enfemeridade da vida em tres sonetos barrocoarohrigmaiquel

7/24/2019 Enfemeridade Da Vida Em Tres Sonetos BarrocoaROHRIGMaiquel

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A EFEMERIDADE DA VIDA EM TRS SONETOSBARROCOS

Maiquel Rhrig

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Professor orientador: Dr. Paulo Seben de Azevedo

RESUMO: Este artigo analisa trs sonetos barrocos cujo tema a efemeridade da vida, escritos por Lus deGngora, Miguel de Cervantes e Gregrio de Matos e Guerra. O objetivo demonstrar a importncia destatemtica no perodo barroco, e as semelhanas e diferenas no tratamento que cada poeta lhe d, a saber:Gngora e Gregrio de Matos apresentam uma inteno moralizante fatalista em relao aparncia fsicade uma mulher tomada como musa; enquanto Cervantes, apesar de manter algum pessimismo, expe aesperana de uma certa transcendncia daquele valor moral atravs do sonho e a despeito da aparnciafsica, em seu soneto, de um homem (Sancho Pana).

PALAVRAS-CHAVE: efemeridade da vida, barroco, gongorismo.

ABSTRACT: The article analyzes three sonnets Baroque which theme is the ephemerality of life, written byLuis de Gongora, Miguel de Cervantes and Gregorio de Matos e Guerra. The goal is to demonstrate theimportance of this issue in the Baroque, and the similarities and differences in treatment given by each poet:Gongora and Gregorio have an "intent moralizing" fatalistic about the physical appearance of a woman takenas "muse", while Cervantes, maintaining some pessimism, exposes a certain transcendence of that "moralvalue" through the dream of a man.

KEYWORDS: ephemerality of life, baroque, gongorism.

1 Apresentao

Walter Benjamin resgatou a importncia do Barroco na obra Origem do

drama barroco alemo,opondo-se crtica que o Romantismo fizera ao perodo, atravs

da polmica smbolo versus alegoria. Segundo Benjamin, a alegoria acima de tudo a

metamorfose do vivo no morto, e aponta para a efemeridade da vida. Deste modo,

evidente: a alegorizao da physis s pode consumar-se em todo o seu vigor no cadver

(1984, p. 241). Quando no trata do morto, a alegoria trata do declnio: a histria no

constitui um processo de vida eterna, mas de inevitvel declnio. Com isso, a alegoria

reconhece estar alm do belo. As alegorias so no reino dos pensamentos o que so as

runas no reino das coisas (id., p. 200).

Neste artigo, concordo que a temtica da efemeridade da vida esteve entre

as principais preocupaes dos poetas barrocos, comparo-a em trs sonetos e afirmo que,

enquanto Gngora e Gregrio de Matos apresentam uma inteno moralizante fatalista

* Doutorando em Literatura Comparada pela UFRGS. E-mail: [email protected]


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em relao aparncia fsica, Cervantes desvia-se, sugerindo, apesar de manter algum

pessimismo, a esperana de uma certa transcendncia do valor moral atravs do sonho e

a despeito da aparncia.

Analiso trs sonetos barrocos cuja temtica a efemeridade da vida, escritos

respectivamente por Lus de Gngora, Miguel de Cervantes e Gregrio de Matos e Guerra.

No caso do primeiro e do ltimo autores, a temtica incide sobre uma musa, para a qual

sugerem que aproveite a mocidade enquanto tempo. Miguel de Cervantes escreve criando

um personagem que, na qualidade de suposto autor, estaria escrevendo para homenagear

Sancho Pana, aps seu falecimento.

De acordo com a cronologia, Gregrio e Cervantes tomaram como base o

soneto de Gngora e, a partir deste, recriaram-no cada um a seu modo. Mais importante doque a imitao em si, parece-nos a temtica imitada, a qual est entre as mais importantes

para os poetas da poca.

2 Autoria

Gngora criou um estilo prprio de escrita, para o qual foram cunhados

vrios adjetivos, entre eles descritivismo gongrico e cromatismo gongrico, os quaistm relao com o fato de ele ter se inspirado na pintura (arte na qual o Barroco teria

surgido, na Espanha). Logrou alcanar muitos seguidores e imitadores (a ponto de o

perodo chegar a ser chamado Gongorismo), entre eles Gregrio de Matos e Guerra, que,

nos seus trinta e dois anos vividos na Europa, tomou contato com a obra do espanhol,

como nos revelam Afrnio Coutinho e Massaud Moiss.

