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ENCARREGADO DE MONTAGEM MECÂNICA
DESENHO TÉCNICO
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ENCARREGADO DE MONTAGEM MECÂNICA
DESENHO TÉCNICO
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FISCHER, Andrea & TEIXEIRA, Sandro Silva & SCHUSTER, Clóvis de Almeida Desenho técnico / CEFET-RS. Pelotas, 2007.
74 p.:il.
PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.
Av. Almirante Barroso, 81 – 17º andar – Centro CEP: 20030-003 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
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ÍNDICE Razões e importância do desenho técnico ..............................................................................................8 Classificação do desenho técnico.........................................................................................................10
2.1 Quanto ao aspecto geométrico....................................................................................................10 2.1.1 Desenho projetivo.................................................................................................................10 2.1.2 Desenho não projetivo..........................................................................................................10
2.2 Quanto ao grau de elaboração ....................................................................................................11 2.2.1 Esboço..................................................................................................................................11 2.2.2 Desenho preliminar...............................................................................................................11 2.2.3 Desenho definitivo ................................................................................................................11
2.3 Quanto ao grau de pormenorização com que descreve o objeto representado ..............11 2.3.1 Detalhe .................................................................................................................................11 2.3.2 Desenho de conjunto............................................................................................................11
2.4 Quanto ao material empregado ...................................................................................................11 2.5 Quanto à técnica de execução ....................................................................................................12 2.6 Quanto ao modo de obtenção .....................................................................................................12
2.6.1 Original .................................................................................................................................12 2.6.2 Reprodução ..........................................................................................................................12
Formatos de papel (série – A)................................................................................................................13 3.1 Introdução ....................................................................................................................................13 3.2 Origem .........................................................................................................................................13 3.3 Obtenção dos demais formatos ...................................................................................................13
3.3.1 Dobragem dos formatos .......................................................................................................14 Legendas e sub-legendas industriais.....................................................................................................16
4.1 Legendas Industriais....................................................................................................................16 4.2 Sub-Legendas Industriais ............................................................................................................16
Caligrafia Técnica...................................................................................................................................17 5.1 Introdução ....................................................................................................................................17 5.2 Características .............................................................................................................................17 5.3 Alturas padronizadas ...................................................................................................................17 5.4 Proporção das letras....................................................................................................................17 5.5 Posição da Letra ..........................................................................................................................18
Escalas : numéricas e gráficas...............................................................................................................19 6.1 Introdução ....................................................................................................................................19 6.2 Definição ......................................................................................................................................19
6.2.1 Escala ...................................................................................................................................19 6.2.2 Escalas Numéricas...............................................................................................................19 6.2.3 Escala Natural ......................................................................................................................19 6.2.4 Escala de Redução...............................................................................................................19 6.2.5 Escala de Ampliação ............................................................................................................20 6.2.6 Dimensão Gráfica.................................................................................................................20 6.2.7 Dimensão Real .....................................................................................................................20
Representações no sistema bidimensional............................................................................................22 7.1 Introdução ....................................................................................................................................22
7.1.1 Vistas Ortogonais .................................................................................................................22 7.1.2 Perspectivas .........................................................................................................................22
7.2 Sistema Universal de Projeções S.U.P. - (alemão) .....................................................................22 7.2.1 Definições .............................................................................................................................24 7.2.2 Critérios para escolha da vista frontal ..................................................................................24 7.2.3 Escolha das vistas mais convenientes.................................................................................24 7.2.4 Vistas auxiliares....................................................................................................................25 7.2.5 Cruzamento de linhas...........................................................................................................26 7.2.6 Etapas para o traçado de desenhos a mão-livre..................................................................27
7.3 Sistema Norte Americano de Projeções (S.N.A.) .......................................................................27
5
7.3.1 Linhas de centro e eixos de simetria ....................................................................................28 Perspectivas ...........................................................................................................................................30
8.1 Definição ......................................................................................................................................30 8.2 Classificação................................................................................................................................30 8.3 Objetivos ......................................................................................................................................30 8.4 Perspectiva cavaleira...................................................................................................................30
8.4.1 Introdução.............................................................................................................................30 8.4.2 Características:.....................................................................................................................31
8.5 Perspectiva Isométrica................................................................................................................33 8.5.1 Introdução.............................................................................................................................33 8.5.2 Características......................................................................................................................33 8.5.3 Método de representação de arestas arredondadas ...........................................................35
Cotação ..................................................................................................................................................37 9.1 Introdução ....................................................................................................................................37 9.2 Definições ....................................................................................................................................37
9.2.1 Linhas de chamada ou auxiliar.............................................................................................37 9.2.2 Linha de cota ........................................................................................................................37 9.2.3 Cotas ....................................................................................................................................38
9.3 Regras gerais ..............................................................................................................................38 Cortes .....................................................................................................................................................41
10.1 Definição ....................................................................................................................................41 10.2 Objetivos ....................................................................................................................................41 10.3 Tipos ..........................................................................................................................................41 10.4 Elementos dos cortes ................................................................................................................41
10.4.1 Linha de Corte ....................................................................................................................41 10.4.2 Hachuras ............................................................................................................................42
10.5 Corte total - Longitudinal e Transversal.....................................................................................45 10.6 Meio-corte ..................................................................................................................................46 10.7 Corte em desvio ou dobrado......................................................................................................47 10.8 Corte rebatido ............................................................................................................................48 10.9 Corte parcial...............................................................................................................................49 10.10 Seções .....................................................................................................................................50
10.10.1 Seções traçadas dentro da vista ......................................................................................50 10.10.2 Seções traçadas fora das vistas.......................................................................................51
10.11 Ruptura (encurtamento)...........................................................................................................52 10.12 Omissão de corte.....................................................................................................................52
Tolerâncias .............................................................................................................................................54 11.1 Tolerâncias dimensionais...........................................................................................................54
11.2 Tolerâncias de forma e posição.................................................................................................58 11.2.1 Simbologia ..........................................................................................................................58 11.2.2 Indicações nos desenhos ...................................................................................................59
