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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ELDER KUHNEN MACHADO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO CAMPO MOURÃO 2013

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ELDER KUHNEN MACHADO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

CAMPO MOURÃO

2013

ELDER KUHNEN MACHADO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Relatório de estágio curricular obrigatório

apresentado como requisito parcial à obtenção do

título de Bacharel em Engenharia Civil, pela

Universidade Tecnológica Federal do Paraná,

Campus Campo Mourão.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Luís Nunes de Góes

Autorizo o encaminhamento para avaliação,

_________________________________ Assinatura do prof. Orientador

CAMPO MOURÃO

2013

RESUMO

O estágio foi realizado na Empresa MarcoVIC – Campo Incorporadora - na

cidade de Campo Mourão, esta atua em vendas de Imóveis, fabricação de Blocos

estruturais e principalmente na implantação de loteamentos. A principal área de

atuação foi o acompanhamento da infraestrutura do loteamento “Cidade Alta II”,

localizado em Campo Mourão. As principais atividades realizadas ao longo do

período de estágio foram: gerenciamento de obras e acompanhamento de produção

garantindo o cronograma, assim como fiscalização na execução do mesmo que foi

feita por uma empresa privada. O estagio é de fundamental importância, pois é o elo

entre a instituição e o mercado de trabalho, podendo resultar em numa futura

oportunidade de emprego. O estágio foi realizado em uma área da engenharia que

não tem grande enfoque dentro da grade do curso, possibilitando um constante

aprendizado.

LISTA DE FOTOGRAFIAS

FOTOGRAFIA 1- INFILTRAÇÃO NO CORREDOR CENTRAL DA RESIDÊNCIA. ............................. 8

FOTOGRAFIA 2 - INFILTRAÇÃO ASCENDENTE EM PAREDE CENTRAL DA CASA. ...................... 9

FOTOGRAFIA 3- INFILTRAÇÃO EM PAREDE DE DIVISA INTERNA/EXTERNA EM UM DOS

QUARTOS. ............................................................................................................... 9

FOTOGRAFIA 4- MOLDURA EM GESSO DANIFICADA DEVIDO A PROBLEMAS COM UMIDADE. .. 10

FOTOGRAFIA 5 -INFILTRAÇÃO AO REDOR DAS JANELAS. .................................................. 11

FOTOGRAFIA 6 - TRINCA NA PAREDE EXTERNA DA CASA. ................................................. 12

FOTOGRAFIA 7- TERRENO NO COMEÇO DA OBRA............................................................ 13

FOTOGRAFIA 8 - MOTO NIVELADORA REALIZANDO LIMPEZA DAS RUAS. ............................ 13

FOTOGRAFIA 9 - TERRAPLANAGEM SENDO EXECUTADA. ................................................. 14

FOTOGRAFIA 10 - MOTO NIVELADORA REALIZANDO CORTE EM UMA DAS RUAS DO

LOTEAMENTO. ....................................................................................................... 15

FOTOGRAFIA 11- - ROLO COMPACTADOR ...................................................................... 16

FOTOGRAFIA 12- GALERIA DE AGUA PLUVIAL ................................................................. 17

FOTOGRAFIA 13 – POÇO DE VISITA. .............................................................................. 18

FOTOGRAFIA 14 - EXECUÇÃO DE MEIO FIO. ................................................................... 19

FOTOGRAFIA 15 - EXECUÇÃO DE MEIO FIO. ................................................................... 19

FOTOGRAFIA 16 - BASE APLICADA EM UMA DAS RUAS DO LOTEAMENTO. ........................... 20

FOTOGRAFIA 17 - ABERTURA DE VALA DE REDE DE ESGOTO............................................ 21

FOTOGRAFIA 18 - EXECUÇÃO DO "BERÇO" EM UM POÇO DE VISITA DE ESGOTO. ................ 21

FOTOGRAFIA 19 - ROCHA ENCONTRADA DURANTE ESCAVAÇÕES PARA GALERIA PLUVIAL. .. 22

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

1.1 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO) ................... 5

