efeito do flúor no organismo humano_poster

1
Nota: s/F, sem fluorose; c/F, com fluorose. *Indice de Prevalência de Fluorose - IPF = 78,57%. EFEITOS DO FL EFEITOS DO FLÚOR NO ORGANISMO HUMANO: UMA AVALIA OR NO ORGANISMO HUMANO: UMA AVALIAÇÃO, ÃO, BASEADA EM INDICADORES, NOS USU BASEADA EM INDICADORES, NOS USUÁRIOS DE 6 A 14 ANOS DO RIOS DE 6 A 14 ANOS DO HOSPITAL DE AERON HOSPITAL DE AERONÁUTICA DE CANOAS (HACO) UTICA DE CANOAS (HACO) ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… ………………………………………………………………………………….………………………………………… …………………………………………. Autor Autor: Ten : Ten Cel Cel Dent Dent João João Francisco Francisco Fernandes Fernandes Domingos Domingos – Esp. / Me Esp. / Me - HACO HACO Orientadora Orientadora: : Tânia Tânia Maria Maria Drehmer Drehmer – Prof Profª Dr Drª - UFRGS UFRGS Colaboradores Colaboradores: Ten Dent Ten Dent Joseane Joseane Murliki Murliki – Esp. Esp. - HACO HACO Ten Dent Ten Dent Karina Karina Becker Becker Tr Trápaga paga – Ma Ma - HACO HACO Ten Dent Ten Dent Fernanda Fernanda Teixeira Teixeira Silveira Silveira – Esp. Esp. - HACO HACO Ten Dent Ten Dent Mariana Mariana Boessio Boessio Vizzotto Vizzotto – Esp. / Ma Esp. / Ma - HACO HACO INTRODUÇÃO O processo de fluoração da águas, designado fluoretação, iniciado nos Estados Unidos da América, em 1945, e no Brasil, em 1953, baseou-se na premissa de que a ingestão de Flúor é necessária à saúde bucal (FAGIN, 2008). Focado na profilaxia da cárie dentária, o rápido advento tecnológico da segunda metade do Século XX permitiu a veiculação do fluoreto por variadas formas, gerando diversas fontes de ingestão (COLQUHOUN, 1998). No entanto, desde os seus primórdios, a ingestão de Flúor sofre acirrada contestação entre os investigadores de Saúde Pública (WALDBOTT, 1978), apesar das pesquisas oficiais sempre se mostrarem favoráveis às potencialidades terapêuticas da substância. A Fluorose foi o primeiro distúsbio diretamente relacionada à ingestão de Flúor (Mackay, 1933). Ela se caracteriza por conduzir a uma destruição dentária, muito semelhante ao processo da doença que o uso do Flúor pretende combater – a cárie. Foi, justamente, sobre o mecanismo da patologia fluórica, que surgiu a dúvida sobre uma real margem de segurança para a saúde humana, quanto à ingestão do fluoreto. A literatura preconiza dois pricipais indicadores de mensuração para o potencial de intoxicação do Flúor na saúde como um todo: o Índice de Prevalência de Fluorose (IPF), que mede a distribuição de frequência da patologia numa população, e o Índice Comunitário de Fluorose (ICF), que mede o ponto crítico de ingestão para a comunidade em questão. OBJETIVO O objetivo deste estudo foi o de avaliar a prevalência (IPF) e o grau de impacto (ICF) da ingestão de Flúor nos usuários de 6 a 14 anos do HACO, e construir um novo índice, para averiguar possíveis relações sistêmicas com os índices levantados. Para tal fim, foi construído o IESF – Índice de Efeito Sistêmico do Flúor. METODOLOGIA Estudo-piloto, de corte transversal, realizado na Divisão de Odontologia do HACO, entre os meses de janeiro e junho de 2009, como segmento experimental à defesa do Mestrado em Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força Aérea Brasileira – UNIFA, 2009. Do universo de pesquisa de 1516 usuários, para a faixa etária preconizada, foi possível obter, no tempo previsto, uma amostra de 70 casos (Tabela 1). A coleta compreendeu dados de Fluorose pelo Índice de Thylstrup & Fejerskov (1978), conforme Figura 1, e dados de saúde sistêmica, por meio de entrevista estruturada (MARCONI; LAKATOS, 2009), abrangendo os principais sistemas orgânicos - um total de 40 (quarenta) investigações sobre a saúde geral. O Índice de Efeito sistêmico do Flúor (IESF) foi construído com base no Índice Comunitário de Fluorose (ICF), estabelecendo-se