.

    34

    Tabela 5- Regresso mltipla entre a pluviosidade acumulada e a temperatura mdiacom o total de fmeas ativas reprodutivamente em A. geoffroyi, A. caudifer e G.

    soricina.

    35

    Tabela 6 - Resultados para o Teste t de Student a respeito do efeito da sazonalidadesobre a condio corprea de Anoura caudifer, Anoura geoffroyi, Glossophaga

    soricinaeLonchophyllaperacchino estado do Rio de Janeiro.

    36

    Tabela 7 -Resultados para o Teste t de Student a respeito do efeito da sazonalidadesobre a condio corprea de machos e fmeas deAnouracaudifer,Anourageoffroyi,Glossophagasoricinae Lonchophyllaperacchi, analisados separadamente, no estadodo Rio de Janeiro.

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    XI

    Lista de Figuras

    Figura 1- Localidades amostradas no estado do Rio de Janeiro, de agosto de 1990 aoutubro de 2013. Acima, no canto esquerdo, est o mapa da Amrica do Sul,destacando a regio Sudeste do Brasil. Localidades: 1. Parque Estadual do Desengano,2. Restinga de Jurubatiba, 3. Silva Jardim, 4. Reserva Biolgica Poo das Antas, 5.Reserva Ecolgica de Guapiau, 6. Reserva Biolgica de Araras, 7. Parque Estadual doGraja, 8. Reserva dos Trapicheiros, 9. Parque da Catacumba, 10. Parque HenriqueLage, 11. Jardim Botnico do Rio de Janeiro, 12. Parque Natural Municipal PenhascoDois irmos, 13. Parque Natural Municipal da Cidade, 14. Macio da Tijuca, 15.Parque Chico Mendes, 16. Santurio da Vida Silvestre Serra da Concrdia, 17. PonteCoberta, 18. Cacaria, 19. Ilha de Jaguanum, 20. Ilha da Marambaia, 21. Muriqui, 22.Santa Brbara, 23. Sahy, 24. Hotel Portobello, 25. Conceio de Jacare, 26. ReservaRio das Pedras, 27. rea de Relevante Interesse Ecolgico Floresta da Cicuta, 28. Ilhada Gipia e 29. Praia do Sono.

    16

    Figura 2 - Espcime de Anoura caudifer. Foto cedida por Dr. Issac Passos Lima(LABMAM/UFRRJ).

    18

    Figura 3- Espcime deAnoura geoffroyi. Foto cedida por Me. Andr Pol. 20

    Figura 4- Espcime de Glossophaga soricina. Foto cedida por Dr. Issac Passos Lima(LABMAM/UFRRJ).

    21

    Figura 5- Espcime deLonchophylla peracchi. Foto cedida por Dr. Issac Passos Lima(LABMAM/UFRRJ).

    21

    Figura 6- Estaes meteorolgicas existentes no estado do Rio de Janeiro. No cantoesquerdo, acima, encontra-se o mapa da Amrica do Sul, detalhando a regio sudestedo Brasil. Estaes nas quais foram obtidas Normais Climatolgicas de 1983 a 2013: 1.Campos (automtica), 2. Maca (automtica), 3. Terespolis, 4. Pico do Couto(Petrpolis), 5. Mangaratiba - Marambaia, 6. Resende - Resende e 7. Parati.

    23

    Figura 7 - Temperatura mdia e precipitao acumulada mdia de todos os meses doano para as Normais Climatolgicas das estaes de Campos (automtica), Maca(automtica), Terespolis, Pico do Couto (Petrpolis), Mangaratiba - Marambaia,Resende - Resende e Parati, entre os anos de 1983 a 2013.

    24

    Figura 8 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas demachos de Anoura caudifer, classificados de acordo com a condio reprodutiva, em29 localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de2013. TE = testculos escrotados; TA = testculos no interior do abdome.

    27

    Figura 9 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas defmeas deAnoura caudifer, classificadas de acordo com a condio reprodutiva, em 29localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de2013. PL = ps-lactante; MI = presena de mamilo intumescido; LC = lactante; IN =inativa reprodutivamente.

    28

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    Figura 10 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas demachos de Anoura geoffroyi, classificados de acordo com a condio reprodutiva, em29 localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de2013. TE = testculos escrotados; TA = testculos no interior do abdome.

    29

    Figura 11 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de

    fmeas de Anoura geoffroyi, classificadas de acordo com a condio reprodutiva, em29 localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de2013. PL = ps-lactante; MI = presena de mamilo intumescido; LC = lactante; IN =inativa reprodutivamente.

    29

    Figura 12 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas demachos de Glossophaga soricina, classificados de acordo com a condio reprodutiva,em 29 localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubrode 2013. TE = testculos escrotados; TA = testculos no interior do abdome.

    30

    Figura 13 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas defmeas de Glossophaga soricina, classificadas de acordo com a condio reprodutiva,em 29 localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubrode 2013. PL = ps-lactante; MI = presena de mamilo intumescido; LC = lactante; IN =inativa reprodutivamente.

    30

    Figura 14 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas detodos os indivduos deLonchophylla peracchi, classificados de acordo com a condioreprodutiva, em 29 localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de1990 a outubro de 2013. TE = presena de testculos escrotados; TA = testculos nointerior do abdome; LC = lactante; GV = grvida; IN = inativa reprodutivamente.

    31

    Figura 15 -Capturas e recapturas de Anouracaudiferno Santurio da Vida SilvestreSerra da Concrdia, no estado do Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de2013.

    33

    Figura 16 -Capturas e recapturas de Anourageoffroyino Santurio da Vida SilvestreSerra da Concrdia, no estado do Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de2013.

    33

    Figura 17 -Capturas e recapturas de Glossophaga soricinano Macio da Tijuca, noestado do Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de 2013.

    34

    Figura 18 - Capturas e recapturas de Lonchophylla peracchino Parque Estadual doGraja, no estado do Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de 2013.

    34

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    1. Introduo

    A condio corporal pode indicar o grau de bem estar fsico dos animais, pois

    influencia nos aspectos fisiolgicos, reprodutivos, taxas de sobrevivncia, dentre outros

    parmetros na histria de vida de um indivduo e tem sido amplamente utilizada em

    estudos ecolgicos (e.g., JAKOB et al., 1996; WIKELSKI & TRILLMICH, 1997;GREEN, 2001; FELIZARDO et al., 2011; LINS, 2013). Segundo Schulte-Hostedde et

    al. (2005), pode indicar o estado energtico do animal. Em peixes, onde chamada

    frequentemente de fator de condio, mostra-se muito comum a anlise de sua variao,

    sobretudo, nos processos reprodutivos e ciclos estacionais (e.g., LIMA-JUNIOR et al.,

    2002), alm de ser um indicativo indireto da qualidade do ambiente da populao

    estudada (BRAGA, 1986; BOLGER & CONNOLY, 1989; LIMA-JUNIOR et al., 2002;

    LINS, 2013).Com rpteis, no trabalho de Lins (2013), em reas de Cerrado contnuas e

    fragmentadas, no Estado de Gois, Brasil, foi estudada a variao da condio corprea

    de lagartos (Gymnodactylus amarali Barbour, 1925, Micrablepharus maximiliani

    (Reinhardt & Ltken, 1862) e Cnemidophorus ocellifer (Spix, 1825)) em diferentes

    pocas (1996, 2001 e 2011), alm da verificao de diferenas entre condies

    corpreas nos animais das margens e de ilhas lacustres. Em mamferos (e.g.,

    DRUZINSKY, 1993; SILVA et al., 2001; CEZAR & SOUSA, 2006; GARCIA, 2006),como no trabalho de Cezar & Sousa (2006), a condio corporal foi utilizada para

    melhoramento reprodutivo e produo de ovinos e caprinos de corte, e Garcia (2006) a

    utilizou em um trabalho com reproduo de bfalos.