Indicação de estado de superfície..........................................................................................................63 12.1 Representação de elementos de máquina padronizados .........................................................65
Bibliografia..............................................................................................................................................75
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Lista de figuras Figura 1 – Representação da fórmula matemática .......................................................................................... 13 Figura 2 – Exemplo de obtenção dos formatos de papel................................................................................ 13 Figura 3 – Exemplo da dobragem vertical .................................................................................... 14 Figura 4 – Exemplo da dobragem horizontal ................................................................................ 15 Figura 5 – Exemplo de legenda e sub-legenda industrial contendo as informações mínimas
necessárias .................................................................................................................... 16 Figura 6 – Exemplo de caligrafia técnica ...................................................................................... 18 Figura 7 – Objeto no interior de uma caixa transparente .............................................................. 23 Figura 8 – Rebatimento dos planos de projeção .......................................................................... 23 Figura 9 – Vistas ortogonais .......................................................................................................... 23 Figura 10 – Exemplo de peças com eixo ou com um plano de simetria ....................................... 24 Figura 11 – Vistas ortogonais iguais de objetos diferentes .......................................................... 25 Figura 12 – Comparação entre a representação em vistas convencionais e utilizando vistas
auxiliar ‘a’ ................................................................................................................... 25 Figura 13 – Comparação entre a representação em vistas convencionais e utilizando vistas
auxiliar ‘b’ ................................................................................................................... 26 Figura 14 – Comparação entre a representação em vistas convencionais e utilizando vistas
auxiliar ‘c’ ................................................................................................................... 26 Figura 15 – Exemplo de cruzamentos de linhas ............................................................................. 26 Figura 16 – Objeto no interior de uma caixa transparente ............................................................ 27 Figura 17 – Projeções ortogonais ................................................................................................. 27 Figura 18 – Exemplos de aplicação das linhas de centro ............................................................. 28 Figura 19 – Exemplos de aplicação dos eixos de simetria ........................................................... 29 Figura 20 – Exemplo 1: Peça (vistas ortogonais) ......................................................................... 31 Figura 21 – Exemplo 1: 1° Possibilidade ...................................................................................... 32 Figura 22 – Exemplo 1: 2° Possibilidade ...................................................................................... 32 Figura 23 – Exemplo 1: 3° Possibilidade ...................................................................................... 32 Figura 24 – Exemplo 1: 4° Possibilidade ...................................................................................... 32 Figura 25 – Exemplo 2: Peça vistas ortogonais e em perspectiva cavaleira ................................ 32 Figura 26 – Exemplo 3: Peça vistas ortogonais e em perspectiva cavaleira ................................ 33 Figura 27 – Exemplo 4: Peça vistas ortogonais ............................................................................ 34 Figura 28 – Exemplo 4: 1° Possibilidade ...................................................................................... 34 Figura 29 – Exemplo 4: 2° Possibilidade ...................................................................................... 34 Figura 30 – Exemplo 4: 3° Possibilidade ...................................................................................... 34 Figura 31 – Exemplo 4: 4° Possibilidade ...................................................................................... 34 Figura 32 – Cubo orientador ......................................................................................................... 35 Figura 33 – Exemplo 5: Peça vistas ortogonais ............................................................................ 35 Figura 34 – Exemplo 5: Peça perspectiva .................................................................................... 36 Figura 35 – Exemplo do uso da perspectiva isométrica ............................................................... 36 Figura 36 – Definições .................................................................................................................. 37 Figura 37 – Exemplos de posicionamento de cotas em relação às linhas de cota ........................ 39 Figura 38 – Exemplo de cotação de grandes raios ....................................................................... 39 Figura 39 – Exemplo de cotação utilizando simbologias .............................................................. 39 Figura 40 – Exemplo de cotação de corda, arco e ângulo ........................................................... 40 Figura 41 – Exemplo de cotação elementos repetidos eqüidistantes ........................................... 40 Figura 42 – Exemplo de cotação para localização de furos ......................................................... 40 Figura 43 – Exemplo de cotação de chanfros ............................................................................... 40 Figura 44 – Exemplo de escareados ............................................................................................ 40 Figura 45 – Exemplo de linhas de corte ........................................................................................ 42 Figura 46 – Exemplo de hachuras ................................................................................................ 42 Figura 47 – Exemplo de utilização de hachuras em desenhos de conjunto ................................. 43
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Figura 48 – Exemplo de utilização de hachuras em grandes dimensões ..................................... 43 Figura 49 – Exemplo de hachuras em zonas estreitas................................................................... 43 Figura 50 – Tipos de hachuras ...................................................................................................... 44 Figura 51 – Exemplos de cortes totais............................................................................................ 45 Figura 52 – Exemplo de cortes totais (vistas ortogonais) ............................................................. 45 Figura 53 – Peça (perspectiva completa) e Peça (meio corte) ..................................................... 46 Figura 54 – Peça corte – AB (vistas ortogonais) ........................................................................... 46 Figura 55 – Peça (perspectiva completa) e Peça (corte em desvio) ............................................ 47 Figura 56 – Peça (vistas ortogonais) ............................................................................................ 47 Figura 57 – Peça (perspectiva completa) e Peça (corte rebatido) ................................................ 48 Figura 58 – Peça (vistas ortogonais) ............................................................................................ 48 Figura 59 – Peça (perspectiva completa) e Peça (corte parcial) .................................................. 49 Figura 60 – Peça (vistas ortogonais) ............................................................................................ 49 Figura 61 – Exemplo de seções .................................................................................................... 50 Figura 62 – Exemplo de seção sextavada .................................................................................... 50 Figura 63 – Exemplos de seções traçadas fora das vistas ........................................................... 51 Figura 64 – Exemplos de seções traçadas fora das vistas ........................................................... 51 Figura 65 – Exemplo de ruptura .................................................................................................... 52 Figura 66 – Exemplo de omissão de corte ..................................................................................... 52 Figura 67 – Qualidades de trabalho ............................................................................................... 53 Figura 68 – Exemplo de indicações de tolerâncias dimensionais em desenhos técnicos ............. 54 Figura 69 – Reprodução parcial da tabela ABNT/ISO NBR 6158 ................................................ 55 Figura 70 – Reprodução parcial da tabela ABNT/ISO NBR 6158 ................................................ 56 Figura 71 – Principais símbolos .................................................................................................... 57 Figura 72 – Exemplo de indicações nos desenhos ....................................................................... 58 Figura 73 – Exemplo da utilização do quadro de tolerância ......................................................... 58 Figura 74 – Exemplo da utilização do quadro de tolerância ......................................................... 59 Figura 75 – Exemplo de quadro de tolerância não ligado ao elemento de referência .................. 60 Figura 76 – Exemplo de quadro de tolerância em dois elementos associados ............................. 60 Figura 77 – Exemplo de quadro de tolerância em elementos anexados ....................................... 60 Figura 78 – Exemplo de máximo material ...................................................................................... 61 Figura 79 – Indicações do estado de superfície ............................................................................ 62 Figura 80 – Exemplo da utilização dos símbolos ........................................................................... 62 Figura 81 – Exemplo da utilização dos símbolos antes e depois do tratamento ........................... 63 Figura 82 – Tabela de símbolos para direção das estrias ............................................................. 63 Figura 83 – Exemplos de representações: Anéis elásticos ............................................................ 64 Figura 84 – Exemplos de representações: Cavilhas....................................................................... 65 Figura 85 – Exemplos de representações: Chavetas ..................................................................... 65 Figura 86 – Exemplos de representações: Cupilha ........................................................................ 65 Figura 87 – Exemplos de representações: Pinos ........................................................................... 65 Figura 88 – Exemplos de representações: Rebites ........................................................................ 65 Figura 89 – Exemplos de representações: Parafusos .................................................................... 66 Figura 90 – Exemplos de representações: Porcas ......................................................................... 67 Figura 91 – Exemplos de representações: Uniões parafusadas .................................................... 67 Figura 92 – Exemplos de representações: Arruelas ....................................................................... 68 Figura 93 – Exemplos de representações: Rolamentos ................................................................. 69 Figura 94 – Exemplos de representações: Rolamentos ................................................................. 70 Figura 95 – Exemplos de representações: Molas........................................................................... 71 Figura 96 – Exemplos de representações: Cames......................................................................... 72 Figura 97 – Exemplos de representações: Acoplamentos ............................................................. 72 Figura 98 – Exemplos de representações: Engrenagens............................................................... 73
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Razões e importância do desenho técnico A necessidade que o homem teve, desde sempre, de se comunicar com o seu semelhante
levou-o inicialmente a procurar uma linguagem falada e mais tarde a recorrer à expressão escrita. As
primeiras tentativas de expressão escrita se deram através de desenhos, que foram sendo
simplificados até chegarem as antigas escritas ideográficas, como a escrita egípcia e a chinesa. Estas
deram origem ao alfabeto, que por basear-se em um número relativamente pequeno de sinais, é mais
simples e de fácil aprendizagem, tendo hoje utilização generalizada.
