em tempo - 7 de abril de 2013

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Saúde & Bem-estar 2 Alimentos essenciais para os olhos DIVULGAÇÃO MÁX.: 34 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. ANO XXV – N.º 7.962 – DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ DOMINGO Ilustríssima G4 e G5 Lula é o pai dos chavistas, diz Maduro E AGORA, ARTHUR? 100 DIAS Ao assumir a prefeitura, dia 1º de janeiro, Arthur Virgílio Neto pediu cem dias para arrumar a casa. O prazo vence quarta-feira. Nesta edição, o EM TEMPO faz um balanço sobre a Manaus que Arthur encontrou e o início das mudanças – ainda que tímidas – que começam a acontecer. 1 Na política, Arthur trabalha a reforma administrativa para “enxugar” a máquina. A versão definitiva da reforma deve ser publicada no Diário Oficial do Município (DOM) até dia 10. Política A5, Economia B5 e Dia a dia C4 e C5 O embate com a Manaus Ambiental, para tentar corrigir o problema crônico da falta d’água, tem sido um dos mais difíceis problemas enfrentados pelo prefeito. O mesmo vem acontecendo no sistema de transporte coletivo, onde o recente aumento da tarifagem tem gerado focos de protestos. FOLHAPRESS MEMÓRIAS DOS ANOS DE CHUMBO Protagonista da história política nos anos 60, o ex-ministro do Trabalho de João Goulart e deputado cassado, Almino Afonso, conta pela primeira vez as 12 horas que antecederam o golpe militar de 1964. Política A8 IONE MORENO ‘Ensino de música à deriva’ O mais novo pupilo de Wanderley Silva Lutador amazonense de muay thai, Renan Mendes vai treinar na academia do brasileiro Wanderley Silva (foto), nos EUA. Pódio E2 Em sua visita a Manaus, Almino Afonso aproveitou para conhecer a ponte Rio Negro JOEL ROSA ARQUIVO PESSOAL 2 3 DIVULGAÇÃO/SEMCOM Maestro Gustavo Medina (foto) diz que é preci- so encontrar um caminho para os jovens músicos na América Latina. Plateia D1 Arthur fará reforma que consiste em 25 decretos, um para cada uma das 17 secretarias e oito entidades da administração

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

Saúde & Bem-estar 2

Alimentos essenciais para os olhos

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ÃO

MÁX.: 34 MÍN.: 25TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

ANO XXV – N.º 7.962 – DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

D O M I N G O

Ilustríssima G4 e G5

Lula é o pai dos chavistas, diz Maduro

E AGORA, ARTHUR?

100 DIASAo assumir a prefeitura, dia 1º de janeiro, Arthur Virgílio

Neto pediu cem dias para arrumar a casa. O prazo vence quarta-feira. Nesta edição, o EM TEMPO faz um balanço sobre a Manaus que Arthur encontrou e o início das mudanças – ainda que tímidas – que começam a acontecer.

1

Na política, Arthur trabalha a reforma administrativa para “enxugar” a máquina. A versão defi nitiva da reforma deve ser publicada no Diário Ofi cial do Município (DOM) até dia 10. Política A5, Economia B5 e Dia a dia C4 e C5

O embate com a Manaus Ambiental, para tentar corrigir o problema crônico da falta d’água, tem sido um dos mais difíceis problemas enfrentados pelo prefeito. O mesmo vem acontecendo no sistema de transporte coletivo, onde o recente aumento da tarifagem tem gerado focos de protestos.

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SMEMÓRIAS DOS ANOS DE CHUMBO

Protagonista da história política nos anos 60, o ex-ministro do Trabalho de João Goulart e deputado cassado, Almino Afonso, conta pela primeira vez as 12 horas que antecederam o golpe militar de 1964. Política A8

ION

E M

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EN

O

‘Ensino de música

à deriva’

O mais novo pupilo de Wanderley Silva

Lutador amazonense de muay thai, Renan Mendes vai treinar na academia do brasileiro Wanderley Silva (foto), nos EUA. Pódio E2

Em sua visita a Manaus, Almino Afonso aproveitou para conhecer a ponte Rio Negro

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Maestro Gustavo Medina (foto)

diz que é preci-so encontrar

um caminho para os jovens músicos

na América Latina. Plateia D1

Arthur fará reforma que consiste em 25 decretos, um para cada uma das 17 secretarias e oito entidades da administração

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Page 2: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

SRTE realiza ação em Manaus

A Superintendência Re-gional do Trabalho e Em-prego no Amazonas (SRTE-AM), por meio da Seção de Economia Solidária, em par-ceria com órgãos públicos federais realizou, ontem, a programação “Ação de Ci-dadania”, no bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Les-te de Manaus. Na ocasião foram oferecidos serviços gratuitos nas áreas de tra-balho, saúde e auxílio profis-sional, bem como, a emissão de documentos (Carteira de Trabalho e Previdência So-cial, Registro de Nascimen-to, Carteira de Identidade,

CPF, Carteira de Trabalho e Titulo de Eleitor, todos 1ª e 2ª via), orientação para pesca-dor artesanal, atendimento psicossocial e atendimento de higiene bucal.

De acordo com o Superin-tende Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas, Dermilson Chagas, o evento busca, por meio da parceria entre diversos órgãos, públi-cos e privados, prestar servi-ços e levar conhecimento às comunidades não atendidas pelo serviço público ou com deficiência desses serviços. “Ao unir seus esforços, as instituições buscam exercer seu papel social, na pers-pectiva da ampliação dos valores da democracia, da

cidadania e dos direitos hu-manos”, enfatizou.

Beneficiados Para Maria do Carmo Ma-

ciel, moradora da comunida-de, ações como essa facili-tam a vida do comunitário. “Acho importante eles esta-rem aqui hoje, porque é muito difícil para a gente que mora distante do centro da cidade sair do bairro”, disse. Maria trabalha como cozinheira e estava solicitando a segunda via da Carteira de Trabalho. Outra moradora que aprovou a iniciativa foi a dona de casa Maria das Dores Araújo, para ela, ações como essa deveriam ocorrer com mais frequência na comunidade.

CIDADANIA

Itamaraty avalia saída de embaixador da Coreia do Sul

O Itamaraty acompanha com preocupação a situa-ção da Embaixada do Brasil na Coreia do Norte, disse o ministro das Relações Exte-riores, Antônio Patriota. “Nós seguimos com preocupação e estamos em permanente contato com o embaixador. Estamos em contato tam-bém com outras embaixa-das. Avaliaremos antes de tomar uma decisão sobre a permanência dele”, afirmou.

Em meio ao crescimento da tensão militar entre Coreia do Norte, Coreia do Sul e Estados Unidos, a embaixada brasileira recebeu, na última sexta-feira, a comunicação

do governo norte-coreano instruindo as representações diplomáticas a informarem sobre a necessidade de apoio logístico para a saída de seus funcionários do país. O Ministério das Relações Exteriores se manifestou in-formando que o assunto está sob análise. A embaixada foi aberta em 2009 e nela estão o embaixador, Roberto Colin, e um funcionário.

Patriota deu as declara-ções sobre a Coreia do Norte em entrevista coletiva sobre a visita ao Brasil do ministro de Assuntos Estrangeiros e da Justiça de Cingapura, K Shanmugan.

DIPLOMACIA

Antônio Patriota disse que o Itamaraty acompanha o caso

VALTER CAMPANATO/AG BRASIL

O anúncio da criação do órgão foi feito ontem pelo governador do Estado, Omar Aziz, durante visita aos municípios de Boa Vista dos Ramos e Parintins

Amazonas terá companhia de ração para piscicultura

Mais um passo foi dado para promo-ver o setor primá-rio amazonense.

Ontem, o governador do Ama-zonas, Omar Aziz, anunciou, durante visita aos municípios de Parintins e Boa Vista do Ramos, a criação de uma com-panhia estadual para a com-pra e venda de ração de peixe com o objetivo de atender os piscicultores do Estado.

Segundo o governador, a criação da companhia, que será vinculada à Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), terá a missão de baratear os preços da ração, atualmente a maior despesa para a criação de pescado em cativeiro. “Deter-minei a criação da companhia

que vai comprar essa ração pelo preço mais barato no país e vai levar aos municípios pelo mesmo preço aos produtores, ao preço de custo. O grande problema para você produzir peixe em cativeiro é justamen-te o preço da ração. É muito caro”, ressaltou o governador, ao assegurar que o insumo será vendido a preço de custo aos produtores

Os produtores amazonen-ses adquirem a ração por atra-vessadores, o que tem elevado o valor do insumo. O saco de 40 quilos, que geralmente é adquirido por R$ 30 no mer-cado nacional, não chega por menos de R$ 70 ao interior. Com foco no desenvolvimento da piscicultura por meio do programa “Amazonas Rural”,

Aziz garantiu a preparação de uma área de mais de 700 hec-tares, em Manacapuru, para a criação exclusiva de peixe.

“Determinei que os equipa-mentos do Estado entrem lá, façam as lâminas de água e todos os arranjos produtivos necessários para entregar às famílias. Mais de 500 famílias vão trabalhar nessa área. A mesma coisa eu quero fazer em Parintins. Subsidiando a ração para que a gente possa produzir”, disse.

Outra prioridade do go-verno, segundo Omar, é a mecanização dos produtores de mandioca do Estado. Para baratear o preço da farinha, que em alguns mercados de Manaus pode ser encontrada por R$ 10 o quilo, o único cami-

nho é aumentar a produção, conforme o governante. “Para isso, estamos preparando um plano de mecanização para o setor, com a doação de ca-sas de farinha, aumento das áreas de cultivo, entre outras ações”, destacou.

VisitaDurante agenda de viagem

aos municípios do Baixo Ama-zonas, o governador também inspecionou a obra de reforma e ampliação do bumbódromo, reinaugurou a Escola Estadual São José Operário e entregou implementos agrícolas a pro-dutores rurais do Parintins e Boa Vista do Ramos. Omar também anunciou a implanta-ção do “Ronda no Bairro” na “terra do boi-bumbá”.

ALEX PAZUELLO/AGECOM

A intenção, que faz parte do programa “Amazonas Rural”, visa baratear o custo do insumo para piscicultores amazonenses

Adutora rompe na Zona NorteMais uma adutora de água

rompeu na capital amazo-nense. Dessa vez, o rompi-mento ocorreu na noite da última sexta-feira, na ave-nida Torquato Tapajós, Zona Norte, em frente à empresa Tumpex, no sentido bairro-Centro. O abastecimento de água nas imediações foi interrompido para que a empresa concessionária de água Manaus Ambiental pudesse realizar o conserto

da tubulação de água.Segundo a Secretaria Mu-

nicipal de Infraestrutura e Habitação (Seminfh), a res-ponsabilidade pelos danos causados pelo rompimento da adutora cabe tão somente à empresa Manaus Ambien-tal. Por meio de assessoria, a pasta informou que a pre-feitura presta total apoio ao que for necessário. No en-tanto, não é de competência da administração municipal

solucionar o ocorrido.

Acompanhamento A secretaria também in-

formou que está acompa-nhando de perto a ação das equipes da Manaus Ambien-tal para que o fornecimento de água seja normalizado o mais breve possível.

O EM TEMPO entrou em contato com a Manaus Am-biental, mas não obteve su-cesso. (IS)

MAIS UMA VEZ

Trabalhadores da Manaus Ambiental realizaram intervenções no local durante a manhã de ontem

DIEGO JANATÃ

IZABEL SANTOSEquipe EM TEMPO

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Page 3: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 A3Opinião

Na cadeia alimentar do processo eleitoral, o vereador ocupa a primeira demanda; ele é o contato com a sociedade em estado bruto; depois vêm os deputados, os senadores, os governadores, os presidentes. Na prática, sabe-se que quanto mais se avança em direção aos cargos majoritários, mais se emancipam do social os candidatos e os eleitos. A realidade vira discurso e sua repre-sentação política um manipulador de interesses, que converge para a própria ambição.

Não deveria ser assim, claro, nem esse é o espírito republicano. Mas é assim que é. A re-presentação política delegada pelo voto por toda a sociedade transformou-se numa disputa histérica por emprego, renda... e concentração de riqueza; isso é próprio de sociedades atrasa-das, muito atrasadas, incapazes de um mínimo de discernimento, até das próprias demandas. Não é à toa que a ressaca pós-voto leva ao esquecimento do que se praticou nas urnas.

A lógica do eleito é: “Se eu sou o representante do povo, eu sou o povo”. Uma legalidade é criminosamente distorcida para destruir a legitimidade que, em tese (sempre em tese) deveria garantir.

O processo pervertido se sustenta na cultura do favor, um tipo de prostituição que o país desenvolveu desde a descoberta e se fortaleceu na desesperança treinada: “Afi nal, o ser hu-mano sempre foi assim”; “O homem sempre foi o lobo do homem”, com a conclusão, também desesperançada, de que nada muda ou se transforma sobre a face da terra. De uma situação estratégica no concerto político, o vereador vira o leva-e-traz das categorias superiores da ca-deia alimentar. E é no município que tudo acontece e onde se começa a escrever a história.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o amazonense Renan Mendes, que foi selecionado para treinar na academia do campeão Wanderley Silva, em Las Vegas.

RENAN LUTADOR

APLAUSOS VAIAS

Eu que fi zPor conta da encruzilhada,

Melo já começou a ser torpe-deado de tudo que é lado.

Recentemente, o senador Edu-ardo Braga disparou à queima-roupa que Melo não chegou aon-de chegou por obra do acaso.

– Se Melo está onde está é por causa do PMDB!

JabutiQuer dizer, para alfi netar o

seu ex-braço direito, Eduardo foi buscar um velho ditado da selva, que diz mais ou menos assim:

– Jabuti não sobe em árvo-re. Se ele aparecer lá, alguém o colocou.

Sonho meuAparentemente, as coisas

estavam tranquilas para o lado de José Melo.

Omar deveria sair para dis-putar o Senado, ele assumiria o cargo de governador e aí poderia sonhar, até quem sabe, com a prefeitura.

Inferno zodiacalMas aí, José Melo deu uma

entrevista ao EM TEMPO, onde disse em alto e bom som que seu grande sonho era ser governador, e não abriria mão da próxima disputa.

E aí começou o inferno zodiacal.

Tríplice aliançaO que Melo também não

contava é que Amazonino, Edu-ardo e Alfredo ressuscitariam a “tríplice aliança” para tentar impedir o inevitável crescimen-to do governador Omar.

E aí, quando Omar bate na pedra, quem apanha é o caranguejo.

Papai do TitãO ex-ministro Almino Afonso,

que esteve em Manaus esta se-

mana, é pai do roqueiro Sérgio Brito, da banda Titãs.

Ao ser perguntado pelo repór-ter do EM TEMPO se assistia aos concertos de rock do fi lho, o deputado que foi cassado pela ditadura, respondeu:

– Se você prometer que não con-ta para ninguém eu respondo.

E sapecou:– Vou uma vez por ano, ao

concerto de dezembro. Mas é muito barulhento, prefi ro a música clássica!

CarretasA partir de amanhã, o Ma-

naustrans vai começar a autuar os motoristas que desobedece-rem a Zona Máxima de Restri-ção de Circulação de Carretas, no Centro.

O órgão concluiu a instalação das placas de sinalização nesta sexta-feira e a multa para o infrator é superior a R$ 85.

Carga e descargaAs proibições referem-se à

tonelagem do veículo, e não da carga.

Cada carreta tem uma to-nelagem específi ca. Acontece que o nosso maior problema é a carga e descarga em horário impróprio.

Tranca ruaIsto signifi ca dizer que, pelo

menos uma das pistas de ruas e avenidas continuarão obstruí-das, engarrafando o trânsito, enquanto um caminhão vende uma grade de refrigerante para a lanchonete da esquina.

Onde está a racionalidade nisso?

Zona restritaA restrição do Manaustrans é

de segunda a sexta-feira, entre 6h e 20h.

No sábado, de 6h às 17h. Veículos com peso superior a oito toneladas fi cam proibidos de circular na avenida Leonardo Malcher, ruas Luiz Antony, Go-vernador Vitório, Tamandaré, Marquês de Santa Cruz e as avenidas Floriano Peixoto, Sete de Setembro e Joaquim Nabu-co, fechando o circuito.

Carga pesadaNo mesmo horário, os veícu-

los com mais de 17 toneladas fi cam impedidos de circular na rua Marquês de Santa Cruz, avenida Lourenço Braga, rua dos Andradas, avenidas Floria-no Peixoto, Joaquim Nabuco e rua Quintino Bocaiúva. Agentes de trânsito estarão nas prin-cipais ruas para impedir que ocorram as infrações.

Barrada no baileA blogueira, jornalista e pro-

fessora da Universidade de Ha-vana, Elaine Díaz Rodrígues, foi impedida de viajar aos Estados Unidos, onde participaria do 31º Congresso Internacional de Estudos Latino-Americanos, um dos maiores eventos de ciências sociais do mundo.

IntransigênciaO visto de entrada para Elai-

ne Diáz entrar nos EUA foi negado na quarta-feira (3).

A intransigência marca mais um episódio nas controversas relações entre Estados Unidos e Cuba.

Que democracia?A jornalista e professora levan-

ta a pergunta sobre “quem traba-lha para cercear a liberdade?”.

– Não tive nenhum problema com Cuba para sair, nunca. É humilhante que neguem vis-tos a acadêmicos enquanto recebem de braços abertos a Yoani (Sanchez).

Para a Manaus Ambiental, pelo rompi-mento de mais uma adutora. É a quinta, só em 2013. Algo inconcebível!

MANAUS AMBIENTAL

Quem conhece José Melo garante que o vice-governador está entre a cruz e a espada.Se sair do PMDB, racha defi nitivamente com o senador Eduardo Braga, com quem ele

fi cou oito anos no governo. Mas se contar 1992, quando ele estava na escola política de Amazonino Mendes, a convivência vai para mais de 20 anos.

Por outro lado, se fi car no PMDB, racha com o governador Omar Aziz (PSD) porque é quase certo que, em 2014, o governador não marchará com Braga. Mello corre ainda o risco de não assumir os seus meses de governo, se Omar decidir não disputar o Senado.

A escolha de José Melo

JOEL ROSA

[email protected]

No entanto, é assim

Passei mais de uma semana a me sentir bombardeado, sempre que sintonizei a TV Globo, pelos noticiários e vários programas que fi zeram em torno do aniver-sário da Xuxa, o grande aconte-cimento do momento, capaz até de competir com a eleição do papa Francisco.

No sábado, dia 30 de mar-ço, véspera do domingo pas-cal, o programa dela mesma foi transformado numa enorme “surpresa”, somente para ela, sob a regência do brilhante jor-nalista Pedro Bial, hoje redu-zido a apresentador-animador do inteligente e edifi cante “Big Brother Brasil”.

Nada contra a pessoa da Ma-ria da Graça Meneghel, cujos direitos de cidadania vigem plenamente e lhe asseguram a liberdade de fazer da sua vida o que lhe aprouver, apenas res-peitados os ditames das leis e, se possível, nossas pobres inteligências.

Há, entretanto, uma funda-mental diferença entre a Maria da Graça e a Xuxa, na medida em que esta última não é uma pobre mortal como todos nós, mas pessoa pública, e de um tipo muito especial, pois inserida no mundo artístico. Precisamente num mundo em que somente uma credencial deveria legiti-mar quem nele tenta ingressar, a saber, o talento. Somente quem traz em si o talento, em qualquer das suas variedades, se credencia a lugar de destaque em alguma atividade artística. Desprovidos desse essencial tempero, tornam-se aqueles personagens meramente secun-dários e figurativos, que apenas servem para emoldurar e fazer realçar o brilho dos verdadei-ramente talentosos.

Restringindo ao cenário ape-nas brasileiro, é só olhar o que acontece nas artes cênicas, tea-tro, cinema e televisão, nas de-mais artes, inclusive na música, para pôr em realce aquilo que mais motiva o público, sem es-quecer aí também o esporte.

O que distinguiu Pelé da mul-tidão de outros jogadores com que convivia e disputava nada foi senão o seu talento, cuja origem e razão de ser continuam a ser mistérios, apenas cercados de inúmeras conjecturas. Os prê-mios, as distinções e a remunera-ção astronômica que Lionel Messi aufere são apenas consequências do seu incomum talento.

Tom Jobim, Caetano Veloso, Chico Buarque, João Bosco, Al-dir Blanc, Milton Nascimento, Elizeth Cardoso, Elis Regina, Maria Betânia, Gal Costa, Jor-ge Ben Jor, Tim Maia, para citar uns poucos, são o que são, ou foram, exclusivamente porque dotados dessa centelha mágica e resplandecente que apenas nomeamos com a palavra ta-lento, sem conhecer realmente sua explicação.

Na televisão, casa da Xuxa, temos que tirar o chapéu para os realmente talentosos, como Paulo Gracindo, Lima Duarte, Tony Ramos, Fernanda Monte-negro, Glória Pires...

E agora, com todo o respeito, voltamos à vaca fria, perguntan-do onde se encontra o “talento” da Xuxa, que deveria ser imenso para justifi car a imensa divul-gação midiática que a criou e a sustenta no ambiente público. Atriz? Cantora? Bailarina? Com-positora?

