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OBJETIVO DO ENCONTRO: - Iniciar nossos estudos sobre Conselho de escola no sentido de encaminhar ações na gestão do sistema municipal de educação de Marília

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Secretaria Municipal da Educação 2014 Escola de gestores - UNESP Marília

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Page 1: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

OBJETIVO DO ENCONTRO:

- Iniciar nossos estudos sobre Conselho de

escola no sentido de encaminhar ações na

gestão do sistema municipal de educação de

Marília

Page 2: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

ANGELA ANTUNES – capítulos 1 e 2

JOSÉ MARCELINO DE REZENDO PINTO –

pesquisa em Ribeirão Preto/SP

VITOR PARO – análise crítica da prática dos

conselhos de escolas públicas estaduais

paulista.

Page 3: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

É preciso e até urgente que a escola vá se

tornando em espaço escolar acolhedor e

multiplicador de certos gostos democráticos

como o de ouvir os outros, não por puro favor,

mas por dever, o de respeitá-los, o da

tolerância, o do acatamento às decisões

tomadas pela maioria a que não falte contudo o

direito de quem diverge de exprimir sua

contrariedade

Paulo Freire, Professora sim, tia não, p. 91.

Page 4: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Escola como espaço escolar acolhedor e multiplicador de certos

gostos democráticos.... como o de ouvir os outros

QUEM

PARTICIPA? POR QUÊ?

Page 5: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

É preciso e até

urgente que a escola

vá se tornando em

espaço escolar

acolhedor e

multiplicador de

certos gostos

democráticos como o

de ouvir os outros.

Paulo Freire, Professora sim, tia

não, p. 91

Page 6: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Aprendendo com histórias...e em grupo

Análise da situação 1:

- Pontos favoráveis e desfavoráveis das

ações da diretora

- Outras formas de conduzir para solucionar

os problemas

Page 7: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Em que medida e como o

conselho de escola

poderia contribuir com

essa realidade?

Afinal, o que é o conselho de

escola?

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Page 9: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Rede de ensino do Estado de SP: criado em 1978 –

Órgão consultivo

1985: Estatuto do Magistério na rede estadual deSP: ÓRGÃO DELIBERATIVO

poder de decisão sobre aspectos:

- Administrativos;

- Financeiros;

- Pedagógicos

- Composição paritária: pais e alunos; professorese demais funcionários.

Page 10: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

No município de São Paulo:

Paridade entre segmentos

Depende dos sistemas:

- Existência legal e real;

- Constituição/composição;

- Natureza;

- Periodicidade;

- Presidente;

- E outros

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COMPOSIÇÃO NAS ESCOLAS ESTADUAIS:

Mínimo de 20 e máximo de 40 componentes:

40% de docentes

05% de especialistas de educação (exceto o

Diretor de Escola)

05% de funcionários

25% de pais

25% de alunos

Page 12: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

2 (dois) suplentes para cada segmento, eles substituirão os membros efetivos em suas ausências e impedimentos.

O Diretor de Escola preside o Conselho de Escola com

direito a voz e voto.

Eleição:

a) no primeiro mês letivo;

b) em Assembléias distintas para cada segmento;

c) mediante processo eletivo (voto direto);

d) entre os pares (docente vota em docente; aluno vota em aluno; pai vota em pai e funcionário vota em funcionário);

e) com confecção de atas distintas da eleição de cada segmento.

Page 13: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Reuniões:

Duas por semestre ou, extraordinariamente, por convocação

do Diretor da Escola ou por proposta de, no mínimo,

1/3 dos seus membros.

A convocação será feita pelo Diretor da Escola, por escrito,

com ciência dos interessados ou por edital afixado na

escola, em local visível e de fácil acesso ao público.

Para a realização da reunião, é necessário que esteja presente

a maioria absoluta dos membros, sendo alcançada com

a presença de 50% mais um do total de membros do

Conselho.