O desenho também pode ser considerado como uma linguagem e, muitas vezes ele
consegue uma maior eficácia de expressão do que a fala ou a escrita.
Podem-se distinguir dois tipos de desenho: o desenho artístico e o desenho técnico. O
desenho artístico possibilita ampla liberdade de interpretação e execução o que permite a quem o
observa impressões e emoções bem diferentes daquela que o desenhista tentou transmitir.
Já no desenho técnico esta diversidade de representação e interpretação não é permitida,
devendo o mesmo objeto ser representado de forma completa e precisa, não possibilitando nenhum
tipo de dupla interpretação pelos seus usuários. No seu contexto mais geral, o Desenho Técnico
engloba um conjunto de metodologias e procedimentos necessários ao desenvolvimento e
comunicação de projetos, conceitos e idéias e, no seu contexto mais restrito, refere-se à
especificação técnica de produtos e sistemas.
Não é de estranhar que com o desenvolvimento das tecnologias e dos sistemas de
informação a que se assistiu nas últimas décadas os processos e métodos de representação gráfica,
utilizados pelo Desenho Técnico no contexto industrial, tenham também visto uma profunda mudança.
Passou-se rapidamente do processo totalmente manual para processos assistidos por computador.
Nestas circunstâncias, na organização do ensino e na elaboração de textos de apoio na área
de Desenho Técnico põem-se particulares desafios na forma de conciliar, por um lado, o
desenvolvimento de capacidades de expressão e representação gráfica e a sua utilização em
atividades criativas e, por outro lado, a aquisição de conhecimentos de natureza tecnológica na área
do Desenho Técnico.
Em um primeiro momento procura-se o desenvolvimento do pensamento criativo e de
capacidades de visualização espacial, de transmitir idéias, formas e conceitos através de gráficos
muitas vezes executados à mão livre. Esta capacidade constitui uma qualificação de reconhecida
importância no exercício da atividade profissional do técnico.
No segundo caso trata-se do uso das técnicas emergentes de representação geométrica
associadas aos temas mais clássicos da descrição técnica de produtos e sistemas e suportadas num
corpo estabilizado de normalização técnica internacionalmente aceita, possibilitando a comunicação e
trocas tecnológicas por aqueles que dominam esta linguagem gráfica.
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Esta uniformidade é conseguida através de um conjunto de regras que determinam a forma
de execução dos desenhos. No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é
responsável pela elaboração de Normas Técnicas em diversas áreas, inclusive na área de desenho
técnico. As Normas de desenho da ABNT são baseadas nas Normas ISO (International Organization
for Standartization) que atua como um organismo integrador para a normalização internacional em
diversos campos do conhecimento.
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Classificação do desenho técnico Os desenhos técnicos se classificam segundo os seguintes critérios:
2.1 Quanto ao aspecto geométrico
2.1.1 Desenho projetivo Desenho resultante de projeções do objeto sobre um ou mais planos que fazem coincidir com
o próprio desenho. Compreendendo:
a) vistas ortogonais - figuras resultantes de projeções cilíndricas ortogonais do objeto sobre
planos convenientemente escolhidos, de modo a representar, com exatidão a forma do mesmo com
seus detalhes;
b) perspectivas - figuras resultantes de projeção cilíndrica ou cônica sobre um único plano,
com a finalidade de permitir uma percepção mais fácil da forma do objeto.
2.1.2 Desenho não projetivo Desenho não subordinado a correspondência, por meio de projeção, entre as figuras que o
constituem e o que é por ele representado. Compreende larga variedade de representações gráficas,
tais como:
a) diagramas;
b) esquemas;
c) ábacos;
d) nomogramas;
e) fluxogramas;
f) organogramas;
g) gráficos.
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2.2 Quanto ao grau de elaboração
2.2.1 Esboço Representação gráfica expedita. Aplicada habitualmente aos estágios iniciais da elaboração
de um projeto podendo, entretanto, servir ainda à representação de elementos existentes ou à
execução de obra.
2.2.2 Desenho preliminar Representação gráfica empregada nos estágios intermediários da elaboração do projeto
sujeita ainda a alterações. Corresponde ao anteprojeto.
2.2.3 Desenho definitivo Desenho integrante da solução final do projeto, contendo os elementos necessários à sua
compreensão, de modo a poder servir à execução. Também chamado desenho para execução.
2.3 Quanto ao grau de pormenorização com que descreve o objeto representado
2.3.1 Detalhe Desenho de componente isolado ou de parte de um todo complexo.
2.3.2 Desenho de conjunto Desenho mostrando vários componentes reunidos e que se associam para formar um todo.
2.4 Quanto ao material empregado Na execução dos desenhos podem ser empregados lápis (grafite) e tinta.
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2.5 Quanto à técnica de execução Quanto à técnica de execução, os desenhos podem ser:
a) à mão livre;
b) com instrumentos;
c) à máquina.
2.6 Quanto ao modo de obtenção
2.6.1 Original Desenho matriz que serve à obtenção de novos exemplares.
2.6.2 Reprodução Desenho obtido, a partir do original, por qualquer processo. Compreendendo:
a) cópia - reprodução na mesma grandeza do original;
b) ampliação - reprodução proporcional, porém maior que o original;
c) redução - reprodução proporcional, porém menor que o original.
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Formatos de papel (série – A)
3.1 Introdução
O formato básico de papel, designado por A0 ( A zero ), é o retângulo harmônico de lados
medindo 841 mm por 1189 mm, tendo a área de 1m2. Do formato padrão são derivados os demais
formatos.
3.2 Origem
Fórmula matemática
y = x . 2
A0 = 1 m2 = 1.000.000 mm
2
x . y = 1.000.000 mm2
x . x . 2 = 1.000.000 mm2
x = 841 mm
3.3 Obtenção dos demais formatos Do formato A0 deriva a série A, pela duplicação ou bipartição sucessiva, feita de acordo com
a seguinte regra: “Cada formato obtém-se pela duplicação ou bipartição do anterior imediato, segundo
uma linha paralela ao menor lado”.
Formatos Dimensões ( mm ) Margens ( mm )4AO 1682 x 2378 20 2A0 1189 x 1682 15 A0 841 x 1189 10 A1 594 x 841 10 A2 420 x 594 7 A3 297 x 420 7 A4 210 x 297 7 A5 148 x 210 5 A6 105 x 148 5
Figura 2 – Exemplo de obtenção dos formatos de papel Tabela 1 – Tabela de dimensões
Observações:
1) Os formatos utilizados para desenho técnico da série A são: A0, A1, A2, A3 e A4.
2) A margem esquerda deve ser de 25 mm (para facilitar o arquivamento).
Figura 1 – Representação da fórmula matemática
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3.3.1 Dobragem dos formatos
Os formatos da Série-A depois de dobrados devem ficar com as mesmas dimensões do
formato A4 (formato padrão para as dobras).
Os formatos podem ser dobrados considerando a posição vertical ou horizontal dependendo
da posição do desenho e da legenda.
Dobragem vertical
Figura 3 – Exemplo da dobragem vertical
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Dobragem Horizontal
Figura 4 – Exemplo da dobragem horizontal
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Legendas e sub-legendas industriais
4.1 Legendas Industriais As legendas industriais têm por objetivo fornecer informações gerais sobre o(s) desenho(s)
desenvolvido(s) no formato. A legenda deve ficar no canto inferior direito dos formatos A3, A2. A1 e
A0 ou ao longo da largura do formato A4.
