entrevista uma nova era para o sindicato · cerimÔnia de posse trabalho mÉdico julho/agosto 2013...

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LUTAS SINDICAIS Uberlândia: diretoria do sindicato se reúne com o prefeito Gilmar Machado para esclarecer dúvidas sobre transição PÁG 10 Médicos servidores da PBH votam por fim das paralisações e apresentam proposta de um novo plano de carreira PÁG 11 Em Contagem, médicos também lutam por reformulação do plano de carreira e estão atentos à terceirização da saúde PÁG 11 O governo federal anunciou, em julho, medidas que afetam diretamente a classe médica como o Mais Médicos, os vetos ao Ato Médico e a obrigatoriedade de dois anos de residência. As medidas vieram no bojo das manifes- tações populares durante a Copa das Confede- rações. Em Minas, o Sinmed-MG e entidades médicas encabeçaram assembleias e realizaram atos públicos. No interior, os médicos também protestaram, como em Uberlândia. No dia 8 de agosto, uma grande Marcha Nacional reuniu milhares de médicos em Brasília. A força da categoria surpreendeu e deu ao movimento uma visibilidade jamais vista, le- vando, inclusive, o governo a retroceder em alguns aspectos. Mas ainda é pouco. O movi- mento não tem data para terminar. PÁGINAS 8 e 9 PÁGINAS 3, 4, 6 e 7 Uma nova era para o sindicato Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912286770/2011 DR/MG/MG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 7 - nº 47 - julho/agosto 2013 TRABALHO MÉDICO Em Minas, médicos vão às ruas contra as medidas do governo federal ENTREVISTA Amélia Pessôa, presidente eleita para o triênio 2013-2016, faz uma avaliação do momento atual do Sinmed-MG, as priori- dades da nova gestão – como a interiorização, a aproximação com acadêmicos e residentes e o fortalecimento da entidade, com a con- quista de um maior número de associados. Na entrevista, Amélia fala também sobre a mulher sindicalista e a marca que dese- ja imprimir ao seu trabalho. Veja também como foi o even- to de posse da diretoria, que con- tou com a pre- sença de dirigen- tes de entidades sindicais de todo o país. Foto: Alexandre Guzanshe/AMG Foto: Alexandre Guzanshe/AMG Foto: Hugo Cordeiro/Arquivo CRMMG

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Page 1: ENTREVISTA Uma nova era para o sindicato · CERIMÔNIA DE POSSE TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 3 Foto: Gláucia Rodrigues O Sindicato dos Médicos de EMinas Gerais realizou um

LUTAS SINDICAIS

Uberlândia: diretoria do sindicato sereúne com o prefeito Gilmar Machadopara esclarecer dúvidas sobre transição

PÁG 10

Médicos servidores da PBH votam porfim das paralisações e apresentamproposta de um novo plano de carreira

PÁG 11

Em Contagem, médicos também lutampor reformulação do plano de carreirae estão atentos à terceirização da saúde

PÁG 11

O governo federal anunciou, em julho,medidas que afetam diretamente a classemédica como o Mais Médicos, os vetos aoAto Médico e a obrigatoriedade de doisanos de residência.

As medidas vieram no bojo das manifes-tações populares durante a Copa das Confede-rações. Em Minas, o Sinmed-MG e entidadesmédicas encabeçaram assembleias e realizaramatos públicos. No interior, os médicos também

protestaram, como em Uberlândia. No dia 8 deagosto, uma grande Marcha Nacional reuniumilhares de médicos em Brasília.

A força da categoria surpreendeu e deu aomovimento uma visibilidade jamais vista, le-vando, inclusive, o governo a retroceder emalguns aspectos. Mas ainda é pouco. O movi-mento não tem data para terminar.

PÁGINAS 8 e 9

PÁGINAS 3, 4, 6 e 7

Uma nova erapara o sindicato

Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912286770/2011 DR/MG/MG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 7 - nº 47 - julho/agosto 2013

TRABALHO MÉDICO

Em Minas, médicos vão às ruas contraas medidas do governo federal

ENTREVISTA

Amélia Pessôa, presidente eleita para otriênio 2013-2016, faz uma avaliação domomento atual do Sinmed-MG, as priori-dades da nova gestão – como a interiorização,a aproximação com acadêmicos e residentes eo fortalecimento da entidade, com a con-quista de um maior número de associados.Na entrevista, Amélia fala também sobrea mulher sindicalista e a marca que dese-ja imprimir ao seutrabalho.

Veja tambémcomo foi o even-to de posse dadiretoria, que con-tou com a pre-sença de dirigen-tes de entidadessindicais de todoo país.

Foto: Alexandre Guzanshe/AMG

Foto: Alexandre Guzanshe/AMG

Foto: Hugo Cordeiro/Arquivo CRMMG

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TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 SINMED-MG EM FOCO2

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Avenida do Contorno, 4.999 – Serra30110 921 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Diretoria:

Diretor Presidente: Amélia Maria Fernandes Pessôa Diretor Secretário Geral: Fernando Luiz de Mendonça Diretor Administrativo Financeiro: Ariete do PerpétuoS. D. de Araújo Diretor Jurídico: Artur Oliveira Mendes Diretor de Comunicação: André Christiano dos Santos Diretor de Campanhas Salariais: Jacó Lampert Diretor de Defesa Profissional: Eduardo AlmeidaCunha Filgueiras Diretor de Formação Sindical e Sindicalização:Paulo Eustáquio Marra Pinto Diretor de Relação com Acadêmicos: César Miranda dos SantosDiretor de Residência Médica: Margarida ConstançaSofal Delgado Diretor de Honorários Médicos: Ewaldo Agrippino F.de Mattos Júnior Diretor de Saúde Pública: Élson Violante Diretor de Saúde Suplementar: Andréa Lúcia ResendeMartins Donato Diretor do Interior e Regionais: Sandra Márcia de Faria Diretor de Saúde do Trabalhador: CristovamChiaradia Barbosa Diretor de Relações Institucionais: Maria Madalenados Santos e Souza Diretor de Pesquisas e Projetos: José Sérgio Carriero JúniorDiretor Sociocultural: Maria Mercedes Zucheratto Castro Diretor de Tecnologia da Informação: Samuel dosReis Garcia Diretor de Previdência Social e Aposentados: CláudioSaliba de Avelar Diretor de Assuntos Legislativos: Cristiano TúlioMaciel Albuquerque

Conselho Fiscal: Efetivos: Érika Monteiro Pinheiro Mourão,José Alvarenga Caldeira, Raidan de Carvalho CanutoSuplentes: Andréa Chaimowicz, Helena Pinheiro Garrido,Alex Sander Ribas de Souza.

Ouvidoria Sindical: Membro titular: CristianoGonzaga da Matta Machado. Membro suplente: Brunnode Amério Ney

Departamento de Comunicação:

Jornalista: Rosângela Costa (MT 11.320/MG)Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP) eRosângela Costa (MT 11.320/MG) Projeto Gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e Ilustrações: Genin GuerraImpressão: ImprimasetTiragem: 1.500 exemplares

A VERSÃO ON LINE DO "TRABALHO MÉDICO" ESTÁ DISPONÍVEL NO SITE DO SINMED-MG - www.sin-medmg.org.br.

NOVO ENDEREÇO

Mais conforto para os médicos com inau-guração da nova sede na av. do Contorno

O Sindicato dos Médicos de Minas Geraisjá está funcionando em sua nova sede, na av.do Contorno – 4.999, bairro Serra. As obrascivis foram concluídas no início de julho. Aetapa de finalização dos acabamentos, ins-talação de ar condicionado, adequação dosmóveis ao espaço e decoração dos ambientesdeve se prolongar até 2014, segundo previsãoda diretoria.