1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES ............................. 5

2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO ...................................................................... 7

2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................ 7

2.1.1 INÍCIO DO ESTÁGIO ...................................................................................... 7

2.1.1 INÍCIO DO ESTÁGIO .................................................................................... 12

2.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS ................................................. 23

2.3.RELAÇÃO DO ESTÁGIO COM AS DISCIPLINAS DO CURSO ........................ 23

3CONCLUSÕES ....................................................................................................... 25

3.1 APRENDIZADO PRÁTICO ............................................................................... 25

3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL ............................................................ 25

3.3 SUGESTÕES PARA A UNIVERSIDADE .......................................................... 25

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 26

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27

4

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil vem passando por uma série de modificações

nos últimos anos, ocasionadas devido a grande expansão do setor. E muitas destas

mudanças vêm sendo forçadas devidos à insuficiência que o mercado construtivo

vem apresentando. A questão da habitação pode ser considerada, na atualidade, um

dos principais problemas sociais urbanos do Brasil. É fácil observar o crescimento

desordenado das cidades e até mesmo a implantação de loteamentos clandestinos,

que não proporcionam as condições mínimas para habitação, e tampouco funcionam

como solução para os problemas habitacionais do país.

Observando o problema da moradia que é frequentemente abordado hoje no

Brasil, é possível perceber algumas das reivindicações em relação à habitação.

Dentro dos principais pontos podem ser citados: a necessidade de uma solução para

os graves problemas de infraestrutura (saneamento, água potável, rede elétrica de

segurança, asfalto, galerias para escoamento de água da chuva), construção de

moradias que atendam ao expressivo número de famílias sem casa própria entre

outros (MOTTA, 2010).

Magalhães (2013) cita que o número de loteamentos (construídos de forma

correta) vem aumentando consideravelmente desde 2009, sendo isto extremamente

interessante para o mercado construtivo e para a população. O projeto de um

loteamento deve atender a Lei Federal nº 6766/79 além de legislações estaduais e

municipais, oferecendo as condições mínimas para uma moradia de qualidade e

segurança.

Observando a dimensão da grandeza dos problemas habitacionais brasileiros,

e da necessidade de se investir em infraestrutura de forma correta, este ramo do

setor construtivo vive um momento de grandes movimentações e alterações. Assim

durante a realização do estágio na implantação de loteamento na cidade de Campo

Mourão, que seguia rigorosos critérios de qualidade para que se ofertasse um

empreendimento modelo para a região, buscou-se acompanhar a produção para que

fosse cumprido o cronograma, mas sempre seguindo os projetos e garantindo a

qualidade em qualquer etapa da obra.

5

1.1 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO)

O estágio foi realizado na Empresa Marcovic – Campo Incorporadora, no

canteiro de obras no Jardim Cidade Alta, Rua Olívio Salvadori, sem número, na

cidade de Campo Mourão, Paraná. A empresa atua em vendas de Imóveis,

fabricação de blocos estruturais e principalmente em loteamentos, mas o estágio foi

direcionado principalmente na implantação do Jardim Cidade Alta II, e na

manutenção das 150 casas executadas pela empresa no Jardim Cidade Alta I, estas

eram divididas em 3 quadras de 20 lotes cada e 3 quadras de 30 lotes cada,

compostas por 3 modelos de residência, sendo: 48m² (pequenas), 59m² (médias) e

69m² (grandes). A empresa atua com a implantação e venda de loteamentos no

Estado do Paraná e do Mato Grosso, sendo hoje a maior referencia de qualidade em

empreendimentos na região.