As legendas industriais variam de acordo com as necessidades internas de cada empresa,
mas deverá conter, obrigatoriamente:
1) Nome da repartição, firma ou empresa (logotipo);
2) Título do desenho;
3) Escala;
4) Número do desenho (prancha);
5) Datas e assinaturas dos responsáveis pela execução, verificação e aprovação.
As legendas têm um comprimento estabelecido em 175 mm para os formatos A0 e A1 e de
178 mm para os formatos A2, A3 e A4.
4.2 Sub-Legendas Industriais
As sub-legendas industriais têm por objetivo fornecer informações técnicas e construtivas de
cada elemento de máquina (peça) que compõe o conjunto mecânico ou eletromecânico.
A sub-legenda fica situada acima da legenda e acompanha seu comprimento.
As sub-legendas contêm normalmente os seguintes itens:
1) Número da peça;
2) Denominação;
3) Quantidade;
4) Material;
5) Dimensões em bruto (no caso de peças usinadas).
Figura 5 - Exemplo de legenda e sub-legenda industrial contendo as informações mínimas necessárias.
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Caligrafia Técnica
5.1 Introdução A representação de um objeto através de processos gráficos é uma importante forma de
expressão, mas para uma completa definição do objeto são necessárias algumas indicações escritas.
Pode-se através da escrita preencher os dados da legenda e sub-legenda, colocar cotas (dimensões),
indicar formas e acabamentos superficiais de certos elementos e fazer anotações especiais.
5.2 Características A caligrafia técnica deve atender as seguintes condições:
• rapidez de execução;
• facilidade de leitura;
• boa apresentação;
• normalização.
A normalização estabelece critérios de uniformidade nas dimensões, proporções, inclinação e
disposição das letras e algarismos, tendo em vista a melhoria do aspecto do desenho, a sua
simplificação e padronização.
5.3 Alturas padronizadas As alturas nominais, em milímetros, previstas na NBR 8402, são:
2,5 - 3,5 - 5,0 - 7,0 - 10,0 - 14,0 - 20,0.
5.4 Proporção das letras Tomando por base as alturas nominais:
• Alturas das maiúsculas, algarismos e minúsculas com haste: 7/7h = h
• Altura do corpo das minúsculas: 5/7h
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5.5 POSIÇÃO DA LETRA
As letras podem ser retas (a 90o com as pautas) ou inclinadas (a 75
o à direita com as pautas).
As letras inclinadas são mais adequadas para escrita a mão-livre, devido a sua melhor
apresentação e facilidade de execução.
Figura 6 – Exemplo de caligrafia técnica
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Escalas: numéricas e gráficas
6.1 Introdução Antes da definição de Escala, sob o ponto de vista técnico e prático é importante entender
que Escala, em Desenho Técnico, é em primeiro lugar um recurso gráfico que possibilita a
representação gráfica (desenho) de qualquer objeto, independente de suas dimensões.
6.2 Definição
6.2.1 Escala É a relação constante entre as dimensões do objeto e as dimensões utilizadas na sua
representação gráfica (desenho).
6.2.2 ESCALAS NUMÉRICAS As escalas numéricas são sempre representadas sob a forma de fração ordinária e assumem
o seguinte aspecto: 1:1, 1:2, 2:1, 1:50, 50:1, etc.
As escalas numéricas são divididas em três séries: Escala natural, Escala de redução e
Escala de ampliação.
6.2.3 Escala Natural
É aquela cuja representação gráfica (desenho) é executada com as mesmas dimensões do
objeto; é expressa da seguinte forma, 1:1(Escala: 1/1).
6.2.4 Escala de Redução
Esta escala é utilizada para representar graficamente desenhos de grandes objetos, de
prédios, de máquinas operatrizes, de elementos de máquinas, entre outros, os quais pelas suas
dimensões, não poderiam ser transportadas diretamente para as folhas de formato de papel. Por isso,
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através da escala de redução, se consegue elaborar tais representações sem modificação da sua
geometria.
Na escala de redução, o numerador representa a unidade, ou seja, o objeto, enquanto o
denominador representa o número de vezes que as dimensões do objeto foram reduzidas.
A escala de redução fica com o seguinte aspecto: 1:2, 1:5, 1:10, 1:100, 1:1000, etc.
6.2.5 Escala de Ampliação A escala de ampliação tem seu campo de emprego em elementos de máquinas (peças),
equipamentos e objetos de dimensões reduzidas, os quais para serem representados graficamente
(desenhados), necessitam forçosamente de ampliação, visando a uma melhor interpretação e
facilidade de execução.
Na escala de ampliação o numerador representa o número de vezes que as dimensões do
objeto foram aumentadas, enquanto o denominador corresponde ao seu tamanho natural.
A escala de ampliação fica com o seguinte aspecto: 2:1, 5:1, 10:1, 100:1, 1000:1, etc.
6.2.6 Dimensão Gráfica É denominada de dimensão gráfica (DG), a dimensão que é usada para executar as
representações gráficas (os desenhos).
6.2.7 Dimensão Real
Entende-se por dimensão real (DR), a verdadeira grandeza (módulo) do objeto que será
representado graficamente (desenhado).
N - Numerador da escala.
D - Denominador da escala.
Expressão Geral
DN
DRDG
=
21
Observações:
• Ao se cotar (colocar as dimensões) em uma representação gráfica (desenho), mesmo
que esta seja feita em qualquer escala, as dimensões reais (DR) é que vão ser registradas nas linhas
de cota.
• As escalas recomendadas pela ABNT têm módulos de 1, 2, 5 podendo ser ampliadas ou
reduzidas à razão de 10.
22
Representações no sistema bidimensional
7.1 INTRODUÇÃO Para esclarecer todos os aspectos referentes a forma e dimensões de peças, de máquinas e
estruturas, é utilizado um método de representação chamado de projetivo. Nesta forma de expressão
gráfica são usadas duas maneiras fundamentais de representação da forma:
7.1.1 Vistas Ortogonais Consiste em um conjunto de vistas separadas de um objeto, tomadas de diferentes posições,
geralmente em ângulo reto entre si e dispostas em relação umas com as outras, de um modo
definido. Cada vista mostra a forma do objeto de uma direção particular e o conjunto das vistas
descreve o objeto na sua totalidade.
7.1.2 Perspectivas Onde o objeto é representado no sentido de profundidade e projetado em um único plano.
Nas perspectivas são representações tridimensionais, ou seja, são representados em um único
desenho as três dimensões do objeto (comprimento, largura e altura).
Para descrever a forma exata de qualquer objeto, as vistas ortogonais são empregadas na
maioria dos trabalhos de engenharia.
7.2 Sistema universal de projeção S.U.P. - (alemão) O S.U.P. é o Sistema adotado na Europa e na maioria dos países ligados à Organização do
Sistema Internacional, inclusive no Brasil. Para fins de entendimento e comparação o S.U.P. tem as
seguintes características:
• se desenvolve no 1° diedro;
• os semi-planos de projeção são opacos;
• a ordem de observação é observador / objeto / semi-plano.
Nota: diedro é o espaço compreendido entre o semi-plano de projeção horizontal e o semi-
plano de projeção vertical.
23
Figura 7 – Objeto no interior de uma caixa transparente
Figura 8 – Rebatimento dos planos de projeção
Figura 9 – Vistas ortogonais : VF- Vista Frontal; VP- Vista Posterior ; VLE- Vista Lateral Esquerda; VLD- Vista Lateral Direita; VS- Vista Superior; VI- Vista Inferior
24
7.2.1 Definições Arestas Visíveis: definem a forma e o número de faces das arestas visualizadas diretamente
pelo observador. São representadas por linha contínua de espessura média.