Com área total construída de 1.200 metrosquadrados, a sede conta com três andares. Oprimeiro andar, com 500 m2, abriga a recepçãoe o auditório, que contará com 120 confortáveispoltronas (o sindicato aguarda alvará da Pre-feitura, para ampliação). Para dar suporte aoseventos foram projetadas duas salas de reunião,uma copa, área de serviços, cinco banheiros –dois para visitantes, doispara funcionários e um pa-ra pessoas com necessi-dades especiais e almoxari-fado. Depois de pronto, oauditório estará disponívelpara aluguel, gerando no-vas receitas para o sindicato.

No segundo piso, tam-bém com 500 m2, estãoalocados os departamentos Jurídico, Finan-ceiro, sala da presidência, sala da supe-rin-tendência, CPD, uma sala de reunião (no for-mato de auditório) com 30 lugares, sala dereunião para 20 pessoas e quatro salas indi-viduais para que os advogados possam aten-

der aos associados com maior privacidade.No pavimento 3, com 200 m2, estão os

departamentos de Comunicação e de Cam-panhas, gerência Administrativa, espaço gour-met e dois banheiros.

A questão da acessibilidade não foi es-que-cida. Foram instalados dois elevado-res/plataformas para os acessos ao segundo eterceiro andares.

Fachada chama atenção

Na área externa, uma grande placa re-donda, com a logomarca do sindicato, si-nal-iza o local para os médicos e chama atençãode quem passa na rua.

“Ainda há muita coisa por fazer, masresolvemos mudar para acasa, até por questão deeconomia, já que não pa-garemos mais aluguel”, ex-plica o secretário geral doSinmed-MG, Fernando Men-donça.

O secretário reforçaque o imóvel, que deman-dou investimentos de R$

4,5 milhões entre compra e reforma doprédio, é patrimônio dos médicos e já estávalendo quase o dobro. “A falta de es-trutura era um fator limitante na pres-tação de serviços. Com o novo espaço ga-nham todos”, disse.

Nova sede tem três andares e 1.200m2 de área construída

A sede está localizada em um dos pontos de maior visibilidade da capital mineira

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TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 3CERIMÔNIA DE POSSE

Foto: Gláucia Rodrigues

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais realizou um encontro de con-fraternização para celebrar a posse danova diretoria para o triênio 2013/2016,presidida pela mastologista AméliaPessôa. O evento, dia 6 de julho, mar-cou outro momento histórico na tra-jetória do Sinmed-MG: a inauguraçãoda nova sede própria.

Foram convidados para a cerimôniadirigentes das entidades sindicais mé-dicas ligadas à Federação Nacional dosMédicos de todo o país, sendo re-gistrada a presença de mais de 30 re-presentantes de fora.

A cerimônia foi aberta pelo vi-ce-presidente da Associação Médi-ca de Minas Gerais, Gabriel de Al-

DIRETORIA TRIÊNIO 2013/2016

Posse prestigiada por dirigentes sindicais nacionais

Parte da nova diretoria reunida no evento da posse

“Estamos aqui hoje para celebrar aposse da diretoria do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, triênio2013/2016. Celebrar: comemorar, fes-tejar, solenizar.

Fundado em 11 de julho de 1970,com recém-completados 43 anos, estesindicato tem uma bela historia de lutaem prol da categoria médica, em defe-sa do trabalho do médico, da quali-dade de vida, da saúde do médico, daqualidade da assistência médica, dasaúde pública, do SUS, das coope-rativas de trabalho médico, entreoutros. E, por que não dizer, emdefesa da liberdade e da democracia.

Ao assumirmos a direção deste sindi-cato não podemos nos esquecer da ded-icação dos que nos antecederam, cadaqual dentro do seu tempo, do seuentendimento e no limite das suas pos-sibilidades. Aproveito este momentopara homenageá-los na pessoa da dra.Eliane de Souza, pediatra, primeira mu-lher a assumir a presidência do Sinmed-MG gestão 1992/1995, que hoje muitonos honra com sua presença. Home-nageio também ao dr. Cristiano da MattaMachado, que figura agora também nagaleria dos ex-presidentes.

A diretoria eleita e já empossada emprimeiro de julho é composta de 21diretores, 2 ouvidores, 6 conselheirosfiscais. Alguns colegas são, como eu,

oriundos da gestão anterior. Outros,recém-chegados. Vários deles já comexperiência associativista, seja no meioacadêmico, científico ou cooperativista.Médicos com excelente formação téc-nica, respeitados em suas especiali-dades, reconhecidos por seus pares.

Tenho a honra e o orgulho de enca-beçar essa diretoria. Tenho claro enten-dimento de que a escolha de meu no-me não se deu por ser a única capa-citada para tal função. Registro aqui oreconhecimento aos colegas que, porentenderem ser o mais acertado paraeste momento, depositaram em mim aconfiança para presidir esta instituição.

Nesta noite, além de celebrar o iní-cio desta nova gestão, festejamos tam-bém a entrega da nova sede a toda cat-egoria médica mineira. Essa sede é aconcretização de um sonho muitas ve-zes verbalizado em reunião de dire-toria, quando imaginávamos um es-paço maior e confortável, um espaçoadequado para o funcionamento admi-nistrativo, mas também com pequenocentro de convenções, para realizaçãode nossas assembleias, reuniões e fes-tividades. Um espaço amplo, con-fortável e contemporâneo. Uma casapara o médico. A casa do médico.

Para realizar esse projeto contamosmais uma vez com as instituições par-ceiras. Temos claro que as parcerias

com as entidades e instituições médicasproporcionam sinergia nos esforçosempenhados e potencializam os resul-tados em prol da categoria.

Com determinação e trabalho, alia-dos à ousadia, transformamos essesonho em realidade e é com orgulhoque entregamos essa sede para a classemédica, na festa da nossa posse.

Assumimos a direção do sindicatoem um momento delicado para a ca-tegoria. Somados aos desafios rotinei-ros para defesa do trabalho médicotemos as nossas instituições desrespei-tadas pelo governo com propostassimplistas para problemas extrema-mente complexos.

Ao perseguimos os ideais de vín-culos, carreira e remuneração, bemcomo adequadas condições de traba-lho, sabemos que os beneficiadosnão são apenas os médicos, mastambém outros profissionais de saú-de, nossos parceiros nas equipesmultiprofissionais e, principalmente,os pacientes como recebedores deassistência de qualidade.

Além dos desafios de conjunturatemos a tarefa de ampliar e consolidaro crescimento deste sindicato: na in-teriorização, em número de associados,em arrecadação, nos serviços à cate-goria tanto no seu leque quanto na suaqualidade e, ainda, a missão de conso-

lidar o nome e a força deste sindicatonos cenários regional e nacional.

Assumimos ciente dos desafiosque se apresentam e os que estão porvir, mas estejam certos do nossocompromisso de dedicação e tra-balho árduo nesta gestão. Assumi-mos com a proposta de gestão co-legiada, um trabalho cooperativo, ca-paz de enxergar a riqueza do diversoe da pluralidade, mas com o enten-dimento que é preciso ter clareza donorte, do objetivo a ser atingido e docaminho a ser percorrido.

Nesse sentido caberá a mim, na pre-sidência, a escuta diferenciada, a dispo-sição para o diálogo e o entendimento,mas também a firmeza que se esperade uma sindicalista, de uma presidente.

Sindicalista: dirigente de sindicato- substantivo de dois gêneros. Presi-dente: aquele que preside - substan-tivo de dois gêneros. Uma presidenteque não sabe trabalhar, negociar,presidir, tomar posse, inaugurar ecelebrar sozinha. E, por não saber,divido este palco com os colegas dediretoria, ouvidoria e conselho fiscalcompartilhando este momento decelebração. Pedimos a Deus que nosabençoe e ilumine nosso caminho.Agradecemos a todos pela presença,pela atenção, pelos votos de sucessoe pelas palavras carinhosas.”

Discurso de posse da nova presidente: Amélia Pessôa

meida Silva Júnior. Em seu dis-curso, ele lembrou a importânciada união das entidades médicas pa-

ra somar forças e racionalizar osrecursos e colocou a AMMG à dis-posição do sindicato.