Como diria Shakespeare, é mais um dos inúmeros misté-rios que se perdem e se ocultam entre o Céu e a Terra.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

E a Xuxa fez 50 anos

[email protected]

Charge

E agora, com todo o respei-to, voltamos à vaca fria, perguntan-do onde se encontra o “talento” da Xuxa, que deveria ser imenso para justifi car a imensa di-vulgação midiática que a criou e a sustenta no ambiente público. Atriz? Cantora? Bai-larina? Com-positora?”.

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Page 4: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Frase

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

Os artigos assinados nesta página são de responsabilidade de seus autores e não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

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PainelVERA MAGALHÃES

No bojo do pacote pró-consumidor lançado por Dilma Rousseff no mês passado, o governo estuda incluir na lista de produtos com devolução ou troca imediata em caso de defeito, além do telefone celular, o trio fogão, geladeira e televisão. A ideia será discutida com o mercado nesta semana e, se aprovada, constará em decreto previsto para ser publicado no próximo dia 15. Segundo interlocutores da presidente, a lista terá poucos itens, todos imprescindíveis à vida cotidiana.

Operação... Com a bên-ção do Planalto, Michel Temer negocia para que o empresário Júnior Batista, troque o PSB pelo PMDB. Júnior é um dos trunfos de Eduardo Campos no Centro-Oeste, já que deve disputar o governo de Goiás no ano que vem.

... palanque Temer almo-çou na quinta-feira, em São Paulo, com Josué Gomes da Silva, fi lho do ex-vice-presi-dente José Alencar. Corte-jado por vários partidos, o empresário pode ser candi-dato ao governo de Minas, se Fernando Pimentel (PT) decidir fi car no ministério e atuar na campanha de Dilma à reeleição.

Vai ter bolo Depois da incursão pelo eixo Rio-SP, Edu-ardo Campos irá amanhã ao aniversário de 50 anos de seu líder na Câmara, Beto Albuquerque, em Porto Alegre. Entre os 2.000 convidados esperados estará Carlos Lupi, presidente do PDT, partido cortejado pelo pessebista.

Prévia 1 Quatro cidades de Minas realizam hoje no-vas eleições para prefeito: Diamantina, São João do Pa-raíso, Biquinhas e Cachoeira

Dourada. Todas reeditam o confronto entre aliados de Aé-cio Neves (PSDB) e Dilma.

Prévia 2 Os tucanos esperam vencer nas três primeiras cidades. Em Ca-choeira Dourada, o favorito é do PTB, mas aliado do presidenciável tucano, que monitora as novas disputas como parte da estratégia de garantir uma maioria folgada de votos em seu Estado em 2014.

Colegas Servidores do ce-rimonial do Planalto foram notifi cados para testemunhar em processo interno contra Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência exonerada em 2012 após ser incluída em investigação da Polícia Federal.

Tartaruga Na Justiça, as investigações decorrentes da operação “Porto Seguro” estão paradas, aguardando a apre-sentação das defesas adminis-trativas de servidores acusados de benefi ciar quadrilha que pra-ticava tráfi co de infl uência em órgãos federais.

Não desistem... Advoga-dos dos réus do mensalão vão apresentar nos próxi-mos dias novo recurso ao

STF. Querem impedir que o presidente da corte, Joaquim Barbosa, seja o relator dos embargos do processo.

... nunca Segundo o en-tendimento dos criminalistas, após a publicação do acórdão do mensalão deveria haver uma redistribuição dos em-bargos, que fi cariam, então, com o ministro sucessor de Carlos Ayres Britto, ainda não designado por Dilma.

Tá escrito O novo recur-so dirá que há jurisprudência determinando que embargos não se enquadram nas hipóte-ses do artigo 75 do regimento interno do STF, que determina os casos em que um ministro eleito presidente mantém a relatoria de processos.

Calendário Fernando Haddad não fará balanço de cem dias à frente da prefeitura de São Paulo, mas pretende marcar a efeméride com uma ma-ratona de audiências sobre o plano de metas.

Calendário 2 Serão 16 no próximo sábado, dia 13, e 16 no dia 20, em todas as subprefeituras. Outros quatro encontros temáticos serão re-alizados até o fi nal do mês.

Direto no bolso

Contraponto

Durante lançamento de programa de atendimento de emergências médicas em Curitiba, na semana passada, Beto Richa (PSDB) abriu o discurso pedindo desculpas por sua mulher, que teria de deixar a solenidade:— Vou dispensar a Fernanda, que está impaciente porque ela precisa fazer o almoço do Rodrigo--disse o governador, se referindo ao fi lho caçula.Fazendo referência indireta à emenda constitucional que amplia os direitos trabalhistas das empregadas domésticas, Richa arrematou:— E não é brincadeira. Estamos sem empregada...

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Novos tempos

Tiroteio

DO SENADOR LINDBERGH FARIAS (PT-RJ), sobre decisão do Ministério Público de pedir investigação sobre denúncias de Marcos Valério contra o petista.

Parece ameaça da Coreia do Norte: rende manchetes, mas nada acontece na prática. A biografi a de Lula é um escudo antinuclear.

Na segunda feira de Páscoa quando a Igreja ainda cele-brava solenemente a ressur-reição de Jesus, foi celebra-da uma Eucaristia, junto ao Cruzeiro da avenida Timbiras, na Cidade Nova. A intenção é que ali seja construído, além de um velório e uma capela, um memorial para lembrar as vitimas da violência. Acidade foi crescendo e às vitimas da história da Amazônia; indíge-nas, seringueiros, mulheres e crianças exploradas, foram se juntando as vitimas de uma urbanização em geral não planejada e feita num ritmo alucinante. São crianças que crescem sem escolas de qua-lidade, famílias desagregadas, mortos no trânsito, vitimas do crime organizado com queima de arquivos e violência para garantir pontos de venda e de tráfico de influências.

A história está cheia de vi-timas. Em todos os tempos, homens, mulheres, jovens e crianças morrem prematura-mente vitimas inocentes de sistemas que se sustentam pela eliminação de opositores e indesejados. A história dos grandes impérios, seu poderio e grandes realizações sempre se fizeram à custa de muito san-gue derramado. Muitas vezes as vitimas nem tem consciên-cia da razão de seu sofrimento e morte. Hoje às vitimas de sistemas de poder que querem se perpetuar indefinidamente se ajuntam as vitimas da vio-lência urbana.

Não podemos esquecê-los. Não se trata de vingança, mas de restauração da verdade para que a violência não se perpetue

e não se repita indefinidamen-te como se não houvesse outra saída para os seres humanos senão submeter-se aos instin-tos mais perversos de quem tem a possibilidade de torturar e matar, quer seja o Estado, o crime organizado, ou mesmo seres humanos dominados pe-los que de pior existe em nós. As pessoas que morreram e que morrem de forma violenta par-tilham conosco a humanidade. Por natureza somos solidários a elas. Seu destino é também o nosso. Aquilo que sofreram nos atinge e devemos às vitimas muito daquilo que temos de maneira especial a democra-cia, consciência dos direitos humanos e muito mais.

Como cidade, não podemos esquecê-los. Mesmo porque a violência continua. Não pode-mos nos acostumar aos seus horrores e sua insensatez. Por isso apoiamos a ideia de ter um lugar, um memorial onde todos os que morreram vio-lentamente sejam lembrados, onde possamos rezar por eles, e através deles, onde possa-mos pedir perdão pela nossa omissão e possamos sonhar com um mundo sem violência construído sobre outros valo-res. Será também um memorial da Paz.

Toda primeira segunda feira do mês, estamos convidados a fazer esta memória e oxalá se concretize o sonho deste lugar onde a semelhança de ou-tros memoriais no mundo fi que guardada a memória de seres humanos que vitimas da própria humanidade tiveram suas vidas transformadas em semente de uma nova sociedade.

Dom Sérgio Eduardo Castriani [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Eduardo Castriani Arcebispo Metropo-

litano de Manaus

Não pode-mos esque-cê-los. Não se trata de vingança, mas de restauração da verdade para que a violência não se perpetue e não se repita indefi nida-mente como se não hou-vesse outra saída para os seres huma-nos senão submeter-se aos instintos mais perver-sos”.

Para não esquecer

Olho da [email protected]

São Pedro, o padroeiro desse lugar na periferia de Manaus, abre as torneiras e ajuda a compor a paisagem mais recorrente da cidade: um buraco, dois buracos, três bura-cos... Como (quase) todo mundo tem carro em Manaus (quem não tem senta à beira do caminho), o buraco é uma questão da maior prioridade. Ora, se não.

DIEGO JANATÃ

Numa época em que temos um (deputado Marco) Feliciano desrespeitando os direitos humanos, gri-to o meu amor aos sete ventos. Quem sabe haja

ainda alguma lucidez no Congresso brasileiro!

Daniela Mercury, cantora, depois de revelar que está “casada” com a jornalista Malu Verçosa, “minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar”, divulgou

nota ofi cial, declarando guerra ao pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos

da Câmara, acusado de racista e homofóbico.

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 A5Política

O balanço dos cem diasNa próxima quarta-feira, Arthur Neto entra no centésimo dia de gestão na Prefeitura de Manaus e, mesmo com todo o apelo em torno da data, ele afirma que “isso não é um fetiche”. Proposta é revolucionar no modo de administrar a cidade

Na próxima quarta-fei-ra, o prefeito Arthur Neto (PSDB) comple-ta cem dias à frente

da gestão municipal. Nos últi-mos anos, esse período inicial das gestões públicas ganhou importância. Na opinião do economista Rodemarck Cas-telo Branco, que coordenou a transição do governo tucano, esse período é importante para resolver problemas detectados durante o intervalo de transi-ção e dar início às atividades prioritárias da nova gestão. “Os cem dias servem para sanar problemas inadiáveis. Também é a oportunidade que o novo gestor e a população têm para se familiarizarem”, analisou.

Desde janeiro, Arthur vem pondo em prática uma reforma adminis-trativa para “enxugar” a máquina pública, em sua maioria traduzida em mudanças na estrutura de algumas secretarias municipais. A versão definitiva da reforma deve ser publicada no Diário Oficial do Município (DOM) até dia 10 e consistirá em 25 decretos, ou seja, um para cada uma das 17 secretarias e oito entidades da administração indireta.

ReformaO chefe do Gabinete Civil,

Lourenço Braga, explicou que a reforma definirá a nova estrutura administrativa do município, com a extinção de algumas secretarias e a aglutinação de outras, como já vem ocorrendo. O número de pas-tas e autarquias foram reduzidos de 33 para 25, anunciadas ainda em dezembro de 2012 pelo então prefeito eleito Arthur Neto. As subsecretarias foram reduzidas de 42 para 35. Com a Lei Delegada em vigor, todas essas medidas poderão ser consolidadas sem a autorização da Câmara Municipal de Manaus (CMM).

Entre as medidas também está a contenção de despesas que come-çou com a revogação do aumento de vencimentos concedidos ao pre-feito, vice-prefeito, secretários e subsecretários. Com essa redução a prefeitura espera economizar até R$ 2,4 milhões por mês.

Arthur também quer transfor-mar a prefeitura em uma ‘fábrica de projetos’, como divulgou tão logo assumiu. “Precisamos ter projetos em todos os lugares, usar todas as possibilidades, va-mos aproveitar financiamentos da Caixa Econômica, BNDES e de onde mais surgir para arma-zenar recursos e poder investir em nossas necessidades”. Na busca por estes investimentos, ele já realizou três viagens a Brasília.

Ele também revelou, por meio de relatório feito nas contas do município, que herdou uma dívida de R$ 350 milhões. Além disso, o Fundo Único de Previdência do Município de Manaus (Ma-nausprev) também precisou de medidas emergenciais para sanar um déficit de R$ 300 milhões, que poderia comprometer a liberação de recursos para o município. Para resolver estes problemas financeiros, a prefeitura recorreu ao Ministério da Previdência para realizar o parcelamento da dívida que possui com o Fundo.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Finanças, Planeja-mento e Tecnologia da Informação (Semef), a prefeitura espera, até dezembro de 2013, poupar o equivalente a R$ 149 milhões com a implementação do pro-grama de gestão “Todos Juntos por Manaus”. As metas foram acordadas na quarta-feira da se-mana passada. De acor-do com o secretário da pasta, Ulisses Tapajós, o momento ainda é de contenção e ajustes de despesas. “Considero de suma importância essa interação com os dire-tores, pois precisamos detalhar os nossos ob-jetivos e motivá-los a colaborar com a saúde financeira do município”, declarou. O programa, que deverá ser aplicado ainda este mês, deverá contemplar ações para o aumento de receita, redução de gastos, a criação de licitação úni-ca e a desburocratiza-ção de processos.

Otimismo Para Tapajós, este pri-

meiro trimestre de ges-tão resultou em muitos progressos, haja vista que o prefeito montou uma “equipe competen-te”. “Pudemos atacar prioridades, como a re-negociação da dívida, leilão reverso, elabo-ração de um plano de gestão e treinamento de toda a equipe”, enfatizou o secretário.

Ele acrescentou que a economia que a prefei-tura já conseguiu fazer, resultado de todas as medidas administra-tivas e de contenção, fará frente às obras de revitalização da cidade de Manaus para a Copa do Mundo de 2014. “A partir de junho, Manaus será um grande canteiro de obras”, adiantou.

Ao ser questionado so-bre estes primeiros cem dias, Arthur se limitou a dizer que “não são um fetiche”. Ele tam-bém revelou que essa semana, fará reuniões com o secretariado para avaliação dos relatórios individuais para estabe-lecer novas metas até o mês de dezembro.

AliançaOutro fator deste pri-

meiro trimestre é o dis-curso alinhado entre o prefeito e o governador do Estado, Omar Aziz (PSD). Ambos evitam em classificar a aliança de “ação conjunta” – termo idealizado em 1994 pelo então governador à épo-ca, Amazonino Mendes (PDT) com o prefeito da ocasião, Eduardo Braga (PMDB) – e preferem chamá-la de “parceria”.

Poupança e metas de arrecadação

Serviços de infraestrutura, inspeção em obras, alianças com o Estado, reuniões com secretários. O balanço dos três meses

Desde que assumiu, em 1º de janeiro, o prefeito Arthur Neto tem atendido uma intensa agenda nas ruas e bairros de Manaus

IONE MORENO

JOEL ROSAIONE MORENO

MANOEL VAZ/SEMCOM

JOEL ROSA

DIVULGAÇÃO

IZABEL GUEDESEquipe EM TEMPO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Dilma ajuda Lula a in-dispor ministro e gover-nador

Orientada por Lula, a presi-dente Dilma resolveu tratar a pão de ló o ministro Fernando Bezerra (Integração), que há poucos meses andava pela bola sete, só para cutucar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pro-vável rival na disputa pre-sidencial de 2014. Afi lhado político de Campos, Bezerra é fi liado ao PSB. Lula tenta levar o ministro para o PT a fi m de fazê-lo disputar o governo de Pernambuco.

A vida como ela éAlém de garantir palanque

para Dilma no Estado, o vin-gativo Lula quer usar Bezerra para que Eduardo Campos sinta o “sabor da traição”.

EstratégiaLula quer Dilma polarizan-

do com Eduardo Campos para esvaziar a força de Aécio Neves (PSDB), candidato que ele considera mais forte.

ConservadorImpondo Fernando Bezerra

ao PT-PE, Lula criará outra confusão no partido, que o tem como herdeiro da oligar-quia dos Coelho, no interior.

Ele foi PDSFernando Bezerra Coelho

já foi fi liado ao PDS, que apoiava a ditadura, e tam-bém ao PFL, PMDB, PPS e ultimamente no PSB.

Encrenca na Bolívia é jogo esperto de Morales

Embaixador na Bolívia e protegido do aspone Marco Aurélio top-top Garcia, Mar-celo Biato está no Brasil se “aconselhando” com Lula no caso dos doze corintia-nos presos em Oruro. Se as “difi culdades” não gerarem “facilidades” para o governo

Evo Morales, a Bolívia poderá pedir a extradição do “di me-nor” que confessou haver jo-gado o rojão assassino. Será inútil: a Constituição proíbe a extradição de brasileiros.

Segredo de EstadoMarcelo Biato também pro-

cura em sigilo no Itamaraty a solução para o senador de oposição Roger Pinto, asilado na embaixada há meses.

ArmadilhaO jogo de Morales é recu-

perar o opositor se o Brasil quiser os 12 de volta, ignoran-do a decisão judicial que os mantém presos na Bolívia.

Gente fi naA Federação Boliviana de

Futebol não convidou o pai de Kevil Beltran, jovem boliviano para o amistoso com o Brasil em benefício da família.

Meia travaDilma se inclinava pelo

pernambucano Heleno Tores para a vaga de Carlos Ayres Brito no Supremo Tribunal Federal, até o recebeu na quinta (4). Mas fi cou irritada quando soube que ele já es-taria contando a todo mundo que fora o escolhido. Por isso suspendeu o anúncio.

ApropriaçãoDilma vetou emenda do

deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), aumentando o teto de faturamento de em-presas em regime de lucro presumido para, dois dias depois, editar a MP 612, de igual teor.

EstruturaO deputado Sandro Mabel

(GO) nega que a filiação de “Junior do Friboi” ao PMDB objetive quebrar a campanha de Eduardo Cam-pos (PSB): “Ele quer mais estrutura para disputar o

governo de Goiás”.

Feliciano 2014Vice-presidente do PSC,

pastor Everaldo cogita a candidatura de Marco Fe-liciano (SP), celebridade do partido, para disputar, creia, a sucessão de Dilma. A ideia é valorizar o passe em even-tual 2º turno.

Que ‘autossufi ciência’...Mais uma lorota de Lula

se foi: o Brasil poderá fi car sem gasolina em 2017, diz a agência Bloomberg, se não investir logo em refi narias ou na produção de etanol, e liberar a venda de carros leves movidos a diesel.

Assédio fi nanceiroFuncionários locais do

Itamaraty vão denunciar em Brasília o descumpri-mento de leis trabalhistas no exterior. Após 40 anos de serviço, um funcionário espera há 15 meses a grana da aposentadoria.

Palavras secasNem Graciliano Ramos

ousou superar sua confessa leitora Dilma sobre a seca do Nordeste: “O futuro está em cima, em cima no sentido de que o futuro é sempre uma exigência maior que a gente se faz a nós mesmos.” (sic)

Vou de FABPolíticos do DEM-RN lide-

ram a disputa dos que viajam de carona no jatinho da FAB a serviço do presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), na ponte Brasília-Natal-Bra-sília: o senador José Agripi-no, seu fi lho deputado Felipe Maia e até a governadora Rosalba Ciarlini.

Pensando bem......um passarinho contou que

Nicolás Maduro ganhou a elei-ção na Venezuela.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Eu não sou o Feliciano. E não mereço”

SENADOR BLAIRO MAGGI (MT) e a pressão de men-saleiros do PR para ele deixar o partido

PODER SEM PUDOR

Um ataque elogiosoEx-secretário-geral da Presidência da Repú-

blica, Eduardo Jorge cultivava o hábito da discrição, evitando declarações fortes desde a época de poder. Mas certa vez surpreendeu um interlocutor que queria saber sua opinião sobre o governo do PT. Ferrenho defensor da era FHC, EJ surpreendeu:

- Eles têm muitas idéias boas e no-vas...

Confundindo o comentário com elogio, o interlocutor não se conteve:

- Dr. Eduardo, o senhor “lulou”?Com seu estilo de sempre, o ex-ministro esclareceu:- Não. O problema é que as idéias boas não são novas, e as idéias novas não são boas.

Mutirão de conciliação no STFO ministro Luiz Fux, do

Supremo Tribunal Federal (STF), realizará amanhã, a partir das 18h, um mutirão de conciliação em seu ga-binete, com a participação de representantes de Esta-dos, municípios, empresas públicas e sociedades de economia mista.

A iniciativa tem por ob-jetivo encerrar demandas nas quais a administração pública consta como parte, e envolvem controvérsias que

podem ser objeto de con-ciliação ou de desistência pelos órgãos estatais. De acordo com Fux, o projeto do mutirão de conciliação é inspirado em uma iniciati-va conduzida no âmbito do Conselho Nacional de Justi-ça (CNJ), com a fi nalidade de promover a solução pacífi ca e célere dos confl itos sub-metidos ao Judiciário.

Em seu gabinete, a ini-ciativa começou no fim de 2012, quando foram

contatadas dezenas de procuradorias de órgãos e entidades públicas, com o objetivo de encerrar as ações pacificamente.

“Há uma perspectiva con-creta de um cenário mui-to positivo de extinção de dezenas de ações em tra-mitação neste gabinete no próprio dia do mutirão, o que será fruto do esforço conjunto do Poder Judiciário e das procuradorias envolvi-das”, afi rma o ministro.