Arestas Não-Visíveis: definem a forma e o número de faces das arestas não visualizadas
diretamente pelo observador. São representadas através de linha tracejada de espessura média.
Linhas de Centro: são utilizadas para representar o posicionamento e profundidade de
elementos circulares. A representação é feita por linha traço-ponto de espessura fina.
Distância entre Vistas: é a distância entre duas vistas adjacentes, deve ter no mínimo 15 mm
para facilitar a leitura do desenho.
7.2.2 Critérios para escolha da vista frontal 1° A face que representa melhor a forma da peça;
2° A posição de uso, montagem ou a de maior estabilidade da peça;
3° A face que apresenta o maior comprimento.
7.2.3 Escolha das vistas mais convenientes A representação de apenas três vistas é suficiente em grande número de casos. No entanto,
na definição de objetos ou conjuntos relativamente complexos é muitas vezes necessário mais do que
três vistas e até ao máximo de seis.
Alguns objetos podem ser definidos apenas por duas vistas. É o caso, por exemplo, de peças
com eixo ou com um plano de simetria, como as que estão representadas abaixo.
Figura 10 – Exemplo de peças com eixo ou com um plano de simetria
25
Com uma só vista nenhum objeto pode ser completamente definido, a menos que se recorra a
certos sinais que dão informações complementares sobre a forma da peça. Nos objetos abaixo são
representados exemplos de vistas ortogonais iguais (vistas frontais e vistas superiores) que se
referem a objetos diferentes, alguns destes poderiam ser representados em uma única vista se fosse
utilizada a simbologia adequada na cotação (símbolo de diâmetro e de quadrado).
Figura 11 – Vistas ortogonais iguais de objetos diferentes
7.2.4 Vistas auxiliares As vistas auxiliares são utilizadas quando se pretende representar em verdadeira grandeza
certas faces do objeto que não sejam paralelas aos planos de projeção correntemente utilizados. Para
estes objetos a representação em vistas convencionais dificulta a interpretação dos elementos
inclinados.
As vistas auxiliares se apresentam de três maneiras:
a) representando uma parte do objeto, onde será indicada uma linha de ruptura na
extremidade;
b) representando a face do objeto, neste caso a direção de observação deve ser indicada
assim como a vista auxiliar a qual ela se refere;
c) representando uma vista convencional da peça e, por meio de traços bem mais finos,
completar o desenho com os elementos que não ficaram esclarecidos na vista apresentada.
Figura 12 - Comparação entre a representação em vistas ortogonais convencionais e utilizando vista auxiliar ‘a’
26
Figura 13 - Comparação entre a representação em vistas ortogonais convencionais e utilizando vista auxiliar ‘b’
Figura 14 - Comparação entre a representação em vistas ortogonais convencionais e utilizando vista auxiliar ‘c’
7.2.5 Cruzamento de linhas
Para evitar ao máximo problemas de interpretação dos desenhos são estabelecidas regras
para o cruzamento de linhas em desenho técnico.
Figura 15 – Exemplo de cruzamentos de linhas
27
7.2.6 Etapas para o traçado de desenhos a mão-livre
1° Esboçar ligeiramente as dimensões totais das vistas;
2° Estabelecer as linhas de centro;
3° Iniciar os desenhos dos detalhes, traçando primeiramente os arcos;
4° Representar os detalhes de maior destaque;
5° Concluir o desenho.
7.3 Sistema Norte Americano de Projeções (S.N.A.) O S.N.A. é o Sistema adotado nos Estados Unidos e em alguns países anglo-saxões. O
Sistema Norte Americano de Projeções tem as seguintes características:
• se desenvolve no 3o diedro;
• os semi-planos de projeção são transparentes;
• a ordem de observação é observador / semi-plano / objeto.
Figura 16 – Objeto no interior de uma caixa transparente.
Figura 17 – Projeções ortogonais: VF- Vista Frontal; VP- Vista Posterior; VLD- Vista lateral Direita;
VLE- Vista Lateral Esquerda; VS- Vista Superior; VI- Vista Inferior
28
7.3.1 Linhas de centro e eixos de simetria Linhas de Centro da Face: indicam a posição do centro das arestas circulares e são
necessárias a fim de que se possa cotá-la (colocar a medida). São utilizadas em peças que
apresentem arestas circulares em geral que se caracterizem por, no mínimo, ¼ de circunferência.
Linhas de Centro de Profundidade: indicam a profundidade de elementos vazados circulares
(furos).
Eixos de Simetria: indicam que a vista é simétrica, ou seja, que apresenta os mesmos
detalhes na mesma posição em relação ao centro. São utilizados em vistas simétricas em geral,
notadamente em peças cilíndricas como, por exemplo, parafusos, eixos, fusos, rebites, etc. O
objetivo principal da representação do eixo simetria em vistas ortogonais é o de simplificar a cotação
da peça.
Observações:
• as linhas de centro são utilizadas tanto em vistas ortogonais como em perspectiva.
• traçado: linha traço-ponto, fina, forte e homogênea.
Figura 18 – Exemplos de aplicação das linhas de centro
29
Figura 19 – Exemplos de aplicação dos eixos de simetria
30
Perspectivas
8.1 Definição Representação gráfica no sistema tridimensional, ou seja, em um único desenho são
representadas as três dimensões da peça (comprimento, largura e altura).
8.2 Classificação Conforme a posição da projeção do objeto no plano, as perspectivas classificam-se em:
• perspectiva cavaleira;
• perspectiva isométrica.
8.3 Objetivos Os desenhos em perspectiva são utilizados para facilitar a interpretação da forma do objeto,
pois sua representação assemelha-se muito com a visão humana.
Além da representação de peças isoladas, as perspectivas são amplamente utilizadas em
desenhos de montagem ou explosão de máquinas e equipamentos com o objetivo de auxiliar na
compreensão de seu funcionamento e facilitar os trabalhos de montagem e manutenção.
8.4 Perspectiva cavaleira
8.4.1 Introdução Na perspectiva cavaleira o objeto é posicionado com uma das faces paralela ao plano de
projeção, sendo as outras duas faces oblíquas a este plano, segundo determinado ângulo. A
perspectiva cavaleira é utilizada na representação de peças individuais, normalmente na forma de
esboço a mão-livre devido à facilidade e relativa rapidez de execução; por outro lado, não são
utilizadas em desenhos de montagem devido a sua distorção visual acentuada.
31
8.4.2 Características: Ângulos utilizados: 30
o, 45
o, 60
o
Posição do observador:
• vista de cima
• vista de baixo
Direção da inclinação:
• à direita
• à esquerda
Reduções de profundidade:
• ângulo de 30o menos 1/3. prof.
• ângulo de 45o menos 1/2. prof.
• ângulo de 60o menos 2/3. prof.
Exemplo 01 - Quando a Vista Frontal estiver em Verdadeira Grandeza
Figura 20 – Exemplo 1: Peça (Vistas ortogonais)
32
Figura 21 – 1° possibilidade : vista de cima;
a direita; ângulo 30°
Figura 22 – 2° possibilidade : vista de cima;
a esquerda; ângulo 45°
Figura 23 – 3° possibilidade : vista de baixo;
a direita; ângulo 60°
Figura 24 – 4° possibilidade : vista de baixo;
a esquerda; ângulo 30°
Exemplo 02 - Quando a Vista Frontal estiver fora de Verdadeira Grandeza.
Figura 25 – Exemplo 2: Peça vistas ortogonais e em perspectiva cavaleira
33
Exemplo 03 - quando a peça apresentar arestas arredondadas.
