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 PROTOCOLO DE KYOTO Países se comprometeram a reduzir emissão de gases Ronaldo Decicino* O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional entre os países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), firmado com o objetivo de se reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e o consequente aquecimento global. Redigido e assinado em Kyoto (Japão), em 1997, o Protocolo criou diretrizes para amenizar o impacto dos problemas ambientais causados pelos modelos de desenvolvimento industrial e de consumo vigentes no planeta. De acordo com o Protocolo, as nações se comprometem a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa em 5,2%, comparando-se com os níveis de 1990. O principal alvo é o dióxido de carbono (CO2), pois especialistas acreditam que a emissão desenfreada desse e de outros gases está ligada ao aquecimento global, fenômeno que pode ter efeitos catastróficos para a humanidade durante as próximas décadas. A intensidade do corte nas emissões de gases poluentes varia, contudo, de país para país, e só foram obrigadas a seguir o compromisso acima as nações consideradas desenvolvidas. O Protocolo entrou em vigor a partir de 2004 e prevê que suas metas sejam atingidas entre 2008 e 2012, quando ele expirará, dando lugar a outro acordo. Esse novo protocolo deve ser negociado, redigido e aprovado até a realização da conferência da ONU prevista para ocorrer no final de 2009, em Copenhague, na Dinamarca. Mecanismos e medidas O Protocolo de Kyoto propõe três mecanismos para auxiliar os países a cumprirem suas metas ambientais. O primeiro prevê parcerias entre países na criação de projetos ambientalmente responsáveis. O segundo dá direito aos países desenvolvidos de comprarem "créditos" diretamente das nações que poluem pouco. Por fim, também foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), conhecido como o mercado de créditos de carbono. Segundo o Protocolo de Kyoto, os países desenvolvidos têm de tomar algumas medidas para atingir as metas de redução de gases: efeito estufa sobre o meio ambiente, como as florestas; Promoção de práticas sustentáveis de manejo florestal, florestamento e reflorestamento;

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PROTOCOLO DE KYOTO

Países se comprometeram a reduzir emissão de gases

Ronaldo Decicino*

O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional entre os países integrantes daOrganização das Nações Unidas (ONU), firmado com o objetivo de se reduzir a emissãode gases causadores do efeito estufa e o consequente aquecimento global.

Redigido e assinado em Kyoto (Japão), em 1997, o Protocolo criou diretrizes paraamenizar o impacto dos problemas ambientais causados pelos modelos dedesenvolvimento industrial e de consumo vigentes no planeta.

De acordo com o Protocolo, as nações se comprometem a reduzir a emissão de gasescausadores do efeito estufa em 5,2%, comparando-se com os níveis de 1990. Oprincipal alvo é o dióxido de carbono (CO2), pois especialistas acreditam que a emissãodesenfreada desse e de outros gases está ligada ao aquecimento global, fenômeno quepode ter efeitos catastróficos para a humanidade durante as próximas décadas.

A intensidade do corte nas emissões de gases poluentes varia, contudo, de país parapaís, e só foram obrigadas a seguir o compromisso acima as nações consideradasdesenvolvidas.

O Protocolo entrou em vigor a partir de 2004 e prevê que suas metas sejam atingidasentre 2008 e 2012, quando ele expirará, dando lugar a outro acordo. Esse novoprotocolo deve ser negociado, redigido e aprovado até a realização da conferência daONU prevista para ocorrer no final de 2009, em Copenhague, na Dinamarca.

Mecanismos e medidas

O Protocolo de Kyoto propõe três mecanismos para auxiliar os países a cumprirem suasmetas ambientais. O primeiro prevê parcerias entre países na criação de projetosambientalmente responsáveis. O segundo dá direito aos países desenvolvidos de

comprarem "créditos" diretamente das nações que poluem pouco. Por fim, também foicriado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), conhecido como o mercadode créditos de carbono.

Segundo o Protocolo de Kyoto, os países desenvolvidos têm de tomar algumas medidaspara atingir as metas de redução de gases:

efeito estufa sobre omeio ambiente, como as florestas;

Promoção de práticas sustentáveis de manejo florestal, florestamento ereflorestamento;

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 formas novas e

renováveis de energia;

inovadoras;fiscais, isenções tributárias e tarifárias,

e também de subsídios para todos os setores emissores de gases de efeito estufa quesejam contrários ao objetivo do protocolo;

gases poluentes;

políticas e medidas que limitem ou reduzam emissões de gases de efeito estufa;

utilização no tratamento de resíduos, bem como na produção, no transporte e nadistribuição de energia;

Assinaturas e ratificações

Redigido o documento, era preciso que os países assinassem e ratificassem o Protocolo,ou seja, confirmassem sua adesão, para que o acordo entrasse em vigor.

As assinaturas começaram a ser colhidas em 1998, mas o Protocolo só entrou em vigor

em 2004, após a aceitação e ratificação da Rússia. Isso ocorreu porque, para entrar emvigor, o Protocolo precisava ser ratificado por pelo menos 55 países que, juntos,representassem, no mínimo, 55% das emissões de gases feitas em 1990.

Atualmente, 175 países já assinaram e ratificaram o documento, mas os Estados Unidos,maior emissor de dióxido de carbono do mundo (36,1%), se opuseram ao Protocolo deKyoto, afirmando que a implantação das metas prejudicaria a economia do país.

Na época, o presidente George W. Bush considerou possível a hipótese do aquecimentoglobal, mas disse que preferia combatê-lo com ações voluntárias por parte das indústrias

poluentes e com novas soluções tecnológicas. Outro argumento utilizado por Bush, pararefutar o acordo, foi o fato de o Protocolo não exigir redução de emissões dos países emdesenvolvimento, como a China e a Índia.

Durante o governo de George Bush, a posição do governo norte-americano sofreumodificações, mas em nenhum momento os Estados Unidos sinalizaram a intençãoclara de ratificar o Protocolo.

Essa leve alteração no comportamento dos EUA ocorreu a partir de dezembro de 2007,

depois da Conferência das Nações Unidas em Bali, onde se discutiu o relatório doPainel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPPC). Naquela

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oportunidade, a Austrália, que até aquele momento relutara em assinar o Protocolo,acabou aderindo, o que deixou os Estados Unidos isolados em relação aos demais paísesdesenvolvidos.Depois da eleição de Barak Obama para a presidência dos EUA, a posição do país, atéos primeiros meses de 2009, ainda era uma incógnita.

Certificados de carbono

Entre os países mais engajados na efetivação do Protocolo estão os membros daComunidade Econômica Européia, que, por exemplo, passaram a tomar medidas nosentido de multar os carros mais poluentes.

Além disso, são esses países os que mais emitem certificados de redução de emissão decarbono. Tais papéis financiam os chamados Mecanismos de Desenvolvimento Limpo(MDL), que são projetos em todo mundo para reduzir as emissões de gases ou captar o

carbono emitido por processos industriais.

Os MDLs formam a base do comércio de carbono obrigatório. E é nesse filão queparticipam os países em desenvolvimento. Brasil, China e Índia, por exemplo, têmvários projetos que já emitiram certificados de carbono para serem comercializados.

Para o futuro, prevê-se a criação de um grande mercado global de carbono, commercados regionais menores funcionando em paralelo. Espera-se a aproximação entre oJapão, que já possui um esquema voluntário em vigor, e a Nova Zelândia, que já

desenha um esquema nacional; assim como a união entre Estados Unidos e Canadá. Ouseja, será comum países fazerem acordos.

As discussões prosseguem

Uma das questões primordiais em relação ao aquecimento global é: quem pagará aconta dos esforços necessários para atenuar a mudança climática?

Foi em busca de uma resposta que mil representantes de 190 países se reuniram, noinício de abril de 2008, em Bangcoc, na Tailândia, e continuarão se reunindo. Elesdiscutem a divisão de responsabilidades para reduzir a geração de poluição e "salvar o

planeta".

Dessa forma, as novas propostas de leis ambientais deverão estar prontas até o final de2009, para, em 2013, substituírem o Protocolo de Kyoto. Esse novo tratado incluirátodos os países, e não só os desenvolvidos, causando impacto na economia mundial.

A previsão é de que, no final de 2009, em Copenhague, será desenhado um tratado paracontrolar as emissões de gases do efeito estufa (GEE) após 2012, quando termina oProtocolo de Kyoto. Os aspectos mais práticos, como regras de redução ou mesmo

mecanismos de flexibilização para ajudar os países a cumprirem as metas, serãoconstruídos depois.

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 Entretanto, ao contrário do que prevê o Protocolo de Kyoto, as emissões de gases deefeito estufa dos países mais industrializados cresceram 2,3% entre 2000 e 2006. Sãonúmeros preocupantes, principalmente quando o mundo está diante de três crisesinterdependentes: climática, econômica e energética.

*Ronaldo Decicino é professor de geografia do ensino fundamental e médio da redeprivada.

Produção industrial da Índia aumenta 17,6% em abril - BRIC

SÃO PAULO - A atividade das indústrias na Índia cresceu 17,6% em abril, nocomparativo com mesmo período de 2009.

Refletiram no resultado o bom desempenho do setor manufatureiro, os gastos maiorescom infraestrutura e a melhoria das exportações.

Foi o aumento mais expressivo desde dezembro de 2009, quando o indicador subiu17,7%.

O Conservadorismo do Banco Central: a Taxa Selic a 10,25%

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou o aumento da taxa Selic em 0,75ponto percentual, com a mesma passando a valer 10,25% ao ano. Com isso, o Brasilratifica o posto de nação com a maior taxa de juros real do mundo, na ordem de 5,2% aoano. Dessa forma, cabe o questionamento: tal aumento era realmente necessário?Temendo um recrudescimento dos indicadores inflacionários e valendo-se de outros

instrumentos de política monetária, a equipe econômica do governo já havia anunciadorecentemente um aumento no percentual dos depósitos compulsórios, tanto de depósitosa vista como a prazo, bem como o fim da redução das alíquotas do Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI) sobre a indústria automobilística e a linha branca(máquinas de lavar, fogões e geladeiras).

Todavia, devido ao pouco tempo em que os novos percentuais estão em vigor, torna-sedifícil medir sua eficácia. Justamente por isso, talvez fosse mais prudente o Copomaguardar um pouco mais antes de se decidir pelo aumento da taxa Selic.Em março, ao ser indagado sobre os indicadores do Índice de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA, balizador das metas de inflação do Brasil), dos dois primeiros meses do

ano, de 0,75% e 0,78%, respectivamente, o presidente do Banco Central (BACEN),Henrique Meirelles, atribuiu os referidos índices a efeitos sazonais, como o aumento dademanda por materiais escolares e o reajuste das mensalidades, bem como pelocrescimento dos gastos devido ao período de férias.

Tal raciocínio revelou-se coerente, uma vez que o IPCA de março caiu, em relação afevereiro, para 0,52% e, mesmo com uma pequena subida em abril (0,57%), nova quedafoi constada em maio, com o índice apresentando 0,43%. Esta situação contribui paraque a medida adotada pelo BACEN – a exemplo do que já acontecera no penúltimoencontro, quando a Selic aumentou de 8,75% para 9,5% – seja considerada precipitada.Mesmo que o Brasil tenha saído relativamente bem da crise econômica mundial, onde

acertadamente o governo federal promoveu uma política anticíclica – pela primeira vez,

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desde o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) do governo Ernesto Geisel(1974-1979) – efeitos da crise ainda podem ser sentidos no País.

A taxa de desemprego nacional fechou 2009 em 8,1% da população economicamenteativa (PEA) contra 7,9% do ano anterior; o principal índice da bolsa de valores

brasileira, o Ibovespa, ainda não conseguiu recuperar o nível de maio de 2008, quandosuperou os 73,5 mil pontos; e o investimento estrangeiro direto (IED) não parececaminhar para recuperação do tombo que sofreu no ano passado em relação a 2008,quando caiu 42,41% (de US$ 45,06 bilhões em 2008, para US$ 25,95 bilhões em 2009).Outra questão que parece ter sido deixada em segundo plano, ao se decidir pelaelevação dos juros, foi a questão cambial. Com o aumento da taxa básica brasileira,combinada a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos (entre zero e 0,25 pontopercentual ao ano), existe uma tendência de maior atração de dólares pelo Brasil,valorizando ainda mais o Real em relação à moeda norte-americana. Mesmo que issonão traga um grande impacto nos produtos primários – principalmente devido àrecuperação dos preços destas commodities no mercado externo – o mesmo não pode

ser dito em relação aos manufaturados nacionais.

Quanto menor for a taxa cambial, maior o preço do produto industrializado brasileiro nocomércio exterior, em um contexto de competição com produtos como os chineses, cujamoeda, o Yuan, segue uma política de desvalorização artificial.

Ainda que o governo alegue um certo temor do IPCA não fechar o ano no centro dameta, de 4,5% – segundo o último relatório focus do Banco Central, o IPCA deveencerrar 2010 em 5,64%, ainda dentro da previsão inicial de 4,5%, dois pontospercentuais para mais, dois para menos – isso não caracteriza um “estouro da manada”ou uma corrida desenfreada às compras. Poderia a equipe econômica aguardar umpouco mais, na expectativa de analisar se o crescimento inflacionário não é um reflexode um momento pós-crise.

Entretanto, dois motivos podem explicar o comportamento do Banco Central ao optarpela elevação da taxa básica de juros brasileira: a proximidade das eleições de outubro,com o governo temendo algum prejuízo ao desempenho eleitoral de sua candidata àpresidência da república, caso a inflação se afaste do centro da meta; e a pressão sobreos preços que o incremento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), o chamado PAC 2, pode causar.

Mesmo podendo contar com outros instrumentos para fazer frente ao crescimento dademanda – como a indução ao aumento da oferta, dado as indústrias nacionais nãoestarem produzindo em sua plena capacidade (mesmo com a previsão de expansãomédia de 14,6% em 2010) – que necessitariam de um prazo maior para surtir efeito, aequipe econômica torna claro seu viés imediatista. Levando-se em conta estaabordagem, conclui-se que o incremento de 1,5% na taxa básica de juros, determinadanas duas últimas reuniões do Copom, foi uma medida deveras conservadora.

* Stefano J. C. da Silveira é Economista, mestrando em Economia pela Ufrgs e

 professor do Departamento de Economia do Unilasalle. 

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Entenda a polêmica envolvendo o programa nuclear doIrã

O Brasil e a Turquia anunciaram nesta segunda-feira em Teerã um acordo para que o Irã

envie urânio para o exterior e receba, em troca, urânio com grau maior deenriquecimento.

O acordo pode ajudar a evitar que o Conselho de Segurança da ONU aprove novassanções contra o Irã, como defendem os Estados Unidos.

A BBC preparou uma série de perguntas e respostas que ajudam a explicar a complexasituação e a importância do acordo.

O que prevê o acordo?

O Irã enviará 1,2 tonelada de urânio com baixo grau de enriquecimento (3,5%) para aTurquia em troca de 120 kg de combustível enriquecido a 20%.

A troca deverá ter o acompanhamento da AIEA (Agência Internacional de EnergiaAtômica, órgão da ONU).

Para que o Irã quer o combustível?

Para um pequeno reator de pesquisas médicas em Teerã, instalado pelos Estados Unidoshá muitos anos. Ele está sofrendo com a falta de combustível, que antes era fornecido

pelo exterior.Qual seria o problema de permitir que o Irã enriquecesse o próprio urânio?

O argumento contrário é de que, com isso, o Irã poderia desenvolver mais suacapacidade de enriquecimento.

Muitos países temem que o país possa evoluir nesse campo até ter condições deconstruir um dispositivo nuclear, que requer urânio com um alto grau deenriquecimento, de cerca de 90%.

Por outro lado, especialistas ocidentais acreditam que o Irã ainda não tem capacidade defabricar sozinho as varetas de combustível necessárias para o reator de Teerã.

Isso os leva a questionar a necessidade de o país ter acesso a urânio enriquecido a 20%,usado nas varetas.

O Irã contesta isso e diz que simplesmente precisa de combustível.

Qual era a situação antes do acordo?

Em outubro de 2009, a AIEA, com o apoio de Estados Unidos, Rússia e França, sugeriu

retirar do Irã urânio com baixo grau de enriquecimento em troca de combustível comurânio enriquecido a 20%.

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A proposta era que o material fosse enviado para a Rússia e a França - onde seriaenriquecido e transformado em varetas para uso no reator de Teerã - antes de serdevolvido ao Irã.

O Irã queria a troca de seu urânio pouco enriquecido por urânio mais enriquecido em

pequenas quantidades e em seu próprio território, temendo a possibilidade de nãoreceber de volta seu urânio.

Após meses de incerteza, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, parecia aprovara ideia original em outubro, mas posteriormente voltou atrás e ordenou aos seuscientistas nucleares que seguissem adiante com o enriquecimento de urânio no própriopaís.

O Irã diz que, se receber de outro país o urânio enriquecido a 20% para seu reator depesquisas, não teria a necessidade de enriquecer o urânio.

Governos ocidentais também argumentam que fornecer ao Irã mais combustível nãoeliminaria a possibilidade de novos enriquecimentos.

Por que o Conselho de Segurança ordenou que o Irã interrompesse o enriquecimento?

Porque a tecnologia usada para enriquecer urânio para ser usado como combustível naprodução de energia nuclear também pode ser usada no enriquecimento de urânio aonível mais alto.

Há receio de que o Irã esteja ao menos tentando adquirir a experiência necessária para

que possa, um dia, se quiser, fabricar uma bomba.O Irã escondeu seu programa de enriquecimento por 18 anos, então, o Conselho deSegurança disse que, até que as intenções pacíficas do programa nuclear do país possamser estabelecidas por completo, o país deve interromper o enriquecimento e algumasoutras atividades nucleares.

O que o Irã diz sobre a produção de armas nucleares?

O país diz que não descumprirá suas obrigações estabelecidas pelo Tratado de NãoProliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês) e não usará a tecnologia para fabricar

uma bomba nuclear.

No dia 18 de setembro de 2009, o presidente Ahmadinejad disse à rede de televisãoNBC: "Não precisamos de armas nucleares (...) isso não é parte dos nossos programas eplanos".

Ele também disse à ONU, no dia 3 de maio de 2010, que armas nucleares são "um fogocontra a humanidade".

Pouco depois, o supremo líder religioso do Irã, Ali Khamenei, que, segundo relatos,teria baixado um fatwa (decreto religioso islâmico) contra armas nucleares, disse: "Nós

rejeitamos fundamentalmente as armas nucleares". Ele já havia dito isso em fevereirodeste ano.

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Por que o Irã se recusa a obedecer as resoluções do Conselho de Segurança?

Segundo o NPT, países signatários têm o direito de enriquecer urânio para ser usadocomo combustível na geração de energia nuclear com fins civis.

Estes Estados devem permanecer sob inspeção da AIEA. O Irã está sendo inspecionado,mas não de acordo com as regras mais rigorosas, porque o país não concorda com elas.

Apenas os signatários que já tinham armas nucleares quando o tratado foi criado, em1968, têm permissão de enriquecer urânio até o nível mais alto, necessário para aobtenção de armas nucleares.

O Irã dizia que estava simplesmente fazendo o permitido pelo tratado e que pretendiaenriquecer urânio até o nível requerido para a produção de energia ou outros finspacíficos. O país atribui as resoluções do Conselho de Segurança a pressões políticasdos Estados Unidos e seus aliados. E argumenta que precisa de energia nuclear e quer

controlar o processo por conta própria.

O presidente Ahmadinejad disse várias vezes que seu país não vai ceder à pressãointernacional: "A nação iraniana não sucumbirá a intimidações, invasões ou violaçõesde seus direitos".

O que exatamente o Conselho de Segurança e a AIEA queriam que o Irã fizesse?

Eles queriam que o Irã suspendesse todas as atividades de enriquecimento, incluindo apreparação do urânio, a instalação de centrífugas nas quais o gás do urânio é circulado

para separar as partes mais ricas e a inserção do gás nas centrífugas.Os órgãos da ONU também queriam que o Irã suspendesse projetos envolvendo águapesada, particularmente a construção de um reator de água pesada. Este tipo de reatorpode produzir plutônio, que pode ser usado como substituto do urânio em uma bombanuclear.

A AIEA também pediu que o Irã ratifique e implemente um protocolo adicionalpermitindo inspeções mais minuciosas como uma forma de criar mais confiança.

Que sanções já foram impostas contra o Irã?

Em março de 2008, a ONU impôs uma última rodada de sanções, que incluem aproibição de viagens internacionais para cinco autoridades iranianas e o congelamentode ativos financeiros no exterior de 13 companhias e de 13 autoridades iranianas.

A resolução também impede a venda para o Irã dos chamados itens de "uso duplo"  –  que podem ter tanto objetivos pacíficos como militares.

Em 10 de junho de 2008 os Estados Unidos e União Europeia anunciaram que estariamdispostos a reforçar as sanções com medidas adicionais.

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Treze dias depois, a EU concordou em congelar bens do maior banco iraniano, o BancoMelli, e estender a proibição de vistos para iranianos envolvidos no desenvolvimento doprograma nuclear.