Este ltimo, entre muitos outros estudiosos da literatura, lembra que os

poemas de Gregrio de Matos chegaram at ns atravs de manuscritos copiados, nenhumdeles tendo a assinatura do autor. Isso nos faz crer que alguns podem no ter sido escritos

por Gregrio, mas por outros poetas, os quais lhe teriam atribudo a autoria de suas ideias a

fim de dissemin-las, o que seria mais fcil deste modo, uma vez que Gregrio era famoso

na Bahia. No o caso do poema em questo neste artigo, uma vez que a imitao de

Gngora foi constante na obra de Gregrio.

Quanto ao soneto de Cervantes atribudo a um acadmico imaginrio faz

parte de um conjunto de sonetos postos ao fim da primeira parte do Dom Quixote,

supostamente encontrados em pergaminhos dentro de uma caixa de chumbo na ermida de


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Sancho e seu amo, e porventura nico documento existente sobre eles, cujo contedo

refere-se s aventuras de ambos e a algumas circunstncias de suas vidas e mortes. O autor,

no entanto, sem dvida o prprio Cervantes.

3 A questo da imitao

Crticos, e sobretudo leitores contemporneos, consideram a imitao algo

prprio de autores menores, e leis atuais punem os plagirios. Esta realidade, prpria do

nosso tempo, no existia poca do Barroco muito pelo contrrio. Era comum esta

prtica, existindo, nas palavras de Afrnio Coutinho, uma doutrina da imitao. Ao invs

de ser um ponto negativo para o poeta, imitar de modo criativo um grande autor era aceito

e at louvvel, contanto que se o fizesse com engenho e arte. Fizeram-no no somente

Gregrio de Matos, muitas vezes estigmatizado pela crtica do sculo XX, mas quase todos

os poetas, inclusive Cames, cuja obra lrica muito deve, por exemplo, a Petrarca. Segundo

Coutinho (1999,p. 9-10), a imitao

era, luz do credo clssico, uma atividade digna, num momento em que a obrade arte no significa um esforo de auto-expresso ou de manifestao de umapersonalidade, e imitar no implicava motivo de inferioridade ou plgio, como

habitualmente pensa o crtico moderno. revelar falta de senso de perspectivatransferir os atuais padres de julgamento, criados sombra de diferente doutrinaesttica, para o estudo e aferio da literatura de uma poca informada pelanorma da imitao [...].

Defendendo o poeta barroco brasileiro, Coutinho afirma que Vtima desse

erro de perspectiva Gregrio de Matos, acusado por uma linha de crticos brasileiros

como um simples copista de Gngora e Quevedo, esquecendo-se do que estes dois mesmos

gnios devem, atravs da imitao, aos modelos antigos (id.,p. 10).

Massaud Moiss (1990, p. 94), por sua vez, refere-se questo da imitaoafirmando que o 'Boca de Inferno', como era chamado, no se deixou fascinar demasiado

pelas brincadeiras formais em que se compraziam os seguidores de Gngora, por outro

lado,

A adeso de Gregrio de Matos s novidades gongricas e conceptistasprocessa-se temtica e formalmente. Num caso e noutro, deve-se ponderar arelevncia de sua estada em Portugal, onde permaneceu cerca de trinta e doisanos, decerto em contato com as obras dos quinhentistas locais, sobretudoCames, e dos espanhis contemporneos, sobretudo Quevedo e Gngora (id., p.93).


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Na pgina 95, Massaud refere-se aos sonetos de Gregrio e Gngora aqui

analisados, lembrando que j se destacou a imitao que aquele fez deste. Na comparao

que se far aqui, a imitao no tomada como algo inferior; no contexto deste artigo,

importa o fato de ter sido um soneto com a temtica da efemeridade da vida imitado, e no

a imitao em si mesma.

4 Algumas consideraes sobre a esttica barroca

A literatura produzida no perodo que hoje chamamos de Barroco j recebeu

diversos nomes (seiscentismo, sculo de Lus XIV, sculo de ouro etc.) at finalmente

receber o nome atual. Por sculos este perodo foi visto com preconceito, uma vez que oscrticos o designavam no pelas suas peculiaridades, mas por ser uma arte diferente dos

padres clssicos, portanto, como estes eram referncia de qualidade, a esttica barroca foi

considerada inferior. Afrnio Coutinho explica que somente no sculo XX deram-se

finalmente passos importantes para pr de lado o olhar pejorativo sobre a arte barroca e

consider-la nas suas especificidades, observando o que outrora era visto como defeito (o

desvio do padro clssico) como virtude de um perodo que se afirmava opondo-se ao

anterior.Segundo Massaud Moiss, o Barroco eclodiu primeiro na pintura espanhola;

no Brasil, compreende o perodo entre 1601 e 1768, e,

Como se iniciou em artes plsticas, ou nelas vicejou primeiro, o Barrocoidentifica-se pelo jogo do claro-escuro, da luz e da sombra, pela assimetria, pelocontraste, pela abundncia de pormenores formais [...] e de contedo [...], pelaobscuridade, pelo sensualismo (sobretudo ptico), pela tenso entre razo e f,entre misticismo e erotismo, entre o gozo dionisaco de viver e a morte com seusmistrios, entre a ordem e a aventura, entre a sensao de misria da carne e debem-aventurana do esprito, entre a racionalidade e a irracionalidade, etc.Esttica das oscilaes, das dualidades, dos conflitos, dos paradoxos, dos

contrastes, das antinomias, que lutam por equilibrar-se e unificar-se [...] ( id., p.68).