LUIZ FUX

ELZA FIÚZA/ABR

O presidente do STF discursou na aula magna da Universidade de Brasília, na última sexta-feira

A “PEC da Impunidade” tira do Ministério Público o poder de investigar, fi cando a cargo somente das polícias Civil e Federal

Barbosa diz que PEC 37 é péssima para a sociedade

O presidente do Su-premo Tribunal Fe-deral (STF), ministro Joaquim Barbosa,

fez críticas na última sexta-feira à Proposta de Emenda à Constituição 37/2011, a PEC 37, que atribui exclusi-vamente às polícias Federal e Civil a competência para a investigação criminal, além de determinar que o Ministério Público não tem como atribui-ção conduzir apurações sobre indícios de crime. A proposta foi aprovada em comissão es-pecial, com relatoria do depu-tado Fábio Trad (PMDB-MS).

Joaquim Barbosa condenou o propósito da PEC 37, de autoria do deputado Lourival Mendes

(PTdoB-MA), ao participar de aula magna na Universidade de Brasília (UnB). “Acho péssimo, péssimo. A sociedade brasilei-ra não merece uma coisa des-sas”, afi rmou o magistrado, em rápida entrevista a jornalistas que o abordaram no evento, sem explicar as razões para tal opinião.

Defendida principalmente pelos delegados de polícia, a PEC 37 sofre forte oposição tanto do Ministério Público quanto de diversas entida-des da sociedade civil, que a batizaram de “PEC da Impu-nidade”. Eles entendem que a emenda, se aprovada, aumen-tará a interferência política em inquéritos policiais (já que

as polícias Federal e Civil são subordinadas ao Executivo); retirará da investigação um organismo – o MP – que em praticamente todo o mundo civilizado participa da apura-ção criminal; e representará um retrocesso no combate ao crime.

Os delegados rebatem, ar-gumentando que o Ministério Público brasileiro acumulou poderes excessivos, e que não pode, ao mesmo tem-po, investigar e oferecer a denúncia criminal à Justiça. A investigação, alegam os defensores da PEC 37, fi ca contaminada quando exercida por quem tem a incumbência legal de acusar.

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Page 7: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 A7Com a palavra

É duro ouvi-los relatarem abusos por parte de pes-soas que de-veriam zelar por eles. Mas, depois que a criança se abre, o pro-cesso prosse-gue. Pedófilo e traficante têm que receber penas severas”

O novo membro da mais alta corte do Judiciário amazo-nense, Lafayette

Carneiro Vieira Júnior, foi em-possado desembargador do Tribunal de Justiça do Amazo-nas (TJAM), no dia 14 de março, após 23 anos de magistratura. Neste período, ele ingressou em diversas áreas da Justiça, como a cível e eleitoral, res-pondeu também pelas Varas da Fazenda Pública Municipal e de Crimes contra o Idoso e Adolescente da comarca de Manaus. Lafayette atuou ain-da na comarca do município de Urucurituba.

De uma família de magistra-dos – ele é filho do desembar-gador aposentado Lafayette Carneiro Vieira, ex-presidente do TJAM, e possui dois irmãos juízes – o novo integrante do pleno fala, nesta entrevista, sobre sua carreira, os obs-táculos da profissão e sobre suas expectativas em relação ao futuro.

EM TEMPO - Um dos gran-des dilemas do Judiciário, hoje, é adequar a rapidez que a sociedade exige com a qualidade nas decisões. Isso é possível?

Lafayette Júnior - Só com um estudo aprofundado dos magistrados. Mas não deve-mos misturar rapidez com sen-tenças moldadas. Os juízes, hoje, estão submetidos a um índice de produtividade esta-belecido pelo Conselho Nacio-nal de Justiça (CNJ). Essa meta de produtividade não prejudi-ca, mas impõe uma pressa que discordo. É bem verdade que hoje em dia os juízes dispõem de assessorias que auxiliam os magistrados elaborando relatórios, cabendo ao juiz apenas a fundamentação e a decisão. Mas cada processo é um caso e possui as suas particularidades. Acredito que essa exigência de produtivida-de pode afetar a qualidade de uma sentença, não de maneira indelével, mas pode afetar.

EM TEMPO - Então o se-

nhor acha que o conceito de produtividade deveria ser revisto?

LJ - Até certo ponto, sim. Se compararmos a estrutura do TJAM com a estrutura da instância de 1º grau chegare-mos à conclusão de que aqui a meta de produtividade pode ser alcançada com relativa fa-cilidade. Falo sobre essa rea-lidade porque já vivi. O juiz de 1º grau não tem hora para sair da vara e, em casos mais complexos, até leva proces-sos para casa. Quando afirmo que essa rotina pode afetar

a qualidade da sentença não me refiro ao resultado. Para não ser parcial, precisamos de tempo para esclarecer pontos obscuros, marcar audiências e ouvir as partes, isso é essencial e prioritário e nós fazemos. Permita-me citar um exemplo: Eu, pessoalmente, gosto muito de escrever. Mas infelizmente com essa exigência de produ-tividade, não posso me dedicar a escrever da maneira como gostaria. Acho que quando não tenho esse tempo, perco um pouco da minha identidade. Existem várias maneiras de rever esse conceito de produ-tividade. Uma delas é através da realização de concursos para juiz.

EM TEMPO – Então essa insuficiência de juízes é que dá a ‘impressão’ que o inte-rior do Amazonas está fora do alcance da Justiça?

LJ – Não. Veja bem. Não é o interior que está fora do al-cance da Justiça. É o Judiciário que está fora do alcance do interior. Tenho mais de 20 anos de magistratura. Já cheguei a responder por mais de uma vara, mas as duas estavam localizadas no mesmo prédio. Têm colegas que respondem por três comarcas em cidades diferentes. Você faz ideia do que isso significa? O juiz de Itapiranga normalmente tam-bém responde por Silves e São Sebastião do Uatumã, que são municípios próximos, mas não têm outra maneira de se des-locar que não seja de barco a jato, um percurso que consome no mínimo 1h de viagem. Esse não é o mais penoso. Mas e quem acumula comarcas em Manaus, Manaquiri e Rio Preto da Eva? Se responder por uma vara já é difícil imagine por três cidades diferentes. No interior, o juiz é como um clí-nico geral: também atua como juiz de família, de menor, cível, criminal, trabalhista, previden-ciário, assistente social, psicó-logo, conciliador enfim, tudo o que for necessário. O número de juízes deve aumentar, isso é urgente.

EM TEMPO - O senhor

acha que o “Pacto Re-publicano” é bom para o Judiciário?

LJ - Sim. Tudo o que vem para ajudar é de bom alvitre. Desde servidores até novas leis. O que tem que se mudar, a meu ver, são as nossas leis atuais que dão razão a muitos recursos. A celeri-dade tem um limite, nossas leis têm muitas brechas para recursos e isso aumenta a duração dos litígios.

EM TEMPO - Em 2011, o então presidente do Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE),

o ex-ministro Cezar Peluso, propôs a execução de um controle prévio de cons-titucionalidade de leis. O senhor concorda?

LJ - Concordo em número, gênero e grau. Se nenhuma ati-tude for tomada nesse sentido, passaremos o resto da vida jul-gando processos referentes a inconstitucionalidades de leis. Se você fizer um levantamento, vai ver que o Judiciário, em to-das as suas instâncias, possui demandas desse tipo. Muitas leis são criadas priorizando o mérito social em vez do mérito jurídico. Nós, juízes, além do conhecimento das leis, deve-mos ter bom senso de estar a par dos assuntos que estão sendo discutidos pela socieda-de. Nada impede o Legislativo de consultar o Judiciário em caso de dúvidas.

EM TEMPO - Mas as procuradorias não existem justamente para orientar o Legislativo e o Executivo nesse sentido?

LJ - Sim, mas as procurado-rias são parciais. Elas existem para defender os interesses da Câmara Municipal de Manaus, da Assembleia Legislativa do Estado, da prefeitura e do Estado. Acho que órgãos im-parciais como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Ministério Público e o Judiciá-rio poderiam ser consultados sobre a elaboração de leis. Apesar das nossas ocupações nós podemos sim contribuir.

EM TEMPO - O senhor

foi indicado pelo CNJ para ser coordenador do Judiciário amazonense na Copa das Confedera-ções e de 2014. Quais as suas expectativas?

LJ - O objetivo primordial da iniciativa é que a popula-ção possa ir aos estádios de futebol com segurança. Tere-mos a competência de proibir a entrada de torcidas organi-zadas, julgar todos os tipos de processos, como extravio de documentos, furtos e tudo o que acontecer nas imediações do estádio. Dentro dos está-dios haverá um determinado número de juízes com um corpo de funcionários para receber o processo e julgá-los na hora. Acredito que seja de bom alvitre a presença da OAB, do Minis-tério Público e da Defensoria Pública também. A lei estará dentro dos estádios. Como o Amazonas não sediará a Copa das Confederações, durante essa competição, iremos para Fortaleza ou Belo Horizonte. A experiência neste período será um ensaio para a atuação du-rante a Copa em Manaus.

EM TEMPO - Em 2012, o senhor foi prefeito in-

terino de Manaus três ve-zes, totalizando 15 dias de exercício. Com essa rápi-da experiência, quais as maiores dificuldades que o senhor enfrentou?

LJ - A maior dificuldade que encontrei é que não concor-do com juízes responderem como prefeito na ausência deste. Juízes são talhados para julgar e não para ad-ministrar municípios ou Es-tados. Seria a mesma coisa que me afastar do meu cargo e colocar um procurador de Justiça para julgar os pro-cessos de minha competên-cia. Em algumas ocasiões, fiz uso da prerrogativa que me cabia e recusei assumir a prefeitura. Não por existir impedimento legal, mas por impedimento moral. Como posso julgar processos que envolvem secretarias muni-cipais e o próprio prefeito e assumir o lugar dele? Eu expedia liminares contra e depois sentava na cadeira dele. Não era certo. Hoje esse dispositivo foi modifi-cado. Certa vez falei para o João Coelho Braga, que não concordava com essa situa-ção. Ele entendeu e modificou a norma. De acordo com a nova redação da Lei Orgâ-nica do Município (Lomam), em caso de impedimento do presidente da Câmara, do 1º, 2º e 3º vices, além 1º, 2º e 3º secretários da mesa, do corregedor e do ouvidor, quem assume é o procurador-geral do município e, somente na ausência de todos esses, quem assume é o juiz mais antigo da comarca.

EM TEMPO - O senhor respondeu pelas varas de Crimes contra o Idoso e Adolescente, onde há um grande número de proces-sos de crimes de pedofilia. Quais os maiores obstácu-los nesta vara?

LJ - É um trabalho que ma-chuca muito e exige demais do juiz, pois a maior parte dos casos é de pedofilia. Em primeiro lugar, muitas mu-lheres se negam a denunciar o companheiro que cometeu o crime. Segundo, é difícil você convencer uma criança com menos de 7 anos contar o abuso que sofreu. A pior parte é ter que escutar essas crianças relatando esse tipo de situação. Ainda mais al-guém como eu, que tem netos pequenos. É duro ouvi-los re-latarem abusos por parte de pessoas que deveriam zelar por eles. Mas, depois que a criança se abre, o processo prossegue. Não costumava sentenciar menos de 15 anos de prisão. Em minha opinião, pedófilo e traficante têm que receber penas severas.

Lafayette JÚNIOR

‘Não SE deve MISTURAR rapidez COM sentenças MOLDADAS’

Não devemos misturar rapidez com sentenças moldadas. Os juízes, hoje, estão submetidos a um índice de produti-vidade estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça. Essa meta de produtividade não pre-judica, mas impõe uma pressa que discordo”

Izabel SantosEquipe EM TEMPO

FOTOS JOEL ROSA

Como posso julgar pro-cessos que envolvem secretarias municipais e o próprio prefeito e as-sumir o lugar dele? Eu ex-pedia limina-res contra e depois senta-va na cadeira dele. Não era certo”

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Page 8: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

ALMINO AFONSO

O senhor DA HISTÓRIA

“Exatamente no dia 31 de marco de 1964, ao meio-dia, eu fui à Câ-mara dos Deputados.

Naquela época só havia sessões à tarde e à noite, nunca pela manhã. E lá eu fui ver qualquer coisa em meu gabinete. Chego lá encontro um tumulto, dezenas de parlamentares, grupos a falar ao mesmo tempo, a discutir. E eu perguntei:

– O que é que há?– Então você não sabe? É a

tropa do general Mourão que já vem vindo.

– Não é possível...Então, volto para casa e ligo

para o senador Arthur Virgílio Filho (PT-AM), que era líder do Governo no Senado?

– Arthur, já começou essa história do golpe?

Relatei e ele respondeu:– Mas eu não estou sabendo.

Venha aqui na minha casa. Vamos ligar para o presidente.

A casa de Arthur era ao lado da minha. De lá ele ligou para o presidente João Goulart que estava no Rio de Janeiro. Arthur ligou e Almino fi cou ouvindo pela extensão telefônica.

– Presidente, estou sabendo pelo Almino sobre a marcha do general Mourão.

Era o dia 31 de março ao meio-dia, anote esse aspecto. O presidente diz lá:

– Arthur, isso é uma falsida-de. Esse é o clássico tumulto da oposição querendo criar um clima de insegurança nacional, não é real.

Naquele momento passava pelo gabinete dele o general Ar-gemiro de Assis Brasil, que era o chefe da Casa Militar. Jango o chama:

– General, o senador Arthur está me dizendo tal coisa, o que há?

Eu ouvi, não foi de terceiros, o general respondeu:.

– Presidente, é uma falsidade. A chamada marcha do general Mourão é uma manobra de ro-tina militar, sem nenhum outro alcance. Jango insistiu:

– Não há nada, portanto?– Nada, presidente. Essa é a

verdade dos fatos.Eu ouvi, não foi ninguém que

me contou. Jango volta para o telefone e diz para o Arthur:

– Tu ouvistes, Arthur (ele usava o tu)?

– Ouvi, presidente!– Pois é, esta é a verdade.Arthur Virgílio prossegue:– Presidente, hoje é inevitável

que eu vá à tribuna do Senado dizer uma palavra sobre isso, porque é pública a marcha do general Mourão. Posso dizer o que o senhor acaba de informar?

– Podes não, deves!Saímos dali, é falso, não há nada.

Fui para casa, almocei. E às três da tarde voltei para a Câmara e o tumulto era maior. Qual era a verdade, a que eu ouvi do presiden-te ou essa que corre aqui? Entrei numa roda e desmenti, dando o testemunho do que tinha ouvido do presidente. O sobrinho do Juscelino Kubitschek, o à época deputado Murilo Filho, me tira da roda:

– Almino, se o presidente está dando essa versão para atenu-ar o clima de nervosismo e de inquietação, até que ele tenha condições de retomar as rédeas, não sei se vale. Mas, se ele diz isso como verdade para vocês, está perdido, porque desde a ma-drugada Minas já está em pé de guerra, o governador Magalhães Pinto já assumiu o comando civil da revolução (eles chamavam de revolução), portanto é real.

E eu disse, não é possível. Voltei

para casa e hoje, 49 anos depois, me espanto. O presidente só to-mou conhecimento da marcha do general Mourão, que desaguaria no golpe militar, às 6 da tarde do dia 31 de março, quando ela tinha começado na madrugada”.

O relato é do amazonense Almi-no Afonso, ex-ministro do Trabalho do governo João Goulart e depu-tado federal pelo PTB, cassado pelo golpe militar de 64. Almino, que já recuperou seu mandato, simbolicamente, em sessão es-pecial na Câmara dos Deputados, veio a Manaus para participar de sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas, dia 3, que também devolveu o mandato de deputado estadual ao jornalista Arlindo Por-to. Na sexta-feira, depois de um café da manhã na estrada, onde se reencontrou com a pupunha, o tucumã e a tapioca, Almino veio à redação do EM TEMPO, onde concedeu a entrevista. Veja:

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

Não houve um gesto sequer do governoJoão Goulart que tolhesse a importân-cia da liberdade de imprensa. Isso para uma demo-cracia é chave, não é verdade?

Se houver composição, Arthur é um candidato forte. E se eu ainda tiver voz e garganta, e ele even-tualmente quiser, eu virei para a praça pú-blica

EM TEMPO – No dia 6 de dezembro de 2012, a Câmara dos Deputados corrigiu uma in-justiça praticada pela ditadura militar, devolvendo, simbolica-mente, o mandato a deputados cassados em 1964, entre eles Almino Afonso, Gilberto Mes-trinho, Bernardo Cabral, Lígia Doutel de Andrade, Plínio de Arruda Sampaio, Marco Anto-nio Tavares Coelho e Ney Ma-ranhão. Como o senhor analisa o país que tenta corrigir sua própria história?

ALMINO AFONSO – Eu acho que, gradualmente, o pais está tomando consciência de duas coisas: o quanto foi dramático para o povo, o quanto foi terrível para a nossa história o golpe de 64. Porque durante muito tempo a grande imprensa fi cou – ou por oposição direta ao governo Jango ou por um certo temor – um pouco silente. Eu diria mais do que isso, calada, em relação ao signifi cado trágico do golpe de 64. Então, muito do que aconteceu de pior, fi cou no desconhecimento geral. Não apenas nas cassações, nas prisões, na tortura – e no meio da tortura, quantos morreram? Isso tudo fi cou meio calado, sal-vo uma minoria que continuou militante, até por suas relações pessoais e de amizade, relem-brando a dor daquele instante e a revolta por tudo que aquilo havia signifi cado.

EM TEMPO – O senhor acre-dita que hoje existe uma reto-mada de consciência, que tira a história da escuridão?

AA – Acho que são dois aspec-tos que marcam essa retomada de consciência que eu estou di-zendo. Uma, os primeiros livros que vão surgindo. Durante anos a fi o a fi gura de João Goulart era simplesmente ignorada na imprensa. E eu fi cava fazendo comparação desse tipo: enquan-to em Santiago do Chile, onde eu estava quando se deu o golpe de Pinochet (general Augusto, ex-ditador do Chile), que foi um divisor de água profundo – eu diria

até que mais profundo do que aqui, porque a visão ideológica lá era mais defi nida –, apesar disso, do ódio que foi pela forma como se deu o golpe, lá está em frente ao palácio de La Moneda, a estátua de Allende (Salvador, ex-presidente do Chile cassado pelo golpe), já elevada duran-te o período militar. E eu fazia a seguinte comparação: como aquele país com um golpe tão mais profundo do que o nosso – tomando em conta o signifi -cado ideológico –, pode aceitar a convivência dos contrários, e entre nós, fi guras importantes daquele período pré-64 - e eu ponho João Goulart apenas como símbolo – eram ignorados?

EM TEMPO – Mas agora, essa história começa a ser resgatada, com a Comissão da verdade, por exemplo.

AA – E também por meio dos livros que estão surgindo agora. E são vários, alguns bons, ou-tros medíocres, dão-me a ideia desse ressurgimento. Esse é um ponto. E da mesma natureza a imprensa que passou a dar a essa problemática uma presença em suas crônicas e reportagens cada vez maior. No bojo disso, esses atos públicos têm a maior signifi cação. O da Câmara dos Deputados, projeto da deputada Luiza Erundina, permitiu aquele momento muito bonito. Só não foi tão mais bonito porque coincidiu com o dia da morte de Oscar Niemayer. Isso é uma brincadeira de mau gosto, mas o Niemeyer disputou conosco as honrarias de Brasília,

EM TEMPO – O Legislativo amazonense também acaba de fazer justiça, resgatando o mandato de deputado estadual do jornalista Arlindo Porto.

AA – Aqui em Manaus, por ini-ciativa do jovem deputado Arthur Virgílio Bisneto (PSDB), levou a Assembleia Legislativa, por Lei, a reconhecer em Arlindo Porto a condição de deputado ainda que simbolicamente, não importa que seja simbólico. Eu dizia no meu

discurso de improviso que me coube fazer, que isso ao mesmo tempo que era uma homenagem ao Arlindo por sua história polí-tica, pessoal, é também para a própria Assembleia Legislativa uma forma de se penitenciar daquilo que foi dramaticamen-te pobre na sua iniciativa de cassar, ela própria, o mandato de um de seus membros. Se houver no tempo uma forma de a Assembleia Legislativa dizer, de maneira simbólica “foi um erro”, “foi mais que um erro”, “foi um ato de vilania”, “inaceitável, nós condenamos aquilo”. “E porque condenamos reconhecemos sim-bolicamente o deputado Arlindo Porto como sendo o deputado do povo”, eu acho um fato da maior signifi cância política e da evolução de uma sociedade que gradual-mente reclama que a democracia se consolide para sempre.

EM TEMPO – Qual seria o Brasil de hoje se Jango não tivesse sido cassado pelo gol-pe militar?