Ainda em junho daquele ano, o então representante da União Europeia para política

externa, Javier Solana, apresentou, em nome de China, UE, Rússia e Estados Unidos,um pacote de incentivos econômicos ao Irã em troca de garantias de que o país nãofabricaria armas nucleares.

A decisão de elevar o nível de enriquecimento de urânio para 20% provocou novassanções?

Sim. Um dia depois do anúncio do Irã, o governo dos Estados Unidos anunciou novassanções, passando a punir quatro empresas ligadas às Guarda Revolucionária do paísasiático.

As companhias são ligadas a uma empresa de construção que pertence à GuardaRevolucionária, a Khatam Al-Anbiya, e ao diretor da empresa, general Rostam Qasemi.Os ativos no exterior de Qasemi e das quatro empresas foram congelados.

Segundo o governo americano, os lucros da Khatam Al-Anbiya ajudam a patrocinar osprogramas nuclear e de desenvolvimento de mísseis do Irã.

Além dos EUA, autoridades da França, da Rússia e da Alemanha também afirmaramque novas sanções seriam necessárias contra o país.

Quais novas sanções seriam possíveis?A China continua relutante em concordar com novas sanções do Conselho deSegurança. Por isso, uma coalizão de países, que inclui a União Europeia, podem tomaralgumas ações separadamente.

Já foi considerado parar a exportação de produtos de petróleo refinado para o país.Apesar da riqueza petroleira, o Irã não consegue produzir uma quantidade suficientedesses produtos sozinho. Apesar disso, há oposição a essa ideia porque poderia afetar apopulação geral.

Pode haver esforços para conseguir uma proibição para o investimento de petróleo e gáse em negócios financeiros. Alguns incentivos estão sendo oferecidos ao Irã. Quais sãoeles?

Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha afirmam que se o Irãsuspender o enriquecimento de urânio, podem começar as negociações para um acordode longo prazo.

A oferta prevê ao reconhecimento do direito do Irã desenvolver energia nuclear parafins pacíficos e o diz ainda que o Irã será tratado “da mesma maneira” que outrosEstados signatários do Tratado de Não-Proliferação.

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O Irã teria ajuda para desenvolver usinas de energia nuclear e teria garantias decombustível para as usinas. Além disso, receberia concessões comerciais, inclusive opossível fim das sanções dos EUA, que proíbe o país, por exemplo, de comprar novasaeronaves civis e equipamentos para os aviões.

Quais são as chances de um ataque contra o Irã?

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, já falou diversas vezes do queacredita ser uma ameaça em potencial do Irã. Há relatos de que Israel tenha realizadoum grande exercício aéreo, considerado um teste para uma eventual ofensiva contra oterritório iraniano.

O governo de Israel não acredita que os meios diplomáticos forçarão o Irã a suspender oenriquecimento de urânio e não quer Teerã sequer desenvolva capacidade técnica paraproduzir uma bomba nuclear.

Portanto, a possibilidade de um ataque de Israel permanece.

Afinal, o que, na prática, impede o Irã de fazer uma bomba nuclear?

Especialistas acreditam que o Irã poderia enriquecer urânio suficiente para construiruma bomba em alguns meses.

Entretanto, o país aparentemente ainda não detém o domínio da tecnologia para criaruma ogiva nuclear.

Em teoria, o Irã poderia anunciar que está abandonando o Tratado de Não-Proliferaçãodas armas nucleares e, três meses depois de fazê-lo, estaria livre para fazer o que bementendesse. Mas ao fazer isso, o país estaria sinalizando suas intenções e ficariavulnerável a ataques.

Se o Irã tentasse obter secretamente o material para fazer uma bomba e o plano fossedescoberto, o país estaria vulnerável da mesma forma. Por isso, alguns acreditam que aameaça de que o Irã desenvolva uma bomba atômica tem sido exagerada.

Os países que já têm armas nucleares e são signatários do tratado de Não-Proliferaçãonuclear não se comprometeram a acabar com esses armamentos?

O artigo 6º do Tratado obriga os signatários a “fazer negociações de boa-fé sobremedidas que levem ao fim da corrida armamentista nuclear em uma data próxima e aodesarmamento nuclear”. As potências nucleares alegam que têm feito isso ao reduzir seus arsenais, mas críticos alegam que eles, na verdade, não tem seguido no caminho dodesarmamento. Analistas também argumentam que os Estados Unidos e a Grã-Bretanhaviolaram o tratado ao transferirem tecnologia nuclear de um para o outro. E Israel,inimigo do Irã na esfera internacional, tem bombas nucleares?

Israel nunca confirmou isso. Contudo, como Israel não é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, então não é obrigado a obedecê-lo.

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O mesmo pode ser dito da Índia ou do Paquistão, dois países que têm armamentosnucleares. A Coreia do Norte abandonou o tratado e anunciou que também tem acapacidade de ter bombas atômicas.

Em 18 de setembro de 2009, a AIEA pediu a adesão de Israel ao NPT ou que o país

permita que suas instalações nucleares sejam inspecionadas.

Israel se recusa a aderir ao acordo ou permitir a supervisão. Acredita-se que o país tenhaaté 400 ogivas nucleares, mas Israel se nega a confirmar ou confirmar isso.

EUA e Rússia assinam maior acordo de redução dearmas nucleares em 20 anos

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitry Medvedev,assinaram nesta quinta-feira em Praga, capital da República Tcheca, o acordo bilateralde redução de seus arsenais de armas nucleares mais significativo em 20 anos.

O acordo estabelece que a redução ocorrerá ao longo de sete anos e que cada partelimitará o seu número de ogivas nucleares a 1.550. O novo teto é cerca de 30% menorque o de 2,2 mil ogivas previsto pelo acordo antigo de redução nuclear russo-americano.

Rússia e Estados Unidos também se comprometeram a limitar a 700 o número demísseis balísticos capazes de levar as ogivas nucleares. Atualmente, os EUA possuem

798 desses artefatos, enquanto a Rússia tem 566, menos que o limite.O acordo, que substituirá o Tratado Estratégico de Redução de Armas (Start, na siglaem inglês), assinado em 1991 e expirado em dezembro, ainda precisa ser aprovado peloSenado americano e pelo Parlamento russo, a Duma.

Estima-se que o arsenal americano e russo alcance hoje mais de 2 mil e 2,5 mil ogivasnucleares estratégicas, respectivamente.

Durante o período da Guerra Fria, os Estados Unidos chegaram a ter mais de 15 milogivas nucleares estratégicas, e a Rússia, mais de 10 mil.

'Liderança'

Em uma cerimônia pomposa no castelo de Praga, sob os auspícios do premiê tcheco,Vaclav Havel, Obama disse que EUA e Rússia detêm cerca de 90% do poder nuclearmundial. Ele elogiou o que chamou de "liderança extraordinária" de Medvedev empromover o acordo.

Para Obama, o tratado é um "importante marco" na questão da não-proliferação nuclear,mas apenas "um passo em uma jornada mais longa" para reduzir a ameaça das armasatômicas.

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Falando após Obama, Medvedev se referiu diversas vezes aos "parceiros americanos"da Rússia. Ele disse que o tratado abre as portas para "um maior nível de cooperaçãoentre a Rússia e os EUA".

"Esta é uma situação em que ambos saem ganhando. Ninguém perde com este acordo.

Esta é uma qualidade típica das nossas iniciativas de cooperação", disse Medevev.

"Toda a comunidade mundial ganhou."

Símbolo

Entretanto, para o analista da BBC para assuntos de geopolítica Jonathan Marcus aimportância do acordo está menos nos números e mais no significado simbólico doentendimento.

"O acordo marca um reaproximação nas relações EUA-Rússia, preconizando, talvez,

uma postura mais dura da Rússia em relação ao programa nuclear iraniano", afirmou.

"As armas nucleares são parte importante da equação de defesa russa, em um momentoem que o seu papel no pensamento estratégico americano está se tornando maislimitado."

Marcus disse que os critérios para contar as unidades de ogivas nucleares são poucoclaras e que cortes mais significativos nas armas nucleares de longo alcance russas eamericanas ainda podem tardar anos de negociações bilaterais.

Ambos os países já haviam concordado em diminuir o número de mísseis em julho doano passado, mas o acordo havia ficado em suspenso até agora por diferenças sobre averificação das reduções.

No início desta semana, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, declarou que oacordo representa "um novo patamar de confiança" entre Rússia e EUA.

Ao anunciar o acordo, no mês passado, Obama fez referência à Guerra Fria e disse queo entendimento é "um novo passo adiante para deixar para trás o legado do século 20 econstruir um futuro mais seguro para nossos filhos."

BBC Brasil, 09 Abril 2010.

Obama e Medvedev assinam novo tratado dedesarmamento nuclear

Após nove meses de negociações, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, eda Rússia, Dmitri Medvedev, assinaram nesta quinta-feira, em Praga, na RepúblicaTcheca, o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês).

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O documento obriga os dois países a reduzirem em cerca de um terço seus arsenaisnucleares remanescentes da Guerra Fria e, no âmbito diplomático, marca a retomada dasrelações bilaterais após o esfriamento durante o governo de George W. Bush.

O acordo, cortando os arsenais de ambos os lados de 2.200 ogivas para 1.550, deve ser

agora ratificado pelos legislativos de ambos os países.

O novo texto substitui o Start 1, assinado em 1991 como o acordo de desarmamentomais ambicioso desde a Segunda Guerra (1939-1945) entre Estados Unidos e a entãoUnião Soviética. O documento expirou em 5 de dezembro passado, mas se extingue naprática com o surgimento do novo acordo de desarmamento.

Obama afirmou que a assinatura do documento marca a estratégia americana para ummundo "mais seguro" e sem armas nucleares. "Sei que este objetivo pode não seralcançado enquanto estiver vivo, mas é um passo importante para um mundo maisseguro".

Há mais de seis meses, negociadores americanos e russos se reúnem regularmente emGenebra para elaborar o novo documento, a pedra angular do "relançamento" desejadopor Obama e Medvedev, depois de anos de "paz fria" durante o governo de George W.Bush e após o breve conflito com a Geórgia, aliada dos EUA, em 2008.

Medvedev elogiou os esforços dos negociadores, "que trabalharam 24 horas por dia paraconcretizar o que considerávamos uma missão impossível há alguns meses". "Esta éuma situação em que todos ganham", disse o presidente russo, que ressaltou as melhorasno sistema de verificação da redução do arsenal de ambos os países.

Veja o que estabelece o novo Start

- Redução das ogivas nucleares que ambos países possuem em 30% em relação aoTratado de Redução de Arsenais Nucleares Estratégicos (SORT, ou Tratado deMoscou), de 2002.

- Limitação a 800 vetores (mísseis intercontinentais a bordo de submarinos ebombardeiros) mobilizados ou não por cada um dos dois países.

- Limitação a 700 vetores posicionados.

- Segundo Washington, o acordo não impõe nenhuma limitação aos testes, aodesenvolvimento ou à instalação de sistemas de defesa antimísseis dos Estados Unidos,que estejam programados ou em curso de sê-lo. Também não limita os projetosamericanos em termos de ataques convencionais de longo alcance.

- O novo tratado retoma os elementos do Start 1 e os adapta aos novos limites. Prevêverificações in situ das instalações nucleares, intercâmbio de dos, assim comonotificações recíprocas de armamentos ofensivos e de sítios nucleares.

- O tratado tem duração de dez anos a partir da data de sua entrada em funções e poderá

ser renovado por uma duração máxima de cinco anos. Uma cláusula prevê que cadaparte pode se retirar do tratado.

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- O tratado entrará em vigor depois de ser ratificado pelos parlamentos dos dois países.O Tratado SORT de 2002 ficará automaticamente abolido depois da entrada em vigordo novo texto.

Folha de São Paulo , 09 Abril 2010

Obama e Medvedev fecham acordo para pacto sobrearmas nucleares

Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Dmitry Medvedev, fecharam nasexta-feira um acordo sobre um tratado histórico de redução de armas nucleares e vão sereunir para assinar o tratado em 8 de abril, em Praga.

Após meses de impasse, o acordo para o tratado que substituirá o pacto START(Tratado de Redução de Armas Estratégicas), da era da Guerra Fria, é a mais importanteconquista de política externa de Obama desde que chegou ao poder e também reforçaseu esforço para "reiniciar" os laços dos EUA com Moscou. Obama e Medvedev deramos retoques finais ao acordo histórico em um telefonema, comprometendo as duasmaiores potências nucleares do mundo a empreender grandes reduções em seusarsenais.

"Tenho a satisfação de anunciar que, após um ano de negociações intensas, EstadosUnidos e Rússia acordaram o mais abrangente acordo de controle de armas em quaseduas décadas", disse Obama a repórteres.

Em Moscou, Medvedev saudou o acordo, dizendo que reflete "o equilíbrio dosinteresses dos dois países", disse o Kremlin. Pelos termos do acordo, válido por dezanos, cada lado terá que reduzir suas ogivas estratégicas posicionadas das 2.200 atuaispara 1.550 e também fará reduções importantes em seu estoque de lançadores, disse aCasa Branca.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o acordo transmitiráao Irã e à Coreia do Norte, países envolvidos em impasses nucleares com o Ocidente,uma mensagem sobre seu compromisso em impedir a proliferação nuclear.

"Com esse acordo, Estados Unidos e Rússia - as duas maiores potências nucleares domundo - também transmitem um sinal claro de que pretendemos liderar". disse Obama.

"Ao cumprir nossos próprios compromissos assumidos sob o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, fortalecemos nossos esforços globais para barrar a propagaçãodessas armas e asseguramos que outros países cumpram suas própriasresponsabilidades", disse Obama.

ASSINATURA EM PRAGA

Obama e Medvedev pretendem assinar o novo Tratado de Redução de ArmasEstratégicas, que virá substituir um tratado de 1991 cuja vigência terminou em

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dezembro, em 8 de abril em Praga, capital da República Tcheca, antigo satélite soviéticoque hoje faz parte da Otan.

Essa data é próxima do aniversário do discurso proferido por Obama em Praga no anopassado, anunciando sua visão de eventualmente livrar o mundo de armas nucleares, e

vai ajudar a criar ímpeto para uma segunda cúpula sobre segurança nuclear da qualObama será anfitrião em Washington entre 12 e 14 de abril.

A Casa Branca disse que o novo tratado não restringirá os programas americanos dedefesa antimísseis, que vinham representando um obstáculo nas negociações, devido àsobjeções da Rússia a esses planos.

"O tratado reduzirá em mais ou menos um terço as armas nucleares dos EUA e Rússia.Ele prevê uma redução significativa dos mísseis e lançadores e a instalação de umregime de verificação eficaz e forte", disse Obama.

"E conserva a flexibilidade de que precisamos para proteger e promover nossasegurança nacional e para garantir nosso compromisso inabalável com a segurança denossos aliados."

Obama ainda enfrentará uma luta no Senado norrte-americano para a ratificação dotratado, em um momento de rancor partidário na esteira da disputa acirrada queterminou com a aprovação pelo Congresso de sua reforma da saúde.

Ele disse que vai trabalhar estreitamente com outros democratas e com a oposiçãorepublicana para obter a aprovação pelo Senado do tratado, que requer uma maioria dedois terços para ser ratificado.

O novo pacto pode fortalecer Obama politicamente, garantindo a ele uma importantevitória na área da política externa, que virá somar-se à vitória na política doméstica queele teve esta semana quando sancionou a reforma da saúde. Negociadores russos enorte-americanos vinham há quase um ano tentando conseguir um pacto para darcontinuidade ao START. Eles perderam o prazo final de 5 de dezembro, quandoterminou a vigência do START I.

Matt Spetalnick e Jeff Mason Reuters Brasil, 26 Março 2010.

Entenda a polêmica sobre a distribuição dos royaltiesdo petróleo

A aprovação pela Câmara dos Deputados de uma emenda ao projeto de lei que muda asregras de distribuição dos royalties do petróleo colocou o governo federal, Estados emunicípios diante de uma polêmica envolvendo disputas políticas e interesses regionais.

Na semana passada, os deputados decidiram que os royalties - espécie de compensação

financeira paga pelos exploradores - devem ser distribuídos de forma igualitária entretodos os Estados e municípios do país.

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A decisão muda a regra atual, em que Estados e municípios produtores recebem umaparcela maior dos royalties pagos pelas empresas.

A emenda aprovada pela Câmara será ainda encaminhada ao Senado, mas a decisãoentre os deputados já foi suficiente para deflagrar a polêmica sobre quem deve receber a

verba gerada com a exploração do petróleo.

O que são royalties e como são cobrados?

De modo geral, royalty é um valor cobrado pelo proprietário de uma patente ou aindapor uma pessoa ou empresa que detém o direito exclusivo sobre determinado produto ouserviço.

No caso do petróleo, os royalties são cobrados das concessionárias que exploram amatéria-prima, de acordo com sua quantidade, e o valor arrecadado fica com o poderpúblico.

De acordo com a legislação brasileira, Estados e municípios produtores  – além da União – têm direito à maioria absoluta dos royalties do petróleo. A divisão atual é de 40% paraa União, 22,5% para Estados e 30% para os municípios produtores. Os 7,5% restantessão distribuidos para todos os municípios e Estados da federação.

A justificativa para essa divisão é de que os royalties são uma espécie de compensaçãoàs administrações locais, pelo fato de o recurso ser finito. Além disso, essas localidadesem tese têm mais gastos com infraestrutura e prevenção de acidentes, por exemplo.

Segundo a Agência Nacional do Petrólo (ANP), o Brasil arrecadou R$ 7,9 bilhões emroyalties no ano passado.

Por que a distribuição de royalties voltou ao centro da discussão?

Com a descoberta da camada pré-sal, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silvapassou a defender novas regras para a exploração do petróleo no país. Um dosargumentos é de que as empresas terão acesso a reservas de alto potencial e com riscoexploratório perto de zero – o que justificaria um novo marco regulatório.

Foi nesse contexto que o presidente Lula apresentou, em agosto do ano passado, quatro

projetos de lei propondo mudanças no setor, sendo um deles na distribuição dosroyalties.

O governo Lula, que chegou a defender a distribuição igualitária dos royalties, voltouatrás diante da pressão dos Estados produtores e passou a defender um tratamentodiferenciado para essas administrações.

Mas os deputados não aceitaram a proposta e aprovaram uma emenda, apresentadapelos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Humberto Souto (PPS-RS) e MarceloCastro (PMDB-PI), que prevê a distribuição dos royalties do pré-sal para todos osEstados da federação.

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A divisão aprovada na Câmara por 369 votos a favor e 72 contrários é de que 30% dosroyalties sejam destinados aos Estados, 30% aos municípios e 40% à União, semtratamento diferenciado para os produtores.

A chamada “emenda Ibsen” foi além da camada pré-sal e estendeu a nova distribuição

de royalties também às bacias tradicionais, incluindo as já licitadas. Cálculosapresentados pelo deputado Humberto Souto mostram que o Estado do Piauí, porexemplo, poderá receber R$ 317 milhões em royalties ainda este ano, enquanto o Rio deJaneiro, maior Estado produtor, ficaria com cerca de R$ 200 milhões.

Quais são os argumentos a favor da nova distribuição?

O principal argumento dos parlamentares favoráveis à mudança das regras é de que o petróleo pertence “a todo o país”, o que justificaria uma distribuição igualitária dosroyalties.

Segundo o deputado Marcelo Castro, “não interessa que a exploração seja feita de frente para o Rio de Janeiro”. Para ele, é preciso usar o petróleo para fazer “justiça social” e“reduzir desquilíbrios” regionais.

Na avaliação do deputado Ibsen Pinheiro, a exploração do petróleo é feita no mar, nãohavendo, segundo ele, possibilidade de danos para Estados e municípios produtores.

Ainda de acordo com o deputado, não seria “justo” privilegiar dois Estados e“prejudicar” 25. Em entrevista ao site G1, Ibsen disse que os Estados produtores “têm,no máximo, vista para o mar, que é muito privilegiada”.

Os defensores da distribuição igualitária dizem também que todos os Estados acabampagando, por meio da União, pelas pesquisas da Petrobras e pelos testes nos poços – epor isso devem ser beneficiado com royalties.

“Essa matéria tem fundamento jurídico, fundamento moral e maioria. Nada justifica adesigualdade”, disse Ibsen, durante a votação da emenda.

Ainda de acordo com o deputado, “é justo que o petróleo pertença a todos os brasileiros, pois todos somos iguais perante a lei”. O deputado Fernando Coruja (PPS-SC)acrescentou que a regra “inverte a concentração de recursos”, permitindo que os

municípios com menos dinheiro “participem da riqueza do petróleo”.

O que dizem os Estados e municípios produtores?

A emenda Ibsen tem sido fortemente criticada pelas lideranças do Rio de Janeiro e doEspírito Santo, que descreveram a medida como “covardia”. O governador do Rio,Sergio Cabral Filho, chegou a chorar em público ao comentar a decisão da Câmara.

