em tempo - 11 de setembro de 2015

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 1,00 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, DIA A DIA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA E PÓDIO. MÍN.: 25 MÁX.: 38 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII – N.º 8.872 – SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO DENÚNCIAS • FLAGRANTES 98116-3529 FOTOS: ARTHUR CASTRO O Instituto de Educação e Tecno- logia (Inet) pode ter as atividades suspensas. O MP ingressou com ação na Justiça Federal para proibir a oferta de cursos. Dia a dia C5 Faculdade pode ser fechada EM ITACOATIARA VAI DOER NO BOLSO A população está preparada e vai entender caso precise pagar mais impostos para o país voltar a crescer e criar empregos. Ao menos é o que pensa o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que convocou entrevista para falar sobre as ações a serem adotadas após a perda do grau de inves- timento pelo Brasil. Ele informou que um pacote de medidas será anunciado até o fim de setembro, sem dar detalhes. Economia B3 DILMA A presidente convocou uma reunião de emer- gência e pediu aos minis- tros mais agilidade para cortar gastos. AMAZONAS Os indicadores nega- tivos da indústria e do comércio amazonense tendem a piorar, ava- liam especialistas. BANCOS A Standard & Poor’s rebaixou os ratings de 13 bancos brasileiros, entre eles o Banco do Brasil, Itaú e Bradesco. DÓLAR O dólar comercial dis- parou. Às 10h de ontem, avançava 1,5%, vendi- do a R$ 3,859. Mais cedo, bateu R$ 3,90. Uma equipe internacional de pesquisadores anunciou a des- coberta de um novo ancestral pertencente ao gênero humano, o Homo Naledi. Mundo C7 A NOVA ESPÉCIE HUMANA DESCOBERTA O jornal AGORA já está no IVC, órgão que realiza serviço de audi- toria multiplataforma, conferindo circulação e distribuição de jor- nais e revistas. Dia a dia C3 AGORA JÁ TEM O IVC JORNAL A Assembleia Legisla- tiva vai encampar a luta pelo Passe Livre estudan- til em Manaus. Para isso, já marcou um debate sobre o tema. Política A5 APOIO AO PASSE ESTUDANTIL O canoeiro Josias de Oliveira Alves, 27, teve a prisão temporária convertida em preventiva, depois de ter confessado que jogou o próprio filho, de 4 meses, no rio Negro. A mãe da criança, Cleudes Maria Batista, 22, ganhou liberdade condicional. Dia a dia C4 O DESFECHO DESSA HISTÓRIA BIZARRA Entra e sai na cadeia: a mãe da criança, Cleudes Maria Batista, ganha liberdade e o pai, o canoeiro Josias de Oliveira Alves, fica atrás das grades DIVULGAÇÃO ÔNIBUS PODE IR A R$ 3,46 O Sinetram informou que o benefício de insalubridade para todos os trabalhadores poderá ter um impacto de pelo menos 10% no valor da tarifa do transporte coletivo. Atualmente, o valor é de R$ 3,15 e caso a Justiça de- termine o pagamento do benefício, a tarifa passará a ser R$ 3,46 . Última Hora A2 A CONTA É DO GOVERNO, O SACRIFÍCIO É NOSSO Aviões do Forró faz show em Manaus, sábado, e fala sobre o público local, além de comentar o mais recente tra- balho, o DVD “Pool Party do Aviões”. Plateia D4 e D5 CAIA NO FORRÓ COM OS AVIÕES O governo vai, deve cortar gas- tos, sim. Mais do que já cortou em alguns casos Joaquim Levy, ministro da Fazenda DIVULGAÇÃO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 11 de setembro de 2015

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

1,00

TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, DIA A DIA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA E PÓDIO. MÍN.: 25MÁX.: 38

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII – N.º 8.872 – SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116-3529

FOTO

S: A

RTH

UR

CAST

RO

O Instituto de Educação e Tecno-logia (Inet) pode ter as atividades suspensas. O MP ingressou com ação na Justiça Federal para proibir a oferta de cursos. Dia a dia C5

Faculdade pode ser fechada

EM ITACOATIARA

VAI DOER NO BOLSOA população está preparada e vai entender caso precise pagar mais impostos para o país voltar a crescer e criar empregos. Ao menos é o que

pensa o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que convocou entrevista para falar sobre as ações a serem adotadas após a perda do grau de inves-timento pelo Brasil. Ele informou que um pacote de medidas será anunciado até o fi m de setembro, sem dar detalhes. Economia B3

DILMA A presidente convocou

uma reunião de emer-gência e pediu aos minis-tros mais agilidade para cortar gastos.

AMAZONASOs indicadores nega-

tivos da indústria e do comércio amazonense tendem a piorar, ava-liam especialistas.

BANCOSA Standard & Poor’s

rebaixou os ratings de 13 bancos brasileiros, entre eles o Banco do Brasil, Itaú e Bradesco.

DÓLARO dólar comercial dis-

parou. Às 10h de ontem, avançava 1,5%, vendi-do a R$ 3,859. Mais cedo, bateu R$ 3,90.

Uma equipe internacional de pesquisadores anunciou a des-coberta de um novo ancestral pertencente ao gênero humano, o Homo Naledi. Mundo C7

A NOVA ESPÉCIE HUMANA

DESCOBERTA

O jornal AGORA já está no IVC, órgão que realiza serviço de audi-toria multiplataforma, conferindo circulação e distribuição de jor-nais e revistas. Dia a dia C3

AGORA JÁ TEMO IVC

JORNAL

O jornal AGORA já está no IVC, órgão que realiza serviço de audi-toria multiplataforma, conferindo circulação e distribuição de jor-

A Assembleia Legisla-tiva vai encampar a luta pelo Passe Livre estudan-til em Manaus. Para isso, já marcou um debate sobre o tema. Política A5

APOIO AO PASSE ESTUDANTIL

O canoeiro Josias de Oliveira Alves, 27, teve a prisão temporária convertida em preventiva, depois de ter confessado que jogou o próprio fi lho, de 4 meses, no rio Negro. A mãe da criança, Cleudes Maria Batista, 22, ganhou liberdade condicional. Dia a dia C4

O DESFECHO DESSA HISTÓRIA BIZARRAEntra e sai na cadeia: a mãe da criança, Cleudes Maria Batista, ganha liberdade e o pai, o canoeiro Josias de Oliveira Alves, fi ca atrás das grades

DIV

ULG

AÇÃO

ÔNIBUS PODE IR A R$ 3,46O Sinetram informou que o benefício de insalubridade para todos os trabalhadores poderá ter um impacto de

pelo menos 10% no valor da tarifa do transporte coletivo. Atualmente, o valor é de R$ 3,15 e caso a Justiça de-termine o pagamento do benefício, a tarifa passará a ser R$ 3,46. Última Hora A2

A CONTA É DO GOVERNO, O SACRIFÍCIO É NOSSO

Aviões do Forró faz show em Manaus, sábado, e fala sobre o público local, além de comentar o mais recente tra-balho, o DVD “Pool Party do Aviões”. Plateia D4 e D5

CAIA NO FORRÓ COM OS AVIÕES

O governo vai, deve cortar gas-tos, sim. Mais do que já cortou em

alguns casos

Joaquim Levy,ministro da Fazenda

DIV

ULG

AÇÃO

SEXTA-FEIRA 11_09.indd 3 11/09/2015 01:02:34

Page 2: EM TEMPO - 11 de setembro de 2015

A2 Última Hora MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Valor da tarifa de ônibus pode subir para R$ 3,46Alta pode acontecer caso a Justiça determine o pagamento do benefício de insalubridade aos trabalhadores de transporte coletivo

O benefício de in-salubridade para todos os trabalha-dores do sistema

de transporte coletivo de Manaus poderá ter um im-pacto de, pelo menos, 10% no valor da tarifa do serviço. Atualmente, o valor é de R$ 3,15 e, caso a Justiça determine o pagamento do benefício, a tarifa passará a ser R$ 3,46, conforme infor-mou ontem o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram).

De acordo com o advoga-do do sindicato, Fernando Borges, toda a população amazonense está sujeita ao calor típico da região, sendo estranho que apenas a cate-goria seja beneficiada com o adicional de insalubridade.

Para o advogado, a de-cisão de pagamento do benefício não aponta que tipo de doença acome-teria os trabalhadores de transporte coletivo da cidade, especificamente.

“As empresas não são con-tra pagar o adicional caso houvesse previsão legal, porém quem vai arcar com essa conta é o usuário ou o poder público. Atualmente,

o valor da tarifa não per-mite que haja o pagamento desse benefício. Claro que nos preocupamos com os colaboradores, entretanto não podemos comprome-ter o equilíbrio econômico das empresas, até porque o país vive um momen-to delicado por conta da grave crise econômica”,

explicou o advogado.Ainda de acordo com Bor-

ges, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) não julgou originalmente o caso, mas indeferiu um recurso e man-teve a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em conceder o adicional de insalubridade, sendo que o laudo pericial apontou 28°C dentro dos coletivos. Advogado do Sinetram informou que as empresas não são contra pagar o adicional caso houvesse uma previsão legal para isso

AET

Salário de R$ 27,5 mil em concursoAté o dia 24 de outubro

estarão abertas as inscri-ções para o concurso do Ministério Público do Esta-do do Amazonas (MP-AM). Ao todo, serão oferecidas 12 vagas, sendo uma delas reservada para pessoas com deficiência, e a remuneração é de R$ 27,5 mil.

O certame será realizado pela Fundação Escola Su-perior do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Os interessados devem efetu-ar inscrição pelo site www.concursosfmp.com.br.

Após preencher o formulá-rio de inscrição, o candidato deverá pagar o boleto ban-cário em qualquer agência, no valor de R$ 275, até o dia 26 de outubro de 2015.

O concurso será realizado em três etapas. A primeira será a preliminar, com prova de caráter eliminatório, a ser realizada na data provável de 22 de novembro de 2015.

A segunda fase é interme-

MP-AM

Veículo pega fogo no centro de Manaus

Um veículo, de modelo Fiat Ducato, cor branca e placa JXU 4338, que per-tence à empresa Norbon Comércio e Ltda., pegou fogo no início da noite de ontem (10).

O sinistro, que ocasionou perda total do carro, ocor-reu na esquina das ruas Isa-bel e Andradas, no Centro, por volta de 18h, próximo à Manaus Moderna.

De acordo com o proprie-tário do Fiat, identifi cado como Ari Ângelo Gurbert,

62, o veículo havia transi-tado o dia inteiro na cidade e não havia ninguém em seu interior no momento em que as chamas se es-palharam.

O Corpo de Bombeiros informou que tudo indica que o carro tenha pegado fogo devido ao aquecimen-to do motor.

Foram necessários cinco litros d’água e seis homens para conter as chamas, que só foram controladas 30 minutos depois.

PERDA TOTAL

Aquecimento do motor teria causado o incêndio no carro

DIVULGAÇÃO

Concurso n. 775 (10/09/2015)

Extração nº 05004 (9/9/2015)

FEDERALFEDERAL

Prêmio Bilhete Valor (R$)

1º 22.613 300.000,00

2º 73.669 18.600,00

3º 08.175 18.300,00

4º 58.795 18.000,00

5º 43.027 17.067,00

Concurso n. 1418 (8/9/2015)

14 31 32 33 37 39

DUPLA-SENADUPLA

Primeiro sorteio

14 21 23 27 32 46

Segundo sorteio

Concurso n. 1588 (9/9/2015)

LOTOMANIALOTOMANIA

04 08 21 26 29

38 41 44 54 55

56 59 62 70 78

81 82 94 95 96

Concurso n. 3880 (10/9/2015)

24 33 35 38 42

QUINAQUINA

LOTOFÁCILLOTOFÁCIL

TIMEMANIATIMEMANIA

06 21 31 33 48 64 78

Time do coração

MARÍLIA/SP

LOTERIAS

Concurso n. 1740 (9/09/2015)

MEGA-SENAMEGA-SENA

FONTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

10 15 25 38 47 53

01 02 06 08 10

11 12 13 14 15

16 18 19 22 23

Concurso n. 1256 (9/9/2015)

Provas do concurso estão previstas para acontecer em novembro

diária, com provas discursi-vas de caráter eliminatório e classificatório, previstas para acontecerem no mês de janeiro de 2016.

Já a fase final será cons-tituída por provas orais de caráter eliminatório e classi-ficatório, com data provável para realização de 23 e 24 de março de 2016. Em se-guida, acontece a prova de tribuna, de caráter elimina-

tório e classificatório, a ser realizada na data provável de 19 e 20 de abril de 2016. Por fim, a prova de títulos, de caráter classificatório, a ser realizada na data provável de 16 e 17 de maio de 2016.

A comprovação de 3 anos de atividades jurídicas será exigida.

O edital do concurso já está disponível no site www.mpam.mp.br.

AET

DOENÇASegundo advogado do Sinetram, a decisão de pagamento do bene-fício não aponta que tipo de doença acome-teria os trabalhadores de transporte coletivo da cidade, especifi ca-mente

A02 - ÚLTIMA HORA.indd 2 11/09/2015 00:51:16

Page 3: EM TEMPO - 11 de setembro de 2015

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 A3Opinião

Os motoristas de táxi têm razão ao defender com unhas e dentes o seu mercado da invasora Uber, um táxi que ainda tem vergonha de ser táxi. A Uber, em nome das revoluções tecnológicas instantâneas, a que não é fácil se adaptar, apregoa um serviço de transporte individual, salvador da pátria amada congestionada. Mas não é esse o seu melhor discurso. O que pretende mesmo é anular qualquer intervenção do Estado nos negócios, que devem ser regidos pelos humores livre mercado, até o momento em que a autofagia devorar esse mercado e o Estado precisar intervir com trilhões de dinheiros sacados da poupança do cidadão inocente.

A Uber não tem compromissos com a arrecadação do Estado. O cidadão é livre para fazer o que quer. Nesta semana, a Câmara Municipal de São Paulo proibiu a entrada da Uber na cidade, para felicidade geral dos taxistas. Só depende, agora, da canetada do prefeito paulistano, Fernando Haddad, que integra uma categoria de políticos para quem a maioria, mesmo errada, sempre está certa: é ela quem tem mais votos e elege ou não. Mas a derrota da Uber e a vitória dos taxistas em São Paulo têm prazo de validade.

A Uber precisará apenas de um ajustamento de exigências legais, reclamadas pelos taxistas, e que podem resumidas no que é a obsessão de governo, em todo o país: pagamento de impostos. A turma da Uber deixará de ser ilegal, ao se conformar à lei, para transformar-se em núcleo de cidadãos empreendedores, donos do próprio negócio, patrões de si mesmos e zelosos contribuintes. Os políticos vão, dessa vez, votar a favor da Uber – por que não, eles não transformaram moto-queiros em mototaxistas? Os taxistas terão que fazer a sua “abertura dos pontos”. Arrecadação de mais impostos? Dilma e Levy vão aprovar esse novo arranjo. É uma questão de tempo.

Para aqueles que não perderam a esperança no Brasil e se recusam a reforçar o discurso do “quanto pior, melhor”. A hora é de unir esforços e cada um dar sua contribuição para resgatar a credibilidade do país.

Resgate da esperança

APLAUSOS VAIAS

Sem bonança

— Não conheço líder que te-nha entrado para a história em época de bonança. Os grandes líderes da história mundial se tornaram grandes líderes numa época de difi culdades. Eu disse isso na primeira reunião que tive com a presidente Dilma: a senhora precisa nos liderar –, afi rmou Omar Aziz.

Mais ação... Omar disse mais:— Não dá para escamote-

ar, não dá para mentir. Nós queremos uma história verda-deira para este país. E essa história verdadeira, só com wuma pessoa liderando.

...Menos papo! O senador do Amazonas disse

que agora, mais do que nunca, Dilma precisa cumprir o papel de grande líder.

— Senão, nós vamos fi car aqui debatendo a crise e não as soluções para ela – fi nalizou o senador do Amazonas.