AA – Às vezes tenho feito essa pergunta a mim mesmo. Eu diria que teríamos dado um salto de qualidade. Claro que eu tenho consciência de que, se não tivesse havido o golpe, o proces-so dos avanços das reformas sociais – que o Jango chamava de reformas de base –, não teria sido fácil de levar adiante, por-que havia o contraditório real. A reforma agrária, por exemplo, ninguém a colocaria em marcha sem resistência – compreensíveis de um lado, inevitáveis de outro –, dos grandes proprietários de terras. Estávamos avançando na extensão dos direitos sociais ao campo, numa época que não ha-via direito social nenhum . E não é no Nordeste, é em São Paulo. Qual era o quadro dramático que explicava o porquê da resistência – inaceitáveis, mas que já havia – contra essas medidas todas? Na área sindical, por exemplo, o que havia de fato novo na história do sindicalismo é admirável. Para se ter uma disputa reivindicatória, o sindicato representava aquela

categoria profi ssional e não mais. Cada qual fazia a sua luta. Naque-la época surgiram os chamados “Pactos Intersindicais”. Era o sin-dicato dos petroleiros, dos meta-lúrgicos, enfi m, juntavam-se em uma, duas, três, sete categorias e iam para uma campanha rei-vindicatória com uma força muito maior. Exemplo disso é a famosa greve em São Paulo, de 700 mil trabalhadores. Não era graça, era a representação de 17 categorias profi ssionais. E pela primeira vez houve confronto com a Federação das Indústrias. Era poder contra poder e ali nasce de fato o CGT (Comando Geral dos Trabalha-dores), portanto foi o embrião de uma central operária que nós não tínhamos até então.

EM TEMPO – As reformas de Jango atiçaram a resistência e apressaram o golpe?

AA – Todas essas coisas que estavam no embrião, pondo-se em marcha naquele tempo, iriam prosseguir. Eu sei que não seriam facilmente consolidadas porque as resistências existiam. Entretanto, isso teria dado uma dimensão nova para a sociedade. Inclusive para um detalhe que poucas vezes é destacado. Com toda a resistência que havia a João Goulart, com toda a crítica cruel que muitas vezes havia em determinados jornais, a liberdade de imprensa foi mantida absoluta. Não houve um gesto sequer do governo João Goulart que tolhesse a importância da liberdade de im-prensa. Isso para uma democracia é chave, não é verdade?

EM TEMPO – O que pegou também é que Jango era acu-sado de ser comunista.

AA – O fato de nós termos tido condições de fazer – pela audácia de João Goulart –, o re-atamento das relações diplomá-ticas com a União Soviética, não pela questão ideológica, fez com que dissessem que Jango estava submetido ao comunismo. É uma bobagem total. Nossas relações diplomáticas com os russos nos permitiam uma alternância nas

nossas relações econômicas no plano internacional. Não fi cáva-mos dependendo pura e simples-mente do comando dos Estados Unidos. Por exemplo, podíamos negociar com a União Soviéti-ca a importação de petróleo e pagando em café. Era um salto qualitativo enorme.

EM TEMPO – Pela sua expe-riência, o prefeito Arthur Vir-gílio (PSDB), que é seu amigo pessoal, teria chances de se eleger governador em 2014?

AA – Eu tenho pouquíssimo conhecimento hoje do quadro do Amazonas. Primeiro, ele acaba de ter uma votação consagradora, 70%. Segundo, ele tem chance por conta de sua personalidade e pela herança do velho Arthur, que era um combatente, com um dis-curso respeitado. Isso é um dado positivo numa campanha eleitoral. Resumindo, Arthur tem um lastro de 70% e com a garra e o talento que tem é um candidato – se vier a ser –, potencialmente forte.

EM TEMPO – Se candidato, Arthur teria que enfrentar o senador Eduardo Braga.

AA – Exato. Dizem-me que o atual senador, Eduardo Braga (PMDB-AM) , que hoje é uma fi -gura de relevo no governo federal, até porque é o líder do governo no Senado, tem a favor dele o fato de que tem pela frente mais quatro anos de mandato depois da possível eleição. Isto é, não tem nada a perder em disputar a eleição. Então, se eu não sou totalmente ignorante em política, acho que ele é um dos candidatos, porque não tem nada a perder . Disputa a eleição, se perde está no Senado para mais quatro anos. Bom, ele deixou um lastro porque fez uma carreira política de lastro, aqui. Agora, para o Arthur ser candidato precisa que a aliança vá além do partido dele, não é verdade? E eu não sei que capa-cidade de composição haverá. Se houver, é um candidato forte. E se eu ainda tiver voz e garganta, e ele eventualmente quiser, eu virei para a praça pública.

Em seu reencontro com Manaus, Almino Afonso fez questão de conhecer a ponte Rio Negro

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Economia B2 e B3

Mineração: a riqueza que vem do solo

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[email protected], DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 (92) 3090-1045

Diante das constantes ameaças à Zona Franca de Manaus (ZFM), que é o principal modelo de desenvolvimento da região, o Estado tem procurado outras alternativas para alavancar a economia local

A polêmica sobre a unifi cação da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas opera-

ções interestaduais, que se aprovada em 4% para todos os Estados poderá atingir “em cheio” a indústria amazo-nense, acendeu o sinal verde para uma discussão importante. As constantes ameaças que rondam o Amazonas desencadearam um debate sobre as outras alternativas econômicas viáveis que podem vir a substituir a dependência em relação a Zona Franca de Manaus (ZFM) - modelo que emprega hoje quase 120 mil pessoas e fatura mais de US$ 40 bilhões por ano -, e fomentar o desenvolvimento da região.

O EM TEMPO ouviu o governo, secretários estaduais, empresários, economistas e especialistas sobre o assunto para aprofundar a questão e lançar luz sobre um tema que vem dominando as rodas de discussão

no Estado. Apesar de as alternati-vas serem diversas, há pelo menos cinco atividades em que as apostas são maiores: turismo, mineração, produção de peixes, polo naval e logística.

Só as riquezas minerais existentes debaixo do solo superam a casa dos “trilhões de reais”. Por sua vez, o novo polo naval, que desponta no Estado, promete gerar 30 mil novos empregos.

Porém, uma das grandes apostas é na produção de peixes, atividade em que o Amazonas pode se tornar uma espécie de “viveiro do mundo”. “A produção de peixes é uma variante econômica fantástica que desponta no Amazonas, uma vez que o mundo tem fome. O governo do Estado es-tabeleceu esta atividade como prio-ridade, pois ela tem uma capacidade infi nita”, afi rma o vice-governador José Melo.

Conforme dados da Secretaria de Estado da Produção (Sepror), o Ama-zonas produz, hoje, em torno de 150 mil toneladas de peixes por ano.

TurismoA expansão do turismo é um dos pro-

jetos que o Amazonas tem olhado com especial interesse. Considerado como um dos quatro destinos turísticos mais importantes do país, o Estado poderá alcançar a marca recorde de 1 milhão de turistas até 2014, um incremento estimado de 12% em relação ao período anterior.

Ciente de que somente as belezas naturais não são sufi cientes para ampliar o número de visitantes, o governo e empresários têm discutido formas de criar novos atrativos que podem impulsionar o turismo na re-gião. Conforme a diretora-presidente da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), Oreni Braga, existe hoje um leque de pro-jetos turísticos prontos para serem executados, incluindo, a construção de um aquário com peixes regionais. “O aquário é um projeto viável e oportuno, que está previsto no Biopark (o Parque Estadual do Amazonas, que deverá ser construído em uma área sugerida de 70 mil metros quadrados)”, destaca.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

O turismo é apontado como uma das principais alternativas ao modelo Zona Franca de Ma-naus (ZFM), na avaliação da dire-tora-presidente da Amazonastur, Oreni Braga. Segundo ela, o Es-tado possui os insumos disponí-veis (natureza, cultura e a nossa gente), agregados a um projeto que não precisa e nem depende de prorrogação. “Basta apenas oferecer os mesmos incentivos que são dados às empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), assim como fez, por exemplo, a

República Dominicana, que criou políticas de incentivos para o turismo e hoje é um dos prin-cipais destinos internacionais”, acrescenta Oreni Braga.

Além do aquário, está em estu-do a implantação de outros pro-jetos que poderiam surgir para somar com a fl oresta amazônica, o Teatro Amazonas e o Encontro das águas. Entre as ideias que estão em fase de discussão está a criação de um jardim botânico, novos zoológicos e parques eco-lógicos com teleférico.

EsportesOutro atrativo para região que

o governo estuda implantar é o turismo esportivo. Com um ter-ritório cortado por rios, praias e natureza exuberante, o Ama-zonas é um lugar com potencial para comportar eventos espor-tivos nacionais e internacionais como triátlon, rallyes, rapel e esqui aquático.

Para a Copa do Mundo de 2014, o Ministério do Turismo listou produtos e destinos turísticos em 11 municípios do Amazonas.

Políticas de incentivos ao turismo

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O FUTURO ECONÔMICO DO AMAZONAS

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

A riqueza que vem do soloCom trilhões de reais sob a terra, atividade mineral é uma das principais alternativas econômicas em relação à ZFM

Apesar do paradoxo, o Amazonas tem pensa-do no futuro com os olhos voltados para o

chão. Mais especificamente para o solo, onde há uma ri-queza em minérios avaliada em trilhões de reais, que pode ser a redenção econômica para mu-nicípios do interior do Estado.

Somente com a extração do potássio, o potencial é de R$ 1 trilhão. Embora exista uma riqueza imensurável, a explora-ção do solo amazonense ainda está aquém de sua capacidade, que se bem aproveitada poderá dobrar o número atual de vagas no setor que é de aproximada-mente 8 mil empregos.

Conforme o secretário de Estado de Mineração, Geodi-versidade e Recursos Hídricos (SMGRH), Daniel Nava, no Ama-zonas há apenas duas minas principais em operação: uma em Pitinga (a 130 quilômetros de Manaus), que lavra e concentra minério de estanho, nióbio e tântalo, e outra em Jatapu, em Urucará (a 344 quilômetros da capital), com potencial de 1,2 milhão de toneladas de calcá-rio para uso agrícola. “É difícil estimar toda a riqueza mineral do Amazonas. Nossa potencia-lidade ainda está na forma de jazidas. Mas riqueza no sub-solo sem exploração na forma de mina, não tem valor algum. Porém, temos um século pela frente para crescer”, afirma.

Nos próximos cem anos, opor-tunidades é o que não vão faltar. Além do calcário, potássio, esta-nho e nióbio, o Amazonas possui ferro, gipsita para indústria de cimento, ouro, argila vermelha (polo cerâmico), caulim, areia, brita, seixo e agregados para a construção civil, água mineral, óleo e gás em abundância para

extrair nas próxi-mas décadas.

Zona FrancaA exploração mi-

neral irá beneficiar o Estado, não so-mente com renda e empregos, mas também com investimen-tos em logística e infraestru-tura, assim como na redução do déficit habitacional e de sa-neamento no Amazonas e no Brasil. Para alguns, a mineração e o setor petrolífero podem se tornar um importante polo de desenvolvimento econômico paralelo à Zona Franca de Ma-naus (ZFM). “A potencialidade da geodiversidade do Amazonas contribuirá nos próximos anos para nos tornarmos menos de-pendentes dos incentivos fiscais e mais atrativos de um novo perfil ao PIM; “o da indústria de transformação mineral e refi-no”, enfatiza Daniel Nava.

InvestimentosAté 2016, a indústria mine-

ral deverá investir em torno de R$ 56 bilhões na região da Amazônia, segundo previ-são do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A meta do governo do Estado é tentar abocanhar pelo menos 10% deste total, conforme revela o secretário da SEMGRH, Daniel Nava. “Se acrescentarmos o que a indústria petrolífera poderá contribuir, principalmente, na proposta para a consolidação no Polo Industrial de Manaus (PIM) de um pólo gás-quími-co, tenho certeza que nossa riqueza poderá ser superior ao que atualmente representa ao nosso Estado”, salienta.

Conforme dados da Secre-taria de Estado da Fazenda (Sefaz), o setor mineral e o de óleo e gás contribuem com aproximadamente 20% da eco-nomia do Amazonas.

Potássio: pesquisas geram 100 empregos diretos e indiretos

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ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Encontrado em abundân-cia no Amazonas, o potássio tem uma importância estra-tégica não só para o Estado, mas para o Brasil como um todo. Para o governo federal, o minério da região contri-buirá para a autossuficiêcia brasileira quanto à deman-da nacional por esta ma-téria-prima, utilizada pelas indústrias de alimentos e de biocombustíveis.

Hoje, o país importa 92% do potássio que necessita. Porém, essa dependência po-derá chegar a 100% depois que for encerrada, em 2019, a mina de Sergipe, que é a única em operação no Brasil. “Com o início das atividades da primeira mina em Autazes previsto para 2018, podere-mos naquele ano contribuir como Estado produtor com 20% das demandas brasilei-ras pelo bem mineral”, revela o secretário Daniel Nava.

As reservas do Amazonas são estimadas em valores superiores a 1 bilhão de to-neladas de potássio.

Potássio é estratégico para país

Com marco regulatório de exploração mineral, óleo e gás, arrecadação de royalties subirá no AM

AGÊNCIA PETROBRÁS

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

O governo está colhendo os frutos de seus anúncios otimis-tas e em breve será compelido a revisar as apologias de even-tuais acertos que deixaram de considerar a objetividade dos fatos. É que a sociedade não pode concordar que – com ato-res tão determinantes em crise – a economia brasileira seja um mar refratário de tranquilidade e proteção contra sobressaltos. E mais: a gerência do país não pode seguir a reboque do crité-rio político sob pena de arruinar a própria credibilidade e susten-to. Declarações escatológicas, por exemplo, que priorizem o crescimento com descuido das altas de preços, isto é, da infla-ção, têm o poder de provocar – interpretações distorcidas à parte - o salve-se quem puder, a pior sinalização que poderia nortear o momento de incerte-zas e temerárias surpresas para uma economia singular como a

do Brasil. Na última terça-feira, o

presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tentou re-mediar o estrago, sublinhando frases em defesa do controle da inflação. É o mínimo que se impõe fazer antes das medidas mais efetivas para afugentar o estrago. O remédio, na falta de investimento pontual, racional e eficaz na competitividade do setor produtivo, e do corte do gasto público, é a alta da taxa de juros. Tombini, pisando em ovos para evitar mais confusão, assu-miu publicamente que o Banco Central não está tranquilo com o atual nível de preços, o que significa uma taxa inflacionária inquietante e fora do necessário controle. Nesse caso, menti-ras sinceras não interessam, pior, são verdadeiras bombas de efeito retardado. Os juros vão subir. O BC pode decidir antecipar a alta da taxa de

juros na próxima reunião, nos dias 16 e 17 de abril, segundo analistas, como reação aos ru-ídos de comunicação dentro do governo sobre a condução da política monetária.

Depois de se mostrar inter-vencionista, o que afastou a saudável interatividade e troca de propostas e sugestões com o setor produtivo, e constatar que o investimento público sob sua gerência se mostrou ineficaz, o governo Dilma ajudou o país a descobrir rapidamente que o crescimento de 7,5% ao ano baseado no consumo iria fazer água. Com descuido da infra-estrutura, portanto da compe-titividade do país, e chamando pra briga o mercado financeiro – ninguém baixa taxas de juros por decreto – o governo achava que o PAC e o pré-sal seriam o alvorecer mágico de uma nova economia planificada. Não fal-tou quem lembrasse os planos

equivocados da antiga União Soviética, em que o Politburo, a mais alta conjunção de poder político do país, impunha planos e medidas à sociedade “sem combinar com os russos”.

Nesta semana o Brasil foi uníssono ao reconhecer seus gargalos. Por todo canto uma inquietação emergiu contra a negligência e o atraso. Esta-mos assistindo à chegada da Copa da Fifa e flagramos que nem isso foi capaz de alimen-tar a expectativa de curto pra-zo de equacionamento dessa tragédia. Teremos um país em 2015 apinhado de arenas de-socupadas, com uma dívida-rombo a saldar, com aeropor-tos improvisados, mobilidade urbana catastrófica, e outras frustrações consolidadas num desfecho trágico e equivo-cado de gestão pública. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado em

2007 por Lula e Dilma, atribu-ído a ela desde sempre, com vista ao fator eleitoral, não entregou o combinado. Os por-tos do Amazonas costumam ir a pique, a modernização portuária de Manaus contou com agentes públicos para ser impedida e outras contradi-ções do jogo gerencial versus eleitoral que explica e arrepia a omissão de responsabili-dades. De quebra, Petrobras, explicitamente avaliada pela atual gestão, como detonada pela administração anterior, não transforma o discurso do o pré-sal em benefícios efetivos do pré-sal. Um esta-tismo estéril que afugenta o papel, o palpite e a bagagem do investidor privado, focado na gestão enxuta e nos re-sultados objetivos. Outro não poderia ser o resultado, e outra não pode ser a atitude senão colocar as barbas de molho.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

Nesta sema-na, o Brasil foi uníssono ao reco-nhecer seus gargalos. Por todo canto uma inquie-tação emer-giu contra a negligência e o atraso.”

Barbas de molho

A riqueza que vem do soloConforme dados do De-

partamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), a mina do Pitinga abriga reservas de 88 mil tone-ladas de tântalo, um dos produtos que lideram a pauta de exportação dos municípios do interior. De acordo com a Gerência de Sustentabilidade e Gestão da Mineração Taboca, os países importadores trans-formam a liga de tântalo no metal que é usado na fabricação de produtos de alta tecnologia para indús-trias como a de eletrô-nica, automobilística, de

equipamentos médicos e a espacial.

A mina do Pitinga gera em torno de 1,5 mil empregos diretos e indiretos.

Tântalo: do interior para o mundo

Um dos principais minérios extraídos hoje no AM é o tântalo

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Atividade que deverá receber investimentos de R$ 200 milhões, a exploração do caulim, quando iniciada em gran-de escala, irá gerar 2 mil novos empregos no Ama-zonas. Esse contingente de trabalhadores atuará na mina prevista para funcionar na futura área do novo polo naval que desponta no Estado.

Atualmente, a ativida-de está ainda na fase de pesquisas e empre-ga somente 20 pessoas. Conforme a SMGRH, o tempo de vida útil da mina de caulim é supe-rior a 80 anos. As re-servas conhecidas hoje estão localizadas em Manaus e no município de Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros da capital).

Caulim pode gerar 2 mil empregos

Aprovadas em 2012, as novas regras para o licenciamento da produção de ouro no Amazonas fomentará a busca da regulari-zação das atividades pelos garimpeiros, na avaliação do secretá-rio da SEMGRH, Daniel Nava. Segundo ele, a expansão será favore-cida porque o monito-ramento e fiscalização dessa atividade serão ampliados pelos gover-nos no âmbito estadual, municipal e federal.

ExpansãoA SEMGRH tem dis-

cutido a possibilidade de criar uma agência em Humaitá (a 965 qui-lômetros de Manaus) credenciada a receber e comprar a produção do ouro no rio Madeira, onde hoje atuam mais de 3 mil famílias.

Exploração do ouro beneficiada

UTILIDADEEm pó metálico, tântalo é usado para fabricar capacitores que regulam fluxo de eletricidade nos cir-cuitos integrados da indústria eletrônica, em telefones celula-res, laptop e câmeras

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Polo naval abre novos horizontes na economiaMais de 35 mil empregos deverão ser criados no Estado quando o projeto de modernização do setor for finalizado

Após muitas idas e vindas nos planos de estruturação do polo naval no Amazonas,

uma longa espera iniciada em 2006 pode terminar em breve. A modernização do setor está perto de sair do papel.

A finalização do projeto téc-nico, que atualmente está em execução pela Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama) e pela Secretaria de Estado de In-fraestrutura (Seinfra-AM), vai coincidir com o início das obras de terraplanagem do acesso ao Distrito 3, pre-vistas para junho deste ano, enquanto que o “start” da obra do novo polo é aguardado

para 2014.Quando o novo polo naval

estiver em pleno funciona-mento, o setor deverá em-pregar 35 mil pessoas, mais que o dobro do contingente de trabalhadores que atua hoje nas empresas do se-tor. Para tornar o polo na-val uma atividade rentável para a economia do Estado, os investimentos chegarão à ordem de R$ 10 bilhões por cada estaleiro. “Quando o polo se tornar realidade, o Amazonas terá um novo fôle-go, somando-se ao segmento de exploração de petróleo em nossa região bem, como ao Distrito Industrial, que hoje é responsável por mais de 80% de faturamento”, afir-ma o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção

Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas (Sind-naval-AM), Matheus Araujo.

A expectativa da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) é de que o novo polo transforme o Amazonas em uma referência na construção e no reparo de

navios no país. “As indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) não olham paras as potencialidades regionais. A construção do polo naval é uma nova matriz que dará um impulso enorme para a economia do Estado”, avalia o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo.

PerfilAtualmente, sete estaleiros

de médio porte (sendo quatro europeus e três brasileiros, entre eles um para construir embarcações militares) es-tão confirmados para ocupar a área de aproximadamen-te 32 quilômetros lineares no bairro do Puraquequara. Além dessas empresas, 60 pequenos estaleiros também devem ocupar o espaço.

JULIANA GERALDOEspecial EM TEMPO

FUTUROO projeto do novo polo naval para o Amazo-nas é audacioso. Além de fabricar novas embarcações civis e militares, o Estado tem planos para se tornar referência na manuten-ção de grandes navios

De acordo com dados do Sindnaval-AM, cada estaleiro demandará investimentos de quase R$ 10 bilhões, em média, recursos que deverão alavancar a indústria naval no Amazonas

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Ao menos mais quatro novas missões internacio-nais de prospecções de negócios, ou seja, visitas de interesse para instala-ção de estaleiros no futuro polo, estão previstas para este ano. “Eles querem co-nhecer o nosso sistema de incentivos fiscais federais e estaduais e a política de criação do Distrito 3”, con-ta o presidente do Sindna-val-AM, Matheus Araújo.

