emprego e renda no extrativismo vegetal … · observar a preservação da floresta e seu uso de...
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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
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EMPREGO E RENDA NO EXTRATIVISMO VEGETAL BRASILEIRO [email protected]
APRESENTACAO ORAL-Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável ARLEI LUIZ FACHINELLO1; JOAQUIM BENTO DE SOUZA FERREIRA FILHO2.
1.UFSCAR, SOROCABA - SP - BRASIL; 2.ESALQ, PIRACICABA - SP - BRASIL.
EMPREGO E RENDA NO EXTRATIVISMO VEGETAL BRASILEIRO
Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável
Resumo Nas últimas décadas uma maior consciência ecológica vem contribuindo para diminuir o desmatamento das florestas nativas e criar opções de uso e valorização econômica para os recursos biológicos das florestas. Porém, a falta de alternativas econômicas para o uso da floresta continua sendo um importante indutor de sua destruição. A atividade extrativista de produtos florestais não madeireiros surge como uma opção de impacto ambiental bastante reduzido em comparação com a exploração de madeira. Diante da relevância de preservar a floresta nativa, a exploração de atividades extrativistas não madeiras passa a ser uma boa alternativa de substituição de emprego e renda para a população até então envolvida com o desmatamento. O presente trabalho procurou gerar multiplicadores de emprego e renda das atividades extrativas madeireiras e não madeireiras no Brasil. Verificou-se que as atividades extrativistas, embora tenham uma grande potencialidade de gerar renda e emprego, ainda são limitadas na sua capacidade de absorver as perdas da menor atividade madeireira. Palavras-chaves: Floresta, Renda e Emprego. Abstract In the last decades an intense ecologic conscience has helped to control deforestation and create new options for using and valuing forest resources. However the lack of economic alternatives for forest resource still constitutes the main reason for its destruction. Extraction of non-wood forest products has emerged as a good option for a sustainable forest management, creating income and employment for the local population. This work estimates the income and employment input-output multipliers for wood and non-wood activities in Brazilian forests. The main conclusion of this research is that non-wood activities has great potential to generate income and employment. However, those activities are limited in their capacity to offset potential employment losses in the wood sector. Key Words: Forest, Income and Employment
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1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas uma maior consciência ecológica e uma incessante revolução
tecnológica vêm contribuindo para diminuir o desmatamento das florestas nativas e criar
opções de uso e valorização econômica para os recursos biológicos das florestas. A
preocupação com o desenvolvimento sustentável é cada vez mais latente.
O desmatamento, ao gerar gases de efeito estufa, ajuda a acelerar as modificações
do clima do nosso planeta. As emissões, cada vez mais frequentes e contínuas de gases de
efeito estufa, podem ocasionar um aumento da temperatura média do planeta no longo
prazo. Como conseqüência, espera-se uma diminuição da produção agrícola, aumento da
possibilidade da proliferação de doenças e também extinção de animais e plantas que não
se adequariam a novas temperaturas - podem ocorrer aumentos de 1,4 a 5,8 graus Celsius
(THEOTO, 2003). Pesquisas mostram que pelo menos 70% deste tipo de emissão ocorrem
devido aos desmatamentos na região amazônica. Segundo Homma et al (1993), a falta de
alternativas econômicas e a própria sobrevivência dos agricultores levam ao
desmatamento.
As florestas nativas, quando bem conservadas, podem se tornar uma ferramenta no
processo de regulação climática, principalmente num país como o Brasil, onde na região
amazônica há cerca de 47 bilhões de toneladas de carbono espalhadas, nos troncos, galhos
e solos das regiões de floresta (ACEVEDO; SCHMID, 2008). Além disso, podem se tornar
uma fonte de renda e emprego para as populações locais.
Com uma sucessão de impactos negativos bastante preocupantes, é importante
observar a preservação da floresta e seu uso de maneira sustentável como uma forma de
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preservar não só dos biomas nela existente, como também usá-la de forma a proporcionar a
manutenção da temperatura.
A atividade extrativista de produtos florestais não madeireiros, surge como uma
opção de impacto ambiental bastante reduzido em comparação com a exploração de
madeira. As práticas extrativistas levam em consideração os sistemas de produção locais,
em suas mais diversas modalidades como a caça, a pesca, a extração de óleos, frutos e
raízes; que constituem uma fonte básica de renda e emprego para as populações locais.
Portanto, a atividade extrativista não é somente importante pelo seu aspecto econômico,
mas pode representar uma fonte estratégica de recuperação e preservação da floresta nativa
(PEREIRA et al, 2009). Para Homma et al (1993), a redução do desmatamento passa pela
valorização dos produtos florestais.
O crescimento do mercado de frutas, especialmente da Amazônia, nas últimas
décadas, tem-se apresentado com uma excelente alternativa de exploração da floresta. Seja
pelo seu sabor, cor, aroma, formato e textura, as frutas tem atraído consumidores de todo o
país e até do exterior. Segundo Homma et al (2008), o consumo de frutas nativas era
restrito à população local e reduzido ao período de safra, mas a partir de técnicas de
beneficiamento e congelamento, o mercado se ampliou para o ano todo, crescendo a
demanda.
Para Shanley et al (2006), a atual conjuntura favorece a demanda por produtos
oriundos da floresta como fibras, plantas medicinais e outros tipos de gêneros botânicos,
principalmente em função do aumento da renda média e da proliferação deste tipo de
pensamento voltado para um modo de vida mais alternativo, principalmente nos países
mais desenvolvidos.
Diante da relevância de preservar a floresta nativa, a exploração de atividades
extrativistas não madeira passa a ser uma boa alternativa de substituição de emprego e
renda para a população até então envolvida com o desmatamento. Assim, o presente
trabalho procurou gerar multiplicadores de emprego e renda das atividades extrativas
madeireiras e não madeireiras no Brasil, visando entender à importância e influencia de
cada grupo no conjunto da economia. Esses multiplicadores ajudam a entendem como
reduções na demanda por madeira nativa deverão levar a perdas de emprego e renda, assim
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como o crescimento da demanda por produtos da extrativa poderão ampliar o emprego e
renda nessas atividades.