Pró-impeachment

O deputado federal Pauder-ney Avelino (Democratas-AM) participou do lançamento do Movimento Pró-Impeachment da presidente Dlma.

— O Brasil não aguenta mais este desgoverno! – detonou o parlamentar.

Abaixo-assinado

O movimento suprapar-tidário criado na Câmara, lançou um site com abaixo-assinado pelo impedimentoda presidente.

A página já está no ar no www.proimpeachment.com.br.

Incompetência

Para o parlamentar amazo-nense, o movimento representa o clamor das ruas e dos brasi-leiros, que apontam a incom-petência do governo na gestão econômica e política do país.

Rebaixamento

Avelino disse que esse é um governo leniente com a cor-rupção e que levou o Brasil a uma situação de vergonha tanto entre nós, brasileiros, quanto fora do país.

— O rebaixamento do Brasil como mau pagador é o re-fl exo internacional da crise interna que vivemos –, falou Pauderney durante o evento de lançamento.

Ação entre amigos

Alguém precisa informar ao Departamento de Vigilância Sanitária (DVisa) que ações de interesse da sociedade, como apreensões de alimentos, pre-cisam ser informadas a todos os meios de comunicação.

□Defi nitivamente, privilegiar um

veículo de comunicação acerca de ações do órgão destoa do perfi l do prefeito Arthur Neto.

Mui ética!

A assessoria da DVisa, que sempre prega ética entre os jor-nalistas, presta um desserviço à sociedade manauense.

Faça-se a luz!

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, está disposto a levar luz às comunidades isola-das do interior do Amazonas,

onde, até agora, a única luz que chega é a dos vagalumes.

Abra-se o cofre!

Para isso anunciou, nesta terça-feira (8), em Manaus, investimentos da ordem de R$ 6 bilhões até 2018 em geração, transmissão e dis-tribuição de energia para o Estado do Amazonas.

Miniusina e sol

Somente para as comunida-des isoladas, onde não será pos-sível fazer a interligação de rede, deverão ser investidos R$ 860 milhões em 14,5 mil miniusinas com painéis solares, benefi cian-do 72 mil usuários.

Descontão

O ministro também chamou a atenção para o trabalho da área comercial da Eletrobras para que sejam incluídos na tarifa social de energia 210 mil clientes que são inscritos no Bolsa Família.

□— São programas sociais do

governo federal e que, por isso, têm direito ao desconto na conta de luz – disse Eduardo.

Decência e serenidade Do prefeito de Manaus, Arthur

Virgílio (PSDB), sobre dona Tar-cila Mendes, ex-primeira dama do Amazonas, que nos deixou na tarde de quarta-feira, 9.

— Ela deixa uma lição de decência e serenidade para todos nós amazonenses. Envio aos seus familiares, a começar pelo ex-governador (Amazonino Mendes) e seus três fi lhos, o mais fraterno sentimento de pesar.

Para o Departamento de Vigilância Sa-nitária (DVisa), que fi scalizou alguns esta-belecimentos e só avisou a um veículo de comunicação, deixando a maioria de fora. Em tempos onde vigora a máxima de que não existe democracia sem imprensa livre, isso pega muito mal.

DVisa privilegia notícia

Em aparte ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF), nesta quarta (9), o se-nador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), relembrou a origem dos grandes líderes mundiais para pedir que a presidente Dilma Rousseff cumpra esse papel neste momento de crise econômica e política do Brasil.

‘Dilma, cumpra seu papel de líder!’

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

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Uma questão de tempo

Paulo César Regis de Souza

Vice-presiden-te executivo da

Anasps*

Muitos me criticam quando afi rmo que a Previdência Social não mais fi scaliza, não combate a sonegação, não vai atrás dos fraudadores, não arrecada, não recupera créditos, que os nossos fi scais acabaram marginali-zados, que a antiga Receita Previden-ciária foi abruptamente absorvida pela Receita Federal.

A alegação à época era que com a unifi cação das receitas ter-se-ia um plus de economicidade. A prática de-monstrou o contrário. Houve um gran-de relaxamento nas contas da Previ-dência, misturaram contribuição com fi ns defi nidos como despesas fi scais. Utilizaram intensamente a Previdên-cia como instrumento de política fi scal e com a Desvinculação das Receitas da União-DRU, 20% das contribuições previdenciárias podem ser livremente utilizadas pelo governo.

Não custa lembrar que o INSS e os demais caixas e institutos que o prece-deram, ao longo de 85 anos, carrega-ram consigo receita das contribuições previdenciárias, como autarquia, com a necessária autonomia de gestão sobre receita e despesa.

Ouso afi rmar que o fi m da receita previdenciária é uma truculência admi-nistrativa e gerencial, uma negação do princípio autárquico de gestão. Se hou-ve erros e falhas, muito mais existem no conjunto das receitas públicas, como as “pedaladas fi scais”. A Previdência Social foi sumariamente reduzida a mera pagadora de benefícios.

Na maioria dos países do mundo, as previdências têm controles efeti-vos sobre o que arrecadam e pagam. Ainda com o fi m da receita, o INSS e os contribuintes deixaram de saber a relação dos devedores, que era trimes-tralmente publicada, o valor da dívida administrativa e da dívida ativa.

Os devedores ao invés de serem fi scalizados e obrigados a pagar, por apropriação indébita (quando descon-tavam e não recolhiam as contribuições dos trabalhadores) e por dação em

pagamento, (quando não descontavam e não recolhiam suas contribuições e as dos trabalhadores), foram agraciados pelos Refi s da vida (acho estamos no 15º), e além das renúncias contributi-vas ganharam as desonerações como prêmio ao calote. Os prazos para não pagamento chega aos 30 anos (seis mandatos presidenciais!)

A fi scalização acabou. A recuperação de crédito não existe. A falta de res-peito com a Previdência pelo governo pode ser igualmente medida pelo Re-latório da Receita Federal de 2014, de 100 paginas, que pode ser consultado na Internet, que não faz uma única citação sobre a receita previdenciária. Parece que ela não existe.

Pior que é verdade. Na pág. 30 do relatório há citação elogiosa ao Simples Nacional, que é um instru-mento claro de utilização da receita previdenciária para fi ns da política fi scal. A RFB comemora 9,5 milhões de adesões ao Simples (eram 2.4 milhões em 2003). Os aposentados e pensionistas, bem como os contri-buintes, deveriam chorar, porque a Previdência foi obrigada a abrir mão, em 2014, de R$ 14 bi; em 2015, vai perder R$ 15,3 bi e em 2016, FR$ 16,8 bi de receita de contribuições, sem qualquer contrapartida.

Esta dinheirama faz falta hoje para pagamento dos benefícios, amplia o défi cit da previdência, e fará falta amanhã aos aposentados. A RFB, que ignora e tripudia sobre uma história de 85 anos, faz gentileza com o chapéu dos que constroem a Previdência.

Temo que quando o Brasil descobrir o erro cometido com a incorporação da Receita Previdenciária, o país seja outro, com aposentadoria de 1 salário mínimo para quem contribuiu ou não. Teremos 60 milhões de miseráveis que não terão sonhos nem esperanças.

*Associação Nacional dos Servi-dores da Previdência e da Seguri-dade Social

Paulo César Regis de [email protected]

Paulo César Regis de Souza

O fi m da receita previdenciária

[email protected]

A fi scalização acabou. A re-cuperação de crédito não existe. A falta de respeito com a Previ-dência pelo governo pode ser igualmen-te medida pelo Relatório da Receita Federal de 2014, de 100 páginas, que pode ser consultado na internet, que não faz uma única citação sobre a recei-ta previdenci-ária”

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected] [email protected]

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Page 4: EM TEMPO - 11 de setembro de 2015

A4 Opinião MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Depois do pré-sal e da relação com os bancos, a próxima arma de Dilma Rousseff para minar Marina Silva será a política externa. O PT vai acusar a candidata do PSB de pôr o comércio brasileiro em risco ao defender que questões ambientais e de direitos humanos sejam levadas em conta nas negociações sobre comércio internacional. Segundo petistas, isso poderia afetar as vendas de empresas brasileiras para países como China e Rússia, grandes compradores de soja, carne e minério.

No papel O programa de Marina diz que o Brasil não pode “desconsiderar as diferenças nas agen-das econômica, política, cultural e ambiental dos Brics, assim como nos direitos humanos”.

Não estou só Presi-dentes das siglas aliadas gravaram ontem para o horário eleitoral da ex-senadora. “Vamos mos-trar que ela tem respaldo de partidos de verdade”, diz Roberto Freire, do PPS. Completam a coli-gação os nanicos PPL, PSL, PHS e PRP.

Também acho Um di-rigente da velha guar-da do PSB explica por que não defende Ma-rina contra os ataques de Dilma à proposta de autonomia do Banco Cen-tral: “Eu concordo com a presidente”.

Chão de estrelas An-tes de se reunir com lojis-tas dos Jardins, meca do comércio de luxo em São Paulo, Walter Feldman (PSB) contava orgulhoso: “Fui eu, como secretário municipal, que reurbani-zei a Oscar Freire!”

Esquerda caviar Na reunião, o coordenador da campanha de Marina foi questionado se a can-didata não seria “verde por fora e vermelha por dentro”, pela origem pe-tista. “De vermelho, só o sangue!”, jurou o ex-deputado.

Aí pode Neca Setu-bal, a aliada de Marina que é alvo da campanha de Dilma, já contribuiu como pessoa física com dois deputados petistas: doou R$ 10 mil a Paulo Teixeira, em 2010, e R$ 1.000 a Carlos Zarattini, em 2006.

Água no chope O co-mitê de Dilma esperava que ela abrisse vanta-gem maior sobre Marina no Datafolha de ontem. Com a vantagem de apenas três pontos no primeiro turno, a ordem será manter os ataques à ex-senadora.

Andar de cima A varia-ção negativa de Marina se concentrou entre os mais ricos. Ela perdeu quatro pontos na po-pulação com renda de 5 a 10 salários míni-

mos e nove pontos no grupo que recebe mais de 10 salários.

Chama o Armínio Aé-cio Neves (PSDB) chega a 23% entre os que acham que a economia vai pio-rar. Na média, para frus-tração geral dos tucanos, voltou a marcar 15%.

Alento tucano Nas grandes cidades, Mari-na perdeu três pontos, e Aécio ganhou quatro. Esses municípios costu-mam antecipar tendên-cias porque as infor-mações circulam com mais velocidade.

Tô contigo Na posse de Ricardo Lewandowski no STF, Dilma fez “sim” com a cabeça quatro ve-zes quando o presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, falou em barrar o financiamento privado das campanhas.

No muro Próximo de Marina, o ex-ministro Carlos Ayres Britto diz que sua candidatura é “densa”, mas não decla-ra voto. “O importante é termos três nomes à altura do Brasil, e duas são mulheres.”

O novo front

Contraponto

Em 1982, Tilden Santiago, então presidente do Sindicato do Jornalistas de Minas Gerais, se hospedou alguns dias na casa de Luiz Inácio Lula da Silva para ajudar na organização de uma greve. O mineiro conta no livro “Sacerdotes da Revolução” que Lula ainda não havia voltado de uma reunião sobre a paralisação e que foi recebido por uma “afl ita e irritada” Marisa Letícia.Tilden conta que, após algumas horas, Marisa revelou o verdadeiro motivo de sua irritação:– Com a luta operária, essa casa não tem mais homem!O ex-petista relata o que fez para ajudar a “causa”:– Assumi o papel de homem da casa e consertei!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Pagando a hospedagem

Tiroteio

DE ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB-SP), senador, sobre Joaquim Levy dizer que os brasileiros não se negariam a pagar mais impostos para ajudar o país.

O perigo é que Dilma contamina seus ministros não só com a arrogância, mas com o total descolamento da realidade.

A recessão brasileira faz com que o governo queira driblá-la repassan-do o ônus à população. Em outras palavras: o povo que se dane em seu sofrimento porque o governo e seus próceres querem continuar gastando. Por isso, ensaia-se a criação de mais impostos. O chamado Imposto sobre Cheques ameaça voltar para reforçar o caixa do governo. Quando elimina-do, há quase dez anos, ele contribuía com quarenta bilhões de reais. Hoje, permanecendo a mesma alíquota de 0,38%, estima-se que o montante possa chegar ao dobro.

Os motivos – ou as desculpas – para criação de mais impostos é a falta de dinheiro para a saúde. Depois do dinheiro arrecadado, sabe-se que o des-tinatário não será apenas o ministério que cuida dela. Diga-se de passagem, a saúde pública funciona de maneira satisfatória desde a implantação do SUS. Na atual crise de credibilidade, a população vê a criação de mais impostos não como uma maneira e cobrir o défi cit, mas para aumentar o tamanho do botim. Sim, porque o governo está cheio de saqueadores em potencial, que têm histórico de roubo das coisas públicas. Pior, há os Collors e Calheiros da vida que acreditam ser seu direito meter a mão em parte do que a nação arrecada.

Quando se aumentam os impostos em época de economia em baixa, por conta da incapacidade dos governos de reduzir seus gastos, na retomada do crescimento os impostos continuam. Os programas sociais ou mesmo os subsídios governamentais costumam descambar em corrupção que acaba fazendo parte do custo e exigindo mais arrecadação. Foi assim com o Adubo Papel, nos anos 1970 e assim é com o Bolsa Família na atualidade. Se, na época, o governo pagava o adubo para que os agricultores fertilizassem a terra e pudessem produzir mais, os malandros cobraram por adubo que daria para cobrir metade do território

nacional. Assim hoje, 25% do Bolsa Família vai para parentes, vereadores e até prefeitos. Se já se sabe que há 25% de corrupção, pode-se estimar o dobro disso.

Durante o governo militar, em que ha-via menos liberdade e mais austeridade que hoje, o ministro Karlos Rischbieter reduziu o IPI sobre calçados e móveis, devido a sua grande participação no mercado de mão de obra. Depois disso, Lula agradou seus patrões do ABC com redução do IPI sobre automóveis e ... fi m. Os impostos só fi zeram aumentar. Os meios eletrônicos de cobrança fecham o cerco em torno dos sonegadores, mas continua faltando dinheiro para a voracidade do governo. O povo nova-mente será forçado a comprar ações do Défi cit Público S.A que se pulverizarão sem retorno direto ou indireto.

Podemos fi car preparados para dis-cursos comoventes de políticos de-fensores do aumento de impostos. Os motivos (leia-se desculpas) serão colocados como inadiáveis. Enquanto isso, nós aqui em baixo, continuaremos cortando gastos em diversão, em es-cola, em vestuário até chegarmos ao ponto de cortar em comida. O governo aumenta seu número de ministérios, o Palácio do Planalto sustenta 4.600 funcionários, os deputados, senadores nadam em benesses, o judiciário “iso-nomiza” seus ganhos com os demais poderes. Quem não vive do governo, mesmo não concordando, precisa pa-gar toda essa farra.

Lutar pela redução de impostos é um dever de todo cidadão que trabalha. O governo tem muitas gorduras que podem ser cortadas sem prejuízo da população. O Poder Legislativo pre-cisa criar vergonha e acabar com as mordomias de seus membros. O Poder Judiciário deveria trabalhar para impe-dir os benefícios dos outros poderes e não copiar o que há de pior e assim legitimar a pouca vergonha.

[email protected]

Luiz [email protected]

Luiz LauschnerEscritor

e empresário

Os meios eletrônicos de cobrança fe-cham o cerco em torno dos sonegadores, mas conti-nua faltando dinheiro para a voracidade do gover-no. O povo novamente será forçado a comprar ações do Défi cit Públi-co S.A que se pulverizarão sem retorno direto ou indireto”

Nobres motivos para meter a mão

Olho da [email protected]

“O Dia Depois” é o nome dessa foto, clicada em algum lugar devastado de Manaus. Poderia ser o “O Dia Antes” ou o “O Dia Durante”. Não é a foto do planeta, visto de longe (ou é, qual a diferença?). Alguém gostaria de chamá-la “Segredos do fundo rio”. Até outubro, quando a cidade comemora 346 anos, muitas denominações ainda surgirão. Todas verdadeiras

DIEGO JANATÃ

A falta de professores já é um problema sistêmico. A rede estadual de São Paulo perde, por semana, oito

professores. A prefeitura perde três. O jovem que entra na magistratura tem um duro choque de realidade. Isso gera um desestímulo que, quando não o faz desistir, vai

se arrastando até a aposentadoria

Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, defende melhor remuneração inicial e plano de carreira para os professores. Nos próximos seis

anos, cerca de 40% dos professores do ensino médio deve-rão se aposentar de acordo com o Ministério da Educação.