Antonio Candido e Jos Aderaldo Castello conceituam o perodo de um

modo mais prximo das intenes deste artigo, no sentido de destacar a efemeridade da

vida como temtica predominante nas produes poticas do Barroco. Vejamos com

ateno o que dizem eles:

Na sua nsia de valorizao da experincia humana, acentuando os seus estadoscontraditrios, da exaltao dos sentidos reflexo, a essncia da temtica

barroca se encontra na grande anttese entre a vida e a morte. Da deriva osentimento da brevidade enganosa da vida, da transitoriedade dos predicadosfsicos da natureza humana, da fugacidade das coisas. Voltando-se ento para a


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morte, o homem barroco ou assume uma atitude estica ou adota umcomportamento epicurista, o carpe diem, o gozar a mocidade, aproveitar omomento presente livre de outros compromissos (1979, p. 17).

Goza, goza da flor da mocidade.Segundo Segismundo Spina (1999, p. 121),

este o conselho dos escritores barrocos que tiveram a sensao do tempo e muitas

vezes sentiram com amargor, como Gregrio sentiu, os desenganos da vida e a

instabilidade das coisas terrenas. Da assaltar continuamente o esprito do poeta a idia da

metamorfose sbita das coisas. Ao citar outro soneto em que Gregrio utiliza-se da

temtica da efemeridade, parecendo concordar com Candido e Castello, acrescenta:

sempre a preocupao latejante do efmero das coisas (id., ib.).

5 Anlise comparativa dos sonetos

Para que a anlise proposta neste artigo adquira sentido, faz-se ainda

necessria uma explicao de Masaud Moiss sobre o que ele chamou de inteno

moralizante daquilo que ficou conhecido como Gongorismo:

o Gongorismo parece encerrar uma inteno moralizante que desde logo o afastade qualquer forma de arte pura ou de arte pela arte: a educao pelos sentidos, aanestesia conseguida pela orgia de cores e formas, faz do entretenimento um fim

calculado e certo, espcie de processo entorpecedor das conscincias, paraimpedi-las de tomar contacto com perigosas e heterodoxas realidades. Conquantoindireto e limitado, o intuito pragmtico fundamenta a viso gongrica do mundo(1990, p. 69).

Segundo minha anlise, esta perspectiva confere com os trs sonetos a

seguir, os quais aparecem analisados, por estrofes, nas tabelas abaixo.

TABELA 1: PRIMEIRA ESTROFE

Lus de Gngora (sonetoescrito por volta de 1581)

Miguel de Cervantes(publicado em 1605)

Gregrio de Matos (escritoentre 1636-1695)

Mientras por competir con tu cabello,oro bruido al sol relumbra en vano;mientras con menosprecio en medio el llanomira tu blanca frente el lilio bello;

Sancho Panza es aqueste, en cuerpo chico,Pero grande en valor; milagro extrao!Escudero el ms simple y sin enganoQue tuvo el mundo, os juro y certifico.

Discreta e formosssima Maria,Enquanto estamos vendo a qualquer horaEm tuas faces a rosada Aurora,Em teus olhos e boca o Sol e o dia,

Gngora e Gregrio: h (1) carnalidade, os poetas exaltam a beleza do

corpo atravs de comparaes com a natureza; (2) cromatismo gongrico: realizam uma

justaposio de elementos que sugerem diversidade de tons e cores; (3) descritivismo: vo

pouco a pouco compondo uma imagem idealizada.

Cervantes: o corpo, ao invs de ser belo como os elementos da natureza,

um chico carregado por um burro, porm, grande em valor, lembrando-nos do que j


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citei de Massaud Moiss, como sendo o Barroco um perodo de tenso entre a sensao de

misria da carne e de bem-aventurana do esprito. A apresentao do escudeiro de Dom

Quixote no obedece ao padro de descritivismo e cromatismo gongricos, uma vez que a

personagem o oposto das musas de Gregrio e Gngora.

TABELA 2: SEGUNDA ESTROFE

Lus de Gngora Miguel de Cervantes Gregrio de Matos

mientras a cada labio, por cogello.siguen ms ojos que al clavel temprano;y mientras triunfa con desdn lozanodel luciente cristal tu gentil cuello:

De ser conde no estuvo en un tantico,Si no se conjuraran en su danoInsolencias y agravios del tacaoSiglo, que aun no perdonan a un borrico.

