em companhia - informativo da companhia de jesus no brasil

32
Em EDIÇÃO 13 ANO 2 ABRIL 2015 INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL PAPA PARTICIPARÁ DA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU pág. 11 JRS TERÁ NOVO DIRETOR INTERNACIONAL pág. 17 REPAM É LANÇADA EM ROMA pág. 19 IDE E INFLAMAI O MUNDO ACOMPANHAR A FORMAÇÃO DOS JOVENS É UM DOS OBJETIVOS DO PROGRAMA MAGIS BRASIL, QUE COMEÇA A SER IMPLEMENTADO EM 2015 especial pág. 12

Upload: companhia-de-jesus

Post on 21-Jul-2016

218 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

13ª Edição | Abril 2015

TRANSCRIPT

Page 1: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

JESUÍTAS BRASIL

Em EDIÇÃO 13 ANO 2ABRIL 2015

INFORMATIVO DOSJESUÍTAS DO BRASIL

PAPA PARTICIPARÁ DAASSEMBLEIA GERAL DA ONU

pág. 11

JRS TERÁ NOVO DIRETOR INTERNACIONAL

pág. 17

REPAM É LANÇADAEM ROMA

pág. 19

IDE E INFLAMAI O MUNDOACOMPANHAR A FORMAÇÃO DOS JOVENS É UM DOS OBJETIVOS DO PROGRAMA

MAGIS BRASIL, QUE COMEÇA A SER IMPLEMENTADO EM 2015especial pág. 12

Page 2: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil
Page 3: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil
Page 4: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

4 Em

SUMÁRIO

EDITORIAL• MAGIS: um fogo que acende outros fogos

CALENDÁRIO LITÚRGICO

ENTREVISTA † PEREGRINOS EM MISSÃO• Às novas gerações de jesuítas

O MINISTÉRIO DE UNIDADE NA IGREJA† SANTA SÉ• Igreja celebra 2 anos do pontificado

de Francisco

• Papa irá à Assembleia Geral da ONU em

Nova York

ESPECIAL• Somos Mais, Somos Magis

MUNDO † CÚRIA GERAL• Petar Barbaric, servo de Deus

• JRS: 35 anos de apoio

• Nomeações

AMÉRICA LATINA † CPAL• Conversão institucional

• Provincial do Brasil em Manaus

• Lançamento da REPAM em Roma

SERVIÇO DA FÉ• Padre César Augusto torna-se reitor do Santuário

São José de Anchieta

• Processo de beatificação de Pe. Rutilio Grande

PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E ECOLOGIA• Jesuítas acolhem haitianos no Acre

• Ciclo de encontros será realizado no CEPAT

6

7810

12

17

18

20

22

EDIÇÃO 13 | ANO 2 | ABRIL 2015

Page 5: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

5Em

DIÁLOGO CULTURAL E RELIGIOSO• Publicação celebra os 50 anos do Concílio Vaticano II

• FAJE apresenta série de filmes para reflexão

EDUCAÇÃO• Projeto Educativo Comum está em fase de elaboração

• Colégio Antônio Vieira adota Sistema de Qualida-

de na Gestão Escolar

• Alunos da ETE ganham destaque na Febrace

• Curso da FEI passa a ter validade nos países

do Mercosul

SERVIÇO ÀS JUVENTUDES E VOCAÇÕES• Casa Manresa promove formação para jovens

• Casa Inaciana da Juventude inicia atividades

NA PAZ DO SENHOR

JUBILEUS

AGENDA

23

24

27

283131

EmJESUÍTAS BRASIL

INFORMATIVO DOSJESUÍTAS DO BRASIL

EXPEDIENTE

EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos

Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Co-

municação Integrada (NCI)

CONTATO [email protected]

www.jesuitasbrasil.com

DIRETOR EDITORIALIr. Eudson Ramos

DIRETOR DO NCIPe. Geraldo Lacerdine

EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

REDAÇÃOJuliana Dias

DIAGRAMAÇÃO E EDIÇÃO DE IMAGENSHanderson Silva

Dimas Oliveira (publicidade São José de Anchieta)

COLABORADORES DA 13ª EDIÇÃOAidil Brites, Dhyovaine Nascimento, Evenice

Neta, Gilmara do Monte dos Santos, Leonardo

de Queiroz Sancho, Pedro Risaffi, Rodrigo Mar-

ques, Pe. Valério Sartor e Ana Ziccardi (revisão).

Um agradecimento especial a todos que colabo-

raram com a matéria especial dessa edição.

FOTOSBanco de imagens / Divulgação

TRADUÇÃO DAS NOTÍCIAS DA CÚRIAPe. José Luis Fuentes Rodriguez

Page 6: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

6 Em

A Companhia de Jesus nasceu de jovens sonhadores. Inácio de Loyola, Fran-

cisco Xavier e Pedro Fabro iniciaram a aventura de construir o mundo novo do

quarto de um Colégio. Movidos por “uma só coisa em desejos e vontade, e pro-

pósito firme de querer empreender uma vida nova”, perguntavam-se o que antes

já tinha povoado a mente e o coração do peregrino de Loyola: “Que vida nova é

esta que agora começamos?” O projeto de vida de Inácio e dos primeiros compa-

nheiros conquistou muitos jovens e ainda hoje conquista corações, sonhadores

e ousados, que desejam viver o futuro, viver o MAGIS para Cristo.

Inácio de Loyola, o peregrino, encantou-se com a proposta do Reino anun-

ciado por Jesus e contagiou a outros. O ardor emanado do encontro da criatura

com o Criador incendiou como “um fogo que acende outros fogos”. Inácio, de-

pois da experiência que mudou sua vida, não se conteve nele mesmo e conta-

giou outros jovens. O desejo de viver para a “MAIOR GLÓRIA DE DEUS” movia

os jovens sonhadores, que colocavam seus dons recebidos a serviço da Igreja

e, com o coração agradecido, respondiam com suas vidas entregues por amor e

para Amar e Servir.

A Companhia de Jesus, constituída de santos e pecadores, nunca poupou

esforços para encontrar o melhor, o meio mais eficaz e eficiente de trabalhar

com a juventude, formando homens e mulheres para e com os demais. (Pe. Ar-

rupe – Valencia, 1973)

Devemos sempre recordar que “nosso objetivo como educadores é formar

homens e mulheres competentes, conscientes e comprometidos na compaixão”.

No processo de criação da Província dos Jesuítas do Brasil – BRA, os jesuítas

procuraram dar maior ênfase na missão com a juventude. Depois de longo es-

forço do grupo de trabalho constituído para repensar a atuação da Companhia

junto aos jovens, nasceu o Programa MAGIS Brasil, que busca fazer a conexão

entre as atividades dos centros e casas de juventude da Companhia com as ou-

tras obras jesuíticas e demais iniciativas de inspiração inaciana. O objetivo é

formar a Rede Inaciana de Jovens, o MAGIS Brasil, que norteará a missão com

diretrizes, projetos e planejamentos qualificados, sempre em sintonia com os

sonhos e desejos de Inácio.

A Província dos Jesuítas no Brasil escolheu a Juventude como uma das op-

ções fundamentais do Projeto Apostólico em sintonia com a Igreja latino-ame-

ricana, que tem nos jovens sua opção preferencial. Queremos ir às fronteiras

onde eles estão, encontrá-los, estar com eles, construir pontes de compreensão

e diálogo. Que o Deus que tocou o coração de Inácio também toque o coração

dos jovens hoje e nos anime na caminhada de anúncio do Reino.

Na união dos corações.

Boa leitura!

EDITORIAL

MAGIS: UM FOGO QUE ACENDE OUTROS FOGOS

Pe. Jonas Elias Caprini, , SJSecretário para Juventude e Vocações da BRA e coordena-dor do Programa MAGIS Brasil

INÁCIO, DEPOIS DA EXPERIÊNCIA

QUE MUDOU SUA VIDA, NÃO SE CONTEVE NELE MESMO E CONTAGIOU OUTROS JOVENS.

Page 7: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

7Em

CALENDÁRIO LITÚRGICO

calendário litúrgico Próprio da Companhia de Jesus

ABRIL

DIA 22 | Bem-aventurada Virgem Maria, mãe da Companhia de Jesus

DIA 27 | São Pedro Canísio

Page 8: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

8 Em

Já aconteceram encontros e reuniões em nível nacional?

Estamos preparando o I Fórum dos Jesuítas em Formação da

Província do Brasil, que acontecerá em Belo Horizonte, nos dias

20, 21 e 22 de julho. O encontro reunirá os estudantes jesuítas do Ju-

niorado, Filosofado e Teologado, mais os que estão na etapa do ma-

gistério, bem como os irmãos e padres jovens ainda em formação.

Teremos a assessoria do Secretariado de Articulação e Capacitação

para a Missão da Província, com a presença de seus quatro secretá-

rios. Também contaremos com a participação do Delegado de For-

mação da CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América

Latina). Acredito que será um momento muito enriquecedor de par-

tilha e discernimento em comum, na direção da construção de um

projeto de formação para a nascente Província dos Jesuítas do Brasil.

Como funciona o processo de acompanhamento dos jo-

vens jesuítas?

De acordo com os estatutos da Província do Brasil, cabe ao pro-

vincial a responsabilidade primeira pela formação inicial dos jesu-

ítas (que vai do noviciado até a profissão dos votos solenes). Mas,

ENTREVISTA † PEREGRINOS EM MISSÃO

Em 2015, qual será a principal atuação

da área de Formação da Companhia de

Jesus? O que está previsto para esse ano?

Os jesuítas no Brasil acabam de

criar uma nova Província, que bus-

ca atender às necessidades do nosso

tempo, para conservarmos e aumen-

tarmos o nosso dinamismo apostólico

e a nossa qualidade de vida comuni-

tária e espiritual, como companhei-

ros de Jesus. Creio, então, que a nossa

formação deve acompanhar esse mo-

vimento, buscando avaliar-se e ade-

quar-se a este novo tempo, em vista a

termos claro qual o projeto de forma-

ção que queremos e devemos oferecer

às novas gerações de jesuítas, a fim de

que possam responder eficazmente

aos desafios ligados à nossa missão e

opção de vida.

ÀS NOVAS GERAÇÕESDE JESUÍTAS

Pe. Adelson Araújo dos Santos

Em entrevista ao informativo Em Compa-nhia, o padre Adelson Araújo dos Santos conta sobre seu trabalho como Delegado para a Formação, função que já vinha exer-cendo desde 2014, junto com a missão de su-perior regional da Região Brasil-Amazônia. Com a agenda menos atribulada depois da criação da Província do Brasil, o jesuíta tem buscado se aproximar mais das Casas de For-mação e dos próprios formandos e formado-res, assim como acompanhar melhor os que estão inseridos nas Plataformas Apostólicas. Leia a seguir:

Page 9: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

9Em

para que ele consiga acompanhar bem essa parte importante do

corpo da Companhia de Jesus, é necessário que seja auxiliado por

uma equipe de formadores, que são os acompanhantes diretos nas

Casas de Formação, como reitores, diretores espirituais, acompa-

nhantes de pequenos grupos e comunidades, etc. Para os que estão

na fase dos estudos, a Companhia conta, ainda, com a colaboração

de um corpo de professores jesuítas, que também cumprem um pa-

pel formativo muito importante. E, nas Casas e Plataformas Apostó-

licas, é fundamental o apoio e o acompanhamento dos superiores

locais, como referência que ajuda o jovem em formação a sentir-se

bem acompanhado. Finalmente, buscando estar articulado com

todas essas instâncias, entra a figura do Delegado para a Formação,

como membro do Staff do Governo Provincial, para favorecer uma

boa transição entre as etapas, como também a boa comunicação

entre formadores e formandos, formação e a missão, formação e o

governo da Companhia.

