em companhia - informativo da companhia de jesus no brasil
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13ª Edição | Abril 2015TRANSCRIPT
JESUÍTAS BRASIL
Em EDIÇÃO 13 ANO 2ABRIL 2015
INFORMATIVO DOSJESUÍTAS DO BRASIL
PAPA PARTICIPARÁ DAASSEMBLEIA GERAL DA ONU
pág. 11
JRS TERÁ NOVO DIRETOR INTERNACIONAL
pág. 17
REPAM É LANÇADAEM ROMA
pág. 19
IDE E INFLAMAI O MUNDOACOMPANHAR A FORMAÇÃO DOS JOVENS É UM DOS OBJETIVOS DO PROGRAMA
MAGIS BRASIL, QUE COMEÇA A SER IMPLEMENTADO EM 2015especial pág. 12
4 Em
SUMÁRIO
EDITORIAL• MAGIS: um fogo que acende outros fogos
CALENDÁRIO LITÚRGICO
ENTREVISTA † PEREGRINOS EM MISSÃO• Às novas gerações de jesuítas
O MINISTÉRIO DE UNIDADE NA IGREJA† SANTA SÉ• Igreja celebra 2 anos do pontificado
de Francisco
• Papa irá à Assembleia Geral da ONU em
Nova York
ESPECIAL• Somos Mais, Somos Magis
MUNDO † CÚRIA GERAL• Petar Barbaric, servo de Deus
• JRS: 35 anos de apoio
• Nomeações
AMÉRICA LATINA † CPAL• Conversão institucional
• Provincial do Brasil em Manaus
• Lançamento da REPAM em Roma
SERVIÇO DA FÉ• Padre César Augusto torna-se reitor do Santuário
São José de Anchieta
• Processo de beatificação de Pe. Rutilio Grande
PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E ECOLOGIA• Jesuítas acolhem haitianos no Acre
• Ciclo de encontros será realizado no CEPAT
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EDIÇÃO 13 | ANO 2 | ABRIL 2015
5Em
DIÁLOGO CULTURAL E RELIGIOSO• Publicação celebra os 50 anos do Concílio Vaticano II
• FAJE apresenta série de filmes para reflexão
EDUCAÇÃO• Projeto Educativo Comum está em fase de elaboração
• Colégio Antônio Vieira adota Sistema de Qualida-
de na Gestão Escolar
• Alunos da ETE ganham destaque na Febrace
• Curso da FEI passa a ter validade nos países
do Mercosul
SERVIÇO ÀS JUVENTUDES E VOCAÇÕES• Casa Manresa promove formação para jovens
• Casa Inaciana da Juventude inicia atividades
NA PAZ DO SENHOR
JUBILEUS
AGENDA
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283131
EmJESUÍTAS BRASIL
INFORMATIVO DOSJESUÍTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos
Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Co-
municação Integrada (NCI)
CONTATO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALIr. Eudson Ramos
DIRETOR DO NCIPe. Geraldo Lacerdine
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAÇÃOJuliana Dias
DIAGRAMAÇÃO E EDIÇÃO DE IMAGENSHanderson Silva
Dimas Oliveira (publicidade São José de Anchieta)
COLABORADORES DA 13ª EDIÇÃOAidil Brites, Dhyovaine Nascimento, Evenice
Neta, Gilmara do Monte dos Santos, Leonardo
de Queiroz Sancho, Pedro Risaffi, Rodrigo Mar-
ques, Pe. Valério Sartor e Ana Ziccardi (revisão).
Um agradecimento especial a todos que colabo-
raram com a matéria especial dessa edição.
FOTOSBanco de imagens / Divulgação
TRADUÇÃO DAS NOTÍCIAS DA CÚRIAPe. José Luis Fuentes Rodriguez
6 Em
A Companhia de Jesus nasceu de jovens sonhadores. Inácio de Loyola, Fran-
cisco Xavier e Pedro Fabro iniciaram a aventura de construir o mundo novo do
quarto de um Colégio. Movidos por “uma só coisa em desejos e vontade, e pro-
pósito firme de querer empreender uma vida nova”, perguntavam-se o que antes
já tinha povoado a mente e o coração do peregrino de Loyola: “Que vida nova é
esta que agora começamos?” O projeto de vida de Inácio e dos primeiros compa-
nheiros conquistou muitos jovens e ainda hoje conquista corações, sonhadores
e ousados, que desejam viver o futuro, viver o MAGIS para Cristo.
Inácio de Loyola, o peregrino, encantou-se com a proposta do Reino anun-
ciado por Jesus e contagiou a outros. O ardor emanado do encontro da criatura
com o Criador incendiou como “um fogo que acende outros fogos”. Inácio, de-
pois da experiência que mudou sua vida, não se conteve nele mesmo e conta-
giou outros jovens. O desejo de viver para a “MAIOR GLÓRIA DE DEUS” movia
os jovens sonhadores, que colocavam seus dons recebidos a serviço da Igreja
e, com o coração agradecido, respondiam com suas vidas entregues por amor e
para Amar e Servir.
A Companhia de Jesus, constituída de santos e pecadores, nunca poupou
esforços para encontrar o melhor, o meio mais eficaz e eficiente de trabalhar
com a juventude, formando homens e mulheres para e com os demais. (Pe. Ar-
rupe – Valencia, 1973)
Devemos sempre recordar que “nosso objetivo como educadores é formar
homens e mulheres competentes, conscientes e comprometidos na compaixão”.
No processo de criação da Província dos Jesuítas do Brasil – BRA, os jesuítas
procuraram dar maior ênfase na missão com a juventude. Depois de longo es-
forço do grupo de trabalho constituído para repensar a atuação da Companhia
junto aos jovens, nasceu o Programa MAGIS Brasil, que busca fazer a conexão
entre as atividades dos centros e casas de juventude da Companhia com as ou-
tras obras jesuíticas e demais iniciativas de inspiração inaciana. O objetivo é
formar a Rede Inaciana de Jovens, o MAGIS Brasil, que norteará a missão com
diretrizes, projetos e planejamentos qualificados, sempre em sintonia com os
sonhos e desejos de Inácio.
A Província dos Jesuítas no Brasil escolheu a Juventude como uma das op-
ções fundamentais do Projeto Apostólico em sintonia com a Igreja latino-ame-
ricana, que tem nos jovens sua opção preferencial. Queremos ir às fronteiras
onde eles estão, encontrá-los, estar com eles, construir pontes de compreensão
e diálogo. Que o Deus que tocou o coração de Inácio também toque o coração
dos jovens hoje e nos anime na caminhada de anúncio do Reino.
Na união dos corações.
Boa leitura!
EDITORIAL
MAGIS: UM FOGO QUE ACENDE OUTROS FOGOS
Pe. Jonas Elias Caprini, , SJSecretário para Juventude e Vocações da BRA e coordena-dor do Programa MAGIS Brasil
INÁCIO, DEPOIS DA EXPERIÊNCIA
QUE MUDOU SUA VIDA, NÃO SE CONTEVE NELE MESMO E CONTAGIOU OUTROS JOVENS.
7Em
CALENDÁRIO LITÚRGICO
calendário litúrgico Próprio da Companhia de Jesus
ABRIL
DIA 22 | Bem-aventurada Virgem Maria, mãe da Companhia de Jesus
DIA 27 | São Pedro Canísio
8 Em
Já aconteceram encontros e reuniões em nível nacional?
Estamos preparando o I Fórum dos Jesuítas em Formação da
Província do Brasil, que acontecerá em Belo Horizonte, nos dias
20, 21 e 22 de julho. O encontro reunirá os estudantes jesuítas do Ju-
niorado, Filosofado e Teologado, mais os que estão na etapa do ma-
gistério, bem como os irmãos e padres jovens ainda em formação.
Teremos a assessoria do Secretariado de Articulação e Capacitação
para a Missão da Província, com a presença de seus quatro secretá-
rios. Também contaremos com a participação do Delegado de For-
mação da CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América
Latina). Acredito que será um momento muito enriquecedor de par-
tilha e discernimento em comum, na direção da construção de um
projeto de formação para a nascente Província dos Jesuítas do Brasil.
Como funciona o processo de acompanhamento dos jo-
vens jesuítas?
De acordo com os estatutos da Província do Brasil, cabe ao pro-
vincial a responsabilidade primeira pela formação inicial dos jesu-
ítas (que vai do noviciado até a profissão dos votos solenes). Mas,
ENTREVISTA † PEREGRINOS EM MISSÃO
Em 2015, qual será a principal atuação
da área de Formação da Companhia de
Jesus? O que está previsto para esse ano?
Os jesuítas no Brasil acabam de
criar uma nova Província, que bus-
ca atender às necessidades do nosso
tempo, para conservarmos e aumen-
tarmos o nosso dinamismo apostólico
e a nossa qualidade de vida comuni-
tária e espiritual, como companhei-
ros de Jesus. Creio, então, que a nossa
formação deve acompanhar esse mo-
vimento, buscando avaliar-se e ade-
quar-se a este novo tempo, em vista a
termos claro qual o projeto de forma-
ção que queremos e devemos oferecer
às novas gerações de jesuítas, a fim de
que possam responder eficazmente
aos desafios ligados à nossa missão e
opção de vida.
ÀS NOVAS GERAÇÕESDE JESUÍTAS
Pe. Adelson Araújo dos Santos
Em entrevista ao informativo Em Compa-nhia, o padre Adelson Araújo dos Santos conta sobre seu trabalho como Delegado para a Formação, função que já vinha exer-cendo desde 2014, junto com a missão de su-perior regional da Região Brasil-Amazônia. Com a agenda menos atribulada depois da criação da Província do Brasil, o jesuíta tem buscado se aproximar mais das Casas de For-mação e dos próprios formandos e formado-res, assim como acompanhar melhor os que estão inseridos nas Plataformas Apostólicas. Leia a seguir:
9Em
para que ele consiga acompanhar bem essa parte importante do
corpo da Companhia de Jesus, é necessário que seja auxiliado por
uma equipe de formadores, que são os acompanhantes diretos nas
Casas de Formação, como reitores, diretores espirituais, acompa-
nhantes de pequenos grupos e comunidades, etc. Para os que estão
na fase dos estudos, a Companhia conta, ainda, com a colaboração
de um corpo de professores jesuítas, que também cumprem um pa-
pel formativo muito importante. E, nas Casas e Plataformas Apostó-
licas, é fundamental o apoio e o acompanhamento dos superiores
locais, como referência que ajuda o jovem em formação a sentir-se
bem acompanhado. Finalmente, buscando estar articulado com
todas essas instâncias, entra a figura do Delegado para a Formação,
como membro do Staff do Governo Provincial, para favorecer uma
boa transição entre as etapas, como também a boa comunicação
entre formadores e formandos, formação e a missão, formação e o
governo da Companhia.