Seu quadro de funcionários hoje está dividido entre os ramos da empresa,

tendo aproximadamente 8 no escritório em Campo Mourão, 6 no Mato Grosso, 20 na

fabrica de artefatos cimentícios, e na obra do loteamento contava apenas com 1

estagiário, e este era responsável por fiscalizar a prestação de serviço das empresas

que realizaram as obras de infraestrutura no loteamento. Quanto à manutenção das

casas já existentes, o estagiário avaliava a situação e ordenava os reparos

necessários, sendo que para isto tinha a disposição 2 pedreiros, 1 servente, 2

encanadores e 1 eletricista. Sendo assim evidencia-se que a empresa possui um

grande leque de negócios, sendo considerada uma empresa de médio porte,

responsável por diversas obras na cidade.

O loteamento está em fase final de obras, para o ano que vem já estão

previstas as obras em dois loteamentos na cidade de Sinop-MT e um na cidade de

Campo Mourão-PR.

1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES

Quando se realiza o estágio obrigatório, o aluno tem por objetivo colocar em

prática o conhecimento teórico obtido em sala de aula, adquirindo uma experiência

6

que lhe permita aliar este embasamento técnico com os problemas e imprevistos

encontrados no dia-a-dia da obra, além de buscar um relacionamento com

funcionários da área, e até mesmo adquirir linguagem técnica utilizada naturalmente

por todos que trabalham no ramo. Quando surgiu a oportunidade de realizar um

estágio na área de infraestrutura, foi visto com bons olhos, pois sabe-se que é um

ramo pouco explorado dentro da universidade, e permitiu um contato mais próximo

do aluno com este grande ramo da construção civil.

As principais atividades desenvolvidas durante o estágio foram:

1. Alterações e ajustes em projetos de esgoto e água potável junto aos

responsáveis da empresa terceirizada que executou o serviço;

2. Orçamentos e compra de materiais para implantação de redes de

esgoto e água pluvial;

3. Organização e controle de estoque aliado à programação para entrega

de materiais;

4. Ajustes de campo no posicionamento de redes de água pluvial, bocas

de lobo, poços de visita e caixas de ligação devido a necessidades de

campo, juntamente com os responsáveis da empresa que realizou as

obras;

5. Auxilio a equipe de rede elétrica no posicionamento e alinhamento dos

postes;

6. Auxílio à equipe de topografia da empresa terceirizada no alinhamento

e posicionamento das galerias pluviais, na execução de

estaqueamento de ruas e nivelamento de pista.

7. Acompanhamento da execução de serviços de terraplenagem e

pavimentação.

8. Acompanhamento do cronograma das diversas etapas da obra;

9. Manutenção em casas executadas pela empresa, fazendo laudos de

patologia para que fossem identificados os problemas e posteriormente

solucionados.

7

2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

2.1.1 INÍCIO DO ESTÁGIO

As primeiras semanas do estágio foram utilizadas para adaptação, pois as

obras no loteamento ainda não haviam começado, então foram realizadas

principalmente visitas em residências que apresentavam patologia no Jardim Cidade

Alta I. As primeiras visitas foram acompanhadas por uma das funcionárias do

escritório. Ao longo do ano foram realizadas mais de 50 visitas para resolver

diversos problemas, entre eles:

Infiltração em paredes e rodapés;

Infiltração ao redor de janelas;

Trincas e fissuras em paredes externas e internas;

Trincas no gesso que revestia a laje assim como algumas trincas em

lajes;

Problemas hidráulicos, principalmente com o transferidor de pressão

utilizado nas caixas d’água, pois um dos lotes instalados apresentou

defeito de fábrica sendo que foi realizada a troca sem custos para os

moradores;

Problemas em caixas de esgoto.

Dentro destas casas visitadas, todas que apresentaram algum problema

hidráulico ou elétrico tiveram estes resolvidos. Foram trocados somente este ano 23

transferidores de pressão, sendo realizada esta troca em todas as casas que

entraram em contato com a empresa informando o problema. Uma casa apresentou

um problema em um dos circuitos elétricos, e teve também este solucionado.

