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1 1 Escola Superior de Educação Instituto Politécnico de Bragança Mestrados Ens. da Educação Visual e Tecnológica no Ensino Básico Ensino da Educação Musical no Ensino Básico UC: Metodologia da Investigação em Educação 2010 / 2011 2 No fim da unidade curricular o aluno deve ser capaz de: Descrever, analisar e interpretar dados e resultados provenientes de uma investigação; Desenvolver o tratamento de dados recorrendo a recursos informáticos adequados; Compreender conceitos e questões metodológicas de instrumentação, recolha de dados, análise de dados e interpretação de dados em estudos de natureza qualitativa ou de natureza quantitativa; Resultados de Aprendizagem e Competências 3 Decidir acerca do planeamento, design e condução de investigação face a uma dada problemática na área do mestrado; Compreender os pressupostos de uma investigação científica e elaborar projectos e relatórios de investigação adequados à investigação pretendida ou realizada. Resultados de Aprendizagem e Competências 4 Antes da unidade curricular o aluno deve ser capaz de: Compreender a necessidade de construir conhecimento a partir da investigação; Estar sensibilizado para a importância da investigação para o desenvolvimento especializado de actividades relacionadas com o mestrado. Pré-requisitos 5 Investigação em Educação Noções genéricas sobre investigação A importância da investigação científica na formação de professores Questões éticas na investigação em Educação Conteúdo da unidade curricular (versão detalhada) 6 Projecto de investigação Definição do problema. Exploração. Formulação de hipóteses Conceito e constituição; Construção e discussão de projectos de investigação. Conteúdo da unidade curricular (versão detalhada)

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1

Escola Superior de EducaçãoInstituto Politécnico de Bragança

Mestrados Ens. da Educação Visual e Tecnológica no Ensino Básico

Ensino da Educação Musical no Ensino Básico

UC: Metodologia da Investigação em Educação

2010 / 2011

2

No fim da unidade curricular o aluno deve ser capaz de:

�Descrever, analisar e interpretar dados e resultados provenientes de uma investigação;

�Desenvolver o tratamento de dados recorrendo a recursos informáticos adequados;

�Compreender conceitos e questões metodológicas de instrumentação, recolha de dados, análise de dados e interpretação de dados em estudos de natureza qualitativa ou de natureza quantitativa;

Resultados de Aprendizagem e Competências

3

�Decidir acerca do planeamento, design e condução de investigação face a uma dada problemática na área do mestrado;�Compreender os pressupostos de uma investigação científica e elaborar projectos e relatórios de investigação adequados à investigação pretendida ou realizada.

Resultados de Aprendizagem e Competências

4

Antes da unidade curricular o aluno deve ser capaz de:

�Compreender a necessidade de construir conhecimento a partir da investigação;

�Estar sensibilizado para a importância da investigação para o desenvolvimento especializado de actividades relacionadas com o mestrado.

Pré-requisitos

5

Investigação em Educação

�Noções genéricas sobre investigação

�A importância da investigação científica na formação de professores

�Questões éticas na investigação em Educação

Conteúdo da unidade curricular(versão detalhada)

6

Projecto de investigação

�Definição do problema. Exploração. Formulação de hipóteses

�Conceito e constituição;

�Construção e discussão de projectos de investigação.

Conteúdo da unidade curricular(versão detalhada)

2

7

Escalas de medida

�Estrutura do processo de medição;

�Variáveis e natureza da medida das variáveis;

�Tipos de escalas de medida das variáveis e suas propriedades.

Conteúdo da unidade curricular(versão detalhada)

8

Estatística descritiva

�Conceito de estatística descritiva;

�Amostras e sua caracterização;

�Técnicas de recolha de dados;

�Organização, interpretação e apresentação de dados;

�Dados qualitativos e dados quantitativos;

�Medidas de estatística descritiva: medidas de tendência central e medidas de dispersão.

Conteúdo da unidade curricular(versão detalhada)

9

Pressupostos de investigação

�Paradigmas de investigação;

�Classificação da investigação;

�Métodos e técnicas de investigação.

Relatório de investigação

�Conceito e constituição;

�Construção e discussão de relatórios de investigação.

Conteúdo da unidade curricular(versão detalhada)

10

Métodos

�Apresentação dos conteúdos utilizando diversas formas metodológicas;

�Debate de alguns temas em pequeno grupo ou em grande grupo na sala de aula ou em fóruns de discussão na Internet;

�Trabalho colaborativo no desenvolvimento de actividades investigativas;

�Elaboração de projectos.

Métodos de ensino e de aprendizagem

11

Avaliação

�A avaliação é de carácter teórico-prático e incide sobre o trabalho realizado pelos alunos, sob proposta do professor ou aceite por este.

�A classificação final, por frequência, resulta da classificação obtida em projectos (80%) e discussão de trabalhos (20%).

�Os alunos que não sejam aprovados por frequência e satisfaçam os requisitos, em vigor, do regulamento de frequência e avaliação da ESE terão acesso a um exame final escrito, a que corresponderá 100% da classificação final na unidade curricular.

Alternativas de avaliação

12

Avaliação - Projectos

�Por projectos entende-se a realização de tarefas das quais resulte um trabalho final. Trabalho que pode constituir um plano ou um pré-projecto de relatório, com apresentação execução de etapas que possam simular a implementação de uma investigação.

� Para efeito de classificação propõe-se um trabalho final individual, a entregar ao professor (em suporte de papel) até à penúltima semana de aulas da unidade curricular.

Alternativas de avaliação

3

13

O trabalho final deve resultar da investigação sobre um tema relevante, no âmbito do mestrado, para a prática de ensino, evidenciando:

�Um problema, objectivos e hipóteses (ou questões) de investigação;

�Revisão de literatura que fundamente a investigação;

�Metodologia utilizada (ou a utilizar) na resolução do problema em estudo;

� Apresentação, tratamento, análise e discussão de dados;

� Considerações finais;

� Bibliografia referenciada (normas APA).

Trabalho final

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Avaliação – Discussão de trabalhos

�Por discussão de trabalhos entende-se a discussão e análise que cada aluno, ou grupo de alunos, faz dos resultados obtidos nos vários trabalhos realizados;

� Para efeito de classificação final propõe-se uma apresentação oral, à turma, e respectiva defesa do trabalho escrito (realizado ou projectado) em data previamente agendada.

Alternativas de avaliação

15

Avaliação – Exame

�O exame final será realizado tendo em conta o programa da unidade curricular;

� As classificações obtidas nos projectos e na discussão de trabalhos não serão tidas em conta na classificação obtida por exame;

� A classificação final na unidade curricular será a obtida no exame.

Alternativas de avaliação

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Avaliação Trabalho Escrito – Indicadores

�Os principais indicadores, com pesos idênticos, a considerar na apreciação do trabalho escrito são:

�Apresentação, expressão escrita e estruturação do trabalho;

�Rigor conceptual, aprofundamento e inovação da problemática em estudo;

�Consistência da temática, em estudo, com a sua exequibilidade prática e metodologica;

�Recolha, apresentação, análise e discussão de dados;

�Conclusões, relevância e correcção das referências, citações e bibliografia.

Alternativas de avaliação

17

Avaliação: Discussão de trabalhos – Indicadores

�Na discussão de trabalhos deverão ser considerados os seguintes aspectos:

�Capacidade de comunicação e de argumentação;

�Coerência de discurso com sequência lógica;

� Domínio da problemática e capacidade de síntese;

�Distinção entre o essencial e o acessório e cumprimento do tempo previsto;

�Empenho e atitude perante novas situações.

Alternativas de avaliação

18

Investigação

�O que é a investigação?

�É a procura de resposta para problemas;

�“É um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico que permite descobrir novos factos ou dados, relações ou leis em qualquer campo do conhecimento” (Ander-Egg, 1978: 28, citado por Marconi &

Lakatos, 2003);

�É uma atitude e uma prática de permanente procura da verdade ou da realidade;

Conceito de investigação

4

19

Investigação

�É um procedimento ou conjunto de procedimentos com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer realidades ou descobrir verdades;

�Uma investigação é um processo de construção do conhecimento, tendo como principais metas gerar novo conhecimento, validar ou refutar conhecimento preexistente.

Conceito de investigação

20

Tópicos de Discussão

�Qual é a importância da Investigação na construção do conhecimento?

� Quais são as questões éticas que devem ser consideradas quando se investiga?

Importância da investigação

21

Tipos de conduta anti-ética

�Apresentar dados ou artefatos que não existem;

�Apresentar documentos ou objetos forjados;

�Falsificar dados reais ou provas ou dados deliberadamente distorcidos;

�Usar idéias ou textos de outras pessoas sem atribuir-lhes a autoria (plágio), inclusive deliberada violação de direitos de autor (copyright);

�Falsificar a autoria, omitindo um autor;

�Falsificar a autoria incluindo autor que não colaborou para o trabalho;

� Falsificar o status da publicação.(Charles Pessanha, Ci. Inf. vol.27 n.2 Brasília 1998)

Ética na investigação

22

Tópicos: Estruturar um projecto

�Um problema, objectivos e hipóteses (ou questões) de investigação;

�Revisão de literatura que fundamente a investigação;

�Metodologia utilizada (ou a utilizar) na resolução do problema em estudo;

� Apresentação, tratamento, análise e discussão de dados;

� Considerações finais;

� Bibliografia referenciada (normas APA).

Projecto de investigação (Trabalho final)

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Projecto de investigação

Principais procedimentos de uma investigação

� Definição do problema;

� Revisão bibliográfica;

� Planificação do processo de resolução;

� Execução da planificação definida;

� Recolha de dados;

� Organização e apresentação dos dados;

� Análise e interpretação dos dados.

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Definição do problema

� Identificar e descrever o problema de uma forma clara e facilmente entendível;

� Estabelecer relações;

� Apreciar a pertinência do problema;

� Precisar os objectivos;

� Precisar as linhas orientadoras em que se acredita, para resolver o problema.

Projecto de investigação

5

25

Formulação do problema

�Um problema de investigação é qualquer questão não resolvida e para a qual se procura, pelo menos, uma solução, em qualquer domínio do conhecimento;

�Um problema é científico quando envolve variáveis que podem ser observadas e testadas cientificamente.

Projecto de investigação

26

Relevância do problema

�Um problema é relevante, em termos científicos, se conduzir à construção de novo conhecimento;

� A relevância prática de um problema está nos benefícios que podem decorrer da sua solução;

� A relevância de um problema depende de vários factores, pois é possível admitir que o relevante para uns em determinados contextos, pode não o ser para outros.

