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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GISLAINE DE AGUIAR DOMINGOS ELETROESTIMULAÇÃO TORÁCICA NO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA Tubarão 2010

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GISLAINE DE AGUIAR DOMINGOS

ELETROESTIMULAÇÃO TORÁCICA NO TRATAMENTO DA DOR EM

PACIENTES COM FIBROMIALGIA

Tubarão

2010

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GISLAINE DE AGUIAR DOMINGOS

ELETROESTIMULAÇÃO TORÁCICA NO TRATAMENTO DA DOR EM

PACIENTES COM FIBROMIALGIA

Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito à obtenção de grau de bacharel em fisioterapia.

Orientador Professor MSc. Ralph Fernando Rosas

Tubarão

2010

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GISLAINE DE AGUIAR DOMINGOS

ELETROESTIMULAÇÃO TORÁCICA NO TRATAMENTO DA DOR EM

PACIENTES COM FIBROMIALGIA

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado à obtenção do título de bacharel em fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo curso de fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 18 de novembro de 2010.

________________________________________

Professor Orientador MSc. Ralph Fernando Rosas

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________

Professor MSc. Rodrigo da Rosa Iop

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________

Professora MSc. Fabiana Durante de Medeiros

Universidade do Sul de Santa Catarina

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a duas pessoas Manoel

e Maria, que em nenhum momento mediram

esforços para realização dos meus sonhos, que

me guiaram pelos caminhos corretos, me

ensinaram a fazer as melhores escolhas, me

mostraram que a honestidade e o respeito são

essenciais à vida, e que devemos sempre lutar

pelo o que queremos. A eles devo a pessoa que

me tornei, sou extremamente feliz e tenho

muito orgulho por chamá-los de pai e mãe.

Amo vocês!

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AGRADECIMENTOS

À Deus primeiramente, por haver me dado força para que todos os dias, eu

pudesse trilhar meu caminho, o meu refúgio, onde sempre encontrei respostas para os meus

problemas.

Ao meu eterno avô José (em memória), por ter me ensinado muitas coisas, por

sempre acreditar que meus sonhos se realizariam, pois mesmo de longe, sei que sempre estará

torcendo por mim.

Ao meu namorado Alexandre, companheiro e amigo de todas as horas, pelo amor,

compreensão, motivação e estímulos constantes durante toda esta caminhada.

Aos familiares e amigos, pelo apoio, amizade, solidariedade.

Ao meu orientador, Ralph Fernando Rosas, por toda sabedoria, dedicação e

disposição na realização deste e acima de tudo por acreditar em minha capacidade.

À todos os professores, em especial o professor Rodrigo da Rosa Iop, que sempre

esteve disposto nos ajudar, todos contribuíram para o meu crescimento, obrigado pelo

conhecimento transmitido e por estarem sempre dispostos a atender-me.

À todas as colegas de curso que ajudaram-me de alguma forma nos momentos de

apuro e agradecer os momentos de alegrias que me proporcionaram durante esta caminhada.

Às pacientes que voluntariamente participaram desta pesquisa e assim

contribuíram para o enriquecimento desse estudo.

Aos demais colaboradores da Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul, pela

paciência e oportunidade concedida.

À todos que de alguma forma, ajudaram-me nesta realização.

O meu muito obrigado!

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RESUMO

A fibromialgia é uma patologia reumática, que acomete tecidos moles, caracteriza-se pela dor

em determinados pontos dolorosos (tender points), acomete predominantemente o sexo

feminino, com idade entre 40 e 60 anos, está geralmente associada à fadiga excessiva, rigidez

matinal, ansiedade, distúrbios do sono e alterações no humor que podem evoluir para um

quadro de depressão. Sendo assim, afeta negativamente a vida dessas pacientes, pois a dor

gera limitações das atividades ocupacionais, afetando a sua qualidade de vida. O objetivo

deste estudo foi analisar os efeitos da eletroestimulação torácica no tratamento da dor em

pacientes com fibromialgia. A amostra foi composta por 14 pacientes do sexo feminino, com

o diagnóstico de fibromialgia, das quais 7 foram submetidas ao tratamento fisioterapêutico

com a eletroestimulação nervosa transcutânea e 7 participaram do grupo controle. Para

configurar este estudo, foi utilizado instrumento de avaliação da dor, uma escala de dor (ED).

Toda a análise estatística foi utilizado o teste de Wilcoxon (α=0,05) a fim de verificar

diferença estatística entre as médias da variável analisada. Apesar de 71,4% das pacientes

referirem diminuição da dor após um mês de tratamento, o teste de Wilcoxon demonstrou não

haver diferença estatística entre a média da dor nos nove dias de atendimento e a ED após um

mês do término do tratamento. Os resultados dessa pesquisa mostram que houve diminuição

da dor, em relação à avaliação após um mês de tratamento, entretanto, a eletroestimulação

pode constituir como um recurso analgésico para alívio da dor em pacientes com fibromialgia.

Palavras-chave: Eletroestimulação Nervosa Transcutânea. Fibromialgia. Dor.

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ABSTRACT

The Fibromyalgia is a rheumatic disease, that affects soft tissue, this occurs because the acute

pain on some tender points, this pain is observed on wemans, with 40 and 60 years old, usualy

associate at excessive fatigue, morning stiffness, inquietude, sleep disorders and humor can

evolve to a table of depression. So, it’s affect, on negative way the life of this patients,

because the pain generate limitations on occupational activities their life quality. The object of

this study was analyze the effects of thoracic electrical pain treatment on patients with

fibromyalgia. The sample was composed with 14 wemans that was observed with

fibromyalgia, where 7 was submitted to physical treatment with electrical stimulation

transcutaneous nerve (TENS) and 7 participated at control group To set this study, was used

assassment tool of the pain, one scale of pain (SP). Every statistical analysis was utilized the

Wilcoxon test (α=0,05) to verify the difference between avaverage variable analyzed. Despite

71% of patient was inform that the pain decreased one month before the treatment, the

Wilcoxon verified didn’t appoint difference between the pain on the nine days of attendance

and the SP before one month of the final treatment. These survey results schow that was less

pain in relation to assessment after one month of treatment however, electrical stimulation

may be as a resource analgesic for pain relie in patients with fibromyalgia.

Key words: Electrical stimulation transcutaneous nerve. Fibromyalgia. Pain.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Tenders Points, 18 pontos para diagnosticar a fibromialgia....................................20

Figura 2 - Aparelho TENS........................................................................................................23

Figura 3 - Divisão do Sistema Nervoso....................................................................................28

Figura 4 - Diferenças anatômicas do sistema nervoso..............................................................30

Figura 5 - Procedimento realizado durante o tratamento..........................................................33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Índices de dor de todas as pacientes do GE.............................................................35

Tabela 2 - ED durante os nove dias de tratamento...................................................................36

Tabela 3 - Média de dor durante o tratamento..........................................................................36

Tabela 4 - ED das pacientes do GE pré e após um mês de tratamento.....................................37

Tabela 5 - ED das pacientes do GC, à avaliação e reavaliação da dor.....................................43

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Variação da dor da paciente A durante o

tratamento..............................................37

Gráfico 2 - Variação da dor da paciente B durante o tratamento..............................................38

Gráfico 3 - Variação da dor da paciente C durante o tratamento..............................................39

Gráfico 4 - Variação da dor da paciente D durante o

tratamento..............................................40

Gráfico 5 - Variação da dor da paciente E durante o tratamento..............................................41

