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COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NIVEL FUNDAMENTAL RONDÔNIA

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  • GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIASECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    ENSINO FUNDAMENTAL

    2013

  • ESTADO DE RONDNIASECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    Confcio Aires MouraGovernador

    Airton Pedro GurgaczVice Governador

    Isabel de Ftima LuzSecretria de Estado da Educao

    Daniel GouveiaSecretrio Adjunto de Estado da Educao

    Rute Alves da Silva CarvalhoGerente de Educao

    Maria Anglica da Silva Ayres HenriqueSubgerente da Gerncia de Educao

    ElaboraoCoordenadores Pedaggicos e Professores da Rede Estadual de Ensino de Rondnia

    Coordenadores Pedaggicos das Coordenadorias Regionais de EducaoTcnicos da SEDUC

    Equipe de Reviso Alba Patrcia Gonalves CorreiaAna Lcia da Silva Silvino PaciniRachel de Oliveira Lima Moraes

    Chirlane Nobre BeloCleidiane da Penha Segura de Melo

    Edna Carla Neves do AmaralEvaci Maria Moreira

    Hlio Rodrigues da RochaJacimara Nascimento Von Dollmger

    Joelygia Maria de Moura SienaSonja Enie de Melo Andrade

    Vnia Sales da Silva

    Coordenao de ElaboraoAngelina Pereira dos Santos Lima

    Cristina Maria de PaulaSandra Teixeira de Assuno

    Valdeci Teixeira Silva Andrade SantosVanessa Campanari Gaio

    Coordenao GeralRute Alves da Silva Carvalho

    Zuleide Santos Farias

  • EDUCADORES,

    Este Referencial Curricular constitui-se documento que orienta o planejamento de en-sino dos professores, priorizando atividades capazes de propiciar aprendizagens signi-fi cativas e dessa forma estabelecer estratgias para melhorar a qualidade do ensino e o sucesso da aprendizagem.

    O conceito fundamental do Referencial Curricular para as escolas do Estado que a educao seja vivida no dia a dia das pessoas, para que se incorporem no aluno os princpios da cidadania. Este referencial foi elaborado pelos professores, tcnicos edu-cacionais e coordenadores pedaggicos, dentro da nossa realidade e necessidade. o nosso modelo. Atende ao Ensino Fundamental e ao Ensino Mdio, alm da modalida-de de Educao de Jovens e Adultos-EJA.

    Com base neste Referencial, a escola poder elaborar o seu currculo adequando-o s especifi cidades e peculiaridades, de acordo com a etapa de ensino ofertada e/ou modalidade de ensino atendida, considerando tambm os aspectos regionais e locais, para que fi que com a cara da comunidade.

    O presente Referencial Curricular um marco histrico da Educao do Estado de Ron-dnia; depois dele, acreditamos que o ensino e a aprendizagem sero diferentes. Nos-so maior orgulho - Ele fruto da cooperao. Foi composto com o nosso suor e com a fora dos professores de todo o Estado.

    Certamente, ao longo do tempo, ajustes sero necessrios a fi m de que ele fi que ain-da melhor e, voc, est convidado (a) a participar desse processo. O mais importante que os professores tambm necessitaro de aperfeioamento permanente para o entrosamento com o presente documento.

    Veja bem, a palavra Referencial, pressupe que, a partir dele voc pode construir algo novo. Vamos todos juntos, comemorar este grande passo para a Educao do Estado de Rondnia.

    Isabel de Ftima luzSecretria de Estado da Educao

    Confcio Aires mouraGovernador do Estado de Rondnia

  • Na escola, o currculo espao em que se concretiza o processo educativo pode ser visto como o instrumento central para a promoo da qualidade na educao. por meio do currculo que as aes pedaggicas se desdobram nas escolas e nas salas de aula. por meio do currculo que se busca alcanar as metas discutidas e definidas, coletivamente, para o trabalho pedaggico. O currculo corresponde, ento, ao verdadeiro corao da escola. Da a necessi-dade de permanentes discusses sobre o currculo, que nos permitam avanar na compreenso do processo curricular e das relaes entre o conhecimento escolar, a sociedade, a cultura, a autoformao individual e o momento hist-rico em que estamos situados. (MOREIRA, 2008, p.5)

  • 7SUmRIO

    APRESENTAO

    1. ESCOlA E CURRCUlO

    2. ENSINO FUNDAmENTAl

    2.1. Marco Normativo

    2.2. Pressupostos e Fundamentos

    2.2.1. Alfabetizao e Letramento

    2.2.2. A Pesquisa na Escola

    3. ORIENTAO mETODOlGICA

    3.1. Dimenses da Ao Pedaggica no Currculo: Interdisciplinaridade e Transversalidade 3.2. Mediao Tecnolgica

    4. TEmAS TRANSVERSAIS/SOCIAIS E CONTEDOS OBRIGATRIOS

    4.1. Educao Ambiental

    4.2. Educao para o Trnsito

    4.3. Direitos Humanos e Diversidade

    4.4. tica e Cidadania

    4.5. Orientao Sexual/Preveno e Promoo Sade

    4.6. Pluralidade Cultural

    4.7. Educao Fiscal

    4.8. Smbolos Nacionais

    4.9. Os Diretos das Crianas e dos Adolescentes

    4.10. Histria, Cultura Afro-Brasileira e Indgena

    4.11. Msica

    4.12. O Processo de Envelhecimento, o Respeito e a Valorizao do Idoso

    5. O CURRCUlO E AS AVAlIAES EXTERNAS

    6. REA DO CONhECImENTO: lINGUAGENS

    6.1. Caracterizao da rea de Linguagens

    6.2. Lngua Portuguesa 1 ao 9 Ano

    6.3. Lngua Inglesa 6 ao 9 Ano

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  • 8 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    6.4. Lngua Espanhola 6 ao 9 Ano

    6.5. Lngua Materna, para populao indgena

    6.6. Arte 1 ao 9 Ano

    6.7. Educao Fsica 1 ao 9 Ano

    7. REA DE CONhECImENTO: mATEmTICA

    7.1. Caracterizao da rea de Matemtica 1 ao 9 Ano

    8. REA DE CONhECImENTO: CINCIAS DA NATUREzA

    8.1. Caracterizao da rea de Cincias da Natureza 1 ao 9 Ano

    9. REA DE CONhECImENTO: CINCIAS hUmANAS

    9.1. Caracterizao da rea de Cincias Humanas

    9.2. Histria 1 ao 9 Ano

    9.3. Geografia 1 ao 9 Ano

    10. REA DE CONhECImENTO: ENSINO RElIGIOSO

    10.1. Caracterizao da rea de Ensino Religioso - 1 ao 9 Ano

    11. mODAlIDADES DE EDUCAO - A DIVERSIDADE NA FORmAO hUmANA

    11.1. Educao Especial

    11.2. Educao Escolar Quilombola

    11.3. Educao Escolar Indgena

    12. EDUCAO Em TEmPO INTEGRAl

    13. AVAlIAO: PARTE INTEGRANTE DO CURRCUlO

    14. BIBlIOGRAFIA

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  • 9APRESENTAO

    A dcada de 1990 foi marco de uma reforma educa-cional que teve como eixo principal a mudana da or-ganizao curricular no pas, na qual foram defi nidas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao. Es-sas Diretrizes determinaram novas bases fi losfi cas e metodolgicas, a partir das quais deveriam desenvol-ver-se os currculos nos sistemas estaduais de ensino.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional 9.394/96, em consonncia com o que estabelece a Constituio Federal de 1988, concebe a educao como Direito de todos, alicerada na tica e nos va-lores da solidariedade, liberdade, justia social e sus-tentabilidade, cuja fi nalidade o pleno desenvolvi-mento de cidados crticos e compromissados com a transformao social.

    As Diretrizes Curriculares Nacionais foram redefi ni-das, passando a orientar a estruturao do currculo por reas de conhecimento, as quais so: Linguagens, Matemtica, Cincias da Natureza, Cincias Humanas e Ensino Religioso para o Ensino Fundamental e as reas de Linguagens, Matemtica, Cincias da Natu-reza e Cincias Humanas para o Ensino Mdio.

    A coletnea de Parmetros Curriculares Nacionais e de importantes documentos legais, dentre os quais o Plano Nacional de Educao e o Plano de Desen-volvimento da Educao, respaldados nos preceitos constitucionais e princpios educacionais, reafi rmam a necessidade e obrigao dos estados de elabora-rem referencial curricular prprio, capaz de orientar as aes educativas, de forma a adequ-lo aos ideais democrticos e busca da melhoria na qualidade do ensino.

    Alm disso, para acompanhar as transformaes do contexto atual, os indivduos tm modifi cado suas re-laes, o que obriga a escola a se atualizar para aten-der s crescentes demandas e cumprir a sua funo social. Isso posto, requer o repensar do currculo es-colar, perpassando pela refl exo sobre que cidados queremos.

    A Secretaria de Estado da Educao de Rondnia, objetivando a melhoria na qualidade de ensino, de-fl agrou discusso sobre o currculo, visando atender s exigncias do Ministrio da Educao e promover transformao no processo educativo, priorizando um desenho curricular por competncias e habilida-des a serem desenvolvidas por meio da contextuali-zao dos conhecimentos e da interdisciplinaridade, considerando a identidade regional.

    Para tanto, foram convidados a participar do proces-so de discusso profi ssionais da educao: professo-res, orientadores educacionais, supervisores escola-res, diretores, representantes de Conselhos Escolares, tcnicos das Coordenadorias Regionais de Educao, Ncleos de Apoio s Coordenadorias e instituies parceiras.

    Estabeleceu-se como prioridade promover uma construo participativa, coletiva e democrtica, pos-sibilitando ampla discusso e refl exo sob diferentes olhares e com a efetiva participao dos protagonis-tas da ao pedaggica que executam o currculo do dia a dia da escola- os professores. Dessa forma, con-sidera-se assegurada a legitimidade do processo de elaborao.

    A construo deste Referencial Curricular tem como principais objetivos: contribuir com a incluso escolar de toda populao estudantil, o acesso ao conheci-mento com equidade; propiciar condies de perma-nncia e sucesso na escola; melhorar a qualidade do processo ensino e aprendizagem; fornecer s escolas informaes e orientaes sobre estratgias pedag-gicas e contemplar as especifi cidades regionais.

