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El oficio de sociólogo

Presupuestos epistemológicos

Fierre Bourdieu Jean-Claude Chamboredon

Jean-Claude Passeron

ecftores

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Siglo veintiuno editores Argentina s. a. T(JCUMÁN1621 7 « N ( C ' 0 S 0 A A G ) B U E N O S A I R F & R E P Ú B L I C A A R G E N T I N A

Siglo veintiuno editores, s.a. de c.v. C E R R O D £ L A G U A 3 * a D E L E G A C I Ó N C O Y O A C A N 0 4 3 1 0 . M É X I C O D F

MU K o l l l d u U . PlCl I C

B O r ELI ofit i<j d e so< ló logo .' Pici it- Rouri l i fu , ¡ c . in - tJ .n idt '

(;haml>í>i<.-duTi v ¡ci in-í ' lai idr P.LSMTiin.- 1'. c d . 1̂ rci[n[) ,

B u e n o s Aires: Si)^li> X X I E d i t o r e s A i g c u t i n . i ,

3 7 6 p. ; 2 1 x 1 4 c m , - ( S o c i o l o g i n l

"Iraduí i ion di- F e r n a n d o H U ^ L I A / r n r r a \ (ov.' S.L/bnii

[. C^hainboredun, | t 'aii-Clau(lc 11 í 'as^eI^n, |<.Mn< laiidt

III. T í t n l n - 1. S i ) f io log ia

T i t u l o iiMgniíil; I.r m^Ufr df sonolij¡rue

£ 1 9 7 3 , É t o l c l ' r a n q i i e d e s H a u t e s Ktud<_'b

[V'i ' iecl ion] \ MtinC^jii a n d ( i n .

'íj 1 9 7 5 . S i g l o X X I M i t o r e ; ; . S.A. d e C . V .

f i i f o c d i c i n n r o n S i g l o X X I d e K.spañit Ed i lore '^ . a,

P o r t a d n or ig in . i l d e M a r í a L u i s ü M ^ i r t í n r ? P a s s a r g e

Adap iac i r ' in d e p o r t a d a : D a n i e l f h a s k í e l b e r g

1' r e i m p r e s i ó n a r g e i u n i a : jOfI e ] e i n p l a [ e >

e 2 0 0 2 . S i g l o X X I E d i i o r e - ; . a r g e n t i n a S.A.

I S B N 9 8 7 - I U I 5 - 1 0 - X

In ip iesLi e n .Aries G r á j k as D o U n r

A l t e S o H e r '1150, . \ v e l l a n e d a ,

e n c i m e s d e a b r i l d e 'i(K)4

H e c h o el d e p ó s i f o q u e m a í t a la le \ 1 1 . 7 2 3

I m p r e s o e n A r g e n t i n a - M a d e m .Aj-geinina

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I N T R O D U C C I Ó N

EPISTEMOLOGÍA Y METODOLOGÍA

"El método —escribe Auguste Comto— no es susceptible de ser estudiado separadamente de las investigaciones en que se lo em­plea; o, por lo menos, sería éste un estudio muerto, incapaz de fecundar el espíritu que a él se consagre. Todo lo que pueda decirse de real, cuando se lo encara abstractamente, se reduce a generali­dades tan vagas que no podrían tener influencia alguna sobre el régimen intelectual. Cuando se ha establecido, como tesis lógica, que todos nuestros conocimientos deben fundarse sobre ia observa­ción, que debe procederse de los principios hacia los hechos y de los hechos hacia los principios, además de algunos otros aforismos similares, se conoce mucho menos netamente el método que a quien estudia, de modo poco profundo, una sola ciencia positiva, aun sin intención filosófica. Por haber desconocido este dato esen­cial, nuestros psicólogos se inclinan a considerar a sus ensueños como ciencia, cuando creen comprender el método positivo por haber leido los preceptos de Bacon o el Discurso de Descartes. Ignoro si, más tarde, será posible seguir a priori un verdadero curso de método del todo independiente del estudio filosófico de las ciencias; pero estoy convencido de que ello es imposible hoy, puesto que los grandes procedimientos lógicos no pueden aún ser explicados, con suficiente precisión, por separado de sus aplica­ciones. Me atrevo a agregar además que, aun cuando una empresa de este tipo pueda ser realizada —lo que, en efecto es concebible—, sólo por el estudio de las aplicaciones regulares de los procedimien­tos científicos podrá lograrse un buen sistema de hábitos intelec­tuales, hecho que es, sin embargo, objetivo esencial del método." *

1 A . C o m t e , Cours de phitosophie posilive, t. i, B a c h e l i e r , P a r í s , 1 8 3 0 ( á -

tado segi'm l a ed ic ión G a m i e r , 1 9 2 6 , pp. 7 1 - 7 2 ) . P o d r í a s e ñ a l a r s e , con

C a n g u i l h e m , que n o es fác i l s u p e r a r l a s educc ión del v o c a b u l a r i o q u e "no*

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1 2 i^L OFICIO DF. SOClÓlXKiO

c o n d u c e s in c e s a r a c o n c e b i r el m é t o d o c o m o suscept ib le de s e r s e p a r a d o d e las i n v e s t i g a c i o n e s e n que es pues to e n p r á c t i c a : [ A . C o m t e ] " e n s e ñ a en la p r i m e r a lecc ión del Curso de filosofía posiliía q u e «el m é t o d o no es suscept ib le de SJ^r e s tud iado pnr s e p a r a d o de las inves t igar iones e n q u e es empleado'^; e l lo sobrent i ende q u e el e m p l e o de u n método supone a n t e todo su posesión" { G . C a n R u i l h e n i , Théorie el lechmque de Vexperinieiitation chez ClmuU- Bernard. CoUoque du c r n t e n a i r e de la pubi icat ioi i de L'1 ntroduction á l'etude de la médrane eipcrimemale, M a s s o n , P a r í s , 1 9 6 7 , p. 2 4 )

- I .a divis ión del c . impo cp is ten io l i ipko según la li'ifjica de los parPs ( c f r .