Valverde et al (2003) calcularam os efeitos multiplicadores da economia florestal
brasileira para 1995, destacando a importância do setor florestal, comparativamente aos
demais setores da economia. Os autores definiram o setor florestal como incluindo:
Madeira e Mobiliário, Papel e Gráfica e Indústria da Borracha. Esse trabalho inova ao
desagregar as atividades florestais primárias para o ano de 2005, separando as atividades
de exploração da madeira e as não madeireiras. A pesquisa está em andamento, mas alguns
resultados para o conjunto do país já podem ser apresentados.
2. O SETOR FLORESTAL BRASILEIRO
O setor florestal brasileiro compreende parcela significativa da produção da
agropecuária. Sua capacidade de geração de emprego e renda, contudo, especialmente
quando se tratam de produtos não tradicionais, é bastante menos conhecida. Nesta seção
amplia-se a apresentação econômica do setor, com vistas a complementar o entendimento
dos multiplicadores calculados para o setor florestal e de extrativa vegetal no país, a serem
calculados adiante. Assim, apresentam-se, na Tabela 1, alguns números de produção e
participação no ano de 2005. Isso fornece um panorama da integração das atividades em
análise com o restante da economia.
O produto retirado das florestas brasileiras (nativa e plantada) gerou
aproximadamente R$ 11 bilhões em 2005, sendo que 66,4% provem da silvicultura e
33,6% do extrativismo vegetal. Da floresta nativa, somente madeira em tora e lenha
representam cerca de 61% do valor bruto de produção. Acrescentando o carvão vegetal,
essa participação sobe para 85,3%. Logo as atividades extrativas participam com apenas
14,7%. O açaí com 2,4%, a castanha com 1,4% e borracha natural com 0,2%.
Tabela 1 – Participação do produto primário florestal no Brasil
Tipo de Produtos Valor Bruto de Part. % Part. %
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exploração Produção – Brasil - Brasil Florestas
Floresta Nativa
Madeira em Tora 1.645.368 47,5 16,1 Carvão Vegetal 848.404 24,5 8,3 Lenha 460.115 13,3 4,5 Borracha (latéx) 8.439 0,2 0,1 Castanha do Brasil 46.866 1,4 0,5 Açai 83.220 2,4 0,8 Outros produtos da exploração florestal
370.624 10,7 3,6
Total (R$ mil) 3.463.036 100% 33,8
Floresta Plantada
Madeira em Tora 4.958.517 73,1 48,4 Carvão vegetal 831.106 12,2 8,1 Lenha 827.195 12,2 8,1 Outros produtos da silvicultura 170.852 2,5 1,7
Total (R$ mi) 6.787.670 100% 66,2
Pesca
Pesca Extrativa Marinha 507.859 50,3 Pesca Extrativa Continental 243.435 24,1 Pesca Aqüicultura Marinha 78.034 7,7 Pesca Aqüicultura Continental 179.746 17,8
Total (Toneladas) = 1.009.073 100% Fonte: dados da pesquisa
A madeira em tora é o principal produto florestal. No Brasil chega a representar
quase 50% do Valor Bruto da Produção (VBP) da extrativa vegetal. Na silvicultura
(predomina pínus e eucalípto) ela representa próximo de 70% do VBP. O produto é
direcionado para aplicações energéticas e industriais. No primeiro, o produto é utilizado
para a produção de carvão e lenha. No segundo, é direcionado para a produção de madeira
serrada, e painéis (especialmente para o segmento moveleiro) e na produção de polpa,
direcionada para a indústria de celulose (BRASIL, 2007). Destaque para a região
amazônica, que responde por cerca de 85% do volume de madeira em tora da mata nativa.
Já na silvicultura esse número diminui para algo próximo a 4%.
O segundo produto de maior dimensão no valor de produção florestal é o carvão
vegetal. Ele representa cerca de 25% do valor de produção da extrativa vegetal e cerca de
12% da silvicultura no Brasil. Em 2005 a produção nacional foi de 2,9 milhões de
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toneladas oriundas do extrativismo e 2,5 milhões das florestas plantadas. A região
amazônica respondeu por cerca de 25% do volume e também do valor de produção
nacional de carvão oriundo de florestas nativas e cerca de 6% de florestas plantadas
(basicamente eucalipto). Utilizado como fonte energética, o carvão tem como destino
principal às indústrias, especialmente o segmento siderúrgico.
A produção de lenha no Brasil em 2005 atingiu 80,9 milhões de m3, sendo 44%
oriundo de florestas plantadas e 56% de florestas nativas. A atividade assumiu a terceira
posição mais importante na geração do valor de produção da extrativa vegetal do país em
2005, com 13,3%. Na silvicultura representou 12,2% do valor de produção, mantendo
também a terceira posição. A região amazônica responde por 25,4% da produção de lenha
oriunda das florestas nativas e 0,64% da floresta plantada. Segundo Uhlig (2008), nos
últimos 10 anos o consumo de lenha permanece constante nos setores residencial,
industrial e agropecuário. No setor agropecuário, o produto é utilizado especialmente na
secagem de grão e fumo e no aquecimento de granjas, representado em 2005
aproximadamente 13,5% do uso total. Nas residências a lenha é utilizada para cozimento
de alimentos e oriunda predominantemente de mata nativa. O consumo industrial
representa algo próximo a 30% da produção e concentra-se na produção de energia nas
atividades de Alimentos e bebidas, Cerâmica e Papel e Celulose.
A produção de borracha natural foi 4,6 mil toneladas em 2005, avaliadas em R$ 8,4
milhões. O produto representa apenas 0,24% do valor da produção da extrativa vegetal no
país. A atividade é pouco representativa na produção da extrativa vegetal, perdendo espaço
para o produto importado nos últimos anos. Atualmente o país é um grande importador do
produto. O látex é utilizado nos setores hospitalar/farmacêutico, brinquedos, calçados,
construção civil, maquinário agrícola e industrial e de autopeças.