    Este documento balizador do fazer pedaggico e norteador das aes no espao escolar pretende orientar os profi ssionais no desenvolvimento de suas atividades, almejando melhorar o processo ensino e aprendizagem e, consequentemente, a qualidade da educao no Estado de Rondnia.

  • 10 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    1. ESCOlA E CURRCUlO

    A Escola o ambiente educativo voltado ao processo de escolarizao e compromisso com os saberes, h-bitos, atitudes, conhecimentos, culturas, ideologias e valores socialmente referenciados em processo de constituio permanente de reflexo e transforma-o social para incluso e melhoria da convivncia humana. Ela se constitui num espao de ampliao do conhecimento, por estar centrada nas interaes entre educador e educando. Cabe escola garantir a aprendizagem de certas habilidades e contedos necessrios para a vida em sociedade.

    Ter clareza da funo social da escola e do homem que se quer formar fundamental para realizar uma prtica pedaggica competente e socialmente com-prometida, particularmente num Estado de contraste como o de Rondnia, onde convivem grandes desi-gualdades econmicas, sociais e culturais.

    O Currculo Escolar configura-se como o conjunto de valores e prticas que proporcionam a produo, a socializao de significados no espao social e contri-buem intensamente para a construo de identida-des socioculturais dos educandos. O Currculo inclui no s os componentes curriculares centrais obriga-trios previstos na legislao e nas normas educacio-nais, mas outros, de modo flexvel e varivel, confor-me cada projeto pedaggico escolar.

    O Referencial Curricular do Estado de Rondnia de-fende que o currculo escrito sofre influncias das experincias vividas, transcendendo os guias curri-culares. O currculo que queremos envolve questes tcnicas, polticas, ticas e estticas. A escola recebe influncia de diversos mecanismos, sendo assim, deve permitir que o educando compartilhe as experi-ncias vividas e se aproprie tambm das oportunida-des. O currculo um processo coletivo que envolve todos os segmentos da comunidade escolar, selecio-nando saberes, competncias, conhecimentos e ha-bilidades.

    Sabemos que grande a discusso sobre a importn-cia relacionada ao desenvolvimento cognitivo, mas temos como objetivo a ampliao de todos os fato-res que contribuem para a formao do educando, tais como:

    - Saberes envolvem um conjunto de situaes vivenciadas, adquiridas ao longo da vida e que contribuem na formao do indivduo. Todos tm saberes prprios, de acordo com suas expe-rincias, e estes devem ser articulados ao saber formal, favorecendo a integrao com seu meio social;

    - Um currculo para formao humana considera que o conhecimento formal traz outras dimen-ses ao desenvolvimento humano, no se limi-tando apenas aprendizagem do aluno ou s re-alidades regionais, ou seja, o conhecimento no to somente uma apropriao individual, mas um processo de desenvolvimento do sujeito nas suas relaes com o outro, que ter reflexo na vida em sociedade;

    - A competncia no algo que se alcana, e sim algo que, como feixe de relaes, se desenvolve em conjunto com o indivduo. Moretto (2004) ressalta que a competncia no algo abstrato ou descontextualizado, mas est sempre ligada a uma situao complexa (situaes simples, ha-bituais, no requerem a mobilizao de recursos de ordem superior). A competncia, portanto, implica na mobilizao de conhecimentos e esquemas cognitivos na busca de desenvolver respostas inditas, criativas e eficazes para a re-soluo de problemas novos nas atividades pro-postas;

    - As Habilidades se constituem de linguagens, co-nhecimentos, atitudes e saberes adquiridos que, mobilizados, permitem a manifestao da com-petncia.

    Para o desenvolvimento de competncias e habili-dades, admite-se que a aprendizagem deve ser con-siderada sempre como aprendizagem de algo para a construo de conceitos ao longo do desenvolvi-mento humano. Por sua vez, o contedo formal, que integra os conhecimentos adquiridos e mobilizados no processo do desenvolvimento de competncias e habilidades, se coloca disposio do conhecimento, para alm das aes prescritivas. Por esse vis, o cen-tro da aprendizagem o processo.

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    2. ENSINO FUNDAmENTAl2.1. marco Normativo

    A Constituio Federal de 1988, art. 22, inciso XXIV preconiza que a educao direito de todos e dever do Estado e da famlia, devendo ser promovida e in-centivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualifi cao para o trabalho.

    A Lei n. 9.3941996 LDB estabelece as diretrizes e bases da educao nacional e aponta no artigo 32 que o Ensino Fundamental constitui etapa obrigatria da educao bsica com a durao de nove anos, ini-ciando-se aos seis anos de idade, e tem por objetivo a formao bsica do cidado, inclusive para aqueles que no tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade prpria.

    De modo a garantir o cumprimento da fi nalidade do Ensino Fundamental na formao do cidado nessa etapa da educao bsica, esse art. 32, defi ne um conjunto de pressupostos para essa etapa de ensino:

    I O desenvolvimento da capacidade de apren-der, tendo como meios bsicos o pleno desen-volvimento da leitura, da escrita e do clculo;

    II A compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a socieda-de;

    III O desenvolvimento da capacidade de apren-dizagem, tendo em vista a aquisio do co-nhecimento e habilidades e a formao de atividades e valores;

    IV O fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de tolerncia recproca em que se assenta a vida social.

    Esse conjunto de objetivos revela as intenes de for-mao de um cidado que, instrumentalizado pelo conhecimento, possa se desenvolver como sujeito capaz de compreender as inter-relaes dos elemen-tos que constituem sua realidade social e atue criti-camente em seu meio. O desenvolvimento das com-

    petncias vinculadas a esses objetivos deve ocorrer ao longo dos nove anos do Ensino Fundamental de forma gradativa e aprofundada, sendo norte para o desenvolvimento curricular na escola.

    O Conselho Nacional de Educao, por meio da Re-soluo CNE/CEB n.7, de 14/12/2010, fi xa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos, na qual expressa que os sistemas de ensi-no e as escolas adotaro os princpios ticos, polticos e estticos como norteadores das polticas educati-vas e das aes pedaggicas na escola.

    Ainda nesta mesma normativa, o currculo do Ensi-no Fundamental entendido como constitudo pelas experincias escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relaes sociais, buscando articular vivncias e saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados, contribuindo para construir identidade dos estudan-tes.

    A partir do disposto nas normas para a Educao Bsica, imprescindvel considerar as dimenses do educar e cuidar em sua inseparabilidade, buscando recuperar para a funo social desse nvel da educa-o, a sua centralidade, que o educando, pessoa em formao na sua essncia humana, sendo que, no Ensino Fundamental, acolher signifi ca cuidar e educar, como forma de garantir a aprendizagem dos contedos curriculares, para que o aluno desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibili-te, ainda, sentir-se como coprodutor desses bens.

    Por sua vez, o sistema estadual de ensino, por meio do Conselho Estadual de Educao, expede normas complementares e de regulamentao do desen-volvimento do Ensino Fundamental em suas moda-lidades: Regular, Educao de Jovens e Adultos - EJA, Educao Especial, Educao Escolar Quilombola, Educao do Campo, Educao Escolar Indgena e Educao Profi ssional e Tecnolgica, que, articuladas s normas nacionais, orientam a Secretaria de Estado da Educao no desenvolvimento da educao fun-damental nas escolas pblicas estaduais.

  • 12 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    2.2. Pressupostos e Fundamentos

    2.2.1. Alfabetizao e letramento

    O processo de alfabetizao e letramento de suma importncia na vida escolar dos alunos do Ensino Fundamental. A estudiosa em educao Telma Weisz enfatiza que:

    A tradio pedaggica, qualquer que seja seu en-foque ou discurso, reduziu sempre a alfabetizao ao mero aprendizado do sistema alfabtico. J na dcada de trinta, h mais de meio sculo, portan-to, Vygotsky questionava este empobrecimento ao dizer que ensina-se as crianas a desenhar letras e a construir palavras com elas, mas no se ensina a linguagem escrita. Quatro dcadas se passaram antes que a psicognese da lngua escrita nos per-mitisse desvendar o processo pelo qual as crianas chegam a dominar o funcionamento do sistema alfabtico. S ento foi possvel perceber que, cen-trados no detalhe, deixvamos de ensinar o funda-mental: a lngua que se esconde por trs das le-tras, aquela que se escreve. Parametros em Ao, Alfabetizao p. 52, 1999.

    Vygotsky concebe a conexo entre o pensamento e a linguagem como originria do desenvolvimento do ser humano, evoluindo ao longo do tempo, num pro-cesso dinmico, sendo que a educao mediadora entre o cotidiano e o no cotidiano nesse processo. Defende a importncia de a escola valorizar a intera-o do sujeito com seus pares, oferecendo oportuni-dade aos mesmos para exercitarem a sua linguagem.

    Na concepo de Piaget, o homem um ser essen-cialmente social, impossvel de ser pensado fora do contexto da sociedade em que nasce e vive. Em ou-tras palavras, o homem no social considerado como molcula isolada do resto de seus semelhan-tes, visto como independente das influncias da tradio, este homem simplesmente no existe (La Taille, 1992, p. 11).

    Por alfabetizao, entende-se como sendo um pro-cesso especfico e indispensvel de apropriao do sistema de escrita, compreendendo a conquista da base alfabtica e ortogrfica, possibilitando ao aluno ler e escrever. Letramento, conforme Soares (2003), condio para sobrevivncia e a conquista da cidada-nia no contexto das transformaes culturais, sociais, polticas, econmicas e tecnolgicas. Amplia-se, as-sim o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetizao.

    Letramento no necessariamente o resultado de ensinar a ler e a escrever. Ler e escrever so dois pro-cessos diferentes, e o que sabemos a partir da inves-tigao de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, publicada no Brasil, no livro chamado Psicognese da lngua es-crita, que as crianas em fase de alfabetizao pas-sam por dois processos: um de construo de hip-teses de escrita e outro de construo de hipteses de leitura.

    Entender e refletir sobre o processo de aprendizagem fundamental para que os profissionais analisem sua prpria ao didtica, descobrindo os melhores con-tedos e procedimentos que permitam obter xito na ao pedaggica e assim, no s acompanhar o desenvolvimento do estudante, mas perceber o pr-prio crescimento nos aspectos cognitivos, afetivos e profissionais.