E qual a importância desse trabalho para o futuro da
Companhia de Jesus?
Sem exagero, podemos dizer que, da qualidade da seleção
vocacional e da formação que a Companhia de Jesus souber
dar aos seus membros, dependerá, em muito, a qualidade do
testemunho que os novos jesuítas poderão dar, como verdadei-
ros servidores da Bandeira de Cristo, com eficácia apostólica e
respostas adequadas para as grandes questões da humanidade,
não obstante a sua condição de pecadores e limitados.
Quais as dimensões que permeiam a vocação jesuíta? Como
cada uma delas é trabalhada?
A vocação de um jesuíta nasce de uma experiência pessoal de
encontro com Jesus Cristo, que lhe revela o seu amor e o convida a
ser seu discípulo, companheiro e colaborador da sua missão. Para
responder bem a esse chamado, é que existe o tempo de formação,
pautado em quatro dimensões fundamentais: Espiritual; Comu-
nitária; Acadêmica; Pastoral ou Apostólica. A cada uma delas dá-
-se uma atenção especial, colocando-se os meios necessários para
isso: Exercícios Espirituais; Acompanhamento espiritual, pastoral
e acadêmico; Formação humano-afetiva; Excelência dos centros de
estudo; Vida em pequenas comunidades; Variedade de experiências
apostólicas; Personalização dos estudos e das experiências pasto-
rais; Missões internacionais, entre outros.
O Delegado para a Formação é respon-
sável por acompanhar todas as etapas de
formação? Ele atua em parceria com os
superiores do Noviciado, Juniorado e Fi-
losofado, Teologado, e com o secretário de
Juventudes e Vocações?
Na realidade, o Delegado para a Forma-
ção não tem a responsabilidade direta por
nenhuma das etapas de formação, pois as
Casas de Formação já têm suas equipes de
formadores, enquanto nas Comunidades
Apostólicas são os superiores locais que
acompanham os formandos mais de perto.
Mas, como já se disse acima, é fundamen-
tal que haja boa articulação, transição e
acompanhamento dos processos pessoais
de cada formando, garantindo sua conti-
nuidade e sua gradualidade, que dê condi-
ções para a formação ser um grande exer-
cício de discernimento, no duplo sentido:
que ajude a verificar e confirmar o projeto
vocacional de Deus para cada um; que aju-
de a confirmar para que tipo de missão o
Senhor me chama a me inserir como jesuí-
ta, uma vez formado.
A VOCAÇÃO DE UM JESUÍTA NASCE DE UMA
EXPERIÊNCIA PESSOAL DE ENCONTRO COM JESUS CRISTO, QUE LHE REVELA O SEU AMOR E O CONVIDA A SER SEU DISCÍPULO, COMPANHEIRO E COLABORADOR DASUA MISSÃO.
10 Em
O MINISTÉRIO DE UNIDADE NA IGREJA † SANTA SÉ
IGREJA CELEBRA 2 ANOS DO PONTIFICADO DE FRANCISCO
No dia 13 de março, a Igreja Católi-
ca celebrou os dois anos de pon-
tificado do Papa Francisco. Nesse
período de seu papado, ele já conquistou
a todos com sua simplicidade, ternura e
espontaneidade. Jorge Mario Bergoglio, 78
anos, é o 266º bispo de Roma e entrou para
a história ao se tornar o primeiro papa lati-
no-americano e jesuíta.
Em dois anos, Francisco beatificou
974 bem-aventurados e canonizou 51
beatos. Portanto, desde sua posse, 1025
pessoas já foram proclamadas beatas e
santas. A produção pastoral do pontífice
também é expressiva. Francisco já di-
vulgou a encíclica Lumen Fidei, a exor-
tação apostólica Evangelli Gaudium,
redigiu sete constituições apostólicas,
59 cartas, 12 cartas apostólicas e cinco
Motu Proprio. Além disso, participou
No âmbito político, Francisco ga-
nhou destaque por reunir em uma ce-
lebração pela paz, no Vaticano, o então
presidente de Israel, Shimon Peres, e
o líder da autoridade Palestina, Mah-
moud Abbas. Além disso, foi um dos
principais intermediários do diálogo
entre Estados Unidos e Cuba, que cul-
minou com a reaproximação dos dois
países, após 54 anos.
O Papa Francisco também convocou
um Sínodo extraordinário sobre a famí-
lia, que reuniu 250 pessoas, entre bispos
de diversas partes do mundo, sacerdotes,
especialistas, estudiosos e casais. Essa
foi uma reunião preparatória para o Sí-
nodo ordinário, que será realizado em
outubro de 2015.
O diálogo e o respeito pelo próximo
são características do papado de Francisco,
que se mantém antenado com as tecnolo-
gias, não é à toa que o pontífice atinge mais
de 15 milhões de pessoas pelo Twitter.
HABEMUS PAPAMNo dia 15 de março de 2013, uma
multidão orava e esperava o anúncio do
nome do novo pontífice na Praça São
Pedro, no Vaticano. Todos esperavam a
fumaça branca sair pela chaminé, pois
esse era o sinal de que os cardeais ti-
nham escolhido o novo líder da Igreja
Católica. Então, às 20h14 (16h14 horá-
rio de Brasília), a fumaça branca final-
mente surgiu. Os primeiros segundos
foram confusos porque novamente pa-
recia fumaça negra, mas pouco depois
não havia mais dúvidas. Uma abundan-
te fumaça branca anunciava ao mundo
que os cardeais tinham escolhido o
sucessor de Bento XVI. Os sinos da ba-
sílica soavam e os fiéis mostravam sua
alegria e seu entusiasmo.
A fumaça branca significava que a
de 73 audiências gerais. O Papa também
está preparando uma encíclica sobre a
questão ambiental, com previsão de pu-
blicação até o final do ano.
Entre 2013 e 2014, estima-se que cer-
ca de 30 milhões de pessoas já estiveram
presentes diante do papa, entre partici-
pantes de audiências e peregrinos. Reco-
nhecido pela abertura ao diálogo inter-
-religioso, o Papa já se encontrou com
representantes de diversas religiões,
dentre eles o patriarca ecumênico Barto-
lomeu I, bispo da Igreja Ortodoxa.
Em 24 meses de pontificado, o Papa
Francisco visitou o Brasil, a Terra Santa,
a Coreia do Sul, a Albânia, a Turquia, o
Sri Lanka, as Filipinas e a cidade francesa
de Estrasburgo, onde passou pelo Parla-
mento Europeu e o Conselho da Europa;
realizou também sete viagens pela Itália.
FOTO
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11Em
PAPA IRÁ À ASSEMBLEIA GERAL DA ONU EM NOVA YORK
“Queridos irmãos e irmãs, buona sera, como vocês sabem os carde-
ais no conclave têm que encontrar um bispo de Roma, e parece que os
irmãos cardeais foram buscá-lo quase no final do mundo, mas estamos
aqui. Agradeço-lhes a acolhida à comunidade diocesana de Roma como
seu bispo. Antes de mais nada, queria fazer uma oração pelo nosso bispo
emérito Bento XVI, rezemos todos juntos para que o Senhor o abençoe
e a Virgem Maria o proteja. E agora, começamos este caminho: Bispo e
povo. Este caminho da Igreja de Roma que é a que preside na caridade
todas as Igrejas. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança en-
tre nós. Rezemos sempre por nós: uns pelos outros. Rezemos por todo
o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Desejo-lhes que este
caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará [...], seja
frutífero para a evangelização dessa maravilhosa cidade. Gostaria de dar
a bênção, embora, antes quero pedir-lhes um favor, antes que o bispo
abençoe o povo, peço-lhes que rezem ao Senhor para que me abençoe.
Porque é a oração do povo pedindo a bênção para o seu bispo. Façamos
em silêncio esta oração de vocês por mim. Agora darei a Bênção a vo-
cês e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade.
[...] Muito obrigado pela vossa acolhida. Rezem por mim e até logo [...].”
Papa Francisco (13/03/2013)
Fonte| O Estado de S. Paulo/ pt.radiovaticana.va/ www.zenit.org
O Papa Francisco irá discursar na As-
sembleia Geral da ONU (Organiza-
ção das Nações Unidas), em Nova
York, no dia 25 de setembro, data na qual
serão celebrados os 70 anos da entidade.
Segundo comunicado da ONU, o secretário-
-geral Ban Ki-moon recebeu com satisfação
a confirmação da visita de Francisco.
Ban Ki-moon disse que a presença do
pontífice será importante, pois aconte-
cerá num momento em que os estados-
-membros decidirão novas metas volta-
das ao desenvolvimento sustentável.
Em Nova York, o Papa discursa-
rá na Assembleia Geral da ONU e terá
reuniões bilaterais com Ban Ki-moon
e outros funcionários da entidade. “O
secretário-geral espera que a visita do
papa sirva para inspirar a comunida-
de internacional a redobrar esforços
para promover a dignidade humana
para todos, garantir a justiça social, a
tolerância e o entendimento entre as
pessoas”, afirmou a ONU em nota.
Na viagem aos Estados Unidos, Fran-
cisco visitará também a capital, Washing-
ton, tornando-se o primeiro papa a fazer
pronunciamento no Congresso america-
no. O Papa participará ainda do Encontro
Mundial das Famílias, no dia 27 de setem-
bro, na Filadélfia (Pensilvânia).
votação tinha alcançado a maioria ab-
soluta e que o recém-eleito Papa res-
pondera afirmativamente ao cardeal
Giovanni Battista Re, que, em nome de
todo o colégio dos eleitores, pediu o
seu consentimento: “Você aceita a sua
eleição canônica para sumo pontífi-
ce?”. Uma vez recebido o consentimen-
to, perguntou para ele: “Por qual nome
você quer ser chamado?”.
O mundo vivia momentos de ex-
pectativa até que a Praça São Pedro
ficou em silêncio e escutou-se “Anun-
tio vobis gaudium, habemus Papam”,
feito pelo cardeal francês Jean-Louis
Tauran. E, em latim, ele indicou Jorge
Mario Bergoglio, que, a partir daquele
momento, passaria a ser chamado de
Francisco, o Papa Francisco.
As primeiras palavras do pontífice
foram suficientes para despertar o ca-
rinho e o entusiasmo dos católicos e de
pessoas do mundo inteiro. Confira um
trecho da mensagem ao lado.
Hall da Assembleia Geral da ONU em Nova York
FOTO
| WIK
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Fonte| agenciabrasil.ebc.com.br
12 Em
ESPECIAL
SOMOS MAIS, SOMOS MAGIS
Todo jovem é um peregrino que,
em sua caminhada, busca co-
nhecer o mundo que o cerca. O
percurso é árduo e desafiador, mas es-
timulante. Uma realidade que motiva
a Companhia de Jesus a acompanhar a
juventude nessa jornada. No Brasil, são
mais de 51 milhões de jovens com idade
entre 15 e 29 anos, segundo o Censo 2010
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), o que equivale a 27% da po-
pulação do país. Cada um desses jovens
é um peregrino que está em constante
formação, procurando um caminho para
trilhar.