E qual a importância desse trabalho para o futuro da

Companhia de Jesus?

Sem exagero, podemos dizer que, da qualidade da seleção

vocacional e da formação que a Companhia de Jesus souber

dar aos seus membros, dependerá, em muito, a qualidade do

testemunho que os novos jesuítas poderão dar, como verdadei-

ros servidores da Bandeira de Cristo, com eficácia apostólica e

respostas adequadas para as grandes questões da humanidade,

não obstante a sua condição de pecadores e limitados.

Quais as dimensões que permeiam a vocação jesuíta? Como

cada uma delas é trabalhada?

A vocação de um jesuíta nasce de uma experiência pessoal de

encontro com Jesus Cristo, que lhe revela o seu amor e o convida a

ser seu discípulo, companheiro e colaborador da sua missão. Para

responder bem a esse chamado, é que existe o tempo de formação,

pautado em quatro dimensões fundamentais: Espiritual; Comu-

nitária; Acadêmica; Pastoral ou Apostólica. A cada uma delas dá-

-se uma atenção especial, colocando-se os meios necessários para

isso: Exercícios Espirituais; Acompanhamento espiritual, pastoral

e acadêmico; Formação humano-afetiva; Excelência dos centros de

estudo; Vida em pequenas comunidades; Variedade de experiências

apostólicas; Personalização dos estudos e das experiências pasto-

rais; Missões internacionais, entre outros.

O Delegado para a Formação é respon-

sável por acompanhar todas as etapas de

formação? Ele atua em parceria com os

superiores do Noviciado, Juniorado e Fi-

losofado, Teologado, e com o secretário de

Juventudes e Vocações?

Na realidade, o Delegado para a Forma-

ção não tem a responsabilidade direta por

nenhuma das etapas de formação, pois as

Casas de Formação já têm suas equipes de

formadores, enquanto nas Comunidades

Apostólicas são os superiores locais que

acompanham os formandos mais de perto.

Mas, como já se disse acima, é fundamen-

tal que haja boa articulação, transição e

acompanhamento dos processos pessoais

de cada formando, garantindo sua conti-

nuidade e sua gradualidade, que dê condi-

ções para a formação ser um grande exer-

cício de discernimento, no duplo sentido:

que ajude a verificar e confirmar o projeto

vocacional de Deus para cada um; que aju-

de a confirmar para que tipo de missão o

Senhor me chama a me inserir como jesuí-

ta, uma vez formado.

A VOCAÇÃO DE UM JESUÍTA NASCE DE UMA

EXPERIÊNCIA PESSOAL DE ENCONTRO COM JESUS CRISTO, QUE LHE REVELA O SEU AMOR E O CONVIDA A SER SEU DISCÍPULO, COMPANHEIRO E COLABORADOR DASUA MISSÃO.

Page 10: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

10 Em

O MINISTÉRIO DE UNIDADE NA IGREJA † SANTA SÉ

IGREJA CELEBRA 2 ANOS DO PONTIFICADO DE FRANCISCO

No dia 13 de março, a Igreja Católi-

ca celebrou os dois anos de pon-

tificado do Papa Francisco. Nesse

período de seu papado, ele já conquistou

a todos com sua simplicidade, ternura e

espontaneidade. Jorge Mario Bergoglio, 78

anos, é o 266º bispo de Roma e entrou para

a história ao se tornar o primeiro papa lati-

no-americano e jesuíta.

Em dois anos, Francisco beatificou

974 bem-aventurados e canonizou 51

beatos. Portanto, desde sua posse, 1025

pessoas já foram proclamadas beatas e

santas. A produção pastoral do pontífice

também é expressiva. Francisco já di-

vulgou a encíclica Lumen Fidei, a exor-

tação apostólica Evangelli Gaudium,

redigiu sete constituições apostólicas,

59 cartas, 12 cartas apostólicas e cinco

Motu Proprio. Além disso, participou

No âmbito político, Francisco ga-

nhou destaque por reunir em uma ce-

lebração pela paz, no Vaticano, o então

presidente de Israel, Shimon Peres, e

o líder da autoridade Palestina, Mah-

moud Abbas. Além disso, foi um dos

principais intermediários do diálogo

entre Estados Unidos e Cuba, que cul-

minou com a reaproximação dos dois

países, após 54 anos.

O Papa Francisco também convocou

um Sínodo extraordinário sobre a famí-

lia, que reuniu 250 pessoas, entre bispos

de diversas partes do mundo, sacerdotes,

especialistas, estudiosos e casais. Essa

foi uma reunião preparatória para o Sí-

nodo ordinário, que será realizado em

outubro de 2015.

O diálogo e o respeito pelo próximo

são características do papado de Francisco,

que se mantém antenado com as tecnolo-

gias, não é à toa que o pontífice atinge mais

de 15 milhões de pessoas pelo Twitter.

HABEMUS PAPAMNo dia 15 de março de 2013, uma

multidão orava e esperava o anúncio do

nome do novo pontífice na Praça São

Pedro, no Vaticano. Todos esperavam a

fumaça branca sair pela chaminé, pois

esse era o sinal de que os cardeais ti-

nham escolhido o novo líder da Igreja

Católica. Então, às 20h14 (16h14 horá-

rio de Brasília), a fumaça branca final-

mente surgiu. Os primeiros segundos

foram confusos porque novamente pa-

recia fumaça negra, mas pouco depois

não havia mais dúvidas. Uma abundan-

te fumaça branca anunciava ao mundo

que os cardeais tinham escolhido o

sucessor de Bento XVI. Os sinos da ba-

sílica soavam e os fiéis mostravam sua

alegria e seu entusiasmo.

A fumaça branca significava que a

de 73 audiências gerais. O Papa também

está preparando uma encíclica sobre a

questão ambiental, com previsão de pu-

blicação até o final do ano.

Entre 2013 e 2014, estima-se que cer-

ca de 30 milhões de pessoas já estiveram

presentes diante do papa, entre partici-

pantes de audiências e peregrinos. Reco-

nhecido pela abertura ao diálogo inter-

-religioso, o Papa já se encontrou com

representantes de diversas religiões,

dentre eles o patriarca ecumênico Barto-

lomeu I, bispo da Igreja Ortodoxa.

Em 24 meses de pontificado, o Papa

Francisco visitou o Brasil, a Terra Santa,

a Coreia do Sul, a Albânia, a Turquia, o

Sri Lanka, as Filipinas e a cidade francesa

de Estrasburgo, onde passou pelo Parla-

mento Europeu e o Conselho da Europa;

realizou também sete viagens pela Itália.

FOTO

S| L

’OS

SER

VATO

RE

RO

MA

NO

Page 11: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

11Em

PAPA IRÁ À ASSEMBLEIA GERAL DA ONU EM NOVA YORK

“Queridos irmãos e irmãs, buona sera, como vocês sabem os carde-

ais no conclave têm que encontrar um bispo de Roma, e parece que os

irmãos cardeais foram buscá-lo quase no final do mundo, mas estamos

aqui. Agradeço-lhes a acolhida à comunidade diocesana de Roma como

seu bispo. Antes de mais nada, queria fazer uma oração pelo nosso bispo

emérito Bento XVI, rezemos todos juntos para que o Senhor o abençoe

e a Virgem Maria o proteja. E agora, começamos este caminho: Bispo e

povo. Este caminho da Igreja de Roma que é a que preside na caridade

todas as Igrejas. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança en-

tre nós. Rezemos sempre por nós: uns pelos outros. Rezemos por todo

o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Desejo-lhes que este

caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará [...], seja

frutífero para a evangelização dessa maravilhosa cidade. Gostaria de dar

a bênção, embora, antes quero pedir-lhes um favor, antes que o bispo

abençoe o povo, peço-lhes que rezem ao Senhor para que me abençoe.

Porque é a oração do povo pedindo a bênção para o seu bispo. Façamos

em silêncio esta oração de vocês por mim. Agora darei a Bênção a vo-

cês e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade.

[...] Muito obrigado pela vossa acolhida. Rezem por mim e até logo [...].”

Papa Francisco (13/03/2013)

Fonte| O Estado de S. Paulo/ pt.radiovaticana.va/ www.zenit.org

O Papa Francisco irá discursar na As-

sembleia Geral da ONU (Organiza-

ção das Nações Unidas), em Nova

York, no dia 25 de setembro, data na qual

serão celebrados os 70 anos da entidade.

Segundo comunicado da ONU, o secretário-

-geral Ban Ki-moon recebeu com satisfação

a confirmação da visita de Francisco.

Ban Ki-moon disse que a presença do

pontífice será importante, pois aconte-

cerá num momento em que os estados-

-membros decidirão novas metas volta-

das ao desenvolvimento sustentável.

Em Nova York, o Papa discursa-

rá na Assembleia Geral da ONU e terá

reuniões bilaterais com Ban Ki-moon

e outros funcionários da entidade. “O

secretário-geral espera que a visita do

papa sirva para inspirar a comunida-

de internacional a redobrar esforços

para promover a dignidade humana

para todos, garantir a justiça social, a

tolerância e o entendimento entre as

pessoas”, afirmou a ONU em nota.

Na viagem aos Estados Unidos, Fran-

cisco visitará também a capital, Washing-

ton, tornando-se o primeiro papa a fazer

pronunciamento no Congresso america-

no. O Papa participará ainda do Encontro

Mundial das Famílias, no dia 27 de setem-

bro, na Filadélfia (Pensilvânia).

votação tinha alcançado a maioria ab-

soluta e que o recém-eleito Papa res-

pondera afirmativamente ao cardeal

Giovanni Battista Re, que, em nome de

todo o colégio dos eleitores, pediu o

seu consentimento: “Você aceita a sua

eleição canônica para sumo pontífi-

ce?”. Uma vez recebido o consentimen-

to, perguntou para ele: “Por qual nome

você quer ser chamado?”.

O mundo vivia momentos de ex-

pectativa até que a Praça São Pedro

ficou em silêncio e escutou-se “Anun-

tio vobis gaudium, habemus Papam”,

feito pelo cardeal francês Jean-Louis

Tauran. E, em latim, ele indicou Jorge

Mario Bergoglio, que, a partir daquele

momento, passaria a ser chamado de

Francisco, o Papa Francisco.