Segundo ele, os deputados que votaram a favor da emenda esperando algum “benefícioeleitoral” em seu Estado estão “equivocados”. Sua avaliação é de que a população

 brasileira será “solidária” ao Rio. De acordo com cálculos apresentados pelo deputado

Otávio Leite (PSDB-RJ), a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro com royalties dopetróleo cairia de R$ 5 bilhões para cerca de R$ 100 milhões. O governador do Rio

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disse que a perda de receita afetará as obras para os Jogos Olímpicos de 2016 econvocou a população para uma caminhada no centro da cidade, na quarta-feira.Representantes dos Estados produtores veem ainda “falhas jurídicas” na emenda, por mudar as regras de contratos já firmados, no caso dos poços que já foram licitados.

“Campos já licitados, já leiloados, não podem ter as regras mudadas, porque isso fere os princípios jurídicos, muda cláusulas de situações já consagradas”, disse o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

Existe a possibilidade de um acordo?

A aprovação da emenda Ibsen criou um embate entre os Estados da federação, com Riode Janeiro e Espírito Santo de um lado, e as outras 25 unidades do outro.

Diante da disputa regional, lideranças do governo Lula tentam agora costurar uma novaproposta antes que a matéria seja votada no Senado.

Uma das alternativas apresentadas pelo deputado Ibsen Pinheiro é de que a União usesua cota na distribuição dos royalties para compensar pelo menos parte das perdas nosEstados e municípios produtores.

Segundo o deputado, os prejudicados poderão ser compensados pela União até que aprodução de petróleo atinja níveis que garantam os atuais patamares de remuneração.

No entanto, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na Casa rebateu essapossibilidade.

A ideia do governo, agora, é elaborar um projeto de lei específico sobre a questão dosroyalties. Dessa forma, a matéria poderia ser apreciada normalmente (sem o pedido deurgência), o que daria tempo para que o assunto seja melhor discutido.

Caso os senadores mantenham a emenda que redistribui os royalties, o presidente Lulapoderá vetá-la ou não. A partir daí o veto presidencial terá de ser votado por deputadose senadores, em sessão conjunta.

Quais são as implicações eleitorais do debate?

A discussão sobre os royalties do petróleo tem um forte apelo eleitoral, com potencialde desgaste tanto para governo como para a oposição.

No caso do governo, esse potencial tende a ser maior, já que o presidente Lula estádiretamente envolvido no debate, podendo vetar ou não a decisão do Senado.

Se os senadores concordarem com a redistribuição dos royalties, o presidente Lula teráde decidir se fica do lado dos dois Estados produtores ou do restante do país.

“Seria um decisão desgastante em meio à campanha da ministra Dilma Roussef”, dizum deputado da base aliada ao governo, referindo-se à pré-candidata do PT ao Palácio

do Planalto.

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O assunto também é visto com receio pela oposição, que teme se indispor com orestante do país em pleno ano eleitoral.

O governador de São Paulo e possível candidato à Presidência, José Serra, tem evitadocriticar de forma mais contundente a emenda Ibsen, mesmo estando à frente de um dos

três Estados produtores de petróleo. Serra disse nesta quarta-feira que distruibir os benefícios do petróleo para todo o Brasil é uma “preocupação correta”, mas que o projeto, do jeito que está, é “inaceitável”.

A avaliação de um deputado da oposição é de que o governador está prestes a oficializarsua pré-canditura à Presidência e que “comprar briga” com o restante do país “teria umalto custo”.

Fabrício Peixoto, BBC Brasil , 19 Março 2010

Entenda os pontos de atrito na relação entre Brasil eEUA

A visita ao Brasil da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ocorre em ummomento de divergências com os Estados Unidos sobre como lidar com o Irã e seuprograma nuclear - um dos pontos de atrito na relação bilateral que se tornaram maisevidentes no último ano.

Enquanto os Estados Unidos defendem a imposição de sanções econômicas ao Irã, ogoverno brasileiro argumenta que a medida poderá "isolar" Teerã, dificultando asnegociações.

As polêmicas na relação entre os dois países vão além, incluindo temas recentes como arecuperação do Haiti, a situação política de Honduras e retaliações comerciais.

De acordo com o Itamaraty, mesmo os assuntos "delicados" serão tratados em um climade "total cortesia" entre a secretária Clinton e o chanceler Celso Amorim.

Entenda quais são os pontos de atrito entre Brasil e Estados Unidos.

Programa nuclear do Irã

Desde que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou, em fevereiro, aampliação de seu programa nuclear, os Estados Unidos passaram a defender aimposição de sanções econômicas a Teerã.

Um dos argumentos do governo americano é de que o Irã estaria "disfarçando" aconstrução de armamentos nucleares por meio de um programa nuclear supostamentepacífico.

Na avaliação do governo brasileiro, porém, a adoção de sanções econômicas ao Irã podeter um resultado "negativo".

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O chanceler Celso Amorim tem dito que essas "penalidades" podem acabar "isolando" ogoverno iraniano, dificultando as negociações. Para o ministro, a fase do diálogo "aindanão está encerrada".

Além disso, o Brasil defende que o Irã tem o direito de enriquecer urânio a 20%, limite

ainda permitido pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear, assinado no âmbito dasNações Unidas.

Segundo Amorim, o Brasil "se preocupa" com as atividades nucleares no Irã, mas épreciso "respeitar" o direito do Irã de gerar a energia para fins pacíficos. O governoamericano confirmou que a secretária Clinton tentará convencer o governo brasileiro amudar sua posição quanto às sanções.

Na semana passada, o secretário-assistente do governo americano para assuntos daAmérica Latina, Arturo Valenzuela, disse que os Estados Unidos ficarão"desapontados" se o Brasil não usar sua influência para fazer com que o Irã cumpra suas

obrigações internacionais.

Recuperação do Haiti

O terremoto que devastou o Haiti, deixando mais de 200 mil mortos, tornou-se um dosprincipais temas na agenda do Brasil com os Estados Unidos.

Se por um lado, a liderança dos dois países na recuperação do Haiti é dada como certa,ainda não está claro como essa parceria será colocada em prática.

De acordo com o Itamaraty, um dos desafios será o de definir uma estratégia conjuntapara a reconstrução do país caribenho, evitando, assim, que uma posição seja"sobreposta" a outra.

Há seis anos, o Brasil chefia as tropas da missão de paz da ONU no Haiti (Minustah) e,segundo a diplomacia brasileira, essa é uma chance de "consolidar" a liderança do paísna região.

Quinze dias após o grande tremor do dia 12 de janeiro, cerca de 10 mil militaresamericanos já estavam em território haitiano, número que surpreendeu as tropasbrasileiras.

Na época, o chanceler Celso Amorim negou que houvesse algum tipo de "disputa" entreBrasil e Estados Unidos quanto à liderança na recuperação haitiana. As tropas do Brasil,porém, chegaram a organizar uma megaoperação de distribuição de alimentos com oobjetivo de "marcar posição" frente à presença americana, como disse o chefe daMinustah, general Floriano Peixoto.

Honduras

Tanto o Brasil como os Estados Unidos condenaram a deposição do então presidente deHonduras, Manuel Zelaya, como um "golpe de Estado". Desde então, o país está

suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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Mas a eleição de um novo governo, em novembro passado, dividiu opiniões entrebrasileiros e americanos.

Na avaliação dos Estados Unidos, a eleição de Porfírio "Pepe" Lobo ocorreu umambiente "democrático", abrindo caminho para que o governo eleito seja imediatamente

reconhecido pelos outros países da região.

O embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, disse no mês passado que aeleição de Lobo foi o "melhor feito" em Honduras e que o assunto deve ser discutido"sem retóricas".

Já o Brasil é contrário ao reconhecimento "imediato" do novo governo e diz esperar"sinais de mudança" em Honduras antes de mudar sua posição.

O argumento do Itamaraty é de que a situação de Honduras só deve ser regularizadacom certas condições - uma delas seria a criação de uma comissão da verdade, com o

objetivo de investigar os episódios que marcaram a crise política hondurenha.

"Se não for assim, ficará um mau exemplo na região, de que golpes são facilmenteperdoados", diz um diplomata.

Disputa comercial

No mês passado, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão ligado ao Ministérioda Indústria e Comércio, aprovou uma retaliação comercial aos Estados Unidos no valorde US$ 560 milhões.

A medida é resultado de uma disputa que começou em 2002, quando o Brasil foi àOrganização Mundial de Comércio (OMC) acusar os Estados Unidos de adotarempráticas que favoreciam seus produtores de algodão.

Com o aval da OMC, o Brasil agora está prestes a definir que produtos americanos terãode pagar mais impostos para entrar no mercado brasileiro.

O governo brasileiro diz que ainda está disposto a negociar, mas, segundo o Itamaraty,os Estados Unidos ainda não ofereceram uma contraproposta que evite as retaliações. Ochanceler Celso Amorim disse, no mês passado, que o Brasil "não prefere" a via do

contencioso, mas que o país "não pode se curvar" diante de nações mais fortes.

Esse, porém, não é o único atrito comercial entre os dois países. No ano passado, oBrasil voltou a acionar a OMC contra os Estados Unidos, dessa vez em função de umasuposta prática antidumping no suco de laranja importado do Brasil.

O Brasil, por sua vez, é freqüentemente criticado no meio empresarial americano pornão respeitar as regras internacionais de propriedade intelectual.

Há dois anos, o Brasil foi retirado da lista americana que reúne os maiores mercadospiratas do mundo, mas associações industriais dos Estados Unidos estariam

pressionando seu governo a incluir novamente o Brasil no grupo, como forma depressionar pela suspensão das retaliações.

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Bases militares na Colômbia

Um dos principais atritos entre Brasil e Estados Unidos, a instalação de bases militaresamericanas na Colômbia foi extremamente criticada pelo governo brasileiro.

Segundo o governo da Colômbia, o acordo com os Estados Unidos, que veio a públicoem julho passado, teria como objetivo facilitar as operações contra o terrorismo e aprodução de drogas. O governo brasileiro, no entanto, criticou a "falta de transparência"do acordo militar e pediu explicações tanto à Colômbia como aos Estados Unidos.

Um dos argumentos do Itamaraty era de que as bases aumentariam as "desconfianças"entre os países, contribuindo para um clima de "insegurança".

A preocupação acabou levando os 12 países da União das Nações Sul-Americanas(Unasul) a convocarem uma reunião extraordinária para discutir o assunto. A idéia erapedir "garantias formais" tanto da Colômbia como dos Estados Unidos de que a

operação militar ficaria limitada a questões do narcotráfico. A secretária Hillary Clintonchegou a enviar uma carta a diversos países da região "garantindo" que não seriamatacados.

BBC Brasil, Fabrícia Peixoto, 03 de Março de 2010

Amorim sinaliza que apoio do Brasil a Honduras

depende da volta de Zelaya ao seu paísO ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, condicionou hoje o apoio do Brasilao novo governo de Honduras, sob comando do presidente Porfirio “Pepe” Lobo, àaplicação de medidas que permitam o retorno do presidente deposto, Manuel Zelaya, aopaís. O chanceler fez a afirmação ao lado da secretária de Estado norte-americana,Hillary Clinton, que defende a imediata reintegração de Honduras à Organização dosEstados Americanos (OEA).

“Um fato que teria grande valor simbólico seria criar condições para o presidenteZelaya voltar a Honduras”, afirmou Amorim, referindo-se à adoção de medidas de

anistia em favor do presidente deposto e seus aliados. Desde janeiro, Zelaya estámorando na Costa Rica. Antes ele passou mais de três meses abrigado na Embaixada doBrasil em Tegucigalpa, capital de Honduras. Ele é acusado por seus adversários detentar mudar a Constituição para se manter no poder.

Para Amorim, “Pepe” Lobo está adotando ações concretas em busca da aproximaçãocom a comunidade internacional e também do fortalecimento das instituições internasde Honduras. Segundo Amorim, a deposição de Zelaya, em 28 de junho do ano passado,por uma ação organizada pelas Forças Armadas, Congresso e Corte Supremahondurenha representa uma indicação de golpe de Estado.

“O Brasil deseja ver um futuro de normalidade em toda a região. Mas países quetiveram o trauma de viver sob o golpe militar, como nós, não podemos tomar essas

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coisas levemente”, reagiu Amorim. “Nós temos acompanhado com muita atenção osgestos do presidente de Honduras, que tem feito movimentos no sentido dereconciliação nacional, de esquerda, com ou sem aspas”. 

O governo brasileiro defendeu que as eleições em Honduras, realizadas em novembro,

ocorressem com Zelaya reconduzido ao governo. Mas isso não aconteceu.Paralelamente os Estados Unidos lideraram as negociações entre o presidente golpista,Roberto Micheletti, Zelaya e “Pepe” Lobo. 

A orientação do governo do presidente Barack Obama é para que a comunidadeinternacional colabore para a reintegração de Honduras à OEA e apóie a gestão deLobo. Diplomatas brasileiros afirmam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula daSilva está observando de forma positiva os esforços do novo presidente hondurenho oque deve levar para um futuro apoio.

Agência Brasil, Renata Giraldi, 03 de Março de 2010

Pacote de incentivos às exportações deve sair até o fimde março

O pacote de incentivos às exportações deve ser anunciado até o fim de março. Aexpectativa é do ministro de Desenvolvimento, Miguel Jorge. Ele acredita que pode sercriado ainda este ano um banco específico para o comércio exterior, a exemplo doEximbank.

Ele informou que o esboço das medidas está pronto, faltando apenas uma reuniãoespecífica dele com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para fechar.

Miguel Jorge espera marcar com Mantega antes de seguir viagem, acompanhando opresidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio, na semana que vem.

"A minha expectativa é de que até o fim de março, a gente possa anunciar", disse oministro, ao sair de reunião com empresários na Fazenda, no Grupo deAcompanhamento do Crescimento (Gac).

Ele explicou que alguns empresários colocaram as medidas de incentivo à exportaçãocomo prioridade, durante a reunião. "Essa cobrança também me tem feito o presidenteLula, que prometeu medidas no ano passado em um jantar com mais de 800 pessoas",continuou.

O ministro disse não poder adiantar detalhes das medidas, porque ainda estão no níveldas discussões técnicas. Mas garantiu: "Nós não vamos mexer no câmbio".

Entre as medidas, ele destacou que deve ser criado ainda este ano o Eximbank, umacarteira bancária especial voltada para o financiamento ao comércio exterior.

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"Será uma diretoria especial" do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), explicou. "Criar um banco novo seria muito burocrático, demorariamuito", disse o ministro.

Ele reiterou que "um Eximbank é uma das coisas que o Brasil tinha que ter há 20 anos, e

há três anos em defendo essa proposta dentro do governo".

Entre as medidas, o ministro destacou a desburocratização para reduzir custos dasoperações de comércio exterior, mais financiamentos e garantias, aumento de missõescomerciais e de mercados compradores, além de medidas de ordem tributária comodevolução de crédito ao exportador.

"É um projeto para melhorar a capacidade do Brasil exportar", resumiu o ministro doDesenvolvimento.

Valor Econômico, Azelma Rodrigues, 03 de Março de 2010

Gerador caseiro promete revolucionar setor energéticonos EUA

A energia que em um futuro próximo iluminará nossas casas será limpa, barata e, para afelicidade dos ferrenhos consumidores de luz, permitirá praticamente se desvincular dascompanhias de energia elétrica.

Pelo menos é isso o que promete a Bloom Energy, uma empresa californiana que háoito anos trabalha de forma secreta em uma nova fonte de energia. Esta semana, elaapresentou seu produto a especialistas do setor e jornalistas.

O Bloom Box, como se chama o aparelho, é um inovador gerador que utilizabiocombustíveis ou gás para produzir eletricidade e, segundo seus criadores, permitirá aempresas e pessoas comuns gerar sua própria energia de forma limpa e econômica.

Ao contrário das células de hidrogênio, este sistema utiliza materiais mais baratos, émais eficiente --permite produzir o dobro de eletricidade que outros sistemas com a

mesma quantidade de combustível --é flexível e também reversível, pois o usuário podearmazenar o que não consome.

Por enquanto, os geradores têm o tamanho de um carro pequeno e custam em torno deUS$ 800 mil. Embora a Bloom Energy insista que o investimento inicial pode serrecuperado em entre três e cinco anos, o preço não está ao alcance da maioria.

A empresa acredita que em dez anos poderá fabricar geradores do tamanho de um tijoloe a um preço em torno de US$ 3 mil, transformando cada consumidor em uma potencialcentral elétrica.

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"Nossa missão é pôr energia limpa e confiável ao alcance de todas as pessoas nomundo", disse K.R Sridhar, cofundador e executivo-chefe da Bloom+ Energy, durante aapresentação do Bloom Box.

Por enquanto, só grandes empresas têm acesso ao aparelho e algumas companhias como

Coca-Cola e eBay testaram seu uso nos últimos meses.

O primeiro cliente de pagamento da Bloom Energy foi outra companhia do Vale doSilício, Google, que tem instalado um gerador de 400 quilowatts em um de seus prédiose cobre com ele boa parte de seu consumo elétrico desde julho de 2008.

"Estamos muito emocionados com isso", reconheceu Larry Page, cofundador doGoogle, durante a apresentação do Bloom Box. "Eu gostaria de ver um centro de dadosinteiro funcionando com esse sistema", continuou.

A grande vantagem é que o gerador permitirá aos consumidores abrir mão da

companhia elétrica ou usá-la só em casos de emergência, apesar de ser necessário disporde uma provisão de gás ou biocombustível para fazê-lo funcionar.

O usuário poderá inclusive vender a sua companhia elétrica local a energia que nãoconsumir, pois o gerador permite armazenamento.

A Bloom Energy não é a única empresa trabalhando neste promissor setor, mas foi,talvez, a mais rápida.

"Há provavelmente cerca de 100 companhias trabalhando em algo muito similar", disse

Jack Brower, diretor associado do Centro Nacional de Pesquisa de Pilhas deCombustível ao diário "Los Angeles Times". "A chave está em que a Bloom Energytem um sistema integrado e um pacote preparado para sua distribuição comercial",contou.

Os especialistas opinam que, no entanto, ainda há muitas questões por resolver antes dea inovação chegar às mãos de todos os consumidores.

Entre as dúvidas, por exemplo, está a vida útil do aparelho, que a Bloom Energy nãoesclareceu ainda. Pouca duração poderia significar o fracasso da invenção.

Outros analistas apontaram que a inovação poderia ter um indesejável efeito sobre opreço do gás natural ou dos biocombustíveis, disparando o valor pelo aumento nademanda.

Alguns especialistas temem também que o Bloom Box se transforme em um novoSegway, aquele patinete elétrico de alta tecnologia com o qual seus criadores esperavamrevolucionar o mundo do transporte há cerca de dez anos e que hoje é simplesmenteuma curiosidade para turistas em algumas cidades. EFE

Folha de São Paulo, Paula Gil, 28 de Fevereiro de 2010

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Especialistas vêem biocombustível de segunda geraçãocomo chance para países pobres

Fabricados a partir de resíduos agrícolas, os biocombustíveis de segunda geração podem

ser uma alternativa ambientalmente viável para o desenvolvimento econômico de paísespobres, de acordo com especialistas em energia.

A produção de combustíveis a partir de milho, trigo, colza e azeite de dendê é cara econtribui relativamente pouco para a proteção do clima, além de impulsionar o aumentodos preços dos alimentos, segundo um estudo da Organização para a Cooperação eDesenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em 2008.

Mas que alternativas existem? O apetite global por energia vem crescendo, afirmaDidier Houssin, diretor de Mercados Energéticos e Segurança da Agência Internacionalde Energia (AIE).

"Em nossas projeções, a cota dos biocombustíveis no setor de transportes deverácrescer, indo dos atuais 1,7% para 9% em 2030. Daí a necessidade que há de se garantiro desenvolvimento sustentável da produção de biocombustíveis. Isso é particularmenteimportante no caso de países em desenvolvimento e emergentes", explica o especialista.

Complemento à produção de alimentos

Esses países produzem grande parte dos resíduos da agricultura e da silvicultura, dosquais podem ser produzidos diesel, etanol ou gás sintético. São os chamadosbiocombustíveis de segunda geração. A vantagem é que sua produção não concorre coma produção de alimentos, mas a complementa.

Além disso, os dejetos já existem em abundância como matéria-prima, como lembraAnselm Eisentraut, analista para biocombustíveis da AIE. Ele analisou para a OCDE opotencial dos novos biocombustíveis. "No momento, 10% dos resíduos agrícolas eflorestais disponíveis seriam suficientes para quase duplicar a produção atual debiocombustíveis, se a tecnologia realmente estivesse disponível comercialmente e emgrande escala", afirma.

Perspectiva promissora

Cerca de 125 bilhões de litros de diesel ou 170 bilhões de litros de etanol poderiam serproduzidos por ano a partir de apenas 10% das cascas de noz e de arroz e dos restos demadeira disponíveis no mundo. Mas até agora a técnica só funciona em projetosexperimentais.

"Nos Estados Unidos será lançada no próximo ano uma unidade comercial queproduzirá cerca de 100 milhões de litros por ano. No Brasil há instalaçõesexperimentais, assim como na Índia e na China, de forma que [nesses países] a evoluçãoda tecnologia já está avançada, mas ainda não em escala comercial," diz Eisentraut.

