escrever é preciso

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Caderno de textos dos Professores Representantes das Escolas do Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ijuí

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Esta é a primeira edição digital do caderno de textos “Escrever é preciso”, dos professores da rede pública mu-nicipal de Ijuí, sócios da APMI/Sindicato. Optamos por publicar na forma de e-book, tornando-o virtualmente acessível a qualquer cidadão no mundo, com o objetivo de valorizar a produção textual autoral e compartilhar nos-sas experiências, conceitos e ideias sem os limites impos-tos pela editoração tradicional.

Nossa conexão com o mundo se dá, também, através dos espaços que ocupamos, na internet, nas redes sociais e toda uma míriade de possibilidades que o universo digi-tal descortinou nas últimas décadas.

Assim, ousamos acreditar que o que escrevemos pode servir para alimentar o debate por uma educação com mais qualidade não apenas em nosso município, em nos-sa escola, mas em lugares desconhecidos e culturas sin-gulares. Afinal, falar da própria aldeia é tornar-se univer-sal.

Os diversos autores que produziram o conteúdo deste caderno, durante os encontros de representantes de esco-las na APMI/Sindicato, são prova de que a formação dos professores se estende além da academia e que os tem-pos para estudo, qualificação e preparo são fundamentais para um processo de ensino-aprendizagem eficaz, liberta-dor e progressista.

Nos textos que se seguem, vários pontos de vista e vá-rios assuntos convergem em um mesmo uníssono: pre-cisamos dar significado claro para o papel da escola na educação, através de políticas de valorização e qualifica-ção profissional.

Os professores-autores estão de parabéns. Produzi-mos um caderno com textos originais, colaborativos e que transpiram a identidade de quem os escreveu: professores da rede pública municipal. De Ijuí. Do Rio Grande do Sul. Do Brasil. E do mundo.

Para além de um apanhadode textos, a construção coletiva do conhecimento

APMI/Sindicato

EXPEDIENTE

REALIZAÇÃO

PUBLICAÇÃO DIGITAL

ANO ZERO | NÚMERO 122 DE JUNHO DE 2014

PERÍODO DE REFERENÊNCIA

Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ijuí

PRODUÇÃO TEXTUAL

REVISÃO ORTOGRÁFICA

ORGANIZAÇÃO E PROJETO

PROJETO GRÁFICO E DIGITAL

APMI/Sindicato

ESCREVER É PRECISO

1º Semestre de 2014

Professores representantes das escolas da rede pública municipal de Ijuí/RS

Maria Luisa Lucchese

Adriana Noronha

Joel Pavan

Ninguém ignora tudo. Ninguém

sabe tudo. Todos nós sa-bemos alguma

coisa. Todos nós ignoramos

alguma coisa. Por isso

aprendemos sempre.

Paulo Freire

,,

Financiamento da Educação Pública no Brasil

No último dia 03 de junho, foi aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados o projeto de lei que institui o Plano Nacional de Educação (PNE). Para o Ministro da Educação, Henrique Paim, isso representa um grande avanço para a Educação brasileira e possibilitará a melhoria do acesso e da qualidade da Educação.

O Plano engloba 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos e tem como objetivo elevar os índices educacionais no Brasil. Dentre estas, define a Meta 20, a mais polêmica, pois trata do financiamento da Educação e prevê a destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a área educacional, objetivando viabilizar a realização das demais diretrizes, as quais abrangem a univer-salização do atendimento escolar para crianças de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em tempo integral para no mínimo 25% dos alunos da Educação Básica; o aumento de vagas em creches, no Ensino Médio e nas Universidades e a erradicação do analfabetismo, além da valorização do magistério. Este percentual é quase o dobro do que é aplicado atualmente (5,3%).

O Plano prevê que em 2019, no quinto ano de vigência, o valor aplicado deverá ser de 7%. Para ajudar a compor este percentual, foi aprovada a resolução que diz respeito aos Royalties do petróleo, dos quais, 75% serão destinados para a Educação e também, 50% do Fundo Social do pré-sal.