A produção de Castanha do Brasil, ou também conhecida como Castanha do Pará,
foi de 30,9 mil toneladas em 2005, gerando um faturamento de R$ 46,8 milhões aos
produtores. No grupo das atividades extrativas no Brasil, representou 1,4% no mesmo ano.
O produto é totalmente produzido na floresta amazônica. A castanha é encontrada nas
matas de terra firme em vários países da região amazônica continental, com destaque para
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o Brasil, Bolívia e Peru. O Brasil é grande exportador do produto, mas o volume vem
reduzindo significativamente nos últimos anos.
A produção de açaí representou 2,4% do valor da extrativa vegetal no Brasil. Foram
104,8 mil toneladas, valoradas ao produtor em R$ 83,2 milhões. O produto é também
100% da região da região amazônica. O açaizeiro se destaca, entre os diversos recursos
vegetais, por produzir importante alimento para as populações locais, além de ser a
principal fonte de matéria-prima para a agroindústria de palmito no Brasil. Segundo
Chelala (2007), o açaizeiro e o açaí possuem variadas formas de utilização. Da polpa do
fruto fabricam-se, além do vinho, sorvetes, doces, geléias, licores, bombons, cosméticos,
corantes e fabricação de velas. A palma serve como telhado para habitações, os caroços são
utilizados como adubo para plantas, energia para fornos de panificadoras e olarias,
confecção de bijuterias e outras variedades de artesanato. Do caule se extrai um palmito de
grande aceitação no mercado.
Outros produtos vegetais incluem: castanha de caju, palmito, folha de jaborandi,
cera de carnaúba, fibra de buriti, amêndoa de babaçu e camaru, óleo de copaíba, entre
outros. No Brasil esse grupo de produtos representa 10,7% do valor de produção da
extrativa vegetal. Embora a importância desse grupo de produtos seja elevada no conjunto
das atividades extrativas, deve-se salientar que quase 90% do valor de produção de 2005
foram gerados na produção de Amêndoa de babaçu (71%), Fibra de piaçaba (11%) e
Palmito (7%). Além disso, quase a totalidade da produção de Amêndoa de babaçu
concentra-se no estado do Maranhão, região que concentra pequena parcela da floresta
nativa.
A pesca é uma atividade importante no Brasil, mas seus números são ainda pouco
conhecidos. A produção teve um crescimento significativo na última década, e atingiu o
volume de 1 milhão de toneladas no ano de 2005. Desse volume, 42% derivam da pesca
continental (rios e lagos) e 58% da pesca marinha. Da pesca em terra firme, cerca de 60%
vem da atividade extrativa, sendo o remanescente da aqüicultura. A pesca envolve a
extração de peixes dos ecossistemas aquáticos, enquanto a aqüicultura é o cultivo de
organismos aquáticos. A região amazônica foi responsável por 33% do volume total
nacional de pescado em 2005 e de quase 70% da pesca extrativa no continente.
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3. MATERIAL E MÉTODO
A estimação dos multiplicadores de emprego e renda envolveu a construção de uma
matriz de insumo-produto do Brasil de 2005. Partindo das tabelas de Recursos e Usos das
Contas Nacionais, divulgadas pelo IBGE para 2005, foram geradas as matrizes de impostos
e margens. Esse procedimento seguiu as indicações do trabalho de Guilhoto e Sesso
(2005). A partir da matriz base, foram desagregados os produtos e atividades
correspondentes a silvicultura e a extrativa vegetal. Em seguida utilizou-se o modelo
descrito abaixo para o cálculo dos multiplicadores.
3.1 Fonte de dados
Para a construção das matrizes insumo-produto foram definidos os produtos e
setores do segmento florestal e pesca, separando as atividades primárias de produção
oriundas da extrativa vegetal, da silvicultura e da pesca. Em seguida foram desagregados
os principais produtos e também atividades produtivas que irão compor o segmento
primário. Isso foi necessário em função do setor florestal estar representado nas tabelas de
usos e recursos do IBGE como um produto agregado (Produtos florestais). A atividade
também está agregada no grupo (Agricultura, silvicultura, exploração florestal).
Partindo da estrutura das tabelas com 110 produtos e 55 atividades, disponibilizada
pelo IBGE, foram então desagregados os principais produtos e setores da atividade
primária, o que elevou para um total de 76 atividades produtivas, 6 usuários finais e 123
produtos. Para a realização dos cálculos e apresentação dos resultados, os dados foram
agregados em 29 setores de atividade, conforme apresentado no Quadro 1 em Anexo.
Descrevem-se a seguir os procedimentos adotados para os sete produtos da
atividade extrativa florestal, quatro da silvicultura e quatro da pesca. Todos os
procedimentos e as parcelas alocadas em cada indústria ou demanda final respeitaram o
destino indicado pelo IBGE para os produtos Produto Florestal e Pesca.
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Na determinação dos destinos dos produtos da floresta e pesca ofertados
internamente, a Madeira em tora da extrativa tem como compradores: 94,3% destinado
para as atividades Produtos da Madeira (Desdobramento da madeira e Fabricação de
produtos da madeira) e 6,7% em Investimentos. Considera-se que esse produto não tem
como destino a produção de carvão vegetal. Já o valor da Madeira em tora da silvicultura
tem como destino 10% para a produção de carvão vegetal, 13% para produtos da madeira,
70% para Celulose e Papel e 6,4% para Investimentos. Não houve exportações desse tipo
de produtos florestal em 2005. Essas parcelas de destino da madeira em tora da silvicultura
tiveram como base as indicações do IBGE (2005) e ABRAF (2006).