    Em estudos com morcegos (Chiroptera), a condio corporal foi obtida

    dividindo-se a massa corprea (g) pelo comprimento do antebrao (mm) (e.g.,

    SPEAKMAN & RACEY, 1986; PEREIRA et al., 2010). Speakman & Racey (1986)

    analisaram o efeito da condio corporal sobre o desenvolvimento sexual em machos da

    espciePlecotus auritus (Linnaeus,1758), da famlia Vespertilionidae, na Esccia. Esta

    espcie ocorre em zonas temperadas, produzindo espermatozoides no vero e copulando

    no outono. Por se tratar de uma espcie que realiza hibernao, os espermatozoides

    permanecem no epiddimo durante esse perodo. Este trabalho mostrou que a condio

    corporal foi o fator que mais influenciou no desenvolvimento sexual dos machos

    imaturos. Eles concluram que os morcegos no atingiram a maturidade sexual no vero

    por no atingirem a condio corporal necessria espermatognese, provavelmente

    devido baixa disponibilidade de insetos nessa poca.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/1758http://pt.wikipedia.org/wiki/1758
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    Os morcegos que possuem a maior diversidade em relao a recursos

    alimentares, alm da elevada riqueza de espcies so os da famlia Phyllostomidae

    (PASSOS & GRACIOLLI, 2004; VICENTE et al., 2004). Com exceo dos

    hematfagos, que se alimentam exclusivamente de sangue, os demais morcegos dessa

    famlia, apesar de sua relativa especialidade alimentar, tambm utilizam outros tipos derecursos, como frutos, plen, nctar e artrpodes (REIS et al., 2007). No aspecto

    reprodutivo, a maioria deles apresenta o padro polistrico sazonal (FLEMING et al.,

    1972; TRAJANO, 1985; REIS et al, 2007).

    Para a famlia Phyllostomidae, Pereira e colaboradores (2010) realizaram um

    estudo sobre condio corprea com morcegos frugvoros na Floresta Amaznica.

    Artibeus planirostris Spix, 1823 apresentou alteraes em sua condio corporal devido

    aos efeitos da sazonalidade, com maior condio corprea na poca chuvosa, sendo queo mesmo no foi observado para Carollia perspicillata(Linnaeus, 1758). Os mesmos

    autores concluram que a sazonalidade, bem como a disponibilidade de alimentos

    podem influenciar na condio corporal ou fator de condio desses animais, de forma

    que, na poca seca, com escassez dos recursos alimentares algumas espcies podem

    sofrer uma perda de suas reservas energticas, tendo consequente diminuio de suas

    condies corpreas.

    Pertencente famlia Phyllostomidae, a subfamlia Glossophaginae dividida

    nas tribos Glossophagini e Lonchophyllini (sensuWETTERER et al., 2000) e possui,

    atualmente, 16 espcies em nove gneros no Brasil (PERACCHI et al., 2011, DIAS et

    al., 2013). No Brasil, a subfamlia Glossophaginae compreende nove gneros: Anoura,

    Choeroniscus,Dryadonycteris, Glossophaga,Lichonycteris, Scleronycteris,Lionycteris,

    LonchophyllaeXeronycteris. Somente trs deles ocorrem no Estado do Rio de Janeiro:

    Anoura, Glossophaga e Lonchophylla (REIS et al., 2013). Este grupo alimenta-se de

    nctar, plen, frutos e artrpodes (GARDNER, 1977; ZORTA, 2003, PERACCHI et

    al., 2011), sendo considerados generalistas (ZORTA, 2003). Os Glossophaginae so

    importantes agentes polinizadores (SAZIMA, 1999), pois podem se deslocar com

    facilidade e possuem, fisiologicamente e morfologicamente, caractersticas que os

    possibilitam transportarem o plen para outras flores (SILVA, 1991). As espcies de

    maior ocorrncia e distribuio so Anoura caudifer (E. Geoffroyi, 1818), Anoura

    geoffroyiGray, 1838 e Glossophaga soricina(Pallas, 1766) (ZORTA, 2003), trs das

    espcies de Glossophaginae presente no estado do Rio de Janeiro, juntamente com

    Lonchophyllaperacchi(PERACCHI et al., 2011; DIAS et al., 2013).

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    2. Objetivo

    Este trabalho tem como objetivo analisar o efeito da sazonalidade sobre a

    condio corporal de A. geoffroyi, A. caudifer, G. soricinaeL. peracchi no Estado do

    Rio de Janeiro.

    3. Metodologia

    3.1. rea de Estudo

    No estado do Rio de janeiro encontra-se a maior porcentagem de remanescentes

    florestais da Floresta Atlntica, vegetao de restinga e mangue existentes no Brasil

    (20,33%), com uma rea de aproximadamente 900.000 ha. (BERGALLO et al., 2009;

    FIDALGO et al., 2009). A regio fitoecolgica mais fragmentada, com uma pequena

    rea vegetada (somente 10%) a Floresta Estacional Semidecidual. Por outro lado, a

    regio fitoecolgica Floresta Ombrfila Densa apresenta menor fragmentao e

    apresenta 34,8% de sua rea apresentando vegetao (FIDALGO et al., 2009). Dentre as

    unidades geomorfolgicas, as unidades Escarpas e Serra do Mar apresentam maiores

    porcentagens de vegetao remanescente em suas reas, mostrando que a maior

    proporo de reas vegetadas diretamente proporcional altitude (COSTA et al.,

    2009).

    O Estado do Rio de Janeiro contm aproximadamente 8,5% da populaohumana do Brasil, com 328 habitantes/km e 96% das pessoas vivendo em reas

    urbanas (SANTOS et al., 2009). Apresenta precipitao anual de aproximadamente

    1.440 m, com temperaturas mdias que variam de 17 a 27 C. Esses valores so

    baseados nas Normais Climatolgicas (1983-2013) com dados meteorolgicos de

    temperatura e pluviosidade de sete estaes meteorolgicas no Estado do Rio de

    Janeiro, cedidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e retiradas do site do

    Sistema de Monitoramento Agrometeorolgico (AGRITEMPO, 2014) para o presenteestudo. A rea de estudo compreendeu 29 localidades (Figura 1), no estado do Rio de

    Janeiro, com altitudes que variaram do nvel do mar 1440 metros (Tabela 1).

