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elpoemaseminal es un proyecto independiente de divulgación sin afanes de lucro ni de promoción de una sola línea estética o

cultural. no está vinculado a ningún grupo o institución, por lo que abre sus puertas a todos los autores/as de México y de

cualquier parte del mundo. reconoce que los espacios para la poesía, con todo y que ahora son muchos dentro y fuera de la

red cibernética, siguen siendo reducidos. el criterio de selección es únicamente la calidad poética, debido a lo cual se aceptan

aportaciones en todos los sentidos. se citará siempre la fuente original. invitamos a los lectores/as y amigos/as a compartir

poemas, libros, presentaciones, novedades y todo lo relacionado con la poesía, así como nuevas direcciones.

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aaatttiiisssbbbooosss

PPPRRREEESSSEEENNNTTTAAACCCIIIÓÓÓNNN AAAnnngggeeellliiinnnaaa MMMuuuñññiiizzz---HHHuuubbbeeerrrmmmaaannn

La poesía de Santiago Montobbio (Barcelona, 1966) con títulos como

Hospital de inocentes, Ética confirmada, Tierras y recientemente Donde

tirita el nombre navega por mares profundos donde la palabra se manifiesta

en oleajes inesperados. Una poesía que exhibe, a la vez, su humildad y su

misterio, lo cotidiano y lo excelso, las cosas simples y el territorio de lo

sagrado. Una poesía plena, pero interrogante. Detenida en los recovecos de

las ciudades, pero admirada del movimiento. Entre la imagen de la vida y

de la muerte, y el ritmo y la arritmia. Lo suave y lo áspero en combinación

simbiótica. Una reflexión sobre el sentido poético que se repite para

afirmarse y proponer no sus reglas sino su inatrapable libertad. Una

constante pregunta sobre el porqué de la palabra descontextualizada que

halla su lugar preciso en cada verso. Como si cada palabra huyera de sí

misma para encontrarse en un nuevo espacio sólo por el poeta adivinado.

Es esa la esperanza de todo poeta: romper las cadenas del significado

y alzar el vuelo en libertad impensada. Como planea el águila por el aire. Como la nube que escapa a su

forma. Como la gota de lluvia en caída vertiginosa.

La poesía es una serie inagotable de preguntas que no necesitan respuesta. O que ofrecen la

posibilidad de la elección personal, libre de trabas y prejuicios. Aunque la poesía esclaviza, consagra y

consume. Es delirio puro, como dice María Zambrano.

Y, sin embargo, ¿por qué la poesía siempre está preguntándose para qué sirve? Mas no es esa la

pregunta, sino ¿por qué existe y existirá necesariamente? Cualquier oficio tiene clara su meta, mas no así

la poesía que es el propio poeta el que la define y el que la interroga, desde Platón hasta nuestros días,

cuando la verdad es que no debe preguntar nada. Es.

Tan es poesía la poesía que se da en cualquier espacio, que deja de ser espacio para ser tiempo. Por

ejemplo, en un reducido automóvil, específico, para más señas, un taxi, el poeta halla una de sus

respuestas. Que tampoco será única ni total, sino triunfante en cada palabra, con la voluntad del sonido. El

taxista que lleva al poeta a una situación cotidiana: el traslado de su madre a la rehabilitación diaria, tiene

a su lado un ejemplar de la poesía de William Carlos Williams. De tal momento peculiar el poeta concluye:

La poesía siempre es sagrada y no podemos vulnerarla.

En su verdad es como está más pura la vida.

Así parte la presente selección de poemas de Santiago Montobbio: con la poesía en movimiento y un

pequeño gran suceso: de lo fugaz, lo eterno. A continuación “mana la fuente de las palabras” con un tejido

similar al de la telaraña: tan sólida y tan frágil a la vez, tan vital y tan mortal. La transparencia y la hiriente

luminosidad sorprenden al poeta que no sabe por qué ha dicho que “la vida es una araña”, pero que lo

repite para comprender que la espera en la telaraña es la muerte misma, a su vez, dadora de vida.

De esas paradojas se urde la presencia poética.

Por eso, “para un verdadero poeta, todo momento debería / ser poético”. No su momento, sino el

momento en sí, capaz de iluminar la vida misma. Ya que la vida es una manifestación del aliento divino y

como tal debería ser venerada. Por eso, el acto de la creación fue un acto poético que dio a los seres su

nombre.

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333 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

El poeta se debate entre el alba y la noche, ciclo

de la vida misma: “soy canto, soy espera, soy agua”. Y

si lo es, es también la gradación de lo mínimo y de lo

máximo: del insecto del monte a “Dios acaso”, del

azar, de la pérdida: “El hombre es siempre un fuego

último, secreto”.

El fuego secreto del hombre, del poeta, está

destinado a extinguirse y el símil de la vida es como

los “trenes que no van a ningún sitio”, a pesar de las

vías trazadas su sino, en realidad, no llega a ninguna

parte. La imagen del tren, desde la infancia, atrae e

interroga: ¿a dónde van los viajeros? Siempre a un fin

que se borra en lontananza, a una separación y a un

punto final. El andén como lugar del llanto y de la

inutilidad, de la despedida y de la muerte en espera. No puede evitarse el recuerdo de los trenes de la

muerte de los condenados a los campos de exterminio.

La imagen del tren perdido ahonda en la niñez sustentadora, la esencia que no se olvida,

permanente, con las más afianzadas raíces. La memoria acumulada en imágenes, palabras, canciones,

terrores, luminosidades: “todo es infancia.” Todo es rescate de esas horas perfectas porque son

inamovibles, como las vías del tren.

Y de la niñez a la gran pregunta sin respuesta, al intento de una afirmación: “Dios está escondido y

se pierde en el olvido.” De nuevo el camino que debe ser encontrado: el trazo de la vida esbozado por la

divinidad y que no es para nosotros sino para “que le seamos de ayuda.” Dios está perdido: “Cuando lo

encontremos / hay que pararse para darle compañía y aliento en su camino.” Un Dios necesitado de

materialidad: “Ofrecerle vino, darle abrigo, serle compañía / y en nosotros seguir su misterioso, singular

latido.”

Para regresar a la poesía, única forma de hallar la espiritualidad, de ordenar el caos, de crear de

nuevo el mundo. ¿Qué hacer con los poemas escritos, dados a luz? ¿Cuál es el primero y cuál el que

continúa? No hay orden, sino principio de creación. ¿Cual sería la palabra primera, la irremediable? ¿Y las

siguientes? Tal vez, como pensaban los antiguos sabios cabalistas del Círculo de Girona, ninguna es la

primera, todas se unen en una sola palabra inmensa, sin principio ni fin, que acabarían hallando la

verdaderamente importante: la clave originaria de todas, la que se atreviera a pronunciar el nombre de

Dios, como fuente de la poesía. Y, reinterpretando el Génesis, “la poesía es un fondo de agua marina”, es el

principio de la vida:

Así los poemas van seguidos, se suceden

en sus motivos y en sus ritmos, se completan

y persiguen en su música. De un poema nace otro,

a veces son poemas por un mismo latido hermanados,

y el orden de aparición permitiría ver cuánto tienen de música

que se entreteje y se anuda...

La poesía es un fondo de agua marina.

Una vez establecido el mar como origen poético, el regreso al tema de la infancia es de esperarse. Por eso,

“el mar está al final de algunos niños”: les da vida, los atrapa con la marea como ritmo de la vida, de la

respiración, de la absoluta libertad. Un mar que les enseña el latido del amor, su cifra y su entrega.

Pero el amor es difícil, a veces no responde “y es oscuro el mundo”. Recurre el poeta a las llaves

perdidas, a la casa de la infancia desaparecida y al amor que escapa:

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444 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

... Y yo quiero amor

y no lo oscuro. Pero el mundo es así,

casi negro, casi fiera, casi olvido. Con su pisada grave

sobre la nada me borra y me sepulta.

O bien, el amor es un encierro, un cofre perdido, estar “en

la esquina de la vida”, en el olvido, en la melancolía de la

pérdida y de la memoria, cuya presencia sólo se dará a

partir del poema escrito, detenido en el tiempo para

siempre. En el consuelo de la palabra que viene y reviene.

La palabra en la que el poeta “reclina la cabeza y el alma”.

La palabra que nunca acaba con el misterio porque es

misterio en sí, la transfiguración alcanzada:

Yo estoy al fondo de todo, al fondo de nubes y poemas,

de su música, y Dios está también al fondo,

aún más hondo, manantial que sigue

sus propios caminos y en el arte

también se transfigura.

También el poeta necesita un respiro y regresa al tránsito cotidiano, al deambular por las calles, a conocer

y reconocer los pasos dados por otros, a sumarse a la soledad de los caminantes, “a atravesar la vida /

como un tren que circula por una vía desconocida.” Y en ese deambular los recuerdos inciden, como el

estribillo de “una canción antigua hecha astillas” y de un amor roto imposible de recomponer, pero que se

amarra en la memoria y en la repetición insistente de la antigua canción. Así “el canto es triste” y su

persistencia mueve y remueve. Es un ritmo imparable desde la mañana a la noche, a veces deseado, a

veces repudiado.

En torno al nombre es otra preocupación del poeta que sabe que, al fin de los tiempos, “llegará un

día en que todos los nombres serán distintos” y que toda memoria se perderá. Que las palabras que

constituyeron la expresión de cada ser carecerán de significado y nadie más las pronunciará. Será el día

del silencio finalmente asumido: “y nuestra vida será nada más un pozo cegado, seco.”

De ahí que “la oscuridad tiene sus normas... / y no debes romperlas”. Normas que anuncian los

secretos que se esconden dentro del alma, o de los entresijos de la mente, parecidos a las callejuelas de

barrios intransitados. El miedo y su desconocimiento, el respeto a la asociación entre oscuridad y silencio,

e incluso la vía mística que más aprecia el valor de la oscuridad, desde el bíblico Cantar de los Cantares

hasta la Noche Oscura del Alma de San Juan de la Cruz.

Para llegar a los poemas últimos en torno a la fragilidad del hombre: “El hombre está allí, a medio

camino de ningún sitio, / y sólo el viento de él da noticia y lo recuerda.” La fragilidad se cierra con la

paradoja noche-alba que deja de serlo para fundirse en un matrimonio de contrarios y esa es la realidad

del hombre. El paso unificador de los opuestos se funde en uno solo, y cotidianeidad y espiritualidad

olvidan sus límites para recrearse en una sola visión que propone su armónica visión del mundo.

...Cómo

puede ser esto en verdad

es un misterio. Pero

como una herida es cierto,

y como ella viene a mis versos.

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555 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

El ciclo se cumple y la poesía de Santiago Montobbio se interna por cauces donde la sabia palabra regidora

se escoge a sí misma y sin desechar a las demás las incluye en una evocación del misterio que constituye

todo acto creador.

Mixcoac, México, D.F.

13 de enero de 2011

SSSAAANNNTTTIIIAAAGGGOOO MMMOOONNNTTTOOOBBBBBBIIIOOO::: “““EEESSSCCCRRRIIIBBBOOO DDDEEESSSDDDEEE UUUNNN PPPRRROOOFFFUUUNNNDDDOOO AAAMMMOOORRR”””

¿Cuándo, cómo y por qué escribe versos?

Escribo cuando se me impone, en cualquier momento

y en principio estando dedicado, también, a otra

tarea: así, he apartado libros y apuntes cuando

estudiaba para ponerme a escribir un buen número

de poemas de corrido. He escrito en bares, en

bibliotecas, y en lo que encontraba a mano: papeles,

servilletas, en un sobre de carta o en un recibo (como

indica el título de uno de mis textos). A veces he

sentido cómo se formaban unas palabras o una

música mientras andaba por la calle.

La poesía es una rama civil y laica de la

soteriología, la ciencia de la salvación. Porque escribo

para salvarme. Escribo por necesidad y desde un profundo amor; a la aventura, con libertad, con

sinceridad y generosidad, con valor y en cierto sentido también con inocencia.

¿Qué nota cuando escribe versos?

Al escribir se está, sí, en un estado especial, espiritual o de conciencia o integral de la persona toda, en el

que el espíritu se dilata y, con intensidad y tensión afiladas, completas, crea. Cuando escribo estoy

completamente volcado en ello.

Una vez me preguntaron cómo se me había ocurrido un poema. Me pareció una pregunta absurda. Y

pensé: a mí en la lengua las cosas no se me ocurren: me suceden. Es exacto, y da idea de cómo se crea:

cuando escribimos, estamos encarnados en la lengua, o ella en nosotros, y en esta encarnación indagamos

y nos suceden las cosas, que quedan cifradas en los poemas.

¿Cree usted que la perla no se explica por la ostra (Proust)? ¿Cómo ve la relación entre su poesía y

usted? ¿Cree en la inspiración?

Escribimos para revelarnos a nosotros mismos, y esto quiere decir expresar lo que más profundamente

somos. El resultado no tiene por qué gustarnos y puede también sorprender a las personas que tratamos,

ya que, como decía Pavese, en arte no vale la experiencia, sino la experiencia interior, y ésta puede no

traslucirse en el trato diario. Otras veces los poemas se nutren de elementos biográficos más externos e

identificables, que quedan en ellos transcendidos.

Cuando los escribía pensaba que entre mis poemas y yo no había diferencia ninguna, y también que

quien los leyera sabría más de mí que quien me conociera: dos pensamientos directos, sencillos, pero que

dan fe de la medida en que me he dado a mí mismo en mis poemas. Lo anoto porque pienso que es bueno

tener, ante los poemas, este estado de conciencia.

En una entrevista de sus últimos años, Carmen Martín Gaite afirmaba que, a la hora de escribir, a la

inspiración la veía llegar con alas y todo: también yo lo siento así, y creo que está en y es la base de la

creación, y que resulta indispensable. Aparte de la prueba que constituye el que artistas muy jóvenes

hayan alcanzado altas cimas, me ratifica en ello el modo en que escribo: de manera fulgurante e instintiva,

con gran rapidez y facilidad, en unos textos que surgen ya definitivos.