O documento aprovado refere-se também à necessidade de haver maior comprometimento e participação dos estados e municípios, os quais terão que aumentar seus investimentos na área da Educação, investindo no mínimo 25% de sua arrecadação. Cabe salientar que a destinação desse percentual pelas unidades federativas já fora previsto na Constituição Federal de 1988, a qual estabelece que cabe a União investir no mínimo 18% e, aos Estados e Municípios, 25% dos impostos arrecadados em Educação.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), essa lógica precisa ser invertida, pois impõe o maior peso no financiamento sobre os entes com menor capacidade de arrecadação. Ainda, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), para cada R$1,00 arrecadado, a União detém R$0,57, os Estados R$0,25 e os Municípios R$0,18. Os Municípios são responsáveis por 42% dos gastos e investimentos totais em educação, os Estados por 40% e a União por 18%, isso representa 2,3% do PIB, 2,2% do PIB e 1% do PIB, respectivamente.

Percebe-se um desequilíbrio orçamentário. A implantação do Plano Nacional de Educação é uma medida a ser adotada pelo Estado brasileiro, que deve ser regido por políticas de cooperação entre União, Estados e Municípios, para estabelecer padrões de qualidade para a escola pública.

Portanto, o investimento de 10% do PIB que deve ser atingido em 10 anos vai exigir mudanças no financiamento. Os Municípios, Estados e a União terão que buscar novas fontes de recursos e rever a contribuição de cada um dos entes federados para que essa meta se concretize. No entanto, o Ministério da Educação afirma estar preparado para prestar assistência técnica e financeira a estados e municípios para concretizar as iniciativas do novo PNE.

Para que realmente os atuais desafios educacionais sejam superados e se alcance uma educação pública de qualidade em todo o país, faz-se necessário que sejam realizadas políticas de cooperação entre as três esferas administrativas, com o objetivo de aumentar os investimentos em educação, viabilizando assim a efetivação das metas estabelecidas no novo Plano Nacional de Educação.

O PNE engloba 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos e tem como objetivo elevar os índices educacionais no Brasil.

APMI - Sindicato

REFERÊNCIAS

CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

Correio do Povo - Edição de 5 de junho de 2014

Jornal da Manhã - Edições de 31 de maio e 1º de junho de 2014

Portal Brasil - http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/06/plano-nacional-de-educacao-e-aprovado-pela-camara-dos-deputados

AUTORAS

Alessandra Lorenzini Marchioro - Licenciatura em Letras e pós-graduação em Organização pedagógica da escola: gestão escolar

Carin Lisia Geiss Mattioni - Licenciatura em Pedagogia e pós-graduada em Alfabetização e Letramento

Carla Riethmüller Haas Barcellos - Licenciatura em Geografia e pós-graduação em Tecnologias Aplicadas a Educação

Ingrid Beatriz Brendler Michael - Licenciatura em Matemática e pós-graduação em Educação Especial

Maira Cristiane Weber do Rosário - Graduação em Ciências Biológicas e pós-graduação em psicopedagogia institucional

APMI - Sindicato

REFERÊNCIAS

CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

Correio do Povo - Edição de 5 de junho de 2014

Jornal da Manhã - Edições de 31 de maio e 1º de junho de 2014

Portal Brasil - http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/06/plano-nacional-de-educacao-e-aprovado-pela-camara-dos-deputados

AUTORAS

Alessandra Lorenzini Marchioro - Licenciatura em Letras e pós-graduação em Organização pedagógica da escola: gestão escolar

Carin Lisia Geiss Mattioni - Licenciatura em Pedagogia e pós-graduada em Alfabetização e Letramento

Carla Riethmüller Haas Barcellos - Licenciatura em Geografia e pós-graduação em Tecnologias Aplicadas a Educação

Ingrid Beatriz Brendler Michael - Licenciatura em Matemática e pós-graduação em Educação Especial

Maira Cristiane Weber do Rosário - Graduação em Ciências Biológicas e pós-graduação em psicopedagogia institucional

APMI - Sindicato

Formação do profissional da educação

A formação dos profissionais da educação é um componente estratégico na melhoria da qualida-de da educação básica. Na verdade, a qualidade do ensino está relacionada à qualidade da formação docente inicial e continuada, formação que está assegurada na LDB nº 9.394/96 e recomendada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998).

A formação inicial é aquela que confere titulação ao final da conclusão de determinado curso. Assim, ela visa oferecer ao futuro professor as condições para seu ingresso na profissão. Essa formação precisa levar em consideração as necessidades e características das regiões e dos alunos, a fim de evitar distâncias entre o conhecimento teórico e a prática real do dia a dia da escola.