Em seguida, o presidente da Fede-ração Nacional dos Médicos (Fenam),Geraldo Ferreira Filho, destacou que aFenam vai estar sempre ao lado do Sin-med-MG, “um sindicato histórico, mo-delo para todos os outros do país, e danova diretoria, que chega com planosde renovação e muita vontade de servira categoria médica neste momento tãoespecial”.

Cristiano da Matta Machado, quepresidiu o Sinmed-MG por três ges-tões, agradeceu a todos que estiveramcom ele no período que se encerra edestacou que o Sinmed-MG inicia umnovo ciclo, com a atual gestão: “A di-retoria que entra é um grandetime”, disse.

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TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 4

Representantes de sindicatos de todo o pais vieram a Belo Horizonte prestigiar a posse da nova diretoria

Fotos: Gláucia Rodrigues

CERIMÔNIA DE POSSE

Cid Carvalhaes, presidente doSindicato dos Médicos em São Paulo(Simesp): “É uma alegria muito grandeverificar todo o avanço e as conquistasdo Sindicato dos Médicos de MinasGerais. Vejo a chegada da Amélia comomuito auspiciosa. Com certeza ela, e osnovos diretores, vão saber dar conti-nuidade e ampliar as conquistas”.

Geraldo Fer-reira, presidenteda Fenam: “Es-se é um momen-to de alegria coma inauguração danova sede. É umsalto que o Sin-med-MG dá emrelação a sua in-fraestrutura. O sindicato é conhecido pe-las suas lutas e pela assistência prestadaaos médicos. A casa nova vai facilitarmuito a prestação de serviços. A com-posição dessa diretoria é muito signifi-cativa, com uma mulher à frente do sin-dicato. Vemos várias mulheres ocupandoespaço no movimento médico, e é muitobom quando elas chegam à presidência. Eaqui há uma renovação de liderança que éimportante, faz bem para o movimento.É uma nova porta que se abre, uma novaforma de olhar, um novo ângulo a servisto. A diretoria conseguiu conciliar duascoisas importantes: experiência e renovação”.

Helton Frei-tas, diretor-presi-dente da Uni-med-BH: “Vejocom muita ale-gria esse proces-so de sucessãodo sindicato, comuma renovaçãoimportante, masao mesmo tempo mantendo a mesmalinha. Parabenizo pela casa nova, que vaiproporcionar muito mais qualidade econforto aos sócios”.

José Roberto Cardoso Murisset, doConselho Fiscal Sindmed Grande ABC eRegião, secretário de Diretos Humanosda Fenam: “O Sinmed-MG tem umahistória de lutas democráticas, umalonga tradição. A nova presidente cer-tamente vai contribuir na luta por mel-horias para os médicos de BeloHorizonte e toda as Minas Gerais”.

João Batista Botelho de Medeiros, dire-tor de Formação e Relações SindicaisSinMedMs; secretário geral da Fenam:“Estou no movimento nacional há 12anos, pela Fenam, e acompanhando atrajetória do Sindicato dos Médicos deMinas Gerais. Eu vejo um grande cres-cimento do Sinmed-MG em função damelhoria da gestão e da própria ar-recadação da entidade”.

Eduardo Car-los Gomide, pre-sidente do Sindi-cato dos Odonto-logistas de Mi-nas Gerais (Somge):“Os sindicatosdos médicos edos odontólo-gos têm umamissão em comum, um papel funda-mental que é a defesa dos direitos dosprofissionais. O Somge já trabalha hámuito tempo em sintonia com oSinmed-MG”.

Luis Baltazar, vice-presidente do Sin-dicato dos Médicos do Espírito Santo:“Temos certeza que o caminho que vai sertrilhado é o melhor para os médicos deMinas Gerais e para o médico brasileiro”.

Waldir Cardoso, diretor Finan-ceiro do Sindicato dos Médicos doPará; diretor adjunto de Comuni-cação da Fenam: “É uma satisfaçãover o crescimento do Sinmed-MGaqui refletido nessas novas insta-lações, o que significa que o sindi-cato tem conseguido ampliar a suarepresentatividade”.

Wellington Galvão, presidente doSindicato dos Médicos de Alagoas: “O

DEPOIMENTOS

A pediatra Eliane de Souza pres-tigiou o evento. Ela foi a primeirapresidente mulher do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, no perío-do de 1992 a 1995, e provavelmenteuma das pioneiras no país a presidiruma entidade sindical.

Em depoimento ao “TrabalhoMédico”, Eliane de Souza elogiou atrajetória da atual presidente no sin-dicato. Sobre o fato de uma mulhervoltar à presidência, disse: “Pensoque nós mulheres precisamos ocupareste espaço, porque a Medicina estáse tornando uma profissão feminina.Tenho certeza que a Amélia faráuma ótima gestão, junto dos ou-tros diretores. Essa renovação de

lideranças é importante. E lembro,sempre, que a gente passa e a enti-dade fica”.

Maria Rita de Assis Brasil, vice-presidente do Sindicato dos Médicosdo Rio Grande do Sul (Simers) ediretora de Direitos Humanos, Dis-criminação e Gênero da Fenam, tam-bém deu seu depoimento na posseda nova presidente: “Apesar doSinmed-MG já ser historicamenteum sindicato forte, combativo, ficomuito feliz de ver na presidência umamulher. De certa forma, eu mesinto também vitoriosa, por vermais um mulher assumindo car-gos diferenciados no nosso mo-vimento médico sindical”.

Primeira presidente prestigiou a cerimônia

Maria RitaAmélia e Eliane de Souza

Clovis Cavalcanti, presidente doSindicato dos Médicos de Niterói e daFenam Regional Sudeste: “O sindi-cato mineiro tem se distinguido pe-las suas ações no contexto nacionalde luta pelo médico”.

Gabriel de Almeida Silva Júnior, vice-pres-idente Associação Médica/MG: “O sin-dicato tem uma trajetória extremamentevitoriosa. É muito importante que as en-tidades médicas estejam juntas trabalhandoem prol da categoria e da união de toda aclasse médica. A Associação Médica se co-loca como uma aliada do sindicato na pro-moção e resgate da dignidade dos médicos”.

sindicato de Minas hoje é uma re-fer-ência para o Brasil, em termos de orga-nização, de luta. Cresceu muito nosúltimos anos, apareceu muito e vaiavançar”.

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5TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013

5 de agosto foi um dia histórico paraa saúde no Brasil. Nessa data, o Mo-vimento Saúde+10 entregou na Câmarados Deputados, em Brasília, o Projetode Lei de Iniciativa Popular. Se apro-vado, o projeto assegurará o repasse de10% das receitas correntes brutas daUnião para a saúde pública brasileira.

Ao longo de pouco mais de um ano,o Movimento Nacional em Defesa daSaúde Pública (Saúde+10) conseguiulevantar 1.896.592 assinaturas para oprojeto, com o apoio de centenas de

DESTAQUES

MOVIMENTO SAÚDE+10

Documento com 1.896.592 assinaturasé entregue na Câmara dos Deputados

CRMMG

Chapa 1 vence eleições do CRMMG

Parte dos novos conselheiros eleitos

A chapa 1 – Defesa Profissionalvenceu, no dia 6 de agosto, as eleiçõespara o Conselho Regional de Medicinado Estado de Minas Gerais.

João Batista Gomes Soares, presi-dente do CRMMG, fala sobre avitória e o relacionamento com asentidades: “Num primeiro momen-to o sindicato apoiou a chapa deoposição, mas isso não vai abalar onosso relacionamento, porque asentidades estão acima das pessoas.Temos uma relação muito boa tam-bém com a Associação Médica,amistosa, saudável e democrata e

H1N1

Diagnóstico corretopode salvar vidas

O Sinmed-MG se engajou nacampanha coordenada pela Se-cretaria de Estado de Saúde,com o objetivo de orientar osmédicos sobre o manejo clínicodo vírus Influenza.

Representantes do Sinmed-MG e outras entidades médicasparticipam das reuniões sobre oassunto. Uma das ações foi agravação de um programa noCanal Minas Saúde da SES, dis-ponível na página do site: http://www.canalminassaude.com.br.