3 ' p a r t e ) y las t r a d i c i a n e s in te l ec tua les que , ai ident i f i car toda re f i ex ión con

e s p e c u l a c i ó n p u r a , n o p e r m i t e n p e r c i b i r !a func ión t é c n i c a de u n a re f lex ión

sobre la r e l a c i ó n c o n las t é c n i c a s , o t o r g a n f u e r t e probab i l idad al m a l e n t e n d i d o

q u e aquí t r a t a m o s de e n f r e n t a r * e n efecto , e n esta o r g a n i z a c i ó n dual i s ta de las

Nada habría que agregar a este texto que, al negarse a disociar el método de la práctica, de entrada rechaza todos los discursos del método, si no existiera ya todo un discurso acerca del método que, ante la ausencia de una oposición de peso, amenaza imponer a los investigadores una imagen desdoblada del trabajo científico. Pro­fetas que Se ensañan con la impureza original do la empiria"—de quieni-'? no se sabe si consideran las mezquindades de la rutina científica como atentatorias a la dignidad del objeto que ellos piensan les corresponde o del sujeto científico que pretenden encar­nar— o sumos sacerdotes del método que todos los investigadores observarían voluntariamente, mientras vi\an, sobre los estrados del catecismo metodológico, quienes disertan sobre el arte de ser sociólogo o el modo científico de hacer ciencia sociológica a menudo tienen en común la disociación del método o la teoría respecto-de las operaciones de investigación, cuando no disocian la teoría del método o la teoría de ia teoría. Surgido de la experiencia do inves­tigación y de sus dificultades cüti<lianas, nuestro propósito explí­cita, en función de las necesidades de esta causa, un "sistema de costumbres intelectuales": se dirige a quienes, "embarcados" en la práctica de la sociología empírica, sin necesidad alguna de que se les recuerde la necesidad de la medición y de su aparato teórico y técnico, están de acuerdo totalmente con nosotros sobre aquello acerca de lo cual estamos de acuerdo porque va de suyo: la nece­sidad, por ejemplo, de no descuidar ninguno de los instrumentos conceptuales o técnicos que dan todo el rigor v la fuerza a la veri­ficación experimental. Sólo quienes no tienen o no quieren hacer la experiencia de investigación podrán ver, en esta obra que apunta a problematizar la práctica sociológica, un cuestionamiento de la sociología empírica,-

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EPISTEMui-OGÍA Y METODOLOGÍA 13

pos ic iones « p i s t e m o b i g i c a s todo intento de TOlrer a insortar las o p e r a c i o n e s

t é c n i c a s en la j e r a r q u í a de ios ac tos epis lemológicxJs s e r á cas i i n e v i t a b l e m e n t e

i n t e r p r e t a d a c o m o u n a t a q u e d ir ig ido contra l a t é c n i c a y los técn icos ; pese

a que r e c o n o c e m o s la c o n t r i b u c i ó n c a p i t a l q u e los metodó logos , y e n p a r t i c u l a r

P a u l K L a z a r s f e l d , h a n a p o r t a d o a la r a c i o n a l i z a c i ó n de la p r á c t i c a socio lógica ,

s a b e m o s que c o r r e m o s el r i esgo de q u e se nos ubique más c e r c a d e Fads and

f oíbles of American Sociology q u e de The Language of Social Rexarch-

R. N e e d h a m , Structure and Semiment: A Tesl-case in Social Artíhro-

pology, U m v e r s i t y of C h i c a g o Press» C h i c a g o - L o o d r e s , 1 9 6 2 , p. v i i .

A K a p l a n . The Conducl of Inquiry, Melhodology of Behavioral Science,

C h a n d l e r . S a n F r a n c i s c o . 1 9 6 4 , p. 2 3 E l m i s m o a u t o r se l a m e n t a de q u e el

término " t e c n o l o g í a " h a y a adquirido y a un sent ido espec ia l i zado; observa que

podría a p l i c a r s e c o n e l e v a d a e x a c t i t u d a u n g r a n DÚtnero de estudios califÍcad<M

como "metodológicos" (ibid., p. 1 9 ) .

Si bjen es cierto que la enseñanza de la investigación requiere, de parte de quienes la conciben como de los que la reciben, una referencia directa y constante a la experiencia en primara persona de la práctica, "la metodología de moda que multiplica los pro­gramas de investigaciones refinadas pero hipotéticas, las conside­raciones críticas de investigaciones realizadas por otros [ . . . ] o los veredictos metodológicos",^ no podría remplazar una reflexión sobre la relación justa con las técnicas y un esfuerzo, aún azaroso, por trasmitir principios que no pueden presentarse como simples verdades de principio porque son el principio de la investigación de verdades. Si bien es cierto, además, que [os méiodo'í se distin­guen de las técnicas, por lo menos en que éstos son "lo suficiente­mente generales como para tener valor en todas las ciencias o en un sector importante de ellas",'' esta reflexión sobre el método debe también asumir el riesgo de rever los análisis más clásicos de la epistemología de las ciencias de la naturaleza; pero quizá sea necesario que los sociólogos se pongan de acuerdo sobre principios elementales que aparecen como evidentes para los especialistas en ciencias do la naturaleza o en filosofía de las ciencias, para salir de la a»<írquia concepluaJ a la que están condenados por su indi­ferencia ante la reflexión epistemológica. En realidad, el esfuerza por exanúnar una ciencia en particular a través de los principios generales proporcionados por el saber epistemológico se justifica y se impone especialmente en el caso de la sociología: en ella todo conduce, en efecto, a ignorar este saber, desde el estereotipo huma­nista de la irreductibilidad de las ciencias humanas hasta las carac­terísticas del reclutamiento y la formación de investigadores, sin olvidar \a existencia de un conjunto de metodólogos especializados