Gráfico 6 - Variação da dor da paciente F durante o tratamento..............................................42

Gráfico 7 - Variação da dor da paciente G durante o

tratamento..............................................42

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LISTA DE ABREVIATURAS

TENS Eletroestimulação Elétrica Nervosa Transcutânea

ED Escala de Dor

ATM Articulação temporo mandibular

FDA Food and Drug Administration

dC Depois de Cristo

mA Miliampère

kQ Quiloohm

Hz Hertz

SNP Sistema nervoso periférico

SNA Sistema nervoso autonômo

SNS Sistema nervoso somático

GE Grupo experimental

GC Grupo controle

TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido

CEFU Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul

UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina

µs Microssegundo

% Por cento® Marca registrada

CEP Comitê de Ética em pesquisa

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13

2 FIBROMIALGIA.................................................................................................................17

2.1 CONCEITO DE FIBROMIALGIA....................................................................................17

2.1.1 Histórico..........................................................................................................................18

2.1.2 Classificação...................................................................................................................18

2.1.3 Diagnóstico......................................................................................................................19

2.1.4 Sintomas..........................................................................................................................21

2.2 ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS).........................22

2.2.1 História da TENS...........................................................................................................23

2.2.2 Equipamentos.................................................................................................................24

2.2.3 Fonte de Energia............................................................................................................24

2.2.4 Amplitude.......................................................................................................................25

2.2.5 Forma de Onda...............................................................................................................25

2.2.6 Frequência ou Velocidade de Pulso..............................................................................25

2.2.7 TENS na Inibição da Dor..............................................................................................25

2.2.7.1 Teoria da Comporta......................................................................................................26

2.2.8 Contra Indicações..........................................................................................................26

2.3 SISTEMA NERVOSO........................................................................................................27

2.3.1 Divisões do Sistema Nervoso.........................................................................................27

2.3.1.1 Sistema Nervoso Central...............................................................................................28

2.3.1.2 Sistema Nervoso Periférico...........................................................................................28

2.3.1.2.1 Composição do Sistema Nervoso Periférico..............................................................29

2.3.2 Sistema Nervoso Autônomo..........................................................................................29

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...................................................................................31

3.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................31

3.2 MATERIAL........................................................................................................................31

3.3 MÉTODO............................................................................................................................32

3.3.1 População/ Amostra.......................................................................................................32

3.3.2 Procedimentos para a Coleta de Dados........................................................................32

3.3.3 Procedimentos para Análise de Dados.........................................................................34

3.3.4 Aspectos Éticos da Pesquisa..........................................................................................34

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS..........................................................................35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................46

REFERÊNCIAS......................................................................................................................47

APÊNDICES............................................................................................................................51

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ..........................52

APÊNDICE B - Avaliação Fisioterapêutica.........................................................................55

ANEXOS..................................................................................................................................57

ANEXO A - Escala de Dor (ED) ...........................................................................................58

ANEXO B - Eletrodos utilizados entre T2 e T10.................................................................60

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1 INTRODUÇÃO

A fibromialgia é considerada uma patologia crônica de difícil tratamento, que

afeta, principalmente, mulheres entre 40 e 60 anos de idade, uma faixa etária de atividade

profissional produtiva. É caracterizada por dores musculares difusas, presença de pontos

dolorosos chamados “tender points”, distúrbios do sono, rigidez matinal e fadiga. A dor não

possui origem inflamatória, não causa degeneração, nem é progressiva; é crônica e sistêmica1.

A fibromialgia possui uma sensação subjetiva de inchaço nas extremidades,

tonturas vertiginosas ou não, precordialgia atípica e taquicardias2.

Uma patologia de dor crônica que está crescendo a cada dia mais é a fibromialgia.

A importância deste estudo é mostrar a definição, possíveis causas, sinais e sintomas,

diagnósticos e o principal, um dos tratamentos para essa patologia que está atingindo milhares

de pessoas (especialmente mulheres) no mundo todo e o efeito da fisioterapia, focada na

eletroestimulação.

De uma maneira abstrata, a dor tem sido definida em termos de um espaço

multidimensional compreendendo diversas dimensões sensoriais e efetivas. De uma maneira

mais simples, a dor tem sido descrita como um incômodo que sentimos3.

Todo o pulso estimulador de nervos é chamado de estimulação elétrica nervosa

transcutânea (TENS), mas, o termo em geral é restrito aos pulsos de intensidade relativamente

baixa, usada para controlar a dor. Quase todos esses geradores são operados a bateria. Existem

muitas formas de pulsos disponíveis. Poucos são monofásicos, ou seja, de pulso curto, mas, a

maioria dos pulsos, é simétrico ou assimetricamente bifásico4.

A eletroterapia pode ser definida como o tratamento de pacientes com a utilização

de meios elétricos. Ocasionando alterações fisiológicas com fins terapêuticos. As cargas

elétricas e as correntes dentro delas devem-se, portanto à presença e ao movimento de íons, ou

seja, átomos com cargas. Esses podem estar sozinhos ou unidos em forma de moléculas.

Algumas moléculas como a água, são polares com cargas opostas nas duas pontas4.

A TENS é um método de produzir alívio de dor pela aplicação de uma onda

retangular bifásica de pulso, através de eletrodos na pele. O princípio deste trabalho está

relacionado com a teoria da comporta da dor.

13

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Diante do exposto, tem-se como problema da pesquisa a seguinte questão: Qual a

efetividade no tratamento com a eletroestimulação torácica na dor em pacientes com

fibromialgia?

Alguns indivíduos sentem uma espécie de dor generalizada e persistente em todo o

corpo, inclusive nas costas. As estimativas mais recentes mostram que em grupos de cem

pessoas, duas a cinco delas apresentam essa queixa e terão o diagnóstico de fibromialgia, uma

síndrome dolorosa5.

A presença de alguns sintomas é um indício forte da enfermidade. Quem não sabe

que tem a síndrome corre o sério risco de passar a vida tomando antiinflamatórios e

analgésicos sem obter alívio5.

A dor é uma causa rotineira dentro de um consultório, as pessoas estão cada vez

mais procurando clínicas de fisioterapia à procura da cura ou simplesmente de uma melhora

parcial desta dor que tanto as incomodam.

A população está cada vez mais agitada e estressada, a rotina do dia-a-dia, tanto no

trabalho como na vida familiar está deixando as pessoas “cansadas”, e esse cansaço é uma das

causas que mais se insere na fibromialgia, apesar de ser uma patologia de origem

desconhecida, estudos comprovaram que está ligada diretamente ao sistema nervoso.

A tecnologia entrou em nosso mundo para nos auxiliar nas atividades de vida

diárias, mas, em vários aspectos ela não está sendo bem utilizada. Indivíduos estão cada vez

mais sedentários, e a falta de exercícios físicos, alimentação irregular também colaboram para

o surgimento de várias patologias.

Na eletroestimulação com a TENS acupuntura, há estímulo das fibras A α e C de

alto limiar. Esse tipo de estimulação proporciona impulsos sensoriais adicionais provenientes

dos aferentes dos fusos musculares e tem como mecanismo de ação uma produção de

analgesia com estimulação de baixa frequência, tem sido descrito como sendo mediado por

opiáceos4.

O uso da TENS também é relatado como sendo eficiente no alívio da dor em

pacientes com fibromialgia. Esse tipo de estimulação teria a capacidade de produzir

informações sensitivas a partir de estímulos de baixo limiar, inibindo a transmissão da dor na

medula espinhal através de inibição das células T, via células da substância gelatinosa6.