duas fontes de variáveis para balizamento: fontes de Flúor, como fator estimulador da Fluorose e tempo de amamentação, como provável fator de proteção contra a patologia (COT, 2003; FAWELL et al., 2006). A análise foi estabelecida sobre dois grupos de confronto: GF (Grupo de usuários com Fluorose) e GNF (Grupo de usuários sem Fluorose). O estudo, baseado nos indicadores de Fluorose (IPF e ICF), configurou os resultados, no HACO, na ordem de problema de saúde pública. O Índice de Efeito Sistêmico do Flúor (IESF) se mostrou favorecido pelos fatores causadores da Fluorose, e, desfavorecido, pela amamentação (Figura 4; Tabela 3). Neste estudo, a patologia se configurou numa adversidade preocupante, decorrente da ingestão do Flúor, e indicou tendência para outros distúrbios de saúde, em diversos sistemas orgânicos, dentro de uma margem de erro inferior a 10%. Embora os resultados estejam suportados sobre um estudo-piloto, com nível de significância (α) ainda inferior a 95%, o forte indício da influência do Flúor, na saúde sistêmica da população abordada, orienta para que as novas pesquisas, direcionadas a esse problema, obtenham a necessária abrangência para o devido controle da ingestão de Flúor. COLQUHOUN, J. Why I changed my mind about water fluoridation. Fluoride, v. 21, p. 103-118, 1998. COT – Committee on Toxicity. Committee on toxicity of chemicals in food, consumer products and the environment: COT Statement on fluorine in the 1997 total diet study. COT Statement 2003/03, p. 1-14, september, 2003. DEAN, H. T; DIXON, R. M; COHEN, C. Mottled enamel in Texas. Public Health Reports, v. 50, n. 13, p. 424-442, 1935. DEAN, H. T. The investigation of physiological effects by the epidemiological method. American Association for the Advancement of Science, v. 19, p. 23-31, 1942. FAGIN, D. Controvérsias sobre o Flúor: pesquisas recentes sugerem que o tratamento da cárie com o fluoreto em excesso pode ser perigoso. Scientific American Brasil, v. 6, n. 67, p. 54-61, 2008. 70 34 27 7 36 28 8 Total 3 1 1 0 2 2 0 14 3 2 2 0 1 1 0 13 9 6 6 0 3 3 0 12 8 3 2 1 5 3 2 11 17 7 6 1 10 7 3 10 15 7 6 1 8 8 0 9 7 5 3 2 2 2 0 8 2 0 0 0 2 1 1 7 6 3 1 2 3 1 2 6 Total c/F s/F Total c/F s/F Total Feminino Masculino 55(*78,57%) - 27 - - 28 - c/F 15(21,43%) - - 7 - - 8 s/F Tabela 1 Tabela 1: Amostra estudada de janeiro a junho, em n : Amostra estudada de janeiro a junho, em números absolutos, meros absolutos, segundo idade, gênero e presen segundo idade, gênero e presença de fluorose, para um universo de a de fluorose, para um universo de 1516 usu 1516 usuários. Canoas, RS, 2009. rios. Canoas, RS, 2009. - 15,26 ± 6,81** - 23,41 ± 2,28* Média - DP 51,76 412 100,00 796 Total 62,07 360 72,86 580 Permanente 24,07 52 27,14 216 Decídua Feminino - 9,32 ± 6,67** - 23,50 ± 1,98* Média - DP 30,85 261 100,00 846 Total 40,67 242 70,33 595 Permanente 7,57 19 29,67 251 Decídua Masculino - 12,24 ± 7,32 - 23,46 ± 2,12 Média - DP 40,99 673 100,00 1642 Total 51,23 602 71,56 1175 Permanente 15,20 71 28,44 467 Decídua % n(D) n (F) % n(D) Dentes com Fluorose Dentes Presentes Dentição Tabela 2 Tabela 2: N : Número de dentes presentes e com fluorose, segundo denti mero de dentes presentes e com fluorose, segundo dentição e ão e gênero. M gênero. Média e desvio dia e desvio-padrão de dentes presentes e com fluorose, por padrão de dentes presentes e com fluorose, por grupos dent grupos dentários. Canoas, RS, 2009. rios. Canoas, RS, 2009. Nota *Teste F: p = 0,40; Teste t: p = 0,86. ** Teste F: p = 0,91; Teste t: p = 0,00192. Figura 1: Escala Analógica Visual da Fluorose. Representação fotográfica dos nove estágios da Fluorose, segundo o Índice Thylstrup & Fejerskov (ITF). Canoas, RS, 2009. RESULTADOS O cálculo de precisão da amostra (YAMANE, 1974) foi de 0,0932, evidenciando uma margem de erro inferior a 