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14 E L OFICIO DE SOCIÓLOGO

PEDAGOGÍA DE LA INVESTIGACIÓN

La función de esta obra define su forma y su contenido. Una ense­ñanza de la investigación cuyo proyecto sea exponer los principios

en la reinterpretación selectiva del saber de las otras ciencias. Por tanto, es necesario someter las operaciones de la práctica socioló­gica a la polémica de la razón epistemológica, para definir, y si es posible inculcar, una actitud de vigilancia que encuentre en el completo conocimiento del error y de los mecanismos que lo engen­dran uno de los medios para superarlo. La intención de dotar al investigador de los medios para que él mismo supervise su tra­bajo científico, se opone a los llamados al orden de los censores cuyo negativismo perentorio sólo suscita el horror al error y el recurso resignado a ima tecnología investida con la función de exorcismo.

Como la obra de Gastón Baclielard lo demuestra, la episte­mología se diferencia de una metodología abstracta en su esfuerzo por captar la lógica del error para construir la lógica del descu­brimiento de la verdad como polémica contra el error y como esfuerzo para someter las verdades próscimas a la ciencia y los métodos que utiliza a una rectificación metódica y permanente [G. Canguilhem, texto n*" / ] . Pero la acción polémica de la razón científica no tendría toda su fuerza si el "psicoanálisis del espíritu científico" no se continuara en un análisis de las condiciones sociales en las cuales se producen las obras sociológicas: el soció­logo puede encontrar un instrumento privilegiado de vigilancia epistemológica en la sociología del conocimiento, como medio para enriquecer y precisar el conocimiento del error y de las condi­ciones que lo hacen posible y, a veces, inevitable \_G. Bachelard, texto 2 ] . Por consiguiente, las apariencias que aquí pudieran subsistir de una discusión ad hominem se refieren sólo a los límites de la comprensión sociológica de las condiciones del error: una epistemología que se remite a una sociología del conocimiento, menos que ninguna otra puede imputar los errores a sujetos que no son, nunca ni totalmente, sus autores. Si, parafraseando un texto de Marx, "no pintamos de rosado" al empirista, al intuicio-nista o al metodólogo, tampoco nos referimos a "personas sino en tanto que personificación" de posiciones epistemológicas que sólo se comprenden totalmente en el campo social donde se apoyan.

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E P I S T E M O L O G Í A Y M E T O D O U X } Í A 15

de una práctica profesional y simultáneamente imprimir cierta relación a esta práctica, es decir proporcionar a la vez ios instru­mentos indispensables para el tratamiento sociológico del objeto y una disposición activa a utilizarlos apropiadamente, debe romper con la rutina del discurso pedagógico para restituir su fuerza heurística a los conceptos y operaciones más completamente "neutralizados" por el ritual de la exposición canónica. Por ello, esta obra que apunta a señalar los actos más prácticos de la prác­tica sociológica comienza por una reflexión que trata de recordar, sistematizándolos, las implicaciones de toda práctica, buena o mala, y de concretar en preceptos prácticos el principio de vigi­lancia epistemológica (Libro primero).* Se intentará luego la defmición de la fimción y las condiciones de aplicación de los esquemas teóricos a los que debe recurrir la sociología para cons­truir su objeto, sin pretender presentar estos primeros principios de la interrogación propiamente sociológica como una teoría acabada del conocimiento del objeto sociológico y, menos todavía, como una teoría general y universal del sistema social (Libro segundo).* La investigación empírica no necesita comprometer tal teoría para escapar al empirismo, siempre que ponga en práctica efectiva, en cada una de sus operaciones, los principios que lo constituyen como ciencia, proporcionándole un objeto caracteri­zado por un mínimo de coherencia teórica. Si esta condición se cumple, los conceptos o los métodos podrán ser utilizados como instrumentos que, arrancados de su contexto original, se abren a nuevos usos (Libro tercero).** Ai asociar la presentación de cada instrumento intelectual a ejemplos de su utilización, se tratará de evitar que el saber sociológico pueda aparecer como una suma de técnicas, o como un capital de conceptos separados o separables de su implementación en la investigación.

Si nos hemos permitido extraer del orden de razones en las que se encontraban insertos los principios teóricos y los procedi­mientos técnicos heredados de la historia de la ciencia sociológica, no es sólo para quebrar los encadenamientos del orden didáctico que no renuncia a la complacencia erudita frente a la historia de las doctrinas o los conceptos sino para rendir tributo al reconoci­miento diplomático de los valores consagrados por la tradición o sacralizados por la moda, ni tampoco para liberar virtualidades

^ Cf. su/va e l p r e f a c i o a l a segunda ed ic ión , p p . 9 - 1 0 .

* V é a s e nota 5 .

•* \ é a x noto 5 .

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16 E L O F I C I O D E S O C I Ó L O G O

heurísticas, muchas veces más numerosas que lo que permitirían creer los usos académicos; es, sobre lodo, en nombre de una con­cepción de la teoría del conocimiento sociológico que hace de esta teoría sistema de principios que definen las condiciones de posibi­lidad de todos los actos y todos los discursos propiamente socioló­gicos, y sólo de éstos, cualesquiera que sean las teorías del sistema social de quienes producen o produjeron obras sociológicas en nombre de estos principios. El problema de la filiación de una investigación sociológica a una teoría' particular acerca de lo social, la de Marx, la de Weber o la de Durkheim por ejemplo, es siempre secundario respecto del problema de la pertenencia de esta investigación a la ciencia sociológica: el línico criterío de esta pertenencia reside, en realidad, en la aplicación de los principios fundamentales de la teoría del conocimiento sociológico que, en tanto tal, de ningún modo separa a autores a los que todo aleja en el plano de la teoría del sistema social. Aunque la mayoría de los autores han llegado a confundir su teoría particular del sistema social con la teoría del conocimiento de lo social que abrazaban, por lo menos implícitamente en su práctica sociológica, el proyecto epistemológico puede permitirse esta distinción preliminar para vincular autores cuyas oposiciones doctrinarias ocultan el acuerdo epistemológico.