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666 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

¿Cuál es la función de la metáfora en su poesía? La metáfora hace a la

poesía. ¿Hay quien lo dude?

No creo que sea indispensable, definitorio ni consustancial a la calidad

poética, como a veces se ha pretendido, una nutrida presencia de

metáforas, ni siquiera de imágenes. Pueden resultar anodinas, o no

producir efectos, o resultar un artificio cargante, si no se emplean con

acierto; pueden, también, resultar indispensables, según el tipo de

quehacer lírico. Se han de emplear entonces, cuando tengan carácter

necesario y constituyan un hallazgo natural, y no como aplicación de un

programa previo que las exige. En definitiva, puede haber alta poesía con

un intenso uso de metáforas e imágenes, y también sin ellas. Parte de mi

poesía es sobria desde un punto de vista expresivo, y espero que no por

ello sea de baja calidad. Así, Manuel Álvarez Ortega, al conocerla y tras leer

mi primer libro afirmó que estaba escrita “con un lenguaje muy sugerente

que alcanza gran belleza y hondura con un mínimo de elementos expresivos”. Esto ha de ser, sí, posible.

Recuerdo aquellas páginas volanderas que escribió Ortega con atildamiento en relación a la

metáfora y López-Picó, y en las que decía que ésta es un lugar forjado ex-novo. Pero no sólo ella tiene este

carácter: también puede predicarse del ritmo, ya que ha de ser nuevo, original y único para cada poema o

nueva etapa de nuestra poesía, y me parece un elemento más constitutivo.

¿Qué piensa de la métrica, de la rima (consonante y asonante), y del verso libre?

Borges escribió: “Como todo joven poeta, yo creí alguna vez que el verso libre es más fácil que el verso

regular; ahora sé que es más árduo y que requiere la íntima convicción de ciertas páginas de Carl

Sandburg o de su padre, Whitman”. El patrón de la rima puede proporcionar hallazgos, ser una ayuda para

los descubrimientos y la creación, y el verso libre es, en cambio, un salto sin red: en su absoluta libertad

encierra una infinita gama de posibilidades, y así puede encarnarse de muy diversos modos y formas,

según lo exijan los poemas, su naturaleza y sus reglas de construcción interna. Creo que esta variedad de

posibilidades está presente en mi poesía, y que los poemas reclaman un sucederse de formas a cada paso

renovadas. El verso libre, pues, se ha de cultivar con convicción, pero también con rigor (“Ningún verso es

libre para quien quiera hacer un buen trabajo”, aseguraba T.S. Eliot). Pero éste se nos impone de manera

natural e instintiva al escribirlo, ya que percibimos cómo el nuevo verso libre que empleamos va

disponiéndose con determinación y exactitud, sin vacilación ninguna, como siguiendo el dictado de una

ley matemática precisa.

¿Valora la originalidad? ¿Por qué? ¿En qué tradición se coloca?

La originalidad es consustancial a la creación, si ésta es auténtica. Forma parte de su misma naturaleza, y

por ello no me he dedicado a buscarla: siento que soy inevitablemente original, ya que lo que escribo es

sólo propio de mí. Una obra poética que sea una creación verdadera constituye una parcela nueva y única

de la realidad, que se ensancha con ella; es un descubrimiento, y conlleva una sorpresa. Por ello, firmaría

lo que escribió Oliverio Girondo en uno de sus membretes: “La poesía siempre es lo otro, aquello que

todos ignoran hasta que lo descubre un verdadero poeta”. Y los poemas han de resultar originales también

para uno mismo. Nos encontramos con ellos como con una luz entre los dedos.

Era Cernuda quien decía que había escritores que creaban su propia tradición. Ajenos a influencias,

es sólo de una manera muy laxa como podrían inscribirse mis poemas en una.

¿Qué le gusta de lo que han dicho los críticos (cítelos) de su poesía?

Aparte del bello ensayo que el hispanista Giuseppe Bellini ha dedicado a mi poesía, citaría los testimonios

espontáneos de varios escritores: “Muy pocas veces me produce alegría contestar a los autores que me

envían sus obras. Este es un caso distinto. Me hace feliz escribirle porque su libro Hospital de inocentes es

muy bueno y de manera misteriosa siento que coincide con mi estado de ser cuando estoy escribiendo”

(Juan Carlos Onetti); “Matilde me ha leído algunos de tus poemas. Son magníficos” (Ernesto Sábato);

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777 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

“Envidio la fuerza de su verso” (Miguel Delibes); “sus

poemas de Hospital de Inocentes, tan hondos y

hermosos” (Camilo José Cela); “salen de un pozo muy

oscuro y verdadero” (Carmen Martín Gaite).

¿Tiene idea de su público? Alguna anécdota

relacionada con su poesía.He escrito siempre sólo

que para mí mismo, por necesidad íntima, y lo he

hecho desde una profunda soledad y un independiente

silencio absoluto, por lo que la idea de público resulta

así ajena a mi actividad de creación, y en cierto modo

hasta extraña a ella. En “No volveré a ser joven”, su

poema preferido, Jaime Gil de Biedma escribe unos

versos que me parecen de una gran grosería moral y

me resultan horrorosos: “-como todos los jóvenes, yo vine/ a llevarme la vida por delante.// Dejar huella

quería/ y marcharme entre aplausos”. Es lo último que yo querría, y, de hecho, tengo un breve poema

antitético, escrito a los veinte años y en el que me reconozco por entero. Se titula “Único motivo (y

verdadero) de mi silenciosa, continua retirada”, y dice así: “Me aplaudían, y nada hay más molesto”.

Así, mi poesía no ha necesitado del público para nacer y existir, ni ha pensado en él, ni se ha

desgañitado por buscarlo. Pero pasa el tiempo, y los poemas se van divulgando. Es algo que va por su

cuenta. No tengo una idea precisa de cuál es mi público, pero quizá sea variado, según señalan los

comentarios, referencias y citas que se cruzan. En principio esta divulgación, aunque insospechada y

sorprendente, resulta agradable. No diré, como Cernuda, que el público es el burro de Ocnos, que siempre

quiere más juncos trenzados, pero sí que de vez en cuando me doy una vuelta por internet y que a veces

no salgo de mi asombro.

¿Cómo ve la relación de su poesía con sus otros oficios o actividades?

Una parte esencial de mi poesía está escrita sin poder dedicarme a escribir. Las dificultades pueden no ser

buenas para la presión arterial, pero, a la vez que impedimentos, pueden en cierto modo resultar

estimulantes para la creación, que se convierte, entonces, en un reducto de libertad especialmente

preciado y en el que nos volcamos algo clandestinos pero con pasión e intensidad, aspecto que en cierta

medida se pierde en una mayor acomodación. Puede no ser una mala forma de realizar una tarea, y de

cumplir con un destino. Aunque, en principio, debería resultar más propicio dedicarse a una actividad

relacionada con la literatura; otras actividades impuestas pueden frustrar o hacer variar proyectos,

dificultar y agredir una vocación. En uno de mis poemas narrativos aparecen unas novelas que quedan

abandonadas sobre el radiador: es un dato cierto, y el tipo de impulso que las alentaba quizá pervive de

algún modo en esa serie y clase de poemas, cuya materia en principio podría haberse también encarnado

en cuentos. (Salvador Espriu achacaba a su trabajo el no poder dedicarse a la narrativa larga. Entonces

hubiera sido, según Pla, el mayor escritor. Pero quizá no habríamos tenido sus poemas. O quizá sí -más sus

novelas). He sido unos años profesor de la Facultad de Derecho, y desde algunos más lo soy de la de

Filología. La creación se sitúa en un reducto tan íntimo de uno mismo, tan en sus adentros, que puede

pervivir de algún modo intocada, aparte del trabajo.

El Ciervo, núm. 672, marzo de 2009

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888 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

ttteeessstttiiimmmooonnniiiooosss

EEELLL TTTAAAXXXIIISSSTTTAAA QQQUUUEEE NNNOOOSSS lleva hoy a mi madre y a mí a su rehabilitación diaria tiene en el asiento delantero y al lado suyo un libro de poesía de la editorial Lumen: Viaje al amor, de William Carlos Williams.

Estos días yo me siento delante, porque mi madre

se ha caído y se ha roto de mala manera del brazo y la han operado

y tiene difíciles aún sus movimientos y así le ayudo

a entrar y salir, abrir y cerrar la puerta. Pero esta vez no me atrevo a que el taxista vacíe su asiento delantero. Porque la poesía, aun en los peores momentos, siempre ha de respetarse. La poesía no puede tocarse. No puede tocársele ni una coma, ni un suspiro. William Carlos Williams es un poeta que me

gusta, y este taxista tiene todas mis simpatías. Pero lo que digo es

general. La poesía siempre es sagrada y no podemos

vulnerarla. En su verdad es como está más pura la vida. ***

MMMAAANNNAAA LLLAAA FFFUUUEEENNNTTTEEE DDDEEE LLLAAASSS PPPAAALLLAAABBBRRRAAASSS y destilan mi sustancia. La vida es una araña. No sé porqué lo digo, porque la vida es sobre todo esa fuente, esas palabras. Pero en los versos aparecen cosas impensadas. Me paro un momento y me siento en un café. Miro a través de sus grandes ventanales. (Qué suerte. Esto es ser un buen café). Quiero decir limpio, decir sencillo. Es un deseo muy hondo y verdadero este que tengo y ya lo he dicho. Ahora tomo café, descanso. Será sólo un rato.

La fuente volverá a manar con sus palabras. A cada momento en ellas me asalto, me adivino. La vida es esta

araña que dije y que me pareció no tener mucho sentido. Me teje silenciosa tras mis palabras y –no sé si lo digo bien- al final de la muerte está la espera. ***

PPPAAARRRAAA UUUNNN VVVEEERRRDDDAAADDDEEERRROOO PPPOOOEEETTTAAA ,,, TTTOOODDDOOO MMMOOOMMMEEENNNTTTOOO

DDDEEEBBBEEERRRÍÍÍAAA ser poético, dice Borges en un libro de

Diálogos. Me parece añade que no sabe si esto es posible

o si sería sencillamente soportable. En estos días de

marzo así están siendo todos mis momentos. De modo continuo, sin descanso. El alma y la mano trabajan, es una manera de decir, porque el arte es un destino y no un trabajo. El alma, la mano, el corazón y la mirada se entrelazan los dedos en los versos y los ven en las esquinas y los adivinan más allá de las ventanas y en el árbol y en la nube y en el pájaro y así en todo momento, que es poético. La vida puede tener esta intensidad, este misterio. Estos días de marzo son el acta que de ellos levanta. Los poemas están, no engañan. ***

SSSOOOYYY QQQUUUIIIEEENNN SSSEEE CCCOOONNNOOOCCCEEE YYY AAASSSIIIEEENNNTTTAAA SSSOOOBBBRRREEE EEELLL

AAALLLBBBAAA ... Soy una esperanza, una mañana. Soy la noche que en ellos canta. Soy un camino que lleva a la nada. Adioses siempre como barcos de sus puertos zarpan. Soy este olvido que cultivo y en el que me

hundo, diminuto. Soy canto, soy espera, soy agua. Dime si algo de esto para vivir te basta.

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999 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

***

LLLAAA NNNOOOCCCHHHEEE MMMEEE

CCCOOONNNSSSTTTRRRUUUYYYEEE ,,, MMMEEE DDDAAA

FFFOOORRRMMMAAA ... SSSOOOYYY DDDEEE LLLAAA

NNNOOOCCCHHHEEE ... Todo es noche. Creo que he hablado de ella en palabras previas pero poco más hay que decir sino que, simplemente, constituye al mundo. Alienta tras el paso de

los días y a la nada se avecina. Al hombre cerca, le da medida. No tengo particular inclinación o

deseo de ahondar en sus misterios. Pero extiende sus

manos de esparto sobre el tiempo y lo penetra. Todo es noche. ***

EEELLL IIINNNSSSEEECCCTTTOOO PPPEEEQQQUUUEEEÑÑÑOOO YYY PPPEEERRRDDDIIIDDDOOO PPPOOORRR EEELLL

MMMOOONNNTTTEEE ÚÚÚLLLTTTIIIMMMOOO ... No mucho más es en la vida el hombre, oscuro. Oscuro y malherido y devorado por el tiempo y

el olvido. Hoja seca, rama partida, arroyo también seco,

insecto pequeño y seres ya gastados, diminutos, van dándose en

él la mano y trenzando con el paso de los días su destino. Ese monte último es la nada o Dios acaso, una moneda que siempre cae de canto y fija así se queda sobre los raíles del tiempo. Allí nos perdemos. Allí vivimos. El hombre es siempre un fuego último, secreto. ***

TTTRRREEENNNEEESSS QQQUUUEEE NNNOOO VVVAAANNN AAA NNNIIINNNGGGÚÚÚNNN SSSIIITTTIIIOOO ,,, TTTRRREEENNNEEESSS poblados de vida y de cansancio, trenes

últimos. Continuamente los despido desde andenes sin destino. Nunca hay nadie. Es una escena que repito. Pero yo me hiero,

me maldigo, de semejante modo pueblo mis sueños y mis días de esos trenes sin destino. Trenes perdidos, trenes últimos. La vida es también ir en esos trenes, en algún momento de descuido en ellos

subirnos y ya todo es pérdida, extravío. Ha sido un

momento, pero la vida ya va por ellos conducida. La

empeñamos en fingir que la ignoramos o soportamos con

olvido. Pero todo trayecto al final es último, verdadera la imagen del tren que no va a ningún sitio. Esa verdad no es amable y no nos gusta. Pero en ella nos marchamos un poco más cada día, en ella en verdad vivimos. Adiós y olvido. ***

HHHEEE HHHAAABBBLLLAAADDDOOO DDDEEE LLLAAA IIINNNFFFAAANNNCCCIIIAAA EEENNN AAALLLGGGÚÚÚNNN SSSIIITTTIIIOOO ... Hay mucha literatura sobre esto, pero yo sólo

la he orillado o apuntado. La infancia es pozo secreto que sustenta el mundo, aire que entonces puro

respiramos y de algún modo aún nos acompaña, raíz muy

última de nosotros mismos. En los compases más

altos de la vida la infancia perdura. Todo es infancia. Hoy quería decirlo de un modo sencillo pero también claro, definitivo. En ella hundo mis raíces, estoy de su tierra y sus recuerdos vivos. Entre las manos, si la acaricio, tiene el mundo menos olvido. ***

DDDIIIOOOSSS EEESSSTTTÁÁÁ EEESSSCCCOOONNNDDDIIIDDDOOO YYY SSSEEE PPPIIIEEERRRDDDEEE EEENNN EEELLL

OOOLLLVVVIIIDDDOOO ... Nos ha dado la vida para que lo encontremos

en sus caminos y le seamos de ayuda. A veces aparece en ellos

como un mendigo. Hay que saber reconocerlo. Hay que darle la

mano, sacarle del zurrón algo de queso y pan y

compartirlo.