Como companheiros de Jesus, os
jesuítas sempre estiveram com os jo-
vens, por meio de espaços de acolhida,
formação e acompanhamento. Em seus
Centros de Juventude, são promovidas
pesquisas, publicações e assessoria a
educadores e a grupos/organizações
13Em
juvenis. Dessa forma, proporcionar ex-
periências, possibilitando a vivência da
vocação em Cristo, promove a formação
integral do jovem, auxiliando-o em seu
projeto de vida.
Com a criação da Província dos Jesuítas
do Brasil em 2014, a Companhia de Jesus
optou pelo trabalho com juventude como
uma de suas preferências apostólicas. A
missão é ajudar os jovens na construção
de seu projeto de realização pessoal como
dom e serviço aos demais. Contudo, antes
dessa escolha, os jesuítas já discutiam a
elaboração de um trabalho em rede com a
juventude. Nesse processo, formou-se um
GT (Grupo de Trabalho de Juventudes e Vo-
cações), que tinha como objetivo mapear
as atividades existentes, refletir e elaborar
um programa de formação para os jovens.
Após essa etapa, a Companhia de Je-
sus conseguiu obter importantes infor-
mações sobre a realidade do trabalho de
juventude e vocações no Brasil. Buscando
responder a novos desafios e visando um
trabalho em rede, foi criado o Programa
MAGIS Brasil. “A iniciativa quer ajudar os
jovens a encontrar o magis inaciano para
melhor viverem como cristãos diante dos
desafios da vida”, explica padre Jonas Elias
Caprini, secretário de Juventudes e Voca-
ções da BRA e coordenador nacional do
Programa MAGIS Brasil. “Nessa proposta,
os jovens são convidados a elaborar o seu
Projeto de Vida, contemplando os ideais e
valores cristãos. As experiências levam os
jovens a buscar o sentido de sua vida, au-
xiliando no discernimento do que o ajuda
a se aproximar do projeto de Deus.”
Com inspiração no evento MAGIS
2013, o Programa será um centro articula-
dor de diversas experiências apostólicas,
espirituais, culturais, de voluntariado e
inserção social, de peregrinação, estu-
do e formação. “Nosso desejo é formar
homens e mulheres para os demais. As
linhas transversais dos 4 C (Conscientes,
Competentes, Compassivos e Compro-
metidos), que perpassam toda a missão
da Companhia, estão alinhadas com nos-
sas propostas de projetos e atividades
com os jovens”, afirma padre Jonas.
MAGIS 2013
O MAGIS é um encontro mun-
dial de jovens que cultivam a es-
piritualidade inaciana, promovi-
do pela Companhia de Jesus, nos
dias que antecedem às Jornadas
Mundiais da Juventude. Em 2013,
o evento foi realizado no Brasil e
reuniu cerca de 2 mil jovens de di-
versas partes do mundo.
PROGRAMA MAGIS BRASIL
Magis é um termo em latim que signi-
fica o mais, o maior, o melhor. Essa pala-
vra foi muito utilizada por Santo Inácio de
Loyola e quer dizer que sempre podemos
nos doar mais em relação àquilo que já faze-
mos ou vivemos. Assim, a pessoa que vive
e se deixa impelir pelo Magis é alguém que
nunca está satisfeito com a realidade exis-
tente. O termo expressa o impulso que nos
conduz a uma atitude de busca. É com esse
espírito que o Programa MAGIS Brasil inicia
seus trabalhos no país.
O MAGIS Brasil terá como funções prin-
cipais a comunicação e a articulação das
iniciativas de acompanhamento e forma-
ção de jovens. O trabalho deverá acontecer
a partir de equipes, assim como aconteceu
durante a realização do MAGIS 2013. A cola-
boração entre as diversas obras da Compa-
nhia de Jesus será essencial para fortalecer
essa articulação nacional.
Segundo padre Jonas, o trabalho em
parceria é fundamental para somar forças.
“Hoje, não podemos pensar em nenhuma
frente de missão isolada. No Brasil, temos
muitas atividades que são organizadas por
obras que, direta ou indiretamente, traba-
lham com juventude, assim como ativida-
des e projetos organizados por obras que
não são de responsabilidade dos jesuítas,
mas que são de inspiração inaciana. O tra-
balho em Rede permite maior interação e
sintonia na missão”, ressalta o jesuíta.
O Programa será constituído por uma
equipe central, que coordenará as cin-
co dimensões do projeto, os centros e
as casas de juventude. Além disso, dois
serviços serão essenciais para o desen-
volvimento do trabalho de promoção
vocacional e acompanhamento dos jo-
vens: a comunicação e a administração.
A equipe nacional será a responsável
pelo acompanhamento, articulação e or-
ganização da estrutura do Programa. No
Escritório Nacional, localizado no Rio de
Janeiro, ficará o coordenador nacional do
Programa MAGIS Brasil.
14 Em
ESPECIAL
A ESTRUTURA
As cinco dimensões que compõem o
MAGIS Brasil são:
1 Metodológica
2 Exercícios Espirituais
3 Voluntariado Jovem
4 Socioambiental
5 Vocações Jesuítas
Cada dimensão foi inspirada na expe-
riência do MAGIS 2013 e servirá como base
para o desenvolvimento dos projetos e das
atividades do Programa. “Os eixos (dimen-
sões) abrigarão as propostas e darão susten-
tabilidade. Cada eixo será coordenado por
um jesuíta que fará parte da equipe nacional.
As dimensões terão como base os Centros
MAGIS, que serão referência de uma deter-
minada dimensão”, explica padre Jonas.
A dimensão Metodológica terá a co-
ordenação do Centro MAGIS São Paulo,
conhecido como Anchietanum, que será
responsável por articular as diversas pro-
postas formativas que a Companhia de
Jesus possui, por meio de suas obras (co-
légios, universidades, educação popular,
etc.). O desafio será encontrar os melhores
meios para potencializar essas propostas
no Programa MAGIS Brasil. “Essa dimen-
são será uma das bases da formação que
ofereceremos aos jovens”, ressalta padre
Alexandre Raimundo, coordenador da di-
mensão Metodológica.
A dimensão Exercícios Espirituais
proporcionará, seguindo a pedagogia dos
EE, formação espiritual aos jovens. A co-
ordenação do Programa MAGIS Brasil está
analisando a possibilidade de transformar
uma Casa MAGIS em centro dessa dimen-
são. “Em um primeiro momento, nossa
intenção será propor os EE a todas as obras
que trabalham com a juventude, para que
todos possam vivenciar a experiência
completa dos Exercícios Espirituais em
etapas”, afirma padre Reginaldo Sarto, co-
ordenador da dimensão Espiritual.
Santo Inácio propõe que, ao concluir
a experiência dos Exercícios Espirituais,
o exercitante confronte, por meio de ex-
perimentos, a eleição feita. Através deles,
aprende-se mais sobre o próprio sentido
da vida. Por isso, o Programa MAGIS Brasil
contará com a dimensão do Voluntariado
Jovem, que será coordenado pelo Centro
MAGIS Fortaleza, atual CIJ (Casa Inacia-
na da Juventude). “O voluntariado surge
como um caminho que conduz o jovem
ao conhecimento da própria vida, dos
seus limites e desejos e, essencialmente,
da pessoa de Jesus”, comenta padre Agnal-
do Duarte, coordenador da dimensão do
Voluntariado Jovem.
A dimensão Socioambiental do Pro-
grama MAGIS Brasil quer promover ex-
periências de relação-comunhão entre
homem e natureza, possibilitando o for-
talecimento de uma cultura ambiental.
Segundo padre Edson Tomé Pacheco Sil-
va, coordenador da dimensão Socioam-
biental, proporcionar conhecimento das
problemáticas ambientais, auxiliar na for-
mação de uma consciência ecológica e de
uma nova cultura, são alguns dos objetivos
dessa dimensão. O Centro MAGIS Belém,
conhecido como Centro Magis de Juventu-
de, será o responsável por esse eixo.
A dimensão Vocações Jesuítas é res-
ponsável pelo acompanhamento no dis-
cernimento vocacional dos jovens que
desejam conhecer melhor a Companhia de
Jesus. O coordenador dessa dimensão vai
elaborar projetos de promoção vocacional
para os jovens em geral e de projetos espe-
cíficos à Companhia de Jesus para a forma-
ção de uma cultura vocacional. Além disso,
coordenará o Plano de Candidatos ao Novi-
ciado. Atualmente, essa dimensão é coor-
denada pelos padres Jonas Elias Caprini e
Alexandre Raimundo.
CADA DIMENSÃO FOI INSPIRADA NA EXPERIÊNCIA DO MAGIS 2013 E SERVIRÁ COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS E DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA
15Em
CASAS MAGIS
As Casas MAGIS são destinadas à promoção local e re-
gional do trabalho com juventude e vocações. Oferecem di-
versas atividades de formação humana, espiritual, pastoral,
cultural entre outras, com assessoria dos Centros MAGIS.
As casas dialogam com as dioceses, obras apostólicas da
Companhia de Jesus, paróquias e universidades próximas.
Podem ser erigidas e mantidas por obras ou grupos afins
que queiram potencializar a formação e acompanhamen-
to dos jovens (colégios, universidades, paróquias, centros
sociais, CVX, etc.). As Casas MAGIS podem ser coordenadas
por leigos e sua estrutura, mais simples, é destinada, exclu-
sivamente, a promover atividades com juventude e voca-
ções. Atualmente, a Companhia de Jesus possui seis casas
já constituídas (abaixo) e outras em via de implementação.
• Casa MAGIS Campinas (SP) – Casa Inaciana de Juventu-
de, antigo Centro Inaciano
• Casa MAGIS Goiânia (GO) – CAJU (Casa da Juventude
Padre Burnier)
• Casa MAGIS Manaus (AM)
• Casa MAGIS Teresina (PI)
• Casa MAGIS Rio de Janeiro (RJ)
• Casa MAGIS Cascavel (PR)
CENTRO MAGIS
O Centro MAGIS é um local de formação, acompanha-
mento e irradiação do trabalho com jovens, que tem alcan-
ce local, regional, nacional e, até mesmo, internacional.