Temer que esta -empresa conduzca a una amalgama de prin­cipios tomados de tradiciones teóricas diferentes o a la constitución de un Corpus de fórmulas disociadas de los principios que las fundamentan, implica olvidar que la reconciliación cuyos princi­pios creemos explicitar se opera realmente en el ejercicio auténtico del oficio de sociólogo o, mas exactamente, en el "oficio" del sociólogo, habitus que, en tanto que sistema de esquemas más o menos dominados y más o menos transponibles, no es sino la inte­riorización de los principios de la teoría del conocimiento socioló­gico. A la tentación que siempre surge de transformar los preceptos del método en recetas de cocina científica o en objetos de labora­torio, sólo puede oponérsele un ejercicio constante de la vigilancia epistemológica que, subordinando el uso de técnicas y conceptos a un examen sobre las condiciones y ios límites de su validez, pros­criba la comodidad de una aplicación automática de procedimientos probad-is y señale que toda operación, no importa cuan rutinaria y repetida sea. debe repensarse a si misma y en función del caso particular. Sólo una reinterpretación mágica de las exigencias de la medición puede a la vez sobrestúnar la importancia ds las ope

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E P I 5 T E M O I X K 1 Í A Y M E T O D O L O G Í A 17

raciones que no son, por otra parte, sino recursos del oficio y, transformando la cautela metodológica en respeto sagrado, utilizar no sin temor o no utilizar jamás, bajo el temor de no cumplir total­mente las condiciones rituales, instnmientos que deberían ser juzgados sólo en el uso. Los que llevan la cautela metodológica hasta la obsesión hacen pensar en ese enfermo del que habla Freud, que dedicaba su tiempo a limpiar sus anteojos sin ponérselos nunca.

Considerar seriamente el proyecto de transmitir un ars inve-niendi significa reconocer que supone algo más y diferente que el ars probandi propuesto por quienes confunden la mecámra lógica, enseguida desarmada, de las comprobaciones y las pruebas con el funcionamiento real del espíritu creador; reconocer también, con la misma evidencia, que existen senderos o, mejor dicho, atajos que hoy pueden trazar una reflexión sobre la investigación en el camino sin arrepentimientos ni rodeos que propondría un discurso verdadero del método sociológico.

A diferencia de la tradición que se atiene a la lógica de la prueba, sin permitirle, par principio, penetrar en los arcanos de la invención, rondenándose de esta forma a vacilar entre una retórica de la exposición formal y una psicología literaria del descubrimiento, quisiéramos proporcionar aquí los medios para adquirir una disposición mental que sea condición de la invención y de la prueba. Si esta reconciliación no se produce, ello implicaría renunciar a proporcionar una ayuda, cualquiera que sea, al tra­bajo de investigación, limitándonos junto a tantos otros metodó­logos, a invocar o llamar, como se llama a los espíritus, los milagros de una iluminación creadora, que transmite la hagiografía del descubrimiento científico, o los misterios de la psicología de las profmididades.*

^ L a l i t e r a t u r a m e t o d o l ó g i c a p r o c u r a d o s i e m p r e , c u a n d o define el

obje to de la lóg ica de las c ienc ias , e v i t a r e x p l í c i t a m e n t e la c o n s i d e r a c i ó n de los

u/ays of discoL'ery en f avor de los u/nys of validation (cír. por e j e m p l o , C.

H e m p e l , Aspecis of Scienlific Explanation and Other Essays in the Phitosophy

of Science, F r e e P r e s s , N u e v a Y o r k , 1 9 6 5 , pp, 8 2 - 8 3 ) . K, R. P o p p e r insiste a

m e n u d o sobre es ta d i c o t o m í a que , e n él, p a r e c e e n c u b r i r la oposic ión e n t r e

la vida públ i ca y la p r i v a d a : " L a p r e g u n t a € ¿ C ó m o descubrió usted su t eor ía

por p r i m e r a v e z ? » in teresa , p a r a dec ir lo de a l g t i a m o d o , a u n a cues t ión m u y

persona l , c o n t r a r i a m e n t e a lo q u e supone la p r e g u n t a «fCÓmo verificó usted

su t e o r í a ? » " ( K R. P o p p e r . Misére de Chisforicisme [ t r a d . de H , R o u s s e a u ] ,

P i ó n . P a r í s , 1 9 5 6 , p. 1 3 2 [ h a y cd. e s p . ] ) . O t a m b i é n : " N o ex i s t e n a d a q u e

V'.' parezi-a a un m é t o d o lr»gico p a r a t e n e r ideas o a u n a recons t i tuc ión l ó g i c a

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1 8 t-L. OFICIO DF. jOC10tX>GO