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111000 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

Darle también un poco de vino. Cuando lo encontremos

hay que pararse para darle compañía y aliento en su camino.

Si no estará cada vez más perdido. También podemos encontrarlo dentro de nosotros

mismos, en el fondo del corazón, en sus tierras últimas. En la noche

y en la sombra pero también en el alma y en la luz. Como el

agua fresca que reclaman. Podemos encontrarlo adentro y

hemos de hacer lo mismo: ofrecerle vino, darle

abrigo, serle compañía y en nosotros seguir su misterioso, singular

latido. ***

PPPOOORRR OOORRRDDDEEENNN DDDEEE AAAPPPAAARRRIIICCCIIIÓÓÓNNN::: AAASSSÍÍÍ EEESSSTTTAAARRRÍÍÍAAA BBBIIIEEENNN

PPPOOONNNEEERRR los poemas que estos días escribo, seguidos y al hilo de como me salen, de la rueca de la poesía de su luz. Rueca antigua que de nuevo las palabras hila. Al empezar a desatarse ésta y los poemas ser cuantiosos he comenzado también a numerarlos, para que

ese orden de aparición no se pierda. Porque quizá sea una indicación, un signo. Quizá, sí, estaría bien juntar las

palabras en el orden en que han surgido, según la

sucesión en que han brotado, agua oscura y clara. Así los poemas van seguidos, se suceden en sus motivos y en sus ritmos, se completan y persiguen en su música. De un poema nace

otro, a veces son poemas por un mismo latido

hermanados, y el orden de aparición permitiría ver cuánto

tienen de música que se entreteje y se anuda (he utilizado ya

estos verbos, pero son precisos) y se entrelaza y vuelve en sus motivos. Al fondo

de esta música está la poesía. La poesía es un fondo de agua

marina.

La poesía es también una gruta en la que sin señales ni linternas ni equipo yo me adentro. La poesía es madriguera, fuente que mana, latido que puede seguirse tal y como va saliendo. Ya lo he dicho pero quiero repetirlo:

la poesía es un fondo de agua marina. En él me adentro, navego y crezco. Sobre sus pasos desando el tiempo y también avanzo. Respira

el mundo y se cifra la vida. En este fondo me sucedo, me hallo. Sí. La poesía es un fondo de agua

marina. ***

NNNOOO RRREEESSSPPPOOONNNDDDEEESSS AAA MMMIII AAAMMMOOORRR YYY EEESSS OOOSSSCCCUUURRROOO EEELLL

MMMUUUNNNDDDOOO ... El latido de los días se agazapa entre la sombra. He perdido las llaves de la casa de mi infancia, de la casa en que nací y que era un río que para mi vivir natural fluía. La casa que a mi corazón se

acompasaba. No está ya, la he perdido. He perdido las llaves, tu amor, la casa. Y yo quiero amor y no lo oscuro. Pero el mundo es así, casi negro, casi fiera, casi olvido. Con su pisada

grave sobre la nada me borra y me sepulta ***

EEESSSTTTOOOYYY EEENNNCCCEEERRRRRRAAADDDOOO EEENNN UUUNNN AAAMMMOOORRR y soy su cifra. Estoy en una esquina de la vida. Estoy en el olvido. Alguien me metió en un cofre que encontró

precioso y lo ha perdido. Era la cifra de ese amor, en el que estoy, he estado, pero ya no vivo. Porque el tiempo se persigue a sí mismo y de la noche son sus pasos. El olvido en el que estoy del todo me ha engullido. Si desierto ha sido tu amor, también la vida he perdido. No estoy en ningún sitio,

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111111 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

sino, acaso, en el recuerdo de un olvido. ***

EEELLL MMMAAARRR EEESSSTTTÁÁÁ AAALLL FFFIIINNNAAALLL

DDDEEE AAALLLGGGUUUNNNOOOSSS NNNIIIÑÑÑOOOSSS ... Habita su corazón y es quizá su brújula, su respiración, su ritmo, su latido. El mar está al final

de todo lo que resplandece en esta vida. El mar es una infancia. El mar es la libertad, la

música. Yo quiero ser el mar que te encuentre y te

adivine cuando se despierte la mañana y en tu alma su ritmo seguir, como un niño que al final o en su corazón lo cifra. ***

RRREEECCCLLLIIINNNOOO LLLAAA CCCAAABBBEEEZZZAAA YYY EEELLL AAALLLMMMAAA EEENNN EEESSSTTTEEE PPPOOOEEEMMMAAA ... El poema es ligero, y en él el alma tampoco

pesa, porque en él se canta. El alma canta en el

poema. Quizá como mármol en él se esculpiera, pero

también debería ser mármol ligero, un mármol vivo y que fuera sólo espíritu. El alma se cifra en las palabras. Como las formas que Miguel Ángel sabía ya

dentro del mármol, las palabras están ya en la lengua. Dentro de

ella, y yo tengo que encontrarlas. Este es mi deber, mi tarea. Yo no invento, descubro sólo. Descubro lo que en Dios o la lengua para mi

corazón ya está cifrado. La vida tiene aún más extraños destinos, pero

éste es uno: encontrar palabras a través de su música, despertarlas desde el adentro para que se

encuentren dormidas y hacerlas poesía. Cada día empieza otra vez

este destino.

PPPAAARRREEECCCEEE QQQUUUEEE YYYAAA NNNOOO HHHAAAYYY SSSEEECCCRRREEETTTOOOSSS PPPOOORRR DDDEEECCCIIIRRR ... Pero, si el arte es verdadero, el misterio

perdura. En nosotros continúa, y en sí mismo. Es

siempre plural enigma, imprevisibles caminos que como semilla en las palabras contenía. Si el alma se jugó la vida en ellas una música no se acaba en los poemas. ***

MMMEEE EEENNNCCCUUUEEENNNTTTRRROOO EEENNN EEELLL PPPAAASSSOOO DDDEEE LLLAAASSS NNNUUUBBBEEESSS y me escondo en el poema, o me escondo en el paso de las nubes y el poema es donde me encuentro. Así empiezo, así termino. Las palabras sobre el alma se

suceden y se anudan, desde su música, de la que ya he dicho tantas cosas, como que es extraña y es única y a la vez clara y oscura, extremos que por ser ciertos repito y a los que añado que es precisa. Sobre su propio precipicio sin vacilar en ni uno solo de sus pasos camina. Me encuentro y me escondo en las nubes y el

poema, en sus formas maravillosas, sucesivas. Dios acaso en ellas me dibuja con mi rostro más

verdadero. Las letras de mi nombre unen y conforman. En sus formas y su música con libertad lo

dicen. Yo estoy al fondo de todo, al fondo de nubes y

poemas, de su música, y Dios está también al fondo, aún más hondo, manantial que sigue sus propios caminos y en el arte también se transfigura. ***

LLLAAA CCCAAALLLLLLEEE SSSÓÓÓLLLOOO PPPUUUEEEDDDEEE SSSEEERRR EEENNN LLLIIIBBBEEERRRTTTAAADDD

RRREEESSSPPPIIIRRRAAADDDAAA ... Abandonarse a su trazado espontáneo en los

paseos, a los recodos que la ciudad sólo para nosotros

guardaba

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111222 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

y como nuevo aire al doblar una esquina nos muestra. La ciudad es también alma. En la ciudad alentamos. Sobre esta ciudad transito, vivo y muero. En esta ciudad quiero olvidarme y esconderme,

filtrarme por la rendija de una sombra que se proyecte sobre una casa modesta de su casco antiguo. A veces quisiera no tener

nombre. En mi vida o esta ciudad no quiero ser por

nadie sorprendido, saludado, visto. De mí mismo a mí mismo

camino, como Lope, que a las soledades iba y de las soledades venía, como es sabido. Así, con mi nombre sólo por mí conocido, quiero recorrer esta ciudad y atravesar la vida. Como un tren que circula por una vía

desconocida. ***

UUUNNNAAA CCCAAANNNCCCIIIÓÓÓNNN AAANNNTTTIIIGGGUUUAAA QQQUUUEEE SSSEEE HHHAAACCCEEE AAASSSTTTIIILLLLLLAAASSS ... Tiene un estribillo pegadizo y ya sólo lo tararea el olvido, cuando está de buen

humor, como en domingo. Una canción sobre el

recuerdo hecha astillas y así mi amor, hacia ti compuesto, hacia ti tendido, como unas manos

o unas albas que tejieran esa canción para ti sólo nacida y que el viento te la susurrara en cualquier

momento huérfano, al doblar la esquina. Mi amor era una canción. Pero tú la has hecho astillas. ***

TTTOOODDDOOO EEESSS TTTRRRIIISSSTTTEEE SSSIII NNNOOO HHHAAAYYY CCCAAANNNTTTOOO ,,, pero también el canto es triste. Del hombre es el último linde. Allí me llego, allí me consumo,

allí me acabo. En ese final comienzo. Y todo es triste en ese canto y sin él todo es muy triste. El hombre entona perdido un estribillo que escondió de las fauces del olvido. El canto sigue, persiste. Y es muy triste.

***

LLLLLLEEEGGGAAARRRÁÁÁ UUUNNN DDDÍÍÍAAA EEENNN QQQUUUEEE TTTOOODDDOOOSSS LLLOOOSSS NNNOOOMMMBBBRRREEESSS

SSSEEERRRÁÁÁNNN DDDIIISSSTTTIIINNNTTTOOOSSS ,,, y nada nos recuerde adonde vivimos. Nada

dirá la infancia, ni el patio del colegio, ni el amor de

los padres, ni las aventuras, ni los juegos, los hermanos.

No quedará nada. Porque las cosas son sus

nombres. La vida es siempre la forma en que se la

nombra. -En esa forma se la congrega y se recuerda-.

Pero llegará ese día en que todos los nombres serán otros, y

nuestro tiempo se habrá roto, como un juguete viejo que en el

desván acumula polvo, y nuestra vida será nada más un pozo cegado,

seco. ***

LLLAAA OOOSSSCCCUUURRRIIIDDDAAADDD TTTIIIEEENNNEEE SSSUUUSSS NNNOOORRRMMMAAASSS ,,, LLLAAASSS

MMMÚÚÚLLLTTTIIIPPPLLLEEESSS oscuridades que te nombran. Y no debes romperlas. Pide ser dicha con precisión, sin vacilar un momento seguido su ritmo, registrar exacto su latido. Has de seguir su sinuoso o brusco curso con instrumento de

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111333 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

médico o de músico o acaso un escalpelo, y en tu corazón aventarla cual ceniza que perdura, no se acaba, mientras la vida dura. Las oscuridades tienen sus normas y nos nombran. Hemos de retratarlas

desde dentro y respetar las tierras en que se asientan. De algún tiempo que también nos dice son la suma, la cifra, la cisterna, que el olvido

llena y en silencio un día se termina. ***

EEELLL PPPOOOEEEMMMAAA QQQUUUIIIZZZÁÁÁ AAACCCAAABBBAAA CCCOOONNN UUUNNN SSSEEENNNTTTIIIDDDOOO

DDDIIISSSTTTIIINNNTTTOOO AAA AAAQQQUUUEEELLL CCCOOONNN QQQUUUEEE EEEMMMPPPEEEZZZAAABBBAAA ,,, pero en la vida y el poema esto ya pasa. Tienen

sus repechos, sus meandros, sus contrasentidos e impulsos

equivocados. El hombre se encuentra siempre a medio

camino de algún sitio y nunca recuerda hacia dónde ha de retomarlo. Tiene una fruta entre las manos. Quizá es el

amor, o el alba que guarda también en ellas y

conserva limpia y pura para dársela a ella, si le espera. Pero no hay

sentido claro. Está en medio del camino y ningún pájaro lo

orienta. El hombre es viento, viento que pasa y las

hojas levanta. En las hojas la vida duerme y está exacta. Son hojas resecas. Hace mucho que no saben del

agua. El viento no se pierde nunca porque no tiene

caminos, está siempre perdido o llega a todos sitios. El

hombre

es viento, la luna que lo acompaña, un animal pequeño que ya no se sostiene en su espera, a veces un destello en la sombra o el camino, esa sombra y ese viento que las hojas alborotan. Son ligeras, lo dije,

están secas. Al hombre el agua del alma se le acaba. Dije

que es viento simplemente porque el viento esparce su

recuerdo. El hombre está allí, a medio camino de ningún

sitio, y sólo el viento de él da noticia y lo recuerda. ***

LLLAAA NNNOOOCCCHHHEEE EEESSS SSSIIIEEEMMMPPPRRREEE AAALLLBBBAAA ... EEENNN LLLAAA VVVIIIDDDAAA ,,, que es o puede ser la dicha, también está el

infierno. Esto es del todo cierto. El principio de no

contradicción, que asegura que una cosa no puede ser a la vez ella misma y su contrario, y que es eje

filosófico, se utiliza en los juicios y mi padre recordaba que a su tío jesuita le hicieron jurar en Roma siempre defenderlo no funciona en realidad, desde una perspectiva

profunda del sentir y de las cosas. La noche es alba y vivir también infierno. También el amor puede ser agua y la fiera que en ella se abreva. Así vivimos, así palpita el tiempo y somos en él su aliento. Cómo pueda ser esto en verdad es un misterio. Pero como una herida es cierto, y como ella viene a mis versos.