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    Figura 1- Localidades amostradas no estado do Rio de Janeiro, de agosto de 1990 a outubro de2013. Acima, no canto esquerdo, est o mapa da Amrica do Sul, destacando a regio Sudestedo Brasil. Localidades: 1. Parque Estadual do Desengano, 2. Restinga de Jurubatiba, 3. SilvaJardim, 4. Reserva Biolgica Poo das Antas, 5. Reserva Ecolgica de Guapiau, 6. ReservaBiolgica de Araras, 7. Parque Estadual do Graja, 8. Reserva dos Trapicheiros, 9. Parque daCatacumba, 10. Parque Henrique Lage, 11. Jardim Botnico do Rio de Janeiro, 12. ParqueNatural Municipal Penhasco Dois irmos, 13. Parque Natural Municipal da Cidade, 14. Macio

    da Tijuca, 15. Parque Chico Mendes, 16. Santurio da Vida Silvestre Serra da Concrdia, 17.Ponte Coberta, 18. Cacaria, 19. Ilha de Jaguanum, 20. Ilha da Marambaia, 21. Muriqui, 22.Santa Brbara, 23. Sahy, 24. Hotel Portobello, 25. Conceio de Jacare, 26. Reserva Rio dasPedras, 27. rea de Relevante Interesse Ecolgico Floresta da Cicuta, 28. Ilha da Gipia e 29.Praia do Sono.

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    Tabela 1 -Localidades amostradas no Estado do Rio de Janeiro, de agosto de 1990 a outubro de2013, listadas em ordem crescente de altitude. N indica a posio da localidade no mapa daFigura 5.

    N Localidades MunicpioAltitude

    (m)2 Restinga de Jurubatiba Quissam 10

    20 Ilha da Marambaia Mangaratiba 1211 Jardim Botnico do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 17

    4 Reserva Biolgica Poo das Antas Silva Jardim 17

    19 Ilha de Jaguanum Mangaratiba 21

    10 Parque Henrique Lage Rio de Janeiro 24

    22 Santa Brbara Mangaratiba 32

    3 Silva Jardim Silva Jardim 39

    9 Parque da Catacumba Rio de Janeiro 47

    28 Ilha da GipiaAngra dos

    Reis59

    15 Parque Chico Mendes Rio de Janeiro 6218 Cacaria Pira 63

    21 Muriqui Mangaratiba 69

    7 Parque Estadual do Graja Rio de Janeiro 90

    17 Ponte Coberta Paracambi 97

    23 Sahy Mangaratiba 114

    24 Hotel Portobello Mangaratiba 134

    25 Conceio de Jacare Mangaratiba 136

    12Parque Natural Municipal Penhasco

    Dois IrmosRio de Janeiro 143

    13 Parque Natural Municipal da Cidade Rio de Janeiro 17326 Reserva Rio das Pedras Mangaratiba 239

    29 Praia do Sono Parati 245

    8 Reserva dosTrapicheiros Rio de Janeiro 254

    27rea de Relevante InteresseEcolgico Floresta da Cicuta

    VoltaRedonda

    402

    5 Reserva Ecolgica de GuapiauCachoeiras de

    Macacu405

    16Santurio da Vida Silvestre Serra da

    ConcrdiaValena 647

    14 Macio da Tijuca Rio de Janeiro 806

    1 Parque Estadual do DesenganoSanta MariaMadalena

    1.094

    6 Reserva Biolgica de Araras Petrpolis 1.414

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    3.2. Espcies estudadas

    3.2.1. Anoura caudifer (E. Geoffroyi, 1818)

    Anoura caudifer (Figura 2) uma espcie considerada de tamanho pequeno,

    com massa corprea entre 8,5 a 13 g, comprimento do antebrao medindo de 34 a 39

    mm e comprimento cabea-corpo entre 47 e 70 mm. Apresenta uma pequena cauda de 3a 6 mm (TADDEI, 1975; MOLINARI, 1994; SOLMSEN, 1998; MUCHHALA et al.,

    2005; OPREA et al., 2009) presente na maioria das vezes, em um uropatgio

    semicircular e estreito (WILLIAMS & GENOWAYS, 1980; SIMMONS & VOSS,

    1998; NOGUEIRA et al., 2007). Possui focinho alongado e uma longa lngua protrtil

    (NOGUEIRA et al., 2007; OPREA et al., 2009).

    Distribui-se pelo noroeste da Argentina, Bolvia, Brasil, Colmbia, Equador,

    Guianas, Peru e Venezuela. No Brasil, h registros nos estado de AC, AM, AP, BA, DF,ES, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, RS, SC, SP e TO (NOGUEIRA et al., 2007;

    PERACCHI et al., 2011), em todos os biomas brasileiros, em florestas primrias e

    secundrias, bananais associados a fragmentos florestais, cavernas, ocos de rvores,

    fendas em rochas, abrigos artificiais, dentre outros (OPREA, 2009). Segundo Esbrard e

    colaboradores (2005), a espcie mais comum encontrada em ambientes de relevo

    crstico.

    Apesar de alimentar-se predominantemente de nctar, h registros para plen,

    frutos e insetos (ZORTA, 2003; NOGUEIRA et al., 2007; OPREA et al., 2009). Sua

    dieta inclui plantas das famlias Bombacaceae, Bromeliaceae, Fabaceae, Malvaceae,

    Rubiaceae, dentre outras (NOGUEIRA et al., 2007).

    Apresenta hbito reprodutivo sugerido, no Brasil, como polistrico sazonal, com

    nascimentos, geralmente, na poca mida (TADDEI, 1976; ZORTA, 2003;

    NOGUEIRA et al., 2007). No entanto, Zorta (2003), em um estudo no Cerrado,

    registrou nascimentos alm da poca chuvosa, com uma ps-lactante no final de maio e

    uma lactante em outubro, mas a amostra analisada foi muito pequena para uma

    concluso definitiva.

    Figura 2 - Espcime de Anoura caudifer. Foto cedida por Dr. Issac Passos Lima(LABMAM/UFRRJ).

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    3.2.2. Anoura geoffr oyi Gray, 1838

    Anoura geoffroyi (Figura 3) um morcego considerado de mdio porte entre os

    Glossophaginae. O comprimento entre cabea e corpo est entre 53 e 73 mm

    (NOGUEIRA et al., 2007). A massa corprea varia entre 13 e 18 g (NOGUEIRA et al.,

    2007) e o comprimento do antebrao de 39 a 47 mm (REIS et al., 2013). Apresenta

    prognatismo acentuado e um focinho alongado (NOGUEIRA et al., 2007; ORTGA &

    ALARCN-D., 2008).

    Distingui-se de A. caudifer por algumas caractersticas como a ausncia de

    cauda, um calcar reduzido (bem desenvolvido em A. caudifer), uropatgio muito

    reduzido ou ausente (NOGUEIRA et al., 2007). OPREA e colaboradores (2009)

    afirmam que o uropatgio apresenta formato triangular, muito reduzido e com as bordas

    muito peludas, ao contrrio de A. caudifer, que alm do uropatgio um pouco maior e

    semicircular, apresenta a borda com poucos pelos. Outra diferena est em seu tamanho.