A eletroestimulação paravertebral pode ativar aferentes de grande diâmetro que

14

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poderiam modular a atividade neuronal dos segmentos espinhais e diminuir a dor, ou inclusive

a espasticidade, como era o foco do estudo mencionado7.

A dificuldade de manter condições para realizar as atividades de vida diárias pode

acarretar problemas psicossociais relevantes. Daí advém à importância de buscar recursos para

minimizar o impacto que a fibromialgia impõe á suas portadoras8.

Sendo assim, pode-se através deste trabalho encontrar novos métodos que

auxiliarão e aprimorarão os métodos já existentes dentro da fisioterapia.

O objetivo geral do presente estudo foi analisar os efeitos da eletroestimulação

torácica no tratamento da dor em pacientes com fibromialgia.

Os objetivos específicos foram os seguintes: demonstrar os resultados da

eletroestimulação torácica no tratamento da dor em pacientes com fibromialgia, através da

escala de dor (ED) e identificar o seguimento dessas pacientes em relação à dor, logo após o

último dia de tratamento e após um mês de tratamento.

Nas duas últimas décadas houve avanços referentes à elaboração de instrumentos,

os quais facilitam a comunicação entre os pacientes e os profissionais da área, possibilitando

conhecer tanto a incidência, a duração e a intensidade da dor sentida, quanto o alívio obtido

mediante aplicação de diferentes técnicas analgésicas. Dentre os mais utilizados no meio

clínico sobressaem aqueles que consideram o relato subjetivo do paciente como principal

indicativo de sua dor o que, certamente, deve-se à subjetividade dessa experiência que só pode

ser avaliada com maior precisão mediante o relato de quem a sente. Em sua maioria esses

instrumentos são em nível de mensuração ordinal, alguns trabalhos que utilizam outros

instrumentos em níveis mais precisos de mensuração, tal como o de razão, ainda são pouco

utilizados no meio clínico, especialmente na mensuração da dor aguda9.

As EDs têm sido empregadas para avaliar diferentes aspectos subjetivos, como

humor, dor e particularmente a ansiedade. Esse tipo de instrumento tem permitido a avaliação

desse estado emocional tanto em pacientes ansiosos quanto em pacientes submetidos a

situações diversas como: reações de estudantes a exames, situações de dor, procedimentos

odontológicos e cirúrgicos e em unidades coronarianas9.

Por ser uma experiência subjetiva, a dor não pode ser objetivamente determinada

por instrumentos físicos que, usualmente, mensuram o peso corporal, a temperatura, a altura, a

pressão sanguínea e o pulso. Em outras palavras, não existe um instrumento padrão que

15

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permita a um observador externo, objetivamente, mensurar essa experiência interna, complexa

e pessoal10.

Uma das principais correntes elétricas terapêuticas, utilizada em processos álgicos

agudos e crônicos, chamada TENS, cuja tradução em inglês refere-se a uma estimulação

elétrica nervosa transcutânea, é usada com finalidade de influenciar e modular o processo de

neurocondução da dor e atuar sobre a liberação de opióides endógenos a nível medular e da

hipófise. Este recurso tem sido usado extensivamente em locais de atendimento à saúde para o

manejo sintomático de dor aguda e dor crônica11.

No primeiro capítulo, apresenta-se a introdução deste estudo. O trabalho está

dividido em cinco capítulos, onde, no primeiro encontra-se a introdução e justificativa; o

segundo capítulo descreve o corpo do trabalho; o terceiro mostra o delineamento da pesquisa,

apresentando a metodologia utilizada; no quarto capítulo é apresentada a análise e discussão

dos dados e o quinto capítulo as considerações finais.

16

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2 FIBROMIALGIA

A revisão bibliográfica é uma análise retirada de publicações, é o corpo inicial

propriamente dito de um trabalho de estudo. É elaborada através da verificação dos textos

relacionados com o assunto a ser trabalhado.

O objetivo da revisão bibliográfica é estudar todos os trabalhos disponíveis, para

destacar as informações relevantes para a pesquisa.

2.1 CONCEITO DE FIBROMIALGIA

A fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais frequentes, cuja

característica principal é a dor musculoesquelética difusa e crônica12.

A fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por queixas dolorosas

musculoesqueléticas difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente

bem determinadas13.

Uma síndrome de etiologia desconhecida, caracterizada por dor

musculoesquelética difusa e crônica, além da presença de pelo menos 11 dos 18 pontos

anatomicamente específicos dolorosos à palpação chamados de tender points14.

Pode-se conceituar a fibromialgia como sendo uma síndrome reumática que

acomete predominantemente mulheres, caracterizada por dor difusa e crônica, além de sítios

anatômicos específicos dolorosos à palpação, chamados de tender points. A fibromialgia não é

uma doença em si, mas, uma síndrome de etiologia desconhecida que também é conhecida

pelo nome de reumatismo muscular. Tem grande importância do ponto de vista da fisioterapia

devido ao grande número de pacientes acometidos, sendo geralmente mulheres na terceira

década de vida, com alterações psícógenas mais ou menos marcadas e personalidade ansiosa,

que tendem a somatizar qualquer tipo de problema ou angústia15.

Ocorrem de forma isolada ou associada a outras doenças, como o lúpus

eritematoso sistêmico e a artrite reumatóide, sendo mais prevalente em mulheres da raça

branca de 35 a 55 anos. Acomete 5% da população mundial e 8% da população brasileira6.

17

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A fibromialgia tem com companhia um espectro de doenças associadas, tais, como,

síndrome dor miofascial, dor crônica, dentre outras. Ela abrange um grande segmento de

sintomas crônicos na população moderna6.

2.1.1 Histórico

Faz aproximadamente 150 anos que ocorreram as primeiras considerações sobre

fibromialgia. Em 1850 pacientes com “reumatismo” apresentavam pontos endurecidos em

seus músculos, os quais eram dolorosos à pressão. No ano de 1904, denominaram-se estas

alterações clínicas de fibrosite. Foi relacionado também, como parte do quadro, a presença de

fadiga e distúrbios do sono1.

Anteriormente denominada fibrosite, a fibromialgia não era considerada uma

entidade clinicamente bem definida até a década de 70, quando foram publicados os primeiros

relatos sobre os distúrbios do sono, incluindo os achados polissonográficos, que deram

margem a um aprofundamento na investigação etiopatogênica13.

O estudo da fibromialgia sofreu atraso importante em razão da utilização indevida

do termo fibrosite, já que esta englobava uma grande variedade de entidades patológicas que

afetavam as partes moles do sistema musculoesquelético13.

No passado muitos médicos chegaram a rotular os fibromiálgicos como

hipocondríacos e seus sintomas como crises de histeria, porque as alterações psicológicas

eram importantes e não regrediam facilmente, tornando recorrentes as queixas de dor,

ansiedade e irritabilidade, chegando até os estágios avançados de depressão8.

A fibromialgia é uma síndrome que determina limitações à capacidade funcional

dos indivíduos pelo quadro álgico crônico, podendo interferir diretamente na qualidade de

vida e, portanto, na saúde dos pacientes. Trata-se de uma patologia reumática8.

2.1.2 Classificação

18

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A fibromialgia pode ser classificada em primária e secundária. A fibromialgia

primária apresenta o quadro clínico da doença sem haver qualquer outra patologia

simultaneamente, já a fibromialgia secundária ocorre quando o paciente fibromiálgico possui

outra patologia concomitante1.