Figura 26 – Exemplo 3: Peça vistas ortogonais e em perspectiva cavaleira
8.5 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
8.5.1 Introdução A perspectiva isométrica é aplicada tanto para representar a forma de peças individuais, como
para representação de desenhos de montagem em virtude da pequena distorção visual que
apresenta. Para a execução da perspectiva isométrica todas as faces estão inclinadas igualmente em
relação ao plano de projeção, definindo ângulos iguais de representação.
8.5.2 Características
Eixos Isométricos
Posição do Observador:
• vista de cima
• vista de baixo
Posição da Vista Frontal
• a direita
• a esquerda
34
Exemplo 04 - Quando a peça não apresentar arestas arredondadas.
Figura 27 – Exemplo 4: Peça vistas ortogonais
Figura 28 – 1o possibilidade: vista de cima,
vista frontal à direita
Figura 29 – 2a possibilidade: vista de cima,
vista frontal à esquerda
Figura 30 – 3° possibilidade: vista de baixo,
vista frontal à direita
Figura 31 – 4° possibilidade: vista de baixo,
vista frontal à esquerda
Observação: embora existam quatro possibilidades de representação, a partir da posição da
vista frontal e da direção de observação, em peças isoladas, deve-se escolher a representação que
facilite o entendimento da peça (neste caso específico a 1a possibilidade).
35
8.5.3 Método de representação de arestas arredondadas
Figura 32 - Cubo Orientador
Exemplo 05 - Quando a peça apresentar arestas arredondadas.
Figura 33 – Exemplo 5: Peça vistas ortogonais
36
Figura 34 – Exemplo 5: Peça perspectiva
Uma das aplicações da perspectiva isométrica é a representação de desenhos de montagem
ou explosão conforme exemplo abaixo.
Figura 35 – Exemplo do uso da perspectiva isométrica
37
Cotação
9.1 Introdução
As cotas de um elemento de máquina (peça), em sua representação gráfica (desenho), têm
uma importância fundamental, pois são elas que darão noção de proporção e permitirão a exata
construção mecânica. Os desenhos devem conter todas as cotas necessárias, de maneira a permitir
sua completa construção, sem que para isso seja necessário recorrer ao dimensionamento no
desenho, o que não seria técnico, cômodo e adequado.
9.2 Definições
Figura 36 – Definições
9.2.1 Linhas de chamada ou auxiliar
São aquelas que definem os pontos inicial e final da linha de cota. Traço fino e contínuo,
perpendicular à linha de cota ultrapassando-a, aproximadamente 2 mm. As linhas de chamada ou
extensão não tangenciam o desenho, ficando afastadas, aproximadamente 1 mm.
9.2.2 Linha de cota É aquela que serve de suporte para a cota. A dimensão desta linha obedece a escala
utilizada. Traço fino e contínuo, perpendicular às linhas de chamada ou extensão.
38
9.2.3 Cotas São as dimensões propriamente ditas, valor numérico, expressas em milímetros (mm), no
desenho mecânico e eletromecânico. As cotas indicadas em um desenho correspondem, sempre, às
medidas reais (MR). Os algarismos devem obedecer às normas da caligrafia técnica.
9.3 Regras gerais 01) O número de projeções ortogonais (vistas) é definido pelo número de cotas, necessárias à
construção mecânica.
02) É obrigatória à colocação das cotas totais (comprimento, largura e altura).
03) As cotas intermediárias devem ser colocadas de forma que se omita, apenas, uma delas.
04) As cotas intermediárias têm que anteceder as cotas totais, pois não pode acontecer o
cruzamento de linhas de chamada ou extensão com linha de cota.
05) É fundamental que se cotem as coordenadas do centro, dos detalhes internos do
elemento de máquina (peça), ou as coordenadas de suas laterais.
06) O número de cotas, necessárias à execução de um elemento de máquina (peça), deve
ser dividido pelo número de projeções (vistas), deixando-as, sempre que possível, com a mesma
quantidade.
07) Deve-se evitar, ao máximo, linhas de chamada, linha da cota e cota, entre projeções
(vistas) e abaixo das que forem representadas em corte.
08) Deve-se evitar, sempre que possível, as cotas encadeadas.
09) As linhas de chamada ou extensão devem ficar afastadas do elemento de máquina
(peça), aproximadamente 1 mm e manter o mesmo alinhamento entre si.
10) As linhas de cota, devem ficar afastadas entre si e do elemento de máquina (peça),
precisamente 7 mm.
11) As linhas de chamada ou extensão, devem ultrapassar a linha de cota, aproximadamente
2 mm.
12) Nas extremidades da linha de cota, deve-se colocar (no desenho mecânico e
eletromecânico) setas, sendo seu comprimento e ângulo, aproximadamente 3 mm e 15o,
respectivamente.
13) Deve-se evitar a colocação de linhas de chamada ou extensão, linha de cota e cota
sobre as projeções ortogonais (vistas).
14) A cota deve ser colocada centralizada, sempre que possível, na linha de cota e não pode
tangenciar a mesma, ficando levemente afastada.
15) Quando a linha de cota estiver na posição horizontal, a cota deve ser colocada na parte
superior e na vertical, a cota à esquerda.
39
16) A linha de centro ou eixo de simetria, pode ser utilizada como linha de chamada ou
extensão, no entanto, permanecerá com sua forma (linha traço-ponto).
17) As cotas que representarem arcos iguais ou superiores a ½ circunferência, deve vir logo
após o símbolo de diâmetro (∅).
18) As cotas que representarem arcos inferiores a ½ circunferência, deve vir logo após o
símbolo de raio (R).
19) As seções quadrangulares, são indicadas por simbologia adequada que antecede a cota.
20) Diagonais cruzadas indicam superfícies planas.
Figura 37 - Exemplos de posicionamento de cotas em relação às linhas de cota
Figura 38 - Exemplo de cotação de grandes raios
Figura 39 - Exemplo de cotação utilizando simbologias
40
Figura 40 - Exemplo de cotação de corda, arco e ângulo.
Figura 41 - Exemplo de cotação elementos repetidos eqüidistantes
Figura 42 - Exemplo de cotação para localização de furos
Figura 43 - Exemplo de cotação de chanfros
Figura 44 - Exemplo de cotação escareados
41
Cortes
10.1 Definição
Interseção de um plano secante imaginário com a peça, dividindo-a em duas ou mais partes,
onde se representa a parte cortada e todas as arestas visíveis além do plano secante.
10.2 Objetivos
Os cortes servem para mostrar claramente os detalhes internos de elementos de máquina e
conjuntos, facilitando sua execução e interpretação, além de indicar, através das hachuras, o material
que a peça é fabricada.
10.3 Tipos De acordo com a forma e a posição do plano secante imaginário os cortes podem ser
divididos em:
• Corte Total: Longitudinal e Transversal;
• Meio-Corte;
• Corte em Desvio ou Dobrado;
• Corte Rebatido;
• Corte Parcial.
10.4 Elementos dos cortes
10.4.1 Linha de Corte Indica a forma e a posição do plano secante imaginário em relação aos elementos da peça. A
linha de corte é representada nas vistas ortogonais que apresentam a face dos elementos que serão
cortados.
42
As linhas de corte devem ser traçadas com linha traço-ponto, fina, forte e homogênea, porém
grossa nas extremidades e mudanças de direção. O plano secante deve ser identificado por letras
maiúsculas ao lado de setas que indicam o sentido de observação da parte a ser cortada.