Cada centro conta com equipe especializada, formada por
jesuítas e leigos, que prestam assessoria às Casas MAGIS e
demais obras da Companhia de Jesus. São funções de um
Centro MAGIS: Elaboração de subsídios; Promoção de ativi-
dades e programas de formação para jovens; Assessoria às
Casas MAGIS, obras apostólicas da BRA e outros organismos
da Igreja. Confira a localização dos Centros MAGIS:
• Cento MAGIS São Paulo (SP) – Anchietanum
• Centro MAGIS Fortaleza (CE) – CIJ (Casa Inaciana da
Juventude)
• Centro MAGIS Belém (PA) – Centro Magis de Juventude
16 Em
ESPECIAL
FÓRUM MAGIS BRASIL
Entre os dias 20 e 23 de abril, o Programa MAGIS Brasil realizará seu primeiro
encontro. Denominado Fórum MAGIS Brasil, o evento reunirá jesuítas do país
inteiro que trabalham e/ou têm interesse na juventude. O objetivo é discutir,
aprofundar e alinhar a implementação do Programa no Brasil. Segundo padre
Jonas Elias Caprini, secretário de Juventudes e Vocações da BRA e coordenador
nacional do Programa MAGIS Brasil, “é importante que, nesse início, o corpo
apostólico da Companhia de Jesus esteja bem alinhado, com ideias claras e es-
tratégias bem definidas”, explica.
CAMINHAR COM A JUVENTUDE
“É com muita alegria que acolho, dia-
riamente, a missão de trabalhar com ju-
ventude”, declara Ir. Ubiratan de Oliveira
Costa, que atua na CIJ (Casa Inaciana da
Juventude) em Fortaleza (CE). Esse senti-
mento do irmão Bira, como é conhecido,
perpassa todo o corpo apostólico da Com-
panhia de Jesus. “O trabalho não é fácil,
pois a juventude enfrenta muitos desafios.
Por isso, é preciso estar perto e ser compa-
nheiro. É necessário se colocar numa pos-
tura de acompanhante, por meio da escu-
ta, do testemunho, cultivando uma face de
acolhida e amor”, completa o jesuíta.
Para o padre Paulo Domingo Pelizer, a
juventude sonha com uma formação inte-
gral, que a ajude em todas as suas dimen-
sões. “Ninguém nasce pronto, a formação
precisa fazer-se diariamente, num desafio
que cabe a cada jovem ir superando”, diz
o jesuíta, que acompanha os jovens da re-
gião de Cascavel (PR).
A busca pelo novo e a energia da ju-
ventude contagiam o padre Jean Fábio
Santana, que atua em João Pessoa (PB). “É
uma experiência vivificante. Eu me sinto
altamente atraído por essa entrega plena
de energia e talento que o indivíduo pos-
sui nessa etapa de desenvolvimento hu-
mano”, ressalta padre Jean.
Ajudar na escolha dos caminhos a
serem seguidos pelos jovens é uma das
alegrias do padre Felipe de Assunção So-
riano. “Eu venho aprendendo muito com
eles e, na medida em que recebo, também
ofereço um pouco de minhas vivências.
Ajudar outros jovens a discernirem sua
própria vocação vem dando um sabor
todo especial a minha própria vocação”,
confessa o jesuíta, que atua nas cidades
de Anchieta e Iconha (ES).
A Companhia de Jesus, por meio do
Programa MAGIS Brasil, visa a articular,
conectar e animar uma rede inaciana
de jovens pelo país. Nesse processo, há
muitos desafios, mas os jesuítas estão
prontos para acompanhar os peregrinos.
“Eu tenho buscado fomentar nos jovens
o desejo de ser igreja, ajudando-os a per-
ceberem que ela também é um espaço de
encontro”, afirma Francisco Rodrigues de
Sousa Junior, 24 anos, que está no 2º ano
do Noviciado, em Feira de Santana (BA).
“Nossa espiritualidade permite que
os jovens tenham uma experiência que
vai além do somente falar, ou seja, nos
permite ir ao encontro de uma realida-
de esquecida pela sociedade, motivan-
do a juventude a ser protagonista das
mudanças de sua realidade”, conclui o
jovem Francisco.
17Em
A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO † CÚRIA GERAL
Em 18 de março, o Papa Francis-
co assinou o decreto no qual
são reconhecidas as virtudes
heroicas do servo de Deus Petar Bar-
baric, noviço da Companhia de Je-
sus. Petar nasceu em 1874, em Silje-
vista (Bósnia-Herzegóvina), embora
não fosse de origem croata. Aos 15
anos, ingressou no seminário menor
de Tavnik, dirigido pelos jesuítas.
NOMEAÇÕES
O Padre Geral, Adolfo Nicolás, nomeou:
O Pe. Mario López Barrio (MEX) como novo reitor do
Colégio São Roberto Bellarmino de Roma (Itália). Nascido
em Chihuahua (México), em 1943, o religioso ingressou na
Companhia de Jesus em 1961, sendo ordenado presbítero
em 1973. Após estudar no Pontifício Instituto Bíblico, o
jesuíta lecionou primeiro no México e, recentemente, na
Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), em Roma. Além
de ter desenvolvido atividade pastoral, trabalhou como
formador e provincial. Substituirá, como reitor, o Pe. Mi-
chael Paul Gallagher, no próximo dia 20 de maio de 2015.
O Papa Francisco nomeou:
O Pe. Alojzij Cvikl (SVN) como arcebispo de Mari-
bor (Eslovênia). Nascido em 1955, ingressou na Compa-
nhia de Jesus em 1974 e foi ordenado sacerdote em 1983.
Os Padres François Xavier Dumortier (GAL) e Ge-
orges Ruyssen (BSE), consultores do secretariado geral
do Sínodo de Bispos.
PETAR BARBARIC, SERVO DE DEUSDemonstrou ser ótimo estudante, a
quem os companheiros queriam e
que a todos movia para a perfeição
– em especial, no contexto da Con-
gregação Mariana, da qual foi presi-
dente durante vários anos. No ano
de 1896, foi acometido de forte gripe
que degenerou em uma tuberculose.
Posto que desejasse, havia tempo, ser
jesuíta, obteve permissão para entrar
Em 1983, jornais de todo o mundo
falaram de uma crise de refugia-
dos. O povo vietnamita fugia do
próprio país em qualquer geringonça
que flutuasse na água. As imagens da-
quele “boat people” ficaram impressas
JRS: 35 ANOS DE APOIOem muitos corações. Inclusive no cora-
ção de Pe. Pedro Arrupe, naquele tempo,
Superior Geral da Companhia de Jesus.
Arrupe animou, mundialmente, jesuítas
a responderem à crise. Assim, nasceu o
Serviço Jesuíta a Refugiados (JRS), que
na Companhia e, dois dias antes de
morrer, fez os primeiros votos. Fa-
leceu na Quinta-Feira Santa, 15 de
abril de 1897. Seu culto, apesar de os
comunistas fazerem o possível para
suprimi-lo, tem permanecido vivo
durante mais de um século. E não
apenas entre os católicos, mas tam-
bém entre os ortodoxos e, inclusive,
os muçulmanos da região.
se diferencia de qualquer outra agên-
cia de ajuda a refugiados no mundo. Ao
completar seus 35 anos, o JRS prepara-se
para dar as boas-vindas a um novo dire-
tor internacional no seu quartel geral de
Roma (Itália).
18 Em
A voz de João Batista ressoa em nós,
neste tempo de Quaresma, convidando-
-nos à conversão. Convidando-nos a re-
visar quais rumos devemos mudar para
que a integralidade de nossa pessoa se
disponha a, em tudo, amar e servir.
Mas o convite à conversão é tam-
bém institucional. É tempo de exami-
nar nossa comunidade, nossa obra,
nossa Província, nossa Conferência, a
fim de reordená-la para o bem que bus-
camos. Para podermos perguntar uma
vez mais: o que o Senhor quer de nós?
Este ano, estamos em avaliação de
meio termo de nosso Projeto Apostóli-
co Comum (PAC). O tempo da Quares-
ma é apropriado para deter-nos a exa-
minar quanto nos tem ajudado nesta
conversão permanente rumo a nossa
missão latino-americana.
A avaliação já está em processo. Diver-
sas instâncias estão sendo consultadas.
Queremos saber se, realmente, nos está
ajudando a servir melhor, em que coisas
vamos bem, quais necessitam ser corri-
gidas. É importante revisar os ritmos, os
modos, inclusive os objetivos. Porque
queremos converter-nos ao evangelho,
isto é, ao maior serviço.
Para a construção do PAC, foi muito
importante a participação entusiasta e
massiva de toda a Companhia na América
Latina. Gostaríamos de ter, para essa ava-
liação, uma resposta similar. E, embora
muitas instâncias já estejam sendo con-
sultadas, gostaríamos de escutar de toda a
família inaciana como sentem o PAC.
CONVERSÃO INSTITUCIONAL
A COMPANHIA DE JESUS NA AMÉRICA LATINA † CPAL
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
A primeira coisa a saber é se sentiram algo do PAC. Ex-
perimentaram alguma presença da CPAL? Em que sentido e
como poderia melhorar? Sentimos que as prioridades come-
çam a pear em nosso trabalho: a inclusão dos excluídos, a
atenção aos jovens, o diálogo Fé e Culturas, a consciência e
solidariedade latino-americana, a espiritualidade inaciana e
o fortalecimento do corpo apostólico?
Convidamos todos a escreverem uma pequena nota so-
bre como sentem a presença da CPAL e seu projeto em sua
Província, em sua obra, em sua comunidade. Que sugestões
têm para melhorar o que fazemos? Podem enviar seu texto a
[email protected] com o título Avaliação de Meio Termo.
Mas, também, para cada um é uma ocasião de examinar
como anda seu espírito de corpo, perguntando-nos quanto
às prioridades da Companhia, da Conferência, da Província,
estão presentes em minha intencionalidade, como afetam
meu trabalho, quanto as sinto como metas minhas e me aju-
dam a sentir-me parte de algo maior.
Mas devemos dar um passo a mais e perguntar-nos se
nossa instituição sente-se parte de um corpo maior e assu-
me suas metas como próprias, com entusiasmo e criativi-
dade. Perguntando-nos o que temos feito para dar a conhe-
cer o PAC em nossa instituição, em que nos está ajudando a
mudar e dar forças a uma ação conjunta como Companhia
na América Latina.
Que o Senhor nos conceda a conversão para a busca de
Sua vontade, não apenas em nível individual, mas, também
em nível institucional.
É TEMPO DE EXAMINAR NOSSA COMUNIDADE, NOSSA OBRA, NOSSA PROVÍNCIA, NOSSA CONFERÊNCIA, A FIM DE REORDENÁ-LA PARA O BEM QUE BUSCAMOS. PARA PODERMOS PERGUNTAR UMA VEZ MAIS: O QUEO SENHOR QUER DE NÓS?