As primeiras palavras do pontífice

foram suficientes para despertar o ca-

rinho e o entusiasmo dos católicos e de

pessoas do mundo inteiro. Confira um

trecho da mensagem ao lado.

Hall da Assembleia Geral da ONU em Nova York

FOTO

| WIK

IPED

IA

Fonte| agenciabrasil.ebc.com.br

Page 12: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

12 Em

ESPECIAL

SOMOS MAIS, SOMOS MAGIS

Todo jovem é um peregrino que,

em sua caminhada, busca co-

nhecer o mundo que o cerca. O

percurso é árduo e desafiador, mas es-

timulante. Uma realidade que motiva

a Companhia de Jesus a acompanhar a

juventude nessa jornada. No Brasil, são

mais de 51 milhões de jovens com idade

entre 15 e 29 anos, segundo o Censo 2010

do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística), o que equivale a 27% da po-

pulação do país. Cada um desses jovens

é um peregrino que está em constante

formação, procurando um caminho para

trilhar.

Como companheiros de Jesus, os

jesuítas sempre estiveram com os jo-

vens, por meio de espaços de acolhida,

formação e acompanhamento. Em seus

Centros de Juventude, são promovidas

pesquisas, publicações e assessoria a

educadores e a grupos/organizações

Page 13: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

13Em

juvenis. Dessa forma, proporcionar ex-

periências, possibilitando a vivência da

vocação em Cristo, promove a formação

integral do jovem, auxiliando-o em seu

projeto de vida.

Com a criação da Província dos Jesuítas

do Brasil em 2014, a Companhia de Jesus

optou pelo trabalho com juventude como

uma de suas preferências apostólicas. A

missão é ajudar os jovens na construção

de seu projeto de realização pessoal como

dom e serviço aos demais. Contudo, antes

dessa escolha, os jesuítas já discutiam a

elaboração de um trabalho em rede com a

juventude. Nesse processo, formou-se um

GT (Grupo de Trabalho de Juventudes e Vo-

cações), que tinha como objetivo mapear

as atividades existentes, refletir e elaborar

um programa de formação para os jovens.

Após essa etapa, a Companhia de Je-

sus conseguiu obter importantes infor-

mações sobre a realidade do trabalho de

juventude e vocações no Brasil. Buscando

responder a novos desafios e visando um

trabalho em rede, foi criado o Programa

MAGIS Brasil. “A iniciativa quer ajudar os

jovens a encontrar o magis inaciano para

melhor viverem como cristãos diante dos

desafios da vida”, explica padre Jonas Elias

Caprini, secretário de Juventudes e Voca-

ções da BRA e coordenador nacional do

Programa MAGIS Brasil. “Nessa proposta,

os jovens são convidados a elaborar o seu

Projeto de Vida, contemplando os ideais e

valores cristãos. As experiências levam os

jovens a buscar o sentido de sua vida, au-

xiliando no discernimento do que o ajuda

a se aproximar do projeto de Deus.”

Com inspiração no evento MAGIS

2013, o Programa será um centro articula-

dor de diversas experiências apostólicas,

espirituais, culturais, de voluntariado e

inserção social, de peregrinação, estu-

do e formação. “Nosso desejo é formar

homens e mulheres para os demais. As

linhas transversais dos 4 C (Conscientes,

Competentes, Compassivos e Compro-

metidos), que perpassam toda a missão

da Companhia, estão alinhadas com nos-

sas propostas de projetos e atividades

com os jovens”, afirma padre Jonas.

MAGIS 2013

O MAGIS é um encontro mun-

dial de jovens que cultivam a es-

piritualidade inaciana, promovi-

do pela Companhia de Jesus, nos

dias que antecedem às Jornadas

Mundiais da Juventude. Em 2013,

o evento foi realizado no Brasil e

reuniu cerca de 2 mil jovens de di-

versas partes do mundo.

PROGRAMA MAGIS BRASIL

Magis é um termo em latim que signi-

fica o mais, o maior, o melhor. Essa pala-

vra foi muito utilizada por Santo Inácio de

Loyola e quer dizer que sempre podemos

nos doar mais em relação àquilo que já faze-

mos ou vivemos. Assim, a pessoa que vive

e se deixa impelir pelo Magis é alguém que

nunca está satisfeito com a realidade exis-

tente. O termo expressa o impulso que nos

conduz a uma atitude de busca. É com esse

espírito que o Programa MAGIS Brasil inicia

seus trabalhos no país.

O MAGIS Brasil terá como funções prin-

cipais a comunicação e a articulação das

iniciativas de acompanhamento e forma-

ção de jovens. O trabalho deverá acontecer

a partir de equipes, assim como aconteceu

durante a realização do MAGIS 2013. A cola-

boração entre as diversas obras da Compa-

nhia de Jesus será essencial para fortalecer

essa articulação nacional.

Segundo padre Jonas, o trabalho em

parceria é fundamental para somar forças.

“Hoje, não podemos pensar em nenhuma

frente de missão isolada. No Brasil, temos

muitas atividades que são organizadas por

obras que, direta ou indiretamente, traba-

lham com juventude, assim como ativida-

des e projetos organizados por obras que

não são de responsabilidade dos jesuítas,

mas que são de inspiração inaciana. O tra-

balho em Rede permite maior interação e

sintonia na missão”, ressalta o jesuíta.

O Programa será constituído por uma

equipe central, que coordenará as cin-

co dimensões do projeto, os centros e

as casas de juventude. Além disso, dois

serviços serão essenciais para o desen-

volvimento do trabalho de promoção

vocacional e acompanhamento dos jo-

vens: a comunicação e a administração.

A equipe nacional será a responsável

pelo acompanhamento, articulação e or-

ganização da estrutura do Programa. No

Escritório Nacional, localizado no Rio de

Janeiro, ficará o coordenador nacional do

Programa MAGIS Brasil.

Page 14: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

14 Em

ESPECIAL

A ESTRUTURA

As cinco dimensões que compõem o

MAGIS Brasil são:

1 Metodológica

2 Exercícios Espirituais

3 Voluntariado Jovem

4 Socioambiental

5 Vocações Jesuítas

Cada dimensão foi inspirada na expe-

riência do MAGIS 2013 e servirá como base

para o desenvolvimento dos projetos e das

atividades do Programa. “Os eixos (dimen-

sões) abrigarão as propostas e darão susten-

tabilidade. Cada eixo será coordenado por

um jesuíta que fará parte da equipe nacional.

As dimensões terão como base os Centros

MAGIS, que serão referência de uma deter-

minada dimensão”, explica padre Jonas.

A dimensão Metodológica terá a co-

ordenação do Centro MAGIS São Paulo,

conhecido como Anchietanum, que será

responsável por articular as diversas pro-

postas formativas que a Companhia de

Jesus possui, por meio de suas obras (co-

légios, universidades, educação popular,

etc.). O desafio será encontrar os melhores

meios para potencializar essas propostas

no Programa MAGIS Brasil. “Essa dimen-

são será uma das bases da formação que

ofereceremos aos jovens”, ressalta padre

Alexandre Raimundo, coordenador da di-

mensão Metodológica.

A dimensão Exercícios Espirituais

proporcionará, seguindo a pedagogia dos

EE, formação espiritual aos jovens. A co-

ordenação do Programa MAGIS Brasil está

analisando a possibilidade de transformar

uma Casa MAGIS em centro dessa dimen-

são. “Em um primeiro momento, nossa

intenção será propor os EE a todas as obras

que trabalham com a juventude, para que

todos possam vivenciar a experiência

completa dos Exercícios Espirituais em

etapas”, afirma padre Reginaldo Sarto, co-

ordenador da dimensão Espiritual.

Santo Inácio propõe que, ao concluir

a experiência dos Exercícios Espirituais,

o exercitante confronte, por meio de ex-

perimentos, a eleição feita. Através deles,

aprende-se mais sobre o próprio sentido

da vida. Por isso, o Programa MAGIS Brasil

contará com a dimensão do Voluntariado

Jovem, que será coordenado pelo Centro

MAGIS Fortaleza, atual CIJ (Casa Inacia-

na da Juventude). “O voluntariado surge

como um caminho que conduz o jovem

ao conhecimento da própria vida, dos

seus limites e desejos e, essencialmente,

da pessoa de Jesus”, comenta padre Agnal-

do Duarte, coordenador da dimensão do

Voluntariado Jovem.

A dimensão Socioambiental do Pro-

grama MAGIS Brasil quer promover ex-

periências de relação-comunhão entre

homem e natureza, possibilitando o for-

talecimento de uma cultura ambiental.

Segundo padre Edson Tomé Pacheco Sil-

va, coordenador da dimensão Socioam-

biental, proporcionar conhecimento das

problemáticas ambientais, auxiliar na for-

mação de uma consciência ecológica e de

uma nova cultura, são alguns dos objetivos

dessa dimensão. O Centro MAGIS Belém,

conhecido como Centro Magis de Juventu-

de, será o responsável por esse eixo.

A dimensão Vocações Jesuítas é res-

ponsável pelo acompanhamento no dis-

cernimento vocacional dos jovens que

desejam conhecer melhor a Companhia de

Jesus. O coordenador dessa dimensão vai

elaborar projetos de promoção vocacional

para os jovens em geral e de projetos espe-

cíficos à Companhia de Jesus para a forma-

ção de uma cultura vocacional. Além disso,

coordenará o Plano de Candidatos ao Novi-

ciado. Atualmente, essa dimensão é coor-

denada pelos padres Jonas Elias Caprini e

Alexandre Raimundo.

CADA DIMENSÃO FOI INSPIRADA NA EXPERIÊNCIA DO MAGIS 2013 E SERVIRÁ COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS E DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA

Page 15: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

15Em

CASAS MAGIS

As Casas MAGIS são destinadas à promoção local e re-

gional do trabalho com juventude e vocações. Oferecem di-

versas atividades de formação humana, espiritual, pastoral,

cultural entre outras, com assessoria dos Centros MAGIS.

As casas dialogam com as dioceses, obras apostólicas da

Companhia de Jesus, paróquias e universidades próximas.

Podem ser erigidas e mantidas por obras ou grupos afins

que queiram potencializar a formação e acompanhamen-

to dos jovens (colégios, universidades, paróquias, centros

sociais, CVX, etc.). As Casas MAGIS podem ser coordenadas

por leigos e sua estrutura, mais simples, é destinada, exclu-

sivamente, a promover atividades com juventude e voca-

ções. Atualmente, a Companhia de Jesus possui seis casas

já constituídas (abaixo) e outras em via de implementação.

• Casa MAGIS Campinas (SP) – Casa Inaciana de Juventu-

de, antigo Centro Inaciano

• Casa MAGIS Goiânia (GO) – CAJU (Casa da Juventude

Padre Burnier)

• Casa MAGIS Manaus (AM)

• Casa MAGIS Teresina (PI)

• Casa MAGIS Rio de Janeiro (RJ)

• Casa MAGIS Cascavel (PR)

CENTRO MAGIS

O Centro MAGIS é um local de formação, acompanha-

mento e irradiação do trabalho com jovens, que tem alcan-

ce local, regional, nacional e, até mesmo, internacional.