    Anoura geoffroyi ligeiramente maior queA. caudifere possui focinho menos alongado

    (OPREA et al., 2009).

    Distribui-se pelas Antilhas, Bolvia, Equador, Mxico, Peru e Trindad. No

    Brasil, ocorre nos estados da BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ,

    RS, SC e SP (PERACCHI et al., 2011). H registros em todos os biomas brasileiros, em

    florestas primrias e secundrias, pomares, ambientes urbanos e rurais (NOGUEIRA, et

    al., 2007).

    Alm de nectarivoria h registros de alimentao intensa de insetos, alm de

    plens e frutos (ZORTA, 2003; NOGUEIRA et al., 2007). Alguns pesquisadores

    registraram visitas a plantas pertencentes s famlias Bombacaceae, Cariocaraceae,

    Bromeliaceae e Passifloraceae (NOGUEIRA et al., 2007).

    Baumgarten & Vieira (1994) e Zorta (2003) sugeriram monoestria sazonal

    como padro reprodutivo para essa espcie. Bredt e colaboradores (1996), em umestudo em cavernas do Distrito Federal, registraram grvidas em maio e outubro e,

    grvidas e simultaneamente lactantes, em junho. Nesse estudo, uma caverna visitada

    continha somente machos. Aps trs meses, em uma nova visita, tambm foram

    encontradas fmeas grvidas. Isso lhes permitiu a inferncia de que essa espcie realiza

    segregao sexual temporal, pois as fmeas deslocam-se entre os abrigos.

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    Figura 3- Espcime deAnoura geoffroyi. Foto cedida por Me. Andr Pol.

    3.2.3. Glossophaga soricina E. Geoffroyi, 1818Glossophaga soricina (Figura 4) um morcego tambm considerado de porte

    mdio. Seu comprimento cabea-corpo est entre 45 e 61 mm, massa corprea entre 13

    e 18 g (REIS et al., 2013) e o comprimento do antebrao entre 31,8 e 39,8 mm, alm da

    presena de uma cauda medindo entre cinco e 10 mm (NOGUEIRA et al., 2007; REIS

    et al., 2013). Apresenta focinho longo e uma lngua estreita e alongada, com sulco labial

    rodeado por pequenas papilas, que apresentam a borda serrilhada (REIS et al., 2013).

    Distribui-se pelas Antilhas, Argentina, Bolvia, Guianas, Jamaica, Mxico,

    Paraguai, Peru e Brasil, nos estados do AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG,

    MS, MT, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RO, RR, RS, SC, SE, SP e TO (PERACCHI, et al.,

    2011). Essa espcie habita todos os biomas brasileiros e encontrada em florestas

    primrias e secundrias, fragmentos florestais de pequena rea, reas rurais, pomares e o

    meio urbano (NOGUEIRA et al., 2007), sendo sua captura muito comum em

    inventrios (e.g., MARINHO-FILHO & SAZIMA, 1998).

    Dentre as famlias de plantas visitadas por G. soricina com o intuito de

    alimentar-se de nctar esto Bombacaceae, Fabaceae, Myrtaceae, Passifloraceae,

    Gentinaceae, Lythraceae, Bignoniaceae. Tambm h registros de alimentao de insetos

    e de frutos de Elaeocarpaceae e Melastomataceae (NOGUEIRA et al., 2007). Na

    maioria das reas onde essa espcie foi estudada sugeriu-se uma reproduo polistrica,

    com dois ou trs picos por ano (FLEMING et al., 1972; TADDEI, 1976; WILLIG,

    1985; BREDT et al., 2002; NOGUEIRA et al., 2007, REIS et al., 2013).

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    Figura 4 - Espcime de Glossophaga soricina. Foto cedida por Dr. Issac Passos Lima(LABMAM/UFRRJ).

    3.2.4. Loncophylla peracchi Dias et al., 2013

    Loncophylla peracchi (Figura 5) foi descrita recentemente por Dias ecolaboradores (2013) a partir de exemplares tombados, identificados anteriormente

    como Lonchophylla bokermanni Sazima et al., 1978, classificada, agora, como

    endmica do Cerrado (DIAS et al., 2013). Trata-se de um morcego nectarvoro de porte

    mdio, com focinho longo e estreito, trago com ponta arredondada, pelo na parte ventral

    levemente bicolorido e comprimento do antebrao entre 34,5 e 36,9 mm (Dias et al.,

    2013). No h dados especficos para essa espcie sobre reproduo e alimentao.

    Sua distribuio endmica do Brasil, restrita Floresta Atlntica do centro doEsprito Santo ao norte de So Paulo. H registros em ilhas com pequena distncia do

    continente, vrzeas, formaes pioneiras e florestas estacionais semideciduais, alm de

    florestas montanhosas. As capturas no Estado do Rio de Janeiro vo desde a Regio da

    Costa Verde, ao nvel do mar, at o Parque Nacional da Serra dos rgos, a 900 m de

    altitude (Dias et al., 2013).

    Figura 5 - Espcime de Lonchophylla peracchi. Foto cedida por Dr. Issac Passos Lima

    (LABMAM/UFRRJ).

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    3.3. Obteno dos dados

    Os dados foram retirados do banco de dados do Laboratrio de Diversidade de

    Morcegos (LADIM) do Instituto de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de

    Janeiro (UFRRJ), de amostragens ocorridas entre agosto de 1990 a outubro de 2013.

    Foram consideradas capturas e recapturas de A. caudifer,A. geoffroyi, G. soricina eL.peracchi,excluindo-se recapturas da mesma noite.

    As capturas foram realizadas com o auxlio de redes de neblina, de sete, nove ou

    12 metros de comprimento por 2,5 metros de altura. O nmero de redes armadas em

    cada noite variou de uma a 18 (x= 7,903 4,10 redes), que permaneceram abertas,

    geralmente, durante metade ou por toda a noite. As redes foram armadas em trilhas,

    prximas a rvores em florao e/ou frutificao, sobre corpos dgua e em sadas de

    refgios.Os animais capturados foram individualizados em sacos de pano e submetidos

    ao procedimento de coleta de dados padro do LADIM em campo, sendo soltos aps

    isso. Dentre os dados coletados, os necessrios ao presente estudo foram: identificao

    da espcie, em campo ou em laboratrio; aferio da massa corprea atravs de uma

    balana ou com o auxlio de dinammetros (Pesola); idade, sendo considerados adultos

    ou jovens, pela observao da ossificao das epfises (ANTHONHY, 1988) ou

    neonatos; condio reprodutiva, com machos separados entre os que apresentavamtestculos escrotados (evidentes) e os que apresentavam testculos no interior do abdome

    e as fmeas separadas como inativas reprodutivamente, com a presena de mamilo

    intumescido, grvida, lactante, grvida e lactante ou ps-lactante; aferio do tamanho

    do antebrao por meio de um paqumetro manual ou digital; marcao com a utilizao

    de alicate tatuador e aps 1997 foram identificados individualmente por coleiras

    plsticas com cilindros coloridos (ESBRARD & DAEMON, 1999). Os animais jovens

    no receberam os colares. Exemplares testemunhos foram depositados na Coleo de

    Referncia do Laboratrio de Diversidade de Morcegos na UFRRJ. Todas as capturas

    foram realizadas com autorizao do IBAMA (processo nmero 1755/89 -

    SUPES/RJ/IBAMA e nmero4156/95-46AC - SUPES/DF/IBAMA) e do SISBIO

    (processo nmero 10356-1).

