ensino médio

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UNIDADE TEMÁTICA 1 O espaço e a natureza Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Geografia E N S I N O M É D I O 1.ª SÉRIE

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Apostila do Sistema de Ensino Futuro

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Page 1: Ensino Médio

UNIDADE TEMÁTICA 1

O espaço e a naturezaMódulo 1

Módulo 2

Módulo 3

Módulo 4

Geografia

ENSINO MÉDIO

1.ª SÉRIE

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Gênese, evolução e transformação do relevo terrestre IIdade e Evolução da Terra

A questão da idade da Terra vem sendo objeto de especu-lação desde tempos remotos. Atualmente calcula-se que essa idade gire em torno de 4,5 a 5 bilhões de anos. Só foi possível chegar a essa conclusão com a descoberta da radioatividade de alguns elementos, que permitiu calcular a idade das rochas que formam a crosta terrestre. Na Groenlândia, foram encon-tradas rochas de 3,8 bilhões de anos, o que levou a concluir que a Terra tem entre 4,5 e 5 bilhões de anos, tempo decorrido desde a sua formação, em estado gasoso e superaquecido, até a solidi!cação das primeiras rochas. Além disso, um meteorito do Arizona foi datado em 4,6 bilhões de anos. Como se supõe

que os planetas e os meteoritos se formaram juntos, acredita-se que essa é a idade aproximada da Terra.

Eras GeológicasApós a sua formação, a Terra passou por um longo

período de resfriamento, transformando-se de uma massa gasosa aquecida em um planeta dotado de ar, água, rochas, minerais e solo, isto é, de todas as condições que tornaram possível a existência da vida.

Para sistematizar o estudo, dividiu-se a evolução da Terra em eras, períodos, épocas, idades e fases.

Evolução física ou estrutural da terraEras Características Gerais Acontecimentos no Brasil

CENOZÓICA Quaternário: aparecimento do homem, glaciações Terciário: mamíferos, formação dos dobramentos

modernos (Alpes, Andes, Himalaia, Rochosas)

Quaternário: formação das bacias sedimentares (litoral, pantanal, Amazônica)

Formação das bacias sedimentares terciárias Atividade vulcânica com a formação de ilha

oceânicas (Fernando de Noronha, Trindade, etc.)

MESOZÓICA Répteis gigantescos, mamíferos e aves Intensa atividade vulcânica Início da separação dos continentes Formação das bacias sedimentares e do petróleo

Atividade vulcânica no sul do país (derrames de lavas, formação de petróleo e dos terrenos basálticos que originaram o solo de terra roxa)

Bacias sedimentares

PALEOZÓICA Vida aquática, invertebrados Peixes, anfíbios e vegetação nos continentes Desenvolvimento do processo de sedimentação Formação de jazidas carboníferas

Formação de bacias sedimentares antigas Soterramento de "orestas e formação do carvão

mineral no sul do país

PRÉ-CAMBRIANA(Proterozóica e Arqueozóica)

Seres unicelulares (algas e bactérias) Formação de escudos cristalinos (rochas

magmáticas e metamór!cas) Formação de minerais metálicos Formação das rochas mais antigas (magmáticas) e

dos dois primeiros continentes

Formação dos escudos cristalinos (Brasileiro e Guiano) e das principais jazidas de minerais metálicos

Formação das serras do Mar e da Mantiqueira

AZÓICA Resfriamento da terra, ausência de vida Fontes: LEINS, Viktor e AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral.p.27; e ALMEIDA, Fernando F. de. Os fundamentos geológicos. In: AZEVEDO, Aroldo de (org). Brasil, a terra e o

homem. São Paulo, Nacional, 1968. v. I, p. 55-110

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O Interior da Terra� A Crosta: É a camada super!cial da Terra, com uma

espessura que varia de 7 a 35 km, podendo chegar a cerca de 60 km nas regiões montanhosas. Na verdade, a crosta “"utua” nas camadas interiores, como um iceberg no oceano. Ou seja, somente uma parte da crosta está exposta.

O manto: Corresponde a mais de 80% do volume total do planeta. Estende-se de uma profundidade de 10 a 80 km até aproximadamente 2.900 km; a região abaixo dos 1.000 km é conhecida como manto interior. O manto consiste em rocha aquecida, e a temperatura varia de 1.000 oC a 2.200 oC à medida que a profundidade aumenta.

O núcleo: No núcleo do globo a temperatura varia de 2.200 oC na parte superior até cerca de 5.000 oC nas re-giões mais profundas. Apesar da alta temperatura, a parte central do núcleo é formada de níquel e ferro em estado sólido – conseqüência da grande pressão do interior do planeta. O ponto central !ca a 6.500 km da superfície.