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111444 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

zzzooonnnaaasss

UUUNNNAAA PPPOOOEEESSSÍÍÍAAA PPPAAARRRAAA EEELLL CCCAAANNNCCCIIIOOONNNEEERRROOO::: MMMAAARRRÍÍÍAAA EEELLLEEENNNAAA WWWAAALLLSSSHHH (((111999333000---222000111111))) JJJooorrrgggeee AAAuuullliiiccciiinnnooo

En las tres últimas antologías importantes de la

poesía argentina, María Elena Walsh está incluida,

mayormente con canciones. Se trata de Los cien

mejores poemas de la poesía argentina, de Juan

Carlos Martini Real (Corregidor, 1974), la ambiciosa

recopilación en tres tomos que Raúl Gustavo

Aguirre realizó para la librería Fausto en 1979, y la

reciente 200 años de poesía argentina de Jorge

Monteleone, publicada por Alfaguara. Martini Real,

como ahora Monteleone, no hicieron diferencias

entre canciones y poemas, y también incluyeron

letras de tango en sus compilaciones, aunque no

demasiadas letras de canciones de otros géneros

populares. Es claro que María Elena Walsh recurrió

a la baguala, al carnavalito y a otros ritmos

folclóricos para su cancionero infantil. Pero pocas

letras del cancionero folclórico figuran en las

antologías de poesía argentina. Walsh, o por su

enorme popularidad en las capas medias de la

población urbana, o por la modernidad de su

inspiración, basada tanto en la literatura paradojal

de Lewis Carroll como en la imaginación del coplero

(El pobre del armadillo / ‘ta muy malo en su

aposento / arreglando sus cositas / haciendo su

testamento), obtuvo el privilegio de que sus letras

estuvieran junto a grandes poemas de la literatura

argentina, un lugar que no tuvieron “La tristecita”,

de María Elena Espiro, “La nochera”, de Jaime

Dávalos o “La telesita”, de Agustín Carabajal, así

como tampoco las antiguas coplas anónimas que

ella misma cultivó: “aquel –diría su compañera,

Leda Valladares– canto milagroso que habita en los

ranchos y montañas del norte argentino”. Las letras

que hicieron populares a María Elena son a la vez

modernas y antiguas, europeas y americanas: la

imaginería y el ritmo folclórico guardan misteriosas

semejanzas en los dos continentes. Pero la Walsh

era también una estupenda poeta literaria, formada

en la poesía tradicional española y luego marcada

por los cambios de lenguaje y ritmo de mediados

del siglo XX. Sólo una enorme cultura podía

alimentar esa enorme popularidad. En el trasluz de

su figura y de su cancionero está su dimensión

poética mayor.

Eñe, supl. de Clarín, 14 de enero de 2011

CCCOOOMMMOOO LLLAAA CCCIIIGGGAAARRRRRRAAA

TTTAAANNNTTTAAASSS VVVEEECCCEEESSS MMMEEE

MMMAAATTTAAARRROOONNN ,,, tantas veces me morí,

sin embargo estoy

aqui

resucitando.

Gracias doy a la

desgracia

y a la mano con puñal

porque me mató tan mal,

y seguí cantando.

Cantando al sol como la cigarra

después de un año bajo la tierra,

igual que sobreviviente

que vuelve de la guerra.

Tantas veces me borraron,

tantas desaparecí,

a mi propio entierro fui

sola y llorando.

Hice un nudo en el pañuelo

pero me olvidé después

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111555 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

que no era la única vez,

y volví cantando.

Tantas veces te mataron,

tantas resucitarás,

tantas noches pasarás

desesperando.

A la hora del naufragio

y la de la oscuridad

alguien te rescatará

para ir cantando.

AAAHHHOOORRRAAA

AAAHHHOOORRRAAA CCCOOOMMMOOO UUUNNN ÁÁÁNNNGGGEEELLL AAAPPPAAARRREEECCCEEESSS y me rodeas sin decirme nada.

Ángel que yo cuidara tantas veces

sin saberlo, callada.

En todo lo que miro permaneces

como el aire feliz de la mirada.

Me parezco a tu ausencia y te pareces

a mí resucitada.

Porque viniste cuando me moría

a devolverme a vivas caridades;

porque mi noche muda se hizo día

por gracia de tu voz iluminada,

en esta eternidad con que me invades

yo que no era, soy tu enamorada.

***

LLLEEEZZZAAAMMMAAA LLLIIIMMMAAA::: CCCIIIEEENNN AAAÑÑÑOOOSSS QQQUUUEEE SSSOOONNN DDDÍÍÍAAASSS PPPllliiinnniiiooo CCChhhaaahhhííínnn

La poesía es un acto imaginario, multiplicador y

diverso. La poesía cuyo terreno no es la realidad,

sino, lo imaginario—la realidad de lo imaginario--,

busca en el mundo de la imaginación, las regiones

que están entre la fantasía cruda, mecánica (el

“fantaseo”), y las que desaparecen más allá de las

últimas terrazas

visibles. Busca una

imaginación que, no

obstante ser

espontánea por el

mecanismo mismo

que la produce, puede

tener un sentido

cuyas claves no sean

exclusivamente

individuales, una imaginación que remita

continuamente al mundo. Entre las noches

profundas del racionalismo y la imaginación, la

poesía pretende encontrar un fragmento de lo

simbólico, tan nítidamente rescatado y brillando

con una luz tan propia, que induzca a lo real a

parecérsele, que induzca a la vida en situación de

transformar el arte, a crear, una nueva visión, tanto

del poema como de la vida misma.

Tal es la preocupación del poeta cubano José

Lezama Lima (1910-1976). Su objetivo no es

esclarecer un misterio, para que este se vea

reducido, empobrecido, a una verdad clara y

distinta. Lo que preocupa a José Lezama Lima es el

“eterno reverso enigmático” del mundo. En su libro

La fijeza (1949), hay varios poemas en prosa que

tratan de este tema, el cual, por cierto, se inscribe

dentro de una concepción católica del mundo.

Desde el momento—dice en uno de ellos—en

que Dios (“el principio”) pareció separarse de lo

Otro, los hombres se han dividido en dos grupos:

“los que creen que la generosidad del Uno

engendra el par, y los que creen que lo lleva a lo

Oscuro, a lo Otro”. Lezama, por supuesto, comparte

más la segunda creencia. El advenimiento del

Cristo—que vino a traer la guerra y no la paz, nos

recuerda, casi como Unamuno—trastocó las

perspectivas habituales. Con él “se ponían

claridades oscuras. Hasta entonces la oscuridad

había sido pereza diabólica y la densidad

insuficiencia contenta de la criatura”.

La poesía, según Lezama trastrueca también esa

simetría de opuestos. La poesía nace de la

resistencia que encuentra el “súbito” (la imagen) al

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111666 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

querer penetrar en lo “intensivo” (lo real). Pero,

advierte Lezama, en el mundo de la poiesis, la

diferencia física, “la resistencia tiene que proceder

por rápidas inundaciones, por pruebas totales que

no desean ajustar, limpiar o definir el cristal, sino

rodear, romper una brecha por donde caiga el agua

tangenciando la rueda giradora” o como lo dice en

otro poema, de manera más elíptica pero quizás

más eficaz y sorprendente: “el dado mientras gira

cobra el círculo,/pero el bandazo es el que le saca la

lengua al espejo”.

Parece, pues, evidente: la poesía no es tanto

esclarecimiento como revelación, ese instante en

que la imagen nos pone ante una totalidad, en que

ese “bandazo” rompe con la “embriaguez viciosa del

conocimiento” y nos hace vivir, ver el esplendor.

Aun podría añadirse: la revelación, pero del

misterio mismo. No hay claridad separada del

misterio: revelar es también velar para que lo

irreversible encarne, sea inteligible en el cuerpo

mismo de su oscuridad.

En la base de la poética de Lezama están los

conceptos de lo maravilloso, de la contemplación

asombrosa, de lo sobrenatural, mágico, religioso.

Sustituye el concepto griego de metamorfosis (aun

cuando los modos estéticos griegos y especialmente

homéricos pesen tanto en su obra) por el concepto

católico de transfiguración. Así, para Lezama, el

alma, el espíritu, y su forma más aprenhensible,

imagen, se vuelven sinónimos de poesía. La poesía,

en él, es la forma de la espiritualidad y de la

religiosidad, porque la poesía es lo maravilloso, lo

sobrenatural, lo mágico. De ahí que se relacionen

estrechamente, en su sistema misterio y poesía. Lo

que provoca esta fórmula “la poesía como misterio

clarísimo o, si usted quiere como claridad

misteriosa”.

La visión de Lezama no es la agustiniana del

hombre buscando a Dios en su interior, sino, según

Cintio Vitier, utilizando el sello de la semejanza, la

capacidad creadora que en él es la potencia

imaginativa, “para llenar ese retiramiento, ese vacío

que se abre entre el ascendere (uno primordial,

diada de participación, ternario que gana el

testimonio) el

redondear en la

tetractis de los

pitagóricos el venerable

bostezo de lo extenso

(reposo del

séptimodia), y el

descendere órfico del

septenario”, aparición

del ritmo y de la

imagen, interpretada

en relación con el

descenso del Ser a los infiernos, que es, en

definitiva, el espacio de la caída. Ahora bien, esto

supone un desgarrón, una ruptura, una hostilidad,

mientras que la intuición clásica del catolicismo, de

Dante a Claudel, consistía en sentir esa región

dolorosa como un espacio, a pesar de la caída y

como a través de ella, comunicativo y resonante.

Luz y aliento que permiten la transformación

incesante. Una vez más lo que define la poesía de

Lezama es su sincretismo donde orfismo, alquimia,

taoísmo, catolicismo o gnosticismo parecen enlazar

en su intento de ilustrar una visión del mundo y

una poética. Así encontramos en su libro

Fragmentos a su imán (1977) la noche órfica en su

capacidad generatriz. Hesíodo la llamaba la madre

de los dioses por su creencia, griega, de que

precedía la creación de todas las cosas. En Lezama

se asocian el mito órfico y su realidad de asmático,

que le impide conciliar el sueño, para hacer de la

noche el momento “propicio y mágico” para la

creación: “noche monosilábica/con sílabas que

avanzan hacia una fruta”. Noche germinadora que

trae la calma y multiplica el sueño.

Desde el gnoscitismo de Muerte de Narciso

(1937) hasta la visión órfica de Dador (1960), la

poesía de Lezama sitúa al hombre en lo que Cintio

Vitier ha llamado “los dos confines”: lo estelar y lo

oscuro; lo puro y lo siniestro. El bien y la ausencia

que hacen que “los demonios y los ángeles se

escondan sonriendo”. Es el mismo hálito que se

disuelve en el espíritu y que el taoísta transforma,

dentro de sí mismo, en el elíxir de la vida.

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111777 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

Todo el universo literario de Lezama—se

comprende entonces—parte y regresa

continuamente desde y hacia la poesía: es su

intimidad con ese territorio donde las palabras

mueren incesantemente para resucitar la que

apuntala el resto de su producción en prosa; la que

hace que hasta el más banal de sus comentarios se

someta a la sabiduría analógica, establezca secretos

pactos con el desordenado orden de la creación.

Como los grandes místicos, como los anónimos

poetas sufíes o los creadores de las Upanishads,

Lezama sabe que el fin último del lenguaje es el

escamoteo de las esencias, la magnificación de lo

innombrable por ese perfecto ejercicio de la agonía

que está implícito en toda aventura sustantiva:

nombrar a la Divinidad es una tarea sin destino

posible, ya que el nombre es el velo que la cubre

antes que la acción que la desnuda.

Y sin embargo, no debe creerse que la base

ideológica católica, la versión órfica de la poesía, la

visión de cierto visionarismo onírico, la convicción

sustantivista del acto poético; no debe creerse que

esta diversa familia que Lezama convoca desde su

barroca biblioteca lo condena simplemente a una

forma derivada del idealismo o del

trascendentalismo; tampoco, a una práctica

sustitutiva de la realidad y sus repertorios, y, mucho

menos a la especulación abstracta filosofante. Aquí

radica la complejidad real de su obra: en ella ocurre,

al mismo tiempo que aquellas resonancias de su

linaje poético, una proliferante presencia material;

y, por ello, el ejercicio de los sentidos y las

expansiones de la sensorialidad. Lezama no nos

propone otro mundo: “es este mundo lo que su obra

se propone reinterpretar, celebrar, significar.

PPPOOOEEEMMMAAA AAA LLLEEEZZZAAAMMMAAA LLLIIIMMMAAA PPPllliiinnniiiooo CCChhhaaahhhííínnn

LLLIIIMMMPPPIIIOOOSSS SSSUUUSSS LLLAAABBBIIIOOOSSS EEENNN LLLOOOSSS MMMÍÍÍOOOSSS su cáliz de bestia introdujo

El que hubo de morir en el instante

de su definición mejor

¿En éste por qué ha de morir?

