efeitos da pitce sobre c,t&i - ieav.cta.br ary... · – a promoção da inovação...
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Efeitos da PITCE sobre C,T&IIV WAI – IEAv/CTA
PITCE: Intervenção Pública na Economia
(agradecimento: Prof. Milton Campanário, IPT)
Funções do Governo• O governo desempenha três funções básicas:
– função estabilizadora: promover a estabilidade de preços e o maior nível de emprego de recursos
– função distributiva: atender aos parâmetros socialmente desejados de igualdade socioeconômica.
– função alocativa: destinar recursos da sociedade para a provisão pública e privada de bens públicos e quase públicos.
• A ênfase em uma ou mais dessas funções varia no tempo e no espaço.
Balizamento das funções
• Enfoques sobre a intervenção pública– Intervencionista: são implementadas e combinadas
com instrumentos gerais de política.– Regulacionista: correção de falhas alocativas,
regulação de bens públicos e intervenções horizontais.– Liberal: O Estado só se justifica na promoção de
funções “clássicas” voltadas para o aumento da eficiência de mercado.
• Historicamente, as políticas públicas se inserem no cerne desse debate.
Caráter da intervenção pública• A intervenção pública direta e indireta se justifica
em setores que apresentam as seguintes características:– produtores de bens públicos (indivisíveis/não rival)– geradores de externalidades positivas– exigência de grande volume de investimento com retorno
incerto– longos prazos de maturação– usos específicos– alto grau de interesse público
• A provisão pública de bens e serviços se dá em função desses parâmetros.
Novos Marcos de Intervenção Pública
Documentos do Governo
• As políticas expressas nos documentos governamentais:– têm como premissa a manutenção da estabilidade
macroeconômica– Apóiam-se em uma revitalização da função distributiva– traçam novos rumos e estratégias para a função alocativa– enfatizam o papel do investimento privado
• As atuais políticas têm como foco:– a ampliação da capacidade produtiva– incrementos no comércio exterior– a promoção da inovação tecnológica
Este é o elemento
crítico
Ao lado da ênfase na inovação
PPA 2004-2007
• Documento de governo que apresenta as grandes diretrizes estratégicas previstas no OGU nas áreas de infra-estrutura.
• Trata-se de alocação de recursos públicos em programas prioritários com vistas a promover o desenvolvimento regional:– inclusão social e desconcentração da renda e emprego– desenvolvimento ambientalmente sustentável– redução das disparidades regionais– dinamização do mercado de consumo de massa– viabilizado pela expansão competitiva das atividades – superação da vulnerabilidade externa
Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE)
• Eixos– orientação e estímulo ao investimento privado– destaque à função do crédito – consolidação da trajetória de longo prazo– novos marcos regulatórios setoriais e institucionais
como forma de promover investimentos em parceria nos campos da infra-estrutura (PPP’s)
– articulação entre as prioridades do PPA 2004-2007 e programas de inversão estatal e privado
– estímulo as atividade de P&D&E
Diretrizes da PITCE• Objetivos: aumento da eficiência econômica, promoção da
inovação tecnológica, difusão de tecnologias e incrementos na competitividade.
• Meios: política industrial (setorial) complementada nas áreas social, educação, saúde, infra-estrutura, qualificação de mão-de-obra, turismo, etc.
• Funções: destaca a importância da indústria no desenvolvimento, o que inclui inovação.
• Características: a organização industrial determina comportamentos empresariais diferenciados no campo tecnológico, geração emprego, renda, etc.
• Síntese: aproveitar as potencialidades da base produtiva e induzir a criação de vantagens competitivas dinâmicas.
A Política Industrial no Brasil
O processo de industrialização• O processo de industrialização não foi resultado de uma
estratégia deliberada.• Mecanismos indiretos estimularam “naturalmente” a
produção nacional.• No pós-guerra, grandes planos de investimento
capitaneados pelo Estado promoveram a industrialização.• Devido aos desequilíbrios dos anos 90 o foco do
planejamento econômico passa a ser a estabilização.• O modelo intervencionista deixou marcas profundas no
padrão de desenvolvimento industrial – fato que se reflete até o presente.
• A abertura se deu mais na direção do mercado interno e a indústria ainda não realizou totalmente seu ajuste.
A Indústria nos Anos 1990
Abertura e Estabilidade
• Redução de barreiras tarifárias e não tarifárias (1989 - ).
• Taxa de cambio como variável de ajuste (antes e após 1999).
• Reforma patrimonial e atração de investimentos diretos externos.
• Política monetária restritiva.• Ajuste fiscal.• Novos marcos regulatórios (criação de agências,
PPP, outros).