    A compreenso sobre a realidade em que o aluno est inserido no processo de aprendizagem umas das metas essenciais para progresso do conheci-mento. A organizao pedaggica, o planejamento, as estratgias de ensino e metodologias devem ser contempladas pelo professor, em todas as situaes de sala de aula.

    O processo de alfabetizao e letramento requer que as prticas pedaggicas estejam centradas nos eixos mais relevantes a serem atingidos pelas crianas ao longo dos diferentes momentos do bloco pedaggi-co da alfabetizao:

    Compreenso e valorizao da cultura escrita;

    Apropriao do sistema de escrita;

    Prtica de leitura;

    Produo de textos escritos;

    Oralidade.

    oportuno destacar que o processo de aquisio e apropriao do sistema alfabtico, bem como o de-senvolvimento de capacidades acima mencionadas, deve ser possibilitado ao aluno, em situaes de uso e estilos de linguagem diferentes, inovadores e atra-entes para que o mesmo sinta prazer em aprender.

    A atividade docente deve ser permeada de mxima competncia tcnica, para que o desenvolvimento das capacidades lingusticas de ler e escrever, falar e ouvir seja proporcionado, partindo do diagnstico das hipteses de escrita e estratgias de leitura que o aluno j construiu quanto competncia leitora e escritora, para patamares mais elevados. Destaca-se a importncia do carter ldico que contribui para o

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    desenvolvimento cognitivo dos contedos conceitu-ais, procedimentais e atitudinais que devem ser tra-balhados nessa faixa etria. A eleio de capacidades lingusticas e comunicativas tem como foco favorecer a escolarizao inicial e ser base para o percurso do aluno na sua trajetria do Ensino Fundamental.

    Uma necessidade que se coloca diz respeito necessidade do docente conceber dispositivos didti-cos favorveis a uma regulao contnua das apren-dizagens dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fun-damental. Tal princpio est assegurado nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fun-damental.

    Concebe-se aqui a leitura e a escrita como direito dos indivduos, em funo de que so condio para a participao ativa do cidado como sujeito na so-ciedade. papel da escola, desenvolver competn-cias de produo e de apropriao de bens culturais de toda a sociedade. O processo de leitura e escrita permeia todo o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que atravs dele se desenvolve a interao conhecimento/pessoa e pessoa/conhecimento, seja na leitura e escrita da palavra ou do mundo.

    A Resoluo n 7, de 14 de dezembro de 2010, que fi xa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fun-damental de 9 (nove) anos, no 1, inciso III, do art.30, menciona que a organizao dos anos iniciais do En-sino Fundamental dever ser considerada como blo-co pedaggico passvel de no reteno, lembrando que alfabetizao e letramento so processos distin-tos, mas interligados e, juntos, so condies essen-ciais para a cidadania. No desenvolvimento dos anos iniciais e em todo Ensino Fundamental a abordagem curricular deve considerar o princpio pedaggico da interdisciplinaridade.

    Neste contexto, ratifi camos que alfabetizao e le-tramento so processos distintos, mas interligados e, juntos, so condies essenciais para a cidadania que no desenvolvimento desses anos iniciais e em todo Ensino Fundamental a abordagem curricular deve considerar o princpio pedaggico da interdisciplina-ridade.

    A escola o espao de incluso cidad de jovens e adultos dispostos a iniciar um processo de aprendiza-gem, desde que compreendam a sua utilidade para melhor enfrentar problemas reais da sua vida pessoal cotidiana e profi ssional, pois so sensveis a estmu-los de natureza externa. Segundo Rodrigo Goecks,

    o adulto, aps absorver e digerir, aplica o aprender fazendo. Os adultos so portadores de uma experi-ncia que os distingue das crianas em numerosas si-tuaes de formao, so eles que com as suas expe-rincias constituem o recurso mais rico para as suas prprias aprendizagens.

    Nesse processo cognitivo da Educao de Jovens e Adultos detectamos historicamente a instituio es-cola como reprodutora de benefcios e mazelas so-ciais. Hoje podemos perceber movimentos sociais e grupos de educadores articulando o acesso escrita de forma contextualizada, como veculo de transfor-mao do modo de pensar e de se relacionar da/na sociedade, adquirindo assim maior aporte ao proces-so cognitivo.

    Soma- se a este a andragogia, que v na origem, g-nero, sexo, identidade sexual, o etnorracial, cultural, nas discriminaes e preconceitos, como espaos educativos, como possibilidades de particular contri-buio para alterao do processo. Abrindo caminhos de habilidades e competncias, valorizando a diver-sidade nas turmas de jovens e adultos, entendemos que no se faz uma educao de qualidade sem uma educao cidad. A ruptura com a trajetria normati-zadora e homogeinizadora, a repetio de imagens, linguagens, contos e represso aos comportamentos anormais (ser canhoto, evadido, retido) levariam os desviantes integrao ao grupo, passando da minimizao eliminao das diferenas (defeitos). Nessa viso, se o aluno for eliminando suas singu-laridades indesejveis, ser aceito em sua plenitude (Castro, 2006, p 217).

    Quando a escola oferta possibilidades concretas de legitimao das diversidades (EJA: Semestral, Modu-lar e Telensino) est propondo o resgate e asseguran-do aos jovens e adultos, que no puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educa-cionais apropriadas, considerando as caractersticas do alunado, seus interesses, condio de vida e de trabalho... (LDB 9.394/96, Seo V, Art. 37).

    2.2.2. A Pesquisa na Escola

    Em conformidade com o Art.22 da Lei 9.394/96, a educao bsica tem por finalidade desenvol-ver o educando, assegurar-lhe a formao comum

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    indispensvel para o exerccio da cidadania e for-necer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

    Nesta perspectiva, cabe escola considerar na organizao curricular uma orientao meto-dolgica baseada no princpio da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber (Inciso II, Art. 4 da Resoluo n 4/CEB, de 13 de julho de 2010.

    Considerar na organizao metodolgica do pro-cesso ensino-aprendizagem a pesquisa como prin-cpio pedaggico, significa contemplar, de acordo com Demo (1998):

    1. A convico de que a educao pela pesqui-sa a especificidade mais prpria da educa-o escolar e acadmica;

    2. O reconhecimento de que o questionamento reconstrutivo com qualidade formal e polti-ca o cerne do processo de pesquisa;

    3. A necessidade de fazer da pesquisa atitude cotidiana no professor e no aluno.

    O questionamento reconstrutivo o principal di-ferencial da educao pela pesquisa, pois supe fazer uso da problematizao como instrumento de incentivo pesquisa, curiosidade e formu-lao prpria por parte do aluno que reconstri o conhecimento sob a orientao de professores pesquisadores. A elaborao prpria a base da aprendizagem ativa, atravs da qual o aluno tenta, sob orientao do professor, fazer-se autor.

    A pesquisa , ento, entendida como um instru-mento problematizador que, quando planejada e mediada pelo professor, faz do aluno-copiador um aluno-pesquisador, provocando transformaes no aluno e no professor, em relao construo da autonomia do pensar.

    H necessidade de reconhecer a pesquisa como grande aliada do processo de ensino e aprendi-zagem, por ser um forte instrumento metodol-gico que leva o aluno a indagar, pensar, discutir e refletir sobre questes que elevam o seu esprito investigativo, argumentativo, permitindo a cons-truo e reconstruo de seus conhecimentos e possibilitando uma atuao na sociedade, de ma-neira crtica.

    A pesquisa deve ser assumida como uma atitude na prtica pedaggica em que o docente ter que aperfeio-la, estando em constante estado de formulao, reformulao, construo, reconstru-o e inovao de seus conhecimentos e questio-namentos, em um compromisso intrnseco. A este respeito, Freire (1996, p 29) menciona:

    Enquanto ensino contnuo buscando, reprocuran-do. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, con-tatando, intervenho intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda no conheo e comunicar ou anunciar a novidade.

    A Resoluo n 7/CEB, de 14 de dezembro de 2010, destaca em seu Art. 25 que os professores levaro em conta a diversidade sociocultural da popula-o escolar, as desigualdades de acesso ao consu-mo de bens culturais e a multiplicidade de interes-ses e necessidades apresentadas pelos alunos no desenvolvimento de metodologias e estratgias variadas que melhor respondam s diferenas de aprendizagem entre os estudantes e s suas de-mandas.

    Considerando as Diretrizes Curriculares Nacionais, busca-se assegurar no currculo escolar a pesquisa na escola em geral, pois, conforme Marcos Bagno (2002), a atividade de pesquisa pode ser transfor-mada numa grande fonte de aquisio de conhe-cimento. Ensinar e aprender so possibilidades para que o aluno chegue sozinho s fontes de co-nhecimento que esto a sua disposio na socie-dade. Ensinar e aprender deve apontar o caminho, bem como orientar o educando para que desen-volva um olhar crtico, que lhe permita reconhecer as trilhas que conduzem s verdadeiras fontes de informao e conhecimento.

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    3. ORIENTAO mETODOlGICA

    A concretizao dos princpios metodolgicos para o Currculo das Escolas Estaduais do Ensino Funda-mental e Mdio de Rondnia privilegia a aquisio de aprendizagens signifi cativas e o desenvolvimento de competncias e habilidades que devem ser instru-mentos de trabalho da escola, do professor e do aluno.

    O Referencial Curricular aqui apresentado pretende dar um sentido ao fazer pedaggico, partindo de situaes e problemas da realidade, buscando na teorizao respostas para compreend-lo e recons-tru-lo de forma interdisciplinar e transversal, alm de integr-lo era da tecnologia.

    3.1. Dimenses da Ao Pedaggica no Currculo: Interdisciplinaridade e Transversalidade

    A educao, em todos os nveis, tem passado por muitos processos de mudanas relacionados ao de-senvolvimento cientfi co-tecnolgico, a movimentos sociais, polticos e econmicos da sociedade ps-mo-derna.

    Nessa perspectiva, a educao um desafi o cons-tante. A luta contra o insucesso escolar, as novas me-todologias e tcnicas de ensino, a qualifi cao dos professores, a integrao escola-famlia, entre outros, so requisitos fundamentais no processo de educa-o para a vida.