19Em
Provincial do Brasil em Manaus
LANÇAMENTO DA REPAM EM ROMA
Entre os dias 24 e 28 de fevereiro,
o padre Valério Ferro esteve em
Manaus para participar do encon-
tro dos jesuítas da Plataforma Apostólica
Amazônia com o Provincial do Brasil, pa-
dre João Renato Eidt. Na ocasião, eles con-
Durante os dias 2 e 3 de março,
realizou-se o lançamento oficial
da Rede Eclesial Pan-amazônica
(REPAM), em Roma (Itália). Com o apoio
do Conselho Pontifício de Justiça e Paz,
presidido pelo Cardeal Peter Turkson,
houve um encontro de diálogo e de so-
cialização em torno dos objetivos e do
desenvolvimento dos eixos estratégicos
da REPAM. Estavam presentes alguns
dos representantes, em Roma, de várias
Congregações religiosas masculinas e
femininas, como também representan-
tes de agências de cooperação interna-
cional ligadas, fundamentalmente, à
Igreja Católica. O padre Alfredo Ferro,
coordenador do Projeto Pan-amazônico
da CPAL (Conferência dos Provinciais
Jesuítas da América Latina), participou
do evento, que teve como objetivo cen-
tral apresentar a Rede, bem como am-
pliar seus horizontes, com o desejo de
ter aliados na Europa, tanto no âmbito
da Companhia de Jesus, como de outras
entidades e instituições.
versaram sobre o andamento do Projeto
Pan-amazônico da CPAL (Conferência dos
Provinciais Jesuítas da América Latina),
bem como sobre sua continuidade.
No encontro, 18 jesuítas estiveram pre-
sentes em um momento bonito de partilha
da caminhada, de convivência e de celebra-
ção, recebendo palavras de ânimo do Provin-
cial para a continuidade da missão na Ama-
zônia, sob a perspectiva da nova Província
BRA, e na relação com o Projeto PAM SJ e com
a REPAM – Rede Eclesial Pan-amazônica.
Fonte: Pan-Amazônia SJ Carta Mensal nº 12 e 13 – Fevereiro e Março 2015
Acesse o link (http://bit.ly/1FDU44v) do Portal Jesuítas Brasil e faça o download da edição completa da
Pan-Amazônia SJ Carta Mensal
20 Em
COMPANHIA DE JESUS † SERVIÇO DA FÉ
PADRE CÉSAR AUGUSTO TORNA-SE REITOR DO SANTUÁRIO SÃO JOSÉ DE ANCHIETA
Em 19 de março, o padre César Au-
gusto dos Santos tomou posse como
reitor do Santuário Nacional São José
de Anchieta, na cidade de Anchieta, no Espí-
rito Santo. O jesuíta foi diretor do programa
brasileiro na Rádio Vaticano, durante sete
anos, e atuou como postulador (advogado)
no processo de canonização de São José de
Anchieta, em Roma (Itália). Assim, sobre a
nova missão, o religioso a considera como
continuidade do trabalho iniciado em 1996.
“Ser empossado como reitor do Santuário é,
para mim, uma grande e profunda alegria,
uma grande consolação, no sentido inacia-
no”, diz padre César Augusto. “É também uma
grande responsabilidade e um forte sinal de
confiança da Companhia de Jesus e da Igreja.”
Entre os novos desafios, padre César
Augusto conta que pretende tornar o Santu-
ário São José de Anchieta em ponto de pere-
grinações e de visitas espirituais, culturais
e científicas. “Pretendemos desenvolver a
Casa de Exercícios, ao lado do complexo,
como grande centro de espiritualidade e de
apoio ao peregrino. Além disso, trabalhar
com Anchieta significa também lidar com
a História do Brasil. Por isso, já estamos
planejando a criação de um Centro de Pes-
quisa, com biblioteca, inicialmente com
Padre José de Anchieta foi pro-
clamado santo, em 3 de abril de 2014,
pelo Papa Francisco. Como o aniver-
sário de um ano da canonização coin-
cidiu com a Sexta-feira Santa, a missa
de celebração pela data ficará para o
próximo dia 3 de maio, na Igreja Nos-
sa Senhora da Assunção, na cidade de
Anchieta, Espírito Santo.
Nascido em São Cristovão de La-
guna, nas Ilhas Canárias, arquipélago
pertencente à Espanha, em 19 de mar-
ço de 1534, o padre José de Anchieta é
MISSA PELA CANONIZAÇÃO DE ANCHIETA
personagem importante da história do
Brasil. Aos 19 anos, desembarcou com
a comitiva do segundo governador-ge-
ral, Duarte da Costa, e outros seis je-
suítas em Salvador, na Bahia, em 13 de
julho de 1553. Durante os 44 anos em
que viveu em terras brasileiras, o je-
suíta trabalhou como catequista, além
de ter se tornado dramaturgo, poeta,
gramático e linguista, sendo autor da
primeira gramática brasileira. Anchie-
ta faleceu em Reritiba (atual Anchie-
ta), aos 63 anos, em 9 de junho de 1597.
um acervo de 3 mil volumes, arquivos rela-
cionados à Causa da Canonização e cartas de
devotos”, conta o jesuíta, completando que o
Santuário tem a missão de fazer um encon-
tro de Deus com o homem e vice-versa.
21Em
PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DE PE. RUTILIO GRANDE
A Igreja Católica de El Salvador
deu início, em março, ao pro-
cesso de beatificação do padre
Rutilio Grande. O jesuíta salvadorenho
realizava seu trabalho pastoral nas re-
giões mais pobres do país, onde orga-
nizou comunidades eclesiais, vistas
pelos donos de terras como ameaça ao
seu poder. “É o primeiro padre de uma
grande lista de sacerdotes assassina-
dos em El Salvador”, conta o padre je-
suíta José María Tojeira.
Padre Rutilio Grande foi assassina-
do em 12 de março de 1977, aos 49 anos,
em uma emboscada. Junto com ele,
foram mortos também seus dois co-
laboradores: Manuel Solórzano e o jo-
vem Nelson Rutilio Lemus. O crime foi
atribuído à Guarda Nacional, uma das
forças de segurança mais repressivas
de El Salvador. Durante seu trabalho, o
jesuíta sempre denunciou a desigual-
dade e a injustiça social. “Padre Rutilio
foi um grande sacerdote, um homem
muito preocupado com a formação do
clero e sempre atento ao acompanha-
mento do campesinato e dos pobres.
Nesse sentido, foi um homem de vida
sacerdotal e também de vida aos mais
necessitados. Em nossos dias, é um
modelo exigente, uma pessoa que deu
sua vida para servir aos mais pobres”,
expressou padre Tojeira, ao explicar a
importância do sacerdote para a comu-
nidade salvadorenha.
PADRE RUTILIO FOI UM GRANDE SACERDOTE, UM
HOMEM MUITO PREOCUPADO COM A FORMAÇÃO DO CLERO E SEMPRE ATENTO AO ACOMPANHAMENTO DO CAMPESINATO E DOS POBRES.Pe. José María Tojeira
Fonte| sites Instituto Humanitas Unisinos (IHU)| 20 minutos
22 Em
COMPANHIA DE JESUS † PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E ECOLOGIA
Jesuítas acolhemhaitianos no Acre
CICLO DE ENCONTROS SERÁ REALIZADO NO CEPAT
Em fevereiro, a residência dos jesu-
ítas em Assis Brasil (AC) recebeu
dois irmãos haitianos. Eles entra-
ram no país via fronteira com o Peru e,
durante a travessia, passaram quatro dias
sem comer. Padre David Romero, pároco
da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, relata que “a experiência de aco-
lher e conviver com os haitianos foi muito
humana e profunda”. Após passar alguns
dias em Assis Brasil, os imigrantes foram
para Curitiba (PR), onde se encontrariam
com familiares.
Ao longo de 2015, o Centro Jesu-
íta de Cidadania e Ação Social
(CJCIAS/CEPAT) promoverá um
ciclo de palestras com o tema Demo-
cracia e Participação Popular.
Os encontros serão realizados men-
salmente, sempre às quartas-feiras, das
19h30 às 22h. As pessoas poderão re-
fletir sobre a participação popular no
mundo atual.
INSCRIÇÕES
As inscrições são gratuitas e podem
ser realizadas pelo e-mail
pelo telefone (41) 3349-5343.
No país, os imigrantes haitianos en-
travam, inicialmente, por Tabatinga (AM),
fronteira com a Colômbia e Peru. Depois,
viajavam para Manaus (AM), onde perma-
neciam um tempo, para, depois, rumarem
para o Sul e Sudeste do Brasil. Hoje, a entra-
da dos imigrantes se dá principalmente pela
tríplice fronteira Brasil, Peru e Bolívia.
No ano de 2010, um violento terremoto
devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe.
Após o desastre, milhares de haitianos mi-
graram para outros países à procura de em-
prego e de vida melhor.
Antes de chegar a Assis Brasil, os dois irmãos haitianos passaram quatro dias sem comer
Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social realizará curso às quartas-feiras
23Em
PUBLICAÇÃO CELEBRA OS 50 ANOS DO CONCÍLIO VATICANO II
FAJE apresenta série de filmes para reflexão
Em 2015, a Igreja Católica cele-
bra o cinquentenário de encer-
ramento do Concílio Vaticano
II. Para comemorar essa importante
A FAJE (Faculdade Jesuíta de Fi-
losofia e Teologia) promoverá o
encontro Para pensar e ser mais,
no primeiro semestre de 2015. Impul-
sionados pelas ideias de contemplação
na ação e busca da maior glória de Deus,
próprias da espiritualidade inaciana,
Todas as entrevistas que compõem
o material poderão ser acessadas li-
vremente por todos os interessados
no Canal: youtube.com/virtheos.
Telefone | (31) 3115-7013
E-mail | [email protected]
Site | www.faculdadejesuita.edu.br
COMPANHIA DE JESUS † DIÁLOGO CULTURAL E RELIGIOSO
data, o Grupo Marista lançou o Dossiê
Vaticano II, material elaborado com o
objetivo de propor uma análise da re-
cepção, interpretação e aplicação do
Concílio na Igreja do Brasil.
Organizado pelo Setor de Pastoral
do Grupo Marista, o material é dividido
em quatro blocos que abordam, respec-
tivamente: O Concílio na vida da Igreja;
O contexto, a convocação, o Concílio e os
documentos conciliares; A recepção, as
aplicações e as interpretações do Concí-
lio; e como os Papas João XXIII, Paulo VI,
João Paulo II, Bento XVI e Francisco rela-
cionaram-se com o Concílio Vaticano II.
Reunindo 28 entrevistados, dentre
eles o arcebispo emérito da Paraíba, dom
José Maria Pires, e o frei dominicano Car-
los Josaphat, que participaram de algumas
sessões do Concílio Vaticano II, o material
serão exibidos filmes que auxiliarão na
reflexão e troca de ideias entre os par-
ticipantes. O evento acontecerá às ter-
ças-feiras às 19h30, no auditório Dom
Helder Câmara, no campus da FAJE, lo-
calizado na Av. Dr. Cristiano Guimarães,
2127, Planalto, Belo Horizonte (MG).
será enviado para o Papa Francisco, para os
cerca de 450 bispos de todo o Brasil e para
as (Arqui) Dioceses.