Projecto de investigação

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Selecção do problema

�A selecção do problema de investigação deve resultar da resposta que se pretende para estas questões:

�Porquê investigar este problema?

�Qual é a importância do fenómeno a ser investigado?

�Que pessoas ou grupos poderão beneficiar dos resultados obtidos com a investigação?

�Qual é o conhecimento disponível acerca do problema a investigar?

Projecto de investigação

28

Oportunidade de investigação

�Financiamentos;

�Condições adequadas ao desenvolvimento do trabalho do investigador;

�Recursos de que o investigador pode dispor;

�Possibilidade de utilização de instrumentos e de contextos para recolha de dados.

Projecto de investigação

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Processo de formulação do problema

�Começar com a formulação de uma pergunta, mesmo que seja provisória; Esse procedimento facilita a identificação do que efectivamente se deseja investigar;

�Identificar a informação disponível sobre o fenómeno a ser investigado;

�Procurar investigações realizadas sobre o tema;

�Realizar revisão de literatura sobre o problema em estudo.

Projecto de investigação

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Formulação do problema

�Deve ser apresentado com clareza e delimitado;

�Deve ser adequadamente enquadrado, de modo que o investigador o consiga resolver no tempo definido no cronograma do projecto de investigação;

�Devem-se reduzir as questões gerais a questões especificas e particulares;

�Os termos utilizados devem ser claros e precisos, assim como alguns conceitos apresentados no problema devem ser adequadamente definidos;

�Na definição do problema não devem ser utilizados juízos de valor.

Projecto de investigação

6

31

Revisão bibliográfica� Situar o problema;� Precisar a metodologia;

� Procurar contributos nas teorias existentes;

� Decidir pela técnica de recolha de dados mais adequada;

� Considerar o conhecimento produzido em Investigações anteriores;

� Analisar problemas anteriores relacionados� Consultar bases de dados;� Atender a debates e a consulta a especialistas;� Analisar sínteses temáticas.

Projecto de investigação

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Planificação do processo de resolução do problema� Definir e registar os procedimentos necessários à

resolução do problema;� Definir as variáveis ou categorias a estudar;� Definir uma calendarização para a realização de cada

fase de resolução problema;� Definir e validar os instrumentos de recolha de dados;� Calendarizar a administração dos instrumentos de

recolha de dados.

Projecto de investigação

33

Execução da planificação definida� Seleccionar uma amostra;� Criar condições para implementar a planificação

realizada;� Executar durante o período de tempo calendarizado

as actividades ou procedimentos propostos para a resolução do problema.

Projecto de investigação

34

Recolha de dados� Administrar os instrumentos de recolha de dados ou

implementar o processo definido para esse efeito. � Obter os dados da forma considerada mais

conveniente para o problema em estudo;� Reunir e registar sistematicamente os dados.

Formas de recolha de dados� Observações;� Inquéritos (entrevistas ou questionários);� Experiências e registo dos aspectos em estudo;� Pesquisa bibliográfica ou documental.

Projecto de investigação

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Organização e apresentação dos dados� Agrupar os dados separando o essencial do acessório,

para o estudo em causa;� Resumir os dados através de contagens ou da sua

classificação em categorias; � Apresentar os dados de forma que permitam uma fácil

leitura e compreensão.Formas de apresentação de dados

� Tabelas;� Gráficos;� Quadros;� Texto.

Projecto de investigação

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Análise e interpretação dos dados� Obtenção de indicadores e conclusões acerca dos

resultados do estudo, recorrendo a:� Comparações;� Inferências;� Testes estatísticos;� Correlações;� Medidas estatísticas, entre as quais:

� Média, moda e mediana;� Variância e desvio padrão.

Projecto de investigação

7

37

Actividade

1. Identifique um problema que gostaria de contribuir para a sua resolução.

1.1. Refira as principais etapas que vai considerar na sua resolução;

1.2. Descreva com pormenor cada uma das etapas referidas;

1.3. Faça uma reflexão escrita sobre o projecto que permita apreciar as possibilidades de implementação

1.4. Faça uma apresentação à turma do problema e das principais etapas que vai considerar para o resolver.

Projecto de investigação

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Actividade

Identifique um problema, num tema relevante para a

prática de ensino nos níveis de educação ou ciclos de

ensino e disciplinas do domínio de habilitação do

mestrado, e construa um projecto de investigação que

contribua para a sua resolução.

Projecto de investigação

39

Relatório Final

O Relatório Final deve conter, além dos aspectos formais usuais nestes documentos:

a) A apresentação de Investigação sobre um Temarelevante para a prática de ensino nos níveis de educaçãoou ciclos de ensino e disciplinas do domínio de habilitação,sustentado na bibliografia de referência e em dados do seutrabalho prático.

b) A apresentação de Experiências de Ensino-Aprendizagem realizadas ao longo da PES, abrangendo osvários níveis de educação ou ciclos de ensino e disciplinasdo domínio de habilitação, associadas à reflexão crítica efundamentada das mesmas.

Contextualização do Projecto

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Relatório Final

3. Os pontos referidos no número anterior podem surgir noRelatório por ordem diversa, reflectindo evoluções diferentesdo percurso do aluno, o qual pode partir de um temaintegrador para a aplicação prática do mesmo nos váriosníveis, ciclos e disciplinas, ou definir o tema a desenvolverno decurso da prática lectiva realizada durante a PES.

4. As componentes indicadas no número dois devemapresentar dimensões semelhantes.

Contextualização do Projecto

41

Sugestão:

Na resolução da actividade pode considerar os seguintes tópicos:� Introdução� Definição do problema (objectivos, questões de investigação);� Revisão bibliográfica;� Metodologia

� Caracteização do estudo, população, amostra; � Definição e papel das variáveis;� Construção dos instrumentos de recolha de dados;� Planificação do processo experimental (calendarização,

planificações, selecção de recursos);� Execução da planificação definida;� Administração dos instrumentos de recolha de dados.

� Resultados� Organização, discussão, análise e apresentação dos resultados;

� Conclusões� Bibliografia

Projecto de investigação

42

Exemplo (tópicos):

� Problema: Os alunos desconhecem os sólidos geométricos e as suas características

�Objectivo: Identificar sólidos geométricos e as suas características

�Revisão bibliográfica (Pesquisar na internet, em livros e em revistas, sobre sólidos geométricos e metodologias para…)

�Metodologia

� Trata-se de um estudo experimental e exploratório, que segue um paradigma misto, com caracteristicas próximas do paradigma qualitativo e alguns aspectos do paradigma quantitativo. (…)

Projecto de investigação

8

43

� Metodologia (continuação)

� População: ---- alunos da EB23 de …;

� Amostra: 26 alunos de uma turma de 5.º ano;

� Variável independente: Utilização de modelos de sólidos em madeira e apresentação de vídeos sobre a construção e características dos sólidos;

� Variável dependente: Resultados de aprendizagem sobre a identificação de sólidos e suas características;

� Instrumentos de recolha de dados: Teste com 20 questões, 4 de resposta aberta e 6 de resposta fechada.

Project de investigação

44

�Metodologia (continuação)

� Planificação/Execução

� Calendarização: A parte experimental é constituida por 10 sessões, com a duração de 90 minutos cada, tem início em … e termina em …

� Cada sessão começa com …, em seguida os alunos manipulam os sólidos… e explicam aos colegas…

� Apresenta-se um vídeo com …

� Propõe-se a execução da tarefa …

� Recolha de dados: o pré-teste foi administrado antes de começar a parte experimental do estudo e o pós-teste na última sessão experimental.

Projecto de investigação

45

�Resultados

� Os dados foram obtidos a partir das respostas dadas às questões apresentadas no teste …;

� Organizaram-se em tabelas e gráficos …

� O tratamento estatístico consistiu …

� Síntese dos resultados obtidos

� Considerações finais

� O estudo sugere que podemos extrair as seguintes conclusões:

(…)

� Bibliografia

Projecto de investigação

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�Exemplos de problemas para investigarem

�A indisciplina dos alunos do Ensino Básico nas aulas de … ;

�A dificuldade na utilização de instrumentos musicais por alunos do Ensino Básico na disciplina de …;

�A dificuldade na utilização de recursos informáticos por alunos do Ensino Básico na disciplina de …;

�A falta de motivação dos alunos do Ensino Básico para aprenderem História da Arte;

�A desmotivação dos alunos do Ensino Básico para aprenderem conceitos geométricos;

�A dificuldade dos alunos do Ensino Básico em associarem o conhecimento escolar de EVT à vida no quotidiano.

Temas para projectos de investigação

47

Escalas de medida

Estrutura do processo de medição

�A estrutura do processo de medição tem quatro níveis:

� A variável (propriedade que se quer medir – exemplos: inteligência, memória, temperatura);

� O atributo (o grau ou modalidade em que se manifesta a propriedade medida – exemplos: baixo, médio, alto);

� O valor (modo de expressar de forma numérica o atributo – exemplo: 1, 2 e 3);

� A relação (“ligação” entre os vários valores da variável).

48

Escalas de medida

Estrutura do processo de medição

Variável

Classificação final

Atributos Excelente Satisfaz

bastante

Satisfaz Satisfaz

pouco

Não

satisfaz

Valores

5

4

3

2

1

Relação

9

49

Variáveis

Conceito de variável

� “Uma variável é uma quantidade que pode tomar váriosvalores, mas cujo valor numa dada situação é muitas vezesdesconhecido. Isto deve ser contrastado com umaquantidade constante" (Paulos, 1991: 242).

� “Como o termo sugere, variável reporta-se acaracterísticas que podem tomar diferentes valores oucategorias, o que se opõe ao conceito de “constante”” (Almeida& Freire, 2000).

50

Variáveis

Natureza da medida das variáveis

�As variáveis, relativamente à natureza dos valores que podem assumir, classificam-se em:

� Variáveis qualitativas

�Exemplos: qualidade do ar, estado do tempo, situação financeira do país;

� Variáveis quantitativas

�Exemplos: ordenado mensal, custo das propinas, número de desempregados.

51

Variáveis qualitativas

Variáveis qualitativas

�Os valores possíveis de uma variável qualitativa são qualidades ou símbolos.

� A relação entre esses valores só tem sentido em termos de igualdade ou desigualdade.

� As variáveis qualitativas (descrevem tipos ou classes) podem ser:

�Dicotómicas (apenas duas categorias);

�Exemplos: Sexo, possuir carta de condução.

�Politómicas (três ou mais categorias)

�Exemplos: Estado civil, escolas que frequentadas.52

Variáveis quantitativas

Variáveis quantitativas

�Os valores de uma variável quantitativa são representados através de números.