Teoria da Deriva ContinentalA origem da teoria da Tectônica de Placas ocorreu no

início do século XX com as idéias visionárias e pouco conven-cionais para a época do cientista alemão Alfred Wegener.

Wegener dedicava suas pesquisas à comprovação de uma idéia baseada na observação de um mapa mundi no qual as linhas da costa atlântica e da América do sul e África se encaixavam como um quebra cabeças gigante.

Além do contorno dos continentes, outras evidências reforçavam a teoria de Wegener. No Brasil e na África foram encontrados fósseis de plantas e de animais semelhantes, que não poderiam ter se desenvolvido de modo independente. O mesmo ocorreu na América do Norte e no oeste da Europa. Wegener agrupara os continentes, desenhando-os como um só bloco, próximos ao pólo sul, porque as rochas do Período Carbonífero estavam cobertas de gelo, evidenciando a situa-ção polar dessas massas continentais. Marcas deixadas pelas geleiras indicavam que elas se moviam a partir da África.

De fato, supõe-se que as massas menos densas e mais leves do sial "utuam e se deslocam no substrato mais denso do sima até que ocorra um equilíbrio das camadas. Esse fenômeno recebe o nome de isostasia (iso, “igual”; stásis, “equilíbrio”).

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Os cientistas supõem que a América do Norte estava ligada à Eurásia (Europa e Ásia) e a América do Sul estava ligada à África. A Austrália e Antártida também estavam uni-das ao mesmo conjunto, e a Índia, por sua vez, encaixava-se perfeitamente entre a África e a Austrália atuais.

De acordo com a teoria de Wegener, no !nal do Pe-ríodo Carbonífero existia uma única e gigantesca massa continental, que ele denominou Pangéia (pan “todo”; gea, “terra”), da qual teriam resultado, inicialmente, dois continentes menores.

A colisão dos continentes e a compressão de suas bordas deram origem às grandes cordilheiras atuais, tais como as Montanhas Rochosas e os Andes (no oeste da Américas), os Alpes e o Himalaia (no sul da Eurásia), a cadeia do Atlas (no norte da África), etc.

Uma parte das ilhas e dos arquipélagos são fragmentos deixados para trás durante o deslocamento dos continentes. As ilhas continentais, como as ilhas Britânicas ou de Madagáscar, estão sobre a plataforma continental ou são restos de antigos continentes. As ilhas isoladas ou oceânicas são as que aparecem em meio ao oceano, não tendo relação direta com os continentes. Podem ser de origem vulcânica ou biológica. Alguns exemplos são a Nova Zelândia e as ilhas ao leste da Ásia.

Na época em que foi apresentada, a teoria de Wegener

não foi aceita, pois não havia indicação de que os continentes se movessem nem uma explicação razoável para tal fato.

Teoria da tectônica de placasNovos estudos e descobertas geológicas levaram à Teoria

da Tectônica de Placas, que considera que a crosta terrestre ou litosfera está dividida e se movimenta em grandes placas, denominadas placas tectônicas. Essa teoria praticamente comprovou a de Wegener e conseguiu explicar como esse processo ocorre.

Analisemos algumas das evidências e descobertas que vieram comprovar a Teoria da Tectônica de Placas.

Como o desenvolvimento da sondagem acústica, pôde-se conhecer o fundo oceânico. Realizou-se o mapeamento das dorsais submarinas, cadeias montanhosas submersas cujos picos mais altos emergem formando ilhas, como por exemplo a Dorsal MesoAtlântica, uma longa cadeia de montanhas submarinas que se estende de norte a sul, no Atlân-tico.

A distribuição das áreas de vulcanismo e de terremo-tos coincide com as dorsais submarinas e acompanha as grandes cadeias de montanhas dos continentes.

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Grandes falhas geológicas nessas regiões con!rmam a Teoria da Tectônica de Placas. O movimento dessas imensas placas está ligado ao fenômeno vulcânico.

O território brasileiro ocupa uma posição central na Placa Sul Americana, área onde em geral não se veri!cam terremotos intensos ou muitos vulcões. Esses dois fenômenos costumam ocorrer nas bordas das placas tectônicas.

No meio das cadeias oceânicas descobriu-se a formação de um assoalho novo. Materiais provenientes de regiões profundas jorravam das falhas no meio dos oceanos e empurravam duas placas, uma para cada lado, indicando que os oceanos estariam se abrindo. Recentemente, satélites comprovaram esse movimento, conhecido como expansão do assoalho oceânico e calculado em cerca de 2 centímetros por ano.