A presidente do Sinmed-MG,Amélia Pessôa, colocou os canaisde comunicação do sindicato àdisposição da Secretaria paradivulgação de informações quepossam ajudar no controle dadoença e orientar os médicos.

A superintendente de Vigilân-cia Epidemiológica, Ambiental eSaúde do Trabalhador da SES-MG, Deise dos Santos, disse queé importante que os médicosnotifiquem todos os casos eóbitos suspeitos e que observema definição de Síndrome Respi-ratória Aguda Grave no sistema‘SINAN Influenza on line’, in-dependente de coleta ou resul-tado laboratorial.

Em 2013 estão circulando noEstado a Influenza A/H1N1,A/H3N2 e Influenza B. O go-verno estadual distribuiu cerca de90 mil caixas do antiviral Osel-tamivir para os municípios. A ori-entação é que a medicação seja pre-scrita logo após os primeiros sin-tomas. O Sinmed-MG mantém asinformações atualizadas no site.

entidades como o Conselho Nacional deSaúde, Fenam, CFM, AMB, OAB,CNBB, Fenafar, Assembleia Legislativade Minas Gerais e diversos outros re-pre-sentantes da sociedade civil e das ca-tego-rias da saúde.

Com a regulamentação da EmendaConstitucional 29, por meio da Lei Com-plementar 141/2012, foram definidos osatos que podem ser considerados ações eserviços de saúde e os percentuais deinvestimento das três esferas de governono SUS. Foi estabelecido que estados emunicípios brasileiros aplicassem 12% e15% de suas receitas correntes brutas,respectivamente.

A Lei frustrou a expectativa de todosao estabelecer que a União repassaria pa-

ra a saúde o valor investido no ano ante-rior mais a variação nominal do Pro-dutoInterno Bruto (PIB), o que corres-ponde aaproximadamente 7% das receitas.

Os 10% pleiteados pelo Movimentorepresentam um incremento de aproxi-madamente R$ 43 bilhões no orçamen-to da saúde, totalizando o montante deR$ 130 bilhões anuais.

O presidente da Câmara dos De-putados, Henrique Eduardo Alves, querecebeu as caixas com as assinaturas,devidamente auditadas, prometeu emseu discurso que “esse projeto não vaificar engavetado e ninguém vai ficarsentado em cima dele, até porque asaúde já esperou demais, já morreugente demais”.

Conselheiros Efetivos: Ajax PintoFerreira, Alexandre de Menezes Ro-drigues, Antônio Dírcio Silveira, CésarHenrique Bastos Khoury, Cibele Alvesde Carvalho, Cícero de Lima Rena,Cláudia Navarro Carvalho DuarteLemos, Eurípedes José da Silva, FábioAugusto de Castro Guerra, HermannAlexandre V. von Tiesenhausen, IvanaRaimunda de Menezes Melo, Itagibade Castro Filho, João Batista Gomes

Soares, José Afonso Soares, JoséCarvalhido Gaspar, José Luiz FonsecaBrandão, José Tasca, Nilson Albu-querque Júnior, Ricardo Hernane La-cerda Gonçalves de Oliveira, RobertoPaolinelli de Castro.

Conselheiros Suplentes:Alcino Lázaroda Silva, Angelo Flavio Adami, AntônioCarlos Russo, Augusto Diogo Filho,Bruno Mello Rodrigues dos Santos,Cláudio Salum Castro, Eduardo Luiz

Nogueira Gonçalves, Fabiana Pradodos Santos Nogueira, Geraldo BorgesJúnior, Giovana Ferreira Zanin Gon-çalves, Jairo Antônio Silvério, JorgeGeraldo Tarabal Abdala, José Nalonde Queiroz, Luiz Henrique de SouzaPinto, Márcio Abreu Lima Rezende,Márcio de Almeida Salles, Mário Bene-dito Costa Magalhães, Vera HelenaCerávolo de Oliveira, Victor Hugo deMelo, Victor Marques de Alencar.

Conheça os integrantes da chapa vencedora:

queremos abrigar ainda mais osacadêmicos de medicina e os resi-dentes, por entender que essa união

é importante para enfrentar osdesafios. Vamos trabalhar sempre afavor do médico”.

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TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 ENTREVISTA6

AMÉLIA PESSÔA

A estrutura está pronta. É hora de fortalecer o sindicato

A presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Amélia Pessôa, fala sobre os planos para a nova gestão e faz uma avaliação do momento atual das lutas da categoria

A sra. é a segunda mulher a ocu-par a presidência do Sinmed-MG.Como vê o fato de uma mulherassumir a direção do sindicato?

Nós tivemos aqui no sindicato aEliane de Souza, que foi presidentede 92 a 95. Na época em que elaassumiu era pouco comum mu-lheres em postos de liderança não sóna atividade sindical como nopróprio mercado de trabalho. Issomudou. Particularmente, no caso daMedicina, assistimos a uma cres-cente feminização da profissão, commais mulheres se formando do quehomens. Se a mulher está mais pre-sente no mercado de trabalho,contribuindo para o PIB, parti-

cipando do processo de produção ede ganho de riqueza para as or-ganizações nada mais justo quetenha também o direito de ocuparpostos de decisão e definir políticasque sejam interessantes para asinstituições que dirigem.

A sra. acredita que as mulherestenham um jeito diferente de “gov-ernar”?

Não necessariamente o fato deter uma mulher na direção re-

presenta uma mudança. Não éuma questão de gênero, mas depessoas. Mas, se a mulher quiser,ela pode fazer diferente porqueseu olhar é mais alargado, con-segue enxergar o mesmo tema, amesma situação de diferentespontos de vista. E aqui no sin-dicato essa visão ampliada podeajudar muito, pois são muitas coi-sas com as quais precisamos lidar.

Cada presidente imprime seu estilona gestão. Qual a marca que a dra.Amélia, presidente do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, querimprimir?

A diretoria do sindicato é umgrupo heterogêneo na questão deidade, da experiência, da vivênciaassociativista etc, e por isso muitorico. Cabe a mim, como presi-dente, integrar esse grupo e pro-piciar um ambiente para que aspessoas possam contribuir, cadaqual à sua maneira, de acordo coma sua experiência e seu potencial.Um ponto que discutimos muitofoi a questão da gestão partici-pativa, colegiada. Uma diretoriaque represente a pluralidade dacategoria. Mas não adianta as pes-soas serem diferentes, se não hou-ver um norte, um objetivo comum.

Quais são esses objetivos? O queprecisa ser aprimorado no sindicatona sua visão?

Tivemos nas últimas gestões umtrabalho de organização do Sinmed-MG, tanto em relação à estruturainterna como financeira. Prova dissoé a nova sede. Acho que agora é

hora de fortalecer o sindicato comoinstituição e junto à categoria. Éhora de consolidar, de expandir, epara isso precisamos ter um projeto.Saber onde realmente queremoschegar nestes três anos de ges-tão e trabalhar nesse sentido. Asdemandas são muitas e, se não tiver-mos isso claro, acabamos sendosufocados pelo cotidiano. Devemosolhar sempre um pouco mais parafrente em cada reunião, em cadaatendimento, em cada campanha,por menor que o movimento seja.

E onde o sindicato quer chegar?

Um dos objetivos é aumentar anossa base e nesse aspecto entra a

questão da interiorização. O sin-dicato tem uma base imensa quecompreende quase todo o estado deMinas Gerais e, de alguma forma,precisa estar nesses municípios: pre-sencialmente, por telefone, email,delegacias sindicais, videoconferên-cia. Em qualquer lugar onde estiver,o médico precisa ter a segurança deque o sindicato está lá com ele.Então, a interiorização é um grandedesafio na nossa gestão.