Segundo ele, apenas nos últimos dois meses duas missões chinesas, uma norueguesa e uma holan-

desa estiveram no Esta-do para conhecer o novo polo naval. “No próximo dia 13 vamos receber 11 empresas do setor náutico da Finlândia. Uma visita que demonstra o potencial que o Amazonas tem para receber investimentos in-ternacionais”, comemora Matheus Araújo.

O presidente do sindi-cato informou, ainda, que encontros com estaleiros dos Estados Unidos, Espa-nha, Inglaterra e Canadá também estão previstos para 2013.

AM desperta interesse mundial

Logística receberá investimentosO segmento de logística do

Amazonas também demonstra interesse na área do chamado Distrito 3, onde será instalado o polo naval. Até julho deste ano, um estudo de viabilidade idealizado por representantes do setor logístico e pelas empresas de navegação do Estado deve ser entregue à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas (Seplan-AM).

O documento permitirá a integração dos dois polos e tirar a área de logística do “status” de gargalo para alternativa de grandes negó-cios no Estado.

Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Navegação do Estado do Amazonas (Sindarma), Clau-domiro Carvalho, a ideia é criar um centro logístico para reco-lher a carga do Polo Industrial de Manaus (PIM) em um único espaço, facilitando o trânsito de mercadorias e a dinâmica

da atividade no parque fabril. O hub iria também atrair em-presas de fora de Manaus para escoar produtos para outros lugares por meio do centro. “A logística representa um bom negócio, se for estruturada.

Com a área disponibilizada, po-deremos recolher toda a carga (insumos e produtos) em um único local e dar a destinação devida, que pode ser por meio de modal aéreo ou hidroviário”, detalha o empresário.

Vantagens Segundo Claudomiro, uma

das principais vantagens é que o centro desafogaria os pátios das indústrias, aumentando a área das empresas que hoje sofrem com problemas de terreno. “Um centro distribui-dor com dimensão suficiente para acolher todos os pro-dutos e insumos sem ocupar espaço faria essa função com eficiência, dando agilidade ao escoamento e, portanto, um maior faturamento para as empresas”, frisa.

Outra vantagem, segun-do o secretário executivo da Seplan-AM, Ronney Peixoto, é transformar Manaus num polo de escoamento de pro-dutos. “Apenas com o porto da Hermasa, em Itacoatiara, que escoa grão do Mato Grosso, o Amazonas é o terceiro maior movimentador de produtos agrícolas do país. Significa que temos grande potencial para negócios logísticos”, avalia.

TRANSPORTES

PORTOSPara o empresaria-do, o desenvolvi-mento econômico do Estado vai depender da construção de no-vos terminais portu-ários e da revitaliza-ção dos já existentes na região

Para logística se tornar alternativa viável, são necessá-rios grandes inves-timentos portuários e um tratamento adequado por parte do governo federal. Quase R$ 600 mi-lhões foram inves-tidos nos portos da Siderama e das La-jes, mas nenhum foi inaugurado. “Todos os problemas pre-cisam ser pensados antes de estabelecer a logística como al-ternativa”, diz o vice-presidente da Fede-ração das Indústrias do Estado do Ama-zonas (Fieam), Nel-son Azevedo.

Atividade tem alguns gargalos

Precariedade da logística é um dos principais desafios do AM

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Segundo a prefeitura, aumento ocorreu em função da correção da planta de valores imobiliários prevista pela lei 1.628/2011

IPTU veio com reajuste médio de 20% em 2013

O reajuste médio de 20% sobre os va-lores pagos no ano anterior no Impos-

to Predial Territorial Urbano (IPTU) deste ano foi um dos destaques nesses cem dias de mandato do prefeito Ar-thur Neto. A distribuição dos novos carnês para os 510,4 mil contribuintes efetuarem o pagamento do imposto vem sendo efetuada desde o último dia 1º de abril.

Segundo a Secretaria Mu-nicipal de Finanças, Planeja-mento e Tecnologia (Semef), o principal motivo do reajuste foi a correção na planta de valores imobiliários prevista na lei 1.628 de 2011. A le-gislação que atualizou a base de cálculo do IPTU dividiu a correção em aumentos de 20% distribuídos em 5 anos, com o início da aplicação no ano passado.

A Unidade Fiscal do Muni-cípio (UFM) também sofreu reajuste de 5,9%, passando de R$ 70,44 para R$ 74,59. Conforme a nova base de cál-culo, A UFM é multiplicada pela área do imóvel e do terreno formando o valor a ser pago

e refletindo no aumento da cobrança de tributos.

Outro fator apontado pela Semef para o aumento fo-ram as 39 mil atualizações de contribuintes, entre janeiro e março deste ano, que não pa-gavam o tributo correto devi-do a erros cadastrais. “Aqueles contribuintes que realizaram modificações nas suas pro-priedades também devem re-

ceber o boleto com reajustes”, informou o subsecretário da Semef, Armínio Sousa.

Com as alterações, a ex-pectativa da secretaria é de que a arrecadação do imposto seja de R$ 214,3 milhões. Em 2012, no primeiro ano de correções, o valor pago pelo contribuinte, dependendo do terreno e da localização da

propriedade, ultrapassou os 100% de aumento sobre o ano anterior.

PagamentoA regulamentação do IPTU,

por meio do decreto n.º 2.210 de 2013 definiu o pagamento em cota única ou sete parcelas mensais. A data do primeiro vencimento foi fixada no dia 10 de maio e a última parcela pode ser paga até o dia 8 de novembro.

Os contribuintes que opta-rem pela cota única terão des-contos de 20% no pagamento caso estejam em dias com o Fisco municipal, e de 10% em caso de inadimplência.

O Documento de Arreca-dação Municipal (DAM) está disponível no site da Prefeitu-ra de Manaus - www.manaus.am.gov.br -, e as entregas dos carnês devem ser concluídas até o final deste mês. Caso haja problema na entrega dos carnês, o contribuinte deve procurar os Postos de Atendi-mento ao Cidadão (PACs) ou imprimir o boleto na internet com cinco dias de antecedên-cia do vencimento da primeira parcela. O contribuinte pode procurar o atendimento do Manaus Fácil, na rua Japurá, 488, Praça 14. Conforme a Semef, a entrega dos carnês deverá ser concluída até o final deste mês de abril

IONE MORENO

REGISTROPara 2013, 551 mil inscrições foram re-gistradas. Deste total, 40,6 mil são isentos ou imunes. Em 12 meses, 150 mil contribuintes que não recebiam a cobrança tiveram seus cadastros atualizados

JULIANA GERALDOEspecial EM TEMPO

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Caso Nardoni faz 5 anos e defesa quer anulação do júriDefesa do casal acusado de matar a filha, Isabella Nardoni, alega o fato de que houve pré-julgamento midiático

A defesa do casal conde-nado pela morte de Isa-bella Nardoni, ocorrida há 5 anos, ainda aguar-

da o resultado dos recursos im-petrados em instâncias judiciais superiores pedindo a anulação do júri por impossibilidade de defesa em virtude do alega-do pré-julgamento midiático e pela proibição de transmissão televisiva do julgamento, além da adequação da pena consi-derada muito alta.

A expectativa do advoga-do Roberto Podval, que re-presenta Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, é que as decisões sejam julgadas pelo Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal até o final do ano. “A gente está aguardando e temos esperan-ças, lógico, que se conserte um dos maiores erros jurídicos desse país”, disse o defensor.

Segundo ele, o julgamento do caso Isabella já começou “resolvido”. O pai e a madrasta de Isabella foram condenados, respectivamente, a 26 anos e oito meses e a 31 anos de detenção no dia 27 de março de 2010. “Não acredito que tenha tido chance de defendê-los porque tamanha foi a expo-sição que todo mundo sabia o resultado antes de começar o

júri. Foi só uma etapa formal-mente cumprida”, avaliou.

O promotor que cuidou do caso, Francisco José Cembranelli, não crê que haja alguma reviravol-ta no caso. “Os recursos estão previstos em lei e como ele (ad-vogado) diz, ainda há esperança, mas não acredito na alteração porque os tribunais vêm firmando

a mesma posição”, reiterou. Cembranelli criticou o fato de

serem permitidos recursos que não constam mais no Código Penal Brasileiro (CPB). Segundo ele, o protesto por novo júri no caso de sentenças acima de 20 anos deixou de existir em 2008, com a reforma no CPB. “Só no Brasil que ficam recorrendo a instâncias mais elevadas dis-cutindo um dispositivo que não existe mais”, salientou.

O pai e a madrasta de Isabella Nardoni foram condenados a 26 anos e oito meses e a 31 anos de detenção, respectivamente

AE

CRÍTICASO promotor que cui-dou do caso, Francisco José Cembranelli, não crê que haja alguma reviravolta no caso e critica o fato de serem permitidos recursos que não constam mais no Código Penal Brasileiro

Alexandre e Anna Carolina têm dedicado cerca de oito ho-ras diárias, de segunda a sexta-feira, ao trabalho nas oficinas da Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel (Fu-nap) nas penitenciárias onde

cumprem pena em Tremembé (SP). Segundo a Secretaria de Estado da Administração Pe-nitenciária (SAP), enquanto a madrasta de Isabella se dedica exclusivamente à confecção, o pai participa de mais de

uma oficina. De acordo com a legislação, a cada três dias trabalhados na prisão é des-contado um dia da pena. Ou seja, o detento que trabalhar 365 dias, terá uma remissão de quatro meses na punição.

No entanto, eles precisam cumprir dois quintos da pena para ter direito ao benefício.

Ambos se correspon-dem por meio de cartas e recebem a visita dos dois filhos na prisão.

Casal se dedica a atividades atrás das grades

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B7MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 País

Caos logístico faz encarecer o custo e afeta exportações

Os atrasos nos embarques de soja, provocados por pro-blemas nas estradas e nos portos, já afetam a comer-cialização do grão e reduzem o preço pago aos produtores. Nas duas últimas semanas, em pleno auge da colheita, as “tradings”, empresas que compram a matéria-prima dos produtores e a vende para os importadores, reduziram o ritmo das compras.

“As empresas dizem que pararam de vender porque não têm condições de levar a soja ao mercado externo”, afirma Daniel Latorraca, ges-tor da área técnica do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

“Elas querem evitar o des-cumprimento de contratos, como o ocorrido nesta semana com a China”, diz. A Sunrise, grande “trading” chinesa de soja, cancelou anteontem a compra de 2 milhões de tone-ladas do grão do Brasil.

Segundo dados do Imea, ao final de feverei-ro 73% da atual safra de soja do Mato Grosso, principal Estado produtor, havia sido comercializada, embora a colheita tenha atingido 43% da área.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), acrescenta que os problemas com o transporte da safra elevaram substan-cialmente o custo interno de movimentação dos grãos.

“O frete entre Sorriso (MT) e Santos (SP) já chegou a R$ 300 por tonelada. Além dis-so, tem exportador pagando US$ 20 mil por dia de atraso para navios que aguardam nos portos”, afirma Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove.

Com a queda do preço in-ternacional da soja - 4% em uma semana- e dos prêmios para estímulo à exportação, os ganhos foram reduzidos.

GRÃOS

Ministério da Justiça vai propor criação de comissão para regular a atividade de defensor público federal em pequenas causas

Defensor público federal pode atuar em conciliaçãoA mediação para re-

solução dos confli-tos mais comuns do cidadão com o

objetivo de evitar que se transformem em processos na Justiça foi pauta no 3º Encontro Nacional dos De-fensores Públicos Federais, encerrado no final de sema-na, em Brasília. O ministro da Justiça, José Eduardo Car-dozo, vai assinar portaria, na próxima semana, instituindo comissão para propor a regu-lação da atividade por parte dos membros da Defensoria Pública da União (DPU).

O objetivo é garantir a participação de defensores públicos federais nas ativi-dades de mediação e conci-liação, segundo informou o secretário de Reforma do Po-der Judiciário, do Ministério da Justiça, Flávio Caetano.

A capacitação dos defen-sores públicos federais vai começar no início do ano que vem, por intermédio da Es-cola Nacional de Mediação e Conciliação (Enam), lançada em dezembro passado pelo Ministério da Justiça.

A comissão do Ministério da Justiça deverá trabalhar junto com outra, formada

ontem no Senado, compos-ta por juristas, que vai apre-sentar proposta de reforma da Lei de Arbitragem para fortalecimento da alterna-tiva como solução para re-solver conflitos, segundo informou o secretário.

O resultado do trabalho de ambas será a formulação de anteprojeto de lei a ser

elaborado no prazo de 180 dias.

Para o diretor da Escola Su-perior da Defensoria Pública da União, Alexandre Oliveira, “os cidadãos confundem as atribuições do Ministério Pú-blico, da Defensoria Pública e das varas dos juizados especiais”.

Segundo ele, “em certas

atividades, os interesses da DPU se confundem com as funções do Ministério Público, que tem a função de defender os interesses da coletividade, da socie-dade como um todo, abran-gendo cada cidadão, mas de forma coletiva”.

De acordo com Alexandre Oliveira, a missão da DPU é mais particularizada, especi-ficamente para atender aos necessitados, às pessoas po-bres que não têm condições de pagar advogados para resolver suas questões.

Os 479 defensores públi-cos em atuação no país pres-tam serviço em 56 cidades nos 26 Estados e no Distri-to Federal. Em dezembro de 2012, foi sancionada a lei 12.763, que criou 789 novos cargos de defensores, e que ainda serão preenchidos.

Foram atendidas pelos de-fensores públicos federais no ano passado 565.215 pes-soas, com acompanhamento de 515.871 processos.

O número de atendimentos em 2012 foi 17,6% superior a 2011 (480.538) e o acom-panhamento de processos cresceu 26,6% em relação aos 407.429 de 2011. José Eduardo Cardozo vai assinar portaria instituindo comissão para regular atividade de defensor

WALTER CAMPANATO_ABR

DIVULGAÇÃO

Petróleo brasileiro desperta o interesse de 18 países

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de-clarou que 71 empresas de 18 países e três territórios ultramarinos entregaram documentação de qualifi-cação para se habilitarem a participar da 11ª rodada de licitação de áreas para exploração e produção de petróleo nas bacias sedi-mentares do país.

Segundo nota da ANP, des-te total, 19 empresas são do Brasil (país com maior nú-mero de pretendentes); oito são dos Estados Unidos; seis, do Reino Unido; cinco, do Canadá. Austrália, Ilhas Cay-man e Colômbia participam com três empresas cada. Já a China tem duas empresas habilitadas, mesmo núme-ro de outros cinco países: Bermudas, Espanha, França, Noruega e Panamá.

A 11ª rodada vai licitar 289 blocos em 23 setores,

totalizando 155,8 mil qui-lômetros quadrados, distri-buídos em 11 bacias se-dimentares: Barreirinhas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Mara-nhão, Parnaíba, Pernambu-co-Paraíba, Potiguar, Re-côncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano Sul.

Segundo a ANP, dos 289 blocos, 166 estão localiza-dos no mar, sendo 94 em águas profundas, 72 em águas rasas, e 123 em terra. A 11ª rodada será realizada nos dias 14 e 15 de maio, no Rio de Janeiro.

“O objetivo da 11ª rodada é promover o conhecimento das bacias sedimentares, de-senvolver a pequena indús-tria petrolífera e fixar empre-sas nacionais e estrangeiras no país, dando continuidade à demanda por bens e ser-viços locais, à geração de empregos e à distribuição de renda”, informa a ANP.

LICITAÇÃO

ATUAÇÃOOs 479 defensores públicos em atuação no país prestam serviço em 56 cidades nos 26 Estados e no Distrito Fe-deral. Em dezembro de 2012, foi sancionada a lei que criou 789 novos cargos de defensores

Estrutura precária de portos e estradas encarecem o custo Brasil

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Tensão política na Argentina aumenta após fortes chuvas

As fortes chuvas que cau-saram pelo menos 59 mortes nas cidades de Buenos Aires e em La Plata aumentaram a tensão política na Argenti-na. A tragédia tem motivado uma troca de farpas entre a presidente Cristina Kirchner e dois pré-candidatos à sua sucessão nas eleições de 2015, o prefeito da capital argentina, Mauricio Macri, e o governador da província, Daniel Scioli.

A tragédia ocorreu primei-ro em Buenos Aires, onde houve oito mortes e cortes de luz em vários bairros. No dia seguinte, atingiu La Plata, onde causou 51 mortes.

As acusações começa-ram na terça-feira, quando Buenos Aires foi atingida. Membros da cúpula kir-chnerista fizeram críticas a Macri por não reagir a tempo e não realizar as

obras que permitiriam o escoamento das águas.

“O temporal foi anunciado 20 horas antes pelo Servi-ço Meteorológico Nacional, e a prefeitura não tomou providências. O que acon-tece é que Macri está de férias”, disse o ministro do Planejamento, Julio De Vido. O prefeito estava em Tran-coso, na Bahia, mas voou nas primeiras horas para Buenos Aires.

As posições se inverte-ram, porém, no dia seguinte, quando La Plata, importante reduto político kirchnerista e cidade-natal de Cristina, foi atingida. A presidente, que não havia se pronuncia-do sobre a tragédia, viajou ao local de helicóptero, onde foi duramente vaiada.

Ali, manteve uma fria reu-nião com Scioli, com quem está atritada.

TRAGÉDIA

Pesquisa abriu um caminho complexo para alcançar a sonhada vacina contra o HIV e ajudar 34 milhões de infectados no mundo

Vacina contra a Aids é a esperança para 34 milhõesO mundo recebeu

com expectativa a notícia de que pes-quisadores ameri-

canos monitoraram uma poderosa resposta imune de um indivíduo ao HIV para ver como uma série de mutações levaram a um anticorpo que pode derrotar muitas varian-tes do vírus. A possibilidade pode ser um passo importan-te na direção de uma futura vacina contra a Aids.

A vacina ainda permane-ce longe, mas a pesquisa abriu um caminho comple-xo que pode algum dia ser seguido para alcançar esse objetivo distante.

Trinta e quatro milhões de pessoas no mundo vivem com o HIV, e 2,5 milhões são infec-tadas a cada ano, 50 mil deles nos EUA.

“A beleza disso é que é uma grande pista para os passos sequenciais do vírus e dos an-ticorpos à medida que eles evoluem”, disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, que financiou a pesquisa.

Os vírus da gripe sofrem mu-tações com tanta frequência que vacinas contra a doença devem ser reformuladas a cada ano; o HIV sofre mutações em um dia no mesmo nível que o vírus da gripe em 1 ano.

O estudo analisou amos-tras de sangue de um homem africano desde que ele foi infectado até cerca de 2 anos depois, quando ele começou a produzir anticorpos “ampla-mente neutralizantes”.

Os anticorpos são proteínas em forma de Y que neutrali-zam partículas do vírus por se agarrar a todos os receptores de superfície que eles usam para se ligar às células.

Esses anticorpos desenvolvi-dos pelo paciente foram cha-mados de “amplamente neu-tralizantes” porque eles foram capazes de bloquear cerca de 55% das diferentes cepas co-nhecidas do HIV.

Os cientistas têm isolado

anticorpos amplamente neu-tralizantes há vários anos.

Cerca de 20% das pessoas com HIV produzem esses an-ticorpos amplamente neutrali-zantes, explicou Fauci, mas isso só acontece de 2 a 4 anos de-pois da infecção, quando elas já carregam uma quantidade grande demais de mutações.

Em teoria, se tais anticor-pos pudessem ser clonados em grandes quantidades, um coquetel antiviral contendo variantes suficientes para cor-responder a todas as cepas conhecidas do HIV poderia ser dado a pacientes recém-infec-tados. Isso é o equivalente a uma vacina de imunoglobulina, como as que já foram o único tratamento para algumas do-enças como a hepatite.

Mas isso seria muito caro, e o tratamento teria de ser dado para a vida toda. E me-dicamentos antirretrovirais, que custam centavos para serem produzidos, fazem a mesma coisa: impedem a replicação do vírus.

No entanto, se um paciente saudável recebesse uma vaci-na que induzisse suas células de defesa a produzir esses anticorpos, eles poderiam no-cautear a infecção futura.

Como as células que produ-zem anticorpos têm que passar por até cem mutações antes de fazer outras amplamente neu-tralizantes, disse Fauci, uma vacina para induzir isso exigiria muitas aplicações, mês após mês, para “empurrar” as células através dessas mutações. Cientistas até agora não conseguiram produzir uma vacina contra a Aids, porque o HIV sofre mutação muito rapidamente

Crise humanitária piora rapidamente na Síria

A situação humanitária na Síria está se agravando rapidamente, com alguns cenários de “devastação e destruição”, disse a Cruz Vermelha no final de se-mana, após um mês que os ativistas disseram ter sido o mais sangrento até agora no conflito.

