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    ESTUDO PARAMÉTRICO DE ENTERORRESSONÂNCIA MAGNÉTICA: ENSAIOICONOGRÁFICO

    PARAMETRIC STUDIES OF MR ENTEROGRAPHY : AN ICONOGRAPHIC ESSAY 

    Rosângela F. de Souza 1, Maria Elisa de C. Braga 2, Patrícia F. Cauduro 3, Mayra C. R .Brito 4, Patrícia Prando 5, Adilson Prando 6.

    *Estudo realizado pelo Centro Radiológico Campinas no Departamento deRadiologia (Ressonância Magnética) do Hospital Vera Cruz  –  Campinas, SP.

    1. Pós graduanda do Instituto Cimas  –  Faculdade Redentor do Rio de Janeiro2. Pós graduanda do Instituto Cimas  –  Faculdade Redentor do Rio de Janeiro3. Pós graduanda do Instituto Cimas  –  Faculdade Redentor do Rio de Janeiro4. Médica Residente do Centro Radiólogico Campinas (CRC) – Hospital Vera Cruz  – 

    Campinas –  SP5.Médica radiologista do Centro Radiólogico Campinas (CRC) – Hospital Vera Cruz  –  

    Campinas –  SP6.Chefe do Centro Radiológico Campinas (CRC)  –   Radiologia do Hospital VeraCruz –  Campinas  –  SP

    Endereço para correspondência: Rosângela Faria de Souza, Rua: Doutor Souza Ribeiro,196, CEP 13031-095, Campinas, SP, E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]

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    RESUMO:  As doenças inflamatórias intestinais (DII) são comuns em nosso meio, sendo adoença de Crohn a mais freqüente. Devido ao seu caráter recorrente, os pacientes necessitam devárias avaliações por imagem ao longo do tratamento. A entero Ressonância Magnética (entero-RM) destaca-se como um valioso método de imagem sem o advento da radiação ionizante(potencialmente carcinogênica em doses excessivas) inerente aos exames de Raio X (RX) eTomografia Computadorizada (TC).Este exame permite a avaliação dinâmica das alças intestinais, usando-se a técnica CINEFIESTA FAT SAT, sequências estáticas T2 SINGLE SHOT e LAVA FAT SAT com contraste paramagnético, demonstrando sinais inflamatórios das alças e suas possíveis complicações.

    Unitermos: doença inflamatória intestinal, enterorressonância magnética, doença de Crohn.

    ABSTRACT: The inflammatory bowel disease (IBD) are common in our environment, andCrohn's disease the most frequent. Due to its recurrent nature, patients require multipleevaluations throughout the treatment, The entero Magnetic Resonance (MR entero) stands out

    as a valuable imaging method without the advent of ionizing radiation (potentially carcinogenicin excessive doses) inherent in the X-ray examinations (RX) and Computed Tomography (CT). 

    This test allows the dynamic assessment of bowel loops, using the technique CINE FIESTAFAT SAT, static sequences T2 SINGLE SHOT sequences and LAVA FAT SAT with paramagnetic contrast agent, showing signs of inflammation of the loops and their possiblecomplications.

    KEYWORDS: inflammatory bowel disease, entero RM, Crohn's disease.

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    INTRODUÇÃO. 

    A DII é uma inflamação intestinal idiopática e crônica. A colite ulcerativa (CU) e a doença deCrohn (DC) são os dois tipos principais de DII. (1)

    Os pacientes geralmente apresentam dor abdominal e diarréia; febre, perda de peso e outrossintomas são frequentes. As características típicas da DC no intestino incluem a inflamaçãogranulomatosa transmural, úlceras profundas que podem progredir para fissuras e fístulas, emfundo cego ou do delgado para outros órgãos, e estreitamentos que podem levar a obstruçãointestinal. (2) 

    A entero RM apresenta-se como um excelente método de imagem para diagnóstico da DC, semexpor os pacientes a radiação ionizante e suas possíveis complicações. O uso adequado daentero RM requer protocolo elaborado para descrever sinais de inflamação ativa e possíveis

    complicações.

    (3, 4, 5, 6) 

    OBJETIVO.

    Demonstrar de forma pictórica os parâmetros técnicos utilizados nos exames de entero RM emnossa instituição.

    MATERIAIS E MÉTODOS. 

    Coleta de dados, com cerca de 90 exames, realizados entre os períodos de dezembro 2010 aoutubro de 2011, no CRC, Hospital Vera Cruz , departamento de Ressonância Magnética, emequipamento de RM com campo de 1,5 Tesla, fabricante GE, com preparo prévio do paciente eexecução de sequências ponderadas em T2, T1 volumétrico e Fiesta.

    DISCUSSÃO.

    A DC caracteriza-se por ser uma doença inflamatória que  pode ocorrer em qualquer lugar dotrato intestinal, da boca à extremidade do reto. A inflamação leva ao espessamento da paredeintestinal e como complicações fibrose, estenose e úlceras profundas, levando a formação defissuras e fístulas. Para o adequado estudo desta entidade se faz necessária a distensão das alçasintestinais e um protocolo específico que inclua sequências dinâmicas conformedemonstraremos a seguir:

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    1.  Preparo do paciente antes do exame: paciente deve estar em jejum absoluto de 3 horas.Deve-se manter medicações de uso contínuo com pouca água. Administrar 20 mg deCloridrato de Metoclopramida (Plasil®) por via oral com o objetivo de aumentar a peristalse e motilidade do conteúdo gastrintestinal antes da ingestão da solução hiper-osmolar (Manitol a 3 % , 30 minutos antes)

    2.  Para a distensão intestinal administrar solução de Manitol a 3°/o  por 40 minutos, deforma fracionada ,180 ml a cada 4 minutos (cerca de 1,8 litros, quantidade necessária para atingir a média populacional em relação ao comprimento do intestino; em pacientesque foram submetidos a ressecção intestinal prévia, a quantidade deve ser reduzida, deacordo com a extensão do intestino restante).