Garantida a presença da maioria absoluta dos membros do

Conselho, uma questão será aprovada por maioria

simples, ou seja, maioria de votos dos presentes à

reunião.

Page 14: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Em relação a todos estesitens...voltando aos grupos:

1- No município de Marília: como ele se constitui nos âmbitos legal e

empírico?

2- Quais são os pontos que precisamos pensar juntos?

Page 15: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Espaço para construirmos com eles

Page 16: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

- Partir do Decreto

- Hierarquia dos documentos legais (base)

- Para construir um documento legal precisamos

pensar no que já temos / a partir das demandas

existentes

- Qual a possibilidade de alteração de um Decreto?

- Qual a demanda dos municípios no que diz respeito

a constituição, organização e atuação dos

Conselhos?

- Analisar o Regimento e o Decreto.

AVALIAÇÃO DO DESENHO DE FORMAÇÃO: É

moroso mas é consistente. /

Page 17: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

PAPEL DO DIRETOR DE

ESCOLA

O que pensamos a respeito disto?

PAPEL DOS PAIS, ALUNOS,

FUNCIONÁRIOS E PROFESSORES:

O que pensamos a respeito disto?

Page 18: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

QUEM JÁ NÃO SE FEZ A QUESTÃO SEGUINTE...

Como pais e alunos podem dar opiniõessobre o funcionamento da escola e comopodem avaliar o trabalho desenvolvido porela se nada entendem sobre educação?

Page 19: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Situação 2: LEITURA COLETIVA

O que temos a considerar sobre a história?

Page 20: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Vamos precisar de todo mundo

Um mais um é sempre mais que

dois

Pra melhor juntar as nossas

forçasSal da Terra – Beto

Guedes

“... E aprendi que se dependede tanta e muita gente:

Toda pessoa sempre é marcadas lições diárias de outras

tantas pessoase é tão bonito quando a

gente entende que a gente é tanta gente

onde quer que vá.É tão bonito quando a gente

senteQue nunca está sozinho por

mais que pense estar...“

Nenhum homem é uma ilha(Gonzaguinha)

Page 21: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Segundo Antunes... O que pensamossobre essas afirmações:

Pais e alunos têm muito a contribuircom a construção de uma escolapública de melhor qualidade.

Eles têm muito a contribuir na definiçãoe controle das políticas educacionaisadotadas nos municípios e estados.

Page 22: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

O povo não tem acesso a informaçõesnem tem sido chamado a participar natomada de decisões sobre as políticaspúblicas adotadas nas diferentesesferas e áreas de governo.

Ao serem abertas as portas da escola àcomunidade, que tipo de participaçãopodemos esperar dos pais e alunos?

Page 23: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Talvez, o caminho mais promissor seja aqueleiniciado a partir de situações concretas docotidiano escolar:

- Modo como os professores se relacionam comseus filhos;

- A forma como a escola trata a questãodisciplinar;

- Número de paralisações;

- Descaso do governo para com a escola pública;

- Tipo de pessoa humana que esperam que aescola forme.

Page 24: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

CONSELHOS ESCOLARES E

DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO DA

EDUCAÇÃO EM PORTO ALEGRE

Neusa Chaves Batista

Pesquisa de mestrado: análise de dados

SME Porto Alegre (1999-2002):

- O CE enquanto instrumento de gestão

democrática estava promovendo a

participação da comunidade escolar na

tomada de decisões?

Page 25: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

A atuação do CE foi analisada nos âmbitoscontratual e da prática

CONSTATAÇÕES:

- Relação entre contrato e prática de tomadade decisões não está em sintonia;

- Não discutem temas de naturezapedagógica;

- Nem todos os segmentos estão participando;

- “nos temas que tratam especificamente daadministração da escola, existe uma divisãode poder apenas entre direção eprofessores”.

Page 26: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

“ as regras que regem a gestão

democrática, nas escolas estudadas,

ainda não estão devidamente

incorporadas pelos conselheiros, tanto

por aqueles que fazem parte do quadro

de cargos permanentes na escola

quanto por aqueles que efetivamente

representam a comunidade”.