Isso pode levar de 15 a 20 anos, dependendo dos incentivos econômicos que vierem dosetor político. Esse tempo, no entanto, também é necessário não somente para se criar a

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infraestrutura para a produção do biocombustível em países emergentes e emdesenvolvimento, como também para estabelecer uma agricultura sustentável.

Integração aos mercados mundiais

Para isso contribuem também as políticas alemãs de ajuda ao desenvolvimento, afirmaMike Enskat, especialista em energia da Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ,na sigla em alemão).

"O potencial econômico dos biocombustíveis de segunda geração é, naturalmente,também uma oportunidade para se desenvolver melhor o setor agrícola nos países emdesenvolvimento, torná-lo mais produtivo e melhor integrado aos mercados mundiais",afirma.

Mas os países em desenvolvimento devem ser envolvidos no processo já na fase inicial,para que sejam evitados os erros feitos no desenvolvimento dos biocombustíveis de

primeira geração. "Deve haver padrões internacionais de sustentabilidade para aprodução de biomassa e uma certificação dos combustíveis, para assegurar padrõessociais e ambientais", sublinha Enskat.

Ele alerta também que deve ser evitada uma nova concorrência na aquisição dematérias-primas. "Porque, em alguns países, resíduos da agricultura e da silvicultura jásão usados como adubo ou no aquecimento. Também não foram completamenteesclarecidos possíveis impactos ambientais sobre os nutrientes do solo e sobre osrecursos hídricos."

Deutche Wille , Sabine Kinkartz, 14 de Fevereiro 2010.

Cúpula do Mercosul busca reaproximar Uruguai eArgentina

Presidentes sul-americanos se reunirão na terça-feira em uma cúpula do Mercosul naqual se espera que o Uruguai discuta sua deteriorada relação com a Argentina, aomesmo tempo que o bloco buscará dar novo impulso às negociações de comércio com a

União Europeia, que estão paralisadas.

Além dos chefes de Estado dos quatro membros do Mercosul --Argentina, Brasil,Uruguai e Paraguai--, deve viajar a Montevidéu o polêmico presidente Hugo Chávez, daVenezuela, cuja adesão ao bloco vem sendo longamente adiada, informou o Ministériode Relações Exteriores do Uruguai.

Há a previsão de que a presidente da Argentina, Cristina Fernández, se reúna com opresidente eleito do Uruguai, José Mujica, convidado a participar da cúpula, para tratarde um conflito bilateral envolvendo a instalação de uma fábrica de celulose quedesencadeou um bloqueio de manifestantes na fronteira entre os dois países.

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As relações entre Cristina Fernández e o atual presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, seesfriaram por causa do recurso apresentado pela Argentina na Corte Internacional deHaia em relação à fábrica de celulose, que desde 2007 opera na área de um rio limítrofe.

No entanto, Mujica mantém estreita sintonia com o governo argentino e se espera que

ele se esforce para melhorar as relações bilaterais. Mujica é um ex-guerrilheiro queassumirá em março a Presidência do Uruguai, no segundo período consecutivo daesquerda no poder no país.

O presidente eleito disse que meses atrás conversou com autoridades argentinas sobre apossibilidade de formar um grupo de trabalho que analise os assuntos responsáveis poratritos entre os dois países.

A debilitada união aduaneira do Mercosul, prejudicada por causa de conflitoscomerciais e políticos, especialmente entre seus sócios maiores, Brasil e Argentina,nasceu na década de 1990 como um projeto para impulsionar o comércio e a

internacionalização das economias de seus membros.

Mas o bloco foi perdendo impulso até converter-se, segundo especialistas, em umestorvo para países que buscam diversificar mais o seu comércio, como Brasil e Uruguai

"O Mercosul se debilitou muito. Há países que pensaram em sair, como o Uruguai,outros que não querem entrar, como o Chile, e no caso do que quer entrar, a Venezuela,muitos pensam que é melhor que não esteja lá", disse o ex-vice-ministro da Economiada Argentina Jorge Todesca, titular da consultoria Finsoport.

Conrado Hornos, Reuters Brasil , 05 de Dezembro de 2009

Obama anuncia nova estratégia para o Afeganistão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, nesta terça-feira, o envio de30 mil novos soldados para o Afeganistão a partir do início de 2010. O anúncio foi feitodurante um discurso à nação na academia militar de West Point, no Estado de NovaYork (leste do país).

Além da decisão sobre as tropas adicionais, o presidente afirmou ainda que pretendeiniciar a retirada das tropas em julho de 2011  – antes das eleições presidenciais de2012.“Eu tomo essa decisão porque estou convencido de que nossa segurança estáameaçada no Afeganistão e no Paquistão”, disse o presidente.“Esse é o epicentro doextremismo violento praticado pela al-Qaeda”, afirmou. De acordo com o presidente, astropas adicionais ajudarão a preparar a retirada e transição para as forças de segurançado Afeganistão.

Com o envio dos soldados, que deve ser realizado ao longo de seis meses, os EUA terãomais de 100 mil homens lutando contra os militantes do Talebã em território afegão.

Transição

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Obama disse que usará o Iraque como modelo para a retirada das tropas do Afeganistão.

“Assim como fizemos no Iraque, nós executaremos a transição de maneira responsável,levando em consideração as condições locais”, disse.

Segundo o presidente, os EUA continuarão aconselhando e auxiliando as forças desegurança afegãs “para garantir que o sucesso delas a longo prazo”.

“Mas seremos claros com o governo afegão – e, mais importante, com o povo afegão –  que, no final das contas, eles serão responsáveis pelo próprio país”, afirmou opresidente durante o discurso.

Obama afirmou que já apresentou a nova estratégia para o Afeganistão com o presidenteafegão, Hamid Karzai, durante uma longa vídeo-conferência.

Segundo a Casa Branca, o presidente disse a Karzai que os esforços dos EUA no

Afeganistão “terão limite” e serão medidos com base em objetivos ao longo de doisanos.

Nova estratégia

A nova estratégia militar americana para o Afeganistão é anunciada depois de mais detrês meses de discussões.

O anúncio ocorre em meio a uma crescente preocupação nos Estados Unidos em relaçãoao conflito, que já dura oito anos.

O aumento da violência no Afeganistão - onde mais de 900 soldados americanos jámorreram - e o polêmico processo eleitoral de agosto, com denúncias de fraude,aumentaram a oposição dentro dos Estados Unidos ao conflito. O comandante militaramericano no Afeganistão, general Stanley McChrystal, havia pedido no início do anoque os Estados Unidos enviassem mais 40 mil soldados ao país asiático.

Além do envio de mais 30 mil soldados anunciado nesta terça-feira, o presidenteamericano pediu que os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte(Otan) enviem mais 10 mil soldados ao Afeganistão.

A França já recusou o pedido, e a Alemanha adiou a decisão. Na Grã-Bretanha, oprimeiro-ministro, Gordon Brown anunciou, na segunda-feira, o envio de mais 500soldados.

Segundo o correspondente da BBC em Cabul, Martin Patience, críticos da presençamilitar americana afirmam que cada vez que os Estados Unidos enviam mais tropas asegurança do Afeganistão piora, e questionam por que os americanos estão gastandobilhões de dólares em gastos militares e não na reconstrução do país.

O anúncio da nova estratégia dos EUA foi bem recebido pelo secretário-geral da Otan,Anders Fogh Rasmussen. Ele disse que os aliados dos Estados Unidos têm dividido o

peso do conflito até agora e afirmou estar confiante de que 5 mil tropas adicionaispodem ser encontradas.

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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, ofereceu apoio total à nova estratégiaapresentada por Obama, classificando a decisão como "corajosa".

BBC Brasil , 03 de Dezembro de 2009

“Lula diz: ONU tem que ampliar Conselho deSegurança para ter representatividade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que a ONU(Organizações das Nações Unidas) deve reformar e ampliar o seu Conselho deSegurança se quiser ter representatividade. Segundo o presidente, "não tem comoexplicar" o fato de países como Japão, Alemanha e Índia estarem fora do conselho.

"Se a ONU quiser voltar a ter representatividade, tomar decisões, e essas decisões seremexecutadas, ela tem que ser reformada e colocar outros países", afirmou o presidente,

em entrevista coletiva em Floresta (PE), após visitar o canteiro de obras de transposiçãodo rio São Francisco.

Lula disse que há 15 anos o Brasil reivindica uma reforma no Conselho de Segurança."Nós estamos convencidos que a ONU está superada. A ONU de 1948 não representa acorrelação de força existente no mundo hoje, nem geograficamente, nem politicamente,nem economicamente. É preciso que se leve em conta a participação dos países devários continentes", disse.

Hoje, o Brasil foi eleito pela Assembleia Geral da ONU para uma das dez vagasrotativas do Conselho de Segurança. O mandato durará dois anos: 2010 e 2011. Apósreceber 182 votos de um total de 183 países votantes, o Brasil ocupará pela décima vezum assento eletivo no Conselho. Outros quatro países foram também eleitos para omesmo mandato (2010-2011): a Bósnia e Herzegovina, o Gabão, o Líbano e a Nigéria.

Na avaliação do presidente, a participação de outros países no conselho daria mais forçaà ONU para negociar, por exemplo, a questão do Oriente Médio.

"Quem deveria estar negociando a paz entre judeus e palestinos era a ONU. E por queela não faz isso? Porque ela não tem força. Então, o que nós queremos é que a ONUtenha muita força", disse.

Lula disse ainda que, se os países que "mandam" no conselho não aceitarem a mudança,eles serão responsabilizados pela "fragilidade" da ONU.

"Esse negócio do Conselho de Segurança é como uma fruta madura. Ou seja, ela já estápassando do ponto de colher, daqui a pouco ela cai. E se os dirigentes da ONU,sobretudo dos países que hoje mandam no Conselho de Segurança permanente, nãoaceitarem a reforma, eles serão responsabilizados pela fragilidade da ONU", afirmou.”

Folha de São Paulo, 15 de outubro de 2009

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Cúpula Brasil -UE concentra-se em proteção climáticae energia

Líderes reunidos em Estocolmo destacam importância de governos assumirem

responsabilidades e levarem providências concretas à cúpula sobre o clima de dezembroem Copenhague. Honduras também constou de pauta do encontro.

A proteção climática, eficiência energética e a crise em Honduras foram alguns dosprincipais problemas discutidos na terceira cúpula entre o Brasil e União Europeia,realizada nesta terça-feira (06/10) na sede do governo da Suécia, em Estocolmo.

O encontro foi presidido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministroda Suécia, Fredrik Reinfeldt, na função de atual presidente do Conselho da UniãoEuropéia, e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. Asnegociações para um ambicioso acordo contra o aquecimento do planeta, e contra a

crise econômica mundial e o reforço das relações bilaterais estiveram no centro doencontro.

Em coletiva após a reunião, os líderes destacaram a importância de os governos domundo assumirem suas responsabilidades e levarem providências concretas à cúpulasobre o clima, agendada para dezembro próximo em Copenhague. Brasil e UE secomprometeram a contribuir para melhoria do clima, assumindo "metas claras eambiciosas a médio prazo", conforme texto final do encontro, assinado pelos parceiros,além de "compromissos juridicamente vinculantes para os países desenvolvidos".

Responsabilidades e metas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos países participantes da reunião naDinamarca que levem medidas concretas e assumam suas responsabilidades. "Cadagoverno tem que assumir custos para evitar que o planeta seja atingido", disse. "Cadaum tem que dizer, 'sou responsável por tanto de efeito-estufa e por tanto de seqüestro decarbono'. Essa é a única chance. Porque se ficarmos sempre cada um jogando culpa nooutro, não chegamos a uma conclusão".

A União Européia tem como objetivo limitar o aquecimento global a menos de 2ºCacima da temperatura pré-industrial. O acordo de Copenhague deve não apenas fixar

metas mundiais para a redução das emissões, como também fornecer uma baseadequada para verificar a capacidade de adaptação de cada país às alterações climáticas.

Em declaração conjunta firmada na cúpula, Brasil e União Européia convocam os paísesdesenvolvidos e em desenvolvimento a apresentarem antes da reunião de Copenhague e"o mais rápido possível, metas ambiciosas de redução de emissões, ações e estratégicas"para redução do efeito-estufa. Os dois parceiros concordam que a construção de umaeconomia de baixa emissão de carbono é uma prioridade, "respeitando odesenvolvimento econômico e social dos países em desenvolvimento".

Pesos e medidas diversos

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"É preciso levar em conta que um país como a China não pode pagar como Inglaterra,que começou sua industrialização 200 anos atrás", observou Lula. A União Européiaconcorda que deve haver prazos mais amplos para países em desenvolvimento. "Todostêm que fazer esforço para que os objetivos sejam atingidos e para que os países menosricos, com mais necessidades, sejam ajudados", afirmou o primeiro-ministro sueco,

Fredrik Reinfeldt.

A promoção e o uso de energias renováveis e o esforço para buscar eficiência energéticasão vistos por ambos os lados como contribuição importante para cumprir asnecessidades do desenvolvimento sustentável. Brasil e União Européia reafirmaram ocompromisso político no desenvolvimento e utilização de fontes de energias limpas,alternativas para combustível fóssil, incluindo a produção de biocombustíveis e secomprometeram a estreitar a cooperação nesse campo.

"Gostaria que todos os países fizessem a matriz energética tão limpa quanto Brasil tem",comentou o presidente brasileiro. "Temos, em geral, 47% de produção em energia

limpa, enquanto o resto do mundo, 12%. Temos 85% da matriz de energia renovável.Nossos carros são no mínimo 25% movidos a etanol e 85% dos carros produzidos noBrasil são flex", enumerou. "Gostaria de trazer um carro em etanol para a Suécia paraficar medindo a emissão e comparar com os automóveis daqui", brincou.

Honduras e o Brasil

A crise política em Honduras também esteve na pauta do encontro. Brasil e UniãoEuropéia condenaram conjuntamente a violação da ordem constitucional no país eexigiram a garantia da inviolabilidade da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, além dorespeito à integridade física do presidente Manuel Zelaya. No texto da declaração final,Brasil e UE "reiteram apoio aos esforços regionais de mediação facilitados pela OEA epelo presidente de Costa Rica, Oscar Arias".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu que o líder do atual governo hondurenho,Roberto Micheletti, deve permitir a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya."Para nós, a solução em Honduras é fácil: se aqueles que participaram do golpe deEstado deixarem o poder e permitirem a volta do presidente Zelaya", disse. "Masenquanto tiver um golpista, não temos o que fazer a não ser exigir que ele saia, para queHonduras tenha um presidente legitimamente eleito", completou.

Deutsche welle, 07 de Outubro de 2009

EUA e Brasil fazem reunião bilateral em Paris sobrecomércio

Acusados de bloquear a Rodada Doha com demandas exageradas, os Estados Unidosconvidaram o Brasil para uma reunião bilateral em Paris, que começou ontem eprossegue hoje.

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Os americanos voltaram, porém, com idênticas queixas de que não veem transparênciano acordo já delineado na Organização Mundial do Comércio (OMC) e que assim nãodaria para Washington identificar ganho para seus exportadores de produtos industriaise agrícolas.

Os americanos insistem na importância de um "resultado ambicioso" na negociaçãoglobal, para a Casa Branca poder engajar o setor privado na aprovação do pacote final.Ambicioso, na visão americana, significa, por exemplo, que o Brasil, China e Índiaaceitem acelerar a liberalização de setores como químicos e equipamentos industriais, oque recusam.

As indicações são de que a delegação brasileira reiterou a dificuldade de "descosturar" opacote agrícola e industrial para atender a mais demandas americanas, ainda mais semver, por sua vez, como os EUA pagarão por isso.

A reunião organizada por iniciativa americana ocorre depois da cúpula do G-20 em

Pittsburgh (EUA), durante a qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi portador deuma clara mensagem de 88 países em desenvolvimento: um acordo em Doha deve serfechado com base nos cortes de tarifas e subsídios agrícolas e industriais que já foramnegociados.

O presidente dos EUA, Barack Obama, se engajou a trabalhar pela conclusão de Dohano ano que vem, mas quer arrancar concessões demais dos emergentes, onde estão osmercados mais promissores.

Para o Brasil, só havia duas opções sobre o encontro de Paris: recusar a reunião e darespaço para os americanos alegarem que o país não queria conversar ou sentar mais umavez à mesa de negociação ouvindo e desafiando os mesmos argumentos.

Enquanto isso, o Brasil prepara uma reunião de ministros do G-20 agrícola, do qual é olíder, para o final de novembro em Genebra. Vai anteceder a conferência ministerial daOMC.

Valor Econômico, 07 de Outubro de 2009

Micheletti convoca mesa de diálogo sobre crise nestaquarta-feira

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, convocou nesta terça-feira umamesa de diálogo sobre a crise política do país que se instalará amanhã na presença damissão de chanceleres de países-membros da OEA (Organização dos EstadosAmericanos).

"Meu governo convoca uma mesa de diálogo para abordar com novo espírito os temasque de alguma maneira já foram objeto de consideração em documentos de trabalho no

diálogo de San José", expressou Micheletti em mensagem transmitido em uma conexãonacional de rádio e televisão.

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Histórico

Zelaya voltou a Honduras no último dia 21, quase três meses depois de ser expulso. Nasprimeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma consulta popularsobre mudanças constitucionais que havia sido considerada ilegal pela Justiça, ele foi

detido por militares, com apoio da Suprema Corte e do Congresso, sob a alegação deque visava a infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea queimpede reeleições no país.

O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega quepretendesse continuar no poder e se apóia na rejeição internacional ao que éamplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político elogístico do presidente venezuelano -- para desafiar a autoridade do presidente interino eretomar o poder.

Isolado internacionalmente, o presidente interino resistiu à pressão externa para que

Zelaya fosse restituído e governou um país aparentemente dividido em relação àdestituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica--unida até esta semana em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima depoder e de que a Presidência será passada de Micheletti apenas ao presidente eleito emnovembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidenteinterino nem o deposto são candidatos.

Mas o retorno de Zelaya aumentou a pressão internacional sobre o governo interino,alimentou uma onda de protestos e fez da crise hondurenha um dos temas daAssembléia Geral da ONU, reunida em Nova York neste mês. A ONU suspendeu umacordo de cooperação com o tribunal eleitoral hondurenho e a OEA planeja a viagem deuma delegação diplomática a Honduras para tentar negociar uma saída para o impasse.

Além disso, a coesão da elite hondurenha começou a apresentar sinais de desgaste desdea semana passada, e os protestos em favor do governo interino, comuns no início dacrise, passaram a ser superados de longe, em número e volume, pelas manifestaçõespró-Zelaya, que desafiaram os toques de recolher e o estado de exceção.

Pelo menos três pessoas morreram em manifestações de simpatizantes de Zelayareprimidas pelas forças de segurança, mas o grupo pró-Zelaya diz que até dez pessoaspodem ter morrido.

Folha de São Paulo, 07 de Outubro de 2009

Referendo na Irlanda aprova reformas na UE

Um referendo na Irlanda aprovou neste sábado o Tratado de Lisboa – que cria um cargoequivalente ao presidente da União Europeia e facilita a tomada de decisões no bloco de27 países.

Essa foi a segunda vez que os eleitores irlandeses foram às urnas para votar sobre oassunto. Na primeira, no ano passado, disseram não à reforma na UE.

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O resultado oficial da votação foi anunciado pelo primeiro-ministro irlandês, BrianCowen, que afirmou que os eleitores responderam com uma voz "clara e ressonante".

O Tratado de Lisboa deveria ter entrado em vigor em janeiro deste ano, mas até hojenão foi aprovado por todos os países do bloco.

Voto de confiança

Entre as mudanças previstas no documento estão a possibilidade de aprovar maisdecisões por maioria, diminuindo a atual necessidade de unanimidade, além da criaçãodos cargos de presidente do Conselho Europeu e de alto representante para Assuntos deExterior.

O ministro do Exterior da Suécia, Carl Bildt, que atualmente ocupa a Presidênciarotativa da UE, afirmou que a vitória é "importante para a Irlanda e para toda a Europa".

Já o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso, elogiou o"voto de confiança" dos irlandeses na UE e disse que ele manifesta "um desejo de serum integrante sincero" do bloco.

Analistas dizem que a opinião dos irlandeses mudou neste ano por causa da gravidadeda crise econômica, bem como por causa das "garantias legais" dadas sobre a soberaniado país após a derrota no ano passado.

Essas garantias, determinam que a UE não pode influir sobre áreas cruciais da soberaniairlandesa, como política fiscal, neutralidade militar e assuntos domésticos como aborto.

BBC Brasil, 03 de Outubro de 2009

A origem da crise em Honduras

A crise política em Honduras que levou à detenção e ao exílio do presidente ManuelZelaya, no fim de junho, teve origem num enfrentamento do mandatário com os outrospoderes estabelecidos do país: o Congresso, o Exército e o Judiciário.

A BBC preparou uma série de perguntas e respostas que ajudam a explicar como seproduziu a crise.

- Qual a origem da crise?