2.1.3 Diagnóstico

O diagnóstico da fibromialgia deve ser feito através de uma eficiente anamnese,

questionários e um minucioso exame físico.

Fica bem definidoo diagnóstico com a positividade de onze dos dezoito pontos

chamados tender points (nove pontos de referência anatômica considerados bilateralmente),

mostrado na figura 1:

1) Coluna cervical baixa (C5-C6);

2) Segunda junção costocondral;

3) Epicôndilo lateral do cotovelo;

4) Coxim adiposo medial do joelho (junto ao tendão da pata de ganso);

5) Inserção dos músculos occipitais;

6) Músculo trapézio;

7) Borda medial da espinha da escápula;

8) Quadrantes externos superiores das nádegas e;

9) Proeminências dos trocânteres maiores do fêmur13.

19

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Figura 1 - Tenders points, 18 pontos para diagnosticar a fibromialgiaFonte: Davis16.

O diagnóstico dessa síndrome é eminentemente clínico, não havendo alterações

laboratoriais específicas. As provas de atividades inflamatórias são normais, bem como os

exames de imagem13.

Pode ser feito o diagnóstico pelo reconhecimento de um padrão: dor generalizada,

rigidez muscular, fadiga, distúrbio do sono e depressão, somados à presença de dor na

palpação em pontos específicos (tenders points)17.

Os pontos de gatilho são considerados um dos grandes avanços no diagnóstico da

fibromialgia e passaram a ser mais valorizados a partir da década de 1990, quando o Colégio

Americano de Reumatologia reconheceu o conjunto de sintomas da fibromialgia como doença

e publicou a lista dos nove pares de pontos situados no corpo, em locais específicos (dezoito

no total) usada ainda hoje pelos especialistas. Até hoje, esses pontos constituem a única

indicação segura para os médicos que examinam o corpo do paciente a procura de sinais5.

A fibromialgia pode ser desconcertante para pacientes e para profissionais da

saúde, devido a falta de testes diagnósticos disponíveis17.

20

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2.1.4 Sintomas

São várias as características clínicas da fibromialgia, sendo que uma das mais

notórias é a dor difusa, persistente por um período superior a três meses, percebida como

profunda e, geralmente, localizando-se em músculos e proeminências ósseas. Ela inicia-se,

frequentemente, na nuca, pescoço e ombros, espalhando-se, posteriormente, para outras áreas

do corpo. A dor pode manifestar-se como queimação, sensação de peso, contusão, pontada e /

ou rigidez17.

Existe dor localizada em uma zona ampla, amiúde mal delimitada. As áreas que

apresentam com maior frequência são a região cervicodorsal (ao nível dos trapézios), o

músculo supra espinhoso, a região lombar, os glúteos, o terço médio dos braços e a face

interna das coxas15.

Esta dor pode ser migratória, ou seja, se desloca de um local para o outro,

desaparecendo, então, do anterior. Deve-se ter em conta também que o paciente com

fibromialgia apresentará uma sensível diminuição do umbral da dor em relação ao resto da

população (nele é típico a frase: “me dói o corpo todo”)15.

A dor moderada ou intensa é o principal sintoma. Inicia-se em geral, em uma

região e, com o tempo, torna-se generalizada. A maioria dos pacientes também pode conviver

com algum dos seguintes sintomas5:

a) Distúrbios do sono: dormem mal, o sono não é reparador e acordam cansadas;

b) Dor de cabeça tensional ou enxaqueca;

c) Bruxismo, devido a uma disfunção na articulação temporomandibular, que

possa ocasionar dor de cabeça e na face;

d) Constipação, diarréia, dor abdominal ou dificuldade de digestão;

e) Aumento da necessidade de urinar, sem que haja infecção urinária;

f) Mãos pálidas, seguidas de vermelhidão, que pioram no frio, pode haver ainda a

sensação de formigamento e inchaço em mãos e pés;

g) Rigidez no corpo, particularmente ao se levantar ou após períodos de repouso

prolongado, costuma piorar na umidade;

21

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h) Vertigem (tonturas), dificuldade de concentração, bocas e olhos secos,

palpitações, reações a alguns alimentos e medicamentos;

i) A depressão está presente de alguma forma em metade dos casos de

fibromialgia.

A fibromialgia pode coexistir com outras doenças, como a diabetes, asma

brônquica, úlcera duodenal, cólon irritável, entre dezenas de outras5.

Em uma pesquisa realizada pela médica Evelin Goldenberg, da Universidade

Federal de São Paulo, que indicou que a fibromialgia pode estar combinada com o lúpus

eritematoso, síndrome de Sjorgren, osteoartrose e artrite reumatóide. Alguns fatores podem

precipitar ou agravar o quadro de sintomas, tais como infecções virais, traumas físicos e

psíquicos e, ainda, o sedentarismo5.

Também fazem parte da sintomatologia as disestesias, além da fadiga que se inicia

ao despertar e perdura por longos períodos. Outros sintomas são citados como rigidez matinal,

parestesia, cefaléia, síndrome de Raynaud. As duas últimas alterações citadas possivelmente

estão relacionadas a distúrbios da mobilidade da musculatura lisa, pelo aumento da afinidade

dos receptores alfadrenérgicos6.

2.2 TENS

É uma corrente de baixa frequência, quando comparada a todo o espectro das

frequências da corrente elétrica disponíveis para usos terapêuticos19. É um componente

importante em muitos programas de tratamento para o controle da dor3. A figura 2 mostra o

aparelho de TENS utilizado neste estudo.

22

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Figura 2 - Aparelho TENSFonte: Pesquisa realizada pela autora; 2010.

2.2.1 História da TENS

Foi escrito em 46 d.C (depois de Cristo) por Scribonis Largus, um médico romano,

no Compositiones Medicae, o primeiro relato de uso da eletricidade para alívio de dor. Um

peixe chamado de enguia elétrica foi usado para o tratamento de gota e dores de cabeça, com

sua descarga elétrica sendo usada para anestesiar a parte afetada do corpo3.

Em 1760, John Wesley escreveu especificamente sobre o uso da eletricidade

estática para o alívio da dor3.

Entretanto, a analgesia elétrica continuou a ser descrita na literatura até os anos de

1950. Em 1967, Wall e Sweet testaram a hipótese central da teoria das comportas para o

controle da dor crônica por meio da estimulação elétrica de nervos periféricos, usado eletrodos

sobre a superfície da pele. Essa técnica tornou-se logo conhecida como estimulação elétrica

nervosa transcutânea3.

23

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Entre 1967 e 1987, Nolan reuniu uma bibliografia de mais de trezentos trabalhos

sobre TENS na literatura clínica e básica. Apesar de o número de literaturas sobre TENS ter

diminuído nos últimos anos, essa técnica continua sendo um assunto sujeito a pesquisas e

revisões. Um conjunto de profissionais da saúde incluindo fisioterapeutas, enfermeiros,

médicos e dentistas, aplicou a TENS numa enorme gama de condições de dores agudas, tem

sido utilizadas na sala de emergência, procedimentos cirúrgicos menores, no pós operatório,

durante o trabalho de parto, nas lesões medulares agudas e nas lesões esportivas3.

No fim da década de 80, Robinson e Snyder Mackler descobriram que 92% dos

fisioterapeutas que responderam à sua pesquisa utilizavam TENS, e dentre estes, 67% a

utilizavam pelo ao menos uma vez por semana3.