10%. Na amostra estudada, foi encontrado indícios de Fluorose (IPF) em 78,57% dos participantes (Tabela 1), e, em 40,99% do total de dentes presentes (Tabela 2). Por meio de uma abordagem modificada do Índice Comunitário (ICF), ficou evidenciado o valor de 1,83 de impacto na saúde geral, para a amostra, e de 0,88, para os dentes presentes (Figura 2). Os valores de referência para a normalidade são máximos de 20% para o IPF e 0,4 para o ICF (DEAN; DIXON; COHEN, 1935; DEAN, 1942), a variação superior indica probabilidade de Problema de Saúde Pública. O IESF foi mais representativo no gênero feminino (Figura 3), e sofreu maior interferência da amamentação no gênero masculino (Figura 4; Tabela 3). 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Masculino Feminino Grupo Masculino Feminino Grupo GF GNF MP Fontes (15) 4,45 4,54 4,51 4,13 3,75 3,95 Mm Amamentação 10,02 6,8 8,53 8,75 17,57 12,87 IESF 28,51 35,46 31,96 28,82 22,9 26,09 Masculino Feminino Grupo Masculino Feminino Grupo GF GNF IESF IESF IESF IESF IESF IESF IESF IESF + + + - - - Figura 4: Distribuição dos valores do IESF, Amamentação e Fontes de Flúor. Canoas, RS, 2009. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 IESF GF 28,51 35,46 31,96 IESF GNF 28,82 22,9 26,09 Razão GF/GNF 0,99 1,55 1,22 Masculino Feminino Grupo Figura 3: Índice de Efeito Sistêmico do Flúor (IESF) e suas respectivas razões entre GF e GNF. Razão GF/GNF > 1 = indica associação positiva (+). Canoas, RS, 2009. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 GRUPO 0,37 1,08 0,88 MASCULINO 0,18 0,82 0,63 FEMININO 0,59 1,34 1,14 Decíduos Permanentes Agrupados ICF ? Figura 2: Distribuição do ICF por gênero e grupos dentários. Canoas, RS, 2009. Nota: O símbolo aponta ICF acima do limiar de segurança para a ingestão do Flúor – “Problema de Saúde Pública”. 3,95 5,00 1,93 1,73 12,87 ± 10,11 Grupo 3,75 4,71 2,00 1,57 17,57 ± 12,66 Feminino 4,13 5,25 1,88 1,88 8,75 ± 5,04 Masculino Fontes-F (15) Alimentos (10) Higiene (3) Água (2) Amamentação Média ponderada Valores médios das frequências de consumo das fontes de Flúor Média de Amamentação Grupo Não Fluorose (GNF) 4,51 5,77 2,04 1,88 8,53 ± 9,64 Grupo 4,54 5,81 2,07 1,89 6,8 ± 7,41 Feminino 4,45 5,71 2,00 1,86 10,2 ± 11,27 Masculino Fontes-F (15) Alimentos (10) Higiene (3) Água (2) Amamentação Média ponderada Valores médios das frequências de consumo das fontes de Flúor Média (m) e (DP) Grupo Fluorose (GF) Tabela 3: Distribuição das médias e desvios-padrão do tempo de amamentação, e dos valores médios e médias ponderadas das frequências de consumo das fontes de Flúor. Canoas, RS, 2009. FAWELL, J; et al. Fluoride in drinking-water. World Health Organization (WHO). London: IWA – Publishing, 2006. 134 p. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 315p. McKay, F. S. Mottled enamel: the prevention of its further production through a change of the water supply at Oakley, IDA. J Am Dent Assoc (JADA), v. 20, p. 1137-1149, 1933. THYLSTRUP, A; FEJERSKOV, O. Clinical appearance of dental fluorosis in permanent teeth in relation to histologic changes. Community Dentistry and Oral Epidemiology, v. 6, p. 315-328, 1978. WALDBOTT, G. L. et al. Fluoriation: the great dilemma. Lawrence – Kansas (US): Coronado Press, 1978. 423p. YAMANE, T. Estadística: un análisis introductorio 3 ed. México: Harla S. A; Harper & Row Latinoamericana. 1974. 573 p. Tabela 6, p. 545. BIBLIOGRAFIA 0,88 1,08 0,37 1,14 1,34 0,59 0,63 0,82 0,18 Total Perm Dec Total Perm Dec Total Perm Dec 1,83 1,97 1,69 Grupo Feminino Masculino ICF CONCLUSÃO Gên e ro Idade Nota: Média ponderada = [2 x (Água) + 3 x (Higiene) + 10 x (Alimentos)] / 15 Comparação entre gêneros para amamentação em GF: Teste F: p = 0,04; Teste t: p = 0,20 Comparação entre gêneros para amamentação em GNF: Teste F: p = 0,03 ; Teste t: p = 0,12