E P I S T E M O L O G Í A D E L A S CIErVCIAS D E L H O M B R E Y E P Í S T E M O L O G l A

D E L A S C I E N C I A S DE L A N A T U R A L E Z A

La mayoría de los errores a los que se exponen la práctica socio­lógica y la reflexión sobre la misma radican en una representación falsa de la epistemología de ias ciencias de la naturaleza y de la relación que mantiene con la epistemología de las ciencias del hombre. Asi, epistemologías tan opuestas en sus afirmaciones

de este prcHf'Sí>. E n nii opinión, todo d e s c u b r i m i e n t o c o n t i e n e u n « e l e m e n t o í rrac iooaL. ' o u n a « i n t u i c i ó n c r e a d o r a » , en el sent ido b e r g s o n i a n o " ( K . R . P o p p c r , The Logic of Scientific Discovery, H u l c h i n s o n and C o . , L o n d r e s , 1 9 5 9 , p. 3 2 ) . E n c a m b i o , c u a n d o , e x c e p c i o n a l m e n t e , se c o n s i d e r a e x p l i c i t a m e n t e c o m o obje to el " c o n t e x t o del d e s c u b r i m i e n t o " ( p o r oposic ión al " c o n t e x t o de

la p r u e b a " ) , es inev i tab le r o m p e r g r a n c a n t i d a d de e s q u e m a s r u t i n a r i o s de la

t rad ic ión ep i s l^n io logka y m e t o d o l ó g i c a y , e n espec ia l , ia r e p r e s e n t a c i ó n del

d e s a r r o l l o de I j m v e s u g a c i u i i c o m o suces ión de e t a p a s d is t intas y p r e d e t e r m i ­n a d a s I^cf. P. E . H a m o n d , cütnp. , Sociologisu at Work, Essays on che Croft

of Social Hfn'arch, Rasic Books. N u e v a Y o r k . 1 9 6 + ) .

" PiciijEíp, p o r p;emi>!o. en la faci l idad c o n q u e la inves t igac ión p u e d e reproducir'íi.' •un p r o d u c i r n a d a , sugiin la lóg ica de la pump-handLe research.

M \Vi-ber^ I-ssais sur ¡a ífie-jrie de la science ( t r a d . de J . F r e i m d ) , P l o n , P a r . s , \9b5. p. 22U ^ hjy ed. esp.]-

Si va de suyo que los automatismos adquiridos posibilitan la economía de una uivención permanente, hav que cuidarse de la creencia de que el su)Clo de Iü creación cientiíica es un auioinaíon spiriíualc que obedece a los organizados mecanismos de una pro­gramación metodológica constituida de una vez para siempre, y por tanto encerrar al investigador en los limites de una ciega sumi­sión a un programa que excluye la reflexión sobre el programa, reflexión (]ue es condición de irnencjón de nuevos ¡¡rogramas.' La metodolügia, afirmaba ^Vebcr. ' [ . . . ] es condición de un trabajo fecundo en Ja misma meduia en que el conocimiento de la anato­mía es condición de la marclia corretta'".'' Fero, aunque es inútil confiar en descubrir una ciencia sobre eí modo do hacer ciencia, y suponer que la lógica sea algo más que un modo de control de la ciencia que se constru) e o que ya. so ha construido, sin embargo, como lo obser\ó Stuart Mili, '"la invención^puede^ser

^ultiyada^ es decir que juna explicitación de ia lógica del descubxi; mi«itújjari_£arcial coniu parezca, puede contribuir a la racionali.-. zación de] a¿;reiTdTz<T]e de jas aptitjjde^^ara h cregción. J

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E P l S T t M O L O G Í A Y M E T O D O U X Í Í A 19

evidentes como el dualismo de Dilthey —que no puede pensar la especificidad del método de las ciencias del hombre sino oponién­dole una imagen de las ciencias de la naturaleza origniada en la mera preocupación por diferenciar— y el positivismo —preocu­pado por imitar una imagen de la ciencia natural fabricada según las necesidades de esta imitación—, ambos en común ignoran la filosofía exacta de las ciencias exactas. Esta grosera equivocación condujo a fabricar distinciones forzadas entre los dos métodos para responder a la nostalgia o a los deseos piadosos del huma­nismo, y a celebrar ingenuamente redescubrimientos desconocidos como tales o, además, a entrar en la puja positivista que escolar-mente copia una imagen reduccionista de la experiencia como copia de lo real.

Pero puede advertirse que el positivismo efectVia sólo i m a caricatura del método de las ciencias exactas, sin acceder ípso jacto a ima epistemología exacta de las ciencias del hombre. De hecho, el carácter subjetivo de ios hechos sociales y su irreductibilidad a los métodos rigurosos de la ciencia conforma una constante en la historia de las ideas que la critica del positivismo mecanicista sólo reafirma. De esta forma, al percibir que "los métodos que los científicos o los investigadores fascinados por las ciencias de la naturaleza tan a menudo intentaron aplicar a la fuerza a las cien­cias del hombre no siempre fueron necesariamente aquellos que los científicos aplicaban de hecho en su propia disciplina, sino más bien lus que creían utilizar",^ Hayek concluye de inmediato que los hechos sociales se diferencian "de lo^ hechos de las ciencias físicas en tanto son creencias u opiniones individuales" y, por consiguiente, "no deben ser definidos según lo que podríamos descubrir sobre ellos por los métodos objetivos de la ciencia sino según lo que piensa la persona que actúa"."' La impugnación de la imitación automática de las ciencias de la naturaleza se vincula tan mecánicamente a la crítica subjetivisla de la objetividad de los hechos sociales que todo esfuerzo por encarar los problemas espe­cíficos que plantea la transposición a las ciencias del hombre del saber epistemológico de las ciencias de la naturaleza, corre siempre el riesgo de parecer una reafirmación de los derechos imprescrip­tibles de la subjetividad.'^

* F . A . V o n H a y e k , Scienúsme el sdcnces sociales. Essai sur le mauvais usage de la raison i'trad. de M . B a r r e ) , P l o n , P a r i s , 1 9 5 3 , p. 3 .

