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Era uma
vez duas
meninas que
viviam muito
felizes com o
pai numa ilha
tropical
chamada Oásis.
As duas irmãs, Estrela de oito anos e Concha de
doze anos, adoravam morar nesta ilha, pois viviam muito
perto do mar.
O pai das duas meninas, o senhor André, era
mergulhador de caça submarina e trabalhava para um
hotel local.
A Estrela, a Concha e o pai viviam numa cabana
colorida, agradável e acolhedora construída por ele,
mesmo junto à praia.
Todos os dias, assim que regressavam a casa,
vindas da escola, as meninas faziam rapidamente os seus
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deveres e corriam para a praia, o sítio favorito delas para
as suas brincadeiras.
Nesta ilha, o clima era muito agradável, com muito
sol e calor, o que convidava as duas meninas a darem uns
grandes mergulhos naquele imenso mar.
Como era limpa e transparente aquela água!
Era tão bom e divertido nadar junto dos peixes e
ver assim, de tão perto, aquele mundo fantástico e
infindável que é o fundo do mar!
Todos os dias, as duas irmãs partiam para uma
aventura que era a
descoberta de
muitas belezas ali
existentes.
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Ali, elas viam
conchas fantásticas e
brilhantes que
apanhavam para a sua,
já enorme, coleção.
Viam também
maravilhosos corais,
anémonas e algas que
bastante agitadas pelo movimento dos peixes, que por ali
passavam, se balançavam ainda mais quando as meninas
nadavam junto delas.
Certo dia, quando acabavam de observar uma
pequena estrela-do-mar, eis que surge por entre as algas
um peixinho muito vistoso devido às suas belas cores.
- Olha que peixinho tão lindo! - disse a Estrela
muito entusiasmada para a sua irmã.
- Sim, tens razão! É um peixinho maravilhoso!
Nunca tínhamos visto um peixinho assim como este, com
tantas cores. - respondeu a Concha, deslumbrada com o
brilho e as cores do pequeno peixe.
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- Repara Concha, tem exatamente as mesmas cores
do arco-íris. Vamos chamar-lhe peixinho Arco-Íris. -
sugeriu a Estrela. (3º ano)
Percebendo que estavam a falar dele o peixinho
Arco-Íris começou a fazer habilidades: saltou para fora da
água, pôs a cauda de fora, abanou a cauda para cima e
para baixo e nadou para trás.
A Estrela e a Concha ficaram muito contentes
quando viram o peixe a fazer todas aquelas habilidades.
De repente, o peixinho Arco-Íris começou a falar:
- Olá! Eu sou o peixinho Arco-Íris porque o meu
corpo tem todas as cores do arco-íris: vermelho, cor de
laranja,
amarelo, verde,
azul, anil e
violeta. E
vocês? O que
são e como se
chamam?
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- Eu
chamo-me
Estrela e a
minha irmã
chama-se
Concha e
somos meninas
humanas.
- Nós temos 8 e 12 anos. E tu, quantos anos tens?
- Eu tenho 30 anos, mas só vivo aqui ao pé desta
praia há dois dias. Antes disso vivia a viajar! Já vi muitos
lugares.
- Uau! Então já deves conhecer muitos sítios! –
disse a Concha.
- Nós já moramos aqui há muito tempo aqui, desde
que nascemos! E os nossos pais e avós também sempre
viveram aqui. – contou a Estrela. - Viajar deve ser muito
divertido!
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- Sim, viajar é mesmo muito divertido, mas eu já
estou cansado de viajar e gostava de ficar aqui algum
tempo. Só tenho de arranjar uma casa.
- Podias ficar connosco lá em casa, nós temos um
aquário que pode ser só para ti. – propôs a Concha.
- Todos os dias à tarde vimos à praia e podemos
trazer-te a nadar no mar.
- Que bom! Obrigada! Eu gostava muito.
A Estrela foi à areia buscar o seu balde de brincar,
encheu-o com água e o peixinho Arco-Íris saltou lá para
dentro.
As duas meninas foram para casa e despejaram o
peixinho no
aquário. Ele
gostou muito
da sua casa
nova.
Para
agradecer às
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duas meninas
resolveu
contar-lhes
histórias sobre
as suas viagens.
- A
minha primeira viagem foi no oceano Atlântico que era
azul-escuro e lá os peixes eram todos muito coloridos. Foi
lá que eu conheci a minha amiga Catarina, a baleia cor-
de-rosa, que tinha uns olhos pretos muito grandes e uma
boca vermelha enorme. (1º ano)
- Uma baleia cor-de-rosa? As baleias nã
o são cor-de-rosa! - exclamaram as meninas muito
espantadas.