Page 27: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Apesar da existência de um contexto legal

democratizante, a análise da prática da GD no

espaço do CE revela dificuldade quanto ao efetivo

despojamento do poder monocrático na gestão das

unidades escolares.

A GD, no estágio em que se encontra, já é um avanço

no processo histórico de democratização da escola

pública.

Page 28: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

O PARADOXO DO CONSELHO DE ESCOLA

José Marcelino de Rezende Pinto

DO NÚMERO DE REUNIÕES:

Média de 4,4 reuniões por ano.

21 integrantes – 60% comparecem

No dia de eleição – 151 presentes.

Rotatividade – maior dos alunos.

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SOBRE AS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO:

Legalmente, eu entendo que o CE tem característica deliberativa e isto é de extrema importância porque pressupõe uma certa autonomia através de seus representantes. Então, esta representatividade distribuída entre os segmentos que compõem a escola e esta autonomia pressuposta na lei nos faz entender que o CE deveria atuar como um órgão liberado para uma série de decisões, isto está na legislação. (Diretor)

A principal função do CE é a organização da escola em si, ele teria de participar de toda organização, da estrutura administrativa, pedagógica e tudo o mais. Agora, não funciona assim. (Professora)

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A função do CE, eu citei um caso... se há um

problema [disciplinar], né? Mas não funciona

só no caso de problema, se assim, tiver

faltando alguma coisa pras crianças, ta

prejudicando o ensino em alguma coisa,

então este Conselho vai atuar. (Mãe)

Teve um problema aí de um aluno. Esse ano,

por enquanto graças a Deus, né, não teve.

Porque geralmente as pessoas acham que

quando se reúne o CE, é desgraça na certa.

Então, graças a Deus, este ano não teve

problema. (Aluno).

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AVALIAÇÃO DO CE

A instituição do CE foi uma das medidas mais inteligentes que eu vi, a nível de filosofia da educação no que se refere ao tratamento democrático da escola...Ele possui uma série de atribuições riquíssimas mas que, muitas vezes, na maioria das vezes, não são exercidas. (Diretor)

O CE é mentiroso, ele é medroso, quando é hora de decidir, todo mundo cai fora...Uma vez, quando eu estava na assistência de direção, eu botei um aluno pra fora; esse aluno me desrespeitou e precisei tomar posição. Aí eu tentei convocar o CE e na hora fizeram corpo mole...eles diziam “isso daqui não vai prejudicar o menino”. Vc acaba passando de idiota. (Professor)

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Ele melhorou a escola, porque não existemais a autoridade de uma pessoa só.Se há um problema na escola, que écom aluno, que é com professor oufuncionário, este problema é levado aoCE e ele vai votar. Então são váriaspessoas que vão decidir e essaspessoas são formadas por pais, poralunos, por funcionários da escola e porprofessores, então não tem aquelemedo de errar ao se tomar uma atitude.(Mãe).

Page 33: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

AUTONOMIA DO CE: instrumento de

desburocratização?

Houve uma abertura sim, só que ainda delimitada pela

legislação. E a gente percebe assim porque eles

colocam, eles dão, mas tirando outro lado. Por exemplo

o calendário escolar, é competência do CE resolver

sobre ele; só que sai a resolução no início do ano, tem

de começar no dia determinado, encerrar as atividades

do semestre no dia tal, férias de tanto a tanto. Quanto

aos recursos financeiros, já vem tudo definido, tem de

comprar tantos cadernos, de tantas folhas (Diretor).

Tem coisas que são de competência do Estado, já vêm

prontas, já decididas. Mas no que compete ainda pra

decisão...dentro da escola, muitas vezes esta decisão

não é tomada pelo CE, ele é impedido, emperrado. E o

fator que emperra os CEs são dos diretores de escola.