Em relação aos problemas de infiltração que atingiram algumas casas, foi

notado que ocorreu um erro durante a execução construtiva. As casas não possuem

reboco, apenas grafiato e pintura na parte externa e moldura em gesso na parte

8

interna. E o problema constatado foi que durante a execução colocaram a moldura

em gesso nas paredes e laje interna antes de fazer o contrapiso, isto foi feito

buscando evitar que se gerasse sujeira no contrapiso, para que não fosse

necessário uma limpeza antes do assentamento do revestimento cerâmico, porém o

que acabou acontecendo foi que o gesso ficou em contanto com o solo, sendo assim

exposto a umidade e desta maneira gerou inúmeras infiltrações no rodapé das

casas, isto tanto em paredes de divisa externa/interna quando paredes apenas de

interior. As fotografias 1, 2, 3 e 4 foram tiradas em algumas destas residências

durante este ano e representam esta infiltrações características nos 3 modelos de

casas.

Fotografia 1- Infiltração no corredor central da residência.

9

Fotografia 2 - Infiltração ascendente em parede central da casa.

Fotografia 3- Infiltração em parede de divisa Interna/Externa em um dos quartos.

10

Fotografia 4- Moldura em gesso danificada devido a problemas com umidade.

As fotografias 1, 2, 3 e 4 foram tiradas em residências diferentes, e

expressam alguns dos problemas de infiltração encontrados no rodapé das casas.

Para solucionar estes foram tomadas algumas providências entre elas podem-se

destacar:

1. Retirou-se o rodapé de todo o interior da casa, posteriormente

desligou-se o contato que o gesso possuía com o solo, sendo passado

impermeabilizante em seguida e assentado um novo rodapé;

2. As casas inicialmente não foram entregues com calçadas ao redor,

mas para solucionar problemas de infiltração provenientes da água do

solo ao redor da casa, executou-se calçada com 1 metro de largura ao

redor de toda a casa. Foi utilizado concreto usinado e base com brita 2;

3. Criaram-se pontos de drenagem para retirar a água que ficava

depositada em certos locais do terreno;

4. Nivelou-se novamente o terreno para garantia que este estivesse

abaixo do nível interior da casa, e que estivesse com caída que

proporcionasse o escoamento da água para fora do lote.

Outra patologia encontrada em diversas casas, foram infiltrações ao redor das

janelas como pode ser observado na fotografia 5.

11

Fotografia 5 -Infiltração ao redor das janelas.

Para resolver este problema, foi realizada uma vedação com silicone na

esquadria das janelas, de maneira que impedisse que a água da chuva infiltrasse na

parede após escorrer pelo vidro.

Muitas casas apresentavam problemas com fissuras, porém em nenhum dos

casos chegavam a ser trincas. A resolução foi muitas vezes apenas para melhorar a

aparência, sendo passada massa corrida no local da fissura, gesso e pintando

novamente para gerar uma aparência de conforto maior para os moradores.

A fotografia 6 representa uma trinca muito característica em algumas das

casas, sendo no contorno dos blocos (as casas são todas no sistema de alvenaria

estrutural) e para resolução destas foi feita uma “saia” de reboco, na parte externa

das casas. Esta “saia” servia como proteção aos blocos contra as constantes

dilatações devido à exposição de umidade (chuvas), evitando assim que os blocos

trabalhassem e tivessem seus tamanhos alterados devido à umidade. Desta maneira

as trincas diminuíram em muitas casas e desapareceram em outras.

12

Fotografia 6 - Trinca na parede externa da casa.

2.1.1 INÍCIO DO ESTÁGIO

Durante todo o período do estágio realizou-se o acompanhamento das obras

do Loteamento Cidade Alta II. Se trata de um loteamento de grande porte e foi

terceirizado basicamente para 4 empresas. A primeira empresa trabalhou do inicio

até o fim do loteamento, sendo esta a construtora Casali de Campo Mourão. Foi a

responsável pela execução de regula, galerias pluviais, base, pavimentação, meio

fio além da execução das duas pontes. Uma segunda empresa denominada J MOIA

construtora foi a responsável pela implantação das redes de água potável e esgoto.