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 A5Política

Aleam decide encampar luta pelo Passe Livre estudantilComissão de Direitos Humanos da casa vai realizar audiências públicas para debater o tema com a sociedade

A Assembleia Legislati-va do Estado (Aleam) resolveu encampar a luta pelo Passe Livre

estudantil em Manaus e mar-cou para a próxima semana um debate sobre o tema. A decisão foi aprovada na última terça-feira, na reunião da Co-missão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Partici-pativa da casa, que decidiu re-alizar audiências públicas para tratar da questão.

Na semana passada, o assun-to foi pano de fundo de briga entre vereadores da oposição e situação, quando estudantes foram à Câmara Municipal de Manaus (CMM) pressionar para que o Passe Livre estudantil integrasse a reforma da Lei Or-gânica do Município (Lomam). Na ocasião, o grupo conseguiu emplacar a discussão nos de-bates sobre o Plano Municipal de Mobilidade Urbana.

O deputado José Ricardo (PT) encabeçou a luta dos estudan-tes e afirmou que a Comissão de Direitos Humanos da casa vai lutar para que sejam criados um programa ou políticas públicas pelo governo sobre a questão.

O petista foi além e adian-tou que a proposta é avançar a implantação do Passe Livre estudantil para municípios da região metropolitana, como Iranduba, que tem um grande número de estudantes que se deslocam até Manaus para es-tudar. Conforme o deputado, esses estudantes enfrentam uma grande dificuldade para essa deslocação, sempre com custos elevados.

“Vamos discutir propostas para apresentar de forma viável. Vamos verificar experiências de outros Estados que já começa-ram a implantar o Passe Livre”, acrescentou José Ricardo. Ele completou que o tema pode ainda ser ampliado para o trans-porte intermunicipal, já que a Assembleia tem competência para legislar sobre o assunto.

Entretanto, ao ser questiona-do sobre o momento de crise que o Estado vem enfrentan-do que poderia impactar na possiblidade de implantação do passe livre, José Ricardo afirma que uma alternativa seria de fontes de recursos.

“O Estado já está fazendo algo, que deveria ser uma rotina,

que é cobrar os impostos. Hoje você tem a campanha da Nota Fiscal e isso significa combater a sonegação, e esses mecanis-mos não elevam a cobrança de impostos, mas cobram de quem não está pagando, essa é a forma de garantir recursos”, conta Ricardo.

Ex-prefeito de Manaus, o de-putado Serafim Corrêa (PSB) também se mostrou simpático à iniciativa. Ele lembrou que em Recife (PE), onde existem 400 mil alunos na rede pública esta-dual e municipal de ensino, foi implantado o projeto de Passe Livre, que atendeu cerca de 12 mil estudantes.

“O passe é para estudantes que moram a mais de 1,5 mil metros de distância de sua es-cola. Ele tem que ser da rede pública, sua família não pode ganhar mais que dois salários mínimos e terá direito a dois

passes livres: um para ir ou-tro para voltar no dia de aula. Se nós considerarmos R$ 3 a passagem, o cálculo, multipli-cando as quantidades de dias com os valores de cada pas-sagem, totalizará cerca de R$ 1.440 de despesa e esse valor é possível de ser arcado pelo poder público de Recife. Isso foi uma conquista muito impor-tante. Eu defendo que ocorra da mesma forma em Manaus”, explanou o deputado.

Serafim chamou a atenção sobre o que chamou de “ilusão” referente à meia-passagem. Ele explicou que a outra parte da meia-passagem é paga pelos demais passageiros do sistema de transporte coletivo.

Para o deputado, o assunto tem que ser feito com racionali-dade. Entretanto, num momen-to de crise, para a implantação do projeto de Passe Livre tem que ter uma fonte, caso não dê para colocar dentro do Orça-mento do Estado.

A grave situação financeira que o Brasil atingiu ao ter sua nota rebaixada anteontem pela agência de classificação de risco Standard&poor’s re-percutiu ontem entre os depu-tados na Assembleia Legisla-tiva. Serafim Corrêa – que é economista – ressaltou que, com esse cenário, os Esta-dos brasileiros podem sofrer pela falta de investimentos de grandes empresas inter-nacionais que, por sua vez, poderão ter medo de apostar na economia do país.

Para ele, esse resultado é fru-to das inúmeras “trapalhadas” da presidente Dilma Rousseff. Ele disse que todo dia se inven-ta “uma moda”. “E cada moda que ela inventa é uma nova trapalhada”, acrescentou.

“Eu faria em relação a Dilma um comentário semelhante ao que o senador Romário fez, quando era deputado federal, para o Pelé, de que ele (Pelé) calado é um poeta. A Dilma, se não fizer nada, ela ajuda muito, mas se ela fizer alguma coisa, ela atrapalha e muito. E é o que ela tem feito, atra-palhado muito o Brasil. Isso foi um desastre anunciado”, cutucou Serafim.

Na avaliação do deputado, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do Pla-nejamento, Nelson Barbosa, sabotaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no momento em que este aler-tava para os riscos que o país corria caso perdesse o grau de investimento.

Para o petista José Ricardo, a questão da economia depende muito do otimismo, da opor-tunidade, e nesse momento o país vive uma crise, sim, mas que não podemos continuar sempre com pensamentos negativos. Ele acrescentou que essas agências de ris-co colocam algumas indica-ções, cujo objetivo é apenas sinalizar o que poderia talvez acontecer, criando um risco maior ou menor.

O deputado Bosco Saraiva (PSDB) afirma que o rebaixa-mento do Brasil significa que o país não tem credito, nem dirigentes capazes e com a confiança necessária para os investimentos no país, fruto de uma política irresponsável, iniciada pelo ex-presidente Luiz

Inácio Lula da Silva (PT) e conti-nuada pela presidente Dilma.

“Isso quer dizer perda de investimento, perda de mais empregos, um desespero nas famílias”, lamentou Saraiva.

Bosco conta que o de-ver de casa que o Amazo-nas tem feito desde março, com a redução dos gastos, da folha de pagamento e do tamanho do Estado, o governo federal não fez.

“Se o governo tivesse reduzido de 40 ministé-rios para 20 ou menos, as agências não teriam rebai-xado o país, por que haveria uma confiança. Infelizmen-te, essa visão distorcida do governo federal que levou o Brasil para essa situação”, conta Bosco.

Rebaixamento da nota do Brasil repercute na casa

DANILO MELLO/ALEAM

Deputado José Ricardo anunciou que a casa vai debater o projeto de Passe Livre estudantil para Manaus e região metropolitana

Orçamento de hospital em pautaDurante a reunião da Co-

missão de Saúde da Assem-bleia Legislativa do Estado (Aleam), presidida pelo depu-tado Ricardo Nicolau (PSD), ontem, os membros debate-ram a situação orçamentá-ria do Hospital Lázaro Reis, localizado no município de Manacapuru (a 84 quilôme-tros de Manaus).

Presente na reunião da comissão, o novo diretor-geral da unidade hospitalar, Washington Bezerra, apre-sentou aos deputados as di-ficuldades na infraestrutura e no atendimento enfrentados pelo hospital por conta da falta de recursos financei-ros. A unidade é municipa-

lizada e atende também os moradores de municípios do entorno, como Anamã, Anori e Codajás. Diariamente, são cerca de 400 atendimentos. O gestor pediu ajuda para intermediar o aumento dos repasses concedidos pelo go-verno do Estado à Secretaria de Saúde de Manacapuru.

Nicolau se comprometeu a conversar com o secretário de Estado da Saúde, Pedro Elias, sobre o pleito de Ma-nacapuru e a possibilidade de aumento de repasses para que o hospital tenha autono-mia financeira para cuidar de seus pacientes.

“Assumi a direção do hospi-tal há uma semana e resolvi

vir até o deputado Ricardo Ni-colau e à Comissão de Saúde da Assembleia solicitar apoio para resolver o problema da falta de verbas. A principal reclamação dos pacientes é a demora no atendimento”, relatou Bezerra.

Pauta zeroDos 15 projetos de lei ana-

lisados ontem na reunião da comissão, 14 foram apro-vados e seguem a plenário para votação final. “Zera-mos novamente a pauta da comissão e, agora, todos os projetos ligados a essa área podem continuar tra-mitando na casa”, destacou Ricardo Nicolau.Deputado Ricardo Nicolau (1º à dir.) preside Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa

COMISSÃO DE SAÚDE

HENDERSON MARTINS

EDMAR PERRONE/ALEAM

PRESSÃOApós muita pressão por parte dos estudantes na semana passada, a CMM resolveu colo-car na pauta o debate sobre o Passe Livre estudantil. Assunto vai entrar no debate sobre mobilidade urbana

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A6 Política MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Oposição lança pró-impeachment

DILMA ROUSSEFF

Brasília (Folhapress) - O lançamento do movimento pró-impeachment da presi-dente Dilma Rousseff , on-tem de manhã na Câmara dos Deputados, foi marcado pela presença de deputados e senadores oposicionistas e integrantes de partidos aliados, por reiteradas crí-ticas ao governo e por afi r-mações de que o ato mar-ca o início do processo de afastamento da petista.

“Assistimos a uma gran-de mobilização popular nas principais cidades do país, que está literalmente des-governado. Estamos aqui para dizer sim ao processo de impeachment”, afi rmou o líder do DEM, deputado

Mendonça Filho (PE).Também à frente do mo-

vimento, o líder da minoria na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE), disse que “co-meçou o processo de afas-tamento da presidente”. “A sociedade está convencida de que o Brasil não vai para frente sob o comando de Dilma”, afi rmou o tucano.

Ao todo, cerca de 50 par-lamentares compareceram ao evento no salão verde da Câmara. Eles seguravam balões personalizados com a logomarca do movimen-to e mini-pixulekos, bonecos infl áveis que fazem referên-cia ao ex-presidente Lula, entregues na tarde de an-teontem pelo movimento

Revoltados Online.

SaídaCrítico do governo, o pe-

emedebista Jarbas Vascon-celos também esteve no evento. “A saída da pre-sidente Dilma é inevitável. É importante que o PMDB tome consciência disso para dar o exemplo. Estou convic-to que ela cai, que a fi cha dela vai cair”.

A deputada Cristiane Bra-sil, presidente do PTB - si-gla também integrante da base governista -, discursou no evento. “Não queremos uma troca de poder, que-remos devolver aos brasi-leiros a esperança de um futuro melhor”.

Grupo de deputados da oposição lançou movimento que pede saída da presidente Dilma

ZECA RIBEIRO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Oposição quer iniciar im-peachment em outubro

A oposição fechou acordo com o presidente da Câ-mara, Eduardo Cunha, para fortalecer o movimento pelo impeachment de Dilma, em razão de crime fi nanceiro e do crime das “pedaladas fi scais”, o fi nanciamento de sua campanha com dinheiro roubado da Petrobras e o ambiente de ingovernabili-dade. A ideia é formalizar a proposta em outubro, conden-sando em apenas um os 17 pedidos existentes.

Estamos aíEduardo Cunha não fi cará

à frente da campanha pró-impeachment, a ser lançada nesta quinta, mas também prometeu não atrapalhar.

Câmara é soberanaA Câmara avalia que o im-

peachment de Dilma não de-pende de decisão do Tribunal de Contas da União ou do Tribunal Superior Eleitoral.

Vai com tudoCom o agravamento da cri-

se, a oposição pretende de-monstrar que Dilma atrapalha a retomada e pode levar o País para o buraco.

Fora de sintoniaO movimento pró impea-

chment, a ser lançado nesta quinta-feira, conta com apoio discreto do senador Aécio Ne-ves, presidente do PSDB.

Brasil virou linha auxiliar da Venezuela na OEA

É constrangedor o histórico do Brasil como linha auxi-liar do regime venezuelano na Organização dos Estados Americanos (OEA). No ano passado, quando a deputada Maria Corina tentou discutir no âmbito da OEA a repressão sangrenta de Nicolás Maduro a manifestantes, o represen-tante brasileiro Breno Dias Costa nos cobriu de vergonha

para bajular o regime chavis-ta. Disse que Corina queria criar um “circo”.

Falta a lonaIndicado à embaixada do

Brasil em Honduras, Breno Dias Costa deve explicar no Senado, durante sua sabatina, quem é o palhaço no circo.

País de segundaO governo brasileiro não

aceita ser criticado em ques-tões de direitos humanos, na OEA, e ainda toma as dores da Venezuela nesse campo.

Daí o sucessoEnquanto taxistas paravam

o centro de São Paulo tentan-do ganhar no grito, motoris-tas do Uber não deixaram os passageiros na mão.

Levy mudou muitoMesmo isolado, Joaquim

Levy se rendeu aos salama-leques do poder. Antes, ele defendia a redução do Estado e dos seus custos. Agora, faz a opção fácil pelo aumento de impostos, sem mexer nas mordomias e privilégios da burocracia estatal – das quais, aliás, hoje se benefi cia.

Quem quer dinheiro?Réu por corrupção no Su-

premo, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), um santo homem, distribui “pixulecos” – as cédulas que simulam dinheiro, com caras de Dilma e Lula – e pede o impeachment de Dilma.

Imposto sobre a tetaSe cada um dos 9,4 mi-

lhões servidores públicos bra-sileiros pagasse um “dízimo” mensal de dez reais, o governo poderia criar um fundo de R$ 28 bilhões que, em 30 meses, cobriria o “rombo” no Orçamento.

Menos apetiteDeputados federais gas-

taram em restaurantes R$

53,78 mil no mês de agosto, mas não coçaram o bolso: a Câmara concedeu-lhes o res-sarcimento. Deve ser a versão parlamentar do “fome zero”

Ministro Rolando o LeroEm audiência pública, José

Eduardo Cardozo (Justiça) apenas enrolou proprietários rurais surrupiados por inva-sões de índios. As vítimas só queriam que o ministro cumprisse a lei. Mas ele prega o “consenso”.

Teclado tucanoAssessores do Planalto

andam à beira do ataque de nervos. Colegas contam com graça os “pitis” do sub do sub da Articulação na Casa Civil, Luís Tauff er Pa-dilha. Dizem que em recente reunião sobre Olimpíadas, ele perdeu as estribei-ras só porque um teclado parou de funcionar.

Caos no DFO deputado Rogério

Rosso (PSD-DF) está pre-ocupado com a situação financeira do governo do DF. Acordos do governo Agnelo Queiroz (PT) com sindicatos, que tomaram os cofres públicos de assalto, vão agregar R$1,5 bilhão à cada vez mais impagável folha de pagamento.

Bala na agulhaBajulado pela presidente,

que tenta aliciá-lo, Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB, intercede até por nomea-ções de outros partidos. Tratou com Dilma de uma indicação de Jovair Arantes (PTB-GO) para a Caixa.

Pensando bem......já que defende o corte

de gastos, o PMDB deveria propor a extinção dos mi-nistérios que controla, por inúteis, e a venda do Palácio Jaburu, por desnecessário.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Bronca mal compreendida

www.claudiohumberto.com.br

É uma falta de inteligência inominável”

PRESIDENTE DA CÂMARA, Eduardo Cunha, após dizer que Dilma está se “autodestruindo”.

Locutor da rádio Tabajara, do governo da Paraíba, Pascoal Carrilho transmitia a chegada do presidente Ernesto Geisel a João Pessoa. Ao anunciar o desem-barque do general com sua voz engraçada, ouviu-se uma sonora vaia. Enquanto a comitiva descia do avião, ele atacou:

- Acaba de desembarcar o Presidente... e esses moleques...