Enquanto com gentil descortesiaO ar, que fresco Adnis te namora,Te espalha a rica trana voadoraQuando vem passear-te pela fria,

Gngora e Gregrio: a musa quase alcana um namorado. O que impede onamoro sua frieza, seu desdm.

Cervantes: no uma namorada que Sancho quase alcana, mas o poder,

ele que est sempre numa posio subalterna. O que o impede so circunstncias do tempo,

no o passar dele, mas as insolncias do sculo tacanho (a frieza das pessoas?).

TABELA 3: TERCEIRA ESTROFE


goza cuello, cabello, labio y frente,antes que lo que fue en tu edad doradaoro, lilio, clavel, cristal luciente,

Sobre l anduvo (con perdn se miente)Este manso escudero, tras el mansoCaballo Rocinante, y tras su dueo.

Goza, goza da flor da mocidade,Que o tempo trota a toda ligeireza,E imprime em toda a flor sua pisada.

Gngora e Gregrio: preciso aproveitar a mocidade antes que o tempo a

leve consigo no seu ligeiro trote.

Cervantes: No o tempo que trota, mas o cavalo do dono atrs do qual

Sancho anda sobre o seu burro. No o tempo que passa, so as pessoas.

TABELA 4: QUARTA ESTROFE


no slo en plata o vola troncadase vuelva, mas t y ello juntamenteen tierra, en humo, en polvo, en sombra, en nada.

Oh vanas esperanzas de la gente!Cmo pasis con prometer descanso,Y al fin paris en sombra, en humo, en sueo!

Oh no aguardes, que a madura idade,Te converta essa flor, essa beleza,Em terra, em cinza, em p, em sombra, em nada.

Gngora e Gregrio: A musa e toda a natureza com que se a comparou no

incio converter-se-o em nada devido ao do tempo.

Cervantes: Note-se que no ltimo verso Cervantes utiliza-se de doiselementos de que se valeu Gngora (sombra, fumo), mas inverte a imagem de Gngora


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ao invs do sublime que acaba em nada, o grotesco que acaba em sonho, e a palavra sonho,

considerada no contexto do livro e da personagem Dom Quixote, no pode ser substituda

simplesmente por iluso, palavra que assumiria uma conotao pejorativa, a qual me

parece muito inadequada, uma vez que sugiro ser o sonho, aqui, uma dimenso para alm

da realidade mesquinha do sculo e da carne, um espao em que o corpo menos

importante do que os valores do esprito.

6 Consideraes finais

No foi minha inteno neste artigo sugerir escalas de valor para rotular os

poetas, tampouco avaliar os sonetos. O objetivo foi to somente demonstrar a importncia

que teve a temtica da efemeridade da vida, do transcorrer do tempo, apresentando o modo

como trs autores expressaram-na. Enquanto Gregrio de Matos imita Gngora, Cervantes

inverte a imagem apresentada pelo conterrneo espanhol: Sancho Pana o oposto das

musas de Gregrio de Matos e Lus de Gngora, e, neste corpo tosco que anda sobre um

burro, ao contrrio de ter sua vida acabada em nada, t-la- finda em sonho, porque, a

despeito de seu fsico, grande em valor. Miguel de Cervantes mantm a temtica da

efemeridade da vida, mas desloca-a, valoriza o valor de um indivduo pelo que no seu

ntimo, e no pelo que aparenta. Ao final, ao concluir de modo radicalmente diferente seu

soneto, substituindo nada por sonho, inverte a inteno moralizante de Gngora e

Gregrio: ao invs de infundir medo, semeia a esperana.

7REFERNCIAS

BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemo. Traduo de Sergio PauloRouanet. So Paulo: Brasiliense, 1984.

CANDIDO, Antonio; CASTELLO, J. Aderaldo. Presena da literatura brasileira:Dasorigens ao Romantismo. 9 ed. Rio de Janeiro So Paulo: DIFEL, 1979.

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COUTINHO, Afrnio. O barroco. In: COUTINHO, Afrnio (org.). A literatura no Brasil.Volume 2: Era Barroca e Era Neoclssica. 5 ed. So Paulo: Global, 1999.

COUTINHO, Afrnio. Do Barroco. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Tempo Brasileiro,1994.


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MOISS, Massaud. Histria da literatura brasileira. Volume 1: Origens, Barroco,Arcadismo. 3 ed. So Paulo: Cultrix, 1990.

SPINA, Segismundo. Gregrio de Matos. In: COUTINHO, Afrnio (org.). A literatura noBrasil. Volume 2: Era Barroca e Era Neoclssica. 5 ed. So Paulo: Global, 1999.

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