    Nesse sentido, repensar a questo do currculo esco-lar torna-se essencial, pois a escola agora assume a funo de transformao dos sujeitos, exigindo-lhe dar conta, no s do acesso cultura por meio do conhecimento socialmente valorizado como forma de conhecimento pessoal, mas tambm da formao da cidadania, atravs do convvio social e exerccio de prticas participativas.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais dispem a or-ganizao pedaggica da escola, em torno de trs princpios orientadores: a contextualizao, a inter-disciplinaridade e as competncias e habilidades.

    A interdisciplinaridade est relacionada ao conceito de contextualizao scio-histrico como princpio integrador do currculo. Isto porque ambas propem uma articulao que v alm dos limites cognitivos prprios das disciplinas escolares, sem, no entanto, recair no relativismo epistemolgico. Ao contrrio,

    elas reforam essas disciplinas ao se fundamentarem em aproximaes conceituais coerentes e nos con-textos scio-histricos, possibilitando as condies de existncia e constituio dos objetos dos conhe-cimentos disciplinares.

    Indissocivel da interdisciplinaridade, a transversa-lidade estrutura, complementa e insere a educao no contexto social e histrico. Os temas transversais tratam de processos que esto sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, fam-lias, alunos e educadores em seu cotidiano. So de-batidos em diferentes espaos sociais, em busca de solues e de alternativas, confrontando posiciona-mentos diversos, tanto em relao interveno no mbito social mais amplo, quanto a atuao pessoal. So questes urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que est sendo constru-da e que demandam transformaes macrossociais e tambm de atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem de contedos relativos a es-sas duas dimenses.

    Os PCNs tratam essas duas dimenses de forma dife-renciada, porm, na prtica pedaggica, alimentam-se mutuamente, tornando o currculo estruturado e priorizando o desenvolvimento de competncias e habilidades.

    Philippe Perrenoud identifi cou oito grandes catego-rias de competncias fundamentais que, sendo de-senvolvidas, formam seres autnomos:

    1. Saber identifi car, avaliar e valorizar as suas pos-sibilidades, os seus direitos e as suas necessida-des;

    2. Saber formar e conduzir projetos e desenvolver estratgias, individualmente ou em grupo;

    3. Saber analisar situaes, relaes e campos de fora de forma sistmica;

    4. Saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade coletiva e partilhar liderana;

    5. Saber construir e estimular organizaes e sis-temas de ao coletiva do tipo democrtico;

    6. Saber gerir e superar confl itos;

    7. Saber conviver com regras, servir-se delas e ela-bor-las;

    8. Saber construir normas negociadas de convi-vncia que superem as culturais.

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    Construir habilidades e desenvolver competncias pressupe disponibilizar recursos mobilizados que, na estrutura cognitiva, assumiro sua postura em si-nergia, objetivando um agir eficiente em situaes complexas da vida da pessoa. Portanto, entende-se por competncia a capacidade de mobilizar, articular recursos para a resoluo de situaes complexas de forma criativa.

    3.2. mediao Tecnolgica

    Os desafios contemporneos demandam um repen-sar da educao que envolve diversificar as formas de agir, aprender e buscar conhecimentos, conside-rando a cultura e os meios de expresso que a per-meiam.

    Uma das maneiras de se reconsiderar a educao conduzir educandos e educadores a buscarem os conhecimentos das tecnologias de informao e co-municao, sendo necessria, para isso, a dissemina-o das mdias educacionais, para que esses recursos possam auxiliar no processo de ensino-aprendiza-gem e no aperfeioamento da prtica pedaggica.

    Os meios tecnolgicos adentram as salas de aula propondo mudanas significativas na interao pro-

    fessor versus aluno, propondo novos ambientes de aprendizagem. preciso,ento, conhecer as novida-des oferecidas pela tecnologia no campo educacio-nal, avaliando de maneira criteriosa os benefcios que tais novidades proporcionam. Para isso, faz-se neces-srio conhecer os recursos disponveis na escola e sa-ber utiliz-los de forma adequada.

    Torna-se de fundamental importncia questionar as caractersticas, vantagens, desvantagens, exemplos de utilizao, experincias vividas, e avaliar a verda-deira aplicabilidade pedaggica da mdia a ser explo-rada em sala de aula.

    Como agregar teoria e prtica com as mdias ao curr-culo? Temos TV, vdeo, informtica, mdia impressa e rdio, que devem ser integradas no processo ensino- aprendizagem nas diversas reas do conhecimento. Para que tais aes aconteam e possam realmente contribuir para a aprendizagem das diferentes reas de conhecimento, importante desenvolver compe-tncias e habilidades no uso das mdias e associ-las aos contedos curriculares, promovendo a integrao.

    O Projeto Poltico Pedaggico da escola contemplar o uso das mdias e tecnologias disponveis na escola, na perspectiva da integrao com o currculo escolar, garantindo, em cada rea, o papel e a contribuio das mesmas.

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    4. TEmAS TRANSVERSAIS/SOCIAIS E CONTEDOS OBRIGATRIOS

    4.1. Educao Ambiental

    Nas ltimas dcadas da nossa histria, as advertn-cias sobre as profundas mudanas ocorridas na re-lao entre Sociedade e Natureza tornaram-se roti-neiras. O desenvolvimento econmico resultante do progresso cientfi co e avano tecnolgico demons-tram claramente que o domnio do homem sobre a natureza tem desencadeado alteraes ecolgicas de graves propores e consequncias para o con-junto da humanidade.

    Vivencia-se na atualidade a previso de um futuro incerto com enormes problemas de contaminao, esgotamento de recursos no renovveis e escassez de recursos renovveis, aquecimento global, des-matamento, contaminao da gua e do solo, fome, pobreza e super populao que constituem um peri-go para a sade e o bem-estar social. Tudo isso tem provocado uma tomada de conscincia generalizada de que o caminho empreendido pela sociedade e o modo em que se tem enfocado as relaes dos se-res humanos com o meio que os sustenta algo que deve ser replanejado, se deseja oferecer um futuro equilibrado s futuras geraes.

    Cumprindo as determinaes emanadas das Con-ferncias Internacionais e Nacionais, obedecendo a seus princpios, objetivos e metas, o Brasil, atravs dos marcos legais da Constituio Federal de 1988, da Lei 9.795/99, que instituiu a Poltica Nacional de Educao Ambiental PNEA, dos Parmetros Curriculares Na-cionais PCNs e a Resoluo n. 2, de 15 de junho de 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacio-nais para a Educao Ambiental, assegura a efetivida-de desse direito, incumbindo ao Poder Pblico, entre outras providncias, promover a Educao Ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao p-blica para preservao do meio ambiente.

    A Educao Ambiental um processo participativo, no qual o educando assume o papel de elemento central do processo de ensino e aprendizagem pre-tendido, participando ativamente no diagnstico dos problemas ambientais e na busca de solues, sendo preparado como agente transformador, atravs do desenvolvimento de habilidades, da formao de ati-tudes e de uma conduta tica, condizentes ao exerc-cio da cidadania.

    a escola um espao social onde o aluno dar sequ-ncia ao seu processo de socializao. O que nela se faz, se diz e se valoriza representa um exemplo daqui-lo que a sociedade deseja e aprova. Comportamen-tos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prtica, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formao de cidados responsveis.

    Atualmente as questes ambientais j encontram certa insero nas comunidades. A fragilidade dos ambientes naturais coloca em jogo a sobrevivncia humana. Devido a isto, ocorreu o crescimento dos movimentos ambientalistas e das preocupaes eco-lgicas, criando-se condies para o desenvolvimen-to de um currculo que seja relacionado com esses problemas.

    Muitos professores, preocupados com os problemas ambientais, acham que a educao ambiental tem que ser voltada para a formao de uma conscin-cia conservacionista. Uma conscincia, portanto, re-lacionada com aspectos naturalistas, que considera o espao natural fora do meio humano. Desta viso, surge a grande maioria das aes educacionais di-recionadas, de forma predominante, para defesa do espao natural de maneira restrita. Em muitos pro-jetos escolares, a Educao Ambiental se restringe a reciclagem de lixo, papel e plstico, aes de plantio de mudas e comemoraes em datas pontuais, tais como, semana do meio ambiente, dia da rvore, dia da gua e outras.

    No mbito das escolas preciso que fi que defi nido como objetivo pedaggico, qual tipo de educao ambiental deve ser seguido: uma educao conser-vacionista, que aquela cujos ensinamentos con-duzem ao uso racional dos recursos naturais e ma-nuteno de um nvel timo de produtividade dos ecossistemas naturais ou gerenciados pelo homem, ou uma educao voltada para o meio ambiente, que implica em uma profunda mudana de valores, em uma nova viso de mundo e uma nova maneira de se ver pertencente ao meio em que est inserido, o que ultrapassa bastante o estado conservacionista. papel fundamental da escola, propiciar mecanismos para diminuir o distanciamento entre o que est ex-plcito nos documentos e leis (Lei 9795/99) e o que est sendo praticado.

  • 18 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    Devemos perceber claramente a tnica da Educao Ambiental direcionada para uma conscincia mais abrangente sobre a forma de perceber o que o meio ambiente para as pessoas e o que significa edu-cao para preserv-lo.

    A forma de pensar e agir sobre os problemas am-bientais implica na inter-relao da tica, da poltica, da economia, da cincia, da cultura, da tecnologia, da ecologia, para uma prtica da educao ambiental vol-tada para a mudana do comportamento das comuni-dades e, at mesmo, para a atuao da escola como agente transformador da cultura e da conscientizao das pessoas para os problemas ambientais.

    Neste contexto, a Educao Ambiental deve estar presente em todos os nveis e modalidades de ensi-no, de forma interdisciplinar, garantindo a diferentes grupos e faixas etrias o desenvolvimento da cultura e cidadania ambiental, de modo que impregne toda a prtica educativa e, ao mesmo tempo, crie uma viso global e abrangente da questo ambiental, vi-sando os aspectos fsicos, histricos e sociais, assim como a articulao entre a escala local e planetria desses problemas.

