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ENTRE DOIS MUNDOS
77ººANOANO
INTRODUINTRODUÇÇÃOÃO
� Renascimento:� Período de transição entre Idade Média e Idade
Moderna;� Misturam-se o jeito de ser e pensar de dois momentos
da sociedade europeia ocidental;
� Características centrais do Renascimento e do humanismo: exaltaexaltaçção ao ser humano, da razão e ão ao ser humano, da razão e da liberdade.da liberdade.
Não é possível determinar claramente onde termina e Idade Média e onde começa a Idade Moderna.
AS MUDANAS MUDANÇÇAS NO AS NO RENASCIMENTORENASCIMENTO� Renascimento:� Período da história europeia, entre séculos XIV e XVI;� Marcado por profundas mudanças econômicas,
políticas, religiosas, culturais e científicas.� As mudanças foram se estabelecendo gradualmente.� Séculos XII e XIII desenvolvimento comercial e o
crescimento das cidades eram sinais que o homem medieval começava abrir para o exterior e para valorização das coisas terrenas;
� Nesse período foram fundadas as primeiras universidades na Europa;
� No século XIV, inicialmente na Península Itálica e depois em toda Europa Ocidental, houve um movimento de revalorização da arte e da cultura as antiguidade clássica, que foram adotadas como modelo para os artistas renascentistas.
� Buscavam recolocar o homem no centro da vida, o homem no centro da vida, da mesma maneira como tinha sido, na cultura clássica.
� O desenvolvimento científico levou o ser humano a refletir sobre sua capacidade de conhecer a realidade, sobre os modos de investigação na natureza, sobre sua vida e a sociedade.
� O Renascimento foi um período de gestagestaçção de um ão de um novo homem.novo homem.
O HUMANISMO: O HOMEM O HUMANISMO: O HOMEM ÉÉ A MEDIDA DE TODAS AS COISASA MEDIDA DE TODAS AS COISAS
““Que obra de arte Que obra de arte éé o homem, que nobre o homem, que nobre na razão, que infinito nas faculdades, na na razão, que infinito nas faculdades, na
expressão e nos movimentos, que expressão e nos movimentos, que determinado e admirdeterminado e admiráável nas avel nas açções, que ões, que parecido a um anjo na inteligência, que parecido a um anjo na inteligência, que
semelhante a um deus!semelhante a um deus!””William Shakespeare
�As palavras acima comparam o homem a uma obra e arte, a um anjo, a um deus.
�Engrandece o homem e elogia suas características mentais, o poeta exalta a complexidade do corpo humano e a infinidade de movimentos que o homem pode realizar.
�Os desenhos e o texto revelam a mudança na forma de compreender o mundo e o papel do ser humano.
� Recorde...� Na filosofia cristã, o corpo não era objeto de pesquisa;� Para os teólogos e filósofos cristãos, o ser humano
deveria dedicar-se à salvação da alma, abandonando a vida corporal ou carnal ao concentrar-se nas coisas espirituais em prejuízo dos assuntos mundanos.
� O ser humano era tido como um ser imperfeito, que sóparcialmente poderia compreender o ser supremo, Deus.
o As obras de Versalius e Shakespeare, exemplos de criações renascentistas, não tratam Deus ou das coisas divinas.
o O tema delas é o ser humano e as coisas humanas.
� Uma das caractercaracteríísticas principais do sticas principais do Renascimento Renascimento é o desenvolvimento do desenvolvimento do humanismohumanismo, definido como um movimento literário, filosófico e artístico que buscou ressaltar o valor, a dignidade, a razão e a liberdade dos homens.
� Os humanistas destacaram a grandeza do ser humano por sua capacidade de conhecer a natureza e interferir na realidade, o que não era de modo algum incompatível com a doutrina cristã.
� A ideia de que Deus é o fundamento de todas as coisas e de toda a ordem no mundo permaneceu na reflexão feita pelos renascentistas.