A formação continuada está voltada para o professor em exercício e tem como função básica contribuir para o professor ampliar e alterar de maneira crítica a própria prática. A realidade atual exige profissionais preparados para atender às exigências dos avanços da ciência e tecnologia, a escola é a instituição responsável em preparar profissionais e, sobretudo, cidadãos que participem da sociedade na qual estão inseridos. Desta forma, a eficácia da formação continuada dos professo-res é um processo que conduz a prática docente transformadora levando a melhoria da qualidade de ensino.

Essa formação não pode ser vista como um processo de acumulação de cursos, seminários, entre outros tantos eventos, mas sim como um trabalho de reflexão crítica sobre a prática podendo ser (re)construída em interação com os outros elementos da comunidade escolar. Nesse processo, é possível construir conhecimentos, transformando a realidade.

Discutir a qualidade na educação é perceber as condições de trabalho do professor, que estão vinculadas a uma série de fatores, tais como: número de alunos nas turmas as quais atende, horário de trabalho, tempo disponível para preparação das aulas, presença de profissional preparado para o acompanhamento e apoio sistemático da sua prática educativa, qualidade dos recursos didáticos existentes na escola e local próprio para reuniões de estudo.

A remuneração dos professores é outro ponto essencial. O professor bem remunerado pode realizar um trabalho melhor por várias razões: não precisa acumular horas excessivas de trabalho, nem dispersar sua energia atendendo a escolas diferentes; pode se concentrar mais, ter um melhor conhecimento dos seus alunos, ter mais tempo e disposição para se dedicar tanto à preparação das aulas quanto à correção dos trabalhos individuais dos alunos. Um bom salário melhora a autoesti-ma, favorece a aquisição de materiais para aperfeiçoamento profissional, além de lhe possibilitar o acesso a bens culturais como: livros, periódicos, teatro, cinema e outros instrumentos relevantes ao trabalho dos profissionais.

Além do desafio de qualificar os profissionais da educação, temos também que nos preocupar com a valorização desses profissionais. Esse tema foi um dos destaques da Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada em Brasília no primeiro semestre de 2010. O documento final do encontro traz uma série de orientações para garantir a chamada "valorização dos profissio-nais da educação". As decisões da Conae não têm força de lei, mas devem orientar a construção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que será encaminhado ao Congresso após as eleições.

Segundo Ferreira (2003), a formação de professores é entendida como um processo pelo qual o sujeito aprende a ensinar, e resultante da inter-relação entre teorias, modelos, princípios extraí-dos de investigações experimentais e regras procedentes da prática que possibilitam o desenvolvi-

A formação continuada está voltada para o professor em exercício e tem como função básica contribuir para o professor ampliar e alterar de maneira crítica a própria prática.

APMI - Sindicato

Autoras

Dilaine Acosta Alves - Professora da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Ijuí. Pós-graduada Em Orientação Educacional.

Jusselane Gomes - Professora da Educação Infantil e Fundamental Anos Iniciais da Rede Municipal de Ijuí – Graduada em Pedagogia.

Leda Maria Czyzeswki - Professora da Educação Infantil e Pré-escola da Rede Municipal de Ijuí. Graduada Em Pedagogia.

Liane Maria Fiorim Comerlato - Professora Do Ensino Fundamental Das Séries Finais Da Rede Municipal De Ijuí – Pós- Graduada Em Gestão E Supervisão Escolar E Psicopedagogia Clínica E Institucional.

Silvana Pedroso Jung De Corduva - Professora do Ensino Fundamental Séries Finais e Médio da Rede Municipal de Ijuí – Pós-graduada em Ensino Aprendizagem de Línguas – Português.

Vitória Wontroba Bandeira - Professora do Ensino Fundamental Séries Finais e EJA da Rede Municipal de Ijuí. Pós- Graduada em Orientação Escolar.

mento profissional do professor. Nessa concepção, a prática docente do indivíduo que está em formação hoje deve ser pensada como a continuidade da prática docente do seu formador. É a partir de uma formação inicial e continuada de qualidade é possível garantir uma educação eficaz, consistente e transformadora, capaz de instigar tanto no educador quanto no educando a respon-sabilidade, a criatividade e a ressignificação do meio social em que estão inseridos.