Para o produto Lenha para fins energéticos, utilizando como base as indicações de
BRASIL (2006), definiu-se inicialmente os seguintes destinos: 14% para a atividade
Agropecuária, 6,4% para Beneficiamento vegetal, 0,6% para Produtos de metal, 0,3%
Indústria química, 0,5% Indústria têxtil, 7,3% Celulose e papel, 10,6% Outros produtos
minerais não metálicos e 51% Consumo das famílias. Não houve exportações. Essas
participações foram definidas tanto para a lenha oriunda da Silvicultura quanto para da
Extrativa.
Utilizando como base as indicações de BRASIL (2006), para o Carvão vegetal do
extrativismo e da silvicultura, definiram-se os seguintes destinos: 0,18% para a
agropecuária, 86% para Aço e derivados, 0,3% Indústria química, 1,1% Alojamento e
Bebidas, 4,1% Outros produtos minerais não metálicos e 8,3% Consumo das famílias. Não
houve exportações.
Para a Borracha natural (látex), o destino adotado foi exportações e indústrias de
artigos de borracha e plástico, com as participações de 0,01% e 99,9% respectivamente.
Para as exportações foram utilizados os dados do Ministério da Indústria e Comércio do
Governo Federal (Sistema ALICE).
Para a Castanha do Brasil com casca, com base nas exportações de 2005, a
diferença foi alocada na indústria de beneficiamento vegetal e consumo das famílias. As
parcelas foram 35% para exportações, 60% beneficiamento vegetal e 5% consumo das
famílias. A castanha sem casca já é um produto da indústria.
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Para o Açaí, como não houve exportações, definiu-se uma parcela de 10% para o
consumo final das famílias e 90% para a indústria de beneficiamento vegetal.
Para os quatro tipos de pescado, foram utilizados os destinos final e intermediário
indicados pelo IBGE nas Tabelas de Recursos e Usos. Do valor de produção de pescado
em 2005, 18,9% teve como destino a indústria Outros produtos alimentícios, 6,1%
Serviços de alojamentos e alimentação, 2,5% Exportações e 72,5% Consumo das famílias.
Na determinação dos custos e emprego por atividade, as parcelas utilizadas
respeitam os custos setoriais inicialmente apresentados para a atividade Agricultura,
Silvicultura e Extrativismo vegetal, assim como para a atividade Pecuária e Pesca. A soma
das parcelas descritas abaixo não necessariamente é igual a 100%.
Para os custos de produção da Madeira em tora da Silvicultura, utilizaram-se as
seguintes parcelas: 12,6% para Mudas, 33,0% para Produtos químicos inorgânicos, 11,3%
para defensivos, 4,4% para Óleo Diesel, 0,75% para Gasoalcool, 21% para remuneração do
trabalho e 16,1% para remuneração do capital.
Quanto ao número de pessoas empregadas na atividade, tomou-se como base a
produção de Eucalipto, com área motomecanizável, tendo uma rotação (7 anos), e
produtividade de 245m3/ha. São necessários aproximadamente 136,5 dias/homem para a
produção de 245m3. Como a produção de madeira em tora da silvicultura em 2005 foi de
100.614.643 m3, foram necessários 56.056.730 d/h. Fazendo a divisão por dias úteis de
trabalho no ano (=252), obtém-se o número de 222.447 empregos diretos. A Associação
Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas - ABRAF (2006), tem como uma das
estimativas de emprego direto o número de 233.926 trabalhadores.
Para a produção de madeira em tora da atividade extrativa, consideraram-se os
custos de extrair a madeira da floresta. Inclui-se 9,8% de Produtos de metal, 4,6% de Óleo
Diesel, 0,75% de Gasoalcool, 70,0% de remuneração do trabalho e 15,0% de remuneração
de capital. No cálculo de emprego, considerou-se o volume médio de 25,36m3/ha de
madeira extraído da floresta na Amazônia oriental, indicado por Holmes et al (2002).
Considerando as etapas de construção/manutenção de aceiros, corte e toragem, baldeio e
carregamento de eucalipto que utilizam 67 dias por hectare e produção de madeira em tora
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no Brasil em 2005 de 17.372.428 m3 foram necessários 45.897.188 d/h. Para um número
de 252 dias de trabalho no ano, obtém-se 182.132 trabalhadores.
Na atividade de produção de carvão vegetal da extrativa, considera-se a madeira
utilizada é obtida da floresta, com custos apenas da extração. Com base em Santos;
Pimenta e Hatakeyama (2006), as parcelas de custos incluem: 4,6% de Óleo Diesel, 0,75%
de Gasoalcool, 10,1% de Produtos de metal, 1,9% de Artigos plásticos, 59,8% de
remuneração ao trabalho e 16,7% de remuneração ao capital.
Para a estimativa de empregos diretos na atividade, considera-se a utilização de
fornos tipo “rabo quente”. Tomando como base Santos; Pimenta e Hatakyuama (2006),
para a produção de 881.200 kg (5.185 MDC/ano e 170kg/m3) foram empregados 7
trabalhadores. Como a produção brasileira de carvão vegetal da extrativa em 2005 foi de
2.972.405 toneladas, estima-se o emprego direto de 23.611 trabalhadores.
Na atividade de produção de carvão vegetal da silvicultura, considera-se a
“compra” da madeira em tora e os parâmetros de produção em fornos cilíndricos verticais.
As parcelas utilizadas foram: 76,5% para Madeira em tora, 1,9% para Artigos plásticos,
2,3% para Produtos de metal, 14,6% para remuneração do trabalho e 4,7% para
remuneração ao capital.
No sistema de fornos cilíndricos empregam-se 5 trabalhares para produzir 5.184
MDC/ano (ou 881.200 kg para 170kg/m3). Considerando a produção de 2005 em
2.526.437 toneladas e 252 dias de trabalho, foram necessários 14.336 trabalhadores.
A produção de borracha natural de mata nativa utiliza basicamente mão-de-obra
familiar, não existindo remuneração ao capital e a terra nos custos avaliados. Baseado no
trabalho de Santos et al (2003), utilizou-se as seguintes parcelas de custos: 0,8% de Artigos
de borracha, 3,5% de Produtos têxteis, 0,6% de Artigos plásticos, 7,1% de Produtos de
metal, 2% de Produtos da madeira e 84% de remuneração ao trabalho.