Cerca de 70 mil pessoas foram mortas e milhões des-locadas durante o levante que já dura 2 anos, segun-do a ONU. Os civis tiveram cortados os fornecimentos de água, eletricidade e su-primentos médicos vitais, es-pecialmente em áreas con-troladas pelos rebeldes que são alvo de ataques aéreos e de mísseis balísticos.

Restrições do governo sí-rio sobre comboios de ajuda significam que a maioria dos suprimentos é distribuída so-mente em áreas controladas pelo governo.

Peter Maurer, presidente do

Comitê Internacional da Cruz Vermelha, disse que os traba-lhadores humanitários tinham sido capazes de fazer mais viagens para áreas mantidas pela oposição nas últimas duas semanas, indicando que Da-masco pode estar suavizando sua posição sobre a incursão de comboios humanitários nesses territórios.

Ele disse que os trabalha-dores não ficaram “surpreen-didos agradavelmente” com o que encontraram em áreas acessíveis pela primeira vez, com uma maior necessidade de alimentos, água, sanea-mento e medicina. “Nós vimos devastação e destruição”.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afir-mou, semana passada, que março foi o mês mais san-grento no conflito entre opo-sitores ao regime de Bashar al-Assad, com mais de 6 mil pessoas mortas, sendo um terço de civis.

CRUZ VERMELHA

Críticos afirmam que Cristina tratou a tragédia com miopia

INFECTADOSSomente nos Esta-dos Unidos 50 mil pessoas são infec-tadas anualmente pela Aids. No mundo vivem com o HIV 34 milhões, e 2,5 mi-lhões são infectadas a cada ano

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 (92) 3090-1041Páginas C4 e C5

Desafi os dos cem dias de gestão

Pesquisa mostra índices sobre mobilidade urbanaLevantamento dos dados foi realizado pelo portal Mobilize, da Oscip Associação Abaporu, entre as capitais brasileiras

Manaus conquis-tou as piores colocações nos indicadores de

mobilidade urbana, segundo pesquisas divulgadas pelo portal Mobilize, organizado pela Organização da Socie-dade Civil de Interesse Públi-co (Oscip) Associação Abapo-ru. Os quesitos que analisam a existência de calçadas, placas de rua, arborização e a quantidade de “passes de ônibus” que podem ser adquiridos com a renda mé-dia mensal da população, renderam à capital a última colocação. Os dados foram contestados por alguns ges-

tores municipais. Segundo a pesquisa, a ren-

da mensal do manauense o permite adquirir 332 pas-sagens de ônibus ao mês. O dado deixou a capital na última colocação, atrás de Salvador (BA), com 402, e Campo Grande (MS), com 437. O primeiro lugar fi cou com Brasília (DF), com 1.049, seguido de Florianópolis (SC), com 777, e Porto Alegre (RS), com 746.

Segundo pesquisa, 50,4 % dos domicílios de Manaus possuem calçada no entorno. A penúltima colocação foi de Florianópolis, com 62,3%. As capitais com maior quantida-de de domicílios servidos de calçadas foram Belo Horizon-te (MG), com 93,7%, e São

Paulo (SP), com 92,6%.A ausência de placas de

rua também foi constatada no levantamento. Segundo o portal, apenas 41,5% dos domicílios possuem identifi -cação de logradouro no en-torno. As cidades mais bem

colocadas foram Goiânia (GO), com 93,9%, e Curitiba (PR), com 93,2%.

Até na avaliação da ar-borização, Manaus foi en-quadrada na última posição. Apenas 23,9% dos domi-cílios possuem arborização nas proximidades. O ouro foi para Campo Grande, com 96,3%, e a prata, para Goi-ânia, com 89,3%.

No indicador que mede a quantidade de domicílios com rampa para cadeirantes nas proximidades, Manaus também ocupou a antepe-núltima posição, com 2,4 a cada 40 domicílios. Os últi-mos lugares são de Salvador, com 2,2, e Fortaleza (CE), com 1,6. Campo Grande ocupa a primeira posição, com 24,7.

Para o titular do Su-perintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Pedro Carvalho, o indicador que posiciona Manaus na última posição, em número de passes que podem ser adquiridos com o valor da renda mensal, denuncia a desigualdade salarial entre os Estados brasileiros. “Na minha opinião essa comparação está levando em conside-ração a renda do amazo-nense. Uma das coisas que a pesquisa mostra é que aqui, em termos salariais, se ganha menos que em outras cidades. Dá para perceber que quanto mais para o sul do país, a mé-dia salarial é mais alta, e quanto mais para o norte, é mais baixa”, aponta.

Ele também salientou que a pesquisa não levou em consideração variá-veis importantes como a integração temporal e as meias-passagens. “Eles não consideram que 27% dos usuários têm vale-transporte e outra porcen-tagem utiliza o passe estu-dantil”, declarou. “Deve-se considerar também que em muitas cidades as pesso-as, para se deslocar, usam mais de uma tarifa. Não é o caso de Manaus, que tem integração temporal. A pesquisa não retrata o prático”, acrescentou.

ImplurbSobre o indicador aponta-

do pelo portal Mobilize que classifi ca Manaus como a antepenúltima cidade que possui domicílios com ram-pa para cadeirantes na proximidades, o Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Im-plurb) informou que uma das prioridades da atual gestão é mudar a realidade apontada pela pesquisa com o projeto

“Calçada Livre” - construção de novas calçadas dentro de padrões já previstos, que incluem qualidade do piso, entre outros.

Acerca do estudo que apon-ta que apenas 41,5% dos domicílios possuem placas de rua, o órgão ressaltou que a prefeitura irá abrir licitação para buscar empresas inte-ressadas em explorar publici-dade na sinalização das vias de Manaus.

Desigualdade econômica

Terminal de integração da avenida Constantino Nery, Centro: pesquisa do portal Mobilize mostrou que renda mensal do manauense lhe permite comprar somente 332 passagens mensais

DIVERGÊNCIASegundo Pedro Carvalho, diretor da SMTU, os dados denunciam as desi-gualdades salariais que ocorrem entre os Estados brasileiros, aumentando em rela-ção ao sul do país

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IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Manaus também ocupa a última posição entre as capitais que possuem domicílios com calçadas no entorno. A Secretaria Municipal de Infraestrutu-ra e Habitação (Seminfh) informou por meio de nota que a partir de junho co-meça a executar o proje-to “Calçada Feliz”, que vai reparar, reformar e cons-truir calçadas na capital. Também está programa-do para 2014 o início do projeto “Nova Manaós”, que vai restaurar o centro de Manaus, as marinas e tudo o que diz respeito à mobilidade urbana.

SemmasManaus também foi ci-

tada como a cidade menos arborizada, com 23,9% de domicílios com arborização no entorno. Em nota, a Se-cretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabili-dade (Semmas) ressaltou que somente nesses cem primeiros dias de gestão quase 2 mil árvores foram plantadas, dentro do pa-drão de tamanho e espécie adequada à arborização em vias públicas. Também in-formou que a nova secretá-ria, Kátia Schweickardt, tem a arborização urbana como a preocupação número 1.

Poucas calçadas e árvores

NÚMEROS

332É o que a renda mensal do manauense permite adqui-rir, segundo levantamento do portal Mobilize

PASSAGENS

Problemas enfrentados pela cidade foram tratados na pesquisa

ARQUIVO EM TEMPO/ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

ARQUIVO EM TEMPO/ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Ponta Negra será ‘point’ da saúde neste domingoPelo menos 5 mil pessoas são esperadas para atividades do Dia Mundial da Saúde, simultâneas nas 12 cidades-sede da Copa

A programação organi-zada pela Prefeitura de Manaus para co-memorar o Dia Mun-

dial da Saúde deve reunir 5 mil pessoas na Ponta Negra neste domingo, de 8h30 às 12h. A comemoração vai ocor-rer simultaneamente nas 12 cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014 e faz parte das estratégias do Ministério da Saúde para promover e incentivar a prá-tica de atividades físicas e a alimentação saudável.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parce-ria com outras secretarias e instituições, montou uma programação que pretende atender crianças, adolescen-tes, adultos e idosos. Serão montados 11 estandes para a abordagem de ações de prevenção e controle do taba-gismo e de orientação nutri-cional, educação no trânsito e cuidados com o meio ambien-te, além de orientações sobre a prevenção ao câncer de pele e contra doenças como hipertensão e diabetes.

A população terá acesso à atividade lúdica com teatro de fantoche, cantinho da leitura, desenho, jogos pedagógicos sobre educação no trânsito, shantala para bebês e ativida-des físicas para gestantes. Se-rão desenvolvidas ainda ações de educação ambiental com a doação de mudas frutíferas e artesanais e orientação sobre a correta destinação de resí-duos sólidos e líquidos.

A Prefeitura de Manaus vai oferecer também atividades recreativas como jogos de do-minó, xadrez e tênis de mesa e atrações culturais com os Palhaços da Alegria, Boi Ga-rantido e Boi Caprichoso, e

apresentação do Grupo de Teatro Rio Nascer. Haverá a oportunidade para a popula-ção participar de ginástica laboral, caminhada, dança de rua, passeio ciclístico, ativida-de física para a melhor idade, capoeira e macroginástica.

Todas as 12 cidades que realizarão o evento irão contar com a presença de um atle-ta de destaque. Manaus vai receber o atleta parintinense Jander Cardoso Nunes, um dos principais nomes do atletismo amazonense e que conquistou a medalha de bronze no Troféu

Brasil de Atletismo 2011.Da parte do governo es-

tadual, haverá gratuitamente quatro atividades esportivas e duas recreativas durante a programação. De acordo com o Departamento de Eventos da Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel), as atividades espor-tivas são ginástica laboral, caminhada orientada, geron-tocapoeira e macroginástica. Já o conteúdo recreativo terá dança da terceira Iidade, sob a responsabilidade do Centro de Convivência do Idoso de Aparecida, e swingueira, com participação dos jovens do Programa Galera Nota 10.

INICIATIVAA comemoração simul-tânea do Dia Mundial da Saúde nas 12 cida-des que irão receber os jogos da Copa de 2014 é uma estratégia do Mi-nistério da Saúde para promover e incentivar a prática saudável

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) também prestará a sua contribuição com a programação. Os alunos da Universidade Aberta da Terceira Idade (Una-ti) farão apresentação do Grupo de Teatro Rio Nascer. O combate ao tabagismo será o tema principal das encena-ções que serão realiza-das. Na ocasião, alunos dos cursos de medicina, odontologia e enferma-gem – que integram o projeto “UEA Cidadã”, também estarão no local para orientar a respeito de saúde e bem-estar nutricional de crianças, jovens e adultos.

Os interessados po-derão consultar dados como altura, peso, medicação de circun-ferência abdominal e receber instruções que os ajude a evitar sobre-peso, obesidade, entre outros. As gestantes poderão contar com informações sobre aleitamento materno.

“Nossa expectativa é a melhor possível. Tam-bém levaremos um tea-tro de fantoches que será feito por nossos alunos”, informa a coordenadora do “UEA Cidadã”, profes-sora Márcia Costa.

Contribuição do Estadono programa

Para destacar o tema do Dia Mundial da Saúde 2013, “Vi-ver com saúde é uma grande vitória”, a Se-msa também vai mon-tar na Ponta Negra um estande para oferecer teste de glicemia ca-pilar para a detecção de diabetes, aferição de pressão arterial e avaliação do índi-ce de massa corporal com verificação do peso e altura.

De acordo com o se-cretário municipal de Saúde, Evandro Melo, uma das prioridades é o combate às do-enças crônicas não transmissíveis, como o diabetes e a hiper-tensão, que podem ser evitadas e controla-das através de uma alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos.

“A participação da população em eventos como o Dia Mundial da Saúde é importan-te para que se possa conscientizar contra a hipertensão e a diabe-tes, doenças que tra-zem sérias complica-ções para a saúde das pessoas e que podem levar à morte”, desta-cou Evandro Melo.

Serviços variados para todos

Semsa Coordenação geral do

evento, apoio logístico, envolvimento nas ativi-dades educativas e as-sistenciais nos estandes de saúde.

ManauscultApresentação dos Pa-

lhaços da Alegria e boi-bumbás.

Esporte e lazer Xadrez, dominó, tênis

de mesa e caminhada orientada.

Meio ambiente Orientação e exposição

para sensibilização de utilização dos resíduos, como óleo de cozinha, garrafas PET e distribui-ção de mudas.

Manaustrans Palestras de segurança

no trânsito, tapete peda-gógico, jogos pedagógi-cos e controle do trânsito durante o evento.

Detran Oficina lúdica e teatro

de fantoches.

Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel)

Ginástica laboral, ativi-dade cultural, caminhada orientada e capoeira.

Faculdades Ciesa e Martha Falcão

Conscientização sobre

câncer de pele e pre-venção.

Fundação de Vigilân-cia em Saúde (FVS)

Espaço lúdico com a Semsa (Disas), estande com teatro de fantoches, corrida e orientação so-bre doenças e espaço mãe/bebê.

Universidade do Es-tado do Amazonas (UEA/Unat)

Apresentação do Gru-po de Teatro Rio Nascer, adesivagem de carros, orientação de combate ao fumo e saúde bucal.

Grupo Pedala Ma-naus

Orientação e exposição de bicicletas.

Polícia Militar Segurança pública.

Samu Assistência em saúde

em conjunto com o SOS Vida.

Exército Cessão e montagem de

estandes.

Implurb Acompanhamento da

infraestrutura do evento e manutenção do anfi-teatro.

Semulsp Manutenção da limpeza

no local.

Programação

ARQUIVO EM TEMPO/MÁRIO OLIVEIRA

O complexo da Ponta Negra se transformará em ponto de encontro da população para diversas atividades físicas alusivas ao Dia Mundial da Saúde, com iniciativas da prefeitura e do Estado

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Page 19: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Tecnologia surge a favor da pesquisa na SuframaProjeto de informatização do Poder Judiciário será enviado à autarquia com as devidas adequações para classe de p&d

O projeto de informati-zação das comarcas e serventias extra-judiciais implantado

pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) será levado à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) com adequações necessárias para a classe de “pesquisa & desenvolvimento” (p&d) po-dendo usufruir do fundo ge-renciado pela autarquia.

Esta semana, em reunião com o corregedor-geral de Justiça, desembargador Yedo Simões, que coordena a Tec-nologia da Informação e Co-municação (TIC) do TJAM, o su-perintendente da Zona Franca de Manaus, Thomás Nogueira, afirmou que a ação de tecno-logia que está transformando as unidades judiciárias em co-marcas digitais e visa dotar os cartórios extrajudiciais com o sistema desenvolvido pela equipe de tecnologia da in-formação do TJAM, vem ao encontro da responsabilidade da própria Suframa com o desenvolvimento regional.

“Temos condições favorá-veis para uma grande parceria, visto a importância, repercus-são social, alcance e valores do projeto do Judiciário”, afirmou o superintendente da Sufra-

ma, após ouvir a exposição do desembargador Yedo Simões sobre os resultados e benefí-cios das ações de tecnologia postas em prática no interior do Estado.

ParceriasSegundo o desembargador

Yedo Simões, as parcerias são de extrema importância e o planejamento do TJAM é interligar todas as 59 uni-dades judiciárias do Estado até outubro de 2013. “É um projeto de inclusão social e cidadania. O Poder Judiciário está indo até a população desassistida do nosso inte-rior e faremos melhor unindo esforços”, afirmou.

A economia para os cofres do TJAM será em torno de R$ 24 milhões por ano, a partir dos convênios firmados com o Sistema de Proteção da Ama-zônia (Sipam) e a empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam). “Ge-ramos os dados dos processos virtuais nas unidades judiciá-rias digitais por meio das an-tenas do Sipam e utilizamos a fibra óptica da Prodam no caso de Presidente Figueiredo, que foi nossa primeira comarca totalmente virtualizada”, expli-cou o desembargador Yedo.

As empresas benefi-ciadas com os incenti-vos fiscais do modelo ZFM por lei precisam disponibilizar 5% dos recursos arrecadados para investimentos que visam o desen-volvimento da Ama-zônia. Um percentual de 10% da arrecada-ção é gerenciado pela Suframa, o que pos-sibilita parcerias com Estados e municípios, instituições de ensino e pesquisa e coopera-tivas. O fundo também financia projetos de apoio à infraestrutura econômica, produção, turismo, pesquisa & desenvolvimento e de formação de capital in-telectual com objetivo de minimizar o custo amazônico, entre ou-tras ações.

Benefícios para as empresas

A redução de gastos gerada pela virtualização das comar-cas para os cofres do TJAM afeta também as correições no interior do Estado, cujo acesso na maioria das vezes precisa ser por via aérea. So-mente para abastecer a ae-ronave para o deslocamento da equipe, o Poder Judiciário

gasta R$ 15 mil, além da despesa no pagamento das diárias de juízes e servido-res da capital que precisam permanecer trabalhando em outro município.

Outra economia citada pelo corregedor-geral de Justiça se refere ao Projudi, que está to-talmente adaptado à realida-

de da rotina de movimentação processual podendo ser utili-zado em qualquer sistema. “É um programa que vem ao en-contro das metas do próprio Conselho Nacional de Justiça em termos de tecnologia para o Poder Judiciário como um todo”, afirmou o desembar-gador Yedo Simões.

Virtualização que reduz gastos

Reunião entre corregedoria e Suframa mostrou as vantagens do projeto de informatização

MÁRIO OLIVEIRA/TJAM

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Page 20: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 C5

A cidade se transformaPerto de completar os primeiros 100 dias de gestão, Arthur Neto mostrou que pelo menos boa vontade não falta para tentar resolver os problemas que assolam a capital amazonense às vésperas da Copa do Mundo de 2014, da qual será subsede

MÁRIO OLIVEIRA/SEMCOM

O abastecimento e a qualidade da água distribuída em Ma-naus são dois gran-

des desafios lançados ao atual prefeito Arthur Virgílio Neto, prestes a completar 100 dias à frente do coman-do na capital amazonense na próxima quarta-feira (10). Um dos principais agravan-tes - e diga-se de passagem o maior desafio - é o atual cenário do abastecimento na cidade, que arrola antigos problemas, frutos da heran-ça de gestões anteriores.

Indispensável à vida hu-mana, a água na torneira do povo manauense acabou virando um verdadeiro “fol-clore”, deixando quase que conformado dia após dia o consumidor, principalmen-te das Zonas Norte e Leste de Manaus.

O rompimento de algumas adutoras desde o início do ano, em diversos pontos da capital, tem tirado a paciên-cia e o sono da população, e nesse mesmo ritmo testado de todas as maneiras o preparo da prefeitura e secretarias para situações de crise.

O segurança Waldir Soa-res, 46, morador do conjunto Nova Cidade (Zona Norte), é um dos milhares que sofrem com a falta de água. “Sou morador aqui do Nova Ci-dade há 10 anos e sempre tivemos grandes problemas em relação à água. Antes tínhamos horário programa-do para tê-la nas torneiras, e hoje isso é bem difícil, nunca sabemos quando que teremos que aparar o líquido para tomar banho ou lavar louça”, falou.

“No final de semana fica ainda mais complicado, pois é o momento que queremos estar em casa e descansar, e sem água fica complicado. A tarifa chega e se atrasarmos

chega o aviso de corte que chega até ser irônico, já que nem chega água nas tornei-ras”, falou Soares.

No controle e também no descontrole da situação, a Manaus Ambiental, que é atual concessionária de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de fato é uma das responsáveis pelos transtornos causados. A falta de água, a ausência de saneamento e o des-cumprimento das cláusulas acordadas em contrato com a prefeitura tornam-se qua-lificadoras para que o fato seja considerado altamente grave em uma cidade ro-deada por grandes bacias hidrográficas.

A concessionária, que atu-almente passa por audito-ria, tenta reverter o pesa-delo diário de milhares de pessoas que sofrem com a qualidade dos serviços ofe-recidos pela mesma.

SaúdeE como não falar de água

e não associar à saúde do manauense? A cidade, como qualquer outra capital, padece ainda com alguns entraves na área da saúde e atendimento básico, claro que com menos agravantes que marcaram anos anteriores.

O alerta sobre a dengue e o número de casos de pesso-as infectadas pelo mosquito Aedes aegypti gerou estado de atenção na capital nes-ses três primeiros meses. Entre fevereiro e março, fo-ram registradas três mortes pela doença e um aumento de 77,4% no número de notificações em relação ao mesmo período de 2012, segundo a Secretaria Mu-nicipal de Saúde (Semsa). Em contrapartida, a prefei-tura vem demonstrando to-tal atenção, apresentando programas junto à Semsa de sensibilização e combate ao mosquito.

LUCIANO LIMAEquipe EM TEMPO

Em quase 100 dias, Ar-thur tem mantido diálogo direto com a população, que clama providências no contexto geral da qualida-de de vida em Manaus.

Por outro lado, a classe do comércio informal, os camelôs, também buscam uma maneira digna e viável para garantir a sobrevivên-cia por meio do sustento na venda e comercialização dos seus produtos. A estra-tégia da prefeitura para re-qualificação é garantir con-forto com a realocação das bancas cadastradas para os shoppings populares.