APMI - Sindicato

Autoras

Dilaine Acosta Alves - Professora da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Ijuí. Pós-graduada Em Orientação Educacional.

Jusselane Gomes - Professora da Educação Infantil e Fundamental Anos Iniciais da Rede Municipal de Ijuí – Graduada em Pedagogia.

Leda Maria Czyzeswki - Professora da Educação Infantil e Pré-escola da Rede Municipal de Ijuí. Graduada Em Pedagogia.

Liane Maria Fiorim Comerlato - Professora Do Ensino Fundamental Das Séries Finais Da Rede Municipal De Ijuí – Pós- Graduada Em Gestão E Supervisão Escolar E Psicopedagogia Clínica E Institucional.

Silvana Pedroso Jung De Corduva - Professora do Ensino Fundamental Séries Finais e Médio da Rede Municipal de Ijuí – Pós-graduada em Ensino Aprendizagem de Línguas – Português.

Vitória Wontroba Bandeira - Professora do Ensino Fundamental Séries Finais e EJA da Rede Municipal de Ijuí. Pós- Graduada em Orientação Escolar.

mento profissional do professor. Nessa concepção, a prática docente do indivíduo que está em formação hoje deve ser pensada como a continuidade da prática docente do seu formador. É a partir de uma formação inicial e continuada de qualidade é possível garantir uma educação eficaz, consistente e transformadora, capaz de instigar tanto no educador quanto no educando a respon-sabilidade, a criatividade e a ressignificação do meio social em que estão inseridos.

APMI - Sindicato

A inclusão nas escolas regulares

A inclusão vem ao longo dos anos buscando a não exclusão escolar, propondo o acesso e perma-nência do aluno com deficiência na rede regular de ensino, mas será que a escola está estruturada para trabalhar com a diversidade? Os professores estão preparados profissionalmente e psicologi-camente? Percebemos que esta questão não é tão simples, pois a inclusão depende da mudança de valores da sociedade levando em conta as diferenças. Como colocar na escola regular demandas tão diferentes, se muitas vezes, nem a escola especial consegue dar conta. Precisamos refletir sobre a educação em geral para pensarmos em inclusão da pessoa com deficiência. Por isso é necessário avaliar a realidade, posições e opiniões sobre o tema.

Observa-se nas escolas regulares a resistência dos professores e direções em receber alunos com deficiências, destacando-se várias dificuldades para o acesso ao sistema de ensino. As escolas não possuem materiais adequados para o atendimento desse aluno; os professores estão desprepa-rados para atender o aluno especial; o número excessivo de alunos nas salas de aula para ainda incluir um aluno com alguma deficiência; faltam monitores qualificados para assessorar o professor em sala de aula; a insuficiência de transporte adequado para esse aluno até o estabelecimento de ensino. Sabe-se que a realidade desse processo inclusivo é bem diferente do que propõe a legislação exigindo uma mudança de mentalidade e requerendo inúmeros questionamentos de professores, e outros profissionais que atuam na área, direção, pais, alunos e comunidade.

Os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda, ressentem-se de uma formação adequada, o que gera insegurança pedagógica e o consequente receio do insucesso no trabalho com a diferença. O professor desconhece esse sujeito, suas potencialidades, dificuldades e limitações ficando angustiado e sem ação frente a esse aluno. A escola ainda não está estruturada para trabalhar com a diversidade e quando a presença do aluno especial é imposta sem a devida preparação do próprio aluno, de seus colegas, professores e pais, o aluno entra na escola e continua sendo excluído dificultando o processo de inclusão. Considera-se prioritário que a escola conheça e entenda como a inclusão se efetiva, que mudanças de fazem necessárias para receber e aceitar o diferente.

Contudo, para que haja a inclusão é preciso uma transformação no sistema de ensino, oferecendo oportunidades diversificadas, investindo em novas tecnologias e na formação do professor e principalmente buscando estratégias através da parceria entre escola regular e escola especial. Sabemos que essa tarefa não é fácil, mas é urgente e necessária.

Adriana Boniatti - Professora da Escola Municipal Infantil Dalva Weinmann.