    O esforo de captura foi obtido pelo somatrio do produto entre a quantidade de

    horas em que as redes permaneceram abertas e a rea das redes em cada noite de

    amostragem (STRAUBE & BIANCONI, 2002). Isso foi realizado para todas as noites

    das localidades estudadas, independentemente se ocorreu a presena das espcies

    estudadas. As condies corpreas foram obtidas dividindo-se a massa corprea (g) pelo

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    comprimento do antebrao (mm) (e.g., SPEAKMAN & RACEY, 1986; PEREIRA et

    al., 2010). Para cada espcie os dados das capturas e seus respectivos valores de

    condio corprea de todas as capturas, das fmeas e dos machos foram separados ms

    a ms, obtendo-se tambm, a mdia das condies corpreas de cada ms.

    3.4. Anlise dos dados

    Atualmente, no Estado do Rio de Janeiro, existem 33 estaes meteorolgicas

    por todo o estado, em altitudes que variam do nvel do mar a 1.860 m (Figura 6). O uso

    das mdias de todas as estaes se tornou invivel, devido ao fato de algumas no

    possurem a srie histrica que compreende o tempo da amostragem. Neste estudo,

    somente estaes com mais de 30 anos de dados tiveram seus resultados recolhidos. No

    entanto, pelo fato de ocorrerem lacunas de at aproximadamente 20 anos em algumasdelas, foram utilizadas Normais Climatolgicas de somente sete estaes

    meteorolgicas no Estado do Rio de Janeiro, com altitudes que variaram do nvel do

    mar a 1.860 metros (Figura 6). Segundo a Organizao Meteorolgica Mundial (OMM),

    Normais Climatolgicas so definidas como mdias de dados climatolgicos

    calculadas para perodos consecutivos de 30 anos (INMET, 2014).

    Figura 6- Estaes meteorolgicas existentes no estado do Rio de Janeiro. No canto esquerdo,acima, encontra-se o mapa da Amrica do Sul, detalhando a regio sudeste do Brasil. Estaesnas quais foram obtidas Normais Climatolgicas de 1983 a 2013: 1. Campos (automtica), 2.

    Maca (automtica), 3. Terespolis, 4. Pico do Couto (Petrpolis), 5. Mangaratiba - Marambaia,6. Resende - Resende e 7. Parati.

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    As mdias mensais de todas as estaes utilizadas foram agrupadas, obtendo-se o valor

    mdio para o Estado do Rio de Janeiro. Os meses foram classificados como

    pertencentes poca seca ou mida, seguindo o critrio de que meses secos seriam os

    que possussem pluviosidade abaixo de 100 mm e os meses chuvosos, acima de 100 mm

    (FIGUEIR & NETTO, 2011). Dessa forma, a estao seca compreendeu os meses demaio a setembro e a estao mida ou chuvosa, compreendeu os meses de outubro a

    abril (Figura 7).

    Figura 7 - Temperatura mdia e precipitao acumulada mdia de todos os meses do ano paraas Normais Climatolgicas das estaes de Campos (automtica), Maca (automtica),Terespolis, Pico do Couto (Petrpolis), Mangaratiba - Marambaia, Resende - Resende e Parati,

    entre os anos de 1983 a 2013.

    Foram utilizados nas anlises, somente indivduos adultos. Os valores brutos das

    condies corpreas de todos os meses foram agrupados em duas classes: capturas

    ocorridas durante a poca seca e capturas ocorridas durante a poca chuvosa. Foi

    utilizado o teste T de Student para (1) analisar se h efeito da sazonalidade sobre a

    condio corprea de todas as capturas, (2) analisar se h efeito de sazonalidade sobre a

    condio corprea somente de machos e (3) analisar se h efeito da sazonalidade sobre a

    condio corprea somente de fmeas. Grvidas e jovens no foram consideradas,

    devido possvel interferncia nos resultados.

    Foi utilizado teste de Chi-quadrado para (1) avaliar se houve diferena na

    quantidade de todas as capturas e recapturas entre as pocas seca e mida e (2) avaliar

    se houve diferena na quantidade de capturas de machos e (3) avaliar se houve diferena

    na quantidade de fmeas entre as pocas seca e mida. Nesse caso, utilizou-se tambm,

    capturas de grvidas e jovens. Como complemento, foi realizada uma Regresso

    Mltipla entre as capturas de fmeas ativas reprodutivamente, precipitao etemperatura, com o objetivo de se analisar o quanto a quantidade de capturas de animais

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Temperatura(MdiaC)

    Pluviosidade(mm)

    Meses

    Temperatura mdia

    Precipitao - Soma

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    em reproduo estaria relacionada com a variao climtica ao longo do ano. Esta

    ltima anlise foi realizada somente com as espcies A. caudifer, A. geoffroyi e G.

    soricina, pois apresentaram capturas suficientes, ao contrrio deL. peracchi.

    Essas anlises estatsticas foram realizadas para cada espcie, por meio do

    programa estatstico Past, verso 2.12 (HAMMER et al., 2011). A significncia foiconsiderada quando o valor de p foi menor que 0,05. A regresso Mltipla foi

    realizada por meio do programa estatstico Systat, verso 8.0 (WILKINSON, 1998).

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    26

    4. Resultados e Discusso

    As localidades amostradas totalizaram 675 noites de amostragem, em 4.942

    horas, com 41.956 metros de redes de neblina armadas, apresentando um esforo total

    de 1,3 * 107m*h. No entanto, todas as espcies no foram registradas em todos os

    pontos (Tabela 2).

    Tabela 2- Presena (1) e ausncia (0) deAnoura caudifer, Anoura geoffroyi, Glossophagasoricina eLonchophylla peracchi nas 29 localidades amostradas entre agosto de 1990 a outubrode 2013, no Estado do Rio de Janeiro.