Cada centro conta com equipe especializada, formada por

jesuítas e leigos, que prestam assessoria às Casas MAGIS e

demais obras da Companhia de Jesus. São funções de um

Centro MAGIS: Elaboração de subsídios; Promoção de ativi-

dades e programas de formação para jovens; Assessoria às

Casas MAGIS, obras apostólicas da BRA e outros organismos

da Igreja. Confira a localização dos Centros MAGIS:

• Cento MAGIS São Paulo (SP) – Anchietanum

• Centro MAGIS Fortaleza (CE) – CIJ (Casa Inaciana da

Juventude)

• Centro MAGIS Belém (PA) – Centro Magis de Juventude

Page 16: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

16 Em

ESPECIAL

FÓRUM MAGIS BRASIL

Entre os dias 20 e 23 de abril, o Programa MAGIS Brasil realizará seu primeiro

encontro. Denominado Fórum MAGIS Brasil, o evento reunirá jesuítas do país

inteiro que trabalham e/ou têm interesse na juventude. O objetivo é discutir,

aprofundar e alinhar a implementação do Programa no Brasil. Segundo padre

Jonas Elias Caprini, secretário de Juventudes e Vocações da BRA e coordenador

nacional do Programa MAGIS Brasil, “é importante que, nesse início, o corpo

apostólico da Companhia de Jesus esteja bem alinhado, com ideias claras e es-

tratégias bem definidas”, explica.

CAMINHAR COM A JUVENTUDE

“É com muita alegria que acolho, dia-

riamente, a missão de trabalhar com ju-

ventude”, declara Ir. Ubiratan de Oliveira

Costa, que atua na CIJ (Casa Inaciana da

Juventude) em Fortaleza (CE). Esse senti-

mento do irmão Bira, como é conhecido,

perpassa todo o corpo apostólico da Com-

panhia de Jesus. “O trabalho não é fácil,

pois a juventude enfrenta muitos desafios.

Por isso, é preciso estar perto e ser compa-

nheiro. É necessário se colocar numa pos-

tura de acompanhante, por meio da escu-

ta, do testemunho, cultivando uma face de

acolhida e amor”, completa o jesuíta.

Para o padre Paulo Domingo Pelizer, a

juventude sonha com uma formação inte-

gral, que a ajude em todas as suas dimen-

sões. “Ninguém nasce pronto, a formação

precisa fazer-se diariamente, num desafio

que cabe a cada jovem ir superando”, diz

o jesuíta, que acompanha os jovens da re-

gião de Cascavel (PR).

A busca pelo novo e a energia da ju-

ventude contagiam o padre Jean Fábio

Santana, que atua em João Pessoa (PB). “É

uma experiência vivificante. Eu me sinto

altamente atraído por essa entrega plena

de energia e talento que o indivíduo pos-

sui nessa etapa de desenvolvimento hu-

mano”, ressalta padre Jean.

Ajudar na escolha dos caminhos a

serem seguidos pelos jovens é uma das

alegrias do padre Felipe de Assunção So-

riano. “Eu venho aprendendo muito com

eles e, na medida em que recebo, também

ofereço um pouco de minhas vivências.

Ajudar outros jovens a discernirem sua

própria vocação vem dando um sabor

todo especial a minha própria vocação”,

confessa o jesuíta, que atua nas cidades

de Anchieta e Iconha (ES).

A Companhia de Jesus, por meio do

Programa MAGIS Brasil, visa a articular,

conectar e animar uma rede inaciana

de jovens pelo país. Nesse processo, há

muitos desafios, mas os jesuítas estão

prontos para acompanhar os peregrinos.

“Eu tenho buscado fomentar nos jovens

o desejo de ser igreja, ajudando-os a per-

ceberem que ela também é um espaço de

encontro”, afirma Francisco Rodrigues de

Sousa Junior, 24 anos, que está no 2º ano

do Noviciado, em Feira de Santana (BA).

“Nossa espiritualidade permite que

os jovens tenham uma experiência que

vai além do somente falar, ou seja, nos

permite ir ao encontro de uma realida-

de esquecida pela sociedade, motivan-

do a juventude a ser protagonista das

mudanças de sua realidade”, conclui o

jovem Francisco.

Page 17: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

17Em

A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO † CÚRIA GERAL

Em 18 de março, o Papa Francis-

co assinou o decreto no qual

são reconhecidas as virtudes

heroicas do servo de Deus Petar Bar-

baric, noviço da Companhia de Je-

sus. Petar nasceu em 1874, em Silje-

vista (Bósnia-Herzegóvina), embora

não fosse de origem croata. Aos 15

anos, ingressou no seminário menor

de Tavnik, dirigido pelos jesuítas.

NOMEAÇÕES

O Padre Geral, Adolfo Nicolás, nomeou:

O Pe. Mario López Barrio (MEX) como novo reitor do

Colégio São Roberto Bellarmino de Roma (Itália). Nascido

em Chihuahua (México), em 1943, o religioso ingressou na

Companhia de Jesus em 1961, sendo ordenado presbítero

em 1973. Após estudar no Pontifício Instituto Bíblico, o

jesuíta lecionou primeiro no México e, recentemente, na

Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), em Roma. Além

de ter desenvolvido atividade pastoral, trabalhou como

formador e provincial. Substituirá, como reitor, o Pe. Mi-

chael Paul Gallagher, no próximo dia 20 de maio de 2015.

O Papa Francisco nomeou:

O Pe. Alojzij Cvikl (SVN) como arcebispo de Mari-

bor (Eslovênia). Nascido em 1955, ingressou na Compa-

nhia de Jesus em 1974 e foi ordenado sacerdote em 1983.

Os Padres François Xavier Dumortier (GAL) e Ge-

orges Ruyssen (BSE), consultores do secretariado geral

do Sínodo de Bispos.

PETAR BARBARIC, SERVO DE DEUSDemonstrou ser ótimo estudante, a

quem os companheiros queriam e

que a todos movia para a perfeição

– em especial, no contexto da Con-

gregação Mariana, da qual foi presi-

dente durante vários anos. No ano

de 1896, foi acometido de forte gripe

que degenerou em uma tuberculose.

Posto que desejasse, havia tempo, ser

jesuíta, obteve permissão para entrar

Em 1983, jornais de todo o mundo

falaram de uma crise de refugia-

dos. O povo vietnamita fugia do

próprio país em qualquer geringonça

que flutuasse na água. As imagens da-

quele “boat people” ficaram impressas

JRS: 35 ANOS DE APOIOem muitos corações. Inclusive no cora-

ção de Pe. Pedro Arrupe, naquele tempo,

Superior Geral da Companhia de Jesus.

Arrupe animou, mundialmente, jesuítas

a responderem à crise. Assim, nasceu o

Serviço Jesuíta a Refugiados (JRS), que

na Companhia e, dois dias antes de

morrer, fez os primeiros votos. Fa-

leceu na Quinta-Feira Santa, 15 de

abril de 1897. Seu culto, apesar de os

comunistas fazerem o possível para

suprimi-lo, tem permanecido vivo

durante mais de um século. E não

apenas entre os católicos, mas tam-

bém entre os ortodoxos e, inclusive,

os muçulmanos da região.

se diferencia de qualquer outra agên-

cia de ajuda a refugiados no mundo. Ao

completar seus 35 anos, o JRS prepara-se

para dar as boas-vindas a um novo dire-

tor internacional no seu quartel geral de

Roma (Itália).

Page 18: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

18 Em

A voz de João Batista ressoa em nós,

neste tempo de Quaresma, convidando-

-nos à conversão. Convidando-nos a re-

visar quais rumos devemos mudar para

que a integralidade de nossa pessoa se

disponha a, em tudo, amar e servir.

Mas o convite à conversão é tam-

bém institucional. É tempo de exami-

nar nossa comunidade, nossa obra,

nossa Província, nossa Conferência, a

fim de reordená-la para o bem que bus-

camos. Para podermos perguntar uma

vez mais: o que o Senhor quer de nós?

Este ano, estamos em avaliação de

meio termo de nosso Projeto Apostóli-

co Comum (PAC). O tempo da Quares-

ma é apropriado para deter-nos a exa-

minar quanto nos tem ajudado nesta

conversão permanente rumo a nossa

missão latino-americana.

A avaliação já está em processo. Diver-

sas instâncias estão sendo consultadas.

Queremos saber se, realmente, nos está

ajudando a servir melhor, em que coisas

vamos bem, quais necessitam ser corri-

gidas. É importante revisar os ritmos, os

modos, inclusive os objetivos. Porque

queremos converter-nos ao evangelho,

isto é, ao maior serviço.

Para a construção do PAC, foi muito

importante a participação entusiasta e

massiva de toda a Companhia na América

Latina. Gostaríamos de ter, para essa ava-

liação, uma resposta similar. E, embora

muitas instâncias já estejam sendo con-

sultadas, gostaríamos de escutar de toda a

família inaciana como sentem o PAC.

CONVERSÃO INSTITUCIONAL

A COMPANHIA DE JESUS NA AMÉRICA LATINA † CPAL

Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL

A primeira coisa a saber é se sentiram algo do PAC. Ex-

perimentaram alguma presença da CPAL? Em que sentido e

como poderia melhorar? Sentimos que as prioridades come-

çam a pear em nosso trabalho: a inclusão dos excluídos, a

atenção aos jovens, o diálogo Fé e Culturas, a consciência e

solidariedade latino-americana, a espiritualidade inaciana e

o fortalecimento do corpo apostólico?

Convidamos todos a escreverem uma pequena nota so-

bre como sentem a presença da CPAL e seu projeto em sua

Província, em sua obra, em sua comunidade. Que sugestões

têm para melhorar o que fazemos? Podem enviar seu texto a

[email protected] com o título Avaliação de Meio Termo.

Mas, também, para cada um é uma ocasião de examinar

como anda seu espírito de corpo, perguntando-nos quanto

às prioridades da Companhia, da Conferência, da Província,

estão presentes em minha intencionalidade, como afetam

meu trabalho, quanto as sinto como metas minhas e me aju-

dam a sentir-me parte de algo maior.

Mas devemos dar um passo a mais e perguntar-nos se

nossa instituição sente-se parte de um corpo maior e assu-

me suas metas como próprias, com entusiasmo e criativi-

dade. Perguntando-nos o que temos feito para dar a conhe-

cer o PAC em nossa instituição, em que nos está ajudando a

mudar e dar forças a uma ação conjunta como Companhia

na América Latina.

Que o Senhor nos conceda a conversão para a busca de

Sua vontade, não apenas em nível individual, mas, também

em nível institucional.

É TEMPO DE EXAMINAR NOSSA COMUNIDADE, NOSSA OBRA, NOSSA PROVÍNCIA, NOSSA CONFERÊNCIA, A FIM DE REORDENÁ-LA PARA O BEM QUE BUSCAMOS. PARA PODERMOS PERGUNTAR UMA VEZ MAIS: O QUEO SENHOR QUER DE NÓS?