O Concílio Vaticano II, realizado de
1962 a 1965, no Vaticano, reuniu 2.540 bis-
pos e iniciou um processo de renovação
da Igreja Católica de maneira profunda e
ampla, discutindo temas práticos, pasto-
rais e disciplinares, voltados à vivência
da fé, renovando a Igreja à luz dos novos
tempos, abrindo-a para os grandes pro-
blemas da população e tornando-a mais
próxima da humanidade.
Fonte| Grupo Marista
24 Em
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS
Entre os dias 12 e 13 de março, o Grupo de Trabalho de Formação de Lide-
ranças da Rede Jesuíta de Educação reuniu-se pela primeira vez, no Rio de
Janeiro. Participaram do encontro os educadores dos colégios que trabalham
diretamente com a formação de liderança inaciana, alunos e ex-alunos. “O
trabalho do GT não é ampliar projetos que existiam nas antigas províncias
em nível nacional, mas, sim, pensar e propor algo novo, considerando o per-
fil dos alunos atuais. O intuito é formarmos líderes servidores”, destacou pa-
dre Mário Sündermann, Delegado para a Educação Básica.
O padre Jonas Caprini, Secretário para Juventude e Vocações e coordena-
dor do programa MAGIS Brasil, também foi convidado para participar do GT.
Segundo o jesuíta, essa aproximação entre a Rede Jesuíta de Educação e o
programa MAGIS, destinado a jovens entre 17 e 32 anos, será um grande avan-
ço na missão da Companhia de Jesus, pois oferecerá uma formação perma-
nente. “Muitos alunos, quando se formam no Ensino Médio, sentem que per-
deram seu porto seguro e retornam aos colégios buscando atividades sociais
e espirituais para continuarem vivendo a espiritualidade inaciana. Criando
essa conexão entre o programa de formação de liderança e o MAGIS Brasil,
esse rito de passagem acontecerá de forma natural”, afirmou padre Jonas.
COMPANHIA DE JESUS † EDUCAÇÃO
Projeto Educativo Comum está em fase de elaboraçãoO PEC (Projeto Educativo Co-
mum) da Rede Jesuíta de
Educação já está em fase de
elaboração. O objetivo desse docu-
mento será subsidiar as 17 unidades
da rede na revisão e reposicionamen-
to do trabalho apostólico da Compa-
nhia de Jesus, na área da Educação
Básica. Além disso, o PEC orientará
as necessidades de renovação, ajuste
e/ou qualificação do que existe atual-
mente. Uma das tarefas centrais para
2015-2016 é focar na aprendizagem
integral.
A dinâmica de construção do PEC
envolverá seminários presenciais,
discussão nas unidades de ensino e a
redação de um documento final, que
será amplamente divulgado e discu-
tido. “Ao longo de 2015, vamos pro-
mover movimentos de disseminação
dos fundamentos que deverão nortear
a reflexão local, regional e nacional.
Será um processo desenvolvido em
conjunto com os profissionais de cada
área. A parceria ajudará na construção
de um horizonte da missão educati-
va da Companhia de Jesus, por meio
da reflexão sobre esses elementos a
partir das dimensões pedagógica, de
formação cristã e administrativa”, ex-
plicou padre Mário Sündermann, De-
legado da Educação Básica.
Os seminários presenciais serão
realizados nos dias 16 e 17 de abril
e nos dias 11 e 12 de maio, no Centro
Cultural João XXIII, no Rio de Janeiro
(RJ). Cerca de 90 educadores já se ins-
creveram para o primeiro encontro, do
PEC Pedagógico. O encontro para o PEC
de Formação Cristã/ Pastoral e o Admi-
nistrativo, que será em maio, contará
com a presença de 100 educadores e
profissionais de diferentes serviços
dos Colégios.
Em março, o Grupo de Trabalho do PEC reuniu-se. Documento subsidiará as unidades da Rede Jesuíta de Educação.
25Em
COLÉGIO ANTÔNIO VIEIRA ADOTA SISTEMA DE QUALIDADE NA GESTÃO ESCOLAR
No mês de março, o Colégio An-
tônio Vieira começou a utili-
zar o Sistema de Qualidade na
Gestão Escolar. A ferramenta foi desen-
volvida pela FLACSI (Federação Latino-
-americana de Colégios da Companhia
de Jesus), em 2006. O objetivo é conec-
tar a gestão das escolas em um sistema
que permita o acompanhamento inte-
grado dos processos administrativos,
acadêmicos e formativos.
Em 2014, o Sistema começou a ser im-
plantado no Brasil. Os colégios Catarinen-
se, em Florianópolis (SC), São Luís, em São
Paulo (SP), e o Diocesano, em Teresina (PI),
foram os primeiros a utilizar a ferramenta.
Neste ano, além do Colégio Antônio Vieira,
em Salvador (BA), o Sistema será implan-
tado nos colégios Medianeira, em Curitiba
(PR), e Santo Inácio, no Rio de Janeiro (RJ).
“O Sistema de Qualidade na Gestão
Escolar permite, inicialmente, um pro-
cesso de autoavaliação, que dura de 5 a
6 meses, através de diversos âmbitos e
critérios que envolvem a aprendizagem
integral. São analisadas as dimensões:
Clima escolar; Organização, Estrutura e
Recursos; Pedagógico Curricular; Famí-
lia e Comunidade”, destacou o facilitador
externo Luís Eduardo Soares, membro do
Colégio Loyola, em Belo Horizonte (MG),
que realizou a apresentação da ferra-
menta à equipe diretiva do Vieira.
A diretora geral do Colégio Antônio
Vieira, Prof.ª Mariângela Risério, que já
atuou como facilitadora na implanta-
ção do sistema, ressaltou a importância
de a instituição estar bem em todos os
âmbitos avaliados. “É uma ferramenta
construída dentro dos princípios da pe-
dagogia e da espiritualidade inaciana,
que conduzem a filosofia de trabalho dos
97 colégios jesuítas existentes na Amé-
rica Latina. É algo que vem ao encontro
de uma necessidade que as escolas pos-
suem de trabalharem com indicadores
de qualidade, propondo reflexões e tra-
çando novas perspectivas para o nosso
trabalho”, afirmou.
Equipe diretiva do Vieira ao final da apresentação da ferramenta
104 ANOS DE HISTÓRIA
O Colégio Antônio Vieira celebrou 104
anos de história no dia 15 de março. Para
comemorar a data, a instituição promo-
veu uma série de eventos. Apresentações
de música, de dança, de teatro, oficinas e
espaço dedicados para brincadeiras, reuni-
ram pais, alunos, ex-alunos e funcionários,
que aproveitaram a manhã de domingo
com bastante entusiasmo.
A diretora geral da instituição, Prof.ª
Mariângela Risério, agradeceu o empenho
e dedicação de todos os funcionários
para que o aniversário ocorresse da
melhor maneira possível. “Falar em
104 anos de existência implica pensar
quantas pessoas passaram por aqui e
deixaram suas marcas na história do
Vieira, por sua competência e afeti-
vidade, nesse projeto educacional da
Companhia de Jesus. O nosso coração
está cheio de amor por essa trajetória
tão bonita que o Colégio possui, bus-
cando sempre formar o ser humano
por inteiro”, ressaltou.
26 Em
ALUNOS DA ETE GANHAM DESTAQUENA FEBRACE
CURSO DA FEI PASSA A TER VALIDADE NOS PAÍSES DO MERCOSUL
Os alunos da ETE FMC (Escola Técnica de Eletrônica Francis-
co Moreira da Costa) ganharam destaque na 13ª edição da
Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), realiza-
da na USP (Universidade de São Paulo), entre os dias 17 e 19 de mar-
ço. Os estudantes conquistaram o 2º lugar na categoria de Engenha-
ria, com o projeto Sistema Residencial de Geração de Energia através
do Fluxo de Água com Hidrômetro Digital.
O projeto de Fernando Iemini, Guilherme Costa de Oliveira
e Luis Gabriel Carvalho (foto) já tinha sido destaque na ProjE-
TE 2014. Além do 2º lugar, os alunos ganharam uma credencial
para participar da 5ª Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, no
Rio Grande do Norte, em novembro.
O projeto dos estudantes é composto por duas etapas: a primeira,
é uma turbina geradora de energia, localizada na entrada da caixa de
água. Nela, está acoplado um circuito regulador que carrega as bate-
rias armazenadoras de energia. A segunda parte é constituída por um
hidrômetro digital e sensores que calculam a quantidade de litros de
água que circulam dentro de certos períodos.
O equipamento funciona quando o fluxo da água acelera
a turbina que gera a energia a ser armazenada. Ao mesmo
O
O curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Teleco-
municações, do Centro Universitário da FEI, recebeu a
acreditação instituída pelo sistema ARCU-SUL (Acredi-
tação Regional de Cursos de Graduação) e concedida pelo MEC
(Ministério da Educação). Esse é o reconhecimento necessário
para que a formação obtida no curso tenha validade nos países
membros e associados do Mercosul: Argentina, Bolívia, Chile,
Colômbia, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
A acreditação, que certifica a qualidade acadêmica dos cursos
do Ensino Superior, torna a Instituição referência número um no
respectivo setor, no Brasil e também na América do Sul, além de am-
pliar as perspectivas de trabalho dos diplomados.
O coordenador do curso de Engenharia Elétrica da FEI, Renato
Giacomini, acredita que os discentes formados no curso terão mais
chances no mercado de trabalho também no exterior. “Esse é um
importante reconhecimento, não só para a Instituição, mas também
para os alunos. O diploma, sendo válido em outros países, contribui
para que possam exercer a profissão fora do Brasil”, afirma.
O processo para acreditação começa com a consideração
de bons resultados alcançados no Enade (Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes). O curso de Engenharia Elétri-
ca com ênfase em Telecomunicações da FEI passou por uma
avaliação rigorosa, que incluiu entrevistas com alunos, ex-
-alunos, corpo docente e pessoal técnico-administrativo da
Instituição. Uma comissão do INEP (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), entidade
reguladora desse processo de avaliação no Brasil, verificou,
junto a executivos do setor, se as competências apresentadas
pelos egressos da FEI estavam de acordo com as necessidades
do mercado de trabalho.
Atualmente, o Centro Universitário da FEI tem três cursos re-
conhecidos e com acreditação vigente pelo sistema ARCU-SUL: En-
genharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações (reconhecida
em 2015), Engenharia Têxtil (2014) e Engenharia Mecânica (2014).