10 Ibid., pp. 2 1 y 2 4 . " V S I » e m b a r g o todi^ el p r o y e c t o de D u r l t h e i m puede d e m o s t r a r q u e e i

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20 E L O F I C I O D E S O C I Ó L O G O

L A M E T O D O L O G Í A Y E L D E S P L U A M I E N T O D E L A V I G I L A N C I A

Para superar las discusiones académicas y las formas académicas de superarlas, es necesario someter la práctica científica a una reflexión que, a diferencia de la filosofía clásica del conocimiento, se aplique no a la ciencia hecha, ciencia verdadera cuyas condi­ciones de posibilidad y de coherencia, cuyos títulos de legitimidad sería necesario establecer, sino a la ciencia que se está haciendo. Tal tarea, propiamente epistemológica, consiste en descubrir en la práctica científica misma, amenazada sin cesar por el error, las condiciones en las cuales se puede discernir lo verdadero de lo falso, en el pasaje desde un conocimiento menos verdadero a un conocimiento más verdadero, o más bien, como lo afirma Bache­lard, "aproximado, es decir rectificado". Esta filosofía del trabajo científico como "acción polémica incesante de la Razón", tras­puesta a la instancia de las ciencias del hombre, puede proporcio­nar los principios de una reflexión capaz de inspirar y controlar los actos concretos de una práctica verdaderamente científica, defi­niendo en lo que tengan de específico los principios del "raciona­lismo regional" propios de la ciencia sociológica. El racionalismo fijista que informaba las preguntas de la filosofía clásica del cono­cimiento hoy se expresa mejor en los intentos de algunos metodó-logos que se inclinan a reducir la reflexión sobre el método a una lógica formal de las ciencias, Sin embargo, como lo señala P. Feye-rabend, "todo fijismo semántico tropieza con dificultades cuando se trata de dar razón total del progreso del conocimiento y de los descubrimientos que a él aportan".'- Más precisamente, intere­sarse en las relaciones intemporales entre los enunciados abstractos

posifjie « v a d i r s e de l a a l t e r n a t i v a de la i m i t a c i ó n c i e g a y de l r e c h a z o , igua l ­

m e n t e c i ego , a i m i t a r : " la soc io logía n a c i ó a la s o m b r a de las c i e n c i a s de la

n a t u r a l e z a y e n c o n t a c t o i n t i m o c o n e l l a s [ . . . ] . E s n a t u r a l q u e a l g u n o s de

ios p r i m e r o s sociólogos se e q u i v o c a r a n a l e x a g e r a r este a c e r c a m i e n t o hasta

e l p u n t o de d e s c o n o c e r el o r i g e n de las c i e n c i a s sociales y la a u t o n o m í a que

deben d i s f r u t a r r e s p e c t o de las o t r a s c i e n c i a s q u e las h a n preced ido . P e r o esta

e x a g e r a c i ó n no debe h a c e r o l v i d a r toda la f ecund idad de Jos o r í g e n e s m á s

i m p o r t a n t e s del p e n s a m i e n t o científ ico". Rivista Italiana di Sociología, t o m o nr,

1 9 0 0 , pp Í 2 7 - 1 5 9 , c i t a d o en A. Cuv i l l i er , Oü ua la sociologie fran^aise?.

M a r e e ! R i v i é r e e t C ié , , P a n s . 1 9 5 3 , pp. 1 7 7 - 2 0 8 [ h a y ed. e s p . ] .

12 \> F e y e r a b e n d . in H . F e í g l y G M a x w e l l ( c o m p ) , "Scient i f ic E x p l a -

n a t i o n , S p a c e a n d T i m e " , en Minnesoía Studies in the Philosophy of Science,

vol. 111, Ñl inneápol i s . 1 9 6 2 . p, 3 1 .

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en detrimento de los procesos por los cuales cada proposición o cada concepto fue cslablerido y engendró otras proposiciones u otros conceptos, supone negarse a colaborar efectivamente con quienes están inmersos en las peripecias inseguras del trabajo científico, desplazando así el desarrollo de la intriga entre basti­dores para llevar a escena sólo los desenlaces. Totalmente ocupados en la búsqueda de una lógica ideal del descubrimiento, los meto­dólogos no pueden dirigirse en t-ealidad sino a un investigador definido abstractamente por su aptitud para concretar estas normas de perfección, es decir a un investigador impecable, lo que equi­vale a decir imposible o estéril. La obediencia incondicional a un organon de reglas lógicas tiende a producir un efecto de "clausura prematura", al hacer desaparecer, como lo diría Freud, "la elasti­cidad en las definiciones", o como lo afirma Cari Hempel, "la disponibilidad semántica de los conceptos" que constituye una de las condiciones del descubrimiento, por lo menos en ciertas etapas de la historia de una ciencia o del desarrollo de una investigación.

No se trata aquí de negar que la formalización lógica enca­rada como medio para pojier a prueba la lógica en acto de la investigación }• la coherencia de sus resultados constituye uno de los instrumentos más eficaces del control epistemológico; pero esta implementación legítima de los instrumentos lógicos opera demasiado a menudo como garantía de la enfermiza predilección por ejercicios metodológicos cuyo único fin discernible es posibi­litar la exhibición de un arsenal de medios disponibles. Frente a algunas investigaciones concebidas en función de las necesidades de la causa lógica o metodológica, no puede sino evocarse, con Abraham Kaplan, la conducta de un borracho que, habiendo perdi­do la llave de su casa, la busca sin embargo con obstinación, bajo la hiz de un farol, ya que alega que allí se vp mejor {A. Kaplan, texto / i" 3 ] .