O presidente Manuel Zelaya queria que as eleições gerais de 29 de novembro - quandoseriam eleitos o presidente, congressistas e lideranças municipais - tivesse mais umaconsulta, sobre a possibilidade de se mudar a Constituição do país.

Segundo sua proposta, os eleitores decidiriam nessa consulta se desejavam que se

convocasse uma Assembléia Constituinte para reformar a Carta Magna.

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Os críticos de Zelaya afirmam que sua intenção era mudar o marco jurídico do país parapoder se reeleger, o que é vetado pela atual Constituição.

- O que se planejava para o domingo da deposição de Zelaya?

Seria uma consulta sobre a consulta.

Os eleitores teriam que responder sim ou não à seguinte pergunta: "Está de acordo comque nas eleições gerais de novembro de 2009 se instale uma quarta urna para decidirsobre a convocação de uma Assembléia Constituinte que aprove uma nova Constituiçãopolítica?".

- O que decidiu o Congresso sobre a consulta?

O Congresso hondurenho aprovou uma nova lei que regulamenta os referendos e osplebiscitos e invalidava juridicamente a consulta. A nova legislação impedia a

realização de consultas 180 dias antes e depois das eleições gerais.

O então presidente do Congresso, Roberto Micheletti, que era do mesmo partido queZelaya, o Partido Liberal, afirmou que a consulta não teria validade jurídica e que pelaatual Constituição ela seria considerada um delito.

A proposta de Zelaya era rechaçada por Micheletti, que afirmava que o presidentepretendia se perpetuar no poder.

- Zelaya pretendia se lançar candidato à reeleição?

O mandato de Zelaya terminaria em janeiro de 2010, e a atual Constituição veta areeleição do presidente.

Zelaya, que foi eleito em 2005, negou que pretendesse continuar no poder além dosquatro anos para os quais foi eleito. Segundo ele, uma eventual mudança constitucionalseria válida apenas para seus sucessores.

- Qual a posição do Exército?

Zelaya havia destituído o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, o

general Romeo Vázquez, que havia se negado a apoiar a logística para a consulta de junho, declarada ilegal pelo Congresso.

Após a demissão de Vázquez, o ministro da Defesa, Ángel Edmundo Orellana, e outroscomandantes militares também renunciaram.Porém a remoção de Vázquez ordenada porZelaya foi revertida pela Suprema Corte de Justiça, que aceitou dois recursos contra adecisão do presidente.

O Exército mobilizou na sexta-feira anterior à consulta efetivos para prevenir possíveisdistúrbios por parte de organizações populares e indígenas, que apoiam Zelaya.

BBC Brasil, 28 de agosto de 2009

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Itamaraty confirma que Brasil terá meta contraaquecimento global

O Brasil deverá apresentar números específicos de redução de emissões de gasespoluentes durante a conferência do clima de Copenhague, em dezembro de 2009,confirmou ontem o Itamaraty. Serão "ações quantificadas", afirmou Sérgio Serra,embaixador extraordinário para a mudança do clima, durante reunião informal daConvenção do Clima das Nações Unidas que acontece em Bonn, Alemanha, até sexta-feira.

Ainda se discute como esse número será calculado. Mas, apresentando objetivosquantificados no âmbito da convenção o país poderá ser cobrado internacionalmentesobre as suas ações no combate ao aquecimento global e ao desmatamento na

Amazônia.

A proposta representa uma mudança de posição do Brasil em relação à adoção de metasde redução pelas nações pobres. "Mas o número também servirá para colocar umaexigência maior aos países desenvolvidos, já que a meta tem potencial para ser maiorque a soma de reduções de vários deles", disse Luiz Alberto Figueiredo Machado,negociador-chefe de clima do Brasil.

"Só espero que não seja um discurso vazio", disse João Talocchi, coordenador dacampanha de clima do Greenpeace. "Não adianta nada chegar aqui com um planobonito ao mesmo tempo em que se constroem estradas como a BR-319 na Amazônia,por exemplo."

Sobre as críticas que vêm sendo feitas ao país por não querer a inclusão, no mercado decarbono, do Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), osdiplomatas brasileiros em Bonn disseram que o financiamento para evitar odesmatamento viria de várias fontes --até do mercado de carbono.

Para Figueiredo, a rodada de discussões em Bonn evidenciou que falta avançar nasdiscussões do financiamento de ações de combate ao aquecimento global. "Hoje, não sediria que haverá um resultado ambicioso", disse Serra. O Secretariado da Convenção do

Clima da ONU pede US$ 250 bilhões dos ricos para os países mais pobres. Mas os ricosquerem financiar grande parte dessa quantia com dinheiro conseguido no mercado decapitais.

RENATE KRIEGER, Folha de São Paulo, 12 de agosto de 2009

Presidente deposto de Honduras chega ao Brasilpedindo reação contra governo golpista

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Há 44 dias longe do cargo, o presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya,chegou esta noite ao Brasil pedindo que os governos norte-americano e de países daAmérica Latina adotem medidas mais enérgicas contra o grupo que assumiu o poderdepois de ter liderado um golpe de Estado.

Afirmando que sua detenção por militares, em 28 de junho, e posterior deposição docargo é “um delito que afeta a todo o Continente Americano”, Zelaya pede sobretudoaos Estados Unidos - com que Honduras mantém cerca de “70% de suas atividadeseconômicas, culturais, militares e políticas” - que demonstrem seu repúdio ao governode Roberto Micheletti de forma mais dura.

“Reconhecemos o esforço norte-americano, mas cremos que as ações foramdemasiadamente tíbias, não sendo suficientes. Consideramos que o presidente [Barack]Obama pode tomar medidas mais enérgicas nos aspectos econômicos, comerciais,migratórios e mesmo em relação a diversos tratados econômicos que têm comHonduras”, afirmou Zelaya.

Ele veio ao Brasil a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o receberá natarde de amanhã (12), em Brasília. Diplomaticamente, o gesto do governo brasileirodemonstra o reconhecimento de Zelaya como o legítimo mandatário hondurenho. Elefoi recebido, em Brasília com cerimonial reservado aos chefes de governo.

“Meu encontro com o presidente Lula e com o [ministro das Relações Exteriores]chanceler Celso Amorim é precisamente para tratarmos de uma estratégia para que asmedidas contra o regime golpista sejam mais enérgicas, tanto as medidas norte-americanas quanto as latino-americanas”, disse, logo após pousar na Base Aérea deBrasília, a bordo de um jato Falcon 50, de registro venezuelano.

Zelaya também agradeceu à “firmeza com que Lula e Amorim, além de movimentossociais e setores da imprensa brasileira, condenaram o golpe de Estado em Honduras”,um delito que, para ele, deve ser considerado um crime contra a humanidade.

“O povo hondurenho completa hoje mais de 40 dias de resistência cívica pacífica. Elefoi duramente reprimido, há uma dúzia de assassinatos, mais de mil presos políticos emtodo o país. Há tortura e a liberdade de imprensa foi suprimida. O povo sofreu primeirocom o golpe de Estado e agora com a instalação de uma ditadura”, comentou ohondurenho. “Não há, no âmbito internacional, legislação específica sobre golpes de

Estado e o Brasil é um dos países dispostos a lutar pela tipificação de golpes de Estadocomo um delito de lesa-humanidade”, disse.

Alex Rodrigues, Agência Brasil, 11 de agosto de 2009

Cúpula da Unasul, em Quito, ocorre em momentodelicado para a região

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Os países que formam a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) se reúnem nestasegunda-feira, em Quito, em um momento delicado para a região, com troca deacusações, desconfianças e uma crise diplomática.

Mesmo com uma agenda repleta de assuntos mal resolvidos, a reunião desta segunda-

feira será “apenas protocolar”, segundo um diplomata. As discussões mais significativasdevem ficar para depois.

Havia a expectativa de que os líderes presentes fizessem algum pronunciamento quantoà instalação de bases militares americanas em terreno colombiano. O governo brasileiro,no entanto, já descartou essa possibilidade.

O acordo militar resultou não apenas no congelamento das relações diplomáticas entreVenezuela e Colômbia, como também despertou a desconfiança em outros países, entreeles o Brasil, sobre os verdadeiros motivos da operação.

A lista de problemas da região inclui ainda uma acusação contra o presidente doEquador, Rafael Correa, que teria recebido ajuda financeira das Forças ArmadasRevolucionárias da Colômbia (Farc) durante sua campanha presidencial.

Enquanto isso, a Colômbia diz ter apreendido uma série de armamentos com as Farcque pertenciam originalmente ao governo venezuelano. O presidente da Venezuela,Hugo Chávez, diz que os equipamentos foram roubados e acusa os Estados Unidos deestarem “estimulando” uma guerra entre Venezuela e Colômbia.

A Unasul foi criada em maio de 2008 como um bloco político voltado, principalmente,para a contribuição da estabilidade política da região.

„Sem sustos‟

A estratégia do Itamaraty é passar pela cúpula de Quito “sem grandes sustos”, segundoum diplomata. Com isso, ganha-se mais tempo para lidar com as questões maisdelicadas que pairam sobre a região.

Durante o encontro desta segunda-feira, os presidentes devem formalizar a criação dequatro novos conselhos no âmbito da UNASUL, nas áreas de educação, infraestrutura,desenvolvimento e combate ao narcotráfico.

A avaliação do governo brasileiro é de que a consolidação da UNASUL como um grupocoeso e de peso político passa, principalmente, pela atuação dos conselhos.

A cúpula de Quito marca, ainda, a transferência da presidência temporária da UNASULdo Chile para o Equador.

Fabrício Peixoto, BBC Brasil, 09 de agosto de 2009

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Idéia de nova base dos EUA na Colômbia 'não agrada',diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira, durante encontro

com a presidente chilena Michelle Bachelet em São Paulo, que não vê com bons olhos aideia da instalação de bases militares americanas na Colômbia.

“A mim não agrada outra base militar na Colômbia”, disse Lula, ressaltando que estaseria sua opinião pessoal e que o assunto deve ser tratado de forma cuidadosa com aColômbia, seus países vizinhos e os Estados Unidos.

“Não queremos criar conflito nem com o (presidente colombiano Álvaro) Uribe nemcom os Estados Unidos”, disse Lula.

Bachelet disse concordar com as opiniões do líder brasileiro e que o assunto deve ser

amplamente discutido no próximo dia 10 na capital do Equador, Quito, quando serárealizada a reunião de cúpula da União Sul-Americana de Nações (Unasul).

Tensão

O recente anúncio feito pelo governo colombiano sobre um possível acordo com osEstados Unidos sobre o uso, pelo Exército americano, de três bases militares naColômbia vem gerando tensão entre o país e a Venezuela.

A parceria entre colombianos e americanos é apontada, inclusive, como um dos motivos

que levaram a Venezuela a congelar suas relações diplomáticas com a Colômbia, naterça-feira.

O acordo prevê a entrega das instalações de pelo menos três bases aéreas na Colômbiaao Exército dos Estados Unidos, o que facilitaria as operações contra o terrorismo e aprodução de drogas.

Segundo Lula, outro assunto a ser tratado em Quito será a presença da 4ª frota daMarinha americana na região onde se descobriu o petróleo do pré-sal, na costabrasileira.

“Já tínhamos falado com o Bush e vamos ter que conversar com o Obama. A 4ª frotaestá quase em cima do pré-sal”, disse ele.

No encontro realizado na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de SãoPaulo), Lula reforçou seu apoio à reeleição do chileno José Miguel Insulza para aposição de secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Por sua vez, Bachelet afirmou que o Chile apoia a candidatura brasileira para umassento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Ambos os líderes repudiaram o que Lula chamou de “golpe de Estado em Honduras” e

pediram pela volta do presidente deposto do país centro-americano, Manuel Zelaya.

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"Vergüenza"

Lula e Bachelet também estiveram presentes em um encontro reunindo empresários dosdois países.

Na ocasião, foram assinados diversos acordos de cooperação nas áreas de infraestrutura,bens e serviços, entre outros.

O presidente brasileiro disse ser “uma vergüenza” (vergonha, em espanhol) o fato deque os investimentos brasileiros no Chile serem quatro vezes menores do que oschilenos no Brasil.

“É uma „vergüenza‟ que o Chile, com apenas 20 milhões de habitante e PIBconsequentemente menor que o brasileiro, invista quatro dólares para cada um que oBrasil investe lá”, disse ele.

Lula pediu para que o empresariado brasileiro invista mais em mercados emergentes,como o chileno, como forma de diversificar sua carteira internacional e se prevenircontra crises globais.

Rodrigo Coelho, BBC Brasil, 30 de julho de 2009

Em Paris, Lula critica o G8 e volta a defender maispoder para o G20

Ao desembarcar em Paris, ainda na base aérea francesa, o presidente Luiz Inácio Lulada Silva fez um breve comentário sobre a reunião do G8 (grupo dos sete países maisricos do mundo e a Rússia), que será realizada em L'Aquila, na Itália, a partir de quarta-feira. Segundo ele, o grupo não tem mais legitimidade para tratar de questõeseconômicas e financeiras.

Perguntado se ele iria participar da reunião mesmo depois de o ministro brasileiro dasRelações Exteriores, Celso Amorim, ter sentenciado que o "G8 morreu", há duassemanas, Lula afirmou que vai continuar participando das reuniões. Porém, ele disseestar convencido que, hoje, "o melhor espaço para discussão do sistema financeiromundial é o G20", que reúne os 20 países industrializados do mundo, incluindo aqueles

em desenvolvimento.

'O G8, se eles quiserem que continue, que continue. Mas para discutir as questõeseconômicas e financeiras do mundo, eu acho que o G20 é o fórum ideal", disse.

Apesar de não integrarem o G8, líderes do Brasil, da China, da Índia, da África do Sul,do México e do Egito foram convidados para a reunião na Itália.

Folha de São Paulo, 04 de julho de 2009

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BRICs vão discutir proposta brasileira de comérciosem dólar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ministro da Fazenda, Guido

Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vão começar a discutircom seus pares nos outros três países que compõem o grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índiae China), a ideia de substituir o dólar nas trocas comerciais bilaterais.

"O que nós decidimos é que um conjunto de especialistas junto com os presidentes dosBancos Centrais e ministros da Economia vão começar a discutir isso para nosapresentar sugestões", disse Lula um dia após a primeira cúpula dos BRICs.

"Esse é um passo extremamente importante", disse, acrescentando que essa é umadiscussão "que leva anos".

A ideia é tentar reproduzir o que começou a ser feito com a Argentina. O comércio emmoeda local entre os dois parceiros do Mercosul representa apenas cerca de 5% dovolume total, mas "é um bom começo", nas palavras do presidente.

A declaração final da cúpula dos BRICs, na terça-feira, em Ecaterimburgo, na Rússia,não faz referência explícita a nenhuma das iniciativas relacionadas à busca dealternativas ao dólar como moeda de reserva ou usada em trocas comerciais bilaterais.Destaca apenas a necessidade de um sistema monetário internacional estável, previsívele diversificado.

Às vésperas da reunião, referências do presidente russo e do presidente do BancoCentral chinês a essa possibilidade causaram grande repercussão. A China é o pais quemais tem reservas em dólar e qualquer indicação de um possível movimento nadenominação dessas reservas é suficiente para gerar apreensão entre investidores.

"Tem países que estão propondo a criação de uma moeda nova, tem países que estãopropondo uma cesta de moedas. No caso do Brasil, nós temos uma experiência prática",disse Lula, referindo-se aos temas mencionados na reunião.

"Vamos ver se há entendimento para a gente começar a fazer a experiência de trocas nasmoedas de cada país sem precisar comprar dólar para fazer nosso fluxo comercial",

acrescentou.

Reformas

Lula voltou a falar sobre iniciativa conjunta dos países emergentes dos BRICs emreformar as instituições internacionais, como o FMI, o Banco Mundial e Organizaçãodas Nações Unidas.

"Todo mundo sabe que o FMI foi criado para resolver problemas do mundo emdesenvolvimento. E hoje a crise está no mundo desenvolvido. Parece que o FMI e oBanco Mundial não têm as soluções que tinham quando a crise era mexicana, brasileira,

russa", alfinetou.

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"Queremos fortalecer essas instituições, mas, ao mesmo tempo, democratizá-las",concluiu. Segundo Lula, o pior que pode acontecer é a atual crise passar sem que asreformas que ele diz considerar necessárias para evitar uma próxima tenham sidoadotadas.

"O que pode acontecer de pior no mundo é essa crise terminar sem que a gente tenhafeito as mudanças para que não haja mais crise. Certamente, tem país que quer que tudofique como está. Mas isso não pode, o sistema financeiro não pode ficar por conta daespeculação no mercado futuro, aumentando preço de petróleo, preço de commodity.Isso não é possível. O sistema financeiro precisa financiar a produção", concluiu antesde partir para o Brasil.

O presidente classificou ainda o resultado da reunião dos BRICs de extraordinário. "Eusaio muito otimista dessa reunião", disse Lula.

O progresso nos temas destacados pelos quatro líderes poderão ser avaliados em uma

segunda cúpula, prevista para ocorrer no Brasil em 2010.

Silvia Salek, BBC Brasil, 18 de junho de 2009

Impacto da mudança climática já é irreversível,admitem EUA

Os efeitos da mudança climática já estão sendo sentidos nos Estados Unidos e estefenômeno pode ser irreversível, advertiu nesta terça-feira o governo do presidenteBarack Obama, ao divulgar um relatório sobre o tema.

O aquecimento climático se traduz por uma elevação das temperaturas e do nível dosoceanos e pelo derretimento de geleiras e neves hibernais, destaca o documentoelaborado pelo Programa de Pesquisa americano sobre o Aquecimento Climático,redigido por várias secretarias e a Casa Branca.

Se não houver modificação no consumo de energia, o aumento das temperaturas vaiprovocar ondas de calor mais frequentes, advertem os autores do estudo.

Os furacões, que se abatem regularmente sobre o sudeste, vão se tornar ainda maisdevastadores na medida em que se reforçam, ao passar por oceanos com águas maisquentes.

As regiões que já constataram um aumento das precipitações vão, provavelmente, sofrercom mais chuva e neve no futuro, enquanto que as mais áridas, como as do sudoeste,deverão conhecer períodos de seca com mais frequência.

O aquecimento terá um impacto sobre a agricultura no Meio Oeste americano,considerado o "celeiro" do país. Vai também fazer aumentar a demanda por energia,

através da utilização mais frequente dos sistemas de climatização, segundo o relatório.

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"A mudança climática já está presente em seu quintal", resumiu Jerry Melillo, um dosautores do relatório, intitulado "Global Climate Change Impacts in the United States"("Impactos da Mudança Climática Global nos EUA", em inglês).

Mesmo se forem tomadas rapidamente medidas de redução das emissões dos gases de

efeito estufa, os estudiosos do aquecimento climático dizem que seu impacto já éirreversível. "Se diminuirmos as emissões, a mudança climática e suas consequênciascontinuarão em parte a se fazer sentir, uma vez que esses gases já estão presentes naatmosfera", aponta o estudo.

Desde sua chegada à Casa Branca no dia 20 de janeiro, Barack Obama reorientoutotalmente a política dos Estados Unidos em relação à mudança climática. O antecessorGeorge W. Bush, que contestava a própria existência do fenômeno, havia se recusado aratificar o protocolo de Kyoto sobre a redução de emissões poluentes.

Um projeto sobre o assunto está em tramitação no Congresso americano, após ser

aprovado por uma comissão, em 22 de maio. Deverá ainda ir à votação em plenário;volta-se para reduzir as emissões até 2020 num percentual de 17% em relação ao nívelde 2005.

O governo americano deseja a aprovação deste projeto de lei antes do final de julho,alguns meses antes da conferência internacional de Copenhague, em dezembro, na qualdeverá ser estabelecido um novo acordo que substituirá o de Kyoto.

Mas o setor de petróleo americano não se desarma: o presidente do grupoConocoPhillips advertiu nesta terça-feira que os esforços do governo americano paralutar contra o aquecimento climático poderiam dar lugar a uma crise no setor ainda maisgrave que a do passado.

da France Presse, em Washington, Folha de São Paulo, 17 de junho de 2009

EUA e Israel buscam clareza em regras sobreassentamentos

JERUSALÉM (Reuters) - Os Estados Unidos querem que Israel imponha umamoratória sobre os novos contratos de construção nos assentamentos judeus naCisjordânia, mas também estudam permitir a continuidade de alguns projetos emandamento, disseram autoridades ocidentais e israelenses nesta quarta-feira.

O pedido público do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que Israelinterrompa a colonização na Cisjordânia ocupada abriu um atípico racha entre os doisaliados.

Mas ambos os lados dizem que querem trabalhar para resolver suas divergências.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se encontrará com o enviado deObama para o Oriente Médio, George Mitchell, na semana que vem na Europa. A ideiaé tentar alcançar um acordo, disseram membros do governo de Israel.

"Essa é nossa meta, mas ainda não estamos lá", disse um experiente funcionário

israelense.