Outra questão importante, volta-da para o alargamento da nossa

base, é incrementar o número decontribuições sindicais e sociais.Na verdade, quando o médico seassocia, ele está, de alguma forma,reconhecendo o sindicato como oseu defensor na questão do traba-lho. Então, essas duas con-tribuições, além de representaremesse reconhecimento, vão trazeruma arrecadação maior. Para osindicato assumir novos compro-missos ele precisa de recursos.

Pensando na outra ponta, adiretoria tem alguma estratégiapara ampliar o relacionamento comos acadêmicos?

Esse é outro desafio. A questãoda formação médica é muitoimportante para o sindicato. Estarperto das instituições formadoras,das universidades, dos acadêmicos éuma forma da gente acompanhar asdemandas, as expectativas dessesjovens. Vemos nessa aproximaçãoa possibilidade de formarmos no-vas lideranças, porque são pessoasque muito precocemente vão tercontato com o mundo sindical. Noatual cenário vemos como a ca-tegoria médica pode ser atingidadesde a formação, e por issoprecisamos estar juntos. Tambémpretendemos aumentar a interaçãocom os residentes. Criamos in-clusive diretorias voltadas para osdois públicos: as diretorias de

Não necessariamente o

fato de ter uma mulher na direção representa

mudanças. Não é questãode gênero

Em qualquer lugar onde estiver, o médi-co precisa ter a segurançade que o sindicato está lá

com ele

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7ENTREVISTA

AMÉLIA PESSÔA

Relação com os Acadêmicos e deResidência Médica.

O sindicato realizou uma mu-dança em seu estatuto criando 21diretorias. O que levou a essamudança?

Resolvemos criar as diretoriaspor entender que é importante terfoco no trabalho. Levamos emconsideração a afinidade de cadadiretor com a área de atuação dadiretoria. Isso não quer dizer queo diretor vai ficar restrito a suaárea, porque a agenda de com-promissos do sindicato é muitogrande e precisa de todos. A partirdas diretorias estamos criandonúcleos de trabalho, agrupandodiretorias afins. Não é nadaimutável, dependendo do mo-mento uma diretoria pode seragregada no trabalho de determi-nado grupo. É uma forma do dire-tor também não trabalhar sozinhona área de sua competência.

Como a sra. vê este momentoque a categoria está vivendo,com as últimas medidas do go-verno federal em relação aoprograma Mais Médicos e osvetos ao Ato Médico?

Tínhamos indícios que o go-verno estava preocupado com es-ses assuntos, mas a categoria foiliteralmente surpreendida pelarapidez e pela maneira como ascoisas foram impostas. Não houveum debate com os interessados.Simplesmente, no bojo das mani-festações populares, o governopublica a medida provisória doMais Médicos, que conseguiudesagradar a categoria médicacomo um todo. E, para piorar,resolve mexer na questão da for-mação do médico. Paralelo a isso,tivemos a questão dos vetos àchamada “Lei do Ato Médico”,fato que nos surpreendeu maisainda. A lei tinha sido aprovadadepois de muitos anos até com um

certo consenso, com um certoacordo, e os vetos da presi-dente foram totalmente con-trários ao que se esperava.

A união das entidades temsido um ponto forte desse mo-vimento e de outros que acon-teceram em Minas. Como a sra.definiria o papel do sindicatoneste contexto?

O sindicato sempre apontou oque não achava certo. Em todas ascampanhas salariais metade dasreivindicações se referem à remu-

neração, à questão do vínculo, dacarreira e a outra metade a con-dições de trabalho. São bandeiraspermanentes do sindicato. Achoque, como sindicato, também as-similamos melhor a ideia de quetodo movimento traz perdas, des-gaste, cansaço. Onde existe guerratêm baixas. Além dos médicos,sabemos que a população estásendo penalizada com as paral-isações, mas isso já acontece nodia a dia com a má gestão, com afalta de financiamento. O movi-mento é justamente para mostrarisso.

Outra questão que o sindicatoestá atento é o fato do governo estarpassando por cima de vários marcoslegais, que compreendem o universode atuação do nosso jurídico. Desdea questão da Constituição, quedetermina o acesso ao serviçopúblico por concurso, até o des-respeito a direitos trabalhistas queestão na CLT.

As entidades sempre apontam anecessidade da categoria ter o apoioda sociedade para as suas lutas. Asra. acredita que a população hojeestá mais próxima do médico?

Alguns setores da sociedadeainda acham que a luta do mé-dico é corporativista, como seuma reserva de mercado. Nóstambém queremos mais mé-dicos, mas profissionais quesejam qualificados e, principal-mente, queremos uma melhorestrutura na saúde, para poder-mos atuar. Para o governo o fatode não ter médicos é a únicacausa da desassistência, quandoé apenas um dos componentes.Então eu falo que o governoachou uma solução simplistapara um problema extrema-mente complexo. Na medidaque a população entende que oproblema não é só falta demédicos, mas também de re-médios, de equipamentos, defluxo, de leitos hospitalares, elavai ficar do lado do médico, poistambém sairá beneficiada.

A sra. acredita que esse movi-mento sairá vitorioso?

A reação da categoria médicafoi muito pujante. Não me lembrode outro movimento igual e issoestá chamando a atenção do mun-do todo. No Brasil, a mídianunca deu tanto destaque àsituação da saúde. Está ouvin-do o governo, mas também oponto de vista do médico.

Penso que o governo vai fazertudo para implementar as mu-danças, embora já tenha recuado emquestões como o aumento dos cur-sos de Medicina em dois anos.Dentro do pacto anunciado, asmudanças na saúde são, teorica-mente, as que poderiam se efetivarmais rápido. Para a categoria mé-dica ser vitoriosa, ela tem que ficarunida e estar preparada para ummovimento que pode durar meses.

Qual seria o projeto de saúdeideal para o Brasil?

As novas medidas mostram queo governo não tem interesse emmexer nessas questões de carreira,de remuneração, de vínculos, decondições de trabalho. A maneiraadequada de fazer as coisas é dis-cutir com a sociedade, apresentarum projeto de lei, encaminharpara o legislativo, fazer o debate e,não, utilizar o recurso de umamedida provisória. Entendemosque o governo federal está tra-tando a saúde de uma maneiraextremamente equivocada. Sabe-mos que são necessárias medidasemergenciais, que precisam demais rapidez na implementação.Mas, mesmo essas medidas pre-cisam estar dentro de uma pro-posta de sustentabilidade, de mé-dio e longo prazo. Como você fazum projeto para a saúde commédicos recebendo bolsa, traba-lhando três anos, sem compro-vação de proficiência para o país?É a proposta de um governo queestá tentando se reeleger e não de

quem está realmente preocupadoem resolver e fazer um projetobom para a população, sustentá-vel, que mude a realidade.

Estamos vivendo uma situaçãonova com as medidas do governofederal. Mas quero lembrar que emtodas as esferas – municipal, esta-dual, federal – a saúde sempre foi oponto pior avaliado pela população.Então as mudanças precisam acon-tecer em todos os níveis.

A categoria foi literalmente

surpreendida pela rapidez e pela maneiracomo as coisas foram

impostas

Em todas as esferas - municipal,estadual, federal - a

saúde sempre é o pontopior avaliado pela

população

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TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 8 LUTAS SINDICAIS

Os médicos, que já estavam mobiliza-dos em todo os país, tiveram que forta-lecer ainda mais o movimento, surpre-endidos com as novas imposições dogoverno federal. Depois de anunciar avinda dos médicos estrangeiros semrevalidação do diploma, no dia 8 de julho,o Ministério da Saúde editou a medidaprovisória do programa Mais Médicos,onde, pelas regras do edital, médicosseriam chamados para trabalharem nointerior, com um contrato de três anos,uma bolsa de R$10 mil por 40h sema-nais, sem nenhum vínculo empregatício.

A medida provisória fere a Cons-titu-ição, descumpre as leis trabalhistas e nãoresolve o problema da saúde pública.Maria Mercedes, diretora socio-culturaldo Sinmed-MG, considera esse ummomento crítico para a categoria e porisso acha importante alertar a popu-lação, para o que está acontecendo:“Não adianta ter mais médicos, pois issonão vai resolver o problema da saúdepública. Temos que ter mais médicos econdições de trabalho”, afirmou.