Considerando a necessidade de 176 d/h para a produção de 600 kg, baseado em
Santos et al (2003), para a produção de 4.615 toneladas no Brasil em 2005 estima-se o
envolvimento direto de 5.372 trabalhadores. Para isso, utilizou-se 252 dias de trabalho e a
produção em todos os meses do ano.
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Para a produção de castanha do Brasil, tomando como base o trabalho de Santos et
al (2002), a mão-de-obra utilizada é familiar e não existe remuneração à terra e ao capital.
As parcelas de custos são: 3,6% em Artigos de borracha, 19,8% em Produtos têxteis, 1,0%
em Artigos plásticos, 4,9% em Produtos de metal, 1,0% em Produtos da madeira e 69,8%
em remuneração ao trabalho.
No cálculo do número de pessoas empregadas na produção primária da castanha
foram considerados 60 d/h para a produção de 4.400 kg (SANTOS et al, 2002). Como a
produção brasileira em 2005 foi de 30.975 toneladas, e a coleta realizada em 2 meses do
ano, estima-se o envolvimento de 9.600 trabalhadores.
Na obtenção dos parâmetros de insumos e mão-de-obra empregada na produção de
açaí utilizou-se como base o trabalho de Bayma et al (2008). Da mesma forma que na
produção de borracha natural e de castanha do Brasil, a mão-de-obra é familiar e não são
considerados custos da terra e de capital. Foram utilizadas as seguintes parcelas de custos:
8,8% de Produtos têxteis, 8,2% de Artigos plásticos, 12,8% de Produtos de metal e 70% de
remuneração ao trabalho.
Para o cálculo no número de pessoas empregadas, considerou-se a colega diária de
175kg em um dia de coleta por trabalhador. Multiplicando por cinco dias na semana e
quatro semanas no mês, tem-se 3.500 kg por coletor ao mês. Como a coleta é realizada em
aproximadamente 6 meses do ano, estima-se uma coleta de 21 toneladas/ano. Em 2005 a
produção brasileira estimada pelo IBGE foi de 104.874 toneladas. Isso exigiria um número
de 4.494 coletores. Considerando que, a cada coletor que sobe na arvore existe 1 ajudante
no solo, estima-se o número de 9.988 trabalhadores envolvidos diretamente com a
produção primária do açaí.
Para os custos das atividades pesqueiras, foram utilizadas parcelas dos insumos que
a Pecuária e Pesca apresentam inicialmente. Essas parcelas correspondem à parcela da
atividade na produção da pesca.
Quanto ao emprego, na pesca extrativa marinha, utilizou-se uma produção anual de
1.575 kg por pescador/ano, baseado no trabalho de Caldasso et al (2006). Para uma
produção brasileira de 507.858 toneladas em 2005, estima-se o envolvimento direto de
322.385 trabalhadores.
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Na pesca extrativa continental, considerando a mesma produtividade por
pescador/ano, de 1.575 kg/ano, e produção brasileira em 2005 de 243.434,5 toneladas, são
estimados o envolvimento de 154.530 trabalhadores.
Na aqüicultura continental são necessários 31,25 dias/homem para a produção de
9.044 kg de peixe em 1 ano. Considerando a produção nacional de 2005 em 179.746
toneladas, são necessários 621.082 d/h ou 2.465 trabalhadores em 2005.
Na aqüicultura marinha, utilizando a mesma produtividade de trabalho da
aqüicultura continental e sendo a produção brasileira de 2005 de 78.034 toneladas, estima-
se o envolvimento direto de 1.070 trabalhadores.
3.2 Modelo Analítico
O modelo de insumo-produto descreve os fluxos intersetoriais de bens e serviços de
uma economia. Ele tem origem no fluxo circular de renda e foi adaptada ao estudo
empírico da interdependência de quantidades entre atividades econômicas
interrelacionadas. Como ressalta um dos principais formuladores da teoria e de sua
aplicação, Leontief (1987)1, “ A análise de Insumo-Produto é uma extensão prática da
teoria clássica de interdependência geral que vê a economia total de uma região, país, ou
mesmo do mundo todo, como um sistema simples, e parte para descrever e para
interpretar a sua operação em termos de relações estruturais básicas observáveis”.
Essa ferramenta analítica é um importante instrumento de análise estrutural e de
impacto de políticas econômicas, principalmente no que diz respeito às políticas setoriais.
Nela a economia funciona como uma vasta rede tentando equacionar oferta e demanda,
seja em nível regional ou multi-regional.
Ele pode ser descrito por um sistema de equações simultâneas, como segue.
YAXX += (1)
1 Deve-se a Wallasy Leontief os trabalhos de organização, formalização e aperfeiçoamento dos primeiros estudos sobre as relações interindustriais.
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em que X representa um vetor com o produto total de cada setor; Y um vetor de
demanda final setorial e A uma matriz de coeficientes técnicos de produção.
Segundo Miller e Blair (1985), para um dado nível de demanda final, o produto
necessário pode ser encontrado pré-multiplicando Y pela inversa da matriz (I-A), como
apresentado na equação 2.
YA][IX .1−−= (2)
em que I é uma matriz identidade e B = (1 - A)-1 é a matriz de coeficientes diretos e
indiretos, ou também matriz de Leontief. Cada elemento bij dever ser interpretado como
sendo a produção total do setor i que é necessária para produzir uma unidade de demanda
final do setor j.