    Trabalhar de forma transversal significa buscar a transformao dos conceitos, a explicitao de valo-res e a incluso de procedimentos, sempre vincula-dos realidade cotidiana da sociedade, de modo que obtenha cidados mais participantes. Cada profes-sor, dentro da especificidade de sua rea, deve ade-quar o tratamento dos contedos para contemplar a Educao Ambiental; estes devem permear todas as disciplinas do currculo e contextualiz-los com a realidade da comunidade. A escola ajudar o aluno a perceber a correlao dos fatos e ter uma viso hols-tica, ou seja, integral do mundo em que vive, sendo capaz de:

    Identificar-se como parte integrante da natureza e sentir-se afetivamente ligados a ela, perceben-do os processos pessoais como elementos fun-damentais para uma atuao criativa, respons-vel e respeitosa em relao ao meio ambiente;

    Perceber, apreciar e valorizar a diversidade natu-ral e sociocultural, adotando posturas de respei-to aos diferentes aspectos e formas do patrim-nio natural, tnico e cultural;

    Observar e analisar fatos e situaes do ponto de vista ambiental, de modo crtico, reconhe-cendo a necessidade e as oportunidades de atu-ar de modo propositivo, para garantir um meio ambiente saudvel e a boa qualidade de vida;

    Adotar posturas na escola, em casa e em sua co-munidade que os levem a interaes construti-vas, justas e ambientalmente sustentveis;

    Compreender que os problemas ambientais in-terferem na qualidade de vida das pessoas, tan-to local quanto globalmente;

    Conhecer e compreender, de modo integrado, as noes bsicas relacionadas ao meio ambien-te;

    Perceber, em diversos fenmenos naturais, en-cadeamentos e relaes de causa/efeito que condicionam a vida no espao (geogrfico) e no tempo (histrico), utilizando essa percepo para posicionar-se criticamente diante das con-dies ambientais de seu meio;

    Compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservao e manejo dos recursos naturais com os quais interagem, apli-cando-os no dia a dia.

    Neste sentido, deve-se incluir no Projeto Poltico Pe-daggico das escolas a oferta da Educao Ambien-tal para todos os nveis e modalidades de ensino e em todos os componentes curriculares, de forma que fortalea a cidadania ambiental nas escolas e co-munidades, a partir de uma educao participativa, democrtica, transformadora e crtica, abordando o conhecimento e o exemplo na resoluo de proble-mas socioambientais. Devem ser seguidos os seguin-tes aspectos na oferta da Educao Ambiental, nos nveis e modalidades de ensino:

    Educao Infantil e incio do Ensino Fundamen-tal: enfatizar a sensibilizao com a percepo, a interao, o cuidado e o respeito das crianas para com a natureza e cultura, destacando a di-versidade dessa relao;

    Anos finais do Ensino Fundamental: desenvol-ver o raciocnio crtico, prospectivo e interpreta-tivo das questes socioambientais, bem como, a cidadania ambiental;

    Ensino Mdio e Educao de Jovens e Adultos: aprofundar o pensamento crtico, contextuali-zado e poltico e a cidadania ambiental, frente s desigualdades sociais que expem grupos sociais economicamente vulnerveis em condi-es de risco ambiental;

    Educao do Campo, Educao Indgena e Edu-cao Quilombola: nestas modalidades de ensi-no importante a revitalizao da histria e da

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    cultura de cada comunidade, comparando-as com a cultura contempornea e seus atuais im-pactos socioambientais, especialmente os cau-sados por modelos produtivos.

    Nestas modalidades oportuna a refl exo sobre pro-cessos de proteo ambiental, prticas produtivas e manejo sustentvel.

    4.2. Educao para o Trnsito

    A Educao para o trnsito visa promover uma cul-tura de valorizao da vida, de paz no espao social, estimulando a mudana de postura e comportamen-tos que resultam em acidentes. Isto permite a refl e-xo do aluno sobre a sua conduta e a dos outros, a partir de valores e princpios que norteiam a vida em sociedade, tais como: respeito, dilogo, solidariedade e justia.

    Faz-se necessria a compreenso da importncia do trnsito como parte integrante do cotidiano das pessoas, visto que todos tm necessidade de se lo-comover, de se comunicar e, sobretudo, conviver no espao pblico.

    O Cdigo Nacional do Trnsito, art. 76, preceitua que a educao para o trnsito ser promovida na pr-es-cola e nas escolas de Ensino Fundamental e Mdio por meio de planejamento e aes coordenadas en-tre rgos e entidades do Sistema Nacional de Trn-sito e de Educao da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, nas respectivas reas de atuao, sendo assegurada, no inciso I desse artigo, a adoo, em todos os nveis de ensino, de um currcu-lo interdisciplinar, com contedo programtico sobre segurana de trnsito.

    Na Resoluo n.07, de 14 de dezembro de 2010 e tambm na Resoluo n.02, de 30 de janeiro de 2012, ambas do Conselho Nacional de Educao - CNE, a Educao para o Trnsito tem em um tratamento transversal, permeando todo o currculo, no mbito dos demais componentes curriculares.

    Sabemos que os problemas que o trnsito brasilei-ro enfrenta, principalmente nas cidades de mdio e

    grande porte, so refl exos de um comportamento errneo que foi se agravando ao longo do tempo. Verifi camos diariamente o desrespeito s leis e s pessoas, prevalecendo a cultura do mais forte. Nesse contexto, a escola desempenha um importante pa-pel, no s na anlise desse fenmeno crescente, mas principalmente na conscientizao dos educandos sobre o comportamento dos condutores e pedestres.

    fato que o trnsito um tema que envolve uma legislao especfi ca, mas o educador no necessita aprofundar-se nesse fator e sim voltar o seu trabalho para a questo comportamental, ou seja, promover atitudes de respeito, conscincia e responsabilidade no ambiente escolar. O desenvolvimento desta atitu-de perpassa essa temtica, contribuindo com outros temas voltados cidadania.

    A Educao para o Trnsito poder ser contemplada em todos os componentes curriculares a exemplo:

    lngua Portuguesa: As matrias dos jornais e arti-gos de revistas acerca do tema so importantes fon-tes para a produo de textos e anlise gramatical.

    Geografi a: medida que o aluno conhece o espao onde vive, comparando-os com outros locais e pon-tuando os aspectos observados, este pode identifi car mais claramente os fatores que interferem na carac-terizao do trnsito de sua cidade.

    matemtica: Anlise de estatsticas, indicadores e grfi cos, identifi cando os crescentes problemas no trnsito, estimulando a busca de solues.

    histria: Conhecer a evoluo das mquinas e do homem, para que sejam compreendidas as transfor-maes no modo de locomoo, desde os primr-dios at os dias atuais.

    Arte: O cenrio das situaes ocorridas no trnsito e o prprio contexto em que ele se encontra favore-cem as diversas formas de expresso, exteriorizando sentimentos e pontos de vista.

    Cincias Naturais: Analisar a relao do homem com o meio ambiente, favorecendo a refl exo sobre a sua preservao e promovendo uma conscincia das si-tuaes de agresso, como os gases txicos emitidos pelos veculos, o desmatamento para abertura de es-tradas e demais fatores que agridem a natureza.

  • 20 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    TEmTICAS:

    a)Valores

    Respeito, cortesia, cooperao, tolerncia e compromisso;

    A importncia de se terdisciplinae cumprir re-gras e normas;

    A importncia de cada um no grupo social;

    O respeito s limitaes;

    Como ser til nos diferentes grupos;

    A importncia de ajudar, ser solidrio;

    As emoes: raiva, felicidade, tristeza, alegria, etc.;

    Famlia, escola e comunidade.

    b) Orientao no espao urbano e rural:

    Esquemas referenciais: direita e esquerda, per-to e longe, direo e distncia;

    Noo de velocidade;

    Percepes Sensoriais: visual, auditiva, olfativa, etc.;

    Localizao da residncia emrelaoa escola;

    Localizao do bairro;

    Meios utilizados para deslocar-se at a escola: a p, de nibus, bicicleta, veculos de trao ani-mal ou carro, outros meios de locomoo;

    Meios de transporte de produtos.

    c) O trnsito

    Componentes da via pblica: calada ou espa-o para pedestre no pavimentado, meio-fio, acostamento ou a falta de acostamento, faixa de pedestre ou a inexistncia dela, semforo ou a inexistncia dele, placas, praas, pontes, viadutos, passarelas e calades para pedes-tres, ciclovias, pista de rolamento, etc.;

    A importncia do conhecimento da realidade do trnsito que cerca o aluno;

    Trnsito e Comunicao;

    As placas regulam, avisam e fornecem infor-maes;

    O trnsito e o meio ambiente;

    A formao do senso crtico por meio da in-terpretao da conjuntura em que se insere o trnsito.

    d) Segurana

    Atitudes seguras;

    Pressa x Ateno;

    A importncia de conhecer as placas de sina-lizao;

    A importncia de conhecer as mensagens do semforo, para condutores e pedestres;

    A importncia de conhecer e respeitar as nor-mas de trnsito;

    As consequncias dos comportamentos ina-dequados no trnsito: excesso de velocidade e desrespeito s leis de trnsito, etc.;

    A brincadeira e onde perigoso brincar;

    Equipamentos de segurana e a importncia de us-los corretamente.

    Valores, normas e atitudes a serem cultivadas na escola:

    Respeito ao espao pblico e ao patrimnio cultural;

    Cumprimento dos deveres como cidado, com relao ao trnsito e aos usurios das vias e ani-mais;

    Reconhecimento e respeito sinalizao;

    Valorizao do trabalho do policial de trnsito;

    Valorizao da liberdade;

    Reconhecimento da importncia do cumpri-mento de regras e de normas;

    Importncia da aquisio de limites;

    Conscientizao dos deveres e dos direitos no trnsito;

    Valorizao da vida humana e dos outros ani-mais;

    Respeito ao outro e exigncia de respeito para si;

    Cobrana de comportamento adequado por parte do adulto no trnsito;

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    Reconhecimento da necessidade do uso corre-to dos acessrios para a segurana no trnsito;

    Defesa de medidas de segurana pessoal e co-letiva no trnsito;

    Apoio a poltica de preservao ambiental como promotora da qualidade de vida.