    Localidades Anouracaudifer

    Anoura

    geoffroyi

    Glossophaga

    soricina

    Lonchophylla

    peracchi

    Restinga de Jurubatiba 0 0 1 0

    Ilha da Marambaia 1 0 1 1

    Jardim Botnico do Rio de Janeiro 1 1 1 1

    Reserva Biolgica Poo das Antas 0 0 1 0

    Ilha de Jaguanum 1 1 1 0

    Parque Henrique Lage 1 0 1 1

    Santa Brbara 1 1 1 1

    Silva Jardim 1 1 0 0

    Parque da Catacumba 0 0 1 0

    Ilha da Gipia 1 1 1 1

    Parque Chico Mendes 1 0 1 0

    Cacaria 1 0 1 0

    Muriqui 1 1 1 1

    Parque Estadual do Graja 1 0 1 1

    Ponte Coberta 1 1 1 0

    Sahy 1 1 1 1

    Hotel Portobello 1 1 1 1

    Conceio de Jacare 1 0 1 0

    Parque Natural Municipal Penhasco DoisIrmos

    1 0 1 1

    Parque Natural Municipal da Cidade 1 0 1 0

    Reserva Rio das Pedras 1 0 1 1

    Praia do Sono 1 1 1 1

    Reserva dosTrapicheiros 1 1 1 0rea de Relevante Interesse Ecolgico

    Floresta da Cicuta1 1 1 0

    Reserva Ecolgica de Guapiau 0 1 0 0

    Santurio da Vida Silvestre Serra daConcrdia

    1 1 1 1

    Macio da Tijuca 1 1 1 1

    Parque Estadual do Desengano 1 1 0 0

    Reserva Biolgica de Araras 1 1 1 0

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    27

    4.1. Anoura caudifer

    Foram consideradas 363 capturas de adultos deA. caudifer, sendo 217 machos e

    146 fmeas, alm de 19 grvidas e de 11 jovens, em 25 das 29 localidades amostradas

    (Tabela 2). Grvidas foram observadas de outubro a fevereiro. Lactantes ocorreram em

    janeiro e fevereiro e, tambm, na poca seca, nos meses de junho e julho.A mdia das condies corpreas dos adultos na poca seca foi de 0,305 0,055

    g/mm e a mdia na poca mida foi de 0,318 0,051 g/mm. As maiores condies

    corpreas mdias de todos os indivduos ocorreram nos meses de maro (x= 0,339

    0,063 g/mm), abril (x= 0,325 0,051 g/mm) e novembro (x= 0,338 0,068 g/mm).

    Machos apresentaram maiores condies corpreas mdias em maro (x= 0,352 0,078

    g/mm), abril (x= 0,330 0,049 g/mm) e julho (x= 0,329 0,077 g/mm) (Figura 8).

    Fmeas apresentaram maiores valores mdios nos meses de janeiro (x= 0,323 0,051

    g/mm), maro (x= 0,321 0,026 g/mm) e novembro (x= 0,376 0,079 g/mm) (Figura

    9).

    Figura 8 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de machos deAnoura caudifer, classificados de acordo com a condio reprodutiva, em 29 localidades noEstado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de 2013. TE = testculosescrotados; TA = testculos no interior do abdome.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    0.00

    0.05

    0.10

    0.15

    0.200.25

    0.30

    0.35

    0.40

    JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN

    Capturas

    Condiocorpre

    a(g/mm)

    Meses

    TE

    TA

    Mdias

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    28

    Figura 9 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de fmeas deAnoura caudifer, classificadas de acordo com a condio reprodutiva, em 29 localidades noEstado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de 2013. PL = ps-lactante;MI = presena de mamilo intumescido; LC = lactante; IN = inativa reprodutivamente.

    4.2. Anoura geoffr oyi

    Foram registradas 370 capturas de adultos paraA. geoffroyi, sendo 219 fmeas e

    151 machos, alm de 29 grvidas e de nove jovens, em 17 das 29 localidades

    amostradas (Tabela 2). Ocorreu a presena de grvidas de outubro a fevereiro e de

    fmeas lactantes de janeiro a maio, alm de uma fmea grvida e lactante no ms de

    janeiro.

    Os adultos obtiveram condies corpreas mdias de 0,366 0,039 g/mm na

    poca seca e de 0,363 0,043 g/mm na poca mida. As maiores condies corpreas

    mdias de todos os adultos ocorreram nos meses de janeiro (x= 0,379 0,033 g/mm),

    novembro (x= 0,423 0,051 g/mm) e dezembro (x= 0,388 0,047 g/mm). Machos

    apresentaram maiores condies corpreas mdias nos meses de fevereiro (x= 0,390

    0,031 g/mm), outubro (x= 0,389 0,067 g/mm) e dezembro (x= 0,396 0,049 g/mm)

    (Figura 10). Fmeas apresentaram maiores condies corpreas mdias nos meses de

    janeiro (x= 0,372 0,035 g/mm), junho (x= 0,365 0,036 g/mm) e novembro (x=

    0,412 0,043 g/mm) (Figura 11).

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    0.00

    0.050.10

    0.15

    0.20

    0.25

    0.30

    0.35

    0.40

    JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN

    Capturas

    Condiocorprea(g/mm)

    Meses

    MI

    LC

    IN

    Mdias

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    Figura 10- Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de machos deAnoura geoffroyi, classificados de acordo com a condio reprodutiva, em 29 localidades noEstado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de 2013. TE = testculosescrotados; TA = testculos no interior do abdome.

    Figura 11 -Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de fmeas deAnoura geoffroyi, classificadas de acordo com a condio reprodutiva, em 29 localidades noEstado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de 2013. PL = ps-lactante;MI = presena de mamilo intumescido; LC = lactante; IN = inativa reprodutivamente.

    4.3. Glossophaga soricina

    Ocorreram 342 capturas de adultos para G. soricina, sendo 199 machos e 143

    fmeas, alm de 22 grvidas, 16 jovens e uma grvida e lactante, ocorrendo em 26

    localidades amostradas (Tabela 2). Grvidas foram capturadas durante todo o ano, nos

    meses de janeiro, abril, maio, junho, setembro, outubro, novembro e dezembro.

    Lactantes foram registradas em janeiro, fevereiro, maro, junho e dezembro. A nica

    grvida simultaneamente lactante foi capturada em setembro.

    A mdia das condies corpreas dos adultos na poca seca foi de 0,290 0,055

    g/mm e na poca chuvosa foi de 0,293 0,059 g/mm. As maiores condies corpreas

    de todos os adultos ocorreram nos meses de fevereiro (x= 0,306 0,068 g/mm), maro

    051015

    20253035404550

    0.31

    0.330.35

    0.37

    0.39

    0.41

    0.43

    0.45

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Condio

    corprea(g/mm)

    Meses

    TE

    TA

    Mdias

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    0.000.050.100.150.200.250.300.350.400.45

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Co

    ndiocorprea(g/mm)

    Meses

    PL

    MI

    LC

    IN

    Mdias

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    30

    (x= 0,308 0,064 g/mm) e maio (x= 0,300 0,062 g/mm. Os machos apresentaram

    maiores valores nos meses de fevereiro (x= 0,307 0,086 g/mm), maro (x= 0,301

    0,074 g/mm) e maio (x= 0,313 0,070 g/mm) (Figura 12). As fmeas apresentaram

    maiores valores mdios de condies corpreas nos meses de janeiro (x= 0,310 0,047

    g/mm), maro (x= 0,316 0,056 g/mm) e abril (x= 0,309 0,090 g/mm) (Figura 13).

    Figura 12 - Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de machos deGlossophaga soricina, classificados de acordo com a condio reprodutiva, em 29 localidadesno Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de 2013. TE = testculosescrotados; TA = testculos no interior do abdome.

    Figura 13 -Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de fmeas deGlossophaga soricina, classificadas de acordo com a condio reprodutiva, em 29 localidadesno Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de 2013. PL = ps-lactante; MI = presena de mamilo intumescido; LC = lactante; IN = inativa reprodutivamente.