� As variáveis quantitativas podem ser:

� Discretas;

�Exemplos: Idade em anos, número de alunos de uma escola, classificação final nos cursos da ESEB.

� Contínuas

�Exemplos: Comprimento, peso, tempo.

53

Variáveis quantitativas

Variáveis quantitativas

� Uma variável diz-se discreta quando os seus valores podem ser relacionados por uma correspondência biunívoca com um subconjunto de números inteiros.

� Uma variável diz-se contínua quando os seus valores podem ser relacionados por uma correspondência biunívoca com intervalos de números reais.

54

Escalas de medida das variáveis

Propriedades das escalas de medida das variáveis

� As escalas consistem em modos de expressar a qualidade ou a quantidade dos dados. Para que as escalas utilizadas possam responder aos vários tipos de valores que os atributos assumem numa investigação, estas escalas precisam de apresentar duas propriedades:

�Exaustividade: abrangência que permite representar todos os dados possíveis;

�Exclusividade: coerência para que qualquer dado só possa ser representado de uma única forma.

10

55

Escalas de medida das variáveis

Actividade1. Considerem a turma de Mestrado 1.1. Seleccionem uma variável quantitativa no contexto da turma. 1.1.1. Determinem os valores dessa variável e descrevam o processo de medição utilizado;1.1.2. Organizam os dados obtidos e verifiquem as propriedades de exaustividade e de exclusividade.

1.2. Seleccionem uma variável qualitativa no contexto da turma. 1.2.1. Determinem os valores dessa variável e descrevam o processo de medição utilizado;1.2.2. Organizem os dados obtidos e verifiquem as propriedades de exaustividade e de exclusividade.

56

Tipos de escalas de medida das variáveis

Tipos de escalas de medida

� As variáveis relativamente à escala de medida podem distribuir-se por:

� Nominais;

� Ordinais;

� Intervalares;

� Proporcionais (ou de razão).

57

Tipos de escalas de medida das variáveis

Escala nominal

� As escalas nominais são meramente classificativas;

� É um nível de representação baseado no agrupamento e classificação de elementos para a formação de conjuntos distintos;

� As observações são divididas em categorias segundo um ou mais dos seus atributos;

58

Tipos de escalas de medida das variáveis

Escala nominal

� Os registos são, essencialmente, qualitativos, referentes ao tipo de sujeito, de objecto ou de acontecimento;

� Para que se satisfaça o princípio da exaustividade é preciso que cada caso possível tenha uma classificação, o que implica, muitas vezes, a definição de uma categoria complementar denominada por "outros“;

� Nas escalas nominais utilizam-se com frequência contagens e a moda para referenciar os dados.

59

Tipos de escalas de medida das variáveis

Escala nominal

Variável Categoria Valor da escala

Género Masculino 1

Feminino 2

Estado Civil Casado 1

Solteiro 2

Viúvo 3

Divorciado 4

Usa óculos ? Sim 1

Não 2

60

Tipos de escalas de medida das variáveis

Escala ordinal

� Nas escalas ordinais os indivíduos ou as observações distribuem-se segundo uma certa ordem que pode ser crescente ou decrescente, permitindo estabelecer-se diferenciações;

� A escala ordinal permite a avaliação de um fenómeno em termos da sua situação dentro de um conjunto de patamares ordenados, variando desde um patamar mínimo até um patamar máximo.

11

61

Tipos de escalas de medida das variáveis

Escala ordinal

� Na escala ordinal a variável utilizada para medir uma determinada característica, além de identificar a pertença a uma classe, também pressupõe que as diferentes classes estão ordenadas sob um determinado critério;

� Cada observação faz a associação do indivíduo medido a uma determinada classe, sem, no entanto, quantificar a magnitude da diferença face aos outros indivíduos;

� Uma escala ordinal é aquela em que os números servem além de nomear, identificar, classificar e ordenar, segundo um processo de comparação, as pessoas, objectos ou factos, em relação a determinada característica.

62

Tipos de escalas de medida das variáveis

Escala ordinal�Hierarquizar as marcas de automóvel pelos atributos, consumo, desempenho, Beleza, custo de manutenção e modernidade, sendo: 1 = melhor, 2 = intermédio, 3 = pior

Atributos Marca A Marca B Marca C

Consumo 2 1 3

Desempenho 1 2 3

Beleza 3 1 2

Custo de Manutenção

1 3 2

Modernidade 3 2 1

63

Escala intervalar

� Os valores nas escalas intervalares envolvem classificação, grandeza e unidades de tamanho idêntico;

� A escala intervalar pode ser considerada como um caso particular das escalas métricas, em que é possível quantificar as distâncias entre as medições mas não existe um ponto nulo natural e uma unidade natural;

� A escala intervalar permite o posicionamento de valores em relação a um ponto arbitrário.

Tipos de escalas de medida das variáveis

64

Escala intervalarOs números classificam os objectos, tal que as distânciasentre os números correspondem às distâncias entre osobjectos, pessoas ou factos na característica que está a sermedida. Podem comparar-se as diferenças, mas não amagnitude (grandeza) absoluta das medições.

Tipos de escalas de medida das variáveis

Exemplo 1

Concordocompletamente

Concordoem parte

Não sei Discordoem parte

Discordocompletamente

5 4 3 2 1

Exemplo 2

MuitoInsatisfeito

Insatisfeito Indiferente Satisfeito MuitoSatisfeito

1 2 3 4 5

65

Exemplo 3 (Escala intervalar)

�Um exemplo clássico de uma grandeza medida numa escala intervalar é a escala Celsius de temperatura.

� Existe um ponto zero, arbitrariamente definido como sendo a intensidade exacta na qual a água começa a congelar, e uma unidade de medida (grau) definida como sendo um centésimo da diferença entre a intensidade a partir da qual a água congela (0°) e a intensidade a partir da qual a água ferve (100°).

Tipos de escalas de medida das variáveis

66

Escala proporcional ou de razão

� Nas escalas proporcionais ou de razão, em acrescento às intervalares, dispõe-se de um zero absoluto. Tal “ponto zero” (total ausência de uma característica ou propriedade) é difícil de fixar em psicologia ou em educação (Almeida & Freire: 2000, pp. 62-66);

� A escala de razão é a mais completa e sofisticada das escalas. É uma quantificação produzida a partir da identificação de um ponto zero que é fixo e absoluto.

Tipos de escalas de medida das variáveis

12

67

Escala proporcional ou de razão

� Uma unidade de medida é definida em termos da diferença entre o ponto zero e uma dada intensidade;

� Cada observação é aferida segundo a sua distância ao ponto zero, distância essa expressa na unidade de medida previamente definida;

� Nas escalas de razão, um valor "2" indica, efectivamente, uma quantidade duas vezes maior do que o valor "1", o que não acontece, necessariamente, nas outras escalas;

Tipos de escalas de medida das variáveis

68

Escala proporcional ou de razão

� Nesta escala, além de ser possível quantificar asdiferenças entre as medições, também estão garantidascertas condições matemáticas vantajosas, como umponto de nulidade;

� É possível fazer diferenças e quocientes e,consequentemente, conversões entre medidasexpressas em unidades diferentes.

Tipos de escalas de medida das variáveis

69

Escalas de medida

Contexto: Atletismo

Tipos de escalas de medida das variáveis

Tipo de escala

Variável a ser medida Resultados da medição

ESCALANOMINAL

Identificação dos atletas na chegada(número do atleta)

7 20 15

ESCALAORDINAL

Ordem de classificação(na chegada)

3º 2º 1º

ESCALAINTERVALAR

Taxa de desempenho(numa escala de 0 a 10)

7,3 8,2 9,8

ESCALA deRAZÃO

Tempo gasto no percurso(em segundos)

58 50 48

70

Transição de Escalas

�Existe a possibilidade de se transformarem dados de um determinado tipo de escala numérica em dados de outro tipo de escala, desde que se respeite a hierarquia e os atributos básicos de cada uma;

� Assim, os dados de uma escala de razão podem ser transformados em dados intervalares, os intervalares podem ser transformados em ordinais e os ordinais podem ser transformados em nominais;

� A transição de uma escala para outra envolve, perda de informação. http://www.vademecum.com.br/iatros/Numericas.htm (18/07/2002)

Tipos de escalas de medida das variáveis

71

Escalas de medida das variáveis

Transição de Escalas

http://www.vademecum.com.br/iatros/Numericas.htm (18/07/2002)

72

Tipos de escalas de medida das variáveis

Actividade (Escala nominal)

1. Considere a questão: Qual é o software utilitário que mais gosta de utilizar? a) Processador de texto; b) Excel; c) Powerpoint; d) Publisher.

1.1. Qual é a variável em estudo?

1.2. Façam a recolha dos dados relativos às respostas dadas à questão pelos colegas da turma;

1.3. Organizem os dados numa tabela de frequência;

1.4. Verifiquem se a medição efectuada verifica as características de exaustividade e de exclusividade;

1.5. Quais são as conclusões a obter das respostas obtidas?

13

73

Tipos de escalas de medida das variáveis

Actividade (Escala ordinal)Manifeste a sua opinião relativamente à afirmação: “Os governos devem diminuir os vencimentos dos seus membros”, em termos de acordo ou de desacordo, considerando que: 1= Nada de acordo, 2=Pouco de acordo, 3=Indeciso, 4=De acordo, 5=Completamente de acordo.

1.1. Qual é a variável em estudo?

1.2. Façam a recolha dos dados relativos às respostas dadas à questão pelos colegas da turma;

1.3. Organizem os dados numa tabela de frequência;

1.4. Verifiquem se a medição efectuada verifica as características de exaustividade e de exclusividade;

1.5. Quais são as conclusões a obter das respostas dadas?74

Actividade (Escala proporcional ou de razão)1. Considerem a distância, em quilómetros, entre Bragança e a localidade onde nasceram.

1.1. Qual é a variável em estudo?1.2. Façam a recolha dos dados relativos às distâncias de

Bragança ao local de origem de cada um dos presentes;

1.3. Representem os dados recolhidos numa tabela;1.4. Representem os dados recolhidos num gráfico;1.5. Quantos quilómetros percorreram o conjunto dos alunos

do mestrado, para estarem na aula do dia ----(hoje)?

1.6. Verifiquem se a medição efectuada verifica as características de exaustividade e de exclusividade;

1.7. Que conclusões se podem obter com a investigação?

Tipos de escalas de medida das variáveis

75

Escalas de medida das variáveis

Actividade

Para cada uma das escalas de medida das variáveis estudadas dê um exemplo de uma variável (contextualizada) que possa ser medida nessa escala:

Escala de medida Variável/ Contexto

Escala nominal

Escala ordinal

Escala intervalar

Escala proporcional(ou razão)

76

Definição das variáveis

Definição operacional das variáveis

� Características� Identificar as unidades a observar e a controlar;� Definir os papéis das variáveis;� Precisar a escala de medida das variáveis.