O ênfase em “moleques” soou como um xingamento aos ministros e assessores. Pascoal não pôde concluir a frase: a transmissão foi interrompida. E ele passou boa parte dos anos seguintes tentando explicar que sua bronca era contra a multidão, e não contra o ditador.

Agenda Brasil avança no SenadoBrasília (Agência Se-

nado) - Duas Propostas de Emenda à Constituição que fa-zem parte da Agenda Brasil já foram aprovadas pelo Senado. A agenda, lançada há um mês pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), inclui 84 proposições com po-tencial para reaquecer a eco-nomia, melhorar o ambiente de negócios e trazer confi ança ao país. Para Renan, a agenda é o início de um processo que tem que ter continuidade no Poder Executivo.

“O Legislativo apresentou uma agenda com eixos, com pontos em torno desses eixos, e é fundamental que essa agenda que é de interesse do país seja levada adiante”, explicou Renan. A primeira PEC, aprovada no fi nal de agosto, proíbe a União de criar despesas aos demais entes federados sem prever a transferência de recursos para o custeio.

A PEC 84/2015, da senadora Ana Amélia (PP-RS), também faz parte da agenda do pacto

federativo e atende a uma rei-vindicação de Estados e mu-nicípios, que alegam não ter como arcar com alguns pro-gramas criados pela União.

O segundo texto da Agen-da Brasil já aprovado pelo Senado é a PEC 71/2011, do senador Paulo Bauer (PSDB-SC). A proposta determina que a União indenize as pessoas detentoras de títulos domi-niais, em terras declaradas indígenas, expedidos até 5 de outubro de 1988, data da pro-mulgação da Constituição.

RECUPERAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo, afi rma que cortes serão anunciados hoje

Informação foi antecipada ontem pelo líder da presidente no Senado, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS)

Reforma do governo de Dilma deve iniciar hoje

Brasília (Folhapress) - O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS),

informou, ontem, que o go-verno federal deverá iniciar o anúncio de cortes de gastos de caráter administrativo nesta sexta-feira. Após a perda do selo de bom pagador do país, a medida tem a intenção, se-gundo o petista, de sinalizar que o governo resolveu “cortar na própria carne” e reagir.

“Ter a nota rebaixada preo-cupa, mas te faz agir. A partir de amanhã (hoje), o governo começa a anunciar as primeiras medidas de caráter adminis-trativo porque o governo vai trabalhar no enxugamento da sua estrutura, no enxugamento de ministérios, na revisão de contratos e de prestação de

serviços”, explicou Delcídio.Segundo o senador, no en-

tanto, as medidas deverão se restringir a cortes em relação à prestação de serviços tercei-rizados, contratação de trans-portes e despesas básicas das pastas. A redução no número de ministérios deve fi car para a próxima semana, quando o governo deve apresentar as ações de caráter mais apro-fundado, como a reavaliação de programas do governo e questões estruturais.

A estratégia, de acordo com Delcídio, foi defi nida junto com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que, após ter dado uma entrevista para a imprensa em que disse que as medidas de-veriam ser tomadas até o fi nal do mês, reavaliou sua fala e concordou que é preciso ace-

lerar o processo. “Isso tem que ser feito até o fi m da semana que vem”, disse Delcídio.

Pela manhã, o governo tratou do assunto em uma reunião de emergência com a equipe de co-ordenação política convocada pela presidente Dilma Rousseff nesta quinta.

Durante o encontro, Dilma negou que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil confi -gure um “cenário catastrófi co” para o país, mas pediu urgência para sua equipe anunciar cortes de gastos públicos, incluindo principalmente os relacionados à reforma administrativa, que seria concluída somente no fi m do mês. A orientação de Dilma é deixar claro que o governo vai buscar cumprir a meta de superavit primário de 0,7% do PIB no próximo ano.

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 A7Política

Desembargadora Socorro Guedes (no centro) realizou audiência pública ontem em Autazes

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Biometria começa em outubroO município de Autazes

será o próximo da região metropolitana a receber o recadastramento biométrico do Tribunal Regional Eleito-ral (TRE-AM), cujos traba-lhos iniciam no próximo mês. O anúncio foi dado ontem pela presidente do órgão, desembargadora Socorro Guedes de Moura, durante audiência pública na cidade com autoridades locais para apresentar o projeto.

O encontro teve a partici-

pação ainda do prefeito José Thomé Filho, do juiz eleitoral Glen Hudson, do promotor eleitoral, Davi Câmara, do presidente da Câmara Mu-nicipal de Autazes, vereador Heverton dos Santos, da di-retora-geral do TRE-AM, Cyn-thia Mouta, e do secretário de Tecnologia da Informação do tribunal, Messias Andrade.

Socorro Guedes apresen-tou as vantagens que o sis-tema de identificação bio-métrica traz em segurança

para o processo eleitoral, esclarecendo que este é um trabalho da Justiça Eleito-ral, mas que envolve toda a sociedade. “Autazes im-põe desafios logísticos que só com o envolvimento de todos poderemos superá-los”, destacou a presidente. “O desafio é grande. Temos poucos servidores, mas vejo que com o apoio de todos iremos realizar este trabalho de forma muito satisfatória”, finalizou a magistrada.

AUTAZES

Prefeito de Coari afirma que foco é reerguer cidadeAgraciado com o título de cidadão coariense, Raimundo Magalhães rechaça denúncias de liderar grupo contra Adail Pinheiro

Na semana em que foi agraciado com o título de cidadão co-ariense na Câmara

Municipal de Coari, o prefeito da cidade, o acreano Raimun-do Magalhães (PRB), reforça que as denúncias contra ele e sua administração, de integrar um esquema para incriminar seu adversário nas eleições de 2012, o ex-prefeito Adail Pinheiro, são improcedentes.

Magalhães afirma que o único processo em que era parte interessada contra Adail era a Ação de Impugnação de Registro de Candidatura, movida pelo Ministério Pú-blico Federal (MPF), a qual foi julgada procedente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e recentes queixas-crime movidas contra o ex-gestor por aplicação indevida do dinheiro público.

ResgateSegundo colocado nas elei-

ções de 2012 com 28,54% dos votos, Magalhães assumiu a prefeitura em abril deste ano e, há cinco meses no cargo, ele afirma que seu foco está em resgatar a cidade, suas finanças e seu bem-estar so-cial. Adail foi eleito naquele ano e, após 1 ano e um mês no cargo, foi preso em 8 de fevereiro de 2014, acusado de liderar uma rede de pedofilia no município. Em seu lugar assumiu o vice, Igson Montei-ro, seguido do ex-presidente da Câmara, Iliseu Monteiro, e, posteriormente, o verea-dor Iranilson Medeiros, que havia sido eleito presidente do Legislativo municipal neste ano, assumiu a função até a posse de Magalhães, em abril deste ano. Magalhães venceu

a ação que movia contra os adversários no TSE.

Em nota enviada à impren-sa, a Secretaria de Comuni-cação de Coari reforça que a denunciante que aparece num diálogo numa gravação, em que aponta ser paga pelo prefeito para manter uma de-núncia contra Adail, a ex-fun-cionária da prefeitura, Fernan-da de Souza Rocha, é ligada ao próprio Adail. Documentos apresentados por Magalhães mostram que Fernanda exer-ceu cargo de confiança na pre-feitura de Adail entre os meses de janeiro a maio de 2013 e

dezembro de 2013 a junho de 2014. A defesa do ex-prefeito ameaça ingressar com uma ação penal contra Magalhães na comarca de Coari na pró-xima segunda-feira.

Apesar do imbróglio, o atual prefeito afirma estar feliz em ter conquistado a prefeitura e se diz honrado por ter se tornado cidadão coariense. Magalhães, que nasceu na ci-dade de Cruzeiro do Sul (AC), mora há 26 anos em Coari. A solenidade de outorga do título de cidadão aconteceu na última quarta-feira e foi de autoria do vereador Raimundo Nonato, o “Branco” (PTN).

HISTÓRIANatural da cidade de Cruzeiro do Sul (AC), Raimundo Magalhães mora há 26 anos em Coari, onde é prefeito desde abril deste ano. Ele assumiu o cargo após vencer ação na Justiça Eleitoral

Em reunião com secretá-rios do município de Coari, o ministro de Minas e Ener-gia, Eduardo Braga (PMDB), anunciou a construção de uma termelétrica para aca-bar com o problema de falta

e racionamento de energia na cidade. A licitação está prevista para ser lançada em janeiro de 2016.

Enquanto não acontece a li-citação, o ministro assegurou que ainda neste mês haverá

uma manutenção dos gera-dores de energia. A intenção, segundo a secretária munici-pal adjunta de Planejamento, Raimunda Oliveira é que até outubro esse problema seja amenizado. “Estamos com

racionamento de energia, por isso, viemos falar com o mi-nistro, que nos garantiu que ainda neste mês será feita a manutenção e até outubro, estaremos com o problema resolvido”, ressaltou.

Município vai ganhar termelétrica em 2016

Acusado de comandar um esquema para incrimiar o adversário, o ex-prefeito Adail Pinheiro, Raimundo Magalhães nega ação

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A8 Política MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Corpo de dona Tarcila é cremado em São PauloFamília decidiu atender ao último desejo da ex-primeira-dama do Estado. Cinzas chegam a Manaus na próxima semana

As cinzas da ex-pri-meira-dama do Es-tado, Tarcila Prado Negreiros Mendes,

74, que morreu anteontem em São Paulo no Hospital Sírio Libanês, deve chegar a Manaus na próxima sema-na. O corpo seria velado no Centro Cultural Vasco Vas-quez, na avenida Constanti-no Nery, Zona Centro-Oeste, mas a família resolveu cum-prir seu último pedido: a de que fosse cremada.

Para acompanhar a ceri-mônia de cremação e tratar da burocracia para liberar as cinzas e transladá-las para Manaus, o filho mais velho, Armando Mendes, viajou à capital paulista ainda na tar-de de quarta-feira, logo após a confirmação da morte de dona Tarcila, como era ca-rinhosamente chamada pela família, amigos e autorida-des do Estado.

O marido, o ex-prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PDT), com quem teve três fi-lhos, não foi a São Paulo. Vai es-perar as cinzas de sua mulher que, após cerimônia religiosa, vai ser depositada no túmulo de seus pais no município de Maués, onde nasceu.

Líder estudantil bem aguer-

rida nos anos 1960 durante o período duro da ditadura, ela chegou a se destacar no cenário nacional à época, quando presidiu a União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas (Uesa), onde teve reconhecida sua luta em prol dessa categoria, liderando nomes que ocuparam cargos relevantes no Estado.

A ex-primeira-dama era formada em direito e atuou como juíza do Trabalho. Seus admiradores afirmam que ela deixa uma lição de decência e serenidade para todos os amazonenses.

HomenagensA morte de dona Tarcila re-

percutiu no meio político local. Em nota, o prefeito de Manaus,

Arthur Neto (PSDB), presta condolências à família e ao viúvo, Amazonino Mendes.

“Envio aos seus familiares, a começar pelo ex-governa-dor e por seus três filhos, o mais fraterno sentimento de pesar. Manaus, que ela adotou, e o Amazonas a que tanto serviu estão enlutados”, declarou Arthur. Ele decretou luto oficial de três dias.

O deputado estadual Orlan-do Cidade (PTN) apresentou na manhã de ontem moção de pesar, pela morte de dona Tarcila, na Assembleia Legis-lativa do Estado (Aleam).

Segundo Cidade, Tarcila Mendes foi advogada mili-tante, juíza do Trabalho e pre-sidente da Legião Brasileira de Assistência (LBA), cargos que exerceu com competência e ética, deixando um legado de solidariedade e sobrieda-de por onde passou. “É inco-mum que pessoas sejam mais conhecidas após sua morte, este fato somente ocorre com aqueles que têm a discrição como sua marca. Assim era dona Tarcila, mulher forte e guerreira que forjou sua personalidade na luta com-bativa contra a ditadura mi-litar, nos idos da década de 60”, finalizou.

REPRODUÇÃ

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Dona Tarcila Negreiros Mendes na companhia da filha, a ex-secretária municipal, Lívia Mendes

DOENÇAA ex-primeira-dama Tarcila Prado Negrei-ros Mendes tinha 74 anos e havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há 2 anos. Ela estava inter-nada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo

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[email protected], SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 (92) 3090-1045Economia B3

Impactos do rebaixamento no Amazonas

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Crise mais forte que o calor prejudica setor de bebidasIndústria aponta alto índice de desemprego como um dos fatores para queda na produção

Vendedores de água de coco ainda não sentiram a crise

Os problemas causa-dos pela crise eco-nômica são mais danosos que o verão

em Manaus. Prova disso é a indústria de bebidas frias, que amargou queda de 7,5% na produção de junho para julho, segundo levantamento divul-gado pelo Instituto Brasileiro de Geografi a (IBGE), na última quarta-feira (8).

Diante da crise, o calor que nem amazonense aguenta, con-siderado o mais intenso dos últimos anos, não consegue alavancar as vendas de bebi-das frias na indústria nem no comércio da capital.

Com o enorme calor, de acor-do com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Bebidas de Manaus (Sind-bem), Antônio Carlos da Silva, seria natural o crescimento do volume de produção de bebidas e o aumento do fa-turamento do setor, contudo o cenário é outro.

Segundo ele, a queda tem ocorrido, principalmente, por conta do que está em torno da crise econômica e política que o país enfrenta. No en-tanto, Silva tem esperança nos próximos meses. “Vamos ver como fi ca nos próximos meses, com as festividades no fi m de ano poderemos ter um peque-no crescimento. Mas enquanto isso não ocorre vamos amargar a queda”, afi rmou.

Silva explicou que outro fator na queda da produção de bebidas é o alto índice de desemprego, que causa a redução do consumo por parte das famílias. “A desati-vação de uma empresa com mil empregados, por exemplo, também afeta os familiares desses funcionários. A compra de gêneros alimentícios recua e o refrigerante e outras be-bidas passam a ser supérfl uos no orçamento. Se não tem emprego não tem renda, e a população não tem como

comprar”, explicou.O vice-presidente do sindi-

cato alertou que haverá mais desempregos nesse ano, e que os consumidores precisam cortar gastos. Ele ratifi cou que a população está retraída ao comprar bebidas, e por isso as vendas estão diminuindo.

Ao contrário do que diz a indústria, o gerente do super-mercado Casa do Óleo, Ivan Araújo, afi rmou que as vendas no estabelecimento continuam boas. Segundo ele, o supermer-cado não sentiu o golpe da queda de produção. “Não existe crise no setor de bebidas, ainda mais nesse calor. Estamos tendo que repor estoque com bastante frequ-ência”, ponderou.

ConsumidorA queda na

produção é um refl exo das conse-quências do m o m e n t o econômi -co do país. Consumido-res se re-traem e en-fraquecem as vendas de bebidas. É o caso da professora de música Livya Deusiane Procó-pio, 27. Ela con-tou que mudou os hábitos de consumo para não se prejudicar fi nanceiramente.

“Antes eu comprava muito suco de caixa, ou de poupa, e também refrigerante para deixar na geladeira. Mas, como ficou um pouco mais caro, deixei de comprar. O suco que em média custava R$ 6, agora custa R$ 8 ou R$ 9. A única coisa que continuo indo ao supermercado para comprar é a água, pois no condomínio onde moro não tem filtro”, afirmou Livya.

A queda na produção na indústria de bebidas, que causa desconforto nos empresários do se-tor, não tem surtido o mesmo efeito para o pequeno comerciante, que vende nas ruas água, refrigerante e água de coco.

O comerciante Paulo Matias da Silva, 67, que há 20 anos vende coco na Ponta Negra, é um daqueles que afi rmam que as vendas estão boas. Ele ressaltou que a crise preocupa, mas o calor do verão tem ajudado nas vendas. “Água mineral e água de coco estão saindo bastante. Nas últimas semanas até aumenta-ram as vendas, porque o verão chegou”, disse.