El rigorismo tecnológico que descansa sobre la fe en un rigor definido de una vez para siempre y para todas las situaciones, es decir una representación fijisla de la verdad o del error como tras-gresión a normas incondicionales, se opyone diametralmente a la búsqueda de rigores específicos, desde una teoría de la verdad como teoría del error rectificado. "El conocer —agrega Gastón Bacheiard— debe evolucionar junto con lo conocido." Lo que equivale a afirmar que es inútil buscar una lógica anterior y exte­rior a la historia de la ciencia que se está haciendo. Para captar los procedimientos de la investigación es necesario analizar cómo

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opera en lugar de encerrarla en la observancia de un decálogo de procedimientos que quizá no deban parecer adelantados respecto de la práctica real sino por el hecho de que son definidos por ade­lantado.^^ "Desde la fascinación por el hecho de que en matemática evitar el error es cuestión de técnica, se pretende definir la verdad como el producto de una actividad intelectual que responde a ciertas normas; se pretende considerar los datos experimentales como se consideran los axiomas de la geometría; se confía deter­minar reglas de pensamiento que desempeñarían la función que la lógica desempeña en matemática. Se quiere, a partir de una experiencia limitada, construir la teoría de una vez por todas. El cálculo infinitesimal elaboró sus fundamentos paso a paso, la noción de número sólo alcanzó claridad después de 2 500 años, Los procedimientos que instauran el rigor se originan como respuestas a preguntas que no pueden formularse a priori, y que sólo el desarrollo de la ciencia hace surgir. La ingenuidad se pierde lenta­mente. Esto, verdadero en matemática, lo es a fortiori para las ciencias de observación, adonde cada teoría refutada impone nue­vas exigencias de rigor. Es pues inútil pretender plantear a priori las condiciones de un pensamiento auténticamente científico." '*

Más profundamente, la exhortación insistente por una per­fección metodológica corre el riesgo de provocar un desplazamiento de la vigilancia epistemológica; en lugar de preguntarse, por ejemplo, sobre el objeto de la medición, sobre el grado de precisión deseable y legítimo según las condiciones particulares de la misma, o determinar, más simplemente, si los instrumentos miden lo que se desea medir, es posible, arrastrados por el deseo de acuñar en tareas realizables la idea pura del rigor metodológico, perseguir, en una obsesión por el decimal, el ideal contradictorio de una pre­cisión definible intrínsecamente, olvidando que, tal como lo recuerda A. D. Richtie, "realizar una medición más precisa que lo necesario no es menos absurdo que hacer una medición insufícien-

1-'' I ^ s a u t o r e s de u n l a r g o es tudio ded icado a las func iones del método estadís t ico e n sociología a d m i t e n in fine q u e "sus ind icac iones e n lo q u e c o n ­c i e r n e a las posibi l idades de a p l i c a r la es tadís t ica t e ó r i c a a la inves t igac ión e m p í r i c a , c a r a c t e r i z a n sólo e l e s tado a c t u a l de la discusión m e t o d o l ó g i c a , quedando la práctica en un segundo plano" ( E . K . S c h e u c h y D . Ri i sch-meypr, "Sozio logie und Stat ist ik , U b e r den E i n í l u s s der m o d e r n e n W i s s e n -s c h s í t s l e h r e a u f i h r gegense i t igps V e r h a l t n i s " . e n Kólner Zeilschrift fur Soziologie und Sozial-Psy-chologie, v¡u. 1 9 5 6 . pp. 2 7 2 - 2 9 1 } .

1* A . R é g n i e r , Les infortunes de la Raison, Scu i l , P a r í s , 1 9 6 6 , pp. 37 38 -

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teniente precisa",''^ o también que. como io señala N. Campbell, cuando se establece que todas las proposiciones comprendidas dentro de ciertos límites son equivalentes y que la proposición definida aproximativamente se sitúa dentro de estos límites, el uso de la forma aproximativa es perfectamente legítimo.'* Se entiende que la ética del deber metodológico pueda, al engendrar una casuislica de la equivocación técnica, conducir, por lo menos indirectamente, a una ritual de procedimientos que quizás es la caricatura del rigor nietütlológico, pero que e*; sin duda y exacta­mente el opuo.sto de la vigilancia epistemológica.'" Es especial­mente significati\'ü que la estadislica. ciencia del error y del cono­cimiento aproximativo. que en procedimientos tan comunes como el cálculo de error o del limite de confiabilidad opera con una filosofía de la vigilancia critica, pueda ser frecuentemente utili­zada como coartada científica de la sujeción ciega al instrumento.

De la misma forma, cada \cz que los teóricos conducen la investigación empírica y los instrumentos conceptuales que emplea ante el tribunal de una teoría cuyas construcciones en el dominio de una ciencia que ella pretende reflejar y dirigir se niegan a evaluar, gozan del respeto de los practicistas, respeto forzado y verbal, sólo en nombre del prestigio indistintamente atribuido a toda empresa teórica.

y si sucede que la co)"untura intelectual posibilita que los teóricos puros impongan a los científicos su ideal, lógico o semán-

1'' A . D . RicVitif. Scientific Melhod: An Jnqu'uy ¡nto ífw Characier ana

Validity of Natural Laws. Littleficld. A d a m s . P a t e r s o n f N . J . i . 1 9 6 0 , p. 1 1 3 .

A l ana l i? .ar esta Inisqueda de "la prec is ión nial fundada" , q u e consis te f n c r e e r

" q j f el m é r i t o de la so lut ión se m i d e por el n ú m e r o de d e c i m a l e s indicados",

B s c h e l a r d indica "qOe si u n a preci.'iiim e n u n resultado v a m á s a l lá de l a

prpí j í iñn de los datos experimentales, es e x a c t a m e n t e la d e t e r m i n a c i ó n He

la n a d a . . . E s t a p r á c t i c a r e c u e r d a l a c h a n z a de D u l o n g qu ien , al r e f e r i r s e

a un t ' x p e r i m e n t a d o r decía: es tá s e g u r o de l a t e r c e r a d e c i m a l , e s sobre l a

p r i m e r a q u e d u d a " (Gn^iton B a c h e i a r d , La formación del espíritu científico,

B u e n n í A i r e s . .Siglo X X I . IQ72, pp. 2 5 1 - 2 5 2 ) .

l" N, R. C a m p h o l l , An Account of the Pnriciples of Measurement and

Calculation. I - o n g m a n s , G r e e n and C o . L o n d r e s . N u e v a Y o r k . 1 9 2 8 , p. 1 8 6 .