(Professor)

Page 34: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

O negócio já vem definido. Então, se o diretor chega

em vc e fala: “ olha, eu vou fazer este tipo de reforma

assim, assim, vcs aprovam?” Tudo bem, mas eu

acho que no fundo, mesmo aqui, ele já vem definido;

só pra vc assinar. Porque muitos pais não sabem a

força que um pai tem dentro de uma escola,

né?.(Mãe)

Na prática, a teoria é outra... é uma liberdade

vigiada, entendeu? Como um preso em prisão semi-

aberta... Eles te dão a opção de fazer, só que a

opção de fazer é de cordo com o que eles querem...

E dentro deste pequeno espaço que temos, nós

tentamos dar uma rebolada pra cá. Uma rebolada

pra lá, pra ver se faz alguma coisa. (Aluno).

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ASSUNTOS MAIS DISCUTIDOS:

Cada categoria ressalta as decisões do CE que a

atinge mais diretamente, perdendo o contexto

global.

Em relação aos alunos: ausência de espírito

combativo para lutar pelos interesses de sua

categoria.

Vários aspectos levantados pelos alunos não

constam em ata do CE.

Nas atas: predomínio dos assuntos

administrativos, seguidos das questões

disciplinares. Ausência das questões pedagógicas

nas reuniões do CE.

Page 36: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

CONCLUSÕES:

Os procedimentos burocráticos que dominam a

administração escolar entram em choque com

aqueles baseados na busca do entendimento por

meio do diálogo.

Falta de simetria entre os diversos segmentos que

o compõem.

A questão do diretor de escola – que para aluno é

um “técnico de futebol”.

Inúmeras resoluções baixadas pela SE que limitam

a ação do CE. Lei complementar é superior

hierarquicamente:

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NORMAS REGIMENTAIS:

Art. 18 – “delegar atribuições a comissões e

subcomissões, com a finalidade de dinamizar sua

atuação e facilitar a sua organização”.

Art. 16 – “ Conselho é órgão consultivo e

deliberativo”.

Art. 17 – “ O CE tomará suas decisões respeitando

os princípios e diretrizes da política educacional,

da proposta pedagógica e a legislação vigente”.

Page 38: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

Como será resolvido o paradoxo do CE? Como

terminará o embate entre o mundo

sistêmico representado pela burocracia e o

mundo vivido, da busca do entendimento,

representado pelo CE?

Page 39: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

O conselho de escola na democratização da gestão escolar

Vitor Henrique Paro

Há três décadas: qual foi o real espaço dedemocratização que os CEs possibilitaram?

Os diretores não perderam o poder

Divisão de responsabilidade – divisão deautoridade

Page 40: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

BALANÇO DAS 3 DÉCADAS:

A) A democracia foi exercitada no locus

onde ela deve realizar-se – prática

cotidiana.

B) Apesar das críticas dos mais

conservadores, é possível conviver com

outros sujeitos tocando nos problemas

da direção.

Page 41: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

O CE esteve descolado de uma política mais séria de democratização da escola

Precisamos: nova ética que desautorize aatual configuração autoritária da escola

A educação revela sua especificidadequando se verifica que é precisamente pormeio dela que os homens tomam contatocom toda a herança cultural dahumanidade, apropriando-se do saber epossibilitando a continuidade histórica: arelação pedagógica deve ser dialógica edemocrática

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Escola: deve configurar-se como democrática em

suas ações como agência prestadora de serviço:

quais são os interesses dos usuários?

A democracia e o respeito ao usuário devem estar

presentes não apenas nas reuniões do CE, mas

em todas as ações.

Se existe toda uma filosofia de diálogo e de

participação nas decisões, o CE é apenas mais

um dos instrumentos de democratização; por

isso, a vontade democrática deve antecedê-lo e

guiar-lhe as ações.

Page 43: Encontro dia 06_de_maio_caps_1_e_2_sme_marília

O CE explicita os conflitos que existem:

sua qualidade

Problema: deve ser dotado de atribuições

e competências que o tornem co-

responsável pela direção da escola.

O CE mostra-se muito lento para algumas

decisões.