O impacto total sobre a produção de uma variação na demanda final resulta de um
ciclo de ajuste produtivo nos diversos setores econômicos originalmente integrados. A
variação na demanda final do setor j, por exemplo, leva a uma variação na produção do
próprio setor j, visando atendê-la. Isso pode ser representado pela expressão (I.∆Y). Para
gerar essa produção adicional é necessário um conjunto de insumos de diversos outros
setores, que para atender essa nova demanda, precisarão também ajustar suas produções
(representado por (I + A).∆Y). Esses fornecedores de insumos também passarão a
demandar novos insumos, sendo que o processo continua até que o conjunto de setores
atenda as novas necessidades – para um novo equilíbrio. A variação na produção setorial
do conjunto de fases pode ser representada por (I + A + A2 + A3 + ... + An ).∆Y. Para
valores elevados de n passa-se a ter (I + A + A2 + A3 + ... + An ) = (I - A)-1, que é a matriz
inversa de Leontief.
Sendo a matriz de coeficientes técnicos (A), descrita como na Equação 3,
=
nnn
n
n
AA
AAA
AAA
A
LL
LLLL
L
L
1
22221
11211
(3)
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os multiplicadores de produto são obtidos da seguinte forma:
....
0
0
0
1
.1
21
1
22221
11211
∑=
=+++=
=n
iijnjjj
nnn
n
n
j AAAA
AA
AAA
AAA
M
LL
LLLL
L
L
(4)
Logo, mudanças nas demandas setoriais levam a variações na produção, na
proporção do indicador do multiplicador de produção setorial Mj.
Os multiplicadores podem ser diferenciados pelos seus efeitos inicial e total,
gerados pelas mudanças da demanda final. O efeito total também pode ser desmembrado
em efeito direto e indireto em um modelo aberto com respeito às famílias ou direto,
indireto e induzido no modelo fechado. Miller e Blair (1985) associam o efeito inicial com
o termo I da expressão (I – A)-1 = (I + A + A2 + A3 + ...), o efeito direto com o termo A e
indireto como os termos restantes.
O modelo assume que existe equilíbrio em todos os mercados da economia. Caso
ocorra uma modificação na demanda por um produto específico, ele inicia aumentando a
necessidade de produção do setor fornecedor. Mas para atender a nova demanda, esse setor
precisará de mais insumos e fatores primários. Esse processo gera um efeito multiplicador
na economia, ampliando as demandas e produção de diversos setores, dependendo da
intensidade das relações intersetoriais. Na medida que os fatores primários são
remunerados, o processo continua, ampliando a demanda por produtos finais,
incrementando novamente a necessidade de maior produção setorial. O aumento da
produção gera um aumento do emprego e da renda.
Dada as mudanças na produção, derivadas de variações da demanda final setorial,
as mudanças na renda e emprego são obtidas via relação entre produção setorial e emprego
e renda.
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Define-se a expressão (5) para representar a relação entre o valor do produto
setorial e o número de pessoas ocupadas ou valor adicionado.
i
ii X
vER
= (5)
em que ERi é o número de pessoas ocupadas na produção da atividade i ou a renda
gerada na produção da atividade i, e Xi é a produção total desse setor.
Usando MEj para representar a mudança total (direta e indireta) no emprego ou na
renda num sistema aberto2, derivado de uma alteração em uma unidade monetária na
demanda final do setor j, pode-se defini-lo como:
i
n
iijj vbME .
1∑
=
= (6)
em que bij é o ij-ésimo elemento da matriz inversa de Leontief.
Esse indicador pode ser interpretado como o impacto de um aumento unitário da
demanda final da atividade i sobre o pessoal ocupado por todas as atividades encadeadas
direta e indiretamente com essa atividade ou mesmo a renda gerada por todas as atividades.
A mesma formulação pode ser utilizada para calcular multiplicadores para
quaisquer outras variáveis que compõe impostos, importações, etc.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utilizando a MIP a preços básicos de 2005 com 29 setores, e com valores em
milhões de reais, os multiplicadores obtidos são apresentados na Tabela 2. Foram
calculados os impactos diretos e indiretos (modelo aberto) sobre a produção, emprego e
renda da economia brasileira, derivado de um aumento de um milhão de reais na demanda
final de cada produto setorial.
2 Segundo Feijó et al (2004), a primeira formulação desenvolvida por Leontief, em 1936, considerava o modelo fechado. Já em textos posteriores, o autor apresentou o chamado Sistema Aberto, separando assim, os coeficientes tecnológicos daqueles associados às decisões de consumo. Para os autores o sistema aberto confere uma maior coerência ao modelo.