Enquanto a categoria discutia oprograma Mais Médicos, no dia 11 de

julho, a presidente Dilma Roussefsancionou a Lei do Ato Médico com10 vetos, todos importantes para aatividade médica. Após, nada menosque 11 anos de discussão no Con-gresso, numa canetada, a presidentevetou artigos que qualificam o exercí-cio da profissão.

Ainda em julho, no dia 22, o gov-erno federal anunciou outramudança, dessa vez com relação àduração do curso de medicina,aumentando de 6 para 8 anos, sendoque, nos dois últimos anos, os

MANIFESTAÇÃO

Médicos participam de manifestação durante a Copa das Confederações, em Belo Horizonte

acadêmicos deveriam trabalhar parao SUS. A atitude do governo feder-al provocou um sentimento deindig-nação e a categoria mais umavez teve motivos de sobra paravoltar às ruas. O ginecologista eprofessor Vitor Melo saiu da salade aula para participar do ato públi-co em frente a escola de Medicina daUFMG. Para ele, a medida pro-visória tem uma enormidade deações anticonstitucionais: “O MaisMédicos, na minha opinião, é de-magógico e eleitoreiro”, disse.

O governo federal tentou imporsua decisão, mas os médicos mos-traram não apenas a força da cate-goria, mas a união em defesa da qua-lidade no atendimento à saúde pú-blica, que precisa urgentemente de umtratamento de emergência. A pressãofoi forte o suficiente para fazer o gov-erno recuar. No dia 31, o ministro daEducação, Aloisio Mercadante, anun-ciou a retirada da proposta de ampli-ação do tempo do curso. Mas agora ogoverno quer que a residência médicapasse a ser obrigatória. Mais umimpasse nessa luta.

As medidas anunciadas em julhopegaram de surpresa as entidades médicas, pela imposição de ações em relação à saúde,

todas afetando diretamente a categoria

Governo federal na contramão da saúde

Movimento em frente a Faculdade de Medicina

Ato de protesto, em Uberlândia, dia 31 de julho

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MANIFESTAÇÃO

A presidente Dilma Roussef rece-beu uma carta assinada pelas enti-dades médicas mineiras, informandoque a categoria se encontra mobiliza-da na defesa intransigente da boaprática da assistência á saúde.

Na carta, protocolada no dia 22de julho, além de repudiar as pro-postas que estão na contramão damelhoria da saúde pública, os mé-dicos mineiros pedem a aprovaçãourgente da PEC 454 que prevê umacarreira de Estado para o médico eo Projeto de Lei Saúde +10, que

prevê a aplicação de 10% da receitabruta da União, em investimentosna saúde.

A carta foi assinada pelas entidades:Sindicato dos Médicos de MinasGerais (Sinmed-MG), AssociaçãoMédica de Minas Gerais (AMMG),Conselho Regional de Medicina deMinas Gerais (CRMMG), Associa-ção Mineira de Médicos Residentes(Amimer), Sociedade de Acadêmicosde Medicina de MG (SAMMG),Direção Executiva Nacional dosEstudantes de Medicina (Denem).

A mobilização dos médicos con-tinua em todos o país. Em agostoestão previstas várias ações, como aMarcha Nacional para Brasília, queaconteceu dia 8, e o ENEM, nos dias9 e 10. Um discurso único está pre-sente em todas as manifestações: oBrasil tem médicos suficientes paraatender a população, o que falta éinfraestrutura para trabalhar.

Amélia Pessôa, presidente do Sin-

med-MG, reforça essa tese com ba-se em dois projetos importantes,que estão no Congresso: o da Car-reira de Médico do Estado e o SUS+ 10, que defende o aumento dosrecursos federais para a saúde.

“Se a gente tiver a carreira demédicos e o financiamento ade-quado para a saúde não precisatrazer médico de nenhum lu-gar”, conclui.

Dilma recebeu carta das entidades mineiras

Para dar visibilidade ao movi-mento e contrapor à propagandainstitucional do governo federal, osmédicos redigiram uma carta abertaà população. O material foi dis-tribuído pela categoria durante oato público realizado dia 31 dejulho, na av. Afonso Pena, em frenteao CRMMG.

Ao pedir desculpas pela paralisaçãodos serviços e reforçar que a categorialuta por um SUS universal, integral,gratuito e de qualidade, os médicosprocuram mostrar para a populaçãoque a luta não é só deles, mas de todaa sociedade que, com certeza, temdireito a um atendimento público, gra-tuito e de qualidade.

Entidades buscam o apoio da população

9

Representantes de Minas partipam do ENEM, em Brasília

TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 LUTAS SINDICAIS

A mobilização em Minas começoujunto com a grande mobilização na-cional que mudou a cara do país, du-rante a Copa das Confederações. Como fim dos jogos, a população voltoupara casa, mas os médicos conti-nuaram mobilizados para protestarcontra o governo federal, que pres-sio-nou a categoria ao divulgar a con-tratação de médicos estrangeiros, paratrabalhar em cidades do interior, sem arevalidação do diploma. Em repúdio,o Sinmed-MG, a AMMG, o CRMMGe a Associação Nacional dos MédicosResidentes (ANMR) promoveram nodia 3 de julho um ato público e pas-seata até a Praça Sete, que contou coma participação de dois mil médicos.

A publicação da medida provisóriaque criou o programa Mais Médicosno dia 9 de julho, os vetos à Lei do AtoMédico no dia 11 e a proposta deampliar em dois anos o curso deMedicina, anunciada dia 22, moti-varam ainda mais a categoria a unirforças contra as propostas do governofederal. A presidente do Sinmed-MG,Amélia Pessôa, integrante do GabineteNacional de Crise, participou de reu-nião na Federação Nacional dos Mé-dicos, Fenam, em Brasília, que decidiupela paralisação da categoria, nos dias23, 30 e 31 de julho.

No dia 15 foi realizada uma nova as-sembleia em Belo Horizonte, com a pre-sença de 600 médicos, que decidiramacompanhar a proposta de paralisaçõesda Fenam. A plenária votou também pelacriação do Gabinete Regional de Crise,para organizar as ações aprovadas.

No dia 23 houve paralisação em

várias unidades do SUS. Foi realizadoum ato público em frente à Escola deMedicina da UFMG, com a presença deaproximadamente 250 médicos. Encer-rando a primeira fase de mobilizações,dia 31, cerca de 75% das unidades desaúde paralisaram o atendimento eaproximadamente 400 médicos parti-ciparam de um ato público realizado naav. Afonso Pena. Os médicos entre-garam para a população uma carta aber-ta explicando porque a categoria contin-ua mobilizada.

Em nova assembleia, os médicosdecidiram reforçar a Marcha Nacionalpara Brasília, no dia 8 de agosto. Já nodia 20 de agosto, a presidente do Sin-med-MG, Amélia Pessôa, e os diretoresEwaldo Agrippino, Jacó Lampert eEduardo Filgueiras estiveram em Bra-sília participando do movimento contraos vetos ao Ato Médico, juntamente coma caravana de estudantes, médicos e resi-dentes em medicina de Minas Gerais.

“Mais do que nunca, a categoria temque ficar unida e forte para fazer valer osseus direitos”, diz a presidente doSinmed-MG, Amélia Pessôa.

Protestos no interior

Os médicos do interior tambémprotestaram contra as ações do go-verno federal. Em Uberlândia, onde oSinmed-MG tem uma delegacia sin-dical, a categoria promoveu um atopúblico, no dia 31 de julho, em frenteà sede do CRM, e elaborou um do-cumento para mostrar os problemasdo programa Mais Médicos e pedir oapoio da população

Médicos mineiros mobilizados contra as imposições do governo

Agosto, a luta continua com grande Marcha Nacional

Assembleia do dia 15/julho reuniu 600 médicos, na AMMG

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LUTAS SINDICAIS TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 10

Unidades de saúde agora nas mãos da FundaSus

Uberlândia: sindicato se reúne com prefeito paraesclarecer dúvidas sobre mudanças na gestão da saúde

O processo de mudanças na gestãoda Saúde que prevê a transferência dosservidores, incluindo a categoria médi-ca, da Fundação Maçônica para a re-cém-criada FundaSUS, está preocu-pando os médicos de Uberlândia.