- Pois a minha amiga Catarina era dessa cor. –
respondeu o peixinho. E continuou a contar a sua história.
- Conheci a Catarina ao largo dos Açores, um
conjunto de nove ilhas situadas no oceano Atlântico. Ela
era ainda um mamífero bebé que andava por ali aos
saltos, a brincar com as algas e as conchinhas. Era muito
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curiosa e
destemida e,
quando me viu,
aproximou-se e
cumprimentou-
me. Ficámos
logo amigos
inseparáveis. A partir desse dia fazíamos tudo juntos.
- Uau! Ter uma baleia como amiga deve ser
especial. - afirmou a Estrela.
- E ainda por cima cor-de-rosa. - acrescentou a
Concha.
- Querem saber como ficou ela cor-de-rosa? -
perguntou o Arco-Íris. E perante o ar curioso das meninas
continuou.
- Numa manhã de sol, enquanto brincávamos com
as algas, a Catarina perguntou-me se queria ver algo
espantoso. Eu respondi-lhe logo que sim e começámos a
mergulhar em direção ao fundo do oceano. Mergulhámos,
mergulhámos até que ficou tudo muito escuro e um
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bocadinho assustador. Continuámos a descer e, de
repente, vi muitas luzes coloridas. Eram vários feixes de
luzes que serpenteavam pela escuridão. Era um
espetáculo verdadeiramente magnífico!
As meninas olhavam para o peixinho, muito atentas
ao que ele contava e, cada vez mais curiosas, para
desvendar o mistério da baleia cor-de-rosa.
- À medida que nos aproximávamos do fundo,
reparei numa rocha com uma grande abertura. Entrámos
cautelosamente e, enquanto percorríamos a gruta, vimos
algumas algas e muitos cristais coloridos e brilhantes. Ao
fundo da gruta brilhava um cristal grande e cor-de-rosa. A
Catarina explicou-me que, da primeira vez que esteve
nesta gruta, tocou no cristal com a sua barbatana pequena
e delicada e foi assim que ficou dessa cor.
- Esta história é incrível! - exclamou a Estrela.
- Ainda te lembras onde fica essa gruta? -
perguntou a Concha.
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- Esse
segredo não
posso
revelar, pois
prometi à
Catarina e ao
tubarão preto
que nunca contaria a ninguém a localização da gruta. -
respondeu o peixinho.
- Havia tubarões na gruta? Que emocionante! -
disse a Concha muito surpreendida.
O Arco-Íris continuou a história embalado pelo
entusiasmo das meninas.
- O tubarão preto era o guardião da gruta secreta.
Há muitas gerações que o segredo do cristal era guardado
pela sua família. Tinha sido assim com o seu pai, o avô, o
bisavô… Por isso quando o tubarão nos viu na gruta
perseguiu-nos furiosamente. Nós, muito assustados,
fugimos por uma abertura no cimo da gruta e nadámos
sem parar até chegarmos à superfície. O tubarão
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continuou a perseguir-nos. De repente, ouviu-se um
barulho ensurdecedor. A Catarina ficou muito agitada.
A Estrela e a Concha ouviam a história, cada vez
mais curiosas em saber como acabava aquela aventura.
- Sabem que as baleias estão em vias de extinção? -
perguntou o Arco-Íris. Não era triste se elas
desaparecessem dos nossos oceanos? - E, por momentos,
o peixinho interrompeu a sua narrativa e ficaram os três a
pensar nessa hipótese terrível. Foi a Concha que,
quebrando o silêncio, pediu:
- Mas conta-nos, por favor, como escaparam do
tubarão preto.
- O
barulho que
ouvimos vinha
dos baleeiros,
uns barcos
enormes
utilizados para
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pescar baleias. São enormes e assustadores. Eu nunca
tinha visto nenhum. Felizmente, para nós, o tubarão ficou
preso nas redes do barco. Eu continuei a nadar
rapidamente mas, a Catarina não me seguiu, continuava
imóvel no oceano.
- Catarina, nada depressa! - gritei-lhe eu. - Foge! -
mas a minha amiga não se mexeu.
- Arco-Íris, temos de ajudar o tubarão. - pediu-me a
Catarina. Eu e a minha família já fomos perseguidos pelos
baleeiros que capturaram a minha avó, nunca mais a
vimos.
- Mas nós os dois não conseguimos. Temos de
pedir ajuda. - disse-lhe eu. - Então, nadei e pedi a todos os
peixes das redondezas que nos ajudassem. Todos juntos
conseguimos romper as redes e o tubarão preto fugiu.