� Para eles, além de Deus, havia um ser capaz de entender e agir sobre o mundo: o homem.
� Em certa medida, então, os humanistas retomaram a célebre afirmação do sofista Protágoras: “O homem éa medida de todas as coisas”.
O PRIMEIRO HUMANISTAO PRIMEIRO HUMANISTA� Francesco Petrarca ( 1304 – 1374)
- poeta italiano;- primeiro humanista.- defendia que o indivíduo, em vez de estudar o mundo e a natureza, deveria dedicar a conhecer a si próprio.
““Eu, com efeito, me pergunto para que serve Eu, com efeito, me pergunto para que serve conhecer a natureza das feras, dos pconhecer a natureza das feras, dos páássaros, ssaros, dos peixes e das serpentes, mas ignorar ou dos peixes e das serpentes, mas ignorar ou
não procurar conhecer a natureza do não procurar conhecer a natureza do homem, por que nascemos, de onde viemos, homem, por que nascemos, de onde viemos,
para onde vamospara onde vamos””PetrarcaPetrarca
� O primeiro filósofo a pensar a filosofia como processo interior de aprimoramento da alma foi Sócrates, que defendeu a frase inscrita no templo de Apolo em Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”.
� Platão e Agostinho, também consideravam a reflexão interior o caminho da filosofia.
� O pensamento de todos eles foi de algum modo retomado por Petrarca.
� Mas, ao mesmo tempo, ele criticava tanto as investigações da natureza feitas pelos pensadores gregos como as eternas polêmicas metafísicas dos escolásticos.
� O poeta Petrarca acreditava que os estudos escolásticos não serviam para a formação do ser humano.
� Para Petrarca, a educação dos homens deveria se apoiar na sabedoria clássica, isto é, em pensadores da Grécia e da Roma antigas, e ter como objetivo o desenvolvimento das capacidades intelectuais humanas.
A RETOMADA DA FILOSOFIA A RETOMADA DA FILOSOFIA ANTIGAANTIGA
� O caminho aberto por Petrarca foi seguido por diversos pensadores.
� Vários humanista ressaltaram a necessidade de buscar conhecimento interior.
� Não significava que todos os humanistas pensassem da mesma maneira. Existiam muitas diferenças entre eles.
� Alguns humanistas destacavam a importância dos ensinamentos de Aristóteles e a necessidade de o ser humano agir além de meditar.
� O homem deveria ter uma vida ativa e pensar sobre sua ação, buscando sempre a felicidade.
� Para esses humanistas, a verdadeira qualidade de uma pessoa estaria no que ela conquista agindo.
� De algum modo, o indivíduo teria responsabilidade pelo seu destino e pelas experiências de sua vida.
� Embora houvesse polêmicas e contradições entre os humanistas, todos eles refletiram a respeito do ser humano.
� Alguns apoiavam em Platão; outros em Aristóteles; outros ainda apoiavam nas filosofias helenísticas, como o epicurismo, o estoicismo e o ceticismo.
� Não era um retorno ao passado com o objetivo de reproduzi-lo, e sim um modo de refletir sobre as coisas presentes e a nova situação que se abria para todos.
� Servia para refletir sobre a vida do ser humano, sobre a sociedade, a política, a moral, a ciência, religião, a literatura e as artes em geral.
MONTAIGNE MONTAIGNE E A CONDIE A CONDIÇÇÃO HUMANAÃO HUMANA
� Entre os filósofos que se destacaram no Renascimento está o francês Michel Montaigne.
� Ele criticou os humanistas que exaltavam o ser humano e a razão.
� Montaigne desenvolveu sua filosofia com base no estoicismo e principalmente no ceticismo e na filosofia socrática.
� Ceticismo – uma filosofia voltada para investigação incessante das coisas da natureza e do ser humano.