    0

    510

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    0.24

    0.26

    0.28

    0.30

    0.32

    0.34

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Condiocorprea(g/mm)

    Meses

    TE

    TA

    Mdias

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    0.00

    0.05

    0.10

    0.15

    0.20

    0.25

    0.30

    0.35

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Condiocorprea

    Meses

    PL

    MI

    LC

    IN

    Mdias

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    4.4. Lonchophylla peracchi

    Foram analisadas 58 capturas para Lonchophylla peracchi, sendo 48 machos e

    10 fmeas, alm de uma grvida e um jovem, em 14 localidades amostradas (Tabela 2).

    A ocorrncia da nica grvida deu-se no ms de novembro. Duas lactantes foram

    capturadas, uma em janeiro e outra em maio.A mdias das condies corpreas dos adultos de L. peracchina poca seca foi

    de 0,273 g/mm 0,055 e na poca chuvosa, foi de 0,295 g/mm 0,058. As maiores

    mdias ocorreram nos meses de janeiro (x= 0,383 0,107 g/mm), novembro (x= 0,305

    0,024 g/mm) e dezembro (x= 0,347 0,017 g/mm) (Figura 14). Devido ao pequeno

    nmero de fmeas capturadas no foi possvel obter mdias mensais das mesmas. Sabe-

    se, porm, que a captura com maior condio corprea, dentre as 10 existentes, ocorreu

    no ms de agosto, com 0,322 g/mm. O segundo maior registro ocorreu em abril, com0,320 g/mm e a terceira maior condio corporal foi registrada em maio, com 0,318

    g/mm. Pelo fato de no ser possvel realizar a mdia mensal em fmeas, os machos

    foram avaliados da mesma maneira. A maior condio corprea entre os machos

    ocorreu no ms de maio, com 0,5 g/mm, seguida por duas capturas em janeiro, com

    0,497 g/mm e 0,366 g/mm.

    Figura 14 -Relao entre as condies corpreas mdias mensais e as capturas de todos osindivduos de Lonchophylla peracchi, classificados de acordo com a condio reprodutiva, em29 localidades no Estado do Rio de Janeiro, no perodo de agosto de 1990 a outubro de 2013.TE = presena de testculos escrotados; TA = testculos no interior do abdome; LC = lactante;GV = grvida; IN = inativa reprodutivamente.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    0.000.050.100.150.200.250.300.350.400.45

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Condiocorprea

    Meses

    TE

    TA

    LC

    IN

    Mdias

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    4.5.Influncia da sazonalidade sobre o nmero de capturas

    Aguiar & Marinho-Filho (2004) no observaram resultados significativos

    estatisticamente sobre diferenas nas capturas de A. caudifer entre as pocas seca e

    mida, no estado de Minas Gerais, coincidindo com os resultados obtidos neste trabalho

    (Tabela 3). Ocorreram capturas em nmero praticamente semelhante entre machos efmeas. Isso pode ser observado analisando-se a Figura 15, no Santurio da Vida

    Silvestre Serra da Concrdia, o local com maior nmero de capturas para essa espcie

    (n = 124), onde foram registradas capturas tanto na poca seca, quanto na chuvosa, em

    quantidades parecidas. Ocorre somente uma queda, de at zero captura, em fevereiro e

    maro (e janeiro, somente para fmeas), permitindo inferir que h competio

    interespecfica com morcegos da espcie A. geoffroyi, sobretudo por habitarem em

    maior nmero do que A. caudifernesse local. Apesar dos registros de coabitao entreessas duas espcies (OPREA et al., 2009), o nmero de capturas de A. caudifernesses

    meses cai exatamente quando h o crescimento do registro de indivduos de A.

    geoffroyi. No caso de A. geoffroyi, ocorreu significncia somente na quantidade de

    fmeas capturadas entre as duas pocas. Fmeas ocorreram em um nmero muito maior

    na poca chuvosa. Uma das explicaes pode por seu padro reprodutivo. A. geoffroyi

    apresenta reproduo monostrica sazonal, com fmeas grvidas, principalmente, na

    poca mida (BAUMGARTEN & VIEIRA, 1994; ZORTA, 2003). O fato de essa

    espcie realizar segregao sexual temporal (BREDT et al., 1996) pode explicar a

    diferena na quantidade de capturas entre as pocas seca e chuvosa. Alm disso, A.

    geoffroyi realiza migrao vertical (dados no publicados do LADIM). Isso pode ser

    visualizado no Santurio da Vida Silvestre Serra da Concrdia (Figura 16), o lugar de

    melhor amostragem para essa espcie (n = 302). Na poca seca, com temperaturas mais

    baixas, essa espcie costuma migrar para ambientes em altitudes mais baixas, com

    temperaturas mais quentes, fazendo com que a quantidade de capturas nesse local, seja

    menor.

    Tabela 3 -Capturas de indivduos das espcies Anoura caudifere Anourageoffroyi, separadas

    entre as pocas seca e mida e os resultados estatsticos a respeito do efeito da sazonalidade

    sobre nmero de capturas.

    Espcies Anoura caudifer Anoura geoffr oyi

    Gnero Todos Machos Fmeas Todos Machos Fmeas

    pocas Seca mida Seca mida Seca mida Seca mida Seca mida Seca mida

    Capturas 188 205 104 120 84 85 159 249 78 75 81 174

    X 3,027 1,032 2,202 0,616 2,672 5,382p 0,081 0,309 0,137 0,432 0,102 0,02

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    Figura 15 -Capturas e recapturas de Anouracaudiferno Santurio da Vida Silvestre Serra da

    Concrdia, no estado do Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de 2013.

    Figura 16 -Capturas e recapturas deAnourageoffroyino Santurio da Vida Silvestre Serra da

    Concrdia, no estado do Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de 2013.

    Glossophaga soricina e L. perachi tambm no sofreram influncia da

    sazonalidade sobre a quantidade de capturas (Tabela 4). Analisando-se as capturas no

    Macio da Tijuca (Figura 17), local melhor amostrado para G. soricina (n = 45),

    observa-se quantidades semelhantes de capturas em ambas as pocas ao longo do ano.

    J paraL. perachi, a melhor amostragem ocorreu no Parque Estadual do Graja (Figura

    18) (n = 20), onde somente machos foram registrados. Nesse local, a maior quantidade

    de capturas foi registrada em outubro e novembro. No entanto, pelo pequeno namostral

    em todo o estado, ainda no foi possvel tirar concluses a esse respeito.

    05

    101520

    253035404550

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Meses

    Fmeas

    Machos

    05

    101520253035404550

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Axis Title

    Fmeas

    Machos

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    34

    Tabela 4 -Capturas de indivduos das espcies Glossophaga soricinaeLonchophylla peracchi,

    separadas entre as pocas seca e mida e os resultados estatsticos a respeito do efeito da

    sazonalidade sobre nmero de capturas.