Ele observou que os eventos realizados na Ponta Negra, Zona Oeste, também ajudam muito. “A crise vinha atrapalhando. Eu come-cei o ano no vermelho, pois em 2014 vendía-mos muito mais”, con-tou Paulo. Ele afi rmou que atualmente tem vendido 300 cocos por semana, sendo cada um a R$ 5,00. Porém o vendedor ressaltou que além das difi culdades fi nanceiras dos con-sumidores, o que tem atrapalhado o trabalho é a proibição da venda de refrigerantes, que, segundo ele, era o pro-duto que mais gerou lucro no ano passado.

Verão tem ajudado os pequenos

ASAFE AUGUSTO

Segmento de bebi-das frias amargou queda de 7,5%

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no dia: 0,38%na semana: 4,72%no mês: 14,35%dif.livre mercado/paralelo: 5,28%

INDICADORES ECONÔMICOS

Salário MínimoJaneiro 2015: R$ 788,00

DÓLAR compra/venda Variação do câmbio livre BC OURO BM&F R$ 136,82,0972%

Poupança Aniversário Rendimento (%)

11/09 0,7254

11/09 0,7254

no dia: 2,19%

na semana: 2,48%

no mês: 10,85%

dif.livre mercado/paralelo: 5,45%

Paralelo - R$ 3,62 / R$ 4,06 *

Câmbio livre BC - R$ 3,8691 / R$ 3,8698 **

Câmbio livre mercado - R$ 3,848 / R$ 3,850 *

Turismo - R$ 3,780 / R$ 3,960

até R$ 725,02: R$ 37,18

de 725,03 até 1.089,72: R$ 26,20

Salário Família/JaneiroINDICADORES ECONÔMICOS

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B2 Economia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Custo de vida continua alto, apesar de inflação menor

Rio de Janeiro (Folha-press) - Apesar da desace-leração da inflação na pas-sagem de julho (0,62%) para agosto (0,22%), o custo de vida dos brasileiros continua pressionado pelo do aumento dos preços vistos ao longo do ano, disse o IBGE na manhã desta quinta-feira (10).

Segundo Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, a desace-leração do IPCA em agosto foi puxada sobretudo por ali-mentos, que estavam pres-sionados nos meses ante-riores pelo câmbio e pela energia elétrica.

“O que se costuma ob-servar é uma redução ou estabilidade dos preços dos alimentos na metade do ano. Desta vez isso aconteceu só em agosto. Foi um ponto, sem mudar o resultado de 12 meses. O custo de vida segue elevado”, disse Eulina.

O IPCA, índice oficial de inflação, avançou 9,53% nos últimos 12 meses encerrados em agosto deste ano. O resul-

tado é praticamente estável na comparação com julho, quando a taxa acumulada de 12 meses estava em 9,56%.

O avanço dos preços nes-ses últimos 12 meses foi pressionado, sobretudo, por despesas consideradas básicas do orçamento das famílias, como habitação (aumento de 17,55% nos preços), transportes (7,96%) e alimentação e bebidas (10,65%), segundo o IBGE

O problema do aumento do custo de vida é que ele ocorre em uma momento de piora do mercado de trabalho, com efeitos sobre a renda dos trabalhadores. Os aumentos de salários repõem cada vez menos a inflação passada.

Do aumento de preços, o avanço do grupo habi-tação foi puxado pela alta dos preços da energia elé-trica (54,45%) nos últimos 12 meses. Já transportes foi impactado por reajustes de tarifas de ônibus 13,79%). São os chamados preços ad-ministrados da economia.

PREÇOS

Desaceleração do IPCA foi puxada pelos alimentos, diz IBGE

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AÇÃO

Na ata, o BC cita que esse efeito de elevação da Selic, por se acumular e por levar tempo para aparecer, vai se sobrepor a “certos riscos re-manescentes” na trajetória de combate à inflação. Na última quarta-feira, o comitê decidiu manter a Selic em 14,25% ao ano, após um ci-clo de sete altas seguidas.

A taxa é usada nas nego-ciações de títulos públicos no Sistema Especial de Li-quidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao re-ajustá-la para cima, o BC contém o excesso de de-manda que pressiona os preços, porque os juros

mais altos encarecem o crédito e estimulam a pou-pança. Ao manter a Selic em 14,45% ao ano, o BC sinaliza que as altas an-teriores foram suficientes para produzir os efeitos esperados na economia.

Para o Comitê de Política Monetária, a sua estratégia “está na direção certa”.

Ainda no combate à alta de preços para controlar a inflação e entregá-la na meta em 2016, Banco Central reduziu também projeção para energia elétrica

BC reduz projeção para aumento da gasolina

Brasília - O Comitê de Política Monetá-ria (Copom) do Banco Central reduziu a pro-

jeção para a alta do preço da gasolina este ano. A projeção passou de 9,2%, estimados em julho, para 8,9%, conforme a ata da última reunião do Co-pom, divulgada ontem (10).

Também foi reduzida a pro-jeção para o aumento dos preços da energia elétrica, de 50,9% para 49,2%. A estima-tiva para a queda no preço da tarifa de telefonia fixa passou de 3% para 3,5%.

O Copom também alterou a projeção para o aumento do preço do botijão de gás de 4,6% para 15%. No último dia 31, a Petrobras anunciou que o preço do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado em botijões de até 13 quilos, foi reajustado em 15%, em média.

Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, o comitê projeta variação de 15,2% em 2015. Em julho, o índice estimado foi 14,8%.

SelicAs ações do BC no combate

à alta dos preços devem fazer com que se atinja o objetivo de entregar a inflação na meta (4,5%) em 2016.

Depois de aumentar o preço da gasolina por duas vezes neste ano, governo aponta recuo

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Copom diz que está no rumo certo

Viagens ajudaram na desaceleração da inflação de agosto

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AÇÃO

Passagens, alimentos e energia puxam queda

Rio de Janeiro (Folha-press) - Com a queda de preços da energia elétrica e das passagens aéreas, e sem a pressão dos alimen-tos e bebidas, a inflação ofi-cial desacelerou em agosto. O IPCA foi de 0,22% no mês, desacelerando na compara-ção com os 0,62% apresen-tados em julho deste ano e com os 0,25% do mesmo mês do ano passado.

É a menor taxa de inflação deste ano e a menor taxa para meses de agosto des-de 2010 (0,04%), segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã de ontem (10).

Com o resultado um pouco melhor do que em agosto de 2014, o índice de 12 meses desacelerou - ainda que modestamente - pela primeira vez em 2015:

de 9,56% em julho para 9,53% em agosto.

A desaceleração está em linha com a expectativa de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg de um IPCA em 0,23% de julho para agosto e de 9,54% em 12 meses terminados em agosto.

O IPCA continua, porém, bem acima do centro da meta de inflação do gover-no, que é de 4,5% ao ano com margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou menos.

De janeiro a agosto, a inflação acumula 7,06%, segundo o IBGE. É a taxa mais elevada para o período desde 2003 (7,22%). Os pre-ços administrados foram os principais responsáveis, so-bretudo energia elétrica.

INFLAÇÃO

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B3EconomiaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Rebaixamento agravará os indicadores negativosAnalistas amazonenses apontam que a perda do selo de “bom pagador” do Brasil prejudicará futuros investimentos da ZFM

Com o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agên-cia Standard & Poor’s,

divulgado na última quarta-feira (9), os indicadores ne-gativos da indústria e do co-mércio amazonense tendem a piorar. A avaliação foi feita por especialistas da indústria e da economia local, que alertam que o selo de “mal pagador “impactará na perda de inves-timentos, queda na produção e geração de emprego, prin-cipalmente no Polo Industrial de Manaus (PIM).

Segundo o presidente do Con-selho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Marcus Anselmo Evangelista, no momento em que se perde o selo de “bom pagador”, como é conhecida a classificação da agência, os possíveis investi-dores que aplicariam recursos na Zona Franca de Manaus (ZFM), por exemplo, sentirão insegurança, logo não farão os investimentos programados. “A situação econômica não está boa em todo o país, e o rebai-xamento da nota de crédito complica mais ainda”, avaliou.

Evangelista observou que Manaus sentirá muito, uma vez que no parque fabril da cidade são muitas as companhias mul-tinacionais instaladas. “São empresas que poderiam estar ampliando os seus investimen-tos, mas com o rebaixamento os investidores deverão recuar para não correr riscos num país agora considerado mal pagador”, salientou.

O economista observou ain-da que, antes da classifica-

ção negativa da Standard & Poor’s, os analistas falavam de recuperação da economia brasileira em 2017, mas agora eles lamentam que ela pode-rá se concretizar somente em 2020. Nem mesmo as medidas do governo federal anunciadas pós-anúncio da agência da-rão celeridade à recuperação da confiança internacional, na avaliação de Evangelista.

“As ações do governo de hoje são mais história para boi dormir. Um país que gasta mais do que arrecada não é

confiável. É necessário enxugar a máquina, como já é falado há muito tempo. Mas, quem sabe agora o rebaixamento nos garanta algum efeito nas decisões políticas”, disse o pre-sidente do Corecon-AM.

Segundo ele, para mudar a nota, o país precisa crescer o Produto Interno Bruto (PIB), o que leva no mínimo dois anos. “É necessário enxugar os gastos, mas ao invés disso, o noticiário mostra, no auge da crise, o Congresso Nacional fazendo in-vestimento para renovação da sua frota de carros”, criticou.

Para o vice-presiden-te da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, não há dúvida de que a perda do selo de “bom pa-gador”, vai encarecer a entrada de recursos internacionais no país e no Amazonas, pelo cri-tério de desconfiança dos investidores.

“Os recursos serão mais caros, tanto para o governo quanto para a iniciativa privada, que precisa de investimen-tos do exterior. O rebai-xamento acentua muito mais o nível de descon-fiança da indústria e do comércio sobre o gover-no”, disse Azevedo.

Ele observou que, logo depois da divulgação da nota de rebaixamento, o ministro da fazenda, Joaquim Levy, foi cla-ro ao dizer que vai ter mexer naquilo que não depende do Congresso Nacional, como o Impos-to sobre Produto Indus-trializado (IPI), PIS Cofis. Mas, Azevedo disse que a indústria espera que o governo apresse as me-didas de contenção de despesas de custeio.

Recursos internacionais mais caros

Produção, arrecadação e desemprego no PIM e no comércio sofrerão ainda mais no Amazonas

EMERSON QUARESMA

Rio de Janeiro - Em entre-vista ao “Jornal da Globo”, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que a população está preparada e vai enten-der se precisar pagar mais impostos para o país voltar a crescer e criar empregos. Na visão de Levy, está ficando cada vez mais claro para as pessoas que é preciso fazer escolhas que não são fáceis para o país chegar ao equi-líbrio fiscal e crescer.

“Não adianta só você di-zer que é para cortar e não dizer onde vai cortar. Não adianta querer resolver as coisas pedindo para a popu-lação assinar um cheque em branco. Tem que olhar, exa-minar onde dá para cortar.

E também se a gente preci-sar pagar imposto eu tenho certeza que a população vai estar preparada para fazer isso, porque é um caminho para ter o equilíbrio, para poder crescer e a gente quer crescer para criar emprego” disse Levy. “Se pagar um pouquinho mais de impostos e a economia crescer, você tem o imposto de volta”, completou em outro trecho da entrevista.

O ministro disse que assu-miu o cargo com o objetivo de fazer com que Brasil rea-dquirisse o equilíbrio fiscal, “porque é essencial para a gente poder crescer”. A nota da Standard & Poor’s (que rebaixou o Brasil), se-

gundo Levy, “é apenas uma avaliação se a gente está olhando com seriedade para isso”. Se a sociedade, o Congresso, o governo es-tão entendendo a seriedade de ter equilíbrio fiscal , “ne-cessário para o Brasil ter a confiança das pessoas”.

Levy enfatizou que onde o governo poderia cortar sem autorização do Congresso já cortou e que agora é preciso fazer escolhas, pois as despesas com aposenta-dorias, os programas sociais são determinados por leis, aprovadas pelo Congresso. “Essas e outras coisas tem que discutir no Congresso. É como a democracia fun-ciona”, explicou

Brasileiro pagará mais impostosJoaquim Levy diz que para realizar o equilíbrio fiscal é necessário dizer onde vai cortar

Brasília (Folha-press) - Logo depois da divulgação do rebai-xamento do crédito do Brasil, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afir-mou que o rebaixamen-to da nota de crédito do Brasil é um “desastre anunciado” fruto da “incompetência e dos erros do governo”.

Em nota, o tucano afirmou que o PT im-pediu a discussão sobre um ajuste da economia em 2014 devido às elei-ções para que a presi-dente Dilma Rousseff pudesse ser reeleita.

“A oposição tentou na campanha de 2014 discutir rumos para o ajuste da economia e foi atacada pela pro-paganda partidária do PT que negava a exis-tência de uma grave crise econômica que se aprofundava em decorrência da não adoção de medidas corretivas pelo gover-no em conjunto com a expansão da despesa pública para eleger a presidente candidata”, afirmou em nota.

Desastre anunciado, diz oposição

Brasília (Folhapress) - Em reunião de emergên-cia com sua coordenação política, a presidente Dilma Rousseff negou nesta quin-ta-feira (10) que o rebaixa-mento da nota de crédito do Brasil configure um “cenário catastrófico” para o país, mas pediu urgência para sua equipe anunciar cortes de gastos públicos, incluindo principalmente os relacio-nados à reforma adminis-trativa, que seria concluída somente no fim do mês.

Durante a reunião, a pre-sidente disse a sua equipe que é preciso ter “unida-

de” dentro do governo e “agilidade e urgência” na definição de cortes de des-pesas. Só depois, segundo ela, o Executivo vai ne-gociar com o Congresso medidas de aumento de receitas, “transitórias”, até conseguir o reequilíbrio das contas públicas.

Somente depois do pre-juízo, o governo promete cortar na “carne” e, além disto, será feito um “pen-te fino” nos programas sociais, para melhorar a gestão destes gastos e combater fraudes caso elas ainda existam.

Dilma nega ‘catástrofe’

Não vou ser o cava-leiro do apocalipse,

mas o rebaixamento é um desestímulo

para investimentos e compromete mais os indicadores negativos

Nelson Azevedo,vice-presidente da Fieam

Presidente pediu urgência no anúncio de corte de gastos

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B4 Economia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Seduc convoca estagiários para atuarem na capitalOs 47 aprovados no último processo de seleção devem comparecer hoje à sede da secretaria, munidos de documentos

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) convocou os aprova-dos para estágio em

nível superior, aprovados no último processo de seleção, para a apresentação de do-cumentos no dia de hoje. A seleção foi realizada pelo Cen-tro de Estudos Avançados e Treinamentos (Ceat).

Os candidatos selecionados deverão comparecer à sede da Seduc, nesta sexta-feira (11), conforme cronograma, no ho-rário de 8h às 12h e de 14h às 16h. A sede da Secretaria de Educação está localizada na avenida Waldomiro Lustosa, número 250, bairro Japiim 2, Zona Sul de Manaus.

Conforme o cronograma, as modalidades que serão aten-didas no primeiro horário são dos seguintes cursos: letras (1º ao 23º), psicologia (1º ao 4º) e pedagogia (81º ao 127º). No segundo horário serão atendi-dos os seguintes cursos e clas-sificados: administração (9º ao 15º), ciência da computação (8º ao 15º), ciências contábeis (5º), comunicação social/jornalismo (3º ao 4º), designer (3º), direito (8º ao 14º), engenharia civil (9º ao 14º), engenharia da compu-tação (7º ao 8º), engenharia elé-trica (10º ao 15º), engenharia

mecânica (3º), licenciatura em educação física (1°*,2°*,3°*;1° ao 3°), serviço social (1°*,2°*; 1° ao 2°) e sistema de informação (5º ao 6º).