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tempo, o hidrômetro marca o fluxo, permitindo que os usu-
ários monitorem melhor o consumo de água.
Ao longo desses anos, os alunos da ETE FMC já conquistaram
67 prêmios nacionais e internacionais por suas criações inovadoras.
“Nossos alunos são incentivados a pensar pelo bem social e estimu-
lados a usar a criatividade ao desenvolverem protótipos inovado-
res”, explica o diretor geral da instituição, Prof. Alexandre Barbosa.
COMPANHIA DE JESUS † EDUCAÇÃO
27Em
Casa Manresa promoveformação para jovens
CASA INACIANA DA JUVENTUDEINICIA ATIVIDADES
m março, a CIJ (Casa Inaciana da Ju-
ventude) deu início às atividades de
2015. No dia 7, o Ir. Ubiratan Costa, di-
retor da instituição, realizou uma retrospec-
tiva de 2014 e apresentou o calendário deste
ano, que contará com momentos de espiri-
tualidade, encontros de formação, acompa-
nhamento vocacional, atividades esportivas,
artísticas e culturais.
Nos dias 14 e 15 de março, a CIJ realizou
dois eventos: o Reconciliar Jovem e o deba-
te, suas primeiras atividades do ano. O Re-
conciliar Jovem foi marcado pela reflexão
sobre as cruzes que cada pessoa carrega,
principalmente, aquelas que são frutos de
COMPANHIA DE JESUS † SERVIÇO ÀS JUVENTUDES E VOCAÇÕES
pecados sociais, como a omissão e a falta de
solidariedade. Após essa reflexão, os jovens
reconciliaram-se consigo e com sua histó-
ria, ao mesmo tempo em que renovaram o
desejo de seguir o Cristo amigo.
A Conjuntura Política do Brasil
foi o tema do debate organizado pelo
Grupo de Universitários da CIJ. No
encontro, os jovens discutiram as-
suntos atuais como manifestações,
impeachment, corrupção, liberdade
de expressão e democracia.
A Casa Manresa promoveu a pri-
meira etapa da Escola de Forma-
ção para Jovens, nos dias 21 e 22
de março. Cerca de 20 jovens, entre 16 e 22
anos, das cidades paranaenses de Cascavel
Primeira etapa teve como foco o autoconhecimento
ETAPAS DA FORMAÇÃO
e Toledo, participaram da experiência.
A Escola de Formação para Jovens
foi criada para auxiliar o jovem na sua
vida pessoal, espiritual e comunitária,
ensinando-o a trabalhar com a juven-
tude a partir de sua experiência pesso-
al e em equipe.
Com foco no autoconhecimento,
essa etapa teve como base a vida de Je-
sus e os caminhos que ele percorreu. A
segunda etapa está programada para os
dias 11 e 12 de abril; a terceira, para os
dias 20 e 21 de junho; a quarta, nos dias
22 e 23 de agosto; a quinta, entre 17 e 18 de
outubro; e a sexta etapa acontecerá nos
dias 21 e 22 de novembro.
1ª Autoconhecimento
2ª Afetividade e sexualidade
3ª JUVENTUDES
4ª REALIDADE SOCIAL
5ª ESPIRITUALIDADE
6ª Planejamento
E
28 Em
que o vitimou não deixa de ser surpre-
sa para muitos.
Para concluir, registramos o testemu-
nho encontrado nos arquivos da Cúria:
“Era o mestre de obras e o traba-
lhador por excelência. Também per-
tencia ao grupo de Irmãos profunda-
mente dedicados e realizados em sua
vocação, merecendo destaque suas
amizades antigas e profundas com os
Irmãos Allochio, Raad e Xavier. Desde
a juventude, foi envolvido com cons-
truções e reformas, trabalhando com
engenheiros, técnicos, serventes e
profissionais com a mesma simplici-
dade e reponsabilidade. Seu senso de
humor no trocadilho das palavras e ex-
pressões o fazia um companheiro que
não oferecia obstáculos ou problemas
de relacionamento.
Muito piedoso, tinha grande preo-
cupação com os pobres, aos quais pro-
curou ajudar quando recolhia materiais
recicláveis e com estes recursos socor-
ria algumas famílias mais necessitadas.
Zeloso e devoto do Coração de Jesus foi
um dos principais divulgadores e cola-
boradores do Mensageiro do Coração de
Jesus e da Folhinha, ambos divulgados
amplamente entre os funcionários.
Muito tranquilo e silencioso, sa-
bia levar com constância as tarefas de
sua função, com muitas iniciativas,
criando um clima de trabalho amis-
toso e cordial entre as pessoas. Era
muito atento aos detalhes da vida co-
munitária. Por todas as casas em que
trabalhou, deixou uma boa imagem e
fez muitas amizades, principalmente
entre os funcionários. Descanse na
Casa do Pai”.
O MINEIRÍSSIMO Ir. Resende
nasceu em 1929, em Resende
Costa. Não investigamos se a
cidade deu a ele o nome ou vice-versa.
Encrustada nas terras altas da Manti-
queira, fica perto das nascentes do Rio
das Mortes que, abaixo, dá vida ao Rio
Grande, aquele das Furnas e, no final,
da gigante Itaipu.
Ir. Resende ingressou na Companhia
de Jesus com seus 20 anos de juventude
ainda em Nova Friburgo. Logo depois de
fazer o Noviciado, encontramo-lo já em
Itaici, de novo no Noviciado, agora cui-
dando da horta e do pomar, da fazenda,
do gado e dos funcionários locais. Lem-
bremos que, naquele tempo, era a fazen-
da que alimentava as pessoas: noviços,
juniores, escolásticos, padres e irmãos.
Esse ofício, conhecido pelo nome gené-
rico de ad domestica, ocupará o Ir. Re-
sende na maior parte de sua longa vida
na Companhia.
Em 1960, conclui a sua formação
na Companhia com a Terceira Prova-
ção feita em Pareci Novo (RS), uma das
poucas oportunidades em que se en-
controu no “exterior”, fora do círculo
Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Nes-
se círculo, roda pelas diversas obras
das Províncias: primeiro, a Goiano-
-Mineira; depois, a Central; e, por úl-
timo, a BRC (Província Brasil Centro-
-Leste). No finalzinho da vida, pôde
ainda testemunhar o nascimento da
Província do Brasil (BRA). Trabalhou
duas vezes em Santa Rita do Sapucaí
(MG), duas vezes em Nova Friburgo
(RJ), em Belo Horizonte (MG), duas ve-
zes em Juiz de Fora (MG), duas vezes
em Brasília, em Campinas (SP) e em
São Paulo (SP). E, finalmente, no Rio
de Janeiro (RJ), onde morou durante
30 anos. Foi no Rio que granjeou mui-
tos amigos, repartindo a folhinha do
Sagrado Coração de Jesus, brindando
a comunidade e os empregados com
as deliciosas bananas e outros frutos
da terra que ele trazia do sítio do Colé-
gio no Recreio dos Bandeirantes. Às 6
horas da manhã, todos os dias, ligava
as bombas de refrigeração e exaustão
do prédio da comunidade e do colégio.
A qualquer hora, dia ou noite, estava
pronto para resolver ou encaminhar
problemas de água, luz, elevadores...
Sempre que podia, com a ajuda de um
funcionário, “fugia” para o sítio, onde
passava o tempo cavoucando na terra e
cultivando frutos.
Do Rio partiu, em 2013, para cuidar
da saúde em Belo Horizonte, mas sem-
pre com a esperança de retornar... No
primeiro dia de março de 2015, após
um infarto, devolvia ao Criador a sua
vida repleta de serviço humilde e cari-
doso. Por detrás de uma fachada rude
que botava apelido nos funcionários
e ria com eles sem machucar, escon-
dia um coração compassivo e prático.
Levantava-se muito cedo para rezar e
cuidar dos compromissos. Quando os
funcionários do dia chegavam, ele já
estava pronto, café frugal tomado e ro-
tinas cumpridas. Vegetariano ou qua-
se, não comia carne e evitava outros
alimentos e bebidas fortes. O infarto
NA PAZ DO SENHORIR. EDGAR ARMANDO DE RESENDE Por Pe. José Luis Fuentes Rodriguez
29Em
NA PAZ DO SENHORPE. AMARILHO CHECON Por Pe. José Luis Fuentes Rodriguez
normais, em 2011, retorna ao Brasil e à sua
querida PUC, onde passa os últimos anos de
sua caminhada terrestre, sempre animado
e animando seus companheiros e sem per-
der o senso de humor e a alegria de viver. Pe.
Checon gostava muito de conversar sobre os
mais diversos assuntos. Possuía uma visão
crítica da Igreja, da Companhia de Jesus e da
sociedade, mas expressava sua opinião sem
jamais ofender quem quer que fosse. Era re-
alista, porém tinha uma viva experiência de
Deus, logo era, também, alguém que amava
a vida, amava o ser humano e não tinha mais
juventude, mas seguiu até o fim com uma
contagiante jovialidade. Otimismo, alegria,
conciliação, perseverança e paciência nas
crises, acolhimento das pessoas e compe-
tência no trabalho científico foram suas
principais qualidades indicadas por jesuítas,
amigos e parentes que com ele conviveram
nas várias etapas de sua vida.
Pe. Checon encontrava-se com uma
válvula coronária funcionando mal, o que
lhe acarretava anemia e, portanto, cansaço
exagerado. Ele tinha plena consciência dos
riscos de uma intervenção cirúrgica desse
porte, quadro que se agravava por já estar
com 88 anos. Como ele estava em perfeito
uso da razão, quando foi lhe oferecida a pos-
sibilidade de optar pelo tratamento, ele de-
cidiu submeter-se à cirurgia. Foi internado
na quarta-feira de Cinzas e operado no dia
seguinte. Ele aguentou bem a cirurgia, mas,
devido a uma hemorragia, foi necessária
uma nova cirurgia corretiva, realizada pou-
co tempo depois da primeira. Novamente,
aguentou bem, mas houve, como já se espe-
rava, problemas na recuperação: surgiram
coágulos e infecção. O quadro foi se agra-
vando cada vez mais devido à insuficiência
respiratória e renal, culminando com seu
falecimento no dia 10 de março.
Pe. Checon nasceu em Alto Pongal,
Anchieta (ES), em 22 de julho de
1926. O nome da família certamente
integra a relação de imigrantes italianos
que povoaram a região de Anchieta e ar-
redores. Foi batizado na capela do local e
crismado na vizinha Joeba, mais acima na
Serra do Mar. Em 1940, com 14 anos de ida-
de, parte para Nova Friburgo (RJ), pescado
por algum jesuíta que missionava na região
de Anchieta, Iconha e Alfredo Chaves. Em
Nova Friburgo, conclui o Ensino Funda-
mental e cursa também o Ensino Médio
na “Escola Apostólica” (Colégio Anchieta).