Upload: joao-francisco-fernandes-domingos

Post on 30-Dec-2014

28 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Poster premiado na 10ª JOHACO - Jornada Odontológica do Hospital de Aeronáutica de Canoas - 2010.Referência:EFEITOS DO FLÚOR NO ORGANISMO HUMANO: UMA AVALIAÇÃO, BASEADAEM INDICADORES, NOS USUÁRIOS DE 6 A 14 ANOS DO HOSPITAL DEAERONÁUTICA DE CANOAS - Dissertação de Mestrado em Ciências Aeroespaciais.

TRANSCRIPT

Page 1: Efeito do Flúor no Organismo Humano_Poster

Nota: s/F, sem fluorose; c/F, com fluorose. *Indice de Prevalência de Fluorose - IPF = 78,57%.

EFEITOS DO FLEFEITOS DO FLÚÚOR NO ORGANISMO HUMANO: UMA AVALIAOR NO ORGANISMO HUMANO: UMA AVALIAÇÇÃO, ÃO, BASEADA EM INDICADORES, NOS USUBASEADA EM INDICADORES, NOS USUÁÁRIOS DE 6 A 14 ANOS DO RIOS DE 6 A 14 ANOS DO

HOSPITAL DE AERONHOSPITAL DE AERONÁÁUTICA DE CANOAS (HACO)UTICA DE CANOAS (HACO)…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..……………………………………………………………………………………..

AutorAutor: Ten : Ten CelCel Dent Dent JoãoJoão Francisco Francisco FernandesFernandes DomingosDomingos –– Esp. / Me Esp. / Me -- HACOHACOOrientadoraOrientadora: : TâniaTânia Maria Maria DrehmerDrehmer –– ProfProfªª DrDrªª -- UFRGSUFRGS

ColaboradoresColaboradores:: Ten Dent Ten Dent JoseaneJoseane MurlikiMurliki –– Esp. Esp. -- HACOHACOTen Dent Ten Dent KarinaKarina Becker Becker TrTráápagapaga –– Ma Ma -- HACOHACOTen Dent Ten Dent FernandaFernanda TeixeiraTeixeira SilveiraSilveira –– Esp. Esp. -- HACOHACOTen Dent Ten Dent MarianaMariana BoessioBoessio VizzottoVizzotto –– Esp. / Ma Esp. / Ma -- HACOHACO