Observa-se nas escolas regulares a resistência dos professores e direções em receber alunos com deficiências, destacando-se várias dificuldades para o acesso ao sistema de ensino.

APMI - Sindicato

O Coordenador Pedagógico como articulador do processo de ensino-aprendizagem

A realidade contemporânea nos apresenta aceleradas mudanças sociais atreladas a novas configurações do mundo do trabalho e, consequentemente a novas exigências de aprendizagem. Neste cenário, a escola por sua vez não tem a exclusividade da informação/educação. A pesquisa-dora Shirley Steinberg (1997, p. 11) contribui singularmente com essa perspectiva, a partir de seus estudos, em que analisa a “cultura infantil” no âmbito da abrangente expressão “pedagogias cultu-rais”. Essa expressão coloca a educação como integrante de uma variedade de áreas sociais, inclu-indo a escolar, mas não se limitando a ela, considerando como áreas pedagógicas aqueles espaços onde o poder é organizado e difundido, incluindo-se bibliotecas, televisão, cinemas, jornais, revis-tas, brinquedos, propagandas, videogames, livros, esportes etc.

Neste contexto, a escola, precisa manter um diálogo com as mudanças, com os novos persona-gens (alunos), com o novo cenário (artefatos culturais), pensando esse novo contexto não em termos de “reforma”, mas em termos de desafio. Mas, quem opera como mediador e articulador do processo de ação/reflexão, teórico/prática no âmbito escolar?

Nesta ótica, identifica-se o Coordenador Pedagógico (CP), o qual configura-se um agente importante na articulação dos diferentes tipos de saberes para solucionar os desafios cotidianos e zelar pela aprendizagem dos alunos.

Um dos eixos imprescindíveis à sua prática é garantir a formação continuada dos professores. É através da promoção de reflexões, críticas, desafios, encaminhamentos assumidos coletivamente no corpo docente que transcorre a significação efetiva das ações. E quem, no papel de ator social vai articular essas ações (re)pensando as práticas, perspectivas e possibilidades de intervenção é o Coordenado Pedagógico, uma vez que este deve evidenciar e garantir espaços para debates no grupo.

Corroborando com essa ideia Geglio discorre que o CP é o agente que,

[...] num espírito de parceria e coletividade, conduz o processo, participa, discute, ouve, orienta, propõe, informa, assume e partilha responsabilidades com os professores, indica ações, enfim, exerce uma posição natural de liderança, de autoridade. (2006, p. 118)

Tecendo esse perfil profissional e delimitando seu espaço de atuação, o Coordenador Pedagógico vai se constituindo como um canal de participação efetiva, garantindo um espaço de dialogicidade na construção de um referencial gestado e assumido no coletivo. Dessa forma, firmando esse compromisso com a formação continuada dos professores, se colocando como mediador do saber, saber fazer, saber agir, estará primando pela excelência do processo de ensino, tendo como foco a tríade professor-aluno-aprendizagem.

É através da promoção de reflexões, críticas, desafios, encami-nhamentos assumidos coletivamente no corpo docente que transcorre a significação efetiva das ações.

APMI - Sindicato

AUTORAS

Ana Lucia Manggini - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Carina Basso D’Avila - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Erica Hunhoff - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Fabiane Smaniotto Pinno - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Glaucia Roberta Coradini Carré - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Graziela Fiorin - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Márcia Rozani Eberhardt - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Maria Rosane Antonello Carnelutti - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

Mônica Gelatti - Professora da Rede Pública Municipal de Ijuí

REFERÊNCIAS

GEGLIO, Paulo César. O coordenador pedagógico e a questão da inclusão. In: ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza (Org.). O coordenador pedagógico e a questão da contemporaneidade. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

STEINBERG, Shirley. Sem segredos: cultural infantil, saturação de informações e infância pós-moderna. In: STEINBERG, Shirley; KINCHELOE, Joe L. (Orgs.). Cultura infantil, a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. p. 9-5.

APMI - Sindicato

Literatura Infantil: um papel primordial na formação do leitor

O contexto escolar tem nos mostrado uma realidade um tanto assustadora no que se refere ao hábito e ao gosto pela leitura.