Mitchell afirmou que um elemento-chave será tentar determinar exatamente o que Israelquer dizer com o "crescimento natural" dos assentamentos que Netanyahu diz que irádefender. Netanyahu afirma querer que as famílias em crescimento sejam capazes deacomodar seus filhos em cidades construídas por Israel em território ocupado.

Ainda que os Estados Unidos se mantenham convictos quanto à proibição de novoscontratos como parte de um congelamento geral das colônias, autoridades de governosdo Ocidente e de Israel afirmam que o governo Obama avalia em quais casos acontinuação das obras será permitida.

As fontes, falando em condição de anonimato, disseram que as permissões poderiam serconcedidas se, por exemplo, um projeto esteja próximo da conclusão, ou para casos emque tenha havido um investimento que não possa ser reembolsado.

"Há espaço para alguma flexibilização quando se define o que é aceitável em termos deum congelamento das colônias. Onde nós vamos desenhar a linha?", disse uma fontesobre o diálogo dentro do governo Obama.

Após um encontro em Washington, a secretária de Estado norte-americana, HillaryClinton, e o ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman, mantiveram suasrespectivas posições. Hillary pediu a interrupção dos assentamentos, e Lieberman disseque Israel não pode aceitar um congelamento das obras.

Mas Hillary Clinton falou que as discussões estão apenas começando: "Há uma série depreocupações críticas, muitas das quais se sobrepõem quanto ao impacto e àsignificância, que serão exploradas nas próximas semanas em meio ao engajamentomais profundo do senador Mitchell dentro de detalhes sobre até onde os israelenses e ospalestinos pretendem ir juntos".

Mitchell viaja para Paris em 25 de junho e se encontrará com Netanyahu, disse um

porta-voz do Departamento de Estado.

Adam Entous, Agência Reuters Brasil, 17 de junho de 2009.

Crise econômica leva países ricos a afastar imigrantes

Japão, Espanha e República Tcheca oferecem incentivos para que estrangeiros deixem opaís. Remessas externas de brasileiros e de mexicanos têm queda recorde. Mas

especialistas asseguram: fenômeno da migração continuará.

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Com um final para a crise econômica ainda distante, os governos de muitos países ricosestão aumentando a pressão para que os imigrantes retornem aos seus países de origem.Um exemplo é o Japão, onde o percentual de estrangeiros na população já é pequeno. Ogoverno japonês está oferecendo dinheiro para que descendentes de japoneses vindos depaíses latino-americanos – como o Brasil – deixem o país asiático.

Na União Europeia (UE), a Espanha e a República Tcheca também oferecem vantagensmateriais para que imigrantes de países de fora do bloco voltem para casa. Enquanto omodelo japonês proíbe o retorno dos que decidirem deixar o país, a Espanha permiteque os imigrantes retornem após três anos, desde que comprovem ter uma oferta detrabalho.Apesar da crise econômica, a OIM calcula que não há menos migrantes nomundo. Seu prognóstico é que haja entre 210 milhões e 214 milhões no final de 2010.

Também Thränhardt diz não acreditar numa virada na tendência migratória mundial.Segundo ele, é possível que muitos migrantes apenas tenham mais dificuldades para sedeslocar em tempos de crise.

"A migração retomará seu rumo quando a economia estiver de novo atraente, pois aindaexistem as diferenças estruturais entre o sul pobre e o norte rico do planeta. Osproblemas demográficos do norte continuam existindo e, por isso, o mundo ricocontinua dependendo da mão-de-obra do mundo pobre", avalia.

Aí países como o Reino Unido, a Austrália e a Malásia, que reduziram o número detrabalhadores estrangeiros que podem ingressar no país, levantarão de novo essasbarreiras. A carência crônica de mão-de-obra nesses países não poderá ser supridaapenas com os trabalhadores locais. "A migração jamais acabará", afirma Pandya.

Michael Knigge e Alexandre Schossler, Deutsche Welle, 16 de junho de 2009

Obama defende grande mudança em regulação

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lançou nesta quarta-feira seu planopara reestruturar a regulação dos bancos e outras instituições financeiras. Para ele, aproposta de remodelar a supervisão do sistema financeiro americano é necessária paraconcertar buracos na supervisão e evitar a tomada excessiva de risco, que levaram aeconomia dos EUA a uma recessão prolongada.

A proposta, que ainda terá de ser submetida ao Congresso, estabelece uma das maioresmudanças nas regras do mercado desde os anos de 1930. Entre as medidas está a criaçãode uma agência para monitorar os produtos financeiros voltados ao varejo, tornar oFederal Reserve (Fed) o supervisor de companhias grandes - que não podem quebrar - ecolocar os fundos de private equity e de hedge sob o exame das autoridades federais dosEUA.

"A ausência de supervisão engendrou um abuso sistemático e sistêmico", sustentou

Obama, em discurso preparado para evento na Casa Branca. "Não escolhemos comoesta crise começou, mas temos a opção de deixar as consequências dessa crise paratrás", acrescentou. "Por isso, hoje, minha administração está propondo uma ampla

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mudança no sistema regulatório financeiro, uma transformação em uma escala não vistadesde as reformas que se seguiram à Grande Depressão", ressaltou.

Obama pretende ampliar os poderes do Fed e do Departamento do Tesouro dos EUA equer criar um conselho de autoridades reguladoras presidido pelo secretário do Tesouro

para trabalhar com o banco central do país no monitoramento do risco do sistema. Aproposta engloba ainda a eliminação de uma das agências voltadas ao setor bancário, oOffice of Thrift Supervision (OTS), e a união dela com o Office of the Comptroller(OCC).

Valor Econômico, 16 de junho de 2009

Empresas lideram lista alemã de beneficiados com

subsídios agrícolas da União Europeia

Alemanha libera com atraso relação dos beneficiados com as milionárias subvençõesagrícolas da UE. No topo da lista estão empresas, não agricultores. Omissão de dados daBaviera pode gerar processo da Comissão Europeia.

Grandes empresas do setor de alimentos estão entre os principais beneficiados com osmilionários subsídios agrícolas que a União Europeia (UE) destina à Alemanha,segundo uma lista divulgada pelo governo alemão nesta terça-feira (16/06) na internet.

No topo da lista, está a empresa Südzucker, que em 2008 embolsou 34,3 milhões deeuros em subvenções. Depois da Südzucker, o maior beneficiado é o estado alemão deSchleswig-Holstein, que recebeu 10,4 milhões de euros em benefícios em 2008.

A Südzucker tem um faturamento anual de 5,9 bilhões de euros e emprega 18 milpessoas. A empresa alega que vendeu açúcar para o exterior a preços internacionais epagou aos agricultores o preço interno, mais elevado.

As subvenções serviriam para cobrir a diferença, ou seja, na prática, o dinheiro recebidode Bruxelas teria sido repassado aos agricultores. O valor destinado ao estado costeirode Schleswig-Holstein foi empregado na construção de diques, disse o governo local.

Também estão na lista a filial alemã da Doux, maior empresa europeia do setor aviário;a Gausepohl, do setor de carnes; e a Campina, conhecida pelos iogurtes da marcaLandliebe.

A Comissão Europeia exige de todos os países da UE que divulgue a lista de quemrecebe seus subsídios. A Alemanha era o único país europeu que ainda não haviacumprido a exigência. O prazo havia se encerrado em abril.

Mesmo com a divulgação, o país corre o risco de ser punido pela Comissão Europeiaporque um estado da federação – a Baviera – se recusou a divulgar seus números. Ogoverno da Baveira alega que a divulgação é contrária à proteção de dados e afirma que

vai aguardar uma posição da Corte Europeia de Justiça.

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"A decisão da Baviera é incompreensível", declarou a comissária de Agricultura da UE,Mariann Fischer Boel, que afirmou que dará início a um processo contra a Alemanha.Ela argumentou que o país é obrigado a divulgar os detalhes de quem recebe osbenefícios. "Trata-se de dinheiro de impostos. É muito importante que as pessoassaibam onde está indo o seu dinheiro", afirmou. A União Europeia destina todos os anos

cerca de 50 bilhões de euros a subsídios agrícolas, o que corresponde a cerca de 40% doorçamento do bloco.

Rodrigo Abdelmalack, Deutsche Welle, 15 de junho de 2009

Indústria tem pior resultado em 19 anos, diz IBGE

Se no mês de janeiro a produção da indústria brasileira cresceu 2,3% em relação a

dezembro de 2008, na comparação com janeiro de 2008 a produção despencou 17,2%.

De acordo com o IBGE, o resultado é o pior nessa base de comparação desde 1990,quando o país viveu os efeitos do Plano Collor.

A maior retração, de 30,9%, foi registrada pelo setor de bens de consumo duráveis --automóveis e eletrodomésticos--, seguido pelo dos bens intermediários, que compreendeos insumos industriais, com queda de 20,4%.

Os bens de capital --máquinas e equipamentos--, que são como um termômetro dacapacidade produtiva do país, encolheu 13,4%.

O setor que apresentou menor queda foi o de bens de consumo semi e não-duráveis, queabrange as indústrias de vestuário e alimento, com retração de 8,3%.

Folha on line, 07 de março de 2009

Rússia e EUA prometem reinício da relação bilateral

GENEBRA (Reuters) - Os Estados Unidos e a Rússia prometeram virar a página nassuas relações, que recentemente atingiram seu pior momento desde a Guerra Fria, elançaram um plano para chegar a um acordo até o final do ano a respeito de mísseisnucleares estratégicos.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse após reunião na sexta-feira com o chanceler russo, Sergei Lavrov, que a reconstrução das relações irá demorare vai exigir "mais confiança, previsibilidade e progresso".

Simbolizando a reaproximação pretendida pelo governo de Barack Obama, Hillarypresenteou Lavrov com uma caixinha na qual havia um botão vermelho com a palavra

"reset" (reiniciar).

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Mais tarde, ela disse a jornalistas que a conversa foi produtiva. "Este é um novo começonão só para melhorar nossas relações bilaterais, mas para liderar o mundo em áreasimportantes", disse Hillary em entrevista coletiva.

"Discutimos várias questões específicas em que acreditamos que seja importante que

trabalhemos juntos para avançar. Não há tempo a perder em vários desses desafiossignificativos para que comecemos a trabalhar imediatamente para traduzir nossaspalavras em ações", disse ela.

Lavrov afirmou que a Rússia e os EUA compartilham das mesmas prioridades e vãotrabalhar honesta e abertamente mesmo quando houver diferenças. "Entendemos que asnossas relações bilaterais estão tendo uma chance hoje que não podemos nos dar àchance de perder."

O tom foi de forte contraste com as relações que a Rússia mantinha com o antecessor deObama, George W. Bush, por causa de assuntos como a guerra de 2008 na Geórgia, o

programa nuclear do Irã e a possível instalação de um escudo antimísseis no LesteEuropeu.

Hillary disse que uma prioridade será um novo tratado de armas estratégicas. Os EUAquerem definir o novo texto até o final do ano, quando expira o atual tratado, o Start 1,de 1991, que foi qualificado por Lavrov como obsoleto.

Além de tentar reduzir seus próprios arsenais, as duas potências concordaram emcolaborar para evitar a difusão de armas nucleares.

"Temos profunda preocupação com a proliferação de armas de destruição em massa.Achamos que ambos os nossos países têm a responsabilidade de liderar nessaimportante área", disse Hillary.

Laura MacInnis e Stephanie Nebehay em Genebra e Oleg Shchedrov em Moscou,Reuters Brasil, 06 de março de 2009.

Economista acredita que Obama enfrentará problemas

para driblar criseBrasília - O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, fez um alerta sobre aexpectativa criada no mundo com a posse do presidente dos Estados Unidos, BarackObama. De acordo com ele, existem severas limitações nas decisões americanas parasalvar a economia diante da crise, que se agrava cada vez mais.

Segundo ele, Obama não poderá operar milagres numa crise complicada, comdesaceleração e falta de crédito. “É a mais sincronizada crise global que se conhece. Aeconomia global está travada e quase parando. Não existe nenhum país no mundo deoutra forma”, afirmou ao participar hoje (6) do Seminário Internacional sobre

Desenvolvimento, em Brasília.

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Mesmo sendo otimista em relação ao Brasil, Octávio de Barros prevê uma queda nocrescimento da economia global de 5%. De acordo com ele, apenas a Noruega e asFilipinas tiveram crescimento no quarto trimestre do ano. E no caso da economiabrasileira será constatada queda no período, embora o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) ainda não tenha divulgado o resultado dos últimos três meses do ano.

“O mundo literalmente parou no quarto trimestre [do ano passado] e está quase parandono primeiro trimestre [em 2009]. Nós temos um economia global travada emergulhando na mesma direção”, disse. 

Ele lembrou também que o desemprego está aumentando de forma global, embora os“bombeiros da economia” tentem de todas as formas resolver o problema, há umverdadeiro descompasso entre a riqueza e a renda. “As famílias americanas já perderamUS$ 13 trilhões por conta da crise. O problema é que sem confiança não há crédito esem crédito não há confiança”, disse. 

Octávio de Barros ressaltou ainda, para mostrar a gravidade da crise, que a alavancagem(comprometimento dos recursos com os empréstimos) dos bancos tem se acelerado e égeneralizada pelo mundo afora.

“Ingenuamente eu achava que todas as iniciativas estavam sendo tomadas para osalvamento dos bancos, mas temos sido desmentidos com surpresas diária”, afirmou.Para ele, no entanto, as mudanças depois da crise serão positivas pois os riscos passarãoa ser mais transparentes.

Entre o cenário apresentado por Octávio de Barros está o que mostra a China com o PIBequiparado ao dos Estados Unidos. “O Brasil também será visto como um país vibranteno futuro da economia. “ Eu me permito ousar que vi chegar a hora que veremos quemterá um futuro vibrante na economia mundial.” 

Daniel Lima e Kelly Oliveira, Agência Brasil, 06 de março de 2009

Crise resgata papel de agências multilaterais, dizfuturo vice-presidente do Banco Mundial

Brasília - A crise financeira mundial resgatou o papel das agências multilaterais, dissehoje (6) o futuro vice-presidente do Banco Mundial (Bird) na área de redução dapobreza, Otaviano Canuto. Durante apresentação no seminário do Conselho deDesenvolvimento Econômico e Social que discute a crise, ele afirmou que a queda nofluxo internacional de dinheiro aumentou a demanda por recursos administrados poressas instituições.

As agências multilaterais são organismos com representantes de vários países quefinanciam projetos de desenvolvimento ou fornecem ajuda a nações em dificuldadefinanceira. Os exemplos mais famosos são o Fundo Monetário Nacional (FMI), o Banco

Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Canuto afirmou que, nos anos anteriores à crise econômica, as agências multilateraisestavam se tornando desnecessárias. “Com o capital correndo para os paísesemergentes, essas instituições passavam pelo dilema de justificar a estrutura existente”,recordou Canuto, que acabou de sair da vice-presidência do BID.

Após o agravamento da instabilidade financeira, relembrou o economista, os paísesvoltaram a atenção para as agências multilaterais, mas o aumento da demanda tambémtrouxe problemas. “Agora, a demanda aumentou tanto, que o capital se exauriu em

 pouco tempo. Hoje, os limites de financiamento estão cada vez mais saturados”,ressaltou.

Para ele, a multiplicação dos pedidos de financiamento deve ser analisada com cuidadopara evitar que recursos sejam gastos desnecessariamente apenas para estimular aeconomia em dificuldade nos países desenvolvidos. “O papel dessas agências éfinanciar projetos que tragam impacto sobre o desenvolvimento econômico e social deum país, principalmente nas nações emergentes”, acrescentou. 

Na opinião do economista, tanto o BID como o Banco Mundial devem dar prioridade ainvestimentos em infra-estrutura nos países em desenvolvimento, onde osempreendimentos, segundo ele, são mais capazes de fazer diferença. Ele tambémsugeriu o aumento nos empréstimos para o desenvolvimento de projetos que usemfontes de energia limpa.

Em relação à viabilidade dos projetos, Canuto disse que o Brasil está em vantagem nacomparação com os países desenvolvidos por causa do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC). “O Brasil tem a felicidade de ter um PAC neste momento, o quetrouxe um planejamento para os investimentos públicos, enquanto países avançadosquerem gastar em infra-estrutura, mas não têm projetos em mão”, apontou. 

O economista recomendou ainda que o Brasil atue para que os países desenvolvidospossam voltar a obter recursos diretamente do mercado financeiro, o que diminuiria apressão sobre as agências multilaterais. Ele também defendeu que o país trabalhe paraaumentar a participação dos países emergentes nesses organismos internacionais.

Wellton Máximo, Agência Brasil, 06 de março de 2009

Fatah e Hamas fecham acordo de reconciliação

Os grupos rivais palestinos, Fatah e Hamas, anunciaram nesta quinta-feira que fecharamum acordo de reconciliação que inclui a formação de um governo de unidade nacionalaté o fim do próximo mês.

"Este é um dia histórico. Começamos um novo capítulo de unidade e reconciliação",disse o ex-premiê Ahmed Korei, do Fatah.

Ele disse que foi acertada a formação de cinco comitês conjuntos entre os grupos rivais.Um deles terá a missão de formar um governo de unidade que venha a ser aceito pelacomunidade internacional.

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Os outros vão tratar de temas como segurança, reconciliação nacional, eleições e ofuturo da entidade OLP (Organização para a Libertação da Palestina).

Em tese, as atividades dos comitês terminam com a implementação do governo nopróximo mês.

Eleições

As negociações para aparar as arestas entre os dois grupos foram mediadas pelo Egito.Mais de dez facções palestinas, incluindo o Hamas e o Fatah, foram convidadas paraparticipar das conversas no Cairo nesta quinta-feira.

Na quarta-feira, em um gesto de boa-vontade, o Hamas resolveu libertar prisioneirospertencentes ao Fatah e o Fatah, prisioneiros do Hamas.

As duas facções também prometeram parar de atacar uma a outra nos meios de

comunicação, a fim de fomentar uma boa relação.

Um governo único poderia servir como uma gestão interina durante preparativos paranovas eleições presidenciais e legislativas e para coordenar a reconstrução da Faixa deGaza.

Fragilidade

As negociações entre os dois grupos foram interrompidas em novembro de 2008, masretomadas após a ofensiva militar israelense em Gaza, entre dezembro e janeiro.

Segundo fontes palestinas, a ofensiva matou mais de 1,3 mil palestinos e danificou boaparte do território.

A Cruz Vermelha pediu nesta quinta-feira que Israel suspenda o bloqueio a Gaza e disseque muitos palestinos continuam sem água potável, remédios e moradia, um mês após ofim da ofensiva. A organização disse que os esforços de reconstrução só vão ser bem-sucedidos se existir união entre as facções palestinas.

O Hamas foi eleito democraticamente em 2006 pelos palestinos para dirigir oparlamento do país, mas a eleição não foi reconhecida pela comunidade internacional,

que exigia que o grupo reconhecesse Israel e renunciasse à violência. Foi então impostoum boicote aos palestinos.

Para obter reconhecimento, o Hamas aceitou a formação de um governo de unidadenacional com o Fatah, mas diferenças entre os dois grupos levaram a violentosconfrontos em 2007. O Hamas então assumiu controle de Gaza e o Fatah, daCisjordânia.

Analistas dizem que estas diferenças ainda não foram resolvidas e a possibilidade de umnovo rompimento é ainda bastante real.

BBC Brasil, 26 de fevereiro de 2009

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Países do G20 chegam a consenso sobre nova ordemfinanceira

Países do G20 concordam a respeito de reforma fundamental dos mercados financeirose sugerem medidas de controle. Merkel ressalta presença de emergentes e diz quecúpula foi "resposta racional e adequada à crise".

Os chefes de governo e Estado presentes ao encontro do G20, em Washington,chegaram a um consenso a respeito da necessidade de uma reforma fundamental dosmercados financeiros internacionais. A meta é fazer com que os mercados possam serregulados de forma mais transparente.

Os países presentes à cúpula do G-20 determinaram os princípios de uma futura

arquitetura financeira internacional e preparam 50 medidas concretas até o próximo 31de março, data do próximo encontro do grêmio. De acordo com as novas diretrizes,produtos financeiros complexos, como os que desencadearam a atual crise, deverão sermantidos sob extrema vigilância.

Agências de rating na mira

Ao contrário dos esboços apresentados anteriormente, o documento final da cúpulacontém a clara intenção de controle dos fundos de hedge. Um melhor gerenciamento derisco e regras para as agências de rating (avaliação de risco) também fazem parte dopacote de medidas. As novas diretrizes deixam claro até onde os bancos, que oferecemtais produtos arriscados, terão que se responsabilizar através de capital próprio em casode perdas.

No futuro, "todos os participantes, todos os produtos e todos os mercados deverão serrealmente vigiados e regulados", afirmou a chanceler federal Angela Merkel emWashington. Alguns países presentes no encontro do G20 reivindicaram um programainternacional de restabelecimento da conjuntura.

Obama na próxima cúpula

Embora os chefes de governo e Estado presentes ao encontro em Washington tenhamchegado a um acordo aparente a respeito dos problemas que afetam a economiamundial, alguns países, como os EUA, continuaram acentuando a necessidade de"mercados livres".