� Estratégia� Especificar o que se quer controlar, as relações, as

influências e o seu sentido;� Indicar a escala de medida e os valores que pode

assumir a variável.

77

Estatuto das variáveis

Estatuto das variáveis na investigação

� As variáveis podem ser: independentes, dependentes, moderadoras e parasitas (Almeida & Freire: 2000: 56);

� Variável independente: identifica-se com a dimensão ou a característica que o investigador manipula deliberadamente para conhecer o impacto que produz noutra variável;

� Variável dependente: característica que pode ser influenciada quando se manipula a variável independente.

78

Estatuto das variáveis

Estatuto das variáveis na investigação

� Variáveis moderadoras ou intervenientes: são geralmente assumidas como variáveis alheias ao estudo que podem influenciar os resultados;

� Variáveis estranhas ou parasitas: variáveis associadas à variável independente, que não são consideradas na experiência, mas que podem ter influência nos resultados esperados para a variável dependente.

14

79

Estatuto das variáveis

Exemplo 1: Estatuto das variáveis na investigação

Questão de investigação: Quanto maior for o número de horas de estudo numa dada disciplina mais elevada é a classificação obtida no teste.

� Variável independente: horas de estudo;

� Variável de dependente: classificação no teste;

� Variáveis moderadoras ou intervenientes: apoio dos pais, conhecimentos anteriores na disciplina, colaboração dos colegas, … ;

� Variáveis estranhas ou parasitas: ambiente familiar, condições de estudo, ruídos, … .

80

Estatuto das variáveis

Exemplo 2: Estatuto das variáveis na investigação

Questão de investigação: O tratamento A cura o estado gripal

� Variável independente: estado gripal (actua-se relativamente à gripe com medicamentos ou outros tratamentos);

� Variável dependente: a cura, ou a situação de saúde resultante do tratamento;

� Variáveis moderadoras (intervenientes): conforto habitacional, bom tempo;

� Variáveis estranhas: corrente de ar, alimentação, ansiedade.

81

Estatuto das variáveis

Actividade (Estatuto das variáveis)

1. Proponha um problema para ser resolvidoexperimentalmente.

1.1. Defina a variável independente a considerar na resoluçãodo problema;

1.2. Defina as variáveis dependentes a considerar naresolução do problema;

1.3. Defina o conjunto no qual as variáveis dependentespodem assumir valores;

1.4. Atribua valores à sua escolha, caso seja necessário, acada variável independente e organize os respectivosdados.

82

Estatística Descritiva

Conceito de estatística descritiva

� A estatística descritiva consiste na recolha, análise e interpretação de dados numéricos através da criação de instrumentos adequados: quadros, gráficos e indicadores numéricos (Reis, 1996: 15).

� A estatística descritiva é o conjunto das técnicas e das regras que resumem a informação recolhida sobre uma amostra ou uma população, e isso sem distorção nem perda de informação (Huot, 2002: 60) .

83

Estatística Descritiva

Conceito de estatística descritiva

� A estatística descritiva pode ser considerada como um conjunto de técnicas analíticas utilizado para resumir o conjunto dos dados recolhidos numa dada investigação, que são organizados, geralmente, através de números, tabelas e gráficos;

� Pretende proporcionar relatórios que apresentem informações sobre a tendência central e a dispersão dos dados das amostras. Para cada amostra de dados deve-se evidenciar: valor mínimo, valor máximo, soma dos valores, contagens, média, moda, mediana, variância e desvio padrão.

84

Conceitos de Estatística

Unidade, população e amostra� Unidade estatística: elemento da população

estudada;� População: conjunto de unidades com características

comuns (Reis et al, 1999: 19);� A população refere-se a todos os casos ou situações

acerca dos quais o investigador quer fazer inferências ou estimativas;

� Uma amostra é um subconjunto da população, usado para obter informação acerca do todo.

15

85

Amostragem, recenseamento e sondagem

� Amostragem é a obtenção de informação sobre parte de uma população (Reis et al, 1999: 19);

� Recenseamento é uma recolha de dados, sobre certas características da população, obtida directamente a partir do conjunto das unidades da população;

� Sondagem é uma recolha de dados, sobre certas características da população, obtida a partir de uma amostra.

Conceitos de Estatística

86

Parâmetro e estatística

� Estatística é um número que representa características da amostra.

� Calcula-se o valor de uma estatística a partir de valores observados na amostra;

� Utiliza-se uma estatística para estimar um parâmetro, desconhecido, na população.

� Parâmetro é um número que representa características da população.

� Este número, geralmente, é desconhecido;

� Um parâmetro desconhecido pode ser estimado a partir de uma estatística (ou estimador).

Conceitos de Estatística

87

Amostra

Características de uma amostra

� Tamanho de uma amostra é o número de unidades que a constituem;

� A característica mais importante de uma amostra é a sua representatividade, ou seja, o seu grau de similaridade com a população em estudo;

� Considera-se que a dimensão mínima de uma amostra deve ser de 30 unidades estatísticas.

� O tamanho da amostra depende:

� Do grau de confiança que se pretende para os resultados;

� Do grau de pormenor desejado na análise;

� Dos recursos e do tempo disponíveis.88

Modelos de amostras

� As amostras podem ser:

� Probabilísticas;

� Não probabilísticas.

� Uma amostra diz-se probabilística quando as unidades que a constituem tiveram a mesma probabilidade de serem seleccionadas na população, e considera-se amostra não probabilística nas outras situações.

89

Modelos de amostras

Amostras probabilísticas

� As amostras probabilísticas podem ser:

� Aleatórias simples;

� Aleatórias sistemáticas;

� Aleatórias estratificadas;

� Agregados.

90

Amostras

Amostras probabilísticas� Aleatórias simples

� As unidades são seleccionadas, uma a uma, ao acaso, a partir de um conjunto.

� Aleatórias sistemáticas� Selecciona-se uma única unidade ao acaso, as

outras são extraídas com intervalos fixos.� Aleatórias estratificadas

� As unidades são seleccionadas ao acaso, no seio de subgrupos homogéneos.

� Agregados ou cachos� É constituída por subgrupos homogéneos

seleccionados ao acaso. Não se seleccionam unidades mas grupos.

16

91

Amostras

Amostras não probabilísticas� As amostras não probabilísticas podem ser:

� Voluntárias;� Intencionais (por acerto);� Acidentais (ao acaso);� Por quotas.

92

Amostras

Amostras não probabilísticas

� Voluntárias ou por conveniência

� Constituídas por unidades que se disponibilizam voluntariamente para integrar a amostra. Neste método selecciona-se a amostra em função da disponibilidade e acessibilidade dos elementos da população.

� Intencionais (por acerto)

� Constituídas a partir das intenções ou necessidades do investigador para estudar uma situação particular, baseiam-se em opiniões de uma ou mais pessoas que conhecem características específicas que se pretendem analisar da população em estudo.

93

Amostras

Amostras não probabilísticas� Acidentais (ao acaso)

� As unidades são seleccionadas respeitando a ordem com que aparecem. O método consiste em seleccionar inicialmente os inquiridos de modo aleatório e, em seguida, escolher unidades adicionais a partir da informação obtida dos primeiros.

� Por quotas� A característica principal de uma amostra por

quotas é a necessidade de se qualificar o respondente "a priori";

� Têm as vantagens da economia de tempo e de dinheiro;

� São estratificadas com a locação (não aleatória) proporcional ao número de sujeitos de cada estrato.

94

Amostras

Actividade1. Justificando, convenientemente, proponha para cada

alínea um problema que possa ser resolvido a partir de um estudo experimental, no qual possa utilizar uma amostra probabilística do tipo:

1.1. Aleatória simples;

1. 2. Aleatória sistemática;

1.3. Aleatória estratificada;

1.4. Agregado.

95

Amostras

ActividadeJustificando, convenientemente, proponha para cada alínea um problema que possa ser resolvido a partir de um estudo experimental, no qual possa utilizar uma amostra não probabilística do tipo:

1.1. Voluntária;

1.2. Intencional (por acerto);1.3. Acidental (ao acaso);1.4. Por quotas.

96

Técnicas de recolha de dados (Lessard-Hébert, & Boutin, 1990: 145-146)

A) Inquérito

�Entrevista (oral)

�Questionário (escrito)

B) Observação

�Observação directa e sistemática (observador exterior)

�Observação participante (observador conhecido ou oculto)

C) Análise documental

Técnicas de recolha de dados

17

97

A) Inquérito

� Inquérito por entrevista (oral)

� Estruturada (protocolo fixo)

� Livre (sobre um tema geral)

� Centrada num tema específico (lista - controlo)

� Informal e contínua

� Painel, entrevistas repetidas (mudanças de atitudes, de influências)

� Em profundidade indirecta (significado das respostas)

Técnicas de recolha de dados

98

A) Inquérito

� Inquérito por questionário (escrito)

� Questões

� Fechadas (opções reduzidas de resposta);

� Abertas (liberdade nas respostas, quer no conteúdo quer na forma);

� Pré - formatadas (compromisso entre questões fechadas e questões abertas).

Técnicas de recolha de dados

99

Etapas para a construção de um questionário

� Contextualização e justificação;

� Definição dos objectivos;

� Redacção das questões ou afirmações associadas a cada objectivo;

� Definição do formato e das opções de resposta;

� Construção de versões provisórias e respectivas validações e revisões;

� Construção da versão final.

Técnicas de recolha de dados

100

B) Observação

�Observação directa e sistemática (observador exterior)

�Definição dos objectos a observar

�Amostragem representativa;

�Contagem;

�Selecção de dados;

�Monografias ou etnografias;

�Sistematização (notas, categorias, escalas).

Técnicas de recolha de dados

101

B) Observação

�Observação participante (observador conhecido ou oculto)

�Factos tais como são para os sujeitos observados;

�Fenómenos latentes (que escapam ao sujeito observado, mas não ao observador);

�Relação face a face prolongada (ver, escutar, partilhar);

�Observador simultaneamente distante e interveniente.

Técnicas de recolha de dados

102

C) Análise documental

�Fontes podem ser privadas ou oficiais (arquivos, relatórios e estatísticas);

�Tipos de informação

� Factos, atributos, comportamentos e tendências.

�Opções técnicas

�Análise qualitativa de conteúdo;

�Análise quantitativa de conteúdo.