P o d r í a r e c o r d a r s e e n este caso la dist inción q u e e s tab lec ía C o u m o t e n t r e ordrn

lógico y orden racional, q u e lo l l evaba a s e ñ a l a r q u e la búsqueda de l a p e r f e c ­

ción lógica puede d e s v i a r de la c a p t a c i ó n del orden r a c i o n a l (Essat sur les

fondements de nos conruássances et sur les caratíeres de la critique philo-

sophique. H a c h e t t e , P a r i s , 1 8 5 1 , pp. 2 + 2 y ss").

f E l a n g u s t i a d o interés por las enfprmeH.Tdes del espír i tu cientif ioo puede

p r o v o c a r u n efecto t a n depres ivo c o m o las inqu ie tudes h i p o c o n d r í a c a s de los

adictos a l Larousse medical.

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24 E L O F I C I O D E S O C I Ó L O G O

E L O R D E N E P I S T E M O L Ó G I C O D E R A Z O N E S

Pero estos análisis sociológicos o psicológicos de la distorsión meto­dológica y de la desviación especulativa no pueden ocupar el lugar de la crítica propiamente epistemológica a la que introducen. Si es necesario prevenirse, con especial convicción, frente a la puesta en guardia de los metodólogos es porque, al llamar la atención exclusivamente sobre los controles formales de los procedimientos experimentales y los conceptos operacionales, corren el riesgo de desplazar la vigilancia sobre peligros más serios. Los instrumentos y los apoyos, muy poderosos sin duda, que la reflexión metodoló­gica proporciona a ta vigilancia se vuelven contra ésta cada vez que no se cumplen las condiciones previas a su utilización. La ciencia de las condiciones formales del rigor de las operaciones, que presenta el aspecto de una puesta en forma "operatoria" de la vigilancia epistemológica, puede parecer que se funda en la pre­tensión de asegurar automáticamente la aplicación de los princi­pios y preceptos que definen la vigilancia epistemológica, de manera tal que es necesario un acrecentamiento de la vigilancia para evitar que produzca automáticamente este efecto de despla­zamiento.

Sería necesario, como decía Saussure, "mostrar al lingüista

Algx inas d i ser tac iones t eór i cas sobre todas las cosas conoc idas o cono

cibies d e s e m p e ñ a n , sin duda, u n a función de a n e x i ó n a n t i c i p a d a análogn a la

de las profec ías astrológica- , dispuesiaa s i c m p i o a d i g e r i r r e t r o s p e c t i v a m e n t e

el a c o n l o c i m i e n t o : " E x i s t e n personas , dice C l a u d c B e r n a r d , q u e sobre u n a

cuest ión d icen todo lo q u e se puede d e c i r p a r a t e n e r el d e r e c h o de r c c l i i m a r

c u a n d o , m á s t a r d e , se h a g a a l g u n a e x p e r i e n c i a al respecto . Son c o m o aquel los

q u e ub ican p l a n e t a s e n todo el e spac io p a r a a f i r m a r l u e g o q u e allí r s ú el

p l a n e t a q u e h a b í a n prev i s to" {Principes de médecinc cxpennienlalc, PL'F ,

P a r í s , 1 9 4 7 , p. 2 5 5 ) .

tico, de la coherencia íntegra y universal del sistema de conceptos, pueden llegar a detener la investigación en la medida en que logran contagiar la obsesión de pensarlo todo, de todas las formas y en todas sus relaciones a la vez, ignorando que en las situaciones concretas de la práctica científica no se puede pretender construir problemáticas o teorías nuevas sino cuando se renuncia a la ambición imposible, que no es escolar ni profética, de decirlo todo, sobre todas las cosas y, además, ordenadamente.

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F.PISTKMOl-OCÍA Y METODOLOGÍA 25

E . B e n \ p n i s i e , " L e t t r e s de F e r d i n a n d de S a u s s u r e « A n t o i n e M e i U e t " , en Cnhiers FerdinaruJ de Saussure. 2 1 , 1 9 6 4 , pp 9 2 1 3 5

lo que hace".'" Preguntar«^o qué os hacer cienria o, más precisa­mente, tratar de saber qué hace el científico, sepa éste o no lo que hace, no es sólo interrogarse sobre la eficacia y el rigor formal de las teorías y de los métodos, es examinar a las teorías y los métodos en su aplicación para determinar qué hacen con los objetos y qué objetos hacen. El orden según el cual debe efectuarse este examen se impone tanto por el análisis propiamente epistemológico de los obstáculos al conocimiento como por el análisis sociológico de las implicaciones epistemológicas de la sociología actual que definen la jerarquía de los peligros epistemológicos y, por este camino, de los puntos de urgencia.

Elstablecer, con Bachelard, que el hecho científico se con­quista, construye, comprueba, implica rechazar al mismo tiempo el empirismo que reduce el acto científico a una comprobación y el convencionalismo que sólo le opone los preámbulos de la cons­trucción, A causa de recordar el imperativo de la comprobación, enfrentando la tradición especulativa de la filosofía social de la cual debe liberarse, la comunidad sociológica persiste en olvidar hoy la jerarquía epistemológica de los actos científicos que sub­ordina la comprobación a la construcción y la construcción a la ruptura: en el caso de una ciencia experimental, la simple remi­sión a la prueba experimental no es sino tautológica en tanto no se acompañe de una explicación de los supuestos teóricos que fundamentan una verdadera experimentación, y esta explicitación no adquiere poder heurístico en tanto no se le adhiera la explici­tación de los obstáculos epistemológicos que se presentan bajo una forma específica en cada práctica científica.