A partir da Teoria da Tectônica de Placas !cou fácil en-tender diversos fenômenos. Forças provenientes do interior da Terra fazem com que as placas se desloquem, provocando várias deformações e fenômenos em seus limites externos, como o surgimento de dobramentos, falhas, erupções vul-cânicas e terremotos. As áreas geologicamente instáveis da crosta terrestre (Andes, Rochosas, Himalaia, etc.) nada mais são do que o resultado de tais colisões ou seccionamentos das placas. Nesses choques, muitos sedimentos marinhos foram incorporados aos continentes.

A estrutura geológicaA estrutura geológica (conjunto e tipos de rochas que

formam o subsolo), a geomorfologia (formas de relevo) e

os demais elementos naturais (clima, vegetação, hidrogra!a) resultam da dinâmica processada e comandada pela própria natureza ao longo do tempo.

Bacias sedimentares, crátons e dobramentos

Do ponto de vista geológico, os continentes são formados por três tipos básicos de estrutura ou unidade geotectô-nica: as bacias sedimentares, os crátons ou blocos cratônicos e os dobramentos ou cordilheiras.

As bacias sedimentares são depressões preenchi-das por detritos ou sedimentos provenientes das áreas vizinhas (montanhas, planaltos, etc.). Quando formada nas eras Paleozóica e Mesozóica, são consideradas antigas e em geral estão associadas à ocorrência de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, etc.). As bacias sedimentares recentes formam-se na Era Cenozóica.

Normalmente, as camadas de sedimentos depositados nas bacias estão dispostas de forma horizontal ou quase hori-zontal. Exemplos de bacia sedimentar: Amazônica, Parisiense, Russa e Australiana.

Os crátons ou blocos cratônicos são estruturas geológicas muito antigas, a base dos continentes, onde os montes originais sofreram forte erosão. Per-tencem à Era Pré-Cambriana, quando só existia uma única massa continental. Podem ser classi!cados em escudos cristalinos e plataformas.

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Escudos cristalinos: correspondem aos primei-ros núcleos de rochas emersas desde o início da formação da crosta terrestre. Por ação da erosão, a"oraram, permanecendo expostos. Constituídos de rochas muito antigas (magmáticas e metamór-!cas), são áreas estáveis com relação à tectônica. Apresentam jazidas de minerais metálicos. Os principais escudos são o Canadense, Brasileiro, Guineano, Escandinavo e Siberiano.

Plataformas: correspondem às áreas cratônicas mais baixas, que foram recobertas de sedimentos, como a Plataforma Sul-Americana.

Os dobramentos resultam de enormes pressões exercidas no sentido horizontal contra as camadas de rochas mais elásticas, provocando-lhes o encurva-mento. Essa pressão ocorreu, por exemplo, quando os

A Evolução da Terra Principais acontecimentos As Eras A Pangéia – Sua Evolução As Principais Placas

1. Sobre a estrutura da Terra, responda:

a) Quais são as grandes camadas que a formam?b) Por que não é homogênea?

2. O conceito de minerais faz referência, exclusivamente, à natureza. Contudo, o conceito de minérios está associado à economia e à história. Por quê?

continentes se separaram ou com a colisão de duas placas tectônicas, formando as cadeias montanhosas ou as cordilheiras.

Os dobramentos modernos são grandes curvamentos côncavos e convexos que existem desde a Era Cenozóica (Terciário), há aproximadamente 60 milhões de anos. Foram formados por movimentos tectônicos, também chamados de movimentos orogenéticos (provocados por forças do interior da Terra que atuam de modo lento e prolongado na crosta) e são responsáveis pela constituição de cordilheiras ou dobramentos (Alpes, Andes, Himalaia, Rochosas). Essas áreas são geologicamente instáveis e por isso estão sujeitas a vulcanismos e terremotos.

Os dobramentos antigos foram formados em eras geo-lógicas mais antigas, como a Pré-Cambriana e a Paleozóica.

Questões de AplicaçãoQuestões de AplicaçãoReunindo as IdéiasReunindo as Ideias

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Sites

www.cnps.embrapa.br Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada

ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. www.tvcultura.com.br/aloescola/ciências/mar/mar.html

Site sobre relevo e fenômenos naturais.

Decifrando a Terra. São Paulo: O!cina de textos, 2000. Livro trata sobre os aspectos físicos e geológicos da formação

e evolução da Terra.

Livro

O Inferno de Dante (EUA 1997). Harry Dalton (Pierce Brosnan), um vulcanologista (perito em fenômenos vulcâni-

cos), e Rachel Wando (Linda Hamilton), a prefeita de Dante, uma pequena cidade, tentam convencer o conselho dos cidadãos e outros geólogos a declarar estado de alerta, pois um vulcão muito próximo, que está inativo há vários séculos, entrará em erupção. Mas interesses econômicos são contrariados com a notícia, que pode afastar um grande empresário que pretende fazer investimentos que iram gerar 800 empregos diretos na cidade.

Vídeo: Além do Sistema Solar.

Filmes