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Tabela 2 – Multiplicadores de impacto sobre a produção, emprego e renda da economia
brasileira
Setores Multip. Emprego Multip. Renda Multip. Produção Direto Indireto Total Direto Indireto Total Direto Indireto Total Agricultura 10,5 121,8 132,3 0,13 0,72 0,85 0,35 1,35 1,70 Madeira em Tora e Lenha da floresta nativa 2,1 95,7 97,7 0,06 0,88 0,94 0,16 1,15 1,31 Carvão Vegetal da floresta nativa 2,3 32,9 35,2 0,07 0,86 0,93 0,19 1,18 1,37 Borracha (latéx) da floresta nativa 2,6 689,4 692,0 0,07 0,88 0,95 0,16 1,14 1,30 Castanha do Pará da floresta nativa 5,5 116,9 122,4 0,14 0,76 0,90 0,33 1,32 1,65 Açaí da floresta nativa 3,6 134,2 137,8 0,10 0,80 0,90 0,28 1,27 1,55 Outros produtos da exploração florestal 5,5 6,4 11,9 0,14 0,76 0,90 0,33 1,32 1,65 Madeira em Tora e Lenha da floresta plantada 3,6 49,3 52,8 0,14 0,61 0,75 0,49 1,53 2,02 Carvão vegetal da floresta plantada 26,7 26,8 53,5 0,29 0,49 0,78 0,70 1,69 2,39 Outros produtos da silvicultura 2,5 4,6 7,1 0,09 0,77 0,86 0,29 1,31 1,60 Pecuária 18,2 103,1 121,3 0,18 0,69 0,86 0,47 1,49 1,96 Pesca Extrativa Marinha 1,5 214,5 215,9 0,03 0,95 0,98 0,06 1,04 1,10 Pesca Extrativa Continental 1,5 214,5 215,9 0,03 0,95 0,98 0,06 1,04 1,10 Pesca Aqüicultura Marinha 1,5 5,3 6,8 0,03 0,95 0,98 0,06 1,04 1,10 Pesca Aqüicultura Continental 1,5 5,3 6,8 0,03 0,95 0,98 0,06 1,04 1,10 Mineração 8,9 9,6 18,4 0,24 0,58 0,82 0,49 1,37 1,85 Alimentícios 43,3 40,9 84,1 0,33 0,48 0,82 0,73 1,67 2,40 Têxtil e Calçados 12,5 27,7 40,2 0,23 0,59 0,82 0,55 1,52 2,06 Produtos de madeira - exclusive móveis 16,4 29,1 45,5 0,26 0,58 0,84 0,55 1,47 2,03 Celulose e produtos de papel 10,0 9,9 19,8 0,23 0,52 0,76 0,59 1,57 2,16 Jornais, revistas, discos 5,5 9,3 14,9 0,19 0,65 0,83 0,44 1,40 1,84 Móveis e produtos das indústrias diversas 6,8 12,2 19,0 0,19 0,63 0,81 0,49 1,47 1,97 Petroquímico 7,1 12,8 19,9 0,23 0,44 0,67 0,63 1,61 2,24 Fármaco 7,8 23,3 31,1 0,20 0,60 0,79 0,48 1,43 1,90 MetalSiderúrgico 7,2 16,6 23,8 0,23 0,54 0,77 0,55 1,49 2,03 Maquinário 7,1 9,8 16,9 0,22 0,51 0,73 0,59 1,57 2,16 Veículos e peças 7,9 14,5 22,4 0,23 0,46 0,69 0,71 1,76 2,47 Eletroeletrônico 9,0 23,1 32,1 0,22 0,46 0,68 0,57 1,52 2,09 Serviços 6,9 32,5 39,4 0,17 0,73 0,90 0,32 1,23 1,55 Fonte: preparação própria
Para os produtos da floresta nativa, que incluem a Madeira em tora e lenha, Carvão
vegetal, Borracha, Castanha do Pará, Açaí e Outros produtos, os multiplicadores de
produção total variam de 1,30 a 1,65. Isso indica que uma ampliação da demanda final para
os produtos primários da extrativa vegetal deve levar a um crescimento da produção
nacional nessas proporções da demanda final.
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O maior multiplicador de produção fica para a Castanha do Pará, com valor de
1,65. Ao elevar a demanda final por esse produto em R$ 1 milhão, a produção da atividade
deve exigir novos insumos, o que amplia o valor da produção dos setores fornecedores em
R$ 334 mil. Para atender essa nova demanda, a produção desses setores exigiria a
ocupação de mais ou menos 6 pessoas. Como novas demandas de insumos se sucedem, o
crescimento total da produção da economia será de R$ 1,65 milhões, exigindo uma
ampliação de aproximadamente 123 empregos – 90% destes na própria atividade. A renda
gerada na economia brasileira em função da ampliação da demanda final desse setor é de
R$ 900 mil ou 90% do crescimento da demanda. Deve-se observar que a ampliação da
demanda final aqui considerada é na atividade primária.
Por outro lado, o menor multiplicador de produção, entre os produtos da extrativa
vegetal, é o da Borracha natural, 1,30. Assim, o crescimento de, por exemplo, R$ 1 milhão
na demanda final desse produto deve elevar o valor de produção nacional em R$ 1,3
milhões, sendo R$ 1 milhão da própria atividade e R$ 300 mil nas demais atividades
econômicas interligadas. O destaque para essa atividade é o alto multiplicador de emprego,
que é de 692. A ampliação de R$ 1 milhão na demanda final eleva a produção de diversos
setores exigindo a ocupação de mais 692 pessoas. A própria produção de borracha exige
um grande número de pessoas ocupadas por valor produzido, ou seja, é intensiva em mão-
de-obra. Logo, 99% do emprego gerado é na própria atividade. Já a renda total gerada na
economia brasileira é de 95% da variação no valor da demanda final.
Para as atividades de pesca, os multiplicadores de produção são os menores entre as
atividades extrativas. Isso porque a estrutura de custos utilizada é a mesma. Esse aspecto
deverá ser melhorado no andamento da pesquisa. Um aumento de R$ 1 milhão na demanda
final por pescado direto do produtor gera um valor de produção 1,1 vezes a expansão da
demanda, sendo R$ 1 milhão na própria atividade e R$ 100 mil nas demais atividades.
Possui um baixo multiplicador de produção em função da pequena interdependência com
as demais atividades econômicas. Já no multiplicador de renda e emprego, os números da
pesca extrativa são elevados. Tanto a pesca marinha quanto a continental empregam muita
mão-de-obra por unidade de valor produzido.
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No que se refere ao emprego, fica claro na Tabela 2 que as atividades extrativistas
possuem maiores multiplicadores, comparado com as atividades de exploração da madeira
em tora e lenha da floresta nativa e da floresta plantada. Isso resulta, em geral, da maior
intensidade de mão-de-obra empregada por valor de produção gerado nessas atividades. Já
em crescimento de produção e renda, as diferenças são pequenas.
Para a Madeira em Tora, Lenha e Carvão Vegetal da floresta plantada, o
multiplicador de produção é mais elevado que as demais atividades que exploram a mata
nativa, chegando a 2,39 no carvão vegetal. Isso pode ser explicado pela maior
interdependência dessas atividades com o resto da economia. Comparando a produção de
carvão vegetal de mata nativa e plantada, verifica-se um multiplicador de produção e
emprego bem mais elevado para o carvão da silvicultura. Já em renda, o multiplicador é
menor, indicando que a exploração de carvão vegetal de mata nativa tem maior capacidade
de geração de renda por unidade de demanda final.