Figura 45 – Exemplo de linhas de corte
10.4.2 Hachuras
São convenções estabelecidas por norma técnica específica para indicar o material de que a
peça é fabricada. As hachuras evidenciam as áreas cortadas. Para sua representação são utilizados
traços e linhas finas, inclinadas a 45o com os contornos principais da peça ou seus eixos de simetria.
Figura 46 – Exemplo de Hachuras
43
Nos desenhos de conjunto, as peças adjacentes devem ser hachuradas em direção ou espaçamentos
diferentes.
Figura 47 – Exemplo de utilização de hachuras em desenhos de conjunto
Em grandes dimensões, as hachuras podem ser representadas somente no contorno da vista.
Figura 48 – Exemplo de utilização de hachuras em grandes dimensões
Quando a zona cortada for muito estreita, a execução das hachuras é difícil, neste caso, é
preferível enegrecer a superfície cortada. No caso de haver superfícies adjacentes, deixam-se
pequenos espaços em branco entre elas.
44
Figura 49 – Exemplo de hachura em zonas estreitas
Figura 50 – Tipos de Hachuras
45
10.5 Corte total - Longitudinal e Transversal
O Corte Total é aplicado em peças que tenham seus elementos internos alinhados. O Corte
Total será longitudinal quando aplicado no sentido do comprimento da peça; e transversal, quando
aplicado no sentido da largura da peça.
Figura 51 – Exemplos de cortes totais
Figura 52 – Exemplos de cortes totais (vistas ortogonais)
46
10.6 Meio-corte
Meio-Corte é aplicado em alguns objetos simétricos, sendo que a vista cortada será
representada metade em vista externa e metade em vista interna. As duas metades serão divididas
por um eixo de simetria (linha traço-ponto). Quando o eixo de simetria for vertical, a metade cortada é
representada a direita; quando o eixo de simetria for horizontal, a metade cortada ficará representada
na parte inferior.
Figura 53 – Peça (Perspectiva Completa) e Peça (meio –corte)
Figura 54 – Peça corte –AB (vistas ortogonais)
47
10.7 Corte em desvio ou dobrado O Corte em Desvio ou Dobrado é aplicado em objetos que tenham seus elementos internos
desalinhados. Neste caso, a linha de corte muda de direção (sempre em ângulo reto) para permitir o
corte do maior número de elementos internos possíveis. Os planos de corte são paralelos entre si,
podendo ser aplicados no sentido longitudinal ou transversal do objeto.
Figura 55 – Peça (Perspectiva completa) e Peça (corte em desvio)
Figura 56 – Peça (vistas ortogonais)
48
10.8 Corte rebatido O Corte Rebatido é aplicado em peças que apresentam seus elementos internos oblíquos em
relação aos eixos principais da peça. Neste caso, faz-se o rebatimento do elemento oblíquo para o
eixo principal deixando-o em verdadeira grandeza. O rebatimento é executado a partir do desvio.
Figura 57 – Peça (Perspectiva completa) e Peça (corte rebatido)
Figura 58 – Peça (vistas ortogonais)
49
10.9 Corte parcial O Corte Parcial é indicado para peças que tenham pequenos detalhes internos ou de difícil
representação com outro tipo de corte. O corte parcial é caracterizado por uma linha de ruptura (linha
irregular fina) que limita a área cortada.
No Corte Parcial não se representa a linha de corte.
Figura 59 – Peça (perspectiva completa) e Peça (corte parcial)
Figura 60 – Peça (vistas ortogonais)
50
10.10 Seções 10.10.1 Seções traçadas dentro da vista
São executadas diretamente dentro da vista, com linha fina e visível, permitindo um recurso
prático e satisfatório de se representar o perfil de certas partes de uma mesma peça, tais como:
nervuras, braços de volante, perfilados, etc.
Evitam-se, assim, vistas que nem sempre identificam com clareza a forma da peça.
O eixo da seção é sempre perpendicular ao eixo principal da peça ou da parte secionada.
Figura 61 – Exemplo de seções
Quando as linhas de contorno da peça interferem na clareza da seção, a vista pode ser
interrompida, por linhas de ruptura, deixando espaço suficiente para a representação da seção, que
neste caso será desenhada com linha contínua média.
51
Figura 62 – Exemplo seção sextavada
10.10.2 Seções traçadas fora das vistas
Tem a mesma finalidade da seção anterior, entretanto, em lugar de serem desenhadas dentro
da vista, são desenhadas fora da vista, com linha contínua média e em posição que facilite a
colocação das cotas. A direção do seccionamento pode ser indicada por linha traço-ponto,
interligando a vista ortogonal com a referida seção. Também poderá ser representada com linha de
corte na posição do seccionamento e a seção deve ser indicada ao lado da vista com a respectiva
identificação.
Figura 63 – Exemplos de seções traçadas fora das vistas
Figura 64 - Exemplos de seções traçadas fora das vistas
52
10.11 Ruptura (encurtamento)
É utilizado quando se pretende representar um objeto longo, com características uniformes
em todo o seu comprimento ou em algumas partes. Este recurso caracteriza-se por representar as
extremidades de cada parte com características uniformes, retirando a parte intermediária,
possibilitando a utilização de uma escala mais apropriada no desenho.
Figura 65 – Exemplo de ruptura
10.12 Omissão de corte
Pinos, rebites, parafusos, porcas, arruelas, chavetas, esferas, nervuras, eixos, braços de
polias, não devem ser representados em corte no sentido longitudinal, mesmo quando situados na
linha de corte, pois não se justifica o corte de peças que não tenham elementos internos. Este recurso
é utilizado para facilitar a interpretação dos desenhos.
53
Figura 66 – Exemplos de omissão de corte
54
Tolerâncias
11.1 Tolerâncias dimensionais As tolerâncias dimensionais são indicadas diretamente nas cotas através dos valores de
afastamento superior e inferior da dimensão nominal ou através de representação formada por uma
letra e um número. Neste último caso a letra corresponde ao campo de tolerância e o número à
qualidade de trabalho.
O campo de tolerância representa os valores compreendidos entre as dimensões máxima e
mínima. O sistema ISO prevê 28 campos representados por letras, sendo as maiúsculas para furos e
as minúsculas para eixos.
FUROS: representados pelas letras maiúsculas A, B, C, CD, D, E, EF, F, FG, G, H, J, JS, K,
M, N, P, R, S, T, U, V, X, Y, Z, ZA, ZB, ZC.
EIXOS: representados pelas letras minúsculas a, b, c, cd, d, e, ef, f, fg, g, h, j, js, k, m, n, p, r,
s, t, u, v, x, y, z, za, zb, zc.
A qualidade de trabalho varia de acordo com a função que as peças desempenham nos
conjuntos. O sistema ISO estabelece 18 qualidades de trabalho que podem ser adaptadas a qualquer
tipo de produção mecânica.
Figura 67 – Qualidades de trabalho
55
Figura 68 – Exemplo de indicações de tolerâncias dimensionais em desenhos técnicos.
56
Figura 69 – Reprodução parcial de Tabela ABNT/ ISO NBR 6158
57
Figura 70 - Reprodução parcial de Tabela ABNT/ ISO NBR 6158
58
11.2 Tolerâncias de forma e posição 11.2.1 Simbologia
Os principais símbolos padronizados pelas normas ISO R-1101 para indicação dos desvios de
forma e posição estão esquematizados abaixo:
Figura 71 – Principais símbolos ISO R-1101
59
11.2.2 Indicações nos desenhos
As indicações necessárias são inscritas em um quadro retangular, dividido em duas ou três
partes da esquerda para a direita, na seguinte ordem:
Figura 72 – Exemplo de indicações nos desenhos
1. o símbolo referente a característica da tolerância;
2. o valor da tolerância (valor total) na unidade utilizada para a cotação linear. Esse valor é
precedido do símbolo ↓ se a faixa de tolerância for circular ou cilíndrica, e se for precedido da
indicação esfera ↓ quando a faixa de tolerância for esférica;
3. a(s) letra(s) que permite(m) identificar o elemento ou elementos de referência.
