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Epilepsia
FACULDADE DE MEDICINA/UFC-SOBRALMÓDULO SISTEMA NERVOSONEUROANATOMIA FUNCIONAL
Acd. Henrique Coelho
www. s cn s . c om.b r
Caso Clínico
Paciente DBD, masculino, 42 anos, procurou a SCMS
para investigação de epilepsia refratária. Relata que há 40
anos sofre de crises convulsivas, associadas à perda de
consciência e alterações de comportamento. Aos 2 anos e
2 meses de idade teve sua primeira crise convulsiva
sendo este um episódio tônico-clônico associado à febre.
Nos 10 meses seguintes, além das crises, perdeu o
controle esfincteriano, apresentou quadro associado de
amnésia e déficit cognitivo. Recuperou todas estas
funções, mas, desde então, passou a ter crises
diariamente, inclusive à noite enquanto dormia.
Refere que subitamente tinha quedas. A agressividade
e tentativas de suicídio, muitas vezes, estiveram
presentes em suas crises. Relata, ainda, alucinações
visuais antecedentes a algumas crises convulsivas.
Caso Clínico
Definição:
Uma crise epiléptica é conseqüência de uma disfunção
fisiológica temporária do cérebro, causada por uma
descarga elétrica intensa, anormal e autolimitada de
neurônios corticais.
Epilepsia
Uma convulsão é um evento epiléptico
transitório, um sintoma de distúrbio da função cerebral.
Nem todas as convulsões implicam epilepsia.
Crises parciais
• Simples
• Complexas
Crises generalizadas
Classificação das Crises Epilépticas
Crises parciais
Simples
• Paresia na mão direita • Movimentos involuntários
• Paresia dos dedos• Extensão para uma parcela
maior do membro
Alteração da sensibilidade• Parestesia
Alterações auditivas• Sons grosseiros e complexos
Alterações visuais• Luzes piscando• Alucinações
Crises parciais
Complexas• Distúrbio de consciência• Disseminação bilateral da descarga epiléptica• 70% a 80% se originam do lobo temporal
Fase pré-ictal Aura
Início da convulsão
Parada brusca do comportamento
Olhar vago e imóvel
Fase ictal Automatismos
•Mastigar, deglutir, limpar as mãos
•Demonstração de emoção, gesto de correr
Fase pós-ictalduração de segundos até 1h
Confusão mental
Amnésia anterógrada
Retomada gradual da consciência
No início há uma crise focal, principalmente no lobo
temporal, disseminando-se para outras regiões e
ocasionando perda da consciência.
Crises Generalizadas
• Origem em ambos os hemisférios
• Sem qualquer início focal detectável
• São classificadas em:
• Ausência
• Tônico-clônicas
• Mioclônicas
• Atônicas
•Tônicas
•Clônicas
Crises Generalizadas
Crise de ausência (pequeno mal)
• Interrupções momentâneas da consciência
• Olhar fixo imóvel e suspensão de qualquer
atividade em execução
• Começam e terminam abruptamente
• Infância e adolescência
Crises Generalizadas
Crise tônico-clônica (grande mal)
• Perda abrupta da consciência
• Contração muscular generalizada (fase
tônica)
• Vocalização alta quando o ar expelido
vigorosamente através das cordas vocais
contraídas (grito epiléptico)
• Movimentos repetitivos de flexão e
extensão dos músculos (fase clônica)
Crises Generalizadas
Crise mioclônica
• abalos musculares rápidos e breves
• Pode ocorrer em uma parte do corpo ou
em todo o corpo
Crise atônica
• Perda súbita do tônus muscular
• Pode ser fragmentada ou generalizada
Causas de Crises
Causas segundo a idade
NeonatosLactentes e crianças adolescentes
Adultos jovens
Adultos de mais idade e idosos
Hipóxia e isquemia perinatais
Traumatismo craniano e hemorragia
Infecção aguda do SNC
Distúrbios metabólicos
Abstinência de fármacos
Distúrbios do desenvolvimento e genéticos
Convulsões febris
Traumatismo
Distúrbios genéticos
Infecção do SNC
Distúrbios do desenvolvimento
Idiopática
Traumatismo
Distúrbios genéticos
Infecção
Tumor cerebral
Drogas ilícitas idiopáticas
Traumatismo
Abstinência de álcool
Drogas ilícitas
Tumor cerebral
Idiopáticas
Doença cerebrovascular
Tumor cerebral
Abstinência ao álcool
Distúrbos metabólicos
Doença de Alzheimer e outras doenças degenerativas do SNC
Idiopáticas
Classificação das Crises Epilepsias
Em relação ao foco:
• parciais
• generalizadas
Em relação a causa:
• idiopática
• sintomática
• criptogênica
Epilepsia do lobo
temporal
Epilepsia do Lobo temporal
• É a síndrome epiléptica mais comum de
adultos.