Cabe observar que os multiplicadores calculados para as atividades extrativas e de
silvicultura, destacados no texto, são do segmento primário. Logo, a dimensão destes
representa o envolvimento do setor avaliado com as demais atividades produtivas. O
desmembramento das atividades de processamento de produtos da extrativa vegetal será o
próximo passo da pesquisa.
5. CONCLUSÕES
Com o controle crescente do desmatamento da mata nativa no Brasil, especialmente
na Amazônia, novas alternativas para substituir a renda e o emprego perdidos devem
surgir. A exploração florestal de atividades não-madeireiras vem crescendo no país e é uma
importante alternativa para as populações locais.
Como proposto, foram calculados os multiplicadores de produção, emprego e renda
para 29 setores de atividades da economia brasileira de 2005. Entre eles, estão os
multiplicadores das atividades primárias madeireiras (de mata nativa e de mata plantada) e
não-madeireiras, como a exploração da Borracha, Castanha do Pará, Açaí, e outros.
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As atividades da silvicultura (mata plantada) apresentaram os maiores
multiplicadores de produção, demonstrando a dimensão de suas interligações com o resto
da economia. Porém, seus multiplicadores de emprego e renda são menores que os
apresentados nas atividades não-madeireiras. Isso reflete a menor criação de emprego por
unidade de demanda final da silvicultura, comprado com as atividades extrativistas.
Para as atividades de exploração de madeira de mata nativa, os multiplicadores de
produção e emprego são menores que os apresentados nas demais atividades do
extrativismo, mas as mesmas possuem uma elevada capacidade de geração de renda por
unidade de demanda final.
Por fim, as atividades de exploração não madeireiras da floresta nativa se destacam
em sua capacidade de geração de empregos por unidade de demanda final, especialmente a
Castanha do Pará e Açaí. As mesmas são intensivas em mão-de-obra, e possuem elevada
capacidade de criar renda e emprego quando incentivadas. Porém, deve observar que elas
ainda representam uma pequena parcela da renda e emprego das atividades madeireiras no
Brasil. Isso implica que a capacidade de absorção de mão-de-obra e substituição da renda
gerada na exploração madeireira, derivado do desmatamento, é atualmente bastante
limitada. Com o crescimento do mercado nacional e internacional para produtos do
extrativismo não madeireiros, esses limites serão reduzidos.
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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
25
ANEXO
Setores e atividades na MIP do setor florestal brasileiro
Quadro 1 - Agregação das atividades produtivas
Setores Atividades 1 Agricultura 1 Agricultura
2 Madeira em Tora e Lenha da floresta nativa 2 Madeira em Tora e Lenha da floresta nativa
3 Carvão Vegetal da floresta nativa 3 Carvão Vegetal da floresta nativa
4 Borracha (latéx) da floresta nativa 4 Borracha (latéx) da floresta nativa
5 Castanha do Pará da floresta nativa 5 Castanha do Pará da floresta nativa
6 Açaí da floresta nativa 6 Açaí da floresta nativa
7 Outros produtos da exploração florestal 7 Outros produtos da exploração florestal
8 Madeira em Tora e Lenha da floresta plantada 8 Madeira em Tora e Lenha da floresta plantada
9 Carvão vegetal da floresta plantada 9 Carvão vegetal da floresta plantada
10 Outros produtos da silvicultura 10 Outros produtos da silvicultura
11 Pecuária 11 Pecuária
12 Pesca Extrativa Marina 12 Pesca Extrativa Marina
13 Pesca Extrativa Continental 13 Pesca Extrativa Continental
14 Pesca Aqüicultura Marina 14 Pesca Aqüicultura Marina
15 Pesca Aqüicultura Continental 15 Pesca Aqüicultura Continental
16 Mineração
16 Petróleo e gás natural
17 Minério de ferro
18 Outros da indústria extrativa mineral
43 Cimento
44 Outros produtos de minerais não-metálicos
17 Alimentícios
19 Indústria do café
20 Beneficiamento de produtos vegetais
21 Abate de animais
22 Indústria de laticínios
23 Indústria de açúcar
24 Fabricação de óleos vegetais
25 Outros produtos alimentares
26 Produtos do fumo
18 Têxtil e Calçados
27 Têxteis
28 Artigos do vestuário e acessórios
29 Artefatos de couro e calçados
19 Produtos de madeira - exclusive móveis 30 Produtos de madeira - exclusive móveis
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
26
20 Celulose e produtos de papel 31 Celulose e produtos de papel
21 Jornais, revistas, discos 32 Jornais, revistas, discos
22 Móveis e produtos das indústrias diversas 58 Móveis e produtos das indústrias diversas
23 Petroquímico
33 Refino de petróleo e coque
34 Álcool
35 Produtos químicos
36 Fabricação de resina e elastômeros
38 Defensivos agrícolas
40 Tintas, vernizes, esmaltes e lacas
41 Produtos e preparados químicos diversos
42 Artigos de borracha e plástico
24 Fármaco 37 Produtos farmacêuticos
39 Perfumaria, higiene e limpeza
25 MetalSiderúrgico
45 Fabricação de aço e derivados
46 Metalurgia de metais não-ferrosos
47 Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos
26 Maquinário 48 Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos
57 Outros equipamentos de transporte
27 Veículos e peças
54 Automóveis, camionetas e utilitários
55 Caminhões e ônibus
56 Peças e acessórios para veículos automotores
28 Eletroeletrônico
49 Eletrodomésticos
50 Máquinas para escritório e equipamentos de informática
51 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos
52 Material eletrônico e equipamentos de comunicações
53 Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico
29 Serviços
59 Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
60 Construção
61 Comércio
62 Transporte, armazenagem e correio
63 Serviços de informação
64 Intermediação financeira e seguros
65 Serviços imobiliários e aluguel
66 Serviços de manutenção e reparação
67 Serviços de alojamento e alimentação
68 Serviços prestados às empresas
69 Educação mercantil
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
27
70 Saúde mercantil
71 Outros serviços
72 Educação pública
73 Saúde pública
74 Administração pública e seguridade social Fonte: dados da pesquisa