    4.3. Direitos humanos e Diversidade

    A Educao em Direitos Humanos est consoante com os pressupostos da Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNES-CO) e o Instituto Interamericano de Direitos Huma-nos (IIDH), que a partir da II Conferncia de Direitos Humanos (Viena, 1993), organizada pela ONU, passa-ram a exigir que os Estados Nacionais implementem polticas pblicas efetivas nessa temtica. Assim, em seu Programa de Ao, a Conferncia orientou, expli-citamente, o desenvolvimento de aes de educao em direitos humanos. Foi neste contexto que nasceu o Programa Mundial de Educao em Direitos Huma-nos, lanado pela ONU, em 2005. Esse conjunto de processos internacionais repercutiu internamente por meio da paulatina preocupao do governo com o desenvolvimento de aes e polticas de educao em direitos humanos, o que se materializou de forma mais explcita com o lanamento do Plano Nacional de Educao em Direitos Humanos (PNEDH, 2006). O Ministrio da Educao, a Secretaria Especial dos Di-reitos Humanos e o Ministrio da Justia comprome-teram-se no desenvolvimento de polticas de educa-o em direitos humanos no Brasil.

    A Resoluo n.1/CNE/2012, que Estabelece Diretrizes Nacionais para a Educao em Direitos Humanos, re-ferenda que:

    Art. 2 - A Educao em Direitos Humanos, um dos eixos fundamentais do direito educao, refere-se ao uso de concepes e prticas educativas fundadas nos Direitos Humanos e em seus processos de pro-moo, proteo, defesa e aplicao na vida cotidia-na e cidad de sujeitos de direitos e de responsabili-dades individuais e coletivas.

    1 Os Direitos Humanos, internacionalmente re-conhecidos como um conjunto de direitos civis, po-lticos, sociais, econmicos, culturais e ambientais, sejam eles individuais, coletivos, transindividuais ou

    difusos, referem-se necessidade de igualdade e de defesa da dignidade humana.

    Art. 3 - A Educao em Direitos Humanos, com a fi -nalidade de promover a educao para a mudana e a transformao social, fundamenta-se nos seguintes princpios:

    I - dignidade humana;

    II - igualdade de direitos;

    III - reconhecimento e valorizao das diferenas e das diversidades;

    IV - laicidade do Estado;

    V - democracia na educao;

    VI - transversalidade, vivncia e globalidade; e

    VII - sustentabilidade socioambiental.

    Art. 7 - A insero dos conhecimentos concernentes Educao em Direitos Humanos na organizao dos currculos da Educao Bsica e da Educao Supe-rior poder ocorrer das seguintes formas:

    I - pela transversalidade, por meio de temas rela-cionados aos Direitos Humanos e tratados interdis-ciplinarmente;

    II - como um contedo especfi co de uma das disci-plinas j existentes no currculo escolar;

    III - de maneira mista, ou seja, combinando trans-versalidade e disciplinaridade.

    Pargrafo nico. Outras formas de insero da Educa-o em Direitos Humanos podero ainda ser admiti-das na organizao curricular das instituies educa-tivas, desde que observadas as

    especifi cidades dos nveis e modalidades da Educa-o Nacional.

    O compromisso com os Direitos Humanos e a Cida-dania deve estar presente nas aes educativas pro-motoras de abordagens articuladas entre a educao para relaes de gnero e para a diversidade sexual. O reconhecimento e o respeito s diversidades de gnero e orientao sexual trazem tona uma escola pluralista que ensina a convivncia em uma socie-dade heterognea, e trabalha a educao de forma igualitria, no discriminatria e democrtica.

    Nesse sentido, faz-se necessrio que as escolas pro-movam a valorizao e o reconhecimento da diversi-dade e dos direitos humanos, com garantia de aten-

  • 22 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    dimento pedaggico que possibilite minimizar os conflitos causados pelas diferenas, o preconceito e a discriminao relacionada ao sexismo, s questes de gnero e identidade de gnero, ao respeito s orientaes sexuais, s relaes afetivas e homoafe-tivas, bem como um olhar pedaggico a respeito da homofobia e suas implicaes, assegurando aes de cidadania e respeito mtuo no espao escolar.

    4.4. tica e Cidadania

    A tica diz respeito s reflexes sobre as condutas hu-manas. A pergunta tica por excelncia : Como agir perante os outros?. Verifica-se que tal pergunta ampla, complexa e sua resposta implica tomadas de posio valorativas. A questo central das preocupa-es ticas a da justia, entendida como inspirada pelos valores de igualdade e equidade. Na escola, o tema tica encontra-se, em primeiro lugar, nas pr-prias relaes entre os agentes que constituem essa instituio: alunos, professores, funcionrios e pais. Em segundo lugar, encontra-se nas disciplinas do currculo, uma vez que o conhecimento no neu-tro, nem impermevel a valores de todo tipo. Final-mente, encontra-se nos demais Temas Transversais, j que, de uma forma ou de outra, tratam de valores e normas. Em suma, a reflexo sobre as diversas faces das condutas humanas deve fazer parte dos objeti-vos maiores da escola comprometida com a forma-o para a cidadania.

    Partindo dessa perspectiva, o tema tica traz a pro-posta de que a escola realize um trabalho que possi-bilite o desenvolvimento da autonomia moral, condi-o para a reflexo tica. Para isso foram eleitos como eixos do trabalho quatro blocos de contedo: Respei-to Mtuo, Justia, Dilogo e Solidariedade, valores re-ferenciados no princpio da dignidade do ser huma-no, um dos fundamentos da Constituio Brasileira.

    A cidadania uma condio construda historica-mente. Os PCNs afirmam que seu sentido mais pleno aponta para a possibilidade de participao efetiva na produo e usufruto de valores e bens de um determi-nado contexto e sua configurao, e para o reconhe-cimento do direito de falar e ser ouvido pelos outros.

    Ser cidado participar de uma sociedade, ter direi-to a ter direitos, bem como construir novos direitos e rever os j existentes. Admitir e defender direitos hu-manos significa no reconhecer apenas esta ou aque-

    la propriedade de alguns sujeitos, mas que o direito de ser humano um estatuto que todas as pessoas tm o dever moral de, consciente e voluntariamente, conceder-se umas s outras. A dimenso moral das aes humanas guarda uma perspectiva de intencio-nalidade. Ao agir no mundo, construindo sua vida na relao com os outros, o ser humano o faz com vistas a sua realizao. Esta realizao apresenta-se como a perspectiva de concretizar algo definido como bem, que vai ao encontro de necessidades e desejos das pessoas de uma determinada cultura e tem sempre um carter histrico.

    Um dos bens, como finalidade da vida humana, fe-licidade, aqui entendida como concretizao da vida humana, que tem sempre um carter coletivo, o que no elimina a possibilidade de haver a experincia particular de felicidade.

    A formao da cidadania se faz, antes de tudo, pelo seu exerccio. A escola possui condio especial para essa tarefa e os Temas Transversais tm um papel di-ferenciado por tratar de assuntos diretamente vincu-lados realidade e seus problemas.

    A participao um princpio da democracia que ne-cessita ser trabalhado: algo que se aprende e se en-sina. A escola ser um lugar possvel para essa apren-dizagem, se promover a convivncia democrtica no seu cotidiano, pois se aprende a participar, parti-cipando. No entanto, se a escola negar aos alunos a possibilidade de exercerem essa capacidade, estar, ao contrrio, ensinando a passividade, a indiferena e a obedincia cega. aqui que a importncia do convvio escolar ganha amplitude, a fim de tomar a escola como espao de atuao pblica dos alunos.

    O ensino e a aprendizagem da participao tm como suporte bsico a realidade escolar para o uso efetivo dos procedimentos aprendidos e para a promoo das capacidades que se quer desenvolver. Assim, devem ser eleitos mtodos e atividades que ofeream experin-cias de aprendizagem ricas em situaes de participa-o, nas quais os educandos possam manifestar, assu-mir responsabilidades, colocar-se, resolver problemas, conflitos e refletir sobre as consequncias de seus atos. Situaes que envolvam atividades como seminrios, exposio de trabalhos, organizao de campanhas, monitoria de grupos de estudos, eleio e desenvolvi-mento de projetos, etc., favorecem essa aprendizagem.

    Propor que a escola trate questes sociais na pers-pectiva da cidadania coloca imediatamente a ques-to da formao dos educadores e de sua condio de cidados. Para desenvolver sua prtica, os profes-

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    sores precisam tambm desenvolver-se como profi s-sionais e como sujeitos crticos na realidade em que esto, isto , precisam poder situar-se como educa-dores e como cidados, e, como tais, participantes do processo de construo da cidadania, de reconheci-mento de seus direitos e deveres, de valorizao pro-fi ssional.

    Em resumo, verifi ca-se que questes relacionadas tica e Cidadania permeiam todo o currculo. Portan-to, no h razo para que sejam tratadas em paralelo, em horrio especfi co de aula. Pelo contrrio, passar ao lado de tais questes seria, justamente, prestar um desservio formao moral do aluno: induzi-lo a pensar que tica uma especialidade, quando, na verdade, ela diz respeito a todas as atividades huma-nas. (PCNs, Temas Transversais 5 a 8 sries, 2001).

    A escola o espao onde as crianas aprendem a vi-ver a complexidade dos dias atuais e onde os edu-cadores e inmeros outros agentes sociais praticam e difundem os princpios da vida cidad, tica e Ci-dadania. Esses princpios tm por objetivo trabalhar esses valores na Escola e na Sociedade, consolidar prticas que conduzam consagrao da liberdade, da convivncia social, da solidariedade humana, da promoo e incluso social.

    4.5. Orientao Sexual/Preveno e Promoo Sade

    A Organizao Mundial de Sade (OMS) preconiza a sexualidade como um aspecto do ser humano que no se pode separar dos outros aspectos da vida. Ela infl uencia nossos pensamentos, sentimentos e aes, bem como a sade fsica e mental e, portanto, deve ser considerada um direito bsico do ser humano. Sendo assim, a sexualidade indissocivel da educa-o, da sade e da cidadania.

    A escola tem como responsabilidade prezar pela sade de seus alunos e, sobretudo, formar cidados conscientes, crticos e responsveis, tanto em uma di-menso individual quanto social. A educao sexual, no meio escolar, um componente primordial para a construo desse cidado, bem como na preven-o de agravos sade e integridade fsica e mental dos estudantes, desconstruindo mitos, tabus e pre-conceitos.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais preveem traba-lhos da Educao Infantil ao Ensino Mdio, contem-plando todas as modalidades de ensino, visando uma

    educao voltada para a construo da cidadania, e propem em forma de temas transversais, a incluso da orientao sexual no currculo escolar. Neles, a se-xualidade considerada como algo inerente vida e sade e deve ser entendida como um processo de interveno pedaggica que tem como objetivo transmitir informaes e problematizar questes a ela relacionadas, incluindo posturas, crenas, tabus e valores.