2.2.2 Equipamentos

Em 1974, a Food and Drug Administration (FDA) classificou os estimuladores

elétricos nervosos transcutâneos como equipamentos de classe II, inúmeros estimuladores

nacionais e importados tornaram-se disponíveis. No fim dos anos 80, existiam mais de

sessenta fabricantes de aparelhos de TENS registrados pela FDA3.

Os sistemas de estimulação elétrica nervosa transcutânea são normalmente

comercializados na forma de kit consistindo da unidade de TENS, uma fonte de energia,

cabos, eletrodos, manual de instruções, maletas e, eventualmente, gel para uso com os

eletrodos e fitas adesivas. A TENS, que é um pequeno gerador de pulso elétrico portátil, pode

ser preso por um clipe ao cinto do paciente ou à sua vestimenta, ou ainda, pode ser carregada

no bolso3.

2.2.3 Fonte de energia

Todos os aparelhos portáteis para a TENS são alimentados por uma pilha alcalina

24

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de 1,5 volts19.

2.2.4 Amplitude

A amplitude é ajustável, de 0 a 50 mA (miliampères), para uma impedância de

eletrodos de 1kQ (quiloohm)19.

2.2.5 Forma de onda

A forma da onda mais comumente produzida é uma onda quadrada balanceada,

assimétrica, bifásica com um componente de CD de rede igual a zero. A área sob a onda

positiva é igual à área sob a onda negativa. Não são produzidos efeitos finais polares, o que

evita a formação, a longo prazo, de concentrações iônicas positivas negativas por baixo de

cada eletrodo, ou no interior dos tecidos. Consequentemente, não há reações cutâneas adversas

em decorrência de concentrações polares19.

2.2.6 Frequência ou Velocidade de Pulso

A frequência de pulso é variável em todos os aparelhos, e a faixa de variação dos

parâmetros também varia, na média de 1 a 1450 pulsos por segundo, ou hertz (Hz). Uma baixa

frequência é descrita pelo paciente como uma sensação de coceira lenta, enquanto que uma

frequência elevada é expressa como uma sensação de vibração contínua19.

2.2.7 TENS na Inibição da Dor

25

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O amplo uso de TENS é uma técnica de baixo custo e não invasiva usada no alívio

de dor. Ainda existem dificuldades de experimentos conclusivos com placebos. A

complexidade do paciente que padece de dores crônicas e a falta de uma quantidade adequada

de estudos impedem a identificação das prescrições ideais para qualquer problema específico

de dor. Em muitos casos a aplicação de TENS é muito similar19.

O mecanismo exato de como a dor é inibida baseia-se numa completa

compreensão da patologia de lesão e das subsequentes alterações que podem ocorrer nas vias

nervosas e no sistema nervoso central19.

2.2.7.1 Teoria da Comporta

As grandes fibras Aß mielinizadas fornecem o caminho para a TENS. Estas fibras

de rápida condução são altamente sensíveis à estimulação e conduzem rapidamente o impulso

elétrico até a medula espinhal. As pequenas fibras do tipo C, não mielinizadas e de condução

mais lenta, e que conduzem estímulos nocivos (dolorosos) se tornam incapazes de veicular sua

mensagem19.

2.2.8 Contra Indicações

A TENS é uma modalidade extremamente segura em geral as contra indicações

baseiam-se no bom senso comum, e são citadas pelos fabricantes como forma de evitar

possíveis litígios. As contra indicações mais comumente citadas são:

a) Pacientes que utilizam marcapassos;

b) Sofrem cardiopatia ou disritmias (a menos que a TENS tenha sido recomendada

por um médico, em seguida a uma avaliação do paciente);

26

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c) Apresentar dor não diagnosticada;

d) Epilepsia, sem os devidos cuidados;

e) Três primeiros meses de gestação;

f) Não use TENS nas seguintes partes do corpo: boca, seio carotídeo, pele com

solução de continuidade, pele anestésica, abdômen (durante a gestação), nas

proximidades dos olhos19.

2.3 SISTEMA NERVOSO

Durante a evolução, os primeiros neurônios surgiram na superfície externa dos

organismos, fato este significativo, tendo em vista função primordial do sistema nervoso de

relacionar o animal como o ambiente. Dos três folhetos embrionários é o ectoderma aquele

que está em contato com o meio externo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso20.

2.3.1 Divisões do Sistema Nervoso

O sistema nervoso é um todo. Sua divisão em partes tem um significado

exclusivamente didático, pois as várias partes estão intimamente relacionadas do ponto de

vista morfológico e funcional. O sistema nervoso pode ser dividido em partes, levando-se em

conta critérios anatômicos, embrionários e funcionais20. A figura 3 explica esta divisão.

27

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Figura 3 - Divisão do Sistema NervosoFonte: Damiani21.

2.3.1.1 Sistema Nervoso Central

O sistema nervoso central é aquele que se localiza dentro do esqueleto axial

(cavidade craniana e canal vertebral). Ele se divide em encéfalo, cérebro, cerebelo e tronco

cerebral ou encefálico, que é dividido em três estruturas, mesencéfalo, ponte e bulbo20.

2.3.1.2 Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico (SNP) é aquele que se localiza fora do esqueleto. O

mesmo se divide em sistema nervoso autônomo (SNA) e sistema nervoso somático (SNS). O

SNA se divide em sistema nervoso autônomo simpático, sistema nervoso parassimpático e

sistema nervoso enférico20.

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2.3.1.2.1 Composição do Sistema Nervoso Periférico

Nervos raquidianos: 31 pares de nervos raquidianos subdivididos em 8 pares de

nervos cervicais, 12 pares de nervos torácicos, 5 pares de nervos lombares, 5 pares de nervos

sacrais e 1 par de nervo coccígeo. A medula espinhal está protegida por 33 vértebras

subdivididas em 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 sacrais e

4 coccígeas20.

Nervos e gânglios é parte integrante do sistema nervoso periférico, sendo os

gânglios um conjunto de núcleos de neurônios, fora do sistema nervoso central. Já os nervos

em alguns momentos organizam-se formando plexos nervosos, constituindo uma complexa

rede nervosa que inerva uma série de músculos. Anatomicamente estudamos os plexos

cervicais, braquiais, lombares e sacrais20.

O constituinte principal celular do sistema nervos central é o neurônio: o sistema

nervoso humano possui cerca de 100 bilhões de células nervosas que são interligados

constituindo uma verdadeira rede de células20.

2.3.2 Sistema Nervoso Autônomo

O sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e controle

das estruturas viscerais20.

O sistema nervoso autônomo é o componente eferente do sistema nervoso visceral

e pode ser subdividido em simpático e parassimpático, como mostra a figura 4.

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Figura 4 - Diferenças anatômicas do sistema nervoso parassimpático e sistema nervoso simpático.Fonte: Lopes22.

O componente eferente conduz impulsos nervosos originados em receptores das

vísceras (visceroreceptores) à áreas específicas do sistema nervoso central. O componente

eferente traz impulsos de certos centros nervosos até as estruturas viscerais, terminando, pois,

em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco20.

30

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O seguinte capítulo apresenta como foi desenvolvida a pesquisa, fundamenta seu

planejamento e organização da mesma.

3.1 TIPOS DE PESQUISA

A pesquisa experimental consiste em separar, aleatoriamente, dois grupos, nos

quais, para o primeiro se introduz uma variável experimental e para o segundo se retira a

variável experimental, colocando a pesquisa nos moldes do plano clássico de prova23.