• Envolve principalmente estruturas do lobo
temporal mesial, como o hipocampo,
amígdalas e o giro para-hipocampal.
• Nessas áreas se encontram estruturas
envolvidas com funções nobres do sistema
nervoso, tais como memória, aprendizagem,
comportamento (medo, raiva, agressividade,
prazer).
Epilepsia do Lobo temporal
• Envolve também circuitos relacionados à
palavra, ao sistema nervoso autônomo e aos
processos motivacionais essenciais à
sobrevivência da espécie e do indivíduo, como
fome, sede e sexo.
• As crises podem envolver sintomas
relacionados a todas essas funções.
Epilepsia do Lobo temporal
• As crises se iniciam geralmente no fim da
infância ou adolescência e é comum uma
história de convulsões febris.
• As crises são, normalmente, do tipo parcial
complexas com auras
• Estado imóvel e automatismo oro-alimentares
• 2/3 dos pacientes possuem Esclerose Mesial
Temporal (EMT)
Epilepsia do Lobo temporal
Epilepsia do Lobo Temporal Mesial
Considerações Gerais
• A epilepsia é um distúrbio freqüente: uma a
duas de cada 100 pessoas são afetadas;
• A epilepsia não é contagiosa;
• Durante uma crise epiléptica, não existe
risco do paciente machucar outras
pessoas;
• Ter crises epilépticas não significa ser
menos inteligente que outras pessoas;
Considerações Gerais
• O acometimento da epilepsia é igual tanto
no sexo masculino como feminino;
• A epilepsia afeta todas as idades, raças e
classes sociais;
• Ocultar a epilepsia é pior: incentiva a
perpetuação do preconceito;
• Deve-se falar da epilepsia como se fala da
bronquite, hipertensão, diabetes ou
enxaquecas.
Caso Clínico
Paciente DBD, masculino, 42 anos, procurou a SCMS
para investigação de epilepsia refratária. Relata que há 40
anos sofre de crises convulsivas, associadas à perda de
consciência e alterações de comportamento. Aos 2 anos e
2 meses de idade teve sua primeira crise convulsiva
sendo este um episódio tônico-clônico associado à febre.
Nos 10 meses seguintes, além das crises, perdeu o
controle esfincteriano, apresentou quadro associado de
amnésia e déficit cognitivo. Recuperou todas estas
funções, mas, desde então, passou a ter crises
diariamente, inclusive à noite enquanto dormia.
Refere que subitamente tinha quedas. A agressividade
e tentativas de suicídio, muitas vezes, estiveram
presentes em suas crises. Relata, ainda, alucinações
visuais antecedentes a algumas crises convulsivas.
Caso Clínico
Qual o tipo de epilepsia presente no paciente?
Bibliografia
• Merritt. Tratado de Neurologia, 10ª edição,
Rio de Janeiro, Guanabara Koogan.
• DeJong. O Exame Neurológico, 6ª edição,
Rio de Janeiro, Guanabara Koogan.
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