Page 19: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

19Em

Provincial do Brasil em Manaus

LANÇAMENTO DA REPAM EM ROMA

Entre os dias 24 e 28 de fevereiro,

o padre Valério Ferro esteve em

Manaus para participar do encon-

tro dos jesuítas da Plataforma Apostólica

Amazônia com o Provincial do Brasil, pa-

dre João Renato Eidt. Na ocasião, eles con-

Durante os dias 2 e 3 de março,

realizou-se o lançamento oficial

da Rede Eclesial Pan-amazônica

(REPAM), em Roma (Itália). Com o apoio

do Conselho Pontifício de Justiça e Paz,

presidido pelo Cardeal Peter Turkson,

houve um encontro de diálogo e de so-

cialização em torno dos objetivos e do

desenvolvimento dos eixos estratégicos

da REPAM. Estavam presentes alguns

dos representantes, em Roma, de várias

Congregações religiosas masculinas e

femininas, como também representan-

tes de agências de cooperação interna-

cional ligadas, fundamentalmente, à

Igreja Católica. O padre Alfredo Ferro,

coordenador do Projeto Pan-amazônico

da CPAL (Conferência dos Provinciais

Jesuítas da América Latina), participou

do evento, que teve como objetivo cen-

tral apresentar a Rede, bem como am-

pliar seus horizontes, com o desejo de

ter aliados na Europa, tanto no âmbito

da Companhia de Jesus, como de outras

entidades e instituições.

versaram sobre o andamento do Projeto

Pan-amazônico da CPAL (Conferência dos

Provinciais Jesuítas da América Latina),

bem como sobre sua continuidade.

No encontro, 18 jesuítas estiveram pre-

sentes em um momento bonito de partilha

da caminhada, de convivência e de celebra-

ção, recebendo palavras de ânimo do Provin-

cial para a continuidade da missão na Ama-

zônia, sob a perspectiva da nova Província

BRA, e na relação com o Projeto PAM SJ e com

a REPAM – Rede Eclesial Pan-amazônica.

Fonte: Pan-Amazônia SJ Carta Mensal nº 12 e 13 – Fevereiro e Março 2015

Acesse o link (http://bit.ly/1FDU44v) do Portal Jesuítas Brasil e faça o download da edição completa da

Pan-Amazônia SJ Carta Mensal

Page 20: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

20 Em

COMPANHIA DE JESUS † SERVIÇO DA FÉ

PADRE CÉSAR AUGUSTO TORNA-SE REITOR DO SANTUÁRIO SÃO JOSÉ DE ANCHIETA

Em 19 de março, o padre César Au-

gusto dos Santos tomou posse como

reitor do Santuário Nacional São José

de Anchieta, na cidade de Anchieta, no Espí-

rito Santo. O jesuíta foi diretor do programa

brasileiro na Rádio Vaticano, durante sete

anos, e atuou como postulador (advogado)

no processo de canonização de São José de

Anchieta, em Roma (Itália). Assim, sobre a

nova missão, o religioso a considera como

continuidade do trabalho iniciado em 1996.

“Ser empossado como reitor do Santuário é,

para mim, uma grande e profunda alegria,

uma grande consolação, no sentido inacia-

no”, diz padre César Augusto. “É também uma

grande responsabilidade e um forte sinal de

confiança da Companhia de Jesus e da Igreja.”

Entre os novos desafios, padre César

Augusto conta que pretende tornar o Santu-

ário São José de Anchieta em ponto de pere-

grinações e de visitas espirituais, culturais

e científicas. “Pretendemos desenvolver a

Casa de Exercícios, ao lado do complexo,

como grande centro de espiritualidade e de

apoio ao peregrino. Além disso, trabalhar

com Anchieta significa também lidar com

a História do Brasil. Por isso, já estamos

planejando a criação de um Centro de Pes-

quisa, com biblioteca, inicialmente com

Padre José de Anchieta foi pro-

clamado santo, em 3 de abril de 2014,

pelo Papa Francisco. Como o aniver-

sário de um ano da canonização coin-

cidiu com a Sexta-feira Santa, a missa

de celebração pela data ficará para o

próximo dia 3 de maio, na Igreja Nos-

sa Senhora da Assunção, na cidade de

Anchieta, Espírito Santo.

Nascido em São Cristovão de La-

guna, nas Ilhas Canárias, arquipélago

pertencente à Espanha, em 19 de mar-

ço de 1534, o padre José de Anchieta é

MISSA PELA CANONIZAÇÃO DE ANCHIETA

personagem importante da história do

Brasil. Aos 19 anos, desembarcou com

a comitiva do segundo governador-ge-

ral, Duarte da Costa, e outros seis je-

suítas em Salvador, na Bahia, em 13 de

julho de 1553. Durante os 44 anos em

que viveu em terras brasileiras, o je-

suíta trabalhou como catequista, além

de ter se tornado dramaturgo, poeta,

gramático e linguista, sendo autor da

primeira gramática brasileira. Anchie-

ta faleceu em Reritiba (atual Anchie-

ta), aos 63 anos, em 9 de junho de 1597.

um acervo de 3 mil volumes, arquivos rela-

cionados à Causa da Canonização e cartas de

devotos”, conta o jesuíta, completando que o

Santuário tem a missão de fazer um encon-

tro de Deus com o homem e vice-versa.

Page 21: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

21Em

PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DE PE. RUTILIO GRANDE

A Igreja Católica de El Salvador

deu início, em março, ao pro-

cesso de beatificação do padre

Rutilio Grande. O jesuíta salvadorenho

realizava seu trabalho pastoral nas re-

giões mais pobres do país, onde orga-

nizou comunidades eclesiais, vistas

pelos donos de terras como ameaça ao

seu poder. “É o primeiro padre de uma

grande lista de sacerdotes assassina-

dos em El Salvador”, conta o padre je-

suíta José María Tojeira.

Padre Rutilio Grande foi assassina-

do em 12 de março de 1977, aos 49 anos,

em uma emboscada. Junto com ele,

foram mortos também seus dois co-

laboradores: Manuel Solórzano e o jo-

vem Nelson Rutilio Lemus. O crime foi

atribuído à Guarda Nacional, uma das

forças de segurança mais repressivas

de El Salvador. Durante seu trabalho, o

jesuíta sempre denunciou a desigual-

dade e a injustiça social. “Padre Rutilio

foi um grande sacerdote, um homem

muito preocupado com a formação do

clero e sempre atento ao acompanha-

mento do campesinato e dos pobres.

Nesse sentido, foi um homem de vida

sacerdotal e também de vida aos mais

necessitados. Em nossos dias, é um

modelo exigente, uma pessoa que deu

sua vida para servir aos mais pobres”,

expressou padre Tojeira, ao explicar a

importância do sacerdote para a comu-

nidade salvadorenha.

PADRE RUTILIO FOI UM GRANDE SACERDOTE, UM

HOMEM MUITO PREOCUPADO COM A FORMAÇÃO DO CLERO E SEMPRE ATENTO AO ACOMPANHAMENTO DO CAMPESINATO E DOS POBRES.Pe. José María Tojeira

Fonte| sites Instituto Humanitas Unisinos (IHU)| 20 minutos

Page 22: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

22 Em

COMPANHIA DE JESUS † PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E ECOLOGIA

Jesuítas acolhemhaitianos no Acre

CICLO DE ENCONTROS SERÁ REALIZADO NO CEPAT

Em fevereiro, a residência dos jesu-

ítas em Assis Brasil (AC) recebeu

dois irmãos haitianos. Eles entra-

ram no país via fronteira com o Peru e,

durante a travessia, passaram quatro dias

sem comer. Padre David Romero, pároco

da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo

Socorro, relata que “a experiência de aco-

lher e conviver com os haitianos foi muito

humana e profunda”. Após passar alguns

dias em Assis Brasil, os imigrantes foram

para Curitiba (PR), onde se encontrariam

com familiares.

Ao longo de 2015, o Centro Jesu-

íta de Cidadania e Ação Social

(CJCIAS/CEPAT) promoverá um

ciclo de palestras com o tema Demo-

cracia e Participação Popular.

Os encontros serão realizados men-

salmente, sempre às quartas-feiras, das

19h30 às 22h. As pessoas poderão re-

fletir sobre a participação popular no

mundo atual.

INSCRIÇÕES

As inscrições são gratuitas e podem

ser realizadas pelo e-mail

[email protected] ou

pelo telefone (41) 3349-5343.

No país, os imigrantes haitianos en-

travam, inicialmente, por Tabatinga (AM),

fronteira com a Colômbia e Peru. Depois,

viajavam para Manaus (AM), onde perma-

neciam um tempo, para, depois, rumarem

para o Sul e Sudeste do Brasil. Hoje, a entra-

da dos imigrantes se dá principalmente pela

tríplice fronteira Brasil, Peru e Bolívia.

No ano de 2010, um violento terremoto

devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe.

Após o desastre, milhares de haitianos mi-

graram para outros países à procura de em-

prego e de vida melhor.

Antes de chegar a Assis Brasil, os dois irmãos haitianos passaram quatro dias sem comer

Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social realizará curso às quartas-feiras

Page 23: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

23Em

PUBLICAÇÃO CELEBRA OS 50 ANOS DO CONCÍLIO VATICANO II

FAJE apresenta série de filmes para reflexão

Em 2015, a Igreja Católica cele-

bra o cinquentenário de encer-

ramento do Concílio Vaticano

II. Para comemorar essa importante

A FAJE (Faculdade Jesuíta de Fi-

losofia e Teologia) promoverá o

encontro Para pensar e ser mais,

no primeiro semestre de 2015. Impul-

sionados pelas ideias de contemplação

na ação e busca da maior glória de Deus,

próprias da espiritualidade inaciana,

Todas as entrevistas que compõem

o material poderão ser acessadas li-

vremente por todos os interessados

no Canal: youtube.com/virtheos.

Telefone | (31) 3115-7013

E-mail | [email protected]

Site | www.faculdadejesuita.edu.br

COMPANHIA DE JESUS † DIÁLOGO CULTURAL E RELIGIOSO

data, o Grupo Marista lançou o Dossiê

Vaticano II, material elaborado com o

objetivo de propor uma análise da re-

cepção, interpretação e aplicação do

Concílio na Igreja do Brasil.

Organizado pelo Setor de Pastoral

do Grupo Marista, o material é dividido

em quatro blocos que abordam, respec-

tivamente: O Concílio na vida da Igreja;

O contexto, a convocação, o Concílio e os

documentos conciliares; A recepção, as

aplicações e as interpretações do Concí-

lio; e como os Papas João XXIII, Paulo VI,

João Paulo II, Bento XVI e Francisco rela-

cionaram-se com o Concílio Vaticano II.