Segundo o atual presidente George W. Bush, a liberdade de mercado é "o melhorcaminho" para a prosperidade mundial. A próxima cúpula em Londres deverá contarcom a participação do futuro presidente norte-americano Barack Obama.

Emergentes defendem maior cooperação

Países emergentes, como o Brasil, defenderam um comprometimento maior entre aseconomias, a fim de que sejam tomadas decisões de comum acordo.

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Também o premiê espanhol José Luis Rodríguez Zapatero acentuou a necessidade deuma cooperação entre os diversos países: "podemos e teremos que enfrentar essasituação, mas para isso precisamos de ações coordenadas", afirmou o chefe de governoespanhol.

Não ao protecionismo

Merkel ressaltou a presença dos "países emergentes e em desenvolvimento, que pelaprimeira vez se encontram e põem a mão na massa. Ou seja, este é um recomeço numasituação muito difícil. Há esperanças de que a política haja de forma global e conjunta".

Segundo a premiê alemã, os problemas ainda existentes nas rodadas da OMC(Organização Mundial do Comércio) deverão ser solucionados definitivamente. "Nósnos posicionamos contra o protecionismo", afirmou a chefe de governo.

Os 20 países-membros representados em Washington são responsáveis por 85% da

economia mundial. Segundo o documento final da cúpula, o princípio da vigilância dosmercados financeiros deverá ser aplicado a todos os países do mundo.

Deutsche Welle – 16 Nov 2008.

União Européia discute reforma do sistema financeiro

Os líderes da União Européia (UE) se reúnem nesta sexta-feira em Bruxelas (Bélgica)

para preparar as bases de uma reforma do sistema financeiro mundial, com um plano deação concreto e a esperança de que a chegada do democrata Barack Obama àpresidência dos EUA os ajude em sua missão.

Convocado pelo presidente francês e presidente em exercício da UE, Nicolas Sarkozy, oencontro informal tem como objetivo preparar a cúpula do G20 de paísesindustrializados e economias emergentes marcada para 15 de novembro emWashington.

As discussões serão apoiadas em um documento da presidência francesa que estabeleceos grandes eixos da posição da UE, como uma maior regulação e uma maiortransparência dos mercados, assim como um papel preponderante do FMI (FundoMonetário Internacional) nessa nova arquitetura.

A ministra francesa das Finanças, Christina Lagarde, afirmou que países emergentescomo o Brasil devem ter um um papel mais importante nas discussões sobre a reformado sistema financeiro mundial. "Sofremos todos os mesmos efeitos da crise e todosdevem participar da nova arquitetura financeira internacional", disse. "Não há de umlado os países desenvolvidos e, de outro, os emergentes. É preciso que haja unidade."

Lagarde viaja a São Paulo na noite desta sexta-feira para participar da reunião do G20,

que acontece neste fim de semana. No mês passado, o primeiro-ministro do ReinoUnido, Gordon Brown, afirmou desejar que a UE (União Européia) assuma um papel de

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liderança para reformar o sistema financeiro internacional, função que exige maistransparência, novas regras de funcionamento e melhores mecanismos de supervisão.

"Precisamos de uma nova Bretton Woods", destacou Brown ao se referir à cidadeamericana onde, em 1944, foram criados o FMI e o Banco Mundial. Ele também se

referiu a um acordo para avançar na liberalização do comércio mundial. Na atualconjuntura, um acordo na OMC (Organização Mundial do Comércio) seria "um bomsinal", disse.

Já o presidente da Comissão Européia, órgão executivo da UE, José Manuel DurãoBarroso, disse que a Europa está liderando a resposta mundial à desordem financeira,mas disse que é preciso vontade de cooperar com outros governos, especialmente comos Estados Unidos, para definir os próximos passos.

Lagarde afirmou que o Fundo deve ser dotado de meios técnicos para efetuar umacoordenação mais rápida e ter maior eficácia. "As normas acabam sendo ultrapassadas

por práticas novas que surgem. É preciso ter um mecanismo que reexamine estas regrasregularmente. O FMI pode ter um papel importante nessa questão", disse.

Para ela, o Brasil e outros países emergentes deveriam ter maior voz no FMI e emoutras instâncias internacionais, mas que, para isso, esses países devem aumentar suascontribuições ao Fundo. "Não é possível ter maior participação sem aumentar osrecursos. Se você não colocar mais dinheiro no caixa, é difícil querer ser aquele quetoma decisões."

France Presse, Folha de São Paulo – 07 Nov 2008

Crise econômica afeta o Brasil

A crise no sistema bancário nos Estados Unidos tem provocado quedas generalizadasnas bolsas de todo mundo e muitas dúvidas sobre a economia global.

A Bolsa de Valores de São Paulo também vem sofrendo com grandes quedas, o valor dodólar voltou a subir e o crédito internacional ficou mais difícil.

Menos crédito

Uma das principais vias de contágio da crise internacional se dá por meio da falta decrédito. Com a crise atual, há menos dinheiro no mercado e bancos em todo o mundoestão mais cautelosos, têm diminuído seus empréstimos e cobrado mais caro por eles.

Na opinião do economista Nathan Blanche, da consultoria Tendências, é nessa área queestá o maior perigo para a economia brasileira no médio e longo prazo. “As empresasdevem conseguir continuar rolando suas dívidas, mas o mercado está mais difícil ealgumas devem inclusive optar por não buscar dinheiro novo”, afirma ele.

Atualmente a dívida externa brasileira é da ordem de US$ 200 bilhões, sendo que amaior parte está na mão de empresas privadas. Mas o valor que vence até o final de

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2008 é bem menor – em torno de US$ 15 bilhões. Para especialistas, as empresas quequiserem renovar essas dívidas terão que arcar com taxas mais altas de juros.

Os bancos brasileiros também já estão encontrando taxas muito altas para tomarempréstimos no exterior. A expectativa é que essa situação afete o crescimento do

crédito no Brasil, de forma geral, e a capacidade de investimento das empresas, emparticular. A falta de crédito internacional também pode afetar empresas estrangeirasque planejam fazer investimos diretos no Brasil.

A dúvida entre os especialistas é a intensidade desse enxugamento do crédito. Ogoverno brasileiro tem se mostrado preocupado com o assunto e afirma que poderá criaralternativas de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e outros bancos públicos.

Bolsa

A Bovespa tem sofrido sucessivas quedas e nos primeiros nove meses do ano já haviaacumulado perdas da ordem de 25% (com a volatilidade, esses valores têm mudadomuito rapidamente).

O impacto dessas quedas na economia em geral é limitado pelo tamanho da bolsabrasileira. Apesar do crescimento dos últimos anos, a Bovespa ainda tem um númerorelativamente pequeno de empresas, com 397 companhias listadas. A Bolsa de Valoresde Nova York, por exemplo, tem 2.365.

Além disso, embora o montante de dinheiro negociado na bolsa brasileira seja alto, háuma grande concentração em grandes empresas como a Petrobras e a Vale. Apenasessas duas empresas têm representado em média 40% do valor negociado na Bovespaneste ano.

Apesar disso, a queda nas bolsas afeta a economia real por pelo menos duas vias: queminvestiu na bolsa tem menos dinheiro para gastar, e as empresas têm que procurar outrasfontes de financiamento.

A Bovespa conta com cerca de 500 mil investidores como pessoas físicas. Além disso,houve uma grande queda de IPOs, os lançamentos iniciais de ações das empresas. Em2007, foram lançadas na Bovespa 64 novas empresas. Até setembro de 2008, tinham

ocorrido apenas quatro IPOs.

Dólar

Após quedas recordes da moeda americana em julho, o dólar voltou a se valorizar deforma crescente a partir de agosto de 2008. Mas qual o impacto dessa subida?

Por um lado, o dólar mais forte pode, caso a alta se sustente, ajudar os exportadores a setornarem mais competitivos, o que é celebrado por vários empresários e economistas.

Por outro, a alta pode atrapalhar no combate a inflação. Segundo cálculos da consultoria

Tendências, cada variação de dez pontos percentuais no dólar tende a gerar um ponto

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percentual de elevação trimestral do índice de inflação IPCA. Desde o começo de 2008até meados de setembro, a alta acumulada do dólar estava variando entre 5% e 6%.

Essa alta, avaliam especialistas, pode pesar na avaliação do Banco Central sobre asubida dos juros.

Comércio exterior

Nos últimos cinco anos, o Brasil tem tido grandes superávits na balança comercial(exportações maiores do que as importações) e um aumento crescente dos valoresvendidos no exterior. Segundo dados do Banco Central, as exportações saltaram de US$73 bilhões, em 2003, para US$ 160 bilhões, no ano passado. Em 2006, o Brasil teve umsuperávit recorde de mais de US$ 46 bilhões.

Uma parte desse aumento se deve à subida dos preços dos produtos brasileiros noexterno e não à venda de mais produtos. Agora o preço das commodities agrícolas e

minerais, grande responsáveis pela melhora nos valores, estão caindo.

Além da queda dos valores, existe a expectativa de que o crescimento mundial diminua,especialmente em 2009, o que deve significar menos comércio internacional e o risco deuma redução das exportações brasileiras.

Por outro lado, a desvalorização do real pode tornar os produtos brasileiros maiscompetitivos e derrubar as importações.

Apesar das mudanças no cenário internacional, o governo brasileiro tem mantido suas

estimativas para 2008, com um forte aumento das exportações, na casa dos US$ 190bilhões, e um superávit comercial de mais de US$ 20 bilhões.

A dúvida entre os economistas é como ficarão as contas em 2009. Para a maioria dosanalistas, o fiel da balança será o desempenho das economias emergentes,especialmente a da China e a da Índia.

Exportações e a economia real

Se as exportações ou o valor das commodities caírem muito, as principais afetadosserão as empresas exportadores. O impacto sobre o restante da economia é limitado pelo

fato de o país ser relativamente fechado: o setor exportador responde por cerca de 14%do PIB. Além disso, o Brasil vende para muitos países diferentes e tem uma pautadiversificada, com produtos manufaturados representando mais de 50% das vendas.

Outro aspecto positivo para o Brasil é que o mercado interno brasileiro está aquecido etende a absorver pelo menos parte de uma eventual queda de produtos exportados.

Uma queda ou desaceleração nas exportações é visto como um risco maior porque podeafetar o equilíbrio das contas externas. O risco maior seria para 2009. A expectativaoficial para 2008 é que Brasil tenha que cobrir um buraco de US$ 24 bilhões nas contasexternas – o que deverá ser feito pela soma entre o superávit comercial e os

investimentos externos no país. Para 2009, a previsão é que o rombo passará dos US$30 bilhões.

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Alguns economistas já fazem avaliações bastante pessimistas, apostando que o superávitbrasileiro poderia cair abaixo dos US$ 5 bilhões no ano que vem. Isso tornaria aeconomia mais dependente de investimentos externos para fechar suas contas e maisvulnerável.

Para o governo, a expectativa de que os investimentos estrangeiros serão mantidos ereservas internacionais de mais de US$ 200 bilhões garantem que o Brasil não sofragrandes riscos no médio prazo.

Crescimento

Um dos poucos consensos entre os economistas em meio à atual crise é que a economiabrasileira deve diminuir seu ritmo de crescimento. Para Antônio Madeira, da consultoriaMCM, mesmo com todas as mudanças, o PIB brasileiro deve subir por volta de 5,5%em 2008. Para 2009, ele acredita que esse número deve ficar entre 3,8% e 3,5%.

Os números variam um pouco dependendo da fonte, mas a grande maioria dos analistastrabalha com faixas parecidas.

O motivo da queda é que mesmo que o Brasil não seja muito atingido pela crise externa,as diferentes fontes de contaminação devem contribuir para derrubar a atividadeeconômica. Além disso, o próprio BC brasileiro está com uma política de aumentos de

 juros com o objetivo de reduzir o crescimento no ano que vem.

BBC Brasil, 18 de setembro de 2008.

Lula diz que crise de alimentos é "oportunidadehistórica" para Argentina e Brasil Buenos Aires(Argentina)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (4), em Buenos Aires, que, quandose fala em crise de alimentos alguns países "podem tremer", e que Argentina e Brasilprecisam ver a crise com certa preocupação, mas também como uma "oportunidadehistórica" para se transformarem em países capazes de fornecer alimentos ao mundo."Somos mais industrializados, temos mais tecnologia e mais experiência em comércioexterior", disse Lula.

Em relação às negociações da Rodada Doha, o presidente disse que já havia avisadolíderes de países ricos que a parte técnica da discussão já havia se esgotado e queavisara que estava na hora de juntar dirigentes políticos e tomar uma decisão, porque aquestão não era mais econômica, mas eminentemente política.

"Não estou desanimado. Ainda vou continuar teimando para ver se construímos umasaída. Acho que, se não construirmos o acordo de Doha, possivelmente Argentina e

Brasil não sofram tanto. Mas os países mais pobres, que têm que ser incentivados aproduzir alimentos, para isso precisam que o mercado dos países ricos estejam abertos.

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Esses países não irão produzir e muita gente continuará passando fome", disse opresidente.

Lula disse que, caso a situação permaneça como está, países ricos cada vez mais irãoaprovar legislações mais duras para proibir o trânsito de pessoas pobres, criando mais

dificuldades para a imigração.da SPM, MCT e CNPq para as propostas.

05 de agosto de 2008 - Paula Laboissière/Agência Brasil

Negociação da Rodada Doha volta a ficar ameaçada

Inúmeras incertezas ainda permeiam a última proposta do diretor geral da OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, no dia em que as negociações sobre a

Rodada de Doha entram em sua segunda semana, em Genebra.

Publicamente, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, continua expressandootimismo.

“Claro que não resolvemos muitos dos assuntos que estavam pendentes, mas o fato deque o barco segue e não afundou já é uma boa notícia neste estágio. Mantenho minhaestimativa de 65%, 75% (de chances de chegar a um acordo final)”, o chanceler disse aofim da reunião de domingo.

Para o Brasil continua pendente o tema do etanol, que Amorim tentará voltar a colocar

na pauta das negociações nesta segunda-feira, enquanto que o presidente da União daIndústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, cuida do lobby a favor do produtonos corredores da OMC.

“As discussões sobre etanol estão evoluindo, sobretudo com a União Européia. Esperoque tenha um acordo, e com etanol”, insistiu o ministro.

O comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, propôs ao Brasil que uma cota de1,4 milhões de toneladas de etanol possa ser exportada por ano com tarifa de 10% até2020. As exportações que excedam essa cota estariam submetidas a uma tarifa de 35%.O Itamaraty considera a proposta insuficiente, já que as atuais exportações de etanolpara o bloco somam 900 milhões de toneladas por ano e enfrentam tarifas de 45%.

Descontentamentos

Pelo menos um tema saiu praticamente solucionado: os países latino-americanosexportadores de banana fecharam um acordo pelo qual a União Européia reduzirá de176 euros (270 dólares) por tonelada para 114 euros (179 dólares) as tarifas impostassobre suas importações.

Mas ainda falta convencer os países do bloco ACP (África, Caribe e Pacífico) a não

bloquear um acordo na Rodada como represália à rebaixa, que acabaria com o atualsistema de preferências que dá a suas bananas acesso ao mercado europeu isento detarifas.

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Nesta segunda, o Grupo do Sete (Brasil, Índia, Estados Unidos, União Européia, Japão,China e Austrália) volta a se reunir para avaliar um novo texto que deverá serapresentado por Lamy, considerando as demandas e reclamações de todos osinsatisfeitos.

O mais difícil poderá ser remover a Índia de sua posição negativa em relação à atualproposta do acordo, especialmente em relação aos parâmetros estabelecidos para autilização dos chamados mecanismos de salvaguarda para a agricultura.Trata-se de umaflexibilidade que permitiria aos países em desenvolvimento voltar a subir as tarifas deimportação para proteger-se de um aumento nas importações que pudesse prejudicar suasegurança alimentar. Kamal Nath, o ministro de Comércio indiano, está ainda maisdeterminado em sua exigência depois de ter reunido hoje o apoio de 80 dos 153membros da OMC, a maioria deles, países africanos com economias altamentevulneráveis.

Márcia Bizzoto,

Enviada especial da BBC Brasil a Genebra, 29 DE Julho de 2008.

G8 encerra cúpula ampliada sem fixar metas paraclima

Os países do G8 encerraram sua reunião de cúpula ampliada sem conseguir resolver oimpasse entre países ricos e emergentes sobre metas de redução de emissão de gasescausadores do efeito estufa.

Os líderes reunidos no Japão disseram, entretanto, ter chegado a uma "visão comum"sobre a necessidade de ação para lidar com as mudanças climáticas.

"Nós, líderes das maiores economias do mundo, desenvolvidas e em desenvolvimento,nos comprometemos a combater a mudança climática com nossas responsabilidadescomuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades", diz o comunicado.

O encontro contou com a participação dos líderes do G8 e dos chefes de Estado do G5 -

formado por Brasil, China, Índia, México e África do Sul - e da Austrália, Indonésia eCoréia do Sul.

Em um comunicado divulgado após o encontro, os líderes concordaram que a mudançaclimática "é um dos principais desafios de nosso tempo".

Impasse

Na terça-feira, os líderes do G8 anunciaram um acordo para reduzir as emissões globaisde carbono em 50% até 2050, em um esforço conjunto para combater o aquecimentoglobal.

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No entanto, esse objetivo foi rejeitado pela Índia e pela China no encontro ampliado dacúpula.

Para o correspondente da BBC Roger Harrabin, a China disse acreditar que aseconomias emergentes estariam sendo implicitamente requisitadas a tomar

responsabilidade por um problema causado até agora principalmente pelos paísesocidentais.

Seguindo uma linha parecida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ospaíses desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica pelo aquecimento global edevem assumir essa responsabilidade.

Segundo o premiê japonês, Yasuo Fukuda, os líderes do G8 demonstraram que estãolevando a sério a questão do combate à mudança climática.

"É a primeira vez que os líderes das principais economias tiveram discussões vigorosas

sobre várias questões que envolvem a mudança climática e acredito que demonstraramvontade política.

BBC Brasil, 09 Julho 2008.

“Cúpula de mercocidades começa amanhã no Uruguai

Montevidéu, 16 jun (EFE).- A 13ª Cúpula de Mercocidades começa amanhã em

Canelones, no Uruguai, e será inaugurada pelo prefeito local Marcos Carámbula em umteatro da cidade.

O encontro no Uruguai acontecerá sob o lema de "Integrar cidadãos, integrar cidadãs,integrar cidades e nações", que também contará com a presença do prefeito deMontevidéu, Ricardo Ehrlich.

A Mercocidades, criada em 1995, é a principal rede de municípios da América do Sul econta com 181 cidades associadas de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru,Uruguai e Venezuela.

As autoridades de Buenos Aires, La Plata, Córdoba, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba,Florianópolis, Porto Alegre, Salvador, Assunção e Montevidéu criaram o organismocom o objetivo de conseguir a participação dos municípios no seio do Mercosul eimpulsionar a troca e a cooperação entre cidades da região.

A cúpula acontecerá até 19 de junho em distintas localidades do departamento deCanelones, nas proximidades de Montevideo. O Conselho da Mercocidades terminarána quarta-feira, 18 de junho, onde também será realizada a Assembléia Geral.”

Deutsche Welle, 17 de junho de 2008

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“Lula considera o controle inflacionário o maior

desafio econômico do governo

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (16) que o governo tem

instrumentos, conhecimento e experiência suficientes para controlar a inflação,classificada por ele como o “maior desafio econômico”.

Lula, que esteve pela manhã na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), nacapital paulistana, afirmou, durante discurso, que não se pode permitir volta da inflaçãoe que é preciso “ter muito cuidado par a lidar com os problemas de curto prazo semcomprometer as conquistas de longo prazo”.

Aos presentes, ele falou que, por experiência pessoal, sabe os males que o aumentoinflacionário causa no bolso da parcela mais pobre da população. “Vamos controlar ainflação, porém, mantendo o crescimento sustentável. Pela minha própria experiência

pessoal sei como é ruim a sensação de incerteza e corrosão dos salários provocados pelainflação”.

Lula destacou ainda que esse é um problema provocado pelo aumento da demandainterna e por pressão do mercado internacional com a alta do preço dos combustíveis ealimentos. Em seguida, citou a medida de estimular a produção de alimentos pelaagricultura familiar brasileira e a possibilidade de logo extrair petróleo da camada pré-sal, localizada na Bacia de Campos.

Na avaliação de Lula, a crise mundial de alimentos deve ser entendida pelos brasileiroscomo um desafio que o país está disposto a enfrentar. “Estamos preparados para isso damesma forma que estamos preparados para transformar tanto nosso biodiesel quantonosso etanol em produtos que possam ganhar o mercado internacional”.

O presidente visitou a bolsa de valores para receber homenagem do mercado de capitaise financeiro em virtude da obtenção do grau de investimento pelo Brasil. No discurso,ele afirmou que sua ida à Bovespa prova o avanço político da sociedade brasileira.

“Estamos provando que um presidente da República pode no mesmo mês receber ecolocar na cabeça um boné dos dirigentes sindicais, dos sem-terra do movimento GBLTe vir na bolsa de valores e colocar o chapéu da bolsa na cabeça”.