De acordo com a Seduc, no momento da apresentação, cada candidato deve compa-recer com uma cópia legível dos seguintes documentos: Carteira de Identidade (RG),

CPF, Comprovante de Resi-dência, Declaração Escolar (original), Histórico Escolar se for aluno da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) ou Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam), além de uma foto 3x4 e extrato de Conta Corrente (Banco Bradesco).

* Portador de Necessida-de Especial Convocados devem comparecer à sede da Seduc, no Japiim 2

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ADMINISTRAÇÃO

EstagiárioJanio Gomes da SilvaSuhelen Danusa Nascimento BarbosaKerem Lima Do AmaralMarcella Carollyne Saboia MotaIrailson Pimentel TavaresNivaldo Santos de LimaBruno de Oliveira Ribeiro

CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

EstagiárioRenan dos Santos DinellyFabricio Souza NogueiraJoel Jhimmy Ramos LiborioEnielton Costa dos SantosMarcos Silva MotaLeonor Joana Ramos OliveiraJosyelem Santos da SilvaMarcos Augusto de Souza Pibto

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EstagiárioPatricio Cardoso Mascarenhas

COMUNICAÇÃO SOCIALJORNALISMO

EstagiárioAna Carla Jafra CordeiroJamildo Alves de Souza

DESIGNER

EstagiárioBeatriz Cardoso

DIREITO

EstagiárioMayara Maira Lima AndradeJéssica Thaís Barbosa da SilvaFrancimar Cardoso RodriguesAndrey Alickson Lima de Araújo

Christopher Phelippe Picanco MartinsSuzy Soares CostaWalber Allen Souza E Silva

ENGENHARIA CIVIL

EstagiárioAngra Ferreira GomesFrancisco Chagas Santos de OliveiraErlon Pereira BieRebson Bernardo de SouzaRodrigo Feitosa da CostaAsafe Lopes de Senna

ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO

EstagiárioEden Freitas RamosDennyson Cavalcante Souza

ENGENHARIA ELÉTRICA

EstagiárioRenato Gomes de SouzaCleidioney Santa Rosa GomesJorge Raphael Rodrigues Saturnino de SouzaJosé Alberto Gurgel Cardoso NetoPaulo Ricardo Apurcino da SilvaFagner Bruce de Lima

ENGENHARIA MECÂNICA

EstagiárioPerla Alves de Oliveira

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

EstagiárioAurivaldo Michel Lima de SouzaBruna Campos CorrêaRodrigo de Oliveira MaquinéPaloma Reis da SilvaFabio Rodrigues NogueiraAna Paula de Souza Boadana

Lista dos classificados

INFORMAÇÕESOs futuros estagiários podem obter maiores informações junto à Coordenação de Re-crutamento e Seleção – Programa de Estágio da Seduc por meio do contato telefônico (92) 3614-2267

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Dia a diaCade

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[email protected], SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 (92) 3090-1041

Organizada, mas sem clientes

Jornal AGORA será auditado pelo IVC

Dia a dia C3

Feiras devem se adequar às normas de higieneInfraestruturas comprometidas, entre outras precariedades, foram debatidas em audiência pública do Ministério Público

Feiras sujas, infraestru-tura precária e permis-sionários mal orien-tados sobre noções

básicas de higiene foram al-guns dos motivos da audiência pública que Ministério Público do Estado (MPE/AM), em con-junto com o Ministério Público Federal (MPF/AM), realizou na manhã de ontem com repre-sentantes destes espaços, ór-gãos de defesa do consumidor e Vigilância Sanitária. Recla-mações dos feirantes também foram ouvidas.

Os principais pontos aborda-dos pelo promotor de Justiça, Ótavio Gomes, da 51ª Promoto-

ria de Defesa do Consumidor (Prodecom), foram os ba-

nheiros públicos pre-cários, número

insufi ciente de coletores de lixo, esgoto, circulação de animais dentro dos locais, manipulação de alimentos sem luvas e falta de vestuário adequado para que os feirantes trabalhem em seus boxes.

“As feiras têm graves pro-blemas higiênicos e sanitários. As fi scalizações devem ser co-ordenadas, cada um cumprin-do seu papel, e o MPE busca essa coordenação. Essa pri-meira reunião ocorre no sentido mais pedagógico, de passar informações sobre o que os fei-rantes podem e devem fazer”, explicou Gomes.

A representante da feira do Coroado, situada na Zona Les-te, Adriana Gomes da Silva, admitiu que além dos proble-mas de infraestrutura, quem difi culta os avanços nesse tipo de comércio é o próprio permis-sionário, que muitas vezes co-mercializa produtos, principal-mente carnes e pescados, de procedência duvidosa.

“Na feira do Coroado todos sabem que carnes só têm

aos fi ns de semana. No dia a dia, só tem uma pessoa que vende vís-

ceras de boi e quando tem a gente

não sabe a procedência. A re-sistência maior é por parte dos feirantes que não colocam vestimentas para que o povo veja quem está manuseando, por exemplo. É bem complicado. Em alguns casos, é o próprio feirante que não se adéqua, infelizmente”, lamentou.

VisitasA reportagem do EM TEMPO

percorreu três das principais feiras de Manaus e constatou que a sujeira nos ambientes é a principal “vilã”, e que apesar de reclamar, os consumidores continuam frequentando os lo-cais em busca de determinados produtos e por conta do “fres-cor” dos alimentos.

Apontada pela população como a pior da categoria, a feira da Panair, no bairro de Educandos, Zona Sul, inclusive foi citada pelo promotor Otávio Gomes. Segundo ele, por estar situada na orla do rio Negro, na época da vazante, o lixo descartado incorretamente nas águas fi ca exposto e contribui com aspecto e odor ruins nos arredores do lugar. No local foi possível ver o chão tomado de vísceras e água de lavagem dos pescados.

Mau acondicionamento de alimentos, bem como a exposição dos mesmos em meio à fi ação elétrica, são cenas comuns em algumas feiras de Manaus e que comprometem a qualidade dos produtos

CECÍLIA SIQUEIRA

FOTOS: MARCIO MELO

Parte de um complexo de comércio de alimentos, a Feira da Manaus Moderna, no Centro, conta com vigi-lantes na entrada principal, zeladores passando pelos corredores recolhendo o que é descartado pelos permis-sionários, que pagam R$ 30 por semana para ajudar nos custos. Porém, ainda precisa melhorar muito em

questão de

limpeza. Pelo menos é o que disse a aposentada Ma-rilene Leão, que costuma comprar de tudo ali.

“Melhorou mais do que estava antes do Mercado Municipal Adolpho Lisboa ser inaugurado, mas ainda falta limpeza e organiza-ção. Os órgãos respon-sáveis têm que fazer as fi scalizações, pois muita coisa continua fora dos padrões. Os corredores de acesso, por exemplo, estão tomados de sujeira e sacos

que atrapalham no des-locamento. É questão de bom senso. Já melho-rou e precisa ter fi s-calização pesada com

multas. Dói quan-do é no bolso”, argumentou.

Fiscalização deixa a desejar

Feira da Manaus Moderna é bastante movimentada

Barata passeia por bancada de

carne, na fei-ra da Panair

Na feira da Ceasa, Zona Sul, os boxes aparente-mente estavam organiza-dos e limpos. A água que escorre do gelo derretido e de lavagem de alimentos vai para o escoamento e segue para a Estação de Tratamento de Efl uentes e Esgotos (ETE).

Trabalhando há 15 anos no local, José Pe-reira da Silva, 54, contou que atua como feiran-te na Ceasa desde que as estruturas eram de madeira. “Aqui tem tra-tamento de esgoto. A água não vai para o rio. Estamos nos adequando e procurando seguir as normas de higiene, com as vestimentas ade-quadas e refrigeração de alimentos. Só fal-ta o consumidor vir”, disse.

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C2 Dia a dia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Agricultores protestam contra extração de areiaMoradores da comunidade São José, na AM-010, realizaram uma manifestação em frente à sede do Ipaam, ontem de manhã

Agricultores exigiram que o Ipaam adote providências contra a extração ilegal de areia

Um grupo de morado-res da comunidade São José, localizada no ramal Água Bran-

ca II, no quilômetro 35 da rodovia AM-010 (Manaus - Ita-coatiara), realizou na manhã de ontem uma manifestação em frente à sede do Insti-tuto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipa-am), no bairro Parque 10 de Novembro, Zona Centro-Sul, para cobrar fiscalização na extração de areia.

De acordo com os populares, as diversas escavações que vêm ocorrendo nos últimos meses em um areal, situado dentro da comunidade, estão prejudicando as famílias que moram na região há mais de 10 anos.

Eles alegam que aproxima-damente cem casas já foram destruídas com a ação que é realizada por dois empresá-rios identificados como Carlos Alberto Sales Júnior e Arnal-do Correia da Silva. Segundo os moradores, o Ipaam au-torizou a extração constante de areia na região.

“Na disputa pela liderança de vendas de areia quem sai prejudicado somos nós que

estamos no meio da guerra desses dois senhores que não estão nenhum pouco preocu-pados com a nossa situação. O que importa para eles são os lucros. Eles colocam diversas máquinas todos os dias dentro da nossa comunidade para escavar o areal. Se não tiver nenhuma pessoa dentro de casa eles passam com o trator em cima da residência para es-cavar o nosso terreno. Temos o título das terras, emitido pelo próprio Ipaam, e não podemos deixar que eles acabem com a nossa comunidade”, disse o representante dos moradores, Ismael Barroso.

Segundo ele, dois ofícios fo-ram protocolizados no Ipaam cobrando fiscalizações na re-gião. O primeiro foi entregue ao órgão em junho e o outro no mês de agosto. Entretanto, nenhuma medida foi tomada para impedir a ação.

“Na semana passada fiscais do Ipaam estiveram na comu-nidade, olharam a movimen-tação das máquinas e foram embora sem dizer nada. Os empresários dizem que estão amparados pelo órgão. Então nós viemos aqui, para reivin-dicar os nossos direitos como moradores, queremos uma resposta do Ipaam, uma vez

que a região abriga diversas nascentes, áreas de preserva-ção e não pode ser destruída dessa maneira”, destacou.

RevisãoPor meio de nota, o Ipa-

am informou que recebeu os moradores para escutar as denúncias. O órgão res-saltou que, de acordo com a legislação, do Departamento Nacional de Produção Mine-ral (DNPM), nem sempre é o proprietário do solo (superfi-ciário) o titular do direito de pesquisa e lavra dos recur-sos minerais eventualmente existentes no subsolo. Ou seja, o uso da propriedade por terceiros é permitido desde que com a anuência dos proprietários, que pode ser em forma de contrato de arrendamento e com o pagamento de royalties.

“Os moradores devem for-malizar as denúncias e solici-tar a revisão do licenciamen-to. Após isso, tomaremos as providências baseadas em lei. E, assim, poderemos fazer interlocução entre as empresas e os moradores para chegarmos a uma so-lução”, informou a diretora-presidente do instituto, Ana Eunice Aleixo.

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HPV

Imunização é destinada a meninas de 9 a 13 anos de idade

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Amazonas deve imunizar mais de 59 mil meninas

O Ministério da Saúde re-passou ao Amazonas 75 mil doses de vacina para a se-gunda etapa da campanha de imunização contra o HPV, que começa nesta semana, em todo o país. A vacina é destinada às meninas de 9 a 13 anos e protege contra o vírus que está na origem de 70% dos casos de câncer de colo de útero. Na primei-ra etapa da campanha, que ocorreu em março deste ano, 59.157 meninas receberam a primeira dose do esque-ma vacinal, no Amazonas. “A proteção contra o vírus exige que o esquema vacinal, que é composto de três doses, seja rigorosamente seguido”, aler-tou o secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza.

O secretário recomendou aos pais que não deixem de assegurar que as meninas complementem o esquema

de vacinação. A campanha, segunro orien-

tações da Susam, deve ser realizada, prioritariamente, no âmbito das escolas, para garantir maior alcance da ação. Mas cada secretaria tem sua estratégia e algumas optam por ofertar a vacina nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “O importante é que haja um esforço conjunto en-tre os pais das adolescentes e as equipes de saúde, para fazer chegar a vacina, que tem um papel tão importante na prevenção ao câncer de colo uterino, ao seu público-alvo”, destacou o secretário.

O Amazonas foi o primeiro Estado brasileiro a oferecer, ainda em 2013, na rede públi-ca de saúde, a vacina contra o HPV, como parte da política de enfrentamento do câncer de colo do útero que tem alta incidência no Estado.

CENTENÁRIA

De arquitetura antiga, a casa foi interditada após incêndio

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Defesa Civil interdita casa incendiada no Centro

A Defesa Civil do município interditou ontem, um imóvel centenário, na rua Monse-nhor Coutinho, Centro, por apresentar risco. Na última quarta-feira à noite, o local foi incendiado, após um me-nino de 5 anos de idade atear fogo em um colchão, enquanto brincava com um isqueiro, con-forme informações do Corpo de Bombeiros.

De acordo com a assessoria da Defesa Civil, os proprietá-rios do imóvel não se encaixam na concessão do programa de assistência auxílio moradia (aluguel social), por terem uma renda acima do perfil exigido. Eles foram removidos para a casa de parentes e amigos, segundo as orientações dos

técnicos do órgão municipal.A casa de arquitetura an-

tiga foi interditada tempo-rariamente para assegurar a integridade dos moradores que a ocupavam. Eles fo-ram orientados a fazer re-paros nos danos causados pelo o incêndio.

O fogo teria iniciado em um dos cômodos, alastrando-se rapidamente pelo interior da casa de, aproximadamente, 20 metros de comprimento. Na ocasião, Rossilda Lima, 66, assistia à wtelevisão, na sala, quando percebeu o clarão das chamas vindo do quarto dos fundos.

Conforme o tenente do Cor-po de Bombeiros Janderson Lopes, a residência de alve-naria era ocupada por cinco pessoas da mesma família.

SEMÁFORO

Semáforo oferece segurança a quem circula pelo local

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Avenida das Torres recebe sinalização

Oferecendo mais seguran-ça aos motoristas, pedes-tres, ciclistas e motociclistas, entrou em funcionamento nesta quinta-feira um novo semáforo instalado pela Prefeitura de Manaus, na esquina da avenida Gover-nador José Lindoso (avenida das Torres) com a rua 21 (via de acesso ao conjunto Boas Novas), Cidade Nova, Zona Norte, reforçando a sinalização do local.

Com a implantação do equipamento, a rua 21, do conjunto Boas Novas, fica em sentido único no trecho avenida das Torres/rua 10. Para orientar condutores e moradores da área, o Institu-to Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) implantou sinalização vertical e hori-zontal com faixas de pedes-tres, linhas de retenção e de divisão de fluxo. “A comuni-dade pediu e nós atendemos.

É mais uma medida para proporcionar segurança no trânsito”, informou o diretor presidente do Manaustrans, Paulo Henrique Martins.

De acordo com o auxi-liar contábil Jacó dos San-tos, 36, o cruzamento das vias era um local perigoso. “Esse semáforo vai ajudar a evitar muitos acidentes entre os veículos e também deve trazer mais seguran-ça para os pedestres, pois esse é um lugar onde cami-nham muitas pessoas ido-sas. Acredito que agora os motoristas vão ficar mais atentos à travessia dos pe-destres e aos veículos da rua transversal”, analisou.

O setor de Fiscalização do Manaustrans montou uma canalização com co-nes na avenida das Torres, antes do local do novo se-máforo, para alertar con-dutores sobre a sinalização agora instalada.

GERSON FREITAS

JOSEMAR ANTUNES

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C3Dia a diaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

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ULG

AÇÃO

Jornal AGORA passa a ser auditado pelo IVC

O jornal AGORA já integra o seleto grupo de veículos de comunicação brasileiros au-ditados pelo Instituto Verifi -cador de Comunicação (IVC), órgão que realiza serviço de auditoria multiplataforma, que contempla circulação e distribuição de jornais e revistas, publicações digi-tais, eventos e audiência na web. A confi rmação da entrada do jornal na lista de associados foi confi r-mada ontem à tarde pelo diretor-administrativo do Grupo Raman Neves de Co-municação, Leandro Nunes. Para ele, a nova conquista comprovará o sucesso do AGORA, que cresce a cada dia, e passará mais trans-parência aos clientes.