A terceira empresa ficou responsável pela implantação de toda a rede elétrica do

empreendimento e uma quarta empresa realizou as obras de alambrado ao redor do

mato que fica no centro do local.

O período do estágio obrigatório foi de março até agosto de 2013, e dentro

deste viu-se diversas etapas construtivas, pois devido ao grande número de

13

funcionários e maquinários envolvidos na obra, eram desenvolvidas

simultaneamente etapas distintas do empreendimento.

A primeira etapa que pode ser acompanhada foi à marcação das quadras que

constituiriam o loteamento. Foi responsável por esta uma empresa de Umuarama,

deixando alinhados de acordo com o projeto os piquetes de canto de quadras. A

fotografia 7 representa o local do empreendimento no inicio das obras.

Fotografia 7- Terreno no começo da obra.

A segunda etapa acompanhada foi à marcação e limpeza de ruas, dando

inicio as obras da Construtora Casali no local. A fotografia 8 representa o instante

em que uma moto niveladora da construtora esta realizando o procedimento de

limpeza das ruas.

Fotografia 8 - Moto Niveladora realizando limpeza das ruas.

14

É importante citar que antes disso as mesmas tiveram marcação por

estaqueamento realizado pela equipe de topografia da construtora Casali. A etapa

seguinte constituía-se da terraplanagem do local, que contou com pontos de corte e

outros de aterro. A fotografia 9 representa um momento de corte realizado por

maquinário.

Fotografia 9 - Terraplanagem sendo executada.

A fotografia 10 traz a moto niveladora, realizando o procedimento de

corte/aterro necessário na rua, para que este alcance a altura ideal (definida pela

equipe da topografia, com o método de pregos nas estacas, onde os pregos

determinam a altura que deve ser cortada ou aterrada) para que esta possa passar

pelo processo de compactação e posteriormente meio fio e base. Com este

procedimento a equipe de topografia marca o nivelamento do eixo e das

extremidades da via de estaca em estaca e então vai dando instruções ao operador

de moto niveladora a respeito da inclinação que deve ser posicionada a lâmina da

máquina, sendo esta uma atividade conhecida como “correr linha para regula”. O

método de pregos consiste em colocar estacas de 20 em 20 metros com pregos em

determinadas alturas destas, sendo que o prego deve estar à 35 centímetros do

chão. Se ele estiver a menos que isso, significa que aquele ponto da rua deve ser

cortado, sendo que se ele estiver mais alto que isso significa que a rua deve passar

por procedimento de aterro.

15

Fotografia 10 - Moto niveladora realizando corte em uma das ruas do loteamento.

Durante o processo de terraplanagem deve-se sempre tomar os cuidados

necessários para que não fique umidade em excesso no solo, pois essa umidade

excessiva pode ocasionar durante o processo de compactação um fenômeno

denominado na obra como “borrachudo”. Se isto ocorrer deve-se retirar essa parcela

do solo extremamente úmida, deixando-a secar e dai sim realizar novamente a

terraplanagem e compactação. O material deve sim ter umidade, porém esta deve

ser determinada em laboratório e varia de acordo com o tipo do solo, não podendo

ser excessiva e nem faltar, para que se atinja o nível esperado de compactação. A

fotografia 11 é referente a compactação de uma das ruas. O Rolo compactador

passa diversas vezes pelo mesmo lugar até atingir a compactação ideal que é

determinada através de ensaios feitos in loco. Estes ensaios são realizados pelo

laboratorista da construtora, e indicam se a rua esta ou não com grau de

compactação especificado.