Arthur tem colocado o Centro também como foco analítico para grandes mu-danças, tanto na parte ur-banística quanto humana. Em tempos de Copa do Mundo, isso também tem sido recorrente.

Os camelôs vivem um

grande dilema quanto ao destino do comércio infor-mal naquela área. Socorro Freitas, 45, é camelô desde pequena e também uma das mães de família que lutam por uma solução que benefi-cie tanto a requalificação do Centro quanto aos informais ali alocados. “Nós somos amazonenses e merecemos um espaço que nos propor-cione dignidade. O Centro está bagunçado, mas parte dessa culpa também é do poder público”, declarou.

Visto que a roda de nego-ciações com esse nicho de comerciantes está longe de acabar, o que se espera, no mínimo, é o diálogo tranqui-lo e pacífico, como de fato tem sido junto às secreta-rias já estabelecidas e as comissões formadas para auxiliar na reestruturação das áreas públicas na com-petência da gestão.

O exaustivo e caótico sistema de transporte pú-blico é outro fator que tem desanimado milha-res de usuários na capital, que somado aos garga-los formados no trânsito e o aumento gradativo na frota de carros, trans-formou-se no pesadelo de quem espera uma ci-dade pronta para a Copa do Mundo.

A mobilidade urbana e o problema da água podem ser os grandes trunfos da atual gestão, e o sistema que pode garantir maior trafega-bilidade talvez seja o BRT (Bus Rapid Transit), em fase licitatória.

A cabeleireira Ray Lima, 58, usuária do sistema de transporte coletivo, torce para que o problema seja um dos diversos que serão solucionados. “Confesso

que fico triste quando vejo ônibus superlotados na cidade. Muitas pessoas não têm condições de ter um carro ou pagar um

táxi. Mas qual grande ca-pital não tem problemas? Por isso tenho esperança que esse problema será resolvido, seja com BRT ou com o tão sonhado monotrilho”, contou.

Transporte público é o desafio

Diálogo direto com a população

ALTEMAR ALCÂNTARA/SEMCOM ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

MÁRCIO JAMES/SEMCOM

IONE MORENO

O prefeito Arthur Virgílio Neto comple-ta seus primeiros 100 dias de gestão

Atendimento a autistas: um dos avan-ços da gestão atual na área de saúde

Transporte público: problema que se re-pete e é um dos desafios da prefeitura

Vista aérea do Centro de Manaus, cuja parte histórica recebe maior atenção

Camelôs no Centro: nova gestão abriu diálogo para, enfim, resolver a situação

FUTUROA mobilidade urbana e o problema da água podem ser os gran-des trunfos da atual gestão, e o sitema que pode garantir maior trafegabilidade talvez seja o BRT, em fase de licitação

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 C5

A cidade se transformaPerto de completar os primeiros 100 dias de gestão, Arthur Neto mostrou que pelo menos boa vontade não falta para tentar resolver os problemas que assolam a capital amazonense às vésperas da Copa do Mundo de 2014, da qual será subsede

MÁRIO OLIVEIRA/SEMCOM

O abastecimento e a qualidade da água distribuída em Ma-naus são dois gran-

des desafios lançados ao atual prefeito Arthur Virgílio Neto, prestes a completar 100 dias à frente do coman-do na capital amazonense na próxima quarta-feira (10). Um dos principais agravan-tes - e diga-se de passagem o maior desafio - é o atual cenário do abastecimento na cidade, que arrola antigos problemas, frutos da heran-ça de gestões anteriores.

Indispensável à vida hu-mana, a água na torneira do povo manauense acabou virando um verdadeiro “fol-clore”, deixando quase que conformado dia após dia o consumidor, principalmen-te das Zonas Norte e Leste de Manaus.

O rompimento de algumas adutoras desde o início do ano, em diversos pontos da capital, tem tirado a paciên-cia e o sono da população, e nesse mesmo ritmo testado de todas as maneiras o preparo da prefeitura e secretarias para situações de crise.

O segurança Waldir Soa-res, 46, morador do conjunto Nova Cidade (Zona Norte), é um dos milhares que sofrem com a falta de água. “Sou morador aqui do Nova Ci-dade há 10 anos e sempre tivemos grandes problemas em relação à água. Antes tínhamos horário programa-do para tê-la nas torneiras, e hoje isso é bem difícil, nunca sabemos quando que teremos que aparar o líquido para tomar banho ou lavar louça”, falou.

“No final de semana fica ainda mais complicado, pois é o momento que queremos estar em casa e descansar, e sem água fica complicado. A tarifa chega e se atrasarmos

chega o aviso de corte que chega até ser irônico, já que nem chega água nas tornei-ras”, falou Soares.

No controle e também no descontrole da situação, a Manaus Ambiental, que é atual concessionária de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de fato é uma das responsáveis pelos transtornos causados. A falta de água, a ausência de saneamento e o des-cumprimento das cláusulas acordadas em contrato com a prefeitura tornam-se qua-lificadoras para que o fato seja considerado altamente grave em uma cidade ro-deada por grandes bacias hidrográficas.

A concessionária, que atu-almente passa por audito-ria, tenta reverter o pesa-delo diário de milhares de pessoas que sofrem com a qualidade dos serviços ofe-recidos pela mesma.

SaúdeE como não falar de água

e não associar à saúde do manauense? A cidade, como qualquer outra capital, padece ainda com alguns entraves na área da saúde e atendimento básico, claro que com menos agravantes que marcaram anos anteriores.

O alerta sobre a dengue e o número de casos de pesso-as infectadas pelo mosquito Aedes aegypti gerou estado de atenção na capital nes-ses três primeiros meses. Entre fevereiro e março, fo-ram registradas três mortes pela doença e um aumento de 77,4% no número de notificações em relação ao mesmo período de 2012, segundo a Secretaria Mu-nicipal de Saúde (Semsa). Em contrapartida, a prefei-tura vem demonstrando to-tal atenção, apresentando programas junto à Semsa de sensibilização e combate ao mosquito.

LUCIANO LIMAEquipe EM TEMPO

Em quase 100 dias, Ar-thur tem mantido diálogo direto com a população, que clama providências no contexto geral da qualida-de de vida em Manaus.

Por outro lado, a classe do comércio informal, os camelôs, também buscam uma maneira digna e viável para garantir a sobrevivên-cia por meio do sustento na venda e comercialização dos seus produtos. A estra-tégia da prefeitura para re-qualificação é garantir con-forto com a realocação das bancas cadastradas para os shoppings populares.

Arthur tem colocado o Centro também como foco analítico para grandes mu-danças, tanto na parte ur-banística quanto humana. Em tempos de Copa do Mundo, isso também tem sido recorrente.

Os camelôs vivem um

grande dilema quanto ao destino do comércio infor-mal naquela área. Socorro Freitas, 45, é camelô desde pequena e também uma das mães de família que lutam por uma solução que benefi-cie tanto a requalificação do Centro quanto aos informais ali alocados. “Nós somos amazonenses e merecemos um espaço que nos propor-cione dignidade. O Centro está bagunçado, mas parte dessa culpa também é do poder público”, declarou.

Visto que a roda de nego-ciações com esse nicho de comerciantes está longe de acabar, o que se espera, no mínimo, é o diálogo tranqui-lo e pacífico, como de fato tem sido junto às secreta-rias já estabelecidas e as comissões formadas para auxiliar na reestruturação das áreas públicas na com-petência da gestão.

O exaustivo e caótico sistema de transporte pú-blico é outro fator que tem desanimado milha-res de usuários na capital, que somado aos garga-los formados no trânsito e o aumento gradativo na frota de carros, trans-formou-se no pesadelo de quem espera uma ci-dade pronta para a Copa do Mundo.

A mobilidade urbana e o problema da água podem ser os grandes trunfos da atual gestão, e o sistema que pode garantir maior trafega-bilidade talvez seja o BRT (Bus Rapid Transit), em fase licitatória.

A cabeleireira Ray Lima, 58, usuária do sistema de transporte coletivo, torce para que o problema seja um dos diversos que serão solucionados. “Confesso

que fico triste quando vejo ônibus superlotados na cidade. Muitas pessoas não têm condições de ter um carro ou pagar um

táxi. Mas qual grande ca-pital não tem problemas? Por isso tenho esperança que esse problema será resolvido, seja com BRT ou com o tão sonhado monotrilho”, contou.

Transporte público é o desafio

Diálogo direto com a população

ALTEMAR ALCÂNTARA/SEMCOM ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

MÁRCIO JAMES/SEMCOM

IONE MORENO

O prefeito Arthur Virgílio Neto comple-ta seus primeiros 100 dias de gestão

Atendimento a autistas: um dos avan-ços da gestão atual na área de saúde

Transporte público: problema que se re-pete e é um dos desafios da prefeitura

Vista aérea do Centro de Manaus, cuja parte histórica recebe maior atenção

Camelôs no Centro: nova gestão abriu diálogo para, enfim, resolver a situação

FUTUROA mobilidade urbana e o problema da água podem ser os gran-des trunfos da atual gestão, e o sitema que pode garantir maior trafegabilidade talvez seja o BRT, em fase de licitação

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Page 22: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Transformar a educação é o novo papel da juventudeProjeto de egresso do ensino médio alia o ensino à escolha de fatos pelos próprios alunos, gerando interesse dos estudantes

Os índices educacio-nais não apenas têm se desenvolvido a passos lentos como

também são considerados baixos quando comparados a outros Estados. Foi com essa preocupação que um estudante do ensino médio decidiu ino-var na maneira de ensinar os assuntos considerados difíceis em sala de aula.

Ex-aluno do Centro Educacio-nal Adalberto Vale, Lucas Smith Ferreira de Vasconcelos, que foi orientado pelos professores Marçal Leal e Marcel Siqueira, apresenta em seu projeto uma maneira inovadora de ministrar as aulas. Nela, os alunos são quase tão atuantes quanto o professor na hora de definir a maneira como um assun-to seria ensinado. Para isso, o jovem pesquisador propôs que 50 minutos semanais de aulas fossem disponibilizados para os alunos realizarem uma pesquisa sobre o que mais lhes interessasse, não importava a escolha, contanto que apresen-tassem um relatório explicando o motivo da seleção, as fontes da pesquisa e detalhando a opinião sobre o assunto.

Com o resultado obtido, es-colhe-se o tema mais comum citado pelos alunos e apresen-ta-se aos professores para que encontrassem uma maneira de ministrá-lo em sala de aula.

Com o título “Motivação na escola: uma análise dos resul-tados de motivações intrínse-cas e extrínsecas em diversas tarefas acadêmicas”, o projeto já garantiu ao autor o terceiro lugar na Feira Brasileira de Ci-ências e Engenharia (Febrace) de 2012 na área de ciência humanas e mais um certificado de reconhecimento internacio-nal da Escola Mu Alpha Theta, da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos.

O propósito do projeto é dar uma nova perspectiva aos alu-

nos que têm dificuldade em uma determinada matéria, mas que podem aprender por meio daquilo que mais gostam, além de incentivar os professores a se renovarem na maneira de ensinar. Na primeira aplicação da ideia, em fevereiro deste ano, a maioria dos alunos apresentou um relatório sobre o meteorito que atingiu a Rússia no dia 15 daquele mês. De acordo com o coordenador do ensino médio do Adalberto Vale, professor Marçal Leal, os educadores to-param o desafio e os resultados foram surpreendentes.

”Foi muito interessante, o professor de física apresen-tou a trajetória do asteroide, o professor de química ministrou sobre a composição química do

meteoro, e no caso da disciplina geografia, os alunos estudaram os impactos ambientais e eco-nômicos caso o objeto espacial caísse no Brasil. O aluno que não gostava de química, gostou e aprendeu sobre o assunto porque estava relacionado ao meteoro”, explicou.

Em seu período experimen-tal, o projeto é aplicado ape-nas para os alunos do 2º ano do ensino médio da escola e até o momento tem apresen-tado resultados satisfatórios. “O projeto ainda está em fase de experiência, mas até ago-ra não foi encontrado nada necessário para mudar e o rendimento dos alunos tem sido bom, eles têm prestado mais atenção”, acrescentou.

GUILHERME ALVESEquipe EM TEMPO

Recém-formado no ensino médio, Lucas Smith passou nos vestibulares da Uni-versidade Federal do Amazonas (UEA) para engenharia, Universi-dade Federal de Viçosa (UFV) em engenharia elétrica, direito na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e medicina também na Ufam, opção que deci-diu cursar, porém seu sonho é ser professor.

Baseado nesse dese-jo, o jovem pesquisa-dor aceitou o convite para dar aula junto com os professores da es-cola onde se formou enquanto as aulas do curso não iniciam. “Dos cursos por que passei, medicina é o único que me agrada um pouco. Mas meu sonho mesmo é ser professor, é ensi-nar pessoas e formar ci-dadãos. Eu adoro ver no rosto dos meninos que eles estão adorando a aula”, afirmou Smith.

De avós analfabetos e de mãe pedagoga, Lu-cas acredita ainda que os problemas do ensi-no estão exatamente na área onde gostaria de atuar: na educação de base. “Se formásse-mos bons alunos do 1º ao 9º ano, seria muito melhor do que ape-nas formar doutores e mestres. Teremos não apenas um bom pro-fissional, mas um bom cidadão”, comentou.

O amor pela tarefa de ensinar outros

A Feira Brasileira de Ci-ências e Engenharia é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientis-ta que realiza anualmente uma grande mostra de pro-jetos na Universidade de São Paulo (USP). A Feira incentiva a criatividade e a reflexão em estudantes

da educação básica, atra-vés do desenvolvimento de projetos com fundamento científico, nas diferentes áreas das ciências e en-genharia.

Movimentos como este costumam destacar gran-des potencias da educação nacional, como alunos de

A Febrace sxsxsxsxsxsxsxxs

ENTENDALucas Smith propôs que 50 minutos semanais de aula fossem disponibi-lizados para os alunos realizarem pesquisas sobre o que lhes inte-ressasse, a partir daí utilizando o tema para ministrar aulas

RICARDO OLIVEIRA

Lucas Smith e seus alunos do Centro Educacional Adalberto Vale: método simples de utilizar o desejo dos estudantes para inserir conhecimento de diversas disciplinas sem parecer chatice

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Page 23: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

A primeira Fazenda da Esperança surgiu em 1983. Naquela ocasião, o pároco da Igreja Nossa Senho-ra da Glória, de Guaran-tinguetá, interior de São Paulo, frei Hans Stapel, pediu para que um dos seus paroquianos, o office boy Nelson Giovaneli, se aproximasse de um grupo de jovens que se encontra-vam todos os dias próximo a sua casa para consumir e vender drogas.

Incentivado pelo frei a viver concretamente a palavra de Deus, Nelson se aproximou do grupo e conquistou a confiança da-queles dependentes quími-cos. Um deles, chamado Antônio Eleutério, foi o pri-meiro a pedir ajuda para se libertar das drogas.

Motivados com as mu-danças que notaram na vida de Antônio, seus com-panheiros também busca-ram ajuda com o jovem paroquiano que os propôs

a viverem radicalmente a Palavra de Deus. Durante a noite, em vez de se en-contrarem na esquina, o destino era a igreja para trocarem as experiências vividas a cada dia.

Com o passar do tempo, o grupo sugeriu a Nelson que alugassem uma casa para viverem juntos. O alu-guel e as despesas seriam pagas com o próprio tra-balho. As primeiras ativi-dades foram com a lim-peza de jardins, enquanto o paroquiano continuaria em seu emprego. Tudo que ganhavam colocavam à disposição do grupo para se sustentarem. Assim surgia a primeira Fazenda da Esperança.

Em 1992, frei Hans re-cebeu sua liberação inte-gral para continuar com o trabalho de recuperação. Atualmente são mais de 90 fazendas em mais de 11 países, distribuídos em seis continentes.

Experiência começou em 1983Para ingressar na Fazen-

da da Esperança, o de-pendente químico precisa manifestar vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool, pedindo uma segunda chance em carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explican-do os motivos que o leva-ram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pe-dem ajuda, pois os internos não ficam em locais fecha-dos por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso à rua. Os responsáveis pela internação explicam os procedimentos, documen-tos necessários e regras a serem cumpridas para aceitá-lo como interno.

“Nos primeiros quatro me-ses não há vínculo nenhum com os familiares. A família participa de todo o processo, como deveria fazer em qual-quer outra decisão de vida

de seu ente querido. Os pais e irmãos são acompanhados e frequentam reuniões sepa-radas do interno antes do primeiro encontro com ele, no terceiro mês da recupe-ração. As famílias são res-ponsáveis por vender os pro-dutos confeccionados pelos internos, assim contribuem diretamente no seu retorno à vida familiar”, detalhou o co-ordenador Marcelo Augusto Jansen Sodré.

Após a igreja católica lan-çar a Campanha da Fra-ternidade do ano de 2001, cujo tema era “Vida sim, drogas não”, os bispos da Arquidiocese de Manaus iniciaram a implantação das comunidades terapêu-ticas para abrigarem jovens dependentes químicos. No mesmo ano, a arquidiocese recebeu do então governa-dor, Amazonino Mendes, a doação de um terreno onde foi criada a primeira Fazenda da Esperança do Estado do Amazonas.

Iniciativa do próprio interno

Fazenda da Esperança vai abrir unidade em PortugalGrupo do Amazonas será responsável pela implantação, com previsão de inauguração para o próximo dia 31 de julho

A Fazenda da Esperan-ça do Amazonas será a responsável pela implantação de uma

nova unidade de auxílio à re-cuperação de viciados em dro-gas em Fátima, Portugal, no dia 31 de julho. A escolha foi feita ano passado, em assem-bleia geral da entidade em São Paulo, por conta do exemplo de trabalho e dedicação da unidade amazonense.

De acordo com um dos co-ordenadores da Fazenda da Esperança do Amazonas, Mar-celo Augusto Jansen Sodré, a implantação do sistema em Portugal terá como base a ida de 15 pessoas que se reabilita-ram em Manaus. “Esse grupo tem como finalidade a aber-tura da nova unidade, prepa-rando a propriedade onde fun-cionará a nova fazenda para poder receber os primeiros jovens que irão se recuperar em Portugal”, explicou.

A unidade em Portugal inicialmente atenderá 30 pessoas. “A missão de aber-tura da fazenda consiste no exercício de atividades de jardinagem, limpeza, capina-ção da propriedade, reparos e até mesmo o manejo de

hortas, plantações e criações de animais. Tudo para que a propriedade rural tenha “cara de fazenda” e possa receber os internos. Outra vertente da missão é o trabalho de divulgação feito na diocese onde a fazenda está sendo implantada, para que a comu-nidade possa conhecer o tra-balho e apoiar a instituição”, informou o coordenador.

Para ajudar os missionários que vão iniciar o trabalho, a co-ordenação de Manaus realiza eventos sociais para arrecadar recursos, como uma feijoada no próximo dia 14 de abril.

Grupo que está à frente da unidade amazonense da Fazenda da Esperança: exemplo de trabalho e dedicação permitiram escolha

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SERVIÇOFEIJOADA DA ESPERANÇA

Quando:

Onde:

Ingressos: Informações:

dia 14 de abril

quadra da Paróquia Sagrado Coração de Jesus - rua Ferreira Pena, 1.285, CentroR$ 10(92) 9299-5530

O trabalho da Fazenda começou a ser executado em 1983

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

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Page 24: EM TEMPO - 7 de abril de 2013

C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Festival de ópera se torna modelo de inclusão socialServiço de audiodescrição e tradução em Libras será utilizado na 17ª edição do evento, que começa no dia 20 de abril

Ópera para todos os públicos. Este é o objetivo do governo do Amazonas que,

por meio da Secretaria de Estado de Cultura, oferece o serviço de audiodescrição e tradução em Libras no 17º Festival Amazonas de Ópera, para aproximar as pessoas com deficiência desse grande evento cultural do Estado.

Ao todo, cinco óperas serão apresentadas com linguagem para cegos e surdos, sendo que quatro serão no Teatro Amazonas. No dia 20 de abril, “Rei Roger” inicia as apresenta-ções; “Um Baile de Máscaras”, no dia 1º de maio; “As Aventuras da Raposa Astuta”, no dia 2 de maio; o aclamado “Parsifal”, no dia 19 de maio e por fim, “O Morcego”, no dia 26 de maio, no Centro Cultural Largo de São Sebastião.

Além da audiodescrição e tradução em Língua Brasi-leira de Sinais (Libras), os espaços onde as óperas serão apresentadas disponibilizam rampas de acesso, banheiros acessíveis e lugares reserva-dos para cadeirantes.

O sistema de audiodescrição, que foi lançado no 13º Festival Amazonas de Ópera, funciona por meio de fones de ouvidos,

através dos quais é feita a descrição simultânea do que acontece em cena.

Já a tradução pelo sistema de Libras será feita por meio de projeção em tela. Esse serviço foi implantado pela Secretaria de Estado de Cultura no Con-certo de Natal de 2009. Desde a 14º edição do festival esses sistemas funcionam em con-junto, fazendo com que toda a grandiosidade artística da ópera chegue à população.

Diferentes públicosA edição deste ano do Fes-

tival Amazonas de Ópera vai alcançar diferentes públicos no Estado, do Centro até a Zona Norte, além do interior.