Técnicas de recolha de dados

18

103

Técnicas de recolha de dados

Actividade (Instrumentos de recolha de dados)

1. Proponha um problema acerca do qual vai obter dados através de um questionário e de uma entrevista.

1.1. Refira os objectivos do problema ;

1.2. Faça um quadro no qual constem os objectivos e a técnica de recolha de dados para poder verificar a sua concretização;

1.3. Construa o respectivo questionário;

1.4. Construa o guião da respectiva entrevista.

104

Organização e apresentação de dados

Dados

�Os dados são o resultado final dos processos de observação e experimentação (Vairinhos, 1996: 21);

�Da interpretação de dados deve resultar um resumo que pode ser: verbal, numérico ou gráfico para descrever as suas principais características;

� O método mais apropriado para tratar dados depende da natureza dos dados;

� Os dois tipos fundamentais de dados são:

� Dados qualitativos;

� Dados quantitativos.

105

Dados qualitativos

� Os dados qualitativos (ou categóricos) podem ser:

� Nominais, por exemplo o sexo: masculino, feminino;

� Ordinais, por exemplo o desempenho: baixo, médio, alto.

Organização e apresentação de dados

106

Apresentação numérica de dados qualitativos

� Para sumariar dados qualitativos numericamente, utilizam-se, entre outras, as formas:

� Contagens;

� Proporções;

� Percentagens;

� Taxas por 1000, taxas por 1 000 000.

Organização e apresentação de dados

107

Dados quantitativos

� Os dados quantitativos representam informação resultante de características susceptíveis de serem medidas, apresentando-se com diferentes intensidades, que podem ser de natureza discreta (descontínua) ou contínua.

� Os dados quantitativos podem ser:

� Dados discretos;

� Dados contínuos.

Organização e apresentação de dados

108

Dados quantitativos

� Dados discretos (exemplos): - contagens, número de alunos de uma escola; número de ataques de asma no ano passado ou, o número de irmãos de 10 alunos de uma determinada turma, cujos valores são: 3, 4, 1, 1, 3, 1, 0, 2, 1, 2.

� Dados contínuos (exemplos): medidas numa escala contínua, tais como volume, área, peso, massa ou as alturas de um grupo de 10 alunos representadas, em metros, por: 1,53; 1,57; 1,61; 1,60; 1,58; 1,55; 1,62; 1,56; 1,52; 1,59.

Organização e apresentação de dados

19

109

Dados quantitativos e qualitativos

� A distinção do tipo de dados, para uma variável, pode admitir diferentes interpretações;

� A variável “idade” das pessoas pode assumir dados do tipo:

� Quantitativo contínuo, a variável pode assumir todos os números reais de um intervalo;

� Quantitativo discreto, basta considerar a idade como o número de anos completos e apenas assume valores inteiros;

� Qualitativo, classificando as pessoas, em “crianças”, “jovens”, “pessoas de meia idade” e “idosos”.

Organização e apresentação de dados

110

Organização de dados

� A utilidade dos dados estatísticos depende, muitas vezes, da forma como são organizados e apresentados.

� A apresentação dos dados faz-se, muitas vezes, através de:

� Quadros;

� Gráficos;

� Distribuições de frequência.

Organização e apresentação de dados

111

Organização e apresentação de dados

Quadros, tabelas e gráficos

� Os quadros e os gráficos devem apresentar sempre três partes:

� Cabeçalho

� No cabeçalho deve ser dada informação sobre os dados;

� Corpo

� No corpo representam-se os dados;

� Rodapé

� No rodapé deve ser indicada a fonte dos dados e observações pertinentes.

112

Organização e apresentação de dados

Tipos de gráficos

� Dos vários tipos de gráficos destacamos:

� Gráfico de linhas;

� Gráfico de barras;

� Gráfico de sectores;

� Pictogramas.

� Os gráficos podem ser construídos a partir de diversos programas informáticos ou estatísticos, dos quais destacamos a folha de cálculo Excel e o SPSS.

113

Organização e apresentação de dados

Definição de classes na organização de dados

Na definição de classes devem-se tentar aplicar as seguintes regras:

� Determinar a amplitude de variação das observações (diferença entre o máximo e o mínimo);

� Usar classes de igual amplitude;

� Determinar o número de classes. Para uma amostra de tamanho n, um critério consiste em considerar o número de classes igual a k, sendo k o menor número tal que 2 k≥n.

114

Frequência absoluta e frequência relativa

� Frequência absoluta de um valor da variável é onúmero de vezes que esse valor ocorre na amostra ouna população;

� Frequência relativa de um valor da variável é oquociente entre a frequência absoluta desse valor e onúmero total de ocorrências de todos os valores davariável na amostra ou na população.

Organização e apresentação de dados

20

115

Distribuição de frequências (exemplos) 1. Consideremos os dados de 20 alunos de uma turma

relativos às variáveis “avaliação final” e “altura”.� Avaliação final: R-A-A-A-A-A-R-A-A-A-R-A-A-A-A-R-R-A-A-

A, sendo A-aprovado, R- reprovado� Altura: 150 -165 -140 -155 -145 -165 -146-157-149-154-

154-164-154-165-155-148-163-154-144-150 (cm)

Apresente numa tabela a distribuição de frequências de cada uma das variáveis:

1.1. Avaliação final;1.2. Altura.

Organização e apresentação de dados

116

Distribuição de frequências (avaliação final)

� Exemplo: Turma de 20 alunos

� A variável “Avaliação final” pode assumir os valores: “Aprovado (A)” e “Reprovado (R)”.

� Assim temos a variável qualitativa “Avaliação final” que assume dois valores A e R, expressos numa escala nominal.

� Recolhendo os dados obtiveram-se as seguintes observações:R-A-A-A-A-A-R-A-A-A-R-A-A-A-A-R-R-A-A-A.

Organização e apresentação de dados

117

Valor Frequência absoluta

Frequência relativa

A 15

R 5

Total 20 1

Distribuição de frequências (avaliação final)

20

5

20

15

Organização e apresentação de dados

118

Distribuição de frequências (variável altura)

Variável: altura

� Considerando a altura, expressa em centímetros, podemos admitir que esta variável é quantitativa, os dados são quantitativos do tipo contínuo, que assume valores numa escala intervalar.

� Os dados obtidos são os seguintes: 150-165-140-155-145-165-146-157-149-154-154-164-154-165-155-148-163-154-144-150.

Organização e apresentação de dados

119

Distribuição de frequências

Variável: altura

Na definição de classes deve-se tentar conseguir aplicar as seguintes regras:

a) Determinar a amplitude de variação (diferença entre os extremos das observações (máximo e mínimo));

b) Determinar o número de classes. Para uma amostra de tamanho n, um critério consiste em considerar o número de classes igual a k, sendo k o menor número natural tal que 2k≥n;

c) Usar classes de igual amplitude.

Organização e apresentação de dados

120

Variável: altura

Atendendo ao critério estudado para a definição de classes:

� A amplitude de variação é 25 (165-140);

� O número de classes é 5, pois 5 é o menor número natural, tal que 25 ≥20;

� A amplitude de cada classe é 5 (25/5).

� Os intervalos correspondentes às cinco classes são:

[140, 145[, [145, 150[, [150, 155[, [155, 160[, [160, 165].

Organização e apresentação de dados

21

121

Variável: altura

Agrupando os dados em classes, obtemos:

Classes Observações

[140, 145[

[145, 150[

[150, 155[ [155, 160[

[160, 165]

140, 144

145, 146, 148, 149

150, 150, 154, 154, 154, 154 155, 155, 157

163,164, 165, 165, 165

Organização e apresentação de dados

122

Figura 1: D istribuição de f requência da variável “altura”

Classes Frequência absoluta

Frequência ab soluta

acumulada

Frequ ência relativa

Frequência relativa

acumulada

[140, 145[ 2 2 20

2

20

2

[145, 150[ 4 6 20

4

20

6

[150, 155[ 6 12 20

6

20

12

[155, 160[ 3 15 20

3

20

15

[160, 165] 5 20 20

5

20

20

Total 20 1

Organização e apresentação de dados

123

Actividade

Identificaram-se as idades de 20 alunos de uma turma. Os dados obtidos, em anos completos, foram os seguintes: 14-14-13-13-15-15-16-17-14-14-14-14-14-15-15-15-15-14-14-15.

a) Qual o tipo de dados que assume a variável idade;

b) Como classifica a variável idade relativamente ao tipo de dados que assume;

c) Construa uma tabela de distribuição de frequência, na qual constem: os valores da variável (idade) e as respectivas frequências absolutas, frequências relativas, frequências absolutas acumuladas e frequências relativas acumuladas.

Organização e apresentação de dados

124

ActividadeNo conjunto dos alunos da turma, considere as variáveis: “número de horas de estudo por semana”, “número de horas de lazer por semana”, “número de horas que viaja por semana”.

1. Construa um instrumento para recolher os dados relativos às três variáveis;

2. Faça a recolha dos dados;

3. Organize os dados em classes e construa uma tabela de frequência para cada uma das variáveis;

4. Determine a média, a moda e a mediana dos dados relativos a cada variável;

5. Apresente à turma as conclusões da investigação.

Organização e apresentação de dados

125

ActividadeNo conjunto dos alunos da turma, considere as opiniões dos alunos relativamente às “vantagens” e às “devantagens” do consumo de alcool durante a queima das fitas.

1. Construa um instrumento de recolha de dados que permita identificar as opiniões dos alunos;

2. Faça a recolha dos dados;

3. Defina a unidade de análise e as categorias de resposta;4. Contrua uma tabela na qual constem as categorias e a

distribuição das unidades de análise pelas categorias;5. Apresente à turma as conclusões da investigação.

Paradigmas de investigação

126

Medidas de Estatística Descritiva

Medidas de estatística descritiva

� As medidas de estatística descritiva, designam-se por:

� parâmetros, quando se referem à população;

� estatísticas, quando se referem à amostra.

� Permitem sintetizar os dados da população ou da amostra através de um só valor;

� Medidas de localização: medidas de concentração e medidas de dispersão.

22

127

Medidas de Estatística Descritiva

Medidas de tendência central

� As medidas da tendência central são indicadores que permitem que se tenha uma primeira ideia ou um resumo, do modo como se distribuem os dados de uma experiência, informando sobre o valor (ou valores) da variável aleatória.

� Média aritmética;

� Moda;

� Mediana.

128

Medidas de Estatística Descritiva

Média aritmética

� A média aritmética é o quociente entre a soma de todos os valores observados e o número total de observações;

� Considerando um conjunto n de observações,

x1, …, xn,

A média aritmética é igual a

(x1 +…+ xn)/n.