16

Fotografia 11- - Rolo compactador

Com as ruas já aterradas com um bom grau de proximidade da altura final de

acabamento, começa-se o procedimento de abertura de valas para implantação de

galerias de água pluvial. É realizado o procedimento de corte e aterro antes da

implantação das galerias para que estas não fiquem nem muito profundas tampouco

rasas, ficando sim em uma altura ideal abaixo da pavimentação.

Primeiramente é executada a escavação mecânica da vala, esta segue a

altura definida em projeto assim como posicionamento dentro da posição correta.

Após a escavação de valas e nivelamento do fundo, começa a ser realizado o

procedimento de assentamento dos tubos que compõem a galeria pluvial. Estes

tubos são suspensos e içados por uma escavadeira, utilizando-se uma garra

chamada de “vampiro”, sendo que é assentado um tubo por vez. A fotografia 12

demonstra o procedimento de assentamento de tubos. Após o correto

posicionamento dentro da galeria, este é rejuntado para posteriormente ser aterrado.

Os locais onde estarão posicionadas as bocas de lobo, já recebem os tubos de

concreto na posição indicada.

17

Fotografia 12- Galeria de agua pluvial

Conforme a tubulação é assentada, são executadas as caixas de ligação, os

poços de visita e as caixas de queda seguindo as recomendações do projeto. Porém

os poços de visita somente são concluídos quando a base já está compactada sobre

o solo. É importante frisar que durante o assentamento dos tubos, e execução das

caixas, devem-se tomar todos os cuidados nos aspectos de segurança, buscando

evitar que acidentes como desmoronamento aconteçam. É importante citar que

quando as valas estão abertas com trabalhadores dentro, deve ser impedido o

transito de maquinários e carros próximo ao local, e qualquer atividade que possa

causar trepidações e possíveis acidentes. Estes são serviços de alto risco para os

funcionários, então é responsabilidade do engenheiro tomar todas as medidas

possíveis a fim de garantir a estabilidade da região onde se está trabalhando. A

fotografia 13 apresenta a execução de um poço de visita.

18

Fotografia 13 – Poço de visita.

Na extremidade das galerias de águas pluviais deve ser construído um

emissário com alas de concreto tendo função de dissipador de energia a fim de

evitar que a água canalizada ocasione erosões no leito do rio em que está sendo

realizado o lançamento do volume de água coletado. Após concluir as galerias e

realizar o reaterro deve ser executada a denominada regula que consiste na

regularização e compactação de subleito. Nesta fase da obra é nivelado o greide da

pista com as inclinações laterais conforme especificado em projeto. Estando tudo em

nível procede-se com a compactação, utilizando-se rolo corrugado, até que se atinja

o grau de compactação especificado.

Após ter o subleito devidamente compactado, e esta compactação confirmada

por ensaios laboratoriais, assim como ter as devidas inclinações no greide da pista,

a próxima etapa consiste na marcação e execução do meio fio.

A fotografia 14 mostra a maquina de meio fio em funcionamento. A maquina

precisa de um funcionário volante, para guiar o caminho que esta vai percorrer, e um

funcionário empurrando o concreto para a boca de abertura que leva até a forma de

meio fio. A fotografia também mostra que um funcionário fica no caminhão dosando

a quantidade de concreto que sai do mesmo, e outro funcionário vai dando

acabamento com a desempenadeira.

19

Fotografia 14 - Execução de meio fio.

A fotografia 15 mostra uma rua com o meio fio já pronto. Em situações

normais consegue-se executar cerca de 700 metros de meio fio por dia. O meio fio é

executado através de concreto usinado e maquina extrusora,

Fotografia 15 - Execução de meio fio.

.

Após executado o meio-fio em ambas as faces da via inicia-se a execução da

base do pavimento. No loteamento foi utilizada base em Brita Graduada Simples

(BGS). A fotografia 16 evidencia a execução da base BGS, onde com auxilio da

moto niveladora espalha-se sobre o terreno a BGS, que posteriormente será

20

compactada por rolo denominado tandem, para que se atinja o grau de compactação

desejado. É importante citar que a BGS tenha granulometria bem definida e umidade

ótima, sendo imprescindível à presença de um caminhão pipa durante a execução

da base, para que se evite a perca do material pulverulento e consiga-se dar o

acabamento desejado.