Infelizmente nos deparamos com um grande número de alunos que afirmam não gostar de ler, principalmente neste período marcado por uma invasão digital que oferece inúmeros atrativos, tão presentes na vida de nossas crianças e adolescentes. São tantos jogos, vídeos, músicas..., tudo tão “pronto”, instantâneo e ali: “ao dispor”, sem muito “esforço”.

O que se observa é uma falta de motivação para o “exercício” da leitura e, com isso, o ato de ler que deveria ser um hábito diário de formação, diversão, prazer e encantamento, se tornou algo distante. Fato este, que se agrava ainda mais, à medida que esses alunos avançam nos anos de escolarização, pois se distanciam ainda mais dos livros literários, realizando a leitura apenas por cobrança ou imposição dos professores.

Mesmo com toda a criatividade de tantos autores, tudo o que existe de belo e mágico na literatu-ra, seja ela infantil ou infanto juvenil e, de certa forma, a facilidade com que isso é disponibilizado para nossos educandos, fica difícil acreditar que nossas crianças e adolescentes não se sintam motivados para a prática da leitura. Livros coloridos, de diferentes materiais, com encaixes, sons e histórias maravilhosas não são suficientes para encantá-los? O que falta? É de comum acordo entre educadores, que precisamos reverter esta situação...

Nossos alunos precisam ser contagiados pelo mundo mágico e fascinante da literatura. Perceber a magia do livro, o poder das idéias, as aventuras dos personagens, a emoção do autor, o “brincar das palavras”, a musicalidade do poema, o “faz de conta”, a criatividade, a rima, o imenso mundo da imaginação, é perceber o quanto podemos sonhar, o quanto podemos crescer e o quanto podemos aprender. A leitura é um passaporte para a aprendizagem e também para a construção de valores essenciais para a formação do sujeito e, por sua vez, precisa assumir lugar de destaque e de real importância na vida dos nossos educandos.

Para que isto ocorra, é necessário que a escola como um todo, ofereça condições para que nossos alunos, tanto crianças como adolescentes e jovens, sintam-se motivados e sejam contagiados pelo desejo de ler. Neste contexto, o papel do professor é de extrema importância, pois é ele, através da mediação, criatividade, linguagem, expressão, persistência e exemplo (sim exemplo, pois o profes-sor também precisa ser um apaixonado pelo ato de ler e ter a prática da leitura na sua vida...), que vai oferecer subsídios, estímulos e interagir com seus alunos de modo que desperte neles o gosto pela leitura.

Falando particularmente dos alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, precisamos considerar que nessa faixa etária, as crianças a aprendizagem, a construção de conhecimentos se dá através de dramatizações, paródias, músicas, brincadeiras, produções textuais, e principalmen-te, leitura, destacando a Literatura Infantil como um meio para tal. Nesse sentido, é fundamental resgatar em nossos alunos o hábito pela leitura, tendo a Literatura Infantil como estratégia para o mesmo.

A partir da Literatura Infantil, a leitura pode se tornar algo prazeroso, encantador, que mexe com

É através da promoção de reflexões, críticas, desafios, encami-nhamentos assumidos coletivamente no corpo docente que transcorre a significação efetiva das ações.

APMI - Sindicato

Nossos alunos precisam ser contagiados pelo mundo mágico e fascinante da leitura. Perceber a magia do livro, o poder das ideias, as aventuras dos personagens, a emoção do autor, o "brin-car das palavras", a musicalidade do poema, o "faz de conta", a criatividade, a rima, o imenso mundo da imaginação...

Literatura Infantil: um papel primordial na formação do leitor

O contexto escolar tem nos mostrado uma realidade um tanto assustadora no que se refere ao hábito e ao gosto pela leitura.

Infelizmente nos deparamos com um grande número de alunos que afirmam não gostar de ler, principalmente neste período marcado por uma invasão digital que oferece inúmeros atrativos, tão presentes na vida de nossas crianças e adolescentes. São tantos jogos, vídeos, músicas..., tudo tão “pronto”, instantâneo e ali: “ao dispor”, sem muito “esforço”.

O que se observa é uma falta de motivação para o “exercício” da leitura e, com isso, o ato de ler que deveria ser um hábito diário de formação, diversão, prazer e encantamento, se tornou algo distante. Fato este, que se agrava ainda mais, à medida que esses alunos avançam nos anos de escolarização, pois se distanciam ainda mais dos livros literários, realizando a leitura apenas por cobrança ou imposição dos professores.