Para aplicar o plano clássico do experimento, o pesquisador tem de selecionar dois

grupos. A diferença básica entre os grupos é que, no primeiro, o pesquisador apresentará a

variável de teste, ou seja, realizarão os procedimentos para obter seus objetivos,

procedimentos estes que serão ausentes no segundo grupo23. O grupo que receberá os

procedimentos se chamará grupo experimental, ou GE; o grupo que não irá receber

procedimentos se chamará de grupo controle, ou GC.

O procedimento é do tipo experimental, pois a pesquisa apresenta um grupo

controle.

3.2 MATERIAL

Foram utilizados os seguintes materiais para os procedimentos:

a) Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), em APÊNDICE A;

b) Ficha de avaliação, em APÊNDICE B;

c) ED, em ANEXO A;

d) Aparelho de analgesia Tensmed;

31

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e) Quatro eletrodos adesivos (4X4cm), em ANEXO B;

f) Algodão e álcool em gel (assepsia) e

g) Maca com travesseiros e lençóis.

3.3 MÉTODO

É uma etapa concreta da investigação, com finalidade mais restrita, em termos de

explicação geral dos fenômenos e menos abstrata23. Pode-se definir método como caminho

para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos

intelectuais e técnicos adotados para atingir o conhecimento24.

3.3.1 População/Amostra

A população foi composta por 20 pacientes na fila de espera da Clínica Escola de

Fisioterapia da Unisul (CEFU), localizada na Universidade do Sul de Santa Catarina

(UNISUL). Como critérios de inclusão, foram permitidas somente mulheres, diagnosticadas

com fibromialgia, idade entre 30 e 60 anos, que foram encaminhadas para o tratamento desta

patologia, que apresentaram dor por mais de três meses e ao menos 11 dos 18 tenders points,

que possuíam disponibilidade de comparecimento as 10 consultas de fisioterapia no período

proposto de quatro semanas, que consentiram em participar do estudo e assinaram o TCLE.

A pesquisa contou com alguns critérios de exclusão como, o uso de implantes

metálicos, marcapassos, gestante, possuir epilepsia, dor não diagnosticada e que estivessem

realizando fisioterapia. De acordo com os critérios de exclusão, foram coletados dados de 14

pacientes.

3.3.2 Procedimentos para a Coleta de Dados

32

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O primeiro contato com as pacientes foi realizado via telefone, marcando então,

uma avaliação. Foi realizado um sorteio entre as 14 pacientes que foram incluídas no estudo,

onde através deste sorteio, 7 participaram do GE e 7 participaram do GC.

Como procedimento para coleta de dados foi utilizado o TCLE, uma ficha de

avaliação, elaborada pela autora deste estudo e a ED. Após essa etapa, na qual foi explicado

cada etapa realizada, deu-se início a um encontro individual com cada paciente, aplicando em

todos os encontros a ED e a TENS.

Durante todos os procedimentos, o pesquisador sempre orientou as pacientes de

como iria ser realizados, as participantes foram atendidas todas individualmente, em uma sala

de avaliação da CEFU, sem as vestimentas da parte superior do corpo na posição decúbito

ventral, sobre uma maca, com um lençol, um travesseiro, sendo então, aplicada a TENS

durante 5 minutos (tempo de acordo com a frequência da medula que baixa, cerca de 8 10Hz).

Os eletrodos adesivos foram colocados na coluna torácica, entre T2 e T10, como mostra a

figura 5. Foram utilizados os seguintes parâmetros: frequência de 100 Hz; largura de pulso 30

µs (microssegundos) e a intensidade foi subjetiva, de acordo com cada paciente.

Figura 5 - Procedimento realizado durante o tratamento.Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

33

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O tratamento consistiu no período de 10 encontros, sendo um para avaliação e

nove para os procedimentos, sendo realizadas três consultas por semana (segundas, quartas e

sextas feira), nos horários entre 16 às 18h00min.

Após um mês de tratamento foi realizado contato via telefone, para a coleta dos

dados finais, utilizando a ED, para finalizar os objetivos deste trabalho.

3.3.3 Procedimentos para Análise de Dados

Os testes realizados foram os testes de Wilcoxon para amostras independentes,

sendo analisados com significância de 5% (α=0,05) e nível de confiança de 95%, utilizando o

software Statdisk®, para verificar se houve diferença nas médias de dor ao longo da

intervenção.

3.3.4 Aspectos Éticos da Pesquisa

Este estudo foi encaminhado a Comissão de Ética em Pesquisa da UNISUL, que

aprovou esta com o registro (código): 10.013.4.08.III. As participantes assinaram o TCLE,

conforme a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Esta pesquisa foi realizada com seres humanos, por isso foi sempre preservado os

princípios bioéticos fundamentais do respeito ao indivíduo (autonomia), da beneficência

(incluindo a não maleficência) e da justiça.

A criteriosa avaliação da relação risco/benefício tem como base o princípio da

beneficência, sem nenhum risco aos indivíduos a serem pesquisados.

As participantes voluntárias que participaram desta pesquisa não correram riscos e

o estudo ainda possuiu como benefícios diminuição da dor e melhora na qualidade de vida. As

identidades das participantes voluntárias foram em todos os momentos preservadas.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados e a discussão do estudo. Os dados

serão demonstrados através de gráficos e tabelas relacionando as EDs que foram coletados.

Para análise de dados, foi utilizado o teste de Wilcoxon com nível de significância

de 5% a fim de verificar diferença estatística entre as médias das variáveis analisadas.

Este estudo foi analisado, através de dois grupos, o GE, o grupo que recebeu a

eletroestimulação e o GC, o grupo que não recebeu nenhum tipo de tratamento, apenas

respondeu as EDs, na avaliação e na reavaliação após um mês do procedimento realizado com

o GE.

Segue os dados coletados durante o tratamento das pacientes com diagnóstico de

fibromialgia, submetidos ao tratamento da dor através da eletroestimulação torácica. As

seguintes pacientes serão representadas por letras (A, B, C, D, E, F e G).

A média geral de dor dessas pacientes através das EDs foi de 6,35. Na tabela 1,

segue os índices de dor de todas as pacientes em estudo, que receberam o tratamento com a

eletroestimulação torácica, como a média, desvio padrão, mínimo, máximo e moda.

Tabela 1 - Índices de dor de todas as pacientes do GE.Paciente Média Desvio Padrão Mínimo Máximo Moda

A 7,00 4,58 0 10 10B 8,94 1,04 7 10 10C 7,67 2,18 5 10 10D 7,78 2,22 4 10 10E 6,67 2,40 3 10 7F 4,78 2,91 0 10 5G 1,67 2,40 0 6 0

Fonte: Dados colhidos pelos autores, 2010.

A tabela 2 apresenta os dados relacionados a EDs, do GE avaliados durante os

nove dias de tratamento com a eletroestimulação torácica.

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Tabela 2 - ED durante os nove dias de tratamento do GE.Pacientes 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º

A 10 10 3 10 10 0 0 10 10B 10 8,5 9,5 10 8 7 10 9 8,5C 10 10 5 5 8 8 10 8 5D 10 7 5 8 10 9 7 10 4E 10 3 8 3 9 7 7 7 6F 0 5 10 3 4 5 8 3 5G 1 5 3 6 0 0 0 0 0

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A tabela 3 mostra a média de dor nas EDs, que cada paciente do GE apresentou,

durante os nove dias de tratamento com eletroestimulação torácica.

Tabela 3 – Média de dor durante o tratamentoPaciente Média da ED

A 7,00B 8,94C 7,67D 7,78E 6,67F 4,78G 1,67

Fonte: Dados colhidos pelos autores, 2010.