129

Medidas de Estatística Descritiva

Moda

� A moda de um conjunto de observações é o valor mais frequente, caso exista;

� Quando existe mais do que um valor com a frequência mais elevada, o conjunto dos valores mais frequentes constituem uma classe modal.

130

Medidas de Estatística Descritiva

Mediana

� A mediana é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados;

� Após a ordenação dos elementos da amostra de dados, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio;

� A determinação da mediana de um conjunto de n observações, obtém-se, depois de ordenada a amostra das n observações:

� Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio;

� Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos médios.

131

Medidas de Estatística Descritiva

Actividade

� Considere as idades de 20 alunos de uma turma. Os dados obtidos, em anos completos, foram os seguintes: 14-14-13-13-15-15-16-17-14-14-14-14-14-15-15-15-15-14-14-15.

a) Apresente uma tabela de distribuição de frequências da variável idade.

b) Determine, para o conjunto das idades a: a) Média aritmética; b) Moda; c) Mediana.

c) Apresente uma análise dos dados apresentados.

132

Medidas de Estatística Descritiva

Medidas de dispersão

� Desvio absoluto médio;

� Variância;

� Desvio padrão.

23

133

Medidas de Estatística Descritiva

Desvio absoluto médio

� Desvio absoluto médio de um conjunto de n observações x1, …, xn, é a média dos valores absolutos das diferenças entre as observações e a média.

Actividade

� Determine o desvio absoluto médio do conjunto de observações: 14-14-13-13-15-15-16-17-14-14-14-14-14-15-15-15-15-14-14-15.

134

Medidas de Estatística Descritiva

Variância

� Define-se variância, e representa-se por s2, como sendo a medida que se obtém somando os quadrados dos desvios das observações da amostra, relativamente à sua média, e dividindo, essa soma:

� por n quando o tamanho da amostra é superior a 20;

� por n-1, quando o tamanho da amostra é inferior ou igual a 20 .

Actividade

� Determine a variância do conjunto de observações: 14-14-13-13-15-15-16-17-14-14-14-14-14-15-15-15-15-14-14-15.

135

Medidas de Estatística Descritiva

Desvio padrão

� O desvio padrão s é a raiz quadrada da variância s2.

� O desvio padrão é sempre não negativo e é tanto maior, quanto maior for a variabilidade dos dados.

� Se s = 0, então não existe variabilidade, isto é, os dados são todos iguais.

� Actividade

� Determine o desvio padrão do conjunto de observações: 14-14-13-13-15-15-16-17-14-14-14-14-14-15-15-15-15-14-14-15.

136

Medidas de Estatística Descritiva

Actividade

� Considere a variável “número de professores que já teve” no conjunto dos mestrandos presentes.

a) Recolha os dados e apresente uma tabela de distribuição de frequências da variável “número de professores que já teve”;

b) Determine, para o conjunto dos dados obtidos: a1) Desvio absoluto médio; b1) Variância; c1) Desvio padrão;

c) Distribua os dados por classes e respectivas frequências;

d) Construa um gráfico com as classes que definiu e respectivas frequências absolutas;

e) Faça uma apreciação crítica dos dados e resultados que obteve.

137

Medidas de Estatística Descritiva

Actividade

� Considere a variável “número de anos que terminou o ensino secundário” no conjunto dos mestrandos presentes.

a) Recolha os dados e apresente uma tabela de distribuição de frequências da variável “número de anos que terminou o ensino secundário”;

b) Determine, para o conjunto dos dados obtidos: a) Média aritmética; b) Moda; c) Mediana;

c) Distribua os dados por classes e respectivas frequências;

d) Construa um gráfico com as classes que definiu e respectivas frequências absolutas;

e) Faça uma apreciação crítica dos dados e resultados que obteve. 138

Pressupostos da Investigação

24

139

�Kuhn define "paradigma" como uma série de suposições, métodos e problemas típicos, que determinam para uma comunidade científica quais são as questões importantes e qual a melhor forma de lhes dar resposta;

�A vantagem de um paradigma é que ele concentra a pesquisa;

� Sem um paradigma, investigadores diferentes acumulam colecções diferentes de dados quase ao acaso e ficam todos ocupados demais em dar um sentido ao caos e derrotar as teorias concorrentes para progredir de forma consistente. (Thomas Samuel Kuhn July 18, 1922 – June 17, 1996, American intellectual who wroteextensively on the history of science)

Paradigmas de investigação

140

�O problema com os paradigmas é que eles tendem a tornar-se fechados e rígidos;

�Os cientistas que rejeitam os paradigmas aceites pela comunidade científica são frequentemente descartados como excêntricos;

�Embora a aceitação de um paradigma possibilite descobertas, todo paradigma constitui uma teoria bastante fechada, impossibilitando o seu desenvolvimento com teorias concorrentes.

(http://www.geocities.com/~esabio/paradigmas.htm, 10-10-07)

Paradigmas de investigação

141

Paradigma da investigação quantitativa

�É fundamentado no positivismo de Augusto Comte;

�Considera-se que existe uma realidade objectiva que o investigador tem de ser capaz de interpretar objectivamente;

�Cada fenómeno deverá ter uma só interpretação objectiva;

�A investigação assume uma abordagem positivista/behaviorista.(http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi2/Fernandes.pdf, 16-10-07)

Paradigmas de investigação

142

Tópicos associados ao paradigma da investigação quantitativa

�Questões de mensuração;

�Definições operacionais;

�Variáveis;

�Testes de hipóteses;

�Correlações;

�Generalizações.

Paradigmas de investigação

143

Paradigma da investigação qualitativa

�A investigação assume uma abordagem interpretativa;

�É fundamentado no idealismo de Kant e seus sucessores;

�Admite-se que há tantas interpretações da realidade quantos os investigadores que a procuram interpretar.

(http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi2/Fernandes.pdf, 16-10-07)

Paradigmas de investigação

144

Tópicos associados ao paradigma da investigação qualitativa

�Descrições;

�Indução;

�Teoria fundamentada;

�Estudo de percepções pessoais;

�Os dados surgem mais sob a forma de palavras do que de números.

Paradigmas de investigação

25

145

�Não se pode afirmar que uma metodologia de investigação é boa ou má pelo facto de se basear num ou no outro paradigma;

�A opção pelo paradigma de investigação quantitativa ou qualitativa depende do assunto a estudar;

�Não existem barreiras vincadas entre os dois paradigmas.

Paradigmas de investigação

146

�Lessard-Hébert e al. (1994) referem que se podem verificar duas posturas bastante diferentes:

� Uma que toma partido de uma distinção dicotómica;

� Outra que opta pela tese de um continuum entre o qualitativo e o quantitativo.

�Blaxter, Hughes & Tight (2005) salientam que os dois tipos de investigação, quantitativa e qualitativa, ambos são úteis e válidos e não se excluem mutuamente, sendo possível utilizar os dois paradigmas na mesma investigação.

�Eisner (1997) defende a existência de formas híbridas na mesma investigação.

Paradigmas de investigação

147

Palavras Chave�Paradigma de investigação quantitativa

�Números;�Exterior;�Explicação;�Objectividade.

�Paradigma de investigação qualitativa�Palavras;�Interior;�Compreensão;�Subjectividade.

Paradigmas de investigação

148

Actividade

1. Identificar paradigmas que possam ser utilizados no âmbito das áreas de actividades ou de interesse, de cada aluno;

2. Apresentar as principais características dos paradigmas identificados;

3. Relacionar os paradigmas identificados com contextos da vida real.

Paradigmas de investigação

149149

Classificação da investigação

Finalidade NaturezaObjectivos Procedimentos

Localde

Realização

Bás

ica

Apl

icad

a

Qua

litat

iva

Qua

ntita

tiva

Exp

lora

tória

Des

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iva

Bib

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Doc

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enta

l

Cam

po

Labo

rató

rio

Out

ros

Critérios

(Adaptado_de_http://www.unifa.aer.mil.br/ecemar/pesquisa/aulas/classificacao%20das%20pesquisas.ppt, acedido em 02-11-07)

150

Níveis de pesquisa (Finalidade)� Os níveis de pesquisa variam de acordo com a finalidade da pesquisa. Assim, a pesquisa pode ser classificada em:

�Básica;�Aplicada.

�Pesquisa básica: aquela que acumula conhecimentos e informações que podem, eventualmente, levar a resultados académicos ou aplicados importantes, mas sem fazê-lo directamente;�Pesquisa aplicada: aquela que tem um resultado prático visível em termos económicos ou de outra utilidade que não seja o próprio conhecimento. (http://www.schwartzman.org.br/simon/acad_ap.htm, aced. 02-11-2007)

Classificação da investigação

26

151

Níveis de pesquisa (Objectivos)

� Os níveis de pesquisa variam de acordo com os objectivos a que a pesquisa se propõe. Assim, a pesquisa pode ser classificada em:

�Exploratória

�Descritiva

�Explicativa

(http://www.unb.br/fef/downloads/dulce/metodos_e_tecnicas_de_pesquisa.ppt#257,2,Níveis de Pesquisa, acedido em 01-11-07)

Classificação da investigação

152

Pesquisa exploratória

�A pesquisa exploratória constitui parte integrante da pesquisa principal. Pode ser entendida como um estudo preliminar realizado com a finalidade de melhorar a adequação dos instrumentos de medida à realidade que se pretende conhecer;

�A pesquisa exploratória, ou estudo exploratório, tem por objectivo conhecer as variáveis de estudo tal como se apresentam, o seu significado e o contexto onde se inserem. Pressupõe-se que o comportamento humano compreende-se melhor no contexto social onde ocorre. (http://br.monografias.com/trabalhos2/pesquisa-exploratoria-procedimento/pesquisa-exploratoria-procedimento2.shtml, aced. 02-11-07)

Classificação da investigação

153

Pesquisa exploratória

�Contribui para que se conheçam melhor as características da população e, assim, poder planificar mais adequadamente o tamanho da amostra;

�Permite identificar e categorizar de forma adequada certas variáveis independentes mais complexas, principalmente no que diz respeito à aplicação do princípio da utilidade;

�Tem por objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema (fenómeno a ser investigado), no sentido de o tornar mais explícito e facilitar a construção de hipóteses;

�Visa o aparecimento de ideias ou de intuições.