O quadro da tolerância é ligado ao elemento que se deseja verificar por uma linha de
marcação terminada por uma seta, de acordo com a figura abaixo:
Figura 73 – Exemplo da utilização do quadro de tolerância
60
1. sobre o contorno do elemento ou sobre o prolongamento do contorno (mas nunca sobre
uma linha de cota) se a tolerância se aplicar numa superfície propriamente dita (a);
2. sobre a linha de união no prolongamento da linha de cota quando a tolerância se aplicar
ao eixo ou ao plano mediano da parte cotada (b,d) ou sobre o eixo quando a tolerância se aplicar ao
eixo ou ao plano médio de todos os elementos pertencentes a este ou aquele (c,e).
Se a faixa de tolerância não é circular, cilíndrica ou esférica sua largura se acha na dimensão
da seta que liga o quadro de tolerância ao elemento verificado.
O elemento ou elementos de referência são indicados por uma linha de marcação terminada
por um triângulo cheio cuja base está assentada conforme abaixo:
Figura 74 - Exemplo da utilização do quadro de tolerância
1. sobre o contorno do elemento ou sobre o seu prolongamento (mas nunca sobre uma linha
de cota) se o elemento de referência for uma linha ou uma superfície propriamente dita (a);
2. sobre a linha de união no prolongamento da linha de cota quando o elemento de referência
for o eixo ou o plano mediano da parte assim cotada (b,d) ou sobre o eixo ou plano mediano de todos
os elementos relacionados (c,e,f) desde que os mesmos possam ser determinados com precisão
suficiente. Se não há espaço para as duas setas uma delas pode ser substituída por este triângulo.
61
Se o quadro de tolerância não pode ser ligado ao elemento de referência de maneira simples
e clara uma letra maiúscula (diferente para cada elemento de referência) é utilizada, conforme a
seguir:
Figura 75 – Exemplo de quadro de tolerância não ligado ao elemento de referência
Se dois elementos associados são idênticos ou se alguma razão não justifica a escolha de um
deles como referência indicar a tolerância conforme a seguir:
Figura 76 – Exemplo de quadro de tolerância em dois elementos associados
Se a tolerância se aplica a uma determinada extensão localizada, não importa onde o valor
desta extensão deve ser unido ao valor dessa tolerância e separado da mesma por um traço oblíquo.
O mesmo se aplica com relação as linhas e superfícies com extensão especificada em todas as
posições e direções.
Se a tolerância do elemento completo é anexada a uma outra tolerância da mesma natureza,
porém mais fechada e restrita, inscreve-se esta última em baixo da primeira.
Figura 77 – Exemplo de quadro de tolerância em elementos anexados
62
Se a tolerância deve ser aplicada a uma parte restrita do elemento, cotar esta parte como na
figura anterior (segundo recomendações da norma ISO R-128 “Desenhos Técnicos – Cotações”).
A indicação de máximo material é dada pelo símbolo M colocado à direita conforme a seguir:
• do valor da tolerância;
• do valor de referência;
• de um e de outro.
Figura 78 – Exemplo de máximo material
Isto se a indicação de máximo material se aplicar, respectivamente, ao elemento calibrado,
ao elemento de referência ou a ambos.
Se as tolerâncias de forma ou posição são determinadas para um elemento as cotas que
definem a forma ou a posição propriamente ditas não devem ser acompanhadas de tolerância. Essas
cotas nominais são inscritas em um quadro, sendo o valor do campo de tolerância dado por uma
tabela.
63
Indicação de estado de superfície
As indicações do estado de superfície em desenhos técnicos são representadas em função
do símbolo abaixo.
Figura 79 – Indicações do estado de superfície
Onde:
a = valor da rugosidade Ra, em µm, ou classe de rugosidade de N1 a N12
b = método de fabricação, tratamento ou revestimento
c = comprimento da amostra, em mm
d = direção das estrias
e = sobremetal para usinagem, em mm
f = outros parâmetros de rugosidade (entre parênteses)
Segundo a regra geral de cotagem, o símbolo deve ser indicado uma vez para cada superfície
e, se possível, sobre a vista que leva a cota ou representa a superfície.
Figura 80 - Exemplo da utilização dos símbolos
Se for necessário indicar o estado das superfícies antes e depois do tratamento, isto deve ser
indicado por uma nota ou como indicado a seguir:
64
Figura 81 - Exemplo da utilização dos símbolos antes e depois do tratamento
Figura 82 - Tabela de símbolos para direção das estrias
65
Classe de Rugosidade Desvio Médio Aritmético (Ra) um
N 12 50 N 11 25 N 10 12,5 N 9 6,3 N 8 3,2 N 7 1,6 N 6 0,8 N 5 0,4 N 4 0,2 N 3 0,1 N 2 0,05 N 1 0,025
Tabela 2 - Características de rugosidade Ra
12.1 Representação de elementos de máquina padronizados
A representação de elementos de máquina padronizados, em desenho técnico, tais como
parafusos, porcas, pinos, rebites, molas, rolamentos e outros é muitas vezes simplificada a fim de
facilitar sua interpretação, tanto individualmente, quanto em conjuntos montados. Algumas
representações são mostradas a seguir:
Figura 83 – Exemplos de representações: Anéis Elásticos
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Figura 84 - Exemplos de representações: Cavilhas
Figura 85 – Exemplos de representações: Chavetas
Figura 86 – Exemplos de representações: Cupilha
Figura 87 – Exemplos de representações: Pinos
Figura 88 – Exemplos de representações: Rebites
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Figura 89 – Exemplos de representações: Parafusos
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Figura 90 – Exemplos de representações: Porcas
Figura 91 – Exemplos de representações: Uniões parafusadas
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Figura 92 – Exemplo de representações: Arruelas
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Figura 93 – Exemplos de representações: Rolamentos
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Figura 94 – Exemplos de representações: Rolamentos
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Figura 95 – Exemplos de representações: Molas
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Figura 96 – Exemplos de representações: Cames
Figura 97 – Exemplos de representações: Acoplamentos
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Figura 98 – Exemplos de representações: Engrenagens
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Bibliografia
ABNT, Coletânea de Normas para Desenho Técnico. São Paulo: Senai, 1990. AGOSTINHO, Oswaldo Luiz. Tolerâncias, ajustes, desvios e análise de dimensões.São Paulo: Edgard Blücher,1990; BOGOLYUBOV, S.H. e VOINOV A. Engineering Drawing. Moscow: Mir Publichers, 1975. CUNHA, Luis Veiga da. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. Fundação Calouste Gulbenkian -Lisboa, 7a edição,1982.
FRENCH, Thomas E. e VIERCK, Charles J. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica, Editora Globo, São Paulo, 2a edição, 1989. FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO et al. Curso Profissionalizante: Mecânica: Desenho Técnico. São Paulo: Fundação Roberto Marinho, 1996; FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO et al. Curso Profissionalizante: Mecânica: Elementos de Máquina. São Paulo: Fundação Roberto Marinho, 1996; POKROVSKAIA, Dibujo Industrial. Moscou: Editorial MIR, 1972. PROVENÇA, Francisco. Desenhista de Máquinas. Escola Protec, edição 1991.