Para esclarecer algumas dúvidas re-lacionadas à transferência e ao pro-cesso seletivo, o diretor de DefesaProfissional do Sinmed-MG, EduardoFilgueiras, e o ouvidor, Cristiano daMatta Machado, reuniram-se com oprefeito de Uberlândia, Gilmar Ma-chado, na tarde de 1º de julho.

No mesmo dia, os diretores se en-contraram com os médicos para co-municar e avaliar o resultado da reu-nião com o gestor.

Alguns retornos do prefeito

A transferência dos servidoresacontecerá nos próximos 18 meses e jánão há mais repasse financeiro para aFundação Maçônica uma vez que aprópria Prefeitura fará o depósito di-reto na conta do funcionário.

A Prefeitura assumirá na in-tegri-dade o pagamento das indeniza-çõestrabalhistas pertinentes por oca-sião dademissão do funcionário.

O processo de substituição seráfeito de maneira gradativa, por uni-dade, de forma que o processo seletivosimplificado será pontual.

O tempo de serviço no setor pú-blico voltará a ser critério de seleção.

Aqueles que efetivamente queiram

Médicos ligados à Prefeiturade Barão de Cocais delibera-ram, em Assembleia Geral Ex-traordinária, dia 24 de julho,pelo envio de um novo ofício àPrefeitura do município reinvi-dicando o aumento no valor doplantão para R$ 2.000 e que essereajuste seja estendido para osmédicos do ambulatório.

Participaram da assem-bleia o diretor do Sinmed-MG, Jacó Lampert, e a ad-vogada do depar tamentoJurídico, Débora Oliveira,além de médicos que atuamno Hospital Municipal Wal-demar das Dores e no PSF.

Jacó Lampert abriu a as-sembleia informando aos pre-sentes sobre a reunião reali-zada na tarde do mesmo diacom o prefeito Armando Ver-dolin Brandão; o secretáriomunicipal de Saúde, OtávioMarques Soares; e o secretáriode Planejamento, Geovani Fer-reira Guimarães.Também par-ticiparam os médicos do mu-nicípio Marconi Soares e Ca-roline Castro.

No encontro realizado naPrefeitura do município foramdiscutidas as propostas para acampanha salarial de 2013, queconstam no ofício enviado peloSinmed-MG: piso salarial deR$10.412; revisão do Plano deCargos, Carreira e Vencimen-tos; realização de concurso pú-blico e reajuste no valor doplantão. O prefeito se com-prometeu a avaliar as reivin-dicações e pediu um prazo de 30dias para dar a resposta.

No dia 29 de agosto, osindicato realizou uma novaassembleia no município. Naocasião foi apresentada a pro-posta da Prefeitura para a ca-tegoria, que deliberou por ela-borar uma contraproposta.

FUNDASUS

UBERLÂNDIA

Médicos de Barãode Cocais queremaumento do valor

do plantão

BARÃO DE COCAIS

Após muitas reuniões e tentativasde negociação de um acordo coletivo,sem sucesso, o Sinmed-MG entroucom uma ação coletiva contra váriasirregularidades trabalhistas da SPDM(Associação Paulista para o Desen-volvimento da Medicina), organizaçãoque administra o hospital municipal deUberlândia.

O sindicato iniciou as negoci-ações em 2012, na tentativa de regu-

larizar o pagamento dos cerca de400 médicos, que atuam no hospital.Eles cobram direitos coletivos quesão sonegados pela SPDM, como adiferença de adicional noturno,pagamento em dobro dos feriados,aplicação de acordos coletivos, pa-gamento de horas extras, entre out-ros. A SPDM negou as irregulari-dades e não aceitou negociar.

O diretor Jurídico do sindicato,

Artur Mendes Oliveira, explica queo “Sinmed-MG entrou com a açãocoletiva em fevereiro desse ano, e nodia 19 de julho foi realizada a pri-meira audiência de conciliação.Como a SPDM se negou a negociar,por entender que paga corretamenteos médicos, o processo segue ocurso normal e foi marcada umanova audiência, para o próximo dia25 de outubro”.

Sem acordo, Sinmed-MG entra com ação coletiva contra irregularidades trabalhistas da SPDM

se desligar devem informar aos seuscoordenadores, uma vez que será emi-tido novo aviso-prévio.

Após a transferência das unidadesassistenciais para a FundaSUS, essasofrerá uma mudança na naturezajurídica passando de Fundação Públicade Direito Privado para FundaçãoPública de Direito Público. A con-clusão desse processo se dará ao longodo atual mandato.

A forma de contratualização daFundação Sal da Terra, por metas, émotivo de conforto para o gestor querepassa recurso mediante o cumpri-mento das metas.

A categoria deve passar de mera

executora para participante do pla-neja-mento, o que terá uma repercussão dire-ta nas condições de trabalho.

Sobre a questão do plano de car-reira para a profissão médica naFundaSUS, o prefeito informou que,em cerca de 2 meses, enviará o pro-jeto para a Câmara Municipal.

Reajuste

Sandra Márcia Faria, diretora dosindicato, explica que foi negociadoum reajuste de 6,5% para os médicos,que incidirá a partir do mês de julho. Adiferença de janeiro a junho será pagaem parcela única em setembro.

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TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013 11LUTAS SINDICAIS

Campanha da PBH: comissão de mobilização se empenhana elaboração de um novo plano de carreira para os médicos

O Sinmed-MG, juntamente com umacomissão de médicos, está elaborandoum novo plano de carreira para os médi-cos da Prefeitura Municipal de BeloHorizonte. As principais premissas doplano foram apresentadas aos gestoresem reunião realizada no dia 12 de agos-to, na secretaria de Saúde. A ideia é queuma proposta de plano esteja concluídaaté outubro.

A promessa de reformulação doplano foi, segundo o diretor AndréChristiano dos Santos, o principal ganhoda campanha. Ele avalia o movimentoda PBH como “muito vigoroso doponto de vista da participação da cate-goria, com assembleias cheias, e os médi-cos mostrando a sua indignação”.

Sob o aspecto das conquistas, An-dré diz que as negociações forammuito difíceis mesmo diante da gravesituação da falta de médicos na redepública. Após 19 assembleias, coletivade imprensa, manifestações públicas equase dois meses de paralisações osmédicos servidores da PBH obtiveramapenas a reposição da inflação: “Acurto prazo os ganhos foram mínimos,

DisqueDenúncia está ativo

O Disque Denúncia, criadopelo Sindicato dos Médicosdurante a campanha da PBH,continua aberto para receberdenúncias, reclamações, depoi-mentos sobre as más condiçõesde trabalho e quaisquer outraspressões que aconteçam nasunidades de saúde.

As informações, fotos e de-poimentos enviados são sigilo-sos e estarão sob a responsabi-lidade do Sinmed-MG, que aotomar conhecimento dos fatostomará as providências neces-sárias para orientar o médicoe mudar a situação. Anote:[email protected]

PBH

Assembleias, atos públicos, coletiva: médicos mobilizados

mas acho que conseguimos construircom a Prefeitura a possibilidade demelhorias mais a longo prazo. Com areformulação do plano, o sindicatoespera obter ganhos mais significativospara a categoria”, avalia.

Samuel dos Reis Garcia, recen-temente empossado diretor de Tec-nologia da Informação do Sinmed-MG, destaca também a grande mo-

bilização como ponto positivo da cam-panha deste ano: “O fator aglutinadorforam realmente as más condiçõessalariais e de trabalho. A revolta foi seacumulando ao longo do tempo,ninguém aguentava mais”, diz.

Para o diretor, o grande desafio dosindicato, agora, é manter a coesão dacategoria a longo prazo, fundamentalpara as conquistas.