Classificação da investigação

154

Pesquisa exploratória

� A planificação é bastante flexível, dando a possibilidade de identificar diversos aspectos relativos ao facto estudado;

�É um estudo preliminar visando a familiarização com o fenómeno a ser investigado, de forma que um estudo mais detalhado possa ser efectuado e definido com maior precisão e compreensão;

�A pesquisa exploratória pode usar várias técnicas de pesquisa, mas com amostras reduzidas;

�É adequada para investigar em áreas ou tópicos novos, para os quais não existam teorias satisfatórias;

Classificação da investigação

155

Pesquisa exploratória

�Pode ser utilizada para estimar a viabilidade de realização de estudos mais rigorosos ou extensos no mesmo tópico;

�Para estudos em larga escala é conveniente explorar as eventuais dificuldades com uma versão menor do estudo;

�É muito útil quando o objecto da pesquisa é novo e pouco estudado;

�A pesquisa exploratória tem por objectivo conhecer as variáveis de estudo, tal como se apresenta o seu significado e o contexto onde ela se insere.

Classificação da investigação

156

Pesquisa exploratória

� A pesquisa exploratória leva o investigador, frequentemente, à descoberta de enfoques, percepções e terminologias novas, contribuindo para que, gradualmente, para que seja modificado o seu próprio modo de pensar;

� Por exemplo: Quando se aplica um questionário pré--estabelecido (estabelecido antes de se conhecer a realidade, ou seja, antes de se conhecer o repertório popular de respostas), costumam distorcer-se os resultados.

Classificação da investigação

27

157

Pesquisa exploratória

�Para se obter determinada resposta, é preciso fazer a pergunta correspondente.

�Para se obter "boas" respostas é preciso fazer-se "boas" perguntas.

�Para fazer "boas perguntas", ou perguntas pertinentes e de interesse, é preciso conhecer com antecipação as possíveis respostas, que constituem o universo de respostas.

Classificação da investigação

158

Pesquisa descritiva�Tem como principal objectivo a descrição das características de determinada população ou fenómeno;�A pesquisa descritiva justifica-se em estudos relacionados com:

� Distribuição de idades, sexo, proveniência, nível de escolaridade;� Nível de atendimento nas instituições públicas;� Características de uma comunidade, condições de habitação e índice de criminalidade;�Levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população.

Classificação da investigação

159

Pesquisa explicativa

� Preocupa-se com a explicação do “porquê” das coisas, visando identificar os factores que as determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenómenos.

�É o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão e o porquê das coisas.

�É o tipo de pesquisa mais complexo e delicado, já que existe o risco de cometer erros ao explicar os fenómenos.

�A pesquisa explicativa pode ser a continuação de uma pesquisa descritiva, uma vez que a identificação dos factores que determinam um fenómeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado.

Classificação da investigação

160

Actividade1. Admita que tem necessidade de investigar sobre um tema

que envolve a população de Portugal.1.1. Proponha e contextualize um tema do seu interesse; 1.2. Defina claramente o problema que deseja investigar e

apresente as questões de investigação que considere relevantes, associadas ao problema definido;

1.3. Saliente como pensa fundamentar e aprofundar cada uma das questões de investigação;

1.4. Refira etapas da metodologia a utilizar;1.5. Apresente alguns resultados esperados para cada

questão de investigação.

Classificação da investigação

161

Níveis de pesquisa (Procedimentos)(http://www.unb.br/fef/downloads/dulce/metodos_e_tecnicas_de_pesquisa.ppt#257,2,Níveis de Pesquisa, acedido 01-11-07)

�Pesquisa bibliográfica

�Pesquisa documental

�Pesquisa experimental

Classificação da investigação

162

Pesquisa bibliográfica�A pesquisa bibliográfica tem por objectivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema;�Baseia-se em livros e periódicos científicos;�Compreende o universo de trabalho teóricos desenvolvidos, entre outros, nos campos da filosofia, sociologia e antropologia;�Fundamenta e serve de suporte às diferentes fases de uma investigação, pois, é fundamental: na definição do problema, na definição dos objectivos, na construção de hipóteses, na apresentação e elaboração do relatório final.

Classificação da investigação

28

163

Pesquisa documental

�Assemelha-se à pesquisa bibliográfica, no entanto as fontes que a constituem são documentos e não apenas livros publicados e artigos científicos divulgados.

�A pesquisa documental pode utilizar documentos que nunca foram submetidos a qualquer tratamento analítico ou documentos que já foram tratados;

�Entre outros, pode utilizar documentos em 1.ª mão, arquivados em instituições públicas ou privadas e documentos em 2.ª mão, que foram objecto de análise, tais como: dissertações de mestrado, teses de doutoramento; relatórios de empresas e tabelas estatísticas.

Classificação da investigação

164

Pesquisa experimental

�De um modo geral a experimentação é o meio mais tradicional para se realizar uma pesquisa;

�A pesquisa experimental consiste em determinar um objecto de estudo e seleccionar as variáveis que o influenciam, definindo as formas de controlo e de observação dos efeitos que as variáveis independentes produzem nas variáveis dependentes;

�Na pesquisa experimental há um alto nível de controlo da situação estudada. A característica principal consiste no facto da variável independente ser manipulada pelo investigador.

Classificação da investigação

165

Pesquisa experimental

�Pesquisa genuinamente experimental;

�Pesquisa pré-experimental;

�Pesquisa quase – experimental;

�Pesquisa ex – post – facto;

�Pesquisa por inquérito (surveys);

�Estudo de campo;

�Estudo de caso.

Classificação da investigação

166

Pesquisa genuinamente experimental

�Constituição de dois grupos: um grupo experimental e um grupo de controlo, a inclusão dos indivíduos nos grupos deve ocorrer de modo aleatório;

�Após a definição dos grupos, submete-se o grupo experimental a certos aspectos ou condições, enquanto que o grupo de controlo permanece em condições normais.

Classificação da investigação

167

Pesquisa pré-experimental

�Não há comparação entre os dois grupos (experimental e de controlo);

�A pesquisa é realizada com um único grupo, mudando-se apenas as condições deste grupo.

Classificação da investigação

168

Pesquisa quase - experimental

�Aproxima-se dos procedimentos das pesquisas experimentais, mas não é realizada a partir da selecção aleatória dos indivíduos dos grupos;

�Tem um rigor considerável, estabelecendo comparações, após o tratamento experimental:

�Entre grupos não equivalentes, ou

�Com os mesmos sujeitos antes do tratamento.

Classificação da investigação

29

169

Pesquisa ex-post-facto

�Significado “ex-post-facto”: “O que é feito posteriormente?”; depois dos acontecimentos, retrospectivamente;

�Investigação sistemática e empírica na qual o investigador não tem controlo directo sobre as variáveis independentes, porque já ocorreram as suas manifestações, ou porque são intrinsecamente não manipuláveis;

�São feitas inferências sobre as relações entre variáveis em observação directa, a partir da variação concomitante (ao mesmo tempo) das variáveis independentes e dependentes.

Classificação da investigação

170

Pesquisa por inquérito (Survey)

�Caracteriza-se pela interrogação directa das pessoas, cuja opinião se quer conhecer;

� Procura-se informação directamente com um grupo de interesse, acerca dos dados que se desejam obter. É um procedimento útil, principalmente em pesquisasexploratórias e descritivas;

� A qualidade das respostas individuais pode ser influenciada pelo cepticismo ou optimismo do inquirido;

�A pesquisa pode ser realizada ao longo do tempo, configurando um estudo longitudinal.

Classificação da investigação

171

Pesquisa por inquérito (Survey)

�O questionário é um dos procedimentos mais utilizados para obter informações. É uma técnica de custo razoavelmente baixo, apresenta as mesmas questões para todas as pessoas e garante o anonimato;

�Este tipo de pesquisa pode ser desenvolvido para medir, entre outras, atitudes, opiniões, comportamentos, circunstâncias da vida do cidadão, e outras questões;

� Na aplicação dos questionários fazem-se uso de materiais simples como sejam lápis, papel ou formulários;

�Os questionários podem ser aplicados individualmente ou em grupos, por telefone, pelo correio ou na internet. Podem incluir questões abertas, fechadas, ou de escolha múltipla, de resposta numérica, ou do tipo sim ou não.

Classificação da investigação

172

Pesquisa por inquérito

�Vantagens

�Abordagem simples e directa para fazer o levantamento de atitudes, valores, crenças e motivos;

�Conhecimento directo da realidade, economia rapidez e quantificação;

�Podem ser adaptadas para obter informaçãogeneralizável sobre quase toda a população;

�Muitas vezes é a única pesquisa possível, ou o processo mais fácil de pesquisar uma população de tamanho elevado;

Classificação da investigação

173

Pesquisa por inquérito

�Vantagens

�Eficiente para fazer o levantamento de grandesquantidades de dados a baixo custo e em tempo relativamente curto;

�Permite o anonimato, o que convida à sinceridadequando se investiga em áreas sensíveis;

�As entrevistas podem ser esclarecedoras;

�O entrevistador motiva à participação e podesugerir seriedade.

Classificação da investigação

174

Pesquisa por inquérito

�Limitações

�Possibilidade de colocar muita ênfase nos aspectos associados a perspectivas, pouca profundidade nas respostas, limitada apreensão do processo de mudança;

�Os dados podem ser afectados pelas característicasmomentâneas dos respondentes;

�Os respondentes não são necessariamente sinceros;

�Nas entrevistas os dados podem ser afectados pelaempatia entre os respondentes e o entrevistador.

Classificação da investigação

30

175

Estudo de campo

�Assemelha-se à pesquisa por inquérito, mas os assuntos são mais aprofundados, apresenta maior flexibilidade, podendo-se reformular os objectivos da pesquisa ao longo do processo;

�Descrição minuciosa de informações como: sexo, idade, estado civil, escolaridade, nível de rendimento são importantes tanto para o inquérito, quanto para o estudo de campo.

Classificação da investigação

176

Estudo de caso

�Estudo aprofundado e exaustivo de um ou mais objectos, de modo a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado;

�Adequado para explorar situações da vida real e descrever a situação investigada no contexto em que se realiza a investigação;

�Adequado para explicar as variáveis causais de determinado fenómeno em situações muito complexas.

�Limitações:

�Falta de rigor metodológico;

�Dificuldade de generalização;

�Exige muito tempo dedicado à pesquisa.

Classificação da investigação

177

Níveis de pesquisa (Natureza da pesquisa)

�Pesquisa qualitativa

�O ambiente natural constitui a fonte directa de dados;

�O investigador é o instrumento fundamental na recolha dos dados;

�A interpretação que as pessoas dão aos factos e à sua vida são essenciais para o investigador;

�Enfatiza-se o método indutivo na obtenção de resultados;

�Envolve ouvir o que as pessoas têm para dizer, explorando as suas ideias e preocupações sobre determinado assunto.