INTRODUÇÃO

O processo de fluoração da águas, designado fluoretação, iniciado nos EstadosUnidos da América, em 1945, e no Brasil, em 1953, baseou-se na premissa de quea ingestão de Flúor é necessária à saúde bucal (FAGIN, 2008). Focado naprofilaxia da cárie dentária, o rápido advento tecnológico da segunda metade do Século XX permitiu a veiculação do fluoreto por variadas formas, gerando diversasfontes de ingestão (COLQUHOUN, 1998). No entanto, desde os seus primórdios, a ingestão de Flúor sofre acirrada contestação entre os investigadores de SaúdePública (WALDBOTT, 1978), apesar das pesquisas oficiais sempre se mostraremfavoráveis às potencialidades terapêuticas da substância.

A Fluorose foi o primeiro distúsbio diretamente relacionada à ingestão de Flúor(Mackay, 1933). Ela se caracteriza por conduzir a uma destruição dentária, muitosemelhante ao processo da doença que o uso do Flúor pretende combater – a cárie. Foi, justamente, sobre o mecanismo da patologia fluórica, que surgiu a dúvida sobre uma real margem de segurança para a saúde humana, quanto àingestão do fluoreto.

A literatura preconiza dois pricipais indicadores de mensuração para o potencialde intoxicação do Flúor na saúde como um todo: o Índice de Prevalência de Fluorose (IPF), que mede a distribuição de frequência da patologia numapopulação, e o Índice Comunitário de Fluorose (ICF), que mede o ponto crítico de ingestão para a comunidade em questão.

OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi o de avaliar a prevalência (IPF) e o grau de impacto(ICF) da ingestão de Flúor nos usuários de 6 a 14 anos do HACO, e construir um novo índice, para averiguar possíveis relações sistêmicas com os índiceslevantados. Para tal fim, foi construído o IESF – Índice de Efeito Sistêmico do Flúor.

METODOLOGIA

Estudo-piloto, de corte transversal, realizado na Divisão de Odontologia do HACO, entre os meses de janeiro e junho de 2009, como segmento experimental àdefesa do Mestrado em Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força AéreaBrasileira – UNIFA, 2009.

Do universo de pesquisa de 1516 usuários, para a faixa etária preconizada, foipossível obter, no tempo previsto, uma amostra de 70 casos (Tabela 1).

A coleta compreendeu dados de Fluorose pelo Índice de Thylstrup & Fejerskov(1978), conforme Figura 1, e dados de saúde sistêmica, por meio de entrevistaestruturada (MARCONI; LAKATOS, 2009), abrangendo os principais sistemasorgânicos - um total de 40 (quarenta) investigações sobre a saúde geral.

O Índice de Efeito sistêmico do Flúor (IESF) foi construído com base no ÍndiceComunitário de Fluorose (ICF), estabelecendo-se duas fontes de variáveis parabalizamento: fontes de Flúor, como fator estimulador da Fluorose e tempo de amamentação, como provável fator de proteção contra a patologia (COT, 2003; FAWELL et al., 2006). A análise foi estabelecida sobre dois grupos de confronto: GF (Grupo de usuários com Fluorose) e GNF (Grupo de usuários sem Fluorose).

O estudo, baseado nos indicadores de Fluorose (IPF e ICF), configurou os resultados, no HACO, na ordem de problema de saúde pública. O Índice de Efeito Sistêmico do Flúor (IESF) se mostrou favorecido pelos fatores causadores da Fluorose, e, desfavorecido, pela amamentação(Figura 4; Tabela 3). Neste estudo, a patologia se configurou numa adversidade preocupante, decorrente da ingestão do Flúor, e indicou tendência para outros distúrbios de saúde, emdiversos sistemas orgânicos, dentro de uma margem de erro inferior a 10%.