“Passamos transparência

para os nossos clientes. A partir deste mês, mostrare-mos os números, não apenas falaremos. Podemos com-provar. A partir do dia 20, o interessado pode verifi car no site do IVC a circulação do AGORA”, disse o diretor.

Para conseguir essa conquista, foi modifi ca-da a logística de venda e o sistema de tiragem do jornal. “Temos promo-tores espalhados em 30 pontos da cidade”, expli-cou. O IVC é referência na auditoria de métricas de comunicação. O selo do IVC para um veículo signifi ca ter o reconhecimento das agências de propaganda e de grandes anuncian-tes, além do respeito entre os concorrentes.

MÉTRICAS

Métricas do IVC comprova-rão crescimen-to do AGORA

Programa encerra hoje

Estão abertas até esta sexta-feira as inscrições para a 6ª edição do Pro-grama de Bolsas Fórmu-la Santander, para es-tudantes de graduação e de pós-graduação de 48 universidades bra-sileiras conveniadas ao Santander Universida-des. Única no mundo, a iniciativa promove o intercâmbio de pessoas, culturas e conhecimen-tos, fomentando a pes-quisa, a tecnologia e a internacionalização da atividade acadêmica.

Serão cem bolsas de estudos disponíveis em quase 1.200 institui-ções conveniadas em 20 países. Esse é um dos Programas de Mobili-dade Internacional mais importantes do Santan-der Universidades, que permite aos alunos, em conjunto com suas uni-versidades, escolher o destino de sua preferên-cia para um semestre de curso no exterior.

Desde 2010, univer-sitários do Brasil, Es-panha e Reino Unido são benefi ciados com bolsas equivalentes a 5 mil euros, para co-brir custos com trans-porte, hospedagem e alimentação.

As inscrições podem ser feitas pelo o site do Santander Univer-sidades: www.santan-deruniversidades.com.br/bolsas/Paginas/for-mula-santander.aspx.

INTERCÂMBIOSindicato e SSP debatem ações em postos de gasolina

Medidas que possam coi-bir assaltos a postos de ga-solina, bem como o reforço de segurança privada dos estabelecimentos, foram de-batidas nesta quinta-feira, durante uma reunião entre representantes da Secreta-ria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e do Sin-dicato dos Revendedores de Combustíveis (Sindicam).

A reunião foi realizada no Centro Integrado de Comando e Controle do Amazonas (CICC-AM) e contou com a presença dos secretários- executivos- adjuntos de Operações e Pla-nejamento e Gestão Integrada, Pedro Florêncio e Dan Câmara, respectivamente. “A intenção é aumentar a comunicação entre empresários, gerentes e frentistas com os delegados e comandantes, para que as ocorrências tenham um tempo de resposta menor”, explicou Pedro Florêncio.

Dan Câmara reforçou a im-portância dos estabelecimen-tos privados em manterem funcionando o sistema de

monitoramento e a posição das câmeras dos postos de gasolina. “É importante que as câmeras estejam posicio-nadas para conseguir captar imagens internas e externas, especialmente as que estão voltadas para as ruas. Dessa forma elas são grandes aliadas para a solução desses crimes, pois conseguem mostrar a ação do começo ao fi m”.

Segundo o presidente do Sindicam, Luiz Felipe Moura, será realizado o mapeamen-to da quantidade de postos de gasolina em Manaus e a identifi cação de quais desses estabelecimentos possuem câmeras de segurança. “Pre-tendemos inclusive orientar os empresários sobre a qua-lidade das câmeras, prezando sempre por bons equipamen-tos que possam disponibilizar imagens nítidas. E os postos que não possuem câmeras serão orientados a adquirir tais equipamentos como for-ma de garantir o seu pró-prio patrimônio e segurança dos seus funcionários”.

SEGURANÇA

Ações integradas pretendem coibir assaltos aos postos

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No sentido Japiim/Co-roado a intervenção vai facilitar o trânsito para os condutores que estiverem na avenida General Rodri-go Otávio. Os motoristas que desejarem retornar no sentido Japiim pode-rão fazer o retorno no pé do viaduto, também sem circular toda a rotatória.

De acordo com a Prefei-tura de Manaus, o projeto das alças foi elaborado pelo Instituto Municipal de Engenharia e Fiscali-zação do Trânsito (Ma-naustrans). A circulação nas novas alças será per-mitida apenas para veí-culos de pequeno porte. Veículos pesados não po-

derão circular nos retor-nos e terão que contornar a rotatória.

O diretor presidente do Manaustrans, Paulo Henrique Martins, des-tacou que o projeto não vai reduzir a capacidade de circulação na rotató-ria, que permanecerá com três faixas.

Os dois novos retornos do viaduto estavam previstos para ser entregues nesta sexta-feira. Entretanto, os trabalhos no local não foram concluídos

Complexo viário Gilberto Mestrinho segue em obras

As duas alças de retorno do complexo viário Gil-berto Mestrinho, locali-zado no bairro Coroado,

Zona Leste, que estavam pre-vistas para ser entregues à po-pulação hoje, ainda continuam em obras. Com o novo sistema, a prefeitura busca reduzir em 15% o volume de veículos na rotatória, que, no horário de pico, é utilizada por mais de 12 mil carros por hora.

Por enquanto, homens e má-quinas seguem trabalhando em ritmo acelerado para fi nalizar alguns ajustes dos novos retor-nos. As obras tiveram início no mês de agosto.

De acordo com a Secreta-ria Municipal de Infraestrutu-ra (Seminf), os recuos serão destinados aos motoristas que trafegam nas aveni-das General Rodrigo Otávio e Ephigênio Sales.

Com a intervenção, os moto-ristas que estiverem na aveni-da Ephigênio Sales, no sentido Parque 10/Coroado, terão a op-ção de retornar em direção ao Parque 10 sem a necessidade de entrar na rotatória. O novo acesso vai facilitar, inclusive, a entrada de veículos da Ephigê-nio Sales em direção à avenida Governador José Lindoso (ave-nida das Torres).

Obras seguem em ritmo acelerado e devem ser entregues à população o mais breve possível

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Acesso para veículos pequenos

GERSON FREITAS

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C4 Dia a dia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Ao perceber os policiais, Erick tentou fugir mas foi preso

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ULG

AÇÃO

/PM

Pai de bebê jogado no rio é levado para cadeia A mãe, Cleudes Moraes, foi liberada ontem da prisão e deverá assinar o termo de compromisso das medidas cautelares

O canoeiro Josias de Oliveira Alves, 27, após ter confes-sado que jogou o

próprio filho de 4 meses no rio Negro, no último dia 14, e ver a prisão temporária ser convertida em preventiva, foi encaminhado na tarde de ontem para a cadeia pública, em cumprimento à decisão da juíza Mirza Telma de Oliveira, do Tribunal do Júri. Josias as-sistiu à ex-companheira e mãe da criança, Cleudes Maria Ba-tista, 22, ganhar liberdade condicional, em cumprimen-to à decisão judicial também expedida pela magistrada.

A soltura de Cleudes, que ficou detida na sede da De-legacia Especializada de Ho-micídios e Sequestros (DEHS), Zona Leste, por, aproximada-mente, sete dias, foi consu-mada com algumas condições impostas pela juíza Mirza Tel-ma. O documento indica qua-tro medidas cautelares, como não se ausentar da comar-ca, comparecer uma vez por mês em juízo para confirmar e justificar atividades, não frequentar bares, restauran-tes ou casas noturnas e não manter contato com os fami-

liares da vítima (parentes da família de Josias) ou pessoas relacionadas ao caso.

DesabafoNa saída da DEHS, Cleudes

desabafou e lamentou a perda do filho. “Com certeza, agora a Justiça foi feita. Desde o início eu disse que era ino-cente e, graças a Deus, ele confessou”, disse.

Apesar da boa notícia, Cleu-des ressaltou que ainda as-sim estava “péssima porque nada disso vai trazer meu filho de volta”.

Nesta sexta-feira, Cleudes deverá comparecer ao Tri-bunal do Júri para assinar o termo de compromisso das medidas cautelares. Diante do júri, ela também irá de-cidir se permanece em Ma-naus ou volta para sua ter-ra natal, Manacapuru, até a conclusão total do inquérito, que está prevista para daqui a nove dias.

Apesar da soltura e da con-fissão de Josias, o delegado titular da DEHS, Ivo Martins, disse que nesse momento não é possível, mas não está descartada a possibilidade de Cleudes ainda poder ser indiciada caso surjam novas provas. “Nesse momento ela

está como vítima e a gente já pode dar como encerrado o caso, mas deixando em aberto essa possibilidade de apare-cer novas provas”.

Segundo o advogado de de-fesa de Cleudes, Thiago Mon-te, a ação agora é evitar que Cleudes seja indiciada. “Há rumores de que ela possa ser indiciada por omissão de so-corro, o que chega ser engra-çado. Como que uma pessoa que está sofrendo tentativa de assassinato pode se omitir de socorrer alguém, principal-mente seu filho, então vamos trabalhar para que isso não ocorra”, disse.

ConsultaO advogado ainda falou

à imprensa sobre o suposto interesse de Josias em con-tratar os serviços do pró-prio Thiago Monte para fazer sua defesa. Ele, por sua vez, declarou que, após consul-ta à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as medidas éticas, e seu escritório de ad-vocacia, não veria problema em fazer a defesa de Josias. “Nosso objetivo é defender as pessoas, se não houvesse nenhum problema ético em questão, nos faríamos sim a defesa,” disse Thiago.

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Seap transferedetentos

Após a Justiça determi-nar a interdição da Casa de Detenção Ataliba Da-vid Antônio, localizada em Manacapuru (a 86 quilômetros de Manaus), 30 detentos foram trans-feridos para unidades pri-sionais da capital.

A decisão de interdição foi assinada pela juíza da Comarca de Manacapu-ru, Vanessa Leite Mota. Segundo informações da Secretaria de Esta-do de Administração Penitenciária (Seap), a transferência foi realizada ontem.

Durante inspeção, a Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) constatou que o centro penitenciário do municí-pio sofria com a superlo-tação, além dos proble-mas de infraestrutura.

De acordo com o de-fensor público, Elias Jú-nior, a casa de deten-ção conta com mais de 115 presos num espaço acessível para apenas 20. “Era necessário fa-zer alguma coisa, bus-car as medidas judiciais cabíveis com o intuito de garantir a integridade física e os direitos dos detentos”, comentou.

A decisão foi tomada no início deste mês e favorece a ação cau-telar movida pela DPE juntamente com o Mi-nistério Público do Estado (MPE-AM).

MANACAPURUCobrador é ferido em tentativa de assalto

O cobrador de ônibus Ro-naldo Rabelo da Silva, 49, foi baleado na perna após reagir a um assalto na linha de ônibus 440 da empresa Líder por volta das 20h da última quarta-feira (9), na avenida Sávio Belota, bair-ro Novo Aleixo, Zona Norte. De acordo com a polícia, os suspeitos do crime, Erick de Oliveira Florenço, 19, foi preso e duas adolescentes de 14 e 15 anos foram apreen-didas no momento em que tentavam fugir.

O cobrador foi levado ao pronto-socorro Platão Araú-jo onde passou por procedi-mentos cirúrgicos e se en-contra fora de perigo. Erick ainda tentou fugir correndo e se esconder dentro de uma residência, mas suas com-parsas entregaram seu para-deiro, segundo informações da polícia.

Conforme policiais milita-res da 27ª Companhia Inte-rativa Comunitária (Cicom), que faziam patrulhamento no local quando passaram ao

lado do ônibus e perceberam a ação dos criminosos. Nesse momento, eles viram Erick armado com um revólver ca-libre 38 rendendo as vítimas enquanto as adolescentes roubavam os pertences dos passageiros. Ainda segundo a polícia, ao perceber a pre-sença dos policiais, Ronaldo tentou reagir e bater no as-saltante, instante em que Erick atirou duas vezes, mas somente um dos disparos atingiu o joelho esquerdo da vítima.

A Polícia Militar informou ainda que após os dispa-ros, Erick pulou pela janela no ônibus e fugiu correndo para uma invasão conhecido como “Buracão”, que fica pró-xima ao local. Ao receberem voz de prisão, as adolescen-tes entregaram o comparsa que estava escondido.

O caso foi registrado no 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP) onde Erick e as adoles-centes foram autuados pelo crime de tentativa de roubo e porte ilegal de arma. (AS)

LINHA 440SEM OAB

Bacharel em direito é preso

Há 20 dias se passando por advogado, o bacharel em direi-to Célio Fernandes de Souza, 34, foi preso na manhã de ontem após ser flagrado ad-vogando sem ter o registro da Ordem dos Advogados do Bra-sil (OAB), seccional Amazonas. A prisão ocorreu dentro de um escritório que o bacharel usava para atender seus clientes, no bairro São José 2, Zona Leste. À policia, Célio afirmou que tentou passar no exame da or-dem, mas não obteve sucesso, e disse ainda que o escritório usado por ele para atender os clientes é de propriedade de sua família.

De acordo com o presiden-te da comissão de direitos e prerrogativas da OAB/AM, Christian Naranjo, após rece-ber denúncias em uma rede social da entidade informan-do que Célio atuava como advogado sem permissão, o presidente foi até o local, e ao chegar ao escritório encontrou uma placa informando todas

as áreas do direito nas quais Célio atuava.

“Quando nós chegamos lá ele estava atendendo uma cliente, e mesmo com a nossa presença, ele continuou a se passar por advogado dando as orientações à vítima”, relatou. Ainda segundo Naranjo, após

flagrar o crime, eles aciona-ram a polícia. “Nós recebemos denúncias e imagens dele no Facebook da OAB se passando por advogado e até tentando representar causas”, afirmou.

Conforme policiais militares da 9ª Companhia Interativa

Comunitária (Cicom), depois de serem acionados pelos advogados, eles foram até o escritório e conduziram Cé-lio à delegacia para prestar depoimento. O bacharel não resistiu à prisão e afirmou aos policiais que não tinha a licença para exercer a função de advogado.

A delegada adjunta do 9º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Débora Barreiras, infor-mou que, na delegacia, Célio usou o seu direito de permane-cer calado e só se pronunciar sobre o crime em juízo.

VítimaAlzelene Neves, 33, informou

ao AGORA que foi até Célio pedir orientações, pois ela que-ria processar uma empresa por danos morais e materiais. “Eu já sabia que ele não era advogado, porque o Célio é amigo do meu irmão, mas eu fui até o escritório porque me disseram que ele faz somente uma triagem antes de mandar o caso para um advogado de verdade”, disse.

Como não foi aprovado no exame da Ordem, Célio resolveu advogar sem ter o registro da OAB

TRÂMITESCélio foi autuado em flagrante por esteliona-to, falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão. Em seguida, ele foi levado para o fórum Henoch Reis, onde passaria por uma audiência de custódia

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Liberdade de Cleudes foi condicionada a quatro medidas cautelares impostas pela Justiça

Josias foi transferido ontem, da DEHS para a cadeia pública, onde ficará à disposição da Justiça

JOANDRES XAVIER

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C5Dia a diaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

MPF pede suspensão de faculdade em ItacoatiaraOferecendo cursos de graduação e pós-graduação, Inet não teria autorização do MEC para atuar fora de sua sede

Para o MPF, a Justiça Federal deve condenar o Inet, ao final do processo, ao pagamento de indenização por danos ma-teriais e morais individuais e coletivos ocasionados aos alunos e à sociedade como um todo. Os danos materiais devem corresponder à totali-dade dos valores pagos em razão dos contratos firmados

entre os consumidores e o Inet, por cursos ministrados de forma irregular. Já os da-nos morais são decorrentes do prejuízo causado aos alunos ao verem frustradas as suas intenções em obter uma for-mação acadêmica adequada às normas legais vigentes e que lhes oportunize concorrer, quando concluído o curso, no

mercado de trabalho. Para a indenização por danos morais, o MPF indica o valor de R$ 1 milhão. Caso a Justiça atenda ao pedido do MPF, os alunos prejudicados deverão se habi-litar judicialmente, na fase de execução, no final da ação.