Resultados• Padrão de crescimento: “stop and go”• Aumenta coeficiente de abertura comercial• Efeitos sobre o investimento foi diferenciado• Aumenta a produtividade: 57%• Redução do nível de emprego: 29%• Aumento produção física: 11%• Efeitos sobre as margens de Lucro: 8.9%• Queda de preços: 6.06%• Aumenta dependência tecnológica
Critérios de Política Industrial
Critérios Normativos de Política Industrial• Consistência Macroeconômica: estabilidade de
preços• Ajustamento Externo: abertura/poupança• Seletividade: escolha de prioridades setoriais• Horizontalidade: produtividade sistêmica• Cooperação: APL’s, acordos tecnológicos pré-
competitivos, etc.• Sustentabilidade: Social e ambiental• Espacialidade: Desenvolvimento regional• Inovação: patentes, certificação, incentivos.
• Acordos Comerciais Internacionais: Alca, Mercosul, EU e outros (OMC, OIT, etc.).
• Defesa da concorrência e regulação: CADE, Agências Reguladoras.
• Defesa do Consumidor: Normas, Certificação, Qualidade.
Critérios Normativos de Política Industrial
Desenho da política atual - PITCE
PITCE: Estrutura
• 11 programas de política industrial• 57 medidas• Classificação das medidas de acordo com:
– critérios normativos (estabelecidos a partir de uma perspectiva histórica, análise da literatura política industrial e pesquisa realizada para a SCTDET/SP)
– instrumentos (identificados por meio da análise dos documentos governamentais)
Programas da PITCE
• Modernização industrial• Inserção externa e competitividade• Inovação de produto, processo e gestão• Opções estratégicas – TI/Semicondutores• Opções estratégicas – TI/Software• Opções estratégicas – Bens de Capital (BK)• Opções estratégicas – Fármacos• Portadores do Futuro (bio e nanotecnologia, biomassa)• Fortalecimento de pequenas e médias empresas• Ambiente favorável ao desenvolvimento industrial• Fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação
Gráfico 1: Relação Critérios e Políticas (valores absolutos).
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Gráfico 3: Relação Critérios Normativos e Políticas (% critério).
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Gráfico 4: Relação instrumentos e políticas (valores absoluto).
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Gráfico 6: Relação política e instrumentos (% instrumento).
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Gráfico 7: Relação critérios e instrumentos (valores absolutos).
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Gráfico 8: Relação critérios e instrumentos (% políticas).
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C,T&I no contexto da PITCE
Qual é a questão?
“Com dificuldades, a ciência cresce no Brasil: a produção científica aumentou bastante, mas nem sempre com resultados práticos”
O Estado de São Paulo (OESP)13.7.03 (véspera da SBPC)manchete primeira página
Resultados práticos?
Indicadores de atividades C,T&Ide insumo – Manual Frascati (63)de produto – Manual de Oslo (92)
Prof. Ed Mansfield11% [3% - 31%] dos novos produtos/processos atrasariam substancialmente7% [2% - 13%] desenvolvidos com ajuda muito substancial das ICT
NSF400k patentes73% da base de conhecimento financiada com $$ públicos
“PME investem em pesquisa” (OESP, 11.11.03, 1a. página)
➦ Intermed10% faturamento em pesquisa7 patentesPrêmio Design Museu da Casa Brasileira 2003
➦ Sistema de ventilação pulmonaradequação às diretivas e normas européiasapoio no desenvolvimento da 2a. geração
➦ Exportações: Europa, Índia, Turquia... (23 países)
Ano Valor (US$)
2000 41,300 2001 71,5002002 194,5002003 1,200,000
Programa de Apoio Tecnológico à Exportação - PROGEX
Produção do conhecimento
Visão tradicional: modelo linearpesquisa -> desenvolvimento ->engenharia ->produção ->mercado
Não é a única forma!
Tenha modos! (de produção do conhecimento)
• The new production of knowledge: the dynamics of science and research in contemporary societies
(M. Gibbons et al., 1994)
• Contextos para a produção do conhecimento
Modo 1 (contexto tradicional)
– Comunidade específica (acadêmica) decide:• quais quais são os problemas relevantes• quem pode praticar ciência• o que é boa ciência
– Conhecimento é gerado segundo códigos e práticas de cada disciplina
– Homogeneidade, hierarquia, permanência
– Conhecimento como valor em si
– Mainstream do ocidente
Emergência do Modo 2
• Conhecimento, mobilizado para solução de problemas, é gerado num contexto de aplicação
• Conhecimento valorizado pela sua utilidade desde o início– importância das dimensões econômica e social– negociação para obter interesse atores
• Responsabilidade perante a sociedade
Algumas características do Modo 2
• Transdisciplinar– requer consenso para
apropriação cognitiva e social
• Heterogeneidade• Heterarquia (para
maior agilidade)• Transiente
– mobilidade, projetos
Outros contrapontos entre os modos
• Controle de qualidade– Modo 1 - avaliação pelos pares– Modo 2 - critérios adicionais
• Como se gera conhecimento– Modo 1 - genialidade individual– Modo 2 - criatividade grupal
Como emergiu o Modo 2
• Massificação NU
• Excesso de pessoas para ser absorvidas pela estrutura disciplinar
• Tecnologias de mobilidade e TIC facilitam comunicação
• Modo 2 é resultado e motriz da inovação
Importância do contexto
• Mercados de conhecimento não são regulados só por $$ (p.e., meio ambiente)
• Mercado é dinâmico; contextos variam; demandas por novos conhecimentos
• Conhecimento especializado não disponível é gerado mediante (re)configuração de recursos num particular contexto de aplicação
Participação
• No Modo 2, a exploração do conhecimento requer participação desde a sua geração
• Novos arranjos institucionais, organizacionais e de governança
• Modelos co-evolucionários (conhecimento, economia, ambiente...)