Nadámos para longe dali e, quando já estávamos em
segurança, o tubarão agradeceu muito a nossa ajuda.
Pediu-nos que nunca revelássemos a localização da gruta
e, como nós prometemos, ele regressou à sua casa no
fundo do oceano. A Catarina voltou para junto da sua
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família e eu,
dias depois,
despedi-me e
continuei a
minha viagem.
Nunca esqueci
a minha amiga
baleia cor-de-
rosa.
Concha e Estrela sentiram pena do peixinho. Tinha
sido uma boa ideia trazê-lo para casa. Que aventuras
emocionantes ele já tinha vivido! (2º ano)
Na manhã seguinte, ao raiar do sol, a Estrela e a
Concha, correram para junto do aquário, pois estavam
ansiosas para ver o seu novo amigo.
- Olá, como é fim de semana, que tal um mergulho
matinal? – perguntou a Estrela com um sorriso rasgado.
- Boa ideia! Apetece-me mesmo esticar as
barbatanas. – respondeu o peixinho radiante.
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E,
num ápice,
as meninas
colocaram
o peixe
Arco-Íris
no balde
com água e
seguiram em direção ao mar percorrendo o imenso areal.
A manhã estava esplêndida, soprava uma suave
brisa marinha, pairava no ar um aroma de frescura que os
envolvia a todos. A praia estava deserta, apenas se ouvia
os gritos longínquos das gaivotas. As duas irmãs
pousaram, cuidadosamente, o peixinho na água que, de
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imediato, presenteou as duas espectadoras com fantásticas
acrobacias.
Deliciadas com o peixinho, nem se aperceberam
que ao longe navegava um vulto lilás que parecia querer
chamá-los à atenção. De repente, o vulto deu um salto e
verificaram que se tratava de um mamífero, ou seja, um
golfinho. A cor invulgar do golfinho deu a entender ao
peixinho que poderia ser um mensageiro relacionado com
a sua aventura vivida ao largo dos Açores.
O peixe Arco-Íris, nadou, nadou até alcançar o
golfinho. Assim que o alcançou, este apresentou-se e
disse ao que vinha.
- Olá! O meu nome é Golfinho Lilás, tenho este
nome porque toquei no radioso cristal lilás…
- Ah! Já estou a ver de onde vens…- interrompeu o
peixinho Arco-Íris.
- Deixa-me continuar, porque eu tenho pouco
tempo e trago-te uma mensagem importante.
O Golfinho Lilás entregou-lhe a mensagem
enrolada dentro de uma garrafa e avisou-o que a mesma
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tinha que ser
lida em
privado. Em
seguida, o
golfinho
desapareceu no
imenso oceano,
sem pronunciar mais nada.
As meninas esperavam-no à beira mar, muito
curiosas com tudo o que se estava a passar. Mas, qual não
foi o seu espanto quando verificaram que o peixinho
nadava numa direção oposta à delas. O peixinho dirigiu-
se para uma pequena baía de modo a ler a mensagem
sozinho. Desenrolou o papel e leu o seguinte:
Peixinho, meu amigo!
Há cristais, com novas core.
Vem daí ter comigo,
já sabes, ao largo dos Açores!
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E, num ápice, a mensagem auto destruiu-se,
ficando apenas uma gota de água brilhante. O peixinho,
por momentos, ficou indeciso, mas não podia recusar tão
aliciante convite. Então nadou até à beira do mar e disse
às meninas:
- Desculpem, mas eu tenho que partir, recebi uma
mensagem mágica que não posso recusar.
- Mas que tipo de mensagem? – questionaram as
meninas cheias de curiosidade.
- Daquelas do tipo... Secretas! Adeus e obrigado
por tudo.
O peixinho Arco-Íris partiu rumo à gruta e
demorou cerca
de uma semana
a lá chegar.
No
momento da
chegada, tinha
à sua espera a
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grande amiga Catarina, o guardião da gruta e até o
mensageiro Lilás. Foi um reencontro muito emocionante.
Foi convidado a entrar na gruta. Ele nem queria
acreditar no que os seus olhitos viam, a gruta estava
iluminada, as conchas tinham várias cores e feitios,
existiam pequenas pérolas por toda a parte e um tapete
fofo de algas cobria o chão da gruta.
Por fim, os seus amigos ofereceram-lhe o mais belo
de todos os cristais, o cristal com as cores do arco-íris,
transportado numa maravilhosa concha.
O peixinho ficou encantado e sem palavras para
descrever a emoção que sentia ao receber tão grandioso
presente, o cristal que deu origem às suas cores.
Meu dito, meu feito, este conto saiu perfeito!
(4º ano)