No ano seguinte, ingressa no Noviciado ali
mesmo, faz os primeiros votos dois anos
depois e continua os estudos no Juniorado,
sem de lá sair, até 1948. Mais três anos de
Filosofia, ainda em Nova Friburgo. O local
específico agora se chama Colégio Máximo
Anchieta. Estamos em 1953, quando passa-
dos longos 14 anos na serra, chega a hora do
“magistério”, realizado por dois anos (1953-
1954) na cidade natal, Anchieta, no Seminá-
rio Menor ali mantido pela Vice Província
Goiano-Mineira da Companhia de Jesus.
Hora de voos mais altos e longos, estu-
da Teologia no norte da Espanha, Comillas,
Santander. Por lá mesmo, é ordenado diá-
cono e, logo mais tarde, presbítero, em 1957,
concluindo a Teologia em meados do ano se-
guinte. Entre 1958 e 1963, Pe. Checon estuda
Ciências Físicas na Fordham University, em
Nova York (EUA). Retorna à pátria para con-
cluir a longa formação do jesuíta com a Ter-
ceira Provação feita em Três Poços, Volta Re-
donda (RJ), em 1963. Por ocasião dos Últimos
Votos, em fevereiro de 1965, já se encontra de
novo em Nova York, cursando Física Nucle-
ar na Instituição “The City of New York”, nos
anos de 1964-1969. Com essa bagagem, está
pronto para prosseguir nos estudos e traba-
lhar na PUC-Rio, onde passará os próximos
25 anos seguidos de sua vida ativa e produ-
tiva. Foi sucessivamente: professor de Física,
de Religião; consultor da casa e da PUC; coor-
denador administrativo do Departamento de
Física; Chefe de Laboratório; decano do Cen-
tro Técnico-Científico; professor de Teologia;
coordenador do Centro de Pastoral; Vice-Rei-
tor Comunitário; e Coordenador de Assuntos
Internos. É desse período que escutamos
belos testemunhos de sua pessoa, vida e tra-
balho: “Pe. Checon é um jesuíta dedicado ao
mundo das ciências na PUC-Rio, pela qual
tem um amor e carinho extraordinários,
sempre atuando no departamento de Física.
É empreendedor e voltado para os problemas
universitários, constantemente representa
a Universidade em projetos e empreendi-
mentos que envolvem parcerias fora do país.
Aproveita as oportunidades para atividades
pastorais em paróquias americanas, prin-
cipalmente atendendo brasileiros que lá se
encontram. Homem jovial, alegre e inquieto,
tem boa formação religiosa e espiritual; é fra-
terno e presente na vida comunitária”.
De 1996 a 2011, por solicitação de um
bispo que pedia um capelão para dar assis-
tência aos latinos da periferia de Nova York,
Pe. Checon parte de novo e lá realiza seu
ministério sacerdotal durante 15 anos, com
grande proveito e aceitação. Vigário e Cape-
lão de comunidades latinas, testemunhou
entre oradores e imigrantes seu espírito
acolhedor e seguidor do Mestre de Nazaré.
Sob o peso da idade e as limitações físicas
30 Em
(MG), passou por um tempo de recuperação
na Casa dos doentes e na residência do Co-
légio Loyola e, dentre outras atividades, co-
laborou na Paróquia de Jesus Ressuscitado,
no bairro Lindéia. Passou também pelo CCB
(Centro Cultural de Brasília) e pelo Centro
Cultural João XXIII, no Rio de Janeiro (RJ).
Em 1999, viajou ao Mato Grosso para rever
amigos e colaborar em outra missão.
De 2000 a 2015, esteve na Residência
Ir. Luciano Brandão, em Belo Horizonte
(MG), cuidando da própria saúde. Nos úl-
timos meses, seu quadro de saúde foi se
agravando e a pneumonia avançou signi-
ficativamente, provocando-lhe constantes
momentos de insuficiência respiratória,
causa de sua morte. As forças foram, len-
ta e gradualmente, diminuindo e isso o
preparou para a Páscoa definitiva. Dentre
as mensagens recebidas, transcrevemos o
testemunho de Waldemar Bettio:
“No dia do falecimento, 22 de março,
após a missa, Pe. Itamar Gremon, assistente
da Residência, ministrou-lhe a Unção dos
Enfermos. Antes, disse-lhe que ia fazê-lo
pedindo para que Deus lhe desse a saúde da
maneira como achasse melhor, que sentia-
-se honrado por tê-lo conhecido e que sua
missão como cristão e como jesuíta fora
cumprida, portanto, caso desejasse partir
ao encontro daquele que fora a razão do
seu viver e servir, que fosse em paz. De mi-
nha parte, apertei-lhe a mão e disse-lhe que
sentisse, nesse gesto, a presença de todos os
missionários do CIMI e dos povos indígenas
por cujos direitos lutara, que as mensagens
enviadas eram expressão da comunhão e so-
lidariedade dos seus amigos, e, caso sentisse
ser a hora de enveredar pelas trilhas da Aldeia
Definitiva, que o fizesse em paz e na certeza
de ter cumprido sua missão. Após a bênção,
ele serenou ainda mais.” Padre Iasi tinha 94
anos de idade e 74 de Companhia de Jesus.
Dia 23 de março de 2015, a comuni-
dade jesuíta despediu-se do amigo
padre Antônio Iasi Jr. em cerimônia
simples, mas significativa. Estavam presen-
tes e representados aqueles que, em vida,
lhe foram caros: jesuítas, a CIMI (Conselho
Indigenista Missionário), a CPT (Comissão
Pastoral da Terra), ex-jesuítas que com ele
trabalharam no Mato Grosso, enfermeiras e
cuidadoras, pessoas da comunidade e dom
José Maria Pires, que fez lembrar dom Pedro,
dom Tomás, dom Erwin e tantos outros bis-
pos comprometidos com as “periferias exis-
tenciais”. Faltaram os índios, apenas fisica-
mente; afetiva e espiritualmente estavam
ali: pelas imagens, pelas mensagens envia-
das, pelos textos lidos e pela lança que o Iasi
segurava entre as mãos, no caixão, presente
de jovens Pataxó pelos 94 anos do padre,
lança que levou consigo para o túmulo.
Após a homilia, Antônio Eduardo, co-
ordenador do CIMI-Leste, leu dois belos
textos enviados pelo CIMI Nacional, uma
jovem leu a mensagem enviada pelo Canu-
to. No momento do sepultamento, junto
com a chuva de pétalas de rosas, foi dito aos
coveiros que ali estava sendo enterrado um
senhor de 94 anos, que lutou pelos pobres e
defendeu os povos indígenas.
O santo personagem nasceu em São
Paulo aos 5 de abril 1920. Frequentou o
curso noturno do Colégio São Luís, em São
Paulo (SP), onde concluiu o ginasial. Com
21 anos, entrou na Companhia de Jesus no
Noviciado de Nova Friburgo (RJ). Na mesma
cidade e casa, passou os seguintes oito anos
dando os passos rituais da formação do
jesuíta: dois anos de Noviciado, três de Ju-
niorado e três de Filosofia. A experiência do
Magistério foi realizada nos Colégio Loyola
(Belo Horizonte/MG) e Santo Inácio (Rio de
Janeiro/RJ), um ano em cada um. Em Bogotá
(Colômbia), estudou Teologia, sendo orde-
nado presbítero em 1954. Quatro anos após,
fez a Terceira Provação em Três Poços, Volta
Redonda (RJ), e professou os últimos votos
em 1959. No intervalo entre a ordenação e a
Terceira Provação, trabalhou no Colégio São
Luís, como coordenador de alunos (“prefei-
to de disciplina”). E, um ano antes de partir
para a missão de sua vida em terras indíge-
nas, foi Secretário Nacional da Fé e membro
do Comité Latino-americano da Fé.
A partir de 1970, interna-se nas terras do
imenso Mato Grosso, ainda não dividido em
dois estados. Tendo como base a paróquia
do Santíssimo Rosário de Cuiabá, exerce a
pastoral indígena entre os índios de várias
tribos, pacificando, intervindo nas questões
da terra, sempre conflitivas. Integra o CIMI,
ligado à CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil). Por conta desse envolvi-
mento pastoral, ele passa parte dos anos
de 1983 e 1984 na Nicarágua e os dois anos
seguintes em Brasília. Entre 1989 e 1992, fica
um tempo em Goiânia (GO) e, como missio-
nário, no Tocantins e São Félix do Araguaia,
no Piauí. Mais de 20 anos na labuta. Foi esse
certamente o período marcante da sua vida
missionária. Viveu tempos difíceis dentro e
fora da Igreja; ficou sempre do lado dos ín-
dios, lutando pelos seus direitos e expondo-
-se a incompreensões e oposições.
A partir de 1993, passou por várias casas
e obras da Companhia entre “civilizados”.
Foi vigário na Igreja de São Gonçalo, em
Nova Friburgo (RJ), e no Hospital Geriátrico,
em São Paulo. Depois, em Belo Horizonte
NA PAZ DO SENHORPE. ANTÔNIO IASI JÚNIOR Por Pe. José Luis Fuentes Rodriguez
31Em
JUBILEUS
AGENDA
60 ANOS DE COMPANHIA
Em 6 de março
Pe. Antônio José Mª. de Abreu
Pe. Paulo Lisbôa O portal da Companhia de Jesus do Brasil
Assessoria | Anchietanum Idade | De 17 a 32 anosInício | 30 de abril, às 20hTérmino | 3 de maio, às 14hLocal | Casa de Retiros Vila Kostka - Itaici (Indaiatuba/ SP)Contato | (19) 2107-8501 / 2107-8502Site | www.itaici.org.br
ABRIL
Palestrante | Renato da Silveira Borges NetoLocal| PUC-Rio, Campus Gávea – Rua Marquês de São Vicente, 225 – Rio de Janeiro (RJ)Site| www.clfc.puc-rio.br
29PALESTRA: FRANCISCO, BARTOLOMEU I E A REUNIFICAÇÃO DOS CRISTÃOS
30EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS PARA JOVENS – EEJ | PROJETO DE VIDA
MAIO
Orientador | Pe. Adroaldo Palaoro, SJLocal | CARPA (Casa de Retiros Padre Anchieta) – Rio de Janeiro (RJ)Contato | (21) 3322-3069/ 3322-3678 e 3324-5712Site | www.casaderetiros.org.br
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
11 A 19
Elefante Branco – às 19h30Comentários: Prof. Dr. Paulo César BarrosLocal | Auditório Dom Helder Câmara – Campus da FAJE – Av. Dr. Cristiano Guimarães, 2127 – Belo Horizonte (MG). Contato | (31) 3115-7013 [email protected] | www.faculdadejesuita.edu.br
12FILMES PARA PENSAR E SER MAIS