Reunindo 28 entrevistados, dentre

eles o arcebispo emérito da Paraíba, dom

José Maria Pires, e o frei dominicano Car-

los Josaphat, que participaram de algumas

sessões do Concílio Vaticano II, o material

serão exibidos filmes que auxiliarão na

reflexão e troca de ideias entre os par-

ticipantes. O evento acontecerá às ter-

ças-feiras às 19h30, no auditório Dom

Helder Câmara, no campus da FAJE, lo-

calizado na Av. Dr. Cristiano Guimarães,

2127, Planalto, Belo Horizonte (MG).

será enviado para o Papa Francisco, para os

cerca de 450 bispos de todo o Brasil e para

as (Arqui) Dioceses.

O Concílio Vaticano II, realizado de

1962 a 1965, no Vaticano, reuniu 2.540 bis-

pos e iniciou um processo de renovação

da Igreja Católica de maneira profunda e

ampla, discutindo temas práticos, pasto-

rais e disciplinares, voltados à vivência

da fé, renovando a Igreja à luz dos novos

tempos, abrindo-a para os grandes pro-

blemas da população e tornando-a mais

próxima da humanidade.

Fonte| Grupo Marista

Page 24: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

24 Em

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS

Entre os dias 12 e 13 de março, o Grupo de Trabalho de Formação de Lide-

ranças da Rede Jesuíta de Educação reuniu-se pela primeira vez, no Rio de

Janeiro. Participaram do encontro os educadores dos colégios que trabalham

diretamente com a formação de liderança inaciana, alunos e ex-alunos. “O

trabalho do GT não é ampliar projetos que existiam nas antigas províncias

em nível nacional, mas, sim, pensar e propor algo novo, considerando o per-

fil dos alunos atuais. O intuito é formarmos líderes servidores”, destacou pa-

dre Mário Sündermann, Delegado para a Educação Básica.

O padre Jonas Caprini, Secretário para Juventude e Vocações e coordena-

dor do programa MAGIS Brasil, também foi convidado para participar do GT.

Segundo o jesuíta, essa aproximação entre a Rede Jesuíta de Educação e o

programa MAGIS, destinado a jovens entre 17 e 32 anos, será um grande avan-

ço na missão da Companhia de Jesus, pois oferecerá uma formação perma-

nente. “Muitos alunos, quando se formam no Ensino Médio, sentem que per-

deram seu porto seguro e retornam aos colégios buscando atividades sociais

e espirituais para continuarem vivendo a espiritualidade inaciana. Criando

essa conexão entre o programa de formação de liderança e o MAGIS Brasil,

esse rito de passagem acontecerá de forma natural”, afirmou padre Jonas.

COMPANHIA DE JESUS † EDUCAÇÃO

Projeto Educativo Comum está em fase de elaboraçãoO PEC (Projeto Educativo Co-

mum) da Rede Jesuíta de

Educação já está em fase de

elaboração. O objetivo desse docu-

mento será subsidiar as 17 unidades

da rede na revisão e reposicionamen-

to do trabalho apostólico da Compa-

nhia de Jesus, na área da Educação

Básica. Além disso, o PEC orientará

as necessidades de renovação, ajuste

e/ou qualificação do que existe atual-

mente. Uma das tarefas centrais para

2015-2016 é focar na aprendizagem

integral.

A dinâmica de construção do PEC

envolverá seminários presenciais,

discussão nas unidades de ensino e a

redação de um documento final, que

será amplamente divulgado e discu-

tido. “Ao longo de 2015, vamos pro-

mover movimentos de disseminação

dos fundamentos que deverão nortear

a reflexão local, regional e nacional.

Será um processo desenvolvido em

conjunto com os profissionais de cada

área. A parceria ajudará na construção

de um horizonte da missão educati-

va da Companhia de Jesus, por meio

da reflexão sobre esses elementos a

partir das dimensões pedagógica, de

formação cristã e administrativa”, ex-

plicou padre Mário Sündermann, De-

legado da Educação Básica.

Os seminários presenciais serão

realizados nos dias 16 e 17 de abril

e nos dias 11 e 12 de maio, no Centro

Cultural João XXIII, no Rio de Janeiro

(RJ). Cerca de 90 educadores já se ins-

creveram para o primeiro encontro, do

PEC Pedagógico. O encontro para o PEC

de Formação Cristã/ Pastoral e o Admi-

nistrativo, que será em maio, contará

com a presença de 100 educadores e

profissionais de diferentes serviços

dos Colégios.

Em março, o Grupo de Trabalho do PEC reuniu-se. Documento subsidiará as unidades da Rede Jesuíta de Educação.

Page 25: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

25Em

COLÉGIO ANTÔNIO VIEIRA ADOTA SISTEMA DE QUALIDADE NA GESTÃO ESCOLAR

No mês de março, o Colégio An-

tônio Vieira começou a utili-

zar o Sistema de Qualidade na

Gestão Escolar. A ferramenta foi desen-

volvida pela FLACSI (Federação Latino-

-americana de Colégios da Companhia

de Jesus), em 2006. O objetivo é conec-

tar a gestão das escolas em um sistema

que permita o acompanhamento inte-

grado dos processos administrativos,

acadêmicos e formativos.

Em 2014, o Sistema começou a ser im-

plantado no Brasil. Os colégios Catarinen-

se, em Florianópolis (SC), São Luís, em São

Paulo (SP), e o Diocesano, em Teresina (PI),

foram os primeiros a utilizar a ferramenta.

Neste ano, além do Colégio Antônio Vieira,

em Salvador (BA), o Sistema será implan-

tado nos colégios Medianeira, em Curitiba

(PR), e Santo Inácio, no Rio de Janeiro (RJ).

“O Sistema de Qualidade na Gestão

Escolar permite, inicialmente, um pro-

cesso de autoavaliação, que dura de 5 a

6 meses, através de diversos âmbitos e

critérios que envolvem a aprendizagem

integral. São analisadas as dimensões:

Clima escolar; Organização, Estrutura e

Recursos; Pedagógico Curricular; Famí-

lia e Comunidade”, destacou o facilitador

externo Luís Eduardo Soares, membro do

Colégio Loyola, em Belo Horizonte (MG),

que realizou a apresentação da ferra-

menta à equipe diretiva do Vieira.

A diretora geral do Colégio Antônio

Vieira, Prof.ª Mariângela Risério, que já

atuou como facilitadora na implanta-

ção do sistema, ressaltou a importância

de a instituição estar bem em todos os

âmbitos avaliados. “É uma ferramenta

construída dentro dos princípios da pe-

dagogia e da espiritualidade inaciana,

que conduzem a filosofia de trabalho dos

97 colégios jesuítas existentes na Amé-

rica Latina. É algo que vem ao encontro

de uma necessidade que as escolas pos-

suem de trabalharem com indicadores

de qualidade, propondo reflexões e tra-

çando novas perspectivas para o nosso

trabalho”, afirmou.

Equipe diretiva do Vieira ao final da apresentação da ferramenta

104 ANOS DE HISTÓRIA

O Colégio Antônio Vieira celebrou 104

anos de história no dia 15 de março. Para

comemorar a data, a instituição promo-

veu uma série de eventos. Apresentações

de música, de dança, de teatro, oficinas e

espaço dedicados para brincadeiras, reuni-

ram pais, alunos, ex-alunos e funcionários,

que aproveitaram a manhã de domingo

com bastante entusiasmo.

A diretora geral da instituição, Prof.ª

Mariângela Risério, agradeceu o empenho

e dedicação de todos os funcionários

para que o aniversário ocorresse da

melhor maneira possível. “Falar em

104 anos de existência implica pensar

quantas pessoas passaram por aqui e

deixaram suas marcas na história do

Vieira, por sua competência e afeti-

vidade, nesse projeto educacional da

Companhia de Jesus. O nosso coração

está cheio de amor por essa trajetória

tão bonita que o Colégio possui, bus-

cando sempre formar o ser humano

por inteiro”, ressaltou.

Page 26: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

26 Em

ALUNOS DA ETE GANHAM DESTAQUENA FEBRACE

CURSO DA FEI PASSA A TER VALIDADE NOS PAÍSES DO MERCOSUL

Os alunos da ETE FMC (Escola Técnica de Eletrônica Francis-

co Moreira da Costa) ganharam destaque na 13ª edição da

Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), realiza-

da na USP (Universidade de São Paulo), entre os dias 17 e 19 de mar-

ço. Os estudantes conquistaram o 2º lugar na categoria de Engenha-

ria, com o projeto Sistema Residencial de Geração de Energia através

do Fluxo de Água com Hidrômetro Digital.

O projeto de Fernando Iemini, Guilherme Costa de Oliveira

e Luis Gabriel Carvalho (foto) já tinha sido destaque na ProjE-

TE 2014. Além do 2º lugar, os alunos ganharam uma credencial

para participar da 5ª Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, no

Rio Grande do Norte, em novembro.

O projeto dos estudantes é composto por duas etapas: a primeira,

é uma turbina geradora de energia, localizada na entrada da caixa de

água. Nela, está acoplado um circuito regulador que carrega as bate-

rias armazenadoras de energia. A segunda parte é constituída por um

hidrômetro digital e sensores que calculam a quantidade de litros de

água que circulam dentro de certos períodos.

O equipamento funciona quando o fluxo da água acelera

a turbina que gera a energia a ser armazenada. Ao mesmo

O

O curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Teleco-

municações, do Centro Universitário da FEI, recebeu a

acreditação instituída pelo sistema ARCU-SUL (Acredi-

tação Regional de Cursos de Graduação) e concedida pelo MEC

(Ministério da Educação). Esse é o reconhecimento necessário

para que a formação obtida no curso tenha validade nos países

membros e associados do Mercosul: Argentina, Bolívia, Chile,

Colômbia, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

A acreditação, que certifica a qualidade acadêmica dos cursos

do Ensino Superior, torna a Instituição referência número um no

respectivo setor, no Brasil e também na América do Sul, além de am-

pliar as perspectivas de trabalho dos diplomados.

O coordenador do curso de Engenharia Elétrica da FEI, Renato

Giacomini, acredita que os discentes formados no curso terão mais

chances no mercado de trabalho também no exterior. “Esse é um

importante reconhecimento, não só para a Instituição, mas também

para os alunos. O diploma, sendo válido em outros países, contribui

para que possam exercer a profissão fora do Brasil”, afirma.

O processo para acreditação começa com a consideração

de bons resultados alcançados no Enade (Exame Nacional de

Desempenho de Estudantes). O curso de Engenharia Elétri-

ca com ênfase em Telecomunicações da FEI passou por uma

avaliação rigorosa, que incluiu entrevistas com alunos, ex-

-alunos, corpo docente e pessoal técnico-administrativo da

Instituição. Uma comissão do INEP (Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), entidade

reguladora desse processo de avaliação no Brasil, verificou,

junto a executivos do setor, se as competências apresentadas

pelos egressos da FEI estavam de acordo com as necessidades

do mercado de trabalho.