• Novo papel governo [e das agências]
Condição necessária para resultados práticos
O que diz a Constituição Federal?
• O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológica (artigo 218)
• A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional (parágrafo 2o.)
IlustraIlustraçõções mostradas na FTT 2004 (Unido)es mostradas na FTT 2004 (Unido)
Plasma térmico para tratamento de resíduos (ABAL, Poli/USP; Fapesp)
Energia renovável: gaseificação de
biomassa (Cenbio; Finep)
Plástico biodegradável da cana de açúcar
(Copersucar, ICB/USP, PHB, ; Padct, Fapesp, Pronex)
Adespec: não estamos “pregando” no deserto
O que temos lá em casaO que temos lá em casa
Incubadoras em Operação no Brasil(Fonte: Anprotec)
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Outras
Mista
Tradicional
Tecnológica
Incubadoras em Operação no Brasil – Classificação(Fonte: Anprotec)
Base = 207 incubadoras
Número de empresas incubadas(Fonte: Anprotec)
Incubadoras: 207–Empresas Incubadas: 1 500–Empresas Graduadas: 1 100–Empresas Associadas: 1 000
Total: 3 600
Número de postos de trabalho gerados(Fonte: Anprotec)
Nas incubadoras: 1 600Nas empresas Incubadas: 8 600Nas empresas Graduadas: 8 100Total: 18 300
Hélice Tripla (Etzkowitz & Leydesdorff)
NORDESTEBA 01CE 02PE 01TOTAL 04
SULPR 02RS 04SC 02TOTAL 08
SUDESTEMG 11SP 03RJ 05TOTAL 19
Total no Brasil - 33 Parques (em projeto, implantação e operação)
NORTEPA 01TOTAL 01
CENTRO-OESTEDF 01TOTAL 01
Parques no Brasil (Fonte: Anprotec)
Parceria estratégica na pesquisa tecnológicaParceria estratégica na pesquisa tecnológica
Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica
Nosso conhecimento usado lá foraNosso conhecimento usado lá fora
Redes de Inovação
Programa Brasileiro de Metrologia em Química Programa Brasileiro de Metrologia em Química --PBMQ (apoio MCT/PADCT e CNPq)PBMQ (apoio MCT/PADCT e CNPq)
• SP: USP, Unicamp, Unesp, Un. Mackenzie, IPEN, ITAL, I. A. Lutz, Cetesb, Sabesp, Senai, Copersucar, Oxiteno, White Martins/Praxair, Abimaq, Sinproquim...
• RJ: PUC, Cenpes, INCQS, INT, IRD, CETEM, Inmetro, Rede Química Analítica, Analytical Solutions...
• MG: UFMG, CETEC, CDTN, Rede Metrológica...
• RS: CIENTEC, Rede Metrológica• PR: TECPAR, Rede Metrológica
• RN: UFRN, CTGás
• BA: SENAI/Cetind, Rede Metrológica
• PE: UFPE, ITEP
Sistemas de Inovação
➠ Sistema Nacional de InovaçãoConjunto de redes de instituiçõespúblicas e privadas,cujas atividades e interaçõesiniciam, importam, modificam edifundem novas tecnologias
➠ Sistemas locais de inovaçãoclustersarranjos produtivos locais
Valores associados à pesquisa tecnológica
Desafios de gestão da pesquisa tecnológica no Brasil • Direcionadores para a pesquisa tecnológica
– PITCE– Foresight– Consistência
• Visão tecnicólor da inovação– Papel instituições que não V-A– Modelo financiamento à pesquisa tecnológica e engenharia– Lei inovação
• Operação das agências no negócio “tecnologia”– Competição ou colaboração?– Tempo de processamento– Qualificadores (métrica além de papéis – artigos e patentes)– Critérios (rigor & relevância)– PI (ilustração da necessidade de coordenação)– Modelos inovadores de gestão do risco
O quadrante de Pasteur (Donald Stokes)
B o h r P a s t e u r
E d i s o n