Instante donde la imaginación percibe

el tacto ambiguo del deseo

moviendo sus abstracciones apolíneas

más profundas que bellas

como Epicuro tasó el placer en mil litros de

fuego

y Constantino se escondió en un vahído erótico

y sensual

que luego fragmentó en odios sueños

y tantísimos crepúsculos y espejos

Hoy que todavía es mañana y todavía hoy

Yo José Lezama Lima

he gozado tu miembro de búho entorpecido

***

AAANNNTTTOOOLLLOOOGGGÍÍÍAAA DDDEEE PPPOOOEEESSSÍÍÍAAA LLLAAATTTIIINNNOOOAAAMMMEEERRRIIICCCAAANNNAAA CCCOOONNNTTTEEEMMMPPPOOORRRÁÁÁNNNEEEAAA,,, SSSEEELLLEEECCCCCCIIIÓÓÓNNN DDDEEE PPPIIIEEEDDDAAADDD BBBOOONNNNNNEEETTTTTT... SSSaaannntttiiiaaagggooo EEEssspppiiinnnooosssaaa

Leemos antologías de

nuestro tiempo para

volver a sorprendernos.

Para viajar a través de las

palabras y vernos desde

afuera, como habitantes

de un mundo extraño. La

perspectiva podría

mostrarnos que no

éramos aquello que

creíamos ser; distinto era

el espacio que habitamos

a diario, sus calles y sus voces, distinto y poderoso

nuestro mismo lenguaje, usado y abusado hasta el

cansancio.

Quizás sea eso lo que nos pase con esta Antología

de poesía latinoamericana contemporánea,

preparada por Piedad Bonnett para la editorial

Norma: vuelve a conmovernos con lo que ya

conocíamos, como si asistiéramos a lo propio por

primera vez. Le mide el pulso a una tradición con la

mirada joven del que descubre.

El recorrido, que incluye dos poemas de cada

poeta, comienza con Oliverio Girando y César

Vallejo. Pasa por los grandes poetas del siglo XX

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111888 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

como Eduardo Lizalde y Blanca Varela, Eliseo Diego,

por aquellos que de un tiempo para acá se han

vuelto imprescindibles: Coral Bracho o Aurelio

Arturo, Marosa Di Giorgo o Juan Manuel Roca, y

hasta rescata y redescubre voces espléndidas como

las del boliviano Jaime Sáenz o el cubano Raúl

Hernández Novás. La muestra termina con algunos

poetas nacidos en la década del sesenta.

No existe aquí la pedantería del que hace una

muestra rebuscada para su autismo académico. La

antología pretende, hasta donde puede, dar cuenta

de lo más representativo. Tampoco existiría un afán

de “americanidad” o de equidad geográfica. El libro

parecería mostrarnos que la mayor gracia de esta

poesía, entre el exilo y la dispersión de las estéticas,

la diversidad de las lecturas, es su sorprendente

cruce de caminos. Es más, en muchos casos

parecería que estos poetas, más que para

representar lo americano, encontraron en la

escritura una alternativa para tratar de sobrellevar

esta dureza atávica de nuestras sociedades y países.

Pero lo más importante es que en un mundo

acostumbrado a las lógicas de cuotas y de géneros,

convocatorias y pequeños grupos, lecturas

absolutamente necesarias pero donde puede que lo

que menos importe sea la poesía, la antología de

Piedad Bonnett volvería a recordarnos la

importancia del criterio. Que para el vértigo o el

viaje basta el poema. Incluso sospecho que a la hora

de la escogencia se privilegiaron aquellos poemas

“que andan solos”, que borran sus huellas de origen

para volverse propiedad del lector.

Como en toda muestra se podría discutir la

ausencia de muchos poetas insoslayables, la

escogencia misma de tal o cual poema. Pero esto es

apenas natural. No existe una selección unívoca, y

más en estos tiempos de permisos editoriales y

balcanización de los medios culturales. Tampoco

habría un libro lo suficientemente grande como

para dar cuenta completa de la poesía

latinoamericana, que es sin mayores discusiones

una de las tradiciones más variadas y fecundas del

planeta. Lo que hay que destacar de esta muestra es

que asume todos estos retos con frescura e

inteligencia.

Desde ya puedo imaginar a los lectores jóvenes,

entrando en los recintos de este libro como frente a

un desván de los fantasmas. Haciéndose lectores o

poetas en el asombro de estas voces extrañas que

en secretos los preceden, y que seguramente los

van a acompañar por siempre.

La antología tiene como lado B (“Cara y cruz”),

un texto de Juan Gustavo Cobo Borda detallado y

preciso, con más prejuicios que la antología pero

que puede ilustrar mucho al lector que comienza. A

pesar de que ambos lados no parecen coincidir del

todo, tanto en criterios como el carácter de la

mirada, del contrapunto nace un libro necesario.

Los ecos de todo continente reinventado una vez

más en sus registros lingüísticos.

www.revistaarcadia.com/opinion/critica/articulo/c

ruce-caminos/24220

***

EEELLL PPPOOOEEETTTAAA MMMEEEXXXIIICCCAAANNNOOO JJJOOORRRGGGEEE VVVAAALLLDDDÉÉÉSSS DDDÍÍÍAAAZZZ---VVVÉÉÉLLLEEEZZZ GGGAAANNNAAA EEELLL III PPPRRREEEMMMIIIOOO IIIBBBEEERRROOOAAAMMMEEERRRIIICCCAAANNNOOO DDDEEE PPPOOOEEESSSÍÍÍAAA HHHEEERRRMMMAAANNNOOOSSS MMMAAACCCHHHAAADDDOOO

l poeta

mexicano

Jorge Valdés Díaz-

Vélez ha sido

galardonado con el

I Premio

Iberoamericano de

Poesía Hermanos

Machado

convocado por el

Instituto de la

Cultura y las Artes

del Ayuntamiento de Sevilla (ICAS) y la Fundación

Caja Rural del Sur, en colaboración con la

Fundación José Manuel Lara.

Según se ha indicado en nota de prensa, la

delegada de Presidencia y Cultura del

Ayuntamiento de Sevilla, Maribel Montaño,

acompañada por los miembros del jurado, ha

anunciado este fallo cuya dotación es de 12.000

euros y que supone la publicación del poemario

presentado Mapa mudo en la colección Vandalia de

la editorial Fundación José Manuel Lara, con una

tirada inicial de 2 000 ejemplares.

El jurado ha estado formado por la profesora y

poeta Julia Uceda; el poeta y editor Uberto Stabile;

E

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111999 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

el escritor y profesor

de la Universidad de

Sevilla y director de la

colección Vandalia de

la Fundación José

Manuel Lara Jacobo

Cortines; el editor y

crítico literario Ignacio

Fernández Garmendia;

y el vicerrector de la

Universidad de Huelva,

Manuel José de Lara.

Así, Ignacio

Cortines, en

representación del jurado, ha asegurado que la obra

premiada destaca por "su profundidad y coherencia

poética, por su multiplicidad de temas y escenarios

y por tener una voz muy personal que mantiene un

altísimo nivel a lo largo de todo el poemario". Al

mismo tiempo, ha asegurado que supone un libro

"de gran lucidez y de perfección formal".

Por su parte, la delegada ha destacado la "buena

acogida" de esta iniciativa, en la que se han

presentado 174 obras y la "alta calidad de los

finalistas". Montaño también ha querido agradecer

a los miembros del jurado "de gran prestigio" su

participación en la convocatoria de este premio que

"tiene vocación de permanencia" y ha anunciado

que la entrega del premio se realizará el próximo

mes de febrero en el convento de Santa Clara.

El ICAS convoca este premio, que nace con el

objetivo de promocionar la creación poética en el

ámbito iberoamericano, en el que la ciudad de

Sevilla reconoce un nodo central de su historia y su

presente. Además, el premio rinde homenaje a dos

de sus más insignes hijos, los poetas Antonio y

Manuel Machado, en el año en que la ciudad de

Sevilla asume la presidencia de la Red de Ciudades

Machadianas, abre sus puertas al mundo la Casa de

los Poetas de Sevilla, y se organiza la

correspondiente edición del Otoño Cultural

Iberoamericano promovido por la Fundación Caja

Rural del Sur.

Trayectoria del autor

Javier Valdés Díaz-Valdés nació en Torreón,

Coahuila, México, el 24 de septiembre de 1955. Ha

publicado 12 libros de poesía desde Voz temporal

(La Habana, FCBC, 1985) hasta Otras horas

(Santander, Cantabria, Quálea editorial, 2010).

Se le ha otorgado el Premio Latinoamericano

Plural (1985), el Premio Nacional de Poesía

Aguascalientes (1998) y el Premio Internacional de

Poesía Miguel Hernández-Comunidad Valenciana

(2007).

Parte de su obra está incluida, entre otras, en las

antologías: Ruido de sueños. Panorama de la nueva

poesía mexicana (México, El Tucán de Virginia,

1995); Cien años de sonetos en español (Madrid,

Hiperión, 2000); La coma de la luna. Antología de

poesía mexicana 1945-2005 (Bogotá, Común

Presencia, 2005); Tan lejos de Dios, poesía mexicana

en la frontera norte (México-España, coedición de la

Universidad Nacional Autónoma de México y Baile

del Sol (2010).

Como miembro del Servicio Exterior ha sido

Director del Centro Cultural de México en Costa

Rica y del Instituto de México en España, países

donde además fue consejero cultural. También ha

servido en las embajadas de México en Cuba y en

Argentina, y en el Consulado General de su país en

Miami, Florida.

www.20minutos.es, 10 de enero de 2011

NNNAAADDDIIIEEE

VVVOOOLLLVVVÍÍÍ AAA ÍÍÍTTTAAACCCAAA ,,, AAA SSSUUUSSS MMMÉÉÉDDDAAANNNOOOSSS de bruma evanescente, al sol

que la traspasa y a las calles

que mi memoria soñó hermosas.

Degusté el sexo de los higos,

la pulpa de un dátil, el cálido

resplandecer de la aceituna.

Fui un extranjero entre los míos.

Nadie advirtió que tras la máscara

tallada por la espuma, iba

yo, el heroico (ese mendigo

sin sombra que salió una noche

de lágrimas al mar) Ulises,

el pródigo en historias vuelto

del más allá de su leyenda.

Antes que el alba, regresé

a la costa y enfilé al sur.

No reconoceré los muelles

a donde vaya mi deliro.

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222000 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

Sólo sabré que estuve en Ítaca

para reinar sobre mi espectro.

La Jornada Semanal,núm. 825,

26 de diciembre de 2010

EEELLL MMMÁÁÁSSS CCCOOORRRAAAZZZOOONNNAAADDDOOO JJJooorrrgggeee VVVaaallldddééésss DDDíííaaazzz---VVVéééllleeezzz

iguel Hernández,

viento del pueblo,

poeta autodidacta, natural

de Orihuela, pastor de

cabras, intelectual y

militante activo de las

causas de la democracia

que defendió en las zanjas

y en las trincheras de la

República quebrantada

fue, al decir de Claudio

Rodríguez, “el más

corazonado de los hombres”.

Su obra construyó el relámpago que, a un siglo

de su nacimiento, sigue deslumbrando a sus

lectores. En las dos orillas del Atlántico, Miguel

Hernández continúa siendo el rayo que no cesa de

iluminar una tradición que en él se renueva porque,

encima de los tópicos, mantiene vigentes su furiosa

frescura, su proximidad y cercanía.

Su lenguaje poético, tan novedoso en el

momento, por su relación directa con el mundo

rural y urbano; su participación en la convivencia

humana; su admiración por el Góngora más

culterano, además de su maestría en el dominio de

los metros clásicos; la dureza de su expresión, su

utilización de tantos términos no poéticos por

definición; su aspereza de barro con el que se

simbolizó y desde el que alzó el discurso de un

lirismo superlativo; su ética y compromiso

políticos; su trabajo en los frentes de batalla; su

dignidad incorruptible también en los presidios,

impregnan la acción de este enorme “corazonado”.

O, para decirlo en la tradición mesoamericana, de

este hombre “del corazón endiosado”.

Si bien sus primeras incursiones en las letras

fueron marcadas por los clásicos del Siglo de Oro,

Javier Díez de Revenga, uno de sus más prestigiados

estudiosos, apunta que cuando Miguel empieza a

formarse uno de los modelos literarios que sigue es

el de Jorge Guillén. También afirma que su primer

libro, Perito en lunas, de 1933, publicado en Murcia,

está influido por Cántico, de Jorge Guillén, publicado

cinco años atrás, en 1928.

Podríamos añadir que esta decisiva influencia,

como muchas otras adquiridas en su corta vida

literaria, fue un incentivo que, sin embargo, no

anuló la claridad expresiva de Miguel Hernández,

quien sólo en diez años consiguió consolidar una

voz poética personal y original. Ésta se afianza

sobre un tríptico existencial que lo acompañará en

su breve trayectoria, cuyos años de joven adultez

fueron marcados por el entorno de la Guerra civil y

sus posteriores períodos en la cárcel.

Poetas como Leopoldo de Luis y Jorge Urrutia

han señalado además que la obra del gran poeta

orielense: “gira en torno a tres temas básicos: la

vida, el amor y la muerte. Estas tres heridas que

marcan al poeta son en realidad una sola a fin de

cuentas”; y cito: “Llegó con tres heridas:/ la del

amor,/ la de la muerte,/ la de la vida.//

Con tres heridas viene:/ la de la vida,/ la del

amor,/ la de la muerte.// Con tres heridas yo:/ la de

la vida,/ la de la muerte,/ la del amor.”

Después de estas doce líneas, nada se ha escrito

en nuestra lengua que no se hubiera apuntalado

sobre estos tres pilares y sus derivaciones. En ellos

se sostienen y confrontan la realidad existencial y

su significación íntima, a la vez que abierta y plural,

en el cuerpo de las letras contemporáneas. La vida

como pulsión del Eros que desafía a la muerte, y el

amor como sustancia y disparador de la conducta

humana.

Las penurias de los años madrileños, trabajando

en la editorial Espasa Calpe por un salario modesto,

le dieron la posibilidad de acercarse a diferentes

vertientes de la poesía de su época, superando con

mucho, en su producción propia, a las modas y

posiciones facilistas y cómodas de una comunidad

de autores a la que criticó por su indiferencia o

abierto rechazo, y por su falta de solidaridad.