Em Manaus, os moradores do bairro Cidade Nova ganharão uma vesperal lírica, uma monta-gem de ópera mais enxuta, mas com direito a figurino original, solistas e em vez da orquestra, piano. A apresentação será no dia 4 de maio, no Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignola, na Cidade Nova, Zona Norte, com a ópera “La Traviata”, do bicentenário e ho-menageado do FAO, Giuseppe Verdi. O local é frequentado por moradores do bairro de todas as idades. A maioria, jamais assistiu a uma ópera. A 17ª edição do Festival Amazonas de Ópera poderá ser apreciada por portadores de deficiência, significando inclusão social

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[email protected], DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013 (92) 3090-1042 Plateia 3

Entrevista com Aline Barrosteia

@emtempo.com.br (92) 3090-1042 Plateia 3

Barros

‘Música não é um ato mecânico’Radicado no Amazonas, maestro venezuelano Gustavo Medina critica o ensino de música na América Latina

CRÍTICA Residente há exatos 13 anos em Manaus, Gus-tavo Medina lamenta que o ensino artístico não está contemplado nos cursos regulares acadêmicos, o que se-ria ideal para a melho-ria do ensino artístico

O repertório composto pelo maestro está em fase fi nal. Ao todo, são seis peças criadas para esse propósito, sendo três delas inéditas. As demais (“O meu violino”, “Suí-te a la barroca” e “O saci”) já foram testadas e apresen-tadas pelo menos uma vez pela orquestra jovem Encon-tro das Águas, com a qual trabalha no Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro (La-ocs). “A sexta música ainda

será composta. É uma obra com características moder-nas, que é difícil até mesmo para algumas orquestras profi ssionais, geralmente acostumadas com repertó-rio clássico romântico”, diz. A obra “O saci” merece um adendo, pois ela é uma es-pécie de medley de temas de Villa-Lobos, cujas par-tituras não existem mais e foi necessário um esforço de Medina para ouvir e trans-

crever as mesmas a partir do fi lme homônimo. Como a obra extraída faz sentido apenas acompanhada da película, o maestro compôs melodias para ligar um tema ao outro para que pudesse apresentar com a orquestra jovem na última edição do Amazonas Film Festival, a convite da organização. A dissertação deve ser defen-dida ainda neste primeiro semestre de 2013.

Clássicas e inéditas em repertório

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

O maestro Gustavo Medina está realizando um projeto de pesquisa voltado para conjuntos musicais infantojuvenis

FOTOS: JOEL ROSA

DIVULGAÇÃO

A realidade do ensino regular de música na América Latina, ba-seada na criação de

conservatórios que oferecem prática de instrumentos popu-lares diversos, está à deriva (ainda). A opinião é do violi-nista e maestro venezuelano Gustavo Medina, que acredita na necessidade de encontrar um caminho para prover crian-ças e jovens de subsídios que melhorem o desempenho de técnicas relevantes, sobretu-do para a consolidação de orquestras jovens.

Residente há exatos 13 anos em Manaus, Gustavo Medina, que chegou a ser diretor da Sinfônica Nacional Infantil da Venezuela, afi rma que embora exista no Amazonas curso su-perior já estruturado como tal (que inclusive ajudou a criar o da Universidade do Estado do Amazonas – UEA), o ensino artístico não está contem-plado nos cursos regulares acadêmicos e, portanto, é uma formação que tem que ser pro-curada no que chama de sis-tema paralelo. “Na Venezuela, bem como na América Latina, o modelo de ensino musical que ainda persiste é o europeu, na criação de conservatórios. Abre-se uma escola, matri-cula-se pessoas em todos os instrumentos, mas a realidade sociocultural é diferente. As crianças, por exemplo, que-rem tocar o que veem mais facilmente, como a guitarra, o baixo elétrico. É óbvio que não vão procurar um instrumento que não conhecem. Essa é uma realidade vista em vários lugares. Em nossos países, quando estuda-se música é porque existe alguma coisa pregressa, como ter nascido em uma família de músicos. O fato é que os conserva-tórios se transformam em escolas populares de música, e não sabem como interferir na sociedade”, diz.

Para ele, a decisão de apren-der a tocar teclados, como exemplo, deveria ser preterida pelo aprendizado do piano. “Os instrumentos acústi-cos oferecem oportu-nidades específi cas

para o desenvolvimento de técnicas. O piano soa o que você tocar. Os teclados soam a intensidade que você sele-cionar no aparelho”, comenta sobre as exigências técnicas comparativas.

Com a experiência de quem já criou um punhado de or-questras jovens, Gustavo Medina afi rma que as defi ci-ências supramencionadas se refl etem a cada vez que se cria um conjunto musical desses. “Criar uma orquestrar jovem vai além de reunir um monte de jovens que toquem instru-mentos. A primeira pergunta é sobre o que tocar. Como a prática é pouca ou nula no

repertório clássico, o que se faz muitas vezes é adaptar arranjos, simplifi cando-os. E isso tem inconvenientes, pois uma orquestra jovem tem que ter um propósito pedagógico, um estágio formativo para que o aluno ganhe uma ex-periência e capacitação. É importante adotar um reper-tório que faça o grupo cres-cer musicalmente. Há um caminho de formação que tem que ser progressivo, com desafi os técnicos cada vez maiores”, ex-plica o maestro sobre a questão de que, assim como no desenvolvi-mento individual, é preciso desenvolver em grupo. “Sincronia, entrosamento, saber responder à visão in-terpretativa do maestro, enfi m. Música não é um ato

mecânico. Assim como ocorre no curso de idioma na facul-dade, o aluno não vai apren-der aquele idioma ali, isso é requisito básico. A gente fala português, mas a distância entre isso e ser um poeta é muito grande”, pondera.

O repertório idealMestrando em música pela

própria UEA, Gustavo Medina está debruçado na constru-ção do trabalho dissertati-vo “Proposta de repertório para conjuntos musicais in-fantojuvenis”, cujo objetivo é sugerir e adotar uma lista de obras que refl itam todas as questões pertinentes ao engrandecimento da perfor-mance artística dos musicis-tas jovens e infl uencie na vida do integrante. “Até mesmo o público de uma orquestra jovem é diferenciado, tendo em vista os laços entre as fa-mílias desses novos músicos. Na maioria das vezes, é pela orquestra que se aproxima essas pessoas de composito-res clássicos. O trabalho vem, portanto, para contribuir e dei-xar um estudo fundamentado de quais seriam os caminhos para isso”, diz.

Para ele, do ponto de vista social, os jovens que passam por uma orquestra com esse perfi l, independentemente de seguir ou não a carreira profi ssional, fi cam marcados pela sensibilidade estética diferenciada.

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Programação da TV

6:00 Arnold6:30 Pesca Alternativa7:30 Brasil Caminhoneiro8:00 Aventura Selvagem8:30 Vrum9:00 Amazonas da Sorte10:00 Domingo Legal14:00 Eliana18:00 Vamos Brincar de Forca18:45 Sorteio da Telesena19:00 Programa Sílvio Santos23:00 De Frente com Gabi0:00 True Blood1:00 O Mentalista2:00 Rizzoli & Isles4:30 Igreja Universal

SBT

GLOBO

REDE TV

4:40 Sagrado - compacto4:55 Santa Missa em Seu Lar5:55 Amazônia Rural6:25 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7:00 Globo Rural7:55 Auto Esporte8:30 Esporte Espetacular11:30 Esquenta!12:50 Temperatura Máxima - Encantada15:00 Futebol 2013 - Campeonato Carioca - Botafogo x Olaria17:00 Domingão do Faustão19:45 Fantástico22:05 TUF - Em Busca de Campeões.23:05 Domingo Maior – Missão Impos-sível 31:10 Sessão de Gala – Provas e Trapaças

4:45 Bíblia em Foco5:00 Santo Culto em Seu Lar5:30 Desenhos Bíblicos8:00 Record Kids9:00 Amazonas da Sorte

5:00 Igreja Mundial5:50 Popcorn TV6:30 Santa Missa no Seu Lar7:30 Fé na Verdade8:30 Desenho9:00 Expressão Esportes9:30 Mackenzie em Movimento9:45 Infomercial10:30 Campeonato Brasileiro de Marcas11:30 Gol, O Grande Momento do Futebol12:00 Fórmula Truck13:30 Terceiro Tempo14:30 Futebol 201316:50 Terceiro Tempo18:20 Polícia 24h19:10 As Detetives20:10 Os Simpsons21:00 Pânico na Band0:00 Fórmula Indy - compacto0:15 Canal Livre1:15 Las Vegas1:35 Show Business3:00 Igreja Mundial

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça7:30 Igreja Internacional da Graça8:30 TV Kids9:00 TV Shopping Manaus10:00 Super Oferta10:30 A Questão É11:00 Igreja Internacional da Graça12:00 Fique Ligado13:00 Esporte Performance14:00 Encircuito15:30 A Questão É16:00 TV Kids16:45 Video Mania17:30 Ritmo Brasil18:10 O Último Passageiro19:30 Te Peguei20:30 Teste de Fidelidade22:30 TV Shopping Manaus23:30 Dr. Hollywood0:30 É Notícia1:30 Bola na Rede2:30 Igreja Internacional da Graça

10:00 Record Kids12:00 Tudo a Ver14:00 Programa do Gugu18:30 Domingo Espetacular22:15 Tela Máxima0:15 Programação IURD

Eliana faz a alegria da tarde de domingo no SBT

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIESPor ocorrer em seu signo, essa conjunção é especialmente importante para redefi nir seus gostos e amores na vida. Novas afi nidades pessoais estão surgindo com grande vigor.

TOUROSuas paixões têm agora algo de secreto. Você começa a se interessar por aspectos ocultos da alma humana. Um ciclo de afastamento de antigos amores e afi nidades.

GÊMEOSOs novos valores, afi nidades e paixões sur-gem com relação aos amigos e ao ambiente social. Você será motivado pelo convívio com pessoas com quem nutre afi nidades.

CÂNCERVocê nutre um novo ânimo e entusiasmo com a carreira profi ssional. Há novos valores a serem conquistados. Trabalhar com paixão é, a partir de agora, fundamental para você.

LEÃOAs paixões, para você, começam a nascer no âmbito fi losófi co e das aspirações de crescimento pessoal. Você pode se apaixonar por alguma cultura em particular.

VIRGEMA paixão amorosa é uma das formas que os valores novos podem assumir. Mas também o forte interesse por conquistas materiais é estimulado neste ciclo de Vênus e Marte.

LIBRAUm novo interesse e afi nidades especiais e atraentes tendem a surgir no relacionamento a dois. Um acaloramento dos sentimentos irá aproximá-los e a gerar maior fecundidade.

ESCORPIÃOAs afi nidades serão vividas em meio aos afazeres práticos. O conforto material é uma conquista a ser realizada. Fazer o que gosta é algo a ser desenvolvido em sua rotina.

SAGITÁRIOComeça um novo ciclo para as paixões amo-rosas em sua vida. É no amor que irão surgir afi nidades fortes e valores novos a serem conquistados. Momento para viver o amor.

CAPRICÓRNIOSuas novas lutas se referem a conquistas junto aos familiares, à moradia e à constitui-ção de um ambiente pessoal de acordo com novas necessidades, afi nidades e valores..

AQUÁRIOÉ no estilo de vida, nos ambientes em que transita e quanto às pessoas que encontra que irão surgir as novas paixões e afi nida-des pelas quais lutar. Viva intensamente as relações.

PEIXESNovos interesses fi nanceiros começam a ser despertados. Você irá desejar adquirir uma condição ou objeto material novo, e terá uma longa luta para conquistá-lo. Boa sorte!

CruzadinhasCinema

BAND

Invasão à Casa Branca: EUA. 12 anos. A Casa Branca foi invadida por terroristas, que mantêm o presidente dos Estados Unidos preso. Sua única chance de ser salvo é através de Mike Banning (Gerard Butler), um ex-integrante da segurança presidencial que caiu em desgraça. Banning por acaso fi cou preso na Casa Branca durante a invasão, sendo o único contato da segurança nacional dentro do local. O problema é que, devi-do ao seu histórico, os integrantes da segurança não acreditam que ele seja a pessoa certa para esta tarefa. Só que, sem outra opção, precisam apostar que ele seja capaz de cumpri-la. Cinemark 4 – 13h05, 15h50, 18h50 e 21h40 (dub/diariamente); Playarte 5 – 13h30, 16h, 18h30, 21h (leg/diariamente), 23h30 (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 14h50, 17h10, 19h40 e 22h (dub/diariamente); Cinemais Millen-nium – 14h25, 16h50, 19h15, 21h40 (leg/diariamente).

A Hospedeira: EUA. 12 anos: Ci-nemark 3 – 19h, 22h (dub/diariamente), Playarte 4 – 13h45, 16h15, 18h45, 21h15 (leg/diariamente), 23h45 (leg/somente sexta-feira e sábado); Playarte 7 – 12h45, 15h15, 17h45, 20h15 (dub/diariamente), 22h45 (somente sexta-feira e sábado); Playarte 9 – 13h30, 16h, 18h30, 21h (dub/diariamente), 23h30 (somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 14h, 16h30, 19h10 e 21h40 (dub/diariamente); Cinemais Mil-lennium – 13h40, 16h10, 18h50, 21h20 (dub/diariamente), 14h20, 16h45, 19h20, 21h50 (leg/diariamente).

GI Joe – A Retaliação: EUA. 14 anos: Cinemark 5 - 11h40 (dub/somente sá-bado e domingo), 14h10, 16h40, 19h10 e 21h50 (dub/diariamente); Cinemark 6 – 13h10, 15h40, 18h10, 20h50 (3D/

dub/diariamente), 23h30 (3D/dub/so-mente sexta-feira e sábado); Playarte 1 – 16h40 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 21h05 (3D/leg/diariamente), 23h20 (3D/leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 16h20, 21h (3D/dub/diariamente), 14h40, 17h, 19h20, 21h45 (dub/diariamente); Cinemais Mil-lennium – 15h, 19h40 (dub/diariamen-te), 17h20, 22h (leg/diariamente).

Os Croods: EUA. LIVRE. Cinema-rk 2 – 12h30 (dub/somente sábado e domingo, 15h, 17h30, 20h, 22h30 (dub/diariamente); Cinemark 7 – 12h20 (3D/dub/somente sábado e domingo); Playarte 1 – 12h20, 14h30, 18h55 (3D/dub/diariamente); Playarte 6 – 13h30, 15h40, 17h50, 20h (dub/diariamen-te), 22h10 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 14h10,

18h40 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium – 14h30, 16h40 (dub/dia-riamente).

Oz, O Mágico e Poderoso – Livre: Cinemark 3 – 12h50, 16h (dub/diaria-mente).

Jack - o Caçador de Gigantes: EUA. 10 anos. Cinemark 7 – 15h10, 17h50, 20h30 (dub/diariamente), 23h10 (dub/somente sexta-feira e sá-bado); Cinemais Plaza – 14h20, 16h40, 19h, 21h20 (dub/diariamente); Cine-mais Millennium – 14h, 16h20, 18h40, 21h (dub/diariamente), 19h10, 21h30 (3D/dub/diariamente).

Vai que dá certo: BRA. 12 anos. Cinemark 1 – 13h, 14h50, 17h10, 19h20, 21h30 (diariamente), 23h50 (somen-

te sexta-feira e sábado); Playarte 2 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30 (diariamente), 23h30 (somente sexta-feira e sábado); Playarte 3 – 14h30, 16h30, 18h30 e 20h30 (diariamente), 22h30 (somente sexta-feira e sábado); Playarte 10 – 13h55, 15h55, 17h55, 19h55, 21h55 (diariamente), 23h55 (somente sexta-feira e sábado); Ci-nemais Plaza – 14h30, 16h50, 18h50, 21h10 (diariamente); Cinemais Millen-nium – 15h20, 17h30, 19h30, 21h35 (diariamente).

A Fuga – 16 anos: Playarte 8 – 20h25 (leg/diariamente), 22h25 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Inatividade Paranormal – 16 anos: Playarte 8 – 14h25, 16h25, 18h25 (dub/diariamente).

Mama: ESP/CAN. 14 anos. Quando o pai de Victoria e Lilly mata a mãe das garotas, as crianças fogem assustadas para uma fl oresta. Durante 5 anos, ninguém tem notícia do paradeiro delas, até o dia em que elas reaparecerem, sem explicarem como sobreviveram sozinhas. Os tios das duas, Lucas (Nikolaj Coster-Waldau) e Annabel (Jessica Chastain) adotam Victoria e Lilly e tentam dar uma vida tranquila às duas, mas logo eles percebem que existe algo errado. As duas conversam frequentemente com uma entidade invisível, que chamam de “Mama”. Lucas e Annabel não sabem se acreditam nas meninas, ou se devem culpá-las pelos estranhos acontecimentos na casa. Cinemark 8 – 11h30 (dub/somente sábado e domingo), 13h50, 16h10, 18h30, 21h10 (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 15h10, 17h20, 19h25, 21h30 (dub/diariamente); Cinemais Millennium – 14h50, 17h, 19h, 21h10 (leg/diariamente).

ESTREIA

CONTINUAÇÕES

2:45 Corujão – Dinheiro Sujo4:20 Festival de Desenhos

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 7 DE ABRIL DE 2013

Políticas públicas para a dança é tema de plenáriaProfissionais, estudantes e interessados na área se reúnem hoje para discutir melhorias para a categoria artística

Após um mês da reu-nião com a Secre-taria de Estado de Cultura (SEC), a As-

sociação dos Profissionais de Dança do Amazonas (Apro-dam) mobiliza a categoria por meio de uma sessão plenária que será realizada hoje. No encontro, os profissionais discutem melhorias para o setor e também organizam a agenda de atividades anual, com a ideia de dar andamento aos temas tratados junto à administração estadual.

Entre os assuntos inclusos na pauta estão: a organização da quinta edição do Festival Amazonas de Dança (FAD); discussão sobre a criação de editais; o processo seletivo da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) para o segmento da dança , entre outros. De acordo com o presidente da Aprodam, Augusto Domingos, o encontro é regimental e acontece anu-almente. Ele afirma que até a próxima semana a associação deve elaborar um relatório que vai apresentar os encaminha-mentos obtidos no debate. O

documento será enviado às pastas estadual e municipal, e ainda será divulgado por meio da imprensa. “É uma forma de prestar contas com a categoria e isso demons-tra transparência e lisura nos procedimentos. Por meio dos encontros podemos verificar os avanços e retrocessos da dança e ainda elaborar estra-tégias para o diálogo com os gestores”, explica.

FestivalQuanto ao FAD, Domingos

adianta que a ideia, para este ano, é tornar o festival co-nhecido nacionalmente. Ele planeja trazer quatro com-panhias de dança nacionais, atuantes no eixo Rio de Ja-neiro-São Paulo e uma do cenário internacional, que se-gundo o presidente, deve en-cerrar a programação. Como de costume, o evento está programado para acontecer no mês de agosto. “Pensamos em alguns nomes, mas ainda não podemos divulgar porque precisam ser confirmados. Queremos promover algo que cause repercussão nacional. Até o último ano, só recebía-mos uma companhia de outro Estado”, acrescenta.

Para o diretor da Com-panhia de Intérpretes In-dependentes, Ricardo Ri-suenho, todo o debate tem caráter positivo no pro-cesso de desenvolvimento de qualquer área. Porém, ele afirma que mais im-portante é a concretização das propostas. “Os pontos resultantes de um senso comum devem ser postos em prática. O debate se concretiza ao se tornar instrumento de desenvol-vimento de uma política cultural”, opina.

Risuenho destaca que hoje o artista amazonen-se não consegue ter au-tonomia para trabalhar, porque sempre precisa estar atrelado a meios externos, como o gover-namental, para poder dar andamento em seus proje-tos. “Tanto os grupos como os profissionais indepen-dentes ficam impossibili-tados de desenvolver seus trabalhos porque sempre

necessitam de um apoio mediador”, expressa.

Outro fator negativo ci-tado pelo diretor é a falta de leis de incentivo à cultura por meio do Estado e pre-feitura. “A questão de cap-tação de recursos também é complicada. Só temos acesso a Lei Rouanet, que é federal. Precisamos de mais leis”, reclama.

Para a coordenadora da Companhia Balé da Barra, Marta Marti, o mais im-portante é que a categoria instigue a SEC sobre a implementação das dire-trizes determinadas pelo MinC. “Após a reunião com a SEC ficou a pergunta: será que estamos satis-feitos com os prêmios ofe-recidos para a classe? Os editais são bons? Até que ponto ao artista pode ser beneficiado dentro do seu próprio Estado?”, questio-na. O credenciamento para poderá ser feito na hora da reunião.

Artistas apontam problemas

Profissionais, estudantes e público em geral podem participar

SERVIÇOSESSÃO PLENÁRIA DA APRODAM

Quando:Onde:

Quanto:

Hoje, às 9hEscola Supe-rior de Artes e Turismo (Esat) da UEA – rua Leo-nardo Malcher, 1.728, CentroEntrada gratuita

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

HUDSON FONSECA

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