Atualmente, o Centro Universitário da FEI tem três cursos re-

conhecidos e com acreditação vigente pelo sistema ARCU-SUL: En-

genharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações (reconhecida

em 2015), Engenharia Têxtil (2014) e Engenharia Mecânica (2014).

FOTO

: WW

W.B

RAS

ILM

ETR

OPO

LE.C

OM

.BR

tempo, o hidrômetro marca o fluxo, permitindo que os usu-

ários monitorem melhor o consumo de água.

Ao longo desses anos, os alunos da ETE FMC já conquistaram

67 prêmios nacionais e internacionais por suas criações inovadoras.

“Nossos alunos são incentivados a pensar pelo bem social e estimu-

lados a usar a criatividade ao desenvolverem protótipos inovado-

res”, explica o diretor geral da instituição, Prof. Alexandre Barbosa.

COMPANHIA DE JESUS † EDUCAÇÃO

Page 27: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

27Em

Casa Manresa promoveformação para jovens

CASA INACIANA DA JUVENTUDEINICIA ATIVIDADES

m março, a CIJ (Casa Inaciana da Ju-

ventude) deu início às atividades de

2015. No dia 7, o Ir. Ubiratan Costa, di-

retor da instituição, realizou uma retrospec-

tiva de 2014 e apresentou o calendário deste

ano, que contará com momentos de espiri-

tualidade, encontros de formação, acompa-

nhamento vocacional, atividades esportivas,

artísticas e culturais.

Nos dias 14 e 15 de março, a CIJ realizou

dois eventos: o Reconciliar Jovem e o deba-

te, suas primeiras atividades do ano. O Re-

conciliar Jovem foi marcado pela reflexão

sobre as cruzes que cada pessoa carrega,

principalmente, aquelas que são frutos de

COMPANHIA DE JESUS † SERVIÇO ÀS JUVENTUDES E VOCAÇÕES

pecados sociais, como a omissão e a falta de

solidariedade. Após essa reflexão, os jovens

reconciliaram-se consigo e com sua histó-

ria, ao mesmo tempo em que renovaram o

desejo de seguir o Cristo amigo.

A Conjuntura Política do Brasil

foi o tema do debate organizado pelo

Grupo de Universitários da CIJ. No

encontro, os jovens discutiram as-

suntos atuais como manifestações,

impeachment, corrupção, liberdade

de expressão e democracia.

A Casa Manresa promoveu a pri-

meira etapa da Escola de Forma-

ção para Jovens, nos dias 21 e 22

de março. Cerca de 20 jovens, entre 16 e 22

anos, das cidades paranaenses de Cascavel

Primeira etapa teve como foco o autoconhecimento

ETAPAS DA FORMAÇÃO

e Toledo, participaram da experiência.

A Escola de Formação para Jovens

foi criada para auxiliar o jovem na sua

vida pessoal, espiritual e comunitária,

ensinando-o a trabalhar com a juven-

tude a partir de sua experiência pesso-

al e em equipe.

Com foco no autoconhecimento,

essa etapa teve como base a vida de Je-

sus e os caminhos que ele percorreu. A

segunda etapa está programada para os

dias 11 e 12 de abril; a terceira, para os

dias 20 e 21 de junho; a quarta, nos dias

22 e 23 de agosto; a quinta, entre 17 e 18 de

outubro; e a sexta etapa acontecerá nos

dias 21 e 22 de novembro.

1ª Autoconhecimento

2ª Afetividade e sexualidade

3ª JUVENTUDES

4ª REALIDADE SOCIAL

5ª ESPIRITUALIDADE

6ª Planejamento

E

Page 28: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

28 Em

que o vitimou não deixa de ser surpre-

sa para muitos.

Para concluir, registramos o testemu-

nho encontrado nos arquivos da Cúria:

“Era o mestre de obras e o traba-

lhador por excelência. Também per-

tencia ao grupo de Irmãos profunda-

mente dedicados e realizados em sua

vocação, merecendo destaque suas

amizades antigas e profundas com os

Irmãos Allochio, Raad e Xavier. Desde

a juventude, foi envolvido com cons-

truções e reformas, trabalhando com

engenheiros, técnicos, serventes e

profissionais com a mesma simplici-

dade e reponsabilidade. Seu senso de

humor no trocadilho das palavras e ex-

pressões o fazia um companheiro que

não oferecia obstáculos ou problemas

de relacionamento.

Muito piedoso, tinha grande preo-

cupação com os pobres, aos quais pro-

curou ajudar quando recolhia materiais

recicláveis e com estes recursos socor-

ria algumas famílias mais necessitadas.

Zeloso e devoto do Coração de Jesus foi

um dos principais divulgadores e cola-

boradores do Mensageiro do Coração de

Jesus e da Folhinha, ambos divulgados

amplamente entre os funcionários.

Muito tranquilo e silencioso, sa-

bia levar com constância as tarefas de

sua função, com muitas iniciativas,

criando um clima de trabalho amis-

toso e cordial entre as pessoas. Era

muito atento aos detalhes da vida co-

munitária. Por todas as casas em que

trabalhou, deixou uma boa imagem e

fez muitas amizades, principalmente

entre os funcionários. Descanse na

Casa do Pai”.

O MINEIRÍSSIMO Ir. Resende

nasceu em 1929, em Resende

Costa. Não investigamos se a

cidade deu a ele o nome ou vice-versa.

Encrustada nas terras altas da Manti-

queira, fica perto das nascentes do Rio

das Mortes que, abaixo, dá vida ao Rio

Grande, aquele das Furnas e, no final,

da gigante Itaipu.

Ir. Resende ingressou na Companhia

de Jesus com seus 20 anos de juventude

ainda em Nova Friburgo. Logo depois de

fazer o Noviciado, encontramo-lo já em

Itaici, de novo no Noviciado, agora cui-

dando da horta e do pomar, da fazenda,

do gado e dos funcionários locais. Lem-

bremos que, naquele tempo, era a fazen-

da que alimentava as pessoas: noviços,

juniores, escolásticos, padres e irmãos.

Esse ofício, conhecido pelo nome gené-

rico de ad domestica, ocupará o Ir. Re-

sende na maior parte de sua longa vida

na Companhia.

Em 1960, conclui a sua formação

na Companhia com a Terceira Prova-

ção feita em Pareci Novo (RS), uma das

poucas oportunidades em que se en-

controu no “exterior”, fora do círculo

Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Nes-

se círculo, roda pelas diversas obras

das Províncias: primeiro, a Goiano-

-Mineira; depois, a Central; e, por úl-

timo, a BRC (Província Brasil Centro-

-Leste). No finalzinho da vida, pôde

ainda testemunhar o nascimento da

Província do Brasil (BRA). Trabalhou

duas vezes em Santa Rita do Sapucaí

(MG), duas vezes em Nova Friburgo

(RJ), em Belo Horizonte (MG), duas ve-

zes em Juiz de Fora (MG), duas vezes

em Brasília, em Campinas (SP) e em

São Paulo (SP). E, finalmente, no Rio

de Janeiro (RJ), onde morou durante

30 anos. Foi no Rio que granjeou mui-

tos amigos, repartindo a folhinha do

Sagrado Coração de Jesus, brindando

a comunidade e os empregados com

as deliciosas bananas e outros frutos

da terra que ele trazia do sítio do Colé-

gio no Recreio dos Bandeirantes. Às 6

horas da manhã, todos os dias, ligava

as bombas de refrigeração e exaustão

do prédio da comunidade e do colégio.

A qualquer hora, dia ou noite, estava

pronto para resolver ou encaminhar

problemas de água, luz, elevadores...

Sempre que podia, com a ajuda de um

funcionário, “fugia” para o sítio, onde

passava o tempo cavoucando na terra e

cultivando frutos.

Do Rio partiu, em 2013, para cuidar

da saúde em Belo Horizonte, mas sem-

pre com a esperança de retornar... No

primeiro dia de março de 2015, após

um infarto, devolvia ao Criador a sua

vida repleta de serviço humilde e cari-

doso. Por detrás de uma fachada rude

que botava apelido nos funcionários

e ria com eles sem machucar, escon-

dia um coração compassivo e prático.

Levantava-se muito cedo para rezar e

cuidar dos compromissos. Quando os

funcionários do dia chegavam, ele já

estava pronto, café frugal tomado e ro-

tinas cumpridas. Vegetariano ou qua-

se, não comia carne e evitava outros

alimentos e bebidas fortes. O infarto

NA PAZ DO SENHORIR. EDGAR ARMANDO DE RESENDE Por Pe. José Luis Fuentes Rodriguez

Page 29: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

29Em

NA PAZ DO SENHORPE. AMARILHO CHECON Por Pe. José Luis Fuentes Rodriguez

normais, em 2011, retorna ao Brasil e à sua

querida PUC, onde passa os últimos anos de

sua caminhada terrestre, sempre animado

e animando seus companheiros e sem per-

der o senso de humor e a alegria de viver. Pe.

Checon gostava muito de conversar sobre os

mais diversos assuntos. Possuía uma visão

crítica da Igreja, da Companhia de Jesus e da

sociedade, mas expressava sua opinião sem

jamais ofender quem quer que fosse. Era re-

alista, porém tinha uma viva experiência de

Deus, logo era, também, alguém que amava

a vida, amava o ser humano e não tinha mais

juventude, mas seguiu até o fim com uma

contagiante jovialidade. Otimismo, alegria,

conciliação, perseverança e paciência nas

crises, acolhimento das pessoas e compe-

tência no trabalho científico foram suas

principais qualidades indicadas por jesuítas,

amigos e parentes que com ele conviveram

nas várias etapas de sua vida.

Pe. Checon encontrava-se com uma

válvula coronária funcionando mal, o que

lhe acarretava anemia e, portanto, cansaço

exagerado. Ele tinha plena consciência dos

riscos de uma intervenção cirúrgica desse

porte, quadro que se agravava por já estar

com 88 anos. Como ele estava em perfeito

uso da razão, quando foi lhe oferecida a pos-

sibilidade de optar pelo tratamento, ele de-

cidiu submeter-se à cirurgia. Foi internado

na quarta-feira de Cinzas e operado no dia

seguinte. Ele aguentou bem a cirurgia, mas,

devido a uma hemorragia, foi necessária

uma nova cirurgia corretiva, realizada pou-

co tempo depois da primeira. Novamente,

aguentou bem, mas houve, como já se espe-

rava, problemas na recuperação: surgiram

coágulos e infecção. O quadro foi se agra-

vando cada vez mais devido à insuficiência

respiratória e renal, culminando com seu

falecimento no dia 10 de março.

Pe. Checon nasceu em Alto Pongal,

Anchieta (ES), em 22 de julho de

1926. O nome da família certamente

integra a relação de imigrantes italianos

que povoaram a região de Anchieta e ar-

redores. Foi batizado na capela do local e

crismado na vizinha Joeba, mais acima na

Serra do Mar. Em 1940, com 14 anos de ida-

de, parte para Nova Friburgo (RJ), pescado

por algum jesuíta que missionava na região

de Anchieta, Iconha e Alfredo Chaves. Em

Nova Friburgo, conclui o Ensino Funda-

mental e cursa também o Ensino Médio

na “Escola Apostólica” (Colégio Anchieta).