    Nos PCNs, indica-se que o currculo escolar deve res-peitar as especifi cidades de cada comunidade esco-lar, desde que no sejam feridos os direitos e deveres bsicos constitucionais j estabelecidos. Esses curr-culos devem ter a cor e o passo de cada escola, mas devem estar apoiados em conhecimentos tericos atualizados e precisos, alm de garantir aos alunos o direito e o respeito as suas identidades. Assim, de-terminam que sejam estabelecidos princpios ticos, estticos e polticos para a atuao escolar e, ainda, que os conceitos escolares encontrem seus melhores signifi cados em cruzamento com certos princpios educativos que regem a vida cidad, tais como a sa-de, a sexualidade, a vida familiar e social, o meio am-biente, o trabalho, as cincias e tecnologia, a cultura e as linguagens.

    A proposta de orientao sexual dos PCNs caracte-riza-se por trabalhar o esclarecimento e a problema-tizao, a fi m de favorecer a refl exo e a ressignifi ca-o das informaes, emoes e valores recebidos e vividos no decorrer da histria de cada um. Ela res-salta, ainda, a importncia de se abordar a sexualida-de, no somente do ponto de vista biolgico, mas, principalmente, em relao aos seus aspectos sociais, culturais, polticos, econmicos e psquicos. Segundo os PCNs, a orientao sexual deve fazer parte do Pro-jeto Poltico Pedaggico da escola, sendo desenvol-vida de forma continuada por todos os componen-tes curriculares, no apenas com aes pontuais e/ou isoladas. Ela deve contribuir para a construo de seres capazes de desenvolver e exercer sua sexuali-dade com prazer e responsabilidade, bem como para garantir o acesso sade, ao conhecimento e infor-mao, direitos fundamentais de todo cidado.

    A sexualidade, como um aspecto inerente ao ser humano, acompanha o indivduo em cada fase da vida e se manifesta sob formas multifacetadas, por-tanto, no possvel ignorar as diversas maneiras de express-la por parte de crianas e adolescentes no mbito escolar. atravs de comportamentos, que muitas vezes ignoramos, reprovamos, criticamos ou repreendemos o estudante ao expressar seus an-

  • 24 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    seios, suas angstias, seus medos, suas necessidades e suas dvidas sobre a sexualidade.

    O educador, atento s manifestaes anteriormente citadas, pode, ainda, ajudar a criana e o adolescente a se prevenirem ou se libertarem de uma situao de violncia ou de abuso sexual, pois certas atitudes do estudante so como um grito de socorro, que gran-de parte dos educadores no consegue ouvir, devido aos preconceitos e ignorncia diante de determina-dos comportamentos relacionados sexualidade.

    A escola deve estar preparada para apreender e com-preender todas as manifestaes do educando, a fim de orient-lo em suas buscas, ajud-lo a sanar dvi-das e superar medos, incit-lo a refletir, questionar e descobrir o melhor caminho a ser trilhado, pois a se-xualidade na escola visa principalmente levar aos alu-nos, a partir dos seus conceitos e vivncias, informa-es e conhecimentos que permitiro compreender as diferentes dimenses da sexualidade, suscitando a reflexo e o desenvolvimento de atitudes de respon-sabilidade individual, familiar e social.

    A educao eficaz aquela que favorece a formao de cidados crticos e bem informados, que tenham habilidades e competncias diversas para agir de forma eficiente em defesa da vida. Por isso, a escola deve criar estratgias que possam envolver toda so-ciedade nas questes que tratam da sade pblica, da promoo da sexualidade sadia e no combate ao consumo de drogas lcitas e ilcitas.

    Assim, se pressupe a interseo da Educao com vrios outros saberes e cincias, em especial com a rea de sade. Uma parceria que venha a se soli-dificar e a se estruturar de forma orgnica, levando em conta os limites e as inmeras possibilidades de atuao parceira, de forma dinmica e perene, no eventual nem espasmdica. Sade, portanto, no uma matria ou componente curricular da esco-la, como por vezes sugerem algumas propostas e modelos. Como produo coletiva transversal nos componentes curriculares e se integra aos conte-dos, principalmente quando esses tm significado para crianas, adolescentes e jovens em processo de aprendizagem. A sade precisa ser pensada na inser-o do Projeto Poltico Pedaggico da escola porque, como forma de construo coletiva que envolve to-dos os segmentos da comunidade escolar, se integra aos planos da escola e da comunidade para a consti-tuio do conhecimento e o viver a vida.

    Nesse contexto, a promoo da sade na escola se configura em atividades que favorecem e estimulam

    a reflexo e o conhecimento, valorizam a construo coletiva, a participao e a mobilizao social. E por meio de polticas sociais saudveis, intersetoriais e sustentveis, a produo da sade na escola repre-senta enfrentamento s desigualdades socialmente determinadas, includas as questes relativas a gne-ro, raa/etnia e orientao sexual, entre outras.

    Dialogar pressupe a garantia do direito fala, escu-ta, de emitir sugestes, de perguntar e de esclarecer dvidas, do exerccio do poder de deciso, de identi-ficar prioridades, de fazer escolhas e, sobretudo, de participar. Educadores tm se pautado nessas ideias para agir de forma contundente no oferecimento de uma educao de qualidade que estimula o desen-volvimento de prticas de promoo de sade que englobam conhecimentos, habilidades para a vida, tomada de decises, atitudes saudveis e construo de ambientes favorveis sade. Tudo isso tem por base diversas aes educativas e sanitrias, cujo en-foque principal a promoo da sade centrada na criana, com uma projeo significativa para a comu-nidade escolar e a famlia.

    SUGESTES DE CONTEDOS E ATIVIDADES

    A - lINGUA PORTUGUESA

    - Leitura de textos sobre sade e qualidade de vida;

    - Elaborao de redaes e poesias com essa te-mtica,

    - Debates e apresentao de vdeos.

    B - mATEmTICA

    - Organizar grficos com nmeros de acidentes de trnsito e consumo de lcool;

    - Organizar grficos com dados de atendimentos do Corpo de Bombeiros e SAMU;

    - Organizar tabelas com dados de ocorrncias po-liciais nos dias de festas e feriados.

    - Identificar os alimentos disponveis na comuni-dade e seu valor nutricional;

    - Calcular a quantidade de calorias na refeio (caf da manh, almoo etc.);

    - Fazer clculos do IMC (ndice de Massa Corp-rea) e do IAC (ndice de Adiposidade Corprea).

    C - CINCIAS

    - Doenas associadas Poluio (ar, gua, solo etc.).- Radiao Nuclear (benefcios e perigos).- Higiene dos alimentos (produo, transporte,

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    conservao, preparo e consumo);- Doenas associadas ingesto de gua impr-

    pria para o consumo humano;- Procedimentos de tratamento domstico da

    gua.

    - Plantas e animais perigosos ao Homem;- Produo de remdios;- Produo de vacinas e soros;- Males do consumo excessivo de remdios;- Males do consumo de drogas;- Risco do consumo de lcool e cigarro durante a

    gravidez;- Doenas sexualmente transmissveis (DST) e

    AIDS;- Doenas crnicas, como diabetes e hipertenso

    arterial e cncer;- Meio Ambiente e melhoria da qualidade de vida

    e sade.

    D - hISTRIA

    - Histria da produo de medicamentos;- Epidemias e pandemias na histria da humani-

    dade;- Doenas nas civilizaes antigas (gregos, roma-

    nos, babilnios, egpcios etc.);- Doenas associadas falta de higiene no trato

    com alimentos: intoxicaes, verminoses, diar-rias e desidratao; medidas simples de preven-o e tratamento;

    - Histria da Medicina no Brasil.

    E - GEOGRAFIA

    - Relao entre doena e cultura;- Medicina ocidental x medicina oriental;- Tipos de doenas em relao ao gnero, faixa

    etria e raas;- Doenas e condies socioeconmicas;- Doenas ocupacionais;- Patentes de medicamentos e biopirataria;- O trabalho da Organizao Mundial de Sade

    (OMS).

    F INGlS

    - Traduo de textos com a temtica sade;- Traduzir e comparar letras de msicas que falam

    de problemas de sade fsica e mental;- Propor aos alunos que pesquisem artistas e m-

    sicos de lngua inglesa que tiveram problemas com AIDS e com abuso de remdios, lcool e drogas.

    G - EDUCAO FSICA

    - Adoo de postura fsica adequada na sala de aula e na prtica de esportes;

    - Doping nos esportes nacionais e internacionais;- Prejuzos do uso de anabolizantes;- Prejuzos do sedentarismo para a vida dos alu-

    nos.

    h - ENSINO RElIGIOSO

    - A viso das religies sobre as doenas;- O papel das igrejas no apoio aos usurios de l-

    cool e drogas.

    I - EDUCAO ARTSTICA

    - Desenhos com a temtica vida saudvel;- Compor msicas, relacionadas temtica.

    4.6. Pluralidade Cultural

    De acordo com os Parmetros Curriculares Nacio-nais, a temtica da Pluralidade Cultural diz respeito ao conhecimento e valorizao das caractersticas tnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no territrio nacional, s desigualdades socioeconmicas e crtica s relaes sociais discri-minatrias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de co-nhecer o Brasil como um pas complexo, multifaceta-do e algumas vezes paradoxal.

    Este tema prope uma concepo da sociedade bra-sileira que busca explicitar a diversidade tnica e cul-tural que a compe, compreender suas relaes, mar-cadas por desigualdades socioeconmicas e apontar transformaes necessrias. Considerar a diversidade no signifi ca negar a existncia de caractersticas co-muns, nem a possibilidade de constituirmos uma na-o, ou mesmo a existncia de uma dimenso univer-sal do ser humano. Pluralidade Cultural quer dizer a afi rmao da diversidade como trao fundamental na construo de uma identidade nacional que se pe e repe permanentemente, e o fato de que a huma-nidade de todos se manifesta em formas concretas e diversas do ser humano.

    Tratar da diversidade cultural, reconhecendo-a e va-lorizando-a, e da superao das discriminaes atuar sobre um dos mecanismos de excluso, para caminhar na direo de uma sociedade plenamente democrtica. um imperativo do trabalho educativo voltado para a cidadania, uma vez que tanto a desva-lorizao cultural, quanto a discriminao so entra-ves plenitude da cidadania para todos.