� Os filósofos céticos afirmavam que não havia nenhuma certeza sobre a realidade natural ou social. Não seria possível chegar a nenhum conhecimento seguro ou a nenhuma afirmação clara sobre qualquer objeto de estudo.
� Nem os sentidos nem a razão garantiriam que o nosso conhecimento fosse realmente verdadeiro.
� Assim também pensava Montaigne. � Afirmava que o ser humano não era um ser superior
aos outros animais. Ao contrário, a condição humana seria miserável.
““ De todas as criaturas, a mais frDe todas as criaturas, a mais fráágil e misergil e miseráável vel ééo homem, mas ao mesmo tempo [...] a mais o homem, mas ao mesmo tempo [...] a mais
orgulhosa.orgulhosa.””Montaigne
VOLTARVOLTAR--SE PARA TI MESMOSE PARA TI MESMO
� Como o ser humano não é capaz de saber de maneira definitiva se seu conhecimento é ou não verdadeiro nem se sua atitude é boa ou ruim, então, para ele, ...
ssóó restaria voltarrestaria voltar--se para dentro de si e buscar na se para dentro de si e buscar na interioridade algum ponto de equilinterioridade algum ponto de equilííbrio e de brio e de
tranquilidade.tranquilidade.
� Por isso, Montaigne retomou a máxima defendida por Sócrates: ““ConheceConhece--te a ti mesmote a ti mesmo””..
� O ser humano deveria buscar em seu interior a sabedoria para viver bem e ser feliz.
� É desse modo que ele poderia viver tranquilamente, mesmo com todas as dificuldades que a vida coloca em seu caminho.
� Montaigne influenciou muitos pensadores e artistas do seu tempo ou posteriores, como os filósofos Descartes e Nietzsche e o dramaturgo Shakespeare
MAQUIAVEL E A AUTONOMIA MAQUIAVEL E A AUTONOMIA POLPOLÍÍTICATICA
� O Renascimento estabeleceu um novo olhar sobre todas as práticas e teorias humanas, buscando renovar o homem e a vida em sociedade.
� A política não escapou disso.� Maquiavel trouxe esse novo olhar para as relações de
poder. Suas reflexões inauguraram a filosofia política moderna.
� Em 1513, Maquiavel escreveu a obra O Príncipe, que se transformou em um clássico da filosofia.
� O príncipe é uma espécie de guia para os governantes.� Maquiavel diz que a própria política, conforme as
circunstâncias, determina o que pode ou não ser feito.
� para Maquiavel, o governante virtuoso é aquele que conhece a situação em que se encontra e sabe agir para conquistar o governo ou manter-se no poder.
� O bom príncipe aproveita a sorte e os momentos em que pode agir com habilidade.
� Segundo Maquiavel, se for necessário agir por meio da força, isso deverá ser feito.
� O filósofo afirmou, ainda, que o governante deve preferir ser temido a ser amado pela população.
REALISMO POLREALISMO POLÍÍTICOTICO�A nova forma de compreender a política
inaugurada por Maquiavel foi chamada de realismo.realismo.
�Maquiavel não partiu de nenhuma suposição religiosa, metafísica ou imaginária a respeito do ser humano.
�Maquiavel investigou as relações de poder.�E quais foram as conclusões de suas
investigações?
� Segundo Maquiavel, o ser humano é egoísta, covarde e tem ambição por riqueza e glória pessoal.
� Ele só pensava em seus interesses e não liga para o bem coletivo.
� Por isso, um príncipe, mais do que amado, deveria ser temido por seus súditos;mais do que buscar uma
justiça ideal, deveria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para manter-se no poder.
� Caso tivesse que decidir pela morte de alguém, deveria fazê-lo se a ação fosse conveniente para manter-se
forte.
� A posição de Maquiavel sobre a política e o poder do príncipe causou e ainda causa muita polêmica.
� De qualquer maneira, Maquiavel tornou-se referência fundamental para política moderna.