M

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222111 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

Una solidaridad

que defendió hasta

impregnar con ella los

actos de su vida, que

es decir de su obra

literaria enriquecida

por su relación con

autores como Alberti,

María Teresa León,

García Lorca,

Aleixandre y Neruda,

quien además ayudó a la sobrevivencia de su

familia, cuando Hernández fue confinado a los

calabozos del franquismo.

Lamentablemente nunca sabremos qué hubiera

sucedido si, como Ángela Figuera, Cernuda, Gil-

Albert, León Felipe, Rejano, Garfias, Max Aub, María

Zambrano, Prados, Larrea, Bergamín, Xirau, Gaos,

Remedios Varo, Buñuel, Díez-Canedo y tantos otros

creadores, Miguel Hernández hubiera llegado a

México para hacer de ésta su segunda patria y

seguir edificando aquí su obra en libertad.

Es en el cautiverio del sentenciado a muerte

donde escribe uno de los poemas más

conmovedores, al enterarse que su esposa sólo se

alimentaba de cebollas en el tiempo de la lactancia

de su segundo hijo. Junto con la “Elegía” a la muerte

de su amigo Ramón Sijé, quizá el mejor de sus

poemas, seguirá siendo referente de esas tres

heridas que marcan la entraña de su producción.

“Nanas de la cebolla” es obra de un autor que

contaba entonces con sólo veintinueve años.

Para finalizar esta breve intervención, me voy a

permitir citarlo, porque creo que para sus lectores

de España y de México nada es más importante en

un homenaje que dar la voz a quien aquí nos ha

reunido: “La cebolla es escarcha/ cerrada y pobre./

Escarcha de tus días/ y de mis noches./

Hambre y cebolla,/ hielo negro y escarcha/

grande y redonda.// En la cuna del hambre/ mi

niño estaba./ Con sangre de cebolla/ se

amamantaba./ Pero tu sangre,/ escarchada de

azúcar,/ cebolla y hambre.// Una mujer morena,/

resuelta en luna,/ se derrama hilo a hilo/ sobre la

cuna./ Ríete, niño,/ que te tragas la luna/ cuando es

preciso.// Alondra de mi casa,/ ríete mucho./ Es tu

risa en tus ojos/ la luz del mundo./ Ríete tanto/ que

mi alma al oírte,/ bata el espacio.// Tu risa me hace

libre,/ me pone alas./ Soledades me quita,/ cárcel

me arranca./ Boca que vuela,/ corazón que en tus

labios/ relampaguea.// Es tu risa la espada/ más

victoriosa,/ vencedor de las flores/ y las alondras./

Rival del sol./ Porvenir de mis huesos/ y de mi

amor.// La carne aleteante,/ súbito el párpado,/ el

vivir como nunca/ coloreado./ ¡Cuánto jilguero/ se

remonta, aletea,/ desde tu cuerpo!// Desperté de

ser niño:/ nunca despiertes./ Triste llevo la boca:/

ríete siempre./ Siempre en la cuna,/ defendiendo la

risa/ pluma por pluma.// Ser de vuelo tan alto,/ tan

extendido,/ que tu carne es el cielo/ recién nacido./

¡Si yo pudiera/ remontarme al origen/ de tu

carrera! // Al octavo mes ríes/ con cinco azahares./

Con cinco diminutas/ ferocidades./ Con cinco

dientes/ como cinco jazmines/ adolescentes.//

Frontera de los besos/ serán mañana,/ cuando en la

dentadura/ sientas un arma./ Sientas un fuego/

correr dientes abajo/ buscando el centro.// Vuela

niño en la doble/ luna del pecho:/ él, triste de

cebolla,/ tú, satisfecho./ No te derrumbes./ No

sepas lo que pasa/ ni lo que ocurre.”

La Jornada Semanal, núm. 795, 30 de mayo de 2010

***

PPPUUUBBBLLLIIICCCAAA LLLAAA UUUNNNAAAMMM AAAFFFLLLUUUEEENNNTTTEEESSS ,,, DDDEEE PPPUUURRRAAA LLLÓÓÓPPPEEEZZZ CCCOOOLLLOOOMMMÉÉÉ

Diversos ensayos en

torno a la poesía y las

artes plásticas, son

reunidos por la poetisa y

ensayista Pura López

Colomé (Ciudad de

México, 1952) en su libro

Afluentes, publicado por la

Dirección de Literatura de

la Universidad Nacional

Autónoma de México

(UNAM) y Equilibrista.

Dividido en tres capítulos, el libro ofrece la

visión de la autora acerca de la obra de diversos

poetas de largo aliento.

Analiza el quehacer del irlandés Seamus Heaney,

de Hilda Doolittle y Paul Celan, así como de los

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222222 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

mexicanos Octavio Paz, Nobel de Literatura, José

Emilio Pacheco y Juan Carvajal.

López Colomé dedica la última sección a dos

pintores connotados: Phil Kelly –recién fallecido- y

Frida Kahlo, así como a algunas artistas

representativas de la pintura mexicana del Siglo XX.

Se trata de un texto de madurez intelectual, donde

la prosa alcanza grandes revelaciones.

El libro ofrece datos antes inadvertidos y

certidumbres icásticas a la manera de un poliedro

iluminado.

Afluentes también representa una culminación

reflexiva para la maestra Pura López Colomé, una

poeta y ensayista que se cuenta entre las mejores de

la lengua española del mundo contemporáneo.

Este volumen incluye un poema dedicado por la

autora a Juan Carvajal, intitulado “Para siempre”',

mismo que escribió con la intención 'de animarlo en

el supuesto tránsito hacia la salud en que se

hallaba', como refiere ella.

López Colomé y sus versos son una prueba de

que los vasos comunicantes de ambos poetas en

realidad, probaron ser sólo un eco del Anima

mundi. Será por ello que la obra de esta autora

mexicana ha sido ampliamente reconocida.

Ella escribió: “Pongo el oído ahora, entonces, /

contra tu pecho: El yunque y el martillo / marcarán

el tiempo. / Tu corazón, metrónomo de tantas

estrategias / ex nihilo, / ensordece los gritos de mi

infancia. / Silba… Y así, su verso sigue”.

El Informador, Guadalajara, 5 de enero de 2011

***

LLLAAA PPPOOOEEESSSÍÍÍAAA,,, UUUNNN EEEJJJEEERRRCCCIIICCCIIIOOO PPPAAARRRAAA PPPOOOCCCOOOSSS

Quien escribe poesía lo hace desde un principio.

J.LÓPEZ

La prosa y la poesía discurren por caminos muy

distintos en lo que respecta al mercado; Mientras

que la narrativa intenta llegar a todos los lectores, el

género lírico está dirigido a un público mucho más

especializado, incluso Octavio Paz decía que en el

fondo la poesía es una

práctica que funciona

como una sociedad

secreta, es decir, unos

poetas se leen a otros,

porque aunque México

tiene una producción

riquísima textos, siempre

ha tenido un número

limitado de lectores.

“La única limitación de la poesía es que hay muy

pocos lectores, pero creo que es un género bastante

permeable a la realidad de nuestro tiempo y a las

mutaciones sociales”, explica el poeta jalisciense

Jorge Souza Jauffred sobre la situación del género

literario.

En Jalisco, Ciudad de México, Tijuana, Monterrey,

Nayarit, Estados Unidos, China, Alemania, España y

“en cualquier parte del mundo el poeta, el que hace

poesía sabe que su trabajo no repercutirá en las

masas. No es una situación particular de un país,

Estado, ciudad o región, sino que siempre la poesía

ha sido de minorías”, agrega el también titular de

Literatura de la Secretaría de Cultura (SC) de

Jalisco.

Quien escribe poesía lo hace desde un principio,

“interiorizando que no se trata de un arte masivo,

consciente o inconscientemente”, señala Luis

Vicente de Aguinaga, poeta tapatío, con más de 20

años de trayectoria. Como sí podrían serlo el cine o

la música popular. “El éxito editorial y la novela van

de la mano, así viene dado desde los inicios de la

literatura”.

Sin embargo, Luis Vicente descarta que se trate

de un ejercicio que realicen “los elegidos” o “alguna

élite”, “simplemente no es para muchos. Es como

cuando se te antoja cocinar; uno prepara un platillo

para un par de amigos, para unos cuantos, no

invitas a todo mundo. Porque la poesía al igual que

la cocina, tiene un proceso ceremonial”.

No se trata tampoco de que los tirajes editoriales

del género lírico sean pocos, aunque tampoco

alcanzan el volumen de la narrativa. “Son tirajes

diferentes, pero nadie puede lanzarse de manera

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222333 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

suicida a hacer grandes tiradas de poesía porque las

evidencias nos dicen que no hay tantos lectores

como quisiéramos”, afirma Souza Jauffred. Por ello,

señala que cualquier iniciativa o estrategia

destinada a difundir la poesía será bienvenida. “Me

gustaría que se leyera más poesía en el autobús, en

un café, en un bar. Es más complicado leer un

capítulo de una novela que un poema. Por eso, a

veces creo que la poesía es un género portátil, creo

que para este tiempo de prisas es la mejor lectura,

como los microrrelatos”.

Sin alarmas encendidas

Que la poesía sea un nicho para minorías o que

ocupe un lugar sagrado –que no tiene nada que ver

con lo religioso-, “no debe escandalizar a nadie, en

la medida que la poesía a diferencia de la novela o

de la traducción, incluso de otras actividades como

el guionismo de cine, la lírica no exige la misma

duración del esfuerzo, porque no puedes escribir

una novela durante una noche, cuando un poema sí.

Tampoco exige la misma especialización técnica

como es el caso de la escritura de un guión para

cine o un libreto de teatro. Mientras que un verso,

aunque esté escrito en una servilleta, existe. No

necesita musicalizarse, dramatizarse, publicarse

para ser, ya lo es así como está. Por ello, se trata de

una vocación económica”, apunta De Aguinaga.

Objeto sofisticado

Aunque la poesía puede ser un ejercicio “primitivo”

como expresa De Aguinaga, también puede utilizar

otros recursos. “Como la pintada con spray en

bardas, o distribuida por internet, como hace

muchos años en tiempos de los dinosaurios fue casi

con sonidos guturales. Lo cual no se puede hacer

con un cuento, una novela, un reportaje. No se

puede difundir así de golpe en un espacio donde la

lea alguien que no sabe nada de esto”.

No recala en el pensamiento humano

Por alguna extraña razón la poesía viene desde el

comienzo de la historia y nada la interrumpe: “ni

catástrofes naturales y tampoco las causadas por el

hombre. Es un género que no tiene público, tiene

lectores. Eso sí, es un sector fiel y como otras

manifestaciones del arte, la poesía llena una

necesidad humana. La posibilidad de que por sí sola

modifique la conciencia humana es un poco remota,

pero sí satisface en los lectores algo que no tiene

definición”, añade.

La poesía local

En Guadalajara la creación poética se mantiene viva,

latente, gracias a la vocación desmedida que desde

hace algunos años han estado practicando Ángel

Ortuño, Luis Armenta, Hugo Plascencia, Leticia

Cortés, entre los más jóvenes, “pero hay otra

generación de autores entre los 50 o 60 años de

edad, que tiene relación con poetas emergentes

como es el caso de Ernesto Flores, que considero de

lo destacable”, añade Luis Vicente y agrega que en la

Entidad destaca el trabajo de poetas como Raúl

Bañuelos, Jorge Esquinca, Karla Sandomingo,

Ricardo Castillo, Raúl Aceves y Patricia Medina.

El dato

De los lectores mexicanos sólo el 2% prefiere leer

poesía, mientras que el 11% opta por las novelas y

el 7% elige el género del cuento, según se expone

en el apartado de Literatura de la Encuentra

Nacional de Hábitos, Prácticas y Consumos

Culturales, documento que cada año realiza el

Consejo Nacional para la Cultura y las Artes

(Conaculta).

La única limitación de la poesía es que hay muy

pocos lectores, pero creo que es un género

bastante permeable a la realidad''. Jorge Souza,

poeta.

El éxito editorial y la novela van de la mano, así

viene dado desde los inicios de la literatura''.

Luis Vicente de Aguinaga, poeta

El Informador, Guadalajara, 2 de enero de 2011

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222444 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

PPPEEERRREEE GGGIIIMMMFFFEEERRRRRREEERRR RRREEEGGGRRREEESSSAAA AAA LLLAAA PPPOOOEEESSSÍÍÍAAA CCCOOONNN UUUNNN LLLIIIBBBRRROOO EEESSSCCCRRRIIITTTOOO EEENNN SSSEEEIIISSS DDDÍÍÍAAASSS VVVíííccctttooorrr FFFeeerrrnnnááánnndddeeezzz

El mal tiempo suele inspirar a veces buena

literatura. Mientras el pasado año la lluvia y la nieve

caían sobre Barcelona, el académico Pere Gimferrer

escribía los versos de su nuevo libro, Rapsodia,

editado por Seix Barral. Ese “poema unitario”, tal y

como lo llama su autor, es también el regreso de

una de las más intensas voces poéticas de nuestro

tiempo, alguien de quien el escritor Octavio Paz dijo

que es “un poeta joven, un poeta dueño de esa

perfección que sólo lo joven tiene”.

El volumen, dividido en 17 secciones, según

explicó ayer su autor, “fue escrito en seis días”. Sin

embargo, Gimferrer pasó varios meses, de enero a

octubre, corrigiendo el texto, algo con lo que intentó

mejorar el aspecto rítmico y la imagen de las

palabras. Todo ello hace que la lectura

recomendable para el poemario sea “de una sola

tirada”.

El gran poema que forma esta Rapsodia es, según

su autor, “un compendio de todo lo que he podido

vivir”, añadiendo también en los versos referencias

a algunas de sus lecturas o películas favoritas. De

esta manera, podemos encontrar referencias a

escritores de la talla de Góngora, Dante, Proust o

Cernuda, entre otros, sin olvidar el cine de Buñuel o

de Cocteau.