No ano seguinte, ingressa no Noviciado ali

mesmo, faz os primeiros votos dois anos

depois e continua os estudos no Juniorado,

sem de lá sair, até 1948. Mais três anos de

Filosofia, ainda em Nova Friburgo. O local

específico agora se chama Colégio Máximo

Anchieta. Estamos em 1953, quando passa-

dos longos 14 anos na serra, chega a hora do

“magistério”, realizado por dois anos (1953-

1954) na cidade natal, Anchieta, no Seminá-

rio Menor ali mantido pela Vice Província

Goiano-Mineira da Companhia de Jesus.

Hora de voos mais altos e longos, estu-

da Teologia no norte da Espanha, Comillas,

Santander. Por lá mesmo, é ordenado diá-

cono e, logo mais tarde, presbítero, em 1957,

concluindo a Teologia em meados do ano se-

guinte. Entre 1958 e 1963, Pe. Checon estuda

Ciências Físicas na Fordham University, em

Nova York (EUA). Retorna à pátria para con-

cluir a longa formação do jesuíta com a Ter-

ceira Provação feita em Três Poços, Volta Re-

donda (RJ), em 1963. Por ocasião dos Últimos

Votos, em fevereiro de 1965, já se encontra de

novo em Nova York, cursando Física Nucle-

ar na Instituição “The City of New York”, nos

anos de 1964-1969. Com essa bagagem, está

pronto para prosseguir nos estudos e traba-

lhar na PUC-Rio, onde passará os próximos

25 anos seguidos de sua vida ativa e produ-

tiva. Foi sucessivamente: professor de Física,

de Religião; consultor da casa e da PUC; coor-

denador administrativo do Departamento de

Física; Chefe de Laboratório; decano do Cen-

tro Técnico-Científico; professor de Teologia;

coordenador do Centro de Pastoral; Vice-Rei-

tor Comunitário; e Coordenador de Assuntos

Internos. É desse período que escutamos

belos testemunhos de sua pessoa, vida e tra-

balho: “Pe. Checon é um jesuíta dedicado ao

mundo das ciências na PUC-Rio, pela qual

tem um amor e carinho extraordinários,

sempre atuando no departamento de Física.

É empreendedor e voltado para os problemas

universitários, constantemente representa

a Universidade em projetos e empreendi-

mentos que envolvem parcerias fora do país.

Aproveita as oportunidades para atividades

pastorais em paróquias americanas, prin-

cipalmente atendendo brasileiros que lá se

encontram. Homem jovial, alegre e inquieto,

tem boa formação religiosa e espiritual; é fra-

terno e presente na vida comunitária”.

De 1996 a 2011, por solicitação de um

bispo que pedia um capelão para dar assis-

tência aos latinos da periferia de Nova York,

Pe. Checon parte de novo e lá realiza seu

ministério sacerdotal durante 15 anos, com

grande proveito e aceitação. Vigário e Cape-

lão de comunidades latinas, testemunhou

entre oradores e imigrantes seu espírito

acolhedor e seguidor do Mestre de Nazaré.

Sob o peso da idade e as limitações físicas

Page 30: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

30 Em

(MG), passou por um tempo de recuperação

na Casa dos doentes e na residência do Co-

légio Loyola e, dentre outras atividades, co-

laborou na Paróquia de Jesus Ressuscitado,

no bairro Lindéia. Passou também pelo CCB

(Centro Cultural de Brasília) e pelo Centro

Cultural João XXIII, no Rio de Janeiro (RJ).

Em 1999, viajou ao Mato Grosso para rever

amigos e colaborar em outra missão.

De 2000 a 2015, esteve na Residência

Ir. Luciano Brandão, em Belo Horizonte

(MG), cuidando da própria saúde. Nos úl-

timos meses, seu quadro de saúde foi se

agravando e a pneumonia avançou signi-

ficativamente, provocando-lhe constantes

momentos de insuficiência respiratória,

causa de sua morte. As forças foram, len-

ta e gradualmente, diminuindo e isso o

preparou para a Páscoa definitiva. Dentre

as mensagens recebidas, transcrevemos o

testemunho de Waldemar Bettio:

“No dia do falecimento, 22 de março,

após a missa, Pe. Itamar Gremon, assistente

da Residência, ministrou-lhe a Unção dos

Enfermos. Antes, disse-lhe que ia fazê-lo

pedindo para que Deus lhe desse a saúde da

maneira como achasse melhor, que sentia-

-se honrado por tê-lo conhecido e que sua

missão como cristão e como jesuíta fora

cumprida, portanto, caso desejasse partir

ao encontro daquele que fora a razão do

seu viver e servir, que fosse em paz. De mi-

nha parte, apertei-lhe a mão e disse-lhe que

sentisse, nesse gesto, a presença de todos os

missionários do CIMI e dos povos indígenas

por cujos direitos lutara, que as mensagens

enviadas eram expressão da comunhão e so-

lidariedade dos seus amigos, e, caso sentisse

ser a hora de enveredar pelas trilhas da Aldeia

Definitiva, que o fizesse em paz e na certeza

de ter cumprido sua missão. Após a bênção,

ele serenou ainda mais.” Padre Iasi tinha 94

anos de idade e 74 de Companhia de Jesus.

Dia 23 de março de 2015, a comuni-

dade jesuíta despediu-se do amigo

padre Antônio Iasi Jr. em cerimônia

simples, mas significativa. Estavam presen-

tes e representados aqueles que, em vida,

lhe foram caros: jesuítas, a CIMI (Conselho

Indigenista Missionário), a CPT (Comissão

Pastoral da Terra), ex-jesuítas que com ele

trabalharam no Mato Grosso, enfermeiras e

cuidadoras, pessoas da comunidade e dom

José Maria Pires, que fez lembrar dom Pedro,

dom Tomás, dom Erwin e tantos outros bis-

pos comprometidos com as “periferias exis-

tenciais”. Faltaram os índios, apenas fisica-

mente; afetiva e espiritualmente estavam

ali: pelas imagens, pelas mensagens envia-

das, pelos textos lidos e pela lança que o Iasi

segurava entre as mãos, no caixão, presente

de jovens Pataxó pelos 94 anos do padre,

lança que levou consigo para o túmulo.

Após a homilia, Antônio Eduardo, co-

ordenador do CIMI-Leste, leu dois belos

textos enviados pelo CIMI Nacional, uma

jovem leu a mensagem enviada pelo Canu-

to. No momento do sepultamento, junto

com a chuva de pétalas de rosas, foi dito aos

coveiros que ali estava sendo enterrado um

senhor de 94 anos, que lutou pelos pobres e

defendeu os povos indígenas.

O santo personagem nasceu em São

Paulo aos 5 de abril 1920. Frequentou o

curso noturno do Colégio São Luís, em São

Paulo (SP), onde concluiu o ginasial. Com

21 anos, entrou na Companhia de Jesus no

Noviciado de Nova Friburgo (RJ). Na mesma

cidade e casa, passou os seguintes oito anos

dando os passos rituais da formação do

jesuíta: dois anos de Noviciado, três de Ju-

niorado e três de Filosofia. A experiência do

Magistério foi realizada nos Colégio Loyola

(Belo Horizonte/MG) e Santo Inácio (Rio de

Janeiro/RJ), um ano em cada um. Em Bogotá

(Colômbia), estudou Teologia, sendo orde-

nado presbítero em 1954. Quatro anos após,

fez a Terceira Provação em Três Poços, Volta

Redonda (RJ), e professou os últimos votos

em 1959. No intervalo entre a ordenação e a

Terceira Provação, trabalhou no Colégio São

Luís, como coordenador de alunos (“prefei-

to de disciplina”). E, um ano antes de partir

para a missão de sua vida em terras indíge-

nas, foi Secretário Nacional da Fé e membro

do Comité Latino-americano da Fé.

A partir de 1970, interna-se nas terras do

imenso Mato Grosso, ainda não dividido em

dois estados. Tendo como base a paróquia

do Santíssimo Rosário de Cuiabá, exerce a

pastoral indígena entre os índios de várias

tribos, pacificando, intervindo nas questões

da terra, sempre conflitivas. Integra o CIMI,

ligado à CNBB (Conferência Nacional dos

Bispos do Brasil). Por conta desse envolvi-

mento pastoral, ele passa parte dos anos

de 1983 e 1984 na Nicarágua e os dois anos

seguintes em Brasília. Entre 1989 e 1992, fica

um tempo em Goiânia (GO) e, como missio-

nário, no Tocantins e São Félix do Araguaia,

no Piauí. Mais de 20 anos na labuta. Foi esse

certamente o período marcante da sua vida

missionária. Viveu tempos difíceis dentro e

fora da Igreja; ficou sempre do lado dos ín-

dios, lutando pelos seus direitos e expondo-

-se a incompreensões e oposições.

A partir de 1993, passou por várias casas

e obras da Companhia entre “civilizados”.

Foi vigário na Igreja de São Gonçalo, em

Nova Friburgo (RJ), e no Hospital Geriátrico,

em São Paulo. Depois, em Belo Horizonte

NA PAZ DO SENHORPE. ANTÔNIO IASI JÚNIOR Por Pe. José Luis Fuentes Rodriguez

Page 31: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil

31Em

JUBILEUS

AGENDA

60 ANOS DE COMPANHIA

Em 6 de março

Pe. Antônio José Mª. de Abreu

Pe. Paulo Lisbôa O portal da Companhia de Jesus do Brasil

Assessoria | Anchietanum Idade | De 17 a 32 anosInício | 30 de abril, às 20hTérmino | 3 de maio, às 14hLocal | Casa de Retiros Vila Kostka - Itaici (Indaiatuba/ SP)Contato | (19) 2107-8501 / 2107-8502Site | www.itaici.org.br

ABRIL

Palestrante | Renato da Silveira Borges NetoLocal| PUC-Rio, Campus Gávea – Rua Marquês de São Vicente, 225 – Rio de Janeiro (RJ)Site| www.clfc.puc-rio.br

29PALESTRA: FRANCISCO, BARTOLOMEU I E A REUNIFICAÇÃO DOS CRISTÃOS

30EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS PARA JOVENS – EEJ | PROJETO DE VIDA

MAIO

Orientador | Pe. Adroaldo Palaoro, SJLocal | CARPA (Casa de Retiros Padre Anchieta) – Rio de Janeiro (RJ)Contato | (21) 3322-3069/ 3322-3678 e 3324-5712Site | www.casaderetiros.org.br

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

11 A 19

Elefante Branco – às 19h30Comentários: Prof. Dr. Paulo César BarrosLocal | Auditório Dom Helder Câmara – Campus da FAJE – Av. Dr. Cristiano Guimarães, 2127 – Belo Horizonte (MG). Contato | (31) 3115-7013 [email protected] | www.faculdadejesuita.edu.br

12FILMES PARA PENSAR E SER MAIS

Page 32: Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil