erros de podar

1
du 7 au 10 mars 2013 - chamonix musique et ski sauvage www.blackweekend.com Dal 7 al 10 marzo 2013 – Chamonix Muscia et scii selvagio Riferenza precisa dei festival di altitudine , il black week end svela finalmente la programa- zione della sesta edizione che si svolgera a Chamonix dal giovedi 7 marzo al 10 marzo Sci selvatico : fuori pista , test , “tartiflette” e anche un « hot dog » , dueli in squadra organi- zati dalla marca Black Crows. E musica : tre scene di cui due in altitudine , una ventina di live e DJ sets Programazione - Giovedi 7 marzo : serata di appertura alla villa Schweppes, una vecchia casa situata a 2000 mettri di altitudine , con i live disco dei Midnight Magic e il DJ del BARON , Greg Boust - Venerdi 8 , sabato 9 e domenica 10 marzo sul dominio di scii dei brevents , flegère e dei Grands montets : del live eletrinico e pop con Zombie Zombie, Mai Lan, Total Warr, Acid Washed, Villanova, Rone, e dei dj sets di alto livello con Acid Pauli,, Naughty J, Luluxpo, DJ Pone and The Hacker. - Venerdi 8 e sabato 9 marzo : dei dopo scii nei bar di Chamonix e di Argentiere con gli artisti e i colletivi locali se finiscono sul podium , il bar della pista da patino si trasforma in club in torno ai live di Poni Hoax e Naive New Beaters ma anche dei DJs DJ Pone, the Hacker, Joris Delacroix e Pachanga Boys. Finalmente una pool party verra a chiudere il festival , domenica 10 marzo con un live di dream koala e dei pachanga boys al bordo della piscine del l’albergo Les Aiglons. La biglieteria in esclusivita su digitck.com propone dei pass festival includendo le salite mecaniche , dei package con albergo compreso sono anche disponibili Website www.blackweekend.com Tutte le informazioni su : Biografia , foto , domanda di acreditazione chiedere a charly e marika [email protected] - 00 33 (0)660923683 [email protected] - 00 33 (0)637840809

Upload: joao-roque-dias

Post on 08-Mar-2016

212 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

AVENTURAS HERBÁCEAS E ERROS DE PODAR, por Nuno Pacheco -- PÚBLICO, 3 de Junho de 2012

TRANSCRIPT

Page 1: ERROS DE PODAR

EM PÚBLICO | PÚBLICO, 3 de Junho de 2012

Aventuras herbáceas e erros de podar Por Nuno Pacheco, Jornalista

O defeito deve ser da gesta marítima, mas a verdade é que Portugal decididamente não se dá bem com aventuras herbáceas. Os ingleses, sim. Jardinagem é com eles. Qualquer coisa onde se mencione garden ou grass tem de ser bem feita. Eles sabem e dão muita importância ao assunto. Na América é diferente. Hal Ashby (no filme Being There, baseado na novela homónima de Jerzy Kosinski) até pôs Peter Sellers a fazer de um jardineiro alienado pela televisão que, perdido no mundo, acaba por ser adoptado como uma espécie de oráculo na alta-roda, deixando boquiabertos políticos e empresários, ou até mesmo o Presidente, com banalidades hortícolas do género "é preciso esperar para colher", vistas como conselhos de grande importância para economistas ou políticos. Mas, voltando a Portugal, herbáceas não é connosco. Nos relvados é o que se vê: muito suor, muitos nervos e resultados tantas vezes parcos e desinteressantes; quanto a jardins ou relvas, é o que se tem visto: o cabo dos trabalhos. Até mesmo as ervas aromáticas se vêem ameaçadas pelo avanço de tantas ervas daninhas. Isso não nos impede, no entanto, de praticar a arte da poda (ou seja, do corte ou desbaste de árvores, plantas ou vinhas) em muito do que nos passa pela mão. Às vezes até em segredos de Estado. Coisas de espiões, claro, das quais nem o Vaticano parece estar livre. Mas é na escrita que melhor se tem aplicado, ultimamente, esta arte. Os mais ousados artistas nacionais, aliás, até a fazem de venda nos olhos, como nos circos. Uns têm o modelo mais recente da máquina electrónica de podar. Pegam num texto, põem-no lá dentro e ele sai já devidamente podado do outro lado. Outros fazem-no a olho, com a mais pura convicção de que o fazem melhor do que ninguém. Azar dos azares, às vezes cortam os ramos saudáveis. Exemplo: a palavra contacto. Antes do acordo ortográfico (AO90), escrevia-se contacto; com o acordo, continua a escrever-se contacto. Alguma dúvida? Não. Apesar disso, multiplicam-se mensagens onde se diz e repete: "deixe o seu contato"; "havemos de contatá-lo mais tarde"; "se quer contatar-nos, o endereço é"; etc. O problema é este: quem anda a aplicar o acordo na verdade não o leu, desconhece o que ele preconiza, mas cuida que basta tirar umas letras para escrever "em bom português". Ora não basta. Confiar nos conversores ortográficos não chega. É preciso saber mais. Eu, que obviamente abomino tal peça, já li o acordo inúmeras vezes. A cada nova leitura fico mais aterrado, é certo, mas se me pedirem para escrever tal qual a nova "lei" (que não é lei nenhuma, já se disse), consigo fazê-lo. Só que, evidentemente, não quero. Não é o que sucede com a esmagadora maioria das pessoas, garanto. E isso dá nas calamidades que por aí se vai vendo. Um exemplo, que o acordo até sanciona: no Museu Berardo do CCB, "conceptualismo" passou a escrever-se "concetualismo". Assim mesmo. É uma invenção estritamente portuguesa, e ainda por cima absurda, já que a corrente artística sempre foi e continuará a ser conhecida por "conceptualismo" em Portugal e por "conceitualismo" no Brasil (são, aliás, sinónimos). O que o acordo fez, sem nenhum proveito (até porque este é um caso em que é "legalmente" consentida a dupla grafia, essa genial invenção do AO90), foi criar

Page 2: ERROS DE PODAR

uma designação espúria que só serve para ser disparatadamente "adotada" por quem não tem o mínimo de conhecimento do português e das suas raízes. O acordo é péssimo, já o escrevi e mantenho. Mas quem queira segui-lo ao menos que o leia. Esse procedimento tem duas vantagens: a primeira é evitar escrever barbaridades, tirando letras a eito só para estar "na moda" ortográfica; a segunda é ficar a conhecer, com rigor, o chorrilho de disparates que nos tentam impingir como uma benéfica "evolução" para a língua portuguesa. Se depois de lerem o acordo continuarem a "adotá-lo", ao menos que o façam conscientemente. Mas, se escreverem "contato" em vez de contacto, errarão como Angela Merkel ao apontar Berlim, num mapa escolar, como uma cidade algures no meio da Rússia. Há disparates que não têm desculpa. ___________________________________ Agradeço ao Pedro da Silva Coelho a disponibilização deste texto no seu Facebook Publicado na Biblioteca do Desacordo Ortográfico a 3 de Junho de 2012 http://www.jrdias.com/acordo-ortografico-biblioteca.htm Subscreva a Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico http://ilcao.cedilha.net/docs/ilcassinaturaindividual.pdf