Otro elemento de Rapsodia es el uso de

cultismos. «Siempre procuro que haya un grupo de

cultismos, palabras documentadas». A este

respecto, el autor de «Arde el mar» recordó a Foix,

como poeta que empleaba cultismos y registros más

populares. Gimferrer habló también de su sistema

de trabajo, recordando que «la poesía consiste en

guiar la palabra, hacerla existir de una manera

autónoma». El poema surge a partir de un sonido en

la cabeza «donde va más rápido que escrito a mano.

Su ritmo es demasiado rápido». Luego se organizan

las imágenes en el sentido lógico con el que serán

captadas por el lector. Haciendo balance de su

producción poética, Gimferrer reconoció que «cada

libro es diferente, pero no ha ido variando la actitud

ante la palabra».

Una tarjeta para apuntar los versos

Rapsodia no es el primer poema unitario en verso

libre, escrito por Gimferrer. Anteriormente había

publicado La muerte en Beverly Hills (1968), L’espai

desert (1977) y Aparicions (1982).

Entre los autores que más le han influido

destacan desde Dante, Góngora a Ausias March,

pasando por Baudelaire, el último Rimbaud –el de

«Iluminaciones»– y Neruda, entre muchos otros.

- Respecto a si está escribiendo de nuevo, comentó

que ayer mismo por la mañana acabó un poema

corto de catorce versos, que había empezado hace

seis o siete días. «Pero no sé si haré otro libro»,

aseguró Gimferrer. Al poeta le gusta escribir en casa

o en la calle, aunque tenga que utilizar, por ejemplo,

una tarjeta para apuntar unos versos.

La Razón, 19 de enero de 2011

***

UUUNNN JJJAAARRRDDDÍÍÍNNN CCCOOONNN SSSAAAPPPOOOSSS DDDEEE VVVEEERRRDDDAAADDD JJJaaavvviiieeerrr PPPééérrreeezzz EEEssscccooohhhoootttaaadddooo

Gil de Biedma, en Al pie de la letra, sostenía que su

actitud respecto a la poesía coincidía con la que

Marianne Moore, con distancia y precisión, había

formulado en su poema 'Poesía': «A mí también me

disgusta./ Al leerla, sin embargo, con absoluto

desdén, uno descubre en/ ella, después de todo, un

lugar para lo genuino».

Añade Gil de Biedma otros versos, que

corresponden a la primera y más larga versión del

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222555 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

poema, y parafrasea:

«la finalidad práctica

de la poesía reside en

la creación de jardines

imaginarios habitados

por sapos de verdad».

La publicación en

castellano de la Poesía

completa de Marianne

Moore (St. Louis,

1887-Nueva York,

1972)' no sólo es un acierto editorial, sino toda una

operación de justicia literaria, que sin duda va a

tener una repercusión inmediata entre los lectores

de poesía y los mismos poetas de este país, puesto

que se trata de una indiscutible obra maestra.

Marianne Moore pertenece al modernismo

norteamericano, un movimiento que plantea la

imperiosa necesidad de una poesía moderna,

alejada tanto del romanticismo y su

sentimentalidad, como del realismo. En ese

movimiento, T.S. Eliot es el pope que pontifica sobre

quién y qué es lo que responde a esa idea de

modernismo, y lo que debe ser publicado bajo esa

etiqueta, sobre todo a través de sus 'London

Letters', que fue publicando en la revista 'The Dial',

de NY, y luego en 'The Criterion', que él dirigió con

criterio firme. El núcleo duro que forma este

movimiento -un grupo de escritores casi

exclusivamente neoyorkino- lo componen hoy

nombres ineludibles de la poesía occidental: la

propia Marianne Moore, T. S. Eliot, Wallace Stevens,

William Carlos Williams, A. Kreymborg, e.e.

cumming, Mina Loy, Gertrude Stein y el mismísimo

Pound, que fue el verdadero aglutinante de todos

ellos y el que puso en contacto a escritores y

pintores. Marianne Moore, interviene en la poesía

de su tiempo combatiendo el realismo mostrenco

del siglo anterior y se coloca frente esa tradición de

poesía sentimental elaborada por mujeres

«poetisas», que cultivan la sentimentalidad como un

ámbito casi exclusivo de ellas. A Marianne Moore,

por el contrario, hay que situarla en ese otro lado de

las «antipoetisas», más aceptado estéticamente y

cuyo antecedente era Emily Dickinson.

La ocupación y preocupación de Olivia de Miguel

por Marianne Moore viene de lejos -ya nos había

dado un anticipo en su antología Pangolines,

unicornios y otros poemas-, por lo que la traducción

de esta Poesía completa es un trabajo meta, que la

traductora ha coronado con exquisita dedicación y

éxito en una etapa de la más alta y empinada

montaña. Se ha especializado Olivia, al parecer, en

textos complejos. Recuerdo ahora, por encima, su

traducción de los retorcidos relatos de Barry

Hannah, 'Como almas que lleva el diablo', o su

'Banco de la desolación', narraciones de H. James -

del que los propios americanos decían que escribía

en una lengua que no era el inglés-, y, para colmo,

esta 'Poesía completa de Marianne Moore', poemas

de extrema dificultad contra los que otros se han

estrellado sin remedio.

Contextualización

La edición que ha traducido, prologado y editado

Olivia de Miguel sigue la que, en 1967, con ochenta

años, la propia Marianne Moore adopta como

definitiva de su Poesía completa. La autora -decisión

que respeta la traductora- sigue unos criterios de

selección y corrección muy estrictos, y restrictivos,

lo que nos permite deducir que esta edición que

ahora se publica en castellano es la que recoge

mejor que ninguna otra el juicio maduro y meditado

de la propia Moore. Esta y otras noticias que

contextualizan la obra se dan en el prólogo a esta

edición, en la que, además, se aportan otros

materiales muy útiles para la lectura y

entendimiento de la poesía de Moore: un brillante

epílogo de T. S. Eliot y una extensa entrevista que la

autora concedió a Donald Hall sobre el proceso de

su creación y las interferencias con la propia

autobiografía. Marianne Moore, que estudió

Biología aunque le gustaba la medicina, se quedó en

la poesía para suerte de sus lectores; pero sus

estudios y sus pasiones contagiaron sus poemas de

manera decisiva. Nadie en la poesía moderna

occidental posee una voz más original. Sus fuentes

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222666 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

son, por supuesto,

literarias, pero, sobre

todo, provienen de ese

espectáculo que es la

naturaleza en sus

variadas formas.

Marianne Moore, que por

encargo de Auden tradujo

al inglés las Fábulas de La

Fontaine, usa en sus

poemas una amplia

panoplia de bichos y demás parientes, cuya

conducta observa a través de un microscopio moral

y literario: el jerbo, el pangolín, el pelícano fragata,

el erizo, el buey ártico, el tigre, el camaleón, el

caracol... Parece recurrir, con este método, a ese

recurso, tal vez idealista, de considerar la

Naturaleza como un modelo todavía vigente para

los humanos, al menos como fuente de observación

y conocimiento. Ese es el jardín de la poesía con

sapos de verdad dentro, con sapos morales, tal

como lo entendía Gil de Biedma; con animales que,

como el jerbo, una pequeña rata del desierto, «no

posee nada sino la abundancia»; como el pelícano

fragata, «el más romántico de los pájaros», que es

capaz de neutralizar el poder constrictor de la

pitón; como el cisne -de engañoso plumaje-, que

demuestra en su belleza material «que el rey ha

muerto». Otra vez aflora la vieja discusión: ¿La

Naturaleza imita al Arte? ¿Son los animales un

espejo en el que todavía podemos contemplarnos?

En otros poemas, recurre a objetos, tapices, cuadros

emblemáticos o anécdotas de la Historia para

bucear en ese espacio plástico, material y narrativo.

Como nieta de un pastor presbiteriano, su estricta

moral, a través de ese gran espejo de la Naturaleza y

la Cultura, le lleva a replantear muchas situaciones

que para los comunes mortales pasan

desapercibidas. Su postura literaria y moral es de

una novedad, de una modernidad apabullante.

Suena, finalmente, en esta traducción, un

castellano en el que se mantiene la distorsionada

sintaxis del original, la particular y modernista

disposición tipográfica del poema, en el que brilla,

como un lomo de caballa, la imagen plástica, el

encabalgamiento feliz, la aliteración juguetona, el

hipérbaton necesario, la observación minuciosa, la

cita oportuna, la sentencia rotunda: «El estudioso

estudia/ voluntariamente, negándose a ser menos/

que un individuo./ 'Da su opinión y la mantiene'”.

La Rioja, Cultura, 2 de enero de 2011

***

MMMAAANNNUUUEEELLL UUULLLAAACCCIIIAAA,,, PPPOOOEEETTTAAA DDDEEELLL TTTIIIEEEMMMPPPOOO RRRaaaúúúlll OOOlllvvveeerrraaa

Foto: Lourdes Almeida

Sería allá por agosto de 2004 cuando una tarde, no

teniendo algo mejor que hacer, me detuve ante una

librería de viejo. A diferencia de las grandes urbes,

en las ciudades medianas como la mía no hay

muchos libros y los pocos que se encuentran no

ofrecen interés. Después de tentalear entre pilas de

libros y llenarme las manos de polvo, ese polvo fino

que se acumula entre las hojas y que tanto perjuicio

causa a los pulmones, aparté la pesca del día con

extremo sigilo, casi como si alguno me observara

para arrebatármela. Entre las redes de mis dedos

habían quedado atrapados tres esbeltos e incautos

volúmenes, dos en inglés, creo que novelas, y uno

de poemas en español, publicado por la unam. No es

común encontrar, especialmente en el norte de

México, libros de la Universidad Nacional en virtud

de la pésima distribución, aunque, a decir verdad, lo

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222777 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

que me atrajo hacia aquel cuadernillo de pastas

claras fue abrir la primera página y encontrarme

con una dedicatoria, de puño y letra del propio

autor, con fecha de abril de 1993: A Armando

Oviedo este primer libro de su amigo Manuel. En el

colofón se asentaba el título del volumen, La

materia como ofrenda, con fecha de publicación en

marzo de 1980. El nombre del autor era Manuel

Ulacia.

No era la primera vez que me topaba con ese

apellido de francas resonancias vascas. No sé por

qué pensé en Luis Ignacio Helguera. Por encima de

la calidad de los poemas, con el obligado epígrafe de

Borges y la dedicatoria general (A mis amigos),

aquel modesto cuadernillo me intrigaba por la

intimidad escueta de la letra, trazada con una

caligrafía sobria de estilo americano, en cursivas

desde luego, reforzada por una elocuente raya,

escrita al bies bajo el nombre de Manuel. Todos

estos elementos me hicieron sospechar un

verdadero hallazgo. La lectura de esa noche sólo

confirmó mi corazonada. Ya desde es-te su primer

poemario, Ulacia tenía una voz propia, mesurada y

expresiva, cualidades más bien raras en un joven

poeta, de ninguna manera un primerizo. Meses

después, hurgando entre saldos de la editorial El

Tucán de Virginia, me topé con la primera edición

de Origami para un día de lluvia (1990), uno de los

poemas de gran aliento más notables en español de

las últimas tres décadas. Las preferencias íntimas

del poeta que ya barruntaba se confirmaron, al igual

que se cumplieron ciertas promesas y atisbos

presentes desde su primer libro.

Lo que no sabía es que desde julio de 2004,

James Valender tenía preparada una edición bajo el

título de Poesía (1977-2001), con la totalidad de la

obra en verso de Ulacia (1954-2001), la cual no vio

la luz sino hasta octubre de 2005. Cuarenta y siete

años tenía el poeta cuando perdió la vida en un

accidente muy extraño (he ahí la semejanza con

Helguera), aun hoy en día se desconoce si fue

suicidio, asesinato o auténtica muerte accidental.

Simplemente se metió a bañar al mar en

Zihuatanejo y jamás habría de salir con vida. Dado

su carácter liberal y

afición por los vapores y

el mundo árabe, no sería

raro que Ulacia estuviera

enfermo (como Sarduy,

Arenas, Foucault y tantos

otros) y que sólo hubiera

querido adelantar el

fatídico desenlace. En el

libro, Valender declara la

existencia de un archivo

de texto, titulado “Primeros poemas”, donde Ulacia

efectuó una depuración radical de sus primeros

libros, La materia como ofrenda y El río en la piedra

(Pre-Textos, 1989). Sus siguientes poemarios,

Origami para un día de lluvia (Pre-Textos, 1991 y,

posteriormente en traducción italiana, Neopoesis,

1995) junto con El plato azul (Ditoria, 1999),

incluyendo igualmente obras inéditas como Arabian

Knights and Scottish Mornings y Otros poemas. De

cualquier modo, Valender, editor y amigo cercano,

no pecó por defecto sino por exceso. Al parecer, el

autor quería dejar una versión algo más recortada

de su etapa inicial. Valender se escuda en la

indeterminación al pretender averiguar cuál

hubiera sido el último designio de Ulacia y cuánto

más material habría podido legar si no hubiera

desparecido de forma tan intempestiva.

El tiempo parece ser un concepto central en la

poesía de Manuel Ulacia. Origami para un día de

lluvia, su mayor obra, está relacionada con el

término japonés on que implica la idea de

obligación, compromiso, deuda, lealtad, gentileza,

dulzura, amor. Esa era precisamente la relación del

poeta con la vida: a la vez de deuda, dulzura y amor.