Classificação da investigação

178

�Níveis de pesquisa (Natureza da pesquisa)

�Pesquisa quantitativa

�Permite medir opiniões, reacções, sensações, hábitos e atitudes, através de uma amostra que represente a população de forma estatisticamente comprovada;

�Os principais instrumentos utilizados para recolha de dados são o questionário estruturado com questões fechadas (lista de respostas pré-codificadas) ou questionário semi-estruturado com perguntas fechadas e abertas.

Classificação da investigação

179

Níveis de pesquisa (Local de realização)

�Pesquisa de campo

�A pesquisa de campo caracteriza-se pela observação de factos e de fenómenos como ocorrem no real e pela recolha de dados referentes aos mesmos fenómenos;

�A análise e interpretação de dados processa-se com base numa fundamentação teórica consistente, tendo como objectivo compreender e explicar o problema em estudo;

�A pesquisa de campo usa-se frequentemente para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, com o objectivo de compreender os diferentes aspectos de uma determinada realidade.

Classificação da investigação

180

Níveis de pesquisa (Local de realização)

�Pesquisa de laboratório

�O que caracteriza a pesquisa de laboratório é o facto de ocorrer em situações controladas;

�Estas pesquisas, quer se realizem em recintos fechados ou ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente estabelecido e de acordo com o estudo a ser realizado (http://pt.wikipedia.org);

�Descreve e analisa o que ocorrerá em situações controladas;

�Exige instrumentos específicos, precisos e ambientes adequados.

Classificação da investigação

31

181

ActividadeO conceito de pesquisa admite várias abordagens. Neste curso foi dada ênfase ao conceito de pesquisa atendendo à classificação da pesquisa, baseada em critérios associados a:

- Finalidades;- Objectivos;- Procedimentos;- Natureza;- Local de realização.

- Proponha um protótipo de uma investigação, contextualizado num tema do seu interesse, no qual sejam identificados e justificados os critérios estudados.

Classificação da investigação

182

Conceito de método

�A ciência caracteriza-se por uma permanente e sistemática procura da verdade;

�De um modo geral a verdade nunca é definitiva, depende muitas vezes da observação associada ao raciocínio;

�Essa procura de verdade faz-se através de procedimentos que ganharam forma e estrutura ao longo dos tempos;

�Esses procedimentos assumem a forma de métodos quando são claramente identificadas as principais etapas que os caracterizam.

Métodos e técnicas de investigação

183

Conceito de método

�As ciências são caracterizadas pela utilização de métodos científicos;

�Nem todos os ramos que utilizam métodos científicos podem ser considerados científicos;

�“O método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia permite alcançar o objectivo – conhecimentos válidos e verdadeiros - , traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”; (Marconi & Lakatos, 2003).

Métodos e técnicas de investigação

184

Etapas do método científico (adap de Bunge 1980, cit. Marconi & Lakatos, 2003)

� Definição e contextualização do problema;� Procura de meios e de conhecimento relevante relacionado

com o problema;� Tentativa de resolução do problema a partir dos meios e do

conhecimento identificado;

� Invenção e produção de novas ideias ou dados empíricos;

� Obtenção de uma solução do problema;

� Investigação das consequências da solução obtida;

� Confronto da solução obtida com as teorias existentes;

� Caso a solução não seja consistente, proceder à verificação e correcção das hipóteses, teorias ou dados utilizados.

Métodos e técnicas de investigação

185

Métodos científicos

� Método indutivo

� Método dedutivo

� Método hipotético-dedutivo

Métodos e técnicas de investigação

186

Método indutivo

� Indução é um processo mental através do qual, partindo de premissas particulares, suficientemente constatadas, infere-se uma verdade geral, não incluída nas premissas particulares;

� A utilização deste método conduz a resultados com elevada probabilidade de serem verdade, mas nem sempre se tem completa segurança;

Métodos e técnicas de investigação

32

187

�Principais etapas do método indutivo

� Observação dos fenómenos;

� Descoberta da relação entre eles;

� Generalização da relação entre os fenómenos.

�As inferências indutivas são justificadas por:

� Expectativas e crenças que existe uma regularidade nos fenómenos e, assim, o futuro será idêntico ao passado;

� A crença que o futuro é idêntico ao passado assenta nas observações e registos do passado.

Métodos e técnicas de investigação

188

Método dedutivo

� Admitindo o todo como verdade deduz-se que as partes também são verdade;

� A conclusão verdadeira garante a verdade das premissas que lhe deram origem;

� Todo o argumento dedutivo reformula ou enuncia de forma explícita a informação já contida nas premissas, tendo como finalidade o propósito de explicar o conteúdo das premissas.

Métodos e técnicas de investigação

189

Método dedutivo

� No método dedutivo também chamado por Aristóteles de silogismo, o raciocínio dedutivo parte da dedução formal tal que, postas duas premissas, delas, por inferência, se obtém uma terceira, chamada conclusão.

� A dedução não oferece conhecimento novo, uma vez que é um caso particular da lei geral.

� A dedução organiza e especifica o conhecimento que já se tem, mas não é geradora de conhecimentos novos.

� A dedução tem como ponto de partida o pressuposto do inteligível, ou seja, da verdade geral, já estabelecida.

Métodos e técnicas de investigação

190

Método hipotético-dedutivo

� Caracterizado por: partir de um problema, ao qual se oferece uma espécie de solução provisória, uma teoria tentativa, passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro, repetindo-se este processo criando novas soluções e novos problemas.

� Consiste na construção de conjecturas, que devem ser submetidas a testes, à crítica intersubjectiva, ao controlo mútuo pela discussão crítica, à publicidade crítica e ao confronto com os factos, para ver quais as hipóteses que sobrevivem, resistindo, portanto, às tentativas de refutação e falseamento.

Métodos e técnicas de investigação

191

Etapas do método hipotético-dedutivo (Popper)

� Definição do problema (surge, em geral, de conflitos tendo em conta expectativas e teorias existentes;

� Proposta de uma solução (construção de uma conjectura ou dedução de consequências na forma de proposições que podem ser testadas;

� Testes de falseamento (tentativas de refutação de hipóteses, entre outras formas, pela observação e experimentação).

Métodos e técnicas de investigação

192

�Etapas do método hipotético-dedutivo (adaptado de Bunge 1980, citado por Marconi & Lakatos, 2003)

� Colocação do problema;

� Construção de um modelo teórico;

� Dedução de consequências particulares;

� Testes de hipóteses;

� Adição ou introdução das conclusões na teoria.

Métodos e técnicas de investigação

33

193

Um relatório de investigação (síntese)

� Início (capa, índice, resumo, sumário,…)

� Introdução

� Contextualização (Problema, objectivos, questões de investigação

� Revisão bibliográfica e enquadramento teórico

� Metodologia

� Apresentação, tratamento de dados e interpretação dos resultados

� Conclusões, recomendações e sugestões

� Bibliografia

� Anexos

Relatório de investigação

194

Relatório de investigação

� Um relatório de investigação, compreende as seguintes partes (adaptado de Marconi & Lakatos, 2003: 228-230):

1. Apresentação

� Capa (autor, entidade, título, coordenador, local, data)

� Página de rosto (entidade, título, autor, coordenador, equipa técnica, local e data)

2. Sinopse (Abstract)(resumo do conteúdo do relatório, no máximo uma página)

3. Sumário (Relação das partes, capítulos, itens e subitens do trabalho).

Relatório de investigação

195

4. Introdução

� Objectivo (tema, delimitação do tema, objectivos gerais, objectivos específicos)

� Importância do estudo (razões que o justificam)

� Objecto do estudo (problema, hipótese principal, hipóteses secundárias, variáveis)

5. Revisão Bibliográfica

6. Enquadramento teórico

� Teoria base;

� Definição de termos.

Relatório de Investigação

196

7. Metodologia� Natureza da investigação (qualitativa, quantitativa,

outra);� Procedimentos (bibliográfica, documental,

experimental, outros);� Técnicas de recolha de dados (Inquérito, observação,

análise documental);� Delimitação do universo;� Tipo de amostra.

8. Apresentação e tratamento de dados (demonstrar a evidência dos resultados obtidos com a pesquisa, todos os dados pertinentes conducentes a conclusões, bem como os dados que produzem resultados inconclusivos)

Relatório de Investigação

197

9. Interpretação dos resultados

(é a parte mais importante do relatório, transcrevem-se os resultados sob a forma de evidências para a confirmação ou rejeição das hipóteses, ou para a impossibilidade de assumir uma posição, justifica-se como as provas obtidas mantêm a sustentabilidade da teoria, determinam a sua limitação ou rejeição).

10. Conclusões

(devem evidenciar as novidades alcançadas, indicar as limitações detectadas, apontar relações entre factos e teorias e uma síntese acerca da forma como argumentos, conceitos, factos, hipóteses, modelos e teorias se complementam).

Relatório de investigação

198

11. Recomendações e sugestões(indicações, de ordem prática, de intervenções na natureza ou na

sociedade, tendo em conta os resultados da pesquisa, as sugestões podem contribuir para o desenvolvimento da ciência abrindo novos problemas de investigação que tiveram origem no desenvolvimento desta, mas que não foram investigados).

12. Bibliografia(Inclui todas as obras utilizadas quer no projecto de pesquisa quer na execução e redacção do relatório).

13. Apêndices (material trabalhado pelo investigador, tabelas, quadros, gráficos, ilustrações diversas, instrumentos de recolha de dados, que não figurem na redacção do relatório);

14. Anexos(elementos esclarecedores de autorias diversas, devem ser limitados

e incluir apenas os estritamente necessários).

Relatório de investigação

34

199

Um dos problemas actuais dos jovens é a incertezarelativamente ao futuro profissional, nomeadamente saber qualvai ser o seu vencimento e a que distância do local onderesidem podem trabalhar. Admitindo que cada aluno da turmasabe o que deseja relativamente ao “vencimento” e à“distância”:

1. Construa um instrumento de recolha de dados relativos às duas variáveis;

2. Faça a recolha dos dados e organize-os;3. Construa uma estrutura para a apresentação do trabalho

de investigação que envolva as variáveis referidas;

4. Apresente à turma a estrutura e as conclusões da investigação.

Actividades de investigação

200

Um dos problemas actuais dos jovens é a dificuldade em conseguirem emprego. Investigue as razões com que os alunos da turma justificam as dificuldades em conseguir emprego, tendo em conta as seguintes etapas:

1. Construa um instrumento de recolha de dados;

2. Faça a recolha dos dados;3. Defina a unidade de análise e as respectivas categorias;

4. Organize os dados obtidos, tendo em conta as categorias que definiu.

5. Construa uma estrutura para a apresentação do trabalho de investigação;

6. Apresente à turma a estrutura e as conclusões da investigação.

Actividades de investigação