Embora os resultados estejam suportados sobre um estudo-piloto, com nível de significância(α) ainda inferior a 95%, o forte indício da influência do Flúor, na saúde sistêmica da populaçãoabordada, orienta para que as novas pesquisas, direcionadas a esse problema, obtenham a necessária abrangência para o devido controle da ingestão de Flúor.

COLQUHOUN, J. Why I changed my mind about water fluoridation. Fluoride, v. 21, p. 103-118, 1998.

COT – Committee on Toxicity. Committee on toxicity of chemicals in food, consumer products and the environment: COT Statement on fluorine in the1997 total diet study. COT Statement 2003/03, p. 1-14, september, 2003.

DEAN, H. T; DIXON, R. M; COHEN, C. Mottled enamel in Texas. Public Health Reports, v. 50, n. 13, p. 424-442, 1935.

DEAN, H. T. The investigation of physiological effects by the epidemiological method. American Association for the Advancement of Science, v. 19, p. 23-31, 1942.

FAGIN, D. Controvérsias sobre o Flúor: pesquisas recentes sugerem que o tratamento da cárie com o fluoreto em excesso pode ser perigoso. Scientific American Brasil, v. 6, n. 67, p. 54-61, 2008.

703427736 288Total31102201432201101396603301283215321117761107310157618809753222082000211763123126

Totalc/Fs/FTotalc/Fs/FTotalFemininoMasculino

55(*78,57%)-27--28-c/F

15(21,43%)--7--8s/F

Tabela 1Tabela 1: Amostra estudada de janeiro a junho, em n: Amostra estudada de janeiro a junho, em núúmeros absolutos, meros absolutos, segundo idade, gênero e presensegundo idade, gênero e presençça de fluorose, para um universo de a de fluorose, para um universo de

1516 usu1516 usuáários. Canoas, RS, 2009. rios. Canoas, RS, 2009.

-15,26 ± 6,81**-23,41 ± 2,28*Média - DP

51,76412100,00796Total

62,0736072,86580Permanente

24,075227,14216DecíduaFeminino

-9,32 ± 6,67**-23,50 ± 1,98*Média - DP

30,85261100,00846Total

40,6724270,33595Permanente7,571929,67251Decídua

Masculino-12,24 ± 7,32-23,46 ± 2,12Média - DP

40,99673100,001642Total51,2360271,561175Permanente15,207128,44467Decídua

% n(D)n (F)%n(D)Dentes com FluoroseDentes PresentesDentição

Tabela 2Tabela 2: N: Núúmero de dentes presentes e com fluorose, segundo dentimero de dentes presentes e com fluorose, segundo dentiçção e ão e gênero. Mgênero. Méédia e desviodia e desvio--padrão de dentes presentes e com fluorose, por padrão de dentes presentes e com fluorose, por

grupos dentgrupos dentáários. Canoas, RS, 2009.rios. Canoas, RS, 2009.

Nota *Teste F: p = 0,40; Teste t: p = 0,86. ** Teste F: p = 0,91; Teste t: p = 0,00192.

Figura 1: Escala Analógica Visual da Fluorose. Representação fotográfica dos nove estágios da Fluorose, segundo o Índice Thylstrup & Fejerskov (ITF). Canoas, RS, 2009.

RESULTADOS

O cálculo de precisão da amostra (YAMANE, 1974) foi de 0,0932, evidenciando umamargem de erro inferior a 10%. Na amostra estudada, foi encontrado indícios de Fluorose (IPF) em 78,57% dos participantes (Tabela 1), e, em 40,99% do total de dentes presentes(Tabela 2). Por meio de uma abordagem modificada do Índice Comunitário (ICF), ficouevidenciado o valor de 1,83 de impacto na saúde geral, para a amostra, e de 0,88, para osdentes presentes (Figura 2). Os valores de referência para a normalidade são máximos de 20% para o IPF e 0,4 para o ICF (DEAN; DIXON; COHEN, 1935; DEAN, 1942), a variaçãosuperior indica probabilidade de Problema de Saúde Pública. O IESF foi mais representativono gênero feminino (Figura 3), e sofreu maior interferência da amamentação no gêneromasculino (Figura 4; Tabela 3).