    Espcies Glossophaga sori cina Lonchophylla peracchi

    Gnero Todos Machos Fmeas Todos Machos Fmeas

    pocas Seca mida Seca mida Seca mida Seca mida Seca mida Seca mida

    Capturas 155 227 75 130 80 97 29 31 21 28 8 3

    X 0,095 1,113 0,451 0,538 0,024 2,222

    p 0,757 0,29 0,501 0,462 0,875 0,136

    Figura 17 -Capturas e recapturas de Glossophaga soricinano Macio da Tijuca, no estado do

    Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de 2013.

    Figura 18 -Capturas e recapturas deLonchophylla peracchino Parque Estadual do Graja, no

    estado do Rio de Janeiro, entre agosto de 1990 e outubro de 2013.

    O total de capturas de fmeas ativas sexualmente relaciona-se com as condies

    climticas estudadas (precipitao acumulada e temperatura mdia) (Tabela 5),

    demonstrando que mais animais em reproduo podem ser capturados nos meses maisquentes e chuvosos. Tal fato comprova os achados de outros autores que citaram

    0123456

    789

    10

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Meses

    FmeasMachos

    0

    123456789

    10

    Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

    Capturas

    Meses

    Fmeas

    Machos

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    35

    grandes aglomeraes destas espcies na poca reprodutiva (TRAJANO, 1985; BREDT

    et al., 1999; NOGUEIRA et al., 2007). Tal fato comprova tambm que a diviso

    adotada neste trabalho mostra-se adequado para definir as pocas reprodutivas (meses

    com mais de 100 mm de precipitao e temperatura mais elevada).

    Tabela 5- Regresso mltipla entre a pluviosidade acumulada e a temperatura mdia com ototal de fmeas ativas reprodutivamente emA. geoffroyi,A. caudifere G. soricina.

    Espcie F R2 pTemperatura

    mdiaPrecipitaoacumulada

    A. caudif er 5,133 0,533 0,033 0,140 0,717A. geoff royi 5,133 0,530 0,033 0,263 0,925G. sori cina 28,156 0,862 0,000 0,004 0,346

    4.6. Efeito da sazonalidade sobre a condio corprea

    Os morcegos necessitam estar em equilbrio quanto obteno de energia e os

    fatores que exijam seu gasto (HAMILTON & BARCLAY, 1998; PEREIRA et al.,

    2010). Com morcegos frugvoros, a escassez de frutos pode lev-los a uma baixa no

    valor de suas condies corpreas (SMYTHE, 1986, CHARLES-DOMINIQUE, 1991;

    PEREIRA et al., 2010). Foi o que mostrou o trabalho de Pereira et al. (2010) com a

    espcie Artibeus planirostris, que sofreu alteraes em sua condio corporal devidoaos efeitos da sazonalidade. No entanto, Carollia perspicillatademonstrou se beneficiar

    de seus hbitos generalistas, sobretudo na poca de baixa disponibilidade de Piper e

    Vismia (PALMEIRIM et al. 1989; GIANNINI & KALKO 2004; PEREIRA et al.,

    2010), no apresentando alteraes em sua condio corprea. O hbito alimentar

    generalista pode ser uma das explicaes para a no observao do efeito da

    sazonalidade sobre a condio corprea de G. soricinano presente estudo (Tabela 6).

    Zorta (2003) registrou que, na poca seca, G. soricinaalimentou-se, principalmente de

    artrpodes, ocorrendo o inverso na poca chuvosa, onde sua principal fonte de alimento

    foram frutos. De maneira semelhante, A. geoffroyi no sofreu alteraes em sua

    condio corprea (Tabela 6). Uma das razes pode ser a de que essa espcie apresenta,

    assim como G. soricina, hbito alimentar generalista, podendo obter at 40% de sua

    fonte de nutrientes pelo consumo de insetos (ZORTA, 2003).

    Para L. perachi, a razo pelo qual no foi observada significncia da

    sazonalidade sobre sua condio corprea (Tabela 6), relaciona-se provavelmente

    pequena amostra disponvel. O baixo nmero de capturas para essa espcie pode

    mostrar que ela de restrita distribuio e/ou um possvel risco de extino devido ao

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    endemismo, compreendendo uma rea relativamente pequena (somente a Floresta

    Atlntica do centro do Esprito Santo ao norte de So Paulo) (DIAS et al., 2013) e

    existncia de pequenas populaes.

    A nica espcie, dentre as quatro estudadas, que apresentou diferenas

    significativas em sua condio corprea entre as pocas seca e mida foi A. caudifer(Tabela 6),com maiores condies corpreas na poca mida. Um dos motivos pode ser

    por A. caudifer possuir hbito alimentar mais especializado (ZORTA, 2003) e no

    apresentar caractersticas migratrias, podendo sofrer de uma forma mais intensa os

    efeitos da falta de disponibilidade de alimentos. Com relao a machos e fmeas

    analisados separadamente, em nenhum dos casos ocorreu diferena significativa (Tabela

    7).

    Tabela 6 - Resultados para o Teste t de Student a respeito do efeito da sazonalidade sobre a

    condio corprea deAnouracaudifer,Anourageoffroyi, GlossophagasoricinaeLonchophylla

    peracchino estado do Rio de Janeiro.

    Espcies Anouracaudifer

    Anourageoffroyi

    Glossophagasoricina

    Lonchophyllaperacchi

    t -2,414 0,759 -0,571 -1,513

    p 0,016 0,448 0,568 0,135

    Tabela 7 -Resultados para o Teste t de Student a respeito do efeito da sazonalidade sobre a

    condio corprea de machos e fmeas de Anoura caudifer, Anourageoffroyi, Glossophaga

    soricinaeLonchophyllaperacchi, analisados separadamente, no estado do Rio de Janeiro.

    Espcies Anoura caudifer Anoura geoff royi Glossophaga soricina Lonchophylla peracchi

    Gnero Machos Fmeas Machos Fmeas Machos Fmeas Machos Fmeas

    t -1,474 -1,655 -2,246 0,555 0,207 -1,452 -0,764 -1,135

    p 0,141 0,100 0,805 0,578 0,836 0,148 0,449 0,289

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    5. Concluso

    De acordo com a variao da pluviosidade e da temperatura ao longo do ano noestado do Rio de Janeiro, pode-se notar bem demarcadas as pocas seca e mida noestado. Nesse sentido, somente fmeas de Anoura geoffroyi so capturadas emquantidades diferentes entre as duas pocas, ocorrendo em maior nmero na poca

    chuvosa. Com relao ao efeito da sazonalidade sobre as condies corpreas dasespcies analisadas, somente Anouracaudifersofreu esse efeito, apresentando maiorescondies corpreas na poca chuvosa. Pode-se concluir que o estudo com condiocorprea em morcegos importante, sobretudo, relacionado a aspectos reprodutivos ealimentares. Assim como em trabalhos anteriores, espcies de hbito alimentar maisgeneralistas tendem a se beneficiar, principalmente, pela utilizao de mais recursosalimentares. Estudos futuros visam anlise da variao da condio corprea sobinfluncia da disponibilidade de alimentos ao longo do ano e da poca reprodutiva bemdemarcada, alm das variveis climticas.

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