A partir de los versos: “Esta lluvia que bate los

cristales/ es la misma de ayer”, Ulacia establece una

reiteración que va confiriendo unidad al poema. El

tiempo, su propio tiempo, desde la niñez hasta la

edad adulta, desde la frescura primera hasta la

época no precisamente de la desilusión, pero sí del

interminable repetirse de escenas e imágenes, signa

los límites, la extensión misma de la obra. Casi con

un ritmo tan vertiginoso como el del pincel y la tinta

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china cuando éstos infieren sobre la inmaculada

superficie del papel, modificándola por medio de

acciones deliberadas y accidentes, donde el Azar

inscribe sus propias líneas, el estilo del poeta, el

andamento mismo el poema, se va desenvolviendo,

erigiéndose a la vez como consagración y remate de

la vida, el inicio y el fin de un ciclo, una línea

circular, perfecta, que en realidad carece de

principio o término. No fue sino hasta noviembre de

2009 cuando tardíamente, debo confesarlo, me fue

posible revisar el volumen con su obra poética

reunida. La lucha por conquistar un respeto y

dignidad ante sus preferencias alternativas se hace

sensible en sus obras. Hubo tantos entre los

Contemporáneos (Villaurrutia y Pellicer

marcadamente) que no supieron enfrentar en

forma pública sus inclinaciones. Otros, como

Salvador Novo y Luis Zapata, han hecho incluso

teatro de sí mismos. Algunos más, como Monsiváis y

Pitol, se administran con discreción. Para Ulacia, no

obstante, educado en la alta burguesía y de familia

peninsular, no fue fácil, si bien, al final, logró

superar el reto.

La Jornada Semanal, 23 de enero de 2011

***

JJJOOOSSSÉÉÉ MMMAAANNNUUUEEELLL MMMAAATTTEEEOOO GGGAAANNNAAA VVVIIIIIIIII CCCOOONNNCCCUUURRRSSSOOO IIINNNTTTEEERRRNNNAAACCCIIIOOONNNAAALLL DDDEEE EEENNNSSSAAAYYYOOO SSSIIIGGGLLLOOO XXXXXXIII

Mateo Calderón, miembro

del comité editorial de

elpoemaseminal, ha

obtenido el galardón por

su trabajo En el umbral de

Antígona. Notas sobre la

poética y la narrativa de

José Revueltas. El premio,

otorgado por la

Universidad Autónoma de

Sinaloa (UAS) , El Colegio de Sinaloa (Colsin) y Siglo

XXI será entregado el 3 de marzo en la Feria

Internacional del Libro del Palacio de Minería

(FILPM). Enhorabuena, amigo.

***

NNN OOO VVV EEE DDD AAA DDD EEE SSS

HHHAAACCCÉÉÉLLLDDDAAAMMMAAA,,, DDDEEE JJJUUULLLIIIOOO HHHUUUBBBAAARRRDDD MMMéééxxxiiicccooo,,, CCCooonnnaaacccuuullltttaaa,,, 222000111000

HHHUUUBBBAAARRRDDD,,, LLLAAA RRREEEDDDEEENNNCCCIIIÓÓÓNNN OOOLLLVVVIIIDDDAAADDDAAA JJJaaavvviiieeerrr SSSiiiccciiillliiiaaa

Pese a nuestra época, que ha

perdido su relación con sus

raíces espirituales; pese también

al jacobinismo que mantuvo en

las márgenes a la poesía de

inspiración católica, ésta

continúa fluyendo hoy en día.

Julio Hubard es uno de sus más

altos representantes. Aunque parco, como su

admirado Juan de la Cruz, al grado de habernos

dado sólo dos libros, Presentes sucesivos (1989) y

Una turba de gente adorable (1992), Hubard no ha

dejado de producir. Recientemente, en 2009, nos ha

entregado un nuevo libro, Hacéldama.

La palabra, aparentemente críptica para una

época que perdió su tradición espiritual, guarda una

profunda referencia evangélica: “Campo de Sangre”

(Hagel dema, en arameo), nombre que, según el

Evangelio de San Mateo (27, 3-8), se le dio al Campo

del Alfarero después de que se adquirió, con los 30

denarios que Judas arrojó en el templo, para

“sepultura de extranjeros”. Una tradición posterior

(Hech. 1, 18-19) dice, en voz de San Pedro, que, en

realidad, Judas compró ese campo “con el precio de

su iniquidad [...] cayó cabeza abajo, reventó [...] y se

le salieron las entrañas [...] de modo que el campo

se llama en su lengua Akeldama (Campo de

Sangre)”.

Hubard, sin embargo, no elige una u otra

tradición. Toma las dos y con un verso que juega

con diferentes metros, una fina ironía, característica

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de su temperamento, y una intención apofática, es

decir, que sólo menciona alusivamente su fuente, su

Hacéldama se vuelve el mundo moderno en donde

la traición se vincula con la condición extranjera del

hombre de fe en el mundo de hoy.

Traicionado Cristo, al grado de que, como lo dice

en su graciosa y terrible “Epístola a Santa Teresa”,

“las íntimas moradas [se han vuel to] pocilgas/ y el

castillo, un multifamiliar./ Ropa tendida en los

pasillos, barandales,/ niños mugrosos y

desatendidos, plásticos/ que cubren las ventanas

interiores”, su presencia –escribe en el canto II de

“Campana de ceniza”, que alude a la misa

dominical– se vuelve, para el hombre de fe, la

búsqueda de sus signos en medio del desastre: “Es

toser y rezar,/ es orar y rascarse/ los codos, las

narices/ entre la pelotera de las almas/ que avan za

por el pan.// Todos [...] culpables y llorosos [...] por

el crujir y el humo/ de unas velas baratas.// La

lumbre es breve, irrepetible el crepitar/ del pabilo,

tam bién irrepetible,/ las velas del altar las mismas,

desde niños.”

Allí, en esa pocilga interior, en esa iglesia

reducida a un tumulto de velas y “sonsonetes

nasales y salvíficos”, surge de pronto el encuentro

genial, el descu brimiento del misterio de la

salvación en el pobre vestigio de la luz irrepetible

del pabilo: “La lumbre es un desastre/ común. Y

purifica./ Mira la vela: el aura/ de su lumbre/

vuelve líquido el aire,/ maleable la madera.”

En medio de un mundo donde las mediaciones

visibles se han convertido –a fuerza de ser

interpretadas por la con ciencia racional y

traicionadas por la ignorancia– en la triste

cotidianidad que nos rodea, la mirada poética de

Hubard logra descubrir la redención donde todo

parecía ocultarla.

Lejos de la expresión ideológica del catolicismo y

su lenguaje trasnochado, pero enclavado en su

sustancia, su poesía es el testimonio de una

redención que, como en la noche de la resurrección,

es sólo perceptible para aquellos extranjeros que,

en el hacéldama del traidor, han adelgazado su alma

y, al contemplar el milagro, vueltos hacia la pureza

olvidada piden su pre serva ción: “Señora de los

girasoles/ reza por todos nosotros/ y entre tus

flores/ llévate/ algo/ de esta deriva oscura,/ y

sálvalo de mí/ y de todos los pecado res.”

Tarea ardua –de allí quizás la par quedad de su

obra– y llena de una fe desnuda que en la conciencia

de la traición no deja de contemplar el pequeño mi

lagro de la redención. Lo dice en su poe ma

“Hölderlin descrito por el carpinte ro Zimmer”,

donde el poeta –alter ego de Hubard–, después de

haber revelado la ver dad del mundo, “que las

fuentes de la vida/ están envenenadas; que los

frutos/ de la sabiduría son nueces secas [...] vuelve

al asombro/ y va y se sienta al sol, de nuevo, un

rato”.

Además opino que hay que respetar los

Acuerdos de San Andrés, liberar a todos los

zapatistas presos, derruir el Costco- cm del Casino

de la Selva, esclarecer los crímenes de las

asesinadas de Juárez, sacar a la Minera San Xavier

del Cerro de San Pedro, liberar a los presos de

Atenco y de la APPO, y hacer que Ulises Ruiz salga

de Oaxaca.

La Jornada Semanal, núm. 787, 4 de abril de 2010

AAALLLGGGAAAIIIDDDAAA,,, DDDEEE EEEDDDUUUAAARRRDDDOOO LLLIIIZZZAAALLLDDDEEE MMMéééxxxiiicccooo,,, CCCooonnnaaacccuuullltttaaa,,, 222000111000

De la poesía de Lizalde se

desprenden la fuerza y la

belleza, una profunda

preocupación estética y una

búsqueda por empatar las

referencias cultas y las

tradiciones clásicas con el

rompimiento de la métrica

contemporánea; sorprende

ante todo el sentido de poder

que la música de sus versos le da a la poesía.

Algaida hace una revaloración del mundo natural y

de su fascinación por el universo, además en esta

obra expone las metamorfosis que inevitablemente

sufre el hombre.

“Algaida” significa duna de arena. “Dunas

somos”, afirma Lizalde, “nos lleva el viento para

reconstituirnos después, en otro lugar”. Eduardo

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333000 eeelllpppoooeeemmmaaassseeemmmiiinnnaaalll 111444999///eeennneee... 222000111111

Lizalde ha escrito en forma constante y elocuente, y

es un poeta que sigue cultivando el decasílabo, las

formas clásicas de la poesía y el verso libre.

SSSAAATTTOOORRRIII,,, DDDEEE LLLEEEÓÓÓNNN PPPLLLAAASSSCCCEEENNNCCCIIIAAA ÑÑÑOOOLLL MMMéééxxxiiicccooo,,, CCCooonnnaaacccuuullltttaaa,,, 222000111000

EEELLL PPPRRREEEMMMIIIOOO SSSAAABBBIIINNNEEESSS TTTIIIEEENNNEEE SSSUUU SSSAAATTTOOORRRIII

La traducción de la palabra

japonesa “satori” indica que

ésta significa “iluminación”. De

ser así, entonces el Premio

Iberoamericano de Poesía

Jaime Sabines para Obra

Publicada puede presumir,

desde el viernes, de estar bien

iluminado: Satori, poemario

autoría del escritor tapatío

León Plascencia Ñol, fue elegido como ganador del

certamen. Y además de iluminado, el premio

también puede sentirse protegido: dada la calidad

de los poemarios, el jurado calificador también

concedió el primer lugar a Perros muy azules,

autoría de Claudia Hernández.

El jurado calificador de esta emisión del

certamen estuvo integrado por David Huerta, Elva

Macías y Marcelo Uribe. Tras revisar las 20 obras

que entraron al concurso, los poetas tuvieron que

partir su veredicto debido, argumentaron, a la

originalidad y excelente riesgo de cada volumen,

que además se distinguen por la seriedad y riqueza

en sus propuestas. Con esta decisión, el importe del

premio, dotado con 300 mil pesos, será dividido en

partes iguales entre ambos autores.

Satori fue publicado por el Consejo Nacional

para la Cultura y las Artes, y se presentó en la Feria

Internacional del Libro de Guadalajara en 2009. En

aquel entonces, Plascencia Ñol explicaba que el

volumen se escribió en tres tiempos: en las playas

de Jalisco, en Colombia y en una estancia que tuvo

en Japón. Del proceso, el poeta explicaba que “fue

algo azaroso. Jamás pensé escribir poemas en el

Pacífico jalisciense, Colombia y Corea. Al final, lo

interesante fue ver la relación que hay entre los

distintos pasados, que tratan de ser iluminados

desde los textos”.

Milenio, 7 de noviembre de 2010

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Minerva Villarreal habló con

Zócalo sobre su más reciente

producción poética y el arte de

actuar en el mundo interior

para lograr la poesía. “Herida

Luminosa”, su nueva obra, es

una llaga de espera, un respiro

que transita entre el amor, la

partida, el deseo y la

divinidad.

“Es un solo poema fragmentado, es un escrito al

amor, del amanecer al vacío. Creo que para llegar a

un sentido de la trascendencia es justamente en esa

zona en donde se puede trabajar por verdadero

amor, recuperar su plenitud”, comentó.

La poeta logró palabras radiantes, sin una coma, sin

un punto, completamente puras. “El poema consta

de 37 fragmentos hilados, no tienen quiebre”,

respondió.

¿Cómo surgió esa herida incandescente?, ¿en qué

parte de su obra poética se encuentra? Minerva

responde que Herida luminosa mana de todos lados,

del cuerpo, desde dentro. “Es ingresar en lo

femenino, en el otro lado de las cosas”. La autora

describe su obra como un “desgarramiento que

lleva a otra cosa, una exploración, la trascendencia”.

Villarreal comentó que está muy contenta porque

su libro inédito, Tálamo, ganó el Certamen

Internacional de Literatura Letras del Bicentenario

Sor Juana Inés de la Cruz 2010. El 22 de septiembre

será la ceremonia de premiación. “Empecé a

escribirlo hace mucho, forma parte de La condición

del cielo, publicado en 2003”, informó.

Largo aliento

Ante la pérdida y el amor el pensamiento delira. En

segundos, cientos de palabras inundan la cabeza y

se pelean por llegar a la garganta. Algunas lo logran

y nacen con una voz emocionada, con un tino que

lesiona a otros o a sí mismo. Pero a veces la fortuna

bendice al verbo y lo coloca en la mente y en los

labios de un poeta. Es el caso de Minerva Margarita

Villarreal, quien expuso sus ideas como un tornado

de sensaciones e imágenes que se condensaron en

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un poema de largo aliento. La tarde del martes se

presentó la obra en la Feria del Libro. Blanca

Lozano, promotora de bibliotecas, abrió el evento,

invitando al público para que conociera la obra de

la galardonada poeta.

Posteriormente, la poeta Claudia Berrueto

presentó un breve ensayo al que tituló “La Tristeza

que se Ilumina”. La escritora dijo que el poemario es

una “declaración de amor en llamas” y que se trata

de hallarse en “ese perderse”, entre lo bíblico y lo

erótico. La presentadora encontró tres elementos:

maternidad, erotismo y pérdida. “Cicatrices que

sueñan con ser herida de nuevo”.

Llegó el turno de la autora regiomontana,

ganadora del premio internacional de Poesía Jaime

Sabines. “La herida que provocó este libro fue la

herida del lenguaje”, dijo. Para la escritora el

lenguaje es “todo y nada” y señaló que le gusta

trabajar con ello. En vez de hablar sobre su obra, la

poeta leyó unos alucinantes versos, cargados de

imágenes. La escritora tomó la invitación a la Feria

del Libro con un festejo en sus logros poéticos.

Zocalo.com, 16 de septiembre de 2010

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