  • 26 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    O tema da Pluralidade Cultural busca contribuir para a construo da cidadania na sociedade pluritnica e pluricultural. Tendo esse objetivo maior em vista, prope o desenvolvimento das seguintes capacida-des:

    Conhecer a diversidade do patrimnio etnocul-tural brasileiro, tendo atitude de respeito para com as pessoas e grupos que a compem, re-conhecendo a diversidade cultural como um direito dos povos e dos indivduos e elemento de fortalecimento da democracia;

    Valorizar as diversas culturas presentes na Cons-tituio do Brasil como nao, reconhecendo sua contribuio no processo de constituio da identidade brasileira;

    Reconhecer as qualidades da prpria cultura, valorando-as criticamente, enriquecendo a vi-vncia da cidadania;

    Desenvolver uma atitude de empatia e solida-riedade para com aqueles que sofrem discrimi-nao;

    Repudiar toda discriminao baseada em dife-renas de raa/etnia, classe social, crena reli-giosa, sexo e outras caractersticas individuais e sociais;

    Exigir respeito para si, denunciando qualquer atitude de discriminao que sofre, ou qualquer violao dos direitos de criana e cidado;

    Valorizar o convvio pacfico e criativo dos dife-rentes componentes da diversidade cultural;

    Compreender a desigualdade social como pro-blema de todos e como uma realidade passvel de mudanas.

    Para que se possa alcanar os objetivos da Pluralidade Cultural essencial que o trabalho didtico das reas contemple a perspectiva da Pluralidade, incluindo como contedos as contribuies das diferentes cul-turas, embora mais evidentemente ligados a Histria e Geografia. Esses contedos referem-se tambm a Cincias Naturais (etnoconhecimentos), Lngua Portuguesa (expresses regionais), Arte e Educao Fsica (expresses culturais). Trata-se de contedos que possibilitam o enriquecimento da percepo do mundo, bem como aprimoramento do esprito crti-co perante situaes vividas e informaes recebidas, no que se refere temtica.

    4.7. Educao Fiscal

    A Educao Fiscal visa proporcionar conhecimentos bsicos sobre o que significa ser um cidado e suas consequncias prticas em termos de direitos e de-veres; o que o sistema tributrio nacional; o que so tributos; a relao existente entre o dever de pagar os tributos devidos e o direito de cobrar a aplicao correta dos recursos arrecadados em benefcio da populao, para construo de uma sociedade e um estado forte e equilibrado.

    Podemos fazer uma relao interdisciplinar a partir da proposta da Educao Fiscal, pois, no se pode desvincular a aprendizagem da formao do cidado participativo. Os debates resultantes das informaes fornecidas pela temtica contribuem em todos os componentes curriculares, j que levam o aluno a co-nhecer e, a partir de ento, se tornar sujeito atuante nos assuntos relacionados ao seu pas, estado e mu-nicpio. A busca incessante por informaes que tra-tam de direitos e deveres do cidado, como arrecada-o, aplicao de recursos e mecanismos de controle social, leva o aluno leitura e pesquisa. Podemos utilizar como ferramenta de aprendizagem, princi-palmente nos componentes curriculares do ncleo comum, os textos produzidos resultantes dos temas voltados Educao Fiscal.

    O cotidiano de nosso pas serve de instrumento para a produo de atividades em sala de aula, j que o professor tem uma rica esfera, nos diferentes cam-pos: poltico, social, financeiro, cultural, entre outros. O trabalho pode ser realizado a partir dos primeiros anos do Ensino Fundamental e continuar por toda sua vida escolar, j que uma vez despertada a cons-cincia cidad, esta ser uma necessidade cada vez mais crescente.

    Como um Tema Transversal, as diversas temticas da Educao Fiscal podem ser contextualizadas em sala de aula medida que se aborde assuntos que tra-tem da prtica da cidadania e controle social, funo socioeconmica dos tributos, alm de informaes cotidianas do cenrio poltico e social. Todas as reas de conhecimento esto envolvidas na construo de ideais de paz, liberdade e justia social, sendo a cons-cincia dos direitos e deveres, sua pedra angular.

    Alm de estar diretamente ligada cidadania, a Edu-cao Fiscal pode ser utilizada na matemtica, levan-do o aluno a conhecer e calcular a carga tributria, o funcionamento do sistema de arrecadao e a ma-neira como o dinheiro retorna em forma de servio populao. Conhecemos a riqueza da produo de

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    textos que resultam da anlise da atuao das au-toridades que fazem uso do dinheiro pblico. Cabe ao educador contextualizar as informaes nas suas aulas de Lngua Portuguesa, Geografi a, Meio Am-biente, Esporte, Moradia e Segurana, pois, tudo isso nos far refl etir na qualidade de vida da populao e como essas questes esto sendo trabalhadas pe-los governantes. Com o tema abordado em sala de aula iremos favorecer, no s uma prtica individual do aluno, mas principalmente este mudar hbitos familiares, como por exemplo, a solicitao da nota fi scal, alm de outros meios de controle social.

    O educador deve incentivar principalmente a mu-dana dentro da escola, para que todos possam par-ticipar das decises que envolvam gastos pblicos, promovendo assim o oramento participativo e for-talecendo os Conselhos Escolares. Atravs da Educa-o Fiscal executada na prtica, teremos a certeza da formao do cidado atuante e da consolidao da democracia participativa.

    Alm dos componentes curriculares citados anterior-mente, a Educao Fiscal poder ser desenvolvida na Histria, na Sociologia, na Filosofi a e outros compo-nentes afi ns, com as seguintes sugestes:

    TEmTICA CONTEDOS

    O BRASIL E O MUNDO: UMA SNTESE DO CENRIO SOCIOPOLTICO

    Liberalismo econmico x Estado de Bem-Estar Social: concen-trao de renda e enfrentamento da pobreza;

    D esafi os para o Brasil contemporneo A questo Ambiental

    A EDUCAO COMO FENMENO SOCIAL

    Breve retrospectiva A educao no espao social A educao e a cultura Educao no espao escolar

    EDUCAO E AUTONOMIA Educar para autonomia

    Participao social e Controle Social

    PERSPECTIVA HISTRICA DO CONCEITO DE SOCIEDADE E DE ESTADO

    Sociedade Estado A ideia de Constituio Antecedentes da Constituio escrita

    - Pactos, forais e cartas de franquia - Contratos de colonizao - As leis fundamentais do Reino - As doutrinas do pacto social - O Fisiocratismo e o Liberalismo Clssico - Construo histrica dos direitos do homem

    O ESTADO BRASILEIRO

    Cidadania no Brasil, o longo caminho - Perodo Colonial (1500-1822): a fora do passado - Perodo Imperial (1822-1889): os direitos polticos saem na

    frente - A Primeira Repblica (1889-1930) - Da Revoluo de 1930 ao golpe militar de 1964 - O Regime Militar - Redemocratizao no Brasil: 1985 at hoje

  • 28 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    TEmTICA CONTEDOS

    ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITO E CIDADANIA

    Reflexes

    Elementos do Estado

    Organizao do Estado e dos Poderes

    Administrao Pblica

    Democracia

    Cidadania

    A ORIGEM DOS TRIBUTOS

    Idade Antiga

    Idade Mdia

    Idade Moderna

    Idade Contempornea

    A HISTRIA DO TRIBUTO NO BRASIL

    poca das descobertas e das primeiras expedies (1500-1532)

    poca das capitanias hereditrias (1532-1548)

    poca do Governo-Geral (1548-1763)

    poca da Corte Portuguesa e do Reino Unido (1808-1822)

    Brasil independente (1822)

    Conceito de tributo

    TRIBUTO

    Caractersticas dos tributos

    Classificao dos tributos

    Espcies de tributos

    - As figuras previstas na CF

    - Impostos

    - Taxas

    - Contribuio de melhoria

    - Contribuies especiais ou parafiscais

    - Emprstimos compulsrios

    ELEMENTOS DA OBRIGAO TRIBUTRIA

    Sujeito passivo e ativo

    Base de clculo

    Alquotas e competncia tributria

  • 29

    TEmTICA CONTEDOS

    CLASSIFICAO DOS IMPOSTOS QUANTO AO ENTE TRIBUTANTE

    Impostos da Unio Impostos dos Estados e do Distrito Federal Impostos dos Municpios e do Distrito Federal Simples Nacional ou Supersimples

    REPARTIO DAS RECEITAS TRIBUTRIAS

    Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsi-ca e de Valorizao dos Profi ssionais da Educao FUNDEB

    FORMAS LEGAIS E ILEGAIS DE EVITAR O PAGAMENTO DE TRIBUTRIO

    Eliso Fiscal Evaso Fiscal

    - Sonegao Fiscal

    - Fraude Tributria

    - Conluio Contrabando e Descaminho Contrafao e Pirataria

    DOCUMENTOS FISCAIS Importncia

    Exemplos de documentos fi scais

    UM BREVE PASSEIO PELA HISTRIA

    No mundo

    No Brasil

    - Imprio

    - Repblica

    - Contemporneo

    GESTO DEMOCRTICA DOS RECURSOS PBLICOS

    Introduo e conceito geral de oramento

    Planejamento e Oramento Pblico

    Princpios oramentrios

    Instrumentos para elaborao do Oramento: leis orament-rias

    Aprovando o Oramento

    Prazos das Leis Oramentrias

    Plano Plurianual PPA

    Lei de Diretrizes Oramentrias LDA

    Lei do Oramento Anual LOA

    - Disposies gerais (elaborao do Projeto de Lei Ora-mentrio)

    - Fundamentos para a elaborao da LOA

    - Elaborando o Oramento

    - Emenda parlamentar ao Oramento da Unio

  • 30 GOVERNO DO ESTADO DE RONDNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    TEmTICA CONTEDOS

    CONTROLE SOCIAL

    Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal

    Outros controles exigidos pela LRF

    O Portal da Transparncia < www.portaldatransparencia.gov.br >

    Onde encontrar as informaes sobre o uso do dinheiro p-blico

    A participao social

    O que controle social?

    Formas e mecanismos de exerccio do controle social

    - O controle social exercido pelos conselhos

    - Outra