    3.  Posicionamento da bobina: Utilizar bobina de superfície de 8 ou 12 canais com sinalcentrado no mesogástrio.

    FIG. 1: posicionamento do paciente na bobina de superfície

    4.  Sequência inicial: scout (planar) em 3 planos ortogonais (fig.2), para verificar a posiçãocorreta da bobina de superfície e otimização do sinal . Em seguida, executa-se o ASSETCAL (varredura de cortes em toda a extensão da bobina) com o objetivo de diminuir otempo de digitalização das imagens das próximas sequências, reduzindo-se o tempo deapnéia solicitado ao paciente. 

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     FIG. 2: demonstração da imagem coronale cobertura do Asset Cal

    5.  A avaliação da distensão intestinal é feita através da imagem T2 CORONAL SSFSE,com espessura de 75 mm:

    a.  Se cólon vazio  –  aguardar cerca de 20 a 30 minutos .Verificar necessidade de

    administrar maior volume da solução hiper-osmolar para prosseguirexame.(fig.3a)

     b.  Se solução de Manitol atingiu o cólon ascendente  –   proceder com oexame.(fig.3b)

    FIG. 3a: cólon ascendente não está preenchido pelo manitolFIG. 3b: bom resultado do preparo

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    6.  Sequências T2 single shot axial e coronal (fig.4 e 5).

    FIG. 4:  permitem o detalhamento anatômico com caracterização das paredes das alças,distensibilidade e possíveis complicações

    FIG. 5

    7.  Sequência CINE coronal (FIESTA fat sat  –  20 fases) (fig.6).

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    FIG. 6: sequência dinâmica que tem o objetivode visualizar sinais da doença crônica em regiõesonde a motilidade intestinal está reduzida (fig.6).

    8.  Para a redução da motilidade intestinal administrar 10 mg de Butilbrometo deEscopolamina (Buscopan ®) diluído em solução de cloreto de sódio a 0,9 °/o  (e.v.).Após isso, realizar sequência T2 axial e coronal (fig.7a  e 7b), de todo o abdome até a

     pelve.

    FIG. 7a e 7b: estudo de toda a anatomia abdominal, com redução de movimentos peristálticos e maior distensão das alças .

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    9.  Sequência T2 fat sat coronal.

    FIG.8: realizada a fim de suprimir a gordurainta-abdominal, demonstrando regiões deedema na parede do intestino, diferenciandoo diagnóstico.

    10. Sequência LAVA fat sat coronal volumétrica, pré contraste (fig.9); em seguida, dose dereforço do Buscopan ®, com o intuito de reduzir o peristaltismo, otimizando assim asequência, executada em duas fases, com o uso do contraste paramagnético Gadolínio(fig.10a  e 10b). O tempo de espera para iniciar a sequência (delay) é de 30 e 60segundos, com o objetivo de realçar a região acometida e seu estágio; se houverimpregnação rápida, sugere-se doença aguda, e se tardia, doença crônica.

    FIG.9: LAVA pré contraste

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     FIG.10a: LAVA cor. pós contraste , FIG.10b: LAVA cor. pós contraste, 1ª. fase com 30 segundos de delay. 2ª. fase com 60 segundos de delay.

    11. Sequência LAVA fat sat axial, em duas aquisições, posicionada no abdome e na pelve,visualizando as estruturas em outro plano ortogonal, com delay de 90 segundos (fig.11a e 11b).

    FIG. 11a: LAVA axial pós contraste FIG. 11b: LAVA axial pós contraste da pelve.do abdome superior.

    CONCLUSÃO.

    O estudo realizado através do método de entero RM tem demonstrado eficácia e acurácia para odiagnóstico das DII (5), possibilitando tratamento mais preciso para os pacientes. É uma valiosaopção pois comparando-se com o trânsito intestinal e a entero TC, não utiliza radiaçãoionizante, tendo em vista que estes pacientes farão vários estudos de controle ao longo dotempo.

    Para a excelência do método é extremamente importante a colaboração do paciente (muitas

    vezes fragilizados pela doença) e a otimização da técnica de exame , permitindo um exame maisrápido e com maior resolução das imagens.

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    BIBLIOGRAFIAS.

    1.  Friedman S, Blumberg RS. Distúrbios do sistema gastrintestinal: doença inflamatóriaintestinal. 2001; 11 (287): 1779-1792

    2. 

    Kidd R, Mezwa DG, Glick SN; et al. Recomendações de avaliação por exames deimagem para pacientes com doença de Crohn. Colégio Brasileiro de Radiologia  –  Critérios de Avaliação do ACR.2008; 309-320.

    3.  Leyendecker JR, Bloomfeld RS, DiSantis DJ; et al. MR Enterography in themanagement of patients with Crohn disease . Radiographics 2009; 29: 1827-1846.

    4.  Tolan DJM, Greenhalgh R, Zealley IA; et al. MR Enterography manifestations of small bowel Crohn disease. Radiographics 2010; 30: 367-384.

    5.  Maccioni F, Bruni A, Viscido A; et al. MR imaging in patients with Crohn Disease :

    Value of T2- versus T1- weighted Gadolinium- enhanced. MR sequences with use ofOral Superparamagnetic contrast agent. Radiology Feb 2005; vol 238: n 2: 517-530.

    6.  Lee SS, Kim AY, Yang S; et al. Crohn disease of the small bowel: Comparison of CTEnterography, MR Enterography, and small bowel follow- through as diagnostictechniques. Radiology Jun 2009; vol 251: n 3: 751-761.