Entre os cursos oferecidos pela faculdade estão cursos de graduação em nível su-

perior em pedagogia, letras, educação física, administra-ção, serviço social, ciências contábeis, psicologia, his-tória e matemática; cursos de complementação de pe-dagogia, letras e história; e ainda os cursos de pós-gra-duação em matemática, psi-copedagogia e docência do ensino superior.

Danos morais e materiais devem ser pagos

O Instituto de Educação e Tecnologia (Inet) pode ter as ativida-des suspensas no

Amazonas. O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) ingressou com ação civil pública na Justiça Federal para proibir a oferta de cursos de graduação e pós-graduação em todo o Estado pela referida instituição. O Inet oferece, ao menos, 15 cur-sos no município de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus) sem autorização do Ministério da Educação (MEC) para atuar fora do município de Salvador, na Bahia. Na ação, o MPF pede que seja determinada, em caráter liminar, a suspen-são das atividades relacionadas aos cursos mencionados e tam-bém qualquer divulgação sobre oferta de vagas nestes cursos. O pedido inclui ainda que o Inet seja obrigado a indenizar os estudantes que investiram tempo e dinheiro em cursos e não terão diploma válido ao final. Durante a 8ª edição do projeto MPF na Comunidade, em Itacoatiara, em abril deste ano, o órgão verificou a existên-cia de propaganda da faculdade Inet, com oferta de cursos de graduação e pós-graduação. Em resposta a solicitação do MPF, o Ministério da Educação

(MEC) informou que a faculda-de não possui credenciamento para modalidade de ensino à distância (EAD), podendo atuar somente nos limites de sua sede, no município de Salvador, na modalidade presencial.

O MEC esclareceu ainda que faculdades e centros uni-versitários não podem possuir

campi fora da sede da institui-ção, o que é permitido apenas a universidades. Mesmo tendo protocolo válido de pedido de credenciamento para EAD e para credenciamento de polos de apoio presencial, a insti-tuição não está habilitada a oferecer cursos nesta modali-dade enquanto o processo não for concluído junto ao MEC e a portaria de credenciamento para EAD não for publicada.

SUSPENSÃONa ação, o MPF pede que a Justiça determi-ne ao Inet a imediata suspensão das ativi-dades dos cursos, das matrículas de novos alunos e da publicidade relacionada à oferta de vagas

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De acordo com o Ministério Público Federal, ao menos 15 cursos estariam sendo oferecidos em Itacoatiara pelo Inet

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Page 18: EM TEMPO - 11 de setembro de 2015

C6 País MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015

Julgamento foi interrompido por um pedido de vista

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ULG

AÇÃO

Supremo suspende a votação sobre drogas

Os ministros Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Bar-roso, do Supremo Tribunal Federal (STF), votaram on-tem (10) a favor da des-criminalização do porte de maconha para consumo pessoal. Com isso, existem agora três votos na corte para não mais considerar crime a posse da droga para uso próprio. Faltam ainda os votos de oito mi-nistros para uma decisão final sobre o assunto.

O julgamento, iniciado em agosto e retomado nesta quinta, foi inter-rompido por um pedido de vista do ministro Teori Zavascki, o próximo que votaria. Como pediu mais tempo para analisar o as-sunto, não há previsão para retomada do julgamento.

Na sessão de ontem, Fachin e Barroso segui-ram parcialmente o voto proferido em agosto pelo relator do caso, ministro Gilmar Mendes. Na ocasião, ele votou para derrubar o caráter penal do porte para consumo de qualquer droga. Fachin e Barroso, no entanto, restringiram a descriminalização apenas para a posse de maconha voltada para uso próprio.

A definição final sobre a extensão da descrimi-nalização, caso aprovada pela maioria, será possível somente após os votos dos 11 ministros. Após os votos de Fachin e Barroso, Gilmar Mendes voltou a se mani-festar em favor da descri-minalização do porte para qualquer droga.

CONSUMO PESSOAL

Ex-deputado federal foi ouvido pelo juiz Sergio Moro ontem (10) e falou também sobre os motivos que o levaram a trocar o PP pelo Solidariedade

Argôlo nega ter recebido valores ilegais de Youssef

O ex-deputado fe-deral Luiz Argôlo prestou depoimen-to ontem (10) como

réu em processo derivado da operação Lava Jato. Ele negou que tenha recebido para si dinheiro do doleiro Alberto Youssef e explicou motivos que o levaram a tro-car o Partido Progressista (PP) pelo Solidariedade.

Argôlo está preso no Com-plexo Médico-Penal, na região de Curitiba. Em depoimento, Youssef disse que repassava para Luiz Argôlo parte da pró-pria cota de propina no esque-ma de corrupção da Petrobras porque apostava na carreira política do então deputado e disse que mantinha negó-cios com ele como a compra de um terreno e a sociedade em um helicóptero.

No depoimento de ontem, Argôlo admitiu que recebeu do doleiro R$ 600 mil em espécie referentes à venda de um terreno do irmão dele na Bahia, e que repassou o dinheiro para o familiar.

Questionado pelo juiz Sergio Moro, porém, dis-se não ter guardado recibo das transferências.

O juiz também questionou Argôlo sobre diversas soli-citações de dinheiro que o ex-deputado fazia ao doleiro

por mensagens. Conforme o réu, as cobran-

ças faziam parte da dívida do terreno, e eram constantes porque o doleiro não costu-mava cumprir os compromis-sos financeiros com ele.

Luiz Argôlo chegou a admi-tir ter recebido algumas das transferências em contas de terceiros e justificou que agia desta forma porque nem sem-pre estava com fácil acesso a bancos, pedindo favores a pessoas próximas.

O ex-deputado também res-

pondeu a perguntas da pró-pria defesa e afirmou que o irmão preferia receber o dinheiro do terreno em es-pécie porque estava em um processo de divórcio.

Sobre a sociedade em um helicóptero, do qual Youssef afirma ter pagado parcelas em atraso devidas pelo ex-deputado, Argôlo disse que o doleiro nunca cumpriu a parte dele em manter os pagamen-tos do hangar.

Luiz Argôlo ainda disse que sempre precisava contar com

empréstimo, especialmente por conta das campanhas eleitorais, e que ainda deve R$ 120 mil. Segundo o réu, um terreno avaliado entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão está penhorado em vias de ir a leilão para garantir esse pagamento.

Apesar disso, o ex-depu-tado disse que as campa-nhas dele eram modestas em relação a outros can-didatos à Câmara Federal na Bahia e que não recebia doações de empreiteiras.

Conforme o ex-deputado Argôlo, ele recebeu algumas das transferências em contas de terceiros

Mãe e padrasto de Ezra viajaram para a África

A mãe e o padrasto do menino Ezra, 7, Lee Ann Finck e Mzee Shabani, viajaram para a África no dia 3 deste mês, segundo informações da Polícia Civil.

O corpo do menino foi encon-trado na sexta-feira (4) dentro do freezer na residência onde vivia com os dois, em um prédio na rua Santo Amaro, na região central de São Paulo.

As informações foram pas-sadas ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pes-soa (DHPP) pela Polícia Fede-ral, que encontrou os registros da saída de Lee, Mzee e as duas filhas do casal.

A Secretaria de Seguran-ça Pública de São Paulo não especificou, no entanto, para qual país africano o casal e as duas filhas viajaram. Segundo a SSP, o casal não foi indiciado pelo crime e por isso não é considerado foragido. O DHPP aguarda o laudo necroscópico para saber a causa e a data da morte do menino.

Como nenhum familiar pro-curou o Instituto Médico Legal (IML) para liberar o corpo, o delegado prorrogou o prazo de reconhecimento de três dias para que o menino não seja enterrado como indigente.

ACHADO EM FREEZER

Homem surta com morte de mulherUm homem de 58 anos mor-

reu após ser atingido com um tiro no peito dado por um policial militar em Itaí (SP), na tarde de ontem.

De acordo com a Polí-cia Civil, a vítima teve um surto de raiva após ver a mulher, de 56 anos, morrer de ataque cardíaco.

Um inquérito foi instaurado como homicídio doloso, quan-do há intenção, porém em legitima defesa.

A Polícia Militar defende que a equipe que atendia o surto de raiva tentou conversar com o homem. E alega que o homem estava descontrolado e com

uma faca partiu ao ataque contra os policiais e a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por isso não houve outra al-ternativa a não ser a reação com o tiro, diz a PM.

De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi atingida com o disparo, socorrida em seguida, mas não resistiu e morreu no local.

Ainda segundo a PM, todos os envolvidos no episódio vão ser ouvidos e será aberto um inquérito militar.

Os policiais envolvidos na ação serão encaminhados para avaliação psicológica.

SÃO PAULO

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Polícia informou que homem quebrou móveis durante o surto

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C7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2015 Mundo

Nova espécie do gênero humano é descobertaCriatura foi encontrada em uma caverna conhecida como Rising Star (estrela ascendente), em Johanesburgo, na África do Sul

Descoberta pode permitir uma compreensão melhor sobre a transição entre o australopiteco primitivo e o primata do gênero homo

AP

Um grupo de pes-quisadores apre-sentou ontem na África do Sul os

remanescentes fósseis de um primata que podem ser de uma espécie do gêne-ro humano desconhecida até agora.

A criatura foi encontrada na caverna conhecida como Rising Star (estrela ascen-dente), 50 quilômetros a nor-deste de Johanesburgo, onde foram exumados os ossos de 15 hominídeos. O primata foi batizado de Homo naledi. Em língua sotho, “naledi” signifi-ca estrela, e Homo é o mesmo gênero ao qual pertencem os humanos modernos.

Os fósseis foram encontra-dos em uma área profunda e de difícil acesso da ca-verna, na área arqueológica conhecida como “Berço da Humanidade”, considerada patrimônio mundial pela Unesco. Por se situar num depósito sedimentar onde as camadas geológicas se mis-turam de maneira complexa, os cientistas ainda não con-seguiram datar o primata descoberto, que poderia ter qualquer coisa entre 100 mil e 4 milhões de anos.

“Estou feliz de apresen-

tar uma nova espécie do ancestral humano”, decla-rou Lee Berger, pesquisador da Universidade Witwater-srand de Johannesburgo, numa entrevista coletiva em Moropeng, onde fica o “Berço da Humanidade”.

Em 2013 e 2014, os cien-tistas encontraram mais de 1.550 ossos que perten-ceram a, pelo menos, 15 indivíduos, incluindo bebês, adultos jovens e pessoas mais velhas. Todos apre-sentavam uma morfologia homogênea e pertenciam a uma “nova espécie do gênero humano que era desconhecida até então”.

O Museu de História Na-tural de Londres classificou a descoberta como extra-ordinária. “Alguns aspectos do Homo naledi, como suas mãos, seus punhos e seus pés, estão muito próximos aos do homem moderno. Ao mesmo tempo, seu pequeno cérebro e a forma da parte superior de seu corpo são mais próximos aos de um grupo pré-humano chama-do australopithecus”, disse Chris Stringer, pesquisador do Museu de História Na-tural de Londres, autor de um artigo sobre o tema que

acompanhou o estudo de Berger, publicado no perió-dico científico “eLife”.

A descoberta pode permi-tir uma compreensão melhor sobre a transição, há milhões de anos, entre o australopi-

teco primitivo e o primata do gênero homo, nosso an-cestral direto.

Se for muito antiga, com mais de 3 milhões de anos, a espécie teria convivido com os australopitecos, anterio-

res ao gênero homo. Se for mais recente, com menos de 1 milhão de anos, é pos-sível que tenha coexistido com os neandertais -- pri-mos mais próximos do Homo sapiens -- ou até mesmo

com humanos modernos.Os trabalhos que levaram

à descoberta foram patro-cinados pela National Geo-graphic Society, dos EUA, e pela Fundação Nacional de Pesquisa da África do Sul.

Refugiados no Uruguai pedem para ir ao Líbano

O governo uruguaio revelou ontem (10) que o Líbano re-jeitou um pedido de regresso de refugiados sírios que che-garam a partir de seu território ao Uruguai em outubro do ano passado e que agora desejam deixar o país.

O presidente Tabaré Vázquez afirmou que seu governo fez contatos para que os refugiados viajassem ao Líbano, sem resul-tado. “O Uruguai não proibiu os sírios de partir, mas precisamos ver que país poderá recebê-los. O governo estabeleceu contatos com o Líbano para saber se poderia receber os refugiados sírios, mas disseram que não. Eles não aceitavam a volta dos cidadãos sírios e que agora o governo vai ajudá-los se eles escolherem algum outro país”, explicou o presidente.

Um grupo de 45 refugiados da guerra na Síria está acam-pado desde a última segunda-feira (7) em frente à sede da Presidência, exigindo deixar o país. As famílias, todas com crianças pequenas, explicaram que querem deixar o Uruguai por considerarem caro o custo de vida no país.

Eles disseram ainda que têm dificuldades para se adap-tar e criticaram o programa para refugiados lançado por José Mujica durante seu mandato (2010-2015).

A Secretaria de Direitos Hu-manos da Presidência emitiu um comunicado ressaltando que “a possibilidade de viajar (para fora do Uruguai) não de-pende da vontade do governo uruguaio, mas das políticas migratórias de países tercei-

SEM SUCESSO

Suspeitos da morte de bebê palestino são detidos

Os suspeitos de provocar o incêndio no qual morreram um casal de palestinos e seu bebê se encontram de-tidos, mas ainda não foram indiciados, informou o mi-nistro israelense da Defesa, Moshé Yaalon.

Esta é a primeira vez que um alto dirigente israelen-se admite abertamente a detenção de suspeitos pelo incêndio, atribuído a extre-mistas judeus.

Um bebê palestino de 18 meses morreu queimado vivo quando, em 31 de julho pas-sado, homens mascarados jogaram artefatos incen-diários pelas janelas abe-tas da casa da família, em Duma, Cisjordânia.

O pai morreu oito dias depois e a mãe na segun-

da-feira passada, em meio a uma polêmica do porqueê as autoridades ainda não haviam identificado os au-tores depois de mais de um mês dos fatos.

“Os autores do ataque eram conhecidos pelos servi-ços de segurança israelense e alguns estão na prisão”, afirmou Yaalon durante co-letiva de imprensa.

“Não os indiciamos ain-da para não revelar nos-sas fontes, mas con-tinuamos com nossos esforços para levá-los ante a Justiça”, acrescentou.

O incêndio criminoso que custou a vida do menor suscitou medo e revolta na Cisjordânia, onde coabitam colonos judeus e palestinos em um clima muito tenso.

QUEIMADO

Julgamento de López resulta em confusão

Apoiadores do governo da Venezuela e do líder opo-sicionista Leopoldo López se enfrentaram ontem (10) em frente ao Palácio de Justiça, em Caracas, onde ocorria a última sessão de seu julgamento.

Vários manifestantes de oposição ficaram feridos após o enfrentamento com centenas de simpatizantes do governo que os atacaram com paus e pedras. O par-tido de oposição Vontade Popular, ao qual pertence López, disse que um de seus apoiadores morreu de infar-to durante a confusão.

Blanco morreu enquan-to era atendido após des-maiar durante o confronto,

disse a coalizão de par-tidos oposicionistas Mesa de Unidade Democrática (MUD) em comunicado. Um correspondente da rede norte-americana Te-lemundo e outros cidadãos também ficaram feridos.

Após os primeiros emba-tes, alguns opositores fugi-ram e outros se refugiaram em lojas próximas. A MUD culpou a Guarda Nacional de ser leniente no caso.

López está detido em uma prisão militar nos arredores de Caracas desde fevereiro do ano passado, acusado de incitar protestos contra o governo que resultaram na morte de 43 pessoas nos primeiros meses de 2014.

CARACAS

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