Fotografia 16 - Base aplicada em uma das ruas do loteamento.

Após a base ser espalhada, deve ser devidamente compactada e assim como

o solo passa por ensaios para determinação do índice de compactação, e se este

não atingir o especificado deve voltar a passar por processo de compactação.

Acompanhou-se também a implantação das redes de esgoto e água pluvial.

As duas passam dentro das quadras e fora da área da rua, tendo entre elas 0,50

metros de separação. Para abertura das valas são utilizadas escavadeiras conforme

a fotografia 17.

21

Fotografia 17 - Abertura de vala de rede de esgoto.

A tubulação de esgoto era encaixada manualmente por dois funcionários que

trabalhavam dentro das valas, sendo que utilizavam para uma melhor aderência uma

resina de ligação para tubulações em PVC. Nos cantos de quadra eram executados

os poços de visita nos padrões estabelecidos pela Sanepar. Era executado o

denominado “berço” conforme demonstrado na fotografia 18, para que não ficasse

esgoto retido nos “PV’s”. Além dos poços de visita, existem em pontos determinados

pelo projeto os chamados terminais de ligação, que servem para eventuais limpezas

na rede.

Fotografia 18 - Execução do "berço" em um poço de visita de esgoto.

22

A rede de água potável era executada com tubulação DN 50, e uma

profundidade de 0,50 metros da superfície do terreno. Ao fim das obras foi realizada

a limpeza de rede, para garantia de que não havia nenhuma tubulação entupida ou

quebrada, senso assim a Sanepar deu eu aval para o inicio da construção das

residências.

Alguns problemas foram encontrados durante a obra, um dos principais que

pode ser destacado foi uma grande rocha que impedia a passagem da galeria

pluvial. A fotografia 19 representa a retroescavadeira tentando movimentar a rocha,

porém devido ao seu tamanho e peso não foi possível. Para retirar esta do local foi

necessário que a mesma fosse dinamitada.

Fotografia 19 - Rocha encontrada durante escavações para galeria pluvial.

23

2.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS

Trabalhar com o dinheiro de outras pessoas certamente é uma

responsabilidade com a qual foi necessária adaptação nas atividades de controle de

estoque de materiais. Além da questão financeira envolvida, a constante pressão no

que diz respeito ao cumprimento de cronogramas e prazos apertados se mostrou

constantemente desafiadora durante a realização do estágio.

O trabalho com funcionários com alta experiência prática que estavam

levemente desconfiados da jovem pessoa que se apresentava com alta confiança do

patrão se mostrou um desafio. Trabalhadores estavam a todo o momento querendo

testar os conhecimentos do estagiário, o que exigiu empenho e criatividade em

momentos iniciais, até que fosse atingida uma situação de confiança mútua.

Com relação à manutenção de residências em período de garantia houve

certas dificuldades no contato com os moradores, os quais se mostravam um pouco

descontentes e desconfiados com o serviço da construtora. Muitas vezes estes não

entendiam o porquê da necessidade de obras extensas para a solução de

problemas aparentemente pontuais, assim, era função do estagiário prestar os

esclarecimentos necessários, o que, devido ao baixo conhecimento das pessoas

sobre o assunto tratado se mostrava uma atividade mais desafiadora que o

esperado.