Em Contagem, médicos discutem revisão doplano de carreira e questionam terceirização da saúde

Médicos continuammobilizados

O Sindicato dos Médicos realizou, nodia 1 de agosto, uma assembleia no Hos-pital Municipal de Contagem para umadiscussão sobre a revisão do Plano deCargos, Carreira e Salários e sobre aimplantação da terceirização na saúde viaConsórcio Intermunicipal de Saúde doMédio Paraopeba (Cismep). Durante aassembleia foi formada uma comissãopara negociar o Plano com o município.

No dia 13 de agosto houve umareunião na Câmara dos Vereadores,para discutir a questão do Cismep. Apartir daí o sindicato pretende que sejarealizada uma audiência pública.

Já presente em outros municípioscomo Esmeraldas e, em larga escala, emBetim, o Cismep está sendo contratadopela Prefeitura de Contagem para dar

vazão às cirurgias eletivas e assegurar osplantões na urgência e emergência. “Parao sindicato, a terceirização, da maneiracomo vem sendo realizada, precariza asrelações de trabalho, desestimula os pro-fissionais a permanecerem como fun-cionários efetivos do setor público; eainda desfavorece a manutenção e oinvestimento na infraestrutura hospi-talar”, diz o diretor de Defesa Profissio-nal do Sinmed-MG, Eduardo Filgueiras.

No dia 22 de agosto, uma novaassembleia deu continuidade ao mo-vimento.

Orientação do sindicato

Diante da situação, o Sinmed-MGorienta os profissionais médicos, que

trabalham em Contagem, para se agru-parem em defesa de um plano de car-reira e de melhores salários, bem comode melhores condições de trabalho.“Não se trata apenas de defender inte-resses próprios, mas também de de-fender a própria sociedade no seu dire-ito social a uma assistência de quali-dade”, explica Filgueiras.

O sindicato também alerta que, antesde firmar qualquer acordo de pres-tação de serviços, o médico deve se in-formar sobre o funcionamento, lega-lização e tributação que incidem sobreo contrato, fazer as contas e concluirsobre os ganhos reais que viria a ter eas maneiras de manter-se ciente e atua-lizado sobre os trâmites da empresa daqual participa.

CONTAGEM BETIM

Os médicos de Betim decidiramintensificar o movimento e podemfazer novas paralisações pontuais,enquanto aguardam uma respostada Prefeitura, em relação às reivin-dicações. A campanha salarial desteano teve início em 19 de fevereiro.Até o momento já foram realizadasseis assembleias e os médicos ado-taram como estratégia paralisa-ções pontuais.

A saúde em Betim continua noCTI: faltam medicamentos básicose a terceirização predomina. Napróxima assembleia, programadapara agosto, serão eleitos os de-legados sindicais nas unidades desaúde, que terão um papel impor-tante nesse movimento.

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Com o objetivo de aprimorar acomunicação com o médico e forta-lecer os laços da classe médica com amídia e a sociedade, o Sinmed-MGmarcou presença na 8ª edição doSeminário Médico/Mídia e I Latino-Americano, dias 27 e 28 de julho, emSão Paulo. O secretário geral do sin-dicato, Fernando Mendonça, e a jor-nalista Rosângela Costa participaramdos dois dias de debates e trocas deexperiências entre as entidades médicas.

Promovido pela Federação Nacio-nal dos Médicos (Fenam) com o apoiodo Conselho Federal de Medicina(CFM), este ano o evento contou coma presença de representantes da Con-federação Médica Latinoamericana edo Caribe (Confemel) que trouxerama realidade do trabalho do médico dealguns países da Região dos Andes(Bolívia, Venezuela, Costa Rica, Peru).

Participaram mais de 80 jornalistas,diretores de entidades médicas, mé-dicos e estudantes de estados bra-sileiros como Amazonas, Pará, To-cantins, Ceará, Pernambuco, Piauí,

TRABALHO MÉDICO JULHO/AGOSTO 2013ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Avenida do Contorno, 4999 – Serra - CEP: 30.110 921 - BH - MG

ESPECIAL12

Sinmed-MG no VIII Seminário Médico e Mídia: em busca de uma melhor relação com a imprensa e a sociedade

SEMINÁRIO

MUDOU-SEENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O Nº INDICADOFALECIDO

DESCONHECIDORECUSADOAUSENTENÃO PROCURADO

OUTROS: INFORMAÇÃO PRESTADA PELOPORTEIRO OU SINDICOREINTEGRADO AO SERVIÇOPOSTAL EM ____ /____ /_______

DATA:RUBRICA:

FECHADO - PODE SER ABERTO PELA ECT

A 8ª edição do seminário aconteceu em São Paulo Rosângela e Fernando Mendonça

A jornalista Mariluce Moura, pre-sidente da Associação Brasileira de Jor-nalismo Científico e diretora da revistaPesquisa FAPESP, revelou o crescenteinteresse das pessoas em temas re-lacionados à saúde e a proximidadeentre os profissionais da medicina ejornalismo. Ela mostrou dados dePesquisa DataFolha/2012, realizadaem São Paulo, na qual destaca a medic-ina como a 2ª profissão mais valorizadapelo público e os temas da área médicaem 1º lugar na preferência dos entre-vistados.

Ainda segundo os dados, a maiorconfiabilidade das pessoas hoje está emmateriais para campanhas e livros e os

assuntos relacionados a doenças, prin-cipalmente o câncer.

Media Training: como falar com a imprensa

O tema “Media training” foi abor-dado pela jornalista Geórgia Pinheiro,diretora executiva do Portal ConversaAfiada, apresentadora e repórter daRede Record entre 1993 e 2008.

Ela frisou regras para os médicos quesão essenciais nas entrevistas como:

não passar para o jornalista infor-mação confidencial

ser objetivo

evitar termos técnicostransmitir segurança

Imagem vale mais que mil palavras

Durante o evento, representantesde entidades médicas trouxeram ex-periências e relatos de casos médicoscom grande repercussão na mídia. Umdos casos foi do “Fio de Aço”, apre-sentado por Jeancarlo Fernandes Ca-valcante, presidente do CRM-RN, noqual relata a falta de fio de aço parafechar o paciente numa cirurgia rea-lizada no Hospital Walfredo Gurguel,no Rio Grande do Norte, em dezem-

bro de 2012.O vídeo foi amplamente divul-

gado nas mídias regional e nacional,ganhou destaque em matérias dosprincipais veículos de comunicaçãodo país e levou a marchas e açõescontra a falta de materiais em outroshospitais públicos do estado.

Jeancarlo Fernandes reafirma que,em todas as experiências, a imagemvale mais que mil palavras e destaca quea categoria médica deve usar sua reali-dade de trabalho nas redes sociais paradenunciar as mazelas da saúde. “Sóassim, vamos conseguir mostrar a difí-cil realidade do trabalho do médicopara a mídia e a sociedade”, diz.

Saúde: tema prioritário na preferência do público

Goiás, Sergipe, Minas Gerais, SãoPaulo, Maranhão, Paraná, Santa Cata-rina e São Paulo além dos países daRegião Andina. O objetivo da fede-ração é continuar ampliando o tema einvestir a cada ano em novas abor-dagens que facilitem e melhorem apresença do médico e dos líderes dacategoria na mídia.

O secretário geral do Sinmed-MG,

Fernando Mendonça, reitera que oevento já é uma referência para asentidades médicas e tem con-tribuido para fortalecer a relaçãoentre o médico e a mídia. “Esta-mos cada dia mais presentes namídia e precisamos aprender no-vas estratégias que melhorem aimagem do médico na sociedade ena imprensa”, afirma.

Os temas do seminário relacio-naram-se ao papel da imprensa nadivulgação de assuntos médicos,nas trocas de experiências e casesdas entidades médicas que retra-tam a presença do médico nos veí-culos de comunicação, além da abor-dagem do media training, que orientaa categoria como se portar em entre-vistas e no trato com a imprensa.