No estudo realizado, as pacientes A, C, D, F e G, obtiveram melhora na dor com o

tratamento realizado, contudo, o tratamento realizado com eletroestimulação torácica nas

pacientes com fibromialgia foi efetivo, pois após um mês de tratamento, apenas as pacientes B

e E, relataram que a dor continua semelhante à anterior ao tratamento. Na tabela 4 será

apresentado as EDs das pacientes do GE após um mês do tratamento.

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Tabela 4 - ED das pacientes do GE pré e após um mês de tratamento.Pacientes ED Pré ED Pós

A 10 3B 10 8C 10 0D 10 4E 10 8F 0 2G 1 0

Fonte: Dados colhidos pelos autores, 2010.

Segue abaixo os dados obtidos através deste estudo através de gráficos com as EDs

de cada uma das sete pacientes em estudo do GE.

Gráfico 1 - Variação da dor da paciente A durante o tratamento.

0123456789

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9ª

DIA

ED

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A paciente A, registrou dor 10 no primeiro dia de coleta, obteve melhora no

terceiro dia, para dor 3, voltando no dia seguinte para dor 10, permanecendo em dor 10 até o

sexto dia, entre o sexto e sétimo dia e sétimo, não sentiu nenhuma dor, mas, no oitavo e nono

37

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dia a dor voltou a ser registrada em dor 10 na ED.

Gráfico 2 - Variação da dor da paciente B durante o tratamento.

0123456789

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9ª

DIA

ED

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A paciente B iniciou o tratamento com dor 10 na ED, obteve melhora no segundo

dia, ao terceiro dia registrou dor 9,5, no quarto dia voltou a dor 10, diminuindo no dia seguinte

para 9 chegando a dor 7 no sexto dia, logo, no sétimo dia a dor voltou para dor 10, no oitavo e

nono dia a dor permaneceu entre 9 e 8 na ED.

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Gráfico 3 - Variação da dor da paciente C durante o tratamento.

0123456789

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9ª

DIA

ED

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A paciente C registrou dor 10 no primeiro dia de coleta, mantendo o mesmo valor

no segundo dia. Ao terceiro dia a dor diminuiu para 5 sendo mantido o mesmo valor no dia

seguinte de coleta. Ao quinto e sexto dias a dor permaneceu com valor 8 na ED, sendo o valor

10 novamente referido pela paciente no sétimo dia. Não obstante, nos últimos dois dias de

coleta a dor diminuiu e foi registrado na ED com valor 5.

39

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Gráfico 4 - Variação da dor da paciente D durante o tratamento.

0123456789

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9ª

DIA

ED

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A paciente D, também iniciou com dor 10, diminuindo logo no segundo dia de

tratamento, chegando a dor 5, voltou a registrar dor 10 no quinto dia de tratamento, logo

diminuiu, ao final do tratamento a paciente registrou dor 4.

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Gráfico 5 - Variação da dor da paciente E durante o tratamento.

0123456789

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9ª

DIA

ED

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A paciente E, chegou ao atendimento com dor 10, logo no segundo dia de

atendimento, a mesma referiu, diminuição da para 3, no terceiro dia a dor aumentou, não

chegou a 10, mas, a 8, no quarto dia diminuiu novamente para dor 3, no quinto dia chegou a

relatar dor 9, logo, permanecendo em dor 7 até o oitavo dia, ao fim do tratamento a mesma

referiu dor 6.

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Gráfico 6 - Variação da dor da paciente F durante o tratamento.

0123456789

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9ª

DIA

ED

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A paciente F, foi a única a iniciar o tratamento sem dor alguma, mas, no segundo

dia registrou dor 5, no terceiro chegou a dor 10, diminuindo para 3 no dia seguinte, voltou a

sentir dor 8 apenas no sétimo dia, ao final do tratamento a dor estava em 5.

Gráfico 7 - Variação da dor da paciente G durante o tratamento.

0123456789

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9ª

DIA

ED

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

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A paciente G, iniciou o tratamento registrou valor 1 de dor, após o segundo dia

aumentou a dor, chegando a dor 6 no quarto dia de tratamento mas, a partir o quinto dia a

paciente permaneceu sem dor alguma até o final do tratamento.

O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da eletroestimulação torácica no

tratamento da dor em pacientes com fibromialgia.

Apesar de 71,4% das pacientes que corresponde cinco pacientes, referirem melhora

da dor após um mês de tratamento com a eletroestimulação, o teste de Wilcoxon demonstrou

não haver diferença estatística (p=0,75) entre a média da dor nos nove dias de atendimento e a

ED após um mês do término do tratamento.

Dentre as sete pacientes que participaram do GC, durante a avaliação a paciente C

referiu dor 9, o restante, todas referiram dor 10. Após um mês do término do tratamento com o

GE, a pesquisadora entrou em contato via telefone com as pacientes do GC e GE, para coletar

a ED com cada uma delas. Dentre essas sete pacientes do GC, a paciente A diminuiu a dor de

10 para 9, a paciente C, a dor passou de 9 para 10 e as outras cinco restantes, a dor

permaneceu em 10. Na tabela 5, serão apresentados os dados relacionados ao GC.

Tabela 5 - ED das pacientes do GC, à avaliação e reavaliação da dor.PACIENTES ED PRÉ ED PÓS

A 10 9B 10 10C 9 10D 10 10E 10 10F 10 10G 10 10

Fonte: Dados colhidos pelos autores, 2010.

O teste de Wilcoxon para amostras independentes demonstrou não haver diferença

estatística entre a avaliação e a reavaliação das pacientes do grupo controle (p=0,65).

Sugere-se que o uso da eletroestimulação pode distorcer o funcionamento do

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sistema nervoso, ao interferir em algum de seus inputs ou informações, pois a estimulação das

fibras aferentes alfa e beta de rápida condução podem inibir a entrada do estímulo doloroso

conduzido pelas fibras C, não mielinizadas e de condução mais lenta, antes que o estímulo

doloroso transite até a medula espinhal6.

Um estudo foi realizado comparando os efeitos da eletroestimulação e da

hidroterapia, na dor, flexibilidade e qualidade de vida de pacientes com fibromialgia. O grupo

tratado com eletroestimulação mostrou uma tendência à melhora da flexibilidade, embora não

estatisticamente significante que pode ter ocorrido devido à redução da sintomatologia

dolorosa, que é o principal fator limitante da amplitude de movimento6. No presente estudo

algumas das pacientes relaram melhora na qualidade do sono e disposição para realizar suas

atividades diárias, pode-se estar relacionado à melhora que obtiveram ao tratamento realizado.

Gashu e Marques25 utilizaram a eletroestimulação como um recurso para melhorar

a sensibilidade dolorosa dos tender points, associado a um programa de exercícios de

alongamento muscular em pacientes com fibromialgia. As autoras verificaram melhora

progressiva da sensibilidade dolorosa ao longo do tratamento, e ao final houve diminuição

significativamente da dor difusa mensurada pela escala analógica visual. No estudo em

questão as pacientes relataram ter diminuído grande parte das dores sentidas anteriormente ao

tratamento realizado.

Ricce, Dias e Driusso26 afirmaram que a eletroestimulação pode reduzir dores

musculoesqueléticas localizadas nos indivíduos com fibromialgia.

A eletroestimulação consiste na aplicação de eletrodos percutâneos que emitem

uma corrente elétrica com forma de onda tipicamente bifásica, simétrica ou assimétrica, com o

objetivo de excitar as fibras nervosas, com mínimos efeitos adversos para o paciente.