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Masculino

Feminino

Grupo

Masculino

Feminino

Grupo

GF

GN

F

MP Fontes (15) 4,45 4,54 4,51 4,13 3,75 3,95

Mm Amamentação 10,02 6,8 8,53 8,75 17,57 12,87

IESF 28,51 35,46 31,96 28,82 22,9 26,09

Masculino Feminino Grupo Masculino Feminino Grupo

GF GNF

IESFIESFIESFIESFIESFIESFIESFIESF

++++

++--

--

--Figura 4: Distribuição dos valores do IESF, Amamentação e

Fontes de Flúor. Canoas, RS, 2009.

02468

101214161820222426283032343638

IESF GF 28,51 35,46 31,96

IESF GNF 28,82 22,9 26,09

Razão GF/GNF 0,99 1,55 1,22

Masculino Feminino Grupo

Figura 3: Índice de Efeito Sistêmico do Flúor (IESF) e suas respectivas razões entre GF e GNF. Razão GF/GNF > 1 = indica associação

positiva (+). Canoas, RS, 2009.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

GRUPO 0,37 1,08 0,88

MASCULINO 0,18 0,82 0,63

FEMININO 0,59 1,34 1,14

Decíduos Permanentes Agrupados

ICF

?

Figura 2: Distribuição do ICF por gênero e grupos dentários. Canoas, RS, 2009. Nota: O símbolo aponta ICF acima do limiar de segurança

para a ingestão do Flúor – “Problema de Saúde Pública”.

3,955,001,931,7312,87 ± 10,11Grupo

3,754,712,001,5717,57 ± 12,66Feminino

4,135,251,881,888,75 ± 5,04Masculino

Fontes-F (15)

Alimentos (10)

Higiene (3)

Água (2)Amamentação

Média ponderada

Valores médios das frequências de consumo das fontes de Flúor

Média de Amamentação

Grupo Não Fluorose (GNF)4,515,772,041,888,53 ± 9,64Grupo

4,545,812,071,896,8 ± 7,41Feminino

4,455,712,001,8610,2 ± 11,27Masculino

Fontes-F (15)

Alimentos (10)

Higiene (3)Água (2)

Amamentação

Média ponderada

Valores médios das frequências de consumo das fontes de Flúor

Média (m) e (DP)

Grupo Fluorose (GF)

Tabela 3: Distribuição das médias e desvios-padrão do tempo de amamentação, e dos valores médios e médias ponderadas das

frequências de consumo das fontes de Flúor. Canoas, RS, 2009.

FAWELL, J; et al. Fluoride in drinking-water. World Health Organization (WHO). London: IWA – Publishing, 2006. 134 p.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 315p.

McKay, F. S. Mottled enamel: the prevention of its further production through a change of the water supply at Oakley, IDA. J Am Dent Assoc (JADA), v. 20, p. 1137-1149, 1933.

THYLSTRUP, A; FEJERSKOV, O. Clinical appearance of dental fluorosis in permanent teeth in relation to histologic changes. Community Dentistry and Oral Epidemiology, v. 6, p. 315-328, 1978.

WALDBOTT, G. L. et al. Fluoriation: the great dilemma. Lawrence – Kansas (US): Coronado Press, 1978. 423p.

YAMANE, T. Estadística: un análisis introductorio 3 ed. México: Harla S. A; Harper & Row Latinoamericana. 1974. 573 p. Tabela 6, p. 545.

BIBLIOGRAFIA

0,881,080,371,141,340,590,630,820,18

TotalPermDecTotalPermDecTotalPermDec

1,831,971,69GrupoFemininoMasculino

ICF

CONCLUSÃO

Gêner

o

Idade

Nota: Média ponderada = [2 x (Água) + 3 x (Higiene) + 10 x (Alimentos)] / 15Comparação entre gêneros para amamentação em GF: Teste F: p = 0,04; Teste t: p = 0,20Comparação entre gêneros para amamentação em GNF: Teste F: p = 0,03 ; Teste t: p = 0,12