Durante a tarde, ainda em São Paulo, o presidente participa de reunião sobre direitoshumanos no escritório regional da Presidência da República.”

Yara Aquino, Agência Brasil, 17 de junho de 2008.

“Alimentos sobem em dose tripla nos países pobres 

Inflação média em 12 meses é de 5,3% nos países ricos e de 14,3% nos mais atrasados.Os países pobres são os que pagam a maior parte da conta da inflação dos alimentos,hoje um dos principais problemas da economia global. A taxa média de inflação dos

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alimentos nos países emergentes acumulada em 12 meses é quase o triplo da dos paísesricos.

O estrago fica ainda maior nos países pobres porque a alimentação tem um peso grandeno orçamento da população, apesar de vários emergentes serem grandes produtores de

alimentos, como o Brasil.

Isso é o que mostra estudo da consultoria MB Associados, feito a partir de dados daFAO, órgão das Nações Unidas para alimentação. Enquanto a taxa média da inflação dealimentos acumulada em 12 meses até fevereiro ,numa amostra de 10 países ricos, foi de5,3%, a média em 16 países pobres atingiu 14,3%.

"O peso da inflação dos alimentos é maior nos países emergentes", diz Sergio Vale,economista-chefe da MB. Ele pondera que os cálculos são uma média aritméticasimples e não levaram em conta a importância de cada país no Produto Interno Bruto(PIB) mundial. Apesar dos cálculos terem sido simplificados, a tendência é similar se

houvesse ponderação.

Entre os países emergentes, o Sri Lanka foi o que teve a maior taxa de inflação dealimentos no período (25,6%), seguido por China (23,3%) e Quênia (24,6%). O Brasilocupa a 12ª posição, com 11,32% de alta dos alimentos e peso de 21,9% da comida noorçamento familiar, segundo o indicador oficial de inflação, o IPCA. No Sri Lanka,alimentos representam 62% dos gastos da população; na China, 27,8%; e no Quênia,50,5%.

Nos países ricos, a maior inflação dos alimentos foi a da Alemanha (7,4%) e Espanha(7,1%). Nesses países, a comida representa 10,4% e 21,9% do orçamento familiar,respectivamente. Nos EUA, a inflação foi de 5,1% e o gasto com comida no orçamentofamiliar é de 9,8%.

Além da disparada dos preços das commodities, o forte crescimento da renda nos países pobres nos últimos anos impulsionou os gastos com alimentação.”

Márcia De Chiara, O Estado de São Paulo, 16 de junho de 2008.

“Produção de etanol cresce 6,15% e a de açúcar cai10,77%

São Paulo - A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou hoje (16) que atéo dia 1º de junho, a produção de etanol cresceu 6,15%, mas que a entidade estárevisando as previsões da safra 2008/09 devido à possibilidade de chuvas para a regiãode plantio nos próximos meses. A produção de açúcar ficou 10,77% menor em relaçãoao mesmo período do ano passado.

As vendas de álcool no mercado doméstico até o final de maio (somando-se anidro e

hidratado) registraram aumento de 31,6% sobre o mesmo período em 2007. No caso doetanol hidratado, o crescimento foi de 43,6%. Quanto à venda de etanol para o mercado

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externo, Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, disse que a saída dasusinas para exportação, nos meses de abril e maio, somaram cerca de 600 milhões delitros, superando em 59% o volume embarcado no mesmo período da safra do anopassado.

“A demanda do mercado interno na área do Centro-Sul continua aquecida, com vendasmensais superiores a 1,5 bilhão de litros, somando-se os volumes de etanol anidro e ohidratado. Isto ocorre devido ao crescimento da frota de veículos Flex-Fuel e a umarelação de preços favorável ao etanol, em comparação com a gasolina em quase todo oterritório nacional”, disse Pádua Rodrigues.

Segundo os dados apurados pela Unica, até o dia 1º de junho houve aumento no volumede cana moída, de 5,19% na safra 2008/09, em relação ao mesmo período do anopassado. Apesar disso, a quantidade de produtos (ATR), obtida por tonelada de canaprocessada, foi inferior em 6,02%, resultando em uma produção total 1,15% menor à domesmo período na safra 2007/08. Até 1º de junho, 61,61% da cana-de-açúcar

processada foi destinada à produção de etanol e 38,39% para a produção de açúcar.

A entidade informou que as condições climáticas registradas até 1º de junho foramfavoráveis para um bom desenvolvimento vegetativo da cana-de-açúcar, mas negativasdo ponto de vista da maturação da planta, reduzindo a quantidade de produto que podeser obtido por tonelada de cana esmagada. O avanço da colheita de cana crua tambémcontribuiu para um aumento no volume de impurezas vegetais e minerais, reduzindo aeficiência industrial das unidades produtoras.

As previsões para os próximos meses indicam maior incidência de chuvas enebulosidade em relação à safra passada, dificultando a realização das estimativasdivulgadas pela UNICA no início da safra. A projeção inicial da safra 2008/09 está em

 processo de revisão e um novo total será divulgado pela entidade.”

Luiz Voltolini, Agência Brasil, 16 de junho de 2008

“Rodada doha corre risco de sofrer atraso de dois a

três anos, diz Amorim

Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avaliou hoje (16)que a conclusão da Rodada Doha, cujo objetivo é diminuir as barreiras comerciais, podesofrer um atraso de dois a três anos, com a mudança de comando nos Estados Unidos.

Amorim lembrou que, para que a rodada seja fechada até o final desse ano, serianecessário um acordo até julho. "Uma mudança sempre requer tempo para as pessoas seassenhorearem dos temas. Às vezes, um tem idéias novas que o outro pode nãoconcordar”, disse Amorim, referindo-se às eleições presidenciais norte-americanas, emque concorrem os candidatos Barack Obama, pelo partido Democrata e John McCain,pelo partido Republicano.

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O ministro se disse confiante em um acordo, mas admitiu que países desenvolvidos eem desenvolvimento precisam correr contra o tempo. “O tempo está espremido. Nóstemos que trabalhar contra o tempo. Mas isso não impede de concluirmos”, afirmou.

Celso Amorim comentou também o posicionamento do presidente dos Estados Unidos,

George W.Bush, que cobrou uma concessão maior dos países emergentes nas áreas deserviços e indústria na Rodada Doha. “É natural que ele faça isso. Eu ficaria preocupadose ele parasse de cobrar totalmente. Porque aí ele iria mostrar que estaria desinteressado.Tam bém não quer dizer que eu concorde com ele”, observou.

Para o chanceler, é imprevisível o que pode ocorrer nas negociações multilaterais casonão se feche o acordo em julho. “Entram outros fatores, outras prioridades. Seria muitobom que nós terminássemos agora. Seria bom para o sistema multilateral”, constatou.Ele lembrou, por exemplo, que a União Européia mudou o programa de açúcar, comodecorrência do caso brasileiro. Os Estados Unidos também já começaram a mudar oprograma de algodão.

Amorim destacou que um comércio com regras é importante, especialmente emmomentos de crises, quando as nações são tentadas a tomar medidas individuais ouarbitrárias. “Você ter um conjunto de regras que funcione é importante. E não há melhor conjunto de regras do que aquele decidido pelo conjunto de países”, definiu. O governobrasileiro, disse o ministro, defende um resultado equilibrado, diante dessa razão.

O ministro admitiu, no entanto, que a conclusão da Rodada Doha depende doentendimento dos países desenvolvidos, já que, conforme enfatizou, a principaldistorção a ser corrigida é a dos subsídios. Ele disse que os países em desenvolvimentovão trabalhar pela redução das tarifas e melhor acesso a mercados e produtos agrícolas.

A Rodada Doha é um acordo multilateral que vem sendo negociado desde 2001 noâmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e têm como foco a liberalizaçãode mercados.”

Alana Gandra, Agência Brasil, 16 de junho de 2008

“Inevitável, aperto nos eua já afeta mundo

Ainda bem que a política monetária do Federal Reserve (Fed), ao contrário da praticadapelo Copom, mira o núcleo da inflação americana. Se o alvo fosse, como aqui, o índicecheio deveria estar preparando um choque de juros e esta reta final para a próximareunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês), marcada para o dia25, seria um tormento. Na sexta-feira passada, saiu nos EUA um índice de preços aoconsumidor digno do Brasil. O CPI saltou 0,6% em maio, vindo de um alta de 0,2% nomês anterior, o suficiente para acumular em 12 meses 4,2%. Ou seja, transplantado paracá, o índice americano estaria bem perto da meta de 4,5%. Só que o núcleo ainda semostra razoavelmente comportado.

O ideal seria core abaixo de 2% em 12 meses, mas não está muito longe disso, a 2,3%.Os índices americanos do atacado refletem, como os nossos IGPs, as disparadas de

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preços registradas pelo petróleo e pelos alimentos. Amanhã, sai o PPI de maio. Aexpectativa é de uma aceleração de 0,2% em abril para 1% em maio. Em termos anuais,o índice cheio subirá de 6,5% para 6,7%. Tanto em relação ao CPI quanto ao PPI, osnúmeros exigem do Fed o mesmo posicionamento adotado pelo Copom desde abril.Mas lá não é tão fácil como aqui subir o juro. Por isso, a estrutura a termo da taxa de

 juros americana (a chamada curva de longo prazo) persiste embutindo a expectativa demanutenção do juro em 2% na reunião do Fomc da quarta-feira da semana que vem.Mas a taxa não escapa de uma alta de 0,25 ponto na reunião seguinte, agendada para 5de agosto. Para um fed fund de 2%, a taxa do título de dois anos do Tesouro americanoalcança 3,02%, o juro do de 5 anos atinge 3,72% e o papel de 10 anos oferece 4,26%.

O Fomc não tende a antecipar para o dia 25 o início do ajuste monetário por váriasrazões. A primeira é que o ajuste imediato não foi exaustivamente sinalizado por meiode comunicações formais do Fed. O Fed, até mais do que o Copom, não gosta desurpreender Wall Street. A segunda é que ainda há dúvidas sobre o grau dedesempoçamento da liquidez alcançado pela flexibilização iniciada em setembro do ano

passado. Ao todo, ela derrubou a taxa básica de 5,25% para 2%, irrigou liquidez, evitoua quebra de bancos e impediu que a economia se contraísse. Hoje a visão do pousosuave é a mais em voga. Mas o sistema bancário já está sólido o suficiente para aguentarum deslocamento de alta do juro? Ninguém sabe. Daí se conclui que a alta será bemgradual e não linear. Tanto que o objetivo maior do miniarrocho é provocar umavalorização internacional do dólar. "Elevar os juros lá não é tarefa simples", diz oeconomista-chefe da Gradual Corretora, Pedro Paulo Silveira. "Há muitas implicaçõesem vários setores e o remédio pode causar mais danos que melhorias".

Não se descarta por isso que o dólar venha a se corrigir por outro movimento: o dareversão na balança comercial. A balança comercial americana, observa Silveira, pareceestar revertendo sua trajetória francamente deficitária. Este movimento é causado pelaalta significativa dos preços dos importados, a maior desde 1983. Este refluxo docomércio nos EUA pode enxugar dólares da praça e, num segundo momento, forçar suavalorização da moeda. Trata-se, porém, de efeito que poderá ser verificado apenas nomédio prazo. "Forçar a valorização do dólar no curto prazo via o aumento na taxa básicapode colocar os outros objetivos da política econômica americana (emprego, nível deatividade e saúde do sistema financeiro) em risco desnecessário", adverte o economista.As consequências mundiais de uma valorização apressada do dólar não podem sersubestimadas. Ao corrigir o fenômeno monetário da inflação o Fed não "ataca" a causada inflação mundial: a demanda acelerada de países em desenvolvimento.

Apreciar o dólar agora iria simplesmente empurrar a inflação dos EUA para outraseconomias. A desvalorização das moedas globais poderia reforçar um clima depessimismo generalizado. O que aconteceria, por exemplo, com a inflação brasileira seo dólar voltasse a ser cotado a R$ 2,00, um piso que foi rompido faz pouco tempo, em15 de maio de 2007, há um ano e um mês, portanto? Para tanto, considerando que amoeda fechou sexta-feira cotada a R$ 1,6360, teria de subir 22,25%. Uma alta destamagnitude engoliria completamente o ganho que os fundos externos têm com aplicaçõesde renda fixa remuneradas com base na variação da Selic. A perspectiva de perdaampliaria o overshooting cambial. O avanço do dólar reduz o preço das commodities,afetando o valor exportado pelo Brasil. Pode ajudar a reduzir o déficit em conta corrente

se as importações ficarem muito caras. Mas isso tem de novo impacto direto sobre a

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inflação. Ainda bem que, essencialmente, Ben Bernanke tem pouca coisa de PaulVolcker.”

Luiz Sérgio Guimarães, Valor Econômico, 16 de junho de 2008

“Lugo pede integração Sul-Americana e destacaproposta de bloco regional de defesa

Brasília - Em visita à Bolívia, o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, pediuhoje (15) a efetiva integração da América do Sul para resolver os problemas históricosdo continente. Ele destacou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deformar um bloco regional de defesa, esclarecendo que o objetivo não é desenvolver umaofensiva militar, porque não há qualquer hipótese de que isso venha a ocorrer na região.

As informações são da agência argentina Telam. No encontro com o presidente EvoMorales, em La Paz, Lugo disse que há duas tarefas urgentes para resolver os problemasda América do Sul: superar a crise energética e apostar na segurança alimentar. Hoje é osegundo dia de visita ao país.

O presidente eleito destacou ainda o papel de Evo Morales no avanço das discussõespara a inclusão dos grupos étnicos latino-americanos, já que o presidente boliviano é deorigem indígena.

Lugo conversou com a imprensa em entrevista coletiva depois de uma reunião fechadana sede do governo, em La Paz, sobre a qual não deu detalhes. Os dois presidentesseguiram para a cidade vizinha El Alto, onde Lugo deve participar de homenagem a suavitória nas eleições.

Ele chegou à Bolívia com a futura chanceler Milda Rivarola. Lugo também tem agendade visitas aos presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Colômbia, Álvaro Uribe.”

Agência Brasil,16 de junho de 2008.

“Tesouro capta US$ 525 milhões com títulos da dívida

externa

Brasília - O Tesouro Nacional captou US$ 525 milhões com a reabertura do bônusGlobal 2017 (títulos da dívida externa) nos mercados norte-americano, europeu easiático. Segundo nota divulgada pelo Tesouro, foram US$ 500 milhões nos mercadoseuropeu e norte-americano e US$ 25 milhões no asiático.

A taxa de rendimento para o investidor ficou em 5,299% ao ano. Além disso, o

investidor receberá cupons semestrais de juros (espécie de bonificação) a serem pagosnos dias 17 de janeiro e de julho até o vencimento do título, em 17 de janeiro de 2017.

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A liquidação financeira (recebimento dos valores pelo Tesouro) ocorrerá na próximaquarta-feira (14). A emissão foi liderada pelo HSBC Security Inc e Deutsch BankSecurity Inc..

Essa foi a primeira captação em dólares no exterior depois que o país recebeu a

classificação de grau de investimento da agência de risco Standard & Poor's. O Global2017 foi lançado pela primeira vez em novembro de 2006.”

Daniel Lima, Agência Brasil, 08 de maio de 2008.

“Cana-de-açúcar se torna segunda fonte de energia dopaís

A cana-de-açúcar ultrapassou a energia hidráulica e já é a segunda fonte primária deenergia do país, informou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) nesta quinta-feira.

Pelos dados preliminares do BEN (Balanço Energético Nacional) de 2007, aparticipação dos produtos derivados da cana chegou a 16% na matriz energéticabrasileira, ficando atrás apenas de petróleo e derivados, com 36,7%. A energiahidráulica foi responsável por 14,7% da matriz brasileira.

De acordo com o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, o crescimento da cana-de-açúcar como fonte primária de energia "é uma tendência meio irreversível" no país. Pela

primeira vez a cana passou a energia hidráulica."É um fato inédito. A cana passará a ter papel superior ao da hidráulica mesmo com aprevisão de entrada de grandes hidrelétricas como as usinas do Madeira e a de BeloMonte", disse Tolmasquim.

O crescimento da cana-de-açúcar na matriz energética foi impulsionado pelo elevadoconsumo de álcool no país. No ano passado, a produção de álcool hidratado -- ochamado álcool puro, usado para abastecer automóveis-- aumentou 45,2%, totalizando14,3 bilhões de litros. Já o consumo de álcool hidratado teve incremento de 46,1%,somando 10,4 bilhões de litros.

Ao mesmo tempo, a gasolina perdeu espaço entre os combustíveis, com redução de3,9%.

Os derivados da cana-de-açúcar foram responsáveis ainda por mais de 40% do aumentodo consumo. Ao todo, a oferta interna de energia no Brasil em 2007 cresceu 5,9%mediante um incremento de 5,8% do consumo.

Renovável Segundo a EPE, o Brasil teve a participação de fontes renováveis -- incluemenergia hidráulica, produtos da cana-de-açúcar, lenha e carvão vegetal -- na matrizenergética ampliada em 2007. Elas foram responsáveis por 46,4% da oferta energética

no país em 2007, totalizando 111 milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo).No ano anterior, essas fontes respondiam por 44,9% da matriz.

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As fontes não renováveis - petróleo e derivados, gás natural, carvão mineral -corresponderam a 53,6% da oferta de energia no ano passado, ante participação de55,1% em 2006. Ao todo, foram ofertados 128,3 milhões de tep oriundos de fontes nãorenováveis em 2007.”

CIRILO JUNIOR, Folha de São Paulo, 08 de Maio de 2008.

“Parlamento alemão ratifica tratado constitucional da

UE

Bundestag ratifica Tratado de Lisboa, que substitui a Constituição Européia. Uma vezaprovado pelos 27 países, o Acordo deverá entrar em vigor até junho de 2009.

O Parlamento alemão ratificou nesta quinta-feira (24/04), com larga maioria, o Tratadode Lisboa, que determina os fundamentos da União Européia. Dos parlamentaresalemães, 515 votaram a favor, 58 contra e apenas um se absteve. O acordo foi à saídaencontrada pelos países do bloco para substituir a Constituição Européia, rejeitada emplebiscitos nacionais na França e na Holanda. Uma pergunta, porém, continua no ar: doque consiste exatamente este acordo e no que ele se distingue do esboço anterior daConstituição?

"Acertamos os ponteiros para um fundamento comum da União Européia. No fim, nãodecepcionamos quem depositou confiança na UE. E evitamos um racha", afirmou achanceler federal alemã, Angela Merkel, quando ainda ocupava a presidência rotativado bloco, por ocasião do encontro de cúpula em Lisboa, em junho de 2007.

Somente à custa de muitos esforços é que os 27 países conseguiram entrar em acordo arespeito de dois novos tratados. Um deles deve definir os fundamentos do bloco, o outroestabelece as formas de trabalho da UE.”

Bernd Riegert, Deutsche Welle, 25 de abril de 2008

“Aumento de desmatamento na Amazônia acende sinalde alerta no governo

Brasília - Dados preliminares divulgados hoje (23) pelo Ministério do Meio Ambiente epelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam um desmatamento naregião amazônica de 3.235 quilômetros quadrados entre agosto e dezembro de 2007, oequivalente a cerca de 320 mil campos de futebol.

Os órgãos não falam em crescimento percentual pela indisponibilidade de informaçõescompletas do mesmo período de anos anteriores. Mas, segundo a ministra do Meio

Ambiente, Marina Silva, o número representa uma tendência “preocupante” deaumento.

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“O governo não quer pagar para ver. Não vamos aguardar a sorte, e sim, trabalhar parafazer frente a esse processo”, disse a ministra.

A maior parte dos desmatamentos detectados no período se concentrou em três estados:Mato Grosso (53,7% do total desmatado), Pará (17,8%) e Rondônia (16%).

Entre as causas para o aumento, Marina citou a seca prolongada e uma possívelinfluência do avanço da produção de soja e da pecuária nas regiões. Ela evitouresponsabilizar diretamente as atividades econômicas, mas ao lembrar que a carne e asoja estão com preços internacionais favoráveis, afirmou: “ Não acredito emcoincidência.”

A ministra disse que será feita uma averiguação detalhada nos locais para umdiagnóstico mais preciso: “Faremos um zoom para verificar”.

As derrubadas ocorreram em maior intensidade nos meses de novembro e dezembro.

Nesse período, foram desmatados 1.922 quilômetros quadrados de floresta.

Segundo Marina, os números serão debatidos com o presidente Luiz Inácio Lula daSilva amanhã (24), às 9h, em reunião no Palácio do Planalto. No encontro, que teráparticipação de outros ministros, serão discutidas as medidas para fortalecer afiscalização nos locais considerados mais críticos.

De acordo com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João PauloCapobianco, municípios como São Felix do Xingu e Cumaru do Norte, ambos no Pará,e Colmiza, em Mato Grosso, tradicionalmente apresentam altos índices dedesmatamento.”

Marco Antônio Soalheiro, Agência Brasil, 23 de Janeiro de 2008.

Uol vestibular

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