Apresenta como principal efeito, a analgesia27,28,29. O estudo realizado por Wang, Chan e Tsai7

mencionam em sua discussão que a eletroestimulação paravertebral pode ativar aferentes de

grande diâmetro que poderiam modular a atividade neuronal dos segmentos espinhais e

diminuir a dor, ou inclusive a espasticidade, como era o foco do estudo mencionado.

Apesar de não estar completamente elucidado seu mecanismo fisiológico de ação,

é postulado que o estímulo elétrico através da pele inibiria as transmissões dos impulsos

dolorosos através da medula espinhal, bem como a liberação de opiácios endógenos, como

endorfinas, pelo cérebro ou medula espinhal30.

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Estudos laboratoriais têm demonstrado que a eletroestimulação diminui a atividade

nociceptiva evocada nas células do corno dorsal da medula, quando aplicada em áreas de

receptores somáticos, ativando fibras nervosas mielinizadas aferentes de grosso calibre. As

pequenas fibras C, não mielinizadas e de condução mais lenta, que por sua vez conduzem os

estímulos dolorosos, tornam-se incapazes de transmitir sua mensagem31,32.

Rakel e Frantz33 realizaram um estudo randomizado e controlado constituído por

três grupos. Para o primeiro, foi oferecido analgesia farmacológica e a eletroestimulação, para

o segundo, analgesia farmacológica e eletroestimulação placebo e para o terceiro somente

analgesia farmacológica. A utilização da eletroestimulação resultou em redução significante

da dor no grupo controle, comparado ao grupo placebo. No grupo intervenção, a

eletroestimulação também produziu melhora significativa do que o grupo controle e o grupo

placebo. Entretanto, não foi verificada diferença significativa entre os três grupos em relação à

intensidade da dor.

Bernard, Prince e Edsall34, verificaram que as pacientes relatavam maiores

dificuldades em desempenhar tarefas motoras, como carregar ou segurar algum mantimento e

correr, após o início dos sintomas. Entretanto, as pacientes que eram capazes de ajustar seu

tempo de trabalho com sua percepção de capacidade física, ficavam menos exaustas durante

as atividades de lazer e relatavam maior satisfação com a vida diária.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fibromialgia de uma forma significativa, afeta a qualidade de vida das pacientes,

pois o principal sintoma desta síndrome é a dor. Ainda precisa-se de muitos estudos sobre tal

condição reumática, visto que, o melhor entendimento de sua etiopatogenia e diagnóstico

levam consequentemente, a um melhor tratamento.

Os resultados dessa pesquisa mostram que houve diminuição da dor em cincos das

sete pacientes, em relação à avaliação após um mês de tratamento. Contudo, o teste estatístico

mostrou que não haver diferença estatística.

Levando em consideração as condições experimentais deste estudo, podemos

concluir que a utilização da eletroestimulação pode constituir como um recurso analgésico

para alívio da dor em pacientes com fibromialgia.

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10 Sousa FAE. Dor: o quinto sinal vital. Rev. Latino Am. Enfermagem. May/June 2002;10(2):446-7.

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13 Weideback SWF. fibromialgia: evidências de um substrato neurofisiológico. Rev. Assoc. Med. Bras. 2002;48(4):275-96.

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22 Lopes S. Como o cérebro funciona. 2ª. Edição. São Paulo. Saraiva, 2002.

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23 Rauen FJ. Roteiros de investigação científica.Tubarão: Unisul, 2002.

24 Gil AA. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 1999.

25 Gashu BM, Marques AP. Efeito da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) sobre os tender points na Síndrome de Fibromialgia: Estudo preliminar. Rev. Bras. Fisioter. 1997;2:57-62.

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29 Lampe GE. Estimulação elétrica nervosa transcutânea. In: O´Sullivan SB. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2a ed. São Paulo: Manole; 1993:739-60.

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32 Ferreira CHJ. Avaliação de dois recursos não-farmacológicos de alívio para o alívio da dor durante o trabalho de parto. [Dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2004.

33 Rakel B, Frantz R. Effectiveness of transcutaneous electrical nerve stimulation on postoperative pain with movement. J Pain. 2003;4(8):455-64.

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34 Bernard AL, Prince A, Edsall P: Quality of life issues for fibromyalgia patients. Arthritis Care Res. February 2000;13(1):42-50.

35 Agne J. Eletroterapia.com [on line] 2006. [acesso em: 17 de setembro de 2010]. Disponível em http://www.eletroterapia.com.br/.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A –TCLE

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CURSO DE FISIOTERAPIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar, como voluntário, da pesquisa “Eletroestimulação

torácica no tratamento da dor em mulheres com fibromialgia”. Após ser esclarecido sobre

as informações, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine este termo, que está sendo

enviado em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de

recusa você não será penalizado de forma alguma.

Pesquisadores Responsáveis

Professor orientador: Ralph Fernando Rosas

Telefone para contato: (48) 36213192 / 96229817 E-mail: [email protected]

Aluno Pesquisador: Gislaine de Aguiar Domingos

Telefone para contato: (48) 36230555 / 88030786 E-mail: [email protected]

A presente pesquisa busca analisar os efeitos da eletroestimulação torácica no tratamento da

dor em mulheres com fibromialgia. A pesquisa irá contribuir para o alívio da dor das mulheres

com fibromialgia, sendo assim, condicionando-as uma melhor qualidade de vida. Proporcionar

aos profissionais da área da saúde um método que auxiliará os métodos já existentes dentro da

fisioterapia.

O objetivo geral da pesquisa é analisar os efeitos da eletroestimulação torácica no tratamento

da dor em mulheres com fibromialgia.

Para a realização da pesquisa será necessário, primeiramente, que você leia e assine este

termo, concordando em participar do estudo.

Ao aceitar participar deste estudo, você não será submetido a nenhum procedimento de risco

ou desconforto. Você também não receberá nenhum valor em dinheiro, assim como não terá

nenhuma despesa, sendo o mesmo de caráter totalmente gratuito.

Você tem assegurado o direito de recusar-se a responder qualquer pergunta sem dar maiores

explicações ou justificativas aos pesquisadores. A qualquer momento você pode recusar-se a

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participar ou retirar seu consentimento, sem qualquer custo ou penalização.

Seu nome não será mencionado em nenhum momento, sendo mantido sigilo completo dos

dados obtidos com a pesquisa, garantindo sua privacidade.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu,_____________________________________________________________________

RG_____________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo proposto, na

qualidade de sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelos pesquisadores

responsáveis sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis

riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu

consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer custo ou penalidade.

Local e data

________________________________________________________________________

Nome e Assinatura

________________________________________________________________________

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APÊNDICE B – Avaliação Fisioterapêutica

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINACURSO DE FISIOTERAPIA

CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA UNISUL – CEFUCAMPUS TUBARÃO

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

NOME:IDADE: SEXO:ESTADO CIVIL: GRAU DE INSTRUÇÃO:PROFISSÃO: OCUPAÇÃO ATUAL:ENDEREÇO:

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO:

QUEIXA PRINCIPAL (QP):

HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA):

HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA (HDP):

HISTÓRIA FAMILIAR (HF):

HÁBITOS DE VIDA:

MEDICAÇÃO/DOSAGEM:

EXAMES COMPLEMENTARES:

SINAIS VITAIS:

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

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ANEXOS

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ANEXO A – ED

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Fonte: Agne35.

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ANEXO B – Eletrodos adesivos utilizados entre T2 e T10

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Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

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