Mesmo com toda a criatividade de tantos autores, tudo o que existe de belo e mágico na literatu-ra, seja ela infantil ou infanto juvenil e, de certa forma, a facilidade com que isso é disponibilizado para nossos educandos, fica difícil acreditar que nossas crianças e adolescentes não se sintam motivados para a prática da leitura. Livros coloridos, de diferentes materiais, com encaixes, sons e histórias maravilhosas não são suficientes para encantá-los? O que falta? É de comum acordo entre educadores, que precisamos reverter esta situação...

Nossos alunos precisam ser contagiados pelo mundo mágico e fascinante da literatura. Perceber a magia do livro, o poder das idéias, as aventuras dos personagens, a emoção do autor, o “brincar das palavras”, a musicalidade do poema, o “faz de conta”, a criatividade, a rima, o imenso mundo da imaginação, é perceber o quanto podemos sonhar, o quanto podemos crescer e o quanto podemos aprender. A leitura é um passaporte para a aprendizagem e também para a construção de valores essenciais para a formação do sujeito e, por sua vez, precisa assumir lugar de destaque e de real importância na vida dos nossos educandos.

Para que isto ocorra, é necessário que a escola como um todo, ofereça condições para que nossos alunos, tanto crianças como adolescentes e jovens, sintam-se motivados e sejam contagiados pelo desejo de ler. Neste contexto, o papel do professor é de extrema importância, pois é ele, através da mediação, criatividade, linguagem, expressão, persistência e exemplo (sim exemplo, pois o profes-sor também precisa ser um apaixonado pelo ato de ler e ter a prática da leitura na sua vida...), que vai oferecer subsídios, estímulos e interagir com seus alunos de modo que desperte neles o gosto pela leitura.

Falando particularmente dos alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, precisamos considerar que nessa faixa etária, as crianças a aprendizagem, a construção de conhecimentos se dá através de dramatizações, paródias, músicas, brincadeiras, produções textuais, e principalmen-te, leitura, destacando a Literatura Infantil como um meio para tal. Nesse sentido, é fundamental resgatar em nossos alunos o hábito pela leitura, tendo a Literatura Infantil como estratégia para o mesmo.

A partir da Literatura Infantil, a leitura pode se tornar algo prazeroso, encantador, que mexe com

É através da promoção de reflexões, críticas, desafios, encami-nhamentos assumidos coletivamente no corpo docente que transcorre a significação efetiva das ações.

APMI - Sindicato

o imaginário, desperta a curiosidade e leva a informação, oferecendo elementos “riquíssimos” e importantes para a construção de conhecimentos e habilidades, visando a formação integral do aluno e não a sua alienação e ignorância diante dos fatos e situações vivenciadas. O hábito de ler oferece condições para que o indivíduo desenvolva o espírito crítico, alimente a capacidade de reflexão, reaja diante de determinada situação e tome uma posição frente aos problemas encontra-dos, exercendo com autonomia a sua cidadania. Ela amplia nosso entendimento de mundo, propi-cia o acesso a informação com autonomia, permite o exercício da fantasia e da imaginação, estimula a reflexão crítica, o debate e a troca de informações.

Desta forma, desenvolver trabalhos cuja essência se encontra nas histórias de literatura infan-til, é propiciar ao aluno uma viagem com sua imaginação, tornando-o cúmplice das situações vividas pelas personagens e encantando-o com o jeito de escrever de determinado autor.

A Literatura Infantil oferece “alimento” à criatividade e ao imaginário, além de oportunizar à criança o conhecimento de si mesmo, do mundo que o cerca, do ambiente de vida. A criança e a Literatura Infantil compartilham da mesma natureza. Ambas são mágicas, lúdicas e questionado-ras, e é considerando tudo isto, que nós professores, apaixonados pelo ato de educar e pela possibi-lidade de “semear sonhos”, podemos muito...Incentive, encante, leia e desperte em cada aluno o desejo de ser um leitor também.

AUTORAS

Fabiana Boff Grenzel – Professora da Rede Municipal de Ijuí.

Viviane Boff Wielens – Professora da Rede Municipal e Particular de Ensino de Ijuí.

APMI - Sindicato