2.3.RELAÇÃO DO ESTÁGIO COM AS DISCIPLINAS DO CURSO

a) Ciência dos materiais para engenharia civil e Patologia e Recuperação das

Construções: Estas disciplinas forneceram embasamento técnico para as soluções

adotadas em problemas observados em residências, como quando foi observada

infiltração de água nos rodapés e tiveram de ser feitos reparos na impermeabilização

das casas.

b) Logística e gerência de materiais: Esta disciplina contribuiu nas atividades

de gerenciamento de estoques dos materiais a serem utilizados na obra, além disso,

24

forneceu embasamento para a organização do layout dos canteiros de obra e dos

estoques, facilitando assim a movimentação de materiais.

c) Qualidade na construção civil: Com os conhecimentos obtidos nesta

matéria procurou-se obter a valorização da qualidade nos serviços que estavam

sendo realizados, para que assim fossem evitados retrabalhos futuros.

d) Especificações e orçamentos: Na presente matéria foram apresentados

métodos para a realização de quantitativos para a compra de materiais, assim

possibilitou-se a administração de compra de materiais em quantidades de acordo

com o necessário.

e) Fundamentos da Engenharia de Segurança do Trabalho: Esta disciplina

forneceu embasamento para a adoção de medidas preventivas no canteiro de obras,

como a valorização de EPI’s e os cuidados tomados no trânsito de equipamentos

nas proximidades de valas.

Além das disciplinas citadas acima, foram utilizados conceitos de diversas

disciplinas do curso no acompanhamento das atividades, como: Topografia;

Geologia aplicada à engenharia; Mecânica dos Solos; Projeto Geométrico de

Estradas; Projeto de Pavimentação; Sistemas Hidráulicos Urbanos; Gerenciamento

de Obras.

25

3CONCLUSÕES

3.1 APRENDIZADO PRÁTICO

O estágio mudou minha maneira de pensar e agir, passei a ver o setor

construtivo com outros olhos. Participar de reuniões, ter de tomar decisões rápidas e

conviver com as responsabilidades no canteiro de obras certamente contribuiu na

minha formação profissional, sendo de fundamental importância para atividades

futuras.

Assumir responsabilidades, controlar materiais e compras ajudam na

formação e garantem um melhor senso de organização. Sendo assim, considero

fundamental o aprendizado proporcionado durante o estágio.

3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL

Certamente a experiência do estágio foi de grande importância, neste aprendi

a lidar com funcionários de diferentes níveis de escolaridade, o que faz parte do

cenário da construção civil, assim como a familiarização com os termos técnicos.

3.3 SUGESTÕES PARA A UNIVERSIDADE

Como a área de infraestrutura não tem grande enfoque dentro da

universidade deve-se buscar uma maneira de inserir dentro das disciplinas

existentes conceitos teóricos na área de infraestrutura, aliados a visitas técnicas

periódicas.

Desta maneira o será favorecida a formação completa do profissional, dando

um enfoque maior em questões práticas, que atualmente não vem tendo um enfoque

tão grande.

26

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Certamente a experiência foi de grande importância, pois é no estágio que se

aprende a lidar com diversas pessoas, sendo estas de diferentes níveis de

escolaridade, o que faz parte do cenário da construção civil, assim como a

familiarização com os termos técnicos. Com toda certeza o estágio contribui de

forma determinante para a formação, sendo um marco divisor entre os

conhecimentos puramente técnicos e os conhecimentos práticos. É também no

estágio se proporciona a primeira lista de contatos com pessoas do mercado de

trabalho, o que certamente é fundamental no inicio da carreira.

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REFERÊNCIAS

MAGALHÃES, Ana. Número de loteamentos cresce 27% no Estado de São Paulo em 2012. Folha de São Paulo online. São Paulo, abr. 2013. Disponível em: <http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/04/1268602-numero-de-loteamentos-cresce-27-no-estado-de-sp-em-2012.shtml>. Acesso em: 03 dez. 2013.

MOTTA, Luana Dias. A questão da habitação no brasil: políticas públicas, conflitos urbanos e o direito à cidade. Universidade Federal de Minas Gerais. Minas Gerais, 2010. Disponível em: <http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/geral/anexos/txt_analitico/MOTTA_Luana_-_A_questao_da_habitacao_no_Brasil.pdf> Acesso em: 03 dez. 2013.